Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

Caderno de Exercicios e Problemas

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 55

ÍNDICE

1
1.2.4 Lei da Conservação do Momento
Linear. Colisões 18
Atividade laboratorial 19
Questões globais 20
MECÂNICA
1.3 Fluidos
1.1 Cinemática e dinâmica da
Resumo 22
partícula a duas dimensões
Resumo 4 1.3.1 Fluidos, massa volúmica,
densidade relativa e pressão 23
1.1.1 Posição, equações paramétricas 1.3.2 Forças de pressão em fluidos 23
do movimento e trajetória 5
1.3.3 Lei Fundamental da Hidrostática 23
1.1.2 Deslocamento, velocidade média,
velocidade e aceleração 5 1.3.4 Lei de Pascal 24
1.1.3 Componentes tangencial e normal 1.3.5 Impulsão e Lei de Arquimedes;
da aceleração 5 equilíbrio de corpos flutuantes 25
1.1.4 Segunda Lei de Newton 1.3.6 Movimento de corpos em fluidos;
em referenciais fixos e ligados viscosidade 25
à partícula 6 Atividade laboratorial 25
1.1.5 Movimentos sob a ação de uma Questões globais 26
força resultante constante 6
1.1.6 Movimentos de corpos sujeitos
a ligações 8
1.1.7 Forças de atrito entre sólidos 10
1.1.8 Dinâmica da partícula

2
e considerações energéticas 11
Atividades laboratoriais 12
Questões globais 14
CAMPOS
DE FORÇAS
1.2 Centro de massa
e momento linear 2.1 Campo gravítico
de sistemas de partículas Resumo 28

Resumo 16 2.1.1 Leis de Kepler 29


2.1.2 Lei de Newton da Gravitação
1.2.1 Centro de massa de um sistema
Universal 29
de partículas 17
2.1.3 Campo gravítico 30
1.2.2 Velocidade e aceleração do centro
de massa. Segunda Lei de Newton 2.1.4 Energia potencial gravítica;
para um sistema de partículas 17 conservação da energia no campo
gravítico 30
1.2.3 Momento linear e Segunda Lei
de Newton 18 Questões globais 31
2.2 Campo elétrico
3 FÍSICA
MODERNA
3.1 Introdução à física quântica
Resumo 33 Resumo 46
2.2.1 Interações entre cargas 3.1.1 Emissão e absorção de radiação:
elétricas e Lei de Coulomb 34 Lei de Stefan-Boltzmann
2.2.2 Campo elétrico 35 e deslocamento de Wien 47
2.2.3 Condutor em equilíbrio 3.1.2 A quantização da energia segundo
eletrostático. Campo elétrico Planck 47
à superfície e no interior de um 3.1.3 Efeito fotoelétrico e teoria
condutor em equilíbrio dos fotões de Einstein 48
eletrostático. Efeito das pontas 36 3.1.4 Dualidade onda-corpúsculo para
2.2.4 Energia potencial elétrica. a luz 48
Potencial elétrico e superfícies
Questões globais 49
equipotenciais 36
2.2.5 Condensadores. Descarga de um
condensador num circuito RC 37 3.2 Núcleos atómicos
Atividades laboratoriais 38 e radioatividade
Questões globais 39
Resumo 51
3.2.1 Energia de ligação nuclear
e estabilidade dos núcleos 52
2.3 Ação de campos 3.2.2 Processos de estabilização dos
núcleos: decaimento radioativo.
magnéticos sobre cargas Propriedades das emissões
radioativas α, β e γ 52
e correntes elétricas
3.2.3 Reações de fissão nuclear
Resumo 41 e de fusão nuclear 53
2.3.1 Ação de campos magnéticos 3.2.4 Lei do Decaimento Radioativo;
sobre cargas em movimento 42 atividade de uma amostra
2.3.2 Ação simultânea de campos radioativa; período de
magnéticos e elétricos semidesintegração 53
sobre cargas em movimento 43 Questões globais 54
2.3.3 Ação de campos magnéticos
sobre correntes elétricas 43
Questões globais 44 Soluções 55
1.1 CINEMÁTICA E DINÂMICA
DA PARTÍCULA A DUAS
DIMENSÕES
RESUMO
• Posição, r»: vetor que parte da origem do referencial• Posição,er»: vetor • Equações
que parte da escalares
origem doda referencial
Segundae tem Lei ade extremidade
Newton, na
tem a extremidade na partícula. É dado por r» partícula.= x(t)e»x + Num movimento»
F R = m a»: num a trêsreferencial
dimensões fixo,éFdado= mapor , Fyr»==ma , F»zx =+ma
x(t)e ;» +
y(t)e
x x y z y
» »
+ y(t)e y + z(t)e z, sendo x = x(t), y = y(t), z = z(t)+asz(t)e»
equa-z
, sendo x num= x(t),referencial
y = y(t), z de eixos
= z(t) asligados
equações à partícula:
paramétricas do movi-
ções paramétricas do movimento. mento. Se estas forem do 1.o grau, ma2.t,o Fgrau
Ft =do n
= ma oun
, grau
F z
= 0.superior a 2, em t, o
• Equação da trajetória: obtém-se a partir das movimento equações é, respetivamente, uniforme, uniformemente variado ou variado
• Trajetória parabólica: é descrita pelo centro de massa
paramétricas. na direção do eixo considerado.
de um corpo sob a ação de uma força resultante cons-
• Equação da trajetória: obtém-se a partir das equações paramétricas por eli-
• Deslocamento, Δr»: vetor com origem na posição inicial tante cuja direção é diferente da velocidade inicial.
minação da variável tempo, t.
e extremidade na posição final da partícula.
• Deslocamento,• Δr Movimentos
»: vetor comcurvilíneos
origem na posição de queda livre:
inicial são descri- na
e extremidade
Δr»
• Velocidade média: vm = » ; define-se num posição
intervalo final da partícula. O seu módulo é igual ou menor do queretilíneo
tos como a composição de um movimento a distância
Δt
de tempo e tem a direção e o sentido do deslocamento. uniforme
percorrida sobre a trajetória. na direção horizontal (com velocidade igual
dr» à Δr»
velocidade inicial naquela direção) e um movimento
• Velocidade: v» = ; define-se num instante• Velocidade
e o seu média: v»m = ; define-se num intervalo de tempo e tem a dire-
dt retilíneo Δtuniformemente variado na direção vertical
ção e o sentido do deslocamento.
módulo indica a rapidez com que a partícula se desloca (com velocidade inicial igual à velocidade inicial naquela
dr»
nesse instante; é tangente à trajetória, em cada ponto, e v» = direção
• Velocidade: ; define-se num instante
e aceleração e o seu módulo
igual à aceleração indicaAa tra-
gravítica). rapidez
dt
tem o sentido do movimento. com que a partícula jetóriase édesloca
parabólica.nesse instante; é tangente à trajetória, em
Δv» ponto, e tem o sentido do movimento. a velocidade inicial tem dire-
• Lançamento horizontal:
• Aceleração média: a»m = ; define-se numcada
intervalo
Δt » e influencia o alcance do projétil, mas não
da média: a» = Δv ; define-se num intervalo de tempo; tem a dire-
ção horizontal
de tempo; tem a direção e o sentido da •variação Aceleração
o tempo m
Δt queda.
de
velocidade. ção e o sentido da variação da velocidade.
dv» dv»
• Lançamento oblíquo: a velocidade inicial não é perpen-
• Aceleração: a» = ; define-se num instante; • numa
Aceleração:
tra- a» = dicular ; define-se
à força num instante; numa trajetória retilínea tem
gravítica.
dt dt
jetória retilínea tem a direção da velocidade e ao direçãomesmo da velocidade
• Forças de e oligação:
mesmotensão,
sentidoforça (no normal,
movimento forçaacelerado)
de atrito; ou
sentido (no movimento acelerado) ou sentido oposto (no sentido oposto (no movimento retardado); numa trajetória
restringem a trajetória de um corpo; dependem das for- curvilínea existe
movimento retardado); existe numa trajetória curvilíneasempre, pois há mudança ças aplicadas de direção da velocidade, apontando
e das características do movimento. sempre para
pois há mudança de direção da velocidade, apontando dentro da curva.
• Forças de atrito entre sólidos em deslizamento:
sempre para dentro da curva. • Componente tangencial da força resultante, F»t: tem a direção da veloci-
dependem do material e do polimento das superfícies
• Componente tangencial da força resultante, F»t: etem
dade o mesmo sentido ou sentido oposto; provoca variação do módulo da
em contacto mas não dependem da área das superfícies
a direção da velocidade e o mesmo sentido ou velocidade.
sentido em contacto. Diminuem de intensidade em superfícies
oposto; provoca variação do módulo da velocidade. • Componente normal da força resultante, F»n (ou força centrípeta, F»c): é per-
lubrificadas.
pendicular à velocidade, apontando para o centro da curva; provoca variação
• Componente normal da força resultante, F»n (ou força • Força de atrito estático entre sólidos com tendên-
na direção da velocidade; existe em todos os movimentos curvilíneos.
centrípeta, F»c): é perpendicular à velocidade, apontando cia a deslizarem um sobre o outro: existe quando as
• Aceleração, a», num sistema de eixos ligados à partícula: a» = at e»t + an e»n.
para o centro da curva; provoca variação na direção da superfícies em contacto não deslizam uma em relação
dv
velocidade; existe em todos os movimentos •curvilíneos.Componente tangencial da aceleração:
à outra mas são solicitadas a = ; está associada
t a moverem-se. Intensidade
à variação
dt
• Aceleração, a», num sistema de eixos ligados doàmódulo máxima: tem
partí- da velocidade; máx
F ae μeN; μda
a=direção e
: coeficiente
velocidade edeo atrito mesmoestático
sentido ou
cula: a» = at e»t + an e»n. sentido oposto; é(depende nula em dos materiais uniformes
movimentos em contacto). (retilíneos e curvilíneos);
édv
constante em• movimentos
Força de atrito uniformemente
cinético entre variados;
sólidos e é que
variável
deslizam em movi-
• Componente tangencial da aceleração: at = ; está
dt
mentos variados. um sobre o outro: existe quando há movimento de uma
associada à variação do módulo da velocidade; tem a superfície em relação à outra. Intensidade: Fac = μcN; μc:
direção da velocidade. coeficiente de atrito cinético (depende dos materiais em
• Componente normal da aceleração, a»n (ou compo- contacto); em geral, para um mesmo par de materiais,
v2 máx
, pois μc < μe.
nente centrípeta, a»c): an = , sendo r o raio de curva- Fc < F ae
r
tura; está associada à variação da direção da velocidade;
é perpendicular à velocidade.

4
1.1 Cinemática e dinâmica da partícula a duas dimensões

1.1.1 Posição, equações paramétricas 7. Uma bola move-se num plano inclinado, durante 3,00 s,
sendo a posição do seu centro de massa dada, em uni-
do movimento e trajetória
dades SI, por:
1. Um helicóptero, após levantar voo, desloca-se 10,4 km r»(t) = 4,24t2 e»x – 2,45t2 e»y
para este, 7,7 km para norte e 2,1 km para cima. Deter- a) Caracterize os movimentos em cada eixo.
mine a distância a que ficou do ponto de partida. Uniformemente variados.
r» = 10,4e»x + 7,7e»y + 2,1e»z ; |r»| = 13 km b) A que distância da posição inicial se encontra ao fim
de 2,50 s?
2. Um pescador dirige o seu barco 2,00 km para oeste, 30,6 m
depois 3,50 km para nordeste e uma certa distância
c) Qual é a velocidade média e a aceleração média nos
d numa direção desconhecida. Verifica que, no final
primeiros dois segundos?
da viagem, está a 5,80 km de distância do ponto de
v»m = 8,48e»x – 4,90e»y (m s–1) e a»m = 8,48e»x – 4,90e»y (m s–2)
partida e a oeste desse ponto. Que distância percor-
d) Em que intervalo de tempo a bola muda mais rapida-
reu e que direção o barco tomou na terceira etapa da
mente de posição, no primeiro segundo de movimen-
viagem?
to ou no terceiro segundo de movimento?
d = 6,75 km e a direção corresponde ao ângulo 201,5o No terceiro segundo.
(ângulo de 21,5o para o lado sul, medido a partir da linha
E-O). e) Qual é o módulo da velocidade e da aceleração ao
fim de 2,50 s?
3. Uma águia voa com uma trajetória plana, durante v (2,50) = 24,5 m s−1 e a = 9,79 m s–2
5,0 s, sendo o movimento descrito por f) Esboce a trajetória do centro de massa da bola, com
x (t) = 1,0 + 1,6t e y (t) = 5,0t – 2,8t2 a ajuda da calculadora, e trace nela os vetores calcu-
lados anteriormente.
a) Identifique essa trajetória e esboce-a.
A trajetória é retilínea e os vetores velocidade
A trajetória é parabólica: e aceleração são tangentes à trajetória e apontam
de cima para baixo.

b) A que distância se encontra a águia do ponto de par-


tida ao fim de 5,0 s?
46 m
g) Em que instante, t = 1,00 s ou t = 2,50 s, a bola
muda mais rapidamente de posição? Justifique.
Quando a velocidade instantânea for maior:
v (1,00) = 9,79 m s−1 e v (2,50) = 24,5 m s–1, logo, é
aos 2,50 s.
1.1.2 Deslocamento, velocidade média,
velocidade e aceleração
4. Um elefante encontra-se inicialmente na origem de um
referencial e, passados 20,0 s, a sua velocidade média
1.1.3 Componentes tangencial e normal
tem componentes
da aceleração
vx = 3,60 m s–1 e vy = –5,20 m s–1
8. Indique, justificando, quais das seguintes frases são
Em que posição se encontra nesse instante?
verdadeiras.
Δr» = 72e»x – 104e»y (m)
A. Os movimentos uniformes não têm aceleração. F.
E a que distância se encontra da origem do referencial?
B. Todo o corpo que descreve curvas tem aceleração. V.
|Δr»| = 126 m
C. É possível descrever uma curva com aceleração
5. Numa corrida, um barco move-se 1,20 km para este, tangencial nula. V.
depois 1,60 km para noroeste e, finalmente, 0,80 km D. A aceleração normal é nula apenas nos movimentos
para sul. O tempo da corrida foi 2,5 min. Qual foi a retilíneos. V.
velocidade média e a rapidez média do barco em uni- E. Se a força resultante for constantemente perpen-
dades SI? dicular à velocidade, então a aceleração tangencial
v»m = 0,46e»x + 2,20e»y (m s−1) e a rapidez foi 24,0 m s−1 será nula. V.

6. Um corredor descreve um quarto de pista circular, de 9. O TGV (Train à Grand Vitesse) atinge uma velocidade
raio R = 25 m, em 10 s, no sentido anti-horário, partindo máxima de 320 km h–1 em linhas férreas convencio-
do ponto (R,0). Determine a sua velocidade média e a nais. Para que os passageiros não sofram desconforto,
sua rapidez média. a componente centrípeta da aceleração não deve ser
v»m = –2,5e»x + 2,5e»y (m s−1) e rapidez média = 3,9 m s−1 superior a 0,05 g. Qual deve ser o raio de curvatura
mínimo das curvas da ferrovia?
R > 15,8 km

5
1. MECÂNICA

10. Um carrinho descreve uma trajetória numa pista cir- b) Noutro troço, há um instante em que a aceleração faz
cular, de raio 80 cm, num plano horizontal. O módu- um ângulo de 107° com a velocidade e tem módulo
lo da sua velocidade varia no tempo, sendo dado por igual a 6,0 m s–2. Quanto marca o velocímetro?
v = 1,50 t (SI). Escreva a expressão da aceleração para v = 11 m s–1
o instante t = 2,00 s, na unidade SI, indicando as com-
ponentes tangencial e normal.
a» = 1,50e»t + 11,3e»n (m s−2)

11. Um carrinho move-se sobre um plano horizontal duran- 1.1.5 Movimentos sob a ação de uma força
te 2,0 s, sendo a sua posição dada por resultante constante
r»(t) = (t2 – t + 1)e»x + (–2t2 + 1)e»y (SI)
a) Indique a afirmação verdadeira. 13. Um carrinho de 2,0 kg movia-se com velocidade cons-
(A) A posição inicial do carrinho coincide com a ori- tante sobre uma mesa quando sobre ele passou a atuar
gem do referencial. uma força constante paralela à mesa. A partir desse
instante, o movimento passou a ser descrito pelas
(B) A componente da velocidade segundo o eixo dos
equações paramétricas
xx é constante.
x = 1,0 + 15,0t – 10t2 e y = –2,0 + 6,0t
(C) A aceleração é constante. ¦
a) Qual era a velocidade inicial?
(D) O movimento segundo o eixo dos yy é uniforme. v»(0) = 15e»x + 6e»y (m s–1)
b) Qual é o módulo da velocidade inicial? b) Que força passou a atuar sobre o carrinho?
v»(0) = – e»x (m s−1) e v = 1 m s–1
a» = –20e»x (m s–2), F» = ma» = –40e»x (N)
c) Em qual dos instantes, t = 0,1 s ou t = 1,0 s, o carri-
c) Em que posição estava o carrinho quando passou a
nho se move mais rapidamente?
atuar a força?
t = 1,0 s
r»(0) = e»x – 2e»y (m)
d) Qual é o ângulo entre os vetores velocidade e acele-
d) Escreva a expressão da resultante das forças, indi-
ração para t = 1,0 s? O carrinho estará a acelerar ou
cando as componentes tangencial e normal no ins-
a travar? Justifique.
tante t = 1,0 s.
18
cos α = ⇒ α = 12,5o e o carrinho está F» = 26e»t + 31e»n (N)
兹17 兹20
a acelerar, pois α < 90o, ou seja, a velocidade e a
aceleração tangencial têm o mesmo sentido.
14. Um carrinho de 1,0 kg move-se sobre uma mesa com
velocidade constante de módulo 8,0 m s–1. Num dado
e) Em que instante, t = 0,5 s ou t = 2,0 s, o módulo da instante passa a atuar sobre ele uma força constante
velocidade varia mais rapidamente? Justifique. paralela à mesa, de intensidade 10 N e fazendo 127°
t = 2,0 s
com a direção da velocidade nesse instante.
f) Indique, justificando, em que instante a componente a) Escreva as equações paramétricas do movimento a
tangencial da aceleração é nula. partir do instante em que atua a força e esboce a tra-
at(t) = 0 ⇒ t = 0,1 s
jetória nos primeiros 2,5 s.
g) Determine o raio de curvatura da trajetória no instan- Equações paramétricas: x (t) = 8,0t – 3,0t2, y (t) = –4,0t 2.
te t = 0,5 s. Trajetória:
r=2m

1.1.4 Segunda Lei de Newton em referenciais


fixos e ligados à partícula b) Determine os módulos da velocidade e da acelera-
ção no instante em que a componente horizontal da
12. Um automóvel de 900 kg descreve uma rotunda com
velocidade é nula.
trajetória circular de raio 20 m.
|v»| = 10,4 m s–1 e |a»| = 10 m s–2
a) Num dado troço, o módulo da velocidade do seu cen-
tro de massa aumenta 1,0 m s–1 em cada segundo. 15. Uma pistola de brinquedo lança horizontalmente uma
Para o instante em que o velocímetro marca 36 km h–1, bola contra uma parede que está a 2,00 m de distância,
escreva a expressão da resultante das forças, indi- atingindo-a a 0,874 m abaixo da posição inicial. A resis-
cando as suas componentes tangencial e normal. tência do ar é desprezável.
F» = 9,0 × 102e»t + 4,5 × 103e»n (N) a) Com que velocidade a bola atinge a parede?
v»(0,418) = 4,78e»x – 4,18e»y (m s–1)
b) Qual é a componente tangencial da aceleração quan-
do a bola atinge a parede?
100t
at(t) = ⇒ at(0,418) = 6,58 m s–2
√4,782 + 100t2

6
1.1 Cinemática e dinâmica da partícula a duas dimensões

16. Uma avioneta voa a 320 m de altura, com velocidade determine o módulo da velocidade, em km h–1, com que
de módulo 220 km h–1, quando deixa cair um fardo com iniciou o salto e o seu tempo de voo.
mantimentos numa zona de catástrofe. A resistência v0 = 39 km h–1 e t = 0,85
do ar é desprezável.
a) Com que velocidade o fardo atinge o solo e que dis- 19. Uma bola de 100 g, considerada uma partícula, é lan-
tância percorre horizontalmente? çada a 0,50 m de altura, com velocidade inicial de
v»(8,0) = 61,1e»x – 80,0e»y (m s–1)
25 m s–1 e segundo um ângulo de 67o com a vertical.
A distância percorrida na horizontal é 489 m. A resistência do ar é desprezável.

b) Se a avioneta viajasse com o dobro da velocidade e à a) Que altura máxima atinge a bola?
ymáx = 5,3 m
mesma altura,
b) Qual é a sua energia cinética mínima?
(A) a aceleração e a variação da energia cinética do
1
fardo seriam as mesmas. Ec = mv 2 = 26 J
2
(B) o tempo de queda do fardo seria o dobro e o seu
c) Verifique se a bola passa por cima de um muro de
alcance seria o dobro.
1,5 m de altura situado a 3,0 m de distância da verti-
(C) o módulo da velocidade do fardo ao chegar ao chão cal de lançamento. Em caso afirmativo, fá-lo na subi-
seria o dobro, assim como a sua energia cinética. da ou na descida?
(D) a variação da energia mecânica do sistema fardo A bola passa por cima do muro na fase de subida.
+ Terra e o tempo de queda não sofreriam altera-
ções. ¦ 20. Um nadador salta de uma prancha. A tabela indica os
módulos das velocidades iniciais, v0, e os ângulos das
17. Um objeto é lançado obliquamente para cima. A resis- velocidades iniciais com a vertical, α. Considere o nada-
tência do ar é desprezável. Indique, justificando, quais dor uma partícula e desprezável a resistência do ar.
das afirmações são falsas.
v0 / m s–1 5,2 3,0 3,0
A. A aceleração diminui na subida e aumenta na des-
cida. F. α/o 14 14 30

B. A componente vertical da velocidade diminui na


a) Determine as alturas máximas atingidas e as distân-
subida e aumenta na descida.
cias a que o nadador se encontra da prancha quando
C. Na posição em que a velocidade é nula, a aceleração passa por ela na descida.
também é nula. F.
y (máx) / m 1,27 0,42 0,34
D. Na posição em que a velocidade é mínima, a acele-
x (máx) / m 1,27 0,44 0,78
ração tangencial é nula.
E. A energia cinética é nula quando a componente tan- b) Qual dos saltos será mais fácil e mais seguro para
gencial da aceleração é nula. um principiante? Justifique.
F. Na posição de altura máxima, a velocidade é míni- O salto de 30o com velocidade inicial 3,0 m s–1 é um
salto mais fácil e é seguro.
ma e a aceleração coincide com a sua componente
centrípeta. 21. Uma caixa desliza sobre um telhado de uma casa, cuja
G. A componente tangencial da aceleração diminui na inclinação é 25°, abandonando-o com velocidade de
subida e aumenta na descida. módulo 12 m s–1. A caixa cai no solo a uma distância
de 5,0 m da parede. A resistência do ar é desprezável.
18. Nos Jogos Olímpicos de 1996, Carl Lewis ganhou a sua
a) Qual é a altura do telhado?
quarta medalha, alcançando 8,50 m no salto em com-
h = 3,4 m
primento. Sendo o ângulo do seu salto com a horizontal
b) Em algum instante a velocidade duplica o valor ini-
igual a 23°, e supondo que o movimento do seu centro
cial? Justifique.
de massa foi o de um projétil sem resistência do ar,
Não.

22. Três bolas A, B e C, consideradas partículas, estão num


prédio, a 10 m de altura. A bola A é deixada cair; a B
é lançada horizontalmente com velocidade de módulo
5 m s–1; a C é lançada obliquamente para cima, segundo
um ângulo de 30° com a vertical e com velocidade de
módulo 5 m s–1. A resistência do ar é desprezável. Com-
pare, justificando, os tempos que demoram a chegar ao
solo e os alcances.
A e B chegam ao mesmo tempo (t = 1,4 s) e primeiro do
que C (t = 1,9 s).
Para a bola A, xmáx = 0; para a bola B, xmáx = 7,0 m;
para a bola C, xmáx = 4,8 m, ou seja, tem maior alcance.

7
1. MECÂNICA

1.1.6 Movimentos de corpos sujeitos 25. Observe a figura: os corpos A e B têm igual massa e
as forças dissipativas são desprezáveis, assim como as
a ligações
massas do fio e da roldana.
23. Observe a figura: dois blocos de massas m1 e m2 estão A
suspensos de um fio que passa numa roldana, sistema B
que é designado por máquina de Atwood.
Desprezam-se as forças dissipativas e a massa da rol- 30°
dana e do fio. Suponha que m1 > m2.
a) Determine o módulo da aceleração com que se move
cada bloco.
g
a= = 2,5 m s–2
4
b) Quando o módulo da velocidade de cada bloco é
m1 4,0 m s–1, o fio é cortado. Calcule o módulo da veloci-
m2 dade de B e a distância por ele percorrida 0,10 s após
o fio ter sido cortado.
vxB(0,1) = 4,5 m s–1 e xB(0,1) = 0,43 m
a) Deduza uma expressão para o módulo da aceleração
do sistema em função de m1, m2 e g. 26. Nas duas situações da figura exercem-se forças de
m – m2 igual módulo sobre o sistema constituído por A e B. Na
a= 1 g
m1 + m2 primeira situação, a força faz um ângulo de 30° com a
b) Como varia a aceleração de cada bloco com a soma vertical. Na segunda situação, o bloco B sobe e o bloco
das massas do sistema se a diferença entre elas se A move-se para a esquerda. Despreze o atrito entre as
mantiver constante? superfícies e as massas do fio e da roldana.
A aceleração será tanto maior quanto menor for a
soma das massas. 60°
30°
c) Como varia essa aceleração com a diferença entre A B A
as massas do sistema se a soma delas se mantiver
constante? B

A aceleração será tanto maior quanto maior for a a) Que relação deve existir entre as massas de A e de
diferença das massas. B para que, na situação da figura (instante em que
a inclinação da corda é de 30°), as acelerações dos
d) Que relação deve haver entre m1 e m2 para que cada
dois sistemas sejam iguais, em módulo, a 3,00 m s–2?
bloco se mova com uma aceleração de módulo igual
mA = 1,8 mB
a 50% do módulo da aceleração gravítica?
m1 b) Se a massa de A for 5,0 kg, quais serão as intensida-
=3 des da força exercida pelo fio e da força que o plano
m2
exerce em A?
24. Uma pessoa quer mover dois caixotes, A e B, sobre um
mB = 2,78 kg e T = mB (g + a) = 36 N.
plano horizontal polido e pode fazê-lo de duas manei- N = mAg – T sin 30o = 32 N
ras: ligando-os por uma corda e puxando um deles, ou
empurrando um contra o outro. Nos dois casos, preten- 27. Na figura, blocos de massas iguais a 200 g, ligados por
de exercer uma força igual, paralela ao plano. Supondo um fio que passa numa roldana, movem-se com acele-
desprezável o atrito entre as superfícies, verifique que ração de módulo igual a 0,1 g. São desprezáveis as for-
a aceleração imprimida ao sistema será a mesma nos ças dissipativas e as massas do fio e da roldana. Sendo
dois casos. α = 60°, qual é o ângulo β ?

1 2
B A
␣ ␤
F A B

β = 42o
A B
Nos dois casos, F = (mA + mB)a.
A aceleração será a mesma.

8
1.1 Cinemática e dinâmica da partícula a duas dimensões

28. Nas situações seguintes, trace o diagrama de forças 30. A figura representa um pêndulo gravítico, sendo J e M
aplicadas no centro de massa de cada corpo, atenden- as posições de inversão de sentido do movimento.
do às respetivas intensidades.
A. Um rapaz anda de skate no interior de um túnel
cilíndrico e está na posição mais alta.
A
N J M
P K
L

B. Uma criança cai da posição A de um baloiço e passa Qual das afirmações é verdadeira?
pela posição B. (A) A aceleração é nula nas posições M e J.
(B) A resultante das forças é constante, sendo o movi-
mento uniformemente variado.
A
(C) A componente tangencial da aceleração é máxi-
ma nos pontos em que a tensão exercida pelo fio
B
é mínima. ¦
(D) Na posição L, a intensidade da tensão é menor do
que a intensidade do peso.
TB
TA
31. O sistema representado na figura (pêndulo cónico) é
P
P constituído por um corpo de massa m e um fio de massa
desprezável e comprimento L, girando o sistema com
C. Uma criança escorrega de um bloco de gelo com movimento circular uniforme num plano horizontal.
forma esférica, numa posição que faz um ângulo α
com a vertical.
C
θ
N
L
P

m
D. Um automóvel move-se numa estrada com lombas,
passando em A e B. a) Indique, justificando, quais das seguintes afirmações
B são verdadeiras e quais são falsas.
A. O módulo da velocidade depende da massa, m, e
do comprimento do fio, L. F.
A
B. O módulo da velocidade depende do comprimen-
to do fio, L, e do ângulo θ que o fio faz com a dire-
ção vertical. V.
D NB C. A resultante das forças que atuam no pêndulo é
NA tangente à trajetória. F.
P

P
D. A resultante das forças que atuam no pêndulo tem
intensidade superior à da tensão exercida pelo fio. F.
E. Um corredor descreve uma curva plana.
E b) Determine uma expressão para a frequência com
que se move o pêndulo em função de L, g e θ.


N
Fc
2πR 1 √ gL sin θ tan θ 1 g
T= ⇒f= = =
P v T 2π L sin θ 2π L cos θ

F. Um bobsled descreve uma curva numa pista gelada


com relevé.
N

29. Um piloto faz um «mergulho» circular com o seu avião,


num plano vertical (ver figura). Se o piloto estiver sen-
tado sobre uma balança-dinamómetro, o valor nela
marcado será igual quando se encontra no ponto mais
alto e no ponto mais baixo da trajetória? Justifique.

A balança marca um valor maior no ponto mais baixo.

9
1. MECÂNICA

32. Um avião voa a 482 km h–1 numa trajetória circular num 35. Para empurrar um armário de 20 kg, inicialmente em
plano horizontal, fazendo as suas asas um ângulo de repouso, foi necessária uma força horizontal de 30 N, mas,
38,2° com a horizontal (ver figura, que não está à esca- uma vez iniciado o movimento, o armário deslizou com
la). A força de sustentação do avião é perpendicular às velocidade constante, aplicando-se uma força de 20 N.
suas asas. a) Determine os coeficientes de atrito estático e cinéti-
Determine o raio da trajetória, supondo que apenas co dos materiais em contacto.
atuam o peso e a força de sustentação. μe = 0,15 e μc = 0,10
b) Qual seria a força mínima capaz de pôr o armário em
movimento se fizesse um ângulo de 30° com a hori-
R zontal, dirigida para baixo?
F = 38 N

36. Um apagador do quadro da sala de aula, de massa m,


R = 2,3 km é comprimido sobre o quadro por ação de
uma força F», como mostra a figura. F
a) Sendo μ o coeficiente de atrito estático 60°
1.1.7 Forças de atrito entre sólidos
entre as superfícies em contacto, mostre
33. Um caixote de 10 kg está em repouso e começa a ser que o apagador não se moverá para baixo
puxado por uma força horizontal, F». Os coeficientes de se a intensidade mínima de F» for
mg
atrito estático e cinético dos materiais em contacto F=
são, respetivamente, 0,60 e 0,50. A intensidade de F» sin 60 + μ cos 60°
o

varia ao longo do tempo, tomando sucessivamente os Sobre o corpo exerce-se o peso, a força normal
(perpendicular à parede), a força de atrito dirigida
valores de 50 N, 60 N e 55 N.
verticalmente para cima e a força F». A condição de
Considerando g = 10 m s–2, qual das seguintes afirma- repouso indica que: N = F cos 60o e F sin 60o + Fae = mg.
ções é correta? Quando a força aplicada é mínima, N é também mínimo
(A) Quando a força aplicada é de 50 N, o caixote fica em e a força de atrito estática é máxima:
máx
F ae = μN = μF cos 60o. Logo,
repouso e a intensidade da força de atrito é 60 N. mg
F sin 60o + μF cos 60o = mg ou F =
(B) Quando a força aplicada é de 50 N, o caixote fica na sin 60o + μ cos 60o
iminência de se mover e a intensidade da força de b) Obtenha uma expressão equivalente para a intensi-
atrito é 50 N. dade máxima da força F» que impede o bloco de ini-
(C) Quando a força aplicada é de 55 N, o caixote move- ciar um movimento de subida.
-se com velocidade constante. mg
F =
sin 60 – μ cos 60o
o
(D) Quando a força aplicada é de 60 N, o caixote fica na
iminência de se mover e a intensidade da força de 37. Observe a figura: o fio e a roldana têm massas despre-
atrito é 60 N. ¦ záveis, mas o atrito entre as superfícies não é despre-
zável. A massa de A é 2,0 kg e a massa de B é 1,5 kg,
34. Um bloco de 10 kg é largado numa rampa com inclina- sendo 40° o ângulo de inclinação da rampa. Qual deve
ção α, sendo sin α = 0,60. ser o coeficiente de atrito estático entre A e o plano,
a) Se o coeficiente de atrito cinético entre o corpo e o de modo que o sistema fique na iminência de deslizar?
plano for 0,50, qual será a aceleração do corpo em
função de g? A
a = g (sin α – μc cos α) = 0,2g
B
b) Qual deverá ser o coeficiente de atrito estático míni- θ
mo para o corpo não deslizar sobre o plano? mB – mA sin θ
μ= = 0,14
0,6 – μe 0,8 = 0 ⇒ μe = 0,75 mA cos θ

38. Um automóvel, a viajar a 60 km h–1, encontra uma curva


circular de raio 60 m.
a) Descreverá a curva se o pavimento estiver húmido,
sendo o coeficiente de atrito 0,65? E se houver óleo e
o coeficiente de atrito for 0,20?
Só descreve a curva na primeira situação.

b) Os valores anteriores para os coeficientes de atrito


serão estáticos ou cinéticos? Porquê? A conclusão
obtida para o automóvel pode aplicar-se a outros veí-
culos, tais como motas e camiões?
O átrio é estático. É válida para todos os veículos.

10
1.1 Cinemática e dinâmica da partícula a duas dimensões

39. Um bloco A, de 2,0 kg, está sobre um bloco B, de 3,0 kg. A


O bloco B está apoiado numa superfície plana, sendo D
desprezável o atrito entre as superfícies em contacto.
h
Uma força horizontal de 30 N é aplicada em B, mas A C
não desliza sobre B. Qual será o coeficiente de atrito B
das superfícies em contacto de A e B? Esse atrito será
estático ou cinético? Justifique. a) Quando o carrinho passa em A,
μe = 0,60 (A) a força que o plano exerce sobre o carrinho tem
O atrito é estático. uma intensidade maior do que a do seu peso.
(B) a aceleração do carrinho tem apenas componen-
40. Num parque de diversões, os passageiros do «poço da
te normal, com direção vertical e sentido de baixo
morte» têm inicialmente os pés assentes num chão que
para cima.
é removido quando o «poço» cilíndrico gira. Este tem
2,5 m de raio e dá uma volta completa em 2,0 s. Para (C) a força que o plano exerce sobre o carrinho é
um passageiro de 70 kg, qual é a força que a parede simétrica do peso do carrinho.
exerce perpendicularmente sobre ele? Se o coeficien- (D) A intensidade da força que o plano exerce sobre o
te de atrito entre as superfícies em contacto for 0,60, v2
carrinho é dada por mg – m , sendo R o raio de
o passageiro deslizará ou ficará suspenso «colado» à R
parede? curvatura da trajetória na posição A. ¦
b) Complete as frases com as opções «aumenta»,
«diminui» ou «permanece constante».
Quando o carrinho se move de B para D,
A. a energia cinética diminui, a energia potencial gra-
vítica aumenta e a energia mecânica permanece
constante.
B. a aceleração normal diminui.
N = 1,7 × 103 N C. a intensidade da força centrípeta diminui.
O valor mínimo da força de atrito estático tem de ser igual c) Das três posições B, C e D, onde é maior a intensida-
ao do peso para que a pessoa não escorregue, mg = μeN,
de da força exercida pelo plano?
ou seja, SZEPSVQvRMQSHSGSI¿GMIRXIHIEXVMXSIWXkXMGSr
Em B.
μe = 0,41'SQSSGSI¿GMIRXIHIEXVMXSrSTEWWEKIMVS
não desliza. d) Quando o carrinho passa na posição C,
(A) a componente tangencial da aceleração é igual à
41. Quando um automóvel se move com aceleração cons- aceleração gravítica. ¦
tante de módulo a, uma folha de papel cai sobre o seu
(B) a componente tangencial da aceleração é nula.
vidro dianteiro, o qual está inclinado de um ângulo θ
relativamente à horizontal, ficando «colada» ao vidro (C) a aceleração é nula.
sem cair. (D) a aceleração tem apenas componente tangencial.
Determine a expressão para o coeficiente de atrito e) Quando o carrinho parte do repouso em A, a intensi-
estático mínimo das superfícies em contacto, em fun- dade da força que o plano exerce no carrinho em D é
ção de θ, a e g, nessas condições. igual à do peso.
g sin θ – a cos θ
μe = i) Determine a altura h em função do raio da traje-
g cos θ + a sin θ
tória circular, R.
h = 3R
ii) Calcule a razão entre os módulos das acelera-
1.1.8 Dinâmica da partícula e considerações ções em B e D: aB/aD.
energéticas aB
=3
aD
42. Observe a figura: um carrinho de massa m passa numa
lomba na posição A, com velocidade de módulo v, des-
crevendo depois um looping, atingindo as posições B,
C, D e novamente B. O carrinho é redutível a uma partí-
cula e é desprezável o atrito entre as superfícies.

11
1. MECÂNICA

43. Uma pequena pedra de massa m está presa a um fio Atividades laboratoriais


inextensível e de massa desprezável que gira num
plano vertical. Na posição mais alta, a tensão tem uma 47. Observe a figura: uma calha polida foi colocada sobre
intensidade duas vezes maior do que a do peso. Rela- uma mesa. Largando-se uma pequena esfera na calha
cione a intensidade da tensão máxima com a do peso numa posição A, qualquer, a esfera atingia a base da
da pedra. mesa com velocidade horizontal, adquirindo depois
T ' = 8P um movimento de projétil. Na posição B foi colocada
uma célula fotoelétrica ligada a um cronómetro digital.
44. Prende-se uma borracha a um fio de massa desprezá- No solo colocou-se uma caixa com areia onde a esfe-
vel com 80 cm, oscilando-a num plano vertical. É lan- ra deve cair. Considere desprezáveis todas as forças
çada para baixo de uma posição que faz um ângulo de dissipativas e admita que a esfera pode ser reduzida a
30° com a vertical, com velocidade de módulo 5,8 m s–1. uma partícula.
Dará uma volta completa?
A
Não.
B
45. Um rapaz de 60 kg anda de skate no interior de uma
calha cujo raio é 4,0 m, atingindo a altura máxima de
voo no ponto B, como mostra a figura.
Que velocidade deverá ter em A?
Que força a calha exercerá sobre ele na posição mais
baixa? 1,10 m

Despreze as forças dissipativas.


Usando uma esfera de 27,0 mm de diâmetro, e fazendo
B
vários ensaios, obteve-se a seguinte tabela de dados:
A
1,0 m
Tempo de passagem na
Alcance (±0,05) / cm
célula fotoelétrica (±0,1) / ms
v
13,6 92,90

14,5 87,30

15,1 84,00

16,9 75,00
vA = √2ghB = 4,5 m s–1
18,2 69,50
NC = 2,1 × 103 N

Foi construído o gráfico do alcance em função do


46. Observe a figura: um disco B de 100 g roda sobre uma
módulo da velocidade de lançamento e traçou-se a
mesa descrevendo um movimento circular uniforme de
reta de ajuste aos dados experimentais.
raio 10 cm. O disco está ligado a um fio, de massa des-
prezável, que passa através de um orifício na mesa e a) Indique, justificando, qual é o significado físico do
que tem na outra extremidade um bloco A de 400 g de declive da reta obtida.
massa. Com que velocidade se deve mover o disco para O declive da reta é igual ao tempo de queda.
que A permaneça em repouso? b) A partir da equação da reta de ajuste, determine a
velocidade máxima de saída da esfera da mesa, de
modo a cair na caixa de areia. Qual será o seu tempo
B de queda?
v0 = 2,36 m s–1 e t = 0,467 s

v = 2,0 m s–1

12
1.1 Cinemática e dinâmica da partícula a duas dimensões

48. Foram medidos os coeficientes de atrito estático e Fez-se um gráfico da massa total de B em função da
cinético entre as superfícies em contacto de um bloco massa total de A. Determinou-se a equação da reta
e o plano de apoio. de ajuste aos dados experimentais, obtendo-se
a) Num primeiro procedimento usou-se a seguinte mon- y = 0,3021x + 13,12
tagem para determinar o coeficiente de atrito estático: i) Em que se fundamenta este procedimento?
Corpo A: T – Fae = 0 e N = PA;
corpo B: –T + mB g = 0.
Quando a força de atrito estática é máxima
máx
(iminência de movimento), F ae = μeN = μemAg.
Destas equações podemos concluir que mB = μemA.
3GSI¿GMIRXIHIEXVMXSIWXkXMGSrSHIGPMZIHEVIXE
HIENYWXIRSKVk¿GSHEQEWWEHI&IQJYRqoSHE
massa de A.
Mediu-se quatro vezes o ângulo da rampa para o
qual o bloco ficava na iminência de deslizar, obten- ii) Indique o coeficiente de atrito estático do par de
do-se os valores registados na tabela seguinte. superfícies em contacto.
μe = 0,30

18,1° 18,5° 20,5° 18,7° c) O valor teórico do coeficiente de atrito estático para
este par de superfícies é 0,33. Compare os procedi-
i) Indique o resultado do valor do ângulo medido e a
mentos anteriores quanto à exatidão dos resultados.
incerteza relativa.
O primeiro procedimento indica um valor experimental

θ = 19,0o e |di| = 1,5o mais próximo do teórico, ou seja, mais exato,
sendo o erro percentual igual a 3,0%. No segundo
ii) Determine, justificando, o coeficiente de atrito
procedimento, o erro percentual é 9,1%, valor elevado
estático do par de superfícies em contacto. que sinaliza uma fraca exatidão do resultado.
μe = tan θ = 0,34
d) Utilizou-se ainda a última montagem para determi-
iii) Qual das seguintes afirmações relativas à força nar o coeficiente de atrito cinético do par de superfí-
de atrito estático máxima é correta? cies quando o sistema A + B estava em movimento,
(A) É independente da massa do corpo. sem B tocar no solo. Usou-se um sensor de movi-
(B) Depende da área da superfície de contacto do mento para registar o movimento do bloco A, ten-
corpo. do-se adquirido os dados experimentais da tabela
(C) Depende da força normal exercida pela super- seguinte:
fície sobre o corpo. ¦ t/s v / m s–1
(D) Só depende da natureza dos materiais postos
0,1042 0,6685
em contacto.
b) Noutro procedimento usou-se a montagem seguinte 0,1441 0,6957

para determinar também o coeficiente de atrito está- 0,1842 0,7201


tico:
0,2242 0,7431
A
0,2641 0,7654

0,3041 0,7998

B 0,3441 0,8270

0,3841 0,8543
Foram sendo adicionadas sobrecargas ao corpo A e,
para cada conjunto, adicionaram-se massas marca-
das a B, de modo a tornar iminente o movimento do Foram também registadas as massas dos corpos em
sistema. movimento:
mA = (287,85 ± 0,01) g
mB = (119,54 ± 0,01) g

i) Mostre que o coeficiente de atrito cinético do par


de superfícies em contacto é dado pela expressão
mBg – (mA + mB)a
μc =
mAg
A aceleração (em módulo) dos dois blocos é a
mesma, tal como a tensão (também em módulo).
Para A, T – μcmAa = mAa e, para B, mB g – T = mBa.
Eliminando T, obtém-se mB g – mBa – μcmAg = mAa
mB g – (mA + mB)a
I¿REPQIRXIμc = .
m Ag

ii) Determine o coeficiente de atrito cinético do par


de superfícies em contacto.
μc = 0,32

13
QUESTÕES GLOBAIS
1. Observe a figura: um projétil de 100 g é lançado horizontalmente de uma
varanda de uma casa para outra varanda. É desprezável a resistência do ar.
a) Com que velocidade foi lançado? A
v0 = 15 m s–1 B

b) Qual é o raio de curvatura da trajetória no instante de colisão com a parede? 5,0 m 4,2 m
2
R = v = 25 m
an

c) Obtenha a energia potencial do sistema projétil + Terra em função do 6,0 m


tempo, a energia cinética do projétil em função do tempo e esboce os res-
petivos gráficos com o auxílio da calculadora.
Ep(t) = 5 – 5t 2 Ec(t) = 11,25 + 5t 2

Ep / J
A Ec / J
5,0
12,05
4,2 B
11,25

0,4 t / s 0,4 t / s

2. Um jogador de basquetebol lança uma bola, de uma altura de 1,80 m, para


o cesto situado a 3,05 m do solo e a 4,20 m da vertical de lançamento.
A resistência do ar é desprezável.
a) O jogador fez um lançamento com velocidade de módulo 5,0 m s–1 e
segundo um ângulo de 55° com a vertical. Mostre que não encestou.
A bola passa por x = 4,2 m no instante t = 1,03 s e
y (1,03) = –0,55 m < 3,05 m, logo, não encestou.

b) Num segundo lance, com o mesmo ângulo de lançamento, o jogador


encestou. Qual foi a velocidade inicial da bola? Que altura máxima atingiu?
A bola entrou no cesto na subida ou na descida?
v0 = 8,8 m s–1. 3,07 m. Na descida.

3. Observe a figura: um bloco de 200 g desliza num plano horizontal, passando


na posição A com uma velocidade de módulo 5,0 m s–1. Entre as posições B 60o
e C, percorre uma calha circular vertical, de raio 1,0 m, atingindo a posição C
C
com uma velocidade de módulo 3,0 m s–1. A partir de C, entra em movimento
de projétil. A distância entre A e B é 60 cm. O atrito entre as superfícies em
contacto é desprezável apenas na trajetória circular. É desprezável a resis- A B
tência do ar. Determine:
a) a intensidade da força que o plano exerce sobre o bloco na posição C.
N = 2,8 N

b) a componente tangencial da aceleração na posição C.


√3
at = g = 8,7 m s–2
2
c) o coeficiente de atrito entre as superfícies em contacto entre A e B.
μ = 0,5

d) a altura máxima atingida pelo projétil relativamente ao plano que contém


A e B.
ymáx = 0,84 m

4. Observe a figura: uma partícula, de massa m, é abandonada na posição Q no 30o r


interior de uma taça esférica de raio r. Considere que o atrito é desprezável.
Mostre que a intensidade da força que a taça exerce na partícula na posição Q
mais baixa é independente do raio da taça e é igual ao dobro da intensidade
do peso.
2 2
Para o ponto mais baixo da trajetória, N – P = m v ⇒ N = m 冢g + v 冣.
r r

A conservação da energia mecânica exprime-se por 1 mv 2 = mgr (1 – sin θ ) ⇒


2
⇒ v 2 = 2gr (1 – sin θ ). Logo, N = mg (3 – 2 sin θ ), ou seja, é independente do
raio. Para θ = 30o, obtém-se N = 2P.

5. Observe a figura: um cubo está colocado na parede interior de um funil, de


inclinação θ, o qual gira em torno do seu eixo central com velocidade angular
constante. Seja μ o valor mínimo do coeficiente de atrito estático que impede r
o cubo de cair quando o funil roda e r o raio da trajetória circular descrita
pelo cubo. Mostre que a frequência mínima de rotação que permite que o
θ
1 g sin θ – μ cos θ
cubo rode sem cair é dada por f = .
2π r cos θ + μ sin θ

N
Fa
y
θ
0 x
P

A força de atrito estática máxima é Fa = μN. Segundo o eixo dos yy, podemos
2
escrever N cos θ + μN sin θ = mg e, segundo o dos xx, N sin θ – μN cos θ = m v .
r
sin θ – μ cos θ 2
Dividindo as duas equações membro a membro, obtém-se = v .
cos θ + μ sin θ rg

Como v = ωr, obtém-se f =


1

冑 g sin θ – μ cos θ
r cos θ + μ sin θ .

14
1.2 CENTRO DE MASSA
E MOMENTO LINEAR
DE SISTEMAS
DE PARTÍCULAS
RESUMO

• Sistema de partículas: conjunto de várias partículas. O movimento do sis-


tema reduz-se ao do seu centro de massa se as partículas tiverem a mesma
velocidade (o sistema tem só movimento de translação) e não ocorrerem
variações da energia interna. O sistema será um corpo rígido se as distâncias
entre as partículas se mantiverem constantes.

• Centro de massa de um sistema de partículas: ponto a que se associa a


massa do sistema e onde se considera aplicada a resultante das forças exer-
1 N
cidas sobre ele. A sua posição é dada por r»CM = 冱 m r» .
m i=1 i i

1 N
• Velocidade do centro de massa de um sistema de partículas: v»CM = 冱 m v» .
m i=1 i i

1 N
• Aceleração do centro de massa de um sistema de partículas: a»CM = 冱 m a» .
m i=1 i i
• Forças interiores, F»int: forças exercidas entre si pelas partículas de um sis-
tema; anulam-se aos pares (Terceira Lei de Newton ou Lei da Ação-Reação).

• Forças exteriores F»ext: forças exercidas pela vizinhança sobre as partículas


do sistema; a sua resultante é responsável pela aceleração do sistema.

• Momento linear de uma partícula: p» = mv». Unidade SI: kg m s–1.


N
• Momento linear de um sistema de partículas: p»sist = 冱mi v»i ; é igual ao
i=1
momento linear do centro de massa: p»sist = p»CM = mv»CM.

• Segunda Lei de Newton para um sistema de partículas: F»ext = ma»CM ou


dp»CM dp»sist Δp»CM
F»ext = ou F»ext = ; para forças exteriores constantes: F»ext = .
dt dt Δt

• Lei da Conservação do Momento Linear de um sistema de partículas: se


F»ext = 0» ⇒ Δp»sist = 0» ⇔ p»sist é constante (v»CM será constante se a massa for
constante); por isso, se F»ext = 0», o momento linear do sistema antes e depois
de uma interação é igual: p»sist = p»'sist .

• Colisão elástica: há conservação do momento linear do sistema e da energia


cinética do sistema, ou seja, p»sist = p»'sist e Ec(sist) = E'c(sist).

• Colisão inelástica: há conservação do momento linear do sistema mas há


variação da energia cinética do sistema, ou seja, p»sist = p»'sist e Ec(sist) ≠ E'c(sist).

• Colisão perfeitamente inelástica: colisão inelástica em que os corpos


ficam com a mesma velocidade após a colisão (a perda de energia cinética
é máxima).

16
1.2 Centro de massa e momento linear de sistemas de partículas

1.2.1 Centro de massa de um sistema 4. Dois blocos, A e B, com 100 g e 200 g, respetivamente,
movem-se num plano horizontal em trajetórias retilí-
de partículas
neas. O bloco A desloca-se ao longo da reta yA = 2,0 m,
1. Na figura representa-se a posição de três alunos num sendo o movimento descrito por xA(t) = –40 + 2,0t (SI).
dado instante: a Andreia, de 50 kg, o Ricardo, de 65 kg, O bloco B desloca-se sobre o eixo dos xx, sendo o movi-
e o Tiago, de 70 kg. A distância entre a Andreia e o mento descrito por xB(t) = 30 – 1,0t (SI).
Ricardo é a mesma que entre ela e o Tiago: 2,0 m. Con- Como varia a posição e a velocidade do centro de
sidere as pessoas redutíveis a partículas. No referen- massa do sistema ao longo do tempo?
cial indicado, qual é a posição do centro de massa do 3GIRXVSHIQEWWEIWXk¿\SIEZIPSGMHEHIHSGIRXVSHI
massa é nula, pois a sua posição não depende do tempo.
sistema constituído pelos alunos?

y 5. Um sistema é constituído por três corpos redutíveis a


partículas, A, B e C, de massas mA, mB e mC, sendo
Ricardo
mB = 2mA e mC = 3mA. No instante inicial, as coordena-
das das partículas são:
A(1,0; 2,0) m, B(2,0; 2,0) m e C(–2,0; 2,0) m
Tiago
Andreia
x
Nesse instante, e na unidade SI, a velocidade do cen-
tro de massa é v»CM = –1,5e»x + 3,0e»y e as velocidades dos
r»CM = 0,76e»x + 0,70e»y (m) corpos A e B são, respetivamente, v»A = –1,0e»x + 2,5e»y e
v»B = 2,0e»x.
2. Um arame de secção uniforme foi dobrado, ficando
com a forma de um triângulo retângulo isósceles de a) No intervalo de tempo [0,0; 1,0] s, a resultante das
catetos 10,0 cm. Determine a localização do seu cen- forças sobre o sistema é nula.
tro de massa. Determine:

r»CM = 3,53e»x + 3,53e»y (cm) i) a velocidade inicial da partícula C.


v»C = – 4,0e»x + 5,2e»y (m s–1)
ii) as equações paramétricas do movimento do
centro de massa do sistema nesse intervalo de
1.2.2 Velocidade e aceleração do centro tempo.
de massa. Segunda Lei de Newton xCM(t) = –0,17 – 1,5t (SI)
para um sistema de partículas yCM(t) = 2,0 + 3,0t (SI)

3. Duas bolas de snooker, A e B, de igual massa, consi- b) A partir do instante t > 1,0 s passa a atuar sobre a
deradas como partículas, movem-se sobre um plano partícula B uma força com a direção e o sentido do
horizontal. Num dado instante, têm as velocidades eixo dos xx e com intensidade igual à do seu peso.
representadas na figura, de módulos iguais a 4,0 m s–1. A partir desse instante:
Determine o módulo da velocidade do centro de massa i) com que aceleração passará a mover-se o centro
do conjunto nesse instante. de massa do sistema?
g
B a»CM = e»
3 x
vB
60° ii) quais serão as equações paramétricas do movi-
mento do centro de massa?
xCM(t) = –1,7 – 1,5t + 1,7t2 (SI)
vA yCM(t) = 5,0 + 3,0t (SI)
60° 60°
A
6. Dois alunos estão num ringue de patinagem a uma
–1
vCM = 2,0 m s certa distância um do outro. Agarram cada um numa
extremidade de uma corda de massa desprezável e
vão puxando a corda até se encontrarem. O ponto de
encontro é o centro de massa do sistema por eles
constituído.
Justifique esta afirmação.
Como o CM estava inicialmente parado, permanecerá
imóvel, pois o seu movimento é determinado pelas
forças exteriores e, neste caso, a resultante das forças
exteriores é nula.

17
1. MECÂNICA

1.2.3 Momento linear e Segunda Lei 1.2.4 Lei da Conservação do Momento


de Newton Linear. Colisões
7. Indique, justificando, quais das seguintes afirmações 11. Dois blocos, A e B, de massas 500 g e 800 g, respeti-
são verdadeiras e quais são falsas. vamente, estão em repouso numa superfície horizontal
A. Se o momento linear de uma partícula duplicar, amarrados por um fio e comprimindo uma mola. Quan-
duplicará a sua energia cinética. F. do se corta o fio, o bloco A adquire uma velocidade de
módulo 10,0 m s–1. É desprezável o atrito das superfícies
B. Se a energia cinética de uma partícula duplicar,
em contacto. Caracterize a velocidade adquirida por B.
duplicará o seu momento linear. F.
A velocidade de B tem sentido contrário à de A, ou seja,
C. Um sistema de partículas pode ter momento linear A e B passam a mover-se com sentidos opostos.
nulo e energia cinética não nula. V.
D. Um sistema pode ter energia cinética nula e 12. Dois carrinhos, A e B, de massas mA e mB, moviam-se
momento linear não nulo. F. retilineamente num plano horizontal quando colidiram.
O gráfico seguinte representa as componentes escala-
E. Se duas partículas tiverem massas diferentes mas
res da velocidade em função do tempo antes e depois
a mesma energia cinética, a que tem maior massa
da colisão. É desprezável o atrito entre as superfícies.
terá maior momento linear. V.

8. Um automóvel de 1,00 t viaja na A1 a 120 km h–1 e um v / m s–1


B
outro automóvel de 1,20 t segue no mesmo sentido a 4,0
A
100 km h–1 e no mesmo troço retilíneo. O automóvel
2,0
mais rápido está inicialmente 20,0 m atrás do outro. B
Considere os automóveis redutíveis a partículas. Para
t/s
o sistema dos dois automóveis, determine: 1 2 3 4 5
A
–2,0
a) a posição do centro de massa.
xCM = 10,9 + 30,3t (SI)

b) o módulo do momento linear do sistema e do momen- a) Prove que mA = 0,60 mB.


to linear do centro de massa. Conservação do momento linear: mAvA + mBvB = mAv’A +
psist = pCM = mtotalvCM = 2200 × 30,3 = 6,67 × 10 kg m s
4 –1 m
+ mBv’B, ou –2,0mA + 4,0mB = 3,0mA + 1,0mB ⇒ A = 0,6
mB
9. Num jogo de voleibol, uma jogadora recebe uma b) Qual das afirmações é verdadeira?
bola de 250 g com velocidade de módulo 20 m s–1 e (A) Os carrinhos moviam-se no mesmo sentido antes
devolve-a com velocidade de igual módulo e direção. da colisão.
O impacto durou 100 ms. Considere a bola e a jogado-
(B) A colisão foi perfeitamente inelástica.
ra redutíveis a partículas e desprezável o peso da bola
(C) A variação do momento linear do carrinho A foi
face à intensidade das forças envolvidas na colisão.
simétrica da variação do momento linear do car-
Determine a intensidade da força média exercida pela
rinho B. ¦
bola nas mãos da jogadora.
Δp (D) O momento linear do centro de massa diminuiu
Fm = = 100 N
Δt após a colisão.
10. Um rapaz, de massa 70 kg, cai de uma altura de c) Determine a velocidade do centro de massa.
2,0 m. Fletindo as pernas, o seu centro de massa demo- 0,60mB(–2,0) + mB × 4,0
vCM = = 1,8 m s–1
ra cerca de 40,0 ms a ficar em repouso no processo de 0,6mB + mB
colisão com o solo. A resistência do ar é desprezável. d) Se a colisão tiver durado 30 ms e a massa de A for
Porque fletirá as pernas? Relacione a intensidade da 300 g, qual é a intensidade da força média exercida
força média que o solo exerce sobre o rapaz na colisão por B em A na colisão?
com a intensidade do seu peso. Δv A
FB/A = mA = 50 N
Δt
Flete as pernas para aumentar o tempo de colisão e,
assim, diminuir a intensidade da força normal. 13. Por que razão um balão cheio de ar começa a voar se
N = 1,2 × 104 N, que é cerca de 17 vezes superior ao deixarmos escapar o ar do seu interior? Suponha des-
peso.
prezável o seu peso.
Pela conservação do momento linear, tem-se
» = marv»ar + mbalãov»balão; por isso, as velocidades do ar e do
0
balão têm sentidos opostos.

18
1.2 Centro de massa e momento linear de sistemas de partículas

14. Dois carrinhos, A e B, movem-se retilineamente num 17. Observe a figura: um carrinho A, de massa 3m, move-
plano horizontal, na mesma direção e sentido, sendo a -se com velocidade de módulo 4,0 m s–1 quando coli-
massa de A dupla da massa de B e a velocidade de A de com um carrinho B de massa 2m em repouso. Após
dupla da velocidade de B. Os corpos sofrem uma coli- a colisão, ficam ligados e sobem a rampa. Qual será
são perfeitamente inelástica. São desprezáveis as for- a distância máxima percorrida pelo conjunto sobre a
ças dissipativas. rampa se as forças dissipativas forem desprezáveis?
Qual das opções completa a frase seguinte?
Imediatamente após a colisão, a velocidade de B é … da
A B 20°
velocidade inicial de A, sendo … velocidade do centro
de massa do sistema. d = 0,84 m

5
(A) … igual à
3
3 Atividade laboratorial
(B) … diferente da
5
6 18. Com o objetivo de determinar o coeficiente de restitui-
(C) … diferente da
5 ção de um par de superfícies em colisão, usou-se um
5 deslizador numa calha de ar colocada horizontalmen-
(D) … igual à ¦
6 te. O deslizador, tendo uma ponteira elástica numa
15. Numa calha de ar, dois deslizadores, A e B, de igual extremidade, foi lançado contra um anteparo colocado
massa, colidem frontalmente quando B se move com o na extremidade da calha, chocando a ponteira elástica
dobro da rapidez de A. O deslizador B fica parado após com esse anteparo. Uma célula fotoelétrica, ligada a
a colisão. um contador digital com memória, foi colocada numa
posição imediatamente antes da colisão, registando o
a) Relacione os momentos lineares inicial e final de A.
tempo de passagem de um pino colocado no desliza-
p» ’A = – p» A
dor, antes da colisão, t, e depois da colisão, t’. A lar-
b) Determine a variação percentual da energia cinética gura do pino foi medida com uma régua, obtendo-se
do sistema. 2,00 cm. Foram feitos vários lançamentos, registando-
|Ecf – Eci| -se os seguintes dados experimentais:
× 100(%) = 80%
Eci

16. Num parque de diversões, dois carrinhos elétricos idên- t / ms t’ / ms


ticos, de 180 kg, colidem frontalmente. Os módulos 303 311
das velocidades dos carrinhos imediatamente antes da
293 300
colisão eram 6,0 m s–1 e 4,0 m s–1.
Considere os carinhos como partículas e despreze as 310 318
forças dissipativas.
381 390
a) Caracterize a velocidade do centro de massa do sis-
374 382
tema antes da colisão.
6,0m – 4,0m
vCM = = 1,0 m s–1
2m a) Qual é o fundamento do procedimento?
b) Indique, justificando, se os carrinhos podem ficar Sendo L a largura do pino, os módulos das velocidades
parados após a colisão. L L
do deslizador são v = antes da colisão e v ' =
Não. t t'
depois da colisão. 4IPEHI¿RMqoSHIGSI¿GMIRXIHI
c) Suponha que na colisão há a máxima perda de ener- v' t
restituição, vem e = 冷 冷 = RYQKVk¿GSHIt em
gia cinética do sistema. v t'
função de t’SGSI¿GMIRXIde restituição é igual ao
i) De que tipo de colisão se trata?
declive da reta de ajuste aos pontos experimentais.
Perfeitamente inelástica.
b) Que valor foi obtido para o coeficiente de restituição?
ii) Qual é a perda percentual de energia do sistema?
0,988
|Ecf – Eci|
× 100(%) = 96% c) Num dado lançamento, o módulo da velocidade antes
Eci
da colisão foi 5,8 cm s–1. Que tempo demorou o pino
iii) Qual foi a intensidade da força exercida em cada
a passar pela célula fotoelétrica antes da colisão?
carrinho na colisão se esta durou 70 ms?
E depois da colisão?
|Δp| 5m L
F= = = 1,3 × 104 N Antes da colisão: t = = 345 ms
Δt Δt v
t
Depois da colisão: t ' = = 349 ms
e

19
QUESTÕES GLOBAIS
1. Um corpo A é deixado cair de uma altura de 10 m acima do solo. No mesmo
instante e na mesma vertical, é lançado um corpo B do solo, com metade da
massa e com velocidade de módulo 10 m s–1. É desprezável a resistência do
ar.
Após 0,50 s de movimento, qual é a posição e a velocidade do centro de
massa do sistema dos dois corpos?
2m × 8,75 + m × 3,75
yCM = = 7,1 m e
3m
2m(–5,0) + m × 5,0
vCM = = – 1,7 m s–1
3m

2. A Ana, de 50 kg, e o Rodrigo, de 65 kg, fazem patinagem artística. Colocam-se


frente a frente e empurram-se com as mãos, atingindo as paredes situadas
atrás de si ao mesmo tempo, sendo D a distância entre elas.
Em que posição se devem colocar para demorarem o mesmo tempo a che-
gar a cada parede?
dR = 0,43D e dA = 0,57D

3. Uma bala de 50 g e velocidade de módulo 700 m s–1 é lançada contra um


bloco de madeira de 500 g, assente numa superfície horizontal, ficando nele
alojada. Sendo 0,60 o coeficiente de atrito cinético das superfícies em con-
tacto, que distância percorreu o conjunto até parar?
v' 2
d= = 3,4 × 102 m
2 × 0,60g

4. A figura representa uma taça esférica de raio 50,0 cm. Duas partículas, A e
B, de massas mA e mB, sendo mA = 3mB, são abandonadas no mesmo instante
e à mesma altura da taça, como se representa na figura. Quando atingem a 60° 60°
posição mais baixa, colidem frontalmente e voltam a subir na taça. A partí-
cula A sobe, pelo outro lado da taça, a uma altura de 3,0 cm relativamente
à posição mais baixa.
A que altura subirá a partícula B?
v'2B
h'B = = 0,23 m
2g

5. Um pêndulo gravítico, com massa 150 g e comprimento 1,0 m, é largado


de uma posição que faz um ângulo de 45o com a vertical. Quando atinge a
posição mais baixa, colide com um bloco com massa 300 g. Após a colisão, o 45°
pêndulo volta a subir até fazer 10o com a vertical e o bloco desliza até parar.
Sendo 0,20 o coeficiente de atrito cinético das superfícies em contacto,
determine a distância percorrida pelo bloco.
v' 2
d= = 0,55 m
2 × 0,20g

6. Observe a figura: um pêndulo gravítico, com massa 300 g e comprimento C


40 cm, é abandonado na posição A. Na posição B, uma bala de 100 g e velo-
cidade três vezes superior à velocidade do pêndulo em B colide com ele,
ficando incrustada no seu interior. Considere desprezáveis as forças de atrito.
Verifique se o conjunto poderá atingir a posição C.
Não. 40° A

20
1.3 FLUIDOS
RESUMO

m
• Massa volúmica de um material: ρ = ; unidade SI: kg m –3.
V
• Densidade relativa de um material, d: compara a massa volúmica do mate-
ρ
rial com a de um material padrão, ou seja, d = ; não tem unidades.
ρpadrão

• Pressão, p: intensidade da componente perpendicular da força exercida numa


F
superfície por unidade de área, ou seja, p = ⊥ ; unidade SI: Pa.
A
• Forças de pressão: F = pA; num fluido em repouso (equilíbrio hidrostático),
essas forças exercem-se perpendicularmente nas superfícies.

• Lei Fundamental da Hidrostática (Lei de Stevin): num líquido incompressí-


vel e em repouso, a diferença de pressão entre dois pontos no seu interior é
a exercida pela coluna de líquido de altura igual ao desnível vertical dos dois
pontos, sendo dada por Δp = ρgh; essa diferença de pressão é independente
da forma do recipiente; pontos do líquido ao mesmo nível têm pressões iguais;
a pressão aumenta com a profundidade do líquido.

• Pressão absoluta: p = p0 + ρgh, sendo p0 a pressão atmosférica e ρgh a pres-


são devida exclusivamente ao fluido, chamada pressão manométrica. Esta
pressão diz-se manométrica porque é medida por manómetros.

• Barómetro: mede a pressão atmosférica; um barómetro de mercúrio baseia-


-se na experiência de Torricelli, aplicando-se a Lei Fundamental da Hidrostá-
tica.

• Vasos comunicantes: recipientes que contêm um líquido e que comunicam


entre si; o líquido fica ao mesmo nível em todos eles qualquer que seja a sua
forma, de acordo com a Lei Fundamental da Hidrostática.

• Lei de Pascal: uma variação de pressão provocada num ponto de um fluido


em repouso transmite-se a todos os pontos do fluido e às paredes do reci-
piente que o contém.

• Prensa hidráulica: sistema de vasos comunicantes; atua como um «multi-


plicador de forças»: as forças exercidas sobre cada êmbolo são diretamente
F1 A
proporcionais às respetivas áreas, ou seja, = 1.
F2 A2
• Impulsão, I»: resultante das forças de pressão que um fluido exerce sobre um
corpo nele imerso; a sua intensidade depende da massa volúmica do fluido, ρf,
e do volume imerso do corpo, Vi, sendo dada por I = ρf Vi g.

• Força de resistência exercida num corpo em movimento num fluido: opõe-


-se à velocidade do corpo e depende desta. No caso de uma esfera depende
do raio da esfera, r, da sua velocidade, v, e da viscosidade do fluido, η, sendo a
sua intensidade dada por Fresist = 6 π r η v (Lei de Stokes).

22
1.3 Fluidos

Notas: 6. Se fizermos um furo numa garrafa com água, por que


Na resolução das questões, considere os seguintes valores: razão a trajetória do esguicho é parabólica tal como a
ρágua = 1,0 g cm–3 de um projétil lançado horizontalmente?
ρmercúrio = 13,6 g cm–3 2YQÀYMHSIQVITSYWSEWJSVqEWHITVIWWoSI\IVGIQWI
1 atm = 1,01 × 10 Pa 5 perpendicularmente às superfícies do recipiente.

1.3.1 Fluidos, massa volúmica, densidade 1.3.3 Lei Fundamental da Hidrostática


relativa e pressão 7. A figura seguinte mostra duas garrafas que contêm a
mesma altura de líquido. Compare as forças de pres-
1. As estrelas de neutrões têm densidades muito elevadas.
são exercidas no fundo dos recipientes, de bases iguais
Se uma estrela de neutrões tiver massa 3,00 × 1028 kg
e contendo líquido até à mesma altura, se:
e raio 10,0 km, qual será a sua densidade? Qual seria o
peso de 1,00 cm3 do material da estrela de neutrões à a) tiverem o mesmo líquido.
Como os fundos das garrafas são iguais, também as
superfície da Terra?
forças de pressão são iguais se as densidades dos
Σ = 7,17 × 1010 N líquidos forem iguais.
b) tiverem líquidos diferentes.
2. Um copo de 100 g cheio de óleo pesa 2,20 N e cheio de
Se os líquidos forem diferentes, as forças de pressão
água pesa 3,00 N. Qual é a densidade relativa do óleo e
serão maiores na garrafa que contém o líquido de
a capacidade do copo? maior densidade.
A densidade relativa é 0,600.
Vcopo = 0,200 dm3

3. Quem exerce maior pressão no solo: uma pessoa de


80 kg apoiada no seus sapatos, sendo 60 cm2 a área
de cada um deles, ou uma ginasta de 45 kg apoiada no
solo pela palma de uma mão cuja área é de 38 cm2?
ppessoa = 6,7 × 104 Pa; pginasta = 1,18 × 105 Pa. pginasta > ppessoa.

4. Porque se utilizam colchões de água para pessoas


acamadas? 8. Observe a figura: os recipientes têm o mesmo líquido.
O colchão de água faz aumentar a superfície de contacto,
Relacione as pressões e as forças de pressão no fundo
diminuindo a pressão que a pessoa exerce sobre ele e, dos recipientes.
consequentemente, a força que o colchão exerce sobre ela
A B C
por unidade de área da pessoa.

1.3.2 Forças de pressão em fluidos


5. Reproduziu-se a experiência dos hemisférios de A pressão é a mesma no topo dos recipientes e, como
Magdeburgo usando-se uma réplica com hemisférios estes contêm a mesma altura do mesmo líquido, também
de diâmetro 14 cm. Extraiu-se ar do interior da esfera é a mesma no fundo dos mesmos.
FC > FA > FB
com uma máquina. O interior da esfera ficou à pres-
são de 0,50 atm, quando a pressão atmosférica era
9. Determine a pressão, em atm, que seria exercida no
1,00 atm. Puxaram-se os hemisférios, em sentidos
fundo do oceano a uma profundidade de 5,00 km,
opostos, de modo a separá-los. Qual foi a intensidade
supondo a densidade da água constante e a pressão
mínima das forças que os separou?
atmosférica normal. A pressão real é maior ou menor
do que a anterior? Justifique.
É maior.

10. Um mergulhador respira por um tubo e a sua caixa


F = 777 N
torácica não suporta uma pressão superior a 1,2 atm.
Até que profundidade poderá mergulhar? Por que
razão a força de pressão da água não esmaga a caixa
torácica?
2,0 m.
A estrutura músculo-esquelética gera a força
necessária ao equilíbrio de todas as forças.

23
1. MECÂNICA

11. Porque não cai o líquido de uma pipeta quando se tapa 19. Observe a figura: os líquidos M e N têm a sua superfície
o orifício superior? livre ao mesmo nível e em contacto com a atmosfera,
A pressão exterior é superior à do interior da pipeta, sendo M mais denso do que N.
sendo a diferença das forças de pressão compensada
pelo peso do líquido.

M d N
12. Por que razão a tensão arterial é medida na parte supe-
rior do braço, à altura aproximada do coração, e não
numa perna?
A pressão sanguínea medida numa perna viria acrescida, Qual dos gráficos pode traduzir a diferença de pressão,
relativamente à pressão ao nível do coração, de ρgh, em 6p, entre um ponto no interior de cada líquido e a su-
que ρ é a densidade do sangue e h a diferença de altura
perfície, à medida que aumenta a distância, d, do ponto
entre o nível do coração e o da perna onde se está a
fazer a medição. Por isso, a medição tem de ser feita ao
à superfície do líquido?
nível do coração. A C
⌬p N ⌬p M
13. Um passageiro de avião compra, antes de embarcar,
uma embalagem plástica contendo um chocolate. Em M N
voo, verifica que ela inchou. O que aconteceu?
Em terra, a pressão no interior é igual à pressão no
exterior. Mas dentro do avião a pressão no exterior 0 d 0 d
da embalagem é inferior à do seu interior. A diferença
de pressão entre o interior e o exterior da embalagem B D
origina uma força de pressão de dentro para fora, o que ⌬p N ⌬p M
leva à expansão da embalagem.
M N
14. Observe o tubo de vasos comunicantes da figura, que
contém água e óleo. Calcule a densidade relativa do
óleo. 0 d 0 d

1,1 cm
1.3.4 Lei de Pascal
9,7 cm
20. Os êmbolos de uma prensa hidráulica, A e B, estão ao
AA
mesmo nível e a razão entre as suas áreas é AB = .
4
ρóleo a) Relacione:
= dóleo = 0,89
ρágua i) a pressão exercida no líquido ao nível dos êmbolos.
A pressão é igual.
15. A figura mostra um gás contido numa câmara, a qual
está ligada a um manómetro, de tubo aberto em A, con- ii) a força de pressão exercida no líquido ao nível dos
tendo mercúrio. Sendo h = 24 cm e a pressão atmosfé- êmbolos.
rica 76 cmHg, qual é a pressão do gás? FA = 4 × FB

b) Indique, justificando, qual será o deslocamento do


A êmbolo B se o êmbolo A se deslocar 10 cm.
Se A se desloca dA, B desloca-se de dB = 4dA
h
Gás C B 21. Numa prensa hidráulica de uma oficina de automó-
veis, um automóvel de 1,0 t é elevado por uma força de
100 N exercida num pedal. São desprezáveis os pesos
1,36 × 105 Pa
dos êmbolos. Determine a razão entre os diâmetros
16. Pascal fez um barómetro com vinho Bordeaux cuja dos êmbolos da prensa.
densidade relativa é 0,984. Para além do problema do
custo, seriam práticos tais barómetros? Justifique.
d'
d
= 冑 冑
A'
A
=
P
F
= 10

Suponhamos que a pressão atmosférica é


1 atm = 1,01 × 105 Pa. A altura barométrica é
determinada a partir da expressão p0 = ρgh. Para o
p0
vinho, seria h = = 10,3 m, ou seja, o barómetro
ρvinho g
teria de ter uma altura superior a esta. A vantagem de
usar mercúrio é que este é muito denso, o que diminui a
altura do barómetro.

17. Se a Terra tivesse uma atmosfera homogénea, qual


deveria ser a altura da camada de atmosfera para que
a pressão atmosférica fosse 1,0 atm? Considere a den-
sidade do ar igual a 1,23 kg m–3.
h = 8,2 km

18. Numa transfusão de sangue, a bolsa que contém o san-


gue está colocada 1,5 m acima da veia do paciente. Se a
densidade relativa do sangue for 1,04, qual será a pres-
são exercida pelo sangue na entrada da veia, em mmHg?
1,56 × 104 Pa = 115 mmHg

24
1.3 Fluidos

1.3.5 Impulsão e Lei de Arquimedes; 1.3.6 Movimento de corpos em fluidos;


equilíbrio de corpos flutuantes viscosidade
22. Um ovo afunda-se em água. O que se poderá fazer para 29. Uma esfera de ferro, com 4,0 mm de diâmetro, cai num
que ele fique a boiar? líquido de densidade relativa 1,3 e, após atingir a velo-
Extrair parte do interior do ovo ou tornar o líquido mais cidade terminal, percorre 5,4 cm em 1,7 s. Considere
denso. que a força de resistência ao movimento de uma esfera
num fluido, que se move com velocidade de módulo v, é
23. Um objeto flutua em água, estando 80% do seu volume
dada por Fresist = 6π η rv. Determine o coeficiente de vis-
imerso. Ao ser colocado num outro líquido, continua a
cosidade do líquido. A densidade relativa do ferro é 7,9.
flutuar, mas apenas com 72% do seu volume imerso.
η = 1,8 Pa s
Determine a densidade do objeto e a densidade do
líquido.
0,80
ρ' = ρ = 1,1 g cm–3 e ρ = 0,80 g cm–3 Atividade laboratorial
0,72 água

24. Um colchão de ar, com a forma de um paralelepípedo 30. Com o objetivo de determinar o coeficiente de visco-
de dimensões 2,00 × 0,50 × 0,08, em metros, tem a sidade da glicerina, deixaram-se cair esferas de rola-
massa de 2,0 kg. mentos de diversos diâmetros numa proveta larga e
Qual é a massa máxima de uma pessoa que pode colo- cheia de glicerina. No movimento de queda das esferas,
car-se sobre ele e flutuar na água? e após ter atingido a velocidade terminal, mediu-se três
vezes o tempo que cada esfera demorou a percorrer
m = 78 kg
15,0 cm. A tabela apresenta os dados recolhidos:

3 Diâmetro da
25. Um objeto de 20 g fica a flutuar na água com do seu t1 / s t2 / s t3 / s
4 esfera / cm
volume imerso.
0,40 4,55 4,45 4,33
a) Relacione as densidades do corpo e do líquido.
3 3 0,53 2,17 2,42 2,03
ρcorpoVg = ρlíquido Vg ⇒ ρcorpo = ρ
4 4 líquido 0,60 1,95 1,78 1,87
b) Qual é a intensidade das forças de pressão exercidas
0,80 1,26 1,38 1,16
pela água no objeto?
I = mg = 0,20 N 0,84 1,14 0,98 1,01

1,14 0,62 0,64 0,63


26. Um corpo flutua à superfície de um líquido com metade
do seu volume imerso. 1,30 0,57 0,55 0,47
Indique, justificando, qual seria o seu volume imerso se
tivesse metade da massa. Mediu-se também a massa de uma esfera de diâmetro
1,30 cm, obtendo-se 8,95 g. Mediu-se ainda a massa de
V'
2 uma proveta vazia, obtendo-se 80,25 g, e a massa da
mesma proveta contendo 20,0 mL de glicerina, obten-
27. Uma rolha de cortiça, de 10 g e densidade relativa 0,20, do-se 107,21 g. A experiência foi realizada à temperatu-
está dentro de uma piscina presa ao fundo por um fio. ra de 17 °C. Use g = 9,8 m s–2.
a) Que força exerce o fio sobre a rolha? a) Qual é o fundamento deste procedimento?
T = 0,40 N As esferas são deixadas cair e atingem a velocidade
XIVQMREPUYERHSWIZIVM¿GEVP» + I» + F»resist = 0», ou seja,
b) O fio é cortado e a rolha acaba por boiar à superfície
2(ρm – ρf)g 2
da água. Que fração do seu volume fica imersa? v= r . Esta expressão mostra que a

20% velocidade terminal é diretamente proporcional ao
quadrado do raio das esferas e, através do declive
28. Uma peça de ouro de 10,0 kg, encontrada no fundo do HEVIXErTSWWvZIPHIXIVQMREVSGSI¿GMIRXIHI
mar num barco naufragado, foi içada com velocidade viscosidade. A velocidade terminal obtém-se dividindo a
constante com um cabo. distância, 15,0 cm, pelo valor médio do tempo.
Qual é a força exercida pelo cabo quando a peça está
b) Determine o valor do coeficiente de viscosidade da
totalmente imersa em água e quando está completa-
glicerina.
mente fora dela?
η = 2,17 Pa s
A densidade relativa do ouro é de 19,3. Suponha des-
c) Por que razão se mediu a temperatura?
prezável a resistência exercida pela água.
4SVUYISZEPSVHSGSI¿GMIRXIHIZMWGSWMHEHIHITIRHI
T = 95 N e T' = 100 N
HEXIQTIVEXYVEEUYIIWXkSÀYMHS

25
QUESTÕES GLOBAIS
1. A figura mostra dois corpos maciços, A e B, unidos por um fio de massa des-
prezável, em equilíbrio no interior de um líquido. As densidades dos corpos
são diferentes da do líquido. A
a) Qual das afirmações é correta?
(A) A impulsão sobre A e o peso de A têm a mesma intensidade.
(B) A impulsão sobre B é maior do que a impulsão sobre A. B
(C) O peso total de A e B é simétrico da soma das impulsões sobre A e B. ¦
(D) A força de pressão exercida na face inferior de B é menos intensa do
que a força de pressão exercida na sua face superior.
b) Mostre que, se o volume de A for três vezes o volume de B, a densidade do
líquido, ρl, relacionar-se-á com a densidade de A, ρA, e a densidade de B,
ρB, pela seguinte expressão:
3ρA + ρB
ρl =
4
Sendo V o volume de B, a equação anterior pode ser escrita na forma
3ρA + ρB
ρ13Vg + ρ1Vg = ρA3Vg + ρBVg ⇒ ρ1 =
4

2. Observe a figura: um bloco maciço paralelepipédico, de 6,0 cm de altura,


encontra-se em equilíbrio tendo 70% do seu volume imerso em água e o res-
Óleo
tante imerso em óleo. A densidade do óleo é 0,80 g cm–3. A face inferior do
bloco está a 24,0 cm de distância da superfície superior do óleo.
a) Determine a densidade do material que constitui o bloco.
Água
ρ = 9,4 × 102 kg m–3
b) Determine a pressão exercida pelos líquidos na face inferior do bloco.
ρ = 2,00 × 103 Pa
c) Trace o gráfico da pressão, p, de um ponto do líquido em função da distân-
cia, d, do ponto à superfície do líquido.

Designamos por
d0 a profundidade
da superfície de p0
separação óleo-líquido.
d0 d

3. Observe a figura: o sistema de corpos A e B, de igual massa, está ligado por


um fio que passa numa roldana, cujas massas são desprezáveis. O sistema A
está em equilíbrio, sendo desprezável o atrito entre as superfícies. Mostre
que, se θ = 30o, a intensidade da impulsão exercida pelo líquido no corpo B é B
θ
metade da intensidade do seu peso.
Para o corpo A, T = P sin θ e, para o corpo B, T + I = P. Eliminando a tensão,
P
obtém-se a equação I = P (1 – sin θ). Para θ = 30o, vem I = .
2

4. Um balde com água está sobre uma balança-dinamómetro. Introduz-se uma


bola de plástico na água. O que acontecerá à bola e ao valor marcado na
balança se:
a) o balde estiver totalmente cheio de água?
A bola desloca um certo volume de água do balde; a balança marca o mesmo
valor.
b) o balde estiver parcialmente cheio de água?
%FSPEÀYXYEREkKYEEFEPERqEQEVGEQEMW

5. Um bloco, de densidade 0,82 g cm–3 e volume 10 dm3, está preso por um fio


de massa desprezável ao fundo de um recipiente com água.
a) Determine a tensão exercida pelo fio sobre o bloco.
T = 18 N
b) Corta-se o fio e o bloco sobe até à superfície. Supondo desprezável a força
de resistência exercida pela água, determine:
i) a aceleração com que o bloco sobe enquanto está totalmente imerso.
ρágua – ρbloco
a= g = 2,2 m s–2
2
ii) a percentagem de volume imerso quando fica a flutuar à superfície.
82%

26
2.1 CAMPO GRAVÍTICO
RESUMO
• Leis de Kepler: descrevem os movimentos dos planetas à volta do Sol.
Primeira Lei – Lei das Órbitas: a órbita de um planeta é elíptica, ocupando o
Sol um dos focos da elipse. Segunda Lei – Lei das Áreas: o vetor posição do
planeta, com origem no Sol, «varre» áreas iguais em intervalos de tempo
iguais. Terceira Lei – Lei dos Períodos: o cubo do semieixo maior da elipse
(para uma órbita circular, o raio, R) é diretamente proporcional ao quadrado
3
do período, T, do planeta, ou seja, R = K.
2
T

mA mB
• Lei de Newton da Gravitação Universal: Fg = G ; as forças gravíticas
r2
são sempre atrativas e têm origem na massa dos corpos.

• Campo gravítico, F» : define-se num ponto; tem origem na massa de um corpo,


M, dependendo a sua intensidade dessa massa e da sua distância, r, ao ponto

onde se define: F = G M ; manifesta-se pela força gravítica exercida sobre


r2
uma partícula, de massa m, colocada no ponto: F»g = mF» ; é um vetor que
aponta sempre para a massa M que cria o campo gravítico; F» coincide com a
aceleração gravítica g». Unidade SI: newton por quilograma (N kg –1).

• Linhas de campo gravítico: são tangentes ao vetor campo gravítico e têm o


seu sentido; nunca se cruzam; têm maior densidade onde o campo for mais
intenso.

Mm
• Energia potencial gravítica de interação entre duas partículas: Epg = –G ;
r
depende da massa das partículas e da distância entre elas; é sempre negativa
e aumenta quando essa distância aumenta (será nula quando as partículas
estiverem infinitamente afastadas).

• Campo gravítico: é um campo conservativo, pois a força gravítica é con-


servativa, pelo que WF»g = –ΔEpg, e a energia mecânica conserva-se, ou seja,
1 Mm
Em = mv2 – G = constante.
2 r

• Velocidade de escape: velocidade mínima de lançamento de um corpo


à superfície de um planeta para que ele escape da sua atração gravítica;
2GM . A existência
depende da massa, M, e do raio, R, do planeta: vescape =
R
de atmosfera num planeta depende do valor da velocidade de escape nesse
planeta.

GM
• Velocidade de um satélite em órbita circular: vórbita = ; depende da
r
massa, M, do planeta e do raio, r, da órbita; não depende da massa do satélite.

28
2.1 Campo gravítico

Nota 5. Um satélite geostacionário, de 1,00 t, descreve uma


Na resolução das questões, considere os seguintes valores: órbita aproximadamente circular de raio 42 000 km com
g = 10 m s−2 e G = 6,67 × 10–11 N m2 kg–2. movimento uniforme. A massa da Terra é 5,97 × 1024 kg.
a) Se o satélite está em queda livre, por que razão não
cai para a Terra?
2.1.1 Leis de Kepler
A sua velocidade é sempre perpendicular à força
1. Segundo as leis de Kepler, a velocidade de um planeta gravítica em cada ponto da trajetória, descrevendo um
no seu movimento orbital: movimento circular uniforme.

(A) não depende da sua distância ao Sol. b) Determine o módulo da aceleração gravítica ao nível
(B) será máxima quando for máximo o seu afastamento da órbita e a intensidade da força gravítica que atua
ao Sol. sobre o satélite.
GM
(C) é mínima no afélio. ¦ g= = 0,226 m s–2
R2
(D) é mínima no periélio. Fg = mac = 226 N

2. A cintura de asteroides, região entre as órbitas de


6. Três massas pontuais dispõem-se como mostra a
Marte e Júpiter onde existem asteroides, está a uma
figura. Considere apenas as interações gravíticas entre
distância média de 2,5 ua do Sol. Estes asteroides têm
elas.
a idade do Sistema Solar. Se eles se tivessem agluti-
d
nado e formado um planeta, qual seria o seu período de 1 3 2
translação em torno do Sol? 0,4 d
Tp ≈ 4 anos

a) Determine o quociente entre as massas de 2 e de 1,


3. As leis de Kepler, enunciadas para o movimento dos
de modo que 3 esteja em repouso.
planetas em torno do Sol, foram confirmadas para os m2
movimentos dos satélites (naturais e artificiais) dos = 9
m1 4
planetas. Tanto a ISS, como um satélite geostacioná-
b) Considere F a intensidade da força gravítica que 1
rio, descrevem órbitas elípticas. A ISS tem um período
exerce sobre 2. Quando se varia a distância d entre 1
de 1,5 h e R é o raio médio da sua órbita. Qual será,
e 2, qual dos gráficos pode representar F em função:
em função de R, o raio médio da órbita de um satélite
geoestacionário? i) da distância d?
+Vk¿GS%
6,35 R
1
ii) do inverso do quadrado da distância, ?
d2
+Vk¿GS'
2.1.2 Lei de Newton da Gravitação Universal
4. Observe a figura: duas massas pontuais, m1 e m2, 7. Calisto, uma lua de Júpiter, demora 16 dias e 16,54 horas
sendo m2 = 2m1, estão fixas nos pontos Q e S. a descrever um movimento aproximadamente circular
Determine em que ponto, das zonas Z1, Z2 ou Z3, se uniforme de raio 1,88 × 106 km em torno do seu pla-
deve colocar uma massa pontual m3 de modo que a neta. Determine a massa de Júpiter.
resultante das forças gravíticas sobre ela seja nula. m J = 1,89 × 1027 kg
Considere apenas as interações originadas pelas três
8. Um satélite descreve um movimento circular uniforme
massas.
de período 6,0 h. A massa da Terra é 5,97 × 1024 kg e o
Z1 m1 Z2 m2 Z3 seu raio é 6,37 × 103 km. A que altitude está o satélite?
Q S Qual é o módulo da sua velocidade?
h = r – RT = 1,0 × 107 m
Deve ser colocada entre 1 e 2, a uma distância da
v = 2π r = 4,9 × 103 m s–1
massa 2 que é 2 maior do que a distância à massa 1. T

29
2. CAMPOS DE FORÇAS

2.1.3 Campo gravítico 14. Um satélite de massa m descreve uma órbita de raio
2RT, sendo RT o raio da Terra.
9. Compare, em termos percentuais, os módulos do a) Determine, em função das massas do satélite e da
campo gravítico da Terra num ponto a 600 km de alti- Terra e do raio da Terra, o trabalho realizado pela
tude e num ponto à sua superfície. O raio da Terra é força gravítica quando o satélite passa dessa órbita
6370 km. para outra de raio 3RT.
A 600 km de altitude, o campo gravítico é cerca de 84% GmTm
W=–
do campo gravítico à superfície terrestre. 6RT

b) Mostre que a energia mecânica de um satélite é


10. Suponha um planeta com o triplo da massa da Terra
negativa.
e o dobro do raio da Terra. Compare, em termos per-
1 GmmT
centuais, os módulos das acelerações gravíticas à A energia mecânica é E = mv 2 – .
2 R
superfície. GmmT
mv 2
O campo gravítico à superfície seria cerca de 75% do Pela Segunda Lei de Newton, = ,
R R2
seu valor à superfície da Terra.
1 GmT GmmT mGmT
pelo que E = m – =– ≤ 0 (em
2 R R 2R
11. A Lua tem uma órbita circular de raio igual a cerca de módulo, a energia potencial gravítica é o dobro da
60 raios terrestres, sendo o seu período 27,26 dias. energia cinética).
A massa da Terra é 5,97 × 1024 kg e o seu raio é
6,37 × 106 m. 15. A massa da Terra é 5,97 × 1024 kg e o seu raio é
a) Determine o módulo do campo gravítico criado pela 6,37 × 106 m. Considerando desprezável a resistência do
Terra a uma distância igual a 60 raios terrestres do ar e desprezando também o efeito da rotação da Terra,
seu centro. determine a energia necessária para deslocar um objeto
GmT de massa 1,0 kg, em repouso à superfície da Terra:
F= = 2,73 × 10–3 m s–2
(60R T)2 a) até uma altitude igual ao dobro do raio da Terra,
b) Mostre, como fez Newton, que o módulo da aceleração ficando aí parado.
da Lua é igual ao valor determinado anteriormente. 4,2 × 107 J
2

冢 冣
2 1 b) até uma altitude igual ao dobro do raio da Terra,
ac = v = 2πR = 2,72 × 10–3 m s–2
R T R ficando o objeto a orbitar a Terra.
12. O campo gravítico criado por uma massa pontual é 5,2 × 107 J
descrito pelo gráfico seguinte, sendo o declive da reta c) até um local distante onde o campo gravítico terres-
numericamente igual a 6,67 × 10–8 na unidade SI. tre seja desprezável.
Ᏻ 6,3 × 107 J

16. A velocidade de escape de um corpo à superfície de um


planeta depende:
0 1 (A) da massa do corpo e do raio do planeta.

r2
(B) da massa e do raio do planeta. ¦
a) Indique a unidade SI da grandeza dada pelo declive
(C) da massa do corpo e da massa do planeta.
da reta.
m3 s–2 (D) da massa do corpo, da massa do planeta e do seu
raio.
b) Determine a massa que cria este campo.
m = 1,00 × 103 kg 17. A velocidade de escape é 11,2 km s–1 na Terra e
60 km s–1 em Júpiter. Sendo o raio de Júpiter cerca
de 11 vezes maior do que o da Terra, quantas vezes a
massa de Júpiter é maior do que a da Terra?
2.1.4 Energia potencial gravítica; conservação
m J = 316mT
da energia no campo gravítico
18. O raio do Sol é 7,0 × 105 km e a velocidade de escape
13. Um corpo é disparado verticalmente para cima, à
de um corpo à sua superfície é 618 km s–1. Se o seu raio
superfície da Terra, com velocidade 10,0 km s–1. A que
variasse, mantendo-se a massa, o Sol poderia transfor-
distância máxima se poderia afastar se a resistência do
mar-se num buraco negro, ou seja, a atração gravítica
ar fosse desprezável? A massa e o raio da Terra são,
poderia tornar-se tão intensa que não deixaria escapar
respetivamente, 5,97 × 1024 kg e 6,37 × 106 m.
a luz. Qual deveria ser o raio do Sol para que a veloci-
rmáx = 3,18 × 107 m
dade de escape fosse igual à velocidade da luz?
R's = 4,24 × 10–6 Rs ≈ 3 km

30
QUESTÕES GLOBAIS
1. Considerando que Plutão e a Terra têm órbitas aproximadamente circulares
de raios 5,90 × 1012 m e 1,50 × 1011 m, respetivamente, determine o tempo
de uma órbita completa de Plutão e a massa do Sol.
247 anos.
2,00 × 1030 kg

2. O exoplaneta Kepler-186f foi o primeiro a ser descoberto, em zona habitável


de estrela, com tamanho semelhante ao da Terra: o seu raio é 1,10 vezes o
raio terrestre. Demora cerca de 130 dias a descrever uma órbita completa
em torno da sua estrela, sendo 52,4 milhões de quilómetros o raio da sua
trajetória. A massa da Terra é 5,97 × 1024 kg e o seu raio é 6,37 × 106 m.
Supondo que o movimento orbital do planeta é circular e uniforme, faça uma
estimativa para:
a) o módulo da sua velocidade.
v = 2,93 × 104 m s–1
b) a sua massa, supondo que tem uma constituição semelhante à da Terra.
m = 7,95 × 1024 kg
c) a intensidade do campo gravítico à sua superfície.
–1
F K = 10,8 N kg
d) a força gravítica exercida sobre uma rocha de 1,0 t.
Fg = 1,08 × 104 N
e) a velocidade de escape de um corpo à sua superfície.
ve = 12,3 × 103 m s–1

3. Dois satélites A e B, de igual massa, orbitam a Terra descrevendo movimen-


tos circulares uniformes a altitudes respetivamente iguais a RT e 2RT, sendo
RT o raio da Terra. Determine a razão entre:
a) a intensidade da força gravítica que atua em A e em B.
Fg,A 9
=
Fg,B 4
b) os módulos dos momentos lineares de A e de B.
pA vA 3
= =
pB vB 2

c) os períodos de A e de B.
TA 2v B 2 2
= =
TB 3vA 3 3

d) as energias cinéticas de A e de B.
Ec,A vA
冢v 冣
2
3
= =
Ec,B B
2
e) a energia potencial gravítica do sistema satélite A + Terra e a energia
potencial gravítica do sistema satélite B + Terra.
Ep,A 3
=
Ep,B 2

4. A Terra tem uma massa cerca de 81 vezes a massa da Lua e um raio cerca
de quatro vezes o raio da Lua. A Lua orbita em torno da Terra, numa órbita
aproximadamente circular de raio igual a cerca de 60 raios terrestres. Na
Terra, a velocidade de escape é 11,2 km s–1.
a) Determine a razão entre os módulos do campo gravítico à superfície da
Terra e à superfície da Lua.
FT 81
=
FL 16
b) Estime a velocidade de escape na Lua.
veL = 2,49 km s–1

c) Determine a energia potencial do sistema Terra + Lua em função da massa


da Terra, mT, do raio da Terra, RT, e de G.
m2T
EP = –2,1 × 10–4 G
RT
d) Determine a energia cinética de um satélite que orbita a Lua a uma altitude
igual ao raio da Lua, em função da massa do satélite, m, da massa Terra,
mT, do raio da Terra, RT, e de G.
1 GmL 1 GmmT
Ec = m =
2 2R L 81 RT

31
2.2 CAMPO ELÉTRICO
RESUMO
|q||q’| • Potencial elétrico criado por várias cargas:
• Lei de Coulomb: F = k ; k é uma constante que
r2 V = V1 + V2 + …
1
depende do meio, dada por k = , sendo ε a permiti- • Superfícies equipotenciais: são formadas por pontos
4πε
com igual potencial elétrico; são perpendiculares, em
vidade elétrica, característica do meio.
cada ponto, às linhas de campo elétrico.
• Campo elétrico, E»: é originado pela carga elétrica, Q, de
• Campo elétrico: diz-se conservativo porque a força elé-
uma partícula e define-se em cada ponto. A intensidade
|Q| trica é conservativa.
é E = k 2 ; E» aponta para a carga Q que cria o campo
r • Trabalho da força elétrica no transporte de uma
elétrico se Q < 0, ou em sentido contrário se Q > 0;
carga q entre dois pontos: é independente da trajetó-
E» manifesta-se pela força elétrica sobre partículas com ria entre os pontos pois a força elétrica é conservativa;
carga, q, colocadas no ponto: F» = qE». Unidade SI: volt relaciona-se com os potenciais desses pontos:
por metro, V m –1 (equivalente a N C–1). W A→B = q(VA – VB).
• Campo elétrico criado por várias cargas: • Campo elétrico uniforme: é criado por duas placas
E» = E»1 + E»2 + … metálicas planas e paralelas, muito próximas, com car-
• Linhas de campo elétrico: divergem das cargas positi- U
gas simétricas; intensidade: E = , sendo U o módulo
vas e convergem para as cargas negativas; são tangen- d
da diferença de potencial elétrico entre duas quaisquer
tes, em cada ponto, ao vetor campo elétrico; terão maior
densidade onde o campo elétrico for mais intenso. linhas equipotenciais e d a distância entre elas.

• Condutores em equilíbrio eletrostático: a carga elé- • Condensador: sistema de dois condutores próximos
trica distribui-se na sua superfície exterior; o campo elé- (placas ou armaduras), com cargas simétricas, separa-
trico é nulo no interior do condutor e é perpendicular à dos por um meio isolador (meio dielétrico) onde existe
superfície exterior, em cada ponto; a gaiola de Faraday um campo elétrico. Armazena carga e energia potencial
é uma aplicação. elétrica. Pode ser carregado ligando-se as suas arma-
duras aos terminais de uma pilha.
• Efeito das pontas: a carga tende a acumular-se nas
regiões pontiagudas de um condutor em equilíbrio ele- Q
trostático, sendo aí mais intenso o campo elétrico. O • Capacidade elétrica de um condensador: C = ;o
U
para-raios fundamenta-se neste efeito. módulo da carga elétrica armazenada em cada arma-
dura, Q, e a diferença de potencial, U, entre as arma-
• Energia potencial elétrica de interação entre duas
duras são diretamente proporcionais, sendo a capaci-
Qq
cargas: Ep = k ; será negativa se as cargas tiverem dade, C, a constante de proporcionalidade; unidade SI:
r
sinais opostos e positiva se tiverem o mesmo sinal; farad (F).
tende para zero quando aumenta a distância entre as • Circuito RC: circuito com resistência e condensador.
cargas.
• Descarga de um condensador: a carga e a corrente
• Potencial elétrico, V: define-se num ponto; é uma ener- elétrica decrescem exponencialmente com o tempo:
Ep –
t

t
gia potencial elétrica por unidade de carga: V = ; Q(t) = Q0 e RC e I(t) = I0 e RC ; a constante de tempo,
q
τ = RC, indica o tempo para a carga (ou a corrente) dimi-
Q
o potencial criado por uma carga pontual é V = k
r
: nuir para 1/e ⯝ 37% do seu valor inicial (quanto menor
positivo se Q > 0, negativo se Q < 0, tendendo para zero for, mais rápida será a descarga do condensador).

quando aumenta a distância r. Unidade SI: volt (V).

33
2. CAMPOS DE FORÇAS

Nota 4. Duas esferas metálicas idênticas têm cargas 3,0 μC e


Na resolução das questões, considere os seguintes valores: –5,0 μC. Estabelece-se uma ligação entre elas através
g = 10 m s−2,
de um fio condutor.
k = 9,0 × 109 N m2 C–2
e = 1,602 × 10–19 C a) Qual das esferas perdeu eletrões? E quantos perdeu?
–19
1 eV = 1,602 × 10 J Perdeu eletrões a esfera com carga inicial mais
4 × 10–6
negativa, a de –5 μ'TIVHIY = 2,5 × 1013
1,602 × 10–19
eletrões.
2.2.1 Interações entre cargas elétricas
b) Determine o quociente entre as intensidades das for-
e Lei de Coulomb
ças elétricas exercidas em cada esfera antes e após
1. Considere quatro blocos metálicos idênticos isolados. o contacto, para uma mesma distância.
Três deles estão neutros, mas o quarto está carregado F = 15
F'
com carga Q. Determine a carga deste bloco após tocar
sucessivamente em cada um dos outros. 5. Duas pequenas esferas com carga Q estão à distância
%T{WXSGEVWYGIWWMZEQIRXIGEHEFPSGSRIYXVS¿GE de 3,0 cm, no ar, exercendo uma sobre a outra uma
primeiro com carga Q , depois com carga Q e, força elétrica de intensidade 0,040 mN.
2 4 Qual é a carga Q de cada esfera? Compare com a força
¿REPQIRXIGSQGEVKE Q . que seria exercida se as esferas estivessem em água
8
cuja permitividade elétrica relativa é 80.
2. Três esferas condutoras iguais, A, B e C, estão sobre
R'. A força será 80 vezes menor quando as cargas
suportes isoladores como mostra a figura. Coloca-se
estão na água.
B em contacto com A. Em seguida, afasta-se B de A e
põe-se B em contacto com C. Coloca-se novamente B 6. Observe a figura: as esferas 1, 2 e 3 têm cargas Q1, Q2 e
na posição original. Q3, respetivamente, e a esfera 2 está equidistante das
Indique, justificando, com que carga ficará cada esfera. esferas 1 e 3. Sabe-se que Q1 < 0 e que a resultante das
forças elétricas sobre a esfera 3 é nula.
10 nC –2 nC 0 nC
1 2 3

Podemos afirmar que a carga Q2:


A B C (A) é positiva e o módulo de Q1 é maior do que o módulo
de Q2. ¦
%GSQR'&GSQR'I'GSQR'
(B) é positiva e o módulo de Q1 é menor do que o
3. Duas pequenas esferas, com carga elétrica de sinais módulo de Q2.
contrários e diferente módulo, estão a uma certa dis- (C) é negativa e o módulo de Q1 é maior do que o
tância. módulo de Q2.
Qual das afirmações é verdadeira?
(D) é negativa e o módulo de Q1 é menor do que o
(A) Sobre a esfera com maior carga é exercida uma módulo de Q2.
força elétrica maior do que sobre a esfera com
menor carga. 7. Considere três partículas no ar, A, B e C, com carga
(B) Se as esferas estiverem no vácuo, as forças elé- elétrica igual. Determine a resultante das forças elétri-
tricas exercidas sobre elas são maiores do que se cas exercidas sobre B quando as partículas:
estiverem imersas num líquido isolador. ¦ a) estão alinhadas, estando A 1,00 cm à esquerda
(C) Se a distância entre as esferas triplicar, a força elétri- de B e C 3,00 cm à direita de B, sendo a intensi-
ca exercida sobre cada uma reduzir-se-á a um terço. dade da força elétrica que A exerce sobre B igual a
1,0 × 10–6 N.
(D) A esfera com carga positiva apenas tem protões.
F»A/B + F»'& = 1,0 × 10–6 e»x – 1,1 × 10–7e»x =
= 8,9 × 10–7e»x (N)
b) estão nos vértices de um triângulo equilátero de lado
5,00 cm.
R»B = 2FA/B cos 30o e»y = 6,9 × 10–8 e»y (N)

34
2.2 Campo elétrico

2.2.2 Campo elétrico 12. Duas partículas com cargas –2Q e +Q (com Q > 0)
estão dispostas como mostra a figura.
8. Observe as linhas de campo criadas simultaneamente –2Q +Q
— — —
PR = RS = ST
por uma placa carregada e uma partícula carregada. P R S T

a) Indique os sinais das cargas da placa e da partícula Determine o quociente entre as intensidades dos cam-
e em que região, A ou B, é mais intenso o campo pos elétricos nos pontos R e T.
elétrico. ER
= 27
Têm ambas cargas positiva. O campo elétrico é mais ET 7
intenso na zona A.
13. Observe a figura: nos vértices de A B
+q –q
b) Indique, justificando, se uma partícula com carga um quadrado de lado L são colo-
pode adquirir um movimento retilíneo uniforme- cadas partículas A, B, C e D com
mente variado quando colocada na região A. carga elétrica de módulo q. +q +q
Determine, em função de k, L e q: C D

a) a resultante das forças elétricas exercidas sobre a


partícula B.
B
q2

R» = –k 2 1 +
L 4

2 (e» + e» ) (N)
x y

A b) o campo elétrico no centro do quadrado.


q
E» = 2 2 k 2 (e»x + e»y ) (V m–1)
L
Não pode.
c) a força elétrica exercida sobre a carga 0,1 q colocada
9. Um protão experimenta uma aceleração de módulo no centro do quadrado.
7,60 × 1010 m s–2 quando colocado num campo elétrico. q2
F» = 0,2 2 k 2 (e»x + e»y ) (N)
L
Qual é a intensidade do campo elétrico no ponto onde
está o protão? 14. Dois pêndulos têm fios de 30 cm e esferas suspensas,
A massa do protão é 1,67 × 10–27 kg. de 25 g, eletrizadas com igual carga. Quando são colo-
E = 7,92 × 1022'–1 cados lado a lado, sofrem forças de repulsão de modo
que os fios fazem um ângulo de 45° com a vertical.
10. Duas partículas, distanciadas 40 cm no ar, têm cargas Determine a carga de cada esfera e a intensidade da
–70 μC e 30 μC. Determine: força exercida pelo fio sobre a esfera.
a) o campo elétrico no ponto médio da linha que une as
partículas.
E» = –2,3 × 107 e»x 2'–1)
b) a força elétrica exercida sobre uma partícula de
–30 nC colocada nesse ponto.
q = 2,2 μ'IT = 0,35 N.
F» = qE» = 0,69e»x (N)
c) em que ponto da reta que une as cargas se anula o
campo elétrico criado por elas. 15. Observe a figura: uma A

d = 0,76 m partícula de massa m B


y
e carga positiva q, ini-
11. O gráfico seguinte representa o campo elétrico criado cialmente em O, entra O x
por uma carga pontual Q, colocada em água, em função numa região onde
C
da distância r à carga. Qual é a intensidade do campo existe um campo elé-
D
num ponto a 4,0 m de distância da carga? trico, de intensidade
E, e o campo gravítico terrestre, com uma velocidade
E / N C–1
de módulo v0 e direção e sentido iguais aos do campo
elétrico.
1,6 x 105
Qual das trajetórias, A, B, C ou D, segue a partícula?
Escreva as equações paramétricas do seu movimento
2 4 r/m no referencial indicado.

4,0 × 1042'–1 Segue a trajetória D.


As equações paramétricas são

⎧ x(t) = 1 qE t2 + v0t
⎪ 2 m

⎪ y(t) = – 1 gt2
⎩ 2

35
2. CAMPOS DE FORÇAS

2.2.3 Condutor em equilíbrio eletrostático. 2.2.4 Energia potencial elétrica. Potencial


Campo elétrico à superfície e no elétrico e superfícies equipotenciais
interior de um condutor em equilíbrio
18. Complete a frase com uma das opções:
eletrostático. Efeito das pontas
Quando duas cargas … se estão a aproximar, a energia
16. Dois condutores em equilíbrio eletrostático têm a potencial elétrica do sistema é … e vai …
forma de um ovo. O primeiro é maciço e o segundo (A) positivas … positiva … diminuindo.
tem uma parte oca, como mostra a figura. Relacione o (B) positivas … negativa … aumentando.
módulo do campo elétrico:
(C) negativas … positiva … aumentando. ¦
a) nos pontos A, B e C no condutor I.
(D) negativas … negativa …. diminuindo.
O campo elétrico no ponto A é nulo. O módulo do
GEQTSIPrXVMGSIQ'rQEMSVHSUYIIQ& 19. Indique a veracidade ou falsidade das frases seguintes,
b) nos pontos A, B, C, D e E no condutor II. justificando as falsas:
C E A. Uma carga abandonada em repouso num campo
elétrico desloca-se sempre no sentido da força elé-
D
trica, sendo o trabalho realizado sempre positivo. V.
A C
B
B. Uma carga abandonada em repouso num campo
elétrico desloca-se sempre no sentido dos poten-
B A
ciais decrescentes. F.
I II C. As cargas pontuais negativas, abandonadas num
2SWTSRXSW&'I(SGEQTSIPrXVMGSrRYPSIS campo elétrico uniforme, dirigem-se para pontos
módulo do campo elétrico em E é maior do que em A. de potencial elétrico mais elevado. V.

17. A rede metálica da figura foi eletrizada ligando-se a um 20. O condutor da figura, isolado pela base, está em equilí-
gerador de Van de Graaff. A rede tem pequenos pêndu- brio eletrostático.
los suspensos no seu interior e no seu exterior. Apenas
os exteriores se afastam da rede metálica quando esta
está eletrizada.
C A B

a) Identifique as linhas de campo, as linhas equipoten-


ciais e o sinal da carga do condutor.
Linhas de campo: linhas a cheio.
Linhas equipotenciais: linhas a tracejado.
O condutor tem carga positiva porque as linhas
de campo divergem dele.
a) Por que razão se comportam de modo diferente os
b) Onde é mais intenso o campo elétrico, no ponto A ou
pêndulos?
C? Justifique.
A carga elétrica na rede distribui-se apenas na
superfície exterior da rede e o campo elétrico no
A.
interior da rede é praticamente nulo. c) Qual é a intensidade do campo elétrico no interior do
b) Por que razão a cúpula do gerador de Van de Graaff condutor?
é esférica? O campo elétrico é nulo.
Para permitir acumular mais carga sem haver d) Qual dos pontos, A ou B, está a maior potencial?
descarga pelo ar, tornando-o um bom condutor. Justifique.
c) Se ligarmos o gerador de Van de Graaff a uma rede A.
metálica cilíndrica que contém um aparelho elé- e) Justifique por que razão a superfície do condutor é
trico no seu interior e houver uma descarga elétrica equipotencial.
sobre a rede, o aparelho poderá ficar danificado? Num condutor em equilíbrio eletrostático, o campo
Justifique. elétrico é perpendicular à sua superfície exterior. Se
deslocarmos uma carga sobre essa superfície, como a
2oSSETEVIPLSIPrXVMGS¿GETVSXIKMHSTIPEVIHI
força elétrica tem a direção do campo elétrico, o tra-
metálica cilíndrica que atua como gaiola de Faraday
balho da força elétrica no deslocamento dessa carga
(o campo elétrico no interior da rede metálica é
será nulo (a força é perpendicular à superfície em cada
praticamente nulo).
ponto da trajetória). Logo, para dois pontos A e B da
superfície do condutor, WA→B = 0 = q (VA – VB) ⇒ VA = VB.

36
2.2 Campo elétrico

21. No ar, uma partícula carregada cria, a uma certa dis- 26. No campo elétrico representado na figura, de módulo
tância, um campo elétrico com módulo 500 N C–1 e um 1000 V m–1, o ponto D está ao potencial 0 V e a distân-
potencial igual a –100 V. cia entre linhas equipotenciais é 1,0 cm.
Qual é a sua carga, em nC, e a distância ao ponto onde
se calculou o campo e o potencial?
D B
Q = –|Q`!²R'Ir = 2,0 × 10–1 m

22. Uma partícula no ar, com carga –3,0 μC, está fixa. Outra
partícula, também no ar e com carga +2,0 μC, move-se
de um ponto a 16,0 cm da primeira para outro ponto a
30,0 cm. A C
Qual é o trabalho da força elétrica no transporte desta
carga? a) Trace um diagrama que represente o potencial
WA→B = –0,16 J quando se considera o seguinte caminho:
A→B→C→D→A
23. Três linhas equipotenciais, criadas por uma partícula
V/ V
com carga, têm raios iguais a 5,00 cm, 6,00 cm e
40
7,50 cm, sendo os potenciais correspondentes
–225,0 kV, –187,5 kV e –150,0 kV.
0
a) Que trabalho realiza a força elétrica no transporte de
uma carga de 20 nC da superfície de maior potencial A B C D A

para a superfície de menor potencial?


W'→A = q (V'– VA) = 1,5 × 10–3 J b) Que trabalho realiza a força elétrica, em eV, quando
um eletrão é transportado de A para B? E se for
b) Qual é a intensidade do campo elétrico num ponto
transportado ao longo da trajetória A → B → C?
situado sobre a superfície equipotencial de menor
WA→B = –6,4 × 10–18 J ou WA→B !²I:WA→'= 0.
potencial?

= – –225 × 10–2 = 4,50 × 106 V m–1


V 3
E=– 27. Um eletrão com energia cinética de 1,5 eV entra num
r 5,00 × 10
condensador cujas placas estão à distância de 9,0 cm,
24. Num tubo de raios catódicos, um feixe de eletrões é sendo 4,5 V a diferença de potencial entre elas.
emitido por um filamento aquecido e, em seguida, é Descreve uma trajetória retilínea e inverte o sentido do
acelerado por uma diferença de potencial de 1,0 kV. movimento após percorrer uma distância d.
Que velocidade adquirem os eletrões do feixe? a) Relacione a direção e sentido da velocidade inicial e
(me = 9,11 × 10–31 kg) do campo elétrico.
v = 1,9 × 107 m s–1 A velocidade e o campo elétrico têm a mesma direção
e sentido.
25. Quatro cargas no ar, duas de +2,0 μC e duas de –4,0 μC, b) Calcule o valor de d.
são colocadas nos vértices de um quadrado de 15,0 cm d = 0,030 m
de lado. As cargas do mesmo sinal estão colocadas em
vértices diametralmente opostos.
Calcule o trabalho realizado pela força elétrica no
2.2.5 Condensadores. Descarga de um
transporte de uma das cargas de +2,0 μC até um
condensador num circuito RC
ponto distante no infinito.
WA→∞ = –7,9 × 10–1 J 28. Um condensador de 200 pF está ligado a uma bateria
de 12 V.
a) Com que carga fica cada armadura?
Q = '9 = 2,4 × 10–9'
b) Esboce um gráfico que represente a carga de cada
armadura em função da diferença de potencial entre
as armaduras.
Q

c) Indique um exemplo de utilização dos condensadores.


Em pacemakers, nos controladores de limpa
para-brisas, etc.

37
2. CAMPOS DE FORÇAS

29. O que descarrega mais depressa, um condensador 32. Um condensador, inicialmente carregado com uma
em série com um condutor com resistência grande ou pilha, foi descarregado num circuito RC através de um
pequena? Justifique. voltímetro cuja resistência é 10 MΩ. A tensão nos ter-
Pequena. minais do gerador foi medida de 10 em 10 s, obtendo-
-se a seguinte tabela de valores.
30. Um condensador de 0,30 μF é inicialmente carregado
ligando-se a uma pilha de 12 V. Depois é descarregado t/s U/V

num circuito constituído pelo condensador e por uma 0 9,10


resistência de 20 kΩ, em série.
10 7,23
a) Qual foi a carga máxima adquirida pelo condensador?
20 6,52
Q0 = '9 = 3,6 μ'
30 5,81
b) Determine a constante de tempo e indique o seu
significado. 40 5,18
τ = 6'= 6,0 ms
50 4,73
c) Quanto tempo demora o condensador a descarregar 60 4,40
30% da carga máxima?
70 4,00
t = 7,2 ms
80 3,57

90 3,21
Atividades laboratoriais
100 3,01
31. Duas placas iguais de cobre estão dispostas paralela- 110 2,66
mente, a uma distância muito menor do que o seu com-
120 2,41
primento, e mergulhadas numa solução condutora.
Uma placa está ligada ao polo negativo de uma fonte
de tensão e ao terminal comum (COM) de um voltíme- 1
a) Mostre que In U(t) = In U0 – t.
tro ao qual se atribui o potencial zero. A outra placa RC
A carga no condensador varia de acordo com
está ligada ao polo positivo da fonte de tensão. Uma
Q
ponta de prova, ligada ao terminal positivo do voltíme- Q(t) = Q0e–t/τ'SQS9 = Q , então Q(t) = 0 e–t/τ ou
' ' '
tro, move-se ao longo da solução perpendicularmente 9 (t) = 90e–t/τ. Tomando o logaritmo de ambos os
às placas. Mede-se o potencial em diversos pontos da
membros, vem ln9 (t) = ln90 – 1 t.
solução e a distância d da ponta de prova à placa posi- 6'
tiva. Os dados obtidos estão na tabela seguinte. b) Obtenha a equação da reta de regressão do gráfico
de ln U em função de t.
d / mm 0 40 80 120 160 200
In U

V/V 3,01 2,48 2,02 1,52 1,01 0,52 2,50


y = –0,010x + 2,102
2,00 R2 = 0,991
1,50
a) Que tipo de campo elétrico é criado entre as placas? 1,00
0,50
Determine o valor experimental da sua intensidade. 0,00

'EQTSIPrXVMGSYRMJSVQIE = |ΔV| = 12,4 V m–1


0 50 100 150
t
d
b) Qual é o potencial de um ponto situado a 100 mm da i) Indique a unidade SI para o valor do declive da
placa a potencial positivo? reta.
V = 3,00 – 12,4 × 0,100 = 1,76 V –0,010 s–1
c) Qual é o módulo da diferença de potencial entre duas ii) Obtenha o valor experimental da capacidade do
linhas equipotenciais distanciadas 5,0 mm? Como condensador.
estão estas posicionadas em relação às placas? ' = 10 μF
|ΔV | = 0,062 V. As linhas equipotenciais são paralelas iii) Ao fim de quanto tempo a diferença de potencial
às placas.
nos terminais do condensador diminuiu 20%?
t = 22 s

38
QUESTÕES GLOBAIS
1. Uma gota de água de raio 0,020 mm fica suspensa no ar quando sujeita ao
campo elétrico uniforme, produzido pela Terra, de módulo 100 V m–1, vertical
e dirigido para baixo. Quantos eletrões perdeu (ou ganhou) a gota?
2,1 × 107 eletrões

2. Uma partícula 1, fixa num ponto, tem carga de módulo Q. O potencial elétrico
criado num ponto A, situado à distância r da partícula, é –9,0 V. Num ponto
B, à distância 3r da partícula 1, é colocada uma partícula 2, de carga 1,0 μC
e massa 0,010 g, em repouso, que se move para A.
a) Determine o potencial criado pela partícula 1 no ponto B.
–3,0 V
b) Compare as intensidades das forças elétricas de interação entre as partí-
culas quando a partícula 2 está em B e em A.
Qq Qq F
Em A: FA = k IQ&FB = k = A
r2 (3r)2 9
c) Quando a partícula 2 se move de B para A:
i) qual é a variação da energia potencial elétrica do sistema de partículas?
ʆEp = –6,0 × 10–6 J
ii) qual é o módulo da velocidade da partícula 2 quando passa pelo ponto A?
v = 1,1 m s–1

3. Um protão (mp = 1,67 × 10–27 kg) desloca-se num campo elétrico uniforme de
módulo 100 V m–1, de direção horizontal e sentido da esquerda para a direita,
criado pelas placas de um condensador distanciadas 3,00 cm. A placa nega-
tiva está ligada à terra. O protão sai da placa positiva com velocidade de
módulo 100 km s–1.
a) Qual é o potencial da placa positiva?
9=3V
b) Qual será o módulo da velocidade ao atingir a placa negativa?
vf = 1,03 × 105 m s–1
c) E qual será a variação da energia potencial elétrica do sistema, em eV?
ʆEp = –3,00 eV
d) Se a velocidade inicial do protão fizer um ângulo de 30° com a placa de onde
sai, ao fim de quanto tempo atingirá a outra placa? E com que velocidade?
t = 5,69 × 10–7 s
vf = 1,03 × 105 m s–1

4. Num desfibrilador, usado quando há paragens cardíacas, dá-se a descarga Q / mC


rápida de um condensador através do coração do doente. A tensão aplicada 100
nos seus terminais é controlada pela equipa médica. Considere um desfribi-
50
lador caracterizado pelo gráfico. Para uma diferença de potencial inicial de
4,0 kV, o condensador perde 88% da sua carga inicial em 3,0 ms. Qual é a
resistência do circuito? 0 2,0 4,0 U / kV

R = 9,4 × 102 Ω

5. Na experiência de Millikan, uma gota de óleo, com massa 3,00 × 10–14 kg e


Pulverizador
raio 2,00 × 10–6 m, tem oito eletrões em excesso. Produz-se um campo elé-
trico entre duas placas planas e paralelas, distanciadas 1,5 cm e sujeitas à
diferença de potencial de 6,0 kV (ver figura). As gotas atingem a velocidade
+
terminal. Para uma gota esférica de raio r, a força de resistência ao movimento
no ar é dada pela Lei de Stokes Fres = 6πr ην. Seja 1,80 × 10–5 Pa s o coeficiente
Raios X
de viscosidade do ar. Despreze a impulsão exercida pelo ar sobre as gotas. Microscópio

Para determinar o raio da gota, desliga-se a fonte de tensão que cria o campo
elétrico. Qual é a velocidade terminal da gota quando a fonte de tensão:
a) está desligada? b) está ligada?
v = 4,4 × 10–4 m s–1 v ' = 3,1 × 10–4 m s–1

39
2.3 AÇÃO DE CAMPOS
MAGNÉTICOS SOBRE
CARGAS E CORRENTES
ELÉTRICAS
RESUMO
• Força magnética sobre uma partícula, F»m: atua sobre uma partícula carre-
gada, de carga q, quando está sob ação de um campo magnético, B», e com
velocidade, v», de direção diferente de B»; é dada por F»m = q v» × B» ; a sua intensi-
dade é Fm = |q| BV sin α (α é o menor ângulo entre v» e B»); tem direção perpen-
dicular ao plano definido por v» e B» e sentido definido pela carga da partícula
e pela regra do saca-rolhas (ou da mão direita).

• Trabalho realizado pela força magnética: é nulo (a força é sempre perpendi-


cular à velocidade), sendo, por isso, constante a energia cinética da partícula.

• Trajetória de uma partícula carregada, de massa desprezável, num


campo magnético uniforme: será retilínea e o movimento será uniforme se
v» e B» tiverem a mesma direção (F»m é nula). Será circular e o movimento será
uniforme se v» e B» tiverem direções perpendiculares (F»m aponta para o centro
da trajetória), sendo o raio da trajetória dado por R = mv . Será helicoidal se
|q|B
a direção da velocidade não coincidir com a do campo magnético nem lhe for
perpendicular: consiste na sobreposição de um movimento retilíneo uniforme
na direção de B» e de um movimento circular uniforme num plano perpendi-
cular a B».

• Força de Lorentz: traduz a ação simultânea de um campo elétrico e de um


campo magnético sobre uma partícula carregada e em movimento; é dada
por F»em = q E» + q v» × B». Aplicações: seletor de velocidades, espetrómetro de
massa, aceleradores de partículas, etc.

• Seletor ou filtro de velocidades: filtra (seleciona) partículas de igual veloci-


dade através da ação conjunta de um campo elétrico e de um campo magné-
tico perpendiculares.

• Espetrómetro de massa: separa iões de igual carga mas diferente massa


pois as trajetórias semicirculares que descrevem têm raio proporcional à res-
petiva massa.

• Força magnética sobre um fio percorrido por corrente contínua, F»m (força


de Laplace): atua sobre um fio percorrido por corrente contínua, com cor-
rente elétrica I, imerso num campo magnético B» cuja direção não é a do fio;
é dada por F»m = I S» × B», sendo S» um vetor com a direção do fio e sentido igual
ao sentido convencional da corrente elétrica; a sua intensidade é dada por
Fm = I SB sin θ (θ é o menor ângulo entre S» e B»); tem direção perpendicular ao
plano definido por S» e B» e sentido definido pela regra do saca-rolhas (ou da
regra da mão direita).

41
2. CAMPOS DE FORÇAS

2.3.1 Ação de campos magnéticos 5. Observe a figura: duas partículas, Y e Z, com cargas de
igual módulo, são lançadas de um ponto A com igual
sobre cargas em movimento
velocidade numa região onde existe um campo mag-
1. Indique quais das afirmações são verdadeiras ou fal- nético uniforme. São desprezáveis as interações gra-
sas, justificando as falsas: víticas.

A. A força magnética só atua sobre partículas carre-


gadas em movimento. V. B

B. A força magnética é sempre perpendicular à velo- Z

cidade, mas pode não ser perpendicular ao campo Y


magnético. F.
A
C. Um feixe de eletrões nunca passa num campo d1
v
magnético sem sofrer deflexão. F. d2
D. Um campo magnético pode aumentar a velocidade
a uma partícula carregada. F. a) Complete a frase com uma das opções seguintes:
As forças magnéticas exercidas sobre as partículas
2. Numa região da Terra, o campo magnético terrestre
Y e Z … e apontam …. no ponto A, tendo …
tem direção paralela ao solo e aponta para norte. Indi-
(A) estão contidas no plano do papel … da direita
que a direção e o sentido da força magnética que atua
para a esquerda … igual intensidade.
sobre um eletrão se este tiver velocidade:
(B) estão contidas no plano do papel … da esquerda
a) paralela ao solo apontando para norte.
para a direita … igual intensidade. ¦
Não atua força magnética.
(C) estão contidas no plano do papel … da esquerda
b) paralela ao solo apontando para oeste.
para a direita … intensidades diferentes.
Vertical, dirigida para cima.
(D) não estão contidas no plano do papel … para cá
c) perpendicular ao solo apontando para cima.
do plano do papel … intensidades diferentes.
Horizontal, dirigida para leste.
b) Indique, justificando, o sinal das cargas das partícu-
3. Uma carga de +2 μC move-se no plano Oxy com velo- las.
cidade de módulo 30 km s–1 que faz 20° com o eixo dos Negativo.
yy. O campo magnético aponta no sentido negativo do c) Indique, justificando, qual é a variação de energia
eixo dos zz e a sua intensidade é 0,30 T. Caracterize a cinética da partícula Y ao percorrer um quarto de cir-
força magnética que atua sobre a partícula. cunferência.
|F»m| = |q|vB sin 90o = |q|vB = 1,8 × 10–2 N. É nula.
A força está contida no plano Oxy e, como é
perpendicular à velocidade, faz um ângulo 70o com o d) Se a distância d2 for o dobro da distância d1, determi-
eixo dos yy, no 2.o quadrante, se a velocidade estiver no ne o quociente:
1.o quadrante.
i) entre as massas de Y e Z, mY/mZ.
4. Observe a figura: um feixe de eletrões entra no orifício 1
2
A, com velocidade de módulo 2,00 × 104 m s–1, numa
ii) entre os tempos que as partículas Y e Z demoram
região onde existe um campo magnético uniforme,
a descrever a trajetória semicircular, tY/tZ.
saindo pelo orifício B. A distância entre os dois orifícios
1
é 8,00 cm. (me = 9,11 × 10–31 kg)
2
Determine a intensidade do campo magnético.
iii) entre as acelerações das partículas Y e Z, aY/aZ.
2

e) Indique, justificando, que trabalho realiza a força


B magnética exercida sobre cada partícula quando ela
descreve um quarto de circunferência.
v W=0

A B

B = 2,84 × 10–6 T

42
2.3 Ação de campos magnéticos sobre cargas e correntes elétricas

2.3.2 Ação simultânea de campos 7. Num acelerador de partículas – um ciclotrão – uma par-
tícula alfa (núcleo de hélio) é acelerada numa região
magnéticos e elétricos sobre cargas
onde há um campo elétrico uniforme criado por uma
em movimento
diferença de potencial de 14,0 kV. Depois entra num
6. Pretende separar-se iões dipositivos num espetró- «D», região onde existe um campo magnético uniforme
metro de massa. Os iões passam inicialmente por um de 0,600 T perpendicular à sua velocidade, e descreve
seletor de velocidades onde há um campo elétrico, de uma trajetória semicircular.
intensidade 300 kV m–1, e um campo magnético uni- (mp ≈ mn = 1,67 × 10–27 kg)
forme B»1, de intensidade 0,40 T (ver figura). Entram
depois numa região onde existe apenas um campo B
magnético uniforme B»2, de intensidade 0,40 T, e des- D1
crevem uma trajetória semicircular até chocarem R
D2
com um detetor.
As massas dos iões são 9 u e 4 u.
Considere e = 1,602 × 10–19 C e 1 u = 1,660 54 × 10–27 kg
(unidade de massa atómica unificada).
E

– a) Partindo do repouso, com que velocidade a partícula


entra no «D» após ter sido acelerada?

v= I9 = 1,16 × 106 m s–1


E» mp
m2 m1 B»1 b) Qual é a função do campo magnético no «D»?
Originar uma força magnética sobre a partícula
eletrizada, obrigando-a a descrever uma trajetória
circular.
B»2
c) A partícula descreve uma semicircunferência dentro
do «D». Determine a sua aceleração, o raio da traje-
tória e o tempo que demora a descrevê-la.
a) Indique a direção e o sentido dos campos magnéti-
a = 3,34 × 1013 m s–2
cos B»1 e B»2 .
2mpv
Região 1: o campo magnético é perpendicular ao papel R= = 4,03 × 10–2 m
eB
e aponta para cá.
Região 2: o campo magnético é perpendicular ao papel t = πR = 1,09 × 10–7 s
e aponta para cá. v

b) Faça corresponder as massas m1 e m2 da figura aos


iões de massa 9 u e 4 u. Justifique.
A partícula 1 tem massa 4 u e a partícula 2 tem
2.3.3 Ação de campos magnéticos
massa 9 u. sobre correntes elétricas
c) Qual é a distância entre os pontos do detetor onde
8. Um fio retilíneo está imerso num campo magnéti-
vão chocar os iões?
co uniforme e horizontal, com sentido este-oeste, de
d = 9,7 × 10–2 m
10 mT. O fio, também contido no plano horizontal, tem
d) O gráfico mostra como varia o T
40 cm de comprimento e é percorrido por uma corren-
período, T, do movimento dos iões
te elétrica de 2,0 A no sentido noroeste. Caracterize a
ao descrever a trajetória circular
0 m
força magnética exercida sobre o fio.
com o aumento da massa, m, das
F»m = Il» × B». Esta força é vertical, aponta para cima e
partículas de igual carga imersas
nesse campo. Qual é o significado tem módulo Fm = IlB sin 45o = 5,7 × 10–3 N.

físico do declive da reta? Indique a


9. À latitude de Lisboa, o campo magnético terrestre
sua unidade SI.
tem uma componente paralela ao solo, de intensidade

O declive é %YRMHEHI7-rS'–1 T–1. 26,188 μT, que aponta para norte, e uma componente
|q|B
perpendicular ao solo, de intensidade 34,863 μT, que
e) Indique uma aplicação do espetrómetro de massa.
aponta para baixo. Um cabo, paralelo ao solo e com
Em análise química para deteção de poluentes, no
a direção sul-norte, é percorrido por uma corrente de
controlo antidoping, etc.
1500 A no sentido sul-norte. Caracterize a força mag-
nética exercida no cabo por unidade de comprimento.
A componente paralela ao solo não contribui para a
força magnética, pois tem a direção da corrente. Só a
componente perpendicular contribui, sendo o módulo da
força magnética por unidade de comprimento
Fm
= IB⊥ = 1500 × 34,863 × 10–6 = 5,229 × 10–2 N m–1.
l
A força magnética aponta no sentido este-oeste.

43
QUESTÕES GLOBAIS
A 1. Uma partícula de massa m e carga negativa, de módulo q, descreve uma

trajetória circular de raio R num campo magnético uniforme de intensidade
– B
B (ver figura). São desprezáveis as interações gravíticas.
a) Caracterize:
i) o movimento da partícula.
– Movimento circular uniforme.
C
ii) a força magnética que atua sobre a partícula na posição A.
Perpendicular à velocidade e aponta para o centro da circunferência.

iii) o sentido e a direção do campo B».


Perpendicular à trajetória (plano do papel) e aponta para trás (para lá)
do plano do papel.

b) Determine, em função de q, B e R, o módulo do momento linear.


p = mv = |q|BR

c) Determine, em função de q, B, m e R, a energia cinética da partícula.


p2 |q|2 B 2R 2
Ec = 1 mv 2 = =
2 2m 2m

2. A massa de um deuterão é o dobro da massa de um protão, mas a carga é


a mesma. Ambos se movem perpendicularmente a um campo magnético
uniforme. Qual é a razão entre os raios das suas trajetórias se tiverem:
a) a mesma velocidade?
2.
b) o mesmo momento linear?
1.
c) a mesma energia cinética?
2.

B
3. Um ião monopositivo, de carga q e massa m, entra com velocidade v» numa
região onde existe um campo magnético uniforme (ver figura), descrevendo
uma trajetória circular de raio r.
v
a) Caracterize a força magnética exercida sobre o ião e indique o plano da
trajetória.
Força perpendicular ao papel que aponta para lá do papel. A partícula
descreve uma trajetória circular num plano perpendicular ao papel.

b) É possível o ião descrever uma trajetória com o dobro do raio se:


(A) duplicar a velocidade e reduzir o campo magnético para metade.
(B) duplicar a velocidade e o campo magnético.
(C) duplicar a velocidade e mantiver o campo magnético. ¦
(D) mantiver a velocidade e duplicar o campo magnético.
c) Se a massa do ião quadruplicasse e a carga duplicasse, como se alteraria
a frequência do seu movimento circular? Justifique.
|2q| B f
A frequência passaria para metade: f ' = =
4m 2π 2

4. Na figura ao lado, um fio de massa desprezável suporta uma barra condutora


de massa 100 g e comprimento 40 cm. Quando a barra está imersa num
B campo magnético uniforme e é percorrida por uma corrente de 6,0 A, a ten-
são exercida pelo fio na barra reduz-se a metade.
Qual é a intensidade do campo magnético?
E qual é o sentido da corrente?
A B = 0,21 T.
A corrente tem sentido da direita para a esquerda.

44
3.1 INTRODUÇÃO
À FÍSICA QUÂNTICA
RESUMO
• Espetro da radiação térmica: espetro contínuo resultante da emissão de
radiação por um corpo. Depende da sua temperatura.
• Corpo negro: corpo ideal que absorve toda a radiação que nele incide (é um
absorsor perfeito). A intensidade e o espetro da radiação que emite apenas
dependem da sua temperatura: é o corpo que mais radiação emite a essa
temperatura (é um emissor perfeito).
• Lei de Stefan-Boltzmann: a intensidade total (potência por unidade de área:
P/A) da radiação emitida por um corpo negro é diretamente proporcional à
quarta potência da sua temperatura absoluta, T, ou seja, I = σ T 4 (σ : constante
de Stefan-Boltzmann); potência emitida: P = Aσ T 4 (A: área superficial do corpo).
• Emissividade de uma superfície, e: relaciona-se com a emissão de radiação
pela superfície, dependendo da sua constituição; 0 ≤ e ≤ 1; a emissividade é
máxima para um corpo negro: e = 1.
• Emissão e absorção de energia por um corpo: é sempre inferior à que ocorre
num corpo negro. Potência emitida: P = σ e A T 4 (A: área superficial do corpo;
e: emissividade da superfície; T: temperatura absoluta da superfície). Potência
absorvida: P = σ e A T 4, sendo T a temperatura absoluta da vizinhança do corpo.
• Lei do deslocamento de Wien: no espetro da radiação térmica, o compri-
mento de onda, λ , em que é máxima a emissão de radiação do corpo negro,
é inversamente proporcional à temperatura absoluta, T, do corpo: λT = B
(B: constante de Wien).
• Catástrofe do ultravioleta: discrepância entre a curva para a radiação do
corpo negro prevista pela teoria eletromagnética e a curva experimental.
• Postulado de Planck (quantização da energia): a energia elementar (quan-
tum de energia) de um oscilador eletromagnético é proporcional à frequência,
f, de oscilação, E0 = hf (h: constante de Planck); a energia emitida pelo osci-
lador não é qualquer, tem de ser um múltiplo inteiro da energia elementar:
E = nhf.
• Teoria dos fotões de Einstein: a luz existe em quantidades discretas, os
quanta de radiação ou fotões, sendo a energia de um fotão dada por Efotão = hf;
a energia de um feixe de luz de dada frequência é um múltiplo inteiro da energia
do fotão: E = nhf.
• Efeito fotoelétrico: emissão de eletrões por um metal em consequência
da incidência de luz de frequência adequada. Só ocorre quando a energia do
fotão incidente é superior à função trabalho, W (energia mínima para remover
o eletrão ao metal); não depende da intensidade da luz incidente. A energia
cinética máxima dos eletrões emitidos é Ec = Efotão – W.
máx

• Dualidade onda-partícula para a luz: o comportamento ondulatório da luz


manifesta-se nos fenómenos de interferência e difração; o comportamento
corpuscular manifesta-se em certas interações da luz com a matéria, tal
como no efeito fotoelétrico.

46
3.1 Introdução à física quântica

Nota 5. Em 1965 foi detetada uma radiação de micro-ondas prove-


Na resolução das questões, considere os seguintes valores: niente de todo o espaço que segue a Lei do Deslocamento
σ = 5,67 × 10–8 W m–2 K–4
de Wien. Esta radiação é um vestígio do big bang. O
B = 2,898 × 10–3 m K
1 eV = 1,60 × 10–19 J máximo da emissão de radiação ocorre para o compri-
h = 6,626 × 10–34 J s mento de onda de 0,107 cm. Qual é a temperatura de um
c = 3,00 × 108 m s–1 corpo negro correspondente a este comprimento de onda?

T = B = 2,7 K
3.1.1 Emissão e absorção de radiação: λ
Lei de Stefan-Boltzmann 6. Uma estrela tem o seu máximo de emissão no compri-
e deslocamento de Wien mento de onda 300 nm. Calcule a potência da radiação
emitida, sabendo que a estrela tem raio 500 000 km
1. Por que razão os corpos emitem radiação?
(a área de uma esfera é 4πR 2, sendo R o raio).
A emissão de ondas eletromagnéticas tem origem na
oscilação das partículas carregadas que constituem a P = 4π R2 × I = 1,55 × 1027 W
matéria.
7. A temperatura da pele de uma pessoa, cuja emissivi-
2. Um corpo, considerado um corpo negro, está inicial- dade é 0,97, é, aproximadamente, 35 oC. Sendo 1,75 m2
mente à temperatura de 1000 oC. Se a temperatura a área superficial da pessoa e 25 oC a temperatura
passar para 2000 oC: ambiente, que energia perde a pessoa quando se
(A) a intensidade total da radiação emitida duplicará. encontra despida durante 3,0 min?
P = εσA (T4corpo – T4amb) = 1,1 × 102 W
(B) a intensidade total da radiação emitida será 16
vezes maior.
(C) o corpo só absorverá energia mas não a emitirá por 3.1.2 A quantização da energia segundo
ser um corpo negro. Planck
(D) diminuirá o comprimento de onda para o qual o
corpo emite o máximo de radiação. ¦ 8. O estudo sobre a radiação emitida pelos corpos veio
afetar profundamente as conceções clássicas da física
3. Um corpo, considerado um corpo negro, emite 4,5 × 105 J ligada aos fenómenos microscópicos. Indique, justifi-
de energia em 5,0 min quando está à temperatura de cando, um exemplo que confirme a afirmação anterior.
300 oC. A explicação da radiação do corpo negro exigia que
se considerassem os osciladores eletromagnéticos com
a) Qual é a área superficial do corpo?
energias discretas, En = nhf. Classicamente, um oscilador
A= E = 0,25 m2 tem uma energia qualquer. O mesmo não se passava
σT 4Δt
com os osciladores quânticos. A introdução do conceito
b) Qual é o comprimento de onda em que é máxima a de quantum revolucionou a física em 1900, ano em que
emissão de radiação? Planck explicou a emissão do corpo negro.

λ = B = 5,1 × 10–6 m
T 9. Para explicar a emissão de radiação por um corpo
4. Considere os corpos da tabela seguinte como corpos negro, Planck postulou que a radiação eletromagnética:
negros. Faça a associação entre as colunas. (A) é emitida por cargas elétricas em repouso.
(B) é emitida de forma contínua.
λ (para Localização
Temperatura o máximo no espetro (C) é emitida por cargas elétricas oscilantes, cuja
de emissão) eletromagnético
energia é qualquer.
A. 3027 oC
I. 1. (D) só é emitida com energias tais que, para cada fre-
(filamento
3,4 × 10–7 m Raios X
de tungsténio) quência, a energia é proporcional a um valor que
B. 1 × 107 K depende dessa frequência. ¦
II. 2.
(reação de fusão
0,88 μm Infravermelhos
nuclear) 10. Um apontador laser emite uma luz praticamente
C. 8280 K monocromática de 640 nm. Determine a energia de um
III. 3.
(superfície
0,29 nm Luz visível fotão dessa luz, em eV.
de uma estrela)
E = 1,94 eV
A–II–2; B–III–1; C–I–3
11. Qual é a energia de cada fotão emitido pela antena
de uma estação de rádio que opera na frequência de
100 MHz? Se a potência da antena for 15 kW, qual será
o número de fotões emitidos por segundo?
E = hf = 6,63 × 10–26 J
n = 2,3 × 1029 fotões.

47
3. FÍSICA MODERNA

3.1.3 Efeito fotelétrico e teoria dos fotões 16. Uma superfície de alumínio, cuja função trabalho é
4,08 eV, é iluminada por luz de comprimento de onda
de Einstein
de 300 nm.
12. A energia cinética máxima dos eletrões extraídos da a) Verifique que ocorre efeito fotoelétrico e determine a
superfície de um metal por efeito fotoelétrico depende: velocidade máxima com que são emitidos os eletrões
(A) do número de fotões incidentes e do metal. dessa superfície (me = 9,11 × 10–31 kg).
A frequência mínima para ocorrer efeito fotoelétrico
(B) do ângulo de incidência da luz e do metal.
WAl
é f0 = = 9,85 × 1014 Hz e a frequência da luz
(C) do tempo de exposição da luz incidente e do metal. h
(D) da energia de cada fotão incidente e do metal. ¦ incidente é 1,00 × 1015 Hz, ou seja, superior – por isso
ocorre efeito fotoelétrico.
13. O efeito fotoelétrico contraria as previsões da física vmáx = 1,47 × 105 m s–1
clássica porque: b) O que ocorreria se essa superfície fosse iluminada
(A) a emissão dos eletrões por uma superfície metá- com luz da mesma frequência mas mais intensa?
lica é instantânea, dependendo da intensidade da Continuaria a ocorrer efeito fotoelétrico, mas mais
luz incidente na superfície. eletrões seriam removidos ao metal, embora com a
mesma energia cinética máxima.
(B) a energia cinética máxima dos eletrões emitidos
por uma superfície metálica aumenta se aumentar
a intensidade da luz incidente.
(C) a energia cinética máxima de um eletrão emi-
3.1.4 Dualidade onda-corpúsculo para a luz
tido por uma superfície metálica depende apenas 17. A experiência de Young da dupla fenda para a luz pôs
da frequência da luz incidente e do tipo de metal em evidência que:
dessa superfície. ¦
(A) o comprimento de onda da luz é muito inferior à
(D) o número de eletrões emitidos pelo metal depende dimensão das fendas.
da intensidade da luz incidente qualquer que seja a
(B) a luz tem um comportamento de onda. ¦
sua frequência.
(C) a luz é uma onda transversal.
14. A função trabalho do tungsténio é 4,5 eV. Calcule o (D) a luz tem um comportamento de corpúsculo.
comprimento de onda máximo da luz incidente capaz
de remover um eletrão a este metal. 18. Sobre a natureza da luz, no final do século XIX, afir-
λmáx = c = 2,8 × 10–7 m mava-se que:
fmin
(A) a luz é uma onda, estando o valor da velocidade de
15. Os sensores infravermelhos baseiam-se no efeito propagação fundamentado nas equações do ele-
fotoelétrico. Quando uma luz de frequência 2,4 × 1014 Hz tromagnetismo de Maxwell. ¦
incide no sensor são emitidos eletrões com uma ener- (B) a luz tem carácter corpuscular, tal como afirmara
gia cinética máxima de 0,90 eV. Newton.
Qual é a energia mínima necessária para remover
(C) a difração e a interferência de ondas de luz confir-
o eletrão mais energético do material fotossensível
mam o carácter corpuscular da luz.
usado no sensor?
(D) a luz é constituída por fotões.
W = hf – Ec máx
= 0,093 eV

19. A luz tem um comportamento dual. Dê exemplos de


fenómenos em que se manifesta a sua natureza de
onda ou de partícula.
O comportamento corpuscular manifesta-se, por
exemplo, no efeito fotoelétrico; o comportamento
ondulatório manifesta-se, por exemplo, na difração da
luz.

48
QUESTÕES GLOBAIS
1. Considere o gráfico, referente à emissão de radiação de quatro corpos negros. J
6000 K
Relacione numericamente:
a) a intensidade total da radiação emitida por esses corpos às temperaturas
de 6000 K e 3000 K.
I6000 4

冢 冣
5000 K
= 6 = 16
I3000 3
4000 K
b) a frequência da radiação emitida às temperaturas 5000 K e 4000 K para 3000 K
a qual é máxima a emissão. UV IV Ȝ
λ4000
= 5
λ5000 4

2. Um corpo negro tem a sua máxima emissão para um comprimento de onda


de 650 nm.
a) Qual é, em eV, a energia de um fotão dessa luz e, em joules, a de uma mole
de fotões?
hc
E = hf = = 3,058 × 1019 J = 1,91 eV
λ
1,84 × 105 J

b) Qual seria o comprimento de onda de máxima emissão se a potência emi-


tida por unidade de área fosse o dobro?
λ' = T λ = 546 nm
1,19T

3. Um laser de 50 mW de He-Cd emite luz monocromática de 441,6 nm.


a) Determine o número de fotões emitidos em 80 ms.
8,9 × 1015

b) Se essa luz incidir num metal cuja função trabalho é 2,1 eV, ocorrerá efeito
fotoelétrico?
Sim.

4. A superfície de um metal, para o qual a função trabalho é de 2,3 eV, é ilumi-


Feixe 1 Feixe 2
nada por dois feixes de luz, cujos parâmetros são dados na tabela ao lado,
sendo Ec máx a energia máxima dos eletrões emitidos. λ λ 2λ

Ec máx / eV 3,7 E
Os valores aproximados de λ, E e I são:
Intensidade /
(A) 890; 1,4; 0,6. 0,6 I
W m–2
(B) 400; 0,7; 0,6.
(C) 207; 0,70; qualquer. ¦
(D) 180; 1,8; qualquer.

5. A tabela ao lado mostra a energia cinética máxima dos eletrões emitidos


λ / nm Ec máx / eV
pelo cátodo de uma fotocélula, em função do comprimento de onda da radia-
ção incidente: 588 0,68
Represente num gráfico a energia cinética máxima dos eletrões em função 505 0,98
da frequência da radiação incidente. A partir de reta de regressão, deter-
445 1,33
mine:
a) a função trabalho do metal. 399 1,61
1,317 eV
b) o valor da constante de Planck e o respetivo erro percentual.
6,626 × 10–34 J s
6,626 – 6,242 × 100(%) = 5,8% (por defeito)
6,626
c) a frequência mínima para a qual ocorre efeito fotoelétrico.
3,18 × 1014 Hz

49
3.2 NÚCLEOS ATÓMICOS
E RADIOATIVIDADE
RESUMO
• Estabilidade nuclear: deve-se ao facto de as forças nucleares fortes, que
são atrativas entre nucleões, predominarem sobre as forças elétricas de
repulsão entre protões.
• Massa do núcleo atómico: é sempre menor do que a massa de todos os seus
nucleões separados.
• Equivalência massa-energia de Einstein: ΔE = Δm c2; à diferença de massa
na formação de um núcleo atómico corresponde uma diferença de energia.
• Energia de ligação nuclear: diferença entre a energia dos nucleões separa-
dos e dos nucleões ligados formando um núcleo. É a energia necessária para
separar os nucleões.
• Energia de ligação por nucleão: será tanto maior quanto mais estável for o
núcleo atómico.
• Reações nucleares: transformações de núcleos envolvendo elevada energia.
Exemplos: fissão nuclear e fusão nuclear. São descritas por equações onde se
verifica a conservação da carga elétrica e a conservação do número de massa.
• Fusão nuclear: núcleos com baixa energia de ligação por nucleão (núcleos
leves) originam um núcleo com maior energia de ligação por nucleão (mais
estável). Há emissão de energia neste processo. Ocorre nas estrelas e será
a base dos futuros reatores nucleares de fusão para produção de energia
elétrica.
• Fissão (ou cisão) nuclear: um núcleo pesado pode cindir-se e originar núcleos
de massas semelhantes com maiores energias de ligação por nucleão (mais
estáveis). Há emissão de energia neste processo. Ocorre nos reatores nuclea-
res de fissão das atuais centrais nucleares para produção de energia elétrica.
• Decaimento radioativo ou emissão radioativa: emissão espontânea de par-
tículas com carga, ou de fotões de alta energia, por núcleos instáveis (núcleos
radioativos), originando núcleos estáveis ou ainda radioativos mas de mais
baixa energia. Há libertação de energia. Existem núcleos radioativos naturais
e artificiais.
• Decaimento α (núcleos de hélio): AZ X → A–4
Z–2
Y + 42 He.

• Decaimento β– (eletrões): AZ X → A
Y+ 0 –
e + 0– –.
ν ; n → p + β– + ν
Z+1 –1 0

• Decaimento β+ (positrões): AZ X → A
Z–1
Y+ e + 00ν ; p → n + β+ + ν.
0 +
+1

• Decaimento γ (radiação eletromagnética): AZ X* → A


Z
X + γ.

• Atividade de uma amostra radioativa, A: número de decaimentos por unidade


de tempo. É diretamente proporcional ao número de núcleos: A = λ N (λ é a cons-
tante de decaimento, característica da amostra). Unidade SI: becquerel (Bq).
• Lei do Decaimento Radioativo: N(t) = N0e –λt ou A(t) = A0e –λt.
• Período de semidesintegração ou tempo de meia-vida, T1/2: tempo ao fim
In2
do qual o número de núcleos (ou a atividade) se reduz a metade; T1/2 = .
λ

51
3. FÍSICA MODERNA

Nota 4. Em que consistiu a célebre experiência de Rutherford?


Na resolução das questões, considere os seguintes valores: Qual foi a sua importância?
1 u = 1,660 54 × 10–27 kg
6YXLIVJSVHFSQFEVHISYYQEJSPLE¿REGSQTEVXvGYPEW
1 eV = 1,60 × 10–19 J
EPJEIEREPMWSYEWYEHIÀI\oS(EvGSRGPYMYUYISkXSQS
c = 3,00 × 108 m s–1 era constituído por um núcleo central muito denso, onde
estava concentrada praticamente toda a massa do átomo;
3.2.1 Energia de ligação nuclear os eletrões rodeavam o núcleo central. Esta descoberta
inaugurou uma nova área: a era da física nuclear.
e estabilidade dos núcleos
1. Qual das afirmações é verdadeira?
(A) A força nuclear fraca é responsável pela coesão
entre os nucleões. 3.2.2 Processos de estabilização
(B) A estabilidade de um núcleo só depende do equi- dos núcleos: decaimento radioativo.
líbrio das forças nucleares fortes entre protões e Propriedades das emissões
das forças elétricas de repulsão entre eles. radioativas α, β e γ
(C) Os neutrões não contribuem para a carga do
núcleo, mas contribuem para a sua estabilidade. ¦ 5. Qual das afirmações é verdadeira?

(D) A energia de ligação do núcleo tem a mesma ordem (A) O raio da trajetória descrita por uma partícula alfa
de grandeza que a energia de ligação atómica. num campo magnético é maior do que o raio da
trajetória de uma partícula beta no mesmo campo
2. Qual das afirmações é verdadeira? quando as partículas têm igual velocidade. ¦
(A) A massa total dos protões e dos neutrões de um (B) As partículas alfa, que são eletrões, têm maior
núcleo é sempre maior do que a sua massa quan- poder penetrante do que a radiação gama.
do separados. (C) As partículas beta, que são eletrões, não atraves-
(B) A energia de ligação de um núcleo relaciona-se sam uma folha de papel.
com a diferença de massas do núcleo formado e a (D) Os emissores alfa e beta não apresentam qualquer
dos nucleões separados através da relação massa- perigo quando são manipulados.
-energia de Einstein. ¦
(C) Num decaimento radioativo forma-se obrigatoria- 6. Acerte as seguintes equações nucleares, identificando
mente um núcleo estável. o elemento X, calculando os valores de A e de Z e com-
pletando as equações:
(D) Quanto maior for a energia de ligação por nucleão,
mais instável será o núcleo. (A) 212
84
Po → AZ X + α (C) 20
11
Na → AZ X + β+ + …
(B) 137
55
Cs → AZ X + β– + … (D) 234
91
Pa* → AZ X + γ
208
3. O Pb é um isótopo de chumbo produzido na desin-
82
tegração do urânio-238. O 63 Li é produzido nas reações (A) 212
84 Po → 208
82 Pb + α (C) 20
11 Na → 20
10 Ne + β + v
+

(B) Cs → 137 –
56 Ba + β + v (D) Pa* → 234
91 Pa + γ
137 234
nucleares que ocorrem no interior das estrelas. Consi- 55

91

dere as seguintes massas: mp ≃ mn = 1,67 × 10–27 kg,


m (208 Pb) = 207,976 65 u e m (63 Li) = 6,015 12 u. 7. A emissão β+ observa-se em alguns isótopos artificiais,
82
Determine: como no caso do 22
11
Na.

a) o defeito de massa para os dois núcleos. a) O que é um isótopo artificial? Quem, pela primeira
Para o núcleo de 208
82
Pb, Δm = 1,7127 u; para o núcleo vez, produziu isótopos artificiais?
de Li, Δm = 3,273 × 10–2 u.
6
3
9QMW{XSTSEVXM¿GMEPrYQMW{XSTSUYIRoSI\MWXI
na natureza, sendo produzido pelo ser humano numa
b) a energia de ligação dos núcleos, em MeV.
reação nuclear.
208
Para o 82
Pb, B = 1598 MeV, para o 36 Li, B = 30,5 MeV. 3WTVMQIMVSWMW{XSTSWEVXM¿GMEMWJSVEQTVSHY^MHSWTSV
Frédéric Joliot e Irène Joliot-Curie.
c) a energia de ligação, por nucleão, para os dois
22
núcleos; indique qual é mais estável. b) Escreva as duas equações do decaimento do 11
Na,
22
Para o 208
82
Pb, B / A = 7,68 MeV por nucleão, para tendo em conta que o núcleo-filho do 11
Na é um
6
o 3 Li, B / A = 5,09 MeV por nucleão. emissor gama.
O núcleo de chumbo é mais estável. 22
11 Na → 22
10 Ne + β + v
* +

22
10 Ne* → 22
10 Ne + γ

8. A primeira reação de «transformação» nuclear (diz-se


também transmutação nuclear) foi realizada em 1919
por Ernest Rutherford, bombardeando azoto com par-
tículas alfa segundo a reação:
4
2
He + 14
7
N → AZ O + 11 H
Determine os valores de A e de Z.
A = 17 e Z = 8.

52
3.2 Núcleos atómicos e radioatividade

9. Um dos isótopos do amerício, o 241


95
Am, forma um ele- 3.2.4 Lei do Decaimento Radioativo;
mento novo, X, quando bombardeado com partículas α,
atividade de uma amostra radioativa;
de acordo com a equação:
período de semidesintegração
241
95
Am + α → AZ X + 2 01 n
Determine os valores de A e de Z e identifique o ele- 13. O carbono-11 é utilizado em imagiologia médica, sendo
mento X. injetados no doente compostos contendo carbono-11.
Z = 95 + 2 = 97. A = 243. O elemento X é o Bk (berquélio). Decorrido um tempo correspondente a cinco meias-
-vidas, qual é a percentagem de carbono-11 que ainda
10. A radioatividade artificial foi descoberta, em 1934, por resta?
Irène e Fréderic Joliot-Curie quando «bombardearam» Cerca de 3% da amostra inicial.
uma folha de alumínio com partículas α, de energia
0,520 MeV, provenientes do decaimento do polónio. 14. O 57
27
Co é um emissor β– com um tempo de meia-vida
Como resultado, observaram emissão de positrões de 272 dias.
da folha de alumínio que persistia mesmo depois do a) Escreva a equação de decaimento deste núcleo.
«bombardeamento» com partículas α ter terminado. 57
27 Co → 57 – –
28 Ni + β + ν
Este fenómeno foi interpretado como sendo o resul-
b) Qual é a constante de decaimento?
tado das reações seguintes:
ln2
27
Al + α → AZ P + 01 n A
P → A' Si + β+ + i λ= T = 0,00255 d–1 = 2,95 × 10–8 s–1
13 Z Z' 1/2

Complete as equações acima, especificando A, Z, A' e Z'. c) Se a atividade inicial for 1,0 Bq, quantos núcleos
A = 30, Z = 15, A' = 30, Z ' = 14. radioativos conterá a amostra no início?
3,39 × 107 núcleos
d) Qual é a atividade da amostra passados seis meses?
3.2.3 Reações de fissão nuclear e de fusão E o número de núcleos radioativos?
0,63 Bq
nuclear 2,14 × 107 núcleos.

11. Quais das seguintes afirmações são verdadeiras?


15. O sódio-22 tem uma constante de decaimento de
A. Fusão nuclear e fissão nuclear são processos em 0,266 anos–1. (NA = 6,02 × 1023 mol–1)
que se formam núcleos mais estáveis e com maior
a) Qual é a atividade da amostra, em termos percen-
energia de ligação por nucleão. V.
tuais, após 4 meias-vidas?
B. Os reatores nucleares funcionam com base em rea- Cerca de 6,25% da atividade da amostra inicial.
ções de fissão nuclear. V. b) Qual é a atividade de uma amostra contendo 1,00 g
C. A fusão nuclear é típica entre núcleos leves e leva de sódio-22?
à formação de núcleos com energia de ligação por A = λN = 8,43 × 10–9 × 2,74 × 1022 = 2,3 × 1014 Bq
nucleão superior. V. c) Quantos núcleos de sódio-22 existem na amostra
D. Uma reação de fissão em cadeia, uma vez iniciada, passados três anos e meio?
não pode ser controlada. F. 1,08 × 1022

E. A energia do Sol provém da fissão nuclear de


16. O 99Tc (tecnécio) é um emissor γ utilizado em imagio-
núcleos de hélio. F.
logia médica. O tempo de meia-vida deste isótopo é
12. Num reator de fissão nuclear, uma das reações mais 6,01 h. Para a realização de uma tomografia, foi inje-
importantes é a seguinte: tado num doente um composto contendo o isótopo cuja
atividade, no instante após a injeção (t = 0), é 130 Bq.
235
92
U + 01 n → 94
38
Sr + 140Z Sr + x 10 n
a) Ao fim de quanto tempo a atividade radioativa se
a) Determine os valores de Z e de x.
Z = 54 e x = 2. reduz a 1 do valor inicial?
8
b) Por que razão se diz que esta reação é em cadeia? 18,0 h
A reação é em cadeia porque os neutrões produzidos
REVIEqoSHI¿WWoSHIYQR€GPISHIYVmRMSTSHIQ b) Determine a constante de decaimento do 99Tc.
originar cisões de outros núcleos. Como se produzem, ln2
λ= = 3,20 × 10–5 s–1
em média, mais neutrões do que os que se consomem T1/2
na reação, a reação pode auto-sustentar-se. c) Calcule o número de núcleos radioativos no instante
t = 0 s e passados três meses.
Comente os resultados.
No instante t = 0 é N (0) = A (0) = 4,06 × 106.
λ
Aplicando a lei N (t) = N (0)e–λt para
t = 3 meses = 2160 h, obtemos N <SUYIWMKRM¿GE
dado o carácter estatístico da lei, que já não restará
RIRLYQR€GPISVEHMSEXMZSES¿QHIXVtWQIWIW

53
QUESTÕES GLOBAIS
1. Para os núcleos mais leves, a estabilidade verifica-se quando há, aproxima-
damente, um número igual de protões e de neutrões: N = Z. Mas, para os
núcleos maiores, a estabilidade exige maior numero de neutrões, N > Z.
a) Qual será a razão?
Se o núcleo for mais rico em neutrões do que em protões, a estabilidade
nuclear aumenta, pois os neutrões não contribuem para a repulsão, mas
contribuem para a estabilidade por causa da atração devida à força nuclear
forte.

b) Qual será o processo nuclear, fusão ou cisão, que é típico ocorrer entre
núcleos pesados? Justifique.
Cisão nuclear.

2. O césio-133 (Z = 55) existe na natureza e não é radioativo. O césio-137 e o


césio-134 são isótopos artificiais que existem nos resíduos radioativos das
centrais nucleares e que sofrem decaimento β–.
Considere as seguintes massas:
m (133
55
Cs) = 132,90545 u

m (134
55
Cs) = 133,90672 u

m (137
55
Cs) = 136,90709 u

a) Calcule a energia de ligação por nucleão destes três isótopos do césio.


Núcleo 133
55
Cs 134
55
Cs 137
55
Cs

(B/A) / MeV 8,215 8,205 8,200

b) Ordene os isótopos por ordem crescente da sua estabilidade.


Cs-137 < Cs-134 < Cs-133

3. O 40K é um emissor β– em grande parte responsável pela radioatividade natu-


ral do corpo humano. O núcleo-filho do 40K é um isótopo do elemento cálcio
e decai emitindo radiação γ. Escreva as equações desses decaimentos.

20 Ca + β + ν ;
K → 40 Ca* → 40
20 Ca + γ
40 * – 40
19 20

4. O neptúnio (Np) foi o primeiro elemento transuraniano produzido num labo-


ratório. Este elemento foi obtido através das seguintes reações nucleares:
238
92
U + 10 n → A
92
U A
92
U→ 239
93
Np + …
a) Complete as equações, determinando A.
A = 239
238
U + 10 n → 239
U; 239 239 –
92 U → 93 Np + β + v .

92 92

239
b) O período de meia-vida do 93
Np é 2,00 d. Ao fim de quanto tempo resta
apenas 20% da amostra?
4,64 d

5. Um sistema de cartografia da irradiação sanguínea do cérebro é baseado no


decaimento do 158O, que é um emissor β+.
a) Escreva a equação do decaimento deste isótopo de oxigénio.
15
8 O → 157 F + β+ + ν

b) A atividade inicial de uma amostra de 158O, quando se prepara o isótopo no


local onde se realiza o exame, é 1600 Bq. O tempo de meia-vida é 2,04 min.
Se o exame médico demorar meia hora, qual será a atividade no fim do
exame? Por que razão o isótopo tem de ser preparado no local?
0,0599 Bq.
O decaimento deste isótopo é muito rápido, pelo que o isótopo tem de ser
preparado no local. Se assim não fosse, desaparecia durante o transporte.

6. O iodo-131, obtido em reações de fissão nuclear que ocorrem no decaimento


do urânio, foi um dos principais isótopos libertados nos acidentes nucleares
de Chernobyl em 1986 e de Fukushima em 2011. É produzido para fins medi-
cinais como, por exemplo, para o tratamento da tiroide. Este radioisótopo
perde 75% da sua atividade em 32 dias. Após quanto tempo apenas resta 5%
do número de núcleos inicial?
70 d

54
CADERNO DE EXERCÍCIOS E PROBLEMAS
NOVO 12F
Física
12.o ano

ISBN 978-972-47-5489-5

9 789724 754895
I V A I N C L UÍ D O 6%
www.leya.com www.texto.pt € 6,00

Você também pode gostar