Segunda e Terceira Lei Da Termodinamica
Segunda e Terceira Lei Da Termodinamica
Segunda e Terceira Lei Da Termodinamica
METAS
Apresentar os conceitos relacionados à segunda e terceira leis;
explicitar a origem de todas as mudanças químicas;
explicitar as bases da termodinâmica para a discussão de equilíbrio químico.
OBJETIVOS
Ao nal desta aula, o aluno deverá:
compreender os conceitos relacionados com a segunda e terceira leis;
compreender como o conceito de entropia está relacionado com a espontaneidade;
saber predizer os efeitos de mudanças na temperatura e na pressão sobre processos
físicos e químicos.
PRÉ-REQUISITOS
Compreender os conceitos relacionados com a Primeira Lei da Termodinâmica.
1 2 3
4 5 6
1 - Marcellin Pierre Eugène Berthelot (1827-1907), 2 - Rudolf Julius Emanuel Clausius (1822-
1888), 3 - William Thomson (Lord Kelvin) (1824-1907), 4 - James Clerk Maxwell (1831-1879),
5 - Ludwig Eduard Boltzmann (1844-1906), Josiah Willard Gibbs (1839-1903), cientistas
que contribuíram decisivamente para o aparecimento da Segunda Lei da Termodinâmica.
(Fontes: 1, 3, 4, 5 e 6 - http://pt.wikipedia.org; 2 - http://media-2.web.britannica.com)
Termodinâmica Química
INTRODUÇÃO
Algumas coisas ocorrem naturalmente, outras não. Um gás,
por exemplo, se expande até ocupar todo o volume finito que lhe é
oferecido. Um corpo quente se esfria até atingir a temperatura am-
biente e uma reação química avança num sentido e não no sentido
inverso. Alguma característica do mundo natural determina o sentido
da transformação espontânea.
Embora os instrumentos matemáticos e conceituais forneci-
dos pelas leis zero e primeira da termodinâmica sejam muito úteis,
precisamos de outros. Há uma questão importante que essas leis
não podem responder: um dado processo poderá ocorrer espon-
taneamente? Nas aulas anteriores não foi mencionado nada sobre
a espontaneidade de processos; para isso, necessitamos de mais
instrumentos que a termodinâmica pode fornecer sobre a espon-
taneidade. Esses instrumentos são chamados de segunda e terceira
leis da termodinâmica.
1 2
Walter Hermann Nernst (1864-1941) e Max Karl Ludwig Planck (1858-1947), cientistas que con-
tribuíram para o aparecimento da Terceira Lei da Termodinâmica.
(Fonte: http://pt.wikipedia.org)
98
Segunda e Terceira Leis da Termodinâmica
Aula
99
Termodinâmica Química
100
Segunda e Terceira Leis da Termodinâmica
Aula
101
Termodinâmica Química
102
Segunda e Terceira Leis da Termodinâmica
Aula
(2)
Onde “rev” na mudança infinitesimal do calor, dq, indica que deve ser
o valor envolvido em um processo reversível. A temperatura, T, deve ser
em kelvins. Integrando a equação acima (2), obtemos:
(3)
(4)
A equação 4 demonstra que a entropia tem unidades de J/K. Estas po-
dem parecer pouco comuns, mas são as corretas. Também é preciso ter em
mente que a quantidade de calor para um processo depende de quantidade
103
Termodinâmica Química
104
Segunda e Terceira Leis da Termodinâmica
Aula
(5) 7
Além disso, como a temperatura das vizinhanças é constante, qualquer
que seja o processo, teremos para uma mudança finita:
(6)
(7)
105
Termodinâmica Química
106
Segunda e Terceira Leis da Termodinâmica
Aula
107
Termodinâmica Química
(12)
(13)
(14)
(15)
(16)
108
Segunda e Terceira Leis da Termodinâmica
Aula
109
Termodinâmica Química
110
Segunda e Terceira Leis da Termodinâmica
Aula
e rearranjando:
Esta equação pode ser rearranjada para reunir as variáveis calor e tem-
peratura que estão associadas aos dois reservatórios nas mesmas frações
(isto é, qentra com Talta e qsai com Tbaixa). Também é conveniente rotular de
novo as temperaturas e/ou os calores para enfatizar quais as etapas do ciclo
de Carnot que estão envolvidas. Finalmente, abandonaremos a designação
“arb”. A expressão acima é, então, simplificada para
111
Termodinâmica Química
À medida que cada etapa fica cada vez menor, o sinal da somatória pode
ser substituído por um sinal de integral, e a expressão acima fica
(25)
112
Segunda e Terceira Leis da Termodinâmica
Aula
(26)
(27)
113
Termodinâmica Química
e então integrar:
(28)
114
Segunda e Terceira Leis da Termodinâmica
Aula
(29)
(30)
115
Termodinâmica Química
116
Segunda e Terceira Leis da Termodinâmica
Aula
Uma vez que Vtotal é maior do que V1 ou V2 (porque ambos os gases estão
se expandindo), os logaritmos das frações de volume serão sempre positivos.
A constante da lei do gás ideal é sempre positiva, e o número de mols de cada
gás também é positivo. Consequentemente, as variações de entropia para as
duas serão positivas, e a combinação dos dois componentes para se obter
S para o processo de mistura
S= S1+ S2 (31)
será sempre positiva. Portanto, pela segunda lei da termodinâmica, a mis-
tura de dois (ou mais) gases, se ocorrer em um sistema isolado, é sempre um
processo espontâneo.
Há uma outra maneira de generalizar a Equação 31. Se duas ou mais
amostras de gás têm a mesma pressão e a mesma temperatura, então seus
volumes são diretamente proporcionais ao número de mols do gás presente.
117
Termodinâmica Química
(32)
de modo que a expressão para a entropia total pode ser expressa como
(33)
onde mixS se refere à entropia da mistura. Uma vez que xi é sempre menor
do que 1 (para dois ou mais componentes), o seu logaritmo é sempre
negativo. Assim, o sinal negativo como parte da Equação 33 significa que
a entropia de mistura é sempre uma soma de termos positivos e, portanto,
mix
S é sempre positivo.
118
Segunda e Terceira Leis da Termodinâmica
Aula
119
Termodinâmica Química
R = NA . k (36)
(37)
120
Segunda e Terceira Leis da Termodinâmica
Aula
(38)
121
Termodinâmica Química
(39)
(40)
Estas equações também podem ser usadas etapa por etapa, conforme
descrito antes, para temperaturas diferentes da padrão.
CONCLUSÃO
Nesta aula estudamos a segunda e terceira leis da termodinâmica.
Vimos que a natureza espontânea dos processos está relacionada com a
função de estado termodinâmica, chamada entropia, a qual mede o grau
de aleatoriedade ou desordem que o sistema possui. Aprendemos ainda
que um processo reversível ocorre sem variação líquida da entropia e que
processos espontâneos seguem caminhos irreversíveis, não esquecendo
que em processos reversíveis a variação na entropia pode ocorrer por uma
variação na temperatura, volume ou pressão do sistema. Esses proces-
sos, juntamente com o enunciado da terceira lei, nos ajudam a entender
a diferença entre a variação de entropia para uma substância e sua entro-
pia absoluta. Esta última pode ser utilizada para determinar a variação de
entropia que ocorre nas reações químicas.
RESUMO
Nesta aula introduzimos mais uma função de estado: entropia. Não
é uma forma de energia, como energia interna ou entalpia, mas é um tipo
diferente de função de estado. Um modo de pensar nela, como foi intro-
duzido por Boltzmann, é como sendo uma medida do número de estados
disponíveis para um sistema.
A definição de entropia nos leva ao que chamamos de segunda lei da
termodinâmica: em um sistema isolado, toda variação espontânea ocorre
com um aumento de entropia. A definição matemática de entropia, em ter-
122
Segunda e Terceira Leis da Termodinâmica
Aula
PRÓXIMA AULA
Estudaremos energia livre e potencial químico.
REFERÊNCIAS
ATKINS, P. W. Físico-Química. v. 1, 6 ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999.
ATKINS, P. W.; JONES, L. Princípios de Química: questionando a vida
moderna e o meio ambiente. 3 ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.
BALL, D. W. Físico-Química. v. 1. São Paulo: Thomson, 2005.
MACEDO, H. Físico-Química I. Rio de Janeiro: Guanabara Dois, 1981.
PILLA, L. Físico-Química. v. 1. Rio de Janeiro: LTC, 1982.
SMITH, E. B. Basic Chemical Thermodinamics. 4 ed. New York:
Oxford, 1990.
123