História Da Psicologia No Brasil
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NO BRASIL
amor ou amizade; e sophia, que significa sabedoria e, dela vem a palavra sophós, que significa sábio.
Assim, a palavra Filosofia significa amor ou amizade pela sabedoria. A palavra Filósofo significa o que ama a
As que iam para comerciar durante os jogos. Não se importavam com os jogos ou com as disputas.
As que iam para competir: atletas e artistas.
As que iam para contemplar os jogos e torneios, para avaliar o desempenho dos que ali se apresentavam.
Para Pitágoras, o terceiro tipo de pessoa é como o filósofo que não é movido por interesses comerciais, pelo
desejo de competir e, não faz de suas ideias e conhecimentos uma habilidade para vencer os competidores.
O Nascimento da Filosofia
A Filosofia nasceu na Grécia por volta do século VI ou VII a.C., por meio de um longo processo histórico,
promovendo a passagem do saber mítico ao pensamento racional. Nasceu procurando desenvolver
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pudesse transmitir aos ouvintes. Sua palavra, era incontestável, sagrada, porque vinha de uma revelação
divina, dos deuses a quem os gregos cultuavam e respeitavam.
Como o mito narrava a origem do mundo e de tudo que existia nele?
O mito dizia que tudo que existia no mundo havia surgido de três maneiras:
A filosofia surgiu quando alguns gregos, insatisfeitos, com as explicações que lhes eram dadas, começaram
a fazer perguntas e a buscar respostas, demonstrando que o mundo e os seres humanos, os acontecimentos,
as coisas da natureza, podem ser conhecidas pela razão humana.
A Filosofia percebendo as contradições e limitações dos mitos, foi reformulando e racionalizando as
narrativas míticas, transformando-as numa outra coisa, numa explicação inteiramente nova e diferente. Por
exemplo:
O mito narrava como as coisas eram ou tinham sido em um passado imemorial,fabuloso. A Filosofia, ao
contrário, se preocupa em explicar como e porque , no passado, no presente e no futuro, as coisas são
como são.
O mito narrava a origem do mundo e de tudo que existe nele através de relações sexuais, rivalidades ou
alianças, entre os deuses. A Filosofia explica a produção natural das coisas por elementos e causas naturais
e impessoais.
O mito não se importava com contradições. A Filosofia não admite contradições, exige uma explicação
lógica, coerente e racional.
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As viagens marítimas, que permitiram aos gregos descobrir que as terras que os mitos diziam habitadas
por deuses, na verdade, eram habitadas por outros seres humanos.
A invenção do calendário, que é uma forma de calcular o tempo segundo as estações do ano, as horas do
dia. Assim, foi possível perceber o tempo como algo natural e não como um poder divino.
O surgimento da vida urbana, com predomínio do comércio e do artesanato, dando desenvolvimento a
técnicas de fabricação e de troca, o que fez também com que surgisse uma nova classe social – de
comerciantes ricos – que precisavam encontrar pontos de poder e prestígio e, para tanto começaram a
patrocinar e a estimular as artes, as técnicas e os conhecimentos, criando um ambiente favorável à
Filosofia.
A invenção da política, que introduz três aspectos decisivos para o nascimento da Filosofia: a ideia da lei
como expressão da vontade de uma coletividade humana que decide por si mesma o que é melhor para si e
como ela definirá suas relações internas; o surgimento de um espaço público, que faz parecer um novo tipo
de palavra ou de discurso, diferente do que era proferido pelo mito e, a política estimula um pensamento e
um discurso que não são formulados por seitas secretas, ao contrário, são públicos, ensinados, discutidos e
comunicados.
Entre outras.
A agrimensura dos egípcios, usada para medir as terras após as cheias do Nilo.
A astrologia dos caldeus e babilônios, usada para prever grandes guerras, subida e queda dos reis,
catástrofes como peste, fome e furacões.
As genealogias dos persas, usadas para dar continuidade às linhagens e dinastia dos governantes.
Os mistérios religiosos orientais referentes aos rituais de purificação da alma, para livrá-la de
reencarnações contínuas e garantir-lhes o descanso eterno.
Entre outros.
Transformações que os gregos impuseram a esses conhecimentos:
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Atitude Filosófica
Imagine se alguém:
Alguém que tomasse essa decisão, estaria tomando distância da vida cotidiana e de si mesmo,
estaria indagando o que são as crenças e os sentimentos que alimentam nossa existência. Estaria
desejando conhecer por que cremos, por que sentimos o que sentimos e o que são nossas crenças e
nossos sentimentos. Esse alguém estaria começando a adotar o que chamamos de “atitude
filosófica”.
Ao adotarmos o que chamamos de “atitude filosófica”, estamos tomando a decisão de não aceitar
como óbvias, evidentes, as coisas, as ideias, os fatos, os valores, sem antes havê-los questionados,
investigado e compreendido.
Características da Atitude Filosófica
Negativa: é um dizer não ao senso comum, ao que todo mundo pensa, aos pré-conceitos, aos pré-
juizos, aos fatos, às ideias da experiência cotidiana ao que tudo mundo pensa e diz, ao que está
estabelecido. A característica negativa, constitui o que chamamos de atitude crítica.
Positiva: é uma interrogação sobre o que são as coisas, as ideias, os fatos, as situações, os
comportamentos, os valores, nós mesmos. É também uma interrogação sobre como tudo isso é
assim e não de uma outra maneira. A característica positiva, constitui o que chamamos
de pensamento crítico.
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Legenda:
A Matemática tem uma utilidade prática em nossas vidas, assim como a Medicina, a Psicologia, a
Engenharia, etc.
Com a Matemática, poderemos lecionar em uma Universidade, com a Medicina e a Psicologia poderemos ter
o nosso próprio consultório, com a Engenharia poderemos exercer cargos em grandes empresas e assim,
Com a Filosofia, somos capazes de explorar conceitos como o significado da vida, conhecimento,
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A Filosofia, nos ensina a pensar, ilumina os nossos caminhos para um novo mundo. Um mundo onde
seremos capazes de fazermos as nossas próprias escolhas, onde não aceitaremos como verdades os fatos
sem antes havermos nos questionados e pesquisado a respeito.
“Se abandonar a ingenuidade e os preconceitos do senso comum for útil; se não se deixar
guiar pela submissão às ideias dominantes e aos poderes estabelecidos for útil; se buscar
um de nós e à nossa sociedade os meios para ser conscientes de si e de suas ações numa
prática que deseja a liberdade e a felicidade para todos for útil, então podemos dizer que a
filosofia é o mais útil de todos os saberes de que o seres humanos são capazes”
ATIVIDADE FINAL
A. Positiva e Negativa
B. Simples e Complexa.
C. Complexa e Negativa.
A. Grécia.
B. Europa.
C. China.
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REFERÊNCIA
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: Introdução à Filosofia. 4ª. ed.
São Paulo: Ed. Moderna. 2009.
CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. 14ª. ed. São Paulo: Ed. Ática. 2012.
KLEINMAN, Paul. Tudo o que você precisa saber sobre Filosofia. Tradução de Cristina Sant¿Anna. 3ª. Ed.
São Paulo: Ed. Gente. 2013
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Não deixou nada por escrito, suas ideias foram divulgadas por vários de seus discípulos, principalmente por
Platão.
Abandonou a preocupação dos filósofos pré-socráticos em explicar a natureza e se concentrou na
problemática do homem. Procurava um fundamento para “O que é o bem?” “O que é a virtude?” ”O que é a
justiça?”
A pergunta essencial que Sócrates tentava responder era : o que é a essência do homem? Ele respondia
dizendo que o homem é a sua alma, entendendo-se “alma” como a sede da razão, o nosso eu consciente,
que inclui a consciência intelectual e a consciência moral, e que portanto, distingue o ser humano de todos
os outros seres da natureza.
escravos, sempre dando demonstrações de que era preciso unir a vida concreta ao pensamento. Unir o saber
ao fazer, a consciência intelectual à consciência prática ou moral. Perguntava a cada um : “ Você sabe o que
é isso que é que você está dizendo?” “Você sabe o que é isso em que você acredita?” “Você acha que conhece
realmente aquilo em que acredita?” “ Você diz que a coragem é importante, mas o que é a coragem?” Você
diz que a justiça é importante, mas o que á justiça?” “ Você diz que ama as coisas e as pessoas belas, mas o
que é a beleza?”.
Sócrates, elaborava perguntas sobre ideias, valores e crenças as quais os atenienses acreditavam conhecer
as respostas. Essas perguntas deixavam os atenienses embaraçados, curiosos e até irritados pois muitas
vezes não sabiam responder e nem haviam pensando a respeito de suas ideias, valores e crenças. Os
atenienses, esperavam que Sócrates lhes dessem uma reposta para essas perguntas, mas Sócrates
respondia: “Só estou perguntando, também não sei”. Dai, vem a famosa frase “Só sei que nada sei”. Ponto
de partida para o saber.
Sócrates, com suas perguntas , fazia com que os atenienses pensassem, refletissem e assim as dúvidas iam
surgindo, não somente com o que os atenienses julgavam certo ou errado com relação a si mesmos mas
também com relação a polis. Isso incomodou os poderosos do seu tempo que tinham medo do pensamento
dos jovens. Assim, Sócrates se tornou um perigo para Atenas, pois fazia os jovens pensarem.
Sócrates, foi preso, julgado e condenado a morte por corromper os jovens da cidade, por desrespeitar os
deuses e violar as leis. Foi condenado a tomar um veneno – a cicuta – e obrigado a suicidar-se. Não se
defendeu. Dizia que “ Se eu me defender, estarei aceitando as acusações, e eu não aceito. Se eu me defender,
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o que os juízes vão exigir de mim? Que eu pare de filosofar. Mas eu prefiro a morte a ter que renunciar à
Filosofia”.
O Método Socrático
Sócrates, desenvolvia sua filosofia mediante diálogos críticos com seus discípulos, que podem ser divididos
em dois momentos: a ironia e a maiêutica.
A Ironia
Ironia, em grego, quer dizer : interrogação.
Seu método começa pela parte considerada “destrutiva”. Nas discussões, Sócrates, afirma nada saber diante
Nem sempre Sócrates tinha a resposta. Nem sempre as discussões chegavam a conclusões definitivas.
A Maiêutica
Após reconhecerem as contradições na sua forma de pensar, seus discípulos poderiam então reconstruir,
purificar suas próprias ideias.
Novamente Sócrates propunha uma série de questões habilmente colocadas.
Nesta fase, o objetivo de Sócrates era ajudar seus discípulos a conceberem suas próprias ideias.
Essa fase é chamada de Maiêutica, termo grego, que significa “arte de trazer à luz”, em homenagem à sua
mãe que foi parteira.
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Nasceu em Atenas e foi discípulo de Sócrates, pertencia a uma das mais nobres famílias atenienses.
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Fundou uma das primeiras instituições de ensino superior do mundo ocidental – a Academia. Uma espécie
Sócrates foi tema dos melhores escritos de Platão e protagonista dos seus 36 diálogos.
Dialética
O método proposto por Platão para atingir o conhecimento autêntico é a dialética.
A dialética consiste na contraposição de uma opinião com a crítica que dela podemos fazer, ou seja, na
afirmação de uma tese qualquer seguida de uma discussão e negação dessa tese, com o objetivo de purifica-
por meio da passagem progressiva do mundo das sombras e aparências para o mundo das ideias e essências.
Na filosofia de Platão existem dois mundos: o primeiro é aquele que podemos perceber ao nosso redor, com
os cinco sentidos, é mutável. O outro é o mundo das ideias, onde tudo é perfeito e imutável. Não podemos
tocá-lo, ele não é concreto. Só o pensamento pode nos levar até lá.
Para Platão, a alma é imortal, reencarna várias vezes, antes de reencarnar tem a possibilidade de
contemplar o mundo das ideias, o modelo perfeito das coisas. Com o trauma do nascimento este
conhecimento é perdido e é posteriormente despertado pela observação das coisas.
Para o filósofo, conhecer é para a alma, lembrar o que já se sabia antes de encarnar um corpo. A alma é
imortal, renasce muitas vezes e em contato com o mundo se recorda o que outrora já aprendeu e
“.. Em outros termos: a percepção do mundo externo não fornece nenhum conhecimento,
Para Platão, a tarefa do filósofo é usar a razão para descobrir as formas ideais.
Você pode conferir o vídeo "Mito da Caverna - Platão por Maurício de Souza" clicando aqui
(https://www.youtube.com/watch?v=XoU4YAhJzLY).
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“...A figura do filósofo e as suas tarefas são delineadas por meio de metáforas. A caverna
escura é o nosso mundo; os escravos acorrentados são os homens; as correntes são as
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Academia. Mas isso não aconteceu. Era considerado estrangeiro pelos atenienses
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Assim, decepcionado, deixou a Academia e partiu para Assos, na Misia, Ásia Menor, onde permaneceu até
345 a.C
Em seguida, foi convidado por Filipe II, rei da Macedônia para ser professor de seu filho Alexandre.
Quando Alexandre assumiu o Império Macedônico o relacionamento entre eles foi interrompido.
Por volta de 335 a.C, retorna para Atenas e funda a sua própria escola filosófica – Liceu.
Em 323 a.C, após a morte de Alexandre, os sentimentos antimacedônicos ganharam intensidade em Atenas
Critica o mundo “separado” das ideias platônicas ( Mundo das Ideias e Mundo dos Sentidos). Para
Aristóteles, a observação da realidade leva-nos a constatação da existência de inúmeros seres individuais,
concretos, mutáveis, que são captados pelos nossos sentidos
Aristóteles pretendeu resolver a contradição entre o caráter estático e permanente do ser em oposição ao
movimento e à transitoriedade das coisas, que era a clássica polêmica entre Parmênides e Heráclito. Para
tanto, propôs uma nova interpretação relativa ao estudo do ser, segunda a qual em todo ser devemos
manifesta em ato aquilo que já continha, intrinsicamente (essencial, inseparável, próprio e inerente), em
potência.
Mas, vamos supor que por condições climáticas, uma árvore frutífera não venha a dar frutos ou que suas
folhas se apresentem queimadas devido ao clima.
Esses casos, Aristóteles classifica como acidente, ou seja, algo que não ocorre sempre, somente às vezes, por
uma causalidade qualquer (no caso, a falta de chuva), que não faz parte da essência da árvore.
Assim, devemos distinguir também em todos os seres existentes: a substância e o acidente.
A causa do ser
A passagem da potência para o ato não se dá ao acaso. Ela é causada
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Para Aristóteles, causa é tudo aquilo que determina a realidade de um ser. Distingue, assim, quatro tipos de
causas: causa material, causa formal, causa eficiente, causa final.
Causa material : refere-se a matéria do que é feita uma coisa. Por exemplo, o bronze utilizado para fazer
uma estátua.
Causa formal: refere-se a forma, à configuração de uma coisa, tornando-a “um ser propriamente dito”.
Por exemplo, uma estátua em forma de homem e não de um objeto.
Causa eficiente: refere-se ao agente que produziu, que fez a coisa. Por exemplo, o artista que fez a estátua.
Causa final: refere-se ao objetivo, à intenção, à finalidade ou à razão de ser de uma coisa. Por exemplo, o
artista tinha como objetivo homenagear uma personalidade importante.
Segundo Aristóteles, a causa final é que comanda o movimento da realidade. É pela causa final, , que as
coisas mudam, determinando a passagem da potência para o ato.
agente motor, e assim por diante. É óbvio que a cadeia não pode prosseguir ao infinito:
deve necessariamente existir um primeiro motor, capaz de conferir movimento às coisas
sem por isso estar ele próprio em movimento. Esse Motor Imóvel é Deus. Mas seria errado
qual tende a inteira realidade. O que é belo atrai, mesmo sem mover-se; o que é amado
atrai o amante, como um imã; o que é perfeito (e, portanto, imóvel) é por definição
atraente."
SEGUNDO NICOLA, (2012, P.95)
Você pode conferir o vídeo "Filosofia e Educação: Sócrates, Platão e Aristóteles - Prof. Dr. Antonio Joaquim
Severino" clicando aqui (https://www.youtube.com/watch?v=K2mu76u8KKY).
ATIVIDADE FINAL
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A. Sócrates
B. René Descartes
C. Platão
A. Procurava um fundamento para "O que é o bem"? " O que é a virtude?" " O que é justiça?".
B. Estava preocupado em explicar a origem do mundo e de todas as coisas.
REFERÊNCIA
COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia – História e Grandes Temas. 17ª. ed. São Paulo: Ed. Saraiva.
2013.
KLEINMAN, Paul. Tudo o que você precisa saber sobre Filosofia. Tradução de Cristina Sant¿Anna. 3ª. Ed.
São Paulo: Ed. Gente. 2013
CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. 14ª. ed. São Paulo: Ed. Ática. 2012.
NICOLA, Ubaldo. Antologia Ilustrada de Filosofia: das origens à idade moderna. 1ª. ed. São Paulo: Globo,
2005
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SCHULTZ, Duane P.; SCHULTZ, Sydney Elien. História da Psicologia Moderna. Tradução Adail Ubirajara
Sobral e Marta Stela Gonçalves. 5ª. ed. São Paulo: Ed. Cultrix. 1992.
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povo geral.
Os primeiros padres da igreja se empenharam na elaboração de diversos textos sobre a fé e
revelações cristãs para explicarem esses preceitos.
O conjunto desses textos ficou conhecido como patrística, por terem sido escritos principalmente
Adeodato.
Agostinho completou seus estudos clássicos e tornou-se professor de retórica.
Sentiu-se despertado pela Filosofia lendo Cícero ( orador e político romano que se inspirou no ecletismo).
Mais tarde, deixou-se influenciar pelo maniqueísmo e, insatisfeito com o maniqueísmo viajou para Roma e
Milão, onde entrou em contato com o ceticismo e, posteriormente com o neoplatonismo
Em 386, teve uma grande crise existencial, uma inquietação desesperada em busca de um sentido para a
vida. Foi nesse período que teve contato com Santo Ambrósio, bispo de Milão, e sentiu-se atraído por suas
pregações. Pouco tempo depois, converteu-se ao cristianismo, tornando-se seu grande defensor.
Tornou-se bispo de Hipona em 395, no norte da África. Morreu aos 75 anos, quando a cidade foi cercada e
A Graça Divina
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Segundo Santo Agostinho, o homem que trilha a via do pecado só consegue retornar aos caminhos de
Vontade e Razão
Segundo a filosofia agostiniana, a vontade é uma força que impulsiona a vida e não uma função especifica
ligada ao intelecto, tal como dizem os gregos.
Para Santo Agostinho, a liberdade humana é própria da vontade e não da razão. Desde o nosso nascimento,
essa vontade nos inclina para o mal, tornando-se fonte de pecado. O indivíduo peca porque usa seu livre-
arbítrio para satisfazer uma vontade má, mesmo sabendo que tal atitude é pecaminosa.
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Pecado
A única forma de mal existente em todo o universo é a maldade humana que se exprime no pecado – o que
Escolástica
A escolástica nasceu nas escolas monásticas cristãs, de modo a conciliar a fé cristã com um sistema
de pensamento racional, especialmente o da filosofia grega.
revelações do cristianismo.
Retomou as ideais de Aristóteles, em busca de argumentos que explicassem os principais aspectos da fé
cristã.
Segundo São Tomás de Aquino, é a revelação divina que possibilita formularmos enunciados sobre a
condição humana e sobre o mundo em que vivemos, é por isso que a preocupação inicial do pensamento do
Assim, para que possamos explorar, conhecer, de maneira mais abrangente o mundo e os homens,
necessitamos da sacra doutrina revelada por Deus
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Em seu livro “ Suma teológica”, Tomás de Aquino propõe cinco provas da existência de Deus:
O primeiro motor: Tudo aquilo que se move é movido por outro ser e assim sucessivamente. Existe um
primeiro ser movente que não é movido por nenhum outro. Um Motor imóvel: DEUS.
A Causa Eficiente: É necessário admitir a existência de uma primeira causa eficiente, responsável pela
sucessão dos efeitos. Uma causa sem causa: DEUS.
Ser necessário e ser contingente: Há um ser que sempre existiu, um ser absolutamente necessário, que não
tenha fora a causa de sua existência, mas ao contrário, que seja a causa da necessidade de todos os seres
contingentes. Um ser absolutamente necessário: DEUS.
Os graus de perfeição: Se uma coisa possui mais ou menos determinada qualidade positiva, isso supõe que
deva existir um ser com o máximo dessa qualidade. Ou seja existe um ser com o máximo de bondade, de
poder, de verdade, um ser máximo e pleno. Um ser perfeito, uma inteligência ordenadora: DEUS
O finalismo: Todas as coisas que existem na natureza cumprem uma função , um objetivo, uma finalidade.
Devemos admitir que existe um ser inteligente que dirige todas as coisas da natureza para que cumpram
seus objetivos: DEUS
Confira este vídeo sobre Santo Agostinho e São Tomás de Aquino. Clique aqui
(https://www.youtube.com/watch?v=ebHcsjfcVok)para acessar.
ATIVIDADE FINAL
A. Escolástica
B. Patrística
C. Empirismo
B. Santo Agostinho
C. René Descartes
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A. O mal existe.
REFERÊNCIA
COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia – História e Grandes Temas. 17ª. ed. São Paulo: Ed. Saraiva.
2013.
KLEINMAN, Paul. Tudo o que você precisa saber sobre Filosofia. Tradução de Cristina Sant¿Anna. 3ª. Ed.
NICOLA, Ubaldo. Antologia Ilustrada de Filosofia: das origens à idade moderna. 1ª. ed. São Paulo: Globo,
2005
SCHULTZ, Duane P.; SCHULTZ, Sydney Elien. História da Psicologia Moderna. Tradução Adail Ubirajara
Sobral e Marta Stela Gonçalves. 5ª. ed. São Paulo: Ed. Cultrix. 1992.
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22/02/2021 AVA UNINOVE
Descartes
APRESENTAR AS PRINCIPAIS IDEIAS DE RENÉ DESCARTES
RACIONALISMO
O Racionalismo é uma doutrina que defende que a origem do conhecimento é a razão.
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22/02/2021 AVA UNINOVE
De seu romance mais duradouro ( três anos) com Helene Jans, nasceu sua única filha, Francine, que morreu
em seus braços aos cinco anos de idade.
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22/02/2021 AVA UNINOVE
Descartes, tinha profundo interesse em aplicar seus conhecimentos científicos às questões práticas. Por
exemplo, pesquisava meios para evitar o embranquecimento dos cabelos, realizou experimentos sobre o uso
de cadeiras de rodas por pessoas deficientes, entre outros.
Durante o período que serviu o exército, teve vários sonhos que mudaram a sua vida. Conforme seu relato,
passou o dia 10 de novembro de 1619, sozinho em um quarto com aquecedor, mergulhado em pensamentos
sobre a matemática e a ciência, dormiu, sonhou e, no sonho, que ele mesmo mais tarde interpretou, foi
repreendido pela ociosidade. A partir desses sonhos, tomou a decisão de dedicar a sua vida à transformação
do conhecimento com a matemática e a ciência; começando com a Filosofia porque essa era a raiz de todas
as outras ciências.
Descartes, tinha necessidade de isolamento. Em 20 anos, morou em 13 cidades e em 24 casas diferentes.
Apenas seus amigos tinham o seu endereço. Sua única exigência era residir próximo a uma igreja católica
romana e a uma universidade.
Escreveu muitos trabalhos relacionados à matemática e a filosofia. Sua fama chamou a atenção da princesa
Cristina (na época com 20 anos), da Suécia, que solicitou que Descartes lhe ministrasse aulas de filosofia.
Mesmo tendo receio de falecer na Suécia ( sua saúde era frágil), mesmo relutando em abrir mão da sua
resolveu guardar um souvenir e cortou-lhe o dedo indicador direito. O corpo sem cabeça e sem um dedo foi
sepultado em Paris com muita pompa e cerimônia.
Um oficial do exército, algum tempo depois, desenterrou o crânio de Descartes e, durante 150 anos seu
crânio passou de um colecionador para o outro, até finalmente chegar a Paris, onde hoje está em exibição
no Museu do Homem.
René Descartes, é considerado o “pai da filosofia moderna”, porque, ao tomar a consciência como ponto de
partida, abriu caminho para discussão sobre ciência e ética, principalmente ao ressaltar a capacidade
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22/02/2021 AVA UNINOVE
O trabalho mais importante de Descartes para o desenvolvimento da psicologia moderna foi a tentativa de
distintas?
Por vários anos os intelectuais adotaram posturas opostas, com o argumento de que a mente ( a alma e o
espírito) e o corpo são de natureza diferentes.
Se a mente e o corpo são de naturezas diferentes, qual é a relação existente entre eles? Como interagem?
São independentes ou influenciam-se mutuamente?
Antes de Descartes, a teoria predominante afirmava ser a interação entre a mente e o corpo unilateral. A
mente era capaz de exercer influência sobre o corpo, enquanto este exercia pouco efeito sobre a mente.
Na teoria de interação mente-corpo de Descartes, a mente influencia o corpo, mas a influência deste sobre
a mente era maior do que se acreditava. A relação era bilateral e não unilateral.
Essa ideia foi considerada radical no século XVII e teve importantes implicações para a psicologia.
Acreditava-se que a mente era responsável pelo pensamento, pela razão, reprodução, percepção e
locomoção. Descartes, afirmava que a mente exercia uma única função, a do pensamento. Todos os demais
Descartes, redirecionou a atenção dos pesquisadores, que passaram do conceito teológico abstrato da alma
para o estudo científico da mente e dos processos mentais. As pessoas faziam apenas conjeturas a respeito
interagir dentro do organismo humano. A mente é capaz de exercer influência sobre o corpo do mesmo
modo que o corpo pode influenciar a mente.
A natureza do corpo
O corpo é composto de matéria física, logo tem características comum a qualquer matéria, ou seja, possui
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22/02/2021 AVA UNINOVE
Sendo o corpo uma matéria, as leis da física e da mecânica que regem o movimento e a ação da física
aplicam-se também a ele. Assim, o corpo é semelhante a uma máquina cuja operação pode ser explicada
pelas leis da mecânica que governam o movimento de todos os objetos do espaço. Seguindo esse raciocínio,
Descartes prosseguiu com a explicação do funcionamento fisiológico do corpo com base na física.
Descartes foi claramente influenciado pelo espírito mecanicista da época. Quando descrevia o corpo
humano, fazia referência direta às figuras mecânicas que vira. Comparava os nervos do corpo humano aos
canos dentro dos quais corria a água e os músculos e tendões às engrenagens e mola, por exemplo.
Os movimentos do autômato não resultavam da ação voluntária da máquina, mas de ações externas, por
indivíduo.
Seguindo essa linha de raciocínio, Descartes chegou à ideia do “ undulatio reflexa” - um movimento não
comandado ou não determinado pela vontade consciente de se mover. Com esse conceito, muitas vezes
Descartes é definido como autor da teoria do ato reflexo.
A interação mente-corpo
De acordo com a teoria de Descartes, a mente é imaterial, não tem substância física, mas é provida de
capacidade de pensamento e de outros processos cognitivos. Consequentemente proporciona aos seres
executada pelos músculos, tendões e nervos do corpo. Do mesmo modo quando o corpo recebe um estímulo
como a luz, a mente reconhece, interpreta essas dados sensoriais e determina a resposta adequada.
imagem de uma rosa. Assim, as ideias derivadas são produtos das experiências dos sentidos.
As ideias inatas são desenvolvidas pela mente ou pela consciência. Entre as ideias inatas identificadas por
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Descartes afirmava que, para conhecermos a verdade, é preciso colocarmos em dúvida todos os nossos
conhecimentos, questionando tudo para criteriosamente analisarmos se existe algo na realidade de que
possamos ter certeza plena, absoluta.
Fazendo uma aplicação metódica da dúvida, foi considerando incertas todas as percepções sensoriais, todas
as noções adquiridas sobre os objetos materiais; colocou em dúvida a existência de tudo aquilo que
da condição humana porque, embora ninguém possa ter certeza de nenhuma outra parte da existência, um
indivíduo sempre pode estar certo de que tem pensamento e razão. Assim, surge a famosa afirmação de
Método Cartesiano
Podemos destacar quatro regras básicas, da sua obra Discurso do Método, consideradas por Descartes
capazes de conduzir o espírito na busca da verdade:
1.Regra da Evidência – só aceitar algo como verdadeiro desde que seja absolutamente evidente por sua
clareza e distinção.
2.Regra de análise – dividir cada uma das dificuldades surgidas em tantas partes quantas forem necessárias
é, conduzir por ordem os pensamentos, começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de se conhecer
para somente depois lançar-se para os mais complexos.
4.Regra de enumeração – realizar verificações complexas e gerais para ter absoluta segurança de que
ATIVIDADE FINAL
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A. Racionalismo.
B. Empirismo.
C. Materialismo.
A. Simples e Complexas.
B. Derivadas e Inatas.
C. Complexas e Inatas.
REFERÊNCIA
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando – Introdução à Filosofia. 4ª.
ed. São Paulo: Ed. Moderna, 2009.
CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. 13ª. ed. São Paulo: Ed. Ática, 2006.
COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia – História e Grandes Temas. 15ª. ed. São Paulo: Ed. Saraiva,
2002.
KLEINMAN, Paul. Tudo o que você precisa saber sobre Filosofia. Tradução de Cristina Sant¿Anna. 3ª. Ed.
São Paulo: Ed. Gente, 2013
SCHULTZ, Duane P.; SCHULTZ, Sydney Elien. História da Psicologia Moderna. Tradução Adail Ubirajara
Sobral e Marta Stela Gonçalves. 5ª. ed. São Paulo: Ed. Cultrix. 1992.
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Locke e Hume
APRESENTAR AS PRINCIPAIS IDEIAS DE JOHN LOCKE E DAVID HUME
EMPIRISMO
Os defensores do empirismo afirmavam que todo o conhecimento é resultante da experiência
sensorial.
Assim, de acordo com a visão empirista, a mente evolui com o acúmulo progressivo das
experiências sensoriais.
John Locke e David Hume, foram representantes do Empirismo.
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Locke, rejeitou as ideias inatas de Descartes. Para Locke, alguns conceitos como Deus, pareciam inatos
porque nos eram ensinados na infância e não nos lembrávamos do tempo em que não tínhamos
conhecimento desses conceitos. Explicava a aparente natureza inata de algumas ideias fundamentado no
conceito de aprendizagem e do hábito.
Para Locke, a mente ao nascimento era como uma tábula rasa, uma lousa vazia. O ser humano nascia sem
qualquer conhecimento prévio. O conhecimento é adquirido por meio da experiência.
Sensação: as ideias resultantes da sensação (amarelo, branco, quente, frio, macio, duro, amargo, doce e
todas as demais qualidades denominadas sensoriais), ou seja, da estimulação sensorial direta causada por
objetos físicos presentes no ambiente, são simples impressões sensoriais.
Reflexão: Essas impressões sensoriais agem na mente, que também agem nas sensações, refletindo acerca
delas e, assim, gerando ideias.
No desenvolvimento do indivíduo, a sensação ocorre primeiro. Ela é precursora necessária da reflexão
porque é necessário haver primeiro um reservatório de impressões sensoriais para que a mente seja capaz
de refletir. Na reflexão, a pessoa se recorda de impressões sensoriais passadas e as combina de várias
maneiras para formar abstrações e outras ideias de nível superior.
A experiência gera ideias simples, que são ideias elementares, que surgem da sensação e da reflexão.
As ideias simples, se associam, tornando-se mais complexas. Assim, surgem as ideias complexas e formam
o conhecimento.
As ideias complexas podem ser analisas ou reduzidas a componentes mais simples. A análise da vida
mental na forma de ideias simples tornou-se fundamental para a nova psicologia científica.
A associação é a noção de que o conhecimento resulta da associação entre ideias simples para formar
ideias complexas. A teoria da associação foi um passo significativo para considerar a mente, tal como o
corpo - uma máquina. Assim como é possível desmontar um relógio, por exemplo, reduzindo suas peças a
componentes mais simples, podendo remontar esse relógio novamente tornando-o uma máquina mais
complexa era possível fazer o mesmo com as ideias.
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Qualidades Primárias: não podem ser separadas da matéria. Para existirem, independem da nossa
percepção. Por exemplo, tamanho, forma e movimento.
Qualidades Secundárias: são separadas da matéria – cor, odor, som, sabor. Para existirem, dependem da
nossa percepção. Por exemplo, se não mordermos um pêssego, o seu sabor não irá existir.
David Hume
Estudou filosofia, direito, história.
Nasceu em uma família humilde, na Escócia. Seu pai faleceu quando ele tinha dois anos.
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Aos 12 anos, foi enviado à Universidade de Edimburgo, onde graduou-se em Direito e tentou criar seu
Seu trabalho mais importante para a Psicologia foi “Tratado da natureza humana”.
Hume, apoiou a ideia de John Locke sobre a combinação de ideias simples para formar as ideias complexas,
analisou e esclareceu a teoria da associação.
Impressões e Ideias
Hume, traçava diferença entre dois tipos de conteúdo mental: impressões e ideias.
Impressões: referem-se aos dados fornecidos pelos sentidos, por exemplo, as impressões visuais, auditivas
e táteis. São as nossas sensações e percepções. São fortes e vividas.
Ideias Simples: são copias diretas de impressões que tivemos. A da bicicleta, é um exemplo de ideia
simples.
peixe. Nunca vimos uma sereia. Nunca tivemos uma impressão direta de uma sereia. Mas ela é um objeto de
complexas.
No exemplo em questão, entendemos o que é “mulher” e o que é “peixe”, pois já tivemos experiência com
uma mulher e com um peixe. Temos assim a ideia simples de uma mulher e a ideia simples de um peixe, que
é uma cópia da impressão que tivemos ao ter contato com uma mulher e com peixe. A imaginação, nos
permite misturar essas ideias simples e formar uma nova, a ideia complexa de uma Sereia.
A imaginação nos permite também misturar ideias complexas com uma outra ideia simples e formar uma
ideia mais complexa ainda. Por exemplo, imagine uma Sereia azul.
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Legenda: SEREIA.
1. Lei da Semelhança: quanto mais semelhantes forem duas ideias, mais rapidamente serão associadas.
Exemplo: O retrato de um escritor nos remete a ele e a sua literatura.
2. Lei da Contiguidade: quanto mais forte for a ligação entre duas ideias no tempo e no espaço mais
rapidamente serão associadas. Exemplo: Quando pensamos em um cômodo de uma casa pensamos nos
demais cômodos dessa casa.
3. Lei da Causa e do Efeito: Ao vermos uma pessoa ferida, pensamos na sua dor.
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A. Primárias e Secundárias.
B. Secundárias e Complexas.
C. Complexas e Primárias.
Associação.
Assinale a alternativa correta:
REFERÊNCIA
COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia – História e Grandes Temas. 15ª. ed. São Paulo: Ed. Saraiva.
2002.
KLEINMAN, Paul. Tudo o que você precisa saber sobre Filosofia . Tradução de Cristina Sant¿Anna. 3ª. Ed.
São Paulo: Ed. Gente. 2013
NICOLA, Ubaldo. Antologia Ilustrada de Filosofia: das origens à idade moderna. 1ª. ed. São Paulo: Globo,
2005
SCHULTZ, Duane P.; SCHULTZ, Sydney Elien. História da Psicologia Moderna. Tradução Adail Ubirajara
Sobral e Marta Stela Gonçalves. 5ª. ed. São Paulo: Ed. Cultrix. 1992.
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Kant
APRESENTAR AS PRINCIPAIS IDEIAS DO FILÓSOFO IMMANUEL KANT
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Aos 8 anos, frequentou o Collegium Fridericianum, onde estudou o classicismo. Permaneceu nesse colégio
até completar 16 anos de idade. Em seguida, se inscreveu na universidade de Königsberg para estudar
Filosofia e Matemática.
Com a morte seu pai em 1746, trabalhou como preceptor de famílias nobres para prover o seu sustento. Foi
durante esse período que publicou muitas de suas ideias filosóficas.
Durante 15 anos, trabalhou como conferencista na Universidade de Königsberg. Em 1770, tornou-se
professor de metafísica e lógica.
Aos 57 anos, publicou sua principal obra “Crítica da razão pura”.
Era um homem extremamente metódico tanto em sua vida particular quanto em sua vida prática.
Lecionou na Universidade de Königsberg até 1796, quando se aposentou.
No século XVIII, as questões referentes ao conhecimento giravam em torno da controvérsia entre os
racionalistas e empiristas.
O problema do conhecimento humano é uma das mais importantes questões que dominam o pensamento
de Kant.
Kant, não concordava com os empiristas que acreditavam que todo o conhecimento era resultante da
experiência sensorial e, que a mente evoluía com o acúmulo progressivo dessas experiências. Também, não
concordava com os racionalistas que afirmavam que somente a razão pode levar a um conhecimento
rigoroso.
Segundo Kant, a experiência fornece a matéria do conhecimento, enquanto a razão organiza essa matéria
de acordo com suas formas próprias e estruturas existentes a priori no pensamento.
Criticismo
" O termo designa a atitude filosófica inaugurada por Kant que consiste em submeter à
crítica os resultados da própria atividade mental e de toda experiência humana, a fim de
estabelecer os seus limites, a sua validade e a sua possibilidade"
O conhecimento empírico (a posteriori) : é constituído de algo que recebemos de fora; se refere aos dados
fornecidos pelos sentidos, baseia-se na experiência. É posterior à experiência.
Exemplos:
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O conhecimento puro (a priori): Não depende de quaisquer dados dos sentidos. Nasce puramente de uma
operação racional. Não se baseia na experiência.
Exemplos:
Duas linhas paralelas jamais se encontram no espaço.
“2+2=4”
Juízo Analítico: é aquele em que o predicado já está contido no conceito do sujeito. É dedutível.
Exemplos:
Juízo Sintético: é aquele em que o predicado não está contido no conceito do sujeito. Depende da
experiência concreta.
Exemplos:
Todas as mulheres são alegres.
Confira agora um vídeo sobre Kant, com o Prof. Antonio Joaquim Severino, da série Os Filósofos e a
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A. Analíticos e Sintéticos.
B. Analítico e Complexo.
C. Sintético e Complexo.
C. Baseia-se na experiência.
REFERÊNCIA
COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia – História e Grandes Temas . 17ª. ed. São Paulo: Ed. Saraiva,
2013.
KLEINMAN, Paul. Tudo o que você precisa saber sobre Filosofia. Tradução de Cristina Sant¿Anna. 3ª. Ed.
São Paulo: Ed. Gente, 2013
NICOLA, Ubaldo. Antologia Ilustrada de Filosofia: das origens à idade moderna. 1ª. ed. São Paulo: Globo,
2005
SCHULTZ, Duane P.; SCHULTZ, Sydney Elien. História da Psicologia Moderna. Tradução Adail Ubirajara
Sobral e Marta Stela Gonçalves. 5ª. ed. São Paulo: Ed. Cultrix, 1992.
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INDEPENDENTE.
necessária uma visão panorâmica e crítica da psicologia contemporânea. O conceito de ciência, como se
conhece atualmente, data do século XIX, e só na segunda metade deste século surgiram pessoas
interessadas no estudo do psicológico. Para que a Psicologia fosse reconhecida como ciência era preciso:
Os temas da Psicologia estavam dispersos entre especulações filosóficas, ciências físicas e biológicas e
ciências sociais. o que restaria para uma psicologia como ciência independente? Nada! Foi o que respondeu
um importante filósofo francês do século XIX, Auguste Comte (1798-1857). A psique, a mente, não é um
objeto observável, não se enquadra nas exigências do positivismo. Havia a possibilidade de uma psicologia,
mas sempre como uma área de conhecimento parcialmente dependente ou da biologia ou da sociologia.
(FIGUEIREDO, 2004)
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conhecimento, conforme nos indica Figueiredo (2004). São também necessárias duas condições:
a) uma experiência muito clara da subjetividade privatizada; e
b) a experiência da crise dessa subjetividade.
Nas palavras de Figueiredo (2004, p. 18) “ter uma experiência da subjetividade privatizada bem nítida é
para nós muito fácil e natural: todos sentem que parte de suas experiências é íntima, que mais ninguém
tem acesso a ela”. Podemos manter a privacidade de nossos pensamentos e sentimentos, somos livres para
decidirmos nosso destino. Vivenciamos a solidão, a sensação de vida única, original e incomunicável.
A experiência de individualidade, ocorre e se aprofunda em uma sociedade com determinadas
características e, em geral, em situações de crise social. Quando as velhas crenças e tradições se perdem,
referências como religião e família se modificam, o homem se vê na necessidade de construir referências
internas. Questões como: quem sou eu, como sinto, o que desejo, o que considero justo e adequado, são
formadoras da experiência da subjetividade privatizada. Nessa situação, o homem descobre que é capaz de
tomar suas próprias decisões e que é responsável por elas. (FIGUEIREDO, 2004)
Constituição e desdobramentos da noção de subjetividade na Modernidade
A noção de subjetividade privada, ou dito de outra forma, o sujeito moderno surge e se constitui nos três
séculos que vão da passagem do Renascimento para a Idade Moderna. Há uma perda de referências em que
o homem se vê sozinho, tendo que arcar com as consequências de suas escolhas. Nesta passagem, o homem
é cada vez mais valorizado e colocado no centro do mundo – antropocentrismo, em oposição ao
teocentrismo que foi vigente durante a Idade Média. A crença em Deus permanece, mas ele agora está
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individualismo e a descrença fazem surgir as reações Racionalista e Empirista. Surgem reações também no
campo da religião com a Reforma e a Contrarreforma, que favorecem tanto a individualidade quanto o
controle do indivíduo. (FIGUEIREDO, 2004)
O filósofo René Descartes (1596-1650), preocupado em buscar a verdade livre de erros e crenças, e não
querendo se entregar ao ceticismo, se propõe uma dúvida metódica da qual resulta sua constatação de que
enquanto ele duvida, existe a ação de duvidar, e essa ação requer um sujeito. Daí nasce a famosa frase
"penso, logo existo", que caracteriza o Racionalismo. Já para Francis Bacon (1561-1626), considerado o pai
do Empirismo moderno, filósofo contemporâneo de Descartes, a razão deve estar apoiada na experiência
objetiva dos sentidos. Descartes e Bacon são os pioneiros do Método que marcou a modernidade até os dias
atuais. (FIGUEIREDO, 2004 e NICOLA, 2005 )
absoluta. Filósofos empiristas, como Locke e Hume, afirmam que o “eu”, em vez de senhor de suas ações,
seria o fruto de suas experiências. Não existiria o sujeito soberano de suas ações.
Immanuel Kant ou Emanuel Kant (1724-1804), filósofo iluminista do século XVIII, se opõe a estas
afirmações tão radicais, mas aceita a problematização da crença em conhecimentos absolutos. Segundo
Figueiredo (2004, p. 33) Kant teria afirmado que “a única forma de produzirmos algum conhecimento válido
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é nos restringimos ao campo dos fenômenos, pois as "coisas em si" (independentes do sujeito) são
incognoscíveis”. Mas, ainda assim, para Kant todo o conhecimento repousa na subjetividade humana, que
seria não a subjetividade particular de cada indivíduo, mas a subjetividade transcendental e universal do
Homem.
O Romantismo, movimento filosófico do final do século XVIII, contrapõe o Iluminismo em seu aspecto
racionalista e afirma que o homem é um ser passional e sensível. Há uma valorização da natureza e dos
impulsos, por vezes muito superiores à consciência do homem, e às regras da civilização. A razão perde a
sua soberania, e o “eu” racional e metódico já não é mais o eixo da subjetividade, mas apenas uma
superfície mais ou menos ilusória que encobre algo profundo e obscuro. Para o Romantismo, o ser humano
possui níveis de profundidade que ele desconhece. (FIGUEIREDO, 2004)
No século XIX, ocorreu a deposição do "eu" de seu lugar privilegiado de diversas maneiras. A ideia de que o
comportamento do homem é determinado por leis que não pode controlar, e que nem mesmo conhece, está
presente no pensamento de Marx, entre outros. A teoria da evolução de Darwin destitui o homem de sua
origem divina, feito à imagem e semelhança de Deus. Nietzsche denuncia o caráter ilusório e não
necessário de todo o fazer humano. Crer em algo fixo e estável seria uma necessidade humana,
Nietzsche desconstrói a "ideia" platônica de Deus. Para ele, o sujeito moderno de Descartes ou de Bacon são
criações humanas, na tentativa de crer que tem controle sobre o devir. (FIGUEIREDO, 2004)
um deve ser especializado no que produz. Quando esta troca se torna comércio, as leis de mercado e a
barganha acentuam a busca do privilégio para si. O lucro de um pode ser o prejuízo do outro, cada um deve
defender seus próprios interesses. O mercado rege e universaliza a experiência de que os interesses de cada
produtor são para ele mais importantes do que os interesses da sociedade como um todo e assim deve ser.
(FIGUEIREDO, 2004)
Além disto, surge com o capitalismo o mercado de trabalho, em que uns detêm os meios de produção
enquanto os outros precisam alugar sua capacidade de trabalho para poder comprar o que necessitam. A
relação de exploração e violências é vasta. Nas sociedades pré-capitalistas, no sistema feudal, havia
relações entre senhores e servos que, por um lado, continham um elemento de exploração de uns pelos
outros, mas por outro lado, estabeleciam obrigações de proteção, defesa e apoio dos fortes em relação aos
meios de sustentação. Perde a solidariedade que havia em sua família ou aldeia, que por sua vez deixaram
de ser autossuficientes. Perde a proteção que havia no sistema feudal de um senhor, que mesmo que
explorasse, também amparava na doença e na velhice. No sistema capitalista, o que emprega o assalariado
não o manterá se ele ficar doente. Existe sim a liberdade de lutar por condições melhores, de mudar de
posição na sociedade - nasce pobre, mas pode morrer rico. Todavia, se pode subir, pode também descer,
pode chegar à miséria sem que ninguém se preocupe com ele. (FIGUEIREDO, 2004)
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Francesa, os homens são iguais em capacidade e direitos. Todos devem ser livres e solidários uns com os
outros, sem renunciar a essa liberdade. É possível supor que possam ser fraternos. No Romantismo
reconhece-se a diferença entre os indivíduos, e a liberdade é exatamente a liberdade de ser diferente.
Estes ideiais de liberdade, das diferenças singulares, etc. geraram "inconvenientes" para aqueles que
queriam manter a ordem e a produção. Buscando reduzir estes "inconvenientes", foi se instalando, e sendo
aceito entre nós ocidentais e modernos, um verdadeiro sistema de docilização, de domesticação dos
indivíduos, sistema que coloca em risco tanto as ideias liberais como as românticas: O Regime Disciplinar.
(FIGUEIREDO, 2004)
REGIME DISCIPLINAR
Elaboração e aplicação de técnicas "científicas" de controle social e individual, ou, disciplinas. As
disciplinas vêm impondo padrões e controles muito fortes às condutas, à imaginação, aos
sentimentos, aos desejos e às emoções individuais. “Faz parte de seu modo de funcionamento
dissimular-se, esconder-se, deixando-nos crer que somos cada vez mais livres, profundos e
singulares” (p.46). Os efeitos vão se fazendo sentir no mal-estar e suspeita dos homens em relação
A crise da subjetividade ocorre quando as diferenças individuais, as liberdades de cada um são, em grande
parte, ilusões: “quando os homens passam pelas experiências de uma subjetividade privatizada e ao mesmo
tempo percebem que não são tão livres e tão singulares quanto imaginavam, ficam perplexos”.
pensam sobre si mesmas. Por outro lado, o Estado tem a necessidade de recorrer a práticas de previsão e
controle: como lidar melhor com os sujeitos individuais; como educá-los de forma mais eficaz, treiná-los,
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selecioná-los para os diversos trabalhos. Surge a demanda por uma psicologia aplicada, principalmente nos
campos da educação e do trabalho. Os tempos estão ficando maduros para uma psicologia científica. Os
estudos da Psicologia como ciência se desenvolveram marcados por uma contradição: de um lado, a ideia de
que a ciência moderna apregoa sujeitos livres que dominam a natureza; por outro, a ideia de que estes
devem dominar a própria subjetividade, para garantir a "objetividade", ou seja, a validade intersubjetiva dos
fato positivo, o preciso, a certeza. Existe o pressuposto de que o cientista tem o poder e o direito conhecer
os fenômenos naturais, dominá-los e manipulá-los em experimentos bem controlados, colocando a
natureza a seu serviço. Por um lado, vive-se um período em que se acredita que o sujeito moderno, a
subjetividade privatizada, individualizada, tem o direito de exercer sua liberdade, tomando decisões por si
mesmo. Por outro lado, a ciência moderna exige objetividade do cientista, que deixe de lado seus
preconceitos, seus sentimentos e seus desejos em busca do conhecimento verdadeiro. (FIGUEIREDO, 2004)
contraposição, (...) muitos psicólogos repudiam essa meta de conhecer para dominar os
meandros da subjetividade e afirmam, ao contrário, que o que interessa é conhecer esses
aspectos profundos e poderosos do "eu" para dar-lhes voz, para expandi-los, para fazê-los
O reconhecimento da Psicologia como ciência independente está associado com o trabalho do alemão W.
Wundt (1832-1920). Foi considerado um pioneiro da psicologia científica, tendo formulado um projeto de
psicologia como ciência independente. Criou instituições de pesquisa e ensino da psicologia e formou
inúmeros psicólogos.
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No panorama cultural do século XIX, Wundt concebeu uma psicologia como ciência intermediária entre as
ciências da natureza e as ciências da cultura. Sua obra se estende da psicologia experimental fisiológica, em
situações controladas em laboratório, para analisar os processos elementares da vida mental controlados
pelo ambiente (físico) e pelo organismo (fisiológico) à psicologia social, pela análise dos fenômenos
culturais - a linguagem, os sistemas religiosos, os mitos, etc. - processos superiores da vida mental. Para
Wundt, o objeto da Psicologia era: a experiência imediata. (FIGUEIREDO, 2004)
Experiência imediata é a experiência tal como o sujeito a vive antes de se pôr a pensar
sobre ela, antes de comunicá-la, antes de “conhecê-la. É, em outras palavras, a
experiência tal como se
dá”.
Para Wundt o conceito de homem era de uma “unidade psicofísica” Sendo assim, para analisar a experiência
imediata, era necessário aproximar-se tanto das ciências naturais quanto das ciências da sociedade e da
cultura. Seu método acabou por criar duas psicologias: psicologia experimental e psicologia social, o que
gerou muitas dificuldades metodológicas. Muito discípulos de Wundt abandonaram o seu método e
procuraram soluções mais simples. (FIGUEIREDO, 2004)
O projeto de Titchener
Titchener (1867-1927), foi aluno de Wundt na Alemanha e depois foi para os EUA, sendo o principal
responsável pela divulgação da obra de seu mestre neste país. Para ele o objeto da psicologia era
a experiência dependente de um sujeito. E o sujeito era considerado puro organismo, um sistema nervoso.
Abandona a experiência imediata. Não nega a existência da mente, mas parte de um pressuposto de
paralelismo psicofísico, em que atos mentais e processos psicofisiológicos ocorrem lado a lado. Um não
causa o outro, mas o fisiológico explica o mental. Abandona a psicologia social de Wundt. Afirma que é
possível fazer psicologia usando, exclusivamente, os métodos das ciências naturais: a observação e a
e atos psíquicos (mentais) como maneira de se adaptar ao meio, formas de interação adaptativa. As
características orgânicas e comportamentais seriam adequadas a sua adaptação ao ambiente. Já um certo
nível de adaptação envolve as capacidades de sentir, pensar, decidir, etc. o nível propriamente psíquico.
Como os atos psíquicos se expressam em comportamentos que podem ser facilmente observáveis, é possível
estudar a mente em seus processos com base nos comportamentos adaptativos. Este movimento não se
manteve de forma independente, tendo sido dissolvido, mas suas ideias influenciaram os estudos de
psicologia no campo das ciências naturais, e influenciam ainda hoje. (FIGUEIREDO, 2004)
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O comportamentalismo
No início do século XX, surge um movimento que se opõe totalmente à psicologia de Titchener e
e experimentação. Era preciso abandonar de vez a auto-observação e adotar métodos mais objetivos.
Parte da ideia de que o "sujeito" do comportamento é um organismo, e não um sujeito que sente, pensa,
decide, deseja ou é responsável por seus atos. Compara o ser humano, enquanto organismo, como
semelhante a qualquer outro animal. Passa a realizar estudos com animais em laboratório, e se interessa
apenas pelo comportamento observável. Seu objetivo era prever e controlar os comportamentos de forma
mais eficaz. (FIGUEIREDO, 2004; SCHULTZ e SCHULTZ, 2009)
B. E Skinner (1904-1990), psicólogo americano, posterior a Watson, desenvolveu um outro projeto de
psicologia científica. Também era comportamentalista, mas o projeto de Skinner afasta-se bastante de
Watson. Sua obra foi de grande importância e foi reconhecido na década de 1950, como um dos maiores
psicólogos do mundo. (FIGUEIREDO, 2004; SCHULTZ e SCHULTZ, 2009)
A psicanálise
O surgimento da psicanálise, de todo seu corpo teórico, e de sua história como movimento estão
diretamente ligadas à vida e obra de seu criador, Sigmund Freud.
Freud causou uma revolução do pensamento no século XX, na maneira de se pensar o ser humano. Seus
estudos voltaram-se para a personalidade humana e seus distúrbios. Estava bem afastado dos laboratórios
universitários. Seu objeto de estudo eram os distúrbios da personalidade, o comportamento anormal e não
a consciência e comportamento. Voltou-se para o Inconsciente, como objeto da psicanálise. E seu método
consistia na observação clínica, autoanálise sem experimentação laboratorial controlada. Seu método
clínico era descrito de maneira rigorosa em função de sua influência positivista. Utilizou a interpretação
dos sonhos como uma das formas de acesso aos conteúdos inconscientes. (SCHULTZ e SCHULTZ, 2009)
ATIVIDADE FINAL
condições:
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homens para decidir e agir de acordo com sua própria cabeça e sem
qualquer tipo de limitação.
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REFERÊNCIA
FIGUEIREDO, Luiz Claudio. Psicologia, uma (nova) introdução. 2 ed. São Paulo, Educ, 2004.
NICOLA, Ubaldo. Antologia Ilustrada de Filosofia: das origens à idade moderna. São Paulo, Editora Globo,
2005.
SCHULTZ, Duane P.; SCHULTZ, Sidney E. História da psicologia moderna. 9 ed. São Paulo, Cengage
Learning, 2009.
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Relação entre História e Psicologia
missionários que nos legaram seus escritos com suas vivências e observações sobre a cultura indígena.
Nestes escritos pode-se obter informações sobre as doutrinas e práticas psicológicas dos índios. Há também
a influência da cultura ocidental, trazida pelos colonizadores, nas diferentes matrizes filosóficas:
escolástica, empirista e iluminista. Esta influência inspira as conceituações psicológicas contidas em vários
tratados de autores brasileiros que abordam temas como: medicina, moral, teologia, pedagogia, política,
arquitetura. Nestas obras há páginas dedicadas às questões da vida psíquica, embora não sejam tratados de
PERÍODO PRÉ-INSTITUCIONAL
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Para iniciarmos um estudo em História da Psicologia no Brasil, temos que levar em consideração o estudo
missionários e viajantes, o que permitiu reconstruir a cultura indígena e suas práticas psicológicas.
(MASSIMI, 1990)
Logo após a descoberta do Brasil aqui chegaram missionários, de três congregações religiosas, com o intuito
de catequizar o indígena. Foram eles, beneditinos, franciscanos e jesuítas que trouxeram conhecimentos de
estrangeiros com seus filhos. Desde cedo, as crianças participam da vida social da aldeia, as crianças vão
para a roça acompanhando os adultos e participam das práticas higiênicas. Também animam as festas. As
festas comunitárias reforçam a segurança emocional da criança, que participa das atividades, não existe
uma divisão entre as vidas das crianças e dos adultos. Não existem castigos e nem punições físicas e morais
e as crianças são obedientes a seus pais. O segredo da educação indígena é a relação de dependência e
estima entre filhos e pais. (MASSIMI, 1990)
A participação das crianças em todas as atividades da tribo facilita o processo de aquisição da identidade
tanto pessoal quanto social. Massimi cita a Erikson (1972, p. 49) quanto ao sentimento de identidade:
Para as crianças indígenas, a percepção desta continuidade é muito imediata: ao participarem das
atividades da tribo vivenciam infância e cultura em um único mundo. Ainda quanto ao papel social na tribo,
é interessante destacar o hábito indígena de ao nascer um menino, este receber o arco e flechas, para
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O fato da mulher indígena ter papel social na tribo, chamou atenção dos missionários da época. Eram bem
tratadas por seus companheiros, andavam juntos, havia um cuidado com a segurança da mulher. Fernão
Cardim (1625, apud Massimi, 1990, p. 12) destaca que quando se afastam da aldeia e seguem por caminhos
desconhecidos: "a mulher costuma seguir o homem para que, se algum inimigo armar ciladas no caminho, o
homem possa enfrentar o adversário e ela tenha tempo para fugir." Continua ainda a autora, citando o
misionário Cardim (p.12): "Pelo contrário, regressando à aldeia, de volta da roça ou de qualquer outro lugar,
a mulher precede o homem pela estrada segura e conhecida, e o homem vai atrás, de maneira que, se o
inimigo atacar às costas, o homem possa detê-lo e a mulher possa escapar correndo na direção da aldeia."
Raramente havia briga entre o casal. Diferente da mulher portuguesa, que vivia enclausurada e
inferiorizada, a indígena “tinha liberdade e participação social”. (p.12) A função social da mulher na
sociedade indígena consistia, entre outras atividades, na atribuição de receber os hóspedes, guardar a
memória da tribo e vigiar os prisioneiros. As mulheres também “participam, juntamente com os homens, de
todos os trabalhos, festas, danças e rituais da vida da comunidade” (MASSIMI, 1990, p. 13).
Outra grande diferença entre a mulher indígena e a portuguesa, diz respeito à maternidade e parto. As
mulheres indígenas dão à luz e, logo em seguida, vão para o rio se banhar. As indígenas amamentam seus
filhos até um ano e meio ou mais. Enquanto fazem suas atividades as mães indígenas trazem seus filhos
junto ao corpo amarrados por uma “typoya”. Os filhos são muito amados e permanecem com as índias todo
o tempo. (MASSIMI, 1990)
Na cultura portuguesa os filhos recém-nascidos eram levados pelas amas de leite que passavam a
amamenta-los e cuidá-los. Nesta comparação se verifica uma distância nos laços afetivos entre os
portugueses e seus filhos. Os missionários, ao perceber isto, tiveram sua atenção despertada e passaram a
observar o indígena não como um selvagem, mas como alguém mais adiantado em alguns aspectos do que a
própria sociedade europeia. (MASSIMI, 1990)
CONHECIMENTOS PSICOLÓGICOS NA CULTURA CATÓLICA DO BRASIL COLONIAL
A cultura católica brasileira recebeu a contribuição de três congregações religiosas, que foram: jesuítas;
beneditinos e franciscanos. Em especial, a contribuição dos jesuítas foi muito importante. Os jesuítas, ao
conviver com os indígenas, começaram a desenvolver outros temas, tais como a pedagogia e a teologia
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Em uma época em que a Coroa Portuguesa não oferecia educação à população da colônia, os jesuítas
desenvolveram a educação no Brasil no contexto da cultura católica. Os jesuítas foram os responsáveis pela
criação de várias escolas, “escolas de ler e escrever”, numa tentativa de educar os filhos dos índios. Na
Bahia criaram colégios, como o “Menino de Jesus”, em uma tentativa de educar, na mesma escola, filhos de
Dois livros de pedagogia, que contêm ideias psicológicas, foram publicados pelos jesuítas: “A arte de crear
bem os filhos idade puerícia” de 1685, de Padre Alexandre Gusmão e “Nova escola para ensinar a ler,
escrever e contar” de 1722, de Padre Manoel de Andrade Figueiredo. (MASSIMI, 1990, p.14)
Os padres jesuítas indicavam o leite materno como o principal alimento para a criança, e o ato de
A educação para os jesuítas era comparada ao ato de plantar boas sementes. Recomendavam que os
ensinamentos deveriam acompanhar o ritmo de compreensão da criança, para que ela não desanimasse
Anchieta só utilizava castigos morais. Tinham uma visão determinista, em que a educação era fundamental
para o desenvolvimento da criança e a formação do adulto. Partiam do princípio de que a criança é uma
“tábua rasa”, pronta para que se formem nela quaisquer imagens. (MASSIMI, 1990, p.15)
As mulheres não tinham acesso à educação, pois eram consideradas inferiores. Alguns padres jesuítas:
Alexandre Gusmão, Manoel da Nóbrega e Antônio Vieira defendiam a educação da mulher. Pode-se atribuir
esta percepção da importância da educação da mulher a convivência dos jesuítas com os indígenas e o papel
destacado que a mulher ocupava socialmente. (MASSIMI, 1990)
Os jesuítas foram expulsos dos territórios portugueses e brasileiros em 1759, pelo Marques de Pombal. Com
isso, ficaram extintas a educação e o sistema escolar proposto pelos jesuítas, o que representou um atraso
para os brasileiros.
A concepção de homem, adotada pelos jesuítas na época, era antropológica e interdisciplinar, o homem era
visto como composto por duas entidades: mente e corpo, matéria e espírito, de tal modo que um
influenciava o outro. A importância de se “bem conhecer”, para se ter controle sobre as próprias ações, era
destacada nos Sermões. São ideias psicológicas que aparecem nos escritos de educação religiosa, para toda
a população e também destinado à pregação nas igrejas. Aparecem, também, nos Tratados de Teologia
Moral. Afirmavam que o autoconhecimento era importante por permitir ao sujeito libertar-se através da
palavra ao comunicar para outra pessoa a experiência vivenciada, permitindo a catarse. (MASSIMI, 1990)
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Para se “bem conhecer”, ou autoconhecer, era necessário “sair de si mesmo”. Padre Pina colocava que esta
experiência interior permitia acesso à subjetividade. O “sair de si mesmo” significa afastar-se das emoções.
Hoje, podemos pensar na separação da razão e emoção. (MASSIMI, 1990).
Passaram a se interessar pelas “paixões e seus remédios” pelos efeitos práticos que as mesmas tinham na
vida dos sujeitos. Assim, ao se ter acesso aos estudos e efeitos comportamentais das paixões, se identifica
os meios para controlá-las e modificá-las. Entendiam que as paixões tinham origem física com relações
fisiológicas, comportamentais e subjetivas. Cabe destaque para um sermão do Padre António Vieira: A
fenomenologia da tristeza. Acreditavam que as paixões em excesso podem comprometer o equilíbrio
psicofísico do indivíduo levando-o a uma enfermidade. (MASSIMI, 1990)
Na época, os padres jesuítas entendiam que a tristeza pode ter origem na saudade causada pela ausência do
objeto amado. A lembrança deste estimularia a emoção. Propunham como remédios para essa emoção,
ações a serem desenvolvidas em dois planos: a) plano Intelectual: afastar o objeto penoso da memória,
substituindo-o por outra representação; b) plano da Comunicação: manifestação da emoção penosa pela
verbalização como uma função catártica. (MASSIMI, 1990)
A “Terapia da Melancolia” do Pe. Siqueira, era outra forma de remédio para a tristeza, que consistia em
comer, beber, dormir, lazer e cantar. Recomendava também que buscasse um “amigo prudente” para contar
seu sofrimento e sentir-se aliviado. Já se podia identificar a função terapêutica do diálogo, princípio da
Brasil Colonial. Ainda não se trata da psicologia moderna. A base teórica estava na antropologia cristã, o
sujeito era concebido como uma unidade psicofísica (corpo e espírito), e o objeto deste conhecimento era
Ideias iluministas e doutrinas médicas do século XVIII: pressupostos para a constituição de uma ciência do
homem.
No século XVIII, ainda não havia universidades no Brasil. Os intelectuais brasileiros na época iam fazer a
formação nas universidades europeias. Destes, alguns ao retornar ao Brasil, se destacaram em solo nacional
introduzindo aqui seus conhecimentos, entre eles: Mathias Aires, Francisco de Mello Franco e José Joaquim
Azevedo Coutinho.
Francisco de Mello Franco, trouxe os postulados do modelo científico em que propõe deixar de lado todas as
hipóteses especulativas sobre as causas dos fenômenos. Priorizava uma postura pragmática investigativa.
Com as influências do Iluminismo e do método científico se desenvolve uma nova psicologia e uma nova
psicopatologia. Mello Franco postulava que o estado físico do organismo determina os fenômenos do
espírito. Para conhecer sobre os sujeitos é preciso estudar os distúrbios psíquicos reduzindo seu
funcionamento ao organismo. Uma vez conhecidos, podem ser prevenidos e tratados com remédios físicos
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Foram elaborados tratados de higiene para substituir os tratados de teologia moral, religiosos. Culpa e
castigo, com uma conotação moral, foram substituídos por infração e distúrbio, conotação física. As
punições eram dadas pelas regras gerais de higiene. (MASSIMI, 1990)
Desta forma, o sujeito deixa de ser ativo em seu processo de cura e passa a ser objeto, em que a eficácia da
terapia é atribuída à força dos remédios físicos. O saber do médico não é intuitivo, ou na forma de
compreensão, como no caso do sacerdote. É fruto uma análise objetiva própria do conhecimento científico.
(MASSIMI, 1990)
ATIVIDADE FINAL
indígena.
europeia da época.
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seu desenvolvimento.
II. Desconsiderar o que apreenderam com os indígenas.
se destacar:
mesmo".
III. Os padres jesuítas acreditavam que as paixões em excesso podem
REFERÊNCIA
MASSIMI, M. Conhecimentos psicológicos no Brasil Colonial. In: História da psicologia brasileira: da época
colonial até 1934. São Paulo: EPU, 1990.
______________. Representações acerca dos índios brasileiros em documentos jesuítas do século XVI. In:
Memorandum, 5, 2003. pp. 69-85.
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Período Institucional
A PRESENÇA DAS IDEIAS PSICOLÓGICAS COMO CONHECIMENTO NOS DISCURSOS: MÉDICO,
partir da Independência do Brasil, em 1822. O poder estatal passa a gerenciar e controlar as áreas da saúde,
da educação, da religião e da moral, no âmbito dos papeis individuais com vistas a estruturar a sociedade de
forma mais precisa e ideológica para a garantia dos poderes estabelecidos.(MASSIMI, 1990)
A criação de instituições educacionais, em que o saber é um instrumento, servem a este objetivo de
manutenção da lógica hegemônica. São criadas escolas, colégios, faculdades, sociedades científicas,
revistas, bibliotecas. (MASSIMI, 1990)
A Psicologia, ainda não era uma ciência autônoma e era utilizada como área de conhecimento por
outras ciências. As ideias psicológicas eram utilizadas nas escolas e instituições, em outras áreas do saber
como: medicina, filosofia, pedagogia e teologia moral. Estes conhecimentos eram chamados de discursos
psicológicos.
PSICOLOGIA E FILOSOFIA
No ensino filosófico, na disciplina de Filosofia na Faculdade de Direito de São Paulo, são feitos
estudos sobre subjetividade como propedêutica, isto é, estudos que precedem, de forma preparatória a
especialização profissional, para o entendimento quanto as relações entre a teoria e a prática jurídica.
(MASSIMI, 1990).
É possível observar linhas de influência na psicologia filosófica, tais como: a escola sensualista
francesa, com Avallar Brotero; o empirismo moderado nos tratados de Antônio Genovesi (italiano que tem
as obras traduzidas na biblioteca da Faculdade de Direito); o humanismo filantrópico, com C.M. Galvão
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Bueno. A influência do pensamento positivista também se faz presente, no final do século XIX. (MASSIMI,
1990)
PSICOLOGIA E TEOLOGIA MORAL
De acordo com Massimi (1990), a psicologia é estudada nos seminários episcopais e nas escolas de
formação religiosa, seja de forma especulativa, ou como conhecimento prático do comportamento humano.
O interesse era conhecer a subjetividade humana em seus aspectos sentimentais e morais, bem como
os desvios morais e psicológicos. O objetivo de conhecer o comportamento humano tinha em vista que se
pudesse controlá-lo, corrigi-lo e assim evitar os desvios e os pecados. Sendo assim, inseriram termos da
psicologia cientifica nos estudos realizados no âmbito da religião.
Havia duas maneiras de estruturar o conhecimento psicológico: a psicologia racional, em que o objeto
de estudo é a natureza e as propriedades essenciais da alma; e a psicologia empírica experimental que
buscava o conhecimento das faculdades e dos fenômenos psíquicos. A psicologia racional usava o método
Normais, assim chamadas as escolas que objetivavam formar os docentes brasileiros na época.
Massimi (1990) destaca que era objetivo da psicologia estudar as leis gerais e objetivas do
desenvolvimento do homem e que, com isto, se tornava possível deduzir as normas e os princípios
pedagógicos que orientariam o processo de ensino e aprendizagem. Deste modo, a psicologia buscava
definir significados, funções e características da dinâmica evolutiva das faculdades psíquicas, enquanto a
pedagogia se preocupava em encontrar meios e métodos para o desenvolvimento destas faculdades.
As Escolas Normais foram criadas visando formar professores de forma adequada às necessidades do
sistema educacional brasileiro. Era necessário “educar” a população, que ainda não tinha acesso às escolas.
As escolas passaram a ser um local de construção, de produção de cidadãos exemplares e o ensino tinha a
finalidade de fazer a adaptação social do homem, de "moldar" o novo homem de acordo com as necessidades
da nova sociedade.
Neste cenário, a função da psicologia é possibilitar uma educação como forma de adaptação ao meio.
Visava, a partir do conhecimento do processo evolutivo do ser humano, estabelecer novos princípios
pedagógicos para formar o homem produto e peça do organismo social. Sendo assim, nas Escolas Normais, a
disciplina “Methodica e Pedagogia” passou a ter grande relevância, pois vários tópicos da psicologia eram
abordados. Eram estudados temas como: a atividade sensorial, a inteligência e suas operações, a
sensibilidade moral e a vontade, os hábitos, os métodos didáticos e de aprendizagem. (MASSIMI, 1990)
PSICOLOGIA MÉDICA
Outras instituições também utilizaram os conhecimentos psicológicos, entre elas as faculdades de
medicina. As primeiras faculdades de Medicina do Brasil foram fundadas em 1832, em Salvador e no Rio de
Janeiro.
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No século XIX, a medicina e a sua cultura eram utilizadas como um instrumento importante do poder
do Estado. Havia o interesse em elaborar um Projeto de Higiene Social da Nação. Este projeto visava ter um
controle social dos indivíduos e da população, estabelecendo normas de conduta e patologizando os
comportamentos considerados fora das normas, ou anormais. O interesse pela psicologia existente nos
currículos, nos manuais e na produção cultural da faculdade, é justificado na medida em que este
conhecimento oferecia “meios de controle social dos indivíduos e das populações e para o ‘patologização’
do comportamento anormal. ” (MASSIMI, 1990, p. 38).
Vários tratados médicos abordavam temas de natureza psicológica e também os alunos da faculdade
de medicina ao elaborarem suas teses, para obtenção do grau de doutor, dedicavam seus estudos a estes.
Entre os temas mais estudados estavam: psicologia da mulher; doenças relacionadas à sexualidade;
aspectos emocionais do casamento e da relação familiar; a higiene do desenvolvimento infantil, da
puberdade e vida adulta; a higiene das diversas condições sociais: escravos, presos, mendigos e prostitutas;
a higiene das instituições (escolas e prisões); a alienação mental suas diferenças e analogias com o estado
de saúde mental; o suicídio. (MASSIMI, 1990)
A forma de entender e classificar a loucura começava a passar por transformações. Antes era
considerada como moléstia nervosa ou doença do cérebro. No século XIX, passa a ser entendida como
desarranjo mórbido das faculdades intelectuais, ou morais, estabelecendo uma relação causal entre
distúrbio cerebral e funções mentais. Pensava-se que a mesma era causada pelo clima, sexualidade, idade,
temperamento, profissão e modo de vida. Também consideravam que os distúrbios patológicos poderiam
ter causas hereditárias, emocionais e sociais, ou causadas pelo ambiente. Chegam a enfatizar a origem
social da alienação mental, afirmando que os indivíduos que não conseguem acompanhar o progresso da
civilização, sobretudo nas sociedades industrializadas, são mais sujeitos à doença, O suicídio e a nostalgia
eram as doenças mentais mais estudadas. (MASSIMI, 1990)
A internação começa a ser indicada como forma de isolar o doente daquilo que lhe causa o distúrbio,
bem como indicavam o silêncio. São os tratamentos oferecidos nesta época, também indicavam estímulo
dos sentidos, método de sugestão para induzir o enfermo à consciência da situação. Para atender a esta
demanda, era necessário criar instituições asilares para abrigar os doentes mentais. A partir disto são
criados os primeiros hospícios: Pedro II no Rio de Janeiro e São João de Deus, em Salvador.
Existiam também Revistas Psicológicas, no século XIX, que auxiliavam na difusão das ideias
psicológicas. A imprensa era usada pelo seu poder na educação popular. A ênfase estava no comportamento
e a compreensão de si, sempre voltado para uma sociedade de “bons cidadãos”. A psicologia estava em
temas ligados a fenômenos psicopatológicos e parapsicológicos. Em especial, eram discutidos o
comportamento animal, a higiene pessoal e a personalidade feminina. (MASSIMI, 1990)
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No final do século XIX e início do XX, ocorrem transformações relevantes na sociedade brasileira e
A psicologia amplia seu poder e se desenvolve do ponto de vista teórico e prático, com a produção de
conhecimento científico, a partir de seu reconhecimento como ciência autônoma no final do século XIX.
No Brasil, a psicologia foi buscada como forma de contribuição às áreas da saúde, da educação e da
organização do trabalho, e devia, com seus conhecimentos, auxiliar a solucionar os entraves para o
progresso do país. Os primeiros “psicólogos” brasileiros foram médicos, educadores, engenheiros, bacharéis
em direito, sendo que muitos deles se dedicaram exclusivamente à psicologia. Também vieram para cá
psicólogos estrangeiros, para prestar assistência e ministrar cursos que acabaram se radicando no país.
(ANTUNES, 2014)
correlatos. A ligação da psicologia com a medicina foi se delineando e as fronteiras entre psiquiatria e
psicologia foram se tornando mais claras.
Nesta época, as condições de saneamento e saúde do povo eram precárias. Tanto os intelectuais
quanto o governo exigiam que a medicina realizasse ações e projetos profiláticos de higiene. A ideia era
causadores. O estudo da psiquiatria e da psicologia acompanha este movimento. No início do século XX, a
psicologia consegue aprimorar seus estudos e seu conhecimento em Higiene Mental, instância derivada da
Higiene em seu aspecto geral. A psicologia participa das Ligas de Higiene Mental, que também foram
importantes fontes de produção de pesquisa e de práticas relacionadas. (ANTUNES, 2014)
As pessoas passaram a ser observadas e avaliadas em seus comportamentos. Para proteger-se das
doenças com relação a moral, era necessário seguir as regras sociais. O que estivesse fora da ordem, os
"marginais", precisavam de tratamento. Neste tratamento havia a ideia de isolar da sociedade o que era
considerado doente, e assim foram criados os primeiros hospícios e as instituições asilares para tratar o
louco, o marginal ou doente mental.
que consistia na medida do crânio para mensurar a loucura. Com este estudo, que defendia ser o negro mais
propenso à loucura, o que era de fato buscado seria o branqueamento da raça. Aqueles que eram
considerados como degenerados, eram uma ameaça a sociedade e, por isso, precisavam ser retirados do
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A conjunção destas duas correntes, Organicismo e Alienismo, considerava que a exclusão do louco
era necessária para prevenção da loucura. Tornara-se uma expressão da Medicina Social e era um projeto
profilático contra: pobreza, loucura, marginalidade, crime. Era a proposta de um controle de massa (normal
manter a “ordem” urbana e viabilizar o “progresso”, influência clara das ideias positivistas no ideário
brasileiro. Era preciso controlar a massa que vivia em situação de calamidade. Assim, para que houvesse
ordem e progresso no Brasil, deveriam ser excluídos do convívio social aqueles que não se adaptavam às
O hospital Pedro II foi fundado em 1852, após a proclamação da República recebeu o nome de
Hospital Nacional dos Alienados. Funcionava apenas com um depósito de pessoas, de loucos. Em 1902,
cinquenta anos após sua fundação, Juliano Moreira assume sua direção e inaugura um “sistema psiquiátrico
coerente”, que o tornou o primeiro hospital do Brasil que tratou a loucura do ponto de vista médico. Ou
seja, uma psiquiatria que tinha teoria, prática e fundamentos institucionais. Este hospital pode ser
Hospital Nacional dos Alienados”. O primeiro laboratório teria sido criado em 1906, no que,
posteriormente, se chamará Laboratório de Psicologia no Pedagogium. Os Laboratórios de psicologia desta
época tinham como propósito observar, registrar e medir as capacidades sensoriais, perceptivas e práticas
da personalidade do sujeito. (ANTUNES, 2014)
Hospício do Juquery
Este hospital teve início como Asilo Provisório de Alienados da cidade de São Paulo. Foi fundado em
1898 e dirigido por Franco da Rocha que era seguidor da Teoria da Degenerescência. Em 1898, no Juquery, já
funcionavam as colônias agrícolas fora da zona urbana de São Paulo. Foram anexados: o pavilhão das
“crianças anormais”, o laboratório histoquímico e o Manicômio Judiciário
Este hospital representou o pensamento psiquiátrico hegemônico da época. Ele foi o modelo de
exclusão dos que fugiam à norma. O estudo da loucura era feito através de descrições, comparações e
classificações. Franco da Rocha era favorável a terapia através do trabalho – laborterapia, como forma de
manter os doentes ocupados, algo que seria a favor destes. Como a loucura era compreendida como algo
individual que pudesse contaminar o social, o trabalho ocuparia o tempo dos doentes mentais e os manteria
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Este hospital psiquiátrico foi fundado no Rio de Janeiro, na década de 1910. Seu laboratório de
Psicologia produziu grande contribuição para o desenvolvimento da psicologia, após sua fundação, em
1923. Em 1932, este laboratório foi transformado em Instituto de Psicologia, subordinado ao Ministério de
Educação e Saúde Pública. O laboratório contava com equipamentos sofisticados vindos de Paris e Leipzig,
e era dirigido por um psicólogo polonês, que se radicou no Brasil, chamado Waclaw Radecki. (ANTUNES,
2014)
A produção e difusão de conhecimento psicológico, do Laboratório da Colônia, foi muito importante
na geração de condições para o estabelecimento da Psicologia no Brasil. Também havia uma escola de
Enfermagem, que tinha a disciplina Psicologia.
Por outro lado, como a psicologia se instalou em laboratórios dentro de hospícios, muito de sua
produção era tomada como da psiquiatria. Mas, apesar disso, o campo de atuação da psicologia começa se
configurar como próprio, mesmo “pertencendo” à psiquiatria. Este Laboratório produziu muito
conhecimento, o que ajudou a consolidar a Psicologia Científica no Brasil. Alguns temas que faziam parte
dos estudos desse laboratório são: preocupação com a formação de psicólogo; difusão do conhecimento
psicológico; trabalho clínico; aplicações da Psicologia a questões relativas ao trabalho. (ANTUNES, 2014)
O laboratório dirigido por Radecki contribuiu para a perspectiva psicoterapêutica fora do campo da
psiquiatria. Também foram utilizados testes para seleção e orientação profissional. Foram realizados
estudos e pesquisas sobre fadiga em “trabalhadores menores”, seleção de candidatos à aviação militar,
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psicometria e questões profissionais. Em 1937, é incorporado à Universidade do Brasil para trocar com
outras áreas. (ANTUNES, 2014)
características raciais, do ponto de vista físico e mental e que apoiou a noção de raça pura do nazismo).
Esta noção de eugenia vai contribuir para uma exacerbação do racismo na sociedade brasileira, justificando
o pouco desenvolvimento econômico do país em função da presença de “raças inferiores”, principalmente
os negros. Estas ideias eugenistas defendiam um embranquecimento da raça brasileira, na busca da raça
pura. (ANTUNES, 2014)
Liga Paulista de Higiene Mental
Fundada em 1926, nela havia finalidades de higienização social do trabalho e da família. A psicologia
Médico-Escolar que, posteriormente, se torna em 1938, a Escola para Crianças Portadoras de Doenças
Mentais.
O conhecimento da Liga se aproximava das ideias da psiquiatria brasileira, com base na medicina
social. Mesmo assim, a posição da psicologia com seu conjunto de saberes e técnicas, se aproximava dos
1912. Foi ele o responsável pelo início do movimento psiquiátrico do Recife. Não seguiu a psiquiatria
organicista. Ulisses foi nomeado diretor do Hospital de Doenças Nervosas e Mentais do Recife, em 1924.
Foram suas obras: a abolição dos calabouços e das camisas de força nos hospitais psiquiátricos; a criação do
Pavilhão de Observações, do Laboratório de Análises (para diagnóstico), do Pavilhão de Hidroterapia, de
instalações sanitárias, do necrotério. Criou o sistema de Internato Acadêmico para jovens médicos
estagiarem. (ANTUNES, 2014)
Sua atuação foi fundamental na criação da Assistência à psicopatas de Pernambuco que era composta
pelo Ambulatório e Hospital Aberto para Doentes Mentais não alienados e para alienados, Hospital para
Doentes Agudos, Colônia para Doentes Crônicos, Serviço aberto para Psicopatas, Ambulatório Psiquiátrico
Público, Manicômio Judiciário, Serviço de Higiene Mental para educar e esclarecer, Serviço de Prevenção
das Doenças Mentais e Instituto de Psicologia. (ANTUNES, 2014)
A Liga de Higiene Mental de Pernambuco, fundada por ele, procurou melhorar o atendimento ao
doente mental. Também fundou uma “Escola para anormais”, que em 1964, passou a ser dirigida pela APAE.
Em 1936, criou o Sanatório de Recife no qual foi instalada a Escola para anormais. Ulisses Pernambucano se
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opunha a visão organicista e racista da época, praticando o que veio a ser chamado de “Psiquiatria
Humanista”. Pode ser considerado um pioneiro do movimento da antipsiquiatria. (ANTUNES, 2014)
Seu Instituto de Psicologia, mais tarde passou a ser chamado de Instituto de Seleção de Orientação
Profissional. Tinha a preocupação com a formação de profissionais na área psicológica, era voltado para a
educação em geral e psicológica, em especial, para crianças com deficiência mental. (ANTUNES, 2014)
A PSICOLOGIA NAS INSTITUIÇÕES EDUCACIONAIS
A psicologia conseguiu conquistar autonomia no Brasil graças a Educação. Foi este um dos mais
importantes setores para a sua realização. A psicologia era uma ciência básica e instrumental para a
pedagogia. Nos primeiros anos da República, o pensamento brasileiro em geral e, em especial, o
educacional, eram influenciados pelas ideias positivistas de Comte, que auxiliaram na organização
educacional. A psicologia entra na relação com a educação, principalmente, nas questões relativas ao
serviço de orientação infantil, organizações do trabalho e atendimento clínico. (ANTUNES, 2014)
Benjamin Constant propõe uma reforma na educação, que acaba por levar o seu nome, em 1890.
Propunha que a educação deveria ser livre e garantir a gratuidade do ensino primário em harmonia com
orientação vocacional. Apesar desta proposta, os problemas continuaram, pois, o índice de analfabetismo
mudou pouco, a evasão escolar persistiu e o secundário continuou como ensino particular. (ANTUNES,
2014)
O Brasil estava apresentando um pequeno surto industrial, que viria a se constituir mais tarde em uma
industrialização massiva para substituir as importações. Era necessário que os indivíduos fossem capazes
de técnicas escolares mínimas, tais como ler, escrever e contar, para atuar na indústria. Em decorrência
disto, aumentaram as ideias para “solucionar” os problemas educacionais. Nesse momento, observa-se a
entrada da psicologia em dois movimentos na educação: Difusão da Educação e Escolanovismo. (ANTUNES,
2014)
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Difusão da educação
O movimento em defesa da difusão da educação, no Rio de Janeiro, teve em Manoel Bonfim seu
precursor mais provável. Outros intelectuais da época deram continuidade a ele. Para o autor da proposta,
era importante analisar a sociedade brasileira buscando compreender as raízes dos problemas brasileiros na
sua história, mais precisamente, no Período Colonial. Manuel Bonfim entendia que o atraso do Brasil
ocorreu por ter sido colônia de exploração de Portugal, uma ignorância historicamente imposta pela elite
dominante ao ter privado os indivíduos, que não pertenciam a esta “classe”, de terem acesso à cultura.
Entendia a educação como forma de reconquista, ou melhor, conquista do povo brasileiro. (ANTUNES, 2014)
A educação deveria ser usada como um instrumento contra a opressão e, não como queria a elite,
somente em prol da industrialização; meio para vencer o atraso econômico. Não aceitava a ideia de que o
Brasil era atrasado economicamente por conta da miscigenação de raças e, principalmente, pela presença
dos negros. Miguel Couto e Mário Pinto Serva compartilhavam da ideia de Bonfim, de que a ignorância e o
analfabetismo eram as principais causas do atraso e da vergonha nacional. (ANTUNES, 2014)
Escolanovismo
O tripé Educação-Trabalho-Psicologia era necessário para o desenvolvimento do processo de
industrialização. Neste contexto, surge outro movimento educacional, o Escolanovismo. Criado por
Lourenço Filho, Anísio Teixeira e Fernando Lourenço. Tinham como concepção esculpir um homem novo
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chamada psicometria, foram de fundamental importância para este percurso. (ANTUNES, 2014)
Algumas instituições educacionais
Pedagogium
Em 1890, Rui Barbosa fundava o “Museu Pedagógico”, no Rio de Janeiro, que tinha como objetivo ser um
centro propulsor de melhorias na educação nacional. Sete anos depois, em 1897, Medeiros e Albuquerque
transformava o local num “Centro de Cultura Superior”, aberto ao público. E é aí, que em 1906, foi criado
um “Laboratório de Psicologia Experimental”, planejado por Manuel Bonfim e Alfred Binet, em Paris.
Manoel Bonfim permanece em sua direção por 12 anos. O Laboratório produziu muitas das discussões da
psicologia. (ANTUNES, 2014)
Consideravam ser possível que o indivíduo colocado isoladamente, em condições de laboratório, seria
retirado do seu estado de consciência. Bonfim considerava essencial relacionar a influência do social no
psiquismo humano. No ano de 1919, o referido Laboratório foi extinto, mas sua ação prolongou-se até 1938,
com a criação do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos – INEP. O “Pedagogium” pode ser considerado
um celeiro da psicologia devido as publicações de Manoel Bonfim. (ANTUNES, 2014)
Recife; revisão da Escala Binet – Simon; técnicas Projetivas; Pesquisas Experimentais. Em 1929 passou a se
chamar Instituto de Seleção e Orientação Profissional – ISOP.
Ulysses Pernambucano orientou a formação de muitos profissionais da psicologia e pesquisadores.
Trabalhou com deficientes mentais e criou uma “Escola para os anormais”. Foi também ele que criou a
aperfeiçoamento pedagógico de Belo Horizonte”. Essa instituição também contribuiu para o rumo da
Psicologia no Brasil e, também, uniu a psicologia à pedagogia. Promoveu vários cursos e recebeu, como
docentes, grandes nomes da Psicologia Internacional: Th Simon (colaborador de Binet), Lion Wather e
Helena Antipoff. Helena Antipoff permaneceu no Brasil e deu expressiva contribuição à psicologia
relacionando-a à educação no ensino, pesquisa e prática. Foi responsável pela criação do Laboratório da
Psicologia que se dedicou a estudar: inteligência, produção escolar e meio social, inteligência e vocabulário,
seleção e orientação profissional, motricidade e fadiga, julgamento moral e social, dentre outros temas.
(ANTUNES, 2014)
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As pesquisas de Helena Antipoff promoveram a articulação entre a realidade brasileira e o rendimento
escolar, realizava seus estudos no ambiente familiar e escolar para compreender o rendimento escolar dos
alunos. Criou uma classe para alunos especiais na escola e propôs a mudança do nome do deficiente mental
para “indivíduo excepcional”. Trouxe o conceito de “inteligência civilizada”, pois acreditava ser a
inteligência multideterminada por fatores culturais e sociais presentes no ambiente em que a criança se
desenvolve. Seus estudos aproximaram-se muito da proposta de Ulisses Pernambucano. Pode ser dito que
Helena Antipoff avançou a partir de onde parou Ulysses Pernambucano. (ANTUNES, 2014)
Escola Normal de São Paulo
As primeiras Escolas Normais (de magistério) surgiram no Brasil na primeira metade do século XIX, no
entanto, somente no século XX que a disciplina Psicologia apareceu de forma mais sistemática nos
currículos. A Escola Normal de São Paulo sofreu influência de psicólogos estrangeiros, divulgando teorias
psicológicas em voga na Europa e nos Estados Unidos, principalmente, a Psicometria. (ANTUNES, 2014)
Lourenço Filho foi o responsável por desenvolver o ideal Escolanovista neste local. Revitalizou o
Laboratório de Psicologia. O interesse era pelas medidas das funções psicológicas, sendo que o fenômeno
perceptivo era o mais estudado. Em 1936, o este Laboratório é incorporado à cátedra de psicologia na USP.
(ANTUNES, 2014)
A produção de ciência, pesquisa e prática da Escola Normal de São Paulo foi fundamental para a
autonomização da psicologia, para a difusão dos conhecimentos psicológicos e caminho para a psicologia se
tornar uma disciplina universitária. Foi na educação que a psicologia teve sua expressão máxima, apesar de
também ter se articulado à psiquiatria. Junto à Educação e com os investimentos que a Psicologia recebeu
em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, foi possível produzir pesquisa e acompanhar os centros
europeus e norte-americanos. (ANTUNES, 2014)
A PSICOLOGIA NA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO.
Desde o Brasil Colonial, do século XVI ao XVIII, a psicologia está atrelada às questões de trabalho. Na
época, sob a perspectiva da Moral, o conhecimento psicológico era usado como forma de prevenir as
perversões (ócio, preguiça e vício). (ANTUNES, 2014)
No século XIX, esta preocupação se acentua. Estava em vigor o ideal positivista de “Ordem e
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amplia e ela passa a atuar em diversas áreas como: “fator humano” da administração industrial, orientação
de pessoal, instrução profissional. (ANTUNES, 2014)
Foi especialmente importante, para a ampliação de sua prática, a chegada dos testes psicológicos no
Brasil, na segunda década do século XX. Em 1924, Roberto Mange fez uso pela primeira vez de testes de
seleção, no Liceu de Artes e Ofício de São Paulo. No ano seguinte, Medeiros de Albuquerque publicou o
livro chamado “Testes: introdução ao estudo dos meios scientíficos de julgar a intelligencia e a applicação
dos alunos”, que continha informações sobre o uso dos testes, no contexto da indústria e comércio.
(ANTUNES, 2014)
As Empresas Ferroviárias, em especial a Estrada de Ferro Sorocabana, sob a orientação do engenheiro
Robert Mange, foram os responsáveis pela aplicação da Psicologia ao Trabalho. Em 1930, foram criados: o
“Curso de Ferroviários de Sorocaba” e o “Serviço de Ensino e Seleção Profissional” da Estrada de Ferro
Sorocabana. Em 1934, como consequência dos serviços das Empresas Ferroviárias surge o “Centro
Ferroviário de Ensino e Seleção Profissional – CFESP, com colaboração do IDORT. (ANTUNES, 2014)
A partir de 1930, surge uma nova área autônoma do saber – a Psicologia Industrial, com a aplicação da
psicologia ao trabalho, diferente da educação e da medicina.
Orientação Profissional
Outra aplicação da psicologia relacionada ao trabalho, que se desenvolveu neste período, foi a
Orientação Profissional, com Isaias Alves. A ideia era de que seria lucrativo o uso da psicologia no sentido
de se encontrar “o homem certo para o lugar certo”. Este era o ideal americano de orientação vocacional
que foi adotado. Para atingir este objetivo eram utilizados os testes, a psicometria.
O objetivo era orientar profissionalmente os jovens para escolhas compatíveis com suas aptidões.
Eram usados os testes de aptidões com ênfase nos processos produtivos, ou seja, os testes e seus
aplicadores passaram a servir aos interesses econômicos sem questionarem a quem serviam, e para quê.
Este processo de seleção de potencialidades escolhia os mais aptos para cada função. É importante destacar
que tinha uma função intrínseca de diferenciar individualidades. Não era levado em consideração que as
capacidades de cada indivíduo têm relação com a sua história de vida, o que de certa maneira reforça a
diferenciação por classes sociais.
ATIVIDADE FINAL
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afirmar:
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REFERÊNCIA
ANTUNES, Mitsuko Aparecida Makino. A psicologia no Brasil: leitura história sobre sua constituição. São
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Período Universitário
HISTÓRIA DA INSERÇÃO DA PSICOLOGIA BRASILEIRA NO MEIO UNIVERSITÁRIO E SUA CONSOLIDAÇÃO
e ainda existissem, não foi neste campo que a psicologia encontrou espaço para sua consolidação como
ciência e profissão.
O Período Universitário pode ser caracterizado por suas relações com as instituições educacionais e de
trabalho, como sendo da ampliação dessa área de conhecimento e campo de ação, envolvendo:
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A partir dos anos de 1930 se inicia o estudo formal da psicologia em cursos superiores, indica Antunes
(2004). Em 1934 é criada A USP e Lourenço Filho foi nomeado como professor de psicologia. No ensino, a
psicologia se consolidou por meio das Escolas Normais. Foi criada na USP a cátedra de Psicologia
Educacional, que acabou incorporando o Laboratório de Psicologia da Escola Normal Caetano de Campos,
em São Paulo.
Nestas primeiras décadas do século XX, a psicologia encontrou na Educação um terreno fértil para o seu
desenvolvimento tanto em termos teóricos quanto práticos, nos relata Antunes (2014), auxiliando e
possibilitando também a formação profissional no Brasil. A autora realça a importância dos laboratórios de
psicologia criados nas escolas e demais instâncias educacionais, bem como o ingresso da disciplina
De acordo com Antunes (2004), em 1940, a FFCL Sedes Sapientiae se interessa pela formação de psicólogos
e começa um projeto sob a orientação de Madre Cristina Sodré Dória, que dirigia o curso de Pedagogia. E,
no ano de 1953, fundou a primeira clínica psicológica e também o curso de especialização em Psicologia
Clínica com duração de três anos, destinado a graduados em Filosofia ou Pedagogia.
A Universidade Católica de São Paulo, criada em 1946, um ano depois, foi elevada à condição de Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo – PUC/SP. Neste mesmo período, é criada a cátedra de “Psicologia
Educacional e da criança” e, no mesmo ano, a Universidade Católica de Campinas cria a cátedra “Psicologia
Educacional e Orientação Profissional”.
Memórias da Psicologia - Madre Cristina (https://www.youtube.com/watch?v=UwXcTIqwUe0)
Enzo Azzi, Aniela Ginsberg e outros, ainda no ano de 1946, fundaram na Faculdade de Filosofia São Bento
um curso de especialização em psicologia educacional, clínica e do trabalho. Em 1950 foi criado o Instituto
de Psicologia da PUC/SP, dirigido por Enzo Azzi.
Na década de 1940, segundo Antunes (2004), a Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro, introduziu a
disciplina Psicologia nos três primeiros anos do curso de Filosofia. Nilton Campos assumiu a cátedra de
Psicologia e Psicologia Educacional. Já em Minas Gerais, Helena Antipoff foi responsável por inserir a
psicologia nos cursos superiores, tanto na Universidade de Minas Gerais, quanto na Pontifícia Universidade
Católica de Minas Gerais.
Ainda conforme nos relata Antunes (2004), em 1950, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, foi
criada a cadeira de Psicologia no curso de Medicina, tendo sido um dos pioneiros na área nesse estado.
Ainda em Porto Alegre, em 1954, a PUC-RS deu início ao curso de Psicologia. É bastante claro o processo de
expansão do ensino de psicologia nesse período, continua a autora, “o que demonstra o prenúncio e a
criação das bases para os futuros cursos dessa área, expressão da formação profissional do psicólogo em
bases institucionais legais”. (p.127).
Publicações
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O ensino de psicologia proporcionou o surgimento de revistas, cujo objetivo era fazer circular os
conhecimentos produzidos por esta ciência no Brasil. A Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos - RBEP
foi criada por iniciativa Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos - INEP, em 1944. Mesmo sendo em uma
revista da educação, a psicologia fez suas publicações, tendo Arrigo Leonardo Angelini, Helena Antipoff e
Betti Katzenstein como autores bastante profícuos.
Em 1949, três revistas de psicologia são criadas, que são: Arquivos Brasileiros de Psicotécnica - publicado
pelo Instituto de Seleção e Orientação Profissional – ISOP, da Fundação Getúlio Vargas – FGV; Boletim de
Psicologia - Sociedade Brasileira de Psicologia de São Paulo; e Revista de Psicologia Normal e Patológica
chamada inicialmente de Boletim – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. (ANTUNES, 2004).
De acordo com Antunes (2004), outras entidades científicas de grande relevância tiveram início:
Em 1952, foi fundada a Sociedade de Rorschach de São Paulo. No ano de 1954, foram
criadas, em São Paulo, a Associação Brasileira de Psicólogos e, no Distrito Federal, a
Associação Brasileira de Psicologia. Em 1959, foi criada a Sociedade de Psicologia do Rio
Grande do Sul. (ANTUNES, 2004, p.134)
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Foram ocorrendo vários eventos importantes para o desenvolvimento da psicologia como ciência, nos quais
foram criadas comissões com o fim de elaborar projetos relativos a formação do psicólogo. Vale destacar:
Este espaço de tempo, entre 1930 e 1962, configura o Período Universitário e a preparação para uma
ATIVIDADE FINAL
universitário.
No Período Universitário:
à influência da medicina.
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industrialização.
III. Os eventos científicos deste período auxiliaram na promoção e
Sodré Dória.
REFERÊNCIA
ANTUNES, Mitsuko Aparecida Makino. A psicologia no Brasil no século XX: desenvolvimento científico e
profissional. In: MASSIMI, Marina, GUEDES, Maria do Carmo (orgs). História da Psicologia no Brasil: novos
estudos. São Paulo: EDUC/Cortez, 2004.
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ANTUNES, Mitsuko Aparecida Makino. A psicologia no Brasil: leitura história sobre sua constituição. 5.ed. -
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Periodo Profissional
HISTÓRIA DO PERCURSO DA CONSOLIDAÇÃO DA PSICOLOGIA COMO PROFISSÃO
Em 27 de agosto de 1962, foi aprovada a Lei n. 4.119, que reconheceu a profissão de psicólogo. Profissão que
já vinha sendo exercida nas áreas da educação, da organização do trabalho e na clínica, em especial na
infantil. Havia um contexto favorável à Psicologia, o que tornou o processo histórico de regulamentação,
relativamente curto, conforme Silva-Baptista (2010).
Com a psicologia adentrando a Universidade, primeiro como uma disciplina, depois na forma de cursos de
especialização e, por último, na graduação em psicologia, a quantidade de pessoas que passaram a praticar
a psicologia aumentou, assim como, também cresceu o interesse na profissionalização desta área. A
regulamentação aconteceu em 1962, mas o processo se estendeu até 1975, quando foi aprovado o Código de
Ética e ocorreu a instalação dos Conselhos de Psicologia. (SILVA-BAPTISTA, 2010).
Desde o final da década de 1940, em São Paulo, os “profissionais” já se movimentavam para divulgar a
existência da profissão e os diversos tipos de atividades já exercidas em outros países, na busca da
regulamentação da mesma. A Sociedade de Psicologia de São Paulo, fundada em 1945, foi uma entidade
importante neste processo e foram muitas as discussões em eventos, bem como artigos publicados, que
fomentaram o processo de profissionalização. Em junho de 1949, Anita Cabral, uma das fundadoras
da Sociedade de Psicologia de São Paulo:
Anita Cabral foi seguida por outros profissionais, com palestras e artigos, que reivindicavam a
regulamentação da profissão. (SILVA-BAPTISTA, 2010)
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Em novembro de 1953, foi elaborado um primeiro anteprojeto de lei dispondo sobre o a formação e a
foi organizado por alguns profissionais do Rio de Janeiro filiados à Associação Brasileira
de Psicotécnica. O documento foi assinado por quatro profissionais, membros da diretoria
dessa associação: Manuel B. Lourenço Filho, José da Silva Pontual, Emilio Mira y Lopes e
José Moacir de Andrade Sobrinho. Esses profissionais também eram ligados ao ISOP*,
Ainda de acordo com Silva-Baptista (2010), no documento que acompanha o anteprojeto, é justificada a
necessidade do profissional de psicologia diante do surgimento de necessidades sociais que exigiriam a
Congresso Brasileiro de Psicologia, realizado em Curitiba, em dezembro de 1953. Mesmo não havendo o
reconhecimento da regulamentação da profissão e do curso, a ciência psicológica já fazia parte da atividade
científica na realidade brasileira, tanto teórica quanto prática e aplicada. Havia um certo consenso de que a
formação do psicólogo deveria acontecer no âmbito das Faculdades de Filosofia. Neste anteprojeto não
houve a participação do grupo que esteve na discussão do primeiro anteprojeto. (SILVA-BAPTISTA, 2010)
A criação de entidades científicas voltadas para a psicologia teve grande participação nas discussões e
promoção da regulamentação da profissão. Cabe ressaltar que mais duas sociedades de Psicologia foram
criadas, uma em 1958, em Minas Gerais e outra no Rio Grande do Sul, em 1959. A Sociedade Mineira de
Psicologia foi fundada em Belo Horizonte. Helena Antipoff, importante pesquisadora e educadora dedicada
pertencer somente à especialidade médica, havia uma restrição para a atuação do psicologista como clínico.
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Para a formação em psicologia científica e aplicada, o art. 1º do projeto estabelecia que esta deveria ser
A formação era prevista em dois níveis: o curso de bacharelado (em três anos), composto
cada ano por um conjunto de quatro disciplinas obrigatórias (estabelecidas no projeto), e
duas a serem escolhidas pela instituição de uma lista de 12 disciplinas proposta pela lei.
O segundo curso era de licença, a ser efetivado em dois anos. O primeiro ano era
considerado de ensino comum, e o segundo possuía duas modalidades: pesquisa e ensino
e aplicação”.
SILVA-BAPTISTA, 2010, P. 180-1
O projeto aprovado pelo Ministro Clovis Salgado e pelo, então, presidente Juscelino Kubitschek não atendia
aos psicólogos clínicos: continha uma restrição, estes continuariam sem reconhecimento oficial de sua
atividade, estando subordinados à área da medicina, ou seja, subordinados aos médicos. O projeto foi
reformulado, tendo sido omitidos no texto as expressões psicoterapia e psicologia clínica, enfatizando a
psicometria como única prática exclusiva com o profissional. Esse projeto foi aprovado e a profissão foi
regulamentada pela Lei 4119 em 27 de agosto de 1962. (SILVA-BAPTISTA, 2010)
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De acordo com Antunes (2004), após a aprovação da lei e o reconhecimento da psicologia como profissão,
sobretudo pelo aumento de cursos ocasionado pela Reforma Universitária de 1968. Nesse
período, concretizou-se a profissionalização da Psicologia.
Em 27 de agosto de 1962, o Presidente João Goulart assina o decreto-lei 4119 que regulamenta profissão de
Psicólogo e dispõe sobre a formação em psicologia. É elaborado um parecer sobre um currículo mínimo e a
duração do curso, para a formação do psicólogo. Como o projeto lei não previu um seu texto a constituição
de um órgão que cuidasse da profissão que nascia:
Logo após a aprovação da Lei, foi nomeada, pelo Ministro da Educação, uma Comissão de
Azzi, de São Paulo, e por Pedro Parafita Bessa (Minas Gerais) (Boletim de Psicologia,
1962, pp. 76-77)
Somente em 1973, em meio a ditadura militar, que o Conselho Federal de Psicologia foi criado e, no ano
1964. Em 1968, o governo militar promove a Lei n. 5.540, mais conhecida como Reforma Universitária de
1968, em meio aos acordos MEC-Usaid, ou a Reforma do Ensino MEC-Usaid, em que o ensino brasileiro foi
aberto para a iniciativa privada. A justificativa se deveu aos excedentes dos exames vestibulares que
Superior - IES privadas no cenário da educação brasileira”. Cursos de graduação em psicologia e em outras
áreas foram abertos por faculdades particulares para atender a um público que iria custear seus estudos
com o próprio trabalho. Dessa maneira, uma outra classe social teve acesso ao ensino superior. Para a
psicologia isto significou, por um lado, questionamentos dessa nova classe que ascendeu à universidade e,
por outro lado, uma redução do currículo, já que esta nova configuração permitia cursos matutinos ou
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Na virada dos anos 1970 para os anos 1980 ocorreu o período caracterizado pelo renascimento dos
movimentos sociais. Conforme Antunes (2004), foi criada a Federação Nacional dos Psicólogos – Fenapsi,
movimento que começou a tomar forma em São Paulo, tendo início em uma histórica reunião ocorrida no
A década de 1980 foi de abertura e houve o processo de redemocratização do Brasil. Em 1984, O movimento
Diretas Já! assinalou o início de um novo período. As ciências acompanharam o mesmo movimento de
abertura. A partir de 1980, os psicólogos que formavam um grupo, que se opunha à alienação da psicologia
às questões sociais, passaram a ocupar as entidades que representavam a categoria. Sua intenção era de
o que seja o fenômeno psicológico e a construção social desta ciência. Profissionais reconhecidos
apresentaram suas reflexões sobre a Psicologia e seu objeto de estudo. O resultado é que os psicólogos
estavam em crise e buscavam uma nova identidade e reflexão sobre sua imagem social.
No ano seguinte, em 1989, o Congresso Unificado dos Psicólogos aconteceu buscando integrar as
diversidades de posições dentro da psicologia. De um lado, progressistas que queriam a ligação da
psicologia com o social e, de outro lado, os retrógrados que desejavam o retorno da psicologia como reserva
de mercado para algumas áreas e atividades. O grupo progressista venceu, adotou uma proposta de
articulação da psicologia com o compromisso social atendendo os interesses da maioria da população, uma
formação generalista e interdisciplinar. Neste sentido, o modelo médico que regia a prática profissional
com o binômio saúde-doença foi abandonado e a proposta que surgia era o modelo de saúde. (BOCK, 1999).
Na década de 1990, o psicólogo é definido como profissional de saúde. Os psicólogos estão nas lutas sociais,
nas lutas específicas da saúde. Existe a busca de qualificar a inserção do psicólogo na sociedade, em
Hoje, trabalhamos com o modelo de prevenção e promoção de saúde, deixando de lado o modelo pautado na
patologia, e seguindo a bandeira: Psicologia e Compromisso Social. O compromisso do psicólogo passa a ser
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ATIVIDADE FINAL
liberdade de expressão.
Sapientiae.
movimento de abertura.
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II. Com a Reforma do Ensino de 1968, o ensino brasileiro foi aberto para
REFERÊNCIA
ANTUNES, Mitsuko Aparecida Makino. A psicologia no Brasil no século XX: desenvolvimento científico e
profissional. In: MASSIMI, M., GUEDES, M.C. (orgs). História da Psicologia no Brasil: novos estudos. São
Paulo:Educ/Cortez, 2004.
BOCK, Ana Merces Bahia. Aventuras do barão de Munchhausen na psicologia. São Paulo: Cortez Editora,
1999. p. 156-167.
SILVA-BAPTISTA, Marisa Todescan Dias da. A regulamentação da profissão psicologia: documentos que
explicitam o processo histórico. Psicologia Ciência Profissão. 10 (1), 2010. p. 170-91. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/pcp/v30nspe/v30speca08.pdf
(http://www.scielo.br/pdf/pcp/v30nspe/v30speca08.pdf ). Acesso em: 8 mar.2015.
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