Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                
0% acharam este documento útil (0 voto)
29 visualizações89 páginas

História Da Psicologia No Brasil

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1/ 89

HISTÓRIA DA PSICOLOGIA

NO BRASIL

Professora Maria Elizabet


Lautert de Souza
22/02/2021 AVA UNINOVE

Para que Filosofia?


REFLETIR SOBRE A IMPORTÂNCIA DA FILOSOFIA.

AUTOR(A): PROF. MARIA ELIZABETE LAUTERT DE SOUZA

AUTOR(A): PROF. SANDRA REGINA VIVANCO MIRABETI

Definição das palavras Filosofia e Filósofo


A palavra Filosofia vem do grego. É composta de duas palavras:  philo, que deriva de  philia  que quer dizer

amor ou amizade; e  sophia, que significa sabedoria e, dela vem a palavra  sophós, que significa sábio. 
Assim, a palavra Filosofia significa amor ou amizade pela sabedoria. A palavra Filósofo significa o que ama a

sabedoria, tem amizade pelo saber, deseja saber.

Origem da palavra Filosofia


 A origem da palavra Filosofia, é atribuída ao filósofo grego Pitágoras de Samos.
 De acordo com Pitágoras, três tipos de pessoas compareciam aos jogos olímpicos:

As que iam para comerciar durante os jogos. Não se importavam com os jogos ou com as disputas.
As que iam para competir: atletas e artistas. 
As que iam para contemplar os jogos e torneios, para avaliar o desempenho dos que ali se apresentavam.
Para Pitágoras, o terceiro tipo de pessoa é como o filósofo que não é movido por interesses comerciais, pelo
desejo de competir e, não faz de suas ideias e conhecimentos uma habilidade para vencer os competidores.

O Nascimento da Filosofia
A Filosofia nasceu na Grécia por volta do século VI ou VII a.C., por meio de um longo processo histórico, 
promovendo a passagem do  saber mítico ao pensamento racional.  Nasceu procurando desenvolver

o logos (saber racional) em contraste com o mito (saber alegórico).


Como sabemos, os gregos cultuavam uma série de  deuses ( Zeus, Hera, Ares, Atena, etc), além de heróis e
semideuses (Teseu, Hércules, Perseu, etc). Relatando a vida dos deuses e dos heróis e seu envolvimento com

os homens, criando assim uma rica mitologia.


A origem do mundo e tudo que existia nele era atribuída aos Deuses.

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 1/9
22/02/2021 AVA UNINOVE

Mas, como os gregos explicavam a origem do mundo e de todas as coisas?

Para responder a essa pergunta vamos entender o que é Mito.


A palavra mito vem do grego, mythos, e deriva de dois verbos : mytheyo (contar, narrar, falar  alguma coisa
para os outros) e do verbo mytheo (conversar, contar, anunciar, nomear, designar). Assim, mito são
 narrativas utilizadas pelos povos gregos antigos para explicar fatos da realidade e fenômenos da natureza,

as origens do mundo e do homem, que não eram compreendidos por eles.


Quem narrava o mito? Quem explicava a origem do mundo e de tudo que existia nele?
O poeta-rapsodo. Acreditava-se que   ele era o escolhido pelos deuses, que lhes mostravam os
acontecimentos passados e permitiam que ele visse a origem de todos os seres e de todas as coisas para que

pudesse transmitir aos ouvintes. Sua palavra, era incontestável, sagrada,   porque vinha de uma revelação
divina, dos deuses a quem os gregos cultuavam e respeitavam.
Como o mito narrava  a origem do mundo e de tudo que existia  nele?

O mito dizia que tudo que existia no mundo havia surgido de três maneiras:

Das relações sexuais entre forças divinas.


Das rivalidades ou alianças entre os deuses que fazia surgir alguma coisa no mundo.
Das recompensas ou castigos que os deuses davam a quem os desobedecesse ou a quem os obedecesse.
Ou seja, o mito narrava a origem do mundo e de tudo que existia nele por meio de lutas, alianças e relações
sexuais entre forças sobrenaturais, divinas, que governavam o mundo e o destino dos homens e de tudo que
nele existia.

A filosofia surgiu quando alguns gregos, insatisfeitos,  com as explicações que lhes eram dadas, começaram
a fazer perguntas e a buscar respostas, demonstrando que o mundo e os seres humanos, os acontecimentos,
as coisas da natureza,  podem ser conhecidas pela razão humana.
A Filosofia percebendo as contradições e limitações dos mitos, foi reformulando e racionalizando as
narrativas míticas, transformando-as numa outra coisa, numa explicação inteiramente nova e diferente. Por
exemplo:

O mito  narrava como as coisas eram ou tinham sido em um  passado imemorial,fabuloso. A Filosofia, ao
contrário, se preocupa em explicar como e porque , no passado, no presente e no futuro, as coisas são
como são.
O mito narrava a origem do mundo e de tudo que existe nele através de relações sexuais, rivalidades ou
alianças, entre os deuses. A Filosofia explica a produção natural das coisas por elementos e causas naturais
e impessoais. 
O mito não se importava com contradições. A Filosofia não admite contradições, exige uma explicação
lógica, coerente e racional.  

Condições históricas que favoreceram o surgimento da


Filosofia

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 2/9
22/02/2021 AVA UNINOVE

As viagens marítimas, que permitiram aos gregos descobrir que as terras que os mitos diziam habitadas
por deuses, na verdade, eram habitadas por outros seres humanos.
A invenção do calendário, que é uma forma de calcular o tempo segundo as estações do ano, as horas do
dia. Assim, foi possível perceber o tempo como algo natural e não como um poder divino.
O surgimento da vida urbana, com predomínio do comércio e do artesanato, dando desenvolvimento a
técnicas de fabricação e de troca, o que fez também com que surgisse uma nova classe social –  de
comerciantes ricos – que precisavam encontrar pontos de poder e prestígio e, para tanto começaram a
patrocinar  e a estimular as artes, as técnicas e os conhecimentos, criando um ambiente favorável à
Filosofia.
A invenção da política, que introduz três aspectos decisivos para o nascimento da Filosofia: a ideia da lei
como expressão da vontade de uma coletividade humana que decide por si mesma o que é melhor para si e
como ela definirá suas relações internas; o surgimento de um espaço público, que faz parecer um novo tipo
de palavra ou de discurso, diferente do que era proferido pelo mito e, a política estimula um pensamento e
um discurso que não são formulados por seitas secretas, ao contrário, são públicos, ensinados, discutidos e
comunicados.
Entre outras.

Qual a importância da cultura oriental e de civilizações


que antecederam os gregos, no nascimento da Filosofia?
Os gregos eram comerciantes e navegantes, e através das viagens descobriram:

A agrimensura dos egípcios, usada para medir as terras após as cheias do Nilo.
A astrologia dos caldeus e babilônios, usada para prever grandes guerras, subida e queda dos reis,
catástrofes como peste, fome e furacões.
As genealogias dos persas, usadas para dar continuidade às linhagens e dinastia dos governantes.
Os mistérios religiosos orientais referentes aos rituais de purificação da alma, para livrá-la de
reencarnações contínuas e garantir-lhes o descanso eterno.
Entre outros.
       Transformações que os gregos impuseram a esses conhecimentos:

Da agrimensura, os gregos fizeram nascer duas ciências: a aritmética e a geometria.


Da astrologia, fizeram surgir a astronomia e a meteorologia.
Das genealogias, fizeram surgir a história.
Dos mistérios religiosos de purificação da alma, fizeram surgir a psicologia e as teorias filosóficas sobre a
natureza e o destino da alma humana.
Entre outros.
 
Assim, para  Aristóteles e Platão,  todos esses conhecimentos teriam o facilitado surgimento da Filosofia.

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 3/9
22/02/2021 AVA UNINOVE

Atitude Filosófica
Imagine se alguém:

1.Em vez de perguntar : Que horas são? Perguntasse: O que é o tempo?


2.Em vez de dizer: Você está sonhando. Perguntasse: O que é o sonho?

3. Em vez de dizer: Você é um mentiroso. Questionasse: O que é a verdade?

Alguém que tomasse essa decisão, estaria tomando distância da vida cotidiana e de si mesmo,
estaria  indagando o que são as crenças e os sentimentos que alimentam nossa existência. Estaria

tomando distância do senso comum.


Ao tomar essa distância da vida cotidiana, do senso comum, estaria interrogando a si mesmo,

desejando conhecer por que cremos, por que sentimos o que sentimos e o que são nossas crenças e
nossos sentimentos. Esse alguém estaria começando a adotar o que chamamos de  “atitude

filosófica”.

Ao adotarmos o que chamamos de  “atitude filosófica”, estamos tomando a decisão de não aceitar
como óbvias, evidentes, as coisas, as ideias, os fatos, os valores, sem antes havê-los questionados,

investigado e compreendido.
Características da Atitude Filosófica

A atitude filosófica tem duas características: a primeira é a negativa e a segunda é a positiva.

Negativa: é um dizer não ao senso comum, ao que todo mundo pensa, aos pré-conceitos, aos pré-
juizos, aos fatos, às ideias da experiência cotidiana ao que tudo mundo pensa e diz, ao que está
estabelecido.  A característica negativa, constitui o que chamamos de atitude crítica.
Positiva: é uma interrogação sobre o que são as coisas, as ideias, os fatos, as situações, os
comportamentos, os valores, nós mesmos. É também uma interrogação sobre como tudo isso é
assim e não de uma outra maneira. A característica positiva, constitui o que chamamos
de pensamento crítico.

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 4/9
22/02/2021 AVA UNINOVE

Legenda:

A Matemática tem uma utilidade prática em nossas vidas,   assim como a Medicina, a Psicologia, a
Engenharia, etc.

Com a Matemática, poderemos lecionar em uma Universidade, com a Medicina e a Psicologia poderemos ter
o nosso próprio consultório, com a Engenharia poderemos exercer cargos em grandes empresas e assim,

realizarmos “nossos sonhos”: viajar, comprar uma casa, um carro, etc.


E a Filosofia? Qual a utilidade prática da Filosofia em nossas vidas?

Com a Filosofia, somos capazes de explorar   conceitos como o significado da vida,   conhecimento,

 moralidade,  realidade, Deus,  consciência,  política, religião, entre outros.


A Filosofia não tem limites, abrange qualquer assunto em que se for capaz de pensar.

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 5/9
22/02/2021 AVA UNINOVE

A Filosofia, nos ensina a pensar, ilumina os nossos caminhos para um novo mundo. Um mundo onde

seremos capazes de fazermos as nossas próprias escolhas, onde não aceitaremos como verdades os fatos
sem antes havermos nos questionados e pesquisado a respeito. 

“Se abandonar a ingenuidade e os preconceitos do senso comum for útil; se não se deixar
guiar pela submissão às ideias dominantes e aos poderes estabelecidos for útil; se buscar

compreender a significação do mundo, da cultura, da história for útil; se conhecer o


sentido das criações humanas nas artes, nas ciências e na política for útil; se dar a cada

um de nós e à nossa sociedade os meios para ser conscientes de si e de suas ações numa
prática que deseja a liberdade e a felicidade para todos for útil, então podemos dizer que a

filosofia é o mais útil de todos os saberes de que o seres humanos são capazes”

CHAUI, (2012, P.29)

ATIVIDADE FINAL

A Atitude Filosófica tem duas características:

Assinale a alternativa correta:

A. Positiva e Negativa
B. Simples e Complexa.

C. Complexa e Negativa.

A Filosofia nasceu na:

Assinale a alternativa correta:

A. Grécia.

B. Europa.
C. China.

A palavra Filosofia significa:

Assinale a alternativa correta:

A. Amor ou amizade pela sabedoria.

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 6/9
22/02/2021 AVA UNINOVE

B. Aquele que duvida do saber.


C. Aquele que deseja saber. 

REFERÊNCIA
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: Introdução à Filosofia. 4ª. ed.
São Paulo: Ed. Moderna. 2009.
CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. 14ª. ed. São Paulo: Ed. Ática. 2012.

KLEINMAN, Paul. Tudo o que você precisa saber sobre Filosofia. Tradução de Cristina Sant¿Anna. 3ª. Ed.
São Paulo: Ed. Gente. 2013

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 7/9
22/02/2021 AVA UNINOVE

Sócrates, Platão e Aristóteles


APRESENTAR AS PRINCIPAIS IDEIAS DOS FILÓSOFOS SÓCRATES, PLATÃO E ARISTÓTELES.

AUTOR(A): PROF. MARIA ELIZABETE LAUTERT DE SOUZA

AUTOR(A): PROF. SANDRA REGINA VIVANCO MIRABETI

Legenda: SóCRATES (470-399 A.C)

Sócrates (470-399 a.C)


Nasceu em Atenas, na Grécia. Sua mãe era parteira e seu pai escultor. Casou-se e teve vários filhos.
Na juventude, destacou-se por sua coragem na batalha de Potideia e interessou-se por ciências.
Foi um marco divisório na história da filosofia grega. Os filósofos que o antecederam são chamados de pré-

socráticos e os que o sucederam são chamados de pós-socráticos.


Sócrates, colocou o homem e os seus problemas no centro da reflexão filosófica.

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 1/12
22/02/2021 AVA UNINOVE

Não deixou nada por escrito, suas ideias foram divulgadas por vários de seus discípulos, principalmente por

Platão.
Abandonou a preocupação dos filósofos pré-socráticos em explicar a natureza e se concentrou na
problemática do homem.  Procurava um fundamento para “O que é o bem?” “O que é a virtude?” ”O que é a
justiça?”

A pergunta essencial que Sócrates tentava responder era : o que é a essência do homem? Ele respondia
dizendo que o homem é a sua alma, entendendo-se “alma” como a sede da razão, o nosso eu consciente,
que inclui a consciência intelectual e a consciência moral, e que portanto, distingue o ser humano de todos
os outros seres da natureza.

O autoconhecimento era um dos pontos fundamentais da filosofia socrática: “Conhece-te a ti mesmo”,


condição fundamental para todos os outros conhecimentos verdadeiros.
Socrátes, partia do pressuposto “Só sei que nada sei”, que consiste na sabedoria de reconhecer a própria

ignorância, ponto de partida para o saber.


 

Como Sócrates desenvolvia o saber filosófico?


Sócrates, desenvolvia o saber filosófico em praças públicas, conversando com todos : jovens, velhos, nobres,

escravos, sempre dando demonstrações de que era preciso unir a vida concreta ao pensamento. Unir o saber
ao fazer, a consciência intelectual à consciência prática ou moral. Perguntava a cada um : “ Você sabe o que
é isso que é que você está dizendo?” “Você sabe o que é isso em que você acredita?” “Você acha que conhece
realmente aquilo em que acredita?” “ Você diz que a coragem é importante, mas o que é a coragem?” Você
diz que a justiça é importante, mas o que á justiça?”  “ Você diz que ama as coisas e as pessoas belas, mas o
que é a beleza?”.

Sócrates, elaborava perguntas sobre ideias, valores e crenças as quais os atenienses  acreditavam conhecer
as respostas. Essas perguntas deixavam os atenienses embaraçados, curiosos e até irritados pois muitas
vezes não sabiam responder e nem haviam pensando a respeito de suas ideias, valores e crenças. Os
atenienses, esperavam que Sócrates lhes dessem uma reposta para essas perguntas, mas Sócrates
respondia: “Só estou perguntando, também não sei”. Dai, vem a famosa frase “Só sei que nada sei”. Ponto
de partida para o saber.
Sócrates,  com suas perguntas , fazia com que os atenienses pensassem, refletissem e assim as dúvidas iam

  surgindo, não somente com o que os atenienses julgavam certo ou errado com relação a si mesmos mas
também com relação a  polis. Isso incomodou os poderosos do seu tempo que tinham medo do pensamento
dos jovens. Assim, Sócrates se tornou  um perigo para Atenas, pois fazia os jovens pensarem.
Sócrates, foi preso, julgado e condenado a morte por corromper os jovens da cidade, por desrespeitar os
deuses e violar as leis. Foi condenado a tomar um veneno – a cicuta – e obrigado a suicidar-se. Não se
defendeu. Dizia que “ Se eu me defender, estarei aceitando as acusações, e eu não aceito. Se eu me defender,

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 2/12
22/02/2021 AVA UNINOVE

o que  os juízes vão exigir de mim? Que eu pare de filosofar. Mas eu prefiro a morte a ter que renunciar à

Filosofia”.

O Método Socrático
Sócrates, desenvolvia sua filosofia mediante diálogos críticos com seus discípulos, que podem ser divididos
em dois momentos: a ironia e a maiêutica.
A Ironia
Ironia, em grego, quer dizer : interrogação.
Seu método começa pela parte considerada “destrutiva”. Nas discussões, Sócrates,  afirma nada saber diante

do oponente que se diz conhecedor de determinado assunto.


Sócrates, com hábeis perguntas, desmonta as certezas do seu interlocutor até este reconhecer a sua
ignorância.
Assim, ao fazer continuamente esses questionamentos, Sócrates,   era capaz de expor as contradições na
forma de pensar do indivíduo, com o objetivo de fazê-lo chegar a  conclusões mais sólidas.
Assim, por meio de perguntas, Socrátes destrói o saber construído para reconstruí-lo na procura da
definição do conceito. O objetivo da ironia socrática é purificar uma ideia.

Nem sempre Sócrates tinha a resposta. Nem sempre as discussões chegavam  a conclusões definitivas. 
A Maiêutica
Após reconhecerem as contradições na sua forma de pensar, seus discípulos poderiam então reconstruir,
purificar suas próprias ideias.
Novamente Sócrates propunha uma série de questões habilmente colocadas.
Nesta fase, o objetivo de Sócrates era ajudar seus discípulos a conceberem suas próprias ideias.
Essa fase é chamada de Maiêutica, termo grego, que significa “arte de trazer à luz”, em homenagem à sua
mãe que foi parteira.

 
 
 
 

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 3/12
22/02/2021 AVA UNINOVE

Legenda: PLATãO (428-347 A.C)

Platão (428-347 a.C)


 

Nasceu em Atenas e foi discípulo de Sócrates, pertencia  a uma das mais nobres famílias atenienses.

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 4/12
22/02/2021 AVA UNINOVE

Fundou uma das primeiras instituições de ensino superior do mundo ocidental – a Academia. Uma espécie

de universidade pioneira dedicada à pesquisa científica e filosófica, além de se tornar um centro de


formação política.

Sócrates foi tema dos melhores escritos de Platão e protagonista dos seus 36 diálogos. 

Dialética
O método proposto por Platão para atingir o conhecimento autêntico é a dialética.

A dialética consiste na contraposição de uma opinião com a crítica que dela podemos fazer, ou seja, na
afirmação de uma tese qualquer seguida de uma discussão e negação dessa tese, com o objetivo de purifica-

la dos erros e equívocos

Teoria das Ideias


A teoria das ideias, com a qual procura explicar como se desenvolve o conhecimento humano é um dos
aspectos mais importantes da filosofia de Platão. Segundo ele, o processo de conhecimento se desenvolve

por meio da passagem progressiva do mundo das sombras e aparências para o mundo das ideias e essências.
Na filosofia de Platão existem dois mundos: o primeiro é aquele que podemos perceber ao nosso redor, com

os cinco sentidos, é mutável. O outro é o mundo das ideias, onde tudo é perfeito e imutável. Não podemos

tocá-lo, ele não é concreto. Só o pensamento pode nos levar até lá.
Para Platão, a alma é imortal, reencarna várias vezes, antes de reencarnar tem a possibilidade de

contemplar o mundo das ideias, o modelo perfeito das coisas. Com o trauma do nascimento este
conhecimento é perdido e é  posteriormente despertado pela observação das coisas.

Para o filósofo, conhecer é para a alma,  lembrar  o que já se sabia antes de encarnar um corpo. A   alma é
imortal, renasce muitas   vezes e em contato com o mundo se  recorda  o que outrora já aprendeu e

posteriormente esqueceu. Para Platão, procurar e aprender são, no seu conjunto reminiscências.

“.. Em outros termos: a percepção do mundo externo não fornece nenhum conhecimento,

somente um estímulo à recordação. O conhecimento dá-se por meio de uma visão


intelectual, quando conseguimos reconhecer na complexidade do mundo as formas

essenciais e prototípicas, ou seja, as ideias.”


NICOLA, (2012, P.64)

Para Platão, a tarefa do filósofo é usar a razão para descobrir as formas ideais.
Você pode conferir o vídeo "Mito da Caverna - Platão por Maurício de Souza" clicando  aqui

(https://www.youtube.com/watch?v=XoU4YAhJzLY).

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 5/12
22/02/2021 AVA UNINOVE

O destino do filósofo e o Mito da Caverna

“...A figura do filósofo e as suas tarefas são delineadas por meio de metáforas. A caverna
escura é o nosso mundo; os escravos acorrentados são os homens; as correntes são as 

paixões e a ignorância; as imagens ao fundo da caverna são as percepções sensoriais; a


libertação do escravo é a ação liberatória da filosofia; a aventura do escravo fora da

caverna é a experiência filosófica; o mundo fora da caverna corresponde ao mundo das


ideias; o único, verdadeiramente; o Sol que ilumina o mundo verdadeiro é a ideia do Bem,

que conduz ao conhecimento; o regresso do escravo é o dever do filósofo de envolver a


sociedade na experiência da verdade; a incapacidade do escravo em readaptar-se à vida na

caverna é a inadequação social dos filósofos; o escárnio do escravo é o destino reservado

ao escravo; a morte final do escravo-filósofo é a morte de Sócrates. 


SEGUNDO NICOLA, (2012, P.68).

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 6/12
22/02/2021 AVA UNINOVE

Legenda: ARISTóTELES (384-322 A.C)

Aristóteles (384-322 a.C)


Nasceu em Estagira, Macedônia.
Foi um dos mais importantes filósofos gregos da Antiguidade.

Seu pai, Nicômaco, era médico do rei da Macedônia


Aos 18 anos  foi para Atenas e ingressou na Academia de Platão, onde permaneceu cerca de 20 anos
Com a morte de Platão, a destacada competência de Aristóteles o qualificava para assumir a direção da

Academia. Mas isso não aconteceu. Era considerado estrangeiro pelos atenienses

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 7/12
22/02/2021 AVA UNINOVE

Assim, decepcionado, deixou a Academia e partiu para Assos, na Misia, Ásia Menor, onde permaneceu até
345 a.C

Em seguida, foi convidado por Filipe II, rei da Macedônia para ser professor de seu filho Alexandre.
Quando Alexandre assumiu o Império Macedônico o relacionamento entre eles foi interrompido.
Por volta de 335 a.C, retorna para  Atenas e funda a sua própria escola filosófica – Liceu.
Em 323 a.C, após a morte de Alexandre, os sentimentos antimacedônicos ganharam intensidade em Atenas

e devido a sua ligação com  Alexandre, passou a ser perseguido.


Assim abandonou Atenas, dizendo querer evitar que os atenienses “pecassem duas vezes contra a filosofia”.
A primeira vez teria sido com Sócrates.

Critica o mundo “separado” das ideias platônicas ( Mundo das Ideias e Mundo dos Sentidos). Para
Aristóteles, a observação da realidade leva-nos a constatação da existência de inúmeros seres individuais,
concretos, mutáveis, que são captados pelos nossos sentidos

A nova interpretação para as mudanças do ser

Aristóteles pretendeu resolver a contradição entre o caráter estático e permanente do ser em oposição ao
movimento e à transitoriedade das coisas, que era a clássica polêmica entre Parmênides e Heráclito. Para
tanto, propôs uma nova interpretação relativa ao estudo do ser, segunda a qual em todo ser devemos

distinguir o ato e a potência.

Ato: é a manifestação atual do ser, aquilo que já existe.


Potência: as possibilidades do ser, aquilo que ainda não existe, mas pode vir a ser.
O movimento e a transitoriedade das coisas se resumem na mudança da passagem da potência para o ato. 
Exemplo : a árvore que está sem flores pode tornar-se uma árvore florida. Ao adquirir flores, essa árvore

manifesta em ato aquilo que já continha, intrinsicamente (essencial, inseparável, próprio e inerente), em
potência.
Mas, vamos supor que por condições climáticas, uma árvore frutífera não venha a dar frutos ou que suas
folhas se apresentem queimadas devido ao clima.

Esses casos, Aristóteles classifica como acidente, ou seja, algo que não ocorre sempre, somente às vezes, por
uma causalidade qualquer (no caso, a falta de chuva), que não faz parte da essência da árvore.
Assim, devemos distinguir também em todos os seres existentes: a substância e o acidente.

Substância: aquilo que é estrutural e essencial do ser.


Acidente: aquilo que é atributo circunstancial e não-essencial do ser.

A causa do ser
A passagem da potência para o ato não se dá ao acaso. Ela é causada

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 8/12
22/02/2021 AVA UNINOVE

Para Aristóteles, causa é tudo aquilo que determina a realidade de um ser. Distingue, assim, quatro tipos de
causas:  causa material, causa formal, causa eficiente, causa final.

Causa material : refere-se a matéria do que é feita uma coisa. Por exemplo, o bronze utilizado para fazer
 uma estátua.
Causa formal:  refere-se a forma,  à configuração de uma coisa, tornando-a “um ser propriamente dito”.
Por exemplo, uma estátua em forma de homem e não de um objeto. 
Causa eficiente: refere-se ao agente que produziu, que fez a coisa. Por exemplo, o artista  que fez a estátua.
 
Causa final: refere-se ao objetivo, à intenção, à finalidade ou à razão de ser de uma coisa. Por exemplo, o
artista tinha como objetivo homenagear uma personalidade importante.
Segundo Aristóteles,   a causa final é que comanda o movimento da realidade. É pela causa final, , que as
coisas mudam, determinando a passagem da potência para o ato. 

Como se deve pensar DEUS?


" Segundo Aristóteles, é possível provar a existência de Deus a partir da tentativa de
explicar a realidade do movimento. Efetivamente, toda coisa que se move deve ser
colocada em movimento por alguma outra coisa que, por sua vez, pressupõe um outro

agente motor, e assim por diante. É óbvio que a cadeia não pode prosseguir ao infinito:
deve necessariamente existir um primeiro motor, capaz  de conferir movimento às coisas
sem por isso estar ele próprio em movimento. Esse Motor Imóvel é Deus. Mas seria errado

atribuir a Aristóteles, com base no ensinamento cristão, a noção de uma divindade


criadora do mundo. Deus não é causa inicial, mas final; não é quem deu vida e origem ao
mundo, pelo simples fato de que, para Aristóteles, como para todos os gregos, o mundo
sempre existiu e de modo algum foi criado. Deus é o ponto de chegada, meta final para a

qual tende a inteira realidade. O que é belo atrai, mesmo sem mover-se; o que é amado
atrai o amante, como um imã; o que é perfeito (e, portanto, imóvel) é por definição
atraente."
SEGUNDO NICOLA, (2012, P.95)

Você pode conferir o vídeo "Filosofia e Educação: Sócrates, Platão e Aristóteles - Prof. Dr. Antonio Joaquim
Severino" clicando aqui (https://www.youtube.com/watch?v=K2mu76u8KKY).

ATIVIDADE FINAL

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 9/12
22/02/2021 AVA UNINOVE

O filósofo que criou o Mito da Caverna foi:

Assinale a alternativa correta:

A. Sócrates
B. René Descartes
C. Platão

Segundo Aristóteles, a causa material refere-se a:


Assinale a alternativa correta:

A. Matéria do que é feita coisa.


B. Forma da coisa.

C. Ao agente que produziu a coisa. 

Quanto à Sócrates, podemos afirmar que:

Assinale a alternatica correta:

A. Procurava um fundamento para "O que é o bem"? " O que é a virtude?" " O que é justiça?". 
B. Estava preocupado em explicar a origem do mundo e de todas as coisas. 

C. Criou o Mito da Caverva. 

REFERÊNCIA
COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia – História e Grandes Temas. 17ª. ed. São Paulo: Ed. Saraiva.

2013.
KLEINMAN, Paul. Tudo o que você precisa saber sobre Filosofia. Tradução de Cristina Sant¿Anna. 3ª. Ed.
São Paulo: Ed. Gente. 2013
CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. 14ª. ed. São Paulo: Ed. Ática. 2012.

NICOLA, Ubaldo. Antologia Ilustrada de Filosofia: das origens à idade moderna. 1ª. ed. São Paulo: Globo,
2005

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 10/12
22/02/2021 AVA UNINOVE

SCHULTZ, Duane P.; SCHULTZ, Sydney Elien. História da Psicologia Moderna. Tradução Adail Ubirajara
Sobral e Marta Stela Gonçalves. 5ª. ed. São Paulo: Ed. Cultrix. 1992.

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 11/12
22/02/2021 AVA UNINOVE

Agostinho e Thomás de Aquino


APRESENTAR AS PRINCIPAIS IDEIAS DE SANTO AGOSTINHO E SÃO TOMÁS DE AQUINO

AUTOR(A): PROF. MARIA ELIZABETE LAUTERT DE SOUZA

AUTOR(A): PROF. SANDRA REGINA VIVANCO MIRABETI

Legenda: SANTO AGOSTINHO, SãO TOMáS DE AQUINO, PATRíSTICA, ESCOLáSTICA

A Patrística ( século I ao VII).


A filosofia  desenvolvida nessa época teve como objetivo consolidar o papel da igreja e propagar os
ideais do cristianismo.

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 1/9
22/02/2021 AVA UNINOVE

Assim, tornou-se necessário explicar os preceitos   do cristianismo às autoridades romanas e ao

povo geral.
Os primeiros padres da igreja se empenharam  na elaboração de diversos textos sobre a fé e
revelações cristãs para explicarem esses preceitos.
O conjunto desses textos ficou conhecido como patrística, por terem sido escritos principalmente

por esses grandes padres da igreja.


A   Patrística tentou munir a fé de argumentos racionais, ou seja, buscou a conciliação entre o
cristianismo e pensamento pagão. O principal nome da Patrística  é Santo Agostinho.
 

SANTO AGOSTINHO ( 354-430 d.C.)


Aurélio Agostinho, o Santo Agostinho de Hipona, foi um importante bispo cristão e teólogo. Nasceu em
Tagaste, pequena cidade do norte da África. Sua  mãe seguia o cristianismo, seu pai era pagão.
Até completar 32 anos, não era cristão. De uma ligação amorosa ilícita para a época, nasceu seu filho

Adeodato.
Agostinho completou seus estudos clássicos e tornou-se professor de retórica.
Sentiu-se despertado pela Filosofia lendo Cícero ( orador e político romano que se inspirou no ecletismo).

Mais tarde, deixou-se influenciar pelo maniqueísmo e, insatisfeito com o maniqueísmo viajou para Roma  e
Milão, onde entrou em contato com o ceticismo e, posteriormente com o neoplatonismo
Em 386, teve uma grande crise existencial, uma inquietação desesperada em busca de um   sentido para a
vida. Foi nesse período que teve contato com Santo Ambrósio, bispo de Milão,  e sentiu-se atraído por suas
pregações. Pouco tempo depois, converteu-se ao cristianismo, tornando-se seu grande defensor.
Tornou-se bispo de Hipona em 395, no norte da África. Morreu aos 75 anos, quando a cidade foi cercada e

saqueada por vândalos. 

A superioridade da alma sobre o corpo, a matéria 


Santo Agostinho, defendeu a superioridade da alma humana, isto é, a supremacia do espírito sobre o corpo,
a matéria
A alma teria sido criada por DEUS para reinar sobre o corpo, para dirigi-lo à prática do bem.
O homem pecador, utilizando-se do livre arbítrio, costuma inverter essa relação, fazendo o corpo assumir o
governo da alma. Provoca, com isso, a submissão do espírito à matéria. 

 
A Graça Divina

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 2/9
22/02/2021 AVA UNINOVE

Segundo  Santo Agostinho,   o homem que trilha a via do pecado só consegue retornar aos caminhos de

DEUS e da salvação mediante a combinação de seu esforço pessoal de vontade e a concessão,


imprescindível, da graça divina.
Sem a graça de DEUS o homem nada pode conseguir. Nem todas as pessoas são dignas de receber essa
graça, somente os eleitos, predestinados à salvação. 

Vontade e Razão
Segundo a filosofia agostiniana, a vontade é uma força que impulsiona a vida e não uma função especifica
ligada ao intelecto, tal como dizem os gregos.

Para Santo Agostinho, a liberdade humana é própria da vontade e não da razão.  Desde o nosso nascimento,
essa vontade nos inclina para o mal, tornando-se fonte de pecado. O indivíduo peca porque usa seu livre-
arbítrio para satisfazer uma vontade má, mesmo sabendo que tal atitude é pecaminosa. 

Precedência da Fé sobre a Razão


Para Santo Agostino, a fé nos faz crer em coisas que nem sempre entendemos pela razão.
“creio tudo o que entendo, mas nem tudo que creio também entendo. Tudo o que compreendo conheço, mas
nem tudo que creio conheço” ( SANTO AGOSTINHO, De magisto.p 319).

Deus e a criação do tempo


Segundo Santo Agostinho, Deus é eterno, está fora do tempo. Criando o mundo, criou o tempo também.
Tempo e criação, coincidem
 

Passado, Presente e Futuro


Somente o Presente parece existir.
O passado só existe no presente na nossa memória.
O futuro existe no presente como antecipação. Por exemplo, sabemos que o sol nascerá amanhã. 

Quem criou o mal?


Deus não criou o mal porque o mal não é algo, é falta ou deficiência de alguma coisa. Por exemplo, o mal
padecido por uma pessoa surda é a ausência da audição.
Para Santo Agostinho, o mal em si não existe, é ausência, limitação do bem. Afastar-se de Deus, é afastar-se
do Bem.

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 3/9
22/02/2021 AVA UNINOVE

Pecado
A única forma de mal existente em todo o universo é a maldade humana que se exprime no pecado – o que

significa um distanciamento da vontade humana em relação à Deus.

Escolástica

A escolástica nasceu nas escolas monásticas cristãs, de modo a conciliar a fé cristã com um sistema
de pensamento racional, especialmente o da filosofia grega. 

O principal nome da escolástica é São Tomás de Aquino. 

TOMÁS DE AQUINO (1225-1274)


Nasceu em Nápoles, sul da Itália.
Estou na Universidade de Nápoles e ingressou na Ordem Dominicana, contra a vontade da sua família.

Foi declarado  Santo pela Igreja católica, em 1323.


 

A Filosofia de São Tomás de Aquino


A filosofia de Tomás de Aquino ( o tomismo) já nasceu com objetivos claros: não contrariar a fé.
A finalidade de sua filosofia era organizar um conjunto de argumentos para demonstrar e defender as

revelações do cristianismo.
Retomou as ideais de Aristóteles, em busca de argumentos que explicassem os principais aspectos da fé

cristã.
Segundo São Tomás de Aquino, é a revelação divina que possibilita formularmos enunciados sobre a

condição humana e sobre o mundo em que vivemos, é por isso que a preocupação inicial do pensamento do

filósofo e teólogo é Deus e posteriormente o homem e o mundo.


A filosofia por si só não consegue esgotar os conhecimentos que podemos ter do mundo e de nós mesmos.

Assim, para   que possamos explorar, conhecer,   de maneira mais abrangente o mundo e os   homens,
necessitamos da sacra doutrina revelada por Deus

As provas da existência de DEUS

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 4/9
22/02/2021 AVA UNINOVE

Em seu livro “ Suma teológica”, Tomás de Aquino propõe cinco provas da existência de Deus:

O primeiro motor:  Tudo aquilo que se move é movido por outro  ser e assim sucessivamente. Existe um
primeiro ser movente que não é movido por nenhum outro. Um Motor imóvel: DEUS.

A Causa Eficiente:  É necessário admitir a existência de uma primeira causa eficiente, responsável pela
sucessão dos efeitos. Uma causa sem causa: DEUS.

Ser necessário e ser contingente:  Há um ser que sempre existiu, um ser absolutamente necessário, que não

tenha fora a causa de sua existência, mas ao contrário, que seja a causa da necessidade de todos os seres
contingentes. Um ser absolutamente necessário: DEUS.

Os graus de perfeição:  Se uma coisa possui mais ou menos determinada qualidade positiva, isso supõe que
deva existir um ser com o máximo dessa qualidade. Ou seja existe um ser com o máximo de bondade, de

poder, de verdade, um ser máximo e pleno. Um ser perfeito, uma inteligência ordenadora: DEUS
O finalismo:  Todas as coisas que existem na natureza cumprem uma função , um objetivo, uma finalidade.

Devemos admitir que existe um ser inteligente  que dirige todas as coisas da natureza para que cumpram
seus objetivos: DEUS

Confira este vídeo sobre Santo Agostinho e São Tomás de Aquino. Clique aqui

(https://www.youtube.com/watch?v=ebHcsjfcVok)para acessar.

ATIVIDADE FINAL

Santo Agostinho, foi o principal representante da :

Assinale a alternativa correta.

A. Escolástica
B. Patrística

C. Empirismo

O principal representante da Escolástica foi:

A. São Tomás de Aquino

B. Santo Agostinho
C. René Descartes

Segundo Santo Agostinho, podemos afirmar que :


Assinale a alternativa correta.

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 5/9
22/02/2021 AVA UNINOVE

A. O mal existe. 

B. O mal é ausência do bem.


C. O corpo foi criado para reinar sobre a alma. 

REFERÊNCIA
COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia – História e Grandes Temas. 17ª. ed. São Paulo: Ed. Saraiva.

2013.
KLEINMAN, Paul. Tudo o que você precisa saber sobre Filosofia. Tradução de Cristina Sant¿Anna. 3ª. Ed.

São Paulo: Ed. Gente. 2013

NICOLA, Ubaldo. Antologia Ilustrada de Filosofia: das origens à idade moderna. 1ª. ed. São Paulo: Globo,
2005

SCHULTZ, Duane P.; SCHULTZ, Sydney Elien. História da Psicologia Moderna. Tradução Adail Ubirajara
Sobral e Marta Stela Gonçalves. 5ª. ed. São Paulo: Ed. Cultrix. 1992.

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 6/9
22/02/2021 AVA UNINOVE

Descartes
APRESENTAR AS PRINCIPAIS IDEIAS DE RENÉ DESCARTES

AUTOR(A): PROF. MARIA ELIZABETE LAUTERT DE SOUZA

AUTOR(A): PROF. SANDRA REGINA VIVANCO MIRABETI

RACIONALISMO
O Racionalismo é uma doutrina que defende que a origem do conhecimento é a razão.

Os racionalistas acreditam que somente a razão pode levar a um conhecimento rigoroso. 


René Descartes, foi um ícone do Racionalismo.

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 1/10
22/02/2021 AVA UNINOVE

Legenda: RENé DESCARTES

RENÉ DESCARTES (1596-1650)


Nasceu na França, seu pai era aristocrata e fazia questão de oferecer uma boa educação aos seus filhos.  Sua
mãe faleceu durante o seu primeiro ano de vida.
Aos 8 anos, foi enviado para uma escola jesuíta onde estudou matemática e ciências humanas. Exibia

considerável talento para a  filosofia, física e fisiologia.


Devido a sua frágil saúde, era dispensado das missas matutinas e autorizado a dormir até a hora do almoço.
Assim, durante as manhãs tranquilas desenvolveu duas ideias mais criativas.
Graduou-se em Direito pela Universidade de Poitiers, aos 22 anos; começou a estudar teologia e medicina,
não foi adiante alegando que queria descobrir o mundo e o conhecimento que estava dentro dele próprio.
Serviu como voluntário nos exércitos da Holanda, da Bavária e da Hungria. Nas horas vagas, estudava
matemática.  

De seu romance mais duradouro ( três anos) com Helene Jans, nasceu sua única filha, Francine, que morreu
em seus braços aos cinco anos de idade.

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 2/10
22/02/2021 AVA UNINOVE

Descartes, tinha profundo interesse em aplicar seus conhecimentos científicos às questões práticas. Por

exemplo, pesquisava meios para evitar o embranquecimento dos cabelos, realizou experimentos sobre o uso
de cadeiras de rodas por pessoas deficientes, entre outros.
Durante o período que serviu o exército, teve vários sonhos que mudaram a sua vida. Conforme seu relato,
passou o dia 10 de novembro de 1619, sozinho em um quarto com aquecedor, mergulhado em pensamentos
sobre a matemática e a ciência, dormiu, sonhou e, no sonho, que ele mesmo mais tarde interpretou, foi
repreendido pela ociosidade. A partir desses sonhos, tomou a decisão de dedicar a sua vida à transformação
do conhecimento com a matemática e a ciência; começando com a Filosofia porque essa era a raiz de todas

as outras ciências.
Descartes, tinha necessidade de isolamento. Em 20 anos, morou em 13 cidades e em 24 casas diferentes.
Apenas seus amigos tinham o seu endereço.  Sua única exigência era residir próximo a uma igreja católica
romana e a uma universidade.
Escreveu muitos trabalhos relacionados à matemática e a filosofia. Sua fama chamou a atenção da princesa
Cristina (na época com 20 anos), da Suécia, que solicitou que Descartes lhe ministrasse aulas de filosofia.
Mesmo tendo receio de falecer na Suécia ( sua saúde era frágil),   mesmo relutando em abrir mão da sua

liberdade e privacidade,  aceitou o convite.


Em 7 de setembro de 1649, embarcou para Estocolmo, capital da Suécia. A rainha insistia em ter aulas às 5
da manhã, em uma biblioteca pouco aquecida, durante um inverno rigoroso. Descartes, suportou o frio
intenso por quatro meses até contrair pneumonia e falecer em 11.02.1650.
Dezesseis anos após a sua morte, seus amigos decidiram que seus restos mortais deveriam retornar à
França. O caixão enviado à Suécia pelos franceses, era pequeno demais. Assim, as autoridades suecas
cortaram sua cabeça e a enterraram até que providências fossem tomadas.
Enquanto os restos mortais eram preparados para retornar à França, o embaixador francês na Suécia,

resolveu guardar um souvenir e cortou-lhe o dedo indicador direito. O corpo sem cabeça e sem um dedo foi
sepultado em Paris com muita pompa e cerimônia.
Um oficial do exército, algum tempo depois, desenterrou o crânio de Descartes e, durante 150 anos seu
crânio passou de um colecionador para o outro, até finalmente chegar a Paris, onde hoje está em exibição
no Museu do Homem.
René Descartes, é considerado o “pai da filosofia moderna”, porque, ao tomar a consciência como ponto de
partida, abriu caminho para discussão sobre ciência e ética, principalmente ao ressaltar a capacidade

humana de construir o próprio conhecimento.  


Descartes, contribui diretamente para a história da psicologia moderna. Simbolizou a transição da
Renascença para a moderna era científica, ao aplicar a ideia do mecanismo do relógio ao corpo humano.
Dentre as obras de René Descartes, podemos destacar: Regras para a orientação do espírito; Discurso do
método; Meditações sobre a filosofia primeira e, Princípios da Filosofia.

O mecanicismo e o problema mente-corpo.

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 3/10
22/02/2021 AVA UNINOVE

O trabalho mais importante de Descartes para o desenvolvimento da psicologia moderna foi a tentativa de

resolver o problema mente-corpo.


Ao longo de vários anos os intelectuais discutiam como a mente – ou as qualidades mentais – podia ser

diferenciada do corpo e de todas as demais qualidades físicas.


A questão básica   era: a mente e o corpo, isto é, o universo mental e o mundo material são de naturezas

distintas?

Por vários anos os intelectuais adotaram posturas opostas, com o argumento de que a mente ( a alma e o
espírito) e o corpo são de natureza diferentes.

Se a mente e o corpo são  de naturezas diferentes, qual é a relação existente entre eles? Como interagem?
São independentes ou influenciam-se mutuamente?

Antes de Descartes, a teoria predominante afirmava ser a interação entre a mente e o corpo unilateral. A
mente era capaz de exercer influência sobre o corpo, enquanto este exercia pouco efeito sobre a mente.

Na teoria de interação mente-corpo de Descartes, a mente influencia o corpo, mas a influência deste sobre

a mente era maior do que se acreditava. A relação era bilateral e não unilateral.
Essa ideia foi considerada radical no século XVII e teve importantes implicações para a psicologia.

As funções atribuídas anteriormente  a mente começavam a ser consideradas funções do corpo.


Por exemplo:

Acreditava-se que a mente era responsável  pelo pensamento, pela razão,  reprodução,  percepção e
locomoção. Descartes, afirmava que a mente exercia uma única função, a do pensamento. Todos os demais

processos eram funções do corpo.

Descartes, redirecionou a atenção dos pesquisadores, que passaram do conceito teológico abstrato da alma
para o estudo científico da mente e dos processos mentais. As pessoas faziam apenas conjeturas a respeito

da natureza e da existência da alma, mas podiam realmente observar as operações e os processos da


mente.

Assim, os cientistas aceitaram a mente e o corpo como duas entidades separadas.


A matéria – a substância material do corpo – é dotada de extensão (ou seja, ocupa espaço) e opera de acordo

com os princípios mecânicos.

A mente é livre, isto é, não possui extensão nem substância física.


A ideia revolucionária de Descartes afirma que a mente e o corpo, embora distintos, são capazes de

interagir dentro do organismo humano. A mente é capaz de exercer influência sobre o corpo do mesmo
modo que o corpo pode influenciar a mente. 

A natureza do corpo
O corpo é composto de matéria física, logo tem características comum a qualquer matéria, ou seja, possui

tamanho e capacidade motora.

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 4/10
22/02/2021 AVA UNINOVE

Sendo o corpo uma matéria, as leis da física e da mecânica que regem o movimento e a ação da física

aplicam-se também a ele. Assim, o corpo é semelhante a uma máquina cuja operação pode ser explicada
pelas leis da mecânica que governam o movimento de todos os objetos do espaço. Seguindo esse raciocínio,

Descartes prosseguiu com a explicação do funcionamento fisiológico do corpo com base na física.
Descartes foi claramente influenciado pelo espírito mecanicista da época. Quando descrevia o corpo

humano, fazia referência direta às figuras mecânicas que vira.  Comparava os nervos do corpo humano aos

canos dentro dos quais corria a água e os músculos e tendões às engrenagens e mola, por exemplo.
Os movimentos do autômato não resultavam da ação voluntária da máquina, mas de ações externas, por

exemplo, a pressão da água. A natureza involuntária desse movimento refletia-se na observação de


Descartes de que os movimentos corporais, muitas vezes, ocorrem sem a intenção consciente do

indivíduo.
Seguindo essa linha de raciocínio, Descartes chegou à ideia do “ undulatio reflexa” - um movimento não

comandado ou não determinado pela vontade consciente de se mover. Com esse conceito, muitas vezes
Descartes é definido como autor da teoria do ato reflexo.

A interação mente-corpo
De acordo com a teoria de Descartes, a mente é imaterial, não tem substância física, mas é provida de
capacidade de pensamento e de outros processos cognitivos. Consequentemente proporciona aos seres

humanos informações a respeito do mundo exterior.


Como a mente possui a capacidade do pensamento, da percepção e da vontade, de alguma forma influencia

o corpo e é por ele influenciada.


Por exemplo, quando a mente decide realizar um movimento de um lado para o outro, essa decisão é

executada pelos músculos, tendões e nervos do corpo. Do mesmo modo quando o corpo recebe um estímulo

como a luz, a mente reconhece, interpreta essas dados sensoriais e determina a resposta adequada. 

A doutrina das ideias


Descartes, afirmava ser a mente produtora de dois tipos de ideias: derivadas e inatas.
As ideias derivadas surgem da aplicação direta de estímulos externos, tais como o som de uma música ou a

imagem de uma rosa. Assim, as ideias derivadas são produtos das experiências dos sentidos.
As ideias inatas são desenvolvidas pela mente ou pela consciência.  Entre as ideias inatas identificadas por

Descartes estão Deus, o eu, a perfeição, o infinito e os axiomas geométricos.

“Cogito ergo sum”, “Penso, logo existo”

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 5/10
22/02/2021 AVA UNINOVE

Descartes afirmava que, para conhecermos a verdade, é preciso colocarmos em dúvida todos os nossos

conhecimentos, questionando tudo para criteriosamente analisarmos se existe algo na realidade de que
possamos ter certeza plena, absoluta.

Fazendo uma aplicação metódica da dúvida, foi considerando incertas todas as percepções sensoriais, todas
as noções adquiridas sobre os objetos materiais; colocou em dúvida a existência de tudo aquilo que

constitui a realidade e o próprio conteúdo dos pensamentos.


 Concluiu que, a única verdade totalmente livre de dúvida era que: “meus pensamentos existem”.
Segundo Descartes, o ato de pensar é prova da existência individual. O pensamento e a razão são a essência

da condição humana porque, embora ninguém possa ter certeza de nenhuma outra parte da existência, um
indivíduo sempre pode estar certo de que tem pensamento e razão.   Assim, surge a famosa afirmação de

Descartes: “Cogito ergo sum”, traduzindo para “Penso, logo existo”

Método Cartesiano
Podemos destacar quatro regras básicas, da sua obra Discurso do Método,  consideradas por Descartes
capazes de conduzir o espírito na busca da verdade:

1.Regra da Evidência – só aceitar algo como verdadeiro desde que seja absolutamente evidente por sua

clareza e distinção.
2.Regra de análise – dividir cada uma das dificuldades surgidas em tantas partes quantas forem necessárias

para resolvê-las melhor.


3.Regra de síntese – ordenar o raciocínio partindo dos problemas mais simples para os mais complexos, isto

é, conduzir por ordem os pensamentos, começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de se conhecer
para somente depois lançar-se para os mais complexos.

4.Regra de enumeração – realizar verificações complexas e gerais para ter absoluta segurança de que

nenhum aspecto do problema foi omitido.


Assim, Descartes parte em busca de uma verdade primeira que não possa ser posta em dúvida. 

Principais contribuições de René de Descartes


O trabalho de Descartes serviu como catalisador das diversas tendências convergentes da nova psicologia.

Entre as contribuições sistemáticas mais importantes , destacam-se:

A concepção mecanicista do corpo


A noção de ação reflexa
A teoria de interação mente-corpo
A localização das funções mentais do cérebro
A doutrina das ideias inatas 

ATIVIDADE FINAL

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 6/10
22/02/2021 AVA UNINOVE

O trabalho mais importante de René Descartes para o desenvolvimento

da psicologia moderna foi a tentativa de:


Assinale a alternativa correta:  

A. Resolver o problema mente-corpo.


B. Descobrir como o homem adquiria conhecimento. 
C. Explicar a origem do mundo e das coisas. 

René Descartes, foi um ícone do:

A. Racionalismo.

B. Empirismo.
C. Materialismo. 

Descartes, afirmava ser a mente produtora de dois tipos de ideias:


Assinale a alternativa correta:

A. Simples e Complexas.

B. Derivadas e Inatas. 
C. Complexas e Inatas.

REFERÊNCIA
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando – Introdução à Filosofia. 4ª.
ed. São Paulo: Ed. Moderna, 2009.
CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. 13ª. ed. São Paulo: Ed. Ática, 2006.
COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia – História e Grandes Temas. 15ª. ed. São Paulo: Ed. Saraiva,

2002.
KLEINMAN, Paul. Tudo o que você precisa saber sobre Filosofia. Tradução de Cristina Sant¿Anna. 3ª. Ed.
São Paulo: Ed. Gente, 2013

SCHULTZ, Duane P.; SCHULTZ, Sydney Elien. História da Psicologia Moderna. Tradução Adail Ubirajara
Sobral e Marta Stela Gonçalves. 5ª. ed. São Paulo: Ed. Cultrix. 1992.

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 7/10
22/02/2021 AVA UNINOVE

Locke e Hume
APRESENTAR AS PRINCIPAIS IDEIAS DE JOHN LOCKE E DAVID HUME

AUTOR(A): PROF. MARIA ELIZABETE LAUTERT DE SOUZA

AUTOR(A): PROF. SANDRA REGINA VIVANCO MIRABETI

EMPIRISMO
Os defensores do empirismo afirmavam que todo o conhecimento é resultante da experiência

sensorial.
Assim, de acordo com a visão empirista, a mente evolui com o acúmulo progressivo das

experiências sensoriais. 
John Locke e David Hume, foram representantes do Empirismo.

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 1/10
22/02/2021 AVA UNINOVE

John Locke (1632-1704)


 
Nasceu em Wrington, Inglaterra, estudou na Universidade de Oxford, formou-se em medicina. Tinha
interesse em diversas outras  áreas como química, teologia e filosofia.
Em 1667, devido ao seu relacionamento com o Conde Shaftesbury, de quem se tornou seu médico particular,
começou a se interessar por política.
Em 1675, devido a problemas políticos envolvendo o  Conde Shaftesbury, Locke exilou-se na França e, mais
tarde na Holanda. Em 1688, regressou à Inglaterra e participou da chamada Revolução Gloriosa, que levou

Guilherme de Orange ao trono da Inglaterra.


Locke, escreveu tratados sobre a educação, a religião e a economia; tinha particular interesse pela liberdade
religiosa e pelo direito de autogovemo popular.
Um dos principais trabalhos de John Locke para a Psicologia foi - Ensaio Acerca do Entendimento Humano
 (An Essay Concerning Human Understanding)- resultado de  quase vinte anos de estudo.
O interesse principal de John Locke estava voltado ao funcionamento cognitivo, isto é, à forma como a
mente adquire conhecimento.

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 2/10
22/02/2021 AVA UNINOVE

Locke, rejeitou as ideias inatas de Descartes. Para Locke, alguns conceitos como Deus, pareciam inatos

porque nos eram ensinados na infância e não nos lembrávamos do tempo em que não tínhamos
conhecimento desses conceitos. Explicava a aparente natureza inata de algumas ideias fundamentado no
conceito de aprendizagem e do hábito. 
Para Locke,  a mente ao nascimento era como uma tábula rasa, uma lousa vazia. O ser humano nascia sem
qualquer conhecimento prévio. O conhecimento é adquirido por meio da experiência.
 

Associação, Ideias Simples e Ideias Complexas


Para Locke, existem dois tipos de experiências: um derivado da sensação e outro da reflexão.

Sensação: as ideias resultantes da sensação (amarelo, branco, quente, frio, macio, duro, amargo, doce e
todas as demais qualidades denominadas sensoriais), ou seja, da estimulação  sensorial direta causada por
objetos físicos presentes no ambiente, são simples impressões sensoriais.

Reflexão: Essas impressões sensoriais agem na mente, que também agem nas sensações, refletindo acerca
delas e, assim, gerando ideias.
No desenvolvimento do indivíduo, a sensação ocorre primeiro. Ela é precursora necessária da reflexão
porque é necessário haver primeiro um reservatório de impressões sensoriais para que a mente seja capaz
de refletir. Na reflexão, a pessoa se recorda de impressões sensoriais passadas e as combina de várias
maneiras para formar abstrações e outras ideias de nível superior.
A experiência gera ideias simples, que são ideias elementares, que surgem da sensação e da reflexão.
As ideias simples, se  associam, tornando-se mais complexas. Assim, surgem as ideias complexas e formam
o conhecimento.
As ideias complexas podem ser analisas ou reduzidas a componentes mais simples. A análise da vida

mental na forma de ideias simples tornou-se fundamental para a nova psicologia científica.
A associação é a noção de que o conhecimento resulta da associação entre ideias simples para formar
ideias complexas. A teoria da associação foi um passo significativo para considerar a mente, tal como o
corpo -  uma máquina. Assim como é possível desmontar um relógio, por exemplo, reduzindo suas peças a
componentes mais simples, podendo remontar esse relógio novamente tornando-o uma máquina mais
complexa era possível fazer o mesmo com as ideias. 

Qualidades Primárias e Qualidades Secundárias


Através da sensação, percebemos que as coisas têm qualidades que Locke denominou de qualidades
primárias e secundárias.

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 3/10
22/02/2021 AVA UNINOVE

Qualidades Primárias: não podem ser separadas da matéria. Para existirem, independem da nossa
percepção. Por exemplo, tamanho, forma e movimento.

Qualidades Secundárias: são separadas da matéria – cor, odor, som, sabor. Para existirem, dependem da
nossa percepção. Por exemplo, se não mordermos um pêssego, o seu sabor não irá existir. 
 

Legenda: DAVID HUME (1711-1776)

David Hume
Estudou filosofia, direito, história.

Nasceu em uma família humilde, na Escócia. Seu pai faleceu quando ele tinha dois anos.

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 4/10
22/02/2021 AVA UNINOVE

Aos 12 anos, foi enviado à Universidade de Edimburgo, onde graduou-se em Direito e tentou criar seu

próprio sistema filosófico.


Escreveu vários livros que lhe renderam fama como escritor enquanto trabalhava como secretário,

bibliotecário, juiz, advogado.


Tornou-se político, antes de dedicar-se à Filosofia, ocupando vários cargos governamentais.

Seu trabalho mais importante para a Psicologia  foi “Tratado da natureza humana”.

Hume,  apoiou a ideia de John Locke sobre a combinação de ideias simples para formar as  ideias complexas,
analisou e esclareceu  a teoria da associação.

Impressões e Ideias
Hume, traçava diferença entre dois tipos de conteúdo mental: impressões e ideias.

Impressões: referem-se aos dados fornecidos pelos sentidos, por exemplo, as impressões visuais, auditivas
e táteis. São as nossas sensações e percepções. São fortes e vividas.

Ideias: São as imagens, cópias fracas e desbotadas dessas impressões.


Por exemplo, as palavras que você está lendo agora nesta tela são as impressões, mas a imagem da bicicleta

que você tinha na sua infância  é uma ideia.

Ideias Simples e Ideias Complexas


Existem dois tipos de ideias: as simples e as complexas.

Ideias Simples:  são copias diretas de impressões que tivemos. A da bicicleta, é um exemplo de ideia
simples.

Ideias Complexas: são objetos da nossa imaginação.


Por exemplo, vamos imaginar uma Sereia. Uma sereia é um ser mitológico, parte mulher e  parte

peixe. Nunca vimos uma sereia. Nunca tivemos uma impressão direta de uma sereia. Mas ela é um objeto de

nossos pensamentos e conseguimos compreender o que é uma Sereia.


Como podemos entender o que é uma Sereia se nunca vimos uma? Se nunca tivemos uma impressão dessa

Sereia?  Porque a Sereia é fruto da nossa imaginação, é uma ideia complexa.


A imaginação, para Hume, é a faculdade mental   capaz de manipular as ideias simples, gerando as  ideias

complexas.
No exemplo em questão, entendemos o que é “mulher” e o que é “peixe”, pois já tivemos experiência com

uma mulher e com um peixe. Temos assim a ideia simples de uma mulher e a ideia simples de um peixe, que

é uma cópia da impressão que tivemos ao ter contato com uma mulher e com peixe. A imaginação, nos
permite misturar essas ideias simples e formar uma nova, a ideia complexa de uma Sereia.

A imaginação nos permite também misturar ideias complexas com uma outra ideia simples e formar uma
ideia mais complexa ainda. Por exemplo, imagine uma Sereia azul.  

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 5/10
22/02/2021 AVA UNINOVE

Legenda: SEREIA.

As três Leis da Associação


Como funciona a associação entre as ideias que formamos? 
Hume, explica que as ideias se associam através das três Leis da Associação:

1. Lei da Semelhança: quanto mais semelhantes forem duas ideias, mais rapidamente serão associadas.
Exemplo:  O retrato de um escritor nos remete a ele e a sua literatura.
2. Lei da Contiguidade: quanto mais forte for a ligação entre duas ideias no tempo e no espaço mais
rapidamente serão associadas. Exemplo: Quando pensamos em um cômodo de uma casa pensamos nos
demais cômodos dessa casa.
3. Lei da Causa e do Efeito:  Ao vermos uma pessoa ferida, pensamos na sua dor. 
 

 
 

ATIVIDADE FINAL

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 6/10
22/02/2021 AVA UNINOVE

A obra mais importante de  David Hume para a Psicologia foi:

Assinale a alternativa correta:

A. "Tratado da Natureza Humana"

B. "Ensaio Acerca do Entendimento Humano" 


C. "Crítica da razão pura"

Através da sensação percebemos que as coisas têm qualidades, que John

Locke denominou de qualidades:


Assinale a alternativa correta:

A. Primárias e Secundárias.
B. Secundárias e Complexas.
C. Complexas e Primárias.

Hume, explica que as ideias se associam através das três Leis da

Associação.
Assinale a alternativa correta:

A. Lei da Semelhança, da Contiguidade, Causa e Efeito.


B. Lei da Contiguidade, Causa e Efeito e Probabilidade.
C. Lei da Semelhança, Contiguidade e Probabilidade. 

REFERÊNCIA
COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia – História e Grandes Temas. 15ª. ed. São Paulo: Ed. Saraiva.
2002.

KLEINMAN, Paul. Tudo o que você precisa saber sobre Filosofia . Tradução de Cristina Sant¿Anna. 3ª. Ed.
São Paulo: Ed. Gente. 2013
NICOLA, Ubaldo. Antologia Ilustrada de Filosofia: das origens à idade moderna. 1ª. ed. São Paulo: Globo,
2005

SCHULTZ, Duane P.; SCHULTZ, Sydney Elien. História da Psicologia Moderna. Tradução Adail Ubirajara
Sobral e Marta Stela Gonçalves. 5ª. ed. São Paulo: Ed. Cultrix. 1992.

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 7/10
22/02/2021 AVA UNINOVE

Kant
APRESENTAR AS PRINCIPAIS IDEIAS DO FILÓSOFO IMMANUEL KANT

AUTOR(A): PROF. MARIA ELIZABETE LAUTERT DE SOUZA

AUTOR(A): PROF. SANDRA REGINA VIVANCO MIRABETI

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 1/7
22/02/2021 AVA UNINOVE

Legenda: IMMANUEL KANT (1724-1804)

Immanuel Kant (1724-1804)


Nasceu em 22 de abril de 1724, em Königsberg, na Prússia oriental, em uma família modesta. Nunca saiu de
sua cidade natal.

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 2/7
22/02/2021 AVA UNINOVE

Aos 8 anos, frequentou o Collegium Fridericianum, onde estudou o classicismo. Permaneceu nesse colégio

até completar 16 anos de idade.   Em seguida, se inscreveu na universidade de Königsberg para estudar
Filosofia e Matemática.
Com a morte seu pai em 1746, trabalhou como preceptor de famílias nobres para prover o seu sustento. Foi
durante esse período que publicou muitas de suas ideias filosóficas.
Durante 15 anos,   trabalhou como conferencista na Universidade de Königsberg. Em 1770, tornou-se
professor de metafísica e lógica.
Aos 57 anos, publicou sua principal obra “Crítica da razão pura”.

Era um homem extremamente metódico tanto em sua vida particular quanto em sua vida prática.
Lecionou na Universidade de Königsberg até 1796, quando se aposentou.
No século XVIII, as questões referentes ao conhecimento giravam em torno da controvérsia entre os
racionalistas e empiristas.
O problema do conhecimento humano é uma das mais importantes questões que dominam o pensamento
de Kant.
Kant, não concordava com   os empiristas que acreditavam que todo o conhecimento era resultante da

experiência sensorial e, que a mente evoluía com o acúmulo progressivo dessas experiências. Também, não
concordava com os racionalistas que afirmavam que somente a razão pode levar a um conhecimento
rigoroso.
Segundo Kant, a experiência fornece a matéria do conhecimento, enquanto a razão organiza essa matéria
de acordo com suas formas próprias e estruturas existentes a priori no pensamento.  

Criticismo
" O termo  designa a atitude filosófica inaugurada por Kant que consiste em submeter à
crítica os resultados da própria atividade mental e de toda experiência humana, a fim de
estabelecer  os seus limites, a sua validade e a sua possibilidade"

NICOLA ( 2012, P.323)

Conhecimento empírico (a posteriori) e Conhecimento


puro (a priori)
Kant distingue duas formas básicas do ato de conhecer:

O conhecimento empírico (a posteriori) : é constituído de algo que recebemos de fora; se refere aos dados
fornecidos pelos sentidos, baseia-se na experiência. É posterior à experiência.
Exemplos:

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 3/7
22/02/2021 AVA UNINOVE

Este notebook é preto.

Esta caneta é azul.


Este corpo é muito pesado

O conhecimento puro (a priori): Não depende de quaisquer dados dos sentidos. Nasce puramente de uma
operação racional. Não se baseia na experiência.
Exemplos:
Duas linhas paralelas jamais se encontram no espaço.

Este corpo tem um peso.

 “2+2=4”  

Juízo Analítico e Juizo Sintético


O conhecimento puro, conduz a juízos universais e necessários. Os juízos são classificados por Kant em dois
tipos: analítico e sintético.

Juízo Analítico: é aquele em que o predicado já está contido no conceito do sujeito. É dedutível. 
Exemplos:

O quadrado tem quatro lados


Todo corpo tem um peso.

Juízo Sintético: é aquele em que o predicado não está contido no conceito do sujeito. Depende da
experiência concreta.
Exemplos:
Todas as mulheres são alegres.

Qual o peso do corpo?

 
Confira agora um vídeo sobre Kant,  com o Prof. Antonio Joaquim Severino, da série Os Filósofos e a

Educação, produzido pela TV Escola. Clique aqui (https://www.youtube.com/watch?v=WILVmTQQwkg)para


assistir

ATIVIDADE FINAL

O conhecimento puro, conduz a juízos universais e necessários. Os

juízos são classificados por Kant em dois tipos.

Assinale a alternativa correta:

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 4/7
22/02/2021 AVA UNINOVE

A. Analíticos e Sintéticos.

B. Analítico e Complexo.
C. Sintético e Complexo. 

A principal obra de Immanuel Kant, é:


Assinale a alternativa correta:

A. Crítica da razão pura

B. Tratado da Natureza Humana

C. Ensaio Acerca do Entendimento Humano

Kant distingue duas formas básicas do ato de conhecer: o conhecimento

empírico ( a posteriori) e conhecimento puro ( a priori). Quanto ao

conhecimento puro, podemos afirmar que:


Assinale a alternatina correta: 

A. Não depende de quaisquer dados dos sentidos.

B. Se refere aos dados fornecidos pelos sentidos. 

C. Baseia-se na experiência.

REFERÊNCIA
COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia – História e Grandes Temas . 17ª. ed. São Paulo: Ed. Saraiva,
2013.

KLEINMAN, Paul. Tudo o que você precisa saber sobre Filosofia. Tradução de Cristina Sant¿Anna. 3ª. Ed.
São Paulo: Ed. Gente, 2013

NICOLA, Ubaldo. Antologia Ilustrada de Filosofia: das origens à idade moderna. 1ª. ed. São Paulo: Globo,

2005
SCHULTZ, Duane P.; SCHULTZ, Sydney Elien. História da Psicologia Moderna. Tradução Adail Ubirajara

Sobral e Marta Stela Gonçalves. 5ª. ed. São Paulo: Ed. Cultrix, 1992.

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 5/7
22/02/2021 AVA UNINOVE

O nascimento das Ciências Humanas


e Psicologia
APRESENTAR O CONTEXTO HISTÓRICO E OS REFERENCIAIS FILOSÓFICOS E EPISTEMOLÓGICOS DA
PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA INDEPENDENTE. INTRODUZIR O ALUNO NO CAMPO DO CONHECIMENTO
CIENTÍFICO. FORNECER O SUPORTE NECESSÁRIO AO APRENDIZADO DA PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA

INDEPENDENTE.

AUTOR(A): PROF. MARIA ELIZABETE LAUTERT DE SOUZA

AUTOR(A): PROF. SANDRA REGINA VIVANCO MIRABETI

O nascimento das Ciências Humanas e da Psicologia

Psicologia como ciência


De acordo com Figueiredo (2004), para que se entenda a Psicologia como uma ciência independente é

necessária uma visão panorâmica e crítica da psicologia contemporânea. O conceito de ciência, como se
conhece atualmente, data do século XIX, e só na segunda metade deste século surgiram pessoas

interessadas no estudo do psicológico. Para que a Psicologia fosse reconhecida como ciência era preciso:

objeto próprio e métodos adequados.


As dificuldades da Psicologia para definir seu objeto: o comportamento, o "espírito“, a "alma“, eram o objeto

de estudo da Filosofia desde a Antiguidade; comportamentos voluntários e involuntários eram o objeto de


estudo de físicos, anatomistas, médicos e fisiólogos. Outra dificuldade, no século XIX, começaram a se
constituir as ciências da sociedade, como a Economia Política, a História, a Antropologia, a Sociologia e a
Linguística, cujo objeto de estudo eram as ações humanas, as obras humanas.

Os temas da Psicologia estavam dispersos entre especulações filosóficas, ciências físicas e biológicas e
ciências sociais. o que restaria para uma psicologia como ciência independente? Nada! Foi o que respondeu
um importante filósofo francês do século XIX, Auguste Comte (1798-1857). A psique, a mente, não é um

objeto observável, não se enquadra nas exigências do positivismo. Havia a possibilidade de uma psicologia,
mas sempre como uma área de conhecimento parcialmente dependente ou da biologia ou da sociologia.
(FIGUEIREDO, 2004)

 
 

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 1/13
22/02/2021 AVA UNINOVE

PRECONDIçõES SOCIOCULTURAIS PARA


PSICOLOGIA COMO CIêNCIA - SéCULO XIX
A experiência da subjetividade privatizada;
Constituição e desdobramentos da noção de subjetividade na Modernidade;
A crise da Modernidade e da subjetividade moderna em algumas de suas expressões filosóficas;
Sistema mercantil e individualização;
Ideologia liberal iluminista, romantismo e regime disciplinar;
A crise da subjetividade privatizada ou a decepção necessária. (FIGUEIREDO, 2004) 

A experiência da subjetividade privatizada


Para que exista um interesse em conhecer cientificamente o "psicológico“ é, em primeiro lugar, necessária a
crença de que a ciência com seus métodos e técnicas rigorosas é um meio insubstituível para o

conhecimento, conforme nos indica Figueiredo (2004). São também necessárias duas condições:
a) uma experiência muito clara da subjetividade privatizada; e
b) a experiência da crise dessa subjetividade.
Nas palavras de Figueiredo (2004, p. 18) “ter uma experiência da subjetividade privatizada bem nítida é

para nós muito fácil e natural: todos sentem que parte de suas experiências é íntima, que mais ninguém
tem acesso a ela”. Podemos manter a privacidade de nossos pensamentos e sentimentos, somos livres para

decidirmos nosso destino. Vivenciamos a solidão, a sensação de vida única, original e incomunicável.
A experiência de individualidade, ocorre e se aprofunda em uma sociedade com determinadas
características e, em geral, em situações de crise social. Quando as velhas crenças e tradições se perdem,
referências como religião e família se modificam, o homem se vê na necessidade de construir referências
internas. Questões como: quem sou eu, como sinto, o que desejo, o que considero justo e adequado, são
formadoras da experiência da subjetividade privatizada. Nessa situação, o homem descobre que é capaz de
tomar suas próprias decisões e que é responsável por elas. (FIGUEIREDO, 2004)

 
Constituição e desdobramentos da noção de subjetividade na Modernidade
A noção de subjetividade privada, ou dito de outra forma, o sujeito moderno surge e se constitui nos três
séculos que vão da passagem do Renascimento para a Idade Moderna. Há uma perda de referências em que
o homem se vê sozinho, tendo que arcar com as consequências de suas escolhas. Nesta passagem, o homem
é cada vez mais valorizado e colocado no centro do mundo – antropocentrismo, em oposição ao
teocentrismo que foi vigente durante a Idade Média. A crença em Deus permanece, mas ele agora está

colocado “acima” do mundo. (FIGUEIREDO, 2004)


Do século XVI ao século XIX ocorrem várias transformações. No século XVI, por exemplo, o surgimento da
imprensa possibilita uma experiência de leitura silenciosa e com atividade intelectual individualizada. Há
uma experiência de religiosidade íntima, assim como a perda de crenças e a volta ao ceticismo. O

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 2/13
22/02/2021 AVA UNINOVE

individualismo e a descrença fazem surgir as reações Racionalista e Empirista. Surgem reações também no

campo da religião com a Reforma e a Contrarreforma, que favorecem tanto a individualidade quanto o
controle do indivíduo. (FIGUEIREDO, 2004)
O filósofo René Descartes (1596-1650), preocupado em buscar a verdade livre de erros e crenças, e não
querendo se entregar ao ceticismo, se propõe uma dúvida metódica da qual resulta sua constatação de que
enquanto ele duvida, existe a ação de duvidar, e essa ação requer um sujeito. Daí nasce a famosa frase
"penso, logo existo", que caracteriza o Racionalismo. Já para Francis Bacon (1561-1626), considerado o pai
do Empirismo moderno, filósofo contemporâneo de Descartes, a razão deve estar apoiada na experiência

objetiva dos sentidos. Descartes e Bacon são os pioneiros do Método que marcou a modernidade até os dias
atuais. (FIGUEIREDO, 2004 e NICOLA, 2005 ) 

Legenda: FRANCIS BACON E RENé DESCARTES. A BUSCA DO CONHECIMENTO SEGURO E CONFIáVEL, UM


NOVO MéTODO.

A crise da Modernidade e da subjetividade moderna em algumas de suas expressões filosóficas


No século XVIII o Iluminismo, movimento filosófico, critica a crença de que o “eu” pode conhecer a verdade

absoluta. Filósofos empiristas, como Locke e Hume, afirmam que o “eu”, em vez de senhor de suas ações,
seria o fruto de suas experiências. Não existiria o sujeito soberano de suas ações.
Immanuel Kant ou Emanuel Kant (1724-1804), filósofo iluminista do século XVIII, se opõe a estas
afirmações tão radicais, mas aceita a problematização da crença em conhecimentos absolutos. Segundo
Figueiredo (2004, p. 33) Kant teria afirmado que “a única forma de produzirmos algum conhecimento válido

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 3/13
22/02/2021 AVA UNINOVE

é nos restringimos ao campo dos fenômenos, pois as "coisas em si" (independentes do sujeito) são

incognoscíveis”. Mas, ainda assim, para Kant todo o conhecimento repousa na subjetividade humana, que
seria não a subjetividade particular de cada indivíduo, mas a subjetividade transcendental e universal do

Homem.
O Romantismo, movimento filosófico do final do século XVIII, contrapõe o Iluminismo em seu aspecto

racionalista e afirma que o homem é um ser passional e sensível. Há uma valorização da natureza e dos

impulsos, por vezes muito superiores à consciência do homem, e às regras da civilização. A razão perde a
sua soberania, e o “eu” racional e metódico já não é mais o eixo da subjetividade, mas apenas uma

superfície mais ou menos ilusória que encobre algo profundo e obscuro. Para o Romantismo, o ser humano
possui níveis de profundidade que ele desconhece. (FIGUEIREDO, 2004)

No século XIX, ocorreu a deposição do "eu" de seu lugar privilegiado de diversas maneiras. A ideia de que o
comportamento do homem é determinado por leis que não pode controlar, e que nem mesmo conhece, está

presente no pensamento de Marx, entre outros. A teoria da evolução de Darwin destitui o homem de sua

origem divina, feito à imagem e semelhança de Deus. Nietzsche denuncia o caráter ilusório e não
necessário de todo o fazer humano. Crer em algo fixo e estável seria uma necessidade humana,

Nietzsche desconstrói a "ideia" platônica de Deus. Para ele, o sujeito moderno de Descartes ou de Bacon são
criações humanas, na tentativa de crer que tem controle sobre o devir. (FIGUEIREDO, 2004)

Sistema mercantil e individualização


Quando se inicia a troca de mercadorias entre os diferentes produtores surge a ideia de especialização, cada

um deve ser especializado no que produz.  Quando esta troca se torna comércio, as leis de mercado e a

barganha acentuam a busca do privilégio para si. O lucro de um pode ser o prejuízo do outro, cada um deve
defender seus próprios interesses. O mercado rege e universaliza a experiência de que os interesses de cada

produtor são para ele mais importantes do que os interesses da sociedade como um todo e assim deve ser.
(FIGUEIREDO, 2004)

Além disto, surge com o capitalismo o mercado de trabalho, em que uns detêm os meios de produção
enquanto os outros precisam alugar sua capacidade de trabalho para poder comprar o que necessitam. A

relação de exploração e violências é vasta.  Nas sociedades pré-capitalistas, no sistema feudal, havia

relações entre senhores e servos que, por um lado, continham um elemento de exploração de uns pelos
outros, mas por outro lado, estabeleciam obrigações de proteção, defesa e apoio dos fortes em relação aos

fracos. (FIGUEIREDO, 2004)


Existe neste sistema uma experiência de liberdade que é ambígua. O sujeito que a ganha, perde apoios e

meios de sustentação. Perde a solidariedade que havia em sua família ou aldeia, que por sua vez deixaram
de ser autossuficientes. Perde a proteção que havia no sistema feudal de um senhor, que mesmo que

explorasse, também amparava na doença e na velhice. No sistema capitalista, o que emprega o assalariado
não o manterá se ele ficar doente. Existe sim a liberdade de lutar por condições melhores, de mudar de

posição na sociedade - nasce pobre, mas pode morrer rico. Todavia, se pode subir, pode também descer,

pode chegar à miséria sem que ninguém se preocupe com ele. (FIGUEIREDO, 2004)

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 4/13
22/02/2021 AVA UNINOVE

Legenda: SELF-MADE MAN

Ideologia Liberal Iluminista, Romantismo e Regime Disciplinar


De acordo com a ideologia Liberal Iluminista, cujas principais ideias manifestaram-se na Revolução

Francesa, os homens são  iguais  em capacidade e direitos. Todos devem ser  livres  e solidários uns com os

outros, sem renunciar a essa liberdade. É possível supor que possam  ser fraternos. No Romantismo
reconhece-se a diferença entre os indivíduos, e a liberdade é exatamente a liberdade de ser diferente.

Estes ideiais  de liberdade, das diferenças singulares, etc. geraram  "inconvenientes" para aqueles que
queriam manter a ordem e a produção. Buscando reduzir estes "inconvenientes", foi se instalando, e sendo

aceito entre nós ocidentais e modernos, um verdadeiro sistema de docilização, de domesticação dos
indivíduos, sistema que coloca em risco tanto as ideias liberais como as românticas: O Regime Disciplinar.

(FIGUEIREDO, 2004)

REGIME DISCIPLINAR
Elaboração e aplicação de técnicas "científicas" de controle social e individual, ou, disciplinas. As

disciplinas vêm impondo padrões e controles muito fortes às condutas, à imaginação, aos
sentimentos, aos desejos e às emoções individuais. “Faz parte de seu modo de funcionamento

dissimular-se, esconder-se, deixando-nos crer que somos cada vez mais livres, profundos e
singulares” (p.46). Os efeitos vão se fazendo sentir no mal-estar e suspeita dos homens em relação

a si mesmos. (FIGUEIREDO, 2004)

A crise da subjetividade privatizada ou a decepção necessária

A crise da subjetividade ocorre quando as diferenças individuais, as liberdades de cada um são, em grande

parte, ilusões: “quando os homens passam pelas experiências de uma subjetividade privatizada e ao mesmo
tempo percebem que não são tão livres e tão singulares quanto imaginavam, ficam perplexos”.

(FIGUEIREDO, 2004, p.48-49).


Por um lado, as pessoas se põem a pensar acerca das causas e do significado de tudo que fazem, sentem e

pensam sobre si mesmas. Por outro lado, o Estado tem a necessidade de recorrer a práticas de previsão e
controle: como lidar melhor com os sujeitos individuais; como educá-los de forma mais eficaz, treiná-los,

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 5/13
22/02/2021 AVA UNINOVE

selecioná-los para os diversos trabalhos. Surge a demanda por uma psicologia aplicada, principalmente nos

campos da educação e do trabalho. Os tempos estão ficando maduros para uma psicologia científica.  Os
estudos da Psicologia como ciência se desenvolveram marcados por uma contradição: de um lado, a ideia de

que a ciência moderna apregoa sujeitos livres que dominam a natureza; por outro, a ideia de que estes
devem dominar a própria subjetividade, para garantir a "objetividade", ou seja, a validade intersubjetiva dos

achados. (FIGUEIREDO, 2004)

A PRÁTICA CIENTÍFICA E A EMERGÊNCIA DA


PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA
As condições socioculturais são propícias para os projetos de psicologia como ciência independente. A ideia
de Ciências Naturais ganha destaque nos últimos séculos. O positivismo exige um cientista que privilegia o

fato positivo, o preciso, a certeza. Existe o pressuposto de que o cientista tem o poder e o direito conhecer
os fenômenos naturais, dominá-los e manipulá-los em experimentos bem controlados, colocando a

natureza a seu serviço.  Por um lado, vive-se um período em que se acredita que o sujeito moderno, a
subjetividade privatizada, individualizada, tem o direito de exercer sua liberdade, tomando decisões por si

mesmo. Por outro lado, a ciência moderna exige objetividade do cientista, que deixe de lado seus

preconceitos, seus sentimentos e seus desejos em busca do conhecimento verdadeiro. (FIGUEIREDO, 2004)

Os estudos psicológicos científicos começaram e se desenvolveram sempre marcados por

essa contradição: por um lado, a ciência moderna pressupõe sujeitos livres e


diferenciados - senhores de fato e de direito da natureza; por outro, procura conhecer e

dominar essa própria subjetividade, reduzir ou mesmo eliminar as diferenças individuais,


de forma a garantir a "objetividade", ou seja, a validade intersubjetiva dos achados. Em

contraposição, (...) muitos psicólogos repudiam essa meta de conhecer para dominar os
meandros da subjetividade e afirmam, ao contrário, que o que interessa é conhecer esses

aspectos profundos e poderosos do "eu" para dar-lhes voz, para expandi-los, para fazê-los

mais fortes e livres. 


FIGUEIREDO, 2004, P. 56-57

OS PROJETOS DE PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA INDEPENDENTE


O projeto de Wundt

O reconhecimento da Psicologia como ciência independente está associado com o trabalho do alemão W.
Wundt (1832-1920). Foi considerado um pioneiro da psicologia científica, tendo formulado um projeto de

psicologia como ciência independente. Criou instituições de pesquisa e ensino da psicologia e formou
inúmeros psicólogos.

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 6/13
22/02/2021 AVA UNINOVE

No panorama cultural do século XIX, Wundt concebeu uma psicologia como ciência intermediária entre as
ciências da natureza e as ciências da cultura. Sua obra se estende da psicologia experimental fisiológica, em

situações controladas em laboratório, para analisar os  processos elementares  da vida mental controlados
pelo ambiente (físico) e pelo organismo (fisiológico) à  psicologia social, pela análise dos fenômenos
culturais - a linguagem, os sistemas religiosos, os mitos, etc. -  processos superiores  da vida mental. Para
Wundt, o objeto da Psicologia era: a experiência imediata. (FIGUEIREDO, 2004)

Experiência imediata é a experiência tal como o sujeito a vive antes de se pôr a pensar
sobre ela, antes de comunicá-la, antes de “conhecê-la. É, em outras palavras, a
experiência tal como se
dá”.

FIGUEIREDO, 2004, P.58-59

Para Wundt o conceito de homem era de uma “unidade psicofísica” Sendo assim, para analisar a experiência
imediata, era necessário aproximar-se tanto das ciências naturais quanto das ciências da sociedade e da
cultura. Seu método acabou por criar duas psicologias: psicologia experimental e psicologia social, o que
gerou muitas dificuldades metodológicas. Muito discípulos de Wundt abandonaram o seu método e
procuraram soluções mais simples. (FIGUEIREDO, 2004)
O projeto de Titchener

Titchener (1867-1927), foi aluno de Wundt na Alemanha e depois foi para os EUA, sendo o principal
responsável pela divulgação da obra de seu mestre neste país. Para ele o objeto da psicologia era
a experiência dependente de um sujeito. E o sujeito era considerado puro organismo, um sistema nervoso.

Abandona a experiência imediata. Não nega a existência da mente, mas parte de um pressuposto de
paralelismo psicofísico, em que atos mentais e processos psicofisiológicos ocorrem lado a lado. Um não
causa o outro, mas o fisiológico explica o mental. Abandona a psicologia social de Wundt. Afirma que é
possível fazer psicologia usando, exclusivamente, os métodos das ciências naturais: a observação e a

experimentação. (FIGUEIREDO, 2004)


A psicologia funcional
A psicologia, para os funcionalistas, é uma ciência biológica interessada em estudar os processos, operações

e atos psíquicos (mentais) como maneira de se adaptar ao meio,  formas de interação adaptativa. As
características orgânicas e comportamentais seriam adequadas a sua adaptação ao ambiente. Já um certo
nível de adaptação envolve as capacidades de sentir, pensar, decidir, etc. o nível propriamente psíquico.
Como os atos psíquicos se expressam em comportamentos que podem ser facilmente observáveis, é possível

estudar a mente em seus processos com base nos comportamentos adaptativos. Este movimento não se
manteve de forma independente, tendo sido dissolvido, mas suas ideias influenciaram os estudos de
psicologia no campo das ciências naturais, e influenciam ainda hoje. (FIGUEIREDO, 2004)

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 7/13
22/02/2021 AVA UNINOVE

O comportamentalismo
No início do século XX, surge um movimento que se opõe totalmente à psicologia de Titchener e

parcialmente ao funcionalismo. Reconhecido como o fundador do Comportamentalismo ou Behaviorismo,


John Watson (1878-1958), em seus estudos afirma que o objeto da "psicologia" científica já não é a mente
(psicologia entre aspas), mas o é o  próprio comportamento  e suas interações com o ambiente. Os
comportamentos publicamente observáveis seriam estudados pelo método de qualquer ciência: observação

e experimentação. Era preciso abandonar de vez a auto-observação e adotar métodos mais objetivos.
Parte da ideia de que o "sujeito" do comportamento é um organismo, e não um sujeito que sente, pensa,
decide, deseja ou é responsável por seus atos. Compara o ser humano, enquanto organismo, como

semelhante a qualquer outro animal. Passa a realizar estudos com animais em laboratório, e se interessa
apenas pelo comportamento observável. Seu objetivo era prever e controlar os comportamentos de forma
mais eficaz. (FIGUEIREDO, 2004; SCHULTZ e SCHULTZ, 2009)
B. E Skinner (1904-1990), psicólogo americano, posterior a Watson, desenvolveu um outro projeto de

psicologia científica. Também era comportamentalista, mas o projeto de Skinner afasta-se bastante de
Watson. Sua obra foi de grande importância e foi reconhecido na década de 1950, como um dos maiores
psicólogos do mundo. (FIGUEIREDO, 2004; SCHULTZ e SCHULTZ, 2009)
A psicanálise

O surgimento da psicanálise, de todo seu corpo teórico, e de sua história como movimento estão
diretamente ligadas à vida e obra de seu criador, Sigmund Freud. 
Freud causou uma revolução do pensamento no século XX, na maneira de se pensar o ser humano. Seus

estudos voltaram-se para a personalidade humana e seus distúrbios. Estava bem afastado dos laboratórios
universitários. Seu objeto de estudo eram os distúrbios da personalidade, o comportamento anormal e não
a consciência e comportamento. Voltou-se para o Inconsciente, como objeto da psicanálise. E seu método
consistia na observação clínica, autoanálise sem experimentação laboratorial controlada. Seu método

clínico era descrito de maneira rigorosa em função de sua influência positivista. Utilizou a interpretação
dos sonhos como uma das formas de acesso aos conteúdos inconscientes. (SCHULTZ e SCHULTZ, 2009)
 

ATIVIDADE FINAL

Leia as afirmações a seguir e assinale a alternativa correta.


De acordo com Figueiredo (2004), para que exista um interesse em
conhecer cientificamente o "psicológico" são necessárias as seguintes

condições:

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 8/13
22/02/2021 AVA UNINOVE

I. uma experiência muito clara da subjetividade privatizada.

II. uma experiência de sujeito coletivo.


III. a experiência da crise da subjetividade privatizada.

A. São verdadeiras as afirmativas I e II. 


B. São verdadeiras as afirmativas I e III. 
C. Apenas a afirmativa I está correta.
D. São verdadeiras as afirmativas I, II e III.

Leia as afirmações a seguir e assinale a alternativa correta.

I. A ciência moderna está baseada na suposição de que o homem é o


senhor que tem o poder e o direito de colocar a natureza a seu serviço.
II. A experiência subjetiva individualizada enfatiza a liberdade dos

homens para decidir e agir de acordo com sua própria cabeça e sem
qualquer tipo de limitação.

III. Os estudos psicológicos científicos começaram e se desenvolveram


sempre marcados por essa contradição: por um lado, a ciência moderna

pressupõe sujeitos livres e diferenciados - senhores de fato e de direito


da natureza; por outro, procura conhecer e dominar essa própria
subjetividade, reduzir ou mesmo eliminar as diferenças individuais, de

forma a garantir a "objetividade", ou seja, a validade intersubjetiva dos


achados.

A. Apenas a afirmativa I está correta.


B. Apenas a afirmativa III está correta.
C. Apenas as afirmativas I e II estão corretas

D. As afirmativas I, II e III estão corretas.

Leia as afirmações a seguir e assinale a alternativa correta.

A crise da subjetividade ocorre quando:

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 9/13
22/02/2021 AVA UNINOVE

I. As diferenças individuais são em grande parte, ilusões. Os homens

descobrem que não são tão singulares quanto julgam.


II. Os homens descobrem que não tão livres quanto pensam, as

liberdades de cada um são, em grande parte, ilusões.


III. O Regime Disciplinar é um sistema que apoia e incentiva a
liberdade e a singularidade dos sujeitos.

A. São verdadeiras as afirmativas I e II.

B. São verdadeiras as afirmativas I e III. 

C. São verdadeiras as afirmativas I, II e III.

REFERÊNCIA
FIGUEIREDO, Luiz Claudio. Psicologia, uma (nova) introdução. 2 ed. São Paulo, Educ, 2004.
NICOLA, Ubaldo. Antologia Ilustrada de Filosofia: das origens à idade moderna. São Paulo, Editora Globo,
2005.

SCHULTZ, Duane P.; SCHULTZ, Sidney E. História da psicologia moderna. 9 ed. São Paulo, Cengage
Learning, 2009.

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 10/13
22/02/2021 AVA UNINOVE

Período Pré Institucional


APRESENTAR A EXISTÊNCIA DE CONHECIMENTOS PSICOLÓGICOS NO PERÍODO DO BRASIL COLONIAL E

O CONTEXTO HISTÓRICO DO DESENVOLVIMENTO DAS IDEIAS PSICOLÓGICAS.

AUTOR(A): PROF. MARIA ELIZABETE LAUTERT DE SOUZA

AUTOR(A): PROF. SANDRA REGINA VIVANCO MIRABETI

HISTÓRIA DA PSICOLOGIA NO BRASIL


 

 
Relação entre História e Psicologia

Os registros da História da Psicologia no Brasil começam com a colonização e a vinda de religiosos e

missionários que nos legaram seus escritos com suas vivências e observações sobre a cultura indígena.
Nestes escritos pode-se obter informações sobre as doutrinas e práticas psicológicas dos índios. Há também

a influência da cultura ocidental, trazida pelos colonizadores, nas diferentes matrizes filosóficas:
escolástica, empirista e iluminista. Esta influência inspira as conceituações psicológicas contidas em vários

tratados de autores brasileiros que abordam temas como: medicina, moral, teologia, pedagogia, política,
arquitetura. Nestas obras há páginas dedicadas às questões da vida psíquica, embora não sejam tratados de

psicologia. (MASSIMI, 1990) 

HISTóRIA DA PSICOLOGIA BRASILEIRA


A História da Psicologia no Brasil pode ser dividida em 4 períodos:
Pré-Institucional: Período do Brasil Colonial.
Institucional: Século XIX até início do século XX.

Universitário: A Psicologia em cursos superiores.


Profissional: Após a regulamentação da profissão.

PERÍODO PRÉ-INSTITUCIONAL

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 1/10
22/02/2021 AVA UNINOVE

Para iniciarmos um estudo em História da Psicologia no Brasil, temos que levar em consideração o estudo

da subjetividade e o comportamento da cultura brasileira mais antiga, contextualizar o sujeito deste


conhecimento. No período que vai do século XVI ao início do século XIX, conhecido como Brasil Colonial,
os conhecimentos psicológicos que foram elaborados e transmitidos são influenciados pelo saber europeu
mesclado com aspectos da própria cultura indígena. É possível ter acesso a estes por meio de escritos de

missionários e viajantes, o que permitiu reconstruir a cultura indígena e suas práticas psicológicas.
(MASSIMI, 1990)
Logo após a descoberta do Brasil aqui chegaram missionários, de três congregações religiosas, com o intuito
de catequizar o indígena. Foram eles, beneditinos, franciscanos e jesuítas que trouxeram conhecimentos de

psicologia e filosofia. (MASSIMI, 1990)


Conhecimentos psicológicos também estão presentes no comportamento dos índios brasileiros. Estes foram
observados pelos missionários e relatados em seus escritos, e foram percebidos na prática educativa com

relação às crianças e no papel da mulher na sociedade indígena. (MASSIMI, 1990)


 
A CRIANÇA NA SOCIEDADE INDÍGENA
Cabe ressaltar que as crianças são muito amadas pelos pais, que recebiam com alegria os cuidados dos

estrangeiros com seus filhos. Desde cedo, as crianças participam da vida social da aldeia, as crianças vão
para a roça acompanhando os adultos e participam das práticas higiênicas. Também animam as festas. As
festas comunitárias reforçam a segurança emocional da criança, que participa das atividades, não existe
uma divisão entre as vidas das crianças e dos adultos. Não existem castigos e nem punições físicas e morais
e as crianças são obedientes a seus pais. O segredo da educação indígena é a relação de dependência e
estima entre filhos e pais. (MASSIMI, 1990)

A participação das crianças em todas as atividades da tribo facilita o processo de aquisição da identidade
tanto pessoal quanto social. Massimi cita a Erikson (1972, p. 49) quanto ao sentimento de identidade:
 

duas são as condições para que se desenvolva o sentimento da identidade: a percepção da


uniformidade e continuidade da existência pessoal no tempo e no espaço; a percepção do
fato de que os outros reconhecem essa uniformidade e continuidade da pessoa.
MASSIMI, 1990, P.11

Para as crianças indígenas, a percepção desta continuidade é muito imediata: ao participarem das
atividades da tribo vivenciam infância e cultura em um único mundo. Ainda quanto ao papel social na tribo,
é interessante destacar o hábito indígena de ao nascer um menino, este receber o arco e flechas, para

simbolizar seu destino de caçador e guerreiro:


A MULHER NA SOCIEDADE INDÍGENA

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 2/10
22/02/2021 AVA UNINOVE

As condições da vida social indígena aparecem como elementos que facilitam um


desenvolvimento psíquico sadio e bem integrado em todos os seus fatores. A clareza

acerca do significado e da positividade da vida, transmitida pelos adultos, permite à


infância aquela alegria, vivacidade, abertura à realidade, muitas vezes observadas pelos
missionários e viajantes, e relatada em seus diários de viagem. 
MASSIMI, 1990, P.11

O fato da mulher indígena ter papel social na tribo, chamou atenção dos missionários da época. Eram bem
tratadas por seus companheiros, andavam juntos, havia um cuidado com a segurança da mulher. Fernão
Cardim (1625, apud Massimi, 1990, p. 12) destaca que quando se afastam da aldeia e seguem por caminhos
desconhecidos: "a mulher costuma seguir o homem para que, se algum inimigo armar ciladas no caminho, o
homem possa enfrentar o adversário e ela tenha tempo para fugir." Continua ainda a autora, citando o

misionário Cardim (p.12): "Pelo contrário, regressando à aldeia, de volta da roça ou de qualquer outro lugar,
a mulher precede o homem pela estrada segura e conhecida, e o homem vai atrás, de maneira que, se o
inimigo atacar às costas, o homem possa detê-lo e a mulher possa escapar correndo na direção da aldeia." 
Raramente havia briga entre o casal. Diferente da mulher portuguesa, que vivia enclausurada e
inferiorizada, a indígena “tinha liberdade e participação social”. (p.12)  A função social da mulher na
sociedade indígena consistia, entre outras atividades, na atribuição de receber os hóspedes, guardar a
memória da tribo e vigiar os prisioneiros. As mulheres também “participam, juntamente com os homens, de

todos os trabalhos, festas, danças e rituais da vida da comunidade” (MASSIMI, 1990, p. 13).
Outra grande diferença entre a mulher indígena e a portuguesa, diz respeito à maternidade e parto. As
mulheres indígenas dão à luz e, logo em seguida, vão para o rio se banhar. As indígenas amamentam seus
filhos até um ano e meio ou mais. Enquanto fazem suas atividades as mães indígenas trazem seus filhos
junto ao corpo amarrados por uma “typoya”. Os filhos são muito amados e permanecem com as índias todo
o tempo. (MASSIMI, 1990)
Na cultura portuguesa os filhos recém-nascidos eram levados pelas amas de leite que passavam a

amamenta-los e cuidá-los. Nesta comparação se verifica uma distância nos laços afetivos entre os
portugueses e seus filhos. Os missionários, ao perceber isto, tiveram sua atenção despertada e passaram a
observar o indígena não como um selvagem, mas como alguém mais adiantado em alguns aspectos do que a
própria sociedade europeia. (MASSIMI, 1990)
CONHECIMENTOS PSICOLÓGICOS NA CULTURA CATÓLICA DO BRASIL COLONIAL
A cultura católica brasileira recebeu a contribuição de três congregações religiosas, que foram: jesuítas;
beneditinos e franciscanos. Em especial, a contribuição dos jesuítas foi muito importante. Os jesuítas, ao
conviver com os indígenas, começaram a desenvolver outros temas, tais como a pedagogia e a teologia

moral. (MASSIMI, 1990)

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 3/10
22/02/2021 AVA UNINOVE

PSICOPEGAGOGIA DOS JESUÍTAS

Em uma época em que a Coroa Portuguesa não oferecia educação à população da colônia, os jesuítas
desenvolveram a educação no Brasil no contexto da cultura católica.  Os jesuítas foram os responsáveis pela

criação de várias escolas, “escolas de ler e escrever”, numa tentativa de educar os filhos dos índios.   Na
Bahia criaram colégios, como o “Menino de Jesus”, em uma tentativa de educar, na mesma escola, filhos de

portugueses, índios e mestiços. (MASSIMI, 1990, p.14)

Dois livros de pedagogia, que contêm ideias psicológicas, foram publicados pelos jesuítas: “A arte de crear
bem os filhos idade puerícia” de 1685, de Padre Alexandre Gusmão e “Nova escola para ensinar a ler,

escrever e contar” de 1722, de Padre Manoel de Andrade Figueiredo. (MASSIMI, 1990, p.14)
Os padres jesuítas indicavam o leite materno como o principal alimento para a criança, e o ato de

amamentar tinha um significado afetivo importante para o desenvolvimento biológico da criança.


Considerações que se aproximam da psicanálise. Afirmavam que o leite da própria mãe era “o alimento mais

apropriado para o recém-nascido” (MASSIMI, 1990, p.15)

A educação para os jesuítas era comparada ao ato de plantar boas sementes. Recomendavam que os
ensinamentos deveriam acompanhar o ritmo de compreensão da criança, para que ela não desanimasse

diante das dificuldades. (MASSIMI, 1990)


A punição excessiva poderia fazer a criança se afastar dos estudos, portanto não recomendavam. Padre

Anchieta só utilizava castigos morais. Tinham uma visão determinista, em que a educação era fundamental
para o desenvolvimento da criança e a formação do adulto. Partiam do princípio de que a criança é uma

“tábua rasa”, pronta para que se formem nela quaisquer imagens. (MASSIMI, 1990, p.15)

As mulheres não tinham acesso à educação, pois eram consideradas inferiores. Alguns padres jesuítas:
Alexandre Gusmão, Manoel da Nóbrega e Antônio Vieira defendiam a educação da mulher. Pode-se atribuir

esta percepção da importância da educação da mulher a convivência dos jesuítas com os indígenas e o papel
destacado que a mulher ocupava socialmente. (MASSIMI, 1990)

Os jesuítas foram expulsos dos territórios portugueses e brasileiros em 1759, pelo Marques de Pombal. Com
isso, ficaram extintas a educação e o sistema escolar proposto pelos jesuítas, o que representou um atraso

para os brasileiros.

SERMÕES E TRATADOS DA TEOLOGIA MORAL


Conhecimentos sobre si mesmo, doutrina e terapêutica das emoções humanas

A concepção de homem, adotada pelos jesuítas na época, era antropológica e interdisciplinar, o homem era
visto como composto por duas entidades: mente e corpo, matéria e espírito, de tal modo que um

influenciava o outro. A importância de se “bem conhecer”, para se ter controle sobre as próprias ações, era
destacada nos Sermões. São ideias psicológicas que aparecem nos escritos de educação religiosa, para toda

a população e também destinado à pregação nas igrejas. Aparecem, também, nos Tratados de Teologia
Moral. Afirmavam que o autoconhecimento era importante por permitir ao sujeito libertar-se através da

palavra ao comunicar para outra pessoa a experiência vivenciada, permitindo a catarse. (MASSIMI, 1990)

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 4/10
22/02/2021 AVA UNINOVE

Para se “bem conhecer”, ou autoconhecer, era necessário “sair de si mesmo”. Padre Pina colocava que esta

experiência interior permitia acesso à subjetividade. O “sair de si mesmo” significa afastar-se das emoções. 
Hoje, podemos pensar na separação da razão e emoção. (MASSIMI, 1990).

Passaram a se interessar pelas “paixões e seus remédios” pelos efeitos práticos que as mesmas tinham na
vida dos sujeitos. Assim, ao se ter acesso aos estudos e efeitos comportamentais das paixões, se identifica

os meios para controlá-las e modificá-las. Entendiam que as paixões tinham origem física com relações

fisiológicas, comportamentais e subjetivas. Cabe destaque para um sermão do Padre António Vieira: A
fenomenologia da tristeza. Acreditavam que as paixões em excesso podem comprometer o equilíbrio
psicofísico do indivíduo levando-o a uma enfermidade. (MASSIMI, 1990)
Na época, os padres jesuítas entendiam que a tristeza pode ter origem na saudade causada pela ausência do

objeto amado. A lembrança deste estimularia a emoção. Propunham como remédios para essa emoção,
ações a serem desenvolvidas em dois planos: a) plano Intelectual: afastar o objeto penoso da memória,

substituindo-o por outra representação; b) plano da Comunicação: manifestação da emoção penosa pela
verbalização como uma função catártica. (MASSIMI, 1990)

A “Terapia da Melancolia” do Pe. Siqueira, era outra forma de remédio para a tristeza, que consistia em

comer, beber, dormir, lazer e cantar. Recomendava também que buscasse um “amigo prudente” para contar
seu sofrimento e sentir-se aliviado. Já se podia identificar a função terapêutica do diálogo, princípio da

psicoterapia moderna. (MASSIMI, 1990)


É possível perceber que já existem conhecimentos psicológicos, e o interesse pelos mesmos, no período do

Brasil Colonial. Ainda não se trata da psicologia moderna. A base teórica estava na antropologia cristã, o
sujeito era concebido como uma unidade psicofísica (corpo e espírito), e o objeto deste conhecimento era

prático e visava a integridade deste sujeito.

 
Ideias iluministas e doutrinas médicas do século XVIII: pressupostos para a constituição de uma ciência do

homem.
No século XVIII, ainda não havia universidades no Brasil. Os intelectuais brasileiros na época iam fazer a

formação nas universidades europeias. Destes, alguns ao retornar ao Brasil, se destacaram em solo nacional
introduzindo aqui seus conhecimentos, entre eles: Mathias Aires, Francisco de Mello Franco e José Joaquim

Azevedo Coutinho.

Francisco de Mello Franco, trouxe os postulados do modelo científico em que propõe deixar de lado todas as
hipóteses especulativas sobre as causas dos fenômenos. Priorizava uma postura pragmática investigativa.

Com as influências do Iluminismo e do método científico se desenvolve uma nova psicologia e uma nova
psicopatologia. Mello Franco postulava que o estado físico do organismo determina os fenômenos do

espírito. Para conhecer sobre os sujeitos é preciso estudar os distúrbios psíquicos reduzindo seu
funcionamento ao organismo. Uma vez conhecidos, podem ser prevenidos e tratados com remédios físicos

ou através de normas higiênicas. (MASSIMI, 1990)

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 5/10
22/02/2021 AVA UNINOVE

Foram elaborados tratados de higiene para substituir os tratados de teologia moral, religiosos. Culpa e

castigo, com uma conotação moral, foram substituídos por infração e distúrbio, conotação física. As
punições eram dadas pelas regras gerais de higiene. (MASSIMI, 1990)

Desta forma, o sujeito deixa de ser ativo em seu processo de cura e passa a ser objeto, em que a eficácia da
terapia é atribuída à força dos remédios físicos. O saber do médico não é intuitivo, ou na forma de

compreensão, como no caso do sacerdote. É fruto uma análise objetiva própria do conhecimento científico.
(MASSIMI, 1990)

HISTóRIA DA PSICOLOGIA NO BRASIL - PERíODOS


https://www.youtube.com/watch?v=BW4DFB4w1bY

ATIVIDADE FINAL

No Brasil Colonial, pode-se afirmar que:

I. Havia conhecimento psicológico e este era uma mescla entre a

cultura europeia, trazida pelos portugueses e missionários, e a cultura

indígena.

II. No que se refere a educação da criança e ao papel da mulher na

sociedade, os indígenas eram mais desenvolvidos que a sociedade

europeia da época.

III. Os jesuítas davam importância ao que aprenderam a partir da

convivência com a cultura indígena.

A. Apenas afirmativas I e II estão corretas.

B. Apenas afirmativas I e III estão corretas. 


C. Apenas as afirmativas II e III estão corretas. 

D. As afirmativas I, II e III estão corretas.

A psicopedagogia dos jesuítas parte de alguns princípios, entre eles:

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 6/10
22/02/2021 AVA UNINOVE

I. A criança é como uma tábua rasa e a educação é fundamental para

seu desenvolvimento.
II. Desconsiderar o que apreenderam com os indígenas.

III. Recomendar a amamentação como favorável para o vínculo entre a


criança e sua mãe.

A. As alternativas I e II estão corretas. 


B. As alternativas I e III estão corretas. 
C. Todas as alternativas são incorretas. 
D. As alternativas II e III estão corretas. 

Na obra dos jesuítas, em Sermões e Tratados da Teologia Moral, pode-

se destacar:

I. Os padres não davam importância ao autoconhecimento como forma

de obter controle sobre as próprias ações.


II. Para se "bem conhecer", ou autoconhecer, era necessário "sair de si

mesmo".
III. Os padres jesuítas acreditavam que as paixões em excesso podem

comprometer o equilíbrio psicofísico do indivíduo, levando-o a uma


enfermidade

A. As alternativas I e II estão corretas. 


B. As alternativas II e III estão corretas. 
C. As alternativas I e III estão corretas. 
D. Todas as alternativas são corretas.

REFERÊNCIA
MASSIMI, M. Conhecimentos psicológicos no Brasil Colonial. In: História da psicologia brasileira: da época
colonial até 1934. São Paulo: EPU, 1990.

______________. Representações acerca dos índios brasileiros em documentos jesuítas do século XVI. In:
Memorandum, 5, 2003. pp. 69-85.

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 7/10
22/02/2021 AVA UNINOVE

Período Institucional
A PRESENÇA DAS IDEIAS PSICOLÓGICAS COMO CONHECIMENTO NOS DISCURSOS: MÉDICO,

EDUCACIONAL, FILOSÓFICO E TEOLÓGICO.

AUTOR(A): PROF. MARIA ELIZABETE LAUTERT DE SOUZA

AUTOR(A): PROF. SANDRA REGINA VIVANCO MIRABETI

A PSICOLOGIA NO BRASIL DO SÉCULO XIX – Ideias


Psicológicas
          O século XIX se caracteriza por grandes mudanças ocorridas no Brasil, entre elas, a chegada da
família real portuguesa em 1808. Ocorrem mudanças culturais, econômicas e sociais, que se acentuam a

partir da Independência do Brasil, em 1822. O poder estatal passa a gerenciar e controlar as áreas da saúde,
da educação, da religião e da moral, no âmbito dos papeis individuais com vistas a estruturar a sociedade de

forma mais precisa e ideológica para a garantia dos poderes estabelecidos.(MASSIMI, 1990)
          A criação de instituições educacionais, em que o saber é um instrumento, servem a este objetivo de

manutenção da lógica hegemônica. São criadas escolas, colégios, faculdades, sociedades científicas,
revistas, bibliotecas. (MASSIMI, 1990)

          A Psicologia, ainda não era uma ciência autônoma e era utilizada como área de conhecimento por

outras ciências. As ideias psicológicas eram utilizadas nas escolas e instituições, em outras áreas do saber
como: medicina, filosofia, pedagogia e teologia moral. Estes conhecimentos eram chamados de discursos
psicológicos.
PSICOLOGIA E FILOSOFIA

          No ensino filosófico, na disciplina de Filosofia na Faculdade de Direito de São Paulo, são feitos
estudos sobre subjetividade como propedêutica, isto é, estudos que precedem, de forma preparatória a
especialização profissional, para o entendimento quanto as relações entre a teoria e a prática jurídica.

(MASSIMI, 1990).
          É possível observar linhas de influência na psicologia filosófica, tais como: a escola sensualista
francesa, com Avallar Brotero; o empirismo moderado nos tratados de Antônio Genovesi (italiano que tem

as obras traduzidas na biblioteca da Faculdade de Direito); o humanismo filantrópico, com C.M. Galvão

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 1/16
22/02/2021 AVA UNINOVE

Bueno. A influência do pensamento positivista também se faz presente, no final do século XIX. (MASSIMI,

1990)
PSICOLOGIA E TEOLOGIA MORAL
          De acordo com Massimi (1990), a psicologia é estudada nos seminários episcopais e nas escolas de
formação religiosa, seja de forma especulativa, ou como conhecimento prático do comportamento humano.

        O interesse era conhecer a subjetividade humana em seus aspectos sentimentais e morais, bem como
os desvios morais e psicológicos. O objetivo de conhecer o comportamento humano tinha em vista que se
pudesse controlá-lo, corrigi-lo e assim evitar os desvios e os pecados. Sendo assim, inseriram termos da
psicologia cientifica nos estudos realizados no âmbito da religião.

         Havia duas maneiras de estruturar o conhecimento psicológico: a psicologia racional, em que o objeto
de estudo é a natureza e as propriedades essenciais da alma; e a psicologia empírica experimental que
buscava o conhecimento das faculdades e dos fenômenos psíquicos. A psicologia racional usava o método

lógico e dedutivo, enquanto a psicologia empírica experimental se baseava na observação interna.


(MASSIMI, 1990)
PSICOLOGIA PEDAGÓGICA
          A associação entre a psicologia e a pedagogia, no século XIX, tornou-se muito importante nas Escolas

Normais, assim chamadas as escolas que objetivavam formar os docentes brasileiros na época.
          Massimi (1990) destaca que era objetivo da psicologia estudar as leis gerais e objetivas do
desenvolvimento do homem e que, com isto, se tornava possível deduzir as normas e os princípios
pedagógicos que orientariam o processo de ensino e aprendizagem. Deste modo, a psicologia buscava
definir significados, funções e características da dinâmica evolutiva das faculdades psíquicas, enquanto a
pedagogia se preocupava em encontrar meios e métodos para o desenvolvimento destas faculdades.

           As Escolas Normais foram criadas visando formar professores de forma adequada às necessidades do
sistema educacional brasileiro. Era necessário “educar” a população, que ainda não tinha acesso às escolas.
As escolas passaram a ser um local de construção, de produção de cidadãos exemplares e o ensino tinha a
finalidade de fazer a adaptação social do homem, de "moldar" o novo homem de acordo com as necessidades
da nova sociedade.
           Neste cenário, a função da psicologia é possibilitar uma educação como forma de adaptação ao meio.
Visava, a partir do conhecimento do processo evolutivo do ser humano, estabelecer novos princípios

pedagógicos para formar o homem produto e peça do organismo social. Sendo assim, nas Escolas Normais, a
disciplina “Methodica e Pedagogia” passou a ter grande relevância, pois vários tópicos da psicologia eram
abordados. Eram estudados temas como: a atividade sensorial, a inteligência e suas operações, a
sensibilidade moral e a vontade, os hábitos, os métodos didáticos e de aprendizagem. (MASSIMI, 1990)
PSICOLOGIA MÉDICA
          Outras instituições também utilizaram os conhecimentos psicológicos, entre elas as faculdades de
medicina. As primeiras faculdades de Medicina do Brasil foram fundadas em 1832, em Salvador e no Rio de

Janeiro.

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 2/16
22/02/2021 AVA UNINOVE

          No século XIX, a medicina e a sua cultura eram utilizadas como um instrumento importante do poder

do Estado. Havia o interesse em elaborar um Projeto de Higiene Social da Nação. Este projeto visava ter um
controle social dos indivíduos e da população, estabelecendo normas de conduta e patologizando os
comportamentos considerados fora das normas, ou anormais. O interesse pela psicologia existente nos
currículos, nos manuais e na produção cultural da faculdade, é justificado na medida em que este
conhecimento oferecia “meios de controle social dos indivíduos e das populações e para o ‘patologização’
do comportamento anormal. ” (MASSIMI, 1990, p. 38).
          Vários tratados médicos abordavam temas de natureza psicológica e também os alunos da faculdade

de medicina ao elaborarem suas teses, para obtenção do grau de doutor, dedicavam seus estudos a estes.
Entre os temas mais estudados estavam: psicologia da mulher; doenças relacionadas à sexualidade;
aspectos emocionais do casamento e da relação familiar; a higiene do desenvolvimento infantil, da
puberdade e vida adulta; a higiene das diversas condições sociais: escravos, presos, mendigos e prostitutas;
a higiene das instituições (escolas e prisões); a alienação mental suas diferenças e analogias com o estado
de saúde mental; o suicídio. (MASSIMI, 1990)
            A forma de entender e classificar a loucura começava a passar por transformações. Antes era

considerada como moléstia nervosa ou doença do cérebro. No século XIX, passa a ser entendida como
desarranjo mórbido das faculdades intelectuais, ou morais, estabelecendo uma relação causal entre
distúrbio cerebral e funções mentais. Pensava-se que a mesma era causada pelo clima, sexualidade, idade,
temperamento, profissão e modo de vida. Também consideravam que os distúrbios patológicos poderiam
ter causas hereditárias, emocionais e sociais, ou causadas pelo ambiente. Chegam a enfatizar a origem
social da alienação mental, afirmando que os indivíduos que não conseguem acompanhar o progresso da
civilização, sobretudo nas sociedades industrializadas, são mais sujeitos à doença, O suicídio e a nostalgia
eram as doenças mentais mais estudadas. (MASSIMI, 1990)

          A internação começa a ser indicada como forma de isolar o doente daquilo que lhe causa o distúrbio,
bem como indicavam o silêncio. São os tratamentos oferecidos nesta época, também indicavam estímulo
dos sentidos, método de sugestão para induzir o enfermo à consciência da situação. Para atender a esta
demanda, era necessário criar instituições asilares para abrigar os doentes mentais. A partir disto são
criados os primeiros hospícios: Pedro II no Rio de Janeiro e São João de Deus, em Salvador.
          Existiam também Revistas Psicológicas, no século XIX, que auxiliavam na difusão das ideias
psicológicas. A imprensa era usada pelo seu poder na educação popular. A ênfase estava no comportamento

e a compreensão de si, sempre voltado para uma sociedade de “bons cidadãos”. A psicologia estava em
temas ligados a fenômenos psicopatológicos e parapsicológicos. Em especial, eram discutidos o
comportamento animal, a higiene pessoal e a personalidade feminina. (MASSIMI, 1990)

A PSICOLOGIA CIENTÍFICA NAS INSTITUIÇÕES


MÉDICAS, EDUCACIONAIS E DO TRABALHO

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 3/16
22/02/2021 AVA UNINOVE

            No final do século XIX e início do XX, ocorrem transformações relevantes na sociedade brasileira e

na psicologia. Com o fim do Império, em 1889, é adotado o modelo Republicano no Brasil. A economia se


amplia para um mercado internacional, há uma efetiva industrialização do país, uma expansão do processo

de urbanização, em especial na região Sudeste. A ideologia liberal se intensifica e o nacionalismo se


acentua na busca de progresso e modernidade. (ANTUNES, 2014)

            A psicologia amplia seu poder e se desenvolve do ponto de vista teórico e prático, com a produção de

conhecimento científico, a partir de seu reconhecimento como ciência autônoma no final do século XIX.
           No Brasil, a psicologia foi buscada como forma de contribuição às áreas da saúde, da educação e da

organização do trabalho, e devia, com seus conhecimentos, auxiliar a solucionar os entraves para o
progresso do país. Os primeiros “psicólogos” brasileiros foram médicos, educadores, engenheiros, bacharéis

em direito, sendo que muitos deles se dedicaram exclusivamente à psicologia. Também vieram para cá
psicólogos estrangeiros, para prestar assistência e ministrar cursos que acabaram se radicando no país.

(ANTUNES, 2014)

PSICOLOGIA NAS INSTITUIÇÕES MÉDICAS


           No Brasil, foram criados laboratórios de Psicologia nas instituições médicas asilares, psiquiátricas e

correlatos.   A ligação da psicologia com a medicina foi se delineando e as fronteiras entre psiquiatria e
psicologia foram se tornando mais claras.

            Nesta época, as condições de saneamento e saúde do povo eram precárias. Tanto os intelectuais
quanto o governo exigiam que a medicina realizasse ações e projetos profiláticos de higiene. A ideia era

erradicar ou minimizar as inúmeras doenças infectocontagiosas e eliminar ou reduzir seus agentes

causadores. O estudo da psiquiatria e da psicologia acompanha este movimento. No início do século XX, a
psicologia consegue aprimorar seus estudos e seu conhecimento em Higiene Mental, instância derivada da

Higiene em seu aspecto geral. A psicologia participa das Ligas de Higiene Mental, que também foram
importantes fontes de produção de pesquisa e de práticas relacionadas. (ANTUNES, 2014)

              As pessoas passaram a ser observadas e avaliadas em seus comportamentos. Para proteger-se das
doenças com relação a moral, era necessário seguir as regras sociais. O que estivesse fora da ordem, os

"marginais", precisavam de tratamento. Neste tratamento havia a ideia de isolar da sociedade o que era

considerado doente, e assim foram criados os primeiros hospícios e as instituições asilares para tratar o
louco, o marginal ou doente mental.

                      O pensamento psiquiátrico brasileiro conjugava duas correntes para compreensão da loucura, o


Alienismo Clássico, de Pinel e Turke, que preconizava a proteção do louco; e o Organicismo, a Teoria da

Degenerescência, calcada na determinação hereditária da loucura.   A Teoria da Degenerescência


preconizava que os negros eram mais propensos à loucura e propunham um estudo chamado “Frenologia”,

que consistia na medida do crânio para mensurar a loucura. Com este estudo, que defendia ser o negro mais
propenso à loucura, o que era de fato buscado seria o branqueamento da raça. Aqueles que eram

considerados como degenerados, eram uma ameaça a sociedade e, por isso, precisavam ser retirados do

convívio. (ANTUNES, 2014; e MASSIMI, 1990)

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 4/16
22/02/2021 AVA UNINOVE

             A conjunção destas duas correntes, Organicismo e Alienismo, considerava que a exclusão do louco

era necessária para prevenção da loucura. Tornara-se uma expressão da Medicina Social e era um projeto
profilático contra: pobreza, loucura, marginalidade, crime. Era a proposta de um controle de massa (normal

e anormal) para discipliná-la. (ANTUNES, 2001)


             Estas ideias ficam mais incrementadas na virada do século XX, em que há preocupação em criar e

manter a “ordem” urbana e viabilizar o “progresso”, influência clara das ideias positivistas no ideário

brasileiro. Era preciso controlar a massa que vivia em situação de calamidade. Assim, para que houvesse
ordem e progresso no Brasil, deveriam ser excluídos do convívio social aqueles que não se adaptavam às

regras sociais. (ANTUNES, 2014)


Hospital Nacional dos Alienados - Antigo Pedro II

            O hospital Pedro II foi fundado em 1852, após a proclamação da República recebeu o nome de
Hospital Nacional dos Alienados. Funcionava apenas com um depósito de pessoas, de loucos. Em 1902,

cinquenta anos após sua fundação, Juliano Moreira assume sua direção e inaugura um “sistema psiquiátrico
coerente”, que o tornou o primeiro hospital do Brasil que tratou a loucura do ponto de vista médico. Ou

seja, uma psiquiatria que tinha teoria, prática e fundamentos institucionais. Este hospital pode ser

considerado uma instância produtora de conhecimento psicológico. (ANTUNES, 2014)


            Em 1907, é criado o segundo “Laboratório de Psicologia Experimental da Clínica Psiquiátrica do

Hospital Nacional dos Alienados”. O primeiro laboratório teria sido criado em 1906, no que,
posteriormente, se chamará Laboratório de Psicologia no Pedagogium. Os Laboratórios de psicologia desta

época tinham como propósito observar, registrar e medir as capacidades sensoriais, perceptivas e práticas
da personalidade do sujeito. (ANTUNES, 2014)

Hospício do Juquery

          Este hospital teve início como Asilo Provisório de Alienados da cidade de São Paulo. Foi fundado em
1898 e dirigido por Franco da Rocha que era seguidor da Teoria da Degenerescência. Em 1898, no Juquery, já

funcionavam as colônias agrícolas fora da zona urbana de São Paulo. Foram anexados: o pavilhão das
“crianças anormais”, o laboratório histoquímico e o Manicômio Judiciário

          Este hospital representou o pensamento psiquiátrico hegemônico da época. Ele foi o modelo de
exclusão dos que fugiam à norma. O estudo da loucura era feito através de descrições, comparações e

classificações. Franco da Rocha era favorável a terapia através do trabalho – laborterapia, como forma de

manter os doentes ocupados, algo que seria a favor destes. Como a loucura era compreendida como algo
individual que pudesse contaminar o social, o trabalho ocuparia o tempo dos doentes mentais e os manteria

afastados dos demais. (ANTUNES, 2014) 

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 5/16
22/02/2021 AVA UNINOVE

Legenda: HOSPITAL PSIQUIáTRICO JUQUERY, EM FRANCO DA ROCHA - SP

Colônia dos psicopatas do Engenho de Dentro

          Este hospital psiquiátrico foi fundado no Rio de Janeiro, na década de 1910. Seu laboratório de
Psicologia produziu grande contribuição para o desenvolvimento da psicologia, após sua fundação, em

1923. Em 1932, este laboratório foi transformado em Instituto de Psicologia, subordinado ao Ministério de
Educação e Saúde Pública. O laboratório contava com equipamentos sofisticados vindos de Paris e Leipzig,

e era dirigido por um psicólogo polonês, que se radicou no Brasil, chamado Waclaw Radecki. (ANTUNES,

2014)
         A produção e difusão de conhecimento psicológico, do Laboratório da Colônia, foi muito importante

na geração de condições para o estabelecimento da Psicologia no Brasil. Também havia uma escola de
Enfermagem, que tinha a disciplina Psicologia.

          Por outro lado, como a psicologia se instalou em laboratórios dentro de hospícios, muito de sua
produção era tomada como da psiquiatria. Mas, apesar disso, o campo de atuação da psicologia começa se

configurar como próprio, mesmo “pertencendo” à psiquiatria. Este Laboratório produziu muito

conhecimento, o que ajudou a consolidar a Psicologia Científica no Brasil. Alguns temas que faziam parte
dos estudos desse laboratório são: preocupação com a formação de psicólogo; difusão do conhecimento

psicológico; trabalho clínico; aplicações da Psicologia a questões relativas ao trabalho. (ANTUNES, 2014)
        O laboratório dirigido por Radecki contribuiu para a perspectiva psicoterapêutica fora do campo da

psiquiatria. Também foram utilizados testes para seleção e orientação profissional. Foram realizados
estudos e pesquisas sobre fadiga em “trabalhadores menores”, seleção de candidatos à aviação militar,

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 6/16
22/02/2021 AVA UNINOVE

psicometria e questões profissionais. Em 1937, é incorporado à Universidade do Brasil para trocar com
outras áreas. (ANTUNES, 2014)

Liga Brasileira de Higiene Mental e instituições correlatas


          Foi fundada em 1923, por Gustavo Riedel, tendo em seus quadros os mais eminentes psiquiatras e
intelectuais da época. O intuito de sua fundação foi melhorar a assistência ao doente mental. Mas, em 1926,
este primeiro objetivo cede lugar ao ideal da “eugenia” (conceito que associa elevação ou rebaixamento das

características raciais, do ponto de vista físico e mental e que apoiou a noção de raça pura do nazismo).
Esta noção de eugenia vai contribuir para uma exacerbação do racismo na sociedade brasileira, justificando
o pouco desenvolvimento econômico do país em função da presença de “raças inferiores”, principalmente

os negros. Estas ideias eugenistas defendiam um embranquecimento da raça brasileira, na busca da raça
pura.  (ANTUNES, 2014)
Liga Paulista de Higiene Mental
         Fundada em 1926, nela havia finalidades de higienização social do trabalho e da família. A psicologia

se articulava às questões da organização do trabalho, como forma de obtenção de conhecimento das


funções psicológicas presentes no exercício profissional (memória, percepção, atuação, julgamento). Em
1926, houve também a criação do “Grupo de Estudos da Psicologia Aplicada”, e o Serviço de Inspeção

Médico-Escolar que, posteriormente, se torna em 1938, a Escola para Crianças Portadoras de Doenças
Mentais.
        O conhecimento da Liga se aproximava das ideias da psiquiatria brasileira, com base na medicina
social. Mesmo assim, a posição da psicologia com seu conjunto de saberes e técnicas, se aproximava dos

dias de hoje. (ANTUNES, 2014)


Movimento psiquiátrico do Recife.
         Ulysses Pernambucano, que foi aluno de Juliano Moreira, formou-se em Medicina no Rio de Janeiro em

1912. Foi ele o responsável pelo início do movimento psiquiátrico do Recife. Não seguiu a psiquiatria
organicista.  Ulisses foi nomeado diretor do Hospital de Doenças Nervosas e Mentais do Recife, em 1924.
Foram suas obras: a abolição dos calabouços e das camisas de força nos hospitais psiquiátricos; a criação do
Pavilhão de Observações, do Laboratório de Análises (para diagnóstico), do Pavilhão de Hidroterapia, de

instalações sanitárias, do necrotério. Criou o sistema de Internato Acadêmico para jovens médicos
estagiarem. (ANTUNES, 2014)
         Sua atuação foi fundamental na criação da Assistência à psicopatas de Pernambuco que era composta

pelo Ambulatório e Hospital Aberto para Doentes Mentais não alienados e para alienados, Hospital para
Doentes Agudos, Colônia para Doentes Crônicos, Serviço aberto para Psicopatas, Ambulatório Psiquiátrico
Público, Manicômio Judiciário, Serviço de Higiene Mental para educar e esclarecer, Serviço de Prevenção
das Doenças Mentais e Instituto de Psicologia. (ANTUNES, 2014)

          A Liga de Higiene Mental de Pernambuco, fundada por ele, procurou melhorar o atendimento ao
doente mental. Também fundou uma “Escola para anormais”, que em 1964, passou a ser dirigida pela APAE.
Em 1936, criou o Sanatório de Recife no qual foi instalada a Escola para anormais. Ulisses Pernambucano se

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 7/16
22/02/2021 AVA UNINOVE

opunha a visão organicista e racista da época, praticando o que veio a ser chamado de “Psiquiatria
Humanista”. Pode ser considerado um pioneiro do movimento da antipsiquiatria. (ANTUNES, 2014)

         Seu Instituto de Psicologia, mais tarde passou a ser chamado de Instituto de Seleção de Orientação
Profissional. Tinha a preocupação com a formação de profissionais na área psicológica, era voltado para a
educação em geral e psicológica, em especial, para crianças com deficiência mental. (ANTUNES, 2014)
A PSICOLOGIA NAS INSTITUIÇÕES EDUCACIONAIS

          A psicologia conseguiu conquistar autonomia no Brasil graças a Educação. Foi este um dos mais
importantes setores para a sua realização. A psicologia era uma ciência básica e instrumental para a
pedagogia. Nos primeiros anos da República, o pensamento brasileiro em geral e, em especial, o

educacional, eram influenciados pelas ideias positivistas de Comte, que auxiliaram na organização
educacional. A psicologia entra na relação com a educação, principalmente, nas questões relativas ao
serviço de orientação infantil, organizações do trabalho e atendimento clínico. (ANTUNES, 2014)
          Benjamin Constant propõe uma reforma na educação, que acaba por levar o seu nome, em 1890.

Propunha que a educação deveria ser livre e garantir a gratuidade do ensino primário em harmonia com
orientação vocacional. Apesar desta proposta, os problemas continuaram, pois, o índice de analfabetismo
mudou pouco, a evasão escolar persistiu e o secundário continuou como ensino particular. (ANTUNES,
2014)

         O Brasil estava apresentando um pequeno surto industrial, que viria a se constituir mais tarde em uma
industrialização massiva para substituir as importações. Era necessário que os indivíduos fossem capazes
de técnicas escolares mínimas, tais como ler, escrever e contar, para atuar na indústria. Em decorrência

disto, aumentaram as ideias para “solucionar” os problemas educacionais. Nesse momento, observa-se a
entrada da psicologia em dois movimentos na educação: Difusão da Educação e Escolanovismo. (ANTUNES,
2014)

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 8/16
22/02/2021 AVA UNINOVE

Legenda: A ESCOLA DA PRAçA.

Difusão da educação
        O movimento em defesa da difusão da educação, no Rio de Janeiro, teve em Manoel Bonfim seu
precursor mais provável. Outros intelectuais da época deram continuidade a ele. Para o autor da proposta,

era importante analisar a sociedade brasileira buscando compreender as raízes dos problemas brasileiros na
sua história, mais precisamente, no Período Colonial. Manuel Bonfim entendia que o atraso do Brasil
ocorreu por ter sido colônia de exploração de Portugal, uma ignorância historicamente imposta pela elite

dominante ao ter privado os indivíduos, que não pertenciam a esta “classe”, de terem acesso à cultura.
Entendia a educação como forma de reconquista, ou melhor, conquista do povo brasileiro. (ANTUNES, 2014)
          A educação deveria ser usada como um instrumento contra a opressão e, não como queria a elite,
somente em prol da industrialização; meio para vencer o atraso econômico. Não aceitava a ideia de que o

Brasil era atrasado economicamente por conta da miscigenação de raças e, principalmente, pela presença
dos negros. Miguel Couto e Mário Pinto Serva compartilhavam da ideia de Bonfim, de que a ignorância e o
analfabetismo eram as principais causas do atraso e da vergonha nacional.  (ANTUNES, 2014)

Escolanovismo
        O tripé Educação-Trabalho-Psicologia era necessário para o desenvolvimento do processo de
industrialização. Neste contexto, surge outro movimento educacional, o Escolanovismo. Criado por
Lourenço Filho, Anísio Teixeira e Fernando Lourenço. Tinham como concepção esculpir um homem novo

através da educação. Na década de 1920, o Escolanovismo proporcionou a psicologia constituir-se como


uma das mais importantes ciências para a concretização da pedagogia científica. (ANTUNES, 2014)

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 9/16
22/02/2021 AVA UNINOVE

        Surgiram os primeiros profissionais voltados para a educação. Graças a educação, a psicologia se


estabeleceu como ciência e como área do saber e de prática e, ainda, campo profissional específico.
Lourenço Filho foi um dos mais importantes protagonistas deste processo. Os testes psicológicos, ou a

chamada psicometria, foram de fundamental importância para este percurso. (ANTUNES, 2014)
Algumas instituições educacionais
Pedagogium
Em 1890, Rui Barbosa fundava o “Museu Pedagógico”, no Rio de Janeiro, que tinha como objetivo ser um
centro propulsor de melhorias na educação nacional. Sete anos depois, em 1897, Medeiros e Albuquerque
transformava o local num “Centro de Cultura Superior”, aberto ao público. E é aí, que em 1906, foi criado
um “Laboratório de Psicologia Experimental”, planejado por Manuel Bonfim e Alfred Binet, em Paris.

Manoel Bonfim permanece em sua direção por 12 anos. O Laboratório produziu muitas das discussões da
psicologia. (ANTUNES, 2014)
Consideravam ser possível que o indivíduo colocado isoladamente, em condições de laboratório, seria

retirado do seu estado de consciência. Bonfim considerava essencial relacionar a influência do social no
psiquismo humano. No ano de 1919, o referido Laboratório foi extinto, mas sua ação prolongou-se até 1938,
com a criação do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos – INEP. O “Pedagogium” pode ser considerado
um celeiro da psicologia devido as publicações de Manoel Bonfim. (ANTUNES, 2014)

Instituto de Psicologia de Pernambuco


            Foi fundado em 1925, em Recife, por Ulysses Pernambucano. Nele eram realizados estudos sobre:
testes Psicológicos de Nível Mental, Aptidão e outros; vocabulário das crianças de escolas primárias do

Recife; revisão da Escala Binet – Simon; técnicas Projetivas; Pesquisas Experimentais. Em 1929 passou a se
chamar Instituto de Seleção e Orientação Profissional – ISOP.
            Ulysses Pernambucano orientou a formação de muitos profissionais da psicologia e pesquisadores.
Trabalhou com deficientes mentais e criou uma “Escola para os anormais”. Foi também ele que criou a

“Escola Psiquiátrica do Recife”, e utilizou técnicas psicológicas na psicopatologia. (ANTUNES, 2014)


Escola de aperfeiçoamento pedagógico de Belo Horizonte
         No final da década de 1920, Francisco Campos, realiza uma reforma na educação e cria a “Escola de

aperfeiçoamento pedagógico de Belo Horizonte”. Essa instituição também contribuiu para o rumo da
Psicologia no Brasil e, também, uniu a psicologia à pedagogia.  Promoveu vários cursos e recebeu, como
docentes, grandes nomes da Psicologia Internacional: Th Simon (colaborador de Binet), Lion Wather e
Helena Antipoff. Helena Antipoff permaneceu no Brasil e deu expressiva contribuição à psicologia

relacionando-a à educação no ensino, pesquisa e prática. Foi responsável pela criação do Laboratório da
Psicologia que se dedicou a estudar: inteligência, produção escolar e meio social, inteligência e vocabulário,
seleção e orientação profissional, motricidade e fadiga, julgamento moral e social, dentre outros temas.

(ANTUNES, 2014)

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 10/16
22/02/2021 AVA UNINOVE

         As pesquisas de Helena Antipoff promoveram a articulação entre a realidade brasileira e o rendimento
escolar, realizava seus estudos no ambiente familiar e escolar para compreender o rendimento escolar dos
alunos. Criou uma classe para alunos especiais na escola e propôs a mudança do nome do deficiente mental

para “indivíduo excepcional”. Trouxe o conceito de “inteligência civilizada”, pois acreditava ser a
inteligência multideterminada por fatores culturais e sociais presentes no ambiente em que a criança se
desenvolve. Seus estudos aproximaram-se muito da proposta de Ulisses Pernambucano. Pode ser dito que

Helena Antipoff avançou a partir de onde parou Ulysses Pernambucano. (ANTUNES, 2014)
Escola Normal de São Paulo
         As primeiras Escolas Normais (de magistério) surgiram no Brasil na primeira metade do século XIX, no
entanto, somente no século XX que a disciplina Psicologia apareceu de forma mais sistemática nos

currículos. A Escola Normal de São Paulo sofreu influência de psicólogos estrangeiros, divulgando teorias
psicológicas em voga na Europa e nos Estados Unidos, principalmente, a Psicometria.  (ANTUNES, 2014)
          Lourenço Filho foi o responsável por desenvolver o ideal Escolanovista neste local. Revitalizou o

Laboratório de Psicologia. O interesse era pelas medidas das funções psicológicas, sendo que o fenômeno
perceptivo era o mais estudado. Em 1936, o este Laboratório é incorporado à cátedra de psicologia na USP.
(ANTUNES, 2014)
          A produção de ciência, pesquisa e prática da Escola Normal de São Paulo foi fundamental para a

autonomização da psicologia, para a difusão dos conhecimentos psicológicos e caminho para a psicologia se
tornar uma disciplina universitária.  Foi na educação que a psicologia teve sua expressão máxima, apesar de
também ter se articulado à psiquiatria. Junto à Educação e com os investimentos que a Psicologia recebeu

em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, foi possível produzir pesquisa e acompanhar os centros
europeus e norte-americanos. (ANTUNES, 2014)
A PSICOLOGIA NA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO.
         Desde o Brasil Colonial, do século XVI ao XVIII, a psicologia está atrelada às questões de trabalho. Na

época, sob a perspectiva da Moral, o conhecimento psicológico era usado como forma de prevenir as
perversões (ócio, preguiça e vício). (ANTUNES, 2014)
          No século XIX, esta preocupação se acentua. Estava em vigor o ideal positivista de “Ordem e

Progresso”, havia projetos de modernização, avanço e produção industrial. Há o surgimento de novas


camadas sociais com o incremento da urbanização e a diversificação das atividades produtivas.  Estava
começando um momento favorável para que a psicologia se atrelasse às questões do trabalho. Havia uma
expansão do processo de industrialização. A psicologia foi utilizada na busca de respostas e para subsidiar

ações interventoras à sociedade da época.  Na primeira década do século XX surgem os primeiros


“Sindicatos” e “Associações de trabalhadores”. Havia a necessidade de práticas de controle sobre as ações
operárias, ideários anarquistas, greves, manifestações. (ANTUNES, 2014)

        Também era necessária a elaboração de novas técnicas científicas de controle e de racionalização do


trabalho. No âmbito do trabalho, o ideal era produzir o máximo racionalizando o trabalho em prol do
aumento da capacidade produtiva. Assim, surgem no Brasil as ideias tayloristas e fordistas como forma de

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 11/16
22/02/2021 AVA UNINOVE

racionalizar o processo. (ANTUNES, 2014) 


        Em 1930, é fundado o “Instituto Nacional de Organização do Trabalho – IDORT”. A partir dele, outras
Instituições foram criadas, inclusive para prevenção de acidente de trabalho (AT), como:  Fundação Getúlio

Vargas, Escola Livre de Associação e Política, DASP e SENAI.


        A psicologia surge para sustentar cientificamente os novos métodos administrativos e, ainda, subsidiar
novas práticas com um conjunto de técnicas na própria área de atuação. Assim, o campo da psicologia se

amplia e ela passa a atuar em diversas áreas como: “fator humano” da administração industrial, orientação
de pessoal, instrução profissional. (ANTUNES, 2014)
        Foi especialmente importante, para a ampliação de sua prática, a chegada dos testes psicológicos no
Brasil, na segunda década do século XX. Em 1924, Roberto Mange fez uso pela primeira vez de testes de

seleção, no Liceu de Artes e Ofício de São Paulo. No ano seguinte, Medeiros de Albuquerque publicou o
livro chamado “Testes: introdução ao estudo dos meios scientíficos de julgar a intelligencia e a applicação
dos alunos”, que continha informações sobre o uso dos testes, no contexto da indústria e comércio.
(ANTUNES, 2014)
         As Empresas Ferroviárias, em especial a Estrada de Ferro Sorocabana, sob a orientação do engenheiro
Robert Mange, foram os responsáveis pela aplicação da Psicologia ao Trabalho. Em 1930, foram criados: o
“Curso de Ferroviários de Sorocaba” e o “Serviço de Ensino e Seleção Profissional” da Estrada de Ferro

Sorocabana. Em 1934, como consequência dos serviços das Empresas Ferroviárias surge o “Centro
Ferroviário de Ensino e Seleção Profissional – CFESP, com colaboração do IDORT. (ANTUNES, 2014)
         A partir de 1930, surge uma nova área autônoma do saber – a Psicologia Industrial, com a aplicação da
psicologia ao trabalho, diferente da educação e da medicina.

Orientação Profissional
          Outra aplicação da psicologia relacionada ao trabalho, que se desenvolveu neste período, foi a
Orientação Profissional, com Isaias Alves. A ideia era de que seria lucrativo o uso da psicologia no sentido

de se encontrar “o homem certo para o lugar certo”. Este era o ideal americano de orientação vocacional
que foi adotado. Para atingir este objetivo eram utilizados os testes, a psicometria.
          O objetivo era orientar profissionalmente os jovens para escolhas compatíveis com suas aptidões.
Eram usados os testes de aptidões com ênfase nos processos produtivos, ou seja, os testes e seus

aplicadores passaram a servir aos interesses econômicos sem questionarem a quem serviam, e para quê.
Este processo de seleção de potencialidades escolhia os mais aptos para cada função. É importante destacar
que tinha uma função intrínseca de diferenciar individualidades. Não era levado em consideração que as

capacidades de cada indivíduo têm relação com a sua história de vida, o que de certa maneira reforça a
diferenciação por classes sociais.            

ATIVIDADE FINAL

Sobre os discursos psicológicos é CORRETO afirmar:

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 12/16
22/02/2021 AVA UNINOVE

I. As ideias psicológicas foram introduzidas em outras áreas do saber

como medicina, educação, filosofia e religião.


II. Os conhecimentos psicológicos na educação tinham como função

moldar um novo homem de acordo com as necessidades do governo,

produzir cidadãos exemplares.

III. As ideias psicológicas foram utilizadas nos estudos dentro da


religião para que se pudesse controlar e corrigir os desvios e pecados. 

A. Todas as afirmativas estão corretas.


B. Apenas a II e a III estão corretas. 
C. Todas as afirmativas estão incorretas. 

D. Somente a afirmativa I está correta. 

O Projeto de Higiene Social da Nação foi desenvolvido pela Medicina,

no Brasil, no século XIX. Quanto a participação da psicologia pode-se

afirmar:

A. A psicologia usou seus conhecimentos para auxiliar na compreensão e no tratamento do doente

mental no século XIX. 


B. A psicologia auxiliou a medicina com seus conhecimentos no sentindo de patologizar o
comportamento indesejável. 
C. Não houve a participação dos conhecimentos psicológicos. A psicologia não foi usada pela medicina
no Projeto de Higiene Social da Nação. 
D. A psicologia no século XIX já defendia os interesses das minorias socialmente excluídas no Projeto
de Higiene Social da Nação.  

No final do século XIX, a psicologia foi reconhecida como ciência. No

início do século XX, sua ação no Brasil ocorreu em instituições:

I. Educacionais, nas escolas, para atender às necessidades do Governo

de um homem novo esculpido pela educação.

II. Médicas, nos hospitais psiquiátricos, a exemplo do Juquery, para

promover a melhora da qualidade de vida do doente mental.

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 13/16
22/02/2021 AVA UNINOVE

III. Nas organizações de trabalho, com o uso de testes de aptidões, para


colocar o "homem certo no lugar certo".

A. Todas as afirmações estão corretas. 


B. Apenas a I e a III estão corretas.
C. Todas as afirmações estão incorretas.
D. Somente a afirmativa II está correta. 

E. As afirmativas II e III estão corretas. 

REFERÊNCIA
ANTUNES, Mitsuko Aparecida Makino. A psicologia no Brasil: leitura história sobre sua constituição. São

Paulo: EDUC/ Unimarco, 2014.


MASSIMI, M. Conhecimentos psicológicos no Brasil Colonial. In: História da psicologia brasileira: da época
colonial até 1934. São Paulo: EPU, 1990.
MASSIMI, M; GUEDES, M.C. (orgs.). História da psicologia no Brasil: novos estudos. São Paulo: Educ;
Cortez, 2004

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 14/16
22/02/2021 AVA UNINOVE

Período Universitário
HISTÓRIA DA INSERÇÃO DA PSICOLOGIA BRASILEIRA NO MEIO UNIVERSITÁRIO E SUA CONSOLIDAÇÃO

COMO ÁREA DE CONHECIMENTO.

AUTOR(A): PROF. MARIA ELIZABETE LAUTERT DE SOUZA

AUTOR(A): PROF. SANDRA REGINA VIVANCO MIRABETI

A Psicologia como área de conhecimento e campo de


aplicação
Na história da psicologia no Brasil, esta encontrou na educação um espaço importante para sua
consolidação e desenvolvimento. Já na década de 1930, a psicologia e a educação, juntas, foram

fundamentais para um movimento social mais amplo, a modernização do país em um momento de


expansão da industrialização. Embora muitas iniciativas da psicologia ligadas à medicina tivessem ocorrido

e ainda existissem, não foi neste campo que a psicologia encontrou espaço para sua consolidação como
ciência e profissão.

O Período Universitário pode ser caracterizado por suas relações com as instituições educacionais e de
trabalho, como sendo da ampliação dessa área de conhecimento e campo de ação, envolvendo:

a ampliação de seu ensino para os cursos superiores; a concretização da atuação em


diversos campos de aplicação (particularmente em Educação, trabalho e clínica); a
introdução de diferentes abordagens teóricas; a criação de instituições de pesquisa e

aplicação; o incremento da publicação de livros e o aparecimento de periódicos na área; a


criação de entidades representativas da área e de seus profissionais; a organização de
importantes eventos científicos e, por decorrência, o movimento que culminou com a

regulamentação da profissão de psicólogo”. (ANTUNES, 2004, p.121-2).

Ensino, formação e aplicação

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 1/8
22/02/2021 AVA UNINOVE

A partir dos anos de 1930 se inicia o estudo formal da psicologia em cursos superiores, indica Antunes

(2004). Em 1934 é criada A USP e Lourenço Filho foi nomeado como professor de psicologia. No ensino, a
psicologia se consolidou por meio das Escolas Normais. Foi criada na USP a cátedra de Psicologia
Educacional, que acabou incorporando o Laboratório de Psicologia da Escola Normal Caetano de Campos,
em São Paulo. 

Nestas primeiras décadas do século XX, a psicologia encontrou na Educação um terreno fértil para o seu
desenvolvimento tanto em termos teóricos quanto práticos, nos relata Antunes (2014), auxiliando e
possibilitando também a formação profissional no Brasil. A autora realça a importância dos laboratórios de
psicologia criados nas escolas e demais instâncias educacionais, bem como o ingresso da disciplina

Psicologia nas instituições formadoras de professores/educadores, como as Escolas Normais. Contribuíram


também as obras pedagógicas, este conjunto formando “os mais importantes núcleos de difusão e
desenvolvimento da Psicologia considerada cientifica”. (p. 107).

De acordo com Antunes (2004), em 1940, a FFCL Sedes Sapientiae se interessa pela formação de psicólogos
e começa um projeto sob a orientação de Madre Cristina Sodré Dória, que dirigia o curso de Pedagogia. E,
no ano de 1953, fundou a primeira clínica psicológica e também o curso de especialização em Psicologia
Clínica com duração de três anos, destinado a graduados em Filosofia ou Pedagogia.

A Universidade Católica de São Paulo, criada em 1946, um ano depois, foi elevada à condição de Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo – PUC/SP. Neste mesmo período, é criada a cátedra de “Psicologia
Educacional e da criança” e, no mesmo ano, a Universidade Católica de Campinas cria a cátedra “Psicologia
Educacional e Orientação Profissional”. 
Memórias da Psicologia - Madre Cristina (https://www.youtube.com/watch?v=UwXcTIqwUe0)
Enzo Azzi, Aniela Ginsberg e outros, ainda no ano de 1946, fundaram na Faculdade de Filosofia São Bento

um curso de especialização em psicologia educacional, clínica e do trabalho. Em 1950 foi criado o Instituto
de Psicologia da PUC/SP, dirigido por Enzo Azzi.
Na década de 1940, segundo Antunes (2004), a Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro, introduziu a
disciplina Psicologia nos três primeiros anos do curso de Filosofia. Nilton Campos assumiu a cátedra de
Psicologia e Psicologia Educacional. Já em Minas Gerais, Helena Antipoff foi responsável por inserir a
psicologia nos cursos superiores, tanto na Universidade de Minas Gerais, quanto na Pontifícia Universidade
Católica de Minas Gerais.

Ainda conforme nos relata Antunes (2004), em 1950, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul,  foi
criada a cadeira de Psicologia no curso de Medicina, tendo sido um dos pioneiros na área nesse estado.
Ainda em Porto Alegre, em 1954, a PUC-RS deu início ao curso de Psicologia. É bastante claro o processo de
expansão do ensino de psicologia nesse período, continua a autora, “o que demonstra o prenúncio e a
criação das bases para os futuros cursos dessa área, expressão da formação profissional do psicólogo em
bases institucionais legais”. (p.127).
Publicações

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 2/8
22/02/2021 AVA UNINOVE

O ensino de psicologia proporcionou o surgimento de revistas, cujo objetivo era fazer circular os

conhecimentos produzidos por esta ciência no Brasil. A Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos - RBEP
foi criada por iniciativa Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos - INEP, em 1944. Mesmo sendo em uma
revista da educação, a psicologia fez suas publicações, tendo Arrigo Leonardo Angelini, Helena Antipoff e
Betti Katzenstein como autores bastante profícuos.
Em 1949, três revistas de psicologia são criadas, que são: Arquivos Brasileiros de Psicotécnica - publicado
pelo Instituto de Seleção e Orientação Profissional – ISOP, da Fundação Getúlio Vargas – FGV; Boletim de
Psicologia - Sociedade Brasileira de Psicologia de São Paulo; e Revista de Psicologia Normal e Patológica
chamada inicialmente de Boletim – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. (ANTUNES, 2004).

Legenda: ANNITA CABRAL

Eventos e entidades científicas


Como fruto deste movimento de consolidação da psicologia, algumas entidades científicas e profissionais
foram criadas. São elas: Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - SBPC e Sociedade
Interamericana de Psicologia – SIP.
Em 1945, Annita Cabral e Otto Lineberg fundaram a Sociedade de Psicologia de São Paulo.

De acordo com Antunes (2004), outras entidades científicas de grande relevância tiveram início:
 

Em 1952, foi fundada a Sociedade de Rorschach de São Paulo. No ano de 1954, foram
criadas, em São Paulo, a Associação Brasileira de Psicólogos e, no Distrito Federal, a
Associação Brasileira de Psicologia. Em 1959, foi criada a Sociedade de Psicologia do Rio
Grande do Sul. (ANTUNES, 2004, p.134)

A criação da Associação Brasileira de Psicotécnica foi em 1949. Em 1953, entregaram ao Ministério da


Educação um esboço de anteprojeto de lei relativo à formação de psicólogos e à regulamentação da
profissão.

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 3/8
22/02/2021 AVA UNINOVE

Foram ocorrendo vários eventos importantes para o desenvolvimento da psicologia como ciência, nos quais

foram criadas comissões com o fim de elaborar projetos relativos a formação do psicólogo. Vale destacar:

O I Congresso de Psicologia, foi realizado em Curitiba, em 1953, organizado por Gabriel

Munhoz da Rocha; no mesmo ano, realiza-se o Simpósio das Faculdades de Filosofia do


país, ocasião em que foi proposta a criação de cursos de bacharelado, licenciatura e pós-

graduação em Psicologia nestas faculdades. Em 1955, ocorre o I Seminário Latino


Americano de Psicotécnica e, em 1959, acontece o VI Congresso Interamericano de

Psicologia, promovido pela Sociedade Interamericana de Psicologia - SIP, sob a

presidência de Emilio Mira y Lopez. (ANTUNES, 2004, p.135)

Este espaço de tempo, entre 1930 e 1962, configura o Período Universitário e a preparação para uma

regulamentação do curso e da profissão do psicólogo.

ATIVIDADE FINAL

Sobre o Período Universitário é correto afirmar:

I. A educação foi responsável pelo ingresso da psicologia no meio

universitário.

II. A psicologia se consolidou como área de atuação e prática


profissional.

III. Este período compreende o intervalo entre os anos de 1930 a 1962.

A. Todas as afirmativas estão corretas. 

B. Apenas a III está correta. 

C. Somente a I e a III estão corretas. 


D. Somente a I e a II estão corretas. 

E. Todas as afirmativas estão incorretas. 

No Período Universitário:

I. A psicologia conquistou espaço para firmar-se como profissão graças

à influência da medicina.

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 4/8
22/02/2021 AVA UNINOVE

II. A psicologia e a educação conquistaram espaço trabalhando em

conjunto para a modernização do país com para o desenvolvimento da

industrialização.
III. Os eventos científicos deste período auxiliaram na promoção e

desenvolvimento da psicologia como ciência.

A. Apenas a III está correta.

B. Somente a I e a II estão corretas. 


C. Somente a I e a III estão corretas. 

D. Apenas as afirmativas II e III estão corretas.

E. Todas estão corretas.

No Período Universitário, da História da Psicologia Brasileira:

I. As revistas de psicologia tinham o objetivo de fazer circular os

conhecimentos produzidos por esta ciência no Brasil.

II. Algumas entidades científicas e profissionais foram criadas, como

fruto do movimento de consolidação da psicologia, 

III. Em 1940, o Sedes Sapientiae se interessa pela formação de


psicólogos e começa um projeto sob a orientação de Madre Cristina

Sodré Dória.

A. Apenas a III está correta. 

B. Apenas I e II estão corretas.


C. Todas as afirmativas estão corretas.

D. Todas as afirmativas estão incorretas.

REFERÊNCIA
ANTUNES, Mitsuko Aparecida Makino. A psicologia no Brasil no século XX: desenvolvimento científico e

profissional. In: MASSIMI, Marina, GUEDES, Maria do Carmo (orgs). História da Psicologia no Brasil: novos
estudos. São Paulo: EDUC/Cortez, 2004.

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 5/8
22/02/2021 AVA UNINOVE

ANTUNES, Mitsuko Aparecida Makino. A psicologia no Brasil: leitura história sobre sua constituição. 5.ed. -

São Paulo: EDUC, 2014.

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 6/8
22/02/2021 AVA UNINOVE

Periodo Profissional
HISTÓRIA DO PERCURSO DA CONSOLIDAÇÃO DA PSICOLOGIA COMO PROFISSÃO

AUTOR(A): PROF. MARIA ELIZABETE LAUTERT DE SOUZA

AUTOR(A): PROF. SANDRA REGINA VIVANCO MIRABETI

A psicologia é reconhecida como profissão

Em 27 de agosto de 1962, foi aprovada a Lei n. 4.119, que reconheceu a profissão de psicólogo. Profissão que
já vinha sendo exercida nas áreas da educação, da organização do trabalho e na clínica, em especial na

infantil. Havia um contexto favorável à Psicologia, o que tornou o processo histórico de regulamentação,
relativamente curto, conforme Silva-Baptista (2010).

Com a psicologia adentrando a Universidade, primeiro como uma disciplina, depois na forma de cursos de

especialização e, por último, na graduação em psicologia, a quantidade de pessoas que passaram a praticar
a psicologia aumentou, assim como, também cresceu o interesse na profissionalização desta área.  A

regulamentação aconteceu em 1962, mas o processo se estendeu até 1975, quando foi aprovado o Código de
Ética e ocorreu a instalação dos Conselhos de Psicologia. (SILVA-BAPTISTA, 2010).

Desde o final da década de 1940, em São Paulo, os “profissionais” já se movimentavam para divulgar a
existência da profissão e os diversos tipos de atividades já exercidas em outros países, na busca da

regulamentação da mesma. A Sociedade de Psicologia de São Paulo, fundada em 1945, foi uma entidade
importante neste processo e foram muitas as discussões em eventos, bem como artigos publicados, que

fomentaram o processo de profissionalização. Em junho de 1949, Anita Cabral, uma das fundadoras
da Sociedade de Psicologia de São Paulo:

 “proferiu uma palestra intitulada A profissão do psicólogo e a associação de psicólogos


norte-americanos: sugestões para a organização de nossa sociedade”.
SILVA-BAPTISTA, 2010, P. 173

  Anita Cabral foi seguida por outros profissionais, com palestras e artigos, que reivindicavam a
regulamentação da profissão. (SILVA-BAPTISTA, 2010)

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 1/11
22/02/2021 AVA UNINOVE

Em novembro de 1953, foi elaborado um primeiro anteprojeto de lei dispondo sobre o a formação e a

regulamentação da profissão de psicologista e apresentado ao Ministério de Educação e Cultura, de acordo


com Silva-Baptista, este anteprojeto:

foi organizado por alguns profissionais do Rio de Janeiro filiados à Associação Brasileira
de Psicotécnica. O documento foi assinado por quatro profissionais, membros da diretoria
dessa associação: Manuel B. Lourenço Filho, José da Silva Pontual, Emilio Mira y Lopes e
José Moacir de Andrade Sobrinho. Esses profissionais também eram ligados ao ISOP*,

órgão da FGV (Fundação Getúlio Vargas). 


* ISOP - Instituto de Seleção e Orientação Profissional
SILVA-BAPTISTA, 2010, P. 175

Ainda de acordo com Silva-Baptista (2010), no documento que acompanha o anteprojeto, é justificada a
necessidade do profissional de psicologia diante do surgimento de necessidades sociais que exigiriam a

aplicação deste conhecimento, “principalmente em três ramos: psicotécnica escolar, psicotécnica do


trabalho e Psicologia clínica. ” (p.175)
A segunda proposta de regulamentação foi organizada em um evento que traz o nome da ciência - I

Congresso Brasileiro de Psicologia, realizado em Curitiba, em dezembro de 1953. Mesmo não havendo o
reconhecimento da regulamentação da profissão e do curso, a ciência psicológica já fazia parte da atividade

científica  na realidade brasileira, tanto teórica quanto prática e aplicada. Havia um certo consenso de que a
formação do psicólogo deveria acontecer no âmbito das Faculdades de Filosofia. Neste anteprojeto não
houve a participação do grupo que esteve na discussão do primeiro anteprojeto. (SILVA-BAPTISTA, 2010)
A criação de entidades científicas voltadas para a psicologia teve grande participação nas discussões e
promoção da regulamentação da profissão. Cabe ressaltar que mais duas sociedades de Psicologia foram
criadas, uma em 1958, em Minas Gerais e outra no Rio Grande do Sul, em 1959. A Sociedade Mineira de
Psicologia foi fundada em Belo Horizonte. Helena Antipoff, importante pesquisadora e educadora dedicada

a psicologia, foi eleita sua primeira presidente.


Em 1958 o projeto de lei 3825-A, elaborado pela Comissão de Ensino Superior do Ministério da Educação e
Cultura, do qual Lourenço Filho participou, se referia “à formação de psicologistas no Brasil”. Foi
complementado com o parecer 412. Este projeto foi encaminhado pelo presidente Juscelino Kubitschek, em
19 de março de 1958, para o Congresso. Obteve parecer favorável em 22/10/1958, da Comissão de
Constituição e Justiça, através de seu presidente, Joaquim Duval, que o enviou para parecer da Comissão de
Educação e Cultura. (SILVA-BAPTISTA, 2010, p. 179; 181). 
A profissão de psicologista finalmente foi estabelecida, mas com a ressalva que a psicologia clínica deveria

pertencer somente à especialidade médica, havia uma restrição para a atuação do psicologista como clínico.

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 2/11
22/02/2021 AVA UNINOVE

Para a formação em psicologia científica e aplicada, o art. 1º do projeto estabelecia que esta deveria ser

feita nas faculdades de Filosofia em cursos de bacharelado e de licença:

A formação era prevista em dois níveis: o curso de bacharelado (em três anos), composto
cada ano por um conjunto de quatro disciplinas obrigatórias (estabelecidas no projeto), e
duas a serem escolhidas pela instituição de uma lista de 12 disciplinas proposta pela lei.
O segundo curso era de licença, a ser efetivado em dois anos. O primeiro ano era
considerado de ensino comum, e o segundo possuía duas modalidades: pesquisa e ensino
e aplicação”.
SILVA-BAPTISTA, 2010, P. 180-1

O projeto aprovado pelo Ministro Clovis Salgado e pelo, então, presidente Juscelino Kubitschek não atendia
aos psicólogos clínicos: continha uma restrição, estes continuariam sem reconhecimento oficial de sua

atividade, estando subordinados à área da medicina, ou seja, subordinados aos médicos. O projeto foi
reformulado, tendo sido omitidos no texto as expressões psicoterapia e psicologia clínica, enfatizando a
psicometria como única prática exclusiva com o profissional. Esse projeto foi aprovado e a profissão foi
regulamentada pela Lei 4119 em 27 de agosto de 1962. (SILVA-BAPTISTA, 2010)

Legenda: PRESIDENTES: JUSCELINO KUBITSCHEK E JOãO GOULART

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 3/11
22/02/2021 AVA UNINOVE

De acordo com Antunes (2004), após a aprovação da lei e o reconhecimento da psicologia como profissão,

são criados os primeiros cursos regulares:

Nesse momento, é potencializada a expansão que já vinha anteriormente ocorrendo,

sobretudo pelo aumento de cursos ocasionado pela Reforma Universitária de 1968. Nesse
período, concretizou-se a profissionalização da Psicologia.

ANTUNES, 2004, P.110

Em 27 de agosto de 1962, o Presidente João Goulart assina o decreto-lei 4119 que regulamenta profissão de

Psicólogo e dispõe sobre a formação em psicologia. É elaborado um parecer sobre um currículo mínimo e a

duração do curso, para a formação do psicólogo. Como o projeto lei não previu um seu texto a constituição
de um órgão que cuidasse da profissão que nascia: 

Logo após a aprovação da Lei, foi nomeada, pelo Ministro da Educação, uma Comissão de

Avaliação de Registros de Diplomas constituída por Lourenço Filho (presidente da


comissão) e pelo Pe. Antonius Benkö, ambos do Rio de Janeiro, por Carolina Bori e Enzo

Azzi, de São Paulo, e por Pedro Parafita Bessa (Minas Gerais) (Boletim de Psicologia,
1962, pp. 76-77) 

SILVA-BAPTISTA, 2004, P. 187

Somente em 1973, em meio a ditadura militar, que o Conselho Federal de Psicologia foi criado e, no ano

seguinte, os oito Conselhos Regionais. (BAPTISTA, 2010).


Na década de 1960, foi instaurada a ditadura militar no Brasil, mais precisamente a partir de 31 março de

1964. Em 1968, o governo militar promove a Lei n. 5.540, mais conhecida como Reforma Universitária de

1968, em meio aos acordos MEC-Usaid, ou a Reforma do Ensino MEC-Usaid, em que o ensino brasileiro foi
aberto para a iniciativa privada. A justificativa se deveu aos excedentes dos exames vestibulares que

ficavam sem possibilidade de vagas.


Segundo Antunes (2004, p.138), no “contexto dessa reforma, começaram a proliferar Instituições de Ensino

Superior - IES privadas no cenário da educação brasileira”. Cursos de graduação em psicologia e em outras
áreas foram abertos por faculdades particulares para atender a um público que iria custear seus estudos

com o próprio trabalho. Dessa maneira, uma outra classe social teve acesso ao ensino superior. Para a

psicologia isto significou, por um lado, questionamentos dessa nova classe que ascendeu à universidade e,
por outro lado, uma redução do currículo, já que esta nova configuração permitia cursos matutinos ou

noturnos e, não mais em período integral.

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 4/11
22/02/2021 AVA UNINOVE

Na virada dos anos 1970 para os anos 1980 ocorreu o período caracterizado pelo renascimento dos

movimentos sociais. Conforme Antunes (2004), foi criada a Federação Nacional dos Psicólogos – Fenapsi,
movimento que começou a tomar forma em São Paulo, tendo início em uma histórica reunião ocorrida no

Instituto Sedes Sapientiae, com o apoio de Madre Cristina Sodré Dória.


Na década de 1970, em meio a ditadura, as discussões entre os psicólogos eram feitas moderadamente,

havia controle exercido sobre a liberdade de expressão.

A década de 1980 foi de abertura e houve o processo de redemocratização do Brasil. Em 1984, O movimento
Diretas Já! assinalou o início de um novo período. As ciências acompanharam o mesmo movimento de
abertura. A partir de 1980, os psicólogos que formavam um grupo, que se opunha à alienação da psicologia
às questões sociais, passaram a ocupar as entidades que representavam a categoria. Sua intenção era de

avançarem na direção do compromisso social com a população brasileira. (BOCK, 1999).


O I CONPSIC, ocorre em 1988 e neste evento a psicologia buscava a definição da finalidade do seu trabalho,

o que seja o fenômeno psicológico e a construção social desta ciência. Profissionais reconhecidos
apresentaram suas reflexões sobre a Psicologia e seu objeto de estudo. O resultado é que os psicólogos

estavam em crise e buscavam uma nova identidade e reflexão sobre sua imagem social.

No ano seguinte, em 1989, o Congresso Unificado dos Psicólogos aconteceu buscando integrar as
diversidades de posições dentro da psicologia. De um lado, progressistas que queriam a ligação da

psicologia com o social e, de outro lado, os retrógrados que desejavam o retorno da psicologia como reserva
de mercado para algumas áreas e atividades. O grupo progressista venceu, adotou uma proposta de

articulação da psicologia com o compromisso social atendendo os interesses da maioria da população, uma
formação generalista e interdisciplinar. Neste sentido, o modelo médico que regia a prática profissional

com o binômio saúde-doença foi abandonado e a proposta que surgia era o modelo de saúde. (BOCK, 1999).

Na década de 1990, o psicólogo é definido como profissional de saúde. Os psicólogos estão nas lutas sociais,
nas lutas específicas da saúde. Existe a busca de qualificar a inserção do psicólogo na sociedade, em

intervenções que respondam aos interesses da maioria de população: a busca de "deselitização" da


profissão. (BOCK, 1999).

Hoje, trabalhamos com o modelo de prevenção e promoção de saúde, deixando de lado o modelo pautado na
patologia, e seguindo a bandeira: Psicologia e Compromisso Social. O compromisso do psicólogo passa a ser

maior com o engajamento pela transformação social.

PSICOLOGIA BRASILEIRA - 50 ANOS


Em 2012 a Psicologia Brasileira comemorou os 50 anos da regulamentação da profissão. 
O Sistema Conselhos organizou e postou no youtube, um vídeo em que você poderá assistir uma

breve retrospectiva desta história.  

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 5/11
22/02/2021 AVA UNINOVE

Vídeo utilizado na Exposição Itinerante "Psicologia - 50 Anos de Profissão no Brasil", promovida

pelo Sistema Conselhos e realizada em razão dos 50 anos da regulamentação da profissão de


psicólogo no Brasil.

Copie o link e acesse. Disponível em: https: //www.youtube.com/watch?v=82shonzH99A  Acessado


em: 19 mai.2016

ATIVIDADE FINAL

Sobre o Período Profissional pode-se afirmar:

I. Teve início com a Lei 4119 de 27 de agosto de 1962.

II.  Na década de 1970, em meio a ditadura, as discussões entre os

psicólogos eram feitas moderadamente, havia controle exercido sobre a

liberdade de expressão.

III. Na década de 1970 a psicologia pôde se integrar às questões sociais

com o apoio  de madre Cristina Sodré Dória,  no Instituto Sedes

Sapientiae.

A. Apenas as alternativas I e II estão incorretas. 

B. Apenas as alternativas II e III estão incorretas. 

C. Todas as alternativas estão corretas. 


D. Todas as alternativas estão incorretas. 

Leia as afirmativas a seguir, a respeito do Período Profissional, e

assinale a alternativa correta:

I. A década de 1980 foi de abertura e houve o processo de

redemocratização do Brasil. As ciências acompanharam este

movimento de abertura.

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 6/11
22/02/2021 AVA UNINOVE

II. O I CONPSIC, ocorre em 1988 e neste evento a psicologia busca a

definição da finalidade do seu trabalho e qual a sua identidade.


III. A bandeira "Psicologia e compromisso social" do Conselho Federal

de Psicologia é fruto deste período.

A. Apenas as afirmativas I e II são corretas.


B. Apenas as afirmativas I e III são corretas.

C. Apenas as afirmativas II e III são corretas.


D. Todas as afirmativas são corretas.
E. Todas as afirmativas são incorretas.

Leia as afirmativas a seguir, a respeito do Período Profissional, e

assinale a alternativa correta:

I. Em 1968, o governo militar promove a Reforma Universitária, ou

Reforma do Ensino MEC-Usaid.


II. Com a Reforma do Ensino de 1968, o ensino brasileiro foi aberto para

a iniciativa privada e surgiram as Instituições de Ensino Superior


particulares.
III. A Reforma do Ensino de 1968 possibilitou que outra classe social

tivesse acesso ao ensino superior.

A. Apenas a afirmativa I está correta.

B. Apenas a afirmativa II está correta.


C. Apenas as afirmativas I e III estãocorretas.
D. Todas as afirmativas estão corretas.

Leia as afirmativas a seguir, a respeito do Período Profissional, e

assinale a alternativa correta:

I. Em 1968, o governo militar promove a Reforma Universitária, ou

Reforma do Ensino MEC-Usaid.

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 7/11
22/02/2021 AVA UNINOVE

II. Com a Reforma do Ensino de 1968, o ensino brasileiro foi aberto para

a iniciativa privada e surgiram as Instituições de Ensino Superior


particulares.

III. A Reforma do Ensino de 1968 possibilitou que outra classe social


tivesse acesso ao ensino superior.

A. Apenas a afirmativa I está correta.


B. Apenas a afirmativa II está correta.
C. Apenas as afirmativas I e III estãocorretas.
D. Todas as afirmativas estão corretas.

REFERÊNCIA
ANTUNES, Mitsuko Aparecida Makino. A psicologia no Brasil no século XX: desenvolvimento científico e
profissional. In: MASSIMI, M., GUEDES, M.C. (orgs). História da Psicologia no Brasil: novos estudos. São

Paulo:Educ/Cortez, 2004.
BOCK, Ana Merces Bahia.  Aventuras do barão de Munchhausen na psicologia. São Paulo: Cortez Editora,
1999. p. 156-167.
SILVA-BAPTISTA, Marisa Todescan Dias da.  A regulamentação da profissão psicologia: documentos que

explicitam o processo histórico. Psicologia Ciência Profissão. 10 (1), 2010. p. 170-91. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/pcp/v30nspe/v30speca08.pdf
(http://www.scielo.br/pdf/pcp/v30nspe/v30speca08.pdf ). Acesso em: 8 mar.2015.

https://aapa.uninove.br/seu/AAPA/topico/container_impressao.php 8/11

Você também pode gostar