Naisa Maria Da Silva Bernardes - Bom
Naisa Maria Da Silva Bernardes - Bom
Naisa Maria Da Silva Bernardes - Bom
BRASÍLIA
NOVEMBRO 2019
NAÍSA MARIA DA SILVA BERNARDES
BRASÍLIA-DF
2019
NAÍSA MARIA DA SILVA BERNARDES
Quero, primeiramente, agradecer a Deus, porque sem ele nada disso seria
possível na minha vida. Nos momentos de angústia e desespero nessa trajetória
acadêmica sempre foi nele que busquei forças para continuar e seguir em frente,
embora por mil vezes chorei, briguei, lamentei e desisti, devido às inúmeras
barreiras encontradas pelo decorrer desses quatros anos, barreiras e limitações que
venci, quebrei paradigmas e por causa disso cresci. Sozinha, claro que não! Jamais
chegaria aonde cheguei se não fosse pelo cara mais incrível que já conheci, meu
esposo Jodair, pelo qual tenho muita admiração e imenso amor. Não posso nem
por um minuto esquecer do meu maior incentivador, meu esposo, foi aquele homem
que nunca me deixou desistir, sempre do meu lado, até mesmo assumindo o papel
das tarefas domésticas e cuidando das crianças para que o fardo acadêmico se
tornasse mais leve ao longo desses quatros anos.
Também quero ressaltar alguns colegas do início dessa trajetória, lembro-
me bem dos meus monstros, das matérias nas quais tive muita dificuldade (todas),
entretanto uma em especial me faz lembrar o Mário Mathias. Numa provinha de
estatística muito complicada, talvez ele não se lembre, mas por causa das palavras
de incentivo via WhatsApp, naquele dia, eu não desisti. Entre muitos outros, também
quero agradecer ao Lucas Ribeiro e às minhas meninas, Ana Carolina Neitzel e
Ludy Costa, que sempre estiveram do meu lado me ajudando, tirando seus
preciosos tempos de juventude para me ajudar a estudar. Tanto estiveram do meu
lado que a Ludy, de colega de sala, tornou-se filha e, não satisfeita, tornou-se nora.
Mas se a minha missão na faculdade foi trazer o príncipe dessa princesa, cumpri
com louvor e muita dor.
No decorrer final, em desespero novamente na árdua tarefa de conclusão,
Deus colocou em meu caminho mais anjos. Obrigada, meus amigos Adelayde
Costa, Allan Ribeiro e Dayane Brito. Nobres colegas de trabalho que não me
deixaram desanimar, sempre me apoiando no profissional para que nada desse
errado.
Aos meus filhos, Jonatam, Gabriel, Maria Eduarda e Luiz Augusto, obrigada
por entenderem e me perdoarem todas as vezes que fiquei estressada ou estive
ausente por causa da faculdade, pois para chegar até aqui foi preciso abdicar de
muitas coisas de mãe.
Ao meu pai, que, na sua simplicidade, sempre dizia que queria ter um filho
com diploma e se foi sem ter a honra de poder estar aqui hoje para ver seu sonho
realizado. Painho, deu certo!
À minha mãe guerreira, obrigada por ser meu espelho de valores,
persistência, garra e determinação. Nada no mundo é tão grandioso quanto essa
herança que carreguei comigo, nunca me esqueço das madrugadas de boia fria as
quais enfrentava e sempre deixava o dinheirinho do pão e do leite para irmos para
escola alimentados. Para quem me conhece sabe mais a fundo, sabe bem da frase
que me revela e agora porque ela me revela, e hora nenhuma me sinto uma coitada,
eu sou uma vitoriosa como mainha, meu maior orgulho, “sei de onde vim, porque
vim e onde quero chegar”.
Agradeço de coração ao meu orientador, Felipe Côrtes por toda a trajetória
de parceria, ensinamentos, disposição e paciência.
Obrigada às pessoas que sempre torceram por mim e todas aquelas que,
nas suas orações, não se esqueceram de mim.
RESUMO
The theme diversity can be understood as the coexistence of various points of view
in a given environment. Part of this diversity occurs by the differences in the
generations of individuals that make up each work group, after all the difference
between generations and their characteristics are potential generators of
organizational conflicts, because the values, beliefs, work ethics, the reasons to
remain in current employment, the goals and professional desires of each individual
influence the structure of the organization and social characteristics. Therefore, the
general objective of the research is to describe the possible relations and dynamics
between generations and conflicts in the Federal Senate. Thus, the specific
objectives of the research are: to verify if there are really conflicts of generations in
the Federal Senate; to identify possible perceptions of sources that give rise to the
occurrence or not of these conflicts; to map the perception of initiatives to avoid or
minimize the occurrence of these conflicts; and to map the consequences of the
conflicts of generations. The research method used was field research, the nature
of the research was descriptive, the qualitative approach, the non-probability
sampling and data analysis was done through content analysis. However, the
generation conflicts in the sectors of the Federal Senate that the participants act
were identified as one of the possible sources of conflicts, resulting in a positive and
negative in the House, however the management of this organization already acts
with actions to minimize or avoid, through the mediation and training of these
conflicts among the effective servants of the House. Regarding the limitations of this
work, it is worth noting that the fact of being a field study conducted in a single
organization, limiting the applicability of the results to other public bodies. Another
limitation was in relation to the surveys, such as the time and the plastering of servers
to provide information. It is suggested that future research carry out the study not
only in the Federal Senate, but also in the House of Representatives, aiming to
analyze the scope of the federal legislative with the largest sample number of
permanent employees of the two Legislative Houses.
1. INTRODUÇÃO 12
1.1 Problema de Pesquisa 12
1.2 Objetivo Geral e Objetivos Específicos 13
1.3 Justificativa 13
2. REFERENCIAL TEÓRICO 14
2.1 Cultura Organizacional 14
2.2 Valores 14
2.3 Diversidade nas organizações 15
2.4 Gerações 16
2.5 Conflitos 18
2.5.1 Conflitos de gerações 21
2.3.2 Conflitos de gerações no setor público 23
2.3.3 Conflitos de gerações no Senado Federal 23
3. MÉTODO 24
3.1 Caracterização do campo estudado 24
3.2 Descrição dos procedimentos metodológicos e amostra 25
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 28
4.1 Conflitos de gerações no Senado Federal 28
4.2 Percepções de fontes ensejadoras para a ocorrência ou não desses
conflitos 30
4.3 Percepção de iniciativas para evitar ou minimizar a ocorrência dos
conflitos 32
4.4 Mapear a consequências dos conflitos de gerações 34
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 36
REFERÊNCIAS 38
Apêndice A: Roteiro de Entrevista 44
Apêndice B: Carta de Apresentação 46
Apêndice C: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 48
12
1. INTRODUÇÃO
seja, demonstra a ideia de que os servidores mais jovens são menos abertos a
mudança e menos conservadores que os servidores mais antigos, algo que pode
estar direcionado aos conflitos de gerações, conforme a agenda de pesquisa
proposta pela autora.
Diante do exposto, torna-se necessário responder algumas questões: As
gerações presentes no ambiente organizacional do Senado Federal são
conflituosas? Quais são fatores interferentes nos conflitos entre as gerações no
Senado Federal? Quais as iniciativas dos gestores para a solução de conflitos de
geração no Senado Federal?
1.3 Justificativa
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.2 Valores
Segundo Tamayo (1996, p. 182), os valores organizacionais podem ser
definidos como "princípios ou crenças, organizados hierarquicamente, relativos a
metas e a comportamentos organizacionais desejáveis que orientam a vida da
empresa e estão a serviço de interesses individuais, coletivos ou mistos”.
Os valores são entendidos como elementos que integram e orientam o
comportamento, a estratégia, os objetivos e as interações sociais. Os valores são
individuais, inerentes a cada indivíduo e organização, e guiam as atividades e a
atuação dos mesmos (JUNIOR; RIBEIRO, 2018).
15
2.4 Gerações
Uma geração pode ser definida como o conjunto de pessoas, nascidas em
períodos específicos, que compartilham semelhanças em termos de valores, visão
de mundo, visão de autoridade, crenças, prioridades e limites de comportamentos,
tudo isso resultante de determinado contexto histórico (CHIUZI, PEIXOTO, FURASI,
2011). Para exemplificar, serão descritas as gerações baby boomer, X, Y e Z,
marcadas pelos lapsos temporais apresentados no Quadro 1.
Geração Período
Baby boomers 1940 a 1960
X 1961 a 1980
Y 1981 a 1995
Z 1996 a 2010
Fonte: adaptado de Dot (2019).
2.5 Conflitos
Conforme Duzert e Spinola (2018), os conflitos são divergências que existem
entre as pessoas ou grupos, que possuem como caracterização a tensão, emoção,
discordância e polarização, em que os laços são rompidos. De uma forma
simplificada, Rothmann e Cooper (2017) dizem que o conflito é quando uma parte
identifica que outra está lhe afetando negativamente ou afetará.
O conflito organizacional, pode ser conceituado como um confronto entre
pessoas ou grupos nas organizações, que leva certo tempo para desenvolver e não
ocorre em um instante e depois acaba. De forma simplificada, é aquele que ocorre
no âmbito organizacional, nas limitações das organizações e de suas questões
intrínsecas (SCHREIBER, 2018).
Portanto, Mc Shane e Von Glinow (2014) dizem que ocorre um conflito
quando umas das partes é interrompida na conquista de seus objetivos, ou apenas
se uma dessas partes perceber isso, ou seja, o conflito baseia-se em percepções,
mesmo que uma não seja verídica.
Para Ferreira (2010), a diversidade é um dos fatos geradores de conflitos nas
organizações. A grande diversidade de pessoas no mercado de trabalho pode
resultar em diferentes valores para cada indivíduo, pois existe a diversidade de cada
indivíduo no meio de todo o processo (TORRES; PÉREZ-NEBRA, 2014). A partir
desse ponto, podem desenvolver-se potenciais conflitos organizacionais, que
podem apresentar vantagens e desvantagens, conforme afirmação de Ferreira
(2010).
Além da questão da diversidade, os conflitos geralmente surgem por
diversos outros fatores, já que, para Berg (2012), a palavra conflito tem origem do
latim conflictus, que denota o choque entre duas coisas, embate de pessoas ou
grupo opostos, que lutam entre si, ou seja, é um embate entre duas forças
contrárias. Portanto, é necessário entender como ocorrem os conflitos nas
organizações e quais as suas causas, de acordo com o esquema representado pela
Figura 1.
19
FONTES DE CONFLITOS
objetivos incompatíveis, diferenciação, interdependência,
recursos escassos, regras ambíguas e má comunicação.
Escalada Escalada
do Conflito do Conflito
CONFLITO MANIFESTO
Estilo do conflito;
Decisões;
Comportamentos claros.
RESULTADOS DO CONFLITO
Positivos: decisões melhores, organização adaptável e coesão da equipe.
Negativos: estresse/moral, rotatividade, política, desempenho inferior e
informações distorcidas.
Dessa forma, a Figura 1 mostra que o conflito pode ser causado por diversas
fontes, como objetivos incompatíveis, pois surgem diferenças de objetivos e valores
entre os colaboradores (SOUSA, 2016). A diferenciação é outro fator, pois as
pessoas possuem religiões, estruturas familiares diferentes, culturas e percepções
que variam de pessoa para pessoa e tendem para uma maior probabilidade de
desentendimentos (MCSHANE; VON GLINOW; 2014; SOUSA, 2016). A
interdependência também pode causar conflitos, pois a conclusão ou andamento
de uma tarefa que depende de outro setor pode gerar a insatisfação que evolui para
um conflito (MCSHANE; VON GLINOW; 2014; SOUSA, 2016).
O conflito organizacional também pode surgir devido aos recursos escassos
da organização, já que são limitados e compartilhados (JUNIOR, 2010). Além do
exposto, a organização deve ter atenção às regras que a regem, pois se forem
ambíguas, facilitará o desenvolvimento dos conflitos (MCSHANE; VON GLINOW,
2014). Todavia, a má comunicação também é um fator gerador de conflitos, sendo
20
que, para Levy et al. (2016), as falhas da comunicação organizacional são umas
das principais causas ou origens dos conflitos, pois podem gerar distorções,
provenientes de ruídos na comunicação.
Assim, levando os envolvidos às percepções e emoções do conflito, os
autores Robbins, Judge e Sobral (2010) afirmam que o conflito só é mensurado
quando percebido e afirmado, como representado nesse ponto, afinal, se ninguém
está ciente dele, então é consenso que não existe. Portanto, a partir da sua
percepção, por meio da escalada do conflito ocorre a manifestação de uma das
partes quanto ao conflito, através do seu estilo, das decisões dos conflitantes e da
organização, além dos comportamentos claros, podendo resultar em duas
perspectivas: a positiva e negativa, conforme apresentado no Quadro 2.
motivação para a tarefa, pois se o grupo ganha, seus membros se sentem mais
motivados no trabalho em equipe (CHIAVENATO, 2015). Ainda, podem despertar a
atenção para problemas, pois evidenciam e trazem à tona os problemas existentes
(NADLER; HACKMAN; LAWLER III, 1983; CHIAVENATO, 2015). Além de testarem
e reduzirem diferenças de poder, pois entre as partes envolvidas haverá ajustes
nesse sentido (CHIAVENATO, 2015).
Porém, sob um ponto de vista negativo, resultam no estresse/moral,
rotatividade, desempenho inferior, informações distorcidas e política, quando o
indivíduo gerenciar para ele próprio (MC SHANE; VON GLINOW 2014). Podem
resultar na frustração, hostilidade e ansiedade, pois as partes envolvidas podem
desgastar-se porque buscam ganhar no conflito, o que pode prejudicar o
desenvolvimento das tarefas, gerando um clima estressante (NADLER; HACKMAN;
LAWLER III, 1983; CHIAVENATO, 2015). Podem criar pressão para a
conformidade das pessoas, pois os esforços podem ser bloqueados durante a
busca para ganhar o conflito (CHIAVENATO, 2015). Os conflitos também podem
gerar uma dispersão de energia, já que os envolvidos gastam energia no conflito
enquanto poderiam investir na execução da tarefa (CHIAVENATO, 2015).
Além do mais, podem surgir ações de bloqueio e recusa à cooperação,
porque as partes tendem a bloquear a cooperação nas atividades que envolvem as
partes conflitantes, um bloqueio que não é benéfico para organização (NADLER;
HACKMAN; LAWLER III, 1983; CHIAVENATO, 2015). Além de distorções
perceptivas de que os objetivos e interesses da outra parte do conflito não são do
seu interesse e, assim, não deve cooperar (NADLER; HACKMAN; LAWLER III,
1983; CHIAVENATO, 2015).
Todavia, as diferenças de valores, objetivos, religiões, estruturas familiares,
culturas e percepções são citadas como a principal fonte de conflitos, e se percebe
que ambos têm relação direta com a questão das gerações e, consequentemente,
com seus possíveis conflitos (MCSHANE, VON GLINOW, 2014; SOUSA, 2016;
VELOSO; DUTRA; NAKATA, 2016). Essas causas, portanto, podem surgir a partir
dos conflitos entre as gerações, logo, torna-se necessário entendê-los.
3. MÉTODO
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Esta seção expõe os resultados alcançados a partir da análise de dados,
observando as percepções de indivíduos dos diferentes estratos, bem como as
diferenças entre as gerações dos participantes (baby boomer, X e Y), sendo que as
subdivisões guardam relação com os objetivos específicos deste estudo.
por causa de diferente de ideias”. Além disso, para o P12, “[...] a diferença de idade,
ela sempre gera conflito, são comportamentos novos, até valores novos [...]”.
De maneira complementar, abaixo são apresentadas as respostas mais
significantes a respeito das diferentes gerações como causadoras de conflitos para
as pessoas que ingressaram há mais de 20 anos no Senado Federal:
[...] já não sei se por causa da geração, porque a gente vê tanta gente nova
se dando bem com pessoas mais velhas, mas eu já vi sim pessoas mais
velhas e mais novas em conflito (P6).
[...] a administração aceitava bem menos caos, hoje a gente é bem mais
flexível e entende que o caos faz parte da maioria dos processos, e na
minha cabeça era obvio que essa sensibilidade era possível, porque eu
estava com essa visão de todas as áreas e ela não, ela achava que eu
estava tentando me esquivar, que eu era folgado, que me justificava, a
gente teve um conflituzinho ali (P9).
Eu acho que uma desconfiança mútua assim, uma crença nos jovens de
que pessoas antigas são pessoas obsoletas e pessoas mais antigas
desconfiando de pessoas com boa bagagem acadêmica, com pouca
experiencia de vida (P10).
Pessoas mais velhas têm tendência a ser mais relutante a tecnologia com
dificuldades a manusear, a todo tempo usa o jargão na minha época, para
justificar a sua dificuldade de acompanhar o que está acontecendo,
principalmente na parte tecnológica (P1).
[...] tivemos momentos, logo no início, teve uma certa separação. Hoje
amenizou, mas no início os novos se destacavam, com grupos de
whatsapp só deles, até expulsando os mais velhos do setor, com setores
que só tem pessoas novas. Eles chegam, novos de idade e a nova geração
de trabalhadores, primeiro com preconceito, achando que eles podem
reinventar a roda (P2)
resultando em uma variação de faixas etárias, entretanto não foi analisada em sua
pesquisa a idade dos servidores como variável, sugerindo que o fator de geração
possa ser uma das causas desses conflitos. Observou-se que os entrevistados
percebem o conflito entre os servidores do Senado Federal como sendo causado
parte pela diferença de gerações, mas com associação a outras diversas causas,
conforme será demonstrado na próxima subseção. Todavia, a percepção dos
entrevistados em relação a existência dos conflitos é a mesma, ou seja, eles
confirmam a existência dos conflitos de gerações no Senado Federal.
Portanto, analisando a literatura, em conformidade com Chiuzi, Peixoto e
Fusari (2011), o conjunto de crenças, valores e prioridades pode ser fator gerador
de conflitos entre as gerações. A diferença entre gerações e os respectivos padrões
de modelos mentais são potenciais geradores de conflitos organizacionais (COSTA
el al., 2014). Para Costa et al. (2014) as ações de cada indivíduo, a diferença entre
gerações e suas características também são potenciais geradores de conflitos
organizacionais. Entretanto, valeu ressaltar que Santos, Marrocos e Oliveira (2017),
as gerações mais próximas têm maior similaridade, o que diminui as chances de
conflito, devido à semelhança de valores entre eles.
sobre a forma que a administração lida com a equipe e pode resultar em conflito
para os servidores.
A última categoria diz sobre os valores individuais, que são aqueles inerentes
a cada indivíduo, responsáveis por guiar as atividades e a atuação (JUNIOR;
RIBEIRO, 2018). Podem resultar em conflitos a partir da percepção da diferença
desses valores e de objetivos.
Os entrevistados citaram diversos exemplos de conflitos interpessoais no
Senado Federal, entretanto poucos são ligados diretamente às gerações, ou seja,
os conflitos existem, mas as causas não são unicamente a diferença de geração. A
literatura, segundo McShane e Von-Glinow (2014), diz que objetivos incompatíveis,
diferenciação, interdependência, recursos escassos, regras ambíguas e má
comunicação são fontes de conflitos organizacionais, algo que pode ser em parte
visto no Senado Federal, principalmente na questão dos objetivos incompatíveis.
Conversas;
P12.
33
Rodízio P9.
Assim, o conflito você não tem como prevê, começa a surgir e aí você
percebe que começou um conflito, então eu acho que ação preventiva é
difícil de tomar, a ação corretiva, pra minimizar o conflito sempre foi de
conversar, ouvir os pontos de um os pontos de outros e tentar um acordo
ali, até chegar num ponto de não resolver de tirar uma pessoa do setor,
mas foi o que fiz temporariamente, com todo cuidado para a pessoa não
se sentir preocupada, chateada.
34
Somente a partir da sua percepção e escalada por uma das partes que o
conflito é manifestado, como afirmado acima e reforçado na literatura por McShane
e Von-Glinow (2014).
Consequências Positivas
Conversa P1; P4; P6; P7; P8; P9
Afastamento das
Aposentadoria P8
partes Mudança de lotação forçada P2; P10; P11
Mudança de lotação a pedido P8
Resolveu ir embora por conta própria P8
Chateação P9
Negativo
psicológicos
Impactos
Esgotamento profissional P5
Postergar P5; P2
Desgaste P5
administrativos
Atestado P5
Impactos
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
dos resultados para outros órgãos públicos. Outra limitação foi em relação as
pesquisas, como o horário e o engessamento dos servidores em fornecer
informações.
Sugere-se que pesquisas futuras realizem o estudo não apenas no Senado
Federal, mas também na Câmara dos Deputados, objetivando analisar o âmbito do
legislativo federal com maior número amostral de servidores efetivos das duas
Casas Legislativas.
Por fim, os conflitos de geração nos setores do Senado Federal que os
participantes atuam foram identificados como uma das possíveis fontes de conflitos,
resultando de forma positiva e negativa na Casa, entretanto a gestão desta
organização já atua com ações para minimizar ou evitar, através da mediação e
treinamento desses conflitos entre os servidores efetivos da Casa.
38
REFERÊNCIAS
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
Roteiro de Entrevista
1. Como você reage a situação de conflito interpessoais no ambiente de
trabalho?
2. Quais as causas dos últimos conflitos vivenciados por você aqui no Senado?
2.1. Fora as causas por você mencionadas, comente se e porque os fatores
abaixo já deram origem a algum conflito:
Diferença de objetivos;
Diferença de valores;
Diferença de idades;
Diferença de idade;
Diferença no tempo de trabalho no Senado Federal;
Mudanças.
3. Como você enxerga os servidores que ingressam no Senado Federal (nos
últimos 10 anos / há mais de 20 anos)?
4. Quais foram os resultados dos conflitos pelos quais passou?
5. Como o(s) gestor(es) lidou(ram) com esses conflitos?
6. Que iniciativas, com o intuito de minimizar a ocorrência desses conflitos você
já presenciou?
7. Você já presenciou algum conflito entre servidores de diferentes gerações?
7.1. Quais foram as causas?
45
Ao Senhor [...]
forma alguma farei uso do material de maneira diferente do acordado ou que possa
comprometer a organização e os entrevistados.
Assim, uma vez apresentadas as motivações, caso seja de anuência de Vossa
Senhoria contribuir para essa pesquisa, solicito-lhe, por gentileza, indicar os dias e
horários que melhor se adequem às atividades de seu setor e dos possíveis
participantes, de forma que eu possa me apresentar para a coleta dos dados.
Para contatar-me, é possível utilizar o telefone (61) 98330-4504 ou o endereço
eletrônico naisamaria@bol.com.br Para contatar o meu orientador, é possível
utilizar o endereço eletrônico felipe.cortes@idp.edu.br.
Cumprimentando-o cordialmente, gostaria de me apresentar e expor a seguir a
pesquisa que estou pretendendo realizar no âmbito do Senado Federal.
Obrigado,
Atenciosamente,
Ciente e de acordo,
Brasília, _____/_____/________
______________________________ ______________________________
Assinatura do participante Assinatura do pesquisador responsável