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Projeto Executivo Ses Fraiburgo-Sc

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PROJETO EXECUTIVO

SISTEMA DE COLETA E TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO DO BAIRRO


MACIEIRA – FRAIBURGO/SC

Maio, 2019.

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1. IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR

Razão Social: AUTARQUIA MUNICIPAL DE SANEAMENTO DE FRAIBURGO –


SANEFRAI

CNPJ: 06.017.932/0001-23

Registro no CREA-SC: 113844-0

Endereço: Rua Nereu Ramos, n° 1061, Centro, Fraiburgo/SC, CEP: 89580-000

Telefone: (49) 3246.0160 / Fax: (49) 3246.1868

2. PROFISSIONAL RESPONSÁVEL PELO PROJETO

Charles Weider Silveira - Engenheira Sanitarista e Ambiental – Responsável


Técnico da SANEFRAI – CREA-SC: 160415-8

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3. APRESENTAÇÃO

O presente memorial tem por finalidade, apresentar o projeto de esgotamento


sanitário para o Bairro Macieira, localizado no município de Fraiburgo, estado de
Santa Catarina. O projeto em questão irá beneficiar uma população fim de plano de
aproximadamente 1819 pessoas, prevendo um horizonte de projeto de 20 anos.
O presente documento foi desenvolvido com objetivo de dimensionar a rede
coletora de esgoto sanitário para o bairro, a fim de que esta direcione de maneira
adequada o esgoto sanitário a ser tratado, prevendo no projeto também a
implantação de um sistema de tratamento que atenda as determinações da
legislação federal e estadual.
O sistema será dimensionado para atender os 329 lotes existentes,
estimando-se uma taxa de ocupação de início de plano de 5 hab/lote. O consumo
per capita de água foi estimado em 150 L/hab.dia.
Este projeto será baseado na NBR 9649/86, bem como, demais manuais de
Serviços de Instalação de Água e Esgotos Sanitários que regulamentam esses
projetos.
Será adotado para o presente projeto, a vazão mínima de 1,5L/s por trecho e
o diâmetro mínimo de 150 mm. A rede será assentada no passeio, como demonstra
a planta baixa do traçado da rede, que se encontra em anexo.
A profundidade mínima de início de rede no passeio será de 0,65m sendo que
toda a tubulação utilizada será de PVC.
A seguir serão discutidos os critérios de dimensionamento do projeto, levando
em consideração os parâmetros adotados para os cálculos da rede coletora de
esgotos e da ETE, bem como as características construtivas da mesma, o
quantitativo de materiais, as recomendações de projeto, além de plantas e demais
quesitos.

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4. HISTÓRICO, CARACTERIZAÇÃO E LOCALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO E DO
BAIRRO MACIEIRA

O município de Fraiburgo está localizado na região do Meio Oeste de Santa


Catarina (Figura 1). Suas coordenadas geográficas são 27º03'20 de latitude Sul e
50º03'34 de longitude Oeste. Fraiburgo situa-se a uma altitude média de 1.048
metros acima do nível do mar.

Figura 1: Localização do município de Fraiburgo.

O território do Município mede 546,27 km², dos quais cerca de 15% são
destinados ao cultivo da maçã.
O clima no município é classificado como temperado, enquadrando-se à
categoria mesotérmico úmido, com verões quentes (Cfa) conforme Köppen. Dados
climáticos registrados pela EPAGRI - Empresa de Pesquisa Agropecuária e Difusão
de Tecnologia de Santa Catarina S.A. revelam os seguintes parâmetros
característicos: Temperatura média anual 16,0 ºC; Temperatura, média das máximas
22,6ºC; Temperatura, média das mínimas 11,1ºC; Temperatura máxima 35ºC;
Temperatura mínima -10ºC; Precipitação média anual 1.655 mm; Precipitação média
mensal 137,9 mm; Umidade relativa média anual 78,5%.

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A hidrografia na região é caracterizada pela localização do município
essencialmente sobre o divisor das águas das bacias do Rio do Peixe e do Rio
Canoas ao qual verte mais de 80% do território.
Fraiburgo encontra-se numa região acidentada e suavemente ondulada onde
existem diversas nascentes, entre elas as principais formadoras do Arroio Passo
Novo, que cruza a cidade e é um dos formadores do Rio Roberto, e do Rio
Mansinho, atual manancial da cidade. Ambos são afluentes do Rio Correntes que,
por sua vez, é afluente do Rio das Marombas que deságua no Rio Canoas.
Nascem na região também um afluente importante do Rio das Pedras e os
formadores do Rio do Tigre, ambos afluentes do Rio do Peixe. Na parte norte do
município é encontrado ainda o Rio Verde, afluente do Ribeirão Taboão, o outro
formador do Rio Roberto.
A população de Fraiburgo é de 34.553 habitantes, sendo 30.291 residentes
na área urbana e 4.262 na área rural (IBGE 2010).
A localização do bairro Macieira, que será contemplado pelo sistema de
esgotamento sanitário, pode ser observada na figura 2.

Figura 2: Localização do Bairro Macieira, município de Fraiburgo.

5. ESGOTO SANITÁRIO

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O rápido crescimento das cidades aliado ao adensamento populacional tem
levado ao consumo excessivo de água e a geração de elevados volumes de
efluentes domésticos diariamente. Ao serem despejados com suas características
poluentes causam alterações físicas, químicas e biológicas nos corpos receptores, e
consequentemente a sua poluição.
A palavra esgoto é utilizada para caracterizar os despejos provenientes das
diversas atividades do uso e da origem das águas, como as de uso doméstico,
industrial, comercial, utilidades públicas, de áreas agrícolas, de superfície, de
infiltração, pluviais e outros efluentes (JORDÃO; PÊSSOA, 2011).
Conforme Von Sperling (1996), o esgoto sanitário é formado por esgoto
doméstico, águas de infiltração e despejos industriais, sendo que:
 O esgoto doméstico é proveniente das residências, do comércio e das
repartições públicas. A taxa de retorno é de 80 % da vazão da água distribuída;
 As águas de infiltração são as que penetram na rede coletora de esgoto
através de juntas defeituosas das tubulações, paredes de poços de visita, etc. A taxa
de infiltração depende muito das juntas das tubulações, do tipo de elementos de
inspeção, do tipo de solo e da posição do lençol freático. Os valores médios são de
0,001 a 1,0 L/s.km (NBR 9649);
 Os despejos industriais são efluentes de indústrias que, devido às
características, podem ser ou não admitidos na rede de esgoto. Os esgotos
industriais ocorrem em pontos específicos da rede coletora e suas características
dependem da indústria.

5.1 COMPOSIÇÃO TÍPICA DOS ESGOTOS

O esgoto sanitário basicamente é composto por 99,92% de água e apenas


0,08% de sólidos, tendo características bem definidas, conforme ilustra o fluxograma
1.
Dessa pequena parte sólida, cerca de 70% são de origem orgânica,
geralmente esses compostos orgânicos são uma combinação de carbono,
hidrogênio e oxigênio, e algumas vezes com nitrogênio (JORDÃO; PÊSSOA, 2011).

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Os outros 30% que compõe a parte sólida é a matéria inorgânica,
caracterizado, principalmente, pela presença de areia e de substâncias minerais
dissolvidas (FUNASA, 2004).

Fluxograma 1: Composição dos esgotos domésticos.

Fonte: Uehara, (1989 apud Ercole, 2003)

A areia é proveniente de águas de lavagem de ruas, calçadas e de águas do


subsolo, que chegam as galerias de modo indevido ou que se infiltram através das
conexões das tubulações. Raramente os esgotos são tratados para remoção de
constituintes inorgânicos, exceto a desarenação (JORDÃO; PÊSSOA, 2011).
Entretanto, deve-se estar atento às possibilidades de entupimento e saturação de
filtros e tanques, quando há grande quantidade deste material (SILVA, 2004).
Dentre as substâncias inorgânicas dissolvidas, as principais são o nitrogênio
e o fósforo.
O nitrogênio encontra-se em grande parte na forma de amônia e tem sua
principal origem na ureia, que e rapidamente hidrolisada e raramente encontrada no
esgoto bruto.
O fósforo total no esgoto doméstico apresenta-se, principalmente, como
polifosfatos e ortofosfatos, tendo sua origem dos detergentes e outros produtos
químicos domésticos (IAWQ, 1995).

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A contribuição “per capita” diária de DBO 5 no Brasil pode ser de até 50g
(SILVA; MARA, 1979). A Tabela 1 apresenta as concentrações em termos de DBO 5 e
DQO.
Tabela 1: Concentração em termos de DBO5 e DQO.
CONCENTRAÇÃO
Fraca Média Grande Muito Grande
DBO5 (mg/L) 200 350 500 750
DQO (mg/L) 400 700 1000 1500

Fonte: adaptada de Silva e Mara (1979).

A Tabela 02 contém a composição típica que Gonçalves e Souza (1997)


consideraram ser aplicável a esgotos sanitários.

Tabela 2: Composição típica dos esgotos sanitários


CONSTITUINTES (em mg/L, onde não indicados)
Concentrações
Forte Médio Fraco
1 Sólidos Totais 1200 720 350
1.1 Dissolvidos totais 850 500 250
1.1.1 Fixos 525 300 145
1.1.2 Voláteis 325 200 100
1.2 Suspensos totais 350 220 100
1.2.1 Fixos 75 55 20
1.2.2 Voláteis 275 165 80
2 Sólidos sedimentáveis 20 10 5
3 DBO5, 20ºC 400 220 110
4 Carbono Total (COT) 260 160 80
5 DQO 1000 500 250
6 Nitrogênio Total (como N) 85 40 20
6.1 Orgânico 35 15 8
6.2 Amônia livre 50 25 12
6.3 Nitritos 0 0 0
6.4 Nitratos 0 0 0
7 Fósforo total 15 8 7
7.1 Orgânico 5 3 1
7.2 Inorgânicos 10 5 3
8 Cloretos 100 50 30
9 Alcalinidade (como CaCO3) 150 100 50

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10 Graxa 150 100 50
Fonte: adaptada de Gonçalves e Souza (1997).

6. DESCRIÇÃO DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Segundo Philippi Junior (2005, p. 198) podem ser adotados basicamente dois
sistemas para o processo de esgotamento sanitário, sendo eles:g2014
a) Sistema Unitário: apenas uma tubulação recebe águas residuárias de
origem doméstica e industrial além de águas pluviais e de infiltração na rede, sendo
as mesmas posteriormente encaminhadas para o sistema de tratamento. Esse
sistema apresenta vantagens no que diz respeito ao controle de fontes poluidoras
não pontuais, porém possui elevado custo de implantação e elevada dificuldade para
operação do sistema; e
b) Sistema Separador Absoluto: possui duas canalizações, uma recebe
apenas águas residuárias e outro recebe apenas as águas pluviais. É constituído por
condutos, poços de visita, estações elevatórias e estações de tratamento.
Apresentam algumas vantagens com relação ao sistema unitário já que possuem
menores custos para implantação das redes coletoras e as águas pluviais passam a
oferecer menor risco à saúde pública.
O destino adequado dos dejetos visa o controle e à prevenção de doenças a
ele relacionadas, além de evitar a poluição do solo e dos mananciais, impedir o
contato de vetores com as fezes, incentivar a promoção de novos hábitos higiênicos
à população promovendo assim, conforto e atendendo o senso estético (FUNASA,
2006, p.153).
A concepção do sistema de esgotamento sanitário a ser implantado é do tipo
separador absoluto, seguindo a estrutura do que é comumente usado, sendo
formado por:
 Rede coletora: conjunto de canalizações destinadas a receber e conduzir os
esgotos das residências e edifícios; o sistema de esgoto se liga diretamente à rede
coletora por uma tubulação chamada de coletor predial. O coletor tronco recebe as
ligações dos coletores secundários, os quais recebem das ligações prediais;

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 Ligação predial: ligação ou ramal predial é o trecho de canalização que,
partindo do coletor, que alcança o alinhamento da rua. A partir desse ponto, começa
a instalação predial, já portanto, dentro dos limites da propriedade beneficiada;
 Poço de Visita: São dispositivos que evitam ou minimizam entupimentos nos
pontos singulares da rede, tais como curvas, pontos de encontro de tubulações, etc.,
possibilitando ainda o acesso de pessoas e equipamentos a esses pontos. Os poços
de Visita podem ser executados em alvenaria de tijolos (com revestimento), em
concreto moldado no local ou em concreto pré-moldado (peças justapostas). Eles se
compõe de duas partes: a câmara inferior (chamada de balão) e a câmara superior
(chamada de chaminé). Os poços de visita devem ser previstos nos pontos de:
junção de coletores, mudança na direção ou declividade dos coletores e mudança
de diâmetro ou material;
 Interceptor: recebe apenas as ligações do coletor tronco, ao longo de sua
extensão;
 Emissário: canalização destinada a conduzir os esgotos, sem receber
contribuições em marcha;
 Estação elevatória: conjunto de instalações destinadas a transferir os esgotos
de uma cota mais baixa para uma cota superior.
 Estação de tratamento: conjunto de instalações destinadas à depuração dos
esgotos, antes de seu lançamento;
 Corpo receptor: corpo d’água onde são lançados os esgotos tratados. O
Arroio Macieira será o corpo receptor do esgoto tratado na ETE de mesmo nome.

7. PROCESSOS DE TRATAMENTO DE ESGOTO

Atualmente, existem inúmeros processos para o tratamento de esgoto,


individuais ou combinados. A decisão pelo processo a ser empregado, deve-se levar
em consideração, principalmente, as condições do corpo receptor (sua

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autodepuração e os limites definidos pela legislação ambiental) e da característica
do esgoto bruto gerado. É necessário certificar-se da eficiência de cada processo
unitário e de seu custo, além da disponibilidade de área (IMHOFF e IMHOFF, 1996).
O tratamento de esgoto doméstico é usualmente classificado através dos
seguintes níveis, segundo Von Sperling (1996):
• Tratamento preliminar: objetiva apenas a remoção de sólidos grosseiros;
• Tratamento primário: visa à remoção de sólidos sedimentáveis e parte da
matéria orgânica, predominando os mecanismos físicos;
• Tratamento secundário: tem como objetivo principal a remoção de matéria
orgânica dissolvida e em suspensão além da remoção de nutrientes (nitrogênio e
fósforo), nesse processo predominam-se mecanismos biológicos;
• Tratamento terciário: tem como principal função a remoção de poluentes
específicos (usualmente tóxicos ou compostos não biodegradáveis) ou ainda, a
remoção complementar de poluentes não suficientemente removidos no tratamento
secundário. Esse processo é bastante raro no Brasil.
Conforme o mesmo autor, existe também a classificação dos processos de
tratamento em físicos, químicos e biológicos.

7.1 TRATAMENTO POR PROCESSOS FÍSICOS

São métodos ou processos de tratamento pelos quais predominam a


aplicação de forças físicas, como gradeamento, floculação, flotação, sedimentação e
filtração.

7.2 TRATAMENTO POR PROCESSOS QUÍMICOS

São processos de tratamento em que a eliminação ou conversão de


contaminantes, ocorre mediante adição de produtos químicos ou devido a reações
químicas envolvidas como precipitação, adsorção e desinfecção (VON SPERLING,
2005).

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7.3 TRATAMENTO POR PROCESSOS BIOLÓGICOS

São processos de tratamento nos quais a remoção dos contaminantes ocorre


por meio de agentes biológicos e é utilizado essencialmente para eliminar
substâncias orgânicas biodegradáveis contidas nos esgotos, às quais se tornam
fonte de alimento para os microrganismos. Podem também, em muitos casos,
eliminar nutrientes como nitrogênio e fósforo, além dos patógenos. O tratamento
biológico de esgoto procura reproduzir os processos naturais que ocorrem após o
lançamento de um efluente em um corpo receptor (BUSATO; PAWLOWSKY, 2004).
A essência dos processos biológicos de tratamento de efluentes consiste na
capacidade dos microrganismos envolvidos utilizarem os compostos orgânicos
biodegradáveis, transformando-os em subprodutos que podem ser removidos do
sistema de tratamento. Qualquer que seja o processo utilizado, aeróbio ou
anaeróbio, a capacidade de utilização dos compostos orgânicos depende da
atividade microbiana da biomassa presente (CHERNICHARO, 2000). Desta forma
os processos biológicos podem ser classificados, segundo as bactérias envolvidas,
em dois tipos: aeróbios e anaeróbio.

7.3.1 Processos anaeróbios de tratamento

Os sistemas anaeróbios de tratamento são aqueles onde os processos de


conversão da matéria orgânica ocorrem em condições de ausência de oxigênio. Este
processo é também chamado de digestão anaeróbia e constitui-se de um sistema
ecológico balanceado, onde cada microrganismo tem uma função essencial
(CHERNICHARO, 2000).
A conversão biológica anaeróbia transforma a maior parte da matéria
orgânica biodegradável presente no esgoto em biogás, cerca de 70 a 90%. Desta
forma resta uma pequena parte, cerca de 5 a 15%, que é o lodo excedente. Além de

12
menor quantidade, o lodo excedente é de mais fácil desidratação (CHERNICHARO
et al., 2001).
A bioquímica do processo de digestão anaeróbia divide-se em quatro fases
principais e pode ser acompanhada no fluxograma 2 representado abaixo.

Fluxograma 2: Representação esquemática do processo de digestão anaeróbia.

Fonte: adaptado de Campos (1990).

a) Hidrólise

Nesse processo as bactérias fermentativas transformam por meio da hidrólise


os polímeros em monômeros, e estes, em acetato, hidrogênio, dióxido de carbono,
ácidos orgânicos de cadeia curta, aminoácidos e glicoses (FORESTI et al., 1999)
(CHERNICHARO, 2000).

13
Segundo os mesmos autores, nesta fase o material orgânico particulado
complexo (polímeros) é convertido em compostos dissolvidos de menor peso
molecular.

b) Acidogênese

A acidogênese é realizada por um grupo diversificado de bactérias, das quais


a maioria é estritamente anaeróbia e algumas são facultativas (FORESTI et al.,
1999) (CHERNICHARO, 2000).
Conforme os mesmos autores, os produtos da hidrólise são metabolizados no
interior das células das bactérias fermentativas, sendo convertidas em compostos
mais simples, como ácidos graxos voláteis, alcoóis, ácido lático, gás carbônico,
hidrogênio, amônia e sulfeto de hidrogênio. Como os ácidos graxos voláteis são os
principais produtos dos organismos fermentativos, estes são chamados bactérias
fermentativas acidogênicas.

c) Metanogênese

Etapa final do processo global de degradação anaeróbia de compostos


orgânicos em metano e dióxido de carbono. Essa fase é dividida em dois grupos. O
primeiro grupo transforma acetato em metano e dióxido de carbono e o outro grupo
produz metano através da redução de dióxido de carbono (FORESTI et al., 1999)
(CHERNICHARO, 2000).
Ocorre também à conversão bacteriana dos compostos intermediários em
produtos finais mais simples, principalmente metano (CH 4) e dióxido de carbono
(CO2).

7.3.1.1 Reatores Anaeróbios

Embora há muito tempo o tratamento por processos anaeróbios tenha sido


utilizado como uma solução clássica para a estabilização do lodo de esgoto

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doméstico, recentemente a aplicação da biotecnologia anaeróbia foi estendida ao
tratamento de despejos líquidos. Essa biotecnologia é nova e o conhecimento da
cinética e das aplicações de modelagem matemática é ainda limitado (JORDÃO;
PESSÔA, 2011).
Os reatores anaeróbios são unidades de tratamento de esgoto, responsáveis
pela remoção da matéria orgânica particulada ou dissolvida, em ambientes que não
exista a presença de oxigênio livre. A digestão anaeróbia que ocorre nesses reatores
é um processo biológico (ÁVILA, 2005).
O princípio dos reatores é dividir o esgoto bruto em três fases (separador
trifásico): fase líquida, gasosa e sólida. A fase líquida é o efluente líquido que sai
após o seu tratamento, com eficiência aproximada de 60% a 80% de remoção de
DBO (VON SPERLING, 1996). A fase gasosa é o biogás gerado no processo
anaeróbio, que é comumente queimado para evitar o mau cheiro por causa do gás
sulfídrico e pela poluição atmosférica causada pela liberação do gás metano
(NUVOLARI, 2003). A fase sólida é o lodo mais pesado gerado no compartimento de
digestão, cuja idade é usualmente superior a 30 dias (CHERNICHARO, 2000).

• Reator Anaeróbio de Leito Fixo

Os reatores anaeróbios de leito fixo consistem na estabilização da matéria


orgânica através de um método de tratamento que visa aumentar a concentração de
colônias de microrganismos formadas sobre a superfície de um meio suporte inerte,
com um fluxo de efluente contínuo e/ou em batelada (YONG, 1991).
Segundo KATO et al. (1999) o processo de degradação biológica desse tipo
de reator funciona sob a falta de oxigênio, consumindo uma pequena quantidade de
energia, produz pouca quantidade de lodo e gera um biogás combustível utilizável
diretamente na área de produção e, portanto, é um método que está sendo cada vez
mais aplicado para o tratamento de águas residuais.
A retenção de biomassa ativa no interior de reatores anaeróbios é fator
decisivo para o sucesso do processo de tratamento e depende de vários fatores
operacionais e ambientais. A perda da biomassa com o efluente influencia

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negativamente no desempenho do tratamento. Uma forma de se evitar essa perda
é sua imobilização em material suporte, formando os biofilmes. Assim, desvincula-
se efetivamente o tempo de retenção celular do tempo de detenção hidráulica,
havendo uma maior permanência dos microrganismos no reator (ABREU; ZAIAT,
2008).
Reatores contendo biomassa imobilizada são caracterizados por possuírem
duas fases bem distintas: uma fase sólida, na qual está contida a maior
concentração da biomassa, sendo responsável pela degradação da matéria
orgânica, e a fase líquida (ZAIAT et al., 2010). Nestes reatores, a matéria orgânica
é estabilizada através da ação de microrganismos (colônias bacterianas) que
ficam retidos nos interstícios ou aderidos ao material suporte, como biofilme.
Além de resultar na diminuição do tempo de detenção hidráulica
(KUNZLER, 2010), atua como uma barreira física, evitando que os sólidos sejam
carreados para fora do sistema de tratamento, ajudando a promover a
uniformização do escoamento no reator, melhorar a eficiência da remoção de
carga orgânica, diminuir a produção de lodo, reduzir a área necessária para as
reações biológicas (GONÇALVES et al., 2001), produzir efluente de qualidade
superior em termos de sólidos em suspensão, demanda química de oxigênio
(DQO) e contagem de patógenos (HO; SUNG, 2010).
Dentre os meios suportes que têm sido avaliados e usados em diferentes
reatores para o tratamento anaeróbio de esgotos domésticos e águas residuárias
industriais, podem ser citados: gomos de bambu (COUTO; FIGUEIREDO, 1993),
cascas de coco (TORRES et al., 2009), escória de alto forno de siderúrgicas
(PINTO; CHERNICHARO, 1996), vários tipos de granulometria de pedras
(ANDRADE NETO et al., 1999), entre outros muitos materiais que podem ser
utilizados como meio suporte para reatores anaeróbios de leito fixo.
Em estudo realizado por Colin et al. (2007), utilizando bambu como meio
suporte no tratamento anaeróbio de efluente de fecularia, não foi observada
degradação do bambu ao final do experimento, o que demonstra que o mesmo é
apropriado, pois não é biodegradável e conseguiu-se chegar à carga máxima
suportada pelo reator de 11,8 gDQO/L.d. Já em estudo semelhante, porém sem a

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utilização de meio suporte, Kuczman (2007) chegou à carga máxima de 2,96
gDQO/L.d, o que comprova a importância da utilização de meio suporte em
tratamentos com reatores anaeróbios.
Segundo Chernicharo (2007), existem certas dificuldades dos reatores
anaeróbios em produzir um efluente que atenda aos padrões estabelecidos pela
legislação ambiental brasileira, necessitando, quase sempre, de um pós-tratamento
de seus efluentes. Uma das alternativas para solucionar esse problema e
apresentar redução de custos é a utilização de meio suporte no tratamento como já
descrito, melhorando a eficiência e aumentando a estabilidade do efluente
(KUNZLER, 2010). Contudo, o processo anaeróbio impossibilita a transformação de
alguns nutrientes em sua totalidade, dentre eles, os principais são o nitrogênio e o
fósforo, necessitando de um tratamento posterior, para garantir um efluente de
qualidade.

7.3.2 Processos aeróbios de tratamento

A essência dos processos aeróbios de tratamento de esgotos está na


introdução de energia nos reatores biológicos, sob a forma de oxigênio livre,
propiciando o desenvolvimento e acelerando o metabolismo dos microrganismos
aeróbios responsáveis pela oxidação biológica dos componentes indesejáveis
presentes no esgoto a ser tratado (BARBOSA, 2006).

• Biofiltro Aerado Submerso

O Biofiltro Aerado Submerso – BAS – é um tipo de leito biológico percolador


com biomassa fixa no qual o suporte inerte se mantém submerso na fase líquida,
havendo, sempre, aeração a partir do fundo (ascendente), conforme destaca
Fontana (2007, p. 7). O sentido de escoamento do líquido afluente, por sua vez,
pode ser ascendente ou descendente. No primeiro caso, tem-se um escoamento co-
corrente (líquido e ar no mesmo sentido), e no segundo, contra-corrente (líquido e ar
em sentidos opostos) (FONTANA, 2007, p. 7; GONÇALVES et al, 2001).

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De acordo com Von Sperling (2005), na quase totalidade dos processos que
existe, o meio poroso é mantido sob total imersão pelo fluxo hidráulico,
caracterizando-os como reatores trifásicos compostos por:
− fase sólida: constituída pelo meio suporte e pelas colônias de microrganismos que
nele se desenvolvem, sob a forma de um filme biológico (biofilme);
− fase líquida: composta pelo líquido em permanente escoamento através do meio
poroso;
− fase gasosa: formada pela aeração artificial e, em reduzida escala, pelos gases
subprodutos da atividade biológica.
Os biofiltros aeróbios submersos apresentam elevada eficiência, tendo-se
obtido efluentes com concentração de DBO e de Sólidos em Suspensão menor de
20mg/L. Em relação ao volume do filtro, o tempo de detenção é de cerca de 1,0 a
1,5 horas apenas (JORDÃO; PESSÔA, 2011). Mas no que se refere à nitrificação, o
TDH no reator terá que ser no mínimo de 3 horas de detenção (GRECCO, 2003).
O meio suporte também é um fator crítico, por determinar a existência ou não
de retenção física dos sólidos suspensos e da biomassa, além de influir sobre o
desenvolvimento dos biofilmes e condicionar parâmetros hidráulicos (como, por
exemplo, caminhos preferenciais e perda de carga). Gonçalves et al (2001, p. 37)
salientam que as características de superfície, como rugosidade e superfície
específica, são determinantes para a adesão dos microrganismos, enquanto a forma
dos “grãos” não afeta significativamente o processo – embora se requeira
granulometria uniforme para evitar a colmatação dos interstícios por partículas
menores. No caso de leitos estratificados, é necessário que os materiais
constituintes de cada camada apresentem diferentes densidades entre si.
O excesso de biomassa formada deve ser periodicamente retirada do meio
filtrante, através de retrolavagem, contra-lavagem ou por lavagem, sendo a
indicação da necessidade desse descarte de lodo do filtro, o aumento da perda de
carga ou a pior qualidade do efluente (JORDÃO; PESSÔA, 2011) (MENEZES et al,
2006).
Barbosa (2006, p. 24-25) cita como vantagens dos biofiltros aerados
submersos: o baixo requisito de área; seu caráter modular e compacto; baixos

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custos de implantação e de operação, não requerendo esta mão de obra qualificada,
por ser bastante simples; a resistência a baixas temperaturas e a choques de carga;
a pequena geração de odores; a elevada concentração de biomassa; os curtos
tempos de detenção hidráulica necessários; a baixa produção de lodo; e a rápida
entrada em regime permanente, além do fato de ser o BAS um reator muito flexível
que pode contemplar os tratamentos secundário e terciário num mesmo módulo.
Barbosa (2006) relata ainda que Aisse (2002) estima serem os custos de operação e
manutenção de um BAS 22% menores do que os relativos a um processo de lodos
ativados, considerando o pós-tratamento de um reator UASB alimentado com vazão
de 70 L/s nas condições específicas daquele estudo.
Dessa forma, após a análise da literatura e das experiências já
documentadas, pode-se concluir que o reator anaeróbio de leito fixo, seguido de um
biofiltro aerado submerso é uma excelente alternativa para o tratamento do esgoto
sanitário produzido pelo bairro Macieira.

8. MEMORIAL DE CÁLCULO DA REDE COLETORA

Para desenvolvimento do projeto, o bairro foi dividido em três bacias de


esgotamento, Bacia A, Bacia B e Bacia C, conforme ilustra a figura 3. O esgoto
coletado na Bacia A e na Bacia C, será encaminhado através de dois recalques
destintos para a Bacia B, aonde será alocada a ETE.

19
Figura 3: Localização da Bacia A, Bacia B, Bacia C e ETE.

8.1 DADOS DE PROJETO – BACIA A

Parâmetro Valor
Total de lotes 161
População atendida (hab/economia) 5
População de início de plano (hab) 805
População de fim de plano (hab) 890
Consumo de água per capita (L/hab.dia) 150
Coeficiente de variação diária: K1 (NBR 9649/86) 1,2
Coeficiente de variação horária: K2 (NBR 9649/86) 1,5
Coeficiente de retorno (NBR 9649/86) 0,8
20
Rugosidade (PVC) 0,010
Vazão mínima adotada por trecho (L/s) 1,5
Diâmetro mínimo adotado (mm) 150
Horizonte de projeto (anos) 20
8.2 DADOS DE PROJETO – BACIA B

Parâmetro Valor
Total de lotes 138
População atendida (hab/economia) 5
População de início de plano (hab) 690
População de fim de plano (hab) 763
Consumo de água per capita (L/hab.dia) 150
Coeficiente de variação diária: K1 (NBR 9649/86) 1,2
Coeficiente de variação horária: K2 (NBR 9649/86) 1,5
Coeficiente de retorno (NBR 9649/86) 0,8
Rugosidade (PVC) 0,010
Vazão mínima adotada por trecho (L/s) 1,5
Diâmetro mínimo adotado (mm) 150
Horizonte de projeto (anos) 20

8.3 DADOS DE PROJETO – BACIA C

Parâmetro Valor
Total de lotes 30
População atendida (hab/economia) 5
População de início de plano (hab) 150
População de fim de plano (hab) 166
Consumo de água per capita (L/hab.dia) 150
Coeficiente de variação diária: K1 (NBR 9649/86) 1,2
Coeficiente de variação horária: K2 (NBR 9649/86) 1,5
Coeficiente de retorno (NBR 9649/86) 0,8
Rugosidade (PVC) 0,010
Vazão mínima adotada por trecho (L/s) 1,5 21
Diâmetro mínimo adotado (mm) 150
Horizonte de projeto (anos) 20
8.4 CÁLCULO DA POPULAÇÃO – BACIA A

Para o cálculo da projeção populacional foi utilizado o método aritmético,


comum horizonte de projeto de final de plano para 2036. A seguir estão descritos os
passos para dimensionamento do referido método:

Kg = ln P2 – ln P1
t2 - t1
Onde:
Kg= Coeficiente geométrico
P1= População do censo de 2000
P2= População do censo de 2010
t1= Ano do antepenúltimo censo (2000)
t2= Ano do último censo (2010)

Kg = ln 34553 – ln 32948
2010 – 2000

Kg = 0,005
kg (tf - ti)
P (2035)= P2e
0,005 (2036 – 2016)
P (2035)= 805e

P (2035)= 890 habitantes

8.5 CÁLCULO DA POPULAÇÃO – BACIA B

Para o cálculo da projeção populacional da Bacia B, foi utilizado o mesmo


método que para a Bacia A, o método aritmético, com um horizonte de projeto de
final de plano para 2036.

Kg = 0,005

22
kg (tf - ti)
P (2035)= P2e
0,005 (2035 – 2015)
P (2035)= 690e

P (2035)= 763 habitantes

8.6 CÁLCULO DA POPULAÇÃO – BACIA C

Para o cálculo da projeção populacional da Bacia B, foi utilizado o mesmo


método que para a Bacia A, o método aritmético, com um horizonte de projeto de
final de plano para 2036.

Kg = 0,005
kg (tf - ti)
P (2035)= P2e
0,005 (2035 – 2015)
P (2035)= 150e

P (2035)= 166 habitantes

8.7 ESTUDO DE DEMANDA

8.7.1 Alcance do Projeto

O alcance do presente projeto possui um horizonte estimado em 20 anos,


contados a partir do ano de 2016, portanto, este possui um alcance de projeto
estimado até o ano de 2036.
2014
8.7.2 Nível de Atendimento

23
O presente projeto possui índice de atendimento de 100% da população
localizada na área de intervenção do empreendimento.

8.7.3 Taxa de contribuição per capta

De acordo com diagnóstico inicial, para o presente projeto será adotada uma
taxa de contribuição per capita de 150 L/hab.dia. Para efeitos de cálculo de
contribuição per capita de esgotos será adotado valor multiplicativo de coeficiente de
retorno (C) igual a 0,8.

8.7.4 Coeficientes de variação de consumo e de retorno

De acordo com as Normas Técnicas da ABNT NBR 9649 (Projeto de redes


coletoras de esgoto sanitário), são utilizados valores usuais adotados em projetos de
sistemas semelhantes, dispostos em bibliografia especializada. Portanto temos:
• K1, coeficiente de máxima variação diária = 1,2;
• K2, coeficiente de máxima variação horária = 1,5;
• K3, coeficiente de mínima variação horária = 0,5; e
• C, coeficiente de retorno = 0,8.

8.7.5 Medição da área a ser atendida

Demarcada a área e população a ser atendida definiu-se o assentamento da


rede coletora, que será alocada nos passeios (calçadas), de acordo com a Prancha
01, em anexo, bem como a medição de cada parte, chegando-se a um total de 103
trechos de coletores.

8.7.6 Extensão da rede coletora

Determinada a área a ser atendida, somou-se a extensão dos trechos


definidos, chegando-se a um comprimento de rede final de aproximadamente 4,83

24
km. Todos os resultados obtidos podem ser observados nas planilhas de cálculo, em
anexo.

8.7.7 Vazão de contribuição doméstica inicial e final de plano

Para o dimensionamento das redes coletoras, são necessárias a vazão


máxima de final de plano, que define a capacidade que deve atender o coletor, e a
vazão máxima horária de um dia qualquer (não inclui K 1, porque não se refere ao dia
de maior contribuição) do início do plano, que é utilizada para se verificar as
condições de autolimpeza do coletor, que deve ocorrer pelo menos uma vez ao dia.
As vazões nas redes de esgotos podem ser determinadas através dos
seguintes critérios (TSUTIYA, 1999):

• Para início de plano – BACIA A:

Qi = C x Pi x q x K2 Qi = 0,8 x 805 x 150 x 1,5 Qi= 1,68 L/s


86400 86400

Onde:
Qi: Vazão máxima de início de plano (L/s);
Pi: População início de plano (hab);
q: Consumo de água per capita (L/hab.d);
K2: Coeficiente de máxima variação horária;
C: Coeficiente de retorno.

• Para final de plano – BACIA A:

Qf = C x Pf x q x K1 x K2 Qf = 0,8 x 890 x 150 x 1,2 x 1,5


Qf = 2,23 L/s
86400 86400

Onde:
Qf: Vazão máxima de final de plano (L/s);
Pf: População de final de plano (hab);
q: Consumo de água per capita (L/hab.d);
K1: Coeficiente de máxima variação diária;
K2: Coeficiente de máxima variação horária;

25
C: Coeficiente de retorno.

• Para início de plano – BACIA B:

Qi = C x Pi x q x K 2 Qi = 0,8 x 690 x 150 x 1,5


Qi= 1,44 L/s
86400 86400

• Para final de plano – BACIA B:

Qf = C x P f x q x K 1 x K2 Qf = 0,8 x 763 x 150 x 1,2 x 1,5 Qf = 1,91 L/s


86400 86400

• Para início de plano – BACIA C:

Qi = C x Pi x q x K 2 Qi = 0,8 x 150 x 150 x 1,5


Qi= 0,31 L/s
86400 86400

• Para final de plano – BACIA C:

Qf = C x P f x q x K 1 x K2 Qf = 0,8 x 166 x 150 x 1,2 x 1,5 Qf = 0,42 L/s


86400 86400
8.7.8 Vazão de infiltração

Para esta vazão a NBR 9649/86 estipula um valor entre 0,001 L/s.km e 1
L/s.km. Para o presente projeto será considerada uma taxa de infiltração de 0,1
L/s.km.

• Para BACIA A:

Qinf = Tinf x L Qinf = 0,1 x 2,532 Qinf = 0,25 L/s

Onde:
Qinf: Vazão de infiltração (L/s);

26
Tinf: Taxa de infiltração (L/s.Km);
L : Extensão da rede (km).

• Para BACIA B:

Qinf = Tinf x L Qinf = 0,1 x 1,952 Qinf = 0,20 L/s

• Para BACIA C:

Qinf = Tinf x L Qinf = 0,1 x 0,342 Qinf = 0,035 L/s

8.7.9 Vazão concentrada

Como a rede coletora será exclusivamente para habitações, não sendo


previsto indústrias ou outras atividades que por ventura despejem uma quantidade
considerável de esgoto, esta vazão fica descartada dos cálculos.

8.7.10 Vazão total inicial e final de plano

• Para início de plano – BACIA A:

Qti = Qdi + Qinf Qti = 1,68 + 0,25 Qti = 1,93 L/s

• Para final de plano – BACIA A:

Qtf = Qdf + Qinf Qtf = 2,23 + 0,25 Qtf = 2,48 L/s

Onde:
Qti: Vazão total de esgoto de início de plano (L/s);
Qtf: Vazão total de esgoto de fim de plano (L/s);
Qdi: Vazão de esgoto doméstica de início de plano (L/s);

27
Qdf: Vazão de esgoto doméstica de fim de plano (L/s);
L : Extensão da rede (km).

• Para início de plano – BACIA B:

Qti = Qdi + Qinf Qti = 1,44 + 0,20 Qti = 1,64 L/s

• Para final de plano – BACIA B:

Qtf = Qdf + Qinf Qtf = 1,91 + 0,20 Qtf = 2,11 L/s

• Para início de plano – BACIA C:

Qti = Qdi + Qinf Qti = 0,31 + 0,035 Qti = 0,35 L/s

• Para final de plano – BACIA C:

Qtf = Qdf + Qinf Qtf = 0,42 + 0,035 Qtf = 0,46 L/s

8.7.11 Taxa de contribuição inicial e final

Para esse cálculo utilizou-se a seguinte equação (TSUTIYA, 1999):

• Para início de plano – BACIA A:

Txi = Qti Txf = 1,93 Txi = 0,76 L/s.km


L 2,53

• Para final de plano – BACIA A:

Txf = Qtf Txf = 2,48 Txi = 0,98 L/s.km


L 2,53

28
Onde:
Txi: Taxa de contribuição linear de início de plano (L/s.Km);
Txf: Taxa de contribuição linear de final de plano (L/s.Km);
Qti: Vazão de esgoto de início de plano (L/s);
Qtf: Vazão de esgoto de fim de plano (L/s);
L : Extensão da rede (km).

• Para início de plano – BACIA B:

Txi = Qti Txf = 1,64 Txi = 0,84 L/s.km


L 1,95

• Para final de plano – BACIA B:

Txf = Qtf Txf = 2,11 Txi = 1,08 L/s.km


L 1,95

• Para início de plano – BACIA C:

Txi = Qti Txf = 0,35 Txi = 1,03 L/s.km


L 0,34

• Para final de plano – BACIA C:

Txf = Qtf Txf = 0,46 Txi = 1,35 L/s.km


L 0,34

8.7.12 Determinação das vazões

BACIA A
• Vazão máxima de início de plano

Qmáx = C x Pf x q x K 1 x k2 Qmáx = 0,8 x 805 x 150 x 1,2 x 1,5


+ Qi + 0,25
86400 86400

29
Qmáx = 2,26 L/s

• Vazão máxima de final de plano

Qmáx = C x Pf x q x K 1 x k2 Qmáx = 0,8 x 890 x 150 x 1,2 x 1,5


+ Qi + 0,25
86400 86400

Qmáx = 2,47 L/s

• Vazão média de início de plano

Qméd = P x q x C Qméd = 805 x 150 x 0,8


+ Qi + 0,25 Qméd = 1,37 L/s
86400 86400

• Vazão média de final de plano

Qméd = P x q x C Qméd = 890 x 150 x 0,8


+ Qi + 0,25 Qméd = 1,49 L/s
86400 86400

• Vazão mínima de início de plano

Qmín = P x q x C x k3 Qmín = 805 x 150 x 0,8 x 0,5


+ Qi + 0,25 Qmín = 0,81 L/s
86400 86400

• Vazão mínima de final de plano

Qmín = P x q x C x k3 Qmín = 890 x 150 x 0,8 x 0,5


+ Qi + 0,25 Qmín = 0,87 L/s
86400 86400

Onde:
Qmáx = vazão contribuinte máxima (L/s);
Qméd = vazão contribuinte média (L/s);
Qmín = vazão contribuinte mínima (L/s);
P = população atendida (hab);
q = Consumo de água per capita (L/hab.d);
Qi = vazão de infiltração (l/s);
K1 = coeficiente do dia de maior consumo;
K2 = coeficiente da hora de maior consumo;
K3 = coeficiente de vazão mínima;

30
C = coeficiente de retorno água/esgoto.

BACIA B

• Vazão máxima de início de plano

Qmáx = C x Pf x q x K 1 x k2 Qmáx = 0,8 x 690 x 150 x 1,2 x 1,5


+ Qi + 0,2
86400 86400

Qmáx = 1,93 L/s

• Vazão máxima de final de plano

Qmáx = C x Pf x q x K 1 x k2 Qmáx = 0,8 x 763 x 150 x 1,2 x 1,5


+ Qi + 0,2
86400 86400

Qmáx = 2,11 L/s

• Vazão média de início de plano

Qméd = P x q x C Qméd = 690 x 150 x 0,8


+ Qi + 0,200 Qméd = 1,16 L/s
86400 86400

• Vazão média de final de plano

Qméd = P x q x C Qméd = 763 x 150 x 0,8


+ Qi + 0,200 Qméd = 1,26 L/s
86400 86400

• Vazão mínima de início de plano

Qmín = P x q x C x k3 Qmín = 690 x 150 x 0,8 x 0,5


+ Qi + 0,200 Qmín = 0,68 L/s
86400 86400

• Vazão mínima de final de plano

31
Qmín = P x q x C x k3 Qmín = 763 x 150 x 0,8 x 0,5
+ Qi + 0,2 Qmín = 0,73 L/s
86400 86400

BACIA C
• Vazão máxima de início de plano

Qmáx = C x Pf x q x K 1 x k2 Qmáx = 0,8 x 150 x 150 x 1,2 x 1,5


+ Qi + 0,035
86400 86400

Qmáx = 0,41 L/s

• Vazão máxima de final de plano

Qmáx = C x Pf x q x K 1 x k2 Qmáx = 0,8 x 166 x 150 x 1,2 x 1,5


+ Qi + 0,035
86400 86400

Qmáx = 0,45 L/s


• Vazão média de início de plano

Qméd = P x q x C Qméd = 150 x 150 x 0,8


+ Qi + 0,035 Qméd = 0,24 L/s
86400 86400

• Vazão média de final de plano

Qméd = P x q x C Qméd = 166 x 150 x 0,8


+ Qi + 0,035 Qméd = 0,27 L/s
86400 86400

• Vazão mínima de início de plano

Qmín = P x q x C x k3 Qmín = 150 x 150 x 0,8 x 0,5


+ Qi + 0,035 Qmín = 0,14 L/s
86400 86400

• Vazão mínima de final de plano

32
Qmín = P x q x C x k3 Qmín = 166 x 150 x 0,8 x 0,5
+ Qi + 0,035 Qmín = 0,15 L/s
86400 86400

8.8 REDES COLETORAS E INTERCEPTORES

As redes coletoras e interceptores estão definidos de acordo com as normas


(ABNT NBR-9649/86 – Projeto de Redes Coletoras de Esgoto Sanitário) e (ABNT
NBR-12207/92 – Projeto de Interceptores de Esgoto Sanitário).
As redes coletoras serão dimensionadas para atender a população de fim de
plano. As redes para início de plano serão apenas verificadas.

8.9 DIÂMETROS

Todos os cálculos referentes ao dimensionamento da rede estão descritos


nas planilhas de cálculo em anexo. Para cálculos de diâmetro da tubulação de cada
trecho utilizou-se a tabela da fórmula de Manning para materiais com rugosidade
0,010, onde os valores são retirados após obter-se uma relação da vazão sobre raiz
de declividade, procurando-se o valor no quadro e escolhendo o menor diâmetro
com relação y/D igual ou menor que 0,75.

Q
√I
Onde:
Q: Vazão a jusante do trecho final de plano; e
I: Declividade.

8.10 DECLIVIDADE

33
Para cálculo utilizou-se a declividade mínima segundo a fórmula a seguir.

I (m/m) = Cti - Ctf


Lt

Onde:
I: Declividade (m/m);
Cti: Cota inicial do trecho (m);
Ctf: Cota final do trecho (m); e
Lt: Extensão do trecho (m).

8.11 LÂMINA LÍQUIDA

Com a relação y/D no trecho da tubulação, este número foi multiplicado pelo
diâmetro do tubo, obtendo-se a altura da lâmina em metros. Esses valores estão
apresentados em plantas e planilhas nos anexos deste relatório.

8.12 TENSÃO TRATIVA

Segundo Tsutiya 1999, tensão trativa é definida por uma tensão tangencial
sobre a parede do conduto pelo líquido em escoamento, que atua sobre o material
sedimentado, promovendo seu arraste.
Para esse cálculo será utilizada a seguinte equação (Tsutiya, 1999):

σ = Rh x Y x I

Onde:
σ : Tensão trativa (Pa);
Rh: Raio hidráulico;
Y: Peso específico do esgoto (Kgf/m3); e
I: Declividade (m/m).

8.13 VELOCIDADE CRÍTICA (Vc)

34
Para tal será utilizada a fórmula:

Vc=6 √ gRh

Onde:
Vc: Velocidade crítica (m/s);
g: Aceleração da gravidade (9,81m/s2); e
Rh: Raio hidráulico.

8.14 VELOCIDADE DE ESCOAMENTO (m/s)

Valor também dependente da tabela de Mannig, onde um valor é extraído em


razão da relação da vazão sobre declividade e multiplicado pela raiz da declividade
do trecho. Esses valores, também serão apresentados nas plantas e planilhas nos
anexos deste projeto.

8.15 PROFUNDIDADE DO COLETOR

Para início de rede será utilizada profundidade inicial de 0,90m na via de


tráfego e 0,65m no passeio, para demais profundidades será utilizada a seguinte
fórmula:

P= P a +( ITL) – (Cj – Cm)

Onde:
P: Profundidade (m);
Pa: Profundidade anterior (m);
It: Declividade do trecho (m/m);
L: Extensão do trecho (m);
Cj: Cota jusante do trecho; e
Cm: Cota montante do trecho.

35
9. ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS DE ESGOTOS

Todas as vezes que por algum motivo não seja possível, sob o ponto de vista
técnico e econômico, o escoamento dos esgotos pela ação da gravidade, é
necessário o uso de elevatórias, para elevar o esgoto de um ponto para outro de
cota normalmente mais elevada.
Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (1992d), na NBR
12208, é a instalação destinada ao transporte de esgoto do nível do poço de sucção
das bombas ao nível de descarga na saída do recalque, acompanhando
aproximadamente as variações de vazões afluente.
A elevação do esgoto pode ocorrer quando:
• A profundidade do coletor é superior ao valor limite do projeto (em
muitos locais 4,0 ou 5,0m como profundidade máxima);
• Existe necessidade da rede coletora transpor obstáculos naturais (rio,
montanha, etc) ou artificiais (metrô, avenida, etc);
• O esgoto coletado tem de passar de uma bacia para outra;
• O terreno não apresenta condições satisfatórias para assentamento da
rede coletora (áreas alagadas, rochas, etc);
• Existe necessidade de elevação do esgoto coletado para unidade em
cota mais elevada, como na chegada da estação de tratamento de esgoto ou da
unidade de destino final.
As estações elevatórias normais são compostas por:
• Câmara de entrada equipada com gradagem, válvula mural e by-pass;
• Câmara de bombeamento com grupos elevatórios em reserva ativa;
• Caixa de válvulas com seccionadores, válvulas anti-retorno e
evacuação coletor;
• Quadro elétrico de comando.
Estas instalações podem gerar odores por gás sulfídrico (H 2S) e devem ter
duplo jogo de bombas para o caso de falha mecânica. O tempo de detenção
hidráulica deve ser de 10 a 30 minutos e a capacidade de bombeamento igual à de
maior vazão de esgoto produzido.

36
No sistema de esgotamento sanitário da Macieira será necessária a
instalação de duas elevatórias de esgoto, para transpôr o esgoto sanitário da Bacia
A até a Bacia B e da Bacia C até a Bacia B, na qual estará localizada a ETE.

9.1 ELEVATÓRIA 01

A elevatória 01, servirá para recalcar o esgoto sanitário da Bacia A, para a


Bacia B, sendo que a linha de recalque irá contribuir no trecho 6-2, de acordo com a
prancha 01.
Os dados e o dimensionamento da estação elevatória da bacia A, seguem
abaixo e serão baseados na tabela 3:

Tabela 3: Vazões para cálculo.

Vazões para cálculo


Média Máxima
Início de plano 1,37 L/s 2,27 L/s
Final de plano 1,49 L/s 2,48 L/s

9.1.1 Gradeamento

O gradeamento será realizado através de um cesto de inox, alocado na


entrada das tubulações.

9.1.2 Desnível Geométrico

- Cota do nível d’água máximo: 86,34m


- Cota do desnível d’água mínimo: 85,32m
- Cota de lançamento: 102,23m
- Altura geométrica: 17m

9.1.3 Linha de Recalque

37
- Vazão para cálculo da LIR: 2,48 L/s – 0,00248 m³/s
- Extensão da LIR: 245,25m
- Cálculo do diâmetro através da fórmula de Bresse:
D=K √ Q = D=1,2 √ 0,00248 = 0,059m = 60mm

Optou-se por tubulação de PVC, classe 15, JEI, PBA DN60/DE75.

Q=V x A 0,00248=V x 0,0028 Q=0,88 m/ s

- Perda de carga localizada:

Considerou-se:
- 4 curvas 90º DN60/DE75: 2,4
- 1 válvula de gaveta DN60/DE75: 0,2
- 1 Tê de passagem direta: 0,9
- 1 curva 45º DN60/DE75: 0,4
- 1 saída da canalização: 1,0

hl= K x V²
2g

hl= 4,9 x 0,88²


2 x 9,81

hl = 0,193m

- Perda de carga distribuída e ao longo da tubulação:

J= 10,65 x Q1,85
C1,85 x D4,87

J = 0,01354 m/m

hd = J x L

38
hd = 0,01354 x 245,25
hd = 3,32m

- Altura manométrica
hm = hg + hd +hl
hm = 20,51 m
- Poço de sucção
V= QxT
4
Onde:
V= volume útil
T= tempo de ciclo (s)
Q= capacidade da bomba (L/s)

Bomba escolhida: Bomba BCS-305, potência 3cv – 20 mca – 8,9 m³/h

V = 8,9 x 600
4 V= 1,33 m³

- Volume projetado

- Poço circular de 1,5m de diâmetro


- Volume ocupado pelos tubos = 0,011m³
- Volume ocupado pelas bombas = 0,0314m³

- Volume útil

- Volume útil= 1,77 – 0,011 – 0,0314= 1,73m³

- TDH no poço de sucção

- Vazão para cálculo do TDH: 1,37 L/s = 0,0822 m³/min

TDH = V TDH = 1,73


Q 0,0822
39
V= 21 min

O tempo máximo de detenção é de 30 minutos, sendo que o valor


dimensionado encontra-se dentro dos parâmetros necessários.

9.2 ELEVATÓRIA 02

A elevatória 02, servirá para recalcar o esgoto sanitário da Bacia C, para a


Bacia B, sendo que a linha de recalque irá contribuir no trecho 1-10, de acordo com
a prancha 01.
Os dados e o dimensionamento da estação elevatória da bacia C, seguem
abaixo e serão baseados na tabela 4:

Tabela 4: Vazões para cálculo.

Vazões para cálculo


Média Máxima
Início de plano 0,22 L/s 0,39 L/s
Final de plano 0,25 L/s 0,43 L/s

9.2.1 Gradeamento

O gradeamento será realizado através de um cesto de inox, alocado na


entrada das tubulações.

9.2.2 Desnível Geométrico

- Cota do nível d’água máximo: 85,05m


- Cota do desnível d’água mínimo: 83,50m
- Cota de lançamento: 88,09m
- Altura geométrica: 4,60m

9.2.3 Linha de Recalque

40
- Vazão para cálculo da LIR: 0,43 L/s – 0,00043 m³/s
- Extensão da LIR: 167m
- Cálculo do diâmetro através da fórmula de Bresse:
D=K √ Q = D=0,8 √ 0,00043 = 0,016m = 32mm

Optou-se por tubulação de PVC, classe 15, DN32mm soldável

Q=V x A 0,00043=V x 0,000804 Q=0,53 m/ s

- Perda de carga localizada:

Considerou-se:
- curvas 90º DN32: 1,8
- 1 válvula de gaveta DN32: 0,2
- 1 Tê de passagem direta: 0,9
- 1 curva 45º DN32: 0,8
- 1 saída da canalização: 1,0

hl= K x V²
2g

hl= 4,7 x 0,53²


2 x 9,81

hl = 0,07m

- Perda de carga distribuída e ao longo da tubulação:

J= 10,65 x Q1,85
C1,85 x D4,87

J = 0,0113 m/m

41
hd = J x L
hd = 0,0113 x 167
hd = 1,9m

- Altura manométrica
hm = hg + hd +hl
hm = 6,57 m
- Poço de sucção

V= QxT
4
Onde:
V= volume útil
T= tempo de ciclo (s)
Q= capacidade da bomba (L/s)

Bomba escolhida: Bomba submersa 750 watts para "ÁGUA SUJA" - BSEF 20/750-
Ferrari – 9m³/h

V = 9 x 600
4 V= 1,35 m³

- Volume projetado

- Poço circular de 1,5m de diâmetro


- Volume ocupado pelos tubos = 0,011m³
- Volume ocupado pelas bombas = 0,0314m³

- Volume útil

- Volume útil= 1,77 – 0,011 – 0,0314= 1,73m³

- TDH no poço de sucção

42
- Vazão para cálculo do TDH: 0,22 L/s = 0,0132 m³/min

TDH = V TDH = 1,73


Q 0,0132 V= 131 min

Devido a baixa vazão de esgoto e a altura manométrica calculada, o TDH


resultante, baseado na vazão mínima, ficará acima dos 30min, não sendo possível
diminuir o volume do poço de sucção, devido aos modelos de bombas existentes no
mercado.
Ambas elevatórias projetadas, bombearão uma vazão relativamente baixa,
dessa forma, optou-se pela aquisição de elevatórias compactas de baixa vazão, que
serão adquiridas em PRFV, o que diminui a probabilidade de vazamentos e facilita a
instalação.

10. LIGAÇÕES PREDIAIS OU DOMICILIARES

A ligação predial do sistema é o trecho da canalização que parte do coletor


principal, através de um Tê de ligação ou selim, e segue até a divisa dos terrenos.

10.1 RAMAL PREDIAL

Será de diâmetro de 100mm, partindo do selim de ligação na rede coletora,


até atingir a caixa de inspeção a cinquenta centímetros da testada do lote.
O ramal predial deverá ser assentado a uma declividade mínima de 0,02m/m
(2%) e será composto, por tubulação de esgoto de comprimento variável DN
100mm, Tê DN 100mm que será alocado dentro da caixa de inspeção e Cap DN
100mm, a prancha 08, em anexo, demonstra os modelos de ramal predial.
As valas de assentamento desses tubos devem obedecer os mesmos
critérios da rede coletora.

10.2 CAIXA DE INSPEÇÃO

43
As caixas de inspeção serão em tubos de concreto, com diâmetro de 30cm,
com tampão T 30 circular, articulado de ferro fundido, com a inscrição “Esgoto
SANEFRAI”, a ser fixado sobre uma pequena laje de 0,45x0,45x0,08m sobre o tubo
de concreto.
Devem ser locadas no nível do passeio e a 0,5 m da testada do imóvel, sendo
o lado do imóvel definido pelo posicionamento das ligações antigas e nos terrenos
baldios no lado mais baixo do passeio.
A prancha 08, em anexo, apresenta o detalhamento da caixa de inspeção.

11. CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS DA REDE COLETORA

11.1 VALAS DE ASSENTAMENTO

A vala de assentamento da tubulação deverá ser aberta no meio das vias ou


nos passeios de acordo com a Prancha 01, com profundidade de acordo com a
especificada nas Pranchas 01, 02, 03, 04, 05 e 06 e planilhas de cálculo, em anexo.
A parte de fundo da mesma deverá ter forma regular e sem ressaltos,
retirando-se rochas ou outros materiais que por ventura estejam desnivelando o
terreno.
O fundo deverá ser isento de rochas, pedregulhos ou outros materiais que
possam danificar a tubulação. Em caso de dificuldade na retirada desses materiais,
a vala deve receber uma camada de pó de pedra para que os tubos sejam
colocados de maneira adequada.

11.2 ASSENTAMENTO DA TUBULAÇÃO

Toda a tubulação deve ser assentada de acordo com as pranchas 01 a 06, e


os tubos sempre colocados de acordo com a geratriz inferior, com recobrimento até
a cota do terreno.
As barras que necessitarem de corte, deverão obrigatoriamente ser cortadas
em esquadro, sendo lixadas as rebarbas.

44
A perfuração na rede para a ligação do ramal predial e instalação do selim,
deverá ser realizada com serra copo.
A tubulação e as conexões deverão obrigatoriamente ser instaladas com seus
devidos anéis de vedação (juntas elásticas), para garantir que não haja vazamentos,
além disso os anéis devem ser encaixados corretamente para que não se
desloquem da posição correta ao longo da operação do sistema.
A tubulação deve ser assentada com a declividade mínima garantida, para
que não acumule esgoto em parte alguma da rede.
Em caso de alteração na execução da obra a mesma deve ser comunicada
com antecedência ao técnico responsável pelo projeto.

11.3 ESCORAMENTO DA VALA

O mesmo será executado com material adequado para tal finalidade quando
houver necessidade, sendo que este ficará a critério da empresa executora,
obedecendo às planilhas e plantas descritas neste projeto.
O escoramento de qualquer material deverá ser contínuo ou descontínuo, de
madeira, desde que este esteja dentro dos padrões previstos para tal finalidade.

11.4 POÇOS DE VISITA E POÇOS DE LIMPEZA

Os poços de visita (PV) devem ser construídos:


- com tubos de concreto pré-moldado com diâmetro de 0,60m;
- com laje de fundo em concreto de 0,85x0,85x0,10m, com malha de ferro 5/16”,
com espaçamento de 0,10x0,10m;
- os tubos devem ser assentados sobre a laje de fundo;
- a laje superior do PV, será de 0,85x0,85x0,12m, fixada no tubo de concreto, com o
tampão T 60 embutido na laje;
- a laje de fundo do PV e as junções dos tubos, deverão ser realizados em concreto,
garantindo estanqueidade ao órgão acessório;

45
- a abertura no PV para a instalação da rede deverá ser realizada com equipamento
de corte, para não trincar ou rachar os tubos e o acabamento de vedação deverá ser
realizado em concreto sem ressaltos;
- no fundo do PV deverá ser moldada uma canaleta para evitar o acúmulo de esgoto.
Os poços de limpeza (PL) devem ser construídos:
- com tubos de concreto pré-moldado com diâmetro de 0,40m;
- sem laje de fundo;
- com uma curva longa de 90º;
- a laje superior do PL, será de 0,6x0,6x0,10m, fixada no tubo de concreto, com o
tampão T 40 embutido na laje.
O tamponamento destes deve ser feito com tampa de ferro fundido, com a
inscrição “Esgoto SANEFRAI”. O diâmetro e a classe, devem ser resistentes ao
tráfego de veículos e pedestres, de acordo com a planilha quantitativa de materiais e
sua locação pode ser verificada na prancha 01.
Os detalhes construtivos dos PVs e PLs, se encontram na prancha 08 e os
mesmos devem obedecer ao nível do terreno, evitando ressaltos na via e no
passeio.

11.5 REATERRO

O recobrimento da tubulação deverá ser feito com pó de pedra, com uma


camada mínima de 0,10m acima da mesma, sendo o reaterro final da vala com solo
livre de rochas ou qualquer outro material que possa danificar a tubulação.

12. ELEMENTOS BÁSICOS PARA A CONCEPÇÃO DA ESTAÇÃO DE


TRATAMENTO DE ESGOTO MACIEIRA

12.1 SEGREGAÇÃO DOS DESPEJOS

46
Todo o esgoto sanitário gerado pelo Bairro Macieira será coletado para que se
realize o tratamento, passando por um pré-tratamento, no qual haverá um
gradeamento para a remoção dos sólidos grosseiros, sendo o efluente encaminhado
para o tratamento biológico.

12.2 CORREÇÃO DE TEMPERATURA

A temperatura do esgoto doméstico é geralmente um pouco superior que a


temperatura ambiente, mesmo no inverno, uma vez que o esgoto gerado nas
residências é levemente aquecido, e escoa protegido por uma tubulação enterrada
(JORDÃO; PESSÔA, 2011).
O inverno na região meio oeste catarinense, normalmente é rigoroso,
prejudicando as atividades metabólicas dos microrganismos, podendo afetar a
eficiência do sistema, principalmente da digestão anaeróbia. Contudo optou-se por
sistemas mais resistentes a essas diferenças de temperatura, mantendo o sistema
equilibrado nos períodos críticos.

12.3 CORREÇÃO DO pH

O pH do esgoto sanitário situa-se próximo a neutralidade, estando dentro da


faixa de tratabilidade dos sistemas anaeróbios e aeróbios, não necessitando de
correção.

12.4 REMOÇÃO DE SÓLIDOS E AREIA

47
A remoção das partículas sólidas em suspensão e decantáveis do esgoto
sanitário, ocorrerá através de um gradeamento grosseiro, o material que decantará
na caixa de areia, será removido periodicamente através de limpeza manual.
Tal operação unitária se deve para evitar que sólidos de difícil degradação
adentrem ao sistema de tratamento biológico, bem como areia e outros sólidos
sedimentáveis que podem diminuir o volume útil do sistema de tratamento e
colmatar os filtros rapidamente.

12.5 REDUÇÃO DA CARGA POLUIDORA

Para o tratamento do esgoto sanitário a redução do material poluidor será


obtida através do:
- pré-tratamento= gradeamento e caixa de areia;
- tratamento primário= reatores anaeróbios de leito fixo, com chicanas.
- tratamento secundário= biofiltro aerado submerso seguido de filtros anaeróbios.
- desinfecção= cloração através de pastilhas de cloro e tanque de contato, para a
remoção dos microrganismos patogênicos.

13. FLUXOGRAMA DA ETE MACIEIRA

Fluxograma 3. Descrição sequencial da ETE Macieira.

14.

DESCRIÇÃO E DIMENSIONAMENTO DAS UNIDADES DE TRATAMENTO

48
14.1 CARACTERÍSTICAS DO EFLUENTE

- Vazão adotada para dimensionamento do sistema biológico da ETE: vazão média


de final de plano 3,02L/s.
- Vazão adotada para o dimensionamento do gradeamento e caixa de areia: vazão
máxima de final de plano: 5,03 L/s.

14.2 GRADEAMENTO

Dispositivo constituído por barras metálicas paralelas igualmente espaçadas


destinadas a reter substâncias grosseiras em suspensão, tais como plásticos, ossos,
restos de alimentos entre outros. Protegem as tubulações e equipamentos do
sistema contra entupimentos e obstruções.

Vazão utilizada para cálculo: 0,00503m³/s

• a = espaçamento entre as barras = 12 mm


• t = espessura das barras = 6,4mm x 38,1mm
• v = velocidade do fluido entre as barras
• E = a/(t + a) = eficiência
• Au = área útil = Q’’máx/Vmáx
• S = área do canal a montante da grade
• B = largura do canal

• H’ = altura da lâmina líquida na grade = A/B’


• v’ = velocidade no canal = E * v
• hF = perda de carga = 1,43 (2v – 2v’)/(2g)
• HF = perda de carga com a grade 50% saturada = 1,43 (4v – 2v’)/(2g)

O Quadro 1 apresenta os resultados do dimensionamento.

49
DIMENSIONAMENTO GRADE

E 65%

Au 0,0042 m2

B 0,30 m

L 0,03 m

A 0,40 m

S 0,006 m2

H’ 0,1 m

v’ 0,78 m/s

hF 0,06 m

HF 0,236 m

Quadro 1: Dimensionamento do gradeamento.

Como a vazão é relativamente baixa, optou-se por um canal de 0,3x0,4x1,5m,


com 2 grades sequenciais, com inclinação de 65°, antes do desarenador.
A primeira grade será de 1/4” x 1 1/2” = 6,4 x 38,1mm, com espaçamento de
25mm.
A segunda grade será de 1/4” x 1 1/2” = 6,4 x 38,1mm, com espaçamento de
12mm.
A Prancha 09 representa o gradeamento.

14.3 DESARENADOR

Vazão utilizada para cálculo: 0,00503m³/s

Taxa de aplicação= 600 a 1.200m³/m².d


Vescoamento= 0,25m/s
H = 0,10m
Comprimento da caixa – C=22,5 x H = 2,25m

50
B= largura do canal adotada = 0,30m
Área em planta - A= CxB = 0,675m²
S= Q/V = 0,00503/0,25 = 0,02m²
B= S/H = 0,02/0,1 = 0,20m (atende)
Taxa de material retido = 10 L a cada 1000m³
Tempo entre as limpezas = 5 dias
Quantidade de material retido – Qmr = 0,022m³ a cada 5 dias
Profundidade necessária – P = Qmr/A = 0,03m
Profundidade adotada = 0,40m

Será implantada uma caixa de areia, com dois canais, para que enquanto um
estiver operando o segundo fique sem fluxo para se efetuar a limpeza.
As medidas dos canais serão 0,3x2,25x0,3m, de acordo com a prancha 09.

14.4 MEDIDOR DE VAZÃO

Tendo em vista a pequena vazão do efluente, será utilizada uma Calha


Parshall W2”, após a caixa de areia, com limites de medição entre 1m³/h a 31m³/h,
com escala graduada para a leitura.

14.5 REATORES ANAERÓBIOS DE LEITO FIXO

Para dimensionamento do sistema biológico de tratamento, será utilizada a


vazão de: 3,02 L/s – 10,87m³/h.
Para o dimensionamento dos reatores anaeróbios de leito fixo, utiliza-se o
tempo de detenção hidráulica e a geometria como condicionantes. Conforme segue:

51
V reatores
TDH =
Q

V reatores
12 h=
10,87 m ³/h
V =130,44 m³ ≅ 131 m ³

Onde:
TDH= tempo de detenção hidráulica
V= Volume
Q= Vazão

Estipula-se, inicialmente, 2 sequências de 4 reatores em paralelo, totalizando


8 reatores com 16,30m³ de volume útil cada um, com fluxo descendente e
ascendente, alternadamente.
Como os reatores anaeróbios de leito fixo serão parcialmente preenchidos por
um material suporte (bambu ou material plástico), é necessário calcular o volume útil
total do reator, para o seu TDH seja mantido. Nos dois primeiros reatores, optou-se
por um preenchimento de 25% de bambu ou material plástico e os dois últimos com
60%. Considerando, V S ,volume total do meio suporte, tem-se:

 Para os Reatores 1 e 2 de cada linha:

V S =16,30 x 0,25 → V S =4,07 m ³

 Para os Reatores 3 e 4 de cada linha:

V S =16,30 x 0,60 →V S=9,78 m³

A razão de vazios do meio suporte equivale a 62%. Ou seja, o volume da


parte sólida ( V SS ) corresponde a 38% de, V S , portanto:

52
 Para os Reatores 1 e 2 de cada linha:

V SS=4,07 x 0,38 → V SS=1,55 m ³

 Para os Reatores 3 e 4 de cada linha:

V SS =9,78 x 0,38 → V SS =3,71 m³

O volume real útil considerando o meio suporte é:

 Para os Reatores 1 e 2:

V R 1=V R 2 =16,30+1,55 → V R 1=V R 2=17,85 m ³

 Para os Reatores 3 e 4 de cada linha:

V R 3=V R 4=16,30+3,71 → V R 3=V R 4=20,01m ³

Dessa forma, o volume total dos reatores deverá ser:


V reatores =(4 x 17,85)+(4 x 20,01) → V reatores =151,44 m³

A geometria dos reatores será a seguinte:

o Para os Reatores 1 e 2 = 2,2m x 3,0m x 3,0m (sendo a altura útil de


2,7m)

o Para os Reatores 3 e 4 = 2,2m x 3,5m x 3,0m (sendo a altura útil de


2,7m)

53
Os reatores deverão ser construídos em concreto armado, de acordo com o
projeto arquitetônico das Pranchas 2 e 3, que demonstram o fundo falso, o fluxo alternado
descente e ascendente, além do preenchimento com o material suporte e os mecanismos
de coleta.
Com base em séries históricas de monitoramento da qualidade do esgoto
afluente e efluente à ETE Jardim América, localizada em Fraiburgo/SC e operada
pela SANEFRAI, a qual utiliza os mesmos reatores anaeróbios e também é atendida
pela rede do tipo separador absoluto, é possível calcular a eficiência média dos
reatores, e, com isso, estimar as características do efluente que deixará essas
unidades. Considerando os parâmetros DQO, DBO e nitrogênio amoniacal, tem-se:

 Concentrações médias do esgoto sanitário bruto:


o [DQO]média = 680 mg/L
o [DBO]média = 350 mg/L
o [N amoniacal]média = 75 mg/L

A partir das séries históricas de monitoramento do esgoto bruto e tratado da


ETE modelo (ETE Jardim América), esperam-se eficiências de remoção de 55%,
65% e 23% para a DQO, DBO e nitrogênio amoniacal, respectivamente. Assim, as
concentrações de saída dos reatores biotecnológicos deverão ser em torno de:

[ DQO ]SRB =680 x 0,45=306 mg/ L → [ DQO ]SRB =0,306 kg /m³


[ DBO ]SRB=350 x 0,35=122 mg/ L → [ DBO ]SRB =0,122 kg/m ³
[ N am. ]SRB=75 x 0,77=57,8 mg/ L → [ N am. ]SRB=0,058 kg/m ³

Através dos resultados estimados apresentados, conclui-se que haverá


necessidade de um tratamento posterior aos reatores anaeróbios de leito fixo, para
atingir os padrões exigidos pela legislação.

10.6 BIOFILTRO AERADO SUBMERSO (BAS)

54
Os BAS são reatores biológicos, também preenchidos com um material
suporte (pedras, plástico, espuma) no qual ocorre a formação de um biofilme,
auxiliando o contato entre microrganismos e efluente, promovendo assim o
tratamento.
O dimensionamento desta unidade visa adequar o material de enchimento, as
dimensões e o TDH às cargas afluentes de DBO, DQO e N-amoniacal, bem como
proporcionar satisfatória aeração ao processo.
Lembrando que a vazão total de saída dos reatores biotecnológicos é de
10,87 m³/h, ou 261 m³/d, as cargas afluentes ao BAS são dadas por:

Carga=[]SRB x Q

Carga DQO=[ DQO ]SRB x Q=0,306 x 261 → Carga DQO≅ 80 kgDQO/d


Carga DBO=[ DBO ]SRB x Q=0,122 x 261 → Carga DBO ≅ 32kgDBO /d
Carga N am.= [ N am ]SRB x Q=0,058 x 261 → Carga N amoniacal ≅ 15 kgNam./d

Na literatura, recomenda-se um TDH entre 3,5 e 8,5 h (GONÇALVES et al,


2001), adotando-se aqui 4 h. Assim, o volume útil do biofiltro aerado submerso será:

V útil=Q x TDH
V útil=10,87 x 4
V útil ≅ 44 m ³

As cargas orgânicas volumétricas de DBO, DQO e nitrogênio amoniacal são


dadas por:

Carga
COV =
V útil
Carga DBO 32
COV DBO= = → COV DBO ≅ 0,73 kgDBO/m3 . d
V útil 44
Carga DQO 80 3
COV DQO= = → COV DQO ≅ 1,82 kgDBO/m . d
V útil 44

55
Carga N am. 15
COV N am.= = → COV N am≅ 0,34 kgDBO/m3 . d
V útil 44

Conforme a literatura, a carga orgânica volumétrica recomendada para a DBO


deve ser menor ou igual a 1 kg DBO/m³.d, valor este que foi atendido, sendo
adequado para evitar a competição excessiva das bactérias heterotróficas com as
nitrificantes.
O meio suporte a ser utilizado será formado por anel de polipropileno
reciclado, com as seguintes especificações:
 Diâmetro da peça: 50 mm
 Comprimento: 50 mm
 Massa específica: 72 kg/m³
 Área superficial específica: 102 m²/m³
 Índice de vazios: 94,4%
A quantidade de meio suporte a ser colocada no interior do BAS será
equivalente a 2/3 de seu volume útil total, portanto:
2 2
V S = V UT = 44 → V S=37,33 → V S ≅ 30 m ³ de meio suporte
3 3

Assim, o meio suporte aumentará o volume ocupado pelo líquido em 5,6%

2
(100% – 94,4%) em do reator:
3
2
V oc =1,056 ∙ V =1,056 x 44 → V oc ≅ 46 m³
3 útil

A altura útil adotada para o BAS será de 2,5 m, e a altura total, 2,8m (borda livre de
30 cm). Isto implicará na seguinte área superficial:

V oc 46
A= = → A=18,4 m²
h 2,5

56
Optando-se por seção retangular com largura de 2,3 m, o comprimento será
de:
A 18,4
C= = → C=8 m
L 2,3

A taxa de aplicação superficial será de:

Q 261
q S= = → q S=14,18 m ³/ m ² ∙ d
A 18,4

E o volume total:

V T =2,3 x 8,0 x 2,8 → V T =51,5 m ³

Visando proporcionar adequado suprimento de oxigênio para as comunidades


microbianas, a taxa de aeração aplicada será de 60 Nm³ar/KgDBO. Calcula-se então
a vazão de ar necessária:
Qar =( taxa de aeração) x ( Carga DBO )
Qar=60 x 32=1920 Nm ³ ar /d → Qar =80 Nm ³ ar /h

A carga de nitrogênio afluente é de 15,0 kg Nam/d e deseja-se uma


eficiência tal que a concentração máxima de nitrogênio amoniacal do efluente final
seja de 20 mg/L, ou 0,02 kg/m³, o que resulta numa carga esperada de 5,22 kg
Nam /d. Assim, a carga de nitrogênio amoniacal a ser removida é de 9,78 kg
Nam /d. Conforme recomendações da literatura, são necessários 4,57 kg de
oxigênio por kg de nitrogênio a ser removido. Portanto:

Carga O2 necessária =4,57 x ( Carga N a ser removida )

Carga O2 necessária=4,57 x 9,78 → Carga O2 necessária=44,7 kg O 2 /d =1,9 kg O2 /h

57
Para suprir essa demanda podem ser instalados 24 difusores circulares
EPDM revestidos com membrana de borracha e um soprador de 2cv, com controle
da vazão de ar. Assim, caso a aeração se torne excessiva, será possível diminuir o
fluxo de oxigênio, regulando-se adequadamente a válvula controladora da vazão do
sistema.
Para a remoção do possível lodo que se formará no BAS, serão deixados
quatro tubos guia de 150mm, para sucção e contra lavagem.
As plantas com o detalhamento do BAS se encontram na prancha 4.

10.7 FILTROS ANAERÓBIOS

Os filtros anaeróbios a serem implantados após o biofiltro aerado submerso,


servirão apenas para retenção do biofilme que poderá se desprender do material
suporte do BAS.
Os filtros serão confeccionados em duas caixas de polietileno de 5.000L,
operando em paralelo, com fluxo ascendente, preenchidos com 80% do volume em
pedra do rachão do primário, com um tubo guia de 150mm para limpeza.

10.8 TANQUE DE CONTATO DE CLORO

O principal objetivo da cloração dos esgotos sanitários é a prevenção da


disseminação das doenças de veiculação hídrica.
O tempo de contato é o parâmetro fundamental para se dimensionar o volume
do tanque de contato, sendo normalmente adotados valores entre 15 e 45 minutos,
garantindo-se um tempo mínimo de 15 minutos.
A cloração será realizada através da passagem do efluente por um dispositivo
com pastilhas de cloro acoplado antes do tanque de contato exclusivo para este fim,
o qual será um reservatório visando à remoção de patógenos, com TDH curto para
evitar a formação de compostos organoclorados. Diante disso, será estabelecido
TDH de 0,40 h. Sendo a vazão de 10,87 m³/h, seu volume será dado por:

58
V útil =Q x TDH=10,87 x 0,40 → V útil =4,35 m ³

Para esta unidade, poderá ser utilizada uma caixa d’água em PRFV ou
polipropileno de 5 m³. Neste caso, o TDH será:

V útil 5,0
TDH = = =0,46 h →TDH =27 min
Q 10,87

Posteriormente, ao passar por todos os dispositivos de tratamento, deverá ser


instalado mais um mecanismo de medição, calha parshall W2” e o efluente final
poderá ser lançado no corpo receptor, o Arroio Macieira.

15. SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR

No exercício da função, os funcionários ou empresas responsáveis pela


execução da obra devem obedecer a uma série de critérios, para que a saúde dos
profissionais e do meio ambiente sejam garantidos nesses processos. Além disso, o
prévio conhecimento dos riscos inerentes à manutenção desses materiais, melhora
a capacidade de trabalho e da noção de responsabilidade necessária para que esta
atividade seja desempenhada com a maior eficácia e segurança possível. Para tanto
devem ser observadas uma série de recomendações, dentre as quais:
• Os envolvidos no processo devem receber capacitação adequada bem como
educação continuada para o exercício das funções descritas; e
• A capacitação deve abordar a importância da utilização correta de equipamentos
de proteção individual - uniforme, luvas, calçado, e demais itens de segurança
específicos a cada atividade, bem como a necessidade de mantê-los em perfeita
higiene e estado de conservação.
• O empreendimento deverá ainda verificar dispositivos de segurança utilizados
pelos profissionais da empresa responsável pela execução da obra, em especial
aqueles contidos na Norma regulamentadora – NR 18, referente à Saúde e
Segurança do Trabalho na Construção Civil.

59
BIBLIOGRAFIA

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62
63
64
PROJETO BÁSICO
Tomada de Preços

1 – OBJETO

1.1 – Execução de obra estrutural com fornecimento de material e mão de obra de uma Estação de
Tratamento de Esgoto do Bairro Macieira no Município de Fraiburgo, sistema composto por
gradeamento seguido de reatores anaeróbios e aeróbios..

2 – JUSTIFICATIVA

2.1 – O rápido crescimento das cidades aliado ao adensamento populacional tem levado ao
consumo excessivo de água e a geração de elevados volumes de esgotos sanitários diariamente. Ao
serem despejados com suas características poluentes causam alterações físicas, químicas e
biológicas nos corpos receptores, e consequentemente a sua poluição, além de potencial geração de
doenças de veiculação hídrica, quando em contato com os mesmos. Dessa forma, objetivando a
melhoria na qualidade de vida, evitando assim a proliferação de vetores e visando a qualidade do
meio ambiente, o esgoto coletado receberá tratamento adequado na Estação de Tratamento de
Esgoto (ETE), posteriormente sendo devolvido ao corpo receptor sem causar impactos ambientais.

3 –QUANTITATIVO/ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS/VALORES REFERENCIAS DE


MERCADO

3.1 – Os quantitativos, especificações e valores conforme referência de custo tabelado pela (Sinapi
04/2019), seguem na tabela em anexo no edital

VLR UNIT. VLR


DESCRIÇÃO
COD ITEM QT UN R$ TOTAL

Execução de obra estrutural com


fornecimento do material de uma
Estação de Tratamento de Esgoto do 156.278,24 156.278,24
Bairro Macieira no Município de
1 1 UN
Fraiburgo, sistema composto por
gradeamento seguido de reatores
anaeróbios e aeróbios

4 – LOCAIS DE ENTREGA DOS SERVIÇOS/ PRAZO DE EXECUÇÃO/CONDIÇÕES DE


PARTICIPAÇÃO

4.1 – O local da prestação/execução dos serviços será no Bairro Macieira, na Rua A Quadra 587
Lote 1 próximo ao CEI Macieira.
4.2 – O prazo de execução da obra será de no máximo 90 (noventa) dias.

4.3. – O valor máximo que a Sanefrai se propõe a pagar pelo objeto licitado, nos termos do art. 40,
inc. X, da Lei nº 8.666/93 é de R$ 156.278,24 (cento e cinquenta e seis mil duzentos e setenta e
oito reais e vinte e quatro centavos);

4.4.– A Licitante vencedora deverá iniciar os serviços, em até 5 (cinco) dias contados da ordem de
serviço e término em até 90 (noventa) dias após;
4.5 – A ordem de serviço deverá ser assinada pela licitante vencedora em ate 5 (cinco) dias
contados da data de emissão e assinatura do contrato.

4.6 – A visita técnica ao local da obra, a qual possibilitará que as licitantes possam conhecer seu
ambiente físico, dimensionar os serviços, verificar suas condições técnicas, planejar a execução do
objeto desta licitação e formular proposta poderá ser agendada no Departamento de Engenharia da
Sanefrai, através do telefone (49) 3246-0160, cuja competência de escolha de quem a realizará caberá
unicamente a empresa licitante, acompanhado por funcionário da Sanefrai, o qual emitirá o Atestado de
Visita (CONFORME MODELO ANEXO).
O Licitante que não realizar a visita técnica obrigatoriamente deverá apresentar Declaração de que
tem pleno conhecimento do local e da natureza dos serviços concedidos, não podendo posteriormente
alegar qualquer desconhecimento, nos termos do ANEXO

4.7 – Quanto à Qualificação Técnica


4.7.1 – Prova de registro da empresa no Conselho Regional de Engenharia e
Agronomia (CREA) com validade na data limite de entrega da documentação e das propostas;

4.7.2 – Comprovante de aptidão (em nome do licitante) para desempenho de


atividade pertinente e compatível em características com o objeto da licitação, mediante apresentação de
atestado emitido por entidade pública ou empresa privada (com identificação do emitente, descrição das
obras e serviços executados e assinada por pessoa devidamente identificada, hábil a responder em nome
do emitente), acompanhado do Acervo Técnico emitido pelo CREA, indicando que a proponente tenha
executado obra compatível com o objeto.

4.7.3 – Demonstração de capacitação técnico-profissional através de comprovação


de o proponente possuir em seu quadro de funcionários, ou como prestador de serviços, na data prevista
para entrega da proposta, Engenheiro Civil, o qual será obrigatoriamente o profissional preposto,
detentor de Certidão de Acervo Técnico (CAT) expedido pelo CREA, por execução de obras de
características semelhantes às do objeto deste Edital, sem exigência de quantidades mínimas devendo
juntar para tais comprovações os seguintes documentos:
a) Cópia da Carteira de Trabalho ou outro documento legal que comprove, nos
termos da legislação vigente, que o engenheiro civil pertence ao quadro de funcionários da empresa, ou
é prestador de serviços para a empresa.
b) Certidão de Acervo Técnico (CAT) Profissional emitido pelo CREA deste
mesmo engenheiro Civil que comprove ter o mesmo se responsabilizado por serviços relativos a obra.
OBS.: Será exigida a visita diária, na obra, deste engenheiro civil indicado pela
empresa, o qual será o Engenheiro Preposto da Obra e será exigido reunião semanal entre o mesmo e o
Fiscal da Obra da Sanefrai.
4.7.4 – Nominata do pessoal técnico disponível para a obra, conforme exigência
constante no ANEXO sendo que o engenheiro civil deverá ser aquele indicado no item ... anexando-se
também os “curriculum vitae” desses profissionais conforme modelo constante do ANEXO
4.2.3.3 – Atestado de visita (ANEXO) ou Declaração (ANEXO ).
4.2.3.4 – Declaração emitida pelo representante da empresa interessada, de que a
proponente recebeu o presente Edital e todos os seus ANEXOS, bem como tomou conhecimento do
projeto, das especificações e normas pertinentes à execução dos serviços (conforme modelo constante
do ANEXO ).
4.2.3.5 – Declaração emitida pelo representante da empresa interessada, de que a
proponente não possui no quadro societário servidor público da ativa ou empregado de empresa pública
ou sociedade de economia mista.
4.2.3.6 – Declaração emitida pelo representante da empresa interessada, informando
a Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE que representa a atividade de maior
receita da empresa.

5 – ACOMPANHAMENTO DA EXECUÇÃO DO OBJETO


5.1 – A execução do presente contrato, nos termos do art. 67 da Lei nº 8.666/93 será acompanhada
e fiscalizada por servidores especialmente designados conforme Portaria 736 de 18 de Março de
2019

6 – CRITÉRIOS DE ACEITABILIDADE
6.1 – No julgamento das propostas a Comissão levará em consideração o critério de MENOR
PREÇO GLOBAL, obedecidas as normas e condições do Edital e seus Anexos, e os dispositivos
contidos na Lei nº 8.666/93 e suas alterações.

7 – OBRIGAÇÕES DA CONTRATADA

7.1 – São obrigações da contratada:

a) manter as condições de habilitação e qualificação apresentadas na licitação, durante


toda a execução do Contrato;
b) dar fiel execução ao objeto do Contrato, bem como, providenciar às suas expensas e
a contento do Município, todas as substituições e correções que se fizerem necessárias;
c) executar o objeto diretamente, não sendo admitida a subcontratação da parte
principal das obras, salvo autorização do Município por escrito devidamente fundamentado.
d) executar a obra observando rigorosamente os prazos, projetos, planilha
orçamentária, detalhes, normas vigentes, especificações e técnicas citadas bem como as normas da
ABNT, Código de Obra, Uso do Solo e demais normas e regulamentos oficiais atinentes a cada um dos
projetos, efetuando os respectivos controles tecnológicos. Para todos os serviços a ausência de
legislação específica enseja a observação das normas internacionais, citadas no Edital ou não;
e) observar e fazer cumprir as normas regulamentadoras e legislações Federais,
Estaduais e Municipais de Segurança, Higiene e Medicina no Trabalho e elaborar e apresentar para o
Município o PCMAT – Programa de Condições e Meio Ambiente do Trabalho da obra de acordo com a
NR-9 e NR-18 e devidamente registrado no MTE – Ministério do Trabalho e Emprego;
f) assumir inteira responsabilidade pela execução do objeto, fornecendo materiais e
mão de obra de acordo com as especificações e na ausência de citação da marca e/ou modelo/fabricante
na proposta, prevalecerá àquelas indicadas nos projetos;
g) oferecer, quando solicitado pelo CONTRATANTE, o endereço e contato dos
fornecedores de materiais, equipamentos e serviços, para eventuais averiguações;
h) adotar providências imediatas após a assinatura do contrato, para a emissão das
ART’s/RRT’s de execução e ART´s/RRT’s Complementares;
i) iniciar os serviços, em até 5 (dias) dias corridos a contar da ordem de serviço e
término em 30 (trinta) dias após;
j) instalar por sua conta e manter o canteiro de obras de acordo com as normas. A
guarda e a manutenção do canteiro de obras serão de exclusiva responsabilidade da CONTRATADA;
k) manter sob sua responsabilidade todo o pessoal necessário à execução dos serviços
objeto da proposta, devidamente uniformizado, arcando com os respectivos tributos e encargos sociais,
além das despesas trabalhistas;
l) fornecer, sempre que solicitado pelo Município, os comprovantes de pagamentos dos
empregados, guia do recolhimento dos encargos sociais, trabalhistas e fiscais;
m) assumir responsabilidade pelos danos causados ao Município ou a terceiros, por
negligência, imprudência ou imperícia técnica sua ou de seus empregados ou, ainda, dos terceirizados,
mesmo em áreas do Município que não constem do objeto do presente Edital.
n) manter permanentemente nos horários de serviço o pessoal técnico para o
gerenciamento da obra que se responsabilizará diretamente pelos trabalhos, conforme informado na fase
de habilitação, sendo admissível a substituição destes profissionais, desde que possuam qualificação
igual ou superior e desde que aceita pelo Município.
o) implantar, organizar, manter e controlar o Diário de Obras, onde serão lançados
diariamente, todos os atos e fatos incidentes, especialmente data de início e término de cada etapa de
serviço, e a mão de obra empregada, por especialidade (inclusive quantitativo) e será submetido à
vistoria da fiscalização do Município.
p) efetuar semanalmente reunião, com a participação do engenheiro/arquiteto da
CONTRATADA e o Fiscal do Município, onde deverá ser entregue os diários de obra e emitido
relatório que anotará as ocorrências relacionadas com a execução da obra e determinará o que for
necessário à regularização das faltas ou defeitos observados.
q) confecção e preenchimento do boletim de medição da obra vistado pelo engenheiro
responsável da execução da mesma, em conformidade com o cronograma físico-financeiro,
submetendo-o a fiscalização do Município para constatação da efetiva realização dos serviços;
r) comunicar o Fiscal do Município quanto ao início dos serviços de relevância deste
edital, de modo que o serviço não poderá ser iniciado/continuado sem a presença do fiscal do Município
se este assim desejar;
s) substituir os seus empregados que não atenderem satisfatoriamente a execução do
objeto. Feita a solicitação formal, a CONTRATADA terá que adotar a providência no máximo em
quarenta e oito horas após o recebimento da comunicação;
t) responsabilizar-se pela sinalização de advertência e outras necessárias a execução da
obra, evitando a paralisação do trânsito e ou pedestres;
u) responsabilizar-se pela preservação das benfeitorias existentes;
v) prestar garantia do contrato;
w) efetuar, semanalmente a limpeza da obra;
x) responder pela solidez e segurança dos serviços no prazo previsto no Código Civil
Brasileiro;
y) A CONTRATADA se obriga a fornecer, no final de obra, originais e cópias de todos
os projetos efetivamente executados, que conterão todas as alterações decorrentes da execução e as
oriundas de detalhamentos, aprovados pela CONTRATANTE, num prazo máximo de 30 (trinta) dias a
contar da data de conclusão.

8 – DA FISCALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS

8.1 – A Sanefrai exercerá ampla e irrestrita fiscalização na execução do objeto desta Licitação, a
qualquer hora.

8.2 – Para cumprimento do disposto no art. 67, § 1° e § 2° da Lei de Licitações, será designado
Engenheiro Civil/Arquiteto, para acompanhamento e fiscalização da execução do contrato.

8.3 – Tal representante anotará em registro próprio todas as ocorrências relacionadas com a execução do
contrato, determinando o que for necessário à regularização das faltas ou defeitos observados;

8.4 – As decisões e providências que ultrapassarem a competência da representante deverão ser


solicitadas a seus superiores em tempo hábil para a adoção das medidas convenientes.

9 – DOTAÇÃO ORÇAMENTÁRIA

8.1 – As despesas para a execução do objeto do presente certame correrão a conta de dotação específica
do orçamento do exercício de 2019 e terá a seguinte classificação orçamentária:

Órgão 14-00 – AUTARQUIAS MUNICIPAIS


Unidade 14-01 – AUT. MUN. DE SANEAMENTO DE FRAIBURGO-SANEFRAI
Funcional 17.512.0035.2.079 – ESGOTAMENTO SANITÁRIO
Compl. Elemento 4.4.90.51.98.00.00.00 – Obras Contratadas
Dotação 17 - 30
Valor R$ 132.238,94
Recurso 0900

9 – DO PAGAMENTO

9.2 – O pagamento da Obra será efetuado em 03 (três parcelas, devendo a mesma ser comprovada
através de laudo de vistoria apresentado por engenheiro designado pela Sanefrai, conforme medição.
9.2.1 – A medição ocorrerá conforme estabelecido no Cronograma Físico-Financeiro, para cada item;
9.3 – O pagamento será efetuado mediante emissão e apresentação de nota fiscal, boletim diário da obra,
boletim de medição, negativas de débitos junto ao INSS e FGTS atualizadas, tendo o Município um
prazo de até 05 (cinco) dias após a liquidação da nota fiscal para efetivar o pagamento.
9.4 – Fica a Sanefrai autorizada a deduzir do pagamento devido, qualquer multa imposta, sem prejuízo
das demais penalidades previstas na Lei.
9.5 – O pagamento poderá ser sustado pela Sanefrai, quando os serviços não estiverem de acordo com o
estipulado, ou por inadimplemento de qualquer Cláusula do Contrato.
10 – VIGÊNCIA

10.1 – O contrato terá vigência de 12 (doze) meses, podendo ser prorrogado por iguais e sucessivos
períodos com vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para a administração, limitada a
sessenta meses, nos termos do inc. II do art. 57 da Lei n° 8.666/93.

11 – RESCISÃO CONTRATUAL E PENALIDADES

11.1 – A recusa injustificada do adjudicatário em assinar o contrato, no prazo máximo de 5 (cinco) dias
úteis da notificação, implicará na multa de 10% (dez por cento) do valor do contrato.

11.2 – O presente contrato poderá ser rescindido nos seguintes casos:

a) por ato unilateral, escrito, da CONTRATANTE, nos casos enumerados nos incisos I
a XII e XVII, do art. 78, da Lei nº 8.666/93;
b) amigavelmente por acordo das partes, mediante formalização de aviso prévio de no
mínimo 30 (trinta) dias, não cabendo indenização a qualquer uma das partes, resguardado o interesse
público;
c) judicialmente, nos termos da legislação vigente;
d) descumprimento, por parte da CONTRATADA, de suas obrigações legais e/ou
contratuais, assegurado a CONTRATANTE o direito de rescindir o contrato a qualquer tempo,
independente de aviso, interpelação judicial e/ou extrajudicial.

11.3 – Pela inexecução total ou parcial do contrato a Contratante poderá, garantida a prévia defesa,
aplicar as seguintes sanções contratuais: advertência, multa, suspensão temporária de participação em
licitação, impedimento de contratar com a Administração por prazo não superior a 2 (dois) anos e
declaração de inidoneidade, nos termos dos artigos 86 e 87, da Lei nº 8.666 de 21/6/93 e suas alterações.

11.4 – As penalidades acima poderão ser aplicadas isoladas ou cumulativamente, nos termos do art. 87
da ei n° 8.666 de 21/6/93 e suas alterações.

12 – CONDIÇÕES GERAIS

12.1. Citar no edital o local do “bota fora” de solo que será nas seguintes áreas da prefeitura:
Bairro Macieira: Rua Gala Quadra 587 Lote 1 – Próximo a CEI Macieira

Fraiburgo(SC), 28 de Maio de 2019

CLAUDIA INES MASIERO CARDOSO

NIVALDO JOSÉ BONALDO

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