Administração Financeira
Administração Financeira
Administração Financeira
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..................................................................................... 3
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1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
Bons estudos!
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2 A ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E SUAS ÁREAS DE ATUAÇÃO
Fonte: https://www.ibccoaching.com.br
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eficiente para a captação e a alocação de recursos de capital. Também é importante
mencionar que a administração financeira se apresenta como uma ferramenta
destinada a controlar a viabilidade de meios que resultem em obtenção de receitas
capazes de prover a realização de operações e atividades da empresa.
Destaca-se, além disso, que há relação direta entre a administração
financeira e a visão sistêmica, que representa a capacidade de deliberar
considerando o contexto, a conjuntura e a análise das partes em relação ao todo.
Para que sejam tomadas as melhores decisões, os gestores financeiros necessitam
obter informações dos ambientes interno e externo, além de analisar todas as áreas
da empresa em relação à necessidade de recursos e ao retorno esperado.
Ross (2015) menciona que a administração financeira existe porque trabalha
para a sobrevivência das empresas, pode evitar falência, bem como superar a
concorrência, além de maximizar as vendas ou a participação do mercado e
minimizar os custos e maximizar os ganhos para garantir o crescimento dos lucros.
Na Figura 1, a seguir, é possível observar que as informações internas da
empresa quanto ao seu planejamento bem como sobre o mercado em que atua são
entradas que processam as decisões da administração financeira quanto aos
recursos a serem utilizados, às decisões de investimentos e aplicações e aos fluxos
financeiros, de modo que haja a maximização do retorno.
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2.1 As áreas de atuação
Análise financeira
Para que a empresa possa ter equilíbrio entre as suas despesas e receitas,
especialmente visando reservas para a sua sustentabilidade financeira, é
necessário que haja planejamento para avaliar a condição financeira da empresa.
Essa análise ocorre por meio de relatórios financeiros cujas informações contábeis
demonstrem os resultados. As informações devem munir os tomadores de decisão
para a análise estratégica sobre a sua capacidade de produção, o rumo a ser
seguido, sempre no intuito de buscar alavancar suas operações. Os relatórios
demonstrarão não apenas as contas de resultado do regime de competência, mas
a situação do fluxo de caixa. Diante desses dados, é possível desenvolver e
implementar ações com objetivo de crescimento para o retorno financeiro
necessário.
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do investimento. Essa decisão está diretamente relacionada ao rumo e à saúde
financeira da empresa, especialmente porque a viabilidade dos investimentos deve
ser bem criteriosa, uma vez que o seu resultado pode ser fatal ao futuro da
organização.
Matias (2007) menciona que o nível estratégico da empresa deve tomar a
decisão do investimento a partir de técnicas quantitativas para amparar os
executivos na análise dos projetos. Dentre as técnicas existentes para avaliação de
investimentos, as mais utilizadas são o tempo de retorno do investimento (payback),
o valor presente líquido (VPL) e a taxa interna de retorno (TIR).
O payback é uma das ferramentas mais utilizadas, pois define a expectativa
de tempo de retorno de um investimento. Ou seja, após a realização do
investimento, em quanto tempo ele já estaria pago e passaria a dar retorno à
empresa, dando a ideia do grau de risco do projeto. Se o prazo for muito grande, há
variáveis que podem afetar o processo e não garantir que haverá as entradas de
caixa que estão previstas, evidenciando alo risco.
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Finanças corporativas
Financiamentos
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Instituições financeiras
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Para que se possa entender como anda o desempenho da empresa dentro
de um cenário tão competitivo e turbulento, é necessário acompanhar o
seu fluxo e sua lucratividade líquida. Conforme Gitman (2004), o fluxo de
caixa é essencial para a empresa e deve ser a primeira preocupação do
administrador financeiro, tanto na gestão das finanças do dia a dia quanto
no planejamento e na tomada de decisões estratégicas (XAVIER, 2016, p.
11).
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Análise de consistência: trata de garantir que as projeções estão
considerando as informações adequadas.
Análise comparativa: aborda a direção que o fluxo de caixa está
seguindo, se os resultados melhoram ou pioram em comparação aos
diferentes períodos, como mês anterior ou ano anterior.
Análise de otimização: versa sobre a análise do fluxo operacional
utilizado, apresentando algumas simulações que avaliam os
resultados em detrimento dos riscos estudados.
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Os balanços praticados pela empresa também são analisados pelos
administradores financeiros e a famosa DRE (demonstração do resultado do
exercício) é um dos elementos-chave para a explanação das conclusões
apresentadas.
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A DRE indica os custos, receitas e despesas de um determinado período em
formato simplificado, como se observa na Figura 2, a seguir.
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informações é que há a indicação do valor que poderá ser lucro ou prejuízo da
empresa. Portanto, o administrador financeiro necessita ter o domínio dessas
informações para indicar o melhor caminho a ser seguido e a tomada de decisão
que deve ser realizada.
Fonte: https://www.nomus.com.br
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Decisões de investimento: o administrador financeiro deve oferecer
suporte de decisão ao investimento para que os valores que forem obtidos pela
empresa se encaixem como excedente de caixa. Para tanto, ele precisa de
informações adequadas e devidamente atualizadas para o desenvolvimento de uma
carteira de investimentos, sempre de acordo com as políticas da empresa.
Normalmente o modelo de investimentos da gestão que o administrador realiza
baseia-se no conhecido CAPM (Capital Asset Pricing Model), que demonstra o
retorno que um investidor aceitaria por investir em uma empresa. Trata-se de uma
“[...] maneira de encontrar uma taxa de retorno exigido que leve em conta o risco
sistemático” (PRATES. 2016, documento on-line).
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do dinheiro da empresa. Essas práticas asseguram a lisura das informações, bem
como deixam os documentos devidamente organizados para o caso de auditorias e
conferências necessárias pelos acionistas ou órgãos de governo.
3 PLANO FINANCEIRO
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3.1 A importância do planejamento financeiro para a sobrevivência dos
negócios
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Você precisa aprender a lidar com os recursos financeiros de seu
empreendimento, e o plano financeiro é a opção para isso. A falta dessa ferramenta
pode deixar sua gestão mais “amadora”, causando os seguintes problemas
(ERLICH, 2021):
dificuldade de trabalhar a alocação dos recursos para o progresso da
organização;
falta de conhecimento sobre quanto você paga e quanto recebe, por
não ter noção de seu fluxo de caixa;
incapacidade de perceber se você tem lucro ou prejuízo;
impossibilidade de planejar e executar controles, por não conhecer
os valores.
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3.2 O papel dos orçamentos na preparação de demonstrativos pro forma
Orçamento de vendas
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Descontando o disponível para venda do estoque inicial, você chegará à
produção total necessária. Veja um exemplo na Tabela 1.
Orçamento de operação
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publicidade;
depreciaçã o;
e seguros.
Para chegar a esses valores, você pode usar sua própria experiência
pessoal, comparar os valores com os de outras empresas ou, ainda, contratar
consultores.
Na Tabela 2, veja um exemplo de como ficariam projetadas essas
possibilidades para três meses.
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Orçamento de capital
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Quando realmente entra dinheiro no caixa, dizemos que o caixa flui. De outra
forma, se você fizer uma venda, mas o valor só for entrar no outro mês, você não
terá essa liquidez. Nesse caso, você não vai ter, de fato, o dinheiro em caixa.
Assim, se sua empresa fizer uma venda que não seja à vista, a venda não
vai ser considerada caixa. Se ela for parcelada ou no crédito em trinta dias, por
exemplo, não vai haver fluxo de caixa. Aqui, também, você pode fazer projeções. É
o que chamamos de “fluxo de caixa pro forma” (ERLICH, 2021).
Da mesma forma que você projeta lucros, pode projetar também o caixa a
cada mês. Esses valores vêm do demonstrativo de resultados pro forma. Caso haja
mais gastos do que receitas, você pode pedir um empréstimo. Outra alternativa é
guardar alguns recursos para essas ocasiões.
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Balanço patrimonial pro forma
Outra projeção que você deve fazer é do balanço patrimonial. Ele mostra as
condições da empresa ao fim do primeiro ano. Para fazer o balanço patrimonial,
você vai usar as informações dos demonstrativos de resultados e dos fluxos de
caixa pro forma.
O balanço patrimonial pro forma mostra a medida da solvência da empresa.
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4 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DE CURTO PRAZO
Fonte: https://www.abc71.com.br
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4.1 Operações financeiras de curto prazo
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as contas cujos recursos circulam em tempo menor, dentro de um ano. Como
exemplo, temos a conta Disponível, que é a conta Caixa ou, mais especificamente,
onde se encontra o dinheiro em espécie da empresa, normalmente em alguma
conta bancária. Também se encontram nesse grupo as contas Aplicações
Financeiras e Contas a Receber, que se referem ao dinheiro disponível que entra e
circula nas operações financeiras da empresa, seja como rendimento de aplicações
ou como recebimento de produtos vendidos aos clientes.
No lado direito do balanço, estão as obrigações que circulam também em
curto prazo e se encontram no grupo do passivo circulante. Exemplos dessas contas
são: Fornecedores e Empréstimos e Financiamentos, que representam saídas de
caixa em curto prazo para que a empresa possa cumprir suas obrigações.
Diante dessa abordagem, é importante que se entenda que o capital de giro
se refere aos recursos que circulam ou que giram em determinado período. Esses
recursos correspondem a uma parcela dos ganhos da empresa, que é aplicada em
seu ciclo operacional. Podemos citar o exemplo de uma indústria que produz bens
para serem vendidos no mercado em que atua. Ao vender esses bens, nem sempre
seus clientes pagarão pelas mercadorias em tempo hábil para que entre o
faturamento necessário para aquisição de matéria-prima, para que a indústria possa
continuar a fabricação dos seus produtos em seus ciclos. Logo, a empresa precisa
de capital de giro para empregar em seus custos e despesas, até que novos valores
estejam disponíveis no caixa da empresa. No entanto, nem sempre ela possui esses
recursos à disposição, o que lhe exige buscar capital para ser pago em curto prazo
(até um ano).
Caciatori Jr e Iarozinski Neto (2006) destacam que as maiores causas de
falência das empresas, especialmente as pequenas e médias, referem-se à falta de
uma tomada de decisão assertiva na gestão financeira de curto prazo,
principalmente quanto ao capital de giro. De acordo com Vieira (2008), quanto maior
o prazo de uma operação, mais elevado tende a ser o seu risco, uma vez que o
investidor ou a instituição financeira ficarão mais tempo com seu dinheiro
comprometido com os destinos da organização.
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Nessa lógica, podemos mencionar que os ativos de longo prazo tendem a
oferecer retornos maiores do que os de curto prazo; e os passivos de longo prazo
tendem a possuir custos de capital mais elevados do que os de curto prazo (CAIXE,
2015). O gestor financeiro deve escolher com cuidado qual operação financeira
deve ser realizada. Se a tomada de decisão pender para ativos em prazos maiores,
pode haver incremento de rentabilidade, mas isso compromete a capacidade de
pagar as contas que a empresa possui, ou seja, a sua liquidez. Por isso, a utilização
de fontes de curto prazo é mais comum na busca de uma solução imediata para a
falta de liquidez.
As aplicações e as obrigações de curto prazo da empresa podem ser
classificadas em permanentes, quando são cíclicas, ou sazonais, quando são
flutuantes. As contas cíclicas estão relacionadas de forma direta com a atividade da
empresa. Ao contrário, as contas sazonais não estão vinculadas diretamente à
atividade empresa, sendo determinadas por variações temporárias que ocorrem nos
seus negócios (VIEIRA, 2008). Esse autor e demais pesquisadores sobre o tema
indicam três tipos de estratégias de curto prazo, descritas a seguir.
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empresa, e há menos dívidas a serem pagas. Portanto, embora o crédito de curto
prazo seja geralmente mais arriscado do ponto de vista da empresa, ele pode ser
obtido mais rapidamente e pode apresentar acordos mais flexíveis e menos
onerosos. No entanto, em países como o Brasil, cuja taxa de juros é alta, o custo
dessas operações é alto, o que leva muitas empresas a terem dificuldades
financeiras (WESTON; BRIGHAM, 2000).
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4.2 Práticas de administração financeira de curto prazo
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Nas empresas que comercializam produtos, é importante a conversão dos
estoques em contas a receber e transformá-las em caixa (dinheiro disponível), que
é a fonte utilizada para saldar seus passivos. As saídas de caixa para pagamento
desses passivos são previsíveis, pois, quando uma empresa assume uma
obrigação, sabe quando ela vencerá. De acordo com Gitman (2017), a maior
dificuldade é identificar quando ocorrerão as entradas de caixa.
Empresas que têm previsibilidade de entradas de caixa necessitarão menos
de CGL. Como a maioria das empresas não conseguem igualar entradas e saídas
de caixa com exatidão, é necessária a disponibilidade de maiores volumes de ativo
circulante do que de passivos circulantes, ou seja, maior CCL. Supõe-se que,
quanto maior o CGL, menor o risco de a empresa se tornar insolvente (ser incapaz
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de pagar suas contas na data do vencimento), pois ela terá bens e direitos para
saldar seus compromissos financeiros.
Administração de estoques
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cheguem no momento certo de fabricação do produto. O objetivo desse sistema é
minimizar o investimento em estoques (FERREIRA, 2019).
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Gitman (2017) entende a análise de crédito como a aplicação de técnicas
que avaliem a capacidade ou não de os clientes saldarem suas dívidas. Esse
processo inclui a avaliação da qualidade do cliente sob o ponto de vista de risco de
crédito e sua comparação com os padrões de crédito da companhia (requisitos
mínimos para concessão de crédito a um cliente).
É importante ressaltar que a empresa poderá mudar os seus padrões de
crédito para incrementar sua rentabilidade e criar valor para os proprietários.
Quando a empresa decide afrouxar os padrões de crédito, espera-se um aumento
no volume de vendas e, provavelmente, um aumento no prazo médio de
recebimento. Em contrapartida, quando há uma restrição nos padrões de crédito, o
volume de vendas e os montantes a receber diminuem, conforme Gitman (2017).
As empresas podem definir diferentes políticas de cobrança com diferentes
critérios; entretanto, o objetivo sempre será o recebimento dos valores devidos
pelos clientes no vencimento. A maior preocupação da administração do contas a
receber é controlar de maneira eficiente o desempenho da sua carteira. Ele consiste
em apurar o nível de atraso e pontualidade do pagamento dos clientes e identificar
os motivos da variação na carteira de valores a receber, segundo Gitman (2017).
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compras. No entanto, esse alongamento da dívida contém um custo, que o
fornecedor inclui no preço de venda. Portanto, é importante analisar
cuidadosamente os prazos de crédito concedidos, para determinar se a empresa
quer ou não arcar com esse custo adicional.
Outra fonte espontânea corresponde às despesas a pagar, que consistem
em obrigações oriundas da compra de bens ou da prestação de serviços cujo
pagamento ainda não foi realizado, como salários a pagar e impostos. Os impostos
são pagos diretamente para o governo, e sua acumulação não pode ser manipulada
pela companhia. Contudo, o prazo de pagamento dos salários pode ser postergado
pela empresa. Dessa forma, ela consegue um empréstimo livre de juros dos
funcionários, que recebem seus pagamentos depois da sua prestação de serviço.
Além desses passivos de curto prazo, as empresas podem obter fontes de
empréstimo de curto prazo com e sem garantia, que constituem fontes não
espontâneas de financiamento. São originárias de atividades não rotineiras da
empresa e geram juros para a empresa.
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As instituições financeiras oferecem diversas linhas de crédito, que
consistem em um acordo em que se especifica o volume de empréstimos de curto
prazo concedido às empresas. Durante o acordo de linha de crédito, os bancos
podem impor restrições à empresa, que lhes dão o direito de cancelar a linha. Por
exemplo, a companhia pode ter apresentado alterações importantes na situação
financeira ou operacional que não eram esperadas pela instituição financeira, e ela
não acredita que a empresa possa saldar a dívida. Assim, ela desiste da cessão do
empréstimo. Pode acontecer também de o banco demandar informações sobre
mudanças nas posições administrativas ou nas operações antes que ocorram. Isso
porque tais alterações podem afetar o desempenho futuro e a capacidade de
pagamento das obrigações, alterando o nível de risco de crédito assumido pelo
banco.
As empresas devem procurar negociar linhas de crédito que apresentem
taxas de juros favoráveis, volume ótimo de fundos e mínimas restrições. O objetivo
do banco é obter o maior retorno financeiro com a maior segurança possível. Dessa
forma, as negociações entre banco e empresa devem produzir uma linha de crédito
satisfatória para ambas as partes.
Quando uma companhia não tiver mais fontes de empréstimo de curto prazo
sem garantia e, ainda assim, necessitar de fundos, a alternativa que ela buscará no
mercado será o empréstimo de curto prazo com garantias, conforme Gitman (2017).
Ele é concedido mediante alguns ativos específicos (pode ser um contas a receber
ou estoque, por exemplo) como garantia de dívida. O credor adquire direitos sobre
essa garantia por meio da execução de um acordo de garantia com o devedor,
especificando o ativo oferecido como garantia do empréstimo. Nos termos do
empréstimo, são especificadas as condições exigidas para a extinção do direito
sobre o ativo, a taxa de juros do empréstimo, as datas do pagamento dos juros e da
amortização e demais cláusulas.
A existência da garantia em um empréstimo pode minimizar as perdas em
caso de inadimplência do devedor, mas a presença dela não surte efeito sobre o
risco de inadimplência. Geralmente, os juros cobrados em empréstimos com
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garantia costumam ser maiores do que aqueles praticados em empréstimos sem
garantia, uma vez que eles não apresentam menos riscos. Além disso, a negociação
e a administração dos empréstimos com garantia exigem mais esforço para os
credores. Portanto, o credor exige uma compensação adicional sob a forma de uma
comissão de serviço, uma alta taxa de juros ou ambas.
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4.4 Fontes de capital para operações de curto prazo
Assaf Neto (2010) destaca que as empresas precisam estabelecer que tipo
de riscos pode ser assumido em relação à solicitação de créditos, uma vez que,
dependendo da opção, poderão ocorrer danos à saúde financeira da empresa. É
comum que as empresas tenham financiamentos de curto prazo à sua disposição,
mas sempre serão avaliadas quanto ao seu histórico e ao número de vezes que
elas tomaram dinheiro de terceiros, podendo ser exigidas garantias, dependendo
do caso.
Na contabilidade, as contas do ativo são financiadas por contas do passivo:
origens e aplicações de recursos. No passivo, encontramos os recursos que
financiam a atividade empresarial: recursos próprios e recursos de terceiros. O
capital próprio é o recurso dos proprietários especificados na conta de Patrimônio
Líquido (RAIFUR et al., 2009).
A prática de buscar o capital de terceiros é universalmente utilizada, por
representar uma alternativa às empresas que não conseguem subsistir apenas com
seu capital próprio. Se o custo do capital de terceiros é menor, torna-se vantajoso
utilizá-lo, o que não exclui o endividamento que essa decisão proporciona. As fontes
de financiamento de curto prazo utilizado para financiar o capital de giro das
empresas estão divididas em duas categorias: o crédito comercial e o crédito
bancário. O crédito comercial é obtido espontaneamente, em decorrência das
vendas da empresa. Já o crédito bancário é o empréstimo bancário que se torna
uma fonte não espontânea de financiamento. Ele pode ser feito em bancos,
instituições financeiras ou administradoras de créditos. A seguir, elencamos as
principais modalidades de crédito bancário, apontadas por Lemes Junior et al.
(2002).
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por meio dessa operação. Dessa forma, a empresa recebe em curto prazo um
dinheiro a que ela só teria acesso meses depois. Essas vendas possivelmente
foram realizadas a prazo, com pagamentos com cartão de crédito, entre outros. Na
operação, é descontada uma taxa de juros e de risco de crédito, proveniente do
risco de inadimplência. Para Soares (2010), a natureza jurídica do contrato de
factoring comporta ato civil e mercantil, bastando o endosso de títulos, sem garantia
aos títulos cedidos. Não há endosso para a responsabilização pelo não pagamento,
apenas pela seleção do crédito. Cabe ressaltar que não há, no factoring, operação
de crédito alguma, pois não envolve a confi ança entre as partes nem intervalo de
tempo entre o negócio e a contraprestação: trata-se de uma compra e venda de
direitos.
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pagamentos podem ser efetuados por meio de crédito em conta, cheque
administrativo, documento de ordem de crédito (DOC), transferência eletrônica
disponível (TED), ordem de pagamento, pagamento com autenticação ou títulos de
cobrança. O público-alvo dessa operação são as empresas clientes, que, nas
compras à vista, conseguem descontos vantajosos de seu fornecedor. O prazo
mínimo do compror é de 30 dias, e a operação apresenta a vantagem de não
incidência de taxas de operações bancárias; porém, as taxas de juros são altas.
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vinculada, que faz saques automaticamente para que os débitos sejam supridos.
Para que essa solução seja efetivada, é necessário ajustar com o banco a
transferência da conta garantida para a conta corrente, que terá a incidência do
imposto sobre operações financeiras sobre esse saque. O sistema permite que os
juros devidos pelos excessos das contas correntes sejam cobrados mensalmente,
mas não é o mesmo que as transações de cheque especial. Nesse caso, a
negociação prevê garantias, como aval dos sócios, duplicatas, penhor mercantil e
alienação fiduciária. A contratação implica abertura do limite de crédito rotativo em
instituição financeira, contrato de limite de crédito e contrato de garantia (ROSSETI
et al., 2008).
Crédito rotativo: para Lemes Júnior et al. (2002), o crédito rotativo tem um
funcionamento semelhante a uma conta corrente, com limite de crédito e prazo
preestabelecido. A empresa pode efetuar saques a descoberto dentro desse limite
sem maiores burocracias. O crédito rotativo estipula um limite máximo sobre a
quantia que pode ser emprestada, e os encargos financeiros são, normalmente,
altos, mas são pagos somente pelo período que a conta permanece devedora. O
capital de giro na forma de crédito rotativo é flexível, porque os fundos podem ser
sacados quando necessário e pagos quando disponíveis durante o período do
contrato. Os autores mencionam que o crédito rotativo é pago à medida que a
empresa recupera gradualmente seu capital por meio de seu negócio. Outros
créditos rotativos, porém, podem durar anos, desde que tenham suficiente valor de
liquidação para assegurar a dívida.
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altas taxas de juros, como o Brasil. Caberá ao gestor financeiro realizar a análise
sobre as fontes disponíveis para as operações de curto prazo e avaliar as melhores
alternativas, para oferecer segurança às finanças organizacionais.
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obtido a partir da diferença entre o valor presente das entradas de caixa e o
investimento inicial do projeto. Quando o valor presente líquido é aplicado, as
entradas e saídas de caixa são medidas em termos de dinheiro presente. Por esse
motivo, exige-se a definição prévia da taxa de desconto a ser utilizada nos fluxos de
caixa (normalmente, é utilizada a taxa mínima de atratividade).
Quando o valor presente líquido é utilizado para a tomada de decisão de
projetos de investimento, a empresa deverá aceitar aquele que apresentar valor
maior ou igual a zero, pois será obtido maior retorno em relação ao seu custo de
capital. Assim, o valor de mercado da empresa aumentará, e os investidores terão
maior retorno. Consequentemente, deve-se rejeitar projetos com valor presente
líquido menor do que zero, conforme Gitman (2017).
A taxa interna de retorno (TIR) consiste na taxa de desconto que iguala as
entradas e saídas de caixa em um determinado momento. Assim, pode-se dizer que
é a taxa composta de retorno que a companhia obteria se concretizasse o projeto
de investimento, conforme Ross, Westerfield e Jaffe (2010). Basicamente, para a
avaliação das propostas do projeto de investimento, o cálculo da TIR demanda o
conhecimento dos valores dispendidos de capital e dos fluxos de caixa líquidos
incrementais gerados pela decisão.
A aceitação ou rejeição de um projeto de investimento é decidida por meio
de comparação da taxa interna de retorno obtida com a rentabilidade mínima
requerida pela empresa para os seus investimentos (taxa mínima de atratividade).
Dessa maneira, se a taxa interna de retorno for maior ou igual à taxa mínima
desejada, o projeto é considerado atrativo, devendo ser aceito. Caso contrário, a
empresa deverá rejeitar o projeto de investimento, segundo Ross, Westerfield e
Jaffe (2010).
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5.2 Estrutura de capital
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A característica mais importante do capital próprio é a permanência na
empresa por um período bastante longo, segundo Gitman (2017). O capital de
terceiros traz risco, pois o não cumprimento das obrigações pode resultar em
falência. Além disso, esse capital traz custos para a empresa (pagamento de juros).
Portanto, uma estrutura de capital ótima acarreta menor custo de capital e gera
aumento na rentabilidade dos acionistas ou quotistas.
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6 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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FERNANDES FILHO, O. et al. Gestão financeira em microempresas familiares: um
estudo na indústria moveleira de Santa Cruz de Minas – MG. In: SIMPÓSIO DE
EXCELÊNCIA EM GESTÃO E TECNOLOGIA, 7., 2010, Rio de Janeiro. Anais [...].
Rio de Janeiro: AEDB, 2010. Disponível em:
https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos10/522_522_Artigo_Gestao%20Finance
ira_Final.pdf. Acesso em: 23 jul. 2019.
48
PRATES, W. R. O que é CAPM (Capital Asset Pricing Model)? Blog WR Prates,
2016. Disponível em: https://www.wrprates.com/o-que-e-capm-capital-asset-
pricing-model/. Acesso em: 30 ago. 2019.
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