MESTRES DAS ARTES SUPLEMENTO DIDÁTICO. Elaborado Por-2
MESTRES DAS ARTES SUPLEMENTO DIDÁTICO. Elaborado Por-2
MESTRES DAS ARTES SUPLEMENTO DIDÁTICO. Elaborado Por-2
ARTES
SALVADOR DALÍ
De Mike Venezia
(Formado em Belas-Artes pelo Instituto de Artes de Chicago, EUA.
Desde 1978 escreve e ilustra livros sobre arte, música e história para
crianças e jovens.
SUPLEMENTO DIDÁTICO
Elaborado por
Professor
A Editora
POR QUE TRABALHAR COM DALÍ?
A pintura de Dalí abre caminho para a dis- Atitudes inusitadas e chocantes fizeram
cussão sobre as drogas, a imaginação e as dife- parte da sua biografia, como ir a uma expo-
rentes maneiras de se criar um mundo próprio sição em roupas de mergulho e, dentro do
e onírico. A popularidade de seus trabalhos, escafandro fechado, discursar sobre arte
principalmente entre os jovens, que “viajam” sem que ninguém pudesse ouvir nada além
nas suas pinturas, em parte foi conquistada pela de um balbucio abafado. Terminada a fala,
capacidade que ele tinha em se autopromover. ele começou a abanar os braços sinalizando
Além de ótimo artista, Dalí soube muito bem asfixia, até ser socorrido por alguém que sol-
administrar a própria carreira. tou os parafusos de seu escafandro.
Considerado excêntrico, Dalí possuía um Mike Venezia conseguiu, com seu humor
método próprio de criação. Na verdade, em- e sua linguagem simples, mostrar essas ca-
bora tivesse tentado trabalhar em consonân- racterísticas pessoais do pintor. O professor
cia com vários movimentos, e mais próximo pode aproveitar para comentar como esses
do surrealismo, ele foi autor de ações, pin- traços engraçados e perturbadores da per-
turas, esculturas, ilustrações, jóias, móveis e sonalidade genial de Dalí reforçam o senti-
até de filmes muito diferenciados, estranhos do da arte como instrumento de perturba-
para a sua época. ção social.
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SUGESTÃO DE PROJETO PEDAGÓGICO PARA
TURMAS DE 1a A 4a SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL:
DURO OU MOLE? PESADO OU LEVE?
FORTE OU FRACO?
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aparece no detalhe da pintura da página 11. ATIVIDADES PARA DEPOIS DA LEITURA
Mostre-lhes também a charge da página 9, em
que a mãe de Dalí comenta: “Por que o Salva- ✦ Produção
dor não come feijão? O Salvador sempre comia Os alunos poderão desenhar coisas dife-
feijão”. Peça-lhes que procurem feijões na pin- rentes, que só existem na imaginação e nos
tura O enigma de Hitler (página 29). sonhos deles. Estimule-os a brincar com a re-
alidade. Você pode dar algumas dicas, suge-
✦ Roteiro de apreciação da obra reproduzida rindo que desenhem, por exemplo, objetos
no livro: A persistência da memória (pá- duros como se fossem moles; imagens de so-
ginas 4 e 5) nhos; alimentos misturados com pessoas
(como um menino dentro de um ovo frito...);
Algumas sugestões para você conduzir o objetos pesados e firmes se desfazendo etc.
exercício de leitura: Durante a produção dos desenhos cami-
◗ O que está aparecendo na imagem? nhe pela sala, comentando os trabalhos de
◗ Descreva os objetos. Descreva o lugar um e de outro sempre que achar convenien-
te. Nesses momentos você pode mostrar as
em que se encontram.
soluções que Dalí dava para suas imagens.
◗ Descreva a figura central com detalhes.
◗ O que você sente ao olhar a imagem? ✦ Avaliação
◗ A imagem mostra uma cena real?
◗ Por que Dalí teria escolhido esses objetos? Quando todos tiverem terminado, peça
◗ Que nome você daria a essa pintura? que troquem de trabalho entre si. Cada um
◗ O que você achou do nome dado por deve comentar o desenho do colega, dizen-
Dalí? do o que poderia ser acrescentado ou trans-
formado.
✦ Contextualização (veja quadro na página Proponha, ainda, que os alunos agrupem
7 deste suplemento) os trabalhos semelhantes: figuras moles,
coisas estranhas, sonhos etc.
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SUGESTÃO DE PROJETO PEDAGÓGICO PARA TURMAS
A PARTIR DA 5a SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL:
FAZENDO ARTE A PARTIR DO MÉTODO DE DALÍ
✦ Objetivo
Conhecer o método de criação de Dalí, Etapa 2: Conhecimento irracional das coi-
vivenciando e contextualizando essas práticas. sas. Nessa etapa, eles farão uma lista de cin-
co objetos quaisquer, cada um numa linha
✦ Conteúdos gerais (com referência nos do caderno. Ao lado de cada objeto escrito
PCNs de Arte) deverão anotar rapidamente se são objetos
da noite ou do dia, paternais ou maternais,
◗ Observação, análise e utilização dos ele- frios ou quentes, classificando-os segundo a
mentos da linguagem visual bem como suas própria intuição.
articulações nas imagens produzidas. Etapa 3: Inscrição de palavras nos objetos.
◗ Identificação de múltiplos sentidos na Nessa etapa os alunos deverão criar uma pa-
apreciação de imagens. lavra para cada objeto anotado. Que pala-
vra ficaria inusitada ao lado do objeto ano-
✦ Conteúdos do projeto
tado na 2a etapa? Por exemplo, Dalí sonha-
◗ O surrealismo. va em escrever um misterioso texto sobre um
◗ Vida e obra de Dalí; reflexões sobre a carro: “Sonho com um misterioso manuscri-
sua arte. to escrito em tinta branca e cobrindo total-
◗ Produção e leitura de pinturas. mente as superfícies estranhas de um Rolls
Royce novinho”. (Chipp,1996: 430)
✦ Tema transversal: Saúde — Drogas: situ- Conclusão: Peça aos alunos que leiam al-
ando o problema em sua real dimensão. guns resultados. Com certeza eles acharão
tudo muito louco e engraçado.
✦ Trabalho interdisciplinar: História. Retome a atenção do grupo e explique
que o jogo foi elaborado com seriedade.
Qual teria sido o objetivo de Dalí com essas
ATIVIDADE PARA ANTES DA LEITURA propostas? Como seria a sua personalidade?
✦ Sensibilizando os alunos
Explique à classe que será proposto um ATIVIDADES PARA DURANTE A LEITURA
jogo surrealista, baseado em um esquema
experimental inventado por Dalí (Chipp, ✦ Orientações para ler o livro em sala de
1996: 427). Prepare os alunos para um jogo aula
de imaginação, nada comum. Instigue-os, Os alunos podem fazer uma leitura silen-
perguntando se eles teriam coragem e dis- ciosa.
posição para um jogo diferente. Logo em seguida proponha que comen-
Dê uma folha de caderno com pauta para tem um pouco sobre a personalidade de
cada um e siga estas instruções: Dalí, seu jeito de ser, suas características...
Etapa 1: Devaneios. Os alunos deverão es- Pergunte sobre as imagens produzidas por
crever durante um minuto, sem pensar, tudo ele e como elas se parecem. Eles gostaram
o que lhes vier à cabeça. dessas imagens?
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Explique que o artista inventou um méto- ATIVIDADES PARA DEPOIS DA LEITURA
do próprio para pintar o que chamou de
“paranóia crítica”, um método de conheci- ✦ Produção
mento irracional e espontâneo em que é ne-
Peça aos alunos que levem jornais e re-
cessário suspender o controle da razão. Daí
vistas para a escola. Proponha que recortem
o seu interesse pelas imagens dos sonhos em
fotos e palavras aleatoriamente, sem racio-
especial.
nalizar a respeito. Enfatize que devem se
Como os alunos relacionariam o jogo, fei-
preocupar apenas em recortar com cuidado
to antes da leitura do livro, com os sonhos e
para não danificar a imagem escolhida.
com a obra de Dalí?
Escreva na lousa a seguinte definição
(Rebouças, 1986: 88):
✦ Roteiro de apreciação da obra reproduzida
“Colagem: reunião de fragmentos de
no livro: A persistência da memória (pági-
nas 4 e 5) imagens ou recortes de material impresso,
formando uma composição plástica. Max
Você pode conduzir a atividade partindo Ernest, que divulgou a colagem, diz que se
destas sugestões: trata do ’encontro de duas realidades distin-
◗ Descreva os objetos da pintura. O que tas sobre um plano, que não lhes convém’.
cada um deles parece significar? A disparidade das figuras contribui para
◗ Como esses elementos se relacionam? uma sensação de estranhamento.”
Existe conexão entre eles?
Distribua uma folha de papel manilha
◗ Como estão distribuídos na tela? Qual
(craft) para cada aluno. Nela ele irá criar
deles está mais à frente, centralizado...?
◗ Que sentimentos ou idéias Dalí tentou uma colagem a partir das fotos e palavras
expressar? recortadas. É o momento de o aluno refletir
◗ Qual é a mensagem do quadro? sobre a relação que poderá estabelecer en-
◗ O que esse quadro sugere em relação ao tre os objetos.
tempo?
◗ Que título você daria à obra? ✦ Avaliação
◗ Por que Dalí teria atribuído ao quadro o Peça que os alunos comentem sobre o
título A persistência da memória?
que acharam do processo e do resultado do
◗ Que sentimento essa obra desperta em
trabalho. Proponha que exponham suas cri-
você?
ações em algum lugar “surreal” da escola
✦ Contextualização (veja quadro na página 7 (escadas, banheiros, etc.). Deixe a escolha a
deste suplemento) cargo deles.
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CONTEXTUALIZAÇÃO: DALÍ E O SURREALISMO
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PARA SABER MAIS Arte-educação
ARGAN, G. C. Arte Moderna. São Paulo:
André Breton (1896-1966) Poeta, ensaísta
Companhia das Letras, 1998.
e crítico francês, fundador e principal teórico
BARBOSA, A. M. Arte-educação: conflitos /
do surrealismo. Rompeu com o movimento
dadá de Paris em 1921, e teve papel impor- acertos. São Paulo: Ateliê Editorial, 1997.
tante na configuração inicial do surrealismo _________. A imagem do ensino da arte:
como um movimento autônomo. Publicou o anos oitenta e novos tempos. São Paulo / Por-
primeiro Manifesto do surrealismo em 1924, e to Alegre: Perspectiva / Fundação Iochpe,
colaborou com o primeiro número do perió- 1981.
dico A Revolução Surrealista, o qual posterior- _________. Arte-educação no Brasil: das
mente passou a editar. [...] (Dicionário Oxford origens ao modernismo. São Paulo: Perspec-
de Arte,1996: 80) tiva,1997.
GOMBRICH, E. H. Arte e ilusão. São Pau-
Max Ernest (1891-1976) Artista nascido na lo: Edusp,1992.
Alemanha e naturalizado francês, participou IAVELBERG, Rosa. Para gostar de apren-
dos movimentos dadá e surrealismo, adaptou der arte: sala de aula e formação de profes-
as técnicas da colagem e da fotomontagem sores. Porto Alegre: Artmed, 2002.
para esses dois movimentos, também realizou JANSON, H. W. Iniciação à História da
diversas experiências com frotagem. Arte. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
Miró (1893-1983) Pintor e gravador espa- MARTINS, M. C. et alii. Didática do ensino
nhol, produziu trabalhos surrealistas com certa da arte: a língua do mundo — Poetizar, fruir
e conhecer arte. São Paulo: FTD, 1998.
influência do primitivismo e da arte abstrata.
PARSONS, M. J. Compreender a arte. 1.
ed. Lisboa: Presença, 1992.
ROSSI, M. H. W. A compreensão das ima-
ONDE ENCONTRAR, NO BRASIL, ALGUMAS
gens da arte. Arte & Educação em revista.
OBRAS ORIGINAIS DE SALVADOR DALÍ? Porto Alegre: UFRGS / Iochpe. I: 27-35, out.
1995.
Na Chácara do Céu, Rio de Janeiro:
Homme d’une complexion malsaine,
écontant le bruit de la mar, 1929, óleo sobre DICIONÁRIOS
madeira, 23,5 x 34,5 cm.
DICIONÁRIO DA PINTURA MODERNA.
São Paulo: Hemus, 1981.
BIBLIOGRAFIA DICIONÁRIO OXFORD DE ARTE. São Pau-
lo: Martins Fontes, 1996.
Dalí e o surrealismo READ, Herbert (org.). Dicionário da arte e
BRADLEY, F. Surrealismo. São Paulo: dos artistas. Lisboa: Edições 70, 1989.
Cosac Naify Edições, 2001.
CHIPP, H. B. Teorias da arte moderna. São
Paulo: Martins Fontes,1996. ENCICLOPÉDIA
REBOUÇAS, M. V. Surrealismo. São Paulo:
Ática,1986. ENCICLOPÉDIA DOS MUSEUS. Museu de
DALÍ, S.The secret life of Salvador Dalí. Arte de São Paulo. São Paulo: Melhoramen-
London: Vision, 1973. tos, 1978.