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Relatório ENTERAL

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UNIVERSIDADE PAULISTA

Curso de nutrição

ANA CAMPOS RA: T27055-3

ANDREZA CARDINALLE RA: D133DG-6

GABRIELA ZAMORA TERUEL RA: C76JHH-5

SANDY C. GALVANI LIMA RA: D0921D-5

PRODUÇÃO DE DIETA DE TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL ARTESANAL

Prof.ª Iara

Matéria: Nutrição Clínica Avançada – 5º/6º


semestre

CAMPINAS

2018

1
SUMÁRIO

Introdução 3
Objetivo 5
Materiais e métodos 6
Resultados 7
Discussão e conclusão 8
Referencias 9

2
1 – INTRODUÇÃO

Estudos apontam que é alta a prevalência de desnutrição em pacientes hospitalizados,


sendo essa em torno de 30% a 50%, e ainda aumenta em função do tempo de internação.
Diversos autores chamaram atenção para a desnutrição de causa iatrogênica devido à negligência
em instituir suporte nutricional. (CARVALHO, et al. 2014)

Entende-se por Terapia Nutricional (TN) o conjunto de procedimentos terapêuticos que


visam à manutenção ou recuperação do estado nutricional por meio da Nutrição Parenteral (NP)
ou Enteral (NE), realizados nos pacientes incapazes de satisfazer adequadamente suas
necessidades nutricionais e metabólicas por via oral (RCD nº 63/2000), ambas regulamentadas
pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e pela Portaria SVS/MS nº 272/1998
do Ministério da Saúde. (BRASIL, M. S., 2000)

A terapia nutricional enteral (TNE) surge como uma possibilidade terapêutica de


manutenção ou recuperação do estado nutricional com a manutenção do peso corporal e da
massa muscular com redução do balanço nitrogenado, naqueles indivíduos que apresentarem o
trato gastrintestinal total ou parcialmente íntegro para o processo digestório, e com a ingestão
oral parcial ou totalmente comprometida. É considerado um método seguro para oferecer
nutrientes, que infundidos através de sonda nasogástrica, nasoentérica e ostomias (gastrostomia e
enterostomia), preservando a imunidade e os mecanismos de defesa do paciente. A via de
nutrição vai depender das condições em que o paciente se encontra em relação à deglutição,
integridade do trato gastrintestinal e do estado geral. Quando precoce (até 48h), a TNE pode ser
um importante fator na promoção da saúde, diminuição do estresse fisiológico e manutenção da
imunidade. Além disso, pode prevenir a secreção de hormônios catabólicos ao prevenir o
aumento do cortisol e do glucagon séricos, e ainda associa-se à diminuição da translocação
bacteriana e de carga bacteriana intestinal. Nesse contexto, a escolha e a prescrição da nutrição
enteral (NE) é complexa e implica conhecimento clínico e nutricional. Por isso, tão importante
quanto a prescrição da TNE adequada às necessidades do paciente, é a certeza de que o paciente
efetivamente receberá o volume prescrito. (TEIXEIRA A.C.C, et al. 2006, CAMPANELLA,
L.C.A, et al. 2008, CARVALHO, et al. 2014)

A Resolução da Diretoria Colegiada (RDC), número 63, 06/07/2000, da Agência


Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), define a nutrição enteral como: “alimento para fins
especiais, com ingestão controlada de nutrientes, na forma isolada ou combinada, de composição
definida ou estimada, especialmente formulada e elaborada para uso por sondas ou via oral,
industrializada ou não, utilizada exclusiva ou parcialmente para substituir ou complementar a

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alimentação oral em pacientes desnutridos ou não, conforme suas necessidades nutricionais, em
regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando à síntese ou à manutenção dos tecidos,
órgãos ou sistemas”, o seu uso pode ser em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar,
apresentando dois tipos de sistemas disponíveis: aberto e fechado, sendo que no primeiro as
dietas exigem manipulação e devem ser preparadas em local específico. (BRASIL, M.S., 2000)

As fórmulas de dietas enterais artesanais foram desenvolvidas, pois o custo da dieta


industrializada é quase sempre elevado, mesmo existindo diversas opções no mercado, e quando
o paciente necessita utiliza-la por um longo período optam pela dieta caseira. É de fundamental
importância observar a aceitação fisiológica da dieta e a carga osmolar à ser tolerada,
verificando-se também a estabilidade e fluidez para haja o sucesso do plano dietoterápico. A
nutrição enteral não industrializada é chamada de dieta artesanal, e é constituída de uma fórmula
estimada e manipulada com alimentos in natura ou produtos alimentícios que devem ser
prescritos por um profissional nutricionista, que deverá determinar corretamente a composição
de macronutrientes e micronutrientes. (HENRIQUES, et. al, 1999, MENEGASSI, et. al, 2007)

Apesar de seus benefícios, quando administrada, apresenta riscos de complicações


mecânicas, infecciosas, metabólicas e gastrintestinais, sendo estas as mais prevalentes. As dietas
enterais ricas em macro e micronutrientes são excelentes meios para o crescimento de
microorganismos. A administração de dieta eventualmente contaminada por diferentes germes
pode causar distúrbios gastrointestinais (náuseas vômitos ou diarreia). É primordial controle
rígido das condições higiênicas no preparo, acondicionamento e administração dos alimentos a
fim de evitar a contaminação. Por isso alguns cuidados se fazem necessários durante a sua
elaboração, como: higienizar as mãos, utensílios e local de preparo, ferver a água e deixar esfriar,
cozinhar os alimentos, guardar dieta pronta em geladeira, entre outros. (CARVALHO, et al.
2014)

Da mesma forma, a falta de padronização dos procedimentos, dos ingredientes em


medidas caseiras e do tempo de cocção pode contribuir para a variação da composição de
nutrientes, assim como resíduos retidos no processo de peneiramento, resultando em um valor
energético e nutricional inadequado ao paciente. (MENEGASSI, et. al, 2007)

Além de adequadas quanto à composição nutricional e quanto à qualidade


microbiológica, estas formulações devem apresentar viscosidade e concentração osmolar
apropriadas. Ademais, ainda há a dificuldade quanto à orientação e treinamento dos cuidadores
para que tais dietas possam cumprir seu papel na recuperação e manutenção da saúde de
pacientes em assistência domiciliar. (SANTOS, et al., 2013)
4
2 – OBJETIVO

Realizar os procedimentos corretos no preparo de uma dieta artesanal de terapia nutricional


enteral e identificar possíveis erros.

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3 – MATERIAIS E METODOS

6
4 – RESULTADOS

Tabela 1 - Quantidades de macro e micronutrientes, rendimento e custo da dieta


Alimento Kcal CHO (g) PTN (g) LIP (g) Fibras (g) Fe (mg) Ca (mg) Custo
(R$)
1 23 5.14 0.42 0.03 0.2 0.27 0 0,02
Col. sopa de
2
arroz
2 col. sopa de de 26 5.86 1.32 0.1 1.1 0.33 9 0,06
feijão coz
1 37 1.08 5.64 1.01 0 1.36 1 0,36
1 col sopa de
2
carne moída
crua
1 12 2.71 0.26 0.07 0.8 0.08 9 0,11
2 col sopa de
2
cenoura cru
1 col de sopa de 5 1.07 0.13 0.01 0.2 0.02 3 0,03
cobola
3 copos amer. 230 22.08 15.18 9.11 0 0.09 552 1,56
De leite
semidesnatado
1 16 3.83 0.01 0 0 0.02 0 0,07
col sopa de
2
amido
1 126 0 0 14.3 0 0,01 0 0,05
1 col. Sopa de
2
óleo de soja
1 col sopa de 88 0 0 10 0 0 0 0,07
óleo de canola
TOTAL 563 41,77 22,96 34,71 2,3 2,18 574 2,33

Rendimento da preparação = Custo da porção (300mL) = Custo médio diário (6 ref. ao


900mL (Custo = R$ 2,33) R$0,78 dia/1800mL) = R$4,66

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5– DICUSSÃO

Após a preparação da dieta enteral para diabetes, obteve-se uma consistência liquida
levemente pastosa, sem presença de grumos e de cor levemente amarelada (tabela 2). Ao colocar
a dieta no equipo, a mesma correu bem pela mangueira e não houve dificuldades para sua
utilização. Ao final a preparação obteve um resultado positivo, podendo ser utilizada para dietas
via enteral. Ao todo a preparação rendeu 900mL com custo de R$2,33. Sendo uma porção
equivalente a 300mL (capacidade média do equipo para dietas enterais) seu custo seria de
R$0,78, totalizando um custo diário (média de 1800mL por refeição 6x ao dia) de R$4,66. Ou
seja, tem um bom custo quando comparada a dietas enterais industrializadas (prontas), que
custam em média R$20,00 o litro.

Tabela 2 - Características físicas da dieta


Dieta Consistência Presença de grumos Cor
Diabetes Liquida levemente Ausente Amarelo claro
pastosa

6 – CONCLUSÃO

Conclui-se que a terapia nutricional enteral (TNE) é um método seguro para oferecer
nutrientes, os quais são infundidos através de sondas nasogástricas, nasoentéricas e ostomias que
fazem a preservação do sistema imune e os mecanismos de defesa do paciente que se encontrar
impossibilitado de receber uma alimentação via oral, todavia com integridade do trato
gastrintestinal, possibilitando uma terapêutica de manutenção ou recuperação do estado
nutricional com a manutenção do peso corporal e da massa muscular, evitando uma possível
desnutrição através de uma dieta enteral.

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7–REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA.


Resolução RCD nº 63 de 6 de julho de 2000. Aprova o Regulamento Técnico para fixar os
requisitos mínimos exigidos para a Terapia de Nutrição Enteral. Disponível em:
<http://www.anvisa.gov.br/legis/resol/200/63_00rcd.htm> Acesso: 24/10/2018

CAMPANELLA LCA, SILVEIRA BM, ROSÁRIO NO, SILVA AA. Terapia


nutricional enteral: a dieta prescrita é realmente infundida? Rev Bras de Nutr Clín = Braz J
Clin Nutr. 2008;23(1):21-7

CARVALHO, APPF, MODESTO, ACF, OLVEIRA , CP, PENHAVEL, FAS, VAZ,


IMF, VIEIRA, LL, ARAÚJO, LI, CARVALHO, MB, FERREIRA RF, MELO, TXAM,
VIEIRA, V Protocolo de terapia nutricional enteral e paraenteral da comissão de suporte
nutricional. Goiânia: Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás, 2014, 162 p.

HENRIQUES GS, ROSADO GP. Formulação de dietas enterais artesanais e


determinação da osmolalidade pelo método crioscópico. Rev. Nutr. 1999; 12(3):225-232.

MENEGASSI B, SANTANA LS, COELHO JC, MARTINS AO, PINTO JPAN,


NAVARRO AM. Características físico-químicas e qualidade nutricional de dietas enterais
nãoindustrializadas. Alim. Nutr. Araraquara. 2007; 18(2):127-132

SANTOS, VFN, BOTTONI, A, MORAIS TB Qualidade nutricional e microbiológica


de dietas enterais artesanais padronizadas preparadas nas residências de pacientes em
terapia nutricional domiciliar. Rev. Nutr. vol.26 no.2 Campinas mar./abr. 2013

TEIXEIRA A.C.C., CARUSO L, SORIANO FG. Terapia nutricional enteral em


unidade de terapia intensiva: infusão versus necessidades. Rev Bras Ter Intensiva.
2006;18(4):331-7

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