Aula 4 - Texto
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AULA 41
Nesta parte da apostila, esses três institutos serão estudos em conjunto, dada à
direta correlação entre eles.
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Texto baseado do Capítulo 3 do livro Direito do Trabalho para o Exame de Ordem de autoria do Professor Luis Claudio
Pereira da Silva, 2ª ed. Editora Kindle, com atualizações.
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1ª) Regra do In dubio pro operario (também denominada de in dubio pro misero): “A regra
in dubio, pro operario. Critério que deve utilizar o juiz ou o intérprete para escolher, entre
vários sentidos possíveis de uma norma, aquele que seja mais favorável ao trabalhador”.
(PLÁ RODRIGUES, 2000, p. 107).
“a) somente quando exista dúvida sobre o alcance da norma legal” (PLÁ
RODRIGUES, 2000, p. 110) e
“b) sempre que não esteja em desacordo com a vontade do legislador”. (PLÁ
RODRIGUES, 2000, p. 110).
estudo, conforme Súmula n.º 244, I, que tem a seguinte redação: “o desconhecimento do
estado gravídico pelo empregador não afasta o direito ao pagamento da indenização
decorrente da estabilidade (art. 10, II, "b" do ADCT)”.
2ª) Regra da norma mais favorável: antes de comentarmos essa regra, devemos fazer um
breve estudo sobre as fontes do Direito do Trabalho.
Por outro lado, a fonte formal é aquela que emana da autoridade competente. Um
adendo: não uso a expressão autoridade no sentido do direito público, como exclusivamente
agente do governo, mas no sentido de aquele que está autorizado por lei à criação de
normas jurídicas trabalhistas.
As fontes heterônomas são aquelas que não emanam dos próprios empregados e
empregadores reunidos, em regra, coletivamente. Ou seja, ela emana de um terceiro. Assim,
são fontes heterônomas, principalmente, e numa escala hierárquica, nos termos do art. 59,
da CF/88: normas constitucionais originais ou decorrentes de emendas constitucionais; leis
ordinárias e complementares, leis delegadas; medidas provisórias; decretos legislativos e
resoluções do congresso nacional.
possa vir a ser alterado ou a fazer com que um determinado instituto jurídico seja inserido no
Direito do Trabalho, também por meio de uma de suas fontes formais.
Por fim, ainda no âmbito das fontes heterônomas do direito do trabalho, vale
ressaltar que há outras fontes que integram o direito do trabalho em caso de lacuna,
dispondo primeiramente o caput do art. 8º, da CLT, que as autoridades administrativas e a
Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o
caso, pela jurisprudência, por analogia, por eqüidade e outros princípios e normas gerais de
direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o
direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular
prevaleça sobre o interesse público. Caso essas fontes não sejam suficientes para integrar a
lacuna, nos termos do § 1º, da CLT, poder-se-á recorrer ao direito comum, que também é
fonte subsidiária do direito do trabalho.
e o acordo coletivo de trabalho, está definido no art. 611, § 1º, da CLT, nos
seguintes termos:
Esse sempre foi o critério clássico para a aplicação da regra da norma mais
favorável à solução do caso concreto.
Nesse caso, o direito a ser aplicado aos empregados dessa categoria ou dessa
empresa ou grupo de empresas, em princípio, será aquele que lhe garanta mais vantagens.
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VI - regulamento empresarial;
Mas, nos termos do art. 611-B, da CLT, serão consideradas ilícitas as cláusulas
de convenção ou acordo coletivo de trabalho a supressão ou redução dos seguintes direitos:
IV - salário mínimo;
VII - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;
VIII - salário-família;
XII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do
que o salário normal;
XIX - aposentadoria;
XXI - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo
prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos
após a extinção do contrato de trabalho;
XXX - as disposições previstas nos arts. 373-A, 390, 392, 392-A, 394, 394-A, 395,
396 e 400 desta Consolidação.
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Contudo, apesar das restrições previstas nos incisos do art. 611-B, da CLT,
regras sobre duração do trabalho e intervalos não são consideradas como normas de saúde,
higiene e segurança do trabalho, não sendo ilícitas as convenções e acordos coletivos de
trabalho que tratem dessa temática.
Desse modo, podemos concluir que a regra da norma mais favorável tem sua
aplicabilidade atualmente mitigada diante das modificações impostas pela reforma
trabalhista.
3ª) Regra da condição mais benéfica: “A regra da condição mais benéfica. Critério pelo
qual a aplicação de uma nova norma trabalhista nunca deve servir para diminuir as
condições mais favoráveis em que se encontrava um trabalhador”. (PLÁ RODRIGUES,
2000, 107). Ou seja, estabelecidas condições de trabalho no contrato de trabalho ou em
norma empresarial, não pode o empregador modificar as condições entabuladas em prejuízo
do empregado.
Tal como ocorre na regra da norma mais favorável, esse princípio não será
aplicado se o contrato de trabalho do empregado for regido pelo mínimo legal e houver
alteração em norma de ordem pública, como, por exemplo, se a lei alterar o adicional de
periculosidade de 30% para 10%. Nesse caso, o empregado que recebia adicional de 30%
por força de lei, passará a receber adicional de 10% por ter sido este o novo adicional
legalmente estabelecido.
Por isso, dispõe o art. 9º, da CLT, que “serão nulos de pleno direito os atos
praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos
contidos na presente Consolidação”.
Por isso, entende-se que essa relação tenha sido constituída, em regra, sem
prazo para terminar. Caso essa relação tenha sido constituída com prazo determinado, ou
tenha terminado antes do prazo alegado pelo empregado, esta prova caberá ao
empregador, nos termos da Súmula 212, do TST:
Contudo, o art. 7º, da CF/88, prevê que os sindicatos possam transacionar alguns
direitos trabalhistas, quais sejam: redução circunstancial dos salários (VI); a compensação
de horários e a redução da jornada de trabalho (XIII) e, por fim, a majoração da jornada de
trabalho em caso de turno ininterrupto de revezamento (XIV).
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Por fim, vale ressaltar que o empregado que recebe mais de duas vezes o teto do
INSS poderá eleger a via da arbitragem para que eventual litígio possa ser dirimido por um
árbitro, abrindo mão da solução de seu litígio pela Justiça do Trabalho, conforme
expressamente autorizado pelo art. 507-A, da CLT.
Exercício 21 - Advogado – CEAGESP – SP – 2018 - Indique abaixo qual das alternativas não
compõe as fontes de lei formais no Direito do Trabalho:
A) Contrato de Trabalho.
B) Tratados Internacionais.
C) Constituição Federal.
D) Fatores econômicos, sociais, políticos, culturais, religiosos, biológicos, qu e influenciaram a
produção da norma.
Exercício 24 - Procurador do Estado – PGE – RS – 2021 - Nos termos das normas de Direito do
Trabalho vigentes, constitui objeto ilícito de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho a
alteração prejudicial ao trabalhador do seguinte direito disciplinado em lei:
A) Teletrabalho, regime de sobreaviso e trabalho intermitente.
B) Banco de horas anual.
C) Modalidade de registro de jornada de trabalho.
D) Participação nos lucros ou resultados da empresa.
E) Número de dias de férias devidas ao empregado.
Exercício 26 - Advogado – CRF – AC – 2019 - A permanência de cláusulas contratuais que são mais
vantajosas ao trabalhador e que devem permanecer durante a vigência do vínculo empregatício, trata -
se do princípio:
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REFERÊNCIAS