Lei Improbidade123
Lei Improbidade123
Lei Improbidade123
Improbidade Administrativa
Prof. Herbert Almeida
PC MA/2018
À luz da CF, os atos de improbidade administrativa poderão
acarretar o(a)
a) suspensão dos direitos políticos
b) disponibilidade dos bens.
c) cassação de direitos políticos.
d) suspensão da função pública.
e) ressarcimento ao erário, o que inviabiliza a persecução penal.
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O que é improbidade?
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O que é improbidade?
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O que é improbidade?
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Dolo
§ 2º Considera-se dolo a vontade livre e consciente de alcançar o resultado
ilícito tipificado nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, não bastando a voluntariedade
do agente.
Divergência interpretativa de lei
§ 8º Não configura improbidade a ação ou omissão decorrente de divergência
interpretativa da lei, baseada em jurisprudência, ainda que não pacificada, mesmo
que não venha a ser posteriormente prevalecente nas decisões dos órgãos de
controle ou dos tribunais do Poder Judiciário.
TCE CE
[...] os atos de improbidade foram disciplinados pela Lei Federal no
8.429/1992.
Segundo o referido regime jurídico, o ato de improbidade em si não
constitui crime e não pode caracterizá-lo, isso em razão do princípio
da especialidade
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Princípios do direito administ.
sancionador
§ 4º Aplicam-se ao sistema da improbidade disciplinado nesta Lei os princípios
constitucionais do direito administrativo sancionador.
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Sujeito passivo (quem sofre) – art. 1º
§ 5º Os atos de improbidade violam a probidade na organização do Estado e no
exercício de suas funções e a integridade do patrimônio público e social dos Poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário, bem como da administração direta e indireta, no
âmbito da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.
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Sujeito passivo (quem sofre) – art. 1º
§ 6º Estão sujeitos às sanções desta Lei os atos de improbidade praticados contra o
patrimônio de entidade privada que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal
ou creditício, de entes públicos ou governamentais, previstos no § 5º deste artigo.
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Sujeito passivo (quem sofre)
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Sujeito ativo (quem comete)
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público o agente político, o
servidor público e todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem
remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades
referidas no art. 1º desta Lei.
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Sujeito ativo (quem comete)
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Sujeito ativo (quem comete)
Parágrafo único. No que se refere a recursos de origem pública, sujeita-se às sanções
previstas nesta Lei o particular, pessoa física ou jurídica, que celebra com a
administração pública convênio, contrato de repasse, contrato de gestão, termo de
parceria, termo de cooperação ou ajuste administrativo equivalente.
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Sujeito ativo (quem comete)
Art. 3º As disposições desta Lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo
não sendo agente público, induza ou concorra dolosamente para a prática do ato de
improbidade. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
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Sujeito ativo (quem comete)
Responde como “terceiros”
Ato punível na
Pessoa Lei Anticorrupção
Jurídica
princípio
constitucional do
non bis in idem
Não responderá se
LAC + LIA
sócios, cotistas,
diretores e Regra Não respondem
colaboradores
(i) participação;
Exceto
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respondem nos limites da participação
Sujeito ativo (quem comete)
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1. FGV – CGU / 2022
Determinada organização não governamental (ONG), por ato de seu presidente, praticou
dolosamente ato tipificado como de improbidade administrativa (mas não previsto na Lei
Anticorrupção), quando da execução de convênio com recursos obtidos (subvenção) da União.
As ilegalidades foram constatadas pela Controladoria-Geral da União (CGU), que as noticiou ao
Ministério Público Federal (MPF). As apurações, tanto da CGU como do MPF, não conseguiram
evidenciar a participação de qualquer agente público responsável pelo repasse ou fiscalização da
verba pública, mas tornaram inequívoco o dolo de João, presidente da ONG, que praticou e se
beneficiou do ato ilícito.
De acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça:
a) não poderá ser ajuizada ação civil pública por ato de improbidade administrativa em face da ONG
e de João, pois é imprescindível a concomitante presença de agente público no polo passivo da
demanda;
b) não poderá ser ajuizada ação civil pública por ato de improbidade administrativa em face da ONG
e de João, pois não houve prejuízo direto ao erário da União, e sim ao patrimônio da entidade
privada;
Questões FGV
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1. FGV – CGU/2022
c) não poderá ser ajuizada ação civil pública por ato de improbidade administrativa em face da
ONG e de João, pois o ato ilícito praticado não está tipificado pela Lei Anticorrupção como
ato lesivo à Administração Pública;
d) poderá ser ajuizada ação civil pública por ato de improbidade administrativa em face da
ONG e de João, pois a Lei de Improbidade se aplica às entidades privadas que recebem
subvenção da União, equiparando seus dirigentes à condição de agentes públicos
e) poderá ser ajuizada ação civil pública por ato de improbidade administrativa em face da
ONG e de João, pois, independentemente de haver subvenção, benefício ou incentivo, fiscal
ou creditício de entes públicos ou governamentais, as ONGs se submetem à Lei de
Improbidade, por integrarem o chamado terceiro setor.
Questões FGV
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REsp 1.845.674: Hipótese em que os autos evidenciam supostas
irregularidades perpetradas pela organização não governamental
denominada Instituto Projeto Viver, quando da execução de convênio com
recursos obtidos do Governo Federal, circunstância que equipara o
dirigente da referida ONG a agente público para os fins de improbidade
administrativa, nos termos do dispositivo acima mencionado.
Questões FGV
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2. FGV – CGU/2022
Em janeiro de 2022, João, agente público federal, no exercício da função pública, concedeu
benefício administrativo à sociedade empresária Alfa, sem a observância das formalidades
legais e regulamentares aplicáveis à espécie. O Ministério Público Federal instaurou inquérito
civil para apurar eventual prática de ato de improbidade administrativa e João se manifestou
no bojo desse procedimento investigatório alegando e provando que a concessão do benefício
administrativo decorreu de divergência interpretativa da lei, baseada em jurisprudência.
De acordo com o texto atual da Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/1992, com as
alterações introduzidas pela Lei nº 14.230/2021), é correto afirmar que:
a) foi praticado ato de improbidade administrativa ao menos culposo, mesmo diante da
alegação e provação de que a concessão do benefício administrativo decorreu de divergência
interpretativa da lei, baseada em jurisprudência;
b) foi praticado ato de improbidade administrativa pela sociedade empresária Alfa, que se
beneficiou do ato ilícito e, na sua responsabilização, deverão ser desconsiderados os efeitos
econômicos e sociais das sanções;
Questões FGV
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2. FGV – CGU/2022
c) os sócios, os cotistas, os diretores e os colaboradores da sociedade empresária Alfa
respondem por ato de improbidade que venha a ser imputado à pessoa jurídica, mesmo se
não tiver havido participação e benefícios diretos;
d) as sanções da Lei de Improbidade se aplicariam à sociedade empresária Alfa, mesmo se o
ato de improbidade administrativa também fosse sancionado como ato lesivo à administração
pública de que trata a Lei nº 12.846/2013;
e) não configura improbidade o ato praticado por João, porque decorrente de divergência
interpretativa da lei, baseada em jurisprudência, ainda que não pacificada, mesmo que não
venha a ser posteriormente prevalecente nas decisões dos órgãos de controle ou dos tribunais
do Poder Judiciário
Questões FGV
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Art. 1º. § 8º Não configura improbidade a ação ou omissão decorrente de divergência interpretativa da
lei, baseada em jurisprudência, ainda que não pacificada, mesmo que não venha a ser posteriormente
prevalecente nas decisões dos órgãos de controle ou dos tribunais do Poder Judiciário.
Art. 12. § 3º Na responsabilização da pessoa jurídica, deverão ser considerados os efeitos econômicos e
sociais das sanções, de modo a viabilizar a manutenção de suas atividades.
Questões FGV
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Art. 3º § 2º As sanções desta Lei não se aplicarão à pessoa jurídica, caso o ato de improbidade
administrativa seja também sancionado como ato lesivo à administração pública de que trata a Lei nº
12.846, de 1º de agosto de 2013.
Art. 12. § 7º As sanções aplicadas a pessoas jurídicas com base nesta Lei e na Lei nº 12.846, de 1º de
agosto de 2013, deverão observar o princípio constitucional do non bis in idem.
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3. FGV – MPE GO/2022
Em razão de intensas chuvas ocorridas em Cavalcante, no nordeste de Goiás, a cheia do rio
Prata causou enorme destruição e deixou desabrigadas centenas de famílias carentes que
vivem na região. Com a aquiescência do poder público municipal, vários particulares se
voluntariaram para auxiliar as vítimas daquele desastre natural, sobretudo mediante a
organização e distribuição dos alimentos, roupas e outros itens doados a partir de diversas
regiões do Estado e do país. Instado por notícia de desvio desses mantimentos, o Ministério
Público instaurou inquérito civil e angariou elementos informativos robustos no sentido de que
José, um dos voluntários, efetivamente se apropriou de parte dos bens doados às vítimas.
Na situação hipotética descrita, consoante o magistério da doutrina especializada e a
legislação vigente, é correto afirmar que José:
a) não pode ser considerado sujeito ativo da improbidade administrativa, tampouco sofrer as
sanções cominadas na Lei nº 8.429/1992, porquanto não figura como agente público nem
como terceiro partícipe de uma conduta ímproba imputável a agente público;
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3. FGV – MPE GO/2022
b) pode ser considerado sujeito ativo da improbidade administrativa e responder por ato
ímprobo que importa em enriquecimento ilícito, pois figura como agente de fato
putativo, que desempenha uma atividade pública com a presunção de legitimidade;
c) pode ser considerado sujeito ativo da improbidade administrativa e sofrer as sanções
cominadas na Lei nº 8.429/1992, diploma legal que admite a responsabilização de
particulares de forma desvinculada da existência de um ato ímprobo imputável a agente
público;
d) não pode ser considerado sujeito ativo da improbidade administrativa, porquanto não
mantém vínculo formal com o poder público, tampouco sofrer as sanções cominadas na
Lei nº 8.429/1992, diploma legal que não se destina à tutela do patrimônio privado;
e) pode ser considerado sujeito ativo da improbidade administrativa e responder por ato
ímprobo que importa em enriquecimento ilícito, pois figura como agente de fato
necessário, que exerce a função pública em situação de calamidade ou de emergência
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SUCESSORES
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Responsabilidade dos sucessores
Art. 8º-A A responsabilidade sucessória de que trata o art. 8º desta Lei aplica-se
também na hipótese de alteração contratual, de transformação, de incorporação, de
fusão ou de cisão societária. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
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OBRIGADO
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ATOS DE IMPROBIDADE EM ESPÉCIE
Lesão ao erário
Dolo
Enriquecimento ilícito
Perceber
vantagem
patrimonial
Nas
entidades
sujeitas ao Indevida
alcance da
LIA Enriquecimento
ilícito
Em razão do
exercício da Forma
função dolosa
estatal
Atos de improbidade administrativa
I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra
vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação
ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou
amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público;
III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta
ou locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço
inferior ao valor de mercado;
Atos de improbidade administrativa
IV - utilizar, em obra ou serviço particular, qualquer bem móvel, de propriedade ou à
disposição de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta Lei, bem como o trabalho
de servidores, de empregados ou de terceiros contratados por essas entidades;
(Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Atos de improbidade administrativa
V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a
exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando,
de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores
integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei;
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo
patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei.
4. FGV – CGU/2022
Em matéria de enriquecimento ilícito, a Convenção Interamericana contra a Corrupção (promulgada
por meio do Decreto nº 4.410/2002) estabelece que, sem prejuízo de sua Constituição e dos
princípios fundamentais de seu ordenamento jurídico, os Estados Partes que ainda não o tenham
feito adotarão as medidas necessárias para tipificar como delito em sua legislação o aumento do
patrimônio de um funcionário público que exceda de modo significativo sua renda legítima durante o
exercício de suas funções e que não possa justificar razoavelmente.
Nesse contexto, não obstante não tenha natureza criminal, a Lei de Improbidade Administrativa (Lei
nº 8.429/1992, com as alterações introduzidas pela Lei nº 14.230/2021) dispõe que adquirir, para si
ou para outrem, no exercício de mandato, de cargo, de emprego ou de função pública, e em razão
deles, bens de qualquer natureza, decorrentes dos atos descritos no caput do Art. 9º, da Lei de
Improbidade, cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente
público, constitui ato de improbidade administrativa que:
a) importa enriquecimento ilícito, desde que previamente comprovada a origem espúria dos valores
utilizados;
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4. FGV – CGU/2022
b) causa prejuízo ao erário, e é assegurada a demonstração pelo agente da licitude da origem
dessa evolução;
c) importa enriquecimento ilícito, e é assegurada a demonstração pelo agente da licitude da
origem dessa evolução
d) causa prejuízo ao erário, e é desnecessário assegurar a demonstração pelo agente da
licitude da origem dessa evolução;
e) atenta contra os princípios da administração pública, desde que previamente comprovada a
origem espúria dos valores utilizados.
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Art. 9º VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, de cargo, de emprego ou de
função pública, e em razão deles, bens de qualquer natureza, decorrentes dos atos descritos no caput
deste artigo, cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público,
assegurada a demonstração pelo agente da licitude da origem dessa evolução;
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Lesão ao erário
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão
ao erário qualquer ação ou omissão dolosa, que enseje, efetiva e
comprovadamente, perda patrimonial, desvio, apropriação,
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades
referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente:
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Lesão ao erário
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Lesão ao erário
I - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a indevida incorporação ao
patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, de rendas, de verbas ou
de valores integrantes do acervo patrimonial das entidades referidas no art. 1º desta
Lei; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens,
rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades
mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das formalidades legais ou
regulamentares aplicáveis à espécie;
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que
de fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de
qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das
formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie;
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Lesão ao erário
IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do
patrimônio de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a
prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de mercado;
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço
superior ao de mercado;
VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e
regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea;
VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades
legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
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Lesão ao erário
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para
celebração de parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los
indevidamente, acarretando perda patrimonial efetiva; (Redação dada pela Lei nº
14.230, de 2021)
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Lesão ao erário
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Lesão ao erário
X - agir ilicitamente na arrecadação de tributo ou de renda, bem como no que diz
respeito à conservação do patrimônio público; (Redação dada pela Lei nº 14.230,
de 2021)
XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente;
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Sujeito passivo (quem sofre) – art. 1º
XXII - conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário contrário ao que
dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de
2003. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
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Sujeito passivo (quem sofre) – art. 1º
§ 1º Nos casos em que a inobservância de formalidades legais ou regulamentares
não implicar perda patrimonial efetiva, não ocorrerá imposição de ressarcimento,
vedado o enriquecimento sem causa das entidades referidas no art. 1º desta Lei.
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
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5. FGV – CGU / 2022
Em janeiro de 2022, José, servidor público federal, no exercício de sua competência e de
forma comprovadamente culposa, praticou ato que causou prejuízo ao erário, na medida em
que realizou operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares.
Consoante dispõe a Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/1992, com as alterações
introduzidas pela Lei nº 14.230/2021), José:
a) praticou ato de improbidade administrativa, por expressa previsão legal, visto que ocorreu
efetivo dano ao erário, que deve ser objeto de ressarcimento, assim como devem ser aplicadas
as demais sanções previstas no Art. 12 daquela lei;
b) não praticou ato de improbidade administrativa, pois, apesar de ter causado prejuízo ao
erário, não restou provado, de forma cumulativa, enriquecimento ilícito ou violação dos
princípios da administração pública por parte de José, ainda que de forma culposa;
Questões FGV
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5. FGV – CGU/2022
c) não praticou ato de improbidade administrativa, por falta de tipicidade prevista nos Arts. 9º,
10 e 11 da citada lei, sendo irrelevante o fato de sua conduta ter sido culposa ou dolosa, visto
que ocorreu dano ao erário;
d) não praticou ato de improbidade administrativa, pois para tal é imprescindível que a
conduta seja dolosa, assim entendida como aquela praticada com vontade livre e consciente
de alcançar o resultado ilícito tipificado nos Arts. 9º, 10 e 11 da citada lei, não bastando a
voluntariedade do agente
e) praticou ato de improbidade administrativa, pois o mero exercício da função ou
desempenho de competências públicas que causar dano ao erário, independentemente de
comprovação de ato doloso com fim ilícito, constitui ato de improbidade, pelo princípio da
indisponibilidade do erário.
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Art. 11 § 4º Os atos de improbidade de que trata este artigo exigem lesividade relevante
ao bem jurídico tutelado para serem passíveis de sancionamento e independem do
reconhecimento da produção de danos ao erário e de enriquecimento ilícito dos agentes
públicos.
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Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer
ação ou omissão dolosa, que enseje, efetiva e comprovadamente, perda patrimonial,
desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades
referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente:
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Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta
contra os princípios da administração pública a ação ou omissão
dolosa que viole os deveres de honestidade, de imparcialidade e
de legalidade, caracterizada por uma das seguintes condutas: [...].
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As principais mudanças, realizadas pela Lei 14.230/2021, foram:
(i) a expressa exigência de dolo, que na definição da LIA passa a ser o dolo
específico, logo não mais admitindo dolo genérico;
(ii) o rol de condutas passa a ser taxativo;
(iii) foi excluída a violação do dever de “lealdade às instituições”, que constava
no caput do art. 11;
(iv) foram revogadas as condutas descritas nos incs. I, II, IX e X do art. 11;
(v) foram inseridas duas novas condutas: inc. XI (nepotismo) e XII (promoção
pessoal).
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III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das
atribuições e que deva permanecer em segredo, propiciando
beneficiamento por informação privilegiada ou colocando em risco a
segurança da sociedade e do Estado;
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V - frustrar, em ofensa à imparcialidade, o caráter concorrencial de
concurso público, de chamamento ou de procedimento licitatório, com
vistas à obtenção de benefício próprio, direto ou indireto, ou de
terceiros;
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VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo, desde
que disponha das condições para isso, com vistas a ocultar
irregularidades;
VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes
da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica
capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.
VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e
aprovação de contas de parcerias firmadas pela administração pública
com entidades privadas.
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XI - nomear cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral
ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante
ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção,
chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de
confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública
direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante
designações recíprocas;
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XII - praticar, no âmbito da administração pública e com recursos do
erário, ato de publicidade que contrarie o disposto no § 1º do art. 37 da
Constituição Federal, de forma a promover inequívoco enaltecimento
do agente público e personalização de atos, de programas, de obras, de
serviços ou de campanhas dos órgãos públicos.
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SANÇÕES
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Sanções
EI LE
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Sanções
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Diferença de perda da função e
demissão
6. FGV – TCU/2022
No mês de novembro de 2021, Joaquim, servidor público federal, de forma dolosa, em razão de suas
funções, utilizou, em obra particular, consistente na reforma de sua cobertura, o trabalho de
empregados de sociedade empresária contratada pela União para prestar serviços gerais de faxina no
setor em que Joaquim está lotado e exerce a função de supervisor. O fato foi noticiado ao Ministério
Público Federal (MPF), que ajuizou ação civil pública por ato de improbidade administrativa em face
de Joaquim. Em paralelo e sem prejuízo à atuação do MPF, a Administração Pública Federal instaurou
processo administrativo disciplinar (PAD) e, após sua regular tramitação, aplicou a Joaquim a pena
disciplinar de demissão, quando a ação de improbidade ainda estava em fase de réplica, sendo certo
que o feito judicial até hoje ainda não foi sentenciado.
Inconformado com a pena de demissão recebida, Joaquim ajuizou ação judicial pleiteando a anulação
de todo o PAD, alegando três motivos: i) o fato que lhe foi atribuído não é punível com sanção de
demissão, pois não houve dano ao erário; (ii) os funcionários terceirizados não são servidores
públicos, razão por que não há que se falar em improbidade administrativa; (iii) o PAD deve ser
suspenso, por questão prejudicial, no aguardo do trânsito em julgado da ação civil pública ajuizada
em seu desfavor.
Questões FGV
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6. FGV – TCU/2022
Consoante jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, o Poder Judiciário deve julgar o pedido:
a) improcedente, pois Joaquim praticou ato de improbidade administrativa que enseja a aplicação da
sanção disciplinar de demissão pela autoridade administrativa, independentemente de prévia
condenação, por autoridade judicial, à perda da função pública
b) improcedente, pois, em matéria de sanções funcionais, não cabe ao Poder Judiciário analisar a
legalidade do PAD, sob pena de se imiscuir no mérito administrativo e violar o princípio da separação
dos poderes;
c) parcialmente procedente, pois, não obstante os fatos apurados não constituírem ato de
improbidade administrativa, é necessário se aguardar o trânsito em julgado da ação de improbidade
em curso, e o prazo para instauração do novo PAD está interrompido;
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6. FGV – TCU/2022
d) parcialmente procedente, a fim de anular somente o último ato administrativo praticado no
PAD, qual seja, a aplicação da sanção de demissão, que deve ser substituída pela sanção
disciplinar de suspensão por sessenta dias;
e) parcialmente procedente, a fim de anular somente o último ato administrativo praticado no
PAD, qual seja, a aplicação da sanção de demissão, devendo o PAD ser suspenso até o trânsito
em julgado da ação de improbidade em curso, para se evitar decisões contraditórias do poder
público.
Questões FGV
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Súmula 651 do STJ: “Compete à autoridade administrativa aplicar a servidor
público a pena de demissão em razão da prática de improbidade
administrativa, independentemente de prévia condenação, por autoridade
judicial, à perda da função pública”.
Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos: [...] IV - improbidade
administrativa;
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Art. 9º Constitui ato de improbidade administrativa importando em enriquecimento ilícito
auferir, mediante a prática de ato doloso, qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em
razão do exercício de cargo, de mandato, de função, de emprego ou de atividade nas entidades
referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente:
Súmula 651 do STJ: “Os prazos prescricionais previstos no art. 142 da Lei nº 8.112/1990 iniciam-
se na data em que a autoridade competente para a abertura do procedimento administrativo
toma conhecimento do fato, interrompem-se com o primeiro ato de instauração válido -
sindicância de caráter punitivo ou processo disciplinar - e voltam a fluir por inteiro, após
decorridos 140 dias desde a interrupção”.
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7. FGV – MPE GO/2022
O Ministério Público do Estado de Goiás ajuizou ação civil pública por ato de
improbidade administrativa em face de João, servidor público estadual titular de cargo
efetivo. Na peça vestibular, o Parquet imputou a João a conduta de coordenar vasto
esquema de desvio de recursos públicos no âmbito de contratações emergenciais na
área da saúde. No curso do processo e antes da prolação da sentença, João comunicou
a sua aposentadoria, regularmente concedida pela administração após o preenchimento
dos requisitos legais.
Em conformidade com a jurisprudência atual dos Tribunais Superiores, e considerando
que os fatos narrados na inicial foram sobejamente comprovados ao longo da instrução
probatória, a autoridade judicial:
a) poderá aplicar a João a cassação de sua aposentadoria, uma vez que a ausência de
previsão expressa de tal sanção na Lei nº 8.429/1992 não impede a sua imposição como
consequência lógica da condenação à perda da função pública;
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7. FGV – MPE GO/2022
b) poderá infligir a sanção de cassação de aposentadoria ao servidor aposentado no
curso do processo, haja vista a cominação expressa de tal penalidade no Art. 12 da Lei
de Improbidade Administrativa;
c) não poderá impor a João a cassação de sua aposentadoria, porque tal penalidade não
está expressamente cominada na Lei nº 8.429/1992 e vigora o princípio da legalidade
estrita em matéria de direito sancionador
d) não poderá aplicar a João a cassação de sua aposentadoria, porque tal sanção é
incompatível com o caráter contributivo e solidário do regime próprio de previdência dos
servidores públicos;
e) poderá impor a João a cassação de sua aposentadoria, porque a previsão expressa de
tal sanção no estatuto dos servidores estaduais atende ao princípio da legalidade e
permite o diálogo de fontes em matéria de direito sancionador.
Questões FGV
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1. Na forma da jurisprudência, "as normas que descrevem infrações administrativas e
cominam penalidades constituem matéria de legalidade estrita, não podendo sofrer
interpretação extensiva" (AgInt no REsp 1.423.452/SP, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES,
PRIMEIRA TURMA, DJe 13/03/2018).
2. "O art. 12 da Lei 8.429/92, quando cuida das sanções aplicáveis aos agentes públicos que
cometem atos de improbidade administrativa, não contempla a cassação de aposentadoria,
mas tão só a perda da função pública. As normas que descrevem infrações administrativas e
cominam penalidades constituem matéria de legalidade estrita, não podendo sofrer
interpretação extensiva" (REsp 1.564.682/RO, Rel. Ministro OLINDO MENEZES
(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TRF 1ª REGIÃO), PRIMEIRA TURMA, DJe 14/12/2015).
3. Viola a coisa julgada a decisão que, em cumprimento de sentença de ação de improbidade
administrativa, determina conversão da pena de perda da função pública em cassação de
aposentadoria, por ausência de previsão no título executivo
AgInt no RECURSO ESPECIAL Nº 1.496.347 - ES (2 de agosto de 2018)
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8. FGV – PCE RJ/2022
Mário, inspetor de polícia Civil do Estado Alfa, está lotado na Xª Delegacia de Polícia há mais de dez
anos. Com o objetivo de aumentar ilicitamente sua renda mensal, Mário recebia, mensalmente,
vantagem econômica direta consistente em R$ 5.000,00, para tolerar a exploração e a prática de
jogos de azar.
De acordo com a tipologia da Lei nº 8.429/1992, Mário cometeu ato de improbidade administrativa
que:
a) importou enriquecimento ilícito e está sujeito, após o devido processo administrativo, a sanções
como, por exemplo, perda da função pública, multa civil e suspensão dos direitos políticos;
b) importou enriquecimento ilícito e está sujeito, após o devido processo judicial, a sanções como,
por exemplo, perda dos valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, perda da função pública e
suspensão dos direitos políticos
c) causou prejuízo ao erário e está sujeito, após o devido processo administrativo, a sanções como,
por exemplo, perda da função pública, multa civil e suspensão dos direitos políticos pelo prazo de até
oito anos;
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8. FGV – PCE RJ/2022
d) atentou contra os princípios da Administração Pública e está sujeito, após o devido processo
administrativo, a sanções como, por exemplo, ressarcimento ao erário, multa civil e cassação
dos direitos políticos;
e) atentou contra os princípios da Administração Pública e está sujeito, após o devido processo
judicial, a sanções como, por exemplo, perda da função pública e proibição de contratar com o
poder público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios pelo prazo de oito
anos.
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Art. 9º V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta
ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de
lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer
outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
Perda dos bens Perda da função Suspensão dos d. Multa Proibição de contratar /
políticos receber benef.
EI X X Até 14 anos Equiv. acréscimo Até 14 anos
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9. FGV – SEFAZ ES/2021
No ano de 2022, João, ocupante do cargo efetivo de Consultor do Tesouro Estadual do
Estado Gama, praticou ato de improbidade administrativa consistente em receber
dolosamente, para si, dinheiro, a título de presente de sociedade empresária que tinha
interesse direto que podia ser amparado por ação ou omissão decorrente de suas atribuições
como agente público.
O Ministério Público, após investigação por meio de inquérito civil, ajuizou ação civil pública
por ato de improbidade administrativa.
Com receio de perder sua função pública, João pretende pedir exoneração e prestar novo
concurso público para o cargo de Procurador do Estado Gama.
No caso em tela, de acordo com a Lei nº 8.429/92 (com redação dada pela Lei nº 14.230/21), a
sanção de perda da função pública
a) não mais figura como penalidade a ser eventualmente aplicada a João, que pode receber
outras sanções, como suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos.
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9. FGV – SEFAZ ES/2021
b) não mais figura como penalidade a ser eventualmente aplicada a João, que pode receber
outras sanções, como pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração
percebida pelo agente.
c) atinge automaticamente todo e qualquer cargo, emprego ou função pública exercidos por
João no momento em que ocorrer o trânsito em julgado de eventual decisão condenatória.
d) atinge automaticamente todo e qualquer cargo, emprego ou função pública exercidos por
João no momento em que for publicada eventual sentença condenatória e eventual apelação
não tem, em regra, efeito suspensivo.
e) atinge apenas o vínculo da mesma qualidade e natureza que João detinha com o poder
público na época do cometimento da infração, podendo o magistrado, em caráter excepcional,
estendê-la aos demais vínculos, consideradas as circunstâncias do caso e a gravidade da
infração
Questões FGV
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§ 1º A sanção de perda da função pública, nas hipóteses dos incisos I e II
do caput deste artigo, atinge apenas o vínculo de mesma qualidade e natureza que
o agente público ou político detinha com o poder público na época do
cometimento da infração, podendo o magistrado, na hipótese do inciso I
do caput deste artigo, e em caráter excepcional, estendê-la aos demais vínculos,
consideradas as circunstâncias do caso e a gravidade da infração.
Questões FGV
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Multa
§ 2º A multa pode ser aumentada até o dobro, se o juiz considerar que, em virtude
da situação econômica do réu, o valor calculado na forma dos incisos I, II e III do
caput deste artigo é ineficaz para reprovação e prevenção do ato de improbidade.
Alcance da proibição de contratar com o
poder público
§ 4º Em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a
sanção de proibição de contratação com o poder público pode extrapolar o ente
público lesado pelo ato de improbidade, observados os impactos econômicos e
sociais das sanções, de forma a preservar a função social da pessoa jurídica,
conforme disposto no § 3º deste artigo.
10. FGV – SSP AM/2022
Os policiais militares Antônio e João, do Estado Beta, no exercício da função e de forma dolosa, receberam
vantagem econômica direta, consistente em propina no valor de trinta mil reais, para tolerar a prática de
narcotráfico por determinada organização criminosa.
No caso em tela, de acordo com a Lei nº 8.429/92 (com alterações da Lei nº 14.230/21), Antônio e João
a) não praticaram ato de improbidade administrativa, pois não houve efetivo prejuízo ao erário estadual, mas
respondem nas esferas disciplinar e criminal.
b) não praticaram ato de improbidade administrativa, até que sobrevenha decisão judicial transitada em
julgado em processo criminal reconhecendo a prática do delito.
c) praticaram ato de improbidade administrativa que viola princípios da administração pública e estão
sujeitos, entre outras, à sanção de cassação dos direitos políticos.
d) praticaram ato de improbidade administrativa que importa enriquecimento ilícito e estão sujeitos, entre
outras, à sanção de suspensão dos direitos políticos até 14 (catorze) anos
e) praticaram ato de improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário e estão sujeitos, entre outras, à
sanção de pagamento de multa civil de até o dobro do valor da remuneração percebida pelos agentes.
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11. FGV – MPE BA/2022
O Ministério Público do Estado da Bahia ajuizou em face de João, ex-prefeito do Município Alfa, ação civil
pública de improbidade administrativa, imputando-lhe a prática de ato ilícito que causou prejuízo ao erário,
na medida em que frustrou a licitude de processo licitatório para beneficiar determinada sociedade
empresária, acarretando perda patrimonial efetiva ao Município. No caso em tela, no bojo da citada ação
civil pública por ato de improbidade administrativa, além do ressarcimento ao erário, João está sujeito a
algumas sanções como, por exemplo:
a) pena privativa de liberdade de reclusão, suspensão dos direitos políticos por determinado prazo e
indisponibilidade de bens;
b) cassação dos direitos políticos, proibição de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou
incentivos fiscais ou creditícios por prazo determinado e prisão;
c) pena privativa de liberdade de detenção, multa penal e proibição de contratar com o poder público por
prazo determinado;
d) perda da função pública, suspensão dos direitos políticos por determinado prazo e pagamento de multa
civil
e) indisponibilidade de bens, perda da função pública e proibição para sempre de contratar com o poder
público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.
Questões FGV
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12. FGV – PC AM/2022
Em janeiro de 2022, o policial civil João, do Estado Alfa, de forma dolosa, a fim de obter
proveito ou benefício indevido para outra pessoa, revelou fato de que tinha ciência em
razão das suas atribuições e que devia permanecer em segredo, propiciando
beneficiamento a terceiro por informação privilegiada.
Consoante dispõe a Lei de Improbidade Administrativa (com as alterações introduzidas
pela Lei nº 14.230/21), João praticou ato de improbidade administrativa que atentou
contra os princípios da Administração Pública (Art. 11 da Lei nº 8.429/92) e, no bojo de
ação civil pública por ato de improbidade administrativa, o policial
a) não está sujeito a perda da função pública, por ausência de previsão legal
b) está sujeito a perda da função pública, que atinge qualquer vínculo existente entre o
agente público e o poder público no momento do trânsito em julgado da sentença.
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12. FGV – PC AM/2022
c) está sujeito a perda da função pública, que atinge qualquer vínculo existente entre o
agente público e o poder público no momento em que for prolatada a sentença.
d) está sujeito a perda da função pública, que atinge apenas o vínculo de mesma
qualidade e natureza que o agente público detinha com o poder público na época do
cometimento da infração.
e) está sujeito à perda da função pública, que atinge apenas o vínculo de mesma
qualidade e natureza que o agente público detinha com o poder público na época do
cometimento da infração, podendo o magistrado, em caráter excepcional, estendê-la aos
demais vínculos, consideradas as circunstâncias do caso e a gravidade da infração.
Questões FGV
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PRESCRIÇÃO
§ 2º O inquérito civil para apuração do ato de improbidade será concluído no prazo de 365
(trezentos e sessenta e cinco) dias corridos, prorrogável uma única vez por igual período,
mediante ato fundamentado submetido à revisão da instância competente do órgão ministerial,
conforme dispuser a respectiva lei orgânica. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 3º Encerrado o prazo previsto no § 2º deste artigo, a ação deverá ser proposta no prazo de 30
(trinta) dias, se não for caso de arquivamento do inquérito civil.
Improbidade Administrativa
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Prescrição
Suspensão da prescrição Prazo máximo do inquérito civil
▪ com a instauração do inquérito civil ou ▪ até 365 dias corridos;
processo administrativo; ▪ prorrogável uma vez por igual período.
▪ prazo máximo de 180 dias.
Improbidade Administrativa
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Prescrição
O prazo da prescrição interrompe-se:
a) pelo ajuizamento da ação de improbidade administrativa;
b) pela publicação da sentença condenatória;
c) pela publicação de decisão ou acórdão de Tribunal de Justiça ou Tribunal
Regional Federal que confirma sentença condenatória ou que reforma
sentença de improcedência;
d) pela publicação de decisão ou acórdão do Superior Tribunal de Justiça que
confirma acórdão condenatório ou que reforma acórdão de improcedência;
e) pela publicação de decisão ou acórdão do Supremo Tribunal Federal que
confirma acórdão condenatório ou que reforma acórdão de improcedência.
Improbidade Administrativa
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Prescrição
§ 5º Interrompida a prescrição, o prazo recomeça a correr do dia da interrupção, pela metade do
prazo previsto no caput deste artigo.
Improbidade Administrativa
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Improbidade Administrativa
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STF,RE 852.475:
São imprescritíveis as ações de ressarcimento ao erário
fundadas na prática de ato doloso tipificado na Lei de
Improbidade Administrativa.
Improbidade Administrativa
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13. FGV – CGU/2022
O Ministério Público Federal ajuizou ação civil pública por ato de improbidade administrativa
imputando ao ex-prefeito do Município Alfa a prática de atos dolosos de improbidade,
consubstanciados em ilegalidades na execução de determinado convênio firmado com repasse
voluntário de verba da União e fraude em procedimento licitatório para aquisição de unidade
móvel de saúde. Após processado o feito e realizada sua instrução, em setembro de 2021,
sobreveio sentença que reconheceu a prescrição e julgou extinto o processo, com resolução
do mérito, concluindo que o ressarcimento ao erário, um dos pedidos feitos na inicial, deveria
ser postulado em ação autônoma.
Levando em conta que, de fato, a pretensão da aplicação das sanções pessoais previstas no
Art. 12 da Lei de Improbidade Administrativa estava prescrita, de acordo com a jurisprudência
do Superior Tribunal de Justiça, a sentença está:
a) errada, porque o ressarcimento ao erário também prescreveu junto com as demais sanções
previstas na lei de improbidade, pelo princípio da segurança jurídica, não sendo viável a
renovação da demanda;
Questões FGV
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13. FGV – CGU/2022
b) correta, porque o ressarcimento do dano ao erário não é uma sanção típica prevista no Art.
12, da Lei nº 8.429/1992, e não pode haver cumulação de pedidos próprios de direito
sancionador com reparação de danos materiais ao ente;
c) correta, porque o procedimento especial previsto na Lei nº 8.429/1992 é incompatível com
demanda, cujo único objeto remanescente seja o pedido de ressarcimento ao erário, que é
imprescritível;
d) errada, porque é possível o prosseguimento da demanda para pleitear o ressarcimento do
dano ao erário, ainda que sejam declaradas prescritas as demais sanções previstas no Art. 12
da Lei nº 8.429/1992
e) correta, porque, apesar de o ressarcimento por dano patrimonial oriundo de ato de
improbidade, culposa ou dolosa, nos termos do Art. 37, §5º, da Constituição da República de
1988, ser imprescritível, tal pretensão deve ser buscada por meio de ação autônoma.
Questões FGV
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Tema Repetitivo 1089: Na ação civil pública por ato de improbidade administrativa é possível o
prosseguimento da demanda para pleitear o ressarcimento do dano ao erário, ainda que sejam
declaradas prescritas as demais sanções previstas no art. 12 da Lei 8.429/92.
Questões FGV
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Art. 17-D. A ação por improbidade administrativa é repressiva, de caráter sancionatório, destinada à
aplicação de sanções de caráter pessoal previstas nesta Lei, e não constitui ação civil, vedado seu
ajuizamento para o controle de legalidade de políticas públicas e para a proteção do patrimônio público
e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos.
Parágrafo único. Ressalvado o disposto nesta Lei, o controle de legalidade de políticas públicas e a
responsabilidade de agentes públicos, inclusive políticos, entes públicos e governamentais, por danos ao
meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e
paisagístico, a qualquer outro interesse difuso ou coletivo, à ordem econômica, à ordem urbanística, à
honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos e ao patrimônio público e social submetem-
se aos termos da Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985.
Questões FGV
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Art. 12. Independentemente do ressarcimento integral do dano patrimonial, se efetivo, e das sanções penais
comuns e de responsabilidade, civis e administrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo
ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de
acordo com a gravidade do fato:
Art. 18. A sentença que julgar procedente a ação fundada nos arts. 9º e 10 desta Lei condenará ao
ressarcimento dos danos e à perda ou à reversão dos bens e valores ilicitamente adquiridos, conforme o caso,
em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito.
§ 1º Se houver necessidade de liquidação do dano, a pessoa jurídica prejudicada procederá a essa
determinação e ao ulterior procedimento para cumprimento da sentença referente ao ressarcimento do
patrimônio público ou à perda ou à reversão dos bens.
§ 2º Caso a pessoa jurídica prejudicada não adote as providências a que se refere o § 1º deste artigo no prazo
de 6 (seis) meses, contado do trânsito em julgado da sentença de procedência da ação, caberá ao Ministério
Público proceder à respectiva liquidação do dano e ao cumprimento da sentença referente ao ressarcimento do
patrimônio público ou à perda ou à reversão dos bens, sem prejuízo de eventual responsabilização pela
omissão verificada.
Questões FGV
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14. FGV – TJ AP/2022
João, então prefeito do Município Alfa, em janeiro de 2012, de forma culposa, permitiu a
aquisição de bem por preço superior ao de mercado, na medida em que firmou contrato
administrativo com a sociedade empresária Beta para compra de veículos para a frota
oficial do Município com sobrepreço de R$ 100.000,00. O Ministério Público recebeu
representação noticiando a ilegalidade em junho de 2013, instaurou inquérito civil e
somente concluiu a investigação em setembro de 2021, confirmando que houve, de fato,
superfaturamento no valor indicado. João exerceu mandato eletivo como chefe do
Executivo municipal até 31/12/2012, haja vista que não foi reeleito.
No caso em tela, com base na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, em setembro
de 2021, a pretensão ministerial de ressarcimento ao erário em face de João:
a) ainda não estava prescrita, pois o prazo começa a contar a partir do término do
mandato eletivo;
Questões FGV
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14. FGV – TJ AP/2022
b) ainda não estava prescrita, pois o ressarcimento ao erário é imprescritível, em
qualquer hipótese;
c) já estava prescrita, pois se aplica o prazo de três anos contados a partir do término do
mandato eletivo do agente público;
d) já estava prescrita, pois não se trata de ato de improbidade administrativa doloso, que
ensejaria a imprescritibilidade do ressarcimento ao erário
e) ainda não estava prescrita, pois o ressarcimento ao erário é imprescritível, desde que o
ato ilícito também configure ato de improbidade, culposo ou doloso.
Questões FGV
Prof. Herbert Almeida
Art. 23. A ação para a aplicação das sanções previstas nesta Lei prescreve em 8 (oito)
anos, contados a partir da ocorrência do fato ou, no caso de infrações permanentes, do
dia em que cessou a permanência.
Questões FGV
Prof. Herbert Almeida
Por outro lado, o prazo da prescrição interrompe-se:
a) pelo ajuizamento da ação de improbidade administrativa;
b) pela publicação da sentença condenatória;
c) pela publicação de decisão ou acórdão de Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional
Federal que confirma sentença condenatória ou que reforma sentença de
improcedência;
d) pela publicação de decisão ou acórdão do Superior Tribunal de Justiça que confirma
acórdão condenatório ou que reforma acórdão de improcedência;
e) pela publicação de decisão ou acórdão do Supremo Tribunal Federal que confirma
acórdão condenatório ou que reforma acórdão de improcedência.
Questões FGV
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OBRIGADO
Prof. Herbert Almeida