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SOCIEDADE DE GEOGRAPHIA
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Boletim

ANNO DE 1889
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Redactor, Engenheiro Cr. A. eis Paula Freitas

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RIO DE JANEIKO
Typographia PEBSEVEEANÇA, rua do Hospício
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Amazona».— Conferência realizada na sessSo de 10 de Outubro de 1839;


001
pelo sócio remido Torquato Tapajós.., .
Uma excursão no valle do Amazonas.— Trabalho offerecido |mlo
sócio eíTectivo Capitão de Fragata Miguel Ribeiro Lisboa 233
Les mouvkments de la GEOGRABHifí.—Notícia offereclda pelo sócio
Br, Antônio de Paula Freitas, em sessão de 7 de Novembro
a p ms o "vM
Noticiaiuo.— A Sociedade de Geographia do Rio de Janeiro.— Obser-
yatorio Astronômico do Rio de Janeiro.—A velocidade do vento
no alto da torre JEiíTel.— Sociedade Astronômica Internacional... 2GÜ
Relatório da Sociedade de GèQgraphia do Rio de Janeiro» organizado
pelo thesoureiro Oliveira Catramby
Relação dos sócios eíTectivos ,,
Relação dos sócios correspondentes........ 0~7

Directoria para o anno de 1890. ?3a


Commissoes scientificas da Sociedade de Geographia do Rio de
O Hi.xxSl.LfJ, ...... *•....... ...».,...,,. ...,?,,«..».,,,,

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HETJSTA
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SociÉie de Geopapliia I Rio ie Janeiro


TOMO V Armo de 1889 4.° BOLETIM

REDACTOR

Dr. Antônio de Paula Freitas

Amazonas. '¦'¦ 'v


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Conferência realisada na sessão de 10 de Outubro de J889, pelo


sócio remido Torquato Tapajoz.

O passsado, o presente e o futuro da província do 'M


Amazonas, constituem a these em redor da qual formula-
remos conceitos com os quaes esperamos entreter por ai-
ifuns momentos o culto espirito daquelles que, atten-
•lendo ao convite da Sociedade de Geograpliia do Rio de
Janeiro se dignarão de honrar com suas presenças esta
sessão.
Como representação do passado, fallaremos dos primei-
--¦' ,;í'

ros navegadores do grande rio que dá o nome á província.


Quanto ao presente e ao futuro, um golpe de vista
geral sobre o que vemos; e a revelação do que sentimos,
pelo porvir. h

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Ha perto de três mil annos os navios de Salomão e


do rei de Tyro faziam atravez dos mares viagens de três
annos, sem que nos tempos que então corriam se podesse
traçar no mappa dos oceanos a linha cavada pelas qui-
lhas das grandes náos. '' "i
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-222-

Perdidas estavam as rotas das gigantescas frotas: os pri-


meiros e mais ousados navegadores do oceano não haviam
deixado rumos...
« No mar havia para Salomão uma frota de Tarschich,
com a frota de Hiram uma vez em cada três annos, vinham
os navios de Tarschich, trazendo ouro, prata, marfim, monos
e pavões. »
Lêm-se estas palavras no verso 22 cap. 10 dos reis.
Estas viagens triennaes, em que vamos neste momento
de passageiros, são confirmadas nos Parallipomenos, Liv. 2.'
Cap. 9.° ver, 22, que dizem:
(( Os navios iam a Tarschich para o rei, com os servos
de Hiram: uma vez cada três annos vinham os navios de
Tarschich. »
Que rumo, pois, seguiam as frotas do construetor do
grande templo ?
Onffroy de Thoron, depois de largos e demorados
estudos, rasgou a nossas vistas o véo do grande mysterio :
os navios de Salomão traziam rumo da America Meridio-
nal; vinham buscar as grandes riquezas que levavam ao
rei de Tyro, na terra do El-dorado, da legendária Manòa,
sonhada á margem occidental da lagoa Parima, â boca de
um grande rio, que a ella levava suas águas caudalosas
roladas sobre leito esmeraldino, coberto de areias de ouro...
Tarschich, Ophir e Parvaim, levantaram-se ás bor-
das do grande Amazonas e dos seus tributários...
Senhores, ha perto de três mil annos que o rio Ama-
zonas é navegado e que de seus seios transborda o ouro
nos cofres dos reis da terra!
Embora não nos cumpra neste momento alargarmos-nos
nas demonstrações das verdades contidas nas conclusões de
Onffroy, faremos, todavia, rápida resenha do que lemos, a
respeito de nossa these, na obra de tão paciente e erudito
investigador.
As citações de Onffroy provam que na antigüidade até
a queda de Carthago, 146 annos antes de J. C, o oceano
tinha quasi sempre sido freqüentado; que a America era

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223
conhecida dos povos navegantes; que a facilidade das
eommunicações sempre existiu entre os dous
grandes con-
tinentes, pelos ventos geraes e pelas correntezas equatoriaes,
cujo conhecimento possuíam os marinheiros
phenicios.
Salomão pedia marinheiros a Hiram para mandar seus
navios a Ophir e a Tarschich ; pois bem, Onffroy de Thoron
demonstra com bons argumentos que estes logares celebres
da bíblia, como também Parvaim, se achavam no interior
do rio Amazonas.
Segundo a chronologia que elle nos offerece, a cidade
de Sídão, appellidada cidade dos pescadores, existiu ha 4.000
annos. Adoptada a data de Herodoto, Tyro, a
que a bíblia
chama filha de Sidão, foi fundada ha 4,620 annos. O reino
de |Belo remonta a 4.000 annos. O dilúvio,
que teve War
no tempo de Phoroneo o de Inaco, rei de Argos, remonta
a 3.700. Este rei pelagico tinha vindo, segundo a historia,
atravez do atlântico até a Grécia. Ha 3.399 annos
que teve
logar a dilúvio de Deucalião, segundo os mármores de
Paros.
A data de Cecrops II e de Atlas 9.°, rei da Maurita-
nia, remonta a 3.210 annos. O reino de Merope na America
e a expedição de Hercules sobre este continente, atravez
dos mares de oeste, tem a data de 3.129 annos. Segundo
Appiano de Alexandria, ha 3.160 annos que Carthago foi
fundada. A tomada de Troya remonta a 3.079 annos se-
gundo os mármores de Paros.
Emfim, ha 2.880 annos que o templo de Salomão foi
edificado e que reinava Hiram, rei de Tyro. Pouco tempo
depois desta mesma epocha, segundo os trabalhos de Gos-
selin, o almirante carthaginez Hannão realisou sua via-
gem a redor da África.
Davicl quando morreu deixou a Salomão para a con-
strucção do templo, sete mil talentos de prata, e três mil
de ouro. O velho rei não tinha nem um navio que na-
vegasse nos mares exteriores; recebia pois, o ouro de Ophir
pelo trafico dos phenicios que, segundo a bíblia, eonhe-
ciam todos os mares. Salomão para levar a fim seus gran-

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224
des projectos, que exigiam immensos thesouros, recorreu a
Hiram; chegou mesmo a interessal-o em suas empresas
e a contratar com elle alliança solida.
« 0 receio de excitar a ciosa susceptibilidade dos
do mediterrâneo, foi sem duvida e motivo que deci-
povos
diu Salomão a mandar construir em Esion-Gaber, no mar
Vermelho, os navios que destinava ás viagens de Ophir.
« Hiram lhe mandou marinheiros experimentados e a
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frota de Ophir não voltou nunca ao mar Vermelho; passou


cabo africano para se reunir no oceano atlântico com
pelo
a frota de Hiram que saliiu do mediterrâneo. »
Onffroy de Thoron descobrio o caminho seguido pelos
navios de Salomão e do rei de Tyro atravez do oceano,
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ha 2880 annos. Ninguém até aqui havia também podido
Ophir.
precisar quaes os logares antigamente oecupados por
Parvaim e Tarschich. Hoje, porém, parece que descobertos
estão aquelles logares, como vamos ver.
São positivas as conclusões do Onffroy. Vejamos quanto
a Parvaim:
No livro 2 dos Parallipomenos, cap. 3, V. 6, diz-se que
« Salomão adornou sua casa com bellas pedras preciosas e
que o ouro era de Parvaim. »
Este rei conseguia pois, diz-nos Onffroy, o ouro de
outra parte que não fosse só Ophir e Társcliich. Parvaim
é pronuncia alterada de Paruaim, por isso que o antigo
alphabeto latino confundia o v e o u, que o iòd que ó a
vogai % muitas vezes se lê com o pronuncia de ai em
hebraico. No texto hebraico, o ouro de Paruim está es-
cripto Zab Paruim; no texto grego dos Setenta lê-se egual-
mente Paruim. A terminação im indica o plural hebraico ;
está acerescentada a Paru. Na bacia superior do Amazonas,
no território oriental do Peru, existem dois rios auriferos, um
com o nome Paru, outro com o de Apu Paru, o rico Paru,
e que unem suas águas em 10.° ?0* de latitude meridional,
para as confundirem depois no Ucaylique é um dos gran-
des affluentes do Amazonas.
Ora, dois rios de nome Paru formam justamente um

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-225-

pJuro/ e dão o Paruim dos Hebreus. Eis, pois, um dos lo-


gares bíblicos perfeitamente determinado e descoberto por
Onffroy de Thoron.
Os dois rios Parii e Àpuparú descem da provincia, de
Carabaya, que é a mais aurifera do Peru.
Seguindo uma longa e brilhante senda de demonstra-
ções; indicando transformações e deduzindo leis e verda-
des fundamentaes, leva-nos Onffroy de Thoron a convicção
de que Ophir, outro logar da Bíblia, era situado no terri-
torio columbiano e brasileiro, num triângulo formado de
uma parte pelas montanhas columbianas de Popayan e de
Cundinamarca até o lago de Iumaguari, cujas águas ali-
montam um dos afíluentes do Orenoco ; de outra parte pelo
rio Ikiari, até a montanha aurifera de onde desce este rio;
e pelo rio Japurá. Estacionavam neste rio as frotas de Sa-
lomão c de Hiram quando por longos três annos engol-
favam-se no desconhecido...
Depois Ophir foi abandonada. Causas diversas e conhe-
cidas explicam este abandono, justificado em parte pelas
condições especiaes da embocaclura do Japurá, e outras.
Na região superior da bacia do Amazonas eram encon-
trados a prata o outros objectos que as frotas traziam em
Joppe (Jaffa) para Jerusalém; os nomes dos que estam no
texto hebraico da biblia, pertenciam á lingua dos Antis
Foi, pois, evidentemente esta região a que no tempo
de Salomão recebeu o nome de Tarschich. A etymologia desta
é a dos Antis.
palavra é tomada na lingua Kichua, que
Tarschich origina-se de ter/y— descobrir—chichiy—colher o
ouro miúdo. Tarschich é pois o logar onde se descobre
e colhe o ouro miúdo. O abandono de Ophir, a visinhança
de Parvaim, que foi preciso também abandonar, pois
era necessário internar-se consideravelmente para attin-
q/ue
novas descobertas e a
gil-a ; as facilidades oferecidas pelas
etvmologia da palavra, constituem um concurso de circum-
stancias que determinam a região onde se achava Tarschich.
Para ir a Tarschich, diz a biblia, segundo Onffroy»
Joppe: era pois, para
que o propheta Jonas embarcou em
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emprehender a navegação do atlântico. No caso contrario,
embarcaria no mar Vermelho.
Descem-se pois, a nossos olhos deslumbrados com as ma-
gnificencias da grande descoberta, a certesa de que a três
mil annos o Valle do Amazonas derramava ouro e
pedras
preciosas aos pés de Salomão e de Hirara, concorrendo
assim para a edificação do grande templo.
Nos mappas do Padre Sobreviella estão traçados os limi-
tes do império de Inin, hoje legendário. Era o império do
crente ou da fé, pela significação hebraica das palavras,
nas derivações respectivas. Este império tinha
por limites
o rio Beni, ao Sul, e o Cayari á leste. Todas estas
pala-
vras, como muitas outras que encontramos espalhadas
pro-
fusamente na bacia do Amazonas, são radicadas, segundo
as demonstrações de Onffroy, no hebraico, o
que determina
ainda a existência de um tal povo no
grande valle.
O rio Amazonas, da foz do rio Negro aos limites do
império com o Peru, tem ainda o nome de Solimões:
não é senão o nome viciado de Salomão dado
pela frota
do grande rei que delle tomou posse: em hebraico Solima
e em árabe Soliman. Ora os chronistas da conquista do
Amazonas dizem que ao oeste da
província do Pará existia
uma grande tribu com o nome de Soliman, nome
que
tinha o no, pois as correntes d'agua traziam os nomes das
tribus que as habitavam. Dahi fizeram os
portuguezes pela
mudança do n final em o — Solimão e depois— Solimões.
Assim — ha três mil annos desdobraram-se as bandeiras
do grande rei aos ventos que lavam e
purificam o valle
do Amazonas com seu hálito de vida e de
grandeza!
Depois... largo se extende um manto de sombras sobre
o passado. Perderam-se as rotas das maravilhosas carava-
nas de carregadores de ouro e outras
preciosidades-até que
um dia...
— Cousm
partio de Dieppe no começo do anno de 1488.
Descalier que foi para elle o
que para Colombo foi o fio-
rentino Paolo Toscanelli (a) tinha lhe recommendado,
se-
gundo se diz, de não acompanhar as costas, como haviam

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feito seus predecessores, mas de lançar-se resolutamente


atravez do oceano. Depois de dous mezes de navegação,
arrastado pelas correntes equatoriaes, que se lançam para
Oeste, um dia encontrou-se Cousin em frente de terras
desconhecidas e próximo á embocaclura de um grande rio.
Que terra era esta?
Que rio era este ?
Esta terra era a America do Sul; este no era o Ama-;
zonas, ensinam as Memórias de Dieppe.
Em Janeiro de 1500, Vicente Iannes Pinçon e Âyres
Pinçon, depois de haverem reconhecido terra no cabo de
8. Agostinho, em Pernambuco, discorrendo ao norte, en-
contram-so com o mar doce da embocadura do grande rio.
Vieram depois Quesada e Berrio, que o percorreram vindos
de Nova Granada, sendo estes precedidos pelo celebrado
Orelhana, que embarcando-se perto de Quito, em 1539, des-
Oeti pelo Xapo, tomou o Amazonas, sahio no atlântico,
seguindo á Europa, c passando a ilha da Trindade. Um
século depois Teixeira, que do Pará havia seguido antes,
em X de Outubro de 1037 voltava de Quito acompanhado
pelos padres d'Acugna e d'Artieda.
E outros, e outros até que nos tempos que correm en-.
centramos o grande rio sulcado por frota enorme de bel
lismos vapores, em todas as direcções conduzindo o pro-
gresso, a civilisação, a vida e a maior grandeza...
Mas... desviemos os olhos do passado: estamos no
presente. Demoremos-nos por um pouco: admiremol-o por
momentos.
A provincia do Amazonas é uma das mais prosperas
do império.
Embora sua riqueza publica seja quasi exclusivamente
devida a industria extractiva, a excellencia de suas terras,
a bondade e a salubridade de seu clima; a facilidade extrema
das communicações e transportes das mercadorias e o
dos produetos florestaes feitos por meio de suas innumeras
estradas que marcham, na phrase de Pascal, dão-lhe as pre-
cisas condições para ser um excellente e grande empório

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cte todas as industrias e do crescente commencio tanto da


interior, como marítimo e de transito para as republicas
visinhàs.
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O mais poderoso factor da avultada somma que repre-


senta os rendimentos provinciaes, é a gomma elástica. Vem
depois a castanha, o cacáo, etc.
Estes três productos no quinquennio de 82—83 a 86—87,
representam o valor official de 73.264:9800492. Reunindo
estes dados aos representativos do qüinqüênio anterior, te-
remos o importantíssimo algarismo de 112.798:835^668
para
o do deeennio,
O valor da exportação foi maior do que o da impor-
tação de 65.631:5630895!
Lancemos rápido golpe de vista sobre os rendimento?
geraes e provinciaes.
No exercício financeiro de 77—78 a receita arrecadada
pela thesouraria geral foi de 209:021:862. Reunindo a estas
quantias as provenientes de depósitos, operações de credito
e outras a somma se elevará a 1.065:018$495.
No exercito de 86-87, reunido o 3.° semestre de 87,
a renda arrecadada foi de 1.627:054$969. Se em relação a
este exercício procedermos como cm relação ao de 76—77,
teremos os seguintes algarismos representando os rendi-
mentos geraes para o exercício : 2.586:4340877.
Decomposta a conta do movimento de fundos do de-
cennio de 77—87, verifica-se que a thesouraria do Amazo-
nas recebeu do Thesouro Nacional e da thesouraria do
Pará um total de 1.581:9200100; despendeu 2.438:8720920 o
que offerece a favor da thesouraria de fazenda o saldo de
856:952$820.
— As rendas
provinciaes se nos apresentam em resu-
mido exame, do seguinte modo:

Em 52—53 a renda foi de 48:573$267


Em 73-74 a 77-78 foi de ..... ü.!...'!.'\\[ 3.414:5230276
Em 78-79 a 82-83 foi de 7.956:3540356
Em 83-84 a 88 (1." semestre) 10.998:3770689

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-229- :

No trabalho mandado organisar pelo benemérito Sr. Barão


de Cotegipe, sobre o estado financeiro das
províncias, lemos
, os seguintes conceitos, referindo-se o autor do importante
trabalho destacadamente a cada uma das
províncias do
império :
« As do Rio Grande do Sul, Amazonas, Ceará, Paraná,
SaDta Catharina e Espirito Santo não se
podem considerar
em más condições; e as duas primeiras
principalmente
têm recursos naturaes superabundantissimos
para serem as
mais prosperas províncias do Império, se houver mais ini-
ciativa na l.« (Rio Grande do Sul) e algum comedimento
nas despezas da segunda (Amazonas). »
Do quadro comparativo da receita e da despeza das
vinte, províncias do Império se vê
que a do Amazonas
occupa o oitavo logar, pelos seus rendimentos: 2.713:000$000;
devendo notar-se que entes estes e os rendimentos das
províncias que immediatamente a precedem, a diferença
é apenas de 1:143$000 para a de Pernambuco,
que rende
2.714:000,5000; e de 92:8140919 para a da Bahia,
que rende
2.800:000$000. No entretanto entre a do Amazonas e a do'
Ceará, que immediatamente a ella se segue e que rende
900 contos, a differença é de 1.833:000^000. s
E foge-nos o tempo para mais demorado exame. Passe-
mos ao terceiro poiíto de nossa these : o futuro da pro-
vincia do Amazonas.
Não ha paiz, mais caluraniado no estrangeiro do que
o Brazil, disse viajante illustrado em tempos que não vão
longe,
E em verdade assim é; e, o que é mais, dentre os
pontos do império aquelles que mais soffrem são os situa-
dos no Valle do Amazonas. v:»:Stt?i?i;V:

E' indispensável remover do espirito de muitos este máo


conceito de que injustamente gosa aquella vasta região.
Não se comprehende como de elementos falsos e ima*
ginarios se nutrem espíritos que aspiram foros de ponde-
rados, e isto em prejuízo de um grande e riquíssimo pe-
daço desta mesma pátria brasileira!

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-230-

Todas as leis que a sciencia tem estabelecido para a


determinação exacta da salubridade dos climas encontram
perfeita adaptação ao valle do Amazonas.
A temperatura do ar e a da água; a pressão barometrica,
as indicações psychrometricas, hygrometricas e pluviometri-
cas; a constituição geológica do solo; os rios, as correntes,
as florestas constituem elementos múltiplos de demostra-
ções positivos dos quaes logicamente decorre a excellencia
daquelle clima.
Não encontram ali as moléstias que invadem e devas-
tam os grandes centros populosos, elementos de desenvol-
vimento e de vida. Na provincia do Amazonas própria-
mente este facto se tem por vezes acentuado de modo
irrecusável.
A excepção da varíola, que em poucas occasiões tem
fundamento devastado a capital da provincia, principal-
mente; e a febre amarella, importada em dada epocha da
provincia visinha, nem uma outra moléstia jamais ali se
desenvolveu com caracter epidêmico extenso. Mesmo a va-
m
riola, si mais extensão e intensidade apresentou em seu
Se*
desenvolvimento, foi este facto exclusivamente devido a
falta quasi absoluta de vaccinação na provincia; falta que
se por um lado pôde ser levada a conta da repugnância
manifestada pela população ignorante, por outro, e é o
mais verdadeiro, deve ser levado á conta dos governos
que, pela indifferença ou pela incúria, não enviam para
alli, como para outros pontos do império, lympha vacci-
nica em condições de ser utilisada de modo a dar resul-
tados favoráveis.
E a febre amarella, que já ali se apresentou, sem que
aliás e relativamente tomasse grande desenvolvimento, será
producto do calor e humidade do Valle de Amazonas?
Quando em 1855 o cholera desenvolveu-se no império
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invadindo forte e tenazmente a provincia do Pará, á do
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Amazonas foi elle levado em vapores da companhia de
navegação.
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:t . A despeito das péssimas condições em que se encon-
-231-
trava a nascente cidade de Manáos-sem médicos,
sem phar-
macias, sem medidas hygienicas - o terrível
flagelo não
encontrou elementos de desenvolvimento e em
pouco extin-
guiu-se.
Foram atacadas apenas 46
pessoas na capital e destas
falleçeu uma em conseqüência de uma febre
violenta que
llw sobreveio no terceiro
período da moléstia. E a popu-
lação da cidade era então de cinco mil almas.
Nos demais
pontos da província, inteiramente baldos de recursos de
toda ordem, reproduzio-se o mesmo facto lisongeiro.
Ata-
cados em pequeno numero, todos
por assim dizer salva-
ram-se, ou então, como em Villa Bejla, no Andirá e em
Sérpa - n'um total de 142, apenas falleceram 2 — mais do
deleixo que da moléstia, como disse então a autoridade
sanitária.
Assim, factos de observação, como dados fornecidos
pelos meios que a sciencia aconselha, nos levam ás con-
clusões propostas em começo : o valle do Amazonas é alta-
mente salubre.
E' o paiz das febres, dizem... E' certo
que ha febres,
responde Agassis, mas a causa dellas deve ser antes attri-
buida aos próprios habitantes, aos seus costumes, á sua
maneira de viver, ao seu modo de alimentação do
que a
natureza ou ao clima.
No Rio de Janeiro, se dizeis que ides subir o
grande
no, disse ainda Agassis, vossos amigos brasileiros mesmos,
vos olham com uma admiração cheia de
pesares.
— Ameaçara-vos com as febres, com o calor suffocante,
com a fome, os jacarés, os mosquitos e os Índios selva-
gens... Se fallaes a um medico, elle vos aconselha uma
boa provisão de quinino e mais : diz-vos
que tomeis uma
boa dose todos os dias para prevenir a febre intermittente...
Triste ignorância das cousas!
O tempo das aventuras romanescas, dos
perigos sonha-
dos por Spix e Martius, Castelnau, Bates, Wallace e outros
já passou... Os aniioaes ferozes das florestas fugiram aos
gritos do vapor.

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-232-

Agassis nos diz que durante uma residência de oito


mezes na Provincia do Amazonas nem um de seus nume-
rosos companheiros soffreu de uma só indisposição séria
que possa ser attribuida ao clima, e accrescenta que em
toda sua longa peregrinação não vio tantos casos de febres
intermittentes quantos infallivelmente se encontra desde
que se navegue sobre os grandes rios de oeste.
E' certo que constantes são as novas que de febres e
mais febres pejam alguns jornaes, e que são aqui ávida-
mente buscadas para serem transcriptas como provas de
insalubridade do clima... mas... vejamos a correr a respeito
destas febres periódicas, e um só exemplo nos basta, o que
diz o Sr. Dr. Domingos Jacy Monteiro, ex-presidente da
provincia, em seu relatório:
/ a Cabe-me a fortuna de poder assegurar que durante
a minha administração o estado sanitário da provincia foi
o mais lisongeiro possível. Nem sobreveio moléstia epide-
mica alguma real, nem appareceu, porque não lhe dei aso,
alguma cTaquellas que é uso inventar para beneficio e
regalo de alguns médicos. Pouco depois que assumi a
administração, tendo chegado do Rio Negro, conforme or-
dem que o 1.° vice-presidente expedira, o Dr. Canavarro,
tentou-se crear uma epidemia de febres naquelle rio, por
meio de officios e publicações; não fiz caso disso e a cousa
passou e não se renovou. E' espantoso que no exercício
de 1875 — 76 só na Provincia do Amazonas tenha gasto o
ministério do Império com soccorros públicos a enorme
quantia de 42:684^547! Foi uma mina para alguns medi-
cos e droguistas. »
Eis ahi, senhores, o que são as mais das vezes as fe-
bres do Amazonas... Dil-o documento official da maior valia.
Foge-nos o tempo e devemos terminar.
Encetando hoje neste rápido esboço um estudo, que
completo vos promettemos, sobre o clima e a salubridade do
Amazonas, voltaremos á tribuna para continual-o em todos
os seus pontos de possivel desenvolvimento. Esperamos
demonstrar que até mesmo a malária, única moléstia que

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e
X'

233
se pôde dar, com certa verdade, como domiciliada em
alguns pontos da província, menos mortífera se apresenta
ali do que em outros logares do Brazil, inclusive esta
Corte.
E' tempo de trabalharmos todos, nós brasileiros, pelo
engrandecimento de nossa pátria, sem preoccupações de
norte e do sul. A verdade só e sempre a verdade.
Michel Levy nos diz, que um viajante percorrendo os
arredores des marais Ponüns, impressionado com o aspecto
mórbido dos habitantes d'aquellas zonas, perguntou-lhes
como podiam elles viver n'aquelle meio: Nous ne mvons pas,
nous mourons, foi a resposta lugubre que lhe ferio os ouvi-
dos, partida dos lábios pesados e frios d'aquelles desgra-
çados. Foderé, tratando da insensibilidade dos habitantes
das regiões pantanosas do centro e Este da França, diz que
ali, naquellas regiões, não ha risos junto ao berço dos
que nascem nem prantos sobre os túmulos dos que
morrem...
— Pois bem: no Amazonas a vida é uma realidade
papavel, permitta-se-nos a expressão. O riso inflora o berço
perfumado cios que nascem; e as lagrimas cahem abun-
•'¦

dantes sobre os túmulos cios mortos queridos, como os


orvalhos densos e embalsamados cias noites estrelladas so-
bre as pstalas assetinadas das flores das mattas...
Não ha muito, como lugubre éco de longínquo dobrar'
de sinos por finados, pousavam nesta grande cidade os
brados de angustia dos mortos do Madeira... victimas sacri-
ficadas ao clima mortífero d'aquelle rico e grande valle...
Sentia-se então alli a morte suspensa nos ares, azas
pandas e largas, povoando de mortos o chão pantanoso do
valle. Nas águas esverdeadas pelo veneno, transformara-se
ella em deusa indiana de uma mithologia selvagem—niára
trahidora que afogava nas ondas revoltas da cabeleira hu-
mida os desgraçados amantes, que descuidados a escutavam
nos seus cantares mentidos...
A grande artéria que rola águas de ouro em leito de
esmeraldas e alastra em pérolas o valle do Madeira—centro

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234
futuro, como de presente o mostra, das maiores grandesas;
o grande valle, sentia-se transformado no valle entristecido
do mar morto, rolando cadáveres sobre águas malditas, que
N matam as arvores solitárias das margens e
\- . k": ,-
que transformam
em podridões e em cinsas os fructos que pendem seccos
dos galhos desfolhados, que se alevantão para os céos como
braços de esqueletos gigantes em muda contemplação, se
não em supplica angustiosa ao grande Deus dos perdões...
Desgraçado paiz aquelle ! Rola o Cedron águas de san-
gue nas escarpas do monte bíblico do Escândalo !
— Senhores: aquelle quadro de horrores, não foi ver-
dadeiro; e a sua projecção no presente como mancha de
sangue sobre a branquidez das águas do Amazonas, é apenas
um relâmpago polyoramico fabricado por flibusteiros andaces.
E' falso, dizemol-o do alto desta tribuna!
Em breve desenvolveremos aqui as largas bases sobre
que se assenta a verdade desta afirmação, que fazemos sob
a immediata responsabilidade de nosso nome.
Não basta apresentar o morto; e necessário dizer como
e de que morreu!
Não ha de tombar de sua realeza o grande valle aos
golpes impotentes dos mineiros da desgraça—que não rolam
pygmeus, gigantes que a terra, de pequena, mal contém
nos limites de sua grandesa.
< , Si mais lhe não derem, do calor e da humidade
que
ao julgar da ignorância, servem-lhe de fontes de descrédito,
tirará elle forças para caminhar, ser grande e livre! E de
suas florestas, que são thesouros inexgotaveis, lhe ha de
vir essa prosperidade.
Daudet enfeixou no seu bellissimo Woodtown, mimoso
>¦:"
¦ ¦
conto, o seguinte, diz-nos escriptor de mérito:
Um bando de aventureiros americanos fundou á beira
I >
de um rio uma nova e brilhante cidade. Rapidamente se
desenvolveu a edificação, as artes, as insdustrias, a nave-
gação e o commercio. Passado o inverno, ao raiar dos
primeiros soes da primavera, começam a florir verdej antes
rebentões nas casas, nos moveis, nas ruas e nos ares.
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- 235 -
A orgia da vegetação principia e surge a revolta da
floresta
contra os seus ousados dominadores.
Da noite para o dia, converte-se inteira a cidade
em
virente e frondosa matta e o navio
que leva delia os ulti-
raos fugitivos, sulca as águas coberto de uma folhagem
exhuberante, que lhe vai invadindo os mastros, e
aper-
tando o poderoso costado...
Ponhamos de lado a hyperbole: o Amazonas é
grande
assim pela vegetação. As suas florestas envolvem-n'o como
uma clamyde luminosa, e hão de ser-lhe no futuro
manto puríssimo de resurreição para a
grandeza e para
a vida !

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lia excursão no valle do Amazonas,


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Trabalho oflferecido pelo sócio effectivo Capitão de fragata


Miguel Ribeiro Lisboa.

A cidade de Santa Maria de Belém do Grão-Pará está


edificada sobre a margem direita do rio Guajarã formado
pela juncção dos rios Acárá e Mojú. A sua posição geo-
graphica e seu excellente porto lhe garantem, em futuro
não muito afastado, proeminente posição na lista das prin-
cipaes cidades commerciaes da America e mais tarde do
mundo. O seu clima, temperado por vivificante brisa
oceânica e por chuvas freqüentes, a torna uma das mais
saudáveis do litoral, raras vezes elevando-se a temperatura,
dentro de casa, acima de 32 gráos centígrados. A febre
araarella poucas victimas ahi faz, quasi sempre atacando
alguns estrangeiros recém-chegados, sobretudo aquelles que,
por sua incontinencia, provocam insensatamente a Provi-
dencia.
Chegávamos por uma deliciosa manhã de Janeiro de
18.., e o nosso vapor, fundeado a meio rio, ficou á espera
da visita,' nos dando tempo para apreciar o grandioso
pa-
norama que se nos antolhava.
Altas torres das igrejas e o vulto enorme do theatro
da Paz pairam, soberbos, por cima da extensa fila de so-
brados orlada pela linha de trapiches que, começando em
•% S. João, termina no arsenal de guerra.
Uma frota de vapores de diversos tamanhos, feitio e
cores as mais variadas, uns fundeados, outros
guarnecendo
a frente e os flancos dos trapiches, dava-nos desde logo
elevada opinião do movimento commercial do
porto. Por
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-237-
detrás dos trapiches e por elles
parcialmente occulto via-se
o magestoso cáes de mármore de Lisboa, umas das mais
importantes obras publicas do Império, e
que, com justo
orgulho, é apontada pelos
paraenses como um dos melho-
ramentos de utillidade geral executado, a
par de outros,
pelos \ cofres provinciaes.
Desembarcando no pavilhão da
guarda-moria, fomos
agradavelmente impressionados pelo aspecto animadíssimo
da rua do Imperador, com largura de 40 metros, mais
ou
menos, apinhada de caminhantes circulando apressadamente
por entre grande numero de carroças, puxadas por bonitos,
posto que pequenos cavallos, trazendo umas enormes bolôes
«le borracha, outras levando
para os trapiches mercadorias
com destino ao baixo Amazonas e ao sertão.
Não seria tamanha a nossa surpreza se já conhecêssemos
a lista dos gêneros que das duas
províncias amazônicas
chegam ao Pará, dos quaes os principaes são : a borracha,
o canelai peruano, o cacáo, a castanha da terra e a cas-
tanha sapucaia, os couros de boi, de veado e de onça,
grude de peixe, a salsaparrilha, o óleo de cupahiba, o
guaraná, a ucuúba, a andiroba, o cumaru, a piassaba, o
pirarucu, a mexira de peixe boi, o celebre fumo, do Ama-
zonas, o urucú, a baunilha, o marfim vegetal, o assucar
•Ias ilhas, a cachaça, o cedro e as mais madeiras, o
gado,
etc, etc, vindos do baixo e alto Amazonas, do Solimões,
do Napo, do Tocantins, Xingu, do Tapojoz. do Madeira, do
Purús, do Juruá, do Javary, do Rio Negro, do Trombetas,
do Jahary e de seus afilueutes e de uma infinidade de
ilhas e lagos.
Sendo curtíssima a nossa demora, não nos foi possível
conhecer a cidade como desejávamos. A sua população
accrescida com o êxodo de emigrantes cearenses á procura
de melhor sorte é de cerca de oitenta mil almas segundo
as mais autorisadas apreciações.
Visitamos a cathedral, um dos primeiros templos do
Império, com pinturas finíssimas e um altar-mór do custo
de 100:000^000 ; fomos ver o theatro da Paz, o maior (exte-
16

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-238-
do
riormente) na America; percorremos as principaes ruas
commercio que conta seis bancos, dos quaes trez creados
capitães da ; passeiamos de bond por tunneis de
com praça
arvoredo em lindíssimas estradas bem calçadas. Notamos
alguns melhoramentos judiciosamente ensaiados e que me-
recém ser mencionados, como o bem acabado calçamento
de madeira com parallelipipedos de massaranduba e os si-
de que sem excepção guarnecem os boeirosque
phões pedra
communicam as sargetas com as galerias do subsolo. A
este importante melhoramento e ao excellente serviço da
companhia das águas Grão-Pará attribue-se com razão a
notável diminuição do beri-beri que quasi perdeu o caracter
epidêmico.

ii

No dia 18 deixávamos o ancoradouro de Belém a bordo


de um pequeno vapor e partimos em demanda do Ama-
zonas, passando pelos canaes que separam o Guajará da
bahia de Marajó.
Margeando primeiro as ilhas que formam estes canaes
e depois a costa firme que começa em Gari pi, seguimos, dei-
xando á esquerda o pharol do Capim, em demanda da
foz do pretencioso Tocantins (pretencioso por não querer
ser tributário do Amazonas).
A foz do Tocantins, como a do Amazonas, é formada
mui grande archipelago de encantadoras ilhas baixas,
por
cobertas por densas florestas, das quaes se desprende, so-
bretudo de madrugada, suave e deleitoso hálito.
Deixando 'á direita e á esquerda as poéticas habitações
suspensas de seringueiros, chegámos á cidade de Carne tá,
hoje decadente (como quasi todos os antigos centros com-
merciaes do interior da província, depois que os vapores
começaram a fazer escala por todas as barracas), mas muita
importante ainda pela sua posição á entrada do rio e pela
sua celebrisada tradição revulucionaria.
Sua edificação e seu cáes de pedra mostram o que
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-239-
ella já foi, sendo
provável que torne a florescer quando se
levar a effeito a construcção da
estrada de ferro de Alcobaça
certamente o maior commettimento
da actualidade no Brasil.
De Umetá para cima ainda mais interessante
receu o Tocantins, nos pa-
pelo pittoresco das margens e das ilhas
deixando ver sob copadas arvores,
nadas casas de campo dos exploradoresgraciosas e bem aca-
da borracha e do
cacao, pela deliciosa vista da villa
da Mocajuba e pela
imponência dos barrancos vizinhos
das matas de castanheiros
de Baião.
No dia 27 sahimos do baixo Tocantins,
rada de um mundo porta ainda cer-
que, quando fôr revelado, causará es-
pauto e do qual se poderá fazer uma fraca idéa sim-
pela
Ides consideração de que, superado um único e serio obsta-
culo (a pequena secção encachoeirada de
Alcobaça), será
franqueada a entrada de um immenso
systema de commu-
mcações iluviacs que das cercanias de Cuyabá,
no rio das
Mortes, se estenderá ao Atlântico
pelo Pará e pelo cabo
Norte e aos Andes
pelo Napo.
>

III

Nos dias 2$, 29 e 30 seguimos sulcando as avermelhadas


águas do Amazonas, e no dia 31
pela manhã entrámos no
nigu.
X/

A foz deste magestoso tributário é também formada


por um delta de ilhas pittorescas e bancos á flor d'agua,
futuras ilhas.
— Causou-nos, como no Tocantins, agradável
impressão
o deixarmos as barrentas águas do Rio-Mar,
para sulcar as
límpidas verde-claras águas do Xinfrú.
As primeiras águas desde rio são baixas, mas á medida
que se sobe vão-se elevando gradualmente.
De certo ponto para cima começa-se a vêr
graciosas
colunas internadas na margem direita, ao
passo que a
margem esquerda converte-se em uma elevada e uniforme
barranca orlada de matos no alto.

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- 240 -

A primeira povoação que encontrámos foi Villannho


Monte, como todas as povoações do Xingu, se
do que,
acha edificada sobre a margem direita.
O tempo se havia tornado tão máo, que desistimos de
ir á terra, pelo que, depois de pequena demora continua-
nios rio acima, seguindo o canal da margem direita.
Ao meio dia chegámos defronte da villa de BÒa-Vista
de Tapará ou somente Tapará.
— Tendo melhorado o tempo desembarcámos, e per-
corremos a villa, que contém cerca de trinta casas, entre
as quaes uma, onde funecionava a escola publica. Muito
nos interessou essa escola pelo asseio e boa ordem, e amda
mais, quando nos disseram que era freqüentada, em certa
época do anno, por mais de 120 alumnos, muitos vindo
das circumvizinhanças da villa, sendo a extraordinária con-
currencia devida aos esforços e á dedbação do modesto
professor publico da localidade.
A villa estava, porém, muito despovoada, por ser ainda
tempo de safra, devido ao prolongamento da secca,
'—
Já o sol se oceultava atrás das matas, quando fun-
deámos em frente ao Porto de Móz.
Porto de Móz, edificado defronte do furo do Akiki,
canal que providencialmente communica o Xingu com o
Amazonas, tem um excellente ancoradouro.
A villa é bastante populosa durante o inverno ; ai-
suas
gumas de suas casas são de muito bôa construcção ;
ruas são mais ou menos alinhadas e em alguns lugares
ha calçadas.
Tendo alli tomado combustível durante o dia 1 de Fe-
vereiro, continuámos no dia 2 a navegar rio acima, sem-
pre encostados á margem direita.
O Xingu que na entrada nos parecia estreito, por na-
vegarmos entre ilhas, tinha-se então tornado muito largo.
Do Porto de Moz para cima, até grande distancia, elle
corre em linha recta, vendo-se ao norte e ao sul o horizonte,
como pio mar.
Suas margens alli distam cerca de duas milhas, uma

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-241-
da outra; uma (a esquerda) como uma muralha, segue
sempre uniforme ; a outra accidentada, risonha, ora é um ¦'""/¦?p

barranco pouco elevado, ora uma praia esbranquiçada,


tendo aqui e acolá ondeantes outeiros. '-'¦'
:'t.rt

Desembarcámos em Veiros e Pombal, villas da impor- I


tancia de Tapará, e que achámos quasi ,'desertas por es- ¦^'•''^¦'kféiá

tarem seus habitantes no fabrico da borracha.


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mm .

As 5 horas da tarde passávamos, sem parar, defronte


de Souzel e avistando o archipelago do mesmo nome, para
lá nos dirigimos.
Ao anoitecer fundeámos entre duas ilhas.
As ilhas de Souzel são, pela sua riqueza em seringaes,
o ponto de reunião para o qual affluem todos os verões
os 1,000 a 2,000 habitantes do baixo Xingu.
São reputadas pela sua salubridade, qualidade muito . í -..

rara nas terras baixas em que cresce a arvore da borracha. -;;.

Os indios do alto Xingu freqüentemente alli vão trocar -


¦
,

redes de algodão, óleos, etc, por especiarias e aguardente.


No dia 3, muito cedo, tendo obtido um pratico, dei-
xámos nosso fundeadouro e seguimos águas acima.
A's 8 horas sahiamos do archipelago e de novo tinha- r
"Mi

rnos as duas margens á vista. ¦

Tinham-se, porém, ellas conchegado extraordinariamente, '¦'' -h


, .':

e apenas 400 a 600 metros separavam uma da outra.


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¦ - Míwt
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7", •}
Pouco a pouco iamos sentindo augmentar-se a rapidez
da correnteza e como que por encanto se transformou a
paisagem. :<:;

De um e de outro lado erguiam-se sombrias monta-


nhas cobertas de densa vegetação, por entre a qual pe- ' : ?

nhascos de fôrmas bizarras mostravam seus carcomidos dorsos


e suas tenebrosas cavernas, fantasiando monstros medonhos,
e entreabrindo negras e ameaçadoras guelas. -:.¦¦•.¦„¦:
1 V-í

De todos os lados, no rio, rochedos, distillando, com


estrepitosa raiva, turva e amarellenta espuma.
Pela proa uma formosa ilha de rochas graniticas, ca-
erecta.
prichosamente sobrepostas, elevava-se em pyramide

i .':

•:•/.

JÉ£*í —
¦ ¦ ¦¦¦>
:
| .

- 242 -
Logo acima uma immensa serpente, em perenne oon-
vulsão, cortava o rio de lado a lado.
Era o primeiro salto do rio, meio afogado pelo cresci-
mento das águas.
Era o salto de Tijucacuára.
O pratico, nos tendo apontado para uma brecha,
para
lá aproámos.
A velocidade do rio corria parelha com a marcha do
vapor, e só palmo a palmo avançávamos.
Finalmente vencemos, e, quasi a tocar com as rodas
nas pedras, transpuzemos o salto ; depois, sacudidos
por
desencontrados redomoinlios
que nos era forçoso arrostar,
continuámos vagarosamente rio acima.
Estávamos enfeitiçados diante de tão esplendido scenario
e já avistávamos os primeiros íiletes da inseparável
queda
de Tapanhona, quando um violento abalo nos veio dis
pertar do êxtase.
Tínhamos ido de encontro a um cachopo !
O pratico aterrado, perdendo a cabeça, não mais se res-
ponsabilisava pela segurança do vapor, o a muito custo
conseguimos descer por onde tínhamos subido, mantendo,
nos sempre aproados á correnteza,
O salto de Tijucacuára, então
quasi coborío pelas águas,
tem sua analogia com rápidos de Whirlpool,
pouco abaixo
do salto Niagára ; estes, porém, são muito menos interes-
santes pela deficiência de ilhas e rochedos como
pela falta
de magestade das margens.
Pouco abaixo do salto de Tijucacuára
paramos uns
minutos e foi um escaler recolher os arcos e ílexas
que
como symbolo de ameaça os
gentios tinham atirado sobre
um rochedo á flor d'agua, original marco de fronteira
que
não devia ser transposto.
Este rochedo tem o nome de Pa>jé.
No dia seguinte, continuando a descer o rio, demo-
rámos-nos algumas horas em Souzel, villa
prospera cuja
laboriosa população ascende a mais de 500 almas.
A' noite estávamos de regresso em Porto de Móz.
. .,, .. . / •,
;;'-/ vv .'

-243-
>

Os principaes tributários do baixo Xingu, são : o Ma-


xicacá, o Carvatá, o Tabarapary e o Tamanduá na margem
direita; o Guará, na esquerda fica defronte de Souzel.
A média de nossas observações metereologicas foi:
De manhã Bar. 29,80, Therm. 24,50
Ao meio-dia » 29,75, 30,00
De tarde » 29,75, ,25,00
No dia 6, nos depedimos do Xingu e tomando o atalho
ou furo do Akiki, seguimos em demanda do Amazonas.
No Akiki paramos em duas fazendas de gado, em uma
das quaes tomámos excellente café do Amazonas.
IV
Estávamos de novo na grande artéria, o Amazonas,
que seguimos subindo, tendo durante dous dias á vista
as altas serras que entre Almerim e Monte-Alegre dão ao Rio-
Mar (lilToronte aspecto, menos monótono do que o que offe-
recém as terras baixas.
Sem parar, passamos pela villa da Prainha, cujo grande
cães, já muito adiantado, chamou nossa attenção, pela
boca do rio Tapajoz, avistando ao longe a graciosa Santa-
rem e chegamos a Óbidos, onde nos detivemos um dia.
Óbidos está ediíicada sobre um outeiro da margem es-
querda, em posição eminentemente estratégica.
Alli o Amazonas se estreita entre duas terras firmes
pela primeira vez, caso poucas vezes repetido desde a foz /
até Manáos.
E' também alli o ponto da maior profundidade, que
nos disseram ser superior a cem braças.
Dous fortes, um na base do outeiro e o outro no alto
defendem a passagem mal, pela insignificancia do calibre
da artilharia e a falta absoluta de torpedos.
Entre Óbidos e Manáos se estende a principal zona
cacoeira do Amazonas.
O cacáo no baixo Amazonas, principalmente no Tocantins,
cresce naturalmente nomeio das matas; no alto Amazonas,
porém, é elle regularmente cultivado.
¦'¦ "*v- ¦¦
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-244-

Não ha talvez para o Brasileiro enthusiasta, que, pela


í
*
primeira vez sobe o Amazonas, mais agradável impressão
do que a que ressente ao deleitar a vista
pelo polyorama
das margens dos estreitos canaes entre ilhas desta secção
do rio, guarnecidas aqui, acolá, por pittorescas e regulares
plantações de cacáo, com asseiadas cazinhas, os pequenos
pomares ao lado, na frente o terreiro, onde, sobre estacas,
secca ao sol o pirarucu, em baixo as canoinhas dansando
ao impulso da vaga que a passagem do vapor levantou e
que é invariavelmente estrepitosamente saudado pela fileira
de tapuios, tapuas e tapuinhos (estes mui ligeiramente
vestidos), verdadeiros representantes do ideal da felicidade.
Deixámos á nossa esquerda Parintins, cabeça de co-
marca e um dos principaes centros semiticos do Amazonas,
depois á direita Itacoatiara e suas ruidosas serranas
pro-
vidas de matéria prima pela natureza
que leva-lhes sem
esforço, fluetuando, os enormes cedros
que descem aos mil
o rio Madeira, e afinal alcançamos o rio Negro, aonde
entrando, chegamos a Manãos, a futura S. Luiz do Mississipi
brasileiro.

Manáos é uma bonita cidade recortada de igarapés


lhe dão ares de uma Veneza cm miniatura que
Um exceliente cáes orla a cidade do lado do
rio. No-
tamos: a belleza das pontes dos igarapés, umas
de ferro
e outras de madeiras ; o espaçoso mercado,
também de
ferro, e que só tem no Brasil rival em
Pernambuco • o
edifício do lycêu e o edifício
provincial aonde se acha
mstallada a presidência; a
ponte de ferro e a recebèdoria
ainda por concluir, a animação de algumas
ruas, sobretudo
a noite nos pontos de recreio, os excellentes
carros de alu-
guel, etc, etc.
O que porém mais nos agradou foi
a visita que fíze-
mos ás obras do abastecimento
de água então quasi con-
cluidas.
'•
• '"'.è ri

¦
:&E .'.-{*

- 245 ' <


A magnitude do reservatório de pedra, o extenso plano
inclinado para o transporte da pedra, a ingeniosidade e a
simplicidade do systema de turbinas movidas pela cacho-
eira para por em movimento as bombas que elevam a água
conduzida em tubos de ferro ao reservatório, o trabalho
offegante da escavadora a vapor, mastodonte moderno de
ferro, escarniçaclo furiosamente na abertura de um corte ;
tudo dava uma idéa do gráo do adiantamento e do espirito
progressista da província que, como muitas de suas irmãs,
estaria em outro gráo de prosperidade se não fosse a poli-
ticagem e o cancro que a todas corróe—a instabilidode admi-
nistr atira.
Sendo o principal objectivo de nossa digressão o rio
Madeira, deixando as negras águas do vasto porto de Ma-
nãos, seguimos em demanda do Amazonas que em poucas
horas alcançamos no ponto em que começa a ser Soli-
mões.
Deixando as pedras então cobertas, aonde encalhou o
vapor peruano Morona, e depois as de Poraquécuara, sobre
as quaes quasi se perdeu o vapor Pará da Companhia
Brasileira e que nas grandes seccas deixam a descoberto
estranha inscripção nellas gravada, alcançamos a boca do
rio Madeira.
Subindo este rio, as primeiras terras pouco interesse
despertam, sendo pouco povoadas por falta de siphonia elas-
tica.
De Canuman para cima começa o rio a tornar-se inte-
ressante.
0 rio Madeira muito poucas ilhas tem, sendo a prin-
cipal a grande ilha das Araras; em compensação innu-
meros e extensos lagos bordam suas duas margens, as quaes
como nos importantes confluentes da margem direita (o
Aripuanã, o Manicoré, o Machado e o Jamary) são riquis-
simas em borracha, copahiba, castanhas e outros produetos.
Nestes lagos e nestes rios abundam, no tempo da secca,
as grandes tartarugas e infinitas espécies de peixe ; em
vindo, porém, a cheia torna-se muito difficil a pesca por
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:•

-246-

estarem as margens cobertas e os peixes espalhados dentro


da matta á procura das fructas cabidas das arvores.
Ha seguramente no rio Madeira, abaixo da cachoeira, mais
de duzentas casas ou barracas espalhadas pelas margens dos
rios e dos lagos aonde se fabrica a borracha.
Em alguns pontos, como em Humaytá, formam as ha-
bitações verdadeiras povoação com igreja, cemitério, escola,
pharmacia . e officinjs.
Em outros muitos pontos o bem acabado das casas de
vivenda, o conforto no interior das mesmas, os jardins de-
notam grão elevado de civilisação e prosperidade.
Além da villa de Borba, de onde, hoje, quasi nenhum
fumo se exporta, ha a de Manicoré, cabeça de comarca
do alto Macieira, aonde um periódico semanal se imprime.
Todos os annos o Almamck do Rio Madeira faz naquelles
longiquos sertões seu apparecimento, impresso em nitido
papel, trazendo as mais úteis informações de mistura com
chistosas aneedotas.
Diversas tribus freqüentam as margens do rio; algumas,
como a numerosa e guerreira tribu dos Mundurucús, são
amigas dos ladinos, guerreiam os indomitos Parintins e
prestam-se aos trabalhos da lavoura.
Os indios Araras, espalhados por todo o rio, são mais
indolentes e brutos. Os mais tímidos são os Parintins
cujas depredações e crueldades são freqüentes.
Ao subirmos o rio Machado, por pouco não fomos es-
pectadores ou actores em um ataque destes bárbaros ; chega-
raos poucas horas depois no lugar da scena, recolhendo a
bordo algumas flexas por elles atiradas durante a acção e
que, cahidas no meio do rio, desciam por elle á bobulha.
Assistimos na primeira cachoeira do rio Machado aos
tocantes adeuses do pessoal de alguns seringueiros,
que
tendo recebido os supprimentos para 10 mezes, iam de novo
transpol-a e, como ella, mais 20 ou 30
para alcançar os
seringaes aonde, segredados do mundo inteiro, sem com-
municações com elle por falta de água entre as cachoeiras,
cercados de indios bravios, luetando contra as feras, ex-

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- 247 -

postos, sem recursos médicos, ás mais perigosas febres, iam


entregar-se a trabalhos árduos, na esperança de lá voltarem
enriquecidos.
Riqueza fugaz que a bem poucos aproveitará, e que,
por uma natural reacção do espirito humano, se evaporará
esbanjada bem depressa, no dia em que tornaram ao mundo
dos gozos e das seducções.
Quem com certeza aproveita é o erário publico, incon-
tentavel hydra, cujas bocas insaciáveis, as alfândegas e as
recebedorias provinciaes, ainda não parecem satisfeitas com
os 22 °/o de direitos ad valorem com que sobrecarregam a
"borracha
; verdadeira extorsão, inqualificável, quando o preço
está baixo e não dá margem para cobrir as despezas de
producção e transporte.
Ha quem tenha feito um crime de se terem os arro-
jados pionnm do Amazonas apossado das terras devolutas
do Estado, de que são os verdadeiros descobridores; e, no
entre tanto, para o aproveitamento das terras do sul, onde
nem ha indios, nem feras, nem febres, prodigalisam-se os
mais generosos favores ao colono europêo !
E' uma injustiça, que já estaria reparada, se fossem
geralmente mais bem conhecidas as condições econômicas
das províncias do Pará e do Amazonas.
Da boca do rio Machado a Santo Antônio levamos dous
dias, parando em alguns pontos para tomar lenha.
Em Santo Antônio é interceptada a navegação a vapor
do rio Madeira. Alli começa a serie de cachoeiras e saltos
que deram lugar ás mallogradas tentativas da estrada de
ferro Madeira e Mamoré.
Bem tritre é o espectaculo que offerece Santo Antônio.
Longas rumas de trilhos enferrujados sobre o barranco que,
amollecidos pelas chuvas, fende-se e cedendo ao peso dos
trilhos com elles se precipita n'agua com lugubre estrepito.
Mais adiante no extremo da linha férrea, que se estendeu
alguns kilometros apenas, estranho vulto vè-se, coberto de
trepadeiras e de parasitas; é uma locomotiva... Em outro
\ sitio uma grande serraria ainda não prompta e já em ruina ...
-248-
Por toda parte ferramentas dispersas e mais além um des-
campado aberto na floresta, aonde repousam heróes...
Com o coração apertado demos-lhes um ultimo adens
e partimos do malfadado sitio.
Sahimos do rio Madeira pelo canal natural que comera
em Canuman e passando por Maués vai ter ao Amazonas.
abaixo de Parintins.

VI

0 rio Madeira não é o mais rico tributário da grande arte-


ria que começando entre o Cabo Norte e Salinas no espaço
onde se reúnem as águas do leito principal do Amazonas
com as que vem do Guajará, do Tocantins e do braço sul
do Amazonas, e da Republica do Peru até as plantas dos
Andes, mudando diversas vezes de nome.
O Juruá e o Punís, mais felizes, não são obstruídos
por
cachoeiras insuperáveis, podendo, no tempo da cheia dar
fácil sahida ás suas extraordinárias riquezas.
O Purús sobretudo mais perto dos mercados commerciaes-
é o mais explorado de todos e com certeza o rio
que
mais borracha produz.
De Outubro a Maio é este extenso c tortuoso rio assim
como seus importantes aifluentes sulcado
por numerosos
vapores da Companhia Ingleza do Amazonas, da Companhia
Pará e Amazonas, da Empreza Marajó e Tocantins,
da
Companhia de Manáos e de algumas casas commcrciaes-
do Pará. De Maio a Outubro diminue a navegação
que
por falta de água fica limitada ao curso abaixo da cachoeira.
Tínhamos, pois, deixado o Madeira
para tomar o furo
de Canuman, onde está situada Maués, o
principal empório
de guaraná onde os Matto-Grossenses vêm compral-o
depois
de penosa viagem pelo sertão e
pelo rio Tapajoz.
De novo nos achamos no Rio-Mar
que, por uma coin-
cidencia não mui rara, alcançámos no momento
em que
cinco vapores se cruzavam : o nosso, outro mais
pequeno,
o vapor da Companhia Brasileira e dous Inglezes
transa-

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i!

249
tlanticos das linhas directas de Manáos a Nova-York e a
Liverpool.
Em dous dias alcançamos novamente a entrada do canal
de Akiki.
Tendo descansado, emquanto nos preparavam lenha,
cortamos o Amazonas e fomos fundear defronte de uma
fazenda de criação, situada á foz do Pani em uma alta,
e pedregosa ilha de sua margem esquerda.
As pedras que constituem esta ilha são de um ver-
molho escuro c muito nos satisfez encontrar sobre algumas
numerosos fragmentos de pequenas esculpturas indias. Nos
disseram serem antigos ídolos ; são muito variados de fôrma
e não deixam de lembrar as figuras hieroglyphicas dos
antigos mexicanos deseriptas por Humboldt, na sua obra—
0$ monumentos da America. ¦-;á

Apenas apontava a alvorada do dia seguinte, nos puzemos


a ca (ninho, Paru acima.
As margens do Paru são geralmente altas e cobertas i.
- .:
do luxuriante vegetação ; seu fundo é de área, suas águas
saò verdes e muito límpidas.
O Pani tem poucas ilhas; na sua foz tem élle cerca
te 800 metros do largura, gradualmente vai estreitando,
ale 200 metros abaixo da cachoeira ; na cachoeira, porém,
tem elle 400 metros de largura.
Quando alguns annos antes pela primeira vez o silvo
do vapor perturbou a monotonia de suas selvas, ao ouvir
o rumor, cada vez mais forte, das rodas a revolver a água,
súbito pânico apoderou-se de seus pacíficos habitantes. Uns
suppunham ser nunca vista manada de porcos do mato
que vinha os accommetter e precipitadamente metteram-se em
canoas para abrigar-se na margem opposta: outros disseram
ter pensado que a cachoeira vinha descendo o rio, e com medo
fugiram para o interior.
Depois de nove horas de franca navegação, em fundo
nunca inferior de duas braças, chegamos á cachoeira ou '- - r\J

antes á cascata do Paru, a poucas braças da qual demos .-,$.-

fundo.

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250
A cascata do Paru é um diminuitivo da do Niagara ;
sua queda d'agua tem sessenta pés de altura e é de mais
de 100 mil toneladas, por minuto. Duas pequenas ilhas,
sendo uma maior coberta de vegetação, convertem a cas-
cata em três quedas, das quaes a do centro é a menos larga.
A pedra da cascata do Paru é escura e um pouco
avermelhada; é formada de camadas horizontacs sobrepostas.
De um lado e do outro da cascata erguem-se pc-
quenas montanhas.
Não nos era possível desprender os olhos daquella
enorme massa de águas que de um só jacto se atirava e
cahia, com formidável estrondo, engendrando incessantes
turbilhões de gottas d'agua que ascendiam, formando nn-
vens por entre as quaes brincava o arco-íris, quando pare-
ceu-nos ver abrir-se um abysmo por baixo da cascata.
O baixo Paru que até então seguia sou curso natural
vinha refluindo, e suas ondas, agora voltando, da foz, cor-
riam a mistunr-se com as da catarata, juntas, parecendo
sumir-se nas entranhas da terra !
Era o Rio-Mar, como verdadeiro mar que é, crescendo
sob a acção da lua, represando seus tributários e os obri-
gando a correr rio acima.
Este facto extraordinário dava-sc em um confluente
cuja foz dista 240 milhas da embocadura do Amazonas!
Não nos demorámos quanto desejávamos em tão bonito
lugar por não ser mais possível supportar as mordeduras
de um mosquito muito abundante alli, as quaes são vene-
nosas tornando-se ás vezes morlaes. O mosquito chama-se
pium, uma espécie de borrachudo. O antídoto do veneno
que segrega de sua tromba é o limão azedo.
No Pará não ha borracha, os habitantes de suas mar-
gens vivem da pesca do pirarucu principalmente.
VII
Tendo sahido do rio Paru, descemos o Amazonas até
Almerim, villa bastante importante cujo porto é abrigado
por uma grande e estreita ilha que lhe fica defronte.

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^

251
Apezar de jã estarmos acostumados a ver quasi desertas
as povoações desta sccção do Amazonas, por causa da safra,
causou-nos forte impressão não vermos viva-alma em Al-
meirim.
Suas casas, algumas de sobrado, jaziam, havia mezes,
fechadas. Só a igreja estava aberta, e sobre o altar, en-
tregues á custodia das aranhas e dos morcegos, estavam
crucifixos e castiçaes de metal prateado.
Em que outro paiz do mundo deixaria alguém, assim
seus haveros á merco do primeiro vagabundo V.
Esta boa fé reciproca é uma qualidade que faz honra
ao caracter dos habitantes do baixo Amazonas.
Em Almeirim vimos, em alguns quintaes, pés de café,
sem cultivo, vergando sob o peso dos fructos.
Fomos visitar as rüinas ainda visíveis de antigo forte
que é tido como construído pelos hollandezes; junto ás
suas muralhas nos mostraram uma excavação, dizendo ser
urna mina de ouro, outr'ora explorada.
Tendo deixado Almeirim, fomos em direcção do Igarapé
de Arraiólos, no qual pouco pudemos penetrar, por ser
muito estreito.
De regresso pelo Amazonas, descemol-o até o Jaary,
em cuja foz entrámos a 8 de Março ; o resto deste dia e
o seguinte passaram-se na subida deste formoso rio, cujas
a&uas
o
verde-escuras lembram as do Oceano também.
O Jaary é mais acciclentado do que o Paru, e muito
antes de chegar-se á sua cochoeira avistam-se pequenas
montanhas na margem direita.
No dia seguinte chegamos á cachoeira, antes cascata
do Jaary. A queda do Jaary é mais estreita e tem menor
volume de águas do que o Paru ; é porém mais alta, tem
còrca de com pés de altura. Alli o rio também precipita-
se de um só jacto, como no Paru; em vez, porém, de
cahir toda como um lençol, até em baixo, é a massa de
águas fendida, rasgada, de encontro a delgadas e elegantes
columnas de pedra, que mais parecem as ruinas de um
templo Grego do que obra da natureza.
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- 252 -
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.... .... ¦.'.¦¦:¦'¦

As montanhas que molduram de um lado, e do outro,


a cachoeira dão-lhe indescriptivel encanto.
Também fomos alli perseguidos pelo terrível piam.
As pedras que formam o salto do Jaary são da mesma
natureza das do Paru. .
As terras baixas do Jaary são ricas em seringaes.
Nas altas o café dá perfeitamente. Junto ás cachoeiras
são annualmente exploradas as mattas de castanheiros.
Na margem direita deste rio existem as ruínas de um
antigo convento do jesuítas.
As areias revolvidas pelo eterno cahir da cachoeira
amontoaram-se pouco abaixo delia e formaram um extenso
banco, fora da água, aonde
periodicamente vêm bandos
de tartaruga depositar seus ovos.
Das cabeceiras do Jaary têm os Índios trazidos amos-
trás de ouro ; facto que não é de estranhar
pela vizinhança
das minas da G-oyana franceza.
Satisfeitos do que tínhamos até então visto, descemos
sem accidente o Jaary até sua foz.
Seguimos de novo o Amazonas, até o Cajaary no
qual
penetramos algumas léguas, até uma situação aonde nos
fornecemos de lenha.
As águas do] Cajaary são negras, côr de tinta de
es-
orever, vistas em massa ; em um copo são amarella.s
côr
do ouro, como as do Rio-Negro.
Causam verdadeiro pasmo ao espirito observador as
ticularidades que carecterisam o baixo Amazonas: par-
a mui-
tiplicidade de ilhas, a força da vegetação,
as marés como
no Occeano, as pororocas, emfim a diversidade
de còr de
seus confluentes.
Quem sabe se na causa desta variedade de cores não
^
está o segredo de immensos thesouros mineralogicos
?
Como explicar o Jaary e o Cajaary
juntos correndo no
mesmo terreno, o primeiro verde límpido,
o segundo negro,
apezar de límpido também?
Tornando ao Amazonas seguimol-o
até a boca do Iga-
rape de Mazagão, aonde deixámos nosso
vapor, e embar-

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-253-
camos em uma canoa que
gastou cerca de três horas para
alcançar a villa outr'ora florescente, de Mazagão,
edificada
no extremo do estreito de Igarapá.
Mazagão é notável, não
pelo que é, mas pelo que já
foi, como ainda o deixam ver suas minas.
Hoje conta
menos de mil almas, a
quarta parte do que já teve. Ainda
se conservam as riquíssimas
pratarias da primitiva igreja
c^ que vieram da villa
p.ortugueza de Mazagão, na Costa
dAfnca. Esta igreja hoje serve de cemitério, delia
ainda
se voem do pó um arco o algumas columnas,
o primeiro
conserva vistigios de frescos.
Tendo cm Mazagão obtido um
pratico do rio Maracá,
que tencionavamos visitar, voltámos para bordo e suspen-
dendo subimos o Amazonas até aquelle rio.

VIII

A còr do rio Maracá é negra como a do Cajaary, seu


curso é vagaroso, variando com as marés; suas margens
ás vezes se approximam de tal fôrma
que nas curvas não
permittiriam a navegação do um vapor mais comprido do
que o nosso.
Como não era nosso fim principal explorar o rio, mas
sim um lago na sua margem direita, apenas subimol-o
.':" ;-/::H^

côrca de 70 milhas até a boca do dito lago de Maracá


distante 20 das cachoeiras do rio.
Alh embarcámos em montarias, e descansando em ãw
versas fazendas de gado das margens do lago,
percorremol-o
até sou extremo.
O lago de Maracá apresenta trez zonas distinetas e
cada qual mais interessante.
A primeira abrange extensos campos de criaçãe cor-
tados por córregos, nos quaes abunda a
pedra de amolar.
Esta zona, além de sua riqueza natural, encerra outra, ¦

não menos apreciável por ser simplesmente histórica. Vem


a ser os vestígios ainda distinetos de um forte. A tradição
do lugar attribue aos hollandezes, acossados
por francezes
17
<
' ¦ '
¦ ¦'. Í&Í"

-254-
ou portuguezes, a origem desta fortificação. Moradores do
lago nos affirmaram ter visto balas de canhão achadas
junto a estas ruinas.
Deixando a primeira zona, transforma-se a natureza do
sólo das margens do lago. Ao oeste compridas plantas
mergulhadas na água, e a leste, uma e única extensa
lage, plana, pouco elevada, estendendo-se, occupando con-
sideravel área.
Esta pedra, que fôrma uma planicie, tem uma côr
escura na superfície. Compridas fendas parallelas sulcam-
n'a de leste a oeste proximamente, no fundo das fendas,
límpidos regatos arrastam seixos lisos e multicolores. A
consistência da pedra é fraca e, uma vez
quebrada, sua
côr é branca, apresentando ás vezes veias esverdeadas.
A mais interessante zona do lago de Maracá é a ter-
ceira, a que comprehende as serras, em cujas encostas
sabiamos existir os cemitérios dos antigos Índios Maracâs.
Não foi sem soffrer innumeros incommodos
que empre-
hendemos, debaixo de uma chuva torrencial, a ascensão das
serras. Felizmente fomos recompensados de nosso trabalho,
além do que almejávamos.
São imponentes os lugares escolhidos
por aquelles indios
para descanso dos mortos.
No interior de grandes cavernas, algumas alumiadas
pela luz, que penetrava atravez de claraboias naturaes si-
tuadas a meio de um immenso rochedo formando
o tecto,
jaziam, semi-enterradas na terra, muitas urnas funerárias
de barro cozido, algumas inteiras e fechadas,
outras par-
tidas, abertas, deixando entrever ossadas
já calcinadas pela
acção do tempo.
Estas urnas, cuja
primitiva arrumação fora symetrica,
tinham feitios e tamanhos diversos,
regulando de 40 centi-
metros a um metro sua altura.
Umas imitavam entes humanos agachados
na posição
particular em muitos monumentos Mexicanos e Egypcios •
outras representavam
jabotis com cabeças humanas, gênero'

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-255- "•>sv:

de esculptura que tem seu análogo


na collecção dos mo-
numentos Mexicanos.
As primeiras, com fôrma humana,
de um desenho bas-
tanto correcto, distinguiam-se
pelos adornos, especialmente
na tampa representando a cabeça,
tendo algumas pequenas
cabeças ligadas ao lado direito
junto á base
As igualas, com fôrma de
jaboti, tinham todas uma
cabeça hu,„a„a esculpida no sitio
natural; e algumas tinham
além daquel a, urna segunda cabeça
humana a meio do
corpo e do lado.
Tudo leva a crer
que semelhante esculptura indique a
consagração dos mortos ao
jaboti, animal que como a tar-
taruga dos Mexicanos e o boi
dos Egypcios era talvez
ídolo dos índios
0 facto de ser a bacia do lago
de Maracá um dos
muito raros lugares da America
do Sul, a leste dos
Andes, onde se acham monumentos
funerários relativa-
mente tão perfeitos e tão análogos
aos monumentos Me-
xícanos, indica provavelmente a migração
de uma tribu
pertencente ao grande império dos Montezumas.
Nos constou haver, mais adiante,
pela serra a dentro
uma inscripção pintada no alto de um rochedo
: infelizmente
mio tínhamos mantimentos
para proseguir até lá, e depois
de cada um tomar aos hombros um monumento
contendo
seu respectivo esqueleto, tratámos de regressar,
lastimando
nao poder verificar um facto,
que talvez derramasse pro-
fusa luz ou na historia do forte europeu
das margens do
lago ou na dos Índios das serras de Maracá.

IX

Tendo deixado o lago e o rio Maracá, fomos visitar


Macapá, cidade sita sobre o Equador; é apenas notável
pela soberba fortaleza alli edificada por nossos antepas-
sados, e infelizmente, como Mazagào, correu o risco de
ser abandonada por causa das febres palustres
que alli
reinam.
¦

.'¦...

¦¦¦¦'¦'"' "...¦¦

- 256 -

Em Macapá, para onde seguimos, nos faltou o pratico,


o, para nos não sujeitar ás imposições que a nossa
<:,.-'.•
situação suggeria, resolvemos regressar ao Pará, guiados
unicamente pslo excellente mappa do capitão de fragata
Costa Azevedo (hoje Barão do Ladario), e pelos esclareci-
mensos que nos davam nas barracas onde aportávamos
para tomar lenha, o que conseguimos sem maiores diííi-
culdades em um percurso de mais de trezentas milhas por
entre rnnumeras ilhas, formando sinuosissimos canaes.

Quasi todas as ilhas da foz do Amazonas são mais


ou menos povoadas por fabricantes de borracha; algumas
contém fazendas de gado vaceum.
D'entre ellas a mais notável é a Marajó, maior que
alguns paizes, muito rica em seringaes o campos de
criação, nos quaes se acham estabelecidas cerca do 200
fazendas de gado.
Para ajuizar, em summa, da sua riqueza basta referir
que na enchente que devastou em fins de 1871 o baixo
Amazonas, somente naquella ilha morreram afogados 90.000
bois.
Grandes rios, como o Anajás, navegáveis por muitas
léguas, a cortam em diversos sentidos.
Em algumas das ilhas do baixo Amazonas, como seja
na Mexiana, tem sido difíicil estabelecer fazendas de Rado.
por estarem minadas de tigres.
E' o baixo Amazonas, com certeza, o Éden do prole-
tario pouco ambicioso.
Escolhendo, acham-se innumeros lugares sadios, onde
talvez não existissem as febres, se não fosse o gênero do
vida dos habitantes. Fartura maior não é possível: no solo
que produz maravilhosamente ; nas matas onde abunda o
cacáo nativo, o merity, o assahy e muitas outras fruetas;
nos rios que, enchendo, trazem aos igarapés saborosos
peixes; nos lagos povoados de aves; nos campos que são
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íe .11 H *, ¦ ,\f „ .....'^
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-257-
os melhores campos de criação do mundo e onde observa-
se o cumulo da prodigalidade da natureza para com o
homem, dando-lhe occasião, no tempo da muda, de tocar,
para o terreiro da fazenda, á guiza de perus, bandos de
marrecas depennadas.
Em um sitio, onde estivemos parados, nos mostraram
a mata dos fundos da casa, onde, depois de derrubar, para
lenha dos vapores, todas as arvores que não eram seringa
Oü andiroba, tinha-se plantado cm seu lugar pés cie,
caeáo.
Xesta matía, digna de figurar nos contos de mil e uma
noites, quando se concluo a safra da andiroba, começa a
1

do eacáo, seguindo-se depois a da borracha, que dura nas


ilhas a maior parto do anno.
Afinal, de novo transpuzemos a bahia de Marajó, onde
forte* temporal nos poz em risco de naufrágio, sendo pre-
ciso procurar um abrigo no furo do Arrozal, o por elle
penetrando, alcançámos Belém, com o espirito dominado
por tão diversas e agradáveis impressões. •

^Mnttm
Les moMiiiieiits ie Ia «rapte.
Noticia offerecida pelo sócio Dr. Paula Freitas, em sessão de
7 de Novembro de 1889.

: A nossa Sociedade acaba de ser mimoseada com a


importante offerta pelo Sr. Ch. Ruélens,
presidente da So-
ciedade de Geographia d'Antuérpia
(Auvers), do fasciculo
da obra sob o titulo acima.
Comprehende quatro cartas, em 8 folhas, da Europa, nos
annos de 1480 a 1485, precedidos d'um texto explicativo
pelo offertante.
Estas cartas são a reproducção de originaes ou
cópias
existentes nas bibliothecas da Bélgica, o de
que por esse
meio se trata de vulgarisar o conhecimento,
mostrando
como se figurava em tempos longínquos os
continentes
terrestres, ou os paizes mais conhecidos.
Segundo referem autores afamados, até os trabalhos
dos
geographos Mercator e Ortelius, aquello em 1569, este em
1570, ambos nascidos na Bélgica, a base fundamental
dos estudos de geographia era o Tratado de
Geógtàpína de
Ptobmu, publicado em 123 mais ou menos
antes de J.
Chnsto, e as cartas deste geographo modificadas
ou mesmo
augmentadas foram editadas em Bolonha, Vicencia,
Roma
e Ulm.
Estas ultimas o foram em 1482
por Leonard Hol, sob
as vistas do benedictino D. Nicolau Hahn
também conhe-
cido por Donis. De tal fôrma foi realizada
a edição que
Raidel em 1737 disse, referindo-se ao
benedictino: «i à
elle que cabe a gloria do
primeiro restaurador da cartogra-
phia ptolomeana. Trithemo já havia dito em 1601:
« Como-
grapha PMomm vigüantissimus repertor et sarjassissimits
fator,))
mau-
Donis, na edição de Ulm
juntou ás cartas ptolomeanas

W9^SÊB^^TS^g^S
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-259-
as de certos paizes da Europa, o que fez Donis dizer na
dedicatória ao papa Paulo II, o seguinte:
« O amor do estudo, e nossa solicitude para com os
leitores, suggeriram o desejo de juntar ao nosso trabalho
cartas, que farão reconhecer as mudanças operadas pelas
freqüentes vicissitudes dos tempos nas duas regiões da Hes-
panha e da Itália, cujas localidades em grande parte desde
Ptolomeu têm desapparecido da memória. Eu tratei também
destas regiões banhadas pelo oceano sarmatico, e que se
acham entre os parallelos tirados pelo circulo arctico — a
Dacia, a Scania, a Norwega, a Gothia, a Suécia, a Grone-
landia, e as regiões visinhas e ilhas próximas, terras, sobre
as quaes nem Ptolomeu nem Strabão, nem qualquer outro
cosmógrapho deixaram apontamentos ou dados. De accordo
com um excellente conselho, temos collocado as cartas
destas regiões nos seus logares naturaes, sem juntar des-
cripções, afim de não truncar a obra do grande Ptolomeu.
Nos contentamos em traçar os contornos de cada uma
destas partes da Terra. »
Além destas cartas Donis oompoz uma da Palestina
dividida em tribus.

¦->-'?
Jvvfey

/ !-

OTICIAKIO

A Sociedade de Geographia do Rio de


Janeiro -
No trimestre, que findou, effectuaram-se na
Sociedade de
Geographia do Rio de Janeiro oito conferências,
sendo a
primeira em sessão de 2 de Outubro explorador ita-
liano Auguste Franzoi sobre as pelo
suas viagens pelo continente
africano; a segunda na sessão de 10
do mesmo mez sobre o
Amazonas pelo consocio engenheiro
Torquato Xavier "peloMon-
eiro lapajós; a terceira no dia
10 do mesmo mez
onen alista Pierre Chéhadé, sócio
correspondente, sobre o
Oriente, seu clima,
producções, população, religiões, costumes e
governo; a quarta no dia 30 do mesmo mez
central do Brasil nelo L1» TVn^t* sobre o Planalto
pel° ienente dG i. ¦
engenheiros
Ximonn de
Ximeno , , Augusto
Villeroy; a quinta nesse mesmo dia
pelo Ca-
piíao de fragata Miguel Ribeiro Lisboa sobre o
Amazonas; a sexta no rlin *i a* i^ rnlle do
i
a* Paula
nio de td i FreitasNovembro pelo Dr. Anto-
sobre a descripção das mm da
Europa

ceita geral do Brasil no corrente


século '
mtr' e * SeXta destas conferências
a.nam-se
a~hat f publicadas / ^
no presente hnlntim
boletim: . as
o outras serão
Duhliradi,* logo presente
publicadas que os seus autores remetiam as respecti-
vas memórias
para esse fim. resptcti-
* IÍOTmbr° Pres,dida N° *• C«n-
Selhe7roETrir°/e f? ArMÍPe' foi ~'^
tal
¦Uirectona Ale°Cat
a seguinte proposta: Pela

a£^aai*aaa^45^^»^^^V;A;,iWgpr--^r- . ..l ,.,. ..,¦¦


V

- 261 -
« A Directoria, interpretando o sentimento da Sociedade
de Geographia do Rio de Janeiro, manifesta o
pezar de se
ver privada da cooperação dos seus dous consocios, Presi-
dentes honorários, Srs. D. Pedro d'Alcantara e Conde d'Eu,
que se ausentaram do paiz com as suas famílias por mo-
tivos, que todos conhecem; e tanto mais sincero é este
sentimento quanto por diferentes vezes honraram as sessões
da Sociedade de Geographia, animando-as com o mais vivo
interesse, do qual conserva a Sociedade gratas recordações.
« A Sociedade envidará todos os seus esforços,
para
que, deantp dos factos que acabam de dar-se com relação
á reorgamsaeão da nossa pátria, esta caminhe no meio da
da paz e da prosperidade para firmar cada vez mais a sua
união política e os seus créditos entre as nações civilisadas. »
tísta proposta foi unanimemente approvada.

Observatório Astronômico do Rio de Janeiro. —


O jury superior da Exposição Universal em Pariz concedeu
Orando Prêmio ao Observatório Astronômico do Eio de Ja-
neiro, como testemunho de alto apreço pelas suas publica-
<;ões, entre as quacs merece menção muito distineta o im-
portanto relatório acerca da observação da ultima passagem
de Yenus polo disco do Sol.
Só a dous outros observatórios, os de Paris e Mendon.
foram concedidos prêmios daquella ordem.

A velocidade do vento no alto da torre Eiffel.—


A? Academia de Sciencias de Paris tem apresentado o
Sr. Alfred Angot, por intermédio do Sr. Mascart, os resul-
tados muito interessantes das observações meteorológicas,
executadas no alto da torre Eiffel em confronto com as de
outros observatórios.
N'uma das suas notas, o autor indica somente obser-
vações concernentes á velocidade do vento.
Esta velocidade é medida e registrada, em cada instante,
por meio de um anemometro-cinemógrapho, dos Srs. Richard
irmãos, cujo molinete acha-se a 303 metros acima do solo.
i'3*-*-v ..."'-; .

- 262 -

Em 101 dias do verão, a média das velocidades foi


superior a 7 metros por segundo : a máxima observada foi
de 10 metros.
Na torre do escriptorio central meteorológico, a 21 me-
tros acima do solo e 500 metros distante da torre Eiffel, a
média foi de 2m,24, isto é, um terço da observada na torre.
Ha também observações curiosas sobre a variação diurna
da velocidade e a sua direcção.
O conhecimento de todos estes factos oíTerece muita
importância para os estudos relativos á navegação aérea.

Sociedade Astronômica Internacional.—Esta associa-


ção, que se reúne de dous em dous annos em congresso
convocado para uma das capitães da Europa, effectuou-o
no corrente anno em Bruxellas, sendo alli representado o
Brasil pelo Sr. Dr. Luiz Cruls, que poz em relevo diversos
trabalhos executados pelo Imperial Observatório do Rio de
Janeiro e o estado dos seus differentes serviços.
Em Uccle, nas cercanias de Bruxellas, acha-se em con-
strucção um notável observatório, no qual já se tem des-
pendido 1.800.000 francos, e conta-se despender 200,000 francos
para concluil-o.
Não está comprehendida nesta somma a parte instru-
'
mental, e ha projecto de se dotar o edifício com appare-
V.
lhos correspondentes ás vastas proporções da construcção.

¦ ¦»
¦
.

Relatório ia Sociedade de Geosraphia do Rio de Janeiro


Apresentado em assembléa geral de 19 de Dezembro de 1889
pelo
Thosoureiro da Sociedade Commendador Oliveira Catramby.

A. Sociedade de Geographia do Rio de Janeiro, reali-


zou um dos seus grandes intentos, qual o de fazer con-
duzir dos sertões do Estado da Bahia para a capital federal
o famoso meteorito de Bendegó, tendo concorrido com
todas as despesas o distineto consocio benemérito, Exm. Sr.
Visconde de Guahy.
Este meteorito depois de ter sido aplainado em uma de
suas faces no Arsenal de Marinha da capital federal foi
entregue ao museu publico, onde poderá ser admirado como
um dos mais raros especimens do seu gênero.
A commissão exploradora enviada a Matto-Grosso e
composta dos distinetos consocios, officiaes do exercito bra-
sileiro, tendo por chefe o capitão Sr. Antônio Lourenço
Telles Pires, tem satisfatoriamente desempenhado o encargo
que tomou. - «Vi.:

Um do seus membros, o Dr. Ximeno Villeroy em con-


ferencia que realizou em uma das sessões da Sociedade,
veio provar quão proveitosas são para a sciencia e para o
paiz taes commissões, que não só vem rectifioar certos
erros existentes em cartas anteriormente feitas como des-
cobrir novos territórios até hoje desconhecidos.
Ao chefe desta commissão foi enviada ultimamente a
quantia de l:000j?000, como prova o documento em caixa.
No dia 22 de Fevereiro do corrente anno teve lugar
.-rm
a abertura solemne da primeira exposição de Geographia Sul
Americana, no edifício da escola Polytechnica desta capital.
A Sociedade de Geographia tem justo motivo de orgu-
lhar-se deste grande tentamen scientifico, que vem mais con-
firmar, que não lhe faltam forças para proseguir na- árdua
tarefa que se impoz.
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'e
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- 264 -
Sr.

Fizeram-se brilhantemente representar as republicas do


Chile, Bolívia, Confederação Argentina, Paraguay, Uruguay
e Venezuela.
, Com immenso reconhecimento a Sociedade de Geographia
do Rio cie Janeiro agradece as valiosas offertas, a estes pai-
zes, dos livros, cartas o documentos scientificos que íigu-
raram na dita exposição. Se por um lado vem ellos cnri-
quecer a bibliotheca da Sociedade por outro lado vem
estreitar, ainda mais, os laços de amizade que nos prendem
a estas republicas irmãs.
Não pôde também a Sociedade deixar de agradecer a vali )Zá
coadjuvação das repartições e bibliothecas publicas, d > ex-
Imperador, do Conde d'Eu, sociedades litterarias e scientííicas
e muitos particulares que se dignaram concorrer a esta festa,
tornando conhecidos do mundo scientifieo, trabalh »s editos
e inéditos, com o que muito lucrará a pátria, o todos os
que se dedicam a este ramo de estudos.
O catalogo geral da exposição onde se acham eonsig-
nados todos os trabalhos que figuraram na dita exposição,
está a cargo de uma distineta com missão e parte já impresso.
Por motivos alheios á vontade delia e que são por de-
mais conhecidos da Sociedade não foi ainda concluído.
E' de rigorosa obrigação registrar a valiosa offerta do
distineto e benemérito consocio Exm. Sr. Conselheiro Fran-
cisco de Paula Mayrink, habilitando a sociedade a enviar
ao Congresso Americanista de Berlim, o nosso eoasaoio
Dr. Ladislau Netto, director do musau nacional.
Quando o governo negava um credito para o desempe-
nho de uma commissão scientifica, que indubitavelmente
trazia benefícios ao paiz, o Conselheiro Mavrink, cheio de
patriotismo. e, com a maior modéstia oceultando o seu nome,
não consentio que o Brasil deixasse de ser representado.
Actos destes registram-se com o maior reconhecimento.
No curto espaço de seis annos e quatro mezos tem a
Sociedade de Geographia, envidado todos os esforços
para
proseguir na senda, que se impoz, e attestam-n'o, entre
outras, a publicação dos cinco grosssos volumes de bole-
,#r

- 265 -
¦s

tina trimensaos, vasto repositório de importantíssimos do-


cumontos geogrãphicos de nosso paiz e do estrangeiro.
O muito illustrado consocio, rcdactor da revista da So-
oiodade, Sr. Dr. Antônio de Paula Freitas, tem se mostrado - ¦ h .'.•,/«¦¦¦

incansável.
Poucos serão os agradecimentos da Sociedade ao dis-
ti neto benemérito, exemplo vivo dos homens do trabalho,
modelo dos patriotas que amam a sciencia.
O culto a sciencia é o bem da Pátria e ella só toca o -:¦.'.':.

seu zenith quando seus filhos unidos, formam uma legião


de homens como este distineto brasileiro.
II!ustre Consocio !
« Prosegui na tarefa, que vos imposestes : o edifício - *

«jue Cónstruirdes repousará sobre alicerces tão sólidos que -.ám


forca alcuma o destruirá, e o vosso nome immorredouro ficará
gravado nas paginas dos nossos livros, que representam os
alicerces desse edifício, templo da sciencia!
A. Sociedade vio com pezar ausentarem-se os consocios
Srs. Capitão-Tenente Francisco Calheiros da Graça, 1.° secre-
tario, e 1.° Tenente Arthur índio do Brazil e Silva, se-
dito, os quaes seguiram para o norte do Brazil em
girado
commissão scientifiLca do Governo.
Ficou o serviço do expediente pois, a cargo do Dr. Paula
Freitas, que ás funceões de redactor da revista tem aceu-
mu lado as de 1.° Secretario.
Acha-se provisoriamente a Secretaria da Sociedade no
sobrado da rua do Ouvidor n. 28, local por demais aca-
nhado para guardar as já importantes riquezas que a
sociedade possue. m
O capital da Sociedade que em 1888 era de 15:975#755
ficou reduzido este anno a 8:320*745, sendo apólices e ou-
tros valores 5:444#800. Em conta corrente no Banco Com-
mercial 2:668*510 e em caixa 207*405, como provam a
escripta c documentos que se acham presentes e podem ser ¦

examinados pela honrada commissão de contas.


. -jVj

'ova.
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SOCIEOAOE DE GEOGRAPHIA DO RIO DE JANEIRO . . ,.,.,.,

RELAÇÃO

DOS ""??¦
..:--..,

SÓCIOS EFFECTIVOS

(Remidos c Contribuintes, Fundadores e Bem!citores)

Aarão Leal de Carvalho Reis, Engenheiro, Dr.


Abel Ferreira de Mattos, Engenheiro. -
•»~..'.-i

Adolpho Paulo de Oliveira Lisboa, Conselheiro— Fundador. 1

Adolpho Pereira Pinheiro, 1.° Tenente da Armada.


Affonso Celso de Assis Figueiredo Júnior, Dr.—Fundador. > . ¦..¦¦¦ ¦;¦

Agostinho Victor de Borja Castro, Conselheiro, Dr.


Alberto Fialho, Dr.
Alberto Hargreaves, Engenheiro.
Alberto Olympio Brandão, Dr.
Aleixo Gary, Commendador—Remido e Fundador.
Alfredo Fernandes Dias, Engenheiro.
Alfredo Lisboa, Engenheiro.
Alfredo Moreira Pinto, Dr.
Amarilio Olinda de Vasconcellos, Engenheiro, Dr.

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t'fc"^' ¦ 'vwv^>i-tiir':

268
Amaro Cavalcanti, Dr.
André Gustavo Paulo de Frontin, Br.—Fundador.
Ângelo Elo)r da Câmara, Commendador—Bemfeüor.
Antônio Alves Câmara, 1.° Tenente da Armada.
Antônio de Araújo Ferreira Jacobina, Dr,—Remido.
Antônio Augusto Fernandes Pinheiro, Engenheiro, Dr. —
Fundador.
Antônio Cândido do Amaral.
Antônio Carneiro de Campos, Desembargador.
Antônio da Cunha Barbosa, Dr.
Antônio Dias de Pinna Júnior.
Antônio Fernandes Pereira Portugal, Dr.
Antônio Ignacio de Mesquita Neves, Commendador.
Antônio Januário de Azevedo—Bemfóüort
Antônio Joaquim d'Albuquerque Paes, Dr.
Antônio Joaquim da Costa c Couto, Engenheiro, Dr.
Antônio Joaquim Gomes do Amaral, Dr. —Remido.
Antônio Joaquim Pereira da Silva—Remido.
Antônio José do Amaral, Conselheiro Dr.
Antônio José Maria Pego Júnior, Coronel—Remido. '
Antônio Lourenço Telles Pires, Capitão.
Antônio Lustosa Pereira Braga, Engenheiro.
Antônio Marques Baptista de Leão, Engenheiro, Dr.
Antônio Marques de Oliveira, Monsenhor—Fii»da(/<»\
Antônio de Paula Freitas, Engenheiro, Dr.—Remido c Fundador.
Antônio Pereira Leitão.
Antônio Plácido Peixoto d'Amarante, Engenheiro—Remido.
Antônio Quintiliano de Castro e Silva, Capitão-Tenente.
Antônio Senra.
Aprigio Xavier Moreira do Amaral.
Aristides de Souza Spinola, Dr.—Fundador.
Armênio de Figueiredo, Engenheiro-Fw/ufacfo>\ •
Arthur índio do Brasil, 1." Tenente da Armada.
Augusto César de Padua Fleury, Commendador—Remido.
D. Augusto Leopoldo, Príncipe, 2.» Tenente da Armada-
Remido.
Augusto Saturnino da Silva Diniz, Engenheiro, Dr.

K^V-yA?-..:- ¦iHiuimMM,«.>.-i:..«,:-.. „ frYrrfflurfrranr iniwiiniBi


J ,- «9Sw^fe*«s* ¦
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X.

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269
Augusto Weguelin.
Augusto Ximeno Villeroy, I.« Tenente do Exercito. "-'.--*/

Balthazar Bernardino Baptista Pereira, Engenheiro, Dr.


Barão de Araújo Ferraz — Remido.
Barão de ltapagipe — Remido.
Barão de Jaceguay — Remido.
Barão de Loreto, Veador, Conselheiro—Remido e Fundador.
Barão de Mendes Totta — Remida,
Barão de Mesquita — Remido.
Barão de Paraná — Remido.
Barão de Paranapiacaba — Remido.
Barão de Pereira Franco.
Barão de Telfé, Veador, Chefe de divisão - Fundador.
Bellarmino Brasiliense Pessoa de Mello, Commendador —
Fundador,
Bernardo Teixeira de Carvalho, Dr.— Fundador.
Cândido Ferreira de Abreu, Engenheiro, Commendador.
Carlos Augusto Morsing, Engenheiro — Remido.
Carlos Augusto de Carvalho, Dr., Commendador — Remido.
Carlos Gonçalves de Sá.
Carlos Hiyns.
Carlos Leoncio de Carvalho, Conselheiro — Remido e Fundador.
Carlos Maximiano Pimenta de Laet, Dr.
Carlos Messeder Thorpe.
Carlos Morei.
Carlos Ossola, Engenheiro. WiJ

Carlos Peixoto de Mello, Dr.


Celso Eugênio dos Reis, Dr.
Cláudio S. de Vincenzi — Bemfeitov.
Conde de S. Salvador de Mattosinhos, Commendador. — Re-
mido e Fundador.
Conde de Villeneuve — Remido e Fundador. ¦:¦¦¦¦ ¦-*-%;

Conrado Jacob Niemeyer.


Dionysio Manhães Barreto, Capitão de Mar e Guerra.
Domingos José Nogueira Jaguaribe, Senador — Remido.
Domingos José Nogueira Jaguaribe Filho, Commendador, Dr.
Domingos Silverio Bittencourt — Remido. *
13
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*

270
Duarte José de Mello Pitada, Dr.
Eduardo de Andrade Pinto, Conselheiro.
Eduardo Augusto Montandon, Dr.
Eduardo Ernesto Midosi, 1.° Tenente da Armada.
¦

Eduardo de Moraes Gomes Ferreira, Engenheiro.


Eduardo Pindahyba de Mattos, Desembargador.
Emygdio Adolpho Victorio da Costa, Dr.— Remido.
Emygdio Cavalcante de Mello, Dr.
Epiphanio dos Reis, Dr.
Ernesto da Cunha Araújo Vianna, Engenheiro.
Ernesto Ottero, Dr.
Eugênio de Barros Raja Gabaglia, Engenheiro.
Eugênio Honold, Dr.— Remido.
Eugênio Tourinho, Commendador.
Evaristo Nunes Pires, Dr.
Feliciano Pinheiro Bittencourt, Dr.
Fernando Mendes de Almeida, Dr.— Fundador.
Fernando Pires Ferreira, Dr.— Fundador.
Fernando Xavier de Castro, Capitão de Fragata.
Filinto Perry, Capitão de Fragata.
Firmo de Albuquerque Diniz, Dr.— Fundador.
Fortunato Fausto Gallo, Engenheiro.
Francisco Alon de Oliveira.
Francisco Antônio Gonçalves, Commendador.
Francisco de Assis Mascarenhas, Dr. D.
Francisco Augusto de Lima Franco, 2.° Tenente da Armada.
Francisco Baptista do Nascimento, Engenheiro.
Francisco Calheiros da Graça, Capitão-Tenente.
Francisco de Faria Lemos, Conselheiro.
Francisco Furquim Werneck de Almeida, Dr.
Francisco de Paula Barros.
Francisco de Paula Mayrink, Commendador -
Remido, Fun-
dador e Bem feitor.
Francisco Pinto Torres Neves, 1.» Tenente da
Armada.
Francisco do Rego Barros Barreto, Senador ^Senador
Francisco Vieira de Faria Rocha, Brigadeiro -
Fundador.
Frederico d'Almeida Rego, Dr.— Remido.
^f^^^^^®^'^^<T*Ç'-"•'."¦ ¦'¦"-¦¦ ''^^^i^^ÉBHÉH
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"
V

271
Frederico Augusto Borges, Dr.
Frederico Augusto de Souza Nogueira.
Frederico Corroa da Câmara, 1.» Tenente da Armada.
Frederico Guilherme de Lorena, Capitão de Fragata.
mi
Guilherme José de Noronha.
¦
.

Gustavo José Alberto, Professor Rublico.


Henrique Cesidio Samico, Dr.—Fundador.
Henrique Baptista Moreno, ür. D.—Remido.
Henrique Eduardo Nascentes Pinto, Commendador. ¦¦¦¦

Henrique Leuzinger.
Henry De Morgan Snell, Engenheiro.
fferoulano Velloso Ferreira Penna, Engenheiro, Dr.
Hormano Joppert, Commendador.
Hermillo Cândido da Costa Alves, Engenheiro, Dr.—Remido.
Humberto Saraiva Antunes, Engenheiro—Remido.
Ignacio Joaquim da Fonseca, Chefe de Divisão—Fundador. -
Ignacio Xavier da Silva, Conego. .
Ismael Torres de Albuquerque, Engenheiro. K-"i.
•lacintho Luiz dos Santos Garcoz, Dr.
Januário Cândido de Oliveira, Engenheiro,
João Alfredo Corrêa d'01iveira, Conselheiro—Remido.
João Baptista Sampaio Ferraz, Dr.— Remido.
João Cândido Ferreira da Costa.
João Carlos de Souza Ferreira, Commendador — Remido e
Fundador.
João Chroekatt de Sá Pereira e Castro, Engenheiro, Dr. .;„/'••;.

João Carolino da .Graça, Engenheiro—Remido.


João Florentino Meira de Vasconcellos, Senador.
João Frick.
João José da Cruz Camarão, Engenheiro.
João Justino de Proença, Capitão-Tenente.
João de Lima Franco, 1.° Tenente.
João Luiz Ferreira Souto.
João Maria da Gama Berquó, Dr.
João da Matta Machado, Dr., Conselheiro— Remido.
João Nascentes Pinto, Commendador,
João Pedreira do Couto Ferraz Júnior, Dr.
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272
João Pereira da Silva, Dr.—Fundador.
João Pires Farinha, Dr.—Remido e Fundador.
João dos Reis de Souza Dantas Filho, Dr.—Remido.
João Soares Neiva, Tenente-Coronel, Commendador.
Joaquim Abilio Borges, Dr.
Joaquim Antônio Cordovil Maurity, Capitão de Mar e Guerra.
Joaquim Antunes de Figueiredo, Dr.
Joaquim Floriano de Godoy, Dr.
Joaquim Galdino Pimentel, Engenheiro, Dr.
Joaquim Henrique da Costa Reis.
Joaquim Huet de Bacellar, Engenheiro, Dr.
Joaquim José de Campos da Costa de Medeiros e Albuquer-
que, Dr.
Joaquim José de Carvalho, Dr.
Joaquim José Gonçalves Ferreira, Commendador—Fundador.
Joaquim José de Siqueira, Dr.
Joaquim Miguel Ribeiro Lisboa, Engenheiro. Dr.
Joaquim Nicoláo.
Joaquim Saldanha Marinho, Conselheiro—Fundador.
Joaquim Saldanha Marinho Filho.
Joaquim Vieira Ferreira, Engenheiro.
José Antunes Rodrigues de Oliveira Catramby, Commenda-
dor—Fundador.
José Augusto Nascentes Pinto, Dr., Commendador.
José Carlos de Carvalho, Commendador.
José Carlos da Silva Telles, 1.° Tenente.
José da Costa Carvalho, Commendador — Fundador
José Cupertino Coelho Cintra, Engenheiro, Dr.
José Egydio Garcez Palha, 1.° Tenente da Armada.
José Feliciano de Noronha Feital, Dr.
'
¦¦
José Ferreira Cantão, Dr.
José Francisco Frougeth, Dr.
José Hermida Pazos, Commendador — Remido.
José Joaquim de Carvalho Bastos, Commendador.
José Joaquem de Menezes Vieira, Dr.
José Leão Ferreira Souto.
José Lourenço*da Costa Aguiar, Conego.

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-273-

José Lustosa da Cunha Paranaguá, Dr.—Remido.


José Manoel da Silva, Engenheiro, Dr.
José Maria Alves da Silva — Remido e Fundador.
José Maria Metelo, Dr. — Remido.
José Maria do Nascimento, Capitão-Tenente.
José Maurício Fernandes Pereira de Barros, Conselheiro.
José Masson, Commendador.
José Negreiros de Almeida Sarinho — Remido.
José Nogueira Jaguaribe, Engenheiro.
José Nunes Belfort Guimarães, 1.° Tenente da Armada.
José Pastorino — Remido e Fundador.
José Pinto de Oliveira Júnior, Engenheiro.
dose Ricardo Pires d'Almeida, Dr. Medico.
José Rodrigues Peixoto, Dr. Remido.
dose da Silva Costa, Dr., Conselheiro—Remido.
Josué Senador Corrêa de Mello, Commendador — Remido e
Fundador.
Júlio Borges Diniz, Dr. — Fundador.
Júlio César de Noronha, Capitão de Fragata.
Júlio Pinkas, Engenheiro, Dr., Commendador.
Júlio Procopio Favilla Nunes. \
Ladisláo Netto, Commendador — Fundador. v
Leopoldo Teixeira Leite, Dr. — Remido.
Libera to de Castro Carreira, Dr. — Remido.
Licinio Chaves Barcellos, Engenheiro, Dr.—Fundador.
Luiz Agapito da Veiga, Dr.
Luiz Alvares de Azevedo Macedo, Dr. —Fundador.
Luiz Alves da Silva Porto, Commendador — Remido e Fundador.
Luiz Carlos Barbosa de Oliveira, Dr.
Luiz Cavalcante de Campos Melb, Engenheiro.
Luiz Cruls, Engenheiro, Dr. — Fundador.
Luiz Guedes de Moraes Sarmento, Commendador— Remido
e Fundador.
Luiz Moreira de Serqueira Braga. \

Lupicinio Buarque, Engenheiro.


Malvino da Silva Reis, Commendador — Remido e Fundador.
Manoel Antônio Pimenta Bueno. Commendador.

'4:
**' '
¦
.<:- !

-274-

Manoel Carneiro da Rocha, ^Conselheiro, Chefe de Divisão.


Manoel Francisco Correia, Conselheiro— Remido e Fundador.
Manoel Francisco Dias da Silva Júnior.
Manoel Ignacio Belfort Vieira, 1.° Tenente da Armada.
Manoel José Soares, Commendador —Remido.
Manoel Maria de Carvalho, Engenheiro, Dr.
Manoel de Miranda Castro, Commendador — Remido.
Manoel do Nascimento Alvares Linhares, Engenheiro — Fun«
dador.
Manoel Pinto Torres Neves, Engenheiro, Dr.
Manoel de Santa Thereza Trovão, Fr. D. Abbade Prior do
Convento do Carmo — Remido.
Manoel da Silva Pereira, Dr. — Remia».
Manoel Velloso Paranhos Pederneiras, Dr.
Marquez de Paranaguá — Remido e Fundador.
Miguel Ribeiro Lisboa, Capitão de Fragata — Remido.
Millard Parker Fisdel, Coronel — Remido.
Orville Adelbert Derby, Dr.
Oscar de Oliveira Miranda, 2.° Tenente.
D. Pedro Augusto, Príncipe, Engenheiro— Remido.
Porfirio Alves da Andrade Ramos, Commendador, -
Remido.
Prezalindo Lery dos Santos, Dr.
Raymundo de Souza Raposo, Engenheiro. Dr.
Beginaldo Cândido da Silva, Engenheiro.
Ricardo da Silva Gusmão — Fundador.
Rodolpho Alexandre Hehl, Engenheiro.
Rodolpho Leopoldo Pereira Bittencourt., Capitão.
Sabino Ignacio Nogueira da Gama, Dr.
Salvador Antônio Muniz Barreto de Aragão,
Dr.
Samuel Wallace Mac-Dowel, Dr., Conselheiro
Satyro de Oliveira Dias, Dr.
Sebastião Pinto Bandeira Guimarães -
Remido
Serafim Muniz Barreto, Desembargador -
Remido e Fundador.
larquinio de Souza Filho, Dr.
Themistocles Nogueira Savio, 1.»
Tenente^Remido
Thomaz de Aquino Castro, Engenheiro.
Thomaz Cavalcante de Albuquerque,
1.? Tenente.
I

¦n ¦¦
; tó,..í',.r.

-275-

Thomaz José Coelho de Almeida, Conselheiro — Remido.


Tobias Laureano Figueira de Mello, Commendador.
Tobias Tell Martins Moscoso, Engenheiro.
Torquato Xavier Monteiro Tapajoz, Engenheiro — Remido.
Tristão de Alencar Araripe, Conselheiro — Fundador e Remido.
Tristão de Alencar Araripe Júnior, Dr.
Tristão Franklin de Alencar Lima, Dr., Engenheiro.
Vicente Alves de Paula Pessoa, Dr. — Remido.
Vicente Ferreira Lustosa Lima, Padre-Mestre.
Vicente José de Carvalho, Engenheiro — Remido.
Victor Francisco de Braga Mello, Eengenheiro.
Virgílio Gomes da Silva Netto.
Visconde de Gayalcaáti — Remido.
Visconde de Guahy — Remido e BemfeUor. i-M

Visconde do Serro-Frio — Remido.


Visconde de S. Francisco — Fundador. ¦-¦¦¦."'..

Visconde de S. Luiz do Maranhão.


Visconde de Taunay, Engenheiro, Dr. — Remido.
Weacésl&o de Souza Guimarães — Fundador.
William John Steains.

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RELAÇÃO
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DOS

SÓCIOS CORRESPONDENTES
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A. Baguet, Viee-Cousul do Brasil em Antuérpia» " Al

A. J. Wauters, Rodacteur en chef ÊüMòvément GéographÁque,


em Bruxellas.
A. Launay, Dr. Directeur du Bureau Municipal de Hygiéne
da cidade de Havre.
Adriano Chaigneau.
Aílbnso Lustosa.
Adolpho Lindemberg.
Agostinho Wiollier, Vice-Consul do Brasil em Valpãraisot
Alexandre Haag.
Alexandro Sorondo, D., Buenos-Ayres.
Alfredo Nogueira, Dr.
Álvaro Augusto Andrade Botelho, Dr.
Américo Brasiliense, Dr. ' •>. ¦

André Bresson, Paris.


Antônio Augusto de Vasconcellos, Dr.
Antônio Ferreira, Cônsul Portuguez no Chile.
Antônio Ferreira de Brito, Tenente-Coronel.
Antônio José de Lemos.
' . a-AH
Antônio de Macedo Costa, D., Bispo do Pará, Conselheiro.
Antônio Madeira Schaw, 1.° Tenente da Armada.
Antônio Martinez Rufino, D. Dr., Redactor da Revista Ar-
gentina de Sciencia? Médicas de Buenos-Ayres.
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- 278 -

Antônio Nicoláo Monteiro Baena, Tenente-Coronel.


Antônio Rodrigues Pereira Labre, Coronel.
Antônio Saboia de Sá Leitão, Dr.
Arthur Sauer, Engenheiro.
Barão d'Arinos, Ministro do Brasil em Pariz.
:,':; Barão Homem de Mello, Conselheiro.
Barão de Guajará
Barão de Grajaú.
Barão de Itajubá, Conselheiro, Enviado Extraordinário e
Ministro Plenipotenciario do Brasil nos Estados-Unidos,
Barão de Marajó.
Barão de Parahim.
*W.
Ben. Austin, Dr. Secretario de Trinity Historical Society
Dallas Texas, Estados-Unidos.
Benjamm Franklin de Alencar Lima, Engenheiro. Dr.
Brasilio Machado, Dr.
Carlos Eloy, Dr., Redacteur de ÍUnion Médkak de Pariz.
Carlos Frederico de Noronha, Capitão de Fragata.
Carlos Gauthiot, Secretario Geral da Sociedade de Geographia
Commercial de Pariz.
Carlos José da Costa Pimentel Júnior, Dr.
Carlos Ruelens, Presidente da Real Sociedade de Geographia
de Bruxellas.
Carlos Thompson Flores, Dr.
Carlos von den Steinen.
Carlos von Kozeritz, Capitão, Redactor do Deúlsehe ZeUung
de Porto-Alegre.
Cassio Ávila Farinha, Dr., Redactor da Pátria de Montevidéo.
Chás. Stewart Swindells, Presidente de Trinity Historical
Society Dellas Texas, Estados-Unidos.
<.,','• > - - Cláudio José Gonçalves Ponce de Leão, Bispo de Goyaz,
• Conselheiro.
Conrado Álvaro de Campos Penafiel, Dr.
Daniel Machado, Dr.
Dormevil José dos Santos Malhado, Dr.
Emilio de Menezes.
Ernesto A. Alves, Dr.

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-279-
Estanisláo S. Zeballos, Dr. Presidente do Instituto Geo
ara-
phico Arganíiao.
Kugenc Fantaíne, Commandante do
paquete Pampa.
Ezequiel Franco de Sá, Dr.
F. A. Berra, Dr.
Fernando Delbcrt, Cônsul da Áustria Hungria da Bolivia
na Bali ia.
F. de Gruber, Dr., Professor da Universidade de Vianna.
Firmo Josó de Mattos, Desembargador.
Francisco Augusto Pereira da Costa, Dr.
Francisco Hoaorio Ferreira Brandão, Dr.
Francisco Jufio da Vci^a, Dr.
Franrisco do Macedo Costa, Dr.
Francisco Martins dos Santos, Coronel Santos.
Francisco do Paula de Araújo Silva, Dr.
Francisco de Paula de Castro, Capitão.
Francisco de Paula Chaves Campello.
Frauck Vicente Júnior.
Fianz Ritíer vou Le Monnier.
Frederico José de SantMnna Nery. Dr.
Frederico Maurício Draenert, Dr. Professor.
Gonçaio Paes do Azevedo Faro, Dr.
Graciano A, de Azambuja.
Guilherme Sttidart, Dr.
Guilherme von den Steinen.
Gusinan Blanço Venezuela.
II. Waunennan, Coronel, Presidente da Real Sociedade de
Geographia de Antuérpia.
Herbert H. Smith, Dr.
Ignacio Baptista de Moura, Engenheiro.
J. Du Fief, Secretario geral do Atheneo de Bruxellas.
J. Gcbclin, Redacteur en chef du Boletim de Ia Société de
Geograjdiie Commerciale de Bruxellas. j
J. Geraud, Secretario geral da Real Sociedade de Geogra-
phia de Antuespia.
J. Langlois, Thesoureiro da Real Sociedade de Geographia
de Antuérpia.
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280
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J. Liagre, Tenente-general, Secretario perpetuo da Academia


Real de Bruxellas.
Jacques Henry, Commandante do paquete Ville de Santos.
James W. Wells, Engenheiro.
Jayme Pombo Bricio, Dr.
Jeronymo Sedré Pereira, Conselheiro.
João Adrião Chaves, Dr., Cônsul do Brasil em Buenos-Ayres.
John Augustus Otonba Payne.
João Barbalho Uchôa Cavancanti, Dr.
João Rodrigues Barbosa, Dr.
João Baptista Regueira Costa.
João de Cerqueira Mendes.
João Feliciano da Motta e Albuquerque.
João Francisco Velarde, D., Dr., Ministro da Bolivia no Brasil.
João José Corrêa de Moraes, Coronel.
João Vicente Leite de Castro, Major.
Joaquim de Almeida Leite de Moraes, Dr., S. Paulo.
Joaquim Honorio da Silva Rabello.
Joaquim Leovagildo de Souza Coelho, Engenheiro.
Joaquim Pedro de Mello, Dr.
Joaquim Pinto Guedes, Dr.
Joaquim Ribeiro, Dr., Uruguayana.
José Antônio da Silva.
José de Azevedo Silva, Dr.
José Jorge da Silva Penna.
José Lustosa da Cunha, Coronel.
José Mariano Lustosa do Amaral, Desembargador.
José Penna D., Dr., Director de Ia Casn Municipal d Aista-
miento de Buenos-Ayres.
José Ribeiro da Fenseca Silvares.
José Timotheo da Silva Bastos.
José Verissimo, Commendador.
José Vieira do Couto Magalhães, Brigadeiro.
José Vieira de Faria Rocha.
Joseph de Melle Alvares.
Justino Ferreira Carneiro, Dr.
Justus Perthes, Gotha. ,

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281
Lauro Baptista Bittencourt, Dr.
Leandro Alfredo Ribeiro da Costa.
Leopoldo de Carvalho Ribeiro, Engenheiro.
Lúcio de Freitas Amaral, Engenheiro. :'. ' -e*&

Luis dei Castilho, y Trigueiros, ex-Ministro de Hespanha no


Brasil.
Luiz Delgeur, Vice-Presidente da Real Sociedade de Geo-
graphia de Bruxellas.
Luiz de França Almeida e Sá, Engenheiro.
Luiz Simões da Fonseca, Dr.
Manoel Baena.
Manoel Oandioti, Dr., Buenos-Ayres. ¦¦-,

. íe -

Manoel Cláudio de Arrouxellas Jayme, Secretario do Insti-


tuto Archeologico e Geographico Alagoano.
Manoel Ferreira de Passos Costa Júnior, Capitão.
Misseno Alves de Padua.
Miguel P. Sorondo, D., Buenos-Ayres.
Miguel de Pino.
Nicoláo Alexandre Moniz Freire, Dr.
Onezimo Leguizamon, Dr.
Otton Clauss, Dr.
Paul Ehrenrcisch.
Paulino Nogueira Borges da Fonseca, Dr.
Paulo Porto Alegre, Cônsul do Brasil em Lisboa. ¦ ¦"¦?

Paulo Robin.
Peter Vogel, Dr.
Possidonio Maneio da Cunha, Commendador.
Prosper de Pietra-Santz, Dr.
Quintino José de Miranda, Desembargador.
Raymundo A. Nerv.
Roberto Calheiros de Mello, Dr., Presidente do Instituto Ar-
cheologico e Geographico Alagoano.
R. Th. von Inama Sternegg, Conselheiro, Vienna.
Salvador de Mendonça. Dr., Cônsul Geral do Brasil nos *ve'el .;.:-„

Estados-Unidos.
Sylverio José Nery, Engenheiro.
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- 282

Theodoro Augusto de Freitas Magalhães.


Theophilo Domingos Alves Ribeiro, Dr.
Visconde de Maracajú.

RESUMO

Sócios effectivos (incluindo 55 fundadores) 281


Sócios correspondente 150

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HONORÁRIOS

0 Sr. D. Pedro de Alcântara.


O Sr. Conde d'Eu.
Marquez de Paranaguá.

DIRECTORIA PARA 0 AMO DE 1890


PRESIDENTE

Marquez de Paranaguá.
1.° VICE-PRESIDENTE

Visconde do Serro Frio.


2.° VICE-PRESIDENTE

Chefe de Divisão Barão de Teffé.


3.° VICE-PRESIDENTE

Conselheiro Tristão de Alencar Araripe.


1.° SECRETARIO

Dr. Feliciano Pinheiro de Bittencourt.


2.° SECRETARIO

Dr. Torquato Xavier Monteiro Tapajós.


-

3.° SECRETARIO

Dr. João Cordeiro da Graça.


s

4.° SECRETARIO

1.° Tenente Themistocles Nogueira Sávio.


THESOUREIRO

Commendador José Antunes Rodrigues de Oliveira Catramby.


REDACTOR DA REVISTA

Ensreuheiro Dr. Antônio de Paula Freitas.


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COMISSÕES PAEA O ANI DE 190

I'iF/m!uni!A Ph^sica; Barão de Teffé, Barão Homem de Mello, Capitão de


suar e guerra Joaquim Antônio Cordovil Maurity.

(tKutiaiMUA Política : Visconde do Serro Frio, Coronel Antônio José


Maria Pego Júnior, Commendador Ângelo Eloy da Câmara.

Gkooiuphia Mathematica: Conselheiro Dr. Agostinho Victor de Borja


: ":-ã
Castro, Capitão de Fragata José Maria do Nascimento, Dr. Manuel
Pereira Reis.
«iLui,kaí'HIa Amluicamsta; Cheíe de Divisão Ignacio Joaquim da Fonseca,
Dr. Orville A. Derby, Dr. D. Francisco de Assis Mascarenhas.

iílogkaihia Medica: Dr. João Pires Farinha, Dr. Fernandes Pires Ferreira,
Dr. Henrique Cesidio Samico.
/
MktkoiíOLOGU lá Magnetismo Terrestre: 1.° Tenente da Armada Adolpho
Pereira Pinheiro, Dr. André Gustavo Paulo de Frontin, Dr. Col-
latino Marques de Souza Filho.

CüMMíbSÀu DE Redacçao: José Carlos de Carvalho, Dr. José Lustosa da


Cunha Paranaguá, Torquato Xavier Monteiro Tapajós.

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índice gebal
DO

QUINTO TOMO DA REVISTA

DA

Sociedade de Geographia do Rio de Janeiro

Pags .
Exposição de gsoohaphia sul-americana.- Noticia pelo redactor da
Revista, Dr. A. do Paula Freitas ¦>
A pesca da dalêa na província da BAiiiA.— Pelo 1.° Tenente da Ar-
mada Antônio Alves Câmara 18
Qeooíupuia médica.— Resumo do boletim da mortalidade do Rio de
Janeiro, no quarto trimestre do 1888 44
UjSTEORotoou.— Médias mensaes deduzidas das observações do Im-
perial Observatório Astronômico do Rio de Janeiro, durante o
quarto trimestre do 1S88 40
OBSERVATÓRIO ASTRONÔMICO E METEOROLÓGICO DA CIDADE DE GOYAZ .... 47

Noticiário pelo redactor da revista.—Origem do nome America*


— A criminalidade na Europa.—A longevidade no Japão.—O
Brazil na Europa 51
Actas de 1887, desde a sessào de 5 de Julho até a ultima de
Dezembro 58
Synopse Geographica da província de S. Paulo, 1887 a 1888.— y
Trabalho apresentado pelo sócio o Sr, Francisco Martins dos
Santos 81
Explorações em Matto-Grosso,— Pela Redacçao 100
O CONGRESSO INTERNACIONAL DAS SCIENCIAS üEOaRAPIIICAS em 1889.—
Pela Redacçao 102

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II ÍNDICE

Paqs,
Movimento de immigrantes no Braz.l. — Pela Redacção 111
Meteorologia.- Médias mensaes das observações no Rio de Janeiro,
durante o 1.° trimestre de 1S89 Wb.
Quadro organisado segundo os dados obtidos no Imperial Ob-
seryatorio. W°
Idem segundo os dados obtidos há Estação Central de Metéreõlogia
de Santo Antônio — 116
Noticiário pela redacção.—O Exm. Sr. Marquez de Paranaguá.—
Exposição de Geographia Sul-Americana.—Sociedades estrangeiras
e nacionaes, que permutam as suas revistas ou boletins com os
da Sociedade de Geographia do Rio de Janeiro.— O nome Brasil.
A ilha de Fernando de Noronha.— Transvias da capital do
Império.— Viação férrea do Brazil.— Rede telegraphica «Io Estado.
Engenhos centraes.—Viagem do Sr. A. Thouar titravéz de
Gran-Chaco.— A estatística da cremaçao.—Fructos oleosos do
Brazil.—Congresso Internacional de Scièncias Geographieas eui
Pariz.— Meteorito de Bendegò.— Nossa Senhora dos Anjos de
Itambacury 11 i
Os picos altos do Brazil.—Conferência feita pelo sócio Sr. Orvílle
A. Derby lí&J
Exploração do rio das Mortes em Goyaz.—Relatório do Sr. Enge-
nheiro José Feliciano Rodrigues de Moraes, em 1&3G 150
A cachoeira do Urubu\—(Extrahido do Diário de Pernambuco) 105
Explorações em Matto Grosso 170
Noticiário.-A Sociedade de Geographia do Rio de Janeiro.-Expo-
\ sição de Geographia Sul-americana.-Limites do Brazil.—Un
explorateur brésilien.- Commissão exploradora em Matto-Grosso.
Industria de papel em Itíi.— Congresso Internacional das Scien-
cias Geographieas.-Os Congressos em Pariz.-Sociedade de Le-
gislação Comparada de Pariz.—Portugal na Exposição de Paris.
-Um monumental
globo geographico.-Carta Commercial do
Brasil.- Congresso de Geographia em 1890.- Le Galilée.- Novos
planetas e cometas 174
ACTAS DO ANNO DE 1888
1S3
Amazonas.— Conferência realizada na sessão de 10 de Outubro
de 1889,
pelo sócio remido Torquato Tapajós 221
Uma excursão no valle do Amazonas.-Trabalho
oiferecido polo
sócio effectivo Capitão de Fragata Miguel Ribeiro Lisboa........
236
Les mouvements de la oEOGRAPuiE.- Noticia
oflerecida peto sócio
Dr. Antônio de Paula Freitas, em sessão de 7
de Novembro
*elm
&

.1- i. ..„_.,

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índice III

Pags .
Noticiário.— A Sociedade de Geographia do Rio de Janeiro,— Obser-
vatorio Astronômico do Rio de Janeiro.—A velocidade do vento
no alto da torre EifTel.— Sociedade Astronômica Internacional... 260
Rklatorio da Sociedade de Geographia do Rio de Janeiro, organizado
pelo thesoureiro Oliveira Catramby 263
Relação dos sócios eíTectivos 267
Rfxaçào dos sócios correspondentes 277
Dirkctoria para o anno de 1890. 283
Commissoes scientificas da Sociedade de Geographia do Rio de
J anoiro 285
;¦«;¦

v.í.1.;
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DIRECTOKIA

Presidente: Conselheiro cTEstado Marquez de Paranaguá.


1.° Vice-Presidexte: Senador Visconde do Serro Frio.
2,o Vice-Piíesibente: Chefe de Divisão Barão de Teffé.
3.o Vice-Prissidente: Conselheiro Tristao de Alencar Araripe.
1.° Secretario: Capitao-Teüente Francisco Caiheiros da Graça»
'2.o Secretario:
l.o Tenenté*ArtÍiur índio do Brazil.
3,° Secretario: Dr. José Ricardo Pires de Almeida.
l.o Secretario: Engenheiro Dr. José Manoel da Silva,
Tiiesoureiro: Commendador José Antunes Rodrigues de Oliveira Catramby.
Hkdactok da Revista: Engenheiro Dr. Antônio de Paula Freitas.

COMMISSÕES

Geographia Piiysica: Barão de Xeffe, Barão Homem de Mello, Capitão


de
mar e guerra Joaquim Antônio Cordovil Mauritv.

Geographia Política: Senador Visconde do Serro Frio, Coronel Antônio


José Mana Pegp Júnior; Ângelo Elpy da Câmara.

Geojhuphia Maum.matica: Dr. Antônio de Paula Freitas, Conselheiro


Dr. Agostinho Vietor de Borja Castro, Capitão de Fragata José Maria
do Nftscimôtitó,
i

Geqgraphía Americaniza: Chefe de Divisão Ignacio Joaquim da Fonseca,


Dr. Ôrville A. Derhy, Dr. D. Francisco de Assis Mascarenhas.
*
Geographiv Medica: Dr. João Pires Farinha, Dr. Fernandes Pires Ferreira,
Dr HeuHcjuç Cesidio Samico.
*¦.

Meteorologia e Magnetismo Terrestre: l.o Tenente da Armada Adolpho


Pereira pinheiro, Dr. André Gustavo Paulo de Frontin, Dr:
Cot
latino de Souza Filho.

Comissão bis Huda.tã,,: J)r. José Mana da Silva Coutiuho, José Carlos
de Carvalho e Dr. José Lustosa da Cunha Paranaguá.
.*V-''*" r -1

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•^TTXSO

A redacçâo da Revista receberá, com agrado, dos


Srs. Sócios e pessoas estranhas â "Sociedade, memórias.
documentos e mappás, para serem impressos nos faletins,
se, a juízo da commissão de redacçâo, forem
julgados
úteis aos íins da mesma Sociedade,

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Correspondência á rua do Marquez de Abramos a. |

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com direcçâo ao Redactor. l

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