AULA 17 Artigo Osteoporose
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PÚBLICA
RESUMO
Revista UNILUS Ensino e Pesquisa A osteoporose é uma doença osteometabólica decorrente da diminuição da massa óssea,
acomete ambos os sexos, principalmente as mulheres após a menopausa, pela queda do
v. 12, n. 28, jul./set. 2015 hormônio feminino, o estrógeno. A osteoporose apresenta alta taxa de morbidade e
ISSN 2318-2083 (eletrônico) mortalidade devido às fraturas que ocorrem por causa da fragilidade do osso e por isso
que é considerado um grave problema de saúde pública.
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OSTEOPOROSE: UM PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA
OSTEOPOROSIS: A PUBLIC HEALTH PROBLEM
INTRODUÇÃO
O esqueleto apresenta 206 ossos. (KNOPLICH, 1993). O tecido ósseo é uma estrutura orgânica
constituída por vasos sanguíneos e linfáticos, nervos, matriz óssea e células (osteócitos, osteoblastos e osteoclastos).
Os osteócitos ficam dentro da matriz óssea, os osteoblastos produzem a matriz óssea e os osteoclastos são
responsáveis pela remodelação óssea. (AZEVEDO, CHAHADE, 2003a; MORAES, 28/08/2015; SZEJNFELD, 2000).
Para poder manter a homeostasia mineral, o esqueleto é destruído e reconstruído, através do processo de remodelação
óssea. E quando ocorre um desequilíbrio entre a formação e a reabsorção óssea, desencadeia o surgimento de
doenças, como por exemplo, a osteoporose que ocorre devido ao aumento dessa reabsorção. (SZEJNFELD, 2000). O
nosso esqueleto acumula tecido ósseo até a faixa etária dos 30 anos, a partir daí, perde-se 0,3% desse tecido ao ano.
(MURAYAMA et.al., 2007).
O osso é constituído por 80% de massa óssea compacta ou cortical, e 20% por massa óssea esponjosa
ou trabecular. (MURAYAMA et.al., 2007). A massa óssea compacta é encontrada na diáfise ou corpo dos ossos longos
e nas superfícies dos demais ossos, e a massa óssea esponjosa encontra-se nas extremidades dos ossos longos e no
interior dos demais ossos. O osso é revestido por duas camadas: uma externa (periósteo) e uma interna (endósteo).
(AZEVEDO, CHAHADE, 2003a).
Os ossos apresentam como componentes fundamentais a matéria orgânica ou extracelular e inorgânica
ou mineral. A matéria inorgânica é formada por cálcio, fosfato e carbonato e constitui cerca de 70% do peso corporal;
5% a 8% de água e 22% a 25% correspondem a matriz orgânica, que é formada principalmente por colágeno.
(SZEJNFELD, 2000).
Os ossos possuem funções de sustentação para músculos, articulações e tendões, permitindo assim o
movimento. Protegem alguns órgãos internos, realizam a hematopoiese (produção sanguínea através da medula
óssea), servem como reserva de íons (cálcio e fósforo) e mantém o equilíbrio ácido-base. (SZEJNFELD, 2000).
A osteoporose é uma doença osteometabólica, crônica, assintomática e multifatorial, que está associada
a perda progressiva de tecido ósseo que pode levar a ocorrência de fraturas, devido a fragilidade óssea. (ANVISA,
2009; AZEVEDO, CHAHADE, 2003b; SZEJNFELD, 2000; TESSARI; LORENZI, 2002; WANNMACHER, 2004). Outras
doenças relacionadas ao distúrbio osteometábolico são: osteomalácia, Doença de Paget, osteogenesis imperfecta
(doença dos ossos de vidro), e hipercalcemia associada a malignidade. (GOLDENBERG, 2009).
Segundo o Consenso Brasileiro de Osteoporose de 2002, a osteoporose é definida como: “Um distúrbio
osteometabólico caracterizado pela diminuição da densidade mineral óssea (DMO), com deterioração da
microarquitetura óssea, levando a um aumento da fragilidade esquelética e do risco de fraturas”. (MURAYAMA et.al.,
2007).
A osteoporose pode ser classificada em:
A osteoporose apresenta alguns fatores que colaboram com o seu desenvolvimento, tais como:
a) Menopausa;
b) Menopausa precoce não tratada;
c) Amenorréia;
d) História materna de fratura de colo de fêmur e ou osteoporose; (MURAYAMA, 2007);
e) Envelhecimento;
f) Hereditariedade;
g) Dieta pobre em cálcio;
h) Excesso de álcool e fumo;
i) Imobilização prolongada;
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A osteoporose acomete ambos os sexos, sendo mais comum em mulheres (10 vezes mais freqüente na
mulher do que no homem), principalmente na pós menopausa, devido à baixa concentração de níveis de estrógenos,
contribuindo assim com a perda da massa óssea (KNOPLICH, 1993). É estimado nas mulheres que 1 em cada 3 acima
dos 50 anos sofrerá uma fratura decorrente da osteoporose e aumentará para uma em cada duas a partir dos 60 anos.
E nos homens 1 em cada 5 acima dos 50 anos sofrerá uma fratura decorrente da osteoporose e aumentará para 1 a
cada 3 a partir dos 60 anos (FENAPCO, 13/04/2013).
A Osteoporose também é denominada como "Epidemia Silenciosa", pois a perda de tecido ósseo
geralmente é assintomática e em muitos casos só é diagnosticada quando ocorre a primeira fratura, quando a doença
se encontra em estágio avançado. Os locais de maior ocorrência de fratura são punho, coluna e quadril, mas também
podem ocorrer no ombro (FENAPCO, 13/04/2013).
No punho grande parte das fraturas ocorre nas mulheres, antes mesmo das fraturas de colo do fêmur e
ou coluna, e a tendência é aumentar com o envelhecimento. (FENAPCO, 2010). Esse tipo de fratura é causada devido
a queda sobre a mão, necessita de uma ou mais reduções e leva de 4 a 6 semanas para consolidar (MURAYAMA,
2007). Nos homens a incidência de fratura do punho é menor e não aumenta com a idade (FENAPCO, 2010).
As fraturas na coluna são as mais comuns e geralmente são causadas por atividades do dia-a-dia, dentre
as quais inclinar para frente ou girar e levantar objetos leves. O número de fraturas na coluna é semelhante nos
homens e nas mulheres. Sendo que nos homens, provavelmente essas fraturas estão associadas ao trabalho. Agora
com relação ao número de novas fraturas é cerca de um terço maior nas mulheres do que nos homens com idade entre
50 a 60 anos, e depois dos 70 anos, a tendência é dobrar o número desses casos (FENAPCO, 2010).
No mundo uma nova fratura na coluna ocorre a cada 22 segundos, sendo que o tipo de fratura mais
comum na coluna é causada pela osteoporose ou por baixa densidade óssea. Infelizmente a maioria desses casos, não
são diagnosticados e nem tratados (FENAPCO, 2010).
A fratura denominada “cascata” ocorre em mulheres (1 em cada 5) que tiveram fratura na coluna e terão
outra fratura dentro do período de 1 ano. O risco de futuras fraturas nessa região tende a aumentar de acordo com o
número de fraturas ocorridas. Se compararmos as mulheres sem fratura na coluna, com mulheres que tiveram 2 ou
mais fraturas, esse número aumentará em 7 vezes o risco de outra fratura na coluna no período de 12 meses
(FENAPCO, 2010).
Em mulheres acima de 80 anos, a prevalência de fraturas vertebrais é de 50%. E na maioria dos casos
de fraturas na coluna que causam dor e incapacitação, geralmente são ignoradas ou tratadas como uma simples dor
nas costas. E nos casos de fraturas consideradas leves ou moderadas frequentemente não são diagnosticadas ou
discriminadas nos prontuários dos pacientes (FENAPCO, 2010).
Em pacientes idosos acamados, que correspondem a menos de 50% dos casos de fratura na coluna, são
identificados nos laudos médicos em uma radiografia de perfil de tórax (FENAPCO, 2010).
As fraturas na coluna vertebral causam grande impacto na população. Nos idosos os custos médicos da
osteoporose na coluna associado às fraturas, inclui despesas hospitalares e a reabilitação. Enquanto que na população
ativa, os custos estão relacionados aos cuidados com pacientes não hospitalizados e a perda de dias no trabalho.
O aumento de fraturas na região da coluna ocasiona a elevação em torno de 8 vezes o índice de
mortalidade. Nos pacientes observam-se dor e deformação na coluna, diminuição da estatura, imobilidade, depressão,
aumento dos dias acamado, diminuição da função pulmonar e morte prematura (FENAPCO, 2010).
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Os profissionais da área da saúde que tratam de pacientes com osteoporose (principalmente na faixa
etária acima dos 50 anos), devem estar atentos para os seguintes sinais, que podem demonstrar a existência de uma
ou mais fraturas na coluna, como:
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a) Correção da postura;
b) Exercícios físicos adequados;
c) Parar de fumar;
d) Exposição ao sol;
e) Controle de ingestão de bebidas que contenham álcool e cafeína;
f) Realizar regularmente o exame de densitometria óssea; (MURAYAMA, 2007).
g) Não deixar objetos espalhados pelo chão;
h) Evitar calçados de saltos e com solado liso;
i) Não encerar o assoalho;
j) Não deixar tapete solto pelo chão;
k) Não ande em locais pouco iluminados e com chão molhado.
l) Utilize corrimão dos dois lados;
m) Não guarde objetos em prateleiras altas;
n) Coloque banco de plástico dentro do boxe para, sentado, lavar os pés e use ducha móvel;
o) Coloque barras de segurança no banheiro. Se possível tenha piso antiderrapante na cozinha e no
banheiro;
p) Coloque corrimões e barras de apoio próximo à cama, ao vaso sanitário e dentro do boxe do
banheiro;
q) Cuidado redobrado quando estiver usando medicação que provoque tontura;
r) À noite, tenha sempre uma lanterna no criado-mudo;
s) Uma boa visão é fundamental, portanto, consulte sempre seu oftalmologista. (COMISSÃO DE
DOENÇAS OSTEOMETABÓLICAS E OSTEOPOROSE, 2011).
t) Não subir em cadeiras ou bancos inseguros;
u) Não levantar objetos pesados;
v) Sempre que necessário usar bengala ou andador; (GOLDENBERG, 2009).
Com relação ao tratamento para osteoporose, a cura é quase impossível, mas pode impedir o
agravamento da mesma. O tratamento tem como finalidade controlar a dor, retardar ou interromper a perda de massa
óssea e prevenir fraturas. A escolha do tratamento irá depender da causa da doença, ou seja, se por excesso de
reabsorção óssea ou por criação de massa óssea deficiente, ou ainda, se há outras patologias associadas (MINHA
VIDA, 28/08/2015).
O tratamento da osteoporose pode ser através de:
A incidência e os custos nas fraturas por osteoporose são maiores do que as de cardiopatias e o câncer
de mama. Alguns estudos alegam que a possibilidade de óbito em mulheres de 50 anos ocasionada por uma fratura de
quadril é semelhante a possibilidade de morte por câncer de mama. É estimado que apenas uma em cada quatro
fraturas receba o tratamento adequado. E com relação as fraturas vertebrais, as mulheres correm risco de desenvolver
fraturas adicionais no decorrer dos anos (FENAPCO, 13/04/2013).
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CONCLUSÃO
Podemos concluir que a osteoporose é uma doença que ocorre por causa da diminuição progressiva da
massa óssea, fazendo com que os ossos se tornem frágeis e propensos às fraturas.
Devido ao aumento da expectativa de vida, ocorre também o aumento da população com risco de
desenvolver doenças relacionadas ao envelhecimento, como no caso a osteoporose. Assim torna-se necessário o
desenvolvimento e a prática de medidas preventivas e terapêuticas.
O tratamento tem como finalidade manter ou aumentar a densidade óssea por meio de uma alimentação
com quantidade adequada de cálcio, da prática de exercícios físicos adequados e, em outros casos entrar com
administração de medicamentos.
O ideal seria a prevenção da osteoporose na adolescência através de uma alimentação rica em cálcio e
vitamina D, e a prática de exercícios físicos, para que futuramente as consequências dessa doença fossem evitadas ou
minimizadas, e promovendo assim uma qualidade de vida melhor.
REFERÊNCIAS
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