O Nexo de Causalidade
O Nexo de Causalidade
O Nexo de Causalidade
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13 de Setembro de 2022
O Nexo de Causalidade
Importante salientear que o nexo causal deve ser provado tanto nos casos de
responsabilidade objetiva, como nos de natureza subjetiva. Em ambos os casos
só haverá responsabilização quando devidamente comprovado o nexo de
causalidade. A diferença entre ela encontra-se na segunda hipótese, sobre a
qual exigir-se-á também a demonstração do elemento subjetivo – a culpa – ao
passo que na primeira basta a presença da conduta, do dano e do nexo causal
entre uma e outra.
Portanto, conforme a teoria adotada, será possível qualificar certa pessoa como
a responsável pelo evento danoso em razão do nexo de causalidade havido entre
o ato por ela praticado e o prejuízo causado à vítima.
É importante salientar ainda que, toda vez que ocorrer uma causa
relativamente independente, que, por si só, provocar o resultado, o nexo causal
se romperá, e o agente ensejador da causa primária, será responsável somente
pelos atos anteriores por ele praticados. O exemplo clássico desta hipóstese é
aquele referente ao crime de lesões corporais em que a vítima é transportada ao
hospital em uma ambulância, a qual vem a colidir com outro veículo durante o
trajeto. Com a colisão, a vítima cai, fato que lhe causa a morte. Trata-se de
causa relativamente independente que, por si só, produziu o resultado morte. O
agente primitivio responderá somente pelo crime de lesões corporais.
É possível concluir, com base nessas assertivas, que a teoria que aqui vem sendo
abordada, muito embora esteja prevista em dispositivo que trata da
responsabilidade contratual, também pode ser estendida a outras hipóteses. É o
que fez o Supremo Tribunal Federal.
Dessa forma, mesmo que seja nos dias de hoje discutível o significado de efeito
direto e imediato, não há dúvidas de que falar em causalidade necessária, como
quer Agostinho Alvim, representa significativo progresso em relação à fórmula
estreita do efeito direto e imediato.
Concurso de causas
Os danos sofridos pela vítima podem ser decorrência não só de uma única
causa, mas de uma pluralidade de causas. O problema que surge a partir dessa
assertiva coloca-se na identificação da (s) causa (s) que, sob o ponto de vista
jurídico, pode (m) ser considerada (s) como a origem do evento danoso.
Fernando Noronha, por sua vez, refere as hipóteses de co-autoria (único fato
gerador, mas com a participação de várias pessoas), concorrência de causas ou
causalidade concorrente (mais de um fato gerador do dano atribuíveis a pessoas
diferentes) e causalidade alternativa.
A primeira situação vem tratada pelo art. 942, caput, in fine, do Código Civil
brasileiro, em que se lê que, “se a ofensa tiver mais de um autor, todos
responderão solidariamente pela reparação”. Trata-se de preceito que também
se aplica às formas de causalidade concorrente.
Causalidade alternativa
Às vezes pode ocorrer que um dano, cuja verificação podia ter sido
consequência adequada de um determinado fato, venha a ser produzido por
outro fato, sem relação de causa e efeito com o primeiro. O primeiro fato, tido
como adequado para produzir o resultado danoso mas que acabou por não
produzi-lo, é chamado de causa virtual. Se a causa virtual poderia ter
acarretado o efeito lesivo, o certo é que não o fez. Segundo Fernando Noronha,
causa real
virtual
O fato de terceiro, por sua vez, dá-se quando o fato antijurídico é praticado
por alguém que não seja nem o lesado nem a pessoa de cuja responsabilidade se
esteja cogitando. É o que ocorre, por exemplo, em situações de
“engavetamento” de veículos, devido ao chamado “efeito dominó”. O veículo da
frente que parou e deu origem à sucessão de albarroamentos será
responsabilizado por todos os eventos danosos, porque foi ele o único causador
de todos os prejuízos verificados.
imprevisibilidade, irresistibilidade e
externalidade. Quanto a esse último elemento, se não estiver
presente, não há como afastar a responsabilidade
Há de se ter presente que não são todos e quaisquer danos que sobrevenham ao
fato ilícito merecedores de reparação. Serão indenizados apenas aqueles que
possam ser efetivamente considerados como produzidos pelo ato ilícito, cuja
resposta variará conforme a teoria adotada. O nexo de causalidade, de qualquer
forma, desempenha “a dupla função de pressuposto da responsabilidade civil e
de medida da obrigação de indenizar”.
É essa teoria que auxiliará na solução dos casos em que o julgador estiver diante
de uma pluralidade de causas produtoras do evento danoso. Nesses casos, lhe
caberá verificar, à luz de um raciocínio hipotético, qual ou quais das causas
poderia (m) ter dado origem, como consequência normal e provável de sua
ocorrência, ao evento lesivo. Se houver mais de uma causa adequada, sejam elas
sucessivas ou contemporâneas, os agentes serão solidariamente responsáveis.
Se, ao invés, somente houver uma causa adequada, somente ao agente
provocador desta causa será atribuído o respectivo dever de indenizar.
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