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Manual Do IPM

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POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

MANUAL DO

INQUÉRITO

POLICIAL MILITAR

Belo Horizonte
2004
Direitos exclusivos da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG)
Reprodução proibida, salvo parcialmente, no âmbito da PMMG, sob as
penas da lei.

4.ª Edição
Tiragem: exemplares

ADMINISTRAÇÃO
Centro de Pesquisa e Pós-Graduação da PMMG
Rua Diabase, 320 - Bairro Prado
Belo Horizonte/MG
CEP 30.410-440
Tel.: (0xx31) 2123-9513
Fax: (0xx31) 2123-9512
E-MAIL: cpp@pmmg.mg.gov.br
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE MINAS GERAIS
COMANDO GERAL

RESOLUÇÃO N.º 3.234, DE 29 DE NOVEMBRO DE 1995

“Aprova as modificações do Manual do


Inquérito Policial Militar, para terceira
edição.”

O Coronel PM Comandante-Geral da Polícia Militar do Estado de


Minas Gerais, no uso de suas atribuições previstas no inciso XI do artigo
6.º do R-100, aprovado pelo Decreto n.º 18.445, de 15Abr77,

RESOLVE:
Art. 1.º - Ficam aprovadas as modificações do “Manual de
Inquérito Policial Militar” a que se refere a Resolução n.º 775, de 22 de
maio de 1980, com as modificações introduzidas pela Resolução n.º 1490
de 23Dez85, Resolução n.º 3508, de 07Out99.
Art. 2.º - Esta Resolução entra em vigor na data de sua
publicação.

QCG em Belo Horizonte 29 de novembro de 1995.

(a) NELSON FERNANDO CORDEIRO, CORONEL PM


COMANDANTE-GERAL
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE MINAS GERAIS
COMANDO GERAL

RESOLUÇÃO N.º 3508, DE 07 DE OUTUBRO DE 1999

Torna sem efeito as modificações introduzidas no


Manual de Inquérito Policial Militar pela
Resolução n.0 3.502, de l9Jun 99, particularmente
no item 10, do Capítulo VI, relacionado à
desistência ao direito de representação, nos termos
do art. 88, da Lei Federal n.º 9.099, de 26Set95.

O COMANDANTE-GERAL DA POLÍCIA MILITAR DE


MINAS GERAIS, no uso da competência que lhe é atribuída pelo art.
6.º, inciso XI, do R-100, aprovado pelo Decreto n.º 18.445, de 15abr77, à
vista do contido no art. 1.º da Lei Federal n.º 9.839, de 27Set99,

RESOLVE:
Art. 1.º - Ficam sem efeito, a partir do dia 28Set99, data de
publicação e vigência da Lei Federal n.º 9.839, de 23Set99, as
modificações introduzidas pelo item 10, do Capítulo VI. do Manual do
Inquérito Policial Militar (IPM), relativas à aplicação do art. 88 da Lei
Federal n.º 9.099, de 26Set95, relacionada à desistência ao direito de
representação.

Art. 2.º - Os atos porventura praticados antes da vigência da Lei


n.º 9.839/99 são válidos, em virtude do princípio da irretroatividade da
lei penal previsto no art. 5.º, XL, da Constituição Federal.
Art. 3.º- Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 4.º - Revogam-se as disposições em contrário.

Belo Horizonte, 07 de outubro de 1999.

(a) MAURO LÚCIO GONTIJO, CORONEL PM


COMANDANTE-GERAL
RESOLUÇÃO N.º 3.502, DE 19 DE AGOSTO DE 1999

“Aprova modificações do Manual do Inquérito


Policial Militar, para quarta edição.”

O COMANDANTE-GERAL DA POLÍCIA MILITAR DE


MINAS GERAIS, no uso da competência que lhe é atribuída pelo art.
6.º, inciso XI, do R-100, aprovado pelo Decreto n.º 18.445, de 15abr77,

RESOLVE:

Art. 1.º - Ficam aprovadas as modificações do “Manual do


Inquérito Policial Militar” a que se refere a Resolução n.º 775, de 22 de
maio de 1980, com as modificações introduzidas pelas Resoluções n.º
1.490, de 23dez85 e n.º 3.234, de 29nov95.

Art. 2.º- Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 3.º - Revogam-se as disposições em contrário.

Belo Horizonte, 19 de agosto de 1999.

(a) MAURO LÚCIO GONTIJO, CORONEL PM


COMANDANTE-GERAL
ÍNDICE POR CAPÍTULOS

CAPÍTULO I - O INQUÉRITO POLICIAL MILITAR


Conceito, Valor, Doutrina .............................................................. 13
Investigação Policial ...................................................................... 14
Composição das Provas ................................................................. 16
Dos Atos Probatórios (Comentários Doutrinários) ........................ 17

CAPÍTULO II - ASPECTOS TÍPICOS DO CPPM


Apresentação .................................................................................. 27
Do Inquérito Policial Militar .......................................................... 27
Da Ação Penal e de seu Exercício ................................................. 28
Das Providências que recaem sobre a Pessoa ................................ 28
Do Início do Processo Ordinário.................................................... 30
Dos Recursos ................................................................................. 31
Da Execução da Sentença - Dos seus Incidentes ........................... 32

CAPÍTULO III - TERMOS TÉCNICOS E JURÍDICOS UTILIZADOS


NO IPM/APF ........................................................................................... 33

CAPÍTULO IV - ROTEIRO DE UM INQUÉRITO POLICIAL


MILITAR
Ordem das Peças ............................................................................ 39
Peças que podem surgir no IPM .................................................... 40
Comentários ................................................................................... 41

CAPÍTULO V - FORMULÁRIOS DO IPM


A Portaria de Designação............................................................... 43
Exame de Possíveis Impedimentos ................................................ 53
Designação e Compromisso do Escrivão ....................................... 55
Portaria de Instauração ................................................................... 58
Primeiro Despacho e seu Cumprimento ........................................ 61
Audição de Pessoas ........................................................................ 68
Recebimento dos Laudos Requisitados ......................................... 79
Cuidados com o ACD .................................................................... 85
Quesitos Oficiais ............................................................................ 90
Da Busca e Apreensão ................................................................. 114
Carta Precatória ............................................................................ 118
Reconhecimento como Meio de Prova ........................................ 121
Prisão para Investigações, Sequestro ou Arresto de Bens do
Indiciado ...................................................................................... 124
Avaliação e Restituição ................................................................ 131
Relaxamento da Prisão ................................................................. 136
Prorrogação de Prazo ................................................................... 140
Reconstituição .............................................................................. 142
Normas para Croquis, Terminologia Técnica e Organização dos
Papéis ........................................................................................... 145
Relatório do IPM .......................................................................... 157

CAPÍTULO VI - PRISÃO EM FLAGRANTE


Doutrina ....................................................................................... 165
Providências Preliminares ............................................................ 166
Redação do APF .......................................................................... 170
Nota de Culpa .............................................................................. 172
Providências Finais ...................................................................... 177
Relatório ....................................................................................... 179
Certidão dos Direitos Constitucionais ......................................... 180
APRESENTAÇÃO
Manual do Inquérito Policial Militar

EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS

EXMO SR. CORONEL PM COMANDANTE GERAL

1. A comissão in-fine assinada, designada por ato publicado em


BGPM, n.º 132, de 12 de Junho de 1979, tem a súbita honra de submeter
à esclarecida apreciação de V. Exa. o anteprojeto de um “Manual de
Inquérito Policial-Militar.”
2. No início, pretendia-se, a exemplo das obras existentes,
elaborar um manual que contivesse tão somente o formulário das peças
mais usuais de um inquérito, acompanhadas de legislação e orientações
específicas. Contudo, no decurso das pesquisas, discussões e
entrechoques de idéias, entendeu-se que, produzindo-se um trabalho para
a estante profissional de nosso oficial, não poderíamos ser tão simplistas.
Deveríamos ir mais além, porquanto o oficial que preside uma
investigação não dirige uma mera atividade mecânica, ao contrário,
desenvolve um esforço de inteligência que exige lastro intelectual,
entendimento de causas e efeitos em diversos campos do conhecimento
humano, tirocínio avançado, capacidade criativa e outros atributos
inerentes ao homem de formação superior.
Dentro da linha traçada, carreou-se para o bojo do anteprojeto,
além dos formulários, legislação e explicações orientativas, uma dose
substanciosa de doutrina e jurisprudência, que, não obstante
reconhecendo que o Direito é um campo vasto e ilimitado, servirá de
facho de luz para que o oficial se aprofunde em seus estudos e pesquisas
nesse ângulo de nessa complexa profissão.
Por conseguinte, estrutura-se o anteprojeto em cinco partes, que
comentaremos sucintamente nos parágrafos subsequentes:
PRIMEIRA PARTE: DOUTRINA
SEGUNDA PARTE: LEGISLAÇÃO
TERCEIRA PARTE: TERMOS TÉCNICO-JURÍDICOS
QUARTA PARTE: FORMULÁRIOS
QUINTA PARTE: JURISPRUDÊNCIA

7
Manual do Inquérito Policial Militar

3. A parte de “Doutrina” estrutura-se em três capítulos básicos,


complementado por pareceres emitidos por ilustrados juristas militares
no Tribunal de Justiça Militar Estadual e no Tribunal de Justiça do
Estado do Rio de Janeiro.
3.1 O primeiro capítulo procura situar, no seu parágrafo inicial, o
exato entendimento do que seja Polícia Judiciária Militar no âmbito da
nossa Corporação.
3.2 Denominamos capítulo segundo, a transcrição que fizemos de
um estudo doutrinário editado em 1978 sob o título “CRIME MILITAR”
(Editora Rio, de autoria do Jurista Álvaro da Costa Mayrink). Em
verdade, a Comissão poderia ter tentado adaptar o estudo ou condensá-lo,
ou desenvolver um estudo próprio. Entretanto, preferimos ser coerentes e
realistas: encontrávamo-nos diante de um trabalho intelectual sério e
profundo; a melhor política seria aproveitá-lo integralmente.
3.3 Avançando o enfoque teórico-doutrinário, o capítulo terceiro
discorre sobre o Inquérito Policial-Militar. Conceitua-o. Posiciona-o na
exata medida de seu valor perante o judiciário. Evidencia-o nos seus
matizes vivos de instrumento de investigação criminal.
O capítulo preocupa-se em oferecer ao oficial a verdadeira
dimensão e natureza do encargo que se lhe atribui quando é designado
para presidir um IPM. O oficial não pode ser encarado como um mero
ajuntador de peás ou copiador de formulários, ou transcrevedor de
relatos, papel esse mais compatível ao escrivão. O oficial é a inteligência
que inquire, perquire e indaga, que sabe penetrar e rebuscar os meandros
do evento obscuro para encontrar a luz que haverá de clareá-lo em todas
as suas nuances.
Concluíndo-o, damos ênfase aos atos probatórios, transcrevendo,
à guisa de comentários doutrinários, o trabalho da lavra de eminente
jurista publicado na Revista do Superior Tribunal Militar, ano IV, n.º 4,
1978.
3.4 Coroando a primeira parte, transcrevemos, face ao seu
indiscutível valor, dois estudos de eminentes juristas do Tribunal da
Justiça Militar de Minas Gerais e do Tribunal de Justiça do Estado do Rio
de Janeiro.

8
Manual do Inquérito Policial Militar
3.4.1 O primeiro estudo pertence ao insige Juiz do Tribunal de
Justiça Militar - Dr. Luiz Marcelo Inacarato - datado de 16Dez75,
versando sobre o momentoso problema da aplicabilidade da Lei Penal
Militar no que tange às Polícias Militares. Não obstante a evolução
constitucional e jurisprudencial de 1975 a esta data, julgamos que a
fundamentação desenvolvida pelo estudioso jurista continua atual e deve
ser difundida a todos os Oficiais.
3.4.2 O estudo seguinte é um parecer da lavra do Dr. Oswaldo
Carvalho Monteiro, ilustre Procurador da Justiça Militar Estadual, que
reforça a tese consagrada, a partir da Emenda Constitucional n.º 7, de
13Abr77, de competência do foro militar para os crimes praticados por
elementos da Polícia Militar.
3.4.3 A segunda parte cuida da legislação processual. É apenas
indicativa. Transcreve os principais tópicos do CPPM relativos ao
Inquérito Policial Militar e à Prisão em Flagrante. Da a indicação dos
dispositivos de maior interesse ao Encarregado da investigação. Contudo,
é bom que se frise, não pretende substituir o uso dos Códigos (CPM e
CPPM) que devem continuar sendo as obras mais manuseadas na
Biblioteca Profissional de Oficial.
3.4.4 Na terceira parte, a Comissão coletou os termos técnico-
jurídicos mais usuais no desenvolvimento da investigação e elaboração
do IPM ou na lavratura do APF. Evidentemente, dentro do escopo de
nosso trabalho, não pretendemos esgotar o assunto. O oficial consciente
da profissão tem com isso apenas um ponto de referência. Poderá ampliar
o seu acervo de conhecimentos recorrendo aos dicionários de termos
técnicos-jurídicos.
3.4.5 A quarta parte abrange a série de formulários que retrata os
aspectos formais do IPM e APF. Buscamos estabelecer um roteiro para o
Encarregado e o Escrivão. Não sua elaboração, não inovamos. Sem
embargo de algum aperfeiçoamento ou ajustamento à nossa realidade,
servimo-nos dos formulários já existentes nas Forças Armadas e outras
Polícias Militares, bem como de formas consagradas pela praxe policial.
Embora o anteprojeto tenha por objeto o IPM, achamos por bem
inserir o formulário da “Prisão em Flagrante”, que já abordáramos nas
partes relativas á legislação e termos técnicos.
As peças principais são precedidas de comentários orientativos
9
Manual do Inquérito Policial Militar
sucintos, esclarecendo sobre aspectos essenciais das diligências a serem
desenvolvidas. Outrossim, transcreveu-se na íntegra, o Decreto Estadual
n.º 5.141, de 25Out56, que aprova o formulário de Quesitos para Exames
Periciais.
3.4.7 A quinta e última parte do anteprojeto dedica-se à
jurisprudência. A Comissão em trabalho de pesquisa, coletou o que existe
de mais atual no entendimento do Supremo Tribunal Federal, do Superior
Tribunal Militar e do Tribunal de Justiça Militar Estadual.
Reproduzimos, na íntegra, além das ementas e dos acórdãos, os
votos dos julgamentos do HHCC n.º 55.962 e 56.049, do STF, que foram
o ponto de referência da modificação do conteúdo da Súmula 297. O
mesmo fizemos com relação ao Acórdão do Recurso Criminal n.º 5.198
do STM, que traz grande luz a respeito da competência do foro militar
estadual.
Atual e relevante é também a jurisprudência de nossa corte
castrense.
3.4.8 Finalizando, a Comissão agradece a V. Exa. a confiança
que lhe foi depositada Certamente, o trabalho possui limitações. A
escassez de tempo, pois nenhum membro foi afastado de suas funções
normais, como também, a maioria foi cometida de outros encargos
paralelos, impediu-nos de realizar uma obra com maior conteúdo.
Contudo, acreditamos que, difundida a obra, o seu uso critico pelos
Oficiais, permitirá que, num futuro próximo, possa vir a lume um manual
mais aperfeiçoado.
No ensejo, reafirmamos a V. Exa. as expressões de nosso
profundo respeito e Consideração.

Belo Horizonte, 12 de maio de 1980

(a) Saint’ Clair Luiz do Nascimento, Cel PM


Klinger Sobreira de Almeida, Ten-Cel PM
Vilmar Leal Arnaut, Ten-Cel PM
Roldão Raimundo Ferreira, Cap PM
Éder Dupin Henriques, Prof. APM
10
Manual do Inquérito Policial Militar

CAPÍTULO I

O INQUÉRITO POLICIAL MILITAR

1. CONCEITO, VALOR, DOUTRINA


Por analogia com o Inquérito Policial, dizemos que o Inquérito
Policial-Militar é um conjunto de “diligências necessárias à verificação
da existência de um crime, com todas as suas circunstâncias, para
descobrimento de seus autores e cúmplices”. A conceituação de IPM é
encontrada na própria lei processual militar, deve obedecer a uma
sequência disciplinada, lógica e ordenada.1
O IPM é, na verdade, um instrumento de investigação policial.
O Encarregado do IPM é a autoridade que rastreia o delito,
procura materializá-lo, penetra no emaranhado dos vestígios, busca
provas e as interpreta e clareia, tendo sempre por objetivo final, apontar,
de maneira insofismável e irretorquível, o autor ou autores na infração
penal militar.2

1 Sobre a legalidade do inquérito, é conhecido o Acórdão do TJSP (RT409/7 1) segundo o qual


ele é “um procedimento persedutório” de caráter administrativo e, como tal, por essa feição, não
pode estar a salvo do controle de sua legalidade. Por meio dele é que são oferecidos os elementos
que servem à formação da denúncia. Se ditos elementos não compõem um fato típico, ao menos
em tese, não há como manter o constrangimento que dele decorre, sem o que o procedimento da
autoridade administrativa deixaria de ser discricionário para ser arbitrário. Há que se levar em
conta, entretanto, que o mero indiciamento em inquérito policial não constitui constrangimento
ilegal a ser corrigido por intermédio de habeas corpus. (STF, RHC 56.019 - DJU l6Jun78, pág.
4.394).
2 “Esta é a razão essencial porque entendemos devem todos os Encarregados de IPM, na sua
apuração, ter sempre em mente os requisitos da denúncia, previstos no art. 77 do CPPM, pois
esses elementos serão necessários à propositura da ação penal e o MP só poderá oferecer denúncia
se esta contiver todos eles, a saber:
a) designação do Juiz;
b) nome, idade, profissão e residência do acusado ou esclarecimentos pelos quais possa ser
qualificado;
c) tempo e lugar do crime;
d) qualificação do ofendido ou designação da pessoa jurídica da instituição prejudicada;
e) exposição do fato criminoso;
f) razões de convicção ou presunção da delinquência;
g) classificação do crime;”
11
Manual do Inquérito Policial Militar
O IPM, então, como procedimento persecutório (de caráter
administrativo) ou instrução provisória, é que dará origem ao processo
criminal. Se bem elaborado, constituirá o instrumento valioso de que se
servirá o Ministério Público - titular da pretensão punitiva do Estado, na
jurisdição militar, para promover a ação penal e sustentá-la. Se as provas,
mormente as perícias, contidas no bojo dos autos, foram produzidas com
a observância das formalidades legais, terão caráter instrutório definitivo,
pois não se repetirão em Juízo (Art. 90, parágrafo único, CPPM). Da
mesma forma, os interrogatórios bem conduzidos, os depoimentos claros
e eloquentes, os indícios bem retratados, poderão servir de elementos de
convicção ao julgador.
É importante, então, que o Oficial, logo que for designado
Encarregado, faça um planejamento de seu trabalho, lendo atentamente
os documentos iniciais que lhe forem entregues e esquematizando a
apuração, analisando:
a) o fato (como está colocado);
b) envolvidos (indiciados, vítimas, testemunhas);
c) conclusão inicial (em tese);
d) providências a serem tomadas (que comportarão o teor da
portaria de abertura) imediata ou mediatamente, conforme decorrerem os
trabalhos.
e) perícias, exames, autos de corpo de delito a serem requisitados,
para que se comprove, materialmente, o fato objeto de apuração.
O inquérito não é, como se vê, documento de valor absoluto
Conforme ensinamento do Acórdão do TJM, nos autos de
Apelação n.º 1.395 (BGPM 101, de 01Jun81):
“em que pese certa limitação de seu valor probatório, o IPM
é peça importante no procedimento processual castrense,
sendo dever indeclinável do Encarregado promover
diligentemente, todo esforço e ensejar meios de inteligência
para dar ao Ministério Público e aos Julgadores, os

h) rol de testemunhas em número não superior a seis.”


“In Revista de Direito Militar”, pág. 113.
12
Manual do Inquérito Policial Militar
elementos básicos para fundamentada instauração do
processo e, ao final, o julgamento isento”.
Assim, desde o inicio cumpre advertir que qualquer condenável
omissão poderá ensejar responsabilidade criminal do Encarregado,
movível quando, em homicídios, abuso de autoridade ou violência
arbitrária, praticados por policiais-militares, suspeita-se de parcialidade
na investigação.
2. INVESTIGAÇÃO POLICIAL
2.1 Polícia Investigatória
É o exercício da investigação policial. Tem lugar antes e durante
o inquérito. É através dela que o Oficial Encarregado do IPM aplicará sua
habilidade pessoal, técnicas e outros conhecimentos adquiridos na vida
profissional, objetivando apresentar o trabalho da melhor forma possível.
A polícia investigatória não possui regras rígidas, porém está
presente em todas as ações executadas no inquérito, como na coleta de
provas, na determinação de diligências para a localização de pessoas,
armas, objetos, etc., na escolha de testemunhas, nas inquirições, etc.
O planejamento inicial e a condução criteriosa da polícia
investigatória é que determinarão o sucesso ou fracasso na apuração do
fato.
Todo oficial Encarregado de IPM deve explorar ao máximo a sua
capacidade de investigação, não se descuidando de nenhum detalhe.
Aliás, um detalhe à primeira vista insignificante poderá ser chave da
questão.
Esta atividade, então, se reveste de tal importância que deve ser
iniciada mesmo antes da instauração do inquérito, principalmente nos
crimes que deixam vestígio, exatamente quando se planeja o trabalho.
E neste sentido que preceituam os artigos 10, § 2.º, e 12 do
CPPM, quando estabelecem as providências a serem tomadas antes do
inquérito.
O Oficial Encarregado, conforme a complexidade do caso, deve
montar uma equipe de auxiliares investigadores ou se utilizar de outros
artifícios para que os fatos possam vir ao seu conhecimento.
O IPM mal elaborado, mal conduzido e que não chega a definir a
13
Manual do Inquérito Policial Militar
autoria com lastro de provas claras e inquestionáveis, é um mero
amontoado de papéis sem valor, que, de forma alguma poderá servir de
subsídio ao Ministério Público.3
O Encarregado do IPM exerce a arte da investigação criminal em
toda a sua amplitude.4
Alguns estudiosos dizem que a feitura de um Inquérito comporta
duas fases:
- Investigação policial (em consequência do planejamento inicial,
empregar-se-ão técnicas variadas para definição das primeiras questões
surgidas);
- Composição de Provas (em consequência dos dados levantados,
quando a autoridade policial definirá seu ponto de vista a respeito do que
foi apurado, mostrando O suporte em que se fundamenta).
2.2 Técnicas de Investigação Policial
A investigação, via de regra, desenvolve-se para a consecução de
um triplo objetivo:
- identificar o autor ou autores do delito;
- trilhar e localizar o delinquente;
- provar a sua culpa.
Perseguindo essa meta, o Encarregado do IPM e equipe usarão os
instrumentos abaixo, que contribuirão para levar adiante os objetivos
traçados.
- Informação;
- Interrogação;
- Instrumentação.
3
Sobre o IPM mal feito, o Tribunal de Justiça Militar já se pronunciou várias vezes
sobre dificuldade que isto causa, como, por exemplo, nos autos de apelação no 1.462
onde se condena o protecionismo e na Apelação Criminal n0 1.592, onde se pretendeu
mostrar, através de IPM, uma farsa de legítima defesa. Vide “Estudos de Direito Penal e
Processual - Cap. V”.
4
Essencial, também, é que o Encarregado do IPM conheça os princípios basilares do
Direito Penal Militar e de seu enfoque, amplo, como direito disciplinar. In Revista de
Estudos e Informação da Justiça Militar de Minas Gerais (pág. 24/25).
14
Manual do Inquérito Policial Militar
Informação é trabalho de campo. É o conhecimento que o
investigador reúne de outras pessoas. Ocorrido o delito, procura rastreá-
lo, conversa com pessoas ligadas ao fato ou ambiente do cenário
delituoso. Com essas conversas, quase sempre discretas ou mesmo
despretensiosas, poderá recolher subsídios valiosos que o levarão a um
ou mais suspeitos. E de conhecimento em conhecimento formará um
quadro amplo que lhe facilitará o esclarecimento do evento investigado.
Supondo, à guisa de exemplo, um furto de dinheiro no interior de
um alojamento de recrutas. No início o delito está misterioso. O
investigador, em conversas, levanta que os recrutas frequentam
determinado bar nos dias de folga; nesse estabelecimento, em diálogos
com outros fregueses, fica sabendo que um recruta suspeito está a gastar
exageradamente, ou tinha débito e o saldou. Em suma, as informações
vão se avolumando até formar um mosaico que defina precisamente um
suspeito.
Não obstante a luz surgida, é bom atentar para a observação de
um velho policial:
“Descobrir o autor do crime é a fase mais simples da
investigação, obter provas para manter a acusação na
Justiça é muitas vezes uma tarefa complexa e isto se toma
mais difícil, em face das exigências da própria Justiça sobre
a espécie, Suficiência e maneira de apresentação das provas.
Assim, uma investigação somente será considerada bem-
sucedida se suficientes provas informativas, materiais e
complementares forem apresentadas, o que vale dizer, as
testemunhas inteligentemente entrevistadas, o acusado
eficientemente interrogado, todos os demais vestígios
devidamente apurados e elucidados, e o caso acuradamente e
claramente relatado”.5
Já o interrogatório inclui inquirição do indiciado (ou mesmo
suspeito) e testemunhas. Exige habilidade, astúcia, inteligência, paciência
e apurada técnica. Não é mero transcrever de relato.
Num simples manual informativo como este, pouco se poderia

5
In Manual de Organizações e Práticas Policiais - Antônio Dutra Ladeira.
15
Manual do Inquérito Policial Militar
dizer sobre a “técnica de interrogatório” indispensável ao sucesso das
investigações. O Oficial consciencioso de sua profissão deve ler livros
especializados e, principalmente, obras sobre psicologia judiciária.
O interrogatório bem conduzido poderá levar ao esclarecimento
total de um fato delituoso.
O interrogador deve conhecer e avaliar a personalidade do
interrogado, considerar os aspectos tempo e local do interrogatório, a
presença de outras pessoas, o preparo das perguntas-chaves, etc. O certo
é que “interrogar” é uma arte; desde que respeitada a dignidade da pessoa
humana é licito ao interrogador usar estratagemas, como aproveitar o
estado emocional do interrogado, motivá-lo com o trato bondoso e
afável, valer-se da lisonja, utilizar perguntas capciosas, método indireto,
subterfúgios e outros artifícios não ilegais.
Por último a instrumentação consiste no uso, pelo investigador,
dos métodos e meios que a moderna tecnologia nos oferece.
Assim, no exemplo de furto já citado, o investigador poderá,
através de peritos, fazer o levantamento do “local do crime”,
identificando o “modus operandi”, colhendo impressões digitais e
vestígios que poderão identificar o autor ou, futuramente, ligar o suspeito
ao cenário do delito.
3. COMPOSIÇÃO DAS PROVAS
No enfoque técnico, a composição das provas constitui a segunda
fase do Inquérito Policial Militar.6
Nesta fase, o Oficial Encarregado do Inquérito terá toda a
atenção, esmero e cuidado para que o seu trabalho venha a constituir-se,
efetivamente, no subsídio valioso à administração, ao Ministério Público
e à Justiça.

6
É de se ressaltar as três características básicas do IPM: sigiloso, escrito e inquisitivo.
Quanto à primeira, o art. 16 do CPPM esclarece o assunto. O Sigilo é próprio do IPM.
Não se adota no IPM o princípio da publicidade que mais se harmoniza com o processo
e não com o inquérito. Quanto a ser escrito, vide o art. 21. Isto se faz para evitar
problemas relacionados com a perda de tempo ou a necessidade em analisar ou até
descobrir o que realmente está escrito. Quanto a última, este caráter assim se define
porque as investigações são conduzidas pela autoridade da forma como melhor lhe
convier, dentro dos limites da lei.
16
Manual do Inquérito Policial Militar
Consoante o Código de Processo Penal Militar, são os gêneros de
provas que o Encarregado do IPM deve carrear para os autos:
a) Apreensão dos instrumentos e de todos os objetos que tenham
relação com o fato delituoso - Art. 12, letra “b”, Art. 13, letra “h”, Art.
170 e 189 do CPPM;
b) Declarações do ofendido - Art. 13, letra “b” e Art. 311 do
CPPM;
c) Depoimento das testemunhas - Art. 13, letra “d”, Art. 19 e §§,
Art. 347 e 364 do CPPM;
d) Inquirição do Indiciado - Art. 13, letra “c”, Art. 19 e §§, Art.
302 a 310 (no que for aplicável), do CPPM;
e) Reconhecimento de pessoas, coisas e objetos - Art. 13, letra
“e”, Art. 368 a 370, do CPPM;
f) Acareação - Art. 13, letra “e”, Art. 365 a 367 do CPPM;
g) Exames de Corpo de Delito, outros exames e perícias em geral
- Art. 13, letras “f” e “h”, Art. 314 a 346, Art. 371 a 381, do CPPM;
h) Indícios - Art. 382 a 383, do CPPM;
i) Reconstituição - Art. 13, parágrafo único, do CPPM;
j) Identificação do acusado, inclusive individual, datiloscópica -
Art. 70 e 391, parágrafo único do CPPM.
l) Antecedentes criminais do Indiciado - Art. 391, do CPPM;
m) Extrato de fé-de-ofício ou dos assentamentos - Art. 391, do
CPPM.
4. DOS ATOS PROBATÓRIOS (COMENTÁRIOS DOUTRINÁRIOS)
4.1 Constituem atos probatórios, segundo regras do processo
penal castrense:
a) Declaração do Indiciado (incluindo-se a confissão);
b) Declaração das testemunhas;
c) Depoimento das testemunhas;
d) Acareações;
17
Manual do Inquérito Policial Militar
e) Perícias e exames (nos crimes contra a pessoa, vide Art. 330
do CPPM):
- Exame de lesões corporais
- Exame de sanidade física
- Exame de sanidade mental
- Exame cadavérico (com ou sem exumação)
- Exame de identificação de pessoas
- Exame de laboratórios
- Exame de instrumentos que tenham servido ao crime
- Reconhecimento de pessoas e coisas;
- Documentos.
O ACD pode ser feito a qualquer hora do dia ou da noite,
conforme o Art. 329 do CPPM.
Quanto à autópsia, deve se realizar 6 horas depois do óbito, salvo
se houver evidências de morte - 334 (CPPM).
O sistema de prova, a serviço da justiça penal, tem variado
através dos séculos: primitivamente foi o sistema étnico, em que a
apreciação das provas era deixada empiricamente ao sabor das
impressões e o flagrante delito era a forma típica do processo penal; veio,
depois, o sistema religioso, em que era misticamente invocado o
julgamento divino, e foi a época das Ordálias, dos duelos judiciários e
dos juizes de Deus. Sucedeu-o o sistema legal, em que os meios e seus
graus de valor eram fixados e aferidos de antemão pela Lei.7
O sistema atual é o da íntima, livre convicção do juiz, afivelado à
norma legal, consubstanciada no art. 297 do Código de Processo Penal
Militar:
“O Juiz formará convicção pela livre apreciação do conjunto
das provas colhidas em juízo. Na consideração de cada
prova, o Juiz deverá confrontá-la com as demais, verificando
se entre elas há compatibilidade e concordância.”
7
Walter Acosta - O Processo Penal - 8.ª Edição - 1971 - Pág. 221.
18
Manual do Inquérito Policial Militar
O atual Código de Processo Penal Militar enumerou-as e as
prefixou a partir do art. 294.
Os meios de prova são admissíveis em juízo, todos eles, desde
que não atentem contra a moral, a saúde, ou a segurança individual ou
coletiva ou contra a hierarquia e a disciplina militares, eis o que emana
do art. 295 do CPPM.
Compete o ônus da prova a quem alegar o fato, na determinação
do art. 296 e sua inversão, se a lei presume o fato “juris tantum”.
Exemplo: A lei, no art. 350, presume verdadeira a declaração assinada.
Fato contrário ao que está escrito deve ser objeto de prova de quem o
alega:
“Art. 296 - O ônus da prova compete a quem alegar o fato,
mas o Juiz poderá, no curso da instrução criminal ou antes
de proferir sentença, determinar, de oficio, as diligências
para dirimir dúvida sobre ponto relevante. Realizada a
diligência, sobre ela serão ouvidas as partes, para dizerem
nos autos, dentro em quarenta e oito horas, contadas da
intimação por despacho do Juiz.
§ 1.º - Inverte-se o ônus de prova se a lei presume o fato
até prova em contrário.”
Por último, numa demonstração de respeito a princípios da
própria dignidade humana, o Código ressalta que nenhuma prova se
exigirá seja produzida pelo cônjuge contra o outro, por descendente,
ascendente ou irmãos, uns contra os outros.
4.2. Interrogatório
O policial-militar indiciado (provavelmente o acusado no
processo criminal) será interrogado, competindo ao Encarregado, nos
termos do art. 13 do CPPM. tomar-lhe as declarações.8
Assim, tendo em vista o caráter inquisitivo do termo e do próprio

8
O indiciado nos IPM, feitos por Oficiais de Polícia Militar somente podem ser
policiais militares, já que o civil não é atualmente, sujeito ao foro na Justiça Militar
Estadual. Somente em caso excepcionalíssimo de crime militar, objetivamente
considerado (contra a PMMG, considera instituição militar), o civil seria indiciado, mas
a Justiça Militar Estadual seria incompetente para seu julgamento. Se realmente houver
crime militar, o julgamento seria perante a Justiça Militar Federal.
19
Manual do Inquérito Policial Militar
inquérito, não há obrigatoriedade de defensor, que estará presente no
processo (art. 306. § l.º, do CPPM). A presença do advogado, porém, não
é proibida. Alguns autores até a defendem quando o inquérito é
acompanhado pelo Ministério Público. Depende isto, entretanto, da
permissão do Encarregado, que poderá autorizar que o advogado
acompanhe o indiciado, não podendo, entretanto, fazer perguntas, já que
nem mesmo no processo o advogado poderá fazê-lo.9
O interrogatório do acusado (no IPM, o indiciado) está previsto
no art. 306 do CPPM.
Não é absolutamente necessário que o Encarregado faça todas as
perguntas ali previstas, mas não está impedido de fazer outras, ali não
previstas.
Deve ser esclarecido, entretanto, que se o indiciado negar a
autoria, as perguntas do art. 306 deverão lhe ser formuladas.10
Quanto à confissão, há de se ter em mira que ela não é suficiente
para comprovar a responsabilidade penal de uma pessoa, uma vez que o
direito brasileiro não elege a confissão como prova absoluta. Portanto o
Inquérito não tem por finalidade única a obtenção da confissão do
indiciado e, ainda que esta seja feita, o encarregado deverá continuar a
confissão do indiciado ou demonstrar sua invalidade, apontando outro
indiciado ou, mesmo não conseguindo identificar o autor do crime.
À Justiça não interessa encontrar um culpado e sim sancionar o
responsável pelo delito (Código de Processo Penal Militar).11
Assim, o interrogatório em juízo nada tem do ato pré-processual
da audição do indiciado pelo encarregado do Inquérito Policial Militar
(art. 13), pelo que não se pode ali ver a figura da confissão, que pode ser
consequência ou não, do interrogatório e está demarcada no art. 307 do
CPPM.

9
Sob o ângulo jurisprudencial, “o interrogatório” do acusado constitui meio de prova e
também meio de defesa, este pessoalmente exercido por aquele. Por ser meio de defesa,
o defensor técnico, constituído ou dativo, pode ser considerado dispensável, de acordo
com as circunstâncias do fato concreto. (STF - RTJ 73/760).
10
Walter Acosta - O Processo Penal - 8.ª Edição - 1971 - pág. 221.
11
Se forem vários os indiciados, um não deve ser interrogado na presença do outro. Esta
é a regra do art. 189 do CPP que é válida para o IPM em razão do art. 304 c/c o art. 301
do CPPM.
20
Manual do Inquérito Policial Militar
“Para que tenha o valor de prova, a confissão deve:
a) ser feita perante autoridade competente;
b) ser livre, espontânea e expressa;
c) versar sobre o fato principal;
d) ser verossímel;
e) ter compatibilidade e concordância com as demais provas
do processo.”
Sabidamente, a confissão é retratável; é divisível, pode ser tomada
fora do interrogatório (artigos 309 e 310).
Indubitavelmente, a confissão sem arrimo em outras provas é uma
confissão nua, sem suporte em veementes indícios com as cautelas
definidas no art. 382.12
4.3 Prova Testemunhal
O Vocábulo “testemunha” provém do latim “TESTIMONIUM”
que quer dizer, na linguagem jurídica, a pessoa que atesta a veracidade de
um ato, que presta esclarecimentos sobre fatos que lhe são perguntados,
afirmando-os ou os negando.
Trata-se pois, a prova testemunhal de uma prova pessoal,
inspirando-se a sua adoção na presunção de veracidade nas afirmações
que cada qual prestar.13

12
Há farta jurisprudência sobre o valor probante da confissão feita na fase policial (STF
- Rec. Crim. 1.261, DJU de 02Abr76 e Rec. Crim. 1.352, RTJ 91/750). Sobre a validade
da confissão do co-réu incriminando outro, ver o Acórdão do TJSP - RT 536/309, sendo
que, de acordo com o STF, só é incidível a confissão quando se tratar de prova única
(RTJ 46/273). Nos IPM realizados na Polícia Militar, considerando que em quase todos
eles há multiplicidade de indiciados, devido a natureza da ação policial, quase sempre
em grupo, estas circunstâncias devem ser consideradas com particular interesse.
13
Geralmente no IPM são ouvidos como testemunhas os próprios companheiros do(s)
indiciado(s), o que deve ser evitado e somente feito se não houver pessoas civis, cujo
depoimento, em algumas circunstâncias, pode ser dito como isento, imparcial,
insuspeito afinal. Por outro lado, há um natural constrangimento de o subordinado depor
contra o superior e vice-versa. Se são companheiros, o constrangimento será maior
ainda.
Com referência a depoimentos de policiais, chega a haver mesmo duas
correntes jurisprudenciais que discutem o valor jurídico deste testemunho, sendo
21
Manual do Inquérito Policial Militar
Remarque-se que o valor probante do testemunho se atinge
através de vários critérios de avaliação, sendo certo que, em juízo há de
ser indagado o depoente, em respeito ao princípio que emana do art. 352
do Código de Processo Penal Militar, que é mandamental quando ensina
e recomenda, em primeiro lugar, que deve o indagado “relatar o que
souber e que lhe for perguntado sobre os fatos que lhe foram narrados
vale dizer que constarem na denúncia” não bastando que confirme
aquilo que houver respondido quando, ouvido na fase do inquérito
perante o encarregado. (art. 13)
Acentua o Código e a legislação em geral, da obrigatoriedade que
todos têm em depor quando convocados ou requisitados, tal se vê no art.
354, ressalvados os que não podem em relação a parentes em linha direta,
à condição de matrimoniados e os irmãos e os do art. 355, do CPPM.14
Importante considerar-se o crédito que deve dar aos depoimentos
como prova, que não é prevalente, entrando na composição dos
elementos necessários à formação da convicção, observando-se o
disposto no art. 297 do Código.
“O Juiz formará convicção pela livre apreciação do conjunto
das provas colhidas em juízo. Na consideração de cada
prova, o Juiz deverá confrontá-la com as demais, verificando
se entre elas há compatibilidade e concordância”.
Vale assinalar que o testemunho poderá ser o de terceiro, o do
ofendido, o do acusado; e o do co-indiciado, ou o do co-acusado, isto é
co-réu.

minoritária a que os considera naturalmente suspeitos de parcialidade. Outra advoga que


seria um contrasenso o Estado credenciar pessoas para função repressiva e negar-lhes
crédito quando dão conta de suas diligências. Por outro lado, segundo a ementa do
Acórdão do TJM/MG - Processo 8.028 2.ª AJME: “Presume-se verdadeira a versão
dada por policiais-militares, quando a ela não se opõe prova idônea. No confronto entre
a palavra do PM e a do bandido, valoriza-se a autoridade” (BGPM 72 de 18Abr85).
14
O art. 352 do CPPM esclarece que a testemunha deve relatar “o que sabe ou tem
razão de saber a respeito do fato delituoso narrado na denúncia e circunstâncias que com
o mesmo tenham pertinência”. Tem pertinência com o fato tudo o que se relaciona com
o processo, como se pode ver pelo que dispõe o art. 212 do CPP comum (o Juiz não
poderá recusar as perguntas da parte, salvo se não tiverem relação com o processo).
Tem relação com o processo tudo o que pode ser objeto de prova. ln Revista do Direito
Penal n.º 23, observação de Heleno Cláudio Fragoso em Notas sobre Processo Penal.
22
Manual do Inquérito Policial Militar
Nesta última hipótese, teríamos o testemunho do acusado sobre
fato de outrem.
Devem assim ser apreciados os depoimentos, preliminarmente,
quanto ao sujeito, isto é, em relação à personalidade de quem depõe,
quanto à forma, na verificação de como foi prestado o depoimento, sob o
parâmetro da lei, e, quanto ao conteúdo, que é o exame de seu próprio
texto, do que nele se tenha de valor para permitir uma elucidação
verdadeira, dele resultando uma verdade inconteste.15
No tocante ao reconhecimento, como prova testemunhal, deve-se
esclarecer que o reconhecimento não é meio ou elemento de prova, mas
um ato instrutório informativo, destinado a robustecer o pressuposto e a
avaliar a credibilidade de um elemento de prova. Na verdade, quer resulte
positivo, quer negativo, ele por si nada pode provar com respeito aos
fatos alegados. Prova é o testemunho; o reconhecimento é mero contraste
da prova, é elemento para a avaliação dela e não elemento probatório.
Por outro lado, de acordo com o STF “o reconhecimento dos
réus, em juízo, por testemunhas idôneas e insuspeitas, desmoraliza a
negativa dos réus, que, a prevalecer, tornariam inexplicáveis os
reconhecimentos feitos” (RTJ 88/371).
Quanto ao reconhecimento por fotografias, comumente utilizado,
há certa tendência em se afirmar a precariedade desse instrumento de
prova, que assumiria maior credibilidade, se obedecida a regra geral para
o reconhecimento, previsto no art. 368 e sgts do CPPM.
Deve-se alertar, portanto, que estas formalidades são, em certa
medida. a própria garantia da viabilidade do reconhecimento como prova,
pois através de seu cumprimento se dirime a margem de erro que estes
instrumentos em geral apresentam.16

15
Nos IPM a prova testemunhal tem sido fartamente utilizada. A partir dessa colocação
chega-se até a exageros como os das famosas testemunhas “por ouvir dizer”, que na
advertência de Heleno Cláudio Fragoso - Jurisprudência Criminal - São Paulo, vol
“”/830, n.º 453, “somente em circunstâncias muito excepcionais podem proporcionar
elementos seguros de convicção no julgador”. Há também as chamadas “testemunhas de
canonização” que só sabem dizer das boas qualidades do indiciado. Há de se levar em
conta que todo e qualquer testemunho pode ser útil, mas deve ser avaliado no contexto
global do quadro probatório.
16
In Revista do Direito Penal, vol. 23, trabalho de Heleno Cláudio Fragoso sobre a
admissibilidade da prova em processo penal.
23
Manual do Inquérito Policial Militar
4.4 Provas Periciais
Dentre as provas, o CPPM, a partir do artigo 314, disciplina a
elaboração das perícias e dos exames. Trata-se de capítulo
importantíssimo e que deve ser objeto de bastante reflexão do
Encarregado do IPM na realização de seu trabalho.
Perícias são, assim, os exames feitos por quem tenha habilitação
técnica e compromisso legal, preexistentes quando se tratar de peritos já
integrados no serviço público, ou, na ocasião, prestado perante o juízo ou
a autoridade que preside o IPM com a finalidade de elucidar a justiça,
tecnicamente, sobre a existência ou não de um fato, que pode configurar
a prática de um crime.
A perícia pode ser formada como uma prova plena, prevalente
sobre as outras. No entanto, deve ela, como as demais, formar o quadro
probatório, ou seja, harmonizar-se com as demais provas.
O Professor ROBERTO LYRA acentua que:
“A perícia auxilia o Juiz no conhecimento do fato e, como
tal, não passível de avaliação técnico-processual. Ela não
atua, porém, no convencimento. Do contrário, estaria
cindida a função jurisdicional, por natureza indivisível”.
Quando a infração for daquelas que deixam vestígios, torna-se
obrigatória a perícia denominada “corpo de delito”, direto ou indireto, na
observância do art. 328 do Código, que, nem só não poderá ser suprida
pela confissão do acusado, como redundará, se não existente, em
nulidade insanável, tal se vê no artigo 500 inciso IV, da norma processual
em exame.
Geralmente, o Encarregado de IPM recebe, prontos, os laudos
periciais, mormente, quando se trata de delitos contra pessoa. Tais laudos
são oriundos do Setor Técnico especializado da Polícia Civil. Isto não
significa, entretanto, que deva dar-se por satisfeito. Havendo necessidade
de novos exames ou esclarecimentos estes devem ser requisitados.17

17
O art. 297 do CPPM dispõe categoricamente que o “Juiz formará convicção pela livre
apreciação das provas colhidas em juízo” (g. n.). Tal assertiva confrontada com a
conceituação de IPM, art. 90, reforça a característica do IPM como procedimento
administrativo que serve de orientação para o titular da ação penal. Há de se levar em
24
Manual do Inquérito Policial Militar
4.5 Prova Documental
Documento é todo objeto que representa, em si, reunida e fixada,
a manifestação, por parte de uma pessoa, de um pensamento, de uma
vontade, ou a enunciação de um fato próprio, ou a narração de um
acontecimento.
O Código estatui da exibição em juízo do documento e sua
juntada, com a audiência das partes, na redação do art. 379, que constitui
formalidade essencial do processo, sob pena da nulidade decretada no art.
500, inciso IV, do mesmo diploma, ditando, ainda sobre o momento da
apresentação, isto é, até que os autos estejam conclusos para julgamento -
art. 378, e da sua devolução, quando findado o feito, como determina o
art. 381.
Mas requerendo que bem se diga do documento como prova, que
não está evidentemente na sua materialidade, ficamos, mais uma vez,
com MALATESTA, que, dando os limites do valor probatório, na
hipótese, assim sintetiza condicionando:
“1.º - correspondência entre o que aparece escrito e o que se
escreveu;
2.º - correspondência entre a pessoa que aparece a assinar, quer
intervindo no ato; quer escrevendo-o e a pessoa que na realidade o
assinou somente, ou assinou e escreveu;
3.º - correspondência entre o que acha escrito e o que do escrito
resulta como existente, ter sucedido ou ter sido dito”.18
Especial cuidado deverá ter o Encarregado quando se trate de
cópias fotostáticas que devem ser autenticadas e legíveis.
Quanto ao valor dos documentos deve ser esclarecido que,
enquanto os documentos públicos valem por si mesmos, os particulares
necessitam ser autenticados “quer pela expressa declaração de seu(s)
autor(es) quer pelo reconhecimento de letra e firma, pelo escrivão”

conta, porém, que os tribunais, embora por vezes hesitem, observam, em geral, os
princípios que regulam o alcance e significação da prova colhida no inquérito. Quando
se trata de perícias elas não são repetidas na fase processual (parágrafo único, art. 90,
CPPM), sendo, pois, definitivas. Daí o cuidado redobrado do Encarregado do IPM.
18
Malatesta - A lógica das provas em matéria criminal - pág. 604.
25
Manual do Inquérito Policial Militar
(Espíndola Filho - CPP anotado - 1949 - III (171).
4.6 Prova Indiciária
Galdino Siqueira, sobre o indício, assim se define, citando outros
autores:
“Indício é o fato, circunstância acessória que se liga ao
crime, e por onde se conclui, que o crime foi consumado, que
um determinado indivíduo nele tomou parte, ou que há crime
e que foi consumado de tal ou qual maneira. Assim, os
indícios versam ou sobre o fato, ou sobre o agente ou sobre o
modo do fato.”
Para não confundir “indícios” com “presunções” nos reportamos a
CARRARA, segundo o qual indícios são circunstâncias que nos revelam,
pela conexão que guardam com o "fato probando", a existência desse
mesmo fato, ao passo que as presunções exprimem a própria persuasão
desta existência.
Da definição se consagra, pois, que o indício pode conduzir à
prova plena, através da dedução. No Acórdão 40.727 - diz o Ministro
Lima Torres, que a “prova indiciária justifica apenas o oferecimento de
denúncias”. Há preocupação de que, em juízo a prova se robusteça. Caso
contrário, impor-se-á a absolvição. Para pronúncia, no processo penal
comum, segundo o STF (RTJ 46-309) “os indícios devem ser suficientes,
tanto da existência do crime quanto de que seja o réu o seu autor”.19
Sob tal condicionamento, para que o indício seja prova, além do
requisito de casualidade, impõe a lei que a circunstância conhecida
coincida com a prova colhida no processo, direta ou indireta, porém
necessariamente outra.

19
Revista do Superior Tribunal Militar - ano IV - n.º 04 -1978.
26
Manual do Inquérito Policial Militar

CAPÍTULO II

ASPECTOS TÍPICOS DO CÓDIGO DE


PROCESSO PENAL MILITAR
Dr. José Raimundo Duarte
Juiz Auditor da 2.ªAJME
1. APRESENTAÇÃO
Sem nenhuma pretensão doutrinária, proponho-me, na medida do
possível e de maneira singela e prática, trazer ao leitor da primeira revista
editada pelo Tribunal de Justiça Militar do Estado de Minas Gerais,
alguns aspectos típicos da legislação processual penal militar, a qual, em
muitos pontos, difere substancialmente do Código de Processo Penal
Brasileiro.
2. DO INQUÉRITO POLICIAL MILITAR
O inquérito policial militar, segundo o art. 9.º do CPPM, visa a
apuração de fato, que, nos termos legais, configure crime militar, e de sua
autoria. Tem o caráter de instrução provisória, cuja finalidade precípua é
a de ministrar elementos necessários à propositura da ação penal. No
decorrer das investigações, se positivada que a infração penal não tem a
natureza militar, o seu encarregado comunicará o fato à autoridade
policial competente, a quem fará apresentar o preso. A novidade no
inquérito policial militar, a merecer relevo, está na previsão da custódia
cautelar. No curso das investigações o seu encarregado, se pelas
circunstâncias, julgar necessário, poderá, nos crimes propriamente
militares, decretar a prisão do indiciado pelo prazo de 30 dias,
prorrogável por mais 20 dias, comunicando o fato ao MM Juiz-Auditor;
nas demais circunstâncias, solicitará ao mesmo a decretação da prisão.1 A
prisão provisória prevista no art. 18 do CPPM só se justifica na hipótese
de o indiciado, solto, venha a dificultar ou tumultuar as investigações,
sobretudo se tentar destruir provas ou exercer coaçao ou constrangimento
sobre as testemunhas. O encarregado do Inquérito obrigatoriamente
deverá comunicar à autoridade judiciária competente os fundamentos da

1
Redação dada pela Resolução n.º 3234, de 24Nov95.
27
Manual do Inquérito Policial Militar
prisão, podendo o juiz Auditor, se discordar da necessidade invocada,
determinar o seu relaxamento, colocando o indiciado em liberdade.
O inquérito será encerrado com minucioso relatório do seu
encarregado, no qual mencionará todas as diligências feitas e os
resultados obtidos sobre o fato delituoso. Minucioso relatório não
significa permitir ao encarregado adotar posição muitas vezes parciais e
extremadas, assumindo, não raro, o papel de autêntico defensor, até com
citações doutrinárias e jurisprudenciais para justificar a ação praticada
pelo investigado. A posição do encarregado há de ser de isenção, até
porque ao Representante do Ministério Público cabe a atribuição de
capitular o crime, oferecer ou não a denúncia, conforme os elementos
informadores contidos nos autos. Ao concluir o Inquérito a autoridade
policial pode, se entender necessário, pedir a decretação da prisão
preventiva do indiciado. Tal como na legislação comum não pode a
autoridade policial mandar arquivar autos de inquérito, ainda que
conclusivo pela inexistência de crime ou inimputabilidade.
3. DA AÇÃO PENAL E DE SEU EXERCÍCIO
Na legislação militar a ação penal é pública incondicionada. Só
pode ser promovida por denúncia do Representante do Ministério
Público. Inexiste ação privada. Mas qualquer pessoa, no exercício do
direito de representação, poderá provocar a inciativa do Ministério
Público, dando-lhes todas as informações sobre fato que constitua crime
militar. A denúncia, segundo o mandamento do art. 30 do CPPM, deve
ser apresentada sempre que houver prova do fato que, em tese, constitua
crime e indícios suficientes de autoria. Mesmo na hipótese de
comprovada excludente de criminalidade a denúncia tem de ser oferecida
pelo Ministério Público.
Questão interessante e que merece destaque é a figura do
assistente de acusação dentro da legislação militar. O art. 60 do CPPM
permite ao ofendido, seu representante legal e seu sucessor habilitar-se a
intervir no processo como assistentes do Ministério Público. O seu
parágrafo único diz quem é representante legal e sucessor:
“para os efeitos deste artigo, considera-se representante
legal o ascendente ou descendente, tutor ou curador do
ofendido, se menor de dezoito anos ou incapaz; e sucessor, o
seu ascendente, descendente, ou irmão, podendo qualquer
28
Manual do Inquérito Policial Militar
deles, com exclusão dos demais, exercer o encargo, ou
constituir advogado para esse fim, em atenção à ordem
estabelecida neste parágrafo, cabendo ao juiz a designação
se entre eles não houver acordo”.
O legislador, provavelmente e por omissão, excluiu o cônjuge do
rol dos que podem intervir no processo como assistente de acusação. A
lacuna, sem dúvida alguma, é injustificável porque o cônjuge tem
legitimo interesse no deslinde do processo, por isso mesmo considero-a
passível de correção pela analogia ao Código de Processo Penal comum.
O assistente, admitida a habilitação, tem atuação bastante limitada. Não
lhe é permitido arrolar testemunhas, nem requerer diligências OU
expedição de cartas precatórias que retardem o curso do processo e nem
mesmo interpor recursos. Assim, se o Representante do Ministério
Público se conformar com a decisão prolatada pelo Conselho, nenhuma
medida poderá tomar o assistente de acusação.
4. DAS PROVIDÊNCIAS QUE RECAEM SOBRE A PESSOA
No capítulo terceiro, o Código trata das providências que recaem
sobre a pessoa, inciando-se pela prisão provisória. Em relação ao Código
de Processo Penal Comum pouca diferença existe. Tanto nesta quanto
naquela, a segregação provisória decorre ou da prisão em flagrante delito,
prisão preventiva ou da prisão temporária.2 Esta pode ser decretada pelo
Juiz Auditor ou pelo Conselho de Justiça, de oficio, a requerimento do
Ministério Público ou mediante representação da autoridade encarregada
do Inquérito Policial Militar, em qualquer fase do processo, desde que
concorram os requisitos seguintes: prova do fato delituoso e indícios
suficientes de autoria. Convém salientar que a competência do Juiz
Auditor para a decretação da prisão preventiva restringe-se à fase de
investigações e até antes do recebimento da denúncia. Após isso a
competência é transferida para o Conselho de Justiça que deverá
examinar a necessidade da prisão provisória. Evidentemente, nada
impede que o Juiz Auditor, conduzido pela necessidade da medida, a
decrete para posterior ratificação pelo Conselho.
No capítulo da Liberdade Provisória o Código de Processo Penal
Militar prevê três hipóteses em que ela deve ou não ser concedida. Em

2
Redação dada pela Resolução n.º 3234, de 24Nov95.
29
Manual do Inquérito Policial Militar
primeiro lugar, livrar-se-á solto o indiciado ou acusado que houver
cometido infração a que não for cominada pena privativa da liberdade. A
legislação não contempla penas pecuniárias, mas prevê penas de reforma
ou suspensão do posto que evidentemente não privam a liberdade.
O parágrafo único do art. 270 do CPPM estabelece que o
indiciado ou acusado poderá livrar-se solto se:
a) a infração for culposa, salvo se compreendida entre as
previstas no Livro I, Título I, da parte especial do Código Penal Militar.
São os crimes contra a segurança externa do País (arts. 136 a 141);
b) se a infração for punida com pena de detenção não superior a
dois anos, salvo as previstas nos arts. 157, 160, 161, 163, 164, 173, 176,
177, 178, 187, 235, 299, 302 do CPM.
Visando tutelar a hierarquia e a disciplina, esteios de qualquer
organização militar, a lei vedou a concessão da liberdade provisória a
praticamente todos os delitos propriamente militares. A restrição é
plenamente justificável, pois não se compreende que militar, autuado em
flagrante delito pela prática de violência contra Superior, por desrespeito
a superior, por insubordinação, deserção, pederastia no interior do
quartel, ou qualquer outro crime essencialmente militar, viesse
beneficiar-se da liberdade provisória. o convívio com seus pares, sem
uma decisão definitiva para a sua falta, não só afetaria a hierarquia como
ainda poderia servir de estímulo a outras indisciplinas.
Ainda no campo da liberdade provisória encontra-se a menagem3,
figura desconhecida na legislação comum. E concedida pelo Juiz nos
crimes, cujo máximo da pena Privativa da liberdade não exceda quatro
anos, tendo-se, porém, em conta a natureza do crime e os antecedentes do
acusado. Somente será concedida depois de prévia audição do Ministério
Público e de informações da autoridade responsável pelo comando da
área a respeito de sua convivência. A menagem poderá ser intra ou extra
muros, a critério da autoridade judiciária.
5. DO INÍCIO DO PROCESSO ORDINÁRIO
Basicamente, o Código de Processo Penal Militar só prevê um rito
processual, exceto no caso de deserção de Oficial. O processo ordinário

3
Segundo LOUREIRA NETO (1992, p. 90/95) a menagem se constitui em espécie de
prisão provisória fora do cárcere.
30
Manual do Inquérito Policial Militar
inicia-se com o recebimento da denúncia. O Juiz Auditor, ao receber a
denúncia, convocará o Conselho Permanente de Justiça ou providenciará
o sorteio do Conselho Especial, em se tratando de Oficial acusado. O
Conselho Permanente é sorteado e instalado para a duração de três
meses. Renova-se a cada trimestre. A sua competência é somente para os
processos em que estejam envolvidas os praças, alcançando do soldado
ao aspirante a oficial. Já o Conselho Especial, competente para julgar os
oficiais do tenente ao tenente-coronel, é convocado para cada processo.
A sua atuação encerra com o julgamento, só devendo ser reconvocado na
hipótese de anulação do processo ou da sentença.
Recebida a denúncia o Juiz Auditor marcará dia e hora para
interrogatório após a citação do acusado. Segue-se a audição das
testemunhas numerárias ou indicadas pelo Representante do Ministério
Público. A lei processual não admite a defesa prévia, a exemplo da
legislação comum. Assim, a defesa poderá arrolar testemunhas, não
excedente de três para cada acusado, em qualquer fase do processo, desde
que não ultrapasse o prazo de cinco dias da oitiva da última testemunha
do Ministério Público. Apresentado o rol pela defesa, o Juiz Auditor
providenciará a audição das testemunhas e em seguida consigna às partes
o prazo comum de cinco dias para requerimento de diligências. Se nada
requererem, passa-se para a fase das alegações finais, podendo as partes
apresentá-las por escrito ou reservar o plenário para produzi-las. Em
seguida o Juiz proferirá o despacho saneador, podendo ordenar
diligências para sanar qualquer nulidade ou suprir falta prejudicial ao
esclarecimento da verdade. Considerando o processo devidamente
preparado, designará dia e hora para julgamento, notificando-se as partes,
inclusive o assistente, se houver, e requisitando o acusado preso à
autoridade que o custodie. Aspecto peculiar da legislação militar é que
todo e qualquer processo, desde uma simples lesão corporal - muitas
vezes de natureza levíssima - a delitos de extrema gravidade,
obrigatoriamente é levado a julgamento oral perante a unanimidade do
Conselho. Ausente qualquer de seus membros o julgamento tem de ser
adiado. Como se verifica, não obstante a celeridade da instrução criminal,
o desate do processo, por vezes, fica seriamente prejudicado. Perde-se
tempo valioso com um ritual quase semelhante ao do Tribunal do Júri. As
partes dispõem do elástico período de três horas para a exposição de seus
fundamentos, com a previsão de uma hora a mais, tanto para a acusação
31
Manual do Inquérito Policial Militar
quanto para a defesa, no caso de réplica e tréplica. Seria desejável e até
necessário que a lei processual militar, nesse passo, e sobretudo para uma
melhor aplicação no âmbito estadual, sofresse alteração de modo a
permitir ao Juiz Auditor decidir sozinho determinados processos, máxime
os de menor importância, reservando à apreciação do Conselho os delitos
que mais profundamente agredissem a sociedade. A alteração viria
favorecer a própria justiça como um meio eficaz de acelerar o desfecho
dos processos.
Mas, voltando ao procedimento a que estamos nos referindo, após
os debates o Conselho de Justiça passa a decidir em sala secreta. O Juiz
Auditor deve relatar o processo, confrontando as provas produzidas,
analisando os fundamentos e os pedidos das partes. Ao final profere o seu
voto, colhendo os dos demais Juizes, respeitando o critério de
antiguidade do posto. Em seguida é redigido um extrato da decisão do
Conselho que é lido na reabertura da sessão. O Juiz Auditor deverá
prolatar a sentença no prazo de sete dias, ainda que tenha sido vencido na
decisão. Neste caso, acompanhando a sentença, deverá trazer o voto
escrito justificando os motivos de seu convencimento.
A respeito do julgamento, o que mais chama atenção, o que mais
eloquentemente provoca frequentes vivos e acirrados debates é o fato de
Conselho Permanente ou Especial poder, unilateralmente, por seu próprio
alvedrio, desclassificar o delito capitulado na inicial.
Diz, in verbis, o art. 437 do CPPM:
“O Conselho de Justiça poderá: a) dar ao fato definição
diversa da que constar na denúncia, ainda que, em con-
sequência, tenha de aplicar pena mais grave, desde que
aquela definição haja sido formulada pelo Ministério Público
em alegações escritas e a outra parte tenha tido a
oportunidade de respondê-lo”.
O Superior Tribunal Militar, em alguns julgados, tem inquinado
de nulidade tais desclassificações operadas pelos Conselhos de Justiça
sem o prévio pronunciamento da acusação, por escrito, e a outra parte
tenha tido a oportunidade de respondê-la. A matéria sobre ser
controvertida não é pacífica e constantemente vem merecendo exame
mais aprofundado de outros tribunais, particularmente do tribunal de

32
Manual do Inquérito Policial Militar
Justiça Militar do Estado de Minas Gerais que, em reiterados julgados,
tem admitido a desclassificação, mesmo sem a iniciativa escrita do
Ministério Público, para beneficiar o acusado. Parece-nos que a exceção
prevista à possibilidade de desclassificação refere-se tão somente aos
casos em que a nova definição jurídica venha importar na aplicação de
pena mais grave.
6. DOS RECURSOS
O Código de Processo Penal Militar admite os seguintes recursos:
em sentido estrito, apelação, embargos, revisão, o recurso extraordinário,
o agravo de instrumento contra o despacho de inadmissão do
extraordinário e ainda o recurso ordinário para o Supremo Tribunal
Federal das decisões denegatórias de Habeas Corpus. A peculiaridade
está no que respeita aos embargos porque o art. 538 do CPPM prevê que
tanto o Ministério Público quanto o réu poderão opor embargos de
nulidade, infringentes do julgado e de declaração às decisões finais
proferidas pelo Superior Tribunal Militar. Como se verifica, em
comparação à legislação comum, houve evolução da legislação militar,
ou que aquela não estendeu tal recurso também à acusação.
7. DA EXECUÇÃO DA SENTENÇA - DOS SEUS INCIDENTES
A execução da sentença, segundo o determinado pelo art. 588 do
CPPM, compete ao Auditor da Auditoria por onde correu o processo, ou
nos casos de competência originária do Superior Tribunal Militar, ao seu
presidente. A Lei, como se vê, não prevê uma auditoria de execuções
criminais. O Juiz Auditor que julga é o que executa a sua sentença.
No que concerne à Suspensão Condicional da Pena, o Código de
Processo Penal Militar a contempla para a pena privativa da liberdade
não excedente de dois anos e pelo prazo não inferior a dois anos e nem
superior a seis anos. A particularidade está na restrição à concessão do
beneficio em determinados casos. Veda-o aos delitos contra a segurança
nacional, de aliciação ou aliciamento, de violência contra superior, oficial
de serviço, sentinela, vigia ou plantão, de desrespeito a superior e
desacato, de insubordinação, insubmissão ou de deserção e a outros
tipicamente militares. Basicamente é a mesma restrição para a liberdade
provisória como já tivemos oportunidade de demonstrar linhas atrás.
CONCLUSÃO - Procurei destacar, despido de qualquer
33
Manual do Inquérito Policial Militar
preocupação doutrinária, que demandaria estudo mais aprofundado, e
atento apenas à vivência do cotidiano, alguns dos vários aspectos da
legislação processual militar, que diferenciam-na da legislação comum.
Trata-se de um Código com praticamente um rito processual.
É, entretanto, desejável e útil que venha ser mais simplificado,
especialmente no processamento e julgamento de crimes apenados com
sanções leves, possibilitando a agilização da Justiça Militar que, por sua
natureza, deve primar pela celeridade, com economia de tempo e de
recursos financeiros.
Realmente não se compreende, que processos como os relativos a
crimes de lesão corporal leve, e até levíssima (inovação no Direito Penal
Militar) tenham o mesmo rito daqueles referentes aos crimes dolosos
contra a vida, todos semelhantes aos procedimentos do Tribunal do Júri,
no processo comum.
As suas várias peculiaridades se justificam plenamente porque a
intenção do legislador - e nem poderia ser outra - é a de tutelar e
preservar a hierarquia e a disciplina que regem as instituições militares. E
um instrumento moderno e útil à prática da Justiça Militar. Uma
codificação abrangente, completa, e raríssimas vezes o seu aplicador
sente necessidade de recorrer à legislação comum para suprir faltas ou
omissões.
(Publicado na Revista de Estudos e Informações da Justiça Militar
do Estado de Minas Gerais).

34
Manual do Inquérito Policial Militar

CAPÍTULO III

TERMOS TÉCNICOS E JURÍDICOS UTILIZADOS NO IPM/APF

ABERTURA - termo que se usa no início do processo a partir do


segundo volume do IPM para indicação do mesmo.1
ACAREAÇÃO - confronto de duas pessoas em cujas declarações
existem divergências a serem esclarecidas.
AOS COSTUMES - expressão usada na assentada de inquirição
de testemunhas na qual se revela o grau de parentesco, afinidade ou
interesse no caso, entre o depoente e o indiciado e vítima.
“A ROGO” - assinatura de terceiro que substitui a do declarante,
quando este não sabe ou não pode assinar seu depoimento.
ARRESTO - apreensão e depósito de quaisquer bens pertencentes
ao indiciado, visando garantir a execução da sentença que futuramente
reconhecerá sua obrigação como devedor.
ASSENTADA - termo lavrado no início, interrupção e
encerramento dos trabalhos de audição de pessoas no IPM.
AUTÓPSIA - exame médico feito no interior do cadáver, para
descobrimento da causa da morte. O mesmo que NECRÓPSIA.
AUTO - peça escrita, de natureza judicial, constitutiva do
processo que registra a narração minuciosa, formal e autêntica de
determinações ordenadas pela autoridade competente.
AUTOS - conjunto de peças que formam o processado de um
inquérito.
AUTUAÇÃO - termo lavrado pelo escrivão para reunião da
portaria e demais peças que a acompanham que deram origem ao
inquérito (capa do IPM).

1
As conceituações aqui apresentadas são sintéticas, objetivando dar uma primeira
situações especiais que ocorrem no processo militar. A definição mais concreta ou
explicação mais detalhada poderá ser encontrada no Corpo do Manual.
35
Manual do Inquérito Policial Militar
AVALIAÇÃO - ato realizado por peritos com a finalidade de
apurar o valor da coisa destruída, deteriorada ou desaparecida que foi
objeto da infração penal.
AVOCAÇÃO - chamamento a si da solução final do IPM, o que
ocorre quando o Cmt não concorda com a conclusão apresentada.
BUSCA - procura ou pesquisa visando encontrar pessoal ou
material que tenham relação de uma forma ou de outra com o fato
delituoso.
CARTA PRECATÓPIA - documento que se remete a uma
autoridade solicitando-lhe a audição de pessoa que se encontra em sua
jurisdição.
CERTIDÃO - ato através do qual o escrivão dá conhecimento ao
encarregado do inquérito do cumprimento ou não das determinações
contidas no seu despacho. Serve também para assinalar a ocorrência de
algum fato relevante, de interesses futuro dos autos.
CITAÇÃO - chamamento do réu a juízo para ver-se processar.
Emana de ordem judicial. O réu não pode ser interrogado (no processo)
sem antes ser citado. Há um caso de citação pela autoridade policial,
quando esta desenvolve o processo sumário. Exemplo: Lei 4.611/65.
COMPROMISSO - juramento prestado pelo escrivão ou peritos
de cumprirem fielmente as determinações do encarregado do inquérito e
do CPPM e guardarem sigilo do que tiverem conhecimento. Ainda,
juramento prestado pela testemunha de dizer a verdade em seu
depoimento.
CONCLUSÃO - ato do qual o escrivão, após o término dos
trabalhos oriundos do despacho, faz a entrega dos autos ao encarregado
do inquérito.2
CONDUTOR - agente que apresenta o conduzido à autoridade
competente para ratificar a prisão e promover a lavratura do APF.

2
Nos IPM observa-se que o excesso de formalismo tem prejudicado os trabalhos.
Assim, esse novo Manual objetiva ser mais prático, racional, com eliminação de alguns
dos termos privativos do Escrivão ou pequenos termos de movimento, como:
“recebimento”, “conclusão”, “data”, “juntada”, “apensamento”, “certidão”.
36
Manual do Inquérito Policial Militar
CORPO DE DELITO - conjunto de elementos sensíveis ao fato
delituoso, constatados através de exames periciais, que visam
materializar, tipificar e qualificar a infração.
CRIME MILITAR - ilícito penal praticado nas condições
previstas nos artigos 90 e 10 do CPM.
DELEGAÇÃO - atribuição de poderes de polícia judiciária
militar para instauração de IPM, que poderá ser retomada, tornando-se
insubsistente o ato que a outorgou, por razões legais ou administrativas.
DESPACHO - ato através do qual o encarregado do inquérito
determina providências a serem tomadas pelo escrivão.
DETENÇÃO - recolhimento em local próprio, por tempo
permitido por lei, que o encarregado do IPM pode impor ao indiciado
policial-militar. Por se tratar de medida privativa de liberdade é
instrumento que deve ser utilizado em último caso e com a devida
comunicação ao MM Juiz Auditor.
DILIGÊNCIAS - ação levada a efeito para apuração do fato
delituoso que motivou o inquérito; são os atos praticados visando a
elucidação das circunstâncias, autoria e materialização da infração
cometida.
ENCARREGADO - nome que se atribui ao oficial a quem se
destinou a portaria para instauração do IPM.
ESCREVENTE - militar designado para executar os trabalhos de
datilografia quando o escrivão designado para o inquérito não for
datilógrafo. Trata-se de situação excepcional.
ESCRIVÃO - militar (primeiro ou segundo tenentes, subtenente
ou sargento) designado para executar os trabalhos de datilografia e
demais providências determinadas pelo encarregado do IPM, previstas no
CPPM. É o responsável pela estética, formalização e guarda dos autos.
Ao escrivão também pode ser dada missão de levantar subsídios, realizar
diligências complementares, esclarecedoras, do que lavrará um
respectivo termo, relatando os trabalhos.
EXAME - estudo, pesquisa, averiguação de um estado de coisa.
EXUMAÇÃO - ato de se proceder ao desenterramento de cadáver

37
Manual do Inquérito Policial Militar
para nele se processar o exame cadavérico de necrópsia.
HOMOLOGAÇÃO - aprovação da solução (conclusão final)
apresentada pelo Encarregado do IPM.
HORÁRIO DIURNO - tempo estabelecido por lei, compreendido
entre as sete e dezoito horas para audição de pessoas.
IDONEIDADE - bom conceito social (moral e profissional), que
torna uma pessoa digna de credibilidade.
IMPEDIMENTO - situação existente que obsta a participação de
determinada pessoa inquérito.
INCOMUNICABILIDADE - proibição a um preso de se
comunicar com outrem.
INDICIADO - pessoa sobre a qual pairam as acusações da prática
ou mesmo indícios cometimento do fato delituoso. Nos IPM destinados à
JME somente policiais-militares podem ser indiciados, visto que esta não
tem competência para julgar civis.
INFORMANTE - testemunha da qual a lei não exige
compromisso de dizer a verdade em seu depoimento.
INQUIRIÇÃO - tomada de depoimento de testemunhas.
INTERROGATÓRIO - audição do indiciado em juízo, também
usado na fase do inquérito.
INTIMAÇÃO - ato de compelir alguém a comparecer perante o
encarregado do Inquérito.
IPM - Inquérito Policial Militar - peça informativa elaborada por
um Oficial com a finalidade de apurar uma infração de natureza militar,
para oferecimento de elementos necessários à propositura da ação penal.
JUNTADA - ato através do qual o escrivão faz a anexação ao
processo de documentos vindo ás mãos do encarregado do inquérito e
que interessam ao IPM.
MINISTÉRIO PÚBLICO - titular da pretensão punitiva do
Estado. Hoje não mais existe a terminologia Ministério Público Militar
junto à JME.
NOMEAÇÃO - designação de pessoa para o exercício de
determinada função no IP M, como escrivão, perito, etc.

38
Manual do Inquérito Policial Militar
NOTA DE CULPA - instrumento pelo qual se dá ao preso ciência
dos motivos de sua prisão, bem como de seu condutor e testemunhas.
NOTIFICAÇÃO - ciência dada para prática de ato devido e
futuro. Geralmente para comparecimento em local, data e horário
determinados para a execução do ato. Em juízo a testemunha é
notificada.
OFENDIDO - pessoa física ou jurídica atingida diretamente pelo
ato delituoso.
PERÍCIA - exame técnico procedido por perito, retratado através
de laudo pericial.
PERITO - técnico designado para examinar e dar parecer sobre
assunto de sua especialidade.
PORTARIA - documento através do qual autoridade designa e
delega competência a um oficial para instaurar um IPM. Indica, também,
no caso do IPM, a abertura dos trabalhos, na qual o Encarregado dá as
primeiras ordens sobre a condução do trabalho. A primeira é a “Portaria
de designação” a segunda é a “de instauração do IPM”.
PRAZO - período de tempo estipulado legalmente para
determinado ato ou realização de um trabalho.
PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO - ato de prender o agente
estando ele cometendo a infração penal, acabando de cometê-la, é
perseguido logo após em situação que faça presumir ser ele o autor da
infração ou encontrado logo após com instrumentos, armas, objetos ou
papéis que autorizem aquela presunção.
PRISÃO PREVENTIVA - ato processual penal cautelar decretado
pelo Juiz tanto na fase investigatória como processual.
PRORROGAÇÃO - dilatação do prazo anteriormente fixado, por
circunstâncias imprevistas no decorrer do inquérito.
PROVAS - conjunto de elementos que promovem o
convencimento da certeza da existência do fato e sua autoria.
QUALIFICAÇÃO - dados que individualizam uma pessoa,
utilizado no início de cada tomada de declarações. Deve conter: nome
completo, nacionalidade, naturalidade, idade, filiação, estado civil,
profissão, residência, posto ou graduação e unidade em que serve, se
39
Manual do Inquérito Policial Militar
militar.
QUESITOS - perguntas previstas em legislação para cada caso
específico além de outras julgadas convenientes pelo encarregado do
inquérito a serem feitas aos peritos.
RECEBIMENTO - ato praticado pelo escrivão todas as vezes que
receber do encarregado os autos para providências.
RECONHECIMENTO - termo através do qual se procede a
confirmação ou não da identificação de uma pessoa ou coisa.
RECONSTITUIÇÃO - reprodução simulada do fato delituoso na
conformidade da lei.
RELATÓRIO - documento final do IPM, ou do APF no qual seu
encarregado descreve minuciosamente o fato apurado e faz sua conclusão
final, cujo nome é “solução, que poderá ser ou não homologada pelo Cmt
da OPM.
REINQUIRIÇÃO - ato de reperguntar a uma pessoa inquirida
anteriormente, que deixou alguma coisa a ser esclarecida.
REMESSA - ato de entrega do inquérito, após o seu término, à
autoridade delegante.
REQUISIÇÂO - pedido formulado pelo encarregado do IPM
solicitando a uma autoridade o comparecimento de pessoas, fornecimento
de documentos, materiais, ou ainda outras providências necessárias ao
inquérito.
RESTITUIÇÃO - devolução do bem ao lesado ou a terceiro de
boa fé feita pelo encarregado do inquérito, da qual se lavra o respectivo
termo.
SEQUESTRO - apreensão de bens em posse do indiciado ou de
terceiro por serem produtos da infração penal ou adquiridos com
proventos da mesma.
SOLUÇÃO - conclusão final a que chega o encarregado do IPM
na qual se manifesta sobre a existência ou não de crime, contravenção
penal ou transgressão disciplinar e as providências a serem adotadas.
SUSPEIÇÃO - situação existente que compromete a
imparcialidade do encarregado do IPM perante a justiça. Deve ser
declarada por ele quando ocorrer a situação.
40
Manual do Inquérito Policial Militar
TEMPO DE INQUIRIÇÃO - período de tempo consecutivo de
inquirição permitido por lei.
TERMO - documento que formaliza os atos praticados no curso
do inquérito.
TESTEMUNHA - pessoa chamada a depor no inquérito, por ser
conhecedora do fato de uma forma qualquer.

41
Manual do Inquérito Policial Militar

CAPÍTULO IV

ROTEIRO DE UM INQUÉRITO POLICIAL MILITAR

1. Um inquérito dificilmente será idêntico a outro em virtude das


peculiaridade de cada caso. Assim, peças que nele aparecem podem não
existir em outro e a ordem delas nem sempre é a mesma.
Com efeito, um IPM instaurado para apurar crime de homicídio
acarretará providências diferentes daquele instaurado para apurar crime
de furto, dever militar, administração militar.
2. Entretanto, existem peças que são comuns a todos os inquéritos
policiais militares, consideradas essenciais e que não podem, sob pretexto
algum, faltar.
São elas, na ordem em que geralmente aparecem no IPM:
AUTUAÇÃO
PORTARIA DE INSTAURAÇÃO E ORDENS DE SERVIÇO
INICIAIS
NOMEAÇÃO DO ESCRIVÃO
TERMO DE COMPROMISSO DE ESCRIVÃO
PORTARIA DE DESIGNAÇÃO DO ENCARREGADO
DESPACHO DO ENCARREGADO
CERTIDÃO DE CUMPRIMENTO DE DILIGÊNCIAS
PRELIMINARES
TERMO DE PERGUNTAS AO OFENDIDO
TERMO DE PERGUNTAS AO INDICIADO
ASSENTADA
TERMOS DE INQUIRIÇÃO DE TESTEMUNHAS
PERÍCIAS OU EXAMES
CROQUIS
RELATÓRIO
SOLUÇÃO
43
Manual do Inquérito Policial Militar
REMESSA
HOMOLOGAÇÃO OU AVOCAÇÃO
3. PEÇAS QUE PODEM SURGIR NO IPM
Além daquelas peças comuns e essenciais a todo IPM, existem
outras que se relacionam diretamente com cada tipo de ato delituoso a ser
apurado e diligências a serem empreendidas.
São elas:
AUTO DE AVALIAÇÃO
AUTO DE BUSCA E APREENSÃO
AUTO DE EXAME CADAVÉRICO
AUTO DE EXAME DE CORPO DE DELITO (Direto e Indireto)
AUTO DE EXAME DATILOSCÓPICO
AUTO DE EXAME DE EMBRIAGUEZ
AUTO DE EXAME PERICIAL (outras perícias)
AUTO DE EXAME DE SANIDADE
AUTO DE EXUMAÇÃO E NECROPSIA
AUTO DE PRISÃO (provisória)
AUTO DE RECONSTITUIÇÃO
CARTA PRECATÓRIA
TERMO DE ABERTURA
TERMO DE ACAREAÇÃO
TERMO DE COMPROMISSO DE PERITO
TERMO DE RECONHECIMENTO
TERMO DE RESTITUIÇÃO DE COISAS APREENDIDAS
SOLICITAÇÃO DE PRISÃO PREVENTIVA
4. COMENTÁRIOS
Criticas a IPM, realizados por Oficiais que buscam mais o
cumprimento de formalidades que a essência da investigação, levam a
novas orientações.
As formalidades são relevantes para caracterizar o bom
andamento do IPM, mas não se deve preocupar com elas em detrimento
da investigação propriamente dita. O “esforço de capa é injustificável no
44
Manual do Inquérito Policial Militar
IPM ou APF”.
Por outro lado, critica-se também a elaboração dos termos
privativos do escrivão ou termos de movimento (conclusão, juntada,
recebimento, certidão), com ocupação de enormes espaços de papel
quando não são, cada qual, em uma folha isolada.
Os termos se propõem a caracterizar a marcha das investigações e
o movimento dos autos entre o Encarregado e o Escrivão.
Daí nascerem inverdades naqueles casos em que o escrivão só
tem em mãos os autos para assiná-los, fato que deve ser evitado, a partir
da escolha desse auxiliar. Este deve ajudar, também nos trabalhos de
investigação, realizando diligências redigindo peças informativas das
buscas realizadas, enfim, dando dinâmica ao inquérito.
Com efeito, inverdades não se ajustam aos princípios jurídicos.
É preciso, pois, que a figura do escrivão não exista somente “pro
forma”. Se ele é nomeado, nos autos, é porque deve compor a equipe de
trabalho. E sua participação, além dos simples trabalhos de datilografia
ou digitação, certamente não será motivo de nulidade, dado o caráter de
peça informativa, que é o IPM.
O que se pretende, então, é que haja o Escrivão e que este seja,
além de datilógrafo, um auxiliar, um investigador.
O outro lado da moeda deve, entretanto, ser evitado. Isto ocorre
no caso em que Oficial Encarregado nem se preocupa com a
investigação, deixando tudo por conta do graduado, que toma as rédeas
da elaboração do trabalho.
Deve-se objetivar, em suma, rapidez, clareza, concisão e
inteligência nos termos.
Não há sentido, pois, em se elaborar um termo de juntada, aos
autos, para neles anexar as declarações do ofendido e do indiciado ou do
depoimento das testemunhas.
Não há sentido, também, em se lavrar certidão de cumprimento da
determinação de juntada, aos autos de documentos de fls x a y, se estes
ali já se encontrem.
Devido ao caráter episódico do IPM, não há sentido de que os
45
Manual do Inquérito Policial Militar
autos sejam baixados ao Escrivão e consequentemente desnecessária se
faz a elaboração de termos que ora estão sendo eliminados (conclusão,
recebimento, data, juntada). Estes se justificam naquelas circunstâncias
de uma Inspetoria, onde um Oficial fosse, permanentemente,
Encarregado de apurações e possuísse, nestas condições, a autoridade
competente e um cartório para se encarregar dos trabalhos de reunião e
ordenamento das peças.
Alerta-se outrossim, que o Oficial traga, a todo momento, este
Manual, o Código Penal Militar e o Código de Processo Penal Militar.
O roteiro, o planejamento dos trabalhos, como estão sendo
preconizados, certamente contribuirão para o sucesso das investigações e
desburocratização do inquérito.

46
Manual do Inquérito Policial Militar

CAPÍTULO V

FORMULÁRIOS DO IPM

1. PORTARIA DE DESIGNAÇÃO1
É o documento que contém a ordem da autoridade de Polícia
Judiciária Militar (Cmt da OPM, Chefe, Diretor, etc.), determinando a
apuração do delito e delegando ao Oficial o poder para realizar o
trabalho.
A Portaria deve ser genérica, devendo ser evitada aquela tipo-
relatório onde já se acha descrito o fato, em suas minúcias ou a Podaria
tipo-sentença, onde já existe pronunciamento sobre o estrito
cumprimento do dever legal, estado de necessidade, etc. Todavia, deve-
se indicar, mesmo que em tese, a capitulação do tipo penal previsto
na lei penal militar.
Há essencial diferença da Portaria do IP, na qual a autoridade
policial instaura, ela própria, o inquérito, e já traça as ordens centrais
para a investigação, planejando, ali, o seu trabalho. Se o Oficial estiver
destacado, a Portaria poderá ser até por via telefônica ou por qualquer
meio de comunicação hábil, naturalmente ratificada, depois por escrito.
Conforme preceitua o art. 10 do Código de Processo Penal
Militar, o IPM poderá ser iniciado por seis modos, dos quais
relacionamos 4 (quatro) que mais comumente ocorrem, ou sejam:
“a. de ofício, pela autoridade em cujo âmbito de jurisdição ou
comando ocorreu a infração penal, atendida a hierarquia do infrator (art.
10, letra “a”);
b. por determinação ou delegação da autoridade militar superior,
que, em caso de urgência, poderá ser feita por via telegráfica ou
radiofônica e confirmada, posteriormente, por oficio (art. 10, letra “b”);
c. a requerimento da parte ofendida ou de quem legalmente a
representa, ou em virtude de representação devidamente autorizada de

1
Redação dada pela Resolução n.º 3502, de 19Ago99.
47
Manual do Inquérito Policial Militar
quem tenha conhecimento de infração penal, cuja repressão caiba à
Justiça Militar (art. 10. letra “e);
d. quando, de Sindicância feita em âmbito de jurisdição militar,
resulta indício da existência de infração penal militar (art. 10, letra “f”).”
A seguir encontram-se os modelos de Portaria para cada um dos
processos de início de Inquérito Policial Militar acima enumerados.
Outros tipos de Portaria (de restauração de autos, novas
diligências determinadas pela Justiça, requisição do MP e do TJM)
podem ocorrer.
Juntamos, a seguir, os modelos.
Em qualquer das situações acima a Portaria poderá trazer, num
segundo item, a designação do Escrivão. O normal, entretanto, é que o
próprio Encarregado o faça.
Quanto ao caso citado na alínea “d”, retro, pode ocorrer caso em
que a Sindicância, bem realizada, já contenha prova suficiente do delito e
da autoria, razão pela qual deve, o sindicante, elaborar relatório
circunstanciado, pelo qual indicará:
a) se o fato constitui crime militar, ou comum, havendo
transgressões disciplinares residuais ou subjacentes;
b) se o fato não constitui crime militar ou comum, mas há
transgressão disciplinar;
c) se o fato constitui contravenção penal e também (ou não)
transgressão disciplinar;
d) se o fato não constitui crime militar ou comum, nem
transgressão disciplinar.
Em todas as situações, deve ser o fato, ainda que em tese,
capitulado de acordo com sua previsão legal, em tese, na lei penal militar,
haja vista a possibilidade da Sindicância substituir o IPM, nos termos do
art. 28, letra “a”, do CPPM.
A autoridade delegante, diante destas circunstâncias, deve
solucionar a Sindicância determinando o seu envio à 1.ª Auditoria da
Justiça Militar, para distribuição.
Na seção de pessoal deve haver um livro de registro de portarias,
48
Manual do Inquérito Policial Militar
contendo todos os dados para acompanhamento (n.º, fato, data de
publicação, recibo, homologação da solução, remessa à Justiça,
indiciados).
A existência deste volume de informações, devidamente
organizado, facilitará a implantação de futuro programa “juscibernético”,
envolvendo toda Instituição e/ou Justiça Militar, para obtenção de dados
rápidos sobre arrolamento de processos, índices de envolvimento de
policiais-militares com a Justiça, avaliação dos trabalhos de polícia
judiciária militar.
Uma observação deve ser feita quanto ao IPM - Reservado. Todo
o Inquérito, em princípio, é sigiloso, nos termos do art. 16 do CPPM.
Assim é redundância dizer IPM-RESERVADO.
Há casos, entretanto, que a publicação em BI da Portaria pode
acarretar prejuízo para as investigações, pois os responsáveis poderão
trabalhar no sentido de destruir, extraviar provas ou até desertarem.
Quando isto puder ocorrer, a publicação da Portaria pode se dar
no final dos trabalhos, em Boletim Reservado-BR, juntamente com a
homologação ou avocação da solução.
Outra orientação importante é que deve haver uma Portaria para
cada inquérito e um inquérito para cada delito, a menos que se trate de
crime continuado (art. 80 - CPM), ou concurso de crimes (art. 79 - CPM),
ou crimes da mesma natureza (art. 78, § 5.º, do CPM).
É errada, pois, aquela Portaria que manda apurar “...uma série de
irregularidades cometidas pelo... no Dst...”.
O IPM feito assim acarretará, no plano judicial, seu
desdobramento em tantos processos quantos forem os delitos verificados,
a menos que o sejam nas situações retro-descritas.

49
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 1

_____________
ESCRIVÃO

POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

_______________
OPM

PORTARIA N.º________

Do (Autoridade delegante)
Ao (Autoridade delegada)
Assunto: Instauração de IPM (determina)
Anexo: Documentos que motivaram a instauração do IPM

Tendo chegado ao meu conhecimento, através dos documentos


juntos, que (síntese do fato com a capitulação do tipo penal previsto, em
tese, no Código Penal Militar - CPM), determino seja, com a possível
urgência, instaurado a respeito, o devido Inquérito Policial Militar,
delegando-lhe, para esse fim, as atribuições de polícia judiciária militar
que me competem.

Publique-se, registre-se e cumpra-se.


LOCAL E DATA

_________________________________________
(nome, posto e função da autoridade delegante)

50
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 2

_____________
ESCRIVÃO

POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

_______________
OPM

PORTARIA N.º________

Do (Autoridade delegante)
Ao (Autoridade delegada)
Assunto: Instauração de IPM (determina)
Anexo: Documentos que originaram a instauração do IPM, remetidos
pela autoridade determinadora.

Conforme determinação do Ex.mo. Sr. Cel PM (nome e função)


do documento junto, para apurar (síntese do fato com a capitulação do
tipo penal previsto, em tese, no Código Penal Militar - CPM), determino
seja, com a possível urgência, instaurado a respeito, o devido Inquérito
Policial Militar, delegando-lhe, para esse fim, as atribuições de polícia
judiciária militar que me competem.

Publique-se, registre-se e cumpra-se.

LOCAL E DATA

_________________________________________
(nome, posto e função da autoridade delegante)

51
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 3

_____________
ESCRIVÃO

POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

_______________
OPM

PORTARIA N.º________

Do (Autoridade delegante)
Ao (Autoridade delegada)
Assunto: Instauração de IPM (determina)
Anexo: Documentos que motivam a instauração do IPM - Sindicância

Tendo em vista a conclusão da sindicância determinada por este


Comando, em torno do fato (síntese do fato com a capitulação do tipo
penal previsto, em tese, no Código Penal Militar - CPM), envolvendo a
pessoa do (nome do sindicado) onde resultou indícios de existência da
infração penal militar indicada, determino que seja, com a possível
urgência, nos termos da alínea “f’ do art. 10, do CPPM instaurado o
devido Inquérito Policial Militar, delegando-lhe, para esse fim, as
atribuições de polícia judiciária militar que me competem.

Publique-se, registre-se e cumpra-se.

LOCAL E DATA

_________________________________________
(nome, posto e função da autoridade delegante)

52
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 4

_____________
ESCRIVÃO

POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

_______________
OPM

PORTARIA N.º________

Do (Autoridade delegante)
Ao (Autoridade delegada)
Assunto: Instauração de IPM (determina)
Anexo: Documentos apresentados pelo solicitante

Tendo em vista a representação firmada por (nome completo da


pessoa solicitante), acompanhada dos documentos constantes do anexo,
denunciando (síntese do fato com a capitulação do tipo penal previsto,
em tese, no Código Penal Militar - CPM), determino seja, com a possível
urgência, nos termos da alínea “e” do art. 10, do CPPM, instaurado a
respeito, o devido Inquérito Policial Militar, delegando-lhe, para esse
fim, as atribuições de polícia judiciária militar que me competem.

Publique-se, registre-se e cumpra-se.

LOCAL E DATA

_________________________________________
(nome, posto e função da autoridade delegante)

53
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 5

_____________
ESCRIVÃO

POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

_______________
OPM

PORTARIA N.º________

Do (Autoridade delegante)
Ao (Autoridade delegada)
Assunto: Restauração de autos (determina)
Anexo: Documentos que motivam a instauração

Tendo em vista que se acham extraviados os autos de IPM


Portaria ____ / _____, de ___/___/___, instaurado para apurar (síntese do
fato), relativo ao n.º ______, _____________________________ (citar o
indiciado), determino-vos providências para restaurá-los, juntando cópias
que porventura forem encontradas, realizando novas diligências para
esclarecimento do fato.

Delego-vos, para tal fim, as atribuições de polícia judiciária


militar a que me competem.

Publique-se, registre-se e cumpra-se.

LOCAL E DATA

_________________________________________
(nome, posto e função da autoridade delegante)

Obs.: Não confundir com a Portaria na qual o Cmt mandará investigar a responsabilidade pelo
extravio. Esta objetiva a restauração.
54
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 6
_____________
ESCRIVÃO

POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

_______________
OPM

PORTARIA N.º________

Do (Autoridade delegante)
Ao (Autoridade delegada)
Assunto: Determinação de diligências
Anexo: Processo n.º _____, ____ AJME

Tendo em vista o requerimento do MP, (fls. ____) e a requisição


judicial (fl. ___), no processo criminal em anexo, relacionado a fato em
que se acha envolvido o n.º ______, ____________________dessa OPM,
determino-vos realizar as diligências requisitadas, necessárias à
complementação do processo, para os fins de direito.
Delego-vos, para tal fim, as atribuições de polícia judiciária
militar que me compete.
Publique-se, registre-se e cumpra-se.

LOCAL E DATA

_________________________________________
(nome, posto e função da autoridade delegante)

Obs.: Esta Portaria se dá geralmente para providências relacionadas com exames


periciais (balística, grafotécnico, ACD-complementar);
O prazo processual é de apenas 20 dias, conforme art. 26, parágrafo único do CPPM;
Caso necessite maior prazo, solicitar ao MM. Juiz;
Depois das diligências prontas é necessário relatório esclarecedor.
55
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 7

_____________
ESCRIVÃO

POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

_______________
OPM

PORTARIA N.º________

Do (Autoridade delegante)
Ao (Autoridade delegada)
Assunto: Instauração de IPM (determina)
Anexo: Documento que motivaram a instauração do IPM

1- Tendo chegado ao meu conhecimento, através dos documentos


juntos, que (síntese do fato com a capitulação do tipo penal previsto, em
tese, no Código Penal Militar - CPM), determino seja, com a possível
urgência, instaurado a respeito, o devido Inquérito Policial Militar,
delegando-lhe, para esse fim, as atribuições de polícia judiciária militar
que me competem.

2- Para funcionar como escrivão, fica designado o (posto ou


graduação e nome).

Publique-se, registre-se e cumpra-se.

LOCAL E DATA

_________________________________________
(nome, posto e função da autoridade delegante)

56
Manual do Inquérito Policial Militar
2. EXAME DE POSSÍVEIS IMPEDIMENTOS

Ao ser designado como Encarregado de um IPM, o Oficial,


recebendo a Portaria e os documentos que a acompanham, verificará,
antes do início do inquérito, três situações que podem surgir e que
obstarão sua ação:
1) se existem indícios contra Oficial de posto superior ao seu ou
mais antigo (esta situação poderá ocorrer também no curso do inquérito);
2) se existe algum impedimento ou suspeição;
3) se está, por doença ou licença médica, impossibilitado de
cumprir a missão recebida.
Ocorrendo qualquer das situações acima citadas, o Encarregado
do IPM oficiará à autoridade delegante, quando, declarando o motivo,
solicitará a sua substituição e designação de outro Oficial para assumir
suas funções no IPM.
Por outro lado, não ocorrendo nenhuma das situações acima,
estará o Encarregado em condições de iniciar o inquérito, realizando o
planejamento para o trabalho, conforme foi orientado no Capítulo I e
adotando, se for o caso, as providências preliminares determinadas pelo
artigo 12 do Código de Processo Penal Militar.
A seguir o modelo de oficio de pedido de substituição do
Encarregado do IPM.

57
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 8

_____________
ESCRIVÃO

OFÍCIO N.º________ / IPM

LOCAL E DATA
Do (posto e nome), Encarregado do Inquérito
Ao (posto e nome da autoridade delegante)
Assunto: comunicação (faz)

Tendo em vista haver surgido no Inquérito Policial Militar, por


vós mandado instaurar através da Portaria n.º ____, do qual sou
Encarregado (declarar a situação ocorrida), solicito-vos a designação de
um oficial para, em substituição, assumir as funções a mim atribuídas no
IPM.

_________________________________________
(nome, posto e função da autoridade delegante)

58
Manual do Inquérito Policial Militar
3. DESIGNAÇÃO E COMPROMISSO DO ESCRIVÃO
Não trazendo a Portaria a designação do escrivão, isto caberá ao
Encarregado do IPM, observando o que determina o CPPM, ou seja,
recaindo em segundo ou primeiro tenente se o indiciado for Oficial e, em
subtenente ou sargento, se o indiciado for praça ou civil.
A designação de Escrivão deverá ser comunicada à autoridade sob
cujo comando serve o designado a qual determinará a publicação em
Boletim Interno.
Após a designação, deverá o Escrivão prestar compromisso que
será lavrado e juntado aos autos.
Levam-se em conta todas as advertências e orientações quanto à
participação do Escrivão.
Sugere-se que cada unidade tenha uma escala de graduados para
distribuição equitativa do serviço a todos. Em primeiro lugar seriam
designados os que fossem datilógrafos, com advertência aos demais que
não possuíssem tal habilidade, de que, chegada a sua vez, seria exigido o
trabalho, dando-se tempo para treinamento, hoje difundido em qualquer
cidade.
A seguir modelos de designação e do termo de compromisso.

59
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 9

_____________
ESCRIVÃO

DESIGNAÇÃO DE ESCRIVÃO

Designo, nos termos do artigo 11 do Código de Processo Penal


Militar, o (posto ou graduação e nome), para servir como Escrivão do
Inquérito Policial Militar do qual sou Encarregado, lavrando-se o
competente Termo de Compromisso.

LOCAL E DATA

_______________________________________
(nome, posto do Encarregado do IPM)

60
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 10

_____________
ESCRIVÃO

COMPROMISSO DE ESCRIVÃO

Aos ____ dias do mês de ________ de ______, nesta cidade de


__________ Estado de ______ no quartel do (unidade), o (posto ou
graduação e nome), designado para exercer a função de Escrivão deste
Inquérito Policial Militar, prestou, perante este Encarregado o
compromisso legal de cumprir fielmente as determinações do Código de
Processo Penal Militar e manter o sigilo do Inquérito no exercício da
função.

_______________________________________
(nome e posto do Encarregado do IPM)

_________________________________________
(nome, posto ou graduação do Escrivão)

61
Manual do Inquérito Policial Militar
4. PORTARIA DE INSTAURAÇÃO2

Após o compromisso do Escrivão, o Encarregado do IPM baixará


a Portaria de Instauração e abertura dos trabalhos.
Essa Portaria constitui o começo real do inquérito, devendo o
prazo para terminação do IPM ser contado a partir do primeiro dia útil
que se seguir ao recebimento da Portaria de designação, pois, de posse
dela deverá o encarregado, de imediato, instaurar o inquérito.
O Encarregado do IPM entregará, logo a seguir, ao Escrivão, os
documentos e a portaria de designação devendo o mesmo fazer a
autuação.
Autuar um IPM é reunir, ordenadamente o conjunto de
documentos, a partir de sua capa, juntando a ela todas as peças que já
existirem.
Visando evitar que haja comprometimento aos direitos
constitucionais da liberdade e da imagem, deve ser evitado indicar os
nomes dos indiciados nas capas de autuação do Inquérito Policial Militar,
o que somente deve ocorrer se houver homologação do relatório do IPM
no sentido de confirmar o indiciamento, porquanto o lançamento
inconseqüente pode gerar indevida distribuição a uma das Auditorias
Militares, culminando em indicar militar, cujo envolvimento criminal
restou ser improcedente.
Na Portaria de Instauração é que o encarregado transmitirá ao
Escrivão e/ou auxiliares na investigação as ordens iniciais. Nele ele
esboçará, por escrito, o que planejou. Dirá as pessoas que ouvirá.
Marcará dia e hora para tal. Manda preparar documentos para requisição
das perícias, determinará apreensões de objetos, mandará elaborar
croquis, levantamentos, etc.
Enfim, no documento o Encarregado descreve, uma a uma, as
ordens iniciais a serem seguidas.
Daí a importância do planejamento, citado no Capítulo I deste
Manual.

2
Redação dada pela Resolução n.º 3502, de 19Ago99.
62
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 11

_____________
ESCRIVÃO

PORTARIA

Tendo-me sido delegadas pelo (posto e função da autoridade


delegante) as atribuições que lhe competem para apurar (síntese do fato
com a capitulação do tipo penal previsto, em tese, no Código Penal
Militar - CPM) e que se refere a Portaria n.º _______ e mais documentos
juntos, determino que se procedam aos necessários exames e diligências
para esclarecimento do mesmo fato, com o que dou início ao presente
inquérito.
Determino ao Sr. Escrivão que autue a presente, com os
documentos inclusos e demais peças que forem acrescendo, e intime as
pessoas que tiverem conhecimento do aludido fato e suas circunstâncias,
a comparecerem em dia, hora e local a serem designados, a fim de serem
inquiridas na forma da legislação vigente.
Descrever, a seguir, as ordens, conforme orientação no item 4
deste Manual.
Local e data.

___________________________________
(nome e posto do Encarregado do IPM)

Obs.: a) Este documento é, necessariamente, a folha n.º 02 dos autos, vindo logo
depois da capa. No Manual anterior esta orientação era implícita e gerou dúvidas, que
foram sanadas com orientações posteriores.
b) Se a Portaria for abrangente não será necessário o primeiro despacho conforme
modelo n.º 13. Caso o Encarregado opte por determinar medidas mais tarde pode deixar
a explicação das ordens para aquela futura oportunidade. Refrise-se entretanto, que o
fazendo na Portaria de instauração, estará economizando tempo e sendo mais racional.”
63
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 12

_____________
ESCRIVÃO

POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

_______________
OPM

ENCARREGADO DO IPM. (Nome e posto)


ESCRIVÃO DO IPM: (Nome e posto ou graduação)
INDICIADO - (Nome completo - se for de conhecimento)
OFENDIDO - (Nome completo - se for de conhecimento)

AUTUAÇÃO
Aos ___ dias do mês de ______ de _____ nesta cidade de ____,
Estado de _______, no Quartel do ____ autuo a portaria e demais
documentos que a este junto e me foram entregues pelo Encarregado do
presente inquérito; de que, para constar, lavro este termo.
Eu, (posto ou graduação e nome), servindo de escrivão, o escrevi
e assino.

___________________________________
(nome, posto ou graduação do Escrivão)

Obs: a) As capas de sindicância e IPM já são encontradas prontas e distribuídas


ordinariamente, às Unidades.
b) Critica-se às vezes o IPM por ter papel em demasia. Por isso só deve ser
juntado aos autos aquilo que interessa como prova do fato ou do trabalho realizado.
Evite, ainda, gastar papel em excesso. Sejam utilizados os espaços em branco e aqueles
que não puderem ser usados, sejam inutilizados com traços diagonais, com observação:
“em branco”.

64
Manual do Inquérito Policial Militar
5. PRIMEIRO DESPACHO E SEU CUMPRIMENTO
O Encarregado do IPM, depois da autuação, verificará as
providências a serem tomadas, proferindo este primeiro despacho, caso
não o tenha feito na própria portaria de instauração ou de abertura.
Neste documento o Encarregado deverá se preocupar com as
providências realmente mais prementes e mais oportunas, bem como
aquelas que demandam tempo para o seu cumprimento.
O despacho é variável, dependendo das provas a serem coligidas
para a elucidação da infração penal.
Contém os despachos, determinações, recomendações, instruções,
ordens, que não foram transmitidas na portaria de instauração (modelo n.º
13).
Tendo em vista ritmo mais racional, que está sendo imprimido
neste Manual, não há necessidade daqueles termos de conclusão,
recebimento, data, que constavam dos modelos antigos.
O Escrivão e/ou auxiliares, tão logo cumpram as ordens, lavrarão
um termo de certidão, dando conta da realização das diligências que
impliquem em fato de relevância para o inquérito. Por exemplo: um
agente é designado para localizar a vitima e testemunhas. Logo que o
fizer relatará o que conseguiu, podendo, inclusive, adiantar algum fato
que a vitima ou testemunhas tenham lhe adiantado, sobre o mérito.
Tudo isto facilitará a compreensão futura de detalhes que poderão
servir de elemento de convicção.
Segue-se modelo de despacho e certidão respectiva.

65
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 13

_____________
ESCRIVÃO

DESPACHO

1. Oficie-se ao Senhor Diretor do Instituto de Medicina Legal,


solicitando que seja remetido a este Encarregado de IPM o Laudo de
Exame de Corpo de Delito procedido em (nome completo da vítima) e o
Laudo de Exame Cadavérico procedido em (nome completo);
2. Oficie-se ao Senhor Comandante da Unidade (ou fração),
solicitando o comparecimento do (posto ou graduação e nome do
militar), a fim de ser ouvido como testemunha no (local, data e hora);
3. Designo o dia (data completa), às ___ horas, a fim de ser
ouvido o ofendido (nome completo), neste Quartel do (local);
4. Designo o dia (data completa), às ___ horas, a fim de ser
ouvido o indiciado (nome completo), neste Quartel do (local). Deve ele
ser notificado;
5. Determino que um auxiliar localize a testemunha __________,
cujo endereço não consta na ocorrência e a ouça, sumariamente, sobre o
fato;
6. Junte aos autos recortes de jornais desta capital dando notícia
sobre o homicídio que ora está sendo apurado;
7. Localize, na DP, documentos sobre o assunto.
Local e data

__________________________________
(nome, posto do Encarregado do IPM)

Obs: Quanto á diligência recomendada no item 5 poderá ser dada a um auxiliar da equipe de
investigação ou ao próprio Escrivão. Em qualquer caso, o cumprimento da diligência acarretará a
redação de um documento, ilustrativo, sobre a investigação preliminar;
Em casos mais complexos deve ser colocada à disposição do Encarregado uma equipe de
investigação para auxiliá-lo nos levantamentos e localização das provas e testemunhas. Nos casos
mais simples o próprio Escrivão se encarregará disso.
66
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 14
_____________
ESCRIVÃO

CERTIDÃO

Certifico haver cumprido, nesta data, o que determinou o Sr.


Encarregado, conforme cópias de documentos que faço juntar, de fl.____
a ____ deste autos.
Quanto ao contido no item 5, desloquei-me até à Rua Novo
Horizonte, n.º __ nesta Capital, onde localizei, através da lista telefônica,
o Sr. ___________ testemunha citada no BO/BOS n.º ____, de __/__/__.
Disse-me aquele Sr. que realmente assistiu o desenrolar dos fatos
que se passou da seguinte forma (sintetizar o que falou, não havendo
necessidade de esclarecer muito porque o cidadão será ouvido mais
tarde).
Disse-me ainda o Sr. ________ que três vizinhos seus estavam
presentes e podem ser ouvidos sobre os fatos que me narrou. São eles:
Sr. _______, Rua ____, n.º ____; Sr ________ e Sr. __________,
telefone n.º _______, nesta Capital.
A vossa consideração.
_________________,em __/__/__

____________________________________
(Escrivão)
Ciente.
Junte-se aos autos
Em __/__/__ ________________________________
(Enc. IPM)

Obs: a) Este último despacho deve ser de próprio punho do Encarregado.


b) Como se vê, estamos elaborando, num só termo, a diligência, uma juntada e uma
Certidão. O termo juntada somente se justifica, na verdade, quando se tratar de documentos extra-
autos Dessa forma cópias de ofícios, requisições ou documentos produzidos pelo Escrivão não
necessitam de ser relacionados. A seguir modelos de documentos que aparecem no IPM.
67
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 15

_____________
ESCRIVÃO

JUNTADA

Aos____ dias do mês de ________ de ____, cumprindo despacho


do Sr. Encarregado, faço juntada aos presentes autos de IPM dos
documentos de Fls. _______ a _______, adiante relacionados:
1. Cópia recorte do jornal “X”, noticiando o fato objeto de
apuração;
2. Documentos oriundos da Corregedoria Geral de Polícia ou da
Delegacia Regional de Segurança Pública, dando conta das providências
tomadas pela Polícia Civil a respeito dos fatos.

_____________________________________
(Nome e posto ou graduação do Escrivão)

Obs.: a) Este documento pode ser chamado também de Certidão e somente será
realizado se os documentos foram conseguidos após a lavratura do Modelo n.º 14. Caso
contrário, poderiam ser relacionados no primeiro item daquele modelo.
b) Importante refrisar que termo de juntada é apenas para documentos extra-
autos;
c) Os modelos a seguir, como são cópias de documentos produzidos no curso do
IPM não necessitam do termo de juntada, caso se torne preciso anexá-los aos autos.
Exemplo: A cópia do ofício dirigido ao IML, se atendido em tempo, não precisa ser
juntada. Basta ser anexado aos autos. Só se fará juntada para provar diligência ou
providência requisitada e não atendida. Com isso procura-se evitar diminuição de papel
no IPM.
68
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 16
_____________
ESCRIVÃO

OFÍCIO N.º _____ /PM

LOCAL E DATA

Do (posto e nome), Encarregado do PM


Ao Sr. Diretor do IML
Assunto - Documentos (solicita)

Solicito-vos a remessa, com a máxima urgência possível, do auto


de exame Cadavérico procedido em __/__/__ (qualificação completa da
vítima que faleceu) e do Auto de Exame de Corpo de Delito feito em
__/__/__ (qualificação completa da vítima que sofreu as lesões
corporais), atendidos nesse Hospital nos dias ____, a fim de servirem de
peças aos autos de IPM, do qual sou Encarregado.
Informo-vos, outrossim, que os documentos deverão ser
remetidos para o seguinte endereço (dados completos do local).

_____________________________________
(Nome e posto ou graduação do Escrivão)

Remetido em __/__/__, conforme protocolo n.º _____


BPM ou

Recebi a 1.ª via


Em __/__/__

________________________________
(Servidor)

69
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 17 - CÓPIA
_____________
ESCRIVÃO

OFÍCIO N.º _____ /IPM

LOCAL E DATA

Do (posto e nome), Encarregado do PM


Ao Sr. ( Nome completo do indiciado)
Assunto - Notificação para interrogatório

O (posto e nome), Encarregado do Inquérito Policial Militar,


determina a (nome completo do indiciado), residente à (endereço
completo), que compareça, sob as penas da lei, no dia (data completa), às
____ horas, no local (local designado), a fim de ser interrogado sobre
fato delituoso que lhe é imputado.

_____________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)

Recebi a 1.ª via


Em __/__/__

________________________________
(Indiciado)

70
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 18 - CÓPIA
_____________
ESCRIVÃO

OFÍCIO N.º _____ /IPM

LOCAL E DATA

Do (posto e nome), Encarregado do IPM


Ao Sr. (Posto, nome e função da autoridade)
Assunto - Requisição de militar

Solicito-vos seja determinado o comparecimento do (posto ou


graduação e nome do requisitado), dessa unidade a fim de prestar
depoimento no 1PM mandado instaurar através da Portaria nº____ , para
apurar fato delituoso em que é indiciado (nome completo).
Seu comparecimento, nos termos do artigo 349 do CPPM e seu
parágrafo único, deverá ocorrer no dia ____/____/____, às ____ horas,
no Quartel do (local designado), a fim de prestar depoimento, como
testemunha do citado fato.

_________________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)

Remetido em ____/____/____, conforme protocolo n.º _____ BPM


ou
Recebi a 1ª via deste documento
Em _____/_____/____

___________________________________________
(Servidor)

71
Manual do Inquérito Policial Militar
6. AUDIÇÃO DE PESSOAS

a) A Vítima
O trabalho de audição de pessoas (ofendido, indiciado,
testemunhas, etc.) fica a critério do Encarregado do IPM que é o
responsável pelas investigações para a elucidação do fato.
A prática investigatória tem mostrado que na coleta de provas
subjetivas, as declarações do ofendido (se pessoa física e estiver em
condições) poderão fornecer além de subsídios valiosos, o roteiro a ser
seguido para o esclarecimento do fato.
O Encarregado do IPM deverá entrevistar-se com o ofendido uma
ou mais vezes e, quando julgar oportuno, tomar a termo suas declarações.
Se o ofendido for menor, aconselha-se que seja ouvido na
presença dos pais ou responsáveis.
Segue-se o modelo de termo de perguntas ao ofendido:

72
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 19
_____________
ESCRIVÃO

TERMO DE PERGUNTAS AO OFENDIDO

Aos ___dias do mês de _____ de _____nesta cidade de ________,


Estado de _____, no Quartel do _______(local onde se procede),
presente o (posto e nome), Encarregado deste Inquérito, comigo (nome e
posto ou graduação), servindo de Escrivão, compareceu o (nome
completo do ofendido) _______ (se menor acompanhado de _____ nome
e qualificação do pai ou responsável), ofendido neste Inquérito, para
prestar declarações sobre os fatos constantes da Portaria n.º ____ que lhe
foi lida. Em seguida passou aquela autoridade a inquiri-lo da maneira
seguinte: qual seu nome, nacionalidade, naturalidade, idade, filiação,
estado civil, posto ou graduação e unidade em que serve (se civil:
profissão e residência). Respondeu (transcreve-se a qualificação);
perguntado como se deram os fatos, respondeu que (transcreve as
declarações). E como nada mais disse nem lhe foi perguntado, deu o
Encarregado deste IPM por findo o presente termo, que foi iniciado às
_____ horas e concluído às ____ horas do mesmo dia (se houver
interrupção fazer constar do termo) e que depois de lido e achado
conforme, assina com o ofendido, seu responsável (em caso de menor) e
comigo (nome e posto ou graduação), servindo de Escrivão que o
subscrevo.

_________________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)

_________________________________________
(Ofendido)

_________________________________________
(Pai ou responsável do ofendido menor)

_________________________________________
(Nome e posto ou graduação do Escrivão)

73
Manual do Inquérito Policial Militar
b) Indiciado
O termo de perguntas ao indiciado deverá ser tomado,
obrigatoriamente, na presença de duas testemunhas.
Essas testemunhas são chamadas de testemunhas do ato e não do
fato. Isto quer dizer que elas não precisam conhecer nada a respeito do
fato delituoso.
A finalidade dessas testemunhas consiste na prova de que as
declarações constantes do termo são exatamente aquelas apresentadas
pelo indiciado e, que as mesmas foram obtidas sem qualquer coação ou
imposição por parte do Encarregado do IPM.
Caso o indiciado não saiba ou não possa assinar, deverá o
Escrivão substituir ao final do termo a expressão “com o indiciado” pelos
nomes das testemunhas, que assinarão a rogo daquele.
Pode ocorrer caso de indiciado menor de 21 anos. Neste caso,
como se trata de policial-militar (já que somente este é o indiciado em
nossos IPM), portanto maior de 18 anos, o tratamento não é diferenciado.
Os art. 50 e 51 do CPM somente se preocupam com menores de 18 e
maiores de 16 anos, estabelecendo as regras a serem seguidas com
relação aos mesmos.
Caso o indiciado pleiteie ser ouvido na presença de seu advogado,
o Encarregado do IPM observará o art. 16 do CPPM.
Segue-se modelo de perguntas ao indiciado. Não há necessidade
de assentada.

74
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 20
_____________
ESCRIVÃO

TERMO DE PERGUNTAS AO INDICIADO

Aos ____ dias do mês de _______ de ______, nesta cidade de


_______ Estado de ______, no Quartel do (local onde se procede), presente
o (posto e nome), Encarregado deste Inquérito, comigo (posto ou graduação
e nome), servindo de Escrivão, compareceu o (nome completo do indiciado),
a fim de ser interrogado sobre o fato constante da Portaria n0 ____ que lhe
foi lida. Em seguida passou aquela autoridade a interrogá-lo de maneira
seguinte: qual o seu nome, idade, filiação, estado civil, naturalidade, posto
ou graduação e unidade a que pertence (se civil, profissão e residência).
Respondeu que (transcreve-se a qualificação); perguntado como se deram os
fatos narrados na parte, documentos ou portaria, respondeu que (transcreve-
se as respostas da maneira mais clara possível); perguntado (fazer as
perguntas esclarecedoras necessárias consignando-as no interrogatório)
respondeu que (transcreve-se as respostas). E como mais nada disse nem lhe
foi perguntado, deu o Encarregado deste Inquérito por findo o presente
interrogatório que foi iniciado às ____ horas e concluído às ____ horas do
mesmo dia (se houver interrupção fazer constar do termo) e que depois de
lido e achado conforme, assina com o indiciado, com as testemunhas Sr.
(Nome completo, profissão e endereço) e Sr. (Nome completo, profissão e
endereço) e comigo (nome e posto ou graduação) servindo de Escrivão, que
o subscrevo.
_________________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)
_________________________________________
(Nome completo do Indiciado)
_________________________________________
(Nome completo da Testemunha)
_________________________________________
(Nome completo da Testemunha)

_________________________________________
(Nome e posto ou graduação do Escrivão)
75
Manual do Inquérito Policial Militar
c) Testemunhas
Na inquirição de testemunhas existem vários aspectos a serem
observados. em sua maioria resultantes de determinação legal:
a) A intimação de testemunhas deverá ser feita com uma
antecedência mínima de vinte e quatro horas do ato a que se refere;
b) O número de testemunhas não poderá ser inferior a três,
ficando o número acima daquele a critério do Encarregado que decidirá
quanto à necessidade ou não;
c) Havendo mais de um indiciado, o número de testemunhas
deverá ser num mínimo de seis;
d) Deve-se evitar o arrolamento de pessoas que nada sabem do
fato;
e) Existem pessoas que não são obrigadas a depor, mas, se o
forem, não se lhes exigirá o compromisso legal (Art. 352 § 2.º e Art. 354
do CPPM);
f) Excetuando aquelas nos artigos acima referidos, todas as
demais deverão prestar o compromisso ao depor;
g) Como testemunha, nada obsta que o Oficial de posto superior
ou mais antigo do que o Encarregado preste depoimento;
h) Não é permitido que uma testemunha tome conhecimento do
depoimento da outra;
i) Não sabendo ou não podendo assinar o depoimento, este será
assinado por duas testemunhas que presenciarem a leitura do mesmo,
depois de confirmarem com o depoente que são aquelas as suas
declarações (assinatura a rogo);
j) Se a testemunha (ou indiciado) não souber falar a língua
nacional, será ouvida por intermédio de intérprete. Aos surdos, as
perguntas serão formuladas por escrito, e estes responderão oralmente.
Aos surdos-mudos as perguntas serão formuladas por escrito, e estes as
responderão também por escrito.
1) Para cada quatro horas de inquirição da mesma testemunha
consecutivamente, será dado um intervalo de meia hora;
m) A inquirição de testemunhas deverá ser feita durante o dia, isto

76
Manual do Inquérito Policial Militar
é, de sete às dezoito horas, salvo em caso de urgência inadiável.
n) Na inquirição de várias testemunhas em um mesmo dia será
feita a assentada apenas para a primeira. Entretanto, havendo interrupção
para continuidade no dia posterior, embora seja da mesma testemunha,
deverá ser lavrado novo termo de assentada;
o) As intimações e notificações de testemunhas poderão ser feitas
por meio de cartas, telegramas comunicação telefônica, ou mesmo
pessoalmente;
p) O comparecimento de militar, assemelhado ou funcionário
público dependerá de requisição ao respectivo Chefe;
q) A testemunha não pode eximir-se da obrigação de depor,
exceto, o ascendente, o descendente, o afim em linha reta, o cônjuge,
ainda que desquitado e o irmão do acusado, bem como qualquer pessoa
que tenha vinculo de adoção com o indiciado, salvo quando não for
possível por outro modo obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas
circunstâncias. A estas pessoas não se defere o compromisso de dizer a
verdade (§ 2.º, art. 352, c/c art. 354 - CPPM);
r) São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função,
ministério, oficio ou profissão devem guardar segredo, salvo se
desobrigados pela parte interessada, quiserem dar seu testemunho. Esta
proibição aplica-se aos advogados constituídos pelos indiciados. O
advogado não é obrigado a depor sobre fatos que possam vir a incriminar
seu constituinte;
s) Não se deve permitir que o indiciado, vítima ou testemunha
sejam ouvidos, estando armados.
MYRA e LOPES, em seu Manual de Psicologia Jurídica, explica
que o conhecimento ao redor de qualquer fato exterior, depende de cinco
fatores:
“a) Modo de percepção fica exclusivamente à mercê do
ambiente exterior, onde se verificou a ocorrência e das
aptidões internas do observador;
b) Modo como a memória conserva - depende das condições
orgânicas responsáveis pelo funcionamento da memória;
c) Modo como é capaz de evocar - esse fator sofre influência
das condições psicoorgânicas, tais como a repressão e
77
Manual do Inquérito Policial Militar
censura;
d) Modo como quer se expressar - depende do grau de
sinceridade de cada pessoa;
e) Modo como pode ser expressado - o modo como pode o
conhecimento do fato ser expresso depende da capacidade de
comunicação de cada indivíduo.”
Com base nestes ensinamentos, conclui-se que:
- as percepções sofrem deformações devido à fadiga, vínculos
afetivos e hábitos;
- o processo evocador é defasado, não por tendências emotivas
(amnésia emocional) e fatores de repressão que inibem a memória;
- a exatidão do que se faz constar um depoimento depende muito
da capacidade de percepção das pessoas.
Algumas experiências realizadas revelaram que:
- o homem tem capacidade perceptiva diferente da mulher (esta é
mais detalhista);
- as impressões óticas são mais eficientes que as acústicas;
- o início e o final de uma ocorrência são mais perceptíveis;
- testemunhos sobre dados qualitativos são mais precisos que os
quantitativos.
Estas são algumas noções de utilidade em nosso trabalho.
Seguem-se modelos diversos relativos às testemunhas.

78
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 21 - CÓPIA

_____________
ESCRIVÃO

OFÍCIO N.º _____ /IPM

LOCAL E DATA

Do (posto e nome), Encarregado do IPM


Ao Sr. (Nome completo da pessoa intimada)
Assunto - Intimação para prestar depoimento (faz)

O (posto e nome), Encarregado do Inquérito Policial Militar,


determina a (nome completo da testemunhas), residente à (endereço
completo), que compareça, sob as penas da Lei (§ 2.º, do artigo 347 e 349
do Código de Processo Penal Militar), no dia (data completa), às ______
horas, no (local designado), a fim de prestar depoimento sobre o fato
delituoso, objeto do mencionado inquérito.

_______________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)

Obs.: - Esta cópia não precisa ser juntada ao IPM se a testemunha compareceu. Se,
porém, ela não atendeu, deve-se anexá-la para provar a intimação e resultar futuras
providências quanto à testemunha recalcitrante.
- O nome correto do termo deveria ser “notificação”. Também o CPP - art. 218 -
usar o termo “notificação”. Na verdade o que há é a convocação da testemunha para ato
futuro.
- Segundo José Armando da Costa, em Fundamentos de Policia Judiciária, pág.
208, são obrigações inarredáveis da testemunha: o comparecimento, prestar o
depoimento, falar a verdade e comunicar a mudança de residência. A condução
coercitiva é permitida, além do pagamento de multa e responsabilização por
desobediência (art. 218, 219 e art. 330 e342 - CP).
79
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 22

_____________
ESCRIVÃO

ASSENTADA

(somente quando forem ouvidos, no mesmo


dia, mais de duas pessoas)

Aos ___ dias do mês de _____ de ____, nesta cidade de _______,


Estado de _________, (lugar onde for), no quartel do ________ (indicar
a unidade), onde se achava presente (posto e nome), Encarregado deste
Inquérito Policial Militar, comigo, _________ (posto ou graduação e
nome) servindo de Escrivão, compareceram as testemunhas a seguir
qualificadas que foram inquiridas, nos termos da Lei, sobre os fatos
constantes da Portaria de n.º_____ que lhes foi lida; do que, para constar,
lavrei este termo.

_________________________________
(Escrivão)

Obs.: a) Se for somente uma testemunha a ser ouvida no dia, não há necessidade deste
termo, porque no inicio da inquirição haverá referências acima feitas;
b) Caso sejam duas ou mais, então lavra-se a assentada e os termos de
depoimento já entram direto na qualificação do indivíduo: 1.º Testemunha,
Sr._______________ idade, naturalidade, etc; 2.º Testemunha - idem; 3.º Testemunha -
idem.

80
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 23
_____________
ESCRIVÃO

TERMO DE INQUIRIÇÃO DE TESTEMUNHAS

Aos ___dias do mês de ____de ____, nesta cidade de Estado de


____, no Quartel do _______ (local onde se procede), onde se achava o
Sr. (Posto e nome), Encarregado deste Inquérito, comigo (nome e posto
ou graduação), servindo de Escrivão, compareceu a testemunha abaixo
nomeada que foi inquirida sobre a (parte, queixa, portaria, etc), que lhe
foi lida, declarando o seguinte: *(nome completo, idade, naturalidade,
filiação, estado civil, profissão, residência, posto ou graduação e Unidade
em que serve, se militar). Compromissada na forma da lei e perguntada
quanto aos costumes, respondeu negativamente. Declarou que
(transcrever as declarações aproveitando na medida do possível as
próprias palavras da testemunha); perguntada (consignar a pergunta),
respondeu (transcrever a resposta); perguntada ___________, respondeu
____________, (procurar fazer perguntas objetivas e diretamente
relacionadas ao fato até esgotar o assunto). E como nada mais disse nem
lhe foi perguntado deu o Encarregado do Inquérito por findo o presente
depoimento, iniciado às ___ horas e terminado às o mesmo dia (havendo
interrupção fazer constar no termo) e que depois de lido e achado
conforme, assina com a testemunha e comigo (nome e posto ou
graduação), servindo de Escrivão, que o subscrevo.

_____________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)
________________________________________
(Nome completo da testemunha)
________________________________________
(Nome e posto ou graduação do Escrivão)

Obs.: Até o asterisco é o termo de assentada, que é dispensável, se houver assentada


única (modelo n.º 22). Aí basta começar assim: Primeira Testemunha - nome, etc. -
Segunda testemunha, etc. - Terceira Testemunha, etc. -

81
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 24
_____________
ESCRIVÃO

TERMO DE ACAREAÇÃO

Aos ___ dias do mês de ____ de ____, nesta cidade de _______,


Estado de _____, no Quartel do (OPM ou outro local), aí presentes as
testemunhas _____________ e _____________já inquiridos nestes autos,
comigo escrivão, presente o Encarregado do Inquérito, por este foram, à
vista das divergências existentes nos seus depoimentos, nos pontos (tais e
tais, decliná-los) e debaixo do compromisso prestado, reperguntadas (as
mesmas testemunhas) uma face da outra, para explicar ditas divergências.
E depois de lidos perante elas, os depoimentos referidos nas partes
divergentes, pela testemunha (nome completo), foi dito que ______e pela
testemunha (nome completo), foi dito que _______. E como nada mais
declararam, lavrei o presente termo, iniciado às ____ horas e terminado
às ____ horas, que assinam, depois de lido e achado conforme, com o
Encarregado do Inquérito e comigo (posto ou graduação e nome),
servindo de Escrivão, que o subscrevo.

_______________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)

________________________________________
(Nome completo da testemunha)

________________________________________
(Nome completo da testemunha)

________________________________________
(Nome e posto ou graduação do Escrivão)

82
Manual do Inquérito Policial Militar
7. RECEBIMENTO DOS LAUDOS REQUISITADOS

Resultante dos pedidos formulados através de ofícios pelo


Encarregado, começarão a chegar documentos elucidativos.
A anexação de documentos aos autos deverá ser precedida de
despacho de próprio punho do Encarregado, que deverá ser dado no
próprio documento.
Os laudos periciais ou autos de exames requisitados, se forem de
repartição oficial não necessitam de homologação. Trata-se de peritos
Oficiais que possuem fé-pública. Isto, entretanto, não significa que não
possa retorná-los à origem solicitando esclarecer pontos obscuros.
A homologação somente ocorrerá caso se trate de peritos não-
oficiais.
Compete ao Escrivão conferir com o original as cópias de
documentos apresentados para serem juntados aos autos, autenticando-os,
o que deve ser feito, também, com carimbos.
A seguir, os modelos de despacho do Encarregado em
documentos e laudos ou autos, e modelo de conferência do Escrivão.

83
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 25

_____________
ESCRIVÃO

a) Despacho em documentos

D E S P A C H O (de próprio punho)

Junte-se aos autos.


Em ___/___/___

_________________________________
(Encarregado do IPM)

84
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 26

_____________
ESCRIVÃO

b) Despacho em laudos periciais não-oficiais ou autos de exames,


também não oficiais

DESPACHO

Homologo o laudo.

Junte-se aos autos


Em ___/___/___

_________________________________
(Encarregado do IPM)

85
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 27
_____________
ESCRIVÃO

c) Conferências de cópias de documentos: (utilizar carimbo próprio)

Confere com o original.


Em ___/___/___

__________________________
(Escrivão)

LOCAL E DATA

Do Diretor do IML
Ao Senhor Encarregado do IPM
Assunto: Autos de Exames (remete)
Anexo: - Auto de Exame de Corpo Delito
- e Auto de Exame Cadavérico

Ciente
Junte-se aos autos os documentos
De fls ____ a ______
Em ___/____/____

_________________________________
(Encarregado do IPM)

Remeto-vos o constante do anexo, referente à solicitação contido


no Oficio n.º ____/IPM, de __/__/__, desse Encarregado do IPM.

_____________________________
(Diretor)
86
Manual do Inquérito Policial Militar
_____________
ESCRIVÃO
HOSPITAL (OU REPARTIÇÃO CIVIL)

VISTO
____________
(Diretor)

AUTO DE EXAME DE CORPO DELITO


Diretor ____________________________________
1.º Médico __________________________________
2.º Médico __________________________________
Autoridade Requisitante _______________________
Requisição n.º _______ de ____/____/____________

Aos ____ dias do mês de _______ de ______ pelo Diretor foram


designados os peritos acima para procederem a exame de corpo de delito na
pessoa de (qualificação completa do examinado), a fim de ser atendida a
requisição supra, descrevendo com verdade e com todos as circunstâncias, o
que encontrarem, descobrirem e observarem, e, bem assim, para
responderem aos seguintes quesitos:
PRIMEIRO - Houve ofensa à integridade corporal ou à saúde do
paciente? (Segue-se os quesitos oficiais) _________________________
__________________________________________________________
Em consequência, passaram os peritos a fazer o exame ordenado e
investigações que julgaram necessárias findo os quais declararam: (seguem-
se as declarações dos peritos)
Nada mais havendo a lavrar-se, é encerrado o presente laudo que,
depois de lido e achado conforme é assinado pelos médicos legistas e
rubricado pelo Diretor.
Local e Data

__________________________________
(Nome do 1.º Médico)
__________________________________
(Nome do 2.º Médico)
87
Manual do Inquérito Policial Militar
_____________
ESCRIVÃO

HOSPITAL (OU REPARTIÇÃO CIVIL)

VISTO
____________
(Diretor)

AUTO DE EXAME DE CADAVÉRICO

Diretor ____________________________________
1.º Médico __________________________________
2.º Médico __________________________________
Autoridade Requisitante _______________________
Requisição n.º _______ de ____/____/____________

Aos ____dias do mês de ____de _____pelo Diretor foram


designados os peritos acima para procederem ao exame no cadáver
(qualificação completa da vítima), a fim de ser atendida a requisição supra,
descrevendo com verdade e com todas as circunstâncias, o que encontrarem,
descobrirem e observarem, e, bem assim, para responderem aos seguintes
quesitos:
PRIMEIRO - Houve a morte? (Seguem-se os quesitos oficiais) ____
_____________________________________________________________
Em consequência, passaram os peritos a fazer o exame ordenado e
investigações que julgaram necessárias, findo os quais declararam: (seguem-
se as declarações dos peritos)
Nada mais havendo a lavrar-se, é encerrado o presente laudo que,
depois de lido e achado conforme, é assinado pelos médicos legistas e
rubricado pelo Diretor.
Local e Data

__________________________________
(Nome do 1.º Médico)

__________________________________
(Nome do 2.º Médico)
88
Manual do Inquérito Policial Militar
8. CUIDADOS COM O ACD

Na maioria das vezes, ao iniciar o inquérito já foi o ofendido


submetido a exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal - IML.
Se tiver sido atendido em hospital, esta casa poderá fornecer documento
comprobatório das lesões (relatório nosocomial) e outras informações.
Em qualquer caso, o oficial requisitará os documentos, na forma
da lei, devendo, se for o caso, nomear peritos para realização do ACD.
Sempre que possível requisitar laudos de peritos oficiais só não o
fazendo em último caso.
O Encarregado lavrará despacho neste sentido, conforme modelo
a seguir.
Se for caso de ACD, no qual sejam relatadas lesões corporais,
passados 30 dias do primeiro exame, deve ser requisitado o ACD
complementar. Este conjunto de documentos é que possibilitará ao
Ministério Público classificar exatamente o enquadramento do delito, na
lei penal.
Não é essencialmente necessária a presença do Encarregado do
IPM na execução do exame de corpo de delito.
Estando o Encarregado presente, o termo de compromisso dos
peritos será inserido no próprio auto de exame.
Tanto num caso como no outro, o Encarregado deverá formular os
quesitos a serem respondidos pelos peritos.
O modelo de auto de exame de corpo de delito constante deste
Manual foi rito no caso de participação do Encarregado.
Na formulação dos quesitos o Encarregado deverá observar os
quesitos oficiais, (Decreto n.º 5.141, de 25Out56), podendo acrescentar
aqueles relativos particularmente ao caso apurado, procurando ser, no
entanto, o mais objetivo possível.
Em caso de recebimento do auto de corpo de delito já elaborado
anteriormente, poderá o Encarregado determinar um exame
complementar, formulando os quesitos que se fizerem necessários.
Segundo o RGPM, aprovado pelo Decreto n.º 11.636, de 29Jan69,
89
Manual do Inquérito Policial Militar
art. 210, inciso VIII, é incumbência do médico da OPM
“providenciar, de oficio, para ser feito o exame de corpo de
delito e lavrado o respectivo laudo, de acordo com as
Prescrições do Código de Justiça Militar, quando baixar a
Hospital ou Enfermaria ferido ou doente, que autorize
suspeita de crime”.
Isto significa que o Encarregado do IPM pode designar como
perito o Oficia1Médico da Unidade. Entretanto, sempre que possível
obter-se os laudos através de perícia oficial, deve-se proceder desta
forma, só indicando outros profissionais em última alternativa.
Seguem-se modelos de despacho, comunicação, compromisso de
perito, os quesitos oficiais, modelos de auto de exame de corpo de delito
e termo de conclusão.

90
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 28

_____________
ESCRIVÃO

D E S PA C H O

Proceda-se o Exame de Corpo de Delito na pessoa de (nome


completo), que se encontra (local), lavrando-se o competente auto.
Nomeio peritos os Senhores (nomes completos dos dois médicos)
para procederem ao exame, que deverá ser feito no dia (data completa),
às ______ horas, no (local designado).

Procedam-se às notificações.

Local e Data

_______________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)

91
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 29

_____________
ESCRIVÃO

OFÍCIO N.º _____ /IPM

LOCAL E DATA
Do (posto e nome), Encarregado do IPM
Ao Sr. (Nome completo do perito)
Assunto: Comunicação (faz)

Comunico-vos que fostes designado para, com o Senhor (nome


completo de outro perito), procederdes ao exame de corpo de delito na
pessoa de (Nome completo do ofendido), no dia ___/___/___, às ____
horas, no (local designado), devendo prestar o compromisso e responder
os quesitos que vos forem apresentados.

_______________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)

Recebi a 1.º Via


Em ___/___/___

___________________________
(Perito designado)

92
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 30

_____________
ESCRIVÃO

TERMO DE COMPROMISSO DE PERITO

Aos ___dias do mês de _______ de ____, nesta cidade de ______,


Estado de no (OPM ou local), aí presente o Senhor (Posto e nome),
Encarregado do IPM comigo (nome e posto ou graduação), servindo de
Escrivão, compareceram (nomes completos dos peritos nomeados),
nomeados peritos neste Inquérito, aos quais a autoridade deferiu o
compromisso legal, que aceitaram, de bem e fielmente desempenharem a
missão, declarando com verdade as respostas aos quesitos formulados e o
que descobrissem e encontrassem e o que em suas consciências entendes-
sem, além de manter o sigilo do Inquérito e de cumprir as determinações
contidas no Código de Processo Penal Militar, durante o exercício da
função. Para constar, mandou o Encarregado do IPM lavrar este termo
que assina com os peritos e comigo Escrivão, do que dou fé. Eu (nome
completo, posto ou graduação), servindo de Escrivão, o subscrevo.

____________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)

___________________________________
(Nome completo do Perito)

___________________________________
(Nome completo do Perito)

__________________________________
(Nome e posto ou graduaç5o do Escrivão)

93
Manual do Inquérito Policial Militar
QUESITOS OFICIAIS

DECRETO N.º 5.141, DE 25 DE OUTUBRO DE 1956

Aprova o Formulário de
Quesitos para Exames Periciais

O Governador do Estado de Minas Gerais, usando das atribuições


que lhe confere o art. 51 n.º II, da Constituição Estadual, decreta:
Art. 1.º - Fica aprovado o Formulário de Quesitos para Exames
Periciais, que a este acompanha, assinado pelo Secretário de Estado da
Segurança Pública, para ser adotado pelas autoridades policiais.
Art. 2.º - Revogam-se as disposições em contrário, entrando este
Decreto em vigor na data de sua publicação.

Palácio da Liberdade, Belo Horizonte, 25 de outubro de 1956.

JOSÉ FRANCISCO BIAS FORTES


PAULO PINHEIRO CHAGAS

A seguir estão descritos os quesitos relativos a delitos que podem


ser objeto de apuração em nossos trabalhos:

RELATIVOS AO CÓDIGO PENAL


SANIDADE MENTAL

(Art. 22 e seu parágrafo único e ainda quesitos próprios do Anexo


III do RDPM para perícia psicopatológica).
1.º - o paciente submetido a exame era, ao tempo da ação (ou da
omissão), por motivo de doença mental ou desenvolvimento mental
incompleto ou retardado, inteiramente incapaz de entender o caráter

94
Manual do Inquérito Policial Militar
criminoso do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento?
(Resposta especificada).
2.º - o paciente submetido a exame não possuía, ao tempo da ação
(ou omissão), em virtude da saúde mental ou por desenvolvimento
mental incompleto ou retardado, a plena capacidade de entender o caráter
criminoso do ato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento?
(Resposta especificada).
3.º - qual essa doença mental ou de que natureza era essa
perturbação mental?
4.º - que grau de desenvolvimento mental apresenta o paciente
submetido a exame?

MENORES DE 18 ANOS
(Art. 23)
1.º - o paciente submetido a exame é menor ou maior de 18 anos
de idade? (Resposta Justificada).

EMBRIAGUEZ
(Art. 24 n.º II)
1.º - o paciente está embriagado pelo álcool ou por substância de
efeitos análogos? (Resposta justificada).
2.º - essa embriaguez é completa ou incompleta? (Resposta
especifica da).
3.º- o paciente, em virtude da embriaguez completa, era ao tempo
da ação (ou da omissão), inteiramente incapaz de entender o caráter
criminoso do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento?
(Resposta especificada).
4.º - o paciente, em virtude da embriaguez não possuia ao tempo
da ação (ou da omissão), a plena capacidade de entender o caráter
criminoso do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento?
(Resposta especificada).

95
Manual do Inquérito Policial Militar

HOMICÍDIO
(Art. 121)
1.º - Houve a morte?
2.º - Qual a causa da morte?
3.º - Qual o instrumento ou meio que produziu a morte?
4.º - A morte foi produzida com emprego de veneno, fogo,
explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que
podia resultar perigo comum? (Resposta especificada).

HOMICÍDIO CULPOSO
(Art. 121, §§ 3.º e 4.º)
1.º - Houve a morte?
2.º - Qual a causa da morte?
3.º - Qual o instrumento ou meio que produziu a morte?
4.º - A morte resultou de inobservância de regra de profissão, arte
ou oficio? (Resposta especificada)

LESÕES CORPORAIS
(Art. 129)
1.º - Houve ofensa à integridade corporal ou à saúde do paciente?
(Resposta especificada).
2.º - Qual o instrumento ou meio que produziu a ofensa?
3.º - A ofensa foi produzida com emprego de veneno, fogo,
explosivo, asfixia, tortura, ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que
podia resultar perigo comum? (Resposta especificada).
4.º - Da ofensa resultou perigo de vida?

96
Manual do Inquérito Policial Militar
5.º - Da ofensa resultou incapacidade para as ocupações habituais
por mais de 30 dias?
6.º - Da ofensa resultou debilidade permanente de membro,
sentido ou função; incapacidade permanente para o trabalho;
enfermidade incurável, perda ou inutilização de membro; sentido ou
função ou deformidade permanente? (Resposta especificada).

NO CASO INDICADO:
- Da ofensa resultou aceleração de parto, ou aborto? (Resposta
especificada).

NO CASO INDICADO:
(Art. 129, §§ 6.º e 7.º)
- A ofensa resultou de inobservância de regra técnica de profissão
arte ou oficio?

II - PARA EXAME COMPLEMENTAR:


1.º - Da ofensa, objeto do exame de corpo de delito anterior,
resultou ao paciente incapacidade para as ocupações habituais por mais
de 30 dias?
2.º- Dessa ofensa resultou perigo de vida; debilidade permanente
de membro, sentido ou função; incapacidade permanente para o
trabalho, enfermidade incurável; perda ou inutilização de membro,
sentido ou função; ou debilidade permanente? (Resposta especificada).

NO CASO INDICADO:
1.º - Dessa ofensa resultou aceleração de parto, ou aborto?
(Resposta especificada).
PERIGO DE CONTÁGIO VENÉREO
(Art. 130)
97
Manual do Inquérito Policial Militar
Para o exame do agente
1.º - O paciente é portador de moléstia venérea?
2.º - Qual essa moléstia e onde está localizada?
3.º - O paciente sabia ou devia saber que estava contaminado
dessa moléstia?
4.º - A moléstia venérea de que é portador o paciente torna-o
capaz de expor alguém a perigo, por meio de relações sexuais, ou de
qualquer outro ato libidinoso? (Resposta especificada).
Para exame da vítima

NO CASO INDICADO:
1.º - O paciente está contagiado de moléstia venérea?
2.º - Qual essa moléstia e onde está localizada?
3.º - O contágio resultou de relações sexuais ou de qualquer outro
ato libidinoso? (Resposta especificada).

PERIGO DE CONTÁGIO DE MOLÉSTIA GRAVE


(Art. 131)
I - PARAOEXAMEDOAGENTE
1.º - O paciente é portador de moléstia grave?
2.º- Qual é essa moléstia?
3.º - Essa moléstia é contagiosa?
4.º - O paciente sabia ou devia saber que estava contaminado
dessa moléstia?
5.º - O ato imputado ao paciente era capaz de produzir o contágio
de outrem?
II - PARA O EXAME DA VÍTIMA (NO CASO INDICADO):
1.º - O paciente está contagiado de moléstia grave?

98
Manual do Inquérito Policial Militar
2.º - Qual é essa moléstia?
3.º- De que modo se produziu o contágio?

PERIGO PARA A VIDA OU A SAÚDE


(Art. 132)
1.º - O ato imputado ao agente expôs a vida ou a saúde do
paciente a perigo direto e iminente? (Resposta especificada).
2.º - Qual foi este perigo? (Resposta especificada).

OMISSÃO DE SOCORRO
(Art. 135)
1.º - O paciente era inválido ou estava ferido? (Resposta
especificada).
2.º - Da omissão de assistência de socorro, resultou lesão corporal
de natureza grave? (Resposta especificada com referência ao art. 129, §§
l.º e 2.º).
3.º- Da omissão de assistência ou de socorro, resultou a morte?
4.º- Era possível prestar assistência ao paciente sem risco pessoal?

MAUS TRATOS
(Art. 136)
l.º- A vida ou a saúde do paciente foi exposta a perigo pela
privação de alimentação ou cuidados indispensáveis? (Resposta
justificada).
2.º - A vida ou a saúde do paciente foi exposta a perigo pela
sujeição a trabalho excessivo ou inadequado? (Resposta justificada).
3.º - A vida ou a saúde do paciente foi exposta a perigo pelo
abuso de meios de correção ou de disciplina? (Resposta justificada).
4.º - Do fato resultou lesão corporal de natureza grave? (Resposta
99
Manual do Inquérito Policial Militar
especificada, com referência ao art. 129 §§ 1.º e 2.º).

CONSTRANGIMENTO ILEGAL
(Art. 146)
1.º - Há lesão corporal, ou outro vestígio, indicando ter havido
emprego de violência contra o paciente? (Resposta justificada).
2.º - Há vestígio indicando ter havido emprego de qualquer outro
meio para reduzir a capacidade de resistência do paciente? (Resposta
justificada).
3.º - Qual o meio empregado?

SEQUESTRO OU CÁRCERE PRIVADO

(Art. 148, § 2.º)


1.º - O paciente apresenta sinal ou vestígio de grave sofrimento
físico ou moral? (Resposta especificada).
2.º - Esse sofrimento resultou ou pode ter resultado de maus tratos
em sequestro ou cárcere privado? (Resposta justificada).
3.º - Esse sofrimento resultou ou pode ter resultado de natureza de
detenção em sequestro ou cárcere privado? (Resposta justificada).

VIOLAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIA
(Art. 151)
1.º Houve devassamento de correspondência fechada?
2.º - Houve destruição de correspondência?
3.º - De que natureza era essa correspondência?

FURTO QUALIFICADO

100
Manual do Inquérito Policial Militar
(Art. 155, § 4.º)
1.º - Houve destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da
coisa?
2.º - Qual foi esse obstáculo?
3.º - Houve escalada? (Resposta justificada).
4.º - Houve destreza? (Resposta justificada).
5.º - Qual o meio ou instrumento empregado?
6.º - Houve emprego de chave falsa? (Resposta justificada).
7.º - Em que época presumível ocorreu o fato?

Para exame do instrumento


l.º - Qual o instrumento apresentado a exame?
2.º - Esse instrumento é empregado usualmente para a prática de
furto?

ROUBO
(Art. 157)
1.º - Há lesão corporal, ou outro vestígio, indicando ter havido
emprego de violência contra o paciente? (Resposta justificada).
2.º - Há vestígios indicando ter havido emprego de qualquer
outro meio para reduzir o paciente à impossibilidade de resistência?
3.º - Qual o meio ou instrumento empregado?
4.º- Da violência resultou lesão corporal de natureza grave?
(Resposta especificada, com referência ao art. 129, §§ 1.º e 2.º).
5.º - Da violência resultou a morte?

EXTORSÃO
(Art. 158)
101
Manual do Inquérito Policial Militar
1.º - Há lesão corporal, ou outro vestígio, indicando ter havido
emprego de violência contra o paciente?
2.º - Qual o meio ou instrumento empregado?
3.º- Da violência resultou lesão corporal de natureza grave?
(Resposta especificada, com referência ao art. 129 §§ 1.º e 2.º).
4.º - Da violência resultou a morte?

DANO
(Art. 163)
1.º- Houve destruição, inutilização ou deterioração da coisa
submetida a exame? (Resposta especificada).
2.º - Qual o meio ou instrumento empregado?
3.º - Houve emprego de substância inflamável ou explosiva?

Alteração de local especialmente protegido


(Art. 166)
1.º - Houve alteração do aspecto do local examinado?
2.º - Em que consistiu?
Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro (Art.
171, V)
1 - PARA O EXAME DE COISA:
1.º - Houve destruição total ou parcial da coisa submetida a
exame? (Resposta especificada)
II - PARA O EXAME DE PESSOA
1.º - Houve lesão ao próprio corpo ou à saúde? (Resposta
especificada).
2.º - Houve agravação das consequências da lesão ou doença?
(Resposta especificada).

102
Manual do Inquérito Policial Militar
3.º - Como foi produzida?
Estupro, posse sexual mediante fraude e sedução
(Arts. 213, 215 e 217)
1.º - Houve conjunção carnal?
2.º - Houve ruptura do hímen?
3º - Qual a data provável dessa ruptura?
4.º - Há lesão corporal, ou outro vestígio, indicando ter havido
emprego de violência, e, no caso afirmativo, qual o meio empregado?
(Resposta justificada).
5.º - Da violência resultou lesão corporal de natureza grave?
(Resposta especificada, com referência ao art. 129, §§ 1.º e 2.º).
6.º - Da violência resultou a morte do paciente?
7.º - A paciente é maior ou menor de 14 anos; ou é maior ou
menor de 18 anos? (Resposta justificada).
8.º - A paciente é alienada ou débil mental? (Resposta justificada).
9.º - Houve qualquer outra causa que tivesse impossibilitado a
paciente oferecer resistência? (Resposta justificada).
NO CASO INDICADO:
Formular ainda os quesitos da série II de exame de contágio
venéreo.
Ato libidinoso atentado violento ao pudor, atentado ao pudor
mediante e corrupção de menores.
(Arts 214, 216 e 218)
1.º - Houve prática de ato libidinoso?
2.º - Em que consistiu?
3.º - Há lesão corporal ou outro vestígio, indicando ter havido
emprego de violência e, no caso afirmativo, qual o meio empregado?
(Resposta justificada).
4.º - Da violência resultou lesão corporal de natureza grave?
103
Manual do Inquérito Policial Militar
(Resposta especificada, com referência ao art. 129, §§ 1.º e 2.º).
5.º - Da violência resultou a morte do paciente?
6.º - O paciente é maior ou menor de 14 anos; ou é maior ou
menor de 18 anos? (Resposta justificada).
7.º - O paciente é alienado ou débil mental? (Resposta
justificada).
8.º - Houve qualquer outra causa que impossibilitasse o paciente
de oferecer resistência? (Resposta justificada).
No caso indicado, formular ainda os quesitos da série II/ do
exame de contágio venéreo.

INCÊNDIO
(Art. 250)
1.º - Houve incêndio?
2.º - Qual a natureza, finalidade e utilização da coisa incendiada?
3.º - Onde se originou o incêndio?
4.º - Qual a causa determinante?
5.º - Foi acidental, proposital ou resultou de imprudência,
negligência ou imperícia? (Resposta justificada).
6.º - O incêndio expôs a perigo a integridade física, a vida ou ao
patrimônio de outrem? (Reposta justificada).
7.º - Houve dano?
8.º - Qual a sua extensão?
9.º - Qual o seu valor?

EXPLOSÃO
(Art. 251)
1.º - Houve explosão, arremesso ou colocação de engenho de

104
Manual do Inquérito Policial Militar
dinamite ou de substância de efeito análogo? (Reposta especificada).
2.º - A explosão, o arremesso, ou a colocação desse engenho
expôs a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem?
(Reposta especificada).
3.º - Qual a natureza, finalidade e utilização da coisa visada?
4.º - Qual a espécie do engenho e qual a natureza da substância?
5.º - Qual a sua carga?
6.º - Houve dano?
7.º - Qual a sua extensão?
8.º - Qual o seu valor?

USO DE GÁS TÓXICO OU ASFIXIANTE


(Art. 252)
1.º - Houve uso de gás tóxico ou asfixiante?
2.º - Qual a natureza?
3.º - O uso desse gás expos a perigo a vida, ou a integridade
física, ou o patrimônio de outrem? (Resposta especificada).
4.º - Houve dano?
5.º - Qual a sua extensão?
6.º - Qual o seu valor?

FABRICO, FORNECIMENTO AQUISIÇÃO, POSSE OU TRANSPORTE


DE ESPLOSIVOS OU GÁS TÓXICO OU ASFIXIANTE.
(Art. 253)
1.º O material apresentado a exame constitui substância ou
engenho explosivo, gás tóxico ou asfixiante? (Resposta especificada).
2.º - O material apresentado a exame é destinado à fabricação de
substância ou engenho explosivo, gás tóxico ou asfixiante? (Resposta

105
Manual do Inquérito Policial Militar
especificada).

DESABAMENTO OU DESMORONAMENTO
(Art. 256)
1.º - Houve desabamento ou desmoronamento?
2.º - Qual a natureza da coisa desabada ou desmoronada?
3.º - O desabamento ou desmoronamento foi acidental, proposital
ou resultou de imprudência, negligência ou imperícia? (Resposta
especificada).
4.º - Esse desabamento ou desmoronamento expôs a perigo a
integridade física, a vida ou o patrimônio de outrem? (Resposta
especificada).
5.º - Houve dano?
6.º - Qual a sua extensão?
7.º - Qual o seu valor?

DIFUSÃO DE DOENÇA OU PRAGA


(Art. 257)
1.º - Houve inutilização de aparelho, material ou meio destinado
ao serviço de combate ao perigo, de socorro ou salvamento?

LESÃO CORPORAL GRAVE OU MORTE


Em todos os crimes de perigo comum se tiver como resultado
lesão corporal ou morte, devem ser formulados os quesitos relativos a
lesão corporal ou à morte (art. 258).

DIFUSÃO DE DOENÇA OU PRAGA


(Art. 259)

106
Manual do Inquérito Policial Militar
1.º - Houve difusão de doença ou praga que pudesse causar dano a
floresta, plantação ou animais de utilidade econômica?
2.º - Qual a doença ou praga difundida?
3.º - A difusão foi acidental, proposital, ou resultou da
imprudência, negligência ou imperícia? (Resposta especificada).
4.º - Houve dano?
5.º - Qual a sua extensão?
6.º - Qual o seu valor?

A TENTADO CONTRA A SEGURANÇA DE OUTROS MEIOS DE


TRANSPORTES
(Art. 262)
1.º - Houve exposição a perigo de meio de transporte público?
2.º - Qual esse meio de transporte?
3.º - Foi impedido ou dificultado o funcionamento desse meio de
transporte?
4.º - Em que consistiu a exposição a perigo, o impedimento ou a
dificultação? (Resposta justificada).
5.º - Do fato resultou desastre?
6.º - O desastre resultou de imprudência, negligência ou
imperícia? (Resposta justificada).
7.º - O desastre resultou lesão corporal ou morte? (Reposta
especificada, com referência aos arts. 121 e 129, e seus parágrafos).

ARREMESSO DE PROJÉTIL
(Art. 264)
1.º - Houve arremesso de projétil contra veículo em movimento?
2.º - Esse veículo era destinado ao transporte público?

107
Manual do Inquérito Policial Militar
3.º - Do fato resultou lesão corporal ou morte? (Resposta
especificada).

ATENTADO CONTRA A SEGURANÇA DO SERVIÇO DE UTILIDADE


PÚBLICA
(Art. 265)
1.º - Houve atentado contra a segurança ou o funcionamento de
serviço de utilidade pública?
2.º - Qual esse serviço?
3.º - Em que consistiu o atentado?

INTERRUPÇÃO OU PERTURBAÇÃO DE SERVIÇO TELEGRÁFICO


OU TELEFÕNICO
(Art. 266)
1.º - Houve interrupção ou perturbação de serviço telegráfico,
radiotelegráfico ou te1efônico? (Reposta especificada).
2.º - Foi impedido ou dificultado o restabelecimento do serviço
interrompido ou perturbado?
3.º - Em que consistiu a interrupção, a perturbação, o
impedimento ou a dificuldade? (Resposta justificada).
4.º - O fato ocorreu por ocasião de calamidade pública?

EPIDEMIA
(Art. 267)
1.º - Houve epidemia mediante a propagação de germens
patogênicos?
2.º - Essa epidemia foi causada por imprudência, negligência ou
imperícia?
3.º - Dessa epidemia resultou morte?
108
Manual do Inquérito Policial Militar

ENVENENAMENTO
(Art. 270)
I- PARA O EXAME DE ÁGUA POTÁVEL:
1.º - A água submetida a exame está envenenada?
2.º - Qual o veneno?
3.º - Qual a quantidade encontrada?
II- PARA O EXAME DE SUBSTÂNCIA ALIMENTÍCIA OU
MEDICINAL:
1.º - Esse material submetido a exame é substância alimentícia ou
medicinal? (Resposta especificada)
2.º - Esse material está envenenado?
3.º - Qual o veneno?
4.º - Qual a quantidade encontrada?

CORRUPÇÃO OU POLUIÇÃO DE ÁGUA POTÁVEL


(Art. 271)
1.º - a água submetida a exame está corrompida ou poluída?
(Resposta especificada)
2.º - Essa corrupção ou poluição tornou-a imprópria para
consumo ou nociva à saúde? (Resposta justificada)

CORRUPÇÃO, ADULTERAÇÃO OU FALSIFICAÇÃO DE


SUBSTÂNCIA ALIMENTÍCIA
(Art. 272)
1.º - O material submetido a exame é substância alimentícia ou
medicinal? (Resposta especificada)
2.º - Esse material está corrompido, adulterado ou falsificado?
(Resposta especificada)
109
Manual do Inquérito Policial Militar
3.º - Essa corrupção, adulteração ou falsificação tornou-se nociva
à saúde?

ALTERAÇÃO DE SUBSTÂNCIA ALIMENTÍCIA OU MEDICINAL


(Art. 273)
1.º - O material submetido a exame é substância alimentícia ou
medicinal?
2.º - Esse material está alterado?
3.º - Por essa alteração foi modificada a sua qualidade ou reduzido
o seu valor nutritivo ou terapêutico? (Resposta especificada)
4.º - Por essa alteração foi suprimido, total ou parcialmente
qualquer elemento de sua composição normal, ou substituído por outro
de qualidade inferior? (Resposta especificada)

EMPREGO DE PROCESSO PROIBIDO OU DE SUBSTÂNCIA


NÃO PERMITIDA
(Art. 274)
1.º - No fabrico do material submetido a exame foi empregado
revestimento, gaseificação artificial, matéria corante, substância
aromática, antisséptica, conservadora, ou qualquer outra, não
expressamente permitida pela legislação sanitária? (Resposta
especificada)
2.º - Em que consistiu?

INVÓLUCRO OU RECIPIENTE COM FALSA INDICAÇÃO


(Art. 275)
1.º - No invólucro ou recipiente apresentado está indicada a
existência de Substância que não se encontra no material submetido a
exame?
2.º - No invólucro ou recipiente apresentado está inculcada a
existência de substância em quantidade maior do que a encontrada no
110
Manual do Inquérito Policial Militar
material submetido a exame?

COISA OU SUBSTÂNCIA NOCIVA À SAÚDE


(Art 278)
1.º - O material submetido a exame é nocivo à saúde? (Resposta
justificada).

SUBSTÂNCIA A VARIADA
(Art. 279)
1.º - o material submetido a exame é substância alimentícia ou
medicinal?
2.º - Esse material está avariado? (Resposta justificada)

MEDICAMENTO OU DESACORDO COM RECEITA MÉDICA


(Art. 280)
1.º - O material submetido a exame é substância medicinal?
2.º - O material submetido a exame está em desacordo com a
receita médica apresentada? (Resposta justificada)

ENTORPECENTES
1.º - O material submetido a exame é substância entorpecente?
(Resposta justificada).

NO CASO INDICADO
(Art. 281, § 2.º)
1.º - A substância entorpecente foi prescrita fora de caso indicado
pela terapêutica ou em dose evidentemente maior do que a necessária ou
com infração de preceito egal ou regulamentar? (Resposta especificada)

111
Manual do Inquérito Policial Militar

MOEDA FALSA
(Art. 289)
1.º - A moeda metálica (ou papel-moeda) submetida a exame
constitui falsificação de moeda metálica (ou do papel-moeda) de curso
legal no país ou no estrangeiro?
2.º - A falsificação foi feita por fabricação ou por alteração?
3.º - Em que consistiu?

NO CASO INDICADO
(Art. 289, § 2.º)
1.º - A moeda submetida a exame foi fabricada com título ou peso
inferior ao determinado em Lei?

CRIMES ASSIMILADOS AO DE MOEDA FALSA


(Art. 290)
1.º - A cédula, nota ou bilhete representativo de moeda,
submetida a exame se compõe de fragmentos de cédulas, notas ou
bilhetes verdadeiros? (Resposta especificada).
2.º - Na cédula, nota ou bilhete recolhido foi suprimido o sinal
indicativo de sua inutilização? (Resposta justificada)

PETRECHOS PARA FALSIFICAÇÃO DE MOEDA


(Art. 291)
1.º - O objeto submetido a exame é maquinismo, aparelho,
instrumento ou petrecho especialmente destinado à falsificação de
moeda? (Resposta especificada)

FALSIFICAÇÃO DE PAPÉIS PÚBLICOS


112
Manual do Inquérito Policial Militar
(Art. 293)
1.º - O objeto submetido a exame constitui falsificação de selo
postal? (Ou estampilha papel selado; papel de emissão legal destinado à
arrecadação de imposto ou taxa; papel de crédito público; vale postal,
cautela de penhor; caderneta de depósito de caixa econômica ou outro
estabelecimento mantido por entidade de direito público; talão; recibo;
guia; alvará; outro documento relativo a arrecadação de rendas públicas
ou a depósito ou caução que o poder público seja responsável; bilhete,
passe ou conhecimento de empresa de transporte administrada pela
União, por Estado ou por Município?
Nota - Especificar no quesito a natureza do papel
2.º - A falsificação foi feita por fabricação ou por alteração?
3.º - Em que consistiu?
4.º - O referido papel foi usado?
5.º - Em que consistiu esse uso?

PARA O CASO DO § 2.º


No papel submetido a exame foi suprimido carimbo ou sinal
indicativo de inutilização?
2.º - O referido papel foi usado depois de sua alteração?
3.º - Em que consistiu esse uso?

PETRECHOS DE FALS1FICAÇÃO
(Art. 294)
1.º - O objeto submetido a exame é especialmente destinado à
falsificação de selo postal (ou de estampilhas de papel selado ou de
qualquer dos demais papéis referidos no Art. 293 do Código Penal?)
(Resposta especificada)

FALSIFICAÇÃO DO SELO OU SINAL PÚBLICO


113
Manual do Inquérito Policial Militar
(Art. 296)
1.º - O objeto submetido a exame constitui falsificação de selo
público destinado à autenticação de ato oficial da União, do Estado ou de
Município (ou de selo, de sinal atribuído por lei a entidade de direito
público ou a autoridade ou de sinal público de tabelião?) (Resposta
especificada)
2.º - Essa falsificação foi feita por fabricação ou por alteração?
3.º- Em que consistiu?
4.º - O referido objeto foi usado?
5.º - Em que consistiu esse uso?

FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO, FALSIFICAÇÃO DE


DOCUMENTO PARTICULAR E USO DE DOCUMENTO FALSO
(Art. 297, 298 e 304)
1.º - O documento submetido a exame foi falsificado no todo, ou
em parte?
2.º - O documento submetido a exame, sendo verdadeiro, foi
alterado?
3.º - Em que consistiu a falsificação ou a alteração?
4.º - O referido documento é público ou particular, ou é emanado
de entidade para estatal ou título ao portador ou transmissível por
endosso ou ação de sociedade comercial ou livro mercantil ou testamento
particular? (Resposta especificada)
5.º - O referido documento foi usado depois de falsificado ou
alterado?
6.º - Em que consistiu esse uso?

FALSO RECONHECIMENTO DE FIRMA OU LETRA


(Art. 300)
1.º - A firma ou letra atribuída a F......, constante do documento
114
Manual do Inquérito Policial Militar
submetido a exame é falso? (Resposta justificada)

REPRODUÇÃO OU ADULTERAÇÃO DE SELO OU PEÇA


FILATÉLICA
(Art. 303)
1.º - O objeto submetido a exame é reprodução ou alteração de
selo (ou peça filatélica)?
2.º - O referido selo (ou peça filatélica) tem valor para coleção?
3.º - A reprodução ou alteração está visivelmente notada na face
ou no verso do selo ou peça?

SUPRESSÃO DE DOCUMENTO
(Art. 305)
1.º - Houve destruição, supressão ou ocultação de documento
público Particular verdadeiro?
2.º - Em que consistiu essa destruição, supressão ou ocultação?

FALSIFICAÇAO DO SINAL EMPREGADO NO CONTRASTE DE


METAL PRECIOSO OU NA FALSIFICAÇÃO ALFANDEGÁRIA, OU
PARA OUTROS FINS
(Art. 306)
1.º - O objeto a exame constitui falsificação de marca ou sinal
empregado pelo poder público no contraste de metal precioso ou na
fiscalização alfandegária? (Resposta especificada)
2.º - Essa falsificação foi feita por fabricação ou por alteração?
3.º - Em que consistiu?
4.º - A referida marca ou sinal foi usado?
5.º - Em que consistiu esse uso?

115
Manual do Inquérito Policial Militar
PARAGRAFO ÚNICO:
1.º - O objeto submetido a exame constitui falsificação de marca
ou sinal de uso da autoridade pública para o fim de fiscalização sanitária
ou para autenticar ou encerrar determinados objetos ou comprovar o
cumprimento de formalidade legal? (Resposta especificada)
2.º - Essa falsificação foi feita por fabricação ou por alteração?
3.º - Em que consistiu?
4.º - A referida marca ou sinal foi usado?
5.º - Em que consistiu esse uso?

EXAME DE ARMAS:
1.º - Qual a espécie de arma submetida a exame?
2.º - Quais as suas características?
3.º - No estado em que se apresenta poderia ter sido utilizada
eficazmente para a prática de crime?
4.º - Apresenta alguma mancha?
5.º - Qual a natureza dessa mancha?

NO CASO DE ARMA DE FOGO:


6.º - A arma está carregada?
7.º - Qual a natureza da carga?
8.º - Há vestígios de disparo recente? (Resposta justificada)
9.º - Há sinal indicativo de desarranjo no mecanismo da arma?
(Resposta justificada)

VIOLÊNCIA (EM GERAL)


1.º - Há sinais ou vestígios indicando ter havido emprego de
violência contra o paciente?

116
Manual do Inquérito Policial Militar
2.º - Quais são?
NOTA - No caso de ter havido lesão corporal, formular os
quesitos da respectiva série.
NOTA - No caso de violência contra a coisa, formular os quesitos
da série de “dano”.
RELATIVOS À LEI DE ACDENTES DO TRABALHO
1.º - O paciente apresenta lesão corporal, perturbação funcional
ou doença?
2.º - Qual o instrumento ou meio que a ocasionou?
3.º - Dessa lesão corporal, perturbação funcional ou doença
resultou a incapacidade total e permanente para o trabalho?
4.º - Dessa lesão resultou a incapacidade total e temporária para o
trabalho?
5.º - Dessa lesão resultou a incapacidade parcial e permanente
para o trabalho?
6.º - Dessa lesão resultou incapacidade parcial e temporária para o
trabalho?
7.º - Qual a classificação do dano sofrido em face das tabelas de
“lesões-tipo” vigentes?

ACIDENTES DO TRABALHO
(caso de morte).
1.º - Houve a morte?
2.º - Essa morte resultou de lesão corporal, perturbação funcional
ou doença? (Resposta especificada e justificada).

RELATIVOS À LEI DAS CONTRAVENÇÕES PENAIS


JOGOS DE AZAR
(Art. 50)
117
Manual do Inquérito Policial Militar
1.º - Qual a espécie do objeto submetido a exame?
2.º - Esse objeto pode servir à prática de jogo de azar? (Resposta
justificada)

JOGO-DO-BICHO
(Art. 58, do Decreto-Lei n.º 6.259, de 10Fev44)
1.º - Qual a espécie dos papéis submetidos a exame?
2.º - Esses papéis são destinados à prática do denominado jogo-
do-bicho? (Resposta justificada)

EMBRIAGUEZ
(Art. 62)
1.º - O paciente está embriagado pelo álcool ou substância de
efeitos análogos?
2.º - O paciente, no estado em que se encontra, põe em perigo, a
segurança própria ou alheia?
3.º - A embriaguez do paciente é habitual?

Observações:
a) Para cada caso, o Encarregado deverá fazer a correspondência
com os artigos específicos da lei penal militar;
b) Caso necessite outras respostas, formular quesitos específicos
além dos aqui transcritos;
c) No caso de exame de sanidade mental de policial-militar,
consultar as Instruções Reguladoras de Inspeção de Saúde na PMMG.

118
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 31

_____________
ESCRIVÃO

AUTO DE EXAME DE CORPO DE DELITO


Aos ____ dias do mês de ____ de ____, às ____ horas, nesta
cidade de _______, Estado de ________, no (local do exame), onde se
achava o (posto e nome), Encarregado deste Inquérito, comigo (nome e
posto ou graduação), servindo de Escrivão, presentes os peritos
nomeados (nomes dos peritos; se militares, a Unidade em que servem, se
civis, o endereço completo) e as testemunhas (nomes e endereços
completos de duas testemunhas), depois de prestado pelos peritos o
compromisso de bem e fielmente desempenharem os deveres do seu
cargo, declarando com verdade o que encontrarem, e em suas
consciências entenderem, aquela autoridade encarregou-os, de
procederem ao exame na pessoa (nome completo do ofendido), cor ____,
idade ____, naturalidade ______, bem assim, para responderem aos
seguintes quesitos:
Primeiro - Se há ofensa à integridade corporal ou à saúde do
paciente; Segundo - Qual o instrumento ou meio que produziu a ofensa;
Terceiro - Se foi produzida por meio de veneno, fogo, explosivo, asfixia
ou tortura ou por outro meio incidioso ou cruel; Quarto - Se resultou
incapacidade para as ocupações habituais por mais de trinta dias; Quinto
- Se resultou perigo de vida; Sexto - Se resultou debilidade permanente
ou perda ou inutilização de membro, sentido ou função; Sétimo - Se
resultou incapacidade permanente para o trabalho ou enfermidade
incurável ou deformidade permanente (outros quesitos julgados necessá-
rios pelo Encarregado). Em consequência passaram os peritos a fazer o
exame ordenado, findo o qual declararam o seguinte: (transcreve-se todos
os exames e diligência que houverem procedido e tudo que encontraram
e viram). E, portanto, responderam aos quesitos da forma seguinte: Ao
primeiro: (transcreve-se a resposta dada); ao segundo (transcreve-se a
resposta dada); (assim sucessivamente até o último quesito). E foram as
declarações que em suas consciências, e debaixo do compromisso
119
Manual do Inquérito Policial Militar
prestado fizeram. E por mais nada haver, deu-se por findo o presente
exame, lavrando-se este auto que, depois de lido e achado conforme. vai
assinado pelo Encarregado do Inquérito, peritos e testemunhas, e por
mim (nome e posto ou graduação), servindo de Escrivão, que o
subscrevo.

_________________________________________
(Nome e posto do 1.º Perito)

_________________________________________
(Nome e posto do 2.º Perito)

_________________________________________
(Nome completo da Testemunha)

_________________________________________
(Nome completo da Testemunha)

_________________________________________
(Nome e posto ou graduação do Escrivão)

120
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 32

_____________
ESCRIVÃO

AUTO DE EXAME DE CORPO DE DELITO INDIRETO

Aos dias do mês de ____ de ____, nesta cidade de ___________,


Estado de __________, no (local do exame), onde se achava o (posto e
nome), Encarregado deste Inquérito, comigo (nome e posto ou
graduação), servindo de Escrivão, ________ compareceram aí _____
(nome), e _____ (nome), os quais disseram que no dia ____ cerca das __
horas, no ____ (local), viram a vítima ________ (nome) que apresentava
(descrever-se a lesão), produzida por ___________ (nome) com
(descrever-se o objeto usado). E como nada mais disseram nem lhes foi
perguntado, deu o Encarregado do Inquérito por findo o presente exame,
que lido e achado conforme, vai assinado pelo Encarregado do Inquérito,
pelas Testemunhas e por mim __________ (nome e posto ou graduação),
servindo de Escrivão, que o subscrevo.

_________________________________________
(Encarregado do IPM)

_________________________________________
(Nome completo da Testemunha)

_________________________________________
(Nome completo da Testemunha)

_________________________________________
(Nome e posto ou graduação do Escrivão)

121
Manual do Inquérito Policial Militar
9. DA BUSCA E APREENSÃO3

Pode ocorrer a necessidade de se executar uma busca e apreensão


no decorrer do inquérito.
O seu Encarregado, através de oficio, solicitará ao MM Juiz-
Auditor a expedição do competente mandado.
Expedido o mandado, para a sua execução devem ser cumpridas
rigorosamente, as formalidades exigidas na legislação pertinente, ou seja,
a presença de duas (02) testemunhas e lavratura do respectivo auto, com
todos os seus ítens próprios
A correspondência, aberta ou não, destinada ao indiciado ou em
seu poder, somente será apreendida se houver fundadas razões que
justifiquem o ato.
Atente-se para o disposto no artigo 184 do Código de Processo
Penal Militar, sobre a execução do mandado, quando realizada por
militares, que só poderá ser feita por oficiais, atendida ainda a hierarquia
do posto de quem a sofre, se militar.
A apreensão de qualquer documento em poder do defensor do
indiciado deve ser precedida de rigorosa análise quanto à legalidade,
especialmente se se tratar de documento que constitua o corpo de delito.
A arma apreendida deve ser bem qualificada e identificada quanto
à propriedade, pois este fato, no direito castrense, pode definir a
competência para o julgamento.
Lembre-se, por último, quanto ao recolhimento do material
apreendido ao almoxarifado da unidade, devidamente etiquetado,
colhendo-se, no termo, o recibo respectivo.
Com relação ao advogado, devem ser respeitadas, em razão da
liberdade de defesa e do sigilo profissional, a inviolabilidade de seu
escritório ou local de trabalho, de seus arquivos e dados, de sua
correspondência e de suas comunicações, inclusive telefônicas ou afins,
salvo caso de busca e apreensão determinadas por magistrado e
acompanhados de representante da OAB.

3
Modificado pela Resolução n.º 3234, de 29Nov95.
122
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 33

_____________
ESCRIVÃO

DESPACHO

1. Oficie-se ao MM Juiz-Auditor, solicitando a expedição do


Mandado de Busca e Apreensão, a ser executado na residência (ou local
que for designado) do(s) respectivo (s) indiciado(s).
2. Designo o dia ___/___/___ a fim de serem ouvidas
respectivamente às ____ e às ____ horas, as testemunhas ___________ e
___________ (nomes das testemunhas) no ____________ (local onde
serão ouvidas).

Providencie-o Sr. Escrivão.

Local e data

_________________________________________
(Encarregado do IPM)

123
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 34 Anulado

_____________
ESCRIVÃO

Local e data
Dos (nomes dos encarregados da execução do Mandado)
Ao Senhor (posto e nome do Encarregado do IPM)
Assunto: Auto de Busca e Apreensão (Encaminha)

DESPACHO

Junte-se aos autos.


Recolha-se, ao almoxarifado, o material.
Em ___/___/___

_________________________________________
(Encarregado do IPM)

Em cumprimento ao Mandado de Busca e Apreensão realizado no


(local onde se verificou), encaminho-vos o respectivo auto com um
volume contendo todo o material apreendido e nele relacionado,
devidamente lavrado na forma da Lei.

_________________________________________
(Nome e posto do Executor)

_________________________________________
(Nome e posto do Executor)

124
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 35 Anulado

_____________
ESCRIVÃO

AUTO DE BUSCA E APREENSÃO

Aos ____ dias do mês de ___ de ____, nesta cidade de ________,


Estado de __________, em cumprimento do mandado retro, nos
dirigimos à (local onde foi feita a diligência), onde reside (ou é
encontrado, ou é proprietário, etc.) ______________ (nome completo), e
aí, depois de lhe ter sido mostrado e lido o mesmo mandado, o intimamos
para que, incontinenti, nos franqueasse a entrada da dita (local: casa,
apartamento, escritório, etc.), a fim de procedermos à diligência ordenada
e constante do referido mandado; ao que, obedecendo o mesmo (nome
completo da pessoa), o convidamos para assistir às diligências desde o
seu início, bem como as testemunhas ___________ e ___________
(nomes completos e qualificações das testemunhas) abaixo assinadas; e
entrando na (local da execução) supra declarada, procedemos à mais
minuciosa busca, examinando todos os seus compartimentos e aí em
(lugar exato) encontramos os objetos (especificá-los) que apreendemos e
ficam em juízo; do que para constar, se lavrou o presente auto, o qual vai
assinado pelos encarregados da diligência ___________ e ___________
e pelas testemunhas já declaradas.

_________________________________________
(Nome e posto do Encarregado da diligência)

_________________________________________
(Nome e posto do Encarregado da diligência)

_________________________________________
(Nome completo da Testemunha)

_________________________________________
(Nome completo da Testemunha)

125
Manual do Inquérito Policial Militar
10. CARTA PRECATÓRIA

No curso do Inquérito poderá ocorrer necessidade de ouvir pessoa


que se encontre em local diverso daquele onde está sendo feito o
inquérito. Nesse caso o Encarregado do IPM poderá expedir, um pedido à
autoridade militar da jurisdição onde se encontra a pessoa, solicitando
determinar a inquirição da mesma, observando-se o canal de comando.
Esse pedido denomina-se “Carta Precatória”.
Com a Precatória deverá o Encarregado do IPM enviar cópias da
Portaria e demais documentos que motivaram o Inquérito, bem como as
perguntas que julgar necessárias ao esclarecimento do fato ou solicitar
submissão e perícia ou exame, como o ACD - Complementar.
Através de despacho o Encarregado do IPM determina a
expedição da Precatória.
Caso se trate de Polícia Militar co-irmã, o pedido é do
Encarregado do IPM ao Comandante-Geral respectivo, com a
documentação sendo remetido através do Escalão Superior da PMMG.
Seguem-se modelos de despacho, carta precatória e oficio.

126
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 36

_____________
ESCRIVÃO

DESPACHO

Prepare-se Carta Precatória à (Autoridade a que se destina),


solicitando inquirir (nome completo da pessoa a ser ouvida);

Providencie o Sr. Escrivão


Local e Data

_____________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)

127
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 37

_____________
ESCRIVÃO

Local e data
Do (Posto e nome) Encarregado do IPM
Ao (Autoridade a quem se destina a Precatória)
Assunto: Deprecata
Anexo: Cópias da Portaria e documentos, quesitos a serem respondidos.

A fim de instruir o Inquérito Policial Militar de que sou


Encarregado, mandado instaurar pelo (Autoridade delegante), conforme
cópias constantes do anexo, solicito de Vossa Excelência exarar o
competente “Cumpra-se”, designando um Oficial para o fim específico
de inquirir (nome, posto ou graduação. Unidade ou residência), que se
encontra servindo nessa Unidade ou residindo à (Endereço completo),
que figura como testemunha (ou ofendido) no aludido Inquérito, sobre os
fatos que originaram a abertura do feito, formulando para tanto os
quesitos que vão inclusos ao presente.
Outrossim, esclarece a Vossa Excelência que o prazo para
conclusão do 1PM termina no dia (data completa).

_____________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)

Obs.: verificar orientações existentes no Boletim Técnico n.º 08.


128
Manual do Inquérito Policial Militar
11. RECONHECIMENTO COMO MEIO DE PROVA

O reconhecimento de pessoas deve ser realizado toda vez que


houver dúvida quanto à sua identidade.
O reconhecimento é de grande importância como prova, desde
que sejam rigorosamente obedecidas as prescrições legais.
Quando houver necessidade de se fazer o reconhecimento de
pessoas, proceder-se-á pela seguinte forma:
a) a pessoa que tiver que fazer o reconhecimento será convidada a
descrever a pessoa que deva ser reconhecida;
b) a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será colocada, sc
possível, ao lado de outras que com ela tiverem qualquer semelhança,
convidando-se a apontá-la quem houver de fazer o reconhecimento;
c) se houver receio de que a pessoa chamada para o
reconhecimento, por efeito de intimidação ou outra influência, não diga a
verdade em face da pessoa que deve ser reconhecida, a autoridade
providenciará para que não seja vista por aquela e isto só terá aplicação
no curso do inquérito.
Do ato de reconhecimento lavrar-se-á termo pormenorizado e no
reconhecimento de coisa, proceder-se-á com as cautelas acima descritas,
no que for aplicável.
Discute-se o valor do reconhecimento por fotografia, já que o
Código não cuida do assunto.
A pessoa a ser reconhecida deve sempre estar presente,
procedendo-se o reconhecimento pessoal e direto. Se não for possível, o
reconhecimento por fotografia terá o valor probante que merecer,
conforme o conjunto probatório.
Seguem-se o despacho e modelo de termo de reconhecimento.

129
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 38

_____________
ESCRIVÃO

DE SPACHO

1. Proceda-se ao reconhecimento de (nome da pessoa ou coisa a


ser reconhecida), para o que designo o dia (data completa), às ____
horas, no (local), lavrando-se o respectivo termo;
2. Intime-se (nome completo da pessoa que fará o
reconhecimento) para comparecer ao mesmo local, data e hora;
3. Intime-se (nome da pessoa ou pessoas que participarão
conjuntamente do reconhecimento) para comparecerem ao mesmo local,
data e hora.

Providencie-o Sr. Escrivão.

Local e Data

_____________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)

Obs.: verificar orientações existentes no Boletim Técnico n.º 08

130
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 39
_____________
ESCRIVÃO

TERMO DE RECONHECIMENTO

Aos ___ dias do mês de _____ do ano de ____, presente o ______


(posto e nome) _________, Encarregado do IPM, comigo __________
(posto ou graduação e nome) _________, Escrivão, presente __________
(nome e qualificação da pessoa que vai fazer o reconhecimento)
__________ que convidada a descrever a pessoa a ser reconhecida disse
que ___________ (transcrever a descrição feita). Em seguida
__________ (nome e qualificação da pessoa a ser reconhecida) foi
colocada ao lado de ___________ pessoas que com ela têm semelhança
física (pode ser descrita essa semelhança) tendo ___________ (nome da
pessoa que está sendo reconhecida) ___________ como sendo a pessoa
(dizer o que foi declarado por quem está reconhecendo). E, como nada
mais foi declarado, deu o Sr. Encarregado por encerrado o presente
reconhecimento, pelo que mandou lavrar o presente termo que assina,
com __________ (a pessoa que reconheceu) e comigo, Escrivão e por
duas testemunhas, nos termos do Art. 368, § 2.º do CPPM).

_________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)
__________________________________________
(Nome e Posto ou Graduação da Pessoa que Reconheceu)

__________________________________
(Nome e posto ou graduação do Escrivão)

Testemunhas:
_____________________________________
_____________________________________
131
Manual do Inquérito Policial Militar
12. PRISÃO PARA INVESTIGAÇÕES, SEQUESTRO OU
ARRESTO DE BENS DO INDICIADO

No decorrer do Inquérito poderá haver necessidade de prisão


provisória do indiciado como medida cautelar (art. 18 do CPPM).
Entretanto, esta medida é excepcional e só se fará em caso de suma
gravidade, quando se verificar que tal medida é realmente necessária para
a sequência das diligências. É uma medida extrema que nem mesmo a
autoridade policial civil tem. Daí a necessidade de se dar ciência da
prisão ao MM Juiz Auditor.
Poderá ocorrer também, que veja o Encarregado, a necessidade de
proceder o sequestro ou arresto dos bens do indiciado, medidas também,
que indicam conveniência de se realizar com autorização judicial.
Atente-se que, depois de preso o indiciado, o inquérito deve
terminar em 20 (vinte) dias (art. 20 - CPPM). Este prazo é peremptório.
Modelo de Mandado de Prisão e oficio de pedido de sequestro à
autoridade judiciária.
O disposto neste item, no que tange à prisão provisória do
indiciado, aplica-se única e exclusivamente aos crimes propriamente
militares. Havendo a necessidade da prisão provisória do indiciado, como
medida cautelar, fora dos casos descritos acima, o encarregado solicitará
ao MM Juiz-Auditor a decretação da prisão.4

4
Acrescido pela Resolução n.º 3234, de 29Nov95.
132
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 40
_____________
ESCRIVÃO

DESPACHO

1. Em face a gravidade dos fatos apontados e das declarações


prestadas pelo indiciado, onde se constatam a prática de atos
considerados crimes previstos no Código Penal Militar, ordeno a prisão
do indiciado (qualificação completa do indiciado) onde for encontrado,
por 30 (trinta) dias, durante as investigações policiais, nos termos do
artigo 18, combinado com o artigo 225, ambos do Código de Processo
Penal Militar, observadas as cautelas legais. Expeça-se o respectivo man-
dado contra o indiciado e comunique-se a prisão à autoridade judiciária
competente, após a sua execução.
2. Extraiam-se cópias do Auto de Busca e Apreensão, dos
depoimentos das testemunhas __________ e das declarações prestadas
pelo indiciado, a fim de serem encaminhadas à autoridade competente
solicitando seja ordenado o sequestro do (bem material a ser sequestrado)
em virtude de haver sido adquirido, segundo apurado, com proventos da
infração penal, tudo na forma da legislação vigente.
3. Tendo-se verificado divergências entre as declarações prestadas
pelas testemunhas ___________ e ___________, designo o dia ____, às
____ horas, no (local onde serão ouvidas), para a acareação.
Providencie-o Sr. Escrivão
Local e Data

___________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)

133
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 41
_____________
ESCRIVÃO

OFÍCIO N.º _____ /IPM

LOCAL E DATA
Do (Posto e Nome), Encarregado do IPM
Ao Sr. Comandante da (Unidade)
Assunto: Mandado de Prisão (encaminha)

Encaminho-vos o incluso mandado de prisão expedido contra


(nome e respectiva qualificação do indiciado), para seu cumprimento, nos
termos da legislação vigente.

___________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)

Remetido em ____/ ____/ ____, protocolo: ________ BPM


ou __________
Recebi a 1.ª via
Em ___/ ___/___

_______________________________
(Servidor)

134
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 42
_____________
ESCRIVÃO
MANDADO DE PRISÃO

O (nome e posto), Encarregado do IPM instaurado por


determinação do Sr. (posto e função da autoridade delegante), conforme
Portaria n.º ____, nos termos do artigo 18, combinado com o artigo 225,
ambos do CPPM:

Junte-se aos autos


Comunique-se ao MM Juiz
Em / / ___
____________________
Encarregado

MANDA à OPM ou a _________ (nomes das pessoas que vão


executar o mandado), a quem for este apresentado, indo por mim
assinado, que, em seu cumprimento, prenda e recolha ao local apropriado
da referida Unidade, o indiciado _________ (nome completo), por 30
(trinta) dias, durante as investigações policiais, por (citar o delito
praticado). O que se cumpra na forma e sob as penas da Lei.
Local e data, ____/___/___

____________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)
1. Cumpriu-se dia ___/___/___
2. Comunicou-se ao MM Juiz conforme of. n.º ____, de ___/___/___

_______________________________
(ESCRIVÃO)

Obs.: Este documento deve ser confeccionado em 3(três) vias. Uma é do indiciado
preso. Outra fica nos autos. Outra, remetida á autoridade executora.
O cumprimento será comunicado também oficialmente, documento que o
Encarregado junta aos autos e anota o dia do recolhimento.

135
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 43
_____________
ESCRIVÃO

OFÍCIO N.º ____/ IPM

LOCAL E DATA
Do (Posto e nome), Encarregado do IPM
Ao MM Juiz Auditor da Justiça Militar
Assunto: Sequestro de bens (solicita)
Anexo: (as cópias dos documentos determinados no despacho).

Solicito de V. Exa. seja ordenado o sequestro dos bens


(discriminá-los) que segundo resultou apurado nos autos do IPM do qual
sou Encarregado, conforme cópias dos documentos constantes do anexo,
foram adquiridas com proventos da h4ração penal nos termos da
legislação vigente.

__________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)

Remetido em ___/___/___, protocolo n.º ______


ou _____________

Recebi a 1.ª via


Em ___/___/___

_________________________________
(Assinatura do funcionário do Cartório)

136
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 44
_____________
ESCRIVÃO

OFÍCIO N.º ____/ IPM

Local e data
Do comandante da (OPM)
Ao Sr. (posto e nome), Encarregado do IPM
Assunto: Mandado de Prisão devidamente cumprido
Referência: Oficio n.º _____ /IPM

DESPACHO

Junte-se aos autos.


Comunique-se ao MM Juiz Auditor
Em ___/___/___

_______________________________
(Encarregado do IPM)

Em resposta ao oficio constante da referência, comunico-vos


haver recolhido, preso, ao xadrez dessa unidade, o n.º ____, __________,
conforme mandado de prisão remetido.
Para os fins de direito, a prisão ocorreu dia ___/___/___

_____________________________
(Nome e posto da autoridade)

137
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 45

_____________
ESCRIVÃO

OFÍCIO N.º _____ /IPM

Local e data
Do (posto e nome), Encarregado do IPM
Ao MM Juiz Auditor da Justiça Militar.
Assunto: Prisão (comunica).

Comunico a V. Exa. que, cumprindo diligências e investigações


impostas pelo IPM do qual sou Encarregado, expedi Mandado de Prisão
contra _________ (nome do indiciado ou indiciados) pelos seguintes
motivo: (ou juntar cópia do Mandado onde está especificado o delito),
nos termos da legislação vigente.
Informo, outrossim, a Vossa Excelência que o citado indiciado(s)
encontra-se recolhido no (dizer o local).

Respeitosamente,

__________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)

138
Manual do Inquérito Policial Militar
13. AVALIAÇÃO E RESTITUIÇÃO

Outra providência que poderá ocorrer no curso do Inquérito é a


avaliação dos danos causados pelo indiciado na prática da infração penal.
Através de despacho o Encarregado determinará que se proceda à
avaliação, designando os peritos para procedê-la.
Poderá então também ser devolvida ao seu legitimo dono ou ao
seu detentor legal a coisa aprendida em poder do indiciado ou de terceiro.
Essa restituição poderá ser ordenada pela autoridade policial
militar ou pelo Juiz, mediante termo inserido nos autos, desde que:
a) a coisa apreendida não seja irrestituível, conforme preceitua o
artigo 190 do CPPM;
b) não interesse mais ao processo;
c) não existam dúvidas quanto ao direito do reclamante.
Tratando-se de coisa facilmente deteriorável, será avaliada e
levada a leilão público, depositando-se o dinheiro apurado em
estabelecimento oficial de crédito determinado por lei.
Os casos de restituição estão contemplados nos artigos 190 e 198
do CPPM.
Após o despacho virá notificação de peritos, modelo de auto de
avaliação, termo de restituição.

139
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 45

_____________
ESCRIVÃO

DESPACHO

1. Proceda-se à avaliação dos danos causados no (objeto,


armamento, imóvel, viatura, etc), que se encontra no (local), lavrando-se
o competente auto;
2. Nomeio peritos os Srs. (nomes completos de dois Oficiais) para
procederem à avaliação, a qual deverá ser feita no dia (data completa), às
horas, no (local designado);
3. Proceda-se à restituição do (objeto a ser restituído) a quem de
direito, com as cautelas legais, lavrando-se o respectivo termo.

Providenciem-se as notificações

Local e Data

__________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)

140
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 46

_____________
ESCRIVÃO

OFÍCIO N.º _____ /IPM

Local e data
Do (posto e nome), Encarregado do IPM
Ao Sr. (Posto e nome do Perito)
Assunto: Comunicação (faz)

Comunico-vos que fostes designado para com o (Posto e nome do


perito) proceder à avaliação dos danos causados no (objeto, armamento,
imóvel, viatura, etc), que se encontra no (local) no dia (data completa), às
____ horas, devendo prestar o compromisso legal e responder aos
quesitos que vos forem formulados.

_________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)

Cientes
Em ___/ ___/ ___

_______________________________
(Perito)

_______________________________
(Perito)

141
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 47
_____________
ESCRIVÃO

AUTO DE AVALIAÇÃO

Aos ____ dias do mês de _____ de ____, nesta cidade de _______


Estado de ___________ no Quartel do _________, onde se achava o (posto e
nome), Encarregado do presente Inquérito, comigo (nome e posto ou
graduação), servindo de escrivão, presentes os peritos nomeados (nomes dos
peritos), ambos do (se militares a unidade onde servem; se civis, profissão e
residência ou órgão em que trabalham) e as testemunhas (nome de duas
testemunhas); se militares a unidade em que servem, se civis, endereço
completo), todos abaixo assinados, depois de prestado pelos referidos peritos o
compromisso de bem e fielmente desempenharem os deveres do seu cargo,
declarando com verdade o que encontrarem, em sua consciência entenderem,
aquela autoridade encarregou-os de proceder à avaliação dos seguintes objetos
danificados (relacionar os objetos apresentados para avaliação), os quais lhe
foram apresentados. Em seguida passando os peritos a dar cumprimento à
diligência ordenada, depois dos exames necessários, declararam que os objetos
referidos, tinham os seguintes valores (citar o objeto e o seu valor, inclusive por
extenso), importando o valor total dos mesmos em R$ ________ (por extenso).
E foram as declarações que, em sua consciência e debaixo do
compromisso prestado, fizeram. E por mais nada haver, deu-se por finda a
presente avaliação, lavrando-se este auto que, depois de lido e achado conforme,
vai assinado pelo Encarregado do Inquérito, peritos e testemunhas referidas, e
por mim (nome e posto ou graduação), servindo de Escrivão, que o subscrevo.
_________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)
_________________________________
(Nome e posto ou graduação do 1.º perito)
_________________________________
(Nome e posto ou graduação do 2.º perito)
_________________________________
(Nome completo da Testemunha)
_________________________________
(Nome completo da Testemunha)
_________________________________
(Nome e posto ou graduação do Escrivão)
142
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 48
_____________
ESCRIVÃO

TERMO DE RESTITUIÇÃO

Aos ___ dias do mês de _____ de ____, nesta cidade de _______,


no Quartel do __________, presente _________ (posto e nome)
__________, Encarregado do Inquérito, comigo, _________ (posto ou
graduação e nome) _________ Escrivão, compareceu _________ (nome
da pessoa que vai receber o bem com a qualificação, documento de
identidade e endereço) ____________, a quem foi deferido, nos autos, a
entrega de _______ (dizer quais bens) ________ que foram apreendidos,
conforme Auto de Apreensão de fls. ___________, por não interessarem
ao presente Inquérito e mediante as provas que foram juntadas aos autos
cópia, que demonstram serem os bens de sua propriedade. Do que, para
constar, lavrei o presente termo que vai assinado pelo Encarregado do
IPM, por quem recebeu o bem, pelas testemunhas abaixo que tudo
assistiram, e por mim, Escrivão.

_________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)

______________________________
(Pessoa que recebeu o bem)

______________________________
(Testemunha)

______________________________
(Testemunha)

______________________________
(Escrivão)
143
Manual do Inquérito Policial Militar
14. RELAXAMENTO DA PRISÃO

Verificando o Encarregado do IPM, na sequência do trabalho, não


ser mais necessário manter preso o indiciado, solicitará ao MM Juiz a
soltura do mesmo e comunicará ao Comandante da Unidade.5
Se o indiciado estiver preso por determinação judicial, o prazo
para conclusão do inquérito, como dissemos, será de vinte dias a partir da
prisão (art. 20 - CPPM). Entretanto, havendo liberação do preso, com o
relaxamento da prisão, o prazo volta a ser contado normalmente, pois
deixa de existir a situação excepcional.
Volta-se a insistir que a prisão do artigo 18 é medida extrema e
deve ser utilizada com o máximo de equilíbrio. É um poder que nenhuma
outra autoridade policial tem. A própria Lei de Segurança Nacional em
vigor (Lei n.º 7.170, de l4Dez83) reduziu o prazo de 30 para 15 dias (art.
33). Mesmo assim o instituto é alvo de críticas.
Para o relaxamento da prisão deve haver, então, ordem expressa
do MM Juiz, conforme modelos anexos.6

5
Acrescido pela Resolução n.º 3234, de 29Nov95.
6
Acrescido pela Resolução n.º 3234, de 29Nov95.
144
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 49
_____________
ESCRIVÃO

DESPACHO

Cessados os motivos que determinaram a prisão do (nome


completo do indiciado), determino seja encaminhado oficio ao MM Juiz-
Auditor solicitando seja ele posto em liberdade, se por outro motivo não
estiver preso.

Façam-se as devidas comunicações

Providencie o Sr. Escrivão

___________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)

145
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 50

_____________
ESCRIVÃO

OFÍCIO N.º ______ /IPM

Local e data
Do (posto e nome), Encarregado do IPM
Ao Sr. (Comandante da Unidade) onde se encontra o indiciado preso.
Assunto: Relaxamento de prisão (comunica)

Havendo cessado os motivos que determinaram a prisão do (nome


completo do indiciado), que se encontra recolhido a essa Unidade,
solicito-vos a colocação do mesmo em liberdade.
Solicito-vos ainda, gentileza de informar a este Encarregado do
IPM, para os fins de direito.

___________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)

Remetido em ____/ ____ / ____ - Protocolo n.º _______

146
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 51

_____________
ESCRIVÃO

OFICIO N.º _____/IPM

Local e data
MM Juiz-Auditor
Assunto : Solicitação de relaxamento de prisão

Cessados os motivos que determinaram a prisão do (nome


completo do indiciado), solicito a V. Exa. a colocação do mesmo em
liberdade.
Respeitosamente,

___________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)

Exmo Sr
Dr. (nome completo do Juiz)
MM Juiz-Auditor da ____AJME
CAPITAL

Recebido em ___/___/___ - Protocolo n.º ________

147
Manual do Inquérito Policial Militar
15. PRORROGAÇÃO DE PRAZO

Estando prestes a esgotar o prazo para conclusão do 1PM e, ainda


existindo diligências importantes e essenciais ao total esclarecimento do
fato, o Encarregado, com antecedência suficiente para obtenção do
atendimento, sem que termine o tempo inaugural, solicitará a prorrogação
do prazo, declinando o motivo pelo qual solicita.
A prorrogação de prazo é única e por mais vinte dias, nos termos
do art. 20, § 1.º do CPPM, o Encarregado continuará os trabalhos.
Caso exista documento pendente ao término do prazo de
prorrogação, deverá o Encarregado constar do relatório e remetê-lo
posteriormente à autoridade judiciária (§ 2.º do art. 20, CPPM).
É admissível a dedução em favor dos prazos por motivo de
providências para substituição do Encarregado, em razão de
aparecimento de indícios contra superior ou Oficial mais antigo que o
Encarregado (§ 5.º, art. 10, CPPM).

148
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 52

_____________
ESCRIVÃO

OFÍCIO N.º _____ / IPM

Local e data
Do (posto e nome), Encarregado do IPM
Ao Sr. (Autoridade delegante)
Assunto: prorrogação de prazo para a conclusão de IPM (solicita)

Solicito-vos, nos termos do § 1.º, do artigo 20, do Código de


Processo Penal Militar, a prorrogação do prazo para a conclusão do IPM
do qual sou Encarregado, conforme Portaria n.º ______, de ___/___/___,
em virtude da necessidade de realização de diligências indispensáveis à
elucidação do fato delituoso.

_________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)

Anotações:
1) Entregue no protocolo em ___/___/___
2) Publicada no BI n.º _____, de ___/___/___ a ordem de autorização.

______________________
(Escrivão)

149
Manual do Inquérito Policial Militar
16. RECONSTITUIÇÃO

Toda vez que durante as investigações houver dúvidas de como se


desenrolaram os acontecimentos, o Encarregado do IPM deverá
determinar (por despacho), que seja feita a reconstituição do evento, em
sua presença e do Escrivão.
Ao proceder a reconstituição do fato deve o Encarregado atentar
para as precauções legais, ou sejam: desde que não contrarie a
moralidade ou a ordem pública, não atente contra a hierarquia ou a
disciplina militar.
A requisição para trabalhos técnicos é dirigida às respectivas
repartições de Policia Técnica.
É importante que, na reconstituição, fique bem clara a dinâmica
dos fatos, na ordem correta.
A participação será, sempre que possível, com os próprios
protagonistas.
Segue-se o despacho, modelo de auto de reconstituição.

150
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 53

_____________
ESCRIVÃO

DESPACHO

1. Proceda-se à reconstituição dos fatos, para o que designo o dia


(data completa), às _____ horas, no (local do evento), lavrando-se o
competente auto;
2. Intimem-se as seguintes pessoas: (nomes dos participantes)
para comparecerem naquele local no dia e hora marcados.
3. Requisite-se à Polícia Técnica para realização do trabalho.

Tomem-se as providências.

_________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)

151
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 54

_____________
ESCRIVÃO

AUTO DE RECONSTITUIÇÃO

Aos ___ dias do mês _____ do ano de ____, no _____ (local onde
houve o crime) __________, presente o _________ (posto e nome)
Encarregado deste IPM, comigo __________ (posto ou graduação e
nome) __________, Escrivão, o indiciado _____________ (nome) e
(nome de outras pessoas que vão cooperar na reconstituição dos fatos que
estão sendo apurados neste IPM, segundo descrição do indiciado
__________ e do ofendido _________ e (ou) das testemunhas
___________, tudo de acordo com _________ fotografias e respectivas
legendas, rubricadas pelo Sr. Encarregado, por mim, Escrivão, pelo
indiciado (se for o caso, pelo ofendido). Do que, para constar lavrei o
presente auto que vai assinado pelo Sr. Encarregado do IPM, pelo
indicado (e pelo ofendido ou testemunhas) e por mim, Escrivão, que o
subscrevo.

_________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)

_________________________
(Indiciado)

_______________________________
(Ofendido - se for o caso - ou Testemunha)

________________________
(Escrivão)

152
Manual do Inquérito Policial Militar
17. NORMAS PARA CROQUIS, TERMINOLOGIA TÉCNICA E
ORGANIZAÇÃO DOS PAPÉIS

a) Em várias passagens, a lei processual penal se refere a


fotografias, esquemas e desenhos, devidamente autenticados, que os
peritos farão juntar a seus laudos ou autos de corpo de delito, para ilustrar
os trabalhos periciais.
Por mais perfeita que seja uma descrição, em seu linguajar, nem
sempre ela se mostra inteligível.
b) Por outro lado, se estiverem juntos os desenhos, croquis,
fotografias, esquemas, a compreensão do que se deve apurar torna-se
mais fácil.
No IPM muitas vezes é o próprio Encarregado que elabora os
croquis, faz o desenho ilustrativo.
Há novas técnicas para isto, especialmente aplicáveis aos casos de
trânsito.
Acredita-se, pois, que não é demasia juntar a este Manual,
elementos para confecção destes trabalhos, permitindo, ainda, ao
Encarregado se reportar, na terminologia técnica adequada, às várias
regiões do corpo humano, especialmente quando relata as agressões
contra a pessoa.
c) Na organização do conjunto de documentos, o Escrivão poderá
encontrar situações em que o volume de papéis seja grande para um só
processado. Neste caso, convém que os separe em volumes (na média de
150 fls), repetindo, em todas as capas as autuações e anotando, acima:
Volume, n.º 01, Volume n.º 02, etc.
Estão anexos elementos para auxiliar na elaboração dos laudos.

153
Manual do Inquérito Policial Militar

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Manual do Inquérito Policial Militar

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Manual do Inquérito Policial Militar

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158
Manual do Inquérito Policial Militar

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Manual do Inquérito Policial Militar

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Manual do Inquérito Policial Militar
FACE LATERAL DO CORPO

161
Manual do Inquérito Policial Militar

162
Manual do Inquérito Policial Militar
18. RELATÓRIO DO IPM

O art. 22 do CPPM contém a regra básica para orientar a


confecção do Relatório do inquérito.
Exige-se, legalmente:
a) que o Encarregado mencione diligências realizadas, pessoas
ouvidas e resultados obtidos;
b) indicação de dia, hora e lugar onde ocorreu o fato delituoso;
e) indicação de testemunhas não inquiridas e local onde possam
ser encontradas;
d) conclusão se há indício de crime (com indicação do tipo penal
previsto no CPM), e se houver, transgressão disciplinar;
e) perícias ainda não concluídas.
f) caso necessário representar ao MM. Juiz sobre a prisão
preventiva do indiciado (observe-se que. desde que, exista prova de
autoria e esta se faça necessária no decorrer do IPM, a prisão pode, desde
já, ser solicitada).
Tais exigências são praticamente as mesmas que se vê no
inquérito policial comum (§ 1.º art. 10 - CPP).
O relatório deve, então, conter elementos suficientes para que o
MP ofereça a denúncia, esta é a peça inaugural da ação penal pública e
legalmente deve conter a exposição do fato criminoso e sua capitulação,
suas circunstâncias, qualificação do acusado, classificação do crime e rol
de testemunhas.
À autoridade cabe citar, tanto circunstâncias favoráveis quanto
desfavoráveis, com absoluta imparcialidade, como convém e exige os
altos interesses da Justiça.
No IPM costuma-se dividir o relatório em 03 partes:
- expositiva: na qual são relacionadas as diligências feitas e as
que não foram, perícias solicitadas e etc;
- conclusiva: que contém o relato do Encarregado do IPM sobre o
fato e sua capitulação penal, bem como suas circunstâncias;
163
Manual do Inquérito Policial Militar
- solução: que é a conclusão que conterá as seguintes hipóteses:
a) O fato constitui crime militar ou comum, havendo
transgressões disciplinares residuais ou subjacentes;
b) O fato não constitui crime militar o comum, mas há
transgressão disciplinar;
e) O fato constitui contravenção penal e também (ou não)
transgressão disciplinar;
d) O fato não constitui crime militar ou comum, nem transgressão
disciplinar
Em todas as hipóteses, deve o crime ser capitulado de acordo com
sua previsão legal.
Há discussão sobre a conclusão no caso de ocorrência de uma das
excludentes de criminalidade: legítima defesa, estado de necessidade,
estrito cumprimento do dever legal e exercício regular do direito. É de se
levar em consideração que, mesmo nestes casos, quando há excesso
culposo excusável (art. 45 - CPM), somente o julgamento judicial é que
dirá quanto à apuração ou não, todavia, caberá ao Encarregado cotejar
sobre a ocorrência de qualquer uma daquelas excludentes.
E que se o crime constitui ação (ou omissão) típica, antijurídica
culpável, o objeto de prova é, primariamente, o que se refere aos seus
elementos constitutivos. Se excluirmos a antijuridicidade ou a
culpabilidade, não há crime.
Assim, a conclusão seria uma forma sutil de dizer que o fato é
tipificado como crime mas que não existe culpabilidade e
antijuridicidade, como ocorre nas excludentes.
Por outro lado, é de se levar em conta, na redação do relatório, o
conteúdo da Lei 8.190 de 13Mai82, que alterou os art. 203 e 209 da Lei
5.301, de 160ut69, que se refere aos requisitos para promoções de
Oficiais/Praças.
A lei exclui a restrição de indiciamento / denúncia em crimes
militares e comuns, quando o fato constitui ação policial militar legítima.
Não basta que o fato seja decorrente de ação policial legítima. É preciso
que a ação em si, seja legítima, ou seja juridicamente embasada. Em
164
Manual do Inquérito Policial Militar
outras palavras, que haja excludente de criminalidade ou, pelo menos,
fortes nuanças de que ela ocorreu.
No relatório, o Encarregado do IPM deixará claro este fato, a fim
de que, em exame futuro, inexista dúvida quanto à ocorrência.
Por último, é de se frisar a diferença fundamental entre o IP/IPM.
Naquele não há homologação da solução ou da conclusão. O Delegado
termina o Inquérito e remete os autos ao Juiz (§ 1.º art. 10 - CPP).
No IPM há uma providência restante: o pronunciamento da
autoridade delegante homologando a solução (§ 1.º do art. 22 - CPPM).
Não a aceitando, a avocará e dará a sua solução.
É importante que se alerte que a avocação se dará apenas no
tocante à existência/inexistência de crime, cujo mérito interessa ao
inquérito. Simples divergências, no que tangem à transgressão
disciplinar, não devem resultar em avocação.
Terminado o IPM, o Encarregado fará sua entrega na Seção de
Pessoal, pedindo que se dê baixa na Portaria, o que deverá fiscalizar,
pessoalmente. Em caso mais complexos deverá pedir uma audiência com
o Cmt da OPM e entregar-lhe pessoalmente, explicando-lhe detalhes e
como o trabalho se desenvolveu. Em seguida passará na P/1 e solicitará a
baixa na Portaria.”

165
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 55

RELATÓRIO

1. Dados
a. Portaria n.º ____, de __/__/__ BI n.º ____ de __/__/__
b. Indiciado(s):_____________________ e _______________________
c. Vítima(s):_______________, ________________, _______________
d. Fato: ___________________ (citar genericamente)
e. Local: _____________ Data/Hora __________ Em Serviço?_______
f. Testemunhas ouvidas: _______________ (fls. __) e _______________
(fls.___) documentos _______ (fls. __). Demais provas _____________
(fls.___ )
h. Objetos apreendidos __________________________ (fls. ____ )

2. Os Fatos
Do que foi apurado constata-se que os fatos ocorreram da seguinte
forma:
a. No dia __/__/__, às ____ h, o 3.º Sgt PM ___________________,
comandava a RP n.º _____, tendo por patrulheiros os Sd
PM_________________ e _______________ quando receberam ordem
para comparecer ao local do evento onde estaria ocorrendo uma
quebradeira em um bar;
b. Ao chegarem ao local, foram recebidos agressivamente pelos
cidadãos ___________, ___________ e ___________ que aos poucos
aceitaram a ação policial graças à rápida atuação do Cmt da GuRP que
conseguiu convencê-los de que se tratava de fato que deveria ser
solucionado na Delegacia de Polícia;
c. Um dos envolvidos, embriagado, dirigiu gracejos ao Sd _______
que, julgando-se ofendido, sacou de sua arma e atirou no cidadão,
atingindo-lhe a perna esquerda, conforme ACD de fls. __________;
d. A partir daí, o graduado determinou que o indiciado __________
se retirasse do local para aguardar a viatura, enquanto atendia a vítima,
levada imediatamente para o HPS (fls. ___).
166
Manual do Inquérito Policial Militar
3. Análise das Provas
a. Diante da tentativa de esclarecer o evento, há necessidade de
comentar, um a um, os depoimentos, para nossa conclusão final:
1) Diz a testemunha __________ (fls.___) que ____________ porém
a testemunha __________ (fls. ___) diz o contrário.
2) O ACD prova que o tiro partiu de cima para baixo, atingindo ____
fato que se ajusta aos croquis do local (fls. ___) que este Encarregado
recomendou que fizesse.
3) Houve, posteriormente ao fato, um ajuste para esconder o evento
da Administração da OPM, o que foi de iniciativa do Sd ____________.
4) O exame de microcomparação balística (fls. __ ) mostra que o
projétil que atingiu o cidadão partiu do Rev. n.º _____, que estava
distribuído ao Sd ___________ indiciado (fls.___).

4. Solução
a. Há indícios de cometimento de crime militar previsto no artigo
(capitular o tipo penal com indicação de sua respectiva previsão legal)
praticado pelo Sd _________ contra o cidadão __________;
b. Houve transgressão disciplinar residual praticada pelos seguintes
policiais militares: ______________, _____________ e _____________;
1) Quanto ao 3.º Sgt PM __________, como Cmt da GuRP, por não
ter tomado providências de sua competência para dar conhecimento
imediato à OPM da ocorrência, só o fazendo no dia seguinte;
2) Quanto ao Sd __________, por haver descumprido a orientação
do Cmt da GuRP quando de uma ocorrência policial, culminando por se
envolver em fato tipificado ilícito penal. (É necessário separar a
transgressão disciplinar do crime em si). A punição disciplinar não pode
ter fundamento no fato que constitua crime.

5. Despacho Final
Sejam os presentes autos encaminhados ao Sr. Tem-Cel PM Cmt do ____
BPM, para os fins de direito.
6. No oficio de remessa dos autos do IPM à autoridade delegante,
deve constar, sinteticamente, a criteriosa opinião do encarregado sobre a
167
Manual do Inquérito Policial Militar
legitimidade ou não da ação, alvo da apuração, evitando-se qualquer
menção no bojo do procedimento, que venha a ensejar um pré-
julgamento.

Local e data _________________________

________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)

168
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 56

HOMOLOGAÇÃO DE SOLUÇÃO DE IPM

Ref.: Port. n.º ,de ___/___/___


Indiciado: n.º__________________________________

Pelas conclusões das averiguações policiais a que mandei


proceder por intermédio do (posto e nome do Encarregado do IPM),
através da Portaria n.º de __/__/__, verifica-se que, dos fatos
_______,

apurados, resultam indícios da prática de crime militar previsto no


artigo(s) (capitular o tipo penal previsto e sua respectiva previsão legal, a
transgressão prevista no RDPM, ou ainda, que o fato não constitui crime
nem transgressão disciplinar), pelo que, nos termos do art. 22 do CPPM,
homologo a solução apresentada pelo encarregado do IPM.
Determino sejam estes autos remetidos à 1 .ª Auditoria de Justiça
Militar do Estado de Minas Gerais, publicando-se esta solução em
Boletim Interno.

Publique-se, Registre-se e Cumpra-se.

Local e data,

____________________________________
(Nome, posto e função da Autoridade delegante)

169
Manual do Inquérito Policial Militar

CAPÍTULO VI

PRISÃO EM FLAGRANTE

1. DOUTRINA
1.1 Conceito:
Flagrante vem do latim “FLAGRANS” (ardente, queimante). Essa
idéia do fogo da chama se encosta como raiz de mais uma alocução, e
nós usamos na mesma imagem quando dizemos “no fogo”, “no calor da
discussão”. Assim, flagrante delito significa delito ainda queimante, o
momento mesmo da perpetração, a plena posse da evidência, o fato que
acaba de cometer-se que foi visto ou ouvido, em presença do qual seria
absurdo ou impossível negá-lo.
1.2 Antecedentes Históricos:
Já remonta aos mais antigos tempos e sempre tem figurado na
legislação de todos os povos.
Já havia na civilização MOSAICA (IV AC) diferença entre a
prisão em flagrante e a que não era. E na primeira modalidade podia o
acusado ser preso antes mesmo de ser levado ao TRIBUNAL para defesa
e julgamento.
As leis romanas referiam-se em vários passos ao flagrante delito;
já nas leis das XII Táboas, permitia-se matar o ladrão em flagrante delito,
se o assalto fosse à noite, e também durante o dia, se persistisse no
assalto, defendendo-se com uma arma qualquer.
Naquela época ninguém era exibido diante do juiz, sem que o juiz
se pronunciasse. Porém, no caso de flagrante, dispensava-se essa
determinação judicial.
As nossas Ordenações Afonsinas, Filipinas e Manoelinas
regularam também o flagrante delito. Assim, se seguiu em nossa
legislação, até os nossos dias.
O Flagrante Delito é tratado:

170
Manual do Inquérito Policial Militar
CPP - art. 301 ao 3l0 - (9 art.)
CPPM - art. 243 ao 253
É farta a doutrina sobre o flagrante delito, devendo-se,
conseqüentemente, atentar para juridicidade desta prisão, especialmente
em se tratando de caso de policial-militar, quando os fatos podem ser
apurados, quase todos, em IPM.
Assim, tendo em vista as peculiaridades do flagrante de crime
militar, é aconselhável que cada OPM tenha sua instrução específica para
que não se realizem APF sem necessidade.
O Cmt da OPM deve, nestes casos, ser cientificado com a máxima
presteza para que o trabalho se realize, após sua orientação.
Lembre-se que uma prisão implica em um policial-militar a
menos para o trabalho, resultando em prejuízos financeiros para o mesmo
(art. 55 do EPPM). Prejuízos quanto a cursos, promoções (art. 203, 209 -
55 do EPPM), fora outras implicações administrativas e judiciárias.
O processo deve correr mais rápido por estar o réu preso,
podendo, inclusive, se a instrução criminal ultrapassar 75 dias, ser
libertado pelo Conselho de Justiça.
Seguem-se as demais instruções.

2. PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES
A autoridade, (comandante de fração, oficial de dia de serviço ou
de quarto, ou autoridade correspondente) a quem for apresentada uma
pessoa presa em flagrante delito, ou a que for determinado(a) por
autoridade superior, deverá presidir a lavratura do respectivo auto de
prisão, expedindo, imediatamente, a portaria na qual designará o
escrivão, determinará que se faça a autuação da mesma e demais
documentos juntos, bem como outras providências a serem tomadas.
Esse escrivão denomina-se escrivão “ad-hoc” que quer dizer: “em
lugar de...”
A designação do escrivão “ad-hoc” deverá recair em um Capitão,
Primeiro ou Segundo Tenente, se o indiciado for oficial e em Subten ou
171
Manual do Inquérito Policial Militar
Sargento nos demais casos.
Após a designação do escrivão, este prestará o compromisso
legal, lavrando-se o referido termo.
Posteriormente procede-se à autuação da portaria e demais
documentos.
A seguir, modelo de portaria determinando a lavratura do auto de
prisão, modelo de compromisso de escrivão e o modelo de autuação.

172
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 57

PORTARIA

Vindo à minha presença, hoje, às ___ horas, no (quartel ou local),


nesta cidade de __________,Estado de __________ (nome, posto ou
graduação e Unidade do preso), preso por (nome, posto ou graduação e
Unidade do condutor) no ato de cometer um delito contra a pessoa de
(nome completo da vítima), ou (furto, arrombamento, fuga de presídio,
etc.), fazendo-se acompanhar das testemunhas (nomes completos das
testemunhas), determino que, incontinenti, seja lavrado o competente
Auto de Prisão em Flagrante Delito contra o acusado, para o que, na
forma do § 4.º do artigo 245 do Código de Processo Penal Militar,
designo o (posto ou graduação e nome), para sob o compromisso legal,
exercer as funções de escrivão “ad-hoc”, procedendo à lavratura do
respectivo auto.
Determino que se autue esta portaria e demais documentos
(porventura existentes) e proceda (se for o caso) a exame de corpo de
delito, busca e apreensão ou quaisquer outras diligências necessárias.

Local e data,

________________________________
(Nome e posto do Presidente do Flagrante)

173
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 58

COMPROMISSO DE ESCRIVÃO

Aos ___ dias do mês de ____ de ____, nesta cidade de


___________, Estado de __________, no (OPM ou local), presente o Sr.
(posto e nome do oficial presidente do flagrante), foi por mim (nome e
posto ou graduação do escrivão) prestado o compromisso de bem e
fielmente desempenhar as funções de escrivão “ad-hoc” na lavratura do
Auto de Prisão em Flagrante Delito contra (nome completo do acusado)
conforme portaria desta data; do que, para constar, lavrei este termo.

____________________________________
(Nome e posto do Presidente do Flagrante)

____________________________________
(Nome e posto ou graduação do Escrivão)

174
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 59

POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS


_________________________
-OPM -

ENCARREGADO: (Posto e nome do oficial)


ESCRIVÃO: (Posto ou graduação e nome)
ACUSADO: (Nome completo e posto ou graduação, se militar)
VITIMA: (Nome completo e posto ou graduação, se militar)

AUTUAÇÃO

Aos ___ dias do mês de ____ de ____, nesta cidade de _________


Estado de __________, no (OPM ou local), autuo a portaria e demais
peças do presente flagrante; do que, para constar, lavrei este termo.
Eu, (nome e posto ou graduação), servindo de Escrivão, o escrevi
e assino.

___________________________________
(Nome e posto ou graduação do Escrivão)

175
Manual do Inquérito Policial Militar
3. REDAÇÃO DO APF
Após o compromisso do escrivão e autuação, passa o presidente
do flagrante a lavrar o Auto de Prisão em Flagrante, ouvindo o condutor,
o ofendido (se possível), as testemunhas (duas, pelo menos) e o próprio
acusado (sempre que possível).
De acordo com o artigo 245 §2.º do CPPM a falta de testemunhas
não impedirá a lavratura do auto de prisão em flagrante, que será
assinado por duas pessoas, pelo menos, que presenciarem a apresentação
do preso.
A seguir modelo do Auto de Prisão em Flagrante.

Obs.: O Auto de Prisão em Flagrante deve ser feito sem intervalos entre
os depoimentos, isto é, formalizado de uma só assentada.

176
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 60

AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE

Aos ___ dias do mês de ____ de ___, nesta cidade de _________,


Estado de _____ no (OPM ou local) onde se achava o Sr. (posto e nome da
autoridade que preside o flagrante), comigo (nome e posto ou graduação),
servindo de Escrivão, aí presente o condutor (nome e qualificação completa),
disse que: (consignar toda a narrativa do condutor relacionada com o evento que
deu causa a prisão em flagrante, com indicação precisa do local, dia, hora e
circunstâncias, pessoas presentes, instrumentos usados, etc.) e mais não disse.
Em seguida presente a primeira testemunha (nome e qualificação completa), a
qual sob o compromisso legal, prometeu dizer a verdade e sendo inquirido
disse; (transcreve-se a narrativa da testemunha), perguntado, (transcreve-se a
pergunta julgada necessária) respondeu (cosigna-se a resposta). E não mais
disse. Presente a segunda testemunha, (segue-se como foi feito para a primeira e
assim por diante). Em seguida, presente o ofendido (nome e qualificação
completa) declarou: (transcrever as declarações do ofendido). E mais não disse.
Em seguida, presente o acusado (nome e qualificação completa), que
interrogado disse que: (transcreve-se as declarações do acusado), que
interrogado disse que: (transcreve-se a resposta). E mais não disse. Pelo que,
mandou a autoridade encerrar o presente auto de prisão em flagrante, que
assina, com o condutor, as testemunhas, o ofendido (se for o caso). O acusado e
comigo (nome e posto ou graduação), servindo de Escrivão, que o escrevi.
_________________________________
(Nome e posto do Presidente do Flagrante)
__________________________________
(Nome e posto ou graduação do Condutor)
___________________________
(Nome da primeira Testemunha)
___________________________
(Nome da segunda Testemunha)
______________________
(Nome do Ofendido)
_______________________
(Nome do Acusado)
__________________________________
(Nome e posto ou graduação do Escrivão)

177
Manual do Inquérito Policial Militar
4. NOTA DE CULPA
Não sabendo ou não podendo assinar qualquer das pessoas que
prestaram declarações, deverão ser obedecidas as mesmas formalidades
exigidas para o IPM.
Não querendo o acusado assinar o auto, este será assinado por
duas testemunhas a quem será lido o mesmo, lavrando-se em seguida a
certidão do ato.
A autoridade que presidir o APF além de assinar, rubricará, à
margem, todas as páginas do referido auto.
Após a lavratura do auto, a autoridade fará recolher o acusado
preso e comunicará o mais breve possível à autoridade a quem estiver
hierarquicamente subordinado.
A seguir, os autos são conclusos pelo Escrivão ao Presidente do
APF, que, ao recebê-los, proferirá o despacho onde determinará a
lavratura da “Nota de Culpa” e outras providências ainda necessárias.
A “Nota de Culpa” deverá ser entregue ao preso dentro de vinte e
quatro horas de sua apresentação, devendo conter o motivo da prisão,
nomes do condutor e testemunhas.
Após o despacho deverá ser feito o termo de recebimento,
certidão (após o cumprimento do despacho) e conclusão.
A seguir, os modelos de despacho, certidão e nota de culpa, com
respectivo recibo.

178
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 61

DESPACHO

1. Determino que o (nome completo da pessoa) seja submetido ao


necessário exame de corpo de delito, para o que nomeio como peritos os
(nome de dois médicos ou peritos);
2. Determino que se proceda à avaliação dos objetos (destruídos,
furados ou danificados) para o que designo os (nomes e postos de dois
oficiais).
3. Expeça-se, de acordo com o art. 247 do CPPM, a “Nota de
Culpa”, devendo o acusado apor recibo na primeira via, recebendo a
segunda.

Providencie-o Sr. Escrivão.

Local e data,

___________________________________
(Nome e posto do Presidente do Flagrante)

179
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 62

NOTA DE CULPA

(Nome e posto da autoridade que preside o flagrante), faz saber a


(posto ou graduação e nome do acusado) que o mesmo se acha preso, em
flagrante delito, à disposição da Justiça Militar pelo fato de (síntese do
motivo da prisão), sendo condutor (nome, posto ou graduação do
condutor) e testemunhas (nome completo das testemunhas). E, para sua
ciência, mandou passar a presente, que vai por ele assinada. Eu, (nome,
posto ou graduação), servindo de Escrivão, a escrevi.

Local e data,

____________________________________
(Nome e posto do Presidente do Flagrante)

RECIBO DA NOTA DE CULPA

Recebi a Nota de Culpa retro (ou supra)


Local e data,

___________________________
(Assinatura do Acusado)

Obs.: 1.ª via fica nos autos


2.ª via para o Acusado
180
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 63

POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS


PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO
CERTIDÃO DOS DIREITOS CONSTITUCIONAIS

O Presidente do presente Auto de prisão em Flagrante Delito,


_________________________________________.

CERTIFICA
A ____________, preso em flagrante delito, nesta data, pelo policial
militar ________________, pelo(s) crime(s) previsto(s) no(s) _________ do
Código Penal Militar, que o art. 5.º incisos XLIX, LXII, LXIII e LXIV, da
Constituição Federal lhe asseguram, dentre outros, os seguintes direitos:
1. o respeito à sua integridade física e moral;
2. a comunicação da prisão e o local onde se encontra, ao juiz
competente, à sua família, ou a pessoa indicada pelo preso;
3. o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da
família e de advogado;
4. a identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu
interrogatório policial.
Dada e passada, em duas vias, sendo a primeira entregue em mãos
do preso e a segunda anexada aos autos, nesta cidade de __________ aos
____ de __________de ______.

____________________________
PRESIDENTE DO APF
______________________________
Testemunha
______________________________
Testemunha
Ciente
Às ____ horas do dia ___/___/___

_____________________________
(nome e assinatura do preso)
181
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 64

CERTIDÃO

Certifico que foram tomadas as providências de acordo com o


despacho do Sr. (posto e nome), Presidente deste Flagrante.
Foi entregue ao acusado a “Nota de Culpa” dentro do prazo legal,
(Ou, que o acusado recusou-se a receber a “Nota de Culpa”, pelo que
assinam, na forma do art. 247 § 1.º do CPPM, as duas testemunhas
abaixo, presentes ao ato de recusa do referido acusado) do que, para
constar, lavrei este termo.

Local e data,

___________________________________
(Nome e posto ou graduação do Escrivão)

182
Manual do Inquérito Policial Militar
5. PROVIDÊNCIAS FINAIS
O prazo para terminação do Auto de Prisão em Flagrante é de até
cinco dias, impreterivelmente, de acordo com o artigo 251 do CPPM.
Por isto, poderá ocorrer que alguma providência determinada pelo
Presidente do APF não seja concluída a tempo, o que poderá constar do
oficio de remessa, para posterior envio à autoridade judiciária.
Se houverem chegado os laudos periciais, outros mandados
cumpridos, etc., o Escrivão procederá a juntada dos referidos documentos
aos autos para que o Presidente redija relatório, posicionando-se sobre o
fato.
Após redigir este documento, o Presidente do APF fará o
despacho final, onde determinará a remessa do mesmo à autoridade a
quem estiver subordinado, para que remeta à autoridade judiciária.
A seguir modelo de despacho final.

183
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 65

DESPACHO

1. Sejam estes autos de Prisão em Flagrante Delito, lavrado contra


(nome, posto ou graduação do acusado), remetidos, de acordo com o
disposto no art. 251, do Código de Processo Penal Militar, ao MM. Juiz
Auditor da Justiça Militar, através do (Cmt da OPM, Diretor ou Chefe).
2. Faça constar do Oficio de Remessa, as diligências que não
foram concluídas, informando que serão remetidos os respectivos
documentos posteriormente.

Providencie o Sr. Escrivão.

______________________________
(Nome e posto do Presidente do APF)

Cumpriu-se.
Em ___/___/___

______________________
(Escrivão)

184
Manual do Inquérito Policial Militar
6. RELATÓRIO1
Devido à excepcionalidade da prisão em flagrante, as
circunstâncias especiais do evento conduzem o Encarregado a remetê-lo
no prazo mais breve possível.
Não é exigível, legalmente, um relatório. Na verdade a redação de
um documento deste, minucioso, poderia descaracterizar uma
característica do APF que é reduzir, ao mínimo possível, o lapso que
medeia entre a prisão, a lavratura do auto e a final remessa à Justiça.
Entretanto, o dia a dia vem mostrando a necessidade de um
relatório, no qual o Encarregado narre os fatos, como ele os entendeu.
Enfim, se posicione sobre o evento, podendo sua confecção ocorrer após
a remessa do APF à Justiça Militar, porém, dentro do prazo de até 05
(cinco) dias, acompanhado de alguma diligência complementar.
Com efeito, há casos de flagrante, onde há contradições de
testemunhas e destas com as declarações do indiciado e vítima.
A narrativa do Encarregado permitirá que o Ministério Público
tenha, com maior clareza, uma visão sobre os fatos, para o oferecimento
da denúncia e ao Conselho de Justiça, um instrumento eficaz para um
julgamento.
Como é relatório simples, segue uma proposta de modelo:

1
Redação dada pela Resolução n.º 3502, de 19Ago99.
185
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 66
RELATÓRIO
MM. Juiz,
Versa o presente APF sobre crime praticado pelo n.º ______, Sd PM
______ brasileiro, natural de _____, casado, com 44 anos de idade, lotado na 4.ª
Cia. PM do _____ BPM, atualmente destacado em _______
Como vítima, figura o Sr. ________, brasileiro, casado, 50 anos,
fazendeiro, residente e domiciliado à rua _____, nesta cidade.
Os fatos, objetos do presente A.PF, se passaram da seguinte forma:
1. Encontrava-se o Sd PM _____ de folga, armado com o Rev. Taurus,
n.º 385599, de carga da Polícia Militar, conforme declaração do Tenente
Almoxarife, às fls. ___, às 09:00 h de hoje, ao se dirigir para sua casa, passou,
antes, na casa de seu amigo, Sr. _______, Rua ______, para ajustar, com ele,
uma viagem que fariam no dia seguinte;
2. A caminho de sua residência, o dito Sd encontra-se com a vitima, seu
antigo desafeto, desde os tempos em que, servindo no Dst de _____, a vítima se
queixara de um abuso de autoridade cometido pelo militar, na ocasião, e que lhe
acarretara uma prisão disciplinar de 30 dias, conforme BI de __/__/__.
3. Logo que o avistou, o Sd se aproximou da vítima e lhe disse que
aquele dia era o dia de acertarem contas. Logo, o Sd sacou do revólver e
desfechou, contra a indefesa vitima, três tiros que lhe acertaram na região
abdominal e perna esquerda, conforme ACD de fls. _____ a _____
4. O agressor, logo a seguir, correu, mas cercado por dois graduados
que coincidentemente ali passavam, acabou sendo preso em flagrante, enquanto
que a vitima era levada para o Hospital Santíssimo, onde se acha internada,
conforme declaração de fls. _____.
5. Trazido para o quartel pelos 1.º Sgt. PM _____ e 2.º Sgt PM _____,
na condição de preso em flagrante delito, foi autuado pelo abaixo assinado, que
se achava de Coordenador do Policiamento da Unidade.
6. O Rev. foi recolhido ao Almoxarifado, conforme recibo no auto de
apreensão de fls. _____, estando ao dispor de V. Exa.
7. O Sd ___________, autor, acha-se recolhido, preso, também à
disposição da Justiça Militar.

_________________, em ____/____/_____

__________________________
(Assinatura)
186
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 67

OFÍCIO N.º _______ /APF

Local e data
Do (Presidente do APF)
Ao Sr. (Cmt da OPM, Diretor ou Chefe)
ASSUNTO: Encaminhamento de Auto (faz)
ANEXO: Auto de Prisão em Flagrante contra (nome do Acusado)
Uma cópia, em separado, do relatório sobre os fatos, relativos
Ao n.º ________ , Sd _____________________

Encaminho-vos o Auto de Prisão em Flagrante Delito constante


do anexo, para encaminhamento ao Juiz Auditor da Justiça Militar.
Outrossim, esclareço-vos que estão em andamento (citar as
diligências não concluídas), cujos documentos serão enviados
oportunamente e que o prazo para a entrega do APF termina na (data
completa).
Solicito-vos, pois, publicação em BI da prisão realizada e arquivo,
na pasta funcional da 2.ª via do relatório, que ora vos encaminho.

____________________________________
(Nome e posto do Presidente do APF)

187
Manual do Inquérito Policial Militar

MODELO N.º 68 ( FOI REVOGADO?)

TERMO DE COMPARECIMENTO ESPONTÂNEO


__________________
OPM
Às ____horas e ____ minutos do dia ____ de ______ de _____,
nesta cidade de ________________, Estado de Minas Gerais, na sede
da(o), __________________ onde se achavam _____________________
(UEOp/UEAp) (Nome do militar),
comigo _________________________________________, Escrivão por
(PM que servirá de escrivão Escrivão) por
mim encarregado, ao final assinado, aí comparece, espontaneamente,
_________________________ brasileiro, _________________________
(Nome do Policial-Militar) (Estado Civil)

filho de _________________________ e _________________________


natural de _____________________, Estado de ____________________
residente à ___________________ que _________________________
(Narração do depoimento do PM)

A seguir, presente a PRIMEIRA TESTEMUNHA, ____________,


(Nome da testemunha)
brasileiro, _______________ filho de _____________ e de ___________
(Estado Civil)
natural de ___________, Estado de __________, residente à _________,
sabendo ler e escrever; Aos costumes disse __________. Compromissada
na forma da lei, respondeu que _________________________________
(Depoimento da Primeira Testemunha)

A seguir, presente a SEGUNDA TESTEMUNHA, ____________,


(Nome da testemunha)
brasileiro, _______________ filho de _____________ e de ___________
(Estado Civil)
natural de ___________, Estado de __________, residente à _________,
sabendo ler e escrever; Aos costumes disse __________. Compromissada
na forma da lei, respondeu que _________________________________
188
Manual do Inquérito Policial Militar
(Depoimento da Primeira Testemunha)

Nada mais disse, nem lhe foi perguntado e nada mais havendo,
mandou a Autoridade encerrar o presente Termo que, depois de lido e
achado conforme, vai devidamente assinado por esta Autoridade, pelo
apresentante espontâneo, pelas testemunhas e por mim ______________,
Escrivão, que o digitei.

AUTORIDADE:

APRESENTANTE:

1.ª TESTEMUNHA:

2.ª TESTEMUNHA:

ESCRIVÃO:

189
Manual do Inquérito Policial Militar
7. CERTIDÃO DOS DIREITOS CONSTITUCIONAIS
Com o advento da Constituição Federal, de 05 de outubro de
1988, foram deferidas certas garantias processuais penais aos presos em
geral.
Estas garantias estão definidas no artigo 5º, incisos XLIX, LXII,
LXIII e LXIV, da Carta Magna.
Foram assegurados aos presos, o respeito à integridade física e
moral, a comunicação da prisão ao juiz competente e à família do preso
ou a pessoa por ele indicada, a informação de seus direitos, como a
assistência da família e de advogado e a identificação dos responsáveis
por sua prisão ou por seu interrogatório policial.
Em decorrência dos direitos citados, tem surgido casos de
relaxamento de prisões em flagrante, por inobservância de tais preceitos
constitucionais.
Visando evitar tais inconvenientes no procedimento penal militar,
é necessário a adoção de Certidão dos Direitos Constitucionais, que passa
a ser peça integrante do Auto de Prisão em Flagrante nos casos de crime
militar.
O Presidente do APF deverá, no início dos trabalhos, dar ciência
ao preso de seus direitos, fornecendo-lhe a primeira via da Certidão,
fazendo juntada aos autos da segunda via.

190
Manual do Inquérito Policial Militar

ÍNDICE

PROCEDÊNCIA
ASSUNTOS DEC-LEI OUTROS PÁG.
1.002 (CPPM)
Abertura Dic. Termos 33
Téc. e Jur.
Acareação Idem 33

Acórdão do TJSP (RT 409/71) 22


“O Inquérito é um procedimento
persecutórios”
Acórdão do TJSP (RT 536/309) 24
“Validade da confissão do có-réu
incriminando outro”
Acórdão n.º 40.727
“A prova indiciária justifica apenas o
oferecimento de denúncias”
Aos costurmes Idem 33
Apelação n.º 1.395 (BGPM n.º 102, de 13
01Jun81)
“O IPM é peça importante no
procedimento processual castrense”
Apelações n.º 1.462 e 1.592 (TJM) 23
“Protecionismo e farsa de legítima defesa
no IPM”
A Rogo Idem 33
Arquivamento do IPM - Proibição Art. 24 28
Arresto Art. 215 a 219 33
Assentada - definição 33
Assentada Formulário 76
Atos Probatórios - Composição das Provas Art. 294 a 301 17
Auto Art. 314 a 345 33
Auto de avaliação 134
191
Manual do Inquérito Policial Militar
PROCEDÊNCIA
ASSUNTOS DEC-LEI OUTROS PÁG.
1.002 (CPPM)
Auto de Busca e Apreensão 117
Auto de Exame Cadavérico 84
Auto de Exame de Corpo Delito (direto) 83
Auto de Exame de Corpo Delito (indireto) 112
Auto de Prisão em Flagrante 171
Autopsia - definição Art. 333 e 334 Dic. Termos 33
Téc. e Jur.
Autos de Reconstituição 144
Autos - definição 33
Autuação - definição 33
Autuação - APF - Formulário 169
Autuação - IPM 60
Avaliação - IPM Art. 342 e 131 e 1
s/§ único 134

Avocação Idem 33
Busca Art. 170 a 198 114
Carta Precatória - definição Art. 359 a 361 33
Carta Precatória - Formulário 118 e 120
Certidão - definição 33
Certidão - Formulário 63 e 175
Citação Art. 277 a Lei n.º 30
282/285 a 293 4.611/65
Competência e exercício da Polícia Art. 7.º e 8.º Art. 2.º do 27 e 28
Judiciária Militar Dec. 66.812
Composição de Provas 16
Compromisso de Escrivão - Formulário 57 e 168
Compromisso Legal do Escrivão Art. 11 55 e 57
parágrafo único
Conclusão - Definição 34
Condutor - Definição 34
Considerações:
192
Manual do Inquérito Policial Militar

PROCEDÊNCIA
ASSUNTOS DEC-LEI OUTROS PÁG.
1.002 (CPPM)
- Atos do Escrivão: considerações Art. 11 41 e 42
referentes a atos do escrivão em parágrafo único
cumprimento a determinações do
Encarregado ao IPM
- Auto de Avaliação: considerações a 131
respeito do auto de avaliação da coisa
apreendida
- Autoridade que preside o APF: Art. 245 166
providências iniciais
- Carta Precatória: Considerações sobre Art. 359 a 361 118
a audição de testemunhas, ofendido (ou
indiciado) p/ carta precatória
- Designação do Escrivão: considerações 68
sobre a tomada de declarações do
ofendido
- Designação do Escrivão: considerações 55
relativas à designação do escrivão do
IPM
- Diligências Iniciais do IPM: Art. 10 § 2.º, 13
considerações relativas às diligências 3.º, 4.º e 5.º
iniciais determinadas pelo Enc. Do IPM,
ao início do Inquérito
- Exame de Corpo Delito: considerações Dec. n.º 5.141, 85 e 86
sobre o Corpo de Delito, Auto respectivo de 25Out56
e designação de peritos RGPM (Art.
210 240 VIII)
- Impedimentos do Encarregado do 53
IPM: considerações sobre os
impedimentos que podem ocorrer
obstante a ação do Encarregado do IPM
- Início do IPM: considerações sobre os Art. 10 alíneas 43
modos por que pode ser iniciado o IPM a, b, c, d, e, f
- Inquirição do Condutor, Testemunhas, 171
Conduzido e Ofendido: formulário do
Auto de Flagrante Delito
- Inquirição de Testemunhas: 72 a 74
considerações relativas à inquirição de
193
Manual do Inquérito Policial Militar
PROCEDÊNCIA
ASSUNTOS DEC-LEI OUTROS PÁG.
1.002 (CPPM)
testemunhas
- Interrogatório do Indiciado: consi- 70
derações relativas ao interrogatório do
indiciado
- Juntada de Peças ao IPM: 64
considerações sobre “juntada” de peças
que forem acrescendo ao IPM, de
documentos que interessem a elucidação
do fato delituoso, de laudos e perícias
- Mandado de Busca e Apreensão: 114 e 115
considerações a respeito do Mandado de
Busca e Apreensão e do respectivo Auto
- Mandado de Prisão: considerações 127
sobre o mandando de prisão do indiciado
e sua expedição pelo encarregado do
IPM
- Nota de Culpa: considerações relativas 172
À “Nota de Culpa” expedida pelo
Presidente do APF e de sua ciência pelo
preso
- Portaria de Instauração do IPM: 43 a 52
considerações sobre a Portaria de
Instauração do IPM, do Encarregado do
IPM e respectivo Formulário
- Prazo para conclusão do APF: 177
considerações sobre o prazo de
conclusão do APF, (remessa à autoridade
a que estiver subordinado o Presidente
do APF) para remessa à Auditoria
Judiciária
- Prisão Provisória: considerações Art. 18 124
relativas a prisão provisória do indiciado,
durante o IPM
- Procedimentos do Escrivão após a 58 e 61
Autuação: considerações a respeito dos
procedimentos a serem adotados pelo
escrivão, tão logo haja promovido a

194
Manual do Inquérito Policial Militar

PROCEDÊNCIA
ASSUNTOS DEC-LEI OUTROS PÁG.
1.002 (CPPM)
“autuação”
- Prorrogação do Prazo para conclusão Art. 20 § 1.º 140
do IPM: considerações sobre o prazo do
IPM e de sua prorrogação
- Reconhecimento de pessoas: consi- 121
derações sobre o processo de
reconhecimento de pessoas, procedido
pelo Enc. Do IPM, e de seu respectivo
Auto
- Reconstituição do Fato Delituoso: Art. 22 Lei 8.190 de 142 a 144
considerações sobre a reconstituição do 13Mai82
fato delituoso e dos cuidados em sua
execução
- Relatório do IPM: considerações sobre Art. 22 § 1.º 157 a 162
a elaboração, pelo Encarregado do IPM,
do “Relatório” do IPM
- Remessa - homologação e solução do Art. 328 A 345 163
IPM: considerações sobre a remessa do
IPM pelo Encarregado à autoridade
delegante, sua homologação e solução
Corpo de Delito Art. 9.º E 111, 112,
10.º 115
Crime Militar - definição CPM 34
Dedução em favor dos prazos Art. 20 § 3.º 140
Delegação Art. 7.º §§ 1 a 4 Dic. Terms. 34 e 43
Téc. e Jur.
Designação de Escrivão - formulário 56
Despacho - definição 34
Despacho - formulário Art. 18 62 e 178
Detenção - definição Art. 18 34
Detenção do indiciado 125 e 126
Diligência - conceito 34
Encarregado do IPM - requisitos Art. 15 14 e 15
Encarregado - definição Art. 13, 15 § 34

195
Manual do Inquérito Policial Militar
PROCEDÊNCIA
ASSUNTOS DEC-LEI OUTROS PÁG.
1.002 (CPPM)
1.º a 4.º
Escrevente - definição 34
Escrivão - definição Art. 11 e s/§ 35
único
Escrivão do IPM Art. 11 35
Exame - definição 35
Exumação - definição Art. 338 e s/§§ 35
1.º, 2.º e 3.º
Finalidade do Inquérito Policial Militar Art. 9.º 13 e 27
Formação do IPM Art. 13 15
Homologação de solução de IPM - 163
formulário
Horário diurno Art. 19 a 424 35
Idoneidade - definição 35
Impedimento - definição 35
Incomunicabilidade Art. 17 35
Indiciado - definição 53
Indícios contra Oficial de posto superior Art. 10 § 5 13 e 14
ou mais antigo no Curso do IPM
Inquérito Policial Militar - conceito e valor Art. 9.º e s/§ 27 e 28
único
Inquirição - Assentada de início, inter- Art. 19 § 1.º 73
rupção e encerramento
Inquirição durante o dia Art. 19, 347 a 72
364
Inquirição - limite de tempo Art. 19 § 2.º 72
Interrogatório - definição Art. 404 a 414 35
Interrogatório Art. 299, 302 a Manual 15, 16, 18
306 Organiz. e
Prát. Policial
Intimação Art. 399 letra d, 35
277 a 293

196
Manual do Inquérito Policial Militar

PROCEDÊNCIA
ASSUNTOS DEC-LEI OUTROS PÁG.
1.002 (CPPM)
Investigação Policial - Polícia Investi- Art. 404 a 407 Manual 14
gatória Organiz. e
Prát. Pol.
Juntada - Formulário 64
Lavratura de Auto de Flagrante Delito Art. 245 170 e 171
Mandado de Busca e Apreeensão 114
Mandado de prisão - Formulário 115
Ministério Público - Definição 28 e 35
Nomeação - Definição 36
Nota de Culpa - Legislação 172
Nota de Culpa - Formulário 174
Notificação 66
Ofendido 36 e 69
Ofícios - Formulários:
- Auto de Avaliação: Ofício do Enc. do 133
IPM participando aos peritos sua
designação para efetuarem o auto de
avaliação
- Auto de Corpo de Delito: Ofício 82
Diretor do IML (ou hospital local) ao
Enc. do IPM, remetendo o “Auto de
Corpo de Delito”
- Designação de Peritos: Ofício do Enc. 88 e 133
do IPM comunicando aos peritos
designados, sua designação para
efetuarem perícia técnica.
- Intimação do Indiciado: Of. do Enc. do 66
IPM intimando o indiciado a comparecer
em dia, hora e local designados para ser
interrogado.
- Intimação de Testemunhas: Of. do 67
Enc. do IPM intimando as testemunhas
arroladas para comparecerem em dia,
hora e local indicados para serem

197
Manual do Inquérito Policial Militar
PROCEDÊNCIA
ASSUNTOS DEC-LEI OUTROS PÁG.
1.002 (CPPM)
inquiridos.
- Liberdade do Indiciado: Of. do Enc. do 139
IPM comunicando ao MM Juiz Auditor
da Justiça Militar haver colocado em
liberdade o indiciado por haver cessado
os motivos que determinaram sua prisão
provisória.
- Liberdade do Indiciado: Of. do Enc. do 138
IPM solicitando ao Cmt da OPM do
indiciado colocá-lo em liberdade, por
haverem cessados os motivos que
determinaram sua prisão provisória
- Mandado de Busca e apreensão: Of. do 116
Enc. do IPM ao Cmt da OPM (ou
autoridade local) do indiciado,
encaminhando o “Mandado de Busca e
Apreensão” para fins de cumprimento
- Mandado de Prisão: Of. do Enc. do 126
IPM ao Cmt da Unidade do indiciado,
encaminhando o “Mandado de prisão”
para cumprimento pela OPM
- Of. do Enc. do IPM ao MM Juiz Auditor 130
da Justiça Militar participando haver
expedido “Mandado de prisão
provisória” do indiciado ao Cmt da OPM
(ou autoridade)
- Of. do Cmt da Unidade a que pertence o 129
indiciado, participando ao Enc. do IPM o
cumprimento do “Mandado de Prisão”
- Prorrogação do Prazo do IPM: Of. do 141
Enc. do IPM solicitando à autoridade
delegante prorrogação do prazo para
conclusão do IPM
- Sequestro de Bens: Of. do Enc. do IPM 128
ao MM Juiz da Auditoria da Justiça
Militar solicitando “Sequestro de Bens”
adquiridos pelo indiciado, com proventos
da infração penal
198
Manual do Inquérito Policial Militar

PROCEDÊNCIA
ASSUNTOS DEC-LEI OUTROS PÁG.
1.002 (CPPM)
Passagem do Preso à disposição do Juiz Art. 251, § 172
único
Peças que podem surgir no IPM 40
Perícia Art. 314 a 346 90
Perito Idem 88 e 89
Pessoas que efetuam a Prisão em Flagrante Art. 243 166
Polícia Judiciária Militar - competência - Art. 8.º 15 e 16
Exercício
Portaria(s) de designação do Encarregado 46 a 52
Portaria de Instauração do Inquérito 59
(Encarregado do IPM)
Portaria de Abertura do APF pelo 167
Presidente do APF
Prazo Art. 20 58 e 124
Prazos para terminação do IPM Art. 20 58
Prisão em Flagrante Delito Art. 243 a 253 165 e 166
Prisão Preventiva - Mensagem - solicitação Art. 18§ único 29
254 a 269
Prisão Preventiva Art. 254 29
Processo n.º 8.028 - 2.ª AJME, BGPM n.º 24
72, de 18Abr85. “Presume-se verdadeira a
versão dada por policiais militares, quando
a ela não se opõe prova idônea. No
confronto entre a palavra do PM e a do
bandido, valoriza-se a da autoridade”
Prorrogação 140
Prorrogação de prazo Art. 20 § 1.º 141
Prova documental Art. 373 21
Prova Indiciaria Art. 382 a 383 22
Provas Art. 294 a 301 16 e 17
Provas Periciais Art. 314 a 344 21
Prova Testemunhal Art. 347 a 364 19
415 a 430
199
Manual do Inquérito Policial Militar
PROCEDÊNCIA
ASSUNTOS DEC-LEI OUTROS PÁG.
1.002 (CPPM)
Providências antes do IPM 53
Qualificação - Definição 36
Quesitos Art. 316 90
Quesitos Oficiais (Dec. n.º 5.141, de 90
25Out56)
Recebimento - Definição 37
Recibo de “Nota de culpa” Art. 247 § 1.º 172
Reconhecimento - Definição Art. 368 a 370 37
Reconstituição - Definição Art. 13 § único 37
Reconstituição dos fatos Art. 13 § único 142 e 144
Recusa ou impossibilidade de assinatura Art. 245 § 3.º 172 a 176
do Auto de Flagrante Delito
Relatório - Definição Art. 22 37
Relatório - Formulário 160, 161,
162 e 169
Remessa - Definição Art. 23 37
Remessa do Auto de Flagrante Delito Art. 251 181
Remessa do IPM à Auditoria da Art. 23 44
Circunscrição
Requisição - Definição Art. 349 37
Restituição - Definição Art. 190 a 198 37
Roteiro do IPM - formulário 39
Sigilo do IPM Art. 16 44
Solução - Definição Art. 22 § 1.º 37
Solução do IPM - Modelo 161 e 163
Solução do IPM Art. 22 § 1.º
Sujeição a Flagrante Delito Art. 244 166
Técnica de investigação Policial Manual de 14, 15 e
Org. e Prát. 16
Policial Pol.
Judic.

200
Manual do Inquérito Policial Militar

PROCEDÊNCIA
ASSUNTOS DEC-LEI OUTROS PÁG.
1.002 (CPPM)
Tempo de Inquirição Art. 19 § 2.º 77
Termo de Acareação 78
Termo de Compromisso de Peritos 89
Termo de Inquirição de Testemunhas 77
Termo de Perguntas ao indiciado 71
Termo de Perguntas ao Ofendido 69
Termo de Reconhecimento 123
Termo de Restituição 135
Testemunhas - Definição Art. 347 37

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