Manual Do IPM
Manual Do IPM
Manual Do IPM
MANUAL DO
INQUÉRITO
POLICIAL MILITAR
Belo Horizonte
2004
Direitos exclusivos da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG)
Reprodução proibida, salvo parcialmente, no âmbito da PMMG, sob as
penas da lei.
4.ª Edição
Tiragem: exemplares
ADMINISTRAÇÃO
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POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE MINAS GERAIS
COMANDO GERAL
RESOLVE:
Art. 1.º - Ficam aprovadas as modificações do “Manual de
Inquérito Policial Militar” a que se refere a Resolução n.º 775, de 22 de
maio de 1980, com as modificações introduzidas pela Resolução n.º 1490
de 23Dez85, Resolução n.º 3508, de 07Out99.
Art. 2.º - Esta Resolução entra em vigor na data de sua
publicação.
RESOLVE:
Art. 1.º - Ficam sem efeito, a partir do dia 28Set99, data de
publicação e vigência da Lei Federal n.º 9.839, de 23Set99, as
modificações introduzidas pelo item 10, do Capítulo VI. do Manual do
Inquérito Policial Militar (IPM), relativas à aplicação do art. 88 da Lei
Federal n.º 9.099, de 26Set95, relacionada à desistência ao direito de
representação.
RESOLVE:
EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS
7
Manual do Inquérito Policial Militar
8
Manual do Inquérito Policial Militar
3.4.1 O primeiro estudo pertence ao insige Juiz do Tribunal de
Justiça Militar - Dr. Luiz Marcelo Inacarato - datado de 16Dez75,
versando sobre o momentoso problema da aplicabilidade da Lei Penal
Militar no que tange às Polícias Militares. Não obstante a evolução
constitucional e jurisprudencial de 1975 a esta data, julgamos que a
fundamentação desenvolvida pelo estudioso jurista continua atual e deve
ser difundida a todos os Oficiais.
3.4.2 O estudo seguinte é um parecer da lavra do Dr. Oswaldo
Carvalho Monteiro, ilustre Procurador da Justiça Militar Estadual, que
reforça a tese consagrada, a partir da Emenda Constitucional n.º 7, de
13Abr77, de competência do foro militar para os crimes praticados por
elementos da Polícia Militar.
3.4.3 A segunda parte cuida da legislação processual. É apenas
indicativa. Transcreve os principais tópicos do CPPM relativos ao
Inquérito Policial Militar e à Prisão em Flagrante. Da a indicação dos
dispositivos de maior interesse ao Encarregado da investigação. Contudo,
é bom que se frise, não pretende substituir o uso dos Códigos (CPM e
CPPM) que devem continuar sendo as obras mais manuseadas na
Biblioteca Profissional de Oficial.
3.4.4 Na terceira parte, a Comissão coletou os termos técnico-
jurídicos mais usuais no desenvolvimento da investigação e elaboração
do IPM ou na lavratura do APF. Evidentemente, dentro do escopo de
nosso trabalho, não pretendemos esgotar o assunto. O oficial consciente
da profissão tem com isso apenas um ponto de referência. Poderá ampliar
o seu acervo de conhecimentos recorrendo aos dicionários de termos
técnicos-jurídicos.
3.4.5 A quarta parte abrange a série de formulários que retrata os
aspectos formais do IPM e APF. Buscamos estabelecer um roteiro para o
Encarregado e o Escrivão. Não sua elaboração, não inovamos. Sem
embargo de algum aperfeiçoamento ou ajustamento à nossa realidade,
servimo-nos dos formulários já existentes nas Forças Armadas e outras
Polícias Militares, bem como de formas consagradas pela praxe policial.
Embora o anteprojeto tenha por objeto o IPM, achamos por bem
inserir o formulário da “Prisão em Flagrante”, que já abordáramos nas
partes relativas á legislação e termos técnicos.
As peças principais são precedidas de comentários orientativos
9
Manual do Inquérito Policial Militar
sucintos, esclarecendo sobre aspectos essenciais das diligências a serem
desenvolvidas. Outrossim, transcreveu-se na íntegra, o Decreto Estadual
n.º 5.141, de 25Out56, que aprova o formulário de Quesitos para Exames
Periciais.
3.4.7 A quinta e última parte do anteprojeto dedica-se à
jurisprudência. A Comissão em trabalho de pesquisa, coletou o que existe
de mais atual no entendimento do Supremo Tribunal Federal, do Superior
Tribunal Militar e do Tribunal de Justiça Militar Estadual.
Reproduzimos, na íntegra, além das ementas e dos acórdãos, os
votos dos julgamentos do HHCC n.º 55.962 e 56.049, do STF, que foram
o ponto de referência da modificação do conteúdo da Súmula 297. O
mesmo fizemos com relação ao Acórdão do Recurso Criminal n.º 5.198
do STM, que traz grande luz a respeito da competência do foro militar
estadual.
Atual e relevante é também a jurisprudência de nossa corte
castrense.
3.4.8 Finalizando, a Comissão agradece a V. Exa. a confiança
que lhe foi depositada Certamente, o trabalho possui limitações. A
escassez de tempo, pois nenhum membro foi afastado de suas funções
normais, como também, a maioria foi cometida de outros encargos
paralelos, impediu-nos de realizar uma obra com maior conteúdo.
Contudo, acreditamos que, difundida a obra, o seu uso critico pelos
Oficiais, permitirá que, num futuro próximo, possa vir a lume um manual
mais aperfeiçoado.
No ensejo, reafirmamos a V. Exa. as expressões de nosso
profundo respeito e Consideração.
CAPÍTULO I
5
In Manual de Organizações e Práticas Policiais - Antônio Dutra Ladeira.
15
Manual do Inquérito Policial Militar
dizer sobre a “técnica de interrogatório” indispensável ao sucesso das
investigações. O Oficial consciencioso de sua profissão deve ler livros
especializados e, principalmente, obras sobre psicologia judiciária.
O interrogatório bem conduzido poderá levar ao esclarecimento
total de um fato delituoso.
O interrogador deve conhecer e avaliar a personalidade do
interrogado, considerar os aspectos tempo e local do interrogatório, a
presença de outras pessoas, o preparo das perguntas-chaves, etc. O certo
é que “interrogar” é uma arte; desde que respeitada a dignidade da pessoa
humana é licito ao interrogador usar estratagemas, como aproveitar o
estado emocional do interrogado, motivá-lo com o trato bondoso e
afável, valer-se da lisonja, utilizar perguntas capciosas, método indireto,
subterfúgios e outros artifícios não ilegais.
Por último a instrumentação consiste no uso, pelo investigador,
dos métodos e meios que a moderna tecnologia nos oferece.
Assim, no exemplo de furto já citado, o investigador poderá,
através de peritos, fazer o levantamento do “local do crime”,
identificando o “modus operandi”, colhendo impressões digitais e
vestígios que poderão identificar o autor ou, futuramente, ligar o suspeito
ao cenário do delito.
3. COMPOSIÇÃO DAS PROVAS
No enfoque técnico, a composição das provas constitui a segunda
fase do Inquérito Policial Militar.6
Nesta fase, o Oficial Encarregado do Inquérito terá toda a
atenção, esmero e cuidado para que o seu trabalho venha a constituir-se,
efetivamente, no subsídio valioso à administração, ao Ministério Público
e à Justiça.
6
É de se ressaltar as três características básicas do IPM: sigiloso, escrito e inquisitivo.
Quanto à primeira, o art. 16 do CPPM esclarece o assunto. O Sigilo é próprio do IPM.
Não se adota no IPM o princípio da publicidade que mais se harmoniza com o processo
e não com o inquérito. Quanto a ser escrito, vide o art. 21. Isto se faz para evitar
problemas relacionados com a perda de tempo ou a necessidade em analisar ou até
descobrir o que realmente está escrito. Quanto a última, este caráter assim se define
porque as investigações são conduzidas pela autoridade da forma como melhor lhe
convier, dentro dos limites da lei.
16
Manual do Inquérito Policial Militar
Consoante o Código de Processo Penal Militar, são os gêneros de
provas que o Encarregado do IPM deve carrear para os autos:
a) Apreensão dos instrumentos e de todos os objetos que tenham
relação com o fato delituoso - Art. 12, letra “b”, Art. 13, letra “h”, Art.
170 e 189 do CPPM;
b) Declarações do ofendido - Art. 13, letra “b” e Art. 311 do
CPPM;
c) Depoimento das testemunhas - Art. 13, letra “d”, Art. 19 e §§,
Art. 347 e 364 do CPPM;
d) Inquirição do Indiciado - Art. 13, letra “c”, Art. 19 e §§, Art.
302 a 310 (no que for aplicável), do CPPM;
e) Reconhecimento de pessoas, coisas e objetos - Art. 13, letra
“e”, Art. 368 a 370, do CPPM;
f) Acareação - Art. 13, letra “e”, Art. 365 a 367 do CPPM;
g) Exames de Corpo de Delito, outros exames e perícias em geral
- Art. 13, letras “f” e “h”, Art. 314 a 346, Art. 371 a 381, do CPPM;
h) Indícios - Art. 382 a 383, do CPPM;
i) Reconstituição - Art. 13, parágrafo único, do CPPM;
j) Identificação do acusado, inclusive individual, datiloscópica -
Art. 70 e 391, parágrafo único do CPPM.
l) Antecedentes criminais do Indiciado - Art. 391, do CPPM;
m) Extrato de fé-de-ofício ou dos assentamentos - Art. 391, do
CPPM.
4. DOS ATOS PROBATÓRIOS (COMENTÁRIOS DOUTRINÁRIOS)
4.1 Constituem atos probatórios, segundo regras do processo
penal castrense:
a) Declaração do Indiciado (incluindo-se a confissão);
b) Declaração das testemunhas;
c) Depoimento das testemunhas;
d) Acareações;
17
Manual do Inquérito Policial Militar
e) Perícias e exames (nos crimes contra a pessoa, vide Art. 330
do CPPM):
- Exame de lesões corporais
- Exame de sanidade física
- Exame de sanidade mental
- Exame cadavérico (com ou sem exumação)
- Exame de identificação de pessoas
- Exame de laboratórios
- Exame de instrumentos que tenham servido ao crime
- Reconhecimento de pessoas e coisas;
- Documentos.
O ACD pode ser feito a qualquer hora do dia ou da noite,
conforme o Art. 329 do CPPM.
Quanto à autópsia, deve se realizar 6 horas depois do óbito, salvo
se houver evidências de morte - 334 (CPPM).
O sistema de prova, a serviço da justiça penal, tem variado
através dos séculos: primitivamente foi o sistema étnico, em que a
apreciação das provas era deixada empiricamente ao sabor das
impressões e o flagrante delito era a forma típica do processo penal; veio,
depois, o sistema religioso, em que era misticamente invocado o
julgamento divino, e foi a época das Ordálias, dos duelos judiciários e
dos juizes de Deus. Sucedeu-o o sistema legal, em que os meios e seus
graus de valor eram fixados e aferidos de antemão pela Lei.7
O sistema atual é o da íntima, livre convicção do juiz, afivelado à
norma legal, consubstanciada no art. 297 do Código de Processo Penal
Militar:
“O Juiz formará convicção pela livre apreciação do conjunto
das provas colhidas em juízo. Na consideração de cada
prova, o Juiz deverá confrontá-la com as demais, verificando
se entre elas há compatibilidade e concordância.”
7
Walter Acosta - O Processo Penal - 8.ª Edição - 1971 - Pág. 221.
18
Manual do Inquérito Policial Militar
O atual Código de Processo Penal Militar enumerou-as e as
prefixou a partir do art. 294.
Os meios de prova são admissíveis em juízo, todos eles, desde
que não atentem contra a moral, a saúde, ou a segurança individual ou
coletiva ou contra a hierarquia e a disciplina militares, eis o que emana
do art. 295 do CPPM.
Compete o ônus da prova a quem alegar o fato, na determinação
do art. 296 e sua inversão, se a lei presume o fato “juris tantum”.
Exemplo: A lei, no art. 350, presume verdadeira a declaração assinada.
Fato contrário ao que está escrito deve ser objeto de prova de quem o
alega:
“Art. 296 - O ônus da prova compete a quem alegar o fato,
mas o Juiz poderá, no curso da instrução criminal ou antes
de proferir sentença, determinar, de oficio, as diligências
para dirimir dúvida sobre ponto relevante. Realizada a
diligência, sobre ela serão ouvidas as partes, para dizerem
nos autos, dentro em quarenta e oito horas, contadas da
intimação por despacho do Juiz.
§ 1.º - Inverte-se o ônus de prova se a lei presume o fato
até prova em contrário.”
Por último, numa demonstração de respeito a princípios da
própria dignidade humana, o Código ressalta que nenhuma prova se
exigirá seja produzida pelo cônjuge contra o outro, por descendente,
ascendente ou irmãos, uns contra os outros.
4.2. Interrogatório
O policial-militar indiciado (provavelmente o acusado no
processo criminal) será interrogado, competindo ao Encarregado, nos
termos do art. 13 do CPPM. tomar-lhe as declarações.8
Assim, tendo em vista o caráter inquisitivo do termo e do próprio
8
O indiciado nos IPM, feitos por Oficiais de Polícia Militar somente podem ser
policiais militares, já que o civil não é atualmente, sujeito ao foro na Justiça Militar
Estadual. Somente em caso excepcionalíssimo de crime militar, objetivamente
considerado (contra a PMMG, considera instituição militar), o civil seria indiciado, mas
a Justiça Militar Estadual seria incompetente para seu julgamento. Se realmente houver
crime militar, o julgamento seria perante a Justiça Militar Federal.
19
Manual do Inquérito Policial Militar
inquérito, não há obrigatoriedade de defensor, que estará presente no
processo (art. 306. § l.º, do CPPM). A presença do advogado, porém, não
é proibida. Alguns autores até a defendem quando o inquérito é
acompanhado pelo Ministério Público. Depende isto, entretanto, da
permissão do Encarregado, que poderá autorizar que o advogado
acompanhe o indiciado, não podendo, entretanto, fazer perguntas, já que
nem mesmo no processo o advogado poderá fazê-lo.9
O interrogatório do acusado (no IPM, o indiciado) está previsto
no art. 306 do CPPM.
Não é absolutamente necessário que o Encarregado faça todas as
perguntas ali previstas, mas não está impedido de fazer outras, ali não
previstas.
Deve ser esclarecido, entretanto, que se o indiciado negar a
autoria, as perguntas do art. 306 deverão lhe ser formuladas.10
Quanto à confissão, há de se ter em mira que ela não é suficiente
para comprovar a responsabilidade penal de uma pessoa, uma vez que o
direito brasileiro não elege a confissão como prova absoluta. Portanto o
Inquérito não tem por finalidade única a obtenção da confissão do
indiciado e, ainda que esta seja feita, o encarregado deverá continuar a
confissão do indiciado ou demonstrar sua invalidade, apontando outro
indiciado ou, mesmo não conseguindo identificar o autor do crime.
À Justiça não interessa encontrar um culpado e sim sancionar o
responsável pelo delito (Código de Processo Penal Militar).11
Assim, o interrogatório em juízo nada tem do ato pré-processual
da audição do indiciado pelo encarregado do Inquérito Policial Militar
(art. 13), pelo que não se pode ali ver a figura da confissão, que pode ser
consequência ou não, do interrogatório e está demarcada no art. 307 do
CPPM.
9
Sob o ângulo jurisprudencial, “o interrogatório” do acusado constitui meio de prova e
também meio de defesa, este pessoalmente exercido por aquele. Por ser meio de defesa,
o defensor técnico, constituído ou dativo, pode ser considerado dispensável, de acordo
com as circunstâncias do fato concreto. (STF - RTJ 73/760).
10
Walter Acosta - O Processo Penal - 8.ª Edição - 1971 - pág. 221.
11
Se forem vários os indiciados, um não deve ser interrogado na presença do outro. Esta
é a regra do art. 189 do CPP que é válida para o IPM em razão do art. 304 c/c o art. 301
do CPPM.
20
Manual do Inquérito Policial Militar
“Para que tenha o valor de prova, a confissão deve:
a) ser feita perante autoridade competente;
b) ser livre, espontânea e expressa;
c) versar sobre o fato principal;
d) ser verossímel;
e) ter compatibilidade e concordância com as demais provas
do processo.”
Sabidamente, a confissão é retratável; é divisível, pode ser tomada
fora do interrogatório (artigos 309 e 310).
Indubitavelmente, a confissão sem arrimo em outras provas é uma
confissão nua, sem suporte em veementes indícios com as cautelas
definidas no art. 382.12
4.3 Prova Testemunhal
O Vocábulo “testemunha” provém do latim “TESTIMONIUM”
que quer dizer, na linguagem jurídica, a pessoa que atesta a veracidade de
um ato, que presta esclarecimentos sobre fatos que lhe são perguntados,
afirmando-os ou os negando.
Trata-se pois, a prova testemunhal de uma prova pessoal,
inspirando-se a sua adoção na presunção de veracidade nas afirmações
que cada qual prestar.13
12
Há farta jurisprudência sobre o valor probante da confissão feita na fase policial (STF
- Rec. Crim. 1.261, DJU de 02Abr76 e Rec. Crim. 1.352, RTJ 91/750). Sobre a validade
da confissão do co-réu incriminando outro, ver o Acórdão do TJSP - RT 536/309, sendo
que, de acordo com o STF, só é incidível a confissão quando se tratar de prova única
(RTJ 46/273). Nos IPM realizados na Polícia Militar, considerando que em quase todos
eles há multiplicidade de indiciados, devido a natureza da ação policial, quase sempre
em grupo, estas circunstâncias devem ser consideradas com particular interesse.
13
Geralmente no IPM são ouvidos como testemunhas os próprios companheiros do(s)
indiciado(s), o que deve ser evitado e somente feito se não houver pessoas civis, cujo
depoimento, em algumas circunstâncias, pode ser dito como isento, imparcial,
insuspeito afinal. Por outro lado, há um natural constrangimento de o subordinado depor
contra o superior e vice-versa. Se são companheiros, o constrangimento será maior
ainda.
Com referência a depoimentos de policiais, chega a haver mesmo duas
correntes jurisprudenciais que discutem o valor jurídico deste testemunho, sendo
21
Manual do Inquérito Policial Militar
Remarque-se que o valor probante do testemunho se atinge
através de vários critérios de avaliação, sendo certo que, em juízo há de
ser indagado o depoente, em respeito ao princípio que emana do art. 352
do Código de Processo Penal Militar, que é mandamental quando ensina
e recomenda, em primeiro lugar, que deve o indagado “relatar o que
souber e que lhe for perguntado sobre os fatos que lhe foram narrados
vale dizer que constarem na denúncia” não bastando que confirme
aquilo que houver respondido quando, ouvido na fase do inquérito
perante o encarregado. (art. 13)
Acentua o Código e a legislação em geral, da obrigatoriedade que
todos têm em depor quando convocados ou requisitados, tal se vê no art.
354, ressalvados os que não podem em relação a parentes em linha direta,
à condição de matrimoniados e os irmãos e os do art. 355, do CPPM.14
Importante considerar-se o crédito que deve dar aos depoimentos
como prova, que não é prevalente, entrando na composição dos
elementos necessários à formação da convicção, observando-se o
disposto no art. 297 do Código.
“O Juiz formará convicção pela livre apreciação do conjunto
das provas colhidas em juízo. Na consideração de cada
prova, o Juiz deverá confrontá-la com as demais, verificando
se entre elas há compatibilidade e concordância”.
Vale assinalar que o testemunho poderá ser o de terceiro, o do
ofendido, o do acusado; e o do co-indiciado, ou o do co-acusado, isto é
co-réu.
15
Nos IPM a prova testemunhal tem sido fartamente utilizada. A partir dessa colocação
chega-se até a exageros como os das famosas testemunhas “por ouvir dizer”, que na
advertência de Heleno Cláudio Fragoso - Jurisprudência Criminal - São Paulo, vol
“”/830, n.º 453, “somente em circunstâncias muito excepcionais podem proporcionar
elementos seguros de convicção no julgador”. Há também as chamadas “testemunhas de
canonização” que só sabem dizer das boas qualidades do indiciado. Há de se levar em
conta que todo e qualquer testemunho pode ser útil, mas deve ser avaliado no contexto
global do quadro probatório.
16
In Revista do Direito Penal, vol. 23, trabalho de Heleno Cláudio Fragoso sobre a
admissibilidade da prova em processo penal.
23
Manual do Inquérito Policial Militar
4.4 Provas Periciais
Dentre as provas, o CPPM, a partir do artigo 314, disciplina a
elaboração das perícias e dos exames. Trata-se de capítulo
importantíssimo e que deve ser objeto de bastante reflexão do
Encarregado do IPM na realização de seu trabalho.
Perícias são, assim, os exames feitos por quem tenha habilitação
técnica e compromisso legal, preexistentes quando se tratar de peritos já
integrados no serviço público, ou, na ocasião, prestado perante o juízo ou
a autoridade que preside o IPM com a finalidade de elucidar a justiça,
tecnicamente, sobre a existência ou não de um fato, que pode configurar
a prática de um crime.
A perícia pode ser formada como uma prova plena, prevalente
sobre as outras. No entanto, deve ela, como as demais, formar o quadro
probatório, ou seja, harmonizar-se com as demais provas.
O Professor ROBERTO LYRA acentua que:
“A perícia auxilia o Juiz no conhecimento do fato e, como
tal, não passível de avaliação técnico-processual. Ela não
atua, porém, no convencimento. Do contrário, estaria
cindida a função jurisdicional, por natureza indivisível”.
Quando a infração for daquelas que deixam vestígios, torna-se
obrigatória a perícia denominada “corpo de delito”, direto ou indireto, na
observância do art. 328 do Código, que, nem só não poderá ser suprida
pela confissão do acusado, como redundará, se não existente, em
nulidade insanável, tal se vê no artigo 500 inciso IV, da norma processual
em exame.
Geralmente, o Encarregado de IPM recebe, prontos, os laudos
periciais, mormente, quando se trata de delitos contra pessoa. Tais laudos
são oriundos do Setor Técnico especializado da Polícia Civil. Isto não
significa, entretanto, que deva dar-se por satisfeito. Havendo necessidade
de novos exames ou esclarecimentos estes devem ser requisitados.17
17
O art. 297 do CPPM dispõe categoricamente que o “Juiz formará convicção pela livre
apreciação das provas colhidas em juízo” (g. n.). Tal assertiva confrontada com a
conceituação de IPM, art. 90, reforça a característica do IPM como procedimento
administrativo que serve de orientação para o titular da ação penal. Há de se levar em
24
Manual do Inquérito Policial Militar
4.5 Prova Documental
Documento é todo objeto que representa, em si, reunida e fixada,
a manifestação, por parte de uma pessoa, de um pensamento, de uma
vontade, ou a enunciação de um fato próprio, ou a narração de um
acontecimento.
O Código estatui da exibição em juízo do documento e sua
juntada, com a audiência das partes, na redação do art. 379, que constitui
formalidade essencial do processo, sob pena da nulidade decretada no art.
500, inciso IV, do mesmo diploma, ditando, ainda sobre o momento da
apresentação, isto é, até que os autos estejam conclusos para julgamento -
art. 378, e da sua devolução, quando findado o feito, como determina o
art. 381.
Mas requerendo que bem se diga do documento como prova, que
não está evidentemente na sua materialidade, ficamos, mais uma vez,
com MALATESTA, que, dando os limites do valor probatório, na
hipótese, assim sintetiza condicionando:
“1.º - correspondência entre o que aparece escrito e o que se
escreveu;
2.º - correspondência entre a pessoa que aparece a assinar, quer
intervindo no ato; quer escrevendo-o e a pessoa que na realidade o
assinou somente, ou assinou e escreveu;
3.º - correspondência entre o que acha escrito e o que do escrito
resulta como existente, ter sucedido ou ter sido dito”.18
Especial cuidado deverá ter o Encarregado quando se trate de
cópias fotostáticas que devem ser autenticadas e legíveis.
Quanto ao valor dos documentos deve ser esclarecido que,
enquanto os documentos públicos valem por si mesmos, os particulares
necessitam ser autenticados “quer pela expressa declaração de seu(s)
autor(es) quer pelo reconhecimento de letra e firma, pelo escrivão”
conta, porém, que os tribunais, embora por vezes hesitem, observam, em geral, os
princípios que regulam o alcance e significação da prova colhida no inquérito. Quando
se trata de perícias elas não são repetidas na fase processual (parágrafo único, art. 90,
CPPM), sendo, pois, definitivas. Daí o cuidado redobrado do Encarregado do IPM.
18
Malatesta - A lógica das provas em matéria criminal - pág. 604.
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Manual do Inquérito Policial Militar
(Espíndola Filho - CPP anotado - 1949 - III (171).
4.6 Prova Indiciária
Galdino Siqueira, sobre o indício, assim se define, citando outros
autores:
“Indício é o fato, circunstância acessória que se liga ao
crime, e por onde se conclui, que o crime foi consumado, que
um determinado indivíduo nele tomou parte, ou que há crime
e que foi consumado de tal ou qual maneira. Assim, os
indícios versam ou sobre o fato, ou sobre o agente ou sobre o
modo do fato.”
Para não confundir “indícios” com “presunções” nos reportamos a
CARRARA, segundo o qual indícios são circunstâncias que nos revelam,
pela conexão que guardam com o "fato probando", a existência desse
mesmo fato, ao passo que as presunções exprimem a própria persuasão
desta existência.
Da definição se consagra, pois, que o indício pode conduzir à
prova plena, através da dedução. No Acórdão 40.727 - diz o Ministro
Lima Torres, que a “prova indiciária justifica apenas o oferecimento de
denúncias”. Há preocupação de que, em juízo a prova se robusteça. Caso
contrário, impor-se-á a absolvição. Para pronúncia, no processo penal
comum, segundo o STF (RTJ 46-309) “os indícios devem ser suficientes,
tanto da existência do crime quanto de que seja o réu o seu autor”.19
Sob tal condicionamento, para que o indício seja prova, além do
requisito de casualidade, impõe a lei que a circunstância conhecida
coincida com a prova colhida no processo, direta ou indireta, porém
necessariamente outra.
19
Revista do Superior Tribunal Militar - ano IV - n.º 04 -1978.
26
Manual do Inquérito Policial Militar
CAPÍTULO II
1
Redação dada pela Resolução n.º 3234, de 24Nov95.
27
Manual do Inquérito Policial Militar
prisão, podendo o juiz Auditor, se discordar da necessidade invocada,
determinar o seu relaxamento, colocando o indiciado em liberdade.
O inquérito será encerrado com minucioso relatório do seu
encarregado, no qual mencionará todas as diligências feitas e os
resultados obtidos sobre o fato delituoso. Minucioso relatório não
significa permitir ao encarregado adotar posição muitas vezes parciais e
extremadas, assumindo, não raro, o papel de autêntico defensor, até com
citações doutrinárias e jurisprudenciais para justificar a ação praticada
pelo investigado. A posição do encarregado há de ser de isenção, até
porque ao Representante do Ministério Público cabe a atribuição de
capitular o crime, oferecer ou não a denúncia, conforme os elementos
informadores contidos nos autos. Ao concluir o Inquérito a autoridade
policial pode, se entender necessário, pedir a decretação da prisão
preventiva do indiciado. Tal como na legislação comum não pode a
autoridade policial mandar arquivar autos de inquérito, ainda que
conclusivo pela inexistência de crime ou inimputabilidade.
3. DA AÇÃO PENAL E DE SEU EXERCÍCIO
Na legislação militar a ação penal é pública incondicionada. Só
pode ser promovida por denúncia do Representante do Ministério
Público. Inexiste ação privada. Mas qualquer pessoa, no exercício do
direito de representação, poderá provocar a inciativa do Ministério
Público, dando-lhes todas as informações sobre fato que constitua crime
militar. A denúncia, segundo o mandamento do art. 30 do CPPM, deve
ser apresentada sempre que houver prova do fato que, em tese, constitua
crime e indícios suficientes de autoria. Mesmo na hipótese de
comprovada excludente de criminalidade a denúncia tem de ser oferecida
pelo Ministério Público.
Questão interessante e que merece destaque é a figura do
assistente de acusação dentro da legislação militar. O art. 60 do CPPM
permite ao ofendido, seu representante legal e seu sucessor habilitar-se a
intervir no processo como assistentes do Ministério Público. O seu
parágrafo único diz quem é representante legal e sucessor:
“para os efeitos deste artigo, considera-se representante
legal o ascendente ou descendente, tutor ou curador do
ofendido, se menor de dezoito anos ou incapaz; e sucessor, o
seu ascendente, descendente, ou irmão, podendo qualquer
28
Manual do Inquérito Policial Militar
deles, com exclusão dos demais, exercer o encargo, ou
constituir advogado para esse fim, em atenção à ordem
estabelecida neste parágrafo, cabendo ao juiz a designação
se entre eles não houver acordo”.
O legislador, provavelmente e por omissão, excluiu o cônjuge do
rol dos que podem intervir no processo como assistente de acusação. A
lacuna, sem dúvida alguma, é injustificável porque o cônjuge tem
legitimo interesse no deslinde do processo, por isso mesmo considero-a
passível de correção pela analogia ao Código de Processo Penal comum.
O assistente, admitida a habilitação, tem atuação bastante limitada. Não
lhe é permitido arrolar testemunhas, nem requerer diligências OU
expedição de cartas precatórias que retardem o curso do processo e nem
mesmo interpor recursos. Assim, se o Representante do Ministério
Público se conformar com a decisão prolatada pelo Conselho, nenhuma
medida poderá tomar o assistente de acusação.
4. DAS PROVIDÊNCIAS QUE RECAEM SOBRE A PESSOA
No capítulo terceiro, o Código trata das providências que recaem
sobre a pessoa, inciando-se pela prisão provisória. Em relação ao Código
de Processo Penal Comum pouca diferença existe. Tanto nesta quanto
naquela, a segregação provisória decorre ou da prisão em flagrante delito,
prisão preventiva ou da prisão temporária.2 Esta pode ser decretada pelo
Juiz Auditor ou pelo Conselho de Justiça, de oficio, a requerimento do
Ministério Público ou mediante representação da autoridade encarregada
do Inquérito Policial Militar, em qualquer fase do processo, desde que
concorram os requisitos seguintes: prova do fato delituoso e indícios
suficientes de autoria. Convém salientar que a competência do Juiz
Auditor para a decretação da prisão preventiva restringe-se à fase de
investigações e até antes do recebimento da denúncia. Após isso a
competência é transferida para o Conselho de Justiça que deverá
examinar a necessidade da prisão provisória. Evidentemente, nada
impede que o Juiz Auditor, conduzido pela necessidade da medida, a
decrete para posterior ratificação pelo Conselho.
No capítulo da Liberdade Provisória o Código de Processo Penal
Militar prevê três hipóteses em que ela deve ou não ser concedida. Em
2
Redação dada pela Resolução n.º 3234, de 24Nov95.
29
Manual do Inquérito Policial Militar
primeiro lugar, livrar-se-á solto o indiciado ou acusado que houver
cometido infração a que não for cominada pena privativa da liberdade. A
legislação não contempla penas pecuniárias, mas prevê penas de reforma
ou suspensão do posto que evidentemente não privam a liberdade.
O parágrafo único do art. 270 do CPPM estabelece que o
indiciado ou acusado poderá livrar-se solto se:
a) a infração for culposa, salvo se compreendida entre as
previstas no Livro I, Título I, da parte especial do Código Penal Militar.
São os crimes contra a segurança externa do País (arts. 136 a 141);
b) se a infração for punida com pena de detenção não superior a
dois anos, salvo as previstas nos arts. 157, 160, 161, 163, 164, 173, 176,
177, 178, 187, 235, 299, 302 do CPM.
Visando tutelar a hierarquia e a disciplina, esteios de qualquer
organização militar, a lei vedou a concessão da liberdade provisória a
praticamente todos os delitos propriamente militares. A restrição é
plenamente justificável, pois não se compreende que militar, autuado em
flagrante delito pela prática de violência contra Superior, por desrespeito
a superior, por insubordinação, deserção, pederastia no interior do
quartel, ou qualquer outro crime essencialmente militar, viesse
beneficiar-se da liberdade provisória. o convívio com seus pares, sem
uma decisão definitiva para a sua falta, não só afetaria a hierarquia como
ainda poderia servir de estímulo a outras indisciplinas.
Ainda no campo da liberdade provisória encontra-se a menagem3,
figura desconhecida na legislação comum. E concedida pelo Juiz nos
crimes, cujo máximo da pena Privativa da liberdade não exceda quatro
anos, tendo-se, porém, em conta a natureza do crime e os antecedentes do
acusado. Somente será concedida depois de prévia audição do Ministério
Público e de informações da autoridade responsável pelo comando da
área a respeito de sua convivência. A menagem poderá ser intra ou extra
muros, a critério da autoridade judiciária.
5. DO INÍCIO DO PROCESSO ORDINÁRIO
Basicamente, o Código de Processo Penal Militar só prevê um rito
processual, exceto no caso de deserção de Oficial. O processo ordinário
3
Segundo LOUREIRA NETO (1992, p. 90/95) a menagem se constitui em espécie de
prisão provisória fora do cárcere.
30
Manual do Inquérito Policial Militar
inicia-se com o recebimento da denúncia. O Juiz Auditor, ao receber a
denúncia, convocará o Conselho Permanente de Justiça ou providenciará
o sorteio do Conselho Especial, em se tratando de Oficial acusado. O
Conselho Permanente é sorteado e instalado para a duração de três
meses. Renova-se a cada trimestre. A sua competência é somente para os
processos em que estejam envolvidas os praças, alcançando do soldado
ao aspirante a oficial. Já o Conselho Especial, competente para julgar os
oficiais do tenente ao tenente-coronel, é convocado para cada processo.
A sua atuação encerra com o julgamento, só devendo ser reconvocado na
hipótese de anulação do processo ou da sentença.
Recebida a denúncia o Juiz Auditor marcará dia e hora para
interrogatório após a citação do acusado. Segue-se a audição das
testemunhas numerárias ou indicadas pelo Representante do Ministério
Público. A lei processual não admite a defesa prévia, a exemplo da
legislação comum. Assim, a defesa poderá arrolar testemunhas, não
excedente de três para cada acusado, em qualquer fase do processo, desde
que não ultrapasse o prazo de cinco dias da oitiva da última testemunha
do Ministério Público. Apresentado o rol pela defesa, o Juiz Auditor
providenciará a audição das testemunhas e em seguida consigna às partes
o prazo comum de cinco dias para requerimento de diligências. Se nada
requererem, passa-se para a fase das alegações finais, podendo as partes
apresentá-las por escrito ou reservar o plenário para produzi-las. Em
seguida o Juiz proferirá o despacho saneador, podendo ordenar
diligências para sanar qualquer nulidade ou suprir falta prejudicial ao
esclarecimento da verdade. Considerando o processo devidamente
preparado, designará dia e hora para julgamento, notificando-se as partes,
inclusive o assistente, se houver, e requisitando o acusado preso à
autoridade que o custodie. Aspecto peculiar da legislação militar é que
todo e qualquer processo, desde uma simples lesão corporal - muitas
vezes de natureza levíssima - a delitos de extrema gravidade,
obrigatoriamente é levado a julgamento oral perante a unanimidade do
Conselho. Ausente qualquer de seus membros o julgamento tem de ser
adiado. Como se verifica, não obstante a celeridade da instrução criminal,
o desate do processo, por vezes, fica seriamente prejudicado. Perde-se
tempo valioso com um ritual quase semelhante ao do Tribunal do Júri. As
partes dispõem do elástico período de três horas para a exposição de seus
fundamentos, com a previsão de uma hora a mais, tanto para a acusação
31
Manual do Inquérito Policial Militar
quanto para a defesa, no caso de réplica e tréplica. Seria desejável e até
necessário que a lei processual militar, nesse passo, e sobretudo para uma
melhor aplicação no âmbito estadual, sofresse alteração de modo a
permitir ao Juiz Auditor decidir sozinho determinados processos, máxime
os de menor importância, reservando à apreciação do Conselho os delitos
que mais profundamente agredissem a sociedade. A alteração viria
favorecer a própria justiça como um meio eficaz de acelerar o desfecho
dos processos.
Mas, voltando ao procedimento a que estamos nos referindo, após
os debates o Conselho de Justiça passa a decidir em sala secreta. O Juiz
Auditor deve relatar o processo, confrontando as provas produzidas,
analisando os fundamentos e os pedidos das partes. Ao final profere o seu
voto, colhendo os dos demais Juizes, respeitando o critério de
antiguidade do posto. Em seguida é redigido um extrato da decisão do
Conselho que é lido na reabertura da sessão. O Juiz Auditor deverá
prolatar a sentença no prazo de sete dias, ainda que tenha sido vencido na
decisão. Neste caso, acompanhando a sentença, deverá trazer o voto
escrito justificando os motivos de seu convencimento.
A respeito do julgamento, o que mais chama atenção, o que mais
eloquentemente provoca frequentes vivos e acirrados debates é o fato de
Conselho Permanente ou Especial poder, unilateralmente, por seu próprio
alvedrio, desclassificar o delito capitulado na inicial.
Diz, in verbis, o art. 437 do CPPM:
“O Conselho de Justiça poderá: a) dar ao fato definição
diversa da que constar na denúncia, ainda que, em con-
sequência, tenha de aplicar pena mais grave, desde que
aquela definição haja sido formulada pelo Ministério Público
em alegações escritas e a outra parte tenha tido a
oportunidade de respondê-lo”.
O Superior Tribunal Militar, em alguns julgados, tem inquinado
de nulidade tais desclassificações operadas pelos Conselhos de Justiça
sem o prévio pronunciamento da acusação, por escrito, e a outra parte
tenha tido a oportunidade de respondê-la. A matéria sobre ser
controvertida não é pacífica e constantemente vem merecendo exame
mais aprofundado de outros tribunais, particularmente do tribunal de
32
Manual do Inquérito Policial Militar
Justiça Militar do Estado de Minas Gerais que, em reiterados julgados,
tem admitido a desclassificação, mesmo sem a iniciativa escrita do
Ministério Público, para beneficiar o acusado. Parece-nos que a exceção
prevista à possibilidade de desclassificação refere-se tão somente aos
casos em que a nova definição jurídica venha importar na aplicação de
pena mais grave.
6. DOS RECURSOS
O Código de Processo Penal Militar admite os seguintes recursos:
em sentido estrito, apelação, embargos, revisão, o recurso extraordinário,
o agravo de instrumento contra o despacho de inadmissão do
extraordinário e ainda o recurso ordinário para o Supremo Tribunal
Federal das decisões denegatórias de Habeas Corpus. A peculiaridade
está no que respeita aos embargos porque o art. 538 do CPPM prevê que
tanto o Ministério Público quanto o réu poderão opor embargos de
nulidade, infringentes do julgado e de declaração às decisões finais
proferidas pelo Superior Tribunal Militar. Como se verifica, em
comparação à legislação comum, houve evolução da legislação militar,
ou que aquela não estendeu tal recurso também à acusação.
7. DA EXECUÇÃO DA SENTENÇA - DOS SEUS INCIDENTES
A execução da sentença, segundo o determinado pelo art. 588 do
CPPM, compete ao Auditor da Auditoria por onde correu o processo, ou
nos casos de competência originária do Superior Tribunal Militar, ao seu
presidente. A Lei, como se vê, não prevê uma auditoria de execuções
criminais. O Juiz Auditor que julga é o que executa a sua sentença.
No que concerne à Suspensão Condicional da Pena, o Código de
Processo Penal Militar a contempla para a pena privativa da liberdade
não excedente de dois anos e pelo prazo não inferior a dois anos e nem
superior a seis anos. A particularidade está na restrição à concessão do
beneficio em determinados casos. Veda-o aos delitos contra a segurança
nacional, de aliciação ou aliciamento, de violência contra superior, oficial
de serviço, sentinela, vigia ou plantão, de desrespeito a superior e
desacato, de insubordinação, insubmissão ou de deserção e a outros
tipicamente militares. Basicamente é a mesma restrição para a liberdade
provisória como já tivemos oportunidade de demonstrar linhas atrás.
CONCLUSÃO - Procurei destacar, despido de qualquer
33
Manual do Inquérito Policial Militar
preocupação doutrinária, que demandaria estudo mais aprofundado, e
atento apenas à vivência do cotidiano, alguns dos vários aspectos da
legislação processual militar, que diferenciam-na da legislação comum.
Trata-se de um Código com praticamente um rito processual.
É, entretanto, desejável e útil que venha ser mais simplificado,
especialmente no processamento e julgamento de crimes apenados com
sanções leves, possibilitando a agilização da Justiça Militar que, por sua
natureza, deve primar pela celeridade, com economia de tempo e de
recursos financeiros.
Realmente não se compreende, que processos como os relativos a
crimes de lesão corporal leve, e até levíssima (inovação no Direito Penal
Militar) tenham o mesmo rito daqueles referentes aos crimes dolosos
contra a vida, todos semelhantes aos procedimentos do Tribunal do Júri,
no processo comum.
As suas várias peculiaridades se justificam plenamente porque a
intenção do legislador - e nem poderia ser outra - é a de tutelar e
preservar a hierarquia e a disciplina que regem as instituições militares. E
um instrumento moderno e útil à prática da Justiça Militar. Uma
codificação abrangente, completa, e raríssimas vezes o seu aplicador
sente necessidade de recorrer à legislação comum para suprir faltas ou
omissões.
(Publicado na Revista de Estudos e Informações da Justiça Militar
do Estado de Minas Gerais).
34
Manual do Inquérito Policial Militar
CAPÍTULO III
1
As conceituações aqui apresentadas são sintéticas, objetivando dar uma primeira
situações especiais que ocorrem no processo militar. A definição mais concreta ou
explicação mais detalhada poderá ser encontrada no Corpo do Manual.
35
Manual do Inquérito Policial Militar
AVALIAÇÃO - ato realizado por peritos com a finalidade de
apurar o valor da coisa destruída, deteriorada ou desaparecida que foi
objeto da infração penal.
AVOCAÇÃO - chamamento a si da solução final do IPM, o que
ocorre quando o Cmt não concorda com a conclusão apresentada.
BUSCA - procura ou pesquisa visando encontrar pessoal ou
material que tenham relação de uma forma ou de outra com o fato
delituoso.
CARTA PRECATÓPIA - documento que se remete a uma
autoridade solicitando-lhe a audição de pessoa que se encontra em sua
jurisdição.
CERTIDÃO - ato através do qual o escrivão dá conhecimento ao
encarregado do inquérito do cumprimento ou não das determinações
contidas no seu despacho. Serve também para assinalar a ocorrência de
algum fato relevante, de interesses futuro dos autos.
CITAÇÃO - chamamento do réu a juízo para ver-se processar.
Emana de ordem judicial. O réu não pode ser interrogado (no processo)
sem antes ser citado. Há um caso de citação pela autoridade policial,
quando esta desenvolve o processo sumário. Exemplo: Lei 4.611/65.
COMPROMISSO - juramento prestado pelo escrivão ou peritos
de cumprirem fielmente as determinações do encarregado do inquérito e
do CPPM e guardarem sigilo do que tiverem conhecimento. Ainda,
juramento prestado pela testemunha de dizer a verdade em seu
depoimento.
CONCLUSÃO - ato do qual o escrivão, após o término dos
trabalhos oriundos do despacho, faz a entrega dos autos ao encarregado
do inquérito.2
CONDUTOR - agente que apresenta o conduzido à autoridade
competente para ratificar a prisão e promover a lavratura do APF.
2
Nos IPM observa-se que o excesso de formalismo tem prejudicado os trabalhos.
Assim, esse novo Manual objetiva ser mais prático, racional, com eliminação de alguns
dos termos privativos do Escrivão ou pequenos termos de movimento, como:
“recebimento”, “conclusão”, “data”, “juntada”, “apensamento”, “certidão”.
36
Manual do Inquérito Policial Militar
CORPO DE DELITO - conjunto de elementos sensíveis ao fato
delituoso, constatados através de exames periciais, que visam
materializar, tipificar e qualificar a infração.
CRIME MILITAR - ilícito penal praticado nas condições
previstas nos artigos 90 e 10 do CPM.
DELEGAÇÃO - atribuição de poderes de polícia judiciária
militar para instauração de IPM, que poderá ser retomada, tornando-se
insubsistente o ato que a outorgou, por razões legais ou administrativas.
DESPACHO - ato através do qual o encarregado do inquérito
determina providências a serem tomadas pelo escrivão.
DETENÇÃO - recolhimento em local próprio, por tempo
permitido por lei, que o encarregado do IPM pode impor ao indiciado
policial-militar. Por se tratar de medida privativa de liberdade é
instrumento que deve ser utilizado em último caso e com a devida
comunicação ao MM Juiz Auditor.
DILIGÊNCIAS - ação levada a efeito para apuração do fato
delituoso que motivou o inquérito; são os atos praticados visando a
elucidação das circunstâncias, autoria e materialização da infração
cometida.
ENCARREGADO - nome que se atribui ao oficial a quem se
destinou a portaria para instauração do IPM.
ESCREVENTE - militar designado para executar os trabalhos de
datilografia quando o escrivão designado para o inquérito não for
datilógrafo. Trata-se de situação excepcional.
ESCRIVÃO - militar (primeiro ou segundo tenentes, subtenente
ou sargento) designado para executar os trabalhos de datilografia e
demais providências determinadas pelo encarregado do IPM, previstas no
CPPM. É o responsável pela estética, formalização e guarda dos autos.
Ao escrivão também pode ser dada missão de levantar subsídios, realizar
diligências complementares, esclarecedoras, do que lavrará um
respectivo termo, relatando os trabalhos.
EXAME - estudo, pesquisa, averiguação de um estado de coisa.
EXUMAÇÃO - ato de se proceder ao desenterramento de cadáver
37
Manual do Inquérito Policial Militar
para nele se processar o exame cadavérico de necrópsia.
HOMOLOGAÇÃO - aprovação da solução (conclusão final)
apresentada pelo Encarregado do IPM.
HORÁRIO DIURNO - tempo estabelecido por lei, compreendido
entre as sete e dezoito horas para audição de pessoas.
IDONEIDADE - bom conceito social (moral e profissional), que
torna uma pessoa digna de credibilidade.
IMPEDIMENTO - situação existente que obsta a participação de
determinada pessoa inquérito.
INCOMUNICABILIDADE - proibição a um preso de se
comunicar com outrem.
INDICIADO - pessoa sobre a qual pairam as acusações da prática
ou mesmo indícios cometimento do fato delituoso. Nos IPM destinados à
JME somente policiais-militares podem ser indiciados, visto que esta não
tem competência para julgar civis.
INFORMANTE - testemunha da qual a lei não exige
compromisso de dizer a verdade em seu depoimento.
INQUIRIÇÃO - tomada de depoimento de testemunhas.
INTERROGATÓRIO - audição do indiciado em juízo, também
usado na fase do inquérito.
INTIMAÇÃO - ato de compelir alguém a comparecer perante o
encarregado do Inquérito.
IPM - Inquérito Policial Militar - peça informativa elaborada por
um Oficial com a finalidade de apurar uma infração de natureza militar,
para oferecimento de elementos necessários à propositura da ação penal.
JUNTADA - ato através do qual o escrivão faz a anexação ao
processo de documentos vindo ás mãos do encarregado do inquérito e
que interessam ao IPM.
MINISTÉRIO PÚBLICO - titular da pretensão punitiva do
Estado. Hoje não mais existe a terminologia Ministério Público Militar
junto à JME.
NOMEAÇÃO - designação de pessoa para o exercício de
determinada função no IP M, como escrivão, perito, etc.
38
Manual do Inquérito Policial Militar
NOTA DE CULPA - instrumento pelo qual se dá ao preso ciência
dos motivos de sua prisão, bem como de seu condutor e testemunhas.
NOTIFICAÇÃO - ciência dada para prática de ato devido e
futuro. Geralmente para comparecimento em local, data e horário
determinados para a execução do ato. Em juízo a testemunha é
notificada.
OFENDIDO - pessoa física ou jurídica atingida diretamente pelo
ato delituoso.
PERÍCIA - exame técnico procedido por perito, retratado através
de laudo pericial.
PERITO - técnico designado para examinar e dar parecer sobre
assunto de sua especialidade.
PORTARIA - documento através do qual autoridade designa e
delega competência a um oficial para instaurar um IPM. Indica, também,
no caso do IPM, a abertura dos trabalhos, na qual o Encarregado dá as
primeiras ordens sobre a condução do trabalho. A primeira é a “Portaria
de designação” a segunda é a “de instauração do IPM”.
PRAZO - período de tempo estipulado legalmente para
determinado ato ou realização de um trabalho.
PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO - ato de prender o agente
estando ele cometendo a infração penal, acabando de cometê-la, é
perseguido logo após em situação que faça presumir ser ele o autor da
infração ou encontrado logo após com instrumentos, armas, objetos ou
papéis que autorizem aquela presunção.
PRISÃO PREVENTIVA - ato processual penal cautelar decretado
pelo Juiz tanto na fase investigatória como processual.
PRORROGAÇÃO - dilatação do prazo anteriormente fixado, por
circunstâncias imprevistas no decorrer do inquérito.
PROVAS - conjunto de elementos que promovem o
convencimento da certeza da existência do fato e sua autoria.
QUALIFICAÇÃO - dados que individualizam uma pessoa,
utilizado no início de cada tomada de declarações. Deve conter: nome
completo, nacionalidade, naturalidade, idade, filiação, estado civil,
profissão, residência, posto ou graduação e unidade em que serve, se
39
Manual do Inquérito Policial Militar
militar.
QUESITOS - perguntas previstas em legislação para cada caso
específico além de outras julgadas convenientes pelo encarregado do
inquérito a serem feitas aos peritos.
RECEBIMENTO - ato praticado pelo escrivão todas as vezes que
receber do encarregado os autos para providências.
RECONHECIMENTO - termo através do qual se procede a
confirmação ou não da identificação de uma pessoa ou coisa.
RECONSTITUIÇÃO - reprodução simulada do fato delituoso na
conformidade da lei.
RELATÓRIO - documento final do IPM, ou do APF no qual seu
encarregado descreve minuciosamente o fato apurado e faz sua conclusão
final, cujo nome é “solução, que poderá ser ou não homologada pelo Cmt
da OPM.
REINQUIRIÇÃO - ato de reperguntar a uma pessoa inquirida
anteriormente, que deixou alguma coisa a ser esclarecida.
REMESSA - ato de entrega do inquérito, após o seu término, à
autoridade delegante.
REQUISIÇÂO - pedido formulado pelo encarregado do IPM
solicitando a uma autoridade o comparecimento de pessoas, fornecimento
de documentos, materiais, ou ainda outras providências necessárias ao
inquérito.
RESTITUIÇÃO - devolução do bem ao lesado ou a terceiro de
boa fé feita pelo encarregado do inquérito, da qual se lavra o respectivo
termo.
SEQUESTRO - apreensão de bens em posse do indiciado ou de
terceiro por serem produtos da infração penal ou adquiridos com
proventos da mesma.
SOLUÇÃO - conclusão final a que chega o encarregado do IPM
na qual se manifesta sobre a existência ou não de crime, contravenção
penal ou transgressão disciplinar e as providências a serem adotadas.
SUSPEIÇÃO - situação existente que compromete a
imparcialidade do encarregado do IPM perante a justiça. Deve ser
declarada por ele quando ocorrer a situação.
40
Manual do Inquérito Policial Militar
TEMPO DE INQUIRIÇÃO - período de tempo consecutivo de
inquirição permitido por lei.
TERMO - documento que formaliza os atos praticados no curso
do inquérito.
TESTEMUNHA - pessoa chamada a depor no inquérito, por ser
conhecedora do fato de uma forma qualquer.
41
Manual do Inquérito Policial Militar
CAPÍTULO IV
46
Manual do Inquérito Policial Militar
CAPÍTULO V
FORMULÁRIOS DO IPM
1. PORTARIA DE DESIGNAÇÃO1
É o documento que contém a ordem da autoridade de Polícia
Judiciária Militar (Cmt da OPM, Chefe, Diretor, etc.), determinando a
apuração do delito e delegando ao Oficial o poder para realizar o
trabalho.
A Portaria deve ser genérica, devendo ser evitada aquela tipo-
relatório onde já se acha descrito o fato, em suas minúcias ou a Podaria
tipo-sentença, onde já existe pronunciamento sobre o estrito
cumprimento do dever legal, estado de necessidade, etc. Todavia, deve-
se indicar, mesmo que em tese, a capitulação do tipo penal previsto
na lei penal militar.
Há essencial diferença da Portaria do IP, na qual a autoridade
policial instaura, ela própria, o inquérito, e já traça as ordens centrais
para a investigação, planejando, ali, o seu trabalho. Se o Oficial estiver
destacado, a Portaria poderá ser até por via telefônica ou por qualquer
meio de comunicação hábil, naturalmente ratificada, depois por escrito.
Conforme preceitua o art. 10 do Código de Processo Penal
Militar, o IPM poderá ser iniciado por seis modos, dos quais
relacionamos 4 (quatro) que mais comumente ocorrem, ou sejam:
“a. de ofício, pela autoridade em cujo âmbito de jurisdição ou
comando ocorreu a infração penal, atendida a hierarquia do infrator (art.
10, letra “a”);
b. por determinação ou delegação da autoridade militar superior,
que, em caso de urgência, poderá ser feita por via telegráfica ou
radiofônica e confirmada, posteriormente, por oficio (art. 10, letra “b”);
c. a requerimento da parte ofendida ou de quem legalmente a
representa, ou em virtude de representação devidamente autorizada de
1
Redação dada pela Resolução n.º 3502, de 19Ago99.
47
Manual do Inquérito Policial Militar
quem tenha conhecimento de infração penal, cuja repressão caiba à
Justiça Militar (art. 10. letra “e);
d. quando, de Sindicância feita em âmbito de jurisdição militar,
resulta indício da existência de infração penal militar (art. 10, letra “f”).”
A seguir encontram-se os modelos de Portaria para cada um dos
processos de início de Inquérito Policial Militar acima enumerados.
Outros tipos de Portaria (de restauração de autos, novas
diligências determinadas pela Justiça, requisição do MP e do TJM)
podem ocorrer.
Juntamos, a seguir, os modelos.
Em qualquer das situações acima a Portaria poderá trazer, num
segundo item, a designação do Escrivão. O normal, entretanto, é que o
próprio Encarregado o faça.
Quanto ao caso citado na alínea “d”, retro, pode ocorrer caso em
que a Sindicância, bem realizada, já contenha prova suficiente do delito e
da autoria, razão pela qual deve, o sindicante, elaborar relatório
circunstanciado, pelo qual indicará:
a) se o fato constitui crime militar, ou comum, havendo
transgressões disciplinares residuais ou subjacentes;
b) se o fato não constitui crime militar ou comum, mas há
transgressão disciplinar;
c) se o fato constitui contravenção penal e também (ou não)
transgressão disciplinar;
d) se o fato não constitui crime militar ou comum, nem
transgressão disciplinar.
Em todas as situações, deve ser o fato, ainda que em tese,
capitulado de acordo com sua previsão legal, em tese, na lei penal militar,
haja vista a possibilidade da Sindicância substituir o IPM, nos termos do
art. 28, letra “a”, do CPPM.
A autoridade delegante, diante destas circunstâncias, deve
solucionar a Sindicância determinando o seu envio à 1.ª Auditoria da
Justiça Militar, para distribuição.
Na seção de pessoal deve haver um livro de registro de portarias,
48
Manual do Inquérito Policial Militar
contendo todos os dados para acompanhamento (n.º, fato, data de
publicação, recibo, homologação da solução, remessa à Justiça,
indiciados).
A existência deste volume de informações, devidamente
organizado, facilitará a implantação de futuro programa “juscibernético”,
envolvendo toda Instituição e/ou Justiça Militar, para obtenção de dados
rápidos sobre arrolamento de processos, índices de envolvimento de
policiais-militares com a Justiça, avaliação dos trabalhos de polícia
judiciária militar.
Uma observação deve ser feita quanto ao IPM - Reservado. Todo
o Inquérito, em princípio, é sigiloso, nos termos do art. 16 do CPPM.
Assim é redundância dizer IPM-RESERVADO.
Há casos, entretanto, que a publicação em BI da Portaria pode
acarretar prejuízo para as investigações, pois os responsáveis poderão
trabalhar no sentido de destruir, extraviar provas ou até desertarem.
Quando isto puder ocorrer, a publicação da Portaria pode se dar
no final dos trabalhos, em Boletim Reservado-BR, juntamente com a
homologação ou avocação da solução.
Outra orientação importante é que deve haver uma Portaria para
cada inquérito e um inquérito para cada delito, a menos que se trate de
crime continuado (art. 80 - CPM), ou concurso de crimes (art. 79 - CPM),
ou crimes da mesma natureza (art. 78, § 5.º, do CPM).
É errada, pois, aquela Portaria que manda apurar “...uma série de
irregularidades cometidas pelo... no Dst...”.
O IPM feito assim acarretará, no plano judicial, seu
desdobramento em tantos processos quantos forem os delitos verificados,
a menos que o sejam nas situações retro-descritas.
49
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 1
_____________
ESCRIVÃO
_______________
OPM
PORTARIA N.º________
Do (Autoridade delegante)
Ao (Autoridade delegada)
Assunto: Instauração de IPM (determina)
Anexo: Documentos que motivaram a instauração do IPM
_________________________________________
(nome, posto e função da autoridade delegante)
50
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 2
_____________
ESCRIVÃO
_______________
OPM
PORTARIA N.º________
Do (Autoridade delegante)
Ao (Autoridade delegada)
Assunto: Instauração de IPM (determina)
Anexo: Documentos que originaram a instauração do IPM, remetidos
pela autoridade determinadora.
LOCAL E DATA
_________________________________________
(nome, posto e função da autoridade delegante)
51
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 3
_____________
ESCRIVÃO
_______________
OPM
PORTARIA N.º________
Do (Autoridade delegante)
Ao (Autoridade delegada)
Assunto: Instauração de IPM (determina)
Anexo: Documentos que motivam a instauração do IPM - Sindicância
LOCAL E DATA
_________________________________________
(nome, posto e função da autoridade delegante)
52
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 4
_____________
ESCRIVÃO
_______________
OPM
PORTARIA N.º________
Do (Autoridade delegante)
Ao (Autoridade delegada)
Assunto: Instauração de IPM (determina)
Anexo: Documentos apresentados pelo solicitante
LOCAL E DATA
_________________________________________
(nome, posto e função da autoridade delegante)
53
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 5
_____________
ESCRIVÃO
_______________
OPM
PORTARIA N.º________
Do (Autoridade delegante)
Ao (Autoridade delegada)
Assunto: Restauração de autos (determina)
Anexo: Documentos que motivam a instauração
LOCAL E DATA
_________________________________________
(nome, posto e função da autoridade delegante)
Obs.: Não confundir com a Portaria na qual o Cmt mandará investigar a responsabilidade pelo
extravio. Esta objetiva a restauração.
54
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 6
_____________
ESCRIVÃO
_______________
OPM
PORTARIA N.º________
Do (Autoridade delegante)
Ao (Autoridade delegada)
Assunto: Determinação de diligências
Anexo: Processo n.º _____, ____ AJME
LOCAL E DATA
_________________________________________
(nome, posto e função da autoridade delegante)
_____________
ESCRIVÃO
_______________
OPM
PORTARIA N.º________
Do (Autoridade delegante)
Ao (Autoridade delegada)
Assunto: Instauração de IPM (determina)
Anexo: Documento que motivaram a instauração do IPM
LOCAL E DATA
_________________________________________
(nome, posto e função da autoridade delegante)
56
Manual do Inquérito Policial Militar
2. EXAME DE POSSÍVEIS IMPEDIMENTOS
57
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 8
_____________
ESCRIVÃO
LOCAL E DATA
Do (posto e nome), Encarregado do Inquérito
Ao (posto e nome da autoridade delegante)
Assunto: comunicação (faz)
_________________________________________
(nome, posto e função da autoridade delegante)
58
Manual do Inquérito Policial Militar
3. DESIGNAÇÃO E COMPROMISSO DO ESCRIVÃO
Não trazendo a Portaria a designação do escrivão, isto caberá ao
Encarregado do IPM, observando o que determina o CPPM, ou seja,
recaindo em segundo ou primeiro tenente se o indiciado for Oficial e, em
subtenente ou sargento, se o indiciado for praça ou civil.
A designação de Escrivão deverá ser comunicada à autoridade sob
cujo comando serve o designado a qual determinará a publicação em
Boletim Interno.
Após a designação, deverá o Escrivão prestar compromisso que
será lavrado e juntado aos autos.
Levam-se em conta todas as advertências e orientações quanto à
participação do Escrivão.
Sugere-se que cada unidade tenha uma escala de graduados para
distribuição equitativa do serviço a todos. Em primeiro lugar seriam
designados os que fossem datilógrafos, com advertência aos demais que
não possuíssem tal habilidade, de que, chegada a sua vez, seria exigido o
trabalho, dando-se tempo para treinamento, hoje difundido em qualquer
cidade.
A seguir modelos de designação e do termo de compromisso.
59
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 9
_____________
ESCRIVÃO
DESIGNAÇÃO DE ESCRIVÃO
LOCAL E DATA
_______________________________________
(nome, posto do Encarregado do IPM)
60
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 10
_____________
ESCRIVÃO
COMPROMISSO DE ESCRIVÃO
_______________________________________
(nome e posto do Encarregado do IPM)
_________________________________________
(nome, posto ou graduação do Escrivão)
61
Manual do Inquérito Policial Militar
4. PORTARIA DE INSTAURAÇÃO2
2
Redação dada pela Resolução n.º 3502, de 19Ago99.
62
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 11
_____________
ESCRIVÃO
PORTARIA
___________________________________
(nome e posto do Encarregado do IPM)
Obs.: a) Este documento é, necessariamente, a folha n.º 02 dos autos, vindo logo
depois da capa. No Manual anterior esta orientação era implícita e gerou dúvidas, que
foram sanadas com orientações posteriores.
b) Se a Portaria for abrangente não será necessário o primeiro despacho conforme
modelo n.º 13. Caso o Encarregado opte por determinar medidas mais tarde pode deixar
a explicação das ordens para aquela futura oportunidade. Refrise-se entretanto, que o
fazendo na Portaria de instauração, estará economizando tempo e sendo mais racional.”
63
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 12
_____________
ESCRIVÃO
_______________
OPM
AUTUAÇÃO
Aos ___ dias do mês de ______ de _____ nesta cidade de ____,
Estado de _______, no Quartel do ____ autuo a portaria e demais
documentos que a este junto e me foram entregues pelo Encarregado do
presente inquérito; de que, para constar, lavro este termo.
Eu, (posto ou graduação e nome), servindo de escrivão, o escrevi
e assino.
___________________________________
(nome, posto ou graduação do Escrivão)
64
Manual do Inquérito Policial Militar
5. PRIMEIRO DESPACHO E SEU CUMPRIMENTO
O Encarregado do IPM, depois da autuação, verificará as
providências a serem tomadas, proferindo este primeiro despacho, caso
não o tenha feito na própria portaria de instauração ou de abertura.
Neste documento o Encarregado deverá se preocupar com as
providências realmente mais prementes e mais oportunas, bem como
aquelas que demandam tempo para o seu cumprimento.
O despacho é variável, dependendo das provas a serem coligidas
para a elucidação da infração penal.
Contém os despachos, determinações, recomendações, instruções,
ordens, que não foram transmitidas na portaria de instauração (modelo n.º
13).
Tendo em vista ritmo mais racional, que está sendo imprimido
neste Manual, não há necessidade daqueles termos de conclusão,
recebimento, data, que constavam dos modelos antigos.
O Escrivão e/ou auxiliares, tão logo cumpram as ordens, lavrarão
um termo de certidão, dando conta da realização das diligências que
impliquem em fato de relevância para o inquérito. Por exemplo: um
agente é designado para localizar a vitima e testemunhas. Logo que o
fizer relatará o que conseguiu, podendo, inclusive, adiantar algum fato
que a vitima ou testemunhas tenham lhe adiantado, sobre o mérito.
Tudo isto facilitará a compreensão futura de detalhes que poderão
servir de elemento de convicção.
Segue-se modelo de despacho e certidão respectiva.
65
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 13
_____________
ESCRIVÃO
DESPACHO
__________________________________
(nome, posto do Encarregado do IPM)
Obs: Quanto á diligência recomendada no item 5 poderá ser dada a um auxiliar da equipe de
investigação ou ao próprio Escrivão. Em qualquer caso, o cumprimento da diligência acarretará a
redação de um documento, ilustrativo, sobre a investigação preliminar;
Em casos mais complexos deve ser colocada à disposição do Encarregado uma equipe de
investigação para auxiliá-lo nos levantamentos e localização das provas e testemunhas. Nos casos
mais simples o próprio Escrivão se encarregará disso.
66
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 14
_____________
ESCRIVÃO
CERTIDÃO
____________________________________
(Escrivão)
Ciente.
Junte-se aos autos
Em __/__/__ ________________________________
(Enc. IPM)
_____________
ESCRIVÃO
JUNTADA
_____________________________________
(Nome e posto ou graduação do Escrivão)
Obs.: a) Este documento pode ser chamado também de Certidão e somente será
realizado se os documentos foram conseguidos após a lavratura do Modelo n.º 14. Caso
contrário, poderiam ser relacionados no primeiro item daquele modelo.
b) Importante refrisar que termo de juntada é apenas para documentos extra-
autos;
c) Os modelos a seguir, como são cópias de documentos produzidos no curso do
IPM não necessitam do termo de juntada, caso se torne preciso anexá-los aos autos.
Exemplo: A cópia do ofício dirigido ao IML, se atendido em tempo, não precisa ser
juntada. Basta ser anexado aos autos. Só se fará juntada para provar diligência ou
providência requisitada e não atendida. Com isso procura-se evitar diminuição de papel
no IPM.
68
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 16
_____________
ESCRIVÃO
LOCAL E DATA
_____________________________________
(Nome e posto ou graduação do Escrivão)
________________________________
(Servidor)
69
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 17 - CÓPIA
_____________
ESCRIVÃO
LOCAL E DATA
_____________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)
________________________________
(Indiciado)
70
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 18 - CÓPIA
_____________
ESCRIVÃO
LOCAL E DATA
_________________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)
___________________________________________
(Servidor)
71
Manual do Inquérito Policial Militar
6. AUDIÇÃO DE PESSOAS
a) A Vítima
O trabalho de audição de pessoas (ofendido, indiciado,
testemunhas, etc.) fica a critério do Encarregado do IPM que é o
responsável pelas investigações para a elucidação do fato.
A prática investigatória tem mostrado que na coleta de provas
subjetivas, as declarações do ofendido (se pessoa física e estiver em
condições) poderão fornecer além de subsídios valiosos, o roteiro a ser
seguido para o esclarecimento do fato.
O Encarregado do IPM deverá entrevistar-se com o ofendido uma
ou mais vezes e, quando julgar oportuno, tomar a termo suas declarações.
Se o ofendido for menor, aconselha-se que seja ouvido na
presença dos pais ou responsáveis.
Segue-se o modelo de termo de perguntas ao ofendido:
72
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 19
_____________
ESCRIVÃO
_________________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)
_________________________________________
(Ofendido)
_________________________________________
(Pai ou responsável do ofendido menor)
_________________________________________
(Nome e posto ou graduação do Escrivão)
73
Manual do Inquérito Policial Militar
b) Indiciado
O termo de perguntas ao indiciado deverá ser tomado,
obrigatoriamente, na presença de duas testemunhas.
Essas testemunhas são chamadas de testemunhas do ato e não do
fato. Isto quer dizer que elas não precisam conhecer nada a respeito do
fato delituoso.
A finalidade dessas testemunhas consiste na prova de que as
declarações constantes do termo são exatamente aquelas apresentadas
pelo indiciado e, que as mesmas foram obtidas sem qualquer coação ou
imposição por parte do Encarregado do IPM.
Caso o indiciado não saiba ou não possa assinar, deverá o
Escrivão substituir ao final do termo a expressão “com o indiciado” pelos
nomes das testemunhas, que assinarão a rogo daquele.
Pode ocorrer caso de indiciado menor de 21 anos. Neste caso,
como se trata de policial-militar (já que somente este é o indiciado em
nossos IPM), portanto maior de 18 anos, o tratamento não é diferenciado.
Os art. 50 e 51 do CPM somente se preocupam com menores de 18 e
maiores de 16 anos, estabelecendo as regras a serem seguidas com
relação aos mesmos.
Caso o indiciado pleiteie ser ouvido na presença de seu advogado,
o Encarregado do IPM observará o art. 16 do CPPM.
Segue-se modelo de perguntas ao indiciado. Não há necessidade
de assentada.
74
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 20
_____________
ESCRIVÃO
_________________________________________
(Nome e posto ou graduação do Escrivão)
75
Manual do Inquérito Policial Militar
c) Testemunhas
Na inquirição de testemunhas existem vários aspectos a serem
observados. em sua maioria resultantes de determinação legal:
a) A intimação de testemunhas deverá ser feita com uma
antecedência mínima de vinte e quatro horas do ato a que se refere;
b) O número de testemunhas não poderá ser inferior a três,
ficando o número acima daquele a critério do Encarregado que decidirá
quanto à necessidade ou não;
c) Havendo mais de um indiciado, o número de testemunhas
deverá ser num mínimo de seis;
d) Deve-se evitar o arrolamento de pessoas que nada sabem do
fato;
e) Existem pessoas que não são obrigadas a depor, mas, se o
forem, não se lhes exigirá o compromisso legal (Art. 352 § 2.º e Art. 354
do CPPM);
f) Excetuando aquelas nos artigos acima referidos, todas as
demais deverão prestar o compromisso ao depor;
g) Como testemunha, nada obsta que o Oficial de posto superior
ou mais antigo do que o Encarregado preste depoimento;
h) Não é permitido que uma testemunha tome conhecimento do
depoimento da outra;
i) Não sabendo ou não podendo assinar o depoimento, este será
assinado por duas testemunhas que presenciarem a leitura do mesmo,
depois de confirmarem com o depoente que são aquelas as suas
declarações (assinatura a rogo);
j) Se a testemunha (ou indiciado) não souber falar a língua
nacional, será ouvida por intermédio de intérprete. Aos surdos, as
perguntas serão formuladas por escrito, e estes responderão oralmente.
Aos surdos-mudos as perguntas serão formuladas por escrito, e estes as
responderão também por escrito.
1) Para cada quatro horas de inquirição da mesma testemunha
consecutivamente, será dado um intervalo de meia hora;
m) A inquirição de testemunhas deverá ser feita durante o dia, isto
76
Manual do Inquérito Policial Militar
é, de sete às dezoito horas, salvo em caso de urgência inadiável.
n) Na inquirição de várias testemunhas em um mesmo dia será
feita a assentada apenas para a primeira. Entretanto, havendo interrupção
para continuidade no dia posterior, embora seja da mesma testemunha,
deverá ser lavrado novo termo de assentada;
o) As intimações e notificações de testemunhas poderão ser feitas
por meio de cartas, telegramas comunicação telefônica, ou mesmo
pessoalmente;
p) O comparecimento de militar, assemelhado ou funcionário
público dependerá de requisição ao respectivo Chefe;
q) A testemunha não pode eximir-se da obrigação de depor,
exceto, o ascendente, o descendente, o afim em linha reta, o cônjuge,
ainda que desquitado e o irmão do acusado, bem como qualquer pessoa
que tenha vinculo de adoção com o indiciado, salvo quando não for
possível por outro modo obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas
circunstâncias. A estas pessoas não se defere o compromisso de dizer a
verdade (§ 2.º, art. 352, c/c art. 354 - CPPM);
r) São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função,
ministério, oficio ou profissão devem guardar segredo, salvo se
desobrigados pela parte interessada, quiserem dar seu testemunho. Esta
proibição aplica-se aos advogados constituídos pelos indiciados. O
advogado não é obrigado a depor sobre fatos que possam vir a incriminar
seu constituinte;
s) Não se deve permitir que o indiciado, vítima ou testemunha
sejam ouvidos, estando armados.
MYRA e LOPES, em seu Manual de Psicologia Jurídica, explica
que o conhecimento ao redor de qualquer fato exterior, depende de cinco
fatores:
“a) Modo de percepção fica exclusivamente à mercê do
ambiente exterior, onde se verificou a ocorrência e das
aptidões internas do observador;
b) Modo como a memória conserva - depende das condições
orgânicas responsáveis pelo funcionamento da memória;
c) Modo como é capaz de evocar - esse fator sofre influência
das condições psicoorgânicas, tais como a repressão e
77
Manual do Inquérito Policial Militar
censura;
d) Modo como quer se expressar - depende do grau de
sinceridade de cada pessoa;
e) Modo como pode ser expressado - o modo como pode o
conhecimento do fato ser expresso depende da capacidade de
comunicação de cada indivíduo.”
Com base nestes ensinamentos, conclui-se que:
- as percepções sofrem deformações devido à fadiga, vínculos
afetivos e hábitos;
- o processo evocador é defasado, não por tendências emotivas
(amnésia emocional) e fatores de repressão que inibem a memória;
- a exatidão do que se faz constar um depoimento depende muito
da capacidade de percepção das pessoas.
Algumas experiências realizadas revelaram que:
- o homem tem capacidade perceptiva diferente da mulher (esta é
mais detalhista);
- as impressões óticas são mais eficientes que as acústicas;
- o início e o final de uma ocorrência são mais perceptíveis;
- testemunhos sobre dados qualitativos são mais precisos que os
quantitativos.
Estas são algumas noções de utilidade em nosso trabalho.
Seguem-se modelos diversos relativos às testemunhas.
78
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 21 - CÓPIA
_____________
ESCRIVÃO
LOCAL E DATA
_______________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)
Obs.: - Esta cópia não precisa ser juntada ao IPM se a testemunha compareceu. Se,
porém, ela não atendeu, deve-se anexá-la para provar a intimação e resultar futuras
providências quanto à testemunha recalcitrante.
- O nome correto do termo deveria ser “notificação”. Também o CPP - art. 218 -
usar o termo “notificação”. Na verdade o que há é a convocação da testemunha para ato
futuro.
- Segundo José Armando da Costa, em Fundamentos de Policia Judiciária, pág.
208, são obrigações inarredáveis da testemunha: o comparecimento, prestar o
depoimento, falar a verdade e comunicar a mudança de residência. A condução
coercitiva é permitida, além do pagamento de multa e responsabilização por
desobediência (art. 218, 219 e art. 330 e342 - CP).
79
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 22
_____________
ESCRIVÃO
ASSENTADA
_________________________________
(Escrivão)
Obs.: a) Se for somente uma testemunha a ser ouvida no dia, não há necessidade deste
termo, porque no inicio da inquirição haverá referências acima feitas;
b) Caso sejam duas ou mais, então lavra-se a assentada e os termos de
depoimento já entram direto na qualificação do indivíduo: 1.º Testemunha,
Sr._______________ idade, naturalidade, etc; 2.º Testemunha - idem; 3.º Testemunha -
idem.
80
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 23
_____________
ESCRIVÃO
_____________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)
________________________________________
(Nome completo da testemunha)
________________________________________
(Nome e posto ou graduação do Escrivão)
81
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 24
_____________
ESCRIVÃO
TERMO DE ACAREAÇÃO
_______________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)
________________________________________
(Nome completo da testemunha)
________________________________________
(Nome completo da testemunha)
________________________________________
(Nome e posto ou graduação do Escrivão)
82
Manual do Inquérito Policial Militar
7. RECEBIMENTO DOS LAUDOS REQUISITADOS
83
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 25
_____________
ESCRIVÃO
a) Despacho em documentos
_________________________________
(Encarregado do IPM)
84
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 26
_____________
ESCRIVÃO
DESPACHO
Homologo o laudo.
_________________________________
(Encarregado do IPM)
85
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 27
_____________
ESCRIVÃO
__________________________
(Escrivão)
LOCAL E DATA
Do Diretor do IML
Ao Senhor Encarregado do IPM
Assunto: Autos de Exames (remete)
Anexo: - Auto de Exame de Corpo Delito
- e Auto de Exame Cadavérico
Ciente
Junte-se aos autos os documentos
De fls ____ a ______
Em ___/____/____
_________________________________
(Encarregado do IPM)
_____________________________
(Diretor)
86
Manual do Inquérito Policial Militar
_____________
ESCRIVÃO
HOSPITAL (OU REPARTIÇÃO CIVIL)
VISTO
____________
(Diretor)
__________________________________
(Nome do 1.º Médico)
__________________________________
(Nome do 2.º Médico)
87
Manual do Inquérito Policial Militar
_____________
ESCRIVÃO
VISTO
____________
(Diretor)
Diretor ____________________________________
1.º Médico __________________________________
2.º Médico __________________________________
Autoridade Requisitante _______________________
Requisição n.º _______ de ____/____/____________
__________________________________
(Nome do 1.º Médico)
__________________________________
(Nome do 2.º Médico)
88
Manual do Inquérito Policial Militar
8. CUIDADOS COM O ACD
90
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 28
_____________
ESCRIVÃO
D E S PA C H O
Procedam-se às notificações.
Local e Data
_______________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)
91
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 29
_____________
ESCRIVÃO
LOCAL E DATA
Do (posto e nome), Encarregado do IPM
Ao Sr. (Nome completo do perito)
Assunto: Comunicação (faz)
_______________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)
___________________________
(Perito designado)
92
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 30
_____________
ESCRIVÃO
____________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)
___________________________________
(Nome completo do Perito)
___________________________________
(Nome completo do Perito)
__________________________________
(Nome e posto ou graduaç5o do Escrivão)
93
Manual do Inquérito Policial Militar
QUESITOS OFICIAIS
Aprova o Formulário de
Quesitos para Exames Periciais
94
Manual do Inquérito Policial Militar
criminoso do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento?
(Resposta especificada).
2.º - o paciente submetido a exame não possuía, ao tempo da ação
(ou omissão), em virtude da saúde mental ou por desenvolvimento
mental incompleto ou retardado, a plena capacidade de entender o caráter
criminoso do ato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento?
(Resposta especificada).
3.º - qual essa doença mental ou de que natureza era essa
perturbação mental?
4.º - que grau de desenvolvimento mental apresenta o paciente
submetido a exame?
MENORES DE 18 ANOS
(Art. 23)
1.º - o paciente submetido a exame é menor ou maior de 18 anos
de idade? (Resposta Justificada).
EMBRIAGUEZ
(Art. 24 n.º II)
1.º - o paciente está embriagado pelo álcool ou por substância de
efeitos análogos? (Resposta justificada).
2.º - essa embriaguez é completa ou incompleta? (Resposta
especifica da).
3.º- o paciente, em virtude da embriaguez completa, era ao tempo
da ação (ou da omissão), inteiramente incapaz de entender o caráter
criminoso do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento?
(Resposta especificada).
4.º - o paciente, em virtude da embriaguez não possuia ao tempo
da ação (ou da omissão), a plena capacidade de entender o caráter
criminoso do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento?
(Resposta especificada).
95
Manual do Inquérito Policial Militar
HOMICÍDIO
(Art. 121)
1.º - Houve a morte?
2.º - Qual a causa da morte?
3.º - Qual o instrumento ou meio que produziu a morte?
4.º - A morte foi produzida com emprego de veneno, fogo,
explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que
podia resultar perigo comum? (Resposta especificada).
HOMICÍDIO CULPOSO
(Art. 121, §§ 3.º e 4.º)
1.º - Houve a morte?
2.º - Qual a causa da morte?
3.º - Qual o instrumento ou meio que produziu a morte?
4.º - A morte resultou de inobservância de regra de profissão, arte
ou oficio? (Resposta especificada)
LESÕES CORPORAIS
(Art. 129)
1.º - Houve ofensa à integridade corporal ou à saúde do paciente?
(Resposta especificada).
2.º - Qual o instrumento ou meio que produziu a ofensa?
3.º - A ofensa foi produzida com emprego de veneno, fogo,
explosivo, asfixia, tortura, ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que
podia resultar perigo comum? (Resposta especificada).
4.º - Da ofensa resultou perigo de vida?
96
Manual do Inquérito Policial Militar
5.º - Da ofensa resultou incapacidade para as ocupações habituais
por mais de 30 dias?
6.º - Da ofensa resultou debilidade permanente de membro,
sentido ou função; incapacidade permanente para o trabalho;
enfermidade incurável, perda ou inutilização de membro; sentido ou
função ou deformidade permanente? (Resposta especificada).
NO CASO INDICADO:
- Da ofensa resultou aceleração de parto, ou aborto? (Resposta
especificada).
NO CASO INDICADO:
(Art. 129, §§ 6.º e 7.º)
- A ofensa resultou de inobservância de regra técnica de profissão
arte ou oficio?
NO CASO INDICADO:
1.º - Dessa ofensa resultou aceleração de parto, ou aborto?
(Resposta especificada).
PERIGO DE CONTÁGIO VENÉREO
(Art. 130)
97
Manual do Inquérito Policial Militar
Para o exame do agente
1.º - O paciente é portador de moléstia venérea?
2.º - Qual essa moléstia e onde está localizada?
3.º - O paciente sabia ou devia saber que estava contaminado
dessa moléstia?
4.º - A moléstia venérea de que é portador o paciente torna-o
capaz de expor alguém a perigo, por meio de relações sexuais, ou de
qualquer outro ato libidinoso? (Resposta especificada).
Para exame da vítima
NO CASO INDICADO:
1.º - O paciente está contagiado de moléstia venérea?
2.º - Qual essa moléstia e onde está localizada?
3.º - O contágio resultou de relações sexuais ou de qualquer outro
ato libidinoso? (Resposta especificada).
98
Manual do Inquérito Policial Militar
2.º - Qual é essa moléstia?
3.º- De que modo se produziu o contágio?
OMISSÃO DE SOCORRO
(Art. 135)
1.º - O paciente era inválido ou estava ferido? (Resposta
especificada).
2.º - Da omissão de assistência de socorro, resultou lesão corporal
de natureza grave? (Resposta especificada com referência ao art. 129, §§
l.º e 2.º).
3.º- Da omissão de assistência ou de socorro, resultou a morte?
4.º- Era possível prestar assistência ao paciente sem risco pessoal?
MAUS TRATOS
(Art. 136)
l.º- A vida ou a saúde do paciente foi exposta a perigo pela
privação de alimentação ou cuidados indispensáveis? (Resposta
justificada).
2.º - A vida ou a saúde do paciente foi exposta a perigo pela
sujeição a trabalho excessivo ou inadequado? (Resposta justificada).
3.º - A vida ou a saúde do paciente foi exposta a perigo pelo
abuso de meios de correção ou de disciplina? (Resposta justificada).
4.º - Do fato resultou lesão corporal de natureza grave? (Resposta
99
Manual do Inquérito Policial Militar
especificada, com referência ao art. 129 §§ 1.º e 2.º).
CONSTRANGIMENTO ILEGAL
(Art. 146)
1.º - Há lesão corporal, ou outro vestígio, indicando ter havido
emprego de violência contra o paciente? (Resposta justificada).
2.º - Há vestígio indicando ter havido emprego de qualquer outro
meio para reduzir a capacidade de resistência do paciente? (Resposta
justificada).
3.º - Qual o meio empregado?
VIOLAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIA
(Art. 151)
1.º Houve devassamento de correspondência fechada?
2.º - Houve destruição de correspondência?
3.º - De que natureza era essa correspondência?
FURTO QUALIFICADO
100
Manual do Inquérito Policial Militar
(Art. 155, § 4.º)
1.º - Houve destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da
coisa?
2.º - Qual foi esse obstáculo?
3.º - Houve escalada? (Resposta justificada).
4.º - Houve destreza? (Resposta justificada).
5.º - Qual o meio ou instrumento empregado?
6.º - Houve emprego de chave falsa? (Resposta justificada).
7.º - Em que época presumível ocorreu o fato?
ROUBO
(Art. 157)
1.º - Há lesão corporal, ou outro vestígio, indicando ter havido
emprego de violência contra o paciente? (Resposta justificada).
2.º - Há vestígios indicando ter havido emprego de qualquer
outro meio para reduzir o paciente à impossibilidade de resistência?
3.º - Qual o meio ou instrumento empregado?
4.º- Da violência resultou lesão corporal de natureza grave?
(Resposta especificada, com referência ao art. 129, §§ 1.º e 2.º).
5.º - Da violência resultou a morte?
EXTORSÃO
(Art. 158)
101
Manual do Inquérito Policial Militar
1.º - Há lesão corporal, ou outro vestígio, indicando ter havido
emprego de violência contra o paciente?
2.º - Qual o meio ou instrumento empregado?
3.º- Da violência resultou lesão corporal de natureza grave?
(Resposta especificada, com referência ao art. 129 §§ 1.º e 2.º).
4.º - Da violência resultou a morte?
DANO
(Art. 163)
1.º- Houve destruição, inutilização ou deterioração da coisa
submetida a exame? (Resposta especificada).
2.º - Qual o meio ou instrumento empregado?
3.º - Houve emprego de substância inflamável ou explosiva?
102
Manual do Inquérito Policial Militar
3.º - Como foi produzida?
Estupro, posse sexual mediante fraude e sedução
(Arts. 213, 215 e 217)
1.º - Houve conjunção carnal?
2.º - Houve ruptura do hímen?
3º - Qual a data provável dessa ruptura?
4.º - Há lesão corporal, ou outro vestígio, indicando ter havido
emprego de violência, e, no caso afirmativo, qual o meio empregado?
(Resposta justificada).
5.º - Da violência resultou lesão corporal de natureza grave?
(Resposta especificada, com referência ao art. 129, §§ 1.º e 2.º).
6.º - Da violência resultou a morte do paciente?
7.º - A paciente é maior ou menor de 14 anos; ou é maior ou
menor de 18 anos? (Resposta justificada).
8.º - A paciente é alienada ou débil mental? (Resposta justificada).
9.º - Houve qualquer outra causa que tivesse impossibilitado a
paciente oferecer resistência? (Resposta justificada).
NO CASO INDICADO:
Formular ainda os quesitos da série II de exame de contágio
venéreo.
Ato libidinoso atentado violento ao pudor, atentado ao pudor
mediante e corrupção de menores.
(Arts 214, 216 e 218)
1.º - Houve prática de ato libidinoso?
2.º - Em que consistiu?
3.º - Há lesão corporal ou outro vestígio, indicando ter havido
emprego de violência e, no caso afirmativo, qual o meio empregado?
(Resposta justificada).
4.º - Da violência resultou lesão corporal de natureza grave?
103
Manual do Inquérito Policial Militar
(Resposta especificada, com referência ao art. 129, §§ 1.º e 2.º).
5.º - Da violência resultou a morte do paciente?
6.º - O paciente é maior ou menor de 14 anos; ou é maior ou
menor de 18 anos? (Resposta justificada).
7.º - O paciente é alienado ou débil mental? (Resposta
justificada).
8.º - Houve qualquer outra causa que impossibilitasse o paciente
de oferecer resistência? (Resposta justificada).
No caso indicado, formular ainda os quesitos da série II/ do
exame de contágio venéreo.
INCÊNDIO
(Art. 250)
1.º - Houve incêndio?
2.º - Qual a natureza, finalidade e utilização da coisa incendiada?
3.º - Onde se originou o incêndio?
4.º - Qual a causa determinante?
5.º - Foi acidental, proposital ou resultou de imprudência,
negligência ou imperícia? (Resposta justificada).
6.º - O incêndio expôs a perigo a integridade física, a vida ou ao
patrimônio de outrem? (Reposta justificada).
7.º - Houve dano?
8.º - Qual a sua extensão?
9.º - Qual o seu valor?
EXPLOSÃO
(Art. 251)
1.º - Houve explosão, arremesso ou colocação de engenho de
104
Manual do Inquérito Policial Militar
dinamite ou de substância de efeito análogo? (Reposta especificada).
2.º - A explosão, o arremesso, ou a colocação desse engenho
expôs a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem?
(Reposta especificada).
3.º - Qual a natureza, finalidade e utilização da coisa visada?
4.º - Qual a espécie do engenho e qual a natureza da substância?
5.º - Qual a sua carga?
6.º - Houve dano?
7.º - Qual a sua extensão?
8.º - Qual o seu valor?
105
Manual do Inquérito Policial Militar
especificada).
DESABAMENTO OU DESMORONAMENTO
(Art. 256)
1.º - Houve desabamento ou desmoronamento?
2.º - Qual a natureza da coisa desabada ou desmoronada?
3.º - O desabamento ou desmoronamento foi acidental, proposital
ou resultou de imprudência, negligência ou imperícia? (Resposta
especificada).
4.º - Esse desabamento ou desmoronamento expôs a perigo a
integridade física, a vida ou o patrimônio de outrem? (Resposta
especificada).
5.º - Houve dano?
6.º - Qual a sua extensão?
7.º - Qual o seu valor?
106
Manual do Inquérito Policial Militar
1.º - Houve difusão de doença ou praga que pudesse causar dano a
floresta, plantação ou animais de utilidade econômica?
2.º - Qual a doença ou praga difundida?
3.º - A difusão foi acidental, proposital, ou resultou da
imprudência, negligência ou imperícia? (Resposta especificada).
4.º - Houve dano?
5.º - Qual a sua extensão?
6.º - Qual o seu valor?
ARREMESSO DE PROJÉTIL
(Art. 264)
1.º - Houve arremesso de projétil contra veículo em movimento?
2.º - Esse veículo era destinado ao transporte público?
107
Manual do Inquérito Policial Militar
3.º - Do fato resultou lesão corporal ou morte? (Resposta
especificada).
EPIDEMIA
(Art. 267)
1.º - Houve epidemia mediante a propagação de germens
patogênicos?
2.º - Essa epidemia foi causada por imprudência, negligência ou
imperícia?
3.º - Dessa epidemia resultou morte?
108
Manual do Inquérito Policial Militar
ENVENENAMENTO
(Art. 270)
I- PARA O EXAME DE ÁGUA POTÁVEL:
1.º - A água submetida a exame está envenenada?
2.º - Qual o veneno?
3.º - Qual a quantidade encontrada?
II- PARA O EXAME DE SUBSTÂNCIA ALIMENTÍCIA OU
MEDICINAL:
1.º - Esse material submetido a exame é substância alimentícia ou
medicinal? (Resposta especificada)
2.º - Esse material está envenenado?
3.º - Qual o veneno?
4.º - Qual a quantidade encontrada?
SUBSTÂNCIA A VARIADA
(Art. 279)
1.º - o material submetido a exame é substância alimentícia ou
medicinal?
2.º - Esse material está avariado? (Resposta justificada)
ENTORPECENTES
1.º - O material submetido a exame é substância entorpecente?
(Resposta justificada).
NO CASO INDICADO
(Art. 281, § 2.º)
1.º - A substância entorpecente foi prescrita fora de caso indicado
pela terapêutica ou em dose evidentemente maior do que a necessária ou
com infração de preceito egal ou regulamentar? (Resposta especificada)
111
Manual do Inquérito Policial Militar
MOEDA FALSA
(Art. 289)
1.º - A moeda metálica (ou papel-moeda) submetida a exame
constitui falsificação de moeda metálica (ou do papel-moeda) de curso
legal no país ou no estrangeiro?
2.º - A falsificação foi feita por fabricação ou por alteração?
3.º - Em que consistiu?
NO CASO INDICADO
(Art. 289, § 2.º)
1.º - A moeda submetida a exame foi fabricada com título ou peso
inferior ao determinado em Lei?
PETRECHOS DE FALS1FICAÇÃO
(Art. 294)
1.º - O objeto submetido a exame é especialmente destinado à
falsificação de selo postal (ou de estampilhas de papel selado ou de
qualquer dos demais papéis referidos no Art. 293 do Código Penal?)
(Resposta especificada)
SUPRESSÃO DE DOCUMENTO
(Art. 305)
1.º - Houve destruição, supressão ou ocultação de documento
público Particular verdadeiro?
2.º - Em que consistiu essa destruição, supressão ou ocultação?
115
Manual do Inquérito Policial Militar
PARAGRAFO ÚNICO:
1.º - O objeto submetido a exame constitui falsificação de marca
ou sinal de uso da autoridade pública para o fim de fiscalização sanitária
ou para autenticar ou encerrar determinados objetos ou comprovar o
cumprimento de formalidade legal? (Resposta especificada)
2.º - Essa falsificação foi feita por fabricação ou por alteração?
3.º - Em que consistiu?
4.º - A referida marca ou sinal foi usado?
5.º - Em que consistiu esse uso?
EXAME DE ARMAS:
1.º - Qual a espécie de arma submetida a exame?
2.º - Quais as suas características?
3.º - No estado em que se apresenta poderia ter sido utilizada
eficazmente para a prática de crime?
4.º - Apresenta alguma mancha?
5.º - Qual a natureza dessa mancha?
116
Manual do Inquérito Policial Militar
2.º - Quais são?
NOTA - No caso de ter havido lesão corporal, formular os
quesitos da respectiva série.
NOTA - No caso de violência contra a coisa, formular os quesitos
da série de “dano”.
RELATIVOS À LEI DE ACDENTES DO TRABALHO
1.º - O paciente apresenta lesão corporal, perturbação funcional
ou doença?
2.º - Qual o instrumento ou meio que a ocasionou?
3.º - Dessa lesão corporal, perturbação funcional ou doença
resultou a incapacidade total e permanente para o trabalho?
4.º - Dessa lesão resultou a incapacidade total e temporária para o
trabalho?
5.º - Dessa lesão resultou a incapacidade parcial e permanente
para o trabalho?
6.º - Dessa lesão resultou incapacidade parcial e temporária para o
trabalho?
7.º - Qual a classificação do dano sofrido em face das tabelas de
“lesões-tipo” vigentes?
ACIDENTES DO TRABALHO
(caso de morte).
1.º - Houve a morte?
2.º - Essa morte resultou de lesão corporal, perturbação funcional
ou doença? (Resposta especificada e justificada).
JOGO-DO-BICHO
(Art. 58, do Decreto-Lei n.º 6.259, de 10Fev44)
1.º - Qual a espécie dos papéis submetidos a exame?
2.º - Esses papéis são destinados à prática do denominado jogo-
do-bicho? (Resposta justificada)
EMBRIAGUEZ
(Art. 62)
1.º - O paciente está embriagado pelo álcool ou substância de
efeitos análogos?
2.º - O paciente, no estado em que se encontra, põe em perigo, a
segurança própria ou alheia?
3.º - A embriaguez do paciente é habitual?
Observações:
a) Para cada caso, o Encarregado deverá fazer a correspondência
com os artigos específicos da lei penal militar;
b) Caso necessite outras respostas, formular quesitos específicos
além dos aqui transcritos;
c) No caso de exame de sanidade mental de policial-militar,
consultar as Instruções Reguladoras de Inspeção de Saúde na PMMG.
118
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 31
_____________
ESCRIVÃO
_________________________________________
(Nome e posto do 1.º Perito)
_________________________________________
(Nome e posto do 2.º Perito)
_________________________________________
(Nome completo da Testemunha)
_________________________________________
(Nome completo da Testemunha)
_________________________________________
(Nome e posto ou graduação do Escrivão)
120
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 32
_____________
ESCRIVÃO
_________________________________________
(Encarregado do IPM)
_________________________________________
(Nome completo da Testemunha)
_________________________________________
(Nome completo da Testemunha)
_________________________________________
(Nome e posto ou graduação do Escrivão)
121
Manual do Inquérito Policial Militar
9. DA BUSCA E APREENSÃO3
3
Modificado pela Resolução n.º 3234, de 29Nov95.
122
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 33
_____________
ESCRIVÃO
DESPACHO
Local e data
_________________________________________
(Encarregado do IPM)
123
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 34 Anulado
_____________
ESCRIVÃO
Local e data
Dos (nomes dos encarregados da execução do Mandado)
Ao Senhor (posto e nome do Encarregado do IPM)
Assunto: Auto de Busca e Apreensão (Encaminha)
DESPACHO
_________________________________________
(Encarregado do IPM)
_________________________________________
(Nome e posto do Executor)
_________________________________________
(Nome e posto do Executor)
124
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 35 Anulado
_____________
ESCRIVÃO
_________________________________________
(Nome e posto do Encarregado da diligência)
_________________________________________
(Nome e posto do Encarregado da diligência)
_________________________________________
(Nome completo da Testemunha)
_________________________________________
(Nome completo da Testemunha)
125
Manual do Inquérito Policial Militar
10. CARTA PRECATÓRIA
126
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 36
_____________
ESCRIVÃO
DESPACHO
_____________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)
127
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 37
_____________
ESCRIVÃO
Local e data
Do (Posto e nome) Encarregado do IPM
Ao (Autoridade a quem se destina a Precatória)
Assunto: Deprecata
Anexo: Cópias da Portaria e documentos, quesitos a serem respondidos.
_____________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)
129
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 38
_____________
ESCRIVÃO
DE SPACHO
Local e Data
_____________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)
130
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 39
_____________
ESCRIVÃO
TERMO DE RECONHECIMENTO
_________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)
__________________________________________
(Nome e Posto ou Graduação da Pessoa que Reconheceu)
__________________________________
(Nome e posto ou graduação do Escrivão)
Testemunhas:
_____________________________________
_____________________________________
131
Manual do Inquérito Policial Militar
12. PRISÃO PARA INVESTIGAÇÕES, SEQUESTRO OU
ARRESTO DE BENS DO INDICIADO
4
Acrescido pela Resolução n.º 3234, de 29Nov95.
132
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 40
_____________
ESCRIVÃO
DESPACHO
___________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)
133
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 41
_____________
ESCRIVÃO
LOCAL E DATA
Do (Posto e Nome), Encarregado do IPM
Ao Sr. Comandante da (Unidade)
Assunto: Mandado de Prisão (encaminha)
___________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)
_______________________________
(Servidor)
134
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 42
_____________
ESCRIVÃO
MANDADO DE PRISÃO
____________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)
1. Cumpriu-se dia ___/___/___
2. Comunicou-se ao MM Juiz conforme of. n.º ____, de ___/___/___
_______________________________
(ESCRIVÃO)
Obs.: Este documento deve ser confeccionado em 3(três) vias. Uma é do indiciado
preso. Outra fica nos autos. Outra, remetida á autoridade executora.
O cumprimento será comunicado também oficialmente, documento que o
Encarregado junta aos autos e anota o dia do recolhimento.
135
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 43
_____________
ESCRIVÃO
LOCAL E DATA
Do (Posto e nome), Encarregado do IPM
Ao MM Juiz Auditor da Justiça Militar
Assunto: Sequestro de bens (solicita)
Anexo: (as cópias dos documentos determinados no despacho).
__________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)
_________________________________
(Assinatura do funcionário do Cartório)
136
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 44
_____________
ESCRIVÃO
Local e data
Do comandante da (OPM)
Ao Sr. (posto e nome), Encarregado do IPM
Assunto: Mandado de Prisão devidamente cumprido
Referência: Oficio n.º _____ /IPM
DESPACHO
_______________________________
(Encarregado do IPM)
_____________________________
(Nome e posto da autoridade)
137
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 45
_____________
ESCRIVÃO
Local e data
Do (posto e nome), Encarregado do IPM
Ao MM Juiz Auditor da Justiça Militar.
Assunto: Prisão (comunica).
Respeitosamente,
__________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)
138
Manual do Inquérito Policial Militar
13. AVALIAÇÃO E RESTITUIÇÃO
139
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 45
_____________
ESCRIVÃO
DESPACHO
Providenciem-se as notificações
Local e Data
__________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)
140
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 46
_____________
ESCRIVÃO
Local e data
Do (posto e nome), Encarregado do IPM
Ao Sr. (Posto e nome do Perito)
Assunto: Comunicação (faz)
_________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)
Cientes
Em ___/ ___/ ___
_______________________________
(Perito)
_______________________________
(Perito)
141
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 47
_____________
ESCRIVÃO
AUTO DE AVALIAÇÃO
TERMO DE RESTITUIÇÃO
_________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)
______________________________
(Pessoa que recebeu o bem)
______________________________
(Testemunha)
______________________________
(Testemunha)
______________________________
(Escrivão)
143
Manual do Inquérito Policial Militar
14. RELAXAMENTO DA PRISÃO
5
Acrescido pela Resolução n.º 3234, de 29Nov95.
6
Acrescido pela Resolução n.º 3234, de 29Nov95.
144
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 49
_____________
ESCRIVÃO
DESPACHO
___________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)
145
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 50
_____________
ESCRIVÃO
Local e data
Do (posto e nome), Encarregado do IPM
Ao Sr. (Comandante da Unidade) onde se encontra o indiciado preso.
Assunto: Relaxamento de prisão (comunica)
___________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)
146
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 51
_____________
ESCRIVÃO
Local e data
MM Juiz-Auditor
Assunto : Solicitação de relaxamento de prisão
___________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)
Exmo Sr
Dr. (nome completo do Juiz)
MM Juiz-Auditor da ____AJME
CAPITAL
147
Manual do Inquérito Policial Militar
15. PRORROGAÇÃO DE PRAZO
148
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 52
_____________
ESCRIVÃO
Local e data
Do (posto e nome), Encarregado do IPM
Ao Sr. (Autoridade delegante)
Assunto: prorrogação de prazo para a conclusão de IPM (solicita)
_________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)
Anotações:
1) Entregue no protocolo em ___/___/___
2) Publicada no BI n.º _____, de ___/___/___ a ordem de autorização.
______________________
(Escrivão)
149
Manual do Inquérito Policial Militar
16. RECONSTITUIÇÃO
150
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 53
_____________
ESCRIVÃO
DESPACHO
Tomem-se as providências.
_________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)
151
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 54
_____________
ESCRIVÃO
AUTO DE RECONSTITUIÇÃO
Aos ___ dias do mês _____ do ano de ____, no _____ (local onde
houve o crime) __________, presente o _________ (posto e nome)
Encarregado deste IPM, comigo __________ (posto ou graduação e
nome) __________, Escrivão, o indiciado _____________ (nome) e
(nome de outras pessoas que vão cooperar na reconstituição dos fatos que
estão sendo apurados neste IPM, segundo descrição do indiciado
__________ e do ofendido _________ e (ou) das testemunhas
___________, tudo de acordo com _________ fotografias e respectivas
legendas, rubricadas pelo Sr. Encarregado, por mim, Escrivão, pelo
indiciado (se for o caso, pelo ofendido). Do que, para constar lavrei o
presente auto que vai assinado pelo Sr. Encarregado do IPM, pelo
indicado (e pelo ofendido ou testemunhas) e por mim, Escrivão, que o
subscrevo.
_________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)
_________________________
(Indiciado)
_______________________________
(Ofendido - se for o caso - ou Testemunha)
________________________
(Escrivão)
152
Manual do Inquérito Policial Militar
17. NORMAS PARA CROQUIS, TERMINOLOGIA TÉCNICA E
ORGANIZAÇÃO DOS PAPÉIS
153
Manual do Inquérito Policial Militar
154
Manual do Inquérito Policial Militar
155
Manual do Inquérito Policial Militar
156
Manual do Inquérito Policial Militar
157
Manual do Inquérito Policial Militar
158
Manual do Inquérito Policial Militar
159
Manual do Inquérito Policial Militar
160
Manual do Inquérito Policial Militar
FACE LATERAL DO CORPO
161
Manual do Inquérito Policial Militar
162
Manual do Inquérito Policial Militar
18. RELATÓRIO DO IPM
165
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 55
RELATÓRIO
1. Dados
a. Portaria n.º ____, de __/__/__ BI n.º ____ de __/__/__
b. Indiciado(s):_____________________ e _______________________
c. Vítima(s):_______________, ________________, _______________
d. Fato: ___________________ (citar genericamente)
e. Local: _____________ Data/Hora __________ Em Serviço?_______
f. Testemunhas ouvidas: _______________ (fls. __) e _______________
(fls.___) documentos _______ (fls. __). Demais provas _____________
(fls.___ )
h. Objetos apreendidos __________________________ (fls. ____ )
2. Os Fatos
Do que foi apurado constata-se que os fatos ocorreram da seguinte
forma:
a. No dia __/__/__, às ____ h, o 3.º Sgt PM ___________________,
comandava a RP n.º _____, tendo por patrulheiros os Sd
PM_________________ e _______________ quando receberam ordem
para comparecer ao local do evento onde estaria ocorrendo uma
quebradeira em um bar;
b. Ao chegarem ao local, foram recebidos agressivamente pelos
cidadãos ___________, ___________ e ___________ que aos poucos
aceitaram a ação policial graças à rápida atuação do Cmt da GuRP que
conseguiu convencê-los de que se tratava de fato que deveria ser
solucionado na Delegacia de Polícia;
c. Um dos envolvidos, embriagado, dirigiu gracejos ao Sd _______
que, julgando-se ofendido, sacou de sua arma e atirou no cidadão,
atingindo-lhe a perna esquerda, conforme ACD de fls. __________;
d. A partir daí, o graduado determinou que o indiciado __________
se retirasse do local para aguardar a viatura, enquanto atendia a vítima,
levada imediatamente para o HPS (fls. ___).
166
Manual do Inquérito Policial Militar
3. Análise das Provas
a. Diante da tentativa de esclarecer o evento, há necessidade de
comentar, um a um, os depoimentos, para nossa conclusão final:
1) Diz a testemunha __________ (fls.___) que ____________ porém
a testemunha __________ (fls. ___) diz o contrário.
2) O ACD prova que o tiro partiu de cima para baixo, atingindo ____
fato que se ajusta aos croquis do local (fls. ___) que este Encarregado
recomendou que fizesse.
3) Houve, posteriormente ao fato, um ajuste para esconder o evento
da Administração da OPM, o que foi de iniciativa do Sd ____________.
4) O exame de microcomparação balística (fls. __ ) mostra que o
projétil que atingiu o cidadão partiu do Rev. n.º _____, que estava
distribuído ao Sd ___________ indiciado (fls.___).
4. Solução
a. Há indícios de cometimento de crime militar previsto no artigo
(capitular o tipo penal com indicação de sua respectiva previsão legal)
praticado pelo Sd _________ contra o cidadão __________;
b. Houve transgressão disciplinar residual praticada pelos seguintes
policiais militares: ______________, _____________ e _____________;
1) Quanto ao 3.º Sgt PM __________, como Cmt da GuRP, por não
ter tomado providências de sua competência para dar conhecimento
imediato à OPM da ocorrência, só o fazendo no dia seguinte;
2) Quanto ao Sd __________, por haver descumprido a orientação
do Cmt da GuRP quando de uma ocorrência policial, culminando por se
envolver em fato tipificado ilícito penal. (É necessário separar a
transgressão disciplinar do crime em si). A punição disciplinar não pode
ter fundamento no fato que constitua crime.
5. Despacho Final
Sejam os presentes autos encaminhados ao Sr. Tem-Cel PM Cmt do ____
BPM, para os fins de direito.
6. No oficio de remessa dos autos do IPM à autoridade delegante,
deve constar, sinteticamente, a criteriosa opinião do encarregado sobre a
167
Manual do Inquérito Policial Militar
legitimidade ou não da ação, alvo da apuração, evitando-se qualquer
menção no bojo do procedimento, que venha a ensejar um pré-
julgamento.
________________________________
(Nome e posto do Encarregado do IPM)
168
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 56
Local e data,
____________________________________
(Nome, posto e função da Autoridade delegante)
169
Manual do Inquérito Policial Militar
CAPÍTULO VI
PRISÃO EM FLAGRANTE
1. DOUTRINA
1.1 Conceito:
Flagrante vem do latim “FLAGRANS” (ardente, queimante). Essa
idéia do fogo da chama se encosta como raiz de mais uma alocução, e
nós usamos na mesma imagem quando dizemos “no fogo”, “no calor da
discussão”. Assim, flagrante delito significa delito ainda queimante, o
momento mesmo da perpetração, a plena posse da evidência, o fato que
acaba de cometer-se que foi visto ou ouvido, em presença do qual seria
absurdo ou impossível negá-lo.
1.2 Antecedentes Históricos:
Já remonta aos mais antigos tempos e sempre tem figurado na
legislação de todos os povos.
Já havia na civilização MOSAICA (IV AC) diferença entre a
prisão em flagrante e a que não era. E na primeira modalidade podia o
acusado ser preso antes mesmo de ser levado ao TRIBUNAL para defesa
e julgamento.
As leis romanas referiam-se em vários passos ao flagrante delito;
já nas leis das XII Táboas, permitia-se matar o ladrão em flagrante delito,
se o assalto fosse à noite, e também durante o dia, se persistisse no
assalto, defendendo-se com uma arma qualquer.
Naquela época ninguém era exibido diante do juiz, sem que o juiz
se pronunciasse. Porém, no caso de flagrante, dispensava-se essa
determinação judicial.
As nossas Ordenações Afonsinas, Filipinas e Manoelinas
regularam também o flagrante delito. Assim, se seguiu em nossa
legislação, até os nossos dias.
O Flagrante Delito é tratado:
170
Manual do Inquérito Policial Militar
CPP - art. 301 ao 3l0 - (9 art.)
CPPM - art. 243 ao 253
É farta a doutrina sobre o flagrante delito, devendo-se,
conseqüentemente, atentar para juridicidade desta prisão, especialmente
em se tratando de caso de policial-militar, quando os fatos podem ser
apurados, quase todos, em IPM.
Assim, tendo em vista as peculiaridades do flagrante de crime
militar, é aconselhável que cada OPM tenha sua instrução específica para
que não se realizem APF sem necessidade.
O Cmt da OPM deve, nestes casos, ser cientificado com a máxima
presteza para que o trabalho se realize, após sua orientação.
Lembre-se que uma prisão implica em um policial-militar a
menos para o trabalho, resultando em prejuízos financeiros para o mesmo
(art. 55 do EPPM). Prejuízos quanto a cursos, promoções (art. 203, 209 -
55 do EPPM), fora outras implicações administrativas e judiciárias.
O processo deve correr mais rápido por estar o réu preso,
podendo, inclusive, se a instrução criminal ultrapassar 75 dias, ser
libertado pelo Conselho de Justiça.
Seguem-se as demais instruções.
2. PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES
A autoridade, (comandante de fração, oficial de dia de serviço ou
de quarto, ou autoridade correspondente) a quem for apresentada uma
pessoa presa em flagrante delito, ou a que for determinado(a) por
autoridade superior, deverá presidir a lavratura do respectivo auto de
prisão, expedindo, imediatamente, a portaria na qual designará o
escrivão, determinará que se faça a autuação da mesma e demais
documentos juntos, bem como outras providências a serem tomadas.
Esse escrivão denomina-se escrivão “ad-hoc” que quer dizer: “em
lugar de...”
A designação do escrivão “ad-hoc” deverá recair em um Capitão,
Primeiro ou Segundo Tenente, se o indiciado for oficial e em Subten ou
171
Manual do Inquérito Policial Militar
Sargento nos demais casos.
Após a designação do escrivão, este prestará o compromisso
legal, lavrando-se o referido termo.
Posteriormente procede-se à autuação da portaria e demais
documentos.
A seguir, modelo de portaria determinando a lavratura do auto de
prisão, modelo de compromisso de escrivão e o modelo de autuação.
172
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 57
PORTARIA
Local e data,
________________________________
(Nome e posto do Presidente do Flagrante)
173
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 58
COMPROMISSO DE ESCRIVÃO
____________________________________
(Nome e posto do Presidente do Flagrante)
____________________________________
(Nome e posto ou graduação do Escrivão)
174
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 59
AUTUAÇÃO
___________________________________
(Nome e posto ou graduação do Escrivão)
175
Manual do Inquérito Policial Militar
3. REDAÇÃO DO APF
Após o compromisso do escrivão e autuação, passa o presidente
do flagrante a lavrar o Auto de Prisão em Flagrante, ouvindo o condutor,
o ofendido (se possível), as testemunhas (duas, pelo menos) e o próprio
acusado (sempre que possível).
De acordo com o artigo 245 §2.º do CPPM a falta de testemunhas
não impedirá a lavratura do auto de prisão em flagrante, que será
assinado por duas pessoas, pelo menos, que presenciarem a apresentação
do preso.
A seguir modelo do Auto de Prisão em Flagrante.
Obs.: O Auto de Prisão em Flagrante deve ser feito sem intervalos entre
os depoimentos, isto é, formalizado de uma só assentada.
176
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 60
177
Manual do Inquérito Policial Militar
4. NOTA DE CULPA
Não sabendo ou não podendo assinar qualquer das pessoas que
prestaram declarações, deverão ser obedecidas as mesmas formalidades
exigidas para o IPM.
Não querendo o acusado assinar o auto, este será assinado por
duas testemunhas a quem será lido o mesmo, lavrando-se em seguida a
certidão do ato.
A autoridade que presidir o APF além de assinar, rubricará, à
margem, todas as páginas do referido auto.
Após a lavratura do auto, a autoridade fará recolher o acusado
preso e comunicará o mais breve possível à autoridade a quem estiver
hierarquicamente subordinado.
A seguir, os autos são conclusos pelo Escrivão ao Presidente do
APF, que, ao recebê-los, proferirá o despacho onde determinará a
lavratura da “Nota de Culpa” e outras providências ainda necessárias.
A “Nota de Culpa” deverá ser entregue ao preso dentro de vinte e
quatro horas de sua apresentação, devendo conter o motivo da prisão,
nomes do condutor e testemunhas.
Após o despacho deverá ser feito o termo de recebimento,
certidão (após o cumprimento do despacho) e conclusão.
A seguir, os modelos de despacho, certidão e nota de culpa, com
respectivo recibo.
178
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 61
DESPACHO
Local e data,
___________________________________
(Nome e posto do Presidente do Flagrante)
179
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 62
NOTA DE CULPA
Local e data,
____________________________________
(Nome e posto do Presidente do Flagrante)
___________________________
(Assinatura do Acusado)
CERTIFICA
A ____________, preso em flagrante delito, nesta data, pelo policial
militar ________________, pelo(s) crime(s) previsto(s) no(s) _________ do
Código Penal Militar, que o art. 5.º incisos XLIX, LXII, LXIII e LXIV, da
Constituição Federal lhe asseguram, dentre outros, os seguintes direitos:
1. o respeito à sua integridade física e moral;
2. a comunicação da prisão e o local onde se encontra, ao juiz
competente, à sua família, ou a pessoa indicada pelo preso;
3. o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da
família e de advogado;
4. a identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu
interrogatório policial.
Dada e passada, em duas vias, sendo a primeira entregue em mãos
do preso e a segunda anexada aos autos, nesta cidade de __________ aos
____ de __________de ______.
____________________________
PRESIDENTE DO APF
______________________________
Testemunha
______________________________
Testemunha
Ciente
Às ____ horas do dia ___/___/___
_____________________________
(nome e assinatura do preso)
181
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 64
CERTIDÃO
Local e data,
___________________________________
(Nome e posto ou graduação do Escrivão)
182
Manual do Inquérito Policial Militar
5. PROVIDÊNCIAS FINAIS
O prazo para terminação do Auto de Prisão em Flagrante é de até
cinco dias, impreterivelmente, de acordo com o artigo 251 do CPPM.
Por isto, poderá ocorrer que alguma providência determinada pelo
Presidente do APF não seja concluída a tempo, o que poderá constar do
oficio de remessa, para posterior envio à autoridade judiciária.
Se houverem chegado os laudos periciais, outros mandados
cumpridos, etc., o Escrivão procederá a juntada dos referidos documentos
aos autos para que o Presidente redija relatório, posicionando-se sobre o
fato.
Após redigir este documento, o Presidente do APF fará o
despacho final, onde determinará a remessa do mesmo à autoridade a
quem estiver subordinado, para que remeta à autoridade judiciária.
A seguir modelo de despacho final.
183
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 65
DESPACHO
______________________________
(Nome e posto do Presidente do APF)
Cumpriu-se.
Em ___/___/___
______________________
(Escrivão)
184
Manual do Inquérito Policial Militar
6. RELATÓRIO1
Devido à excepcionalidade da prisão em flagrante, as
circunstâncias especiais do evento conduzem o Encarregado a remetê-lo
no prazo mais breve possível.
Não é exigível, legalmente, um relatório. Na verdade a redação de
um documento deste, minucioso, poderia descaracterizar uma
característica do APF que é reduzir, ao mínimo possível, o lapso que
medeia entre a prisão, a lavratura do auto e a final remessa à Justiça.
Entretanto, o dia a dia vem mostrando a necessidade de um
relatório, no qual o Encarregado narre os fatos, como ele os entendeu.
Enfim, se posicione sobre o evento, podendo sua confecção ocorrer após
a remessa do APF à Justiça Militar, porém, dentro do prazo de até 05
(cinco) dias, acompanhado de alguma diligência complementar.
Com efeito, há casos de flagrante, onde há contradições de
testemunhas e destas com as declarações do indiciado e vítima.
A narrativa do Encarregado permitirá que o Ministério Público
tenha, com maior clareza, uma visão sobre os fatos, para o oferecimento
da denúncia e ao Conselho de Justiça, um instrumento eficaz para um
julgamento.
Como é relatório simples, segue uma proposta de modelo:
1
Redação dada pela Resolução n.º 3502, de 19Ago99.
185
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 66
RELATÓRIO
MM. Juiz,
Versa o presente APF sobre crime praticado pelo n.º ______, Sd PM
______ brasileiro, natural de _____, casado, com 44 anos de idade, lotado na 4.ª
Cia. PM do _____ BPM, atualmente destacado em _______
Como vítima, figura o Sr. ________, brasileiro, casado, 50 anos,
fazendeiro, residente e domiciliado à rua _____, nesta cidade.
Os fatos, objetos do presente A.PF, se passaram da seguinte forma:
1. Encontrava-se o Sd PM _____ de folga, armado com o Rev. Taurus,
n.º 385599, de carga da Polícia Militar, conforme declaração do Tenente
Almoxarife, às fls. ___, às 09:00 h de hoje, ao se dirigir para sua casa, passou,
antes, na casa de seu amigo, Sr. _______, Rua ______, para ajustar, com ele,
uma viagem que fariam no dia seguinte;
2. A caminho de sua residência, o dito Sd encontra-se com a vitima, seu
antigo desafeto, desde os tempos em que, servindo no Dst de _____, a vítima se
queixara de um abuso de autoridade cometido pelo militar, na ocasião, e que lhe
acarretara uma prisão disciplinar de 30 dias, conforme BI de __/__/__.
3. Logo que o avistou, o Sd se aproximou da vítima e lhe disse que
aquele dia era o dia de acertarem contas. Logo, o Sd sacou do revólver e
desfechou, contra a indefesa vitima, três tiros que lhe acertaram na região
abdominal e perna esquerda, conforme ACD de fls. _____ a _____
4. O agressor, logo a seguir, correu, mas cercado por dois graduados
que coincidentemente ali passavam, acabou sendo preso em flagrante, enquanto
que a vitima era levada para o Hospital Santíssimo, onde se acha internada,
conforme declaração de fls. _____.
5. Trazido para o quartel pelos 1.º Sgt. PM _____ e 2.º Sgt PM _____,
na condição de preso em flagrante delito, foi autuado pelo abaixo assinado, que
se achava de Coordenador do Policiamento da Unidade.
6. O Rev. foi recolhido ao Almoxarifado, conforme recibo no auto de
apreensão de fls. _____, estando ao dispor de V. Exa.
7. O Sd ___________, autor, acha-se recolhido, preso, também à
disposição da Justiça Militar.
_________________, em ____/____/_____
__________________________
(Assinatura)
186
Manual do Inquérito Policial Militar
MODELO N.º 67
Local e data
Do (Presidente do APF)
Ao Sr. (Cmt da OPM, Diretor ou Chefe)
ASSUNTO: Encaminhamento de Auto (faz)
ANEXO: Auto de Prisão em Flagrante contra (nome do Acusado)
Uma cópia, em separado, do relatório sobre os fatos, relativos
Ao n.º ________ , Sd _____________________
____________________________________
(Nome e posto do Presidente do APF)
187
Manual do Inquérito Policial Militar
Nada mais disse, nem lhe foi perguntado e nada mais havendo,
mandou a Autoridade encerrar o presente Termo que, depois de lido e
achado conforme, vai devidamente assinado por esta Autoridade, pelo
apresentante espontâneo, pelas testemunhas e por mim ______________,
Escrivão, que o digitei.
AUTORIDADE:
APRESENTANTE:
1.ª TESTEMUNHA:
2.ª TESTEMUNHA:
ESCRIVÃO:
189
Manual do Inquérito Policial Militar
7. CERTIDÃO DOS DIREITOS CONSTITUCIONAIS
Com o advento da Constituição Federal, de 05 de outubro de
1988, foram deferidas certas garantias processuais penais aos presos em
geral.
Estas garantias estão definidas no artigo 5º, incisos XLIX, LXII,
LXIII e LXIV, da Carta Magna.
Foram assegurados aos presos, o respeito à integridade física e
moral, a comunicação da prisão ao juiz competente e à família do preso
ou a pessoa por ele indicada, a informação de seus direitos, como a
assistência da família e de advogado e a identificação dos responsáveis
por sua prisão ou por seu interrogatório policial.
Em decorrência dos direitos citados, tem surgido casos de
relaxamento de prisões em flagrante, por inobservância de tais preceitos
constitucionais.
Visando evitar tais inconvenientes no procedimento penal militar,
é necessário a adoção de Certidão dos Direitos Constitucionais, que passa
a ser peça integrante do Auto de Prisão em Flagrante nos casos de crime
militar.
O Presidente do APF deverá, no início dos trabalhos, dar ciência
ao preso de seus direitos, fornecendo-lhe a primeira via da Certidão,
fazendo juntada aos autos da segunda via.
190
Manual do Inquérito Policial Militar
ÍNDICE
PROCEDÊNCIA
ASSUNTOS DEC-LEI OUTROS PÁG.
1.002 (CPPM)
Abertura Dic. Termos 33
Téc. e Jur.
Acareação Idem 33
Avocação Idem 33
Busca Art. 170 a 198 114
Carta Precatória - definição Art. 359 a 361 33
Carta Precatória - Formulário 118 e 120
Certidão - definição 33
Certidão - Formulário 63 e 175
Citação Art. 277 a Lei n.º 30
282/285 a 293 4.611/65
Competência e exercício da Polícia Art. 7.º e 8.º Art. 2.º do 27 e 28
Judiciária Militar Dec. 66.812
Composição de Provas 16
Compromisso de Escrivão - Formulário 57 e 168
Compromisso Legal do Escrivão Art. 11 55 e 57
parágrafo único
Conclusão - Definição 34
Condutor - Definição 34
Considerações:
192
Manual do Inquérito Policial Militar
PROCEDÊNCIA
ASSUNTOS DEC-LEI OUTROS PÁG.
1.002 (CPPM)
- Atos do Escrivão: considerações Art. 11 41 e 42
referentes a atos do escrivão em parágrafo único
cumprimento a determinações do
Encarregado ao IPM
- Auto de Avaliação: considerações a 131
respeito do auto de avaliação da coisa
apreendida
- Autoridade que preside o APF: Art. 245 166
providências iniciais
- Carta Precatória: Considerações sobre Art. 359 a 361 118
a audição de testemunhas, ofendido (ou
indiciado) p/ carta precatória
- Designação do Escrivão: considerações 68
sobre a tomada de declarações do
ofendido
- Designação do Escrivão: considerações 55
relativas à designação do escrivão do
IPM
- Diligências Iniciais do IPM: Art. 10 § 2.º, 13
considerações relativas às diligências 3.º, 4.º e 5.º
iniciais determinadas pelo Enc. Do IPM,
ao início do Inquérito
- Exame de Corpo Delito: considerações Dec. n.º 5.141, 85 e 86
sobre o Corpo de Delito, Auto respectivo de 25Out56
e designação de peritos RGPM (Art.
210 240 VIII)
- Impedimentos do Encarregado do 53
IPM: considerações sobre os
impedimentos que podem ocorrer
obstante a ação do Encarregado do IPM
- Início do IPM: considerações sobre os Art. 10 alíneas 43
modos por que pode ser iniciado o IPM a, b, c, d, e, f
- Inquirição do Condutor, Testemunhas, 171
Conduzido e Ofendido: formulário do
Auto de Flagrante Delito
- Inquirição de Testemunhas: 72 a 74
considerações relativas à inquirição de
193
Manual do Inquérito Policial Militar
PROCEDÊNCIA
ASSUNTOS DEC-LEI OUTROS PÁG.
1.002 (CPPM)
testemunhas
- Interrogatório do Indiciado: consi- 70
derações relativas ao interrogatório do
indiciado
- Juntada de Peças ao IPM: 64
considerações sobre “juntada” de peças
que forem acrescendo ao IPM, de
documentos que interessem a elucidação
do fato delituoso, de laudos e perícias
- Mandado de Busca e Apreensão: 114 e 115
considerações a respeito do Mandado de
Busca e Apreensão e do respectivo Auto
- Mandado de Prisão: considerações 127
sobre o mandando de prisão do indiciado
e sua expedição pelo encarregado do
IPM
- Nota de Culpa: considerações relativas 172
À “Nota de Culpa” expedida pelo
Presidente do APF e de sua ciência pelo
preso
- Portaria de Instauração do IPM: 43 a 52
considerações sobre a Portaria de
Instauração do IPM, do Encarregado do
IPM e respectivo Formulário
- Prazo para conclusão do APF: 177
considerações sobre o prazo de
conclusão do APF, (remessa à autoridade
a que estiver subordinado o Presidente
do APF) para remessa à Auditoria
Judiciária
- Prisão Provisória: considerações Art. 18 124
relativas a prisão provisória do indiciado,
durante o IPM
- Procedimentos do Escrivão após a 58 e 61
Autuação: considerações a respeito dos
procedimentos a serem adotados pelo
escrivão, tão logo haja promovido a
194
Manual do Inquérito Policial Militar
PROCEDÊNCIA
ASSUNTOS DEC-LEI OUTROS PÁG.
1.002 (CPPM)
“autuação”
- Prorrogação do Prazo para conclusão Art. 20 § 1.º 140
do IPM: considerações sobre o prazo do
IPM e de sua prorrogação
- Reconhecimento de pessoas: consi- 121
derações sobre o processo de
reconhecimento de pessoas, procedido
pelo Enc. Do IPM, e de seu respectivo
Auto
- Reconstituição do Fato Delituoso: Art. 22 Lei 8.190 de 142 a 144
considerações sobre a reconstituição do 13Mai82
fato delituoso e dos cuidados em sua
execução
- Relatório do IPM: considerações sobre Art. 22 § 1.º 157 a 162
a elaboração, pelo Encarregado do IPM,
do “Relatório” do IPM
- Remessa - homologação e solução do Art. 328 A 345 163
IPM: considerações sobre a remessa do
IPM pelo Encarregado à autoridade
delegante, sua homologação e solução
Corpo de Delito Art. 9.º E 111, 112,
10.º 115
Crime Militar - definição CPM 34
Dedução em favor dos prazos Art. 20 § 3.º 140
Delegação Art. 7.º §§ 1 a 4 Dic. Terms. 34 e 43
Téc. e Jur.
Designação de Escrivão - formulário 56
Despacho - definição 34
Despacho - formulário Art. 18 62 e 178
Detenção - definição Art. 18 34
Detenção do indiciado 125 e 126
Diligência - conceito 34
Encarregado do IPM - requisitos Art. 15 14 e 15
Encarregado - definição Art. 13, 15 § 34
195
Manual do Inquérito Policial Militar
PROCEDÊNCIA
ASSUNTOS DEC-LEI OUTROS PÁG.
1.002 (CPPM)
1.º a 4.º
Escrevente - definição 34
Escrivão - definição Art. 11 e s/§ 35
único
Escrivão do IPM Art. 11 35
Exame - definição 35
Exumação - definição Art. 338 e s/§§ 35
1.º, 2.º e 3.º
Finalidade do Inquérito Policial Militar Art. 9.º 13 e 27
Formação do IPM Art. 13 15
Homologação de solução de IPM - 163
formulário
Horário diurno Art. 19 a 424 35
Idoneidade - definição 35
Impedimento - definição 35
Incomunicabilidade Art. 17 35
Indiciado - definição 53
Indícios contra Oficial de posto superior Art. 10 § 5 13 e 14
ou mais antigo no Curso do IPM
Inquérito Policial Militar - conceito e valor Art. 9.º e s/§ 27 e 28
único
Inquirição - Assentada de início, inter- Art. 19 § 1.º 73
rupção e encerramento
Inquirição durante o dia Art. 19, 347 a 72
364
Inquirição - limite de tempo Art. 19 § 2.º 72
Interrogatório - definição Art. 404 a 414 35
Interrogatório Art. 299, 302 a Manual 15, 16, 18
306 Organiz. e
Prát. Policial
Intimação Art. 399 letra d, 35
277 a 293
196
Manual do Inquérito Policial Militar
PROCEDÊNCIA
ASSUNTOS DEC-LEI OUTROS PÁG.
1.002 (CPPM)
Investigação Policial - Polícia Investi- Art. 404 a 407 Manual 14
gatória Organiz. e
Prát. Pol.
Juntada - Formulário 64
Lavratura de Auto de Flagrante Delito Art. 245 170 e 171
Mandado de Busca e Apreeensão 114
Mandado de prisão - Formulário 115
Ministério Público - Definição 28 e 35
Nomeação - Definição 36
Nota de Culpa - Legislação 172
Nota de Culpa - Formulário 174
Notificação 66
Ofendido 36 e 69
Ofícios - Formulários:
- Auto de Avaliação: Ofício do Enc. do 133
IPM participando aos peritos sua
designação para efetuarem o auto de
avaliação
- Auto de Corpo de Delito: Ofício 82
Diretor do IML (ou hospital local) ao
Enc. do IPM, remetendo o “Auto de
Corpo de Delito”
- Designação de Peritos: Ofício do Enc. 88 e 133
do IPM comunicando aos peritos
designados, sua designação para
efetuarem perícia técnica.
- Intimação do Indiciado: Of. do Enc. do 66
IPM intimando o indiciado a comparecer
em dia, hora e local designados para ser
interrogado.
- Intimação de Testemunhas: Of. do 67
Enc. do IPM intimando as testemunhas
arroladas para comparecerem em dia,
hora e local indicados para serem
197
Manual do Inquérito Policial Militar
PROCEDÊNCIA
ASSUNTOS DEC-LEI OUTROS PÁG.
1.002 (CPPM)
inquiridos.
- Liberdade do Indiciado: Of. do Enc. do 139
IPM comunicando ao MM Juiz Auditor
da Justiça Militar haver colocado em
liberdade o indiciado por haver cessado
os motivos que determinaram sua prisão
provisória.
- Liberdade do Indiciado: Of. do Enc. do 138
IPM solicitando ao Cmt da OPM do
indiciado colocá-lo em liberdade, por
haverem cessados os motivos que
determinaram sua prisão provisória
- Mandado de Busca e apreensão: Of. do 116
Enc. do IPM ao Cmt da OPM (ou
autoridade local) do indiciado,
encaminhando o “Mandado de Busca e
Apreensão” para fins de cumprimento
- Mandado de Prisão: Of. do Enc. do 126
IPM ao Cmt da Unidade do indiciado,
encaminhando o “Mandado de prisão”
para cumprimento pela OPM
- Of. do Enc. do IPM ao MM Juiz Auditor 130
da Justiça Militar participando haver
expedido “Mandado de prisão
provisória” do indiciado ao Cmt da OPM
(ou autoridade)
- Of. do Cmt da Unidade a que pertence o 129
indiciado, participando ao Enc. do IPM o
cumprimento do “Mandado de Prisão”
- Prorrogação do Prazo do IPM: Of. do 141
Enc. do IPM solicitando à autoridade
delegante prorrogação do prazo para
conclusão do IPM
- Sequestro de Bens: Of. do Enc. do IPM 128
ao MM Juiz da Auditoria da Justiça
Militar solicitando “Sequestro de Bens”
adquiridos pelo indiciado, com proventos
da infração penal
198
Manual do Inquérito Policial Militar
PROCEDÊNCIA
ASSUNTOS DEC-LEI OUTROS PÁG.
1.002 (CPPM)
Passagem do Preso à disposição do Juiz Art. 251, § 172
único
Peças que podem surgir no IPM 40
Perícia Art. 314 a 346 90
Perito Idem 88 e 89
Pessoas que efetuam a Prisão em Flagrante Art. 243 166
Polícia Judiciária Militar - competência - Art. 8.º 15 e 16
Exercício
Portaria(s) de designação do Encarregado 46 a 52
Portaria de Instauração do Inquérito 59
(Encarregado do IPM)
Portaria de Abertura do APF pelo 167
Presidente do APF
Prazo Art. 20 58 e 124
Prazos para terminação do IPM Art. 20 58
Prisão em Flagrante Delito Art. 243 a 253 165 e 166
Prisão Preventiva - Mensagem - solicitação Art. 18§ único 29
254 a 269
Prisão Preventiva Art. 254 29
Processo n.º 8.028 - 2.ª AJME, BGPM n.º 24
72, de 18Abr85. “Presume-se verdadeira a
versão dada por policiais militares, quando
a ela não se opõe prova idônea. No
confronto entre a palavra do PM e a do
bandido, valoriza-se a da autoridade”
Prorrogação 140
Prorrogação de prazo Art. 20 § 1.º 141
Prova documental Art. 373 21
Prova Indiciaria Art. 382 a 383 22
Provas Art. 294 a 301 16 e 17
Provas Periciais Art. 314 a 344 21
Prova Testemunhal Art. 347 a 364 19
415 a 430
199
Manual do Inquérito Policial Militar
PROCEDÊNCIA
ASSUNTOS DEC-LEI OUTROS PÁG.
1.002 (CPPM)
Providências antes do IPM 53
Qualificação - Definição 36
Quesitos Art. 316 90
Quesitos Oficiais (Dec. n.º 5.141, de 90
25Out56)
Recebimento - Definição 37
Recibo de “Nota de culpa” Art. 247 § 1.º 172
Reconhecimento - Definição Art. 368 a 370 37
Reconstituição - Definição Art. 13 § único 37
Reconstituição dos fatos Art. 13 § único 142 e 144
Recusa ou impossibilidade de assinatura Art. 245 § 3.º 172 a 176
do Auto de Flagrante Delito
Relatório - Definição Art. 22 37
Relatório - Formulário 160, 161,
162 e 169
Remessa - Definição Art. 23 37
Remessa do Auto de Flagrante Delito Art. 251 181
Remessa do IPM à Auditoria da Art. 23 44
Circunscrição
Requisição - Definição Art. 349 37
Restituição - Definição Art. 190 a 198 37
Roteiro do IPM - formulário 39
Sigilo do IPM Art. 16 44
Solução - Definição Art. 22 § 1.º 37
Solução do IPM - Modelo 161 e 163
Solução do IPM Art. 22 § 1.º
Sujeição a Flagrante Delito Art. 244 166
Técnica de investigação Policial Manual de 14, 15 e
Org. e Prát. 16
Policial Pol.
Judic.
200
Manual do Inquérito Policial Militar
PROCEDÊNCIA
ASSUNTOS DEC-LEI OUTROS PÁG.
1.002 (CPPM)
Tempo de Inquirição Art. 19 § 2.º 77
Termo de Acareação 78
Termo de Compromisso de Peritos 89
Termo de Inquirição de Testemunhas 77
Termo de Perguntas ao indiciado 71
Termo de Perguntas ao Ofendido 69
Termo de Reconhecimento 123
Termo de Restituição 135
Testemunhas - Definição Art. 347 37
201