Terra Fria Transmontana Guia Ebook TFT
Terra Fria Transmontana Guia Ebook TFT
Terra Fria Transmontana Guia Ebook TFT
transmontana
Ficha Técnica
título
Guia Terra Fria Transmontana
autor
Matos, Fonseca & Associados e RCL imagem e comunicação
edição
Associação de Municípios da Terra Fria do Nordeste Transmontano
produção
RCL imagem e comunicação | Maria João Cunha
textos
conteúdos - Matos, Fonseca & Associados e Rui Cunha
redação de textos: RCL imagem e comunicação e João Abreu Lima
fotografia
Rui Cunha exceto as cedidas por: Associação de Municípios da Terra Fria do Nordeste Transmontano,
Câmara Municipal de Bragança, Câmara Municipal de Miranda do Douro,
Câmara Municipal de Mogadouro, Câmara Municipal de Vimioso, Câmara Municipal de Vinhais,
António Tiza (AT), Armando Redentor (AR), Manuel Teles (MT), Mário Reis (MR) e Telmo Afonso (TA)
som
todos os elementos multimedia foram sonorizados a partir de excertos das obras:
“Da Pacem Domine” - cedida para este trabalho por João Luís Nabo / Coral de São Domingos;
“Teçtemunho” (Lengalenga – Gaiteiros de Sendim), “Molinos De L Brosque” (Célio Pires), “Sons Da Terra 2”
(Tamborileiros em Tradição) – cedidas para este trabalho pela Câmara Municipal de Miranda do Douro
imagem multimedia
vídeo sobre os Caretos realizado e montado por Noelle Georg através de remontagem a partir do filme
“Museu Ibérico da Máscara e do Traje”, cedido para este trabalho pela Câmara Municipal de Bragança,
todas as restantes montagens de imagem foram realizadas por Rui Cunha
base cartográfica
Matos, Fonseca & Associados
impressão e acabamento
Finepaper
índices: (internas)
todos os ítens dos índices, geral e de cada capítulo, têm link
para a página ou mapa respetivo.
transmontana
Índice
w Apresentação da Rota da Terra Fria Transmontana 5
w índice
Apresentação
A Terra Fria do Nordeste Transmontano, alfobre de excelentes recursos naturais, ressentiu-se
durante séculos do abandono que a votou a um ostracismo profundo, mas que lhe sedimentou
uma expressiva identidade cultural. Contudo, as duras condições de periferia que a formatação
política do país lhe imprimiu no passado auguram-lhe hoje, com a diluição de fronteiras e a
livre e franca circulação, um papel decisivo e preponderante como charneira de realidades
económicas e culturais diferenciadas, que procuram o desenvolvimento na cooperação e na
complementaridade.
É esta a oportunidade da Terra Fria do Nordeste Transmontano que, apesar das adversidades ou
talvez à conta delas soube conservar uma expressão própria e emergente no espectro nacional,
mas potencialmente valorizadora quando se perspetiva a autenticidade, a complementaridade
e a parceria.
A Rota
Não se pode conhecer uma terra sem nunca a ter visitado. Por muito que dela se fale, por
muito que dela se escreva, só a presença nos dá a noção de escala, só a convivência nos
desvenda a alma do povo.
É uma realidade que só localmente pode ser entendida.
Por isso, e por bem, entendeu a Associação de Municípios da Terra Fria do Nordeste
Transmontano definir um circuito que proporcionasse ao seu utente o conhecimento e o
usufruto das potencialidades da região. Tarefa ingrata, já que o pragmatismo do objetivo
implicava uma racionalização do percurso, privilegiando locais em detrimento de outros que
não logravam a mesma mediatização e visibilidade.
O itinerário definido foi bem ponderado, tendo em vista, a um tempo, a comercialização de
bens e serviços e a outro, a preservação e a salvaguarda dos valores naturais e culturais,
sempre tão sensíveis aos excessos da demanda.
A opção contemplou, naturalmente, os cinco municípios representados, assumiu uma
configuração abrangente e contínua, integrou os melhores testemunhos do carácter nordestino
e ponderou os custos da materialização da iniciativa. E resultou um percurso com cerca de
quinhentos quilómetros, praticável num mínimo de três dias em circulação automóvel.
O roteiro que o descreve e que aqui se apresenta pretende demonstrar o repositório da oferta
que a região proporciona, informando outras iniciativas orientadas para a promoção da sua
imagem e o reforço do sentimento de autoestima da população residente, que é o verdadeiro
garante da sua salvaguarda ativa e permanente.
Constituído por quatro capítulos, apresenta-se no primeiro uma caraterização geral da Terra
Fria Transmontana sob o ponto de vista do enquadramento e acessibilidades, dos aspetos
físicos, históricos e patrimoniais; no segundo capítulo faz-se uma abordagem sucinta dos
aspetos relevantes de cada troço; o terceiro capítulo descreve a Rota troço a troço referindo
os aspetos mais singulares de cada lugar por onde passa o circuito; e, por último, o quarto
capítulo referencia outras Rotas temáticas, circuitos e trajetos que a complementam alargando
o âmbito da sua atratividade.
w índice 5
Presentation
The Terra Fria of Nordeste Transmontano Region, owner of a wealth of fine natural resources,
suffered centuries of abandonment which banished it to a profound ostracism, but that at the
same time created a significant cultural identity.
However, as a result of the disappearance of borders and the introduction of free movement
between countries, the harsh peripheral conditions that the country’s political format
imposed upon the area in the past have now given way to a region that plays a decisive and
important role as the hinge-point between different economic and cultural realities, which
seek development in cooperation and complementarity.
This is the opportunity for Terra Fria of Nordeste Transmontano, which, despite the hardships, or
perhaps due to them, was able to preserve a unique and emerging identity within the national
spectrum, and showing great potential value in terms of authenticity, complementarity and
partnership.
The Trail
We cannot know a place without going there. Regardless of how much it is said about it, and
regardless of how much it is written about it, only the fact of being there can give us the idea
of scale; only by meeting the people is their soul revealed.
It is a reality that can only be understood when we visit a place.
That is why the Association of Town Councils of Terra Fria of Nordeste Transmontano decided
to outline a circuit that would provide the traveller with the knowledge to enjoy what the
region has to offer. A tough task it represents, if we bear in mind that such a pragmatic
objective means that the route must be rationalized and must focus on certain places to the
detriment of others that have not achieved the same level of media coverage and visibility.
The chosen itinerary has been well thought out, bearing in mind, on one hand, the supply
of goods and services and, on the other, the preservation and protection of the natural and
cultural heritage, which can so easily suffer through excess demand.
The choice naturally considered the five municipalities represented, it assumed a broad and
continuous form, included the best examples of the north-eastern character and examined
the costs of putting the initiative into practice. The result is a trail of around five hundred
kilometers, which can be covered by car in a minimum of three days.
The guide that describes it, which is presented here, shows the range of supply that the region
has to offer. It provides information on other initiatives aimed at promoting the region’s
image and at boosting the resident population’s self-esteem, which will guarantee that it will
be actively and permanently safeguarded.
Consisting of four chapters, out of which the first presents a general characterization of Terra
Fria Transmontana from the point of view of setting and accessibility, as well as in physical,
historical and patrimonial terms. In the second chapter, there is a summary of the relevant
aspects of each section of the trail. The third chapter describes the trail section by section,
indicating the most unique aspects of each place through which the circuit passes. Finally, the
fourth chapter refers to other thematic trails, circuits and itineraries that complement it, thus
broadening the scope of its appeal.
6
presentación
Las Tierras Frías del Noreste de Tras-os-Montes, vivero de excelentes recursos naturales, se
han resentido durante siglos del abandono que las han consagrado a un ostracismo profundo,
pero que les ha sedimentado una expresiva identidad cultural.
Sin embargo, las duras condiciones de periferia que la forma política del país les imprimió en
el pasado les auguran hoy, con la dilución de fronteras y la libre y franca circulación, un papel
decisivo y preponderante como charnela de realidades económicas y culturales diferenciadas,
que buscan el desarrollo en la cooperación y en la complementariedad.
Es esta la oportunidad de las Tierra Frías del Noreste de Tras-os-Montes, que a pesar de
las adversidades o talvez a cuenta de ellas, han sabido conservar una expresión propia y
emergente en el espectro nacional, pero potencialmente valorizadora cuando se perspectiva
la autenticidad, la complementariedad y la sociedad.
LA Ruta
No se puede conocer una tierra sin nunca haberla visitado. Por mucho que de ella se hable, por
mucho que de ella se escriba, sólo la presencia nos da la noción de escala, sólo la convivencia
nos desvenda el alma del pueblo.
Es una realidad que sólo localmente se puede entender.
Por eso, la Asociación de Municipios de las Tierras Frías del Noreste de Tras-os-Montes ha
querido definir un circuito que proporcionara al usuario el conocimiento y el usufructo de las
potencialidades de la región. Tarea ingrata, ya que el pragmatismo del objetivo implicaba una
racionalización del recorrido, privilegiando lugares en detrimento de otros que no lograban
alcanzar la misma mediatización y visibilidad.
El itinerario definido fue bien ponderado, teniendo en vista por un lado la comercialización
de bienes y servicios y por otro la preservación y la salvaguarda de los valores naturales y
culturales, siempre tan sensibles a los excesos de la demanda.
La opción ha contemplado, naturalmente, los cinco municipios representados, ha asumido
una configuración amplia y continua, ha integrado los mejores testimonios del carácter
del noreste y ha ponderado los costes de la materialización de la iniciativa. Y ha resultado
un recorrido de cerca de quinientos quilómetros practicable en un mínimo de tres días en
circulación automóvil.
El itinerario que lo describe y que aquí se presenta pretende demostrar el repositorio de la
oferta que la región proporciona, informando otras iniciativas orientadas hacia la promoción
de su imagen y el refuerzo del sentimiento de auto-estima de la población residente, que es el
verdadero garante de su salvaguarda activa y permanente.
Constituido por cuatro capítulos, se presenta en el primero de ellos una caracterización
general de las Tierras Frías de Tras-os-Montes bajo el punto de vista del encuadramiento
y accesibilidades, de los aspectos físicos, históricos y patrimoniales; en el segundo capítulo
se hace un abordaje resumido de los aspectos relevantes de cada trozo; el tercer capítulo
describe la ruta trozo por trozo refiriendo los aspectos más singulares de cada lugar por donde
pasa el circuito y, por último, el cuarto capítulo referencia otras rutas temáticas, circuitos y
recorridos que la complementan alargando el ámbito de su atractivo.
7
caraterização
geral da terra fria
transmontana
Pág.
Localização e Acessibilidades 10
Caraterização Física 17
Parque Natural de Montesinho 28
Parque Natural do Douro Internacional 34
Caraterização Socioeconómica 41
Caraterização Histórico-Patrimonial 51
património evocativo 64
construções rurais 68
património arqueológico visitável 86
w índice
Caraterização
Geral
localização
e acessibilidades
Vale do rio Maçãs, de Carção A Região da Terra Fria do Nordeste Transmontano (TFT)
para Vimioso. abrange cinco dos doze concelhos do distrito de Bragança
– Bragança, Miranda do Douro, Mogadouro, Vimioso
e Vinhais – que constituem a sub-região representada
pela Associação de Municípios da Terra Fria do Nordeste
Transmontano.
A região confronta a norte e nascente com as Regiões
Autónomas da Galiza e de León e Castilla, da vizinha
Espanha, quer por raia seca nos desenvolvimentos
longitudinais, quer pelos cursos do Douro e do Maçãs,
em alternância, nos latitudinais. A sul confronta com os
concelhos de Mirandela, Macedo de Cavaleiros, Alfândega
da Fé, Torre de Moncorvo e Freixo de Espada à Cinta. A
poente confronta com os concelhos de Chaves e Valpaços.
O posicionamento geográfico e a complexidade física do
território condicionam a rede interna de acessibilidades,
mas propiciam a articulação das redes viárias nacionais de
Portugal e Espanha, encurtando as distâncias desta região
Estrada Municipal M542 aos centros de decisão e aos mercados externos. Os últimos
à entrada de Ifanes. anos foram marcados por um forte investimento na
melhoria das acessibilidades interna e externa da TFT, com
especial destaque para a construção da Autoestrada A4 e
do Itinerário Complementar IC5. Deste modo foi possível
diminuir o tempo de viagem entre Bragança e os grandes
centros urbanos de Porto e Lisboa.
Ao referir as acessibilidades, dever-se-ão focar as diversas
infraestruturas que servem o espaço territorial ou que o
influenciam, contando-se, neste caso, os aeródromos de
Bragança e de Mogadouro e as infraestruturas rodo e
ferroviárias.
10
w índice
Caraterização
Geral
localização e acessibilidades
N ân tico 500 km
A tl
no
Ocea 400 km
300 km
200 km
La Coruña
Santiago de Compostela
100 km
Ourense Burgos
Vigo
bragança
viana do Castelo braga
Zamora
vila Real
porto
viseu
Aveiro
Salamanca MADRID
Guarda
Coimbra
leiria Castelo branco
santarém
portalegre
LISBOA
setúbal évora
beja
terra fria
transmontana
Faro
0 200 km
Caraterização
Geral
localização e acessibilidades
A autoestrada A4 deriva em
Bragança para Quintanilha
(30 Km).
Caraterização
Geral
localização e acessibilidades
A N221-2, de Sendim para Algoso. Estas vias, são os mais importantes eixos de serviço do interior
norte de Portugal. Contudo, pelas ligações que estabelecem
e pelas que procuram estabelecer com a rede espanhola,
consubstanciam o principal acesso ao resto da Europa.
14
Caraterização
Geral
localização e acessibilidades
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Caraterização
Geral
CARATERIZAÇÃO FÍSICA
Caraterização
Geral
CARATERIZAÇÃO FÍSICA
caraterização física
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Caraterização
Geral
CARATERIZAÇÃO FÍSICA
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Caraterização
Geral
CARATERIZAÇÃO FÍSICA
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Geral
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Caraterização
Geral
CARATERIZAÇÃO FÍSICA
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Caraterização
Geral
CARATERIZAÇÃO FÍSICA
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Caraterização
Geral
CARATERIZAÇÃO FÍSICA
Souto, no início da
primavera, na serra da
Nogueira.
25
Caraterização
Geral
CARATERIZAÇÃO FÍSICA
Paisagem de policulturas com Ainda influenciado pela Terra Quente Transmontana, o Vale
castanheiros, Alta Lombada. do Sabor apresenta a jusante uma paisagem policultural,
com uma forte expressão do olival e do amendoal. Com as
mesmas características, no Vale do Rio Tuela, a jusante da
inserção da ribeira de Ervedosa, predominam a azinheira,
a oliveira e a vinha. Para montante, os vales encaixados
do Tuela e seus subsidiários são enquadrados por uma
vegetação ripícola bastante desenvolvida com bosquetes
de carvalhos e castanheiros.
Os rudes condicionamentos da Natureza criaram nesta
região uma das maiores e melhores reservas ecológicas
do País, justificando a delimitação dos Parques Naturais de
Montesinho e do Douro Internacional e de zonas protegidas
de particular interesse florístico e faunístico. Como é
evidente, os ecossistemas naturais não se limitam às áreas
protegidas, sendo possível a observação das espécies
identificadas fora dos limites das áreas classificadas, em
Carvalhal no inverno, Cova de Lua. especial onde a pressão humana é menor e na proximidade
das linhas de água. Registam-se
na TFT áreas integradas na Rede
Nacional de Áreas Protegidas
– Parques Naturais e Rede
Natura 2000 que, naturalmente,
podem apresentar sobreposições
territoriais.
28
w índice
Caraterização
Geral
CARATERIZAÇÃO FÍSICA
29
Caraterização
Geral
CARATERIZAÇÃO FÍSICA
Miradouro de S. João das Arribas. no Constitui uma faixa de território que acompanha o curso
concelho de Miranda do Douro. do Rio Douro, incidindo em território dos concelhos
de Miranda do Douro e Mogadouro. Foi criado com o
objetivo de garantir a conservação de uma área com
elevada sensibilidade ecológica. O símbolo do parque é
o Abutre-do-Egito, uma das espécies mais emblemáticas
da região. O Parque possui grande diversidade litológica,
composta por formações de granito e xisto, que originam
afloramentos rochosos de considerável interesse
geomorfológico. São frequentes enormes penhascos
quartzíticos pendendo sobre as linhas de água, formando
Parque Natural miradouros naturais de grande valor paisagístico. O
do Douro Internacional PNDI apresenta também um elevado valor faunístico,
nomeadamente no que se refere à avifauna, constituindo
Sede
Rua Santa Marinha nº 4
os vales encaixados e escarpados um local de excelência
5200-241 Mogadouro para a nidificação de aves rupícolas. Os mamíferos com
T. (351) 279 340 030 / 279 341 596 maior estatuto de conservação no parque são o lobo
pndi@icn.pt ibérico (Canis lupus) e vários morcegos como o morcego-
www.icnf.pt -rato-grande (Myotis myotis) e uma colónia de hibernação
de morcego-de-peluche (Miniopterus schreibersii).
Delegação de Miranda do Douro
Cabanais do Castelo - Largo do Castelo O PNDI é abrangido pela Zona de Proteção Especial do
5210-188 Miranda do Douro Douro Internacional e Vale do Rio Águeda, da Rede Natura
T. (351) 273 431 457 2000.
34
w índice
Caraterização
Geral
CARATERIZAÇÃO FÍSICA
Pormenor de
arquitetura tradicional
em xisto, Paradela.
Meandro do rio Douro em
Urrós, Mogadouro.
35
Caraterização
Geral
CARATERIZAÇÃO FÍSICA
Caraterização
Geral
CARATERIZAÇÃO FÍSICA
Vista a partir do miradouro da Penha das Torres, Paradela. Ponto mais oriental do território português.
Caraterização
Geral
CARATERIZAÇÃO FÍSICA
Troço do rio Sabor na zona de Argozelo, Também integrada na Rede Natura 2000, em Zona de
no inverno, com as suas galerias Proteção Especial, salientam-se os Rios Sabor e Maçãs.
ripícolas desprovidas de folhagem.
O Vale do Rio Sabor e Maçãs carateriza-se por possuir
galerias ripícolas em bom estado de conservação. As
condições edafoclimáticas e morfológicas, refletidas em
Vale cavado do rio Maçãs entre Carção vales encaixados e vertentes abruptas, proporcionam o
e Vimioso, vendo-se, para além das desenvolvimento de várias espécies vegetais e animais.
galerias ripícolas, olivais que atestam a Destacam-se, pelo seu estado de conservação e por serem
influência mediterrânica.
endémicas, as comunidades de Buxo (Buxus
sempervirens) e as comunidades ripícolas
de Petrorragia (Petrorhagia) e Saxifraga
(Saxifragaceae). Este Sítio é importante
para a conservação da fauna associada ao
meio aquático, em particular a recuperação
das populações de lagostim-de-patas-
-brancas (Austropotamobius pallipes). A
área alberga três espécies de mamíferos
constantes do Anexo II da Diretiva Habitats -
– o lobo ibérico, a lontra e a toupeira-
-de-água.
Da lista Nacional de Sítios da Rede Natura
(Resolução de Conselho de Ministros n.º
142/97, de 28 de agosto) – Montesinho/
Nogueira, Rios Sabor e Maçãs, Douro
Internacional, Samil, Monte Morais e Minas
de St.º Adrião.
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Caraterização
Geral
CARATERIZAÇÃO FÍSICA
39
Caraterização
Geral
CARATERIZAÇÃO SoCIOECONÓMICA
Caraterização
Geral
CARATERIZAÇÃO SoCIOECONÓMICA
caraterização socioeconómica
A TFT constitui-se hoje como uma nova centralidade. De Agricultura extensiva na periferia da
região periférica no contexto nacional, passou a favorecida Terra Fria, Mogadouro.
quando a referência espacial se alargou ao espaço ibérico
e à União Europeia.
Para esta nova centralidade contribuíram fatores endógenos
ao país – construção da A4 e uma melhoria nas vias
intrarregionais; e fatores exógenos – estação de TGV da linha
Madrid/Vigo em Puebla de Sanabria, a 30 km de Bragança.
Por outro lado, cerca de 55% da TFT é abrangida por áreas
protegidas, o que faz desta região um destino privilegiado
pela qualidade do ambiente e as potencialidades de um A qualidade do ambiente na TFT
Turismo Verde. potencia o desenvolvimento do
Turismo Verde.
Constitui-se também a TFT como um repositório inigualável
de saberes ancestrais, traduzidos em produtos únicos e de
excelência, para serem convenientemente apreciados e
valorizados. É também na TFT que anualmente concluem
a sua formação académica muitas centenas de jovens,
alguns desejosos de aqui se fixarem e com capacidade de
resposta adequada à inovação e às novas tecnologias.
Do ponto de vista demográfico esta região é geralmente
assumida como pouco dinâmica e sujeita a um contínuo
processo de esvaziamento populacional.
Ao longo das últimas décadas e de um modo generalizado
nos cinco concelhos que a constituem, ressentiu-se com
o êxodo maciço de população, primeiro para o continente
americano (Brasil, sobretudo); depois, nas décadas de 50 e
60, para os países da Europa Central (França e Alemanha,
principalmente) e para o Ultramar Português; e, finalmente,
para o litoral (áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto) e
para as capitais de distrito.
w índice 41
Caraterização
Geral
CARATERIZAÇÃO SoCIOECONÓMICA
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Caraterização
Geral
CARATERIZAÇÃO SoCIOECONÓMICA
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Caraterização
Geral
CARATERIZAÇÃO SoCIOECONÓMICA
Mogadouro, uma vila dotada de boas área com aptidão para a agricultura é mais dispersa e em
infraestruturas. menor proporção. Nos concelhos de Miranda do Douro e
Mogadouro (Planalto Mirandês), a área com aptidão para a
agricultura é bem mais extensa, ainda que esteja situada a
altitudes elevadas, zona privilegiada para o cultivo de cereais.
Mas mesmo com condições de produção que não favorecem
a adoção de tecnologias intensivas, existe um conjunto
diversificado de produtos de excelência, perfeitamente
adaptados às condições ambientais e aos diversos
No concelho de Vinhais o fumeiro condicionalismos (socioeconómicos e edafoclimáticos),
tradicional desempenha um importante
papel na economia local. fruto de um saber-fazer acumulado ao longo do tempo, que
tem de ser valorizado. Citem-se, entre outras, as seguintes
produções:
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Caraterização
Geral
CARATERIZAÇÃO SoCIOECONÓMICA
• Castanha
O castanheiro é uma cultura importante no país, quer pela
produção de madeira, quer pela produção de fruto. A área
total de castanheiros, a nível nacional, corresponde a mais
de 8,5% da área mundial.
Em Portugal a produção de castanha está concentrada
em Trás-os-Montes e Alto Douro, mas cerca de
80% da área plantada e da castanha produzida
em Portugal provém da região de Trás-os-
-Montes, com especial incidência nos concelhos
de Bragança e de Vinhais. A produção de
castanha destes dois concelhos, quase toda
exportada para os mercados do Brasil, França,
Itália e Espanha, representa um valor global de
cerca de 25 milhões de euros, num total de cerca
de 11 milhões para toda a TFT.
• Centeio
A TFT é a principal região produtora de centeio do país.
Os cereais (trigo e centeio) desta região, estão presentes
na maior parte dos seus sistemas produtivos, contribuindo
de modo relevante para a economia das explorações
agrícolas.
Olival em Izeda.
• Olivicultura
A estrutura produtiva do azeite na TFT carateriza-se
por uma reduzida dimensão das explorações (cerca
de 13 262 ha na TFT, de acordo com o Recenseamento
Agrícola de 2009), olivais envelhecidos, baixos níveis
de mecanização, principalmente da colheita, com
implicações nos respetivos custos de produção e
baixas produtividades físicas.
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Caraterização
Geral
CARATERIZAÇÃO SoCIOECONÓMICA
• Bovinos autóctones
O efetivo bovino autóctone na TFT era de
cerca de 5.000 cabeças da raça mirandesa
em 1999, espalhadas pelos cinco concelhos,
com destaque especial para Bragança (1.598
efetivos) e Vinhais (1.035 efetivos). Atualmente
este número reduziu-se para cerca de 3.600
efetivos.
Tendo em vista a valorização da carne
proveniente das raças bovinas autóctones
Bovinos da raça mirandesa. da TFT, encontram-se protegidas as designações “carne
mirandesa DOP” e “carne de bovino cruzado da Terra Fria
Transmontana IGP” (Indicação Geográfica Protegida). A
produção anual de carne mirandesa é, atualmente, de
mais de 260 toneladas, com um valor de mercado de,
aproximadamente, dois milhões de euros.
• Ovinos e caprinos
A criação de pequenos ru-
minantes (ovinos e capri-
nos) tem uma grande
importância económica
e social na TFT, existindo
no ano 2009 cerca de
128.000 animais.
46
Caraterização
Geral
CARATERIZAÇÃO SoCIOECONÓMICA
• Mel
O mel é também um dos produtos a destacar na região
da TFT, pela excelência da sua qualidade. Está diluído
por todo o território, salientando-se o Parque Natural
O mel biológico da Terra Fria tem tido
de Montesinho, onde existe um Agrupamento de Produ- um enorme sucesso na exportação.
tores de Mel DOP. Por
toda a TFT existe tam-
bém produção de mel
em Modo de Produção
Biológica (MPB). Em
Mogadouro localiza-se
a sede da Associação de
Apicultores do Parque
Natural do Douro In-
ternacional, cuja ação
se estende ao concelho
de Miranda do Douro.
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Caraterização
Geral
CARATERIZAÇÃO SoCIOECONÓMICA
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Caraterização
Geral
CARATERIZAÇÃO SoCIOECONÓMICA
Turismo
Analisando agora, em breves traços, o setor
turístico, pode-se afirmar que está difusamente
representado, dispondo a região de um enorme
e diversificado potencial turístico (cerca de 55%
do total da área da TFT são Áreas Protegidas).
O turismo associado à componente natureza
proporciona o desenvolvimento de diversos
tipos de turismo ligados a esta vertente como
o ecoturismo, turismo cinegético, turismo
no espaço rural, turismo em áreas naturais
e turismo de aventura. A par deste tipo de
oferta surge o Turismo Cultural associado ao riquíssimo A arquitetura tradicional com base
património monumental e etnográfico. Estas duas no xisto e granito, reveste-se de
temáticas encontram-se bem representadas por todo o grande importância na oferta turística
regional.
território da Rota quer a nível dos monumentos, museus
e sítios históricos e arqueológicos, quer a nível de festas e
tradições populares, artesanato e gastronomia.
Esta diversificada oferta é ainda complementada pela
elevada qualidade da tipologia dos empreendimentos
turísticos na modalidade Turismo no Espaço Rural (TER).
Com uma proposta turística tão variada a nível do património
natural, monumental e etnográfico, é compreensível que o
setor turístico, nos últimos anos, tenha vindo a crescer e
a ganhar uma importância significativa no contexto das
atividades económicas da TFT. Cidadela de Bragança.
49
Caraterização
Geral
CARATERIZAÇÃO HISTÓRICo-PATRIMONIAL
Caraterização
Geral
CARATERIZAÇÃO HISTÓRICO-PATRIMONIAL
caraterização Histórico-Patrimonial
A extensa diacronia de ocupação humana da Terra Fria Castelo medieval assente sobre um
Transmontana tem uma origem bastante remota no tempo. castro da Idade do Ferro, Rebordãos.
Ao fundo a cidade de Bragança.
Neste território encontram-se vestígios das diferentes
épocas, numa sucessão de mais de vinte mil anos de
história: a arte rupestre, de ar livre, cujas expressões mais
arcaicas remontam ao Paleolítico Superior, os monumentos
megalíticos, os povoados fortificados da Pré-história Recente
e da Proto-história, os sítios de habitat e as necrópoles dos
períodos romano e medieval e as construções modernas
e contemporâneas, testemunhos das vivências públicas e
privadas, eruditas e populares dos habitantes da região.
São diversos os contextos nos quais é possível identificar
ocupações sucessivas e mesmo ininterruptas do ponto
de vista cronológico. Contudo, persistem lacunas nos
conhecimentos disponíveis, hiatos temporais desprovidos
de vestígios que permitam uma compreensão totalmente
abrangente do devir histórico. Permanecem por esclarecer
questões relativas a momentos de transição, evolução e
interrelações populacionais e culturais com palco na TFT.
Do Paleolítico Superior, quando a evolução antropológica
atinge já formas atuais, e o homem, essencialmente
nómada e sujeito a rigores climáticos extremos, se abrigava
em grutas e acidentes naturais, conservam-se nesta Peças da Pré-história existentes no
região algumas reminiscências. No concelho de Bragança, Museu de Mogadouro.
algumas rochas como as do Pousadouro (Grijó de Parada),
de Sampaio (Milhão) e da Fraga Escrevida (Paradinha Nova)
são testemunhos deste período, contendo gravuras de
auroques e cavalos com mais de 20.000 anos.
Outros vestígios da Pré-História Antiga poderão encontrar-
-se em contextos de cascalheiras, sobre terraços fluviais,
como as jazidas de Chão dos Palheirinhos ou Peinada,
também nas margens do rio Sabor. Nestas é possível
identificar alguns artefactos líticos.
< Capela do antigo Paço Episcopal, onde está instalado o Museu Abade de Baçal.
w índice 51
Caraterização
Geral
CARATERIZAÇÃO HISTÓRICo-PATRIMONIAL
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Castelo de Algoso, ponto de defesa Firmados os limites territoriais do novo reino de Portugal,
estratégico cujos vestígios remontam consolidada a autoridade régia e estabelecidos os quadros
ao Calcolítico.
dos poderes civis e eclesiásticos, estava aberto o caminho
para a estabilidade social e política que permitiria a
introdução de novos conceitos em todos os domínios
da cultura. Iniciava-se o séc. XIII e estavam criadas as
condições para uma recetividade crescente à influência
dos formulários góticos que então floresciam em toda a
Europa.
O controle militar das fronteiras exigiu a reconstrução de
algumas fortalezas antigas e a construção de outras em
locais estratégicos.
Desta época datam, o castelo de Algoso, ainda
razoavelmente conservado e cujos primeiros vestígios
remontam ao Calcolítico; o de Vinhais, cujos vestígios
remontam à Idade do Ferro; o de Miranda do Douro e o
de Bragança, que viriam nos séculos subsequentes a tomar
a forma que atualmente apresentam, envolvendo toda a
povoação.
Anteriores a este período são os castelos de Penas Roias e
Mogadouro, cujos vestígios remontam à época romana e
foram praças templárias no século XII.
Já os castelos de Vimioso e Outeiro terão sido construídos
posteriormente, sendo contudo incerta a sua fundação, já
que deles pouco mais resta para além de alguns vestígios
destroçados e escassas referências documentais.
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Caraterização
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Atuação de um grupo de
Pauliteiros de Miranda. Património Evocativo
Muitas vivências socioculturais da região nordestina
assentam em tradições e posturas de origens
ancestrais. Provavelmente a mais emblemática será
a prática comunitária, o regime de partilha que
resiste ainda, enquistado em Rio de Onor e Guadramil,
onde o solo útil, que é de todos, a todos aproveita.
Esta prática, que resulta de esforços seculares de
autodefesa e autosustentação de pequenas povoações
raianas que sobreviveram isoladas conservou formas
dialetais derivadas das línguas portuguesa, mirandesa
e castelhana. A sobrevivência deste modus vivendi nos
núcleos rurais e da própria língua mirandesa e dos
A MT F N T
Quarta feira de Cinzas - dialetos locais (Riodonorês, Guadramilês e Sendinês) é
em cima Dia da Morte e dos Diabos, muito difícil, não obstante os esforços desenvolvidos
em Vinhais; em baixo, Diabo, Morte pelas autarquias e pelos Parques Naturais de Montesinho
e Censura, em Bragança. e do Douro Internacional.
Os Parques Naturais são, aliás, uma mais valia regional
como ponto atrativo do Turismo de Natureza e do
Turismo Cultural de que beneficia toda a população,
procurando sempre compatibilizar o desenvolvimento
económico e social com a conservação da natureza e a
integridade cultural.
As atividades artesanais enquadraram-se, até um passado
recente, num contexto de utilização do objeto produzido
AT
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“Chocalheiro”, Bemposta.
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Caraterização
Geral
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Caraterização
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CARATERIZAÇÃO HISTÓRICo-PATRIMONIAL
Em cima, carro de bois tradicional , Nas áreas planálticas de Miranda, Bragança e Mogadouro,
ainda em uso no apoio à lavoura. onde se cria gado grosso e os assentos de lavoura excedem
À direita, centro da aldeia de Gestosa. a dimensão usual, as unidades desenvolvem o seu edificado
em torno de um terreiro ou pátio – a curralada, com
acesso por uma porta carral rasgada no alinhamento da
fachada. Na montanha as explorações agropastoris, que se
limitam ao gado miúdo, prescindem desta organização ou
assumem-na a uma escala reduzida.
Na povoação as ruas são geralmente estreitas e
entrecortadas, de terra batida ou em calçadas. No miolo,
quase sempre em lugar central, destaca-se a igreja, com
adro fronteiro, cerrado ou integrando a via pública e
Porta carral em Angueira. fazendo dela a sua “praça maior”. É aqui que se sente o
palpitar do povo, reunido para as funções e preceitos
dominicais, no lazer do fim de semana e no render do
dia de trabalho. Afora estas ocasiões, tudo é deserto
com a população reduzida e envelhecida dedicada à sua
Arquitetura tradicional em xisto, de lavoura. Além da igreja, existe uma outra capela sem culto
dois pisos, em que o piso superior é permanente, com orago da devoção local. À entrada da
para habitação e o piso térreo para
arrumos da atividade agrícola e corte povoação o orago é normalmente atribuído a S. Sebastião,
de gado, Guadramil. que protege a estrada da guerra, da peste e da fome. Os
edifícios não ultrapassam o segundo piso quando são para
habitação, reservando o superior a esta função. Quando
se limitam a um piso apenas, este é térreo e de apoio à
lavoura ou à vida doméstica, para arrumos de alfaias e
lenha, cortes, galinheiro, adega, lagar, celeiro, palheiro, ou
forno. O acesso ao segundo nível é exterior, por escada de
pedra, adossada à fachada e lançada a um patim ou a uma
varanda longitudinal coberta com o avanço do beirado,
que toscas colunas de madeira, raramente de pedra,
sustentam.
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Caracerização
Geral
CARATERIZAÇÃO HISTÓRICo-PATRIMONIAL
Núcleo Museológico
de Izeda, vendo-se em
primeiro plano talhas em
folha de Flandres,
para azeite.
Os Lagares de Azeite e de Vinho
Como elemento essencial da alimentação mediterrânica,
o azeite acompanhou a expansão e a consolidação do
Império Romano, tendo chegado à Lusitânia antes do início
do I Milénio. A Trás-os-Montes a olivicultura chega muito
mais tarde, talvez já no final da Idade Média.
Contudo, o “Azeite de Trás-os-Montes”, pela sua genuinidade
e excecional qualidade, beneficia já de Denominação
Registada e de Marca de Certificação e está inscrito desde
1996 no registo comunitário das Denominações de Origem.
Na TFT esta cultura tem algum significado na parte
meridional do planalto mirandês, nas áreas protegidas
dos talvegues dos principais rios, onde se faz sentir ainda
a influência climática da Terra Quente, nomeadamente
nas encostas do vale do Sabor entre Mogadouro e Castro
Vicente. Nas proximidades de Izeda, de Santulhão e de
Fase da extração do azeite, Picote existem ainda alguns lagares tradicionais, anteriores
em lagar tradicional.
à mecanização operada com as prensas hidráulicas e as
correias de transmissão.
Estes lagares artesanais, hoje impedidos de laborar pela
regulamentação comunitária, se incólumes, são já muito
pouco frequentes e constituem testemunhos culturais
de exceção. Neste contexto foi desenvolvido em Izeda o
projeto de recuperação de um antigo lagar para instalação
do núcleo museológico de Izeda.
Estes lagares são construções geralmente isoladas, de
planta quadrangular e paredes de alvenaria resistente.
Interiormente dispõem-se os lagares, construídos com
enormes monólitos de granito, onde a separação do
azeite e da água ruça se faz por aperto contra seiras de
esparto encapachadas, operado por varas ou malhais de
madeira, que são troncos de castanheiro ou freixo de
grande dimensão, com um topo articulado numa parede
em rotação cilíndrica e o outro vazado verticalmente
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Caracterização
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CARATERIZAÇÃO HISTÓRICo-PATRIMONIAL
Forja Comunitária
A forja era uma oficina do povo onde, de acordo com
regulamento próprio, se afiavam os picos e facas e se
faziam e consertavam as ferramentas e outros utensílios
metálicos, alguns com configuração e motivos decorativos
que merecem lugar de destaque no acervo artesanal
que caracteriza Trás-os-Montes – espelhos e dobradiças,
trasfogueiros, braseiras e grades. Instalava-se numa casa
térrea, geralmente de pequena dimensão. Tinha no interior
um maciço de pedra onde se colocavam as brasas de
azinho e sobro, fornalha, e sobre ela uma pedra vertical
com um buraco onde passava o bico do fole, construído
em madeira e couro, de grande dimensão e acionado por
uma alavanca manual.
Interior da forja comunitária
de Vale de Frades. Próximo da fornalha estava o cepo com a bigorna, também
designada cavalete ou çafra, onde o malho moldava o ferro
e junto dele, a pia com água para o temperar. A monte,
Exterior da forja comunitária algumas formas de pedra para moldar calotes e diversas
de Vale de Frades.
ferramentas para forjar o ferro – calcadores, talhadeiras,
ponteiros, tenazes, entre outros.
Existiram forjas comunitárias em muitas aldeias da Terra
Fria Transmontana, como Quintanilha, Carrazeda, Pinheiro
Velho, Rio de Onor, Moimenta, Cova da Lua ou Vila Chã de
Braciosa, conservando-se ainda algumas, como referência
cultural, embora inativas, nos Centros Rurais do Parque
Natural de Montesinho ou em museus etnográficos de
expressão local, como é o caso da Forja de Quintanilha.
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Caracterização
Geral
CARATERIZAÇÃO HISTÓRICO-PATRIMONIAL
Os Pisões
Os tecidos caseiros de lã
apresentam-se frouxos
à saída do tear, pouco
consistentes e ralos,
sujeitos a desfiar. Este
pano designa-se então
“encherga” e tem que ser
“pisoado”, ou seja, for-
temente batido estando
molhado, para apertar
e empastar as fibras da
trama e da teia. Os dis-
positivos que desempe-
nham esta função são
os pisões, conjunto de
dois maços ou mascotos
de madeira, articulados
numa engrenagem que
lhes transmite movi-
mentos contínuos ver-
ticais, e que batem o
tecido que se coloca numa
caixa aberta, embebido em
água ou noutros produtos
necessários para o fim
em vista – encorpar, lavar, impermeabilizar. A força mo- Linho a secar nas margens da ribeira,
triz que movimenta os pisões é transmitida pela rotação Mogadouro.
de uma roda movida por água corrente, como um vulgar
moinho ou azenha. O próprio edifício é também seme-
lhante no tipo e dimensão da estrutura. O movimento de
um eixo determinado pela rotação da roda de água faz gi-
rar alternadamente duas palas, que deslocam duas patilhas
que sustentam os maços. Deste modo, os maços caem em
alternância e com todo o seu peso sobre os tecidos, sendo
necessário repetir a operação inúmeras vezes.
Esta atividade é muito antiga, acreditando-se que tenha Pormenor de colcha artesanal em linho.
sido introduzida na região no período romano. Em
1977 havia notícia de, pelo menos, dois pisões na
Terra Fria Transmontana – um junto ao rio Maçãs,
na freguesia de S. Julião de Palácios, designado
Pisão do Félix e outro em Vinhais, na freguesia
de Alvaredos, junto à ribeira de Cibrão. Nenhum
destes exemplares se mantém ativo na atualidade.
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Caraterização
Geral
CARATERIZAÇÃO HISTÓRICo-PATRIMONIAL
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Caraterização
Geral
CARATERIZAÇÃO HISTÓRICO-PATRIMONIAL
Por vezes o pastor utilizava as capas das fragas, abrigos Muro como divisória de propriedade.
sob pala formados pelos rochedos e fragas, situados nas
imediações do chequeiro (redil), que vedava com pedras,
paus e scobas, deixando apenas um pequeno buraco. Assim
criava pequenos abrigos, designados como chibiteiros, onde
colocava os chibitos ou chibicos nas primeiras semanas de vida,
abrigados e protegidos de predadores. As progenitoras eram
levadas até ao chibiteiro para amamentar as crias, que até aos
dois meses de idade não conseguem acompanhar o rebanho.
Existem outras tipologias de abrigos para ovicaprinos,
designadamente os chocos, os currales e as curriças.
Muro com remate em pedras verticais,
Outro tipo de pequenas construções corresponde aos de tipo celta.
abrigos de pedra e em falsa cúpula, designados como
casulhos, casotas ou casicas. São construções rudimentares,
que não servem de habitação permanente, mas servem de
guarida face a condições climatéricas adversas.
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Caraterização
Geral
CARATERIZAÇÃO HISTÓRICo-PATRIMONIAL
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w índice
Caraterização
Geral
CARATERIZAÇÃO HISTÓRICO-PATRIMONIAL
Bragança
Sampaio (arte rupestre, Paleolítico) - afloramento de xisto- Gravuras rupestres paleolíticas do MR
-grauvaque, situado na margem direita do rio Sabor, imediatamente núcleo de Sampaio, Milhão.
sobranceiro ao rio. Apresenta três painéis diferenciados com arte
rupestre, que remontam ao Paleolítico Superior. (41º 46’ 25’’N;
06º 40’ 44’’O)
Pousadouro (arte rupestre, Paleolítico) - abrigo em pala de xisto
de grandes dimensões. Situado na margem direita da ribeira do
Pousadouro, a cerca de 50 metros do rio Sabor, onde esta desagua,
encontra-se um painel com gravuras do Paleolítico Superior. (41º
43’ 15’N’; 06º 40’ 00’’O)
Fraga Escrevida (arte rupestre, Paleolítico) - afloramento de
xisto-grauvaque, localizado numa encosta na margem direita do
rio Sabor, cerca de 250 metros acima do rio, sobre a confluência
com a ribeira de Amiães. Distinguem-se três painéis diferenciados
com gravuras. (41º 35’ 20’’N; 06º 39’ 56’’O)
Mamoa de Donai (mamoa, Pré-história Recente, Imóvel de
Interesse Público) - monumento megalítico de médias dimensões,
quase totalmente destruído, mas do qual persiste uma pequena AR
Castro do Arrabalde de Gimonde.
parte da mamoa, coberta atualmente por mato e vários carvalhos.
(41º 49’ 58’N; 06º 48’ 57’’O)
Castro de Arrabalde de Gimonde (povoado fortificado,
Proto-história, Imóvel de Interesse Público) - vestígios de
um povoado fortificado localizado num esporão. Dispõe de
muralha de forma elíptica, torreão e fosso. Na época romana Castro da Ciragata,
o povoado estendeu-se para fora de muralhas. (41º 48’ 00’’N; Parada de Infanções.
06º 41’ 46’’O)
Castro da Ciragata (povoado fortificado, Proto-história,
Imóvel de Interesse Público) - povoado com sistema defensivo
apoiado numa linha de muralha que envolve um perímetro de
média dimensão, com uma planta subcircular, com dois fossos e
referências bibliográficas de existência de dois núcleos de pedras
fincadas. (41º 40’ 14’’N; 06º 43’ 28’’O)
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Caraterização
Geral
CARATERIZAÇÃO HISTÓRICo-PATRIMONIAL
Minas de França: Penedo Furado. Ruínas da Capela da Senhora da Hera (capela, Período
Medieval, Imóvel de Interesse Público) - ruína de um templo de planta
longitudinal, de nave única, com estrutura complementar anexa
retangular, a norte. (41º 53’ 00’ N; 06º 49’ 40’’O)
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Caraterização
Geral
CARATERIZAÇÃO HISTÓRICO-PATRIMONIAL
Miranda do Douro
Abrigo rupestre da Solhapa (arte rupestre, Pré-história
Recente, Imóvel de Interesse Público) - abrigo situado a cerca de
três quilómetros da localidade de Duas Igrejas num ermo granítico,
sobranceiro ao rio Douro. Na gruta regista-se grande diversidade
iconográfica: covinhas, traços perpendiculares, semicírculos e
barras retilíneas e interligadas, de forma quase labiríntica, a par
de um elemento serpentiforme e de figurações humanas. (41º 27’
25’’N; 06º 20’ 12’’O)
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Caraterização
Geral
CARATERIZAÇÃO HISTÓRICo-PATRIMONIAL
Castro de S. João das Arribas. Castro de S. João das Arribas (povoado fortificado, Proto-
história, Monumento Nacional) - povoado fortificado integrado na
Rota dos Castros e Berrões e assente sobre um promontório, cujo
sistema defensivo é composto por duas linhas de muralha e um
torreão, o colo de acesso é protegido por muralha e provavelmente
um fosso. Os vestígios de romanização são abundantes e incluem
um elevado número de epígrafes. (41º 32’ 22’’N; 06º 13’ 24’’O)
Castro de Vale de Águia ou Castrilhouço (povoado
fortificado, Proto-história, Imóvel de Interesse Público) - povoado
fortificado integrado na Rota dos Castros e Berrões, com notáveis
condições de defesa natural, com vertentes abruptas sobre uma
apertada curva do rio Douro. Possui vestígios de uma espessa
muralha, que circundando o topo do monte, forma a única
plataforma bem conservada do povoado. (41º 30’ 56’’N; 06º 15’
34’’O)
Castro de Cigaduenha (povoado fortificado, Proto-história) -
povoado fortificado de grandes dimensões integrado na Rota dos
Castros e Berrões e implantado em promontório sobre o Douro,
que apresenta ainda uma grande muralha e restos de casas. O
recinto fortificado é constituído por uma potente muralha e por
um campo de pedras fincadas. (41º 23’ 27’’N; 06º 19’ 13’’O)
Fraga do Puio (arte rupestre, Proto-história) - interessante
conjunto de figuras esquemáticas realizadas por picotagem larga,
onde se destaca uma figura semiesquemática, de arqueiro em
posição de lançamento. (41º 23’ 51’’N; 06º 22’ 02’’O)
Eremitério Os Santos (ermitério, Período Medieval, Imóvel
de Interesse Público) - Abrigo, talhado em monólito granítico
de grandes dimensões, virado a sul e este, ostentando, nas faces
e na cobertura, pinturas murais sobre reboco, divididas em
painéis, definidos por moldura pintada de preto. O abrigo pode
Réplica da lápide encontrada, tradução corresponder à cabeceira de uma pequena capela. A estrutura
do seu conteúdo e capela junto ao de planta retangular, implantada em plataforma subjacente ao
Castro de S. João das Arribas. abrigo, poderia ser constituída por um pequeno templo ao qual
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Caraterização
Geral
CARATERIZAÇÃO HISTÓRICO-PATRIMONIAL
Mogadouro
Fraga da Letra (arte rupestre, Pré-história Recente) - pequeno
abrigo com pinturas esquemáticas, elaboradas com ocre
vermelho alaranjado, localizado na vertente sudoeste das falésias
quartzíticas do Castelo de Penas Roias. (41º 23’ 31,301’’N; 06º
39’ 18,667’’O)
Pena Mosqueira (necrópole megalítica, Pré-história Recente) Fraga da Letra, Penas Roias.
- o grupo megalítico de Pena Mosqueira é composto por 4
monumentos, dois de cada lado da estrada 221. Pena Mosqueira
1 parece ser o mais pequeno de todos os quatro monumentos. O À esquerda,
monumento 2 aparenta corresponder ao maior e mais importante estela funerária
do grupo. O monumento 4 não foi completamente destruído pela de Sanhoane, do
construção do forno de telha, mas foi profundamente afetado. Período Romano.
(41º 21’ 33’’N; 06º 33’ 44’’O) Em baixo, pedras
gravadas de
Estação Arqueológica das Fragas do Diabo (arte rupestre, Castro Vicente,
Pré-história Recente, em vias de classificação, homologado como Sala Museu de
Imóvel de Interesse Público) - pequeno desfiladeiro rochoso Arqueologia de
de xistos-grauvaques na ribeira da Veiga, um pequeno afluente Mogadouro.
do Douro. Zona com numerosos abrigos naturais, a estação
arqueológica corresponde a um conjunto de abrigos rochosos que
distam entre si sensivelmente cinquenta metros. Nestes abrigos
encontram-se diversos painéis de arte rupestre, que apresentam
gravuras tipo unhadas do diabo, com exceção do abrigo 2, que não
tem gravuras visíveis. (41º 17’ 26’’N; 06º 38’ 40’’O)
Castro de Santiago (povoado fortificado, Proto-história)
integrado na Rota dos Castros e Berrões e situado no alto da
Serra do Variz, é defendido por uma única linha de muralha e
provavelmente também torreões e um campo de pedra fincadas.
(41º 21’ 03,045’’N; 06º 37’ 28,718’’O)
Castro de Oleiros (povoado fortificado, Proto-história,
Imóvel de Interesse Público) - povoado fortificado assente sobre Sepultura antropomórfica da zona
um esporão xistoso, no interflúvio das ribeiras de Costureira e de Algozinho.
Culmeães. Recinto muralhado de planta poligonal, é o local de
proveniência de onze estelas funerárias. (41º 18’ 06’’N; 06º 27’
30’’O)
Castro Vicente (povoado fortificado, Proto-história, Imóvel de
Interesse Público) - relevo destacado que emerge a sudeste da
aldeia de Castro Vicente. Ainda persistem vestígios do complexo
defensivo, nomeadamente troços de muralha. A capela do Santo
Cristo poderá ter fundação medieval. (41º 22’ 33’’N; 06º 49’
44’’O)
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Caraterização
Geral
CARATERIZAÇÃO HISTÓRICo-PATRIMONIAL
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Caraterização
Geral
CARATERIZAÇÃO HISTÓRICO-PATRIMONIAL
Vimioso
Terronha de Argoselo (povoado fortificado, Proto-
-história) - povoado fortificado localizado num cabeço rodeado
por pequenas linhas de água afluentes
do rio Sabor. Possui uma única linha
de muralha e no interior do espaço
detetam-se os derrubes de dois
torreões, havendo também notícia da
existência de um fosso. (41º 37’ 04’’N;
06º 37’ 58’’O)
Penedo da Abrunheira (povoado
fortificado, Proto-história) - povoado
fortificado de pequenas dimensões e
sobranceiro ao rio Sabor, era defendido
por um torreão sobre o colo de acesso,
envolvido por uma linha de muralha.
(41º 35’ 57’’N; 06º 38’ 49’’O)
Castro da Batoqueira (povoado
fortificado, Proto-história) - povoado
fortificado de pequenas dimensões,
está implantado num esporão debruçado sobre o Maçãs. É Vista sobre o rio Maçãs, a partir do
claramente visível a existência de um grande torreão a defender Castro da Batoqueira.
a zona de acesso e uma linha de muralha de grande altura, que
ainda se apresenta conservada. (41º 36’ 30’’N; 06º 33’ 18’’O)
Terronha de Vimioso (povoado fortificado, Proto-história)
- povoado fortificado assente num esporão sobre o Angueira.
Persiste o sistema defensivo, composto por um campo de pedras
fincadas, fosso, bastião e duas linhas de muralha. (41º 33’ 42’’N;
06º 29’ 45’’O)
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Caraterização
Geral
CARATERIZAÇÃO HISTÓRICo-PATRIMONIAL
Vinhais
Lorga de Dine (gruta, Proto-história) - dispõe de Núcleo
Interpretativo e painéis informativos, esta pequena gruta de
origem cársica, com duas salas conhecidas, utilizada como
necrópole. Esta poderá não ter sido a sua única
função, sugerindo-se também a sua utilização como
local de armazenamento, devido à existência de
grandes vasos. O espólio recolhido é numeroso e
de significativa qualidade, destacando-se a grande
quantidade de cerâmica, muitos vasos inteiros, na
sua maioria profusamente decorados. Há também
abundante material lítico, material osteológico
humano e animal. (41º 54’ 35’’N; 06º 55’ 48’’O)
Pedra Espetada (menir, Pré-história Recente) - a
cerca de 400 metros do cruzamento da estrada de
terra batida que conduz até Sernande, num pequeno
outeiro, situa-se a Pedra Espetada, estela/menir com
fossetes insculpidos. (41º 56’ 47’’N; 07º 07’ 57’’O)
Castro de Cigadonha de Moimenta (povoado
fortificado, Proto-história) - localizado num cabeço
em esporão na margem direita do rio Tuela, integra,
na estrutura defensiva, um fosso, um eventual
torreão e uma linha de muralha. (41º 56’ 39’’N; 06º
58’ 29’’O)
Cidadelha de Vinhais (povoado fortificado,
Proto-história) - vestígios de um povoado de grandes
dimensões com uma implantação sobranceira à
atual vila de Vinhais, dotado de duas linhas de
muralhas que delimitam duas plataformas. (41º 50’
51’’N; 6º 59’ 29’’O)
Lorga de Dine, gruta utilizada pelo Monte de Santa Comba, Ousilhão. (povoado fortificado,
homem desde a Pré-história. Proto-história, em vias de classificação, homologado como
Em baixo, Castro de Cigadonha em Imóvel de Interesse Público) - povoado implantado num relevo de
Moimenta.
acentuada proeminência, que se desenvolve a noroeste da aldeia
de Ousilhão. É possível observar três linhas de muralha, campo de
pedras fincadas e fosso. (41º 47’ 39’’N; 06º 58’ 03’’O)
Ruínas do Forte de Modorra (habitat, Período Romano,
em vias de classificação, homologado como Imóvel de Interesse
Público) - habitat também conhecido por Torre ou Castelo, situado
sobre o rio Tuela, imediatamente a norte da antiga via romana,
que logo a seguir atravessa a Ponte de Soeira. Isoladas a meio
do esporão encontram-se as ruínas de um edifício aparentemente
retangular, de boa construção, de paredes argamassadas. (41º 50’
22’’N; 06º 56’ 54’’O)
Pág.
Descrição Sucinta da Rota da Terra Fria 100
w índice
A Rota
em Geral
descrição sucinta da
rota da terra fria
A definição de percursos ou itinerários é um expediente
artificioso que permite, com grande economia de tempo e
de esforço, uma visão mais organizada e um conhecimento
mais circunstanciado de uma região. E maior ainda quando
a diferença e a variedade são notas fundamentais que
animam a paisagem e que alimentam a curiosidade pelos
costumes e tradições tão próprios e específicos de cada
localidade. É aqui que o guia ou o roteiro assumem o seu
papel de cicerone mudo, propondo percursos previamente
racionalizados, mas abrindo caminho à descoberta, à
intuição, à afinidade.
Caminho rural na zona São três os destinatários desta proposta para uma Rota
de Carção, troço 1. da Terra Fria: os autóctones distraídos pela rotina das
referências que lhes são afins, para que redescubram e
alimentem a sua relação com a terra pátria; os visitantes
que passam e repassam sem entenderem o que vêm porque
a falta de informação lhes não sacia a curiosidade; e os que
nunca passaram nem hão de passar, para que ao menos de
longe possam sentir as emoções de uma viagem imaginária.
A Rota da Terra Fria recomenda um traçado viário de
Outeiro, troço 1. quatrocentos e cinquenta e cinco quilómetros, tendo tido
o cuidado de o definir tomando em consideração a maior
comodidade para um percurso abrangente dos cinco
concelhos de Bragança, Miranda do Douro, Mogadouro,
Vimioso e Vinhais, que demonstrasse a riquíssima variação da
paisagem, integrando tudo o que de melhor se pode oferecer.
E o que não estiver à vista, está ao alcance – o prazer, a
curiosidade e o espírito de aventura lá o conduzirão.
O tempo de percurso fica ao critério de quem o faça. Se
aceitar, porém, as sugestões que lhe fazemos para conhecer
melhor a forma como o íncola se ajusta à natureza e a
forma como esta lhe retribui, aí gastará o tempo que
quiser, que uma vida inteira vivida por perto pode nem ser
suficiente para entender a grandeza de alma da gente de
Trás-os-Montes.
Quanto à forma de concretizar o passeio, não tendo dúvida
que o fará de automóvel, sempre lhe diremos que poderá
iniciá-lo em qualquer uma das onze Portas dos Troços, que
mais não são que as articulações do circuito com os principais
eixos locais da rede nacional de estradas. Em todas as 5 sedes
de concelho encontrará também as Portas da Rota, onde
poderá colher toda a informação sobre a Rota da Terra Fria
Transmontana, quer seja em formato papel ou multimédia. As
Em cima, paisagem entre Cicouro e
S. Martinho de Angueira, troço 2. Portas são espaços preparados para o conhecimento, convívio
Em baixo, Barragem e animação, onde é estimulada a participação do visitante em
da Bemposta, troço 4. diversas atividades, como sejam ações de degustação, eventos
100
w índice
A Rota
em Geral
Descrição Sucinta da Rota da Terra Fria
Vale do rio Sabor, troço 5. No nono rodopia pelas vertentes do Rabaçal até atingir as
maiores altitudes da serra da Coroa.
A Rota
em Geral
Descrição Sucinta da Rota da Terra Fria
Pág.
Troço 1 | Quintanilha - Avelanoso 106
Troço 2 | Avelanoso - Constantim 120
Troço 3 | Constantim - Sendim 126
Troço 4 | Sendim - Mogadouro 146
Troço 5 | Mogadouro - Algoso 160
Troço 6 | Algoso - Salsas 176
Troço 7 | Salsas - Zoio 188
Troço 8 | Zoio - Sobreiró de Cima 206
Troço 9 | Sobreiró de Cima - Moimenta 218
Troço 10 | Moimenta - Rio de Onor 228
Troço 11 | Rio de Onor - Quintanilha 244
w índice
Moimenta Rio de Onor
Avelanoso
Constantim
rota
Salsas
troço
Vimioso
desvio com interesse
Miranda
Algoso do Douro
concelho
porta da rota
Mogadouro Sendim
porta do troço
0 10 km
w índice
Rota
1 Troço a Troço
Troço 1
108
Rota
Troço a Troço 1
Troço 1
109
Rota
1 Troço a Troço
Troço 1
Santuário de S. Bartolomeu,
Argozelo.
Tome de novo a estrada nacional rumo ao sul, que corre
sempre em planalto. Os sequeiros de centeio e trigo são
esparsos entre os pousios, muitos cobertos já de mato
rasteiro e o arvoredo é escasso.
À direita, uma indicação para o Santuário de S. Bartolomeu,
sobranceiro às escarpas do Sabor.
Aproxima-se Argozelo, povoação grande, a maior do
concelho de Vimioso, depois da sede, que não desmerece,
de facto, os pergaminhos foralengos que a honraram. Teve
até judiaria importante, ainda hoje memoriada. Data do
ano 1187, escrito em latim bárbaro e português arcaico,
a primeira designação desta povoação com os termos
Ulgosello e Delgosello, decorria na altura o reinado de D.
Afonso III. Ulgosello, diminutivo de Ulgoso antigo nome de
Algoso, outra freguesia do concelho, deu origem ao nome
Argoselo que ainda hoje se usa e assim é pronunciado pelas
pessoas que, segundo o uso local tradicional,
seguem distinguindo o s do z, assim como se
usava em antigo português.
À saída da povoação, num outeiro a
nascente, há vestígios romanos de atividades
mineiras que atestam o interesse económico
que este local teve num remoto passado. Ponte
dos Mineiros, sobre o rio Sabor, recuperada pela
população local em memória da extração mineira
de volfrâmio e estanho, que perdurou até 1986.
Se correr o estio, atente na variação
pancromática da paisagem. O azul do céu,
os matizes verdes do mato nos pousios, o
vermelho rubro da terra lavrada e as searas
Cruzeiro de
amarelentas que aguardam a ceifa.
Argozelo.
110
Rota
Troço a Troço 1
Troço 1
VIMIOSO
Vila ridente e airosa, com uma claridade que não teria
quando espartilhada na cintura de muralhas que a Guerra
dos Sete Anos estilhaçou. Em frente às ruínas do castelo,
pode ver-se o pelourinho a ostentar a antiguidade das suas
prerrogativas municipais. No centro da vila, a Igreja Matriz,
com a sua abóbada estrelada, exige uma visita atenta e no
arrabalde, a velha atalaia pode ainda recordar-lhe muitas
histórias da defesa da raia nos séculos XVII e XVIII. No
Centro Cultural poderá colher informação detalhada sobre
a região.
Igreja Matriz de Vimioso
A atual Igreja Matriz de Vimioso foi edificada
já no séc. XVII, em pleno domínio filipino, por
iniciativa de um fidalgo local de nome João
Mendes de Antas, substituindo uma anterior
que se situava na Rua do Calvário. A fachada é
rematada por dois torreões, sendo um do relógio
e outro sineiro e inclui um pórtico simples,
ainda de tradição renascentista, sobrepujado
por um vão cruciforme. Relacionando as duas
torres, a frontaria é percorrida por uma curta
platibanda de balaústres. O corpo da igreja
apresenta os costãos reforçados por cinco
botaréus de cada lado, o que pode justificar
uma previsão inicial de três naves. Se foi essa
a intenção, a obra não foi assim concluída,
apresentando uma só nave com
abóbada de canhão em cantaria
lavrada, que se desenvolve
a pouca altura, atarracando
o interior do templo. Aos
cinco retábulos barrocos
que possuía, foram-lhe
modernamente acrescentados mais três. Merece
particular referência o mor, com seis colunas
salomónicas e profusa ornamentação entalhada
e dourada.
À esquerda, pórtico de
entrada de pátio em
casa senhorial, no largo
da Igreja Matriz.
Brazão que encima a
fonte e bebedouro de
animais, no largo da
Igreja Matriz.
114
Rota
Troço a Troço 1
Troço 1
115
Rota
1 Troço a Troço
Troço 1
116
Rota
Troço a Troço 1
Troço 1
Culturas cerealíferas
a norte do planalto mirandês.
117
Rota
Rota
1 Troço
Troço aa Troço
Troço
Troço 1
Pizaria “Juventude”
Bairro S. Sebastião
Alojamento Restauração 5230-304 Vimioso
T. 273 512 461
Bragança Bragança
Albergue dos Peregrinos de Cervejaria Bento Pizaria “Pires”
Quintanilha R. do Castelo Praça Eduardo Coelho
R. do Silo. 1 5300-711 Outeiro 5230-315 Vimioso
5300-772 Quintanilha T. 273 589 284 T. 273 512 281
Tlm. 916 277 332
www.facebook.com/
apamquintanilha Vimioso
Restaurante “Tia Maria” Serviços
Vimioso Av. S. Bartolomeu
Hotel A Vileira 5230-048 Argoselo Bragança
Avenida de Alcanices, 2 T. 273 589 164 Guarda Nacional
5230-308 Vimioso Republicana (GNR)
T. 273 518 200 Restaurante “Europa” Av. General Humberto Delgado
Fax 273 518 203 R. da Fonte 5301-901 Bragança
www.vileira.com 5230-123 Carção Comando Territorial de
T. 273 511 168 Bragança - T. 273 300 570
Hotel Rural Senhora Destacamento Territorial de
de Pereiras Restaurante “Dourada” Bragança - T. 273 300 530
EN 219, Lugar de Pereiras Estrada Nacional 318
5230-286 Vimioso 5230-124 Carção Polícia de Segurança Pública
T. 273 518 000 | 273 518 001 T. 273 512 333 (PSP)
R. Dr. Manuel Bento, 4
Casa da Janal Restaurante “Luar da Noite” 5301-868 Bragança
Vimioso Estrada Nacional 317 Comando Distrital
T. 214 108 656 5230-124 Carção - T. 273 303 400
Tlm. 963 786 581 T. 273 512 270 Esquadra de Trânsito
966 297 466 - T. 273 303 413
Fax 214 108 656 Restaurante “ A Vileira”
emilia.pimentel@sapo.pt Av. de Alcañices Bombeiros Voluntários de
http://janaltur.no.sapo.pt 5230-308 Vimioso Bragança
T. 273 518 200 R. Dr. Manuel Bento, 2
Alojamento Local 5301-868 Bragança
“ Residencial Centro” Restaurante Senhora de T. 273 310 800
R. Abade de Baçal, 18 Pereiras
Bairro de São Sebastião Estrada Nacional 218 Museu das Tradições,
5230-304 Vimioso 5300-300 Vimioso Artes e Invenções
T. 273 512 539 T. 273 518 000 R. Central
Fax 273 512 254 Tlm. 933 190 047 5300-772 Quintanilha
T. 273 939 445 (contacto da
Parque de Campismo e Restaurante “Amazónia” Associação Protetora “Amigos
Caravanismo de Vimioso R. Dr. Trigo de Negreiros do Maçãs”)
EN 218 5230-326 Vimioso
5230 Vimioso T. 273 511 023 Museu Etnográfico
T. 273 511 034 de Rio Frio de Paçó
Restaurante “O Bléu” R. do Val
Casa de Caçarelhos Rua Abade Baçal 5300-832 Rio Frio de Paçó
Largo da Feira 5230-304 Vimioso apqvprf@sapo.pt (contacto
5230-090 Caçarelhos Tlm. 967 603 928 da Associação Promotora da
T. 273 559 297 Qualidade de Vida de Paçó de
Fax 273 559 298 Restaurante/churrasqueira Rio Frio)
www.casadecacarelhos.com “As Rosas”
Av. de Alcanices Núcleo Museológico
Casa do Planalto Mirandês 5230-308 Vimioso de Outeiro
R. do Chapaçal, 11 T. 273 106 344 R. da Picarrela
5230-270 Vilar Seco 5300 – 711 Outeiro
T. 273 559 198 T. 273 589 252 (contacto da
Tlm. 933 200 948 Junta de Freguesia)
118
Rota
Rota
Troço
Troço aa Troço
Troço 1
Troço 1
119
Troço 1
Moimenta Rio de Onor
Troço 1 | Quintanilha
N - Avelanoso
Sobreiró de Cima Vinhais
Zoio Bragança
Quintanilha
Avelanoso
Constantim
rota
Salsas
troço
Vimioso
desvio com interesse
Miranda
Algoso do Douro
concelho
porta da rota
Mogadouro Sendim
porta do troço
0 10 km
w índice
Rota
Troço a Troço
Troço 2
2
Troço 2 | Avelanoso - Constantim
Zona de lazer junto ao rio Angueira. Avelanoso é uma pequena povoação muito antiga,
no sopé da serra da Mó, edificada nas proximidades
de um castro, datando pelo menos da Idade do Ferro,
posteriormente romanizado. A aldeia mantém ainda um
núcleo embrionário basicamente edificado em xisto com
reforço estrutural de granito. Avelanoso é referido pela
primeira vez, na documentação oficial, nas Inquirições de
1258, ordenadas por D. Afonso III.
É aqui a Porta do segundo troço da Rota.
Tome o caminho para S. Martinho de Angueira. Passada
a ribeira da Lagoaça, que alimenta os lameiros que
Arquitetura tradicional, Avelanoso. marginam a estrada, terá ao fim de uma pequena subida
um parque de merendas. Pouco adiante chega à Cruz
Branca, um cruzamento de estradas que delimita os
concelhos de Vimioso e Miranda do Douro. A transversal
leva-o a Caçarelhos ou à fronteira das Três Marras, a
pouco mais de dois quilómetros. Seguindo a direção de
Caçarelhos, após 5 km chega-se a Angueira, se lá não foi
quando desviou a S. Joanico.
Retomando a EM 542, segue em direção a S. Martinho.
O planalto mantém as suas características, com terreno
xistoso, ocre, matos e retalhos de secadal, sobro e azinho
mais ou menos disperso. Os freixos adquirem agora
expressão crescente e é persistente a insistência no
povoamento de castanheiros, retalhando manchas pouco
sucedidas de pinhal.
122
Rota
Troço a Troço
Troço 2
2
Vai contornar o Alto da Vigia, uma elevação perfurada pelas Monumento à memória do passado
galerias das antigas minas de estanho de Codeço, donde mineiro de S. Martinho de Angueira.
são já visíveis as Penhas da Felgueira e das Três Marras, À esquerda, vista geral de S. Martinho
sobre um afloramento quartzítico que se prolonga pela de Angueira.
Serra de Mourigo, estabelecendo a fronteira entre Portugal
e Espanha.
Por alturas de 1809, a fronteira transmontana era
permanentemente ameaçada pelos espanhóis, daí a
portaria do Conselheiro de Guerra desta província, com
data de 21 de janeiro do mesmo ano, que apontava para a
imediata e pronta fortificação, não só de Avelanoso, como
de outros lugares.
E está chegado a S. Martinho de Angueira, sobre
o rio Angueira, escassos quilómetros a montante da já
referida povoação do mesmo nome. A circunstância desta Aspeto de arquitetura tradicional em
freguesia abranger uma zona geológica de contacto xisto- que o xisto é quase rubro, Cicouro.
-granito enfatiza aqui a combinação destes materiais
que era já patente nas povoações anteriores. Visite pelo
menos a Igreja Matriz. A primeira referência histórica
Arquitetura tradicional, Cicouro.
a S. Martinho de Angueira, que se conhece, é
um documento de doação de umas casas ao
Mosteiro de Sanabria, em 1211.
Prossiga agora em direção a Cicouro, mas se
tiver tempo faça um pequeno desvio à direita pela
ponte da Matança e tome a estrada que conduz
a Malhadas. São cinco ou seis quilómetros e
não se vai arrepender, pois terá oportunidade de
conhecer o Santuário da Senhora do Nazo, não
muito longe da pequena aldeia de Especiosa. É
devoção muito antiga, seguramente medieval,
com culto em toda a terra de Miranda e festeja
a Natividade da Virgem. A posição sobranceira
123
Rota
Troço a Troço
Troço 2
2
Santuário da Senhora do Nazo. da Igreja, com cinco capelas ao redor, proporciona vistas
magníficas sobre o extenso planalto.
Se optou e bem por ir à Senhora do Nazo, volte de novo a
S. Martinho para retomar o caminho de Cicouro. A planura
é empolada a meia distância, mas apenas ligeiramente, na
Cabeça Gorda, mantendo o nivelamento até à Capela de
Santo Amaro, conceção contemporânea (1992) do Arq.
Michele Cannatà sobre o embasamento de um templo
seiscentista (1633) da mesma invocação.
Chegou a Cicouro e está a pouco mais de um quilómetro
da fronteira.
A povoação é em tudo semelhante às que acabou de
atravessar, onde o xisto, por vezes quase rubro, é ainda um
aspeto dominante no edificado.
O segundo troço da Rota está a chegar ao fim com a
Capela de Santo Amaro, Cicouro. aproximação de Constantim, seguindo a estrada pela raia
fronteiriça entre montados de sobro e azinho.
Avelanoso
Constantim
rota
Salsas
troço
Vimioso
desvio com interesse
Algoso Miranda
concelho do Douro
porta da rota
Mogadouro Sendim
porta do troço
0 10 km
w índice
Rota
Troço a Troço
Troço 3
128
Rota
Troço a Troço
Troço 3
doada por D. Sancho I aos frades do mosteiro leonês de Aspetos de arquitetura tradicional
Moreruela. Pouco tempo depois, em 1220, D. Pelayo de em Ifanes.
Moreruela, o abade deste mosteiro, deu foral à “vila de
Ifanes em Portugal”. Apenas em 1545, com a criação da
diocese de Miranda, Ifanes deixou de pertencer a Moreruela.
Nesta localidade é já bem percetível a transição do xisto
para o granito, agora mais frequente nas travações es-
truturais das casas e até em alçados planos. Salientam-se
algumas casas, de entre elas duas que foram fotografadas
por Fernando Távora para o inventário da Ordem dos Ar-
quitetos, nos anos 50.
Se não desviou à Senhora do Nazo quando passou em
S. Martinho de Angueira pode agora fazê-lo tomando a
estrada da Póvoa. É um percurso interessante, sobretudo
no atravessamento do Vale do Fresno, com um encantador
parque de merendas na Ponte que liga Ifanes à Póvoa.
129
Rota
Troço a Troço
Troço 3
“Pórtico” de entrada para uma horta Repare numas curiosas construções brancas de planta
na periferia da aldeia de Ifanes, com em ferradura e cobertura de uma água dupla, amiúde
pombal ao fundo.
encristadas com um arremedo de ameias, que polvilham as
imediações de Ifanes. São os pombais típicos desta região
nordestina, que doravante encontrará, com mais ou menos
Arquitetura tradicional e um “lameiro”
em Paradela, onde a faina agrícola profusão, em todas as povoações. Continue o itinerário.
integra naturalmente o espaço público.
Com a achada de Zamora em pano de fundo chega a
Paradela, outra povoação muito semelhante às que viu
atrás. Também aqui as casas agrícolas, com os seus pátios
e portas carrais integram naturalmente a malha urbana,
transpondo para o espaço público as rotinas da faina
agrícola. Salienta-se que Paradela é a aldeia de Portugal
onde o Sol mais cedo almeia.
130
Rota
Troço a Troço
Troço 3
131
Rota
Troço a Troço
Troço 3
O Canhão do Douro - A bacia hidrográfica do Douro é uma das mais extensas da Europa Ocidental. O
rio, que percorre mais de novecentos quilómetros antes de se abrir ao oceano, atravessa galhofeiramente
a meseta Ibérica e entra em Portugal à sorrelfa, já profundamente encaixado, caracolando entre abruptas
arribas que o precipitam quinhentos metros entre Zamora e Barca de Alva, que entre si não distam mais que
uns cento e cinquenta quilómetros. A garganta, fundamente escavada, apresenta nalguns troços formidáveis
arribas que chegam a ultrapassar duzentos metros a pique – é o famoso Canhão do Douro, ilustrado em
tantos postais e revistas que correm este mundo fora.
Acidente inexpugnável que a Natureza interpôs durante séculos à convivência de dois povos, é reduto de uma
riquíssima variedade de aves que aqui nidificam, encontrando o acolhimento necessário à sua conservação.
O Abutre-do-egito, também conhecido por Britango, de plumagem branco-sujo, rémiges negras, face amarela e
nua, colar hirsuto e bico delgado e comprido, é o abutre mais pequeno da Europa. Por ser considerado uma das
espécies ameaçadas que aqui nidifica, foi escolhido como logotipo do Parque Natural do Douro Internacional.
Mas há mais de cento e cinquenta espécies de aves, algumas em perigosa regressão, que têm aqui o seu habitat,
com excelentes recursos tróficos (alimentares) nos planaltos adjacentes – o grifo, a águia-real, a águia-de-bonelli
e a cegonha-preta e alguns pássaros já de extrema raridade como o chasco-preto, a gralha-de-bico-vermelho, a
calhandra-real ou o dom-fafe.
Dos vários miradouros como o da Penha das Torres, o de S. João das Arribas ou o da Fraga do Puio, numa
perspetiva ampla ou num passeio de barco pelas albufeiras das barragens de Miranda ou de Picote, sufocado
pela imponência esmagadora das falésias, pode o viajante avaliar o peso e a dimensão deste espaço e
reconhecer a generosidade divina na criação da natureza.
132
Rota
Troço a Troço
Troço 3
133
Rota
Troço a Troço
Troço 3
Em pleno centro da cidade de Miranda Refeito da surpresa, ajuste-se de novo à escala e dimensão do
do Douro, o aprazível Parque Urbano seu quotidiano e prossiga para Miranda do Douro, uma antiga
do Rio Fresno.
cidade aninhada no esporão da confluência do Fresno com o
Douro, que merece uma visita atenta e mais demorada.
Sobre as margens montanhosas e alcantiladas do rio Douro,
surge como uma sentinela atenta, observando, do outro lado
do rio, a vizinha província espanhola de Castela e Leão.
134
Rota
Troço a Troço
Troço 3
MIRANDA DO DOURO
Habitada já desde a Idade do Bronze, Miranda 3
foi uma cidade importantíssima no tempo dos
romanos, que lhe deram o nome de Conticum,
depois de Paramica, e por fim Seponcia.
Conquistada pelos árabes em 716, estes
deram-lhe o nome de Mir-Andul, nome que por
deformação se tornou Miranda.
Miranda é uma referência cultural, social e
religiosa de Trás-os-Montes, é "um símbolo
secular da vontade lusitana em terras
fronteiriças".
A cidade antiga merece, de facto, uma visita
atenta. Percorra as ruas estreitas que tecem
a malha urbana ligando as antigas portas e dê atenção Porta do castelo de Miranda do Douro.
especial à que chamam da Costanilha, um alfobre de
casas quinhentistas particularmente interessante. Visite a
catedral, aprecie os magníficos retábulos, venere a imagem
do Menino Jesus da Cartolinha (cujo enxoval faria inveja
a muito Morgado de pingues rendas) e, à saída, repare
nas ruínas do antigo Paço Episcopal e, mais adiante, na
igreja do antigo Convento dos Frades Trinos, atualmente
Biblioteca Municipal. Se estiver atento ao horário, pode Museu da Terra de Miranda e Igreja
ainda conhecer as coleções de arqueologia e etnografia do da Misericórdia no centro histórico
Museu da Terra de Miranda. da cidade.
135
Rota
Troço a Troço
Troço 3
136
Rota
Troço a Troço
Troço 3
A Sé de Miranda 3
do Douro
Em 1545, a Bula do Papa
Paulo III Pró Excellenti
Apostólica Sedis criava
a Diocese de Miranda
do Douro com sede na
antiga vila raiana.
Desde logo o Rei se
prontificou a mandar
erguer a Sé, tendo por
base um projeto arrojado que
ultrapassava largamente a escala
adequada à real dimensão do novo Bispado,
desmembrado da Arquidiocese de Braga,
designando o espanhol D. Torribio Lopes com o
seu primeiro Bispo titular. Miguel de Arruda foi um
dos arquitetos, tendo em conta, provavelmente,
um esboceto realizado por Gonçalo de Torralva
que D. João III apreciara. E o templo foi edificado
no chão onde se erguera a antiga matriz de Santa
Maria que vinha já do tempo do rei D. Dinis,
por ser amplo como convinha a tão ambiciosa
iniciativa. A obra iniciou-se em 1552, tendo como
Mestres os castelhanos Francisco Velásquez e Pedro de La Faia.
Em 1710, durante a Guerra da Sucessão de Espanha, Miranda do
Douro foi tomada pelos espanhóis, por traição do Sargento-Mor
da praça, ficando a guarnição aprisionada e a cidade saqueada.
Ao fim de ano e meio de submissão, a posição inverteu-se com a
reconquista feita pelo general Conde da Atalaia.
Durante este atribulado período, reza a história que um soldado
português morreu estando prestes a casar e que a noiva ofereceu
o enxoval à imagem do Menino Jesus que se venerava na Sé.
Desde então esta imagem passou a receber ricos presentes de
roupa fina, incluindo, já no séc. XIX, uma pequena cartola. Esta
imagem, terna devoção da população mirandesa, ficou assim
conhecida pelo “Menino Jesus da Cartolinha” e reúne hoje um
curiosíssimo enxoval que pode ser admirado na Sé.
Em 1762, já em plena Guerra dos Sete Anos, de novo os espanhóis arremetem sobre Miranda, fazendo então
explodir o paiol, destruindo o castelo e 200 casas e matando mais de 400 pessoas. Após esta catástrofe
Miranda ficou vulnerável e sem condições para manter a sede diocesana que, a pedido do Bispo D. Frei Aleixo
de Miranda Henriques se transferiu para Bragança, sendo alguns anos mais tarde, já em 1780, os dois títulos
diocesanos juntos na mesma mitra.
A fachada da Sé de Miranda é constituída por um corpo flanqueado por duas torres, tendo toda a
composição em cantaria aparente. Esse corpo central contém um pórtico maneirista que se eleva aos dois
pisos e é ladeado por quatro vãos envidraçados, dois em cada nível. O interior, de três naves de cinco tramos,
apresenta uma alta cobertura em abóbadas nervuradas que se articulam com a do transepto, conferindo ao
espaço a dimensão e a imponência de uma catedral medieval. O aparato interior resulta, pode dizer-se, de
uma apreensão já maneirista de soluções arcaizantes do período gótico.
137
Rota
Troço a Troço
Troço 3
138
Rota
Troço a Troço
Troço 3
Pauliteiros de Miranda.
139
Rota
Troço a Troço
Troço 3
3
A Solhapa - designação mirandesa de abrigo rupestre (deriva do latim sub lapide) e refere-se concretamente
ao que existe a cerca de três quilómetros de Duas Igrejas, em local ermo e rochoso, nas proximidades da
estrada de Mogadouro. Chamam-lhe também Seantralhouço, Poço Picão e Malrana.
Sempre serviu de abrigo a pastores, constituindo um redil para centena e meia de ovelhas. A curiosidade,
contudo, reside no facto das superfícies rochosas apresentarem diversas insculturas feitas por picotagem
(petróglifos), algumas com figuras antropomórficas, em duas séries no exterior e três no interior do
monumento. São atribuídas a uma população de caçadores/recoletores que aqui terá habitado entre os
finais do Neolítico e o início do Calcolítico/Bronze.
Na sua proximidade têm sido encontrados inúmeros vestígios de ocupação humana muito antiga, designadamente
as ruínas de um castro, a pouco mais de cem metros, com cerca de um hectare e meio de dimensão.
As agressões de que tem sido vítima, designadamente com a extração de pedra para construção e o arroteamento
dos terrenos agrícolas envolventes, justificou a sua classificação em 1982 como Imóvel de Interesse Público.
140
Rota
Troço a Troço
Troço 3
141
Rota
Troço a Troço
Troço 3
A Porca de Picote
Não são muitos os testemunhos escultóricos pré-romanos que chegaram à atualidade.
Os mais conhecidos são os que figuram quadrúpedes, por vezes de difícil identificação e que poderão
representar porcos, javalis ou touros. São vulgarmente conhecidos por “berrões” ou “verracos, varrascos” e
têm aparecido numa vasta região, estendendo-se de Trás-os-Montes ao interior de Leão e Castela. Na época
proto-histórica poderão ter funcionado quer como entidades protetoras dos povoados e do gado, quer
como demarcadores de pastos ou ainda como símbolos de determinadas elites sociais. Em época romana
terão assumido um carácter funerário. A recolha descontextualizada dos que se conhecem não permite uma
conclusão segura.
Em Portugal, o mais famoso é a Porca de Murça. Mas existem também na Terra Fria, como o que serve de
base no encastramento do pelourinho de Bragança ou a “Porca” que ornamenta o largo principal de Picote
e que há anos foi achada nas imediações desta aldeia.
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Rota
Troço a Troço
Troço 3
143
Rota
Troço a Troço
Troço 3
Restaurante O Mirandês 1
Restauração Largo da Moagem Serviços
3 5210-183 Miranda do Douro
Restaurante Concelho T. 273 431 418 Câmara Municipal de
R. do Concelho, 4 Miranda do Douro
5210-150 Malhadas Restaurante O Mirandês 2 Largo D. João III
T. 273 417 073 Urbanização do Juncal 5210-190 Miranda do Douro
5210-209 Miranda do Douro T. 273 430 020
Restaurante Malharrés T. 273 432 823 Fax 273431075
R. do Concelho geral@cm-mdouro.pt
5210-150 Malhadas Restaurante O Moinho
T. 273 417 313 R. do Mercado Biblioteca Municipal de
5210-210 Miranda do Douro Miranda do Douro
Gorgonzola T. 273 431 116 R. do Convento
Cafetaria e Pizzaria 5210-187 Miranda do Douro
R. do Mercado - Lote 4 F Restaurante Jordão T. 273 430 024
5210-210 Miranda do Douro R. 25 abril
Tlm 938 376 919 5210-178 Miranda do Douro Bombeiros Voluntários de
www.facebook.com/ T. 273 431 359 Miranda do Douro
pizzariagorgonzola Estrada Nacional 218
Restaurante Santa Cruz 5210-183 Miranda do Douro
Restaurante Santa Catarina R. Abade Baçal, 61 T. 273 431 066
Largo da Pousada 5210-201 Miranda do Douro
5210-183 Miranda do Douro T. 273 431 374 Centro de Saúde
T. 273 431 255 / 005 de Miranda do Douro
Fax 273 431 065 Restaurante S. Pedro R. de Dom Dinis
info@hotelparadorsantacatarina.pt R. Mouzinho de Albuquerque 5210-217 Miranda do Douro
www.hotelparadorsantacatarina.pt 5210-225 Miranda do Douro T. 273 430 040
T. 273 431321
Restaurante Balbina Guarda Nacional Republicana
R. D. Catarina, 1 Restaurante Vista Bela de Miranda do Douro
5210-228 Miranda do Douro R. do Mercado Largo de São José
T. 273 432 394 5210-210 Miranda do Douro 5210-187 Miranda do Douro
T. 273 431 054 T. 273 430 010
Restaurante Capa d´Honras
Travessa do Castelo Restaurante Torreão Parque de Campismo de
5210-234 Miranda do Douro R. Mouzinho de Albuquerque Miranda do Douro
T. 273 432 699 5210-225 Miranda do Douro Bairro de Santa Luzia
capadhonras@hotmail.com Tlm. 919 509 604 5210-199 Miranda do Douro
T. 273 431 273
Restaurante D. João III Restaurante Sol e Sombra Fax 273 431 075
Estrada Nacional 218 R. José Inácio Pinto,154 cultura@cm-mdouro.pt
5210-209 Miranda do Douro 5210-004 Miranda do Douro
T. 273 431 053 Tlm. 918 011 150 Piscina Municipal de
hoteldjoao@hotmail.com Miranda do Douro
Restaurante L Pauliteiro Bairro de Santa Luzia
Restaurante El Duero Estrada Nacional 221 5210 Miranda do Douro
R. do Mercado, 21 5210 Miranda do Douro T. 273 432 512
5210-210 Miranda do Douro Tlm. 933 610 119
Tlm. 936 518 198 Posto de Turismo de
Take Away – Paladares Miranda do Douro
Restaurante O Buteko R. José Inácio Pinto, 11 R. 1º de maio
Largo D. João III 5210-004 Miranda do Douro 5210-191 Miranda do Douro
5210 Miranda do Douro T. 273 431 103 T. 273 430 025
T. 273 431 231
Café Central - Restauração Museu da Terra de Miranda
Restaurante Miradouro e Bebidas Largo Dom João III, 2
R. do Mercado, 53 / 55 R. da Macieira 5210-190 Miranda do Douro
5210-210 Miranda do Douro 5210 Duas Igrejas T. 273 431 164
T. 273 431 259 Fax 273 431 164
brunomiradouro@gmail.com Restaurante Carmona
www.miradouro.com.pt Largo do Tombar | 5225-072 Picote
T. 273 739 127
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Rota
Troço a Troço
Troço 3
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Troço 1
Moimenta Rio de Onor
Troço 1 | Quintanilha
N - Avelanoso
Sobreiró de Cima Vinhais
Zoio Bragança
Quintanilha
Avelanoso
Constantim
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Salsas
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desvio com interesse
Miranda
Algoso do Douro
concelho
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Mogadouro Sendim
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Rota
Troço a Troço
Troço 4
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Rota
Troço a Troço
Troço 4
Em cima o “Palheirico”.
À esquerda, interior com frescos da
igreja paroquial de Teixeira, séc. XVI.
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Rota
Troço a Troço
Troço 4
Serra da Castanheira, vista para sul, em Vale de Espinheiros e em Vale de Palheiros, registam-se
a partir da aldeia de Teixeira. diversas insculturas em afloramentos de xisto grauváquico,
atribuíveis ao período neolítico. Numa paisagem marcada
pela policultura, registando aqui e além a presença de
sobreiros e freixos, que os tartaranhões amiúde sobrevoam,
estende-se no horizonte a Serra de Mogadouro.
Regressando a Atenor pela EN221-2, a 500m desta
localidade, encontramos uma derivação, para a esquerda,
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Rota
Troço a Troço
Troço 4
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Troço a Troço
Troço 4
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Rota
Troço a Troço
Troço 4
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Rota
Troço a Troço
Troço 4
Paisagem das proximidades do Douro A primeira referência escrita a Bruçó aparece no foral da
em Vilarinho dos Galegos. vila de Bemposta, datado de 1512. Por aqui passavam os
romeiros dos caminhos de Santiago e os almocreves, os
quais deram o nome à ponte e a um caminho situados no
termo da freguesia.
De mais antiga fundação, destaca-se a igreja paroquial
de Nossa Senhora da Assunção, perto da ermida de Santa
Bárbara, rica em retábulos de talha e em imagens. Como
património religioso serão ainda de referir as capelas do
Divino Espírito Santo, de S. Sebastião e de Santa Bárbara.
Destaque ainda para a presença do Castelo Velho de Bruçó,
pequeno povoado fortificado da Idade do Ferro, assente
no relevo terminal do planalto mirandês, na margem
direita do rio Douro. Além dos significativos vestígios de
4
Rota
Troço a Troço
Troço 4
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Rota
Troço a Troço
Troço 4
Os cogumelos
Os cogumelos, tal como os conhecemos 4
são a parte visível de um fungo oculto,
o micélio, geralmente subterrâneo e
que se constitui como seu aparelho
reprodutor. Vivem da decomposição da
matéria vegetal morta em associação
simbiótica com as espécies arbóreas.
A imensa variedade destes macrofun-
gos tem a ver com a diversidade e a
natureza do coberto arbóreo a que se
Arquitetura popular de Valverde. associam mas também, naturalmente,
com as condições edafo-climáticas do
local.
André e de S. Francisco, que têm interesse do ponto de
Aos extensos carvalhais, soutos e pinhais
vista arquitetónico. Esta aldeia apresenta ainda alguns da Terra Fria estão associados diversos
exemplares interessantes de arquitetura tradicional. tipos de cogumelos úteis para outros fins,
Saindo de Valverde e prosseguindo pela EM593, já próximo por exemplo, na indústria farmacêutica.
A sua colheita constitui já um valor
de Mogadouro, deparamo-nos com a imponente serra da acrescentado com algum significado,
Figueira, que sobressai da restante paisagem planáltica. na economia rural, designadamente
Para além do seu miradouro, é de referir o povoado dos cogumelos comestíveis, que são
fortificado das Fragas de São Cristóvão, cuja implantação exportados em grande escala. Destes
permite o controlo da zona terminal do planalto mirandês. salientamos alguns de considerável
O arqueólogo Francisco Sande Lemos refere neste local a valor económico como as pinheiras
existência de um sistema defensivo formado por duas linhas (Lactarius deliciosus), os tortulhos ou
de muralha, de configuração adaptada aos afloramentos míscaros amarelos (Tricholoma equestre)
rochosos. O mesmo autor noticia ainda a recolha de alguns e os boletos (Boletus pinophilus), nos
pinhais, ou as amanitas dos Césares
fragmentos de cerâmica atribuíveis a uma hipotética fase (Amanita caesarea), as carneiras
de transição entre e Idade do Bronze e a Idade do Ferro. (Hydnum rufescens), as línguas de
De Valverde seguimos para MOGADOURO, onde termina vaca (Fistulina hepatica), os boletos
(Boletus reticulatus e Boletos edulis) e os
este troço.
cantarelos (Cantharellus cibarius), nos
soutos, castinçais, carvalhais e outros
povoamentos de folhosas.
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Rota
Troço a Troço
Troço 4
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Troço a Troço
Troço 4
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Troço 1
Moimenta Rio de Onor
N
Troço 1 | Quintanilha
Sobreiró de Cima
- Avelanoso
Vinhais
Zoio Bragança
Quintanilha
Avelanoso
Constantim
rota
Salsas
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Vimioso
desvio com interesse
Miranda
Algoso do Douro
concelho
porta da rota
Mogadouro Sendim
porta do troço
0 10 km
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Rota
Troço a Troço
Troço 5
Mogadouro
5
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Rota
Troço a Troço
Troço 5
Salientamos, entre o espólio desta época, mas já no período final do império, em que o
cristianismo seria a religião oficial, o curiosíssimo altar votivo da aldeia de Saldanha, decorado
com inscrições em espinhas de peixe, simbolismo atribuído aos antigos cristãos. Neste altar, é
de notar ainda a presença de suásticas circulares, que persistem desde a Idade do Ferro e estão
também patentes em estelas funerárias que mencionam os Zoelas – povo que se estenderia
desde as serras da Nogueira, Sanabria e Culebra até aos montes de Mogadouro.
5
Posteriores à queda do Império Romano, séc. V, constituem testemunhos dos novos invasores,
provavelmente Suevos ou Visigodos, as necrópoles medievais de Algozinho e Urrós com os seus
túmulos antropomórficos (séc. V – VIII).
A ocupação da península pelos árabes, a partir de 711, levou à fixação de uma significativa
comunidade, maioritariamente berbere, no vale do Douro, onde permaneceu até à sua retirada
maciça em meados do século IX. Muitos topónimos atestam ainda a importância desta presença,
como será o caso de Macaduron que terá derivado para Mogadouro.
Castelo de Mogadouro
Em 1145, os castelos de Mogadouro e de Penas Roias foram doados aos
Templários, por Fernão Mendes de Bragança, que realizaram, em 1166, uma
reforma integral das estruturas existentes no castelo de Penas Roias e, na
década seguinte, no castelo de Mogadouro.
Deste castelo conserva-se ainda a torre de menagem e alguns troços de muralha,
sendo de construção mais recente a chamada “Torre do Relógio”.
Em 1197, D. Sancho I trocou estes dois castelos por territórios raianos na Beira
Baixa. No entanto, algumas décadas depois a vila é novamente
mencionada como pertença da Ordem dos Templários e,
com a extinção desta Ordem, em 1319, transitou para a
Ordem de Cristo.
163
Rota
Troço a Troço
Troço 5
Igreja da Misericórdia
Esta igreja de estilo maneirista foi mandada construir
por D. Luís Alvares de Távora, na sequência da
fundação da Misericórdia de Mogadouro em 1559. É
digno de destaque o portal encimado por um nicho
com uma imagem representando a Pietá (Nossa
Senhora da Piedade). O interior desta igreja merece
também uma visita.
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Rota
Troço a Troço
Troço 5
TRINDADE COELHO
José Francisco Trindade Coelho, 1861 - 1908
Escritor de relevo, natural de Mogadouro, fez aqui a sua instrução
primária com o apoio de dois padres em Estudos de Latim, base
importante para a solidez da sua escrita e para a sua formação
em Direito. Fez os estudos secundários no Porto e daqui partiu
para Coimbra onde concluiu o curso de Direito. Deu explicações
e colaborou em vários jornais. Ainda estudante casou e foi pai,
agravando a sua já difícil situação económica.
Ao ter conhecido Camilo Castelo Branco, que o tinha em grande
consideração, como pessoa e como escritor, recebeu deste o apoio
fundamental que o ajudou a ingressar na magistratura, sendo
colocado no Sabugal como Delegado do Procurador Régio. Ao longo
de toda a sua carreira foi sempre considerado um magistrado de
elevada craveira moral. Transferido para a comarca de Portalegre,
fundou aí 2 jornais. Daqui foi transferido para Ovar e, mais tarde,
para Lisboa, última etapa da sua carreira profissional.
Era um defensor de causas e um importante ativista pedagógico
na democratização do ensino, tentando fazê-lo chegar até aos
cidadãos, de que são exemplo as obras “Manual Político do Cidadão Português”, o “ABC do Povo” ou o “Livro
de Leitura”. Continuou sempre a escrever em vários jornais a par com a produção de uma série de Folhetos
para o Povo - “Parábola dos Sete Vimes”, “Rimas à Nossa Terra”, “Remédio contra a Usura”, “Laos à Cidade de
Bragança”, “Cartilha do Povo” e “A Minha Candidatura por Mogadouro”.
Da sua obra literária, deixou-nos, entre outros, “Os Meus Amores” (1891), a sua obra mais conhecida e “In Illo
Tempore” (livro de memórias de Coimbra – 1902).
A desilusão com a sociedade do seu tempo acabou por levá-lo ao suicídio, na primavera de 1908.
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Rota
Troço a Troço
Troço 5
Pelourinho de
Mogadouro. À direita,
biblioteca municipal
de Mogadouro.
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Rota
Troço a Troço
Troço 5
O percurso até Azinhoso é feito pela EN219, que Aspeto do vale do Sabor no
liga Mogadouro a Vimioso. A sensivelmente 5km, caminho para Castro Vicente.
na proximidade do acesso ao aeródromo municipal,
apresenta-se um desvio para a direita que permite o
acesso à aldeia de Azinhoso.
Neste percurso, sugere-se ao visitante um desvio até
Castro Vicente. O acesso faz-se através da EN216, que se
apresenta à saída de Mogadouro pela EN219.
O percurso de Mogadouro a Castro Vicente, pela EN216,
apresenta um relevo ligeiramente ondulado em que na
sua envolvência existe um mosaico agrícola composto
por grandes áreas de culturas de sequeiro pontuadas por
manchas de olival. Ao longo do percurso, depois de passar Carvalho cerquinho na margem
junto às localidades de Vale de Madre e Soutelo, acentua-se direita do rio Sabor.
o declive da estrada, acompanhando o vale de uma ribeira
até ao cabeço do Caro. Ao passar o cabeço, o percurso
acompanha o vale do rio Sabor através de uma paisagem
deslumbrante. Nas suas encostas, uma ocupação de
imensos olivais, manchas de floresta climácica de carvalho
negral, sobreiro, azinheira e zimbreiro. Antes do percurso
atravessar a ponte de Remondes é possível apreciar a beleza
cromática das galerias ripícolas na confluência do rio Azibo
com as águas do rio Sabor, com toda a sua diversidade
florestal. Ao atravessar aquela ponte, podemos desfrutar
de todo o panorama a montante e a jusante.
Ainda pela EN216, subindo a encosta do vale do Azibo, a
paisagem mantém a mesma variedade de textura e cor, em
que o carvalho cerquinho (Ssp. broteroi) se mistura, em
rara consociação, com o sobreiro, participando tanto na
floresta como na galeria ripícola.
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Rota
Troço a Troço
Troço 5
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Troço a Troço
Troço 5
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Troço a Troço
Troço 5
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Troço a Troço
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Troço a Troço
Troço 5
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Troço a Troço
Troço 5
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Troço 1
Moimenta Rio de Onor
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Troço 1 | Quintanilha
Sobreiró de Cima
- Avelanoso
Vinhais
Zoio Bragança
Quintanilha
Avelanoso
rota Constantim
Salsas
troço
Vimioso
desvio com interesse
Miranda
Algoso do Douro
concelho
porta da rota
Mogadouro Sendim
porta do troço
0 10 km
w índice
Rota
Troço a Troço
Troço 6
5
Vale do Angueira, ponte românica e O Troço 6 inicia-se na antiga vila transmontana de ALGOSO,
castelo de Algoso. que foi sede de concelho até 1855, ano em que foi extinto e
incorporado no município de Vimioso. A doze quilómetros
da sede do concelho, é uma das mais importantes
freguesias, delimitando Vimioso do vizinho município de
Mogadouro. O Castelo de Algoso tem uma vasta história
de ocupação, iniciada na Idade do Bronze e terminada na
Idade Moderna. Classificado como Imóvel de Interesse
Público, começou por ser construído devido às excelentes
condições estratégicas e de defesa de que usufruía. O
pequeno castelo surge no alto do Monte da Penenciada, um
cabeço penhascoso que se despenha quase a pique, a mais
Castelo de Algoso.
de 600 metros, sobre o Rio Angueira,
que por sua vez vai confluir a oeste
com o Maçãs. O aglomerado implanta-
-se a norte do castelo de Algoso, sobre o
festo planáltico do interflúvio Angueira/
/Maçãs.
Também numa outra proeminência,
conhecida por Cabeço dos Moiros, mais
a sul, junto ao Angueira, há vestígios
de um outro povoado fortificado, com
sistema defensivo composto por duas
linhas de muralha, conhecido por castelo
dos Mouros de Algoso.
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Rota
Troço a Troço
Troço 6
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Rota
Troço a Troço
Troço 6
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Rota
Troço a Troço
Troço 6
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Troço 6
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Troço 6
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Rota
Troço a Troço
Troço 6
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Rota
Troço a Troço
Troço 6
Ovelhas em souto de
castanheiros novos.
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Rota
Troço a Troço
Troço 6
Mora
Festa de S. Brás (3 de fevereiro)
Alojamento Serviços e Festa de St.ª Eufémia (agosto -
data flutuante, festa organizada
Vimioso Bragança pelos emigrantes).
Albergaria Ascenção GNR - Posto Territorial de Izeda
Estrada Nacional 219 R. Congregação Salesiana Matela
5230-010 Algoso 5300-613 Izeda Festas de Stº Antão no 3º
T. 273 569 223 T. 273 958 010 domingo de agosto, Festa
Tlm. 965 558 497 Fax 273 958 011 de Nossa Senhora do Bom
Fax 273 569 277 ct.bgc.dbgc.pizd@gnr.pt Despacho no 1º domingo de
www.albergariaascencao.pt julho.
Bombeiros Voluntários 6
Casa dos Pimentéis de Izeda Santulhão
Vale de Algoso R. Central, 14 Festas de S. Lázaro na 1ª
5230 Vale de Algoso 5300-598 Izeda semana de agosto.
T. 273 569 269 T. 273 959 222
Tlm. 964 480 692
pimentel@casadospimenteis. Bragança
online.pt Izeda
FESTAS Nossa Senhora da Assunção (15
Alojamento Local E ROMARIAS de agosto), Santo Apolinário
“ D. Afonso V” (último domingo de julho),
Av. do Sabor, 23 Vimioso São Sebastião (3.º domingo
5230-201 Santulhão Algoso de janeiro), Nossa Senhora de
T. 273 579 291 Festa de S. João (24 de junho), Fátima, Santa Catarina (30 de
festa de N.ª Sr.ª da Assunção novembro).
(15 de agosto), festa de S.
Roque (16 de agosto). Serapicos
Festas de Nossa Senhora do
Restauração Vale de Algoso Aviso no primeiro domingo
Santo António (agosto sem dia de junho, de S. Sebastião em
certo) e Santo Cristo (16 de abril). janeiro/agosto, de S. Pedro em
Vimioso agosto, de Nossa Senhora do
Restaurante Uva Rosário em agosto e do Menino
“Casa dos Pimentéis” Festas do Divino Santo Cristo Jesus a 1 de janeiro.
Vale de Algoso a 3 de maio e 14 de setembro,
5230 Vale de Algoso Missa da Cria contra as doenças Carçãozinho
T. 273 569 269 a 14 de setembro, de S. Brás Festa de S. Pedro em agosto
Tlm. 964 480 692 em Mora a 3 de fevereiro,
pimentel@casadospimenteis. Festa Anual de Vila Chã a 1 de Vila Boa
online.pt janeiro. Divino Senhor e Festa de N. Sra
de Fátima em agosto, Festa do
Restaurante “Ascenção” Menino Jesus a 1 de janeiro.
Estrada Nacional 219
5230-010 Algoso
T. 273 569 223
Tlm. 965 558 497
Fax 273 569 277
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Troço 1
Moimenta Rio de Onor
Troço 1 | Quintanilha
N - Avelanoso
Sobreiró de Cima Vinhais
Zoio Bragança
Quintanilha
Avelanoso
Constantim
rota
Salsas
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Vimioso
desvio com interesse
Miranda
Algoso do Douro
concelho
porta da rota
Mogadouro Sendim
porta do troço
0 10 km
Troço 7 Bragança.
C MB
w índice
Rota
Troço a Troço
Troço 7
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Rota
Troço a Troço
Troço 7
191
Rota
Troço a Troço
Troço 7
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Rota
Troço a Troço
Troço 7
7
Por entre maciços de ailantos passa a ribeira de Remisquedo. Castelo roqueiro de Rebordãos com
As encostas estão agora cobertas por vinhedos, que aqui têm Bragança ao fundo.
certamente condições favoráveis, a avaliar pela designação
de “Vinha Velha” que se ouviu nas imediações de Mós.
Quando alcançar um fontanário de desenho barroco estará
à entrada de Rebordãos, povoação média, basicamente
edificada em xisto e que já foi cabeça de importante
concelho. Conserva ainda a velha picota, em rude fuste
com escassos vestígios de um astrágalo a meia altura e
rematado por um monólito com uma calote invertida no
topo. Dos seus Paços do Concelho não há indícios, mas da
prisão ficou ainda a memória na população local. Numa
elevação a poente, a cerca de mil metros de altitude, mas
cento e cinquenta acima da cota média da povoação são
ainda bem visíveis os vestígios do castelo roqueiro de
Rebordãos, que aqui lhe chamam também de Tourões,
uma estrutura medieval desmantelada pelo tempo e pelas
guerras. Sobranceiro à cidade de Bragança e gozando
Pormenor do pelourinho de Rebordãos.
extenso panorama, facilmente se entende a importância
que terá tido na teia defensiva da raia transmontana. E
não muito longe, no Ferradal, abundam vestígios de um
outro povoado, este muito mais antigo, que remonta, pelo
menos, ao período da dominação romana.
Na descida para Rebordãos repare na variedade de
culturas que preenchem o afolhamento dos vales e das Fontanário de Rebordãos.
encostas mais próximas. Trigais e centeeiras ceifadas e por
ceifar, hortas e batatais, vinhedos, matos e pinhais, numa
promíscua desordem típica da policultura das envolvências
urbanas. Bragança de facto não fica longe.
Mosca, curioso topónimo. Enlaçando o alto do Lombo,
aqui entronca a estrada onde se apoia a Rota. Seguindo em
frente vai-se a Bragança, pouco mais de uma légua.
Não querendo ir a Bragança, prossiga a Rota, subindo a serra
da Nogueira em direção ao Santuário da Senhora da Serra.
193
Rota
Troço a Troço
Troço 7
BRAGANÇA
Existe como povoação desde o séc. XII. D. Sancho I
concedeu-lhe foral em 1187 e de D. Afonso V recebeu
nova carta de lei quando a elevou a cidade. A 22 de agosto
festeja a Nossa Senhora das Graças.
Bragança, bons motivos para uma visita.
Antiga Sé de Bragança
A antiga Sé de Bragança tem como origem o Colégio dos Jesuítas
criado em 1561 no edifício que então se acabava na Cruz de
Pedra, destinado pelo Duque D. Teotónio e pela Câmara a uma
7 comunidade de monjas clarissas que nunca chegou a instalar-
-se. Proscrita a Companhia de Jesus por decreto de 1759, o Bispo
de Miranda D. Aleixo de Miranda Henriques obteve alguns anos
depois, autorização para transferir a Diocese para esta cidade,
passando esta Igreja a Sé de Bragança. Porém, a exiguidade do
templo para as novas funções que viria a desempenhar justificava
uma reedificação ampliada, para a qual se chegou a esboçar o
projeto, que é conhecido mas que nunca logrou efeito, pela
escassez de meios que mal bastavam à côngrua sustentação. Só
muito mais tarde se edificaria, mas noutro local, a nova Catedral,
salvando-se assim a magnífica Igreja e todo o seu recheio.
A fachada lateral norte, que é a principal, remata com um torreão
sineiro, onde encaixa uma galilé toscana. O pórtico é renascentista,
apresentando num nicho, sobre o entablamento, uma imagem da
Virgem com o Menino. Na fachada poente, um belíssimo janelão
gradeado, de gosto barroco, tem a data de 1685.
No interior merecem destaque a abóbada nervurada e os retábulos
entalhados e dourados seiscentistas, sobretudo o da capela-mor e
a belíssima sacristia, com teto apainelado e pintado com cenas da
vida de Santo Inácio e duas esculturas representando S. Francisco
de Assis e Santo Inácio, sobre o arcaz de madeira.
Rota
Troço a Troço
Troço 7
Igreja de S. Bento
O mosteiro beneditino de Bragança foi fundado no séc. XVI, sob a
proteção de Santa Escolástica, por D. Maria Teixeira, de acordo com
as suas disposições testamentárias.
As obras ficaram concluídas já no último quartel daquele século,
vindo as monjas fundadoras do Mosteiro de Vairão em 1590. A
severa igreja original foi depois, já no séc. XVIII, ricamente ornada,
exaltando com exuberância a Fé e o louvor a Deus.
O teto abobadado da nave foi executado pelo pintor Manuel
Caetano Fortuna, numa magnífica composição perspética cujo
tema central é a Santíssima Trindade ladeada por S. Bento e Santa
Escolástica. No entanto, o teto da capela-mor é ainda do séc. XVI 7
e um excelente e raro exemplo da arte mudéjar em Portugal. O
pórtico principal, barroco, ostenta a imagem da Padroeira.
Castelo
Edificado no séc. XIII (provavelmente sobre um povoado fortificado
muito mais antigo) com uma cinta muralhada, foi reedificado,
tomando a forma atual com uma segunda ordem de muralhas
envolvendo o burgo, no final do reinado de D. João I, passando a
ser a cabeça do ducado dado a seu filho D. Afonso. Na Guerra de
Restauração adotaram-se-lhe novas estruturas defensivas que
envolviam já o Bairro da Estacada. Desde 1932 acolhe na Torre de
Menagem o Museu Militar de Bragança.
Rota
Troço a Troço
Troço 7
Igreja de Santa Maria ou de Domus Municipalis - Edifício de arquitetura românica, com planta
Nª. Srª. do Sardão. pentagonal irregular, talvez o mais importante da arquitetura civil
7 Em cima, à direita, em todo o país. É constituído por dois corpos, um subterrâneo, que
Domus Municipalis. é uma cisterna abobadada e outro superior formando uma galeria.
O desaparecimento das construções envolventes com as quais se
associava torna a sua interpretação um verdadeiro enigma.
Pelourinho - Símbolo do poder municipal está, desde 1860,
no Jardim dos Oficiais, antiga Praça de S. Tiago. Provavelmente
quinhentista, tem capitel com quatro braços, em cruz grega,
rematados com figuras zoomórficas e encimado por figura
sentada segurando um escudo. Com mais de seis metros de altura
assenta num berrão com cerca de 2 metros de comprimento,
popularmente designado por Porca da Vila.
Igreja de Santa Maria ou de Nª. Srª. do Sardão -
Provavelmente o templo mais antigo da cidade, situada na cerca
do castelo, à esquerda do Domus, nada subsiste da sua traça
românica por ter sofrido sucessivas remodelações. O seu portal
barroco, dos inícios do séc. XVIII, ostenta colunas torsas com
decoração de cachos e folhas.
Igreja de S. Vicente - Provavelmente de origem medieval, foi
reedificada em 1571 e de novo em 1683. Tem um bom retábulo-mor
Pelourinho de Bragança. joanino incluindo já alguma decoração rocaille, assinado por Francisco
Manuel de Figueiredo.
Convento e Igreja de S. Francisco - Conserva das suas
Em baixo, convento e igreja origens medievais pouco mais que a abside. O aspeto atual
de S. Francisco. O interior remonta à remodelação que sofreu na primeira metade do
do convento alberga o séc. XVII. Recentemente foram postos a descoberto restos de
arquivo distrital de Bragança. frescos quinhentistas no seu interior.
À direita, igreja de S. Vicente.
196
Rota
Troço a Troço
Troço 7
197
Rota
Troço a Troço
Troço 7
Mosteiro de Castro de Avelãs, Se foi a Bragança, antes de retomar a Rota deverá fazer
túmulo de D. Nuno Martins um pequeno desvio até Castro de Avelãs, visita
de Chacim.
indispensável, para poder conhecer o seu importante
património. Aqui se conserva a cabeceira da igreja de
um antigo mosteiro clunicense, com imponente ábside
e dois absidíolos em alvenaria de tijolo com arcaturas
cegas sobrepostas, possivelmente anterior ao século XII,
extinto em 1543, quando era já da regra e posteriormente
demolido. Filia-se na tradição românica mudéjar da meseta
duriense castelhana, constituindo no nosso país exemplo
raro, senão mesmo exemplar único. Aqui se hospedou em
março de 1387 o Duque de Lancaster, John of Gaunt, com
mil homens de armas que o acompanhavam, quando se
encontrou com D. João I no planalto de Babe. Aqui poderá
ainda observar o túmulo medieval de D. Nuno Martins de
Aldeia de Gostei. Chacim, o maior magnate da nobreza senhorial da segunda
metade do séc. XIII, assim como vestígios de antigos
espaços deste cenóbio. Todo este conjunto foi classificado
como Monumento Nacional em 1910.
Em Castro de Avelãs foram encontradas algumas
epígrafes, numa das quais é mencionado o povo
zoela, colocando-se a hipótese de ter sido
aqui a sua capital. Aqui passava também a
designada Via XVII do itinerário de Antonino,
testemunhada pelos miliários de Augusto
(2 a.C.) e de Caracala (213 - 214).
De Castro de Avelãs segue-se para a
curiosa aldeia de Gostei, a 2,7km, que
foi vila e sede de concelho, mantendo,
na sua pequena praça, a igreja, o
pelourinho e a Casa do Tribunal e
Cadeia. Nesta aldeia existem ainda
uma ponte e fonte de mergulho.
198
Rota
Troço a Troço
Troço 7
7
Deixando a praça com a igreja à esquerda, desça uma rua Albufeira da Castanheira vendo-se,
inclinada que liga à estrada principal e siga para poente no alto, o Santuário da Senhora da
Cabeça, Nogueira.
contornando a albufeira até encontrar uma bifurcação
para a direita que o leva à Capela da Senhora da Cabeça,
que tira o nome do outeiro onde se eleva. É uma ermida de
fachada cega, muito característica desta região, com duas
festas anuais em que se leiloam oferendas de trigo e linho
para o sustento da Confraria.
Depois de visitar a capela regressamos à estrada e viramos
para a direita em direção a Nogueira. Aqui, visite a capela
setecentista de S. Sebastião.
Continue pela N519 e tome à direita, a N206. A estrada
percorre agora a serra a meia-encosta para poente. A
paisagem é dominada quase exclusivamente pelo carvalho
negral em extensos povoamentos estremes, que cobrem a
serra, com raras clareiras de pastagem ou matos rasteiros.
É esta a espécie que mais e melhor contribui para a
variação cromática da paisagem ao longo do ano. Verde
clara, matizada com o rebento das folhas em abril, vai Capela de S. Sebastião, Nogueira.
escurecendo lentamente até setembro, quando a folhagem
se torna rubra, permanecendo crestada e presa aos troncos
até aos ventos fortes da invernia que despem e grisalham
Capela de Senhora da Serra, no alto
de líquenes a nudez do ritidoma. É com esta aparência, tão da Serra da Nogueira.
variável de estação para estação, que a serra de
Nogueira se nos oferece, enquadrada na majestosa
paisagem. É com este sentimento que desfrutamos
a paisagem do Santuário da Senhora da Serra,
no ponto mais alto, a 1320 metros. O templo aqui
existente corresponde a uma reconstrução de um
outro de época tardo-medieval, e está fortemente
arreigada na devoção popular (Festa da Natividade
da Virgem – 8 de setembro). Um complexo centro de
telecomunicações garantiu, em tempos, a cobertura
de uma boa parte da província transmontana. A esta
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Rota
Troço a Troço
Troço 7
As nevadas - A neve e o gelo são as ocorrências mais associadas à imagem que o forasteiro tem das
“Terras Altas do Nordeste”, imagem que não corresponde inteiramente à verdade, já que as nevadas não
são tão frequentes assim e o gelo não perdura o suficiente para que a “carambina” e o “sincelo” paralisem a
atividade.
De qualquer modo, um nevão na Coroa, na Nogueira ou no
Montesinho, pendurando os flocos nas copas desfolhadas dos
carvalhais ou estendendo o alto manto nos “abexedos” das encostas,
imprimem à paisagem a força e a grandeza que a artificialização
humana ousou perturbar. É um espetáculo de luxo que a Terra Fria,
fazendo jus ao seu nome, nos oferece de quando em vez.
M a n ue l Teles
200
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Troço a Troço
Troço 7
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Troço 1
Moimenta Rio de Onor
N
Troço 1 | Quintanilha
Sobreiró de Cima
- Avelanoso
Vinhais
Zoio Bragança
Quintanilha
Avelanoso
rota Constantim
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troço
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desvio com interesse
Algoso Miranda
concelho do Douro
porta da rota
Mogadouro Sendim
porta do troço
0 10 km
w índice
Rota
Troço a Troço
Troço 8
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Rota
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Troço 8
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Troço a Troço
Troço 8
Cozinha de fumeiro, Nunes. A estrada passa o Tuela na Ponte da Ranca, uma ponte
medieval com cinco arcos de volta redonda, com
talhamares, sobre um belíssimo trecho do rio, com
mouchões cobertos de choupos e amieiros. É local de
pesca e de lazer, onde no verão muita gente merenda ou se
vem banhar. Curiosamente, pode referir-se que a estrada
romana que passava aqui perto no seu percurso entre
Chaves e Astorga, vencia este rio, não neste local, mas mais
a montante. Dessa ponte conservam-se ainda vestígios dos
seus arranques, mas no esporão sobranceiro à Ponte da
Ranca, no local conhecido por Crasto, na margem direita,
há também indícios de um povoado fortificado da mesma
época, como o são outros, um pouco mais acima, já na
entrada de Vinhais.
A paisagem é agora completamente diferente do planalto
que deixou em Ousilhão. A bacia do Tuela, com encostas
Campos de cultivo em Nunes. nalguns casos acentuadas, é irrigada por muitas linhas
de água subsidiárias daquele rio, que
determinam uma modelação de relevo
variada, com colinas e outeiros de cume
arredondado.
É neste cenário que cruza o rio e
vai iniciar a subida para Vinhais. As
encostas pedregosas estão cobertas de
matos rasteiros, de urze, de estevas e
de rosmaninho, arroteadas quando o
afolhamento é favorável para plantação
de novos castanheiros, de vinha e
mesmo de oliveiras, que aqui surgem em
quantidade apreciável.
210
Rota
Troço a Troço
Troço 8
Vinhais
Quando chegar à vista de Vinhais aperceber-se-á, à sua
mão direita, de um lameiro corrido por uma linha de água
entre uma profusão de choupos e amieiros. Na silhueta do
casario é já percetível o Centro Histórico, alcandorado num
pequeno promontório a nascente. O que outrora foi um
recinto muralhado com seis torres e um cubelo é hoje um
amontoado de casas novas ou renovadas que submergiram
o pouco que restou da fortaleza. De qualquer modo,
observado do interior da vila, o castelo ganha e evoca
ainda, com o realismo das profundas brechas estruturais,
os lances mais difíceis da Guerra da Aclamação, quando a
praça estava confiada ao heroico Estêvão de Mariz.
Ao entrar na Vila pelo Bairro do Eiró destaca-se o solar dos
Crespos com a sua capela de Santa Catarina e mais adiante, 8
no cemitério, a velha Igreja de S. Facundo, um curiosíssimo
expoente da nossa arquitetura românica, com umas ingénuas
invocações da Santíssima Trindade incorporadas na fachada.
Pormenor do Solar dos Crespos à entrada
Percorra a vila a pé para conhecer e compreender bem a de Vinhais. Em cima, Rio Tuela com
sua história. vegetação ripícula.
Castelo de Vinhais
Numa encosta suave do vale do Tuela, abrigada do
setentrião pelo monte de Cidadelha, onde parece
8 ter tido origem, Vinhais, como hoje a conhecemos,
tem assento, pelo menos desde meados do séc. XIII.
Nesta época, provavelmente já cingida de muralhas,
recebeu foral confirmando uma carta régia anterior,
de 1224, condicionada à edificação de um castelo.
Na guerra da Independência, à semelhança de
muitas outras praças portuguesas, Vinhais tomou
voz por D. Beatriz, alinhando algum tempo depois
no partido do Mestre de Aviz. Nesta época já o
castelo existia e era certamente o mesmo que
Duarte d’ Armas debuxou em 1509 no seu livro
das Fortalezas, com três portas e sete torres, sendo
uma delas a de menagem, meio ruída e uma barbacã com um cubelo edificado e mais sete em construção.
Na Restauração, a vila foi assediada por várias vezes, sendo particularmente violento o ataque do general
espanhol D. Baltazar Pantoja em 1666, que acabou repelido pela guarnição da praça comandada por
Estêvão de Mariz. Nestas operações a fortaleza ficou muito danificada e a maior parte dos estragos nunca
mais tiveram conserto.
Hoje, pouco resta dela - apenas a Porta da Vila e alguns cubelos em alvenaria de xisto com duzentos metros
de muro no flanco nascente da vila, que serve de muro de suporte ao casario do burgo.
Igreja de S. Facundo
De raiz românica com alterações que denunciam já uma transição para o
gótico, esta igreja foi a Matriz da antiga paróquia de S. Facundo de Crespos,
do Julgado de Vinhais, uma das mais antigas da atual Diocese de Bragança.
De fachada austera, rematada no topo por uma sobre-elevação vazada por
três arcos sineiros, sendo um deles de menor dimensão. Contém um pórtico
simples de arco redondo, ligeiramente apontado, apoiado nas impostas
e flanqueado por três grupos
escultóricos, dois a norte e um
a sul, sendo este constituído por
três figuras que representam a
Santíssima Trindade. Com uma
única nave, alberga do lado da
Epístola um túmulo de xisto
quatrocentista. A capela-mor é
totalmente preenchida com um
retábulo barroco.
212
Rota
Troço a Troço
Troço 8
Fumeiro de Vinhais - Uma cultura gastronómica única em Portugal e a inigualável qualidade dos produtos
fazem do Concelho de Vinhais a Capital do Fumeiro, levando a autarquia a uma empenhada e cuidada
promoção da “Feira do Fumeiro” que ano após ano se realiza no segundo fim de semana de fevereiro.
Um dos segredos da afamada qualidade do “Fumeiro de Vinhais” é a criação do porco bísaro, uma das duas
únicas raças autóctones de suínos existentes em Portugal. Os suínos da raça bísara caracterizam-se pelo seu
grande tamanho, chegando a atingir mais de um metro de altura e metro e meio de comprimento desde a
nuca à raiz da cauda! Ossudos e pouco musculados, tem uma carcaça em que a proporção do músculo é
maior que a de gordura, o que permite obter uma carne pouco atoucinhada, mas muito entremeada.
Tratando-se de carne pouco gorda constitui, talvez, o segredo do sabor do fumeiro. É curioso saber que a
alimentação dos animais no concelho, é feita sobretudo à base de produtos naturais produzidos na própria
exploração agrícola, nomeadamente a batata, a castanha, a beterraba, abóbora, nabo, forragens, grãos e
farinhas de cereais. Diz-se, até, que “os porcos comem comida de gente”! Mas são também beneficiados em
pastagens, soutos e carvalhais.
Esta conjugação de fatores relativos à alimentação, ao maneio, à idade do abate superior a um ano e à
própria raça, confere à carne características ótimas, especialmente para a produção de enchidos.
As proteções comunitárias como “Indicação Geográfica Protegida” do
“Salpicão de Vinhais”, da “Linguiça de Vinhais” ou “Chouriça de Carne de
Vinhais”, “Alheira de Vinhais”, “Chouriça Doce de Vinhais”, “Chouriço Azedo
de Vinhais”, “Butelo de Vinhais” e o “Presunto Bísaro de Vinhais” representam
um instrumento importantíssimo para evitar a descaracterização destes
produtos e salvaguardar a sua qualidade e genuinidade.
Estas características, estão hoje garantidas face
à resolução superior da criação de uma área
geográfica de produção e respetiva certificação.
Em 2001 realizou-se a primeira Feira Nacional
do Porco Bísaro, simultaneamente com a Feira do
Fumeiro que se iniciou em 1981.
213
Rota
Troço a Troço
Troço 8
214
Rota
Troço a Troço
Troço 8
O Caminho de Santiago
Durante a Idade Média as peregrinações a Santiago de Compostela, na Galiza, mobilizaram milhões de
peregrinos que atravessaram toda a Europa para venerar o túmulo do Apóstolo S. Tiago Maior. Este fenómeno
pode mesmo considerar-se um dos principais fatores da consolidação europeia.
Atualmente as peregrinações jacobeias conhecem um novo e fortíssimo apelo, que justificou a recuperação
dos itinerários históricos. Um deles é a Via do Sudeste, também conhecida por Via de La Plata, proveniente
de Sevilha e Zafra.
Esta Via tem um troço alternativo que evita a Sanabria, desviando em Zamora para atingir Xinzo de Limia e
Ourense por território português. Este desvio, que tem tradições historicamente comprovadas, atravessa a
Terra Fria, de Quintanilha a Sandim, passando por Bragança e Vinhais.
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Rota
Troço a Troço
Troço 8
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Rota
Troço a Troço
Troço 8
Centro de Interpretação
do Parque Natural de
Montesinho
Casa da Vila em Vinhais
5320-272 Vinhais
T. 273 771 416
cipnm@cm-vinhais.pt
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Troço 1
Moimenta Rio de Onor
N
Troço 1 | Quintanilha
Sobreiró de Cima
- Avelanoso
Vinhais
Zoio Bragança
Quintanilha
Avelanoso
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desvio com interesse
Miranda
Algoso do Douro
concelho
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Mogadouro Sendim
porta do troço
0 10 km
w índice
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Troço a Troço
Troço 9
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Troço 9
Ponte de Santa Rufina, mais um povoado antigo, que terá sobrevivido até à Idade
sobre o rio Rabaçal. Média e relacionado com o culto hagiográfico que ainda
identifica a ponte. Seguindo a estrada para Pinheiro Novo
9 após uma subida acentuada, quase a chegar ao planalto,
num ribeiro à sua mão direita vai encontrar um moinho de
água recuperado com uma pequena queda de água, local
aprazível para fazer uma paragem.
A chegada a Pinheiro Novo faz-se por poente. É esta
uma das mais interessantes povoações da região pelo
potencial que conserva ainda da
arquitetura popular expressiva.
Inserida já em área geológica
predominantemente granítica, a
solidez das suas estruturas quando
comparadas com a das alvenarias
de xisto da vizinha Lomba, é evidente.
Moinho de água recuperado e Curiosamente, ainda se pode aqui seguir, com exemplos
pormenor do interior de
um moinho de água. que vão permanecendo, toda a evolução das coberturas
dos edifícios, as armações de madeira cobertas com palha
colmaça, as mesmas armações cobertas com placas de
Igreja de Pinheiro Novo.
À esquerda: casa senhorial e cruzeiro
no centro da povoação,
em Pinheiro Novo.
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Rota
Troço a Troço
Troço 9
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Troço a Troço
Troço 9
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Rota
Troço a Troço
Troço 9
VINHAIS Quirás
FESTAS S. Salvador (6 de agosto), Nossa
E ROMARIAS Senhora da Ascensão (15 de
agosto) e Nossa Senhora das
Restauração Sobreiró de Cima Candeias e Santa Eufémia (22
Festa de Santa Luzia (agosto). de agosto).
Restaurante Lameirinhas
Estrada Nacional 103 Tuizelo Pinheiro Novo
5320-165 Sobreiró de Baixo Festa de Nossa Senhora dos Festa de Santa Marinha (18 de
T. 273 771 490 Remédios (31 de agosto a 8 agosto), Festa de S. Sebastião
de setembro); S. Lourenço (10 (20 de janeiro), Festa de Santa
de agosto); S. Pedro (24 de Ana (26 de julho), Festa de
agosto); Nossa Senhora da Santo António (13 de junho).
Alojamento Assunção (15 de agosto); S.
Roque (16 de agosto). Pinheiro Velho
turismo rural Festa de São Sebastião (20 de
Casa da Fonte de Travanca Sandim janeiro).
Lugar da Travanca Festa em honra a S. Mamede e
5320-180 Travanca Santo Amaro (17 de agosto). Contim
T. 273 695 014 Santa Margarida (20 de agosto).
Tlm. 933 289 612 Gestosa
Fax 273 695 014 Festa de Nossa Senhora da Cerdedo
geral@casadafonte.com Assunção (15 e 16 de agosto). Nossa Senhora da Ascensão
(15 de agosto). 9
Casa-Abrigo do Geadas Passos
Travanca Festa do Senhor dos Aflitos (2.º
5320-180 Travanca domingo de agosto).
T. 273 326 002 | 273 324 413
Fax 273 331 711 Vilar Seco de Lomba
ogeadas@hotmail.com S. Julião (7 de janeiro) e Santa
Bárbara (17 e 18 de agosto).
As Casas de Casares
Lugar de Casares
5320-082 Montouto
T. 273 326 911
Tlm. 967 641 443
Fax 273 332 847
geral@casas-de-casares.com
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Troço 1
Moimenta Rio de Onor
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Troço 1 | Quintanilha
Sobreiró de Cima
- Avelanoso
Vinhais
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w legendas do mapa
Rota
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Continue, agora em direção a Parâmio, aldeia que integra Rebanho de ovelhas em Vilarinho.
também a Rota do Baceiro, sugerida pelo Parque Natural À esquerda, ponte do Parâmio sobre
o rio Baceiro.
de Montesinho. Passe pela igreja paroquial, setecentista
como quase todas, mas já com alguma enfatização rococó
e siga viagem.
Um açude na ponte do Parâmio, recomenda o local a quem Capela recente da Senhora da Hera,
Cova de Lua. 10
goste de pesca. Sucedem-se depois três desvios à esquerda
que o levam, cada um, a Vilarinho, a Cova de Lua e a
Soutelo. No entroncamento que dá acesso a Cova de
Lua encontramos o Santuário da Senhora da Hera, com
capela recente a substituir a antiga, localizada não longe
dali, cujas ruínas medievais estão classificadas. O Santuário,
concorrido por muitos romeiros (Festa de 1 a 3 de agosto)
tem um parque de merendas bem arborizado. Se subir a
Cova de Lua será recebido, logo à entrada, por um conjunto
de cinco pombais em ferradura, de belo efeito cénico e
semelhantes a outros que viu já, dispersos em quantidade,
quando atravessou o planalto mirandês. Visite a igreja,
ainda quinhentista e com nártex e os empreendimentos
comunitários que caracterizavam a vida social – os fornos,
a forja e o lagar.
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Rota
Troço a Troço
Troço 10
Igreja da Carragosa.
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Troço a Troço
Troço 10
Arquitetura tradicional na
aldeia de Varge.
À direita, a serra de Montesinho
no inverno.
Retomada a estrada nacional encontra, pouco adiante,
umas alminhas e uma derivação à esquerda para Aveleda.
Continue, iniciando a baixada ao rio Igrejas onde fica a
povoação de Varge, num cenário já marcado por uma
densificação do arvoredo. Castanheiros, carvalhos e alguns
10 sobreiros constituem o coberto florestal das vertentes
deste rio até à formação do lameiro no fundo do vale.
O rio, alargado por um açude a jusante e percorrido por
galerias ripícolas de freixos, salgueiros e choupos de grande
dimensão, cria um ambiente aprazível, valorizado por algum
cuidado posto na conservação do edificado marginal e que
AT
se começa a sentir também no interior da povoação.
Festa dos Rapazes, 25 e 26 de
dezembro, Varge. À boca da ponte, uma capela ainda com vestígios da sua
fundação quinhentista, ostenta na fachada uma referência
curiosa – Santo Padre Vaz. E alguns restaurantes e cafés
De Varge para Sacoias. reforçam a atração natural deste lugar.
Continue agora em direção
a Rio de Onor. A estrada
sobe a vertente esquerda do rio
Igrejas, com um traçado menos
inclinado que o da vertente
oposta, com a aproximação da
planura que se dilata de novo
em larga extensão, mas agora
coberta de mato rasteiro, de
onde a onde interrompido por
alguma mancha de pinhal. Sem
que se perceba, o rio Igrejas corre
paralelo em sentido contrário,
esganado entre as Fragas do
Cabril e a nascente, mais longe
e fundo, o rio de Onor, que se
238
Rota
Troço a Troço
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Troço 1 | Quintanilha
Sobreiró de Cima
- Avelanoso
Vinhais
Zoio Bragança
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Troço a Troço
Troço 11
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Troço a Troço
Troço 11
De Deilão para S. Julião de Palácios. Continue para sul, com a ribeira de Guadramil e o seu
lameiro a poente, até a estrada se fazer à vertente do
planalto de Deilão. Está agora a escassos quinhentos metros
da fronteira e com a povoação espanhola de Riomanzanas
à vista. A paisagem é marcada por uma sucessão de
colinas de cumes arredondados e dominados pelo pinhal,
11
irrompendo uma rede de magros lameiros alimentados
pela rede hidrográfica da hemi-bacia de apanhamento do
Maçãs. Matos, carrascos e alguns ensaios de souto cobrem
as vertentes que as rolas bravas sobrevoam.
Ao chegar ao entroncamento de Petisqueira, um
pequeno lugar perdido num alcandor da fronteira, atinge
o planalto. As vistas tornam-se mais amplas e a paisagem
modifica-se, dominada pela imensidão das searas de trigo,
Capela de S. Sebastião, Deilão. centeio e feno, que no verão, com as suas tonalidades de
amarelo dourado, destacam ainda mais a cor vermelha
ferruginosa do solo nu, mais rico agora em óxidos de ferro
anídricos.
E chega a Deilão, uma povoação pequena que deu nome
a este planalto, designado uma das sub-regiões naturais
da Terra Fria.
Pelo festo quase impercetível que define a espinha do
planalto de Deilão, sobe ligeiramente para logo deixar
Vila Meã, mais uma pequena aldeia em tudo semelhante
O regresso das pastagens, Deilão. à anterior, com o seu anel de culturas variadas abrindo um
pequeno oásis no imenso secadal.
Passada Vila Meã, já de onde a onde, nas vertentes
mais abrigadas e com melhor exposição dos afluentes e
subafluentes do Maçãs, se vão encontrando pequenas
248
Rota
Troço a Troço
Troço 11
folhas de culturas mediterrânicas, designadamente a vinha. Planalto de Deilão com Vila Meã
Mas o castanheiro, em plantações recentes rigorosamente ao fundo.
compassadas com vista à produção forçada de madeira ou
de fruto, é ainda claramente dominante numa paisagem
marcada pela vastidão da charneca e das searas.
Ao fim de uma pequena subida está em S. Julião, sede
da freguesia de S. Julião de Palácios, onde a 11
estrada se bifurca – à direita continua para Bragança e
à esquerda, atravessando a aldeia, a nascente, dirige-
se para Quintanilha. Povoação dispersa, constituída
essencialmente por dois núcleos adjacentes, conserva
ainda grande parte da estrutura original. A igreja
paroquial é tipologicamente semelhante às da região,
de menores proporções e apresenta um pórtico com
frontão emoldurado com pináculos rematados por Igreja de S. Julião de Palácios.
curiosos grotescos relevados na silharia da fachada. Não
obstante o recurso ao granito, como sucedeu, aliás, na
maioria destas igrejas, o solo é xistoso e pardo, marcando
fortemente as alvenarias aparentes do edificado primitivo.
Em alguns casos recorreu-se mesma a soluções mistas,
como se pode verificar numa curiosa fonte coberta
quinhentista, cuja arco estrutural, originalmente de volta
redonda, apresenta as aduelas em granito e as alvenarias S. Julião de Palácios.
com empilhamento de pequenas lascas de xisto.
Saia agora da Rota escassos quilómetros para conhecer
algumas aldeias das imediações. Continuando a estrada,
não percorrerá um quilómetro até encontrar um desvio à
direita para Caravela e, logo a seguir, outro à esquerda, que
desce para Palácios. Caravela é povoação pequena, mas
pela estrada que daí segue para Labiados tem-se acesso
ao monte de Agra, em cuja proximidade se encontram
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Rota
Troço a Troço
Troço 11
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Rota
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Troço 11
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Rota
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Troço 11
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Troço 11
11
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Rota
Troço a Troço
Troço 11
11
Vila Meã
Alojamento Restauração Festa de Nossa Senhora dos
Remédios no 1º domingo de
turismo rural BRAGANÇA agosto; Festa dos Rapazes a 1
Lombada de novembro e a 25 e 26 de
BRAGANÇA Bairro S. Sebastião, 7 dezembro, de Santa Eulália.
Casa Luiz Gonzaga 5300–421 Babe
R. da Portela, 21 T. 273 926 425 São Julião de Palácios
5300–421 Babe Tlm. 912 544 094 Festa a Sagrado Coração de
T. 273 927 007 Fax 273 926 425 Jesus (3º domingo de agosto);
Tlm. 917 342 689 bruno.babe@hotmail.com Festa dos rapazes (25 e 26 de
918 387 137 dezembro).
Fax 225 091 211
mail@casaluisgonzaga.com.pt Palácios
www.casaluisgonzaga.com.pt FESTAS Festival de Música e gaiteiros
E ROMARIAS (último domingo de julho),
Casa de Onor Festa de São Miguel (29 de
Sra. Rita Rêgo Bragança setembro).
Aldeia de Rio de Onor Rio de Onor
R. Central, 34 Festa de S. João (24 de junho), Babe
5300–821 Bragança N. Senhora de Fátima (13 Festa de São Pedro (29 julho),
T. 273 927 163 de maio), Nossa Senhora do Festa do Corpo de Deus (maio/
Tlm. 937 592 762 Rosário (último domingo de junho), Festa de Nossa Senhora
reservas@casadeonor.com agosto) e S. Vicente (22 de do Rosário (1.º domingo
www.casadeonor.com janeiro). de outubro), Festa de São
Sebastião (20 janeiro), Festa da
Guadramil Lenha das Almas, dia de todos
Parque de Campismo Festa de São Vicente (22 de os santos (1 de novembro),
janeiro) e Festa Nossa Senhora Festa dos Reis (6 de janeiro) e
BRAGANÇA do Rosário (13 de maio). Festa dos rapazes (25 e 26 de
Parque de Campismo dezembro). 11
Rural de Rio de Onor Deilão
Aldeia de Rio de Onor Festas de Nossa Senhora da
5300 Bragança Assunção a 15 de agosto, Festas
dos Rapazes a 1 de novembro e
a 25 e 26 de dezembro, de S.
Sebastião a 20 de janeiro.
255
a rota da terra fria
e outras rotas
Pág.
Articulação da Rota da TFT com outras rotas 258
w índice
A Rota
e Outras Rotas
Paisagem com castanheiros, no A Rota da Terra Fria foi configurada como circuito
inverno, na freguesia de Zoio. de mobilidade fácil, cómodo, sinalizado e seguro, por
forma a permitir a acessibilidade a lugares relevantes na
abrangência territorial pretendida.
O conhecimento do potencial endógeno da Terra Fria
Transmontana, nomeadamente dos seus valores ambientais,
ecológicos, cinegéticos, patrimoniais e culturais, não se
esgotam na Rota apresentada, sendo variados e múltiplos
os recursos que permitem, a partir do traçado da Rota, ou
paralelamente a ela, definir outras rotas temáticas, circuitos
e trajetos que a complementam.
Em carta anexa apresentam-se algumas rotas alternativas
e/ ou complementares da RTF com a qual se articulam e
que, quer pelos valores culturais, paisagísticos e ambientais
Em cima, balcão tradicional em em presença, quer pelo seu modo de fruição e apreensão
madeira. Em baixo, fecho de porta de alargam o âmbito da sua atratividade.
curral, em madeira.
O Caminho de Santiago
Os caminhos de Santiago são um dos denominadores
comuns da cultura europeia. Numa Europa que, mais que
nunca se quer forte e coesa, falando uníssono em todas
as línguas, estes itinerários, que são espaços públicos
de convergência e de harmonia, devem ser respeitados
e promovidos. Neles, qualquer caminhante se sente
um cidadão do mundo, o que lhe dá a oportunidade de
perspetivar as suas convicções num sentido ecuménico de
abertura e de tolerância.
258
w índice
A Rota
e Outras Rotas
a Rota da Terra Fria e Outras Rotas
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A Rota
e Outras Rotas
a Rota da Terra Fria e Outras Rotas
Rota Transfronteiriça
dos Castros e Berrões
O projeto “Castros e Berrões” consistiu na
recuperação e rentabilização conjunta de
alguns dos Castros existentes nas províncias
castelhano-leonesas, de Ávila e Salamanca, e
nos concelhos do norte de Portugal, de Miranda
do Douro, Mogadouro e Penafiel. A execução
deste projeto permitiu um maior conhecimento
dos castros e dos seus territórios, situados
nesta zona transfronteiriça, conservando ao
mesmo tempo os sítios de beleza singular
onde se localizam.
Em cima, castro de Vilarinho dos
Galegos. Em baixo, castros da margem A criação de uma “Rota de Castros e Berrões”, que
do Douro. reforçasse o valor arqueológico da zona de intervenção,
contituiu o objetivo essencial do projeto, aliado à fruição
do meio ambiente natural envolvente e à degustação da
boa gastronomia local. Tratou-se, em suma, de colocar o
património castrejo, e as suas fascinantes paisagens, ao
alcance de todos, transformando-os em pólos de atração
de um turismo cultural de qualidade.
Escultura
zoomórfica
- Berrão.
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A Rota
e Outras Rotas
a Rota da Terra Fria e Outras Rotas
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A Rota
e Outras Rotas
a Rota da Terra Fria e Outras Rotas
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A Rota
e Outras Rotas
a Rota da Terra Fria e Outras Rotas
A Rota da Amendoeira
Como a Rota do Azeite também a da Amendoeira não
tem trajeto definido. Qualquer estrada que atravesse
os concelhos de Vila Nova de Foz Coa, Freixo de Espada
à Cinta, Torre de Moncorvo, Vila Flor, Alfândega da Fé,
Mogadouro, Vimioso e Miranda do Douro proporciona,
entre março e abril, magníficos espetáculos de densa alva
floração, por vezes ligeiramente carminada, que cobre,
como um alegre nevão extemporâneo, as encostas mais
soalheiras e protegidas da nortada.
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A Rota
e Outras Rotas
a Rota da Terra Fria e Outras Rotas
A Rota da Castanha
É hoje geralmente reconhecido o desempenho do
castanheiro na evolução socioeconómica da Europa,
designadamente desde o início da Idade Média. Ainda
hoje persistem, por toda a Europa, estruturas e peças de
mobiliário com séculos e séculos de existência, fabricadas
com madeira de castanheiro. O seu fruto, a castanha,
foi a base da alimentação europeia até à introdução da
batata, em data muito recente, fazendo ainda hoje parte
Em cima, povoamento jovem de integrante da gastronomia tradicional de quase todos os
castanheiros. Em baixo: ouriços povos do velho continente.
de castanha.
A esta “civilização” do castanheiro, intrinsecamente
europeia, está associado um imaginário muito rico,
traduzido em elogios à beleza, à majestade e à virilidade da
árvore. Este culto justificou, por isso mesmo, a criação de
uma Rota Europeia da Castanha.
Em Portugal, a região de Trás-os-Montes, onde a cultura
da castanha está ecologicamente adaptada e apresenta
um elevado potencial económico, tendo recebido a
Denominação de Origem Protegida “Castanha da Terra Fria”,
integra esta Rota através das vias que, de um modo geral,
retalham os concelhos de Vinhais e Bragança e algumas
partes de Vimioso, nas áreas mais densamente povoadas
por soutos e castinçais.
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A Rota
e Outras Rotas
a Rota da Terra Fria e Outras Rotas
265
A Rota
e Outras Rotas
a Rota da Terra Fria e Outras Rotas
barragem
porta da rota
porta do troço
troço da rota
desvios com interesse
limite de concelho
linha de água
albufeira
autoestrada
itinerário principal e complementar
estrada nacional e regional
estrada e caminho municipal
N
Parque Natural de Montesinho
5 km
Parque Natural do Douro Internacional
w índice do Guia
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