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Exame Citopatológico

do Colo do Útero
SESA-PR
Julho de 2015
O câncer de colo do útero tem 100% de cura
quando diagnosticado e tratado precocemente
A principal estratégia utilizada para detecção precoce
da lesão precursora e diagnóstico precoce do câncer
no Brasil é através da realização do exame preventivo
do câncer do colo do útero.

É fundamental que os serviços de saúde orientem


sobre o que é e qual a importância do exame
preventivo, pois a sua realização periódica permite
reduzir a mortalidade por câncer do colo do útero na
população de risco (INCA, 2010).
Periodicidade

Inicialmente, o exame preventivo deve ser feito a cada


ano e, se dois exames seguidos apresentarem
resultado normal, o exame pode passar a ser feito a
cada três anos.
Estima-se que cerca de 40% das mulheres brasileiras
nunca tenham sido submetidas ao exame (Cruz e
Loureiro, 2008).
O câncer de colo do útero está associado ao baixo
nível socioeconômico, em grupos com maior
vulnerabilidade social.
As maiores barreiras de acesso à rede de serviços
para a detecção e tratamento precoce do câncer de
colo do útero e de suas lesões precursoras advém de
dificuldades econômicas e geográficas, insuficiência
de serviços e questões culturais, como medo e
preconceito dos companheiros (INCA, 2002).
Cerca de 40% das mulheres que realizam o exame não
buscam o resultado (INCA, 2002).
Anatomia do Aparelho Genital Feminino Externo

Monte de Vênus

Clitóris

Meato Urinário
Vulva
Pequenos e Grandes Lábios

Orifício Vaginal

Períneo

Ânus

Fonte: http://saudepadrao.com.br/cirurgia-intima/
Anatomia do Aparelho Genital Feminino Interno

Fonte: http://vencerocancer.com.br/tipos-de-cancer/cancer-do-colo-uterino/o-que-e-17/
Junção Escamo Colunar

COLO

COLO PADRÃO EVERSÃO / ECTOPIA

ENDOCÉRVICE

CANAL
CERVICAL

ECTOCÉRVICE
JEC

L.R.C.J./U.F.PR.
Endocervice / Ectocervice

http://www.mdsaude.com/2014/09/exame-papanicolau.html
COLPOSCOPIA NORMAL
Junção Escamo Colunar

COLO PADRÃO EVERSÃO / ECTOPIA

.
Colo Normal
Influência Hormonal na Ectopia Cervical

Fonte: http://www.drcarlos.med.br/artigo_011.html
Influência Hormonal na Ectopia Cervical

32 anos (extenso ectrópio) - 4 anos após (desaparece ectrópio)


Elementos da Junção Escamo Colunar (JEC)

1.Papilas do epitélio
glandular;
2.JEC
3.Orifício glandular

Mais de 90% dos cânceres do colo


do útero se localizam na junção dos
epitélios escamoso e colunar (JEC).
Colo do Útero com Aplicação de Ácido Acético

Junção escamo colunar e


papilas
Colposcopia

Orifício externo (papilas do


epitélio glandular)
Colo normal
Colo do Útero com Aplicação de Solução de Lugol
História Natural da Infecção pelo HPV de Alto Risco:
Potencial Progressão para o Câncer
NORMAL
~1 Ano
PERSISTENCIA
Infecção
Transiente
HPV / CIN I REGRESSÃO

Infecção 2–5 4–5 9–15


pelo HPV
Anos Anos Anos
CIN 1 CIN 2/3
Infecção
Persistente Lesão de Lesão de
Baixo Risco Alto Risco
Até 2
Anos
Câncer
Invasivo
Algumas Lesões Identificáveis do Colo Uterino

http://www.gineco.med.br/hpv/
http://blogvisaosocial.com.br/cancer-de-colo-de-utero-pode-atingir-cerca-de-15-mil-mulheres-no-brasil-
ate-o-fim-de-2014/
Colpite focal

Inflamação da mucosa que recobre o


colo do útero e as paredes da vagina,
que pode vir acompanhada de
corrimento vaginal, odor, coceira e
ardência.
Pode ser causada por:
1.Bactérias - Gardnerella vaginallis
2.Fungos - Candida albicans
3.Protozoários -Trichomonas vaginalis.
Ulceração do colo causada por inflamação

1.Vermelhidão
2.Presença de secreção esverdeada
Condiloma no Colo do Útero

Causada pelo Papilomavírus


humano (HPV), pode causar
verrugas de tamanhos variáveis.
Condiloma na Vulva

Na mulher os sintomas mais


comuns surgem na vagina,
vulva, região do ânus e colo do
útero.
Vaginose Bacteriana

Infecção genital causada por bactérias,


principalmente pela Gardnerella
Vaginalis.
Causa mais comum do corrimento
genital e a segunda causa da
candidíase.
Trichomonas Vaginalis

Uma das principais causas de


vaginite e corrimento vaginal.
Causa corrimento amarelo-
esverdeado de odor
desagradável associado à
disúria (dor para urinar),
dispareunia (dor durante o ato
sexual) e prurido vaginal.
Candidíase

Infecção causada pelo


crescimento excessivo de
um tipo de fungo
denominado Candida,
geralmente Candida
albicans.
Causa irritação vaginal,
coceira intensa
e corrimento vaginal.
Gonorréia Feminina

Causada pela bactéria Neisseria


gonorrhoeae.
Causa aumento no corrimento
vaginal, que passa a ter cor
amarelada e odor desagradável
Dor e ardência ao urinar
Sangramento fora do período
menstrual
Dores abdominais
Dor pélvica
Sífilis

Causada pela bactéria


Treponema pallidum.
Causa feridas indolores
(cancros) no local da
infecção, dores
musculares, febre, dor de
garganta e dificuldade
para deglutir nos
diferentes estágios da
doença.
A REALIZAÇÃO DO EXAME
CITOPATOLÓGICO DO COLO DO UTERO

PASSOS DA COLETA
O Acolhimento da Mulher
Receber a usuária de maneira
acolhedora estabelecendo empatia,
ressaltando a importância de sua
vinda para a realizar prevenção do
câncer ginecológico.
É importante deixá-la a vontade.
Existem muitos tabus, medos e
vergonha por parte da população
relacionados à coleta do
Papanicolaou.
Explicar o significado e os
procedimentos que serão realizados,
ajudam a diminuir a ansiedade.
Anamnese

Questionar sobre o histórico


da usuária:
• Identificação
• Queixa principal e história
da doença atual
• Antecedentes gineco-
obstétricos
• História pessoal ou
antecedente
• História familiar
Informações Importantes
Não estar menstruada. Preferencialmente, aguardar o 5º dia após o
término de menstruação.
A presença de pequeno sangramento de origem não menstrual, não é
impeditivo para a coleta, principalmente nas mulheres na pós-
menopausa.
Não usar creme vaginal nem ter realizado exames intravaginais
(ultrassonografia) por 2 dias antes do exame.
Não manter relações sexuais 48horas antes da coleta.
Não é possível realizar análise de amostra que contenha grande
quantidade de sangue ou esteja contaminada por creme vaginal,
vaselina e outros.
Se a usuária estiver grávida ou com suspeita de gravidez não coletar
material endocervical.
Preenchimento Completo dos Dados da Paciente para o Exame
Citopatológico
Um campo em branco é um dado não colhido. Todas as informações são
muito importantes!
O nº do Cartão SUS da usuária, deve ser obrigatoriamente preenchido.
Preenchimento com Letra Legível quando requisição de papel.
O preenchimento correto de todas as
informações da requisição de exame, bem
como a identificação do exame, são de
extrema importância.
Falhas na identificação podem causar
troca de exames, comprometendo por
completo o trabalho.
Identificação da Lâmina

Deve conter as iniciais da paciente, data


e número da requisição.
Deve ser feita na parte fosca da lâmina,
sempre a lápis, nunca a caneta.
A tinta da caneta se dissolve durante o
processo de coloração das lâminas,
levando à perda da identificação da
usuária.
O Preparo do Material para Coleta do Exame Citopatológico
O preparo prévio de todo o material necessário para a coleta evita a perda
de tempo do profissional e o constrangimento usuária, que no momento do
exame merece todo o nosso respeito e atenção.
Usar sempre luvas de procedimento , evitando contaminação por material
imunobiológico.

Para facilitar a realização


do procedimento de coleta
todo o material deve estar
disposto na seqüência de
uso.
A Posição Ginecológica
Para o profissional de
saúde esta posição é
normal e facilita a
realização do exame.
Para a mulher é um
momento de vergonha,
medo e invasão da
intimidade.
Oriente a paciente sobre
o desenvolvimento do
exame, procurando
deixá-la menos ansiosa.
Inspeção da Genitália Externa

A inspeção é o
momento que permite
identificar alterações.
Inicie a primeira fase do
exame, expondo
somente a região a ser
examinada, verificando:
a) Vulva - se há lesões
esbranquiçadas ou
hipercrômicas, nódulos,
verrugas e/ou feridas.
Inspeção da Genitália Externa

b) Vagina - o aspecto, a
existência de lesões,
pólipos, verrugas e
corrimentos.
A vulva e vagina também
desenvolvem câncer, e
uma forma eficiente de
diagnosticá-lo
precocemente é verificar
a existência de lesões
suspeitas nestas
localizações durante a
coleta do Papanicolaou.
O Vestíbulo - Inspeção
Introdução do Espéculo

Visualizar o intróito
vaginal.
O especulo deve ser
introduzido fechado
acompanhando o canal
vaginal.
A bexiga deve estar
sempre vazia.
Introdução do Espéculo

Não lubrifique o espéculo com


qualquer tipo de óleo, glicerina,
creme ou vaselina.
No caso de pessoas idosas com
vaginas extremamente
ressecadas, recomenda-se molhar
o espéculo com soro fisiológico ou
solução salina.
Introduza-o em posição vertical e
ligeiramente inclinado.
Introdução do Espéculo

Iniciada a introdução faça


uma rotação de 90º,
deixando-o em posição
transversa, de modo que a
fenda da abertura do
espéculo fique na posição
horizontal.
Uma vez introduzido
totalmente na vagina, abra-
o lentamente e com
delicadeza.
A Visualização do Colo Uterino
Com o especulo aberto visualize o colo uterino e o orifício externo.
Característica do Conteúdo Vaginal
Devem ser observadas as características das secreções quanto ao aspecto,
cor, odor e quantidade.
Fique atento para os detalhes, informando todos os dados na requisição de
exames.
Coleta do Material da Ectocervice com a Espátula de Ayre
Encaixe a ponta mais longa da espátula no orifício externo do colo,
apoiando-a firmemente, fazendo uma raspagem na mucosa ectocervical
em movimento rotativo de 360º em torno de todo o orifício, procurando
exercer uma pressão firme, mas delicada, sem agredir o colo, para não
prejudicar a qualidade da amostra.
Coleta do Material da Ectocervice com a Espátula de Ayre
Coleta do Material da Ectocervice com a Espátula de Ayre
Esfregaço do Material
Estenda o material ectocervical na lâmina dispondo-o no sentido vertical,
ocupando 1/3 da parte transparente da lâmina, esfregando os dois lados
da espátula com suave pressão, garantindo uma amostra uniforme.
Coleta de Material da Endocérvice com a Escova
Recolha o material introduzindo a escova delicadamente no canal cervical,
girando-a 360º.
Esfregaço do Material da Endocérvice

Estender o material sobre a área não utilizada da lâmina com movimento


giratório, da esquerda para a direita.
Disposição do Esfregaço na Lâmina

Parte Fosca –
Identificação Ectocérvice Endocérvice
da Usuária
Disposição do Esfregaço na Lâmina

O colo uterino não é igual em todas as mulheres, seu tamanho, forma e


posição podem variar.
O orifício interno do colo uterino das mulheres que nunca tiveram parto
vaginal é puntiforme, e das que já tiveram é em fenda transversa.
Se ao visualizar o colo houver grande quantidade de muco ou
secreção, seque-o delicadamente com uma gase montada em uma
pinça, sem esfregar, para não perder a qualidade do material a ser
colhido.
A qualidade das células do esfregaço é mais importante que a
quantidade de células, portanto, devem ser evitados esfregaços
espessos e hemorrágicos.
Fixação do Material na Lâmina
A fixação do esfregaço deve ser procedida imediatamente após a coleta,
sem nenhuma espera. Visa conservar o material colhido, mantendo as
características originais das células, preservando-as de dessecamento, o
que impossibilitará a leitura do exame.
Borrifar a lâmina com o spray fixador a uma distância de 20 a 30cm.
Finalização do Procedimento

Tracionar levemente o especulo liberando o colo e em seguida fechar e


retirar do canal vaginal no sentido obliquo.

Auxilie a usuária a
descer da mesa.
Solicite que ela se
troque.
Oriente a usuária para
que venha retirar o
resultado do exame
conforme a rotina da
sua Unidade de
Saúde.
Finalização do Procedimento
Acondicione a lâmina contendo o material coletado na embalagem
protetora, previamente identificada.

O material fixado na
lâmina deve ser
posicionado para
baixo, em contato
com a base da caixa.
Finalização do Procedimento
Fechar completamente a caixa contendo a lâmina com o material coletado.
Finalização do Procedimento

Preencher na requisição de exame


citopatológico todos os dados
observados durante a coleta do
exame:
• Aspecto do colo uterino
• Características do conteúdo vaginal
• Lesões e ulcerações existentes
• Ectopia
• Áreas de sangramento
Resultado Exame Preventivo Colo do Útero
Exame Citopatológico Normal
Dentro dos limites da normalidade no material examinado.
Alterações Celulares Benignas (reativas ou reparativas)
Inflamação sem identificação de agente.
Resultado indicando metaplasia escamosa imatura.
Resultado indicando reparação.
Resultado indicando atrofia com inflamação.
Resultado indicando radiação.
Em alguns casos, como corrimento, prurido ou odor genital ou queixa
clínica de leucorreia é necessária avaliação ginecológica.
Seguir rotina de rastreamento.
Resultado Exame Preventivo Colo do Útero
Atipias de Significado Indeterminado em Células Escamosas
Células escamosas atípicas de significado indeterminado,
possivelmente não neoplásicas.
Mulheres com menos de 30 anos devem repetir o exame em 1 ano.
Mulheres com 30 anos ou mais devem repetir o exame em 6 meses.
Células escamosas atípicas de significado indeterminado, quando não
se pode excluir lesão intraepitelial de alto grau.
Todas as mulheres com laudo citopatológico de ASC-H devem ser
encaminhadas à unidade secundária para colposcopia.
Agendar consulta médica de retorno para usuária, na Unidade de
Saúde, após a realização de colposcopia. Solicitar que a usuária leve o
resultado do exame para definir conduta.
Resultado Exame Preventivo Colo do Útero
Atipias de Significado Indeterminado em Células Glandulares
Células glandulares atípicas de significado indeterminado,
possivelmente não neoplásicas.
Células glandulares atípicas de significado indeterminado, quando não
se pode excluir lesão intraepitelial de alto grau.
Usuárias com diagnóstico citológico de AGC devem ser
encaminhadas à unidade secundária para colposcopia.
Agendar consulta médica de retorno para usuária, na Unidade de
Saúde, após a realização de colposcopia. Solicitar que a usuária leve o
resultado do exame para definir conduta.
Resultado Exame Preventivo Colo do Útero

Atipias de Origem Indefinida


Células atípicas de origem indefinida, possivelmente não neoplásicas.
Células atípicas de origem indefinida, quando não se pode excluir lesão
de alto grau.
Encaminhar para a unidade secundária para investigação.
Agendar consulta médica de retorno para usuária, na Unidade de
Saúde, após a realização de colposcopia. Solicitar que a usuária leve o
resultado do exame para definir conduta.
Resultado Exame Preventivo Colo do Útero

Lesão Intraepitelial de Baixo Grau - LSIL


Mulheres com diagnóstico citopatológico de LSIL devem repetir o
exame citopatológico em seis meses na unidade de atenção primária.
Processos infecciosos ou atrofia genital identificados devem ser
tratados antes dessa nova coleta.
Se a citologia de repetição for negativa em dois exames
consecutivos, a paciente deve retornar à rotina de rastreamento
citológico trienal na unidade de atenção primária. Se qualquer citologia
subsequente for positiva, encaminhar à unidade de referência para
colposcopia.
Resultado Exame Preventivo Colo do Útero

Lesão Intraepitelial de Alto Grau - HSIL


Todas as usuárias que apresentarem citologia sugestiva de lesão de
alto grau deverão ser encaminhadas à Unidade de Referência
Secundária para realização de colposcopia em até três meses após o
resultado.
Lesão Intraepitelial de Alto Grau não Podendo Excluir
Microinvasão ou Carcinoma Epidermoide Invasor
Todas as pacientes que apresentem exame citopatológico sugestivo
de lesão de alto grau não podendo excluir microinvasão ou carcinoma
epidermoide invasor, ou, ainda, com suspeita clínica de doença
invasiva devem ser encaminhadas imediatamente à unidade
secundária para colposcopia como conduta inicial.
Resultado Exame Preventivo Colo do Útero

Adenocarcinoma in situ e Invasor


Usuárias com exame citopatológico sugestivo de AIS ou
adenocarcinoma invasor devem ser encaminhadas para colposcopia na
atenção secundária.

Qualquer conduta deve ser discutida com o médico.


A Secretaria de Estado do Paraná fornece os kits para coleta de exame
citopatológico do colo do útero.
Problemas com os laboratórios prestadores de análise de citologia de
colo do útero e mama devem ser encaminhados através de ofício pelos
municípios às Regionais de Saúde.
Obrigada!

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