Circulação Pulmonar
Circulação Pulmonar
Circulação Pulmonar
INTRODUÇÃO
O pulmão apresenta duas circulações: (1) pulmonar, que é composta pelas artérias e
veias pulmonares (trocas gasosas) e (2) brônquica, que é formada pelas artérias e veias
brônquicas (irriga vias aéreas). As artérias pulmonares originam-se do ventrículo
direito e têm trajeto, distribuição e direção similares à da árvore brônquica.
Distalmente, à artéria pulmonar forma uma rede capilar que circunda as unidades
alveolares.
Passiva e ativa
Na zona I, a pressão alveolar (PA) é maior que a pressão arterial (Pa) e venosa
(Pv). Os capilares se encontram semi-colapsados, ocorrendo pouca perfusão. Na
zona II, a pressão arterial é maior que a pressão alveolar que, por sua vez, é
maior que a venosa. Nessas condições, o fluxo é determinado pela diferença entre
a pressão alveolar e a pressão venosa. O fluxo sanguíneo é intermitente e está
relacionado à pressão sistólica. Os períodos de fluxo tornam-se progressivamente
maiores à medida que se desce nessa zona. Na zona III, a pressão arterial é
maior que a pressão alveolar e esta é menor que a pressão venosa. Dessa
maneira, os capilares mantêm-se abertos. Como nesta zona a Pv excede a PA, isso
resulta em distensão dos capilares colapsáveis. Consequentemente, o aumento da
Pv ou a alteração da membrana alvéolo-capilar favoreceram a formação de
edema nas regiões dependentes.
RELAÇÃO VENTILAÇÃO/PERFUSÃO (relação V/Q)
INTRODUÇÃO
RELAÇÃO V/Q
A relação V/Q deveria ser a mesma em todas as regiões. No entanto, isto não
acontece nem mesmo nas pessoas saudáveis. Sabe-se que a perfusão da base é
cerca de 10 vezes maior do que a do ápice e que a ventilação da base é cerca de 3
vezes maior do que a da ventilação do ápice. Desta forma, como a variação da
perfusão é maior do que a da ventilação, isso faz com que a relação V/Q seja
maior no ápice. Em resumo, a base é mais bem ventilada e perfundida do que o
ápice, mas a relação V/Q é maior no ápice.
A maior relação V/Q é no ápice (V/Q > 0,8), porque quando eu divido a quantidade de
ar que chega no ápice pela quantidade de sangue que chega no ápice o valor será mais
alto (explicação: o Q é muito baixo no ápice, fazendo com que, matematicamente, a
relação V/Q final seja maior). Exemplo: ÁPICE V=4 e Q=3,8 (V/Q= 1,05) e BASE:
V=4 e Q=5,5 (V/Q= 0,72)
Distribuição da V/Q
Sabe-se que o shunt corresponde a alvéolos perfundidos, mas não ventilados. Nesta situação
a relação V/Q=0, resultando em hipoxemia (EX: SDRA).
Quando os alvéolos apresentam maior ventilação que perfusão, constata-se o espaço morto
alveolar (Ex: Embolia pulmonar). Nesta situação ocorre uma V/Q infinita e o próprio
organismo tenta desviar a ventilação do pulmão não perfundido. Se não houver esta
compensação, as trocas gasosas também ficarão prejudicadas.
É importante ressaltar que, alvéolos com alta V/Q não conseguem compensar
adequadamente alvéolos com baixa V/Q, pois num determinado momento a
hemoglobina se satura e assim, não há possibilidade de aumentar o conteúdo
arterial de oxigênio. Vide figura abaixo:
RELAÇÃO V/Q APLICADA EM SITUAÇÕES CLÍNICAS
DIFUSÃO DE GASES
INTRODUÇÃO
DIFUSÃO DE GASES
2
● Área do tecido (superfície alvéolo-capilar muito grande- 75-100 m )
● Gradiente de pressão parcial (diferença de pressões entre alvéolo e capilar)
● Constante de difusão (CO2 é 20 vezes mais solúvel que o O2)
Durante o exercício físico, como o débito cardíaco se eleva, o tempo de passagem de uma
hemácia pelo capilar pode ser reduzido (as trocas têm que ser mais rápidas). Em indivíduos
normais isto não acarreta piora nas trocas gasosas. Entretanto, se o indivíduo apresentar
alteração na barreira alvéolo capilar como por exemplo na fibrose pulmonar (aumento da
espessura do tecido com conseqüente piora da difusão), ele pode inicialmente não apresentar
alteração da PO2 durante o repouso, porém, esta pode ser detectada inicialmente durante o
esforço físico.