Livro - Espiritualidade, Religiosidade, Psicologia e Saúde
Livro - Espiritualidade, Religiosidade, Psicologia e Saúde
Livro - Espiritualidade, Religiosidade, Psicologia e Saúde
ESPIRITUALIDADE, RELIGIOSIDADE,
PSICOLOGIA E SAÚDE
DIÁLOGOS E PESQUISAS
Organizador
Adriano Furtado Holanda
Diagramação: Marcelo A. S. Alves
Capa: Lucas Margoni
Fotografia / Imagem de Capa: Apex 360 - https://www.instagram.com/apex360_/
173 p.
ISBN: 978-65-5917-496-6
DOI: 10.22350/9786559174966
CDD: 150
Índices para catálogo sistemático:
1. Psicologia 150
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO 9
Adriano Furtado Holanda
1 15
“SILÊNCIO QUE FALA”: ESPIRITUALIDADE E RELIGIOSIDADE NOS CURRÍCULOS DE
PSICOLOGIA EM UNIVERSIDADES PÚBLICAS BRASILEIRAS
Adriana Patrícia Egg-Serra
Adriano Furtado Holanda
Karine Costa Lima Pereira
Fernanda Karol Devai Sudaro
2 46
A PESQUISA EM ESPIRITUALIDADE, BIOÉTICA E SAÚDE NO BRASIL E NA PONTIFÍCIA
UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ - PUCPR
Mary Rute Gomes Esperandio
Marcio Luiz Fernandes
3 74
A DIMENSÃO ESPIRITUAL/RELIGIOSA NA ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE: PLURALISMO,
ESTRATÉGIAS E ÉTICA NA PRÁTICA CLÍNICA
Luciana Elisabete Savaris
Paulo Cesar de Souza Vaz
Beatriz Boger
Milene Zanoni da Silva
4 100
RESERVA COGNITIVA E PRÁTICAS RELIGIOSAS/ESPIRITUAIS
Ester Utrilla de Figueiredo
Amer Cavalheiro Hamdan
5 120
ESPIRITUALIDADE/RELIGIOSIDADE ENTRE GESTALT-TERAPEUTAS BRASILEIROS
Lázaro Castro Silva Nascimento
Adriano Furtado Holanda
6 147
RELAÇÃO ESTADO-IGREJA E A MANUTENÇÃO DO PODER NO BRASIL: UM DIÁLOGO
SOBRE RELIGIÃO, VIOLENCIA E DIREITOS HUMANOS
Cyndi Lauper Silva de Freitas
Pedrita Reis Vargas Paulino
1
Lévi-Strauss, 1991.
2
Eliade, 1965.
10 • Espiritualidade, religiosidade, psicologia e saúde: diálogos e pesquisas
E continua:
3
Otto, 2005.
4
Eliade, 1965, p. 15.
5
Otto, 2005, p. 9.
Adriano Furtado Holanda • 11
6
Aqui nos referimos ao Livro do Gênesis, particularmente ao ato da Criação, pela Palavra; e ao ato de
Adão de nomear os animais, portanto, à ação de nomear per se.
7
Otto, 2005, p. 10.
12 • Espiritualidade, religiosidade, psicologia e saúde: diálogos e pesquisas
8
Habermas, 2007, 2013.
Adriano Furtado Holanda • 13
REFERÊNCIAS
9
Holanda, 2004, 2017; Pereira & Holanda, 2017.
14 • Espiritualidade, religiosidade, psicologia e saúde: diálogos e pesquisas
Souza Pan, Luciana Albanese & Norma da Luz Ferrarini (Orgs). Psicologia e Educação
Superior. Formação e(m) Prática (p. 187-204). 1ed.Curitiba: Juruá Editora.
INTRODUÇÃO
1
Malinowski, 1948.
2
Instituto Gallup, 2010.
3
IBGE, 2010.
16 • Espiritualidade, religiosidade, psicologia e saúde: diálogos e pesquisas
4
Larson, et al., 1986.
5
Paulino, 2019; Pereira & Holanda, 2016, 2019.
6
Pereira & Holanda, 2016.
Adriana P. E.-Serra; Adriano F. Holanda; Karine C. L. Pereira; Fernanda K. D. Sudaro • 17
7
Freitas, 2017, p. 100.
8
Aletti, 2012, p. 166.
9
Paiva, 2005; Paloutzian, 2003.
10
Henning-Geronasso & Moré, 2015.
18 • Espiritualidade, religiosidade, psicologia e saúde: diálogos e pesquisas
11
Pereira & Holanda, 2019.
12
Gastaud et al., 2006.
13
Henning-Geronasso & Moré, 2015.
Adriana P. E.-Serra; Adriano F. Holanda; Karine C. L. Pereira; Fernanda K. D. Sudaro • 19
14
Aquino, 2005.
15
Freud, 1913/1996a, 1927/1996b, 1929/1996c, 1939/1996d.
16
Neubern, 2013, p.154.
17
Pereira & Holanda, 2016, 2017; Pereira, 2018.
18
Freitas & Silva Neto, 2003; Henning-Geronasso & Moré, 2015; Dalgalarrondo, 2006.
19
Dalgalarrondo, 2006 ; Moreira-Almeida et al., 2006; Pargament, 1997.
20 • Espiritualidade, religiosidade, psicologia e saúde: diálogos e pesquisas
DELIMITANDO UM RECORTE
20
Costa et al., 2009; Machado et al., 2019; Michel, 2018; Piasson, 2017.
21
Lisboa & Barbosa, 2009.
22
Lucchetti et al., 2012.
Adriana P. E.-Serra; Adriano F. Holanda; Karine C. L. Pereira; Fernanda K. D. Sudaro • 21
MÉTODO
a) Abordavam a E/R, mas que eram ofertadas por outros departamentos; ou,
24 • Espiritualidade, religiosidade, psicologia e saúde: diálogos e pesquisas
RESULTADOS
Federais 3 19 10 14 7 53
Total 3 26 12 22 9 72
23
Embora não contenha os descritores utilizados para a pesquisa, sabe-se que a espiritualidade (ou
dimensão noética) é um dos eixos centrais na Logoterapia de Viktor Frankl, motivo pelo qual a mesma
foi incluída na análise.
26 • Espiritualidade, religiosidade, psicologia e saúde: diálogos e pesquisas
Psicologia e Espiritualidade
sobre espiritualidade/religi-
Psicologia Transpessoal
osidade em IES
de psicologia / 2019
Logoterapia
Universidade de Brasília (UNB)
1 X
– Bacharel
Universidade de Pernambuco
2 X
(UPE)
Universidade de São Paulo
3 X
(USP)
Universidade do Estado de Mi-
4 X
nas Gerais (UEMG)
Universidade do Estado do Rio
5 X
de Janeiro (UERJ).
Universidade Estadual do Ce-
6 X
ará (UECE)
Universidade Estadual da Para-
7 X
íba (UEPB)
Universidade Federal do Acre
8 X
(UFAC)
Universidade Federal de Ala-
9 X
goas (UFAL) - Campus Maceió
Universidade Federal de Cam-
10 X
pina Grande (UFCG)
Universidade Federal do Ceará
11 X
(UFC) - Campus Fortaleza
Universidade Federal da Para-
12 X
íba (UFPB)
Universidade Federal do Pa- XX
13 X
raná (UFPR)
Universidade Federal do Rio
14 XX
Grande do Norte (UFRN)
Universidade Federal do Triân-
15 X X
gulo Mineiro (UFTM)
Universidade Federal Rural do
16 X
Rio de Janeiro (UFRRJ)
Psicologia Transpessoal X XX
Psicologia e Espiritualidade X X
Logoterapia XX
Fenomenologia e Espiritualidade X
20
15 Interface
entre
10 psicolog. e
E/R na
clínica
5
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
LEGENDA:
1 Interface entre psicologia e E/R
2 E/R e sociedade
3 Conceitos de Religião, Religiosidade e Espiritualidade
4 Apontamentos sobre religião
5 A experiência religiosa
6 História da Psicologia da Religião
7 E/R e cultura
8 Pesquisa em psicologia e religião
9 Religião e psicopatologia
10 Coping
ROMPENDO O SILÊNCIO
24
Lisboa & Barbosa,, 2009.
25
Lisboa & Barbosa, 2009, p. 724.
30 • Espiritualidade, religiosidade, psicologia e saúde: diálogos e pesquisas
26
Freitas, 2014; Marques, 2013; Paiva, 2017; Paiva & Freitas, 2019; Pereira & Holanda, 2016, 2017, 2019.
27
Koenig et.al., 2012; Moreira-Almeida & Luccheti, 2016; Paiva, 2007.
28
Koenig et al., 2012; Panzini et al., 2007.
29
Freitas, 2014; Oliveira & Junges, 2012.
30
Borges, 2015; Freitas, 2014; Marques, 2017.
31
Lisboa & Barbosa, 2009.
Adriana P. E.-Serra; Adriano F. Holanda; Karine C. L. Pereira; Fernanda K. D. Sudaro • 31
Tabela 4 – Distribuição das IES públicas e privadas de psicologia por região do Brasil
Centro-
Norte Nordeste Oeste Sudeste Sul
32
Costa et al., 2009.
33
Piasson, 2017.
34
Costa et al., 2009.
Adriana P. E.-Serra; Adriano F. Holanda; Karine C. L. Pereira; Fernanda K. D. Sudaro • 33
35
Sobre esta questão, remetemos o leitor aos debatedores clássicos da questão, como Rudolf Otto,
Mircea Eliade, Bronislaw Malinowski, Max Weber, Gerardus Van der Leeuw, William James, Paul Tillich,
Jurgen Habermas, dentre tantos outros (Holanda, 2017).
34 • Espiritualidade, religiosidade, psicologia e saúde: diálogos e pesquisas
36
Machado et al., 2019.
37
Almeida & Senra, 2021.
Adriana P. E.-Serra; Adriano F. Holanda; Karine C. L. Pereira; Fernanda K. D. Sudaro • 35
38
Almeida & Senra, 2021, p. 9.
39
Almeida & Senra, 2021.
40
Paiva & Freitas, 2019.
41
Paiva, 2017.
36 • Espiritualidade, religiosidade, psicologia e saúde: diálogos e pesquisas
42
Jarros et al., 2008; Marques & Rigo, 2016; Paiva el al., 2009.
43
Esperandio et al., 2019.
44
Paiva & Freitas, 2019.
45
Paulino, 2019.
46
Cloninger, 2013; Moreira-Almeida et al., 2014.
47
Paulino, 2019.
48
Neubern, 2013.
49
Pereira & Holanda, 2016.
Adriana P. E.-Serra; Adriano F. Holanda; Karine C. L. Pereira; Fernanda K. D. Sudaro • 37
50
Pereira & Holanda, 2016, p. 400.
51
Costa et.al, 2009, p. 330.
52
Henning-Geronasso & Moré, 2015, p. 712.
53
Hefti, 2019.
38 • Espiritualidade, religiosidade, psicologia e saúde: diálogos e pesquisas
CONSIDERAÇÕES FINAIS
54
Corrêa et al., 2016; Koenig et al., 2012; Marciano et al., 2015; Marques & Rigo, 2016; Moreira-Almeida &
Luccheti, 2016; Paiva, 2017; Paiva et al., 2009.
55
Hefti, 2019; Oliveira & Junges, 2012; Paiva, 2007; Panzini et al., 2007; Porto & Reis, 2013.
56
Costa et al., 2009.
57
Paiva, 2015.
Adriana P. E.-Serra; Adriano F. Holanda; Karine C. L. Pereira; Fernanda K. D. Sudaro • 39
REFERÊNCIAS
Costa, W., Nogueira, C., & Freire, T. (2009). The lack of teaching/study of
religiosity/spirituality in psychology degree courses in Brazil: The need of
Adriana P. E.-Serra; Adriano F. Holanda; Karine C. L. Pereira; Fernanda K. D. Sudaro • 41
Esperandio, M. R. G., Zangari, W., Freitas, M. H. de, & Ladd, K. L. (2019). Psicologia da
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publicado em 1913)
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(Originalmente publicado em 1927)
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Paiva, G. J. de, & Freitas, M. H. de. (2019). História, estado atual e perspectivas da
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Paiva, G. J. de, Zangari, W., Verdade, M. M., Paula, J. R. M. de, Faria, D. G. R. de, Gomes,
D. M., Fontes, F. C. C., Rodrigues, C. C. L., Trovato, M. L., & Gomes, A. M. de A. (2009).
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Paloutzian, R. F. (2003). Psychology of, and, for, in and against religon (and spirituality?):
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Adriana P. E.-Serra; Adriano F. Holanda; Karine C. L. Pereira; Fernanda K. D. Sudaro • 45
Pargament, K. I. (1997). The psychology of religion and coping: theory, research, practice.
The Guilford Press.
Piasson, D. L. (2017). O senso religioso na formação em psicologia no Brasil: uma análise dos
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Católica de Brasília]. https://bdtd.ucb.br:8443/jspui/handle/tede/2330
Porto, P. N., & Reis, H. F. T. (2013). Religiosidade e saúde mental: Um estudo de revisão
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upload/S/0100-0233/2013/v37n2/a4448.pdf
2
A PESQUISA EM ESPIRITUALIDADE, BIOÉTICA E
SAÚDE NO BRASIL E NA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE
CATÓLICA DO PARANÁ - PUCPR
Mary Rute Gomes Esperandio
Marcio Luiz Fernandes
INTRODUÇÃO
1
Esperandio & Leget, 2020.
2
Esperandio, 2020a.
3
Frankl, 1988.
48 • Espiritualidade, religiosidade, psicologia e saúde: diálogos e pesquisas
4
Bolton, 2006.
5
Esperandio, 2014.
6
Fonte: Esperandio, 2020b.
Mary Rute Gomes Esperandio; Marcio Luiz Fernandes • 49
A NOÇÃO DE SAÚDE
7
WHO, 2020, p. 1.
50 • Espiritualidade, religiosidade, psicologia e saúde: diálogos e pesquisas
assumida pela OMS, foi publicado em 1948 e permanece até hoje, a des-
peito de reiterados pedidos de inclusão da dimensão espiritual. Estes
pedidos de inclusão da espiritualidade no conceito de saúde estão regis-
trados nos relatórios das assembleias gerais da OMS. Isto revela que a
espiritualidade é um componente fundamental de saúde.
A segunda perspectiva, a do filósofo Hans-Georg Gadamer, pode
ser contraposta com a da OMS quando este observa que saúde não é sen-
tir, pois, se por um lado, alguém diz “eu me sinto doente”, não se diz “eu
me sinto com saúde”. Para Gadamer, saúde é “estar-aí; estar-no-mundo,
estar-com-pessoas, sentir-se ativa e prazerosamente satisfeito com as
próprias tarefas da vida” 8.
A terceira vem do pediatra e psicanalista britânico, Donald Win-
nicott. O autor relaciona saúde com, pelo menos, três instâncias: o
processo maturacional do ser humano (relativo à idade maturacional);
uma boa integração social e a integração do self no que diz respeito ao
ser e fazer. Winnicott reforça a ideia de que saúde não pode ser pensada
como ausência de distúrbios psiconeuróticos 9, mas refere-se, sobre-
tudo, à capacidade de “criação de sentido de uma vida que vale a pena”,
ou seja, capacidade de criar o próprio estilo.
Essa ideia winnicotiana de saúde converge com a quarta perspec-
tiva: a do teólogo alemão, Paul Tillich 10, que observa que fatores que
determinam saúde, doença e cura são vários, assim como várias podem
ser as abordagens de cura. Como observa Esperandio 11 ao destacar a
perspectiva tillichiana sobre a relação entre saúde e processo
8
Gadamer, 2006, p. 118.
9
Winnicott & Sandler, 2005.
10
Tillich, 2002.
11
Esperandio, 2013.
Mary Rute Gomes Esperandio; Marcio Luiz Fernandes • 51
12
Tillich, 2002, p. 596.
13
Esperandio 2013, p. 636.
52 • Espiritualidade, religiosidade, psicologia e saúde: diálogos e pesquisas
14
Esperandio, 2021.
15
Esperandio, 2021.
54 • Espiritualidade, religiosidade, psicologia e saúde: diálogos e pesquisas
16
Esperandio, Escudero, Fernandes, & Pargament, 2018.
17
Pargament et al., 1998, p. 712.
56 • Espiritualidade, religiosidade, psicologia e saúde: diálogos e pesquisas
18
Esperandio, August, Viacava, Huber, & Fernandes, 2019b.
19
Esperandio et al., 2019b; Huber & Huber, 2012.
20
August; Esperandio; Escudero, 2018.
21
Bowlby, 2002, 2004a, 2004b.
22
Bowlby, 2004a, p. 38.
Mary Rute Gomes Esperandio; Marcio Luiz Fernandes • 57
23
Bowlby, 1988, p. 167.
24
Bowlby, 1988, p. 167.
25
Kirkpatrick & Shaver, 1990, 1992.
58 • Espiritualidade, religiosidade, psicologia e saúde: diálogos e pesquisas
26
Granqvist, 1998, p. 343.
27
Kirkpatrick, 2005.
28
Kirkpatrick, 2005, p. 55-56.
29
Beck & MacDonald, 2004.
30
August, Esperandio & Escudero, 2018.
31
Esperandio & August, 2014; August & Esperandio, 2015; Esperandio, 2016.
32
Esperandio & Rosa, 2020.
33
Esperandio et al., 2019a.
Mary Rute Gomes Esperandio; Marcio Luiz Fernandes • 59
34
Nadalin Junior, 2020; Esperandio, Nadalin Junior & Franco, 2020.
35
Esperandio & Machado, 2019; Esperandio et al., 2021.
36
Esperandio, 2014.
60 • Espiritualidade, religiosidade, psicologia e saúde: diálogos e pesquisas
37
Ricouer, 1977, p. 400.
Mary Rute Gomes Esperandio; Marcio Luiz Fernandes • 61
38
Ricouer, 1992.
39
Mortari, 2018.
40
Mortari, 2018, p. 163.
62 • Espiritualidade, religiosidade, psicologia e saúde: diálogos e pesquisas
41
Frankl, 2008.
42
Frankl, 1990, p. 65.
Mary Rute Gomes Esperandio; Marcio Luiz Fernandes • 63
CONSIDERAÇÕES FINAIS
43
Frankl, 2005.
44
Frankl, 1990, p. 18.
64 • Espiritualidade, religiosidade, psicologia e saúde: diálogos e pesquisas
processos. A saúde da potência vital é tudo que a vida quer para expan-
dir-se e afirmar-se em toda a sua potência” 45.
Assim, no âmbito do diálogo entre teologia e bioética, a realização
de nossas pesquisas no campo da espiritualidade e saúde, revelou-se
sensível em articular três núcleos fundamentais: 1) o interesse pelos
fundamentos teóricos-metodológicos e com a demarcação conceitual;
2) a validação de escalas para uso nos diferentes níveis da pesquisa com
publicações na área e, por fim, 3) a constante preocupação de zelar por
estudos nos quais os componentes quantitativos e qualitativos pudes-
sem estar presentes.
REFERÊNCIAS
August, H., Esperandio, M. R. G. (2015). Depois do Adeus: Maneiras de Tratar Pessoas que
Enviúvam ou Divorciam a partir da Teoria do Apego. In: I Congresso Lusófono de
Ciência das Religiões - Religiões e Espiritualidades.Culturas e Identidades, 2015, Lisboa.
Anais do I Congresso Lusófono de Ciência das Religiões: Religiões e Espiritualidades:
Culturas e Identidades. Lisboa: Edições Universitárias Lusófonas.
Beck, R., & McDonald, A. (2004). Attachment to God: The Attachment to God Inventory,
Tests of Working Model Correspondence, and an Exploration of Faith Group
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https://doi.org/10.1177/009164710403200202.
Bolton, D. (2006). What's the problem? A response to "secular humanism and scientific
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45
Esperandio, 2021.
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Esperandio, M. R. G., August, H., Viacava, J. J. C., Huber, S., & Fernandes, M. L. (2019).
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IGO.
68 • Espiritualidade, religiosidade, psicologia e saúde: diálogos e pesquisas
ANEXO 1
ANEXO 2
Centralidade da Religiosidade
5 itens
1. Com que frequência você costuma participar de serviços religiosos (cultos, missas, sessões,
estudos bíblicos, reuniões, grupos de oração, etc)?
nunca Uma vez Algumas Uma vez A cada 14 Uma vez Várias vezes
por ano vezes por por mês dias por semana por semana
ano
Nem um Um Mais ou
Bastante Muitíssimo
pouco pouco menos
2 Até que ponto você acredita na existência
de Deus ou de algo divino?
Muitas
nunca raramente ocasionalmente frequentemente
vezes
3 Com que frequência você
pensa sobre questões religiosas?
4 Com que frequência você passa
por situações nas quais tem o
sentimento de que Deus ou um
ser superior intervém em sua
vida?
ANEXO 3
1. Com que frequência você costuma participar de serviços religiosos (cultos, missas, sessões, estudos
bíblicos, reuniões, grupos de oração, etc)?
Nunca Uma vez Algumas vezes Uma vez A cada Uma vez Várias vezes
por ano por ano por mês 14 dias por semana por semana
2. Por favor, indique nas questões abaixo, qual o nível de interesse que você tem, ou, de importância que
você dá aos seguintes conteúdos:
Nem um Um Mais ou
Bastante Muitíssimo
pouco pouco menos
3. Por favor, indique a frequência com que as situações ou eventos abaixo ocorrem com você
Muitas Frequen-
Com que frequência... Nunca Raramente Ocasionalmente
vezes temente
ANEXO 4
August, Esperandio & Escudero. Brazilian Validation of the Attachment to God Inven-
tory (IAD-Br)
Religions 2018, 9(4), 103; doi:10.3390/rel9040103.
Adaptado de Beck & McDonald (2004)
Concordo moderadamente
Discordo moderadamente
Concordo fortemente
Discordo fortemente
Concordo
Discordo
INTRODUÇÃO
1
Koenig, 2000, 2007; Peres, Simão, & Nasello, 2007.
2
Lucchetti, Granero, Bassi, Latorraca, & Nacif, 2010; Moreira-Almeida, Koenig & Lucchetti, 2014.
3
Tonio, 2017.
4
Guimarães & Avezum, 2007; Vasconcelos, 2010; Koenig, 2012; Holanda & Machado, 2016; Cunha &
Scorsolini-Comin 2019.
Luciana Elisabete Savaris; Paulo Cesar Vaz; Beatriz Boger; Milene Zanoni da Silva • 75
5
Gillum & Ingram, 2006; Murakami & Campos, 2012; Gonçalves, Jorge, Zanetti, Amaro, Tótoli & Lucchetti,
2018.
6
Weber & Pargament, 2014; Corrêa, Holanda & Olandoski, 2017; Silva Chaves, 2017; Thiengo, Gomes,
Mercês, Couto, França & Silva, 2019.
7
Koenig, 2006.
8
Pargament & Lomax, 2013.
9
Brasil, 2010.
10
Pargament & Lomax, 2013; Verhagen, 2013.
76 • Espiritualidade, religiosidade, psicologia e saúde: diálogos e pesquisas
PERCURSO METODOLÓGICO
11
Silva, Ávila & Maciel, 2010.
12
Brasil, 2015.
13
Bruns & Holanda, 2003; Andrade & Holanda, 2010; Oliveira, 2019.
Luciana Elisabete Savaris; Paulo Cesar Vaz; Beatriz Boger; Milene Zanoni da Silva • 77
14
Savaris, 2018.
15
Brasil, 2020.
16
Curitiba, Decreto 638/2018.
78 • Espiritualidade, religiosidade, psicologia e saúde: diálogos e pesquisas
INSTRUMENTO E COLETA
A coleta de dados foi por meio de Grupo Focal que, segundo Mor-
gan 17, é uma técnica de pesquisa qualitativa, derivada das entrevistas em
grupo que coleta informações por meio das interações grupais. Para
Kitzinger 18 o Grupo Focal é uma forma de entrevistas com grupos, base-
ada na comunicação e na interação. Seu principal objetivo é reunir
informações detalhadas sobre um tópico específico (sugerido pelo pes-
quisador, coordenador ou moderador do grupo) a partir de um grupo de
participantes selecionados. Ele busca colher informações que possam
proporcionar a compreensão de percepções, crenças, atitudes sobre um
tema, produto ou serviços.
GRUPO FOCAL
17
Morgan, 1997.
18
Kitzinger, 2000
Luciana Elisabete Savaris; Paulo Cesar Vaz; Beatriz Boger; Milene Zanoni da Silva • 79
de um Grupo Focal com o tema E/R na Saúde?; (2) Como você está se
sentindo agora nesse espaço?; (3) A E/R faz parte das suas experiências
cotidianas?; (4) A sua relação com a E/R influenciava o modo de atender
os pacientes?; (5) Como você descreve E/R?; (6) A E/R traz algum sentido
para a dor e o sofrimento?; (7) Para você existia relação entre E/R e a
prática clínica?; (8) Você acha possível incorporar a dimensão E/R no
SUS?; 9) O tema E/R é discutido no seu espaço de trabalho?.
MÉTODO DE ANÁLISE
RESULTADOS E DISCUSSÃO
19
Giorgi, 2014.
20
Andrade e Holanda, 2010.
80 • Espiritualidade, religiosidade, psicologia e saúde: diálogos e pesquisas
21
Raddatz, Motta & Alminhana, 2019.
Luciana Elisabete Savaris; Paulo Cesar Vaz; Beatriz Boger; Milene Zanoni da Silva • 81
uma outra equipe da unidade que tem uma vertente mais católica e eu sei
que eles também fazem algumas preces. São duas vertentes com um obje-
tivo em comum que é muito bacana. Nós compartilhamos pensamentos,
orações, preces, músicas, meditação (P3/US51).”
22
França, Modena & Confalonieri, 2016; Samira, Ventura & Aparecida, 2017.
Luciana Elisabete Savaris; Paulo Cesar Vaz; Beatriz Boger; Milene Zanoni da Silva • 83
23
Gomes, Farina & Forno, 2014; Longuiniere, Yarid & Silva, 2018.
24
Patel et al, 2018; Ladaga, Andrade, Sartori & Yamaguchi, 2018; Stringhini, Chagas, Reis, Brito & Souza,
2019.
84 • Espiritualidade, religiosidade, psicologia e saúde: diálogos e pesquisas
25
Gomes et al., 2014.
26
Starfield, 2002.
Luciana Elisabete Savaris; Paulo Cesar Vaz; Beatriz Boger; Milene Zanoni da Silva • 85
“O profissional se sente instrumento de Deus, pois após oração que ela fez
a paciente realizou todos os seus anseios, como se casar, o marido mudou
de emprego, mudaram de casa (P2/US44)”
27
Pargament, 1997.
28
Panzini & Bandeira, 2007; Esperandio & Ladd, 2013; Corrêa, Holanda & Olandoski, 2017.
86 • Espiritualidade, religiosidade, psicologia e saúde: diálogos e pesquisas
“A participante sempre faz preces para as pacientes que estão muito agita-
das e em determinado momento viveu um fenômeno espiritual após fazer
uma prece mentalmente para a cliente e devido a ser espírita compreende
esse evento à luz do espiritismo (P3/US69)”
29
Cordero & Rodríguez, 2018; Nery, Cruz, Faustino & Santos, 2018.
30
Cordero & Rodríguez, 2018.
Luciana Elisabete Savaris; Paulo Cesar Vaz; Beatriz Boger; Milene Zanoni da Silva • 87
“A gestante convivia com o marido haitiano que não fala o português. Certo
dia quando chegaram para uma visita na casa cliente encontraram uma pas-
tora que incialmente foi hostil com o grupo, porém a equipe insistiu e
fizeram vínculo com a pastora que passou a ser um apoio para a cliente,
mantendo o compromisso de fazer visita diária com um grupo de mulheres,
auxiliando a equipe, dando suporte a cliente (P1/US23)”
31
Koenig, 2012.
88 • Espiritualidade, religiosidade, psicologia e saúde: diálogos e pesquisas
32
Koenig, 2012; Moreira-Almeida et al., 2014; Freitas, 2014.
33
MacWhinney, 2017.
34
Koenig, 2012, Moreira-Almeida et al., 2014.
Luciana Elisabete Savaris; Paulo Cesar Vaz; Beatriz Boger; Milene Zanoni da Silva • 89
“Só a entrevista já mexeu né, pelo menos com a equipe do P., porque daí o
pessoal ficava conversando depois, gerou discussões” (P1/US1).
“Cada membro da equipe faz da sua forma acreditando ser o correto, porém
não existe um compartilhar do que é feito, não existindo um consenso gru-
pal, acarretando dúvidas pessoais que não são refletidas sobre E/R ao
atendimento do paciente” (P1/US31).
35
Stroppa e Moreira-Almeida, 2008; Koenig, 2012; Gonçalves, Lucchetti, Menezes e Vallada, 2015.
36
Koenig, 2000, 2007; Peres et al., 2007; Freitas, 2014; Damiano, Costa, Viana, Moreira-Almeida, Lucchetti
& Lucchetti, 2016.
Luciana Elisabete Savaris; Paulo Cesar Vaz; Beatriz Boger; Milene Zanoni da Silva • 91
Incentivam, esses
autores, estudos que possam demostrar os mecanismos pelos quais
a fé levaria a desfechos clínicos e de que forma esse assunto deveria ser
abordado na prática clínica, implicando a necessidade da sistematização
e aprofundamento de estudos nessa área.
Apesar do crescente interesse e da relevância do tema, segundo Sa-
varis 40 em pesquisa realizada com profissionais da saúde do município
de Curitiba, a incorporação da E/R na saúde, ainda se mostra desafia-
dora. A maioria dos profissionais acredita na relação E/R e saúde, mas
não se sente preparada para essa abordagem e teme não ser ético per-
guntar sobre esse aspecto para seus pacientes, os que realizam
intervenções fazem de maneira informal. Porém, de maneira geral os
profissionais desejam espaços para debater o tema e elaborar estraté-
gias éticas e cientificas que permitam a incorporação na prática clínica.
Nascimento et al. 41 firmam a necessidade de ofertar desde a formação
acadêmicas estes espaços para discussão do papel da E/R na saúde.
37
Guimarães & Avezum, 2007.
38
Gonçalves, Lucchetti, Menezes & Vallada, 2015.
39
Lucchetti et al., 2010.
40
Savaris, 2018.
41
Nascimento et al., 2013.
92 • Espiritualidade, religiosidade, psicologia e saúde: diálogos e pesquisas
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4
RESERVA COGNITIVA E PRÁTICAS
RELIGIOSAS/ESPIRITUAIS
Ester Utrilla de Figueiredo
Amer Cavalheiro Hamdan
INTRODUÇÃO
1
León et al., 2016.
2
Marioni, 2012; Siedlecki et al., 2009.
3
Zimmer et al., 2016.
Ester Utrilla de Figueiredo; Amer Cavalheiro Hamdan • 101
4
Katzman et al., 1988.
5
Stern et al., 1992.
102 • Espiritualidade, religiosidade, psicologia e saúde: diálogos e pesquisas
6
Katzman, 1993.
7
Satz, 1993.
8
Snowdon, 1997.
9
Stern, 2002.
Ester Utrilla de Figueiredo; Amer Cavalheiro Hamdan • 103
Pinto & Tandel 10, existe um limiar fixo a partir do qual se manifestam os
déficits de forma clínica. Para os defensores deste modelo, a 'reserva
cerebral' é formada pelo tamanho do cérebro, a soma neuronal e a den-
sidade sináptica. Assim, cérebros maiores são capazes de suportar um
dano maior, antes de manifestarem os sintomas e, em consequência, a
variação individual dependerá da capacidade cerebral. Por isso, indiví-
duos com lesão cerebral, porém, com maior capacidade cerebral, não
apresentam déficits clínicos. Por outro lado, indivíduos com menor ca-
pacidade cerebral exibem declínio clínico. Deste modo, quando os
indivíduos com grande capacidade cerebral apresentam sintomas clíni-
cos, provavelmente já ocorreu uma grande perda neuronal. Vários
pesquisadores adotaram este tipo de modelo 11. O modelo do limiar, revi-
sado por Satz, considera que uma maior capacidade de reserva cognitiva
seria considerada um fator protetor e uma menor capacidade seria um
fator de vulnerabilidade 12. Contudo, uma lesão cerebral pré-existente
reduz a quantidade de capacidade de reserva cognitiva, permitindo ul-
trapassar o limite com uma nova lesão 13. As diferenças individuais
explicariam tanto a expressão precoce ou tardia dos sintomas, quanto a
severidade dos sinais clínicos, pois uma maior reserva permitiria uma
expressão mais tardia e sintomas menos severos.
Para Stern, o modelo passivo da reserva cognitiva apresenta algu-
mas limitações 14. A primeira é que assumem um limiar fixo, a partir do
qual ocorreria o comprometimento cognitivo. A segunda limitação é a
visão puramente quantitativa, assumindo que um dano específico tem
10
Pinto & Tandel, 2016.
11
Mortimer et al., 2003; Katzman, 1993; Sazt, 1993.
12
Satz, 1993.
13
Stern, 2002.
14
Stern, 2002.
104 • Espiritualidade, religiosidade, psicologia e saúde: diálogos e pesquisas
um efeito fixo em cada pessoa. <A terceira é o fato de que deixa de lado
as diferenças individuais, tanto no processamento de tarefas quanto nas
diferenças qualitativas entre os tipos de lesão. Todavia, segundo o es-
tudo de revisão de Pinto & Tandel 15, enquanto alguns estudos
evidenciaram que idosos com um cérebro menor teriam risco para de-
senvolver a Doença de Alzheimer ou o desenvolveriam de forma mais
rápida 16, outro estudo observou que essa variável não auxilia a retardar
o aparecimento da doença 17. Em outras palavras, foi evidenciado que in-
divíduos com lesão neurológica e volumes cerebrais parecidos podem
apresentar diferentes sintomas, tornando o modelo passivo insuficiente
para explicar a reserva cognitiva.
O modelo ativo, conhecido como software, considera a compensa-
ção ativa da lesão cerebral por meio de processos cognitivos já
existentes ou processos compensatórios 18. Este modelo pode ser apli-
cado para indivíduos com ou sem patologia neurológica 19. O modelo
ativo afirma que o cérebro trabalha com a lesão cerebral, por meio de
processos cognitivos preexistentes, aumentando a capacidade de rotas
neurais antigas ou usando processos compensatórios, mediante novas
rotas que normalmente não são utilizadas. Por isso, duas pessoas com a
mesma capacidade cerebral podem ter diferentes manifestações clíni-
cas. Por um lado, a reserva neural alude às diferenças individuais no
processamento cognitivo, que normalmente preexiste no cérebro hu-
mano saudável, por outro lado, a compensação se refere às alterações
15
Pinto & Tandel, 2016.
16
Graves et al., 1996; Schofield et al., 1997.
17
Jenkins et al., 2000.
18
León et al., 2011.
19
Pinto & Tandel, 2016.
Ester Utrilla de Figueiredo; Amer Cavalheiro Hamdan • 105
20
Stern, 2002.
21
Gur et al., 1988; Grasby et al., 1994; Grady et al., 1996; Rypma et al., 1999.
22
Díaz-Orueta et al., 2010.
106 • Espiritualidade, religiosidade, psicologia e saúde: diálogos e pesquisas
23
Stern, 2017.
24
Steffener et al., 2016.
25
Díaz-Orueta et al., 2010.
26
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27
Shallice e Evans, 1978.
28
Pinto & Tandel, 2016
29
Ward et al., 2015.
30
León et al., 2016.
31
Landenberg, 2019.
32
León et al., 2011.
33
Nucci et al., 2012.
34
Rami et al., 2011.
35
Valenzuela & Sachdev, 2007.
36
Wilson et al., 2003.
108 • Espiritualidade, religiosidade, psicologia e saúde: diálogos e pesquisas
37
Kartschmit et al., 2019.
38
Amoretti et al., 2019.
39
Kartschmit et al., 2019.
40
Schwartz et al., 2018.
41
Hosseini et al. ,2019.
Ester Utrilla de Figueiredo; Amer Cavalheiro Hamdan • 109
42
Van Ness & Kasl, 2003; Hill et al., 2006; Corsentino et al., 2009; Zhang, 2010; Choi et al., 2016.
43
Hsu, 2007; Ritchie et al., 2014.
44
Hill et al., 2006.
45
Sowa et al., 2016.
46
Valenzuela, 2008.
47
Agli e cols., 2015.
110 • Espiritualidade, religiosidade, psicologia e saúde: diálogos e pesquisas
48
Steffener & Stern, 2012.
49
Daly et al., 2019.
50
Farina et al., 2018.
51
Moreira-Almeida et al., 2008.
52
Farina et al., 2018.
53
Ikanga et al., 2017.
Ester Utrilla de Figueiredo; Amer Cavalheiro Hamdan • 111
54
Chattha et al., 2008.
55
Aftanas & Golocheikine, 2002.
56
Luhrmann et al., 2013.
57
Schwartz et al., 2016.
58
Schwartz et al. (2018).
112 • Espiritualidade, religiosidade, psicologia e saúde: diálogos e pesquisas
59
León et al., 2011.
60
León et al., 2014.
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5
ESPIRITUALIDADE/RELIGIOSIDADE ENTRE GESTALT-
TERAPEUTAS BRASILEIROS
Lázaro Castro Silva Nascimento
Adriano Furtado Holanda
INTRODUÇÃO
1
Ancona-Lopez, 2002; Paiva, 2009; Habermas, 2007; Giumbelli, 2008; Campos, Gusmão & Mauricio Júnior,
2015; Lionço, 2017.
2
Costa, Nogueira & Freire, 2009; Marques, 2013; Pereira & Holanda, 2016, 2017. 2019; Machado, Piasson
& Michel, 2019.
3
Giovanetti, 1999; Paiva, 2015. 2017; Paiva & Freitas, 2019. Veja-se, igualmente, neste livro, uma discussão
acerca da presença ou ausência da discussão em torno dos temas da espiritualidade/religiosidade nos
currículos de Psicologia no Brasil.
Lázaro Castro Silva Nascimento; Adriano Furtado Holanda • 121
4
Holanda, 2012a, 2012b; Corrêa & Amaral Filho, 2021.
122 • Espiritualidade, religiosidade, psicologia e saúde: diálogos e pesquisas
5
Maslow, 1962, p.10.
6
Maslow, 1962.
7
Veras, 2005.
8
Pinto, 2008; Ribeiro, 2009.
9
Veras, 2005, p.6-7.
Lázaro Castro Silva Nascimento; Adriano Furtado Holanda • 123
10
Pinto, 2008; Veras, 2005.
11
Pinto, 2008, p. 76.
12
Ribeiro, 2009, p. 16.
13
Ingersoll, 2005, p. 135.
124 • Espiritualidade, religiosidade, psicologia e saúde: diálogos e pesquisas
14
Ingersoll, 2005, p. 137.
15
Williams, 2006.
16
Delacroix, 2009, p. 370.
17
Delacroix, 2009, p. 377.
18
Polster & Polster, 1973/2001.
Lázaro Castro Silva Nascimento; Adriano Furtado Holanda • 125
MÉTODO DE INVESTIGAÇÃO
19
Peres, Simão e Nasello, 2007, p. 143.
20
Nascimento, 2015.
21
Holanda, 2003b, p. 39.
126 • Espiritualidade, religiosidade, psicologia e saúde: diálogos e pesquisas
PARTICIPANTES
22
Creswell, 2010; Sampieri, Collado & Lucio, 2013.
23
Bardin, 1977.
Lázaro Castro Silva Nascimento; Adriano Furtado Holanda • 127
INSTRUMENTO
RESULTADOS
24
IBGE, 2010.
Lázaro Castro Silva Nascimento; Adriano Furtado Holanda • 129
DISCUSSÃO
Não tenho nenhuma doutrina religiosa, embora acredite ue exista uma na-
tureza que nos acolhe e possibilita estarmos vivos (P124)
25
Zinnbauer, Pargament & Scott, 1999.
Lázaro Castro Silva Nascimento; Adriano Furtado Holanda • 133
26
Castro & Landeira-Fernandez, 2011.
27
Libânio, 2004, p. 10.
134 • Espiritualidade, religiosidade, psicologia e saúde: diálogos e pesquisas
28
Libânio, 2004, p. 12.
29
Yontef, 1998, p.152.
Lázaro Castro Silva Nascimento; Adriano Furtado Holanda • 135
(...) Outros podem ter sua espiritualidade de outra forma.. dissociada da re-
ligiosidade. (P20)
30
Saad, Masiero e Battistella, 2012, p. 108.
31
Worthington Jr. e Aten, 2009.
136 • Espiritualidade, religiosidade, psicologia e saúde: diálogos e pesquisas
Como mais um caminho para ampliar awareness, nos ajudar a temos mais
qualidade em tudo na vida. (P112)
Em nossa cultura, como algo desnecessário, que manipula a mente das pes-
soas. Serve como consolo para aguentar a vida, mas penso que todos
poderiam viver sem "espiritualidade", baseando sua força, crença e sentido
existencial na própria humanidade (...). (P81, grifos nossos)
32
Perls, Hefferline & Goodman, 1951/1997, p. 33.
Lázaro Castro Silva Nascimento; Adriano Furtado Holanda • 137
(...) Entendo que, na maior parte das vezes, uma pessoa alimente a sua espi-
ritualidade por se sentir bem com isso, por encontrar algum benefício para
sua própria vida. (P159)
33
Pargament, 1997, p. 91.
34
Panzini & Bandeira, 2007; Hefti, 2019; Henning-Geronasso & Moré, 2015.
Lázaro Castro Silva Nascimento; Adriano Furtado Holanda • 139
Espiritualidade pra mim é uma energia que vai além da energia física. Ener-
gia da alma que nos mantém vivos. (...) Penso que, quando estamos ligados
35
Moreira-Almeida, Lotufo Neto e Koenig, 2006.
36
Azevedo, 2010.
140 • Espiritualidade, religiosidade, psicologia e saúde: diálogos e pesquisas
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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6
RELAÇÃO ESTADO-IGREJA E A MANUTENÇÃO DO
PODER NO BRASIL: UM DIÁLOGO SOBRE RELIGIÃO,
VIOLENCIA E DIREITOS HUMANOS
Cyndi Lauper Silva de Freitas
Pedrita Reis Vargas Paulino
INTRODUÇÃO
1
Tanaka, 2021.
2
Camurça, Silveira & Andrade Jr., 2020.
3 Burity, 2008.
4 Barsalini, 2020.
148 • Espiritualidade, religiosidade, psicologia e saúde: diálogos e pesquisas
PERCURSO METODOLÓGICO
Este texto traz como metodologia uma pesquisa teórica que se va-
leu de um trabalho de revisão de literatura. Na primeira etapa foi
realizado um levantamento de expressões e temáticas, sendo seleciona-
dos os seguintes termos: religião e política, religião e violência, religião
e democracia, religião e direitos humanos. Na segunda etapa da
Cyndi Lauper Silva de Freitas; Pedrita Reis Vargas Paulino • 149
pesquisa foi feito uma busca nas seguintes bases/portais online de da-
dos: SciELO (Biblioteca Científica Eletrônica em Linha), por ser um
modelo cooperativo de periódicos desenvolvidos para suprir a necessi-
dade de conhecimento e divulgação científica nos países em
desenvolvimento, em especial, da América Latina e Caribe; LILACS (Li-
teratura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), por ser
considerado o mais importante e abrangente índice de literatura cien-
tífica e técnico/teórica da América Latina e Caribe e o portal CAFe
(Comunidade Acadêmica Federada) por meio do portal da Coordenação
de Aperfeiçoamento de Pessoa de Nível Superior (CAPES) do Ministério
da Educação (MEC), por reunir e disponibilizar produção científica que
visa reduzir o desnivelamento regional no acesso à informação do Bra-
sil, atendendo as demandas dos setores acadêmico, produtivo e
governamental; segundo o livro “Metodologia da Pesquisa Científica: Da
Graduação à Pós Graduação” 3.
A pesquisa foi realizada com artigos publicados em língua portu-
guesa, dos últimos seis anos, correspondendo ao período que
compreende os anos de 2000 a 2021, que apresentasse relevância signi-
ficativa ao tema objetivado. Tal realidade política e histórica geradora
de impactos diretos para a sociedade brasileira, levou a buscar pela pro-
dução acadêmica correspondente ao mesmo período em que o Brasil
vivencia tensões políticas e religiosas e, junto a elas, incertezas acerca
do estado democrático de direitos e seus limites na relação com a parti-
cipação da religião na esfera pública/política do país. Portanto, se
entende que faz parte do compromisso ético, social e político da Psico-
logia construir possibilidades através de pesquisas teóricas e práticas
3
Gouveia Neto, 2017.
150 • Espiritualidade, religiosidade, psicologia e saúde: diálogos e pesquisas
RESULTADOS E DISCUSSÃO
LILACS 3 - - -
CAFeCAPES/MEC 6 1 1 3
Total de artigos 13 2 2 3
4
Wachholz & Araújo, 2017.
5
Silva et al., 2019, p. 3.
6
Wachholz & Araújo, 2017.
7
Azevedo, 2004.
Cyndi Lauper Silva de Freitas; Pedrita Reis Vargas Paulino • 153
8
Camurça, Silveira & Andrade Jr., 2020.
9
Azevedo, 2004.
154 • Espiritualidade, religiosidade, psicologia e saúde: diálogos e pesquisas
10
Manoel, 2004, p. 11.
11
Azevedo, 2004.
12
Morais, 1982.
13
Lowy, 2000, p. 145,
Cyndi Lauper Silva de Freitas; Pedrita Reis Vargas Paulino • 155
14
Mitidiero Junior, 2010, p.5.
15
Camurça, Silveira & Andrade Jr., 2020.
16
Azevedo, 2004.
156 • Espiritualidade, religiosidade, psicologia e saúde: diálogos e pesquisas
17
Pleyers, 2020, p. 2-3.
18
Mitidiero Junior, 2010.
Cyndi Lauper Silva de Freitas; Pedrita Reis Vargas Paulino • 157
19
Pleyers, 2020, p. 04.
20
Guerra, citado por Pleyers, 2020, p.05.
158 • Espiritualidade, religiosidade, psicologia e saúde: diálogos e pesquisas
21
Pleyers, 2020, p.05.
Cyndi Lauper Silva de Freitas; Pedrita Reis Vargas Paulino • 159
22
Almeida, 2017.
23
Tanaka, 2021.
24
Camurça, Silveira & Andrade Jr. 2020.
25
Burity, 2008.
26
Barsalini, 2020.
160 • Espiritualidade, religiosidade, psicologia e saúde: diálogos e pesquisas
A ideia de que o poder soberano, no Brasil, se ergue sobre três poderes au-
tônomos e em mútuo equilíbrio, não passa de miragem. O poder soberano,
no Brasil, é unitário, autoritário e violento. Aqui, os que criaram as regras
podem, livremente, intervir nelas a qualquer momento e, até criar novas
regras. Mas esses protagonistas do poder nunca se confundiram com o
povo: são, eles, uma oligarquia, hábil em disseminar, de modo muito eficaz,
o espírito de sua mentalidade – o moralismo e a disposição pela criminali-
zação dos pretos, das mulheres, dos retirantes, dos índios, dos pobres, dos
LGBT+, sempre acompanhada pelo sistemático e irrestrito modus operandi
excludente e violento de seus juízes e de sua polícia 28.
27
Pereira, 2015
28
Barsalini, 2020, p. 08
29
Ortunes, Martinho & Chaia, 2019, p.27
29
Ribeiro & Walter, 2017
30
Ortiz, 2001.
Cyndi Lauper Silva de Freitas; Pedrita Reis Vargas Paulino • 161
suficiente para dar conta da atual conjuntura, uma vez que se tem forças
e interesses distintos entre grupos polarizados entre si.30
Desse modo, a religião deixa de ser uma ameaça para se tornar uma
ordem legítima, onde valores tais como cidadania e democracia foram
incorporados ao discurso e à prática religiosa, dispondo de potenciali-
dades para agir em escalada globalizada, ou seja, possuindo a capacidade
para realizar certos objetivos em situações concretas. 30 O parlamento se
torna o lugar central de disputas e lutas para a implementação de valo-
res morais e cristãos na sociedade. A batalha, antes mística, a partir da
inserção de religiosas na esfera pública/política, se torna física; cabendo
aos atores religiosos lutarem a partir de projetos e favores políticos para
tornar o Brasil o “Paraíso Terrestre”. 31 Com isto, a religião não apenas
contribui decisivamente para a formação de bancadas dentro do con-
gresso nacional para a defesa de ideologias específicas, como se opõe
aos direitos de todo e qualquer que escapam da lógica conservadora de
se apreender o mundo, contrariando as noções de laicidade e democra-
cia. 32
Em síntese, o Estado que se diz laico prioriza a efetivação do prin-
cípio da igualdade. Portanto, a laicidade surge justamente no limiar da
separação entre a esfera pública/política com a esfera religiosa. Con-
tudo, se verifica inserções religiosas atreladas não somente ao espaço
constitucional mas, também, na normatização da liberdade de consci-
ência, no campo educacional e construção de políticas públicas, sociais
e de saúde; impondo consequências à sociedade. “Práticas sexuais, mo-
dos de se estabelecer relacionamentos, fixação de padrões de conduta,
30
Ortiz, 2001.
31
Gouveia Neto, 2017, p.06.
32
Efrem, 2020.
162 • Espiritualidade, religiosidade, psicologia e saúde: diálogos e pesquisas
33
Heinen, 2010, p.04.
34
Gomes, 2018.
35
Gouveia Neto, 2017, p. 03.
36
Gomes, 2018.
37
Sung, 2017.
Cyndi Lauper Silva de Freitas; Pedrita Reis Vargas Paulino • 163
CONSIDERAÇÕES FINAIS
38
Gomes, 2018.
39
Lionço, 2017.
164 • Espiritualidade, religiosidade, psicologia e saúde: diálogos e pesquisas
40
Lionço, 2017; Pleyers, 2020.
41
Sales Jr & Aguiar, 2020.
Cyndi Lauper Silva de Freitas; Pedrita Reis Vargas Paulino • 165
REFERÊNCIAS
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