Apostila Biomecanica
Apostila Biomecanica
Apostila Biomecanica
DE IPATINGA
1
Marcelo Guimarães Silva
BIOMECÂNICA E CINESIOLOGIA
1ª edição
Ipatinga – MG
2022
2
FACULDADE ÚNICA EDITORIAL
Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autorização
escrita do Editor.
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920.
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Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo
aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dos textos. Eles
são para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um
com uma função específica, mostradas a seguir:
4
SUMÁRIO
01
1.1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 8
1.2 CONCEITOS BÁSICOS DA BIOMECÂNICA E CINESIOLOGIA ............................. 9
1.3 PLANOS E EIXOS ANATÔMICOS ......................................................................... 12
1.4 CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DOS MOVIMENTOS .............................................. 17
FIXANDO CONTEÚDO .......................................................................................... 24
02
2.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 28
2.2 SISTEMA DE REFERÊNCIA E FATORES TEMPORAIS DO MOVIMENTO ................... 29
2.3 POSIÇÃO, DESLOCAMENTO, VELOCIDADE E ACELERAÇÃO DE UM CORPO NO
ESPAÇO ....................................................................................................................... 30
2.4 CINEMÁTICA NOS ESPORTES .................................................................................... 33
2.4.1 Movimentos da corrida ................................................................................................35
2.4.2 Movimento do salto ......................................................................................................37
2.4.3 Movimento dos arremessos ........................................................................................38
FIXANDO CONTEÚDO ............................................................................................... 41
03
3.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 45
3.2 MEDIDAS E TIPOS DE ÂNGULOS ............................................................................... 46
3.3 REPRESENTAÇÃO VETORIAL DO MOVIMENTO ANGULAR .................................... 50
3.4 RELAÇÃO ENTRE MOVIMENTO LINEAR E ANGULAR .............................................. 54
FIXANDO CONTEÚDO ............................................................................................... 59
04
4.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 63
4.2 COMPOSIÇÃO E RESOLUÇÃO DE FORÇAS ........................................................... 64
4.3 CARACTERÍSTICAS E TIPOS DE FORÇA ................................................................... 72
4.4 LEIS DE MOVIMENTO DE NEWTON ........................................................................... 77
FIXANDO CONTEÚDO ............................................................................................... 81
05
5.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 86
5.2 TORQUE, CENTRO DE MASSA E DE GRAVIDADE .................................................... 87
5.2.1 Torque ................................................................................................................................87
5.2.2 Centro de massa e de gravidade .............................................................................93
5.3 SISTEMA DE ALAVANCAS DO CORPO HUMANO .................................................. 96
5.4 MOMENTO ANGULAR E DE INÉRCIA ..................................................................... 101
FIXANDO CONTEÚDO ............................................................................................. 106
5
UNIDADE INSTRUMENTAÇÃO EM BIOMECÂNICA................................................ 111
06
6.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 111
6.2 CINEMETRIA, DINAMOMETRIA, ANTROPOMETRIA E ELETROMIOGRAFIA ......... 112
6.2.1 Cinemetria......................................................................................................................112
6.2.2 Dinamometria ...............................................................................................................113
6.2.3 Antropometria...............................................................................................................114
6.2.4 Eletromiografia..............................................................................................................115
6.3 ANÁLISE DOS MOVIMENTOS DA MARCHA HUMANA, CORRIDA, SALTOS E
ARREMESSOS ............................................................................................................ 115
6.3.1 Movimentos da marcha ............................................................................................115
6.3.2 Ciclo da marcha ..........................................................................................................116
6.3.3 Movimentos da corrida ..............................................................................................118
6.3.4 Movimento dos saltos .................................................................................................119
6.3.5 Movimento dos arremessos ......................................................................................120
6.4 ESTUDO DA APLICAÇÃO PRÁTICA DA INSTRUMENTAÇÃO EM BIOMECÂNICA
E CINESIOLOGIA ...................................................................................................... 121
FIXANDO CONTEÚDO ............................................................................................. 125
6
CONFIRA NO LIVRO
7
INTRODUÇÃO À BIOMECÂNICA E UNIDADE
CINESIOLOGIA
1.1 INTRODUÇÃO
01
A biomecânica e a cinesiologia por vezes se confundem, uma vez que a
fundamentação teórica e os conceitos se assemelham em determinados aspectos,
embora na prática, essa aplicabilidade apresente algumas diferenças, como pode
ser visto, por exemplo, na análise de um movimento. A biomecânica está associada
às leis da física, e se apoia nos princípios da mecânica clássica para analisar o
movimento humano, em geral. Por outro lado, temos a cinesiologia, cujo foco de
investigação está centrado no movimento humano, a partir de conceitos e da
fundamentação dos princípios estabelecidos em duas áreas de investigação: a
anatomia e a fisiologia humana que se complementam e são fundamentais nesse
processo, podendo ser aplicados para a análise do movimento, em diferentes
ambientes e condições.
De fato, ao tratarmos dessas áreas, é importante entendermos suas
participações ao longo da história, as quais permitiram contribuir para o
aperfeiçoamento de ambas as áreas, fundamentando-as, como ciências
responsáveis pela análise do movimento humano em sua integralidade. Tendo em
vista os princípios adotados pela biomecânica e cinesiologia, diversos parâmetros e
variáveis, que estão ligados ao movimento em si, puderam ser investigados de forma
mais eficaz, como por exemplo, a cinemática e a cinética, que serão abordadas ao
longo do livro.
É importante observar que tanto a biomecânica, quanto a cinesiologia
possuem como interesse o mesmo objeto de estudo, neste caso, o corpo humano.
Neste sentido, o profissional de Educação Física que apresenta conhecimentos
básicos nessas áreas será, sem dúvidas, um diferencial no mercado de trabalho, haja
vista a escassez de informações que, muitas vezes, o cliente, /aluno, e paciente têm
acesso, no que tange à compreensão do corpo, mais especificamente, no
movimento de forma global.
Neste capítulo você verá um pouco mais acerca da biomecânica e
8
cinesiologia, desde a fundamentação, conceitos, até suas aplicabilidades práticas,
como áreas importantes a serem investigadas no que tange à análise do movimento
humano, aplicados em diferentes condições e ambientes.
9
O Quadro 1 mostra os principais pensadores de cada período e sua
contribuição acerca do estudo da biomecânica e cinesiologia.
10
Isaac Newton Considerado o grande nome da história na cinesiologia e biomecânica,
(1643-1727) marcou seu legado, a partir dos princípios ou leis do movimento:
1ª Lei da Inércia – Trata de situações em que um corpo tende a manter-
se em repouso ou em movimento constante, dependendo da ação das
forças externas sobre o mesmo, capazes ou não de movê-lo; 2ª Lei do
Movimento – Conhecida como “Princípio Fundamental da Dinâmica”,
estabelece a relação entre a proporção da força aplicada e a direção
da ação; 3ª Lei da Ação-Reação – Diz que para cada ação existe uma
reação, com mesma intensidade e direção, porém, em sentido
contrário.
De fato, as leis de Newton permitiram estabelecer-se de forma evidente
a relação entre a cinesiologia/biomecânica e a mecânica, e ainda,
causou uma “revolução” em áreas, dentre as quais: ciências exatas e
biológicas (ENOKA, 2000; NIGG e HERZOG, 1994).
James Keill Também teve um importante papel na área da cinesiologia, e também
(1674-1719) da biomecânica. Considerado o pioneiro no que tange a sua
preocupação em direcionar seus estudos e investigações direcionados
ao processo de contração muscular. Keill estabeleceu a relação entre a
quantidade de fibras musculares e a contração muscular, as unidades
motoras e o recrutamento de fibras musculares-esqueléticas,
responsáveis pela contração muscular, e produção do movimento.
Hunter Anatomista e cirurgião britânico, contribuiu para evolução do
(1728-1793) conhecimento do movimento humano. Hunter voltou suas atenções a fim
de investigar aspectos importantes na relação estrutura e potência
muscular (HAMILL et al., 2012; RASCH e BURKE, 2003).
Duchenne Suas contribuições voltaram-se à compreensão acerca dos efeitos da
(1806-1875) eletricidade no corpo humano. A partir dos princípios que estabeleceu,
é considerado “pai da eletrofisiologia”, um dos grandes responsáveis
pela biomecânica moderna (HAMILL et al., 2016; RASCH e BURKE, 2003).
Eduard Weber Eduard Weber, físico alemão (1795-1881) e Wilhelm Weber,
(1795-1881) e anatomopatologista (1804-1891), utilizaram a cronofotografia para
Wilhelm Weber investigação da marcha, tendo como base os princípios estabelecidos
(1804-1891) pela mecânica clássica, mais especificamente, das leis de Newton
(RASCH e BURKE, 2003).
Étienne-Jules Inventor e cronofotógrafo, deu sequência aos estudos iniciados pelos
Marey irmãos Weber. Marey utilizou a cinematografia como base de sua
(1830-1904) investigação, e por meio dos seus inventos na cronofotografia, pôde
analisar a velocidade da marcha, bem como alguns mecanismos
básicos para análise da força, a partir da fragmentação das imagens,
através de quadros, mais conhecidos atualmente como “frames”
(ENOKA, 2000; RASCH e BURKE, 2003).
Eadweard Considerado o responsável em inserir a análise do movimento de animais
Muybridge e humanos, por meio de técnicas da cinemetria através de múltiplas
(1830-1904) câmeras. De fato, assim como seus antecessores, apoiou-se na análise
das imagens, do movimento, porém nos princípios da cinemetria, o que
lhe permitiu identificar aspectos mais variados do movimento, se
comparado a Marey, por exemplo.
Wilhekm Christian Wilhekm Braune (1831-1892), anatomista alemão, e Otto Fischer
Braune (1889-1906), fisiologista e matemático alemão, utilizaram os conceitos da
(1831-1892) mecânica clássica newtoniana que permitiu-lhes levantar dados
e relacionados à cálculos das forças em algumas articulações, embora
Otto Fischer uma estimativa destes, tornou-se um dos métodos mais confiáveis na
(1889-1906) época, e pode ser aplicado até os dias atuais. Implementaram a
reconstrução tridimensional das imagens a partir de registros
bidimensionais combinados, tendo como base o que foi apresentado por
Marey e Muybridge, anos antes (ENOKA, 2000; HAMILL et al., 2016).
11
Nikolai Neurofisiologista soviético, é considerado um dos pioneiros no que tange
Bernstein aos estudos acerca da biomecânica desenvolvida, de fato, como
(1940) ciência estabelecida. Buscou nessa relação, compreender melhor a
coordenação e regulação entre o movimento humano e o
funcionamento do sistema nervoso. De fato, seus estudos permitiram
entender o movimento como algo integrado, e dependente da
interação de muitos sistemas que atuam em cooperação. Estabeleceu
ainda, o que conhecemos até hoje como “sistema hierárquico” do
movimento, o qual mostra o sistema nervoso tendo o controle principal
do movimento, e neste caso, os níveis mais elevados ativam os níveis mais
baixos, que ativam as sinergias e, consequentemente, geram o
movimento (ENOKA, 2000; SHUMWAY-COOK e WOOLLACOTT;1995).
Fonte: Adaptado pelo Autor (2021)
12
No intuito de facilitar a compreensão conceitual dos planos e eixos
anatômicos faz-se necessário compreender, primeiramente, a posição anatômica e,
consequentemente, os termos direcionais anatômicos. Neste sentido, é essencial
para que a interpretação dos movimentos em seus respectivos planos e eixos seja
feita corretamente, conforme apresentados na Figura 1 e, de fato, vale destacar que
as direções anatômicas sinalizam a posição de uma parte específica do corpo em
relação a outra.
13
Tendo em vista que o corpo humano é capaz de mover-se em três planos,
conhecidos como planos cardinais, conforme mostra a Figura 2, temos os três eixos
em torno dos quais esses planos fazem rotação são chamados de eixos: x, y e z. A
Figura 2 mostra, de forma clara, esses eixos x, y, z e os respectivos planos anatômicos.
De acordo com Floyd (2006) esses planos são representados por linhas fixas de
referência ao longo das quais o corpo se divide, em que cada um dos planos está
associado a um ângulo reto ou perpendicular com dois planos (90º). Neste sentido,
tempos o eixo x, ou medial-lateral, é aquele que corre de uma lateral à outra e se
localiza no plano sagital; o eixo y, ou anterior-posterior, que corre da frente para trás
e está no plano coronal; e ainda, o eixo z, ou vertical, que corre de cima para baixo
e está no plano transverso (FLOYD, 2006; MCGINNIS, 2015).
A localização do CG varia não somente pelas diferenças encontradas na
estrutura anatômica do indivíduo, mas também de gênero, em que há uma
tendência que as mulheres possuam seu centro de gravidade mais baixo, se
comparadas aos homens, muito devido à distribuição corporal, tendo em vista que
o centro de gravidade, em teoria, localiza-se a mais ou menos 4 centímetros à frente
da primeira vértebra sacra.
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É importante destacar que as ações do ser humano, que vão desde aquelas
do cotidiano até as esportivas, ocorrem a partir de uma combinação de planos,
portanto, não se limitam à movimentos articulares somente nos planos sagital, frontal
ou transverso, conforme descreve Tortora e Derrickson (2019). É importante evidenciar
que existe o plano diagonal ou oblíquo, muito comum em movimentos esportivos,
pois trata-se da combinação de dois ou mais planos num mesmo gesto ou ação
motora.
Floyd (2016) e McGinnis (2015) trazem além da descrição, alguns exemplos de
aplicação prática dos movimentos e/ou ações motoras, que podem ser executados
a partir dos planos e eixos anatômicos descritos nesta seção, conforme você verá a
seguir:
Plano sagital, secciona o corpo no sentido anteroposterior (AP), dividindo-o em
partes laterais simétricas, direita e esquerda. E em relação ao eixo, movimentos nesse
plano possuem ponto de rotação em um eixo perpendicular a esse plano que
atravessa do lado medial do corpo para o lado lateral do corpo. Destacam-se alguns
exemplos importantes que são realizados neste plano, tais como: flexão e extensão.
Plano frontal, secciona o corpo humano, em sentido lateral, dividindo-o em
partes anterior e posterior. Os movimentos que ocorrem no plano frontal são aqueles
associados ao afastamento ou aproximação do segmento da linha medial corporal:
abdução e adução; desvio ulnar e radial; flexão lateral ou inclinação.
Plano transverso, secciona o corpo humano em partes superior (ou cefálica) e
inferior (ou caudal). Esse eixo fica perpendicular ao plano transverso em uma direção
cefalocaudal, sendo referido em física como eixo y e, em cinesiologia, como eixo
superior-inferior, vertical ou longitudinal. Nesse plano/eixo temos os seguintes
movimentos: rotação medial e lateral; pronação e supinação; eversão e inversão.
Plano diagonal (oblíquo), combina mais de um plano de movimento. Embora
esteja mais presente em movimentos associados às práticas esportivas, podem ser
vistos em ações do cotidiano, ou mesmo laborais. São executados em algum ponto
paralelo e/ou perpendicular aos planos sagital, frontal ou transverso, ocorrendo no
plano diagonal ou oblíquo.
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A relação entre os planos de movimento e seus respectivos eixos de rotação
podem ser vistos no quadro a seguir.
16
Eixo sagital ocorre no plano frontal, coronal ou lateral, em que o segmento gira
em torno do eixo sagital que, por sua vez, acompanha a mesma direção do plano
de ação sagital. Trata-se de um deslocamento da parte anterior ou ventral em
sentido posterior ou dorsal, formando um ângulo de 90°, ou perpendicular, com o
plano frontal de movimento (FLOYD, 2016). Um exemplo que ocorre na prática é
quando o segmento corporal se afasta ou se aproxima da linha média do corpo, no
caso, a abdução e/ou adução de ombros.
Eixo vertical é projetado do cume da cabeça, formando um ângulo de 90°,
ou perpendicular, com o plano de ação transverso. Floyd (2016) menciona um
movimento clássico que representa esse eixo, o movimento do “não”, quando a
cabeça “roda” da esquerda para a direita, tanto o crânio quanto as vértebras
cervicais giram em torno de um eixo descendente e verticalizado pela coluna
vertebral.
E por fim, o eixo diagonal ou oblíquo se move em um ângulo de 90°, ou
perpendicular, com o plano diagonal. Quando a articulação glenoumeral faz
abdução diagonal para adução diagonal, como acontece nos arremessos
superiores ao nível da cabeça, seu eixo corre perpendicular em relação ao plano,
através da cabeça do úmero (FLOYD, 2016).
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Na prática, os estudos em biomecânica podem ser realizados sob duas
vertentes, a destacar: a biomecânica qualitativa (quando as análises envolvem
observação e descrição da mecânica do movimento); e ainda, a biomecânica
quantitativa (realizando alguma medida objetiva mecânica do gesto motor). Os
conceitos da mecânica são muito importantes quando estudamos o movimento
humano. Mecânica é o ramo da física que estuda as ações de forças sobre partículas
e sistemas mecânicos, e pode ser dividida em mecânica estática e mecânica
dinâmica. Podemos destacar aqui a mecânica estática, que aborda os sistemas que
estão em um estado constante, ou em equilíbrio; e a mecânica dinâmica, que trata
de sistemas que estão submetidos às mudanças de estados (velocidade,
aceleração, etc.), que geram modificação do corpo no espaço (HOUGLUM e
BERTOTI, 2014).
A mecânica pode ser dividida em outras áreas que ajudam em seu
entendimento: a cinética, que examina forças que agem sobre um sistema, como o
corpo humano ou qualquer objeto, e define as forças que provocam um movimento
ou resistem a ele; e a cinemática, uma importante área da biomecânica, responsável
por descrever o movimento sem preocupar-se com as causas que levaram o mesmo
a ocorrer, neste caso, desprezando-se a influência das forças ou torques envolvidos,
pois privilegia a análise do movimento a partir de perspectivas espacial e temporal,
atentando-se à velocidade, deslocamento e aceleração do corpo no espaço. Vale
destacar que a cinemática leva em consideração diversos descritores como tipo,
direção e quantidade de movimento. A quantidade de movimento pode ser
analisada em relação à quantidade de distância linear que um corpo ou segmento
se desloca.
Cinematicamente o movimento humano é caracterizado pela posição e o
movimento do segmento corporal, incluindo articulações, sua relação umas com as
outras e com o ambiente externo, destacando o movimento de um único ponto no
corpo, a posição de diversos segmentos em um membro, bem como a posição ou
os movimentos de uma única articulação e de suas superfícies articulares adjacentes.
A cinemática utiliza o sistema bidimensional e tridimensional, o mesmo usado na
matemática e na física, com a finalidade de relatar a orientação do corpo e seus
segmentos no espaço, identificando e prevendo o movimento do corpo e seus
segmentos. A cinemática pode ser subdividida em dois importantes tópicos de
acordo com o foco específico do movimento: a osteocinemática, que analisa o
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comportamento dos ossos durante os movimentos nos três planos de movimento e a
artrocinemática, que estabelece o comportamento mecânico das superfícies
articulares durante os movimentos (HAMILL et al., 2016).
A análise mecânica do movimento pode ser dividida em movimento linear ou
movimento angular. De forma geral, o movimento linear é aquele que ocorre a partir
de um movimento de translação, podendo este ser executado ao longo de uma via
curva ou reta, realizado quando todas as partes do corpo percorrem exatamente a
mesma direção e velocidade. No ambiente de trabalho, por exemplo, o movimento
realizado pelo trabalhador para levantar uma carga pode ser analisado sob uma
perspectiva da linearidade, cujo foco é direcionado em verificar a direção, a
trajetória e a velocidade do movimento do corpo no espaço. É importante identificar
as sobrecargas mecânicas que atuam em um movimento, ou ainda das posturas
adotadas durante um movimento qualquer, tendo em vista que essa má postura
poderá interferir negativamente na estrutura como um todo. O movimento angular é
o que ocorre ao redor de algum ponto em diferentes regiões, realizado quando um
corpo se move ao redor de uma linha central imaginária (eixo de rotação),
perpendicular ao plano de movimento. De acordo com Lippert (2018) esses
movimentos podem ocorrer, sobretudo, na coluna, em que movimentos de rotação
são frequentes. Como exemplos, destacamos: no ambiente laboral, quando o
trabalhador precisa levantar diferentes cargas, o que pode gerar ao longo de um
período, maior estresse do membro superior, levando-o muitas vezes a adotar uma
postura incorreta para realizar o movimento, a fim de gerar uma “falsa
supercompensação”.
Em geral, a maior parte dos movimentos que acontecem no corpo humano é
angular, enquanto os movimentos em sentido externo ao corpo tendem a ser
lineares. É bastante comum observar as duas formas de movimento, angular e linear,
acontecendo simultaneamente, ou seja, quando um objeto considerado “no todo”
se move de forma linear e as suas partes se movem de forma angular. E ainda, de
acordo com Lippert (2018), temos os movimentos combinados, como ocorre, por
exemplo, na marcha humana, em que considera-se o corpo inteiro executando
movimentos lineares, exceto os quadris, joelhos e tornozelos, que realizam
movimentos angulares, o que é caracterizado como a combinação de movimentos
para a execução de uma ação e/ou gesto motor.
Outro exemplo de movimentos lineares e angulares está no arremesso de uma
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bola de beisebol, em que o indivíduo que arremessa a bola faz movimentos angulares
no membro superior, e a bola faz um percurso curvilíneo. Entretanto, é importante
destacar que a escápula faz elevação/abaixamento e protrusão/retração como
forma linear de movimento. Já a clavícula, articulada com a escápula, faz
movimento angular a partir da articulação esternoclavicular (LIPPERT, 2018;
MCGINNIS, 2015).
Os movimentos podem ser analisados pelo seu deslocamento e pelo
movimento linear. Quando isto acontece, podemos utilizar duas formas de
mensuração, que são os ângulos relativos e os ângulos absolutos:
Ângulos relativos: São os ângulos mensurados na articulação. Não descrevem
a posição de um segmento no espaço e são mais utilizados em avaliações clinicas.
Ângulos Absolutos: Definem o ângulo de inclinação de um segmento do
corpo. Eles descrevem a orientação no espaço, pois possuem uma referência fixa.
São utilizados em avaliações biomecânicas.
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2. Cartilaginosas, conhecidas como anfiartroses, pois são levemente móveis,
possuem uma separação cartilaginosa e não apresentam cavidade articular, tendo
em vista sua mobilidade, de certa forma, reduzida. As articulações cartilaginosas são
encontradas nos ossos do quadril e entre as vértebras.
3. Sinoviais, também chamadas de móveis, devido a sua característica que
apresenta uma cavidade articular ou sinovial, a qual apresenta uma cápsula repleta
de líquido sinovial, cuja função é atuar como lubrificante articular, o que garante
maior liberdade de movimento articular. É importante ressaltar que essa articulação
é considerada a mais encontrada no corpo humano, em destaque para as
articulações do ombro e joelho. De fato, essas articulações podem ser classificadas
de acordo com o movimento em uniaxial (um eixo de rotação), biaxial (dois eixos de
rotação) e poliaxial (três ou mais eixos de rotação). Lippert (2018) descreve alguns
movimentos básicos que podem ser executados por essa articulação em relação aos
eixos: a uniaxial, temos a articulação encontrada entre o úmero e a ulna; a biaxial,
temos a articulação do punho; e a poliaxial, a articulação do ombro.
Em cinesiologia alguns termos tornam-se essenciais para descrever os
diferentes movimentos que ocorrem, sobretudo, nas articulações sinoviais, a
destacar: Flexão (movimento de aproximação de um osso em relação a outro,
ocorrendo no plano sagital em torno de um eixo medial-lateral); Extensão (é o contra
movimento da flexão na direção oposta ao longo do mesmo plano, provocando um
aumento do ângulo articular); Hiperextensão (compreendida como a continuação
da extensão além da posição anatômica. E um exemplo pode ser a articulação
“umeroulnar”, segmento cotovelo, quando a superfície anterior do antebraço se
afasta da superfície anterior do braço, a articulação se move em extensão); Flexão
palmar e Flexão plantar (corresponde à flexão no punho e do tornozelo,
respectivamente); Dorsiflexão (definida como as extensões nas articulações do
punho e do tornozelo, respectivamente); Abdução/Adução (a abdução é
compreendida como o movimento ou posição de afastamento do plano sagital
mediano do corpo. Já a adução é o movimento ou posição em direção à linha
medial. Ambos os movimentos ocorrem no plano frontal em torno do eixo anterior-
posterior); Desvio radial e ulnar (são termos usados quando referentes a abdução e
adução e do punho, respectivamente); Flexão lateral (termo utilizado quando o
tronco se curva lateralmente para o lado direito ou esquerdo, inclinando-se);
Circundução (classificado como um tipo de movimento circular, que determina a
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formação de um cone imaginário no espaço: flexão, abdução, extensão e adução);
Rotação (trata-se de um movimento de um segmento ósseo em torno de um eixo
longitudinal ou vertical no plano transverso, podendo ser: medial, caso o segmento
articular gire para dentro em direção ao plano sagital mediano, chamamos esse
movimento de rotação medial. E ainda, lateral, caso a superfície anterior gire para
fora, afastando se do plano sagital mediano); Supinação e Pronação (tendo como
referência a posição anatômica, a supinação é um termo utilizado para descrever a
palma das mãos quando voltada para cima, enquanto a pronação descreve a
palma das mãos para baixo); Inversão e Eversão (descrevem dois tipos específicos
de movimentos rotacionais nos pés); Protrusão e Retração (classificados como
movimentos lineares no mesmo plano, mas com direções opostas. A protusão pode
ser feita pela articulação do ombro e da mandíbula, e a retração pela articulação
do ombro).
Neste sentido, as análises e avaliações dos movimentos corporais são
realizadas, em sua grande maioria, com base em coordenadas tridimensionais, que
são alinhadas anatomicamente de acordo com os eixos mediolateral (plano sagital),
anterioposterior (plano frontal) e superioinferior ou longitudinal (plano transverso).
Ocasionalmente, é feita a opção pela análise bidimensional ou planar, considerando
somente dois dos três eixos citados, tendo em vista a complexidade de recursos para
as observações tridimensionais (OATIS, 2014). E embora seja possível realizá-la em
duas dimensões, a probabilidade de erro quanto à interpretação dos dados se torna
elevada, pois importantes dados podem ser “perdidos” ao limitar-se essas análises.
Enfim, o corpo humano é composto por diferentes segmentos, ligados por
articulações. Cada um desses segmentos pode, dentro de suas possibilidades, se
movimentar, separadamente. Os principais segmentos do corpo humano se
movimentam de forma angular ao redor das articulações. Esse movimento pode
ocorrer isoladamente, como enquanto você move o braço e a mão para fazer
anotações, ou concomitantemente ao movimento linear.
Dessa forma, uma análise do movimento do corpo humano inclui dois tipos de
variáveis: as variáveis lineares do centro de massa e as variáveis angulares dos
segmentos, como será descrito a seguir, nas cinemáticas linear e angular, em que o
deslocamento do centro de massa é descrito em relação às referências
estabelecidas no espaço, como ocorre nos movimentos realizados pelo corpo
humano.
22
1. A Biomecânica pode ser definida como aplicação da mecânica aos organismos
vivos, tecidos biológicos, aos corpos humanos e animais. Mais do que
simplesmente aplicar as leis da física, a biomecânica leva ainda em consideração
as características do aparelho locomotor. Considerando as principais áreas de
investigação em biomecânica, avalie as afirmações a seguir.
a) I, apenas.
b) I, II e III.
c) II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I e II, apenas.
23
( ) O centro de gravidade é o ponto sobre o qual a massa do corpo está
uniformemente distribuída gerando, assim, um equilíbrio dos membros superiores.
( ) A posição anatômica e o centro de gravidade em conjunto são consideradas
referenciais para localização e descrição de estruturas anatômicas.
a) V – F – V – F.
b) F – F – V – V.
c) F – V – V – V.
d) V – V – V – V.
e) V – V – F – F.
24
De acordo com os planos de secção sagital, frontal e transverso, marque a
alternativa correta.
I. Plano sagital.
II. Plano frontal.
III. Plano transversal.
25
( ) Considerado também como plano mediano, está localizado verticalmente, de
frente para trás, paralelo à sutura sagital do crânio; e divide o corpo humano em
direita/esquerda ou medial/lateral.
( ) Também conhecido como plano horizontal, está localizado horizontalmente,
paralelo ao horizonte; e divide o corpo humano em superior e inferior.
( ) Também conhecido como plano coronal, está localizado verticalmente da
esquerda para a direita, paralelo à sutura coronal; e divide o corpo humano em
frente (anterior) e trás (posterior).
a) I – III – II.
b) I – II – III.
c) II – III – I.
d) III – I – II.
e) II – I – III.
a) Sagital.
b) Transverso.
c) Frontal.
d) Coronal.
e) Pronado.
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a) O movimento ou posição de afastamento do plano sagital mediano do corpo e
o movimento ou posição em direção à linha medial.
b) O movimento circular, no qual determina a formação de um cone imaginário no
espaço.
c) O movimento das extensões nas articulações do punho e do tornozelo.
d) O movimento do tronco quando se curva lateralmente para o lado direito ou
esquerdo.
e) A flexão no punho e do tornozelo respectivamente.
a) Sagital e Transversal.
b) Sagital e Frontal.
c) Frontal e Sagital.
d) Frontal e Transversal.
e) Transverso e Sagital.
27
CINEMÁTICA LINEAR UNIDADE
2.1 INTRODUÇÃO 02
A cinemática é a área da biomecânica que descreve o movimento do objeto
em relação ao seu ambiente, em termos de posição e de mudança de posição. O
movimento de um objeto pode ser linear ou angular, e cada uma das grandezas
descritas pode se referir a ambos os tipos de movimento. Por exemplo, as fórmulas
utilizadas para calcular velocidade e aceleração são semelhantes, porém as
variáveis de movimentos lineares ou angulares são específicas.
No sistema linear, a posição é expressa em relação a uma origem, conhecida
como sistema global (externo ao objeto), com o uso de variáveis, como metros ou
quilômetros. Neste sentido, as variáveis cinemáticas permitem perceber detalhes na
execução de um gesto motor e identificar possíveis melhoras no desempenho ou
fatores que devem alterados para diminuir o risco de lesão, em diferentes objetivos e
finalidades, que vão da análise de movimentos do cotidiano, como a marcha
humana, passando pelo laboral (ergonomia) até aquele associado ao esportivo.
Há três principais grandezas relacionadas com o movimento: posição,
velocidade e aceleração, sendo que cada uma delas pode ser analisada
individualmente, entretanto, uma análise mais completa do movimento fornecerá
dados, de certa maneira, mais fidedignos quanto às informações possíveis de serem
obtidas.
Um exemplo prático da aplicação da cinemática está associado à análise da
corrida, em que para um corredor completar um percurso de 10 km (1 km = 1000 m),
o comprimento do trajeto é conhecido como a distância linear (também chamada
simplesmente de distância) percorrida pelo corredor.
Você verá neste capítulo alguns dos principais parâmetros/aspectos
investigados na análise cinemática linear do movimento humano, e além de suas
respectivas descrições, compreenderá como aplicá-las de forma prática.
28
2.2 SISTEMA DE REFERÊNCIA E FATORES TEMPORAIS DO MOVIMENTO
29
de 90º graus no canto de um campo de futebol determinado pelas linhas lateral e
de fundo do campo).
Em relação à análise cinemática, é a responsável em analisar as
características do movimento, examinando-o a partir de perspectivas espacial e
temporal, no entanto, sem preocupar-se com as forças que causam o movimento.
Hall (2016) estabelece a importância da análise cinemática para os movimentos,
uma vez que é por meio dela que é possível determinar a velocidade de
deslocamento, por exemplo, de um objeto ou corpo que se move durante uma
determinada trajetória, a distância, ou ainda, o tempo de duração do deslocamento
de um corpo de um ponto a outro, ou ainda, a altura atingida durante um
determinado lançamento.
Amadio e Serão (2011) descrevem que é por meio dessas análises que é
possível avaliar as características que compõem o movimento em geral, incluindo
seu grau de dificuldade e as forças atuantes para a execução do movimento tendo
como base o tempo, em que adota-se como referência (“s”), seguindo
recomendações do Sistema Internacional de Medidas.
30
da trajetória entre as posições inicial e final considerada, como pode ocorrer em um
movimento de um determinado automóvel, que passa de uma posição (A) para uma
posição (B). Neste caso, o deslocamento pode ser definido por uma reta
determinada, considerada linear (vetorial), e a trajetória pode ser a mais variada
possível (HAMILL et al., 2016; MCGINNIS, 2015).
O movimento ocorre quando existe uma mudança de posição de um objeto,
progressivamente, ao longo do tempo (HAMILL et al., 2016). É importante ressaltar a
alteração de posição em relação à posição do objeto antes e depois do movimento
ou às diferentes posições do objeto ao longo do seu movimento. Portanto, a
diferença entre as posições inicial e final refere-se ao deslocamento. Apenas com a
posição do objeto em relação à origem no início e no final do movimento é possível
saber o deslocamento do objeto por meio da subtração da posição final pela
posição inicial. O deslocamento indica apenas a diferença em uma linha reta entre
as posições inicial e final.
McGinnis (2015) apresenta em sua obra um importante aspecto, em que
sempre que um corpo tem a sua posição alterada, este move-se, e a partir deste
princípio, o do movimento, há uma velocidade (V) associada a este movimento.
Caso esta velocidade seja igual a zero temos uma ausência de movimento, portanto,
o corpo tende a estar em repouso.
De acordo com Watkins (2014) a velocidade de um objeto indica quão
rapidamente o objeto se move em uma dada distância. A velocidade é definida
como a distância percorrida por unidade de tempo ou taxa de mudança de
distância:
𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑚é𝑑𝑖𝑎 = 𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎/𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 (1)
Assim,
𝑑𝑒𝑠𝑙𝑜𝑐𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 (𝑑) (2)
𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑚é𝑑𝑖𝑎 (𝑣) =
𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 (𝑡)
31
a mudança de posição pelo tempo consumido. Em biomecânica, a velocidade
vetorial é mais importante que a velocidade escalar. A velocidade vetorial é
designada pela letra v minúscula, e o tempo, pela letra t minúscula. A unidade de
velocidade mais comumente utilizada nos estudos biomecânicos é metro por
segundo (m/s ou m·s-1); e para transformar um valor numérico apresentado em km/h
para m/s basta dividir esse valor por 3,6. O contrário é feito, no caso, multiplicando-
se por 3,6, quando o valor está em m/s e busca-se apresentá-lo em km/h.
As unidades para velocidade vetorial podem ser determinadas pela
aplicação da fórmula para velocidade vetorial e divisão das unidades de
comprimento por unidades de tempo (HALL, 2016; HAMILL et al., 2016).
No caso específico da aceleração, Hamill et al. (2016) definem esta variável a
partir do momento em que ocorrem variações na velocidade. Neste sentido, a
aceleração se torna evidente quando o corpo se move de forma diferente ou
partindo do repouso.
Independentemente da finalidade de um estudo do movimento humano,
muitas vezes existem aspectos científicos envolvidos. Geralmente, esses estudos
abrangem questões de anatomia, neurofisiologia e mecânica, sendo que o último
terminou o que move o estudo em direção a esfera da biomecânica (MCGINNIS,
2015). O estudo biomecânico pode se concentrar em analisar as variáveis que
causam e modificam o movimento; análise cinética ou, simplesmente, se engajar em
observação e descrição das características biomecânica da destreza, análise
cinemática (MCGINNIS, 2015).
De fato, uma análise cinemática inclui o tipo de movimento, a direção do
movimento e a quantidade de movimento o que acontece (MCGINNIS, 2015). A
cinemática refere-se a uma descrição geométrica do movimento em termos de
deslocamento, velocidade e aceleração contra o tempo, sem lidar com as fontes
de movimento, isto é, forças que produzem movimento.
32
2.4 CINEMÁTICA NOS ESPORTES
Figura 3: Replay de imagens divididas na tela por meio do programa Siliconcoach Sport
Fonte: Ackland, Elliot e Bloomfield (2011, p. 301) citados por Mansour et al. (2018, p. 131)
33
Avaliação ou diagnóstico – Composta por dois objetivos, sendo o primeiro, a
avaliação dos pontos positivos e negativos do desempenho do atleta; e o
segundo, conhecido como avaliação diagnóstica do desempenho, que
permite verificar se o movimento está sendo executado de maneira incorreta
e, portanto, selecionar a intervenção mais adequada (MANSOUR et al., 2018).
34
análise quantitativa ocorra, é necessário que seja feita a coleta de dados, que pode
ser realizada em laboratórios, ou mesmo no ambiente de prática “real”. O fato que,
independentemente, do ambiente selecionado para essa investigação, o ambiente
deve configurar o mais próximo possível o local onde o atleta fará as técnicas, para
não influenciar no seu desempenho. Neste sentido, é importante destacar que
existem quatro métodos utilizados em biomecânica para abordar o movimento
humano durante a realização da técnica esportiva: cinemetria, dinamometria,
eletromiografia (EMG) e antropometria, conforme descrevem Mansour et al. (2018),
e que serão discutidos no capítulo 6 deste livro, que trata da Instrumentação em
Biomecânica.
35
ao número de passadas executadas em um determinado tempo. Essa frequência
está diretamente relacionada ao tempo gasto para completar uma passada
completa, o qual corresponde à soma do tempo em que o atleta está no solo com
o tempo de voo.
Vaughan (1984) descreve o ciclo da passada sendo composto por duas fases
principais: a de contato e a de balanço. Na primeira fase ou contato, o indivíduo
mantém ambos os pés em contato com o solo, enquanto a fase de balanço é
aquela que representa a fase aérea (voo). Ainda de acordo com o autor, é durante
esta fase que ocorre uma importante ação do ciclo-alongamento-encurtamento, a
contribuição mecânica para a propulsão e minimização de energia. E
complementando, a fase de contato pode ser dividida em três aspectos: o contato,
o apoio e o “despregue”, conforme descreve Vaughan (1984), e conforme pode ser
analisado abaixo:
36
passada é uma preocupação da corrida e poderá ser conseguida através da
introdução de ações motoras específicas a realizar nos treinos técnicos de corrida e
que vão melhorar a forma de apoio e a recuperação após a fase de voo. Fuziki
(2012) e Vaughan (1984) destacam a importância da realização de exercícios que
privilegiem a técnica do movimento da corrida como um todo. Neste sentido,
merece destaque o objetivo desses exercícios técnicos, que é buscar a minimização
do custo energético observada a partir de alguns aspectos, dentre os quais: a ação
de propulsão, a minimização dos deslocamentos verticais, o tipo de apoio, as
acelerações produzidas no instante do contato, o equilíbrio ótimo entre a frequência
do passo e a amplitude do passo e os movimentos realizados pelos membros
superiores, os quais devem ser levados em consideração para uma prática eficaz.
A maioria dos estudos biomecânicos sobre corrida é realizada em situações
experimentais controladas, em vez de durante competição, tornando difícil a
obtenção da associação direta dos parâmetros biomecânicos com o desempenho.
Em geral, só é possível obter informação cinemática em situações de competição,
limitando-se a informação disponível, e os padrões de movimento em competição
são frequentemente influenciados por estratégias ou a presença de outros
corredores, tornando difícil isolar a importância de fatores biomecânicos para o
desempenho. Como resultado, a maior parte das informações relacionadas à
biomecânica para o desempenho vem de estudos de fatores que são relacionados
ao desempenho, tais como consumo submáximo de oxigênio em corrida de
distância, exames de características de níveis diferentes de corredores no
laboratório, identificação de diferenças significativas em medidas biomecânicas
entre grupos, ou encontrando fortes correlações entre os tempos de desempenho e
índices biomecânicos (MCGINNIS, 2015; VAUGHAN, 1984; ZATSIORSKY, 1998).
Nas modalidades atléticas que envolvem o salto, de acordo com Hay (1986)
e Matthiesen (2017) o objetivo principal dos atletas, sobretudo, no atletismo, é obter
o máximo de deslocamento do seu centro de massa em uma determinada direção,
que pode ser: horizontal no salto em distância e triplo; e ainda, vertical, que ocorre
no salto em altura e salto com vara. E, independentemente, do tipo do salto, o
objetivo principal é extrair o máximo de vantagens que este deslocamento pode
37
oferecer.
Hay (1986) descreve duas valências, a força e a velocidade, como
importantes para a otimização das modalidades que envolvem saltos. E essas
valências físicas são necessárias, haja vista, a distância ou altura total atingida será
a razão da velocidade do atleta, no instante da entrada do salto, e da altura com
relação ao solo, que elevou seu centro de massa. Em adição, o comportamento do
CG do atleta durante a fase do salto propriamente dito pode ser descrito como um
lançamento oblíquo, em que o movimento do corpo quando lançado ao ar pode
formar ângulos que variam entre 0º e 90º com a horizontal. Matthiesen (2017) e
Zatsiorsky (1998) descrevem um importante aspecto durante a fase de voo do atleta,
em que o CG do atleta move-se com velocidade constante, devido à “ausência”
de força atuando na direção horizontal.
38
desempenho dos atletas (HAY, 1986; ZATSIORSKY, 1998).
Enfim, compreender como a ciência é aplicada, no caso da análise dos
movimentos, através de exercícios, melhora a condição humana, a considerar a
performance, bem como a prevenção de lesões, oferece ferramentas úteis ao
treinador, no que tange aos aspectos tanto qualitativos, quanto quantitativos e que
serão úteis para a elaboração de programas de treinamentos mais assertivos,
dependendo da necessidade individual de cada atleta, por exemplo.
39
1. As grandezas do movimento linear são descritas no sistema internacional de
unidades em metros para a posição, metros por segundo para velocidade e
metros por segundo ao quadrado para aceleração. As grandezas do movimento
angular são descritas no sistema internacional de unidades em radianos para a
posição, radianos por segundo para a velocidade e radianos por segundo ao
quadrado para a aceleração.
a) 4,25h.
b) 3,25h.
c) 2,25h.
40
d) 3,50h.
e) 4,50h.
a) 6,7 m/s.
b) 3,2 m/s.
c) 40 m/s.
d) 0,4 m/s.
e) 16 m/s.
41
ocorrer.
c) A representação média é feita pela subtração da mudança na
distância/velocidade por todo o tempo necessário para esta mudança ocorrer.
A representação instantânea é feita pela subtração da mudança na
distância/velocidade por um pequeno intervalo de tempo necessário para esta
mudança ocorrer.
d) A representação média é feita pela divisão da mudança na
distância/velocidade inicial pela mudança na distância/velocidade final. A
representação instantânea é feita pela divisão da mudança na
distância/velocidade por um pequeno intervalo de tempo necessário para esta
mudança ocorrer.
e) A representação média é feita pela divisão da mudança na
distância/velocidade por todo o tempo necessário para esta mudança ocorrer.
A representação instantânea é feita pela divisão da mudança na
distância/velocidade inicial pela mudança na distância/velocidade final.
42
6. O movimento é um conceito relativo, já que um segmento pode estar em repouso
em relação a um primeiro referencial, mas em movimento em relação a um
segundo referencial. A análise cinemática do movimento pode ser qualitativa ou
quantitativa.
43
I. A bola começa ou para de se mover.
II. A bola está parada antes de uma falta.
III. A bola se movimenta com velocidade constante.
IV. A bola muda de direção.
V. Velocidade do movimento da bola diminui.
a) II e III, apenas.
b) I, II e III, apenas.
c) I, IV e V, apenas.
d) I e IV, apenas.
e) III e IV, apenas.
O comprimento da ponte é:
a) 100m.
b) 88,5m.
c) 80m.
d) 75,5m.
e) 70m.
44
CINEMÁTICA ANGULAR UNIDADE
3.1 INTRODUÇÃO 03
A cinemática angular descreve o movimento angular sem considerar suas
causas, e neste caso, conforme destaca Hamill et al. (2016) é a área responsável por
descrever o movimento angular, que ocorre ao redor de um eixo, sendo que as
diferentes regiões do corpo acabam não percorrendo a mesma distância.
Na prática, o movimento angular ocorre quando todas as partes de um corpo
se movimentam no mesmo ângulo, mas não necessariamente são submetidas ao
mesmo deslocamento linear. De fato, o movimento angular ocorre em torno de um
eixo de rotação, representado por uma linha perpendicular ao plano no qual ocorre
a rotação. Um exemplo clássico em mecânica seria o movimento da roda,
classificado como um típico movimento angular, em que a roda da bicicleta gira
em torno de seu eixo, que é o eixo de rotação, portanto, o eixo da roda é
perpendicular ao plano de rotação descrito pelo pneu da roda.
De fato, todos os movimentos humanos envolvem rotação de segmentos do
corpo, uma vez que, as articulações conectam os segmentos corporais, e estes se
movimentam a partir de suas ações em seus respectivos eixos, chamados de eixos
de rotação, que produzem os diferentes movimentos, nos mais variados planos e
eixos, com graus de liberdade definidos a partir da característica da articulação
envolvida no referido movimento.
Os segmentos giram em torno dos centros das articulações que formam seus
eixos de rotação. Quando um indivíduo se move, os segmentos, geralmente,
realizam tanto rotação como translação. Quando ocorre a combinação de rotação
e translação, essa combinação é descrita como movimento geral, conforme
descreve Hamill et al. (2016), em um exemplo prático aplicado ao movimento
humano temos o caso de uma ginasta que executa uma translação ao se
movimentar no solo, sendo que ao mesmo tempo, ela realiza uma rotação em torno
do seu eixo (quadril). Portanto, a combinação de rotação e translação é comum na
maioria dos movimentos humanos, sendo considerados movimentos combinados.
Você verá neste capítulo alguns dos principais parâmetros/aspectos
45
investigados na análise cinemática angular do movimento humano, e além de suas
respectivas descrições, compreenderá como aplicá-las de forma prática.
Ângulo pode ser definido como a reunião de duas semirretas que possuem
uma origem em comum, conhecida como vértice do ângulo. Numa análise
biomecânica, as linhas que se cruzam, geralmente, são segmentos do corpo. Por
exemplo: se o eixo longitudinal do segmento da perna é um dos lados de um ângulo
e o eixo longitudinal do segmento da coxa é o outro lado, o vértice é o centro da
articulação do joelho. No movimento angular, utilizamos três unidades para medir
ângulos (Figura 4).
46
De forma prática, a primeira e mais comumente unidade utilizada é o grau. A
segunda unidade de medida descreve o número de rotações ou revoluções em
torno de um círculo. Uma revolução é uma rotação de 360°.
Em um exemplo prático temos o salto triplo na patinação, movimento que
exige que o patinador faça 3,5 revoluções no ar, o que equivale a uma rotação
completa de 1.260°. Na patinação artística, na ginástica artística e nos saltos
ornamentais, a análise qualitativa, por meio da mensuração de ângulos, torna-se
uma escolha mais assertiva para descrever o movimento em si. Em biomecânica, a
medida de ângulo pode ser feita através do radiano, uma medida definida como a
medida de um ângulo no centro de um círculo descrito por um arco igual ao
comprimento do raio do círculo. Em adição, graus possuem uma dimensão, devendo
ser incluídos na unidade do produto de qualquer cálculo. Portanto, há necessidade
de usar o radiano como unidade de medida angular, em vez do grau, em qualquer
cálculo que envolva movimento linear, porque o radiano é adimensional (HALL, 2016;
HAMILL et al., 2016; OATIS, 2014).
47
sentido, Hall (2016) e Hamill et al. (2016) destacam os goniômetros, instrumentos
utilizados comumente pelos clínicos para realizar a medição direta dos ângulos
articulares relativos em um ser humano vivo.
Hall (2016) destaca que o goniômetro é essencialmente um transferidor fixado
a dois braços longos, sendo que um braço é fixo, de maneira que se estende do
transferidor a um ângulo de 0°, e o outro braço se estende do centro do transferidor
e é livre para girar. Neste sentido, o centro do transferidor é posicionado sobre o
centro articular e os dois braços são posicionados sobre os eixos longitudinais dos
segmentos corporais que se articulam. O ângulo articular é lido, então, na interseção
entre o braço que gira livremente e a escala do transferidor.
De fato, a exatidão da leitura depende da exatidão do posicionamento do
goniômetro. Conhecer a anatomia da articulação analisada é essencial para
localizar, adequadamente, o centro de rotação da articulação. Algumas vezes, a
colocação de marcas na pele ajuda a identificar a localização do centro de rotação
da articulação e os eixos longitudinais dos segmentos corporais antes de posicionar
o goniômetro, particularmente, se estiverem sendo realizadas medidas repetidas na
mesma articulação.
48
Figura 6: Goniômetro, considerado o aparelho específico utilizado para medir os ângulos
articulares
49
No estudo da biomecânica, os tipos de ângulos utilizados são os ângulos
absoluto e o relativo. O ângulo absoluto é o ângulo de inclinação de um segmento
do corpo em relação a alguma referência fixa no ambiente. Ele descreve a
orientação de um segmento no espaço. Para calculá-lo é necessária a aplicação
de um sistema de coordenadas na extremidade proximal do segmento. Em seguida,
o ângulo é medido na direção anti-horária a partir da horizontal direita. Um outro jeito
de calculá-lo é através de um sistema de coordenadas na extremidade distal do
segmento. Desta forma, o ângulo também é medido na direção anti-horária a partir
da horizontal direita. Ângulos absolutos são calculados utilizando-se a relação
trigonométrica da tangente. O ângulo relativo é o ângulo entre eixos longitudinais de
dois segmentos, o qual também é denominado ângulo intersegmentar ou ângulo
articular. Um ângulo relativo pode descrever a quantidade de flexão ou extensão na
articulação, mas não descrevem a posição dos segmentos ou os lados do ângulo no
espaço. Ângulos relativos podem ser calculados utilizando-se a lei dos cossenos
(HALL, 2016; HAMILL, 2016; OATIS, 2014).
50
Figura 7: Regra da mão direita
51
intimamente relacionada com a tendência do corpo em continuar seu estado de
movimento circular. Por meio da equação descrita a seguir, podemos calcular o
módulo do momento angular:
𝐿 = 𝑟 .𝑄 (3)
𝐿 = 𝑟 .𝑚 .𝑣 (4)
52
ângulo de tração interfere diretamente na quantidade de força muscular necessária
para gerar o movimento articular, a relação entre os dois surge a partir do
envolvimento de seus três componentes. O rotatório ou vertical atua no sentido
perpendicular ao eixo longo do osso e da alavanca. Assim, quando a linha de força
muscular está a 90° em relação ao osso ao qual está ligada, ela é constituída pela
força rotativa, podendo-se afirmar que 100% dela contribui para esse movimento de
girar a alavanca ao redor do próprio eixo - quanto mais próximo de 90º o ângulo de
tração estiver, maior será esse componente, conforme descreve Reda et al. (2018).
E de acordo com Floyd (2016) é importante entender que em análises do
movimento humano, além dos graus do ângulo de tração, temos o rotatório, bem
como outros dois componentes de força. Desta maneira, o autor destaca que o não
rotatório ou horizontal se apresenta como o componente estabilizador ou
deslocador, dependendo de o ângulo estar acima ou abaixo de 90°. E se ele estiver
abaixo de 90°, a força é estabilizadora, pois sua tração direciona o osso para o eixo
articular, aumentando as forças compressivas no interior da articulação para criar
sua estabilidade. Porém, caso o ângulo esteja acima de 90°, ela se torna
deslocadora, porque sua tração promove o afastamento do osso em relação ao eixo
articular, o que aumenta as forças articulares distrativas e diminui as compressivas,
elevando a tensão sobre os elementos articulares, como a cápsula e os ligamentos
(FLOYD, 2016), como pode ser observado na Figura 8, em um movimento comumente
praticado por ginastas, de giro na barra transversa, o qual exige bastante das
articulações do cíngulo escapular, sobretudo.
53
3.4 RELAÇÃO ENTRE MOVIMENTO LINEAR E ANGULAR
𝑠 = 𝑟𝑓 (5)
54
Quando o raio de rotação (expresso em metros) é multiplicado pela
distância angular em radianos, o resultado é a distância linear em
metros. Nesse caso, os radianos desaparecem do lado direito da
equação porque, como pode ser observado da definição de radiano,
ele serve como um fator de conversão entre medidas lineares e
angulares (HALL, p. 285).
Ainda de acordo com o autor, a mesma relação serve para a conversão entre
deslocamento linear e angular. Lembrando, porém, que diferentemente da
distância, medida ao longo da trajetória, o deslocamento linear é medido em uma
linha reta entre o ponto inicial e o ponto final. Quando o valor de φ é muito baixo,
próximo de zero, o deslocamento linear tangencial é muito pequeno e se aproxima
de uma linha reta. Usando a letra grega delta (Δ) para representar “mudança em”,
a fórmula que relaciona deslocamento linear e angular é a seguinte:
𝛥𝑠 = 𝑟 𝛥𝜑 (6)
Essa fórmula pode ser resolvida com cálculo. A relação também pode ser
aproximada usando-se a mesma fórmula para conversão de distância linear e
angular, conforme destaca Hall (2016, p. 285).
E em relação à velocidade, Hall (2016) e McGinnis (2015) destacam que existe
um mesmo tipo de relação entre a velocidade angular de um corpo em rotação e
a velocidade linear de um ponto desse corpo em determinado instante no tempo,
cuja fórmula é a seguinte:
𝑣 = 𝑟𝜔 (7)
55
Em adição temos o componente direcionado ao longo da trajetória do
movimento angular, recebe seu nome a partir do termo tangente. Uma tangente é
uma linha que toca, mas não atravessa, uma curva em um único ponto. O
componente tangencial, conhecido como aceleração tangencial, representa a
variação na rapidez linear para um corpo que percorre uma trajetória curva. A
fórmula da aceleração tangencial é a seguinte:
(8)
56
diferencial para uma análise mais eficaz do movimento.
57
1. Os movimentos podem ser classificados como lineares e/ou angulares. Embora a
quando executados pelo corpo humano, a grande maioria é considerada
“angular”, ou ainda combinado, uma junção de ambos, linear e angular.
a) Velocidade angular: radianos por segundo, graus por segundo ou ainda outra
unidade de velocidade angular pelo tempo.
b) Velocidade angular: radianos por segundo, graus por segundo e rotações por
minuto.
c) Velocidade angular: radianos por segundo, graus por segundo, rotações por
minuto, metros por segundo, quilômetros por hora e milhas por hora.
58
d) Velocidade angular: metros por segundo, quilômetros por hora e milhas por hora.
e) Velocidade angular: metros por segundo, quilômetros por hora e milhas por hora.
a) 2250 Km/h.
b) 1650 Km/h.
c) 1300 Km/h.
d) 980 Km/h.
e) 460 Km/h.
a) -180º
b) 0º
c) -120°
d) +120°
e) +180º
59
instantâneos.
60
em que ocorre essa variação de velocidade (Dt).
a) F – V – V – F.
b) V – F – F – V.
c) V – V – F – F.
d) F – V – V – V.
e) F – V – F – F.
61
Analise as assertivas a seguir, marque verdadeiro (V) ou falso (F) para as sentenças
e depois encontre a alternativa com a sequência correta.
( ) A amplitude dos movimentos ativo e passivo pode ser medida com o auxílio de
um goniômetro, que possui nível satisfatório de confiabilidade intraobservadores.
( ) A American Medical Association (AMA) recomenda que o registro da amplitude
de movimento seja feito com base na posição neutra de uma articulação.
( ) O goniômetro é um instrumento largamente usado no diagnóstico fisioterapêutico
para medir a amplitude de movimento articular.
( ) O goniômetro é um instrumento de medição ou de verificação de medidas
lineares e/ou curvilíneas, dependendo da articulação.
a) V – V – V – F.
b) F – F – V – V.
c) V – F – V – F.
d) F – V – V – F.
e) F – F – F – V.
62
CINÉTICA LINEAR UNIDADE
4.1 INTRODUÇÃO 04
A cinética linear é o ramo da Biomecânica responsável em investigar as
causas das mudanças na velocidade linear e, diferentemente da cinemática, o
objetivo da cinética é investigar como essas forças externas ou internas podem
influenciar o movimento, em geral. Dentre os principais conteúdos que devemos
entender e que podem justificar essas mudanças, estão as Leis de Newton, conforme
descreve Watkins (2014).
As leis de Newton são melhores observadas, tendo em vista que, o corpo
humano pode gerar forças, neste caso, as internas; bem como resistir às ações das
forças externas durante a realização dos movimentos, deixando clara a importância
de considerar-se as Leis de Newton para a investigação desses aspectos. A cinética,
conforme apresentado em capítulos anteriores, permite compreender como as
forças musculares e articulares, conhecidas como forças internas atuam no sistema,
para que o movimento ocorra e ainda, as forças externas envolvidas de forma direta
para a realização do movimento ou mesmo manter um corpo na posição estática.
Em análises biomecânicas, compreender as ações conhecidas como estáticas e
dinâmicas é essencial para a análise do movimento em si. Neste sentido, as Leis de
Newton aparecem novamente como base fundamental para que o movimento seja
analisado de forma assertiva, mediante conceitos considerados cientificamente
validados. Neste sentido, as causas e os efeitos devem ser considerados, pois o
movimento deve ser compreendido de forma integral, o que provém ferramentas
suficientes para que o treinamento seja otimizado. E neste caso, é importante que o
profissional de Educação Física/treinador foque o programa de treinamento não
apenas na performance, mas também na prevenção de lesões, cujo conhecimento
acerca dos aspectos que cerceiam o movimento humano, em geral, permanecem
escassos. Enfim, Hamill et al. (2016) descrevem a importância de considerarmos as
diferentes forças empregadas para a produção de um movimento, bem como
parar, acelerar ou mesmo mudar a direção do objeto e/ou do corpo no espaço. É
importante considerar-se os diferentes elementos que tendem a influenciar e atuar
63
diretamente sobre o movimento humano, dos quais destacam-se: o peso corporal,
o atrito e ainda as resistências, do ar e/ou da água.
64
Figura 10: Sistemas de forças concorrentes
65
Figura 11: Resultantes de forças que atuam no músculo deltoide (porção clavicular)
66
Figura 12: Resultante de forças diferentes dirige-se para a de maior força (magnitude)
67
é buscar manter-se em equilíbrio estático. McGinnis (2015) descreve que um
importante fator que incidirá sobre a manutenção ou não deste equilíbrio depende
basicamente das forças externas (manipulação). É importante lembrar que as ações
das forças externas são fundamentais para a manutenção do equilíbrio, tendo em
vista que o corpo precisa vencer a todo momento o estado constante de
“desequilíbrio”, como por exemplo, no controle postural ou em movimentos que
demandam precisão em sua execução.
A análise biomecânica do movimento humano depende das diferentes forças
que atuam sobre um determinado corpo e, para tal, a compreensão das forças
resultantes, de seus componentes de força, bem como da decomposição destas
permitirá ao avaliador compreender de forma mais completa como o corpo/objeto
consegue manter-se em equilíbrio. E ainda, de acordo com o autor, a maioria das
forças que ocorre dentro do corpo ou sobre ele é aplicada em ângulos em relação
ao segmento em vez de em um sistema paralelo (MCGINNIS, 2015).
Neste sentido, surge a resolução de forças, sistema que pode auxiliar a
entender melhor esses tipos de aplicações, dividindo-a em suas duas forças
componentes. Podemos usar essa resolução para visualizar o efeito dessas forças
angulares sobre o corpo, determinar o torque produzido por elas e, ainda, calcular a
magnitude das forças musculares e articulares desconhecidas. Todo esse processo
pode ser explicado através do princípio matemático de qualquer número, o qual
pode ser representado por dois ou mais números diferentes (7 pode ser representado
por 6 + 1 ou 5 + 2, por exemplo). Como um vetor de força é um número, podemos
estender esse princípio para dizer que qualquer vetor pode ser representado por dois
ou mais vetores. A resolução de um vetor de força, portanto, é a divisão de um vetor
em dois ou mais vetores componentes, os quais são as forças cujas magnitudes e
direções combinadas produzem um único vetor conhecido como vetor resultante
(HOUGLUM e BERTOTI, 2014).
Para entender os componentes de força, vamos classificar os diferentes tipos
de força e, em seguida, a composição e a decomposição de forças.
No que tange aos movimentos corporais, o indivíduo está exposto a mais de
uma força, conforme mostrado nesta Unidade. Portanto, em análises biomecânicas,
considerar a decomposição das forças (somatório das forças) que atuam sobre um
corpo seria a maneira mais confiável de quantificar quais e como essas forças,
internas e/ou externas atuam sobre o corpo. Em adição, Houglum e Bertoti (2014)
68
trazem o conceito de força líquida, que para alguns autores pode ser entendida
como “força resultante”, e para esses autores trata-se de uma força conhecida
como “líquida”, obtida a partir da soma de todas as forças externas que atuam sobre
o objeto, sendo que esta soma não é algébrica e, sim, vetorial.
Lippert (2018) e McGinnis (2015) destacam a importância da adição dos
vetores para o cálculo das forças atuantes sobre o corpo, em particular a resultante,
e evidencia a adição de vetores como forças deve ser feita considerando-se não
apenas a soma dos números que representam seus tamanhos, bem como as direções
que essas forças atuam.
Figura 13: Um ginasta pendurado em uma barra na horizontal, que representa o diagrama
de corpo livre e mostra as forças externas que atuam sobre esse ginasta.
69
Inicialmente, as forças aplicadas podem ser associadas a uma única resultante e,
depois, esta resultante pode ser decomposta nos componentes horizontal e vertical.
A decomposição das forças pode ser feita também a partir de uma outra
perspectiva, em que os componentes horizontal e vertical passam a ser
considerados, de maneira separada, e determinam os vetores resultantes nas
direções horizontal e vertical, elementos estes que devem ser considerados.
70
Figura 14: As forças que atuam sobre um arremessador de peso
71
triângulo retângulo.
McGinnis (2015) descreve a decomposição de forças como algo que torna
mais fácil a compreensão das forças que atuam sobre um corpo, incluindo suas
diferentes variáveis, que interferem de forma evidente nessa ação. De fato, os
componentes permitem que as forças horizontais sejam algebricamente somadas, o
que permite determinar a resultante horizontal e, ainda, as verticais, as quais
permitem determinar a resultante vertical, adotando-se o mesmo princípio da adição
vetorial.
Hall (2016) define força como o resultado da interação entre dois corpos
físicos, que atuam em contato direto uns com os outros, a qual deve ser sempre
proporcional à aceleração empregada. Ainda de acordo com a autora, a força é
um elemento essencial, sendo esta considerada uma derivada do impulso em
relação ao tempo.
O conceito de força pode ser definido em física como a compreensão
prática de que, todo agente que é capaz de alterar o estado de movimento ou
repouso de um corpo, e de acordo com Neumann (2018) consegue imprimir uma
aceleração que seja a favor ou contrária ao movimento. Destaca-se ainda, que
essas forças são expressas a partir de uma combinação da magnitude e da taxa de
mudança da direção.
A partir das ideias estabelecidas por Newton, em sua 2ª Lei - Princípio
Fundamental da Dinâmica, podemos entender de forma clara a força que atua
sobre um determinado corpo ou objeto no espaço, fazendo com este atinja uma
aceleração determinada, tendo em vista sua massa e a força empregada durante
o movimento. O cálculo matemático que representa essa Lei é dado a partir dos
seguintes componentes: a força, a massa e a aceleração. Neste caso, a quantidade
de uma força (F) pode ser medida pelo produto da massa (m) que recebe impulso
ou tração, multiplicado pela aceleração (a) da massa, representada pela seguinte
fórmula matemática:
[𝐹 = 𝑚. 𝑎]. 9
72
Dada uma massa constante, uma força é diretamente proporcional à
aceleração dessa massa: a medida da força produz a aceleração do corpo e vice-
versa. Ainda de acordo com o autor, a força total é zero quando a aceleração da
massa é zero.
Nota-se que o padrão internacional de unidade de força é o Newton (N):
1 𝑁 = 1 𝑘𝑔 𝑥 1 𝑚/𝑠𝑒𝑐2. 10
E em relação aos tipos de forças, McGinnis (2015) descreve que podem ser
categorizadas em internas e externas, conforme você verá a seguir:
As forças internas atuam dentro do objeto ou sistema. As forças internas
podem ser compreendidas, por exemplo, como a ação e a reação, as quais atuam
em partes diferentes do sistema (ou corpo) conforme descreve Hall (2016). E, ainda,
um aspecto importante em relação às forças internas, destacado por McGinnis
(2015), é que essas forças têm a capacidade de alterar o segmento corporal em que
73
atuam de maneira direta, por outro lado, essas forças por atuarem em oposição, não
são capazes de interferir no movimento do corpo como um todo.
As forças internas que atuam sobre um determinado corpo podem ser vistas
na Figura 16. Neste caso, podemos observar o atleta executando o arremesso, e as
forças que atuam, previamente, ao lançamento do peso.
Figura 16: Forças que atuam sobre o arremessador durante o lançamento de peso
74
Enfim, as forças internas podem ser importantes no estudo da biomecânica do
esporte e exercício, sobretudo, quando o foco da análise é direcionado a investigar
a natureza e/ou a causa das mais diversas lesões. Por outro lado, entender as forças
externas, como responsáveis em produzir qualquer mudança no movimento do
centro de massa do corpo torna-se fundamental, e complementa o entendimento
das forças que atuam sobre o corpo, conforme descreve McGinnis (2015).
As forças externas atuam em um objeto como resultado de sua interação com
o ambiente. De acordo com McGinnis (2015) tratam-se de forças, as quais podem ser
classificadas em dois tipos: de contato e não contato. Grande parte das forças é
considerada de contato e ocorre, principalmente, quando há de fato um “contato”
entre um objeto e outro corpo, como por exemplo as FRS (forças de reação do solo),
que representam o contato dos pés no solo. Por outro lado, forças de não contato,
como o próprio nome já diz, ocorrem sem a necessidade de contato entre o objeto
e o corpo, como ocorre por exemplo, na atração gravitacional da Terra. Em adição,
McGinnis (2015) e Hall (2016) destacam que no esporte e no exercício, a única força
de não contato com que se deve preocupar é a da gravidade que, quando atua
sobre um objeto, é definida como o peso do objeto.
Merecem destaque as forças de contato:
Nos esportes, a corrida pode ser considerada uma das principais modalidades
que utiliza as forças de contato. E de acordo com McGinnis (2015) a combinação
dos movimentos da corrida (ciclos e/ou fases) mostra uma alteração da aceleração
do corpo, a qual deve ser constante, e o corpo assume uma posição do CM para
frente e para cima durante uma passada de corrida, por exemplo. O autor destaca
que esta maneira seria considerada a ideal, em termos de eficiência energética,
propulsão e técnica, precisa que o corpo esteja em contato (pé) com o solo,
empurrando-o para trás e para baixo.
Uma outra componente da força de contato que deve ser considerada é a
força de atrito (Figura 17). Trata-se de uma força determinada a partir de uma linha
de ação que ocorre paralela às duas superfícies em contato (ex: na corrida, o pé e
o solo) e se opõe ao movimento ou deslizamento que ocorre entre as superfícies. E
75
no caso específico da corrida, a força de atrito é a componente da força que atua
para frente no corredor e para trás no solo.
76
4.4 LEIS DE MOVIMENTO DE NEWTON
77
nestas análises. As Leis de Newton são conhecidas como: inércia, aceleração e
ação-reação.
A primeira lei, ou lei da inércia, descreve o estado de movimento ou repouso
de um corpo no espaço. Um corpo em repouso, tende a continuar em repouso, bem
como, um corpo em movimento, tende a continuar em movimento (MCGINNIS,
2015) dependendo da força que sobre eles é aplicada. Sendo que neste caso, é
preciso que haja uma força extra para superar a inércia de um corpo e fazer com
que ele se mova, pare ou mude de direção.
Na prática, um exemplo interessante: “um patinador deslizando sobre o gelo
continuará deslizando com a mesma rapidez e na mesma direção, a menos que
uma força externa atue sobre ele” (HALL, 2016, p. 296). No caso do exemplo
apresentado, deve-se considerar o atrito e a resistência do ar como sendo as
principais forças presentes, e que atuam na desaceleração necessária dos
patinadores, para que o movimento seja executado de forma controlada.
E complementando, a segunda lei, conhecida como lei da aceleração, é
aquela que trata da relação aceleração-força, em que a magnitude da aceleração
empregada em um corpo/objeto depende da intensidade da força aplicada.
McGinnis (2015) descreve que a aceleração pode ser definida como qualquer
variação na velocidade de um corpo, e causa a mudança de direção do
corpo/objeto no espaço. A força empregada é essencial para que essa aceleração
seja suficiente a causar tal mudança do corpo/objeto, conforme descreve Hall
(2016).
Atrelada à segunda lei, temos um outro importante elemento, a massa de um
corpo, considerada a quantidade total da matéria de um corpo. E neste caso, é
importante compreender a aceleração sendo inversamente proporcional à massa
de um corpo. Se a mesma força for aplicada a dois corpos de diferentes massas a
aceleração do corpo de maior massa será menor do que o corpo de menor massa.
78
bloqueado por um jogador adversário, constata-se que a velocidade do jogador
de defesa após o contato é uma função da direção original do jogador, da rapidez,
da direção e da magnitude da força exercida pelo jogador adversário, e esses
fatores devem ser considerados ao calcular-se a força exercida no momento da
ação analisada.
E finalmente, temos a terceira lei de Newton, conhecida como lei da ação e
reação e que, de acordo com McGinnis (2015), está associada à força de ação
quando aplicada sofrerá uma reação contrária a esta força, de mesmo módulo e
direção, porém em sentido contrário. A intensidade da reação é sempre igual à
intensidade da ação exercida por um corpo sobre o outro, e ocorre sempre no
sentido oposto ao primeiro corpo. E Hall (2016) traz um exemplo prático acerca desta
lei, em que uma pessoa ao se apoiar contra uma parede, a parede “empurra” a
mão de volta com uma força que é igual e oposta à força exercida pela mão sobre
a parede. Neste sentido, a autora destaca que quanto mais forte a mão empurra a
parede, maior é a pressão sentida sobre a superfície da mão que faz contato com
a parede.
Em biomecânica, a força de reação do solo pode ser considerada a
representação clássica da terceira lei de Newton, e a análise do ciclo da marcha
humana, o exemplo mais bem empregado para descrever tal lei.
79
Hall (2016) destaca ainda a lei da gravidade, como uma das contribuições
mais significativas à revolução científica, sendo considerada por muitos o marco do
início da ciência moderna. De acordo com Hall (2016, p. 298) “Todos os corpos são
atraídos uns pelos outros com uma força proporcional ao produto de suas massas e
inversamente proporcional ao quadrado da distância entre eles”. Neste sentido,
temos a representação algébrica desta lei estabelecida da seguinte maneira:
𝐹𝑔 = 𝐺 [𝑚1𝑚2] / 𝑑2 11
80
FIXANDO CONTEÚDO
1. (CPCON 2019) As forças estudadas incluem tanto forças internas, produzidas pelos
músculos, quanto forças externas, que atuam sobre o corpo. Para os treinadores,
as avaliações biomecânicas são de extrema importância para a interpretação
do “problema” e direcionamento treinamento. As análises do movimento
humano podem ser enquadradas dentro de dois grandes blocos de avaliação.
a) Qualitativa, pois implica que números não estão envolvidos; e quantitativa, pois
diz respeito à descrição da quantidade, sem uso de números.
b) Qualitativa, pois implica que números estejam envolvidos; e quantitativa, pois diz
respeito à descrição da qualidade, com o uso de números.
c) Qualitativa, pois implica que números não estejam envolvidos; e quantitativa, pois
diz respeito à descrição exclusiva da qualidade.
d) Quantitativa, pois implica que números estejam envolvidos; e qualitativa, pois diz
respeito à descrição da qualidade, sem o uso de números.
e) Somente qualitativa, porque não implica que números estejam envolvidos.
I. A versão angular da primeira lei diz que um corpo em rotação manterá um estado
de movimento rotacional constante a menos que sofra a ação de um torque
externo. Ao contrário de sua contraparte linear (a massa), o momento de inércia
de um corpo não depende apenas da massa do objeto, mas também da
distribuição da massa com relação ao eixo de rotação.
II. A segunda lei na sua versão angular diz que um torque externo produzirá a
aceleração angular de um corpo que seja proporcional ao torque e esteja na
direção dele, e que seja inversamente proporcional ao momento de inércia do
81
corpo. Desse modo, quanto maior o momento de inércia em relação ao eixo de
rotação, menor é a aceleração angular resultante.
III. A terceira lei expressa na forma angular mostra que para cada torque exercido
por um corpo sobre outro, há um torque parecido e oposto exercido pelo
segundo corpo sobre o primeiro. Os torques não são iguais porque dependerão
da magnitude do torque do segundo corpo sobre o primeiro, além do grau de
dureza dos materiais em contato um com o outro.
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
a) 144.
b) 192.
c) 240.
d) 288.
e) 380.
82
III. Momento linear é o produto da massa de um objeto pela sua velocidade linear.
5. (ADAPTADA - ITAME 2019) Quando uma pessoa empurra um caixa com uma
força F, podemos dizer que esta é uma força de ação, mas conforme a ______ lei
de ___________, sempre que isso ocorre há uma outra força com módulo e direção
iguais, e sentido oposto à força de ação, esta é chamada força de reação.
a) 3ª - lei de Newton.
b) 1ª - lei de Ohm.
c) 2ª - lei de Newton.
d) 2ª - lei de Ohm.
e) 1ª - lei de Newton.
a) Forças de contato resultam do contato físico entre dois corpos, como por
exemplo, uma bola de beisebol sendo rebatida pelo taco. Forças de atração
tendem a fazer com que os objetos se movam um na direção do outro, estando
os objetos em contato ou não, como por exemplo, o magnetismo do ferro.
b) Forças de contato resultam do contato físico entre dois corpos, como por
exemplo, o magnetismo do ferro. Forças de atração tendem a fazer com que os
objetos se movam um na direção do outro, estando os objetos em contato ou
não, como por exemplo, uma bola de beisebol sendo rebatida pelo taco.
c) Forças de contato resultam de um eventual contato físico entre dois objetos,
como por exemplo, uma bola sendo chutada por um pé. Forças de atração
tendem a fazer com que os objetos se movam um na direção do outro,
83
obrigatoriamente, sem contato físico, como por exemplo, o magnetismo do ferro.
d) Forças de contato resultam da tendência de movimento que um objeto possa
exercer sobe outro, como por exemplo, uma bola sendo chutada por um pé.
Forças de atração são resultado do contato físico entre dois corpos, como por
exemplo, a gravidade da Terra.
e) Forças de contato resultam do contato físico entre dois ou mais corpos, como por
exemplo, uma bola sendo chutada por um pé e, em seguida, pelo outro. Forças
de atração tendem a fazer com que os objetos se movam um na direção do
outro, obrigatoriamente, sem contato físico, como por exemplo, o magnetismo do
ferro.
7. (ENEM 2013) Uma pessoa necessita da força de atrito em seus pés para se
deslocar sobre uma superfície. Logo, uma pessoa que sobe uma rampa em linha
reta será auxiliada pela força de atrito exercida pelo chão em seus pés.
84
b) Ponto de Aplicação; Direção e Intensidade.
c) Sentido; Padrão e Intensidade.
d) Ponto de Aplicação; Ponto “Gatilho” e Sentido.
e) Ponto Fixo; Ponto Fulcro e Ponto de Aplicação.
85
CINÉTICA ANGULAR UNIDADE
5.1 INTRODUÇÃO 05
Trata-se de uma área de investigação que se ocupa de analisar a quantidade
de movimento angular de um corpo. A cinética angular, representada pelo
momento angular do corpo, depende do momento de inércia e da velocidade
angular aplicados sobre esse corpo.
McGinnis (2015) menciona que o estudo da cinética angular permite
entender aspectos que tratam da rotação, do giro em torno de um eixo ou
dependendo do movimento executado ao redor de diferentes eixos de rotação,
como por exemplo, uma patinadora, em que a quantidade de movimento angular
do corpo depende do momento de inércia e da velocidade angular, com
movimentos de giro/rotação em torno do próprio eixo.
Ainda de acordo com McGinnis (2015) quando a força peso atua no centro
de gravidade da pessoa, tende a não produzir torque e, portanto, seu momento
angular não é alterado. Os torques são originados pelas forças de impulso, as
mesmas que vão introduzir ou alterar o momento angular do corpo. Caso não seja
aplicada a força de impulso, o corpo mantém seu estado de rotação, ou seja,
conserva seu momento angular, conforme descreve Hall (2016).
O momento angular depende em grande parte da distribuição da massa ao
redor do eixo de rotação e, ainda, da velocidade angular adquirida. De fato, ele se
conserva e não varia à medida que o torque total no corpo devido às ações
externas seja igual a zero. Houglum e Bertoti (2014) destacam que, não havendo
torques externos que atuem nesse corpo que não está girando/rodando, de fato,
não haverá momento angular significativo (manter-se-á igual a zero) e sem
girar/rotacionar ao redor do eixo.
86
5.2 TORQUE, CENTRO DE MASSA E DE GRAVIDADE
5.2.1 TORQUE
87
a zero, podemos considerar esse corpo em um estado de equilíbrio rotacional. Neste
sentido, o torque também pode corresponder à magnitude da força necessária para
que uma contração muscular promova o movimento de rotação articular, conforme
descrevem Hamill et al. (2016).
Vale ressaltar que o corpo humano “se move por uma série de rotações de
seus segmentos, neste sentido, a quantidade de torque que um músculo desenvolve
é uma medida muito proveitosa de seu efeito” (SÁ, PEDRÍLIO e BUSNARDO, 2013, p.7).
De acordo com McGinnis (2015), o torque é fundamental no estudo dos
movimentos de rotação, pois fornece o segundo critério do equilíbrio (o primeiro
critério está baseado na 1° lei de Newton) no equilíbrio, o torque resultante é nulo. “A
magnitude de um torque está claramente relacionada à magnitude da força que o
está gerando, mas um fator adicional é a direção da força em relação à posição do
ponto central” (SÁ, PEDRÍLIO e BUSNARDO, 2013, p.7).
Esses autores destacam importantes aspectos que devem ser considerados na
análise do torque, dentre os quais: os fisiológicos, definidos pela quantidade de fibras
musculares e unidades motoras envolvidas na ação, além do tipo de fibra muscular.
E ainda, os biomecânicos, os quais estão atrelados, sobretudo, ao ângulo das fibras
musculares envolvidas, bem como o braço de alavanca, o braço de momento e o
de resistência.
De fato, o torque é uma grandeza vetorial e por termos condicionais
abordaremos os vetores, mas utilizando uma convenção de sinais que possibilitará
realizar somas algébricas quando vários torques em um dado corpo forem
considerados. Em relação ao momento de força, Hewitt (2002) considera positivo (+)
quando esse momento de força leva à rotação do corpo no sentido anti-horário e
negativo (–) quando leva à rotação no sentido horário. Ainda de acordo com o
autor, o módulo do torque é escalar (Figura 18). Portanto, o efeito de rotação
depende da intensidade da força F e da distância d⊥ (perpendicular) ao eixo de
rotação. O torque é calculado efetuando o produto da intensidade da força F pela
distância (d⊥) desde a linha de ação da forca até o eixo de rotação (HEWITT, 2002).
88
Figura 18: O torque é representado pelo vetor τ ⃗, e este encontra-se perpendicular ao plano
definido pelos outros dois vetores r ⃗ e F ⃗.
Para tal, a regra da mão direita surge como excelente mecanismo para
identificar a direção do torque aplicado, o sentido da força e, consequentemente,
o torque. Caso o torque seja no sentido positivo do eixo 0z, o giro será no sentido anti-
horário (olhando contra o eixo z positivo) caso contrário, o giro será no sentido horário.
A linha de ação, ou reta suporte, é a linha imaginária que determina a direção
do vetor força. À distância d⊥ dá-se o nome de braço da força (Figura 19). O
segmento de reta que define o braço da força é perpendicular à linha de ação da
força aplicada e passa pelo eixo de rotação. O módulo do torque é dado por: MF =
Fd⊥. A unidade de medida no Sistema Internacional (SI) é N.m.
89
Uma outra forma de caracterizar o torque é pelo sentido de “giro” que ele
produz em relação ao eixo de rotação (que, neste caso, é o eixo 0z). Lippert (2018)
sugere o uso da regra da mão direita, conforme apresentado na Figura 18.
Podemos exemplificar a utilidade do torque quando se usa uma alavanca
para levantar um corpo pesado do chão, no qual seria improvável carregar, mesmo
que se utilizasse toda a força braçal. É também dela que se vale uma criança, numa
gangorra, para levantar um adulto, sentado na outra ponta. Distanciar o ponto de
aplicação da força nos leva a usar uma força menor. Nenhum torque é produzido,
se a força está direcionada exatamente no eixo de rotação. Embora isso não seja
possível, quando se trata de músculos, isso chega muito perto de acontecer (LIPPERT,
2018).
Um exemplo interessante é a contração do bíceps branquial em extensão total
ou parcial do cotovelo, que produz um torque muito pequeno. Em adição, à medida
que o ângulo articular passa de 90° e se aproxima de 180°, o braço do momento
diminui e a força de deslocamento aumenta. Ainda de acordo com Lippert (2018),
esse momento ocorre devido à distância perpendicular entre o eixo da articulação
e a linha de tração é muito pequena, e a força gerada pelo musculo é uma força
estabilizadora, em que quase toda a força gerada é direcionada de volta para a
articulação, aproximando os dois ossos. Porém, quando o ângulo de tração é 90°, a
distância perpendicular entre o eixo da articulação e a linha de tração é bem maior,
sendo que a força gerada pelo músculo é uma força angular, em que a maior parte
da força gerada é rotatória e não estabilizadora da articulação, conforme mostra a
Figura a seguir.
90
Figura 20: Efeito do braço de momento sobre o torque
O braço de momento e a força angular são máximos a 90°
91
(BR), que é a distância entre a articulação e a aplicação da resistência, conforme
descreve esse mesmo autor.
Na prática, temos um exemplo voltado ao treinamento de resistência (com
pesos), no exercício rosca bíceps (flexão de cotovelos), o braço de resistência seria
a distância entre o cotovelo e as mãos, exatamente no meio do centro de gravidade
dos halteres, o que deve ser pensando sempre quando um membro corporal estiver
paralelo ao solo, o BR será maior e, consequentemente, maior a produção do torque
para que o segmento consiga “vencer” essa resistência. Campos (2000) destaca a
gravidade como um importante elemento que age sempre verticalmente, para
baixo, posição perpendicular ao braço da alavanca, e influencia a resistência a ser
superada pelo indivíduo, juntamente com a carga imposta. No caso desse exemplo,
o ponto de maior dificuldade do movimento é quando o cotovelo atinge 90º de
flexão, logo, a distância entre o eixo (articulação) e o ponto de aplicação da força
(inserção muscular), conhecido como braço de força (BF), atua de maneira a traçar
uma linha imaginária, perpendicular ao vetor força, a qual intersecta o eixo da
articulação (CAMPOS, 2000).
Figura 21: O movimento de flexão de cotovelo, num ângulo de 90º, mostra a rotação
articular em torno do eixo, e o braço de momento de força
92
halteres exercem um torque externo no sentido da ação da gravidade
e o músculo bíceps exerce o torque interno na direção oposta. Os
fatores que fazem o braço girar em sentido a extensão são o peso dos
halteres (na mão) e a sua distância do eixo, o braço de resistência
(CAMPOS, 2000, p. 27).
O centro de massa (CM) pode ser definido como uma posição qualquer
relativa a um objeto ou sistema de objetos.
93
É a posição média de todas as partes do sistema, ponderada de
acordo com a massa de cada objeto. Em geral o CM pode ser
encontrado por adição vetorial dos vetores de posição ponderada
que apontem para o centro de massa de cada objeto em um sistema.
No corpo humano o centro de gravidade (CG) coincide com o de
massa. O CM é o lugar geométrico de massas e, portanto,
independentemente de qualquer campo gravitacional, enquanto
que, o centro gravitacional é o ponto de aplicação de vetor que
representa o peso do corpo (MOCHIZUKI; AMADIO, 2003, p. 8).
94
Figura 22: O CG representado na figura em três condições diferentes de equilíbrio, em que o
CG é modificado em relação a sua condição inicial
95
5.3 SISTEMA DE ALAVANCAS DO CORPO HUMANO
96
Em uma alavanca, para haver equilíbrio entre a potência e a
resistência, é necessário que o produto da intensidade da potência
pelo braço de potência seja igual ao produto da intensidade da
resistência pelo braço da resistência. Para que uma alavanca se
encontre em equilíbrio estático, três condições devem ser atendidas:
1ª) que a soma de todas as forças verticais (ou componentes de força)
que atuam sobre o corpo sejam iguais a zero; 2ª) que a soma de todas
as forças horizontais (ou componentes de força) que atuam sobre o
corpo também sejam iguais a zero; 3ª) que a soma de todos os
torques, idem às condições anteriores, também sejam iguais a zero
(Adaptado de LIPPERT, p. 36, 2018).
Floyd (2016) descreve um aspecto, que pode ser considerado um dos mais
importantes, no que tange à ação prática do sistema de alavancas, que são as suas
funções e, de acordo com o autor, essas podem ser divididas em três classes:
a) Alavanca Interfixa ou alavancas de primeira classe: O Ponto de Apoio (Fulcro) está
localizado entre a Força Potente e a Força Resistente.
b) Alavanca Inter-resistentes ou alavancas de segunda classe: A Força Resistente
97
caso, as bioalavancas sejam identificadas e trabalhadas de forma correta pelo
profissional de educação física, em programas de treinamento, por exemplo.
As figuras a seguir trazem um exemplo de cada um dos três tipos de alavanca
no corpo humano. A Figura 23 traz a alavanca de 1ª classe, conhecida como
interfixa, pois o ponto fixo está localizado entre o braço de potência e o de
resistência, conforme pode ser observado nos movimentos a seguir:
98
Na figura 25 é possível analisar a situação das alavancas produzidas de
terceira classe, conhecida como interpotentes. Nessa situação, apesar da força ter
que ser maior que a resistência, devemos lembrar que além da resistência não ser
muito grande, o que importa neste caso é a agilidade.
Fon te : F L OY D (2 01 6 )
99
resultado da relação entre o Braço de Potência e o Braço de Resistência (VM = Braço
de Potência/ Braço de Resistência), ou seja, permitindo superar uma determinada
resistência com mais facilidade e menor taxa de esforço envolvida.
Em biomecânica, os princípios da alavanca são utilizados para visualizar o
sistema mais complexo de forças que produzem movimento no corpo (HALL, 2016).
Neste sentido, devemos sempre observar os três elementos centrais de uma
alavanca, que são:
Eixo ou apoio (E): ponto de articulação, ou seja, onde ocorre o movimento dos
segmentos estudados.
Peso ou resistência (P): é a resistência externa imposta à contração muscular,
que pode ser simplesmente a ação da força da gravidade ou alguma outra
força externa.
Força que move ou mantém (F): representa a força de contração realizada
pelo músculo, e aqui, a quantidade de unidades motoras recrutadas torna-se
fator relevante, além da quantidade de fibras musculares envolvidas.
Hall (2016, p. 513) descreve o comprimento do braço de força em que este é
diretamente “proporcional à vantagem mecânica, enquanto o braço de peso é
inversamente proporcional à vantagem mecânica”. E, complementando a autora,
quando o braço de resistência é igual ao “braço do esforço, em comprimento, será
necessário um esforço de magnitude igual à da resistência para deslocá-la. Neste
caso, nenhuma vantagem é ganha, mas esse tipo de máquina é útil para medir ou
comparar pesos, como por exemplo, na balança comum” (HALL, 2016, p. 513-514).
No momento que uma alavanca gira sobre seu eixo, todos os pontos da
mesma percorrem um arco de circunferência e a distância cursada por cada ponto
é proporcional a sua distância do eixo (FLOYD, 2016; HALL, 2016). E de acordo com o
uso das alavancas temos:
Vantagem mecânica = 1 [em que a força necessária para movimentar uma
resistência é exatamente igual à resistência].
Vantagem mecânica > 1 [em que a força necessária para movimentar uma
resistência é menor do que a resistência].
Vantagem mecânica < 1 [em que a força necessária para movimentar uma
resistência é maior do que a resistência].
100
5.4 MOMENTO ANGULAR E DE INÉRCIA
12
101
A figura 26 mostra um sujeito que se prepara para executar o chute. Neste
caso, considerando-se a gravidade como a única força externa atuante, diz-se que
o momento angular será conservado e, consequentemente, a força gravitacional
que atua sobre o CG do corpo não produz torque porque d⊥ é igual a zero e, desse
modo, ela não estabelece alterações no momento angular.
Figura 26: O momento angular da perna suspensa é a soma de seu termo local, Isωs, com
seu termo remoto, mr2ωg
102
A inércia é a tendência de um corpo de resistir à aceleração, sendo que a
inércia de um corpo é diretamente proporcional à sua massa (HALL, 2016). A segunda
lei de Newton (Princípio Fundamental da Dinâmica) estabelece que quanto maior a
massa de um corpo, maior é a sua resistência à aceleração linear.
A resistência à aceleração angular também é uma função da massa de um
corpo. Quanto maior a massa, maior é a resistência à aceleração angular.
Entretanto, a facilidade ou a dificuldade relativa de iniciar ou de interromper um
movimento angular depende de um fator adicional: a distribuição da massa em
relação ao eixo de rotação, conforme descreve McGinnis (2015).
Na prática, é possível perceber a ação do momento de inércia quando, por
exemplo, em um taco de beisebol ou algum objeto semelhante evidencia-se que
quanto mais próxima a massa concentrada estiver do eixo de rotação, mais fácil será
girar um objeto. Alternativamente, quanto mais longe a massa estiver do eixo de
rotação, mais difícil será começar (ou parar) o movimento angular. A resistência à
aceleração angular depende, portanto, não só da quantidade de massa que um
objeto apresenta, mas também da distribuição dessa massa em relação ao eixo de
rotação. Neste sentido, a propriedade inercial para o movimento angular precisa,
portanto, incorporar ambos os fatores (HALL, 2016).
𝐼 = ∑𝑚𝑟2 13
103
Nessa fórmula, m é a massa da partícula e r é o raio de rotação da partícula.
104
1. Das opções abaixo, qual delas influencia significativamente no comportamento
do centro de gravidade no corpo humano?
105
angular é proporcional ao quadrado do raio de giro.
a) Apenas I e II.
b) Apenas I e III.
c) Apenas II e IV.
d) Apenas I, II e IV.
e) Apenas I, III e IV.
106
seu centro de gravidade, flexionando os joelhos e o quadril, e deixar os pés
próximos um do outro, assim ele manterá a linha da gravidade dentro de uma
base de sustentação mais ampla.
e) Quanto mais alto é o centro de gravidade e mais pesado é o atleta, mais estável
ele ficará. Ao manter o seu centro de gravidade alto, ele conseguirá se mover
mais rapidamente para fora da sua base de sustentação e, desse modo, aplicar
o golpe rapidamente, além de ter um maior equilíbrio.
107
maior equilíbrio para executar o movimento. Caso a barra ultrapasse a linha dos
pés, haverá uma perda do equilíbrio para frente.
( ) O maior torque muscular será na posição ereta, pois nessa posição a barra
estará mais próxima do quadril. Ao flexionar o quadril, haverá um aumento do
braço de alavanca da resistência e, consequentemente, uma diminuição do
torque muscular.
( ) Uma maneira de aumentar o torque muscular é realizar uma pequena flexão
do quadril. Como o torque resistivo e o torque muscular seguem uma relação
inversa, ao ter uma pequena alavanca resistiva, haverá um pequeno torque
motor ou muscular.
a) V - V - F - F.
b) V - F - F - F.
c) V - F - V - F.
d) F - F - V - V.
e) V - F - V - V.
5. (ADAPTADA – SEAP 2004) Uma máquina que opera sob o princípio de uma barra
rígida que sofre ação de forças que tendem a rodar a barra em torno de seu
ponto de apoio é chamada de alavanca. Em biomecânica, os princípios da
alavanca são usados para visualizar o sistema mais complexo de forças que
utilizam o movimento rotatório do corpo. Através dos princípios que norteiam o
sistema de alavancas, pode-se facilitar o movimento de um segmento ou
dificultá-lo.
I. As três forças da alavanca mecânica são o Eixo (ou apoio), o Peso (ou resistência)
e a Força (que o move ou mantém).
II. Em movimentos angulares ou em postura do corpo, o osso (ou segmento) é a
alavanca, cujo eixo está na articulação. A contração muscular é a força que
move ou mantém, e a resistência é o peso do segmento do corpo ou resistências
108
aplicadas.
III. A vantagem mecânica da alavanca designa a razão entre o comprimento do
braço de força e o comprimento do braço de peso.
IV. Um aumento do comprimento do braço de força ou uma diminuição no
comprimento do braço do peso (ou braço de resistência) resulta em maior
vantagem mecânica.
109
muscular promove os movimentos corporais. Sendo assim, considere que a
alavanca é um mecanismo que amplia a força e/ou a velocidade dos
movimentos corporais.
Sabendo disso, como estão as disposições dos três pontos nas alavancas interfixa
e na interpotente, respectivamente?
a) F - E - R e E - F - R.
b) E - F - R e E - F - R.
c) E - R - F e F - E - R
d) E - F - R e F - E - R.
e) F - E - R e E - R - F.
110
INSTRUMENTAÇÃO EM UNIDADE
BIOMECÂNICA
6.1 INTRODUÇÃO
06
De fato, ao analisar um movimento qualquer devemos ter em mente que
diferentes áreas do conhecimento atuam de forma integrada no sentido de
fornecer um resultado, na teoria, mais eficaz. Neste sentido, integrar áreas de
conhecimento com o objetivo de contribuir com o progresso, o desenvolvimento ou
o aprimoramento das práticas corporais, incluídos os movimentos humanos,
favorece também a relação das pessoas com a sua visão de mundo e de
pertencimento a ele. Essa correlação interdisciplinar e multiprofissional consegue
superar uma perspectiva restrita do mundo, promovendo o entendimento da
realidade apesar da sua complexidade.
Amadio e Duarte (1996) já afirmavam que cada componente curricular ou
disciplina que tem como base de investigação o movimento humano — como a
antropometria, a anatomia funcional, a neurofisiologia, a fisiologia geral, a
bioquímica, a psicologia esportiva, a medicina desportiva, o ensino do movimento
aplicado ao esporte, a sociologia, a física, a matemática e os processamentos de
sinais eletrônicos, bem como a biomecânica — devem ser considerados em um
contexto multidisciplinar e/ou multiprofissional, a fim de que seja possível
compreender o movimento de forma mais ampla.
A biomecânica analisa o movimento humano considerando as leis da física e
as características específicas do aparelho locomotor. Tais análises são feitas com
base na cinemetria, na dinamometria, na eletromiografia e na antropometria,
conforme descreve Amadio e Serrão (2011), e estas análises podem ser aplicadas
para qualquer tipo de movimento, finalidade e/ou objetivo. Dependerá do
avaliador (professor e/ou treinador) definir os parâmetros que busca investigar, o que
pretende com tal análise, enfim, é importante que em cada uma dessas análises, os
resultados sejam de fato efetivados, visando a melhoria e/ou aperfeiçoamento de
uma determinada condição.
111
6.2 CINEMETRIA, DINAMOMETRIA, ANTROPOMETRIA E ELETROMIOGRAFIA
6.2.1 Cinemetria
112
Figura 27: Marcadores reflexivos permitem a localização dos pontos
anatômicos de interesse, feitos pela câmera e computador. A imagem à esquerda
mostra os marcadores no sujeito sob condições normais de luz; e a da direita com o
ajuste da iluminação e posicionamento da(s) câmera(s) o foco está nos marcadores.
Enfim, a cinemetria é uma das técnicas que vem crescendo na área da
biomecânica e, atualmente, a quantidade de opções, que vão desde câmeras e/ou
softwares para análises, considerados de baixo custo, até os equipamentos que são
encontrados em grande parte dos laboratórios de análises, neste caso, comerciais,
cujo custo é mais elevado.
Portanto, cabe ao treinador e/ou profissional de educação física com sua
equipe, definir o método mais adequado a ser adotado visando levantar o máximo
de dados relevantes possíveis acerca de uma determinado gesto motor, que pode
ser uma simples marcha, ou ainda algo complexo, como um movimento combinado,
ou mesmo esportivo.
6.2.2 Dinamometria
113
importante destacar que além das plataformas de forças, temos os sensores de
pressão, normalmente representados por “palmilhas”, cuja função é mensurar a
pressão exercida pelos pés em torno de uma determinada área, neste caso, a
análise da pressão e/ou distribuição do peso corporal em diferentes porções do pé
(retropé, mediopé e antepé). A mensuração pode ser feita também por meio de um
tapete fino.
Figura 28: Plataforma de força para medir a Força de Reação do Solo (FRS)
6.2.3 Antropometria
114
fracionar a massa corporal total, cujo resultado mostra a densidade corporal do
indivíduo e que objetiva mensurar o porcentual das massas magra e gorda em
atletas (MANSOUR et al., 2018).
6.2.4 Eletromiografia
115
musculares, dentre os quais: quadríceps, flexores do quadril, abdome, glúteos,
panturrilhas (PERRY, 2005; MCGINNIS, 2015; ROSE e GAMBLE,1993).
A marcha pode ser definida como uma sequência repetitiva de movimentos
dos membros inferiores que, em sincronia, se movem a fim de projetar o corpo para
frente, neste caso o CM dos segmentos e, consequentemente, o corpo todo,
enquanto simultaneamente deve manter a estabilidade no apoio em um ciclo
contínuo. Percebe-se que na marcha, assim como na corrida, enquanto um dos
membros atua como uma espécie de suporte móvel, em contato com o solo, o
membro contralateral “avança no ar”, equivalente à fase de balanço, o que
evidencia que em uma marcha humana normal, os membros invertem os seus
respectivos papéis a cada passo, atuando ora como apoio, ora como balanço
(PERRY, 2005; MCGINNIS, 2015; ROSE e GAMBLE, 1993; ZATSIORSKY, 1998).
116
anterior da tíbia, ponto no qual o peso corporal se move centralmente sobre o pé.
1.4 Fase de saída do calcanhar ou de apoio terminal, em que o corpo
continua em seu “momentum” para frente. E aqui, observa-se de forma clara o
calcanhar sendo elevado do solo, visando à preparação para o próximo passo,
sendo que o calcâneo em apoio passa de uma posição mediopé para antepé.
1.5 Fase de propulsão (pré-balanço), é o componente final da fase de apoio,
sendo que nesse período de tempo o membro permanece no ar. Vale ressaltar que
essa subfase corresponde a 40% do ciclo total da marcha.
A outra fase que deve ser considerada no estudo do ciclo da marcha, é a
Fase de Balanço, que pode ser dividida em três subfases:
1Fase de balanço inicial (aceleração), em que o pé deixa o chão e se move,
anteriormente, de uma posição ligeiramente posterior ao corpo para uma posição
abaixo do corpo. Para que ocorra a aceleração do corpo à frente é necessário que
o joelho se flexione com uma leve dorsiflexão do tornozelo.
2 Fase de balanço médio definida quando o membro está sob o corpo.
3 Fase de balanço final (desaceleração), que ocorre à medida que um dos
membros inferiores continua a se mover na direção anterior, reduzindo sua
velocidade (ex: quadril) ao preparar-se para outro toque do calcanhar, o que gera
a desaceleração do membro, que visa um maior controle postural/corporal para a
repetição do processo (ciclo).
117
6.3.3 Movimentos da corrida
118
performance é a manutenção, durante o maior tempo possível da frequência e do
comprimento ótimos de passada ao longo da corrida.
119
objetivo é manter-se em equilíbrio corporal, bem como contribuir para conseguir
uma boa posição na fase da aterrissagem. Uma condição destacada pelo autor
para que isso aconteça é evitar-se as possíveis rotações do corpo em torno do
próprio eixo.
E, por fim, a aterrissagem, que de acordo com os autores é considerada a
última fase do salto e representa o momento em que o atleta toca o solo. E na
prática, caso o movimento não tenha sido bem executado na fase anterior,
comprometendo a técnica de queda, na caixa de areia, o resultado final
alcançado pelo saltador poderá, sem dúvidas, ser comprometido.
120
do referido gesto técnico/motor, lembrando ainda que, a preparação para a
execução desse gesto técnico ocorre a partir da participação ativa dos membros
inferiores (pés, joelhos e quadris), os quais são os responsáveis em transmitir a energia
suficiente, por meio do segmento tronco.
Enfim, para que ocorra um giro de um implemento ou segmento corporal é
preciso que haja uma aplicação de força afastada do centro de gravidade do
objeto ou do segmento, assim, o torque (ou momento de força) indica o produto da
força pela distância perpendicular da linha de ação da força até o eixo de rotação
(ACKLAND et al., 2011).
121
Graziano (2008, online) descreve que “o panorama atual da Biomecânica
passa cada vez mais pelo recurso aos métodos formais avançados das disciplinas
básicas, nomeadamente, Matemática, Física, Programação e pela sua
combinação com as ciências biológicas, Anatomia, Fisiologia, Neurofisiologia, etc.”.
De acordo com ao autor, isso é necessário para o desenvolvimento desta área, já
que após o ganho descritivo sobre o movimento, a fase seguinte será retirar
consequências.
Conforme mostrado neste livro, no caso específico do esporte, o
entendimento correto da modalidade dará ao professor/treinador maiores
condições de compreenderem o desempenho, analisarem de forma correta tal
gesto e ainda, poderem interpretar de forma mais assertiva um determinado gesto
motor/técnico, evitando-se comprometer todo o processo. Ackland et al. (2011)
evidenciam a importância do professor/treinador inserir em seu contexto multifatorial
de análise do gesto técnico, as variáveis qualitativas e quantitativas de análise.
Em geral, a análise quantitativa passa a ter uma predominância maior nas
análises esportivas, sendo que essa análise envolve quatro categorias: imagens,
dinamometria, eletromiografia e modelagem preditiva (simulação). De fato, tratam-
se de técnicas cuja mensuração fornecem importantes dados acerca das análises
cinemáticas e cinéticas do movimento.
De acordo com Ackland et al. (2011), a cinemetria se caracteriza pelo uso de
câmeras de vídeo ou opto reflexivas (óticas sem imagem visual que geram um
modelo anatômico que, por sua vez, utiliza marcadores reflexivos) para registro do
movimento. A dinamometria permite a medição direta de variáveis cinéticas (força
ou torque) utilizando diversas tecnologias. O dinamômetro mais comum na
biomecânica esportiva é a plataforma de força, capaz de medir as forças de
reação do solo e seus componentes perpendiculares. A eletromiografia detecta os
potenciais elétricos nas fibras musculares. O sinal da eletromiografia, depois do
processamento apropriado, proporciona uma indicação do momento de
ocorrência e do nível de ativação de um músculo ou grupo muscular. E, finalmente,
a modelagem preditiva (antropometria) utiliza um modelo Matemático do corpo e
um software de computação para primeiro fazer uma simulação (modelo de
computação validado) e, depois, uma otimização (simulação no computador para
otimizar uma faceta do desempenho).
Enfim, a biomecânica e a cinesiologia contribuem para outras áreas, a
122
destacar a reabilitação e, ainda, a prevenção de lesões. No caso específico da
reabilitação, ambas as áreas podem fornecer dados quantitativos, sobretudo,
importantes para o tratamento mais assertivo a ser adotado pela equipe médica,
por exemplo. Um exemplo clássico é na marcha humana, quando existem
patologias e uso de técnicas corretas a serem empregadas pode contribuir muito
para a melhoria da marcha, por meio da utilização de órteses, por exemplo, ou
simplesmente pela correção do gesto, da maneira de executar o movimento da
marcha, identificando-se (pela cinemática, na maioria dos casos) o padrão desse
gesto, e as fases ou “pontos específicos” que devem ser direcionados ao tratamento
mais eficaz.
123
1. O movimento pode ser definido como um deslocamento tanto de posição
quanto de postura, que acontece ao longo do tempo e relacionado a algum
local específico do ambiente.
Considerando uma análise que prioriza a descrição de posições, bem como níveis
de velocidade e aceleração dos corpos em movimento, identifica-se a:
a) Estática.
b) Antropometria.
c) Eletromiografia.
d) Estática.
e) Cinemática.
124
PORQUE
125
4. Uma boa análise técnica deve, na verdade, lançar mão de habilidades de
raciocínio de ordem mais elevada do que a palavra 'analisar' implica (quebrar
algo em partes). A análise técnica, altamente eficaz, deve avaliar o movimento
para que sejam identificadas as virtudes e os defeitos e, em seguida, seja
diagnosticado o desempenho para se prescrever a devida intervenção. É por isso
que alguns estudiosos propuseram que a análise qualitativa da técnica seja
denominada diagnóstico clínico.
126
o grau da contração dos respectivos músculos em cada movimento.
b) A Atividade de todos os músculos, a participação direta dos respectivos músculos
na atividade e o grau e a duração da contração dos respectivos músculos no
movimento.
c) A atividade de cada músculo ou parte dele, a ordem cronológica da
participação dos respectivos músculos na atividade e o grau e a duração da
contração dos respectivos músculos em cada movimento.
d) O movimento de cada músculo ou parte dele, a ordem cronológica dos
respectivos músculos na atividade e a duração da contração dos respectivos
músculos em cada movimento.
e) O movimento do músculo, da participação dos respectivos músculos na atividade
e o grau da contração dos respectivos músculos em cada movimento.
127
consiga fazer a seleção de movimentos mais adequados, bem como seguros ao
desenvolvimento de habilidades e capacidades físicas específicas.
PORQUE
128
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO
UNIDADE 01 UNIDADE 02
QUESTÃO 1 D QUESTÃO 1 B
QUESTÃO 2 E QUESTÃO 2 B
QUESTÃO 3 A QUESTÃO 3 A
QUESTÃO 4 C QUESTÃO 4 A
QUESTÃO 5 A QUESTÃO 5 E
QUESTÃO 6 A QUESTÃO 6 C
QUESTÃO 7 A QUESTÃO 7 C
QUESTÃO 8 E QUESTÃO 8 B
UNIDADE 03 UNIDADE 04
QUESTÃO 1 C QUESTÃO 1 D
QUESTÃO 2 B QUESTÃO 2 C
QUESTÃO 3 B QUESTÃO 3 D
QUESTÃO 4 D QUESTÃO 4 E
QUESTÃO 5 B QUESTÃO 5 A
QUESTÃO 6 A QUESTÃO 6 A
QUESTÃO 7 C QUESTÃO 7 C
QUESTÃO 8 A QUESTÃO 8 B
UNIDADE 05 UNIDADE 06
QUESTÃO 1 D QUESTÃO 1 E
QUESTÃO 2 C QUESTÃO 2 D
QUESTÃO 3 B QUESTÃO 3 A
QUESTÃO 4 A QUESTÃO 4 B
QUESTÃO 5 E QUESTÃO 5 D
QUESTÃO 6 D QUESTÃO 6 A
QUESTÃO 7 C QUESTÃO 7 C
QUESTÃO 8 A QUESTÃO 8 C
129
REFERÊNCIAS
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