Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

Apostila Eletrônica de Potência - Montiê Alves Vitorino

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 149

Eletrônica de Potência

Montiê Alves Vitorino

2016.2
2
Parte I

1º Estágio

3
Capítulo 1

Revisão de conceitos básicos

1.1 Padronização das variáveis elétricas


As letras minúsculas são usadas para representar valores de quantidades que podem variar no
tempo. As letras maiúsculas são usadas para representar tanto valores médios, constantes ou RMS.
Por exemplo, a tensão v o (t ) e seu valor médio Vo está na figura 1.1, em que:
ZTs
1 tON
Vo = v o (t ) d t = Vi (1.1)
Ts 0 Ts

Figura 1.1

Na figura 1.1, a direção positiva da corrente é explicitada por uma seta no diagrama. O símbolo
v ab se refere à tensão do nó a em relação ao nó b, onde v ab = v a −v b . A corrente que flui através de
um determinado componente será convencionada positiva ao entrar num terminal positivo deste
componente.

5
6 CAPÍTULO 1. REVISÃO DE CONCEITOS BÁSICOS

Usando a Lei de Kirchhoff das correntes, para os nós a e b, tem-se:

i Rp + i i − i s = 0 (1.2)
is − io = 0 (1.3)

Usando a Lei de Kirchhoff das tensões, para as malhas I 1 e I 2 , tem-se:

v R p + Vi = 0 (1.4)
−Vi + v AB + v o = 0 (1.5)

1.2 Definição de regime permanente


Uma condição de regime permanente é alcançada quando as formas de onda do circuito se repe-
tem com um período T que depende da natureza específica deste circuito.

1.3 Potência média e corrente RMS


Considerando o circuito da figura 1.2:

Figura 1.2

Em que a potência instantânea que flui do subcircuito 1 para o 2 é:

p(t ) = v(t ) · i (t ) (1.6)

Se as formas de onda de v e i se repetirem com um período de tempo T no regime permanente,


então a potência média que flui será:
ZT ZT
1 1
P m éd = p(t ) d t = v(t ) · i (t ) d t (1.7)
T 0 T 0

Se o subcircuito 2 consistir de uma carga puramente resistiva, então v = R · i , o que nos dá:

ZT
P m éd = R · i 2 (t ) d t (1.8)
0
2
P m éd = R · I RM S (1.9)

Se i é constante (corrente contínua):

I RM S = I m éd (1.10)
1.4. REGIME PERMANENTE DE FORMAS DE ONDA SENOIDAIS 7

1.4 Regime permanente de formas de onda senoidais


Considere o circuito CA da figura 1.3, em que:
p
v = 2VRM S cos (ωt ) (1.11)
p ¡ ¢
i = 2I RM S cos ωt − φ (1.12)

Figura 1.3

As variáveis são representadas no plano complexo dos fasores rotacionais. Por convenção,
estes fasores giram na direção anti-horária, com frequência angular ω, e seus valores RMS são
usadas para representar suas magnitudes.

Vb = VRM S e j 0 (1.13)
−jφ
Ib = I RM S e (1.14)

Relacionando pela carga complexa com impedância Z = R + j ωL = Z e j ω , temos:

Vb VRM S e j 0
Z= = −jφ
= Z e jφ (1.15)
b
I I RM S e

1.5 Regime permanente de formas de onda não senoidais


Geralmente, a corrente de linha desenhada por equipamentos de eletrônica de potência é alta-
mente distorcida como mostra a figura 1.4:

Figura 1.4

ω
A frequência f = de repetição é chamada de frequência fundamental. Esta corrente con-

tém componentes em frequência indesejadas que são harmônicas (múltiplos) da frequência fun-
damental.
8 CAPÍTULO 1. REVISÃO DE CONCEITOS BÁSICOS

1.5.1 Análise de Fourier de formas de onda repetitivas


Em geral, uma forma de onda não senoidal, f (t ), se repetindo com uma frequência angular ω pode
ser expressa como:

X 1 X∞
f (t ) = F 0 + f (h) = a 0 + [a h cos (hωt ) + b h sen (hωt )] (1.16)
h=1 2 h=1
a0
em que, F 0 = é o valor médio e:
2
Z2π
1
ah = f (t ) cos (hωt ) dt (1.17)
π 0
e
Z2π
1
bh = f (t )sen (hωt ) dt (1.18)
π 0
h = 0, 1, 2, ..., ∞

1.5.2 Distorção harmônica


Uma carga que gera uma corrente de entrada em regime permanente que pode ser representada
pela soma de suas componentes.
X
i (t ) = i 1 (t ) + i d i s. = i 1 (t ) + i h (t ) (1.19)
h6=1

em que i 1 é a componente fundamental na h-ésima harmônica f h = h · f 1 . Assim, temos:


p ¡ ¢ Xp ¡ ¢
i (t ) = 2I RM S sen ω1 t − φ1 + 2I hRM S sen ωh t − φh (1.20)
h6=1

O total de distorções na forma de onda da tensão ou da corrente é quantificada por meio do


índice THD (Total Harmonic Distortion). Em que:
q rX
2 2
I d i sRM S = I RM S − I 1 RM S
= I hRM S (1.21)
h6=1

A THD de corrente é definida como:

I d i s.RM S
T H D i (%) = 100 · (1.22)
I1
q RM S
2 2
I RM S − I 1RM S
= 10o · (1.23)
I 1RM S
µ ¶
X I hRM S 2
= 10o · (1.24)
h6=1 I 1RM S

1.6 Resposta do indutor e do capacitor


di
Em um indutor v L = L , e assim:
dt
Zt
1
i L = i L (t 1 ) + vL d ξ, t > t1 (1.25)
L t1
1.6. RESPOSTA DO INDUTOR E DO CAPACITOR 9

Na figura 1.5, pode ser visto que apesar de a tensão poder saltar instantaneamente, a corrente
não pode variar instantaneamente.

Figura 1.5

dv
Uma vez que i C (t ) = C , então:
dt
Zt
1
vC = vC (t 1 ) + iC d ξ, t > t1 (1.26)
C t1
Na figura 1.4, a corrente no capacitor pode variar instantanemante, contudo a tensão do capa-
citor não pode mudar instantaneamente.

1.6.1 Valor médio VL e I C no regime permanente


Considere os circuitos da figura 1.5 e as formas de onda da figura 1.6.

Figura 1.6

Uma condição de regime permanente implica que as formas de onda das tensões e correntes
do circuito se repitam com um período de tempo T , isto é:

v(t + T ) = v(t ) (1.27)


i (t + T ) = i (t ) (1.28)
10 CAPÍTULO 1. REVISÃO DE CONCEITOS BÁSICOS

No indutor, substituindo t por t 1 + T e reconhecendo que i L (t 1 + T ) = i L (t 1 ), então:


Zt1 +T
1
vL dξ = 0 (1.29)
T t1

No regime permanente, a tensão média do indutor deve ser zero, além disso as áreas A e B são
iguais.
No capacitor, substituindo t por t 1 + T e reconhecendo que vC (t 1 + T ) = vC (t 1 ), então:
Zt1 +T
1
iC dξ = 0 (1.30)
T t1

No regime permanente, a corrente média do capacitor deve ser zero, além disso as áreas A e B
são iguais.
Capítulo 2

Dispositivos semicondutores de Eletrônica de


Potência

2.1 Introdução
Os dispositivos semicondutoes de Eletrônica de Potência operam como interruptores (ou chaves)
e podem se encontrar em um estado de condução ou de bloqueio. De modo geral, a mudança de
estado de condução pode ser chamada de comutaàão ou chaveamento.
Os dispositivos semicondutoes são classificados em três grupos de acordo com seus graus de
controlabilidade:

i. Diodos: disparo e bloqueio não controlados;

ii. Tiristores: disparo controlado e bloqueio não controlado;

iii. Chaves controláveis: disparo e bloqueio controlados.

2.2 Diodo de Potência


Diz-se que o diodo está diretamente polarizado quando a tensão do ânodo é positiva com relação
à tensão do cátodo, caso contrário, o diodo está reversamente polarizado.

Figura 2.1

Dependendo da aplicação, vários tipos de diodo são disponíveis.

a. Diodo Schottky: baixa queda de tensão direta;

b. Diodos de recuperação rápida: usado em circuitos de alta frequência;

c. Diodos de frequência de linha: Aplicado em frequências de 50-60 Hz.

11
12 CAPÍTULO 2. DISPOSITIVOS SEMICONDUTORES DE ELETRÔNICA DE POTÊNCIA

2.3 Tiristores
Os terminais do tiristor, ou SCR (Silicon Controlled Rectifier - Retificador Controlado de Silício),
são o ânodo, o cátodo e o gatilho. O disparo do tiristor é obtido aplicando-se um pulso de cor-
rente no gatilho com relação ao cátodo. Deve-se aplicar o pulso no gatilho somente com o tiristor
diretamente polarizado.

Figura 2.2

Após o disparo, o gatilho perde controle sobre o estado de condução deste dispositivo, e o
tiristor conduz como o diodo. O tiristor é trazido de volta oara o bloqueio somente quando a
corrente i A reduzir-se para um nível menor que a corrente de retenção, que é aproximadamente
nula.

Figura 2.3

2.4 Transistor Bipolar de Junção (TBJ) de Potência


Com o TBJ em condução observa-se três regiões de operação.

1) Região ativa: O TBJ não é utilizado nesta região em aplicações de Eletrônica de Potência;

2) Região de quase-saturação: é a região de preferência em Eletrônica de Potência;

3) Região de saturação: deve ser evitada, pois o tempo de comutação do estado de condução
para o de bloqueio é alto.
2.5. MOSFET DE POTÊNCIA 13

Figura 2.4

Figura 2.5: Configuração Darlington com o objetivo de se obter maior ganho de corrente

2.5 MOSFET de Potência


O MOSFET é considerado uma chave rápida. As curvas caracaterísticas I x V no plano i D x v DS
são mostradas na figura 2.7.

Figura 2.6

São identificadas três regiões de operação:

• corte;

• ativa;

• ôhmica.
14 CAPÍTULO 2. DISPOSITIVOS SEMICONDUTORES DE ELETRÔNICA DE POTÊNCIA

Figura 2.7

Quando vGS < VGS T H , o dispositivo está em corte ou bloqueio. Estará na região ôhmica quando
vGS −VT H > VDS > 0. Na região ativa a corrente i D depende somente de vGS e não depende de v DS .
Em Eletrônica de Potência, somente se usa o MOSFET nas regiões de corte e ôhmica. A tensão
VGS T H é chamada de tensão de threshold que é a mínima tensão aplicada necessária para criar um
canal de condução entre o dreno e a fonte.

2.6 IGBT
O IGBT, do inglês Insulated Gate Bipolar Transistor - Transistor Bipolar de Porta Isolada, reúne a
facilidade de disparo do MOSFET com as baixas perdas de condução do TBJ.

Figura 2.8

Os transitórios de chaveamento do IGBT são parecidos com os do MOSFET.

2.7 Tiristor de gatilho bloqueado - GTO


Como ocorre no tiristor, o GTO, do inglês Gate Turn-off Thyristor - Tiristor comutável pela porta,
pode ser disparado por um pulso de corrente de curta duração no gatilho e, uma vez acionado, o
GTO permanece acionado sem que haja corrente no gatilho. O GO pode ser bloqueado aplicando-
se um tensão negativa entre o gatilho suficientemente grande, tipicamente, um terço da corrente
do ânodo.
2.8. POTÊNCIA DISSIPADA: CHAVE NÃO-IDEAL 15

Figura 2.9

Figura 2.10

2.8 Potência Dissipada: Chave não-ideal


As perdas nas chaves podem ser divididas em:

i) perdas no chaveamento;

ii) perdas de condução;

iii) perdas de condução reversa, que são muito baixas e podem ser desconsideradas.
16 CAPÍTULO 2. DISPOSITIVOS SEMICONDUTORES DE ELETRÔNICA DE POTÊNCIA

Figura 2.11: Circuito simplificado de chaveamento indutivo

Figura 2.12: Formas de onda da chave e a perdas instantâneaneas de potência da chave


Capítulo 3

Introdução ao estudo de conversores de


Eletrônica de Potência

3.1 Introdução
De um modo geral, o chaveamente dos semicondutores do conversor resulta em um fluxo des-
contínuo de energia dos dispositivos, tornando-se necessário o armazenamento temporário de
energia ou filtragem para suavizar o fluxo global de potência.

3.2 Fontes e cargas


3.2.1 Fontes de tensão e de corrente
Uma fonte é dita tipo tensão quando é capaz de impor uma tensão, sem sofrer descontinuidade,
qualquer que seja a corrente da carga.
Uma fonte é dita tipo corrente quando é capaz de impor uma corrente para qualquer que seja
a tensão da carga, e também, pode ser contínua, senoidal, pulsada etc.

Figura 3.1: Fonte tipo tensão

Figura 3.2: Fonte tipo corrente

3.2.2 Cargas tipo fontes de tensão e tipo fontes de corrente


A carga de um conversor pode ser resistiva, indutiva, capacitiva com ou sem f.e.m., ou ressonante.

17
18CAPÍTULO 3. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE CONVERSORES DE ELETRÔNICA DE POTÊNCIA

Figura 3.3: Carga tipo tensão

Figura 3.4: Carga tipo corrente

3.3 Interconexão de fontes e cargas: Conversores Elementares


É necessário seguir algumas regras.

• Uma fonte de tensão jamais deve ser curto-circuitada, exceto quando a tensão for nula;

• O circuito de uma fonte de corrente jamais deve ser aberto, exceto se a corrente for nula;

• Jamais se deve conectar duas fontes de mesma natureza.

• Não se pode conectar diretamente senão uma fonte de tensão e uma fonte de corrente (ou
vice-versa).

Figura 3.5

Uma chave é, sempre, conectada em série com uma fonte ou carga tipo tensão, e é sempre
conectada em paralelo com uma fonte ou carga tipo corrente.
Para conectar fontes e cargas chaveadas faz-se tal como está na figura 3.7:

3.4 Circuitos com diodo


3.4.1 Circuito com diodo e carga RC
Considere o circuito da figura 3.8.
3.4. CIRCUITOS COM DIODO 19

Figura 3.6

Figura 3.7

Quando a chave s é disparada em t = 0, a corrente i o flui, em que:


Z
1 t
Vi = v R + vC = Ri o + i o d t + vC (0) (3.1)
C 0
Considerando vC (t = 0) = 0, a solução da equação 3.1 será:
Vi − t
i o (t ) = e RC (3.2)
R
Zt ³ ´
1 t
vC (t ) = io d t = Vi 1 − e − RC (3.3)
C 0

3.4.2 Circuito com diodo e carga RL


A chave s é disparada no instante t = 0, a corrente i o flui com:

d io
Vi = v R + vC = Ri o + L (3.4)
dt
Considerando a condição inicial i o (0) = 0, a solução da equação 3.4 será:

Vi ³ − RL t
´
i o (t ) = i L (t ) = 1−e (3.5)
R
d io R
v L (t ) = L = Vi e − L t (3.6)
dt
(3.7)

3.4.3 Circuito com diodo e carga LC


No instante t = 0, tem-se

Zt
d io 1
Vi = v L + v C = L + io d t + vC (0) (3.8)
dt C 0
d i 2 io
0 = L o2 + (3.9)
dt C
20CAPÍTULO 3. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE CONVERSORES DE ELETRÔNICA DE POTÊNCIA

Figura 3.8

Figura 3.9

A solução será:

r
C 1
i o (t ) = Vi sen (ωt ) , com ω = p (3.10)
L LC
Zt
1
vC (t ) = io d t + vC (0) = Vi [1 − cos (ωt )] (3.11)
C 0

3.4.4 Circuito com diodo e carga RLC


• Criticamente amortecido: se α = ωo

i o (t ) = (A 1 + A 2 t ) e s1 t

• Sobreamortecido: se α > ωo
i o (t ) = A 1 e s1 t + A 2 e s2 t

• Subamortecido: se α < ωo

i o (t ) = e −αt [A 1 cos (ωo t ) + A 2 sen (ωo t )]


3.4. CIRCUITOS COM DIODO 21

Figura 3.10

Figura 3.11

Figura 3.12

Figura 3.13
22CAPÍTULO 3. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE CONVERSORES DE ELETRÔNICA DE POTÊNCIA
Capítulo 4

Retificadores monofásicos não-controlados

4.1 Introdução
O propósito dos retificadores pode ser produzir uma saída que seja puramente CC, ou pode ser
para produzir uma forma de onda de tensão ou corrente que possui uma componente CC especí-
fica.

4.2 Retificador de meia-onda


4.2.1 Com carga resistiva - R
O circuito básico e as formas de onda mostradas na figura 4.1.

Figura 4.1

A componente CC Vo de tensão de saída é o valor médio da senoide de meia-onda retificada,


dada por:
Z2π Z2π
1 Vm
Vo = v s (ωt )d ωt = Vm sen(ωt )d ωt = (4.1)
2π 0 0 π
O valor RMS será: s
Z2π
1 Vm
VoRM S = v s2 (ωt )d ωt = (4.2)
2π 0 2

23
24 CAPÍTULO 4. RETIFICADORES MONOFÁSICOS NÃO-CONTROLADOS

4.2.2 Com carga resistiva-indutiva - RL

Figura 4.2

A equação da LKT que descreve a corrente do circuito com o diodo conduzindo é:

i o (ωt )
Vm sen(ωt ) = Ri o (ωt ) + L (4.3)
d ωt
A solução para esta equação será:
 h i
 Vm sen ¡ωt − φ¢ + sen ¡φ¢ e −ωt
ωτ , para 0 É ωt É β
i o (ωt ) = Z (4.4)

0, para β É ωt É 2π
q µ ¶
ωL L
Z= R 2 + (ωL)2 , φ = tan−1 ,τ=
R R
O ponto onde a corrente i o atinge zero ocorre
¡ ¢ em ωt = β, em que β é chamado de ângulo de
extinção. Para encontrá-lo faz-se ωt = β e i o β = 0, tendo:
¡ ¢ ¡ ¢ β
sen β − φ + sen φ e − ωτ = 0 (4.5)

4.2.3 Com diodo de roda-livre


4.2.4 Com carga resistiva-indutiva - RL

Figura 4.3

O diodo D 1 está conduzindo quando v s for positivo, e o diodo D 2 conduzirá quando v s for
negativo.
As formas de onda da corrente i o são obtidas para um L muito grande.
4.3. RETIFICADOR DE ONDA COMPLETA 25

4.2.5 Com filtro capacitivo na saída

Figura 4.4

O propósito do capacitor é reduzir a variação na tensão de saída.


(
Vm sen (ωt ) + sen, para 2π + α É ωt É 2π + θ
v o (ωt ) = − ωt −θ (4.6)
Vo e ωRC , para θ É ωt É 2π + α

∆Vo = Vm − Vm sen (α)


Vm
∆Vo ≃
f RC

4.3 Retificador de onda completa


Estes retificadores têm a vantagem de a corrente média na fonte CA ser zero e sua saída possuir
menos oscilação, se comparados aos retificadores de meia-onda.

Figura 4.5

4.3.1 Carga resistiva


A componente CC é dada por:
Zπ Zπ
1 1 2Vm
Vo = v s (ωt )d ωt = Vm sen(ωt )d ωt = (4.7)
π 0 π 0 π
26 CAPÍTULO 4. RETIFICADORES MONOFÁSICOS NÃO-CONTROLADOS

Figura 4.6

4.3.2 Com carga altamente indutiva

Figura 4.7

4.4 Dobradores de tensão


Para o caso da Figura 4.8, na configuração (a), tem-se:

Vo = 2Vm
v s = Vm sen (ωt )
v C 1 = Vm
v C 2 = Vm
4.4. DOBRADORES DE TENSÃO 27

(a) Configuração I (b) Configuração II

Figura 4.8: Configurações de dobrador de tensão

Para o caso da Figura 4.8, na configuração (b), tem-se:

(
1, Vo = 2Vm
s=
0, Vo = Vm
28 CAPÍTULO 4. RETIFICADORES MONOFÁSICOS NÃO-CONTROLADOS
Capítulo 5

Retificadores monofásicos controlados

5.1 Introdução
Para projetar um retificador controlado basta substituir por tiristores, os diodos dos circuitos dos
retificadores não-controlados. O novo circuito produz uma tensão de saída com a componente
CC variável, cujo valor médio é obtido por meio do controle de fase do tiristor.

5.2 Retificadores controlados de meia-onda


5.2.1 Com carga resistiva - R

Figura 5.1

Durante o semiciclo positivo de v s , o tiristor T estará diretamente polarizado e conduzirá caso


um pulso de corrente seja aplicado ao seu gatilho. Em ωt = α, o tiristor é disparado. No instante
ωt = π, a corrente cai a zero, bloqueando o tiristor. O período α é chamado ângulo de disparo. O
valor médio de v o será:
Z2π Z2π
1 Vm
Vo = v s (ωt )d ωt = Vm sen(ωt )d ωt = (1 + cos α) (5.1)
2π 0 0 2π
O valor RMS de i o será:
s s r
Z2π Zπ
1 1 2 Im α sen2α
I oRM S = i o2 (ωt )d ωt = [I m sen (ωt )] d ωt = 1+ + (5.2)
2π 0 2π α 2π π 2π

Vm
em que: I m =
R
O aumento de α diminui o valor de Vo .

29
30 CAPÍTULO 5. RETIFICADORES MONOFÁSICOS CONTROLADOS

Figura 5.2

5.2.2 Com carga indutiva - RL


Se o tiristor for disparado em α, a tensão na carga v o será positiva e o indutor armazenará energia.
A corrente continuará a fluir até o instante ωt = β, chamado ângulo de extinção. A tensão média:

1 Vm ¡ ¢
Vo = Vm sen(ωt )d ωt = cos α − cos β (5.3)
2π α 2π

5.2.3 Com diodo de roda livre

Figura 5.3

O valor médio para v o será igual àquele visto para o retificador com carga resistiva.

Figura 5.4

A figura 5.4(a) mostra o retificador operando no modo de condução descontínua, devido ao


baixo valor de L. A figura 5.4(b) mostra o retificador operando no modo de conduçõa contínua,
5.2. RETIFICADORES CONTROLADOS DE MEIA-ONDA 31

L 2π
onde o valor de L é grande o suficiente para mante i o > 0, ou seja τ ≫ T , τ = eT = .
R ω
Para os mesmos valores de α, v s e R as áreas A e B são iguais.

5.2.4 Com carga resistiva-indutiva-fonte - RLE

Figura 5.5

Figura 5.6

O tiristor se manterá reversamente polarizado enquanto v s < E d (até ωt = θ), sendo possível o
seu disparo apenas quando v s > E d . Com o tiristor conduzindo a partir de ωt = α, usando a LKT,
tem-se:

d Li o (ωt )
Vm sen (ωt ) = Ri o (ωt ) + + Ed (5.4)
dt
A solução da equação diferencial, considerando a condição inicial i o (α) = 0, será:

 Vm sen ¡ωt − φ¢ + Ae tan
−ωt
φ −
Ed
, para α É ωt É β
i o (ωt ) = Z R (5.5)

0, para β É ωt É 2π + α
µ ¶ q µ ¶
Vm E d tan −1 ωL
−ωt
2 2
A= − sen(α − φ) + e φ , Z = R + (ωL) , φ = tan
Z R R
Substituindo ωt = β e fazendo i o (β) = 0, a equação que foi desenvolvida:
µ ¶ β−α
Vm ¡ ¢ Vm E d − tan Ed
i o (β) = sen β − φ + − sen(α − φ) + e φ − =0 (5.6)
Z Z R R
Para facilitar a determinação de β, pode-se usar o ábaco de Pushlowski. Reescrevendo a equa-
ção 5.6, tem-se:
β−α
− tan φ
(−a + cos(φ)sen(β − φ)) + (a − cos(φ)sen(α − φ))e =0 (5.7)
em que:
32 CAPÍTULO 5. RETIFICADORES MONOFÁSICOS CONTROLADOS

R Ed
cos φ = p e a=
R 2 + (ωL)2 Vm
Considerando a função f (α, β, cos φ, a) = 0 (eq. 5.7), para um dado valor de α, são traçadas
curvas para vários valores de cos φ, em que cada conjunto de curvas é traçado para um dado a.
Capítulo 6

Retificadores de onda completa

6.1 Com derivação central do transformador


6.1.1 Com carga resistiva R

Figura 6.1

O controle de fase, tanto da parte positiva como da parte negativa da alimentação CA é pos-
sível, o que aumenta a tensão CC e reduz a ondulação quando comparado aos retificadores de
meia-onda.
Durante o semiciclo positivo da tensao CA, o tiristor T1 fica polarizado diretamente, se for
aplicado um pulso no gatilho em ωt = α, a tensão de saída v o seguirá a tensão de entrada.
Durante o semiciclo negativo o T2 será disparado em π + α.

Figura 6.2

O valor médio da tensão na carga será:

Vm (1 + cos α)
Vo = (6.1)

Io α sen2α
I oRM S =p 1− + (6.2)
2 π 2π

33
34 CAPÍTULO 6. RETIFICADORES DE ONDA COMPLETA

6.1.2 Com carga indutiva RL


Supondo uma carga indutiva que mantém a corrente de carga contínua i o > 0. T1 conduz durante
180°, de α até π + α e a tensão na carga segue a tensão de entrada. Em π + α é disparado T2 e T1 irá
bloquear. T2 conduz durante π + α a 2π + α.
O valor médio de v o será:
2
Vo = Vm cos α (6.3)
π

Figura 6.3

A tensão de saída será máxima quando α = 0°; zero quando α = 90° e estará em seu máximo
negativo em α = 180°.

6.1.3 Com diodo de roda livre


Como a tensão na carga tende a ser negativa, o diodo ficará diretamente polarizado e começa a
conduzir. Assim, v o terá apenas a porção positiva.

Vm (1 + cos α)
Vo = (6.4)
π
O diodo de roda livre conduz a corrente de carga durante o período de disparo α, quando os
tiristores estão bloqueados.

Figura 6.4

Figura 6.5
6.2. RETIFICADOR CONTROLADO PONTE COMPLETA 35

6.2 Retificador controlado ponte completa


6.2.1 Com carga resistiva R

Figura 6.6

Neste circuito, pares de tiristores opostos na diagonal passam juntos para o estado de condu-
ção ou bloqueio.
O valor médio de v o será.

Vm (1 + cos α)
Vo = (6.5)

Im α sen2α
I oRM S =p 1− + (6.6)
2 π 2π

Figura 6.7

6.2.2 Com carga indutiva RL


A corrente na carga tende a se manter fluindo, uma vez que o indutor induz uma tensão que se
opõe ao aumento ou à diminuição da corrente.
Quando o indutor for pequeno ou o ângulo de disparo α for mantido grande, a corrente de
saída CC atingirá o valor zero a cada semiciclo em π + β. Neste período, nenhum dos pares de
tiristores ficará ligado; portanto diz-se que a corrente é descontínua.
O valor médio será:

Vm ¡ ¢
Vo = cos α − cos β (6.7)
π
36 CAPÍTULO 6. RETIFICADORES DE ONDA COMPLETA

Figura 6.8

Figura 6.9

6.2.3 Com diodo de roda livre


Ele propicia um caminho extra para a corrente na carga. Agora, três caminhos possíveis: T1 e T2 ,
T3 e T4 e através de D.

Figura 6.10

Os valores negativos de v o polarizarão diretamente D e fornecerão tensão zero à carga.

Vm (1 + cos α)
Vo = (6.8)
π

6.3 Retificadores semicontrolados em ponte


Sua operação é igual a do retificador controlado em ponte completa com carga resistiva. Neste
retificador ocorrerá intrinsecamente a roda livre.
6.3. RETIFICADORES SEMICONTROLADOS EM PONTE 37

Figura 6.11

Figura 6.12
38 CAPÍTULO 6. RETIFICADORES DE ONDA COMPLETA
Capítulo 7

Retificadores trifásicos não-controlados

7.1 Introdução
Os retificadores trifásicos têm as seguintes vantagens, se comparados com os monofásicos.

1. Tensão de saída mais alta para determinada tensão de entrada;

2. Amplitude mais baixa da ondulação, ou seja, a tensão de saída é mais limpa;

3. Frequência de ondulação mais alta, o que simplifica a filtragem;

4. Eficiência total mais alta.

7.2 Retificadores trifásicos de meia-onda (três pulsos)

Figura 7.1

A tensão de saída v o segue os picos de tensão de entrada e varia pulsando entre Vm e 0, 5Vmax .
Esse circuito é denominado retificador de três pulsos, uma vez que a saída se repete três vezes em
cada ciclo de v s .
A frequência de saída será:
fr = n fs (7.1)
em que:

n: número de pulsos
f s : frequência de alimentação

39
40 CAPÍTULO 7. RETIFICADORES TRIFÁSICOS NÃO-CONTROLADOS

Figura 7.2

por exemplo:

f r = 3 · 60 = 180 Hz

A expressão geral para a tensão média na carga é:


n ³π´
Vo = sen (7.2)
π n

7.3 Retificadores trifásicos de onda completa (seis pulsos)


No circuito, os diodos são numerados na ordem em que conduzem. O retificador em ponte usa
ambas as metades, positiva e negativa, da tensão CA de entrada.

Figura 7.3

Para determinar os terminais da fonte, o mais positivo e o mais negativo, pode-se plotar duas
tensões quaisquer de linha em relação a um terminam de referência comum.
Como mostra a figura 7.4, é escolhido aleatoriamente o terminal B . As duas tensões de linha
são v AB e vC B , em que vC B = −v BC .
7.3. RETIFICADORES TRIFÁSICOS DE ONDA COMPLETA (SEIS PULSOS) 41

Figura 7.4

fr = 6 fs
Vo = 0, 955Vm
42 CAPÍTULO 7. RETIFICADORES TRIFÁSICOS NÃO-CONTROLADOS
Lista de Exercícios II - 1º Estágio

1. Considere o circuito da Fig. 4.11, em que vC (0) = 0 e i L (0) = 0. Qual o valor do pico de
corrente no SCR T ? Qual o valor final da tensão no capacitor?
Quando o tiristor é disparado tem-se:

Vd = v L (t ) + vC (t )
d i L (t )
Vd = L + vC (t )
dt

Contudo, sabe-se que:

d vC (t )
i L (t ) = C
dt

Portanto:
µ ¶
d d vC (t )
Vd = L C + vC (t )
dt dt
d 2 vC (t )
Vd = LC + vC (t )
dt2
d 2 vC (t ) 1 1
+ v C (t ) = Vd
dt2 LC LC

Solução homogênea:

1
r2+ =0
LC
j
r = ±p = ± j ωo
LC

Logo, a solução homogênea é do tipo:

vC (t ) = A cos(ωo t ) + B sen(ωo t )

A solução particular é vC (t ) = Vd .
Portanto, tem-se:

vC (t ) = A cos(ωo t ) + B sen(ωo t ) + Vd
vC (0) = A cos(ωo · 0) + B sen(ωo · 0) + Vd
0 = A + Vd
A = −Vd

43
44 CAPÍTULO 7. RETIFICADORES TRIFÁSICOS NÃO-CONTROLADOS

Para a corrente tem-se:

d vC (t ) d
i L (t ) = C =C (−Vd cos(ωo t ) + B sen(ωo t ) + Vd )
dt dt
i L (t ) = C (Vd ωo sen(ωo t ) + B ωo cos(ωo t ))
i L (0) = C (Vd ωo sen(ωo · 0) + B ωo cos(ωo · 0))
0 = C B ωo
B =0

Portanto a tensão final no capacitor, vC (t ) e a corrente de pico no SCR i L pico são:

vC (t ) = −Vd cos(ωo t ) + Vd
vC (t ) = Vd [1 − cos(ωo t )]
e
d vC (t ) d
i L (t ) = C =C [Vd (1 − cos(ωo t ))]
dt dt
i L (t ) = CVd ωo sen(ωo t )
r
C
i L (t ) = Vd sen(ωo t )
L
i L pico = max(i L (t ))
r
C
i L pico = Vd
L

2. Repita o Problema 4.1 quando:

a) vC (0) = 0 e i L (0) = I
Para a tensão tem-se:

vC (t ) = A cos(ωo t ) + B sen(ωo t ) + Vd
vC (0) = A cos(ωo · 0) + B sen(ωo · 0) + Vd
0 = A + Vd
A = −Vd

Para a corrente tem-se:

d vC (t ) d
i L (t ) = C =C (−Vd cos(ωo t ) + B sen(ωo t ) + Vd )
dt dt
i L (t ) = C (Vd ωo sen(ωo t ) + B ωo cos(ωo t ))
i L (0) = C (Vd ωo sen(ωo · 0) + B ωo cos(ωo · 0))
I = C B ωo
I
B=
ωo C
7.3. RETIFICADORES TRIFÁSICOS DE ONDA COMPLETA (SEIS PULSOS) 45

Portanto a tensão final no capacitor, vC (t ) e a corrente de pico no SCR i L pico são:

I
vC (t ) = −Vd cos(ωo t ) + Vd + sen(ωo t )
ωo C
I
vC (t ) = Vd [1 − cos(ωo t )] + sen(ωo t )
ωo C
e
· ¸
d vC (t ) d I
i L (t ) = C =C Vd [1 − cos(ωo t )] + sen(ωo t )
dt dt ω C
µ ¶ o
I
i L (t ) = C Vd ωo sen(ωo t ) + ωo cos(ωo t )
ωo C
i L (t ) = CVd ωo sen(ωo t ) + I cos(ωo t )

π
A função sen(ωo t ) + cos(ωo t ) possui máximo em , assim:
4
p p
2 2
i L pico = CVd ωo +I
p 2 2
2
i L pico = (CVd + I )
2

b) vC (0) = −VC e i L (0) = 0


Para a tensão tem-se:

vC (t ) = A cos(ωo t ) + B sen(ωo t ) + Vd
vC (0) = A cos(ωo · 0) + B sen(ωo · 0) + Vd
−VC = A + Vd
A = −(VC + Vd )

Para a corrente tem-se:


d vC (t ) d
i L (t ) = C =C (−(VC + Vd ) cos(ωo t ) + B sen(ωo t ) + Vd )
dt dt
i L (t ) = C ((VC + Vd )ωo sen(ωo t ) + B ωo cos(ωo t ))
i L (0) = C ((VC + Vd )ωo sen(ωo · 0) + B ωo cos(ωo · 0))
0 = C B ωo
B =0

Portanto a tensão final no capacitor, vC (t ) e a corrente de pico no SCR i L pico são:

vC (t ) = −(VC + Vd ) cos(ωo t ) + Vd
e
d vC (t ) d
i L (t ) = C =C [−(VC + Vd ) cos(ωo t ) + Vd ]
dt dt
i L (t ) = C (VC + Vd ) ωo sen(ωo t )
r
C
i L (t ) = (VC + Vd ) sen(ωo t )
rL
C
i L pico = (VC + Vd )
L
46 CAPÍTULO 7. RETIFICADORES TRIFÁSICOS NÃO-CONTROLADOS
Parte II

2º Estágio

47
Capítulo 8

Conversores CC-CC não-isolados

8.1 Introdução
O conversor CC-CC é usado para obter uma tensão CC de saída variável a partir de uma fonte de
tensão CC constante na sua entrada. O valor médio da tensão de saída varia quando se altera a
proporção de tempo na qual a saída fica ligada à entrada. Este conversor pode ser obtido pela
combinação de um indutor e/ou capacitor e um dispositivo de estado sólido (chave) que opere no
modo de chaveamento de alta frequência.
A técnica de chaveamento usada é denominada PWM (pulse-width modulation). Há duas es-
pécies fundamentais de circuitos para o conversor CC-CC: abaixador ou buck, e elevador ou boost.
O princípio fundamental de um conversor CC-CC básico é mostrado na figura 8.1:

Figura 8.1: Modelo genérico de um conversor CC-CC não-isolado

Em condições ideais, a perda no conversor é zero. Portanto, a potência de saída será:

Vo I o = Vi I i (8.1)

Operando a chave s de tal modo que ela esteja ligada por um tempo tON e desligada por um
tempo tOF F em cada ciclo de um período T s fixo, a forma de onda será:
Na figura 8.2, a tensão CC a saída em um ciclo é dado por:

tON
Vo = Vi (8.2)
tON + tOF F
tON
Vo = Vi (8.3)
Ts

tON
Se for usado o conceito de trabalho (duty-cicle) dado por D = , a equação 8.3 pode ser
Ts
reescrita:

49
50 CAPÍTULO 8. CONVERSORES CC-CC NÃO-ISOLADOS

Figura 8.2: tON e tOF F em função do período de chaveamento T s

Vo = DVi (8.4)

em que 0 É D É 1. A corrente será, usando a equação da potência:

Ii
Io = (8.5)
D

8.2 Conversor Buck - (abaixador)


O conversor buck produz uma tensão média de saída menor que a tensão de entrada. Conceitual-
mente, o conversor anterior constitui um conversor abaixador. Porém, existem duas restrições:

(i) na prática, a carga pode ser indutiva. Isso significa que a chave pode ser destruída se não
absorver a energia indutiva.

(ii) a tensão de saída flutua entre zero e Vi , o que não é aceitável. A energia é separada ao se usar
um diodo e o problema da flutuação de tensão diminui ao se usar um filtro passa-baixa.

Figura 8.3: Topologia do conversor buck

Durante o intervalo em que a chave s está em tON , o diodo se torna reversamente polarizado e
a fonte Vi fornece energia ao filtro e ao indutor L. Durante tOF F , a corrente indutiva flui através do
diodo D, transferindo energia à carga Veja os estágios de condução.
8.2. CONVERSOR BUCK - (ABAIXADOR) 51

Figura 8.4: Circuito equivalente nos estágios tON (à esquerda) e tOF F (à direita)

8.2.1 Modo de condução contínuo


A corrente i L flui continuamente, ou seja, i L (t ) > 0. Quando s está ligada, a tensão no indutor será
v L = Vi − Vo . Quando s está fechada, a tensão sobre o indutor será v L = −Vo .

Figura 8.5: Gráfico da tensão no indutor e da corrente no indutor no MCC

É observado que a corrente média no indutor é igual à corrente de saída I o , já que a corrente
média no capacitor C é zero. Deste modo, a tensão média no indutor deve ser zero, assim, as áreas
A e B serão iguais.
Com isto, tem-se:

(Vi − Vo )tON = Vo (T s − tON ) (8.6)


tON
Vo = Vi = DVi (8.7)
Ts
Segundo o princípio da conservação de energia

Po = Pi (8.8)
Vo I o = Vi I i (8.9)
Vi D I o = Vi I i (8.10)
Ii
Io = (8.11)
D

8.2.2 Modo de condução descontínuo


Se a corrente do indutor tentar cair abaixo de zero, a mesma se manterá em zero até o início do
próximo período de chaveamento. Se a corrente média de saída for reduzida abaixo de um nível
crítico, a corrente do indutor será zero durante uma porção do período de chaveamento.
No MCD existem três estágios de condução:
52 CAPÍTULO 8. CONVERSORES CC-CC NÃO-ISOLADOS

Figura 8.6: Gráfico da tensão de saída e da corrente no indutor no MCD

(i) Estágio ON, que dura tON , quando a chave s está ligada e o diodo D aberto;

(ii) Estágio OFF, que dura tOF F , quando a chave s está qbertq e o diodo ligado; e

(iii) Estágio IDLE, quando tanto s quanto D estão abertos.

Figura 8.7: Circuito equivalente no estágio t I DLE

A partir das formas de onda, temos:

tON = DT s tOF F = δ1 T s t I DLE = T s − tON = δ2 T s (8.12)

A corrente no indutor cresce durante tON , o seu ripple será:

Vi − Vo Vi − Vo
∆i L+ = tON = DT s (8.13)
L L

e cai durante tOF F :

Vo Vo
∆i L − = tOF F = δ1 T s (8.14)
L L

Sabe-se que ∆i L + = ∆i L − , assim:


8.2. CONVERSOR BUCK - (ABAIXADOR) 53

∆i L + = ∆i L − (8.15)
Vi − Vo Vo
DT s = δ1 T s (8.16)
L L
tON
Vo = Vi (8.17)
tON + tOF F
D
Vo = Vi (8.18)
D + δ1

Calculando-se a corrente média de saída (supondo uma carga R), que é igual à corrente média
no indutor, tem-se:

Vo ∆i L + DT s + δ1 T s
Io = IL = = (8.19)
R 2 Ts
Substituindo-se ∆i L + , tem-se

Vo DT s
Io = = (Vi − Vo ) (D + δ1 ) (8.20)
R 2L
Resolvendo (8.17) e (8.19) para δ1 e igualando-se as duas equações resultantes, a tensão Vo será
obtida:

2 2L
Vo = Vi r , em que K = (8.21)
4K RT s
1+ 1+ 2
D

8.2.3 Indutância crítica


Vamos calcular o valor mínimo da indutância para manter o conversor operando no MCC.
Define-se I oC R I T como sendo a corrente mínima de saída para manter o MCC, a corrente média
mínima do indutor para manter o MCC é:

∆i L
ILM I N = (8.22)
2
A corrente média de saída equivale à corrente média no diodo. Assim, a relação entre a corrente
média no indutor e a de saída será:

I L M I N tOF F = I oC R I T T s (8.23)

Calculando-se L de tal forma que a relação acima seja satisfeita. A pior condição (dando o
maior L M I N ) é a máxima tensão de entrada, pois isto retorna o máximo ∆i L . Substituindo-se (8.21)
em (8.22) e usando ∆i L + , a indutância L M I N será:

∆i L
tOF F = I oC R I T T s (8.24)
2
Vi M AX tON
tOF F = I oC R I T T s (8.25)
2L M I N
1 Vi M AX tON tOF F
LM I N Ê (8.26)
2 I oC R I T T s

Substituindo os valores de tON e tOF F em (8.25), tem-se:


54 CAPÍTULO 8. CONVERSORES CC-CC NÃO-ISOLADOS

1 Vo (Vi M AX − Vo )
LM I N Ê (8.27)
2I oC R I T f s Vi M AX
Usando-se o valor médio da indutância calculado garantirá o MCC para uma corrente de saída
acima do valor crítico I oC R I T .

8.3 Conversor Boost - (elevador)


No conversor boost, o valor médio da tensão de saída será sempre igual ou maior que a tensão
média de entrada.

Figura 8.8: Topologia do conversor boost

Quando a chave s é ligada, o diodo D fica reversamente polarizado, a tensão Vi carrega o indu-
tor L. Quando a chave s é aberta, a saída recebe energia do indutor bem como da entrada, assim
tem-se o aumento da saída.

Figura 8.9: Circuito equivalente nos estágios tON (à esquerda) e tOF F (à direita)

8.3.1 Modo de condução contínuo


Quando a chave estiver fechada, a tensão no indutor será v L = Vi e sua corrente crescerá linear-
mente.
Quando a chave s é aberta, a energia armazenada em L é transferida para C e sua tensão será
v L = Vi − Vo . No regime permanente a tensão média no indutor é zero, logo as áreas A e B são
iguais. Desta forma, tem-se:

Vi tON = −(Vi − Vo )(T s − tON ) (8.28)


1
Vo = V (8.29)
tON i
1−
Ts
1
Vo = Vi (8.30)
1−D
8.3. CONVERSOR BOOST - (ELEVADOR) 55

Figura 8.10: Gráfico da tensão e da corrente no indutor no MCC

Como 0 É D É 1, tem-se que Vo Ê Vi


Para o circuito ideal tem-se:

Po = Pi (8.31)
Vo I o = Vi I i (8.32)
Vi
I o = Vi I i (8.33)
1−D
I o = I i (1 − D) (8.34)

8.3.2 Modo de condução descontínuo


Observa-se que o valor médio da corrente de saída é o valor média da corrente do diodo D. Se a
corrente média de saída for reduzida abaixo de um valor crítico, a corrente do indutor será zero
durante uma porção do período de chaveamento. Esta corrente se manterá um zero até o início
do próximo período de chavemanto.

Figura 8.11: Gráfico da tensão de saída e da corrente no indutor no MCD

A corrente no indutor cresce durante o estágio ON, o seu ripple:

Vi Vi
∆i L = tON = DT s (8.35)
L L
Durante o estágio OFF.
56 CAPÍTULO 8. CONVERSORES CC-CC NÃO-ISOLADOS

(Vi − Vo ) Vo − Vi
∆i L = − tOF F = δ1 T s (8.36)
L L
Sabe-se que ∆i L + = ∆i L − = ∆i L . Assim:

∆i L + = ∆i L − (8.37)
Vi Vo − Vi
tON = tOF F (8.38)
L L
tON + tOF F
Vo = Vi (8.39)
tOF F
D + δ1
Vo = Vi (8.40)
δ1

Calculando a corrente média de saída devido a uma carga R, que é igual à corrente média do
diodo D, que é a mesma no indutor durante tOF F = δ1 T s , tem-se:

Vo 1 ∆i L + δ 1 T s
Io = ID = = (8.41)
R Ts 2
Substituindo ∆i L + , tem-se:
· µ ¶ ¸
Vo 1 1 Vi Vi Dδ1 T s
Io = = DT s δ1 T s = (8.42)
R Ts 2 L 2L

Resolvendo-se as equações (8.39) e (8.41) para δ1 e igualando-se as duas equações resultants,


a tensão de saída pode ser obtida para o MCD:
r
4K
1+ 1+
D2 2L
Vo = Vi , em que K = (8.43)
2 RT s

8.3.3 Indutância crítica

Figura 8.12: Valor crítico da corrente de saída

Vamos calcular o valor mínimo da indutância para manter o conversor operando no MCC.
Define-se I oC R I T como sendo a corrente mínima de saída para manter o MCC, a corrente média
mínima do indutor para manter o MCC é:

∆i L
ILM I N = (8.44)
2
A corrente média de saída equivale à corrente média no diodo. Assim, a relação entre a corrente
média no indutor e a de saída será:
8.4. CONVERSOR BUCK-BOOST - (ABAIXADOR-ELEVADOR) 57

I L M I N tOF F = I oC R I T T s (8.45)
Calculando-se L de tal forma que a relação acima seja satisfeita. A pior condição (dando o
maior L m i n) é a máxima tensão de entrada, pois isto retorna o máximo ∆i L . Substituindo-se (8.43)
em (8.44) e usando ∆i L + , a indutância L M I N será:

∆i L
tOF F = I oC R I T T s (8.46)
2
Vi M AX tON
tOF F = I oC R I T T s (8.47)
2L M I N
1 Vi M AX tON tOF F
LM I N Ê (8.48)
2 I oC R I T T s

Substituindo os valores de tON e tOF F em (8.47), tem-se:

1 Vi2 (Vo − Vi M AX )
M AX
LM I N Ê (8.49)
2I oC R I T f s Vo2
Usando-se o valor médio da indutância calculado garantirá o MCC para uma corrente de saída
acima do valor crítico I oC R I T .

8.4 Conversor Buck-Boost - (abaixador-elevador)


O conversor buck-boost é uma conexão em cascata do buck com o boost. Desta forma, a tensão de
saída pode ser maior ou menor que a entrada.

Figura 8.13: Topologia do conversor buck-boost

No buck-boost a polaridade da tensão de saída é negativa em relação ao terminal comum da


tensão de entrada.

Figura 8.14: Circuito equivalente nos estágios tON (à esquerda) e tOF F (à direita)
58 CAPÍTULO 8. CONVERSORES CC-CC NÃO-ISOLADOS

Figura 8.15: Gráfico da tensão e da corrente no indutor no MCC

8.4.1 Modo de condução contínuo


Quando a chave s está ligada, a tensão no indutor L será v L = Vi e sua corrente aumenta linear-
mente. Quando a chave é aberta, a energia armazenada no indutor é transferida para o capacitor,
em que v L = −Vo .
No regime permanente, a tensão média no indutor em um período de chaveamento T s será
zero, logo as áreas A e B são iguais, assim:

Vi tON = Vo (T s − tON ) (8.50)


tON
Ts
Vo = V (8.51)
tON i
1−
Ts
D
Vo = Vi (8.52)
1−D

A relação de ganho do buck-boost mostra que:

• 0 É D É 0, 5: a tensão média de saída é menor ou igual que a entrada, Vo É Vi .

• 0, 5 < D É 1: a tensão média de saída é maior que a entrada, Vo > Vi

1−D
Fazendo P o = P i , tem-se: I o = Ii
D

8.4.2 Modo de condução descontínuo


Assim, como foi visto para o boost, observa-se que o valor médio da corrente de saída I o é o valor
médio da corrente do diodo. Se a corrente do indutor cair abaixo de zero, a mesma se manterá em
zero até o início do próximo período de chaveamento.
A corrente no indutor cresce durante tON , seu ripple será:

Vi Vi
∆i L + = tON = DT s (8.53)
L L
e cai durante tOF F , em que:

Vo Vo
∆i L − = tOF F = δ1 T s (8.54)
L L
Sabendo que ∆i L + = ∆i L − , tem-se:
8.4. CONVERSOR BUCK-BOOST - (ABAIXADOR-ELEVADOR) 59

Figura 8.16: Gráfico da tensão de saída e da corrente no indutor no MCD

∆i L + = ∆ i L − (8.55)
Vi Vo
tON = tOF F (8.56)
L L
D
Vo = Vi (8.57)
δ1

Calculando-se a corrente média de saída para uma carga R, que é a corrente média do diodo,
tem-se:
· µ ¶ ¸
Vo 1 ∆i L + δ1 T s 1 1 Vi Vi Dδ1 T s
Io = ID = = = DT s δ1 T s = (8.58)
R Ts 2 Ts 2 L 2L
Resolvendo (8.56) e (8.57) para d el t a 1 e igualando-se os resultados, tem-se:

D 2L
Vo = Vi p , em que K = (8.59)
K RT s

8.4.3 Indutância crítica


É o valor mínimo da indutância do indutor para manter o conversor operando no MCC.
Define-se I oC R I T como sendo a corrende de saída mínima para manter o MCC. A corrente mé-
∆i L
dia mínima do indutor para manter o MCC é I L M I N = .
2
No buck-boost a corrente média de saída equivale à corrente média no diodo, logo:

I L M I N tOF F = I oC R I T T s (8.60)
Calcula-se L de tal modo que a relação anterior seja satisfeita. A pior condição, dando o maior
L M I N , é na máxima tensão de entrada.
Usando ∆i L + , tem-se:

∆i L
tOF F = I oC R I T T s (8.61)
2
Vi M AX tON
tOF F = I oC R I T T s (8.62)
2L M I N
1 Vi M AX tON tOF F
LM I N Ê (8.63)
2 I oC R I T T s
60 CAPÍTULO 8. CONVERSORES CC-CC NÃO-ISOLADOS

Figura 8.17: Valor crítico da corrente de saída

Substituindo-se tON e tOF F , tem-se que:

1 Vi2 Vo
M AX
LM I N Ê (8.64)
2I oC R I T f s (Vo + Vi M AX )2
Usando-se o valor da indutância calculada garantirá a operação no MCC para uma corrente de
saída acima do nível da corrente crítica I oC R I T .

8.5 Dimensionamento dos elementos reativos


8.5.1 Introdução
O dimensionamento é necessário para que os conversores operem dentro dos parâmetros pré-
estabelecidos de potência de operação, eficiência, ondulação, frequência de chaveamento e ten-
sões de entrada e saída.

Conversor buck

A inclinação da curva da corrente através do indutor é:

d i L ∆i L v L
= = (8.65)
dt ∆t L
A corrente no indutor cresce linearmente durante tON e v L = Vi − Vo , sendo:

∆i L + ∆i L +
Vi − Vo = L ⇒ tON = L (8.66)
tON Vi − Vo
Da mesma forma, esta corrente cai linearmente durante tOF F e v L = −Vo , sendo:

∆i L − ∆i L −
Vo = L ⇒ tOF F = L (8.67)
tOF F Vo
Sabendo que ∆i L + = ∆i L − = ∆i L , o período T s total será:

1 ∆i L + ∆i L − Vi ∆i L
Ts = = tON + tOF F = L +L =L (8.68)
fs Vi − Vo Vo Vo (Vi − Vo )
A partir da expressão (8.68), a ondulação da corrente será:

Vo (Vi − Vo ) D(1 − D)
∆i L = ou ∆i L = (8.69)
LVi f s L fs
A definição de capacitância estabelecida por Helmholtz e Thomson:
8.5. DIMENSIONAMENTO DOS ELEMENTOS REATIVOS 61

1 ∂V
= (8.70)
C ∂Q
em que, Q é a carga em coulomb e V a diferença de potencial em volt.

Figura 8.18: Ripple de tensão de saída de um conversor abaixador

Assumindo que todos os componentes oscilatórios em i L fluem através do capacitor e suas


componentes médias fluem através do resistor da carga e a área sombreada representa a caraga
∆Q adicional. Assim, a oscilação de pico-a-pico será:

∆Q 1 1 ∆i L T s
∆Vo = = (8.71)
Co Co 2 2 2
Substituindo-se, tem-se que a capacitância C o será:

T s Vo Vo (1 − D)
∆Vo = (1 − D)T s = (8.72)
8C o L 8C o L f s2

Conversor boost

Durante tON , a tensão sobre o indutor v L = Vi , assim:

∆i L + ∆i L +
Vi = L ⇒ tON = L (8.73)
tON Vi
Já, durante tOF F , v L = Vi − Vo , logo:

∆i L − ∆i L −
−(Vi − Vo ) = L ⇒ tOF F = L (8.74)
tOF F Vo − Vi
62 CAPÍTULO 8. CONVERSORES CC-CC NÃO-ISOLADOS

Como ∆i L + = ∆i L − = ∆i L , o período T s será:

1 Vo ∆i L
Ts = = tON + tOF F = L (8.75)
fs Vi (Vo − Vi )

A ondulação ∆i L no MCC será:

Vi (Vo − Vi ) Vi D
∆i L = ou ∆i L = (8.76)
LVo f s L fs
A ondulação de pico-a-pico na tensão de saída com um valor prático de capacitância pode ser
considerando as formas de onda:

Figura 8.19: Ripple de tensão de saída de um conversor elevador

Assumindo que todas as componente oscilatórias da corrente no diodo i D fluem através do


capacitor e suas componentes médias fluem através do resistor da carga, a área sombreada é a
carga ∆Q.
Desta forma, durante tON , a oscilação ∆Vo pode ser escrita assumindo I o constante, como
sendo:

∆Q I o DT s Io D
∆Vo = = = (8.77)
Co Co Co f s

Conversor buck-boost

Durante tON , a tensão sobre o indutor será v L = Vi , tem-se:


∆i L + ∆i L +
Vi = L ⇒ tON = L (8.78)
tON Vi
8.6. CONVERSORES ĆUK, SEPIC E ZETA (ABAIXADOR-ELEVADOR) 63

Já, durante tO F F , v L = −Vo , sendo:

∆i L − ∆i L −
Vo = L =L (8.79)
tOF F Vo
Fazendo ∆i L + = ∆i L − = ∆i L , o período T s será:

1 Vo + Vi
Ts = = tON + tOF F = L ∆i L (8.80)
fs Vi Vo
Assim, o ∆i L será:

Vi Vo Vi D
∆i L = ou ∆i L = (8.81)
L(Vi + Vo ) f s L fs
O cálculo do capacitor do buck-boost será idêntico ao que foi feito para o boost, pois a compo-
nente de corrente do capacitor é similar.

Exemplo:

O conversor boost tem um tensão de entrada Vi = 5 V, tensão de saída Vo = 15 V e corrente de saída


I o = 0, 5 A. A frequência de chaveamento é de 25 kHz. Se L = 150 µH e C = 220 µF, determine:

(a) o ciclo de trabalho, D;

(b) a ondulação, ∆i L ;

(c) a corrente máxima do indutor L;

(d) a ondulação de tensão, ∆Vo .

Solução:

Vo 1 Vo − Vi
(a) = ⇒D = = 66, 67%
Vi 1−D Vo

Vi D
(b) ∆i L = ⇒ ∆i L = 0, 89 A
L fs

∆i L
(c) i L m áx = I i +
2
Pela definição
Io 0, 89
Ii = = 1, 5 A i L m áx = 1, 5 + = 1, 945 A
1−D 2

Io D
(d) ∆Vo = = 60, 61 mV
Co f s
64 CAPÍTULO 8. CONVERSORES CC-CC NÃO-ISOLADOS

Figura 8.20: Topologia do Conversor Ćuk

8.6 Conversores Ćuk, SEPIC e Zeta (abaixador-elevador)


8.6.1 Conversor Ćuk
O nome deste conversor é em homenagem ao seu inventor, Slobodan Ćuk. Como no buck-boost,
o conversor Ćuk fornece uma polaridade negativa na tensão de saída em relação ao terminal do
conversor da tensão de entrada.
No conversor Ćuk, o capacitor C 1 atua como meio primário de acúmulo de energia e transfere
esta energia da entrada para a saída.
No regime permanente, os valores médios das tensões v L 1 e v L 2 nos indutores são zero. Assim:

v C 1 = Vi + Vo (8.82)

Figura 8.21: Topologia do Conversor Ćuk no modo tON

Figura 8.22: Gráfico da tensão no capacitor e da corrente indutor do Conversor Ćuk no modo tON

Quando a chave está bloqueada, as correntes i L 1 e i L 2 fluem pelo diodo D. O capacitor C 1 é


carregado através do diodo pelo energia do indutor L 1 . A corrente i L 1 cai. A energia armazenada
em L 2 alimenta a carga. Também i L 2 cai. Quando a chave está conduzindo, vC 2 bloqueia o diodo
D. As correntes i L 1 e i L 2 fluem através da chave, já que vC 1 > Vo . C 1 descarrega através da chave,
transferindo energia para a saída e L 2 . Tanto i L 1 , quanto i L 2 aumentam.
8.7. CONVERSOR SEPIC 65

Figura 8.23: Topologia do Conversor Ćuk no modo tOF F

Figura 8.24: Gráfico da tensão no capacitor e da corrente indutor do Conversor Ćuk no modo tOF F

Assumindo que a tensão média no indutor é zero, as áreas A e B serão iguais, logo:
Para L 1 :

Vi
Vi DT s = −(Vi − vC 1 )(1 − D)T s ⇒ vC 1 = (8.83)
1−D
Para L 2 :

Vo
(vC 1 − Vo )DT s = −Vo (1 − D)T s ⇒ vC 1 = (8.84)
D

Igualando-se as expressões (8.83) e (8.84), tem-se que a relação de ganho de tensão do conver-
sor Ćuk será:

D
Vo = Vi (8.85)
1−D

Na prática, é razoavelmente válido asusmir que vC 1 é constante. Uma vantagem é que ambas
as corrente de entrada e a que alimenta o estágio de saída são razoavelmente livres de oscilações. A
desvantagem significativa é a necessidade de utilizar um capacitor C 1 com capacidade de suportar
grandes variações de corrente.

8.7 Conversor SEPIC


A palavra SEPIC é uma sigla em inglês que representa single-ended primary-inductor converter.
O SEPIC é um conversor CC-CC que fornece tensão de saída positiva a partir de uma tensão de
entrada que pode variar acima ou abaixo da tensão de entrada.
66 CAPÍTULO 8. CONVERSORES CC-CC NÃO-ISOLADOS

Figura 8.25: Topologia do Conversor SEPIC

Figura 8.26: Topologia do Conversor SEPIC no modo tON (acima) e tOF F (abaixo)

8.8 Conversor Zeta

Similar à topologia do SEPIC, a topologia do conversor ZETA fornece uma tensão de saída positiva
a partir de uma tensão de entrada que pode variar acima ou abaixo da tensão de entrada.

Figura 8.27: Topologia do Conversor Zeta

Diferente do SEPIC, que é configurado com um conversor boost , o conversor Zeta é configu-
rado a partir de um conversor buck que utiliza um MOSFET canal tipo-p.
Deduções ...
8.9. MODELAGEM DE CONVERSORES 67

Figura 8.28: Topologia do Conversor Zeta no modo tON (acima) e tOF F (abaixo)

8.9 Modelagem de Conversores


8.9.1 Modelo por espaço de estados
A modelagem por espaço de estados possui diversas vantagens: introduz a teoria conhecida como
controle moderno; adequada para sistemas de múltiplas entradas e múltiplas saídas; possibilita o
projeto de controladores usando técnicas avançadas.
Algumas definições são importantes:

• Estado: é o menor conjunto de variáveis (chamadas variáveis de estado) tal que o conhe-
cimento destas variáveis para t >= t 0 , juntamente com a entrada para t > t 0 , determina
completamente o comportamento do sistema para qualquer instante t > t 0 .

• Variáveis de estado: são o menor conjunto de variáveis que determina o estado do sistema
dinâmico. Se, pelo menos, n variáveis x 1 (t ), x 2 (t ), ..., x n (t ) são necessárias para descrever
completamente o comportamento de um sistema, então as n variáveis são um conjunto de
variáveis de estado.

As n variáveis de estado compõem o vetor de estados xb(t ).


O espaço n-dimensional cujos eixos de coordenadas são x 1 (t ), x 2 (t ), ..., x n (t ) é o espaço de es-
tados.
É definido o sistema linear na forma:

ḃ ) = A xb(t ) + B u(t
x(t b ) (8.86)
yb(t ) = C xb(t ) + D u(t
b ) (8.87)

em que, u(t
b ) é o vetor com as variáveis de entrada, yb(t ) são as variáveis de saída, A é a matriz
de estados, B é a matriz de entrada, C a matriz de saída e D a matriz de transição direta.

Exemplo:

Represente o circuito RLC da figura 8.28 na modelagem por espaço de estados, considerando:
£ ¤T £ ¤T £ ¤T
xb = vC i L , ub = Vi i o e yb = v o i i
Pode-se empregar o seguinte procedimento:
68 CAPÍTULO 8. CONVERSORES CC-CC NÃO-ISOLADOS

Figura 8.29: Diagrama de blocos do modelo em espaço de estados

Figura 8.30: Circuito RLC

(i) escolha cada tensão independente de capacitores e cada corrente independente de induto-
res como variáveis de estado;

(ii) encontre um conjuntos de correntes de malha e expresse as variáveis de estado e suas res-
pectivas derivadas primeiras;

iii escreva as equações de malha e elimine todas as variáveis, exceto as de estado e suas deriva-
das primeiras.

 
 di  di R v V
−Vi + L L + Ri L + vC = 0  L = − iL − C + i
dt ⇒ dt L L L
i L −C d vC − i o = 0
  d vC = 1 i L − i o

dt dt C C
· ¸ · 1 ¸· ¸ · ¸· ¸
v˙C 0 C vC 0 − C1 Vi
= + 1
i˙L − L1 − RL i L L 0 io

A matriz saída:

(
v o = vC
ii = iL
· ¸ · ¸· ¸ · ¸· ¸
vo 1 0 vC 0 0 Vi
= +
ii 0 1 iL 0 0 io
8.9. MODELAGEM DE CONVERSORES 69

· 1 ¸
0 C
A=
− R1 − RL
· ¸
0 − C1
B= 1
L 0
· ¸
1 0
C=
0 1
· ¸
0 0
D=
0 0

8.9.2 Modelagem de conversores por espaço de estados


Os conversores operando no chaveamente possuem até três estágios de condução durante os pe-
ríodos tON , tOF F e t I DLE , em que cada estágio possui um conjunto de equações de espaço de esta-
dos que descrevem o comportamento das variáveis elétricas do conversor.

Conversor buck

1. Chave s fechada - tON

Figura 8.31: Topologia do conversor buck no modo tON


 di (
−Vi + L L + vC = 0 ii = iL
dt
i L −C d vC − i o = 0
 v o = vC
dt
· ¸ · ¸· ¸ ·1 ¸· ¸
i˙L 0 − L1 i L L
0 Vi
= 1 + 1
v˙C C 0 vC 0 − C io
· ¸ · ¸· ¸ · ¸· ¸
i˙i 1 0 iL 0 0 Vi
= +
v˙o 0 1 vC 0 0 io

2. Chave s aberta - tOF F


 di (
L L + vC = 0 ii = 0
dt
 d v
i L −C C − i o = 0 v o = vC
dt
· ¸ · ¸· ¸ · ¸· ¸
i˙L 0 − L1 i L 0 0 Vi
= 1 + 1
v˙C C 0 v C 0 − C
io
· ¸ · ¸· ¸ · ¸· ¸
i˙i 0 0 iL 0 0 Vi
= +
v˙o 0 1 vC 0 0 io
70 CAPÍTULO 8. CONVERSORES CC-CC NÃO-ISOLADOS

Figura 8.32: Topologia do conversor buck no modo tOF F

Conversor boost

1. Chave s fechada - tON

Figura 8.33: Topologia do conversor boost no modo tON


 di (
−Vi + L L = 0 ii = iL
dt
 d v
−C C − i o = 0 v o = vC
dt
· ¸ · ¸· ¸ ·1 ¸· ¸
i˙L 0 0 iL L 0 Vi
= + 1
v˙C 0 0 vC 0 − C io
· ¸ · ¸· ¸ · ¸· ¸
i˙i 1 0 iL 0 0 Vi
= +
v˙o 0 1 vC 0 0 io

2. Chave s aberta - tOF F

Figura 8.34: Topologia do conversor boost no modo tOF F


8.9. MODELAGEM DE CONVERSORES 71


 di (
−Vi + L L + vC = 0 ii = iL
dt
i L −C d vC − i o = 0
 v o = vC
dt
· ¸ · ¸· ¸ ·1 ¸· ¸
i˙L 0 − L1 i L L
0 Vi
= 1 + 1
v˙C C
0 vC 0 − C io
· ¸ · ¸· ¸ · ¸· ¸
i˙i 1 0 iL 0 0 Vi
= +
v˙o 0 1 vC 0 0 io

Conversor buck-boost

1. Chave s fechada - tON

Figura 8.35: Topologia do conversor buck-boost no modo tON


 di (
−Vi + L L = 0 ii = iL
dt
−C d vC − i o = 0
 v o = vC
dt
· ¸ · ¸· ¸ ·1 ¸· ¸
i˙L 0 0 iL L 0 Vi
= + 1
v˙C 0 0 vC 0 − C io
· ¸ · ¸· ¸ · ¸· ¸
i˙i 1 0 iL 0 0 Vi
= +
v˙o 0 1 vC 0 0 io

2. Chave s aberta - tOF F

Figura 8.36: Topologia do conversor buck-boost no modo tOF F


72 CAPÍTULO 8. CONVERSORES CC-CC NÃO-ISOLADOS


 di (
−L L − vC = 0 ii = 0
dt
i L −C d vC − i o = 0
 v o = vC
dt
· ¸ · ¸· ¸ · ¸· ¸
i˙L 0 − L1 i L 0 0 Vi
= 1 + 1
v˙C C 0 vC 0 − C io
· ¸ · ¸· ¸ · ¸· ¸
i˙i 0 0 iL 0 0 Vi
= +
v˙o 0 1 vC 0 0 io

O desenvolvimento dos seguintes conversores é apresentado no gabarito da lista de exercícios


II - Modelagem em Espaço de Estados.

Conversor Ćuk

1. Chave s fechada - tON

 
0 0 0 0  
     1
1 1 − L 1 0 
i L˙1 0 0 −  i L1
   
L2     · ¸
 i L˙2   L2
 i L2   0 0  Vi
 = 1  +
 v˙C 1  
0 − C 0 0  vC 1 
  0 0  io
vC˙ o  1  vC o  1 
 1  0 −
0 0 0 Co
Co

 
i L1
· ¸ · ¸  · ¸· ¸
vo 0 0 0 1  i L2  0 0 Vi
=  +
ii 1 0 0 0  vC 1  0 0 io
vC o

2. Chave s aberta - tOF F

 1 
0 0 0  
   L1   1
− L 1 0 
i L˙1 
 1 i L1
 ˙   0 0 0 −    · ¸
 i L2   L2   i L2   0 0  Vi
 = 1  +

 v˙C 1  − 0 0

0  vC 1   0 0  io
  1 
vC˙ o  C1  vC o 0 −
 1 
0 0 0 Co
Co

 
i L1
· ¸ · ¸  · ¸· ¸
vo 0 0 0 1  i L2  0 0 Vi
=  +
ii 1 0 0 0  vC 1  0 0 io
vC o
8.9. MODELAGEM DE CONVERSORES 73

Conversor SEPIC

1. Chave s fechada - tON

   
  0 0 0 0   1
0 
i L˙1  1  i L1  L1
 ˙  0 0 0   · ¸
 i L2  
 L2  i L2   0 0  Vi
 =  +
 v˙C 1  0 − 1 0 0  vC 1  
0 0  io
vC˙ o  C1  vC o  1 
0 −
0 0 0 0 Co

 
i L1
· ¸ · ¸  · ¸· ¸
vo 0 0 0 1  i L2  0 0 Vi
=  +
ii 1 0 0 0  vC 1  0 0 io
vC o

2. Chave s aberta - tOF F

 1 1
0 0 − −  
   L1 L1    1
0 
i L˙1 
 1 i L1  L1
 ˙   0 0 0 −    · ¸
 i L2   L2   i L2   0 0  Vi
 = 1  +

 v˙C 1   0 0 0 
 vC 1  0 0  io
  1 
vC˙ o  C1  vC o 0 −
 1 1 
0 0 Co
Co Co

 
i L1
· ¸ · ¸  · ¸· ¸
vo 0 0 0 1  i L2  0 0 Vi
=  +
ii 1 0 0 0  vC 1  0 0 io
vC o

Conversor Zeta

1. Chave s fechada - tON

   
0 0 0 0 1
      0 
i L˙1 0 1 1 i L1  L1 
0 −  1
   L2     · ¸
 i L˙2   L2
 i L2   0  Vi
 = 1  
 +  L2
 v˙C 1  
0 − C 0 0  vC 1  0 0 
 io
vC˙ o  1  vC o  
 1   1 
0 0 0 0 −
Co Co

 
i L1
· ¸ · ¸  · ¸· ¸
vo 0 0 0 1  i L2  0 0 Vi
=  +
ii 1 1 0 0  vC 1  0 0 io
vC o
74 CAPÍTULO 8. CONVERSORES CC-CC NÃO-ISOLADOS

2. Chave s aberta - tOF F


 1 
0 0 − 0
   L1   0 0

i L˙1 
 1 i L1
   0 0 0 −    0 0  · ¸
 i L˙2   L2   i L2   
 Vi

 = 1   + 0 0 
 v˙C 1   0 0 0 
 vC 1   io
 1 
vC˙ o  C1  vC o 0 −
 1  Co
0 0 0
Co

 
i L1
· ¸ · ¸  · ¸· ¸
vo 0 0 0 1  i L2  0 0 Vi
=  +
ii 0 0 0 0  vC 1  0 0 io
vC o

8.10 Modelo médio do espaço de estados


8.10.1 Introdução
Um método geral para descrever um circuito que muda sua topologia em um período de cha-
veamento é chamado modelo médio do espaço de estados. A técnica requer dois conjuntos de
equações de estados: um conjunto para a chave fechada, o outro para a chave aberta. A estas
equações são atribuídas pesos proporcionais ao tempo que a chave fica fechada e aberta e, então,
feito a média em um período de chaveamento.
As equações de estado para o circuito chaveado com duas topologias resultantes são:
Para a chave fechada:

ẋ(t ) = A 1 x(t ) + B 1 u(t ) (8.88)


y(t ) = C 1 x(t ) + D 1 u(t ) (8.89)

Para a chave aberta:

ẋ(t ) = A 2 x(t ) + B 2 u(t ) (8.90)


y(t ) = C 2 x(t ) + D 2 u(t ) (8.91)

As equações são ponderadas e somada para que se encontrem as equações de estado médias.
Para a chave fechada, as equações são multiplicadas por DT s . Já para a chave aberta, as equações
são multiplicadas por (1 − D)T s . Após isso, as equações são somadas, o que resulta no modelo
médio do EE, dado por:

ẋ(t )D + ẋ(t )(1 − D) = [A 1 x(t ) + B 1 u(t )] D + [A 2 x(t ) + B 2 u(t )] (1 − D) (8.92)


ẋ = [A 1 D + A 2 (1 − D)] x(t ) + [B 1 D + B 2 (1 − D)] u(t ) (8.93)

y(t )D + y(t )(1 − D) = [C 1 x(t ) + D 1 u(t )] D + [C 2 x(t ) + D 2 u(t )] (1 − D) (8.94)


y(t ) = [C 1 D +C 2 (1 − D)] x(t ) + [D 1 D + D 2 (1 − D)] u(t ) (8.95)
8.10. MODELO MÉDIO DO ESPAÇO DE ESTADOS 75

De uma forma geral, tem-se:

ẋ(t ) = Ax(t ) + Bu(t ) (8.96)


b
y(t ) = C x(t ) + Du(t ) (8.97)

em que:

A = A 1 D + A 2 (1 − D) (8.98)
B = B 1 D + B 2 (1 − D) (8.99)
C = C 1 D +C 2 (1 − D) (8.100)
b = D 1 D + D 2 (1 − D)
D (8.101)

A equação de regime permanente pode ser obtida tomando os termos com derivadas no tempo
iguais a zero. Assim, o modelo em regime permanente será:

ẋ = 0 = Ax(t ) + Bu(t ) (8.102)


−1
X =A BU (8.103)
Y = C X + DU (8.104)

Substituindo (8.103) em (8.104), tem-se que a função de transferência é:

Y = −C A −1 BU + DU (8.105)
Y £ ¤
= −C A −1 B + D (8.106)
U

Exemplo:

Conversor buck com elementos parasitas.

Figura 8.37: Topologia do conversor buck com a presença de elementos parasitas

· ¸
iL
x=
vC
· ¸
Vg
u=
ii n j
y = vo

Para a chave fechada:


76 CAPÍTULO 8. CONVERSORES CC-CC NÃO-ISOLADOS

Figura 8.38: Topologia do conversor buck com a presença de elementos parasitas no modo tON

d iL 1 £ ¤
= Vg − (R L + R t ) − v o (8.107)
dt L
d vo 1h vo i
= iL − − ii n j (8.108)
dt C ³R v ´
o
v o = v c + Rc i L − − ii n j (8.109)
 R 
RL + R t RRC R
− L −
(R + RC ) L

(R + RC ) L 
A1 =  R 1

 (8.110)

(R + RC )C (R + RC )
 
1 RRC
L (R + RC ) L 
B1 = 
 R

 (8.111)
0 −
(R + RC )C
· ¸
RRC R
C1 = (8.112)
R + RC R + RC
· ¸
RRC
D1 = 0 − (8.113)
R + RC

Para a chave aberta:

Figura 8.39: Topologia do conversor buck com a presença de elementos parasitas no modo tOF F

A2 = A1 (8.114)
 
RRC
0 (R + R ) L 
B2 = 
 R
C 
 (8.115)
0 −
(R + RC )C
C2 = C1 (8.116)
D2 = D1 (8.117)
8.10. MODELO MÉDIO DO ESPAÇO DE ESTADOS 77

ẋ = A 1 x + B 1Vg D (8.118)
c1Vg
y = C1x + D (8.119)
ii n j = 0 (8.120)

ẋ = A 1 x + B 1Vg D (8.121)
y = C1x (8.122)

Exemplo:

Conversor boost com elementos parasitas

Figura 8.40: Topologia do conversor boost com a presença de elementos parasitas

· ¸
vC
x=
iL
 
Vi
u =  Vd 
ii n j
· ¸
vo
y=
ii
Para a chave fechada:

· ¸ · ¸· ¸ " # V 
1 Ro
v˙C − (rC +R o )C
0 vC 0 0 − (rC +Ro )C  i 
= + 1 Vd (8.123)
i˙L 0 r L +r s
− L iL 0 0
L ii n j
· ¸ " Ro #· ¸ " # V 
Ro rC
vo 0 vC 0 0 − (rC +Ro )  i 
= (rC +Ro ) + Vd (8.124)
ii 0 1 iL 0 0 0
ii n j
Para a chave aberta:

· ¸ " #· ¸ " # V 
1 Ro Ro i
v˙C − (rC +R o )C (rC +R o )C vC 0 0 − (rC +R o )C
= + 1  Vd  (8.125)
i˙L Ro
− (r +R )L
− r L (r(r
C +R o )−r C R o iL 1
L −L
Ro rC
C o C +R o )L (rC +R o )L ii n j
· ¸ " #· ¸ " # V 
Ro Ro rC Ro rC i
vo (rC +R o )
v C 0 0 − (rC +R o )  V 
= rC +R o + d (8.126)
ii 0 1 iL 0 0 0
ii n j
78 CAPÍTULO 8. CONVERSORES CC-CC NÃO-ISOLADOS
Capítulo 9

Modelagem térmica de semicondutores

9.1 Introdução
Perdas por condução e chaveamento ocorrem em dispositivos eletrônicos. Estas perdas represen-
tam energia elétrica sendo convertida em energia térmica, e a remoção desta energia térmica é
essencial para manter a temperatura interna do dispositivo abaixo do seu valor máximo permi-
tido.

9.2 Resistência térmica


Quando a seção de um material tal qual mostra a figura 9.1 tem uma diferença de temperatura,
existe um fluxo de energia do ponto de temperatura mais alta para o ponto final de temperatura
mais baixa. O fluxo de energia por unidade de tempo que repesenta energia será:

λA∆T
P cond = (9.1)
d
W
em que λ é a condutividade térmica em .
m°C

Figura 9.1: Fluxo de calor em um material

Exemplo 1:

Sabendo que h = b = 1 cm e d = 20 cm. A taxa de energia calorífica que entra em T2 é de 3 W e a


temperatura T1 = 40 ºC. Encontre T2 , sabendo que a condutividade térmica do alumínio é de 220
W
.
m°C

79
80 CAPÍTULO 9. MODELAGEM TÉRMICA DE SEMICONDUTORES

Solução:
Usando a equação (9.1):

P cond d 3 · 0, 2
T2 = + T1 = + 40 = 67, 3 °C
λhb 220 · 0, 01 · 0, 01

Exemplo 2:

Considerando h = 3 cm, b = 4 cm e d = 2 mm. A queda de temperatura é de 3 °C da superfície 3x4


cm2 para a outra. Encontre a potência máxima que pode ser gerada nesse transistor.
Solução:

λA∆T 220 · 0, 03 · 0, 04 · 3
P cond = = = 396 W
d 0, 002

A resistência térmica é definida como sendo:

∆T
R θ,cond = (9.2)
P cond
Remetendo à figura 9.1, nota-se que ∆T = T2 − T1 . Usando-se isso na equação, tem-se que:

d
R θ,cond = (9.3)
λA
°C
A resistência térmica é dada em .
W

9.3 Temperatura em regime permanente


Geralmente o calor deve fluir através de vários materiais diferentes, cada um com diferente con-
dutividade térmica e, talvez, diferentes áreas e espessura. Um exemplo é mostrado na figura 9.2.

Figura 9.2: Circuito equivalente ao modelo térmico e suas respectivas temperaturas

O circuito análogo para cálculos térmicos em regime permanente usa P cond como fonte de
corrente, R θ,cond como resistência elétrica e ∆T como a diferença de potencial.
A temperatura interna de um dispositivo eletrônico é referenciada como temperatura de jun-
ção.
Um dissipador de calor reduz a temperatura de junção para uma dada dissipação de potência
por meio da redução da resistência térmica total da junção para o ambiente.
9.4. TEMPERATURAS VARIANTES NO TEMPO 81

Para um dispositivo eletrônico montado em um dissipador, a potência térmica flui da junção


para o encapsulamento, do encapsulameto para o dissipador e do dissipador para o ambiente. As
correspondentes resistências térmicas são R θ,JC , R θ,CS e R θ,SA .
A temperatura do dissipador é:

T s = P R θ,SA + T A (9.4)
A temperatura no encapsulamento é:
¡ ¢
TC = P R θ,CS + TS = P R θ,CS + R θ,SA + T A (9.5)
já a temperatura de junção:
¡ ¢
TC = P R θ,JC + TC = P R θ,JC + R θ,CS + R θ,SA + T A (9.6)

9.4 Temperaturas variantes no tempo


Temperaturas resultantes de uma fonte de potência térmica variante no tempo são analisadas
usando o circuito da figura 9.3.

Figura 9.3: Circuito equivalente ao modelo térmico variante no tempo

O capacitor representa energia térmica armazenada, resultando em mudanças exponenciais


nas temperaturas para uma mudança em degrau na fonte de potência.
Este modelo pode representar o sistema completo semicondutor-encapsulamento-dissipador
com as temperaturas representando a temperatura de junção, encapsulamento, dissipador e am-
biente.

Figura 9.4: Circuito completo equivalente ao modelo térmico variante no tempo

A impedância térmica transitória de junção para o encapsulmento Zθ,JC é usada para determi-
nar a mudança de temperatura na junção devido às mudanças momentâneas na potência absor-
vida.
Considere um aumento na temperatura de junção devido a um pulso simples de potência com
amplitude P o com duração t 1 . O modelo térmico produz uma variação exponencial na tempe-
ratura de junção. A mudança de temperatura de junção no intervalo de tempo de 0 a t 1 é dada
por:
82 CAPÍTULO 9. MODELAGEM TÉRMICA DE SEMICONDUTORES

∆T J = P o Zθ,JC (t ) (9.7)

Figura 9.5: Evolução da temperatura em função do tempo

Assim, a temperatura de junção será ∆T J somada com a temperatura do encapsulamento.

T J = P o Zθ,JC + TC (9.8)
Capítulo 10

Controle de conversores chaveados

10.1 Introdução
Em conversores CC-CC chaveados ideais, a tensão de saída é uma função da tensão de entrada e
ciclo de trabalho. A saída do conversor de potência é regulada modulando-se o ciclo de trabalho
para compensar variações na entrada ou na carga. O sistema de controle por realimentação para
controlar o conversor de potência compara tensão de saída com uma referência e converte o erro
em um ciclo de trabalho. O diagrama de blocos do sistema de controle é representado por um
sistema em malha fechada:

Figura 10.1: Diagrama de blocos do sistema de controle

Em um chaveamento PWM, do inglês pulse-width modulation, com frequência de chavea-


mento constante, o sinal de controle da chave, o qual controla o estado (fechado ou aberto) da
chave, é gerado pela comparação de um sinal de tensão de controle, vC com uma forma de onda
repetitiva v t r como mostrado na figura 10.2.
O sinal de tensão de controle geralmente é obtido pela amplificação do erro ou a diferença
entre a tensão de saída atual e seu valor desejado. A frequência da forma de onda repetitiva com
um pico constante, o qual é mostrado como sendo uma dente-de-serra, estabelece a frequência
de chaveamento. Em termos de vC e o pico do dente-de-serra Vt r , o ciclo de trabalho será:

tON vC
D= = (10.1)
Ts Vt r

83
84 CAPÍTULO 10. CONTROLE DE CONVERSORES CHAVEADOS

Figura 10.2: Geração dos sinais PWM e de controle


Capítulo 11

Listas de Exercícios

Lista de Exercícios - Conversores CC não-isolados

PROBLEMAS

7.1 O conversor CC-CC boost da Fig. 8.8 (pág. 57) fornece potência para uma carga com resis-
tência de 1,5 Ω. Sabe-se que a indutância de entrada é 0,8 mH. A fonte de tensão CC é de 50 V
e a tensão na carga de 75 V. Se o tempo que a chave permanece ligada for 1,5 ms, determine:

a) A frequência de chaveamento do conversor;

1
Vo = Vi
1−D
Vi
1−D =
Vo
Vi 50
D = 1− = 1− = 0, 33
Vo 75
D = tON f s
D 0, 33
fs = = = 220 Hz
tON 0, 0015

b) O valor médio da corrente da fonte;

1
Ii = Io
1−D
1 Vo
Ii =
1−D R
1 75
Ii =
1 − 0, 33 1, 5
I i = 74, 62 A

85
86 CAPÍTULO 11. LISTAS DE EXERCÍCIOS

c) A corrente máxima no indutor de entrada,


Vi
∆i L = tON
L
50
∆i L = 0, 0015
0, 0008
∆i L = 93, 75 A
∆i L
i L max = I L +
2
∆i L 93, 75
i L max = I i + = 74, 62 + = 121, 495 A
2 2

d) A corrente mínima no indutor de entrada,


∆i L
i L max = I L −
2
∆i L 93, 75
i L max = Ii − = 74, 62 − = 27, 745 A
2 2

7.2 O conversor buck-boost da Fig. 8.13 (pág. 61) possui uma tensão de entrada Vi = 12 V. A
razão cíclica, D, é 0,25, a frequência de chaveamento é 25 kHz, a indutância L = 150 µH e a
capacitância de filtro, C , é 220 µF. Se a corrente média na carga é 1,25 A, determine:

a) A tensão média de saída, Vo ;


D
Vo = Vi
1−D
0, 25
Vo = 12
1 − 0, 25
Vo = 4 V

b) A ondulação pico-a-pico da tensão de saída, ∆Vo ;

Io
∆Vo = tON
C
Io D
∆Vo =
C fS
1, 25 0, 25
∆Vo =
220µ 25000
∆Vo = 56, 81 mV

c) A ondulação pico-a-pico da corrente no indutor, ∆i L ;

Vi
∆i L = tON
L
Vi D
∆i L =
L fS
12 0, 25
∆i L =
150µ 25000
∆i L = 0, 8 A
87

d) A relação entre a corrente média na indutância e a corrente média na chave;


Como a corrente média no indutor é numericamente igual à área do gráfico, tem-se
que:

∆i L TS
IL =
2

O mesmo vale para a corrente na chave:

∆i L tON
Is =
2

Portanto:

∆i L tON
Is 2
=
IL ∆i L TS
2
I s tON
=
IL TS
Is
=D
IL
IS
IL =
D

e) O pico da corrente na chave s, i smax .


A corrente média no indutor, I L , é:

IL = Ii + Io
I L = 0, 4167 + 1, 25
I L = 1, 6667 A

Portanto,

∆i L
i smax = I L +
2
0, 8
i smax = 1, 6667 +
2
i smax = 1, 6667 + 0, 4
i smax = 2, 0667 A

7.3 A tensão de alimentação de um conversor Ćuk, Fig. 8.20 (pág. 68), é Vi = 12 V. A razão cíclica,
D, é 0,25, a frequência de chaveamento é 25 kHz, a indutância L 2 = 150 µH e a capacitância
de filtro, C o , é 220 µF. A capacitância de transferência de energia é C 1 = 200 µF e a indut^ancia
L 1 = 180 µH. Se a corrente média na carga é 1,25 A, determine:
88 CAPÍTULO 11. LISTAS DE EXERCÍCIOS

a) A tensão média de saída, Vo ;


D
Vo = Vi
1−D
0, 25
Vo = 12
1 − 0, 25
Vo = 4 V

b) Corrente média de entrada, I i ;


D
Ii = Io
1−D
0, 25
Ii = 1, 25
1 − 0, 25
I i = 0, 4167 A

c) A ondulação pico-a-pico da corrente no indutor L 1 , ∆i L 1 ;


Vi
∆i L 1 = tON
L1
Vi D
∆i L 1 =
L1 fS
12 0, 25
∆i L 1 =
180µ 25000
∆i L 1 = 0, 667 A

d) A ondulação pico-a-pico da tensão no capacitor C 1 , ∆vC 1 ;


Ii
∆vC 1 = tOF F
C1
Ii 1 − D
∆vC 1 =
C1 fS
0, 4167 1 − 0, 25
∆vC 1 =
200µ 25000
∆vC 1 = 62, 5 mV

e) A ondulação pico-a-pico da corrente no indutor L 2 , ∆i L 2 ;


Vo
∆i L 2 = tOF F
L2
Vo D
∆i L 2 =
L2 fS
12 0, 25
∆i L 2 =
150µ 25000
∆i L 2 = 0, 8 A

f) A ondulação pico-a-pico da tensão de saída, ∆Vo ;


∆i L 2 T s
∆Vo =
Co
∆i L 2
∆Vo =
8C o f s
0, 8
∆Vo =
220µ · 25000
∆vC 1 = 18, 18 mV
89

g) A relação entre a corrente média na indutância L 1 e a corrente média na chave s;


Como a corrente média no indutor é numericamente igual à área do gráfico, tem-se
que:

∆i L 1 TS
I L1 =
2
O mesmo vale para a corrente na chave:

∆i L 1 tON
Is =
2
Portanto:

∆i L 1 tON
Is 2
=
I L1 ∆i L 1 TS
2
Is tON
=
I L1 TS
Is
=D
I L1
IS
I L1 =
D
h) O pico da corrente na chave s, i smax .
A corrente média no indutor, I L 1 , é:

I L1 = I i
I L 1 = 0, 4167 A

Portanto,

∆i L 1
i smax = I L 1 +
2
0, 8
i smax = 0, 4167 +
2
i smax = 0, 4167 + 0, 4
i smax = 0, 8167 A

7.4 Traçar as formas de ondas dos sinais e deduzir a equação de relaçãoo de ganho de tensão e
corrente para o conversor SEPIC da Fig. 8.25 (pág. 70) operando no MCC.
• Modo tON

v L 1 = Vi
v L 2 = vC 1
90 CAPÍTULO 11. LISTAS DE EXERCÍCIOS

Formas de onda do indutor L 1

• Modo tOF F

Vi = v L 1 + v C 1 + Vo
v L 1 = Vi − v C 1 − Vo
v L 2 = −Vo

Formas de onda do indutor L 2

Como as tensões médias nos indutores v L 1 e v L 2 são nulas, tem-se que as áreas são iguais
para os períodos tON e tOF F :

v L 1 DT s = −v L 1 (1 − D)T s
Vi D = −(Vi − vC 1 − Vo )(1 − D)
D
− Vi = Vi − v C 1 − Vo
µ1 − D ¶
D
− Vi 1 + + Vo = −vC 1
1−D
µ ¶
D
v C 1 = Vi 1 + − Vo
1−D

e
91

v L 2 DT s = −v L 2 (1 − D)T s
vC 1 D = −(−Vo )(1 − D)

Porém,

µ ¶
D
v C 1 = Vi 1 + − Vo
1−D

Assim,

µ · ¸ ¶
D
Vi 1 + − Vo D = Vo (1 − D)
1−D
µ ¶
D 1−D
Vi 1 + − Vo = Vo
1−D D
µ ¶ µ ¶
D 1−D
Vi 1 + = Vo 1 +
1−D D
µ ¶ µ ¶
1−D +D D +1−D
Vi = Vo
1−D D
µ ¶
1 1
Vi = Vo ( )
1−D D
D
Vo = Vi
1−D

7.5 Traçar as formas de ondas dos sinais e deduzir a equação de relaçãoo de ganho de tensão e
corrente para o conversor Zeta da Fig. 8.27 (pág. 70) operando no MCC.
• Modo tON

v L 1 = Vi
Vi = −vC 1 + v L 2 + Vo
v L 2 = Vi + v C 1 − Vo

• Modo tOF F

v L 1 = −vC 1
v L 2 = −Vo

Como as tensões médias nos indutores v L 1 e v L 2 são nulas, tem-se que as áreas são iguais
para os períodos tON e tOF F :

v L 1 DT s = −v L 1 (1 − D)T s
Vi D = −(−vC 1 )(1 − D)
D
v C 1 = Vi
1−D
92 CAPÍTULO 11. LISTAS DE EXERCÍCIOS

Formas de onda do indutor L 1

Formas de onda do indutor L 2

v L 2 DT s = −v L 2 (1 − D)T s
¡ ¢
Vi + vC 1 − Vo D = −(−Vo )(1 − D)
¡ ¢ D
Vi + v C 1 − Vo = Vo
1−D
¡ ¢ D
Vi + v C 1 − Vo = Vo
1−D

Porém,

D
v C 1 = Vi
1−D

Assim,
93

µ ¶
D D
Vi + Vi − Vo = Vo
1−D 1−D
µ ¶
D 1−D
Vi 1 + − Vo = Vo
1−D D
µ ¶ µ ¶
D 1−D
Vi 1 + = Vo 1 +
1−D D
1−D +D D +1−D
Vi = Vo
1−D D
1 1
Vi = Vo
1−D D
D
Vo = Vi
1−D

Lista de Exercícios - Modelagem em espaço de estados


PROBLEMAS

8.1 Determine o modelo médio de espaço de estados considerando as variáveis de estado (x),
perturbações (u) e saídas (y) para os circuitos como sendo:

 
i L1
  · ¸ · ¸
 i L2  Vi vo
x=  u= y=
 vC 1  io ii
vC o

Para:

a) O conversor Ćuk da Fig. 8.7;

Figura 8.7 Circuito do conversor Ćuk.

• Estágio tON :

vC 1 − v L 2 − v o = 0 i C 1 = −i L 2 iCo = i L2 − i o
d i L1 d i L2 d vC 1 d vC o
− Vi + L 1 =0 vC 1 − L 2 − vC o = 0 C1 = −i L 2 Co = i L2 − i o
dt dt dt dt
d i L1 d i L2 d vC 1 i L2 d vC o i L2 − i o
Vi = L 1 L2 = vC 1 − vC o =− =
dt dt dt C1 dt Co
d i L 1 Vi d i L 2 vC 1 − vC o
= =
dt L1 dt L2
94 CAPÍTULO 11. LISTAS DE EXERCÍCIOS

v o = vC o
i i = i L1

 
0 0 0 0  
     1
1 1 0 
i L˙1 0 0 −  i L1  L1
   
L2     · ¸
 i L˙2   L2
 i L2   0 0  Vi
 = 1  +
 v˙C 1  
0 − C 0 0  vC 1 
 0 0  io
vC˙ o  1  vC o  1 
 1  0 −
0 0 0 Co
Co

 
i L1
· ¸ · ¸  · ¸· ¸
vo 0 0 0 1  i L2  0 0 Vi
=  +
ii 1 0 0 0  vC 1  0 0 io
vC o

• Estágio tOF F :

− v L 2 − vC o = 0 iC1 = i L1 i L2 = iCo + i o
d i L1 d i L2 d vC 1 d vC o
− Vi + L 1 + vC 1 = 0 − L 2 = vC o C1 = i L1 Co = i L2 − i o
dt dt dt dt
d i L1 d i L2 vC o d vC 1 i L1 d vC o i L2 − i o
Vi − v C 1 = L 1 =− = =
dt dt L2 dt C1 dt Co
d i L1 Vi − v C 1
=
dt L1

v o = vC o
i i = i L1

 1 
0 0 − 0  
   L1   1
0 
i L˙1 
 1 i L1  L1
 ˙   0 0 0 −    · ¸
 i L2   L2   i L2   0 0  Vi
 = 1  +
 v˙C 1   0 0 0 
 vC 1  
0 0  io
  1 
vC˙ o  C1  vC o 0 −
 1 
0 0 0 Co
Co

 
i L1
· ¸ · ¸  · ¸· ¸
vo 0 0 0 1  i L2  0 0 Vi
=  +
ii 1 0 0 0  vC 1  0 0 io
vC o
95

A = A 1 D + A 2 (1 − D)
   1 
0 0 0 0 0 0 − 0
   L1 
1 1 
0
 0 −    1
 L 2 L2   0 0 0 − 
A=D 1  + (1 − D) 
 1 L2 

0 − 0 0   
 C1   0 0 0 
   C1 
 1   
0 0 0 1
Co 0 0 0
Co
 1−D 
0 0 − 0
 L1 
 D 1 
 
 0 0 − 
 L 2 L 2
= 1−D D 
 
 − 0 0 
 C1 C1 
 1 
0 0 0
Co

 
1
 L1 0 
 
0 0 
B =
0

 0 
 1 
0 −
Co

· ¸
0 0 0 1
C=
1 0 0 0

· ¸
0 0
D=
0 0

b) O SEPIC da Fig. 8.8(a);


• Estágio tON :

vC 1 − v L 2 = 0 i C 1 = −i L 2 i C o = −i o
d i L1 d i L2 d vC 1 d vC o
− Vi + L 1 =0 vC 1 − L 2 =0 C1 = −i L 2 Co = −i o
dt dt dt dt
d i L1 d i L2 d vC 1 i L2 d vC o io
Vi = L 1 L2 = vC 1 =− =−
dt dt dt C1 dt Co
d i L1Vi d i L 2 vC 1
= =
dt L1 dt L2

v o = vC o
i i = i L1
96 CAPÍTULO 11. LISTAS DE EXERCÍCIOS

Figura 8.8 Conversor SEPIC: (a) circuito; (b) circuito equivalente para o período t on ; (c) circuito
equivalente para o período t o f f .

   
  0 0 0 0   1
0 
i L˙1  1  i L1  L1
  0 0 0   · ¸
 i L˙2   L2  i L2   0 0  Vi
 = 1  +
 v˙C 1  
0 − 0 0  vC 1 
 0 0  io
vC˙ o  C1  v  1 
Co 0 −
0 0 0 0 Co

 
i L1
· ¸ · ¸  · ¸· ¸
vo 0 0 0 1  i L2  0 0 Vi
=   +
ii 1 0 0 0  vC 1  0 0 io
vC o

• Estágio tOF F :

v L 2 + vC o = 0 iC1 = i L1
d i L2 d vC 1
− Vi + v L 1 + v C 1 − v C o = 0 L2 = −vC o C1 = i L1
dt dt
d i L1 d i L2 vC o d vC 1 i L1
− Vi + L 1 + vC 1 − vC o = 0 =− =
dt dt L2 dt C1
d i L1 Vi − v C 1 − v C o
=
dt L1
97

i L1 + i L2 + iCo = i o
d vC o
−C o = i o − i L1 − i L2
dt
d vC o i L 1 + i L 2 − i o
=
dt Co

v o = vC o
i i = i L1

 1 1
0 0 − −  
   L1 L1    1
0 
i L˙1 
 1 i L1  L1
 ˙   0 0 0 −    · ¸
 i L2   L2   i L2   0 0  Vi
 = 1  +

 v˙C 1   0 0 0 
 vC 1  0 0  io
  1 
vC˙ o  C1  vC o 0 −
 1 1 
0 0 Co
Co Co
 
i L1
· ¸ · ¸  · ¸· ¸
vo 0 0 0 1  i L2  0 0 Vi
=  +
ii 1 0 0 0  vC 1  0 0 io
vC o

• Modelo médio:

A = A 1 D + A 2 (1 − D)
 1 1
  0 0 − −
0 0 0 0  L1 L1 
 1
  1
0  
 0 0
  0 0 0 − 

A=D  + (1 − D) 
L2  1 L2 

1   
0 − 0 0  0 0 0 
 C1   C1 
0 0 0 0  1 1 
0 0
Co Co
 1−D 1−D 
0 0 − −
 L1 L1 
 D 1−D 
 
 0 0 − 
 L2 L2 
= 1−D D 
 
 − 0 0 
 C1 C1 
1−D 1−D 
0 0
Co Co
 
1
 L1 0 
 
0 0 
B =
0

 0 
 1 
0 −
Co
98 CAPÍTULO 11. LISTAS DE EXERCÍCIOS

· ¸
0 0 0 1
C=
1 0 0 0

· ¸
0 0
D=
0 0

c) O conversor Zeta da Fig. 8.9(a).

Figura 8.9 Conversor Zeta: (a) circuito; (b) circuito equivalente para o período t on ; (c) circuito
equivalente para o período t o f f .

− Vi − v C 1 + v L 2 + v C o = 0 i C 1 = −i L 2
d i L1 d i L2 d vC 1
− Vi + L 1 =0 − Vi − v C 1 + L 2 + vC o = 0 C1 = −i L 2
dt dt dt
d i L1 d i L2 d vC 1 i L2
Vi = L 1 L2 = Vi + v C 1 − v C o =−
dt dt dt C1
d i L1Vi d i L2 Vi + v C 1 − v C o
= =
dt L1 dt L2

iCo + i o = i L2
d vC o
Co = i L2 − i o
dt
d vC o i L2 − i o
=
dt Co

v o = vC o
i i = i L1 + i L2
99

   
0 0 0 0 1
      0 
i L˙1 0 1 1 i L1  L1 
0 −  1
   L2     · ¸
 i L˙2   L2
 i L2   0  Vi
 
= 1  
 +  L2
 v˙C 1  0 − 0 0  vC 1  0  io
 C1   0 
vC˙ o  1  vC o  1 
0 0 0 0 −
Co Co

 
i L1
· ¸ · ¸  · ¸· ¸
vo 0 0 0 1  i L2  0 0 Vi
=  +
ii 1 1 0 0  vC 1  0 0 io
vC o

• Estágio tOF F :

v L 2 + vC o = 0 iC1 = i L1
− v L 1 − vC 1 = 0 d i L2 d vC 1
L2 = −vC o C1 = i L1
d i L1 dt dt
L1 + vC 1 = 0 d i L2 vC o d vC 1 i L1
dt =− =
d i L1 dt L2 dt C1
L1 = −vC 1
dt
d i L1 vC
=− 1
dt L1

i L2 = iCo + i o
d vC o
Co = i L2 − i o
dt
d vC o i L2 − i o
=
dt Co

v o = vC o
ii = 0

 1 
0 0 − 0
   L1   0 0

i L˙1 
 1 i L1
 ˙   0 0 0 −    0 0  · ¸
i
 L2   L2   i L2   
 Vi

 =   + 0 0 
 v˙C 1   1 0 0 0 
 vC 1   io
 1 
vC˙ o  C1  vC o 0 −
 1  Co
0 0 0
Co
 
i L1
· ¸ · ¸  · ¸· ¸
vo 0 0 0 1  i L2  0 0 Vi
=  +
ii 0 0 0 0  vC 1  0 0 io
vC o
100 CAPÍTULO 11. LISTAS DE EXERCÍCIOS

• Modelo médio:

A = A 1 D + A 2 (1 − D)
   1 
0 0 0 0 0 0 − 0
   L1 
1 1 
0
 0 −    1
 L 2 L2   0 0 0 − 
A=D 1  + (1 − D) 
 1 L2 

0 − 0 0   
 C1   0 0 0 
   C1 
 1   
0 0 0 1
Co 0 0 0
Co
 1−D 
0 0 − 0
 L1 
 D 1 
 
 0 0 − 
 L 2 L 2
= 1−D D 
 
 − 0 0 
 C1 C1 
 1 
0 0 0
Co

   
1 D
0   0 
L
 1

 0 0 L
 1 
1  0 0  D 
 0     0 
B =D
 L2
 + (1 − D) 0
  0  
 =  L2


0 0   1   0 
  0 − 0 
 1 
Co
 1 
0 − 0 −
Co Co

· ¸ · ¸ · ¸
0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 1
C =D + (1 − D) =
1 1 0 0 0 0 0 0 D D 0 0

· ¸
0 0
D=
0 0

Lista de Exercícios - Modelagem térmica de semicondutores


PROBLEMAS

9.1 O datasheet do fabricante de um MOSFET informa que a resistência térmica de junção para
o ambiente R θ,J A como sendo 62 °C/W. A temperatura de junçãoo máxima é listada em 175
°C, mas os projetistas querem que essa temperatura não exceda os 150 °C para aumentar
a confiabilidade. Se a temperatura ambiente é 40 °C, determine a potência máxima que o
MOSFET pode absorver.

T J = P (R θ,J A ) + TC
150 = P (62) + 40
150 − 40
P=
62
P = 1, 77 W
101

9.2 O datasheet do MOSFET do Problema 9.1 lista que a resistência térmica da junção para o en-
capsulamento é de 1,87 °C/W e a resistência térmica do encapsulamento para o dissipador
de 0,50 °C/W. Responda:

a) Se o dispositivo for montado em um dissipador que possui uma resistência térmica de


7,2 °C/W, determine a potência máxima que pode ser absorvida sem exceder a tempe-
ratura de junção de 150 °C quando a temperatura do ambiente for 40 °C;

T J = P (R θ,JC + R θ,C S + R θ,S A ) + T A


150 = P (1, 87 + 0, 5 + 7, 2) + 40
150 − 40
P=
1, 87 + 0, 5 + 7, 2
P = 11, 49 W

b) Se o MOSFET absorver 1,77 W, como no Problema 9.1, qual será a temperatura de jun-
ção ao se utilizar este dissipador de calor?

T J = P (R θ,JC ) + T A
T J = 1, 77 · 9, 57 + 40
T J = 56, 93 °C

c) Determine a temperatura de junção quando a potência absorvida for 15 W;

T J = P (R θ,JC ) + T A
T J = 15 · 9, 57 + 40
T J = 183, 55 °C

d) Determine a resistência térmica do dissipador para o ambiente, R θ,S A ), para um dissi-


pador que limitaria a temperatura de junção para 150 °C para 15 W absorvida;

T J = P (R θ,JC + R θ,C S + R θ,S A ) + T A


150 = 15(1, 87 + 0, 5 + R θ,S A ) + 40
150 − 40
R θ,S A = − 1, 87 − 0, 5
15
R θ,S A = 4, 96 °C/W

9.3 Um pulso único de potência de 100 W de amplitude com duração de 100 µs ocorre em um
MOSFET que tem a característica de resistência térmica transiente mostrada na Fig. 9.5.
Determine a máxima mudança na temperatura de junção.
Da figura 9.5, tem-se que: Zθ,JC = 0, 11 °C/W (curva single pulse (thermal response), no ponto
0,0001 sec).

T J = P Zθ,JC + TC
T JC = 100 · 0, 11
T JC = 11 °C
102 CAPÍTULO 11. LISTAS DE EXERCÍCIOS

Figura 9.5 Problema 9.3

9.4 A potência absorvida por um MOSFET tem a forma de onda pulsada como mostra a Fig.
9.6(a), com P 0 = 100 W, t 1 = 200 µs e t 2 = 2000 µs.

Figura 9.5 Problema 9.4

a) Determine o pico da diferença de temperatura entre a junção e o encapsulamento,


T J max , usando a impedância térmica transiente mostrada na Fig. 9.5. Assuma que a
temperatura do encapsulamento é constante em 80 °C;
Da figura 9.5, tem-se que: Zθ,JC = 0, 28 °C/W

T J max = P Zθ,JC + TC
T J max = 100 · 0, 28 + 80
T J max = 28 + 80
T J max = 108 °C

b) A resistência térmica de junção para o encapsulamento, R θ,JC para este MOSFET é 1,05
°C/W. Compare o resultado do item (a) com o cálculo baseado na potência média ab-
t1
sorvida pelo MOSFET e R θ,JC . Dica: P = DP 0 = P 0 .
t2
103

t1 200µ
D= = = 0, 1
t 2 2000µ
P = DP 0 = 0, 1 · 100 = 10 W
T JC = 10 · 1, 05
T JC = 10, 5 °C
104 CAPÍTULO 11. LISTAS DE EXERCÍCIOS
Parte III

3º Estágio

105
Capítulo 12

Introdução aos Inversores

12.1 Introdução
Conversores CC-CA chaveados, conhecidos como inversores são utilizados com o objetivo de pro-
duzir uma saída CA senoidal cuja amplitude e frequência podem ser ambas controlads. Como por
exemplo, considere o sistema fotovoltaico conectado a um motor-bomba.

Vcc M

Gerador Fotovoltaico Filtro Inversor Motor-Bomba CA

Figura 12.1: Sistema Fotovoltaico

Em um motor como carga, é desejável que a tensão em seus terminais seja senoidal e ajustável
em sua amplitude e frequência. Isso é alcançado por meio do inversor.

12.2 Conceitos básicos sobre inversores


Considere o circuito monofásico cuja tensão de saída é filtrada, em que v o é assumida como sendo
senoidal.

io
+ Inversor +
Vi + vo
− Filtro −

Figura 12.2a: Diagrama de blocos de um inversor

Uma vez que o inversor alimenta uma carga indutiva, a corrente i o está atrasada da tensão v o .
Durante os intervalos 1 e 3, v o e i o estão ambos com o mesmo sinal. Assim, a potência p o = v o i o
flui do lado CC para o CA, correspondendo ao modo inversor. Em contraste, v o e i o estão com
sinais opostos durante os intervalos 2 e 4 e, assim, p o flui do lado CA para o lado CC do inversor,
correspondendo ao modo retificador. O inversor deve ser capaz de operar em todos os quadrantes
do plano i o X v o .
Todas as topologias de inversores são derivadas do inversor básico ao da figura 12.4, em que
q 1 é complementar de q¯1 .

107
108 CAPÍTULO 12. INTRODUÇÃO AOS INVERSORES

vo
io

0 t

4 1 2 3

Figura 12.2b: Formas de onda da saída

io

2 1
Retificador Inversor
vo
0
3 4
Inversor Retificador

Figura 12.2c: Regimes de operação

12.3 Esquema de chaveamento modulado por largura de pulso


Com o objetivo de produzir uma tensão de saída senoidal, o sinal de controle vC é comparado
com uma forma de onda triangular v t r .
A forma de onda triangular v t r , chamada de portadora, está na frequência de chaveamento f s .
O sinal de controle vC , chamado modulante, é usado para modular a razão de trabalho da chave e
possui frequência f 1 , a qual é chamada de frequência fundamental.
O índice de modulação em amplitude m a é:

Vc
ma = (12.1)
Vt r
em que Vc é a amplitude da modulante e Vt r é a amplitude da portadora.
O índice de modulação em frequência é:

fs
mf = (12.2)
f1

+
+ VCC io
C q1 D1
2 − +

VCC 0 1 v o = v 10
+
VCC −
C q̄ 1 D̄ 1
− 2 −

Figura 12.3: Inversor meia-ponte


12.3. ESQUEMA DE CHAVEAMENTO MODULADO POR LARGURA DE PULSO 109

1
f1
1
vc , v t r fs
vtr
Vt r
Vc vc

0 t

v 10
q1
Vcc ON
2

t
v 101
Vcc
− 2
q1
OF F

vc < v t r vc > v t r

Figura 12.4: Modulação por largura de pulso

O acionamento de q 1 e q¯1 é definido pela comparação de v c com v t r , assim:


 V
v c > v t r , q 1 está ligada, v 10 = CC
2 (12.3)
 V
v c < v t r , q 1 está fechada, v 10 = − CC
2
Na discussão agora, m f = 21 é tratado como o ponto limite entre grande e pequeno. Será
assumido m a = 1, 0.

12.3.1 Pequeno m f (m f É 21)


Para valores pequenos de m f , o sinal da triangular e da modulante devem ser sincronizados entre
eles. Este PWM síncrono requer que m f seja inteiro. A razão para usar o PWM assíncrono (em que
m f não é inteiro) resulta em subarmônicos (da fundamental) que não são desejáveis.

12.3.2 Grande m f (m f > 21)


As amplitudes dos subarmônicos devido ao PWM assíncrono são pequenas. Assim, o PWM assín-
crono pode ser usado onde a frequência da triangular é mantida constante, enquanto a frequência
do sinal de controle pode variar.

12.3.3 Sobremodulação (m a > 1, 0)


Para aumentar a amplitude da componente de frequência fundamental, m a é aumentado além
de 1,0, resultando no que é chamado sobremodulação. Sobremodulação faz com que a tensão de
saída contenha muito mais harmônicos nas bandas laterais. Mais significante, com sobremodula-
ção a amplitude da componente fundamental não varia linearmente com o índice de modulação
ma .
V10
A figura 12.5 mostra a amplitude normalizada da fundamental V em função de m a .
CC
2
110 CAPÍTULO 12. INTRODUÇÃO AOS INVERSORES

(V10 )1
³ ´
Vcc
2
4∼
= (1, 278)
π
1 Onda
Linear Sobremodulação
quadrada

ma
1 3, 24
(para m f = 15)

Figura 12.5: Controle de tensão pela variação de m a

Para valores suficientemente grandes de m a , a forma de onda de saída do inversor degrada de


uma forma de onda modulada por largura de pulso, para uma onda quadrada:
A região de sobremodulação é:

VCC 4 VCC
< V101 < (12.4)
2 π 2
Capítulo 13

Inversores monofásicos

13.1 Inversor meia-ponte


A figura 13.1 mostra o inversor meia-ponte

+
+ VCC io
C q D
2 − +

VCC 0 1 vo
+
VCC −
C q̄ D̄
− 2 −

Figura 13.1: Inversor meia-ponte

Dois capacitores iguais são conectados em série através da entrada CC e suas junções estão no
ponto médio do barramento, com uma tensão V2cc em cada capacitor.
Quando q está ligada, tanto q ou D conduz dependendo da direção da corrente de saída, e i o
se divide igualmente entre os dois capacitores. Similarmente, quando a chave q̄ está ligada, tanto
q̄ quanto D̄ conduzem dependendo da direção da corrente i o .
A tensão e a corrente máxima nas chaves são: Vqm áx = Vcc e I qm áx = I o .

13.2 Inversor ponte-completa


O inversor ponte completa é mostrado na figura 12.7:

i cc i bar

+
+ VCC io
C q1 D1 q2 D2
2 − +

VCC 0 1 vo
2
+
VCC −
C q̄ 1 D̄ 1 q̄ 2 D̄ 2
− 2 −

Figura 13.2: Inversor ponte-completa

111
112 CAPÍTULO 13. INVERSORES MONOFÁSICOS

Com a mesma tensão CC de entrada, a tensão de saída máxima é duas vezes aquela alcançada
pelo inversor meia-ponte. Isso implica que para uma mesma potência, a corrente de saída e as
corrente nas chaves são metade daquelas para o inversor meia-ponte.

13.2.1 PWM com chaveamento de tensão bipolar


Chaves diagonalmente (q 1 , q̄ 2 ) e (q̄ 1 , q 2 ) dos dois braços são chaveadas como pares de chaves 1 e
2, respectivamente.
Com este tipo de PWM, a forma de onda de tensão de saída do braço 1 é idêntica à da saída
do inversor básico, a qual é determinada pela comparação de vC com v t r . A saída do braço 2 é
negativa em relação à saída do braço 1; por exemplo: quando q 1 está ligada e v 10 é V2cc , q̄ 2 também
está ligada e v 20 = − V2cc , assim:

v 20 (t ) = v 10 (t ) (13.1)
e

v o (t ) = v 10 (t ) − v 20 (t ) = Vcc (13.2)
O pico da componente de frequência fundamental da tensão de saída (Vo1 ) é:

Vo1 = m a Vcc (m a É 1, 0) (13.3)


e

4
Vcc < Vo1 <
Vcc (m a > 1, 0) (13.4)
π
A tensão de saída v o chaveia entre os níveis de tensão −Vcc e +Vcc . Esta é a razão pela qual este
chaveamento é chamado PWM bipolar.

13.2.2 PWM com chaveamento de tensão unipolar


Nesta modulação, os braços 1 e 2 são controlados separadaemente pela comparação de v t r e −v c ,
respectivamente.
Como mostra a figura 13.3, a comparação de v c com a triangular resulta nos sinais de controle
do braço 1:


 V
v c > v t r , q 1 está ligada, v 10 = cc
2 (13.5)
 V
v c < v t r , q¯1 está ligada, v 10 = − cc
2
As formas de onda mostram que existem quatro combinações de chave:
1. q 1 e q̄ 2 ligadas, v 10 = V2cc e v 20 = − V2cc ∴ v o = Vcc ;

2. q̄ 1 e q 2 ligadas, v 10 = − V2cc e v 20 = V2cc ∴ v o = −Vcc ;

3. q 1 e q 2 ligadas, v 10 = V2cc e v 20 = V2cc ∴ v o = 0;

4. q̄ 1 e q̄ 2 ligadas, v 10 = − V2cc e v 20 = − V2cc ∴ v o = 0;


Neste tipo de PWM, quando um chaveamento ocorre, a tensão de saída muda entre zero e +Vcc
ou entre zero e −Vcc . Por esta razão, este tipo de esquema de PWM é chamado PWM unipolar. Os
saltos de tensão para a tensão de saída em cada chaveamento são reduzidas para Vcc , comparado
a 2Vcc ocorrido no PWM bipolar.
13.2. INVERSOR PONTE-COMPLETA 113

1
f1
1
vc , v t r fs
vtr
Vt r
Vc vc −v c

0 t

q1

ON

OFF t
q2

ON

OFF t
vo
Vcc

v o1
0 t

−Vcc

Figura 13.3: Modulação por largura de pulso

i cc i bar = i o

+
+ Vcc io
C q1
2 − +

Vcc 0 1 v o = Vcc
2
+
Vcc −
C q̄ 2
− 2 −

Figura 13.4: Inversor ponte-completa, chaves q 1 e q̄ 2 ligadas

i cc i bar = 0

+
+ Vcc io
C q1 D2
2 − +

Vcc 0 1 vo = 0
2
+
Vcc −
C
− 2 −

Figura 13.5: Inversor ponte-completa, chaves q 1 e q 2 ligadas


114 CAPÍTULO 13. INVERSORES MONOFÁSICOS

i cc i bar = −i o

+
+ Vcc io
C D2
2 − +

Vcc 0 1 v o = −Vcc
2
+
Vcc −
C D̄ 1
− 2 −

Figura 13.6: Inversor ponte-completa, chaves q̄ 1 e q 2 ligadas

i cc

+
+ Vcc io
C
2 − +

Vcc 0 1 vo = 0
2
+
Vcc −
C D̄ 1 q̄ 2
− 2 −

i bar = 0

Figura 13.7: Inversor ponte-completa, chaves q̄ 1 e q̄ 2 ligadas


Capítulo 14

Inversores trifásicos

14.1 Introdução

O inversor da figura 13.1 produz uma saída CA trifásica a partir de uma entrada CC.

Vcc q1 q2 q3
2

Vcc +
0 1 2 3

Vcc
2
q̄ 1 q̄ 2 q̄ 3

i1 i2 i3

Figura 14.1: Inversor Trifásico

14.2 Modulação de onda quadrada

Para a implementação da modulação de onda quadrada ou também chamada modulação de seis


degraus, as chaves devem ser acionadas de acordo com a figura 14.2.
Cada chave possui um ciclo de 50% e uma ação de chaveamento a ocorre a cada 60°. Com
esse esquema, as tensões de polo, v 10 , v 20 e v 30 serão + V2cc ou − V2cc e as tensões de saída de linha-
para-linha v 12 , v 23 e v 31 serão +Vcc ou −Vcc . Devido aos seis degraus observados nas tensões de
linha-para-fase v 1N , v 2N e v 3N em um período da fundamental, este esquema também é chamado
modulação de seis degraus.
A decomposição em série de Fourier possui os seguintes coeficientes:

115
116 CAPÍTULO 14. INVERSORES TRIFÁSICOS

q1

ON

OFF π 2π
π 4π 5π

ωt
3 3 3 3
q2

ON

OFF π 2π
π 4π 5π

ωt
3 3 3 3
q3

ON

OFF π 2π
π 4π 5π

ωt
3 3 3 3
v 12
Vcc
v 121

π 3
0 π 2π 4π ωt
3 3 3 2π

−Vcc

v 1N
2Vcc
3
Vcc
v 1N 1
3 5π
π 3
0 π 2π 4π ωt
−Vcc 3 3 3 2π
3
−2Vcc
3

Figura 14.2: Modulação de onda quadrada

¯ ³ π ´¯¯
¯ 4Vcc
¯
VLL h = ¯ cos h ¯¯ (14.1)
hπ 6
¯ · ³ π´ µ ¶¸¯
¯ 2Vcc 2π ¯¯
VLNh = ¯¯ 2 + cos h − cos h , h = 1, 5, 7, 11, 13 (14.2)
3hπ 3 3 ¯

14.3 Modulação por largura de pulso

vtr
v c1 v c2 v c3

0 t

Figura 14.3: Modulação por largura de pulso

As vantagens são: reduzidas exigências para o volume dos filtros de saída CA para reduzir os
harmônicos e controlabilidade da amplitude e frequência da componente fundamental.
A PWM para o inversor trifásico é similar àquele visto anteriormente. Basicamente, cada chave
é controlada pela comparação de um sinal de controle de referência (modulante)(vC 1 , vC 2 , vC 3 )
com um sinal triangular de alta frequência (portadora)(v t r ). As três modulantes senoidais são
defadas de 120° entre si, produzindo uma carga trifásica balanceada.
14.3. MODULAÇÃO POR LARGURA DE PULSO 117

Os coeficientes de Fourier são:

q
VLL h = Vcc A 2h + B h2 (14.3)
³ π´ ³ π´
A h = Vh sen h sen h (14.4)
³ π2´ ³ π3´
B h = Vh cos h sen h (14.5)
2 3
em que Vh é derivada do uma análise detalhada da série de Fourier para o PWM bipolar.

Exemplo:

Para o inversor trifásico, onde é utilizada a modulação de onda quadrada, a fonte CC é 100 V
e a frequência fundamental de saída é 60 Hz. A carga está conectada em estrela onda cada fase
possui uma carga RL série com R = 10 Ω e L = 10 mH. Determine a THD da corrente da carga.
A amplitude de cada componente da corrente será:

VLNh VLNh
Ih = =p (14.6)
Zh R 2 + (hω1 L)2
onde as amplitudes são determinadas pela eq. 14.2.
A THD é calculada como sendo:
v p
u µ ¶
u X I hRM S 2 0, 232 + 0, 122 + 0, 052 + 0, 042
T H D 1 (%) = 100t = 100 = 7% (14.7)
h6=1 I 1RM S 3, 59

Tabela 14.1: Cálculos para diversos valores de h

h VLNh (V) Zh (Ω) I h (A) I hRM S (A)


1 63,6 12,5 5,08 3,59
5 12,73 39,0 0,33 0,23
7 9,09 53,7 0,17 0,12
11 5,79 83,5 0,07 0,05
13 4,90 98,5 0,05 0,04
118 CAPÍTULO 14. INVERSORES TRIFÁSICOS
Capítulo 15

Inversores Fonte de Corrente, Fonte de


Impedância e multiníveis

15.1 Inversores Fonte de Corrente


O inversor fonte de corrente produz na sua saída CA um sinal resultante em corrente, a partir da
fonte de corrente CC de entrada.
O inversor fonte de corrente é o dual do inversor visto anteriormente, chamado fonte de ten-
são, devendo satisfazer as seguintes exigências.

1- Sempre deve existir um circuito fechado para a passagem da corrente do barramento;

2- Não deve existir curto-circuito entre as fases do lado CA, pois a sua saída é capacitiva.

Para evitar o curto-circuito, em cada chave é utilizado um diodo em série. Cada fase pode ser
chaveada tanto para o sentido positivo quanto para o sentido negativo da corrente de entrada.
Assim, satisfazendo as exigências, tem-se:

...

k ... 2 1

Figura 15.1: Chaveamento das fases

Neste inversor a lógica complementar se dá na horizontal dos braços, pois apenas uma e so-
mente uma das chaves encontradas na parte de cima e de baixo é acionada em cada instante de
tempo. O circuito elementar é apresentado na figura 15.2:
As combinações de chave são:

1- a 1 e b̄ 1 ligadas: i o = I cc ;

2- ā 1 e b 1 ligadas: i o = −I cc ;

119
120CAPÍTULO 15. INVERSORES FONTE DE CORRENTE, FONTE DE IMPEDÂNCIA E MULTINÍVEIS

I cc L

io
a1 ā 1
v cc vo

b1 b̄ 1

Figura 15.2: Inversor fonte de corrente

3- a 1 e b 1 ligadas: i o = 0;

4- ā 1 e b̄ 1 ligadas: i o = 0;

Os possíveis níveis para a corrente de saída são:

a1

t
b1

t
io

I cc

0 t

−I cc

Figura 15.3: Chaveamento do inversor fonte de corrente

15.2 Inversor Fonte de Impedância


Este inversor agrega as características da fonte de tensão e da fonte de corrente e também é cha-
mado de fonte-Z.

15.3 Inversores Multiníveis

15.3.1 Introdução:
Os inversores multiníveis podem produzir adicionais nas suas tensões de saída. Um inversor é
considerado multinível quando a sua tensão de saída possui três ou mais níveis distintos.
15.3. INVERSORES MULTINÍVEIS 121


io
C C q1 q3

v cc vo

q2 q4
L ≡

Figura 15.4: Inversor fonte de impedância

15.3.2 Multinível em cascata

Um dos métodos é associar pontes completas (ponte-H) em série onde cada barramento CC é
independente.
A tensão de saída de cada ponte-H, considerando Vcc1 = Vcc2 = Vcc é +Vcc , −Vcc e 0. A tensão
instatânea total de saída v o é a soma de qualquer combinação das tensões de saída individuais de
cada ponte-H.

io

q 11 q 21
+
Vcc1 v1

q̄ 11 q̄ 21

vo

q 12 q 22
+
Vcc2 v2

q̄ 12 q̄ 22

Figura 15.5: Inversor multinível em cascata

Assim, para um inversor ponte-H em cascata com duas células, v o pode ser qualquer dos 5
níveis +2Vcc , +Vcc , 0, −Vcc , −2Vcc .
122CAPÍTULO 15. INVERSORES FONTE DE CORRENTE, FONTE DE IMPEDÂNCIA E MULTINÍVEIS

v1 v2

Vcc Vcc
π + α1 2π − α1 π + α2 2π − α2
0 α1 π − α1 ωt 0 α2 π − α2 ωt
−Vcc −Vcc
vo

2Vcc
Vcc
0 π 3π ωt
2 π 2 2π
−Vcc
Vo 1
−2Vcc

Figura 15.6: Controle de amplitude e harmônicas

15.3.3 Controle de amplitude e harmônicas


A tensão de saída pode ser controlada ajustando-se os ângulos α1 e α2 em cada pulso das suas
respectivas pontes-H. O valor RMS da forma de onda de v o será:

v
u Zπ
u1 2
VoRM S =tπ v o2 d ωt (15.1)
2 0
v
u µZ Zπ ¶
u1 α2 2
t
= π 2
Vcc d ωt + 2
2Vcc d ωt (15.2)
2 α1 α2
r
2
= Vcc 4− (α1 + 3α2 ) (15.3)
π
As harmônicas podem também ser controladas ajustando-se α1 e α2 . Os coeficientes da série
de Fourier para v o serão:

4Vcc
Vo h = [cos (hα1 ) + cos (hα2 )] , h = 1, 3, 5, 7, 9, ..., 2n + 1 (15.4)

Algumas harmônicas podem ser eliminadas da tensão de saída selecionando-se apropriada-
mente α1 e α2 . Por exemplo, a harmônica m pode ser eliminada usando os ângulos de tal forma
que:

cos (mα1 ) + cos (mα2 ) = 0 (15.5)


Para k separadas pontes-H conectadas em série com a mesma tensão Vcc individuais, existem
2k + 1 níveis possíveis.

15.3.4 Multinível com diodo grampeado - NPC


O multinível com diodo grampeado, ou NPC do inglês neutral point clamped é:
Com q 1 e q 2 fechadas, tem-se que v o = V2cc . Os diodos D a e D b estão abertos. Com q̄ 1 e q̄ 2
fechadas, v o = − V2cc , já para produzir v o = 0, as chaves q̄ 1 e q 2 devem estar fechadas. Usando-se
dois braços NPC, a tensão v o entre os braços pode ser
½ ¾
1 1
v o ∈ Vcc , Vcc , 0, − Vcc , −Vcc (15.6)
2 2
15.3. INVERSORES MULTINÍVEIS 123

q1

Vcc io
2
Da q2

Vcc vo

Db q̄ 1
Vcc
2
q̄ 2

Figura 15.7: Multinível com diodo grampeado

15.3.5 Multinível com capacitor flutuante


O multinível capacitor flutuante, do inglês flying capacitor (FC), possui um capacitor C f para gerar
os níveis a mais:
Vcc
C f deve ser carregado com 2
.

com q 1 e q 2 fechadas, tem-se v o = V2cc

com q̄ 1 e q̄ 2 fechadas, tem-se v o = − V2cc

Já v o = 0 pode ser alcançado com

com q 1 e q̄ 2 fechadas ou q 2 e q̄ 1 fechadas.


124CAPÍTULO 15. INVERSORES FONTE DE CORRENTE, FONTE DE IMPEDÂNCIA E MULTINÍVEIS

Vcc io
2

Vcc 0 1 2 vo

Vcc
2

Figura 15.8: Multinível com diodo grampeado com dois níveis

q1

Vcc
3
q2

q3

Vcc io
Vcc
3
q̄ 1

q̄ 2 vo

Vcc
3
q̄ 3

Figura 15.9: Multinível com diodo grampeado com três níveis


15.3. INVERSORES MULTINÍVEIS 125

q1

Vcc io
2
Vcc
C f q2
2
Vcc vo

q̄ 2
Vcc
2
q̄ 1

Figura 15.10: Multinível com capacitor flutuante com dois níveis

q1

q2

Vcc
3
q3

Vcc io
Vcc Vcc
3
q̄ 3
Vcc
3
q̄ 2 vo

q̄ 1

Figura 15.11: Multinível com capacitor flutuante com três níveis


126CAPÍTULO 15. INVERSORES FONTE DE CORRENTE, FONTE DE IMPEDÂNCIA E MULTINÍVEIS
Capítulo 16

Introdução aos conversores CC-CC isolados

16.1 Diferenças entre Transformador e Indutor Acoplado


Em um elemento magnético, a grandeza que não admite descontinuidade é o fluxo magnético. De
acordo com a lei de Faraday, a variação de fluxo produz uma força eletromotriz


e =− (16.1)
dt
Em outras palavras, a energia acumulada no campo magnético não pode desaparecer instan-
taneamente. A equação do indutor resultante da Lei de Faraday é:

d iL
vL = L (16.2)
dt
Portanto, a grandeza que não admite descontinuidade é o fluxo magnético e não a corrente.
Em um indutor, o fluxo e a corrente são associadas pela indutância:

Φ = Li L (16.3)

Considere o circuito da figura 16.1, que mostra um elemento com dois enrolamentos com N1
e N2 espiras, colocadas em um núcleo magnético. A polaridade do transformador indica que uma
tensão positiva v 1 produz uma tensão também positiva v 2 .

Ri s
ii io
+ +

Vi v1 v2 Ro
− −

N1 : N2

Figura 16.1: Conversor CC isolado

Corrente que entram pelos terminais marcados produzem fluxos no mesmo sentido.
Com o secundário aberto, pelo primário circula apenas a corrente de magnetização. Assim,
tem-se:

Vi − v 1 N2
ii = , e v2 = v1 (16.4)
Ri N1

127
128 CAPÍTULO 16. INTRODUÇÃO AOS CONVERSORES CC-CC ISOLADOS

Quando se conecta uma carga ao secundário, inicia-se uma circulação de corrente por tal en-
rolamente. A corrente do secundário produz um fluxo que se opõe ao fluxo criado no primário
pela corrente de magnetização.
Isto leva a redução do fluxo. Pela Lei de Faraday, v 1 reduz. Consequentemente, pela equação
anterior, há um aumento da corrente i i , de modo a reequilibrar o fluxo de magnetização.

16.1.1 Funcionamento do indutor acoplado


Para um mesmo valor de potência a ser transferida de um enrolamento para o outro, o volume será
inferior ao de indutores acoplados, essencialmente devido ao melhor aproveitamento do fluxo
magnético na curva (Φ × i ) (ou B × H ).
Com indutores acoplados, a variação de fluxo ocorre normalmente em um único quadrante
do plano B × H .

16.2 Apresentação introdutória de conversores CC-CC isolados


Como pode ser visto no diagrama de blocos na figura 16.2, a isolação elétrica será provida em
conversores chaveados pelo transformador de alta frequência.

Retificador
Entrada CC Saída CC
+
Filtro

Conversão CC com isolação Transformador de AF

Figura 16.2: Diagrama de bloco de um conversor CC isolado

A conversão é feita a partir de um chaveamento de alta frequência no primário, o que pro-


duz uma tensão CA através do transformador. A tensão no secundário é retificada e filtrada para
produzir uma tensão CC na saída.

B
I
B sat

Br

III

Figura 16.3a: Curva de histerese de um núcleo de transformador


16.2. APRESENTAÇÃO INTRODUTÓRIA DE CONVERSORES CC-CC ISOLADOS 129

a c
N1 N2
b d

Figura 16.3b: Curva de histerese de um núcleo de transformador

L ℓ1 Ideal L ℓ2
i1 i2
a c
+ +

Lm v1 v2

− −
b d
N1 : N2

Figura 16.3c: Curva de histerese de um núcleo de transformador

A figura 16.3(a) mostra a curva característica típica do núcleo de um transformador em termos


da curva B × H de histerese. Onde B S AT é a densidade de fluxo máxima além da qual a saturação
ocorre e B r é a densidade de fluxo remanescente.
Há vários tipos de conversores CC-CC com isolação que podem ser divididos em duas catego-
rias básicas, baseados no modo no qual usa-se o núcleo do transformador:

1. Excitação unidirecional do núcleo: onde apenas a parte positiva (quadrante I) da curva B ×H


é usada.

2. Excitação bidirecional do núcleo: onde tanto a parte positiva (quadrante I) quanto a nega-
tiva (quadrante III) da curva B × H é usada são usadas alternadamente.

16.2.1 Excitação unidirecional do núcleo


Alguns conversores CC-CC não isolados já estudados podem ser modificados para prover isolação
elétrica com excitação unidirecional do núcleo, por exemplo:

- Conversor flyback (derivado do conversor buck-boost).

- Conversor forward (derivado do conversor buck).

16.2.2 Excitação bidirecional do núcleo


Neste caso, as topologias de inversor monofásico já vistos podem ser utilizados para produzir uma
onda quadrada no primário do transformador de alta frequência. Serão discutidos os inversores,
os quais podem construir um conversor CC-isolado:

• Meia-ponte:

• Ponte completa
130 CAPÍTULO 16. INTRODUÇÃO AOS CONVERSORES CC-CC ISOLADOS

16.2.3 Representação do transformador isolado


O circuito equivalente para o transformador mostrado na figura 16.3(b) pode ser visto na figura
16.3(c), em que N1 : N2 é a relação de espiras, L m é a indutância de magnetização refletida ao lado
primário, e L ℓ1 e L ℓ2 são as indutâncias de dispersão.
Em um conversor CC-CC isolado, é desejado minimizar as indutâncias de dispersão L ℓ1 e L ℓ2 ,
e que a indutância de magnetização L m seja a maior possí vel para minimizar a corrente de mag-
netização.
Capítulo 17

Conversores CC-CC isolados

17.1 Conversor Flyback


Os conversores flyback são derivados do buck-boost (Fig. 17.1), que está representado na figura
17.2:

+
Vo


Vi

Figura 17.1: Conversor buck-boost

+
+
N1 N2 Vo

Vi −

Figura 17.2: Conversor Flyback

Na figura a seguir são apresentado os estágios de condução do flyback, em que o transformador


é representado por seu circuito equivalente, desprezando-se as dispersões. O modo de condução
contínua de corrente em um buck-boost corresponde a uma desmagnetização incompleta do nú-
cleo do transformador no conversor flyback.
Como mostram as formas de onda, o fluxo do núcleo aumenta linearmente a partir do valor
Φ(0), o qual é finito e positivo dado por:

131
132 CAPÍTULO 17. CONVERSORES CC-CC ISOLADOS

Io
+
+
+
Lm v1 Vo
i Lm − −
Vi
N1 : N2
− i sw

Figura 17.3: Conversor Flyback, com a chave fechada

iD Io
+
+ −
+
Lm v1 v2 Vo
i Lm − + −
Vi
N1 : N2 i2

Figura 17.4: Conversor Flyback, com a chave aberta

Vi
Φ(t ) = Φ(0) + t, 0 < t < tON (17.1)
N1
e o fluxo de pico Φm áx no final do intervalo tON é dado por:

Vi
Φm áx = Φ(0) + tON (17.2)
N1
Quando a chave é aberta a energia armazenada no núcleo do transformador força a corrente
a fluir no secundário, polarizado D. A tensão v 2 = −Vo , o fluxo cai linearmente durante tOF F ,
resultando em:

Vo
Φ(t ) = Φm áx − (t − tON ) , tON < t < T s (17.3)
N2
Resultando em:

Vi Vo
Φ(T s ) = Φ(0) + tON − (T s − tON ) (17.4)
N1 N2
No regime permanente, a variação do fluxo através do núcleo em período de chaveamento
deve ser zero, logo:

Φ(T s ) = Φ(0) (17.5)


Assim, a partir da penúltima equação, tem-se que:

Vo N 2 D
= = (17.6)
Vi N1 1 − D
17.2. CONVERSOR PUSH-PULL 133

v1

Vi

0 t
N1
− Vo
N2

Φm áx

Φ(0)
t

tON tOF F
Ts

Figura 17.5: Fluxo e tensão em função do tempo

17.2 Conversor push-pull


É usada uma derivação central no secundário do transformador.

D1 + vL − Io
+
+ iL +
L
N1 N2 v oi Co Vo
− −
Vi C i N1 N2 D2

s1 s2

Figura 17.6: Conversor push-pull

Na figura 17.5 é mostrado como deve ser o padrão de disparo das chaves. Quando s 1 está
fechada, D 1 conduz e D 2 fica reverso. Isto resulta em v oi = N
N1 Vi . Assim, a tensão através de L será:
2

N2
Vi − Vo ,
vL = 0 < t < tON (17.7)
N1
Durante o intervalo t ∆ , quando ambas as chaves estão abertas a corrente do indutor se divide
igualmente entre as duas bobinas do secundário e tem-se v oi = 0. Assim, durante o período tON <
t < (tON + t ∆ ), tem-se:

v L = −Vo (17.8)
134 CAPÍTULO 17. CONVERSORES CC-CC ISOLADOS

s1
Ts
ON
OFF t

s2
Ts
ON
OFF t

v oi

N2
Vi
N1

tON t∆
t

iL

Io

Ts Ts
2 2

Figura 17.7: Padrão de disparo das chaves de um conversor push-pull

O próximo semiperíodo de chaveamento cosnsite de tON (período no qual s 2 está fechada) e o


intervalo t ∆ . As formas de onda se repetem com um período T2s e

Ts
tON + t ∆ = (17.9)
2
Ts
Igualando-se a integral no tempo da tensão do indutor durante um período de repetição 2 a
zero, tem-se:

Vo N2
= 2 D, 0 < D < 0, 5 (17.10)
Vi N1

17.3 Conversor de meia-ponte


Este conversor é derivado do inversor de meia-ponte já estudado:
Neste caso, as chaves são disparadas seguindo o mesmo padrão visto para o push-pull. A ex-
2 Vi
ceção está no valor de v oi com uma das chaves fechadas, que será v oi = N
N1 2
.
17.3. CONVERSOR DE MEIA-PONTE 135

s1
Vi D1 + vL − Io
2 +
L iL +
N2 v oi Co Vo
Vi − −
N1
N2 D2

Vi
s2
2

Figura 17.8: Conversor meia-ponte

Com s 1 fechada, a tensão sobre o indutor L será:

N 2 Vi
vL = − Vo , 0 < t < tON (17.11)
N1 2
Durante o intervalo t ∆ , quando ambas as chaves estão abertas, a corrente do indutor se divide
igualmente pelas bobinas do secundário. Logo, v oi = 0 e

v L = −Vo , tON < t < (tON + t ∆ ) (17.12)


Ts
No regime permanente, as formas de onda se repetem com um período 2 , e tON + t ∆ = T2s .
Igualando-se a integral no tempo da tensão sobre L a zero, tem-se que:

Vo N 2
= D (17.13)
Vi N1
tON
em que D = Ts , como 0 É D É 0, 5. O valor médio de v oi = Vo .
136 CAPÍTULO 17. CONVERSORES CC-CC ISOLADOS
Capítulo 18

Conversores Ressonantes - Chave Ressonante


ZCS

18.1 Introdução
Os conversores ressonantes são definidos como uma combinação de topologias e estratégias de
chaveamento que resulta em chaveamento com tensão e/ou corrente zero.
O chaveamento suave ocorre quando na transição do estado fechado para aberto (e vice-versa)
não há dissipação de potência na chave, e são divididas em duas categorias:

• Chaveamento com corrente nula, do inglês zero-current switching (ZCS) - Quando a corrente
na chave é zero no instante do chaveamento;

• Chaveamento com tensão nula, do inglês zero-voltage switching (ZVS) - Quando a tensão
sobre a chave é zero no instante do chaveamento.

18.1.1 Definição de Ressonância


A energia armazenada nos capacitores e indutores é compartilhada exclusivamente por esses ele-
mentos.

18.1.2 Ressonância em um circuito RLC série

R iL L

Vi vC C

Figura 18.1: Circuito RLC série

Neste circuito, a impedância vista pela fonte é:


µ ¶
1
Z (ω) = R + j ωL − = R + j X (ω) (18.1)
ωC

137
138 CAPÍTULO 18. CONVERSORES RESSONANTES - CHAVE RESSONANTE ZCS

O circuito estará na ressonância quando a reatância indutiva se cancela com a capacitiva. As-
sim, Z (ω = ωn ) = R quando:

1 1
X (ωn ) = ωn L − =0∴ω= p (18.2)
ωn C LC
em que ωn é a frequência de ressonância.

18.1.3 Ressonância em um circuito RLC paralelo

iL +

Ii R L C vC

Figura 18.2: Circuito RLC paralelo

A admitância vista pela fonte é:


µ ¶
1 1 1
Y (ω) = + j − + ωC = + j B (ω) (18.3)
R ωL R
Haverá ressonância quando a admitância capacitiva se cancela com a indutiva. Assim, Y (ωn ) =
1
R

1 1
B (ωn ) = ωn C − ∴ ωn = p (18.4)
ωn L LC

18.2 Conversores com chave ressonante


Os conversores com chave ressonante são subclassificados como:

• Conversores com chave ressonante ZCS;

• Conversores com chave ressonante ZVS

Para realizar a análise dos circuitos, tem-se que assumir as seguinte condições:

• A indutância do conversor deve ser L ≫ L r

• As chaves são ideais;

• Os elementos reativos do circuito são ideiais

A impedância característica do tanque ressonante e a frequência angula de ressonância


s
Lr 1
Zn = e ωn = p (18.5)
Cr Lr Cr
18.3. CHAVE RESSONANTE ZCS - CONVERSOR BUCK 139

s Lr

Cr

Figura 18.3: Chave Ressonante ZCS tipo L


s Lr

Cr

Figura 18.4: Chave Ressonante ZCS tipo M

18.3 Chave ressonante ZCS - Conversor buck


A corrente produzida pela ressonância LC flui através da chave, propiciando disparo e bloqueio
com corrente nula. As chaves ressonantes ZCS são duas: tipo L e tipo M.
A figura 18.5 mostra o buck com chave ressonante tipo L. Para facilitar a análise, o indutor L é
suficientemente grande de tal forma que i L = I o .

Lr L iL io
i Lr
+

Vi Cr vC r D C Vo

Chave ZCS tipo L

Figura 18.5: Conversor ressonante ZCS, topologia buck com chave tipo L

Lr

i Lr

Vi Cr D Io

Figura 18.6: Conversor ressonante ZCS, topologia buck

A análise do funcionamento está dividida em quatro estágios: linear, ressonante, recuperação


e roda livre.

1. Estágio linear [0, t 1 ] - A chave s é fechada em t = 0, o diodo está conduzindo e a tensão sobre
L r = Vi , o que leva a i L r crescer linearmente:
140 CAPÍTULO 18. CONVERSORES RESSONANTES - CHAVE RESSONANTE ZCS

Vi
i L r (t ) = t (18.6)
Lr

Quando i L r = I o , no instante t 1 o diodo bloqueia. Assim, tem-se que

Io Lr
t1 = (18.7)
Vi

A tensão sobre C r é zero. O circuito equivalente é:

Lr

i Lr

Vi Io

Figura 18.7: Estágio Linear

2. Estágio ressonante [t 1 , t 2 ] - Quando a corrente i L r = I o , em t 1 , o diodo está bloqueado, fa-


zendo o circuito equivalente ser:

Lr

i Lr
+

Vi vC r Cr Io

Figura 18.8: Estágio Ressonante

Neste intervalo, a corrente que carrega o capacitor C r será:

d vC r
i C r (t ) = C r = i L r (t ) − I o (18.8)
dt
Já a tensão sobre o indutor L r será:

i L r (t )
v L r (t ) = L r = Vi − vC r (t ) (18.9)
dt
As duas equações formam uma equação diferencial de segunda ordem em termos de i L r .
Assumindo as condições iniciais vC r (t ) = 0 e i L r (t ) = I o , a solução será:

Vi
i L r (t ) = I o + sen (ωn (t − t 1 )) (18.10)
Zn
vC r (t ) = Vi [1 − cos (ωn (t − t 1 ))] (18.11)
18.4. DEFINIÇÃO DE ZCS E ZVS 141

A partir da corrente i L r (t ), pode-se calcular t 2 , que ocorre quando a corrente através da


chave alcança zero, ou seja, i L r (t 2 ) = 0.
· µ ¶ ¸
1 I o Zn
t2 = arcsen + π + t1 (18.12)
ωn Vi

3. Estágio de Recuperação [t 2 , t 3 ] - Quando a corrente no indutor alcançar zero em t 2 , a chave


pode ser bloqueada. O circuito equivalente para esta etapa é apresentado na figura 18.9:

Vi vC r Cr Io

Figura 18.9: Estágio de Recuperação

O diodo está bloqueado e o capacitor é descarregado com −I o , o que resulta na diminuição


linear da tensão:

Zt
1 Io
vC r (t ) = −I o d ξ + vC r (t 2 ) = (t 2 − t ) + vC r (t 2 ) (18.13)
Cr t2 Cr

A tensão no capacitor atinge zero em t = t 3 , assim vC r (t 3 ) = 0

C r vC r (t 2 ) C r Vi
t3 − t2 = = (1 − cos (ωn (t 2 − t 1 ))) (18.14)
Io Io

4. Estágio de roda livre [t 3 , T s ] - Neste estágio, a chave s aberta, a corrente i L r = 0, a tensão


vC r = 0 e a corrente I o passa pelo diodo. A duração deste período é a diferença em T s e os
outros estágios.

18.4 Definição de ZCS e ZVS

18.5 Tensão de saída


Será determinada pelo balanço de energia. Considera-se que a energia fornecida pela fonte é igual
a energia absorvida pela carga em um período de chaveamento. A energia da fonte e da carga
serão:
ZT s ZT s ZT s
Vo I o
Wi = P i (t ) d t = Vi i L r (t ) d t Wo = P o (t ) d t = (18.15)
0 0 0 fs
A partir das equações de corrente no indutor L r nos estágios 1 e 2, tem-se:
ZT s Zt 1 Zt 2 · ¸
Vi t Vi
i L r (t ) d t = dt + Io + sen (ωn (t − t 1 )) d t (18.16)
0 0 Lr t1 Zn
Fazendo Wi = Wo , Vo pode ser encontrada como sendo:
½ ¾
t1 Vi C r
Vo = Vi f s + (t 2 − t 1 ) + [1 − cos (ωn (t − t 1 ))] (18.17)
2 Io
142 CAPÍTULO 18. CONVERSORES RESSONANTES - CHAVE RESSONANTE ZCS

s
ON

OFF t
i Lr

Io

t
vC r

2Vc

t
1 2 3 4
0 t1 t2 t3 Ts

Figura 18.10: Estágios de condução do conversor ressonante ZCS

Usando a equação para t 3 , a tensão de saída pode ser expressa em termos dos intervalos de
tempo para os estágios:
· ¸
t1
Vo = Vi f s + (t 2 − t 1 ) + (t 3 − t 2 ) (18.18)
2
A tensão de saída é função de I o e da frequência de chaveamento. Aumentando-se f s , aumenta-
se Vo . O período de chaveamento deve ser maior que t 3 .
18.5. TENSÃO DE SAÍDA 143

OFF ON OFF ON
t
Ts
vT , iT
vT
Vi
Vi iT
+
iT Io
t
vT v ON
− Instante do ZCS
T

ON OFF ON OFF
t
Ts
vT , iT
vT
Vi
iT
Io
t
v ON
Instante do ZVS

Figura 18.11: Chaveamentos e definição dos instantes ZCS e ZVS


144 CAPÍTULO 18. CONVERSORES RESSONANTES - CHAVE RESSONANTE ZCS
Capítulo 19

Conversores Ressonantes - Chave Ressonante


ZVS

19.1 Introdução
Neste conversor, o capacitor ressonante produz uma tensão zero sobre a chave, propiciando, as-
sim, o disparo e bloqueio com tensão nula. A chave ressonante ZVS é mostrada na figura XX.XX.

s Lr

Cr

Figura 19.1: Chave Ressonante ZVS

Será usado o buck para a análise deste conversor. Para facilitar as análises o indutor L do filto
é grande o suficiente para que i L = I o .

s Lr i Lr L
ii iL io
Cr
+

+ − v oi
Vi vC r D Co Vo

Figura 19.2: Conversor ressonante ZVS, topologia buck

1- Estágio Linear [0, t 1 ] - A chave s é aberta em t = 0, o diodo está em estado de bloqueio, e a


corrente em L r e C r é igual a I o , o que leva vC r a crescer linearmente:

Io
vC r (t ) = t (19.1)
Cr

Quando a tensão vC r = Vi , no instante t 1 , o diodo possa a conduzir, logo

145
146 CAPÍTULO 19. CONVERSORES RESSONANTES - CHAVE RESSONANTE ZVS

s Lr i Lr
ii
Cr
iCr

+ − v oi
Vi vC r D Io

Figura 19.3: Circuito Equivalente do Conversor ressonante ZVS, topologia buck

Vi C r
t1 = (19.2)
Io

a tensão sobre o indutor L r é zero

Cr
iCr

+ − v oi
Vi vC r Io

Figura 19.4: Circuito Equivalente do Conversor ressonante ZVS no estágio linear

2- Estágio Ressonante [t 1 , t 2 ] - Quando vC r (t 1 ) = Vi , o diodo fica polarizado diretamente, o


circuito equivalente será:
Neste intervalo, a tensão no indutor será:

d i L (t )
vC r (t ) = Vi − v L r (t ) = Vi − L r (19.3)
dt

já a corrente no capacitor C r será:

d vC r (t )
i C r (t ) = i L r (t ) = C r (19.4)
dt

Usando as equações anteriores é possível montar uma equação diferencial de segunda or-
dem em termos de i L r .

+
v Lr −
Cr Lr i Lr
iCr

+ −
Vi vC r D Io

Figura 19.5: Circuito Equivalente do Conversor ressonante ZVS no estágio de ressonância


19.2. TENSÃO DE SAÍDA 147

d 2i Lr i L r (t )
+ =0 (19.5)
dt2 Lr Cr
d i L r (t 1 )
Com as condições iniciais: i L r (t 1 ) = I o e dt = 0 (e vC r (t 1 ) = Vi ), a solução será:

i L r (t ) = I o cos(ωn (t − t 1 )) (19.6)
vC r (t ) = Vi + I o Zn sen(ω(t − t 1 )) (19.7)

A partir da equação anterior, o tempo t 2 , que é quando vC r (t 2 ) = 0, pode ser calculado como:
· µ ¶ ¸
1 Vi
t2 = arcsen + π + t1 (19.8)
ωn I o Zn

3- Estágio de Recuperação [t 2 , t 3 ] - Em t 2 , a tensão sobre a chave será zero e ela pode ser fe-
chada sem perdas. O circuito equivalente é o apresentado na figura XX.XX:
v Lr −
s +

Lr i Lr

Vi D Io

Figura 19.6: Circuito Equivalente do Conversor ressonante ZVS no estágio de recuperação

O diodo está conduzindo, e a tensão sobre L r é Vi , o que resulta no crescimento linear da


corrente:
Zt
1 Vi
i Lr = Vi d ξ + i L r (t 2 ) = (t − t 2 ) + i L r (t 2 ) (19.9)
Lr t2 Lr

Supondo que a corrente em L r atinja I o em t = t 3 , o diodo entra em bloqueio e, pela eq. 19.9:

Lr Io
t3 = [1 − cos(ωn (t 2 − t 1 ))] + t 2 (19.10)
Vi

4- Estágio de roda livre [t 3 , T s ] - A chave s está fechada, i L r = I o , o diodo está bloqueado e


vC r = 0. Este estágio dura T s menos os outros intervalos.

19.2 Tensão de Saída


A tensão de saída v oi na entrada do filtro de saída é v oi (t ) = Vi − vC r (t ), e é descrita por:

 t
Vi (1 − t 1 ), 0 < t < t 1


0, t1 < t < t3 (19.11)



V ,
i t <t <T 3 s

A tensão de saída Vo será o valor médio de v oi , assim:


148 CAPÍTULO 19. CONVERSORES RESSONANTES - CHAVE RESSONANTE ZVS

Z ·Zt1 µ ¶ ZTs ¸
1 Ts 1 t
Vo = v oi (t ) d t = Vi 1 − dt + Vi d t (19.12)
Ts 0 Ts 0 t1 t3
· ¸
Vi t 1
= + (T s − t 3 ) (19.13)
Ts 2
ou
· µ ¶¸
t1
Vo = Vi 1 − f s t 3 − (19.14)
2
O intervalo de tempo no qual a chave está aberta é fixo, e o intervalo de tempo no qual a chave
está fechada é variável.
Aumentando-se a frequência de chaveamento, diminui-se o intervalo T s − t 3 (estágio de roda
livre) e, assim, reduz-se a tensão de saída.
19.2. TENSÃO DE SAÍDA 149

Vi v oi Io

s
ON

OFF t
i Lr

Io

−I o

vC r

Vi + Z n I o

Vi ZVS

t
1 2 3 4
0 t1 t2 t3 Ts

Figura 19.7: Estágios de condução do conversor ressonante ZVS

Você também pode gostar