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Trabalho Tourette

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Os instrumentos de avaliação utilizados em casos de Tourette são bastante heterogêneos,

sendo utilizado diversos critérios para o uso deles. Caso a criança apresente outras
comorbidades (por exemplo: TDAH, dislexia, etc), instrumentos que avaliam atenção e
memória podem ser utilizados. Cao seja observado que os tiques tem maiores chances de
ocorrem em caso de estresse, instrumentos que avaliem nível de estresse e habilidades sociais
também podem ser utilizados. Assim, não há a indicação de um instrumento ou conjunto de
instrumentos a serem utilizados nos casos de ST, ficando a critério do profissional/equipe
discutir quais seriam os mais eficazes a serem aplicados.

Referencia: Reis, T. L., & Palhares, M. S. (2006). A intervenção da terapia ocupacional na


síndrome de Tourette. Cadernos de terapia ocupacional da UFSCar, 14(2), 73-82.

Uma vez que não há um tratamento específico para a síndrome de Tourette, é observado que
nesses casos existem algumas intervenções que geram um prognóstico melhor, sendo então as
principais intervenções feitas por psicólogos, psiquiatras, terapeutas ocupacionais e, com
evidências mais recentes, por educadores físicos. O ideal é que essa intervenção seja feita de
maneira multidisciplinar, mas muitas vezes isso não é possível.

Os terapeutas ocupacionais e educadores físicos podem intervir diretamente nos tiques


motores, sendo um potente tratamento paralelo que pode diminuir de forma substancial as
consequências sociais da síndrome. No que diz respeito ao papel da educação física no
tratamento, a prática de atividades físicas e alguns esportes pode ajudar o indivíduo que
convive com os tiques a potencializar momentos de socialização ao obter maior conhecimento
corporal, sendo possível o controle e manejo dos tiques. Assim, a intervenção a partir da
prática física é bastante significativa através da diminuição do estresse, melhora da atenção e
também por propiciar o indivíduo com Tourette uma forma de descarregar a energia que seria
voltada para os tiques. Além disso, o fortalecimento muscular através dessas atividades
previne o cansaço extremo que muitas vezes acompanha crises as quais muitos tiques são
emitidos.

Referencia: Santos, B. T., & Alves, F. R. F. (2015). A educação física como fator de intervenção
nos tiques motores na síndrome de Tourette. Fundação de Ensino e Pesquisa do Sul de Minas,
recuperado em http://repositorio.unis.edu.br/handle/prefix/1728

Já em relação a Terapia Ocupacional, técnicas de relaxamento, atividades psicomotoras com


bola e confecção de brinquedos ajudam o profissional a visualizar quais situações podem
acarretar no aumento ou diminuição dos tiques (jogos onde há regras podem ser estressores
para alguns indivíduos, gerando mais tiques). Assim como na intervenção com um educador
físico, na terapia ocupacional é observado ganhos quanto a consciência corporal e maior
controle respiratório, além da capacidade do próprio indivíduo de manejar as manifestações
dos tiques.

Referencia: Reis, T. L., & Palhares, M. S. (2006). A intervenção da terapia ocupacional na


síndrome de Tourette. Cadernos de terapia ocupacional da UFSCar, 14(2), 73-82.
No que tange aos psicólogos, muitas intervenções podem ser trabalhadas a depender dos
instrumentos e bases teóricos que o profissional se utiliza, mas a literatura mais ampla em
relação a intervenção em ST se dá pela abordagem cognitivo-comportamental. Assim, os
profissionais que atuam pela TCC podem abordar a síndrome através de diversas formas, mas
não incomum que o paciente chegue ao consultório querendo diminuir os tiques, a ansiedade
e o isolamento que advém do Tourette. Em relação ao isolamento, é um discurso comum entre
os pacientes o sentimento de vergonha e julgamento que temem receber de conhecidos,
amigos ou até mesmo a família. Além disso, muitos casos chegam aos consultórios onde os
pacientes possuem outras comorbidades, tais como o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC),
TDAH, ansiedade ou depressão. Dito isso, duas técnicas são mais utilizadas nesses pacientes: a
exposição com prevenção de respostas (EPR) e o treinamento de reversão de hábitos (TRH).

A EPR consiste na exposição do paciente com objetos, lugares, situações, pensamentos etc que
teriam potencial de evocar as respostas compulsivas (tiques), mas nesse contexto elas são
suprimidas. Esse procedimento é capaz de diminuir a manifestação dos tiques através do
tempo e da repetição, consolidando o não surgimento deles.

Já a TRH é uma estratégia também utilizada em pacientes com outros transtornos de hábito
(roer unhas, arrancar cabelo etc), onde a ideia é que o paciente perceba quando o
comportamento irá acontecer e, antes da ocorrência, inicie um outro comportamento
diferente. Requer que o paciente treine diariamente um outro comportamento para que ele
possa então emiti-lo quando o o comportamento problema (tique) se manifeste. Percebe-se
na literatura que a maioria das intervenções feitas também são utilizadas em casos de TOC;
isso pode se justificar pelo fato de que, em ambos os quadros, há a presença de
comportamentos ritualísticos, impulsivos e incontroláveis que, ao serem emitidos, acalmam e
reconfortam o paciente.

Além das intervenções citadas, o psicólogo também pode intervir com sessões de
psicoeducação sobre a síndrome e manejo de crenças ligadas ao Tourette.

Referencia: Gonçalves, D. M., Silva, N. G., & Estevam, I. D. (2019). Síndrome de Tourette e
terapia cognitivo-comportamental: um estudo de caso. Revista brasileira de terapias
cognitivas, 15(1), 51-58.

Psiquiatria: a medicação costuma acontecer na maioria dos casos, onde os fármacos mais
utilizados na ST são o haloperidol e pimozida, onde ambos atuam sobre os receptores
dopaminérgicos.

Referencia: Referencia: Reis, T. L., & Palhares, M. S. (2006). A intervenção da terapia


ocupacional na síndrome de Tourette. Cadernos de terapia ocupacional da UFSCar, 14(2), 73-
82.

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