Yopanan Bases para Projetos Estruturais Na Engenharia e Arquitetura Editado
Yopanan Bases para Projetos Estruturais Na Engenharia e Arquitetura Editado
Yopanan Bases para Projetos Estruturais Na Engenharia e Arquitetura Editado
Revisão
SÉRGIO ANDRADE DE MATOS DIAS
Projeto Editorial
ZIGURATE EDITORA
'SAS6S PARA P'R.c2J6TO 6STR.!A.TURAL
NA AR.QUII 6TIA.RA
CIP-Brasil. Catalogação-na-Fonte
Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ
R233b
Rebello, Yopanan Conrado Pereira, 1949-
Bases para projeto estrutural na arquitetura I
yopaYI.tlv. Cov.raclo Perúra R.ebello
Yopanan Conrado Pereira Rebello.-
São Paulo: Zigurate Editora, 2007.
Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-85570-07-1
Edith de Oliveira
CAPÍTULO 1
PARTE 111
ESTRUTURAS DE MADEIRA 229
Um pouco de história 15
CAPITULO 2
CAPÍTULO 1
Vant,agens e desvantagens do uso de estruturas de aço 19
Um pouco de história 231
CAPITULO 3
CAPÍTULO 2
Composição do material 25
Características biológicas do árvore 233
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 3
Produção do material 27
Características físicas da madeira 235
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 4
Perfis estruturais 29
Defeitos da madeira 237
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 5
Elementos de ligação 41
Tipos de madeira para construção 239
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 6
Sistemas estruturais de aço 57
Processamento do madeira 241
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 7
Sistemas estruturais de aço mais usuais 93
As bitolas comerciais e seus principais usos 243
CAPÍTULO 9
CAPÍTULO 8
Edifícios de estruturas metálicas 99
Madeiras transformadas e seus usos 247
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 9
As e~lruluras metálicas e a ação de agentes externos 129
Sistemas estruturais de madeira 249
CAPITULO 11
CAPÍTULO 10
Consumo médio de aço nas diversas aplicações 139
Detalhes de ligações de madeira 263
CAPÍTULO 11
PARTE 11
Coberturas de madeira 271
ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO 141
CAPÍTULO 12
Pisos de madeira 277
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 13
Um pouco de história do concreto armado 143
Vedações de madeira 279
CAPÍTULO 2
Sistemas estruturais de concreto.armado 151 CAPÍTULO 14
Outros sistemas estruturais de madeira 283
CAPÍTULO 3
Crit~rios para lançamento da estrutura sobre o projeto de arquitetura 201
CAPITULO 4
BIBLIOGRAFIA 285
Estruturo de edifícios altos de concreto armado 207
PARTE I
CAPÍTULO 1
Um pouco de história
Os metais já eram utilizados há cerca de 4.000 a 5.000 anos a.C .. Sua
descoberta provavelmente foi casual e deve ter-se originado a partir de um
grande incêndio. O cobre, por se apresentar em estado nativo e ser muito
dúctil, foi o primeiro metal a ser utilizado na fabricação de armas e
ferramentas, em substituição à madeira e à pedra.
Em seguida, surgem o ouro (também encontrado em estado nativo) e a
prata, porém de uso restrito por apresentarem pequena resistência e dureza.
Em seguida, inicia-se a Idade do Ferro. O aço, porém, já era conhecido
desde a antiguidade (egípcios, romanos e chineses).
Foi durante a Idade Média que o estudo dos metais apresentou grande
desenvolvimento, a partir de pesquisas feitas pelos alquimistas, que por isso
são considerados responsáveis pela origem da Metalografia (estudo da
estrutura e das propriedades físicas dos metais e seus agregados).
É apenas no Séc. XIX que a ciência dos metais, entendida como método,
passa a ser desenvolvida. Surge a Metalurgia, arte e ciência que estuda os
metais e suas ligas a partir de seus minerais, de sua elaboração e de seu
tratamento.
Nessa época também, as sociedades vigentes alcançam um estágio de
desenvolvimento tecnológico, econômico e social, advindo da Revolução
Industrial, que acaba por determinar certas necessidades, irrelevantes até
então. As cidades crescem, os ajuntamentos humanos se tomam maiores e
as edificações passam a ser solicitadas para outras necessidades além
daquela de só abrigar um espaço. Os novos tempos exigem grandes espaços
cobertos para mercados e estações de trens com locomotiva a vapor, onde
há a necessidade de grande volume de ar. O progresso nas possibilidades de
deslocamento cria a necessidade da construção de hangares para dirigíveis
ou aviões; a supressão dos obstáculos visuais (paredes e pilares) - para
espaços de exposições, salas de espetáculos ou de esporte, estádios e igrejas
- exige grandes vãos.
É nesse momento que a utilização do metal na construção de estruturas se
faz importante, principalmente por sua resistência.
Surgem diferentes sistemas estruturais para a execução de edifícios com
grandes vãos livres e grandes alturas que ampliam as possibilidades até
então oferecidas pelo material.
A boa resistência aos carregamentos e a incombustibi!idade foram os
principais critérios adotados para o emprego dos materiais ferrosos na
execução de estruturas, em substimição à madeira.
CAPÍTULO 1 - Um pouco de história CAPÍTULO 1 · Um pouco de história
O primeiro material siderúrgico utilizado em estruturas foi o ferro fundido. Nestas, sobressai-se o Palácio de Cristal, de Joseph Paxton, para a Exposição
Em meados do século XVITI, é aplicado em um importante exemplo: a ponte Universal de Londres, em 1.851, projeto vencedor de um concurso
Coalbroockdale, sobre o rio Severo, na Inglaterra, com 30 m de vão. principalmente em razão do seu processo construtivo.
Outro edifício importante voltado para exposições foi a Galeria das Máquinas,
Nesse período, são construídas diversas outras pontes usando sistemas construído para a Exposição Universal de 1.889, em Paris.
estruturais em arcos e treliças. Seus componentes eram de ferro fundido,
trabalhando principalmente a compressão.
Sua estrutura, composta de pórticos em
Destaca-se como uma das mais forma de treliça triarticulados, é
arrojadas a de Wearmouth (Inglaterra), considerada a maior expressão da
em Dunderiand, construída em 1796, metalurgia da época.
usando uma estrutura em arco abatido,
vencendo um vão de 70 m.
17
CAPÍTULO 2
Vê-se pelos valores acima que o aço, além de ser o mais resistente, apresenta
uma característica muito interessante para as estruturas: resistências iguais
à tração e à compressão. Como conseqüência de sua maior resistência, o
aço permite peças estruturais com menores dimensões.
19
C:APÍTULO 2 -Vantagens e desvantagens do uso de estruturas de aço CAPÍTULO 2 -Vantagens e de~vantagens do us? de estruturas de aço
Com menor dimensão dos elementos da estrutura, obtém-se menor peso A questão da dimensão ou até mesmo da topografia desfavorável do canteiro
próprio da estrutura, o que resulta em menor carga na fundação. de obra pode ser um fator decisivo para a opção pela estrutura metálica
Grosso modo, uma estrutura de aço pesa seis vezes menos que uma estrutura A estrutura metálica, por ser pré-fabricada com componentes industrializados,
equivalente de concreto armado. A estrutura de aço, sendo bem mais leve, pode ser fabricada e montada muito rapidamente. Uma estrutura de aço
possibilita fundações mais econômicas ou mais adaptáveis a regiões em que consome aproximadamente 60% do tempo necessário para a execução de
o solo exija soluções mais complexas. uma estrutura equivalente de concreto armado.
Outra vantagem é que a solução estrutural com aço apresenta um resultado Ao contrário da estrutura de concreto armado, a estrutura metálica não
muito próximo entre o modelo teórico e o comportamento real necessita de tempo de cura. Assim, diversas atividades de construção, tais
como fundações, podem ser executadas simultaneamente à fabricação da
estrutura.
Em virtude do sistema de industrialização, as dimensões das peças em uma
Um vínculo de aço projetado
estrutura de aço são muito precisas e podem ser expressas em milímetros.
como articulado, poderá ser
Erros de até 1 em são plenamente aceitáveis em estruturas de concreto
executado perfeitamente articu-
armado; em estruturas de aço não.
lado, com relativa facilidade.
Em razão de sua precisão, os elementos estruturais podem ser perfeitamente
alinbados, nivelados e aprumados.
As estruturas metálicas são tão precisas que podem servir de gabarito para
a execução de outros componentes da edificação, tais como vedações e
vinculo articulado fixo acabamentos, o que pode levar a uma economia de até 5% na aplicação
desses materiais.
No concreto armado moldado in loco, muitas vezes adota-se, no modelo Sabe-se que hoje o processo de urbanização é muito rápido: edifícios mudarn
teórico, um vínculo articulado que, quando da execução, afasta-se muito de uso ou são demolidos para dar lugar a outras edificações.
desta situação teórica, o que pode acarretar problemas de ordem econômica Com ligações parafusadas, as estruturas de aço podem ser facilmente
ou de comportamellto estrutural inadequado. desmontadas, e ser reutilizadas em outros lugares ou reaproveitadas na
O concreto, pela maneira com que é produzido, uma mistura quase que execução de novas edificações. Ainda que seus elementos não sejam
aleatória de cimento, areia, pedra e água, não permite uma resposta precisa reutilizados, o material- como sucata- pode ser reaproveitado na fabricação
quanto às suas propriedades; o aço, no entanto, obtido industrialmente com de aço novo. Pela mesma razão vista no item anterior, muitas edificações
alto controle de qualidade, é um material mais confiável quanto as suas podem ter seu uso alterado, ao serem solicitadas por cargas maiores, ou
propriedades, podendo ser aplicado com coeficientes de segurança mais mesmo pela exigência de uma nova composição estrutural, o que resulta na
baixos, o que obviamente resulta em economia. necessidade de um reforço estrutural.
A concepção de nma estrutura metálica é revelada claramente depois de Por meio da soldagem de chapas ou perfis a vigas existentes, é possível
executada e pode ser facilmente entendida. O mesmo nem sempre ocorre reforçá-las com facilidade, permitindo um aumento nas cargas ou seu
em estruturas de concreto armado. A ligação entre uma viga e um pilar de lançamento sobre um vão maior.
concreto armado moldado in loco nunca é visível, logo uma análise visual
não permite concluir se a ligação foi concebida ~orno articulada ou rígida
A estrutura metálica é um sistema pré-fabricado; no canteiro, ocorre apenas O mesmo pode ser pensado
a sua montagem, que pode ser executada em lugares exíguos, necessitando para os pilares. Esse aspecto
apenas de espaço para a movimentação de gruas ou de guindastes e de um toma-se de suma importãncia
pequeno depósito. O canteiro de obra torna-se mais racional e pode ter na recuperação de estruturas ,olda
dimensões mais reduzidas. que sofreram sinistros.
CAPÍTULO 2- Vantagens e desvantagens do uso de estruturas de aço CAPÍTULO 2 -Vantagens e desvantagens do uso de estruturas de aço
O aço é um material isotrópico, ou seja, possui as mesmas propriedades O concreto armado, dadas as suas características de execução praticamente
físicas em todas as direções. Por não apresentar planos de diferentes artesanais, não exige mão-de-obra especializada.
resistências, o material possibilita seu melhor aproveitamento. Para melhor Atualmente, na construção civil o que se vê é a triste realidade de um exército
entender esta vantagem, compare-se o aço à madeira. A madeira é um de trabalbadores com baixa qualificação e má remuneração.
material fibroso, por isso apresenta propriedades muito diferentes, tais como A estrutura de aço, no entaoto, necessita de mão-de-obra mais qoalificada,
resistência, deformação térmica, e outras, na direção das fibras ou conseqüentemente mais cara e também mais informada, o que nem sempre
perpendicularmente a elas. é bem visto pelos maus empregadores.
O custo iuicial de uma estrutura metálica de aço é maior que a de concreto
Desvantagens armado, gira em tomo de 25% a 30% do custo total da obra, enquanto a de
As estruturas metálicas, no nosso país, ainda apresentam um custo inicial concreto armado consome aproximadamente 20%. No entanto o que importa
mais elevado se comparadas com estruturas de concreto armado. é o custo final da obra e não apenas o de um item isolado.
No Brasil, a produção de aço ainda é baixa. Ou talvez deva-se dizer que a Apesar desses números, alguns fatores tais como a rapidez de execução, as
utilização do aço em estruturas ainda é pequena. Um e/ou outro desses dois fundações de menor porte, a precisão dos elementos estruturais, entre outros
aspectos acabam por determinar um custo mais elevado para o material. já mencionados, podem tomar o custo fmal de uma obra de aço até 15%
CUSTO menor que uma de concreto armado.
{~00~
A decisão de usar ou não a estrutura de aço em razão ao fator custo deve
Essa situação provoca a ocor- ser sempre embasada no custo final da obra.
rência de um incômodo círcu- Um outro aspecto negativo que pode ser levantado para utilização do aço é
lo vicioso. a possibilidade de sua deterioração em contato com o meio ambiente.
O aço enferruja. A ferrugem, ou oxidação (Fe + 0), constitui uma camada
protetora mas facilmente removível, gerando portanto o processo de corrosão
do material, ou seja, diminuição na espessura do elemento estrutural.
Pode-se ver, pela figura, que um custo elevado pode ser originado pela baixa A corrosão chega a consumir camadas que variam entre 4 microns por ano,
produção, que provoca alto custo de produção que, por sua vez, .gera pouco . em ambientes menos agressivos e mais secos, como Brasília, e 16ü-microns
uso, o que sem dúvida implica novamente baixa produção, alimentando o por ano, em ambientes úmidos e marinhos, como Praia Grande, em São
círculo vicioso. Paulo. Para miuimizar o problema, são fabricados aços especiais que, com
Quem projeta pode, de alguma forma, interferir nesse círculo vicioso, adição de cobre, cromo ou níquel em sua liga, apresentam uma camada de
propiciando o aumento do uso do material por meio da divulgação de oxidação irremovível denominada pátina. A pátina aumenta muito a resistência
informações honestas a clientes ou mesmo a outros profissionais. do aço à corrosão.
Há alguns outros fatores que geram essa desvantagem. No Brasil, são fabricados diversos tipos de aços resistentes à corrosão, que
No Brasil, as fontes de matérias-primas básicas - o ferro (minério) e o recebem diferentes denominações conforme o fabricante, tais como: aço
carvão (coque) - estão localizadas à grande distância das usinas siderúrgicas. CSN COR, fabricado pela CSN, COS AR COR e USI SAC, fabricados
O carvão mineral é encontrado em quantidades apreciáveis em Santa Catatina pela USIMINAS e CST COR fabricado pela CST, entre outros.
e o minério de ferro em Minas Gerais ou no norte do país. Condições Em virtude do seu processo de fabricação, esses aços apresentam um
geográficas que sem dúvida geram custos. Além disso, é necessária a preço mais alto.
importação de carvão mineral, pois a nossa prooução é de baixa qualidade e Em situações menos drásticas, o aço comum também pode ser protegido
insuficiente para suprir a demanda da indústria siderúrgica nacional. Temos por alguns processos como:
também um outro problema de caráter social especificamente nacional: a) pintura à base de pó de zinco;
infelizmente, a nossa mão-de-obra, em geral, não apresenta qualificação b) pintura contendo zarcão e óleo de linbaça;
suficiente para um processo construtivo tecnologicamente mais desenvolvido.
c) galvanização:
22 . -:;.... 23
CAPÍTULO 2 -Vantagens e desvantagens do uso de e~ruturas de aço
24 25
CAPÍTULO 3 - Composição do material
Perfil Jaminado
É aquele obtido a partir da laminação dos tarugos. Suas dimensões são
padronizadas e limitadas. Normalmente é utilizado em obras de médio porte.
Tem como vantagem a redução do trabalho de transformação da chapa,
pois já vem pronto. Os principais perfis laminados fabricados no Brasil são:
cantoneira, U, I e H.
e
CAPÍTUlO 5 - Perfis estruturais CAPÍTULO 5 - Perfis estruturais
Por serem muito esbeltos, exigem cuidados especiais na sua aplicação, tanto - O esforço de compressão simples pode provocar flambagem, daí peças
q~to à solicitação aos esforços como pela possibilidade de fácil deterioração; comprimidas exigirem seções mais rígidas, ou seja, aquelas em que o material
por rsso, obedecem a uma nmma específica, a NB 143. esteja mais afastado do centro de gravidade, de preferência em todas as
Os perfis mais pesados podem ser executados com chapas de até 25 mm de direções.
espess~a- Neste caso, são exigidos raios de curvatura mínimos na dobragem -O esforço de flexão exige formas de seção em que o material esteja longe
para evrtar fissuração ou alteração nas características do aço. do centro de gravidade, mas apenas em relação ao eixo em torno do qual
Os perfis leves, os mais comuns, são utilizados em obras de pequeno porte ocorre o momento fl.etor.<•>
ou em elementos estruturais secundários. Em seguida serão apresentados os perfis estruturais mais comuns, mostrando
Em coberturas, o uso de perfil de chapa dobrada mostra-se geralmente como são obtidos, e suas aplicações mais comuns.
mais econômico. Os perfis de chapas dobradas permitem grande variação
na forma e dimensões das seções, mas podem também ser encontrados Cantoneiras
prontos e padronizados. Os perfis de chapas dobradas mais comuns são: As cantoneiras podem ser JarDinadas (produto de siderúrgicas) ou obtidas
cantoneira e U. por dobramento de chapa. São especificadas em projeto pela letra L, seguida
das dimensões da seção, especificando primeiro as larguras das abas e depois
Perfil de chapas soldadas a sua espessura. largura largura
11
É o perfil obtido pela soldagem de chapas entre si. Permite grande variedade deaba deaba ,
mm, podendo ainda estar previamente dobradas, quando soldadas entre si As dimensões das cantoneiras
originam as mais diversas possibilidades de seções. Por seu custo de laminadas são expressas em
fabricação mais elevado, esse tipo de perfil é utilizado em obras de médio a polegadas e as de chapa ao, ~o
-2~1 .2~
grande porte. No entanto, quando o projeto exigir seções com formas dobrada em mm. I
especiais essa solução pode ser usada em obras de menor porte. Exemplo: L4" x4" x 1/2" ou
L 100 X 100 X 12,5 mm.
+- cantoneira
+- cantoneira
Perfis calandrados de abas iguais de abas desiguais
30
CAPÍTULO 5 - Perfis estruturais CAPÍTULO 5 - Perfis estruturais
D
Exemplos:
- U 8" x 17,11, para perftllaminado (altura= 8", peso= 17,11 fgf/m).
- U 100 x 50 x 3, para perfil de chapa dobrada (altura= 100 mm, largura=
50 mm, espessura = 3 mm). Nos perfis enrijecidos acrecenta-se o
comprimento do lábio.
Nos perfis laminados, para cada altura de alma são fabricados diversos
Neste caso, com pequeoa quantidade de material pode ser obtida uma coluna, perfis com várias espessuras de alma e de mesa. À vista disso, pode-se
bastante rígida e com uma seção com grande momento de inércia (material substituir a especificação por meio do peso pela posição do perfil no catálogo
afastado do C.G.). É de capital importância que, para garantir que as 4 de fabricação.·
cantoneiras não trabalhem independentes mas como uma única seção Exemplo: U 8" x 17,!1 ou U 8" 1' alma.
formada por 4 cantoneiras, se evite o escorregamento relativo entre elas. A denominação l' alma significa que foi escolhido, dentre os perfis de 8" de
Para isso, é necessário ligar as cantoneiras com travameotos adequados, altura que aparecem no catálogo, aquele que apresenta espessura de alma
sendo o mais eficiente aquele que forma triângulos, como aparece na figura mais fina e que, portanto, aparece em pómeiro lugar no catálogo.
acima.
Os perfis U são comumente usados nas seguintes situações:
d) Reforços de chapas de piso ou de vedação
a) Barras de treliças de grande porte
ligação sem chapa ligoçõo com chapa
33
CAPÍTULO 5 - Perfis estruturais CAPÍTULO 5 - Perfis estruturais
o q3 r:;J
solda chapa chapa o.u
contone1ra
Perfil I
seção com o intuito de diminuir o efeito da flambagem. O perfil I pode ser obtido por laminação, em siderúrgica, ou pela soldagem
c) Terças para apoio de telhas de cobertura de três chapas. Os perfis I larninados, são especificados em projeto pela
As terças são vigas que apóiam as telhas e que por sua vez se apóiam nas
letra I acompanhada da dimensão da sua altura em polegada ou nrilímetro,
tesouras. seguida do seu peso por metro linear, tanto para padrão americano como
Recomenda-se que as abas terça europeu.
telha
do perfil estejam voltadas
para baixo, para evitar
acúmulo de poeira ou água
oriunda da condensação da barros
unridade do ar, o que pode da treliça
provocar corrosão.
mesa (oba)
d) Vigas para pequenas cargas e vãos No padrão americano, pode-se informalmente substituir a especificação do
O uso de um único perfil deve ser restrito a cargas e vãos pequenos, pois peso pela posição do perfil na tabela do catálogo do fabricante (I' alma, 2•
em virtude da assimetria da secção existe a tendência de ocorrer torção. alma, e assim por diante).
Para melhor desempenho da viga, recomenda-se a composição de dois perfis Os perfis de chapa soldada, quando não obtidos industrialmente, são
U, de forma que a seção se tome simétrica e não sujeita a torção. Esta especificados pela sigla VS (viga soldada) seguida da sua altura em nrilúnetro
solução pode ser adotada em vigas com cargas e vãos maiores mas tem e do seu peso por metro linear, ou ainda mais genericamente pela sigla PS
contra si um razoável aumento de peso e de custo. Outro fator que toma a (perfil soldado).
composição de perfis U menos eficiente para uso em vigas é embasado no Alguns fabricantes têm suas próprias siglas.
princípio da distribuição de massa nas seções. As vigas são submetidas Os perfis larninados produzidos pela Açominas são especificados pela letra W.
predominantemente a momento fletor, e, como se sabe, a melhor seção para Os perfis soldados da Usiminas, pela sigla VE, onde a letra E indica que são
esse esforço é aquela que concentra material longe do centro de gravidade, eletro-soldados.
na direção normal ao eixo em tomo do qual ocorre a flexão. A Usiminas ainda usa a sigla VEE para perfis I eletro-soldados que têm as
('~
=:E i mesmas seções dos perfis lanrinados de padrão americano.
Exemplos:
Quando dois perfis U são
compostos, a concentração de
material se dá na alma, quando
melhor seria na mesa.
fletor
momeoto
-
ftl
/C.G.- C.G.
- I 12" x60,6; (altura= 12", peso=60,6kgf/m) ou "I" 12" -1' alma;
ou VS 300 x 62; (altura= 300 mm, peso= 62 kgf/m)
ou W 310 x 28,3; (altura= 310 mm, peso= 28,3 kgf/m)
ou VE 250 x 19. (altura = 250 mm, peso = 19 kgf/m)
. I Os perfis I podem ser usados como:
35
CAPÍTULO 5 . Perfis estruturais CAPÍTULO 5 · Perfis estruturais
··:r
lamiuados ou soldados, têm a
Pilares podem ser compostos da soldagem direta de dois perfis ou pela
espessura da mesa maior que
ligação de dois perfis por meio de chapas ou cantoneiras, de uma maneira
H H: :ã :ttrchapa
a da alma, compativel com o
semelbante à utilizada para perfis U.
princípio de distribuição de
massa na seção.
Muito interessante também é o uso do perfil I associado ao concreto,
compondo vigas mistas de seção T.
Nesse caso, o concreto
absorve a compressão e o aço e) Estacas de fundação
a tração, das forças O perfil I é utilizado para tal fmalidade, principalmente quando se deseja
decorrentes do momento menor vibração durante a cravação da estaca, ou ainda quando o
fletor, resultando em vigas estaqueamento precisa ser executado em local que não permita a entrada
muito resistentes e com pouca de bate-estacas de grande altura; o perfil pode ser cravado em pequenos
altura, pois os dois materiais segmentos e emendados por solda. Recomenda-se também seu uso em
são solicitados dentro de suas fundações em que ocorram forças horizontais ou momentos, esforços não
melhores características absorvíveis por estacas pré-moldadas de concreto.
mecânicas. f) Estacas-pranchas
b) Viga Vierendeel alveolar Utiliza-se o perfil I para a contenção do solo em escavações de grande
Essa viga é obtida pelo corte conveniente da alma de um perfil I e posterior profundidade. Os perfis são cravados convenientemente espaçados e entre
soldagem das partes cortadas, resultando em uma viga de maior resistência eles são colocadas ptanchas de madeira on laje de concreto armado. As
com a mesma quantidade de material. Este tipo de viga permite a passagem forças horizontais do empuxo do solo são transmitidas através das pranchas
de tubulações através de sua alma. ou lajes aos perfis metálicos. Se a escavação for provisória e houver posterior
reaterro, os perfis podem ser recuperados por extração.
No caso de subsolos de edifícios a escavação é definitiva e os perfis
permanecem compondo o arrimo e fazendo parte da fundação.
Para ver como a viga Vierendeel se comporta consulte este livro na ~pert;l I
página80.
O uso dessa viga deve ser bem avaliado, pois todo seu processo de obtenção
gera custos mais elevados.
37
CAPÍTULO 5 - Perfis estruturais CAPÍTULO 5 - Perfis estruturais
e~
.E "E I
Eme'a (aba)
ai ma
calandragem (processo usado para curvar chapas ou perfis) de chapas. No
primeiro processo, o tubo não apresenta costura, procedimento indispensável
no segundo processo. Por isso, os primeiro são chamados tubos sem costura
agI
4-- mesa (aba)
e os últimos tubos com costrua.
Não hã diferença quanto às propriedades físicas de um e de outro, apenas
no processo de fabricação.
Os perfis Iaminados produzidos pela Açominas recebem a sigla W ou HP. Os tuhos de maiores dimensões são obtidos com costura e os de menores
Os perfis eletro-soldados produzidos pela Usirninas recebem a sigla CE, de sem costura.
coluna eletro-soldada. Tuhos sem costura são obtidos com dimensões que não ultrapassam 200 mm.
Exemplos: As seções dos tubos podem ser circulares, quadradas ou retangulares. Os
= =
- CS 300 x 26 (altura largura 300 mm, peso 26 kgf/m)= tubos são especificados em projeto pela dimensão externa seguida da
ou W 310 x 93 (altrua =largura= 310 mm, peso= 93 kgf/m) espessura em milímetros.
ou CE 300 x 76 (altura= largura= 300 mm, peso= 76 kgf/m) Exemplos:
Os perfis soldados, quando não produzidos industrialmente, podem ser - 0 200 x 3 (tubo circular), (diâmetro= 200 mm, espessura= 3 mrn)
especificados genericamente, seja perfil I ou H, pela sigla PS de perfil soldado. ou 0150 x 80 x 2 (tubo retangular), (altura= 150 mm, largura= 80 mm,
Como não são tabeladas, essas seções deverão ser identificadas na prancha espessura= 2 mm).
de desenho, em tabela própria, na qual todas as suas dimensões sejam Um problema sério dos perfis tubulares é a possibilidade de sofrerem
especificadas. Convencionalmente, a ordem de identificação é: altura do deterioração de dentro para fora, que pode não ser detectada visualmente.
perfil, largura da mesa, espessura da mesa e espessura da alma. Por isso, recomenda-se o uso de tubos confeccionados com aços resistentes
O perfil H, por suas características geométricas, é quase que unicamente à corrosão.
utilizado como pilar, pois apresenta boa rigidez em ambas as direções,
respondendo bem ao esforço de compressão axial. A inércia de sua seção Os tubos são usados em:
faz com que o perfil H seja indicado também para pilares submetidos a a) Barras de treliças planas e espaciais
flexo-compressão (flexão+compressão axial) e, mais raramente, para barras Os perfis tubulares circulares, por possuírem massas igualmente distanciadas
de grandes treliças. do centro de gravidade, prestam-se bem à utilização em barras submetidas
tanto a tração como a compressão, esforços presentes nas treliças.
Perfil T Apresentam certas dificuldades em relação às ligações entre as barras,
Pode ser obtido por laminação ou pelo corte de um perfil I ou de perfil H. embora existam sistemas eficientes para execução dos nós em treliças com
Quando obtido por Ianrinação, apresenta dimensões bastante reduzidas. tubos cilíndricos, tais como: Sistema Mero, usado para treliças espaciais.
Por não ser muito econômico, o perfil T tem pouca utilização estrutrual, b) Barras submetidas a torção
sendo principalmente usado em peças submetidas a baixos esforços, Os perfis tubulares, principalmente os cilíndricos são os que melhor absorvem
principalmente para peças curvas, por sua facilidade de calandragem ou esforços de torção, por possuírem massas igualmente distanciadas do centro
ainda na composição de caixilhos. de gr~vidade.
c) Pilares CAPÍTULO 6
Talvez seja essa a mais interessante aplicação dos perfis tubulares, pois
apresentam maior eficiência contra flambagem com menor consumo de Elementos de ligação
material. São executados vazados ou preenchidos com concreto, quando Como visto no capítulo anterior, os elementos básicos de nma estrntura
então se obtém nma grande resistência com seções bastante esbeltas. metálica são constituídos de barras (perfis), disponíveis no comprimento
d) Vigas máximo de 12m, comprimento Iiutitado pela possibilidade de transporte e
Os perfis tubulares retangulares podem ser usados como vigas. Do ponto manuseio. Um sistema estrntural de aço será a composição (união)
de vista econômico, os perfis tubulares são menos eficientes que os perfis I, conveniente dessas barras. Os elementos que propiciam as uniões entre as
pois, ao contrário destes, apresentam maior concentração de massa na ahna, barras devem ser capazes de absorver e transmitir esforços.
o que contraria o princípio de desconcentração de massas, já bastante Como a estrutura é o caminho que as forças percorrem para chegar de seu
comentado. ponto de aplicação até a fundação e como esses caminhos nem sempre são
contúmos, onde houver necessidade de mudança de direção ou de material
Chapas haverá sempre a necessidade de nm elemento de ligação que funcionará
São obtidas pela laminação dos lingotes. Classificam-se em finas e grossas, como nma ponte, unindo partes da estrutura, permitindo a passagem das
conforme suas espessuras. As chapas finas variam de 0,31 a 4, 76 mm. São forças, fazendo comisso que o conjunto estrutural trabalhe unido. As ligações
fornecidas em peças de até 6,0 m de comprimento ou em bobinas. As chapas entre perfis podem ser feitas diretamente (perfil ligado a perfil) ou mediante
grossas possuem espessuras que variam de 13/64" ( 5,2 mm) a 2 1/2" (63,5 nm elemento intermediário: a chapa de ligação.
mm) e são normalmente especificadas em polegadas. São fornecidas em As chapas de ligação são elementos localizados entre os perfis e usadas
peças de até 1;2.2 m de largura por até 10,67 m de comprimento. quando não há possibilidade de ligação direta, quer por problemas de ordem
As chapas são utilizadas em: coustruti va, quer pela própria incapacidade da ligação de transmitir os
a) Conformação de periis estruturais (perfis de chapas dobradas). esforços.
Para tal fmalidade são usadas apenas chapas fmas. Para projetar uma ligação adequada é necessário obedecer a alguns critérios:
b) Elementos de ligação entre periis 1) As ligações diretas entre perfis são adequadas quando os perfis puderem
Em nós de treliças e outros._ sistf?IJ?..~. ~s~~~~·- c~p;19 :ytga x pilar. A forma se acoplar sem necessidade de cortes especiais que possam dificultar a
da chapa é função do tipo. de ligação a ser executada. execução, aumentando seu custo. Geralmente, esse tipo de ligação é
c) Reforço de estruturas existentes executado na fábrica.
A soldagem de chapas, em perfis que necessitam de reforço, propicia aumento 2) As chapas de ligação devem ter espessura conveniente para absorção dos
sensível na sua resistência. esforços e uma forma que permita cortes com o mútimo de perda.
3) Devem ser sempre verificadas as concentrações de esforços nas ligações,
para evitar f!ambagem localizada ou flexões indesejáveis. Mudanças bruscas
ft- T e'pe""'" da
J:4.---.+--chopa = 0,56cm
de dimensão resultam sempre em concentração de tensões e devem ser
evitadas.
No exemplo acima, foi obtido anmento de 21% na resistência da peça com
apenas I 0% a mais de peso.
Barras redondas
As barras redondas são obtidas por laminação. Seus diâmetros variam de 1/2"
(12,5 mm) a 4" (102 mm). As barras redondas são basicamente usadas para
confecção de churnbadores, parafusos e tirantes.
solução Para melhor introdução do rebite, é necessária uma folga de 1116" entre o
seu diâmetro e o furo. O comprimento do rebite deve ser superior à soma
das espessuras das chapas, de forma que o trecho restante, quando prensado,
forme a segunda cabeça, fixando as peças.
equipamento
para rebitogem
42 43
CAPÍTULO 6 - Elementos de ligação CAPÍTULO 6 - Elementos de ligação
Portanto, para execução de uma ligação parafusada são necessários no As ligações soldadas são as que apresentam maior rigidez.
máximo dois operários. Em ligações submetidas a vibração são acrescentadas A soldagem se faz pelo aquecimento do material-base (elementos a serem
arruelas de pressão. Para uma escolha prévia do diâmetro do parafuso, aplica- ligados) a uma temperatura de aproximadamente 4.000'C. Essa temperatura
se a seguinte relação: é obtida pela criação de um arco voltaico entre o material-base e o eletrodo.
O material-base, ao atingir a temperatura indicada, funde-se propiciando a
1,6t::Sd<3b..
onde união entre as peças; o eletrodo, além de provocar o arco voltaico, também
t = espessura do chapa mais grosso se funde preenchendo os vazios entre a ligação.
b.. = espessura da chapa mais fino
44 ,
.. ... - 45
CAPÍTULO 6 - Elementos de ligação CAPÍTULO 6 - Elementos de ligação
A"
Ao atravessarem as falhas, os raios emergem com maior intensidade
impressionando o filme com tonalidade mais escura. Após revelação da chapa
de filme, pode-se observar as falhas pela ocorrência de manchas mais escuras.
d) Controle por ultra-som
Destina-se, também, à verificação dos defeitos internos. O princípio baseia- seção M seção M
A~
se na reflexão das ondas acústicas quando atingem meios de diferentes
densidades. Se no percurso da onda houver uma falha (vazio com densidade Representação gráfica das soldas . .
baixa), haverá uma reflexão, antes da onda atravessar todo o material. Esse Mesmo para aqueles que não pretendam ser projel!stas de estruturas
retorno será captado antes pelo receptor, denunciando a existência da falha. metálicas, é importante conhecer a simbologia ainda que não completa de
representação de solda para que se faça uma interpretação correta do projeto.
Tipos de soldagem As soldas são indicadas com setas, sobre as quais são especificados o tipo e
Conforme o posicionamento das chapas a serem soldadas, podem ocorrer espessura da solda. A solda de topo é representada por dois _traços paralelos
dois tipos de soldagem: sobre a seta. A solda em ãogulo é representada por um tnãogulo. Caso o
a) Solda de tôpo triangulo esteja voltado para baixo, a solda ocorre do lado onde está a ponta
Neste caso, as chapas são posicionadas uma contra a outra e em um mesmo da seta; se ao contrário, o triângulo estiver para cima, a solda ocorre
plano. exatamente do lado oposto ao que se encontra a extremidade da seta. Esta
representação, que em princípio pode parecer descabida, é interessante para
evitar concentração de informações. Quando a solda ocorre nas duas faces,
ft2a4 mm
~~~· ~
ela é indicada pela seta com triângulo duplo. A seguir são mostradas as f?rmas
'
entalhe reto para chopes finas
I~ corte reto
:u;:_;i=~~~~p
Conforme aumentem as espessuras das chapas a serem unidas, devem ser
(j) @ @ @) @
previstos detalhes que garantam a penetração total da solda. Para isso, as
[)soldo em ãngulo, no lado do seta, o/furo da solda = lh''
extremidades das chapas devem ser convenientemente preparadas. Essas ~ solda em ângulo, nos dois lodos do seta, altura da solda = lf2u
soldas também são chamadas de soldas de entalhe. Neste caso, quando a @solda em ãngulo, no lodo oposto da seta, altura do solda = W'
solda atinge toda a espessura da chapa, ela é dita de penetração total. @ soldagem de tcpa com entalhe reto
60° @ saldagem de topa com entalhe em V simples do lado da seta
~3mm
entalhe em V simples poro chapas grossos
(soldo de penetração tato!)
~2mm
entalhe em V duplo poro chapas grossas
(solda de penetração total)
j1;- ~
® 0
@ solda em todo o contorno
b) Solda em ângulo
(J) solda o ser executado no canteiro
Neste caso as chapas são posicionadas em planos ortogonais e a solda ocorre
nas suas laterais. Essas são chamadas também de soldas de filete. Os eletrodos são fabricados com diversos materiais, devendo cumprir as
Aqui também, dependendo das espessuras das chapas, suas extremidades exigências especificadas na Norma. Os eletrodos são especificados pela
devem ser preparadas com algum tipo de chanfro. letra E acompanhada de três outras informações. ·
47
46
CAPÍTULO 6 · Elementos de ligação CAPÍTULO 6 · Elementos de ligação
Por exemplo: E 70 10. A primeira informação, no caso 70, indica a resistência @ vínculo articulado corte A-A
mecânica do eletrodo (70.000 lbs/pol'), as duas últimas, no caso I e O, indicam A
a posição da soldagem, o tipo de revestimento do eletrodo e a corrente de
soldagem. Nas obras comuns, com aço A 36, o eletrodo normalmente
especificado é o E 70 XX, ou seja, deve ter 70.000 lbs/pol' de resistência e
pode ser soldado em qualquer posição com qualquer revestimento e corrente. VIga
~
!
Essas ligações não exigem a mesma precisão das ligações parafusadas. ': o
'
c) As ligações com parafusos devem ser executadas no canteiro, o que garante
a
<,' !"" F ~
mais qualidade e rapidez à execução. i
d) Quando o edifício tem um uso não permanente, as ligações parafusadas JA 'I l viga
são uma exigência, já que permitem fácil desmontagem da estrutura. perfil T pe nili
l
perfil T perfil
Detalhes de ligações
Existem vários detalhes de ligações entre peças estruturais que são
consagrados e freqüentemente usados. Isso não impede que outros possam
v< ~ /
)""ortodo
' \
ser propostos. Para isso, é preciso apenas uma boa dose de bom senso e
viga
conhecimento dos esforços atuantes nas ligações, de forma que eles sejam apoiado
I chaPa
corretamente absorvidos e transntitidos às peças estruturais do sistema. É vista A
Q) vínculo articulado
A
corte A-A M . )
v1go em balanço ~a que apóia
corteM
I . d~;iga
~
.,1
viga
cantoneira cantoneira
49
48 - ~. ·- ··--·-- - ,_-;;,. _,:, ..• cc· _:_ '-----
CAPÍTULO 6 - Elementos de ligação CAPÍTULO 6 - Elem~ntos de ligação
~
~
_,.A
G) vínculo articulado _iB
de~
I
;anto1~ra
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rol ~_____[''"~ lo
I
I de~ r
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qA corte BB
corteM @vínculo articulado
lOmm
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0 vínculo rfgido
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A A
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nervuras c hopa
viga a
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@ vfnculo articulado
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I
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I
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i
pilar tubular--'
t'--- perlil T nervura " ..
50 51
CAPÍTULO 6 - Elementos de ligação CAPÍTULO 6 - Elementos de ligação
corte BB
viga
c) Pilar x fundação
pe1il tubular
i I (D vinculo articulado
7 I
~
corteM ---····
placa soldada
placa de na base do pilar
~
nivelamento
\ __,. pecHIT
~ 3cm
~
\pilar
perfil tubular circular fundação
0
l
placa de base
vínculo rígido
nervura
@ vfnculo rígido
r viga J corteM
det. A
n 71
~ loodoção .,.-
camada de
I'
A~
\ Pilar I ~ i
regularização
bÓianço i! I o o
balan_ç_o_~v
i
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corte AA
I I o o
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I
@ vfnculo rfgido o o I iI
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chapa corte A-A pilar inferior
I
52 .. , ..
.:;· - "·' ·... __ . ·''·-- .- -".::..:·.' .. '.•.' . ,, .... ~--- , :.c''Jc,·~·.;,;:,, ,__ .. .::·o.:z.':.\'\":.":·:..~·-- 53
CAPÍTULO 6 - Elementos de r·IQOÇõo CAPITU
, LO 6 - Elementos de ligação
@pilar novo
i corteM
h soldado no
c apad o pilar inferior
topo
f mínimo=? 0
flange l
''
o J
corte AA .,i pilo r existente
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@ vínculo rígido A
(pilar tubular) "'h a soldada na .
corteM
ap do Pilar supenor
cbase
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o o I
'
i\nv o
~
di,eta
nervura
corte AA
•• com tubos
g) Ligações especiais
0 vínculo rígido
Q) vínculo articulado
(pilar tubulor)
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A
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A
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B
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B
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corte AA corte BB
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I -==!!!
1
oleto pino
54 "'····'" ·-···:::;:: __ 55
l
CAPÍTULO 7
Arcos
I O uso do arco remonta a épocas remotas, quando os materiais estruturais
í restringiam-se à madeira e à pedra, Os primeiros arcos eram executados
l
com blocos que se apoiavam, cada um com pequeno balanço em relação ao
' anterior, É o chamado arco falso, Esses arcos não pennitiam vencer grandes
vãos, O arco verdadeiro provavelmente surgiu da desestabilização do arco
falso, que resultou numa disposição dos blocos mais adequada para vãos
maiores, O arco verdadeiro é resultado do empilhamento de diversos blocos,
de maneira que o comprimento resultante seja maior que o vão a ser vencido.
Desta maneira qualquer bloco para se dirigir ao solo sob a ação da gravidade,
deve provocar uma compressão nos dois blocos vizinhos, e assim
sucessivamente.
Mantendo-se os apoios
indeslocáveis, todo o sistema
permanecerá submetido a
compressão, mantendo os
blocos unidos e o arco íntegro,
'
acordo com a quantidade e
posição das cargas. A essa
forma adquirida pelo cabo dá-
se o nome de funicular.
v- 'Ç_( );\
I ·,
1 - cabo original
2 - cabo deformado
3 · borro simples v-~~
57
CAPÍTULO 7 • Sistemas estruturais de aço CAPÍTULO 7 · Sistemas estruturais de aço
Nos exemplos acima, é sempre possível afumar que no cabo existem apenas Eclaro que para estas últimas aparecerão esforços de flexão, mas felizmente
esforços de tração simples. Assim, se as fmmas funiculares forem invertidas, eles não chegam a influenciar as dimensões do arco.
usando uma barra rígida e mantendo o mesmo carregamento, resultarão
estruturas nas quais, pode-se garantir, estajam atuando apenas a compressão Tipos de arcos
simples. Ou seja, para se ter um arco só comprimido sob a ação de uma única Dependo da situação em que são usados ou do processo construtivo escolhido,
carga concentrada, sua forma deverá ser triangular, que é o oposto do funicular os arcos podem apresentar vinculos articulados ou engastados. Estes últimos
dessa carga. Note que, no último modelo o cabo, com cargas uniformemente são usados apenas em casos especiais, pois introduzem esfmços de flexão.
distribuídas ao longo do seu comprimento, adquire uma fOima funicular que é
a curva denominada catenária Invertida, ela nos dá o arco ideal para cargas de a) Arco triarticulado
peso próprio (cargas iguais ao longo do comprimento do arco). Concluí-se pois É o tipo de arco mais utilizado, principalmente pela facilidade de execução.
I
que, para se ter apenas esfmços de compressão, a forma do arco deverá ser o
Como o próprio nome diz, esse
inverso do funicular das fmças a ele aplicadas. Esses arcos são chamados de
tipo de arco apresenta três
arcos funiculares.
articulações, duas nos apoios e
Qualquer modificação no carregamento provoca esforços adicionais de flexão;
uma terceira normalmente
como é sabido, o esforço de compressão axial é mais econômico que o de
flexão, portanto é econômico evitar a flexão no arco. localizada no centro.
Um caso extremo é apresentado na figura a seguir: um arco parabólico O arco triarticulado apresenta uma grande vantagem construtiva, cada trecho
sustentando uma carga concentrada no meio do vão. entre as articulações pode vir pronto para montagem no canteiro. Além disso,
F caracteriza-se por uma boa adaptação a mudanças de forma geradas, entre outras,
~ F l.; por dilatação ténnica, pois as articulações permitem melhor acomodação das
MF
e peças. Os arcos triarticulados são isostáticos, o que facilita seu cálculo, mas em
Viu-se que a forma ideal para conduzir uma força concentrada aos apoios é o b) Arco biarticulado
triãogulo, o funicular da força. O arco obriga o carregamento a descrever um Esse tipo de arco apresenta articulações apenas nos apoios. Não tem a mesma
caminho mais longo, afastado da trajetória ideal. Isso provoca uma versatilidade de acomodação às mudanças de forma que o triarticulado,
excentricidade entre o caminho ideal e o fornecido pelo arco, o que fará surgir portanto torna-se mais sucetível ao aparecimento de esforços indesejados
esfmço de flexão, o qual para ser absorvido exige uma seção mais robusta para l
de flexão. É hiperestático, portanto admite menores dimensões de seção,
a peça e por isso menos econômica. Deduz-se, portanto, que o arco toma-se
uma estrutura econômica quando ele é funicular das fmças aplicadas. No caso
de arcos com carregamento unifOirne ao longo da horizontal, sna forma ideal é
a parabólica. Para arcos submetidos apenas ao seu peso próprio, a fOirna ideal
é a catenária, mas visualmente a diferença entre uma curva parabólica e uma
ll
f
resultando em menor consumo de material. Do ponto de vista construtivo, é
menos interessante que o articulado. Os arcos biarticulados são mais usados
em concreto armado.
c) Arco biengastado
catenária é quase imperceptível. Pode-se dizer que para arcos bastante abatidos Seu uso é bastante incomum e só acontece quando há necessidade expressa
as curvas são praticamente iguais. Normahnente os arcos são construídos com de ligação rígida nos apoios. É o tipo de arco que mais consome material,
forma parabólica para facilitar a execução, seja para cargas uniformes ao longo pois apresenta momentos fletores em razão do engastamento. Por outro
da horizontal seja para peso próptio. ' lado, é muito estável e por isso é utilizado para arcos isolados.
58
I
59
CAPÍTULO 7- Sistemas estruturais de aço CAPÍTULO 7- Sistemas estruturais de aço
Os arcas biengastldos são raros em estruturas de aço. Quando treliçados, com cantoneiras e perfis U, sua execução fica muito
l
simplificada, com custos bem menores. É a solução mais utilizada
A questão dos empuxos A corteM
Um arco só é estável se seus apoios forem indeslocáveis, ou seja, articulados
perfil U
fixos. Se um dos apoios for móve~ o arco se transforma em uma viga parabólica, chapa
na qual predomina a flexão. Com isso, suas dimensões serão bem maiores, da
ordem de cinco vezes, tomando a solução totalmente antieconômica
Todos os arcos, quaisquer que
I dobrada
I
Por serem usados em grandes vãos e estarem submetidos predominantemente
sejam suas formas, apresentam a compressão simples, os arcos são sujeitos a flambagem, dentro e fora de
nos apoios a tendência de se seu plano, sendo muito instáveis principalmente fora de seu plano.
deslocar na horizontal, Para estabilizá-los é necessário prever travamentos adequados, também
I
aplicando a eles forças conhecidos por contraventamentos.
l
horizontais denominadas H
terças perfil U r arco r arca rr terças
empuxas horizontais.
60
CAPÍTULO 7 - Sistemas estruturais de aço CAPÍTULO 7 - Sistemas estruturais de aço
A flecha ideal (f) será aquela que resulte no menor volume de material ou Treli~as planas
seja a flecha deve estar entre os seguintes limites: ~ .;; f .;; ..1__ ' Como se sabe, os esforços de tração simples e de compressão simples são
1 5
A largura do arco (b) deve estar entre ..h...
10 "' ~
b "' ..h...
~ 5 .
esforços mais favoráveis que os de flexão por resultarem em seções
A espessura do arco (h) será igual a 2% do vão. estruturais mais econômicas. O ideal seria que as estruturas fossem
submetidas apenas a tração simples, o que é impossível.
troçõo axial
Mesmo as estrnturas de lona
Os arcos de aço podem vencer vãos até c(cabo)
ka~
ou de malha de cabos, que são
300m.
submetidas apenas a tração
simples, apresentam nos seus
Uso de gráficos mastros de apoio compressão compressão axial
simples. (borro) {cabo)
0.3 0.6 1.5 Apesar dos mastros comprimidos, estrnturas desse tipo (tensionadas)
ARCO TRELIÇADO - AÇO resultam muito leves. Depreende-se desse fato que tração e compressão simples
são esforços que detenninam estruturas leves e econômicas.
A figura abaixo compara duas soluções estrutruais vencendo o mesmo vão.
F
12.01 '; -j---T---!--+--+--=
F viga reta
90~ i --i---i---+--
I> )
m~ viga
ÓJ ; --:---1- fletor
deformado
l~
3.0
I ~] Na primeira predomina compressão e na segunda flexão. Sem dúvida a
I ~L--· segunda solução resultará em uma estrntura mais pesada e mais cara.
Comportamento
0.6 Para entender o comportamento da treliça, tome-se o modelo da figura
abaixo. Pode-se entender o modelo como um arco, funicular da carga
ARCO DE ALMA CHEIA- AÇO
concentrada. Daí deduz-se que as barras estão submetidas apenas a esforços
de compressão simples e aplicam aos apoios forças horizontais (empuxos).
Se os pilares forem articulados em sua base, tombarão sob a ação dos
empuxos. Para evitar o tombamento dos pilares, tem-se como solução a
colocação de um tirante entre eles.
F
F
~1
!I' ~_l I
tirante
OL-~l~-~~-~--.O"EM_MEm~0~--l~;-~~-~~~~-~~l~~~~~_j~
5.0 30.0 45.0 60.0 75.0 90.0 105,0 120.0 135.0 150.0
tração axial
62 63
CAPÍTULO 7 - Sistemas estruturais de aço CAPÍTULO 7 - Sistemas estruturais de aço
Tipos de treliças
As treliças podem adquirir as mais diversas formas. Para um sitema estrutural
se comportar como treliça, suas barras devem formar triãngulos e serem
articuladas nos nós.
JL
Na prática, os nós dificilmente são executados perfeitamente articulados. As treliças c e d, denominadas treliças de banzos paralelos, são usadas como
Para se aproximarem da definição teórica, as ligações entre as barras da vigas tanto para coberturas como para pisos. A treliça f, de banzos paralelos,
treliça devem ser projetadas de maneira que se tomem o menos rígidas não apresenta montantes. Por ter menor quantidade de barras, é sempre
quanto possível mais econômica, porém nem sempre é possível seu uso, como será visto
A segnir são apresentadas as treliças mais comuns. mais adiante. A direção de inclinação das diagonais é iroportante na economia
e no bom desempenho da treliça. No caso de estruturas de aço, é
recomendável que as diagonais trabalhem sempre a tração. Isso se deve ao
a) b) fato de serem as diagonais as barras mais longas da treliça e, se submetidas
a compressão, apresentarem a tendência de flambar, principalmente porque
sen4o de aço são muito esbeltas. Neste caso, para não flambarem, deverão
banzo
superior ser reforçadas, o que aumenta o peso da treliça e em conseqüência seu custo.
treliça de duas águas treliça de duas águas
As treliças b e d das páginas 64 e 65 são as mais indicadas para execução
com diagonais descendentes com diagonais ascendentes com aço.
64 '·"--"·· "-'-'-'• 65
CAPÍTULO 7 - Sistemas estruturais de aço CAPÍTULO 7 - Sistemas estruturais de aço
Como visto, as treliças são sistemas estruturais econômicos por apresentarem O ângulo de inclinação mais adequado, para as diagonais, deverá estar entre
só esforços axiais de compressão e de tração, por isso a ocorrência de flexão 30" e 60", sendo o ideal45'.
deve ser evitada. Em coberturas com estruru.ras metálicas, o espaçamento mais econômico
A aplicação de cargas fora dos nós da treliça provoca momento fletor nas entre treliças é de 5,0 metros, podendo eventualmente ser aumentado para
barras, o que não é aceitável do ponto de vista econômico. 6,0 metros. Apesar de serem mais econômicas que as ;igas de alma cheia,
As cargas nas treliças devem ser sempre aplicadas em seus nós.
I as treliças apresentam alturas bem maiores, que podem alcançar o dobro
(ver critérios de pré-dimensionamento). Por isso, quando o projeto exigir
I
limitação na altura da viga, pode-se optar pela viga de alma cheia, apesar de
mais pesada e de maior custo. As treliças planas de aço têm seu intervalo de
aplicação para vãos entre 10 e I 00 m.
certo! errado!
Apesar de consumir menos material que as vigas de alma cheia, as treliças
II Uso de gráficos
demandam mais mão-de-obra para sua execução. Como o que importa para TRELIÇA DE AÇO
o custo final é a soma do material e da mão-de-obra, não é para qualquer
vão que a treliça se torna uma solução econômica. Do ponto de vista prático,
a treliça metálica torna-se econômica para vãos acima de I Om.
Os pertis mais usados nas barras das treliças são as cantoneiras duplas ou U.
Em treliças, para grandes vãos e cargas, podem ser usados pertis I ou H.
Pré-dimensionamento
J ~~
l•
Uso de fórmulas empíricas --L-
VÃO EM MElROS- L
a) Quanto mais alta for a treliça, menores serão os esforços nas barras,
porém mais longas elas serão, resultando em um peso maior.
í o 4.5 9.0 13.5 18.0 22.5 27.0 31.5 36.0 40.5 45.0
As treliças mais econômicas são as que apresentam a relação entre altura da j
i
treliça e vão compreendida entre 1n e 1/1 O; em casos extremos, podem ser ' TRELIÇAS PlANAS - AÇO
utilizados valores entre 1/5 e 1115, já não tão econômicos.
I'SrSJ\ISVVVl21l I
,. l~20,0m T I
h ~f/10~ 20,0/10~ 2,Dm ou h~ l/15 ~ 20,0/15 ~ 1,30m
Nem sempre o fator econômico é o critério decisivo na escolha da altura
conveniente; outros critérios, inclusive estéticos, podem se impor.
~L--
b) Diagonais muito inclinadas aumentam o peso da treliça, com aumento
na quantidade de barras. Se pouco inclinadas, provocam um comportamento
inadequado da treliça.
j o
/6JSI72t-, ª
j
CAPÍTULO 7 - Sistemas estruturais de aço CAPÍTULO 7 - Sistemas estruturais de aço
·+ ~ -+--t-----t--t---t--+----+--+---+-+--___j
plano é plenamente aceitável. Os erros de precisão não prejudicarão o
comportamento da estrutura e não resultarão em maiores custos.
Existem situações em que o uso de um modelo plano no lugar de um espacial
45
1' g~ ---+---+--+---+ :;?'~§~~9--f--+-~
---c-1 1., foge muito da realidade, redundando em mau comportamento da estrutura
e levando a uma solução antieconômica. É o caso de uma grelha (ver mais
,,r;-+--+-
1 ~ XXXXX><l~
l adiante), em que só se deve admitir o modelo espacial.
Em uma cobertura, as treliças são os elementos estruturais principais que
recebem a carga da cobertura, vencem o vão principal e depositam essa
1.51
I ~ª
-L--
! carga nos pilares.
,~--;;•.;;-,---;,~,.:c,---:,;:;,,;;-,---;,~•.;;-,--;.-:-,,,;;---;,;:4;;-.o---;6~3.;;-o---=,::!,,:c,---:,c!-,,:c,---;9;0"o.o;;-___j
' Entre as treliças existem outras vigas, as terças, que apóiam as telhas e
transmitem suas cargas para as treliças. Neste caso, o modelo adotado é
plano: terças em um plano e treliças principais em outro.
Treli~as espaciais Quando, por alguma razão, as distãncias entre treliças aumentam, anmentam
Antes de tudo, é importante conceituar o que são estruturas planas e espaciais. também as dimensões das terças. Neste caso, passa a ser mais econômico o
Na verdade, todas as estruturas se desenvolvem no espaço, logo todas seriam uso de terças treliçadas. A partir daí, o modelo plano, do ponto de vista
espaciais. As estruturas são calcnladas a partir de modelos físicos escolhidos econômico, começa a ser desvantajoso, torna-se mais adequado optar-se
pelo projetista e que melhor interpretem o comportamento real. A por um modelo espacial: a treliça espacial.
determinação dos esforços é feita pela tradução do modelo físico para um A possibilidade de disposição de pilares é o fator principal que leva ao uso
modelo matemático que melhor o descreva. Esse procedimento denomina- de uma treliça plana ou espacial.
se análise estrutural. O melhor modelo será aquele que melhor descreva o
~
comportamento real e que resulte em um modelo matemático o mais simples
possível. 1\1\1\1\1\1\
c á~Ã
pilor 1 'V pilar 2 treliça treliça espada!
Um conjunto de vigas e modelo plano modelo espacial
vigol
pilares, em um edifício, pode terças j
ser analisado como um único A'>- [~':,i.:'igaõ>,======j < B 1 treliça 1 ~ P2
modelo plano modelo plano - possibilidade de pilares mais próximos - não hó possibilidade .de pilares próximos
68
CAPÍTULO 7 - Sistemas estruturais de aço CAPÍTULO 7 - Sistemas estruturais de aço
70 -_,;.- •.
CAPÍTULO 7 - Sistemas estruturais de aço CAPÍTULO 7 - Sistemas estruturais de aço
.I--alma Tmesa
Pré-dimensionamento
R
onde:
L = espaçamento maior entre pilares ~ =- ~~}.!A Apesar da vantagem oferecida em termos de aproveitamento de espaço, a
R= espaçamento menor entre pilares viga de alma cheia é um dos elementos estruturais mais solicitados em termos
de esforços, pois precisa transmitir aos apoios forças predominantemente
Uso de gráfico verticais através de um caminho geralmente horizontal.
ffiELICA ESPACIAL
...Ç0 E AUM'NIO
Esse desvio de 90° no
caminho das forças exige
muito da viga, o que acaba por
gerar seções de maiores I
'
dimensões.
I'
I Comportamento
1\1\/\7\1\ ~ ' Pode-se dizer, usando um modelo mais simplificado e visualmente mais
Vk:J EM METROS-L --L-- inteligível, que as vigas são barras que, quando carregadas transversalmente,
estão sujeitas a esforços de flexão: momento fletor e força cortante. Na
o, 75.0 90.0 105.0 135.0 150.0 verdade, o comportamento real de uma viga é mais complexo.
72 73
CAPÍTULO 7 - Sistemas estruturais de aço CAPÍTULO 7 - Sistemas estruturais de aço
Para compreender o comportamento mais próximo do real, pode-se imaginar a Nas vigas metálicas as forças de tração são bem absorvidas pelo material;
existência de arcos internos atirantados, ou seja, tudo se passa como se as de compressão, em virtude da esbeltez da alma, podem provocar
dentro da viga existissem arcos comprintidos e tirantes tracionados. flambagem. Em almas muito esbeltas, ou seja, altas e finas, devem ser
Na verdade, esses arcos e tirantes são linhas sobre as quais estão localizadas previstas nervuras de rigidez.
as tensões principais de compressão e de tração. Ao longo dessas linbas
localizam-se as tensões de intensidades iguais; elas recebem o nome de flombagem do alma
linbas isostáticas. Pode-se fazer uma analogia entre as linbas isostáticas e _..--- 4' /
as curvas de nivel topográficas: nestas encontram-se os pontos de mesmo I '"i,/c lb ~" lb
nível, naquelas as tensões de mesmo valor.
isostóticas de compressão
q ~
I
solução
-j '--'
A figura ao lado mostra como
se distribuem essas linbas.
isostóticos de tração
As vigas de alma cheia são mais pesadas que as treliças, mas por outro lado
apresentam altoras menores.
Em estruturas de aço, as vigas de alma cheia são econômicas para vãos até
lO m. O que não impede, por outras razões tais como altura estrutural ou
Para efeitos práticos, todas as questões a serem discutidas neste item serão rapidez de execução, que se use vigas de alma cheia para vãos maiores. Há
apoiadas no modelo simplificado, ou seja, o da ocorrência de momento '' edifícios em que essas vigas vencem vãos de mais de 25 m.
fletor que provoca tração e compressão e o da força cortante que provoca Nas estruturas metálicas, as ligações entre vigas e pilares podem ser
deslizamentos longitudinais e transversais. Por convenção, quando o articuladas ou rígidas.
momento fletor provoca tração nas fibras inferiores ele é considerado A opção por uma ou outra solução depende do modelo adotado para o
positivo, caso contrário negativo. comportamento da estrutura.
j
As ligações viga x viga são normalmente adotadas como articuladas.
'
planta det 1
' §
I
X I
I
Vl
·····-- \
gráfico do momento fletor positivo gráfico do momento fletor negativo \ Vl V2 ou V3
.\ .Q
V2 i
' ,\ A
V3 i
!
Além do momento fletor, também ocorre na viga a força cortante que, como ·--.. ____ .. .-' det 1 '.. ______ .. /det 1
já se sabe, tende a provocar deslizamentos entre as seções horizontais e
verticais da barra. Esses deslizamentos ocorrem ao mesmo tempo; como • Conforme a quantidade de vãos e a posição dos apoios, as vigas podem ser
resultado, aparecem forças horizontais e verticais que se compõem em forças
de compressão e de tração inclinadas a 45°.
j classificadas em vigas biapoiadas, com ou sem balanços, e vigas contfnuas,
com ou sem balanços.
74 75
i
I
CAPÍTULO 7 · Sistemas estruturais de aço CAPÍTULO 7 - Sistemas estruturais de aço
A figura a seguir mostra exemplos desses tipos de vigas: Atenção especial deve ser dada ao perfil U, pois como ele não é simétrico
em relação ao eixo vertical, pode sofrer torção por efeito das forças cortantes
longitudinais. Como não é fácil aplicar a carga no denominado centro de
t F '~1 -r===1
viga contfnua sem balanço ]-~ ~---
-
viga contínuo com balanço
I}
tgf
liL 517 e
~
li
I
I 2/U
j:
li lF
j: 1/5 ~ 3!5
i
e 1/5 e r
i
e
h = 4 % do vão, para cargas pequenas
h = 5 % do vão, para cargas médias
h = 6 % do vão, para cargas grandes
O perfil utilizado em vigas de alma cheia é predominantemente o perfil I. Para A idéia de pequena, média ou grande carga não tem limites precisos. Na
VIgas pouco solicitadas, pode-se pur questão de economia usar perfil U. dúvida, usa-se o valor maior.
76 77
CAPfTULO 7 - Sistemas estruturais de aço CAPÍTULO 7 - Sisfemos estruturais de aço
Grosso modo, pode-se considerar como pequena carga a existência de laje Quanto à largura, prevalecem os valores adotados nos itens anteriores.
apoiada apenas em um lado da viga e a inexistência de alvenaria. Carga
média seria a existência de lajes nos dois lados da viga e de alvenaria. Pode- d) Vigas contínuas com balanços
se considerar grande carga aquela que, além das lajes e alvenaria, apresenta
cargas de outras vigas apoiadas sobre ela.
A largura da viga deve variar entre 40 e 60 % da altura. seção M
~~A
seção M tt
bi
Verifica-se a altura da viga pelo vão, conforme item anterior, e pelo balanço.
bi l Adota-se o maior valor. Para largura, adota-se a relação dos itens anteriores.
Neste caso, verifica-se a altura da viga tanto pelo vão quanto pelo balanço,
utilizando as regras anteriores. Adota-se como altura da viga o maior dos Uso de gráfico
dois valores. Caso seja interessante, ou necessário, pode-se adotar alturas
diferentes para balanço e vão central. Neste caso, apesar de economia de
material, criam-se maiores dificuldades construtivas.
A altura do balanço é pré-dimensionada, com as seguintes relações: VIGA DE AÇO
l.i
h = 8 %do balanço, para cargos pequenas
h = 1O % do ba!anço, paro cargos médios
h = 12 %do balanço, paro cargas grandes 1.2'-
~~A seção M
I r.
I '
11h ~-
~IA ! I
li
N
II liI
lI
'
o 3.0 ó.O 9.0 15.0 18.0 21.0 24.0 27.0 30.0
78 79
CAPÍTULO 7 - Sistemas estruturais de aço CAPÍTULO 7 · Sistemas estruturais de aço
DDD
superior pode ser menor, para
tornar o perfil mais leve e todo' o'nó; (.
ngido,
)
.
bs<b1 b,
econômico.
I l:======!J
ems <em•
~+=#=e.,
J'=j·
b,
Para que a seção mista se comporte como uma única seção, ela deve absorver
a tendencia de escorregamento entre a laje de concreto e a viga de aço por
meio de travas denominadas conectares.
1
!
Para pré-dimensionamento dessas vigas, usam-se os mesmos valores
i•
I
i) Viga Vierendeel
A viga Vierendeel é uma viga de alma vazada. Ela é composta por barras
que se encontram em nós. A viga Vierendeel pode ser considerada
parente da treliça, apresentando, porém, comportamento bastante diferente.
DDDD J'ÇJ'SJZL21
Na primeira situação, ao se aplicar a força sobre a estrutura, apenas a viga
superior se deforma, não transmitindo qualquer esforço de flexão para as
viga Vierendeel demais barras, pois todos os nós são articulados. Os montantes verticais
-- -'--- viga treliça
-2 recebem apenas força de compressão.
Comportamento Na segunda situação, por serem os nós rígidos, a flexão da viga superior é
Apesar de visualmente parecer, uma viga Vierendeel não é o conjunto de transmitida aos montantes. Em virtude da resistência à deformação aplicada
duas vigas: uma superior, apoiada em vários pilares, e uma inferior, que por eles à viga, sna deformação é menor que na primeira situação, sendo
recebe as cargas desses pilares e vence o vão total. Se assim fosse, a viga portanto menos solicitada. Neste caso, tem-se o tradicional pórtico. Sendo
Vierendeel não apresentaria vantagens, pois teria dimensões maiores, com os nós inferiores articulados, nenhum esforço de flexão é transmitido à viga
custos mais elevados. Para entender o comportamento da viga vierendeel, inferior, apenas tração simples, em razão da tendência de afastamento das
observem-se as situações mostradas nas figuras a seguir. pernas do pórtico (empuxo).
Na terceira situação, os nós inferiores são enrijecidos. Desta maneira, a
I 2
deformação dos montantes é diminuída em conseqüência da resistência
0 oferecida pela viga inferior, o que os toma menos solicitados. Com isso, os
Ir===~===;'\' nó pilares passam a oferecer resistência maior à deformação da viga superior,
nós rígido
articulados que fica menos solicitada ainda. Dessa maneira, todas as barras ficam
solicitadas, resultando num esforço máximo menor que em qualquer das
80 81
CAPÍTULO 7 - Sistemas estruturais de aço CAPÍTULO 7 - Sistemas estruturais de aço
A estrutura resultante é a viga Vierendeel. Do raciocínio acima pode-se A viga Vierendeel é usada em situações em que se necessita grandes aberturas
concluir que, para existir uma viga Vierendeel, é necessário que as barras em almas de vigas. A passagem de tubulações ou aberturas para ventilação
que a formam sejam rigidamente ligadas entre si. e iluminação do ambiente são situações em que se pode usar a viga
As barras horizontais da viga Vierendeel recebem o nome de membruras e Vierendeel.
as verticais, de montantes. Como pode ser visto na figura da pág. 81, as Outros usos da viga Vierendeel são:
barras da membrura superior são solicitadas por compressão axial, momento Em vigas de transição - essas vigas são usadas para transferir as cargas de
fletor e força cortante. As barras da membrura inferior são solicitadas por pilares mais próximos para outros mais afastados. A viga de transição é
tração axial, momento fletor e força cortante. Os montantes são solicitados normalmente localizada no primeiro pavimento do edifício. Em edifícios
por compressão axial, momento fletor e força cortante. altos, a viga de transição pode chegar a ter a altura de um pé-direito. O uso
Um outro modelo, para explicar o comportamento da viga Vierendeel, parte da viga Vierendeel permite que se utilize mais um andar.
da treliça, da qual se subtraem as diagonais. Com isso, os retângulos formados
pelos banzas e montantes, por terem nós articulados, tornam-se instáveis e
tendem a se transformar em losangos. Isso se deve ao efeito da força cortante
longitudinal, que tende a fazer escorregar o banzo superior em relação ao
inferior. Esse efeito, na treliça, é absorvido pelas diagonais, que formando
i'
~
l
triângulos não permitem a deformação do retângulo. Com a perda das
s pé direifo 000 _jQO
diagonais, outra forma de manter a figura retangular indeforrnada é
enrijecendo os seus nós. Ao se proceder dessa maneira, os retângulos tomam-
se indeformáveis e a viga como um todo se estabiliza, resultando em um li
J
andar
desperdiçado
I
l aodar uliiOóvel d.,;do
iluminação e à ventiloçoo
~,I
novo sistema estrutural: a viga Vierendeel. Como a viga Vierendeel para se
estabilizar desenvolve momento fletor em suas barras (por causa da rigidez
nos nós), ela toma-se menos econômica que a treliça Em vigas de passarelas - neste caso, a viga sustenta simultaneamente a
cobertura e o piso.
treliça com dia!ilonais treliço sem diagonais
(isost6tica) (hipostática) _"t
nó articulado quadrado
losango
(depois de (antes de
deformar) deforma~
viga Vierendeel
(hiperest6tico)
No caso da viga de passarela, a viga Vierendeel permite o uso de uma viga
alta capaz de vencer um grande vão sem obstruir a passagem de iluminação
solução
e de ventilação para o interior da passarela, tornando mais agradável a sua
travessia De modo geral, as vigas Vierendeel podem ser usadas em vigas
nó rígido
(poro manter de grande altura que precisam ser vazadas, seja por questão funcional seja
~uadrado) para diminuir seu peso próprio, ou até mesmo por questões estéticas.
82 83
CAPÍTULO 7 - Sistemas estruturais de aço CAPÍTULO 7 - Sistemas estruturais de aço
A forma dos vazios pode ser qualquer, inclusive circular, conforme mostra Uma viga assim executada pode alcançar uma resistência bem maior que a
a figura a seguir. original sem alteração do seu peso próprio.
Como foi visto pelo modelo de Vierendeel, criado a partir da treliça, a
tendência de escorregamento é maior do apoio para o centro do vão, ou
000000000 seja, varia conforme a força cortante. Por isso, os montantes e as membruras
são mais solicitados junto aos apoios. Se a intenção for aliar a forma da
viga Vierendeel ao seu melhor desempenho estático-econômico, deve-se
aumentar as dimensões dos elementos mais próximos dos apoios, variado a
abertura na alma.
As barras das vigas Vierendeel de aço são executadas com perfis I ou H, devido
sua resistência à flexão e à compressão, esforços predominantes nessas barras.
Os vãos usuais, para viga Vierendeel de aço, alcançam até 40 m.
Pré-dimensionamento
I 11
dx
11 11 Hh'
h'
11
1
-r
h ~
"'-'b
corte XX
L i I
A se.gunda. solução da figura é a denominada viga alveolar ou castelo. 'I 1
A vrga Vrerendeel alveolar ou castelo é obtida a partir de cortes
h = 1O %do vão, poro cargos pequenas
convementemente executados em perfis I ou H e posteriormente ligados
h = 12% do vão, paro cargas médias
por soldagem. h = 14 %do vão, para cargos grandes.
h' {altura das barras) = h/6 a h/4
A largura das barros é de 60% o 100% de h'
lt84 I f07C} I
'-solda
Para mn comportamento mais adequado, a distãocia entre os montantes da
viga Vierendeel deve ser igual ou inferior à sua altura. Porém admite-se, em
caso extremo, mna distância igual a 1,5 da sua altura.
84 .·_: .. · 85
CAPÍTULO 7 - Sistemas estruturais de aço CAPÍTULO 7 - Sistemas estruturais de aço
Uso de gráfico A viga vagão pode ser entendida como o inverso de uma viga pênsil. Nesta,
os montantes são trocados por cabos que se apóiam em um cabo principal.
Na viga pênsil, o empuxo é absorvido pelos pilares ou por cabos fixados na
VIGA VIERENDEEL fundação.
2.41-
I
1 "9
I viga pênsil viga pênsil
ff'
I 00
1.8 -
'
~~ -+--,----f---j---:;,.-.f-----'-+----'--i="-+'--+--i-----
.' "'
w
1.21 <> ---;--,----;;>~C':rir~r--:-'-l~"'""'f--L_-1--1-- ,.
i 5 t
I « viga
Ü.ÓL -t---!====~==-4===-f-_j--+ I I I:I I I~
i --L--
VÃO EM METROS-L
A viga vagão pode ter um ou mais montantes. E importante observar que
o 3.0 6.0 9.0 12.0 15.0 18.0 21.0 24.0 27.0 30.0 conforme mude a posição ou quantidade de montantes muda também a
forma do cabo. Como os montantes são cargas concentradas aplicadas ao
cabo, este apresentará sempre a forma funicular dessas cargas.
Viga vagão
A viga vagão consiste na associação entre uma viga de alma cheia e um
cabo. Recebe também o nome de viga annada.
=}I~ riA
viga _u_ "-LJ'---;---JI.l.--1_LV" _u_
funicular
\ cabo
Uma viga vagão com três montantes cujo cabo seja um trapézio não se
montante cabo
comporta adequadamente. O resultado será o mesmo de uma viga com dois
montantes.
O nome viga vagão, origina-se do fato de ela ter sido muito utilizada para
apoio de vagões de trem.
Comportamento
Uma maneira simples de interpretar o comportamento da viga vagão é
~~11~1~1~''?i=~~ll__~ll?i
considerá-la uma viga cujo vão é diminuído pela colocação de montantes, errado certo
qne em lugar de se apoiarem no piso apóiam-se em um cabo, responsável
por vencer o vão total. Sabe-se que o cabo, quando solicitado, aplica nos Utiliza-se, para a viga superior, perfil I ou H, principalmente o segundo, em
apoios cargas horizontais (empuxos); no caso da viga vagão, o empuxo é função do seu melhor desempenho sob esforços de flexão e de compressão
absorvido pela própria .viga, resultando nos apoios apenas forças verticais. axial. As vigas vagão podem atingir vãos em tomo de 50 m.
86 87
CAPÍTULO 7 - Sistemas estruturais de aço CAPÍTULO 7 - Sistemas estruturais de aço
Pré-dimensionamento O primeiro apresenta a vantagem de ser aberto, facilitando sua ligação com
as vigas e sua manutenção. Os tubulares apresentam a vantagem de grande
Uso de fórmula empírica A-A rigidez, mas apresentam maior dificuldade na concepção das ligações e na
questão da deterioração, que ocorre normalmente de dentro para fora, difi-
cultando sua visualização e conseqüente manutenção.
Pré-dimensionamento
Uso de gráfico Para a determinação da carga atuante no pilar, usa-se o processo da área de
influência. Área de influência é a área de carga que é hipoteticamente
depositada em cada pilar. Para determiná-la, parte-se do fato de que dois
VIGA VAGÃO -AÇO - pilares conúguos recebem, cada um, uma parcela de carga proporcional à
metade da distância entre eles. Portanto, a área de influência é determinada
pelos comprimentos correspondentes à metade das distâncias entre os pilares,
em ambas as direções.
8_
"'
Pilares
Como é sabido, a grande preocupação no trato com pilares, principalmente
em estruturas de aço, encontra-se no fenômeno da flambagem. Um bom Ps P6 P7
projeto deve considerar o adequado travamento dos pilares, seja com vigas
e ou com contraventamentos. É também importante considerar a posição 2,00
em que se coloca o pilar, para que a direção em que é mais rígido coincida
com aquela em que o travamento é menos eficiente. Os perfis mais comuns
utilizados em pilares de aço são o perfil H e os tubulares. A4 ~ (l ,50 + 2,00) ' (1 ,5 + 1,00) ~ 8,75 m'
88 89
1' .,.•
Para determinar a carga que incide sobre os pilares, multiplicam-se suas Gráfico para cargas
respectivas áreas de influência por uma carga idealizada, distribuida sobre
toda a área do edifício. Essa carga engloba as cargas de peso próprio, PILARES METÁLICOS
sobrecargas e alvenarias. Os valores dessa carga são: (vártos <;mdares)
1/J~,--~----+----+~~----r---,----+----~--~--~
para piso = 700 kgf/m2
para cobertura = 400 kgf/m2
Os valores acima são as médias obtidas nas edificações convencionais,
podendo ser aumentados ou diminuidos em casos especiais, conforme o
bom senso recomendar. Quando o edifício for alto, a carga em função da
área de influência, em cada pavimento, deverá ser multiplicada pelos
números de pavimentos acima do pilar.
Resumindo, a determinação da carga em um pilar qualquer é dada por:
P = ( Ainf. X Qpiso J x n + Ainf x Gcob, onde:
P: carga no pilar
Ainf: óreo de influêncio do pilar
n: número de pavimentos
~IDO
Qpiso = 700 kgf f m2
Qcob = 400 kgf f m2
' I
NÚMERO DE MIDARES APOIADOS - N
Uso de gráfico
o 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
Gráfico para flambagem
Deverá ser usado o maior valor obtido entre os dois gráficos.
Pórtico
De modo geral, pode-se denominar pórtico todo sistema estrutural em que
os vínculos entre as barras são rígidos.
1/J
~ Comportamento
A associação entre vigas e pilares pode se dar de duas formas: em uma
w~ ~-t----1-----f---~----~--_j----~----~---L----4
primeira, a viga pode estar simplesmente apoiada, de maneira que seus
vínculos com os pilares sejam articulados. Neste caso, a aplicação de urna
40
carga sobre a viga vai transmitir ao pilar apenas cargas verticais. ·
Em uma segunda possibilidade, a viga pode estar rigidamente ligada ao
pilar, constituindo um pórtico. Neste caso, além das cargas verticais, a viga
transmite momento fletor ao pilar.
i h . . . ·..
'\ nó articulado
l. i
I'\nó rlgido
on
91
CAPÍTULO 7 ~ Sistemas estruturais de aço
Pode-se observar que, no caso de viga simplesmente apoiada, sua deformação CAPÍTULO 8
é maior que no caso do pórtico. Dessa observação, pode-se concluir que na
primeira situação a viga é mais solicitada que na segunda. Em contrapartida, Sistemas estruturais de a~o mais usuais
na segunda situação os pilares recebem além da carga vertical, momento
fletor e força cortante, o que irá exigir maior dimensionamento. Grelhas
Nas estruturas metálicas, por economia, opta-se normalmente por vigas Os detalhes sobre o comportamento desse sistema estrutural serão
simplesmente apoiadas. O uso do pórtico passa a ser interessante quando, apresentados na segunda parte deste livro, página 176.
por exigências arquitetônicas, a viga deva ter sua seção reduzida, ou aiuda Por enquanto, a grelha pode ser apresentada como um sistema estrutural
possa ser usado como elemento de contraventamento da estrutura. composto de vigas que se cruzam em duas direções. Para que uma grelha
Os perfis usados nos pórticos são os mesmos usados para vigas e pilares. se comporte adequadamente, é necessário que os cruzamentos das vigas se
constituam em vfuculos rígidos, ou seja, sejam capazes de absorver momentos
Pré-dimensionamento fletores. A grelha é uma estrutura espacial, como também o é a treliça
espacial. Mas há uma diferença fundamental: enquanto na grelha podem-se
Uso de fórmulas empíricas distinguir vigas em duas direções, na treliça espacial as barras criam uma
Jw trama em que não se pode fazer a mesma distinção.
h,~3%a4%def
l
h ~{ h
hP h~
=-
= {usar o maior valo~ hp
I
p LJ
• 25
I' •
b ~ 0,4 a 0,6 de h, _ L'- f A grelha é aplicada para vãos
~------~------~
que tendam para o quadrado:
na prática, quando o maior vão
Uso de gráfico é menor ou igual ao dobro do
menor (L ,; 2 i).
ESPESSURA EM METROS · O As barras que compõem a
grelha podem ser de alma
cheia, treliçadas ou Vierendeel.
I I L!J
I I ••
'\'
~ -c---+----:--_;_-+
viga de alma cheia
ls.or-
"
1;;:
12.0~ -1--+----::
I ;l'
~
viga treliçada
1\/SZS/1
o 9.0 81.0 90.0
viga Vierendeel
I I I I I I I
92 93
CAPÍTULO 8 - Sistemas estruturais de aço mais usuais CAPÍTULO 8 - Sistemas estruturais de aço mais usuais
Para maiores informações sobre o comportamento das abobadas, ver página 223.
Normalmente, a grelha -~ O uso de cúpulas de aço é bastante comum. Podem ser concebidas em
i duas versões: de cúpula geodésica e de arcos cruzados.
apresenta desenhos na forma
A cúpula geodésica, como estrutura, é uma invenção de Buckirninster Füller,
de retângulos ou quadrados,
que a concebeu durante suas pesquisas sobre o desenvolvimento de um
mas como ocorre nas treliças
mapa terrestre que fosse mais próximo da realidade e que evitasse as
espaciais, outros desenhos
distorções apresentadas pelos mapas tradicionais. Nessa pesquisa, percebeu
mais interessantes podem ser hexógonos que a projeção do globo em um icosaedro circunscritível à esfera poderia
utilizados, todos compostos a + quadrados
+ triôngulos resultar numa representação mais precisa e menos deformada da superfície
partir de polígonos regulares.
da Terra. Desenvolvendo essa idéia, criou o Geoscópio, uma grande esfera
octógonos
+ quadrados feita com barras, uma superfície geodésica dentro da qual as pessoas
pudessem ter uma visão mais adequada das relações entre continentes e da
Uma solução pouco explorada, mas que resulta em uma estrutura interessante Terra com o cosmos. Essa estrutura tornou-se, em seguida, muito usada
e muito leve, é o uso de uma espécie de grelha de vigas vagões. para criar outros tipos de espaços, culminando com a execução de uma
Na verdade, esse sistema é grande cúpula geodésica para a Feira Mundial de Montreal, em 1967. Esse
constituído de uma malha de sistema estrutural pode atingir vãos de 300 m.
cabos, sobre a qual se apóiam
vigas distribuídas em duas
direções; os empuxos dos
cabos são absorvidos pelas li
próprias vigas. As vigas são,
geralmente de alma cheia, de
perfis I ou H.
refo<ÇO
de tímpano
94 95
CAPÍTUlO 8 -Sistemas estruturais de aço mais usuais CAPÍTULO 8 - Sistemas estruturais de aço mais usuais
96 97
CAPÍTUlO 8 -Sistemas estruturais de aço mais usuais
Estrutura principal
D [[J[Ji
viga caixão de uma célula viga caixão de duas células
A estrutura principal é formada por pórticos, com diversas formas. Em função
do vão a ser vencido, a estrutura principal pode ser composta de:
a) Pórtico simples
Quando a estrutura principal vence um único vão. Os pórticos simples são
relativamente econômicos, para vãos até 40 m. Os elementos que compõem o
pórtico, vigas e pilares, podem ser de alma cheia, Vierendeel ou treliçados.
A opção por uma ou outra solução depende dos vãos, das cargas e dos resultados
estéticos pretendidos. Normalmente, para vãos até 10m, a viga de alma cheia
apresenta-se como solução satisfatoriamente econômica
pórtico com cobertura pórtico com cobertura pórticos com balanços laterais
de duas águas de uma 6gua [estações rodoferroviórias e indústrias)
(moradias e indústrias) [moradias e indústrias)
98 99
CAPÍTULO 9 - Edifícios de estruturas metálicas CAPÍTULO 9 - Edifícios de estruturas metólicas
c) Shed
O shed é um sistema de cobertura muito usado nas instalações indústriais,
pois além de permitir a diminuição dos apoios internos, proporciona
excelente uivei de iluminação e de ventilação do ambiente interno. Esse
Quando os espaços cobertos são muito grandes, a iluminação do ambiente, sistema de cobertura apresenta dois uiveis de estruturas principais portantes:
feita apenas pela laterais torna-se insuficiente. Neste caso. iluminações as vigas secundárias e as vigas principais ou vigas mestras. As vigas
intermediárias devem ser previstas mediante o uso do lantemin, que é uma secundárias são as que recebem a estrutora de apoio das telhas, portanto
estrutura secundária apoiada na principal e que serve para apoio de caixilbos. devem apresentar a inclinação exigida pelo tipo de telha utilizado. As vigas
O lanternim pode ser disposto longitudinalmente e contínuo ou secundárias podem ser formadas por vigas de alma cheia, vigas Vierendeel
transversalmente e descontínuo. A opção adotada deve atender as treliçadas ou vigas vagão, conforme exigência do vão ou da opção estética.
necessidades de ventilação e de iluminação.
viga mestra
1
caixilho
viga mestra
detalhe do lantemim
corte b-b corte a-o
A_
--"'"
b b
Cobertura
Para apoio das telhas e transmissão das cargas à estrutura principal, são
usadas vigas que recebem o nome de terças. Se atendidos os vãos econômicos
(4 a 6m), as terças podem ser constituídas de perfis U larninados ou de
chapas dobradas. Para vãos maiores, são usados perfis I ou vigas armadas
(viga vagão). A exigência do caimento para telhas faz com que as terças
sejam montadas inclinadas. Com isso, as cargas que as solicitam provocam
esforços de flexão também na direção de menor rigidez do perfil.
Para evitar a necessidade de aumento de seção nessa direção, o que seria
e) shed de viga de olmo cheia f} shed de viga de alma cheia com alvéolos antieconômico, o vão a ser vencido pelas terças nessa direção é diminuído
pela colocação de tirantes que recebem o nome de correntes. As correntes
podem ser constituídas por barras redondas de 112" de diâmetro ou por
pequenas cantoneiras.
correntes
A viga mestra é o elemento estrutural que apóia as vigas secundárias e transmite
a carga de toda a cobertura para os pilares. A viga mestra pode ser fonnada por
vigas de alma cheia, treliçadas de banzas paralelos, Vierendeel ou vagão.
As vigas treliçadas serão sempre a opção mais leve e econômica.
a) viga mestra de treliça b) viga mestra Vierendeel
f 11111111111111111111111111
lO? ···~·
'II.
~·~
minimizado com o uso de
telhas-sanduíche, com
material isolante entre elas.
Resolve-se o problema de
insolação, mas por outro lado material isolante
há o aumento do custo.
A aplicação, via revólver, de poliuretano é outra maneira eficiente de
melhorar o conforto térmico e acústico das telhas metálicas. Entretanto o
resultado estético não é dos melhores.
As telhas de alumínio apresentam como grande vantagem seu baixo peso.
Quanto ao aspecto de conforto, valem as observações feitas para as telhas
de aço. As telhas de alumínio não devem entrar em contato direto com
peças de aço, em razão do processo de corrosão eletrolítica que acontece
entre os dois materiais.
As telhas de PVC, por serem translúcidas, são usadas exclusivamente quando
há necessidade de aumento de área de iluminação natoral.
1 1"\A
CAPÍTULO 9 - Edifícios de estruturas metálicas CAPÍTULO 9 - Edifícios de estruturas metálicas
O uso de uma alvenaria autoportante, totalmente independente da estrututa Para que ele não se torne um elemento pesado, tanto do ponto de vista
metálica, quando possível, é a melhor solução. visual como físico, deve-se, sempre que possíveL fazer com que trabalhe a
Quando o fechamento lateral for constituído por telhas metálicas, há a tração axial (o mais favorável dos esforços).
necessidade de se criar uma estrututa para apoiá-las.
Essa estrututa tem a função de suportar as cargas verticais do peso próprio
das telhas e as cargas horizontais causadas pelo vento. Para essa função são
usadas vigas constituídas de perfis U laminados ou de chapa dobrada, À vista disso, a maneira mais
denominadas de longarinas. As vigas são posicionadas na horizontal, visando viga de
simples de concebê-lo é na rolamento
maior resistência aos efeitos do vento. Na direção vertical, os vãos são forma de X, pois dessa forma
diminuídos pelo uso de correntes (tinmtes) verticais. em um ou outro sentido, as
corte
corrente 01 /2"
/ corrente rfgida
barras que compõem esse X
estarão submetidas a tração. pilar contraventomentos tesoura
(
planta
~longarinas pila~
elevação corte A-A A estabilização da estrutura deverá ser garantida tanto no plano horizontal como
O uso de painéis de argamassa armada, por seu baixo peso e grande no vertical. No caso da cobertura do galpão, a estabilização horizontal é dada
resistência, é uma solução muito promissora como elemento de vedação pela criação de contraventamento no plano inclinado da cobertuta.
das estrututas metálicas O contraventamento horizontal é formado pelas barras em X, pelo banzo
superior das tesouras e pelas terças. Esse conjunto constitui uma grande
Contraventamentos treliça de banzo paralelo que é a responsável por levar qualquer força
Um elemento estrutural importante, muitas vezes não considerado no projeto horizontal para os pilares. Longe da região do contraventamento, as forças
de arquitetura e que pode provocar surpresas ao arquiteto, é o horizontais são transmitidas a ele pelas terças. Se a distância entre
contraventamento. Sendo o aço um material muito resistente, as peças contraventamentos for muito grande, a eficiência de transmissão de forças
estrututais resultam muito esbeltas. O que por um lado é uma grande pelas terças fica muito prejudicada, pois elas ficam muito longas.
vantagem por outro se apresenta como um inconveniente. Para maior eficiência, os tesouras freças contraventomentos
Como as estruturas metálicas são muito esbeltas, apresentam grande /7 ~ I
contraventamentos horizontais,
instabilidade. Mesmo quando não sujeitas a esforços de vento, podem deverão ser previstos com
X I 1'51(' 11
Os contraventamentos horizontais são necessários, mas não suficientes. As Para evitar torção nessas vigas em conseqüência da força de frenagem
forças horizontais que chegam aos pilares devem ser transmitidas às transversal, deve ser prevista na mesa superior uma viga horizontal, de alma
fundações. Para isso, são previstos os contraventamentos verticais cheia ou treliçada (contraventamento horizontal), que irá transferir a força
executados no plano vertical e entre pilares. horizontal diretamente aos pilares do pórtico.
Quando a locação do contraventamento vertical prejudicar a circulação, a
forma em X poderá ser substituída por um pórtico treliçado. Esta solução,
no entanto, será sempre mais cara que a anterior.
~iga
dimensões variáveis, com
"L v --.._ y "L y ~ /
seção mais robusta até o mvel V _../f ,-..... / r-.....U..-/f 1'---. _../f ...__,_
da ponte rolante e menor daí de rolamento
até a cobertura. esquema geral de um telhado de 2 óguos
108 -- 109
CAPÍTULO 9 - Edifícios de estruturas metálicos CAPÍTULO 9 ~ Edifícios de estruturas metálicas
!
'
Muitos são os erros de compatibilidade entre esses materiais em virtude, O módulo fundamental, internacionalmente conhecido, é de 10 em ou 100
principalmente, à grande diferença de precisão entre a execução de um e de mm. A partir desse módulo são criados os multimódulos de 300 e 600 mm
outro. É um desafio que precisa ser enfrentado. Nos países mais adiantados e os submódulos, que são obtidos pela divisão do módulo por um número
o uso do aço nos edifícios não industriais ocorre há décadas, tomando esse inteiro qualquer. O multimódulo maior, de 600 mm, é apropriado para ser
material extremamente competitivo, ocorrendo situações em que utilizar usado como base do reticulado do qual se originará o projeto de aço.
I
!
concreto torna-se totalmente antieconômico em relação ao aço. É o caso
dos edifícios com mais de dez andares, em que o uso do aço apresenta-se
Matematicamente, o número 600 é apropriado para subdivisões pois contém
um número exato de vezes os números primos (600 = 2 3 x 3 x 52), portanto
mais econôntico. No Brasil ainda não chega a ser assim, mas, sem dúvida adntite muitos divisores. Além disso, peças de 10 x 600 mm = 6 m de
nenhuma, se a opção urbanística for pela grande verticalização, edifícios comprimento apresentam facilidades de transporte e de manuseio.
com mais de 50 andares poderão ser mais econônticos de aço.
O usuário brasileiro, e mesmo os profissionais da área, ainda não se Critérios para uso de lajes
acostumaram com a linguagem estética do aço e muitos tendem a transferir Em uma estrutura metálica podem ser usados os seguintes tipos de laje:
para o aço formas e detalhes comuns ao concreto armado, tomando a solução - lajes maciças de concreto armado, moldadas in-loco,
cara. Espera-se que uma discussão mais ampla sobre o assunto com - lajes pré-fabricadas ntistas,
profissionais ligados à área - principalmente o arquiteto, o gerador iuicial - lajes de concreto com fôrma metálica incorporada - conhecido como
da estrutura - possa levar a uma aplicação mais adequada e em maior escala steel-deck,
das estruturas de aço, mesmo para as edificações de pequeno porte. - painéis pré-fabricados de concreto protendido,
Um dado sintomático dá couta de que 75% dos edifícios executados no - painéis de concreto autoclavado (Sical, Siporex, etc.),
Brasil são residências uuifaruiliares. Desses, apenas 1% é executado de -painéis ntistos de fibrocimento e madeira (wa!I, etc.),
aço. Há muito que fazer neste segmento. - chapas metálicas.
Os edifícios baixos e os altos apresentam a mesma solução estrutural quanto As lajes maciças são usadas com vantagem econôntica quando puderem ser
aos seus planos horizontais (lajes e vigas). A diferenciação ocorre nos planos incorporadas às vigas metálicas, formando com estas seções mistas de
verticais, em que soluções especiais devem ser previstas para os edifícios concreto e aço, aproveitando o comportamento mais adequado de cada
altos, em razão das forças horizontais do vento. Para uma análise mais material, o concreto trabalhando a compressão e o aço a tração.
organizada, a estrutura do edifício será dividida em plano horizontal e Durante a execução da laje as vigas metálicas podem dispensar o
vertica(O primeiro abrange as lajes, as vigas e o contraventamento cimbramento da laje, enquanto não curada, pois a fôrma da laje pode ser
horizontal, o segundo os pilares e o contraventamento vertical. apoiada diretamente nos perfis metálicos. Essa solução perruite que sob a
laje possam ocorrer outros tipos de atividades enquanto ela não estiver
Plano horizontal curada, aumentando a velocidade de execução da obra.
Sendo a construção metálica um processo de pré-fabricação, a repetição de Para que se possa usufruir as vantagens da laje maciça, é necessário que ela
elementos estruturais é um fator de simplificação e de econontia na execução seja apoiada em um vigamento mais denso, com espaçamentos entre 1,5 e 3m.
da estrutura. Para isso, é necessário que os projetos arquitetônicos prevejam Para maiores espaçamentos, a solução com laje maciça deixa de ser vantajosa
algum tipo de modulação. Isso não implica a necessidade de projetos
extremamente fechados. A prova disso é que, apesar dessa necessidade de
modulação, há uma infiuidade de obras que apresentam soluções muito
ricas e criativas.
O módulo é a base sobre a qual podemos, sem receios, introduzir jogos de
planos horizontais e verticais, elementos curvos e inclinados, mantendo a
possibilidade de soluções bastante ricas. Modulação nada tem a ver com
viga metólica
pobreza de solução. fôrma de madeira
11 o . ••.•.,-..<O<_·, 111
CAPÍTULO 9 - Ediffcios de estruturas metálicas CAPÍTULO 9 - Edifícios de estruturas metálicos
A laje pré-fabricada é pouco utilizada em obras de maior porte ou em / laje pretendida alveolar
/capa
cujo uso tem sido bastante difundido. Para a sua execução usa-se uma fôrma
I
corteM
A~
metálica trapezoidal com capacidade de suportar o concreto ainda fresco, Os painéis compostos de madeira maciça revestida de compensados com
em vãos de até 4m, diminuindo a necessidade de cirnbramentos. A forma colagem à prova d'ágoa (painéis wall) com dimensões de 1200 mm ~ 2500
metálica desempenha, além da sua função específica, a função de armação mm exigem um grande número de vigas (espaçamento de 1,20 m), Já que
da laje, compondo com o concreto mna laje nervurada. não são adequados para vencer grandes vãos. São usados quando há
A fôrma metálica pode vir pintada em diversas cores, não necessitando de necessidade de grande agilidade na execução, pois apresentam dimensões
acabamento posterior. Sobre a fôrma é lançado concreto para completar a reduzidas e são muito leves. Normalmente esses painéis são aplicados em
altura final da laje. Essa laje também pode ser incorporada à viga metálica obras de pequeno porte e em locais de acesso limitado.
para a composição de vigas mistas. painel
largura = 1200 mm composto A~
concreto
40mmt~-~~/~.~~···~"~~l±l~~
I rr ""painel chapa
composto p/ fixação
do painel
fôrma
corteM
metólico fôrma
metálica
As chapas metálicas também são indicadas para pequenos espaçamentos
corle AA
entre vigas, em tomo de 1 m. Para maior economia as chapas são reforçadas
com cantoneiras.
Os painéis de lajes pré-fabricados de concreto protendido têm uso muito
freqüente por sua rapidez de execução e grandes vãos que podem vencer.
Essas lajes não permitem sua incorpcração às vigas metálicas. dd ~ _J
Exigem espaço, nem sempre disponível, para estacionamento do cantoneira
equipamento de lançamento. O uso dessa laje penuite que aproximadamente
250 m2 possam ser executados por dia. corteM
113
CAPÍTUlO 9 ~ Edifícios de estruturas metálicos CAPÍTU~O 9 - Edifícios de estruturas metálicas
Concluindo: a escolha do tipo ideal de laje é função do processo construtivo, Os painéis de laje alveolar pretendida, por exemplo, podem prescindir das
prazos, custos e até mesmo de necessidades estéticas. vigas secundárias, apoiando-se diretamente nas vigas principais.
A direção das vigas principais é definida pela possibilidade de disposição
Critérios paro uso do vigamento dos pilares. A direção em que pode haver maior quantidade de pilares é a
O lançamento do vigamento está ligado à escolha do tipo de l,Ye. Um critério direção em que se desenvolve o vigamento principal. Nem sempre essa
fundamental é que a estrutura apresente menor altura total de piso, o que direção é única e as vigas principais podem não necessariamente estar numa
significa menor altura do edifício e portanto em menor despesa com materiais única direção. De maneira geral, pode-se dizer que o vigamento será mais
de acabamento e com a própria estrutura. Basicamente, tem-se três tipos de econômico quanto mais curto for o caminho de uma carga até o pilar.
vigas: as vigas principais, as vigas secundárias e as terciárias. Em edifícios em que pilares internos são arquitetonicamente indesejáveis,
As vigas secundárias apóiam-se nas principais e as terciárias naquelas. o uso de uma única ordem de vigas é mais econômico. Nesse caso, pode-se
As vigas principais transmitem a carga do piso para os pilares. A neces- usar um vigamento transversal apoiado diretamente sobre os pilares de
sidade de existência ou não de vigas secundárias e terciárias, além de estar fachada, sem necessidade de outras vigas.
relacionada ao tipo de laje, está também ligada à disposição dos pilares em O espaçamento econômico entre estas vigas situa-se entre 1,5 e 3 m. Para
planta esta situação, pode ser econômico o uso de vigas com vãos de até 20 rn. O
uso de pilares mais próximos facilita a execução da caixilharia, que poderá
ser fixada diretamente na estrutura, dispensando o uso de outros elementos.
viga
secundória viga
(só travamento) principal
114 11 ~
CAPÍTULO 9 - Edifícios de estruturas metólicos .
CAPÍTULO 9 - Edifícios de estruturas metólicas
É interessante que o eixo de algumas vigas secundárias coincidam com Nos edifícios de grande largura, tornam-se econômicos espaçamentos
os eixos dos pilares, para que o travamento do edifício se tome mais eficiente. maiores para as vigas secundárias, o que exige, para não aumentar o vão
das lajes, uma terceira ordem de vigas, as vigas terciárias.
-~~0 viga
viga
•"""L'"ul viga
terciória
I'·.··· I.
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.:,;:·• • . • .t .
h:h\l.cI;;. ·, i ·: :,: .j; IL I~ >
I:i > ,•' ""'' .'· t~\\
i viga
1 secundária
viga viga
secundário terci6ria
viga viga
principal secundário
117
CAPÍTULO 9 ~ Edifícios de estruturas metólicas CAPÍTULO 9 - Edifícios de estruturas metólicas
oantonei~ f"~;
Por isso, é necessário ser previsto na concepção do projeto arquitetônico,
quando se pode inclusive usá-lo como elemento estético_ Constituem-se
r:·:Lor {mud-bolt) elementos possíveis de serem usados como contraventamento vertical:
A~ cantoneira~conector (stud-bolf) - paredes de alvenaria,
~- F4 - paredes de concreto,
- pórticos rígidos entre pilares e vigas,
corte M t t corte M - diagonais na forma de X com perfis metálicos,
Para um adequado enrijecimento da estrutura metálica são necessários no
Sendo os elementos de concreto armado de menor custo que os de aço, mínimo três planos de contraventamentos verticais, não se permitindo que
pode-se dizer que de maneira geral, em um piso, deve-se projetar lajes com sejam concorrentes em um mesmo vértice.
vãos maiores e vigas mais espaçadas, para diminuir o consumo de aço_
~ - 71""
A solução mais econômica, considerando custo do aço e da laje, é obtida
com vãos entre pilares de 4 x 6 m, Neste caso a laje é do tipo pré e deve ser
disposta na direção do vão de 6 m
Contraventamento horizontal
Como foi anteriormente comentado, os edifícios metálicos, independente
de suas dimensões e por causa da sua baixa rigidez, necessitam ser
pare~es
Apesar de possível, não é recomendável o uso das de alvenaria
como contraventamento, à vista de sua possível eliminação quando de
contraventados (travados) tanto no plano horizontal como na vertical. reformas,
As lajes maciças ou pré-moldadas, quando convenientemente ligadas ao As paredes de concreto, mais permanentes, são mnito usadas, principalmente
vigamento, comportam-se como placas horizontais de grande rigidez que em edifícios altos, Neste caso, especial atenção deve ser dada ao processo
dão conveniente travamento ao edifício em seu plano horizontal. construtivo, pois a diferença de velocidade de execução dos dois materiais,
Se a ligação laje-viga não for adequada, será necessário criar um quando não levada em conta, pode provocar atraso na execução da estrutura
contraventamento horizontal entre as vigas. Esses contraventamentos devem metálica.
ser executados com barras metálicas na forma de X para que, qualquer que O pórtico rígido e o contraventamento em X são outras formas de enrijecer
seja o sentido do deslocamento, as barras funcionem a tração. Para diminuir a estrutura. São normalmente as mais usadas.
o peso da estrutura, os perfis que constituem as barras do contraventamento O aporticamento consiste em enrijecer a ligação entre vigas e pilares,
devem ser barras redondas ou cantoneiras. diminuindo a deslocabilidade da estrutura. Os pórticos rígidos, entretanto,
não tornam a estrutura totalmente indeslocávet Com isso, os pilares passam
Plano vertical a apresentar um comprimento real de flambagem maior que a distância
Critérios para locação dos pilares entre as vigas dos pavimentos contíguos, o que se traduz na necessidade de
De modo geral, os espaçamentos econômicos entre pilares estão entre 4 pilares de maiores dimensões, aumentando o custo da estrutura.
e 18 m, Outro critério que pode determinar a locação dos pilares é a Além disso, os pórticos rígidos são estruturas que apresentam momento
necessidade do contraventamento vertical da estrutura, Dependendo da altura fletor nos pilares, o que tende a aumentar ainda mais o sen custo_
do edifício, para aumentar a sua rigidez pode ser necessária a execução de O uso do contraventamento em X é bem mais econômico do que o pórtico_
pilares com espaçamentos menores. Neste caso, a estrutura torna-se indeslocável. Este tipo de contraventamento
cria uma barreira formada pelo X, o que muitas vezes impede o seu uso.
Contraventamento vertical Enfim, a decisão pelo tipo mais adequado de contraventamento vertical
O contraventamento vertical representa, muitas vezes, um elemento de difícil ficará sempre na dependência das possibilidades arquitetônicas, econômicas
adaptação à arquitetura. e construtivas.
. -- .. -~--r.-,_. . - 121
CAPÍTULO 9 * Edifícios de estruturas metólicas CAPÍTULO 9 * Edifícios de estruturas metálicas
Estrutura dos edifícios altos planta (a) planto (b) planta (c)
A definição de edifício alto não é muito precisa. Não é apenas a altura que planto quadrado grelho
define um edifício como alto, apesar de a Norma alemã considerar alto todo /
-o-
o edifício com mais de sete pavimentos. Um critério mais adeqnado é o que
leva em conta a rigidez do edifício, ou seja, a relação entre sua altura e ç Q
largnra Segundo esse critério, pode ser considerado alto um edifício em
que a relação entre altura e sua menor largnra é maior ou igual a 6. o
Quanto às cargas verticais, nada difere um edifício alto de um não alto a
planto retangular
não ser as dimensões dos pilares.
_/_nervura d o
A transmissão das cargas verticais ao solo, nos edifícios elevados, pode ser
feita pelas seguintes soluções estruturais:
a) Vigas principais, secundárias e terciárias com pilares na periferia e
ou centrais, com ou sem balanços
I
b) núcleo central e balanços laterais
c) colunas externas com vãos livres
d) pórtico externo com pisos suspensos
e) núcleo central com pisos suspensos
f) núcleo central e colunas apoiadas em consoles l o
g) tubular externo
h) tubulares múltiplos
d) pórtico externo b) núcleo central c) núcleo centro! e pilares
com pisos suspensos com pisos suspensos apoiados em balanços
a) vãos múltiplos e b) núcleo central e c) pilares externos
balanços laterais balanços laterais com vão livre
I~
balanç~
r'-pórtico bolonç~
~L-------~~~-=erl~em~o~----~~~------- -------~~~------
A solução (a) é a mais comum. Valem para ela todas as observações feitas
no item Critérios para o uso do vigamento, páginas 114 a 117, a respeito da
distribuição do vigamento.
A solução (b) tem a vantagem de liberar o espaço do pavimento térreo mas
conduz a soluções pesadas de fundações. As vigas do piso ficam em balanço,
engastadas no núcleo central.
123
CAPÍTULO 9 - Edifícios de estruturas metálicos CAPÍTULO 9 - Edifícios de estruturas metálicas
O núcleo central pode ser formado por uma estrutura de concreto armado Como se pode ver, algumas dessas soluções são muito sofisticadas e
(paredes) ou metálica (conjunto de pilares muito próximos). Do ponto de incomuns mas podem servir de referência para novas possibilidades.
vista de arquitetura, este núcleo central pode ser usado para a comunicação A grande diferença entre a concepção estrutural de um edifício alto e de um
vertical do edifício. O efeito do vento é absorvido pelo núcleo central, que não alto é a influência decisiva do efeito do vento.
se comporta como um tubo. Como já foi visto, a absorção das forças horizontais na estrutura é feita por
A solução (c) permite espaços internos livres de pilares. A solução de contraventamentos. Em princípio, as possibilidades de contraventamento
vigamento segue as indicações do item Critérios para o uso do vigamento, são as mesmas já discutidas no item Contraventamento vertical, página 118,
páginas 114 a 117. ou seja: pórticos rígidos entre vigas e pilares, quadros contraventados (treliças
O efeito do vento é absorvido pelas paredes externas ou por grandes verticais) e paredes de concreto, como as das caixas de elevadores e de
treliçados colocados nas fachadas. É comum tirar-se partido estético dessa escadas.
solução de contraventarnento. Como já comentado, o uso de pórticos rígidos encarece a estrutura,
aumentando seu peso final, mas por outro lado tem como vantagem a
liberação de espaços. É uma solução que pode ser usada para edifícios com
até 30 pavimentos.
125
CAPÍTUlO 9 ~ Edifícios de estruturas metólicos CAPÍTULO 9 ~ Edifícios de estruturas metálicos
De maneira geral, qualquer que seja a solução, deve-se ter o sistema de Nos edifícios muito altos, a principal preocupação é com os
contraventamento disposto de forma simétrica, para evitar a possibilidade contraventarnentos, cujos custos podem atingir 30 a 40 % do custo de toda
de torção do edifício. a estrutura. A solução com pseudo-tubos permite uma significativa economia
no custo do edifício.
Uma solução que se tem mostrado econômica para edifícios com mais de
caixa de 100 andares é a de tubos celulares. Esta solução parte da associação de
elevador
pequenos pseudo-tubos que se articulam formando células.
A torção no edifício provoca o aparecimento de es~orços não previstos,
principalmente aumento das cargas em alguns pilares.
compressão tração
nos pilares nos pilares
~ ~
A quantidade de tubos na
célula diminui ao se atingir
\' os andares mais altos.
~li-' "\ ~
~
-(} -(} -(} -(}
)torção
-(}
li
, I
'I'
···til·
'
127
CAPÍTULO 10
129
CAPÍTULO 1O - As estruturas metálicas e a ação de agentes externos CAPÍTULO 1O - As ~truturas metálicas e a ação de agentes externos
O processo mais usado é o de revestimento com zinco, que pode ser feito
por eletrodeposição ou por imersão, com camadas de diversas espessuras.
O processo de imersão, também é chamado de galvanização a fogo.
Uma terceira forma de proteger o aço contra a corrosão é a pintura de sua
superfície. A proteção por meio de pintura exige permanente manutenção.
A freqüência dessa manutenção depende do ambiente ao qual o aço está
exposto.
As tintas alquídicas, também denominadas esmaltes sintéticos, devem ser
utilizadas apenas em interiores e em exteriores não agressivos.
As tintas à base de epóxi, ou epoxidicas, são bastante resistentes a agentes
errado
agressivos, mas quando aplicadas em exteriores podem sofrer desbotamento.
As tintas poliuretânicas e acri!icas são especialmente indicadas para
exteriores, pois resistem às intempéries, mantendo cor e brilho originais
por longo tempo. Em todas as situações, é necessária a aplicação de urna d) Especial cuidado deve ser dedicado a seções fechadas, do tipo caixão ou
tinta de fundo, à base de zinco ou de alumfnio, também denominada primer. tubular. A possibilidade de acesso de umidade ou outros agentes agressivos
Deve-se evitar demãos com tintas de fabricantes diferentes. pode provocar o processo de corrosão interna. Esse tipo de corrosão é
Algumas medidas de projeto podem ser tomadas para evitar o especialmente perigoso, pois quando for visualmente percebido já estará
desenvolvimento do processo de corrosão. Estas medidas são as seguintes: em adiantado estado, pondo em risco a estabilidade da estrutura.
a) Evitar frestas que possam reter líquido. Quando estas existirem, deverão Para evitar esta situação, esses elementos estruturais deverão ser projetados
ser vedadas com soWa ou outro produto impermeabi!izante. completamente vedados, usando sempre que possível aço resistente à
(E) (C) corrosão. Quando isso não for possível, pode-se lançar mão de secarites,
soldo por ponto soldo c;qntínua como sílica gel e outros.
I ou enchimento
e) Prever proteção de peças que estejam ao uível de pisos e de solos. Usa-
I se, para tanto, revestimento de concreto. O uso de pinturas nesta situação é
pouco eficaz.
corrosão
perfil"
b) Evitar retenção de água e de poeira sobre os elementos estruturais, perfil
dotando-os de furos ou deixando-os em posição favorável ao escoamento
da água.
(E) (C) (C)
·o~
retenção de ógua furo de drenagem membro reverso
t----- solo
-!------ ooncrelo
131
CAPÍTULO 1 O ~ As estruturas met6licas e a ação de agentes externos CAPÍTULO 1 O ~ As estruturas met61icas e a ação de agentes externos
f) O projeto deverá prever livre acesso à manutenção de todas as superfícies O desempenho do aço em relação ao fogo depende da relação entre a
da estrutura. Deverá ser prevista uma distância mínima da ordem de 1Oem. superfície exposta e a massa do perfil, denominado fator de massividade.
Caso contrário, a face junto a outras superfícies deverá ser totalmente Quanto menor a massa em relação à área da superfície, mais rápida será a
agregada a estas. elevação da temperatura do perfil. Portanto, são favoráveis perfis de grande
massa e de pouca superficie externa. O que signillca que uma seção quadrada
apresenta menor aumento de temperatura que uma retangular.
A estrutura pode ser protegida da ação do fogo pelo uso de revestimentos
adequados. Os elementos de proteção devem ter baixa densidade, baixo
coeficiente de condutibilidade térmica e resistência a choques mecânicos.
Normalmente, os materiais pouco densos apresentam baixa condutibilidade
térmica de calor.
~~ acessos adequados
paro pintura i:le manutenção
Algumas medidas, se adotadas já no projeto de arquitetura, podem tornar-
se muito importantes na prevenção de incêndios. Tais medidas podem ser:
- Adequada compartimentalização dos ambientes de maneira que evite a
propagação do fogo.
- Previsão de rotas de fuga que permitam rápida evacuação do ediffcio.
g) Na obra, os componentes estruturais deverão ser depositados de forma - Previsão de um eficiente sistema de combate a incêndio, como detectores
que se evite sua corrosão. Deverão ser empilhados sobre calços de madeira, de fumaça e de calor e borrifadores de água (sprinklers).
distantes do solo e inclinados, de forma que evite empoçamento de água. - Comunicação automática e rápida com a brigada de incêndio.
- Posicionamento dos elementos estruturais principais de forma que não
A ação do fogo fiquem facilmente expostos ao fogo.
O resultado mais danoso da exposição do aço ao fogo é a perda de sua A segurança contra incêndio visa proteger a vida humana e o
resistência com o aumento da temperatura. O aço não chega a fundir, pois patrimônio, sendo a primeira a maior preocupação. Por isso,
sua temperatura de fusão é de aproximadamente 1.500°C, valor superior às dependendo do tipo de ocupação do edifício, as medidas preventivas
temperaturas atingidas em incêndios, da ordem de 1.200°C. .podem mudar de caso para caso, tornando-se mais severas nos locais
em que seja significativa a quantidade de público e haja maior risco
6<JO
de sua exposição ao fogo, como nos shoppings, lojas, hospitais e assim
!
I 'C
-
500 por diante. Em um incêndio, a fumaça tende a ser pior que o próprio
---- -
A figura mostra como varia a
I
,!oc fogo, pois pode causar intoxicação, impossibilitando que as pessoas
resistência do aço com o ~ 400 I I
se defendam. A fumaça também provoca dificuldade de visão, não
~ ...--
4~0 llC
aumento de temperatura. ~o I permitindo a orientação na procura por rotas de fuga. Portanto, o
v
300
Pode-se notar que até 200°C •c
~
! projeto das rotas de fuga deve prever essas questões e garantir que as
I
a resistência do aço aumenta, J!! 200 saídas sejam bem demarcadas e visíveis., mesmo em situações de
2% I
o ~
caindo a partir daí e chegando
a ser metade a 550°C. 10
+"C grande concentração de fumaça. Para tanto, deve-se consultar a norma
brasileira NBR 9077. A proteção ao patrimônio visa que a estrutura
I
! I I mantenha-se estável o máximo de tempo possível, para que medidas
2 4 6 8 :o 12
de combate ao fogo sejam eficientemente ativadas.
deformação (%)
133
CAPÍTULO lO - As estruturas metólicas e o ação de agentes externos
CAPÍTULO 1O - As estruturas metálicas e a ação de agentes externos
A norma brasileira que trata das estruturas em situação de incêndio, Neste caso, é comum usar vigas de chapas soldadas com seção assimétrica,
f
I
a NBR 14432/2000, prevê tempos de resistência ao fogo de 30 a 120 nas quais a mesa inferior é maior que a superior, para melhor apoio da laje.
minutos dependendo do tipo de ocupação do edifício. Aqui a estrutura de concreto comporta-se como elemento de proteção para
É óbvio que esses tempos requeridos não têm nada a ver com a vida o aço. Esse tipo de proteção pode garantir até 60 minutos de resistência ao
humana, pois é impossível o ser humano suportar tanto tempo dentro fogo, se a face inferior da mesa inferior também for protegida. Essa solução
de um incêndio. é utilizada para vãos entre 6 e 9 m, nos quais outros tipos de proteção podem
Para determinar a adequada resistência ao fogo, usam-se parâmetros ser danificados pelo uso.
Essa solução traz como benefício colateral menor espessura estrutural.
para estabelecer o tempo de resistência baseados em um incêndio
2. Pilares embutidos nas alvenarias.
teórico denominado incêndio-padrão, que tem condições diferentes
Neste caso, os pilares são envolvidos pelos elementos de alvenaria ou mesmo
das encontradas no incêndio real, também denominado incêndio
colocados em suas reentrâncias, podendo-se obter, dessa forma, resistência
natural. Enquanto no incêndio natural a temperatura começa a baixar de até 60 minutos.
após a extinção de todo o material combustível, no incêndio-padrão 3. Estrutura revestida com argamassas projetadas;
considera-se a temperatura sempre ascendente ao longo do tempo. Argamassas de cimento e gesso, contendo fibras minerais, vemticulita
As temperaturas atingidas nos incêndios reais dependem dos seguintes expandida entre outros agregados leves, constituem-se em proteções bastante
fatores: eficientes, podendo alcançar, dependendo da espessura da camada aplicada,
-A quantidade e localização dos materiais combustíveis, denominadas até 240 minutos de resistência ao fogo. Essas argamassas são normalmente
carga de incêndio, que é medida em Joules por m 2 ou em kilogramas aplicadas por jateamento, acomodando-se facilmente às formas dos perfis.
de madeira equivalente. Como contrapartida, esse jateamento provoca sujeira e aspecto não muito
- A taxa de combustão dos materiais; agradável à superfície dos elementos estruturais, razão pela qual estes são
normalmente revestidos. Esse processo exige equipamentos especiais.
- As condições de ventilação, dadas pelas aberturas;
4. Estrutura revestida com placas e mantas
- A geometria dos compartimentos;
São usadas placas de gesso, vermiculita e fibras minerais, materiais
-As propriedades térmicas das vedações. semelhantes àqueles jateados. Aqui na forma de placas. As plàcas de gesso
A severidade de um incêndio real é medida pela norma considerando e vemticulita são rígidas, mas de aparência agradável. As de fibras minerais
como referência um incêndio-padrão, e em termos de Tempo são moles. Já as mantas são flexíveis, podendo amoldar-se em formas mais
Requerido de Resistência ao Fogo (TRRF), estabelecido em minutos, complexas. Esse tipo de revestimento, dependendo da espessura, pode
que na Norma Brasileira, como já foi dito, varia de 30 a 120 minutos. alcançar até 240 minutos de resistência ao fogo. Sua aplicação, feita a seco,
São consideradas as piores situações que podem ocorrer em um não provoca sujeira. O resultado final é esteticamente agradável.
incêndio real. Na proteção específica dos elementos estruturais, podem Quando o projeto de arquitetura prevê estrutura aparente outras medidas
ser usadas as mais diversas alternativas. devem ser tomadas.
A opção por uma ou algumas delas deve sempre levar em conta as Quando deixados sem qualquer proteção perfis H e I podem resistir apenas
15 minutos. Em elementos estruturais pouco solicitados, como vigas em
exigências de tempo de resistência ao fogo, assim como custos e
que o dimensionamento foi defiuido pelos limites de deformação, ou ainda
resultados estéticos.
para vigas muito largas, pode-se alcançar 30 minutos de resistência. Os
Quando a arquitetura não prevê estrutura aparente, as medidas podem contraventamentos, como são pouco solicitados, podem ser considerados
ser as seguintes: como resistentes a 30 minutos.
1. Estrutura metálica do piso imersa na estrutura de concreto. Em algumas situações, a própria Norma pemtite que se deixe de verificar a
Neste caso, as vigas são projetadas de maneira que sejam contidas dentro resistência ao fogo, permitindo que essas estruturas possam permanecer
da espessura das lajes. aparentes, sem qualquer tratamento especial.
134 .
CAPÍTULO 1O - As esfrutvras metálicas e a ação de agentes externos CAPÍTULO 1O - As estruturas metálicas e o ação de agentes externos
f Esses casos são: Essa questão pode ser resolvida já no projeto de arquitetura.
r
!
I. Edificação qualquer com área inferior a 750 m 2 ;
2. Edificação com área inferior a 1500 m2 , desde que a carga de incêndio
Outras providências de projeto podem ajudar a proteger a estrutura contra a
ação do fogo, tais como evitar que o fogo atinja os elementos estruturais
seja inferior a 1.000 MJ/m2 e não tenha mais que dois pavimentos; afastando-os das aberturas. '
I 3. Centros esportivos e terminais de passageiros com altura inferior a 23 m; Grosso modo, esse afastamento deve estar a mais de 1,5 m de aberturas por
i
i 4. Garagens abertas com altura menor que 30 m; onde o fogo possa penetrar, e assim por diante.
5. Edifícios térreos com qualquer área, desde que sejam protegidos por
borrifadores de água.
Para maiores detalhes ver a Norma NBR 14432/2000.
Um tipo especial de aço resistente ao fogo, já disponível no Brasil, o
USI FIRE 350 da Usiminas, pode ser uma alternativa para o uso de
estruturas aparentes.
Outras medidas podem ser usadas para permitir o uso de estrutura exposta:
I. Seções em H ou I preenchidas com concreto. Se for armado, a proteção
dada pelo concreto pode chegar a 120 minutos de resistência ao fogo. Essa
solução permite também, mn aumento na capacidade de carga do pilar,
tornado-o um pilar misto. O enchimento com concreto pode ser feito proteção do perfil
l:l7
CAPÍTULO 11
Mezaninos
Supõe-se sobrecarga entre 300 e 500 Kgf/m2•
- qualquer área, consumo de 35 a 45 kgf/m2 de aço
Edifícios
Supõem-se vãos entre 6 e 8 m.
- até 3 pavimentos: consumo de 25 a 45 kgf/m2 de aço
- de 3 a 10 pavimentos: consumo de 40 a 45 kgf/m2 de aço
Galpões
Supõe-se pé-direito de 6 m.
- vão de 1O a 12 m: consumo de 1O kgf/m2 de aço
-vão de 12 a 15m: consumo de 12 a 14 kgf/m2 de aço
-vão de 15 a 20m: consumo de 14 a 18 kgf/m2 de aço
- vão de 20 a 30 m: consumo de 18 a 22 kgf/m2 de aço
- vão de 30 a 40 m: consumo de 20 a 25 kgflm2 de aço
Treliças espaciais
- módulo de 20 x 20 m: consumo de 18 kgf/m2 de aço
- módulo de 25 x 25 m: consumo de 20 kgf/m2 de aço
- módulo de 30 x 30 m: consumo de 25 kgflm2 de aço
139
- I
.,,
CAPÍTULO 1
Conceitos
O concreto annado não é apenas a mistura de concreto com aço. O concreto
armado não é concreto e aço, mas um terceiro material resultante da forte
ligação desenvolvida entre o concreto e o aço. Essa forte ligação recebe o
nome de aderência, que se dá por meios mecânicos (atrito) e pelo efeito
colante propiciado pelo cimento. Uma analogia interessante, criada pela
professora Maria Amélia, da FAUPUCAMP, compara o concreto armado
ao café com leite; uma bebida que não é a simples rnistora de café e leite,
mas sim uma terceira, onde café e leite são indissociáveis. Assim o concreto
armado não é a simples associação de dois materiais: concreto e aço, mas
sim um terceiro material: o concreto armado.
Os materiais componentes
a) O concreto
O concreto é uma mistura controlada de materiais que criam volume,
denominados agregados, e de material colante, chamado aglomerante.
Os agregados mais comuns são a areia e a pedra. O aglomerante é o cimento.
O efeito de cola produzido pelo cimento se dá na presença de água.
143
CAPÍTULO 1 - Um pouco de história do concreto armado CAPÍTULO 1 - Um pouco de história do concreto armado
Portanto, o concreto comum é um material composto de cimento, areia, A resistência que serve como parâmetro para o cálculo de estruturas de
pedra e água. As características do concreto são dadas pela proporção entre concreto é aquela medida em corpos de prova com 28 dias de idade. Esta
esses materiais. Essa proporção é denominada traço. resistência recebe a denominação fc28. A resistência de projeto depende da
Outros elementos podem ser adicionados para se alterar determinadas resistência fc28 e recebe a denominação fck ou resistência característica
características dessa mistura básica. A adição de sílica ativa, um material A unidade normalmente usada é MPa (megapascal; 1 MPa = 10 Kgf/cm').
extremamente fino que pode ser comparado às partículas encontradas na Hoje em dia, a resistência do concreto usado nas edificações mais comuns
fumaça do cigarro, aumenta em até oito vezes a resistência do concreto é a fck = 20 MPa, ou 200 kgf/cm2 •
normalmente utilizado nas estruturas mais comuns. A resistência à tração também pode ser detenninada mediante ensaios de
A sílica pode diminuir os vazios capilares que ocorrem no concreto, corpos de prova. Este tipo de ensaio, em vez de ser feito com a aplicação da
resultando em um material mais impermeável e portanto mais durável. Esse carga paralela à geratriz do cilindro, é feito com uma carga aplicada
tipo de concreto é conhecido pela sigla CAD, que significa concreto de alto perpendicularmente a essa geratriz. Dessa fonna, o cilindro rompe-se no
desempenho. Infelizmente o aumento da resistência do concreto é plano médio, por tração.
acompanhado por redução da ductilidade, propriedade importante nos É importante lembrar que o procedimento para medir tração no concreto foi
materiais estruturais. criado por um brasileiro, o eng. Lobo Carneiro.
Materiais dúcteis apresentam grandes deformações antes de romper, A partir de resistências de 50 MPa, o concreto é considerado CAD, podendo
denunciando problemas na estrutura. atingir com a tecnologia atual e de forma economicamente viável resistências
Outros aditivos podem ser adicionados, visando alterar algumas de até 160 MPa.
características iniciais, como melhora na plasticidade da massa, aumento A relação entre a resistência fck de projeto e da ruptura aos 28 dias do corpo
na resistência inicial, retardamento na pega e assim por diante. O uso desses de prova, fc28, depende do controle na execução e aplicação do concreto
aditivos deve ser sempre muito criterioso pois mal usados, podem prejudicar na obra e é estabelecida pela Norma Brasileira. NBR 12655. Grosso modo,
o concreto, alterando drasticamente sua resistência. o valor fck é da ordem de 75% do fc28.
Nos concretos comuns, para uma determinada relação entre agregados O concreto, por suas características, é um material que apresenta grande
(traço), a resistência do concreto é dada pela proporção entre água e cimento resistência à compressão e baixa resistência à tração. A resistência à tração
(medida em volume), parâmetro denominado relação água-cimento. é da ordem de 111 O da resistência à compressão.
Um concreto com pouca água é mais resistente pois apresenta menos vazios, O concreto pode ser obtido por mistura na obra ou em usina.
em compensação é de difícil trabalhabilidade. Um concreto com muita água O concreto usinado, apesar de ter um preço mais alto, possui maior
torna-se mais fácil de ser manuseado, porém perde muito de sua resistência. confiabilidade, já que a mistura é feita dentro de critérios rigorosos.
Uma relação água-cimento que mantém boa trabalhabilidade e resistência O concreto apresenta alguns tipos de deformações que são intrínsecas ao
encontra-se entre 0,5 e 0,65, ou seja, 50% a 65% de volume de água em próprio material e que podem independer da aplicação de cargas externas.
relação ao volume de cimento. Entre essas deformações estão a retração, a dilatação ténnica e a deformação
A resistência do concreto é medida em ensaios de compressão realizados lenta. A retração é o fenômeno de diminuição do volume de concreto que
em corpos de prova padronizados. ocorre durante sua cura (endurecimento). A perda rápida da água durante a
secagem pode provocar grandes retrações. É recomendável, para minimizá-
O corpo de prova padrão é um la, manter o concreto úmido durante o processo de cura. O concreto deve
cilindro que tem 15 em de _,' 'l permanecer umedecido pelo menos durante os três primeiros dias após o
diâmetro e 30 em de altura.
O ensaio é feito com carga ~i lançamento. Para isso, é comum o procedimento de aspergir água sobre a
superfície de concreto, tomando o cuidado de não lavar o cimento.
aplicada no eixo do cilindro. Concretos com alta relação água-cimento possuem muitos vazios e em
A figura mostra a forma de conseqüência maior possibilidade de retração. Portanto, muita atenção deve
ruptura do corpo de prova. ser dada a esse fator.
145
CAPÍTULO 1 - Um pouco de história do concreto armado
,
1
CAPÍTULO 1 - Um pouco de história do concreto annado
Armações estrategicamente colocadas também ajudam a minimizar esse A figura a seguir mostra as possibilidades de execução de juntas. O 1o tipo
fenômeno. É o caso da armação deoominada armação de costela usada nas é mais comum.
E
vigas com altura maior ou igual a 60 em.
rr====~A~~===/==,-,•-tn
armação
.f- junta de 2 em
-f junta de 2 em
corte AA
armação
de costela
Outra deformação iotrínseca é a causada pela variação térmica. A deformação Toda peça de concreto armado sofre deformação logo após ser submetida a
ténnica ocorre como em qualquer outro material; o concreto tende a aumentar um carregamento. Este tipo de deformação é chamado de deformação
de volume com o aumento de temperatura e a diminuir com a sua diminuição. imediata. Acontece que, mesmo sem acréscimo de carga, o concreto continua
O aumento ou dioriouição de volume numa peça de concreto armado pode a se deformar ao longo do tempo; é a chamada deformação lenta, podendo
gerar esforços não previstos para as cargas normais. após cioco anos haver ainda deformações mensuráveis. A deformação lenta
pode atingir valores cinco vezes maiores que a deformação imediata. Muitas
situação original situação com variação vezes essa é a causa de fissuras que aparecem, de repente, nas paredes de
de temperatura
edifícios após alguns anos de uso.
A quantidade de vazios na massa de concreto é de novo, a causa da maior
.
ou menor deformação lenta. Por isso, maior atenção ainda se deve dar à
~; j - - - - - - f 5 - lI~ relação água-cimento e ao processo de cura. Outro fator do qual depende a
deformação lenta é a idade do concreto na época do seu carregamento.
t =to !>10 Concretos carregados precocemente apresentam maiores deformações lentas.
L Daí, a norma recomendar que a desforma da estrutura ocorra a partir dos 21
' Ll. ' dias. Como curiosidade, é ioteressante dizer que concretos carregados após
!:::.. =aumento do comprimento da peça cau- I ,5 ano de vida quase não apresentam deformação lenta, situação impossível
sado pela variação da temperatura, se a de ocorrer na prática.
peça pudesse se deformar livremente
O aço utilizado nas estruturas de concreto armado se apresenta em forma Para distinguir um aço do outro, usa-se as letras A e B, respectivamente
de barras cilíndricas, com diâmetros variáveis. A especificação das barras com e sem patamar de escoamento. Assim, pode-se ter aços do tipo CA 50
de aço se faz através do seu diâmetro, medido em milímetros. São comuns AeCA50B.
barras de aço com diâmetros que variam de 2 mm a 40 mm. Como foi dito, para que de fato exista o concreto armado, é fundamental a
As barras de aço utilizadas no concreto armado são identificadas pela sigla forte ligação entre o concreto e o aço. A essa ligação dá-se o nome de
CA, de concreto armado. A resistência das barras de aço é medida em ensaios aderência. A aderência é obtida por colagem com o cimento ou por efeitos
de tração. Não interessam, no dimensionamento do concreto armado, tensões mecânicos, como o atrito entre o concreto e o aço. Barras com saliências
no aço superiores à sua tensão de escoamento. Tensão de escoamento é em sua superfície apresentam maior aderência.
aquela que faz o aço sofrer grande deformação sem significativo aumento A transmissão dos esforços de tração do concreto para as barras de aço é
de tensão. A resistência das barras de aço é identificada pelos números 24, descontínua. A força de tração transmite-se ao longo de um determinado
50 e 60, que indicam as tensões de escoamento de cada tipo. Assim uma trecho da barra e de maneira crescente, de uma tensão nula até aquela que
barra de aço identificada com a sigla CA 50 significa uma barra de aço para provoca a ruptura por tração do concreto. Após essa primeira ruptura, inicia-
ser usada em concreto armado e que apresenta uma tensão de escoamento se o processo novamente até acontecer outra ruptura, e assim sucessivamente.
igual a 50 kgf/mm 2 ou 5.000 kgf/cm2 • Hoje usamos, quase exclusivamente,
aços dos tipos CA 50 e CA 60. Como ocorre com os demais materiais, a T = esforço de tração na barra
resistência do aço é obtida em ensaio de corpo de prova. No caso do aço, o
ensaio é por tração.
T
O gráfico mostra o resultado típico do ensaio de tração do aço.
aço tipo A a
a = tensão aplicada ar~------------~-
ue = tensão de escoamento
barra de aço
ar= tensão de ruptura
ar = tensão aplicado ae~-----,-./
tga = E = módulo de elasticidade Esse processo de transmissão da tração do concreto para o aço faz com que
e = ..!à_ = deformação específica toda estrutura de concreto armado apresente pequenas fissuras.
f (deformação por unidade de comprimento) a Cabe ao projetista da estrutura fazer com que as aberturas dessas fissuras
fiquem dentro de limites aceitáveis, de maneira que não haja degradação
O patamar quase horizontal identifica a posição onde o aço entra em nem do concreto nem da armação e que os modelos matemáticos de
escoamento. Alguns tipos de barras de aço, pela forma com que são dimensionamento permaneçam válidos.
fabricadas (laminadas a frio), não apresentam o patamar de escoamento tão Um procedimento para diminuir a abertura das fissuras é o uso de armações
definido. A tensão de escoamento é definida em função de uma deforroação mais numerosas e de diâmetros menores. Com isso, a peça apresenta um
permanente convencional igual a 0,2%. número maior de fissuras mas com aberturas bem menores. O que é mais
aço tipo B a desejável.
ar~------------~~ As armações não são usadas exclusivamente para absorver as trações a que
o concreto não resiste; podem ser usadas, também, para aliviar as tensões
de compressão no concreto, como ocorre principalmente nos pilares.
Ep = deformação
2
Em algumas vigas muito solicitadas a compressão pode-se também usar
permanente convencional = OO armação para aliviar as tensões. Neste caso, as vigas recebem a denominação
1
de vigas duplamente. armadas, com armações para absorver tração e
l"-~f-.------~
compressão.
,.:~.::,:. ,, 149
CAPÍTULO 1 ~ Um pouco de história do concreto armado
armação CAPÍTULO 2
\para compressão
I I Lajes maciças
A laje maciça é uma placa de concreto armado cujo plano geralmente é
horizontal, podendo algumas vezes apresentar pequenas inclinações, como
quando utilizadas em coberturas. As lajes podem ser apoiadas em vigas
locadas no seu contorno ou podem apoiar-se diretamente sobre os pilares,
sem vigas intermediárias, quando recebem o nome de laje cogumelo. Este
As estruturas de concreto armado geralmente são dimensionadas para que último caso terá seu estudo específico mais adiante. Este capítulo trata das
não se atinja o denominado estado limite último, situação em que a peça de lajes maciças apoiadas em vigas periféricas.
concreto armado sofre ruptura do concreto a compressão ou deformação
plástica excessiva do aço ou, ainda, instabilidade. Comportamento
Outras condições podem também limitar o uso da estrutura antes que se O comportamento real de uma laje maciça é razoavelmente complexo. Por
atinja o estado limite último. isso utiliza-se um modelo mais simplificado que permite boa aproximação
Quando apresenta exageradas aberturas de fissuras ou grandes deformações com a realidade, resultando em cálculos mais simplificados e em
a estrutura pode ser condenada para uso. É o chamado estado limite de compreensão mais fácil do fenômeno.
utilização. Conclui-se que não é condição suficiente a estrutura resistir, mas
V1
é necessário também que ela não apresente deformações ou fissurações
acima de determinados limites estabelecidos por Norma.
------~--------
--t
Em princípio, pode-se achar que para evitar a ruptura de uma peça de Imagine a laje maciça, em que
concreto armado basta a colocação de muita armação. Essa idéia é errada e L é o vão maior e 1 o menor.
Em princípio, adota-se como
I..,
pode resultar numa situação catastrófica. A estrutura excessivamente armada
pode não apresentar problemas de fissuração, entretanto a ruptura pode se vão da laje a distáncia entre
dar por excesso de compressão no concreto. Essa situação é bastante os eixos das vigas que a I
apóiam. ;;. y, ~·
perigosa, já que o concreto, próximo à ruptura, não apresenta deformações
visíveis, isto é, não dá aviso. Essa situação deve ser terminantemente evitada. 4-
Uma peça assim armada recebe o nome de peça superarmada. A peça de L
concreto armado deve possuir uma quantidade de armação tal que possibilite
que seu eventual colapso se dê por tração na armação. Como foi visto, o aço
apresenta um estado plástico de deformação longo. Quando solicitado acima Imagine ainda que a laje possa
do limite, o aço se deforma muito, provocando na peça de concreto armado ser dividida em dois
grandes fissuras que denunciam a possibilidade de colapso. Este tipo de conjuntos ortogonais de
ruptura chama-se ruptura com aviso, e a peça assim armada chama-se peça fatias, de largura unitária, por
sub-armada. É a situação desejável. Logicamente, coeficientes de segurança exemplo 1 metro.
são aplicados para que nunca se chegue a esta situação. Mas se, por alguma
razão, chegar-se a ela, tem-se um fator de segurança a mais: o aviso dado
p~las fissuras de que a estrutura está prestes a entrar em colapso.
w
1 unidade
\ ·--~·;: 151
•.,. CAPÍTULO 2 - Sistemas estruturais de concreto armado CAPÍTULO 2 - Sistemas estruturais de concreto armado
Escolham-se duas fatias quaisquer. Suponha-se, agora, que o vão maior L vá aumentando em relação ao vão
Imagine que essas fatias possam ser subtraídas da placa, para que se possa menor I, que permanece constante. O esforço de flexão na direção do menor
analisar o que ocorre entre elas quando carregadas. vão da laje vai-se impondo ap esforço na direção do maior vão. As fatias na
É óbvio que cada fatia irá receber uma determinada parcela da carga sobre direção do maior vão serão tão longas que qualquer pequeno esforço será
a laje. Sob a ação destas cargas as fatias se deformam, mostrando a ocorrência suficiente para deformá-la.
de momento fletor. No ponto de encontro das fatias, as deformações devem Se continuar a aumentar o vão maior, chega-se a uma situação em que o
ser as mesmas, já que pertencem à mesma laje. Sabe-se ainda que a esforço nessa direção é desprezível em relação ao esforço na direção menor.
deformação que cada fatia sofre é proporcional à intensidade de esforço, no Neste caso, pode-se dizer que a laje é praticamente solicitada apenas no vão
caso flexão, que atua sobre ela. A fatia de vão maior, por ser menos rígida, menor e a armação para absorver o esforço de flexão deve ser colocada
necessita menos esforço (momento fletor) para se deformar da mesma apenas na direção do vão menor.
quantidade da fatia de vão menor, mais rígida. Portanto, as fatias que se
encontram na direção do menor vão da laje são mais solicitadas do que as
que se encontram na direção do vão maior. Isto nos leva a concluir que a L>> f. (L bem maior que l} M1 < M2
laje, nestas condições, é mais solicitada no seu vão menor. Neste caso, as 3 1 = Õ2 M1 -+ O ( - tende a zero)
armações que absorvem os esforços de tração decorrentes da flexão da laje A
são maiores na direção do menor vão e menores na direção do maior vão.
O resultado acima pode ser conflitante com nossa intuição. Como o vão
menor é mais solicitado que o vão maior? De fato, se as duas fatias fossem
independentes, não pertencessem à mesma laje e fossem igualmente
carregadas, a fatia de maior vão seria mais solicitada. Isso não se verifica
quando fatias pertencerem à mesma laje, pelo fato de que elas devem
apresentar, obrigatoriamente, no ponto em que se cruzam, a mesma
corteM
deformação. Tudo se passa como se a fatia do vão menor não deixasse a do
vão maior deformar tudo que quisesse, funcionando como se fosse apoio
desta, aliviando-a e se sobrecarregando, tomando-se portanto mais solicitada.
No primeiro caso, em que existem armações nas duas direções para absorver
esforços de flexão, a laje recebe o nome de laje armada em cruz.
No segundo, em que a armação que absorve esforços encontra-se apenas na
direção do vão menor, a laje recebe o nome de laje armada em uma só
direção.
corteM
Na prática, diz-se que nma laje é armada em cruz quando L < 2 x R.
L Quando L > 2 x f a laje é armada em uma só direção.
Õl No caso de balanços, as lajes são sempre armadas em uma só direção.
D-·t~:;:: -$ • - - -~
M1
U corte BB O momento fletor é negativo (tração na face snperior da laje) e age
perpendicularmente ao apoio da viga.
l. CAPÍTULO 2 ~ Sistemas estruturais de concreto armado CAPÍTULO 2 - Sistemas estruturais de concreto armado
f Nas figuras a seguir, tem-se duas situações em que as lajes parecem estar Suponba que em uma laje, já executada, de vãos iguais a 6,0 m e 2,5 m,
em balanço. durante uma reforma, haja necessidade de abrir um rasgo para a passagem
Vi de uma escada. Surge a dúvida: pode-se ou não abrir este rasgo? Provocar-
se-á ou não o colapso da laje?
/ direção da
armação
-
IX
principal
No primeiro caso, a laje não se encontra em balanço, mas apóia-se em duas Sabendo, pela relação entre seus vãos, que se trata de uma laje armada em
vigas localizadas na direção do seu menor vão. As vigas, estas sim, estão
uma só direção, e que portanto a armação principal é paralela à direção em
em balanço. No segundo caso, a laje apóia-se apenas em uma viga paralela . que se vai fazer o rasgo para a passagem da escada, pode-se concluir que a
ao seu maior vão. Aqui, a laje está realmente em balanço. laje nada sofrerá, pois com o rasgo será eliminada apenas uma fatia da laje.
As demais continuarão trabalhando normalmente.
Critérios de uso Se a laje fosse annada em cruz, a execução do rasgo deveria ser melhor
estudada. Neste caso, deve-se prever reforços no contorno do furo para
Uma laje armada em uma só direção prescinde da existência de vigas nas evitar danos à laje, já que sempre se estará interrompendo armações
importantes, numa ou noutra direção.
laterais paralelas ao menor vão, já que a laje se apóia apenas nas vigas
localizadas no lado maior. vazio a
ser aberto
'
l\
armação
não hó ~ principal
necessidade ~--j-._ _ interrompida ~
de vigas nestas
extremidades
]"'"" L>2e
Se uma laje maciça armada em uma só direção apresentar uma trinca, como Nas lajes em balanço, os momentos fletores provocam tração nas fibras
mostrado na figura abaixo, paralela à direção do menor vão, pode-se concluir superiores da laje: são os momentos negativos. As armações principais são
que essa trinca não é provocada por deficiência na armação ou por excesso localizadas na face superior da laje e denonúnadas armações negativas. São
de carregamento. A fissura assim disposta não apresenta perigo para a previstas também, neste caso, armações de distribuição.
estrutura pois está paralela às armações principais e não as atinge. Esse tipo
---if-
de trinca pode ter outras causas, como por exemplo retração no concreto ou
L s 2.€ 1
0( -
efeito de dilatação térmica, normalmente pela falta de juntas apropriadas.
armações inferiore
fissura\ principais nos duo
I
direções (positiva I
I
I
1..,
.., l2:2f i
-+
j
1
L>2f
f:::= -
Armações das lajes maciças armação principa I
Como em toda estrutura de concreto armado, a armação tem a função de inferior na direçã o do
/ I"
Na laje, as armações absorvem a tração decorrente dos esforços de flexão.
Nas lajes simplesmente apoiadas em seu contorno, as trações acontecem
armação
de distribuiçã o-"' - I,
157
CAPÍTULO 2 - Sistemas estruturais de concreto armado CAPÍTULO 2 - Sistemas estruturais de concreto armado
Armações negativas ocorrem também no encontro de duas lajes. Em razão da No caso da laje armada em cruz, a existência de fissuras é sempre perigosa
continuidade entre os painéis de laje, aparecem momentos fletores negativos. e pode indicar insuficiência de armação numa ou noutra direção.
O desenho típico de trincas que não deixam qualquer dúvida quanto à
possibilidade de colapso de uma laje armada em cruz é mostrado na figura.
'
' '
' '
fissura
Pré-dimensionamento
A questão que se coloca é a seguinte: nesta situação, a laje apresenta risco Lajes armadas em cruz
iminente de ruptura? Para responder a esta questão é necessário analisar em A espessura da laje é dada pela relação: h ~ 2 % L+ l
2
primeiro lugar o comportamento do elemento estrutural. Pela relação entre
os vãos da laje, pode-se observar que se trata de uma laje armada numa só
direção (paralela ao menor vão). A trinca, aqui, encontra-se paralela à direção
da armação, não apresentando qualquer relação com a armação. Pode-se
concluir que essa trinca não se deve à insuficiência de armação e portanto
não coloca em risco imediato a integridade da laje. As causas da trinca h corteM
159
CAPÍTULO 2 - Sistemas estruturais de concreto armado CAPÍTULO 2 - Sistemas estruturais de concreto armado
Lajes armadas em uma só direção As dimensões determinadas pelo pré-dimensionamento devem ser
A espessura da laje é dada pela relação: h =2% R (sendo i é o vão menor) confrontadas com as dimensões mínimas erigidas pela Norma para as lajes
maciças.
4IA
As lajes de forro não devem ter espessura inferior a 5,0 em. As lajes de piso,
1~( 7 ,O em, e as lajes com cargas móveis, como as de garagens e pontes, 12 em.
~==:;I======~J, ; h corteM
Lajes nervuradas
Quando os vãos da laje maciça começam a crescer muito, elas tornam -se
41A L
antieconômícas. Isso se deve ao fato de que, ao sofrer flexão, a laje tem
6,0 m
grande parcela de sua seção submetida a tração. Como o concreto não absorve
2
h= lOO x250=5cm bem a tração, quase todo concreto tracionado (mais de 50% da seção) torna-
se, em princípio, material desnecessário para a estrutura.
Lajes em balanço Lógico que pequena parcela de concreto, mesmo tracionado, deve existir
A espessura da laje é dada pela relação: h = 4 % do balanço para poder transferir os esforços de tração para o aço. Nas lajes maciças, de
grandes vãos, que necessitam de grandes espessuras, a quantidade de material
tracionado e desnecessário toma-se expressiva.
Uso de gráfico
I
I
LAJE DE CONCRETO I
I
•I
I 'annações
~
volume de concreto que
pode ser economizado
,olume de co,e<eto o 'e' mo"t;do
para transferir forço de tração ao aço
-~,--//
,1---1 A figura acima mostra que se pode eliminar grande quantidade de concreto
o 6.0 7.5
mantendo ainda a capacidade resistente da seção ..
1.5'
Vê-se também pelo desenho que, retirado o concreto em excesso, a seção É fácil ver que, para uma mesma altura, a viga retangular apresenta uma
resultante é composta de uma placa superior mais fina sob a qual há uma área de compressão bem menor que uma viga T, fazendo com que a viga T
série de pequenas vigas, chamadas nervuras. seja mais resistente, capaz de vencer um vão maior ou suportar mais carga.
A laje assim resultante recebe o nome de laje nervurada. Neste item, será área de área de
estudada a laje formada por nervuras dispostas em uma só direção. compressão ( compressão
163
CAPÍTULO 2 - Sistemas estruturais de concreto armado CAPÍTULO 2 - Sistemas estruturais de concreto armada
1" solução
vigas principais
vigas
nervuras
principais
nervuras
....--
corteM
'
'
7 o o u J ~ o
v
nervuras Vê-se pela figura acima que, em virtude da variação do vão, optou-se pela
defasada
' variação da altura da nervura. Isso resulta em um efeito arquitetônico muito
interessante. Uma segunda possibilidade é manter a altura das nervuras e
variar seus espaçamentos_ Deste modo as nervuras de vãos maiores recebem
menos cargas que as de vãos menores, tentando-se com isso manter a mesma
Algumas dessas soluções permitem resultados arquitetônicos interessantes. altura das nervuras, sem superdimensioná-las. Essa segunda solução
apresenta um resultado menos interessante e menos eficaz que a primeira_
Muitas vezes, apesar de a solução estrutural exigir o uso de laje nervurada,
2" solução
arquitetonicamente melhor resolvida não é desejável que elas fiquem aparentes. Nestes casos, existem várias
soluções para ocultar as nervuras. A mais óbvia é o uso de forros de madeira
I '
ou de gesso. Entretanto, pode-se desejar o forro de concreto aparente.
!' Neste caso, deve-se executar o forro de concreto junto com a laje nervurada
!>----/ vigas principais
laje nervuroda em corte
.~
.!
fôrma de detalhe do fôrma
concreto madeiro perdido de madeira
i
'
I I Vê-se que o uso desta solução não permite o reaproveitamento da fôrma de
'
I I madeira, pois é impossível retirá-la do miolo da laje. Observe que as fôrmas
i
de madeira apresentam a forma de caixas, por isso este tipo de laje recebe o
nome de laje nervurada de caixão perdido.
O uso desta solução apresenta vantagens como:
Normalmente a laje nervurada é usada para vãos uniformes. Entretanto, - Ocultação das nervuras
soluções com vãos variáveis são algumas vezes aplicadas, tirando-se delas - Aparência de laje maciça aparente
partido arquitetônico. -A livre passagem de tubulação através dos vazios
t'li CAPÍTULO 2 -Sistemas estruturais de concreto armado
coso 2
viga prir:c·,pai/
1.? --+
A grande desvantagem deste tipo de laje é o seu custo elevado. Grande E
·;;.: parte da madeira usada nas fôrmas é perdida. Para minimizar o custo das o
6
.,. fôrmas de madeira, podem ser usados outros tipos de materiais, tais como nervuras
tubos de papelão rigido (estrotubo), entre outros.
1 -r-
1
caso 3
nervura ---.._
'
Soluçôes usando blocos cerâmicos reduzem consideravelmente o custo das
fôrmas, mas aumentam o peso próprio da laje. Esta solução exige a aplicação
'\.
o
de um revestimento na face inferior da laje, para acabamento. O uso de '\.
blocos de isopor, apesar de apresentar um custo inicial mais elevado que a viga principal / I
solução anterior, apresenta a grande vantagem de resultar em lajes bem
mais leves, com conseqüências nas dimensões das vigas, pilares e fundações.
--+
Pode, no cômputo geral, representar economia em relação ãs lajes mais 20,0m
pesadas.
As lajes nervuradas que usam blocos como fôrmas recebem também o nome No caso 2, da figura, tem-se uma laje cujo vão maior é de 20m e o menor
de laje de caixão perdido, apesar de não apresentarem fôrmas de madeira de 10m. Suponha que na direção do vão maior seja possível localizar quantos
perdidas. Pode-se dizer que a laje nervurada é urna otimização, em termos pilares se desejar, o mesmo não podendo ocorrer na direção do vão menor.
de peso, da laje maciça armada em uma só direção pois, como nesta, os Se as nervuras forem distribuídas na direção maior, as vigas principais
esforços principais ocorrem em uma única direção. (aquelas que sustentam as nervuras) ficarão, em conseqüência, dispostas na
De maneira geral, as nervuras são projetadas para vencer o menor vão entre direção do vão menor, isto é, vencendo o vão de 1Om. As nervuras, por sua
vigas; mas esta regra tem suas exceções: dependendo da distribuição de vez, vencerão o vão de 20 m e de nada servirão os pilares colocados sob as
pilares e ou de exigências arquitetôuicas, pode ser mais interessante distribuir nervuras extremas. Esta é uma péssima solução. A inversão da situação,
as nervuras na direção do maior vão. com distribuição das nervuras na menor direção e das vigas principais na
maior direção, permite que a viga principal fique apoiada em pilares mais
---c=~~- pilares desnecess6rios
coso 1 í .r--- •( próximos diminuindo seu vão, e em conseqüência suas dimensões, resultando
numa solução mais econômica e elegante.
nervura '. No caso 3, a laje apresenta os mesmos vãos do caso anterior, agora com a
' restrição de não se poder colocar pilares ao longo dos vãos maior e menor.
J. Neste caso, a distribuição das nervuras na direção do vão maior pode
l apresentar vantagens do ponto de vista arquitetônico, já que as dimensões
' das nervuras e das vigas principais podem resultar iguais.
viga principal ____....
-+ '
Algumas vezes tira-se partido da diferença de altura entre nervuras e vigas
principais, fazendo com que estas tenham outras funções arquitetônicas,
20,0 m tais como brises, parapeitos, ou os dois ao mesmo tempo.
Neste caso as nervuras devem ser dispostas na direção do menor vão e as Indícios de colapso
vigas principais na direção do maior vão e apoiadas sobre poucos pilares. A figura abaixo mostra alguns tipos de trincas que podem acontecer na laje
nervurada e suas causas.
Mais à frente, quando se discutir o comportamento das vigas de alma cheia,
/' serão explicadas as razões da ocorrência dessas trincas.
viga prin cip~
retração
nervuras
~~A
falta de armação
suficiente paro
força cortante
viga principal
Pré-dimensionamento
Função das armações
As armações que são usadas na laje nervurada são mostradas na figura. Uso de fórmulas empíricas
porta estribo As dimensões das nervuras dependem de seu espaçamento. Deve-se,
portanto, estabelecer primeiro o espaçamento entre nervuras para depois
determinar suas altura e largura.
Em princípio, o espaçamento mais conveniente será aquele em que toda a
laje (capa) seja aproveitada como área da compressão das vigas T. A norma
brasileira estipula que a extensão da laje adjacente à nervura, que pode ser
armação principal considerada como colaborante na compressão, é dada pela seguinte relação:
b disponível
As nervuras são armadas como qualquer viga. Armação longitudinal para b disponível = bo + 12 x d, onde:
absorver a tração causada pelo momento fletor e estribos para absorver a b disponível = largura da laje colaboronte no T
168 169
•"' CAPÍTULO 2 - Sistemas estruturais de concreto armado CAPÍTULO 2 - Sistemas estruturais de concreto armado
O valor de 94 em indica que, para a situação proposta, a mesa (porçãc Uso de gráficos
'-.to
:... horizontal do T) seja de 94 em para que toda laje seja participante do T.
Isso mostra que o espaçamento mais econômico entre nervuras não deve
·;..: lAJE NERVURADA
ser superior a 94 em. CONC~flO
H
t-+
1111 fllllll ]1 h=
48
4
100
xl.200=48cm
bo=4= 12cm
45.0~ ~ -+--+--+----:;
' "
300~I iíl~ ---+---+
l,Om
[11111111111111~1111111111111]}
ill
3
h= 100 x 12 = 36 em
000 ~
bo =--ª2_= 9cm o 9.0 12.0 15.0 27.0 30.0
4
H0,5 m
Lajes pré-moldadas
-----'"- As chamadas lajes pré-moldadas, não são de fato totalmente pré-moldadas.
!
Alguns elementos como a armação e parte das fôrmas chegam à obra já
I~ prontos. Outros, como o concreto da capa e os cimbrarnentos, são executados
in loco. Pela facilidade na sua execução e o consumo de pouca madeira na
execução da fôrma, este tipo de laje apresenta-se como a solução mais
econômica para vãcs até 7 ,O m. É também competitiva para vãos maiores.
v
o carregamento a ser vencido pela laje. aderência, pois a superfície de contato entre a vigota e o concreto da capa é
muito lisa. Isso faz com que, para esse tipo de laje, os vãos e as cargas
sejam limitados.
bloco ce.Um;co-zf
ou de concreto Normalmente, esse tipo de laje é usado para vãos de até 7,0 m. Para superar
copo I essa deficiência e poder utilizar esse tipo de laje para vãos maiores, foi
{concreto lançado no locoij criada uma solução em que o contato entre o concreto da capa e a vigota se
~Q -,,~j~a~á::l dá por meio de uma armação em forma de treliça. Esse tipo de laje recebe o
nome de laje treliça, nome oriundo da marca usada pelo primeiro fabricante
J 40/50/60 em J deste tipo de laje. Essa laje pode vencer com tranqüilidade vãos até 15,0 m
ou mais. A treliça não apresenta outra função estrutural além daquela de
garantir uma melhor aderência entre concreto novo e velho.
A espessura da capa varia em função da altura da laje. São usadas
normalmente espessuras de capa de 2, 4 e 5 em.
A execução de uma laje pré deve seguir os seguintes passos: execução de
cimbramento para apoio das vigotas e conseqüente apoio da laje enquanto
o concreto da capa não estiver curado. Normalmente, esse cimbramento é
executado com travessas- de sarrafos ou tábuas- apoiadas sobre pontaletes.
Dá-se uma pequena contraflecha no centro da laje, para garantir o seu nível ~
/S: zs: zs: zs r
quando do descimbramento (retirada dos apoios temporários de madeira).
elevação da vigoto treliçodo
O espaçamento entre pontaletes é da ordem de 1,50 m. Após o
posicionamento dos cimbramentos, são lançadas as vigotas de concreto,
usando como gabarito para seu espaçamento o bloco cerâmico ou de Critérios de uso
concreto. Após o posicionamento das vigotas, os vazios são preenchidos A laje pré é urna solução muito econômica e é imbatível para vãos pequenos,
com blocos. Após a colocação dos blocos, é lançado o concreto fresco. pois consome pouca fôrma. Entretanto, no item anterior, foram vistas
Depois de no mínimo 15 dias, retira-se o cimbramento e a laje estará pronta. algumas de suas limitações.
Recomenda-se cuidado ao andar sobre a laje enquanto o concreto estiver Em edifícios altos, a laje pré é pouco usada em razão da dificuldade de
fresco, pois os blocos são muito frágeis, rompendo-se com facilidade sob o transporte vertical e de riscos de acidente.
peso de urna pessoa, podendo provocar graves acidentes. Em princípio, usa-se a laje pré na direção do menor vão para que se tenha
Hoje são usadas vigotas protendidas, que apesar de custo mais elevado menor espessura. Entretanto, se no projeto houver uma direção
apresentam vantagens, tais como menor quantidade de cimbramento e maior predominante, prefere-se, por facilidade construtiva, manter todas as lajes
capacidade de vencer vãos e de suportar car.gas. nessa direção, mesmo que resultem lajes armadas na direção do maior vão.
172 ·. 173
I
I
I
CAPÍTULO 2 - Sistemas estruturais de concreto armado
Alvenarias podem ser locadas sobre a laje sem a necessidade de vigas, desde
que se tomem alguns cuidados:
l CAPÍTULO 2 - Sistemas estruturais de concreto armado
hl0=2cmdecapae 8andeb!oco
h 12 = 4 em de copa e 8 em de bloco
h 16 = 4 em de capa e 12 em de bloco
- Caso a alvenaria esteja perpendicular à direção das vigotas, usa-se laje h 20 = 4 em de capa e 16 em de bloco
com espessura imediatamente superior à espessura estipulada pela tabela
do fabricante para o vão e a sobrecarga adotados.
- Caso a alvenaria esteja locada na direção da armação da laje, deve ser
I h 25 = 5 em de capo e 20 em de bloco
previsto um reforço, que pode ser a simples colocação de duas ou mais II piso piso
~
forro
residE!ncial comercial
vigotas juntas, sob a alvenaria, ou a execução de uma viga chata com altura '
igual à espessura da laje. I '
h10
150
3,70
200
'
3,60
350
Lajes em grelha
No item anterior, viu-se que quando os vãos das lajes começam a crescer
muito torna-se econômico o uso de nervuras, resultando na laje nervurada.
Pré-dimensionamento No item anterior foi discutida a laje nervurada em apenas uma direção,
Para detenninação da espessura da laje são nsadas tabelas fornecidas pelos mas, analogamente às lajes maciças, que podem ser armadas em cruz, as
fabricantes, nas quais em função do vão e da sobrecarga pode-se determinar lajes compostas de nervuras podem tê-las também em duas direções. Neste
a espessura da laje, incluindo a espessura da capa. caso, em vez de serem denominadas lajes nervuradas em duas direç_ões
As espessuras mais utilizadas são: recebem' simplesmente o nome de grelha.
17Ll 175
CAPÍTULO 2 - Sistemas estruturais de concreto armado CAPÍTULO 2 - Sistemas estruturais de concreto armado
Em princípio, quaisquer duas vigas que se cruzem constituem um embrião Na prática, para simplificar o cálculo, sempre que ocorre tal situação, viga
de grelha. Normalmente neste caso, para simplificar o cálculo, despreza-se mais longa cruzando com viga mais curta- considera-se a viga de vão maior
o comportamento de grelha e consideram-se as vigas isoladas, uma apoiando- como apoiada na viga de vão menor.
se em outra. Mas há situações em que desprezar o comportamento de grelha
pode conduzir a um consumo maior de material ou à ocorrência de trincas
V2
indesejáveis na estrutura. na prática
zs
V2
Comportamento da grelha
Imagine duas vigas que se cruzem no seu ponto médio. Suponha que as Imagine-se uma segunda situação: as vigas agora possuem os mesmos vãos
duas vigas tenham as mesmas seções e vãos diferentes. Suponha também e seções diferentes. Suponha-se, como no caso anterior, a aplicação de uma
que uma carga P seja aplicada nó ponto de encontro das vigas e que, em carga P no ponto de encontro, com cada viga recebendo em princípio metade
princípio, considere-se que cada uma das vigas recebe metade da carga da carga. Considere-se, inicialmente, cada viga independente da outra; neste
aplicada. Se as vigas não estivessem interligadas e pudessem trabalhar caso a viga de menor altura, menos rígida, teria uma deformação maior que
independentemente, a viga de vão maior deformaria mais que a de vão menor. a viga de maior altura, mais rígida. Como na realidade, no ponto de encontro,
Entretanto, como elas têm em comum o ponto de cruzamento, a deformação as deformações são obrigatcriamente iguais, tudo se passa como se a viga
das vigas nesse ponto deverá ser obrigatoriamente a mesma: nem tão grande mais alta sofresse um acréscimo de carga e a viga mais baixa um alívio.
como a da viga de vão maior e nem tão pequena como a da viga de vão Crescendo a diferença de alturas entre as vigas, o alívio e o acréscimo vão
menor, mas um valor intermediário. Thdo se passa como se a viga de vão crescendo, de forma que a partir de um certo ponto a viga mais baixa, por
maior fosse aliviada e a de vão menor fosse sobrecarregada. ser menos rígida, pode ser considerada como apoiada na viga mais aha.
Esta é a consideração simplificadora, normalmente feita na prática, quando
V1 ti ocorre cruzamento de vigas de alturas diferentes.
lJ~~~,E~----~~ J ~
--ç --f".
V1
p
J I •
L
p
p
I
I
~"2
I
t~
V2 V1
"" ,;'
lT~LJ =j:?E
.I
hV1 = hV2
S1 ~ &2 +J_ ___<Cc___.J,..j.
176 177
CAPÍTULO 2 - Sistemas estruturais de concreto armado CAPÍTULO 2 - Sistemas estruturais de concreto armado
Neste caso, têm-se 100 forças de interação, que são as iucógnitas a serem
no prático
Vi V2
determiuadas. Para calcular uma grelha, é necessário resolver um sistema
LS zs
Vi com um número muito grande de equações, o que só se torna viável por
meios computacionais.
Imagine-se uma terceira situação. As vigas têm os mesmos vãos e as mesmas
seções. Neste caso, trabalhando juntas ou não, as vigas apresentarão sempre,
no ponto de cruzamento, as mesmas deformações. Portanto, nenhuma delas
irá receber acréscimo ou alívio de cargas. Cada uma receberá, de fato, metade
da carga. Neste caso, não se pode considerar, para simplificar os cálculos,
viga apoiando-se em viga, pois se estará muito afastado da realidade. "'
Qualquer consideração de viga apoiada em viga resultará em
superdimensionar a estrutura ou criar a possibilidade do aparecimento de legenda
triucas. Nesta terceira situação, tem-se, de fato o embrião de uma grelha, ou deformação real ---
seja, vigas que trabalbam conjuntamente não havendo hierarquia entre elas. deformação se não
houvesse vigas longitudinais
X resistência ao giro do viga transversal
aplicada pelas vigas longitudinais
I
O número de iucógnitas pode ser ainda maior se for considerado também o
I~
I /P efeito de iuteração da rigidez à torção das vigas.
•V=i==~v As vigas longitudiuais restriugem a deformação à flexão das transversais e
vice-versa. Com isso, há um alívio no momento fletor das vigas numa e
I noutra direção. Ao considerar mais esse efeito favorável, introduzem-se
-+l
mais iucógnitas, tomando o cálculo mais volumoso. Outro fator que pode
ser levado em conta, embora comumente desprezado, é o efeito da laje. Ao
contrário da laje nervnrada, na qnal a laje apresenta importante iufluência
no comportamento das nervuras, na grelha ela pode ser desconsiderada. Do
ponto de vista arquitetônico, este fato gera a possibilidade de criar vazios
V1 =V2 Õ = deformação quer sejam entre as nervuras da grelha sem perda considerável de resistência.
vigas independentes ou não
Critérios de uso
Quanto mais vigas se cruzarem mais complexo se tomará o comportamento Como já foi comentado, a grelha pode ser comparada à laje maciça armada
do sistema. Há uma iuteração entre as vigas de sorte que, nos pontos de em cruz. Como nesta, a grelha apresenta esforços significativos nas duas
cruzamento, algumas vigas são aliviadas e outras sobrecarregadas. A direções. As grelhas, por esta razão, são predomiuantemente usadas quando
determinação dessas forças de interação é que constitui o cálculo de uma os espaços tendem para o quadrado. Na prática, o uso da grelha é iuteressante
grelha. quando o maior vão é menor ou igual ao dobro do menor (lembrar laje
Por exemplo, considerando-se uma grelha com dez nervuras em uma e em armada em cruz).
outra direção, haverá, para cada ponto de cruzamento, uma força de iuteração O uso da grelha começa a ser economicamente viável para vãos acima de
que pode ser de alívio, acréscimo ou nula. J,O X 7,0 TIL
178 179
CAPÍTULO 2 - Sistemas estruturais de concreto armado CAPÍTULO 2 - Sistemas estruturais de concreto armado
A grelha, por seu comportamento espacial, adapta-se bem a vãos irregulares. Nesta disposição, as nervuras encontram-se na direção mais adequada para
absorção dos esforços de flexão. Esta solução nem sempre é usada, por
apresentar maior dificuldade de execução quando comparada com a
distribuição tradicional, com nervuras perpendiculares às vigas principais.
Pré-dimensionamento
'/I
Uso de fórmulas empíricas
A altura das nervuras das grelhas é dada pela seguinte relação:
As nervuras nas grelhas podem ser dispostas ortogonalmente ou com outra
forma qualquer. Disposições mais complexas dificultam o cálculo e a h~ 4% L+ i
execução da grelha 2
A figura anterior mostra uma solução interessante, criada por Pier Luigi 1 I
180 181
CAPÍTULO 2 - Sistemas estruturais de concreto armado
,
I
CAPÍTULO 2 - Sistemas estruturais de concreto armado
Uso de gráfico
3,0
o 5 15 20 25 50
Lajes cogumelo
De maneira geral, denomina-se laje cogumelo à placa de concreto armado
apoiada diretamente sobre pilares. armação segundo esforços reais
É conhecida também como laje sem viga. Nem toda laje que aparenta ser
executada sem viga o é. A execução desse tipo de armação é muito trabalhosa, daí dimensionar-se a
Existem lajes em que as vigas são invertidas, dando a impressão de não laje cogumelo considerando um comportamento mais simples e diferente
existirem. do real mas sem prejuízo para a segurança da estrutura.
O comportamento simplificado supõe a laje composta de vigas chatas
Comportamento contínuas, distribuídas em duas direções e apoiadas sobre os pilares.
O comportamento da laje cogumelo pode ser facilmente entendido por uma Como em qualquer viga contínua, ocorrem momentos fletores negativos na
simples analogia: imagine-se uma lona apoiada em um mastro central. região dos pilares e positivos nos vãos.
Portanto, as armações
I A laje cogumelo apresenta,
negativas são reforçadas o o ainda a possibilidade de uma •
junto aos pilares e as I
I
distribuição livre dos pilares, • • •
I o que pode ser muito • •
positivas, no meio dos vãos. o o
ãc I interessante do ponto de vista • •
Com esse expediente '6
I • •
consegue-se urna forn1a de
cálculo mais simplificada e
'"'ª
c
..Q lI
arquitetônico.
uma armação mais fácil de ser t•o ! Entretanto, a laje cogumelo pode apresentar desvantagem econômica, em
u
executada. razão de exigir um consumo alto de concreto e de aço, o que muitas vezes
pode inviabilizar seu uso.
Pré-dimensionamento
viga chata
pilares
Uso de fórmula empírica
A espessura da laje é determinada em função do espaçamento entre pilares.
corte transversal Quando esse espaçamento não for uniforme, procura-se, com bom senso,
encaixar um retãngulo entre quatro pilares próximos.
Por não ter vigas, a laje cogumelo fica sujeita a altas tensões de cisalhamento
junto aos pilares. Esse fenômeno recebe o nome de pnnção. Dependendo da
intensidade da tensão de punção, o pilar pode furar a laje. Três são as formas
de evitar a punção. Uma é o aumento da espessura da laje (solução
O pré-dimensionamento é
feito em função dos lados do
retângulo mais desfavorável
;
..:::;\
. .!)/
/
i~--
·~.._,
l•
- -._·_L_.·-~e,:_i-_-·"_l.
antieconômica), outra é o aumento da dimensão do pilar, e a última- a mais (maior espaçamento entre 4
usada - é a execução do capitel. O capitel é um espessamento da laje apenas pilares). • ___·. . .__/ e; /
nas proximidades do pilar. A existência do capitel dota a laje de um aspecto .
formal que lembra um cogumelo. Como o uso do capitel era muito freqüente,
toda laje desse tipo passou a se denominar laje cogumelo. Hoje, apesar de Devem também ser respeitadas as dimensões mínimas exigidas pela Norma
não ser mais comum o uso de capitel, ainda perdura a designação. Brasileira.
h1 l (~30cm
b mfnimo ~ ~ 2~
l"
:r:
..b__
15
b mínimo
adota-se o maior valor
Critérios de uso
Por não ter vigas, que representam descontinuidade na execução das formas A necessidade ou não de capitel é verificada pela possibilidade de pnnção.
e armações, a laje cogumelo é de fácil execução, principalmente se A espessura mínima que a laje deve ter junto ao pilar, para evitar o efeito de
comparada a outros tipos. punção, é dada pela seguinte fórmula:
Também por não necessitar de vigas, a laje cogumelo adapta-se bem a formas h~ _P_ onde
10 p '
bastante irregulares, como as formas amebóides.
h: espessura da laie
P: carga no pilar
p: perímetro do seção do pilar
1 CAPÍTULO 2 - Sistemas estruturais de concreto armado
\armação acompanhado
as linhas isosfáticos de tração
É óbvio que uma solução como esta, apesar de ser correta, é de difícil execução.
Por isso, na execução comum, as barras à tração são colocadas apenas na façe.
inferior da viga, sendo as tensões inclinadas absorvidas por barras dobradas a
o 1.5 3.0 4.5 6.0 7.5 13.5 15.0
45 graus ou por estribos.
LAJE COGUMELO
""""""
ESPESSURA EM CM - T
20.0 35.0 ullllllllllllllllu tt
1.
Para efeitos práticos, todas as questões a serem discutidas neste item serão
apoiadas no modelo simplificado, ou seja, o da ocorrência de momento
fletor, que provoca tração e compressão, e o da força cortante, que provoca
deslizamentos longitudinais e transversais.
Por convenção, quando o momento fletor provoca tração nas fibras inferiores
é considerado positivo, caso contrário negativo.
Em conseqüência, as armações colocadas na face inferior de uma viga
biapoiada recebem o nome de positivas. Em uma viga em balanço, as
o 1. 10.5 12.0 13.5 15.0
armações colocadas n~ face superior são denominadas negativas.
m ao
Além do momento fletor, também ocorre na viga a força cortante que, como
armação 1,
já se sabe, tende a provocar deslizamentos entre as seções horizontais e para compressão -v
verticais da barra. Esses deslizamentos normalmente acontecem ao mesmo /
tempo; como resultado, aparecem forças horizontais e verticais que se
convertem em forças de compressão e de tração inclinadas a 45".
'..,
As forças de tração são absorvidas por barras dobradas a45°, chamadas cavaletes, armação
poro tração
ou barras verticais, chamadas estribos.
Critérios de uso
H = forço de deslizamento horizontal
V = forço de deslizamento vertical As vigas de concreto armado moldadas in loco apresentam uma ligação
T = componente de tração de H e V,
inclinada a 45°, a ser absorvida contínua com os pilares. Para vãos de pequeno porte (até 8,0 m
por barros inclinadas ou por estribos aproximadamente) e pequenas cargas, essas ligações são consideradas como
apoios simples (vínculos articulados, móveis ou fixos).
Nesta situação, uma viga sobre dois pilares, como a da figura a seguir, pode
As barras dobradas a 45" (cavaletes) são mais eficientes na absorção das
ser considerada simplesmente apoiada sobre os pilares, ou seja, um apoio
tensões de cisalharnento (tensões provocadas pelas forças cortantes), já que
articulado fixo e outro móvel.
estão na direção das forças de tração. Entretanto, boje são pouco usadas por
apresentarem maior dificuldade de execução.
cavalete /estribo
'-.(111 I I I I I I lll:lliL
189
CAPÍTULO 2 -Sistemas estruturais de concreto armado
l ! CAPÍTULO 2 - Sistemas estruturais de concreto armado
produzidas pelos momentos pequenas, passando muitas vezes despercebidas, o que toma a situação mais
que se desenvolvem nos nós. armação para delicada, impondo-se o imediato escoramento e o posterior reforço da viga.
tomar o nó rígido
Pré-dimensionamento
As vigas de concreto moldadas in loco quando apoiadas em mais de dois
pilares são normalmente consideradas contínuas, pois o próprio sistema Uso de fórmulas empíricas
construtivo leva a essa consideração. Já nas estruturas pré-moldadas, a
Vigas biapoiadas sem balan~o
tendência é considerar os vãos independentes como várias vigas biapoiadas.
Valem para as vigas de concreto armado, como para outros materiais, as
relações entre balanços e vãos vistas anteriormente nas página 76 da primeira h= 8%dovão,
para cargas pequenas
parte deste livro. Lembrar que essas relações são usadas para minimizar os
esforços de flexão nas vigas. h= 10% do vão,
para cargas médias
[
paro cargos grandes
No caso I, a trinca é uniforme, em toda a altura da seção e não muito Vigas biapoiadas com balanços
profunda. Este tipo de trinca indica ocorrência de retração no concreto. Sua Neste caso, verifica-se a altora da viga tanto pelo vão, utilizando as regras
existência não sinaliza possibilidade de colapso da viga, mas deve ser tratada anteriores, como pelo maior balanço. Adota-se como altora da viga o maior
para que se evite deterioração da annação. dos dois valores.
No caso 2, as trincas apresentam aberturas variáveis ao longo do vão, Caso seja interessante ou necessário, pode-se adotar altoras diferentes para
crescendo para o meio do vão. A abertura é maior na face mais tracionada o balanço e o vão central. Neste caso, apesar de economia de concreto,
da viga, dinrinuindo no sentido do eixo da viga. pagem ocorrer maiores dificuldades construtivas.
190 191
CAPÍTULO 2~ Sistemas estruturais de concreto armado
1 CAPÍTULO 2 ~ Sistemas estruturais de concreto armado
A altura do balanço é pré-dllnensionada, com as seguintes relações: Verifica-se a altura da viga pelo vão, conforme item anterior, e pelo balanço.
Adota-se o maior valor. Para largura, adotam-se as relações anteriores.
h = 16 % do balanço, poro cargos pequenos
h = 20 %do balanço, paro cargos médios
h = 24 % do balanço, para cargas grandes Uso de gráfico
pelo vão,
I pelo balanço
u u
se for cargo pequeno VIGA DE CONCRETO
h~-->600 8 h=~x200
100 100
h= 48cm
60m 20m h= 32cm
adota-se h = 48 em
l ul
'
1
L
~
S,Om
pelo balanço
l
~
3,5 m j;
/j
2,0 m 1
?
Quando houver a necessidade da passagem de tubulações maiores e em
h=~ x500=30cm h=~x200=32cm adota-se h = 32 em
posições diferentes da recomendada, a viga deverá ser verificada pelo
100 100 poro todo o viga calculista da estrutura.
_ .. ..•.
- :..·.:· ... - ~~-. 193
CAPÍTULO 2 - Sistemas estruturais de concreto armado CAPÍTULO 2 - Sistemas estruturais de concreto armado
O·,.
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VIGA VIERENDEEL
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• ·o-; armações t1p1cas
~ dos n6s poro
garantir rigidez
Pré-dimensionamento
DO Viga vagão
O uso de viga vagão de concreto armado não é muito comum, apesar de
possível. Normalmente a utilização de vigas de concreto armado desse tipo
ocorre como alternativa para reforço, seja provocada por reforma, seja por
lO,Om I'
.I problemas de dimensionamento .
II
!'
CAPÍTULO 2 w Sistemas estruturais de concreto armado CAPÍTULO 2 - Sistemas estruturais de concreto armada
Uma situação bastante interessante de sua aplicação surge ocorre quando Para evitar a flarnbagem, cuídados especiais devem ser tomados em relação
há necessidade de supressão de um pilar de apoio da viga. Neste caso, o vão ao travamento adequado e às dimensões da seção do pilar. O travamento de
da viga aumenta, alterando os esforços originais e determinando a um pilar deve ser feito pelas vigas ou, excepcionalmente, pela laje, o que
necessidade de reforço. não é o mais indicado. Se em uma das direções não houver vigas, 0
situação original ancoragens comprimento de flambagem nessa direção fica duplicado (ng. o).
dos cabos
cabo de = h = comprimento de
reforço flambogem nas
Pilares duas direções
Os estribos, por sua vez, têm a função de evitar a flambagern das armações - Para pilares com mais de 4,0 m de altura livre (não travados por vigas ou por laje).
longitudinais, comprirrtidas. Assim, quanto mais finas forem as barras
longitudinais, menos espaçados deverão ser os estribos.
A>eo;ac ~-P-
BO [em ' ), onde:
A norma recomenda para espaçamento máximo entre estribos o valor de 12 A-,;.;, = órea necessório poro a seção do pilar em cm2
vezes o diâmetro das barras longitudinais. Sabe-se que o fenômeno mais
P = carga atuante no pilar
problemático nos pilares é o da flambagem. A flambagem é a perda da
estabilidade do pilar sob a ação de forças de compressão. Num pilar de Para a determinação da carga atuante no pilar, usa-se o processo da área de
concreto armado, a flambagem depende da carga aplicada, do comprimento influência. Área de influência é a área de carga hipoteticamente depositada
não travaqo da barra e da forma da seção. em cada pilar.
CAPÍTULO 2 - Sistemas estruturais de concreto armado
CAPÍTULO 2 - Sistemas estruturais de concreto armado
Para detemriná-la, parte-se do fato de que dois pilares contíguos recebem, Devem ser ainda respeitadas as dimensões mínimas da N arma:
cada um, uma parcela de carga proporcional à metade da distância entre b , . h livre
m1n1mo=~,
eles. Portanto, a área de influência é detenninada pelos comprimentos
correspondentes à metade das distâncias entre os pilares, em ambas as ou seja, a menor dimensão da seção do pilar, numa direção, não poderá ser
direções. mferior a 1/25 da altura livre do pilar naquela direção. Entende-se por altura
livre o comprimento não travado do pilar.
P1 P2 P3
I
E
AI A2 A2
A!; A7
P4
I
Ih H"e oo direção y - (hiy)
bl ~ _!>Ir.
25
No
I I b2~~
~h livre no direção y ....... (hly) 25
' '>i<
2,0 m 2,0 m :f x I
4,0m
Uso de gráficos
A4 = (1,5 m + 2,0 m) x (1,5 m + 1,0 m) = 8,75 m2
Gráfico para carga nos pilares
Para determinar a carga que incide sobre os pilares, multiplicam-se suas
respectivas áreas de inf]uêucia por uma carga hipoteticamente distribuída
sobre toda a área do edifício. Essa carga engloba as cargas de peso próprio,
as sobrecargas e as alvenarias. Os valores dessa carga são:
- Paro piso = 800 kgf/m 2
- Para cobertura = 600 kgf/m 2
Os valores acima são as médias obtidas nas edificações, podendo ser
aumentados ou diminuídos em casos especiais, ou conforme nosso bom
senso recomendar. Quando o edifício for alto, a carga devida à área de
influência, em cada pavimento, deverá ser multiplicada pelos números de
pavimentos acima do pilar.
Resumindo, a detemrinação da carga em um pilar qualquer é dada por:
P = {A influência x q piso) x n + A influência x q cobertura, onde:
P = carga no pilar;
A influência = área de influência do pilar;
n = número de pavimentos;
q piso = 800 kgf/m 2;
q cobertura = 600 kgf(m2.
199
CAPÍTULO 2 - Sistemas estruturais de concreto armado
CAPÍTULO 3
d
I adaptar de maneira forçada ao projeto arquitetônico. Ou, ainda, que este
tenha que ceder às necessidades da estrutura, prejudicando sua estética ou
L funcionalidade, sofrendo, em situações extremas, modificações profundas.
Não existem regras definitivas e precisas para o lançamento da estrutura.
o 1.5 3.0 4.5 6.0 7.5 9.0 10.5 12.0 13.5 15.0
Aqui serão propostos alguns critérios que sirvam de ponto de partida para o
Deverá ser usada a maior dimensão obtida entre os dois gráficos. lançamento da estrutura. Nem sempre a primeira solução proposta é a melhor.
A norma recomenda ainda que a menor dimensão da seção do pilar nunca É recomendável que se estudem outras, no mínimo três, para que se possa
seja inferior a I O em. A tendência atual, com o uso de fôrmas prontas, é escolher, dentre elas, aquela que melhor atenda à interação entre arquitetura
interessante determinar a dimensão do pilar juntQ à fundação e mantê-la e estrutura, do ponto de vista estético e ou técnico e econômico.
inalterada até a cobertura, mudando apenas a armação. Apesar do aumento Para registrar as tentativas de lançamento, deve ser colocado um papel-
do consumo de concreto, tem-se a vantagem de utilizar apenas um conjunto manteiga superposto à planta de arquitetura. Sobre ele, então, desenham-se
de fôrmas, economizando madeira e mão-de-obra, aumentando assim a as lajes, vigas e pilares.
velocidade de execução. Se for utilizado o processo tradicional de execução O lançamento pode ser iniciado por qualquer nfvel. Entretanto, a experiência
de fôrmas, pode-se variar a seção do pilar a cada 3 ou 4 pavimentos. Este é mostra que começando pelo pavimento intermediário pode-se chegar mais
o máximo reaproveitamento das fôrmas comuns. rapidamente à solução mais adequada.Usando o pavimento intermediário,
Pode-se ainda, até por tem-se mais domínio sobre como a solução proposta interfere nos pavimentos
exigências arquitetônicas, inferior e superior.
variar a seção do pilar a cada No lançamento da estrutura, deve-se evitar a angústia de ter de encontrar a
pavimento. Essa opção, sem melhor solução.
dúvida, implica maior vorióvel Deve ser lembrado que a melhor solução não existe; existe sim, uma solução
dificuldade de execução. muito boa que atende a determinados parâmetros preestabelecidos, de ordem
estética, construtiva e econômica. Essa boa solução surgirá das várias
Passagem de tubulação nos pilares tentativas que se fizer.
Como já comentado para as vigas, permite-se a passagem de tubulações Para orientar as tentativas, serão apresentados nos próximos itens alguns
pelos pilares, em qualquer direção e posição, sem necessidade de verificação critérios para locação de lajes, vigas e pilares.
prévia, se o diâmetro dessa tubulação não for maior que 1/6 da dimensão do Os primeiros critérios apresentados tratam de locação de vigas, já que a
pilar no plano ortogonal ao eixo da tubulação. Se não se verificar essa locação da laje é resultado da locação das vigas.
condição, o calculista da estrutura deverá ser consultado.
'
;
I
CAPÍTULO 3 - Critérios para lançamento da estruturo sobre o projeto de arquitetura 1
!
CAPÍTULO 3- Critérios para l?nçamento da estruturo sobre o projeto de arquitetura
I
i Locação de vigas solução boo
~! I
Sendo impossível atender a este critério, recomenda-se que a parede ou,
também seu revestimento sejam executados mais tarde, quando a laje já
ll l2 tiver sofrido as maiores deformações.
Pode-se prescindir da viga quando a alvenaria estiver locada a menos de l/4 do
vão. Nesta posição, as lajes são mais rígidas e os efeitos das deformações
sobre a alvenaria podem ser desprezados.
y,
Q '
solução ruim
alvenaria/
corteM
ireaçã~ de baixo
para CJmo
'
<Jl.
- 4
Neste caso, a eliminação dessa viga (Vs) é mais interessante, fazendo com
que a laje menor esteja em balanço em relação à maior. -Sempre que possível, as vigas devem ser locadas sobre alvenarias. Pretende-
Do ponto de vista construtivo, a elinrinação da viga facilita a execução das se, com isso, evitar que as lajes se apóiem sobre as alvenarias, introduzindo
fôrmas. esforços não previstos no cálculo.
202 -~ ..
CAPÍTULO 3 - Critérios poro l?nçomento do estrutu~? sobre ? proj_~to de o_~quitetura
l CAPÍTULO 3 - Critérios paro lançamento da estrutura sobre o projeto de arquitetura
froçõo superior comportamento A ausência de um número maior de pilares pode causar angústia e
não prevista real
insegurança.A proposta de usar o mínimo possível de pilares deve ser muito
bem justificada, para evitar transtornos econômicos, técnicos e até
psicológicos.
F<!"-- alvenaria Em obras de médio e pequeno porte, inclusive ediffcios altos, o espaçamento
comportamento econômico entre pilares é de 4 a 6 m.
previsto
- Os pilares devem ser locados de forma que as vigas resultem com vãos da
mesma ordem de grandeza.
Diferenças de até 20% de um vão para o outru são aceitáveis. Deve-se evitar
a situação que aparece na figura.
comportamento alvenaria
real previsto
P1 V1 P2 P3
Pode-se ver, pela figura acima, que usando a viga sobre a alvenaria define- ~·~=====================iã=====~~~
se jã na fase de projeto o seu apoio, armando-se a laje de forma adequada
Caso se torne impossível o uso da viga sobre a alvenaria, recomenda-se
que esta só seja executada depois que a laje teuba sofrido as maiores
deformações.
Quando a alvenaria estiver locada a menos de 1/4 do vão da laje, pode-se
prescindir do uso da viga. Nesta situação, as deformações da laje junto à
alvenaria são pequenas e o efeito de apoio é desprezível.
- Sempre que o uso de uma viga interferir esteticamente no pavimento
inferior, e quando for possível, pode-se inverter a viga, isto é, colocar a laje
na face inferior da viga.
de maneira semelhante a
qualquer viga direta, não t +
\
necessitando de tratamentos viga invertida
~coação
especiais.
de
corteM baixo para
Locação de pilares cimo no pilar
Em princípio, em qualquer edificação seria suficiente o uso de apenas um
pilar. Não é difícil imaginar que uma solução como esta tornaria a estrutura
mais complexa e muito mais cara. ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~
P1~
O número de pilares em um ediffcio deve ser dosado de forma que a estrutura solução boa
. ?n~
~PITULO
I 3 - Critérios para lonçamento do estruturo sobre o projeto de arquitetura
. -- . . - . -
Quando a viga é carregada, seu vão maior tende a fazer com que o menor CAPÍTULO 4
seja solicitado exclusivamente por momentos negativos, provocando reação
negativa no apoio extremo do vão menor. Estrutura dos edifícios altos de concreto armado
O pilar desse apoio acaba atuando mais como tirante do que como pilar. Em Em princípio, a estrutura de um edifício alto em nada difere da estrutura de
uma situação como esta, é preferível eliminar o apoio extremo, um sobrado. O comportamento dos elementos estruturais, o lançamento da
transformando o vão menor em balanço. Isso torna a execução mais simples estrutura e o seu pré-dimensionamento seguem os mesmos critérios.
e a estrutura mais econômica. A diferença no comportamento do edifício alto ocorre quando ele é solicitado
- Os pilares devem, sempre que possível, ser locados de forma que se criem pelas forças de vento.
balanços que aliviem vãos centrais. A figura a seguir volta a mostrar as Em edifícios de concreto armado de pequena altura e não esbeltos, grosso
relações mais interessantes entre balanços e vãos centrais. modo de até 6 pavimentos, o efeito do vento pode ser desprezado. A partir
daí, ele passa a ter grande importância no comportamento da estrutura.
f Deve haver então a preocupação em dotar a estrutura de condições para
absorver os novos esforços.
s;H
u 2/7 f
O vento que incide nas paredes do edifício é absorvido pela laje que,
trabalhando como uma grande viga horizontal, transmite as forças geradas
I para elementos verticais rígidos, chamados painéis de contraventamento.
Esses painéis podem ser formados por pórticos, paredes ou pela utilização
e simultânea desses dois elementos.
O pórtico, como se sabe, é um sistema estrutural formado por barras ligadas
c=:u
I 115 f I 3/Sl
~
I 1/Sl I
a nós rígidos. O pórtico, por ter os nós rígidos, é capaz de absorver forças
horizontais aplicadas sobre ele, desenvolvendo nas barras esforços axiais,
de tração e de compressão e esforços de flexão.
- Os pilares devem ser locados de forma que sejam contínuos, da fundação O pórtico, nos edifícios altos, é formado pelas vigas e pelos pilares.
à cobertura. Evita-se, com isso, vigas de transição, que encarecem a estrutura. Em estruturas de concreto armado, o uso do pórtico é a melhor maneira de
- Sempre que possível, os pilares devem ser locados no encontro das vigas. absorver as forças do vento. Se os pórticos forem considerados articulados
Este é um critério desejável mas não obrigatório, já que vigas podem, sem junto à fundação, transmitem a ela apenas forças verticais e horizontais,
problema algum, ser apoiadas em outras vigas. tornando a solução de fundação mais econômica.
O único inconveniente é que, ao se apoiarem em outras, as vigas depositam,
nestas, cargas concentradas que tendem a aumentar seus esforços, tornando-
as mais caras.
- Sempre que possível, os pilares devem ser locados de forma que se
encontrem em uma mesma linha, para facilitar a locação em obra.
')(\,!.
?()7
CAPÍTULO 4 - Estrutura dos edifícios altos de concreto armado CAPÍTULO 4 - Estrutura dos edifícios altos de concreto armado
caixa de escada
O us~ d.e paredes para contraventar o edifício é menos econômico que 0 uso
do port:tco. Uma parede comporta-se como uma grande viga vertical em
i bal":"ço, eng-:stada na fundação. Essas paredes, além de transmitir cargas
vert:tcrus e honzontais, também transmitem grandes momentos às fundações,
encarecendo-as. O contraventamento do edifício por paredes só deve ser
~~~l:Z;::=:;~~;~~===:r<E--
usado quando o uso de pórticos for insuficiente ou impossível.
Uma terceira possibilidade de contraventar o edifício é o uso concomitante
posição original
do edifício de pórticos e de paredes.
tt ttt ttttttttt ~cmgosdevento
caixa de elevador
-'--'--"·.
?
.,
CAPÍTULO 5
~·-
Uma vez decidida a solução estrutural do edilicio, deve-se registrá-la na
forma de desenho, que possa ser interpretado pelos carpinteiros que irão
executar a fôrma que conterá o concreto quando fresco. Uma planta de
i
fôrmas deve mostrar a posição dos elementos estruturais, identificá-los por
nome ou número e indicar suas dimensões. Para uma boa visualização, as
plantas de fôrmas são normalmente desenhadas na escala I :50.
Para localização das vigas e pilares usa-se o desenho em planta. A locação
e largura das vigas são dadas por linhas de cota que fornecem a distância
entre suas faces. Os pilares são locados por meio de eixos.
Desde que não haja alteração da posição dos pilares nos demais pavimentos,
a sua locação é feita apenas nas plantas de fundação. Em estruturas mais
complexas, faz-se planta específica de locação de pilares.
Os cortes podem ser indicados ao lado das plantas ou mais comumente
sobre as próprias plantas (corte rebatido).
''' '''
' '
' '
( -- ___________Jk~~~~~~a~~·---
-~--- ( ~
\, - ---------------++--------------r:
: : vi_ga
-\corte "batido
: : d1reto
''' '''
.211
CAPfTUlO 5 - Execução e interpretação de plantas de fôrmas CAPfT~lO 5 - Execução e interpretação de plantas de fôrmas
Para numeração das lajes e das vigas, usam-se números que possam A figura a seguir mostra um pequeno exemplo de uma planta de fôrmas.
identificar mais facilmente o nível em que elas se encontram. Assim, no
térreo usa-se numeração que vai de 1 a 99; no primeiro pavimento,
numeração de 101 a 199, no segundo de 201 a 299 e assim por diante.
As dimensões dos pilares são dadas ao lado de sua numeração, usando
parênteses, ou então, quando possível, em uma nota geral. As dimensões de VTOJ (20 X 60) ~
lajes e de vigas são dadas ao lado de sua identificação ou nos cortes. (2Dx2D)PJ
I"F:::::~pc=~F==:::::;;:::=====~Iil 1'2(20. 201
As faces das vigas invertidas são desenhadas com linhas tracejadas, como I
se a estrutura estivesse sendo vista por baixo.
Nos cruzamentos de vigas aparecerá ou não uma linha, dependendo das .20+I-----•-·o_s_+---+l~-...:3c..s:.:s_...:_..ff·'o
.12
alturas relativas das vigas.
vigas de vigas de
mesmo altura alturas diferentes
{20 20) P3
X
'o
V102 (12x40) ~ P4(30x 12) :> ~
!==~~,:;.c'==#==#=====~=:'::::=:::I.J Ps(20âOJ
(20 x20JP6 1,()
2o~~--iLc'oi3.-'---~~=·~-o~s~+-----...:•=-6~s____-+~2o
[d 8) .12
o" ~ + 2.95
" N
& =
:g L104
(d=8)
~I ~=
"-
planta 1'1
:> Vl 041[20 X 60)
>
vigas de (20 X 20) P7
mesma altura P8[20 X 20)
PlANTA
vigas de
alturas diferentes
LSJ pilar que nasce sobrecarga = 200 kgf/m 2
212 ~···
:!
CAPÍTULO 6
ormoçõo em elevoçõo
1m 1
I 1m I
ormoçõo
de apoio
dos estribos G) 2 0 6,3 C= 476 N= 2
----~ ------~~--~-----------------
2 em de
recobrimento
it it
ra;::==.=.-:===~
;... .·-.····. ..,.,
o.·-. S'.5
3 012,5 20cm
;ól N ~ 47
476
As annações que aparecem em elevação dentro da viga são detalhadas fora, Em cada prancha é feita uma tabela contendo informações sobre tipo, bitola
onde recebem um número- denomiuado posição da annação. São indicados quantidade e comprimento das barras de aço utilizadas. E também feit~
o diâmetro da barra (bitola), sua quantidade, as dimensões retas e dobradas, uma tabela-resumo com comprimentos e pesos totais por diâmetro, para
a existência ou não de ganchos, o número de repetições e o comprimento permitir a compra de material.
total (comprimento de corte).
Tabela-resumo de arma~ão
comprimento quantidade
posição 0 N c N,c
bitola total da posição com repetições (mm) (em)
c • 1 6,3 2 476 952
L comprimento do dobm, jó
descontado recobrimento de 2 em
476
L comprimento reto, ió descontado
recobrimento de 2 em
3 12,5 2 548 1096
Tabela-resumo CA 50
Na elevação são fornecidos ainda os espaçamentos dos estribos. Seu
comprimento peso unifório
detalbarnento é feito no corte. Os estribos são sempre distribuídos a partir 0
(m)
peso total
(kgf/m) (kg~
da face do apoio da viga e seus espaçamentos variam geralmente entre I Oe
ZOem. 6,3 63,20 0,25 15,78
l
D
total 29,50
CD E
u
E
u
o v
v
® "'
@estribo
..... 0 6,3
20cm
I 14 em
c/ 20
c~ 105
N ~ 33
CD 2 0 6,3 c~ 476 N~ 2
476
~ L---------~®~2__0_1_2,_5~~c~~--5_48___N__~_2________~1~
476
CAPÍTULO 7
Fôrmas
As gravatas são enrijecedores de madeira (normalmente sarrafos de 5 em)
pregados nas faces das fôrmas das vigas e dos pilares, para evitar que elas
se abram ou deformem sob a ação dos empuxos aplicados pelo concreto
mole.
Quando as gravatas são muito espaçadas, ou mal pregadas, pode ocorrer a
abertura lateral das fôrmas, provocando alargamento nas dimensões da seção
transversal das vigas e dos pilares. Com isso, ocorre um consumo maior de
concreto, ou de argamassa e de mão-de-obra utilizadas para acertar o defeito.
Dependendo das dimensões da peça, as gravatas devem estar afastadas de
25 a 40 em.
gravatas
Arma~ões
A distância entre estribos nas vigas e nos pilares deve ser rigorosamente
atendida Nas vigas, o erro no distanciamento dos estribos pode provocar
danos perigosos, principalmente na região próxima aos apoios.
. 219
CAPÍTULO 7 - Cuidados na execução e consequêncios dos erros CAPÍTULO 7 - Cuidados no execução e consequências dos erros
i i
Nos pilares, este erro pode provocar flambagem das barras de aço A forma de reverter os efeitos de enganos deste tipo, depois de efetuada a
longitudinais, fazendo o pilar perder toda a sua eficiência, pondo em risco a concretagem, é a demolição pura e simples das peças concretadas.
estabilidade da estrutura. A reação química de hidratação do cimento gera calor.
Nas lajes e nas vigas devem ser verificadas as posições das armações O calor liberado será maior quanto maior for o volume de concreto. Por
positivas e principalmente das negativas, que comumente sofrem isso, na concretagem de peças de grande volume, devem ser previstas
deslocamentos durante a concretagem. soluções para baixar a temperatura, sendo uma alternativa muito utilizada a
A modificação no posicionamento das armações pode diminuir a altura útil do gelo agregado à massa de concreto.
da peça, diminuindo sua resistência.
Em peças de grande massa ou altura, devem ser empregadas armações de Vibração
costela, usadas para absorver esforços oriundos da retração. A falta deste O concreto deve ser vibrado logo após seu lançamento. A vibração deve se
tipo de armação pode provocar fissuras de dificil recuperação. dar na massa do concreto ou nas paredes das fôrmas. Não é permitida, em
Deve ser dada grande atenção à ligação ente as armações de pilares e de hipótese alguma, a vibração através da armação, hábito comum entre o
vigas, principalmente se essa ligação pertencer a um nó de pórtico. pessoal de obra. A vibração na armação provoca separação entre esta e o
Cuidado especial devem merecer esperas de armações para pilares e vigas. concreto, diminuindo a aderência entre os dois materiais.
Não são muito raros os casos em que essas esperas são esquecidas durante A interrupção da concretagem, quando absolutamente necessária, deve ser
a execução da obra. feita em pontos onde a estrutura é menos solicitada, deixando no concreto
uma inclinação de aproximadamente 45°. Interrupções por longo perlodo
Concretagem devem ser acompanhadas do tratamento da superfície do concreto mais
A concretagem deve ser cuidadosa, de forma que não deixe vazios (ninbos). antigo com cola à base de epóxi, para que se garanta a continuidade da
O concreto deve ser lançado de altura inferior a 2,0 m, de maneira que não superfície.
desagregue, evitando que somente a nata ou a pedra se depositem.
Erros de concretagem podem prejudicar a aderência entre o aço e o concreto, Cura
diminuindo a resistência da peça. A cura deve ser acompanhada de freqüente umidificação da superfície
A resistência do concreto - exigida pelo projeto, quando o concreto é exposta do concreto, para prevenir retrações danosas à peça.
misturado na obra - deve ser alcançada com cuidadosa mistura. Não se Deve-se evitar que fortes chuvas caiam sobre a peça recém-concretada
recomenda fazer mistura aleatória, com carrinhos de mão. cobrindo-a com lona '
Recipientes especiais são necessários para garantir a relação volumétrica A chuva forte pode provocar a lavagem do cimento, modificando o traço do
correta entre o cimento, a areia e a pedra. A relação entre água e cimento concreto e alterando a sua resistência.
deve ser rigorosamente contrulada.
Erros na execução do concreto podem produzir material com resistência Desforma
bem inferior à exigida pelo projeto, prejudicando a estabilidade da estrutura. A desforrna deve começar pelas faces laterais das vigas e dos pilares. Esta
Em concretos usinados, o tempo entre a saída da usina e o seu lançamento desforma pode ser feita após 3 dias de cura.
deve ser controlado, para que não seja usado concreto que já tenha iniciado O descimbramento total da estrutura deve ocorrer após 21 dias.
o processo de cura Descimbramentos precoces produzem grandes deformações no concreto,
Cuidados devem ser tomados quanto ao pedido do concreto. aumentando muito o efeito da deformação lenta.
O projeto especifica o concreto em função de sua resistência característica O descimbrarnento deve ser feito de forma que se evite a inversão de esforços
(fck), já a usina usa como parâmetro a resistência aos 28 dias (fck28). na estrutura.
Falhas na comunicação entre obra e usina têm feito com que concretos de Balanços são desformados a partir de suas extremidades. Vãos devem ser
baixa resistência sejam fornecidos para obras de responsabilidade. descimbrados do centro para os apoios.
CAPÍTULO 7 - Cuidados na execução e consequêncios dos erros
l CAPÍTULO 8
u Ic-
---j
Outros sistemas estruturais de concreto armado
I
I
- "" As cascas
•
11 I
\
<:=-;
I 111
'\
As cascas são sistemas estruturais em que o concreto é muito utilizado.
Entre elas destacamos as abóbadas, as cúpulas, os conóides e os parabolóides.
ret1roda do retirada do
cimbramento cimbromento Para conhecer melhor o comportamento das cascas, recomenda-se que o
leitor consulte o livro do mesmo autor: A Concepção Estrutural e a
Arquitetura.
Abóbada
A abóbada pode ser projetada com apoios ao longo de suas extremidades
ou apoiada em pilares isolados. No primeiro caso, a preocupação principal
reside na absorção dos empuxos. Cuidado especial deve ser tomado quando
a abóbada é apoiada em vigas. Neste caso, as vigas de borda deverão ter
rigidez lateral suficiente para absorver os empuxos, evitando deslocamentos
laterais que podem comprometer a estrutura.
A figura mostra uma solução para esse caso.
solução
c:>
empuxo
\ deslocamento
lateral da viga
solução solução
com tirante c;om balanços
CAPÍTULO 8 - Outros sitemas estruturais de concreto CAPÍTULO 8 - Outros sitemas estruturais de concreto
Pré-dimensionamento Pré-dimensionamento
ESPESSURA EM CM - T ESPESSURA EM CM - T
7.5 10.0
ABÓBADAS MÚLTIPlAS
CONCorn
o.o~l
6.0
i -'--+--zl'~
I I :>
'
~.-L-
A cúpula O conóide
As cúpulas são muito viáveis quando executadas com concreto armado. O conóide é uma superfície gerada por retas que deslizam sobre dois arcos
Apesar de prevalecer compressão axial nos seus meridianos, não se deve extremos de flechas diferentes ou por um arco e uma reta.
esquecer que, para ângulos de abertura acima de 104', os paralelos passam O conóide não apresenta grandes vantagens econômicas, sendo o seu uso
a ser tracionados. reservado para coberturas em que se requeira iluminação e ventilação na
forma de shed. Os conóides são de fácil execução pois, à exceção dos arcos
extremos, as demais linhas são retas.
compressão nos
medianos e
paralelos
meridianos
l paralelos
compressão nos
medianos e tração
nos paralelos Os paraboloides
Os parabolóides são superfícies geradas por parábolas e têm dupla curvatura.
A execução de cúpulas de concreto armado é bastante facilitada por processos Nos parabolóides elípticos, as curvaturas têm centros no mesmo lado. Nos
que usam cimbramento executado com um balão inflável. parabolóides hiperbólicos, as curvaturas têm centros em lados opostos.
224
CAPÍTULO 8 - Outros sitemas estruturais de concreto
CAPÍTULO 8 - Outros sitemos estruturais de concreto
parábola ESPESSURA EM CM - T
parábola para baixo
para cima
parábola
para baixo
ESPESSURA EM CM - T
I'
i'Il
Pré-dimensionamento
.I
'I;
ESPESSURA EM METRO - u T
~ÍH
-L- I
j
'
~'Y"f
. . 1
j u I
VÃO EM METROS - L -L- ;.:
226
CAPÍTULO 8 • Outros sitemas estruturais de concreto
Por isso, as seções das vigas balcão devem ter forma adequada para a
absorção dos esforços de torção, ou seja, as larguras das vigas desse tipo
são maiores do que as das vigas mais comuns.
seção do viga
Viga caixão
Valem as mesmas observações feitas na página 98 da primeira parte deste
livro.
I
i
228
CAPÍTULO 1
Um pouco de história
São poucos os exemplos de estruturas antigas de madeira que sobreviveram
à deterioração natural do material e a incêndios. Isso prejudica uma visão
mais completa da história do uso da madeira em estruturas. Entretanto, este
material foi, sem dúvida, o pioneiro. Por ser natural e possuir dimensões
adequadas e estar próxima do usuário, a madeira era preferida em relação a
outro material tão antigo quanto ela, a pedra.
Relatos de historiadores, como Vitrúvio, e os poucos indícios que resistiram
ao tempo mostram que a madeira era muito usada pelos egípcios e gregos;
principalmente por se adequar bem às exigências estéticas desses povos,
que preferiam as linhas retas nos seus edifícios em lugar das linhas curvas
proporcionadas pelos arcos e cúpulas de pedras. As execuções das primeiras
estruturas de madeira eram orientadas por conhecimentos empíricos. Só a
partir do século xvrn, com o desenvolvimento de teorias sobre a resistência
dos materiais, é que as construções de madeira passaram a ter um
dimensionamento mais próximo da realidade, permitindo estruturas mais
leves e com possibilidade de vencer grandes vãos. As primeiras estruturas
eram constituídas apenas de vigas retas, o que limitava a possibilidade de
vãos. A necessidade da ampliação dos vãos, para a execução de pontes e de
grandes coberturas, fez com que as vigas retas fossem substituídas por
treliças. As primeiras treliças usadas em grandes vãos foram executadas
pelos romanos. Os japoneses usaram muita madeira na execução das
coberturas de seus edifícios, movidos inclusive por motivos místicos.
Curiosamente, nenhuma obra antiga ficou. Isso se deve ao costume que
esse povo tinha de desmontá-las e reconstrui-las periodicamente. As obras
japonesas que utilizam a madeira conhecidas hoje são reconstruções mais
recentes de obras antigas, mas que mantêm as formas e dimensões das obras
originais. O uso de estruturas de madeira convenientemente dimensionadas,
usando teorias mais evoluídas da resistência dos materiais, começa a ocorrer
no Brasil a partir da primeira metade do século passado, mais precisamente
a partir da exposição do Centenário da Independência. em 1922, no Rio de
Janeiro. O alto custo do aço, na época totalmente importado, permitiu um
abundante uso da madeira em obras nas quais hoje prevalece o aço, como
indústrias, hangares, ginásios de esportes, entre outros.Mesmo sendo
responsável por 20% do total mundial das reservas florestais, o Brasil não
possui um desenvolvimento tecnológico capaz de sustentar seu uso .em
escala, usando ainda muita madeira natural, enquanto na Europa é comum
utilizar nas estruturas madeira reciclada.
CAPÍTULO 1 · Um pouco de história
Anisotropia
Um material é dito anisotrópico quando não apresenta as mesmas
características físicas em todas as direções. A madeira, por ser formada de
fibras que se orientam longitudinalmente ao tronco, apresenta, na direção
dessas fibras, características muito diferentes das que se observam na direção
normal a elas. A mais evidente dessas diferenças se refere à resistência à
tração e à compressão, facilmente verificável.
onisotropia da madeira
R T
~~
L: longitudinai
R: radial
T: transversal I
. I
Umidade
Ê uma característica importante no que se refere à aplicação da madeira. O
grau de umidade é medido pela relação entre o peso da água contido numa
amostra e o peso dessa mesma amostra seca em estufa. Madeiras muito
úmidas ou muito secas podem ser inadequadas ao uso.
Retração
Retração é a alteração nas dimensões da peça provocada pela perda ou ganho
de umidade. A maior alteração ocorre na direção transversal às fibras, sendo
praticamente desprezível na direção longitudinal.
Dilatação térmica
Por ser material anisotrópico, a madeira apresenta coeficientes de dilatações
diferentes nas diversas direções. O coeficiente na direção perpendicular às
fibras chega a ser da ordem de 20 vezes ao da direção longitudinal. Istu
implica dizer que as dilatações térmicas perpendiculares às fibras são bem
li
maiores que a<J,Uelas paralelas às fibras.
11
I
I
CAPÍTULO 4
Defeitos da madeira
Os defeitos que a madeira apresenta podem ter origem no próprio processo
de constituição e ou de beneficiamento. Os defeitos da madeira podem
provocar ditninuição de sua resistência ou resultados estéticos desagradáveis.
Os principais defeitos são:
Nós
O nó é uma região do tronco onde origiualmente havia um galho, ou seja
um desvio na direção das fibras. Se no corte da árvore o galho está vivo, o
nó será firme, caso contrário será de fácil remoção. Nos nós, as fibras sofrem
mudança de direção, fazendo com que essa região seja enfraquecida para
esforços de tração.
Fendas
As fendas são aberturas nas extremidades das peças produzidas por secagem
mais rápida da superfície em relação ao material interno.
Gretas
Separação dos anéis de crescimento em conseqüência de secagem
inadequada ou pela própria ação de intempéries.
. ')"}7
CAPÍTULO 4 - Defeitos do madeira
Abaulamento CAPÍTULO 5
Curvatura na direção transversal da peça provocada por secagem inadequada.
Tipos de madeira para construção
Madeira dura
abaulamento No Brasil, a madeira dura é proveniente de árvores frondosas (aquelas que
apresentam folhas achatadas e largas). São de crescimento lento, como a
peroba, o ipê, a aroeira e o carvalho, entre outras.
As madeiras duras e de melhor qualidade são chamadas madeira de lei.
Quando D.João VI chegou ao Brasil, já havia grande e indiscriminada
retirada de madeira de boa qualidade das florestas. Com receio de que elas
se esgotassem e tendo em mente interesses econômicos portugueses, baixou
uma lei que proibia a retirada sem autorização de detenninadas madeiras. A
Arqueadura partir daí essas madeiras receberam a denominação de madeiras de lei.
Curvatura na direção longitudinal da peça provocada também por secagem
inadequada. Madeiras macias
No nosso país, as madeiras macias são provenientes de árvores coníferas
(aquelas que apresentam folhas em forma de agulha). Apresentam
crescimento rápido, como os pinheiros.
As madeiras duras e macias se distinguem principalmente pela estrutura
celular e não pela resistência. Algumas árvores frondosas produzem madeií:as
menos resistentes que algumas coníferas, como o pinho. Por outro lado, as
arqueadura madeiras mais pesadas são sempre mais resistentes.
Comercialmente, as madeiras são classificadas segundo sua qualidade em:
- Primeira categoria: aquelas que são isentas de nós, com pouquíssima
Deterioração por fungos ou insetos tolerãncia a outros defeitos. São madeiras muito caras e usadas em situações
Pode-se perceber a presença de ataque de fungos ou de insetos pela especiais;
observação da cor e integridade da madeira. A existência de descoloração - Segunda categoria: aquelas que apresentam pequena incidência de nós;
ou enegrecimento, de desintegração e de furos na madeira são indícios de os que ocorrem devem ser firmes. Pode apresentar outros defeitos. São as
ataques provocados por fungos ou insetos. mais usadas na construção civil, principalmente com função estrutural;
- Terceira categoria: aquelas que apresentam nós em ambas as faces e maior
freqüência de outros defeitos. Não são recomendadas para uso estrutural.
238 - -:~--=
CAPÍTULO 6
Processamento da madeira
Até a madeira chegar às nossas mãos, para que possa ser aplicada nos objetos
e edificações, ela sofre mna série de transformações, também denominadas
beneficiamento. O primeiro passo, obviamente, é o corte da árvore; em
seguida é retirada sua casca, para facilitar o manuseio e o transporte. O
tronco é transformado em toras de 5 a 6 metros; depois é desdobrado em
pranchas que seguem para a secagem. Depois de secas, as pranchas sofrem
novas transformações, sendo desdobradas em barras com seções
padronizadas, denominadas bitolas comerciais.
O corte da árvore feito na época correta diminui a possibilidade de
deterioração. Recomenda-se que seja feito em uma época seca: no nosso
país, nos meses que não têm a letra r, entre maio e agosto. Para uma secagem
mais perfeita, a casca da árvore deve ser removida logo após o seu corte.
Como visto acima, as toras de 5 a 6 metros de comprimento são desdobradas
em pranchões. A figura a seguir mostra duas possibilidades de
desdobramento: o paralelo e o radial. Esse desdobramento dever ser feito o
mais cedo possível, para evitar defeitos decorrentes da secagem. O
desdobramento radial produz material mais homogêneo, sendo entretanto
mais caro que o desdobramento paralelo.
desdobramento
paralelo
Após esta etapa, as pranchas são postas para secar. Na madeira existem três
tipos de água. A água livre que preenche os poros, a água de irnpregmição
que adere às células e a água de constitnição que faz parte da quimica da
própria madeira. Secar a madeira consiste em eliminar a água livre e a de
irnpreguação. A água de constitnição nnnca é eliminada. A secagem da
madeira pode ser feita natnralmente ou por meios artificiais. A secagem
natnral é demorada e pode levar de I a 3 anos, dependendo do tipo de
madeira. A secagem natnral é feita colocando-se as pranchas empilhadas e
separadas de modo qne o ar possa circular livremente. A secagem artificial
é feita em fomos alongados através dos quais a madeira se desloca
lentamente. A temperatura do ar circulante é aumentada à medida que a
madeira avança.
CAPÍTULO 6 - Processamento do madeira
A secagem artificial demora de dez a trinta dias por polegada de espessura CAPÍTULO 7
da prancha.
A umidade da madeira é medida pelo grau de umidade. O grau de umidade As bitolas comerciais e seus principais usos
é a relação entre o peso da água contida na madeira e o peso da madeira
seca. O grau de umidade é expresso em porcentagem. A madeira verde tem Viga
cerca de 30% de grau de umidade. É urna barra com seções convencionais de 6 x 12 em e de 6 x 16 em. Estas são
A madeira deve ter um grau de umidade compatível com o meio ambiente as dimensões mais tradicionais; entretanto, podem ser encontradas de 6 x 20
onde ela vai ser aplicada. O desequihôrio entre a sua umidade e a do meio em e 6 x 30cm.
ambiente pode provocar moviruentações indesejáveis, pois nesta situação a
tendência é a madeira ceder ou retirar umidade do meio ambiente. A madeira
meio seca tem grau de umidade acima de 23%. A madeira comercialmente A viga, como o próprio nome
seca tem de 18 a 23% e, nestas condições, pode ser utilizada na construção diz, é usada principalmente
civil. A madeira seca ao ar tende a ser mais seca, com grau de umidade para vigas de piso.
entre 13 e 18%.Anorma brasileira considera aceitável para nossas condições
médias o grau de umidade de 15%.
Uma vez seca, a madeira recebe novo desdobramento para que atinja as
medidas comercialmente conhecidas.
A viga também pode ser
usada em outros sistemas
estruturais que usam barras
na sua composição, como as
tesouras de telhado. A viga
também é usada para terças
que apóiam as telhas.
Tábua
É uma barra com seções convencionais de 2,5 x 20 em e de 2,5 x 30 em,
conhecidas como tábuas de 20 e de 30 respectivamente. Excepcionalmente,
pode-se encontrar tábuas com espessura de 1,2 em, mas a sua aplicação fica
mais indicada a peças de mobiliário.
CAPÍTUlO 7 - As bitolas comerciais e seus principais usos CAPÍTUlO 7 - As bitol~s comer:=~ais e seus principais usos
~--·~ terças
caibro
caibro ou
pontalete
li
composição de pilar
Sarrafo Pontalete
É uma barra que apresenta as seguintes dimensões de seção: 2,5 x 5cm, 2,5 É uma barra com seções de 7,5 x 7,5 em e de 10 x lO em. Usado na
x 10 em e 2,5 x 15 em, conhecidas como sarrafos de 5, 10 e 15, composição de vigas e pilares de maneira semelhante ao caibro e para
respectivamente. cimbramento de fôrmas de concreto armado. Denomina-se cimbrarnento
Usa-se o sarrafo na composição de vigas, nas barras de tesouras, como ao conjnnto de peças de madeira ou metálicas que suportam as fôrmas e o
nervuras para apoio de forros ou, ainda, nas fôrmas de concreto armado concreto fresco, transmitindo suas cargas para o piso.
Neste último caso, o sarrafo é usado para enrijecer as fôrmas e recebem o
fôrma de tábua
nome de gravatas. madeiro
sarrafos
travamento
c
corteM
-f-
Uma solução muito interessante resulta da colagem de lâminas de sarrafo
de maneira que componham vigas de grande altura; são produzidas em
indústria e recebem o nome de vigas larninadas. Esse mesmo processo pode Ripa
permitir a execução de arcos e pórticos de alma cheia. É uma barra com seção de 2,5 x 5 em. É usada basicamente para apoio de
telhas cerâmicas.
Prancha
cola É uma lâmina com espessura superior a 4 em e largura superior a 40 em.
Pode ser usada como viga para grandes vãos, como elemento de piso para
grandes cargas e vãos, e também na execução de móveis.
244 5.
CAPÍTULO 8
MDF são as iniciais de Médium Density Fiber, cuja tradução livre significa
fibra de madeira de média densidade. As chapas de MDF são obtidas a
partir de fibras de madeira aglomeradas por resina à base de uréia-
formaldeído e posteriormente prensadas. As chapas de MDF podem ter até
6 em de espessura. Podem ser usadas em ambiente externo ao edifício.
Apresenta resitência adequad~ para pequenos esforços.
CAPÍTULO 8 - Madeiras transformadas e seus usos l
OSB é outro tipo de madeira transformada. Seu nome resulta das iniciais da CAPÍTULO 9
palavra inglesa Oriented Strand Board. É obtida com tiras de madeira
alinhadas em escamas, dispostas em três camadas prensadas com resina Sistemas estruturais de madeira
sintética. Aplicada com estruturas metálicas pode ser usada como steel frame
em pisos e paredes. As chapas apresentam dimensões de 1,22 x 2,44 m ou Arco
até 3,60 x 7,32 m, com espessuras entre 6 e 19 mm. A respeito do comportamento do arco, ver página 57 da primeira parte deste
Em outros paises já é muito comum o uso de aglomerados de alta resistência livro.
obtidos pela composição de cavacos ou restos de maderra com resinas Algmnas questões fundamentais no comportamento do arco devem ser
especiais sintéticas e naturais e cimento ou gesso. Esses materiais estão ressaltadas. A primeira é a necessidade de o arco ter sua forma a mais
substituído, com grandes vantagens, a maderra maciça. próxima possível do funicular das forças predominantes. Lembrar que para
determinar a forma funicular pode-se usar o cabo, a forma invertida do
arco. Outra questão iinportante a respeito do comportamento do arco é a
ocorrência de forças horizontais nos apoios, também chamadas de empuxos.
Lembrar que os empuxos podem ser absorvidos nos pilares ou através de
tirantes. A segunda solução é sempre mais econômica, mas por outro lado o
tirante pode obstruir o espaço interno, não sendo em alguns casos a solução
adequada.
No caso da maderra uma das dificuldades na execução de um arco é o
problema da curvatura.
À vista disso, os arcos mais comuns, de rnaderra, são feitos em treliça.
Se a intenção for dar ao arco urna aparência de barra de alma cheia , pode-
se usar em substituição à treliça uma seção composta, formada por vigas
longitudinais curvas e sarrafos pregados nessas vigas.
Outra maneira de obter o mesmo resultado formal, porém de custo mais
elevado, é o uso de arco laminado.
sarrafos com
inclinações
contrórias
caibros ou
pontaletes
?AR . :- ·, - _,
CAPÍTULO 9 - Sistemas estruturais de madeira CAPÍTULO 9 - Sistemas estruturais de madeiro
Para facilitar a construção, o arco pode ser executado em duas partes, sendo Lembrar que a função do contraventarnento é levar qualquer força que ocorra
portanto mais indicado o uso de arco triarticulado. fora do plano do arco para seus apoios.
Os arcos triarticulados apresentam grandes vantagens construtivas, pois podem
ser divididos em duas partes, construídas separadamente e unidas in loco. 5,0 m
r
J~~==9+====~~
A '
Ei
o.
arco triarticulodo
"'
As articulações são executadas com chapas metálicas, da mesma maneira
que nas estruturas de aço.
caibros ou
pontoletes
curvados corteM
\ chumbador
no concreto
251
-T
CAPÍTULO 9 - Sistemas estruturais de madeira CAPÍTULO 9 - Sistemas estruturais de madeira
Uso de gráfico Outras formas de treliças usadas em estruturas de madeira são apresentadas
a seguir.
I. o 9.0 16.0 27.0 36.0 45.0 54.0 63.0 72.0 51.0 90.0
Treliça
Para uma revisão sobre o comportamento das treliças, ver página 63 da treliça de banzas paralelos
primeira parte deste livro. Devem ser ressaltadas as segnintes questões: as
barras das treliças são dispostas sempre de maneira que formem triãogulos;
os uós das treliças são teoricamente articulados; para evitar flexão nas barras,
as cargas devem ser sempre aplicadas nos nós.
Em estruturas de madeira, as treliças não apresentam nós perfeitamente
articulados; são nós executados por meio de encaixes e de parafusos fixados
treliça de bonzos paralelos
diretamente nas barras de madeira. Em estruturas mais pesadas, são
executados com chapas metálicas.
As barras das treliças de madeira são normalmente executadas com vigas Pré-dimensionamento
6xl2 e 6xl6. Para grandes vãos, essas barras podem ser duplicadas e até
triplicadas. Uso de fórmulas empíricas
Como já foi visto, a treliça de duas águas, usada em coberturas, e denonrinada Na figma, o pré dimensionamento é relacionado a uma treliça de banzas
tesoura, apresenta a forma mostrada na fignra. Repare que as diagonais, ao paralelos, porém os valores estipulados para a altura podem ser usados para
contrário das treliças metálicas, são descendentes, para que nelas se desenvolvam treliças de duas águas, respeitando-se também as inclinações núnimas
forças de compressão, o que permite a ligação por simples encaixe. exigidas para o tipo de telha.
..Lsh<_l_
5 - lO
ideal h=
e
6
CAPÍTULO 9 - Sistemas estruturais de madeira CAPÍTULO 9 -Sistemas estruturais de madeira
Uso de gráficos Lembrar que os balanços podem ser usados para aliviar os vãos, tomando
as vigas mais econômicas. As relações econômicas entre vãos e balanços já
foram discutidas - ver página 76 da primeira parte deste livro.
TRELIÇA DE MADEIRA
Sempre que possível, deve-se procurar usar bitolas comerciais para as vigas
de madeira. Isso evita o encarecimento da estrutura.
As bitolas comerciais mais nsadas são a 6 x 12 e a 6 x 16.
i
ó.Ot- Quando essas seções são insuficientes para vencer os vãos e suportar as
~ i~----,------+----+
cargas, pode-se partir para a composição de vigas, usando várias
45 possibilidades.
Uma maneira simples de obter vigas mais resistentes a partir de bitolas
comerciais é pela simples sobreposição de vigas 6 x 12 ou 6 x 16.
Neste caso, as vigas devem ser convenientemente ligadas por parafusos
para evitar o escorregamento relativo entre elas pelo efeito da força cortante,
1.
visando garantir o seu comportamento como uma viga de seção única.
corteM
Pode-se lançar mão de outras maneiras para obter vigas mais resistentes a
partir de bitolas comerciais.
Essas soluções já foram mostradas no item que descreve os tipos de bitolas
comerciais. São composições feitas com tábuas ou sarrafos associados a
0.6
1\J\t\VI/1/1
~-t-
ª caibros ou pontaletes, ou ainda somente tábuas colocadas lado a lado.
Não se deve esquecer a possibilidade do uso das vigas lantinadas, mais
~ª indicadas para grandes vãos em virtude do seu cnsto elevado.
A figuras (a), (b) e (c) mostram outras associações.
9.0 12.0 15.0 18.0 21.0 24.0 27.0 30.0
Uso de gráficos
I
Quando se deseja aumentar a capacidade de uma viga de alma cheia, sem
750
I
60.0J.-
u
VIGA DE MADEIRA
.o
o
o
o
o
o
o
o
o o o
li
chope parafuso corteM v>o EM M~OS-L I
metálico
o 1.5 3.0 4.5 6.0 7.5 9.0 10.5 12.0 13.5 15.0
Pré-dimensionamento
Viga vagão ou viga armada
O comportamento da viga vagão foi estudado na página 86 da primeira parte
Uso de fórmulas empíricas
deste livro. Consultar quando houver dúvidas. Deve-se enfatizar que, para o
correto comportamento deste tipo de estrutura, o cabo deverá ter a forma
Ih
I funicular , que por sua vez depende da quantidade e da posição dos montantes.
li~ll
·~·
256
CAPÍTULO 9 ~ Sistemas estruturais de madeira CAPÍTULO 9 - Sistemas estruturais de madeira
oontos
de fixação
É bastante comum o uso de pilares compostos de vigas e convenientemente
ligados por outra viga, ou caibro, formando uma seção em I.
cabo A ligação entre as peças deve ser bem rigida, para evitar o escorregamento
relativo entre as peças e garantir seu comportamento como uma única seção,
fig.(V.
Para maior economia, quando as cargas forem relativamente baixas, a ligação
Pré-dimensionamento entre as vigas pode ser feita por tacos de madeira convenientemente
espaçados e ligados, fig.®.
Uso de fórmulas empíricas Solução menos comum mas que apresenta boa capacidade de carga é o uso
de várias vigas unidas compondo uma seção cheia. Vale insistir que a ligação
entre as peças deve ser bastante rigida para garantir um comportamento
t· muito próximo da seção maciça, fig.G).
h= 5%1!
·~!I h' 11~'} h'~3%l
vigas
h' caibro
b~4 ou viga
Pilares
Pré-dimensionamento
Os pilares de madeira podem ser executados com seção maciça, usando
bitolas especiais, como 15 x 15 em e 20 x 20 em, entre outras. Pode-se
Uso de fórmulas empíricas
ainda, em situação especial, usar o tronco descascado em sua forma bruta.
Para maior precisão usa-se o procesSo da área de influência. Detalhes desse
Os pilares maciços, por exigirem seções fora dos padrões comuns,
processo podem ser vistos na página 89 da primeira parte deste livro.
apresentam um custo mais elevado. Para diminuir custos, é muito comum o
Uma vez determinada a carga no pilar, a determinação da área da seção é
uso de pilares compostos. A composição pode ser feita com pontaletes
obtida pela relação: , p
isolados travados com barras horizontais ou em X. Area seção = - -
O travamento em X resulta em um pilar mais eficiente no seu comportamento a
estrutural, mas por outru lado pode não ser o mais interessante do ponto de Onde P é a carga no pilar, obtida pelo processo da área de influência e
vista do resultado formal. o é a tensão admissível no pilar, considerada 60 kgf/cm2 •
CAPÍTULO 9 - Sistemas estruturais de madeiro
Uso de gráficos
Pórtico
Como já foi visto, o pórtico resulta de uma ligação rígida entre barras. No
caso mais comum, o pórtico é uma ligação rígida entre vigas e pilares.
Sabe-se que o uso do pórtico tem como uma das fmalidades reduzir a
altura das vigas, transmitindo parcela dos seus esforços aos pilares. Outra
finalidade, e a mais comum, é criar um elemento rígido que possa servir de
contraventamento da edificação.
Em princípio, a execução de um pórtico de madeira toma-se trabalhosa
tendo em vista a questão da necessidade de se garantir adequada rigidez ao
nó, o que pode ser feito com parafusos, chapas metálicas e colas especiais.
Apesar da dificuldade em executar o nó rígido do pórtico, seu uso pode ser
cogitado, desde que executado na forma de treliça, o que resulta em uma
solução bastante econômica, ou ainda, em soluções mais sofisticadas,
20 executado em uma única peça usando o processo de viga laminada.
ldminos coladas ~
I I
ALTURA NÃO TRAVADA EM METROS- H
I I I
I
o 1.5 3.0 4.5 6.0 7.5 9.0 10.5 12.0 13.5 15.0 corte AA
15
I
-r-- ~p hp r--- hv == 4% i
hp :5 hv
o
Deverá ser usado o maior valor obtido entre os dois gráficos. ' l '
r
CAPÍTULO 9 - Sistemas estruturais de madeira
1
CAPÍTULO 10
I Uso de gráfico
i Detalhes de ligações de madeira
ESPESSURA EM METROS · D
A forma mais direta de ligar as barras que compõem uma estrutura de madeira
I é mediante encaixe. Este tipo de ligação é preferencialmente utilizado nas
PÓRTICO LAMINADO - MADEIRA barras sob compressão, apesar de mais raramente ser usado para peças
tracionadas. O uso do encaixe exige uma perfeita execução, pois é
imprescindível que nessas ligações não haja folgas que prejudiquem a
transmissão de esforços. A madeira ainda admite ligações feitas com pregos
ou parafusos e com chapas de madeira ou metálicas.
Uma interessante curiosidade reside na origem das dimensões comerciais
dos pregos. A medida comercial de um prego, por exemplo 18 x 27, é
expressa em unidades que hoje não são mais usadas. O primeiro número,
~I
18, é o diâmetro em fieiras francesas e o segundo, 27, o comprimento em
linhas portuguesas; uma fieira francesa equivale a 0,155 mm e uma linha
i \j ·
EM METROS ·L
l
1'
H
1 \ portuguesa a 1,87 mm.
-L- A seguir, tabela de pregos mostrando suas dimensões na bitola tradicional e
o 4.5 9.0 13.5 18.0 22.5 27.0 31.5 36.0 <0.5 45.0 em milímetros. As dimensões em milímetros são mostradas entre parênteses.
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N N N
""" N N
Sempre que possível, deve-se optar pelas ligações por encaixe, que evitam
a necessidade do uso de material estranho à madeira.
CAPÍTULO 1O - Detalhes de ligações de madeira CAPÍTULO 10 - Detalhes de ligações de madeiro
Uma solução muito simples e econômica é executada com uma peça metálica
industrializada denominada gang nail. O gang-nail é uma chapa dentada
fixada à madeira mediante de prensagem. Esse tipo de ligação é usado
preferencialmente para esforços relativamente baixos.
O uso de chapas metálicas facilita a execução mas encarece a ligação e
requer de freqüente manutenção.
planta
cantoneira
I corteM
planta
corteM
CDvista A
'V
gang noil
~
planta
A seguir, são apresentados alguns detalhes mais comuns de ligações em
peças de madeira. Outros poderão ser criados, sempre pensando no resultado
estético, na possibilidade de execução e no custo.
Ligações viga de madeira x pilar de madeira Ligações de viga de madeira x pilar de concreto
(O) ®
~ 2h:t ~-+- planta
barro para
planta o-;+-o-
'tt-H""-'ó..L.,~t
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fixação da da .ã>~,df.
+-11#1 ~l--viga de • cantoneiras
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pilar de
concreto
corteM corteM
espaÍador
capuz metó ico ·
arranques
metólio
arranque
soldado no
capuz
capuz
L pilar de viga de pilar de metólico
vista A madeira concreto madeira
planta vista A
-~
Ligações viga de madeira x viga de madeira
® A[> cantoneiras
corteM
cantoneiras
ltfet6Hcos I
viga
corte
1
perspectiva li
~
viga 2
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Ab
Zt ~\§\\ '\\\\§\'ij
corteM
Ligações pilar de madeira x fundação
Neste caso, especial atenção deve ser dada ao contato entre o pilar e o solo.
Deve-se prever uma proteção adequada, sendo o ponto crítico a região de
transição entre o piso acabado e o solo. A melhor solução será sempre afastar
o pilar totalmente do contato com o solo por intermédio de um elemento de
concreto ou de aço resistente à corrosão.
pilar com
I superffcie
trotada
i'
~
planta perspectiva
@) B p cunho de
~· B
corteM
bde madeiro
console parafusos viga 1
corte BB
viga 2~
j9"i
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vista
?AA
CAPÍTULO 1O- Detalhes de ligações de madeira CAPÍTULO 1O - Detalhes de ligações d~ madeira
Emendas de pilares
chapas
0 vista A ® metólicas visto B 0
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cantoneira
metólico
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i li ((I 1 I
li
1-" solução 2" solução 3" solução
Ligações especiais
vista A É apresentada a seguir uma série de detalhes de ligações não muito usuais,
mas que resultam em soluções esteticamente muito interessantes. São
detalhes mais complexos que exigem mão-de-obra de alta qualidade. Quando
as soluções exigem dimiuuição nas seções das barras, devem ser verificadas
Emendas de vigas
por meio de cálculo.
@
@
@
:I/ I
chapa' de
madeiro ou
de aço
I
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@
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:I/ I
chapa' de
mede. iro ou
de aço
r
chapa, de
madeiro ou
de aço
268
-,
CAPÍTULO 1O - Detalhes de ligações de madeira
CAPÍTULO 11
Coberturas de madeira
Critérios gerais
Sempre que possível, é conveniente o uso de paredes e lajes para apoio da
cobertura. Com isso, evita-se a necessidade de criar uma outra estrutura,
como terças e tesouras, o que aumenta o custo final da cobertura
?7n
CAPÍTULO 11 - Coberturas de madeiro CAPÍTULO 11 - Coberturas de madeira
As treliças de uma ou duas águas devem ser preferidas em relação às treliças Nessa solução não existem tesouras. A inclinação é dada por vigas de madeira
de banzos paralelos, já que são mais econômicas, para coberturas inclinadas. que se apóiam em pilaretes, vigas de concreto armado ou parede de alvenaria
Se forem usadas bitolas comerciais, como vigas de 6 x 12 ou de 6 x 16,
Soluções de cobertura com vigas de alma cheia pode-se espaçá-las de até 1,6 m, vencendo um vão de até 4 m. Com isso, as
Duas soluções fáceis de serem executadas e bastante econômicas são telhas são apoiadas diretamente em caibros que fazem o papel das ripas,
apresentadas nas figuras a seguir. evitando o uso destas. Em princípio, pode parecer que o aumento no número
de caibros, mais robustos que as ripas, encarece a solução, mas isso não
detA
caibros no ocorre: a inexistência de ripas faz com que se obtenha uma economia entre
vigas lugar de ripas
6x 12oté3,0m 10% e 30% no consumo de madeira.
6x 16 até 4,0 m
6x30afé6,0m
espaçamento de 1,6 m Soluções de cobertura com treliças
Como já foi dito, o uso de treliças passa a ser econômico para vãos superiores
a 6,0 m. Para espaços amplos, que exigem grande área de iluminação, são
usados lantemins ou telhados tipo shed.
vigas
detA
6xl2
6x16 caibros
6x 30
espaçadas a cada 1,6 m
det 8
cmta
cobre-iunta
dupla de
madeiro
272
CAPÍTULO 11 - Coberturas de madeira CAPÍTULO 11 - Coberturas de madeira
A figura a seguir mostra a solução típica de um telhado de duas águas com A figura a seguir mostra os detalhes típicos de ligação das barras da tesoura
tesoura. de duas águas.
beiral
I
c
tesouro
o o
o
le'
o
le' ê- .11
ê- o
le'
.11
le'
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.11 .11 .11
2
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I 8
" I 3
escura
"
~ 2 sarrafos ~ 2 sarrafos
I"
I
I~~
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'\ tesouro
4
1 8
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\
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§_l \
I=
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5
'-. beiral
espaçamento entre tesouros :S 4,0 ou 5,0 m (*)
(*) (neste coso com mão francesa nos terças)
espaçamento entre terços :S 1,6 m ~ if------LJ---1
i=-------·1 u
espaçamento entre caibros :S 0,5 m
espaçamento entre ripas = gabarito do telha
a) tesouras treliça
CAPÍTULO 12
terça secundórias principal terças
Pisos de madeira
Critérios gerais
Um piso padrão de madeira é composto de vigas principais e secundárias.
As vigas secundárias, também denominadas nervuras, apóiam. as tábuas de
piso, que normalmente têm em torno de I ,2 em de espessura por 20 em de
largura. Por isso, o espaçamento das nervuras não deve exceder 40 em, para
evitar desconforto do usuário ao caminhar pelo piso. As vigas secundárias
apóiam-se nas vigas principais, que vencem os vãos entre pilares. A figura
a seguir também mostra os limites de vãos a serem vencidos por vigas de
bitolas comerciais. O uso deste tipo de viga é mais econômico.
nervuras
TSI
I I viga principal
TP cunha de
TS2 T$1 T$2 madeira
~
corte AA '
b)
"""/~
'
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1/f'\,
~
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I
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+- 40 em L-
íf\
~ viga prinçipal
li
!
treliça
de cant~ -h v ~I 'I
Para o piso, além de tábuas, também podem ser usadas placas pré-fabricadas
00 sílico-calcárias, conhecidas no mercado como placas siporex ou mistas de
cimento amianto e madeira, conhecidas no mercado com o nome de placas
wall.
CAPÍTUlO 12 - Pisos de madeira
pelo fabricante ~ direção do apoio rebaixadas, para esconder eventuais fissuras. A figura mostra detalhes dessas
das placas
ligações.
pilar de
madeiro
pontas de barras de~
Para vãos que não excedam 4 m, o uso de vigas de alma cheia nas nervuras aço a cada junta 1
pontas de borras de
aço a cada junta
~ ·: ............ ' .
. _-,
Para pré-dimensionamento do vigamento e dos pilares dos pisos devem ser . '
usados os critérios já mencionados para vigas de alma cheia, vagão, treliça
e pilares.
CAPÍTULO 13 - Vedações de madeira CAPÍTULO 13 - Vedações de madeira
alvenaria
pootolete~~J
ou sarrafos
caibros ou
ponta!etes
1
sarrafos ou
pranchas
macho e
251 3-+--+--t---+--1----+---l---l---+---=
I
I ~ ---+---c--+---
20.or-
ª
fêmea
15.0---
I
m-+---!tê
montantes
caibros ou
pontaletes
corte AA
lombris
=100 em
o 45%
o 4 5
, ___ ..
CAPÍTULO 13 - Vedações de madeiro
'
PAREDES DE MADEIRA
' CAPÍTULO 14
ÚNICO ANDAR
Outros sistemas estruturais de madeira
Grelha
Apesar de possível, o uso de grelhas de madeira deve ficar restrito a
pequenos vãos, mais como elemento de decoração do que suporte de cargas.
Isso se deve ao fato de que, em madeira, a execução dos encontros entre
nervuras, que deve ser uma ligação rígida, é bastante trabalhosa.
Aqueles que quiserem saber mais sobre o comportameniD das grelhas podem
acessar a página 175 da segunda parte deste livro.
Viga Vierendeel
Também é possível o uso de viga Vierendeel de madeira. No entanto, pela
10.01--
mesma dificuldade de execução dos nós rígidos, já comentada no item
anterior, não é normalmente utilizada.
50
0: ~ v: Para maiores informações sobre o comportamento da viga Vierendeel,
acessar a pág. 80 da primeira parte deste livro.
o
1 1.5
AliURA NÃO TRAV/J.DA EM METROS- H
I
3.0
I
4.5
I
6.0
I
7.5 9.0 10,5 12.0 13.5 15.0 Treli~a espacial
O uso de treliças espaciais de madeira fica restrito à solução dos nós de
ligações, que devem ser feitos com cbapas metálicas, como mostra a figura.
50J
PAN,ÉIS DE ;MADEI~
' I
I I
40.ol-
o
3D.Dr "
.
U
"I. w
I ~ Cúpula geodésica
20.Dl- ~
~
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I
w.o[-
w[;\ M
1
D A confecção de cúpulas
geodésicas de madeira é
I EM METROS-H
bastante freqüente e não
'
o 1.5 3.0 4.5 6.0 7.5 9.0 10.5 12.0 13.5 15.0 apresenta dificuldades
construtivas.
detalhe do nó
'JA'J --·-
CAPÍTULO 14 ~Outros sistemas estruturais de madeiro
chapa
metólica
ABNT
Projeto e Execução de Estruturas de Aço de Edifícios - NBR 8800
NB- 14/86, 1986.
Açominas
Edifícios de Andares Múltiplos
Açominas, 1979.
Açominas
Elementos Estruturais e Ligações
Açominas, 1980.
Arcangeli, Atilio
La Estructura en la Arquitetura Moderna.
Editorial Universitária de Buenos Aires, 1965.
Rebello, Yopanan Comado Livros do Prof. Yopanan C.P. Rebello publicados pela Zigurate Editora
Estruturas de Aço, Concreto e Madeira -
Atendimento da Expectativa Dimensional
Zigurate Editora, 2005. A CONCEPÇÃO ESTRUTIJRAL E A ARQUITETURA
Silva, Valdir Pignatta e "O título A Concepção Estrutural e a Arquitetura - enseja uma viagem proftcua no campo das estruturas,
Estruturas de Aço em Situação de Incêndio no qual as qualidades didáticas do ru~tor são notórias.
Em sete capítulos, descreve osferWmenosfisicos, os sistemas estruturais básicos ligados aos materiais,
Zigurate Editora, 2001. a associação dos sistemas estruturais, os sistemas de suporte de vedações, os critérios práticos de
lançamento de vigas e pilares; os dois últimos cap(tulos abonfam aspectos da natureza e ru suas analogias
com as edificações, terminando com um pouco de história das estruturas, que ensejam uma fonnação
Torroja, Eduardo culta e agradável do tema.
As ilustrações dos desenhos complementam de maneira primorosa a apresentação do trabalho.
Razon y Ser de los Tipos Estructurales. O livro de Yopanan Rebello traz uma importante contribuição ao ensino das estruturas, não s6 para os
Inst. Eduardo Torroja de la Construcción y de! Cemento, 1960. alunos como também para profissionais que permeiam a área das estruturas."
"O número é importante, como importante é a linguagem De nada vale conhecer a tradução de uma
determinada palavra se não se sabe o seu significado. A temtitica do livro tem como objetivo justamente
mostrar de uma maneira bastante simples, como os processos numéricos podem ser colocados a serviço
de uma interpretação ftsica.
Recorrendo ao uso de exemplos e de farta ilustração, o ru~tor aborda a tradução matemática dos
fenômenosftsicos, por meio de modelos matemáticos, ou melhor, fazendo uma interpretação matemática
do comportamento das estruturas, de maneira que possa ser facilmente entendida pelos interessados
em quantificar as dimensões das peças estruturais.
Este livro apresenta de forma clara e concisa os procedimentos para o dimensionamento de estruturas
de aço, concreto e madeira, pennitindo que o leitor possa comparar os resultados, o que poderá ser
mais um elemento de apoio na tomada de decisão na escolha dll solução estrutural mais adequadLL"
286