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Plano de Segurança Da Água Proposta Legislação Nacional

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Plano de Segurança da Água

Proposta para a Legislação


Nacional

Maio 2019

1
Realização:

Apoio:

Coordenação técnica: Prof. Dr. José Carlos Mierzwa. Centro


Internacional de Referência em
Reúso de Água-CIRRA/IRCWR/USP. Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo. São Paulo

Coordenadora do painel PSA: Engenheira Roseane Maria Garcia


Lopes de Souza

Participantes na elaboração do documento do Painel – Plano de


Segurança da Água
Nome Instituição
Alejandro Dorado CEAP
Armando Perez Flores AFlores Assessoria Técnica
José Carlos Mierwza POLI/USP - CIRRA
Marcos D´Avila Bensoussan NSF
Murilo Damato CERSA/CEAP
Rosângela Hanna ARSEP
Roseane M. G. Lopes de Souza CERSA

2
A publicação foi baseada nas sugestões de cada participante do painel e nos
textos das seguintes publicações:

 I Fórum de diálogo intersetorial - subsídios para a legislação nacional de


água para consumo humano. Faculdade de Saúde Pública. São Paulo,
2017

 Ivanildo Hespanhol. Proposta para Implementar um Novo Paradigma


para Regulamentação de Água Potável com base em Variáveis em
Sub-rogadas Centro Internacional de Referência em Reúso de Água-
CIRRA/IRCWR/USP Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
São Paulo, 2018.

 Mierzwa, José Carlos. Plano de Segurança da Água e Definição de


Padrões de Qualidade. Centro Internacional de Referência em Reúso
de Água-CIRRA/IRCWR/USP. Escola Politécnica da Universidade de
São Paulo. São Paulo, 2018.

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Sumário

Apresentação 3
1. Introdução 2
2. Gestão e avaliação de riscos - diretrizes da organização mundial da saúde -
OMS 4
2.1. A portaria de água potável e o PSA 5
3. Conceito de múltiplas barreiras 8
3.1. Proteção de mananciais 9
3.2. Definição de padrões de qualidade para a água de abastecimento 10
3.3. Novas tecnologias de tratamento 13
4. Perguntas e respostas sobre PSA 15
5. Considerações finais e recomendações sobre o PSA 20
6. Referências bibliográficas 23

4
APRESENTAÇÃO

O escopo do presente estudo é reunir proposições técnicas e jurídicas, que


possam colaborar efetivamente no processo de revisão da legislação
nacional sobre potabilidade da água, no âmbito do Ministério da Saúde.

A metodologia para a elaboração deste documento, num primeiro momento,


visa responder perguntas sobre o tema Plano de Segurança da Água. E num
segundo momento, visa formar propostas para serem incluídas em uma
legislação nacional sobre potabilidade, em processo de revisão.

Neste documento são apresentadas algumas considerações e reflexões


sobre Plano de Segurança da Água dentro de um contexto de uma política
pública de saneamento, meio ambiente e saúde.

1
1. INTRODUÇÃO
A água utilizada para abastecimento humano apresenta diversos riscos para
a saúde, os quais estão associados à presença de contaminantes químicos e
microbiológicos, que são resultantes de diversas fontes, incluindo, em alguns
casos, o próprio sistema de tratamento e distribuição de água (WHO, 2005).

Neste sentido, a adoção de um programa de gestão abrangente é


fundamental para assegurar a distribuição de uma água intrinsicamente
segura para a população. Isto tem efeito direto sobre a sua qualidade de vida
e, também, nos custos associados as ações de saúde já que o investimento
adequado em saneamento básico reduz de forma expressiva os custos
associados ao tratamento de doenças de veiculação hídrica, assim como as
perdas por incapacitação e perda de vidas.

Em continuidade às suas ações de saúde pública, em 2005, a Organização


Mundial da Saúde (OMS) publicou um documento relacionada a planos de
segurança da água intitulado “Water Safety Plans – Managing drinking-water
quality from catchment to consumer”, ou em português, Plano de Segurança
da Água – Gerenciamento da qualidade da água de abastecimento do
manancial ao consumidor (WHO, 2005).

O desenvolvimento deste documento levou em consideração à complexidade


associada à garantia da qualidade da água para abastecimento humano, em
função dos diversos componentes e estruturas necessárias para a produção
e disponibilização de água potável. A estrutura proposta pela OMS
recomenda que os planos de segurança da água contemplem os seguintes
objetivos (WHO, 2005):
 Prevenção da contaminação das fontes de abastecimento;
 Tratamento da água para eliminar ou reduzir a concentração de
contaminantes que possam estar presentes na água, de forma a
atender aos padrões de qualidade estabelecidos;
 Prevenir a recontaminação da água tratada durante a sua distribuição,
armazenagem e utilização.

2
Assim, os Planos de Segurança da Água devem estar baseados no conceito
de múltiplas barreiras e devem ser planejados e mantidos considerando-se
uma estrutura institucional que envolve obrigações internacionais, os
Governos Federal, Estadual e Municipais, a comunidade, as companhias de
saneamento, universidades, centros de pesquisa e organizações não
governamentais.

Um aspecto relevante proposto pela OMS é que os Planos de Segurança da


Água devem utilizar a ferramenta de avaliação e gestão de riscos, de maneira
que seja possível identificar os principais perigos associados à obtenção,
produção e distribuição da água para abastecimento público.

Como premissa básica, a garantia da qualidade da água para abastecimento


público deve estar baseada no conceito de múltiplas barreiras, o qual pode
ser utilizado como base referencial para a estruturação dos Planos de
Segurança da Água.

3
2. GESTÃO E AVALIAÇÃO DE RISCOS - DIRETRIZES DA
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE - OMS

A evolução de diretrizes e normas relativas a temas de saúde pública não é


controlada unicamente por estudos e pesquisas toxicológicas e
epidemiológicas. Características sócio - culturais, práticas de higiene,
percepção e sensibilidade pública. Desenvolvimento tecnológico e condições
econômico-financeiras são tão importantes quanto evidências científicas no
estabelecimento de normas para a proteção da saúde pública de usuários de
sistemas públicos de abastecimento de água (Hespanhol & Prost, 1994). O
objetivo básico de produzir regulamentos é o de estabelecer limites relativos
a práticas específicas (como abastecimento ou reúso de água) que
minimizem efeitos detrimentais sem afetar os benefícios correspondentes.
Esses limites não possuem valor absoluto nem podem ser considerados
como permanentes. Variam em função do desenvolvimento científico e
tecnológico e de condições econômicas assim como em função de
tendências de aceitação ou rejeição de práticas e posturas que afetam os
valores culturais de uma sociedade.

Uma das diversas funções da OMS no atendimento de seus objetivos é a de


“propor ... regulamentos e efetuar recomendações relativas a temas
internacionais de saúde ... (WHO, 1990).

Como parte importante dessas funções a OMS estabelece, através de dois


procedimentos distintos, as diretrizes para a qualidade da água potável. O
primeiro designado como “Avaliação de Riscos”, efetuado pelos seus centros
colaboradores internacionais e inclui: i) a identificação, em nível mundial de
contaminantes potencialmente perigosos (microbiológicos, químicos e
radiológicos); (ii) avaliação quantitativa da relação doses-efeitos sobre seres
humanos, e; (iii) avaliação dos níveis potenciais de exposição que podem
ocorrer sobre seres humanos. Esta primeira fase, atribui valores diretrizes
aos contaminantes considerados relevantes e é dirigida, fundamentalmente, à
proteção da saúde pública. Essas diretrizes têm características unicamente
“recomendatórias” e são baseadas na filosofia de risco/benefício. Diretrizes

4
assim formuladas proporcionam a seus países membros elementos para o
estabelecimento de padrões nacionais de qualidade de água.

O segundo procedimento proposto pela OMS, denominado “Gestão do Risco”


é desenvolvido em nível nacional por países interessados em estabelecer
seus próprios padrões de qualidade e respectivos códigos de prática.
Consiste na interpretação das diretrizes levando em conta as condições e
características técnicas, sociais e econômicas e de sensibilidades de cada
país. Esta etapa formula os padrões compatíveis com os interesses e as
tendências nacionais.

No contexto apresentado, não se pode deixar de levar em consideração os


aspectos tecnológicos relacionados ao monitoramento da qualidade da água
de mananciais e sistemas de tratamento de água de abastecimento, bem
como os avanços relacionados às tecnologias de tratamento, mediante a
adoção do conceito de melhor tecnologia disponível.

2.1. A PORTARIA DE ÁGUA POTÁVEL E O PSA

Os padrões de qualidade estabelecidos na Portaria de padrão de potabilidade


foram adotados diretamente das diretrizes da OMS sem a devida adaptação
às condições sociais, técnicas e, principalmente, de saúde públicas
brasileiras. Note-se que os centros colaboradores da OMS que avaliam os
riscos de saúde pública associados à água potável são localizados, em sua
maioria, em países desenvolvidos, fazendo com que as variáveis
regulamentadas por eles sejam exclusivas desses países e não
necessariamente as que são prevalentes no Brasil.

Esse aspecto fundamental leva à consideração de que o atendimento


completo dos padrões de qualidade inseridos na Portaria de padrão de
potabilidade não garante a distribuição de água potável aos consumidores
dos sistemas brasileiros de abastecimento. Isto posto, é importante ressaltar,
que estes padrões, considerando o atual cenário relacionada aos
contaminantes potencialmente presentes nos mananciais utilizados para

5
abastecimento, especialmente aqueles influenciados pela ação antrópica
podem não ser suficientes para assegurar a qualidade da água para uso
potável.

Como forma de destacar o enfoque no setor de abastecimento de água


potável, verifica-se que, ao longo desses anos, tanto os sistemas de
abastecimento, quanto a autoridade competente, realizam suas ações quanto
à conformidade da água potável baseadas principalmente na prática do
monitoramento laboratorial para verificar a qualidade da água produzida e
distribuída por um sistema de abastecimento de água.

Essa prática, frequentemente lenta, custosa e ineficaz, se traduz em


incertezas para atestar a confiabilidade da água sob o ponto de vista de
potabilidade, retratando em:

 Altos custos de monitoramento da água bruta, tratada e distribuída;


 Dificuldades em correlacionar qualidade da água com incidências de
doenças de trasmissão e veiculação hídricas na população
consumidora;
 Dificuldades em detectar outros organismos patogênicos como vírus e
protozoários patogênicos que causam doenças na população;
 Métodos ineficazes de monitoramento da qualidade da água, pois
somente permite verificar se a água era própria ou imprópria ao
consumo, após esta já ter sido consumida pela população;
 Dificuldade em realizar análises mais complexas para detecção de
alguns indicadores indesejáveis, constituintes microbiológicos,
químicos e radiológicos;
 Quantidade insuficiente das amostras coletadas para garantir e certificar
a qualidade da água, quando comparados com o volume de água
produzido e distribuído;
 Frequência de amostragem não garantindo os aspectos temporal,
espacial e arranjo das redes, entre outros.

6
O monitoramento da qualidade da água é, usualmente, utilizado para
confirmar a presença de contaminantes ou ausência de produtos como cloro,
necessários como barreira sanitária, mas, ironicamente, se mostrar que os
contaminantes estão presentes, algo correu mal e um perigo já está presente
na água. Embora o monitoramente é importante, a mensuração de risco à
saúde pública deve ser baseada em planos de gestão de riscos e
identificação de perigos no abastecimento de água potável, a fim de fornecer
o benefício adicional de reduzir a probabilidade da presença de
contaminantes na água produzida e distribuída.

Para criar e gerir um plano de gestão dos riscos de saúde pública para o seu
abastecimento de água potável, deve-se definir um modelo de plano de
gestão dos riscos, os quais são denominados de Plano de Segurança da
Água - PSA.

Para um PSA deve-se utilizar a metodologia proposta pela OMS, pois o Brasil
é seu signatário. O PSA necessita identificar os perigos potenciais
associados ao sistema de abastecimento e classificá-los de acordo com os
riscos associados.

No Brasil, a intenção de implementar o Plano de Segurança da Água por


meio de uma legislação de padrão de potabilidade, publicada pelo Ministério
da saúde, não deu certo, talvez por esse tema ser muito maior do que a
própria portaria e ter a necessidade de incluir, necessariamente, os
Ministérios do Desenvolvimento Regional que tem a competência da pasta de
saneamento, Ministério do Meio Ambiente que responde pelos recursos
hídricos e órgãos e entidades responsáveis pelo uso e ocupação do solo, os
quais podem tomar decisões com impactos diretos sobre a qualidade da água
de mananciais utilizados para abastecimento público.

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3. CONCEITO DE MÚLTIPLAS BARREIRAS

De acordo com uma publicação do Conselho de Ministros do Meio Ambiente


do Canadá (2004), o controle da qualidade da água para abastecimento,
baseado apenas no monitoramento de contaminantes químicos e/ou
microbiológicos passíveis de quantificação é bastante limitado. A razão para
isto é o fato de os programas de monitoramento limitarem-se à avaliação de
micro-organismos e/ou compostos químicos para os quais existem padrões
de qualidade estabelecidos. Este procedimento torna praticamente impossível
contemplar os potenciais problemas de saúde, caso sejam consideradas
todas as substâncias químicas presentes na água, sem mencionar o efeito da
ação combinada de duas ou mais substâncias.

Considerando-se este problema, há a necessidade da adoção de uma


abordagem integrada para o gerenciamento da água para abastecimento
público, com destaque para o conceito de múltiplas barreiras, que considera
todas as etapas do sistema de produção de água potável, desde o manancial
até a torneira do consumidor final.

Para simplificar, o conceito de múltiplas barreiras preconiza a utilização de


ferramentas administrativas, gerenciais, tecnológicas e educacionais para
assegurar a qualidade da água que será distribuída ao consumidor final.

Assim, a garantia da qualidade da água que será distribuída ao consumidor


irá depender de ações e programas de governo, relacionados à proteção de
áreas de mananciais, da estruturação de órgãos e agências de fiscalização e
controle, estabelecimento de programas de monitoramento da qualidade da
água, da definição e implantação de estruturas de tratamento compatíveis
com as necessidades de cada local, implantação de programas de
manutenção das redes e reservatórios de distribuição de água e implantação
de programas de treinamento e capacitação de profissionais envolvidos em
toda a cadeia de produção de água potável.

8
Também é importante destacar a questão dos esgotos e efluentes gerados,
os quais irão retornar aos mananciais podendo comprometer a sua qualidade.
Neste contexto, a estrutura de coleta e tratamento de esgotos e efluentes
também deve ser contemplada nos planos de segurança da água.

Com esta compreensão, as normas relacionadas à água potável devem


promover a integração dos diversos órgãos públicos que possam ter
influência sobre qualquer aspecto relacionado à sua qualidade.

Do ponto de vista das barreiras para assegurar a qualidade da água para


abastecimento, os planos de segurança da água devem levar em
consideração:
 A proteção dos mananciais;
 A definição de padrões de qualidade para a água potável;
 A implantação de sistemas adequados de tratamento de água;
 O desenvolvimento de programas que garantam a integridade da
estrutura de armazenagem e distribuição da água tratada;
 O monitoramento da água produzida ou fornecida em diversos pontos
do manancial, da estrutura de tratamento, da rede de distribuição e
dos reservatórios de armazenagem;
 A implantação de sistema para análise e correção de eventuais
desvios em relação às metas do plano de segurança.

Para uma melhor compreensão sobre a estruturação de um plano de


segurança da água, nos itens a seguir é feita uma discussão específica sobre
as três primeiras barreiras a serem consideradas na revisão de uma Portaria
Ministerial para Água Potável.

3.1. Proteção de mananciais

A qualidade da água dos mananciais é diretamente influenciada pelos


padrões de uso e ocupação do solo aplicados à sua área de drenagem.

9
Neste sentido, a maneira mais simples de assegurar a qualidade da água
para abastecimento é proteger os mananciais contra os processos de
degradação da sua qualidade, devendo-se minimizar a sua contaminação
pelas atividades antrópicas, com atenção especial para:
 Ocupação não planejada da área de formação do manancial;
 Lançamento de efluentes domésticos ou industriais nos corpos
hídricos responsáveis pela formação do manancial;
 Contaminação indireta pela drenagem de áreas urbanas, industriais ou
agrícolas;
 Deposição atmosférica de poluentes resultantes de emissões de
processos industriais ou aplicação de defensivos agrícolas.
 Ocorrências de acidentes de transporte com cargas perigosas
(Rodovias e Ferrovias).

Considerando-se que as principais causas da presença de contaminantes


específicos na água de abastecimento tem relação com as condições
relacionadas acima, os instrumentos legais relativos ao uso e ocupação do
solo podem contribuir de forma significativa para assegurar a qualidade da
água para abastecimento público.

Atenção deve ser dada para o conhecimento do manancial com relação à sua
hidrodinâmica, pontos de descarga e captação, volume de armazenamento,
tempo de detenção hidráulico e a possibilidade de estratificação térmica,
entre outros.

3.2. Definição de padrões de qualidade para a água de


abastecimento

Outro instrumento relevante para assegurar a qualidade da água para


abastecimento é a utilização de padrões de qualidade, baseados nos riscos
potenciais que certas substâncias químicas e micro-organismos apresentam
para a saúde humana. Esta barreira já foi incorporada aos sistemas de
tratamento de água para abastecimento, com a definições de padrões de

10
qualidade específicos, os quais são baseados nas Diretrizes da Organização
Mundial da Saúde.

É importante ressaltar, que estes padrões, considerando o atual cenário


relacionada aos contaminantes potencialmente presentes nos mananciais
utilizados para abastecimento, especialmente aqueles influenciados pela
ação antrópica, podem não ser suficientes para assegurar a qualidade da
água para uso potável.

Para ilustrar, pode-se considerar o número de substâncias químicas


disponíveis comercialmente, que pelo último dado disponibilizado pelo
Chemical Abstract Service, órgão internacional responsável pelo registro de
todas as substâncias químicas existentes, chegou a mais de 100 milhões em
fevereiro de 2016 (CAS, 2016).

Dentre os potenciais contaminantes presentes nos efluentes domésticos,


industriais e águas de drenagem de áreas agrícolas encontra-se a classe dos
desreguladores, ou disruptores, endócrinos. Substâncias capazes de interferir
no equilíbrio hormonal dos organismos superiores, causando efeitos adversos
significativos. Estão incluídos nesta categoria de contaminantes diversas
substâncias químicas utilizadas na indústria, como plastificantes, nas
residências, como produtos de higiene pessoal, fármacos e produtos de
limpeza, e na agricultura, como os defensivos agrícolas.

Neste caso, torna-se muito complexo e oneroso assegurar a qualidade da


água de abastecimento por meio da definição de padrões de qualidade
numéricos para esta ampla variedade de contaminantes. Esta condição exige
uma abordagem integrada, por meio da utilização de padrões de qualidade
que possam avaliar o efeito potencial no ser humano do consumo de água
com a presença de uma variedade de constituintes, para alguns dos quais,
pela concentração em que se encontram na água não são detectados pelas
técnicas analíticas disponíveis.

11
Ressalta-se que, além dos constituintes químicos, é necessário considerar os
micro-organismos

Isto requer a utilização de variáveis sentinelas ou de controle, assim


chamadas pois não são capazes de identificar e quantificar os contaminantes
presentes na água, mas sim o seu efeito potencial na saúde humana. Como
sugestão, pode-se utilizar as seguintes variáveis sentinelas:
 Potencial de inibição enzimática, que pode indicar a presença de
metais pesados ou outros contaminantes na água (Bitton, Jung, and
Koopman, 1994);
 Teste de estrogenicidade e androgenicidade, que pode indicar a
presença de desreguladores endócrinos e defensivos agrícolas
(Leskinen et al., 2005);
 Contagem microbiológica de organismos patogênicos, indicadores da
presença de vírus, bactérias e protozoários com potencial de efeito
adverso na saúde humana;
 Carbono orgânico total, que representa um conjunto de substâncias
orgânicas presentes;
 Condutividade elétrica, que representa um conjunto de compostos e
substâncias inorgânicas;
 pH, que pode indicar a ocorrência de lançamento de efluentes
industriais no manancial;
 Toxicidade química, que pode indicar a presença de contaminantes
tóxicos não específicos;
 Turbidez, que indica a presença de sólidos em suspensão na água;
 Contagem de cianobactérias, que pode ser indicativo da presença de
toxinas;
 Outros indicadores que podem ser sugeridos por especialistas das
áreas de saúde, biologia e química.

Os resultados destes testes poderão indicar a necessidade da realização de


análises específicas, ou da necessidade de utilização de técnicas de
tratamento de água capazes de eliminar os efeitos observados.

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Ressalta-se que esta abordagem pode simplificar de forma significativa o
processo de monitoramento da qualidade da água de abastecimento, ao
mesmo tempo em que aprimora os mecanismos de monitoramento e reduz
os riscos potenciais para a saúde humana e os custos associados.

3.3. Novas tecnologias de tratamento

É importante observar que, no Brasil, o tratamento de água para


abastecimento é baseado, predominantemente, no processo convencional,
que envolve os processos de coagulação-floculação, sedimentação, filtração,
ajuste químico e desinfecção com cloro. Esta técnica de tratamento é
específica para tratamento de água para abastecimento público a partir de
mananciais comprovadamente protegidos e passou a ser amplamente
utilizado a partir do final do Século XIX, começo do Século XX (Mierzwa,
2009).

Com o passar do tempo, em função de diversos problemas de poluição o


processo convencional passou a sofrer alterações, tornando-se cada vez
mais complexo para enfrentar os novos desafios em relação à qualidade da
água para abastecimento público.

Face a evolução em relação aos problemas de qualidade de água, países


desenvolvidos, como os Estados Unidos da América e países da Europa e
Oriente Médio, passaram a utilizar um outro tipo de conceito em relação ao
tratamento de água, que é o da melhor tecnologia disponível (USEPA, 2003).

Pelo conceito de melhor tecnologia disponível, o controle da qualidade da


água de abastecimento deve levar em consideração a capacidade
tecnológica atual para a remoção ou eliminação de contaminantes
específicos presentes na água. Além de possibilitar um maior nível de
segurança para os consumidores, a adoção deste conceito permite o avanço
tecnológico no setor de saneamento.

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Ressalta-se, ainda, que o conceito de melhor tecnologia disponível também
deve ser considerado para o tratamento de efluentes industriais e
domésticos, já que estes são as principais fontes de contaminação dos
mananciais utilizados para abastecimento público.

Neste contexto, é possível destacar as tecnologias de separação por


membranas e os processos oxidativos avançados, associados ou não à
outras tecnologias de tratamento. A literatura sobre a utilização destas
tecnologias de tratamento, tanto para efluentes, como para água de
abastecimento é bastante ampla, o que permite considerar o conceito de
melhor tecnologia disponível na legislação sobre qualidade de água para fins
potáveis. Dentre as tecnologias mais amplamente utilizadas destacam-se:
 Microfiltração – remoção de material particulado e organismos
patogênicos, principalmente protozoários e bactérias;
 Ultrafiltração – remoção de material coloidal, bactérias, vírus, matéria
orgânica natural e outros compostos orgânicos com elevada massa
molar;
 Nanofiltração – remoção de compostos orgânicos com baixa massa
molar (até 300 g/mol) e íons bivalentes;
 Osmose reversa – remoção de compostos orgânicos com baixa massa
molar (menor que 300 g/mol) e íons monovalentes;
 Processos oxidativos avançados – remoção de compostos orgânicos
potencialmente prejudiciais à saúde humana.

Em relação aos processos de separação por membranas, o país ainda


apresenta limitação em relação à fabricação dos módulos de separação, mas
já existem pesquisas que possibilitam a transferência de tecnologia para o
setor público ou privado, para viabilizar a fabricação de equipamentos.

No caso dos processos oxidativos avançados já é possível a fabricação de


equipamentos, uma vez que os principais constituintes podem ser adquiridos
no mercado nacional.

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4. PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE PSA

O Plano de Segurança é obrigatório ou voluntário?

A Organização Mundial da Saúde, a Associação Internacional da Água,


através da Guidelines for Drinking-Water Quality e da Bonn Charter for Safe
Drinking Water, desde 2004 abordam a importância do PSA para os sistemas
de abastecimentos de água.

No Brasil, até o presente, a utilização do PSA é voluntária, embora na


portaria de padrão de potabilidade seja citado, para uns é obrigatório e para
outros não. O fato é que, na portaria, não está claro quem avalia como o PSA
se relaciona com outros planos existentes, qual o conteúdo de um PSA,
quem é responsável pela sua elaboração e qual é a sua delimitação, dentre
outros aspectos relevantes, o que o torna frágil.

Deveria ser obrigatório com legislação específica, de acordo com as


recomendações da Organização Mundial da Saúde. Essa legislação deve ser
emanada do Ministério de Desenvolvimento Regional, que cuida da pasta de
saneamento, do Ministério do Meio Ambiente, que cuida da pasta de recursos
hídricos e do Ministério da Saúde que elabora o padrão de potabilidade.

Como implementar a integração do Plano de Segurança da Água com o


Plano Municipal de Saneamento Básico?

O Plano de Segurança da Água (PSA) é um documento que contém a


descrição detalhada do sistema de abastecimento de água, identifica perigos,
avalia os riscos e estabelece as medidas necessárias para controla-los,
abraçando todas as etapas, de um sistema de abastecimento de água, que
inclui o manancial, a estrutura de captação, os processos de tratamento, a
reservação e a rede de distribuição.

De acordo com a legislação de saneamento básico, a Lei nº 11.445/2007,


todo município deve elaborar um Plano Municipal de Saneamento Básico
(PMSB) que contempla: abastecimento de água potável; Esgotamento

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sanitário; Manejo de resíduos sólidos; e Drenagem e manejo das águas
pluviais urbanas. O PMSB deve conter, no mínimo: diagnóstico da situação
do saneamento, objetivos e metas de curto, médio e longo prazo para a
propagação do sistema e ações emergenciais e de contingência.

O Plano de Segurança da Água deve ser compatível, com PMSB e com


outros planos do município, para não ficar em desacordo com outros planos
já existentes e juridicamente válido.

Não tem nenhum sentido um município ter um PSA e não ter o PMSB.

Como se daria a integração do PSA com o plano de bacia hidrográfica.


Qual é o papel dos Comitês de Bacias?

O Plano de Segurança da Água deve ser compatível, no mínimo, com o plano


de bacia hidrográfica e PMSB, além de outros planos do município, pois caso
contrário sua validade jurídica se torna questionável.

Como as águas superficiais e subterrâneas são utilizadas como mananciais


de abastecimento e na política de recursos hídricos são apresentadas
aspectos da hidrologia e geologia, usos conflitantes da água, uso e ocupação
do solo, fontes de poluição, dados sobre qualidade e quantidade das águas
brutas, características físicas, vazões e medidas de proteção, bem como a
políticas e medidas existentes de proteção de mananciais e conservação de
recursos hídricos, as ações dos Comitês de Bacia são fundamentais para
implantação do PSA.

Se bem executada, a política de recursos hídricos de uma bacia hidrográfica


é capaz de promover a segurança hídrica, prevenir doenças, reduzir as
desigualdades sociais, preservar o meio ambiente, aumentar os indicadores
de atendimento em saneamento básico, diminuir os acidentes ambientais e
outros que irão diretamente impactar no desenvolvimento econômico de um
município.

16
Quem deve elaborar o PSA? Sistema de abastecimento de água (SAA)?
Solução alternativa coletiva (SAC)?

O PSA deve ser elaborado para qualquer SAA e SAC, independentemente da


classificação, porte do abastecimento, local de ocorrência, se nas áreas
urbanas, rurais, pública ou privada. O que vai diferenciar os planos
específicos será a complexidade e o nível de detalhamento das informações
e, novamente, afirma-se a necessidade do desenvolvimento de uma
legislação específica para PSA.

Quem financia o PSA?

Hoje não se tem claro como e quem pode financiar a elaboração e execução
de um PSA. Mas na prática, deveria ter linhas de financiamentos específicos
para PSA para que todas as empresas de abastecimento e órgãos públicos
responsáveis pela produção e distribuição de água para abastecimento
possam elaborar e implementar o PSA.

Quem o audita? O PSA é auto regulatório?

Em vários países a elaboração do PSA é da entidade operadora e quem


avalia e audita são as agências de regulação de saneamento ou entidades
especializadas. No Brasil isso pouco tem sido discutido, ficando uma lacuna
muito grande sobre as competências e por consequência, deficiências em
aplicar e avaliar as metodologias de riscos emanadas para o PSA. Para
garantir um adequado PSA deveria ser definido e implementado um processo
de auditoria, como uma avaliação independente e sistêmica que permita
determinar a adequada implementação do PSA, sua eficácia, eficiência e
integridade (Auditing water safety plans. OMS, 2015).

Mais uma vez, se reforça a necessidade da existência de uma legislação


nacional especifica para PSA.

17
O PSA de uma Solução Alternativa de Abastecimento de água deve
seguir a mesma metodologia de um PSA para Sistema de
Abastecimento Público (SAA)?

O PSA de uma fonte alternativa deve seguir a mesma metodologia, mas


quando a questão é avaliação dos riscos do manancial deve ser considerada
a análise a partir do ponto de captação, mas indo até os pontos de consumo,
diferente do SAA.

Quais os objetivos gerais e específicos do PSA dentro da legislação de


qualidade/ potabilidade de água?

O PSA em uma legislação de padrão de potabilidade deve ser mencionado a


fim de reforçar os objetivos de garantia de que a água de consumo da
população atenda às normas estabelecidas na legislação e se assegurar da
manutenção desta condição nos projetos e práticas operacional.

O PSA minimiza riscos e antevê problemas sendo um processo de prevenção


e não baseado exclusivamente em análises de monitoramento

Por que implementar a ferramenta do PSA?

A elaboração de um PSA para o sistema de abastecimento de água, baseada


numa abordagem de análise e gestão de riscos para a saúde pública, insere-
se na política de saneamento, recursos hídricos e saúde, a fim de garantir a
qualidade da água produzida e fornecida aos seus consumidores.

A implementação de uma nova metodologia de controle de qualidade da


água, conforme proposto pela OMS, tem ganhos positivos na padronização,
uniformização e reorientação de procedimentos internos, tais como planos de
monitoramento da qualidade da água e planos operacionais, contribuindo
para um melhor conhecimento do funcionamento integral do sistema de
abastecimento e um indicador progressivo para o atendimento dos valores
previstos nas legislações, além de criar mecanismos para uma maior
cooperação entre os diversos setores e atores institucionais.

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O que deve estar contemplado no PSA conforme legislação do Padrão
de Potabilidade?

A legislação de padrão de potabilidade deve citar o PSA, mas o Plano de


Segurança da Água é muito maior que o padrão de potabilidade, na prática,
os padrões de qualidade da água devem ser baseados nas recomendações
do PSA. Portanto deve ter uma legislação específica, pois há necessidade de
definir procedimentos, responsabilidades, competências.

Algumas expressões precisam ser obrigatoriamente definidas em uma


legislação de PSA como por exemplo: auditoria, auditoria interna, ação
corretiva, avaliação de risco, evento perigoso, inspeção sanitária, medida de
controle, monitoramento operacional, ponto de controle, classificação dos
riscos e múltiplas barreiras, entre outros.

O que o PSA tem haver com plano de monitoramento de controle da


qualidade da água?

O PSA poderá modificar o processo de monitoramento atual de um sistema


de abastecimento ou solução alternativa pois o mesmo avalia os riscos e a
partir deste momento vai ter um plano de monitoramento em função dos
riscos e não por número de pessoas atendidas que não tem lógica e nem
justificativa técnica.

Quem elabora e aprova o PSA?

O PSA deve ser elaborado por pessoas ou empresas capacitadas e deve ter
um responsável técnico que assina sua elaboração.

A aprovação e implementação do PSA dentro da empresa operadora deve


ser pelo responsável técnico do sistema ou solução alternativa de
abastecimento de água em questão.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES
SOBRE O PSA

A Portaria de padrão de potabilidade atual e suas edições anteriores não


elaboraram a fase de Gestão de Riscos.

Embora muito importante, não basta somente elaborar o PSA, pois se não
houver claro a inclusão do PSA nas políticas públicas de saneamento, elas
terão grande dificuldade de serem efetivamente implementadas, como a que
propõe implementar um controle efetivo de fontes de emissão de poluentes.

A implementação do PSA poderá demandar recursos financeiros para serem


executados, pois deverão ser considerados, aspectos fundamentais de
normalização, de critérios de tratamento de água e de procedimentos
operacionais. Contudo, os benefícios potenciais do seu desenvolvimento
poderão resultar em uma redução significativa nos custos relacionados à
gestão e monitoramento da qualidade da água para abastecimento.

Deve ser considerada a viabilidade de desenvolver um novo arcabouço legal


para PSA incluindo:

a) O Princípio de Múltiplas Barreiras na fase de projeto e na operação,


constitui-se de etapas do sistema de abastecimento de água, onde
se estabelecem procedimentos para prevenir, reduzir, eliminar ou
minimizar a contaminação e deve ser fomentado na Portaria;
b) Adoção por todos os SAA e SAC de área funcional de GESTÃO DE
RISCO, como a melhor forma de assegurar a gestão da água com
segurança, e qualidade, prevenindo contra os riscos à saúde
associados;
c) Reconhecimento do Plano de Segurança da Água - PSA - como
ferramenta obrigatória (não mera recomendação) a todos os SAA e
SAC;

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d) O PSA deve compreender a bacia hidrográfica, a captação, o
tratamento, as adutoras e reservatórios de água tratada e a rede
distribuidora até os hidrómetros de cada consumidor, sendo a
responsabilidade dos gestores dos respectivos SAAs.
Adicionalmente, os aspectos relacionados à coleta, tratamento e
lançamento de esgotos também devem ser considerados;
e) Deve ser claro as exigências de conteúdos para PSA em SAA e
SAC;
f) Recomenda-se que os PSAs sejam avaliados por consultores
especialistas;
g) Entende-se que os aspectos do manancial e o tratamento de água
são de competência do Ministério do Meio Ambiente e Ministério do
Desenvolvimento Regional e órgãos licenciadores, como já é
realizado;
h) Sugere-se inserção da definição do conceito de Múltiplas Barreiras
e a adoção do conceito de melhor tecnologia disponível como
elementos essências para a garantida da qualidade da água para
abastecimento;
i) O gerenciamento do manancial extrapola as competências dos
prestadores de serviços de saneamento; já que envolve políticas de
uso e ocupação do solo, recursos hídricos, meio ambiente. Para
este item em específico, sugere-se fortalecimento dos Comitês de
Bacias, para gerenciamento avaliação de riscos dos recursos
hídricos;
j) Sugere-se o fortalecimento das Agências Reguladoras de
Saneamento para avaliar os PSA, pois atualmente, a maioria das
Agências Reguladoras recebe os Contratos de Programa e de
Concessão já elaborados e assinados pelas autoridades
competentes. As agências não participam desta elaboração, elas
apenas fiscalizam os Contratos de Programa e de Concessão. No
cenário atual, se o PSA não estiver incluído nos contratos, ele não
poderá ser avaliado. Além disso, seria necessário que as agências
reguladoras realmente contassem com técnicos capacitados para

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avaliar um PSA. Esta avaliação não é simples e depende de
profissionais de diversas áreas.
k) Sugere-se a implementação de programas de comunicação social
com todos os atores sociais, envolvidos na gestão dos recursos
hídricos da bacia hidrográfica;
l) Sugere-se que Comitês de Bacia incluam em seus programas e
planos de trabalho o fomento dos PSA;
m) Sugerem-se capacitações sobre PSA para operadores e gestores.

No entanto, a inclusão do PSA requer uma mudança no paradigma vigente


no país, em relação às políticas públicas de saneamento básico, recursos
hídricos e de saúde, pois atualmente o controle da qualidade da água para
abastecimento baseado apenas em padrões numéricos, para as condições
atuais, não é suficiente para assegurar a produção e distribuição de uma
água segura.

Ressalta-se que as atividades necessárias para o desenvolvimento de um


Plano de Segurança da Água abrangente requerem a obtenção e análise de
dados variados, relacionados não apenas às estruturas diretamente
associadas aos sistemas de abastecimento, mas também aos diversos
elementos que podem ter influência sobre as mesmas, como planos de uso e
ocupação do solo, áreas de proteção ambiental, estudos epidemiológicos e
condições de saúde pública e condições sanitárias e sociais das populações,
entre outros. Isto, por sua vez irá exigir uma atuação coordenada entre as
diversas áreas de conhecimento, dos setores envolvidos direta e
indiretamente, bem como da sociedade civil.

Por fim, a adoção de um Plano de Segurança da Água parece ser o


procedimento com maior potencial para assegurar a qualidade da água para
abastecimento público, o que justifica incluir nas políticas públicas emanadas
dos Ministérios do Desenvolvimento Regional, Meio Ambiente e Saúde.

22
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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