Plano de Segurança Da Água Proposta Legislação Nacional
Plano de Segurança Da Água Proposta Legislação Nacional
Plano de Segurança Da Água Proposta Legislação Nacional
Maio 2019
1
Realização:
Apoio:
2
A publicação foi baseada nas sugestões de cada participante do painel e nos
textos das seguintes publicações:
3
Sumário
Apresentação 3
1. Introdução 2
2. Gestão e avaliação de riscos - diretrizes da organização mundial da saúde -
OMS 4
2.1. A portaria de água potável e o PSA 5
3. Conceito de múltiplas barreiras 8
3.1. Proteção de mananciais 9
3.2. Definição de padrões de qualidade para a água de abastecimento 10
3.3. Novas tecnologias de tratamento 13
4. Perguntas e respostas sobre PSA 15
5. Considerações finais e recomendações sobre o PSA 20
6. Referências bibliográficas 23
4
APRESENTAÇÃO
1
1. INTRODUÇÃO
A água utilizada para abastecimento humano apresenta diversos riscos para
a saúde, os quais estão associados à presença de contaminantes químicos e
microbiológicos, que são resultantes de diversas fontes, incluindo, em alguns
casos, o próprio sistema de tratamento e distribuição de água (WHO, 2005).
2
Assim, os Planos de Segurança da Água devem estar baseados no conceito
de múltiplas barreiras e devem ser planejados e mantidos considerando-se
uma estrutura institucional que envolve obrigações internacionais, os
Governos Federal, Estadual e Municipais, a comunidade, as companhias de
saneamento, universidades, centros de pesquisa e organizações não
governamentais.
3
2. GESTÃO E AVALIAÇÃO DE RISCOS - DIRETRIZES DA
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE - OMS
4
assim formuladas proporcionam a seus países membros elementos para o
estabelecimento de padrões nacionais de qualidade de água.
5
abastecimento, especialmente aqueles influenciados pela ação antrópica
podem não ser suficientes para assegurar a qualidade da água para uso
potável.
6
O monitoramento da qualidade da água é, usualmente, utilizado para
confirmar a presença de contaminantes ou ausência de produtos como cloro,
necessários como barreira sanitária, mas, ironicamente, se mostrar que os
contaminantes estão presentes, algo correu mal e um perigo já está presente
na água. Embora o monitoramente é importante, a mensuração de risco à
saúde pública deve ser baseada em planos de gestão de riscos e
identificação de perigos no abastecimento de água potável, a fim de fornecer
o benefício adicional de reduzir a probabilidade da presença de
contaminantes na água produzida e distribuída.
Para criar e gerir um plano de gestão dos riscos de saúde pública para o seu
abastecimento de água potável, deve-se definir um modelo de plano de
gestão dos riscos, os quais são denominados de Plano de Segurança da
Água - PSA.
Para um PSA deve-se utilizar a metodologia proposta pela OMS, pois o Brasil
é seu signatário. O PSA necessita identificar os perigos potenciais
associados ao sistema de abastecimento e classificá-los de acordo com os
riscos associados.
7
3. CONCEITO DE MÚLTIPLAS BARREIRAS
8
Também é importante destacar a questão dos esgotos e efluentes gerados,
os quais irão retornar aos mananciais podendo comprometer a sua qualidade.
Neste contexto, a estrutura de coleta e tratamento de esgotos e efluentes
também deve ser contemplada nos planos de segurança da água.
9
Neste sentido, a maneira mais simples de assegurar a qualidade da água
para abastecimento é proteger os mananciais contra os processos de
degradação da sua qualidade, devendo-se minimizar a sua contaminação
pelas atividades antrópicas, com atenção especial para:
Ocupação não planejada da área de formação do manancial;
Lançamento de efluentes domésticos ou industriais nos corpos
hídricos responsáveis pela formação do manancial;
Contaminação indireta pela drenagem de áreas urbanas, industriais ou
agrícolas;
Deposição atmosférica de poluentes resultantes de emissões de
processos industriais ou aplicação de defensivos agrícolas.
Ocorrências de acidentes de transporte com cargas perigosas
(Rodovias e Ferrovias).
Atenção deve ser dada para o conhecimento do manancial com relação à sua
hidrodinâmica, pontos de descarga e captação, volume de armazenamento,
tempo de detenção hidráulico e a possibilidade de estratificação térmica,
entre outros.
10
qualidade específicos, os quais são baseados nas Diretrizes da Organização
Mundial da Saúde.
11
Ressalta-se que, além dos constituintes químicos, é necessário considerar os
micro-organismos
12
Ressalta-se que esta abordagem pode simplificar de forma significativa o
processo de monitoramento da qualidade da água de abastecimento, ao
mesmo tempo em que aprimora os mecanismos de monitoramento e reduz
os riscos potenciais para a saúde humana e os custos associados.
13
Ressalta-se, ainda, que o conceito de melhor tecnologia disponível também
deve ser considerado para o tratamento de efluentes industriais e
domésticos, já que estes são as principais fontes de contaminação dos
mananciais utilizados para abastecimento público.
14
4. PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE PSA
15
sanitário; Manejo de resíduos sólidos; e Drenagem e manejo das águas
pluviais urbanas. O PMSB deve conter, no mínimo: diagnóstico da situação
do saneamento, objetivos e metas de curto, médio e longo prazo para a
propagação do sistema e ações emergenciais e de contingência.
Não tem nenhum sentido um município ter um PSA e não ter o PMSB.
16
Quem deve elaborar o PSA? Sistema de abastecimento de água (SAA)?
Solução alternativa coletiva (SAC)?
Hoje não se tem claro como e quem pode financiar a elaboração e execução
de um PSA. Mas na prática, deveria ter linhas de financiamentos específicos
para PSA para que todas as empresas de abastecimento e órgãos públicos
responsáveis pela produção e distribuição de água para abastecimento
possam elaborar e implementar o PSA.
17
O PSA de uma Solução Alternativa de Abastecimento de água deve
seguir a mesma metodologia de um PSA para Sistema de
Abastecimento Público (SAA)?
18
O que deve estar contemplado no PSA conforme legislação do Padrão
de Potabilidade?
O PSA deve ser elaborado por pessoas ou empresas capacitadas e deve ter
um responsável técnico que assina sua elaboração.
19
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES
SOBRE O PSA
Embora muito importante, não basta somente elaborar o PSA, pois se não
houver claro a inclusão do PSA nas políticas públicas de saneamento, elas
terão grande dificuldade de serem efetivamente implementadas, como a que
propõe implementar um controle efetivo de fontes de emissão de poluentes.
20
d) O PSA deve compreender a bacia hidrográfica, a captação, o
tratamento, as adutoras e reservatórios de água tratada e a rede
distribuidora até os hidrómetros de cada consumidor, sendo a
responsabilidade dos gestores dos respectivos SAAs.
Adicionalmente, os aspectos relacionados à coleta, tratamento e
lançamento de esgotos também devem ser considerados;
e) Deve ser claro as exigências de conteúdos para PSA em SAA e
SAC;
f) Recomenda-se que os PSAs sejam avaliados por consultores
especialistas;
g) Entende-se que os aspectos do manancial e o tratamento de água
são de competência do Ministério do Meio Ambiente e Ministério do
Desenvolvimento Regional e órgãos licenciadores, como já é
realizado;
h) Sugere-se inserção da definição do conceito de Múltiplas Barreiras
e a adoção do conceito de melhor tecnologia disponível como
elementos essências para a garantida da qualidade da água para
abastecimento;
i) O gerenciamento do manancial extrapola as competências dos
prestadores de serviços de saneamento; já que envolve políticas de
uso e ocupação do solo, recursos hídricos, meio ambiente. Para
este item em específico, sugere-se fortalecimento dos Comitês de
Bacias, para gerenciamento avaliação de riscos dos recursos
hídricos;
j) Sugere-se o fortalecimento das Agências Reguladoras de
Saneamento para avaliar os PSA, pois atualmente, a maioria das
Agências Reguladoras recebe os Contratos de Programa e de
Concessão já elaborados e assinados pelas autoridades
competentes. As agências não participam desta elaboração, elas
apenas fiscalizam os Contratos de Programa e de Concessão. No
cenário atual, se o PSA não estiver incluído nos contratos, ele não
poderá ser avaliado. Além disso, seria necessário que as agências
reguladoras realmente contassem com técnicos capacitados para
21
avaliar um PSA. Esta avaliação não é simples e depende de
profissionais de diversas áreas.
k) Sugere-se a implementação de programas de comunicação social
com todos os atores sociais, envolvidos na gestão dos recursos
hídricos da bacia hidrográfica;
l) Sugere-se que Comitês de Bacia incluam em seus programas e
planos de trabalho o fomento dos PSA;
m) Sugerem-se capacitações sobre PSA para operadores e gestores.
22
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Bitton, G.; Jung, K.; Koopman, B. Evaluation of a microplate assay specific for
heavy metal toxicity. Archives of Environmental Contamination and
Toxicology. 27 (1994), p. 25-28,
Edzwald, J.K., Becker, W.C., Wattier, K.L., (1985) Surrogate parameters for
monitoring organic matter and THM precursors, J. AWWA, Research and
Technology, vol.77 nº 4, pp. 122-132, USA;
23
Fair, G.M., Geyer, J.C., Okun, D.A., (1968) Water and Wastewater
Engineering, Vol 2-Water Purification and Wastewater Treatment and
Disposal, John Wiley & Sons, Inc. New York.
Hespanhol, I., (2008), “Herman, R.H., Braga Jr., B.P.F.,(1997), The Upper
Tietê Basin, Case Study VI,p.387-396, in Water Pollution Control-A guide to
the use of water quality management principles, Helmer, R. and Hespanhol, I.
Eds., p. 510 UNEP, WHO, E& FB Spon, London,
Hespanhol, I., Prost, A.M.E., (1994), WHO Guidelines and National Standards
for Reuse and Water Quality, Water Research, vol.28, no.1 p.119-124.
Hespanhol, I., (2017), Water Quality and Surrogate Variables, artigo aceito
para publicação na Revista da Academia Brasileira de Ciências.
Leskinen, P.; Michelini, E.; Picard, D.; Karp, M. Virta, M. Bioluminescent yeast
assays for detecting estrogenic and androgenic activity in different matrices.
Chemosphere, 61(2005). P. 259-266.
24
Mierzwa, J.C. (2009), “Desafios para o tratamento de água de abastecimento
e o potencial de aplicação do processo de ultrafiltração”, tese apresentada à
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para a obtenção do Título
de Livre-Docente, pelo Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental,
p.127. São Paulo, SP.
Sinclair, R.G., Rose, J.B., Hashaham, S.A., Gerba, C. e Haas, C.N., (2012)
Criteria for selecting of surrogates used to study the fate and control of
pathogens in the Environment. Appl.Environ Microbiol. Nº 78 (6), pp. 1969-
1977.
25
Viegas, M., Hespanhol, I. (2002), Auditorias de Certificação de Sistemas de
Gestão Ambiental: Um Estudo de Caso, Boletim Técnico da Escola
Politécnica da USP, BT/PHD/98, ISSN 1413-2192, CDU 502.35-657.6, 15 p,
São Paulo.
26