TCB 2019 (Miolo) (Sem Espelhar)
TCB 2019 (Miolo) (Sem Espelhar)
TCB 2019 (Miolo) (Sem Espelhar)
Conteúdo e revisão:
Gabriel Moacir S. Franco Mariana Piancó Ferreira
Allan Yoshiki Aoki Gabriel Sousa Andreghetto Matheus V. de Barros
Ana Helena Kuznetzow Guilherme Garcia Osanai Maurício Hiroshi Kanashiro
Ana Paula Bastos Vilar Garcia Guilherme Limberg Milena de Freitas Silveira
Angelica Pastori de Araujo Gustavo Muniz Sidney Caetano Santos
Arnaldo Hiroyuki Hidani Igor Posiello Zenker Silvio Ganiko Higa
Dagoberto D. Teodoro Isabela Awdrey de Andrade Thomas Cogo Pires
Daniel Zungolo Teixeira Jeferson Santos da Silva Vivian Cristina Gusmão
Danielle Liu Krippner José Antonio de O. Filho Willy Massayuki Nakada
David Maurice Eskinazi José Ricardo Baroldi Yuly de Souza Oliveira
Débora K. M. de Oliveira Laura Mayumi Hirata
Fernanda Namie M. Hirai Mariana Gauer Correia Arte e diagramação:
Gabriel Barbosa Paganini Mariana Batista da Silva Carolina Tiemi
Sonhar é tudo. Sem sonhos não há vida, não há transformação. Acredito que é
isso que nos junta aqui: a possibilidade de sonhar. É normal nos perguntarmos se nos-
sos sonhos são possíveis, se as limitações são maiores e se realmente somos capazes de
fazê-los uma realidade. De fato, nem sempre achamos que nossos sonhos são viáveis,
mas isso não nos impede de sonhar. É diferente quando acreditamos em um sonho
e aproveitamos a ideia dele se tornar uma realidade. Acreditar que um sonho é viável
não é uma tarefa simples, exige de nós muita luta; exige que coloquemos em prática
aquilo que estamos idealizando; exige que pensemos sobre o que estamos praticando.
Sem contar que precisamos descobrir nossos limites, e, sobretudo, saber desafiá-los,
um trabalho que ninguém acha fácil. Todavia, aqui, precisamos acreditar que podem-
os fazer possíveis os sonhos que se parecem impossíveis. Sonhar é, também, se libertar.
Para muitos de nossos alunos que vieram de Escola Pública ou estão afastados dos
estudos há muito tempo, é difícil acompanhar os instrumentos de estudo oferecidos pelo
Cursinho e que são focados em preparar para o vestibular. Assim, entendemos a necessi-
dade da criação de uma Turma de Ciclo Básico, que busca fundamentar conceitos e conteú-
dos capazes de preencher as lacunas de ensino e compor uma base sólida na formação de
nossos alunos. Essa apostila foi feita para te acompanhar nos estudos e te ajudar a aprove-
itar mais seu esforço e dedicação. No final, ela só está tentando facilitar esse processo que
ao longo do tempo pode parecer difícil, mas ai de nós se falarmos que ele é impossível.
Além disso, boas dicas para isso são manter a atenção nas aulas; resolver, corri-
gir e revisar os exercícios; elaborar e resolver dúvidas; e sempre buscar conhecer mais.
Saiba também, que você não está sozinho nessa. Temos muitas pessoas que também
querem te ajudar na missão de fazer o sonho de ingressar em uma Universidade pos-
sível. Os Professores; Coordenadores; Plantonistas; e demais colaboradores do Cursin-
ho estão junto com você e querem te dar todo o suporte possível para todo o curso.
Diretoria Pedagógica
SUMÁRIO
7 PORTUGUÊS (FRENTE 1)
aula 1 O que é texto? 8
aula 2 Interpretando textos 18
aula 3 A leitura 29
aula 4 Texto literário I 35
aula 5 Texto literário II 44
aula 6 Texto e imagem 56
aula 7 Recursos textuais 65
aula 8 Intertextualidade 71
aula 9 Pressupostos e implícitos 78
aula 10 Escrevendo textos 83
aula 11 Analisando questões 88
SUMÁRIO
93 PORTUGUÊS (FRENTE 2)
aula 1 Conceitos básicos 94
aula 2 Fonética I 101 aula 7 Semântica 135
aula 3 Fonética II 108 aula 8 Estilística I 140
aula 4 Morfologia 115 aula 9 Estilística II 145
aula 5 Sintaxe I 122 aula 10 Revisão de estilística 152
aula 6 Sintaxe II 128 aula 11 Revisão geral 157
414 QUÍMICA
aula 1 Introdução à química 407
aula 2 Evolução dos modelos atôm. 412
aula 3 Matéria e suas propriedades 419
434
aula 4 Introdução a reações quím. 422
BIOLOGIA
aula 1 Conceitos iniciais 427
aula 2 Vírus, procariontes, algas, p. 434
aula 3 Vegetais 445
aula 4 Animais 450
aula 5 Ecologia e saúde 459
aula 6 Genética básica 473
542 HISTÓRIA
aula 1 Introdução ao estudo da h. I 535
aula 2 Introdução ao estudo da h. II 540
aula 3 História e tempo 543
aula 4 História geral 548
aula 5 História do Brasil 554
mudar é
difícil,
mas é
possível
PAULO FREIRE
PÁG 5
PORTUGUÊS
PORTUGUÊS
AULA 1
O que é texto?
1.0 Conceitos
- Textos do cotidiano
Nesses textos a linguagem varia conforme a relação estabe-
lecida entre os interlocutores. Pode ser estritamente formal, como
em uma entrevista de emprego, instrucional, como a de uma re-
ceita culinária e informal, como a de um bilhete que fixamos com
um imã na porta da geladeira. Como exemplo, podemos falar dos
e-mails que possuem diversas finalidades, assim como o cartão, o
bilhete e o telegrama.
8
Nesses textos há o remetente, aquele que envia a men-
sagem, e o destinatário, aquele que recebe a mensagem enviada.
A linguagem varia conforme a situação estabelecida entre os interlocutores.
A linguagem formal segue a norma culta e é usada em situações formais, como
no momento em que nos comunicamos com uma autoridade.
A linguagem informal apresenta uma estrutura mais solta, em que é possível usar até
mesmo gírias e repetições; é usada em situações informais, como numa conversa en-
tre amigos.
- Textos de instrução
São produzidos com o intuito de ensinar o leitor. Como exemplo, temos receitas
culinárias, bulas de remédio, manuais para orientação do usuário a respeito do uso de
máquinas e aparelhos domésticos, prospectos de esclarecimentos sobre doenças, ses-
sões de teatro e etc. Exemplo de receita:
Ovo frito
Ingredientes
1 colher (chá) de manteiga ou margarina
1 ovo
Sal a gosto
Modo de preparo
1. Derreta a manteiga numa frigideira.
2. Dê uma batidinha na casca do ovo e quebre-o
sobre a manteiga.
3. Frite o ovo até que a borda fique ligeiramente
dourada e a gema cozida.
4. Salgue somente depois de pronto para que
não fiquem manchas brancas sobre a gema.
- Textos descritivos
São textos que visam fazer uma espécie de fotografia verbal para o leitor. Os
relatórios médicos, de engenharia, certos tipos de reportagem ou mesmo alguns mo-
mentos dentro de textos literários. Existem alguns elementos que são essenciais na
descrição, tais como:
identificar - dar existência ao elemento de que se fala (diferenças e semelhanças);
localizar/situar - determinar o lugar que o elemento ocupa no tempo e no espaço;
qualificar - testemunho do observador sobre os seres do mundo. Exemplo:
"Sua altura é 1,85m. Seu peso, 70 kg. Aparência atlética, ombros largos, pele
bronzeada. Moreno, olhos negros, cabelos negros e lisos".
- Textos informativos
Os textos informativos visam informar ou contextualizar um tema para o leitor.
São textos dessa ordem as notícias, as reportagens, os quadros informativos, gráficos,
legendas e entrevistas. Exemplo:
O texto jornalístico pode ser facilmente confundido com o informativo, uma vez
que também busca informar. No entanto, esse gênero é constituído no interior de re-
vistas, jornais, programas televisivos. Fazem parte desse gênero os editoriais, cartas dos
leitores, resenhas críticas e crônicas.
Os editoriais trazem a opinião do veículo que representam, ou seja, expressam o
pensamento do jornal ou revista. Exemplo de editorial:
- Textos técnicos
São textos empregados, frequentemente, em comunicações oficiais dos mais
diversos órgãos, por exemplo, requerimentos, ofícios, memorandos, atas, currículos,
cartas comerciais. Modelo de requerimento:
10
- Textos persuasivos
São textos que possuem função apelativa muito
forte, ou seja, caracterizam pelo forte apelo ao leitor,
buscando chamar sua atenção, interferir em sua von-
tade e levá-lo a uma ação específica. O exemplo mais
conhecido de texto persuasivo é o anúncio publicitário.
Nesta propaganda, a empresa de refrigerante
apela para o lado solidário do consumidor, associando
o produto a instituições de caridade.
(www.bichodegoiaba.com.br)
- Textos narrativos
São textos que têm por objetivo contar uma história real, fictícia ou mesclando
dados reais e imaginários. Baseia-se numa evolução de acontecimentos, mesmo que
não mantenham relação de linearidade com o tempo real.
Os elementos constituintes de uma narrativa são: o enredo, conjunto de fatos
ligados entre si que fundamentam a ação de um texto narrativo; personagens, seres
criados para o texto; espaço, lugar onde a narrativa ocorre e tempo, que em uma narra-
tiva pode ser definido como a duração da ação. Exemplo:
"Um homem caminha a noite por uma estrada escura, seus olhos estão atentos ao
menor movimento, seus ouvidos ao menor ruído, ele está a muitos quilômetros de sua
casa e só conseguirá chegar até ela caminhando. A qualquer momento ele poderá
ser assaltado. Na rua não há mais ninguém. Caminha sozinho, tendo por testemunha
a luz da Lua e das estrelas.
Ele tem que chegar em sua casa, lá o esperam seus filhos e sua esposa. Todos já de-
vem estar preocupados com sua demora.
Súbito, ele escuta barulho de passos, seu coração descompassa. Começa a camin-
har mais rápido. O barulho dos passos aumenta. São passadas rápidas que parecem
quase correr...”
(Reinaldo Dias - Adaptado do livro Língua e Literatura - aa. Carlos Faraco e Francisco
Moura - editora Ática)
Enredo: Homem caminha sozinho pela estrada à noite, quando de repente escuta pas-
sos e começa a andar mais rápido.
Personagem: o homem.
- Textos disertativos
A dissertação é uma exposição, discussão ou interpretação de uma determinada
ideia. Pressupõe um exame crítico do assunto, lógica, raciocínio, clareza, coerência, ob-
jetividade na exposição, um planejamento de trabalho e uma habilidade de expressão.
11
Exemplo:
- Textos literários
O texto literário não tem função de informar o leitor, ou seja, ele não possui,
obrigatoriamente, uma ligação com a realidade exterior. São textos que representam
manifestações artísticas, ou seja, procuram produzir um efeito estético, proporcionan-
do uma sensação de prazer e emoção no receptor. Os textos literários são representa-
dos por diversas formas:
Ficção em prosa: são textos que se apresentam corridos, sem versificação. Podem ser
divididos em romances e contos; o primeiro constitui-se de uma narrativa longa em
que há uma concatenação de ações e o segundo é uma narrativa, em prosa, de menor
extensão, ainda que contenha os mesmos componentes do romance.
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EXERCÍCIOS
1. Identifique qual é o tipo de texto que se apresenta e enumere algumas de suas prin-
cipais características.
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b) Darcy Ribeiro. Um dos mais brilhantes cidadãos brasileiros, Darcy Ribeiro provou ao
mundo que um homem de nada mais precisa além da coragem e da força de vonta-
de para modificar aquilo que, por covardia, simplesmente ignoramos. Ouvi-lo, mesmo
que por alguns instantes, nos levava a conhecer sua sabedoria e simplicidade, era um
verdadeiro intelectual cuja convivência com os índios o fez adquirir invejável formação
humanística. Darcy tinha a pele clara, olhos negros e curiosos, lábios finos e trazia
em seu rosto marcas de quem já deixou sua marca na história, as quais harmoniosa-
mente faziam-lhe inspirar profunda confiança. Apesar de diabético e lutar contra dois
cânceres, não fez disso desculpa para o comodismo ante a seus ideais maiores, ele
sabia o que queria, e não mediu esforço para conseguir.
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c) Vai-se à barca do Anjo e diz:
Hou da barca! Houlá! Hou!
Haveis logo de partir?
ANJO: E onde queres tu ir?
ONZ.: Eu pera o Paraíso vou.
ANJO: Pois cant’eu mui fora estou
de te levar para lá.
Essa barca que lá está
vai pera quem te enganou.
ONZ.: Porquê?
ANJO: Porque esse bolsão
tomará todo o navio.
ONZ.: Juro a Deus que vai vazio!
ANJO: Não já no teu coração.
ONZ.: Lá me fica de ródão
minha fazenda e alhea.
ANJO: Ó onzena, como és fea
e filha de maldição! (Gil Vicente. Auto da Barca do Inferno)
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e) IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
Novartis Biociências S.A.
CATAFLAM® diclofenaco potássico
FORMAS FARMACÊUTICAS E APRESENTAÇÕES
USO ADULTO
Via oral
Drágeas de 50 mg. Embalagens com 10 e 20 drágeas.
USO ADULTO E PARA CRIANÇAS ACIMA DE 14 ANOS
Cada drágea contém 50 mg de diclofenaco potássico. (http://bulario.bvs.br/)
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f)
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GABARITO
1.
a) Técnico: “São textos empregados, frequentemente, em comunicações
oficiais dos mais diversos órgãos. Alguns exemplos são: requerimentos,
ofícios, memorandos, atas, currículos, cartas comerciais”.
Nos textos oficiais é preciso conter:
‐ Invocação: cargo da pessoa a quem de destina. “Exmo. Senhor (...) tele-
fone XXX”.
‐ Dados pessoais do requerente: identidade completa. “Isabel Cristina (...)
Lisboa”.
‐ Motivo do pedido: caso necessário com exemplos e citações. “Acabo de
receber (...) formação”.
‐ Fecho: que segue um padrão. “Subscrevo-me (...) consideração”.
‐ Data e assinatura. “Isabel Cristina Matos”
b) Descritivo. São textos que visam fazer uma espécie de fotografia ver-
15
GABARITO
bal para o leitor. Alguns exemplos são os relatórios médicos, certos tipos de
reportagem e mesmo alguns momentos dentro de textos literários. Existem
alguns elementos que são essenciais na descrição, tais como: identificar:
dar existência ao elemento que se fala (diferenças e semelhanças); localizar/
situar: determinar o lugar que o elemento ocupa no tempo e no espaço;
qualificar: testemunho do observador sobre os seres do mundo. 1º parágra-
fo. “Darcy tinha a pele clara (...) confiança” = caracterização do elemento.
f) Persuasivo: “São textos que possuem função apelativa muito forte, ou seja,
caracterizam pelo forte apelo ao leitor, buscando ademais de chamar sua
atenção, interferir em sua vontade e levá-lo a uma ação específica. O exem-
plo mais conhecido de texto persuasivo é o anúncio publicitário
2.
a) Mãe, você viu a Ana hoje, porque eu ainda não a vi.
Problema: colocação pronominal.
16
ANOTAÇÕES
17
PORTUGUÊS
AULA 2
Interpretando textos
2.0 Introdução
2.1 A Interpretação
- Estabelecer relações entre os elementos relevantes e/ou entre eles e outras infor-
mações de que o leitor disponha
A tomada de posição em relação aos elementos relevantes selecionados deve
permitir que o leitor perceba, também, como esses elementos se relacionam (são
complementares (por quê?), opõem-se (por quê?), subordinam-se (de que maneira?)) e
também como pode relacioná-los às informações que já tinha sobre o tema.
- Elaborar hipóteses explicativas para fundamentar sua análise das questões tema-
tizadas no texto
A conclusão do processo de leitura e a construção do sentido acontecem no
momento em que, após determinar as informações relevantes, relacioná-las e inter-
pretá-las, o leitor procura uma explicação para elas serem o que são. A elaboração de
hipóteses explicativas para um conjunto de dados obtidos por meio da leitura é, na
verdade, o passo final na “apropriação” do texto lido pelo leitor. Ao construir hipóteses
sobre o cenário delineado pelo texto, ele vai além do que foi dito pelo autor e constrói
um novo conhecimento acerca da questão tematizada.
EXERCÍCIOS
Leia o texto abaixo e responda as questões que se seguem:
19
Cerca de 3,3 bilhões de pessoas - metade da população mundial - viverão em
grandes cidades até 2008, segundo um relatório divulgado pela ONU.
Até 2030, as grandes metrópoles abrigarão cerca de 5 bilhões de pessoas, de
acordo com o documento elaborado pelo Fundo de População das Nações Unidas
(UNFPA).
Segundo a diretora da UNFPA, Thoraya Segundo citada pela Associated Press,
sem planejamento adequado, as grandes cidades enfrentarão ameaças como a super-
população, a falta de oportunidades para os jovens no mercado de trabalho e o ex-
tremismo religioso.
"Em 2008, metade da população mundial viverá em áreas urbanas, e não esta-
mos prontos para isso", afirmou Obaid. "É preciso investir em moradia e educação para
que se tenha um força econômica que possa trabalhar e trazer mais crescimento para
as cidades", disse.
De acordo com o relatório, enquanto a população das áreas rurais diminui, a das
cidades cresce de forma descontrolada, devido à migração do campo para as grandes
metrópoles. Segundo ela, o controle de natalidade poderia ajudar a prevenir o proble-
ma. "O crescimento urbano encoraja o controle da fertilidade, porque a população ur-
bana tem maior acesso à informação e aos serviços para planejar melhor suas famílias",
afirma Obaid.
Obaid afirma que as cidades de menor porte devem absorver o crescimento
populacional das megalópoles. "Nos concentramos nas cidades menores, com cerca
de 500 mil habitantes". Para ela, as cidades menores são mais flexíveis e adaptam suas
políticas mais facilmente.
A diretora da UNFPA alerta para os riscos de essa população excedente não ser
absorvida. "O extremismo é, em geral, a reação mais rápida para a sensação de ex-
clusão e injustiça, e as cidades podem se tornar uma base para isso caso não sejam
bem gerenciadas. O extremismo é um fenômeno tipicamente urbano", diz Obaid.
"Volta e meia a gente encontra alguém alfabetizado, mas que não sabe ler. Quer
dizer, até domina a técnica de juntar sílabas e é capaz de destinguir no vidro dianteiro
o itinerário de um ônibus. Mas passa longe de livro, revista, material impresso em geral.
Gente que diz que não curte ler. Esquisito mesmo. Sei lá, nesses casos, sempre acho
que é como a pessoa estivesse dizendo que não curte namorar. Talvez nunca tenha
parado para pensar que, se teve alguma experiência desastrosa em um namoro (ou
em uma leitura), isso não quer dizer que todas vão ser assim. É só trocar de namora-
do ou namorada. Ou de livro. De repente, pode descobrir delícias que nem imagina-
va, gostosuras fantásticas, prazeres incríveis. Ninguém devia ser obrigado a namorar
quem não quer. Ou ler o que não tem vontade. E todo mundo devia ter a oportunidade
de experimentar um bocado nessa área, até descobrir qual é a sua.
Durante 18 anos, eu tive uma livraria infantil. De vez em quando, chegavam
uns pais ou avós com a mesma queixa: "O Joãozinho não gosta de ler, o que é que eu
faço?”. Como eu acho que o ser humano é curioso por natureza e qualquer pessoa
alfabetizada fica doida para saber o segredo que tem dentro de um livro (desde que
ninguém esteja tentando lhe impingir essa leitura feito remédio amargo pela goela
abaixo), não acredito mesmo nessa história de criança não gostar de ler. Então, o que
eu dizia naqueles casos não variava muito. A primeira coisa era algo como "pára de
encher o saco do Joãzinho com essa história de que ele tem que ler". Geralmente em
termos mais delicados: "Por que você não experimenta aliviar a pressão em cima dele,
e passa uns seis meses sem dar conselhos de leitura?“
O passo seguinte era uma sugestão "Experimente deixar um livro como este ao
alcance do Joãzinho, num lugar onde ele possa ler escondido, sem parecer que está
fazendo a sua vontade. No banheiro, por exemplo". E o que eu chamava de um livro
como este, já na minha mão estendia em oferta um exemplar de O menino Maluquin-
ho, do Ziraldo, ou do Marcelo, Marmelo, Martelo, da Ruth Rocha ou de O gênio do
Crime, do João Carlos Marinho.
Havia vários outros títulos que também serviam. Mas o fato é que, em 18 anos de
experiências, NUNCA, nem uma única vez, apareceu depois um pai reclamando que
aquela sugestão não tinha dado certo. Pelo contrário, incontáveis vezes o encontro
seguinte já incluía um Joãozinho entusiasmado, comentando o livro lido e disposto a
fazer novas descobertas. Para adolescentes jovens, a coisa é um pouco mais compli-
cada. Não porque não haja livro bom assim como os que citei. Pelo contrário, tem um
montão. Eu seria capaz de encher páginas e páginas dando sugestões e comentando
cada uma delas. A quantidade chega até a atrapalhar a escolha, não é esse o problema.
Mas aí já entram em cena, muitas variáveis (...).
Nessa idade todo mundo gosta de criar sua tribo. Há quem goste de pagode,
quem se amarre em música sertaneja, quem só quer saber de rock. A turma que mad-
ruga para conciliar estudo e trabalho, o pessoal que discute política e faz manifestação,
a moçada que não está nem aí. Se eles não se vestem igual, não freqüentam os mes-
mo lugares, não se deslocam nos mesmos transportes, não curtem o mesmo tipo de
música, não falam a mesma gíria, como é que a gente vai encontrar um livro assim
como O Menino Maluquinho para jovens, capaz de atingir a todos, tão diferentes?
(Ana Maria Machado. Bom de ouvido. In.: Veríssimo, L. F. Comédias para se ler na escola.
Rio de Janeiro: Objetiva, 2001)
21
a) Quais são eles?
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a) O que, segundo Ana Maria Machado, determinaria a existência desses dois tipos de
leitores?
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8. De que se vale a autora para comprovar que sua opinião sobre os motivos que levam
a essa diferenciação entre leitores está correta?
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9. Ana Maria Machado afirma que transformar leitura em prazer, quando se trata de
adolescentes, é um pouco mais complicado.
a) Por quê?
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b) Que outros motivos você acha que transformam a leitura em algo enfadonho ou
desprazeroso?
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No censo de 1980, os entrevistadores do IBGE perguntaram às mulheres de Juri-
piranga quantos de seus filhos nascidos vivos ainda sobreviviam. O índice geral de so-
breviventes foi de 55%. Na cidade gaúcha, o resultado foi bem diferente: a sobrevivên-
cia é de 93%. Contrastes como esses são comuns no país. A estrada entre o país rico e o
miserável está sedimentada por séculos de tradições e culturas econômicas diferentes.
Cobrir esse fosso custará muito tempo e trabalho.
(Revista Veja - 11/05/94 - pp. 86-7 - com adaptações)
10. Os 32 anos referidos no texto como um dos indicadores do abismo existente entre
as cidades de Veranópolis e Juripiranga corresponde à diferença entre:
(A) suas respectivas idades, considerando a época da fundação.
(B) as idades do morador mais velho e do mais jovem de cada cidade.
(C) as médias de idade de seus habitantes.
(D) a expectativa de vida das duas populações.
(E) os índices de sobrevivência dos bebês nascidos vivos.
12. Analise as afirmações abaixo e assinale V para as que, de acordo com o texto, con-
siderar verdadeiras e F para as falsas:
( ) A cidade paraibana não tem sequer a metade dos privilégios de que goza a cidade
gaúcha.
( ) O Brasil, como um todo,encontra-se numa posição intermediária entre as duas ci-
dades.
( ) Apesar de afastadas pelas estatísticas, Veranópolis e Juripiranga se unem pelas
tradições culturais.
( ) Embora com resultados diferentes, a base da economia das duas cidades é a agri-
cultura.
( ) De seus ancestrais europeus os sertanejos adquiriram as técnicas rurais.
A seqüência correta é:
(A) V-V-V-F-F
(B) F-F-V-F-V
(C) V-V-F-F-F
(D) F-F-V-V-V
(E) V-V-F-V-F
13. "Cobrir esse fosso custará muito tempo e trabalho." O fosso mencionado no texto
diz respeito ao (à):
(A) abismo entre as duas realidades
(B) esgoto que corre a céu aberto
(C) calçamento deficiente das estradas brasileiras
(D) falta de trabalho durante a entressafra
(E) distância geográfica entre os dois pólos
23
14. Numa análise geral do texto, podemos classificá-lo como predominantemente:
(A) descritivo
(B) persuasivo
(C) informativo
(D) narrativo
(E) sensacionalista
15. Em "a cidade de Veranópolis, encravada na Serra Gaúcha"... e "A estrada ... está sedi-
mentada por séculos...", os termos sublinhados alterariam o sentido do texto se fossem
substituídos, respectivamente, por:
(A) cravada e assentada
(B) enfiada e fixada
(C) fincada e estabilizada
(D) escavada e realçada
(E) encaixada e firmada
A ABOLIÇÃO DO TRÁFICO
A extinção do tráfico negreiro não foi um fato isolado na vida econômica do Bra-
sil; ao contrário, ela correspondeu às exigências da expansão industrial da Inglaterra.
Depois que esse país conseguiu dar o salto qualitativo - o da mecanização da produção
- não lhe interessava mais a existência da escravidão na América, pois, com a implan-
tação do capitalismo industrial, tornava-se necessária a ampliação de mercados consu-
midores. A escravidão passou, então, a ser um entrave aos interesses ingleses, visto que
os escravos estavam marginalizados do consumo. Com relação ao Brasil, a Inglaterra
usou mais do que a simples pressão: só reconheceu a independência daquele país me-
diante tratado, no qual o Brasil se comprometia a abolir o tráfico de negros.
Todavia, não foi tomada qualquer medida efetiva, o que levou a aprovação da Lei
de 1831 que, na prática, deveria acabar com o tráfico, pois estabelecia a liberdade de
todos os africanos que entrassem no país a partir daquela data.
Esta lei, contudo, ficou "para inglês ver". Ela serviu para refrear um pouco a
pressão britânica. Esta, porém, nunca cessou de todo e, em 1845, o Parlamento inglês
aprovou o "Bill Aberdeen", que concedia à marinha inglesa o direito de revistar os navi-
os suspeitos de tráfico e, mais ainda, permitia a prisão de navios acusados de praticar-
em pirataria e o julgamento dos traficantes por tribunais ingleses.
A partir daí, a pressão sobre o governo brasileiro tornou-se muito maior e a situ-
ação chegou a ficar insustentável, pois os navios brasileiros começaram a ser revista-
dos, embora navegassem ao longo da costa ou, ainda, quando ancorados nos portos.
Finalmente, em 1850, o Parlamento brasileiro aprovou a Lei Eusébio de Queirós,
que proibia, definitivamente, o tráfico negreiro para o Brasil.
(Ana Maria F. da Costa Monteiro e outros. História. Rio de Janeiro, Secretaria Municipal
de Educação, 1988, p.181, com pequenas adaptações.)
16. A leitura dos dois primeiros parágrafos do texto nos permite concluir que:
(A) A Inglaterra necessitava da ampliação de mercado consumidor e, portanto, fo-
mentou o fim da escravidão na América.
(B) A escravidão na América foi resultado da mecanização da produção na Inglater-
ra.
(C) O capitalismo industrial gerou consumidores marginalizados: os escravos.
24
(D) O Brasil, ao mecanizar sua produção, definiu o fim do tráfico de es
cravos.
(E) A Inglaterra apoiava a escravidão na América porque necessitava dar um salto
qualitativo em sua economia.
18. A Lei de 1831 foi uma tentativa para extinguir o tráfico negreiro porque:
(A) Proibia a entrada de negros no país
(B) Permitia o confisco dos navios negreiros que aqui aportassem
(C) Dava aos negros o direito à liberdade, desde que a desejassem
(D) Considerava livres os negros que entrassem no Brasil após aquela data
(E) Não permitindo que os navios negreiros aportassem, gerava prejuízo aos trafi-
cantes
21. (IBGE) Nos textos abaixo, os parágrafos foram colocados, de propósito, fora de sua
seqüência normal. Numere os parênteses de 1 a 5, de acordo com a ordem em que os
parágrafos devem aparecer para que o texto tenha sentido:
( ) "Não conseguindo fazer a reposição da energia física e mental, os trabalhadores de
baixa renda tornam-se as maiores vítimas de doenças, comprometendo até mesmo a
sua força de trabalho.
( ) Quando realizamos um trabalho, gastamos certa quantidade de energia física e
mental.
( ) E a situação torna-se ainda mais grave quando o trabalhador se vê forçado a pro-
longar sua jornada de trabalho a fim de aumentar seus rendimentos e atender às suas
necessidades.
25
( ) Portanto, quanto maior a jornada de trabalho, maior será seu desgaste físico e
mental, afetando, desse modo, ainda mais, a sua saúde.
( ) A energia despendida precisa ser reposta através de uma alimentação adequada,
do descanso em moradia ventilada e higiênica e outros fatores."
(Melhem Adas. Geografia. Vol. 2. São Paulo, Moderna, 1984, p. 33)
A seqüência correta é:
(A) 3-5-1-4–2
(B) 1-4-5-3-2
(C) 3-1-4-5-2
(D) 2-1-4-5-3
(E) 2-3-1-5-4
GABARITO
1. Os textos informativos visam informar ou contextualizar o leitor a re-
speito de um tema. São textos desta ordem as notícias, as reportagens,
os quadros informativos, gráficos, legendas e entrevistas. 1- Identifique o
tema da reportagem.
“Metade da população mundial viverá em metrópoles até 2008”.
Dica interessante: observar que tipo de texto está lendo: Texto informati-
vo.
Os textos informativos visam informar ou contextualizar o leitor a respeito
de um tema. São textos desta ordem: as notícias, as reportagens, os quad-
ros informativos, gráficos, legendas e entrevistas.
3. (resposta pessoal)
- Aumento população urbana; (causa).
- Problemas de infraestrutura: moradia, emprego, transporte, saúde; (efei-
tos/ consequências).
- Controle da natalidade como solução; (proposta de solução para o prob-
lema).
- Surgimento de grupos extremistas. (consequência) caso a proposta an-
terior não foi estabelecida.
4. (resposta pessoal)
- São complementares [por quê?];
- Opõem-se [por quê?];
- Subordinam-se [de que maneira?];
- Como pode relacioná-los às informações que já tinha sobre o tema.
26
GABARITO
5. (resposta pessoal)
Responda as seguintes perguntas:
- Que sentido faz o que eu acabei de ler?
- Em outras palavras: consideradas todas as informações:
Qual é o sentido fundamental a que se chega?
6. (resposta pessoal)
Sugestão:
Coloque-se no lugar do problema apresentado. “E se fosse com você?”.
Imagine você vivendo em uma grande área urbana sem as infraestru-
turas básicas e sendo alvo de grupos extremistas e sob um controle es-
tatal rígido.
- Como você se sentiria?
- Como reagiria?
- O que faria?
7.
a) Os que são alfabetizados e leem por obrigação e os que leem por praz-
er.
b) Segundo a autora existem pessoas que não tiveram uma boa experiên-
cia ao ler um livro ou leram por imposição de alguém, ou escolheram o
livro inadequado.
8.
a) O leitor deveria experimentar, ler onde, quando e o que quisesse.
“Talvez nunca tenha parado para pensar que, se teve alguma experiência
desastrosa em um namoro (ou em uma leitura)”
9.
a) Segundo a autora é que na adolescência o jovem além de ter muitas
opções de títulos, ele também está se enturmando e o interesse pelo livro
fica em segundo plano.
b) (resposta pessoal)
10. D 16. A
11. C 17. D
12. V – V – F – V – F 18. D
13. A 19. A
14. C 20. E
15. D 21. C
27
ANOTAÇÕES
28
PORTUGUÊS
AULA 3
A leitura
29
- Que tipo de texto é?
_______________________________________________________________________________________
- Qual é o assunto?
_______________________________________________________________________________________
30
Podemos ver nesse trecho qual é a opinião do editor que escreveu o artigo. Você
poderia indicar no texto termos, ou passagens do texto que deixam explícita a opinião
do autor?
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
Existe uma expressão que diz que “devemos ler nas entrelinhas”, ou seja, deve-
mos ler minuciosamente todos os textos. Pois, existem coisas que podem não aparecer
em uma leitura “superficial” da notícia.
Em geral todo veículo de comunicação já tem sua linha ideológica bem definida.
Cabe ao leitor, ao ler as informações contidas nessas publicações, o discernimento do
que está escrito.
Todos temos que ser leitores críticos, isto é, o leitor não pode ter uma relação
passiva quanto ao texto. Tem que usar sua percepção para entender não só o que está
sendo mostrado, mas como a informação é passada.
31
EXERCÍCIOS
Leia o texto a seguir para as questões de 1 a 5:
Lula parece acuado diante da mídia, derrotada no ano passado. E a maioria con-
tinua com ele, à espera de uma reação.
Um crítico musical observaria que o discurso à nação do presidente Lula, sexta
20, manteve de fio a pavio o andante poco mosso. Carta Capital entende que foi tardio
e sem a energia que a ocasião recomendava. Faltou a vibração do páthos, da pena, do
luto.
As medidas enfim previstas são esperadas, a não ser o projeto de construir um
novo aeroporto. É necessário? O anúncio não desfaz a verdade factual: por tempo
longo demais o governo foi omisso em relação ao lobby irresponsável das companhias
aéreas, à prepotência da Infraero e à leniência da Anac.
A substituição do ministro da Defesa demonstra apenas que alguém teve de
assumir o clássico papel do bode sacrificado. Waldir Pires é cidadão honrado e político
coerente. O currículo de Nelson Jobim não prima pela coerência. Teríamos de saber,
também, se ele será firme o bastante no inescapável confronto com a Aeronáutica,
pontual, e até agressiva, na pretensão de manter o controle do céu.
Os quepes costumam criar embaraço entre os paisanos, quando não o tem-
or. Reverencial. E falta nitidez quanto às idéias e aos sentimentos do presidente Lula.
Neste momento, ele parece acuado diante da enésima campanha midiática, de sorte a
animar este ou aquele articulista a zombar dele. Mas é inadmissível, no caso do primei-
ro mandatário, a prática do esporte preferido dos graúdos, o chute do cadáver.
Carta Capital declara sua perplexidade diante do comportamento presidencial,
ao considerar dois fatos que se entrelaçam. Embora a mídia atinja a chamada classe
média e os nababos, não chega ao povo. Os índices de popularidade do presidente são
estáveis entre os brasileiros distantes do privilégio. Ou seja, a separação entre os dois
Brasis se acentua, e bastaria a Lula ser presidente desta maioria para induzi-lo a uma
ação mais determinada em busca de um país melhor.
Está para ser lançado um livro de Raymundo Faoro. É a reedição de textos já
publicados, organizada e prefaciada por Fabio Konder Comparato. A República Inaca-
bada. Análise implacável e brilhante da tragédia de um país que se pretendeu liberal
sem sê-lo e pôs em prática a democracia sem povo. É o que os tradicionais donos do
poder pretendem até hoje, tão bem representados pela mídia a seu serviço.
Registra Faoro o que escrevia Hipólito José da Costa, em 1811, ao sair do prelo o
primeiro jornal brasileiro, Correio Braziliense, por ele fundado e impresso em Londres:
“Ninguém deseja mais do que nós as reformas úteis; mas ninguém aborrece mais do
que nós que estas reformas sejam feitas pelo povo; pois conhecemos as más conse-
qüências desse modo de reformar; desejamos as reformas, mas feitas pelo governo; e
32
urgimos que o governo as deve fazer enquanto é tempo, para que se evite que sejam
feitas pelo povo”.
Não é um primor de literatura. O entendimento, contudo, é cristalino, e continua
a basear o pensamento da minoria. Carta Capital tem a convicção de que a identifi-
cação entre o ex-metalúrgico e o povo é um dado da situação destinado a permanecer.
Pequenas oscilações nos humores populares talvez venham a ocorrer no decorrer do
período, não serão fatais, no entanto. O povo começa a ter vez.
Isso tudo teria de levar Lula a usar uma firmeza há tempo deixada de lado.
Apressar a aplicação do PAC, tomar decisões claras e enérgicas em relação a questões
pendentes, revisar o tom, para não repetir o andante poco mosso do discurso de sexta
20. Voltar aos timbres decididos e altivos dos últimos momentos da campanha da ree-
leição, insistir no papel de presidente do povo, e, portanto, dos pobres. E definir, de vez,
as prioridades do governo e do País.
Recorrer aos panos quentes, tais como agradar ao mercado, ou omitir-se, ou rec-
uar diante da Globo que não quer a classificação indicativa, não muda o preconceito
atávico, o ódio de classe do burguesote, contra o ex-metalúrgico protegido pelo desti-
no.
4. Qual é a posição ideológica do autor com relação ao presidente? Copie uma parte
do texto que comprove a sua resposta.
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33
GABARITO
ANOTAÇÕES
34
PORTUGUÊS
AULA 4
Texto literário I
4.0 Introdução
4.1 Características
Narrador
Do latim narrator, é o que conta algo. Narrar é relatar um
acontecimento, circunstâncias reais ou fictícias, decorrentes das
ações conflitantes e sucessivas, nas quais os personagens estão
internos.
Há dois tipos básicos de narrador: em primeira e em terceira
pessoa e estas se subdividem em outros tipos.
1. Narrador em primeira pessoa:
Como o próprio nome diz, o foco narrativo (ponto de vista
a partir do qual a história será contada) é em primeira pessoa, ou
seja, uma personagem interna a história relatará os acontecimen-
tos. Este narrador pode ser a personagem principal, como Bentin-
ho do romance Dom Casmurro de Machado de Assis ou uma per-
sonagem secundária, que contará uma história que testemunhou,
por exemplo, a personagem Zé Fernandes do romance As cidades
e as Serras de Eça de Queiroz, que narra os acontecimentos na
vida da personagem principal. 35
2. Narrador em terceira pessoa:
É o tipo de narrador mais encontrado nas narrativas. Está implícito a este foco
narrativo a distância do narrador dos acontecimentos, subdivide-se em dois grandes ti-
pos: narrador observador que relata os fatos sem adentrar ao íntimo das personagens,
limitando-se a acompanhar os acontecimentos com uma visão alheia e distante, que
reconstitui fatos, do modo mais preciso possível, por exemplo no seguinte excerto: “Ele
queria morrer em paz...a última febre vacilava em voltar. Rastejando-se, chega à varan-
da e observa as pinceladas do Criador na natureza. Respira mais livremente, ouve os
murmúrios do mar...”1.
O outro narrador em terceira pessoa é o onisciente, ele conhece tudo sobre os
personagens e sobre o enredo, sabe o que passa no íntimo das personagens, conhece
suas emoções e pensamentos. Ele é capaz de revelar suas vozes interiores, seu fluxo de
consciência, em 1ª pessoa. Quando isso acontece o narrador faz uso do discurso indi-
reto livre. Assim o enredo se torna plenamente conhecido, os antecedentes das ações,
suas entrelinhas, seus pressupostos, seu futuro e suas consequências. Como exemplo,
temos o narrador de Vidas Secas de Graciliano Ramos.
OBSERVAÇÃO: Autor e narrador normalmente são confundidos. No entanto, repre-
sentam entidades diferentes na narrativa.
O enredo ou trama
O enredo é formado pelos fatos que se desenrolam durante a narrativa. Toda
história tem uma introdução, na qual o autor apresenta a ideia principal, os persona-
gens e o cenário. Um desenvolvimento, no qual o autor detalha o tema central e há
dois momentos distintos no desenvolvimento: a complicação (têm inícios os conflitos
entre os personagens) e o clímax (ponto culminante), no qual uma tensão fica latente
e um desfecho, que é a conclusão da narrativa.
O tempo
Pode ser dividido em: cronológico ou linear – que é marcado pelo relógio. É o
espaço de tempo em que os acontecimentos desenrolam e os personagens realizam
suas ações; e também, o psicológico ou alinear, não pode ser medido como o tempo
cronológico, pois se refere à vivência dos personagens, ao seu mundo interior.
O espaço
É o local onde a narrativa se desenvolve. Altamente marcado pelas descrições do
mesmo, dando o clima etc.
Os personagens
São os seres envolvidos nos fatos e que formam o enredo da história. Eles falam,
pensam, agem, sentem, têm emoções. Qualquer coisa pode ser transformada em per-
sonagem de uma narrativa.
Os personagens podem ser pessoas, animais, seres inanimados, seres que só
existem na crendice popular, seres abstratos ou ideais e outros. O protagonista é o per-
sonagem principal, aquele no qual se centraliza a narrativa. Pode haver mais de um na
narração. O antagonista é o personagem que se opõe ao principal. Há ainda, os per-
sonagens secundários, que são os que participam dos fatos, mas não se constituem o
centro de interesse da narração.
Pausa
Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama, correu para o banhei-
ro, fez a barba e lavou-se. Vestiu-se rapidamente e sem ruído. Estava na cozinha, prepa-
rando sanduíches, quando a mulher apareceu, bocejando:
— Vais sair de novo, Samuel?
Fez que sim com a cabeça. Embora jovem, tinha a fronte calva; mas as so-
brancelhas eram espessas, a barba, embora recém-feita, deixava ainda no rosto uma
sombra azulada. O conjunto era uma máscara escura.
— Todos os domingos tu sais cedo — observou a mulher com azedume na voz.
— Temos muito trabalho no escritório — disse o marido, secamente.
Ela olhou os sanduíches:
— Por que não vens almoçar?
— Já te disse; muito trabalho. Não há tempo. Levo um lanche.
A mulher coçava a axila esquerda. Antes que voltasse à carga. Samuel pegou o
chapéu: — Volto de noite.
As ruas ainda estavam úmidas de cerração. Samuel tirou o carro da garagem.
Guiava vagarosamente; ao longo do cais, olhando os guindastes, as barcaças atraca-
das. Estacionou o carro numa travessa quieta. Com o pacote de sanduíches debaixo
do braço, caminhou apressadamente duas quadras. Deteve-se ao chegar a um hotel
pequeno e sujo.
Olhou para os lados e entrou furtivamente. Bateu com as chaves do carro no
balcão, acordando um homenzinho que dormia sentado numa poltrona rasgada. Era o
gerente. Esfregando os olhos, pôs-se de pé:
— Ah! Seu Isidoro! Chegou mais cedo hoje. Friozinho bom este, não é? A gente...
— Estou com pressa, seu Raul - atalhou Samuel.
— Está bem, não vou atrapalhar. O de sempre. - Estendeu a chave.
Samuel subiu quatro lanços de uma escada vacilante. Ao chegar ao último an-
dar, duas mulheres gordas, de chambre floreado, olharam-no com curiosidade:
— Aqui, meu bem! - uma gritou, e riu; um cacarejo curto.
Ofegante, Samuel entrou no quarto e fechou a porta à chave. Era um aposen-
to pequeno: uma cama de casal, um guarda-roupa de pinho; a um canto, uma bacia
cheia d'água, sobre um tripé. Samuel correu as cortinas esfarrapadas, tirou do bolso
um despertador de viagem, deu corda e colocou-o na mesinha de cabeceira.
Puxou a colcha e examinou os lençóis com o cenho franzido; com um suspiro,
tirou o casaco e os sapatos, afrouxou a gravata. Sentado na cama, comeu vorazmente
quatro sanduíches. Limpou os dedos no papel de embrulho, deitou-se e fechou os ol-
hos. Dormir.
Em pouco, dormia. Lá embaixo, a cidade começava a mover-se: os automóveis
37
buzinando, os jornaleiros gritando, os sons longínquos.
Um raio de sol filtrou-se pela cortina, estampou um círculo luminoso no chão
carcomido.
Samuel dormia; sonhava. Nu, corria por uma planície imensa. Perseguido por um
índio montado a cavalo. No quarto abafado ressoava o galope. No planalto da testa, nas
colinas do ventre, no vale entre as pernas, corriam. Samuel mexia-se e resmungava. Às
duas e meia da tarde sentiu uma dor lancinante nas costas. Sentou-se na cama, os ol-
hos esbugalhados; índio acabara de trespassá-lo com a lança Esvaindo-se em sangue,
molhado de suor. Samuel tombou lentamente: ouviu o apito soturno de um vapor.
Depois, silêncio.
Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama, correu para a bacia,
lavou-se. Vestiu-se rapidamente e saiu. Sentado numa poltrona, o gerente lia uma re-
vista.
— Já vai, seu Isidoro?
— Já - disse Samuel, entregando a chave. Pagou, conferiu o troco em silêncio.
— Até domingo que vem seu Isidoro - disse o gerente.
— Não sei se virei - respondeu Samuel, olhando pela porta; a noite caía.
— O senhor diz isto, mas volta sempre -observou o homem, rindo.
Samuel saiu.
Ao longo do cais, guiava lentamente. Parou um instante, ficou olhando os guin-
dastes recortados contra o céu avermelhado. Depois, seguiu. Para casa.
e) Com relação ao tempo, temos uma narrativa linear ou alinear? Justifique sua respos-
ta.
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_______________________________________________________________________________________
39
de chamadas, de modo que o melhor é ficar quietinha no sofá a olhar as plantas e o
retrato do meu sobrinho bebê sem pensar no suicídio. Para quê? Durante seis meses
poupo nos almoços (uma bica, um croissant e um pastel de bacalhau comidos em pé
ali no Centro) compro o blazer da Escada e uns sapatos vermelhos, a colega que vende
ouro no escritório prometeu baixar-me as prestações do anel, e passo o serão sozinha,
de blazer, sapatos e cachucho, lindíssima, a mudar de canal e a ouvir o pêlo da alcatifa
crescer."
(Antonio Lobo Antunes)
Texto 1
Texto 2
40
passeios vê o condutor do automóvel imobilizado a esbracejar por trás dos pára-brisas,
enquanto os carros atrás dele buzinam frenético. Alguns condutores já saltaram para
a rua, dispostos a empurrar o automóvel, empanado para onde não fique a estorvar o
trânsito, batem furiosamente nos vidros fechados, o homem que está lá dentro vira a
cabeça para eles, a um lado, a outro, vê-se que grita qualquer coisa, pelos movimentos
da boca percebe-se que repete um palavra, uma não, duas, assim é realmente, con-
soante se vai ficar a saber quando alguém, enfim, conseguir abrir uma porta, Estou
cego."
(Ensaio sobre a cegueira. José Saramago)
Consoante – conforme
Empanado – quebrado
3. Qual é o tempo das ações narradas no texto 1? Há alguma indicação específica sobre
o momento em que as ações ocorrem?
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5. Em qual dos textos, há uma distância entre o momento em que o narrador conta os
fatos e o momento em que eles ocorreram?Justifique sua resposta.
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6. Qual seria a intenção do narrador do texto 2 ao alterar o tempo verbal que vinha uti-
lizando para descrever os acontecimentos?
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7. De que forma essa opção narrativa interfere na relação entre o leitor e os aconteci-
mentos apresentados?
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GABARITO
1. Texto 1
a) Narrador em 3ª pessoa observador
g) 1º quando ele anuncia a mulher que vai sair em pleno domingo para ir
trabalhar no escritório.
2º quando Samuel (Isidoro) chega ao hotel.
3º quando Samuel sonha e depois de acordar ele tem a sensação de ter
sido esfaqueado pelo índio.
2. Texto 2
a) Os personagens são: A narradora em 1ª pessoa; a prima Bé; a mãe da
narradora; o ex-marido.
c) O espaço nessa narrativa não está muito bem definido. Há indícios que
a narrativa se passa no apartamento da protagonista. Alcobaça é o local
mais definido, pois é a cidade onde a mãe da narradora mora.
5. No texto 2 porque o autor quis dar mais veracidade aos fatos que ele
está narrando.
ANOTAÇÕES
43
PORTUGUÊS
AULA 5
Texto Literário II
5.0 Conceitos
Versos
Os versos representam cada linha de uma poesia.
EXEMPLO:
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
44
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.
Texto extraído do livro "Bandeira a Vida Inteira", Editora
Alumbramento – Rio de Janeiro, 1986, pág. 90
Estrofe
São conjuntos de versos dispostos em uma configuração regular. As estrofes po-
dem ser classificadas como:
Métrica e Metrificação
Métrica é a medida do verso e metrificação a técnica para se medir um verso. Em
português, ela se apoia na tonicidade das palavras - é a escansão; contagem dos sons
dos versos. É importante observar que as sílabas métricas diferem das sílabas gramat-
icais, observando-se as seguintes regras.
45
Contagem das sílabas métricas
As sílabas gramaticais, formadoras das palavras que usamos na linguagem co-
mum, não são as mesmas que as sílabas métricas (ou poéticas), e por vezes, não coin-
cidem. Só contaremos até a última sílaba tônica (forte) de um verso.
Ritmo
É uma alternação uniforme de sílabas tônicas e não tônicas em cada verso de
um poema.
O ritmo de um poema está relacionado com a metrificação e a correspondência
sonora provocada pela rima. Todo esse conjunto de elementos determina o ritmo da
obra.
No verso livre (sem métrica) a sonoridade rítmica obedece a um padrão próprio,
não sendo governado por regras externas, derivadas da alternação uniforme de sílabas
tônicas ou de metrificação e rima, a essa modalidade dá-se o nome de Arritmia.
Rima
A rima é um dos elementos do verso, mas não é essencial ou obrigatório. É ap-
enas uma opção do autor para criar um vínculo de "melodia" e acentuar o final de um
verso. Este recurso passou a ser usado na Idade Média pelos trovadores. Atualmente,
46
existem composições poéticas em que as rimas não são usadas, que recebem o nome
de Poesia.
As rimas são classificadas quanto à disposição nas estrofes, e de acordo com as
classes gramaticais que a compõem. Veja alguns exemplos.
1 - Quanto à posição:
Emparelhada (ligando versos seguidos).
A (gramado)
A (afogado)
B (morto)
B (torto)
Interpolada (liga o primeiro e último verso, quando existem três ou mais entre as li-
gações).
A A
B ou B
B C
B D
A A
2 - Quanto ao valor:
Pobre – Formada por palavras da mesma classe gramatical.
Existe (verbo)
Teimoso (adjetivo)
Aviste (verbo)
Amoroso (adjetivo)
– Século XIII
Cantiga da Ribeirinha
No mundo non me sei parelha,
Mentre me for como me vai,
Cá já moiro por vós, e - ai!
Mia senhor branca e vermelha.
Queredes que vos retraia
Quando vos eu vi em saia!
Mau dia me levantei,
Que vos enton non vi fea!
E, mia senhor, desd’aquel’di, ai!
Me for a mi mui mal,
E vós, filha de don Paai
Moniz, e bem vos semelha
D’haver eu por vós guarvaia
Pois eu, mia senhor, d´alfaia
Nunca de vós houve nem hei
Valia d’ua correa (Paio Soares de Taveirós)
– Século XIII
Balada dos enforcados
Homens irmãos, que a nós sobreviveis,
Não tenhais vosso peito calejado,
Porque, se algum pesar por nós haveis
Cedo, o perdão de Deus tereis ganhado.
Mais de um vedes, na corda, pendurado:
A carne que gozou, em demasia,
Foi devorada, podre, dia a dia,
E as ossadas em pó se mudarão.
De nosso padecer ninguém se ria.
E a Deus rogai nos dê o seu perdão!
48
A nós, mortos, poupai outra agonia.
E a Deus rogai nos dê o seu perdão!
Essa poesia pertence a François Villon, um dos maiores poetas franceses do sécu-
lo XV, em que é retratado, pelo olhar de um enforcado, o mundo que o rodeia. É impor-
tante marcar a riqueza de detalhes e a especificidade do vocabulário na referência ao
momento histórico francês.
O poema segue um padrão rítmico fixo em decassílabos rimados e é constituído
por três décimas e uma quintilha.
Chamamos atenção para o fato de que as poesias não necessariamente falem de
amor, mas de todos os temas inerentes ao ser humano.
– Século XIX
Canção do exílio
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
49
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá. (Gonçalves Dias)
Essa poesia representa a escola literária romântica brasileira com todas as suas
especificidades, tais como a exuberância da natureza os sentimentalismos para com a
pátria e a linguagem que se queria nacional.
– Século XX
Poema de sete faces
Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
50
O poema modernista, dos anos 30, de Carlos Drummond de Andrade, representa
o que a arte literária do século XX poderia fazer, tal como: a linguagem despojada, as
dúvidas para com o indivíduo que não se encontra e a liberdade de escrita.
(Augusto de Campos)
Essa poesia representa o que o grupo dos artistas concretistas brasileiros produz-
iram sobre arte, em que a poesia não apenas se fixa no texto, mas na imagem na qual
ela está inserida.
EXERCÍCIOS
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51
2. Quanto ao valor, como podem ser classificadas as rimas do poema Eu de Florbela
Espanca que segue abaixo?
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A música
As origens da música são muito diferentes, no que se refere à musicalidade em
união com a fala. Uma vez que ela se constrói de formas muito diversas e de acordo
com sua origem geográfica e mesmo de especificidades culturais.
Da concepção ocidental, partimos do pressuposto que desde a Grécia Antiga a
música estava diretamente ligada a poesia, constituindo um único gênero artístico e
que posteriormente ocorreu uma separação, formando gêneros diferentes, e mesmo
naquilo se pode cumprir num curso sobre textos.
Nesta unidade, trabalharemos com a música “cantada”, pois a música instru-
mental não se encaixa em tal definição.
É importante marcar que o texto cantado forma no interior da melodia mais um
elemento num conjunto, ou seja, como um instrumento que compõe a canção.
Muitas músicas possuem uma proximidade muito grande com a poesia, dado o tra-
balho com o sentido e a escolha lexical do texto.
52
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer
Ainda que eu falasse a língua dos homens...
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria
É um não querer mais que bem querer
É solitário andar por entre a gente
É um não contentar-se de contente
É cuidar que se ganha em se perder
É um estar-se preso por vontade
É servir a quem vence, o vencedor
É um ter com quem nos mata a lealdade
Tão contrário a si é o mesmo amor
Estou acordado e todos dormem
todos dormem todos dormem
Agora vejo em parte
Mas veremos face a face
É só o amor, é só amor
Que conhece o que é verdade
Ainda que eu falasse a língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria (Renato Russo)
2. Abaixo seguem dois textos. Uma canção de Chico Buarque e um poema de Carlos
Drummond de Andrade. Leia-os e em seguida, responda as questões.
Flor da Idade
A gente faz hora, faz fila na vila do meio dia
Pra ver Maria
A gente almoça e só se coça e se roça e só se vicia
A porta dela não tem tramela
A janela é sem gelosia
Nem desconfia
Ai, a primeira festa, a primeira fresta, o primeiro amor
53
Ai, a primeira dama, o primeiro drama, o primeiro amor (Chico Buarque)
Quadrilha
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para o Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história (Carlos Drummond de Andrade)
a) Pela leitura do texto e pelo conhecimento de mundo que temos, “Flor da idade”
pode sugerir idéias relacionadas à juventude. A letra da canção confirma ou refuta essa
sugestão?
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
b) “Flor da idade” dialoga com “Quadrilha”. Chico Buarque deu a ele sua interpretação.
Quanto a estrutura do texto, em que medida Chico Buarque retoma Drummond? E
quanto ao tema?
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
GABARITO
1. Como pode ver, o poema de Camões tem no total dez sílabas métricas
em todos os versos. Assim, o classificamos dedecassílabo. O poema possui
um esquema rímico clássico, formado por ABBA, ABBA, CDC, DCD. A = er;
B= ente; C = ade; D = or.
Rimas interpoladas (ou intercaladas) nos quartetos: Combinam-se numa
ordem oposta, seguindo o esquema ABBA.
Rimas alternadas (ou cruzadas) nos tercetos: Combinam-se alternada-
mente, seguindo o esquema CDC/ DCD.
A/ mor/ é/ fo/ go/ que'ar/ de/ sem/ se/ ver/,
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
É/ um/ con/ ten/ ta/ men/ to/ des/ con/ ten/ te,
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
54
GABARITO
2. Quanto ao valor das rimas o soneto de Florbela Espanca: Rima pobre:
quando as palavras rimadas são da mesma categoria gramatical (sub-
stantivo/substantivo; adjetivo/adjetivo). Veja:
perdida (adjetivo)
norte (substantivo)
sorte (substantivo)
dolorida (adjetivo)
Interpoladas nos quartetos e cruzadas (ou alternadas) nos tercetos.
3.
a) Pela leitura do texto pode-se afirmar que “flor da idade” sugere ideias
relacionadas às questões da juventude e do primeiro amor. A letra da
canção confirma a sugestão relacionada ao sentimento de juventude a
medida que reitera nos últimos versos de cada estrofe a ideia de algo que
aconteceu em primeiro lugar.
b) Em relação a estrutura o poema de Chico Buarque nos primeiros ver-
sos tem preocupação com a rima e nos últimos segue a mesma linha
do poema drummoniano, isto é, verso livres e ausência de rimas; já em
relação ao tema ambos os poemas falam
de amores que não realizaram e por conta de um desencontro entre o
que deseja e o aquele que é desejado.
ANOTAÇÕES
55
PORTUGUÊS
AULA 6
Texto e imagem
A charge
São textos cujo sentido é dado pela criação de uma imagem
que, ao mesmo tempo, é capaz de fazer referência a fatos atuais e
criticá-los.
Segundo o dicionário Houaiss, charge é um desenho humor-
ístico, com ou sem balão, geralmente veiculado pela imprensa e
tendo por tema algum acontecimento atual, que critica por meio
de caricatura uma ou mais personagens envolvidas.
A charge é um tipo de texto que depende inteiramente de
o leitor conhecer o contexto a que ela se refere. Sem tal conheci-
mento o sentido pode não ser completo. Por exemplo:
56
Histórias em quadrinhos (HQs)
Enquanto a charge transmite sua mensagem em uma única imagem, as históri-
as em quadrinhos são uma sequência de desenhos que narram uma história. As
histórias em quadrinho podem ou não ter efeitos humorísticos.
As HQs em geral envolvem várias técnicas narrativas por meio dos dois canais:
imagem e texto. Para compreender a mensagem, o leitor precisa relacionar os elemen-
tos de imagem (icônicos) com os do texto (lingüístico).
Análise de gráficos
Outro tipo de linguagem muito importante é a dos gráficos. Sua leitura também
pode ser feita com segurança, desde que se procure reconhecer e analisar as infor-
mações apresentadas.
Vamos usar exemplos para demonstrar que basta identificar os dados perti-
nentes e, a partir de sua análise, formular hipóteses que os expliquem.
Gráfico 1 Gráfico 2
57
a) o gráfico II representa um crescimento real maior do que o do gráfico I.
b) o gráfico I apresenta o crescimento real, sendo o II incorreto.
c) o gráfico II apresenta o crescimento real, sendo o gráfico I incorreto.
d) a aparente diferença de crescimento nos dois gráficos decorre da escolha das difer-
entes escalas.
e) os dois gráficos são incomparáveis, pois usam escalas diferentes.
Lendo atentamente o enunciado, percebemos que se faz ali uma afirmação mui-
to importante. Depois de informar que o político e a companhia telefônica publicaram
gráficos sobre o crescimento na oferta de linhas, o examinador declara: “O fato é que,
que no período considerado, foram instaladas, efetivamente, 200 novas linhas telefôni-
cas.”
Quando examinamos os gráficos, percebemos que a diferença entre eles é ap-
enas aparente. Ambos representam o crescimento na oferta de linhas entre os meses
de janeiro e dezembro. Nos dois casos, constata-se que o número inicial de linhas é
igual a 2.000, e o final, a 2.200. Portanto, como o enunciado já sugeria foram instaladas
200 novas linhas.
Verificando as alternativas, descobrimos que, à exceção a D (resposta correta)
e E, as outras interpretam a aparente diferença entre os gráficos, atribuindo-a a uma
suposta representação do crescimento real. Mas, como poderia haver diferença entre
os gráficos se os dados utilizados para originá-los são idênticos? A única resposta pos-
sível, nesse caso, é atribuir a diferença aparente à mudança de escala.
Depois de resolvida a questão é que percebemos como era simples, consistia
apenas em um exercício de leitura.
EXERCÍCIOS
58
A respeito do texto e do quadrinho são feitas as seguintes afirmações:
I. Ambos retratam a intensa divisão do trabalho à qual são submetidos os operários.
II. O texto refere-se à produção informatizada e o quadrinho, à produção artesanal.
III. Ambos contêm a idéia de que o produto da atividade industrial não depende do
conhecimento de todo o processo por parte do operário.
Dentre essas afirmações, apenas:
a) I está correta.
b) II está correta.
c) III está correta.
d) I e II estão corretas.
e) I e III estão corretas.
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
4. Qual o efeito de sentido provocado pela associação da imagem ao texto nas ima-
gens a seguir?
a) ___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
b) ___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
59
5. Abaixo há duas telas: uma de Diego Velázquez e outra de Pablo Picasso. Ambas
tratam do mesmo tema, embora de maneira bem diferente. Observe-as e em seguida
responda as questões:
6. (FUVEST)
6. Abaixo seguem tirinhas do cartunista Henfil. Extraia de cada uma seus respectivos
assuntos e tente associa-lo a um fato atual.
a) _______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
b) _______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
c) __________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________
d) ___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
61
e) ___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
f) De certa maneira, todas as tirinhas estão relacionadas. Como você explicaria textual-
mente tal relação? Dê exemplos.
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
GABARITO
1. Resposta b
2. Resposta e
62
GABARITO
4.
a) Interpretações possíveis:
Como arrumar um(a) coroa.
Como conquistar uma mulher mais velha/um homem mais velho.
Como conseguir um arranjo de flores para o seu funeral com um preço
mais em conta.
b) A charge faz uma crítica a cultura do uso da burka que obriga a mulher
a não mostrar seu rosto em público.
5.
a) Os elementos que comprovam que as duas telas de dialogam é porque
ambas abordam a questão do cotidiano da infância.
b) A tela mais velha é a de Diego Velazques porque Pablo Picasso foi um
pintor do século XX, enquanto Velasquez foi pintor do século XVI.
6. Resposta C.
Comentário: Os espaços (as “janelas”) entre os dentes do menino bangue-
la associam-se, comicamente, ao maior espaço que haveria entre as polt-
ronas dos aviões da companhia anunciante.
7. Resposta D.
Comentário: Há apenas humor na associação entre a imagem e o texto;
não há sarcasmo, pois não há qualquer sugestão negativa, pejorativa, no
emprego que se fez da foto do menino banguela.
8. Resposta B.
Comentário: Ocorrem no texto “termos técnicos” (“design ergonômico”,
“milhagens”), “apelo direto ao leitor” (“você”, “você”), “enumeração acu-
mulativa de vantagens” (nas poltronas, nas salas VIP, nos “pontos”) e
“expressões em inglês” (“business”, “design”, “oneworld”). Não ocorrem
trocadilhos.
9.
a) A crise econômica faz com algumas pessoas acabem na criminalidade.
b) A crise no sistema de saúde pública. A falta de médicos. Faz uma crítica
ao programa de governo: Médico de Família.
c) Desigualdade Social. Faz uma crítica ao governo que ainda não con-
seguiu erradicar a fome no país. A importância da merenda escolar para
alimentação de muitas crianças no país.
d) Combate à Fome.
e) Questão do menor infrator/ Redução da Maioridade Penal
f) Todas as tirinhas estão relacionadas por questões sociais
10. Resposta D.
Resolução passo a passo:
63
I. Neste exercício devemos ler cada opção e eliminar as erradas.
GABARITO
II. Na letra A, a afirmação é de o maior valor no gráfico estaria relacionado
com 14%. Procure no gráfico o ponto mais alto. Trace uma reta para baixo
ou coloque a caneta em cima do ponto para baixo. Perceba que ele está
relacionado com o ano 92. Volte ao ponto e trace uma reta para o lado
esquerdo ou coloque a caneta de lado. Esta reta está mais alta que 14% e
mais baixa que 16%. Se o ponto está mais alto que os 14%, logo, não pode
ser esta questão. Pode riscar.
III. A letra B afirma que a menor taxa foi no ano de 1995. Procure o ponto
mais baixo. Faça uma reta para baixo. Observe que ele está relacionado ao
ano 1989 e não 1995. Assim, esta opção está descartada.
IV. A letra C afirma que depois de 1992 a taxa foi crescente. Como esta
opção não diz o tempo final, entendemos que vai até o último ano, que é
1996. Vá até o ano 1992 e faça uma reta para cima. Você vai tocar no ponto
mais alto. Seguindo este ponto para a direita, perceba que
ele realmente cai em 93, cai em 94, cai em 95. Mas não podemos dizer
que a partir de 92 ele é decrescente, porque de 95 para 96 ele subiu. Esta
opção está eliminada. V. Na letra D, a afirmação é de que este gráfico teve
o menor valor em 8% e o maior em 16%. Vá até o ponto mais baixo e trace
uma reta para a esquerda. Confira que ele está acima de 8%. Vá até o pon-
to mais alto e trace uma reta para a esquerda. Confira que ele está abaixo
de 16%. Assim, realmente estes pontos estão entre 8 e 16%. Esta é a verda-
deira.
ANOTAÇÕES
64
PORTUGUÊS
AULA 7
Recursos textuais
7.0 Introdução
- Função poética: apesar de ser própria da literatura, a linguagem poética pode estar
presente em to-dos os textos, como propagandas e nas gírias. Ela busca a beleza, a
graça, o efeito chamativo no texto.
66
EXERCÍCIOS
3. As aspas foram usadas em "infovias" pela mesma razão por que foram usadas em:
a) Mesmo quando a punição foi confirmada, o "Alemão", seu apelido no Grêmio, não
esmoreceu.
b) ... fica fácil entender por que há cada vez mais pessoas preconizando a "fujorização"
do Brasil.
c) O Paralamas, que normalmente sai "carregado" de prêmios, só venceu em edição.
d) A renda média "per capita" da América latina baixou 25% em 1995.
e) A torcida gritava "olé" a cada toque de seus jogadores.
67
do que achava que tinha bebido um ou dois uísques a mais...
Sei como você está sofrendo, e prefiro lhe responder assim pelas páginas de
uma revista – fazendo de conta que me dirijo a um destinatário suposto. Destinatário,
destinatária... Bonita palavra: não devia querer dizer apenas aquele ou aquela a quem
se destina uma carta, devia querer dizer também a pessoa que é dona do des-tino da
gente. Joana é minha destinatária.
Meu destino está em suas mãos; a ela se destinam meus pensamentos, minhas
lembranças, o que sinto e o que sou: todo esse complexo mais ou menos melancóli-co
e, todavia tão veemente de coisas que eu nasci e me tornei.
Se me derem para encher uma fórmula impressa ou uma ficha de hotel eu po-
derei escrever assim: Procedência – Cachoeiro de Itapemirim; Destino – Joana. Pois é
somente para ela que eu marcho. No táxi, no bonde, no avião, na rua, não interessa a
direção em que me movo, meu destino é Joana. Que importa saber que jamais chega-
rei ao meu destino?[...]'
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
6. Considere este trecho de um diálogo entre pai e filho (do romance Lavoura arcaica,
de Raduan Nassar):
— Quero te entender, meu filho, mas já não entendo nada.
— Misturo coisas quando falo, não des-conheço, são as palavras que me empur-ram,
mas estou lúcido, pai, sei onde me contradigo, piso quem sabe em falso, po-de até
68
parecer que exorbito, e se há farelo nisso tudo, posso assegurar, pai, que tem muito
grão inteiro. Mesmo confundindo, nunca me perco, distingo para o meu uso os fios do
que estou dizendo.
No trecho, ao qualificar o seu próprio discurso, o filho se vale tanto de linguagem de-
notativa quanto de linguagem conotativa.
GABARITO
1. Resposta a.
2. Resposta d.
3. Resposta b.
5.
a) desfiar – verbo; fio – substantivo; explodida – particípio de valor adjetivo;
explosão – substantivo.
b) O jogo de oposições é dado pela possível grandeza de uma explosão
e a pequenez da vida severina. Nesse sentido, poderiam ser citados: ex-
plosão/franzina; pequena/explosão.
69
GABARITO
6.
a) A frase "estou lúcido, pai, sei onde me contradigo" é de sentido deno-
tativo, pois expressa de forma inequívoca um significado de base: a con-
sciência do filho da lucidez diante de seu discurso desconexo.
b) Uma tradução possível é: se no que eu digo pode haver alguma ob-
scuridade ou desconexão, tenha certeza, meu pai, de que muita coisa aí
contida também é coerente e muito bem pensada.
ANOTAÇÕES
70
PORTUGUÊS
AULA 8
Intertextualidade
8.0 Introdução
71
Mona Lisa, Mona Lisa (Ciúmes de Leonardo) (Jorge Ben Jor)
Mona Lisa, Mona Lisa
Você é tão Gioconda
Você é tão maliciosa
Você é tão diferente e bela
Você é tão misteriosa
Que nem uma chuva de ouro Seria tão atraente
Como você
Mon amour como você
Mona Lisa, Mona Lisa
Atrás desse sorriso
Tem coisas enigmáticas
Que só Leonardo da Vinci
Conseguiu descobrir
Por isso na calada da noite
Quando todos estiverem dormindo
Com seus amores
Eu escalarei o Louvre
E conquistarei você
Eu escalarei o Louvre
E dormirei com você
Mon amour, Mona Lisa
Mon cheri, Mona Lisa
Na música de Jorge Bem Jor temos o quadro de Leonardo da Vinci como tema. Além
da citação explicita do nome podemos ver que existem outras características que nos
remetem a obra de arte em questão. Você conseguiria apontar outras características?
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
Podemos dizer que todos exemplos expostos anteriormente neste capitulo fo-
ram elaborados propositadamente pensando na Mona Lisa. Mas, e a canção a seguir?
Sorriso dela (Erasmo Carlos e Roberto Carlos )
Todo mundo, todo mundo está chegando
Só pra ver o sorriso dela
Milhares de pessoas na janela
Só pra ver o sorriso dela
E levante o dedo quem não gosta
Do sorriso dela
Do sorriso dela
Do sorriso dela
Velho dorminhoco acorde: também venha ver
O sorriso dela
Levante bem seus olhos, você tem que ver
O sorriso dela
Não tem povo mais feliz, do que o que tem
O sorriso dela
O sorriso dela
O sorriso dela ...
72
Não há a referência direta na letra da música ao quadro, porém, a questão cen-
tral da música é o sorriso de uma moça, que é também um dos aspectos mais contro-
versos da Mona Lisa. Além disso, podemos relacionar o fato de que na música todos
querem ver o sorriso da moça ao que o quadro de Da Vinci é a grande atração do mu-
seu parisiense.
Essas relações entre produções de linguagens diferentes ou não, são chamadas
de intertextualidade. Esse fenômeno pode se dar de várias formas: intencional do autor
na hora de produzir a obra, ou em decorrência das ligações que o próprio leitor da obra
executa.
É importante atentar que para o leitor - observador da obra - estabelecer as devi-
das relações é necessário que ele tenha o conhecimento necessário. Por exemplo, para
fazer a relação entre as figuras anteriores e a Monalisa é necessário, antes, conhecer o
quadro original.
- Versão
Desde a Grécia antiga os autores reescrevem os poemas uns dos outros tentan-
do “melhorar” essas obras, ou dar novas características a tais obras, ou simplesmente
atualizando as que são antigas, adaptando-as para uma nova realidade.
73
Nos banhos de astro-rei
Do quintal de minha ânsia
A cidade progredia
Em roda de minha casa
Que os anos não trazem mais
Debaixo da bananeira
Sem nenhum laranjais
Aponte partes no texto que mostrem o contraste entre esses dois mundos:
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
- Paródia
A paródia é uma versão de uma obra que busca a graça, o riso. Usando uma obra
já existente e conhecida, o autor troca as palavras ou figuras que compunham essa
obra para construir uma nova ideia.
Já sei Namorar (Tribalistas)
Já sei namorar,
já sei beijar de língua,
agora só me resta sonhar
Já sei onde ir,
já sei onde ficar
Agora só me falta sair.
Não tenho paciência pra televisão,
eu não sou audiência para solidão.
Eu sou de ninguém,
eu sou de todo mundo
e todo mundo me quer bem.
Eu sou de ninguém,
eu sou de todo mundo
e todo mundo é meu também.
74
Já sei bombardear (Os belicistas - W. Bush, Collin Powell)
Já sei bombardear,
Já sei armar o míssil
agora só me falta atirar
Já sei invadir
Já sei peitar a ONU
agora só me falta explodir
Não tenho paciência pra negociação
Eu tenho é mania de perseguição
Não ouço ninguém,
acuso todo mundo o Bin Laden e o Hussein
Não livro ninguém,
exploro todo mundo acho que o mundo é meu também
- Sátira
A sátira também busca riso, porém, não se apegando a uma obra já existente,
mas sim a um conceito. Isto é, um autor ao fazer uma sátira em forma de canção, por
exemplo, não vai tomar como base uma canção já conhecida. Ele tem a liberdade de
criar uma obra nova.
Contudo, a sátira usa em geral uma referência a um contexto que também deve
ser conhecido dos leitores, para que sua mensagem seja entendida.
Na figura anterior temos uma charge política, que faz uma sátira com relação ao
caos aéreo e a posse do ministro das forças armadas. Porém, para entender totalmente
a mensagem, temos que conhecer outras coisas, como por exemplo, por que a minia-
tura de avião é feita com um abacaxi.
- Referência e citação
Durante a construção de um texto podemos citar ou fazer referência a outros
textos, ideias e fatos que possam dar mais credibilidade ao que estamos dizendo. li-
dade ao que estamos dizendo.
Podemos citar uma obra dentro de um texto de duas maneiras. A primeira seria
citar um trecho de um texto literalmente:
Exemplo: Como diz o filósofo Popper em seu livro a sociedade aberta: “Não só a con-
strução de instituições envolve importantes decisões pessoais, mas o funcionamento
até mesmo das melhores instituições (como o sistema democrático de controles e
equilíbrios) dependerá sempre, em considerável grau, das pessoas envolvidas. As insti-
75
tuições são como fortalezas. Devem ser bem ideadas e guarnecidas de homens.”
Percebam que quando citamos os dizeres de outro autor, literalmente, temos
que fazê-lo entre aspas, para marcar que o texto não é de nossa autoria.
A segunda maneira seria escrever com suas próprias palavras as ideias do autor.
Exemplo: Para este mestre antigo, a natureza do homem é racional, e, por consequên-
cia, na razão realiza o homem a sua humanidade: a ação racional realiza o sumo bem,
que é, ao mesmo tempo, felicidade e virtude. Hoje penso que as virtudes podem ser
muito mais ensinadas pelos exemplos do que pelos livros. Entretanto, esta natureza
racional do homem encontra no corpo não um instrumento, mas um obstáculo - que
Platão explica mediante um dualismo filosófico-religioso de alma e de corpo: o intelec-
to encontra um obstáculo nos sentidos, a vontade no impulso, e assim por diante. No
entanto, se todos pensamos em aprender, então somos alunos, os filósofos são alunos
(só os sábios são mestres), e alunos precisam de livros; é por isso que eles às vezes es-
crevem livros, quando os que têm à mão não os satisfazem ou sufocam.
(Jordan Augusto)
Nesse trecho o autor não coloca os dizeres de Platão, ele usa as ideias do filósofo
como base para construir a sua própria tese.
- Associação
Devemos atentar para o fato que não existem textos “puros”. Quando escreve-
mos trazemos conosco todo o conhecimento que tivemos contato, todos os textos que
já lemos e todo o contexto em que estamos inseridos. Com base nisso podemos, com
uma leitura atenta, estabelecer relações entre diferentes obras sem que uma não faça
nenhuma referência explícita à outra.
Nas figuras anteriores, não temos uma relação direta, mas mesmo assim temos
elementos comuns nas duas e que nos possibilitariam fazer uma associação. Você con-
seguiria dizer que associações são essas?
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76
GABARITO
1. Gioconda – Atrás desse sorriso – Leonardo da Vinci – escalarei o Louvre
2. Meus oito anos (Casimiro de Abreu) Meus oito anos (Oswald de Andrade)
Saudades da infância Saudades da infância
Zona rural Zona urbana
Tinha bananeira Tinha bananeira
Tinha laranjeira Não tinha laranjeira
ANOTAÇÕES
77
PORTUGUÊS
AULA 9
Pressupostos e implícitos
1.0 Os pressupostos
1.1 Os implícitos
b) “Foi ‘de novo’ que chamou minha atenção, na verdade”. Com essa afirmação, o autor
do texto revela que, ao ler o jornal, uma expressão fez com que ele adotasse um pro-
cedimento específico de leitura. Que procedimento é esse? Explique.
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79
Não pare na faixa de pedestres, não fure
o sinal vermelho, não feche o cruzamento.
Você está num carro europeu.
b) A enumeração das atitudes que não devem ser tomadas pelo motorista, “porque
está num carro europeu”, permite-nos perceber um implícito sobre os motoristas bra-
sileiros. Que implícito é esse?
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4. “Um turista foi passear numa savana, na África e se perdeu dos seus colegas. Ele
estava sozinho e tentava voltar para perto de seus amigos quando encontrou um leão
faminto no caminho. Desesperado ele rogou a Deus que um espírito cristão domi-
nasse esse leão. Houve raios e trovões e uma grande luz desceu sobre o animal. Ime-
diatamente o leão se ajoelhou, levantou as mãos para céu e disse: - Oh Senhor, grande
Deus, maravilhoso, muito obrigado por mais uma refeição.”
Quais informações que estão subentendidas nesse pequeno fragmento?
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80
Os senadores do PMDB que se rebelaram contra o governo federal esta semana vão
cobrar mais "carinho e atenção" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva até o final de
seu segundo mandato. Os parlamentares reclamam que Lula está acostumado a di-
alogar somente com "cardeais" da legenda --como os senadores José Sarney (PMDB-
AP) e Romero Jucá (PMDB-RR)-- enquanto esquece dos "franciscanos" da legenda na
Casa.
b) Qual o efeito de sentido que se pretendia obter com os termos “franciscanos” e “car-
deais”?
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GABARITO
1.
a) A expressão “de novo” chama a atenção de Bill Bryson porque ele
percebe que aquela situação acontecia costumeiramente, ou seja, se repe-
tia com certa regularidade.
b) O autor do texto começou a prestar atenção nos detalhes da história, ou
das ações das pessoa envolvidas com o fato.
2.
a) O homem acha a história irreal e ridícula porque ele não acredita que
em um casamento o homem espontaneamente tome a inciativa para levar
a esposa para jantar e muito menos que queira conversar com a compan-
heira sem interesse.
b) 1º pressuposto: que homem não é romântico;
2º pressuposto: que homem não é aberto ao diálogo
c) Que o marido do diálogo é um homem cético (descrente) que n]ao
acredita que as pessoas possam agir de modo diferente do que ele pensa
ou do padrão imposto pelas convenções sociais.
3.
a) É possível inferir que o motorista europeu dirige melhor e como maus
cuidado do que o brasileiro. Pode-se inferir também que o que é estrangei-
ro (importado sobretudo da Europa) tem melhor qualidade.
81
GABARITO
b) Os motoristas brasileiros são maus condutores e não respeitam a legis-
lação de trânsito.
6.
a) O leitor precisa ter conhecimento que “franciscano” é usado para des-
ignar alguém que é humilde, de hábitos simples, em contrapartida “car-
deal” tem a conotação de alguém que seria importante.
Nota de esclarecimento: Na Igreja Católica os franciscanos pertencem a
uma ordem que prega o voto de pobreza, portanto adotam a postura de
uma vida mais simples; enquanto os cardeais são comparados aos “prínc-
ipes” da igreja católica, portanto na hierarquia eclesiástica eles são mais
importantes.
b) Estabelecer uma hierarquia, isto é, os políticos associados aos francis-
canos são menos importantes do que os associados a imagem dos car-
deais.
ANOTAÇÕES
82
PORTUGUÊS
AULA 10
Escrevendo textos
83
- Vocabulário
Releia sempre seu período para evitar problemas de significado e construção.
Exemplo: "Era um belo sábado, uma noite muito agradável onde um lobo ruiva no alto
da colina dos Andes, demonstrando estar solidário ou anunciando sua solidão".
Nesse excerto, retirado de uma redação de vestibular, percebemos que a falta de leitu-
ra, após a escrita, pode atrapalhar o desenvolvimento do texto.
- E a globalização?
Cuidado ao utilizar o conceito de globalização na redação, pois a tendência dos
vestibulandos é colocar a globalização como sendo a grande causa dos problemas no
mundo.
Exemplo: Nos dias de hoje devido à globalização a violência não assusta mais, porque
as pessoas morrem e ninguém faz nada.
Lembremos o conceito:
1. ato ou efeito de globalizar(-se)
2. Rubrica: sociologia. Processo pelo qual a vida social e cultural nos diversos países do
mundo é cada vez mais afetada por influências internacionais em razão de injunções
políticas e econômicas
2.1 Rubrica: economia, política. intercâmbio econômico e cultural entre diversos
países, devido à informatização, ao desenvolvimento dos meios de comunicação e
transporte, à ação neocolonialista de empresas transnacionais e à pressão política no
sentido da abdicação de medidas protecionistas
2.2 Rubrica: economia, política. espécie de mercado financeiro mundial criado a par-
tir da união dos mercados de diferentes países e da quebra das fronteiras entre esses
mercados
Obs.: cf. capital volátil
2.3 Rubrica: economia, política. integração cada vez maior das empresas transnacio-
nais, num contexto mundial de livre-comércio e de diminuição da presença do Esta-
do, em que empresas podem operar simultaneamente em muitos países diferentes e
explorar em vantagem própria as variações nas condições locais
3 Rubrica: pedagogia. Processo de percepção e aquisição mais sintético do que
analítico, característico da estrutura mental ou psíquica da criança.
(Dicionário Houaiss de Língua Portuguesa)
- E o capitalismo?
Capitalismo: substantivo masculino
1 Rubrica: economia.
sistema econômico baseado na legitimidade dos bens privados e na irrestrita liber-
dade de comércio e indústria, com o principal objetivo de adquirir lucro
2 Rubrica: economia, sociologia. sistema social em que o capital está em mãos de
empresas privadas ou indivíduos que contratam mão de obra em troca de salário
3 Derivação: por metonímia. conjunto de indivíduos, países etc. capitalistas
Ex.: <o c. mundial> <o c. integrante do G-7> (Dicionário Houaiss de Língua Portugue-
sa)
Cuidado ao utilizar o conceito de capitalismo na dissertação, pois é um termo
muito amplo e facilmente associado à falta de assunto do vestibulando.
Exemplo: As pessoas no Brasil sofrem hoje com a falta de emprego que o capitalismo
impõe. Elas não sabem mais se vão sair de casa e vão ter onde trabalhar.
84
- Gramática
Alguns erros gramaticais, visto que estamos falando de alunos do ensino médio,
já não podem mais ser cometidos. É preciso dominar algumas técnicas.
Por exemplo:
Grafia de certas palavras: Asim (assim), geito (jeito), maça (maçã), globalisação (glo-
balização), ese (esse), sitar (citar)...
EXERCÍCIOS
Agora que você já conhece algumas dicas para redigir textos corrija o texto a seguir e
aponte possíveis soluções. Segue a proposta da redação:
85
mas infelizmente esse dinheiro não será utilizado para da r segurança aos viajantes.
Sabemos que uma porcentagem do preço por litro dos combustíveis deveria ser desti-
nada à manutenção das estradas, porém, como outras verbas, é desviada.
Assim, a população tem que pagar os “famosos” pedágios para trafegar com
segurança.
Medidas eficazes deveriam ser tomadas para preservar as vias de trânsito, como
permitir apenas o tráfego de veículos de pequeno p orte pelas rodovias.
Caminhões com grande quantidade de mercadorias deveriam utilizar os trans-
portes ferroviários e hidroviários. Esses meios têm baixo custo de manutenção e iriam
trazer benefícios, principalmente para o setor de agroneg ócio que tem 3% de sua
safra perdida por causa das estradas mal conservadas.
Indubitavelmente, o número de acidentes ir ia diminuir. Apenas nas estradas
paulistas foram 35.141 ocorridos em quase seis meses do an o de 2005.
Será que o poder público não se preocupa com a segurança da população?
Portanto, o Ministério responsável pelos meios de transportes deveria destinar a
verba necessária para o recuperamento das rodovias e i nvestir no desenvolvimento
das ferrovias e hidrovias do país.
Meios de transporte são essenciais para a nossa atual sociedade brasileira. Re-
curso indispensável para o proletariado dar continuidade a sua vida.
Os ônibos são os principais meios de locomoção da classe média por isso merecem
mais atenção. O estado deveria intervir nos meios de locomoção (no caso os ônibus)
tomando posse e organizando de modo que haja um salário mais justo e um novo
valor nas taxas tantos de estudantes que por sua condição devem usufluir de taxas
mais baixas como aqueles que possuem uma condição financeira menor. Nossa atual
rede de ônibus é privada o que torna o preço das passagens altos pois devem satisfaz-
er o lucro de seus empreendedores, por isso o preço das passagens está aumentando
desenfreadamente.
O lucros dessas redes privadas é extremamente alto e mesmo que passes para
estudantes se tornassem gratuitos ainda esses empreendedores teriam lucro.
O fato é que a classe de menor condição financeira a que está isolada nos morros,
junto a classe mais baixa é quem arca ou seja paga as passagens da classe um pouco
mais favorecida a média. Por isso seria justo de a rede privada de ônibus deixasse de
pertencer a empresários e passasse ser totalmente do estado, afim que se fizesse a
classe que realmente necessita desse meio pudesse usufluir desse sem tantos custos.
Uma vez que classe alta não necessita de tais meios.
Se a população da classe médio quiser continuar a usufluir dos ônibus é bom
lutar para que essa rede de transporte se torne totalmente do estado, antes que os
empresários queiram continuar recheando seus bolsos e as pessoas tenham que tra-
balhar só para pagar seu transporte.
Numa sociedade as pessoas precisam em primeiro lugar ter alimento (subsistên-
cia), saúde, cultura e lazer. É inadmissível trabalhar para pagar o transporte que segun-
do lei é direito de todos o transporte público. Como vemos não é o que anda aconte-
cendo, quanto não fizermos nada para tornar a rede de transporte privado em pública
continuaremos nos submetendo a aumento de taxas absurdos e começaremos a
trabalhar apenas para pagar o transporte.
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86
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ANOTAÇÕES
87
PORTUGUÊS
AULA 11
Analisando questões
11.0 Introdução
EXERCÍCIOS
1. "Mais da metade do gênero humano jamais discou um número
de telefone. Há mais linhas telefônicas em Manhattan do que em
toda a África, ao sul do Saara".
(Mbeki, vice-presidente da África do Sul, 1995)
"Nos EUA, os brancos representam 88,6% dos utilizadores da Inter-
net e os negros, 1,3%, embora correspondam a 12% da população".
(Adap. Douzet: 1997)
88
d) os custos da conexão virtual são mais elevados nos países ricos do que nos paí-ses
pobres, o que explica a sua desigual distribuição.
e) o centro mundial de fornecimento de serviços da rede Internet são os Estados Uni-
dos devido à grande quantidade de telefones disponíveis.
3. Decorridos mais de 50 anos do uso dos antibióticos, a tuberculose figura, neste final
de século, como uma das doenças mais letais; isso se deve ao fato de os ba-cilos terem
se tornado resistentes ao anti-biótico usado para combatê-los.
Considerando que a resistência de uma população de bactérias a um antibió-tico é
resultado de mutação ao acaso e que a taxa de mutação espontânea é muito baixa,
foi proposto o uso simultâneo de diferentes antibióticos para o tratamento de doentes
com tuberculose.
Com relação a esse procedimento, foram levantados os seguintes argumen-tos:
I. O tratamento não será efetivo para o paciente, uma vez que a resistência ao anti-
biótico não é reversível.
II. O tratamento terá alta chance de ser efetivo para o paciente, pois a proba-
bili-dade de que uma bactéria seja resistente a dois ou mais antibióticos é extrema-
mente baixa.
III. O tratamento poderá apresentar riscos para a população, pois poderá selecionar
linhagens bacterianas altamente resisten-tes a antibióticos.
Analisando as informações contidas no texto, pode-se concluir que apenas:
a) o argumento I é válido.
b) o argumento II é válido.
c) o argumento III é válido.
d) os argumentos I e III são válidos.
e) os argumentos II e III são válidos.
3. O tema “teoria da evolução” tem pro-vocado debates em certos locais dos Estados
89
Unidos da América, com algumas entidades contestando seu ensino nas es-colas. Nos
últimos tempos, a polêmica está centrada no termo teoria, que, no entanto, tem sig-
nificado bem definido para os cientistas. Sob o ponto de vista da ciência, teoria é:
a) sinônimo de lei científica, que descreve regularidades de fenômenos naturais, mas
não permite fazer previsões sobre eles.
b) sinônimo de hipótese, ou seja, uma suposição ainda sem comprovação experimen-
tal.
c) uma idéia sem base em observação e experimentação, que usa o senso comum para
explicar fatos do cotidiano.
d) uma idéia, apoiada pelo conhecimento científico, que tenta explicar fenômenos nat-
urais relacionados, permitindo fazer previsões sobre eles.
e) uma idéia, apoiada pelo conhecimento científico, que, de tão comprovada pelos
cientistas, já é considerada uma verdade incontestável.
7. Em seu livro de contos, O Sistema Pe-riódico, o escritor italiano Primo Levi descreve
90
características de elementos químicos e as relaciona a fatos de sua vida. Dois trechos
desse livro são destaca-dos a seguir:
I. "[Este metal] é mole como a cera...; reage com a água onde flutua (um metal que
flutua!), dançando freneticamente e produzindo hidrogênio."
II. "[Este outro] é um elemento singular: é o único capaz de ligar-se a si mesmo em
longas cadeias estáveis, sem grande desperdício de energia, e para a vida sobre a Terra
(a única que conhecemos até o momento) são necessárias exatamente as longas ca-
deias. Por isso, ... é o elemento-chave da substância viva."
O metal e o elemento referidos nos tre-chos (I) e (II) são, respectivamente,
a) mercúrio e oxigênio.
b) cobre e carbono.
c) alumínio e silício.
d) sódio e carbono.
e) potássio e oxigênio.
8. "Em verdade é maravilhoso refletir sobre a grandeza que Atenas alcançou no espaço
de cem anos depois de se livrar da tirania... Mas acima de tudo é ainda mais maravilho-
so observar a grandeza a que Roma chegou depois de se livrar de seus reis."
(Maquiavel, Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio).
Nessa afirmação, o autor:
a) critica a liberdade política e a participação dos cidadãos no governo.
b) celebra a democracia ateniense e a República romana.
c) condena as aristocracias ateniense e romana.
d) expressa uma concepção populista sobre a Antigüidade clássica.
e) defende a pólis grega e o Império romano.
91
a) discute a permanente frustração do de-sejo de migrar do campo para a cidade.
b) reflete sobre o sentimento paradoxal do migrante em face de sua identidade region-
al.
c) expõe a tragédia familiar do migrante quando se desloca do interior para a cidade.
d) aborda o problema das migrações ori-ginárias das regiões ribeirinhas para as
grandes cidades.
e) comenta as expectativas e esperanças do migrante em relação ao lugar de destino.
GABARITO
1. Resposta a
2. Resposta b
3. Resposta e
4. Resposta d
5. Resposta b
6. Resposta c
7. Resposta c
8. Resposta b
9. Resposta d
10. Resposta b
ANOTAÇÕES
92
PÁG 91
PORTUGUÊS
PORTUGUÊS
AULA 1
Conceitos básicos
1.0 Introdução
Na bíblia cristã existe um episódio que conta que na antiga Babilônia os homens
decidiram construir uma torre que fosse alta suficiente para poderem chegar aos céus
96
e falar com Deus. Como castigo pela ousadia, Ele fez com que todos os homens fal-
assem línguas diferentes, não podendo mais se comunicar, impossibilitando assim a
construção da torre. Dessa forma teriam surgido todas as línguas do mundo.
Os estudos linguísticos não identificaram a possibilidade de existir uma língua
única no início da humanidade, porém, perceberam ao comparar línguas diferentes,
que várias dessas línguas tinham muito em comum. Portanto deveriam ter origem,
possivelmente, de uma mesma língua. Essa “familiaridade” entre as línguas foi chama-
da de tronco linguístico.
O tronco linguístico que abrange uma região que vai da Europa a Índia é chama-
do de Indo-Europeu.
Porém as mudanças que uma determinada sociedade enfrenta, causa reflexos
na cultura e na língua de sociedade. O acúmulo dessas mudanças pode criar uma lín-
gua totalmente diferente dentro de alguns anos. As línguas chamadas de neo-latinas
são um exemplo disso.
A dominação de diferentes povos pelo Império Romano fez com que o latim en-
trasse em contato com outras línguas e culturas, isso resultou, lentamente, no apareci-
mento de uma nova língua, diferente do idioma imposto e do que havia antes.
1.2 O português
97
O português por sua vez sofreu influências do grego e do árabe, além de diversas
outras de povos que já viviam na região da península Ibérica. Posteriormente, outras
línguas europeias como o inglês e o francês viriam a contribuir com o léxico do portu-
guês.
Nas colônias portuguesas, por sua vez, outras línguas também influenciaram
o idioma. No Brasil Colônia as principais influências foram dos índios e dos escravos
africanos. Mais tarde os imigrantes europeus também trouxeram sua contribuição.
A língua portuguesa falada no Brasil hoje é tão diferente da falada em Portugal que
algumas pessoas já consideram como se fossem línguas diferentes. Então existiria um
Português Brasileiro (PB) e um Português Europeu (PE).
Mesmo no Brasil o português não é homogêneo, isto é, ele não é igual em todos
lugares. Contudo, essas diferenças não são o suficiente para dizermos que falamos
línguas diferentes. Por exemplo: na cidade de São Paulo temos o costume de falar “i”
no final de algumas palavras que na verdade terminam com “e”, em outras regiões se
mantém a pronuncia do “e”. Contudo, se uma pessoa fala “chocolati” ou “chocolate”
não causaria incompreensão na comunicação. Essa diferença na pronuncia, léxico ou
98
entonação dentro de uma mesma língua é chamada de variação linguística.
Mas, apesar de todas as variedades do português serem legítimas, por uma
questão de vivermos em uma sociedade, na qual a maioria das pessoas não tiveram
acesso a educação, formou-se uma separação entre um português popular e um out-
ro português dito “culto”. Ainda, a norma escolhida como “Padrão” não foi a variante
usada no cotidiano de nenhum falante do português. Por isso quando estudamos
gramática temos uma sensação de estranheza, como se estivéssemos estudando out-
ra língua.
É importante perceber que, apesar de nenhum falante usar a norma padrão todo
tempo, as pessoas que tiveram mais tempo de escolaridade podem usar essa variante
quando lhe convém. Ao contrário das pessoas com escolaridade menor, que invariavel-
mente são pessoas de classes mais pobres. Dessa forma, o poder de uso da norma pa-
drão traz consigo um prestígio, e as demais variantes mais populares acabam sofrendo
descriminação.
Nos últimos anos, alguns estudiosos vêm defendendo dentro do Brasil a ideia
de sermos “poliglotas” dentro de nossa própria língua. Isto é, sabermos conversar em
português, com pessoas que possuem diferentes variantes dependendo do contexto
que estejamos. Por exemplo, não devemos falar com nosso chefe dentro do ambiente
de trabalho do mesmo modo que falamos com um amigo em uma hora de lazer.
Analise sintática
Na analise sintática nós temos que observar qual a relação entre as palavras dentro da
oração. Exemplo: O velho = sujeito da oração
Análise Semântica
Na análise semântica observamos os significados das palavras e das orações dentro
de um determinado contexto. Exemplo: Na oração há duas possibilidades de análise
quanto a palavra “silencioso”. Você consegue indicar quais são?
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99
Análise Morfológica
Se fizermos a análise morfológica pegaríamos separadamente cada palavra da oração.
Por exemplo: velho = substantivo simples masculino singular.
ANOTAÇÕES
100
PORTUGUÊS
AULA 2
Fonética I
2.1 Sílaba
- monossílabos: formados por uma única sílaba: é, há, ás, cá, mar,
flor, quem, quão.
É a sílaba proferida com mais intensidade que as outras. Esta possui o acento
tônico, também chamado acento de intensidade ou prosódico. Nem sempre a sílaba
tônica recebe acento gráfico.
Exemplos: café – papel – Paraná – lâmpada.
A classificação da tonicidade das palavras está relacionada com a posição da síla-
ba tônica no interior da palavra e pode se apresentar das seguintes maneiras:
102
EXERCÍCIOS
3. Qual das alternativas abaixo possui palavras com mais letras do que fonemas?
a) Caderno
b) Chapéu
c) Flores
d) Livro
e) Disco
103
2.4 Ortografia
Emprego do S ou do Z
2. São grafadas com o sufixo "isa" as palavras que indicam ocupações femininas:
poetisa, profetisa, papisa, sacerdotisa, pitonisa, etc.
3. Os sufixos "ez" e "eza" são empregados para formar nomes abstratos que deri-
vam de adjetivos. Exemplos (ADJETIVOS / DERIVADOS):
agudo / agudez escasso / escassez estúpido / estupidez
límpido / limpidez gago / gaguez honra / honradez
inválido / invalidez intrépido / intrepidez macio / maciez
rígido / rigidez sensato / sensatez duro / dureza
esperto / esperteza justo / justeza nobre / nobreza
pobre / pobreza
104
existe o "z", e verbos terminados pelo sufixo "izar", em cujos radicais das palavras que
lhes deram origem possuam ou não a letra z. Exemplos: balizado (baliza), arrazoado, ra-
zoável (razão), canalizar, finalizar, industrializar, organizar, utilizar, arborizar, dinamizar,
regularizar, cicatrizar (cicatriz), envernizar (verniz), enraizar (raiz), deslizar (deslize) etc.
Observação: Os verbos terminados em "isar", com "s" têm apenas como sufixo as letras
"ar", pois as letras "is", neste caso, fazem parte do radical da palavra que deu origem ao
verbo. Exemplos:
análise / analisar aviso / avisar improviso / improvisar pesquisa / pesquisar
Emprego do C ou do QU
Existem palavras que podemos escrever com "c" e também com "qu". Exemplos:
catorze / quatorze, cociente / quociente, cota / quota, cotidiano / quotidiano, cotizar /
quotizar, dentre outras. Observação: As palavras a seguir, porém, possuem uma só gra-
fia: "cinquenta, cinquentenário, cinquentão, cinquentona.”
Emprego do X ou do CH
105
Emprego do J ou do G
- Escreve-se com G nas palavras de origem grega ou árabe. Exemplo: tigela, gira-
fa, gesso.
- Estrangeirismo, cuja letra G é originária. Exemplo: sargento, gim.
- Nas terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com poucas exceções). Exemp-
lo: imagem, vertigem, penugem, bege, foge.
- Escreve-se com J nas palavras de origem latinas. Exemplo: jeito, majestade,
hoje.
- Nas palavras de origem árabe ou africana. Exemplo: alforje, jibóia, manjerona.
- Nas palavras terminada com aje. Exemplo: laje, ultraje
- Usamos ISAR nos verbos cuja palavra primitiva possui S. Exemplo: aviso – avisar
Cuidado: síntese - sintetizar/ catequese - catequizar/ batismo - batizar
EXERCÍCIOS
1. Assinalar a alternativa em que todas as palavras devem ser escritas com “j":
a) __irau, __ibóia, __egue
b) gor__eio, privilé__io, pa__em
c) ma__estoso, __esto, __enipapo
d) here__e, tre__eito, berin__ela
106
belo: ________________________________ gentil: ________________________________
duro:________________________________ lindo:_________________________________
China:_______________________________ frio:__________________________________
duque:______________________________ fraco:_________________________________
bravo:_______________________________ grande:_______________________________
ANOTAÇÕES
107
PORTUGUÊS
AULA 3
Fonética II
3.0 Acentuação
3.1 Oxítonas
108
3.2 Paroxítonas
Observação: os prefixos anti-, inter-, semi- e super-, embora paroxítonos, não são acen-
tuados graficamente: anti-rábico, anti-séptico, inter-humano, inter-racial, semi-árido,
semi-selvagem, super-homem, super-requintado.
3.3 Proparoxítonas
3- Não se acentua mais com acento circunflexo o primeiro o do hiato ôo, seguido ou
não de s: abençôo, enjôo, corôo, perdôo, vôos etc.
109
3.6 Resumo geral
EXERCÍCIOS
1. Acentue as palavras se necessário:
110
2. Qual dentre as palavras abaixo deve ser necessariamente acentuada:
a) ai
b) pais
c) doida
d) sauva
e) saia
3. Num dos itens abaixo, a acentuação gráfica não está devidamente justificada. Assi-
nale este item:
a) círculo: vocábulo paroxítono
b) além: vocábulo oxítono terminado em -em
c) órgão: vocábulo paroxítono terminado em til
d) dócil: vocábulo paroxítono terminado em -l
e) pôde: acento diferencial
4. Das palavras abaixo, uma admite duas formas de justificar o acento gráfico:
a) combustível
b) está
c) três
d) países
e) veículos
111
8. (Med. /Itajubá) Nenhum vocábulo deve receber acento gráfico, exceto:
a) sururu
b) peteca
c) bainha
d) mosaico
e) beribéri
10. Nas alternativas que seguem escreva C (certo) ou E (errado) ao lado das palavras. (
( ) hífens ( ) reféns ( ) itens ( ) vôo
( ) látex ( ) ibero ( ) rubrica ( ) lêvedo
( ) aereolito ( ) avaro ( ) mosaico ( ) degrau
( ) ínterim ( ) aziago ( ) álacre ( ) batavo
( ) filantropo ( ) obliqúe ( ) tranquilo ( ) saíram
( ) unguento ( ) pudico
11. Coloque o acento gráfico nas formas verbais, quando necessário, pois os acentos
foram omitidos.
a) "Quem ve cara não ve coração".
b) "Quem cabritos vende e cabras não tem, de algum lugar lhe vem".
c) "O homem que le vale mais”.
d) "Quem tem boca vai a Roma”.
e) "Depois da tempestade, vem bonança ".
f) "Há males que vem para bem”.
g) "Ela para trabalhar...”.
12. Estas revistas que eles.........., .......... artigos curtos e manchetes que todos ...........
a) leem-tem-vêem
b) lêm-têem-vêm-
c) leem-têm-veem
d) lêem-têm-vêm
e) lêm-tem-vêem
13. Abaixo, segue o texto Apelo de Dalton Trevisan, o qual foi retirado todos os acentos
gráficos. Acentue quando necessário.
Amanha faz um mes que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para dizer
a verdade, não senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa de esquina. Nao
foi ausencia por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa por engano, a
imagem de relance no espelho.
Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A noticia de sua perda veio
aos poucos: a pilha de jornais ali no chao, ninguem os guardou debaixo da escada.
Toda a casa era um corredor deserto, ate o canario ficou mudo. Nao dar parte de fraco,
ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite eles se iam. Ficava so, sem o
112
perdao de sua presença, ultima luz na varanda, a todas as afliçoes do dia.
Sentia falta da pequena briga pelo sal no tomate — meu jeito de querer bem. Acaso e
saudade, Senhora? As suas violetas, na janela, nao lhes poupei agua e elas murcham.
Nao tenho botao na camisa. Calço a meia furada. Que fim levou o saca-rolha? Nen-
hum de nos sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando.
Venha para casa, Senhora, por favor.
14. "À luz de seu magnífico ______ -de-sol ______ parece uma cidade ______ .
a) por, Itaguaí, tranquila
b) pôr, Itaguai, tranquila
c) por, Itaguaí, tranqüila
d) pôr, Itaguaí, tranquila
e) pôr, Itaguai, tranquila
17. (EFOA Alfenas-MG) "... Só sabem contar mesmo a última do papagaio." Consider-
ando a acentuação dos termos sublinhados na citação acima, podemos deduzir que
devem receber acento gráfico:
a) os monossílabos tônicos e as palavras paroxítonas;
b) as palavras oxítonas e as palavras proparoxítonas terminadas em a;
c) os monossílabos tônicos e as palavras proparoxítonas;
d) as palavras oxítonas e as palavras paroxítonas;
e) os monossílabos tônicos e as palavras paroxítonas terminadas em a.
113
ANOTAÇÕES
114
PORTUGUÊS
AULA 4
Morfologia
- Radical
É o elemento que contem o significado básico da palavra e
não pode ser decomposto em unidades menores.
Exemplo: pedra – pedreiro – pedrada – pedregulho – pedrinha
ATENÇÃO
As palavras que apresentam o mesmo radical são classifica-
das de cognatas.
- Tema
É o conjunto formado pelo radical acrescido da vogal temáti-
ca.
Exemplo: canta (V.T.)
Radical (parte da palavra que se repete)
Radical + Vogal temática = Tema
115
- As desinências
São os morfemas colocados no final das palavras para indicar flexões nominais
ou verbais, podem ser classificados em:
- Nominais: indicam gênero e número de nomes (adjetivos, substantivos, nume-
rais, pronomes). Ex. menino –meninos/ aluno- aluna.
- Verbais: indicam modo, número, pessoa e tempo. Ex. Nós perdemos – se eles
perdessem
- Afixos
São partículas que se juntam ao radical para formar novas palavras. Há dois tipos:
- Prefixos: partículas colocadas antes do radical. Ex. desfazer – infeliz
- Sufixos: partículas colocadas depois do radical. Ex. felizmente – lealdade
Principais sufixos:
116
3. simples: palavras que possuem um único radical.
Exemplo: flor – couve
- Justaposição
- Aglutinação
- Processos de derivação
É o processo pelo qual surgem novas palavras, ou seja, palavras que derivam de
outras. Podem ocorrer das seguintes maneiras:
- Derivação prefixal: consiste na formação de uma nova palavra pelo acréscimo
de um prefixo. Exemplo: infeli – desleal
- Derivação sufixal: processo pelo qual o surgimento de uma nova palavra se dá
com o acréscimo de um sufixo. Exemplo: felizmente – livraria
- Derivação parassintética: processo de derivação pelo qual é acrescido um pre-
fixo e sufixo simultaneamente ao radical. Exemplo: entardecer - pernoitar
ATENÇÃO
Existem palavras que apresentam prefixo e sufixo, no entanto, seu processo de
formação não é parassintético. Para verificar tal derivação basta retirar o prefixo ou o
sufixo da palavra. Se a palavra deixar de ter sentido, então ela foi formada por derivação
parassintética. Caso a palavra continue a ter sentido, mesmo com a retirada do prefixo
ou do sufixo, ela terá sido formada por derivação prefixal e sufixal.
117
- Hibridismo: são palavras que em sua constituição possuem elementos de
línguas diferentes. Ex. automóvel = auto (grego) + móvel (latim)/ burocracia = buro
(francês) + cracia (grego)
EXERCÍCIOS
1. Forme quatro palavras cognatas a partir de:
a) poeira: _____________________________________________________________________________
b) passageiro: ________________________________________________________________________
5. (VUNESP) Em "... gordos irlandeses de rosto vermelho..." e "... deixa entrever o princí-
pio de uma tatuagem.", os termos grifados são formados, respectivamente, a partir de
processos de:
a) derivação prefixal e derivação sufixal
b) composição por aglutinação e derivação prefixal
c) derivação sufixal e composição por justaposição
d) derivação sufixal e derivação prefixal
e) derivação parassintética e derivação sufixal
118
6. (FUVEST) Nas palavras: atenuado, televisão, percurso temos, respectivamente, os
seguintes processos de formação das palavras:
a) parassíntese – hibridismo – prefixação
b) aglutinação – justaposição –sufixação
c) sufixação – aglutinação - justaposição
d) justaposição – prefixação - parassíntese
e) hibridismo – parassíntese –hibridismo
9. (FUVEST) As palavras adivinhar -adivinho e adivinhação - têm a mesma raiz, por isso
são cognatas. Assinalar a alternativa em que não ocorrem três cognatos:
a) alguém - algo – algum
b) ler leitura lição
c) ensinar – ensino - ensinamento
d) candura - cândido -incadescência
e) viver – vida – vidente
11. Leia os textos abaixo e responda qual o processo de formação das palavras destaca-
das e qual o seu efeito de sentido provocado no leitor.
a) “...O macróbio correu pra farmácia, comprou o remédio, mandou-se pra casa e caiu
na cama. Lá pras tantas o médico recebeu um telefonema do viagrado: "Doutor, tomei
a pílula e não me tá acontecendo nada" E o médico: "Como assim, não rolou nem uma
ereçãozinha?" E o impaciente paciente: "Rolar, rolou" E o discípulo de Hipócrates: "Ora,
aproveita enquanto dura: agarra a mulher!" E o viagrado: "Mulher? Eita pau, eu sabia eu
havia esquecido alguma coisa!"
(Jornal do Comércio – Caderno C, Recife, 06 de dez. 1998)
_______________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
119
b) “O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai jantar com 150 peemedebistas, entre gov-
ernadores, ministros e parlamentares, na próxima quarta-feira”.
(O Estado de São Paulo. 05 de abr. 2007)
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_________________________________________________
__________________________________________________
Eiros
A leitora Elza Marques Marins me escreve uma carta divertida estranhando que
“brasileiro” seja o único adjetivo pátrio conhecido terminado em “eiro” que, segundo
ela, é um sufixo pouco nobre. Existem suecos, ingleses e brasileiros, como existem
médicos, terapeutas e curandeiros.(...) É a diferença entre jornalista e jornaleiro ou
entre músico ou musicista e roqueiro, timbaleiro ou seresteiro. Há o importador e há o
muambeiro. “Se você começou como padeiro, açougueiro ou carvoeiro” – escreve Elza
– “as chances são mínimas de acabar como advogado, empresário, grande investidor
ou latifundiário, a não ser que se dê o trabalho de ser político antes”. Aliás, há políticos e
politiqueiros.
(Luís Fernando Veríssimo. Jornal do Brasil, 7/10/95)
13. Segundo a leitora, alguns morfemas funcionam como indicadores de status. Quais
são eles? Justifique sua resposta.
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
15. As palavras destacadas o são formadas por qual dos processos de formação estuda-
dos?
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_______________________________________________________________________________________
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_______________________________________________________________________________________
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120
ANOTAÇÕES
121
PORTUGUÊS
AULA 5
Sintaxe I
5.0 A oração
122
A mãe de Calvin diz: - Ele é um tigre.
S V C
É possível afirmar, que a frase anterior é também uma oração, pois podemos
identificar os seus elementos.
Ainda, devemos perceber que em geral os elementos dentro da oração têm ger-
almente a mesma ordem: sujeito, verbo e complemento. Essa sequência é chamada de
ordem oracional.
O centro da oração é sempre um verbo, é ele que faz a ligação de sentido entre o
sujeito e o complemento. Contudo a gramática divide a oração em sujeito e predicado.
Vamos tomar novamente um exemplo da tira de jornal de Calvin e Haroldo:
- Os tigres superam as notas normais!
Então para identificar os outros termos da oração temos que encontrar primeiro
o verbo. Devemos lembrar que cada oração tem apenas um verbo, ou locução verbal.
No caso o verbo é “superam”. Vemos que ele está conjugado na terceira pessoa do plu-
ral, em concordância com o sujeito.
Para encontrar o sujeito da oração é só perguntar quem executou a ação na
frase. Quem supera as notas normais? Os tigres.
Todo o resto da oração, ou seja, “superam as notas normais!” é chamado de
predicado. Então temos: - Os tigres superam as demais notas!
S V C
V + C = Predicado
- Sujeito determinado
O sujeito determinado pode ser formado por um ou mais núcleos, por exemplo,
podemos dizer:
Rafael e Paula se casaram.
Ou:
Eles se casaram.
Podemos identificar facilmente que “Os tigres e os leões” são o sujeito da oração.
É possível afirmarmos ainda que, é um sujeito composto, pois temos dois agentes, ti-
gres e leões. Cada um desses agentes podemos chamar de núcleo do sujeito.
Os meninos de blusa amarela jogavam no time da escola.
O sujeito da oração acima é: “Os meninos de blusa amarela...”. Porém você
poderia indicar qual é, ou quais são os núcleos do sujeito? Podemos ver que o agente
da ação é “meninos”, portanto somente há um núcleo do sujeito.
Então, podemos definir sujeito determinado simples como o que apresenta so-
mente um núcleo e o composto que apresenta dois ou mais núcleos.
123
Outro tipo de sujeito determinado é o sujei-
to oculto ou elíptico, por exemplo:
- Sujeito indeterminado
Roubaram o carro do Pedro ontem à noite.
Na frase acima, ao perguntarmos quem roubou o carro, vemos que o sujeito da
oração não é conhecido. Quando não é possível dizer quem, ou o quê, é o sujeito da
oração dizemos que ele é indeterminado.
- Sujeito inexistente
No quadrinho anterior, Mafalda pergunta:
“se houver uma guerra a gente pode explodir?”. Se
fizermos a analise da oração temos:
- Fenomênos da natureza
Choveu ontem à noite.
Venta forte na região Nordeste.
É primavera
Está um dia ensolarado
Parece que vai chover
124
Há mais de trinta anos que não te via.
- Passar de
Já passa da hora de você ir dormir.
É 21 de Abril.
São 21 de Abril.
Existem três tipos de predicado: verbal, nominal e verbo nominal. Vamos ver essa
nomenclatura de modo superficial nesse primeiro momento.
- Predicado nominal
São orações em que o verbo usado é de ligação (ser, estar, permanecer e ficar).
Ela é baiana.
Ela = sujeito
- Predicado verbal
O predicado verbal é formado por qualquer verbo que não seja de ligação.
Pavarotti morreu!
Mariana comprou um vaso.
João deu um presente para o professor.
É uma oração que não tem verbo de ligação, porém tem um predicativo dentro
da oração.
Maria saiu da igreja apressada.
Veja que a palavra “apressada” está dando uma qualidade ao sujeito da oração.
Mariana comprou o vaso antigo.
Agora antigo está qualificando o vaso. Quando isso ocorrer o predicado é verbo
nominal.
125
EXERCÍCIOS
d) É dia de finados.
_______________________________________________________________________________________
f) Mariana comprou um ingresso para o show de sua cantora favorita, tinha aguardado
por isso durante um ano inteiro.
_______________________________________________________________________________________
126
c) Perdoem o pobre tolo
_______________________________________________________________________________________
b) De teu príncipe ali te respondiam As lembranças que na alma lhe moravam, Que
sempre ante seus olhos te traziam, Quando dos teus fermosos se apartavam; De noite,
em doces sonhos que mentiam, De dia, em pensamentos que voavam, E quanto enfim
cuidava e quanto via Eram tudo memórias de alegria.
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
ANOTAÇÕES
127
PORTUGUÊS
AULA 6
Sintaxe II
- Período simples
É aquele que contem apenas uma oração, chamada absolu-
ta e construída em torno de um só verbo.
Exemplos: Ela aprecia música clássica.
Maria comprou um belo vestido.
OBSERVAÇÃO: As orações compostas por locuções verbais
também formam período simples.
128
Exemplos: João vai fazer aniversário. auxiliar + infinitivo
Maria está fazendo as tarefas de casa. auxiliar + gerúndio
EXERCÍCIOS
1. Construa uma frase nominal (sem verbo) e uma frase verbal (que seja um período
simples).
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
3. Faça quatro orações utilizando locuções verbais, sendo que as duas primeiras devam
conter a estrutura auxiliar + infinitivo e as duas últimas auxiliar + gerúndio.
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
129
Sintaxe II
6.1 Pontuação
- Vírgula ,
Marca uma pausa de curta duração e serve para separar os termos de uma
oração ou orações de um período. A ordem normal dos termos na frase é: sujeito, ver-
bo, complemento. Quando temos uma frase nessa ordem, não separamos seus termos
imediatos. Assim, não pode haver vírgula entre o sujeito e o verbo e seu complemento.
* Quando na ordem direta, houver um termo com vários núcleos, a vírgula será
utilizada para separá-los. Na fala de Madonna, a vírgula está separando vários núcleos
do predicado na segunda oração.
EXEMPLO: " A obscenidade existe e está bem diante de nossas caras. É o racismo, a
discriminação sexual, o ódio, a ignorância, a miséria. Tem coisa mais obscena do que a
guerra?"
* Utilizamos a vírgula quando a ordem direta é rompida. Isso ocorre basicamente
em dois casos:
quando intercalamos alguma palavra ou expressão entre os termos imediatos, que-
brando a seqüência natural da frase. EXEMPLO:
Os filhos, muitas vezes, mostraram suas razões para seus pais com muita sabedoria.
* Quando algum termo (sobretudo o complemento) vier deslocado de seu lugar
natural na frase.
EXEMPLO: Para os pais, os filhos mostraram suas razões com muita sabedoria.
- Ponto-e-vírgula ;
O ponto-e-vírgula marca uma pausa maior que a vírgula, porém menor que a do
ponto. Por ser intermediário entre a vírgula e o ponto, fica difícil sistematizar seu em-
prego. Entretanto, há algumas normas para sua utilização.
* Usamos ponto-e-vírgula para separar orações coordenadas que já apresentem
vírgula em seu interior;
* Nunca use ponto-e-vírgula dentro de uma oração. Lembre-se ele só pode sepa-
rar uma oração de outra. EXEMPLO:
Com razão, aquelas pessoas reivindicavam seus direitos; os insensíveis burocratas,
porém, em tempo algum, deram atenção a elas.
* O ponto-e-vírgula também é utilizado para separar vários incisos de um artigo
de lei ou itens de uma lista.
EXEMPLO:
[...] considerando:
A) a alta taxa de juros;
B) a carência de mão-de-obra;
C) o alto valor de matéria-prima; [...]
130
- Dois pontos :
Os dois-pontos marcam uma sensível suspensão da melodia da frase. São uti-
lizados quando se vai iniciar uma seqüência que explica, identifica, discrimina ou de-
senvolve uma idéia anterior, ou quando se quer dar início à fala ou citação de outrem.
EXEMPLO: Descobri a grande razão da minha vida: você.
- Travessão –
O travessão serve para indicar que alguém fala de viva voz (discurso direto). Seu
emprego é constante em textos narrativos em que personagens dialogam.
EXEMPLO: – Olá
– Amigo, há quanto tempo, eu vou bem e você?
– Estou ótimo!
* Podemos usar dois travessões para substituir duas vírgulas que separam termos
intercalados, sobretudo quando se quer dar-lhes ênfase.
EXEMPLO: Pelé – o maior jogador de futebol de todos os tempos – hoje é um
bem-sucedido empresário.
- Reticências ...
As reticências marcam uma interrupção da seqüência lógica do enunciado, com
a conseqüente suspensão da melodia da frase. São utilizadas para permitir que o leitor
complemente o pensamento que ficou suspenso.
EXEMPLO: Gosto de chocolate, mas a Fernanda...
Observação: nas dissertações objetivas, evite reticências.
- Parenteses ( )
Os parênteses servem para isolar explicações, indicações ou comentários
acessórios. No caso de citações é referências bibliográficas, o nome do autor e as infor-
mações referentes à fonte também aparecem isolados por parênteses.
EXEMPLO: Injustiçada, recorri a um advogado (R$200,00 por hora trabalhada).
- Interrogação ?
É utilizado no final de enunciados interrogativos.
EXEMPLOS: – Alô?
- Exclamação !
O ponto de exclamação é utilizado no final dos enunciados exclamativos, deno-
tativos de espanto, admiração, surpresa e raiva.
EXEMPLO: "– Carol, é o Torquato.
– Quem?
– Não interessa! Escute aqui! Você está sendo cúmplice de um crime. Esse
telefone que você tem na mão, está me entendendo?Esse telefone que tem suas im-
pressões digitais. É meu! Esse salafrário roubou meu celular”.
(Luis Fernando Veríssimo. As mentiras que os homens contam)
131
EXERCÍCIOS
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b) Não obstante o seu temperamento combativo e boêmio José do Patrocínio era pro-
fundamente religioso de regresso de Paris, trouxe ele um carro a vapor que seria o avô
do automóvel desembarcado o monstro o jornalista montou na boléia e tomba aqui
tropeça acolá foi encravá-lo inutilizado num buraco da Tijuca já sei por que foi disse
Patrocínio de repente batendo na testa é porque não o batizei estava pagão o miseráv-
el e penalizado qual sem religião e com estas ruas sem calçamento não há progresso
possível. (Humberto de Campos)
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c) certo dia morreu-lhe em casa uma pretinha sendo necessário para enterrá-la um
atesta-do médico distraído o romancista saiu e ao chegar à cidade encontrou-se com
o Barão de Capanema que lhe perguntou aonde ia Macedo contou-lhe o que ocorre-
ra em casa e a sua atrapalhação para o enterro agora o pior terminou o médico é um
médico para o atestado um médico perguntou Capanema espantado e sacudindo o
braço aqui está um e riram-se os dois. (Humberto de Campos)
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132
2. Use a vírgula, separando o termo intercalado nas orações abaixo:
a) "Toda a lei do mercado é por natureza flutuante."
b) "Os empregados iriam todos não havia por conseguinte necessidade de ficar escra-
vo nenhum em casa." (Aluísio Azevedo)
c) "Sofia era em casa melhor que no trem." (Machado de Assis)
5. (CESGRANRIO) Das seguintes redações abaixo, assinale a que não está pontuada
corretamente:
a) Os meninos, inquietos, esperavam o resultado do pedido.
b) Inquietos, os meninos esperavam o resultado do pedido.
c) Os meninos esperavam, inquietos, o resultado do pedido.
d) Os meninos inquietos esperavam o resultado do pedido.
e) Os meninos, esperavam inquietos, o resultado do pedido.
133
( ) O aluno enlouquecido queria decorar todas as regras.
( ) Ganhamos pouco; devemos portanto economizar.
( ) O dinheiro, nós o trazíamos preso ao corpo.
( ) Amanhã de manhã o Presidente viajará para a Bósnia.
( ) A mocinha sorriu, piscou os olhinhos e entrou, mas não gostou do que viu.
( ) A noite não acabava, e a insônia a encompridou mais ainda.
( ) Embora estivesse agitado resolveu calmamente o problema.
( ) A riqueza que é flor belíssima causa luto e tristeza.
( ) Convinha a todos, que você partisse.
( ) Uns diziam que se matou; outros que fora para Goiás.
( ) No congresso, serão analisados os seguintes temas:
a) maior participação da comunidade,
b) descentralização econômico-cultural,
c) eleição de dirigentes comunitários,
d) cessão de lotes às fami1ias carentes.
( ) Duas coisas lhe davam superioridade, o saber e o prestígio
( ) A casa não caíra do céu por descuido fora construída pelo major.
ANOTAÇÕES
134
PORTUGUÊS
AULA 7
Semântica
6.0 Introdução
- Polissemia
É a propriedade que uma palavra possui de apresentar difer-
entes sentidos sem que os mesmos sejam opostos ou excludentes.
Exemplos: Fui promovido a um alto posto.
Ele abasteceu o carro no posto da esquina.
A comida foi de graça.
O fiel agradeceu a graça recebida.
- Antonímia
É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais
que apresentam significados diferentes, contrários - ANTÔNIMOS.
Exemplos: Ele é mau.
Ele é bom.
José é feio.
Maria é bonita.
- Homônimos
São vocábulos que se pronunciam da mesma forma, e que
diferem no sentido. Podem ser classificados de duas maneiras.
- Perfeitos: vocábulos com pronúncia e grafia idênticas
(homófonos e homógrafos). Exemplo: Eles são legais. (3ª. pessoa do
plural) O menino está são. (sadio)
- Imperfeitos: vocábulos com pronúncia igual (homófonos),
mas com grafia diferente (heterógrafos).
Exemplo: Cessão: ato de ceder, cedência.
Seção ou secção: corte, subdivisão, parte de um todo.
Sessão: espaço de tempo em que de uma reunião.
135
Relação de alguns homônimos:
Acender – pôr fogo Ascender – subir
Acento – sinal gráfico Assento – tampo de cadeira, banco
Aço – metal Asso – verbo (1ª p. do singular, presente do indicativo)
Banco – assento Banco – estabelecimento de transações financeiras.
Cerrar – fechar Serrar – cortar
Cessão – ato de ceder Sessão – reunião Secção/seção - divisão
Cesto - cesta pequena Sexto – numeral ordinal
Concerto – sessão musical Conserto – reparo, ato ou efeito de consertar
Coser – costurar Cozer – cozinhar
Expiar – sofrer, padecer Espiar – espionar, observar
Estático – imóvel Extático – posto em êxtase, enlevado
Estrato – tipo de nuvem Extrato – trecho, fragmento, resumo
Incerto – indeterminado Inserto – introduzido, inserido
Xácara – narrativa popular Chácara – pequena propriedade campestre
Xeque – lance do xadrez Xeque – entre os árabes, chefe ou soberano
Cheque – ordem de pagamento
- Parônimos
Vocábulos ou expressões que apresentam semelhança de grafia e pronúncia,
mas que diferem no sentido.
Exemplo: Cavaleiro: homem a cavalo Cavalheiro: homem gentil
- Polissemia
São vocábulos que possuem mais de um significado.
Exemplo: Estou com dor de cabeça.
Ele é o cabeça da quadrilha.
136
EXERCÍCIOS
137
q) Após anos de luta, consegui a ______________. (dispensa - despensa)
r) A chegada do diplomata era_________________ (eminente - iminente).
s) O corpo________________ era formado por doutores (docente - dicente)
t) Houve alguns_______________no Congresso. (acidentes - incidentes)
u) Fomos __________________pelos anfitriões. (destratados - distratados)
v) A __________ dos direitos da emissora foi uma das tarefas do governo. (seção - cessão)
x) Ali, na _____________ de eletrodomésticos, há uma grande liquidação. (seção - cessão)
z) É um senhor ___________(distinto -destinto)
a') Dei o ______ mate ao gerente, por causa do _________ sem fundos. (cheque - xeque)
b') A nuvem de gafanhotos _______________a plantação. (infestou - enfestou)
c') Quando Joana toca piano é mais um __________que um________ (conserto - concerto)
d') Todos eles.______________o prazer da bela melodia. (fruem - fluem)
e') Estava muito__________ para ver quanto custava aquele aparelho. (apreçar - apressar)
f') Nas festas de São João é comum ____________balões (ascender - acender)
g') As pessoas foram recolhidas a suas ______________ (celas - selas)
h') Segui a ______________médica, mas não obtive resultados. (proscrição - prescrição)
i') Algun modelos ______________ serão vendidos. (recreados - recriados)
j') A bandeira de São Paulo tem ___________ pretas. (listas - listras)
(apreender -aprender)
k') Para passar precisava ____________ mais das lições (aprender - apreender)
l') O réu _______________suas culpas. (expiará - espiará)
m') Encontrei uma carteira com ___________________ de cem dólares. (cédulas - sédulas)
n') Iremos à ________________medieval. (xácara - chácara)
o') Na hora da ________________, os mexicanos dormem. (cesta-sesta)
p') Ele ainda é meio ________, pois não tem prática de comércio. (incipiente - insipiente)
5. Leia o texto:
"Orgulho ferido
Um editorial da respeitada revista britânica The Lancer sobre o futuro de Cuba acen-
deu uma polêmica com pesquisadores latino-americanos. O texto da revista suge-
riu que o país pode mergulhar num caos após a morte do ditador Fidel Castro, que
sofre de câncer, tal como ocorreu nos países do Leste Europeu após a queda de seus
regimes comunistas. E conclamou os Estados Unidos a preparar ajuda humanitária
para os cubanos. De quebra, a publicação insinua que há dúvidas sobre a capaci-
dade do sistema de saúde cubano fazer frente a esse quadro. (...)"
Quatro ações são atribuídas, no primeiro parágrafo do texto, ao editorial da revista
britânica The Lancer: acender, sugerir, conclamar e insinuar. Considerando o contexto,
haveria prejuízo para o sentido se tivessem sido empregados, respectivamente:
a) ensejar – aventar – convocar –sugerir
b) instigar – propor – reiterar – infiltrar
c) dirimir – conceder – atribuir –insuflar
d) solapar – retificar – conceder –induzir
e) conduzir – insinuar – proclamar –confessar
138
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7. (UNICAMP-SP) Lendo a seguinte notícia, você poderá observar que, além de constar
da manchete, o verbo cobrar ocorre duas vezes no texto.
Defensor cobra investigações no DSP
O defensor publico E.C.K. da 9ª Vara Criminal levou ao juiz das execuções penais, pe-
tição cobrando investigação sobre as denúncias de corrupção envolvendo agentes
penitenciários. Um grupo de presos da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de-
nunciou que agentes do Departamento do Sistema Penitenciário estariam cobrando
CR$5.000,00 por uma vaga nos presídios da Capital. O diretor do DSP, P. Vinholi, disse
que ainda não está apurando as denúncias porque considera "impossível" ocorrer tal
tipo de transação. (Diário da Serra, Campo Grande, 26 e 27/9/93)
a) Transcreva os dois trechos em que ocorre aquele verbo, na mesma ordem.
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ANOTAÇÕES
139
PORTUGUÊS
AULA 8
Estilística I
140
O quadro abaixo sintetiza as diferenças fundamentais entre denotação e conotação:
Para exemplificar, de maneira simples e clara, estes dois conceitos, vamos tomar a
palavra cão: terá um sentido denotativo quando designar o animal mamífero quad-
rúpede canino; terá um sentido conotativo quando expressar o desprezo que desper-
ta em nós uma pessoa sem caráter ou extremamente servil.
(Otto M.Garcia, 1973)
141
- Texto denotativo (texto 3)
Os textos informativos (científicos e jornalísticos), por serem, em geral, objetivos,
prendem-se ao sentido denotativo das palavras. Vejamos o texto abaixo, em que a lin-
guagem está estruturada em expressões comuns, com um sentido único.
142
EXERCÍCIOS
2. Com base na leitura das imagens abaixo, responda: qual delas assemelha-se a textos
denotativos? Qual delas se aproxima de textos conotativos? Justifique.
____________________________________
____________________________________
____________________________________
____________________________________
____________________________________
____________________________________
____________________________________
____________________________________
____________________________________
(René Magrite, Le modèle rouge) (Walkers Evans, Floyd Burrough’s work shoes)
143
4. Explique o efeito de sentido que a palavra pregado possui nas seguintes sentenças:
Há um desenho PREGADO no mural.
O menino ficou com os olhos PREGADOS na menina.
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
5. Na canção de Samuel Rosa e Nando Reis, diversos termos são usados de manei-
ra conotativa. Destaque-os e explique o efeito de sentido que os autores pretendiam
causar.
O sol é o pé e a mão
O sol é a mãe e o pai
Dissolve a escuridão
O sol se põe se vai
E após se pôr
O sol renasce no Japão ...
Que os braços sentem
E os olhos vêem
Que os lábios sejam
Dois rios inteiros
Sem direção
Que os braços sentem
E os olhos vêem
Que os lábios beijam
Dois rios inteiros
Sem direção
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
ANOTAÇÕES
144
PORTUGUÊS
AULA 9
Estilística II
8.0 Introdução
8.1 Classificação
145
3. Polissíndeto: consiste na repetição de conectivos ligando termos da oração ou
elementos do período: “E sob as ondas ritmadas e sob as nuvens e os ventos e sob as
pontes e sob o sarcasmo e sob a gosma e sob o vômito (...)”.
4. Hipérbole: trata-se de exagerar uma ideia com finalidade enfática: “Estou mor-
rendo de sede.” (em vez de estou com muita sede)
146
- Continente pelo conteúdo: Bebeu o cálice todo. (= Bebeu todo o líquido que
estava no cálice).
- Instrumento pela pessoa que utiliza: Os microfones foram atrás dos jogadores.
(= Os repórteres foram atrás dos jogadores).
- Parte pelo todo: Várias pernas passavam apressadamente. (= Várias pessoas
passavam apressadamente.)
- Gênero pela espécie: Os mortais pensam e sofrem nesse mundo. (= Os homens
pensam e sofrem nesse mundo.)
- Singular pelo plural: A mulher foi chamada para ir às ruas na luta por seus direi-
tos. (= As mulheres foram chamadas, não apenas uma mulher.)
- Marca pelo produto: Minha filha adora danone. (= Minha filha adora o iogurte
que é da marca danone.)
- Espécie pelo indivíduo: O homem foi à Lua. (= Alguns astronautas foram à Lua.)
- Símbolo pela coisa simbolizada: A balança penderá para teu lado. (= A justiça
ficará do teu lado.)
3. Cacófato: consiste no mau som produzido pela junção de palavras. Paguei cinco
mil reais por cada.
147
5. Neologismo: é a criação de novas palavras. "Segundo Mário Prata, se adolescente
é aquele que está entre a infância e a idade adulta, envelhescente é aquele que está
entre a idade adulta e a velhice."
EXERCÍCIOS
148
d) “Não quero amar,
Não quero ser amado,
Não quero combater
Não quero ser soldado.” (Manuel Bandeira)
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
e) “Lá vem o vaqueiro, pelos atalhos, tangendo as reses para os currais... Blém... Blém...
blém... cantam os chocalhos dos tristes bodes patriarcais.” (Ascenso Ferreira).
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
f) “Dúvida sombra
Sem dúvida na sombra
Na dúvida, sem sombra.” (Haroldo de Campos)
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
h) “A onda anda
aonde anda
a onda?
a onde ainda
ainda onda
ainda onda
aonde?
aonde?
a onda a onda.” (Manuel Bandeira)
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
149
( ) “Colombo, fecha a porte dos teus
mares.” (Castro Alves)
a)
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
150
ANOTAÇÕES
151
PORTUGUÊS
AULA 10
Revisão de estilística
Denotação x Conotação
Figuras de Linguagem
152
- Metonímia: é aquela chamada de “parte pelo todo”, quando uma palavra é sub-
stituída por outra muito próxima.
Exemplo: “Para se fazer brigadeiro são necessários: Leite Moça, Toddy e manteiga”
(“Leite Moça” substitui o leite condensado e “Toddy” substitui o achocolatado)
- Sinestesia: quando numa mesma frase há mistura de mais de uma dos cinco
sentidos humanos (audição, olfato, visão, tato, paladar).
Exemplo: “Meu perfume é doce” (há mistura de olfato no “perfume” e paladar no
“doce”)
153
- Paronomásia: é quando temos duas palavras com grafias muito similares mas
significados diferentes, não necessariamente opostos.
Exemplo: “Barulho do baralho sendo misturado me traz memórias da minha juven-
tude”
- Ironia: é quando uma frase é expressa mas a ideia que se espera transmitir é
exatamente o contrário.
Exemplo: “Nossa, caiu uma pena!” (Comentário de uma pessoa ao ouvir outra derrubar
algo que causou um enorme estrondo)
EXERCÍCIOS
154
aprender só aquilo de que tenho realmente necessidade, e não usar todas as funções.
É o que a maioria das pessoas acaba fazendo!
GABARITO
1.
a) “celular”; “manual”.
b) “prestes a roer o aparelho”; “virou um labirinto de instruções”.
2.
a) Elipse g) Comparação m) Sinestesia
b) Metáfora h) Eufemismo n) Aliteração
c) Hipérbole i) Antítese o) Assonância
d) Personificação j) Hipérbato p) Ironia
e) Pleonasmo k) Anáfora q) Metonímia
f) Onomatopeia l) Paronomásia
155
ANOTAÇÕES
156
PORTUGUÊS
AULA 11
Revisão geral
EXERCÍCIOS
a) análise:____________________________
b) pesquisa:__________________________
157
c) anarquia:___________________________
d) canal: ______________________________
e) civilização: _________________________
f) colônia: ____________________________
g) humano: ___________________________
h) suave: ______________________________
i) revisão: _____________________________
j) real: ________________________________
k) nacional: ___________________________
l) final: _______________________________
m) oficial: _____________________________
n) monopólio: ________________________
4. A GENTE e AGENTE
- A gente = nós; o povo, as pessoas.
Veja: Nós vamos à praia este fim de semana.
A gente vai à praia este final de semana.
- Agente = indivíduo encarregado, responsável por determinada ação; aquele
que age. Observação: a expressão agente tem ainda outros significados.
5. MEIO / MEIA
Meio e meia - como numeral, concordam com o substantivo.
Exemplo: meio limão, meia laranja.
Meio - como advérbio, fica invariável.
Exemplos: A porta está meio aberta. Aquela flor é meio vermelha.
Complete corretamente com meio ou meia:
a) Desculpe-me, hoje estou __________________ nervosa.
b) A flor parece _____________ amarela.
c) Descobriu um tesouro ____________ enterrado.
d) A mim, basta ___________ porção de arroz.
e) Mamãe, quero ______________ maçã.
f) Já li cinqüenta páginas, exatamente __________ livro.
158
g) Só paguei ________________ entrada.
h) Estou __________________ assustada.
i) Quero_______________ dúzia de ovos.
j) Sua camisa está ___________ rasgada
l) Seus sapatos estão ___________ sujos.
m) A professora parece _____________ desconfiada.
7. Uso do S e Z
Complete as palavras com S ou Z. A seguir, copie as palavras na forma correta:
a) pou____ando: _____________________ n) a____a: ____________________________
b) pre____ença: ______________________ o) hori__.onte: _______________________
c) arte____.anato: ____________________ q) fra____e: _________________________
d) escravi____.ar: _____________________ r) intru____o:________________________
e) nature____.a: ______________________ s) de____ejamos:____________________
f) va____.o: ___________________________ t) po____itiva: _______________________
g) pre____.idente: ____________________ u) podero____o: _____________________
h) fa____.er: __________________________ v) de__envolvido: ____________________
i) Bra____.il: __________________________ w) surpre____a: ______________________
j) civili____ação: ______________________ x) va____.io: _________________________
k) pre____ente: ______________________ y) ca____o: __________________________
l) atra____ados: ______________________ z) coloni__.ação: ____________________
m) produ______irem: _________________
8. VIR / VIER
Vir - futuro do subjuntivo do verbo ver Vier - futuro do subjuntivo do verbo vir
Complete as frases usando vir ou vier:
a) Quando ela______, todos deverão levantar-se.
b) Se você ________ algum erro, deverá denunciá-lo.
c) Se você____________ a professora, chame-a.
d) Se ela______ isso, certamente chamará sua atenção.
e) Quem ________ à festa do dia 1ª de maio, não se esqueça de trazer um par.
f) Se o professor _______________você trabalhando desse modo, vai repreendê-lo.
g) Se o aluno________ só, não poderá entrar na escola.
159
b) 3 ditongos, sendo 2 crescentes e 1 decrescente
c) 3 ditongos, sendo 1 crescente e 2 decrescentes
d) 4 ditongos, sendo 2 crescentes e 2 decrescentes
e) 4 ditongos, sendo 3 crescentes e 1 decrescente
10. (UM-SP) Na oração: "Em sua vida, nunca teve muito______, apresentava-se sempre
____ no____ de tarefas______ "; as palavras adequadas para o preenchimento das lacu-
nas são:
a) censo, lasso, cumprimento, eminentes
b) senso, laço, comprimento, iminentes
c) senso, lasso, cumprimento, iminentes
d) senso, lasso, cumprimento, eminentes
e) censo, lasso, comprimento, iminentes
12. (FUVEST-SP – 2ª fase) "A princesa Diana ja passou por poucas e boas. Tipo quando
seu ex-marido Charles teve um love affair com lady Camille revelado para Deus e o
mundo." (Folha de S. Paulo, 5/11/93.)
No texto acima, há expressões que fogem ao padrão culto da língua escrita.
a) Identifique-as.
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_______________________________________________________________________________________
13. (UNICAMP-SP) Lendo a seguinte notícia, você poderá observar que, além de constar
da manchete, o verbo cobrar ocorre duas vezes no texto.
Defensor cobra investigações no DSP
O defensor publico E.C.K. da 9ª Vara Criminal levou ao juiz das execuções penais, pe-
tição cobrando investigação sobre as denúncias de corrupção envolvendo agentes
penitenciários. Um grupo de presos da Delega-cia Especializada de Roubos e Furtos
denunciou que agentes do Departamento do Sistema Penitenciário estariam cobran-
do CR$5.000,00 por uma vaga nos presídios da Capital. O diretor do DSP, P. Vinholi,
disse que ainda não está apurando as denúncias porque considera "impossível" ocor-
rer tal tipo de transação. (Diário da Serra, Campo Grande, 26 e 27/9/93)
160
b) Reescreva as duas sentenças usando sinônimos de cobrar.
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14. (FATEC-SP)
"Vozes veladas, veludosas vozes.
Volúpias dos violões, vozes veladas.
Vagam nos velhos vórtices velozes.
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas."
Indique o recurso literário evidente no trecho de "Violões que choram", poema de Cruz
e Sousa.
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_______________________________________________________________________________________
15. (UNICAMP-SP) O comentário seguinte faz parte de uma reportagem sobre o decre-
to assinado pelo presidente José Sarney, tornando eliminatórios os exames de língua
portuguesa e redação.
"Os estudantes que pretendem ingressar na UNICAMP, no próximo vestibular, con-
cordam com o decreto do governo. Estão reclamando, apenas, que a Universidade de
Campinas está exigindo a leitura de um livro que entrará no exame inexistente no Bra-
sil: A Confissão de Lúcio, Mário de Sá Carneiro." (Isto é Senhor, n 991, 14/9/88).
Conforme redigido, o texto contém uma passagem ambígua (que pode ter mais de
uma interpretação).
a) Identifique essa passagem, transcreva-a e explique por que ela é ambígua.
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17. (CESGRANRIO-RJ) Assinale o período em que aparece uma forma verbal incorreta-
mente empregada com relação à norma culta da língua.
a) Se o compadre trouxesse a rabeca, a gente do ofício ficaria exultante.
b) Quando verem o Leonardo, ficarão surpresos com os trajes que usava
161
c) Leonardo propusera que se dançasse o minuete da corte.
d) Se o Leonardo quiser, a festa terá ares aristocráticos.
e) O Leonardo não interveio na decisão da escolha do padrinho do filho.
b) ( ) “Plunct, plact, zum, você não vai a lugar nenhum.” (Raul Seixas)
162
ANOTAÇÕES
163
PÁG 164
PORTUGUÊS
PORTUGUÊS
AULA 1
Produção textual
1.0 Introdução
165
tras. Hoje, a habilidade com que uma pessoa consegue se expressar pela escrita é uma
forte marca de prestigio e, devido a esta importância, a nota da redação em provas de
vestibular tem um peso elevado.
Alguns gêneros textuais se consolidaram nos meios acadêmicos. São eles: a car-
ta, a narração, a dissertação.
Ordem e inclusão
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166
1.2 Tema
1.3 Leitor
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______________________________________________
Ao escrever o candidato deve ter em mente que sua redação será lida por um
corretor, que é um professor de português. E estará avaliando em primeiro lugar se o
candidato escreveu sobre o tema. A fuga do tema causa a anulação do texto. Por isso é
muito importante ler a proposta atentamente.
167
EXERCÍCIOS
168
futuro: derretimento da calota polar, causado pela emissão excessiva de gases que
destroem a camada de ozônio, deixando o caminho livre para os raios infravermelhos;
envenenamento de seres vivos com substâncias tóxicas nos mananciais, contaminados
por dejetos tóxicos; chuva ácida, formada a partir de gases originários da queima de
combustíveis fósseis; ou ainda, a mais cruel e, ao mesmo tempo, simples das conse-
qüências: a sede causada pelo fim da água potável.
A civilização humana evoluiu de forma descompassada e paradoxal: relegou,
por muito tempo, a um segundo plano a substância responsável pela sua existência.
O homem atual, obeso de tecnologia e informação, mas desnutrido de medidas que
permitissem a manutenção de suas obras tenta, agora, com muita dificuldade e gastos
altíssimos, reparar os erros que cometeu na relação ingrata que manteve com a água:
obteve muito dela sem que a recíproca ocorresse.
O relacionamento ser humano-água deve voltar a ser permeado pelo sensa-
cionalismo típico de Alberto Caeiro, faceta bucólica do escritor português modernista
Fernando Pessoa, o qual, já neste século, percebeu e registrou a água não como mero
fator natural necessário para a sobrevivência, mas também como indispensável nas
relações emotivas entre os homens e destes para com a natureza.
Os índios brasileiros sabem - ou, infelizmente, sabiam - o valor incalculável da
água. Cabe-nos voltar à mentalidade da civilização que foi uma das constituintes do
povo brasileiro, tratando-a como parceira para o desenvolvimento. E isso só será feito
com a união da consciência social-ecológica e do crescimento tecnológico para de-
spoluir e valorizar a água do planeta quase cinza, mas que ainda tem resquícios azuis.
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
ANOTAÇÕES
169
PORTUGUÊS
AULA 2
Parágrafo
2.0 O parágrafo
170
- Tópico frasal: é constituído de dois ou mais períodos e expressa, de modo sin-
tético, a ideia central do parágrafo.
- Desenvolvimento: tem o intuito de esclarecer ao leitor a sua ideia. Deve ser es-
crito com clareza, tentando demonstrar àquele que lê a validade da idéia em questão.
- Fechamento: não é encontrado em todo parágrafo, consiste na finalização do
raciocínio iniciado no tópico frasal.
171
Podemos perceber claramente que a ideia desenvolvida nesse parágrafo está
contida no parágrafo anterior, desta maneira temos a sensação de continuidade na
redação. Outra coisa que podemos notar é que este parágrafo está ligado ao anterior
mesmo sendo independente.
- Conclusão: O último parágrafo da redação não deve trazer nenhuma ideia nova
a redação, deve trabalhar somente com os dados que já foram informados durante o
texto.
Podemos ver em nosso exemplo, que a autora retoma sua ideia principal e soma
esta, posteriormente, às demais ideias que foram expostas no corpo da redação e à
conclusão propriamente dita do texto.
EXERCÍCIOS
b)O trabalho dignifica o homem, mas o homem não deve viver só para o trabalho.
_______________________________________________________________________________________
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b) As mulheres, atualmente, ocupam cada vez mais funções de destaque na vida social
epolítica de muitos países, no entanto
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_______________________________________________________________________________________
d) Se não souber preservar a natureza, o ser humano estará pondo em risco sua própri-
aexistência, porque
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_______________________________________________________________________________________
e) Muitas pessoas propõem a pena de morte como medida para conter a violência que
existehoje em várias cidades; outras, porém
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_______________________________________________________________________________________
h) Um meio de comunicação tão importante como a televisão não deve sofrer censura,
pois
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
i) Um meio de comunicação tão importante como a televisão não deve sofrer censur-
a,entretanto
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
173
a) Cultura e sociedade
A importância da água tem sido notória ao longo da história da humanidade,
possibilitandodesde a fixação do homem à terra, às margens de rios e lagos, até o
desenvolvimento de grandes civilizações, através do aproveitamento do grande poten-
cial deste bem da natureza. A sociedade moderna, no entanto, tem se destacado pelo
uso irracional dos recursos hídricos, celebrando o desperdício desbaratado de água
potável, a poluição dos reservatórios naturais e a radical intervenção nos Ecossistemas
aquáticos, de forma a arriscar não só o equilíbrio biológico do planeta, mas a própria
natureza humana.
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
ANOTAÇÕES
174
PORTUGUÊS
AULA 3
Narração I
3.0 Introdução
- Crônica
Um gênero da narrativa no qual podemos identificar a apre-
sentação de acontecimentos, sem que haja, ainda, a elaboração e
o aprofundamento encontrado em outros tipos de narrativa, é a
crônica.
A origem da palavra crônica é grega e vem de chronos (tem-
po). É por esse motivo que uma das características definidora
desse gênero é o seu caráter contemporâneo. De modo bastante
direto e simplificado, a crônica pode ser apresentada como um
texto no qual encontramos o relato de fatos atuais, a partir dos
quais um autor desenvolve reflexões mais genéricas sobre a
questão principal a eles associadas. Exemplo:
175
pouco, em parte para poupá-lo, em parte porque quando posso estou sempre de tênis.
Ofereceu-me o jornal que eu já havia lido e começou seu ofício. Meio careca, o suor
encharcou-lhe a testa e a calva. Pegouaquele paninho que dá brilho final nossapatos
e com ele enxugou o próprio suor,que era abundante.Com o mesmo pano, executou
com maestria aqueles movimentos rápidos em torno dabiqueira, mas a todo instante
o usava para enxugar-se — caso contrário, o suor inundaria o meu cromo italiano. E
foi assim que a testa e a calva do valente filho do povo ficaram manchadas de graxa
e o meu sapato adquiriu um brilho de espelho à custa do suor alheio. Nunca tive sap-
atos tão brilhantes, tão dignamente suados. Na hora de pagar, alegando não ter nota
menor, deixei-lhe um troco generoso. Ele me olhou espantado, retribuiu a gorjeta
me desejando em dobro tudo o que eu viesse aprecisar nos restos dos meus dias. Saí
daquela cadeira com um baita sentimento de culpa. Que diabo, meus sapatos não
estavam tão sujos assim, por míseros tostões, fizera um filho do povo suar para ganhar
seu pão. Olhei meus sapatos e tive vergonha daquele brilho humano, salgado como
lágrima."
(Carlos Heitor Cony - “Folha de São Paulo”2001)
- Conto
Caracterizado por ser uma narrativa curta, o conto se define como um gênero
intermediário entre a crônica e o romance. Geralmente, ele se estabiliza sobre uma
personagem central em que o enredo se desenrola ao redor desse personagem, com
um número reduzido de personagens secundárias. Exemplo:
O Estripador
No sábado, pelas cinco da tarde, a moça voltava da Igreja Adventista Filhos de
Jesus. Pouco antes da casa da patroa, viu o tipo mal-encarado. Correndinha atravessou
a rua.
A casa tem muros altos e um pequeno corredor na entrada. Com a chave na
mão, diante da porta, foi alcançada pelo cara, que lhe encostou uma faca na cintura:
- Nem um pio. Que eu te furo!
Um dia frio, ela estava de jaqueta, mesmo assim doeu fininho. O cara apertou
mais a arma:
- É um assalto. Dá a bolsa.
Ela estendeu a pobre bolsa: sete reais em notas e moedas. O tipo achou pouco.
Graças a Deus, vinha um casal na sua direção.
- Bem quieta, você. Feche a bolsa.
Daí passou o caminhão do lixo. Ela tentou fazer um sinal. O cara percebeu, e
cutucando o punhal:
- Olha pra cá.
Disfarçando, ele acenou para o lixeiro, pendurado ali no estribo:
- Oi, tudo bem?
Em seguida surgiu um ônibus amarelão. Ele ignorou. À espera do seguinte, no
sentido bairro. Voz forte e grossa:
- Você vem comigo. Ou te sangro aqui mesmo!
Suplicante, ela retorcia as mãos:
- Sou a babá do menino. Ele está doentinho. Precisa de mim.
176
Girava no dedo o anel: confessar que era noiva?
Em pânico, obrigada a subir com ele no ônibus. Perna trêmula, abriu a boca para
gritar... E tinha perdido a voz. Da boca aberta nadinha de som.
Mas o seu coração dava berros.
Ficaram de pé. Ela sentia a faca ali furando a jaqueta nova de couro. No terceiro
ponto, ele tocou a campainha. Os dois desceram.
Andaram duas quadras. Ele viu o terreno baldio. Lá nos fundos, uma e outra casa.
Ainda era dia claro:
- Não. Aqui, não.
O tempo inteiro rezava muda. Todas as preces numa só palavra - Jesus. Entregou
a alma ao Filho e ao Pai.
Ele caminhava depressa. Agarrava-a com força pelo braço. Outro terreno vazio.
Só uma casa de porta e janelas fechadas. Assim que avançaram, a luz da varanda foi
acesa. Ele bateu em retirada.
Mais um terreno com pessoas nas casas. Ele continuou a busca.
Lá adiante:
- É aqui.
Tudo deserto. Noitinha. Um barraco sem ninguém.
Até então, fé e esperança haviam-na amparado. Caiu em desespero.
- Tire a roupa.
Ela não queria. Fechou bem as pernas. Ele ergueu a lâmina e rasgou a manga do
blusão.
- Pra mim, matar é fácil. Escolha.
A moça tremia toda. Chorava muito. De joelho e mão posta:
-Tenha dó. Em nome de Jesus Cristinho.Leve a bolsa e a jaqueta. Por favor. Só me
deixe ir.
Pensa que teve dó, o bruto? Daí ela foi obrigada. Tanta confusão, a pobre tinha
andado pra cá pra lá, sem parar. Assim cansada, onde as forças de lutar e se defender?
E fez com ela o que bem quis. Fez isso.
-Os dentes, não. Sem os dentes, sua...
Mais isso.
-Abra. Mais. Senão eu...
Rasgou e rebentou. Uma brasa viva entre as pernas. Mais aquilo.
-Se vire. Não. Assim.
Estripou. A coitada que, virgem, se guardavapara o noivo, cuja vida era de casa
para aigreja e da igreja para casa.
Só a deixou depois de toda ensangüentada.Foi de tal violência. Aproveitou o mais
quepôde. Uma carnificina.
Já era noite. Mas tinha gente passando ao longe. Um casal de conversa lá na rua.
Se ela gritasse, alguém devia escutar e acudir. O bandido adivinhou na hora:
-Nem pense nisso!
E espetando a maldita faca no peito nu:
-Quer ver sangue?
Sem ela esperar, começou tudo outra vez. Otipo se serviu bem direitinho. Ainda
mais ferida e machucada.
Um carro parou adiante na rua. Faróis apagados. Ele achou perigoso. Mandou
queela se vestisse.
Já arrumados, o cara bem sério:
-Abra o Livro no Salmo 130.
Tal o espanto, a moça ergueu os olhos. E primeira vez ela viu quem era: grandão,
177
meio gordo, bigodão negro.
Certo que abriu a Bíblia, mas você tem voz?Nem ela, ainda mais no escuro. Ele
entãobuscou a sua no bolso, pequena assim. Ao clarão da lua, movia os lábios, sem pa-
lavras - estava lendo ou sabia-o de cor?
Disse que também era evangélico. Abandonado em criança pela mãe. E, depois-
de casado, pela Maria - a única de quemgostou. O amor, essa coisa, sabe como é. Todas
as mulheres eram vagabundas. Ele disse outra palavra. Para se vingar, caçava as moças
na rua. Se não fosse ela, tinha sido outra. Às vezes, atacava duas no mesmo dia.
- Não tenho nada a perder.
Foram andando a par. Já não a tocava. Derepente:
- Agora vá.
Devia ficar contente por deixá-la viva. E agradecida ao Menino Jesus, podia ter
sido pior.
-Não olhe pra trás.
A pobrinha chegou em casa pelas onze e meia da noite. Arrastava os pés, toda
torta e gemente. Sangrando pelos nove orifícios do corpo.
Trazia o relógio de pulso e o anel de noiva. Por eles o tipo não se interessou. Só
pelo dinheiro. Achou pouco sete reais. Mas levou assim mesmo.
Foram umas três semanas até sarar das rupturas, lesões e remendos. Não sabe
ainda ar esposta do exame para aids e hepatite.
A patroa não a quis mais de babá. O noivo, esse? Sumiu. Está custoso achar novo
emprego. E nunca pôde reler o Salmo 130. Quando chega a sua vez, fecha os olhos e
salta a página.
Dá uivos, meu coração nu. Esse bigodão negro e a golfada de fel e cinza na boca.
Do Salmo 130 se livrou.
E como evitar a hora fatídica das cinco datarde? Que se repete, sem falta. O dia
inteirosão sempre cinco da tarde. Cinco horas paradas no seu reloginho de pulso.
Os ferimentos cicatrizaram, é verdade. Mas nunca ficou boa. E nunca mais foi a
mesma.
(Dalton Trevisan)
- Romance
Gênero mais popular de narrativa, sendo o mais antigo e de produção mais ex-
tensa. Assim como os outros gêneros anteriormente citados, tem em si elementos
próprios que o caracterizam, como narrador, enredo, personagem, tempo e espaço.
O que geralmente diferencia o romance dos estilos já mencionados é sua maior
extensão física, a profundidade de abordagem que demanda personagens construídos
de maneira mais completa, desde os protagonistas até os secundários.
- Drama
Os textos deste gênero foram escritos para serem encenados, ou seja, são textos
para teatro. Normalmente há uma caracterização dos personagens e sua dinâmica é a
de um diálogo. Exemplo:
178
PRIMEIRO EPISÓDIO
Numa estalagem da estrada
UMA VOZ
Há aguardente unicamente, mas boa.
MACÁRIO
Aguardente! Pensas que sou algum jornaleiro? Andar seis léguas e sentir-se com a
goela seca. Ó mulher maldita! Aposto que também não tens água?
A MULHER
E pura, senhor! Corre ali embaixo uma fonte que limpa como o vidro e fria como uma
noite de geada. (Sai)
MACÁRIO
Eis ai o resultado das viagens. Um burro frouxo, uma garrafa vazia. (Tira uma garrafa do
bolso). Conhaque! És um belo companheiro de viagem. És silencioso como um vigário
em caminho, mas no silêncio que inspiras, como nas noites de luar, ergue-se às vezes
um canto misterioso que enleva! Conhaque! Não te ama quem não te entende! Não te
amam essas bocas femininas acostumadas ao mel enjoado da vida, que não anseiam
prazeres desconhecidos, sensações mais fortes! E eis-te aí vazia, minha garrafa! vazia
como mulher bela que morreu! Hei de fazer-te uma nênia...
- Biografias
Texto que falam da vida “real” de personalidades, contando acontecimentos da
pessoa em questão. Podem ser objetivas ou subjetivas, questão que irá variar conforme
a intenção do biógrafo.
179
escolha de um narrador. Quer ele seja fixado previamente pela proposta da narrativa,
quer ele seja escolhido por você, há que se tomar muito cuidado com as consequên-
cias dessa determinação. Por exemplo, o grau de consciência que esse narrador pode
ter das características (no caso, de personagens ou de cenário), ações, motivações etc.,
envolvidas na trama. Como você já sabe, esse grau de consciência depende muito de
qual dos dois tipos de foco narrativo for adotado: narrador em 1ª ou 3ª pessoa. Se for em
1ª pessoa, o narrador faz parte da história, limitando o seu conhecimento geral dos ac-
ontecimentos. Já o narrador 3ª pessoa é uma testemunha dos fatos relatados, podendo
ou não saber todos os aspectos das personagens e da história.
Sobre as personagens, é muito importante pensar no que significa caracte-
rizá-las, de fato. Você certamente já imaginou fisicamente algumas delas (altura, cor
dos cabelos, dos olhos, etc.), mas uma boa caracterização de personagens não pode
levar em consideração apenas aspectos físicos. Elas têm de ser pensadas como rep-
resentações de pessoas, e por isso sua caracterização é bem mais complexa, devendo
levar em conta também aspectos psicológicos de tipos humanos.
E isso, por sua vez, deverá estar sempre presente na sua cabeça quando você for
trabalhar as ações das personagens dentro da trama que está criando, ou seja, como
acontece com as pessoas, o comportamento delas é em grande parte determinado
por tais características psicológicas. A presença obrigatória de elementos de cenário
dentro de um texto narrativo não tem função de testar a capacidade de produzir tre-
chos descritivos.
Na verdade, os cenários em uma narrativa devem ter uma função determinada
no texto, ou seja, devem manter com a trama uma relação significativa. Explicando: o
cenário não é apenas um palco onde as ações se desenrolam, mas deve integrar-se aos
demais elementos da narrativa, por exemplo, ao sustentar a presença de personagens,
ao motivar ações específicas, ao fornecer indícios (pistas) sobre determinados acontec-
imentos etc. Assim como as personagens representam pessoas e os cenários, espaços
físicos (naturais, ambientais, geográficos etc.), o tempo numa narrativa representa,
justamente o tempo.
Óbvio? Deveria ser, mas grande parte dos problemas de verossimilhança den-
tro de textos narrativos são derivados da maneira como frequentemente se lida com
essa categoria. É muito comum, nas redações, o autor perder de vista o fato de que ele
deveria estar, ficcionalmente, representando o transcurso de existência, de ações pos-
síveis, no tempo. E ações e existências “consomem” tempo, na vida real. Portanto, por
que não o fariam também no espaço ficcional? A orientação aqui, para se dar uma, é
bastante simples: atenção para amaneira como os fatos, acontecimentos e ações das
personagens se articulam noplano temporal, ou, em termos mais simples, atenção
para o fato de que acontecimentos e ações têm, necessariamente, uma duração.
Pulamos o enredo? Na verdade, não. Apenas deixamos para comentá-lo no final
– e de passagem –, por um lado porque é dele que você certamente tem a ideia mais
bem formada (o enredo é a própria história); por outro, porque ele simplesmente não
existe sem a caracterização e o desenvolvimento dos outros quatro elementos: o enre-
do é resultado da atuação das personagens em determinados cenários, durante certos
períodos de tempo, tudo isso contado, para o leitor, por um narrador.
180
EXERCÍCIOS
1. O rapaz varou a noite inteira conversando com os amigos pela Internet. O pai , quan-
do acordou às 6 horas, percebeu a porta do escritório fechada e a luz acesa. O filho
ainda estava no computador e não havia ido dormir. Sem que este percebesse, trancou
aporta por fora. Meia hora depois...
a) Desenvolva a ideia acima, colocando uma complicação, um clímax e um desfecho.
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b) A cena se passa em 2007. Narre o fatoque gerou essa ação e a reação das pessoas
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que assistiram ao fato.
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3. Lembre-se de uma experiência que já tenha vivido e que durou poucos minutos, por
exemplo, um acidente ou um incidente. Conte-o quebrando a ordem cronológica dos
fatos, introduzindo sentimentos, conflitos, reflexões, recordações.
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b) A cena ocorre no Sul, onde chove sem parar há 15 dias. Descreva o ambiente e a
reação das pessoas diante do fato.
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5. Construindo diálogos.
a) Escolha uma pessoa que admira (escritor, político, artista) e crie um diálogo entre
vocês, trocando ideias sobre algum fato.
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b) Você acorda e seu cachorro está do lado da sua cama. Ele começa a falar. Narre o
diálogo entre vocês dois.
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6. (UNICAMP 2003) No século XXII, um cientista resolve criar o "homem perfeito". Para
tanto, desenvolve um "acelerador genético", capaz de realizar em pouco tempo um
processo que supostamente duraria milênios. Aplica o engenho a um pequeno núme-
ro de cobaias humanas que, à idade propícia, são inseridas na sociedade, para cum-
prirem seu "destino". Dessas cobaias, uma suicidou-se, outra tornou-se um criminoso,
outra, presidente da república. A quarta é você, a quem cabe atestar o êxito ou o fra-
casso do experimento.
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183
ANOTAÇÕES
184
PORTUGUÊS
ES
AULA 4
Narração II
4.0 Personagem
No que se refere à posição dos personagens no interior da
narrativa temos: Protagonista: é o personagem principal de uma
narrativa. Nas narrativas clássicas era comumente o herói. Por
exemplo: Brás Cubas de Memórias Póstumas de Brás Cubas de
Machado de Assis.
- Antagonista: a personagem que rivaliza com o protagon-
ista. Comumente conhecido por vilão. No entanto, o antagonista
também pode ter aspectos positivos.
- Coadjuvantes ou secundários: são as personagens em tor-
no do protagonista.
4.1 Tempo
O tempo na narrativa, como já visto em outra unidades,
pode ser dividido em duas categorias: cronológico, que é o tempo
185
que respeita a linearidade dos acontecimentos, a grosso modo é o tempo do relógio,
por exemplo, o romance O crime do Padre Amaro de Eça de Queirós, no qual há a pro-
gressão cronológica dos acontecimentos na vida da personagem título; e o psicológico,
o qual não segue nenhum tipo de progressão externa à mente da personagem.
Os acontecimentos são mostrados na medida em que vão surgindo na cabeça
da personagem, como exemplo, podemos citar Em busca do tempo perdido de Marcel
Proust.
4.2 Espaço
Espaço ou Ambiente físico é o local que serve de cenário à ação, onde as perso-
nagens se movem, agem e fazem com que a narrativa se desenrole.
É importante marcar que o espaço engloba aspectos da sociedade na qual se
insere a personagem, tal como especificidades culturais inerentes à localidade.
Tal conceito não se esgota em questões meramente físicas, podendo abarcar
o espaço interior das personagens, como suas lembranças, vivências, pensamentos e
sentimentos.
O espaço ou ambiente pode ser desde uma praia a um lago congelado. De acor-
do com espaço ou ambiente é que os fatos da narração se desenrolam.
186
EXERCÍCIOS
b) Usando o mesmo fato narrado acima, narre um pequeno texto em que você é o an-
tagonista.
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A SINA DE ALFO
Alfo era um ratinho muito prestativo que trabalhava para o Rei Leão. Era alegre,
brincalhão, amigo com o qual o rei podia contar vinte e quatro horas por dia.
Mas com o passar do tempo, Alfo foi ficando triste, pois vivia praticamente pre-
so às suas obrigações de ajudante-de-ordens, conselheiro, ombudsman, mão direita,
mensageiro, e não tinha tempo para mais nada. Por causa de sua índole alegre e ex-
pansiva, o ratinho gostava de viver livremente. Por isso, ultimamente, o seu emprego o
desgostava muito; sentia-se escravo do dever.
O ratinho Alfo tornava-se cada vez mais sério, mais taciturno; nem as mais en-
graçadas piadas do papagaio o faziam rir. Os bichos viviam fazendo-lhe graça para
tentar descontraí-lo e sugeriam com preocupação:
- Alfo, ria! Rir faz bem!
- Alfo, ria! Você está envelhecendo.
Mas quê! Alfo foi ficando cada vez mais calado, até que um dia resolveu falar com
187
o Rei.
- Senhor, não agüento mais o peso das obrigações. Sou um ratinho sagitariano,
quero viajar, ser livre e o excesso de dever está me matando. Nem rir mais eu rio! To-
dos vivem me pedindo: - Alfo, ria! Você está muito triste! - porque percebem que estou
ficando cada vez mais descontente!
- E o que você sugere, meu fiel amigo?
- Que o senhor me libere de servi-lo. Continuarei sendo seu melhor amigo, se
quiser, seu conselheiro, mas quero ser livre. Quero dormir de madrugada, acordar com
o sol no meu focinho, quero visitar novas florestas, mas trabalhando assim como tra-
balho, não posso fazer nada disso!
- É, meu caro ratinho, você tem razão.
- Sabe, majestade, se eu continuar trabalhando tanto, sem ter tempo para mim,
vou me tornar amargo . Por favor, liberte-me de minhas obrigações.
- Quem sou eu para ir contra a personalidade de alguém? Prefiro-o como um
amigo alegre a um fiel servidor triste. De hoje em diante, você está livre, Alfo.
Alfo ria sem parar. Estava realmente feliz e poderia fazer tudo aquilo que qui-
sesse.
E foi a partir dessa história, a história do ratinho Alfo que queria a libertação do
pesado jugo do trabalho, que nasceu a palavra alforria.
b) o tempo
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c) o espaço
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d) os personagens
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3. Leia a notícia abaixo e transforme-a em um relato em que a sua imaginação vai in-
terferir. Use elementos descritivos para caracterizar os personagens.
Ontem, por volta das 23 horas, num bar defronte à Rodoviária, Janete de Tal, 25
anos, atacou João Trabuco, 29 anos, desferindo-lhe sombrinhadas na cabeça.
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188
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5. Amplie a seguinte idéia, criando um pequeno texto. Você poderá colocar elementos
descritivos, nomes para os personagens, especificar o local e data.
Um homem foi a sua fazenda e dando comida para as galinhas, perdeu a sua
aliança. Com medo da mulher, dirigiu-se à cidade e pediu para um joalheiro amigo
fazer-lhe uma nova aliança. Ao chegar em casa, disse à mulher que a sua aliança havia
entortado por causa de uma pancada na porteira da fazenda e que havia mandado
arrumar. Passada uma semana, a mulher mandou-lhe trazer um frango da fazenda e
qual não foi sua surpresa ao abrir sua moela, encontrou a aliança lá dentro.
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b) Nos fundos da minha casa havia um riozinho. Meu pai costumava improvisar um
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barco feito com uma bóia de câmara de ar com uma bacia de alumínio dentro, no qual
me colocava junto com meus amigos para passear pelas águas mansas do riacho. De
vez em quando, fazíamos piquenique no areião e ficávamos horas nos divertindo à bei-
ra do Jaú, ouvindo o barulho das águas limpas correndo na cachoeira.
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c) Duas épocas do ano eram ansiosamente esperadas por mim: o mês de junho e o
de dezembro. Em junho, havia uma grande festa junina na chácara do Seu Ferrari, um
bondoso professor da Industrial, amigo de minha família. Fazia muito frio e eu com
minha família e meus amigos ficávamos em volta de uma grande fogueira, bebendo
quentão, comendo churrasco, doces típicos e soltando balão. Quantos balões! Como
eu gostava de balões! O céu ficava iluminado tantos eles eram. Às vezes demoravam a
subir, ficavam balançando; de repente tomavam fôlego e subiam devagarinho. E sum-
iam na noite estrelada. Lembro que várias vezes a festa coincidiu com o aniversário da
Industrial; meu pai e seus colegas saíam no começo da noite para fazer a tradicional
serenata que terminava ali, em volta da fogueira.
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d) Em dezembro, havia o Natal. O tão esperado Natal, o Natal do vestido novo, do sapa-
to debaixo da árvore, dos pedidos, muitas vezes não atendidos, e do Papai-Noel. Meses
antes, minha mãe plantava um pinheirinho que depois era todo enfeitado com bolas
coloridas e um pisca-pisca. Eu acreditava em Papai-Noel (e em cegonha também) e
essa é uma das melhores lembranças que guardo da minha infância. Algumas vezes
ele mesmo veio trazer o meu presente. Eu me lembro que na noite do dia 24, eu não
queria ir dormir. Queria esperar o velhinho. Mas o sono vinha e eu acabava dormindo
sentada no sofá. - Acorde, o Papai-Noel chegou! - Você pediu uma boneca com cabelo
para pentear, não é? Está aqui! (Anos mais tarde fiquei sabendo que ele era um fun-
cionário da Loja Renascença).
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190
e) Muitas vezes não recebi pessoalmente do Papai-Noel o que havia pedido. Mas, ao
acordar, na manhã do Natal, era a maior alegria ver o meu presente e o do meu irmão
colocados ao lado de nosso melhor par de sapatos, sob a árvore.
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f) Essas são apenas algumas das muitas recordações alegres que guardo da minha
infância. Infância de pureza e ingenuidade, de bastante música, de inúmeras brinca-
deiras e de muitos amigos sinceros que me acompanham até hoje, cujos filhos são
amigos dos meus filhos. Eram tempos difíceis aqueles, tudo era conseguido com mui-
to sacrifício, mas todos tínhamos um grande tesouro que jamais será esquecido: tín-
hamos a felicidade!
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- Como é que eu ia adivinhar que cachorro-quente em castelhano é "pancho"?
Não tem nada a ver...
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ANOTAÇÕES
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PORTUGUÊS
AULA 5
Carta
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Uma carta nunca pode deixar de conter os dados
do destinatário e o pronome de tratamento adequado.
Observação: As cartas oficiais podem ser concluídas de
duas maneiras:
- Respeitosamente, para todas as autoridades su-
periores, inclusive presidente
da República;
- Atenciosamente para autoridades de mesma hi-
erarquia ou hierarquia inferior.
A carta pessoal permite ao remetente escrever de
maneira mais descontraída e em linguagem coloquial.
Exemplo de carta pessoal ao lado:
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EXERCÍCIOS
196
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Carta 2
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Após a leitura do texto redija uma carta destinada aos editores do jornal, posicionan-
do-se a favor ou contra a lei e a manifestação. Lembre-se de seguir as regras de pro-
dução desse gênero textual.
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a) Gosto muito de você, meu amor sempre foi visível, e muito verdadeiro...
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b) Caro Roberto,
Escrevo-lhe movido de intensa inquietação, já que, depois de esperar você e sua família
na estação ferroviária durante horas, recebi a notícia que se desaveio com minha
alegria: o falecimento de sua sogra...
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c) Temos a satisfação de recomendar o Sr. José da Silva, nosso funcionário durante dois
anos, para o emprego em questão...
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ANOTAÇÕES
199
PORTUGUÊS
AULA 6
Dissertação I
200
Temos no esquema anterior duas possibilidades de trabalhar o tema. A úni-
ca coisa que limita a abordagem de mais de um assunto dentro de uma redação é a
questão de tempo/espaço. Ou seja, o tamanho da folha que o candidato tem para fazer
sua redação e o tempo que tem para terminar a prova. Por essa razão é recomendado
trabalhar somente um assunto, para que o texto não pareça superficial de mais.
A partir da escolha do assunto, devemos ter em mente qual a nossa opinião
frente a ele e a partir dessa opinião encontrar os argumentos que sustentam tal
posição. Por exemplo, se um candidato escolher falar sobre os povos que têm que
abandonar seu modo de vida em nome do progresso, ele pode abordar o assunto
mostrando o quão cruel considera isso. Contudo, somente expressar sua opinião não é
o suficiente, é preciso convencer o leitor que sua ideia é valida, para tal utiliza os argu-
mentos.
Um argumento possível para a visão que o abandono do modo de vida de al-
gumas populações por causa do progresso seja negativo, seja o processo que faz que
algumas culturas simplesmente desapareçam em nome de uma outra que é consid-
erada melhor, dessa forma a população se tornaria cada vez mais “massificada”.
Perceba que estamos tratando resumidamente quais argumentos poderiam ser
levantados para sustentar a opinião. E durante o desenvolvimento do texto devemos
tomar cuidado para não fugir do tema. Por exemplo, não podemos passar o resto do
texto falando sobre massificação esquecendo da questão das pessoas que pagam pelo
progresso e não usufruem.
6.2 Título
O título não é o tema, isto é, se o tema pede para falar sobre progresso, não se
deve colocar o título “O progresso”.
6.3 As partes
201
rar que o leitor já saiba qual tema será tratado. Essa apresentação deve ser breve de no
máximo um parágrafo.
O desenvolvimento deve trazer a argumentação propriamente dita. O candidato
deve provar que sua opinião sobre o assunto tem fundamento. Em geral, mais de dois
parágrafos.
A conclusão também deve ser de um parágrafo apenas e não deve trazer nenhu-
ma informação nova, o autor deve trabalhar somente com o que já foi dito.
EXERCÍCIOS
(FUVEST 1997) Redija uma DISSERTAÇÃO em prosa, relacionando os três textos abaixo.
Texto 1
Na prova de Redação dos vestibulares, talvez a verdadeira questão seja sempre a
mesma: "Conseguirei?". Cada candidato aplica-se às reflexões e às frases na difícil
tarefa de falar de um tema A proposto, com a preocupação em B – "Conseguirei?" –,
para convencer um leitor X.
Texto 2
Ao escrever "Lutar com palavras / é a luta mais vã. / Entanto lutamos / mal rompe a
manhã", Carlos Drummond de Andrade já era um poeta maior da nossa língua.
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Texto 3
É difícil defender,
só com palavras, a vida (João Cabral de Melo Neto)
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PORTUGUÊS
AULA 7
Dissertação II
7.1 A aparência
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Mesmo sem conseguir ler o que está escrito podemos distinguir perfeitamente
título e os parágrafos. Também podemos perceber que o texto vai até o fim da linha
sem deixar espaços em branco. Isso é possível pelo uso da divisão silábica
7.2 A gramática
Muitos alunos ficam preocupados quanto aos erros gramaticais em seus textos.
Essa apreensão é válida em certa medida, pois os problemas gramaticais são descon-
tados da nota. Os avaliadores tentam distinguir o que é um simples deslize de um de-
sconhecimento da norma culta. Desta forma se a pessoa esquecer um acento agudo
em uma palavra, pode não ter sua nota alterada, contudo se isso for uma constante em
seu texto o corretor considerará que o vestibulando não sabe a regra de acentuação e
a nota sofrerá um desconto.
7.4 Estrutura
205
fala difícil, mas o que torna uma ideia complexa fácil de se entender. Ou seja, de nada
serve um texto que o leitor não consegue ler, portanto devemos ter certezas que to-
dos os nossos argumentos estão sendo expostos de maneira clara. Por outro lado, não
devemos tentar “encher linguiça” ou tentar escrever algo com mais palavras do que o
necessário. Devemos ser concisos, falar apenas o necessário para o texto.
7.7 Mitos
Existem diversos mitos sobre a redação no vestibular, talvez o maior deles seja a
questão da criatividade. O vestibular não exige do candidato um “talento” literário, não
é isso que será avaliado. Sobre esse assunto a Folha de São Paulo publicou o seguinte
texto:
206
didatos fazem contestações das provas, mas não sabemos exatamente o que os levou
a fazer isso."
Houve um caso, por exemplo, de um vestibulando que iniciou a redação de acor-
do com o tema proposto e depois passou a redigir desabafos, criticando o sistema de
ensino, os vestibulares e a cobrança da família. "Nós tentamos entender se o candidato
faz isso para desafiar os examinadores ou simplesmente pelo prazer de contestar algo."
A crença de que a criatividade é a solução para a redação é um dos motivos de anu-
lação das provas de redação da Unicamp. Na opinião da coordenadora da redação da
Unicamp, Meirelen Salviano Almeida Rodrigues, os candidatos buscam escrever "saca-
das", acreditando que isso é sinal de criatividade, mas acabam tendo a redação anula-
da.
"Geralmente os candidatos ignoram a coletânea de textos que são forneci-
dos para a redação. E o simples fato de ele não ler as instruções da prova pode des-
classificá-lo para a segunda fase, mesmo que ele tenha ido muito bem nas demais
questões."
Meirelen destacou que o número de desenhos feitos nas redações tem diminuí-
do. "Os candidatos estão começando a se conscientizar que, em nenhum vestibular,
essa postura funciona."
ANOTAÇÕES
207
EXERCÍCIOS
1. Observe o tema a seguir e posteriormente leia a redação que foi considerada uma
das melhores do ano dessa prova e busque nela características que a fazem ser uma
boa redação.
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209
PORTUGUÊS
AULA 8
Construindo significados
210
Terra é mãe, em oposição ao desconhecido, enigmático e contraditório Céu. Ora é luz,
engravidando a Terra de vida, ora é escuro mistério do infinito insondável.
A vista aérea da Terra, por sua vez, ao nos arrancar do contato com a superfície
é, simultaneamente, encantadora e inquietante. Na mudança e escala do olhar, a pais-
agem da Terra — borbulhante nas formas e cores da natureza e acrescida pelas linhas,
vincos, estrias e configurações variadas das marcas do fazer humano — transforma-se
em uma espécie de planta-baixa, chapada, mas ao mesmo tempo tátil e multiforme.
(SANTAELLA, Lúcia. Cultura das mídias. São Paulo: Experimento, 1996. p. 256.)
III. TERRA
[...]
Eu estou apaixonado
por uma menina terra
Signo de elemento terra
do mar se diz terra à vista
Terra para o pé firmeza
terra para a mão carícia
Outros astros lhe são guia
[...]
De onde nem tempo nem espaço,
que a força mãe dê coragem
Pra gente te dar carinho,
durante toda a viagem
Que realizas do nada,
através do qual carregas
o nome da tua carne
Terra, terra,
Por mais distante
o errante navegante
Quem jamais te esqueceria? (VELOSO, Caetano. Terra)
V. O RETIRANTE CHEGA À ZONA DA MATA, QUE O FAZ PENSAR, OUTRA VEZ EM IN-
TERROMPER A VIAGEM.
— Bem diziam que a terra
se faz mais branda e macia
211
quanto mais do litoral
a viagem se aproxima.
Agora afinal cheguei
nessa terra que diziam.
Como ela é uma terra doce
para os pés e para a vista.
Os rios que correm aqui
têm a água vitalícia.
Cacimbas por todo lado;
cavando o chão, água mina.
Vejo agora que é verdade
que pensei ser mentira.
Quem sabe se nesta terra
não plantarei minha sina?
Não tenho medo de terra
(cavei pedra toda a vida),
e para quem lutou a braço
contra a piçarra da Caatinga
será fácil amansar
esta aqui, tão feminina
Morte e Vida Severina (João Cabral de Melo Neto)
VI. ASSENTAMENTO
Quando eu morrer, que me enterrem na beira do chapadão
contente com minha terra
cansado de tanta guerra
crescido de coração
[...]
Quando eu morrer
Cansado de guerra
Morro de bem
Com a minha terra:
Cana, caqui
Inhame, abóbora
Onde só vento se semeava outrora
Amplidão, nação, sertão sem fim
Chico Buarque
(SALGADO, Sebastião. Terra)
A UFBA oferece ao candidato a uma vaga uma coletânea que possui seis tex-
tos. Todos eles possuem como tema central a terra, seja ela entendida como solo ou
como o planeta, entretanto um traço comum a esses textos é a relação da terra com o
homem.
O exame vestibular espera que o aluno ao ler o conjunto de texto consiga estabe-
lecer a relação mencionada acima, ou seja, a relação existente entre o homem e a terra,
para, a partir de então, começar a redigir seu texto.
A coletânea serve de subsídio a que escreverá o texto, tem como função suscitar
a reflexão do candidato sobre o tema. Espera-se que ele articule sua experiência prévia
de vida, leitura e reflexão com o que é apresentado pela coletânea.
212
EXERCÍCIOS
1. Abaixo seguem duas propostas de redação. Após lê-las, tente aferir qual é o tema
central dos textos, anote que tipo de reflexão suscita cada excerto apresentado pela co-
letânea, para somente depois disso começar a redigir seu texto.
Tema I
(UNICAMP 2000) Água - elemento fundamental
I- Tamandaré, o equivalente indígena do Noé bíblico, poupou sua civilização
da extinção salvando-a da tempestade que alagou o território em que vivia. A miti-
ficação da água, elemento recorrente na mitologia indígena, decorre justamente da
suma importância que essa substância pura tem para as tribos brasileiras. Quando,
há quase quinhentos anos, os portugueses em terra tupiniquim aportaram, um dos
aspectos que mais os impressionaram foi a limpeza característica de todos os índios:
homens e mulheres tão limpos que não se intimidavam em mostrar suas "vergonhas".
Provavelmente, essa cena remeteu os lusitanos à sua própria "civilização moderna", em
que banhos diários eram simplesmente inimagináveis.
II- Na idade contemporânea, os hábitos concernentes à higiene pessoal pou-
co haviam evoluído. Apesar de já serem conhecidos os mecanismos de transpiração e
a teoria infeccionista, que mostraram a necessidade de práticas de higiene constantes,
muitos mitos que ligavam a água a aspectos fisiológicos, como a esterilidade feminina,
ainda eram levados a sério, o que não permitiu que a água fosse utilizada em "larga
escala", como bem atesta o escritor Alain Corbin, estudioso da vida privada a partir da
Revolução Francesa.
III- Muito antes que a civilização contemporânea fizesse asserções sobre a
questão da água, ela já se configurava em elemento indispensável à formação da
própria civilização urbana. A água foi condição "sine qua non" para o surgimento e
estabelecimento de grupos humanos cujo legado é, até hoje, alvo de estudos: as civ-
ilizações mesopotâmica, egípcia e chinesa prosperaram devido ao uso inteligente de
seus recursos hídricos. Sabendo irrigar e tornar produtivo o solo, foram capazes de se
firmar como as primeiras grandes civilizações humanas.
IV- Atualmente, no limiar do terceiro milênio, a água vem sendo o principal
objeto de reflexão. Tudo porque o homem de hoje, que já incorporou as noções de
limpeza como algo imprescindível para as relações interpessoais, foi capaz de conquis-
tar o espaço, mas não soube - ou não foi conveniente que soubesse - como manter
íntegro o elemento "matriz de todas as coisas", segundo o filósofo Nietzsche. O desen-
volvimento industrial, que transformou radicalmente a sociedade, não considerou a
questão da água como prioritária para que, a longo prazo, pudesse usufruir de todas
as benesses tecnológicas. As indústrias passaram a despejar seus dejetos tóxicos em
rios. A urbanização não foi acompanhada pela instalação de eficientes redes de esgo-
to. Nem os produtos da evolução tecnológica deixam por menos: constantemente se
veem nos noticiários catastróficos acidentes ambientais causados pelo derramamento
de óleo dos petroleiros.
213
V- As conseqüências de anos de descaso com a questão da água estão mais
próximas do que se imagina, levando a humanidade a uma visão pessimista e obscura
do futuro: derretimento da calota polar, causado pela emissão excessiva de gases que
destroem a camada de ozônio, deixando o caminho livre para os raios infravermelhos;
envenenamento de seres vivos com substâncias tóxicas nos mananciais, contaminados
por dejetos tóxicos; chuva ácida, formada a partir de gases originários da queima de
combustíveis fósseis; ou ainda, a mais cruel e, ao mesmo tempo, simples das conse-
qüências: a sede causada pelo fim da água potável.
VI- A civilização humana evoluiu de forma descompassada e paradoxal: rele-
gou, por muito tempo, a um segundo plano a substância responsável pela sua existên-
cia. O homem atual, obeso de tecnologia e informação, mas desnutrido de medidas
que permitissem a manutenção de suas obras tenta, agora, com muita dificuldade e
gastos altíssimos, reparar os erros que cometeu na relação ingrata que manteve com a
água: obteve muito dela sem que a recíproca ocorresse.
VII- O relacionamento ser humano-água deve voltar a ser permeado pelo sen-
sacionismo típico de Alberto Caeiro, faceta bucólica do escritor português modernista
Fernando Pessoa, o qual, já neste século, percebeu e registrou a água não como mero
fator natural necessário para a sobrevivência, mas também como indispensável nas
relações emotivas entre os homens e destes para com a natureza.
VIII- Os índios brasileiros sabem - ou, infelizmente, sabiam - o valor da água. Ca-
be-nos agora voltar à mentalidade da civilização que foi uma das constituintes do povo
brasileiro, tratando-a como parceira para o desenvolvimento. E isso só será feito com a
união da consciência social-ecológica e do crescimento tecnológico para despoluir e
valorizar a água do planeta quase cinza, mas que ainda tem resquícios azuis.
Tema II
(FUVEST 2002) Recentemente, o Deputado Federal Aldo Rebelo (PC do B – SP), visando
proteger a identidade cultural da língua portuguesa, apresentou um projeto de lei que
prevê sanções contra o emprego abusivo de estrangeirismos. Mais que isso, declarou o
Deputado, interessa-lhe incentivar a criação de um "Movimento Nacional de Defesa da
Língua Portuguesa".
Leia alguns dos argumentos que ele apresenta para justificar o projeto, bem textosco-
mo os subsequentes, relacionados ao mesmo tema.
I- "A História nos ensina que uma das formas de dominação de um povo sobre
outro se dá pela imposição da língua.(...)" "...estamos a assistir a uma verdadeira descar-
acterização da Língua Portuguesa, tal a invasão indiscriminada e desnecessária de es-
trangeirismos –como ‘holding’, ‘recall’, ‘franchise’, ‘coffee-break’, ‘self-service’ – (...). E isso
vem ocorrendo com voracidade e rapidez tão espantosas que não é exagero supor que
estamos na iminência de comprometer, quem sabe até truncar, a comunicação oral
e escrita com o nosso homem simples do campo, não afeito às palavras e expressões
importadas, em geral do inglês norte-americano, que dominam o nosso cotidiano (...)"
"Como explicar esse fenômeno indesejável, ameaçador de um dos elementos mais vi-
tais do nosso patrimônio cultural – a língua materna –, que vem ocorrendo com inten-
sidade crescente ao longo dos últimos 10 a 20 anos?(...)"
"Parece-me que é chegado o momento de romper com tamanha complacência cul-
tural, e, assim, conscientizar a nação de que é preciso agir em prol da língua pátria,
mas sem xenofobismo ou intolerância de nenhuma espécie. (...)"
(Dep. Fed. Aldo Rebelo, 1999)
II- "Na realidade, o problema do empréstimo linguístico não se resolve com ati-
tudes reacionárias, com estabelecer barreiras ou cordões de isolamento à entrada de
214
palavras e expressões de outros idiomas. Resolve-se com o dinamismo cultural, com o
gênio inventivo do povo. Povo que não forja cultura dispensa-se de criar palavras com
energia irradiadora e tem de conformar-se, queiram ou não queiram os seus gramáti-
cos, à condição de mero usuário de criações alheias."
(Celso Cunha, 1968)
III- "Um país como a Alemanha, menos vulnerável à influência da colonização
da língua inglesa, discute hoje uma reforma ortográfica para ‘germanizar’ expressões
estrangeiras, o que já é regra na França. O risco de se cair no nacionalismo tosco e na
xenofobia é evidente. Não é preciso, porém, agir como Policarpo Quaresma, person-
agem de Lima Barreto, que queria transformar o tupi em língua oficial do Brasil para
recuperar o instinto de nacionalidade.
No Brasil de hoje já seria um avanço se as pessoas passassem a usar, entre outros ex-
emplos, a palavra ‘entrega’ em vez de ‘delivery’."
(Folha de S. Paulo, 20/10/98)
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215
PORTUGUÊS
AULA 9
Revisão
216
EXERCÍCIOS
1. Diálogo ultrarrápido
— Eu queria propor-lhe uma troca de idéias
— Deus me livre! (Mario Quintana)
No diálogo acima, a personagem que responde: — Deus me livre! cria um efeito de hu-
mor com o sentido implícito de sua frase fulminante.
a) Continue a frase — Deus me livre!, de modo que a personagem explicite o que esta-
va implícito nessa frase.
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2. "O que dói nem é a frase (Quem paga seu salário sou eu), mas a postura arrogante.
Você fala e o aluno nem presta atenção, como se você fosse uma empregada."
(Adaptado de entrevista dada por uma professora. Folha de S. Paulo, O3/O6/01)
a) A quem se refere o pronome você, tal como foi usado pela professora?
Esse uso é próprio de que variedade linguística?
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b) No trecho como se você fosse uma empregada, fica pressuposto algum tipo de dis-
criminação social? Justifique sua resposta.
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217
4. Capitulação
Delivery
Até pra telepizza
É um exagero.
Há quem negue?
Um povo com vergonha
Da própria língua
Já está entregue. (Luis Fernando Verissimo)
a) O título dado pelo autor está adequado, tendo em vista o conteúdo do poema? Jus-
tifique sua resposta.
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5. Verão excessivo
Eu sei que uma andorinha não faz verão, filosofou a andorinha-de-barriga-branca.
Está certo, mas agora nós somos tantas, no beiral, que faz um calor terrível, e eu não
aguento mais! (Carlos Drummond de Andrade — Contos plausíveis)
b) Está adequado o emprego do verbo "filosofou", tendo em vista que ele se refere ao
provérbio citado no texto?Justifique sucintamente sua resposta.
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b) Que prática brasileira é criticada no trecho “país juncado (=coberto) de ruínas no-
vas”?
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218
A Petrobras Distribuidora sempre investiu na cultura do País e acreditou no po-
tencial do cinema brasileiro. E a Mostra BR de Cinema é um exemplo disso. Sucesso de
público e crítica, hoje a Mostra já está na sua 26a. edição e sua qualidade é reconhecida
por cineastas do mundo todo. E você tem um papel muito importante nesta história:
toda vez que abastecer em um Posto BR estará contribuindo também para o cinema
brasileiro rodar cada vez mais.
(Adaptado do Catalogo da 26a. Mostra BR de Cinema — out/2002)
Considerando os elementos visuais e verbais que constituem este anúncio, identifique
no texto:
a) a palavra que estabelece de modo mais eficaz uma relação entre patrocinado e
patrocinador. Justifique sua resposta.
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b) Duas possíveis leituras da frase: "E você tem um papel muito importante nesta
história".
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a) A graça da fala do garçom reside num paradoxo. Destaque dessa fala as expressões
que constituem esse paradoxo. Justifique.
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b) Transponha a fala do garçom para o discurso indireto. Comece com: O garçom lhes
perguntou, intrigado, que raio de língua...
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9. Décadas atrás, vozes bem afinadas cantavam no rádio esta singela quadrinha de
propaganda:
As rosas desabrocham
Com a luz do sol,
E a beleza das mulheres
Com o creme Rugol.
Os versos nunca fizeram inveja a Camões,
mas eram bonitinhos.
E sabe-se lá quantas senhoras nao foram atrés do creme Rugol para se sentirem
novinhas em folha, rosas resplandecentes. (Quintino Miranda)
a) Reescreva o primeiro parágrafo do texto, substituindo "Décadas atrás" por "Ainda
hoje" e transpondo a forma verbal para a voz passiva. Faça as adaptações necessárias.
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219
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Texto II
Estão num poema de Drummond, da década de vinte, os versos:
E a gente viajando na pátria sente saudades da pátria.
(...)
Aqui ao menos a gente sabe que é tudo uma canalha só.
Texto III
Está num artigo do jornalista Zuenir Ventura, de dois anos atrás: De um país em crise
e cheio de mazelas, onde, segundo o IBGE, quase um quarto da população ganha R$
4 por dia, o que se esperaria? Que fosse a morada de um povo infeliz, cético e pessi-
mista, não? Não. Por incrível que pareça, não. Os brasileiros não só consideram seu
país um lugar bom e ótimo para viver, como estão otimistas em relação a seu futuro
e acreditam que ele se transformará numa superpotência econômica em cinco anos.
Pelo menos essa é a conclusão de um levantamento sobre a “utopia brasileira” realiza-
220
do pelo Datafolha.
Com o apoio dos três textos apresentados, escreva uma dissertação em prosa, na qual
você deverá discutir manifestações concretas de afirmação ou de negação da autoes-
tima entre os brasileiros. Apresente argumentos que deem sustentação ao ponto de
vista que você adotou.
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221
222
ANOTAÇÕES
223
PÁG 224
MATEMÁTICA
MATEMÁTICA
AULA 1
Números inteiros
1.0 Introdução
- Adição
- Operação: (-3) + (-7)
225
Usando a reta numérica, verificamos que o deslocamento final foi de 10 unidades
no sentido negativo: -10.
Então: (-3) + (-7) = -10
- Subtração
Para os naturais, a subtração é efetuada da seguinte maneira:
8 -3 = 5, pois 5 + 3 = 8.
Repetindo o mesmo procedimento para os números inteiros:
(+7) - (-4) = 11, pois (+11) + (-4) = +7
Note que esse resultado é o mesmo de (+7) + (+4) = +11.
Ou seja, (+7) - (-4) = (+7) + (+4).
Subtrair dois números inteiros é o mes mo que adicionar o primeiro com o opos-
to do segundo. Exemplo: (+3) – (-2) = (+3) + (+2) = 5
- Multiplicação
Considere a seguinte tabela de multiplicação:
226
- A multiplicação de dois números positi- vos resulta em um número positivo. E-
xemplo: 2 x 3 = 6
- A multiplicação de um número positivo por um número negativo, resulta em
um número negativo. Exemplo: (-5) x 7 = -35
- A multiplicação de dois números nega- tivos resulta em um número positivo.
Exemplo: (-6) x (–8) = 56
- Divisão
Para os naturais, a divisão é efetuada da se- guinte maneira:
36: 9 = 4, pois 9 x 4 = 36
Lembrando que neste caso, o 36 é chamado dividendo, o 9 divisor e o 4 quo-
ciente. Repetindo o mesmo procedimento para os inteiros:
(-27): (-3) = +9 pois (-3) x (+9) = -27
227
EXERCÍCIOS
1. Calcular:
Exemplo: 7 + 3 x 5 = 7 + 15 = 22
a) 4 + 5 x 8 =
b) 7 + 2 x 6 =
c) 3 + 6 x 1 =
d) 11 + 4 x 3 =
2. Calcular:
Exemplo: 16 – 4 x 3 = 16 – 12 = 4
a) 31 – 15 x 2 =
b) 19 + 18 : 2 =
c) 27 – 32 : 4 =
d) 36 – 28 : 7 =
3. Calcular:
Exemplo: 7 x 5 – 18 : 2 = 35 – 9 = 26
a) 6 x 4 + 3 x 7 =
b) 18 : 6 – 14 : 7 =
c) 24 : 4 + 1 x 4 =
d) 8 x 6 – 72 : 8 =
4. Calcular:
Exemplo: 7 x (5 + 3) – 24 : 6 = 7 x 8 – 4 = 56 – 4 = 52
a) 5 x (7 + 4) + 3 x 2 =
b) 7 x (8 : 4) – 4 x 3 =
c) (8 - 3) x 4 + 18 : (5 - 2) =
d) (3 + 9) : 3 – 4 : (7 - 5) =
5. Efetuar:
Exemplo: (+3) x (+4) = +12
a) (+2) x (+5) =
b) (+1) x (+6) =
c) (+7) x (+3) =
d) (+4) x (+9) =
6. Efetuar:
Exemplo: (-3) x (+4) = -12
a) (-2) x (+3) =
b) (+3) x (-4) =
228
c) (-7) x (+4) =
d) (-1) x (+5) =
7. Efetuar:
Exemplo: (-3) x (-4) = +12
a) (-2) x (-3) =
b) (-3) x (-5) =
c) (-5) x (-7) =
d) (-1) x (-8) =
8. Efetuar:
Exemplo: (+8) : (+2) = +4
a) (+15) : (+3) =
b) (+24) : (+4) =
c) (+36) : (+12) =
d) (+18) : (+3) =
9. Efetuar:
Exemplo: (+12) : (-4) = -3
a) (+15) : (-3) =
b) (-12) : (+4) =
c) (-16) : (+8) =
d) (+3) : (-1) =
10. Efetuar:
Exemplo: (-12) : (-3) = +4
a) (-14) : (-7) =
b) (-26) : (-2) =
c) (-18) : (-9) =
d) (-7) : (-1) =
11. Efetuar:
Exemplo:
(+8) x (-3) : (+4) = (-24) : (+4) = -6
a) (+12) x (-4) : (-6) =
b) (-18) : (+9) x (+5) =
c) (-24) : (+8) x (-3) : (-1) =
d) (+7) x (-6) : (+14) x (-1) =
12. Efetuar:
Exemplo: -9 + [+2 - 1 + (-50 + 28)]=
-9 + [+2 - 1 + (-22)] =
-9 + [+2 - 1 – 22] =
-9 + [+2 – 23] =
-9 + [-21] =
-9 - 21 = -30
229
13. A temperatura em Paris pela manhã era de -4ºC. À tarde, essa temperatura subiu 8
graus. Qual a temperatura de Paris, à tarde nesse dia?
14. Partindo do nível do mar, um submarino desceu 150m e, depois, desceu mais
250m. Dê a posição do submarino em relação ao nível do mar.
15. Um helicóptero voa a uma altitude de 14m em relação ao nível do mar, e um sub-
marino navega a 63m de profundidade, qual a distância entre eles?
16. Dois números inteiros, um positivo e outro negativo têm como produto -12 e como
soma +4. Quais são esses números?
17. Por qual número inteiro devemos substituir a letra a para que se tenha: a : (-11) = -4.
230
GABARITO
1. a) 44 b) 19 c) 9 d) 23 2. a) 1 b) 28 c) 19 d) 32
3. a) 45 b) 1 c) 10 d) 39 4. a) 61 b) 2 c) 26 d) 2
7. a) +6 b) +15 c) +35 d) +8 8. a) +5 b) +6 c) +3 d) +6
9. a) -5 b) -3 c) -2 d) -3 10. a) +2 b) +13 c) +2 d) +7
15. 77 m 16. -2 e +6
ANOTAÇÕES
231
MATEMÁTICA
AULA 2
Potenciação
2.0 Potenciação
⏟
ma-se potência e representa uma multiplicação de n fatores
iguais ao número a, ou seja:
an = a x a x a x a x a x ... x a
n fatores
⏟
(+20)2 = (+20).(+20) = +400
2 fatores
Neste caso:
• 2 é o expoente
• (+20) é a base
• (+400) é o resultado da potência
Exemplos:
Temos que:
• Quando o expoente é um número par, a potência sempre é um
número positivo.
• Quando o expoente é um número ímpar, a potência tem o mes-
mo sinal da base.
• Para todo número a, temos a1 = a
• Base nula gera potência nula, se o expoente não é nulo. Pois: 00
não se define!
232
E é importante considerar a diferença entre as expressões (-6)2 e -62:
25:24 = 24 = 2.2.2.2.2 = 2 = 21
5
2 2.2.2.2
Potência de potência
A potência de uma potência é igual à outra de mesma base, cujo expoente é o produto
dos expoentes.
Seja a potência 310, podemos fazer:
Potência de um produto
A potência de um produto é igual ao produto dos fatores elevados ao mesmo ex-
poente.
Potência de um quociente
A potência de uma divisão é igual à divisão do numerador e denominador elevados ao
mesmo expoente.
4 4 4
Então, (20:4)2 = 202:42
233
• Dados os números a, b e x ≠ 0, então:
xa.xb = xa+b
• Dadas as potências (a.b)m e (a:b)n, sendo a, b e n números não nulos, temos que:
(a.b)m = am.bm e
(a:b) = a :b
n n n
2 2
• E é importante notar a diferença entre (103) e 103
2 2
(103) representa o quadrado do número 103, portanto (103) = 106
2 2
103 representa o quadrado de 3 que é o expoente de 10, portanto 103 = 109
Expoente zero
Calculando 104:104 usando a mesma propriedade da divisao de potências de mesma
base, temos que:
Mas, 104:104 = 10 = 1
4
104
Então, 100 = 1
2 2.2.2.2.2 2
Então, 2-2 = 1 2= ( 1 )
2
2 2
a a b a
234
EXERCÍCIOS
1. Calcular:
Exemplo: 34 = 3.3.3.3 = 81
a) 23 =
b) 32 =
c) 24 =
d) 72 =
e) 27 =
f) 102 =
g) 15 =
h) 103 =
2. Calcular:
Exemplo: (-2)4 = (-2).(-2).(-2).(-2) = +16
a) (-3)2 =
b) (-5)2 =
c) (-3)4 =
d) (-1)6 =
3. Calcular:
Exemplo: (-2)3 = (-2).(-2).(-2) = -8
a) (-2)5 =
b) (-3)3 =
c) (-5)3 =
d) (-1)7 =
4. Calcular:
Exemplo: 104 = 10.10.10.10 = 10000
a) 102 =
b) 103 =
c) 105 =
d) 106 =
5⏟
Exemplo: 100000 = 10.10.10.10.10 = 105
5⏟
zeros fatores iguais a 10
a) 1000000 =
b) 10000000 =
c) 100000000 =
d) 1000000000 =
235
6. Calcular:
Exemplo: -24 = -(2.2.2.2) = -16
a) -32 =
b) -23 =
c) -15 =
d) -16 =
c) (+ 3 ) . (+ 3 ) . (+ 3 ) =
2 5 7
4 4 4
d) x10.x12.x7 =
c) (- 1 ) . (- 1 ) =
10 9
2 2
d) a100:a50 =
b) [(- 7 ) ] =
5
4
10
c) (p12)5 =
d) 542 =
c) ( x7 ) =
6 8
y
d) ( x -2) =
4 3
236
12. Resolver:
Exemplo: 50 = 1
a) -50 =
b) (-5)0 =
c) -(-5)0 =
13. Resolver:
Exemplo: 12-2 = 1 2= 1
12 144
a) 10-1 =
b) (-5)-2 =
c) -2-7 =
d) -(-2)-5 =
14. Escrever na forma de potência com expoente negativo cada uma das seguintes
expressões:
Exemplo: 1 6= 2-6
2
a) 1 =
6
b) 13 =
7
c) 1 5 =
x
a) 1 4=
(a+b)
15. Resolver:
2
a) -(- 7) =
-1
2
b) -(+ 2) =
-3
5
c) ( ) =
2 -3
3
d) (- 1) =
-4
16. O torneio de uma liga de basquete é disputada por 12 clubes. O número total de
jogos neste torneio é dado pela expressão x2 - x, na qual x representa o número de
equipes. Quantos jogos terá este torneio?
237
a) x : x2 = x-1
b) (n-1)-2 = n-2
c) (x5 . y10) = (x . y5)5
d) (x5 . y5) = (x . y)5
e) a-7 . a7 = a0
f) a. b-1 = (a-1 . b)-1
GABARITO
1. a) 8 b) 9 c) 16 d) 49 e) 128 f) 100 g) 1 h) 1000
7. a) (-10)8 b) 2,312 c) (+ 3 )
14
d) x29
4
2 2
10
12. a) -1 b) 1 c) -1
DESAFIO. a) V b) F c) F d) V e) V f) V
238 238
MATEMÁTICA
AULA 3
Radiciação
1.0 Introdução
√ é o radical;
a é o radicando;
n e o índice da raiz.
Raiz quadrada
exemplo, √4 em lugar de √4
Por convenção, na raiz quadrada omite-se o índice. Escreve-se, por
2
√25 = √(-5) . (-5) = √(-5) . √(-5) , o que é impossível, já que não existe
raiz de número negativo, pois ao elevarmos um número ao quad-
rado, sempre obtemos números positivos.
239
Veja: (+2)6 = +64
⏟ ⏟ ⏟
(-2)6 = (-2) . (-2) . (-2) . (-2) . (-2) . (-2) = +64
+4 +4 +4
√27 = 3 , pois 3 . 3 . 3 = 33 = 27
3
E como vimos na aula anterior, base nula gera potência nula, se o expoente não é nulo.
Ou seja, zero elevado a qualquer número diferente de zero resulta em zero.
Sendo n ≠ 0 , define-se √0 = 0
n
Sabemos que 34 = 81 e 35 = 243 . Mas podemos pensar ainda que entre esses números,
existem outros tais que 3x = 90 , 3x = 100 , 3x = 240 , com x entre 4 e 5
Se y2 = 39 , então y = √39
Raiz de um produto
240
Raiz de um quociente
Potenciação
(√2)
5 2
= (21/5)2 = 22/5 = √2
5 2
Então, (√2)
5 2
= √2
5 2
Radiciação
Sejam as expressões 10√310 e √32. Temos que 10√310 = 3 e que √32 = 3 , então 10√310 = √32.
Mas, √32 = 10:5√310:5
Portanto, 10√310 =10:5√310:5
√a . b = √a . √b √a : b = √a : √b
n n n n n n
e
(√a)
n m
= √a
n m
EXERCÍCIOS
a) √4 = b) √9 =
c) √16 = d) √36 =
e) √49 = f) √81 =
g) √100 = h) √121 =
i) √144 = j) √169 =
k) √196 = l) √255 =
241
Exemplo: √8 = √23 = 2
2. Calcular:
3 3
a) √27 = b) √64 =
c) √125 = d) √1000 =
3 3
e) √115 = f) √(2ab)2 =
3 3
g) √(x h) 10√(5xy2)10 =
5
9
y) =
2 9
6. Entre os números √9 , √22 , √37 , √49 , √81 , √90 , quais deles não representam númer-
os inteiros?
a) √73 = b) √26 =
15 10
c) √510 = d) √109 =
30 6
a) √√5 = b) √√√3 =
3 3 5
c) √√x = d) √√a3 =
4
e) √√3x = f) √√√b5 =
6 3
Exemplo: √7 . 13 = √7 . √13
10. Escreva cada uma das seguintes expressões na forma de um produto de radicais:
a) √25 . 7 = b) √23 . 3 . 5 =
c) √a3b = d) √a3x7
242
a) √3 . √13 = b) √2 . √17
5 5 4 4
c) √2 . √5 . √7 = d) √ab
6
√√a3 . √√b6
13. Sendo a, b > 0, escreva na sua forma mais simples possível o seguinte produto:
3 4 3
3/8
(a.a1/3)
GABARITO
1. a) 2 b) 3 c) 4 d) 6 e) 7 f) 9 g) 10 h) 11 i) 12 j) 13 k) 14 l) 15
3. a) 2 b) 4 4. -7
7. a) √7
5
b) √2
5 3
c) √5
3
d) √103 8. a) x = 9 b) x = 5
9. a) √5
9
b) 20√3 c) √x
8
d) √a
4 3
e) 18√3x f) √b
8 5
10. a) √2
9 5
. √7
9
b) √2
4 3
. √3
4
. √5
4
11. a) √39
5
b) √34
4
c) √70 d) √a
6
. √b
6
12. x = 4, y = 2 e x + y = 6
243
243
MATEMÁTICA
AULA 4
Equações do primeiro grau
Exemplo:
Eliminando os parênteses
3(x - 3) - 3(3 - x) = -3x
3x - 9 - 9 + 3x = -3x
244
Dada uma equação, o conjunto de valores que satisfazem essa equação é
chamado conjunto-verdade ou conjunto-solução da equação dada.
É possível ainda verificar se este valor está correto, basta substituí-lo na equação
dada. Assim, obtendo uma igualdade verdadeira, o valor está de fato correto.
3(-1) - 3.1 = -6 → -3 - 3 = -6 → -6 = -6
x = 21 → S = {21}
11 11
Verificando: 3x - 5(x - 2) = 4
10 2 5
3 . 21 - 5(21 - 2) = 4
11 11
10 2 5
63 + 5 = 4 → 88 = 4 → 4=4
110 22 5 110 5 5 5
Até agora, as incógnitas das equações apareceram sempre nos numeradores das
frações. Mas há casos em que a incógnita se encontra no denominador. Nesse caso
temos uma equação fracionária.
245
pois qualquer um deles anularia um denominador e não é possível uma divisão por
zero:
2x + 2 ≠ 0 → 2x ≠ -2 → x ≠ -1
x -3 ≠ 0 → x≠3
V = (7)
5(x - 3) + 4(2x + 2) = 0 → 5x - 15 + 8x + 8 = 0 → 13x - 7 = 0
13x - 7 + 7 = 7 → 13x = 7 → 13x = 7 → x=7 →
13 13 13 13
5 + 4
2( ) + 2 ( )-3
Fazendo a verificação: =0
7 7
13 13
5 + 4 =0 → 13 - 13 = 0 → 0=0
40 -32 8 8
13 13
Essas letras são constantes que representam números e podem aparecer para
que possamos estudar alguma condição especial. Equações desse tipo são chamadas
equações literais do 1º grau na incógnita x.
246
EXERCÍCIOS
1. Resolver:
Exemplo: 3x = 12 → x = 12 → x=4 → S = {4}
3
a) 4x = 20 b) 7x = -14
c) 6x = 10 d) 15x = -9
2. Resolver:
Exemplo: - 2x = 6 → (-1).(-2x) = (-1).(6) → 2x = -6
x = -6 → x = -3 → S = {-3}
2
a) -3x = 9 b) -7x = -14
c) -6x = 14 d) -5x = -15
3. Resolver:
Exemplo: 2x - 3 = 7 → 2x = 7 + 3 → 2x = 10 → x = 10
x=5 → S = {5} 2
a) 3x – 1 = 8 b) –x + 2 = 5
c) -2x + 4 = -5 d) 6x – 1 = 9
4. Resolver:
Exemplo: 3x-4 = x -2 → 3x- x = -2 + 4 → 2x = 2
x=2 → x=1 → S = {1}
2
a) 5x + 7 = 2x + 13 b) 4x – 5 = 5x – 1
c) 2x + 3 = 9 – x d) 4x + 11 = 7x +1
5. Resolver:
Exemplo: 2(x + 1) = 9 → 2x + 2 = 9 → 2x = 9 - 2 → 2x = 7
x=7 S = {7}
2 2
a) 3(x - 1) = 8 b) 5(1 - x) = 7
c) 2(4x - 3) = 6x – 1 d) -3(1 – 2x) = 12 – 3x
6. Resolver:
Exemplo: 2(x + 1) = 3(x - 1) → 2x + 2 = 3x - 3 → 2x - 3x = -3 - 2
-x = -5 → x=5 → S = {5}
a) 5(2x + 1) = 4(x - 1) b) 4(x - 1) = 3(x - 2)
c) 3(x + 2) = -(x + 1) d) 2(3 -x) = 3(2x + 1)
247
7. Resolver:
Exemplo: x - 1 = x + 1 → Mmc (2,3,6) = 6 → 6(x –1) = 6x + 6.1
2 3 6 2 3 6
Multiplicando os dois membros por 6
3(x -1) = 2x + 1 → 3x - 3 = 2x + 1 → 3x-2x =1 + 3
x=4 → S = {4}
a) x + 1 = x - 1 b) x + 1 = 2x + 1
2 6 6 4 2
c) 1 - x = x + 2 -1 d) 2x + 1 -1=x-3
2 3 4 6
8. Resolver:
Exemplo: x - 2 = 1 → Mmc (3,x) = 3x, x≠0 → 3x(x –2) = 3x . 1
2 3 x 3
Multiplicando os dois membros por 3x
3(x - 2) = x → 3x - 6 = x → 3x - x = 6 → 2x = 6
x=6 → x=3 → S = {3}
2
a) x +3 = 3 b) 2x - 1 = 7
2 2 3x 12
c) x - 1 = 4 d) x = 2
2x 3 7-x 5
9. Resolver:
Exemplo: 2 = 1 → Mmc (x - 1,x) = (x - 1)x → (x - 1)x . 2 = (x - 1)x . 1
x-1 x x-1 x
Multiplicando os dois membros por (x - 1)x
2x = x - 1 → 2x - x = -1 → x = -1 → S = {-1}
a) 3 = 2 b) 7 = 8
x-1 x 3x - 1 3x
c) 3 = 5 d) 2 = 3
x + 1 2x -1 x-3 x-4
10. Resolver em x:
Exemplo: ex = f → ex = f
e e
Dividindo os dois membros por e
x=f → S = {f} , e ≠ 0
e e
a) ax = b b) px = -q
c) -mx = n d) -cx = -d
11. Resolver em x:
Exemplo: px + q = s - rx
Isolando a incógnita x: px + q + rx = s – rx + rx
Somando rx nos dois membros: px + rx + q = s
Subtraindo q dos dois membros: px + q + rx - q = s – q → px + rx = s-q
Colocando x em evidência: x(p + r) = s – q
Dividindo os dois membros por (p + r): x(p + r) = s – q → x = s - q , com p ≠ - r
(p + r) (p + r) (p + r)
248
a) a + x = bx b) a + bx = ax + b
c) ax + b = 3 d) bx = a + 3
GABARITO
1. a) {5} b) {-2} c) {5} d) {-3} 2. a) {3} b) {2} c) {-7} d) 3
3 5 3
c) {-n} , m ≠ 0 d) {d} , c ≠ 0
m c
11. a) { -a } ou { a } , b ≠ 1 b) {1}
1-b b-1
c) {3 - b} ou {- b - 3} , a ≠ 0 d) {a + 3} , b ≠ 0
a a b
DESAFIO. 49
249
MATEMÁTICA
AULA 5
Problemas com equações de primeiro grau
5.0 Exemplos
250
251
EXERCÍCIOS
252
GABARITO
1. a) S = {-11}
3
3. Havia 5 sócios.
4. Existem 14 triciclos.
6. O número é 12.
10. a) S = {2c} , b ≠ 0
b
11. a) S = {1}
12. a) r = { S } , A ≠ 0
Aπ
253
MATEMÁTICA
AULA 6
Sistema de equações de primeiro grau
6.0 Introdução
254
255
EXERCÍCIOS
256
257
GABARITO
1. {(4, 1)} e {(-2, 3)} 2. {(-2, 5)} e {(-7, 3)}
DESAFIO. Alternativa e
258
MATEMÁTICA
AULA 7
Inequações de primeiro grau
7.0 Desigualdade
259
7.1 Inequações
EXERCÍCIOS
260
261
GABARITO
262
ANOTAÇÕES
263
MATEMÁTICA
AULA 8
Equações do segundo grau
8.0 Introdução
264
8.1 Resoluções de equações do segundo grau
265
8.2 Relação entre raízes e coeficientes
266
EXERCÍCIOS
267
GABARITO
1. a) -2x2 + 9x - 9 = 0 b) x2 - 9x + 8 = 0 c) 2x2 - 5x = 0 d) -2x2 + 9x - 9 = 0
2. -y2 - 8y +105 = 0 3. x2 - 4x - 21 = 0
6. a) ∅ a) ∅ a) ∅ a) ∅
3 2
7. a) {-1, 7} b) {-1,4}
3
8. a) 6 e -2 b) -1 9. a) 1 b) -1
3 2
10. a) 7 b) 7 11. 40
4 6 11
12. m = 3 DESAFIO. 0
268
268
MATEMÁTICA
AULA 9
Equações especiais
269
9.1 Equações biquadradas
270
EXERCÍCIOS
271
GABARITO
272
ANOTAÇÕES
273
MATEMÁTICA
AULA 10
Problemas com equações do segundo grau
10.0 Exemplos
274
275
EXERCÍCIOS
276
GABARITO
277
ANOTAÇÕES
278
MATEMÁTICA
AULA 11
Sistema de equações do segundo grau
11.0 Exemplos
279
EXERCÍCIOS
280
GABARITO
281
MATEMÁTICA
AULA 12
A ideia de função
282
EXERCÍCIOS
283
284
GABARITO
285
ANOTAÇÕES
286
MATEMÁTICA
AULA 13
Função do primeiro grau
13.0 Introdução
287
288
13.2 Raízes da função do primeiro grau
EXERCÍCIOS
289
GABARITO
290
ANOTAÇÕES
291
MATEMÁTICA
AULA 14
Função do segundo grau
14.0 Introdução
292
293
14.2 Concavidade da função quadrática
EXERCÍCIOS
294
295
GABARITO
296
ANOTAÇÕES
297
MATEMÁTICA
AULA 15
Gráfico da função quadrática
15.0 Gráfico
298
299
EXERCÍCIOS
300
301
GABARITO
302
ANOTAÇÕES
303
PÁG 304
MATEMÁTICA
MATEMÁTICA
AULA 1
Números racionais
1.1 Simplificação
1.2 Operações em Q
305
EXERCÍCIOS
306
307
GABARITO
308
ANOTAÇÕES
309
MATEMÁTICA
AULA 2
MMC e MDC
310
2.2 Adição e subtração de frações
311
2.4 Métodos para calcular o MDC
EXERCÍCIOS
312
GABARITO
313
ANOTAÇÕES
314
MATEMÁTICA
AULA 3
Números decimais
315
3.2 Dízimas periódicas
316
EXERCÍCIOS
317
GABARITO
318
318
ANOTAÇÕES
319
MATEMÁTICA
AULA 4
Números primos e compostos
320
EXERCÍCIOS
321
GABARITO
ANOTAÇÕES
322
MATEMÁTICA
AULA 5
Regra de três
323
5.2 Grandezas inversamente proporcionais
324
EXERCÍCIOS
325
326
GABARITO
1. a) V b) F c) F d) V 2. A2 = 21,33 cm²
3. a) 4 b) 4 c) 5 4. R$12,48
4
5. 9 dias 6. 20 min
7. 5 dias 8. 9h
9. 60 min ou 1h 10. 30 cm
13. 56 g 14. 41 m
327
MATEMÁTICA
AULA 6
Porcentagem
6.0 Introdução
328
6.1 Juros simples
329
EXERCÍCIOS
330
GABARITO
ANOTAÇÕES
331
MATEMÁTICA
AULA 7
Juros compostos
7.0 Introdução
Usando a fórmula:
V = 20.000 ∙ (1 + 0,05)24 =
20.000 ∙ (1,05)24
20.000 ∙ 3,22
64.502 reais
332
Esse é o valor para o primeiro mês. Agora devemos aplicar novamente os juros
sobre esse novo valor, até chegar em 24 meses:
V2 = 21.000 ∙ (1,05) = 22.050;
V3 = 22.050 ∙ (1,05) = 23.152 ... V24 = 61.430 ∙ (1,05) = 64.502 reais.
Percebemos que nesse caso aplicar a fórmula seria “mais direto”, pois seria
necessário apenas uma conta para se achar o resultado. O problema seria fazer essa
conta, que precisaria do uso de uma calculadora para ser feita. Porém, nem sempre
temos esse luxo e precisamos saber nos virar em outros casos, como no próximo exem-
plo:
Exemplo 2: Dani pegou emprestado R$100,00 (Vi = 100) do banco com uma taxa de
juros de 10% ao mês (i = 0,1), calculados como juros compostos. Depois de três meses (n
= 3), quanto ela deverá pagar ao banco?
Calculando “na mão”: V1 = 100 ∙ (1,1) = 110 → V2 = 110 ∙ (1,1) = 121 → V3 = 121 ∙ (1,1) = 133,10 reais.
Perceba que ambos métodos são exatamente iguais, porém o método “na mão”
tenta passar uma idéia intuitiva de como fazer juros compostos. A idéia é sempre aplic-
ar juros novos sobre o valor anterior calculado, como se eles fossem “acumulando” a
cada mês. Queremos mostrar que esse conceito é muito próximo dos juros simples e
tem grande uso em nosso dia-a-dia, como em empréstimos bancários e parcelas de
compras. Agora, vamos a alguns exercícios para aplicar o conceito:
EXERCÍCIOS
1. Marcelo pegou emprestado no banco R$500,00 para comprar uma máquina de lavar
com taxas de juros compostos de 10% ao mês. Ele planeja pagar depois de 2 meses.
Qual o valor que ele pagará ao banco após o período?
2. Lui quer comprar um carro que custa R$ 30.000,00 e precisará pedir um emprésti-
mo no banco do valor total com uma taxa de juros compostos de 1% ao mês. Sabendo
que ele devolverá o valor após 3 meses, quanto Lui pagará ao banco?
333
4. Gabriel queria um carrinho de golfe e para isso juntou R$12.000,00 em sua conta.
Porém, ao chegar na loja, descobriu que o veículo custava R$20.000,00. Assim, para
cobrir esse valor, Gabriel pediu um empréstimo para o banco do valor que lhe faltava,
de modo a ser cobrado dele uma taxa de juros de 5% ao mês, e disse que devolveria o
valor em 5 meses. Quanto Gabriel pagará ao banco pelo seu empréstimo?
5. Danielle pegou emprestado do banco R$ 1000,00 para comprar uma câmera fo-
tográfica profissional. Ela sabe que pagou ao banco R$ 1331,00 após 3 meses de em-
préstimo, porém não sabe o valor da taxa de juros compostos que o banco usou. Qual a
taxa de juros que Danielle pagou em seu empréstimo?
GABARITO
1. R$ 605,00 2. R$ 30.909,03 3. R$ 1382,40
ANOTAÇÕES
334
MATEMÁTICA
AULA 8
Fatoração
8.0 Introdução
335
EXERCÍCIOS
336
ANOTAÇÕES
337
MATEMÁTICA
AULA 9
Unidades de medida
9.0 Introdução
338
9.3 Unidades de volume
EXERCÍCIOS
339
GABARITO
ANOTAÇÕES
340
MATEMÁTICA
AULA 10
Introdução à geometria
10.1 Semirretas
10.2 Segmento
10.3 Ângulos
341
10.4 Medida de um ângulo
342
EXERCÍCIOS
GABARITO
343
ANOTAÇÕES
344
MATEMÁTICA
AULA 11
Ângulos
345
11.2 Retas e ângulos
EXERCÍCIOS
346
GABARITO
347
ANOTAÇÕES
348
MATEMÁTICA
AULA 12
Triângulos
12.0 Introdução
349
12.3 Relações nos triângulos
350
EXERCÍCIOS
351
GABARITO
ANOTAÇÕES
352
MATEMÁTICA
AULA 13
Semelhança de triângulos
353
13.2 Critérios de semelhança
354
EXERCÍCIOS
355
GABARITO
ANOTAÇÕES
356
MATEMÁTICA
AULA 14
Trigonometria no triângulo retângulo
14.0 Introdução
357
14.2 Valores notáveis
358
EXERCÍCIOS
359
GABARITO
ANOTAÇÕES
360
MATEMÁTICA
AULA 15
Polígonos I
15.0 Introdução
15.1 Nomenclatura
361
15.2 Diagonais
362
EXERCÍCIOS
GABARITO
363
ANOTAÇÕES
364
MATEMÁTICA
AULA 16
Polígonos II
365
16.1 Áreas de polígonos
16.2 Circunferência
366
EXERCÍCIOS
367
GABARITO
ANOTAÇÕES
368
PÁG 369
FÍSICA
FÍSICA
AULA 1
Trigonometria no triângulo retângulo
1.0 Introdução
370
Triângulo
Os triângulos podem ser classificados em vários tipos com relação aos tamanhos
dos seus lados ou com relação aos seus ângulos internos. Com relação aos tamanhos
das arestas (lados), o triângulo pode ser classificado como:
- Equilátero: todos lados possuem mesmo tamanho:
AB = BC = CA
- Isósceles: dois lados possuem tamanhos iguais:
AB = BC ou BC = CA ou CA = AB
- Escaleno: todos os lados são diferentes uns dos outros:
AB ≠ BC ≠ CA
Com relação aos seus ângulos internos, um triângulo pode ser classificado como:
- Acutângulo: possui os ângulos internos com medidas menores que 90º:
371
- Retângulo: possui um ângulo com medida de 90º, chamado de ângulo reto:
Triângulo Retângulo
Triângulo retângulo é todo triângulo que tem um ângulo reto (um ângulo de
90º). Na figura, é reto. Costumamos dizer que o triângulo ABC é retângulo em A.
Em todo triângulo retângulo, os lados que formam o ângulo reto são denomina-
dos catetos, o lado oposto ao ângulo reto é chamado de hipotenusa, e os ângulos agu-
dos são denominados complementares.
Figura 4: nomenclatura
Teorema de Pitágoras
Pitágoras foi um filósofo grego que viveu por volta do ano 500 A.C.. A ele, são
creditados diversos trabalhos em Matemática e diversas descobertas científicas.
372
Figura 5: representação de Pitágoras.
Em todo triângulo retângulo, a soma dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado
da medida da hipotenusa.
a2 = b2 + c2
373
Relações Trigonométricas no Triângulo Retângulo
374
Para um triângulo retângulo, como é o caso, observemos que:
ANOTAÇÕES
375
FÍSICA
AULA 2
Vetores
Introdução
Grandezas Vetoriais
Definição
Uma grandeza é dita vetorial quando necessita, além de um
valor numérico e da unidade, de uma direção e de um sentido
para ficar totalmente determinada.
Isso significa que não basta dizer que um carro está andan-
do com determinada velocidade para caracterizar seu movimento.
Também não basta dizer que esse carro está andando sobre a Via
Anchieta, já que ele pode estar indo sentido interior ou sentido
litoral. A situação fica devidamente esclarecida quando é sabido
para onde o carro vai.
Para indicarmos que uma grandeza é vetorial, utiliza-se uma
seta sobre seu símbolo.
Considerações Iniciais
Já sabemos, que três características são necessárias para
determinar completamente um vetor ou uma grandeza vetorial:
valor, direção e sentido.
Sendo assim, vale a pena dedicarmos um pouco do nosso
tempo as definições de direção e sentido, já que estas nos acom-
panharão até o final do curso.
376
Definição
A Direção fica definida pelo conjunto de pontos sobre os quais retas paralelas
podem ser traçadas, ou seja, retas paralelas apresentam a mesma direção.
Na figura acima, as retas r, s, e t são paralelas, pois formam o mesmo ângulo com
a reta horizontal abaixo delas.
Dois segmentos de reta, AB e CD, têm a mesma direção se pertencem à mesma
reta ou a retas paralelas.
Portanto, pode-se afirmar que retas que não são paralelas tem direções difer-
entes.
Definição
O sentido é uma orientação sobre uma direção. Logo, para uma determinada
direção, há sempre dois sentidos diferentes.
Observamos as figuras abaixo:
377
Figura 4: direção horizontal
Agora, podemos perceber que as flechas, nas figuras acima, entre os pontos A e
B, C e D e F e E, possuem um valor associado (seu tamanho), uma direção (de acordo
com as retas definidas) e um sentido (direita para esquerda, esquerda para direita, de
A para B). Logo, tais flechas são descritas como vetores.
Vetor
378
origem do vetor e B é sua extremidade. O módulo de é escrito como |v|.
Importante: observe que apenas três atributos são necessários para classificar um
vetor (módulo, direção e sentido). Portanto são iguais dois vetores que possuam tais
propriedades iguais, conforme figura abaixo:
e observemos que, neste caso, apesar dos vetores apresentarem módulos iguais, os
segmentos de retas AB e CD não são paralelos, pois seus prolongamentos se encon-
tram no ponto P. Logo, os vetores x e y não possuem a mesma direção, e, por conse-
quência, não possuem o mesmo sentido. Escrevemos x =/= y.
Por fim, podemos pensar em vetores cujos direções e sentidos são os mesmos,
porém com módulos são diferentes:
379
Figura 10: módulos diferentes
e, nessa hipótese, os vetores são, evidentemente, diferentes.
Decomposição de vetores
Já conhecemos as propriedades dos vetores e já sabemos como compará-los em
todas suas três características, módulo, direção e sentido. Também conhecemos, da
aula 1 dessa frente, propriedades trigonométricas básicas de um triângulo retângulo,
como seno, cosseno e tangente, além do Teorema de Pitágoras.
Todos esses conhecimentos sobre vetores e geometria serão utilizados nessa
seção, na qual trabalharemos com a decomposição desses vetores em suas compo-
nentes horizontal e vertical.
Para isso, iremos determinar dois eixos coordenados: um eixo horizontal (de-
nominado de x) e um eixo vertical (denominado y):
e essa dupla de eixos coordenados, com uma reta horizontal e outra vertical, é cham-
ada de plano cartesiano. Perceba que tais retas, x e y, são separadas de um ângulo
de 90º. O ponto O, na figura, representa o quê chamamos de origem, posicionada na
intersecção dos eixos coordenados.
Vejamos os mesmos eixos coordenados com vetores descritos no mesmo:
na situação acima, o vetor v está posicionado de forma que sua direção é tal que for-
ma-se um ângulo entre ela e o eixo coordenado x, horizontal.
Para realizarmos a decomposição, devemos buscar as componentes do vetor,
em ambos eixos coordenados determinados, tal que:
381
Da figura acima, podemos, então, descobrir todas propriedades das compo-
nentes em função do ângulo fornecido e do vetor original:
e do Teorema de Pitágoras:
382
Vale a ressalva de que multiplicações e divisões com vetores são assunto tratados
apenas em nível superior. Além disso, técnicas avançadas de Trigonometria e Geome-
tria poderiam ser utilizadas para resolver os problemas que serão apresentados. Con-
tudo, deixaremos tais possibilidades para depois que tivermos aprendido mais sobre
esses assuntos das aulas de Matemática. Sendo assim, utilizaremos os conceitos já
aprendidos da decomposição nas próximas seções.
Vetor Resultante
383
isto é, o vetor resultante é sempre igual à somatória de suas componentes.
Por esse motivo, podemos utilizar todas as ideias já aprendidas de decomposição de
vetores para realizar a operação de adição.
Portanto, voltando para a figura 16, podemos dizer que as componentes da re-
sultante são iguais às somatórias das componentes dos vetores originais! Veja:
384
Subtração vetorial (subtração de vetores)
Logo, vetores de mesmo módulo e direção, mas de sentidos opostos, são, sim-
plesmente, o múltiplo por uma unidade negativa (número -1) um do outro.
Então, utilizando o mesmo exemplo da somatória de vetores, encontramos, ge-
ometricamente, a subtração dos vetores da figura 16, a e b, simplesmente fazendo:
385
Um vetor multiplicado por um escalar negativo sofre mudança de sentido.
Agora, queremos investigar outros casos de produto entre escalar e vetor, espe-
cialmente casos nos quais o módulo do escalar é diferente de 1. Para isso, é importante
ter em mente que o módulo de um vetor é um escalar! Portanto, ao realizarmos uma
multiplicação entre escalar e vetor, estamos, na verdade, realizando uma multiplicação
entre escalar e módulo do vetor. Vejamos:
ANOTAÇÕES
386
FÍSICA
AULA 3
Cinemática
Introdução
Ponto material
Referencial
387
Geralmente, usamos eixos coordenados nas direções vertical e horizontal, isto é, um
plano cartesiano:
Posição (s)
Movimento e repouso
Trajetória
Posição inicial
Deslocamento (ΔS)
388
então, o deslocamento independe da trajetória assumida pelo corpo.
Portanto, nota-se como a trajetória é o conjunto dos pontos das posições do cor-
po ao longo do tempo.
Espaço percorrido
389
Velocidade
Figura 5: velocidade
vmA = 80 m = 8 m/s
10 s
vmB = 80 m = 4 m/s
20 s
390
Movimento progressivo
Movimento retrógrado
391
Movimento uniforme
S = S0 + v . t
Encontro
Para que ocorra o encontro (ou cruzamento) entre dois corpos numa determina-
392
da trajetória é necessário que estes corpos ocupem a mesma posição ao mesmo tem-
po, isto é, suas posições devem ser iguais.
SA = SB
393
ANOTAÇÕES
394
FÍSICA
AULA 4
Grandezas físicas e notação científica
395
Grandezas físicas são todas grandezas que são possíveis de serem medidos na
natureza. Nas situações acima, a grandeza que se ressaltou foi a densidade dos corpos.
Dado que pode ser muito especial para identificar casos de adulteração de material, já
que cada material possui uma densidade conhecida. Existem outras grandezas como
a massa, comprimento, temperatura, energia, etc. todos esses são possíveis de serem
medidos com as suas respectivas unidades.
Unidade significa a dimensão unitária de uma grandeza física. O quadro abaixo rela-
ciona as principais unidades utilizadas com as grandezas do nosso cotidiano:
Você pode reparar que para cada grandeza existem diversas unidades possíveis
(observa a temperatura por exemplo!). Essa variação é aproveitada no nosso cotidiano
de acordo com o bom-senso (conveniência). Ao medir o comprimento de uma caneta
é conveniente se utilizar a unidade centímetros (cm), de uma pessoa o metro (m), de
uma rodovia o quilômetro (km), e assim por diante. Não há uma unidade mais certa do
que a outra. O que existe é uma unidade ser mais conveniente em um determinado
contexto pela sua escala de utilização.
Você pode me perguntar: -Mas não ficaremos com números muito grandes ao
se medir uma rodovia em metros e números muito pequenos ao medir uma caneta
em metros? A resposta é: Sim. Como contornar a situação? Através da especial notação
científica que você, caro aluno, encontrará no final deste capítulo!
396
FÍSICA
AULA 5
Conversão de unidades de uma dimensão:
múltiplos e submúltiplos
397
Note que neste caso 1 hora corresponde a 60 minutos. Portanto, hora é um múlti-
plo de minuto, e para converter uma unidade em outra basta multiplicar por 60.
Através desses exemplos é possível perceber que conversão de unidades é algo
muito presente no nosso cotidiano, e vai desde a compra no açougue a fazer uma
viagem de São Paulo a Santos. No primeiro caso, a conversão presente foi de massa,
enquanto que no segundo foi de tempo. O quadro a seguir mostra a relação entre
cada uma das unidades em comprimento e massa:
Fica fácil através da tabela saber-se como converter unidades, já que a cada col-
una deslocada para direita multiplica-se por 10, e cada coluna deslocada para esquerda
divide-se por 10
398
EXERCÍCIOS
ANOTAÇÕES
400
Notação científica
E como a própria palavra nos diz, Notação científica será simplesmente uma ma-
neira de se escrever um número de maneira mais simples e direta. Animado? Vamos
transformar os números do texto que acabamos de ler em notação científica então:
149.600.000.000 ou 149,6 bilhões = (149,6) . 109 = (1,496 . 102) . 109 = 1,496. 1011 metros
X = 1,496 (entre 1 e 10. Bem melhor!)
O.G = 11
b) Constante eletrostática:
O.G = 10
c) Massa do próton:
O.G = -27
401
FÍSICA
AULA 6
Análise Dimensional e previsão de fórmulas
402
Repare que a unidade da massa não é o grama (g), e sim um múltiplo dele, o
quilograma (kg).
Sendo G uma grandeza, indicamos sua unidade por [G]. Por exemplo, sendo a
massa de um corpo, medida em quilogramas, escrevemos [m] = kg.
Em mecânica, as grandezas fundamentais reduzem-se à massa, ao comprimen-
to e ao tempo, expressos respectivamente por M, L e T. Apenas com o uso dessas três
grandezas, podemos expressar outras grandezas mecânicas.
Sendo G uma grandeza da mecânica, podemos expressá-la em função da mas-
sa, do comprimento e do tempo, de forma que sua unidade será expressa em função
das unidades kg, m e s. Podemos escrever a chamada equação dimensional de G, que
expressa sua unidade no sistema MLT:
[G] = MaLbTy
Nessa equação, a, b e y são expoentes que podem ser determinados. Dizemos que es-
ses expoentes são as dimensões da grandeza G em relação a M, L e T, respectivamente.
Em outras palavras, a dimensão de uma grandeza é a sua expressão em termos do
produto de grandezas fundamentais, cada uma associada a uma potência.
Essa unidade recebe o nome newton (), em homenagem ao físico Isaac New-
ton. Observe que o nome do físico, sendo um substantivo próprio, é grafado com letra
maiúscula; a unidade, por outro lado, com letra minúscula. As exceções a essa regra
ocorrem para o grau Celsius e para o grau Fahrenheit, grafados com letra maiúscula.
Também é possível escrever essa equação dimensional com o sistema MLT:
[F] = kg . m = MLT-2
s2
n=c
v
403
membros de uma equação devem possuir a mesma unidade de medida. Em uma
equação como, por exemplo, A = B + C, os três termos, A, B e C, devem possuir a mes-
ma unidade. Esse princípio é utilizado para verificar a validade de uma equação. Caso
os dois membros de uma equação não possuam a mesma unidade, a equação é falsa.
Sendo S0 a posição inicial de uma partícula, S sua posição final, v sua velocidade
e t o tempo, tem-se:
S = S0 + v . t
404
Observe que uma alternativa para a unidade seria considerar apenas uma das
duas massas elevada ao quadrado. No entanto, preferimos a primeira opção por ser
mais sensato que as duas massas sejam relevantes para o cálculo da força gravitacion-
al entre elas.
Uma massa presa a um fio, colocada para oscilar em um plano vertical com pe-
quena amplitude, na ausência de forças dissipativas, executa um movimento de perío-
do T. Através de experiências, infere-se que esse período depende da massa pendular
, do comprimento L do pêndulo e da aceleração da gravidade local g. Sabendo-se as
unidades em que tais grandezas são medidas e sendo k uma constante adimensional
(sem unidade), tem-se:
0=a a=0
0=b+y → b = 1/2
1 = -2 y y = -1/2
Observe que o coeficiente ser nulo indica que o período do pêndulo não de-
pende da massa pendular. Isso pode soar um pouco contraintuitivo, mas é garantido
pela análise dimensional (e também experimentalmente). Através de considerações
teóricas, pode-se determinar a constante k = 2π, de forma que a equação final é:
T = 2πk .√ L
g
Observe que não é possível utilizar a análise dimensional para resolver qualquer
problema. No caso do pêndulo simples, por exemplo, a constante de proporcionalidade
não pode ser determinada por análise dimensional.
QUÍMICA
QUÍMICA
AULA 1
Introdução à Química
1.0 Introdução
407
1.1 Alguns conceitos utilizados na química
- Transformação/Fenômeno Físico
Uma substância sofre transformação física, quando não há alteração na sua con-
stituição (ou natureza) atômica.
Exemplo: As mudanças de estado são transformações físicas. A dissolução do sal, ou
açúcar, na água, bem como a recuperação de ambos por evaporação da água, são ex-
emplos disso. A mudança da cor do ferro durante seu aquecimento ou a fragmentação
do giz, quando atritado no quadro-negro, também são fenômenos físicos.
408
ou seja, ao natural é encontrada como sólido ou líquido e quando passa para gasoso re-
cebe o nome de vapor. Exemplo: vapor d'água e vapor de ferro.
- Transformação/Fenômeno químico
- Substância pura
- Elemento
409
- Composto
É definido como uma substância pura feita de dois ou mais tipos de elementos
(átomos) quimicamente combinados em uma proporção fixa, e que pode ser subdivid-
ido em substâncias mais simples somente através de meios químicos;
A molécula é a menor parte de um composto, cujas propriedades são as mesmas
que a do composto;
Um composto pode ser representado usando-se uma fórmula química.
Exemplo: As fórmulas químicas H2O e NaCl representam os compostos água e cloreto
de sódio respectivamente.
- Mistura
É definida como uma substância impura feita de dois ou mais tipos de elemen-
tos (átomos), compostos ou ambos mecanicamente misturados em qualquer pro-
porção. E que pode ser subdividida em substâncias mais simples através de meios
físicos (mecânicos);
Os constituintes de uma mistura retêm suas propriedades originais;
Existe 2 tipos de misturas: homogêneas e heterogêneas.
1. Mistura Homogênea: os constituintes estão uniformemente misturados
através da mistura. As propriedades e composição de uma mistura homogênea são as
mesmas através da mistura. Sistema monofásico (uma fase).
2. Mistura Heterogênea: os constituintes não estão uniformemente misturados
através da mistura. As propriedades e composição de uma mistura heterogênea não
são as mesmas através da mistura. Sistema polifásico (duas ou mais fases).
Exemplo: A água do mar é uma mistura homogênea. Já uma mistura de água e óleo é
de natureza heterogênea.
- Fase
É um aspecto macroscopicamente
homogêneo de um sistema, caracterizada
completamente pelas suas variáveis de es-
tado e pelas suas variáveis de composição.
EXERCÍCIOS
410
3. Dos elementos abaixo, qual pode formar duas substâncias simples diferentes?
a) hidrogênio b) nitrogênio c) hélio
d) flúor e) oxigênio
4. Os sistemas a seguir:
A: água + álcool etílico + óleo B: água do mar
5. Das seguintes amostras metálicas, qual pode ser representada por um símbolo
químico?
a) latão b) bronze c) aço
d) ouro e) ouro branco
6. Dentre as substâncias químicas: grafite, celulose, água oxigenada e ozônio, são for-
mados por um único elemento químico:
a) água oxigenada e ozônio
b) celulose e água oxigenada
c) grafite e ozônio
d) celulose e ozônio
e) grafite e celulose
GABARITO
1. C 2. A 3. E
4. D 5. D 6. C 7. B
411
QUÍMICA
AULA 2
Evolução dos modelos atômicos
412
formando os metais, brilhosos. Os metais baratos, como o ferro, continham pequena
quantidade de átomos de fogo, aparentando, assim, opacos. O ouro continha muito
mais quantidade de átomos de fogo, possuindo assim, maior brilho, tornando-o precio-
so.
Em 1827, um botânico escocês, Robert Brown, notou algo muito estranho em seu
microscópio. Ele estava analisando grãos de pólen em suspensão na água e viu que os
grãos se moviam de forma aleatória, em trajetórias irregulares, como se saltassem. No
início ele pensou que os grãos fossem alguma forma de vida, porém, mais tarde, de-
scobriu que as partículas de poeira e pó de fuligem se comportavam da mesma forma.
Esse movimento desordenado, hoje conhecido como movimento Browniano, é o re-
sultado de colisões entre as partículas visíveis com os átomos, invisíveis, por serem pe-
quenos demais. Embora sem enxergar os átomos, era possível ver os seus efeitos sobre
as partículas que se podia enxergar. Os grãos de pólen movem-se porque há constan-
temente colisões entre os grãos e os átomos que formam as moléculas de água ao seu
redor.
413
Fig. 2. Modelo Atômico de Thomsom: "pudim de passas".
Como as partículas alfa são milhares de vezes mais massivas do que os elétrons,
esperava-se que o fluxo de partículas alfa não seria praticamente desviado ao atraves-
sar o “pudim atômico”. Isso realmente foi observado. Rutherford verificou que, para
uma grande quantidade de partículas alfa que incidiam na lâmina de ouro, apenas
uma era desviada ou refletida. Essas partículas alfa deviam ter colidido com algo relati-
vamente massivo. Rutherford raciocinou que as partículas que praticamente não eram
desviadas tinham atravessado regiões da folha de ouro que eram espaço vazio, en-
quanto o pequeno número de partículas desviadas haviam sido repelidas por centros
extremamente densos e positivamente carregados. Cada átomo, então, deve conter
um desses centros espalhadores, aos quais ele denominou núcleos atômicos. Compa-
414
rando, se o núcleo de um átomo tivesse o tamanho de uma azeitona, o átomo teria o
tamanho do estádio do Morumbi.
Surgiu então em 1911, o modelo do átomo nucleado, conhecido como o mode-
lo planetário do átomo: o átomo é constituí- do por um núcleo central positivo, muito
pequeno em relação ao tamanho total do átomo, porém com grande massa e ao seu
redor, localizam-se os elétrons com carga negativa (compondo a "enorme" eletrosfera)
e com pequena massa, que neutraliza o átomo.
415
chamadas de nêutrons. O núcleo de hélio, por exemplo, tem carga duas vezes maior
do que a do núcleo de hidrogênio, mas quatro vezes mais massa. A massa adicional se
deve ao nêutron, que tem praticamente a mesma massa do próton, mas não possui
carga elétrica.
Enquanto que o número de prótons em um núcleo é exatamente igual ao
número de elétrons ao redor do núcleo de um átomo neutro, o número de prótons
nos núcleos não é necessariamente igual ao número de seus nêutrons. Por exemplo,
todos os átomos de hidrogênio possuem um único próton em seu núcleo, mas a maio-
ria deles não possui nêutron algum. Uma pequena porcentagem deles contém um
nêutron, e uma porcentagem ainda menor, dois nêutrons.
O átomo se comporta como se seus elétrons formassem camadas esféricas con-
cêntricas ao redor do núcleo. Existem até sete camadas e cada uma delas tem a sua
própria capacidade de ocupação por elétrons. A primeira e mais interna das camadas,
tem capacidade para acomodar dois elétrons, enquanto a sétima e mais externa, tem
capacidade para oito elétrons. O arranjo de elétrons em camadas estabelece proprie-
dades dos materiais como a resistência mecânica, densidade, temperaturas de mu-
danças de estados, cor, textura, etc. Os arranjos de elétrons literalmente dão cor e vida
ao mundo.
Os elementos são classificados de acordo com a quantidade de prótons que
seus átomos contém, o número atômico. O hidrogênio, contendo um próton por áto-
mo, tem número atômico 1; o hélio, com dois prótons por átomo, tem número atômico
2, e assim por diante até chegar ao elemento mais pesado que ocorre na natureza, o
urânio, com número atômico 92. O arranjo de elementos por seus números atômicos
constitui a tabela periódica de elementos.
Quando você lê a tabela da esquerda para a direita, cada elemento tem um
próton e um elétron a mais do que o elemento precedente.
Quando você a lê de cima para baixo, cada elemento tem uma camada a mais
de elétrons do que o elemento acima dele na tabela. As camadas mais internas são
preenchidas até suas capacidades, e a mais externa pode ou não estar cheia, depend-
endo de qual elemento se trata. Apenas os elementos situados na extremidade direita
da tabela possuem suas camadas mais externas preenchidas até sua capacidade. Rara-
mente tais elementos se combinam, e são conhecidos como os gases nobres – hélio,
neônio, ar- gônio, criptônio, xenônio e radônio.
416
EXERCÍCIOS
3. Qual foi o destino da grande maioria das partículas alfa direcionadas contra a folha
de ouro no laboratório de Rutherford?
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
4. Qual foi o destino de uma pequena fração das partículas alfa? Um destino que sur-
preendeu Rutherford?
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
417
ANOTAÇÕES
418
QUÍMICA
AULA 3
Matéria e suas propriedades
1. Inércia
É a caracteristica da matéria de se manter no seu estado de
movimento. Mas calma, o que é “estado de movimento”: é como
caracterizamos o movimento de algo. Temos dois possíveis esta-
dos de movimento básicos. Algo pode estar se movendo ou pode
estar parado. A característica comum a TODA matéria é tentar
manter esse estado de movimento, isso é inércia. Um exemplo
clássico: quando estamos andando de carro e o motorista freia
419
bruscamente. Os corpos do carro estavam em movimento, mesmo quando o carro
para, a tendencia desses corpos é de continuar em movimento (por que eles querem
manter seu estado de movimento) e por isso os corpos vão pra frente quando o carro
freia.
2. Massa
É quanto de matéria um corpo têm. Cuidado pra não confundir com peso! Peso
é uma força criada pela interação da massa com a gravidade. Toda matéria tem massa
independente de onde ela estiver por que massa é uma característica da matéria inde-
pendente do meio.
4. Impenetrabilidade
É a propriedade da matéria de não permitir qualquer outra matéria de ocupar o
mesmo espaço ao mesmo tempo que é ocupado por ela. Pode parecer dificil entender
por essa frase mas vamos com calma: Um espaço qualquer, não pode ser ocupado por
mais de um corpo ao mesmo tempo. É o clássico dois corpos nao ocupam ao mesmo
tempo o mesmo lugar. Vamos pensar em uma piscina cheia de agua ate a borda. A
agua em forma liquida é matéria. Se colocarmos qualquer outra coisa no espaço onde
estava a agua, o nivel da agua vai subir e transbordar. As moléculas de água sao as que
estão ocupando aquele espaço. Se alguem entra ali, essa pessoa tem massa e volume
e vai fazer as moléculas de agua se moverem, a água se move e transborda.
5. Descontinuidade
A matéria é constituída de elementos menores. Podemos pensar no caso de
moléculas que formam uma substância. Essas moléculas tem um espaço entre si. Isso
nos mostra que matéria, tudo isso a nossa volta não é continuo. Não é uma massa úni-
ca que não pode ser maleada. Muito pelo contrário: esses espaços podem ser reduzi-
dos ou aumentados dando novos aspectos a matéria.
6. Divisibilidade
É a propriedade da matéria de poder ser dividida em partes menores.
De um modo geral porém, matéria pode ser dividida em partes menores. Se pen-
sarmos desde uma tábua de madeira que podemos quebrar ao meio, dividindo em
partes menores, até algum processo de remoção de moléculas usando equipamentos
muito caros e finos: matéria é divisível.
Em casos isso pode ser feito sem perder suas características mas só até certo
ponto: quando dividimos uma molécula, ela, ao perder átomos, perde característi-
cas e se torna outra coisa. Agora, mantendo a mesma composição, podemos dividir
a matéria várias vezes e ela continua sendo matéria com as mesmas características
quimicas.
420
7.1 Compressibilidade
É a propriedade da matéria de poder ser
comprimida. Vejam bem, isso não invalida o
conceito anterior: as moleculas de um determi-
nado corpo podem se aproximar ou se afastar.
Elas so nao podem estar no mesmo lugar que
as moleculas de outro corpo. Essa propriedade
justamente atesta que as moléculas podem
se espremer e tornar-se mais próximas. Nao é
dificil pegar um exemplo disso. Se tamparmos
uma seringa e pressionarmos, todo ar de dentro
do embolo vai se comprimir no canto. A matéria
pode ser comprimida em um espaço menor
que o prévio mas só até certo ponto.
7.2 Elasticidade
Toda matéria pode ser esticada. Isto é, toda
matéria pode ter o espaço entre suas moléculas au-
mentado. Podemos pensar em algum metal que
sobre calor elevado tem possibilidade de ser esticado.
O que tiramos dessas propriedades é que a matéria nao e um algo unico e con-
tinuo. Ela é formada por elementos menores. Esses elementos menores podem ter
espaço entre si e esse espaço pode ser aumentado ou reduzido. Matéria não é algo
rígido, totalmente cheio e contínuo. Na verdade, no geral ela é altamente modificável.
São essas modificações que deixam as coisas interessantes.
ANOTAÇÕES
421
QUÍMICA
AULA 4
Introdução a reações químicas
422
- Como saber quando ocorreu uma reação química
Temos indicadores que ocorreu de fato uma reação química, isto é as substân-
cias reagiram entre si:
- Liberação de calor ou absorção de calor
- Mudança de cor
- Geração de novas substâncias
São os principais indicadores que uma reação química ocorreu. Nos casos em
que uma ocorre podemos perceber alguma diferença. Ou o frasco ficou mais quente
ou mais frio ou ele mudou de cor ou uma nova susbstância tá presente. Alguma mu-
dança em relação a situação original. Isso que marca uma reação química.
Bom, agora já sabemos mais ou menos do que se trata, vamos entender os tipos
de reação química.
Primeiro, caracterizamos elas entre endotérmicas e exotérmicas:
Essa seria a classificação mais geral em dois tipos. Uma outra classificação seria
baseada em como se dá a reação. Em casos, a reação vai juntar duas substâncias dan-
do origem a outra, em outras situações uma única substância da origem a mais de
uma. O padrão observado geralmente ta intimamente ligado a quais tipos de substân-
cias estão reagindo. Vamos classificar todas aqui:
423
emplo, o ferro substitui o hidrogênio que tava ligado ao cloro. Percebam uma coisinha
porém. O cloro se liga ao ferro em dose dupla mas o cloro tava presente em dose única
no HCL. Isso que aqui ta demonstrado é uma das regras básicas de reações e equações
químicas. Nada é criado. Não tem mágica. Para a reação rolar precisamos de dois áto-
mos de cloro do lado dos reagentes. É por isso que tem um 2 na frente do HCl. Essa
reação so ocorre naquela proporção. Só quando 2 do HCl reage com 1 da susbtância
pura Fe.
Essa de cara da pra notar que duas substâncias simples reagem entre si gerando
uma substância composta. Trata- se de uma reação de adição. Do lado esquerdo estão
os reagentes, as substâncias que vao reagir e do lado direito o produto. Numa equação
mais completa também teríamos o nivel de energia da reação que seria negativa caso
ela fosse exotermica por que a reação perde energia e positiva no caso endotérmica
por que ela ganha energia. Na frente das substâncias podemos perceber um coefi-
ciente. Um número. Ele nos indica quanto de cada substância seria necessário para
que a reação ocorra. Isso significa que o H2 não reage na mesma proporção que o O2.
Precisamos sempre do dobro de H2 para reagir com o O2 e isso dará origem a 2 vezes
a quantidade “base” de H2O. Essa reação sempre ocorrerá nessas proporções por mo-
tivos de que nunca se cria átomos de quaisquer elementos numa reação quimica. Eles
só são reorganizados.
424
ANOTAÇÕES
425
PÁG 434
BIOLOGIA
BIOLOGIA
AULA 1
Conceitos iniciais
Figura 1: Carl von Linné (Lineu) (1707-1778), botânico, zoólogo e médico sueco, criador da
nomenclatura binomial das espécies, sendo considerado assim, o "pai” da taxonomia
moderna.
428
1.2 Principais Grupos de Seres Vivos
Observação:
Acelular: a, não, falso, desprovido + celular: relativo à célula.
Procarionte: gr.: pro, anterior, primeiro, primitivo + karyon, noz ou amêndoa – núcleo.
Eucarionte: gr.: eu, verdadeiro + karyon, noz ou amêndoa – núcleo.
429
1.4 Domínios Bacteria, Archaea, Eukarya
Figura 8: Seres vivos em três domínos (Lehninger Principles of Biochemistry. Fifth Ed.).
1.6 Evolução
430
favoráveis. Posteriormente, a origem da diversidade foi descoberta como sendo por
mutações genéticas e permutações gênicas, caracterizando a teoria do NeoDarwinis-
mo.
EXERCÍCIOS
431
4. Julgue as sentenças a seguir e assinale a alternativa correta:
A: _____________________;
B: _____________________.
GABARITO
1. Resposta B 2. Ordem
3. Resposta B 4. Resposta B
5. Mutação e seleção natural, respectivamente
ANOTAÇÕES
432
ANOTAÇÕES
433
BIOLOGIA
AULA 2
Vírus, procariontes, algas,
protozoários e fungos
2.0 Vírus
- Estrutura do vírus
Os vírus são considerados seres vivos para a maioria dos
biólogos virologistas, sendo assim, são seres vivos acelulares, ou
seja, apresentam organização estrutural (Figura 1) desprovida de
células. São constituídos por um envoltório proteico denomina-
do capsídeo que contém o material genético. Sendo acelulares,
os vírus apresentam apenas um tipo de material genético. Assim,
possuem DNA ou RNA.
Observe a baixo um esquema geral da estrutura dos vírus.
434
Observe a imagem abaixo (Figura 2) que esquematiza alguns tipos e formas de vírus.
Os vírus são parasitas intracelulares obrigatórios. Desta forma, para que um vírus
possa se reproduzir é necessário que ele parasite uma célula. Os vírus possuem células
alvo, ou seja, uma determinada célula ou tipo de célula que ele consegue parasitar e se
reproduzir. Por exemplo, o vírus HIV, causador da AIDS, tem como célula alvo um glób-
ulo branco específico de nosso sistema imunológico. Já o vírus do mosaico do tabaco
tem como alvo, as células do vegetal tabaco.
435
2.2 Reino Monera
As bactérias apresentam diversas formas estruturais (Figura 4), entre elas: os co-
cos, bacilos, vibriões, espiroquetas.
436
Figura 5. Fotografia de bactérias Escherichia coli, um tipo de bactéria bacilo presente
no intestino humano. Tais bactérias são também chamadas de coliformes fecais.
2.3 Protozoários
438
Figura 14: Euglenofíceas. Euglena viridis apresenta a característica de ser mixtótrofa, ou
seja, possui a capacidade de alimentar-se de outros seres vivos e produzir seu próprio
alimento.
(A) (B)
439
2.5 Reino Fungi
440
Nas figuras a seguir serão apresentados alguns fungos e sua importância
econômica.
EXERCÍCIOS
441
2. No espaço abaixo, faça um desenho esquemático resumido de uma bactéria indi-
cando suas partes.
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
442
9.Preencha a tabela a seguir:
GABARITO
1. Resposta D 2. Vide figura 3;
3. Resposta A 4. Resposta E 5. Resposta B
9.
443
ANOTAÇÕES
444
BIOLOGIA
AULA 3
Vegetais
- A célula vegetal
Observe o esquema abaixo que mostra as partes de uma
célula vegetal (Figura 1).
- O processo da fotossínteses
Os vegetais são seres autótrofos (do grego: autos, por si mes-
mo e trofos, nutrir-se), ou seja, são capazes de produzir seu próprio
alimento. A fotossíntese é um processo metabólico realizado pelos
vegetais e pode ser demonstrada pela equação química abaixo:
445
Figura 1. Esquema de uma célula vegetal com indicações de suas partes. Observe que
a célula vegetal apresenta parede celular formada por celulose, além de cloroplastos
que são as organelas responsáveis pelo processo de fotossíntese.
446
orgânica, produtos da fotossíntese.
EXERCÍCIOS
447
As características indicadas por (I), (II), (III) e (IV) respec-
tivamente são:
a) clorofila, vasos condutores, tubo polínico (ou inde-
pendência de água para reprodução) e fruto;
b) clorofila, vasos condutores, fruto e tubo polínico (ou
independência de água para reprodução);
c) vasos condutores, clorofila, fruto e tubo polínico (ou
independência de água para reprodução);
d) clorofila, fruto, vasos condutores e tubo polínico (ou
independência de água para reprodução);
e) clorofila, vasos condutores, flor e tubo polínico (ou
independência de água para reprodução).
3. Escolha um grupo vegetal e discorra a respeito dos critérios que levam à sua classifi-
cação, suas características principais e exemplificação.
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
GABARITO
1. Resposta A, pois pteridófitas são vasculares e dependem de água para
reprodução
ANOTAÇÕES
448
ANOTAÇÕES
449
BIOLOGIA
AULA 4
Animais
- A célula animal
Observe o esquema abaixo que mostra as partes de uma da
célula animal (Figura 3)
450
4.1. Grupos Animais
Figuras 4: (A) Filo dos Poríferos - esquema de esponja com indicações e de suas células
estruturas principais: coanócito - célula para digestão e espícula - proteção e
sustentação; (B): Detalhe de um coanócito.
Figura 5: (A) Filo dos Cnidários ou celenterados em suas formas básicas de vida (pólipo
e medusa) com indicações de suas estruturas; (B) Cnidoblasto, celular urticante dos
cnidários para defesa e captura de alimento.
Figura 6: Filo dos Platelmintos – corpo achatado. Classe dos Turbelários (A): planária
Classe dos Trematódeos (B): esquistossomo (Schistosoma mansoni)- causador da
esquistossomose, Classe dos Cestódeos (C e D): Tênias causadoras de teníase e
452 cisticercose.
Figura 7: Filo dos Nematelmintos – corpo cilíndrico: (A): Wuchereria bancrofti causador
da elefantíase; (B): Áscaris (Ascaris lumbricoides) - causador da ascaridíase (escala em
centímetros).
Figura 8: Filo dos Moluscos – corpo mole: Principais classes: (A) bivalve, (B) gastrópode
e (C) cefalópode. (Animais mostrados em diferentes escalas.
Figura 9: Filo dos Anelídeos – corpo segmentado: Classes: (A) Oligoqueto: minhoca, (B)
Poliqueta: Nereida e (C) Hirudíneo: sanguessuga.
Figura 10 Filo dos Artrópodes - apêndices articulados: Classe dos Insetos: pulga (A),
piolho, borboleta. Classe dos Quilópodes: centopeia (B). Classe dos Diplópodes: piol-
ho-de-cobra (C). Classe dos Aracnídeos: escorpião, aranha (D), ácaro, sarna. Classe dos
Crustáceos: camarão (E), tatuzinho-de-jardim, caranguejo, siri.
453
Figura 11: Filo dos Equinodermos – espinho na pele: (A) Grupos de equinodermos; (B)
estruturas de uma estrela-do-mar.
O filo dos cordados engloba animais com notocorda, fendas faríngeas e sistema
nervoso dorsal. É dividido em subfilo dos protocordados (notocorda por toda a vida) e
subfilo dos vertebrados (notocorda em alguma fase da vida que é substituída por colu-
na vertebral). A seguir, imagens que mostram esquemas e fotografias de cordados.
Figura 13: Superclasse dos peixes: Classe dos agnatos: (A): lampreia,
454 (B): boca circular da lampreia; Classe dos Condrícteis (C): tubarão. Classe dos Os-
teícteis (D): pintado.
A superclasse dos tetrápodes é dividida em classe dos anfíbios, répteis, aves e
mamíferos.
Figura 14: Classe dos anfíbios: ordem dos urodelos (A): salamandra, ordem dos gim-
nofionos (B): cobra-cega e ordem dos anuros (C): sapo.
Figura 15: Classe dos répteis: ordem dos crocodilianos (A): jacaré, ordem dos quelônios
(B): jabuti e ordem dos escamados serpentes e (C): lagarto.
Figura 16: Classe dos aves carinata (A): águia e ratita (B): ema.
Figura 17: Classe dos mamíferos: Prototérios, monotremos (A): ornitorrinco. Metatérios
marsupiais (B): gambá. Eutérios placentários verdadeiros (C): onça.
455
EXERCÍCIOS
1. Observe a tirinha (HQ) acima. Explique nas linhas abaixo, qual o erro classificatório
científico biológico cometido pelo menino mostrado na tirinha, que levou os animais a
concluírem que não existe vida inteligente fora do jardim.
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
456
a) Todas estão corretas;
b) (I) e (II) são corretas;
c) (III) e (IV) são corretas;
d) (II) e (VI) são corretas.
e) Todas são erradas
GABARITO
1. As aranhas pertencem ao filo dos artrópodes e à classe dos
aracnídeos e não são insetos.
ANOTAÇÕES
457
ANOTAÇÕES
458
BIOLOGIA
AULA 5
Ecologia e saúde
5.0 Ecologia
- Espécie
É o nível de organização menos abrangente e mais específico que
reúne todos os indivíduos semelhantes entre si com capacidade
de reproduzirem-se gerando descendentes férteis. O estudo e a
determinação de uma espécie, atualmente, se dão por estudos de
suas características genéticas (genótipo), em especial, por exem-
459
plo, número de cromossomos, e não apenas pelas suas características morfológicas
(fenótipo);
- População
Conjunto de indivíduos da mesma espécie de um determinado local e época;
- Ecótono
Zona de sobreposição de biocenoses. Região de transição e sobreposição limítrofe de
ecossistemas;
- Biótopo ou ecótopo
Por definição é o lugar onde existe vida. É uma região que apresenta regularidade
nas condições ambientais e, também podemos dizer, das condições biológicas. Cor-
responde à menor parcela de um habitat que é possível discernir geograficamente.
Apresenta os fatores abióticos como ar, água, solo, pressão, temperatura, etc;
- Habitat
É o local de vida de um espécime ou de uma população, é o ambiente, o meio ambi-
ente, o local aonde se iria para encontrar determinado ser vivo;
- Ecossistema
É o nível de organização ecológica que inclui os fatores abióticos e os bióticos; sistema
onde se vive; designa o conjunto formado pela comunidade de seres vivos integrada
que interagem em determinada região e pelos fatores abióticos que atuam sobre essa
comunidade neste local.
- Bioma
Conjunto de ecossistemas inter-relacionados;
- Biosfera
Conjunto de todos os ecossistemas do planeta; somatória de todos os locais aonde se
pode encontrar seres vivos;
- Nicho ecológico
É o conjunto das funções desempenhadas pelo indivíduo ou população, o conceito
reflete a dinâmica, ao funcionamento. Inclui funções reprodutivas, alimentares, etc, tais
como local de desova, local e horário de busca por alimento, etc;
460
teias alimentares representam relações aonde um organismo pode ocupar mais de
um nível trófico, um onívoro, por exemplo. Este por sua vez, pode nutrir-se tanto de
produtores como de outros consumidores. Quando um onívoro alimenta-se tanto de P
como de C1 é classificado como C1,2. Nos esquemas representativos das cadeias e teias
alimentares, as setas indicam o sentido de transferência energético-alimentar;
- Pirâmides ecológicas
Forma representativa do fluxo de energia e matéria entre os níveis tróficos onde cada
retângulo (nível) da pirâmide representa a proporcionalidade do parâmetro analisa-
do. Pirâmide de número representa a quantidade de indivíduos de cada nível trófico.
Pirâmide de biomassa demostra a massa corpórea em gramas suas (ou subunidades)
transferida. Pirâmide de energia mostra a transferência de energia (joule, caloria etc.)
de um nível ao outro, bem como a dissipação na pela respiração e excreção, por exem-
plo, demonstrando assim, a eficiência ecológica (capacidade de aproveitamento en-
ergético dos níveis tróficos);
- Relações ecológicas
Definem o tipo de interação
entre os seres vivos. Podem ser
harmônicas ou positivas quando
não há prejuízo ou desarmônicas
ou negativas, onde um ou todos
os envolvidos são prejudicados.
Os símbolos (+) indica benefício,
(-) prejuízo e (0) sem benefício
nem prejuízo. São intraespecí-
ficas quando a relação envolve
indivíduos da mesma espécie e
interespecífica quando os envolv-
idos são de espécies diferentes.
Veja as tabelas a seguir:
Observação: Alguns exemplos de relações como a relação entre gado e ave anum
(ave alimenta-se dos carrapatos do gado) e a relação entre crocodilo africano e ave
palito (higiene bucal – ave alimenta-se dos parasitas da boca do réptil), podem ser
classificadas como diferentes tipos dependendo do grau de benefício obtido pelos
participantes e o reflexo desse benefício no número de indivíduos da população dos
461
envolvidos. Assim, caso não haja
aumento de população de gado e
de crocodilo, deve ser classificada
como: protocooperação quando
foca-se apenas a relação de deter-
minados indivíduos ambos bene-
ficiados; comensalismo quando o
foco volta-se às populações sem
impacto positivo significativo no
aumento da população de gado e
crocodilo.
- Ciclos Biogeoquímicos
Estudo da transferência – movimentação de determinados elementos químicos e ou
substâncias entre meios ambientes e seres vivos. Ciclo da água: estado líquido (mares
lagos rios) passa para estado de vapor (atmosfera), condensa-se formando nuvens (es-
tado líquido em suspensão) precipita-se (chuva, granizo) solidifica-se (neve, granizo), é
incorporada ao organismo quando bebida. Ciclo do carbono: quando na forma de gás
carbônico, é liberado na respiração, queima e decomposição e absorvido na fotossín-
tese. Usado na síntese de compostos orgânicos como glicose. Participa da formação
de inorgânicos como grafite e diamante. Na fossilização, transformação de compostos
orgânicos (petróleo). Ciclo do oxigênio: quando na forma de gás oxigênio é absorvido
na respiração, participa da respiração celular, representa o gás comburente na queima,
Observado na formação de compostos orgânicos (amido) e inorgânicos (ozônio). Ciclo
do nitrogênio: presente na forma de gás nitrogênio atmosférico sofre fixação orgâni-
462
ca utilizado na formação de nitrato, fixação inorgânica, formação de amônia. A nitri-
ficação é a sequência de nitrosação (bactérias Nitrosamonas convertem amônia em ni-
trito) e nitratação (Nitrobacter convertem nitrito em nitrato), absorção de nitrato pelos
vegetais e posteriormente animais (formação de proteínas, ácidos nucléicos), excreção
liberação de amônia, uréia e ou ácido úrico, decomposição (bactérias decompositoras)
liberam gás nitrogênio;
- Densidade populacional
É a medida da quantidade de indivíduos de uma espécie por unidade de área em de-
terminado momento. Os fatores que interferem na densidade populacional são positi-
vo: aumento do número de indivíduos por natalidade (N) e ou imigração (I) e negativo,
redução por morte (M) e ou emigração (E). Assim, a densidade em crescimento quan-
do N + I > M + E. Densidade em declínio quando N + I < M + E. Levando-se em conta a
alteração da área de ocupação da população: redução da densidade quando há au-
mento da área ocupada pela população e aumento da densidade quando há redução
da área;
- Sucessão ecológica
Modificação da ocupação do ambiente por diferentes espécies ao longo do tempo.
Interfere na forma e composição do substrato. Normalmente inicia-se pelos colo-
nizadores primários (líquens) sobre rochas que são por estes decompostas até solo,
ocupado por herbáceos, arbustivos e arbóreos sucessivamente. Suas fases são ecese
(nudação migração) formação de novo substrato ou sua modificação parcial por es-
pécies pioneiras; seres (concorrência e reação) pioneiros são substituídos por espécies
intermediárias propiciando implantação de espécies tardias e, clímax (estabilização)
ocupação definitiva das espécies de permanência. Ao longo do processo observa-se
redução da variação das condições ambientais e aumento da complexidade estrutural
e funcional do ecossistema. Nos estágios iniciais da sucessão a atividade autotrófi-
ca supera a heterotrófica, gerando assim reação de gás oxigênio atmosférico. Assim,
a produção bruta (P) supera a respiração (R) logo P/R > 1. Em comunidades clímax,
há equilíbrio entre produção primária e respiração (P/R = 1), assim, florestas como a
amazônica, não podem ser consideradas geradores de gás oxigênio atmosférico sig-
nificante para a sustentação da vida aeróbica. Tal liberação é feita principalmente por
algas aquáticas diatomáceas em especial.
- Eutrofização ou eutroficação
Fenômeno observado no ambiente aquático definido pelo aumento de nutrientes
disponíveis. Assim, um ambiente pode ser oligotrófico (poucos nutrientes disponíveis),
mesotrófico (aumento de disponibilidade nutricional) eutrófico (aumento maior de
disponibilidade de nutrientes) Fenômeno pode ser natural ao longo dos séculos-dé-
cadas, ou provocado por inserção de poluentes, em especial esgoto, o que transforma
o ambiente drasticamente. De forma geral, o esgoto contém nitrogênio e fósforo que
serve de alimento à algas. Desta forma, a proliferação ou floração de algas ocorre por
consequência, tornando o corpo d’água esverdeado;
463
- Poluição
Degradação ambiental resultante da interferência antrópica no meio por introdução
direta ou indireta de substâncias ou energia provocando desequilíbrio ambiental. Os
poluentes podem ser químicos (dejetos industriais e agrícolas), biológicos (inserção
ou proliferação de microorganismos, por exemplo, no despejo de esgoto. Atualmente
a inserção de genética tem sido considerada uma forma de poluição por muitos au-
tores, como na expansão de transgênicos) ou físicos (energia – luz, calor, radiação).
Tipos de poluição: atmosférica, hídrica, do solo, visual, auditiva, térmica, luminosa etc,
dependendo do agente poluidor e do ambiente inicialmente afetado. Os poluentes
mais prejudiciais ao sistema e seres são pesticidas, fungicidas, herbicidas, ascarel (óleo
isolante) benzenos (asfalto, diesel), dioxinas, e metais pesados como cádmio, chumbo
e mercúrio, além de material particulado liberado na atmosfera. Os efeitos globais da
poluição são aquecimento global, efeito estufa, chuvas ácidas, inversões térmicas (vide
aprofundamento);
5.2 Saúde
Conceituação
- Saúde
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde não apenas como a ausência
de doença, mas como a situação de perfeito bem-estar físico, mental e social. Porém,
muitos autores consideram tal definição incompleta e desatualizada, pois deixa de
aprofundar e inserir questões atuais e marcantes na vida do indivíduo e das sociedades
(vide aprofundamento);
- Higiene
Ramo de estudo das Ciências Biológicas, higiene é o conjunto de conhecimentos e
técnicas para evitar doenças infecciosas usando desinfecção, esterilização e outros
métodos de limpeza com o objetivo de conservar e fortificar a saúde. De origem gre-
ga hygieiné, téchne que significa hygeinos, ou o que é saudável. É derivada da deusa
grega da saúde, limpeza e sanitariedade, Hígia. Uso constante de elementos ou atos
que causem benefícios para os seres humanos, Sanitização advém de Sanidade que
em amplo sentido significa ordem perfeita de funcionamento. A higiene compreende
hábitos que visem preservar o estado original do ser, que é o bem-estar e a saúde per-
feita. Às técnicas de manutenção e preservação do bem-estar, saúde perfeita e harmo-
nia funcional do organismo damos o nome de hábitos sanitizantes, ou hábitos higiêni-
cos. Profundamente relacionada aos hábitos culturais dos povos. Há quatro tipos de
higiene: A pessoal, a coletiva, a mental e a ambiental das qualidades, acurácia, limpeza.
Pode ser pessoal, alimentar e ambiental.
- Saneamento básico
Rede fornecimento de água tratada e coleta de esgoto;
- Doença
Termo de origem latina dolentia que significa dor, padecimento. Em geral, doença é
464
a ausência de saúde. Todo e qualquer desequilíbrio físico, mental-emocional ou es-
piritual do indivíduo ou grupo (família, sociedade, etc). Diversas são as áreas da Ciên-
cia que estudam saúde e doença, entre elas, a medicina que se dedica à pesquisa e
tratamento dos estados de patologia, classificando-as em categorias, etc, organizadas
em dossiês científicos como o CID (Classificação Internacional das Doenças) pulicado
pela OMS (Organização Mundial de Saúde). Na biologia, a patologia (clínica) estuda as
causas e consequências das doenças, bem como a pesquisa do indivíduo por meio da
análise de sangue, fezes, urina, etc, na busca de comprovação de estado patológico, ou
seja, na obtenção de um diagnóstico. A fitopatologia analisa as doenças que afetam as
plantas. A medicina veterinária estuda as manifestações patológicas nos animais assim
por diante.
O significado de saúde e doença é muito amplo e envolvem muitos fatores e
forma de abordagens como ao determinar definições, pode-se focar a homeostasia
(propriedade ou função de um sistema ou indivíduo de regular o seu ambiente inter-
no, frente ás variações e imposições ambientais, em manter uma condição estável,
mediante múltiplos ajustes de equilíbrio dinâmico, controlados por mecanismos de
regulação inter-relacionados).
Doença pode ser definida como um conjunto de sinais e sintomas específicos
que afetam um ser vivo, alterando o seu estado normal de saúde. Pode ser causada
por fatores exógenos (externos, do ambiente) ou endógenos (internos, do próprio or-
ganismo).
Doenças endógenas podem ser de origem genética hereditária (transmitida
geneticamente pelos pais), inflamações e desequilíbrios metabólicos etc. Doenças
exógenas podem ser por infecções parasitárias (contágio de vírus, bactérias, proto-
zoários, fungos, enfim, todo e qualquer agente causador e desencadeador de doença),
bem como por contato com fatores ambientais (físicos ou químicos) que venham a
provocar desequilíbrios. As doenças congênitas são as adquiridas na vida intrauteri-
na (alguns autores também incluem os primeiros meses de vida pós-nascimento). A
questão hereditária, atualmente, não é descartada na causa de um quadro patológico
congênito. Outras facetas envolvem definições complementares como enfermidade
que é considerado o quadro patológico danoso ao organismo estrutural ou funcional.
Classicamente uma doença ou quadro patológico exógeno parasitário envolve a
ocorrência de três fases: contágio (aquisição do parasita), incubação (desenvolvimento
inicial e fixação do parasita no organismo) e estado doentio ou doença (manifestação
da doença - quadro sintomatológico observado em decorrência da presença e ativi-
dade parasitária do agente causador).
- Agente causador
É o fator que provoca o estado de doença. Normalmente em patologias parasitárias,
chamado também de agente etiológico ou causador. O agente etiológico pode ser
como vírus, bactérias, protozoários, fungos, vermes;
- Antígeno
É o “corpo estranho” ao organismo e nele presente. Pode-se considerar como antígeno,
o próprio agente etiológico em si ou as substâncias por ele produzidas e liberadas no
organismo que desencadeiam o estado de doença ou enfermidade. Classicamente,
especificamente, considera-se antígeno principalmente as substâncias de origem
protéica por serem estas as reconhecidas pelo sistema imunológico na formação de
anticorpos;
465
- Agente transmissor
Também chamado de vetor é o meio que leva o agente etiológico ao contato com o
organismo. Classicamente, distingue-se: a) meios veiculadores de doenças como água
e alimentos contaminados, de b) vetores transmissores, insetos ou organismos, em
especial ectoparasitas como pernilongos, pulgas, barbeiros, etc, que quando contam-
inados pelo agente causador podem transmiti-lo ao organismo quando pela sua ação
parasitária como pernilongo contaminado pica a pessoa e passa o vírus, etc;
- Anticorpos
São as proteínas de defesa imunológicas produzidas por glóbulos brancos, em especial
os linfócitos T. Os anticorpos são específicos contra determinado antígeno;
- Profilaxia
Conjunto de medidas de prevenção (evitar contágio) e tratamento de doenças (revert-
er quadros doentios, curar);
- Parasita
Organismo que busca e ou necessita em seu ciclo de vida de desenvolver o parasitismo
(relação ecológica desarmônica com benefício do parasita e prejuízo do hospedeiro);
- Hospedeiro
Organismo que é parasitado, que hospeda o parasita e que por ele é prejudicado. Clas-
sicamente classificado como: a) hospedeiro intermediário: o organismo parasitado
(normalmente o vetor), no qual o parasita faz reprodução assexuada, b) hospedeiro
definitivo é o organismo parasitado onde o parasita faz reprodução sexuada;
- Imunização
Processo natural ou artificial de tornar o organis-
mo imune, defensível frente à invasão ou prolif-
eração de corpos estranhos, agentes etiológicos,
antígenos. Classicamente classificada como ativa
quando o próprio organismo desenvolve anticor-
pos e passiva quando o organismo recebe anticor-
pos de outro organismo. Vide tabela ao lado:
466
Observe a seguir tabela geral sobre algumas parasitoses humanas. Lembre-se
que nos módulos sobre seres vivos há informações equivalentes e complementares à
tabela apresentada a seguir:
467
EXERCÍCIOS
A tirinha acima mostra uma relação ecológica entre um réptil e uma ave. Explique de
que forma tal relação ecológica pode ser classificada. Justifique.
468
5. Assinale a alternativa que se refere ao dito popular “nadou, coçou, pegou”:
a) Ascaridíase;
b) Esquistossomose;
c) Amarelão;
d) Teníase;
e) Dengue
469
a) O verme adulto nematelminto tênia causa a teníase e a cisticercose;
b) A larva cisticerco do animal mostrado pode causar cisticercose em decorrência da
ingestão de ovos do parasita;
c) A teníase é provocada pela ingestão de ovos do parasita;
d) A cisticercose é provocada pela ingestão de carne contaminada com cisticercos;
e). O verme adulto platelminto tênia causa a teníase e a cisticercose;
a) Trata-se de um nematelminto;
b) O contágio ocorre pela picada de inseto vetor;
c) Saneamento básico é uma das formas de prevenção;
d) O contágio ocorre pela ingestão de ovos do verme;
e) O agente etiológico mostrado causa a ascaridíase.
10. Elabore um esquema representativo de uma teia alimentar com diversos níveis
tróficos. Classifique os níveis mostrados.
470
GABARITO
1. Dependendo do grau de benefício populacional dos envolvidos, tal
relação ecológica pode ser classificada como comensalismo (quando
apenas uma das populações é beneficiada) ou protocooperação (quando
ambas as populações são beneficiadas).
9. Reposta b
APROFUNDAMENTO
Poluentes:
GUIMARÃES Disruptores endócrinos no meio ambiente: um problema de saúde
pública e ocupacional. Biblioteca virtual do Ministério da Saúde
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/trabalhador/pdf/texto_disruptores.pdf
Saúde:
SEGRE e FERRAZ (1997) O conceito de saúde (artigo) São Paulo. Rev. Saúde Pública vol.
31 no. 5 http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-89101997000600016&script=sci_art-
text
Geral:
http://aparteboadainternet.blogspot.com.br/
471
ANOTAÇÕES
472
BIOLOGIA
AULA 6
Genética básica
- Fenocópia: quando um indivíduo cujo fenótipo, sob uma particular condição ambien-
tal, é idêntico ao de outro fenótipo. Ou seja, a fenocópia "mimetiza" o fenótipo produzi-
do por um gene. Por exemplo, a pele clara de um ser humano pode escurecer devido à
exposição solar. O cabelo tingido é um tipo de fenocópia;
474
- Cromossomo: cadeia de DNA organizada e disposta juntamente com proteínas;
Cromossomo homólogo: cromossomos que formam pares nos indivíduos diplóides;
- Gene: porção do cromossomo (em especial do DNA) que pode ser transcrita para a
síntese de uma proteína;
- Alelos múltiplos: existência de mais de duas formas de alelos gênicos, como na deter-
minação do tipo sanguíneo humano do sistema AB0, onde há os alelos IA, IB e i.
- Epistasia: alelos de um gene (epistático) inibem a ação dos alelos de um outro par de
genes (hipostático) que pode ou não estar no mesmo cromossomo. Epistasia recessiva
em coloração da pelagem de camundongos e epistasia dominante em plumagem de
galináceos.
- Pleiotropia ocorre quando um único gene afeta várias características, como em er-
vilha onde único par de genes afeta três fenótipos: cor de flor 9vermelha ou branca),
cor de semente (cinza ou parda) e manchas axilares nas folhas (presença ou ausência)
ligação gênica (linkage) quando genes estão ligados entre si na formação de um cro-
mossomo.
476
EXERCÍCIOS
GABARITO
1. Resposta c
4. 9 amarelas lisas (V_R_): 3 amarelas rugosas (V_ r r): 3 verdes lisas (vv R_):
1 verde rugosa (vvrr) 477
ANOTAÇÕES
478
PÁG 487
GEOGRAFIA
GEOGRAFIA
AULA 1
Introdução às bases da Geografia Física
Imagem 1
Imagem 2
Imagem 3
ANOTAÇÕES
482
GEOGRAFIA
AULA 2
Estudo de bases da Geologia (rochas), formas
de relevo e tipos de solos
Litosfera – nesta camada são percebidos os sistemas de forças interiores da Terra que
originam e movimentam a crosta terrestre e sua superfície, marcada pelas formas de
relevo e tipos de solos resultantes da ação deste sistema de forças interiores, somado
ao sistema de forças externas modeladoras: atmosfera, hidrosfera, criosfera e biosfera;
484
Imagem 4: Alguns componentes da Hidrosfera
485
Imagem 7
Imagens 11 e 12 487
Camadas Geológicas do Planeta Terra
Entre essas camadas são encontrados materiais sólidos e gasosos diferenciados
em temperaturas muito elevadas, ou seja, materiais incandescentes. Esta riqueza em
elementos químicos resfria-se e endurece na superfície formando a crosta terrestre. As
temperaturas elevadas e a pressão dos gases rompem esta crosta em pedaços, mov-
imentando-os em direções variadas, são as placas tectônicas. As placas mais densas
em materiais são as chamadas Placas Tectônicas Continentais e constituem os conti-
nentes nas partes mais densas. As placas menos densas em materiais são as chama-
das Placas Tectônicas Oceânicas e constituem os assoalhos dos oceanos. Este conjunto
de forças responsável por estas dinâmicas é o tectonismo, um dos mais importantes
agentes endógenos formadores das rochas e do relevo terrestre.
488
contrastando com períodos de chuvas intensas, regiões montanhosas, frias, glaciais e
polares.
Intemperismo Químico
O conjunto de ações desencadeadas por ações específicas de agentes climáticos
que altera o material rochoso da superfície da crosta terrestre, as associações possíveis
a esses conjuntos são infiltração de águas de chuva ou degelo, chuvas ou degelo reti-
dos ou empoçados. Típicos em regiões de clima úmido e grandes amplitudes de tem-
peratura entre o verão e o inverno.
As rochas terrestres apresentam em sua dinâmica de formação, constitu-
ição e variações de tipos, relações diretas com esses conjuntos de forças internos
(endógenos) e externos (exógenos) em interação constante.
Rochas
São agregados de minerais com resistências variadas encontradas na crosta ter-
restre. São elas:
- Rochas magmáticas ou ígneas, constituídas por material magmático incan-
descente, originário da camada abaixo da crosta terrestre, chamada astenosfera. Este
material de acordo com a velocidade de sua solidificação pode formar dois subtipos de
rochas. Quando a solidificação do magma é lenta ao ponto dos cristais se arranjarem
em combinações mais resistentes, as resultantes são chamadas de rochas ígneas in-
trusivas ou cristalinas. Quando esta solidificação é rápida os materiais não se separam,
as rochas são chamadas extrusivas ou plutônicas.
Imagem 19 Calcário
489
sofrem pressões físicas da crosta terrestre por forças endógenas, formando-se novos
materiais.
Formas de Relevo
As rochas são compostas por variados minerais. A resistência desses tipos de
materiais é posta a prova pelos agentes endógenos e exógenos continua e integrada-
mente (ao mesmo tempo); seja quando ocorre o tectonismo, influenciando as dinâmi-
cas das placas tectônicas, seja quando chove após um longo período de seca, deslo-
cando grandes quantidades de materiais rochosos, seja quando um rio aumenta o
volume de suas águas por motivo de degelo de neve; temos a origem de montanhas
e a origem de deslocamento, transporte e deposição de materiais originando feições
na superfície da crosta terrestre. Essas feições são desenhadas ao longo de longas
sucessões de tempo – milhões de anos – em processos realizados por combinações
desses agentes. Esses processos são contínuos e fazem parte dos diferentes conjuntos
de dinâmicas dos sistemas naturais que compõem a Terra.
De acordo a resistência e reação dos materiais rochosos a estes processos, novas
formas vão sendo originadas e modeladas na superfície da crosta terrestre, grandes
volumes de materiais rochosos são originados, deslocados de um lugar para o outro e
depositados, alterando os contornos da superfície e transformando-os em uma mod-
elagem chamada relevo.
As formas de relevo, os processos de gênese e modelagem de formas incluindo
os materiais e suas resistências necessárias para o entendimento dessas formas são es-
tudados pela Geomorfologia e são classificadas inicialmente como unidades de relevo.
São elas:
Montanhas
São as feições ou formas da superfície terrestre que apresentam as maiores
elevações do planeta, encimadas por picos ou cristas contínuos e em maior parte pon-
tiagudos e originadas por fenômenos geológicos como o tectonismo e a dinâmica das
falhas geológicas, que impulsionam a ascensão de grandes quantidades de materiais
incandescentes (magmáticos) da camada abaixo da crosta terrestre (astenosfera) para
a superfície da crosta, originando inúmeras cadeias montanhosas que são agrupadas
por continente e denominadas cordilheiras.
490
Planaltos
Estas feições ou formas são constituídas por elevações da crosta terrestre de
altitude menor em relação às montanhas, com superfície variando de plana a ondu-
lada, por vezes são verificados picos pontiagudos isolados; são divididas inicialmente
em dois grandes conjuntos: os planaltos cristalinos, originados a partir da modelagem
realizada por inúmeros processos de deslocamento de materiais sobre montanhas
antigas durante milhões de anos de desgaste e os planaltos sedimentares, resultantes
dos pacotes de sedimentos acumulados pelos mesmos processos de deslocamento de
materiais de outras localidades da superfície terrestre através dos trabalhos realizados
pelas intempéries e pelos rios.
Planícies
São as feições do relevo terrestre mais aproximadas da forma plana, resultantes
de depósitos de sedimentos de rochas, podem ser fluviais (quando o depósito é realiza-
do por fios), lacustres (depósito realizado por lagos) ou costeiras (depósito de sedimen-
tos realizado por mares ou oceanos).
Depressões
São as feições da terra de maior rebaixamento do relevo, dispostas sempre en-
tre duas unidades de relevo mais elevadas, podem ser construídas por vales de rios ou
construídas por outros agentes naturais, podem também ter mares semi-abertos ou
fechados em seu interior; subdivididas em depressões periféricas – quando acima do
nível do mar e depressões absolutas, abaixo do nível do mar.
De acordo com a Pedologia, ciência que estuda os solos e alguns de seus au-
tores, solos são mantos de rocha alterada que distam da superfície da crosta até a
rocha mãe que o originou ou onde estão dispostos.
Os solos são o resultado dos processos de modelagem do relevo na forma de
pacotes de sedimentos na superfície do relevo da crosta terrestre. Podem apresentar
diversas profundidades, cores, texturas e composição química e são essenciais para
a existência de grande parte das espécies da biosfera, incluindo as comunidades hu-
manas quem neste componente da paisagem geográfica importante fonte de susten-
tação para sua existência.
O estudo dos solos está ligado principalmente ao uso deste componente. Para
as comunidades humanas um de seus principais usos é para as lavouras. Os sedimen-
tos empacotados que o compõem os solos podem apresentar características químicas
relacionadas aos minerais de rocha de onde foram deslocados quando dos processos
de modelagem de relevo, estas características somadas ao tempo de empacotamen-
to de sedimentos, número e peso de camadas empacotadas e às intempéries físicas
e químicas sofridas por esses empacotamentos originaram classificações de tipos de
solos. Quanto a coloração os solos podem ser classificados em:
- Negros – geralmente de elevado teor orgânico como os famosos solos tcher-
nozion da Ucrânia e boa parte da Rússia;
- Amarelos – geralmente de elevado teor de enxofre disposto em maior parte nos
países tropicais como o Brasil;
492
Imagem 33: solos brancos salinizados Imagem 34: solos vermelhos
Os processos pelos quais os solos passam também são estudados para melhor
compreensão de suas características, são os principais processos dinâmicos:
- Lixiviação, recorrentes em países tropicais úmidos nos quais as chuvas intensas
promovem deslocamento de nutrientes encosta a baixo até os terrenos mais rebaixa-
dos, restando solos com baixo teor de nutrientes, tendência à acidez e baixa produtivi-
dade para as lavouras voltadas ao sustento convencional das comunidades humanas.
- Laterização, ocorrência verificada em maior quantidade em países com climas
tropicais com maior estação seca, nas primeiras chuvas a evaporação modifica o teor
de ferro e o solo perde a sua capacidade de ligamento e podem originar sucessivas
fraturas chamadas de lateritas. Ao contrário do que é veiculado pela mídia este solo se
recupera com as chuvas que trazem à superfície o óxido de ferro que ainda se encon-
tra nas camadas mais profundas.
ANOTAÇÕES
494
GEOGRAFIA
AULA 3
Estudo de bases da hidrografia e do clima
3.0 Hidrografia
A nascente pode ser de 2 tipos: nival, o rio tem início devido ao degelo da neve
encontrada em topos de montanhas, e pluvial, o curso de água forma-se a partir da
água da chuva armazenada no subsolo.
Os reservatórios no subsolo são formados em locais que tem na composição
de seus solos rochas porosas, que são permeáveis, quando chove a água penetra ne-
les, formando um reservatório. Se a reserva for pequena temos um lençol freático, se
for grande, temos um aquífero. Ou seja, aquíferos são grandes reservas de água doce
no subsolo. No Brasil estão localizados os maiores aquíferos de água do mundo, o da
Amazônia e o Guarani.
A foz também tem diferentes tipo: estuário, delta ou mista. Além da nascente
e da foz, é possível classificar a vertente, o tipo e o potencial dos rios. A vertente de
um rio relaciona-se com onde ele deságua , suas classificações são exorréico (rios que
deságuam no mar) ou endorréico (rios que deságuam em outros rios). Um rio pode ser
perene, rios que não secam ao longo do ano, ou intermitente, rios que secam durante
um período do ano. O potencial de um rio é a maneira que ele pode ser explorado. Um
rio de planície é adequado para a navegação, enquanto rios de planalto tem potenciais
geradores de energia hidroelétrica.
3.2 Clima
- Ilhas de Calor
Aumento das temperaturas médias em grandes centros urbanos; Inversão Tér-
mica: processo natural, porém em áreas industrializadas e urbanizadas (com maior
poluição atmosférica) pode ser responsável pelo fenômeno conhecido como smog,
formação de uma névoa com grande composição de poluentes; Chuvas ácidas: apre-
sentam pH inferior a 4,5, ocorre por causa da poluição atmosférica;
- Aquecimento global
É o processo de aumento da temperatura média dos oceanos e da atmosfera do
planeta causado pela intensificação do efeito estufa. É um grande debate na comuni-
496
dade científica se o aquecimento global é um evento totalmente natural ou se a ação
das comunidades humanas foi responsável por intensificá-lo.
- El niño
Esse é um fenômeno natural que afeta o clima em uma escala global. Ocorre
ocorre irregularmente em intervalos de 2 a 7 anos. O El Niño causa o aquecimento
anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico, principalmente na região do Equa-
dor. As anomalias climáticas associadas a ele provocam sérios prejuízos ambientais e
econômicos.
Alguns dos efeitos no mundo são a Índia, Austrália, Indonésia e África sofrem
com secas; a Colômbia (exceção da costa colombiana), Venezuela, Guiana, Guiana
Francesa e Suriname têm uma redução das chuvas; e no Peru, Equador e no meio
oeste dos Estados Unidos ocorrem enchentes.
Já no Brasil, o El Niño pode intensificar a seca no nordeste, aumentar as temper-
aturas no sudeste e sul, e aumentar as chuvas nessa última região, prejudicando plan-
tações.
ANOTAÇÕES
497
GEOGRAFIA
AULA 4
Estudo de bases da biogeografia
(formações vegetais e meio ambiente)
- Florestas temperadas:
Ocorrem em regiões de clima temperado e sub-tropical,
resistentes à períodos com temperaturas baixas. São florestas de
menor densidade que as tropicais e equatoriais, com árvores de
tamanhos variados e média diversidade de espécies. São também
chamadas de florestas caducifólias, ou seja, florestas onde há
desfolhamento completo das árvores em determinado período
do ano, geralmente no outono e inverno. Temos como exemplo as
florestas temperadas no leste Norte- Americano, no centro-leste
europeu, na porção centro-oeste argentina e Japão.
- Florestas Boreais:
Também conhecida como Taiga ou floresta de coníferas, são
formações que ocorrem em regiões de clima frio ou de montanha,
com alta resistência para longos períodos de frio. São florestas
com predominância de pinheiros e pouca diversidade de espécies,
498
que podem ou não perder suas folhas nas estações de outono e inverno. Ocorrem no
Norte da América do Norte, Norte da Europa e Ásia.
- Savanas:
Formação que ocorrem em clima tropical, em regiões com período de seca mais
prolongados do que aquelas em que ocorrem as florestas tropicais. Caracteriza-se por
árvores esparsas e muitos arbustos e gramíneas, com grande diversidade de espécies.
Ocorre nos planaltos centrais da África e do Brasil, sendo que em nosso país, por se
tratar de uma formação específica, é chamada de Cerrado.
- Estepes:
Ocorre em latitudes médias e climas temperados ou semi-áridos, com vege-
tação predominante de gramíneas e quase ausência de árvores. Ocorre na região Sul
do Brasil (pampas gaúchos), na Ásia central e no Sahel africano.
- Vegetação Mediterrânea:
Formação especifica no entorno do Mar Mediterrâneo, se caracteriza por maquis
e garrigues, formas de arbustos encontrados nesta região, e algumas espécies de
gramíneas. Há poucas árvores, geralmente representadas por ciprestes e oliveiras.
- Deserto
Formação de climas áridos, com pouca diversidade de espécies, com ocorrência
de cactos e arbustos. Devido à escassez de água, as árvores são inexistentes, salvo raras
exceções como em regiões de oásis com ocorrência de palmeiras.
- Tundra
Ocorre em climas frios, em regiões próximas ao clima polar. Há inexistência de
árvores ou arbustos, predominando uma paisagem homogênea coberta por turfa, um
tipo de gramínea resistente à temperaturas muito baixas.
- Mangue
Formação complexa que ocorre na foz de rios que deságuam no mar, caracter-
izado por indivíduos típicos dos manguezais.
EXERCÍCIOS
499
Correlacione as colunas, associando a vegetação aos tipos climáticos:
Coluna1 Coluna 2
1 – Floresta Amazônica ( ) Clima tropical típico
2 – Floresta de Araucária ( ) Clima equatorial úmido
3 – Floresta Atlântica ( ) Clima tropical litorâneo úmido
4 – Cerrado ( ) Clima subtropical
5 – Caatinga ( ) Clima tropical semi-árido
2. Bacia Hidrográfica é a área abrangida por um rio principal e sua rede de afluentes e
subafluentes.
Sobre as bacias hidrográficas brasileiras e sua utilização é correto afirmar:
a) o potencial hidrelétrico da Bacia do Paraná é o mais aproveitado do país em função
de sua proximidade com o Centro-Sul, área de maior demanda por energia elétrica.
b) a bacia Amazônica caracteriza-se pelo predomínio de rios de planalto e hidrografia
pouco densa; por isso, a navegação fluvial é inexpressiva na região.
c) a navegação na Bacia do Tocantins ocorre sazonalmente devido ao regime de inter-
mitência de seus rios.
d) a bacia do Uruguai possui a principal hidrovia que integra política e economica-
mente os países do Mercosul.
e) a bacia do São Francisco sofre grande impacto em função da transposição de seu rio
principal.
GABARITO
1. Resposta B 2. Resposta A
501
letas nocivos à Terra fica sensivelmente maior, aumentando as chances do câncer. Nas
últimas décadas tentou-se evitar ao máximo a utilização do clorofluorcarbono e, mes-
mo assim, o buraco na camada de ozônio continua aumentando, preocupando a pop-
ulação mundial. Apesar de hoje a emissão de clorofluor-carbono ser pequena, houve
um longo período de produção do clorofluorcarbono, devido à dificuldade de se sub-
stituir esse gás, principalmente nos refrigeradores, o que criou um buraco alarmante-
mente grande.
502
ex-professor da USP, Aziz Nacib Ab’Saber. Esta respeitada figura no âmbito acadêmico
indicava, entre outros motivos, que a transposição causará diversos impactos negativos
ao meio ambiente tais como, aumento de processos erosivos, assoreamento dos rios
e diminuição da qualidade das águas, além de afirmar que os estudos relacionados a
possibilidade desta transposição ter sucesso ainda são escassos. Em diferentes lugares
do mundo, existem casos sobre transposições que não deram certo.
O histórico sobre preservação ambiental no mundo tem uma forte relação com a
internacionalização desta preocupação e apoiou-se na maneira como os países atentos
à questão encararam os problemas de destruição do meio ambiente.
As primeiras tentativas de Acordos Internacionais sobre preservação do meio
ambiente datam do início do século XX e fracassaram, pois poucos países respeitaram
as determinações. Os países inicialmente convocados para esses Tratados foram Ale-
manha, Bélgica, Portugal, França, Inglaterra e Itália.
ção do ambiente. Um destaque mereceu atenção: neste encontro foram elaboradas as
bases do conceito de Desenvolvimento Sustentável.
O Protocolo de Kyoto, associado à Conferência Rio+10, relaciona o conceito de
Desenvolvimento Sustentável aos processos de Globalização.
EXERCÍCIOS
1. O Protocolo de Kyoto – uma convenção das Nações Unidas que é o marco sobre
mudanças climáticas – estabelece que os países mais industrializados deveriam reduzir
até 2012 a emissão de gases causadores do efeito estufa em pelo menos 5% em relação
aos níveis de 1990. Essa meta estabelecia valores superiores ao exigido para países em
desenvolvimento. Até 2001, mais de 120 países, incluindo nações industrializadas da Eu-
ropa e da Ásia, já haviam ratificado o protocolo. No entanto, nos EUA, o presidente Ge-
orge W. Bush anunciou que o país não ratificaria “Kyoto”, com o argumento de que os
custos prejudicariam a economia americana e que o acordo era pouco rigoroso com os
países em desenvolvimento. Na tabela encontram-se dados sobre a emissão de CO2.
Já em 1959, foi assinado o Tratado do Antártico. A relevância desse tratado de-
ve-se ao êxito das propostas nas quais tiveram como resultado o continente Antártico
sendo o 1º ambiente natural a ser preservado a partir de um Acordo Internacional. É
importante salientar que ainda nesta época a questão da influência política (já que
vivíamos o período da Guerra Fria) era mais visada pelos países do que a Questão Am-
biental.
A Conferência de Estocolmo, realizada no ano de 1972, foi considerada como sen-
do uma vitória aos grupos ambientalistas, pois foi o 1º tratado internacional que real-
mente tinha como preocupação a questão ambiental.
O Brasil se destacou na Conferência da Eco-92 onde diversas autoridades de
diferentes partes do mundo vieram ao país para discutir o fator social relacionado à
preservação.
503
Considerando os dados da tabela, assinale a alternativa que representa um argu-
mento que se contrapõe à justificativa dos Estados Unidos de que o acordo de Kyoto foi
pouco rigoroso com países em desenvolvimento.
a) a emissão acumulada da União Européia está próxima à dos Estados Unidos.
b) Nos países em desenvolvimento as emissões são equivalentes às dos Estados Uni-
dos.
c) A emissão per capita da Rússia assemelha-se à da União Européia
d) As emissões de CO2, nos países em desenvolvimento citados, são muito baixas.
e) A África do sul apresenta uma emissão anual per capita relativamente alta.
504
a) Apenas a I é verdadeira. b) Apenas a III é verdadeira.
c) Apenas I e II são verdadeiras. d) Apenas I e III são verdadeiras.
e) Apenas II e III são verdadeiras.
5. Os plásticos, por sua versatilidade e menor custo relativo, têm seu uso cada vez mais
crescente. Da produção anual brasileira de cerca de 2,5 milhões de toneladas, 40% des-
tinam-se à indústria de embalagens. Entretanto, este crescente aumento de produção
e consumo resulta em lixo que só se reintegra ao ciclo natural ao longo de décadas o
mesmo de séculos. Para minimizar esse problema uma ação possível e adequada é:
a) proibir a produção de plásticos e substituílos por materiais renováveis como os me-
tais.
b) incinerar o lixo de modo que o gás carbônico e outros produtos resultantes da com-
bustão voltem aos ciclos naturais.
c) queimar o lixo para que os aditivos contidos na composição dos plásticos, tóxicos e
não degradáveis sejam diluídos no ar.
d) estimular a produção de plásticos recicláveis para reduzir a demanda de matéria pri-
ma não renovável e o acúmulo de lixo.
e) reciclar o material para aumentar a qualidade do produto e facilitar a sua comerciali-
zação em larga escala.
ANOTAÇÕES
506
PÁG 515
GEOGRAFIA
GEOGRAFIA
AULA 1
História do pensamento geográfico
Ratzel está ligado com a Geopolítica, tem contexto do final do século XIX estuda
a relação entre Estados, o quão os fatores físicos podem influenciar de forma positiva,
ou seja, como o território pode obter vantagens por si. A grande problemática é que a
interpretação de suas obras deu-se início ao Determinismo, assim interpretam, de for-
ma errônea, porém muito difundida pela Geografia, e muito aceita pelo vestibular, que
o autor fala que o meio em que o ser humano vive é que determinará seu desenvolvi-
mento intelectual, por exemplo, vale ressaltar que a escola determinista afirma isso,
mas não o autor. Ratzel também é considerado o fundador da Geografia Humana por
ter sido o primeiro a relacionar a relação entre humano e natureza.
Vidal de La Blache é outro autor importante, os estudos sobre suas obras e os
pesquisadores que o admiram fundaram a escola possibilista, o Possibilismo afirma a
natureza e o ambiente onde o humano vive influencia em seu desenvolvimento, desta
forma, o desenvolvimento de suas técnicas estará relacionada com a disponibilidade
de recursos naturais, o quanto de inimigos têm ao redor e dentre outros fatores. Pode-
mos perceber que, de certa forma, no início da consolidação dos territórios houve essa
interferência mais forte, mas hoje já é mais difícil de associar o desenvolvimento sim-
plesmente com os recursos naturais. La Blache introduz o conceito dos “gêneros de
vida” (como as civilizações se desenvolvem, aprimoram suas técnicas e desenvolvem
relação com outros povos relacionados com a disponibilidade de recursos presentes
em seu território).
Outra escola do pensamento geográfico trabalha mais com dados quantitativos,
a Geografia Quantitativa trabalha com dados gerais relacionados ao território, há ex-
trema relevância em dados quantitativos pois assim pode-se comparar a situação de
certo país em relação a outro, mas que haja crítica sobre os dados poderem mascarar
a realidade ou mesmo excluir as particularidades regionais, cria-se a possibilidade da
obtenção de outros dados para mostrar as disparidades mais localizadas.
A Geografia Crítica, influenciada por Marx faz contraposição com a Geografia
509
Quantitativa, seu foco está na desigualdade social que é gerada pelo Capitalismo,
através de: conteúdos de segregação social, concentração de capital e terra, processo
histórico, alienação do capital e propriedade privada.
A alguns autores a Geografia não se pode dizer ciência pois não tem um objeto
definido, embora que atualmente pode-se afirmar com quase boa segurança que o
espaço é a base para os estudos geográficos.
Outra discussão que permaneceu por um tempo na academia é como a Geo-
grafia pode se manter como ciência se não tem nenhuma lei fixa para aplicar na reali-
dade.
Embora as ciências humanas não tenham como aplicar uma fórmula para de-
scobrir seu desenvolvimento, já que depende de muitas variáveis, dá para manter-se
relação e se fundamentar na distribuição espacial e seus diversos fatores.
ANOTAÇÕES
510
GEOGRAFIA
AULA 2
Introdução de conceitos de espaço e regionalização
2.0 Introdução
2.1 Conceitos
512
GEOGRAFIA
AULA 3
Cartografia
513
Apesar de todos os esforços, ainda não é possível produzir um mapa-múndi que
não apresente distorções, seja na área dos continentes, seja nos ângulos de latitudes e
longitudes.
EXERCÍCIOS
2. A cartografia pode ser entendida como uma disciplina que abrange o desenvolvi-
mento científico e a melhoria das técnicas usadas na comunicação dos dados relacio-
nados espacialmente.
Assinale verdadeiro (V) ou falso (F) nas afirmações abaixo:
( ) O bom uso da linguagem cartográfica compreende a capacidade de entendimento
dos símbolos utilizados na representação dos fenômenos geográficos.
( ) A indicação da escala utilizada é indispensável para a leitura adequada de produtos
cartográficos.
( ) O traçado das curvas de nível, ou isoípsas, é um dos recursos cartográficos utilizados
para representar o relevo terrestre.
( ) Quanto menor a escala de uma representação cartográfica, maiores e mais visíveis
serão os detalhes de cada fenômeno representado
GABARITO
1. Resposta D
2. V - V - V - F
514
ANOTAÇÕES
515
GEOGRAFIA
AULA 4
Continentes I
4.1 África
1. Aspectos físicos
O continente situa-se no centro de uma placa tectônica, havendo limite de pla-
cas na sua porção centro-leste, onde existe uma falha que se estende desde o mar ver-
melho até os planaltos na Tanzânia. Os planaltos são predominantes na África, hav-
endo entre estes depressões, principalmente na região do Saara. Destacam-se como
formações recentes o Rift Valley (Vale da Fenda) na região correspondente à falha
tectônica no centro-leste e a Cordilheira do Atlas no extremo norte.
Os tipos climáticos variam do tropical equatorial e úmido na região equatorial, ao trop-
ical semiárido e ao clima árido. Quanto à formação vegetal, a maior parte do continen-
te é coberta por Savanas e Desertos, porém na região equatorial ocidental há florestas
tropicais e equatoriais.
2. População
Atualmente, a África tem população aproximada de 800 milhões de habitantes,
sendo os países mais populosos a Nigéria (120 milhões), o Egito (70 milhões), a Etiópia
(65 milhões) e a República do Congo (53 milhões). O crescimento vegetativo é o mais
alto do mundo (2,0% ao ano), com 4,0% de taxa de natalidade e 2,0% de taxa de morta-
lidade. A maior parte desta população, em torno de 60%, vive no campo.
3. Economia
A economia da maior parte dos paí- ses africanos é de subsistência, ou seja, a
produção é essencialmente de alimentos para próprio consumo. São poucos os países
industrializados no continente, se destacando somente a África do Sul, o Egito e a
Nigéria. Sem duvida, o setor da economia mais importante é a extração mineral, devi-
do às grandes jazidas existentes, destacando-se a extração de ouro, diamante, urânio,
platina e titânio. Na região próxima a Lagos, capital da Nigéria, e em todo o norte do
continente, encontram-se importantes jazidas de petróleo, que dinamizam a indústria
e economia destas regiões.
4. Política
O continente africano sofreu intenso processo de colonização, que se iniciou no
século XV com a chegada dos portugueses, e se expandiu fortemente no século XIX,
quando houve domínio principalmente da Inglaterra, França e Bélgica. A política de
colonização causou a partilha da África entre esses países, ou seja, foram criadas fron-
teiras e dividiu-se o continente sem levar em consideração os limites dos povos que ali
viviam.
Na metade do século XX, essas colônias se tornaram independentes, entretanto
as fronteiras continuavam as mesmas determinadas pelos europeus, o que causou na
maior parte dos lugares a separação de indivíduos de um mesmo povo, ou a junção de
diferentes povos num mesmo território. Essas condições geraram diversos problemas
517
políticos internos, tanto na questão da separação de povos com mesma cultura e re-
ligião, quanto na junção de povos inimigos, causando guerras civis na maior parte dos
países africanos, quase sempre envolvendo disputas de poder.
5. Sociedade
Na porção norte do continente, encontramos em praticamente toda a região o
predomínio da religião e cultura islâmica, trazida graças a expansão do império islâm-
ico no século XIII e que permanece até os dias atuais. Na porção da África Subsaaria-
na, há grande diversidade cultural, religiosa e lingüística, representada pelos diversos
povos tribais existentes, cada qual com seus costumes e línguas distintas. O continente
é o que possui menores índices de desenvolvimento humano (IDH) no mundo, sendo
considerado assim o continente mais pobre. Há escassez de água e alimentos, grande
parte devido à exploração externa e às constantes guerras civis, gerando grandes índi-
ces de fome, miséria e mortalidade.
4.2 Ásia
A Ásia forma a porção oriental da Eurásia, com uma área de cerca de 49.694. 700
km² e uma população de quase 3,8 bilhões de habitantes, ou mais de 60% da popu-
lação mundial. Este continente é marca-
do por ser o berço das mais antigas civi-
lizações do mundo, portanto possui
imensa diversidade cultural, lingüística
e religiosa. Pode-se dividir o continente
asiático em 6 grandes regiões, conforme
critério das Nações Unidas:
1. Ásia Setentrional
2. Oriente médio
3. Ásia Central
4. Ásia Meridional
5. Ásia Oriental
6. Sudeste da Ásia
1. Aspectos Naturais
Por ser um imenso continente, encontramos na Ásia as mais variadas paisa-
gens, formas de relevo e configurações climáticas. De forma geral, ao Sul e Sudeste, o
clima se apresenta tropical a equatorial, na porção central predomina o árido e o semi-
árido, e ao Norte clima de temperado à frio. Encontram-se todas as formações vegetais,
desde as florestas equatoriais ao sul e florestas temperadas no extremo oriente, aos de-
sertos do oriente médio, as estepes na porção central e coníferas nos planaltos siberia-
nos.
2. População
A Ásia se caracteriza por ser o conti- nente mais habitado do mundo, sendo que
somente Índia, China e Indonésia somam mais de 2,5 bilhões de pessoas, mais que 1/3
da população global. O índice de crescimento vegetativo é variável, porém no geral é
alto. A densidade populacional em determinados países é muito alta, principalmente
no Japão (nas grandes cidades, mais de 1000 hab/km²), em Cingapura, na Índia, na Chi-
na e na Indonésia.
518
3. Economia
Por apresentar países tão distintos, não é possível estabelecer um padrão eco-
nômico para a Ásia. Temos para os países do Oriente Médio o petróleo como elemento
principal, devido às grandes jazidas ali presentes. No extremo oriente e sudeste asiáti-
co, temos os chamados tigres asiáticos, grupo de países que a partir de políticas econô-
micas de incentivo ao desenvolvimento industrial, tecnológico e em educação ganham
importância no comércio mundial, com relevância para o setor terciário. Há grande
produção agrícola, principalmente de arroz e grãos.
Índia e China são os países que possuem maior crescimento do PIB no continente nos
últimos anos, com destaque na Índia para produção de produtos de informática de
ponta, e na China para produção industrial em geral a exportação, feita nas cidades de
economia aberta próximas ao litoral (ZEE’s – Zonas de Economia Especial).
4. Política
Devido à diversidade de povos e à longa história de ocupação do continente,
existem diversos conflitos políticos em andamento na atualidade. Sem dúvida, aqueles
que merecem maior destaque são: os conflitos existentes na Síria, que começaram a
partir da insurreição da Primavera Árabe (onda revolucionária de manifestações e pro-
testos no mundo árabe), mas hoje são caracterizados como uma Guerra Civil; a questão
Palestina, conflito que perdura séculos por razões religiosas e de identidade com o ter-
ritório (israelitas x palestinos); a Caxemira, região ao Norte da Índia disputada entre este
e o Paquistão, conflito gerado por questões econômicas e culturais; o Taiwan, exprovín-
cia chinesa que se auto proclamou independente na segunda metade do século XX,
gerando conflitos entre os dois países.
5. Sociedade
As sociedades asiáticas variam de acordo com a região da qual tratamos. Ob-
serva-se, no geral, imenso contingente populacional que sobrevive sob condições de
vida precárias no campo em grande parte dos países. A Índia tem a maior população
de famintos do mundo (mais de 300 milhões de pessoas, quase 2 vezes a população do
Brasil) e na China o sistema socialista garante certa estabilidade para os camponeses,
porém estes são pobres. Os melhores índices de desenvolvimento humano estão no
Japão, país mais desenvolvido industrialmente e tecnologicamente do continente. Em
relação à cultura, há grande diversidade de povos, línguas e religiões, sendo que todas
as grandes religiões atuais surgiram na Ásia: Cristianismo, Islamismo e Judaísmo no
Oriente Médio e Hinduísmo e Budismo na Índia.
EXERCÍCIOS
520
GABARITO
1. Resposta D. 2. Resposta A.
3. Resposta D. 4. Resposta A.
ANOTAÇÕES
521
GEOGRAFIA
AULA 5
Continentes II
5.1 Oceania
1. Regionalização
Austrália e Nova Zelândia, Melanésia, Polinésia e Micronésia.
2. Política
Colonização européia, testes nucleares.
3. Economia
Turismo, pesca e agricultura.
4. Sociedade
Povos polinésios.
5.2 Europa
1. Clima
Os tipos de clima do continente europeu variam de acordo com sua classificação
de continente temperado, localizado nas latitudes 34º Norte e 75º Norte. Esta local-
ização latitudinal, sem contar com a interferência de outros fatores, determina meno-
res temperaturas ao norte do continente e maiores médias térmicas no sul. Porém
fatores como altitude, proximidade do mar, presença de dinâmicas como correntes
marítimas e de massas de ar, influenciam o comportamento do clima.
Predomina no continente as baixas altitudes. No sul onde as temperaturas são
amenas, existe a influência das elevações formadas pelos dobramentos modernos, que
criam zonas de climas frios, semelhantes ao encontrados no norte.
As zonas proximas ao litoral sofrem a ação da maritimidade, amenizando as
temperaturas e elevando a úmidade do ar. Já nas áreas interiores, existe o sofrimento
com a chamada continentalidade, onde as temperaturas são maiores e a úmidade do
ar é mais baixa.
A corrente marítima, chamada de Corrente do Golfo ou Gulf Stream, é uma cor-
rente quente, originada no golfo do México, e que atua no noroeste do continente
europeu. Isso evita o congelamento do litoral.
Existe a influência das massas de ar quente provenientes do Saara (ven-
to Simum), sobre a área mediterrânica, tornando o verão muito seco. Já as massas
provenientes dos pólos, que atuam principalmente ao norte durante o invcerno, de-
terminam baixas temperaturas nestas áreas. Esta massa fria não consegue penetrar
no continente devido a barreira natural de montanhas que barram parcialmente sua
passagem.
Após observações deste conjunto de fatores climáticos ao longo de dezenas de
anos, chegou-se a determinação de comportamentos médios atmosféricos definidos
nas regiões climáticas e tipos de climas que seguem:
- Subpolar e frio de montanha: Invernos frios e com mais de três meses de du-
ração, com temperaturas médias de -10ºC. Abrange o norte da Escandinávia e da
Russia, as áreas elevadas das cordilheiras Cantábricas, Alpes, Alpes Dináricos, Bálcãs e
Cárpatos. Nas áreas litorâneas do extremo norte o frio intenso provoca congelamento
dos mares, com exeção dos lugares atingidos pela corrente do Golfo.
- Temperado frio: Ocupa o interior da porção norte do continente, sendo muito
semelhante ao clima subpolar, com invernos rigorosos e médias mensais abaixo de
-10ºC.
- Temperado continental: Apresenta invernos rigorosos com abundante precip-
itação de neve, e temperaturas que acalçam -30ºC. Os verões são chuvosos com tem-
peraturas médias de 20ºC. É o clima predominante na Europa, sendo mais comum nas
áreas centrais e interiores do continente.
- Temperado Oceânico: Apresenta invernos menos rigorosos, com médias acima
de zero grau. Encontra-se em latitudes semelhantes do tipo de clima temperado con-
tinental, mas se diferencia por ser atingido pelas correntes do Golfo, que umidifica a
atmosfera das áreas proximas ao atlântico.
- Mediterrâneo: Apresenta verões quentes e secos, com médias térmicas de
523
30ºC. Geralmente os invernosconcentram as chuvas do ano e são mais amenos, com
médias de 10ºC. Este clima ocorre ao sul dos dobramentos modernos, abrangendo:
Portugal, Espanha, Itália, França, Grécia e Peninsula Balcânica.
- Semi-árido: Um tipo de clima que ocorre nas regiões margens dos mares Negro
e Cáspio, com baixas precipitações, o que dificulta a ocupação da região. O inverno é
frio com média de 5ºC, e o verão quente, com médias acima de 25ºC.
2. Relevo
Dentro do continente europeu, podemos encontrar diferentes formas de relevo.
As estruturas mais marcantes são os Alpes Escandinavos localizados na Europa Seten-
trional, as grandes extensões de planícies na região centro-ocidental, os Pirineus, Apen-
inos e Bálcãs na porção meridional. A porção centro-oriental, também conhecida como
Leste Europeu apresenta predominância de planícies ao norte e formações montanho-
sas recentes ao sul.
3. Economia
A quase totalidade do continente inclui-se no mundo desenvolvido. A agricultu-
ra, mecanizada, emprega em média apenas 10% da população economicamente ativa,
enquanto um terço desta é ocupado na indústria e a maior parte é absorvida pelo setor
terciário.
Bandeira-símbolo da UE
Uma das principais características desse Bloco Econômico é a adoção de uma
moeda única em quase todos os países: o euro. Dos países membros apenas Inglaterra,
País de Gales, Escócia e Irlanda ainda não aderiram ao euro, pois a Libra Esterlina ainda
é uma moeda mais forte. Na Inglaterra já foi realizado um plebiscito com a população
para decidir se o país aderia ao euro ou não. A maioria votou contra, com receio de ter a
estabilidade econômica do país abalada caso opte pela utilização de uma moeda co-
mum a quase toda a Europa.
A ideia do Bloco começou a se desenhar na década de 50 com poucos países,
quando foi criada a CECA, Comunidade Européia do Carvão e do Aço e foi se expandido
nas décadas seguintes, abrangendo novos membros. A soma dos países que não se as-
sociaram ainda a UE, mas realizam comércio com este bloco formam o chamado EEE
(Espaço Econômico Europeu).
5.4 Antártida
524
existência de um continente gelado ao sul. Foi somente em 1821 que uma expedição
russa conseguiu avistar a abarcar neste continente.
Com seus 14 milhões de Km² (no verão pode chegar a 20 milhões de Km²), a
Antártida é quase duas vezes o território brasileiro e tem sido alvo de interesses prin-
cipalmente de países desenvolvidos que buscam nesse local, além de abastecimento
hídrico, explorar as jazidas de petróleo e carvão mineral.
Os ciclones que se formam principalmente no entorno da Antártida ao longo
da rápida e gelada corrente oceânica funcionam como uma barreira de proteção para
diminuir a troca de calor com as regiões mais quentes e desta forma, evitar um maior
descongelamento das calotas.
Quando uma calota de gelo que ultrapassa a superfície da rocha e expande so-
bre o oceano quebra, forma-se o que conhecemos como icebergs. Diferentemente do
hemisfério setentrional, os icebergs do hemisfério sul podem chegar a tamanhos como
os de um pequeno estado brasileiro.
Na corrida pela ocupação e, portanto, garantia de realização de pesquisas na
região, o Brasil instalou na Antártida a Estação Comandante Ferraz que fica na Ilha Rei
George. Desde então, cientistas brasileiros participam dos Encontros de Pesquisas para
trocar informações com pesquisadores de outras nações.
EXERCÍCIOS
2. Em maio de 2004, a União Européia incluiu dez novos países, sendo que a maioria
pertencia ao antigo bloco socialista. Tal medida sepultou de vez a Cortina de Ferro e a
Guerra Fria. Entretanto, segundo os críticos, esta mudança não é motivo de comemo-
ração devido aos problemas que ela pode trazer.
Das alternativas abaixo, aquela que não pode ser considerada um problema para a
nova União Européia é:
a) os países do Leste Europeu podem se tornar pólos de atração para migrantes vin-
dos de regiões mais pobres da Europa
b) os hábitos de consumo deixados pela economia planificada podem dificultar a inte-
gração dos novos membros
c) a entrada de países do Leste Europeu na União pode ampliar as disparidades region-
ais
525
d) a existência de medidas restritivas à entrada de trabalhadores dos novos países po-
de transformá-los em cidadãos de segunda categoria
e) a inclusão dos novos países membros cria o maior mercado do mundo e põe fim a
chamada “Cortina de Ferro”
4. “Nas vastas planícies que dominam a paisagem, o inverno rigoroso sobre o solo com
uma capa de neve que, ao fundir-se na primavera, permite a germinação de uma vege-
tação herbácea extensiva que atinge seu desenvolvimento máximo no verão chuvoso,
quando intensa atividade biológica decompõe o capim morto do ano anterior, orig-
inando muito húmus e matéria orgânica, que conferem aos solos uma cor escura e
muita fertilidade.” A descrição refere-se
a) às tundras b) às estepes c) às savanas
d) ao sahel e) à taiga
5. A fragmentação das republicas soviéticas fez com que a grande parte da área
agrícola mais fértil, composta de enormes extensões de terras negras e responsável por
parte substancial da produção de trigo e de beterraba, passasse a pertencer à:
a) Rússia b) Geórgia c) Quirguízia
d) Ucrânia e) Armênia
526
GABARITO
1. Resposta E. 2. Resposta E.
3. Resposta C. 4. Resposta B.
5. Resposta D. 6. Resposta C.
ANOTAÇÕES
527
GEOGRAFIA
AULA 6
O Brasil em regiões
529
6.3 Região Sudeste
A região do Centro Oeste vem apresentando destaque, nos últimos anos, em sua
produção agrícola, principalmente com produtos como soja, milho, arroz e feijão
A vegetação típica dessa região é o cerrado. Essa complexa cobertura vegetal
530
caracteriza-se por apresentar arbustos e árvores providos de raízes profundas e troncos
e galhos retorcidos cobertos por uma grossa casca que protege a planta de resseca-
mento e queimadas. O solo é considerado pobre, mas os avanços tecnológicos têm
permitido o enriquecimento e diminuição da acidez do solo para o plantio principal-
mente da soja.
EXERCÍCIOS
531
ção de capital e utilização de técnicas agrícolas avançadas. Nesses processos, a substi-
tuição das formações do cerrado pela agricultura mecanizada gerou poucos impactos
ambientais, tendo em vista a substituição de uma cobertura vegetal por outra.
e) A partir dos anos 60 do século XX, a forte concentração econômica no Sudeste bra-
sileiro vem apresentando tendência à reversão. Explicam este processo, entre outros,
a diversificação e modernização dos setores industriais extrativos e de transformação,
bem como do setor agrário das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, de acordo com
as vocações produtivas dessas regiões.
3. Entre as décadas de 50 e 70, as ações governamentais que tinham, entre seus obje-
tivos, a integração do território nacional, promoveram uma pequena redução nas fortes
desigualdades econômicas existentes no Brasil.
Entre as razões que permitiram a redução das desigualdades regionais, encontram-se
as relacionadas abaixo, exceto:
a) a criação de pólos de crescimento regional, como a Zona Franca de Manaus.
b) a concessão para a exploração da infraestrutura energética e de telecomunicações.
c) a política fiscal que oferecia incentivos aos investimentos feitos nas fronteira.
d) a construção, pelo Estado, de rodovias de integração inter-regional, como a Belém-
Brasília.
e) a atuação das superintendências de desenvolvimento regional, como a SUDENE.
5. As grandes bacias leiteiras do Brasil sudeste estão localizadas no sul de Minas Ge-
rais, no Vale do Paraíba e na região de Campinas. Essa distribuição pode ser expli- cada:
a) pelas terras baratas deixadas pela passagem da cultura de café.
b) pela vegetação natural típica, de campos e pradarias, que extensivamente reco-
briam estas áreas.
c) pela grande extensão urbana e constituição de aglomerações metropolitanas, que
incentivaram a produção leiteira.
d) pelo incentivo fornecido pelo Governo Federal à criação do gado estabulado
e) pela necessidade de criar gado em estábulos, pois no inverno não há pastagens dis-
poníveis.
6. Quase 75% da produção de leite de vaca provêm de duas regiões brasileiras e 85%
do leite de cabra provêm de apenas uma região do país. As regiões citadas no texto são
res pectivamente:
a) sul / centro oeste e centro oeste b) nordeste / centro oeste e sudeste
c) nordeste / sul e sul d) nordeste / sul e nordeste
e) sudeste / nordeste e norte
532
GABARITO
1. Resposta D. 2. Resposta E.
3. Resposta B. 4. Resposta B.
5. Resposta C. 6. Resposta D.
ANOTAÇÕES
533
PÁG 542
HISTÓRIA
HISTÓRIA
AULA 1
Introdução ao Estudo da História I
1. O QUE É HISTÓRIA?
535
1. Quantitativas: provocadas pelo aumento dos volumes e proporções, como o cresci-
mento da população, do número de cidades etc.;
Modo de produção
Elaborado pelos filósofos alemães Karl Marx e Friedrich Engels, no século XIX, ele
diz que se pode pensar o modo de organização da vida tendo a economia papel deter-
minante, ou seja, que determina as demais partes.
O modo de produção é formado por outros dois conceitos: as forças produtivas
(ou seja, os meios para produzir [ex.: escravo, moinho, máquina] e as maneiras com que
esses meios necessários à produção são apropriados pela sociedade [ex.: no modo de
produção capitalista, para uma pessoa ter várias máquinas, é preciso que muitas pes-
soas não tenham nenhuma]) e as relações de produção (ou seja, as relações entre os
homens surgidas a partir do lugar de cada indivíduo no processo produtivo). A maneira
como esses dois requisitos estão combinados determina um modo de produção espe-
cífico: primitivo, asiático, antigo, escravista, feudal, capitalista, socialista.
Sistema
A ideia consiste numa combinação de partes que mantêm relações necessárias
entre si. A mudança em uma delas atinge o conjunto e provoca uma rearticulação das
várias partes, há uma espécie de reação em cadeia. Muitas vezes a expressão regime
aparece no lugar de sistema: regime feudal, regime capitalista. É importante lembrar
que um sistema nunca se encontra em estado puro; sempre traz em si elementos do
sistema anterior e os germes do sistema futuro.
Estrutura
Forma pela qual se articulam as partes de um modo de produção. As estruturas
econômicas e sociais chamam-se infraestrutura; as instituições jurídico-políticas e as
formas de consciência social que correspondem à infraestrutura são chamadas su-
536
perestrutura. A superestrutura cultural diz respeito à visão de mundo que os agentes
sociais (classes, indivíduos) possuem sobre a sociedade em que vivem.
Conjuntura
É a palavra que designa mudanças momentâneas, enquanto estrutura designa
elementos mais estáveis. As curvas de conjuntura indicam fragmentos mensuráveis:
preços, salários, moeda, taxas demográficas, tipos de rendas. A análise estrutural é
sempre qualitativa. A conjuntural, sempre quantitativa. A combinação das duas resul-
ta em aprofundamento do conhecimento histórico, pois a análise conjuntural permite
adensar a qualitativa, única capaz de detectar mudanças estruturais.
EXERCÍCIOS
3. O que se pode entender quando se afirma que “A História não tem leis”?
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
537
4. Qual destas opções não se refere-se a um conceito da História?
a) Estrutura
b) Conjuntura
c) Joguete
d) Sistema
e) Modo de produção
5. Fala-se que o historiador pode “ser influencio pelo projeto da própria análise”. O que
isto significa?
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
GABARITO
1. A História é o estudo do homem através do tempo e a historiografia é a
escrita da his- tória, não como ela “foi”, mas conforme o modo como cada
historiador a escreve.
ANOTAÇÕES
538
ANOTAÇÕES
539
HISTÓRIA
AULA 2
Introdução ao Estudo da História II
Periodização
Trabalho do Historiador
Conceito de Civilização
Conceito de Estado
Estado é uma instituição de caráter político, que detém o poder de governar so-
bre uma determinada população de um território definido e demarcado.
Seu conceito evoluiu desde a Antiguidade, onde havia na Grécia Antiga as ci-
dade-estado que se encontravam sob o território grego, porém funcionavam de forma
independente, com regime político e leis próprias. Era visível as diferenças de religião,
língua e literatura de uma pólis (como eram chamadas as cidade-estado na Grécia)
para a outra. Atualmente a cidade do Vaticano segue esse modelo, pois se localiza
dentro da cidade de Roma, mas é uma cidade eclesiástica, soberana e governada pelo
papa.
Foi a Itália que utilizou a palavra Stato pela primeira vez, mas seu significado
541
ainda não era muito bem definido. Na Inglaterra (no século XV) e posteriormente na
Alemanha e França (século XVI) o termo Estado foi utilizado para designar a ordem pú-
blica. Mas foi na obra “O príncipe” de Maquiavel (escrito em 1513) que a palavra foi final-
mente utilizada na literatura científica.
A formação de um Estado depende de três elementos:
1. Povo: os habitantes do território, independente do vínculo que elas têm com o
Estado.
2. Território: local onde há a imposição de ordenamento jurídico, onde o governo
exerce poder e valida suas normas jurídicas. Constitui-se do solo, subsolo, águas territo-
riais, ilhas, lagos, rios, portos, mar e espaço aéreo.
3. Soberania: é a autoridade máxima e não se limita a nenhum outro poder.
ANOTAÇÕES
542
HISTÓRIA
AULA 3
História e o tempo
543
3.1 Surgimento do calendário cristão
Se concordarmos, por exemplo, que Roma foi um grande império, mas cujo
domínio não se estendeu muito além das margens do mar Mediterrâneo, podemos
questionar a importância da queda desse império para os chineses ou para as civi-
lizações da América pré-colombiana, que não tinham contato nenhum com os ro-
manos. Ou ainda sobre a absoluta falta de sentido do termo “Idade Média” para os
muçulmanos, que durante esse período conheceram grandes momentos em sua ex-
pansão territorial, artes e ciências, ao contrário do que ocorria com o mundo cristão na
Europa, e assim por diante.
Resumindo, as periodizações são muito importantes para compreendermos a
história, desde que nos acautelemos com o seguinte fato: elas retratam determinados
poderes político, econômico e cultural, que se expressam nas datas e temas escolhi-
dos para serem estudados e ensinados, e esta é sua grande limitação. Não é possível
544
superar esse eurocentrismo, portanto, sem considerarmos que ele faz parte não só da
periodização que adotamos e dos temas que estudamos, mas de NÓS MESMOS, como
sociedade que nasceu da conquista e colonização por nações européias.
Se nós quisermos estudar História, é fundamental ter o domínio sobre o modo
tradicionalmente aceito de calcular o tempo, tendo como medida básica para nosso
interesse o ano.
Desse modo, cem anos constituem um século. Dez séculos ou 1000 anos for-
mam um milênio. Um período de 25 a 30 anos corresponde a uma geração, ou período
em que os indivíduos passam a constituir família e gerar filhos.
A aceitação da cronologia cristã fez com que os anos anteriores ao nascimento
de Cristo passassem a ser contados de trás para diante. Assim, 10 a.C. significa 10 anos
antes de Cristo; e 10 d.C. significa 10 anos depois de Cristo, isto é, depois do nascimen-
to de Cristo.
O tempo, quando tratado por séculos, vem sempre em algarismos romanos e
estes são o I (1), V (5), X (10), L (50), C (100) e M (1000). Não existe o 0 (zero) e os núme- ros
resultam da combinação desses elementos.
EXERCÍCIOS
545
3. O que significam as letras “a.C.” e “d.C.” contidas na linha do tempo?
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
GABARITO
1. Resposta A
2. Resposta D
546
ANOTAÇÕES
547
HISTÓRIA
AULA 4
História geral
549
4.3 Idade Moderna
550
EXERCÍCIOS
4. No âmbito político, qual era o nome do regime de governo durante a Idade Moder-
na?
a) Absolutismo
b) Liberalismo
c) Mercantilismo
d) Comercialismo
e) Império
551
7. Qual desses movimentos teve importância fundamental para a transição do mundo
moderno para o contemporâneo?
a) Queda do Império Romano.
b) Revolução Inglesa
c) Revolução Russa.
d) Revolução Francesa
e) Tomada de Constantinopla
8. Foi bastante falado que a História que es- tudamos é do ponto de vista europeu. Ao
mesmo tempo, muitas pessoas falam que “História não serve para nada”. A partir do
que foi discutido em sala de aula, escreva o que você pensa da pergunta: “Para que ser-
ve a História”?
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
GABARITO
1. Resposta D
2. Resposta C
4. Resposta A
7. Resposta D
9. Resposta C
552
ANOTAÇÕES
553
HISTÓRIA
AULA 5
História do Brasil
5.0 Periodização
554
Devido à grande necessidade de mão de obra para os canaviais, o aprisiona-
mento e o comércio de negros africanos para o Brasil se tornaram atividades extrema-
mente lucrativas. Alguns autores chegam a afirmar que tal atividade econômica era
mais lucrativa que a própria produção de cana-de-açúcar nos engenhos.
Muitos escravos tentavam resistir a esta imposição e comumente eram castiga-
dos pelos capitães do mato, que eram os responsáveis pela ordem no engenho. No en-
tanto, alguns escravos conseguiam fugir e organizavam uma nova vida em pequenas
comunidades conhecidas como quilombos.
A partir do ano de 1808, o Brasil começa a tomar novos rumos, com a vinda da
família real portuguesa para cá. Tal mudança se deve ao fato de que, na época, as
tropas napoleônicas ganhavam bastante territórios na Europa e chegariam rapida-
mente a Portugal, cuja Corte foi obrigada a se transferir às pressas para o Brasil.
Esse período, conhecido como Governo Joanino no Brasil, foi o marco para as mu-
danças que ocorreriam nas relações comerciais e sociais.
A Abertura dos Portos às nações amigas e os Tratados de 1810, decretados por D.
João, trouxeram ao Brasil a possibilidade de realizar comércio com diferentes nações e
não mais somente com a metrópole portuguesa, como previsto no Pacto Colonial.
Além disso, o país também estaria autorizado a possuir indústrias e não depender mais
exclusivamente de produtos industrializados estrangeiros.
Napoleão Bonaparte foi derrotado na Batalha de Waterloo no ano de 1815 e as
nações européias passaram a se organizar para redividir o território, onde a corte por-
tuguesa, para ter direitos nessa redivisão, foi obrigada a elevar o Brasil à condição de
Reino Unido (unido à Portugal, logicamente).
Posteriormente, D. João foi convoca- do às pressas à Europa, e deixou seu filho,
D. Pedro I governando em seu nome. Esse período, conhecido como Regência de D.
Pedro I, durou pouco tempo (de 1821 a 1822).
Nesse período, dois partidos brigavam pelo poder: o Partido Português, que era
a favor da recolonização do Brasil, e o Partido Brasileiro, composto principalmente por
comerciantes, que buscavam a independência do país. Após uma onda de bajulação
realizada pelo povo brasileiro, D Pedro I resolveu ficar no Brasil e declarar a Indepen-
dência.
555
dro II, bastante astucioso, eliminou os mais radicais das principais revoltas do país e no
plano político alternou o poder entre liberais e conservadores de maneira que ambos
pudessem participar da vida política do país.
Porém, no ano de 1889, o país, que já havia se transformado muito, passa por
problemas econômicos devido ao aumento da dívida externa por conta da Guerra do
Paraguai. Além disto, o exército encontra-se fortalecido e uma nova classe econômica
passa a emergir no país: os cafeicultores.
Para piorar a situação da corte, o Imperador rompeu laços com a Igreja, que de
certa forma, justificava perante Deus o poder e a riqueza da aristocracia.
556
EXERCÍCIOS
2. Qual Tratado, realizado entre os portugue- ses e os espanhóis, que dividia o território
brasileiro ao meio?
a) Tratado de Madri
b) Tratado de Petrópolis
c) Tratado de Tordesilhas
d) Tratado de Barcelona
e) Tratado do Brasil
4. Qual fato ocorrido no Brasil no início do século XIX que teve como conseqüência a
ampliação e melhorias de estrutura da cidade do Rio de Janeiro e a abertura dos por-
tos às Nações Amigas?
a) Grito da Independência
b) Instalação do Período Regencial
c) Chegada da Família Real Portuguesa
d) Aumento da dívida externa
e) Comércio com os países da América Latina
557
a) Tratado de Tordesilhas
b) Plantation Colonial
c) Comércio de Especiarias
d) Encilhamento
e) Pacto Colonial
558
d) eram muito precárias nas senzalas, onde habitava a maior parcela dos escravos.
e) dependiam apenas dos senhores, que algumas vezes construíam pequenas moradi-
as para seus escravos.
11. Na verdade, o que Portugal queria para sua colônia americana é que fosse uma sim-
ples produtora e fornecedora dos gêneros úteis ao comércio metropolitano e que se
pudessem vender com grandes lucros no mercado europeu. Este Foi o objetivo da
política portuguesa até o fim da Era Colonial.
Pela leitura do texto podemos concluir que:
a) apesar de o Brasil ser uma colônia de exploração, os princípios mercantilistas não fo-
ram aplicados aqui com rigor, o que possibilitou o desenvolvimento de atividades que
visavam o crescimento da Colônia.
b) mesmo tendo a metrópole se afastado dos princípios econômicos do sistema colo-
nial, os seus objetivos foram plenamente alcançados.
c) apesar de a colonização atender os princípios mercantilistas, estes, em grande parte,
não foram respeitados, uma vez que a economia colonial se voltou mais para o comér-
cio interno.
d) a metrópole se interessava pelo desenvolvimento econômico da Colônia e, por isso,
preocupava-se em incentivar toda a atividade que explorasse os recursos que viessem
a beneficiar a terra.
e) a montagem da empresa colonial obedecia aos princípios do mercantilismo e, nesse
sentido, Lisboa preocupou-se em incentivar na Colônia as atividades complementares
à economia metropolitana.
12. Com relação a mineração, atividade econômica ocorrida no período colonial é cor-
reto afirmar que:
559
a) incentivou o sentimento nativista, ao introduzir no Brasil modificações econômicas,
sociais e administrativas bastante profundas.
b) a produção manufatureira concentrou-se principalmente na produção de instru-
mentos destinados às atividades mineradoras.
c) foi responsável, em grande parte, pelo desenvolvimento de uma civilização rica nas
Minas Gerais, graças a grande circulação de ouro com muito pouca fiscalização.
d) contribuiu para a criação de um órgão administrativo responsável pela aceleração
do processo de interiorização e alargamento territorial.
e) eliminou o sentimento nativista, uma vez que o conflito de interesses entre o Brasil e
a Metrópole era fruto de uma situação econômica ruim da classe dominante.
GABARITO
1. Resposta E
2. Resposta C
3. Resposta D
4. Resposta C
5. Resposta E
6. Resposta A
7. Resposta E
8. Resposta D
9. Resposta D
10. Resposta D
11. Resposta E
12. Resposta A
560
ANOTAÇÕES
561