Acordão Justiça Contratual
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Documento assinado digitalmente, conforme MP n.° 2.200-2/2001, Lei n.° 11.419/2006 e Resolução n.° 09/2008, do TJPR/OE
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Apelação Cível nº 663.183-6 fls. 2
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firmado entre as partes é, e sempre foi, temporário, pactuado por prazo determinado
de um ano, sendo facultada a ambas as partes a possibilidade de sua não
renovação, fato esse incontroverso, como narrado à fl. 614 da sentença.
Afirma que, segundo previsto nas Condições Gerais da Apólice
VG 636, cláusula XIX, o único requisito para que se opere a extinção da avença pelo
termo é o aviso prévio de trinta dias, o que foi cumprido com ampla vantagem de
prazo.
Destaca, ainda, que o contrato de seguro de vida (atualmente,
seguro de pessoa) tem cunho estritamente patrimonial, que é o pagamento de
indenização pela ocorrência de sinistro indenizável, cujo risco deve ser, na forma da
lei (atual art. 757, do CC/2002), predeterminado, in casu, pelo período de um ano
(prazo do contrato), até porque os cálculos atuariais são realizados a cada ano,
levando-se em conta diversos aspectos para que se chegue ao prêmio devido em
razão dos riscos oferecidos.
Insiste que é absolutamente jurídico que, advindo o termo final
do contrato em exame, a seguradora não o renove nas mesmas bases, ante a
prejudicial e gravosa alteração das suas bases objetivas.
Assevera que se revela injurídica a decisão que determina a
manutenção ad eternum de um contrato findo no tempo, desconforme com a
legislação vigente, e que contém cláusula expressa de não renovação mediante
comunicação prévia de qualquer das partes (bilateralidade).
Aduz que os novos contratos não estão, de forma alguma,
sendo impostos, mas sim oferecidos. Assim, a nova contratação depende,
fundamentalmente, da vontade e do livre-arbítrio do apelado.
Alega, também, que o contrato de seguro ora discutido,
pactuado entre as partes, com termo final previsto para o último dia do mês de
setembro de 2006, foi estabelecido em Regime Financeiro de Repartição Simples,
no qual “as contribuições dos participantes são calculadas segundo os conceitos de
receita e despesa, arrecadando-se o suficiente para a cobertura dos eventos
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inciso IV que:
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cumpriu com seus deveres (fls. 578), tanto que ocorreram diversas
renovações, agindo pautado pela boa-fé e criando a pretensão de
que a manutenção do contrato ocorreria ao longo da vida. Isto
porque com o decorrer dos anos, os riscos tornam-se cada vez mais
previsíveis, o que, de fato, faz com que se torne mais oneroso o seu
ingresso num contrato de seguro novo, ainda mais se considerarmos
que o autor já conta com mais de 66 anos de idade.
É evidente a quebra da boa-fé por parte da ré ao obstar a
contratação do seguro nos termos em que vinha sendo contratado
pelo autor há 25 anos.
Veja-se que durante todo este período a ré permitiu que o autor
renovasse automática e anualmente o contrato de seguro mediante o
simples pagamento dos prêmios consecutivos, sem impor qualquer
óbice à contratação. Não se pode admitir que após tantos anos a ré
pretenda modificar o contrato, alterando-o de forma a desfavorecer o
autor, sob a alegação de que o contrato foi pactuado por prazo
determinado e que, então, teria ela o direito de não renová-lo
embasada no princípio da autonomia contratual” (fls. 609/618).
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Confira-se, ainda:
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HONORÁRIOS MAJORADOS.
Tratando-se de típica relação de consumo, caracterizada pela
vulnerabilidade da contratante, implica nulidade da cláusula que
ampara o rompimento unilateral do contrato, desprovido de
justificativa plausível.
Mostra-se arbitrária e descompromissada a conduta da seguradora,
ferindo os princípios basilares dos contratos, mormente o da
confiança.” (TJ/RS – 6ª C.CÍVEL – Ap. Cível 70032628422 – Rel.
Des. ARTUR ARNILDO LUDWIG – DJ 11/05/2010)
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Ante ao exposto,
ACORDAM os Desembargadores da Oitava Câmara Cível do
Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, por unanimidade de votos, em conhecer e
negar provimento ao recurso.
Acompanharam o voto do eminente Desembargador Relator, o
Exmo Des. Presidente Miguel Kfouri Neto e o Exmo. Des. Guimarães da Costa.
Curitiba, 07 de outubro de 2010.
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