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Abate Suinos

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Abate humanitário de suínos

Humane slaughter of swine

Gisele Dela Ricci1* e Osmar Antonio Dalla Costa2

Recebido em 03/02/2014 / Aceito em 02/09/2015.

RESUMO INTRODUÇÃO

O objetivo desta revisão de literatura foi descrever A melhoria dos procedimentos pré-abate dos
os procedimentos relacionados ao manejo pré-abate animais destinados ao consumo alimentício assumiu
que permitem um eficiente abate humanitário para importância científica quando foi observada a seriedade
os suínos. O manejo pré-abate é definido como dos eventos que ocorrem desde a propriedade rural até
o conjunto de práticas com os animais desde a o abate no frigorifico e sua influência significativa na
propriedade até o frigorifico. Esses procedimentos qualidade da carne (SWATLAND 2000).
receberam maior atenção a partir do momento em O abate humanitário tem como objetivo reduzir
que o estresse foi diagnosticado entre os principais sofrimentos inúteis do animal a ser abatido, sendo
responsáveis por perdas relacionadas à qualidade de prioridade crescente em países desenvolvidos, com
carne e economia de todo o sistema. O embarque, o preferência de alimentos que atendam preceitos de
transporte, o desembarque, o jejum, a dieta hídrica, os bem-estar animal (CORTES 1994 & PICCHI 1996).
tipos e adequação da insensibilização e a eficiência da Quando o manejo pré-abate é realizado de forma
sangria são fatores que necessitam de treinamento para inadequada, o bem-estar dos animais fica prejudicado,
produtores, funcionários e demais envolvidos com a afetando a representatividade na formação do conceito
cadeia produtiva de suínos, desde que interferem com e da imagem do produto frente ao mercado, que
o bem-estar desses animais. possui importância singular para os consumidores,
juntamente a preocupação com a segurança alimentar
ABSTRACT e do meio ambiente (DEN OUDEN 1997).
Para reduzir os efeitos negativos dos
The aim of this review was to describe the procedures procedimentos do manejo pré-abate é necessário que
related to pre-slaughter management to enable humane estratégias sejam desenvolvidas visando à diminuição
slaughter of pigs. The pre-slaughter management do estresse e de fatores que minimizem ao máximo
is defined as the set of practices with them from esse prejuízo. De tal modo, o desenvolvimento
the property to the fridge. These procedures have de condições adequadas de embarque, transporte,
received more attention from the moment that stress treinamento aos funcionários das fazendas,
was diagnosed among the main responsible for transportadoras e frigoríficos, para que sejam capazes
losses related to meat quality and economy of the de desenvolver seu trabalho com segurança, reduzindo
entire system. The shipment, transportation, landing, o risco de que haja sofrimento dos animais durante o
fasting, water diet, the types and adequacy of stunning manejo dos animais (HSA 2001).
and bleeding efficiency are factors that need training De acordo com a importância do bem-estar
for producers, employees and others involved with e qualidade da carne para o mercado consumidor,
the production chain for pigs from interfering with the o objetivo desta revisão de literatura é descrever os
welfare of these animals. principais procedimentos ligados ao manejo pré-abate
que tendem a permitir o abate humanitário de suínos.

1
Universidade de São Paulo, Pirassununga, SP, Brasil.
2
Embrapa Suínos e Aves, Concórdia, SC, Brasil.
*
Autor para correspondência: giseledelaricci@usp.br.

ISSN 2238-1171 (edição on-line) Revista de Ciências Agroveterinárias, Lages, v.14, n.3, p.239-244, 2015 239
Ricci e Costa

DESENVOLVIMENTO et al. 2012).


A condução dos animais até o veículo deve ser
A necessidade de atingir o mercado consumidor realizada em pequenos grupos (dois a três animais) de
rapidamente aliado com o aumento do volume da carne acordo com a largura do corredor e do embarcadouro,
de suínos e aves modificou a tecnologia utilizada no com o auxílio de tabuas ou mãos, calmamente, para
processo de abate, no gerenciamento da qualidade e que haja o estímulo de andar, sem paradas bruscas.
quantidade do produto industrializado (FAO 2007). Animais que insistam em voltar, agitados ou
O bem-estar animal faz parte da consciência agressivos, devem ser manejados em outro momento.
pública dos países desenvolvidos, ao mesmo tempo O embarcadouro é o equipamento que permite
em que existe uma demanda por uma maior segurança que os suínos sejam conduzidos para o interior
alimentar (SILVA 2011). Bem-estar pode ser definido do caminhão, que os levará ao frigorífico, sendo
como o estado de um indivíduo durante suas tentativas geralmente constituído por uma rampa fixa ou móvel,
de se ajustar a um ambiente, constituindo o estado ou de madeira, alvenaria ou metálica.
a qualidade de vida do animal que varia de muito bom A rampa deve permitir que os animais entrem
a muito ruim (BROOM 1986). O bem-estar animal é no caminhão sem dificuldades e riscos de danos,
resultado da somatória das liberdades do individuo, gerando assim, o mínimo de estresse possível durante
como ser livre de sede, fome, desconforto, dor, o manejo. As paredes laterais devem estar fechadas
injúrias, doenças, medo, diestresse, má nutrição e livre com altura que impeça a visualização do ambiente
para expressar seu comportamento típico. Existem externo pelos suínos, evitando distração com o
princípios básicos como instalações adequadas, movimento e para reduzir a projeção de sombras no
equipe treinada, equipamentos apropriados e eficácia piso, que podem fazer com que os animais parem
de insensibilização pré- sangria que podem reduzir de se movimentar. A largura da rampa deve ser de
e aliviar a dor e o sofrimento dos animais no abate aproximadamente um metro e a altura das paredes
(LUCTKE 2010). de 0.80 metros, para evitar que o suíno tente pular. A
As práticas de manejo pré-abate englobam inclinação deve ser suave, não ultrapassando 20 graus
diferentes fatores estressantes para os animais, os quando erguida. Acima disso, dificulta a subida dos
quais são considerados importantes influenciadores animais (DALLA COSTA et al. 2012).
na qualidade da carne. Entre eles estão considerados No momento do transporte deve-se atentar para
o embarque, a densidade da carga, o desembarque, o a densidade de carga no caminhão, que se preconiza ao
período de descanso, o jejum, a dieta hídrica, a mistura redor de 0,425m2 por 100 kg de peso vivo, calculada
de lotes, a insensibilização e a sangria (COOK 1999). de acordo com o tipo de veículo e tamanho do lote
De tal modo, para que o programa de bem-estar seja que ocupara os compartimentos (DALLA COSTA
adequado e efetivo, é necessário que todas as pessoas et al. 2012). O tempo de viagem até o abatedouro, o
envolvidas no processo e os métodos de tratamento tempo de restrição alimentar e hídrica, as condições
animal sejam comprometidos e eficientes (LUCTKE das rodovias e ambientais da viagem (temperatura,
et al. 2010). umidade relativa e velocidade do vento) podem
Em função da interação homem-animal e provocar vibrações e movimentos bruscos, que
da mudança de ambiente, o embarque dos suínos é influenciam na qualidade final da carne (BARBOSA
considerado um dos pontos críticos do manejo pré- & SILVA 2004). A Figura 1 demonstra os animais
abate, em decorrência da mão de obra que pode ser embarcados aguardando à saída para o frigorifico.
pouco qualificada e equipamentos que não sejam De tal modo, torna-se necessário que o produtor
apropriados (DALLA COSTA 2005). tenha conhecimento das normas específicas de bem-
Após a definição dos animais, é necessário estar para o transporte dos animais, respeitando-
que haja definição dos lotes que serão enviados ao se as recomendações preconizadas. Adequando-
abate, observando a presença de indivíduos enfermos, se a densidade de animais transportados ao meio
contundidos, ofegantes, cansados, incapacitados de de transporte ou ao compartimento, disputas ou
locomoção ou com algum problema sanitário. Esses sufocamento dos animais serão evitadas, assim como
animais não devem ter sua condução forçada, podem o nível de estresse a que foram submetidos durante o
ser alocados próximos a bebedouros e conduzidos embarque (BARBOSA & SILVA 2004).
juntamente com os próximos lotes (DALLA COSTA

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Figura 1- Porcos carregados para transporte ao frigorífico. Fonte: DALLA COSTA (2012).
Figure 1- Pigs loaded for transport to the fridge. Source: DALLA COSTA (2012).

Com o objetivo de verificar as condições dos Em frigoríficos espanhóis onde suínos são
veículos que transportam os animais, na chegada, submetidos a jejuns de 12 a 18 horas, apresentaram
o produtor deve realizar uma vistoria prévia dos menores taxa de mortalidade durante o manejo pré-
caminhões, e se for encontrada alguma ilegalidade, abate (GUARDIA et al. 1996). Frigoríficos franceses
deve informar aos responsáveis e a agroindústria de realizam jejum de 12 a 18 horas e tendo resposta
suínos (DALLA COSTA et al. 2005). ideal para esvaziar o estomago (CHEVILLON 1994).
Na chegada ao frigorifico, os suínos devem ser Um jejum excedente há 24 horas resulta em perdas
alojados nas baias de espera permitindo que o animal qualitativas e quantitativas na carne, com perdas de
se restabeleça do estresse causado pelo transporte até 5% de seu peso corporal (DALLA COSTA et al.
(CASTILLO 2006). Os principais objetivos do 2008).
período de descanso, do jejum e da dieta hídrica Na chegada a área de descanso, alguns frigoríficos
são a redução do conteúdo gástrico, para facilitar a realizam a prática de lavar os suínos e submetê-los
evisceração da carcaça, e o reestabelecimento das a dieta hídrica, indicada como fundamental para
reservas de glicogênio muscular (BARBOSA & recuperar os animais da desidratação ocorrida durante
SILVA 2004). o transporte, reduzir o estresse térmico, facilitar a
O jejum dos suínos pode resultar em perdas eliminação do conteúdo gastrointestinal, evitando que
quantitativas e qualitativas na carne. MURRAY (2000) as vísceras sejam rompidas durante a evisceração com
indica entre 10 e 24 horas, CHEVILLON (1994) de posterior contaminação da carcaça (LUCTKE et al.
12 a 18 horas e EIKELENBOON et al. (1991) de 16 2010).
a 24 horas. Para MAGRAS et al. (2000) o período de A mistura de suínos de diferentes lotes aumenta
jejum de 22 a 28 horas, tem como objetivo alcançar o número de disputas pelo estabelecimento de nova
maior porcentagem de suínos com menor peso hierarquia social dentro do novo grupo social,
estomacal. A variação no tempo de jejum dos suínos reduzindo o bem-estar dos animais, necessitando-se
está relacionada ao sistema de transporte e logística que o tempo na área de descanso não seja muito longo.
das granjas e dos frigoríficos (DALLA COSTA et al. Animais que apresentarem sinais de dor, diestresse,
2008). doenças, problemas locomotores, prolapsos, hérnias

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graves, caudofagia, contusões e ferimentos devem ser exercida a sangria (LUCTKE et al., 2010).
alojados separadamente em baias onde haja controle e O monitoramento da insensibilização com
monitoramento adequado. Machos inteiros devem ser avaliações regulares e frequentes dos suínos e dos
separados para que seja reduzida a agitação e brigas sensores elétricos é essencial. A garantia de que
no grupo (LUCTKE et al. 2010). os animais passaram pela sangria insensibilizados
É necessário, na área de descanso, que haja pode ser obtida pelos funcionários que avaliam os
redução do estresse térmico pelo calor. Suínos animais devido as fases tônica e clônica dos animais
possuem baixa quantidade de glândulas sudoríparas corretamente insensibilizados (LUCTKE et al. 2010).
o que dificulta a troca de calor e regulação da A insensibilização por Dióxido de Carbono
temperatura corporal. Com o esforço físico, esse (CO2), que é um gás anestésico, tem sido recomendada
calor aumenta, sendo necessário que a área de para insensibilização de suínos e aves, e deve ser
descanso seja coberta, com ventilação, nebulização e administrado em câmaras na concentração de 70%
disponibilidade permanente de água de bebida para os para suínos e 30% para aves (MELDAU 2010).
animais (LUCTKE et al. 2010). Quando se utiliza o sistema gasoso (CO2),
Para que os animais sejam sangrados, normalmente se observa menores índices de fraturas
primeiramente serão insensibilizados. A ósseas, já que há indução de uma contração muscular,
insensibilização ou atordoamento consiste em deixar ou fase tônica, menos intensa em relação ao sistema
o animal em estado de inconsciência que persista elétrico. No entanto, a utilização de insensibilizadores
até o fim da sangria, evitando sofrimento, capaz de elétricos em altas frequências (> 1500 Hz) tem
promover sangria completa (ROÇA 1999). proporcionado resultados semelhantes ao sistema
Na legislação da União Europeia há a exigência gasoso (ANIL 2004).
que todos os animais abatidos para fins de consumo da A insensibilização pode ser feita em baias
carne, devam ser insensibilizados instantaneamente coletivas, onde pequenos grupos de suínos são
e permaneçam insensíveis à dor até que haja perda insensibilizados manualmente dentro da baia,
completa da atividade cerebral, decorrente da sangria aplicando-se o eletrodo em cada animal, com o menor
(EEC 1993). período de aplicação possível. Também pode ser
A eletronarcose é o método de insensibilização feita individualmente, pelo restrainer, que imobiliza
mais utilizado para suínos, carneiros, aves e coelhos o suíno e melhora o posicionamento dos eletrodos
no Brasil (HENCKEL 1998, PRANDL et al. 1994). durante a aplicação. Esse segundo modo causa maior
A insensibilização dos suínos também pode ocorrer estresse pela separação dos suínos para coloca-los em
por eletrocussão ou sistema de três pontos, que é um fila única (LUCTKE et al. 2010).
método irreversível, que induz a inconsciência do O restrainer pode ser em formato V, que
animal seguida por morte por fibrilação ventricular, imobiliza os suínos pela lateral do corpo, através
permitindo maior segurança quanto à insensibilidade de esteiras transportadoras que os levam até o
do suíno antes do abate (LUCTKE 2010). local de insensibilização elétrica, de dois pontos,
A instrução normativa nº 3 de 17 de janeiro de automatizados ou não, ou formato de Midas, que
2000, do Ministério da Agricultura e Abastecimento, consiste em induzir o animal pelo peito atrás de uma
indica que o aparelho de insensibilização deve passar esteira transportadora que se encontra combinada
por manutenção para que a eficiência da eletrocussão com o insensibilizador elétrico automatizado de três
seja atendida. É necessário que haja monitoramento do pontos (LUCTKE et al. 2010).
equipamento, avaliando-se a limpeza dos eletrodos, De acordo com o Programa Nacional de Abate
a intensidade de condução elétrica, requerida de 1,3 Humanitário o formato de Midas reduz os níveis
A para a cabeça e 1,0 A para a região do coração, de estresse e melhora a qualidade de carne, por ser
a funcionalidade do monitor, o alarme de duração um sistema mais confortável, já que os animais são
de aplicação dos eletrodos e avaliação do animal, transportados pelo peito. Garante, também, uma
observando a presença de pelos e espessura do crânio insensibilização mais eficiente devido ao software
que podem dificultar o uso dos eletrodos ou exigir acoplado ao eletrodo que calcula a quantidade ideal de
maior resistência (LUCTKE et al. 2010). O tempo de corrente em relação à resistência que o suíno oferece,
insensibilização por eletronarcose é de 15 milésimos reduzindo as perdas ocasionadas pelo excesso de
de segundo, em média, suficiente para que seja corrente (LUCTKE et al. 2010).

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É importante que haja adequação da estabelecimentos aprovados para esta finalidade,


insensibilização para que o estresse e as condições relacionados a insensibilização e abate humanitário
indesejáveis sejam reduzidos. Parâmetros como de animais de açougue (BRASIL 2000).
a flexão dos membros, a posição da cabeça, Essa diretriz define como procedimento de
movimentação dos olhos quando tocados, respiração abate humanitário o conjunto de práticas técnicas e
rítmica ou se há início de operações caso o animal científicas que permitam o bem-estar dos animais
mostre sinais de sensibilidade podem ser avaliados desde a recepção até a operação de sangria. O manejo
na verificação da adequação e qualidade da dos animais de abate deve ser realizado com o mínimo
insensibilização (ALMEIDA 2005). de desconforto, com a proibição de atos ou uso de
A sangria como uma operação que deve ser instrumentos que comprometam a integridade física
iniciada após a insensibilização, consistindo no corte ou psicológica dos animais (BRASIL 2000).
dos grandes vasos sanguíneos na região cervical dos Em março de 2010 foi publicado o Oficio
animais, provocando rápido e completo escoamento Circular nº12 que estabelece adaptações a Circular
do sangue, antes que o animal recupere a consciência 176/2005, que atribui responsabilidades aos
(BARBOSA & SILVA 2004). A sangria deve ser fiscais federais para a averiguação dos locais e dos
realizada em um período mínimo de três minutos com documentos referentes ao bem-estar dos animais,
retirada de aproximadamente 50% do sangue, sendo através de planilhas padronizadas e oficiais (LUCTKE
proibida qualquer outra atividade com os animais et al. 2010).
durante esse período (PRATA & FUKUDA 2001). A normativa nº 56 de 06 de novembro
Para a obtenção de resultados econômicos de 2008 estabelece que os procedimentos gerais
satisfatórios relacionados às exigências do de Recomendação de Boas Práticas de Bem-Estar
mercado com reduções de defeitos de qualidade para Animais de Produção e Interesse Econômico -
de carne é necessário que sejam atendidas todas as REBEM, abrange sistemas de produção e transporte,
recomendações de bem-estar dos animais por cada foi coordenada pela Secretaria de Desenvolvimento
parte da cadeia produtiva. Se parte da cadeia produtiva Agropecuário e Cooperativismo de Relações
estiver desajustada ou não seguir adequadamente as Internacionais e pela Consultoria Jurídica do Mapa.
normas ideias de produção, o estresse pode influenciar Com base no RIISPOA, práticas relacionadas
a qualidade da carne pela mudança na curva de pH, ao bem-estar dos animais devem ser respeitadas
avaliando-se a ocorrências de carnes DFD (carne em estabelecimentos que processem qualquer tipo
escura, firme e seca) e PSE (carne pálida, flácida e de carne. Há obrigatoriedade de adoção de técnicas
exsudativa) (LUCTKE et al. 2010). de bem-estar animal para os frigoríficos, visando
à proteção dos animais, com o intuito de reduzir e
LEGISLAÇÕES REFERENTES AO MANEJO evitar práticas de maus tratos que podem ocorrer
PRÉ-ABATE DE SUINOS. da granja até o momento do abate. As infrações
Decorrente da preocupação com o bem-estar ou desobediências das diretrizes do RIISPOA
dos animais surgiu em 1822 à primeira Lei Geral, na acarretaram, conforme a gravidade, advertência,
Grã Bretanha, sobre esse tema. No Brasil a primeira multa ou suspensão de atividades do estabelecimento.
legislação que sustenta a obrigatoriedade de atenção A Portaria 711 de 01 de novembro de 1995 aprova as
ao bem-estar animal e pena para infratores é de Normas Técnicas de Instalações e Equipamentos para
1934, e com o decorrer dos anos, foram surgindo Abate e Industrialização de Suínos (LUCTKE et al.
novas legislações que assegurassem o cumprimento 2010).
das normas de qualidade de vida dos animais, como
a Instrução normativa número 3, número 56, Ofício CONSIDERAÇÕES FINAIS
Circular número 12 do Ministério de Agricultura e
Abastecimento e o RIISPOA com suas normativas, O manejo pré-abate é um conjunto de
como a portaria 711 (LUCTKE et al. 2010). procedimentos que tem se desenvolvido de maneira
A Instrução Normativa nº 03 do Ministério da a atender os preceitos de bem-estar dos animais e as
Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) de 17 exigências de maior qualidade de carne e de qualidade
de janeiro de 2000 estabelece, padroniza e moderniza de vida exigida pelos consumidores, que estão mais
os métodos de abate, assim como, o seu manejo nos atentos a maneira como os animais são tratados desde

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Ricci e Costa

a produção ate seu abate. Dessa forma, o treinamento DEN OUDEN M. 1997. Economic optimization of pork
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