Definição de Hermenêutica e Características Do Exercício Hermenêutico
Definição de Hermenêutica e Características Do Exercício Hermenêutico
Definição de Hermenêutica e Características Do Exercício Hermenêutico
Material Teórico
Definição de Hermenêutica e Características
do Exercício Hermenêutico
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Natalia Conti
Definição de Hermenêutica e
Características do Exercício Hermenêutico
OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Definir hermenêutica como exercício de interpretação de textos com características próprias.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
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Mora também diz alguma coisa sobre a relação entre hermenêutica e compreen-
são histórica ao se referir a Dilthey várias vezes, quando define hermenêutica como
[...] uma interpretação baseada num prévio conhecimento dos dados (his-
tóricos, filológicos etc.) da realidade que se trata de compreender, mas
que simultaneamente dá sentido aos citados dados [...]2.
Um pouco mais adiante, Mora dá sua definição de hermenêutica como “um mé-
todo geral de interpretação do espírito em todas as suas formas”3, não sem antes
retomar a questão da historicidade ao afirmar que a “hermenêutica se baseia na
consciência histórica.”4
1 GIACÓIA JR, O. Pequeno dicionário de filosofia contemporânea. São Paulo: Publifolha, 2006, p. 94-95.
2 MORA, José Ferrater. Dicionário de filosofia. São Paulo:Martins Fontes, 2001, p. 176-177.
3 Idem, p. 177.
4 Idem, p. 176.
5 KORTNER, Ulrich H. J. Introdução à hermenêutica teológica. São Leopoldo: Sinodal, 2009, p.11.
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O hermenéus é o tradutor-intérprete, sendo que hermeneúein significa, em
grego, tanto “interpretar” como “comunicar” e “explicar”. Assim, hermenêutica
originalmente “tratava-se da arte de significação, de esboçar um todo significante
a partir de signos inicialmente desprovidos de significado.”
Assim, em se tratando de obra literária, é preciso que ela seja vista não como
um objeto manipulável, mas como uma voz humana que vem do passado, uma voz
a qual temos, de certo modo, de dar vida. A tarefa de interpretação e o significado
da compreensão são diferentes no que dizem respeito a uma obra e no que dizem
respeito a um objeto, uma vez que um objeto pode ser uma obra ou pode ser um
objeto natural. Uma obra é sempre uma obra de um homem ou de Deus, perten-
cendo, então, a modos de compreensão mais sutis e, não raro, de compreensão
menos fácil. Dessa forma, a crítica literária precisa procurar um método ou teoria
adequado à decifração da marca humana numa obra, marca essa que estará sem-
pre ligada ao seu significado. Esse processo de decifração, essa compreensão do
significado de uma obra, é o ponto central da hermenêutica literária.
Aires Almeida, em seu dicionário escolar de filosofia, versão eletrônica, nos dá mais
o percurso histórico da hermenêutica na modernidade que propriamente sua definição:
Originalmente, teoria ou método de interpretação da Bíblia e de outros
textos religiosos. Friedrich Schleiermacher (1768-1834) formulou uma te-
oria da interpretação dos textos e do discurso, que Wilhelm Dilthey (1833-
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1. Há coisas executadas mecanicamente, entre elas os discursos em sua forma
mais elementar, aqueles que encontramos não apenas cotidianamente
no mercado público e na rua, mas também em muitos círculos sociais
onde se trocam modos de falar sobre assuntos comuns, tal que o falan-
te quase sempre sabe com certeza o que seu interlocutor responderá,
e a fala é apanhada e devolvida como uma bola. Para eles, há a inter-
pretação imediata por sua elementaridade e consensualidade de conteúdo.
2. Há coisas (novamente discursos) que se apoiam em uma riqueza de ex-
periências e observações de maneira que precisamos, para entendê-las,
praticar a interpretação como se faz em nossas escolas e faculdades, e
os comentários esclarecedores dos filólogos e teólogos – pois ambos
têm o campo previamente cultivado –, contêm um tesouro de obser-
vações e informações instrutivas.
Entretanto, não temos informações instrutivas para aquele que precisa exercer
este trabalho sem se colocar no nível dos artistas indiscutíveis e, além disso,
ao mesmo tempo deverá na interpretação mostrar o caminho a uma juven-
tude ávida de saber e lhe dar as diretivas. A esse sujeito só resta o desejo de
uma instrução tal que, como metodologia propriamente dita, não somente
que ela seja o fruto sempre alcançado dos trabalhos magistrais dos artistas
nesse domínio, mas que ela exponha também, sob uma forma adequada e
científica, toda a extensão e as razões de ser do processo.
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Tabela 1 – Quadro Analítico
Tema do artigo
Tese central em torno da qual se desenvolvem
as argumentações
Argumento que suporta a tese
Objeções à tese, seus pressupostos e contra-argumentação
Conclusões do argumento
Estratégia argumentativa
Conceitos fundamentais
Conclusões
Fonte: adaptado de FERRO, M.; TAVARES, M. Análise das Obras Górgias e Fédon de Platão. 3. ed. Lisboa: Editorial Presença, 1995
Importante! Importante!
Os últimos e mais recentes livros da Bíblia foram escritos há cerca de dois mil
anos. Além da distância de tempo, há diferenças de idioma, pois a Bíblia foi escrita
originalmente em hebraico, aramaico e grego. Há ainda diferenças culturais e de
costumes que separam os leitores atuais dos autores originais da Bíblia. Alguns
exemplos são o sistema de sacerdotes e sacrifícios da Lei mosaica do Antigo Testa-
mento, e o uso do véu por mulheres no Novo Testamento.
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pois a tradição oral nunca deixou de influir na interpretação do texto bíblico e, in-
clusive, na sua própria conformação.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Hermenêutica: interpretando corretamente a Bíblia
SUÁREZ, A. Muito além do ensino: Reflexões sobre aspectos da vida diária a partir da
Teologia, Educação e Ciências da Religião.
https://bit.ly/2H2gNPu
Vídeos
Hermenêutica e Exegese Bíblica
https://youtu.be/UqQut2se7BU
Hermenêutica Bíblica II
https://youtu.be/mz8PZcMVVtY
5 Regras da Hermenêutica para Iniciantes / 5 Rules Of Hermeneutics For Initiating
https://youtu.be/yT5ltGQrYlw
Hermenêutica Biblica e Exegese qual a Diferença?
https://youtu.be/jnZFanBheVQ
Leitura
Breve percurso histórico da Hermenêutica Bíblica
ALVES DOS SANTOS, P.P. Breve percurso histórico da Hermenêutica Bíblica.
https://bit.ly/2Kyk0Z7
Hermenêutica bíblica: refazendo caminhos
KAEFER, J. A. Hermenêutica bíblica: refazendo caminhos.
https://bit.ly/2N7MUAP
Teoria da Interpretação e a Hermenêutica Bíblica de Paul Ricoeur
CANDIDO DE PAULA, Adna. A Teoria da Interpretação e a Hermenêutica Bíblica de
Paul Ricoeur.
http://bit.ly/2Mjt4TH
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Referências
AGOSTINHO DE HIPONA, A doutrina cristã. São Paulo: Paulus, 2002.
ARISTÓTELES. Retórica. Livro II. Tradução Isis Borges B. da Fonseca com Retó-
rica das paixões. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
FEE, G.D.; STUART, D. Entendes o que lês? Apêndices Ênio Mueller. Sem indi-
cação de tradutor. 2. ed. de 1997. São Paulo: Vida Nova, reimp. de 2008.
FERRO, M.; TAVARES, M. Análise das Obras Górgias e Fédon de Platão. 3. ed.
Lisboa: Editorial Presença, 1995.
GIBELLINI, R.A teologia do século XX. Tradução João Paixão Netto. São Paulo:
Loyola, 2002.
MORA, José Ferrater. Dicionário de filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
Sites visitados
Bíblia online: <https://www.bibliaonline.com.br/acf>
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