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T3 Distribicoes Discretas

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PRINCIPAIS

DISTRIBUIÇÕES
DISCRETAS

Profa. Débora Spenassato


RESUMO das principais distribuições de probabilidade
discretas
Distribuição X
Distribuição de Bernoulli É o número de sucessos em uma única
tentativa do experimento.
Distribuição Binomial É o número de sucessos em n
tentativas (independentes).
Distribuição Geométrica É o número de tentativas (fracassos)
necessárias até o aparecimento do
primeiro sucesso.
Binomial Negativa É o número de tentativas necessárias
até o aparecimento do r-ésimo
sucesso.
Distribuição Hipergeométrica É o número de sucessos na amostra
(tentativas são dependentes).
Distribuição de Poisson É o número de sucessos no intervalo.
Na prática, existem muitos experimentos que admitem
apenas dois resultados.

Exemplos:

• Uma peça é classificada como boa ou defeituosa;


• O resultado de um exame médico para detecção de uma
doença é positivo ou negativo;
• Um paciente submetido a um tratamento durante um
período de tempo fixo, cura-se ou não da doença;
• Um entrevistado concorda ou não com a afirmação feita.
Distribuição de Bernoulli
Uma v.a. segue uma distribuição de Bernoulli, X ~ Ber(p), se
assume apenas os valores 0 ou 1; p é a probabilidade de sucesso,
0<p<1. Assim, sua função de probabilidade é dada por:
p(1) = P(X=1) = p OU
Com x = 0,1
p(0) = P(X=0) =1-p
No ensaio de Bernoulli, o experimento tem resposta dicotômica do tipo
sucesso/fracasso.
Exemplo: o lançamento de uma moeda. X= obter cara.
Acumulada: x p(x)
0 0,5

{
0 se x<0 E(X) = p 1 0,5
F ( x)= 1 − p se 0 ≤ x<1
V(X) = p.(1 – p) Total 1
1 se x≥ 1
Bussab e Morettin (2010)
DISTRIBUIÇÃO BINOMIAL
Suposições:

➢Considere uma sequência de ensaios de Bernoulli,


independentes.
➢Este fenômeno pode ser repetido tantas vezes quanto se
queira (n vezes), nas mesmas condições.
➢Considere os fenômenos cujos resultados só podem ser de
dois tipos: sucesso e fracasso.

Notação: X∼ B(n,p), ou seja, X segue uma distribuição


binomial com parâmetros n e p.

No decorrer do experimento, p e q manter-se-ão constantes.


Representação gráfica
binomial com n = 5 e p = 0,5 binomial com n = 5 e p = 0,25
p(x) simétrica p(x)
0,4
0,4
0,3
0,3
0,2
0,2
0,1
0,1
0
0 0 1 2 3 4 5 x 0 1 2 3 4 5 x
μ = 2,5 μ = 1,25

Distribuições binomiais com p=0,5 são simétricas, mas são


assimétricas se p ≠ 0,5.
A assimetria aumenta à medida que p aproxima-se de zero
(assimetria positiva) ou de um (assimetria negativa).
BARBETTA, REIS e BORNIA (2010)
Exemplo 1: retomando!
Considere que numa grande rede de computadores, em
60% dos dias ocorre alguma falha. A v.a. X significa
número de dias com falhas na rede. Considere o
período de observação de três dias.

a) Qual a probabilidade de nenhuma falha? R = 0,064

b) Qual a probabilidade de duas falhas?


c) Qual a probabilidade de três falhas? R=0,216

d) Qual a probabilidade de ocorrerem, no máximo, duas


falhas? R=0,784

Fonte: Menezes (2020)


X = número de dias com falhas na rede.
F: falha; N: não falha
Possibilidades x Probabilidade
NNN 0 0,4 x 0,4 x 0,4 = 0,064
NNF 1 0,4 x 0,4 x 0,6 = 0,096
NFN 1 0,4 x 0,6 x 0,4 = 0,096
FNN 1 0,6 x 0,4 x 0,4 = 0,096
NFF 2 0,4 x 0,6 x 0,6 = 0,144
FNF 2 0,6 x 0,4 x 0,6 = 0,144
FFN 2 0,6 x 0,6 x 0,4 = 0,144
FFF 3 0,6 x 0,6 x 0,6 = 0,216

a) Nenhuma falha
P(X=0) sucesso
{(N N N)}
Usando a suposição de que as tentativas são independentes:
P(N).P(N).P(N) = 1. 0,60. 0,43 = 0,064
b) Duas falhas
P(X=2)
{(NFF), (FNF), (FFN)}

P(F).P(F). P(N) = 0,6 . 0,6 . 0,4 = 0,62 . 0,41 = 0,144

Qualquer um dos 3 resultados podem ocorrer para X=2, com a


mesma probabilidade. Logo,
P(X=2) = 3. 0,62 . 0,41 = 0,432

De forma geral, temos:

P(X=x) = (nº de resultados que resultam em x falhas). (0,6)x. (0,4)3-x.

Combinação!
Generalizando, chegamos a função de probabilidade da
distribuição Binomial, dada por:
n!
p( x)= P( X= x)= . px .(q)n− x para x = 0, 1,2,...,n
x! (n− x)!

NOTAÇÃO
COMBINATÓRIA

Onde:
n = número de vezes que uma tentativa é repetida;
x = número de sucessos;
p = probabilidade de sucesso;
P(X=x) = probabilidade de se obter exatamente x sucessos
em n tentativas;
q = (1-p) = probabilidade de fracasso.
Média Variância
E( X)= n. p V ( X)= n. p.(1− p)
V ( X)= n. p.q

Exemplo 2
Considere que 70% dos moradores de Rio Grande são
favoráveis a certo projeto ambiental. Suponha que uma amostra
aleatória de 10 pessoas dessa população foram entrevistadas.
Dados:
X= nº de pessoas favoráveis
Binomial com
n= 10 e p= 0,7
a) Qual a probabilidade de sete indivíduos da amostra serem
favoráveis ao projeto?

A probabilidade do evento X= 7
P(X = 7) = 10C7. 0,77.0,33 = 0,2668

b) Qual a probabilidade de a maioria ser favorável?


(n = 10; p = 0,7)

P(X > 5) = p(6) + p(7) + p(8) + p(9) + p(10)

P(X > 5) = 0,8497


c) Qual é o valor esperado de pessoas favoráveis ao projeto
numa amostra de 10 pessoas?
E(X)=n.p=10 x 0,7= 7 pessoas

d) Gráfico da função de probabilidade e da função


distribuição de probabilidade (acumulada).

Veja a seguir via Rcmdr


Obtendo os resultados pelo
R + Rcmdr

Exemplo 2
a)

Resultado
b) Probab.
acumulada

X>5 (cauda superior)


d)
Voltando para este
exemplo:

Podemos utilizar o
modelo binomial
para resolução!

X=Nº de semáforos na cor verde

X=1
p= 2/3
n=10

P(X=1)= 0,000339

Letra A

Enem 2017
Considere as seguintes situações:

➢Número de consultas em uma base de dados em


um minuto;
➢Número de mortes em acidente de trânsito por
ano, numa cidade;
➢Número de chamadas recebidas por um telefone
durante 7 minutos.

http://www.conadservicos.com/

Avaliamos o número de ocorrências de um tipo de evento (sucesso) em


um intervalo especificado (tempo, distância, área, volume ou outra
unidade).
DISTRIBUIÇÃO DE POISSON

SUPOSIÇÕES:
▪Os números de ocorrências em quaisquer intervalos são
independentes.
▪A probabilidade de duas ou mais ocorrências simultâneas é
zero.
▪O número médio de ocorrências (λ) é constante em todo o
intervalo considerado.

X ~ Pois(λ)
A função de probabilidade é dada por:
−λ x
e λ
p( x)= P( X= x)= x = 0,1,2,...
x!
Média e Variância:
E( X)= V ( X)= λ

onde:
λ: taxa média (número médio de eventos) por unidade
de medida (no intervalo considerado).
Para obter a probabilidade acumulada da distribuição de
Poisson, isto é: x −λ j
e λ
(
F ( x)= P( X≤ x)= ∑
j= 0 j! )
Exemplo 1
Supondo que consultas num banco de dados ocorrem de
forma independente e aleatória, com uma taxa média de três
consultas por minuto.
a) Qual a probabilidade de que, no próximo minuto,
ocorram menos de três consultas.
λ=3
−λ x
P( X<3)= p( 0)+ p( 1)+p(2) e λ
p( x)=
x!

P( X<3)= p( 0)+ p( 1)+ p(2)


e− 3 30 e− 3 31 e− 3 32
P( X<3)= ( )( )( )
0!
+
1!
+
2!
= 0,4232

BARBETTA, REIS e BORNIA (2010)


b) Calcular a probabilidade de que nos próximos dois
minutos ocorram mais do que 5 consultas.

Solução: A taxa média é de três ocorrências por minuto, então


em dois minutos, a taxa média é de seis ocorrências.
Logo, λ = 6 e
−λ x
e λ
p( x)=
P( X>5)= 1− P( X≤ 5) Complementar! x!
P( X>5)= 1− [ p( 0)+ p( 1)+ p( 2)+ p(3)+ p( 4)+ p(5)]
P( X>5)= 1− 0,4457= 0,5543

c) Calcular a probabilidade de que no próximo minuto


ocorram 5 consultas.
P(X=5)=0,1008
Obtendo os resultados pelo
R e Rcmdr

Exemplo 1
a)

X≤ 2
lambda
b)

X>5
c)
Gráficos

Poisson Distribution: Mean=3 Poisson Distribution: Mean=3

1.0
0.20

0.8
Cumulative Probability
0.15
Probability Mass

0.6
0.10

0.4
0.05

0.2
0.00

0 2 4 6 8 10
0 2 4 6 8 10
x
x
Aproximação da Binomial pela Poisson
Justificamos a aproximação de Poisson fazendo n → ∞ e p → 0.
Logo, em experimentos binomiais, quando n for muito grande e
p for muito pequeno, podemos usar a distribuição de Poisson
com λ = n.p.

e− n. p ( n. p) x
p( x)=
x!

Se n for grande, as combinações da binomial ficam difíceis de serem


calculadas. Por isso, como regra empírica, deve-se utilizar tal
aproximação quando n.p ≤ 7
OBS: Nesse caso, o uso da aproximação pela Poisson é
imprescindível.

Bussab e Morettin (2010)


Exemplo:
Seja uma linha de produção em que a taxa de itens
defeituosos é de 0,5%. Calcular a probabilidade de ocorrer
mais do que quatro itens defeituosos em uma amostra de 500
itens.
Solução: e −  x
p ( x) =
 = n. p = (500).(0,005) = 2,5 x!
P( X  4) = 1 − P( X  4) = 1 − F (4)

 e−2,5 2,50   e−2,5 2,51   e−2,5 2,52   e −2,5 2,53   e−2,5 2,54 
p ( X  4) =  + + + + 
 0!   1!   2!   3!   4! 
         
p ( X  4) = 0,8912

P( X  4) = 1 − P( X  4) = 1 − F (4) = 1 − 0,8912 = 0,1088


Referências:

BARBETTA, P. A.; REIS, M. M.; BORNIA, A. C. Estatística: para cursos de


engenharia e informática. São Paulo: Atlas, 2010.
BUSSAB, W. O.; MORETTIN, P. A. Estatística Básica. 8. ed. São Paulo:
Saraiva, 2013.
DEVORE, Jay L. Probabilidade e estatística para engenharia e ciências. São
Paulo: Cengage, 2018. 656 p.
MAGALHÃES, M. Probabilidade e Variáveis aleatórias. EdUSP, 2ª. ed. 2006.
MORETTIN, L.G. Estatística Básica - Probabilidade, vol. 1, 7ª ed., São Paulo:
Pearson Makron Books, 1999.
TRIOLA, Mario F. Introdução a estatística. 12. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2017.
696 p. on-line
PINTO, S.S.; SILVA, C. S. Estatística vol. I. Porto Alegre: a autora, 2013.
MONTGOMERY, D. C; RUNGER, G. C. Estatística aplicada e probabilidade
para engenheiros. 4.ed. Rio de Janeiro: LTC, 2009.
MENEZES, M. (2020). Disponível em:
http://www.inf.ufsc.br/~marcelo.menezes.reis/Aula04CPGCC.pdf

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