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C) Matemática Aplicada À Administração

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C) MATEMÁTICA APLICADA À ADMINISTRAÇÃO

AUTORES
WALDEMAR ANTÔNIO DA ROCHA DE SOUZA
KLEOMARA GOMES CERQUINHO
MATEMÁTICA APLICADA À ADMINISTRAÇÃO

Introdução
A Matemática Aplicada à Administração é a primeira disciplina
do grupo das disciplinas de Administração Financeira que você está
encontrando no curso de Administração.
Sua finalidade é proporcionar conhecimentos elementares de
matemática para que o aluno possa acompanhar com maior facilidade
as demais disciplinas do grupo financeiro do curso de administração.
Na primeira unidade, estarão os tópicos básicos de matemática
que formam a parte instrumental da disciplina; na segunda unidade,
Conjuntos: união – junção você encontrará a teoria dos conjuntos, base fundamental para o
de dois ou mais conjuntos; estudo das outras unidades da disciplina; na terceira unidade, você
interseção – dizer que um
elemento está na interseção irá visualizar as funções e representações gráficas que trabalham
de dos ou mais conjuntos com as definições, possibilitando apresentar os principais elementos
significa dizer que este
elemento está em todos estes
e os critérios de representações gráficas de funções; na quarta
conjuntos; complementação unidade, apresentaremos as funções e curvas usuais, crescentes,
– a operação de pegar decrescentes e inversas. Com elas mostraremos como representar,
elementos que estão em um
conjunto mais não estão em funcionalmente, os principais tipos de funções e curvas, com ênfase nos
outro; produto cartesiano – mais usuais; na quinta unidade, apresentaremos as funções e curvas
elementos formado por pares
exponenciais, logarítmicas e trigonométricas, as quais formam
ou coordenadas, onde cada
coordenada pertence ao seu base importante da análise matemática em casos concretos; na sexta
respectivo conjunto. unidade, apresentaremos os limites e continuidade de funções que
servem para aplicação em diversos problemas matemáticos; na sétima
unidade, veremos as derivadas e diferenciais que possibilitam diversas
abordagens e análises aprofundadas de situações em Administração; na
oitava unidade, com as regras de derivação e derivadas de funções
mostraremos a utilização de problemas e casos reais em Administração;
na nona unidade, serão identificados os máximos e mínimos de
funções; e na décima unidade, mostraremos casos práticos de
matemática aplicada em administração que encerram esta disciplina.

Palavras dos autores


Prezados estudantes,
Chegamos a mais uma etapa, e estamos novamente construindo,
com este caderno, novos conhecimentos no curso de graduação em
Administração. Nele apresentaremos alguns conceitos e um corpo de
definições da disciplina Matemática Aplicada à Administração.
Mas por que estudar Matemática? A Matemática disponibiliza um
imenso instrumental analítico para diversas áreas do conhecimento. Em
Administração, conforme será visto ao longo do curso, a Matemática
(a Matemática Aplicada à Administração aí inclusa) possibilita várias
abordagens práticas para a correta interpretação e o amplo entendimento
das situações práticas das empresas e mercados.
122
MATEMÁTICA APLICADA À ADMINISTRAÇÃO

Como realizar essas abordagens? Antes de elas acontecerem,


você, aluno, terá que aprender a Matemática de forma ativa, com lápis
e papel na mão, fazendo e refazendo os exercícios relacionados aos
conceitos matemáticos aqui apresentados, repetindo-os até o completo
entendimento deles. Depois, serão mostrados, a você, conceitos
matemáticos, os quais oportunizarão abordar assunto administrativos
de forma mais adequada, mais científica.
Deseja-se que todos aproveitem ao máximo a atual oportunidade
de aprender essas importantes e estratégicas práticas operacionais.
Quaisquer que forem as dúvidas sobre os conteúdos (conceitos)
e exercícios a serem feitos, neste caderno, por favor, procure-nos. As
dúvidas devem ser postadas no ambiente.
Bom estudo.
Waldemar Antonio da Rocha de Souza
Kleomara Cerquinho

Orientações para estudo


Este é seu caderno de Matemática Aplicada à Administração.
Nele você encontrará assuntos pertinentes aos princípios matemáticos
que nortearão a seqüência de disciplinas do grupo financeiro do curso.
Procure sempre fazer a leitura deste material acompanhado de
livros de matemática, pois sempre há necessidade de que você reveja
conceitos (pré-requisitos) para que consiga entender os conteúdos que
serão abordados em cada unidade deste caderno.
As dúvidas, assim mesmo, poderão ocorrer ao longo do uso deste
caderno. Se eles ocorrerem, elas devem ser colocadas, primeiro, para os
aos tutores presenciais – no pólo, conforme os horários pré-definidos
– e, depois, a distância – pelas formas usuais que você já vem utilizando
no AVEA. E, como dissemos anteriormente, neste último caso elas
deverão postadas no ambiente.
Após a leitura de cada unidade, façam as atividades constantes na
coluna de indexação. Se houver dúvidas para a realização das mesmas
ajam como recomendamos quando falamos sobre as dúvidas em relação
à leitura.
Para um melhor aproveitamento deste caderno, sugerimos ao
aluno, abaixo, roteiro de estudo:
a) Primeiro, faça a leitura de cada unidade individualmente;
b) Depois, exponha ao tutor-presencial o seu entendimento e
dúvidas;
c) Tendo entendido o conteúdo da unidade, passe às atividades.
Para os trabalhos em grupo, há necessidade de reunião entre
colegas de equipe e tutor presencial para realizar a atividade proposta;
123
MATEMÁTICA APLICADA À ADMINISTRAÇÃO

Para os trabalhos individuais, após realizar os itens “a” e “b”,


leia e elabore a atividade proposta.
Atenção: algumas palavras ou expressões serão apresentadas,
no texto em azul. Elas estão explicadas na coluna ao lado do texto
correspondente.
Bom estudo.

Ementa
Tópicos elementares. Conjuntos. Funções e gráficos. Curvas
exponenciais, logarítmicas e trigonométricas. Limites e continuidade.
Derivadas e diferenciais. Máximos e mínimos. Aplicações à
administração.

Objetivos de ensino-aprendizagem
1. Capacitar o aluno para o acompanhamento das outras disciplinas
do grupo de financeiro do Curso de Administração.
2. Elaborar mapas conceituais;
3. Refazer os mapas conceituais após realizar as demonstrações
matemáticas.

124
1
Tópicos básicos de
Matemática

Síntese:
Nesta unidade, apresentamos os fundamentos matemáticos, as definições e os
conceitos básicos da disciplina, os quais formam o arcabouço instrumental das
análises e abordagens que serão introduzidas no decorrer do curso.
MATEMÁTICA APLICADA À ADMINISTRAÇÃO

1.1 Números reais


A representação das variáveis matemáticas utiliza diversas
simbologias para expressar algumas características particulares. Dessa
forma, temos que, para os números naturais, formados pelos números
inteiros e positivos:
N = { 1, 2, 3, ...}
No entanto, o conjunto dos números inteiros inclui os valores
negativos, positivos e nulos (zero):
Z = { ..., -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, ...}
Quanto aos números racionais, esses formam o conjunto dado
pelas frações da forma p/q, onde p e q pertencem a Z e q ≠ 0:
Q = { p/q; p e q são elementos de Z e q ≠ 0 }
Logaritmos – função Existem alguns números que possuem propriedades distintas,
definida por uma como, p.ex: 2 , e (base neperiana = 2, 718281), logaritmos, dentre
igualdade exponencial.
outros. Esses são denominados números irracionais.
Em sendo assim temos: o conjunto dos números reais (ℜ)
engloba os números naturais, inteiros, racionais e irracionais, sendo
denominado matematicamente de corpo ordenado completo:
Conjunto dos números ℜ = conjunto que contém N, Z, Q e os irracionais=
reais – o conjunto
formado pelos números {, - 3, ,-e, ,-2, ,- }
3 ,  - 2 , , - 1, 0, 1,  , 2 ,  , 3 ,  , 2,  , e,  , 3, 
racionais e irracionais.
Tendo mostrado a classificação dos números reais, mostraremos
agora como os racionais podem se transformar em inteiros e vice-versa,
e assim por diante.

1.2 Transformações
Transformações: são modalidades de expressões algébricas,
denominadas através de uma ou mais formas. Exemplos:
4/5 = 0,8 1/3 = 0,3333 0,525252...= 52/99 0,32444... =
73/225
Como se transforma frações em números decimais? Dividindo-
se de modo usual o numerador pelo denominador, trans­forma-se as
frações em números decimais. Caso a divisão não seja exata, o resultado
adota o critério de aproximação usual. Exemplos:
8/3 = 2, 6667 10/13 = 0, 769231 15/35 = 0, 428571 1/20
= 0, 05
Vejamos, agora, como acontece a transformação dos números
decimais em frações. Para transformar números decimais em números
fracionários podemos utilizar o seguinte raciocínio: observando que
os números estão escritos na base 10, multiplicamos o valor x a ser
transformado sucessivamente pelas potências positivas da base 10
até obtermos dois números com as partes decimais idênticas. Por
126
Unidade 1

subtração eliminamos as partes decimais obtendo o número escri­to na


forma fracionária. Exemplo: transformar em número fracionário: 23,
453434...
Temos que:
x = 23,453434...
l0x = 234,53434...
100x = 2.345,34343434...
1.000x = = 23.453,434343...
10.000x == 234.534,3434...
Note que as equações de 100x e 10.000x têm a mesma parte
periódica 0, 343434... . Assim, subtraindo estas duas equações, obtemos:
10.000x == 234.534,3434
- 100x =2.345,3434
9.900x == 234.534 -2.345
9.900x =232.189 → x = 232.189 / 9.900 .
Para a determinação das geratrizes das dízimas periódicas temos
as seguintes regras:

Regra 1 - A geratriz de uma dízima periódica simples (DPS, de


parte inteira nula) é uma fração que tem para numerador o período
e para denominador um número formado por tantos noves quantos
forem os algarismos do período.
Esquematicamente, DPS = P.P. / 9...9 (p.p.)
Exemplo: 0, 525252... = 52 / 99
Regra 2 - A geratriz de uma dízima periódica composta (parte
inteira nula) é uma fração que tem para numerador a dife­rença entre
o número formado pela parte não periódica (p.n.p.), acompanhada de
um período (p.p) e a parte não periódica (p.n.p.); e, para denominador,
um número formado de tantos noves quantos forem os algarismos do
período (p.p.), seguido de tantos zeros quantos forem os algarismos da
parte não periódica (p.n.p.).
Esquematicamente teremos a seguinte fração:

( p.n. p.)( p. p.) − ( p.n. p.)


(9 K ) (0 K )
↓ ↓
( p. p.) ( p.n. p.)
324  32 292 73
Exemplo: 0,32444   
900 900 225

Observa-se que as dízimas periódicas de período 9 não têm


geratrizes no sentido acima. Neste caso procedemos, por definição,
como segue:
127
MATEMÁTICA APLICADA À ADMINISTRAÇÃO

644 161
0, 999... = 1 e 6,439999  6,44  
100 25

Note que no nosso primeiro exemplo para converter o número


x= 23, 453434... em fração, poderíamos também proceder da seguinte
forma: x  23,453434  23  0,453434 . Assim na dízima 0, 453434...,
4534 - 45 4489
temos que 0,453434 K   .
9900 9900

Assim,
4489 23  9900  4489 232189
x  23  0,453434 K  23    .
9900 9900 9900

1.3 Cálculo do valor de expressões numéricas


Valor de expressões Cálculo do valor de expressões numéricas são expressões
numéricas – valor numéricas, maneiras de descrever diversas operações entre os números
calculado com as devidas
reais, explicitados de forma inteira, fracionária ou irracional, as quais
operações da expressão.
são redutíveis a um valor ou solução final única. Exemplos:

1) 4 ( 3  0,4) - 3,21  4  3,4 - 3,21  13,6  3,21  10,39


2) 0,22 (11 - 0,3)  4  0,22  10,7 
22 107
 
2354
 2,354
100 10 1000

Porcentagem – relação de 1.4 Cálculo de porcentagem


proporção com uma parte
inteira. As porcentagens servem para facilitar a expressão de taxas,
relativizações, impactos cruzados, além de ajudarem as transformações
algébricas dos algarismos. São expressas em percentuais, sendo o
símbolo delas %. Exemplos:
10 4,2
1) 10% de 29 + 4,2% de 17 =  29   17  0,1  29  0,042  17  2,9  0,714  3,614
100 100
2) 5,3% de 18,45 – 3,4% de 2,76 = 0,053  18,45  0,034  2,76  0,88401
3) 4% de 1.439,25 + 3,6% de 17.432 = 0,04 1439,25  0,036 17432  685,122

1.5 Potenciação
Potenciação – operação
de multiplicação As potenciações são expressões onde um valor ou expressão
sucessiva pelo mesmo algébrica serve de base, e o outro de expoente. Exemplos:
número.
1) an = a . a . a . ... a (n vezes)
2) a0 = 1
3) a1 = a
1
4) a − n = n , a ≠ 0
a
5) a . a = an+m
n m

6) an : am = a n-m, a ≠ 0
128
Unidade 1

7) (am)n = amn
n
a an
8)   = n , b ≠ 0
b b

1.6 Equações do 1º e 2º graus


Equações do 1º e 2º graus
Elas são formas de expressões, relações algébricas entre variáveis – expressões de igualdade
reais. Dividem-se em equações do 1º e do 2º graus, dependendo da com polinômios de 1º e 2º
potência do termo avaliado, denominado por x; se a potência for 1 graus para encontrar o valor
da variável em questão.
(um) a equação será do primeiro grau, se for 2 (dois) será do segundo.
Conceitualmente:
Equações do 1º grau: forma geral: Ax = B, com A ≠ 0, solução:
x = B / A (observar que a potência de x é igual a 1 – um ).
Exemplos:

8
1) 4 x = 8 ⇒ x = =2
4
3
1 3 3 2 3
2) x= ⇒x= 4 = × =
2 4 1 4 1 2
2

3) x  1  x  5  9 x  9  3x  15  9 x  3x  15  9  6 x  24  x  4
3 9

Equações do 2º grau: forma geral: Ax2 + Bx + C = 0, com A ≠ 0,


B ≠ 0 e C ≠ 0 (observar que a potência do primeiro x é igual a 2 – dois).
A Solução Geral é dada por:

 B  B 2  4 AC
x
2A

Se Δ = B2 -4AC > 0, a equação tem duas raízes reais distintas:

−B+ ∆ −B− ∆
x= e x=
2A 2A

Se Δ = B2 -4AC = 0, a equação tem duas raízes reais e iguais:


−B
x=
2A

Se Δ = B2 -4AC < 0, a equação não tem raízes reais.

Exemplo:
x2 -7x + 12 = 0 → A= 1, B= -7 e C = 12 → Δ = B2 -4AC = 1

− B ± ∆ 7 ± 1 7 ±1
Assim, x = = = ⇒ x=4ex=3
2A 2 2
129
MATEMÁTICA APLICADA À ADMINISTRAÇÃO

Inequações do 1º e 2º 1.7 Inequações do 1º e 2º grau


grau – são expressões
As inequações são expressões algébricas onde a relação entre os
com polinômios de 1º
e 2º graus contendo termos se exprimem pelas desigualdades >, ≥, < e ≤ . Formas gerais:
desigualdades.
Inequações do 1º grau: Ax ≥ B → x ≥ B/A se A >0; x ≤ B/A
se A < 0
Ax ≤ B → x ≤ B/A se A >0; x ≥ B/A se A < 0.
Exemplos:
4x ≥ 8 → x ≥ 8/4 = 2 → x ≥ 2
10 x ≤ 40 → x ≤ 40/10 = 4 → x ≤ 4

Inequações do 2º grau: Ax2 + Bx + C ≥ 0, solucionamos


através da mesma metodologia para as equações do 2º grau, utilizando
o estudo do sinal. As inequações são representadas pelas desigualdades:
>, <, ≥ ou ≤. A solução será um intervalo do conjunto dos números
reais, ℜ∣ ∣.
Exemplo:
x2 – 3x +6 > 0 → x2 – 3x +6 = 0 de forma similar a uma
equação de 2º grau: x´= 1, x´´ = 2 . Como desejamos os valores
Função: constante, para os quais a função é maior que zero devemos fazer um esboço do
linear, valor absoluto, gráfico e ver para quais valores de x isso ocorre:
quadrática, polinomial,
racional e de potência
simples – são tipos
especiais mais comuns
de funções.

Vemos que as regiões que tornam positivas a função são: x<1 e


x>2, sendo então o conjunto solução {x €ℜ|x<1 ou x>2}.

Sistemas de equações do 1.8 Sistemas de equações do 1º grau


1º grau – conjunto de duas Estes sistemas servem para a resolução de problemas que
ou mais equações do 1 grau.
apresentam duas incógnitas, com dois termos desconhecidos. Quando
assim, utilizamos um sistema de equações:
Ax + By = C e Dx + Ey = F
A solução de um sistema de equações com duas variáveis é um par
ordenado (x, y) de números reais que satisfaz as duas equações acima.
Existem três métodos para solucionar o sistema: adição, substituição e
comparação.

1.8.1 Método da adição


Como construirmos este método? Eliminamos uma das variáveis,
através de termos opostos, recaindo numa equação do 1º grau com
uma variável. Exemplo: x+y=12  e   x-y=4:
130
Unidade 1

Notamos que as duas equações possuem termos opostos (y e -y);


Basta somar as duas equações, obtendo: 2x =16 e então, x = 8 ; e
Substituir o valor encontrado para x em uma das equações;
y = 12-x=12 – 8 = 4; o par ordenado (x, y) = (8, 4) é a solução
do sistema.

1.8.2 Método da substituição


Este método consiste em eliminarmos uma das variáveis isolando
seu valor numa das equações do sistema, para em seguida substituí-la na
outra. No exemplo anterior, escolhemos uma das variáveis na primeira
equação, para determinarmos o seu valor: x+y=12  → x=12-y:
Substituimos na outra equação:  (12-y) - y = 4 → 12-2y = 4  →
-2y = -8 →  y=4 ;
Substituindo o valor encontrado em uma das equações:  x+4=12
→  x=12-4  x=8.
A solução do sistema será: S = {(8,4)}.

1.8.3 Método da comparação


Este método consiste em compararmos as duas equações
do sistema, após termos isolado a mesma variável (x ou y) nas duas
equações: No exemplo anterior, comparamos as duas equações: x = 12
- y e x = 4 + y → 12 – y = 4 + y → y = 8/2 → y = 4 → x = 12 – 4
→x=
Solução: (x, y) = (8, 4).

1.9 Logaritmos
Definição de logaritmo: Seja a > 0, a ≠1 e x > 0. O número real
y tal que ay = x denomina-se logaritmo de x na base a e escreve-se: y
= logax .
Em termos simplificados, o logaritmo de um número N, na base
b, é o número x ao qual devemos elevar a base b para obtermos N.
Exemplos:

log24= 2 → 22 = 4 ; log1010 = 1 → 101 = 10 ; log5125 = 3 → 53 = 125

Em particular, se a = 10, dizemos que y é o logaritmo decimal de


x e, neste caso, escrevemos:
y = log x.
Os logaritmos decimais podem ser calculados com o auxílio de
uma TÁBUA DE LOGARITMOS, que em geral contém as necessárias
instruções para os cálculos a serem realizados. Diversas máquinas
eletrônicas permitem a obtenção direta dos logaritmos decimais.

131
MATEMÁTICA APLICADA À ADMINISTRAÇÃO

Quando a = e (e = 2, 718281), dizemos que y é o logaritmo natural de


x e escrevemos:
y = ln x
O cálculo dos logaritmos naturais pode ser feito com o auxílio
de uma TÁBUA DE LOGARITMOS NATURAIS ou a partir dos
logaritmos decimais por mudança de base, ou ainda com o emprego de
uma máquina calculadora.

log a x
log b x =
log a b
Mudança de base:
Propriedades dos logaritmos:
loga1 = 0
Vá ao ambiente virtual
e realize as atividades
logaa = 1
referentes a esta unidade. Logaritmo do produto: loga (x1.x2) = loga x1 + loga x2
Logaritmo do quociente: loga (x1/x2) = loga x1 – loga x2
Logaritmo de uma potência: log a x n = n ⋅ log a x , onde a > 0, a ≠1.

132
2
Teoria dos conjuntos

Síntese:
Mostramos, nesta unidade, os conceitos, notações principais, propriedades e operações
da teoria dos conjuntos.
MATEMÁTICA APLICADA À ADMINISTRAÇÃO

2.1 Conceito e notações


Notações se constituem em um conjunto (ou coleção), o qual é
formado de objetos, chamados os seus elementos. A relação básica
entre um objeto e um conjunto é a relação de pertinência. Quando um
objeto x é um dos elementos que compõem o conjunto A, dizemos
que x pertence a A e escrevemos x ∈ A . Se, porém, x não é um dos
elementos do conjunto A, dizemos que x não pertence a A e escrevemos
x ∉ A . Exemplos:
1. Seja A o conjunto dos triângulos retângulos. O conjunto A está
bem definido: um objeto x pertence a A quando é um triângulo e, além
disso, um dos seus ângulos é reto. Se x não for um triângulo, ou se x
for um triângulo que não possui ângulo reto, então x não pertence a A;
2. B = { 1, 0, 2, 3} → B é o conjunto cujos elementos são os
números 1, 0, 2 e 3;
3. C = { 4 } → C é o conjunto cujo único elemento é o número 4.

2.2 Subconjuntos
Subconjunto – uma parte Expliquemos o que sejam os subconjuntos. Por exemplo, dados
contida em um conjunto dois conjuntos A e B, dizemos que A é subconjunto de B quando todo
maior.
elemento de A é elemento de B. Utiliza-se a notação A C B (A está
contido em B), e indica que A é um subconjunto de B. Se A não é
subconjunto de B, escrevemos: A ⊄ B . Exemplos:
Se A={1, 2, 3} e B={0, 1, 2, 4, 3}, então A C B, pois todo ele­
mento de A é elemento de B. Por outro lado, se A ={2, 4, 5} e B={1,
4, 5}, então A ⊄ B pois 2 ∈ A e 2 ∉ B .

Igualdade de conjuntos 2.3 Igualdade de conjuntos


– dois conjuntos são iguais
se um conjunto contém o Dois conjuntos A e B são iguais quando A e B têm os mesmos
outro e vice-versa. elementos. Assim, os conjuntos:

• A ={2, 2, 4, 3} e B={2, 4, 3} são iguais;


• A = {0, 1} e B = {0, 2} são distintos, pois não têm os mesmos
elementos;
• A ={4, 5, 6} e B={4, 6, 5} são iguais.

2.4 Propriedades definidoras de conjuntos


As propriedades definidoras de conjuntos se constituem em um
símbolo que representa indistintamente qualquer um dos ele­mentos de
um conjunto, recebendo o nome de variável no conjunto. Assim, se
A é o conjunto A ={2, 3, 4, 5}, a notação x ∈ A significa que x pode
assumir qualquer dos valores 2, 3, 4 ou 5. Portanto, x é uma variável
em A.
134
Unidade 2

Os elementos de um conjunto A, que satisfazem a uma dada


pro­priedade, constituem um subconjunto de A, definido por esta
propriedade. Por exemplo, seja A={2,3,4,5,6}; o conjunto B={2,4,6} é
o subconjunto de A constituído pelos elementos de A que são números
pares. Então, podemos escrever que: B={ x ∈ A | x é par} (B é o
conjunto dos elementos x pertencentes a A tais que x é par). O fato
“x é par” foi a propriedade utilizada para explicitar os elementos do
subconjunto B. Por outro lado, ao definirmos D ={ x ∈ A | x < 0 } →
D = { }= Φ → conjunto vazio; inexiste elemento de A que tenha
essa propriedade.

2.5 Operações com conjuntos


Sejam A e B subconjuntos de um mesmo conjunto E. Definimos
a seguir as principais operações entre eles:

2.5.1 União
A união ou reunião de A e B é o conjunto dos elementos de E,
que pertencem a A ou a B. A união de A e B será indicada pela notação
A U B (A união B). Assim,

A U B= { x ∈ E | x ∈ A ou x ∈ B }

Nas figuras abaixo, a parte hachurada representa a reunião dos


conjuntos A e B.

Exemplo: A={4,5,3}; B={0,3,1} → A U B={4, 5, 3, 0,1I}

2.5.2. Propriedades:
1) A U B=B U A (comutativa)
2) (A U B) U C = A U (B U C) (associativa)
3) A U A =A
4) A U Φ =A
5) A U E=E, se A ⊂ E .

2.6 Intersecção
A intersecção dos conjuntos A e B é o conjunto dos elementos de
E, que pertencem simultaneamente aos dois conjuntos. A intersecção
de A e B será indicada pela notação: A ∩B (A intersecção B ou A inter
B). Assim:
A ∩ B= { x ∈ E | x ∈ A e x ∈ B }.

135
MATEMÁTICA APLICADA À ADMINISTRAÇÃO

Nas figuras abaixo, a parte hachurada (sombreada) é a intersecção


dos conjuntos A e B.
A A B

B A∩ B = { }

Exemplo: A = {3,4,5,6} e B ={2, 4, 0, 6}. Portanto, A∩B={4,6}.


Propriedades:
1) A ∩ B=B ∩ A (comutativa)
2) (A ∩ B) ∩ C = A ∩ (B ∩ C) (associativa)
3) A ∩ A =A
4) A ∩ Φ =A
5) A ∩ E= A, se A ⊂ E
6) A U (B ∩ C) = (A U B) ∩ (A U C) (distributiva)
7) A ∩ (B U C) = (A ∩ B) (A ∩ C) (distributiva)

2.7 Diferença
A diferença A - B é o conjunto dos elementos de E, que pertencem
a A e não pertencem a B, ou seja:
A-B= { x ∈ E | x ∈ A e x ∉ B }.
Nas figuras seguintes a parte hachurada indica a diferença de A e
B:

Exemplo: A = {4, 5, 3, 1} e B = {4, 2, 1} → A – B = {5, 3}.

2.8 Complementação
Se A está contido em B, a diferença B - A recebe o nome de
complementar de A em relação a B. Anotação CBA indica o comple­
mentar de A em relação a B. Assim:

CBA = B - A = { x ∈ E | x ∉ A e x ∈ B }.

Na figura abaixo a parte hachurada representa CBA:

136
Unidade 2

Exemplo: A = {4, 5, 6} e B = { 0, 1, 2, 4, 5, 6, 7} → CBA = {0,


1, 2, 7}.
Propriedades: se A ⊂ E , temos que:
1) CA ∩A = Φ
2) CΦ =E
3) ( CA) U A = E
4) (CE) = Φ
5) C (CA) = A
6) C (A ∩B) = (CA) U (C B) (Primeira Lei de Morgan)
7) C (A U B) = (CA) ∩ (CB) (Segunda Lei de Morgan)

2.9 Produto cartesiano


Sejam A e B dois conjuntos formados por (a, b), onde a € A e b
€ B, os quais são denominados de par ordenado. O conjunto de todos
os pares ordenados (a, b) recebe o nome de produto cartesiano de A e
B, sendo indicado pela notação: A x B (A cartesiano B ou A vezes B).
Assim:
A x B = { (a,b) | a € A e b € B }.

Exemplo: A = {0, 1}, B = {3, 4} → A x B = {(0,3), (0,4), (1,3), (1,4)}.

2.10 Conjuntos numéricos importantes


• Conjunto dos números inteiros naturais: N = { 1, 2, 3, ...}
• Conjunto dos números inteiros relativos: Z = { ..., -3, -2, -1,
0, 1, 2, 3, ...}
• Conjunto dos números racionais: Q = { p/q; p e q são
elementos de Z e q ≠ 0 }
• Conjunto dos números reais: ℜ = conjunto que contém N, Z,
Q e os irracionais.

2.11 Subconjuntos da reta


Dentre os subconjuntos da reta, alguns merecem uma
consideração especial. Sejam a e b dois números reais, com a < b, e
consideremos os seguintes intervalos:
[a, b] = {x € R | a ≤ x ≤ b }, intervalo fechado de extremos a e b:
“/////////////,
a b
]a, b[={X € R | a<x<b}, intervalo aberto de extremos a e b:
O////////////’O
a b

137
MATEMÁTICA APLICADA À ADMINISTRAÇÃO

[a, b [ = {x € R | a ≤ x < b}, intervalo semi-aberto à direita, de


extremos a e b:
( ////////////O •
a b

] a, b] = {x € R | a < x ≤ b}, intervalo semi-aberto à esquerda,


de extremos a e b:
0’/////////////1
a b

Adicionalmente, temos:
{x € R | x ≥ a} → [a, +∞[ ;
{x € R | x> a} → ]a, +∞[ ;
{x € R | x ≤ a} → ]-∞, a] ;
{x € R | x < a} → ]-∞, a[ ;
R → ] -∞, -∞[.

2.12 Aplicações
O uso de conjuntos, de suas propriedades e operações, serve para
diversas análises de situações práticas em Administração.
Exemplo: Uma pesquisa de mercado sobre a preferência de
200 consumidores por três produtos P1, P2 e P3 mostrou que, dos
entrevistados:
• 20 responderam que consumiam os três produtos; 30 disseram
que consumiam os produtos P1 e P2, 50 os produtos P2 e P3,
60 os produtos P1 e P3, 120 o produto P1, 75 o produto P2.
• Se todas as 200 pessoas entrevistadas deram preferência a pelo
menos um dos produtos, pergunta-se: a) quantas consumiam
somente o produto P3? b) quantas consumiam pelo menos
dois dos produtos?
Solução: considera-se que o número de pessoas que consumem
os três produtos é n(A∩B∩C) = 20;
O número de pessoas que consumem os produtos P1 e P2 é
n(A∩B) = 30;
O número de pessoas que consumem os produtos P2 e P3 é
n(B∩C) = 50;
O número de pessoas que consumem os produtos P1 e P3 é
n(A∩C)=60;
O número de pessoas que consumem o produto P1 é n(A) = 120;
O número de pessoas que consumem o produto P2 é n(B) = 75,
onde A,B e C = conj. Dos consumidores de P1, P2 e P3 respectivamente,
temos então:
138
Unidade 2

i. número total de consumidores é n(AUBUC)=200. Temos a


regra:

n(AUBUC)=n(A)+n(B)+n(C)-n(A∩B)-n(A∩C)-n(B∩C)+n(A∩B∩C).

Assim,
200=120+75+n(C)-30-60-50+20.

Então 200=75+n(C), e daí n(C)=125 é o número de pessoas que Vá ao ambiente virtual


e realize as atividades
consomem o produto P3. referentes a esta unidade.
O número de pessoas que consomem pelo menos dois dos
produtos é = n(A∩B) + n(A∩C) + n(B∩C) - 2*n(A∩B∩C) = 30 + 60
+ 50 - 2*20 = 140 - 40 = 100.

139
3
Funções e representações
gráficas

Síntese:
Apresentamos, aqui, as definições, os principais elementos e critérios para a
representação gráfica de funções, os quais formam base importante da metodologia
descritiva da disciplina, com diversos usos para a caracterização de problemas práticos.
MATEMÁTICA APLICADA À ADMINISTRAÇÃO

3.1 Conceito
Uma função f: A → B consta de três partes: um conjunto A,
chamado o domínio da função (ou o conjunto onde a função é definida);
um conjunto B, chamado o contradomínio da função, ou o conjunto
onde a função toma valores; e uma regra que permite associar, de modo
bem determinado, a cada elemento x € A, um único elemento f(x) € B,
chamado o valor que a função assume em x (ou no ponto x). Usa-se a
notação x → f (x) para indicar que f faz corresponder a x o valor f(x).
Exemplo:
Seja A o intervalo [0, 10] e consideremos a correspondência x →
x , isto é, a correspondência que associa a todo ponto x € A o número
2

real y = x2. Fica assim definida em A a função f tal que f(x) = x2, isto
é, tal que o valor de f num ponto x qualquer de A é x2. Deste modo,

f (0) = 02 = 0; f (5) = 52= 25; f (10) = 102 = 100.

3.2 Principais funções elementares


Relacionamos abaixo algumas funções básicas e os seus domínios,
observando a forte participação do conjunto ℜ como domínio das
funções:
f (x) A
(conjunto domínio)
x 
1/x {x€ |x≠0}
a, a≠ 0 {x€ |x=a}
Unidade 3
Unidade 3 (f.constante) Funções e
Funções e representaç
representações 1 / (x+1) { x €  | x ≠ -1 } ões gráficas
gráficas
Raiz (x) 
1/Raiz(x+1) { x €  | x ≠ -1 }
a.
x , a≠ 0 
Ax 
Ax + B 
(f.linear afim)

3.2.1 Funções do 1º e 2º graus


As funções do primeiro grau associam ao domínio um conjunto
de correspondência cujo expoente é unitário. Exemplos:

f(x) = x
f(x) = x + 4 → Forma Geral: ax + b , onde a, b ≠ 0
f(x) = 3x + 10

142
Unidade 2

As funções do segundo grau associam ao domínio um conjunto


de correspondência cujo expoente é igual a dois. Exemplos:

f(x) = x2
f(x) = x2 + 4 → forma geral: ax2 + b , onde a, b ≠ 0
f(x) = 3x2 + 10

3.2.2 Função racional e função potência Função racional e


potência – função racional
Função racional: é uma razão de polinômios. Para uma simples é a divisão de duas funções
variável x, uma função racional é, portanto e a função potência é
quando tomamos potências
de uma certa base.

onde P e Q são polinômios, tendo x como indeterminado e


Q( x) ≠ 0 para todo x no domínio da função. Exemplos:

P(x) = x; Q(x) = x+3 → f(x) = x / (x+3), com x ≠ -3


P(x) = 2x2; Q(x) = x3 + 3x - 4 → f(x) = 2x2 / (x3 + 3x - 4), com x ≠ 1

3.2.3 Função potência


Fórmula geral: f(x) = a x b, onde a, b ≠ 0. Para diferentes valores
de a e b, temos que:

a b f(x) Igualdade de funções


– duas funções são iguais
1 1 x
se seus domínios forem
2 2 2x2 iguais e se assumem os
mesmos valores para os
3 3 3x3 correspondentes pontos
do domínio.
1 2 x2

1 3 x3

3.3 Igualdade de funções


Sejam duas funções de x, f(x) e g(x), ambas com o mesmo domínio.
As duas funções se dizem iguais quando em todo o ponto do domínio
de f e g, no conjunto x existir uma única correspondência tal que f(x) =
g(x), para todo e qualquer x. Vá ao ambiente virtual
Ainda, podemos definir: sejam f e g duas funções definidas, e realize as atividades
respectivamente em A1 e A2. Dizemos que f e g são iguais quando A1 = referentes a esta unidade.
A2 e f(x) = g(x), para todo x € A1.

143
MATEMÁTICA APLICADA À ADMINISTRAÇÃO

Exemplos:
• As funções f, definida em [0, 10] e tal que f(x) = x2, e g, definida
em [0, 5] e tal que g(x) = x2, são distintas, pois A1 ≠ A2;
• As funções f, definida em [-100, 100] e tal que f(x) = x3, e g,
definida em [-100, 100] e tal que g(x) = x3, são iguais, pois A1 = A2.

3.4 Operações com funções


As funções são submetidas às operações algébricas usuais, a saber,
soma, subtração, produto e quociente. Sejam f e g funções definidas
num mesmo conjunto D, então temos que:
Soma: a função s definida em D e tal que s(x) =f(x) + g(x) recebe
o nome de função soma de f e g. Exemplo:
• Se f(x) = x2 e g(x) = 2x + 1, com x € ℜ, então a função s defi­
nida em ℜ e tal que s(x) = x2 + 2x + 1 é a soma de f e g.
Produto: a função p definida em D e tal que p (x) = f(x) . g(x) é a
função produto de f e g. Exemplo :
• Sejam as funções f(x) = x e g(x) = 3x2 + 4 com x € ℜ; a função
p definida em ℜ e tal que p(x) = x(3x2 + 4) = 3x3 + 4x é o produto
de f e g.
Quociente: se g(x) ≠ 0, para todo x € D, a função q definida em
D e tal que q(x)=f(x)/g(x) é o quociente de f e g. Exemplo:
• Sejam f(x) = x2 e g(x) = x2 + 1, com x € ℜ. A função definida
em ℜ é tal que q (x) = x2 / (x2 +1) é o quociente das funções f e g.

Domínio de funções – 3.5 Domínio de funções


conjunto onde é possível Vimos que ao definir uma função começamos por mencionar
determinar a função.
explicitamente o seu domínio D, pois este procedimento faz parte da
definição da função. Consideremos agora a correspondência x → y =
1/x, que pode definir funções distintas dependendo do subconjunto D
fixado.
Por exemplo, se D = [1, 5] tal correspondência define em D a
função f tal que f(x) = 1/x. Se D = [3, 10] a correspondência x → y
= 1/x define, em D, a função g tal que g(x) = 1/x e, de acordo com
a definição de igualdade de funções, f ≠ g, pois seus domínios são
distintos.
Ao mencionarmos a função f definida por uma correspondência
do tipo x → y = 1/x sem que o conjunto D seja fixado explicitamente, x
fica estabelecido que estaremos nos referindo à função f, cujo domínio
D é o conjunto de todos os números reais x tais que y = 1/x é também
x um número real. No caso D ={ x € ℜ | x ≠ 0}. Em vista desta
convenção, vamos referir-nos à função f acima como função dada por
y = 1/x.
144
Unidade 4

Como outro exemplo, a função dada por y = x é a função f


definida no intervalo [0, + ∞ [ e tal que f ( x) = x .

3.6 Representação gráfica de funções

Seja f uma função definida num subconjunto D da


reta. O conjunto dos pontos (x, y) do plano em que x €
D e y = f(x) constitui a repre­sentação gráfica da função f.

Uma representação gráfica aproximada da função f pode ser


conseguida marcando-se no plano xy um conjunto de pontos (x, y)
em que x € D e y = f(x). Para isto, construímos uma tabela (x, y),
atribuindo a x valores convenientes. Exemplos:

145
MATEMÁTICA APLICADA À ADMINISTRAÇÃO

3.7 Aplicações
O gasto estimado (em bilhões de dólares) por firmas em
equipamentos e serviços de segurança de computadores de 1987 a 1993
é dado na tabela a seguir. Os números incluem gastos para a proteção
contra criminosos de computador, que roubam, apagam, ou alteram
dados, juntamente com proteção contra incêndios, falhas elétricas e
desastres naturais.
Ano Gasto
1987 0,49
1988 0,59
1989 0,66
1990 0,73
1991 0,81
1992 0,93
1993 1,02

Um modelo matemático fornecendo uma aproximação do gasto


no período em questão é dado por:

S(t) = 0,0864t + 0,4879

onde t é medido em anos, com t = 0 correspondendo a 1987.


a) Assumindo que a tendência tenha se mantido, qual foi o gasto
em equipamentos e serviços de segurança de computadores em 1995
(t = 8)?
b) Qual é a taxa de crescimento da despesa anual do período em
questão?
Solução:
a) O gasto estimado em 1995 é de S (8) = 0,0864(8) + 0,4879
≈ 1,1791
ou seja, aproximadamente $ 1,18 bilhão.
b) A função S é linear, e assim concluímos que o crescimento
Vá ao ambiente virtual
e realize as atividades
anual nas despesas é dado pela declividade da reta representada por S,
referentes a esta unidade. que é de aproximadamente $ 0,09 bilhão por ano.

146
4
Funções e curvas usuais,
crescentes, decrescentes e
inversas

Síntese:
Nesta unidade, introduzimos os conceitos e critérios comuns para a representação
funcional dos principais tipos de funções e curvas, bem como os critérios de avaliação
evolutiva: crescimento, decrescimento e inversão de funções.
MATEMÁTICA APLICADA À ADMINISTRAÇÃO

4.1 Função constante: y = k


Seja k um número real qualquer. A função f definida em ℜ e dada
por y = k recebe o nome de função constante. O gráfico da função
constante, y = k, é a reta paralela ao eixo x de equação y = k.

4.2 Função linear: y = Ax


A função f definida em ℜ e dada por y = Ax, onde A é um número
real não nulo, recebe o nome de função linear. O gráfico de y = Ax
é uma reta inclinada em relação ao eixo x que passa pelo ponto (0,0).
Exemplos:

4.3 Função linear afim:

Seja a função: y = Ax + B.
A função f definida em ℜ e
dada por y = Ax + B, em que A
e B são números reais não nulos,
denomina-se função linear afim.
Seu gráfico é uma reta inclinada
em relação ao eixo x que passa
pelo ponto (0, B).

148
Unidade 4

Observações
(1) Se B = 0, a função linear afim se reduz à função linear y = Ax.
(2) Se A = 0, a função linear afim se reduz à função constante y = B.
(3) Se A = 0 e B = 0, a função linear afim se reduz à função
constante y = 0.

4.4 Função valor absoluto


A função f, definida em ℜ, e dada por y = | x |, recebe o nome
de função valor absoluto ou função módulo. Considerando que:
| x | = x se x ≥ 0
| x | = -x se x < 0
resulta que o gráfico de y = | x | é formado por duas semi-retas
que partem da origem, conforme a figura seguinte:

Exemplo:

4.5 Função quadrática


Seja a função: y = Ax2 + Bx + C
Sejam A, B e C números reais quaisquer com A ≠ 0. A função
f definida em ℜ e dada por y = Ax2 + Bx + C recebe o nome de
função quadrática. Exemplo:

149
MATEMÁTICA APLICADA À ADMINISTRAÇÃO

4.6 Função polinomial


Sejam A0, A1 , ... , An-l, An números reais quaisquer com A ≠ 0. A
função f definida em ℜ e dada por:
y = A0xn + A1xn-1 + ... + A n-1 x + An
onde n é um inteiro não negativo e recebe o nome de função
polinômio de grau n. Exemplo:

4.7 Função racional


Seja a função: y = P / Q
Sejam P e Q dois polinômios. Seja D o conjunto dos números
reais x para os quais Q(x)≠0. A função f, definida em D, e dada

P( x)
por y  recebe o nome de função racional. Exemplo:
Q( x)
4x  3
y
x2  4

4.8 Função de potência simples

Seja a função:
Sejam m e n números inteiros positivos. À função dada por
 x
m
m
y  xn  n
daremos o nome de função potência de expoente
racional positivo. Se m ou n forem negativos, chamamos de função
potência de expoente racional negativo. Exemplos:
1

1) y = x → expoente racional positivo, domínio é o conjunto ℜ;


3

2) expoente racional negativo, domínio é o conjunto {x € ℜ | x


≠ 0}.

4.9 Composição de funções usuais


Sejam u e v duas funções com u definida em D1 e v em D2 e
suponhamos que u(x) € D2, qualquer que seja x € D1. Podemos, então,
considerar a função h, definida em D1, e tal que h (x) = v(u(x)) para todo
x € D1. A função h assim definida recebe o nome de composta das
funções v e u.
150
Unidade 4

Exemplos: consideremos as funções u(x) = x2 + 1 com x € ℜ e


v( x) = x com x ≥0. Neste caso temos: D1 = ℜ e D2 = { x € ℜ I | x ≥
0}. Como u(x)=x2 + 1, então u(x) ≥ 1 qualquer que seja x € ℜ resulta
que u(x) € D2. A função h definida em ℜ é tal que a composta de v e u
será dada por:
h( x) = v(u ( x) = u ( x) = x 2 + 1 )

Composição de Funções

Y u (x) y (u(x))
x2 x2-1 (x2-1)2
x-2 x2-1 (x2-1)-2
x1/2 2x-1 (2x-1)1/2
2x x+1 2x+2
Log (x) x-1 Log (x-1)
Tabela de exemplos Função crescente –
função onde seus valores
aumentam conforme
4.10 Função crescente, decrescente e inversa aumentam os pontos no
Seja I um intervalo qualquer da reta e f uma função definida em domínio.

I. Sejam x1 e x2, com x1 < x2, dois pontos quaisquer de I. Função decrescente -
função onde seus valores
f é crescente em I quando f(x1) < f(x2);
diminuem conforme
f é decrescente em I quando f(x1) > f(x2); aumentam os pontos no
f é não-decrescente em I quando f(x1) ≤ f (x2); domínio.

f é não-crescente em I quando f(x1) ≥ f(x2). Função inversa –


funções que quando
compostas com a função
Exemplos: principal dão a função
y = x2 → é decrescente no intervalo ]-∞, 0] e crescente no intervalo identidade.

[0, +∞ [.
y = x → é crescente no intervalo [0, +∞ [.

4.11 Função inversa


Seja u uma função definida num
intervalo I, crescente ou decrescente
em I.
Seja B={ u (x) € ℜ | x € I }.
A função v definida em B e tal que
v(u(x)) = x recebe o nome de inversa
de u.
A expressão que define em B a
função v pode ser obtida isolando-se
a variável x na expressão que define
em I a função u. Exemplo ao lado:
151
MATEMÁTICA APLICADA À ADMINISTRAÇÃO

4.12 Aplicações
As funções de demanda/oferta por certa marca de aparelho
celular são dadas por

p = d(x) = -0,01x2 – 0,2x + 8 - demanda


p = s(x) = 0,01x2 + 0,1x + 3 - oferta

onde p é expresso em reais e x é medido em milhares. Determinar


a quantidade e o preço de equilíbrio.
Solução: igualando as duas equações, temos que
Vá ao ambiente virtual x = -25 ou
e realize as atividades
referentes a esta x = 10 → x = 10.000 unidades de aparelho celular;
unidade. substituindo em p(x) → p(10) = R$ 5 por aparelho celular. Gráfico:

152
5
Funções e curvas exponenciais e
logarítmicas

Síntese:
Nesta unidade, apresentamos nesta unidade conceitos principais aspectos e critérios
para a representação gráfica de funções e curvas exponenciais e logarítmicas, as quais
formam base importante da análise matemática, com diversos usos para a identificação
de casos concretos.
MATEMÁTICA APLICADA À ADMINISTRAÇÃO

5.1 Função exponencial


Seja a um número real positivo, a ≠ 1. A função dada por y=ax
com x € R, recebe o nome de função exponencial de base a.

Observações:
1. A função dada por y=ax assume somente valores positivos.
2. Se a > 1, y=ax cresce com x e se a < 1, y=ax decresce quando
x cresce.
3. Se x = 0, y = a0 = 1.

5.2 Função logaritmo


Seja a um número real positivo, a ≠ 1. Se x é um número real
positivo existe um único número real y tal que ay = x. O número y assim
obtido recebe o nome de logaritmo de x na base a, e escrevemos: y = logax
e recebe o nome de função logaritmo de base a. Exemplo:

Observações:
1. y = loga 1 = 0, isto é, o gráfico de y = logax intercepta o eixo x,
no ponto de abscissa x = 1.

2.Se a > l, então, logax > 0 para x > l e logax < 0 para 0<x<1.

3. Se a < l, então, logax < 0 para x > l e logax > 0 para 0<x<1.

154
Unidade 5

Em particular, se a = 10, a função dada por y = log10 x é chamada


função logaritmo decimal e será indica da simplesmente por y = log x.
Se a = e ( ≈ 2,7), escrevemos y=lnx, para indicar a função logaritmo na
base e, ou seja, para indicar a função logaritmo natural.

5.3 Aplicações
Existem diversos usos de funções logarítmicas e exponenciais em
Administração, em particular em Administração Financeira. Exemplos:
Juros compostos continuamente: A = Pert, onde
• A = montante acumulado ao final de t anos;
• P = principal;
• r = taxa de juros anual continuamente composta
• t = tempo em anos.

Exemplos:
1. Calcule o montante acumulado após 3 anos de R$ 1.000,00,
investidos à taxa de 8%, composta continuamente.
Solução:
P = R$ 1.000,00, r = 0,08 e t = 3 → A = 1000 e (0,08)(3) = R$ 1.271,25

2. A Companhia de Investimento Blakely possui um edifício


comercial localizado na área comercial de uma cidade. Como resultado
do contínuo sucesso de um programa de reestruturação urbana, os
negócios locais estão crescendo espantosamente. O valor de mercado
da propriedade de Blakely é de
t
V (t ) = 300.000e 2

onde V(t) é medido em dólares e t é o tempo em anos contado


do presente em diante. Se a taxa de inflação continuamente composta,
esperada para os próximos 10 anos, é de 9%, encontre uma expressão
para o valor presente do preço de mercado da propriedade, válido para
os próximos 10 anos. Obter P(7), P(8) e P(9) e interprete os resultados.
155
MATEMÁTICA APLICADA À ADMINISTRAÇÃO

Solução: usando a Fórmula P = Ae-rt com A = V(t) e r = 0,09,


temos que o valor presente de mercado da para um período de t anos,
contados a partir de hoje, é

P(t) = V(t)e-0,09t = 300.000e -0,09t+Raiz(t) /2

Fazendo t = 7, 8 e 9, respectivamente, temos que


P(7) = 599.837; P(8) = $ 600.640 P(9) = $ 598.115 à parece cair
após crescimento.

156
6
Limites e continuidade de funções

Síntese:
Apresentaremos, nesta unidade, as definições, conceitos, características principais dos
usos e aplicações de limites e análise da continuidade de funções, os quais possuem
caráter determinante para aplicação em diversos problemas e situações concretas
administrativas.
MATEMÁTICA APLICADA À ADMINISTRAÇÃO

6.1 Limite da função no ponto


Limite da função
no ponto – idéia de Desejamos descrever o comportamento dos valores de uma
aproximação da função função f nas proximi­dades de um ponto b. Diremos que f está definida
quando se aproximam
pontos no domínio. à direita de b se estiver definida num intervalo ] b, c [ ; do mesmo modo
diremos que f está definida à esquerda de b quando estiver definida num
intervalo ]a, b [ .

1º caso: Limite
finito: seja f a função
cujo gráfico está na
figura abaixo, definida à
direita e à esquerda de b.
Observemos que,
quando x assume valores
que se aproximam do ponto b, pela direita, isto é, por valores maiores
que b, os correspondentes valores f(x) se aproximam do número L1.
Para descrever este comporta­mento dizemos que o limite lateral direito
de f, no ponto b, é o número L1 e escrevemos:

lim f(x) = L1
x → b+
(limite de f(x) para x tendendo a b pela direita igual a L1).

Observemos, por outro lado, que quando x assume valores que


se aproximam de b pela esquerda, isto é, por valores menores que b, os
correspondentes valores f(x) se aproximam do número L2.· De novo,
para descrevermos este comportamento dos valores f(x), dizemos que
o limite lateral esquerdo de f, no ponto b, é o número L2 e escrevemos:

lim f(x) = L2
x → b-
(limite de f(x) para x tendendo a b pela esquerda, igual a L2).

No presente caso, os limites laterais L1 e L2 não são iguais. No


próximo exemplo, os limites laterais existem e são iguais, e daí diz-se
que o limite de f é quando x se aproxima de b, ou seja, lim x→b f ( x) = L .

158
Unidade 6

6.2 Limite infinito


Limite infinito
Podemos utilizar as definições e conceitos vistos anteriormente – a função cresce
para definir o limite infinito lim x→b f ( x) = ∞ , quando ao x se aproximar ou decresce
indefinidamente
de b. f(x) assume valores cada vez maiores. quando no domínio
aproximamos de um
6.3 Limite da soma, produto e quociente certo ponto.

Suponha que c é uma constante, e os limites lim x→b f ( x) e


lim x→b g ( x) existem. Então:

1. lim x→b [ f ( x) + g ( x)] = lim x→b f ( x) + lim x→b g ( x)

2. lim x→b [ f ( x) − g ( x)] = lim x→b f ( x) − lim x→b g ( x)

3. lim x→b c ⋅ f ( x) = c ⋅ lim x→b f ( x)

4. lim x→b [ f ( x) ⋅ g ( x)] = lim x→b f ( x) ⋅ lim x→b g ( x)


f ( x) lim x→b f ( x)
5. lim x→b = , se lim x→b g ( x) ≠ 0 .
g ( x) lim x→b g ( x)

6.4 Teorema da permanência do sinal


Se f ( x) ≤ g ( x) quando x está próximo de b, e os limites
lim x→b f ( x) e lim x→b g ( x) existem, então lim x →b f ( x) ≤ lim x→b g ( x) .

Continuidade e
6.5 Continuidade e descontinuidade de funções: definição
descontinuidade de
Uma função f é contínua no ponto x = b se as seguintes condições funções - uma função f é
contínua num ponto b, se
são satisfeitas: possui limite igual a f(b)
• f(b) está definido; quando x tende a b. A função
é descontínua caso contrário.
• lim x→b f ( x) existe ;
• lim x→b f ( x) = f (b)

Portanto, uma função f é contínua, no ponto x = b, se o limite de


f, naquele ponto existe e é igual a f(b). Geometricamente, f é contínua
no ponto x = b se a proximidade de x a b implica a proximidade de
f(x) e f(b). Se f não é contínua em x=b, dizemos que f é descontínua em
x=b. Se f é contínua num intervalo, será contínua em todos os pontos
daquele intervalo.
Exemplos:
1) f(x) = x + 2 → contínua
2) f(x) = -1, se x , 0 e 1 se x ≥ 0 → descontínua em 0

159
MATEMÁTICA APLICADA À ADMINISTRAÇÃO

6.6 Emprego de limites no traçado de gráficos de funções


Os limites são utilizados para se analisar e estudar os intervalos
e pontos onde possam existir descontinuidades das funções, como
no exemplo 2 acima. Nos pontos onde o limite da função inexiste, a
Vá ao ambiente virtual função será descontínua, o que serve para avaliar pontos de ruptura,
e realize as atividades
referentes a esta unidade. situações críticas, dentre outros aspectos.

160
7
Derivadas e diferenciais

Síntese:
Nesta unidade, descrevemos as principais características, conceitos, variações dos
usos e aplicações de derivadas e diferenciais de funções que possibilitam diversas
abordagens e análises aprofundadas de situações em Administração.
MATEMÁTICA APLICADA À ADMINISTRAÇÃO

7.1 Taxa média de variação


Seja f uma função definida num conjunto D; sejam xo e xo+Δx dois
pontos de D. Quando a variável x passa do valor xo para o valor xo+Δx
sofrendo uma variação dx, o correspondente valor da função passa de
f(x0) para o valor f(x0 + dx) sofrendo, portanto, uma variação

dy =f(x0 + dx) - f(x0)

conforme a figura ao lado:

O quociente dy  f ( x0  dx)  f ( x0 ) recebe o nome de taxa média


dx dx
de variação da função quando x passa do valor xo para o valor xo+dx e
expressa a variação média sofrida pelos valores da função entre estes
dois pontos.

7.2 Derivada da função num ponto


Seja f uma função definida num intervalo aberto ]a, b[ e xo um
ponto deste intervalo. O limite, então será

f ( x0  dx)  f ( x0 ) f ( x)  f ( x0 )
lim dx0  lim x x0
dx x  x0

Derivada – é a
quando existe, i.e., quando é um número real, recebe o nome de
aproximação por
limites dos quocientes derivada da função f no ponto xo. Neste caso, dizemos também que f
de Newton da função. df ( x0 )
Também pode ser o
é derivável no ponto xo , e o limite é denotado por f ' ( x0 ) ou .
dx
limite das taxas de Pela noção de limite, diz-se que a derivada f ' ( x0 ) é a taxa instantânea
variação.
de variação da função em x = x0 .
A definição anterior nos conduz a uma importante interpretação
do significado da derivada de uma função num ponto, de que a derivada
Tangente - função
f ' ( x ) é a inclinação da reta tangente ao gráfico de f no ponto
0

trigonométrica P  ( x , f ( x )) :
0 0
fundamental.

162
Unidade 7

Observemos, também, que a variação dy da função, entre os


pontos xo e xo+dx dada aproximadamente por f´(xo) dx, para pequenas
variações dx.
Exemplo: seja y = f(x) = x2 e x0=2. A taxa de variação média
entre os pontos 2 e 2 + dx é dada por:

dy f (2  dx)  f (2) 2  dx   2 2 4dx  dx 2


2
    4  dx .
dx dx dx dx

Assim, a derivada da função no ponto x0=2 é taxa de variação


instantânea em x0=2 dada por:

f (2  dx)  f (2)
f ' (2)  lim dx0  lim dx0 4  dx  4 .
dx

7.3 Função derivada


Seja f uma função derivável em todo ponto x de um intervalo
aberto I. A função que a todo x associa o número f´(x) recebe o nome
de função derivada de f em I . A derivada também pode ser escrita como
df ( x) .
dx

Exemplo: Se f ( x) = x 2 , temos que:

'
f ( x)  lim dx0
f ( x  dx)  f ( x)
 lim dx0
x  dx   x 2 
2

dx dx
2
2 xdx  dx
lim dx0  lim dx0 2 x  dx  2 x.
dx

Portanto, f é derivável em todo ponto x € ℜ e a derivada f´(x) = 2x.

7.4 Derivadas das funções usuais


o Função constante: y = k → y´ = 0
Exemplo: y = 5 → y´ = 0
o Função linear: y = Ax → y´ = A
Exemplo: y = 9x → y´= 9
o Função linear afim: y = Ax + B → y´ = A
Exemplo: y = 5x + 9 → y´ = 5
o Função quadrática: y = Ax2 + Bx + C → y´ = 2Ax + B
Exemplo: y = 5x2 + 9x + 7 → y´= 10x + 9
163
MATEMÁTICA APLICADA À ADMINISTRAÇÃO

o Função exponencial: y = ex → y´= ex


Exemplo: y = 5ex → y` = 5ex
o Função: y = xn → y´ = n.x n-1, n> 0
Exemplo: y = x5 → y´ =5x4
o Função: y = Axn → y´ = n . A . xn-1
Exemplo: y = 2x3 → y´ = 6x2
1
1
o Função: y = x n → y ' = ,x≠0
n n −1
n⋅ x
1
1 1
Exemplo: y = x 3 → y ' = = 2
.
3 2
3⋅ x
3⋅ x 3

7.5 Diferenciabilidade e continuidade


Se f é derivável num ponto x0, então, f é contínua em x0; a recíproca
não é verdadeira, ou seja, nem toda função contínua é derivável .
Exemplo: A função modular definida por f(x)=|x| é contínua
em todo número x real. Porém sua derivada lateral, à direita, no ponto
x=0, é igual a +1, ou seja, temos que para valores de x maiores que 0,
|x|=x e daí,

f ( x) − f (0) | x|−|0| |x| x


lim x →0+ = lim x →0+ = lim x →0+ = lim x →0+ = 1
x−0 x x x

A derivada lateral, à esquerda, no ponto x = 0, é igual a -1, ou seja,


temos que para valores de x menores que 0, |x|= -x e daí,

f ( x) − f (0) | x|−|0| |x| −x


lim x →0− = lim x →0− = lim x →0− = lim x →0− = −1
x−0 x x x

Isto significa que tais derivadas laterais em x=0 são diferentes,


portanto a função f(x)=|x| não é derivável em x=0. Para todo x não
nulo, as derivadas laterais à esquerda e à direita coincidem, e f(x)=|x| é
derivável nestes pontos. Abaixo o gráfico da função modular:

164
Unidade 7

7.6 Aplicações
Existem diversas aplicações dos conceitos de derivadas e
diferenciais apresentados.
Exemplo 1: As perdas (em R$ milhões) em razão de empréstimos
mal administrados feitos pelo Banco PBR, principalmente aos setores
da agricultura, imobiliário, transportes e telecomunicações, podem ser
estimadas pela seguinte função:

A = f(t) = - t2 + 10 t + 30 ( 0 ≤ t ≤ 10)

onde t é o tempo em anos (t=0 corresponde ao início de 1994).


A que velocidade se acumulavam os prejuízos, no início de 1997? E no
início de 1999? A que velocidade os prejuízos se acumulavam no início
de 2001? Interpretar os resultados.

Solução:
A taxa de variação dos prejuízos é dada por: f´(t) = -2t + 10
[derivada de f(t)]

• Em 1997 → t = 3 → f´(3) = 4 → R$ 4 milhões por ano


• Em 1999 → t = 5 → f´(5) = 0 → zero de prejuízos no ano
• Em 2001 → t = 7 → f´(7) = - 4 → - R$ 4 milhões por ano

Conclusão: os prejuízos decrescerão à taxa de R$ 4 milhões por


ano.
Exemplo 2: Custo de produção de pranchas: o custo total C(x)
(em dólares) que a Companhia Aloha tem ao fabricar x pranchas de
surfe por dia é dado por

C(x)=-l0x2 +300x+130 (0≤ x ≤15).

Calcular C´(x). Qual é a taxa de variação do custo total quando o


nível de produção é de dez pranchas por dia? Qual é o custo médio que
a Aloha tem ao fabricar dez pranchas de surfe por dia?

Solução:
C´(x) = -20x + 300 ; C´(10) = 100
C(x)médio = C(x)/x = (- l0x2 + 300 + 130)/x ; C(10)médio=57.

Exemplo 3: O efeito da publicidade nas vendas: o lucro trimestral


(em milhares de dólares) da Cunninghan Realty é dado por

x2
P( x)   7 x  30 , (0 ≤ x ≤ 50),
3
165
MATEMÁTICA APLICADA À ADMINISTRAÇÃO

onde x (em milhares de dólares) é a quantidade de dinheiro que a


Cunninghan gasta em publici­dade por trimestre.
Calcular P’(x). Qual é a taxa de variação do lucro trimestral da
Cunninghan se a quantia que ela gasta em publicidade é de $ 10.000/
Vá ao ambiente virtual trimestre (x = 10) e de $ 30.000/trimestre (x = 30)?
e realize as atividades
referentes a esta unidade.
Solução:

2x
P ' ( x) = + 7 : P´(10) = $ 13.667 / trimestre ; P´(30) = $ 27.000
3

166
8
Regras de derivação e
derivadas de funções

Síntese:
Apresentamos, nesta unidade, os conceitos, características, casos especiais das regras
de derivação e derivadas de funções, metodologia de ampla utilização na abordagem
de problemas e casos reais em Administração.
MATEMÁTICA APLICADA À ADMINISTRAÇÃO

8.1 Regras de derivação


Explicitaremos a seguir as principais regras para a derivação de
funções, supondo que u e v são funções deriváveis num ponto x:
• Derivada da soma: (u + v)´ = u´ + v´
Exemplo: y = x4 + x3 → y´ = 4x3 + 3x2
• Derivada do produto: (uv)´ = uv´ + u´v
Exemplo: y = xex → y´ = xex + ex
• Derivada do produto de uma constante por uma função:
y=Au(x) → y´= A u´ (x)
Exemplo: y = 5x3 → y´ = 15x2
• Derivada da potência inteira positiva de uma função:
y = (u(x))n → y´= n (u(x))n-1u´(x), n inteiro, positivo
Exemplo: y = (x2-4x)3 → y´= 6(x2-4x)2(x-2)
m
m −1
• Derivada da potência fracionária: y = x m/n '
→ y = xn
n
1
3 −4 3 3
Exemplo: y = x3/4 → y ' = x = 1 = 4 .
4 4 x
4x 4
'
 1  nv ' ( x)
• Derivada do quociente:  
n 
  .
 v( x)  v( x) n 1
1 ' 7  (2 x) 14 x
Exemplo: y = 2 → y  2 8
 2 .
( x + 5) 7 ( x  5 ) ( x  5) 8
' ' '
 u  v ⋅u − u ⋅v
• Derivada do quociente (razão de funções):   =
v v2
x (1 − x) ⋅ 1 − x ⋅ (−1) 1
Exemplo: y = → y= = .
1− x (1 − x) 2
(1 − x) 2

• Regra de derivação das funções compostas (Regra da Cadeia):


y = v(u(x)) → y´= v´(u(x)).u´(x)
Exemplo: y = (x/3 + 1)4 → y´ = 4(x/3 + 1)3
3
Aplicações da regra de derivação das funções compostas:
• Derivada da função: y = eu(x) → y´= eu(x).u´(x)
Exemplo: y = e-x3 → y´= -3e-x3 x2
• Derivada da função: y = au(x) → y´= au(x) u´(x) . ln a
Exemplo: y = 3x2 → y´ = (2 ln 3) x 3x2

• Derivada da função: y = ln (u(x)) → y´ = u´(x)_


u(x)
Exemplo: y = ln(x3) → y´= 3/x
• Derivada da função: y = loga (u(x)) → y´ = u´(x)
u(x) . ln a
Exemplo: y = log2 x → y´= 3
3

x2 ln2
168
Unidade 8

• Derivada da função: y = (u(x))α → y´ = α(u(x))α-1u´(x)


Exemplo: y = (ln x)4 → y´= 4(ln x)3
x

8.2 Tabela de derivação


d
1. (c )  0
dx
d
2. c  f ( x)  c  f ' ( x) Unidade 8
dx Regras de
derivação
derivadas d
d
3.  f ( x)  g ( x)  f ' ( x)  g ' ( x) funções

dx
d
4.  f ( x)  g ( x)  f ' ( x)  g ' ( x) d f ( g ( x))  f ' ( g ( x))  g ' ( x)
dx dx
d
5.  f ( x)  g ( x)  f ' ( x)  g ( x)  f ( x)  g ' ( x) (Regra do Produto)
dx
d  f ( x)  f ' ( x)  g ( x)  f ( x)  g ' ( x)
6.  (Regra do Quociente)
dx  g ( x)  g ( x) 2
d
7. f ( g ( x))  f ' ( g ( x))  g ' ( x) (Regra da Cadeia)
dx

8.
d n
dx
 
x  n  x n1 (Regra da Potência)

d x
9. (e )  e x
dx
d x
10. (a )  a x  ln a
dx
d 1
11. (ln x)  , onde x>0
dx x
d 1
12. (log a x)  , onde x>0
dx x  ln a
d
13. ( sen( x))  cos( x)
dx
d
14. (cos( x))   sen( x)
dx
d
15. (tg ( x))  sec 2 ( x)
dx
d
16. (cos sec( x))   cos sec( x)  cot g ( x)
dx
d
17. (sec( x))  sec( x)  tg ( x)
dx
d
18. (cot g ( x))   cos sec 2 ( x)
dx
169
MATEMÁTICA APLICADA À ADMINISTRAÇÃO

8.3 Derivadas sucessivas


Derivadas sucessivas – Seja f´ a função derivada de uma função f, num intervalo aberto I.
para achar uma derivada
de ordem n, basta Se f é derivável em I, podemos considerar a função f´´, derivada de f´ em
derivar a derivada de I. Tal função recebe o nome de derivada segunda de f em I. De modo
ordem n-1.
análogo, podemos definir as derivadas terceira, quarta, etc., de f em I.
A derivada de ordem n será indicada por uma das notações:
d n f ( x)
f n (x) ou . Em geral, a derivada de ordem n da função
dx n

f(x) será dada por f n ( x) = ( f n −1 ( x) ' .

Exemplo: Considere a função f ( x) = x 4 + 2 x 3 + x 2 − 5 x + 7


, definida para todo x real. Vamos encontrar as derivadas até quarta
ordem da função f(x):
f ' ( x)  4 x 3  6 x 2  2 x  5
f '' ( x)  12 x 2  12 x  2
f ''' ( x)  24 x  12
f ( 4) ( x)  24

8.4 Aplicações práticas


1. Seja CT(x) = 1000 + 3x + 1/20x2 a função custo total associada
à produção de um bem, e na qual x representa a quantidade produzida.
Determinar:
a) a função custo marginal CMg(x) = dCT(x)/dx;
b) o custo marginal ao nível de 20 unidades;
c) Caso existam, os valores de x para os quais o CMg é zero.
Solução:
a) CMg(x) = 3 + x/10
Funções de receita: total, b) CMg(20) = 5
média, marginal - funções
que avaliam o faturamento
c) Inexiste x>0 tal que CMg(x) = 0
total, médio e de unidades
adicionais produzidas. 2. Se x = 10 – 0,2p é a função de demanda de um bem, onde x é
a quantidade demandada e p o preço, determinar:
a) a função receita total, RT(x);
b) a função receita marginal RMg(x);
c) a receita marginal no ponto x = 8 unidades.
Solução:
Vá ao ambiente virtual a) RT(x) = p.x = 10-x2
e realize as atividades 0,2
referentes a esta unidade.
b) RMg(x) = 10 – 2x
0,2
c) RMg(10) = - 50
170
9
Máximos e mínimos

Síntese:
Mostramos, nesta unidade, os conceitos e definições, assim como as metodologias
para a identificação de pontos de máximo e mínimo de funções, a caracterização de
curvaturas e pontos de inflexão, para a aplicabilidade em situações da Administração.
MATEMÁTICA APLICADA À ADMINISTRAÇÃO

9.1 Máximos e mínimos absolutos e relativos


Máximos e mínimos
absolutos e relativos Seja f uma função definida num conjunto D e x0 um ponto de D.
– valores extremos da
função.
Máximos e mínimos relativos: diremos que x0 é um ponto de
máximo relativo, ou simplesmente um ponto de máximo (P.M.) de f
quando existir um intervalo aberto I centrado em x0 e tal que:
f(x) ≤ f(x0), para todo x € I ∩D → f(x0) é o valor máximo de f
Nas mesmas condições se:
f(x) ≥ f(x0), para todo x € I ∩D → f(x0) é o valor mínimo de f
Diremos que x0 é um ponto de mínimo relativo, ou simplesmente
um ponto de mínimo (P.m.) de f.

Máximos e mínimos absolutos:


Se x0 é um ponto de D tal que f(x) ≤ f(x0) para todo x € D, x0 é
um ponto de máximo absoluto (P.M.A.) de f (valor máximo absoluto
de f).
Do mesmo modo, se f(x) ≥ f(x0) para todo x € D, x0 é um ponto
de mínimo absoluto (P.m.A.) de f (valor mínimo absoluto de f).
Gráfico:

Na função cujo gráfico está acima, temos que:


x1, x3 e x5 → pontos de máximo
x2, x4 e x6 → pontos de mínimo
x5 → máximo absoluto
x2 → mínimo absoluto

Determinação de 9.2 Determinação de máximos e mínimos, crescimento e


máximos e mínimos – decrescimento de funções
método que utilizam as
informações das derivadas Seja f uma função definida num intervalo fechado [a, b]. Se f é
de 1ª e 2ª ordem da função. derivável no intervalo aberto ]a, b[, então existe um ponto θ € ]a, b[ tal
que:
f(b) – f(a) = f´ (θ) (b-a)

172
Unidade 8

Ainda, temos que, se f´(x) > 0 para todo x € ]a, b[, então f é
estritamente crescente (E.C.) em ]a, b[. Similarmente, se f´(x) < 0 para
todo x € ]a, b[, então f é estritamente decrescente (E.D.) em ]a, b[.
Decorre então o critério para a localização de pontos de máximo
ou mínimo:
Critério do P.M. de f: se
a) f´(x) > 0, para todo x € ]a, c[;
b) f´(x) < 0, para todo x € ]c, b[;
c) f é contínua em c,
então c é o P.M. de f.
Gráfico:

Critério do P.m. de f: se
a) f´(x) < 0, para todo x € ]a, c[;
b) f´(x) > 0, para todo x € ]c, b[;
c) f é contínua em c,
então c é o P.m. de f.

Gráfico:

Exemplos:

1. y = x2, x € ℜ → y ´= 2x → y´ > 0, se x>0; y´<0, se x< 0 → P.m.: x=0 → y = 0


(valor mínimo)
2. y = -x2 + 4x, x € ℜ → y´= -2x+4 → y´ > 0, se x<2; y´<0, se x>2 → P.M.: x=2 → y=4
(valor máximo)
173
MATEMÁTICA APLICADA À ADMINISTRAÇÃO

Concavidade – aparência 9.3 Concavidade e pontos de inflexão


do gráfico da função
Seja f uma função derivável num ponto x0. Seja
medido pela segunda
derivada. T(x) = f(x0) + f´( x0)(x- x0)
A equação da reta tangente ao gráfico f no ponto P = (x0, f(x0)).

Definições:
• Concavidade voltada para cima (C.V.C.):
Diremos que f tem concavidade voltada para cima (C.V.C.) em
x0 quando existe um intervalo aberto I centrado em x0 e tal que

f(x) > T(x) para todo x € I, x ≠ x0,


isto é, o gráfico de f está “acima” da tangente para todo x€I, x ≠ x0.
Gráfico:

• Concavidade voltada para baixo (C.V.B):


Diremos que f tem concavidade voltada para baixo (C.V.B.)
em x0 quando existe um intervalo aberto I centrado em x0 e tal que

f(x) < T(x) para todo x € I, x ≠ x0,

isto é, o gráfico de f está “abaixo” da tangente para todo x € I, x


≠ x0.
Gráfico:

174
Unidade 8

• Ponto de inflexão (P.I): Ponto de inflexão –


Se f tem concavidades de nomes distintos nos intervalos ]a, c[ e ] ponto onde muda a
concavidade da função.
c, d[ e é contínua no ponto c, dizemos que c é um ponto de inflexão
(P.I.) de f.
Gráfico:

9.4 Critérios para a pesquisa de máximos e mínimos e


representação gráfica
Critério geral:
Passo 1 – determinação dos candidatos, isto é, dos possíveis
pontos de máximo ou de mínimo: determinar x0 tal que f´( x0) = 0 ;
Passo 2 – classificação dos candidatos:
i. f´´( x0) >0 → x0 é P.m. de f ;
ii. f´´ (x0) < 0 → x0 é P.M. de f.
Representação gráfica: para a representação gráfica de uma
função f sugerimos o seguinte roteiro, que facilitará bastante o esboço
do gráfico de f :
1. o domínio de f (caso ele não venha especificado);
2. os intervalos da reta nos quais f é estritamente crescente (E.C.)
e aqueles nos quais f é estritamente decrescente (E.D.);
3. os pontos de máximo (P.M.) e os pontos de mínimo (p.m.) de f,
caso existam, e os respectivos valores máximos e mínimos;
4. os intervalos da reta nos quais f tem concavidade voltada para
cima (C.V.C.) e aqueles nos quais f tem concavidade voltada para baixo
(C.V.B.);
5. os pontos de inflexão (p.I.), caso existam, e os respectivos
valores de f;
6. os limites laterais de f nos pontos de descontinuidade, caso tais Vá ao ambiente virtual
e realize as atividades
pontos existam; referentes a esta unidade.
7. os limites para x → +∞ e x → -∞, caso isto seja possível no
domínio de f .

175
10
Casos práticos de matemática
aplicada em administração

Síntese:
Utilizamos, nesta unidade, os principais conceitos, definições e metodologias
apresentados nas demais unidades do curso na análise de problemas e casos reais em
Administração.
MATEMÁTICA APLICADA À ADMINISTRAÇÃO

1. Preço-oferta: suponha que a quantidade x dos pneus Super


Titan colocados à venda por semana pela Companhia Super Titan está
relacionada com o preço de venda unitário pela equação:

p – 1/2x2 =48

onde x está medido em milhares e p em dólares. Com que rapidez


a oferta semanal dos pneus Super Titan colocados à venda no mercado
varia quando x = 6, p = 66 e, o preço por pneu diminui a uma razão de
$ 3/semana?

dx 1
Solução: De p – 1/2x2 =48 → x  2( p  48)  
dp 2( p  48)

Como dp = -$3/semana e p = 66 → dx =- 0,5 (a variação será de -0,5 na


quantidade de pneus por cada -$3 no preço por semana).

2. Preço-demanda: a equação de demanda para certa marca de


CDs de áudio é:
100x2 + 9 p2 = 3600

onde x representa o número (em milhares) de pacotes de 10 CDs,


demandado semanalmente quando o preço unitário é de $ p. Com que
rapidez a quantidade demandada aumenta quando o preço unitário do
pacote de 10 CDs é de $ 14, e o preço de venda do pacote diminui a
uma razão de $ 0,15 por semana?
Solução: resolvendo a equação para x quando p = 14: x ≈ 60
unidades

dx 9p
 → dp = -0,15→ dx = 0,29 (a variação será de
dp 3600  9 p 2
100
100

+0,29 na quantidade de CDs para cada -$0,15 no preço por


semana).

3. Efeito do preço na oferta: suponha que o preço por atacado


p de certa marca de ovos (preço da caixa em dólares) está relacionado
com a oferta semanal x (milhares de caixas) pela equação:

625p2 - x2 =100

Se no início de certa semana 25.000 caixas de ovos são oferecidas,


e se o preço está caindo a uma razão de 2 centavos/caixa/semana, com
que razão a oferta está diminuindo?
178
Unidade 10

Solução:
dx 625 p
x = 25(25.000 caixas) → p = $ 1,08 ; temos que 
dp 625 p 2  100
substituindo, dp = - 0,02 → dx = -0,54=-540 caixas / semana.

4. Taxa de variação: um estudo elaborado pela Associação


Nacional de Agências Imobiliárias estima que o número de novas
construções na região sudeste, N(t) (em milhões), nos próximos 5 anos
está relacionado com a taxa de financiamento r(t) (por cento ao ano)
através da equação:
9N2 + r = 36.
Qual a taxa de variação no tempo do número de novas construções
quando a taxa de financiamento é de 11 % ao ano e aumenta à razão de
1,5% ao ano?
Solução:
São dados que r = 11 e dr/dt=1,5 em certo instante de tempo e
nos é pedido determinar dN /dt . Inicialmente, substituindo r = 11 na
equação dada, encontramos

9N2 +11=36 → N2 = 25/ 9

ou seja, N = 5/3 (não consideramos a raiz negativa).


Em seguida, diferenciando ambos os lados da equação dada
2
implicitamente com relação a t, obtemos d (9 N )  dr  d (36) ,e daí,
dt dt dt
dN dr
18 N  0
dt dt

Então, substituindo N = 5/3 e dr/dt = 1,5 nesta equação obtemos


18 (5/3)dN/dt + 1,5 = 0
Resolvendo esta equação para dN/dt encontramos:

dN/dt = 1,5/30 ≈ -0,05

No instante considerado, as novas construções estão diminuindo


a uma razão de 50.000 unidades por ano.

5. A função lucro da Empresa Softmaster é dada por: Função lucro – função que
calcula o lucro de acordo
P(x) = -0,02x2 + 300x- 200.000 reais, onde x é o número de
com certas variáveis.
programas aplicativos Softmaster, modelo F produzidos. Encontre
onde a função P é crescente e onde é decrescente.

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MATEMÁTICA APLICADA À ADMINISTRAÇÃO- Referências

Solução:
         A derivada P´da função P é :
        
P’(x) = -0,04x+ 300 = -0,04(x-7500)

logo, P’(x) = 0 quando x = 7500. Além disso, P’(x) > 0 para x


no intervalo (0, 7500), e P’(x) < 0 para x no intervalo (7500, ∞). Isto
significa que a função lucro P é crescente em (0, 7500) e decrescente
em (7500, ∞).  No gráfico abaixo, verificamos que a função lucro é
crescente em (0, 7500) e decrescente em (7500, ∞):

Referências
BOULOS, P. Cálculo diferencial e integral. São Paulo: Makron
Books, 1999. v.1.

FIGUEIREDO, D.G. Análise I. Rio de Janeiro: LTC, 1974.

GOLDSTEIN, L.J.; LAY, D.C.; SCHNEIDER, D.I. Matemática


aplicada. Porto Alegre: Bookman, 2000.

HOFFMAN, L.D.; BRADLEY, G.L. Cálculo – um curso moderno e


suas aplicações. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1999.

LEITHOLD, L. Matemática aplicada à economia e administração.


São Paulo: Harbra, 1988.

LIMA, E.L. Curso de análise I. Rio de Janeiro: Instituto de Nacional


de Matemática Pura e Aplicada, 2007.

_____. Curso de análise II. Rio de Janeiro: Instituto de Nacional de


Matemática Pura e Aplicada, 2007.

_____. Elementos de topologia geral. Rio de Janeiro: Ao Livro


Técnico, 1976.

_____. Logaritmos. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Matemática,


1996.

180
MATEMÁTICA APLICADA À ADMINISTRAÇÃO- Currículo

MORETTIN, P.A.; BUSSAB, W.O.; HAZZAN, S. Cálculo – Funções


de uma e várias variáveis. São Paulo: Saraiva, 2003.

RUDIN, W. Princípios de análise matemática. Rio de Janeiro: Ao


Livro Técnico, 1971.

SILVA, S. Medeiros da. Matemática para os cursos de Economia,


Administração e Ciências Contábeis. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
v.1.

TAN, S.T. Matemática aplicada à Administração e Economia. São


Paulo: Pioneira, 2001.

THOMAS, B.G. Cálculo. São Paulo: Addison Wesley, 2002. v.1.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS. Pró-reitoria de


Ensino de Graduação. Centro de Educação a Distância. Guia de
referência para produção de material didático em educação a
distância. Organizado por Zeina Rebouças Corrêa Thomé. Manaus:
EDUA, 2007.

WEBER, J.E. Matemática para Economia e Administração. São


Paulo: Harbra, 1986.

Currículo dos autores


Waldemar Antonio da Rocha de Souza é doutorando em Economia
Aplicada pela UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – Piracicaba
(SP), Mestre em Economia pela ESCOLA DE PÓS-GRADUAÇÃO
EM ECONOMIA DA FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS - Rio de
Janeiro (RJ), ambas as instituições com grau de avaliação 6 (seis) pela
CAPES, no triênio 2007-2010. Professor concursado da Universidade
Federal do Amazonas (UFAM), na área de concentração de Finanças,
com ênfase em Análise Financeira e Métodos Quantitativos Financeiros.
Desenvolve pesquisas da tese doutoral na área de mercados futuros
de commodities agrícolas, com ênfase na produção de soja no centro-
oeste brasileiro, focando a formação de “discovery prices” nas diversas
regiões produtoras e o uso de contratos futuros. Foi assessor da
Presidência do Banco do Brasil, em Brasília (DF), atuando na área de
estudos econômicos, possuindo larga experiência na área financeira e
no mercado de capitais do País e do exterior, participando de relevantes
operações do mercado financeiro brasileiro, além de estágios e visitas
técnicas em instituições financeiras norte-americanas. Fundador, líder
e pesquisador do NUFEO - GRUPO DE ESTUDO DE FINANÇAS
E ESTRATÉGIAS OPERACIONAIS, da UFAM. Atuou como
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MATEMÁTICA APLICADA À ADMINISTRAÇÃO - Currículo

pesquisador-visitante no Departamento de Economia, Administração e


Sociologia e no Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada
(CEPEA), da USP/ESALQ, efetuando análises e estudos na área de
mercados futuros de commodities agrícolas. Fundador e Pesquisador do
CEBPSAM - GRUPO DE PESQUISAS DA SOJA NA AMAZÔNIA,
destinado a estudos e análises da cadeia produtiva da soja na Amazônia
brasileira. Áreas de interesse: Finanças Empíricas, Econometria
Financeira, Derivativos, Corporate Finance, Análise Financeira.

Kleomara Gomes Cerquinho é graduada em Administração pela


Universidade Federal do Amazonas, UFAM, Manaus, e em Direito pela
Universidade Paulista; mestre em Administração pela Universidade
Federal de Santa Catarina, UFSC, Florianópolis, Brasil; possui mestrado
profissionalizante em Gestão Empresarial (Fundação Getúlio Vargas
- RJ, FGV-RJ, Rio de Janeiro, Brasil); especialização em Produção em
Material Didático para Educação a Distância (Universidade Federal
do Amazonas, Manaus, Brasil); é professora assistente na UFAM
(graduação e pós-graduação); tem artigos completos publicados
em periódicos (A Consultoria e os Consultores Dogberts. Cadernos
EBAP., 2000), capítulos de livros publicados (Hidrovia:investimentos
em infra-estrutura no Estado do Amazonas In: Estudos de Transporte
e Logística na Amazônia.1 ed.Manaus : Novo Tempo, 2006, v.1, p. 136-
144) e artigos em jornal de notícias (A consultoria e os consultores
Dogberts. A Gazeta Mercantil -AM. Manaus, p.2 - 2, 1999).

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