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Teste 9 .º A Palavra Mágica

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ESCOLA BÁSICA DA VENDA DO PINHEIRO

PORTUGUÊS - 9.º A
FICHA de AVALIAÇÃO (versão A)
2019/2020 Prof.ª Sílvia Rebocho

GRUPO I- COMPREENSÃO DO ORAL

1. Para cada item (1.1. a 1.4.), seleciona a opção que completa a frase, de acordo com o sentido do texto.
Escreve o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.

1.1. Um dos objetivos de João Pinto ao praticar plogging é


(A) divulgar esta forma específica de exercício físico.
(B) ficar em boa forma física e mental.
(C) contribuir para a limpeza da Natureza.

1.2. No caso de João Pinto, a prática de plogging é constituída por


(A) jogging e recolha de resíduos em sacos de 50 litros.
(B) corrida, recolha e separação de resíduos.
(C) caminhada e agachamentos para recolha de lixo.

1.3. Para João Pinto, as pessoas


(A) continuam pouco sensíveis quanto à necessidade de proteger a Natureza.
(B) têm alterado comportamentos em relação a si próprios e ao Mundo.
(C) ainda não reciclam suficientemente os resíduos de plástico.

1.4. No texto, a jornalista


(A) dá a sua opinião sobre a atitude de João Pinto.
(B) inclui algumas citações de João Pinto.
(C) apela à divulgação da prática do plogging.

2. Os tópicos abaixo correspondem aos vários assuntos abordados no texto. Regista-os pela ordem pela qual
são referidos.

(A) Relação entre plogging e jogging.


(B) Principais tipos de resíduos recolhidos durante o plogging.
(C) Atitudes de reciclagem e reutilização associadas à prática de plogging.
(D) Exercícios físicos envolvidos na prática de plogging.
(E) Material necessário à prática de plogging.

3. À notícia que ouviste foi retirado o título. Seleciona, de entre os seguintes títulos, aquele que sintetiza o
assunto do texto. Escreve o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.

(A) Plogging e jogging – o que os distingue


(B) João Pinto apanha lixo enquanto caminha
(C) A vida de João Pinto, um amante da Natureza
GRUPO II – LEITURA E EDUCAÇÃO LITERÁRIA

Lê, atentamente, o excerto do conto de Vergílio Ferreira. Se necessário, consulta o vocabulário que te é
fornecido.

A palavra mágica

Nunca o Silvestre tinha tido uma pega com ninguém. Se às vezes guerreava, com palavras azedas
para cá e para lá, era apenas com os fundos da própria consciência. Viúvo, sem filhos, dono d e umas
leiras1 herdadas, o que mais parecia inquietá-lo era a maneira de alijar 2 bem depressa o dinheiro das
rendas. Semeava tão facilmente as economias, que ninguém via naquilo um sintoma de pena ou de
justiça – mesmo da velha –, mas apenas um desejo urgente de comodidade. Dar aliviava. Pregavam-
lhe que o Paulino ia logo de casa dele derretê-lo em vinho, que o Carmelo não comprava nada livros
ou cadernos ao filho que andava na instrução primária. Silvestre encolhia os ombros, não tinha nada
com isso. As moedas rolavam-lhe para dentro da algibeira e com o mesmo impulso fatal rolavam
para fora, deixando-lhe, no sítio, a paz.
Ora um domingo, o Silvestre ensarilhou-se, sem querer, numa disputa colérica com o Ramos da
Loja. Fora o caso que ao falar-se, no correr da conversa, em trabalhadores e salários, Silvestre deixou
cair que, no seu entender, dada a carestia da vida, o trabalho de um homem de enxada não era de
forma alguma bem pago. Mas disse-o sem um desejo de discórdia, facilmente, abertamente, com a
mesma fatalidade clara de quem inspira e expira. Todavia o Ramos, ferido de espora 3 , atacou de
cabeça baixa:
– Que autoridade tem você para falar? Quem lhe encomendou o sermão?
– Homem! – clamava o Silvestre, de mão pacífica no ar. – Calma aí, se faz favor. Falei por falar.
– E a dar-lhe. Burro sou eu em ligar-lhe importância. Sabe lá você o que é a vida, sabe lá nada.
Não tem filhos em casa, não tem quebreiras de cabeça 4 . Assim, também eu.
– Faço o que posso – desabafou o outro.
– E eu a ligar-lhe. Realmente você é um pobre-diabo, Silvestre.
Quem é parvo é quem o ouve. Você é um bom, afinal. Anda no mundo por ver andar os outros.
Quem é você, Silvestre amigo? Um inócuo, no fim de contas. Um inócuo é o que você é.
Silvestre já se dispusera a ouvir tudo com resignação. Mas, à palavra «inócuo», estranha ao seu
ouvido montanhês, tremeu. E à cautela, não o codilhassem 5 por parvo, disse:
– Inoque será você.
Também o Ramos não via o fundo ao significado de «inócuo». Topara por acaso a palavra, num
diálogo aceso de folhetim, e gostara logo dela, por aquele sabor redondo a moca grossa de ferro,
cravada de puas6 . Dois homens que assistiam ao barulho partiram logo dali, com o vocábulo ainda
quente da refrega, a comunicá-lo à freguesia:
– Chamou-lhe tudo, o patife. Só porque o pobre entendia que a jorna 7 de um homem é fraca. Que
era um paz-de-alma. E um inoque.
– Que é isso de inoque?
– Coisa boa não é.
Queria ele dizer na sua que Silvestre não trabalhava, que era um lombeiro 8, um vadio.
Como nesse dia, que era domingo, Paulino entrara em casa com a bebedeira do seu descanso, a
mulher praguejou, como estava previsto, e cobriu o homem de insultos como não estava inteiramente
previsto:
– Seu bêbedo ordinário. Seu inoque reles.
Quando a palavra caiu da boca da mulher, vinha já tinta de carrascão9.
E desde aí, inoque significou, como é de ver, vadio e bêbedo.
1 Leiras: terras.
2 Alijar: aliviar, recusar.
3 Espora: espigão usado nas botas dos cavaleiros
para acelerar a marcha dos animais.
4 Quebreiras de cabeça: preocupações.
Responde, de forma correta e completa, às questões que te são colocadas.

1. Identifica as personagens presentes no excerto transcrito.


1.1 Caracteriza psicologicamente o protagonista deste conto.
1.1.1 Refere e justifica, por palavras tuas, o seu processo de caracterização.

2. Localiza a ação no tempo e no espaço.

3. Explica o sentido da frase “Mas disse-o sem um desejo de discórdia, (...) de quem inspira e expira.” (ll. 21-23).

4. Refere o acontecimento que provocou uma mudança de atitude no protagonista.

5. No excerto, a personagem que lançou a palavra na discussão também desconhecia o seu significado.
5.1 Apresenta, por palavras tuas, o significado que a palavra lhe sugeria e por que razão passou a usá-la.

6. No texto, torna-se evidente que o vocábulo “inócuo” não faz parte do léxico daquelas pessoas.
6.1 Transcreve duas metáforas que comprovem que a palavra em questão possui diferentes significados, de
acordo com quem a utiliza.

7. Explicita o título do conto.

8. Refere as características do autor do texto que são comuns a este excerto e ao conto “A galinha”, estudado em
aula.

GRUPO III - GRAMÁTICA

1. Forma famílias de palavras.

Adjetivo Nome Verbo Advérbio


a) Sorriso b) c)
d) e) Descontrair f)
Responsável g) h) i)

2. “Ora um domingo, o Silvestre ensarilhou-se, sem querer, numa disputa colérica (...)”

2.1 Identifica o processo de formação da palavra sublinhada.

3. Indica a relação semântica existente entre as palavras, completando com:

hiperónimo(s) hipónimo(s) merónimo(s) holónimo(s)

3.1 “Casado, viúvo e solteiro” são __a)__ de “estado civil”.


3.2 “Ferramentas agrícolas” é __b)__ de “enxada” .
3.3 “Moca” é __c)__ de “puas”.
4. Conjuga os verbos indicados entre parênteses, de acordo com o tempo e modo solicitados.

4.1 Se os alunos que __a)__ (verbo intervir, pretérito perfeito do indicativo) ontem na aula __b)__ (verbo
estudar, pretérito imperfeito do conjuntivo), tudo __c)__ (verbo ser, condicional) perfeito!

4.2. Caso eles __d)__ (verbo ter, presente do conjuntivo) boas ideias, o trabalho será excelente.

4.3 Tu __e)__ (verbo intervir, pretérito perfeito composto do indicativo) nas aulas com entusiasmo.

5. Identifica a subclasse do verbo sublinhado em cada frase, tendo


em conta o quadro apresentado. Verbo principal intransitivo
Verbo principal transitivo indireto
Verbo principal transitivo direto
5.1 Todos estão divertidos com esta leitura da obra.
Verbo principal transitivo direto e indireto
5.2 O professor transmitiu a mensagem a todos. Verbo auxiliar de tempo composto
Verbo auxiliar da passiva
5.3 A leitura foi interrompida pela campainha. Verbo copulativo
5.4 Todos os alunos têm registado os apontamentos no caderno.

6. Reescreve as frases substituindo as expressões sublinhadas por um pronome pessoal.

6.1 Nós faremos a leitura da obra rapidamente.


6.2 Eu fiz o trabalho com agrado.
6.3 Nós daríamos a resposta correta, se soubéssemos a matéria.

GRUPO IV - ESCRITA

Lê o seguinte excerto da obra A Invenção do Dia Claro, de Almada Negreiros.

“Nós não somos do século de inventar palavras. As palavras já foram inventadas. Nós somos do século de
inventar outra vez as palavras que já foram inventadas.”

Tendo por base a citação apresentada, escreve um texto de opinião, com um mínimo de 160 e um máximo de
200 palavras, sobre a importância das palavras e a magia que elas podem exercer quando são pronunciadas.
Podes referir exemplos pessoais, ou de outros, que comprovem a tua tomada de posição.

O teu texto deve incluir uma introdução, um desenvolvimento (dois argumentos e um contra-argumento) e
uma conclusão.

Atenta na ortografia, na pontuação, na marcação de parágrafos e no vocabulário utilizado. Não te esqueças de


recorreres aos conectores discursivos para organizar o teu discurso.
CORREÇÃO DA FICHA DE AVALIAÇÃO

GRUPO I – COMPREENSÃO DO ORAL

1.1. (C)
1.2. (C)
1.3. (A)
1.4. (B).

2. (A), (D), (E), (B), (C).

3. (B)

GRUPO II – LEITURA E EDUCAÇÃO LITERÁRIA

1. As personagens são o Silvestre, o Paulino e a sua esposa, o Carmelo, o Ramos e dois populares.

1.1 Psicologicamente, o Silvestre é um homem simples, bom, generoso e incapaz de fazer mal ou de provocar
problemas.

1.1.1 O processo utilizado foi o indirecto, pois as características são deduzidas pelo leitor.

2. A ação desenrola-se num domingo, numa freguesia cujo nome não sabemos (aldeia montanhesa).

3. A frase significa que o Silvestre manifestou a sua opinião em relação ao trabalho de enxada com toda a
naturalidade, tal como estivesse a “inspirar e a expirar”.

4. O acontecimento que provocou uma mudança de atitude no protagonista foi o facto de o Ramos ter levado a
mal as palavras do Silvestre e de o ter insultado, chamando-lhe “inoque”.

5.1 A palavra sugeria-lhe uma arma, um pau cravado com pregos na extremidade. O Ramos ouvira a palavra num
“diálogo acesso de folhetim” e, porque a palavra lhe soou de forma agradável ao ouvido, passou a usá-la.

6.1 Para o Ramos a palavra era uma “… moca grossa de ferro, cravada de puas.” e para a mulher do Paulino a
palavra vinha ”tinta de carrascão.”.

7. O título apresenta a “magia” que uma palavra (inócuo) pode ganhar para as pessoas de uma aldeia, adquirindo
vários significados. As pessoas servem-se dela para exprimir todas as emoções que o momento proporciona,
atribuindo-lhe vários significados.

8. As características do autor que são comuns aos contos “Palavra mágica” e “A galinha” são mostrar-nos como
algo insignificante e fútil (como uma galinha de barro) pode despertar ódios e rancores, o que serve para criticar
muitas vezes a sociedade e os sentimentos mesquinhos, adormecidos nos habitantes de pequenas comunidades.
As histórias de Vergílio Ferreira podem ser trágicas, mas têm um espírito cómico (como a utilização errada da
palavra “inócuo”) e uma subtil ironia, apresentando, no final, uma lição de moral.
GRUPO III – GRAMÁTICA

1.
a) Sorridente b) sorrir c) sorridentemente
d) descontraído e) descontracção f) descontraidamente
g) responsabilidade h) responsabilizar i) responsavelmente

2.1 derivação por parassíntese

3.
3.1 hipónimos
3.2 hiperónimo
3.3 holónimo

4.
4.1 a) intervieram b) estudassem c) seria
4.2. d) tenham
4.3 e) tens intervindo

5.
5.1 Verbo copulativo
5.2 Verbo principal transitivo direto e indireto
5.3 Verbo auxiliar de passiva
5.4 Verbo auxiliar de tempo composto

6.
6.1 Nós fá-la-emos rapidamente.
6.2 Eu fi-lo com agrado.
6.3 Nós dá-la-íamos se a soubéssemos.

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