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Manua Ufcd 8915 Parte 3

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3.

Tarefas que em relação a esta temática se encontram no âmbito de intervenção do/a


Técnico/a Auxiliar de Saúde
3.1.Tarefas que, sob orientação de um profissional de saúde, tem de executar sob sua
supervisão direta

O que dá eficácia a uma equipa é a diversidade dos contributos específicos de cada profissão. Só
possuindo uma conceção clara e precisa pode o enfermeiro projetar uma imagem positiva, quer na
sociedade, quer nas equipas que integra e consciencializar os pontos de sobreposição da sua
intervenção com os dos outros profissionais, num clima de respeito, confiança, cooperação e apoio.

Pressupõe-se que os elementos da equipa contactem entre si frequentemente e prestem cuidados de


saúde integrados.

Nesta perspetiva, de forma a responder eficazmente a todas as solicitações colocadas pelos utentes,
torna-se indispensável que os profissionais de saúde juntem esforços no sentido de realizar um
verdadeiro trabalho em equipa, o qual é baseado na cooperação (entre os diversos modelos) e em
contacto regular, face a face, envolvidos numa ação coordenada, cujos membros contribuam de
maneira empenhada, competente e responsável para a realização de uma determinada atividade.

Nesta vertente, o trabalho em equipa é condicionado por diversos pressupostos, de acordo com a
OMS, válidos para as organizações de saúde:
 Partilha de objetivos comuns, em que cada membro da equipa deve ter uma definição clara e
precisa da missão da equipa;
 Compreensão e aceitação dos papéis e funções de cada um. Neste caso, um grupo só está em
condições de trabalhar em conjunto, como uma equipa depois de todos os seus membros
conhecerem e aceitarem os papéis uns dos outros, ou seja, quem deve fazer o quê para que a
equipa atinja os seus objetivos ou metas;
 Existência de recursos humanos e materiais suficientes. A falta de um destes elementos
compromete o trabalho em equipa;
 Cooperação ativa e confiança mútua, onde as pessoas se exprimam livremente e sem receio.
Também é necessário que dentro e fora dos serviços haja um clima propício à criação e
funcionamento das equipas de trabalho, o que implica estar atento ao meio ambiente
pertinente da equipa;

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 Liderança adequada e eficaz, com uma rede de comunicação circular, aberta e
multidirecional. O líder deve emergir do grupo e não ser imposto.
 Mecanismos de feedback e de avaliação. As atitudes e comportamentos terão que ser
necessariamente avaliadas, pois só assim se conseguirá obter um funcionamento de uma
equipa e assegurar a sua direção.

O enfermeiro, ao permanecer mais tempo com o cliente, detém um papel preponderante no seio da
equipa. Em parceria com e para o cliente, forma um elo de ligação, um fio condutor, se quisermos,
entre o cliente/família e a equipa de saúde, visando a satisfação das necessidades e garantindo, assim,
cuidados globais, integrais e complementares.

Logo, espera-se dos enfermeiros uma disponibilidade infinita, despida de preconceitos e


julgamentos, assumindo um papel interativo e dinâmico na equipa.

Trabalhar em equipa implica necessariamente investir em todos os seus elementos, envolvê-los e


sensibilizá-los para a importância do contributo de cada um em relação à complementaridade,
autonomia e às competências inerentes a cada profissional que integra a equipa, quer seja
interdisciplinar, multidisciplinar ou pluridisciplinar.

Neste sentido, enquanto supervisor, o enfermeiro deve procurar criar condições para que o técnico
auxiliar de saúde se sinta gratificado com o seu trabalho, de forma que possa sentir-se
emocionalmente estimulado; que o trabalho possa ser sentido como desafio intelectual; que possa
sentir-se participante de um empreendimento socialmente significativo e valorizado.

Que também se sinta desenvolvendo um papel importante em experiências humanas; que tenha
consciência de que suas experiências existenciais também são significativas e que a sua experiência
profissional é algo especial.

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3.2.Tarefas que, sob orientação e supervisão de um profissional de saúde, pode executar
sozinho/a

O técnico/a auxiliar de saúde ou Auxiliar de ação médica, como profissão, é uma atividade que tem
por fim prestar cuidados ao doente numa colaboração estreita e eficaz com a equipa técnica e, muito
em especial, com o enfermeiro.

Na realidade, o que encontramos é um grupo de profissionais, desenvolvendo práticas que, pelas suas
características, se englobam e enquadram no âmbito e natureza dos cuidados globais que qualquer
equipa presta ao doente.

Consoante as características do campo em que se desenvolve a atividade de um auxiliar (no hospital,


em casa, nos lares, nos centros de dia, etc.), também as funções devem ajustar-se sem, por isso,
deixarem de estar enquadradas na estrutura geral da sua carreira.

Pretende-se que desempenhe as seguintes funções:


 Prestar cuidados de higiene e conforto ao doente de acordo com as orientações recebidas;
 Assegurar a manutenção das condições de higiene da unidade do doente;
 Proceder ao acompanhamento e transporte do doente a consultas, exames, em cadeira de
rodas ou a pé, sempre que for necessário;
 Preparar refeições ligeiras e/ou dietas e cuidar das tarefas referentes à alimentação do
doente;
 Coadjuvar o enfermeiro e/ou outro técnico de saúde nas atividades que desenvolvem, e para
as quais seja solicitada a sua colaboração;
 Cumprir as instruções/orientações que lhe são fornecidas pelo enfermeiro ou outro técnico
de saúde mais qualificado e que sejam da sua competência;
 Participar na elaboração de programas de ensino para auxiliares, e para os quais se encontre
habilitado;
 Chefiar e dirigir a equipa de auxiliares, fomentando e desenvolvendo práticas que facilitem a
interligação dos seus elementos;
 Estar atento e vigiar o doente, informando, sempre que necessário, o seu responsável de
anomalias ou alterações que tenham surgido e julgue de interesse para o tratamento e
recuperação do doente (ex.: recusa de alimentação, febre, vómitos, diarreia, etc.);

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 Planear, executar e avaliar um sistema de registos, ou seja, criar um método, um instrumento
de trabalho, facilitador para a realização das suas atividades que, em qualquer momento, lhe
permita fornecer dados acerca do doente aos restantes elementos da equipa (ex.: temperatura,
respiração, alimentação, eliminação).

Daí que seja pertinente considerarmos o auxiliar de ação médica como um novo elemento, precioso e
fundamental na equipa de saúde. Pensamos que, por isso, lhes podemos exigir qualidades especiais,
uma boa formação específica, no sentido de lhes conferir o direito de desempenhar funções
essenciais dentro do grupo.

São consideradas importantes as qualidades de natureza física, intelectual, moral, técnica e


psicossocial. Deve ser uma pessoa saudável, dinâmica, desembaraçada e rápida na execução do seu
trabalho. Uma resistência física diminuída impedirá, certamente, o auxiliar de desempenhar
eficazmente as suas funções.

É conveniente ter presente um certo grau de conhecimento, pois, quanto mais vastos e profundos
forem os seus conhecimentos, mais segura se torna a sua atuação. O espírito de curiosidade, não só
dentro do foro profissional, mas também no da cultura geral, são extremamente importantes.

Ser uma pessoa cumpridora, com sentido de responsabilidade, respeitando sempre as obrigações do
seu trabalho, serão, decerto, mais-valias para as funções que lhe são confiadas.

Importa que dê provas de dignidade profissional, pela sua apresentação e pelas suas atitudes, não
fugindo nunca à verdade, confessando atempadamente qualquer erro que eventualmente possa ter
cometido.

Paralelamente ao bom contacto humano, é necessária uma boa preparação técnica. Assim, o auxiliar
deve oferecer boa destreza manual, leveza e precisão de movimentos, limpeza e método de trabalho,
associados a uma adequada preparação teórica.

Inserido numa equipa, e em contacto diário com os colegas, os enfermeiros, os médicos, ou outros
técnicos, necessita de ter capacidade de relacionamento, à custa do respeito mútuo, da consideração,
da boa educação e do espírito de colaboração.

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Relativamente ao utente, tem de ser compreensivo, amável, simpático, alegre, capaz de lhe incutir
coragem e confiança, que são premissas essenciais para obtenção de um elevado nível da qualidade
de cuidados.

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Bibliografia

Aleixo, Fernando, Manualde Enfermagem, Ed. Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio., EPE,
2007

Aleixo, Fernando, Manualdo Assistente Operacional, Ed. Centro Hospitalar do Barlavento


Algarvio., EPE, 2008

Faria, N., Gestão do tempo e do stress, Manual do formador, Ed. CECOA, 2005

Silva, Francisco, Mudança da cultura na prática médica para evitar o erro, Tese de mestrado em
gestão de unidades de saúde, ISCTE – Business School, 2009

Sites Consultados

Ordem dos Enfermeiros


http://www.ordemenfermeiros.pt/

Portal da saúde
http://www.portaldasaude.pt/

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