Universidade Politécnica A Politécnica
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A POLITÉCNICA
Existe hoje no mercado uma vasta oferta de produtos que permitem obter melhorias
consideráveis nos revestimentos de pintura, seja com a finalidade de melhorar o
aspecto estético das construções, seja para proteger o substrato ou ainda por razões
especiais, como a melhoria das condições ambientais e de segurança, ou a introdução
de características específicas, como a resistência a microorganismos, e a resistência
mecânica ou física.
COMPOSIÇÃO DAS TINTAS
Essencialmente, as tintas são compostas por duas fases: um extracto seco e um veículo volátil como
representa o esquema da figura. Cada uma destas fases inclui diferentes componentes, que interagem
física e quimicamente entre si, conferindo à tinta as propriedades necessárias para um bom desempenho.
PRINCIPAIS TIPOS DE TINTAS
TIPOS DE TINTAS
As tintas tradicionais usam um solvente orgânico baseado no petróleo para dispersar as resinas
moleculares.
Tintas com elevado teor de sólidos
As tintas com elevado teor em sólidos são uma evolução das formulações tradicionais. As formulações
líquidas são muito similares, mas os sistemas de resina são modificados para produzir uma tinta com
elevada concentração em sólidos (50 a 70%) e baixo teor em COV. Estas tintas utilizam tecnologias
semelhantes às das tintas tradicionais baseadas em solventes, o que pode ser atractivo para os utilizadores,
porque podem usar o equipamento convencional.
Tintas de base aquosa
As tintas de base aquosa usam principalmente água para dispersar as resinas, embora
possam também conter algum solvente. Podem ser usadas resinas incompatíveis com a
água desde que sofram previamente uma modificação química .
Soluções
As soluções são misturas de materiais completamente dissolvidos um no outro. As
resinas podem ser modificadas para dissolver em água, mas para que o revestimento
cure, tanto a água como o agente modificador têm de evaporar. Se o agente modificador
evaporar prematuramente, o pH da solução vai mudar e a resina pode sair da solução
(kickout).
Emulsões
Uma emulsão é uma dispersão de dois líquidos imiscíveis: pequenos glóbulos e um
emulsificador, que os mantém em suspensão. O termo latex é usado para qual quer
emulsão de um material orgânico em água. As tintas de latex são tintas de emulsão de
base aquosa, que contêm resinas não naturais ou borracha sintética.
Dispersões
As dispersões são pequenos grupos de moléculas de resinas suspensas num líquido. Nas
dispersões, os grupos são mais pequenos do que nas emulsões e a agitação mecânica é
suficiente para suspender os grupos, que não emulsionam.
Tintas curadas pela luz UV
As tintas curadas pela luz UV requerem radiação electromagnética para iniciar a reticulação da
resina. Podem ser 100% líquidos reactivos, eliminando a utilização de solventes e, ao reduzir o
desperdício de tinta, conseguem atingir perto de 100% de eficiência. Podem ser usadas sobre
variados materiais, incluindo madeira, plástico, papel e metal e podem ser aplicadas usando os
métodos tradicionais de pulverização, embora o rolo de pintura seja usado frequentemente uma vez
que são geralmente usadas para pintar chapas planas, que são peças planas.
Classificação das tintas
Tintas em que o solvente não é água - neste grupo estão incluídas todas as tintas
líquidas não-aquosas, tintas de solvente (tintas acrílicas, vinílicas, epoxídicas e de
borracha), as massas, as tintas sem solvente e as tintas em pó.
• Classificação baseada na natureza do ligante
A classificação de acordo com a natureza do principal ligante é a mais utilizada, podendo as tintas dividir-se em:
Na execução de trabalhos de pintura, há que ter em conta diversos aspectos como forma de garantir o êxito
do processo, uma vez que o resultado final da pintura é condicionado por diversos factores de ordem
ambiental e técnico.
A selecção de um sistema de pintura deve ser adequada às necessidades do tipo de exposição da superfície
onde vai ser aplicado, sendo que, como foi já referido, a eficácia de um revestimento depende de múltiplos
factores, que vão desde selecção adequada dos produtos a aplicar, passando pelo nível de preparação da
superfície e pela qualidade dos materiais utilizados, até à qualidade da aplicação.
Escolha do produto a aplicar
Para seleccionar o sistema de pintura mais adequado para aplicar numa instalação de construção civil é
necessário, em primeiro lugar, identificar e compreender a sua exposição ambiental. Só depois será iniciada a
selecção dos sistemas de pintura com base no historial de uso com sucesso nos ambientes identificados.
Por exemplo, as pinturas com borracha clorada ou com vinil, que são termoplásticas, não devem ser usadas
em locais sujeitos a muito calor ou a solventes fortes porque podem rapidamente dissolver ou amolecer.
Identificação do ambiente envolvente
É provavelmente a etapa mais importante, que consiste em avaliar as condições sob as quais o sistema de
pintura tem de desempenhar. Não pode ser uma avaliação superficial, pois deve considerar todas as
condições que poderão existir, incluindo pequenos factores que podem parecer irrelevantes. Por vezes, uma
combinação de dois ou mais ambientes envolventes, que actuem em conjunto, podem criar uma envolvente
hostil.
Dentro dos factores de ambiente envolvente poderão ser considerados, entre outros, os seguintes:
Variações de temperaturas
Os ciclos térmicos, geralmente associados com as condições atmosféricas, geram naturalmente forças de
expansão e de contracção. Para um sistema de pintura dar a máxima protecção ao substrato, deve ter a
capacidade de expandir e contrair com o substrato.
Humidade elevada
Os revestimentos podem estar sujeitos a ambientes de humidade contínua ou a uma alternância entre
ambiente seco e molhado que, naturalmente podem afectar o desempenho do sistema de pintura.
A norma BS6150 classifica a humidade da atmosfera que rodeia o edifício a pintar, em três tipos:
Baixo – quando a região apresenta, em média, mais de 6 meses “secos” durante o ano.
Médio – quando a região apresenta, em média, cerca de 4 a 5 meses “secos” durante o ano.
Elevado – quando a região apresenta, em média, até 3 meses “secos” durante o ano.
Preparação De Superfícies
A preparação adequada da superfície é fundamental para criar uma boa aderência da tinta ao
substrato e aumentar a durabilidade e a eficácia geral da pintura de protecção. A aderência
determina se é ou não suficiente aplicar uma só camada de película fina sobre a superfície.
A preparação de superfícies de betão deve começar por uma limpeza geral, com o objectivo de remover
todas as substâncias estranhas ou prejudiciais, como óleos, pinturas, pó, sujidade, agentes de cura do
betão e produtos similares, mas também limpar todo o betão fissurado, fraco, desagregado ou
delaminado, até que a superfície fique limpa, sã e homogénea. A limpeza geral da superfície poderá ser
feita recorrendo a jacto de água, se for no exterior, ou recorrendo a qualquer um dos restantes métodos,
caso seja no interior.
Começar com uma boa limpeza contribui para melhor identificar as áreas deterioradas e só depois aplicar
o procedimento adequado de preparação da superfície, para torná-la apta a receber o revestimento final de
protecção.
Quando as superfícies de betão são demasiado lisas e densas, a aderência da tinta poderá ser difícil.
Nestes casos, é necessário criar uma textura para melhorar a aderência da superfície utilizando um
método adequado.
A rugosidade é obtida geralmente através de uma limpeza de jacto abrasiva, Para que o processo de
decapagem abrasiva do betão seja realizado sem causar qualquer tipo de danos no betão, as pressões
utilizadas não devem ultrapassar os 2,75-3,45 Bar [40 a 50 psi] e o bico do jacto deve ser mantido a uma
distância maior do que quando se está a preparar superfícies metálicas, pois a decapagem do betão é
obtida muito rapidamente.
Aplicação dos produtos de pintura
A aplicação de um esquema de pintura é condicionada por diversas variáveis, como o tipo de tinta a usar,
o tipo e o tamanho da superfície a revestir, o método escolhido para realizar a pintura e os regulamentos
ambientais.
Algumas condições ambientais que rodeiam a superfície a pintar podem influenciar o resultado do
trabalho pelo que a aplicação dos produtos de pintura deve ser feita apenas com tempo favorável,
seguindo as condições de temperatura e humidade relativa recomendadas pelo fabricante.
Deve dar-se especial relevo às condições meteorológicas existentes na altura da execução da pintura, visto
que existem condicionantes que poderão provocar defeitos no resultado final e que podem facilmente ser
eliminados, desde que se tenha o cuidado de:
• Não realizar pinturas com temperaturas ambiente demasiado baixas, sendo 5ºC o limite inferior para a
maior parte das tintas à base de água ou solvente não aquoso. Temperaturas muito baixas, além de
dificultarem o processo de aplicação, fazem com que a tinta demore demasiado tempo a secar,
permitindo deste modo que se infiltrem impurezas provenientes do ar, no esquema de pintura.
• Não realizar pinturas com temperaturas ambiente demasiado elevadas, sendo 35ºC o limite
superior, visto que este facto irá fazer com que a tinta seque demasiado depressa,
comprometendo deste modo a durabilidade do esquema de pintura, bem como a sua
qualidade.
• Evitar a realização de pinturas em dias de chuva, visto que a necessidade de parar a exe cução
a meio poderá provocar defeitos no resultado final.
Esquemas de pintura
A norma ISO 4618 define esquema de pintura como sendo a “combinação de camadas de
material de pintura que são aplicadas num substrato. O sistema pode ser caracterizado pelo
número de camadas envolvidas”, sendo que uma camada, ou demão, é o “depósito contínuo
de um produto de pintura resultante de uma única operação de aplicação”.
Existem diferentes equipamentos para transferir a tinta da lata para o substrato, que
podem incluir desde a simples aplicação por pincéis, trinchas e rolos até aplicações
à pistola, que serão descritos em seguida. Todos os métodos de aplicação têm
inerentes vantagens e limitações.
Os rolos de pintura caracterizam-se por serem mais espessos e mais resistentes do que os pincéis, sendo
também mais fáceis de usar, pois além de conservarem a sua forma e não soltarem fibras, salpicam e
sujam menos, permitindo obter uma pintura mais rápida e de melhor qualidade.
São muito utilizados na construção civil e por pintores profissionais, geralmente para áreas grandes e
planas, como paredes ou tectos, interiores ou exteriores, que são demasiado grandes para aplicação com
pincel ou onde a aplicação à pistola não pode ser tolerada.
Os rolos consistem em duas partes: uma armação (eixo central ligado a um cabo) e uma cobertura. A
cobertura é a parte que aplica a tinta e pode variar no diâmetro, comprimento, tipo de tecido e
comprimento das fibras.
Aplicação por Pistolas de Pintura
Qualquer trabalho, e a pintura não é excepção, deverá ser realizado seguindo uma
metodologia definida, de modo a evitar qualquer tipo de erro de execução.
Interiores
Assim, deverá iniciar-se a pintura pelo tecto da divisão,
nomeadamente começando pelas extremidades, que fazem
fronteira com as paredes. Nesta fase deverá ser utilizado um
pincel de tamanho reduzido. A restante superfície do tecto deverá
ser pintada recorrendo a um rolo, preferencialmente encaixado
numa vara extensível, de forma a permitir que a execução seja
rápida, visto que no caso de se usar um escadote, o tempo de
execução seria muito superior devido à necessidade de o mover
constantemente. Quando for necessário retocar alguma parte que
tenha ficado menos bem pintada, o executante deverá ser rápido
o suficiente para que a tinta nessa zona ainda esteja húmida, de
forma a evitar sobreposição de camadas. Deverá também deixar
secar por completo a tinta antes de aplicar próxima demão.
Exteriores
Em termos gerais, o modo de execução das pinturas de paredes
em exterior, não será muito distinto do usado para as paredes
interiores. Há que ter especial atenção ao facto do executante não
poder criar as condições ambientais envolventes necessárias, de
forma artificial como para o interior, visto que estas irão depender
das condições meteorológicas no local. Nunca realizar uma
pintura exterior se as condições não forem propícias,
nomeadamente no que diz respeito à temperatura, vento ou chuva.
• Protecção respiratória
• Protecção da pele
É essencial proteger a pele dos materiais nocivos que a podem
lesar, sendo obrigatório usar luvas, roupas e calçado apropriado.
Em trabalhos de pintura, a pele das mãos é muito exposta, pelo que
devem ser usadas luvas adequadas ao trabalho que se vai realizar,
ou seja, devem proteger as mãos contra a ação de produtos
químicos, como solventes, decapantes, etc.
Patologias em revestimentos por pintura
Patologias são defeitos que ocorrem nas pinturas ou em outras fases das construções,
novas ou velhas, por acção de agentes externos, erros de aplicação/construção ou
inadequação dos materiais aplicados.
A formulação da tinta
Durante o processo de fabrico, os componentes de uma tinta devem ser misturados em várias proporções
e numa dada sequência. O não cumprimento das instruções traduz-se num problema de qualidade da
tinta que pode conduzir a defeitos, embora estes sejam diferentes nas tintas orgânicas e inorgânicas:
• Tintas inorgânicas - os defeitos são causados principalmente pelos veículos metálicos usados na sua
composição.
Aderência da tinta
Os defeitos de aderência são numerosos e podem ser catastróficos. Uma das razões mais comuns é
pintar sobre um substrato contaminado com, por exemplo, sais solúveis que promovem
empolamento quando a humidade ou o vapor gasoso passam através de películas semi-permeáveis.
Tipo de substrato
Existem vários tipos de superfície de substratos com diferentes características, como a densidade,
porosidade e reactividade química, devendo assegurar-se a adequada preparação da superfície que
serve de base e os seus possíveis defeitos. Por exemplo, o betão tem uma superfície não uniforme e
não é um material muito denso, é poroso e muito reactivo. Por outro lado, o aço é muito denso, não
poroso e menos reactivo do que os outros substratos. Esta comparação simples ilustra as diferenças
entre os tipos de substrato.
No caso da alvenaria rebocada e do betão, a perda de aderência, empolamento ou destacamento da
camada de revestimento ocorrem devido a:
Projecto da estrutura
Numerosos defeitos ocorrem devido a problemas provocados por zonas angulosas
de difícil acesso presentes nos edifícios e às suas dificuldades inerentes, visto que
por vezes, quem desenha uma estrutura, não prevê as operações de revestimento.
Contudo, com uma selecção adequada de materiais e técnica de aplicação,
conseguem ultrapassar-se alguns destes problemas.
Forças exteriores
Alguns ambientes particularmente agressivos (ex.: abrasão, erosão ambientes
químicos) a que o revestimento pode estar sujeito, poderão ser a principal causa de
falha. São frequentes os ambientes de água corrente que contêm várias
concentrações de sais dissolvidos e fluxos de água contendo materiais abrasivos,
como partículas de areia.
Patologias consoante as fases em que podem ocorrer
Como foi já referido, os defeitos que surgem depois da execução de um esquema de pintura podem
ser causados por factores de natureza diversa. As patologias daí decorrentes podem ter origem em 3
momentos principais: