A Definição Do Cristianismo
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A Definição Do Cristianismo
Definição
do Cristianismo
Site da Ciência e da Fé Cristã
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org), no qual você irá encontrar apresentações e
debates em vídeo sobre o tema “Ciência e a Fé
Cristã”.
A
Definição
do Cristianismo
David Gooding
&
John Lennox
A Verdade
2016
A Definição do Cristianismo
Originalmente publicado em 1992, como uma série de artigos
no jornal russo Literaturnaya Gazeta.
Original em inglês: The Definition of Christianity,
Copyright © The Myrtlefield Trust, 1997.
Todos os direitos reservados.
Tradução em português: Copyright © The Myrtlefield Trust,
2014. Todos os direitos reservados.
Para outras publicações dos Professores Gooding e Lennox,
por favor visite o site: www.keybibleconcepts.org
Os textos das referências bíblicas foram extraídos da versão
Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil.
Traduzido por Sabrina Lopes Furtado
C
erta vez, perguntaram ao famoso filósofo e
estadista indiano, Mahatma Gandhi, por que ele
não se juntou à igreja cristã. Ele respondeu: “Qual
delas?” Inegavelmente, de um ponto de vista mundial,
a cristandade moderna apresenta uma imagem muito
imprecisa e causadora de confusão.
Isso acontece por uma série de motivos:
primeiramente, no decurso da história, muitos
acréscimos supersticiosos foram reunidos
sobre o cristianismo como cracas no casco de
um navio – por vezes, tantos, que ameaçavam
afundar tudo sob o desdém de pessoas atentas.
O outro motivo é mais sério – afinal, um observador
perspicaz pode facilmente distinguir um navio de
uma craca! É muito mais difícil para aquele que está
de fora distinguir o cristianismo original, histórico,
dos diversos desenvolvimentos, na doutrina e na
prática, que tomaram lugar na cristandade ao longo
dos séculos. Isso é lamentável, pois eles geralmente
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P
ergunte qual foi o poder que catapultou os
primeiros cristãos ao palco da história mundial,
e Lucas responderá sem hesitação: a ressurreição
de Jesus e a vinda do Espírito Santo. Pergunte
novamente por qual propósito a primeira comunidade
cristã veio à existência, e Lucas responderá mais uma
vez: para dar testemunho da ressurreição de Jesus.
Em toda parte, Lucas insiste nesse fato histórico
básico. Essa foi a tarefa, ele nos diz em seu primeiro
capítulo, que o Senhor ressurreto conferiu a seus
discípulos (1:8). Esse foi o propósito da eleição de
Matias: se fazer “testemunha conosco da sua [de Cristo]
ressurreição” (1:22). Depois disso, diversas vezes, ele
repete que a função primária da comunidade cristã
era testemunhar a ressurreição do Senhor Jesus (Atos
2:32; 3:15; 5:30-32; 10:39-41; 13:31; 17:3,31; 26:16).
Isso é tanto notável como significativo. Pergunte aos
budistas, por exemplo, qual é a fonte de sua religião, e
eles dirão: “Buda Gautama e sua Iluminação”. Porém,
18 A DEFINIÇÃO DO CRISTIANISMO
É
da opinião de muitos que o negócio principal
do cristianismo – se ele tiver qualquer negócio
verdadeiro de qualquer modo – deveria ser
preocupar-se com questões morais e valores humanos:
denunciar a mentira, o roubo e o adultério e todos
os pecados individuais semelhantes e, ao mesmo
tempo, encorajar as pessoas a perdoarem a seus
inimigos, a amarem e a serem boas umas com as
outras. Se essa for nossa impressão, tomaremos
um choque, quando abrirmos pela primeira vez
as páginas da história de Lucas e lermos por nós
mesmos seu registro dos primeiríssimos sermões que
os cristãos pregavam. Eles não se preocupavam em
denunciar os pecados individuais, nem em encorajar
as pessoas a desenvolverem virtudes dignas. Isso não
significa que os primeiros cristãos eram indiferentes
às questões éticas e aos valores humanos: as cartas
que os apóstolos escreveram aos seus primeiros
convertidos estavam cheias de tais instruções morais.
28 A DEFINIÇÃO DO CRISTIANISMO
Proprietário.
Porém, as pessoas não estão contentes com a
condição de inquilinas. Elas vivem como se não
houvesse senhorio algum. Ou, se houvesse um senhorio,
elas vivem como se ele não tivesse nenhum direito de
esperar qualquer tributo de amor, obediência, devoção
e serviço da parte delas. Elas agem como se a elas
pertencesse a propriedade livre de sua própria vida,
como se o mundo pertencesse a elas. Elas não possuem
nenhum amor pelo Filho do Proprietário, para quem,
de fato, o universo foi feito, que fora o agente em sua
criação, é o mantenedor de sua estabilidade atual, e é
seu redentor e restaurador final (Colossenses 1:16-20;
Hebreus 1:1-3).
Desde que mantenha distância, o mundo,
naturalmente, não se incomoda com ele. Eles podem
até mesmo aceitar certa quantidade de religiões.
Porém, deixe-o se aproximar, insistir em seu domínio
e exigir seus tributos – então, a resistência se inicia.
Eles denunciam suas ordens como absolutismo. Lutam
por sua independência. Podem, como o apóstolo
pseudocristão, Judas, falar muito de sua preocupação
com os pobres (João 12:4-6); mas, como Judas, irão
negar Deus e Cristo prontamente para ganhar ou
manter um lugar para eles mesmos no mundo (1:15-
20). Porém, vender o Criador por trinta moedas de
prata é evidenciar um sistema de valor fatalmente
falho. Venda seu Criador por qualquer soma, e você
automaticamente reduzirá o valor de seus semelhantes
catastroficamente. E, então, como resultado, você pode
até se encontrar conspirando a favor da eliminação de
milhares de seres humanos, caso a melhoria social e
política pareça exigir isso.
30 A DEFINIÇÃO DO CRISTIANISMO
O
certo e o errado da propriedade privada atraíram
naturalmente a atenção de vários filósofos e
estadistas ao longo dos séculos; mas talvez seja
uma surpresa encontrar a proeminência que Lucas
dedica ao assunto na primeira seção principal de Atos.
A espetacular explosão de energia espiritual iniciada
no Dia de Pentecostes e seu impacto sempre crescente
automaticamente forçariam qualquer historiador do
nascimento do cristianismo a incluí-los em seu relato.
Porém, com um senso refinado de contrapeso, Lucas
escolheu deliberadamente dar uma ênfase quase
igual à atitude dos primeiros cristãos quanto às coisas
materiais e à questão da propriedade privada.
“Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em
comum. Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o
produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade”
(2:44-45).
“Barnabé… como tivesse um campo, vendendo-o, trouxe
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M
uitos, talvez todos, os grandes movimentos na
história tiveram seus mártires; e muitas das
regalias desfrutadas hoje foram conquistadas
por homens e mulheres que estavam preparados para
dar sua vida pelos princípios nos quais essas regalias
se baseavam. Quem não venera a memória de Sócrates,
que morreu nas mãos de uma superstição ignorante e
de interesses políticos investidos em vez de abandonar
sua busca inflexível pela verdade e pela justiça?
A igreja cristã também teve uma longa lista de
mártires. O próprio Jesus Cristo foi oprimido até a
morte pelas autoridades civis e religiosas e ensinou a
seus seguidores que a perseguição por sua causa era
uma honra e alegria extremas. Não é de se admirar
que Lucas, então, devotasse um grande espaço de Atos
a Estêvão, o primeiro, e talvez o maior de todos os
mártires cristãos. Com razão, a igreja cristã venera sua
memória desde então.
Porém, há duas coisas que devemos ter em mente
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N
os anos recentes, testemunhamos uma explosão
do interesse por religião, magia, ocultismo,
astrologia e paranormalidade. Homens e
mulheres, encontrando-se em um vácuo espiritual,
procuram, às vezes em desespero, algum tipo de
experiência espiritual que lhes tem sido negada pelas
filosofias materialistas. E, ainda, precisamente por
essa busca algumas vezes ser tão desesperada, existe o
perigo real de exploração e de fraude. Por essa razão,
a próxima história de Lucas é de grande interesse, pois
nos mostra como distinguir o falso do verdadeiro.
Lucas relata um encontro em Samaria entre o
evangelista cristão Filipe e certo homem, Simão, que
Lucas descreve como praticando uma forma de magia.
Exatamente qual tipo de magia ele praticava, Lucas não
nos conta, mas obviamente era muito impressionante,
pois os samaritanos estavam maravilhados pelos feitos
de Simão, e, simplesmente por isso, convenceram-se de
que suas afirmações eram verdadeiras e o chamaram
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O
racismo é, certamente, um dos piores males
que já afligiram a humanidade. Talvez haja
uma centelha de orgulho racial instintivo
em cada um de nós, mesmo que nunca rompa em
discriminação contra minorias, perseguição concreta
ou a chamada limpeza étnica. Porém, antes deste
século, o racismo deliberadamente se formalizou em
rigoroso sistema de conceito político, mergulhando
a Europa e a Ásia em uma terrível conflagração.
O primeiro estágio veio no século XIX, com
pensadores, como o conde de Gobineau, da França,
que defendia que, das três principais raças no mundo,
somente a branca era verdadeiramente nobre e, entre
os brancos, a raça ariana era superior.
Em seguida, veio James Hunt, fundador da
Sociedade Antropológica de Londres. Ele ensinava
que os aspectos morais e intelectuais de uma pessoa
eram tanto qualidades raciais como o eram o tamanho
e o formato do crânio; que todas as qualidades raciais
68 A DEFINIÇÃO DO CRISTIANISMO
U
ma das características mais feias na história de
nosso lamentável mundo certamente tem sido
a miséria e a opressão causadas pela religião.
Os ateus geral e corretamente apontam que, como o
antigo poeta romano Lucrécio afirma, “muitas vezes, a
religião deu origem a feitos pecaminosos e impuros”.
A particular barbaridade citada por Lucrécio se refere
ao sacrifício que Agamemnon fez de sua filha virgem,
Ifigênia, sobre o altar da deusa pagã Ártemis, para
ganhar o favor da deusa. Mas as superstições pagãs não
foram as únicas, ou as piores, culpadas. A cristandade
tem seu registro vergonhoso também: as cruzadas
pelas nações assim chamadas contra os infiéis, e as
incontáveis queimas e torturas dos supostos hereges,
tudo isso em pura oposição à própria proibição de
Cristo quanto ao uso de violência para promover ou
proteger seu reino. Na Inglaterra, por diversas vezes,
monarcas professos cristãos até mesmo queimaram
pessoas na fogueira por possuírem e lerem as palavras
78 A DEFINIÇÃO DO CRISTIANISMO
de Cristo na Bíblia!
A própria Bíblia, naturalmente, protesta contra esse
tipo de ato tão ruidosamente quanto qualquer ateu.
Cristo mesmo lamentou a longa história de perseguição
aos profetas de sua própria nação judaica; ele expulsou
do templo aqueles que estavam explorando a religião
com o propósito de fazer dinheiro e, por meio disso,
oprimir o pobre; ele denunciou certos profissionais
religiosos (fariseus) que externamente pareciam ser
homens santos, mas, por dentro, eram moralmente
corruptos e, enfim, com total imparcialidade, ele alertou
seus discípulos que, de tempos em tempos, surgiriam
em seu próprio reino e igreja, homens de alto ofício
que bateriam em seus companheiros servos e viveriam
uma vida imoral e autoindulgente (Lucas 12:45-46). O
fato é que a religião nas mãos dos homens que nunca
provaram uma regeneração pessoal muitas vezes pode
fomentar as piores características da natureza caída do
homem. Da mesma forma, a ideologia política, quando
adotada como uma fé quase religiosa, frequentemente
produziu terríveis exemplos do mesmo tipo.
Graves como todos esses escândalos são,
entretanto, eles evidentemente são corrupções da
verdadeira religião. Mais perigosas, porque não tão
evidentemente erradas, são as doutrinas e as práticas
que parecem ser religiosamente respeitáveis, mas, se
adotadas, tornariam o mesmo evangelho de Cristo em
uma forma de escravidão espiritual, menos lúgubre
que outras perversões, como acabamos de considerar,
mas fundamentalmente mais grave. Na verdade, na
próxima seção de Atos (12:25-16:5) encontra-se uma das
maiores preocupações de Lucas em registrar a reação
dos apóstolos às primeiras tentativas de incorporar
A LUTA CONTRA A OPRESSÃO RELIGIOSA 79
para com todos, com o fim de, por todos os modos, salvar
alguns” (1 Coríntios 9:19-22).
Podemos estar certos, então, de que Paulo não
atacaria ou tentaria suprimir nada que fosse bom e
saudável na cultura filipense, nem tentaria impor
qualquer coisa que fosse meramente cultural de sua
própria experiência asiático-judaica.
Isso, entretanto, nos leva à segunda área na qual os
filipenses se sentiram – ou disseram que se sentiram –
ameaçados pelo evangelho cristão. As leis do Estado,
eles afirmaram, tornavam ilegal para eles como
romanos aceitar ou praticar os costumes judaicos.
Assim, é compreensível que as pessoas que vivem
sob rigorosos governos totalitários tenham receio
de se meterem em dificuldades com as autoridades.
A última coisa que desejarão fazer é serem pegas
comparecendo a alguns encontros religiosos ilegais.
Mas, nessa ocasião, seus medos eram verdadeiramente
infundados. Nesse período particular na história (em
distinção ao que ocorreria cerca de vinte anos mais
tarde), nem o judaísmo nem o cristianismo foram
banidos pelo governo romano. E embora, em teoria,
o governo romano retivesse o direito de proibir seus
próprios cidadãos de praticar religiões estrangeiras
incompatíveis com a religião nacional de Roma, na
prática, o governo não era exigente com seus cidadãos
a esse respeito.
Por outro lado, o que era altamente ilegal – e
com o que o governo imperial central se importava
enormemente – era um magistrado açoitar um
cidadão romano publicamente e enviá-lo para a prisão
sem conduzir primeiro uma investigação completa
A INVIOLABILIDADE DA PERSONALIDADE HUMANA 91
N
enhuma perturbação civil seguiu a pregação
de Paulo sobre o evangelho cristão em Atenas,
como ocorrera em outras partes. Os cidadãos
da capital intelectual do mundo, os atenienses, como
Lucas aponta (Atos 17:16-34), estavam interessados
em investigar qualquer nova teoria que surgisse
em seus caminhos. E assim, após alguns dias de
pregação e discussões gerais na praça, Paulo foi
convidado por filósofos estoicos e epicureus para
fazer uso da palavra no Conselho de Areópagos.
E o que os filósofos pensavam do evangelho cristão?
Não muito, de acordo com Lucas. Antes do discurso
de Paulo, alguns deles já o haviam rejeitado com
uma gíria ateniense desdenhosa; e, após isso, embora
alguns estivessem interessados em ouvir mais, outros
zombavam abertamente.
O registro de Lucas neste ponto, podemos pensar,
é ao menos notoriamente honesto; mas, então, nem
Lucas, nem Paulo jamais se sentiram tentados a
98 A DEFINIÇÃO DO CRISTIANISMO
imensa.
Ele começou recontando sua antiga vida e seu
treinamento religioso, e, em seguida, o que motivava
sua amarga perseguição aos primeiros cristãos. “Eu
também estava convencido”, ele explicou, “de que deveria
fazer todo o possível para me opor ao nome de Jesus, o
Nazareno”. Percebemos que não para opor-se ao
cristianismo como uma religião tanto como para opor-
se a Jesus Cristo pessoalmente. Jesus estava, pelo que
Paulo acreditava na época, morto. Mas, quanto mais ele
perseguia os cristãos para erradicar suas crenças, mais
ele descobria que não era a um conjunto de crenças
religiosas que ele estava atacando, ainda menos à
prática de um sistema de rituais religiosos, mas à
pessoa de Jesus. Os cristãos afirmavam que ele estava
vivo e que, de alguma forma, estavam em contato com
ele pessoalmente.
Para Paulo, aquilo era um contrassenso absoluto;
mas, conforme as vítimas de sua perseguição sofriam
suas torturas, Paulo mesmo podia ver que não era apenas
um conjunto de crenças religiosas que os sustentava,
mas a realidade, para eles, da presença do Senhor
Jesus vivo com eles. Para erradicar o cristianismo,
ele teria de erradicar esse Jesus. A frustração disso o
enfurecia, incitando-o a esforços ainda mais ardorosos,
até o dia em que o Senhor ressurreto o encontrou e lhe
disse: “Saulo, Saulo, por que me persegues? Dura coisa é
recalcitrares contra os aguilhões!”
Por que ele não vira isso antes? Uma resposta
superficial seria que ele não havia experienciado
essa visão sobrenatural de uma luz maior que
resplandecência do Sol antes. Mas, neste caso, poucas
116 A DEFINIÇÃO DO CRISTIANISMO
S
e você está interessado em examinar mais a
mensagem da Bíblia por si só, as seguintes citações
devem ser úteis em seu estudo:
João 1:9-12. Ali estava a luz verdadeira, que ilumina a
todo o homem que vem ao mundo. Estava no mundo, e o
mundo foi feito por ele, e o mundo não o reconheceu. Veio
para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos
quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feito filhos de
Deus, aos que creem no seu nome.
João 3:16-21. Porque Deus amou o mundo de tal maneira,
que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que
nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus
enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o
mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê
nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado,
porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus. E
a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens
amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras
eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, e não
120 A DEFINIÇÃO DO CRISTIANISMO
vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas.
Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as
suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.
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