O Período Regencial
O Período Regencial
O Período Regencial
Resumo
1
História
As revoltas regenciais
O período que se iniciou com a renúncia de D. Pedro I foi marcado por revoltas que colocaram em
risco a unidade territorial brasileira. Tivemos cinco revoltas principais: Cabanagem, Farroupilha, Malês,
Balaiada e Sabinada. Confira abaixo um pouquinho sobre cada uma dessas revoltas.
2
História
Cabanagem
Desde a década de 20, a população do Pará tentava se separar do resto do Brasil. Com a política
repressora implementada pelo novo presidente de província, os cabanos (população pobre que habitava
choupanas na beira dos rios) se rebelaram contra o governo regencial. Os cabanos dominaram a província,
no entanto uma das direções do movimento traiu a rebelião aliando-se ás tropas imperiais o que resultou em
uma enorme repressão contra a Cabanagem.
Farroupilha
Quando as principais atividades econômicas do sul – criação de gado (estância) e produção de carne
seca (charque) – se viram ameaçadas pela concorrência platina que, por possuir baixas taxas alfandegárias
custava mais barato que o charque brasileiro, os sulistas se rebelaram contra o Estado imperial. Com caráter
separatista, os farrapos chegaram a fundar duas repúblicas na região sul: a primeira foi a República Rio-
Grandense (derrotada pela regência em 1836) e a segunda foi a República Juliana (ou Catarinense). O
movimento foi derrotado pelas tropas imperiais, mas os revoltosos foram anistiados e suas terras, que haviam
sido confiscadas, foram devolvidas pelo governo imperial.
No entanto, as tropas de ex-escravos foram traídas pelos generais farroupilhas anti-abolicionistas, o
império não poderia aceitar a existência de negros livres, armados e treinados, portanto houve uma traição
aos Lanceiros Negros por parte do general David Canabarro que os mandou desarmados para a região de
Porongos no Rio Grande do Sul onde foram massacrados pelas tropas imperiais. O episódio ainda é
investigado por diversos historiadores já que fora encoberto e esquecido pela historiografia oficial devido a
sua imensa covardia para as instituições envolvidas. Acredita-se que sobrevivera, cerca de cem lanceiros que
foram incorporados á corpos de cavalaria no Rio Grand do Sul.
3
História
Sabinada
O nome da rebelião vem de seu principal líder, o jornalista e médico, Francisco Sabino. Foi um
movimento de classes médias contra a centralização política. Apesar de os rebeldes terem chegado a
declarar a independência da Bahia, as oscilações sobre o projeto adotado pelo movimento e a repressão
imperial fizeram com que fracassasse.
Balaiada
A balaiada surgiu de um confronto entre dois grupos rivais do Maranhão, os cabanos (conservadores)
e os bem-te-vis (liberais), que brigavam pelo controle político da região. No entanto, as classes populares se
atrelaram a esse conflito reivindicando melhores condições de vida. Portanto, não foi um movimento
unificado, pois congregava classes populares e médias. Com o crescimento da revolta popular, que conseguiu
tomar a cidade de Caxias, as classe médias recuaram facilitando a repressão do movimento pelas forças
imperiais.
4
História
O Golpe da Maioridade
Coroação de D. Pedro II
Com a persistência das revoltas (Balaiada e Farroupilha), as agitações políticas entre liberais e
conservadores e para tirar a regência conservadora do poder, os liberais no senado e na câmara se unificaram
e decidiram pôr fim a instabilidade causada pelas regências colocando o imperador, mesmo com catorze
anos de idade, no poder. Estes incitaram o povo para pressionar o senado conservador a aceitar a medida, e
em vinte e quatro de julho de 1840 foi aceita a antecipação, conhecida como “golpe da maioridade”.
5
História
Queirós (1850) já que, após a proibição da entrada de novos escravos no Brasil, sabia-se que haveria o
incentivo a entrada de mão de obra assalariada dos imigrantes europeus (a quem deveria-se dificultar o
acesso a terra).
Sociedade
A gradual libertação dos escravos e as campanhas para a entrada de imigrantes contribuiu para o
crescimento da população urbana e, em conjunto com o início da industrializaçã,o promoveu uma mudança
do centro da vida brasileira do campo para a cidade, isso ajudou no florescimento da cultura brasileira, com
o surgimento de movimentos literários como o Naturalismo e Realismo, com importantes nomes como
Aloisio de Azevedo e Machado de Assis.
Revolução Praieira
O segundo reinado foi marcado pela Revolta Praieira, que eclodiu em 1848 em Pernambuco e durou
até 1850. A revolta tinha o caráter liberal e separatista, a causa imediata do conflito foi a remoção de Chicorro
Gama da presidência da província, este como os revoltosos eram contra os grandes latifúndios e a elite ligada
a produção de açúcar, as condições miseráveis das classes mais baixas e o domínio do comércio varejista
pelos portugueses. As principais demandas dos revoltosos eram: voto livre, liberdade de imprensa completa,
comércio varejista como exclusividade brasileira, independência dos poderes e o fim do poder moderador. A
revolta recebeu grande apoio popular, mas foi suprimida com força por D. Pedro II que se afirmou no poder,
se seguiram as negociações de paz e os líderes foram anistiados em 1851 e voltaram a suas propriedades,
ao contrário dos combatentes das classes baixas que em sua maioria foram fuzilados.
6
História
Exercícios
7
História
4. "Nas Revoltas subsequentes à abdicação, o que aparecia era o desencadeamento das paixões, dos
instintos grosseiros da escória da população; era a luta da barbaridade contra os princípios regulares,
as conveniências e necessidades da civilização. Em 1842, pelo contrário, o que se via à frente do
movimento era a flor da sociedade brasileira, tudo que as províncias contavam de mais honroso e
eminente em ilustração, em moralidade e riqueza."
TIMANDRO. "O libelo do povo", 1849
O texto anterior estabelece uma comparação entre a composição social das rebeliões do início do
período regencial e da revolução liberal de 1842. Essa visão refletia as distorções do ponto de vista da
elite senhorial escravista ao julgar os movimentos populares. Historicamente, a CABANAGEM e a
BALAIADA são consideradas:
a) grandes revoltas de escravos, liberadas por Zumbi dos Palmares.
b) revoltas contra a dominação da metrópole portuguesa, no contexto da crise do antigo sistema
colonial.
c) revoltas de proprietários brancos, contrários à centralização política em torno da pessoa do
Imperador.
d) conflitos raciais e de classe, envolvendo índios, vaqueiros, negros livres e escravos.
e) rebeliões sociais que, com o apoio dos militares, pretendiam a proclamação da república e o fim
da monarquia.
8
História
6. Em 1838, o deputado Bernardo Pereira Vasconcelos escrevia: "Fui liberal, então a liberdade era nova
para o país, estava nas aspirações de todos, mas não nas leis, não nas ideias práticas; o poder era tudo,
fui liberal. Hoje, porém, é diverso o aspecto da sociedade; os princípios democráticos tudo ganharam e
muito comprometeram(...)"
O texto se reporta:
7. O crescimento industrial na cidade de São Paulo foi especialmente favorecido por duas medidas de
grande repercussão econômica: a tarifa Alves Branco (1844) e a lei Eusébio de Queirós (1850). Elas
estabeleceram, respectivamente:
a) a fixação do preço mínimo da saca de café e a autorização para o funcionamento de manufaturas
em São Paulo.
b) a redução das taxas alfandegárias para os produtos importados da Inglaterra e a abertura dos
portos.
c) o subsídio governamental à produção de café no Vale do Paraíba e a instituição do sistema de
parceria.
d) o aumento dos impostos sobre os produtos estrangeiros importados e a extinção do tráfico
negreiro.
e) a isenção de tributos sobre artigos manufaturados e a concessão de terras para imigrantes
europeus
9
História
O jovem francês partiu do Rio de Janeiro, em 1825, aventurou-se por várias regiões do Brasil, fixando
residência na Cidade de Campinas, até 1879. Considerando o triângulo percorrido pelo jovem - Rio de
Janeiro, Santos e Campinas - e os fatos históricos no período mencionado, pode-se afirmar que:
a) o Porto de Santos tornou-se conhecido, naquele contexto histórico, por ter sido o local escolhido
pelo governo brasileiro para o controle de toda a exportação do café, que era produzido tanto no
Vale do Paraíba como no Oeste Paulista.
b) o jovem francês partiu do Rio de Janeiro no momento em que a produção cafeeira no Vale do
Paraíba declinava, trazendo prejuízos incalculáveis aos fazendeiros que fizeram altos
investimentos com a compra de escravos.
c) Florence faleceu durante o período em que a cidade de Campinas registrava uma crise violenta da
economia cafeeira, recuperando-se apenas no final do século com a retomada do ciclo econômico
açucareiro.
d) o Porto de Santos teve um papel secundário no contexto de desenvolvimento econômico na
segunda metade do século XIX, pois o mesmo não atendia às normas de segurança determinadas
pelas exportadoras de café.
e) Florence esteve no Brasil durante o período da ascensão da produção cafeeira no Vale do Paraíba,
presenciando inclusive a crise e a ascensão desse produto na região do Oeste Paulista.
10
História
9. “Sob os preceitos do Iluminismo (...) a Academia Francesa de Ciências assumiu a incumbência de criar
medições padronizadas. (...) A Academia convencionou que a unidade-padrão de comprimento seria a
décima milionésima parte da distância entre o Pólo Norte e o Equador. (...) Os padrões de massa e de
volume foram calculados a partir do metro, seguindo o mesmo princípio. O grama foi definido como a
massa de 1 decímetro cúbico de água pura a 4 °C, temperatura em que atinge a maior densidade. O
litro passou a equivaler ao volume de um cubo com 10 centímetros de lado (ou seja, 1 centímetro
cúbico). Foi uma mudança e tanto. (...) Apesar da revolução no pensamento e na concepção de mundo,
um fator não mudou: as medidas continuaram a ser usadas como instrumento de poder. (...) Na época,
dois impérios rivalizavam em equilíbrio de poder: o francês, sob o comando de Napoleão Bonaparte, e
o inglês. Por isso, a França e todos sob sua influência direta ou indireta adotaram o sistema métrico
decimal, como o Brasil, que, em 1862, por decreto de dom Pedro II, abandonou as medidas de varas,
braças, léguas e quintais para aderir ao metro."
Revista "Superinteressante", n. 186, São Paulo: Abril, 2003. p. 45-6
A sociedade imperial brasileira herdou várias influências europeias. Além do sistema métrico, no
Segundo Reinado adotou-se na prática o parlamentarismo no Brasil, por influência inglesa. No entanto,
este diferia do inglês, uma vez que o:
a) partido que detinha a maioria no Parlamento indicava o primeiro-ministro, que muitas vezes vetou
determinados projetos de lei provenientes do poder imperial.
b) o gabinete não dependia inteiramente do Parlamento mas, principalmente, do Poder Moderador.
c) poder legislativo tinha autonomia política para indicar os membros do gabinete ministerial e para
dissolvê-lo quando este fosse incompatível com o Senado.
d) parlamento brasileiro era mais democrático, pois previa a participação das mulheres nas eleições
provinciais.
e) imperador acumulava as funções de monarca e de primeiro-ministro, previsto inclusive na
Constituição de 1824
10. Comparando a atividade cafeeira com a atividade açucareira, no Brasil na primeira metade do século
XIX, pode-se afirmar que:
a) as duas atividades, pela sua localização, incrementaram o comércio, as cidades regionais, a
indústria nacional e a construção de ferrovias.
b) as duas atividades basearam-se na grande propriedade monocultora, na mão-de-obra escrava e
na utilização de recursos técnicos rudimentares.
c) a primeira concentrou-se inicialmente no oeste paulista, apesar de a região não possuir relevo e
solos adequados ao cultivo.
d) na segunda, por se tratar de uma cultura temporária, havia um custo menor de instalação desde o
plantio até a sua transformação.
e) a primeira usou as colônias de parceria como forma de suprir a escassez de mão-de-obra, desde
as primeiras áreas cultivadas no período colonial.
11
História
Gabarito
1. C
A escolha pela monarquia se deu, primeiramente, pois foi o príncipe regente que proclamou a
independência. Além disso, havia o interesse das elittes em manter a ordem escravocrata, centralizadora
e unitária.
2. D
A criação do Poder Moderador permitia a D. Pedro poderia intervir nos poderes anulando a
interdependência entre eles.
3. B
A insatisfação com a falta de autonomia provincial foi um dos principais motivos do movimento, assim
como com o autoritarismo de D. Pedro II, que dissolveu a constituinte de 1823.
4. D
A participação de camadas populares nessas revoltas é fator fundamental para que entendamos a visão
disseminada pelas elites em relação a tais movimentos.
5. E
Este período foi marcado por revoltas nas áreas urbanas e rurais.
6. A
O ato adicional deu liberdade às províncias, o que incitou diversas revoltas. A posterior centralização
ocorre devido ao temor de que haja uma possível fragmentação territorial.
7. D
O aumento de impostos buscava favorecer o mercado interno; e o fim do tráfico negreiro, além de
influenciar na abolição, contribuiu para o início do incentivo a entrada de imigrantes no país.
8. E
A independência e a prosperidade do café nos primeiros anos de império atraiu diversos imigrantes que
ajudaram a documentar a vida das pessoas comuns.
9. B
O parlamentarismo às avessas era inspirado no britânico, mas executado ao contrário, uma vez que o
imperador possuía poderes acima do parlamento.
10. B
Antes da migração para o Oeste Paulista, o café não tinha um modo de produção inserido na lógica
capitalista. Utilizava-se majoritariamente mão de obra escrava e técnicas rudimentares, tal qual a
produção de cana de açúcar.
12