13 Ciencia Tecnologia e Inovacao
13 Ciencia Tecnologia e Inovacao
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Para Dusek (2009, pp. 47-50), tecnologia pode ser definida como um conjunto de
instrumentos (ferramentas e máquinas), como um conjunto de regras (padrões de relações de
meios e fins), ou como um sistema (que tende a conjugar o instrumental disponível e as
habilidades e a organização humanas necessárias para operá-lo e mantê-lo). Combinando
diversas definições disponíveis, o autor conceitua tecnologia como “a aplicação de
conhecimento científico ou de outro tipo a tarefas práticas por sistemas ordenados que
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Consultor Legislativo do Senado Federal para as áreas de Meio Ambiente e Ciência e Tecnologia. Engenheiro
Civil (UnB, 1995). Bacharel em Direito (UnB, 2007), Especialista em Geotecnia (UnB, 1997). Especialista
em Relações Internacionais (UnB, 2009). Mestre em Relações Internacionais (UnB, 2011).
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Os dados referem-se a investimentos públicos e privados em atividades de CT&I. Fonte: PACTI, 2007.
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Assim, tecnologia não deve referir-se apenas a bens tangíveis, mas também a
elementos intangíveis, como conhecimento aplicado e know-how, e a práticas gerenciais
relacionadas à produção e à gestão de negócios. Além disso, o conceito de tecnologia abrange
os conhecimentos tácitos presentes nos procedimentos e acumulados pelos recursos humanos
das empresas. Tecnologia diz respeito, portanto, não apenas ao conhecimento explícito
empregado em bens específicos e nos respectivos processos produtivos, mas também nas
capacidades e nos demais processos enfeixados no conhecimento tácito disponível na empresa
(BREWER, 2008, p. 518).
desenvolvimento (P&D) apresenta retorno mais incerto do que o destinado à mera ampliação
da capacidade produtiva instalada; e (ii) as inovações podem demandar prazo longo para
viabilizar o retorno financeiro do investimento. Contudo, tendo em vista que a
competitividade dos países está cada vez mais dependente da especialização em setores de
maior conteúdo tecnológico, o retorno social do investimento em P&D é muito significativo.
Nesse contexto, é preciso reconhecer que as forças de mercado, por si sós, não são
suficientes para induzir a produção de bens de maior valor agregado. Como o ambiente
econômico real é revestido de incertezas e custos de transação elevados, instituições são
necessárias para mitigar tais inconvenientes e, por mais forte razão, para estimular os
investimentos privados de maior incerteza e prazo de maturação mais longo, quais sejam, a
aplicação de capital em P&D. A interferência do Estado, neste caso, mostra-se desejável, a
fim de reduzir as discrepâncias entre os retornos privado e social dos investimentos em
atividades inovadoras.
necessário para absorver e utilizar com eficiência essas tecnologias 4 . Além disso, políticas
econômicas e arranjos institucionais condicionam o volume de tecnologias modernas que os
países menos avançados terão a capacidade de importar (MAYER, 2000, p. 3).
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Recursos humanos são fundamentais tanto para o desenvolvimento como para a aplicação de tecnologias.
Embora algumas invenções tenham sido realizadas por pessoas com pouca instrução, a maioria das inovações
é realizada por pessoas com substancial educação científica e tecnológica. A inovação normalmente requer,
também, empreendedores capacitados e técnicos habilitados. Assim, um amplo espectro de capacidades
científicas e tecnológicas é crucial para que uma nação participe de modo efetivo no mercado internacional de
tecnologia (BARTON, 2007, p. 4).
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Apoio do Estado à constituição de alianças estratégicas e ao desenvolvimento de projetos de cooperação
envolvendo empresas nacionais, ICT (instituições científicas e tecnológicas – públicas, por definição) e
organizações de direito privado sem fins lucrativos voltadas para atividades de pesquisa e desenvolvimento,
que objetivem a geração de produtos e processos inovadores.
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As ICT podem celebrar contratos de transferência de tecnologia e de licenciamento para outorga de direito de
uso ou de exploração de criação por elas desenvolvida.
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Promoção e incentivo ao desenvolvimento de produtos e processos inovadores em empresas nacionais e nas
entidades nacionais de direito privado sem fins lucrativos voltadas para atividades de pesquisa, mediante a
concessão de recursos financeiros, humanos, materiais ou de infraestrutura, a serem ajustados em convênios
ou contratos específicos, destinados a apoiar atividades de pesquisa e desenvolvimento, para atender às
prioridades da política industrial e tecnológica nacional.
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Fundo para o Setor Aeronáutico (CT-Aeronáutico), Fundo Setorial de Agronegócio (CT-Agronegócio), Fundo
Setorial da Amazônia (CT-Amazônia), Fundo para o Setor de Transporte Aquaviário e Construção Naval
(CT-Aquaviário), Fundo Setorial de Biotecnologia (CT-Biotecnologia), Fundo Setorial de Energia (CT-
Energ), Fundo Setorial Espacial (CT-Espacial), Fundo Setorial de Recursos Hídricos (CT-Hidro), Fundo
Setorial de Tecnologia da Informação (CT-Info), Fundo de Infraestrutura (CT-Infra), Fundo Setorial Mineral
(CT-Mineral), Fundo Setorial de Petróleo e Gás Natural (CT-Petro), Fundo Setorial de Saúde (CT-Saúde),
Fundo Setorial de Transportes Terrestres (CT-Transportes), Fundo Verde Amarelo (CT-FVA) e Fundo
Tecnológico para o Desenvolvimento das Telecomunicações (Funtel).
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Em 17 de abril de 2008, o Ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, compareceu à Comissão de
Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) do Senado Federal para, em audiência
pública, apresentar o PACTI. Em 18 de março de 2009, o mesmo ministro voltou à comissão para expor as
diretrizes e os programas prioritários do seu Ministério para os próximos anos.
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o desenvolvimento social. Cada uma delas está subdividida em linhas de ação, as quais,
embora com objetivos específicos, contribuem, em conjunto, para alcançar as metas da
respectiva prioridade estratégica.
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Crescimento real de 192%, quando os recursos são corrigidos pelo deflator implícito do Produto Interno Bruto
(PIB) para valores de 2010.
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tecnológica que ainda separa o Brasil das nações mais desenvolvidas; (ii) expansão e
consolidação da liderança brasileira na economia do conhecimento da natureza;
(iii) ampliação das bases para a sustentabilidade ambiental e o desenvolvimento de uma
economia de baixo carbono; (iv) consolidação do novo padrão de inserção internacional do
Brasil; e (v) superação da pobreza e redução das desigualdades sociais e regionais.
A MEI tem como objetivos imediatos: (i) sensibilizar as empresas e sua alta
direção para o desafio de inovar e realizar atividades de P&D; (ii) fazer da inovação um tema
prioritário da alta direção das empresas brasileiras; e (iii) aumentar o protagonismo dos
líderes empresariais na agenda de inovação. A estratégia elegeu como objetivos de longo
prazo: (i) reproduzir, na agenda de inovação, o êxito de mobilização alcançado na década de
1990 com a agenda da qualidade; (ii) organizar as contribuições das empresas, com relação à
agenda de inovação, de forma a constituir um importante apoio privado à Iniciativa Nacional
pela Inovação (INI); e (iii) aprimorar as políticas públicas de apoio à inovação, de acordo com
as reais necessidades da indústria.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARTON, J. H. (2007). New Trends in Technology Transfer – Implications for National and
International Policy. ICTSD Programme on IPRs and Sustainable Development. Issue Paper nº
18. Genebra: International Centre for Trade and Sustainable Development.
BREWER, T. L. (2008). Climate Change Technology Transfer: A New Paradigm and Policy
Agenda. Climate Policy, n. 8, pp. 516-526.
SRINIVAS, K. R. (2009). Climate Change, Technology Transfer and Intellectual Property Rights.
Research and Information System for Developing Countries. RIS Discussion Papers n. 153. 45 p.