Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

PDP Desparasitação Externa

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 16

Deparasitação Externa em cães

Profilaxia de doenças Parasitarias

2022/2023

Mafalda Lourenço nº27520


Maria Inês Leça nº27502
Índice:
Índice: ........................................................................................................................... 2
Resumo: ....................................................................................................................... 3
Introdução:.................................................................................................................... 4
Ectoparasitas presentes em cães: ................................................................................ 5
Pulgas: ...................................................................................................................... 5
Ciclo biológico: ...................................................................................................... 5
Agentes patogénicos capaz de transmitir:.............................................................. 6
Carraças: .................................................................................................................. 6
Ciclo de vida: ......................................................................................................... 6
Agentes patogénicos capazes de transmitir: .......................................................... 6
Mosquitos: ................................................................................................................. 7
Ciclo de vida: ......................................................................................................... 7
Agentes patogénicos capazes de transmitir: ............................................................. 7
Flebótomos: .............................................................................................................. 8
Ciclo de vida: ......................................................................................................... 8
Agentes patogénicos capazes de transmitir: .......................................................... 8
Medidas preventivas de Ectoparasitas: ..................................................................... 9
Métodos de desparasitação externos: ....................................................................... 9
Coleiras: ................................................................................................................ 9
Spot on (pipetas): ................................................................................................ 10
Sprays: ................................................................................................................ 10
Materiais e métodos:................................................................................................... 10
Metodologia:............................................................................................................ 11
Procedimento: ......................................................................................................... 11
Material utilizado: .................................................................................................... 11
Procedimento: ......................................................................................................... 12
Resultados:................................................................................................................. 12
Discussão: .................................................................................................................. 13
Conclusão:.................................................................................................................. 15
Bibliografia .................................................................................................................. 16
Resumo:

Com a passagem dos anos e a evolução da sociedade os animais domésticos como os


cães passaram a ter um papel importante no seio familiar da nossa população, com isto
acrescem os cuidados e as medidas de prevenção de forma evitar tanto o mau estar
dos animais em si, assim como o possível contágio de doenças para o ser humano,
como as zoonoses. Desta forma a indústria farmacêutica aliada à medicina veterinária,
criou métodos de prevenção/controle de parasitas - os desparasitastes.
Este estudo realizou-se no âmbito de melhor conhecer e identificar os possíveis
parasitas presentes nos nossos animais e foi realizado através do estudo de coprologia
de 11 cães, para isso foram utilizados dois métodos distintos, o método Wills e o método
Mini- Flotac. Contrariamente ao esperado não foi possível identificar qualquer tipo de
parasita presentes nesses mesmos animais, isto poderá estar relacionado com o facto
de os animais em questão serem de zonas urbanas e acompanhados por médicos
veterinários e com a desparasitação interna e externa em dia segundo a calendarização
aconselhada.
Outros estudos realizados por outros autores e analisados neste trabalho demonstram
que os animais de zonas urbanas apresentam menor quantidade e menor variabilidade
de parasitas do que animais de zonas não urbanas.
Desta forma realçamos a importância da desparasitação externa, e apresentamos os
vários métodos existentes no mercado de forma a prevenir e controlar a presença de
parasitas nos nossos animais.
Palavras chave: coprologia; método Wills; método Míni- Flotac; desparasitação
externa; ectoparasitas; vetores; parasitas; agentes patogênicos.
Introdução:

Este trabalho tem por base um estudo de coprologia de canídeos da zona de Arcos de
Valdevez, que pretende identificar a presença de possíveis parasitas.
Desta forma iremos abordar temas não só como os métodos utilizados para a realização
do estudo assim, os resultados obtidos, o tipo de vetores presentes nos nossos animais,
as medidas e os métodos para prevenir e controlar vetores e consequentemente a
prevenção de parasitas.
Desta forma no cuidado com os animais, especialmente na prevenção de doenças
parasitarias, encontra-se o uso de desparasitastes internos e externos. Este processo
consiste em eliminar parasitas presentes no animal, ou poderá ser usado de forma
preventiva, evitando que os mesmos se instalem. Sendo este último método o mais
utilizado nos tutores de animais de companhia.
Já no caso da desparasitação externa, existe um leque variado de produtos, que se
poderá diferenciar pelo tipo de aplicação, pelo tipo de vetores presentes ou pela
durabilidade do produto.
O controlo dos ectoparasitas desempenha um papel determinante na saúde e no bem-
estar dos animais de companhia uma vez que para além da infestação, podem originar
as seguintes situações: (Esccap, 2010)

− Lesões cutâneas – posteriormente podem complicar-se por infeções bacterianas ou


fúngicas secundárias (dermatites); (Matos, 2013)

− Ações de irritação, toxicidade e espoliação – esta última pode ser altamente lesiva,
pois uma grande carga parasitária pode levar a anemia;

− Respostas imunopatológicas – podem conduzir a reações alérgicas, nomeadamente


pela saliva do parasita, sendo a mais importante a dermatite alérgica à picada de pulga;

− Transmissão de agentes patogénicos

− Transmissão de zoonoses

− Interferência na qualidade da relação animal-humano


– O animal como fonte de infestação pode causar sério desconforto no seio da sua
família humana.
Ectoparasitas presentes em cães:

Os ectoparasitas, ou também designados por artrópodes, constituem uma vasta gama


de parasitas. Estes inseridos, taxonomicamente classe Arachnida, ordem Acarina - onde
se inserem as carraças e os ácaros; e a classe Insecta – onde se encontram as pulgas,
piolhos mastigadores e sugadores, moscas, mosquitos e flebótomos. (Esccap, 2010)

Pulgas:

As pulgas são insetos hematófagos (alimentam-se de sangue). O seu tamanho pode


variar entre 1 e 6 mm de comprimento, não apresentam asas, achatadas lateralmente,
com três pares de patas robustas adaptadas ao salto, a sua boca têm a capacidade de
perfurar a pele para se conseguirem alimentar. As pulgas adultas são parasitas
obrigatórios de aves e mamíferos (Esccap, 2010). (Michael F. Whitinga, 2007)
Na Europa, as espécies de pulgas mais comuns encontradas em cães, gatos e outros
pequenos animais de companhia são Ctenocephalides felis e C. canis. Ocasionalmente
podemos ter a ocorrência de outras espécies como é o caso da Xenopsylla cheopis
(pulga dos ratos) Ceratophyllus gallinae, Echidnophaga gallinacea (pulgas de aves de
capoeira), e Pulex irritans (pulga humana). (Esccap, 2010)

Ciclo biológico:

A sobrevivência e o desenvolvimento das fases imaturas das pulgas no ambiente


dependem das condições climatéricas, como a humidade sendo necessário 50% de
humidade. O desenvolvimento desde o ovo até ao adulto, em condições ambientais
ideais, pode durar entre 14 dias ou prolongar-se até aos 140 dias em condições
desfavoráveis. É de salientar que a sua prevalência tende a seguir um padrão de
sazonalidade, aumentando nas estações quentes como a primavera e o outono. Este
padrão de sazonalidade tem tendência a cair em desuso com as alterações climáticas
que já vigoram no mundo. (Esccap, 2010)
Uma vez emergidos da pupa, as pulgas adultas procuram ativamente um hospedeiro
para realizar a sua refeição hematófaga, na sua ausência este parasita apenas
consegue sobreviver alguns dias. A sobrevivência destes requer a ingestão diária de
sangue, desta forma eles conseguem sobreviver no mesmo hospedeiro durante toda a
sua vida. (Esccap, 2010)
A produção e deposição de ovos é realizada pela fêmea, no hospedeiro, sendo capaz
de pôr uma média de 20 ovos por dia. Se estiverem presentes, em simultâneo, machos
e fêmeas no mesmo animal, a reprodução e a deposição dos ovos ocorrem de forma
mais rápida.
Após a colocação dos ovos, estes caem no ambiente e após alguns dias ocorre a
eclosão das larvas, estas alimentam-se de matéria orgânica existente no meio e podem
se diferenciar em três fases larvares.
Uma vez desenvolvidas, formam um casulo onde sofrem uma metamorfose completa
que as transformara em adultos, dando seguimento ao ciclo biológico desta espécie.
(Carlos, 2021)
Agentes patogénicos capaz de transmitir:

Embora este vetor não seja efetivo de doenças, no entanto poderá servir como
hospedeiro intermediário para cestódeos como por exemplo Dipylidium caninum;
Hymenolepis nana; Bartonella henselae; Bartonella vinsonii, Rickettsia felis. (Global
Health , Divisão de Doenças Parasitárias e Malária, 2017) (Esccap, 2010)

Carraças:

As carraças pertencem ao mesmo filo – Arthropoda – que os insetos, no entanto a uma


classe diferente a – Aracnídeos. Estes característicos pela fusão dos seus três
segmentos corporais: cabeça, tórax e abdómen.
Pertencentes a classe Acari, estes podem ter diferentes famílias, a família Ixodidae, que
são as carraças duras e a família Argasidae, que são as carraças moles.
Ambos têm uma adaptação bocal, como referido anteriormente nas pulgas, de forma a
facilitar a sua alimentação hematófaga. São parasitas que se alimentam exclusivamente
de sangue e por isso são capazes de passar uns dias ou até mesmo semanas presas
no hospedeiro. Após a alimentação a carraça fêmea tem a capacidade de aumentar 120
vezes o seu peso (Companion Vector-Borne Diseases, 2022)
Posto isto considera-se que as carraças são depois dos mosquitos os vetores mais
eficientes na transmissão de bactérias, vírus, protozoários e nemátodos, que afetam
animais de companhia e até humanos. As infeções podem ser transmitidas na saliva à
medida que as carraças se alimentam ou após a ingestão da carraça infetada. (Esccap,
2010)
A sua distribuição geográfica varia, sendo que na Europa, os géneros mais comuns de
encontrar são os Ixodes (carraça dura), Rhipicephalus e Dermacentor. (Companion
Vector-Borne Diseases, 2022)
Assim como as pulgas, as carraças tendem a seguir uma padrão de sazonalidade, que
com as alterações climatéricas vai cair em desuso, isto é possui dois picos. O primeiro
entre Março e Junho e o segundo entre Agosto e Novembro. (Esccap, 2010)

Ciclo de vida:
Durante todo o seu ciclo de vida, a carraça parasita diferentes hospedeiros de acordo
com a fase do ciclo de vida em que se encontra. A fêmea coloca os ovos no meio
ambiente e morre, os ovos eclodem para larvas, estas larvas possuem seis patas e
alimentam-se num único hospedeiro, durante 2 a 3 dias, após isso regressão ao meio
ambiente para evoluir no ciclo, tornando-se desta forma numa ninfa de oito patas.
Passado entre 4 á 6 dias, tornam-se adultas e permanecem no solo para procurar um
novo hospedeiro para se alimentarem, normalmente um hospedeiro de grande tamanho
como o cão. (Esccap, 2010)

Agentes patogénicos capazes de transmitir:


A carraça como anteriormente referido são dos vetores mais eficientes na transmissão
de bactérias, vírus, protozoários, entre outros. Como exemplo disso temos alguns dos
agentes patogénicos capazes de serem transmitidos através de carraças. Como por
exemplo: Babesia canis; Babesia gibsoni; Babesia annae;Hepatozoon spp; Ehrlichia
canis, E. spp; Anaplasma phagocytophilum; Anaplasma platys; Rickettsia spp
(rickettsiosis), Borrelia burgdorferi s.l; Flavivirosis ; Acanthocheilonema dracunculoides;
estes capazes de produzir doenças no animal que infetam. (Esccap, 2010)

Mosquitos:

Os mosquitos pertencem à ordem Diptera e à família Culicidae. São característicos pelo


seu pequeno tamanho e distintos das moscas por algumas características morfológicas
que lhes confere, como por exemplo a presença de escamas nas veias das asas.
(Companion Vector-Borne Diseases, 2022)
Estes são pequenos insetos que dentro do seu ciclo de vida alimentam-se
temporariamente de sangue. Com uma distribuição global e com cerca de mais de 3,600
espécies diferentes.
A fêmea necessita de uma refeição hematófaga para a produção de ovos e é durante
esta alimentação que ocorre em diferentes hospedeiros, que poderá ocorrer a
transmissão de agentes patogénicos (Companion Vector-Borne Diseases, 2022).

Ciclo de vida:
O seu ciclo de vida é dividido em quatro estádios, sendo estes: ovo; larva; pupa e inseto
adulto. Para a conclusão do seu ciclo de vida é necessário que seja realizado em dois
ambientes distintos, um meio aquático e um ambiente aéreo. (Esccap, 2010)
Após a alimentação de sangue a fêmea coloca os ovos diretamente sobre a água ou no
solo. Este tem a capacidade de sobreviver a condições de seca por alguns meses. Os
ovos eclodem na água, transformando-se numa larva. O tempo de eclosão depende da
temperatura da água, dos alimentos e da espécie de mosquito em si.
Esta vive na água assim como as fases do ciclo seguintes. Sendo que apenas o último
estágio, o adulto é que vive em ambiente aéreo. O seu ciclo poderá variar entre 4 dias
ou até um mês, dependendo das condições existentes no meio. (Carlos, 2021)
(Companion Vector-Borne Diseases, 2022)

Agentes patogénicos capazes de transmitir:

Como anteriormente descrito, os mosquitos, assim como as carraças são dos vetores
mais eficientes na transmissão de bactérias, vírus, protozoários, entre outros. Como por
exemplo na transmissão de Dirofilaria immitis; Dirofilaria repens e Acanthocheilonema
spp. (Esccap, 2010)
Flebótomos:

Os flebótomos, são muitas vezes confundidos com os mosquitos, no entanto o seu ciclo
contrariamente aos dos mosquitos é completamente terrestre. No entanto a nível
alimentar apresentam algumas semelhanças, uma vez que ambos em alguma parte do
ciclo se alimentam de sangue – são hematófagos. (Instituto Nacional de Saúde Doutor
Ricardo Jorge, IP (INSA), 2019)
Além das parecenças estes distinguem-se não só biológica e morfologicamente assim
como taxonomicamente, sendo que estes pertencem à ordem Diptera, família
Psychodidae e à subfamília Phlebotominae e atualmente conhecem-se mais de
oitocentas espécies diferentes. (Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, IP
(INSA), s.d.)
Em Portugal, as espécies predominantes são Phlebotomus perniciosus e Phlebotomus
ariasi. (Esccap, 2010)
Para o desenvolvimento de Flebótomos existem condições climatéricas especificas, é
necessário a existência de regiões quentes e húmidas, como é exemplo dos países com
climas tropicais. No entanto também é possível estarem presentes em climas mais
amenos, desde que as temperaturas sejam superiores a 15ºc, durante no mínimo três
meses por ano. Dado isto o pico de atividade destes vetores, ocorre especialmente ao
anoitecer, uma vez que é quando as temperaturas diminuem e a humidade aumenta.
(Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, IP (INSA), 2019)

Ciclo de vida:
O ciclo de vida dos Flebótomos desenvolve-se em ambiente terreste contrariamente ao
ciclo de vida dos mosquitos. Este é composto por quatro estádios: o ovo; larva ; ninfa e
imago ( adulto ). E poderá ter a duração de cerca de 40 a 50 dias. (Instituto Nacional de
Saúde Doutor Ricardo Jorge, IP (INSA), s.d.) (Branco)
A fêmea como anteriormente referido necessita de uma refeição hematófaga para a
maturação dos ovos, após isso, estas depositam os ovos em matéria orgânica e é aqui
que há a metamorfose para os estágios seguintes até a idade adulta. Sendo que em
todos os estágios, exceto na ninfa, todos estes se alimentam de matéria orgânica. É
comum encontrar os flebótomos adultos em sítios escuros como estábulos ou sótãos
durante a noite, e durante o dia procuram um hospedeiro, no caso da fêmea, uma vez
que os machos se alimentam de néctares de plantas e não tem necessidade de ter uma
alimentação hematófaga. (Esccap, 2010)
Embora estes vetores tenham preferência por mamíferos, como os cães, é comum que
utilizem o hospedeiro que for encontrado mais depressa. (Esccap, 2010) (Branco)

Agentes patogénicos capazes de transmitir:


Os flebótomos são vetores tanto de protozoários, bactérias ou vírus. No entanto a
patologia mais importante e inteiramente relacionada com os mesmos é a leishmaníase.
No nosso país, mais precisamente a Leishmania infantum, que é o agente responsável
pela leishmaníase visceral ou, pela leishmaníase cutânea localizada ou pela
leishmaníase cutânea difusa. (Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, IP
(INSA), 2019)
Para além disso este vetor têm a capacidade de transmitir o flebovírus Toscana, que
tem a capacidade de causar efeitos no sistema nervoso central. (Instituto Nacional de
Saúde Doutor Ricardo Jorge, IP (INSA), 2019)

Medidas preventivas de Ectoparasitas:

As medidas de controlo dos ectoparasitas desempenha um papel determinante na


saúde e no bem-estar dos animais de companhia como anteriormente referido, uma vez
que para além da infestação, podem originar lesões cutâneas, respostas
imunopatológicas; transmissão de zoonoses; entre outros. As pulgas, mosquitos,
carraças e outros vetores podem ser portadores de agentes patogénicos
capazes de produzir doenças, algumas das quais podem afetar o ser humano.
Posto, isto é, de extrema importância o uso de medidas preventivas pelos
proprietários de animais de companhia, como cães, de forma a prevenir ou
combater a presença destes vetores.
Algumas das medidas preventivas que são aconselhadas aos tutores de animais
companhia são as seguintes: (Esccap, 2010) (Carlos, 2021)
• Manter o animal limpo;
• Uso de desparasitastes externos;
• Evitar a exposição dos animais ou de crianças a lugares potencialmente
contaminados;

Métodos de desparasitação externos:

De forma a combater e prevenir a presença de vetores nos nossos animais de


companhia a industria farmacêutica, aliada a medicina veterinária, criou um variado
leque de produtos tanto com o objetivo de eliminar assim como de repelar carraças,
pulgas, mosquitos ou outro qualquer vetor que ponha em risco a saúde tanto dos
animais como dos humanos.
Posto isso, foram criados medicamentos com várias formas de aplicação de forma a
facilitar a desparasitação externa dos animais. Desta forma e devido á imensa oferta de
produtos é recomendado o aconselhamento veterinário de forma a escolher o produto
que mais se adequa a cada animal, dependendo do ambiente onde se enquadra, o tipo
de ação desejado e o tempo de efeito do mesmo.
Desta forma existem métodos de desparasitação externos como: coleiras; comprimidos
mastigáveis; injetáveis; Sprays ou Spot on (pipetas).

Coleiras:
A coleira antiparasitária é um método de desparasitação externa que poderá ser usado
a partir das 7 semanas. Podem durar entre 6 á 12 meses e normalmente tem efeito
repelente contra pulgas, carraças, mosquitos e flebótomos.
Dependendo da marca as substâncias ativas presentes poderão ser diferentes. No
entanto algumas marcas conhecidas no mercado como a Seresto ou a Scalibor, tem
como substâncias ativas a Imidaclopride; Flumetrina ou a Delmatrina.
Este produto deverá sempre ser utilizado com atenção ao peso do animal.

Spot on (pipetas):

As pipetas - spot on dependendo da marca podem ter efeito repelente para todos os
vetores descritos anteriormente, ou em alguns casos apenas têm a capacidade de
prevenir as carraças e as pulgas.
O uso deste método é aconselhado a partir das 7 semanas de idade do animal.
Estas são colocadas na zona do pescoço do animal, o mais próximo possível da pele,
para facilitar a aproximação a pele é aconselhável a abertura de uma linha no pelo do
animal. O produto é absorvido pela pele e entra na corrente sanguínea chegando a
todas as partes do corpo.
Este método funciona como repelente numa primeira barreira, no entanto e no caso de
os parasitas conseguirem penetrar essa barreira, após a picada e a ingestão de sangue
acabam por morrem e seguidamente acabam por cair.
O uso deste método tem a duração de um mês e após isso deverá ser repetido de forma
continua, para garantir resultados.
Deverá ter-se em atenção o peso e a espécie indicados na pipeta, uma vez que o uso
do produto de forna inadequada poderá causar intoxicação.
Os princípios ativos presentes neste medicamento variam de marca para marca como
é por exemplo o caso da Advantix ou Frontline, no entanto o Fipronil; Metopreno;
Permetrina ou Imidaclopride são alguns dos princípios ativos utilizados.

Sprays:
Este método é o mais indicado em casos de infestação de parasitas. Devem ser sempre
colocados na direção oposta ao crescimento do pelo, e deverá ter-se em conta que
chega a todas as zonas do corpo do animal.
Este produto poderá ser utilizado a partir dos dois dias de idade e devera ser repetido o
seu uso mensalmente.
A marca Frontline é uma das marcas mais conhecidas neste tipo de desparasitante
externo e utiliza como substância ativa o fipronil.

Materiais e métodos:

O trabalho realizado teve como objetivo a observação da possível presença de


parasitas nas fezes e a sua identificação. Para isso foi utilizado fezes frescas de onze
cães distintos e o objetivo como anteriormente referido era a identificação e observação
de parasitas.

Metodologia:

As fezes de cada animal foram recolhidas frescas e mantidas em refrigeração até a


análise. Foram utilizadas 2 técnicas coprológicas: (a) Método de Willis, (b) Metodo Mini-
flotac (M.Silva, Ferreira, & D.Guerra, 2012)
A) Método de Willis – ou Flutuação em Solução Saturada de Cloreto de Sódio.
É um exame completo de fezes. Esse método tem como objetivo a flutuação de ovos de
helmintos e quistos de protozoários.

Procedimento:

Para o desenvolvimento deste método é necessário recolher uma amostra de fezes com
um tamanho aproximado de meia noz, num copo plástico colocar a amostra de fezes
com um pouco de solução saturada de NaCl, com o auxílio de uma vareta homogeneizar
bem a amostra. Colocar a amostra num suporte de tubos. Com a ajuda de um coador e
um funil colocar a solução num tubo de ensaio, enchendo até ao volume máximo. Caso
não seja possível encher ate ao limite com a amostra de fezes acrescentar apenas NaCl.
No topo do tubo de ensaio colocar uma lamela aguardar 10 min para que os ovos flutuem
até ao topo. Apos os 10 minutos retira-se a lamela do tubo sem arrastar e coloca-se
numa lamina de microscópio, colocando a assim no mesmo procedendo de seguida à
sua análise.

Material utilizado:

• Luvas;
• Massas fecais;
• Tabuleiro;
• Cronómetro;
• Lâminas;
• Lamelas;
• Funil;
• Coador;
• Espátula;
• Vareta de vidro;
• Copos de plástico;
• Proveta graduada;
• Suporte para tubos de ensaio;
• Tubos de ensaio;
• Solução saturada de NaCl;
• Microscópio ótico binocular;
• Bata.

B) Método Mini-Flotac é um aparelho com duas câmaras, em forma de disco e é


constituído por dois componentes principais (a base e o disco de leitura) e dois
acessórios (a chave e o adaptador para leitura no microscópio). (Laboratorio
Federico II, s.d.)

Procedimento:

O primeiro passo é encher uma proveta com 18ml de NaCl e outra com a mesma
quantidade, mas de Sulfato de Zinco (ZnSO4). Com o auxílio de uma balança pesar 2g
da amostra para um copo Fill-Flotac e outras 2 para outro copo. Verter as soluções uma
para cada copo respetivamente, após este passo fecham se ambos os copos.
Homogeneizar o conteúdo, bombeado o coletor cónico para cima e baixo (10 Vezes),
para a esquerda e para a direita, fazer este processo nos dois copos. Encher as camaras
de flutuação através dos orifícios de enchimento até formar um menismo (cada copo
enche uma camara). Aguardar 10 minutos e rodar a chave no sentido dos ponteiros do
relógio, fazendo com que a mesa se solte colocando-a de lado. Colocar a Mini-Flotac
no microscópio e observar. As amostras estão prontas para a análise dos resultados.
Após este processo lavar todos os componentes com água e sabonete neutro.
(Laboratorio Federico II, s.d.)
Vantagens deste método:

• Mais sensível e exato

• Maior nível de precisão quando existem cargas parasitárias menores


Desvantagens deste método:

• Necessários técnicos especializados


• Custo mais elevado relativamente aos outros métodos

Resultados:

Para este estudo foi utilizado fezes frescas de onze cães distintos e o objetivo como
anteriormente referido era a identificação e observação de parasitas.
As amostras usadas correspondem a um total de 11 cães, sendo destes: 3 fêmeas, 4
machos e 3 cães cujo nome não foi identificado. A maior parte das fezes foram
recolhidas de animais vindos do forro familiar ou amigos, e as três não identificadas
foram recolhidas de uma clínica veterinária de animais internados.
As fezes analisadas não nos permitiram encontrar qualquer tipo de parasita ou ovo,
assim como ser observado na seguinte tabela.
Tabela 1- Resultados do estudo de Coprologia

Nome do animal Método utilizado Resultados


Noah Método de willis Sem qualquer parasita
Sissi Método de willis Sem qualquer parasita
Kiara Método de willis Sem qualquer parasita
Nico Método de willis Sem qualquer parasita
Rock Método de willis Sem qualquer parasita
Nimbus Mini Flotac Sem qualquer parasita
Sem identificação Método de willis Sem qualquer parasita
Sem identificação Método de willis Sem qualquer parasita
Sem identificação Método de willis Sem qualquer parasita
Luck Método de willis Sem qualquer parasita
Ouriço-cacheiro Mini Flotac Sem qualquer parasita

Discussão:

O nosso estudo consistiu na análise de onze amostras distintas de fezes de cães, estas
amostras foram retiradas de animais do nosso forro familiar e de uma clínica veterinária
que nos facilitou algumas amostras. No entanto, o nosso estudo não nos permitiu
verificar qualquer presença de parasitas ou de ovos.
Outros estudos em Portugal, como o de Maria Nunes (2009); Tânia Pirão (2018);
M.Silva,I.B Ferreira e D.Guerra (2012) e Maurício, Rosa e Crespo (2006) mostram
alguns resultados distintos com a presença de vários parasitas.
Nestes estudos foram encontrados essencialmente em grande número a presença de
Toxacara canis; dipylidium caninum; Trichuris vulpis; Ancylosoma spp.
A maior parte das amostras recolhidas nestes estudos foram feitas através de fezes
recolhidas em espaços públicos em centros urbanos.
O primeiro estudo analisado de Maria Nunes (2009) foi realizado em Beja,
essencialmente em espaços públicos da zona urbana, sendo usados vários métodos
dos quais o método de willis onde foram observados ovos de Uncinaria stenocephala e
o protozoário Giardia. (Nunes, 2014)

Seguidamente o estudo de Tania Pirão (2018) que realizou um estudo da prevalência


de parasitas intestinais na cidade de Amora – Setubal, para este tudo também utilizado
o método referido anteriormente, método de wills e conclui-o que os parasitas com mais
frequência foram Ancylostoma spp., Cystoisospora, Dipylidium caninum ,Trichuris
vulpis,Toxocara canis. (Pirão, 2018)
Já no estudo de M.Silva,I.B Ferreira e D.Guerra (2012), que abordou o Rastreio de
parasitas gastrointestinais, pulmonares e musculares em canídeos domésticos e
silvestres realizado na região Norte de Portugal, neste estudo foi também utilizado os
mesmos tipos de métodos, e os parasitas que tiveram uma presença mais significativa
foram: Toxacara canis , Toxascaris leonina ,Trichuris spp. e Eucoleus aerophilus, com
este estudo os autores concluíram que a maioria dos parasitas isolados dos cães
domésticos e dos canídeos silvestres são de origem alimentar e importantes para saúde
pública e realça a importância de medidas de controlo nas espécies domesticas.
(M.Silva, Ferreira, & D.Guerra, 2012)
Já por fim, o estudo de Maurício, Rosa e Crespo (2006) realizou um estudo sobre a
contaminação fecal de canídeos na zona da vila de azambuja. Para a realização do
mesmo foi utilizado também o método de willis e foram encontrados parasitas toxocara
spp.; Trichuris sp., Dipylidium canium entre outros. (Mauricio, Rosa, & Crespo, 2006)
Pode-se concluir com a comparação dos vários estudos, que a presença de parasitas
em zonas urbanas poderá ocorrer, no entanto há pouca variação do tipo de parasita
presente, no entanto e já comparando com cães em contacto com animais selvagens,
como a raposa o tipo de parasita presente difere e poderá ser um motivo de
preocupação para a saúde publica em geral. Assim como explicado no estudo realizado
por Maria Nunes (2014) isto poderá estar relacionado uma vez que em zonas urbanas,
os animais vivem mais em apartamentos e habitações, e os tutores têm um maior
cuidado com os cães e com a desparasitação dos mesmos, já em zonas rurais, em que
os cães normalmente andam soltos, os donos tendem a ter uma menos preocupação
com as medidas de profilaxia do mesmo.
Conclusão:

A desparasitação externa e interna é um método de proteção essencial para os nossos


animais no dia de hoje, está proteção irá conferir lhes uma proteção a possíveis
parasitas e consequentemente irá nos proteger a nos humanos. Saber quais os métodos
de desparasitação externa existentes é algo importante, principalmente para quem lida
com animais diariamente.
Existem várias ectoparasitas que fazem o transporte de parasitas que quando em
contacto com um animal não desparasitado, poderá rapidamente ser fatal, desta forma
as medidas de prevenção e controlo de ectoparasitas são importantes no desempenho
da saúde e bem-estar dos animais. Uma vez que na falha destas medidas os parasitas
em contacto com os animais poderão provocar alguns problemas como lesões
cutâneas, respostas imunopatológicas, transmissão de zoonoses entre outros.
As Coleiras, banhos, pipetas, sprays e comprimidos são métodos de desparasitação
externa e a escolha do mesmo devera ser recomendado pelo
Veterinário, uma vez que este poderá escolher o mais adequado a cada tipo de animal
ou estilo de vida do mesmo.
Na base deste trabalho está a elaboração de um estudo, que tem por base a análise
coprológica de cães da zona de Arcos de Valdevez com o objetivo de diagnosticar e
identificar parasitas presentes nos mesmos. Para está análise as fezes foram utilizadas
duas técnicas distintas: o método de Willis e o método Mini-Flotac.
Foi elaborado um estudo a onze canídeos dos quais nenhum apresentou a presença de
parasitas ou ovos. Desta forma e fazendo a comparação com alguns estudos acima
descritos poderemos concluir que a variação de parasitas em zonas urbanas é mais
diminuta, isto poderá estar relacionado como a forma que os animais são cuidados,
muitas vezes devido a partilha do espaço diretamente ligados aos humanos. Já em
zonas rurais existe uma tendência maior colocar os cães apenas em áreas exteriores e
muitas vezes em liberdade, permitindo o contacto com qualquer tipo de animal
selvagem, animais de produção, lixo doméstico entre outras situações que poderão
desencadear, aliado a um menor cuidado em relação a saúde do animal uma maior
variação de parasitas presentes nos animais.
Bibliografia
Branco, S. I. (s.d.). Estudo dos flebótomos (Diptera, Phlebotominae),vectores de
Leishmania sp.
Carlos, M. J. (2021). Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária.
Porto.
Companion Vector-Borne Diseases. (2022). Obtido de CVBD:
https://campaign.elanco.com/en-us/vectors/ticks/general
Esccap. (Dezembro de 2010). Ectoparásitos Control de insectos y garrapatas que
parasitan a perros y gatos. Obtido de
https://www.esccap.org/uploads/docs/22hejwfj_esguian3_ectoparasitos_altausb
.pdf
Global Health , Divisão de Doenças Parasitárias e Malária. (8 de Dezembro de 2017).
Fleas. Obtido de Centers for Diseas control and prevention:
https://www.cdc.gov/dpdx/fleas/index.html
Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, IP (INSA). (s.d.). Obtido de Aproveite
o ar livre, mas esteja atento aos flebótomos.
Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, IP (INSA). (2019). Obtido de Doenças
Associadas a Artrópodes Vetores e Roedores: https://www.insa.min-
saude.pt/wp-
content/uploads/2019/09/Doencas_artropodes_vetores_roedores.pdf
Laboratorio Federico II. (s.d.). Parasitologia Veterinaria . Obtido de
https://www.parassitologia.unina.it/gallery.xhtml
M.Silva, Ferreira, I., & D.Guerra. (2012). Rastreio de parasitas gastrointestinais,
pulmonares e musculares em canídeos domésticos e silvestres realizado na
região Norte de Portugal.
Matos, M. S. (2013). Habitos de desparasitação em animais de companhia . Lisboa.
Mauricio, Rosa, & Crespo. (2006). contaminação fecal de canídeos na zona da vila de
azambuja.
Michael F. Whitinga, b. A. (2007). Uma filogenia molecular de pulgas (Insecta:
Siphonaptera).
Nunes, M. (2014). Rastreio De Formas Parasitarias em fezes de cães recolhidas em
Beja.
Pirão, T. (2018). estudo da prevalência de parasitas intestinais na cidade de Amora.

Você também pode gostar