5 Sabados
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Preâmbulo
Foi com o grande papa São Pio X que a devoção dos primeiros sábados do
mês foi aprovada e encorajada por Roma.. Em 10 de julho de 1905, ele
indulgenciou pela primeira vez esta devoção:
“Todos os fiéis que, no primeiro sábado ou primeiro domingo de doze meses
consecutivos, consagrarem algum tempo com a oração vocal ou mental em honra
da Virgem Imaculada em sua Conceição ganham, cada um desses dias, uma
indulgência plenária. – Condições: confissão, comunhão e oração nas intenções do
soberano pontífice”.
Esta intenção reparadora, movida pela caridade fraterna, deveria nos dar um
grande zelo para cumprir a devoção dos primeiros sábados não apenas cinco vezes
em nossa vida, para assegurar a salvação pessoal, mas cada primeiro sábado, a
fim de permitir a salvação eterna do maior número possível de pecadores. Porque
aí está um dos grandes objetivos da devoção reparadora ao Imaculado Coração de
Maria: “salvar almas, muitas almas, todas as almas”. [4]
Ora, o conjunto de acontecimentos sobrenaturais de Fátima, Pontevedra e
Tuy nos mostra claramente e repetidas vezes, que são muitas as almas condenadas
à eternidade:
- A 13 de julho de 1917, os três pastorinhos têm a visão do inferno, que
está longe de ser um lugar vazio:
Nossa Senhora mostrou-nos um grande mar de fogo [...]. Mergulhado nesse
fogo, os demônios e as almas [...] almas flutuavam no incêndio, levadas pelas
chamas, que delas mesmas saíam, com nuvens de fumo caindo para todos os
lados, semelhante ao cair das fagulhas nos grandes incêndios, sem peso nem
equilíbrio, entre gritos e gemidos de dor e de desespero que horroriza e fazia
estremecer de pavor. [5]
Uma alma cristã que deseje realizar perfeitamente a devoção reparadora dos
primeiros sábados do mês deve fazer, durante cinco primeiros sábados
consecutivos, na intenção geral de reparar seus próprios pecados e os de toda a
humanidade, junto ao Coração Imaculado de Maria, quatro atos diferentes de
piedade:
1 - A confissão, que pode ser antecipada, até mesmo mais de oito dias, se
for impossível ou muito difícil se confessar no primeiro sábado. O mais importante é
ter a intenção, se confessando, de reparar o Coração Imaculado de Maria. (É
preciso também, naturalmente, estar em estado de graça no primeiro sábado do
mês a fim de fazer uma boa e frutífera comunhão.) A intenção reparadora deve ser
dita ao confessor? Irmã Lúcia nunca mencionou se é preciso dizer alguma coisa ao
padre. Uma formulação interior, puramente mental, é suficiente. Nosso Senhor até
mesmo acrescentou que aqueles que esquecessem de formular a intenção
reparadora “poderão formulá-la na confissão seguinte, aproveitando a primeira
ocasião que tiverem para se confessar.” [8]
2 – Recitação do terço: Nossa Senhora, em Fátima, insistiu muito na
recitação quotidiana do terço. Foi esse o único pedido que ela repetiu para as
crianças em todas as seis aparições, de 13 de maio a 13 de outubro de 1917: nesse
dia revelou aos pastorinhos sua identidade: “Sou Nossa Senhora do Rosário”. Não
é, pois, de espantar que a recitação do rosário seja encontrada na devoção
reparadora dos primeiros sábados . Além disso, como não existe oração vocal mais
mariana do que o terço, convém que este seja integrado a essa devoção já que se
trata de reparar as ofensas feitas à Nossa Senhora e a seu Coração Imaculado.
3 – Os 15 minutos de meditação sobre os 15 mistérios do rosário: Trata-se
de “fazer companhia a Nossa Senhora durante15 minutos, meditando sobre os 15
mistérios do rosário, em espírito de reparação”. Isto não quer dizer que se deva
meditar todo primeiro sábado sobre os 15 mistérios em sua totalidade, passando
um minuto em cada mistério. Ao contrário, cada alma está livre para organizar seu
quarto de hora de meditação como entender, desde que o objeto da meditação seja
os mistérios do rosário. Algumas almas preferirão meditar o mesmo mistério
durante vários primeiros sábados, outras um mistério diferente cada primeiro
sábado, outras ainda três mistérios cada primeiro sábado (cinco minutos por
mistério), etc. Sendo as almas diferentes umas das outras, é normal que tenham
gostos e necessidades espirituais diferentes; é por isso que a Igreja sempre teve o
cuidado de deixar aos fiéis uma grande amplidão para cada um organizar sua vida
espiritual.
4 – A comunhão, que é o ato essencial da devoção reparadora. Para
compreender bem toda sua importância, convém colocá-la em paralelo com a
comunhão das nove primeiras sextas-feiras do mês, pedidas pelo Sagrado Coração
em Paray-le-Monial e com a comunhão milagrosa dos três pastorinhos de Fátima,
no outono de 1916: o Anjo da Guarda de Portugal deu então a esta comunhão um
espírito eminentemente reparador, repetindo seis vezes com as crianças (três vezes
antes da comunhão e três vezes depois) as palavras que são chamadas a segunda
oração do Anjo:
“Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, eu vos adoro
profundamente e vos ofereço o preciosíssimo Corpo, Sangue Alma e Divindade de
Jesus Cristo, presente em todos os sacrários da terra, em reparação dos ultrajes,
sacrilégios e indiferenças com que ele mesmo é ofendido; e pelos méritos infinitos
de seu Sacratíssimo Coração e do Imaculado Coração de Maria, peço-vos a
conversão dos pobres pecadores.”
Disposições requeridas
Para falar agora da quarta disposição requerida para esta prática é preciso
lembrar que o Céu nos pede cinco primeiros sábados de cinco meses consecutivos,
e não nove, doze ou quinze. Porque este número? Lúcia perguntou a Nosso Senhor
durante uma Hora Santa, em 29 de maio de 1930, em Tuy, e lhe foi respondido:
“Minha filha, o motivo é simples. Há cinco espécies de ofensas e de
blasfêmias proferidas contra o Coração Imaculado de Maria:
1 – as blasfêmias contra a imaculada conceição da Virgem Maria;
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[1]
De Beata Maria Virgine in sabbato.
[2]
- AAS, t. 4, 1912, p 623.
[3]
Carta de irmã Lúcia de 31 de março de 1929.
[4]
Carta de irmã Lúcia em 27 de maio de 1943 ao bispo titular de Gurza
[5]
Terceira Memória de irmã Lúcia, 31 de agosto de 1941
[6]
Quarta memória, 8 de dezembro de 1941.
[7]
Citado por A. M. MARTINS, Cartas da Irmã Lúcia, Porto. 1979, p.122.
[8]
- Aparição de Nosso Senhor a irmã Lúcia em 15 de fevereiro de 1926
[9]
- Aparição de Nosso Senhora a irmã Lúcia , na noite de 29 para 30 de maio de
1930.
[10]
- De Nossa Senhora à irmã Lúcia em 10 de dezembro de 1925.
[11]
- Padre Joaquim Maria ALONSO, La gran promesa Del corazon de Maria en
Potevedra, Madri, Centro Mariano, 1977, p.45.