Resumo - A Integralidade Na Atenção À Saúde Da População
Resumo - A Integralidade Na Atenção À Saúde Da População
Resumo - A Integralidade Na Atenção À Saúde Da População
Integralidade – eixo organizativo das práticas de gestão das ações que tem na garantia de acesso aos níveis
de atenção mais complexos, seu principal desafio.
Referencial analítico: organização dos serviços; conhecimento e prática dos trabalhadores de saúde e
políticas governamentais com a participação da população em suas formulações.
Práticas de gestão – campo de construção da integralidade. Integralidade na atenção à saúde da população é
furto da interação democrática dos sujeitos implicados na construção de respostas governamentais capazes
de contemplar as diferenças expressas nas demandas de saúde.
SUS – integralidade – objetivo saúde como direito e um serviço.
Priorizar a integralidade é entender que é baseada em dois movimentos recíprocos desenvolvidos por
pessoas envolvidas na organização do sistema de saúde: superar obstáculos e implementar inovações nos
serviços de saúde, na relação destes com as áreas gerenciais e entre estes e a população.
Tais tópicos são bastante contraditórios com as políticas econômicas e sociais adotadas no Brasil nas últimas
décadas – excludentes, produtoras de abismos sociais e econômicos, aumentaram a demanda pela saúde
pública.
Capitalismo – gera muito desenvolvimento tecnológico, inclusive na área da saúde, mas o mesmo não
acontece na seara das relações sociais – individualismo, preconceito, desrespeito... sofrimento.
Constituição Federal – SUS: propõe elementos básicos para ações de saúde e organização desta lógica.
É possível identificar várias experiências de sucesso do SUS no Brasil. Tais experiências – pode-se identificar
atributos de integralidade produzindo inovações no cuidado à saúde baseadas em construção democrática
contínua. Valores emancipatórios (base) – assunção de autonomia, exercício de solidariedade e conexão
com a livre escolha do sujeito sobre seu cuidado.
SUS pode ser construído a partir do cotidiano dos usuários e trabalhadores – equidade e integralidade nos
parâmetros feitos pelos gestores e através de práticas de controle social e do cuidado à saúde.
Saúde como um direito do cidadão e defesa da vida – análise compreensiva pode ser identificada como uma
categoria que abarca padrões móveis e progressivos – o sistema de saúde deve portanto, seguir isso e ser
capaz de sempre tornar possível novas possibilidades, renovando movimentos de integralidade e equidade.
Combinar a força de aspectos técnicos, políticos e administrativos em cada um dos lugares de acordo com as
necessidades dos usuários a partir de estudos técnicos e em conformidade com as práticas dos
trabalhadores – visando arranjos dinâmicos que em cada processo tornem possível um novo passo bem
sucedido.
Para pensar a integralidade no atendimento a saúde, propõe-se adotar 3 dimensões: organização dos
serviços; conhecimentos e práticas dos profissionais e políticas públicas com participação popular em suas
formulações.
Tornar acessível o nível de complexidade de tecnologia de cuidado necessária para cada situação.
Integralidade relacionada a: universalidade e equidade. 3 princípios que expressam fortemente a luta do
cidadão, justiça e democracia, ideais da reforma sanitária brasileira. Este tripé é a pura essência das políticas
públicas de cuidado à saúde.
Necessidades de saúde têm relação com questões singulares e sociais. Articulação entre micro e macro
políticas – realização da integralidade não só nos espaços dos serviços, mas tbm entre serviços e ações
intersetoriais.
Acessibilidade não garante integralidade. Entre outros aspectos que compõem a integralidade estão: a
relação entre os usuários e os profissionais, implantação de boas condições de vida e autonomia dos
usuários em dar visibilidade às suas necessidades e tê-las atendidas.
Reforma sanitária – processo de redemocratização – constituição de 1988 – institucionalização da crítica que
nutriu o sonho de transformação radical do cuidado público em saúde.
Integralidade pode ser traduzida como um projeto social permanente que visa ideais de justiça e
solidariedade.
Debate travado nos países desenvolvidos sobre os modelos universais públicos de assistência à saúde, em
um panorama neoliberal de encolhimento do Estado.
Divergência das políticas públicas de saúde brasileiras com agências internacionais, como o Banco mundial,
quanto à integralidade. Há consenso no que tange ao controle e à participação social, mas não à
integralidade.
Luta pela construção de um sistema de saúde de acesso universal, equidade e boa qualidade se assemelha
com a resistência das políticas públicas adotadas na última década.
Processo dinâmico de gestão – construção coletiva de tecnologias inovadoras e ferramentas inclusas no dia-
a-dia das práticas de cuidado à saúde e de sua gestão. 2 principais direções de inovação: tipo e conteúdo das
políticas e gerenciamento destas.
Solidariedade – incorporada como um dispositivo institucional e nova prática. Prática social/
responsabilidade dos agentes formuladores e implementadores das políticas.
Boa receptividade e integração dos serviços de saúde. Integralidade compreendida como processo de
construção social. Inovação institucional – potencial de realização desde que promova a criação de novos
padrões de institucionalidade. Relações mais horizontais entre os envolvidos (trab., gestores e usuários) para
a construção de novos conhecimentos baseados na prática dos agentes de saúde.
Atenção à saúde = ação integral com significados que consideram a saúde o direito de existir (no sentido
heideggeriano) – sentido de respeito às diferenças, relações com a etinicidade, gênero e raça, além das
especificidades das necessidades de portadores de incapacidades ou patologias diversas. Vale também no
que tange ao nível organizacional e político (ex. garantir que o usuário irá ter acesso a participar das
tecnologias que serão usadas em seu tratamento). Um dos facilitadores da saúde é um ambiente acolhedor.
Isso significa: tratamento, respeito, acolhimento, suporte o ser humano durante seeu processo de
sofrimento que em grande escala resulta de sua fragilidade social.
Integralidade como um dispositivo político em que o conhecimento dos cidadãos e o poder instituído pela
prática cotidiana propicia que as pessoas produzam novos arranjos sociais e institucionais de saúde. Tais
arranjos são marcados por conflitos e contradições num terreno em que saúde é de todos e não direito de
alguns, apenas.
Integralidade = conceito plural, ético e democrático. O dialogo é um elemento constitutivo – conflito entre
diferentes vozes, efeito polifônico (diferente do monofônico quando uma se sobrepõe às demais – quando a
integralidade não significa práticas eficientes, quando não há construção coletiva).
Como construção e prática social a integralidade diverge com o modelo tradicional de fazer saúde, que
requer condições ideais que nunca são executadas.
Genealogia da integralidade (Foucaultianamente) – este esboço é quase um mapa de diferentes críticas ao
conhecimento instituído no campo da saúde, ou seja, o conhecimento biomédico – o que cresceu a partir da
experiência de campo.
Saberes – populares, locais, descontínuos, não legitimados, sem senso comum, que não encontram lugar na
razão da sociedade capitalista – conhecimentos que as análises econômicas não explicam, mas as sociais e
culturais compreendem.
Extermínio crítico do processo hegemônico de construção de saber – exclui reflexões sobre pluralidade e
diversidade dos objetos e estratégias de saúde. Reconfiguração dos saberes e poderes.
Gestão compartilhada – forma de fazer política.