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ProAcustica ManualContrapisosFlutuantes Responsivo Nov2015

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MANUAL

PROACÚSTICA DE
RECOMENDAÇÕES
BÁSICAS PARA

CONTRAPISOS
FLUTUANTES

Associação
Brasileira para a
Qualidade Acústica
PREFÁCIO
Foi com grande satisfação que recebi o convite para prefaciar o Manu-
al de Recomendações Básicas para Contrapisos Flutuantes, inicia-
tiva da ProAcústica Associação Brasileira para a Qualidade Acústica.

Esse trabalho é muito oportuno. É oportuno pela importância do


conforto acústico para a saúde e bem estar das pessoas, e também
muito necessário para orientar os diversos agentes responsáveis
pela produção de edifícios nesse novo cenário de avaliação por de-
sempenho, que surgiu com a publicação pela ABNT (Associação Bra-
sileira de Normas Técnicas) da norma brasileira NBR 15575:2013 –
Edificações Habitacionais – Desempenho. A norma, que estabele-
ce parâmetros técnicos para vários requisitos importantes de uma
edificação habitacional, inclusive desempenho acústico, está sendo
utilizada também como referência para outros tipos de edificação,
como o comercial.

O desempenho do sistema de piso dependerá de inúmeros fatores,


tais como: espessura e tipo de sistema estrutural (laje de concreto
de diferentes espessuras, steel deck, laje seca, etc.); presença ou
não de camada de isolamento térmico ou acústico, impermeabili-
zação, diferentes espessuras e tipos de contrapiso e dos revesti-
mentos de piso.

A análise das possíveis soluções de um sistema de piso, visando


o atendimento dos requisitos de acústica, dependerá da realização
de ensaios, a partir das variáveis da obra. É muito difícil para o pro-
jetista e especificador definir em projeto o sistema de piso sem as
informações relativas ao desempenho acústico do sistema. Aguardar
a conclusão da obra para depois analisar o comportamento acústico
pode ser muito arriscado, com alta probabilidade de não se atingir
o resultado necessário para atender aos critérios acústicos míni-
mos. A solução, no caso de não atendimento, será sempre onerosa e
demorada, pois terá que corrigir um sistema de piso já concluído.

Assim sendo, a iniciativa da ProAcústica é fundamental. Reunir um


grupo de empresas e realizar ensaios acústicos para definição dos
parâmetros do sistema de piso é essencial para que projetistas,
construtores e especificadores possam projetar e construir com
conhecimento prévio do potencial desempenho acústico. O esforço
da realização dos ensaios em laboratório externo, com acreditação
nos ensaios pelas normas ISO, base dos métodos de ensaios cons-
tantes da NBR 15575, conferem aos resultados credibilidade metro-
lógica e rigor técnico.

As orientações contidas nesse Manual ajudarão a entender os con-


ceitos de acústica de piso, como efetuar as medições contidas nos
métodos de ensaio e analisá-las. Que esse trabalho estimule outros,
para que possamos gerar tanto o conhecimento necessário sobre
esse tema como soluções para o bom desempenho acústico das
edificações brasileiras.

VERA FERNANDES HACHICH


Engenheira Civil, Mestre e Doutora em Engenharia pela EPUSP. Sócia-Gerente da TESIS.
Conselheira e coordenadora do Comitê de Materiais do CBCS. Atua nas áreas de: inovação
tecnológica, avaliação de desempenho de materiais, componentes e sistemas construtivos,
gestão de programas setoriais da qualidade, tecnologia de produtos, sustentabilidade na
construção civil, durabilidade e normalização de componentes e sistemas construtivos.
SUMÁRIO
1. Apresentação...................................................................................... 06

2. Conceitos e terminologias................................................................. 08

3. Caracterização em laboratório dos sistemas de


contrapisos flutuantes ...................................................................... 12

4. Desempenho em campo dos sistemas de contrapisos flutuantes........18

5. Como projetar contrapisos flutuantes............................................... 20

6. Como executar ou instalar contrapisos flutuantes........................... 26

7. Como verificar o desempenho de contrapisos flutuantes


após execução.................................................................................... 42

8. Informações básicas para Construtores e Incorporadores.............. 46

9. Informações básicas para Usuários/Moradores............................... 46

10. Mitos e verdades sobre contrapisos flutuantes............................. 47

11. Modelo de Ficha Técnica (datasheet) para uso de fabricantes...... 48

12. Referências normativas nacionais e internacionais....................... 49


1 APRESENTAÇÃO
Com a entrada em vigor da Norma de Desempenho, ABNT NBR
15.575:2013, houve uma grande movimentação com relação aos
critérios de desempenho acústico em edificações residenciais,
em especial o critério para avaliação do isolamento ao ruído de
impacto em pisos.

Diante do desconhecimento demonstrado sobre o tema por parte


da cadeia produtiva, inclusive usuários, da ausência de informações
técnicas padronizadas e da pouca tradição de especificação de ma-
teriais por desempenho no país, a ProAcústica criou, em novem-
bro de 2014, o Comitê de Pisos e Mantas. Com a participação de 21
empresas associadas, entre fabricantes e fornecedores de material
resiliente (14) e consultorias especializadas em projetos acústicos
(07), o Comitê teve a missão de discutir e aperfeiçoar informações
técnicas sobre contrapisos flutuantes e elaborar um Manual de Re-
comendações Básicas para a aplicação deste sistema, a fim de me-
lhorar o isolamento acústico em lajes de edifícios habitacionais.

Os sistemas de pisos, que separam unidades habitacionais autô-


nomas em diferentes andares, devem garantir um desempenho
adequado de isolamento acústico aéreo (conversações, TV, música,
etc.) e de isolamento acústico ao ruído de impacto (passos, queda
de objetos, arrastar de móveis, etc.). Esses sistemas de pisos estão
compostos pelos elementos de camada estrutural (laje) e elementos
opcionais (contrapiso). O escopo deste Manual, portanto, restringiu-
se à aplicação de contrapisos flutuantes, independente dos revesti-
mentos ou acabamentos aplicados, sendo que suas indicações não
envolvem responsabilidade estrutural.

Manual ProAcústica | Contrapisos Flutuantes 6


Com base em normas internacionais, na ausência de normas nacio-
nais, o Comitê trabalhou intensivamente para produzir um guia prático
e orientativo para a padronização de informações sobre o sistema. A
partir também de um levantamento de relatórios técnicos de ensaios
das empresas fabricantes de material resiliente e de ensaios do maior
número de produtos realizados em laboratório internacionais, foi pos-
sível formatar informações para a comprovação de eficiência acústica.

É importante ressaltar que o Comitê, neste período de trabalho, in-


centivou entre os fabricantes a realização de ensaios de seus sistemas
em laboratório para a medição do desempenho. Das 14 empresas fa-
bricantes participantes do Comitê, duas já dispunham de ensaios an-
teriores e 12 estão participando de um lote com mais de 50 ensaios
que estão sendo realizados a partir de uma negociação intermediada
pela ProAcústica com o ITeCons – Instituto de Investigação e Desen-
volvimento Tecnológico em Ciências da Construção, de Portugal, se-
lecionado, entre outros renomados laboratórios internacionais, pela
estrutura oferecida para os ensaios, por sua credibilidade e experi-
ência com as normativas de ensaio de material resiliente para pisos.

O resultado de todo este trabalho, desenvolvido ao longo de um ano,


está apresentado nesta publicação, cujo público-alvo é o fabricante,
o profissional de projeto e especificação, a construtora e incorpora-
dora, o instalador e também o usuário/morador.

A ProAcústica espera que o Manual de Recomendações Básicas


para Contrapisos Flutuantes possa contribuir com toda a cadeia
produtiva para a melhoria do isolamento acústico e a promoção do
conforto acústico, fator indispensável quando se vive de forma cole-
tiva em edificações.

Manual ProAcústica | Contrapisos Flutuantes 7


CONCEITOS &
2 TERMINOLOGIAS
Definindo ruído de impacto e aéreo, sistema de
contrapisos flutuantes, ensaios e componentes
para referenciar dados e informações
2.1 - Ruído de impacto

Ruído resultante de uma


ação de choque físico por
impacto, ou atrito de elementos
sólidos sobre a superfície do
piso de uma edificação, como
queda de objetos, arrastar
móveis, passos, etc.

A transmissão de ruído de impacto


entre duas unidades habitacionais
sobrepostas em uma edificação se FIGURA 1 – TRANSMISSÃO
DE RUÍDO DE IMPACTO
produz através do próprio sistema
de piso (transmissão direta) e os
elementos laterais ou paredes (transmissão indireta). Essas trans-
missões dependem das propriedades das soluções construtivas e das
uniões entre elas. Devido a isso, o desempenho de isolamento ao ruí-
do de impacto entre dois ambientes separados por um sistema de pi-
sos de um edifício (L’nT,w) é inferior ao desempenho do mesmo sistema
de piso ensaiado em laboratório (Ln,w).

2.2 - Ruído aéreo

Ruído que tem sua A transmissão de ruído aéreo entre


origem no ar, como duas unidades habitacionais sobre-
conversas, TV, música, etc. postas em uma edificação se produz
através do próprio sistema de piso

Manual ProAcústica | Contrapisos Flutuantes 9


(transmissão direta) e dos ele-
mentos laterais ou paredes (trans-
missão indireta). Essas transmis-
sões dependem das propriedades
das soluções construtivas e das
uniões entre elas. Devido a isso,
o desempenho de isolamento ao
ruído aéreo entre dois ambientes
separados por um sistema de pi-
sos de um edifício (DnT,w) é geral-
FIGURA 2 – mente inferior ao desempenho do
TRANSMISSÃO DE mesmo sistema de piso ensaiado
RUÍDO AÉREO
em laboratório (Rw).

2.3 - Contrapiso flutuante

Sistema construtivo composto por um elemento rígido, como um


contrapiso ou um tablado, sobre um material resiliente, que pode
ser composto por mantas, emulsões, etc., que o desvincula dos
elementos estruturais e de vedação do edifício.

O contrapiso flutuante é mais efetivo para isolamento ao ruído de


impacto, tendo pouco efeito no isolamento ao ruído aéreo.

MATERIAL RESILIENTE CONTRAPISO

FIGURA 3 –
CONTRAPISO
FLUTUANTE
SOBRE LAJE LAJE

Manual ProAcústica | Contrapisos Flutuantes 10


Para fabricação destes elementos resilientes, geralmente são
utilizados os seguintes materiais: borracha reciclada de pneu,
cortiça, emulsões asfálticas, espuma de polietileno, lã mineral,
lã de pet, mantas elastoméricas, sistemas mistos, etc.

NOTA: para isolamento acústico em situações especiais, com necessidade de


alto desempenho acústico, como teatros, equipamentos sobre áreas sensíveis,
laboratórios, etc., podem ser necessários dispositivos antivibratórios em molas
de aço ou elastoméricos, associados ou não a contrapisos flutuantes.

2.4 - Resiliência

Propriedade física de um material de retornar à sua forma


original após ter sido submetido a uma deformação elástica.

2.5 - Máquina de impacto

Também conhecida como


“Tapping Machine”, é um
equipamento padronizado de
acordo com a Norma ISO 10140-3,
utilizado como fonte sonora para
medição do ruído de impacto.
FIGURA 4 - MÁQUINA DE IMPACTO

Consiste em uma máquina com cinco cilindros metálicos que impactam


sequencialmente a superfície do piso a ser avaliado. De acordo com a
atual versão da norma ISO 10140-3 e ABNT NBR 15575, a tapping machi-
ne é a única fonte padrão permitida para medição de ruído de impacto.

Manual ProAcústica | Contrapisos Flutuantes 11


CARACTERIZAÇÃO EM
3 LABORATÓRIO DOS SISTEMAS
DE CONTRAPISOS FLUTUANTES
A importância dos descritores acústicos e
normas de referência para ensaios e cálculos
de desempenho do sistema
Os descritores acústicos e as respectivas normas de ensaios de la-
boratório, referentes ao desempenho acústico dos sistemas de con-
trapisos flutuantes, estão descritos na Tabela 1.

TABELA 1 – DESCRITORES ACÚSTICOS E RESPECTIVAS NORMAS DE ENSAIOS DE LABORATÓRIO

ENSAIO DESCRITOR ÍNDICE NORMA

Rigidez Dinâmica Aparente S’t [MN/m³) Laboratório ISO 9052-1:1989

Redução Ponderada do Nível ∆Lw [dB] Laboratório ISO 10140-3:2010


de Pressão Sonora de Impactos

3.1 - Determinação da Rigidez Dinâmica


Os materiais resilientes apresentam propriedades dinâmicas que es-
tão relacionadas com a sua capacidade de amortecer impactos. Uma
das propriedades é a Rigidez Dinâmica, determinada de acordo com
a norma ISO 9052-1:1989. Para determinar esta propriedade a partir
de ensaios laboratoriais, utiliza-se corpos de prova (amostras) com
dimensões 200 mm x 200 mm, sujeitos a uma carga de 200 kg/m².

Em laboratório, são utilizados os seguintes


equipamentos para ensaios de determinação
da rigidez dinâmica:

❚ Martelo de impacto (fonte de excitação)


❚ Acelerômetro (sensor de captação
das vibrações)
❚ Multianalisador (pós-processamento)

Manual ProAcústica | Contrapisos Flutuantes 13


A Figura 5 ilustra o esquema de ensaio em laboratório desta propriedade.


F

PLACA DE
FOLHA DE CARGA (AÇO)
PLÁSTICO
ADERENTE
GESSO
BASE
AMOSTRA

FIGURA 5 – ESQUEMA DE ENSAIO PARA DETERMINAÇÃO DA RIGIDEZ DINÂMICA

É importante saber: quanto menor o valor da Rigidez Dinâmica


aparente de um material, maior é a sua capacidade de absorver
as vibrações produzidas por impactos e, por consequência, maior
será a Redução Sonora (dB) resultante.

3.2 - Determinação da redução ponderada do nível


de pressão sonora de impactos (∆Lw)
∆Lw é um descritor relacionado à Redução Sonora de impactos nos
sistemas de contrapiso flutuante.

Este ensaio é realizado em laboratório em uma câmara padronizada de


impactos, sendo que a laje de referência é maciça em concreto armado,
com 14 cm de espessura (área aproximada de 12,7 m²), e o contrapiso
usual é um elemento pré-fabricado com espessura de 5 cm.

Esta estrutura de ensaio apresenta uma resposta padrão e controlada


de isolamento, permitindo encontrar o índice ∆Lw (Redução Sonora)

Manual ProAcústica | Contrapisos Flutuantes 14


dos materiais, sendo possível assim comparar o desempenho dos
diferentes materiais resilientes para contrapisos flutuantes.

As Figuras 6A e 6B mostram uma câmara vertical padronizada para


ensaios de Ruído de Impacto em laboratório.

FIGURA 6A
– CÂMARA
VERTICAL
PARA ENSAIOS
DE RUÍDO DE
IMPACTO

Fonte: Câmaras
acústicas do
ITeCons – Instituto
de Investigação e
Desenvolvimento
Tecnológico
em Ciências
da Construção,
Universidade de
Coimbra, Portugal

Manual ProAcústica | Contrapisos Flutuantes 15


FIGURA 6B
– CÂMARA
VERTICAL
PARA ENSAIOS
DE RUÍDO DE
IMPACTO

NOTA: quanto maior o ∆Lw de um material, maior é a Redução Sonora.

Em razão da presença das transmissões marginais (indiretas), de


volumes diferentes, geometrias distintas, rigidez e tipologia de lajes
de pavimentos, os resultados das medições de campo servem para
aquela situação específica e não para caracterizar o desempenho
acústico do sistema.

É possível estimar a Redução Sonora de um material conhecendo


a sua Rigidez Dinâmica aparente e a respectiva carga de contrapiso
flutuante (kg/m²) que será aplicada sobre o material acústico.

Manual ProAcústica | Contrapisos Flutuantes 16


O Gráfico 1, presente na norma de cálculo ISO 15712-2:2005, demons-
tra estimativas de cálculo de redução sonora, proporcionada pelo
contrapiso flutuante em função da rigidez dinâmica (característica do
material resiliente) e do peso por metro quadrado de contrapiso.

GRÁFICO 1 – ESTIMATIVAS DE CÁLCULO PARA REDUÇÃO SONORA

45

LEGENDA:
40
A - Redução Ponderada do
35 Nível de Pressão Sonora de
A B Impactos ∆Lw em dB
30
B - Massa por unidade de área
160
do contrapiso flutuante em
25 140
120 kg/m²
100
80
20 60
C - Rigidez Dinâmica por
Fonte: ISO unidade de área S’ do material
15712-2:2005 15 resiliente em MN/m³
4 6 8 10 15 20 30 40 50
C

A Tabela 2 compartilha correlações entre Rigidez Dinâmica e Redução


Sonora, de acordo com alguns valores usuais encontrados em refe-
rências internacionais.

TABELA 2 – CORRELAÇÕES ENTRE RIGIDEZ DINÂMICA E REDUÇÃO SONORA

’ [MN/m³]
S ∆Lw [dB] medido *

Fonte: Euronoise 2012 – 100 16


Comparison between
lab tests and EN 12354
87 18
results. Autores: Elaine
Lemos Silva (IPT Brasil),
50 20
Jorge Viçoso Patrício
23 24
(LNEC Portugal)
e Julieta Antonio MELHOR
15 30
(FCTUC Portugal). DESEMPENHO
* Massa por unidade de área do contrapiso flutuante: 80 kg/m²

Manual ProAcústica | Contrapisos Flutuantes 17


DESEMPENHO EM
4 CAMPO DOS SISTEMAS DE
CONTRAPISOS FLUTUANTES
Caminhos para a comprovação na obra dos índices
de desempenho acústico previstos em projeto
Os descritores acústicos e as respectivas normas de ensaios de
campo, referentes ao desempenho acústico dos sistemas de contra-
pisos flutuantes, estão relacionados na Tabela 3.

TABELA 3 – DESCRITORES ACÚSTICOS E RESPECTIVAS NORMAS DE ENSAIOS DE CAMPO

ENSAIO DESCRITOR ÍNDICE NORMA


* A norma ISO 140- Nível de pressão sonora de L’nT,w [dB] Campo ISO 140-7:1998*
7:1998 será substituída impacto padrão ponderado
pela ISO 16283-2.
** A norma ISO 140- Diferença padronizada de DnT,w [dB] Campo ISO 16283-1:2014**
4:1998 foi substituída nível ponderada
pela ISO 16283-1:2014.

NOTAS:
A – O material acústico inserido no sistema de piso deve atender a VUP (Vida
Útil de Projeto), estabelecida pela ABNT NBR 15.575:2013.
O índice L’nT,w representa o “Nível de pressão sonora de impacto padrão ponderado”
medido no campo (obra), oriundo da transmissão decorrente de impactação
normalizada pela Tapping Machine (Figura 11 do cap. 7) no piso acima do ambiente
receptor. Quanto menor o valor de L’nT,w, menor será a percepção auditiva do
ruído de impacto no ambiente receptor, ou seja, menor o incômodo.
O índice DnT,w representa a “Diferença padronizada de nível ponderada”
(isolamento ao ruído aéreo) medido no campo (obra), oriundo da transmissão
decorrente de emissão normalizada por fonte dodecaédrica omnidirecional
(Figura 10 do cap. 7) no piso acima do ambiente receptor. Quanto maior o
valor de DnT,w, menor será a percepção auditiva do ruído aéreo no ambiente
receptor, ou seja, menor o incômodo.

B – Para o empreendimento (obra), o que vale é o desempenho em campo,


de acordo com os requisitos e critérios da Norma ABNT NBR 15575-3:2013.
Destaca-se aqui a importância dos índices de laboratório, uma vez que são
imprescindíveis para os cálculos de desempenho acústico dos sistemas de
pisos realizados em fase de projeto.

Manual ProAcústica | Contrapisos Flutuantes 19


COMO PROJETAR
5 CONTRAPISOS FLUTUANTES
Procedimentos e indicadores para estimativas de desempenho
de isolamento acústico ao ruído aéreo e de impacto
As normas ISO 15712-1 e ISO 15712-2 contêm os procedimentos
que permitem estimar o desempenho de isolamento acústico ao
ruído aéreo (DnT,w) e isolamento acústico ao ruído de impacto (L’nT,w)
em edificações, a partir das propriedades dos diferentes elemen-
tos e sistemas construtivos envolvidos, suas uniões e geometrias,
avaliando as diferentes vias de transmissão. Também existem no
mercado softwares específicos para estimativa de desempenho
acústico, que englobam essas questões.

5.1 - Como calcular o desempenho a ser obtido


Os fabricantes devem ter seus materiais caracterizados em labo-
ratório, obtendo assim um valor de isolamento ΔLw, que será a re-
dução global decorrente da utilização deste elemento construtivo.

De posse deste valor de isolamento, deve ser feito um cálcu-


lo do desempenho estimado para o futuro edifício. Este cálcu-
lo pode ser executado de acordo com a norma internacional
ISO 15712-2:2005, desenvolvida especialmente para esse fim.
Diversos aspectos construtivos influenciam decisivamente no
resultado final do desempenho acústico, pois dependem das
propriedades dos sistemas construtivos, das uniões entre eles
e volumetria dos recintos.

As Figuras 7 e 8 ilustram variações típicas que podem ocorrer


no resultado final do isolamento ao ruído de impacto, de acordo
com os aspectos influenciadores citados anteriormente.

Manual ProAcústica | Contrapisos Flutuantes 21


FIGURA 7 – VEDAÇÕES E LAJES IGUAIS, VOLUMES DIFERENTES

23m³ 52m³ 104m³

Ln,w = 78 dB Ln,w = 78 dB Ln,w = 78 dB


L’nT,w = 82 dB L’nT,w = 78 dB L’nT,w = 74 dB
3x3m 4x5m 5x8m

FIGURA 8 – VOLUMES E LAJES IGUAIS, VEDAÇÕES DIFERENTES

P1 P2 P3

23m³ 23m³ 23m³

Ln,w = 78 dB Ln,w = 78 dB Ln,w = 78 dB


L’nT,w = 82 dB L’nT,w = 83 dB L’nT,w = 79 dB

Manual ProAcústica | Contrapisos Flutuantes 22


O projeto deve levar em conta o nível de desempenho de acordo com
a ABNT NBR 15575:2013 (Mínimo, Intermediário ou Superior), sendo:

ATENDIMENTO AO NÍVEL MÍNIMO


Lajes e contrapisos convencionais podem ser utilizados, porém o cálcu-
lo é necessário. Mesmo soluções típicas, como uma laje maciça e con-
trapiso comuns, podem não atender ao critério dependendo do projeto.

ATENDIMENTO AO NÍVEL INTERMEDIÁRIO


Pode ser obtido com a utilização de contrapisos flutuantes sobre lajes
de concreto com materiais acústicos de desempenho médio, ou com so-
luções especiais de revestimentos a serem indicadas por especialistas.

O Gráfico 2 compara o desempenho acústico ao Ruído de Impacto en-


tre diferentes países. O nível Intermediário (I) da norma brasileira é
correspondente ao nível Mínimo obrigatório da Espanha, por exemplo,
o que representa uma diferença de 15 dB. Este requisito, portanto, é
passível de melhoria no processo de uma futura revisão normativa.

GRÁFICO 2 – COMPARATIVO DO DESEMPENHO ACÚSTICO AO RUÍDO


DE IMPACTO ENTRE DIFERENTES PAÍSES

85
80
75
L’nT,w (dB)

70
65
60
55
50
45
40
Es a
Fi nia
No ndia

Br ga

m )
lo ca
Is uia

Le ia

Po ia

Su ia

Fr a
Po nça

Rú l
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e

Itá
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n

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a
ru

Re ola

pa

il
as
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va

rt
Áu

nl

o
H

Manual ProAcústica | Contrapisos Flutuantes 23


ATENDIMENTO AO NÍVEL SUPERIOR
É necessária a utilização de contrapisos flutuantes sobre lajes de
concreto com mantas de desempenho adequado para garantir o
atendimento ao nível superior.

As Tabelas 4 e 5 descrevem os limites mínimos de isolamento acús-


tico ao ruído aéreo e de impactos, estabelecidos pela NBR 15575-3
(item 12:3).

TABELA 4 – ISOLAMENTO AO RUÍDO DE IMPACTO EM SISTEMAS DE PISOS

PARÂMETRO CRITÉRIO DESEMPENHO

MIN INT SUP

Sistema de piso separando


unidades habitacionais
≤ 80dB ≤ 65dB ≤ 55dB
autônomas posicionadas
em pavimentos distintos

Nível de Sistema de piso de


pressão áreas de uso coletivo
sonora de (atividades de lazer e
L’nT,w
impacto esportivas, tais como
padrão home theater, salas de
ponderado ginástica, salão de festas, ≤ 55dB ≤ 50dB ≤ 45dB
salão de jogos, banheiros
e vestiários coletivos,
cozinhas e lavanderias
coletivas) sobre unidades
habitacionais autônomas

Obs.: Valores em negrito são normativos (obrigatórios) e os demais informativos.

Manual ProAcústica | Contrapisos Flutuantes 24


TABELA 5 – ISOLAMENTO AO RUÍDO AÉREO EM SISTEMAS DE PISOS

PARÂMETRO CRITÉRIO DESEMPENHO

MIN INT SUP

Sistema de piso
separando unidades
habitacionais autônomas ≥ 45dB ≥ 50dB ≥ 55dB
de áreas em que um dos
recintos seja dormitório

Sistema de piso
separando unidades
habitacionais autônomas
de áreas comuns de
trânsito eventual, tais
≥ 40dB ≥ 45dB ≥ 50dB
como corredores e
escadaria nos pavimentos,
Diferença bem como em pavimentos
padronizada distintos. Situação onde
DnT,w
de nível não haja dormitório
ponderada
Sistema de piso
separando unidades
habitacionais autônomas
de áreas comuns de uso
coletivo, para atividades
atividades lazer e
esportivas, tais como ≥ 45dB ≥ 50dB ≥ 55dB
home theater, salas de
ginástica, salão de festas,
salão de jogos, banheiros
e vestiários coletivos,
cozinhas e lavanderias
coletivas

Obs.: Valores em negrito são normativos (obrigatórios) e os demais informativos.

Manual ProAcústica | Contrapisos Flutuantes 25


COMO EXECUTAR OU INSTALAR
6 CONTRAPISOS FLUTUANTES
Existem diversas técnicas construtivas para instalação.
Informações como espessura, traço e necessidades de
reforço devem seguir as recomendações dos
fabricantes, projetistas e construtores.
A Figura 9 ilustra uma planta com ambientes típicos, onde são apli-
cados os sistemas de contrapisos flutuantes e as respectivas inter-
faces (conexões) com as demais partes da estrutura. As figuras das
próximas páginas detalham essas interfaces.

CORTE 1

CORREDOR

BANHEIRO DORMITÓRIO
CORTE 2

CORTE 2
FIGURA 9 – PLANTA SACADA
CHAVE COM AS
INTERFACES ENTRE O
SISTEMA FLUTUANTE
E DEMAIS PARTES DA
ESTRUTURA CORTE 1

Manual ProAcústica | Contrapisos Flutuantes 27


1

2
3

CORTE 1
A – CONTRAPISO ADERIDO CIRCULAÇÃO
1. Parede 2. Revestimento 3. Contrapiso 4. Laje

Manual ProAcústica | Contrapisos Flutuantes 28


LEGENDA

CORTE 1

1 C

4 3

5
6

CORTE 1
B – INTERFACE CONTRAPISO ADERIDO (CIRCULAÇÃO)
E FLUTUANTE (DORMITÓRIO)
1. Parede 2. Rodapé 3. Revestimento 4. Selante elástico
5. Contrapiso 6. Material resiliente 7. Laje

Manual ProAcústica | Contrapisos Flutuantes 29


1

5 6

Manual ProAcústica | Contrapisos Flutuantes 30


LEGENDA

CORTE 1
CORTE 1
C – INTERFACE CONTRAPISOS
FLUTUANTES DORMITÓRIO-SACADA A

1. Parede 2. Rodapé 3. Revestimento 4. Contrapiso


B
5. Material resiliente 6. Impermeabilização 7. Laje
8. Selante elástico 9. Tubulação

Manual ProAcústica | Contrapisos Flutuantes 31


1

3 4

5
6

CORTE 2
A – INTERFACE CONTRAPISO FLUTUANTE (DORMITÓRIO) COM PAREDE
1. Parede 2. Rodapé 3. Selante elástico 4. Revestimento
5. Contrapiso 6. Material resiliente 7. Laje

Manual ProAcústica | Contrapisos Flutuantes 32


LEGENDA

D C B A

CORTE 2

1
2

3 4
5

CORTE 2
B – JUNTA DE DILATAÇÃO CONTRAPISO FLUTUANTE (PANOS > 30 M²)
1. Revestimento 2. Selante elástico 3. Junta de dilatação 4. Contrapiso
5. Material resiliente 6. Laje

Manual ProAcústica | Contrapisos Flutuantes 33


1
2
3

4
5

CORTE 2
C – INTERFACE CONTRAPISOS FLUTUANTES DORMITÓRIO-BWC
1. Revestimento 2. Selante elástico 3. Contrapiso 4. Material resiliente
5. Impermeabilização 6. Laje

Manual ProAcústica | Contrapisos Flutuantes 34


LEGENDA

D C B A

CORTE 2
1

2
3
4
5
6

CORTE 2
D – INTERFACE CONTRAPISO FLUTUANTE (BWC) COM PAREDE
1. Parede 2. Revestimento 3. Selante elástico 4. Contrapiso
5. Material resiliente 6. Impermeabilização 7. Laje

Manual ProAcústica | Contrapisos Flutuantes 35


2
1

PERSPECTIVA 1
TRANSIÇÃO CONTRAPISO
1. Revestimento 2. Selante elástico 3. Contrapiso
4. Material resiliente 5. Laje

Manual ProAcústica | Contrapisos Flutuantes 36


3
4

2
5

PERSPECTIVA 2
CONTRAPISO FLUTUANTE EM ÁREAS MOLHADAS
1. Revestimento 2. Selante elástico 3. Ralo 4. Contrapiso
5. Material resiliente 6. Impermeabilização 7. Laje

Manual ProAcústica | Contrapisos Flutuantes 37


1

PERSPECTIVA 3
TRANSIÇÃO ÁREA SECA PARA ÁREA MOLHADA
1. Marco 2. Soleira 3. Selante elástico 4. Contrapiso
5. Material resiliente 6. Impermeabilização 7. Laje

Manual ProAcústica | Contrapisos Flutuantes 38


1

PERSPECTIVA 4
DETALHE RODAPÉ
1. Parede 2. Rodapé 3. Selante elástico 4. Revestimento
5. Contrapiso 6. Material resiliente 7. Laje

Manual ProAcústica | Contrapisos Flutuantes 39


2
1

3
4

PERSPECTIVA 5
JUNTA DE DILATAÇÃO
1. Revestimento 2. Selante elástico 3. Junta de dilatação
4. Contrapiso 5. Material resiliente 6. Laje

Manual ProAcústica | Contrapisos Flutuantes 40


ALGUMAS RECOMENDAÇÕES PARA INSTALAÇÃO DE CONTRAPISOS
FLUTUANTES SÃO COMUNS A TODAS AS SOLUÇÕES:

❚ A limpeza da laje onde o contrapiso ❚ O material resiliente deve ser


será executado deve ser completa instalado também na vertical nas
e feita com uma vassoura. paredes de perímetro, envolvendo
totalmente o contrapiso, para
❚ A superfície da laje deve ser evitar contato direto com ele (vide
regular, sem protuberâncias Corte 2.A; Corte 2.D; Perspectiva
ou depressões. 2; Perspectiva 4).

❚ A aplicação do material resiliente ❚ As conexões dos contrapisos


deve ser feita no mesmo dia da flutuantes com os contrapisos
execução do contrapiso para evitar convencionais devem ser
que seja danificada. desvinculadas para evitar pontes
acústicas (vide Corte 1.B e
❚ A execução deve ser cuidadosa Perspectiva 1).
para garantir a continuidade do
material resiliente. ❚ O detalhe de rodapé com piso
acabado deve ser estudado para
❚ A armação do contrapiso, evitar qualquer conexão rígida
quando necessária, deve com as paredes envoltórias com a
ser feita cuidadosamente, aplicação de um selante elástico
mantendo os recobrimentos (vide Corte 2.A; Perspectiva 4).
previstos em projeto.
❚ O material resiliente aplicado
❚ Tubulações passantes pelo na vertical deve prever sobra
contrapiso devem ser envolvidas suficiente para evitar o contato
cuidadosamente com o material do piso acabado com as paredes
resiliente (vide Corte 1.C e envoltórias (vide Perspectivas
Perspectiva 2). 2 e 4).

Manual ProAcústica | Contrapisos Flutuantes 41


COMO VERIFICAR O
7 DESEMPENHO DE CONTRAPISOS
FLUTUANTES APÓS EXECUÇÃO
Metodologia, medições e indicadores de isolamento ao
ruído após a execução de contrapisos flutuantes
NOTA: este procedimento de medição deverá ser efetuado sobre o piso
acabado, na condição em que será entregue ao usuário.

Na parte de ensaios, deve constar uma nota ressaltando que,


para ensaios comparativos de eficiência de materiais em obra, é
recomendado que os ambientes sejam na mesma prumada, ou em
unidades exatamente simétricas, sobrepostos e com revestimento
de piso iguais (tudo contrapiso, tudo cerâmico, etc.).

7. 1 - Avaliação do desempenho
A metodologia para avaliar o atendimento dos limites de desem-
penho de isolamento ao ruído aéreo e de isolamento ao ruído de
impacto consiste em medições acústicas, conforme procedimentos
padronizados e especificados em normas internacionais.

A norma de desempenho permite a realização das medições por


dois métodos, com procedimentos diferentes: engenharia e contro-
le. A precisão do método de controle é inferior, com maiores incer-
tezas nos resultados, que podem conflitar na hora de avaliar o aten-
dimento à norma. Recomenda-se, por esta razão, a realização das
medições pelo método de engenharia.

As Tabelas 6 e 7 referenciam parâmetros e métodos para isolamen-


to ao ruído aéreo e de impacto.

Manual ProAcústica | Contrapisos Flutuantes 43


TABELA 6 – PARÂMETROS PARA ISOLAMENTO
ACÚSTICO AO RUÍDO AÉREO

ISOLAMENTO ACÚSTICO AO RUÍDO AÉREO


Descrição Parâmetro Método Norma
ISO 140-4*
Diferença Engenharia
ISO 171-1
padronizada de DnT,w
nível ponderada ISO 10052
Controle
ISO 171-1

* A norma ISO 140-4:1998 foi substituída pela ISO 16283-1:2014.

TABELA 7 – PARÂMETROS PARA ISOLAMENTO


ACÚSTICO AO RUÍDO DE IMPACTO

ISOLAMENTO ACÚSTICO AO RUÍDO DE IMPACTO


Descrição Parâmetro Método Norma
Nível de ISO 140-7**
Engenharia
pressão ISO 171-2
sonora de L’nT,w
impacto padrão ISO 10052
Controle
ponderado ISO 171-2

** A norma ISO 140-7:1998 será substituída pela ISO 16283-2.

7.2 - Medição de isolamento


ao ruído aéreo
A metodologia de medição especificada nas nor-
mas ISO 16283 (*) e ISO 10052 está baseada na
emissão de ruído em um dos recintos, median-
FIGURA 10 – FONTE
te uma fonte sonora omnidirecional, e na medi- DODECAÉDRICA
ção dos níveis de pressão sonora em bandas de OMNIDIRECIONAL E
SONÔMETRO
frequência neste recinto (emissor) e no recinto

Manual ProAcústica | Contrapisos Flutuantes 44


próximo (receptor). A diferença entre ambos os
níveis, com uma correção segundo as condições
acústicas do recinto receptor, proporciona a Di-
ferença de Níveis Padronizada (DnT), que é con-
vertida em um número único através da ISO 717-
1, obtendo a Diferença padronizada ponderada
(DnT,w), que é o valor comparável com os níveis de
desempenho da NBR 15575-3.

7.3 - Medição de isolamento


ao ruído de impacto
A metodologia de medição especificada nas
normas ISO 140-7(**) e ISO 10052 está basea-
da na emissão de ruído de impacto, através de
uma máquina de impactos padronizada no re-
cinto superior (emissor), e na medição do nível
de pressão sonora em bandas de frequência no
recinto subjacente (receptor). O nível registra-
do processado com uma correção, segundo as
condições acústicas do recinto receptor (obtidas
pela medição do tempo de reverberação), pro-
porciona o Nível de pressão sonora de impacto
padrão (L’nT). Este é convertido em um número
único através da ISO 717-2, obtendo o Nível de
pressão sonora de impacto padrão ponderado
FIGURA 11 – TAPPING MACHINE (L’nT,w), que é o valor comparável com os níveis
E SONÔMETRO
de desempenho da NBR 15575-3.

Manual ProAcústica | Contrapisos Flutuantes 45


8 INFORMAÇÕES BÁSICAS PARA
CONSTRUTORES E INCORPORADORES

O contrapiso Os procedimentos indicados


flutuante necessita pelos fabricantes devem ser seguidos
mão de obra para garantia do desempenho
capacitada. acústico previsto.

Os manuais do proprietário devem conter as instruções


para aplicação dos acabamentos e intervenções futuras no
sistema de piso, para que o desempenho acústico projetado
seja mantido após futuras reformas.

9 INFORMAÇÕES BÁSICAS PARA


USUÁRIOS/MORADORES

Os usuários/moradores, Mudanças
segundo a ABNT NBR 15.575, têm inadequadas podem
agora responsabilidade sobre reduzir o desempenho
alterações executadas na unidade acústico para o vizinho
habitacional. do andar inferior.

Deve-se consultar o manual do usuário fornecido pela


construtora, que deve conter instruções e detalhes típicos para
manutenção e substituição dos pisos.

Manual ProAcústica | Contrapisos Flutuantes 46


10 MITOS E VERDADES SOBRE
CONTRAPISOS FLUTUANTES

Os contrapisos Contrapisos flutuantes são O contrapiso


flutuantes podem adequados para isolamento flutuante pode
reduzir muito o de equipamentos. ser utilizado como
incômodo para os MITO: Os materiais contrapiso radiante
vizinhos de andares resilientes de contrapiso (aquecido) com
abaixo da unidade. flutuante são fabricados com projeto adequado.
VERDADE. Os fins bem específicos. A vibração VERDADE. Com as
contrapisos flutuantes de equipamentos é muito devidas conexões e
podem reduzir diferente da prevista no uso sistemas construtivos,
consideravelmente esse residencial, e o contrapiso o contrapiso
incômodo, porém, em flutuante, se mal dimensionado, flutuante pode se
alguns casos, ainda é pode até piorar o desempenho tornar radiante para
possível perceber ruídos. de um sistema. aquecimento.

A introdução de forro convencional de gesso no teto Dobrar a espessura do material


da unidade inferior (receptor) tem influência na resiliente resulta o dobro do
redução do ruído de impacto. isolamento acústico.
MITO. A transmissão do ruído se dá pela laje e MITO. O ganho de desempenho
pelas paredes. A introdução do forro influencia, e acústico não segue uma lógica
pouco, somente a transmissão direta, sem afetar linear, ele deve ser medido
significativamente as demais transmissões. ou calculado.

Pode ser aplicado qualquer tipo de Qualquer material resiliente pode


revestimento típico sobre contrapiso ser utilizado para execução de
flutuante, como pisos de madeira, pisos contrapisos flutuantes.
cerâmicos, carpetes, pisos laminados, etc. MITO. Não é recomendada a aplicação de
VERDADE. Para a instalação de pisos qualquer tipo de material resiliente sob o
especiais, e mais pesados, deve ser contrapiso. É necessário que haja alguma
consultado o fabricante para uma comprovação idônea de ensaio normalizado
avaliação específica. do material a ser aplicado.

Manual ProAcústica | Contrapisos Flutuantes 47


11 MODELO DE FICHA TÉCNICA
(DATASHEET) PARA USO DE FABRICANTES

NOME DO PRODUTO (IMAGEM)

DESCRIÇÃO
Fazer um breve descritivo sobre o produto.

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS
Composição matéria-prima
Espessura total mm
Densidade Kg/m³
Dimensões mxm
Peso líquido kg

CARACTERÍSTICAS DE DESEMPENHO
S’t MN/m³
∆Lw dB

LEGENDA:
S’t – Rigidez dinâmica aparente (Relatório de Ensaio nº XXXXXXX)
∆Lw - Redução Ponderada do Nível de Pressão Sonora de Impactos (Relatório de Ensaio nº
XXXXXXX)
Ensaios realizados no laboratório ITeCons (Universidade de Coimbra), acreditados pelo IPAC/
Portugal.

Manual ProAcústica | Contrapisos Flutuantes 48


12 REFERÊNCIAS NORMATIVAS
NACIONAIS E INTERNACIONAIS
NACIONAIS
❚ ABNT NBR 15575-1:2013 Edificações habitacionais – Desempenho Parte 1:
Requisitos gerais.

❚ ABNT NBR 15575-3:2013 Edificações habitacionais – Desempenho Parte 3:


Requisitos para os sistemas de pisos.

INTERNACIONAIS
❚ ISO 140-1 Acoustics – Measurement of sound insulation in buildings and of
building elements – Part 1: Requirements for laboratory test facilities with
suppressed flanking transmission. (ISO 140-1:1997).

❚ ISO 140-3 Acoustics – Measurement of sound insulation in buildings and of


building elements – Part 3: Laboratory measurements of airborne sound
insulation of building elements. (ISO 140-3:1995).

❚ ISO 140-6 Acoustics – Measurement of sound insulation in buildings and


of building elements – Part 6: Laboratory measurements of impact sound
insulation of floors. (ISO 140-6:1998).

❚ ISO 140-7 Acoustics – Measurement of sound insulation in buildings and of


building elements – Part 7: Field measurements of impact sound insulation
of floors. (ISO 140-7:1998).

❚ ISO 140-8 Acoustics – Measurement of sound insulation in buildings and of


building elements – Part 8: Laboratory measurements of the reduction of
transmitted impact noise by floor coverings on a heavyweight standard floor.
(ISO 140-8:1997).

Manual ProAcústica | Contrapisos Flutuantes 49


❚ ISO 140-12 Acoustics – Measurement of sound insulation in buildings and
of building elements – Part 12: Laboratory measurement of room-to-room
airborne and impact sound insulation of an access floor. (ISO 140-12:2000).

❚ ISO 717-1 Acoustics – Rating of sound insulation in buildings and of building


elements – Part 1: Airborne sound insulation. (ISO 717-1:1996).

❚ ISO 717-2:1996 Acoustics – Rating of sound insulation in buildings and of


building elements – Part 2: lmpact sound insulation. (ISO 717-2:1996).

❚ ISO 9052-1:1989 Acoustics – Determination of dynamic stiffness – Part 1:


Materials used under floating floors in dwellings.

❚ ISO 10140-3:2010 Acoustics – Laboratory measurement of sound insulation


of building elements – Part 3: Measurement of impact sound insulation.

❚ ISO 15712-2:2005 – Building acoustics – Estimation of acoustic performance


of buildings from the performance of elements - Part 2: Impact sound
insulation between rooms.

❚ ISO 16283-1:2014 Acoustics – Field measurement of sound insulation in


buildings and of building elements - Part 1: Airborne sound insulation.

❚ ISO 16283-2 Acoustics – Field measurement of sound insulation in buildings


and of building elements – Part 2: Impact sound insulation.

Manual ProAcústica | Contrapisos Flutuantes 50


MANUAL PROACÚSTICA DE RECOMENDAÇÕES
BÁSICAS PARA CONTRAPISOS FLUTUANTES
Guia prático e orientativo para a padronização de informações com
base em normas internacionais, na ausência de normas nacionais.

REALIZAÇÃO
Esta publicação é uma iniciativa da ProAcústica Associação Brasileira para a
Qualidade Acústica através do Comitê de Piso e Mantas, formado por empresas
associadas fabricantes de produtos e soluções acústicas para contrapisos
flutuantes, além de consultorias especializadas em projetos acústicos.

COORDENAÇÃO Arq. Marcos Holtz e Eng. Rafael Schmitt

DIRETORIA BIÊNIO 2014-2015


Diretor Presidente Davi Akkerman
Diretor Vice-Presidente Administrativo-Financeiro Alberto Safra
Diretor Vice-Presidente de Recursos Associativos Edison Claro de Moraes
Diretor Vice-Presidente de Relações de Mercado Fernando da Silva Neves
Diretor Vice-Presidente de Atividades Técnicas Günter Leitner
Diretor Vice-Presidente de Comunicações e Marketing Luciano Nakad Marcolino

GERÊNCIA EXECUTIVA Arq. Maria Elisa Miranda

REVISÃO, PROJETO GRÁFICO E PRODUÇÃO O Nome da Rosa Editora

Ilustrações: Renato Zechetto | Perspectivas 3D: Larissa L. Bernardi Citadin

Novembro de 2015

Associação
Brasileira para a
Qualidade Acústica

Av. Ibirapuera, nº 3.458 sala 1 - CEP 04028-003


Indianópolis - São Paulo - SP
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