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Acústica Arquitetural

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Acústica Arquitetural

Acústica Nos Edifícios

Grupo 3:

António Daniel (he/him) Pg47027

Bruno Guimarães (he/him) Pg47065

Gonçalo Antunes (he/him) Pg47221

Ricardo Silva (he/him) Pg4760

Professor Doutor Luís Bragança

Professora Doutora Sandra Silva


Índice

Índice ............................................................................................................................................. 2
Introdução ..................................................................................................................................... 3
Absorção sonora ........................................................................................................................... 4
Conceito de absorção sonora ........................................................................................................ 4
Medição do coeficiente de absorção sonora ................................................................................ 8
Materiais e Sistemas absorbentes sonoros ................................................................................ 10
Materiais Porosos.................................................................................................................... 10
Membranas ............................................................................................................................. 12
Ressoadores ............................................................................................................................ 13
Aplicação Conjugada dos Diferentes Tipos de Sistema........................................................... 14
Metodologias de Análise – Teoria Estatística ............................................................................. 16
Campo Sonoro Difuso.............................................................................................................. 16
Tempo de Reverberação ......................................................................................................... 17
Critérios de Desempenho Acústico ............................................................................................. 19
Tempo de Reverberação ......................................................................................................... 19
Defeitos acústicos em Espaços correntes ................................................................................... 20
Eco ........................................................................................................................................... 20
Eco Flutuante .......................................................................................................................... 25
Focalização Sonora .................................................................................................................. 26
Estratégias de Resolução............................................................................................................. 27
Absorção Sonora ..................................................................................................................... 28
Difusão Sonora ........................................................................................................................ 29
Superfícies Planas ................................................................................................................ 29
Superfícies Triangulares e Piramidais.................................................................................. 30
Superfícies Curvas ............................................................................................................... 31
Conclusão .................................................................................................................................... 32
Bibliografia .................................................................................................................................. 33
Introdução

A presente memória descritiva e justificativa tem por base a aplicação das


aprendizagens lecionadas e desenvolvidas no decurso das aulas.

Antes de começar o trabalho em si foi feita uma análise e caracterização


geral do tema em estudo, com todas as suas particularidades.

A fase incial do trabalho consiste em esclarecer onceitos básicos sobre


acustica como a absorção sonora e parametros associados a esta variavel.
Também é escalrecido o metodo de medição e dão-se exemplos de materiais
favoráveis á absorção sonora, como materiais porosos, membranas e
ressoadores.

A segunda fase do trabalho tem como objetivo estudar espços com


campos sonoros difusos e as suas caractristicas. É também esclarecido o conceito
de tempo de revarbaração como criterio de desempenho acustico.

Por fim são estudados defeitos acusticos em espaços e são propostas


estratégias de resolução destes mesmos defeitos.

Para a realização da tarefa utilizaram-se os apontamentos fornecidos pelo


docente, o manual do Regulamento Geral do Ruido e A Norma NP ISSO 1996.

Naturalmente Todas as opções/decisões foram devidamente justificadas


com fundamentos teóricos adequadamente pesquisados ao efeito.

Para além das aprendizagens das aulas, a realização deste trabalho, consta
de um considerado trabalho de investigação, que ter por base a utilização de
fontes de informação como, livros, revistas técnicas, documentos de investigação
e sítios existentes na internet. Todas estas fontes estão detalhadas
posteriormente no decorrer do trabalho e na bibliografia.

Este trabalho conta também com uma apresentação, indispensável para a


compreensão global do projeto.
Absorção sonora

Um dos fatores mais importantes na acústica arquitetural é a absorção sonora


uma vez que certamente já todos passamos pela situação desagradável de um
restaurante muito barulhento onde mal dava para compreender a pessoa que
estava ao nosso lado, ou ate mesmo numa sala de aula que mal dava para
compreender o professor ou tantas outras situações semelhantes. O fator que
nos permite proporcionar boas condições de comunicação, audibilidade e
inteligibilidade da fala, qualidade musical ou distribuição homogênea do som é o
fator da absorção sonora. A absorção sonora é então uma das principais
propriedades dos materiais acústicos aplicados em um projeto que visa o
condicionamento sonoro do ambiente. Posto isto, no presente relatório apenas
serão abordados temas relacionados com este tópico.

Conceito de absorção sonora

Para uma melhor compreensão da absorção sonora é necessário entender o


conceito. Considerando uma fonte sonora emitindo energia num espaço fechado.
A onda sonora produzida pela fonte sonora propaga-se até atingir um obstáculo
desse mesmo espaço fechado, nesse mesmo instante parte da energia sonora
incidente e transmitida de acordo com as características de isolamento sonoro
do material construtivo onde a mesma incidiu e da restante energia, uma parte
será absorvida pelo elemento e outra será refletida Considere-se uma fonte
sonora emitindo energia num espaço fechado. A onda sonora resultante propaga-
se até atingir um obstáculo, por exemplo uma parede interior. Nesse instante
parte da energia sonora incidente é transmitida de acordo com as características
de isolamento sonoro do elemento construtivo, e da restante energia, uma parte
será absorvida pelo elemento normalmente sobe a forma de energia térmica e a
outra refletida como ilustra a figura seguinte.
1-Absorção sonora

A energia sonora refletida, caso não atinja diretamente o recetor, será de novo
refletida sempre que a onda sonora alcance a envolvente do espaço e assim
sucessivamente (diversas ordens de reflexão). A sensação sonora no recetor será
sobretudo condicionada pela intensidade das diferentes reflexões e pelo seu
desfasamento face à onda sonora que o atinge diretamente (som direto).

A percentagem de energia absorvida e refletida por um dado material ou sistema


construtivo é variável consoante a sua natureza, podendo ser avaliada pelo
designado coeficiente de absorção sonora (), que traduz a relação entre a
energia absorvida e a energia incidente.
2-Coeficiente de absorção sonora

Como podemos verificar na imagem a cima é uma grandeza cujo o valor pode
variar entre 0 e 1. Por exemplo uma janela aberta terá teoricamente um
coeficiente de absorção de 1 uma vez que toda a energia incidente é absorvida,
já uma parede de betão tem um coeficiente quase nulo uma vez que toda a
energia incidente é refletida. O coeficiente de absorção sonora de um material
ou elemento construtivo não se mantém constante para os sons graves, médios
e agudos, isto é, varia com a frequência da onda sonora incidente e varia também
com o ângulo de incidência da onda sonora, embora em geral os valores
disponíveis correspondam a uma incidência sonora difusa, isto é, ponderando
todos os possíveis ângulos de incidência.

Na tabela seguinte encontramos a titulo meramente indicativo os valores do


coeficiente de absorção par alguns materiais e pessoas.
3-Coeficiente de absorção de alguns materiais

A capacidade de absorção sonora é assim uma característica comum a todos os


materiais e elementos construtivos, sendo, todavia, distinto o nível de
desempenho de absorção sonora e o modo (fenómeno físico) como esta é
promovida. Quando um material possui a absorção sonora como uma
característica distintiva do seu desempenho pode ser designado por material
absorvente sonoro . Na prática, e ainda que de uma forma simplista, poderá
entender-se como material absorvente sonoro aquele que possui um coeficiente
de absorção sonora igual ou superior a 0,50 para uma ou mais bandas de
frequências de 1/1 oitava.

Por uma questão de facilidade é vulgar a utilização de índices únicos para a


caracterização da absorção sonora que ponderam o valor de  para as diferentes
bandas de frequências. Embora o parâmetro mais completo seja o coeficiente de
absorção sonora ponderado w (índice w de “weighted”) definido pela ISO
11654:1997 (Acoustics. Sound absorbers for use in buildings. Rating of sound
absorption) aquele cuja utilização é mais generalizada atendendo à maior
facilidade na sua determinação é o NRC (“noise reduction coefficient”),
correspondente á média aritmética dos valores do coeficiente de absorção
sonora entre as bandas de 1/1 oitava centradas nos 250 Hz e 2000 Hz, inclusive,
como ilustra a equação seguinte.
4-Coeficiente de absorção ponderado

O valor obtido através da Equação deve ser arredondado para o múltiplo de 0,05
mais próximo. Recomenda-se que um dado valor de NRC seja sempre analisado
considerando a natureza do material ou sistema em causa, sendo que sempre
que o material seja suposto atuar numa gama de frequências estreita (por
exemplo uma membrana), e particularmente fora da zona das médias
frequências, deverá ser considerado o valor de  por banda de frequência de 1/1
oitava e não um valor médio. Nestes casos, e se se pretender recorrer a um índice
único, a utilização do parâmetro w é mais apropriada. Saliente-se que a
utilização dos índices únicos apenas deverá servir para a comparação entre o
desempenho de materiais alternativos e não para a previsão do tempo de
reverberação.

Medição do coeficiente de absorção sonora

Tal como já foi referido o coeficiente de absorção sonora de uma solução


construtiva pode ser estimado através de modelos teóricos mas também se pode
recorrer à medição em laboratório através do método da câmara reverberante
(NP 20354:1993. Acústica. Determinação em câmara reverberante do coeficiente
de absorção sonora e da área de absorção sonora equivalente.), que se baseia na
medição do tempo de reverberação da referida câmara com e sem uma amostra
do material em estudo, e na comparação entre os valores obtidos para as duas
situações (cujas diferenças apenas podem ser justificadas pelo efeito da amostra
do material em estudo).

Importa neste ponto distinguir duas situações-limite em termos das


características de absorção sonora de um espaço interior:

-A câmara anecoica;

-A câmara reverberante.
Uma câmara reverberante é um espaço de dimensões predefinidas (em
normalização específica para o efeito) em que as superfícies interiores são
eminentemente refletoras (valores de  próximos de 0), enquanto que uma
câmara anecoica possui todas as superfícies interiores com características muito
absorventes (valores de  próximos de 1).

5-Camara anecoica
6-Camara reverberante

A medição do coeficiente de absorção sonora em câmara reverberante pode


conduzir a valores do coeficiente de absorção sonora superior à unidade, que por
vezes são reproduzidos em boletins. Nesses casos recomenda-se a limitação do
valor de absorção sonora a utilizar a 1,0 para efeitos de utilização prática. No caso
de os coeficientes de absorção sonora serem apresentados em bandas de 1/3
oitava, os valores para bandas de 1/1oitava podem ser estimados recorrendo à
média aritmética. Um método alternativo para a determinação do coeficiente de
absorção sonora é a utilização do tubo de ondas estacionárias (ou tubo de Kundt),
embora possua o inconveniente do valor de  medido ser referente apenas a uma
incidência perpendicular das ondas sonoras (ainda que seja possível converter
posteriormente os valores obtidos para uma situação de incidência difusa), pelo
que o seu uso não se encontra tão generalizado.
Materiais e Sistemas absorbentes sonoros

Os materiais e sistemas absorbentes sonoros podem-se subdividir em 3


principais classes:

. Porosos (designados para a absorção de Altas frequências)


. Ressoadores (designados para a absorção das baixas frequências).
. Membranas (designados para a absorção das baixas frequências).

Materiais Porosos

Os Materiais porosos são amplamente utilizados para controle de ruído em áreas


tais como a da construção devido à sua capacidade de dissipação de energia
sonora em amplas faixas de frequência sonora, isto é, de reduzido comprimento
de onda. Podendo estes ainda serem de natureza: orgânica, inorgânicas e híbrida.
A principal atenuante que dita o desempenho acústico deste tipo de
material é a sua resistividade ao fluxo de ar , se o material for demasiado denso
, o ar terá dificuldades em penetrar a estrutura porosa e por sua vez terá um mau
comportamento acústico o mesmo se sucede caso não seja tão densa como o
desejado tornando as perdas por atrito quase negligenciável.

As espumas orgânicas são amplamente usadas devido à sua


microestrutura controlável e produção abundante sendo que estas podem ter
uma estrutura porosa fechada, parcialmente aberta ou aberta. As propriedades
de absorção sonora das espumas orgânicas têm uma relação direta com sua
microestrutura, que pode ser regulada alterando os ingredientes químicos que a
constitui as espumas com células médias possuem melhor capacidade de
absorção sonora do que aquelas com células finas ou grandes células, que devido
à melhor correspondência de resistividade do fluxo de ar como mostra o seguinte
gráfico:

As espumas inorgânicas possuem propriedades únicas tanto físicas como


mecânicas e térmicas ideias para ambientes agressivos elas podem ser
produzidas introduzindo partículas de polímeros e removendo-as posteriormente
por sinterização a altas temperaturas.

Alguns exemplos de materiais com estas características utilizados


habitualmente em edifícios são: lã de rocha, lã de vidro, espumas, tecidos e
alcatifas, , aglomerados de madeira, aglomerados de cortiça etc.…
Membranas

Este tipo de sistema é constituído por um painel flexível de pequena


espessura (um exemplo pratico seria o gesso cartonado) apoiado numa estrutura
fixada a um elemento rígido ,como uma parede, e com um espaço de ar no tardoz.

Exemplo prático de uma membrana colocada no teto

As membranas são particularmente eficazes para a absorção das baixas


frequências, sendo possível estimar a sua frequência de eficácia máxima pela
seguinte equação:

60
𝑓𝑟 =
√ 𝑚𝑑

fr – frequência da ressonância (Hz)

m – Massa superficial (Kg/m2)

d – Espessura da caixa de ar (m)


Uma possível opção para aprimorar este tipo de solução construtiva, será a
colocação de um material poroso na caixa de ar embora que o valor máximo do
coeficiente de absorção seja alterado como indica no gráfico :

Membrana sem material poroso vs membrana com material poroso

Ressoadores

Os ressoadores baseiam a sua ação no fenómeno da ressonância. Um


ressoador é um sistema constituído por uma cavidade com ar confinado ligado
ao ambiente através de uma abertura estreita, similar a uma garrafa.

A frequência de ressonância (fr) e dade pela seguinte equação:

𝑠 𝑐
𝑓𝑟 = √
𝑉 (𝑙 + 1,6𝑟) 2𝜋

C – Velocidade do som no ar (m/s)


S – Área do gargalo (mm2)
V – Volume de ar interior (dm3)
R – Raio do Gargalo (mm)
L – Comprimento do Gargalo (mm)
A frequência de ressonância de um ressoador cresce com a área de abertura do
gargalo, sendo inversamente proporcional ao volume interior e ao comprimento
do gargalo.

Representação esquemática do modo de funcionamento de um ressoador

À semelhança das membranas, podemos também alargar a zona de desempenho


ao custo de ter uma menor eficácia na zona máxima.

Aplicação Conjugada dos Diferentes Tipos de Sistema

Para garantir um bom desempenho de absorção sonora para uma gama alargada
de frequência sonoras, é fundamental uma solução construtiva com, por
exemplo, uma lã de rocha indicada para Altas frequências, com uma caixa de ar
e membrana com efeito de ressonância (Baixas frequências), e ainda com
desempenho de um ressoador (médias frequências).

Esta combinação como cobre uma vasta amplitude de frequências, impede a


absorção excessiva de uma determinada gama de frequência, responsável por
efeitos indesejáveis para a perceção sonora.
O Sistema em causa apresenta um excelente comportamento em frequências
médias e razoável em baixas e altas, no entanto esta solução conjugada e muito
mais versátil do que as constituintes individualmente.

Adverte-se ainda que a proposição de uma solução adotada para incrementar a


absorção sonora de um espaço deve ponderar o comportamento da mesma ao
nível de diversas valências tais como reação ao fogo, durabilidade, isolamento
térmico, entre outros.
Metodologias de Análise – Teoria Estatística

Campo Sonoro Difuso

A definição deste termo é essencial para o uso da teoria estatística na análise da


acústica interior de um espaço fechado. Sendo campo sonoro difuso todo aquele
que possui a mesma densidade de energia sonora em qualquer ponto do seu
espaço, em que as ondas de propagação sonora ocorrem com a mesma
probabilidade para todas as direções possíveis.

Dada a existência de um espaço concreto, existem alguns pormenores que


podem invalidar a assunção teórica de um campo sonoro difuso:

Volume irregular – uma das três dimensões superior em pelo menos 5 vezes o
valor da maior de qualquer uma das demais, embora um valor de cerca de 3 vezes
pode já ser incomodativo;

Absorção sonora não uniforme – o valor do coeficiente de absorção sonora entre


pares de superfícies opostas não deve variar em mais de três vezes, a não ser que
existam objetos que incrementem a difusão sonora;

Presença excessiva de objetos no interior – fração do volume ocupada por


objetos deve ser inferior a 0,2;

Volume interior muito elevado – um valor de 5000m3 pode ser referido como
referência indicativa.

Ao se considerar um campo sonoro difuso está-se implicitamente a considerar


relações de fase desprezáveis entre reflexões e uma densidade modal elevada o
suficiente que permita desprezar a influência dos modos próprios do espaço.
Sendo esta última condição difícil de garantir principalmente nas baixas
frequências, ainda que possível estimar-se um valor de referência para a
frequência a partir da qual essa hipótese possa ser admitida sem um erro
significativo, conhecida por frequência de Schroeder:

𝑇60
Fs = 2000√
𝑉
Tempo de Reverberação

Entende-se como tempo de reverberação qualquer interrupção de uma fonte


sonora num espaço fechado, a componente do campo sonoro interior relativa ao
som direto extingue-se quase imediatamente, mas persiste a componente
relativa às múltiplas reflexões das ondas sonoras na envolvente, diminuindo de
forma repentina ou não dependendo do grau de absorção da envolvente.

Define-se tempo de reverberação como o intervalo de tempo necessário a um


decaimento do nível de pressão sonora de 60 dB a partir do momento que a fonte
sonora interrompe a sua emissão, designando-se por T60.

O tempo de reverberação é o parâmetro fundamental para a análise da qualidade


acústica de espaços correntes, existindo para cada tipo de utilização valores de
referência recomendáveis. A necessidade prática de limitar o tempo de
reverberação para uma dada utilização a um intervalo de valores resulta do tipo
de alterações provocadas no campo sonoro interior pela sua variação.

Área de absorção sonora equivalente e coeficiente de absorção sonora médio

Define-se área de absorção sonora equivalente de um espaço como o somatório


do produto dos coeficientes de absorção sonora dos materiais da sua envolvente
pela área respetiva:

O coeficiente de absorção sonora médio da envolvente interior:

Simplificando as equações anteriores obtemos:


Em rigor, a área de absorção sonora equivalente depende ainda da absorção
sonora adicional conferida pela presença de pessoas e/ou objetos, a absorção do
ar:

Principais modelos de cálculo estatísticos – equações de Sabine e de Norris-Eyring

Modelo de cálculo de Sabine:

Modelo de cálculo de Norris-Eyring:


Critérios de Desempenho Acústico

Tempo de Reverberação
Exemplos de valores aconselháveis para o tempo de reverberação em função do
tipo de utilização:

A regulamentação Portuguesa relativa às exigências acústicas em edifícios impõe


valores máximos para o tempo de reverberação no interior de alguns espaços das
diversas categorias de edifícios definidas, sobretudo quando é expectável um
elevado número de pessoas na sua utilização combinado com exigências de
concentração ou sossego, ou ainda de transmissão da palavra com adequadas
condições de inteligibilidade:

• Edifícios comerciais, industriais ou de serviços (Refeitórios ou recintos


públicos de restauração, escritórios com V >= 100m3);
• Edifícios escolares e de investigação (Salas de aula, bibliotecas, salas
polivalentes, refeitórios, ginásios, circulações comuns);
• Edifícios hospitalares (Refeitórios, enfermarias, circulações comuns e salas
de espera com V>= 100m3);
• Recintos desportivos (Interior do recinto);
• Estações de transporte de passageiros (Interior dos átrios ou salas de
embarque com V>=350m3).
Defeitos acústicos em Espaços correntes

A aplicação da teoria estatística para a análise de espaços correntes, geralmente


conduz á obtenção de resultados satisfatórios para os parâmetros sonoros, no
entanto não asseguram a total competência sonora do recinto. Estes podem
ainda sofrer de defeitos acústicos suscetíveis a prejudicar as condições de
conforto acústico ideais. As disfunções mais comuns nos edifícios podem originar
ecos, ecos flutuantes e focalizações sonoras.

Eco

Eco Flutuante

Focalização
Sonora

Eco

O eco consiste basicamente na repetição de uma onda sonora, provocado pela


reflexão numa superfície. O atraso entre a onda sonora original e a refletida é
uma indicação da distância da superfície refletora. Esta distância poderia ser
facilmente avaliada se a velocidade do som fosse constante em todos os meios,
mas comos é sabido esta pode variar de acordo com o meio e a temperatura em
que se propaga.
Para que o Eco seja percetível a fonte sonora e obstáculo devem estar a pelo
menos 50m de distância. Em cada reflexão onda sonora perde intensidade, por
absorção da superfície refletora, fazendo com que a amplitude sonora da onda
diminua. Esta reflexão pode ser bastante útil para a determinação da
profundidade da água com SONAR.

Figura 7- Princípio de Funcionamento de um Sonar

A equação seguinte demonstra o método básico para a determinação da


distância do fundo marítimo utilizado por um Sonar. Conhecendo a velocidade do
som no meio e medindo o tempo entre a emissão e a recessão do som é possível
conhecer a profundidade do fundo do oceano.

𝑑
𝑉= ⇔ d = t/2 × d
𝑡/2
Figura 8- –Potencial eco percecionado pelo receto

Figura 9- Deteção de um eco num refletograma


Nos edifícios fechados, o eco toma o nome de reverberação como visto
anteriormente no capítulo de Teoria Estatística. Este fenómeno consiste em
reflexões múltiplas, ou ecos, de sons dentro de um edifício, que se fundem e
persistem durante algum tempo antes de desaparecerem.

Figura 10- Rebarbaração num espaço interior

Quanto mais absorvente é a superfície refletora menor é a intensidade da


onda refletida.
Eco Flutuante

Este fenómeno ocorre no caso da emissão sonora entre duas superfícies


paralelas refletoras, não muito distantes entre si. O fenómeno é caracterizado
por uma rápida sucessão de reflexões do som original; o efeito é particularmente
percetível no caso do espaço possuir boas características de absorção sonora na
restante envolvente.

Figura 11- Medição do tempo de reverberação num recetor para o qual foi
detetado um eco flutuante
Pode observar-se esta ocorrência ao ar livre e entre duas superfícies refletoras,
por exemplo através de um estímulo sonoro tão simples como o bater de palmas.

Figura 12- Bater Palmas

Focalização Sonora
A focalização sonora deve-se á geometria do espaço. Esta geometria não deve
promover a concentração de energia em algum ponto espacial, mas sim preservar
a uniformidade do campo sonoro no interior do espaço. Este fator é fundamental
no dimensionamento de salas de espetáculo para um maior conforto dos utentes.

Figura 13- Focalização sonora devido ao efeito de uma superfície côncava


Podem verificar-se similaridades na geometria de todas as salas de
espetáculo, de modo a melhor visualização e claro a uma uniformização do som
superior.

Figura 14-Salas de Espetáculo

Pode verificar-se uma ausência de formas geométricas com arestas


vincadas e uma predominância de formas circulares.

Estratégias de Resolução

O principal tipo de correção executado a superfícies potencialmente


problemáticas passa pela colocação de uma camada de material sobre essa
mesma superfície. Este material deve ter um elevado desempenho de absorção
e difusão sonora. Estes conceitos foram abordados anteriormente neste
documento.
Absorção Sonora

Devem ser aplicadas camadas de materiais como por exemplo a cortiça, espumas
e malhas com alto coeficiente de absorção sonora.

Figura 15-Solução de elevada absorção Sonora

Figura 16-Revestimento em cortiça e Lã de Vidro


Difusão Sonora

A difusão sonora está associada á geometria da superfície e normalmente


aplicam-se revestimentos com textura para renovações, e para edifícios novos a
geometria das superfícies já está embutida na própria arquitetura.

Figura 17- Solução de elevada absorção sonora

Superfícies Planas

No caso das superfícies planas com dimensões finitas rígidas e sem


rugosidade, qualquer dispersão sonora gerada será devida à dispersão nos
bordos do material.
Figura 18- Superfície Plana

Superfícies Triangulares e Piramidais

Em relação às superfícies triangulares e piramidais, estas têm a capacidade de


gerar reflexões especulares ou reflexões difusas, dependendo da angulação entre
as placas e sua disposição

Figura 19- Superfície Piramidal


Superfícies Curvas

As superfícies curvas são as mais utilizadas como difusores, podendo ser tanto
côncavas como convexas, sendo estas as mais utilizadas.

Figura 20- Superfície Curva


Conclusão

Com a realização do projeto, foi possível absorver diversos conhecimentos


relacionados com a acústica arquitetural, absorção sonora, comportamento do
som nos materiais, procedimentos de medição, tempo de rebarbaração e
defeitos acusticos em espaços. O estudo deste tema é fundamental no percurso
académico de um estudante, pois sensibliza os alunos para soluções de
engenharia e arquitetura favoráveis ao conforto sonoro. A análise de resultados
permite perceber melhor o ambiente que nos rodeia, e assim contribuir para o
bem estar da população em geral.
Bibliografia

Agência Portuguesa do Ambiente (2020). “Guia prático para medições de ruído


ambiente - no contexto do Regulamento Geral do Ruído tendo em conta a NP ISO
1996”

NP ISO 1996-1 (2019). “Acústica. Descrição, medição e avaliação do ruído


ambiente. Parte 1: Grandezas fundamentais e métodos de avaliação.”

NP ISO 1996-2 (2019) “Acústica. Descrição, medição e avaliação do ruído


ambiente. Parte 2: Determinação dos níveis de pressão sonora.”

Diário da República n.º 12/2007, Série I de 2007-01-17 (2007). “Regulamento


Geral do Ruído (RGR) Decreto-Lei n.º 9/2007”

https://trisoft.com.br/absorcao-sonora-trisoft

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