01 Lingua Portuguesa
01 Lingua Portuguesa
01 Lingua Portuguesa
Emprego das classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio,
preposição e conjunção: emprego e sentido que imprimem às relações que estabelecem. ................... 46
Coexistência das regras ortográficas atuais com o Novo Acordo Ortográfico. ................................. 151
. 1
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Mecanismos de organização textual: coesão e coerência................................................................ 185
relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom
desempenho na prova.
As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar
em contato, informe:
- Disciplina (matéria);
- Qual a dúvida.
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O
Bons estudos!
. 2
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Compreensão e interpretação de textos.
Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante
todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica
foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida
conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente
para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores@maxieduca.com.br
Interpretação de Texto
“O senhor... Mire veja: o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre
iguais, ainda não foram terminadas, mas que elas vão sempre mudando. Afinam e desafinam. Verdade
maior. É o que a vida me ensinou. Isso que me alegra, montão.”
Escrever para matar o tempo. Escrever por obrigação. Escrever por profissão. Escrever para tornar
presente a ausência. Escrever para manter próximos os elos distantes. Escrever para vencer o espaço e
o tempo. Escrever para se encontrar ou se perder de vez. Escrever para dar vida eterna ao instante
efêmero. Escrever para se sentir solitário, mas escrever para ter companhia na solidão. Escrever para se
conhecer nas entranhas, mas escrever para romper a espessa crosta da individualidade. Escrever para
criar pontes em busca do outro. Escrever para ter a marca registrada do ser pensante. Escrever para
explodir ou domar a paixão. Escrever como treino de inteligência ou para admirar a loucura da lucidez.
Escrever para criar um ritual em que o homem é a própria magia. Escrever para se firmar como uma voz
distinta no mundo. Escrever para aceitar, negar e transformar o mesmo mundo. Escrever para se sentir
vivo e renovar o grande estoque de palavras-mundo que há em nós. Daqui surgem os textos.
A maioria das pessoas fala enquanto faz alguma coisa. Numa partida de futebol, os jogadores não só
correm e chutam, mas gritam, advertem, perguntam. Difícil é ler e ao mesmo tempo fazer outra coisa. Ao
lermos, a realidade em torno de nós tende a sumir de nossa atenção, porque ficamos concentrados
naquilo que o texto nos diz.
“Na leitura, é importante descobrir o que é relevante em cada texto e conseguir situar-se
convenientemente no ponto de observação escolhido pelo autor, compreendendo suas intenções e
propósitos”.
Para que isso aconteça, é necessário que haja maturidade para a compreensão do material lido, senão
tudo cairá no esquecimento ou ficará armazenado em nossa memória sem uso, até que tenhamos
condições cognitivas para utilizar. De uma forma geral, passamos por diferentes níveis ou etapas até
termos condições de aproveitar totalmente o assunto lido. Essas etapas ou níveis são cumulativas e vão
sendo adquiridas pela vida, estando presente em praticamente toda a nossa leitura.
O Primeiro Nível é elementar e diz respeito ao período de alfabetização. Ler é uma capacidade
cerebral muito sofisticada e requer experiência: não basta apenas conhecermos os códigos, a gramática,
a semântica, é preciso que tenhamos um bom domínio da língua.
. 1
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
O Segundo Nível é a pré-leitura ou leitura inspecional. Tem duas funções específicas: primeiro,
prevenir para que a leitura posterior não nos surpreenda e, sendo, para que tenhamos chance de escolher
qual material leremos, efetivamente. Trata-se, na verdade, de nossa primeira impressão sobre o texto. É
a leitura que comumente desenvolvemos “nas livrarias”. Nela, por meio do salteio de partes, respondem
basicamente às seguintes perguntas:
- Por que ler este livro?
- Será uma leitura útil?
- Dentro de que contexto ele poderá se enquadrar?
Essas perguntas devem ser revistas durante as etapas que se seguem, procurando usar de
imparcialidade quanto ao ponto de vista do autor, e o assunto, evitando preconceitos. Se você se propuser
a ler um texto sem interesse, com olhar crítico, rejeitando-o antes de conhecê-lo, provavelmente o
aproveitamento será muito baixo. Ler é armazenar informações; desenvolver; ampliar horizontes;
compreender o mundo; comunicar-se melhor; escrever melhor; relacionar-se melhor com o outro.
O Terceiro Nível é conhecido como analítico. Depois de vasculharmos bem o texto na pré-leitura,
analisamos. Para isso, é imprescindível que saibamos em qual gênero o texto se enquadra: trata-se de
um romance, um tratado, uma notícia de jornal, revista, entrevista, neste caso, existe apenas teoria ou
são inseridas práticas e exemplos. No caso de ser um texto teórico, que requeira memorização, procure
criar imagens mentais sobre o assunto, ou seja, veja, realmente, o que está lendo, dando vida e muita
criatividade ao assunto. Note bem: a leitura efetiva vai acontecer nesta fase, e a primeira coisa a fazer é
ser capaz de resumir o assunto do texto em duas frases. Já temos algum conteúdo para isso, pois o
encadeamento das ideias já é de nosso conhecimento. Procure, agora, ler bem o texto, do início ao fim.
Esta é a leitura efetiva, aproveite bem este momento. Fique atento! Aproveite todas as informações que
a pré-leitura ofereceu. Não pare a leitura para buscar significados de palavras em dicionários ou sublinhar
textos, isto será feito em outro momento.
O Quarto Nível de leitura é o denominado de controle. Trata-se de uma leitura com a qual vamos
efetivamente acabar com qualquer dúvida que ainda persista. Normalmente, os termos desconhecidos
de um texto são explicitados neste próprio texto, à medida que vamos adiantando a leitura. Um
mecanismo psicológico fará com que fiquemos com aquela dúvida incomodando-nos até que tenhamos
a resposta. Caso não haja explicação no texto, será na etapa do controle que lançaremos mão do
dicionário. Veja bem: a esta altura já conhecemos bem o texto e o ato de interromper a leitura não vai
fragmentar a compreensão do assunto como um todo. Será, também, nessa etapa que sublinharemos os
tópicos importantes, se necessário. Para ressaltar trechos importantes opte por um sinal discreto próximo
a eles, visando principalmente a marcar o local do texto em que se encontra, obrigando-o a fixar a
cronologia e a sequência deste fato importante, situando-o. Aproveite bem esta etapa de leitura.
Um Quinto Nível pode ser opcional: a etapa da repetição aplicada. Quando lemos, assimilamos o
conteúdo do texto, mas aprendizagem efetiva vai requerer que tenhamos prática, ou seja, que tenhamos
experiência do que foi lido na vida. Você só pode compreender conceitos que tenha visto em seu
cotidiano. Nada como unir a teoria à prática. Na leitura, quando não passamos pela etapa da repetição
aplicada, ficamos muitas vezes sujeitos àqueles brancos quando queremos evocar o assunto. Observe
agora os trechos sublinhados, trace um diagrama sobre o texto, esforce-se para traduzi-lo com suas
próprias palavras. Procure associar o assunto lido com alguma experiência já vivida ou tente exemplificá-
lo com algo concreto, como se fosse um professor e o estivesse ensinando para uma turma de alunos
interessados. É importante lembrar que esquecemos mais nas próximas 8 horas do que nos 30 dias
posteriores. Isto quer dizer que devemos fazer pausas durante a leitura e ao retornarmos ao texto,
consultamos as anotações. Não pense que é um exercício monótono. Nós somos capazes de realizar
diariamente exercícios físicos com o propósito de melhorar a aparência e a saúde. Pois bem, embora não
tenhamos condições de ver com o que se apresenta nossa mente, somos capazes de senti-la quando
melhoramos nossas aptidões como o raciocínio, a prontidão de informações e, obviamente, nossos
conhecimentos intelectuais. Vale a pena se esforçar no início e criar um método de leitura eficiente e
rápido.
Ideias Núcleo
O primeiro passo para interpretar um texto consiste em decompô-lo, após uma primeira leitura, em
suas “ideias básicas ou ideias núcleo”, ou seja, um trabalho analítico buscando os conceitos definidores
. 2
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
da opinião explicitada pelo autor. Esta operação fará com que o significado do texto “salte aos olhos” do
leitor. Exemplo:
Terceiro Conceito do Texto: “Para este caminho de regresso às origens de um trauma, Freud se utilizou
especialmente da linguagem onírica dos pacientes, considerando os sonhos como compensação dos
desejos insatisfeitos na fase de vigília.” Aqui, está explicitado que a descoberta das raízes de um trauma
se faz por meio da compreensão dos sonhos, que seriam uma linguagem metafórica dos desejos não
realizados ao longo da vida do dia a dia.
Quarto Conceito do Texto: “Mas a grande novidade de Freud, que escandalizou o mundo cultural da
época, foi a apresentação da tese de que toda neurose é de origem sexual.” Por fim, o texto afirma que
Freud escandalizou a sociedade de seu tempo, afirmando a novidade de que todo o trauma psicológico
é de origem sexual.
Questões
01. (PM/BA - Soldado da Polícia Militar - FCC - PM/BA - Soldado da Polícia Militar)
Desde o desenvolvimento da linguagem, há 5.000 anos, a espécie humana passou a ter seu caminho
evolutivo direcionado pela cultura, cujos impulsos foram superando a limitação da biologia e os açoites
da natureza. Foi pela capacidade de pensar e de se comunicar que a humanidade obteve os meios para
escapar da fome e da morte prematura.
O atual empuxo tecnológico se acelerou de tal forma que alguns felizardos com acesso a todos os
recursos disponíveis na vanguarda dos avanços médicos, biológicos, tecnológicos e metabólicos podem
realisticamente pensar em viver em boa saúde mental e física bem mais do que 100 anos. O prolon-
gamento da vida saudável, em razão de uma velhice sem doenças, já foi só um exercício de visionários.
Hoje é um campo de pesquisa dos mais sérios e respeitados.
Robert Fogel, o principal formulador do conceito da evolução tecnofísica, e outros estudiosos estão
projetando os limites dessa fabulosa caminhada cultural na qualidade de vida dos seres humanos.
Quando se dedicam a essa tarefa, os estudiosos esbarram, em primeiro lugar, nas desigualdades de
renda e de acesso às inovações. Fazem parte das conjecturas dos estudiosos a questão ambiental e a
. 3
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
necessidade urgente de obtenção e popularização de novas formas de energia menos agressivas ao
planeta.
(Adaptado de Revista Veja, 25 de abril de 2012 p 141)
... a espécie humana passou a ter seu caminho evolutivo direcionado pela cultura, cujos impulsos
foram superando a limitação da biologia ... (1º parágrafo)
O sentido do segmento grifado acima está reproduzido com outras palavras, respeitando-se a lógica,
a correção e a clareza, em:
(A) o caminho da evolução da humanidade, apesar das limitações biológicas, passam ainda hoje pelo
desenvolvimento c cultural, que as possibilita.
(B) o desenvolvimento cultural da humanidade permitiu descobrir as causas de problemas que
afetavam a saúde das pessoas, bem como combater as doenças.
(C) os problemas de origem física, como uma doença, nem sempre foi possível resolvê-la, com base
nos problemas resultantes da biologia.
(D) com o desenvolvimento da cultura humana, descobriu-se as leis da biologia e do ambiente que
viviam, permitindo-os evoluir com mais saúde.
(E) as descobertas científicas da biologia veio permitir que a humanidade fosse se tornando mais capaz
de evoluir por um tempo mais longo e com saúde.
Tendo por base a frase “Venha aqui, seu vagabundo”, analise as afirmações seguintes.
I. Temos na oração, um verbo conjugado no modo imperativo.
II. O vocábulo “seu”, no caso, é um pronome possessivo.
III. A vírgula foi empregada para isolar o vocativo.
. 4
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
grosseiro dizer “não’ ________ alguém que você conhece, todo mundo acaba adicionando todo mundo.
E isso vai levando ________ banalização do conceito de amizade.
É verdade. Mas, com a chegada de sítios como O Twitter, ficou diferente. Esse tipo de sítio é uma
rede social completamente assimétrica. E isso faz com que as redes de “seguidos” de alguém possam
se comunicar de maneira muito mais fluida. Ao estudar a sua própria rede no Twitter, o sociólogo Nicholas
Christakis, da Universidade de Harvard, percebeu que seus Amigos tinham começado a se comunicar
entre si Independentemente da mediação dele. Pessoas cujo único ponto em comum era o próprio
Christakis acabaram ficando amigas. No Twitter, eu posso me interessar pelo que você tem a dizer e
começar a te seguir. Nós não nos conhecemos. Mas você saberá quando eu o retuitar ou mencionar seu
nome no sítio, e poderá falar comigo. Meus seguidores também podem se interessar pelos seus tuítes e
começar a seguir você. Em suma, nós continuaremos não nos
conhecendo, mas as pessoas que estão _______ nossa volta podem virar amigas entre si.
04. (TJ/SP - Escrevente Técnico Judiciário - Prova versão 1 - VUNESP) Leia a tira.
Saber é trabalhar
. 5
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
A pesquisa do Dieese é um medidor importante, pois sua metodologia leva em conta não só o
desemprego aberto (quem está procurando trabalho), como também o oculto (pessoas que desistiram de
procurar ou estão em postos precários). Uma das consequências dessa situação é apontada dentro da
própria pesquisa, um aumento médio no nível de rendimentos dos trabalhadores ocupados.
A outra é a dificuldade que as empresas têm de encontrar mão de obra qualificada para os postos de
trabalho que estão abertos. A Fundação Dom Cabral apresentou, em março, a pesquisa Carência de
Profissionais no Brasil. A análise levou em conta profissionais dos níveis técnico, operacional, estratégico
e tático. Do total, 92% das empresas admitiram ter dificuldade para contratar a mão de obra de que
necessitam.
(Língua Portuguesa, outubro de 2011, Adaptado)
06. (TJ/SP - Escrevente Técnico Judiciário - Prova versão 1 - VUNESP) A frase inicial do texto –
Geralmente, numa situação… um posto de trabalho. – expressa as condições gerais em uma situação de
altos índices de desemprego. De acordo com essas condições,
(A) o perfil de profissional pretendido nem sempre é bem definido nas empresas.
(B) o desemprego aumenta em decorrência da qualificação profissional.
(C) a formação de um profissional é, via de regra, questão secundária na sua contratação.
(D) a qualificação profissional é um caminho para se conseguir um emprego.
(E) o profissional deve ter qualificação inferior em relação às pretensões da empresa.
07. (TJ/SP - Escrevente Técnico Judiciário - Prova versão 1 - VUNESP) De acordo com o texto
“Saber é Trabalhar” responda:
No contexto em que se insere o período – A outra é a dificuldade que as empresas têm de encontrar
mão de obra qualificada para os postos de trabalho que estão abertos. – (3.º parágrafo), entende-se que
a expressão
“A outra” refere-se a:
(A) consequências.
(B) lógica.
(C) pesquisa.
(D) situação.
(E) metodologia.
O velho
Chico Buarque
O velho sem conselhos
De joelhos
De partida
Carrega com certeza
Todo o peso
Da sua vida
A vida inteira, diz que se guardou
Do carnaval, da brincadeira
Que ele não brincou.
Me diga agora
O que é que eu digo ao povo
O que é que tem de novo
Pra deixar
. 6
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Nada
Só a caminhada
Longa, pra nenhum lugar.
Nos versos da música “O velho”, Chico Buarque de Holanda retrata a vida de um homem que:
(A) temia envelhecer.
(B) não soube aproveitar a vida.
(C) foi apaixonado pelo carnaval.
(D) tinha orgulho de suas conquistas.
Texto 1
O futuro do trabalho
“[...]
Seja como for, é preciso resolver os problemas do desemprego e da informalidade, que são mais
acentuados nos países subdesenvolvidos. O caminho é estabelecer políticas de geração de empregos,
além de garantir melhores condições para os trabalhadores em ocupações precárias.
Uma das saídas é a redução da jornada de trabalho: as pessoas trabalham menos para que se abram
vagas para as desempregadas. Outra estratégia é instituir programas de formação profissional e de
microcrédito para trabalhadores autônomos, desempregados e pequenas empresas.”
Texto 2
Conflito de gerações
. 7
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Ao analisar a linguagem e o discurso do texto 1 e do texto 2 respectivamente. Assinale a alternativa
CORRETA:
(A) no texto 1, a linguagem é mais informal, seguindo à norma padrão; utiliza-se ainda o discurso
indireto, envolvendo questões sociais. No texto 2, percebe-se uma linguagem menos informal e um
discurso direto entre mãe e filho.
(B) no texto 1, a linguagem é coloquial, seguindo à norma padrão; tem-se ainda o discurso indireto e
direto, aplicado à interpretação do cotidiano. Já no texto 2, a linguagem é formal, ocorre ainda um diálogo
entre mãe e filho.
(C) no texto 1, a linguagem é mais formal, obedecendo à norma culta; consegue-se ainda identificar
um discurso indireto, aplicado interpretativamente às questões sociais. Já no texto 2, além de uma
linguagem informal, em que se notam repetições e frases, ocorre, também, um diálogo entre mãe e filho.
(D) no texto 1, a linguagem é formal, segundo à norma culta; tem-se ainda a presença do discurso
direto que revela questões da comunidade. Já no texto 2, a linguagem é culta e o discurso é direto.
(E) no texto 1, a linguagem é menos formal, no entanto, segue à norma culta; identifica-se ainda o
discurso indireto, aplicado à análise do cotidiano. No texto 2, a linguagem é coloquial e o discurso é direto
entre mãe e filho.
Respostas
01. Resposta B
“Caminho evolutivo direcionado pela cultura em outras palavras”: o desenvolvimento cultural
02. Resposta B
SEU = pode ser empregado como pronome possessivo ou como pronome de tratamento (forma
utilizada na questão acima).
Observe abaixo um pouco do que diz o dicionário Houaiss sobre a utilização da palavra SEU como
pronome de tratamento:
seu. senhor ('tratamento respeitoso') (Empregado diante de nome de pessoa, ou de outro axiônimo,
ou de palavra designativa de profissão.) (seu Joaquim) (seu doutor) (seu delegado). GRAM fem.: sinhá,
sinha, siá, sia, senhora. Uso empregado também com valor afetivo (seu bobinho!), de forma jocosa (p.
ex.: aposto que seu Tiago saberá a resposta - sendo Tiago uma pessoa jovem) ou disfêmica (seu pateta!),
ou, ainda, com matiz interjetivo (tinha coragem de me enfrentar nada, seu!); nestes casos, há no Brasil
os fem. sua, senha, sinha.
Fonte: Dicionário Houaiss da língua portuguesa / Antônio Houaiss e Mauro de Salles Villar
03. Resposta D
No número II o autor deixa claro no texto, que as amizades formadas por redes sociais não são
duradoras nem possuem uma base sólida. Já no número III, a concepção de amizade proveniente de
redes sociais, esbarra em um ponto importante, aquela amizade de curtir fotos, comentários mas nada
profundo com sentimento.
04. Resposta B
Sim, o sentimento expresso no segundo quadrinho é de indiferença, visto que ele não se importa se a
grama do vizinho é mais verde ou não.
05. Resposta E
Segundo o texto, cada vez menos os candidatos a uma vaga de emprego se especializam ou possuem
um diferencial na hora de concorrer à uma vaga de emprego.
06. Resposta D
Aqueles que não possuem um diferencial, uma maior qualificação, estão sujeitos a ficar sem emprego,
pois não possuem nada novo para oferecer às empresas.
07. Resposta A
Consequência, pois antes já estava enumerado outros motivos para a falta de qualificação dos
candidatos a um emprego.
. 8
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
08. Resposta B
No trecho que ele diz: “A vida inteira, diz que se guardou do carnaval, da brincadeira que ele não
brincou”... Com este trecho é possível chegar a resposta “B” ele não aproveitou a vida.
09. Resposta A
Somente o o trecho: Se Deus quiser quando eu voltar do mar, um peixe bom eu vou traxer”, já é
possível perceber qual é a ideia de sua canção. A volta dos pescadores depois de um período no mar.
10. Resposta C
No texto 1 o autor descreve um problema e apresenta a solução, em uma linguagem mais culta. Já no
texto 2 temos um diálogo entre mãe e filho, o que não é necessário o uso da linguagem formal.
Tipologia textual.
Tipos Textuais
Descrição
Narração
Dissertação
. 9
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Carta
Descrição
É a representação com palavras de um objeto, lugar, situação ou coisa, onde procuramos mostrar os
traços mais particulares ou individuais do que se descreve. É qualquer elemento que seja apreendido
pelos sentidos e transformado, com palavras, em imagens.
Sempre que se expõe com detalhes um objeto, uma pessoa ou uma paisagem a alguém, está fazendo
uso da descrição. Não é necessário que seja perfeita, uma vez que o ponto de vista do observador varia
de acordo com seu grau de percepção. Dessa forma, o que será importante ser analisado para um, não
será para outro.
A vivência de quem descreve também influencia na hora de transmitir a impressão alcançada sobre
determinado objeto, pessoa, animal, cena, ambiente, emoção vivida ou sentimento.
Exemplos:
(I) “De longe via a aleia onde a tarde era clara e redonda. Mas a penumbra dos ramos cobria o atalho.
Ao seu redor havia ruídos serenos, cheiro de árvores, pequenas surpresas entre os cipós. Todo o
jardim triturado pelos instantes já mais apressados da tarde. De onde vinha o meio sonho pelo qual estava
rodeada? Como por um zunido de abelhas e aves. Tudo era estranho, suave demais, grande demais.”
(extraído de “Amor”, Laços de Família, Clarice Lispector)
(II) Chamava-se Raimundo este pequeno, e era mole, aplicado, inteligência tarda. Raimundo gastava
duas horas em reter aquilo que a outros levava apenas trinta ou cinquenta minutos; vencia com o tempo
o que não podia fazer logo com o cérebro. Reunia a isso grande medo ao pai. Era uma criança fina,
pálida, cara doente; raramente estava alegre. Entrava na escola depois do pai e retirava-se antes. O
mestre era mais severo com ele do que conosco.
(Machado de Assis. "Conto de escola". Contos. 3ed. São Paulo, Ática, 1974, págs. 31-32.)
Esse texto traça o perfil de Raimundo, o filho do professor da escola que o escritor frequentava.
Deve-se notar:
- que todas as frases expõem ocorrências simultâneas (ao mesmo tempo que gastava duas horas para
reter aquilo que os outros levavam trinta ou cinquenta minutos, Raimundo tinha grande medo ao pai);
- por isso, não existe uma ocorrência que possa ser considerada cronologicamente anterior a outra do
ponto de vista do relato (no nível dos acontecimentos, entrar na escola é cronologicamente anterior a
retirar-se dela; no nível do relato, porém, a ordem dessas duas ocorrências é indiferente: o que o escritor
quer é explicitar uma característica do menino, e não traçar a cronologia de suas ações);
- ainda que se fale de ações (como entrava, retirava-se), todas elas estão no pretérito imperfeito, que
indica concomitância em relação a um marco temporal instalado no texto (no caso, o ano de 1840, em
que o escritor frequentava a escola da Rua da Costa) e, portanto, não denota nenhuma transformação de
estado;
- se invertêssemos a sequência dos enunciados, não correríamos o risco de alterar nenhuma relação
cronológica - poderíamos mesmo colocar o últímo período em primeiro lugar e ler o texto do fim para o
começo: O mestre era mais severo com ele do que conosco. Entrava na escola depois do pai e retirava-
se antes...
Evidentemente, quando se diz que a ordem dos enunciados pode ser invertida, está-se pensando
apenas na ordem cronológica, pois, como veremos adiante, a ordem em que os elementos são descritos
produz determinados efeitos de sentido.
Quando alteramos a ordem dos enunciados, precisamos fazer certas modificações no texto, pois este
contém anafóricos (palavras que retomam o que foi dito antes, como ele, os, aquele, etc. ou catafóricos
(palavras que anunciam o que vai ser dito, como este, etc.), que podem perder sua função e assim não
. 10
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
ser compreendidos. Se tomarmos uma descrição como As flores manifestavam todo o seu esplendor.
O Sol fazia-as brilhar, ao invertermos a ordem das frases, precisamos fazer algumas alterações, para
que o texto possa ser compreendido: O Sol fazia as flores brilhar. Elas manifestavam todo o seu
esplendor. Como, na versão original, o pronome oblíquo as é um anafórico que retoma flores, se
alterarmos a ordem das frases ele perderá o sentido. Por isso, precisamos mudar a palavra flores para
a primeira frase e retomá-la com o anafórico elas na segunda.
Por todas essas características, diz-se que o fragmento do conto de Machado é descritivo. Descrição
é o tipo de texto em que se expõem características de seres concretos (pessoas, objetos, situações, etc.)
consideradas fora da relação de anterioridade e de posterioridade.
Características:
Características Linguísticas:
"Era alto, magro, vestido todo de preto, com o pescoço entalado num colarinho direito. O rosto aguçado
no queixo ia-se alargando até à calva, vasta e polida, um pouco amolgado no alto; tingia os cabelos que
de uma orelha à outra lhe faziam colar por trás da nuca - e aquele preto lustroso dava, pelo contraste,
mais brilho à calva; mas não tingia o bigode; tinha-o grisalho, farto, caído aos cantos da boca. Era muito
pálido; nunca tirava as lunetas escuras. Tinha uma covinha no queixo, e as orelhas grandes muito
despegadas do crânio."
(Eça de Queiroz - O Primo Basílio)
. 11
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
- Emprego de figuras (metáforas, metonímias, comparações, sinestesias). Exemplo:
"Era o Sr. Lemos um velho de pequena estatura, não muito gordo, mas rolho e bojudo como um vaso
chinês. Apesar de seu corpo rechonchudo, tinha certa vivacidade buliçosa e saltitante que lhe dava
petulância de rapaz e casava perfeitamente com os olhinhos de azougue."
(José de Alencar - Senhora)
"Até os onze anos, eu morei numa casa, uma casa velha, e essa casa era assim: na frente, uma grade
de ferro; depois você entrava tinha um jardinzinho; no final tinha uma escadinha que devia ter uns cinco
degraus; aí você entrava na sala da frente; dali tinha um corredor comprido de onde saíam três portas;
no final do corredor tinha a cozinha, depois tinha uma escadinha que ia dar no quintal e atrás ainda tinha
um galpão, que era o lugar da bagunça..."
(Entrevista gravada para o Projeto NURC/RJ)
Recursos:
- Usar impressões cromáticas (cores) e sensações térmicas. Ex: O dia transcorria amarelo, frio,
ausente do calor alegre do sol.
- Usar o vigor e relevo de palavras fortes, próprias, exatas, concretas. Ex: As criaturas humanas
transpareciam um céu sereno, uma pureza de cristal.
- As sensações de movimento e cor embelezam o poder da natureza e a figura do homem. Ex: Era um
verde transparente que deslumbrava e enlouquecia qualquer um.
- A frase curta e penetrante dá um sentido de rapidez do texto. Ex: Vida simples. Roupa simples. Tudo
simples. O pessoal, muito crente.
Descrição Objetiva: quando o objeto, o ser, a cena, a passagem são apresentadas como realmente
são, concretamente. Ex: "Sua altura é 1,85m. Seu peso, 70 kg. Aparência atlética, ombros largos, pele
bronzeada. Moreno, olhos negros, cabelos negros e lisos".
Não se dá qualquer tipo de opinião ou julgamento. Exemplo: “ A casa velha era enorme, toda em
largura, com porta central que se alcançava por três degraus de pedra e quatro janelas de guilhotina para
cada lado. Era feita de pau-a-pique barreado, dentro de uma estrutura de cantos e apoios de madeira-de-
lei. Telhado de quatro águas. Pintada de roxo-claro. Devia ser mais velha que Juiz de Fora, provavelmente
sede de alguma fazenda que tivesse ficado, capricho da sorte, na linha de passagem da variante do
Caminho Novo que veio a ser a Rua Principal, depois a Rua Direita – sobre a qual ela se punha um pouco
de esguelha e fugindo ligeiramente do alinhamento (...).” (Pedro Nava – Baú de Ossos)
Descrição Subjetiva: quando há maior participação da emoção, ou seja, quando o objeto, o ser, a
cena, a paisagem são transfigurados pela emoção de quem escreve, podendo opinar ou expressar seus
sentimentos. Ex: "Nas ocasiões de aparato é que se podia tomar pulso ao homem. Não só as
condecorações gritavam-lhe no peito como uma couraça de grilos. Ateneu! Ateneu! Aristarco todo era um
anúncio; os gestos, calmos, soberanos, calmos, eram de um rei..." ("O Ateneu", Raul Pompéia)
“(...) Quando conheceu Joca Ramiro, então achou outra esperança maior: para ele, Joca Ramiro era
único homem, par-de-frança, capaz de tomar conta deste sertão nosso, mandando por lei, de
sobregoverno.”
(Guimarães Rosa – Grande Sertão: Veredas)
Como se disse anteriormente, do ponto de vista da progressão temporal, a ordem dos enunciados na
descrição é indiferente, uma vez que eles indicam propriedades ou características que ocorrem si-
multaneamente. No entanto, ela não é indiferente do ponto de vista dos efeitos de sentido: descrever de
cima para baixo ou vice-versa, do detalhe para o todo ou do todo para o detalhe cria efeitos de sentido
distintos.
. 12
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Observe os dois quartetos do soneto “Retrato Próprio", de Bocage:
O poeta descreve-se das características físicas para as características morais. Se fizesse o inverso,
o sentido não seria o mesmo, pois as características físicas perderiam qualquer relevo.
O objetivo de um texto descritivo é levar o leitor a visualizar uma cena. É como traçar com palavras o
retrato de um objeto, lugar, pessoa etc., apontando suas características exteriores, facilmente
identificáveis (descrição objetiva), ou suas características psicológicas e até emocionais (descrição
subjetiva).
Uma descrição deve privilegiar o uso frequente de adjetivos, também denominado adjetivação. Para
facilitar o aprendizado desta técnica, sugere-se que o concursando, após escrever seu texto, sublinhe
todos os substantivos, acrescentando antes ou depois deste um adjetivo ou uma locução adjetiva.
Descrição de ambientes:
Descrição de paisagens:
- Introdução: comentário sobre sua localização ou qualquer outra referência de caráter geral.
- Desenvolvimento: observação do plano de fundo (explicação do que se vê ao longe).
- Desenvolvimento: observação dos elementos mais próximos do observador - explicação detalhada
dos elementos que compõem a paisagem, de acordo com determinada ordem.
. 13
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
- Conclusão: comentários de caráter geral, concluindo acerca da impressão que a paisagem causa em
quem a contempla.
A descrição, ao contrário da narrativa, não supõe ação. É uma estrutura pictórica, em que os aspectos
sensoriais predominam. Porque toda técnica descritiva implica contemplação e apreensão de algo
objetivo ou subjetivo, o redator, ao descrever, precisa possuir certo grau de sensibilidade. Assim como o
pintor capta o mundo exterior ou interior em suas telas, o autor de uma descrição focaliza cenas ou
imagens, conforme o permita sua sensibilidade.
Conforme o objetivo a alcançar, a descrição pode ser não-literária ou literária. Na descrição não-
literária, há maior preocupação com a exatidão dos detalhes e a precisão vocabular. Por ser objetiva, há
predominância da denotação.
Textos descritivos não-literários: A descrição técnica é um tipo de descrição objetiva: ela recria o
objeto usando uma linguagem científica, precisa. Esse tipo de texto é usado para descrever aparelhos, o
seu funcionamento, as peças que os compõem, para descrever experiências, processos, etc.
Exemplo:
Folheto de propaganda de carro
Conforto interno - É impossível falar de conforto sem incluir o espaço interno. Os seus interiores são
amplos, acomodando tranquilamente passageiros e bagagens. O Passat e o Passat Variant possuem
direção hidráulica e ar condicionado de elevada capacidade, proporcionando a climatização perfeita do
ambiente.
Porta-malas - O compartimento de bagagens possui capacidade de 465 litros, que pode ser ampliada
para até 1500 litros, com o encosto do banco traseiro rebaixado.
Tanque - O tanque de combustível é confeccionado em plástico reciclável e posicionado entre as rodas
traseiras, para evitar a deformação em caso de colisão.
Textos descritivos literários: Na descrição literária predomina o aspecto subjetivo, com ênfase no
conjunto de associações conotativas que podem ser exploradas a partir de descrições de pessoas;
cenários, paisagens, espaço; ambientes; situações e coisas. Vale lembrar que textos descritivos também
podem ocorrer tanto em prosa como em verso.
Narração
A Narração é um tipo de texto que relata uma história real, fictícia ou mescla dados reais e imaginários.
O texto narrativo apresenta personagens que atuam em um tempo e em um espaço, organizados por
uma narração feita por um narrador. É uma série de fatos situados em um espaço e no tempo, tendo
mudança de um estado para outro, segundo relações de sequencialidade e causalidade, e não
simultâneos como na descrição. Expressa as relações entre os indivíduos, os conflitos e as ligações
afetivas entre esses indivíduos e o mundo, utilizando situações que contêm essa vivência.
. 14
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Todas as vezes que uma história é contada (é narrada), o narrador acaba sempre contando onde,
quando, como e com quem ocorreu o episódio. É por isso que numa narração predomina a ação: o texto
narrativo é um conjunto de ações; assim sendo, a maioria dos verbos que compõem esse tipo de texto
são os verbos de ação. O conjunto de ações que compõem o texto narrativo, ou seja, a história que é
contada nesse tipo de texto recebe o nome de enredo.
As ações contidas no texto narrativo são praticadas pelas personagens, que são justamente as
pessoas envolvidas no episódio que está sendo contado. As personagens são identificadas (nomeadas)
no texto narrativo pelos substantivos próprios.
Quando o narrador conta um episódio, às vezes (mesmo sem querer) ele acaba contando "onde" (em
que lugar) as ações do enredo foram realizadas pelas personagens. O lugar onde ocorre uma ação ou
ações é chamado de espaço, representado no texto pelos advérbios de lugar.
Além de contar onde, o narrador também pode esclarecer "quando" ocorreram as ações da história.
Esse elemento da narrativa é o tempo, representado no texto narrativo através dos tempos verbais, mas
principalmente pelos advérbios de tempo. É o tempo que ordena as ações no texto narrativo: é ele que
indica ao leitor "como" o fato narrado aconteceu.
A história contada, por isso, passa por uma introdução (parte inicial da história, também chamada de
prólogo), pelo desenvolvimento do enredo (é a história propriamente dita, o meio, o "miolo" da narrativa,
também chamada de trama) e termina com a conclusão da história (é o final ou epílogo). Aquele que
conta a história é o narrador, que pode ser pessoal (narra em 1ª pessoa: Eu) ou impessoal (narra em
3ª pessoa: Ele).
Assim, o texto narrativo é sempre estruturado por verbos de ação, por advérbios de tempo, por
advérbios de lugar e pelos substantivos que nomeiam as personagens, que são os agentes do texto, ou
seja, aquelas pessoas que fazem as ações expressas pelos verbos, formando uma rede: a própria história
contada.
Tudo na narrativa depende do narrador, da voz que conta a história.
Esses elementos estruturais combinam-se e articulam-se de tal forma, que não é possível
compreendê-los isoladamente, como simples exemplos de uma narração. Há uma relação de implicação
mútua entre eles, para garantir coerência e verossimilhança à história narrada.
Quanto aos elementos da narrativa, esses não estão, obrigatoriamente sempre presentes no discurso,
exceto as personagens ou o fato a ser narrado.
. 15
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Exemplo:
Porquinho-da-índia
Manuel Bandeira. Estrela da vida inteira. 4ª ed. Rio de Janeiro, José Olympio, 1973, pág. 110.
- Narrador-personagem: é aquele que conta a história na qual é participante. Nesse caso ele é
narrador e personagem ao mesmo tempo, a história é contada em 1ª pessoa.
- Narrador-observador: é aquele que conta a história como alguém que observa tudo que acontece
e transmite ao leitor, a história é contada em 3ª pessoa.
- Narrador-onisciente: é o que sabe tudo sobre o enredo e as personagens, revelando seus
pensamentos e sentimentos íntimos. Narra em 3ª pessoa e sua voz, muitas vezes, aparece misturada
com pensamentos dos personagens (discurso indireto livre).
Estrutura:
- Apresentação: é a parte do texto em que são apresentados alguns personagens e expostas algumas
circunstâncias da história, como o momento e o lugar onde a ação se desenvolverá.
- Complicação: é a parte do texto em que se inicia propriamente a ação. Encadeados, os episódios
se sucedem, conduzindo ao clímax.
- Clímax: é o ponto da narrativa em que a ação atinge seu momento crítico, tornando o desfecho
inevitável.
- Desfecho: é a solução do conflito produzido pelas ações dos personagens.
Tipos de Personagens:
Os personagens têm muita importância na construção de um texto narrativo, são elementos vitais.
Podem ser principais ou secundários, conforme o papel que desempenham no enredo, podem ser
apresentados direta ou indiretamente.
. 16
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
A apresentação direta acontece quando o personagem aparece de forma clara no texto, retratando
suas características físicas e/ou psicológicas, já a apresentação indireta se dá quando os personagens
aparecem aos poucos e o leitor vai construindo a sua imagem com o desenrolar do enredo, ou seja, a
partir de suas ações, do que ela vai fazendo e do modo como vai fazendo.
- Em 1ª pessoa:
“Parei na varanda, ia tonto, atordoado, as pernas bambas, o coração parecendo querer sair-me pela
boca fora. Não me atrevia a descer à chácara, e passar ao quintal vizinho. Comecei a andar de um lado
para outro, estacando para amparar-me, e andava outra vez e estacava.”
(Machado de Assis. Dom Casmurro)
“Batia nos noventa anos o corpo magro, mas sempre teso do Jango Jorge, um que foi capitão duma
maloca de contrabandista que fez cancha nos banhados do Brocai.
Esse gaúcho desamotinado levou a existência inteira a cruzar os campos da fronteira; à luz do Sol, no
desmaiado da Lua, na escuridão das noites, na cerração das madrugadas...; ainda que chovesse reiúnos
acolherados ou que ventasse como por alma de padre, nunca errou vau, nunca perdeu atalho, nunca
desandou cruzada! ...
(...)
Aqui há poucos – coitado! – pousei no arranchamento dele. Casado ou doutro jeito, afamilhado. Não
nos víamos desde muito tempo. (...)
Fiquei verdeando, à espera, e fui dando um ajutório na matança dos leitões e no tiramento dos assados
com couro.”
(J. Simões Lopes Neto – Contrabandista)
- Em 3ª pessoa:
“Devia andar lá pelos cinco anos e meio quando a fantasiaram de borboleta. Por isso não pôde
defender-se. E saiu à rua com ar menos carnavalesco deste mundo, morrendo de vergonha da malha de
cetim, das asas e das antenas e, mais ainda, da cara à mostra, sem máscara piedosa para disfarçar o
sentimento impreciso de ridículo.”
(Ilka Laurito. Sal do Lírico)
Narrador Objetivo: não se envolve, conta a história como sendo vista por uma câmara ou filmadora.
Exemplo:
Festa
Atrás do balcão, o rapaz de cabeça pelada e avental olha o crioulão de roupa limpa e remendada,
acompanhado de dois meninos de tênis branco, um mais velho e outro mais novo, mas ambos com menos
de dez anos.
Os três atravessam o salão, cuidadosamente, mas resolutamente, e se dirigem para o cômodo dos
fundos, onde há seis mesas desertas.
O rapaz de cabeça pelada vai ver o que eles querem. O homem pergunta em quanto fica uma cerveja,
dois guaranás e dois pãezinhos.
__ Duzentos e vinte.
O preto concentra-se, aritmético, e confirma o pedido.
__Que tal o pão com molho? – sugere o rapaz.
__ Como?
__ Passar o pão no molho da almôndega. Fica muito mais gostoso.
O homem olha para os meninos.
__ O preço é o mesmo – informa o rapaz.
__ Está certo.
. 17
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Os três sentam-se numa das mesas, de forma canhestra, como se o estivessem fazendo pela primeira
vez na vida.
O rapaz de cabeça pelada traz as bebidas e os copos e, em seguida, num pratinho, os dois pães com
meia almôndega cada um. O homem e (mais do que ele) os meninos olham para dentro dos pães,
enquanto o rapaz cúmplice se retira.
Os meninos aguardam que a mão adulta leve solene o copo de cerveja até a boca, depois cada um
prova o seu guaraná e morde o primeiro bocado do pão.
O homem toma a cerveja em pequenos goles, observando criteriosamente o menino mais velho e o
menino mais novo absorvidos com o sanduíche e a bebida.
Eles não têm pressa. O grande homem e seus dois meninos. E permanecem para sempre, humanos
e indestrutíveis, sentados naquela mesa.
(Wander Piroli)
Tipos de Discurso:
Discurso Direto: o narrador passa a palavra diretamente para o personagem, sem a sua interferência.
Exemplo:
Caso de Desquite
__ Vexame de incomodar o doutor (a mão trêmula na boca). Veja, doutor, este velho caducando.
Bisavô, um neto casado. Agora com mania de mulher. Todo velho é sem-vergonha.
__ Dobre a língua, mulher. O hominho é muito bom. Só não me pise, fico uma jararaca.
__ Se quer sair de casa, doutor, pague uma pensão.
__ Essa aí tem filho emancipado. Criei um por um, está bom? Ela não contribuiu com nada, doutor. Só
deu de mamar no primeiro mês.
__Você desempregado, quem é que fazia roça?
__ Isso naquele tempo. O hominho aqui se espalhava. Fui jogado na estrada, doutor. Desde onze anos
estou no mundo sem ninguém por mim. O céu lá em cima, noite e dia o hominho aqui na carroça. Sempre
o mais sacrificado, está bom?
__ Se ficar doente, Severino, quem é que o atende?
__ O doutor já viu urubu comer defunto? Ninguém morre só. Sempre tem um cristão que enterra o
pobre.
__ Na sua idade, sem os cuidados de uma mulher...
__ Eu arranjo.
__ Só a troco de dinheiro elas querem você. Agora tem dois cavalos. A carroça e os dois cavalos, o
que há de melhor. Vai me deixar sem nada?
__ Você tinha a mula e a potranca. A mula vendeu e a potranca, deixou morrer. Tenho culpa? Só quero
paz, um prato de comida e roupa lavada.
__ Para onde foi a lavadeira?
__ Quem?
__ A mulata.
(...)
(Dalton Trevisan – A guerra Conjugal)
Discurso Indireto: o narrador conta o que o personagem diz, sem lhe passar diretamente a palavra.
Exemplo:
Frio
. 18
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Na estação da Sorocabana perguntou as horas a uma mulher. Sempre ficam mulheres vagabundeando
por ali, à noite. Pelo jardim, pelos escuros da Alameda Cleveland. Ela lhe deu, ele seguiu. Ignorava a
exatidão de seus cálculos, mas provavelmente faltava mais ou menos uma hora para chegar em casa.
Os bondes passavam.
(João Antônio – Malagueta, Perus e Bacanaço)
Discurso Indireto-Livre: ocorre uma fusão entre a fala do personagem e a fala do narrador. É um
recurso relativamente recente. Surgiu com romancistas inovadores do século XX. Exemplo:
A Morte da Porta-Estandarte
Que ninguém o incomode agora. Larguem os seus braços. Rosinha está dormindo. Não acordem
Rosinha. Não é preciso segurá-lo, que ele não está bêbado... O céu baixou, se abriu... Esse temporal
assim é bom, porque Rosinha não sai. Tenham paciência... Largar Rosinha ali, ele não larga não... Não!
E esses tambores? Ui! Que venham... É guerra... ele vai se espalhar... Por que não está malhando em
sua cabeça? ... (...) Ele vai tirar Rosinha da cama... Ele está dormindo, Rosinha... Fugir com ela, para o
fundo do País... Abraçá-la no alto de uma colina...
(Aníbal Machado)
Sequência Narrativa:
Uma narrativa não tem uma única mudança, mas várias: uma coordena-se a outra, uma implica a
outra, uma subordina-se a outra.
A narrativa típica tem quatro mudanças de situação:
- uma em que uma personagem passa a ter um querer ou um dever (um desejo ou uma necessidade
de fazer algo);
- uma em que ela adquire um saber ou um poder (uma competência para fazer algo);
- uma em que a personagem executa aquilo que queria ou devia fazer (é a mudança principal da
narrativa);
- uma em que se constata que uma transformação se deu e em que se podem atribuir prêmios ou
castigos às personagens (geralmente os prêmios são para os bons, e os castigos, para os maus).
Toda narrativa tem essas quatro mudanças, pois elas se pressupõem logicamente. Com efeito, quando
se constata a realização de uma mudança é porque ela se verificou, e ela efetua-se porque quem a realiza
pode, sabe, quer ou deve fazê-la. Tomemos, por exemplo, o ato de comprar um apartamento: quando se
assina a escritura, realiza-se o ato de compra; para isso, é necessário poder (ter dinheiro) e querer ou
dever comprar (respectivamente, querer deixar de pagar aluguel ou ter necessidade de mudar, por ter
sido despejado, por exemplo).
Algumas mudanças são necessárias para que outras se deem. Assim, para apanhar uma fruta, é
necessário apanhar um bambu ou outro instrumento para derrubá-la. Para ter um carro, é preciso antes
conseguir o dinheiro.
Narrativa e Narração
Existe alguma diferença entre as duas? Sim. A narratividade é um componente narrativo que pode
existir em textos que não são narrações. A narrativa é a transformação de situações. Por exemplo, quando
se diz “Depois da abolição, incentivou-se a imigração de europeus”, temos um texto dissertativo, que, no
entanto, apresenta um componente narrativo, pois contém uma mudança de situação: do não incentivo
ao incentivo da imigração européia.
Se a narrativa está presente em quase todos os tipos de texto, o que é narração?
A narração é um tipo de narrativa. Tem ela três características:
- é um conjunto de transformações de situação (o texto de Manuel Bandeira – “Porquinho-da-índia”,
como vimos, preenche essa condição);
- é um texto figurativo, isto é, opera com personagens e fatos concretos (o texto "Porquinho-da-índia"
preenche também esse requisito);
- as mudanças relatadas estão organizadas de maneira tal que, entre elas, existe sempre uma relação
de anterioridade e posterioridade (no texto "Porquinho-da-índia" o fato de ganhar o animal é anterior ao
de ele estar debaixo do fogão, que por sua vez é anterior ao de o menino levá-lo para a sala, que por seu
turno é anterior ao de o porquinho-da-índia voltar ao fogão).
. 19
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Essa relação de anterioridade e posterioridade é sempre pertinente num texto narrativo, mesmo que a
sequência linear da temporalidade apareça alterada. Assim, por exemplo, no romance machadiano
Memórias póstumas de Brás Cubas, quando o narrador começa contando sua morte para em seguida
relatar sua vida, a sequência temporal foi modificada. No entanto, o leitor reconstitui, ao longo da leitura,
as relações de anterioridade e de posterioridade.
Resumindo: na narração, as três características explicadas acima (transformação de situações, fi-
guratividade e relações de anterioridade e posterioridade entre os episódios relatados) devem estar
presentes conjuntamente. Um texto que tenha só uma ou duas dessas características não é uma
narração.
- Introdução: citar o fato, o tempo e o lugar, ou seja, o que aconteceu, quando e onde.
- Desenvolvimento: causa do fato e apresentação dos personagens.
- Desenvolvimento: detalhes do fato.
- Conclusão: consequências do fato.
Caracterização Formal:
Em geral, a narrativa se desenvolve na prosa. O aspecto narrativo apresenta, até certo ponto, alguma
subjetividade, porquanto a criação e o colorido do contexto estão em função da individualidade e do estilo
do narrador. Dependendo do enfoque do redator, a narração terá diversas abordagens. Assim é de grande
importância saber se o relato é feito em primeira pessoa ou terceira pessoa. No primeiro caso, há a
participação do narrador; segundo, há uma inferência do último através da onipresença e onisciência.
Quanto à temporalidade, não há rigor na ordenação dos acontecimentos: esses podem oscilar no
tempo, transgredindo o aspecto linear e constituindo o que se denomina “flashback”. O narrador que usa
essa técnica (característica comum no cinema moderno) demonstra maior criatividade e originalidade,
podendo observar as ações ziguezagueando no tempo e no espaço.
Exemplo - Personagens
"Aboletado na varanda, lendo Graciliano Ramos, O Dr. Amâncio não viu a mulher chegar.
- Não quer que se carpa o quintal, moço?
Estava um caco: mal vestida, cheirando a fumaça, a face escalavrada. Mas os olhos... (sempre
guardam alguma coisa do passado, os olhos)."
(Kiefer, Charles. A dentadura postiça. Porto Alegre: Mercado Aberto, p. 5O)
Exemplo - Espaço
Considerarei longamente meu pequeno deserto, a redondeza escura e uniforme dos seixos. Seria o
leito seco de algum rio. Não havia, em todo o caso, como negar-lhe a insipidez."
(Linda, Ieda. As amazonas segundo tio Hermann. Porto Alegre: Movimento, 1981, p. 51)
Exemplo - Tempo
“Sete da manhã. Honorato Madeira acorda e lembra-se: a mulher lhe pediu que a chamasse cedo."
(Veríssimo, Érico. Caminhos Cruzados. p.4)
- Romance
- Conto
- Crônica
- Fábula
- Lenda
- Parábola
- Anedota
- Poema Épico
. 20
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Tipologia da Narrativa Não-Ficcional:
- Memorialismo
- Notícias
- Relatos
- História da Civilização
Apresentação da Narrativa:
Dissertação
Há três métodos pelos quais pode um homem chegar a ser primeiro-ministro. O primeiro é saber, com
prudência, como servir-se de uma pessoa, de uma filha ou de uma irmã; o segundo, como trair ou solapar
os predecessores; e o terceiro, como clamar, com zelo furioso, contra a corrupção da corte. Mas um
príncipe discreto prefere nomear os que se valem do último desses métodos, pois os tais fanáticos sempre
se revelam os mais obsequiosos e subservientes à vontade e às paixões do amo. Tendo à sua disposição
todos os cargos, conservam-se no poder esses ministros subordinando a maioria do senado, ou grande
conselho, e, afinal, por via de um expediente chamado anistia (cuja natureza lhe expliquei), garantem-se
contra futuras prestações de contas e retiram-se da vida pública carregados com os despojos da nação.
Esse texto explica os três métodos pelos quais um homem chega a ser primeiro-ministro, aconselha o
príncipe discreto a escolhê-lo entre os que clamam contra a corrupção na corte e justifica esse conselho.
Observe-se que:
- o texto é temático, pois analisa e interpreta a realidade com conceitos abstratos e genéricos (não se
fala de um homem particular e do que faz para chegar a ser primeiro-ministro, mas do homem em geral
e de todos os métodos para atingir o poder);
- existe mudança de situação no texto (por exemplo, a mudança de atitude dos que clamam contra a
corrupção da corte no momento em que se tornam primeiros-ministros);
- a progressão temporal dos enunciados não tem importância, pois o que importa é a relação de
implicação (clamar contra a corrupção da corte implica ser corrupto depois da nomeação para
primeiro-ministro).
Características:
. 21
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Dissertação Expositiva e Argumentativa:
A dissertação expositiva é voltada para aqueles fatos que estão sendo focados e discutidos pela
grande mídia. É um tipo de acontecimento inquestionável, mesmo porque todos os detalhes já foram
expostos na televisão, rádio e novas mídias.
Já o texto dissertativo argumentativo vai fazer uma reflexão maior sobre os temas. Os pontos de vista
devem ser declarados em terceira pessoa, há interações entre os fatos que se aborda. Tais fatos precisam
ser esclarecidos para que o leitor se sinta convencido por tal escrita. Quem escreve uma dissertação
argumentativa deve saber persuadir a partir de sua crítica de determinado assunto. A linguagem jamais
poderá deixar de ser objetiva, com fatos reais, evidências e concretudes.
Introdução: em que se apresenta o assunto; se apresenta a ideia principal, sem, no entanto, antecipar
seu desenvolvimento. Tipos:
- Divisão: quando há dois ou mais termos a serem discutidos. Ex: “Cada criatura humana traz duas
almas consigo: uma que olha de dentro para fora, outra que olha de fora para dentro...”
- Alusão Histórica: um fato passado que se relaciona a um fato presente. Ex: “A crise econômica que
teve início no começo dos anos 80, com os conhecidos altos índices de inflação que a década colecionou,
agravou vários dos históricos problemas sociais do país. Entre eles, a violência, principalmente a urbana,
cuja escalada tem sido facilmente identificada pela população brasileira.”
- Proposição: o autor explicita seus objetivos.
- Convite: proposta ao leitor para que participe de alguma coisa apresentada no texto. Ex: Você quer
estar “na sua”? Quer se sentir seguro, ter o sucesso pretendido? Não entre pelo cano! Faça parte desse
time de vencedores desde a escolha desse momento!
- Contestação: contestar uma ideia ou uma situação. Ex: “É importante que o cidadão saiba que portar
arma de fogo não é a solução no combate à insegurança.”
- Características: caracterização de espaços ou aspectos.
- Estatísticas: apresentação de dados estatísticos. Ex: “Em 1982, eram 15,8 milhões os domicílios
brasileiros com televisores. Hoje, são 34 milhões (o sexto maior parque de aparelhos receptores
instalados do mundo). Ao todo, existem no país 257 emissoras (aquelas capazes de gerar programas) e
2.624 repetidoras (que apenas retransmitem sinais recebidos). (...)”
- Declaração Inicial: emitir um conceito sobre um fato.
- Citação: opinião de alguém de destaque sobre o assunto do texto. Ex: “A principal característica do
déspota encontra-se no fato de ser ele o autor único e exclusivo das normas e das regras que definem a
vida familiar, isto é, o espaço privado. Seu poder, escreve Aristóteles, é arbitrário, pois decorre
exclusivamente de sua vontade, de seu prazer e de suas necessidades.”
- Definição: desenvolve-se pela explicação dos termos que compõem o texto.
- Interrogação: questionamento. Ex: “Volta e meia se faz a pergunta de praxe: afinal de contas, todo
esse entusiasmo pelo futebol não é uma prova de alienação?”
- Suspense: alguma informação que faça aumentar a curiosidade do leitor.
- Comparação: social e geográfica.
- Enumeração: enumerar as informações. Ex: “Ação à distância, velocidade, comunicação, linha de
montagem, triunfo das massas, Holocausto: através das metáforas e das realidades que marcaram esses
100 últimos anos, aparece a verdadeira doença do século...”
- Narração: narrar um fato.
- Trajetória Histórica: cultura geral é o que se prova com este tipo de abordagem.
- Definição: não basta citar, mas é preciso desdobrar a ideia principal ao máximo, esclarecendo o
conceito ou a definição.
- Comparação: estabelecer analogias, confrontar situações distintas.
- Bilateralidade: quando o tema proposto apresenta pontos favoráveis e desfavoráveis.
- Ilustração Narrativa ou Descritiva: narrar um fato ou descrever uma cena.
- Cifras e Dados Estatísticos: citar cifras e dados estatísticos.
- Hipótese: antecipa uma previsão, apontando para prováveis resultados.
. 22
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
- Interrogação: Toda sucessão de interrogações deve apresentar questionamento e reflexão.
- Refutação: questiona-se praticamente tudo: conceitos, valores, juízos.
- Causa e Consequência: estruturar o texto através dos porquês de uma determinada situação.
- Oposição: abordar um assunto de forma dialética.
- Exemplificação: dar exemplos.
Conclusão: é uma avaliação final do assunto, um fechamento integrado de tudo que se argumentou.
Para ela convergem todas as ideias anteriormente desenvolvidas.
Exemplo:
Direito de Trabalho
Com a queda do feudalismo no século XV, nasce um novo modelo econômico: o capitalismo, que até
o século XX agia por meio da inclusão de trabalhadores e hoje passou a agir por meio da exclusão. (A)
A tendência do mundo contemporâneo é tornar todo o trabalho automático, devido à evolução
tecnológica e a necessidade de qualificação cada vez maior, o que provoca o desemprego. Outro fator
que também leva ao desemprego de um sem número de trabalhadores é a contenção de despesas, de
gastos. (B)
Segundo a Constituição, “preocupada” com essa crise social que provém dessa automatização e
qualificação, obriga que seja feita uma lei, em que será dada absoluta garantia aos trabalhadores, de que,
mesmo que as empresas sejam automatizadas, não perderão eles seu mercado de trabalho. (C)
Não é uma utopia?!
Um exemplo vivo são os boias-frias que trabalham na colheita da cana de açúcar que devido ao avanço
tecnológico e a lei do governador Geraldo Alkmin, defendendo o meio ambiente, proibindo a queima da
cana de açúcar para a colheita e substituindo-os então pelas máquinas, desemprega milhares deles. (D)
Em troca os sindicatos dos trabalhadores rurais dão cursos de cabelereiro, marcenaria, eletricista, para
não perderem o mercado de trabalho, aumentando, com isso, a classe de trabalhos informais.
Como ficam então aqueles trabalhadores que passaram à vida estudando, se especializando, para se
diferenciarem e ainda estão desempregados? como vimos no último concurso da prefeitura do Rio de
Janeiro para “gari”, havia até advogado na fila de inscrição. (E)
Já que a Constituição dita seu valor ao social que todos têm o direito de trabalho, cabe aos governantes
desse país, que almeja um futuro brilhante, deter, com urgência esse processo de desníveis gritantes e
criar soluções eficazes para combater a crise generalizada (F), pois a uma nação doente, miserável e
desigual, não compete a tão sonhada modernidade. (G)
1º Parágrafo – Introdução
2º ao 6º Parágrafo – Desenvolvimento
B. Argumento 1: Exploram-se dados da realidade que remetem a uma análise do tema em questão.
C. Argumento 2: Considerações a respeito de outro dado da realidade.
D. Argumento 3: Coloca-se sob suspeita a sinceridade de quem propõe soluções.
E. Argumento 4: Uso do raciocínio lógico de oposição.
7º Parágrafo: Conclusão
F. Uma possível solução é apresentada.
G. O texto conclui que desigualdade não se casa com modernidade.
É bom lembrarmos que é praticamente impossível opinar sobre o que não se conhece. A leitura de
bons textos é um dos recursos que permite uma segurança maior no momento de dissertar sobre algum
. 23
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
assunto. Debater e pesquisar são atitudes que favorecem o senso crítico, essencial no desenvolvimento
de um texto dissertativo.
Ainda temos:
Tema: compreende o assunto proposto para discussão, o assunto que vai ser abordado.
Título: palavra ou expressão que sintetiza o conteúdo discutido.
Argumentação: é um conjunto de procedimentos linguísticos com os quais a pessoa que escreve
sustenta suas opiniões, de forma a torná-las aceitáveis pelo leitor. É fornecer argumentos, ou seja, razões
a favor ou contra uma determinada tese.
- toda dissertação é uma demonstração, daí a necessidade de pleno domínio do assunto e habilidade
de argumentação;
- em consequência disso, impõem-se à fidelidade ao tema;
- a coerência é tida como regra de ouro da dissertação;
- impõem-se sempre o raciocínio lógico;
- a linguagem deve ser objetiva, denotativa; qualquer ambiguidade pode ser um ponto vulnerável na
demonstração do que se quer expor. Deve ser clara, precisa, natural, original, nobre, correta
gramaticalmente. O discurso deve ser impessoal (evitar-se o uso da primeira pessoa).
O parágrafo é a unidade mínima do texto e deve apresentar: uma frase contendo a ideia principal (frase
nuclear) e uma ou mais frases que explicitem tal ideia.
Exemplo: “A televisão mostra uma realidade idealizada (ideia central) porque oculta os problemas
sociais realmente graves. (ideia secundária)”.
Vejamos:
Ideia central: A poluição atmosférica deve ser combatida urgentemente.
Enumeração: Caracteriza-se pela exposição de uma série de coisas, uma a uma. Presta-se bem à
indicação de características, funções, processos, situações, sempre oferecendo o complemento
necessário à afirmação estabelecida na frase nuclear. Pode-se enumerar, seguindo-se os critérios de
importância, preferência, classificação ou aleatoriamente.
Exemplo:
1- O adolescente moderno está se tornando obeso por várias causas: alimentação inadequada, falta
de exercícios sistemáticos e demasiada permanência diante de computadores e aparelhos de Televisão.
2- Devido à expansão das igrejas evangélicas, é grande o número de emissoras que dedicam parte
da sua programação à veiculação de programas religiosos de crenças variadas.
3-
- A Santa Missa em seu lar.
- Terço Bizantino.
. 24
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
- Despertar da Fé.
- Palavra de Vida.
- Igreja da Graça no Lar.
4-
- Inúmeras são as dificuldades com que se defronta o governo brasileiro diante de tantos
desmatamentos, desequilíbrios sociológicos e poluição.
- Existem várias razões que levam um homem a enveredar pelos caminhos do crime.
- A gravidez na adolescência é um problema seríssimo, porque pode trazer muitas consequências
indesejáveis.
- O lazer é uma necessidade do cidadão para a sua sobrevivência no mundo atual e vários são os tipos
de lazer.
- O Novo Código Nacional de trânsito divide as faltas em várias categorias.
Comparação: A frase nuclear pode-se desenvolver através da comparação, que confronta ideias,
fatos, fenômenos e apresenta-lhes a semelhança ou dessemelhança.
Exemplo:
“A juventude é uma infatigável aspiração de felicidade; a velhice, pelo contrário, é dominada por um
vago e persistente sentimento de dor, porque já estamos nos convencendo de que a felicidade é uma
ilusão, que só o sofrimento é real”.
(Arthur Schopenhauer)
- O homem, dia a dia, perde a dimensão de humanidade que abriga em si, porque os seus olhos
teimam apenas em ver as coisas imediatistas e lucrativas que o rodeiam.
- O espírito competitivo foi excessivamente exercido entre nós, de modo que hoje somos obrigados a
viver numa sociedade fria e inamistosa.
Tempo - A comunicação de massas é resultado de uma lenta evolução. Primeiro, o homem aprendeu
a grunhir. Depois deu um significado a cada grunhido. Muito depois, inventou a escrita e só muitos séculos
mais tarde é que passou à comunicação de massa.
Espaço - O solo é influenciado pelo clima. Nos climas úmidos, os solos são profundos. Existe nessas
regiões uma forte decomposição de rochas, isto é, uma forte transformação da rocha em terra pela
umidade e calor. Nas regiões temperadas e ainda nas mais frias, a camada do solo é pouco profunda.
(Melhem Adas)
Explicitação: Num parágrafo dissertativo pode-se conceituar, exemplificar e aclarar as ideias para
torná-las mais compreensíveis.
Exemplo: “Artéria é um vaso que leva sangue proveniente do coração para irrigar os tecidos. Exceto
no cordão umbilical e na ligação entre os pulmões e o coração, todas as artérias contém sangue vermelho-
vivo, recém-oxigenado. Na artéria pulmonar, porém, corre sangue venoso, mais escuro e desoxigenado,
que o coração remete para os pulmões para receber oxigênio e liberar gás carbônico”.
Antes de se iniciar a elaboração de uma dissertação, deve delimitar-se o tema que será desenvolvido
e que poderá ser enfocado sob diversos aspectos. Se, por exemplo, o tema é a questão indígena, ela
poderá ser desenvolvida a partir das seguintes ideias:
. 25
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
- A visão idealizada que o europeu ainda tem do índio brasileiro.
- A invasão da Amazônia e a perda da cultura indígena.
Depois de delimitar o tema que você vai desenvolver, deve fazer a estruturação do texto.
Introdução: deve conter a ideia principal a ser desenvolvida (geralmente um ou dois parágrafos). É a
abertura do texto, por isso é fundamental. Deve ser clara e chamar a atenção para dois itens básicos: os
objetivos do texto e o plano do desenvolvimento. Contém a proposição do tema, seus limites, ângulo de
análise e a hipótese ou a tese a ser defendida.
Desenvolvimento: exposição de elementos que vão fundamentar a ideia principal que pode vir
especificada através da argumentação, de pormenores, da ilustração, da causa e da consequência, das
definições, dos dados estatísticos, da ordenação cronológica, da interrogação e da citação. No
desenvolvimento são usados tantos parágrafos quantos forem necessários para a completa exposição da
ideia. E esses parágrafos podem ser estruturados das cinco maneiras expostas acima.
Conclusão: é a retomada da ideia principal, que agora deve aparecer de forma muito mais
convincente, uma vez que já foi fundamentada durante o desenvolvimento da dissertação (um parágrafo).
Deve, pois, conter de forma sintética, o objetivo proposto na instrução, a confirmação da hipótese ou da
tese, acrescida da argumentação básica empregada no desenvolvimento.
Injunção
Os textos injuntivos têm por finalidade instruir o interlocutor, utilizando verbos no imperativo para atingir
seu intuito. Os gêneros que se apropriam da estrutura injuntiva são: manual de instruções, receitas
culinárias, bulas, regulamentos, editais etc.
“[...] Não instale nem use o computador em locais muito quentes, frios, empoeirados, úmidos ou que
estejam sujeitos a vibrações. Não exponha o computador a choques, pancadas ou vibrações, e evite que
ele caia, para não prejudicar as peças internas [...]”. (Manual de instruções de um computador).
Questões
. 26
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
vozes e movimentos...
(Geraldo M. de Carvalho)
Em 2015, cuidarei bem do meu dinheiro. Organizarei bem os números e as verbas. Esses números
mudarão bastante ao longo do ano. Um monstro chamado inflação ronda o país. Só que, agora, ele usa
um manto da invisibilidade, que ganhou de seu criador, o governo. Quando morder meu bolso, eu nem
saberei de onde terá vindo o ataque, não terei tempo de me defender. Por isso, deixarei boas gorduras
no orçamento para atirar a ele, quando aparecer. Essas gorduras serão chamadas de verba para lazer e
reservas de emergência.
Em 2015, não farei apostas. Já há gente demais apostando em imóveis, ações e outros investimentos
especulativos. Farei escolhas certeiras. Deixarei a maior parte de meu investimento na renda fixa. Ela
está com uma generosidade única no mundo. Enquanto isso, estudo o desespero de especuladores que
aguardarão a improvável recuperação dos imóveis, da Petrobras, da credibilidade dos mercados. Quando
esses especuladores jogarem a toalha, usarei parte de minhas reservas para fazer investimentos bons e
baratos. Mas não na Petrobras.
Muita gente fala que, com a inflação e a recessão, pode perder o emprego ou os clientes. Faltará
renda, faltarão consumidores. O ano de 2015 será, mais uma vez, ruim para quem vende. Será um ano
bom para quem pensa em comprar. Estarei atento aos bons negócios para quem tem dinheiro na mão.
Se a renda fixa paga bem, a compra à vista tende a me dar descontos maiores. É por esse mesmo motivo
que, em 2015, evitarei as dívidas. Os juros estão altos e isso me convida a poupar, e não a alugar dinheiro
dos bancos. Dívidas de longo prazo são corrigidas pela inflação, também em alta. Por isso, aproveitarei
os ganhos extras de fim de ano para liquidar dívidas e me policiar para não contrair novas.
No ano que começa, também não quero fazer papel de otário e deixar nas mãos do governo mais
impostos do que preciso. Não sonegarei. Mas aproveitarei o fim do ano para organizar meus papéis e
comprovantes, planejar a declaração de Imposto de Renda de março e tentar a maior restituição que
puder, ou o mínimo pagamento necessário. Listarei meus gastos com dependentes, educação e saúde,
doarei para instituições que fazem o bem, aplicarei num PGBL o que for necessário para o máximo
benefício. Entregarei minha declaração quanto antes, no início de março. Quero ver minha restituição na
conta mais cedo, já que 2015 será um ano bom para quem tiver dinheiro na mão.
Para quem lamenta, recomendo cuidado com o monstro e com o governo. Para quem está atento às
oportunidades, desejo boas compras.
(Disponívelem:http://epoca.globo.com/colunas‐e‐blogs/gustavo‐cerbasi/noticia/2015/01/como‐cuidar‐de‐bseu‐dinheirob‐em‐2015.html
Acesso em: 06/02/2015.)
. 27
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
03. (UFRJ – Assistente em Administração – PR-4 CONCURSOS /2015)
“Ao final dos anos 80, a Petrobras se encontrava diante do desafio de produzir petróleo em águas
abaixo de 500 metros, feito não conseguido então por nenhuma companhia no mundo. Num gesto de
ousadia, decidiu desenvolver no Brasil a tecnologia necessária para produzir em águas até mil metros. O
sucesso foi total. Menos de uma década depois, a Petrobras dispõe de tecnologia comprovada para
produção de petróleo em águas muito profundas. O último recorde foi obtido em janeiro de 1999 no campo
de Roncador, na bacia de Campos, produzindo a 1.853 metros de profundidade. Mas a escalada não
para. Ao encerrar-se a década, a empresa prepara-se para superar, mais uma vez, seus próprios limites.
A meta, agora, são os 3 mil metros de profundidade, a serem alcançados mediante projetos que aliam a
inovação tecnológica à redução de custos. “
Exposição PETROBRAS em 60 momentos. Agência Petrobras
. 28
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
A respeito da tipologia textual, é correto afirmar que o poema representa uma
(A) narração.
(B) argumentação.
(C) descrição.
(D) caracterização.
(E) dissertação.
Respostas
01. Resposta D
Objetividade – Análise, crítica imparcial, opinar sem interferir no assunto, linguagem
predominantemente dissertativa.
Subjetividade – Analisar um fato, criticar, escrever sobre algo emitindo sua opinião pessoal ou seu
sentimento sobre o assunto em questão, o que vem de dentro do narrador.
02. Resposta D
Argumentar é expressar uma convicção, um ponto de vista, que é desenvolvido e explicado de forma
a persuadir o ouvinte/leitor. Para isso é necessário que apresentemos um raciocínio coerente e
convincente, baseado na verdade, e que influencie o outro, levando-o a agir/pensar em conformidade
com os nossos objetivos.
03. Resposta: A.
Narrar é contar um fato, e como todo fato ocorre em determinado tempo, em toda narração há sempre
um começo um meio e um fim. São requisitos básicos para que a narração esteja completa. (CORRETA)
Predição: Processo de determinação de acontecimentos futuros com base em dados subjetivos.
Instrução é explicação, esclarecimentos dados para uso especial: leiam as instruções da bula, antes
de tomar o remédio.
Descrição: sempre que você expõe com detalhes um objeto, uma pessoa ou uma paisagem a alguém,
está fazendo uso da descrição.
Argumentar é a capacidade de relacionar fatos, teses, estudos, opiniões, problemas e possíveis
soluções a fim de embasar determinado pensamento ou ideia.
04. Resposta: A.
É possível perceber no poema uma sutil ideia de sucessão temporal, caracterizando-o, assim, como
narração.
Ortografia oficial.
Ortografia
A palavra ortografia é formada pelos elementos gregos orto “correto” e grafia “escrita” sendo a escrita
correta das palavras da língua portuguesa, obedecendo a uma combinação de critérios etimológicos
(ligados à origem das palavras) e fonológicos (ligados aos fonemas representados).
Somente a intimidade com a palavra escrita, é que acaba trazendo a memorização da grafia correta.
Deve-se também criar o hábito de consultar constantemente um dicionário.
Alfabeto
O alfabeto passou a ser formado por 26 letras. As letras “k”, “w” e “y” não eram consideradas
integrantes do alfabeto (agora são). Essas letras são usadas em unidades de medida, nomes próprios,
palavras estrangeiras e outras palavras em geral. Exemplos: km, kg, watt, playground, William, Kafka,
kafkiano.
Vogais: a, e, i, o, u, y, w.
Consoantes: b,c,d,f,g,h,j,k,l,m,n,p,q,r,s,t,v,w,x,z.
Alfabeto: a,b,c,d,e,f,g,h,i,j,k,l,m,n,o,p,q,r,s,t,u,v,w,x,y,z.
. 29
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Observações:
A letra “Y” possui o mesmo som que a letra “I”, portanto, ela é classificada como vogal.
A letra “K” possui o mesmo som que o “C” e o “QU” nas palavras, assim, é considerada consoante.
Exemplo: Kuait / Kiwi.
Já a letra “W” pode ser considerada vogal ou consoante, dependendo da palavra em questão, veja os
exemplos:
No nome próprio Wagner o “W” possui o som de “V”, logo, é classificado como consoante.
Já no vocábulo “web” o “W” possui o som de “U”, classificando-se, portanto, como vogal.
Emprego da letra H
Esta letra, em início ou fim de palavras, não tem valor fonético; conservou-se apenas como símbolo,
por força da etimologia e da tradição escrita. Grafa-se, por exemplo, hoje, porque esta palavra vem do
latim hodie.
Emprega-se o H:
- Inicial, quando etimológico: hábito, hélice, herói, hérnia, hesitar, haurir, etc.
- Medial, como integrante dos dígrafos ch, lh e nh: chave, boliche, telha, flecha companhia, etc.
- Final e inicial, em certas interjeições: ah!, ih!, hem?, hum!, etc.
- Algumas palavras iniciadas com a letra H: hálito, harmonia, hangar, hábil, hemorragia, hemisfério,
heliporto, hematoma, hífen, hilaridade, hipocondria, hipótese, hipocrisia, homenagear, hera, húmus;
- Sem h, porém, os derivados baiano, baianinha, baião, baianada, etc.
Não se usa H:
- No início de alguns vocábulos em que o h, embora etimológico, foi eliminado por se tratar de palavras
que entraram na língua por via popular, como é o caso de erva, inverno, e Espanha, respectivamente do
latim, herba, hibernus e Hispania. Os derivados eruditos, entretanto, grafam-se com h: herbívoro,
herbicida, hispânico, hibernal, hibernar, etc.
Na língua falada, a distinção entre as vogais átonas /e/ e /i/, /o/ e /u/ nem sempre é nítida. É
principalmente desse fato que nascem as dúvidas quando se escrevem palavras como quase, intitular,
mágoa, bulir, etc., em que ocorrem aquelas vogais.
- A sílaba final de formas dos verbos terminados em –uar: continue, habitue, pontue, etc.
- A sílaba final de formas dos verbos terminados em –oar: abençoe, magoe, perdoe, etc.
- As palavras formadas com o prefixo ante– (antes, anterior): antebraço, antecipar, antedatar,
antediluviano, antevéspera, etc.
- Os seguintes vocábulos: Arrepiar, Cadeado, Candeeiro, Cemitério, Confete, Creolina, Cumeeira,
Desperdício, Destilar, Disenteria, Empecilho, Encarnar, Indígena, Irrequieto, Lacrimogêneo, Mexerico,
Mimeógrafo, Orquídea, Peru, Quase, Quepe, Senão, Sequer, Seriema, Seringa, Umedecer.
Emprega-se a letra I
- Na sílaba final de formas dos verbos terminados em –air/–oer /–uir: cai, corrói, diminuir, influi, possui,
retribui, sai, etc.
- Em palavras formadas com o prefixo anti- (contra): antiaéreo, Anticristo, antitetânico, antiestético, etc.
- Nos seguintes vocábulos: aborígine, açoriano, artifício, artimanha, camoniano, Casimiro, chefiar,
cimento, crânio, criar, criador, criação, crioulo, digladiar, displicente, erisipela, escárnio, feminino, Filipe,
frontispício, Ifigênia, inclinar, incinerar, inigualável, invólucro, lajiano, lampião, pátio, penicilina,
pontiagudo, privilégio, requisito, Sicília (ilha), silvícola, siri, terebintina, Tibiriçá, Virgílio.
. 30
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Grafam-se com a letra O
abolir, banto, boate, bolacha, boletim, botequim, bússola, chover, cobiça, concorrência, costume,
engolir, goela, mágoa, mocambo, moela, moleque, mosquito, névoa, nódoa, óbolo, ocorrência, rebotalho,
Romênia, tribo.
Parônimos: Registramos alguns parônimos que se diferenciam pela oposição das vogais /e/ e /i/, /o/
e /u/. Fixemos a grafia e o significado dos seguintes:
área = superfície
ária = melodia, cantiga
arrear = pôr arreios, enfeitar
arriar = abaixar, pôr no chão, cair
comprido = longo
cumprido = particípio de cumprir
comprimento = extensão
cumprimento = saudação, ato de cumprir
costear = navegar ou passar junto à costa
custear = pagar as custas, financiar
deferir = conceder, atender
diferir = ser diferente, divergir
delatar = denunciar
dilatar = distender, aumentar
descrição = ato de descrever
discrição = qualidade de quem é discreto
emergir = vir à tona
imergir = mergulhar
emigrar = sair do país
imigrar = entrar num país estranho
emigrante = que ou quem emigra
imigrante = que ou quem imigra
eminente = elevado, ilustre
iminente = que ameaça acontecer
recrear = divertir
recriar = criar novamente
soar = emitir som, ecoar, repercutir
suar = expelir suor pelos poros, transpirar
sortir = abastecer
surtir = produzir (efeito ou resultado)
sortido = abastecido, bem provido, variado
surtido = produzido, causado
vadear = atravessar (rio) por onde dá pé, passar a vau
vadiar = viver na vadiagem, vagabundear, levar vida de vadio
Para representar o fonema /j/ existem duas letras; g e j. Grafa-se este ou aquele signo não de modo
arbitrário, mas de acordo com a origem da palavra. Exemplos: gesso (do grego gypsos), jeito (do latim
jactu) e jipe (do inglês jeep).
Escrevem-se com G
. 31
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
- Palavras derivadas de outras que se grafam com g: massagista (de massagem), vertiginoso (de
vertigem), ferruginoso (de ferrugem), engessar (de gesso), faringite (de faringe), selvageria (de
selvagem), etc.
- Os seguintes vocábulos: algema, angico, apogeu, auge, estrangeiro, gengiva, gesto, gibi, gilete,
ginete, gíria, giz, hegemonia, herege, megera, monge, rabugento, sugestão, tangerina, tigela.
Escrevem-se com J
- Palavras derivadas de outras terminadas em –já: laranja (laranjeira), loja (lojista, lojeca), granja
(granjeiro, granjense), gorja (gorjeta, gorjeio), lisonja (lisonjear, lisonjeiro), sarja (sarjeta), cereja
(cerejeira).
- Todas as formas da conjugação dos verbos terminados em –jar ou –jear: arranjar (arranje), despejar
(despejei), gorjear (gorjeia), viajar (viajei, viajem) – (viagem é substantivo).
- Vocábulos cognatos ou derivados de outros que têm j: laje (lajedo), nojo (nojento), jeito (jeitoso,
enjeitar, projeção, rejeitar, sujeito, trajeto, trejeito).
- Palavras de origem ameríndia (principalmente tupi-guarani) ou africana: canjerê, canjica, jenipapo,
jequitibá, jerimum, jiboia, jiló, jirau, pajé, etc.
- As seguintes palavras: alfanje, alforje, berinjela, cafajeste, cerejeira, intrujice, jeca, jegue, Jeremias,
Jericó, Jerônimo, jérsei, jiu-jítsu, majestade, majestoso, manjedoura, manjericão, ojeriza, pegajento,
rijeza, sabujice, sujeira, traje, ultraje, varejista.
- Atenção: Moji, palavra de origem indígena, deve ser escrita com J. Por tradição algumas cidades de
São Paulo adotam a grafia com G, como as cidades de Mogi das Cruzes e Mogi-Mirim.
- C, Ç: acetinado, açafrão, almaço, anoitecer, censura, cimento, dança, dançar, contorção, exceção,
endereço, Iguaçu, maçarico, maçaroca, maço, maciço, miçanga, muçulmano, muçurana, paçoca, pança,
pinça, Suíça, suíço, vicissitude.
- S: ânsia, ansiar, ansioso, ansiedade, cansar, cansado, descansar, descanso, diversão, excursão,
farsa, ganso, hortênsia, pretensão, pretensioso, propensão, remorso, sebo, tenso, utensílio.
- SS: acesso, acessório, acessível, assar, asseio, assinar, carrossel, cassino, concessão, discussão,
escassez, escasso, essencial, expressão, fracasso, impressão, massa, massagista, missão, necessário,
obsessão, opressão, pêssego, procissão, profissão, profissional, ressurreição, sessenta, sossegar,
sossego, submissão, sucessivo.
- SC, SÇ: acréscimo, adolescente, ascensão, consciência, consciente, crescer, cresço, descer, desço,
desça, disciplina, discípulo, discernir, fascinar, florescer, imprescindível, néscio, oscilar, piscina,
ressuscitar, seiscentos, suscetível, suscetibilidade, suscitar, víscera.
- X: aproximar, auxiliar, auxílio, máximo, próximo, proximidade, trouxe, trouxer, trouxeram, etc.
- XC: exceção, excedente, exceder, excelência, excelente, excelso, excêntrico, excepcional, excesso,
excessivo, exceto, excitar, etc.
Homônimos
. 32
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
intercessão = ato de interceder
interseção = ponto em que duas linhas se cruzam
ruço = pardacento
russo = natural da Rússia
- Adjetivos com os sufixos –oso, -osa: gostoso, gostosa, gracioso, graciosa, teimoso, teimosa, etc.
- Adjetivos pátrios com os sufixos –ês, -esa: português, portuguesa, inglês, inglesa, milanês, milanesa,
etc.
- Substantivos e adjetivos terminados em –ês, feminino –esa: burguês, burguesa, burgueses,
camponês, camponesa, camponeses, freguês, freguesa, fregueses, etc.
- Verbos derivados de palavras cujo radical termina em –s: analisar (de análise), apresar (de presa),
atrasar (de atrás), extasiar (de êxtase), extravasar (de vaso), alisar (de liso), etc.
- Formas dos verbos pôr e querer e de seus derivados: pus, pusemos, compôs, impuser, quis,
quiseram, etc.
- Os seguintes nomes próprios de pessoas: Avis, Baltasar, Brás, Eliseu, Garcês, Heloísa, Inês, Isabel,
Isaura, Luís, Luísa, Queirós, Resende, Sousa, Teresa, Teresinha, Tomás, Valdês.
- Os seguintes vocábulos e seus cognatos: aliás, anis, arnês, ás, ases, através, avisar, besouro,
colisão, convés, cortês, cortesia, defesa, despesa, empresa, esplêndido, espontâneo, evasiva, fase, frase,
freguesia, fusível, gás, Goiás, groselha, heresia, hesitar, manganês, mês, mesada, obséquio, obus,
paisagem, país, paraíso, pêsames, pesquisa, presa, presépio, presídio, querosene, raposa, represa,
requisito, rês, reses, retrós, revés, surpresa, tesoura, tesouro, três, usina, vasilha, vaselina, vigésimo,
visita.
Emprego da letra Z
- Os derivados em –zal, -zeiro, -zinho, -zinha, -zito, -zita: cafezal, cafezeiro, cafezinho, avezinha,
cãozito, avezita, etc.
- Os derivados de palavras cujo radical termina em –z: cruzeiro (de cruz), enraizar (de raiz), esvaziar
(de vazio), etc.
- Os verbos formados com o sufixo –izar e palavras cognatas: fertilizar, fertilizante, civilizar, civilização,
etc.
- Substantivos abstratos em –eza, derivados de adjetivos e denotando qualidade física ou moral:
pobreza (de pobre), limpeza (de limpo), frieza (de frio), etc.
- As seguintes palavras: azar, azeite, azáfama, azedo, amizade, aprazível, baliza, buzinar, bazar,
chafariz, cicatriz, ojeriza, prezar, prezado, proeza, vazar, vizinho, xadrez.
- O sufixo –ês (latim –ense) forma adjetivos (às vezes substantivos) derivados de substantivos
concretos: montês (de monte), cortês (de corte), burguês (de burgo), montanhês (de montanha), francês
(de França), chinês (de China), etc.
- O sufixo –ez forma substantivos abstratos femininos derivados de adjetivos: aridez (de árido), acidez
(de ácido), rapidez (de rápido), estupidez (de estúpido), mudez (de mudo) avidez (de ávido) palidez (de
pálido) lucidez (de lúcido), etc.
. 33
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Usa-se –eza (com z):
- Nos substantivos femininos abstratos derivados de adjetivos e denotando qualidades, estado,
condição: beleza (de belo), franqueza (de franco), pobreza (de pobre), leveza (de leve), etc.
Escreve-se –isar (com s) quando o radical dos nomes correspondentes termina em –s. Se o radical
não terminar em –s, grafa-se –izar (com z): avisar (aviso + ar), analisar (análise + ar), alisar (a + liso +
ar), bisar (bis + ar), catalisar (catálise + ar), improvisar (improviso + ar), paralisar (paralisia + ar), pesquisar
(pesquisa + ar), pisar, repisar (piso + ar), frisar (friso + ar), grisar (gris + ar), anarquizar (anarquia + izar),
civilizar (civil + izar), canalizar (canal + izar), amenizar (ameno + izar), colonizar (colono + izar), vulgarizar
(vulgar + izar), motorizar (motor + izar), escravizar (escravo + izar), cicatrizar (cicatriz + izar), deslizar
(deslize + izar), matizar (matiz + izar).
Emprego do X
- Não soa nos grupos internos –xce- e –xci-: exceção, exceder, excelente, excelso, excêntrico,
excessivo, excitar, inexcedível, etc.
- Grafam-se com x e não com s: expectativa, experiente, expiar, expirar, expoente, êxtase, extasiado,
extrair, fênix, texto, etc.
- Escreve-se x e não ch:
Em geral, depois de ditongo: caixa, baixo, faixa, feixe, frouxo, ameixa, rouxinol, seixo, etc. Excetuam-
se caucho e os derivados cauchal, recauchutar e recauchutagem.
Geralmente, depois da sílaba inicial en-: enxada, enxame, enxamear, enxaguar, enxaqueca, enxergar,
enxerto, enxoval, enxugar, enxurrada, enxuto, etc. Excepcionalmente, grafam-se com ch: encharcar (de
charco), encher e seus derivados (enchente, preencher), enchova, enchumaçar (de chumaço), enfim,
toda vez que se trata do prefixo en- + palavra iniciada por ch.
Em vocábulos de origem indígena ou africana: abacaxi, xavante, caxambu, caxinguelê, orixá, maxixe,
etc.
Nas seguintes palavras: bexiga, bruxa, coaxar, faxina, graxa, lagartixa, lixa, lixo, mexer, mexerico,
puxar, rixa, oxalá, praxe, vexame, xarope, xaxim, xícara, xale, xingar, xampu.
Emprego do dígrafo CH
Escreve-se com ch, entre outros os seguintes vocábulos: bucha, charque, charrua, chavena,
chimarrão, chuchu, cochilo, fachada, ficha, flecha, mecha, mochila, pechincha, tocha.
Homônimos
Bucho = estômago
Buxo = espécie de arbusto
Cocha = recipiente de madeira
Coxa = capenga, manco
Tacha = mancha, defeito; pequeno prego; prego de cabeça larga e chata, caldeira.
Taxa = imposto, preço de serviço público, conta, tarifa
Chá = planta da família das teáceas; infusão de folhas do chá ou de outras plantas
Xá = título do soberano da Pérsia (atual Irã)
Cheque = ordem de pagamento
Xeque = no jogo de xadrez, lance em que o rei é atacado por uma peça adversária
. 34
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Consoantes dobradas
Emprego do Porquê
Orações
Interrogativas Exemplo:
(pode ser substituído Por que devemos nos preocupar com o meio
por: por qual motivo, por ambiente?
Por Que qual razão)
Exemplo:
Equivalendo a “pelo Os motivos por que não respondeu são
qual” desconhecidos.
Exemplos:
Você ainda tem coragem de perguntar por quê?
Final de frases e
Por Quê Você não vai? Por quê?
seguidos de pontuação
Não sei por quê!
Exemplos:
Conjunção que indica A situação agravou-se porque ninguém reclamou.
explicação ou causa Ninguém mais o espera, porque ele sempre se
Porque atrasa.
Conjunção de
Finalidade – equivale a Exemplos:
“para que”, “a fim de Não julgues porque não te julguem.
que”.
Função de
substantivo – vem Exemplos:
acompanhado de artigo Não é fácil encontrar o porquê de toda confusão.
Porquê
ou pronome Dê-me um porquê de sua saída.
Questões
02. IF-CE - Tradutor e Intérprete de Libras – IF-CE/2017 - Adaptado) Assim como “açúcar”,
escrevem-se com ç:
(A) asper...ão, preten...ão, men...ão.
(B) disten...ão, geringon...a, judia...ão.
(C) indiscri...ão, deten...ão, obse...ão.
. 35
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
(D) pa...oca, exten...ão, reivindica...ão.
(E) absten...ão, exce...ão, un...ão.
(A) V – V – F – V
(B) F – F – V – F
(C) F – V – V – F
(D) V – F – F – V
05. (IFC - Auxiliar administrativo - IFC). Assinale a opção em que todas as palavras são vocábulos
de sentidos iguais ou aproximados:
(A) Escopo; Intento; Mira; Tronco.
(B) Adiado; Adiantado; Delongado; Moroso.
(C) Dúctil; Madeira; Lenha; Brando.
(D) Branco; Níveo; Cândido; Alvo.
(E) Tangerina; Bergamota; Jambo; Mexerica.
(1) Um espectro ronda o mundo atual: o espectro do tédio. Ele se manifesta de (2) diversas maneiras.
Algumas de suas vítimas invadem o “shopping Center” e, (3) empunhando um cartão de crédito,
comprometem o futuro do marido ou da mulher (4) e dos filhos. A maioria opta por ficar horas diante da
TV, assistindo a “reality (5) shows”, os quais, por razões que me escapam, tornam interessante para seu
(6) público a vida comum de estranhos, ou seja, algo idêntico à própria rotina considerada vazia,
claustrofóbica.
(8) O mal ataca hoje em dia faixas etárias que, uma ou duas gerações atrás, (9) julgávamos
naturalmente imunizadas a seu contágio. Crianças sempre foram (10) capazes de se divertir umas com
as outras ou até sozinhas. Dotadas de cérebros (11) que, como esponjas, tudo absorvem e de um
. 36
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
ambiente, qualquer um, no qual tudo (12) é novo, tudo é infinito, nunca lhes faltam informação e dados a
processar. Elas (13) não precisam ser entretidas pelos adultos, pois o que quer que estes façam ou
deixem de fazer lhes desperta, por definição, a curiosidade natural e aguça seus (15) instintos analíticos.
E, todavia, os pais se veem cada vez mais compelidos a (16) inventar maneiras de distrair seus filhos
durante as horas ociosas destes, um (17) conceito que, na minha infância, não existia. É a ideia de que,
se a família os (18) ocupar com atividades, os filhos terão mais facilidades na vida.
Sendo assim, os pais, simplesmente, não deixam os filhos pararem. (20) Se o mal em si nada tem de
original e, ao que tudo indica, surgiu, assim como (21) o medo, o nojo e a raiva, junto com nossa espécie
ou, quem sabe, antes, também (22) é verdade que, por milênios, somente uma minoria dispunha das
precondições necessárias para sofrer dele. (23) Falamos do homem cujas refeições da semana
dependiam do que (24) conseguiria caçar na segunda-feira, antes de, na terça, estar (25) fraco o bastante
para se converter em caça e de uma mulher que, de sol a sol, (26) trabalhava com a enxada ou o pilão.
Nenhum deles tinha tempo de sentir o tédio, (27) que pressupõe ócio abundante e sistemático para se
manifestar em grande (28) escala. Ninguém lhe oferecia facilidades. Por isso é que, até onde a memória
coletiva alcança, o problema quase sempre se restringia ao topo da pirâmide (30) social, a reis, nobres,
magnatas, aos membros privilegiados de sociedades que, (31) organizadas e avançadas, transformavam
a faina abusiva da maioria no luxo de (32) pouquíssimos eleitos.
(33) O tédio, portanto, foi um produto de luxo, e isso até tão recentemente que (34) Baudelaire, para,
há século e meio, descrevê-lo, comparou-se ao rei de um país (35) chuvoso, como se experimentar
delicadeza tão refinada elevasse socialmente quem não passava de “aristocrata de espírito”.
(37) Coube à Revolução Industrial a produção em massa daquilo que, (38) previamente, eram
raridades reservadas a uma elite mínima. E, se houve um (39) produto que se difundiu com sucesso
notável pelos mais inesperados andares e (40) recantos do edifício social, esse produto foi o tédio. Nem
se requer uma fartura de (41) Primeiro Mundo para se chegar à sua massificação. Basta, a rigor, que à
(42) satisfação do biologicamente básico se associe o cerceamento de outras (43) possibilidades (como,
inclusive, a da fuga ou da emigração), para que o tempo (44) ocioso ou inútil se encarregue do resto. Foi
assim que, após as emoções (45) fornecidas por Stalin e Hitler, os países socialistas se revelaram exímios
(46) fabricantes de tédio, único bem em cuja produção competiram à altura com seus (47) rivais
capitalistas. O tédio não é piada, nem um problema menor. Ele é central. Se (48) não existisse o tédio,
não haveria, por exemplo, tantas empresas de (49) entretenimento e tantas fortunas decorrentes delas.
Seja como for, nem esta nem (50) soluções tradicionais (a alta cultura, a religião organizada) resolverão
seus (51) impasses. Que fazer com essa novidade histórica, as massas de crianças e jovens
perpetuamente desempregados, funcionários, gente aposentada e cidadãos em geral ameaçados não
pela fome, guerra ou epidemias, mas pelo tédio, algo que ainda ontem afetava apenas alguns monarcas?
ASCHER, Nélson, Folha de S. Paulo, 9 abr. 2007, Ilustrada. (Texto adaptado)
“O mal ataca hoje em dia faixas etárias que, uma ou duas gerações atrás, julgávamos naturalmente
imunizadas a seu contágio.” (linhas 8-9).
A expressão destacada pode ser substituída sem alteração significativa do sentido por:
(A) a uma ou duas gerações.
(B) acerca de duas gerações.
(C) há uma ou duas gerações.
(D) por uma ou duas gerações.
08. Assinale a opção que completa corretamente as lacunas da frase abaixo: Não sei o _____ ela está
com os olhos vermelhos, talvez seja _____ chorou.
(A) porquê / porque;
(B) por que / porque;
(C) porque / por que;
(D) porquê / por quê;
(E) por que / por quê.
09. (Unimep – SP) “Se você não arrumar o fogão, além de não poder cozinhar as batatas, há o perigo
próximo de uma explosão.”
As palavras destacadas podem ser substituídas por:
(A) concertar – coser – iminente
(B) consertar – cozer – eminente
(C) consertar – cozer – iminente
(D) concertar – coser – iminente
. 37
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
(E) consertar – coser – eminente
Respostas
01. Resposta B
Correção
a) Xícara / régua / somente.
b) Táxi / biquíni / pajé.
c) Pezinhos / sábio / espontâneo.
d) Cafezinho / sonâmbulo / nódoa.
02. Resposta E
abstenção, exceção, unção.
03. Resposta A
04. Resposta A
a) analisar- casebre—catalisador- alisar. (Todas corretas)
b) magreZa- certeZa-moleZa- aterroriZar.
c) proeZa - enraiZado- catequiZar- dureZa.
d) Nenhuma das alternativas.
05. Resposta D
Nesta alternativa todas as palavras significam algo claro, branco.
06. Resposta D
Por que - equivale a "por qual razão";
Traz - na oração o "traz" está no sentido de trazer, portanto com Z sem acento pois acentua-se os
monossílabos tônicos apenas se estes terminarem com A, E, O (s).
Trás - com S apenas se a oração der por entender que o "trás" está em sentido de posição posterior.
07. Resposta C
A alternativa “a” está incorreta, pois a preposição “a” não remete a tempo, como o verbo haver (existir
e fazer). A alternativa “b” está incorreta, pois “a cerca de” significa “aproximadamente”, “mais ou menos”,
deixando o sentido em dúvida. Quanto à alternativa “d”, a preposição “por” muda o sentido afirmando que
o mal ataca hoje em dia faixas etárias que somente há uma ou duas gerações atrás, julgávamos... não
podendo ter acontecido em outras gerações. Confirmamos então a veracidade da alternativa “c”.
08. Resposta B
A partícula “o” é um pronome demonstrativo, equivalendo a aquilo, e funciona como antecedente do
pronome relativo: “Não sei aquilo pelo qual ela está com os olhos vermelhos”. A primeira impressão é a
de que seria um artigo, mas não faria sentido preenchermos a lacuna com o substantivo “motivo” que é
sinônimo de “porquê”. A segunda lacuna dá claramente a ideia de causa, logo deve ser utilizada a
conjunção “porque”.
09. Resposta C
Consertar – reparo, ato ou efeito de consertar.
Cozer – cozinhar.
Iminente – que ameaça acontecer.
. 38
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
10. Resposta D
E) Apesar do substantivo ser umidade, o adjetivo ser úmido o verbo é umedecer, assim como o seu
particípio umedecido.
Correção: orquídea
11. Resposta D
VIAGEM = SUBSTANTIVO
VIAJAR = VERBO
12. Resposta E
A) palavra certa é FLECHADA
B) palavra certa é LICENCIAMENTO
C) palavra certa é BANDEJA
D) palavra certa é RÉPTIL
E) CORRETA
13. Resposta E
A) Dimensionar
B) Associação
C) Capacitores
D) Choque
14. Resposta D
- Mal: pode substituir por bem; Mau: pode substituir por bom.
- Porque: quando posso trocar por: pois; já que...
Porquê: é substantivo e tem significado de "o motivo". Vem precedido de um artigo! (Ex: Quero saber
o porquê da discussão).
Por que --> frases interrogativas = por qual razão; por qual motivo. Utiliza-se para perguntas diretas
(Ex: Por que você fez isso?) e indiretas (Ex: Quero saber o por que você fez isso).
Por quê = por qual razão; por qual motivo. A diferença é que vem antes de um ponto, seja final,
interrogativo ou exclamação. (Ex: Você não disse a verdade. Por quê? / 2º Exemplo: Não entendo por
quê.).
- intuito
in.tui.to
(túi) sm (lat intuitu) 1 Escopo, fim. 2 Aquilo que se tem em vista; plano, propósito.
Acentuação gráfica.
Acentuação Gráfica
Tonicidade
Num vocábulo de duas ou mais sílabas, há, em geral, uma que se destaca por ser proferida com mais
intensidade que as outras: é a sílaba tônica. Nela recai o acento tônico, também chamado acento de
intensidade ou prosódico. Exemplos: café, janela, médico, estômago, colecionador.
O acento tônico é um fato fonético e não deve ser confundido com o acento gráfico (agudo ou
circunflexo) que às vezes o assinala. A sílaba tônica nem sempre é acentuada graficamente. Exemplo:
cedo, flores, bote, pessoa, senhor, caju, tatus, siri, abacaxis.
As sílabas que não são tônicas chamam-se átonas (=fracas), e podem ser pretônicas ou postônicas,
conforme apareçam antes ou depois da sílaba tônica. Exemplo: montanha, facilmente, heroizinho.
De acordo com a posição da sílaba tônica, os vocábulos com mais de uma sílaba classificam-se em:
. 39
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Monossílabos são palavras de uma só sílaba, conforme a intensidade com que se proferem, podem
ser tônicos ou átonos.
Monossílabos tônicos são os que têm autonomia fonética, sendo proferidos fortemente na frase em
que aparecem: é, má, si, dó, nó, eu, tu, nós, ré, pôr, etc.
Monossílabos átonos são os que não têm autonomia fonética, sendo proferidos fracamente, como se
fossem sílabas átonas do vocábulo a que se apoiam. São palavras vazias de sentido como artigos,
pronomes oblíquos, elementos de ligação, preposições, conjunções: o, a, os, as, um, uns, me, te, se, lhe,
nos, de, em, e, que.
- Com acento agudo se a vogal tônica for i, u ou a, e, o abertos: xícara, úmido, queríamos, lágrima,
término, déssemos, lógico, binóculo, colocássemos, inúmeros, polígono, etc.
- Com acento circunflexo se a vogal tônica for fechada ou nasal: lâmpada, pêssego, esplêndido,
pêndulo, lêssemos, estômago, sôfrego, fôssemos, quilômetro, sonâmbulo etc.
Paroxítonas terminadas em ditongo oral crescente e ditongo oral decrescente são acentuadas.
Exemplos – ditongo oral crescente: ânsia(s), série(s), régua(s).
Exemplos – ditongo oral decrescente: jóquei(s), imóveis, fôsseis (verbo).
- ditongo crescente, seguido, ou não, de s: sábio, róseo, planície, nódua, Márcio, régua, árdua,
espontâneo, etc.
- i, is, us, um, uns: táxi, lápis, bônus, álbum, álbuns, jóquei, vôlei, fáceis, etc.
- l, n, r, x, ons, ps: fácil, hífen, dólar, látex, elétrons, fórceps, etc.
- ã, ãs, ão, ãos, guam, guem: ímã, ímãs, órgão, bênçãos, enxáguam, enxáguem, etc.
Não se acentua um paroxítono só porque sua vogal tônica é aberta ou fechada. Descabido seria o
acento gráfico, por exemplo, em: cedo, este, espelho, aparelho, cela, janela, socorro, pessoa, dores,
flores, solo, esforços.
Acentuam-se os monossílabos tônicos: a, e, o, seguidos ou não de s: há, pá, pé, mês, nó, pôs, etc.
Acentuam-se a vogal dos ditongos abertos éi, éu, ói, quando tônicos.
Segundo as novas regras os ditongos abertos “éi” e “ói” não são mais acentuados em palavras
paroxítonas: assembléia, platéia, idéia, colméia, boléia, Coréia, bóia, paranóia, jibóia, apóio, heróico,
paranóico, etc. Ficando: Assembleia, plateia, ideia, colmeia, boleia, Coreia, boia, paranoia, jiboia, apoio,
heroico, paranoico, etc.
Nos ditongos abertos de palavras oxítonas terminadas em éi, éu e ói e monossílabas o acento
continua: herói, constrói, dói, anéis, papéis, troféu, céu, chapéu.
. 40
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Acentuação dos Hiatos
A razão do acento gráfico é indicar hiato, impedir a ditongação. Compare: caí e cai, doído e doido,
fluído e fluido.
- Acentuam-se em regra, o /i/ e o /u/ tônicos em hiato com vogal ou ditongo anterior, formando sílabas
sozinhas ou com s: saída (sa-í-da), saúde (sa-ú-de), faísca, caíra, saíra, egoísta, heroína, caí, Xuí, Luís,
uísque, balaústre, juízo, país, cafeína, baú, baús, Grajaú, saímos, eletroímã, reúne, construía, proíbem,
influí, destruí-lo, instruí-la, etc.
- Não se acentua o /i/ e o /u/ seguidos de nh: rainha, fuinha, moinho, lagoinha, etc; e quando formam
sílaba com letra que não seja s: cair (ca-ir), sairmos, saindo, juiz, ainda, diurno, Raul, ruim, cauim,
amendoim, saiu, contribuiu, instruiu, etc.
De acordo com as novas regras da Língua Portuguesa não se acentua mais o /i/ e /u/ tônicos formando
hiato quando vierem depois de ditongo: baiúca, boiúna, feiúra, feiúme, bocaiúva, etc. Ficaram: baiuca,
boiuna, feiura, feiume, bocaiuva, etc.
Os hiatos “ôo” e “êe” não são mais acentuados: enjôo, vôo, perdôo, abençôo, povôo, crêem, dêem,
lêem, vêem, relêem. Ficaram: enjoo, voo, perdoo, abençoo, povoo, creem, deem, leem, veem, releem.
Acento Diferencial
Emprega-se o acento diferencial como sinal distintivo de vocábulos homógrafos, nos seguintes casos:
Segundo as novas regras da Língua Portuguesa não existe mais o acento diferencial em palavras
homônimas (grafia igual, som e sentido diferentes) como:
- côa(s) (do verbo coar) - para diferenciar de coa, coas (com + a, com + as);
- pára (3ª pessoa do singular do presente do indicativo do verbo parar) - para diferenciar de para
(preposição);
- péla (do verbo pelar) e em péla (jogo) - para diferenciar de pela (combinação da antiga preposição
per com os artigos ou pronomes a, as);
- pêlo (substantivo) e pélo (v. pelar) - para diferenciar de pelo (combinação da antiga preposição per
com os artigos o, os);
- péra (substantivo - pedra) - para diferenciar de pera (forma arcaica de para - preposição) e pêra
(substantivo);
- pólo (substantivo) - para diferenciar de polo (combinação popular regional de por com os artigos o,
os);
- pôlo (substantivo - gavião ou falcão com menos de um ano) - para diferenciar de polo (combinação
popular regional de por com os artigos o, os);
Emprego do Til
O til sobrepõe-se às letras “a” e “o” para indicar vogal nasal. Pode figurar em sílaba:
- tônica: maçã, cãibra, perdão, barões, põe, etc;
- pretônica: ramãzeira, balõezinhos, grã-fino, cristãmente, etc;
- átona: órfãs, órgãos, bênçãos, etc.
Desapareceu o trema sobre o /u/ em todas as palavras do português: Linguiça, averiguei, delinquente,
tranquilo, linguístico. Exceto em palavras de línguas estrangeiras: Günter, Gisele Bündchen, müleriano.
. 41
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Questões
Uma palavra do texto não recebeu acento gráfico adequadamente. Assinale a alternativa em que ela
está devidamente corrigida:
a) Recompôr
b) Médula
c) Utilizá-se
d) Método
e) Sómente
A exposição O Triunfo da Cor traz grandes nomes da arte moderna para o Centro Cultural Banco do
Brasil de São Paulo. São 75 obras de 32 artistas do final do século 19 e início do 20, entre eles expoentes
como Van Gogh, Gauguin, Toulouse-Lautrec, Cézanne, Seurat e Matisse. Os trabalhos fazem parte dos
acervos do Musée d’Orsay e do Musée de l’Orangerie, ambos de Paris.
A mostra foi dividida em quatro módulos que apresentam os pintores que sucederam o movimento
impressionista e receberam do crítico inglês Roger Fry a designação de pós-impressionistas. Na primeira
parte, chamada de A Cor Cientifica, podem ser vistas pinturas que se inspiraram nas pesquisas científicas
de Michel Eugene Chevreul sobre a construção de imagens com pontos.
Os estudos desenvolvidos por Paul Gauguin e Émile Bernard marcam a segunda parte da exposição,
chamada de Núcleo Misterioso do Pensamento. Entre as obras que compõe esse conjunto está o quadro
Marinha com Vaca, em que o animal é visto em um fundo de uma passagem com penhascos que formam
um precipício estreito. As formas são simplificadas, em um contorno grosso e escuro, e as cores refletem
a leitura e impressões do artista sobre a cena.
O Autorretrato Octogonal, de Édouard Vuillard, é uma das pinturas de destaque do terceiro momento
da exposição. Intitulada Os Nabis, Profetas de Uma Nova Arte, essa parte da mostra também reúne obras
de Félix Vallotton e Aristide Maillol. No autorretrato, Vuillard define o rosto a partir apenas da aplicação
de camadas de cores sobrepostas, simplificando os traços, mas criando uma imagem de forte expressão.
. 42
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
O Mulheres do Taiti, de Paul Gauguin, é um dos quadros da última parte da mostra, chamada de A
Cor em Liberalidade, que tem como marca justamente a inspiração que artistas como Gauguin e Paul
Cézanne buscaram na natureza tropical. A pintura é um dos primeiros trabalhos de Gauguin
desenvolvidos na primeira temporada que o artista passou na ilha do Pacífico, onde duas mulheres
aparecem sentadas a um fundo verde-esmeralda, que lembra o oceano.
A exposição vai até o dia 7 de julho, com entrada franca.
Fonte:http://agenciabrasil.ebc.com.br/cultura/noticia/2016-05/mostra-otriunfo-da-cor-traz-grandes-nomes-do-pos-impressionismo-para-sp Acesso em:
29/05/2016.
“As palavras ‘módulos’ e ‘última’, presentes no texto, são ____________ acentuadas por serem
____________ e ____________, respectivamente”.
(Adaptado de SANTOS, Sílvio Coelho dos. Nova História de Santa Catarina. Florianópolis: edição do Autor, 1977, p. 43.)
No texto acima aparecem as palavras Atlântico, época, Pacífico, acentuadas graficamente por serem
proparoxítonas.
( ) Certo ( ) Errado
(Adaptado de SANTOS, Sílvio Coelho dos. Nova História de Santa Catarina. Florianópolis: edição do Autor, 1977, p. 43.)
. 43
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
mais de três anos, quando a expedição estava em fase de planejamento. Essa também é a primeira vez
que um veleiro brasileiro recebe autorização para aportar em solo chinês, de acordo com as autoridades
do país.”
(http://epoca.globo.com/vida/noticia/2015/03/bfamilia-schurmannb-navega-pela-primeira-vez-na-antartica.html)
Apesar de o trema ter desaparecido da língua portuguesa, ele se conserva em nomes estrangeiros,
como em Schürmann.
( ) Certo ( ) Errado
Muitos anos após o Holocausto, o governo israelense realizou um extenso levantamento para
determinar quantos sobreviventes ainda estavam vivos. O estudo, de 1977, concluiu que entre 834 mil e
960 mil sobreviventes ainda viviam em todo o mundo. O maior número – entre 360 mil e 380 mil – residia
em Israel. Entre 140 mil e 160 mil viviam nos Estados Unidos; entre 184 mil e 220 mil estavam espalhados
pela antiga União Soviética; e entre 130 mil e 180 mil estavam dispersos pela Europa. Como foi que esses
homens e mulheres lidaram com a vida após o genocídio? De acordo com a crença popular, muitos
sofriam da chamada Síndrome do Sobrevivente ao Campo de Concentração. Ficaram terrivelmente
traumatizados e sofriam de sérios problemas psicológicos, como depressão e ansiedade.
Em 1992, um sociólogo nova-iorquino chamado William Helmreich virou essa crença popular de
cabeça para baixo. Professor da Universidade da Cidade de Nova York, Helmreich viajou pelos Estados
Unidos de avião e automóvel para estudar 170 sobreviventes. Esperava encontrar homens e mulheres
com depressão, ansiedade e medo crônicos. Para sua surpresa, descobriu que a maioria dos
sobreviventes se adaptara a suas novas vidas com muito mais sucesso do que jamais se imaginaria. Por
exemplo, apesar de não terem educação superior, os sobreviventes saíram-se muito bem
financeiramente. Em torno de 34 por cento informaram ganhar mais de 50 mil dólares anualmente. Os
fatores-chave, concluiu Helmreich, foram “trabalho duro e determinação, habilidade e inteligência, sorte
e uma disposição para correr riscos.” Ele descobriu também que seus casamentos eram mais bem-
sucedidos e estáveis. Aproximadamente 83 por cento dos sobreviventes eram casados, comparado a 61
por cento dos judeus americanos de idade similar. Apenas 11 por cento dos sobreviventes eram
divorciados, comparado com 18 por cento dos judeus americanos. Em termos de saúde mental e bem-
estar emocional, Helmreich descobriu que os sobreviventes faziam menos visitas a psicoterapeutas do
que os judeus americanos.
“Para pessoas que sofreram nos campos, apenas ser capaz de levantar e ir trabalhar de manhã já
seria um feito significativo”, escreveu ele em seu livro Against All Odds (Contra Todas as Probabilidades).
“O fato de terem se saído bem nas profissões e atividades que escolheram é ainda mais impressionante.
Os valores de perseverança, ambição e otimismo que caracterizavam tantos sobreviventes estavam
claramente arraigados neles antes do início da guerra. O que é interessante é quanto esses valores
permaneceram parte de sua visão do mundo após o término do conflito.” Helmreich acredita que algumas
das características que os ajudaram a sobreviver ao Holocausto – como flexibilidade, coragem e
inteligência – podem ter contribuído para seu sucesso posterior. “O fato de terem sobrevivido para contar
a história foi, para a maioria, uma questão de sorte”, escreve ele. “O fato de terem sido bem-sucedidos
em reconstruir suas vidas em solo americano, não.”
A tese de Helmreich gerou controvérsia e ele foi atacado por diminuir ou descontar o profundo dano
psicológico do Holocausto. Mas ele rebate essas críticas, observando que “os sobreviventes estão
permanentemente marcados por suas experiências, profundamente. Pesadelos e constante ansiedade
são a norma de suas vidas. E é precisamente por isso que sua capacidade de levar vidas normais –
levantar de manhã, trabalhar, criar famílias, tirar férias e assim por diante – faz com que descrevê-los
como ‘bem-sucedidos’ seja totalmente justificado”.
Em suas entrevistas individuais e seus levantamentos aleatórios em larga escala de sobreviventes ao
Holocausto, Helmreich identificou dez características que justificavam seu sucesso na vida: flexibilidade,
assertividade, tenacidade, otimismo, inteligência, capacidade de distanciamento, consciência de grupo,
capacidade de assimilar o conhecimento de sua sobrevivência, capacidade de encontrar sentido na vida
e coragem. Todos os sobreviventes do Holocausto compartilhavam algumas dessas qualidades, me conta
Helmreich. Apenas alguns dos sobreviventes possuíam todas elas.
Adaptado de: SHERWOOD, Ben. Clube dos sobreviventes: Segredos de quem escapou de situações-limite e como eles
podem salvar a sua vida. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012. p. 160-161.
. 44
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
As palavras genocídio, após e Soviética acentuam-se, respectivamente, pelas mesmas regras que
justificam o acento gráfico das palavras na seguinte série:
a) estáveis – número – é
b) aleatórios – descrevê-los – síndrome
c) crônicos – já – características
d) história – dólares – também
Respostas
01. Resposta D
Método, que se refere a palavra "Metod´o" do texto.
02. Resposta C
As proparoxítonas são todas acentuadas graficamente. Sílaba tônica: antepenúltima.
Exemplos: trágico, patético, árvore
03. Resposta A
As paroxítonas terminadas em "n" são acentuadas, mas as que acabam em "ens", não (hifens, jovens),
assim como os prefixos terminados em "i "e "r" (semi, super). Porém, acentuam-se as paroxítonas
terminadas em ditongos crescentes: várzea, mágoa, óleo, régua, férias, tênue, cárie, ingênuo, início.
. 45
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
06. Resposta “CERTO”
TREMA
Linguiça, bilíngue, consequência, sequestro, pinguim, sagui, tranquilidade... O trema acaba de ser
suprimido dos grupos de letras GUI, GUE, QUI e QUE, nos quais indicava a pronúncia átona (fraca) da
letra "u".
Entretanto, não pose-se dizer que o trema desapareceu de todas as palavras da língua portuguesa.
Isso porque será mantido nos nomes estrangeiros e nos termos deles derivados. Assim: Müller e
mülleriano, por exemplo.
07. Resposta B
genocídio, após e Soviética = ''Paroxítona'', ''oxítona'' e ''Proparoxítona''
aleatórios – descrevê-los – síndrome = ''Paroxítona'', ''oxítona'' e ''Proparoxítona''.
08. Resposta C
Erros das alternativas:
a) ruim
b) flores, economia
c) ok
d) Giz e caju
e) Portugueses
09. Resposta C
Está - São acentuadas oxitonas terminadas em O,E ,A, EM, ENS
País - São acentuados hiatos I e U seguidos ou não de S
10. Resposta A
A- Correta
B- Erro: Inglêsa > Correta: Inglesa.
C- Erro: Idéias > Correta: Ideias
D- Erro: Barrôco > Correta: Barroco
E- Erro: Gluteos > Correta: Glúteos
Classe de Palavras
Artigo
Artigo é uma palavra que antepomos aos substantivos para determiná-los, indicando, ao mesmo
tempo, gênero e número.
Dividem-se os artigos em: definidos: o, a, os, as e indefinidos: um, uma, uns, umas.
Os definidos determinam os substantivos de modo preciso, particular: Viajei com o médico.
Os indefinidos determinam os substantivos de modo vago, impreciso, geral: Viajei com um médico.
- Ambas as mãos. Usa-se o artigo entre o numeral ambas e o substantivo: Ambas as mãos são
perfeitas.
- Estou em Paris / Estou na famosa Paris. Não se usa artigo antes dos nomes de cidades, a menos
que venham determinados por adjetivos ou locuções adjetivas.
Vim de Paris
Vim da luminosa Paris.
. 46
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Pode ou não ocorrer crase antes dos nomes de cidade, conforme venham ou não precedidos de artigo.
Vou a Paris.
Vou à Paris dos museus.
No plural, usa-se todos os, todas as, exceto antes de numeral não seguido de substantivo.
Todas as cidades vieram.
Todos os cinco clubes disputarão o título.
Todos cinco são concorrentes.
- Tua decisão / a tua decisão. De maneira geral, é facultativo o uso do artigo antes dos possessivos.
Aplaudimos tua decisão.
Aplaudimos a tua decisão.
- Decisões as mais oportunas / as mais oportunas decisões. No superlativo relativo, não se usa o
artigo antes e depois do substantivo.
Tomou decisões as mais oportunas.
Tomou as decisões mais oportunas.
É errado: Tomou as decisões as mais oportunas.
- Faz uns dez anos. O artigo indefinido, posto antes de um numeral, designa quantidade aproximada:
Faz uns dez anos que saí de lá.
Substantivo
Classificação e Formação
Substantivo Comum: Substantivo comum é aquele que designa os seres de uma espécie de forma
genérica. Por exemplo: pedra, computador, cachorro, homem, caderno.
Substantivo Próprio: Substantivo próprio é aquele que designa um ser específico, determinado,
individualizando-o. Por exemplo: Maxi, Londrina, Dílson, Ester. O substantivo próprio sempre deve ser
escrito com letra maiúscula.
Substantivo Concreto: Substantivo concreto é aquele que designa seres que existem por si só ou
apresentam-se em nossa imaginação como se existissem por si. Por exemplo: ar, som, Deus,
computador, Ester.
Substantivo Abstrato: Substantivo abstrato é aquele que designa prática de ações verbais,
existência de qualidades ou sentimentos humanos. Por exemplo: saída (prática de sair), beleza
(existência do belo), saudade.
. 47
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Substantivo Primitivo: É primitivo o substantivo que não se origina de outra palavra existente na
língua portuguesa. Por exemplo: pedra, jornal, gato, homem.
Substantivo Derivado: É derivado o substantivo que provém de outra palavra da língua portuguesa.
Por exemplo: pedreiro, jornalista, gatarrão, homúnculo.
Substantivo Simples: É simples o substantivo formado por um único radical. Por exemplo: pedra,
pedreiro, jornal, jornalista.
Substantivo Composto: É composto o substantivo formado por dois ou mais radicais. Por exemplo:
pedra-sabão, homem-rã, passatempo.
Substantivo Coletivo: É coletivo o substantivo no singular que indica diversos elementos de uma
mesma espécie.
- abelha - enxame, cortiço, colmeia
- acompanhante - comitiva, cortejo, séquito
- alho - (quando entrelaçados) réstia, enfiada, cambada
- aluno - classe
- amigo - (quando em assembleia) tertúlia
Adjetivo
É a classe gramatical de palavras que exprimem qualidade, defeito, origem, estado do ser.
Locução Adjetiva
É toda expressão formada de uma preposição mais um substantivo, equivalente a um adjetivo. Por
exemplo, homens com aptidão (aptos), bandeira da Irlanda (irlandesa).
Biformes - têm duas formas, sendo uma para o masculino e outra para o feminino. Por exemplo, mau
e má, judeu e judia. Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no feminino somente o último
elemento. Por exemplo, o motivo sócio literário e a causa sócio literária. Exceção = surdo-mudo e surda-
muda.
Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino como para o feminino. Por exemplo, homem
feliz ou cruel e mulher feliz ou cruel. Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no feminino. Por
exemplo, conflito político-social e desavença político-social.
Plural dos adjetivos simples: Os adjetivos simples flexionam-se no plural de acordo com as regras
estabelecidas para a flexão numérica dos substantivos simples. Por exemplo, mau e maus, feliz e felizes,
ruim e ruins, boa e boas.
Plural dos adjetivos compostos: Os adjetivos compostos flexionam-se no plural de acordo com as
seguintes regras:
. 48
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
- os adjetivos compostos formados de adjetivo + adjetivo flexionam somente o último elemento. Por
exemplo, luso-brasileiro e luso-brasileiros. Exceções: surdo-mudo e surdos-mudos. Ficam invariáveis os
seguintes adjetivos compostos: azul-celeste e azul-marinho.
- os adjetivos compostos formados de palavra invariável + adjetivo flexionam também só o último
elemento. Por exemplo, mal-educado e mal-educados.
- os adjetivos compostos formados de adjetivo + substantivo ficam invariáveis. Por exemplo, carro(s)
verde-canário.
- as expressões formadas de cor + de + substantivo também ficam invariáveis. Por exemplo, cabelo(s)
cor-de-ouro.
O adjetivo flexiona-se em grau para indicar a intensidade da qualidade do ser. Existem, para o adjetivo,
dois graus:
Comparativo
- de igualdade: tão (tanto, tal) bom como (quão, quanto).
- de superioridade: analítico (mais bom do que) e sintético (melhor que).
- de inferioridade: menos bom que (do que).
Superlativo
- absoluto: analítico (muito bom) e sintético (ótimo ou boníssimo).
- relativo: de superioridade (o mais bom de) e de inferioridade (o menos bom).
Somente seis adjetivos têm o grau comparativo de superioridade sintético. Veja-os: de bom - melhor,
de mau - pior, de grande - maior, de pequeno - menor, de alto - superior, de baixo - inferior. Para estes
seis adjetivos, usamos a forma analítica do grau comparativo de superioridade, quando se comparam
duas qualidades do mesmo ser. Por exemplo, Ele é mais bom que inteligente. Usa-se a forma sintética
do grau comparativo de superioridade, quando se comparam dois seres através da mesma qualidade.
Por exemplo: Ela é melhor que você.
Numeral
É a classe de palavras que exprimem quantidade, ordem, divisão e multiplicação dos seres na
natureza.
Classificação
Cardinais: indicam contagem, medida. Por exemplo, um, dois, três…
Ordinais: indicam a ordem do ser numa série dada. Por exemplo, primeiro, segundo, terceiro…
Fracionários: indicam a divisão dos seres. Por exemplo, meio, terço, quarto, quinto…
Multiplicativos: indicam a multiplicação dos seres. Por exemplo, dobro, triplo, quádruplo, quíntuplo…
. 49
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Nove Nono Mil Milésimo
Faz-se a leitura do numeral cardinal, dispondo-se a palavra “e” entre as centenas e as dezenas e entre
as dezenas e unidades. Por exemplo, 1.203.726 = um milhão duzentos e três mil setecentos e vinte e
seis.
Pronome
A palavra que acompanha (determina) ou substitui um nome é denominada pronome. Ex.: Ana disse
para sua irmã: - Eu preciso do meu livro de matemática. Você não o encontrou? Ele estava aqui em cima
da mesa.
- eu substitui “Ana”
- meu acompanha “o livro de matemática”
- o substitui “o livro de matemática”
- ele substitui “o livro de matemática”
Gênero (masculino/feminino)
Ele saiu/Ela saiu
Meu carro/Minha casa
Número (singular/plural)
Eu saí/Nós saímos
Minha casa/Minhas casas
Pessoa (1ª/2ª/3ª)
Eu saí/Tu saíste/Ele saiu
Meu carro/Teu carro/Seu carro
Substituir o nome: Nesse caso, classifica-se como pronome substantivo e constitui o núcleo de um
grupo nominal. Ex.: Quando cheguei, ela se calou. (Ela é o núcleo do sujeito da segunda oração e se
trata de um pronome substantivo porque está substituindo um nome)
Referir-se ao nome: Nesse caso, classifica-se como pronome adjetivo e constitui uma palavra
dependente do grupo nominal. Ex.: Nenhum aluno se calou. (O sujeito “nenhum aluno” tem como núcleo
o substantivo “aluno” e como palavra dependente o pronome adjetivo “nenhum”)
Pronomes Pessoais: São aqueles que substituem os nomes e representam as pessoas do discurso:
1ª pessoa - a pessoa que fala - eu/nós
2ª pessoa - a pessoa com que se fala - tu/vós
3ª pessoa - a pessoa de quem se fala - ele/ela/eles/elas
Pronomes pessoais retos: são os que têm por função principal representar o sujeito ou predicativo.
. 50
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Pronomes Oblíquos
- Associação de pronomes a verbos: Os pronomes oblíquos o, a, os, as, quando associados a verbos
terminados em -r, -s, -z, assumem as formas lo, la, los, las, caindo as consoantes. Ex.: Carlos quer
convencer seu amigo a fazer uma viagem; Carlos quer convencê-lo a fazer uma viagem.
- Quando associados a verbos terminados em ditongo nasal (-am, -em, -ão, -õe), assumem as formas
no, na, nos, nas. Ex.: Fizeram um relatório; Fizeram-no.
- Os pronomes oblíquos podem ser reflexivos e quando isso ocorre se referem ao sujeito da oração.
Ex.: Maria olhou-se no espelho; Eu não consegui controlar-me diante do público.
- Antes do infinitivo precedido de preposição, o pronome usado deverá ser o reto, pois será sujeito do
verbo no infinitivo. Ex.: O professor trouxe o livro para mim. (Pronome oblíquo, pois é um complemento);
O professor trouxe o livro para eu ler. (Pronome reto, pois é sujeito)
Pronomes de Tratamento: São aqueles que substituem a terceira pessoa gramatical. Alguns são
usados em tratamento cerimonioso e outros em situações de intimidade. Conheça alguns:
- você (v.): tratamento familiar
- senhor (Sr.), senhora (Sr.ª.): tratamento de respeito
- senhorita (Srta.): moças solteiras
- Vossa Senhoria (V.S.ª.): para pessoa de cerimônia
- Vossa Excelência (V.S.ª.): para altas autoridades
- Vossa Reverendíssima (V. Revmª.): para sacerdotes
- Vossa Eminência (V.Emª.): para cardeais
- Vossa Santidade (V.S.): para o Papa
- Vossa Majestade (V.M.): para reis e rainhas
- Vossa Majestade Imperial (V.M.I.): para imperadores
- Vossa Alteza (V.A.): para príncipes, princesas e duques
1- Os pronomes e os verbos ligados aos pronomes de tratamento devem estar na 3ª pessoa. Ex.:
Vossa Excelência já terminou a audiência? (Nesse fragmento se está dirigindo a pergunta à autoridade)
2- Quando apenas nos referimos a essas pessoas, sem que estejamos nos dirigindo a elas, o pronome
"vossa" se transforma no possessivo “sua”. Ex.: Sua Excelência já terminou a audiência? (Nesse
fragmento não se está dirigindo a pergunta à autoridade, mas a uma terceira pessoa do discurso)
Pronomes Possessivos: São aqueles que indicam ideia de posse. Além de indicar a coisa possuída,
indicam a pessoa gramatical possuidora.
. 51
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Existem palavras que eventualmente funcionam como pronomes possessivos. Ex.: Ele afagou-lhe
(seus) os cabelos.
esse, essa,
esses, essas Ex.: Não gostei desse Ex.: Nesse último Ex.: Gostava de
livro que está em tuas ano, realizei bons química. Essa
mãos. negócios afirmação me
deixou surpresa
Perto da 3ª pessoa, Passado ou futuro Referente ao primeiro
distante dos remotos elemento citado em
interlocutores. uma enumeração.
aquele, aquela, Ex.: Não gostei Ex.: Tenho boas Ex.: O homem e a
aquilo, aqueles, daquele livro que a recordações de mulher são
aquelas Roberta trouxe. 1960, pois naquele massacrados pela
ano realizei bons cultura atual, mas esta
negócios. é mais oprimida que
aquele.
Pronomes Indefinidos: São pronomes que acompanham o substantivo, mas não o determinam de
forma precisa: algum, bastante, cada, certo, diferentes, diversos, demais, mais, menos, muito nenhum,
outro, pouco, qual, qualquer, quanto, tanto, todo, tudo, um, vários.
Algumas locuções pronominais indefinidas: cada qual, qualquer um, tal e qual, seja qual for, sejam
quem for, todo aquele, quem (que), quer uma ou outra, todo aquele (que), tais e tais, tal qual, seja qual
for.
. 52
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Uso de alguns pronomes indefinidos:
Algum:
- quando anteposto ao substantivo dá ideia de afirmação. “Algum dinheiro terá sido deixado por ela.”
- quando posposto ao substantivo dá ideia de negação. “Dinheiro algum terá sido deixado por ela.”
O uso desse pronome indefinido antes ou depois do verbo está ligado à intenção do enunciador.
Demais: Este pronome indefinido, muitas vezes, é confundido com o advérbio “demais” ou com a
locução adverbial “de mais”. Ex.:
“Maria não criou nada de mais além de uma cópia do quadro de outro artista.” (locução adverbial)
“Maria esperou-os demais.” (pronome indefinido = os outros)
“Maria esperou demais.” (advérbio de intensidade)
Todo: É usado como pronome indefinido e também como advérbio, no sentido de completamente,
mas possuindo flexão de gênero e número, o que é raro em um advérbio. Ex.:
“Percorri todo trajeto.” (pronome indefinido)
“Por causa da chuva, a roupa estava toda molhada.” (advérbio)
Cada: Possui valor distributivo e significa todo, qualquer dentre certo número de pessoas ou de coisas.
Ex.: “Cada homem tem a mulher que merece”. Este pronome indefinido não pode anteceder substantivo
que esteja em plural (cada férias), a não ser que o substantivo venha antecedido de numeral (cada duas
férias). Pode, às vezes, ter valor intensificador: “Mário diz cada coisa idiota!”
Pronomes Relativos: São aqueles que representam nomes que já foram citados e com os quais estão
relacionados. O nome citado denomina-se antecedente do pronome relativo. Ex.: “A rua onde moro é
muito escura à noite.”; onde: pronome relativo que representa “a rua”; a rua: antecedente do pronome
“onde”.
Alguns pronomes que podem funcionar como pronomes relativos: Masculino (o qual, os quais,
quanto, quantos, cujo, cujos). Feminino (a qual, as quais, quanta, quantas, cuja, cujas). Invariável (quem,
que, onde).
O pronome relativo quem sempre possui como antecedente uma pessoa ou coisas personificadas,
vem sempre antecedido de preposição e possui o significado de “o qual”. Ex.: "Aquela menina de quem
lhe falei viajou para Paris”. Antecedente: menina; Pronome relativo antecedido de preposição: de quem.
Os pronomes relativos cujo, cuja sempre precedem a um substantivo sem artigo e possuem o
significado “do qual”, “da qual”. Ex.: “O livro cujo autor não me recordo.”
Os pronomes relativos quanto(s) e quanta(s) aparecem geralmente precedidos dos pronomes
indefinidos tudo, tanto(s), tanta(s), todos, todas. Ex.: “Você é tudo quanto queria na vida.”
O pronome relativo onde tem sempre como antecedente palavra que indica lugar. Ex.: “A casa onde
moro é muito espaçosa.”
O pronome relativo que admite diversos tipos de antecedentes: nome de uma coisa ou pessoa, o
pronome demonstrativo ou outro pronome. Ex.: “Quero agora aquilo que ele me prometeu.”
Os pronomes relativos, na maioria das vezes, funcionam como conectivos, permitindo-nos unir duas
orações em um só período. Ex.: A mulher parece interessada. A mulher comprou o livro. (A mulher que
parece interessada comprou o livro.)
Verbo
Quando se pratica uma ação, a palavra que representa essa ação e indica o momento em que ela
ocorre é o verbo. Exemplos:
- Aquele pedreiro trabalhou muito. (ação – pretérito)
. 53
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
- Venta muito na primavera. (fenômeno – presente)
- Ana ficará feliz com a tua chegada. (estado - futuro)
- Maria enviuvou na semana passada. (mudança de estado – pretérito)
- A serra azula o horizonte. (qualidade – presente)
1º COJUGAÇÃO 2º COJUGAÇÃO
3º CONJUGAÇÃO
verbos verbos
verbos terminados
terminados em terminados em
em IR
AR ER
cantar vender partir
amar chover sorrir
sonhar sofrer abrir
OBS: O verbo pôr, assim como seus derivados (compor, repor, depor, etc.), pertence à 2º conjugação,
porque na sua forma antiga a sua terminação era em er: poer. A vogal “e”, apesar de haver desaparecido
do infinitivo, revela-se em algumas formas de verbo: põe, pões, põem etc.
Modos Verbais
- Indicativo. Apresenta o fato de maneira real, certa, positiva. Ex: Eu estudo geografia
Iremos ao cinema; Voltou para casa.
- Subjuntivo. Pode exprimir um desejo e apresenta o fato como possível ou duvidoso, hipotético. Ex:
Queria que me levasses ao teatro; Se eu tivesse dinheiro, compraria um carro; Quando o relógio
despertar, acorda-me.
- Imperativo. Exprime ordem, conselho ou súplica. Ex: Limpa a cozinha, Maria; Descanse bastante
nestas férias; Senhor tende piedade de nós.
. 54
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
As formas nominais do verbo são Três: infinitivo, gerúndio e particípio.
Infinitivo:
Pessoal - cantar (eu), cantares (tu), vender (eu), venderes (tu), partir (eu), partires (tu)
Impessoal - cantar, vender, partir.
Gerúndio - cantando, vendendo, partindo.
Particípio - cantado, vendido, partido.
Impessoal: Uma forma em que o verbo não se refere a nenhuma pessoa gramatical: é o infinitivo
impessoal quando não se refere às pessoas do discurso. Exemplos: viver é bom. (a vida é boa); É proibido
fumar. (é proibido o fumo)
Pessoal: Quando se refere às pessoas do discurso. Neste caso, não é flexionado nas 1ª e 3ª pessoas
do singular e flexionadas nas demais:
Falar (eu) – não flexionado
Falares (tu) – flexionado
Falar (ele) – não flexionado
Falarmos (nós) – flexionado
Falardes (voz) – flexionado
Falarem (eles) – flexionado
Ex: É conveniente estudares (é conveniente o estudo); É útil pesquisarmos (é útil a nossa pesquisa)
O Pretérito Perfeito Composto: indica um fato concluído, revela de certa forma a ideia de
continuidade. Ex: Eu tenho estudado (eu estudei até o presente momento). Os verbos invocativos
(terminados em “ecer” ou “escer”) indica uma continuidade gradual. Ex: embranquecer é começar a ficar
grisalho e envelhecer é ir ficando velho.
Tempos Simples e Tempos Compostos: Os tempos são simples quando formados apenas pelo
verbo principal.
Indicativo:
Presente - canto, vendo, parto, etc.
Pretérito perfeito - cantei, vendi, parti, etc.
Pretérito imperfeito - cantava, vendia, partia, etc.
Pretérito mais-que-perfeito - cantara, vendera, partira, etc.
Futuro do presente - cantarei, venderei, partirei, etc.
Futuro do pretérito - cantaria, venderia, partiria, etc.
Subjuntivo:
Presente - cante, venda, parta, etc.
Pretérito imperfeito - cantasse, vendesse, partisse, etc.
. 55
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Futuro - cantar, vender, partir.
Imperativo: Ao indicar ordem, conselho, pedido, o fato verbal pode expressar negação ou afirmação.
São, portanto, duas as formas do imperativo:
- Imperativo Negativo: Não falem alto.
- Imperativo Afirmativo: Falem mais alto.
O imperativo não possui a 1º pessoa do singular, pois não se prevê a ordem, o pedido ou o conselho
a si mesmo.
Indicativo:
Pretérito perfeito composto - tenho cantado, tenho vendido, tenho partido, etc.
Pretérito mais-que-perfeito composto - tinha cantado, tinha vendido, tinha partido, etc.
Futuro do presente composto - terei cantado, terei vendido, terei partido, etc.
Futuro do pretérito composto - teria cantado, teria vendido, teria partido, etc.
Subjuntivo:
Pretérito perfeito composto - tenha cantado, tenha vendido, tenha partido, etc.
Pretérito mais-que-perfeito composto - tivesse cantado, tivesse vendido, tivesse partido, etc.
Futuro composto - tiver cantado, tiver vendido, tiver partido, etc.
Infinitivo:
Pretérito impessoal composto - ter cantado, ter vendido, ter partido, etc.
Pretérito pessoal composto - ter (teres) cantado, ter (teres) vendido, ter (teres) partido.
Gerúndio pretérito composto - tendo cantado, tendo vendido, tendo partido.
Regulares: Regulares são verbos que se conjugam de acordo com o paradigma (modelo) de cada
conjugação. Cantar (1ª conjugação) vender (2ª conjugação) partir (3ª conjugação) todos que se
conjugarem de acordo com esses verbos serão regulares.
Advérbio
Advérbio modificando outro advérbio: Ocorre quando o advérbio modifica um adjetivo ou outro
advérbio, geralmente intensificando o significado. Ex.: Grande parte da população adulta lê muito mal.
. 56
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Advérbio modificando uma oração inteira: Ocorre quando o advérbio está modificando o grupo
formado por todos os outros elementos da oração, indicando uma circunstância. Ex.: Lamentavelmente o
Brasil ainda tem 19 milhões de analfabetos.
Locução Adverbial: É um conjunto de palavras que pode exercer a função de advérbio. Ex.: De modo
algum irei lá.
Tipos de Advérbios
- de modo: Ex.: Sei muito bem que ninguém deve passar atestado da virtude alheia. Bem, mal, assim,
adrede, melhor, pior, depressa, acinte, debalde, devagar, ás pressas, às claras, às cegas, à toa, à
vontade, às escondas, aos poucos, desse jeito, desse modo, dessa maneira, em geral, frente a frente,
lado a lado, a pé, de cor, em vão e a maior parte dos que terminam em -mente: calmamente, tristemente,
propositadamente, pacientemente, amorosamente, docemente, escandalosamente, bondosamente,
generosamente.
- de intensidade: Ex.: Acho que, por hoje, você já ouviu bastante. Muito, demais, pouco, tão, menos,
em excesso, bastante, pouco, mais, menos, demasiado, quanto, quão, tanto, assaz, que (equivale a
quão), tudo, nada, todo, quase, de todo, de muito, por completo, bem (quando aplicado a propriedades
graduáveis).
- de tempo: Ex.: Leia e depois me diga quando pode sair na gazeta. Hoje, logo, primeiro, ontem, tarde,
outrora, amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes, doravante, nunca, então, ora, jamais,
agora, sempre, já, enfim, afinal, amiúde, breve, constantemente, entrementes, imediatamente,
primeiramente, provisoriamente, sucessivamente, às vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de
vez em quando, de quando em quando, a qualquer momento, de tempos em tempos, em breve, hoje em
dia.
- de lugar: Ex.: A senhora sabe aonde eu posso encontrar esse pai-de-santo? Aqui, antes, dentro, ali,
adiante, fora, acolá, atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abaixo, aonde, longe,
debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro, afora, alhures, nenhures, aquém, embaixo, externamente,
a distância, a distância de, de longe, de perto, em cima, à direita, à esquerda, ao lado, em volta.
- de negação: Ex.: De modo algum irei lá. Não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de forma
nenhuma, tampouco, de jeito nenhum.
- de dúvida: Ex.: Talvez ela volte hoje. Acaso, porventura, possivelmente, provavelmente, quiçá,
talvez, casualmente, por certo, quem sabe.
- de afirmação: Ex.: Realmente eles sumiram. Sim, certamente, realmente, decerto, efetivamente,
certo, decididamente, realmente, deveras, indubitavelmente.
- de designação: Eis
- de interrogação: Ex.: E então? Quando é que embarca? onde? (lugar), como? (modo), quando?
(tempo), porque? (causa), quanto? (preço e intensidade), para que? (finalidade).
Palavras Denotativas: Há, na língua portuguesa, uma série de palavras que se assemelham a
advérbios. A Nomenclatura Gramatical Brasileira não faz nenhuma classificação especial para essas
palavras, por isso elas são chamadas simplesmente de palavras denotativas.
- Adição: Ex.: Comeu tudo e ainda queria mais. Ainda, além disso.
- Afastamento: Ex.: Foi embora daqui. Embora.
. 57
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
- Afetividade: Ex.: Ainda bem que passei de ano. Ainda bem, felizmente, infelizmente.
- Aproximação: quase, lá por, bem, uns, cerca de, por volta de.
- Designação: Ex.: Eis nosso novo carro. Eis.
- Exclusão: Ex.: Todos irão, menos ele. Apenas, salvo, menos, exceto, só, somente, exclusive, sequer,
senão.
- Explicação: Ex.: Viajaremos em julho, ou seja, nas férias. Isto é, por exemplo, a saber, ou seja.
- Inclusão: Ex.: Até ele irá viajar. Até, inclusive, também, mesmo, ademais.
- Limitação: Ex.: Apenas um me respondeu. Só, somente, unicamente, apenas.
- Realce: Ex.: E você lá sabe essa questão? É que, cá, lá, não, mas, é porque, só, ainda, sobretudo.
- Retificação: Ex.: Somos três, ou melhor, quatro. Aliás, isto é, ou melhor, ou antes.
- Situação: Ex.: Afinal, quem perguntaria a ele? Então, mas, se, agora, afinal.
Grau dos Advérbios: Os advérbios, embora pertençam à categoria das palavras invariáveis, podem
apresentar variações com relação ao grau. Além do grau normal, o advérbio pode-se apresentar no grau
comparativo e no superlativo.
- Grau Superlativo: nesse caso, a circunstância expressa pelo advérbio aparecerá intensificada. O
grau superlativo do advérbio pode ser formado tanto pelo processo sintético (acréscimo de sufixo), como
pelo processo analítico (outro advérbio estará indicando o grau superlativo).
- superlativo (ou absoluto) sintético: formado com o acréscimo de sufixo. Ex.: Cheguei tardíssimo.
- superlativo (ou absoluto) analítico: expresso com o auxílio de um advérbio de intensidade. Ex.:
Cheguei muito tarde.
Quando se empregam dois ou mais advérbios terminados em –mente, pode-se acrescentar o sufixo
apenas no último. Ex.: Nada omitiu de seu pensamento; falou clara, franca e nitidamente.
Quando se quer realçar o advérbio, pode-se antecipá-lo. Ex.: Imediatamente convoquei os alunos.
Preposição
É uma palavra invariável que serve para ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece
normalmente há uma subordinação do segundo termo em relação ao primeiro. As preposições são muito
importantes na estrutura da língua, pois estabelecem a coesão textual e possuem valores semânticos
indispensáveis para a compreensão do texto.
Tipos de Preposição
- Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente como preposições. A, ante, perante,
após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para
com.
- Preposições acidentais: palavras de outras classes gramaticais que podem atuar como
preposições. Como, durante, exceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto.
- Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo como uma preposição, sendo que a última
palavra é uma delas. Abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com, em cima
de, embaixo de, em frente a, ao redor de, graças a, junto a, com, perto de, por causa de, por cima de, por
trás de.
A preposição é invariável. No entanto pode unir-se a outras palavras e assim estabelecer concordância
em gênero ou em número. Ex: por + o = pelo; por + a = pela.
Vale ressaltar que essa concordância não é característica da preposição e sim das palavras a que se
ela se une. Esse processo de junção de uma preposição com outra palavra pode se dar a partir de dois
processos:
. 58
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
- Combinação: A preposição não sofre alteração.
preposição a + artigos definidos o, os
a + o = ao
preposição a + advérbio onde
a + onde = aonde
- Preposição + Pronomes
De + ele(s) = dele(s)
De + ela(s) = dela(s)
De + este(s) = deste(s)
De + esta(s) = desta(s)
De + esse(s) = desse(s)
De + essa(s) = dessa(s)
De + aquele(s) = daquele(s)
De + aquela(s) = daquela(s)
De + isto = disto
De + isso = disso
De + aquilo = daquilo
De + aqui = daqui
De + aí = daí
De + ali = dali
De + outro = doutro(s)
De + outra = doutra(s)
Em + este(s) = neste(s)
Em + esta(s) = nesta(s)
Em + esse(s) = nesse(s)
Em + aquele(s) = naquele(s)
Em + aquela(s) = naquela(s)
Em + isto = nisto
Em + isso = nisso
Em + aquilo = naquilo
A + aquele(s) = àquele(s)
A + aquela(s) = àquela(s)
A + aquilo = àquilo
1. O “a” pode funcionar como preposição, pronome pessoal oblíquo e artigo. Como distingui-los?
- Caso o “a” seja um artigo, virá precedendo a um substantivo. Ele servirá para determiná-lo como um
substantivo singular e feminino.
A dona da casa não quis nos atender.
Como posso fazer a Joana concordar comigo?
. 59
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
- Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois termos e estabelece relação de subordinação
entre eles.
Cheguei a sua casa ontem pela manhã.
Não queria, mas vou ter que ir a outra cidade para procurar um tratamento adequado.
- Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o lugar e/ou a função de um substantivo.
Temos Maria como parte da família. / A temos como parte da família.
Creio que conhecemos nossa mãe melhor que ninguém. / Creio que a conhecemos melhor que
ninguém.
Interjeição
As sentenças da língua costumam se organizar de forma lógica: há uma sintaxe que estrutura seus
elementos e os distribui em posições adequadas a cada um deles. As interjeições, por outro lado, são
uma espécie de palavra-frase, ou seja, há uma ideia expressa por uma palavra (ou um conjunto de
palavras - locução interjetiva) que poderia ser colocada em termos de uma sentença. Observe:
- Bravo! Bravo! Bis! (bravo e bis: interjeição). Sentença sugestão: “Foi muito bom! Repitam!”
- Ai! Ai! Ai! Machuquei meu pé. (ai: interjeição). Sentença sugestão: “Isso está doendo!” ou “Estou
com dor!”
O significado das interjeições está vinculado à maneira como elas são proferidas. Desse modo, o tom
da fala é que dita o sentido que a expressão vai adquirir em cada contexto de enunciação. Exemplos:
- Psiu! (contexto: alguém pronunciando essa expressão na rua). Significado da interjeição (sugestão):
“Estou te chamando! Ei, espere!”.
- Psiu! (contexto: alguém pronunciando essa expressão em um hospital). Significado da interjeição
(sugestão): “Por favor, faça silêncio!”.
- Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio! (puxa: interjeição) (tom da fala: euforia)
- Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte! (puxa: interjeição) (tom da fala: decepção)
As interjeições são palavras invariáveis, isto é, não sofrem variação em gênero, número e grau como
os nomes, nem de número, pessoa, tempo, modo, aspecto e voz como os verbos. No entanto, em uso
específico, algumas interjeições sofrem variação em grau. Deve-se ter claro, neste caso, que não se trata
de um processo natural dessa classe de palavra, mas tão só uma variação que a linguagem afetiva
permite. Exemplos: oizinho, bravíssimo, até loguinho.
. 60
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Questões
Um cachorro, que carregava na boca um pedaço de carne, ao cruzar uma ponte sobre um riacho, vê
sua imagem refletida na água. Diante disso, ele logo imagina que se trata de outro cachorro, com um
pedaço de carne maior que o seu. Então, ele deixa cair no riacho o pedaço que carrega, e ferozmente se
lança sobre o animal refletido na água, para tomar a porção de carne que julga ser maior que a sua.
Agindo assim ele perdeu ambos. Aquele que tentou pegar na água, por se tratar de um simples reflexo,
e o seu próprio, uma vez que ao largá-lo nas águas, a correnteza levou para longe.
. 61
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
06. (Prefeitura de Novo Gama – GO - Agente de Combate às Endemias – IDIB/2016)
TEXTO
Reuso da Água
O que é
O reuso da água é um processo pelo qual a água passa para que possa ser utilizada novamente. Neste
processo pode haver ou não um tratamento da água, dependendo da finalidade para a qual vai ser
reutilizada.
Importância
Por se tratar de um bem natural que está cada vez mais raro e caro, reutilizar a água é de fundamental
importância para o meio ambiente e também para a economia das empresas, cidadãos e governos.
Um Substantivo Coletivo é aquele que mesmo estando no singular, designa um conjunto de seres
da mesma espécie. Diante desta informação relacione as colunas abaixo.
Substantivo coletivo
I. Cáfila
II. Ramalhete
III. Vara
IV. Rebanho
. 62
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
(E) IV – I – III – II;
Respostas
01. Resposta D
Não há como definir que uma palavra não seja um substantivo sem analisar a frase completa (ou o
contexto).
BOM, FORTE e FELIZ PODEM SIM SER SUBSTANTIVOS:
Por exemplo, em "O forte sempre leva vantagem", a palavra "forte" não tem valor de adjetivo, mas sim
de substantivo.
02. Resposta A
O substantivo coletivo é um substantivo comum que, mesmo no singular indica um agrupamento,
multiplicidade de seres de uma mesma espécie.
03. Resposta C
Corrigindo as alternativas, passando para número ordinal:
A) DOIS MILÉSIMOS OU SEGUNDO MILÉSIMO - Número ordinal
B) SEPTUAGÉSIMO - número ordinal
C) TERCEIRO MILÉSIMO OU TRÊS MILÉSIMOS - número ordinal
D) NÚMERO FRACIONÁRIO - "doze avos", passando para ordinal: décimo segundo, dozeno ou
duodécimo.
04. Resposta A
Interjeição é a palavra invariável que exprime emoções, sensações, estados de espírito, ou que
procura agir sobre o interlocutor, levando-o a adotar certo comportamento sem que, para isso, seja
necessário fazer uso de estruturas linguísticas mais elaboradas. Observe o exemplo:
Droga! Preste atenção quando eu estou falando!
No exemplo acima, o interlocutor está muito bravo. Toda sua raiva se traduz numa palavra: Droga!
05. Resposta A
. 63
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
06. Resposta A
Empresa, água e processos - substantivos
Usada e industriais - adjetivos
07. Resposta A
Cáfila = de camelos
Ramalhete = de flores
Vara = de porcos
Rebanho = de ovelhas
08. Resposta A
Do ponto de vista morfológico, normalmente o adjetivo varia em gênero, número e grau. Como você
pôde perceber, os adjetivos destacados mudaram de gênero, número e/ou grau: amarela, (muito) bonita,
(bem) sugestivos. Ele varia em grau normalmente pelo uso de advérbios de intensidade. Veremos melhor
isso à frente. Ah! Vale também perceber os sufixos formadores de adjetivos no capítulo de estrutura de
palavras, pois, quanto mais soubermos sobre eles, com mais facilidade identificaremos esta classe.
09. Resposta B
A regra do plural das palavras diminutivas é simples. Primeiro transforma-se a palavra de origem para
o plural e em seguida transfere-se o "S" para o fim da palavra após o acréscimo do sufixo "zinho" ou "zito".
Ex. Pão -> Pães -> Pãezinhos / Chapéu -> Chapéus -> Chapeuzinhos/ Túnel - -> Túneis -> Tuneizinhos
10. Resposta C
Concreto - pode ser desenhado. Fada, terra, mar etc...
Abstrato - não. Ex. Colheita, beijo, saudade, ajuda, viagem, ansiedade etc...
Crase
Crase é a superposição de dois “a”, geralmente a preposição “a” e o artigo a(s), podendo ser também
a preposição “a” e o pronome demonstrativo a(s) ou a preposição “a” e o “a” inicial dos pronomes
demonstrativos aqueles(s), aquela(s) e aquilo. Essa superposição é marcada por um acento grave (`).
Assim, em vez de escrevermos “entregamos a mercadoria a a vendedora”, “esta blusa é igual a a que
compraste” ou “eles deveriam ter comparecido a aquela festa”, devemos sobrepor os dois “a” e indicar
esse fato com um acento grave: “Entregamos a mercadoria à vendedora”. “Esta blusa é igual à que
compraste”. “Eles deveriam ter comparecido àquela festa.”
O acento grave que aparece sobre o “a” não constitui, pois, a crase, mas é um mero sinal gráfico que
indica ter havido a união de dois “a” (crase).
Para haver crase, é indispensável a presença da preposição “a”, que é um problema de regência. Por
isso, quanto mais conhecer a regência de certos verbos e nomes, mais fácil será para ele ter o domínio
sobre a crase.
- Antes de palavra masculina: Chegou a tempo ao trabalho; Vieram a pé; Vende-se a prazo.
. 64
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
- Antes dos pronomes demonstrativos esta e essa: Não me refiro a esta carta; Os críticos não
deram importância a essa obra.
- Antes dos pronomes pessoais: Nada revelei a ela; Dirigiu-se a mim com ironia.
- Antes dos pronomes indefinidos com exceção de outra: Direi isso a qualquer pessoa; A entrada
é vedada a toda pessoa estranha. Com o pronome indefinido outra(s), pode haver crase porque ele, às
vezes, aceita o artigo definido a(s): As cartas estavam colocadas umas às outras (no masculino, ficaria
“os cartões estavam colocados uns aos outros”).
- Quando o “a” estiver no singular e a palavra seguinte estiver no plural: Falei a vendedoras desta
firma; Refiro-me a pessoas curiosas.
- Quando, antes do “a”, existir preposição: Ela compareceu perante a direção da empresa; Os
papéis estavam sob a mesa. Exceção feita, às vezes, para até, por motivo de clareza: A água inundou a
rua até à casa de Maria (= a água chegou perto da casa); se não houvesse o sinal da crase, o sentido
ficaria ambíguo: a água inundou a rua até a casa de Maria (= inundou inclusive a casa). Quando até
significa “perto de”, é preposição; quando significa “inclusive”, é partícula de inclusão.
- Com expressões repetitivas: Tomamos o remédio gota a gota; Enfrentaram-se cara a cara.
- Com expressões tomadas de maneira indeterminada: O doente foi submetido a dieta leve (no
masc. = foi submetido a repouso, a tratamento prolongado, etc.); Prefiro terninho a saia e blusa (no masc.
= prefiro terninho a vestido).
- Na expressão valer a pena (no sentido de valer o sacrifício, o esforço), não ocorre crase, pois
o “a” é artigo definido: Parodiando Fernando Pessoa, tudo vale a pena quando a alma não é pequena...
A Crase é Facultativa
- Antes de pronome adjetivo possessivo feminino singular: Pediu informações à minha secretária;
Pediu informações a minha secretária. A explicação é idêntica à do item anterior: o pronome adjetivo
possessivo aceita artigo, mas não o exige (“Minha secretária é exigente.” Ou: “A minha secretária é
exigente”). Portanto, mesmo com a presença da preposição, a crase é facultativa.
Casos Especiais
- Nomes de localidades: Dentre as localidades, há as que admitem artigo antes de si e as que não o
admitem. Por aí se deduz que, diante das primeiras, desde que comprovada a presença de preposição,
pode ocorrer crase; diante das segundas, não. Para se saber se o nome de uma localidade aceita artigo,
deve-se substituir o verbo da frase pelos verbos estar ou vir. Se ocorrer a combinação “na” com o verbo
estar ou “da” com o verbo vir, haverá crase com o “a” da frase original. Se ocorrer “em” ou “de”, não
haverá crase: Enviou seus representantes à Paraíba (estou na Paraíba; vim da Paraíba); O avião dirigia-
se a Santa Catarina (estou em Santa Catarina; vim de Santa Catarina); Pretendo ir à Europa (estou na
Europa; vim da Europa). Os nomes de localidades que não admitem artigo passarão a admiti-lo, quando
vierem determinados. Porto Alegre indeterminadamente não aceita artigo: Vou a Porto Alegre (estou em
Porto Alegre; vim de Porto Alegre); Mas, acompanhando-se de uma expressão que a determine, passará
a admiti-lo: Vou à grande Porto Alegre (estou na grande Porto Alegre; vim da grande Porto Alegre);
Iríamos a Madri para ficar três dias; Iríamos à Madri das touradas para ficar três dias.
. 65
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
- Pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo: quando a preposição “a” surge diante
desses demonstrativos, devemos sobrepor essa preposição à primeira letra dos demonstrativos e indicar
o fenômeno mediante um acento grave: Enviei convites àquela sociedade (= a + aquela); A solução não
se relaciona àqueles problemas (= a + aqueles); Não dei atenção àquilo (= a + aquilo). A simples
interpretação da frase já nos faz concluir se o “a” inicial do demonstrativo é simples ou duplo. Entretanto,
para maior segurança, podemos usar o seguinte artifício: Substituir os demonstrativos aquele(s),
aquela(s), aquilo pelos demonstrativos este(s), esta(s), isto, respectivamente. Se, antes destes últimos,
surgir a preposição “a”, estará comprovada a hipótese do acento de crase sobre o “a” inicial dos pronomes
aquele(s), aquela(s), aquilo. Se não surgir a preposição “a”, estará negada a hipótese de crase. Enviei
cartas àquela empresa./ Enviei cartas a esta empresa; A solução não se relaciona àqueles problemas./
A solução não se relaciona a estes problemas; Não dei atenção àquilo./ Não dei atenção a isto; A solução
era aquela apresentada ontem./ A solução era esta apresentada ontem.
- Palavra “casa”: quando a expressão casa significa “lar”, “domicílio” e não vem acompanhada de
adjetivo ou locução adjetiva, não há crase: Chegamos alegres a casa; Assim que saiu do escritório, dirigiu-
se a casa; Iremos a casa à noitinha. Mas, se a palavra casa estiver modificada por adjetivo ou locução
adjetiva, então haverá crase: Levaram-me à casa de Lúcia; Dirigiram-se à casa das máquinas; Iremos à
encantadora casa de campo da família Sousa.
- Palavra “terra”: Não há crase, quando a palavra terra significa o oposto a “mar”, “ar” ou “bordo”: Os
marinheiros ficaram felizes, pois resolveram ir a terra; Os astronautas desceram a terra na hora prevista.
Há crase, quando a palavra significa “solo”, “planeta” ou “lugar onde a pessoa nasceu”: O colono dedicou
à terra os melhores anos de sua vida; Voltei à terra onde nasci; Viriam à Terra os marcianos?
- Palavra “distância”: Não se usa crase diante da palavra distância, a menos que se trate de distância
determinada: Via-se um monstro marinho à distância de quinhentos metros; Estávamos à distância de
dois quilômetros do sítio, quando aconteceu o acidente. Mas: A distância, via-se um barco pesqueiro;
Olhava-nos a distância.
- Pronome Relativo: Todo pronome relativo tem um substantivo (expresso ou implícito) como
antecedente. Para saber se existe crase ou não diante de um pronome relativo, deve-se substituir esse
antecedente por um substantivo masculino. Se o “a” se transforma em “ao”, há crase diante do relativo.
Mas, se o “a” permanece inalterado ou se transforma em “o”, então não há crase: é preposição pura ou
pronome demonstrativo: A fábrica a que me refiro precisa de empregados. (O escritório a que me refiro
precisa de empregados.); A carreira à qual aspiro é almejada por muitos. (O trabalho ao qual aspiro é
almejado por muitos.). Na passagem do antecedente para o masculino, o pronome relativo não pode ser
substituído, sob pena de falsear o resultado: A festa a que compareci estava linda (no masculino = o baile
a que compareci estava lindo). Como se viu, substituímos festa por baile, mas o pronome relativo que
não foi substituído por nenhum outro (o qual etc.).
A Crase é Obrigatória
- Sempre haverá crase em locuções que exprimem hora determinada: Ele saiu às treze horas e
trinta minutos; Chegamos à uma hora. Cuidado para não confundir a, à e há com a expressão uma hora:
Disseram-me que, daqui a uma hora, Teresa telefonará de São Paulo (= faltam 60 minutos para o
telefonema de Teresa); Paula saiu daqui à uma hora; duas horas depois, já tinha mudado todos os seus
planos (= quando ela saiu, o relógio marcava 1 hora); Pedro saiu daqui há uma hora (= faz 60 minutos
que ele saiu).
. 66
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
- Quando a expressão “à moda de” (ou “à maneira de”) estiver subentendida: Nesse caso,
mesmo que a palavra subsequente seja masculina, haverá crase: No banquete, serviram lagosta à
Termidor; Nos anos 60, as mulheres se apaixonavam por homens que tinham olhos à Alain Delon.
- Quando as expressões “rua”, “loja”, “estação de rádio”, etc. estiverem subentendidas: Dirigiu-
se à Marechal Floriano (= dirigiu-se à Rua Marechal Floriano); Fomos à Renner (fomos à loja Renner);
Telefonem à Guaíba (= telefonem à rádio Guaíba).
- Quando está implícita uma palavra feminina: Esta religião é semelhante à dos hindus (= à religião
dos hindus).
- Não confundir devido com dado (a, os, as): a primeira expressão pede preposição “a”, havendo
crase antes de palavra feminina determinada pelo artigo definido. Devido à discussão de ontem, houve
um mal-estar no ambiente (= devido ao barulho de ontem, houve...); A segunda expressão não aceita
preposição “a” (o “a” que aparece é artigo definido, não havendo, pois, crase): Dada a questão primordial
envolvendo tal fato (= dado o problema primordial...); Dadas as respostas, o aluno conferiu a prova (=
dados os resultados...).
Excluída a hipótese de se tratar de qualquer um dos casos anteriores, devemos substituir a palavra
feminina por outra masculina da mesma função sintática. Se ocorrer “ao” no masculino, haverá crase no
“a” do feminino. Se ocorrer “a” ou “o” no masculino, não haverá crase no “a” do feminino. O problema,
para muitos, consiste em descobrir o masculino de certas palavras como “conclusão”, “vezes”, “certeza”,
“morte”, etc. É necessário então frisar que não há necessidade alguma de que a palavra masculina tenha
qualquer relação de sentido com a palavra feminina: deve apenas ter a mesma função sintática: Fomos
à cidade comprar carne. (ao supermercado); Pedimos um favor à diretora. (ao diretor); Muitos são
insensíveis à dor alheia. (ao sofrimento); Os empregados deixam a fábrica. (o escritório); O perfume cheira
a rosa. (a cravo); O professor chamou a aluna. (o aluno).
Questões
. 67
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
02. (Pref. De Itaquitinga/PE – Assistente Administrativo – IDHTEC/2016) Em qual dos trechos
abaixo o emprego do acento grave foi omitido quando houve ocorrência de crase?
a) “O Sindicato dos Metroviários de Pernambuco decidiu suspender a paralisação que faria a partir das
16h desta quarta-feira.”
b) “Pela manhã, em nota, a categoria informou que cruzaria os braços só retornando às atividades
normais as 5h desta quinta-feira.”
c) “Nesta quarta-feira, às 21h, acontece o "clássico das multidões" entre Sport e Santa Cruz, no Estádio
do Arruda.”
d) “Após a ameaça de greve, o sindicato foi procurado pela CBTU e pela PM que prometeram um
reforço no esquema de segurança.”
e) “A categoria se queixa de casos de agressões, vandalismo e depredações e da falta de segurança
nas estações.”
Segurança do trabalho pode ser entendida como os conjuntos de medidas que são adotadas visando
minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e a
capacidade de trabalho do trabalhador.
A Segurança do Trabalho estuda diversas disciplinas como Introdução à Segurança, Higiene e
Medicina do Trabalho, Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações,
Psicologia na Engenharia de Segurança, Comunicação e Treinamento, Administração aplicada à
Engenharia de Segurança, O Ambiente e as Doenças do Trabalho, Higiene do Trabalho, Metodologia de
Pesquisa, Legislação, Normas Técnicas, Responsabilidade Civil e Criminal, Perícias, Proteção do Meio
Ambiente, Ergonomia e Iluminação, Proteção contra Incêndios e Explosões e Gerência de Riscos.
O quadro de Segurança do Trabalho de uma empresa compõe-se de uma equipe multidisciplinar
composta por Técnico de Segurança do Trabalho, Engenheiro de Segurança do Trabalho, Médico do
Trabalho e Enfermeiro do Trabalho. Estes profissionais formam o que chamamos de SESMT - Serviço
Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho. Também os empregados da
empresa constituem a CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, que tem como objetivo a
prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tomar compatível
permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador.
A Segurança do Trabalho é definida por normas e leis. No Brasil, a Legislação de Segurança do
Trabalho compõe-se de Normas Regulamentadoras, leis complementares, como portarias e decretos e
também as convenções Internacionais da Organização Internacional do Trabalho, ratificadas pelo Brasil.
http://www.areasea.com/sea/ - acesso em 24/04/2016
Leia o texto abaixo e identifique qual das alternativas apresenta correta aplicação de crase, seguindo
a mesma lógica do texto.
“A Segurança do Trabalho estuda diversas disciplinas como Introdução à Segurança, Higiene e
Medicina do Trabalho, Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações...”
( ) Certo ( ) Errado
. 68
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
05. (MPE/SC – Promotor de Justiça – MPE/SC/2016)
“O americano Jackson Katz, 55, é um homem feminista – definição que lhe agrada. Dedica
praticamente todo o seu tempo a combater a violência contra a mulher e a promover a igualdade entre os
gêneros. (...) Em 1997, idealizou o primeiro projeto de prevenção à violência de gênero na história dos
marines americanos. Katz – casado e pai de um filho – já prestou consultoria à Organização Mundial de
Saúde e ao Exército americano.”
(In: Veja, Rio de Janeiro: Abril, ano 49, n.2, p. 13, jan. 2016.)
No texto acima, o sinal indicativo de crase foi empregado corretamente, em todas as situações. Poderia
ter ocorrido também diante dos verbos combater e promover, uma vez que o emprego desse acento é
facultativo antes de verbos.
( ) Certo ( ) Errado
Brasil escola
Dentre os problemas sociais urbanos, merece destaque a questão da segregação urbana, fruto da
concentração de renda no espaço das cidades e da falta de planejamento público que vise à promoção
de políticas de controle ao crescimento desordenado das cidades. A especulação imobiliária favorece o
encarecimento dos locais mais próximos dos grandes centros, tornando-os inacessíveis à grande massa
populacional. Além disso, à medida que as cidades crescem, áreas que antes eram baratas e de fácil
acesso tornam-se mais caras, o que contribui para que a grande maioria da população pobre busque por
moradias em regiões ainda mais distantes.
Essas pessoas sofrem com as grandes distâncias dos locais de residência com os centros comerciais
e os locais onde trabalham, uma vez que a esmagadora maioria dos habitantes que sofrem com esse
processo são trabalhadores com baixos salários. Incluem-se a isso as precárias condições de transporte
público e a péssima infraestrutura dessas zonas segregadas, que às vezes não contam com saneamento
básico ou asfalto e apresentam elevados índices de violência.
A especulação imobiliária também acentua um problema cada vez maior no espaço das grandes,
médias e até pequenas cidades: a questão dos lotes vagos. Esse problema acontece por dois principais
motivos: 1) falta de poder aquisitivo da população que possui terrenos, mas que não possui condições de
construir neles e 2) a espera pela valorização dos lotes para que esses se tornem mais caros para uma
venda posterior. Esses lotes vagos geralmente apresentam problemas como o acúmulo de lixo, mato alto,
e acabam tornando-se focos de doenças, como a dengue.
PENA, Rodolfo F. Alves. “Problemas socioambientais urbanos”; Brasil Escola. Disponível em http://brasilescola.uol.com.br/brasil/problemas-ambientais-sociais-
decorrentes-urbanização.htm. Acesso em 14 de abril de 2016.
No texto 1, há quatro ocorrências do acento grave indicativo da crase: “vise à promoção de políticas
de controle” (1), “tornando-os inacessíveis à grande massa populacional” (2), “Além disso, à medida que
as cidades crescem” (3) e “que às vezes não contam com saneamento básico” (4).
Os casos de crase que correspondem à união de preposição + artigo definido são:
a) 1 e 2;
b) 1 e 4;
c) 2 e 3;
d) 3 e 4;
e) todos eles.
O mundo vive hoje um turbilhão de sentimentos e reações no que diz respeito aos refugiados. Trata-
se de uma enorme tragédia humana, à qual temos assistido pela TV no conforto de nossas casas.
Imagens dramáticas mostram famílias inteiras, jovens, crianças e idosos chegando à Europa em busca
de um lugar supostamente mais seguro para viver. Embora os refugiados da Síria tenham ganhado maior
destaque, existem ainda os refugiados africanos e os latino-americanos.
Dentro da América Latina, vemos grandes migrações, uma marcha de pessoas que buscam o refúgio,
mas que terminam em uma espécie de exílio.
. 69
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
O Brasil, que sempre se destacou por sua capacidade de acolher diferentes culturas, apresenta uma
das sociedades com maior diversidade. Podemos afirmar nossa capacidade de lidar com o
multiculturalismo com bastante naturalidade, embora, muitas vezes, a questão seja tratada de maneira
superficial. Por outro lado, o preconceito existente, antes disfarçado, deixou de ser tímido e passou a se
manifestar de forma aberta e hostil.
Comparado a outros países, o Brasil não recebe um número elevado de refugiados, e a maioria da
sociedade brasileira aceita-os, acreditando que é possível fazer algo para ajudá-los, mesmo diante do
momento crítico da economia e da política.
Diante desse cenário, destacam-se as iniciativas de solidariedade, de forma objetiva e praticada por
jovens estudantes de nossas universidades. Com a cabeça aberta e o respeito ao diferente, muitos deles
manifestam uma visão de mundo que permite acreditar em transformações sociais de base.
(Soraia Smaili, Refugiados no Brasil: entre o exílio e a solidariedade. Em: cartacapital.com.br. 02.02.2016. Adaptado)
08. (TRF-3ª Região – Técnico Judiciário – Informática – FCC/2016) O sinal indicativo de crase está
empregado corretamente em:
a) Não era uma felicidade eufórica, semelhava-se mais à uma brisa de contentamento.
b) O vinho certamente me induziu àquela súbita vontade de abraçar uma árvore gigante.
c) Antes do fim da manhã, dediquei-me à escrever tudo o que me propusera para o dia.
d) A paineira sobreviverá a todas às 18 milhões de pessoas que hoje vivem em São Paulo.
e) Acho importante esclarecer que não sou afeito à essa tradição de se abraçar árvore.
Sem exceção, homens e mulheres de todas as idades, culturas e níveis de instrução têm emoções,
cultivam passatempos que manipulam as emoções, atentam para as emoções dos outros, e em grande
medida governam suas vidas buscando uma emoção, a felicidade, e procurando evitar emoções
desagradáveis. À primeira vista, não existe nada caracteristicamente humano nas emoções, pois
numerosas criaturas não humanas têm emoções em abundância; entretanto, existe algo acentuadamente
característico no modo como as emoções vincularam-se a ideias, valores, princípios e juízos complexos
que só os seres humanos podem ter. De fato, a emoção humana é desencadeada até mesmo por uma
música e por filmes banais cujo poder não devemos subestimar.
Embora a composição e a dinâmica precisas das reações emocionais sejam moldadas em cada
indivíduo pelo meio e por um desenvolvimento único, há indícios de que a maioria das reações
emocionais, se não todas, resulta de longos ajustes evolutivos. As emoções são parte dos mecanismos
biorreguladores com os quais nascemos, visando à sobrevivência. Foi por isso que Darwin conseguiu
catalogar as expressões emocionais de tantas espécies e encontrar consistência nessas expressões, e
é por isso que em diferentes culturas as emoções são tão facilmente reconhecidas. É bem verdade que
as expressões variam, assim como varia a configuração exata dos estímulos que podem induzir uma
emoção. Mas o que causa admiração quando se observa o mundo do alto é a semelhança, e não a
diferença. Aliás, é essa semelhança que permite que a arte cruze fronteiras.
As emoções podem ser induzidas indiretamente, e o indutor pode bloquear o progresso de uma
emoção que já estava presente. O efeito purificador (catártico) que toda boa tragédia deve produzir,
segundo Aristóteles, tem por base a suspensão de um estado sistematicamente induzido de medo e
compaixão.
Não precisamos ter consciência de uma emoção, com frequência não temos e somos incapazes de
controlar intencionalmente as emoções. Você pode perceber-se num estado de tristeza ou de felicidade
e ainda assim não ter ideia dos motivos responsáveis por esse estado específico. Uma investigação
. 70
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
cuidadosa pode revelar causas possíveis, porém frequentemente não se consegue ter certeza. O
acionamento inconsciente de emoções também explica por que não é fácil imitá-las voluntariamente. O
sorriso nascido de um prazer genuíno é produto de estruturas cerebrais localizadas em uma região
profunda do tronco cerebral. A imitação voluntária feita por quem não é um ator exímio é facilmente
detectada como fingimento – alguma coisa sempre falha, quer na configuração dos músculos faciais, quer
no tom de voz.
(Adaptado de: DAMÁSIO, Antonio. O mistério da consciência. Trad. Laura Teixeira Motta. São Paulo, Cia das letras, 2015, 2.ed, p. 39-49)
Ao se reescrever um segmento do texto, o sinal indicativo de crase foi empregado de modo correto
em:
a) Frequentemente não temos consciência de uma emoção, pois somos incapazes de à controlar
propositadamente.
b) Essa é, à propósito, a semelhança que permite que a arte cruze fronteiras.
c) Por sinal, à essa semelhança imputa-se a causa da arte ser capaz de cruzar fronteiras.
d) A partir dessa semelhança, permite-se à arte cruzar fronteiras.
e) À uma região profunda do tronco cerebral atribui-se o ponto de partida de reações como um sorriso
nascido de um prazer genuíno.
Respostas
01. Resposta E
Às vezes / As vezes
Ocorrerá a crase somente quando “às vezes” for uma locução adverbial de tempo (= de vez em
quando, em algumas vezes). Quando a expressão “as vezes” não trouxer o significado citado não
acontecerá crase.
02. Resposta B
Indicação de horas especificadas ocorre crase:
Chegaremos às sete horas
Saímos às dez horas
03. Resposta A
Letra B - Errado antes de masculino não usa-se crase - O RESPEITO
Letra C - Errado antes de masculino não usa-se crase - ALUNOS
Letra D - Antes de possessivo a crase é facultativa - isso se - o antecedente exigir a preposição a como
no caso de "importantes".
Associados requer a preposição A
04. Certo
Em relação ás assertivas:
a) Não se emprega o sinal da crase antes de pronomes de tratamento, salvo: senhora, senhorita e
dona.
b) A redação do contrado compete á diretoria de orçamentos e finanças.
Ao trocar-mos o substantivo feminino: diretoria pelo substantivo masculino Diretor:
Compete ao diretor de orçamentos e finaças. ( a=preposição + o=artigo)
. 71
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
05. Errado
NÃO se usa crase antes de verbo!
06. Resposta A
O acento grave empregado nas locuções adverbiais, conjuntivas e prepositivas não provém de uma
relação regencial, mas sim do fato de essas locuções virem precedidas de preposições que, comumente,
possuem algum valor semântico. Desta feita diferencia-se através do acento grave os significados dos
dois períodos abaixo:
A noite chegou a nossa fazenda. ("a noite" é sujeito)
À noite ele chegou a nossa fazenda. ("à noite" é locução adverbial de tempo)
07. Resposta B
Segundo Saconni - Nossa Gramatica Completa e Segundo Luft - Dicionário de Regência Nominal
Apoio requer a preposição a + aquele = àquele que
Respeito requer a preposição a + as diferenças= às
Negar requer a preposição a, todavia antes de artigo indefinido não se usa a crase
Refugiado requer a preposição contra, em - logo o a não é craseado- Luft
08. Resposta B
a) Não ocorre crase antes do artigo indefinido "uma"
b) CORRETA (crase obrigatória diante de pronomes demonstrativos "aquela, aquela, aquilo")
c) Não ocorre crase antes de verbo no infinitivo
d) Não ocorre crase antes de numerais
e) Não ocorre crase antes de pronomes demonstrativos
09. Resposta D
a) Não utiliza-se crase antes de verbo. (Controlar).
b) Não utiliza-se crase em expressões no masculino. (Propósito é uma palavra masculina - O
propósito).
c) Não utiliza-se crase antes de pronomes demonstrativos. (Essa).
d) Alternativa CORRETA. Regência do verbo (quem permite, permite algo A alguém) + se une com
o A da palavra arte (A arte - palavra feminina).
e) Não utiliza-se crase antes de artigo indefinido.
10. Resposta C
1. O seu talento só era comparável à sua bondade.
Nos casos de pronome possessivo, a crase é FACULTATIVA.
2. Não pôde comparecer à cerimônia de posse na Prefeitura.
Não há o que discutir: quem comparece, comparece a algo. Logo, VTI, exige crase.
3. Quem se vir em apuros, deve recorrer à coordenação local de provas.
O mesmo caso do item anterior, VTI. Quem recorre, recorre a algo ou a alguém.
4. Dia a dia, vou vencendo às batalhas que a vida me apresenta.
Uso incorreto da crase, pois quem vence, vence algo e não a algo. Logo, é VTD, não exigindo
crase.
5. Daqui à meia hora, chegarei a estação; peça para me aguardarem.
Não confundir com exemplos como "às 13 horas", semelhante a "ao meio dia". Neste caso,
usando-se o bizu da substituição fica: "daqui a 10 minutos". Vê-se que a crase é desnecessária.
Análise Sintática
A Análise Sintática examina a estrutura do período, divide e classifica as orações que o constituem e
reconhece a função sintática dos termos de cada oração.
. 72
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Frase: é todo enunciado capaz de transmitir, a quem nos ouve ou lê, tudo o que pensamos, queremos
ou sentimos. Pode revestir as mais variadas formas, desde a simples palavra até o período mais
complexo, elaborado segundo os padrões sintáticos do idioma. São exemplos de frases:
Socorro!
Muito obrigado!
Que horror!
Sentinela, alerta!
Cada um por si e Deus por todos.
Grande nau, grande tormenta.
Por que agridem a natureza?
“Tudo seco em redor.” (Graciliano Ramos)
“Boa tarde, mãe Margarida!” (Graciliano Ramos)
“Fumaça nas chaminés, o céu tranquilo, limpo o terreiro.” (Adonias Filho)
“As luzes da cidade estavam amortecidas.” (Érico Veríssimo)
“Tropas do exército regular do Sul, ajustadas pelos seus aliados brancos de além mar, tinham sido
levadas em helicópteros para o lugar onde se presumia estivesse o inimigo, mas este se havia sumido
por completo.” (Érico Veríssimo)
As frases são proferidas com entoação e pausas especiais, indicadas na escrita pelos sinais de
pontuação. Muitas frases, principalmente as que se desviam do esquema sujeito + predicado, só podem
ser entendidas dentro do contexto (= o escrito em que figuram) e na situação (= o ambiente, as
circunstâncias) em que o falante se encontra. Chamam-se frases nominais as que se apresentam sem
o verbo. Exemplo: Tudo parado e morto.
Oração: é todo enunciado linguístico dotado de sentido, porém há, necessariamente, a presença do
verbo. A oração encerra uma frase (ou segmento de frase), várias frases ou um período, completando
um pensamento e concluindo o enunciado através de ponto final, interrogação, exclamação e, em alguns
casos, através de reticências.
Em toda oração há um verbo ou locução verbal (às vezes elípticos). Não têm estrutura sintática,
portanto não são orações, não podem ser analisadas sintaticamente frases como:
Socorro!
Com licença!
Que rapaz impertinente!
Muito riso, pouco siso.
“A bênção, mãe Nácia!” (Raquel de Queirós)
Na oração as palavras estão relacionadas entre si, como partes de um conjunto harmônico: elas
formam os termos ou as unidades sintáticas da oração. Cada termo da oração desempenha uma função
sintática. Geralmente apresentam dois grupos de palavras: um grupo sobre o qual se declara alguma
coisa (o sujeito), e um grupo que apresenta uma declaração (o predicado), e, excepcionalmente, só o
predicado. Exemplo:
O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo em número e pessoa. É normalmente o "ser
de quem se declara algo", "o tema do que se vai comunicar".
O predicado é a parte da oração que contém "a informação nova para o ouvinte". Normalmente, ele
se refere ao sujeito, constituindo a declaração do que se atribui ao sujeito.
Observe: O amor é eterno. O tema, o ser de quem se declara algo, o sujeito, é "O amor". A declaração
referente à "o amor", ou seja, o predicado, é "é eterno".
Já na frase: Os rapazes jogam futebol. O sujeito é "Os rapazes", que identificamos por ser o termo que
concorda em número e pessoa com o verbo "jogam". O predicado é "jogam futebol".
. 73
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Núcleo de um termo é a palavra principal (geralmente um substantivo, pronome ou verbo), que encerra
a essência de sua significação. Nos exemplos seguintes as palavras “amigo” e “revestiu” são o núcleo do
sujeito e do predicado, respectivamente:
“O amigo retardatário do presidente prepara-se para desembarcar.” (Aníbal Machado)
A avezinha revestiu o interior do ninho com macias plumas.
Termos Essenciais da Oração: São dois os termos essenciais (ou fundamentais) da oração: sujeito
e predicado. Exemplos:
Sujeito Predicado
Pobreza não é vileza.
Os sertanistas capturavam os índios.
Um vento áspero sacudia as árvores.
Sujeito: é equivocado dizer que o sujeito é aquele que pratica uma ação ou é aquele (ou aquilo) do
qual se diz alguma coisa. Ao fazer tal afirmação estamos considerando o aspecto semântico do sujeito
(agente de uma ação) ou o seu aspecto estilístico (o tópico da sentença). Já que o sujeito é depreendido
de uma análise sintática, vamos restringir a definição apenas ao seu papel sintático na sentença: aquele
que estabelece concordância com o núcleo do predicado. Quando se trata de predicado verbal, o núcleo
é sempre um verbo; sendo um predicado nominal, o núcleo é sempre um nome. Então têm por
características básicas:
- estabelecer concordância com o núcleo do predicado;
- apresentar-se como elemento determinante em relação ao predicado;
- constituir-se de um substantivo, ou pronome substantivo ou, ainda, qualquer palavra substantivada.
Exemplos:
No interior de uma sentença, o sujeito é o termo determinante, ao passo que o predicado é o termo
determinado. Essa posição de determinante do sujeito em relação ao predicado adquire sentido com o
fato de ser possível, na língua portuguesa, uma sentença sem sujeito, mas nunca uma sentença sem
predicado.
Exemplos:
. 74
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
O sujeito sempre se manifesta em termos de sintagma nominal, isto é, seu núcleo é sempre um nome.
Quando esse nome se refere a objetos das primeira e segunda pessoas, o sujeito é representado por um
pronome pessoal do caso reto (eu, tu, ele, etc.). Se o sujeito se refere a um objeto da terceira pessoa,
sua representação pode ser feita através de um substantivo, de um pronome substantivo ou de qualquer
conjunto de palavras, cujo núcleo funcione, na sentença, como um substantivo.
Exemplos:
Além dessas formas, o sujeito também pode se constituir de uma oração inteira. Nesse caso, a oração
recebe o nome de oração substantiva subjetiva:
O núcleo (isto é, a palavra base) do sujeito é, pois, um substantivo ou pronome. Em torno do núcleo
podem aparecer palavras secundárias (artigos, adjetivos, locuções adjetivas, etc.) Exemplo:
“Todos os ligeiros rumores da mata tinham uma voz para a selvagem filha do sertão.” (José de Alencar)
Simples: quando tem um só núcleo: As rosas têm espinhos; “Um bando de galinhas-d’angola
atravessa a rua em fila indiana.”
Composto: quando tem mais de um núcleo: “O burro e o cavalo nadavam ao lado da canoa.”
Expresso: quando está explícito, enunciado: Eu viajarei amanhã.
Oculto (ou elíptico): quando está implícito, isto é, quando não está expresso, mas se deduz do
contexto: Viajarei amanhã. (Sujeito: eu, que se deduz da desinência do verbo); “Um soldado saltou para
a calçada e aproximou-se.” (O sujeito, soldado, está expresso na primeira oração e elíptico na segunda:
e (ele) aproximou-se.); Crianças, guardem os brinquedos. (Sujeito: vocês)
Agente: se faz a ação expressa pelo verbo da voz ativa: O Nilo fertiliza o Egito.
Paciente: quando sofre ou recebe os efeitos da ação expressa pelo verbo passivo: O criminoso é
atormentado pelo remorso; Muitos sertanistas foram mortos pelos índios; Construíram-se açudes. (=
Açudes foram construídos.)
Agente e Paciente: quando o sujeito realiza a ação expressa por um verbo reflexivo e ele mesmo
sofre ou recebe os efeitos dessa ação: O operário feriu-se durante o trabalho; Regina trancou-se no
quarto.
Indeterminado: quando não se indica o agente da ação verbal: Atropelaram uma senhora na esquina.
(Quem atropelou a senhora? Não se diz, não se sabe quem a atropelou.); Come-se bem naquele
restaurante.
Observações:
. 75
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
- Não confundir sujeito indeterminado com sujeito oculto.
- Sujeito formado por pronome indefinido não é indeterminado, mas expresso: Alguém me ensinará o
caminho. Ninguém lhe telefonou.
- Assinala-se a indeterminação do sujeito usando-se o verbo na 3ª pessoa do plural, sem referência a
qualquer agente já expresso nas orações anteriores: Na rua olhavam-no com admiração; “Bateram
palmas no portãozinho da frente.”; “De qualquer modo, foi uma judiação matarem a moça.”
- Assinala-se a indeterminação do sujeito com um verbo ativo na 3ª pessoa do singular, acompanhado
do pronome se. O pronome se, neste caso, é índice de indeterminação do sujeito. Pode ser omitido junto
de infinitivos.
Aqui vive-se bem.
Devagar se vai ao longe.
Quando se é jovem, a memória é mais vivaz.
Trata-se de fenômenos que nem a ciência sabe explicar.
Sem Sujeito: constituem a enunciação pura e absoluta de um fato, através do predicado; o conteúdo
verbal não é atribuído a nenhum ser. São construídas com os verbos impessoais, na 3ª pessoa do
singular: Havia ratos no porão; Choveu durante o jogo.
Observação: São verbos impessoais: Haver (nos sentidos de existir, acontecer, realizar-se, decorrer),
Fazer, passar, ser e estar, com referência ao tempo e Chover, ventar, nevar, gear, relampejar, amanhecer,
anoitecer e outros que exprimem fenômenos meteorológicos.
Predicado: assim como o sujeito, o predicado é um segmento extraído da estrutura interna das
orações ou das frases, sendo, por isso, fruto de uma análise sintática. Nesse sentido, o predicado é
sintaticamente o segmento linguístico que estabelece concordância com outro termo essencial da oração,
o sujeito, sendo este o termo determinante (ou subordinado) e o predicado o termo determinado (ou
principal). Não se trata, portanto, de definir o predicado como "aquilo que se diz do sujeito" como fazem
certas gramáticas da língua portuguesa, mas sim estabelecer a importância do fenômeno da
concordância entre esses dois termos essenciais da oração. Então têm por características básicas:
apresentar-se como elemento determinado em relação ao sujeito; apontar um atributo ou acrescentar
nova informação ao sujeito. Exemplos:
Nesses exemplos podemos observar que a concordância é estabelecida entre algumas poucas
palavras dos dois termos essenciais. No primeiro exemplo, entre "Carolina" e "conhece"; no segundo
exemplo, entre "nós" e "fazemos". Isso se dá porque a concordância é centrada nas palavras que são
núcleos, isto é, que são responsáveis pela principal informação naquele segmento. No predicado o núcleo
pode ser de dois tipos: um nome, quase sempre um atributo que se refere ao sujeito da oração, ou um
verbo (ou locução verbal). No primeiro caso, temos um predicado nominal (seu núcleo significativo é um
nome, substantivo, adjetivo, pronome, ligado ao sujeito por um verbo de ligação) e, no segundo, um
predicado verbal (seu núcleo é um verbo, seguido, ou não, de complemento(s) ou termos acessórios).
Quando, num mesmo segmento o nome e o verbo são de igual importância, ambos constituem o núcleo
. 76
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
do predicado e resultam no tipo de predicado verbo-nominal (tem dois núcleos significativos: um verbo
e um nome). Exemplos:
O núcleo do predicado nominal chama-se predicativo do sujeito, porque atribui ao sujeito uma
qualidade ou característica. Os verbos de ligação (ser, estar, parecer, etc.) funcionam como um elo
entre o sujeito e o predicado.
Nos predicados verbais e verbo-nominais o verbo é responsável também por definir os tipos de
elementos que aparecerão no segmento. Em alguns casos o verbo sozinho basta para compor o
predicado (verbo intransitivo). Em outros casos é necessário um complemento que, juntamente com o
verbo, constituem a nova informação sobre o sujeito. De qualquer forma, esses complementos do verbo
não interferem na tipologia do predicado.
Entretanto, é muito comum a elipse (ou omissão) do verbo, quando este puder ser facilmente
subentendido, em geral por estar expresso ou implícito na oração anterior. Exemplos:
“A fraqueza de Pilatos é enorme, a ferocidade dos algozes inexcedível.” (Machado de Assis) (Está
subentendido o verbo é depois de algozes)
“Mas o sal está no Norte, o peixe, no Sul” (Paulo Moreira da Silva) (Subentende-se o verbo está depois
de peixe)
“A cidade parecia mais alegre; o povo, mais contente.” (Povina Cavalcante) (isto é: o povo parecia
mais contente)
As flores murcharam.
Os animais correm.
As folhas caem.
“Os inimigos de Moreiras rejubilaram.” (Graciliano Ramos)
Outros verbos, pelo contrário, para integrarem o predicado necessitam de outros termos: são os verbos
de predicação incompleta, denominados transitivos. Exemplos:
João puxou a rede.
“Não invejo os ricos, nem aspiro à riqueza.” (Oto Lara Resende)
“Não simpatizava com as pessoas investidas no poder.” (Camilo Castelo Branco)
Observe que, sem os seus complementos, os verbos puxou, invejo, aspiro, etc., não transmitiriam
informações completas: puxou o quê? Não invejo a quem? Não aspiro a quê?
Os verbos de predicação completa denominam-se intransitivos e os de predicação incompleta,
transitivos. Os verbos transitivos subdividem-se em: transitivos diretos, transitivos indiretos e
transitivos diretos e indiretos (bitransitivos).
. 77
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Além dos verbos transitivos e intransitivos, quem encerram uma noção definida, um conteúdo
significativo, existem os verbos de ligação que entram na formação do predicado nominal, relacionando
o predicativo com o sujeito.
Quanto à predicação classificam-se, pois os verbos em:
Intransitivos: são os que não precisam de complemento, pois têm sentido completo.
“Três contos bastavam, insistiu ele.” (Machado de Assis)
“Os guerreiros Tabajaras dormem.” (José de Alencar)
“A pobreza e a preguiça andam sempre em companhia.” (Marquês de Maricá)
Alguns verbos essencialmente intransitivos: anoitecer, crescer, brilhar, ir, agir, sair, nascer, latir, rir,
tremer, brincar, chegar, vir, mentir, suar, adoecer, etc.
Transitivos Diretos: são os que pedem um objeto direto, isto é, um complemento sem preposição.
Pertencem a esse grupo: julgar, chamar, nomear, eleger, proclamar, designar, considerar, declarar,
adotar, ter, fazer, etc. Exemplos:
Comprei um terreno e construí a casa.
“Trabalho honesto produz riqueza honrada.” (Marquês de Maricá)
“Então, solenemente Maria acendia a lâmpada de sábado.” (Guedes de Amorim)
Dentre os verbos transitivos diretos merecem destaque os que formam o predicado verbo nominal e
se constrói com o complemento acompanhado de predicativo. Exemplos:
Consideramos o caso extraordinário.
Inês trazia as mãos sempre limpas.
O povo chamava-os de anarquistas.
Julgo Marcelo incapaz disso.
Observações: Os verbos transitivos diretos, em geral, podem ser usados também na voz passiva;
Outra característica desses verbos é a de poderem receber como objeto direto, os pronomes o, a, os, as:
convido-o, encontro-os, incomodo-a, conheço-as; Os verbos transitivos diretos podem ser construídos
acidentalmente com preposição, a qual lhes acrescenta novo matiz semântico: arrancar da espada; puxar
da faca; pegar de uma ferramenta; tomar do lápis; cumprir com o dever; Alguns verbos transitivos diretos:
abençoar, achar, colher, avisar, abraçar, comprar, castigar, contrariar, convidar, desculpar, dizer, estimar,
elogiar, entristecer, encontrar, ferir, imitar, levar, perseguir, prejudicar, receber, saldar, socorrer, ter, unir,
ver, etc.
Transitivos Indiretos: são os que reclamam um complemento regido de preposição, chamado objeto
indireto. Exemplos:
“Ninguém perdoa ao quarentão que se apaixona por uma adolescente.” (Ciro dos Anjos)
“Populares assistiam à cena aparentemente apáticos e neutros.” (Érico Veríssimo)
“Lúcio não atinava com essa mudança instantânea.” (José Américo)
“Do que eu mais gostava era do tempo do retiro espiritual.” (José Geraldo Vieira)
Observações: Entre os verbos transitivos indiretos importa distinguir os que se constroem com os
pronomes objetivos lhe, lhes. Em geral são verbos que exigem a preposição a: agradar-lhe, agradeço-
lhe, apraz-lhe, bate-lhe, desagrada-lhe, desobedecem-lhe, etc. Entre os verbos transitivos indiretos
importa distinguir os que não admitem para objeto indireto as formas oblíquas lhe, lhes, construindo-se
com os pronomes retos precedidos de preposição: aludir a ele, anuir a ele, assistir a ela, atentar nele,
depender dele, investir contra ele, não ligar para ele, etc.
. 78
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Em princípio, verbos transitivos indiretos não comportam a forma passiva. Excetuam-se pagar,
perdoar, obedecer, e pouco mais, usados também como transitivos diretos: João paga (perdoa, obedece)
o médico. O médico é pago (perdoado, obedecido) por João. Há verbos transitivos indiretos, como atirar,
investir, contentar-se, etc., que admitem mais de uma preposição, sem mudança de sentido. Outros
mudam de sentido com a troca da preposição, como nestes exemplos: Trate de sua vida. (Tratar=cuidar).
É desagradável tratar com gente grosseira. (Tratar=lidar). Verbos como aspirar, assistir, dispor, servir,
etc., variam de significação conforme sejam usados como transitivos diretos ou indiretos.
Transitivos Diretos e Indiretos: são os que se usam com dois objetos: um direto, outro indireto,
concomitantemente. Exemplos:
No inverso, Dona Cléia dava roupas aos pobres.
A empresa fornece comida aos trabalhadores.
Oferecemos flores à noiva.
Ceda o lugar aos mais velhos.
De Ligação: Os que ligam ao sujeito uma palavra ou expressão chamada predicativo. Esses verbos
entram na formação do predicado nominal. Exemplos:
A Terra é móvel.
A água está fria.
O moço anda (=está) triste.
Mário encontra-se doente.
A Lua parecia um disco.
Observações: Os verbos de ligação não servem apenas de anexo, mas exprimem ainda os diversos
aspectos sob os quais se considera a qualidade atribuída ao sujeito. O verbo ser, por exemplo, traduz
aspecto permanente e o verbo estar, aspecto transitório: Ele é doente. (Aspecto permanente); Ele está
doente. (Aspecto transitório). Muitos desses verbos passam à categoria dos intransitivos em frases como:
Era (=existia) uma vez uma princesa.; Eu não estava em casa.; Fiquei à sombra.; Anda com
dificuldades.; Parece que vai chover.
Os verbos, relativamente à predicação, não têm classificação fixa, imutável. Conforme a regência e o
sentido que apresentam na frase, podem pertencer ora a um grupo, ora a outro. Exemplo:
O homem anda. (intransitivo)
O homem anda triste. (de ligação)
Predicativo do Sujeito: é o termo que exprime um atributo, um estado ou modo de ser do sujeito, ao
qual se prende por um verbo de ligação, no predicado nominal. Exemplos:
A bandeira é o símbolo da Pátria.
A mesa era de mármore.
O mar estava agitado.
A ilha parecia um monstro.
Além desse tipo de predicativo, outro existe que entra na constituição do predicado verbo-nominal.
Exemplos:
O trem chegou atrasado. (=O trem chegou e estava atrasado.)
O menino abriu a porta ansioso.
Todos partiram alegres.
Marta entrou séria.
. 79
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Observações: O predicativo subjetivo às vezes está preposicionado; Pode o predicativo preceder o
sujeito e até mesmo ao verbo: São horríveis essas coisas!; Que linda estava Amélia!; Completamente
feliz ninguém é.; Raros são os verdadeiros líderes.; Quem são esses homens?; Lentos e tristes, os
retirantes iam passando.; Novo ainda, eu não entendia certas coisas.; Onde está a criança que fui?
Observações: O predicativo objetivo, como vemos dos exemplos acima, às vezes vem regido de
preposição. Esta, em certos casos, é facultativa; O predicativo objetivo geralmente se refere ao objeto
direto. Excepcionalmente, pode referir-se ao objeto indireto do verbo chamar. Chamavam-lhe poeta;
Podemos antepor o predicativo a seu objeto: O advogado considerava indiscutíveis os direitos da
herdeira.; Julgo inoportuna essa viagem.; “E até embriagado o vi muitas vezes.”; “Tinha estendida a
seus pés uma planta rústica da cidade.”; “Sentia ainda muito abertos os ferimentos que aquele choque
com o mundo me causara.”
Questões
01. Classifique as frases em declarativa, interrogativa, exclamativa, optativa ou imperativa.
(A) Você está bem?
(B) Não olhe; não olhe, Luisinho!
(C) Que alívio!
(D) Tomara que Luisinho não fique impressionado!
(E) Você se machucou?
(F) A luz jorrou na caverna.
(G) Agora suma, seu monstro!
(H) O túnel ficava cada vez mais escuro.
No primeiro contato com os selvagens, que medo nos dá de infringir os rituais, de violar um tabu!
É todo um meticuloso cerimonial, cuja infração eles não nos perdoam.
Eu estava falando nos selvagens? Mas com os civilizados é o mesmo. Ou pior até.
Quando você estiver metido entre grã-finos, é preciso ter muito, muito cuidado: eles são tão primitivos!
Mário Quintana
. 80
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
02. Resposta: a) Eugênio e Marcelo, caminhem juntos!; b) Luisinho, procure os fósforos no bolso!; c)
Meninos, olhem à sua volta!
03. Reposta B
A - C=> Refere-se a grã-finos
B - E => O sujeito é grã finos
C - O predicado está ligado ao nome.
D - Verbos de ligação: Ser, estar, parecer...
E - Primitivos caracteriza o sujeito.
Pontuação
Os sinais de pontuação são sinais gráficos empregados na língua escrita para tentar recuperar
recursos específicos da língua falada, tais como: entonação, jogo de silêncio, pausas, etc.
Ponto ( . )
- indicar o final de uma frase declarativa: Lembro-me muito bem dele.
- separar períodos entre si: Fica comigo. Não vá embora.
- nas abreviaturas: Av.; V. Ex.ª
Vírgula ( , ): É usada para marcar uma pausa do enunciado com a finalidade de nos indicar que os
termos por ela separados, apesar de participarem da mesma frase ou oração, não formam uma unidade
sintática: Lúcia, esposa de João, foi a ganhadora única da Sena.
Podemos concluir que, quando há uma relação sintática entre termos da oração, não se pode separá-
los por meio de vírgula. Não se separam por vírgula:
- predicado de sujeito;
- objeto de verbo;
- adjunto adnominal de nome;
- complemento nominal de nome;
- predicativo do objeto;
- oração principal da subordinada substantiva (desde que esta não seja apositiva nem apareça na
ordem inversa).
. 81
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
A vírgula entre orações
Ponto-e-Vírgula ( ; )
- separar os itens de uma lei, de um decreto, de uma petição, de uma sequência, etc.:
Art. 127 – São penalidades disciplinares:
I- advertência;
II- suspensão;
III- demissão;
IV- cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
V- destituição de cargo em comissão;
VI- destituição de função comissionada. (Cap. V das penalidades Direito Administrativo)
- separar orações coordenadas muito extensas ou orações coordenadas nas quais já tenham tido
utilizado a vírgula: “O rosto de tez amarelenta e feições inexpressivas, numa quietude apática, era
pronunciadamente vultuoso, o que mais se acentuava no fim da vida, quando a bronquite crônica de que
sofria desde moço se foi transformando em opressora asma cardíaca; os lábios grossos, o inferior um
tanto tenso (...)” (Visconde de Taunay)
Dois-Pontos ( : )
- iniciar a fala dos personagens: Então o padre respondeu: - Parta agora.
- antes de apostos ou orações apositivas, enumerações ou sequência de palavras que explicam,
resumem ideias anteriores: Meus amigos são poucos: Fátima, Rodrigo e Gilberto.
- antes de citação: Como já dizia Vinícius de Morais: “Que o amor não seja eterno posto que é chama,
mas que seja infinito enquanto dure.”
Ponto de Interrogação ( ? )
- Em perguntas diretas: Como você se chama?
- Às vezes, juntamente com o ponto de exclamação: Quem ganhou na loteria? Você. Eu?!
Ponto de Exclamação ( ! )
- Após vocativo: “Parte, Heliel!” (As violetas de Nossa Sra.- Humberto de Campos).
- Após imperativo: Cale-se!
- Após interjeição: Ufa! Ai!
- Após palavras ou frases que denotem caráter emocional: Que pena!
Reticências ( ... )
- indicar dúvidas ou hesitação do falante: Sabe...eu queria te dizer que...esquece.
. 82
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
- interrupção de uma frase deixada gramaticalmente incompleta: Alô! João está? Agora não se
encontra. Quem sabe se ligar mais tarde...
- ao fim de uma frase gramaticalmente completa com a intenção de sugerir prolongamento de ideia:
“Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas faces duns longes cor-de-rosa...” (Cecília-
José de Alencar)
- indicar supressão de palavra (s) numa frase transcrita: “Quando penso em você (...) menos a
felicidade.” (Canteiros - Raimundo Fagner)
Aspas ( “ ” )
- isolar palavras ou expressões que fogem à norma culta, como gírias, estrangeirismos, palavrões,
neologismos, arcaísmos e expressões populares: Maria ganhou um apaixonado “ósculo” do seu
admirador; A festa na casa de Lúcio estava “chocante”; Conversando com meu superior, dei a ele um
“feedback” do serviço a mim requerido.
- indicar uma citação textual: “Ia viajar! Viajei. Trinta e quatro vezes, às pressas, bufando, com todo o
sangue na face, desfiz e refiz a mala”. (O prazer de viajar - Eça de Queirós)
Se, dentro de um trecho já destacado por aspas, se fizer necessário a utilização de novas aspas, estas
serão simples. ( ' ' )
Parênteses ( () )
- isolar palavras, frases intercaladas de caráter explicativo e datas: Na 2ª Guerra Mundial (1939-1945),
ocorreu inúmeras perdas humanas; “Uma manhã lá no Cajapió (Joca lembrava-se como se fora na
véspera), acordara depois duma grande tormenta no fim do verão”. (O milagre das chuvas no nordeste-
Graça Aranha)
Os parênteses também podem substituir a vírgula ou o travessão.
Travessão (__ )
- dar início à fala de um personagem: O filho perguntou: __Pai, quando começarão as aulas?
- indicar mudança do interlocutor nos diálogos. __Doutor, o que tenho é grave? __Não se preocupe, é
uma simples infecção. É só tomar um antibiótico e estará bom.
- unir grupos de palavras que indicam itinerário: A rodovia Belém-Brasília está em péssimo estado.
Também pode ser usado em substituição à virgula, em expressões ou frases explicativas: Xuxa – a
rainha dos baixinhos – é loira.
Parágrafo
Constitui cada uma das secções de frases de um escritor; começa por letra maiúscula, um pouco além
do ponto em que começam as outras linhas.
Colchetes ( [] )
Utilizados na linguagem científica.
Asterisco ( * )
Empregado para chamar a atenção do leitor para alguma nota (observação).
Barra ( / )
Aplicada nas abreviações das datas e em algumas abreviaturas.
Hífen (−)
Usado para ligar elementos de palavras compostas e para unir pronomes átonos a verbos. Exemplo:
guarda-roupa
Questões
Intolerância religiosa
. 83
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
iremos são tão poucos que parecem extraterrestres. Dono de um cérebro com capacidade de
processamento de dados incomparável na escala animal ao que tudo indica só o homem faz conjecturas
sobre o destino após morte. A possibilidade de que a última batida do coração decrete o fim do espetáculo
é aterradora. Do medo e do inconformismo gerado por ela, nasce a tendência de acreditar que somos
eternos, caso único entre os seres vivos.
Todos os povos que deixaram registros manifestaram a crença de que sobreviveriam à decomposição
de seus corpos. Para atender esse desejo o imaginário humano criou uma infinidade de deuses e paraísos
celestiais. Jamais faltaram, entretanto, mulheres e homens avessos à interferências mágicos em assuntos
terrenos. Perseguidos e assassinados no passado para eles a vida eterna não faz sentido.
Não se trata de opção ideológica: o ateu não acredita porque simplesmente não consegue. O mesmo
mecanismo intelectual que leva alguém a crer leva outro a desacreditar. Os religiosos que têm dificuldade
para entender como alguém pode discordar de sua cosmovisão devem pensar que eles também são
ateus quando confrontados com crenças alheias.
O ateu desperta a ira dos fanáticos porque aceitá-lo como ser pensante obriga-os a questionar suas
próprias convicções. Não é outra a razão que os fez apropriar-se indevidamente das melhores qualidades
humanas e atribuir as demais às tentações do Diabo. Generosidade, Solidariedade e compaixão e amor
ao próximo constituem reserva de mercado dos tementes a Deus, embora em nome dele sejam cometidas
as maiores atrocidades.
Fui educado para respeitar as crenças de todos, por mais bizarras que a mim pareçam. Se a religião
ajuda uma pessoa a enfrentar suas contradições existenciais seja bem-vinda desde que não a torne
intolerante, autoritária e violenta.
Quanto aos religiosos, leitor, não os considero iluminados nem crédulos, superiores ou inferiores os
anos me ensinaram a julgar os homens por suas ações não pelas convicções que apregoam.
. 84
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Considerando a norma-padrão de pontuação e de emprego dos pronomes de tratamento, assinale a
alternativa que expressa com correção a notícia dada pelo repórter, à vista do texto dos quadrinhos.
(A) Em sua entrevista, Sua Senhoria o vereador Formigão declara que: a crise continua e ele, também
– pois são inseparáveis.
(B) Em sua entrevista, Vossa Senhoria o ministro Formigão declara que, a crise continua, e ele
também: pois são inseparáveis.
(C) Em sua entrevista, Vossa Excelência o deputado Formigão, declara que a crise continua e ele,
também; pois são inseparáveis.
(D) Em sua entrevista, Sua Excelência, o senador Formigão, declara que a crise continua, e ele,
também, pois são inseparáveis.
(E) Em sua entrevista Sua Excelência o Diretor-Presidente da empresa Formigão, declara que a crise
continua; e ele também, pois, são inseparáveis.
03. (IFC - Auxiliar administrativo - IFC). Assinale dentre as alternativas a frase que apresenta
pontuação adequada:
(A) Mãe, venha até meu quarto.
(B) Curitiba 27 de outubro de 2012.
(C) O menino, sentia-se mal.
(D) Onde estão os nossos: pais, vizinhos.
(E) Assim permite-se roupas, curtas.
04. (IFC - Auxiliar administrativo - IFC). Assinale a opção em que o uso da vírgula é utilizado em
uma expressão conclusiva.
(A) O tempo está feio, isto é, choverá ainda esta manhã.
(B) Daqui a pouco, iremos todos ao mercado.
(C) O tempo está feio, portanto, choverá em breve.
(D) Gabriela, a bonita garota, está cheia de alegria.
(E) Cheios de esperança, os meninos saíram alegres.
(Adaptado de Matt Weistein e Luke Barber. Cão que late não morde. Trad. de Cristina Cupertino. S.Paulo: Francis, 2005. p 250)
Atente para as afirmações abaixo sobre a pontuação empregada no texto.
I . Em “Se os cachorros correm livremente, por que eu não posso fazer isso também?” (1º parágrafo),
a vírgula poderia ser substituída por dois-pontos sem prejuízo para o sentido e a correção,
II . Em Eles vivem em um universo paralelo e diferente do nosso - um universo que lhes concede
liberdade de espírito... (2º parágrafo), o travessão poderia ser substituído por uma vírgula sem prejuízo
para a correção.
III . Em Suas emoções estão à flor da peie e eles as manifestam sempre que as sentem (3º parágrafo),
uma vírgula poderia ser colocada imediatamente depois da palavra pele, sem prejuízo para a correção.
. 85
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
(C) I e III, somente.
(D) II, somente.
(E) I, II e III.
07. Uma outra maneira igualmente correta de reescrever-se a frase “Os riscos da inflação podem ser
calculados; e o prejuízo financeiro deles, previsto”, mantendo-se o seu sentido original é:
(A) Podem ser calculados e previstos os riscos da inflação e seu prejuízo financeiro.
(B) Os riscos da inflação e seu prejuízo financeiro podem ser calculados e previstos.
(C) Podem ser calculados os riscos da inflação e pode ser previsto seu prejuízo financeiro.
(D) Podem ser calculados os prejuízos financeiros e calculados seus riscos inflacionários.
(E) Podem ser calculados os prejuízos financeiros advindos dos riscos inflacionários.
09. Entre uma prosa e outra, "seo" Samuca, morador das cercanias do Parque Nacional Grande
Sertão Veredas, no norte de Minas Gerais, me presenteia com um achado da sabedoria cabocla: "Pois
é, não sei pra onde a Terra está andando, mas certamente pra bom lugar não é. Só sei que donde só se
tira e não se põe, um dia tudo o mais tem que se acabar." Samuel dos Santos Pereira viveu seus 75
anos campeando livre entre cerradões, matas de galeria, matas secas, campos limpos ou sujos e
campos cerrados, ecossistemas que constituem a magnífica savana brasileira. "Ainda bem que existe o
Parque", exclama o vaqueiro, "porque hoje tudo em volta de mim é plantação de soja e pastagem pra
gado."
Viajar pelo Cerrado do Centro-Oeste é viver a surpresa permanente. Na Serra da Canastra, em São
Roque de Minas, nascente do Rio São Francisco, podem-se avistar tamanduás bandeira, lobos-guarás
e, com sorte, o pato-mergulhão, ameaçado de extinção. Lá está também a maravilhosa CascaD'Anta,
primeira e mais alta cachoeira do Velho Chico, com 186 metros de queda livre.
No Jalapão, no Tocantins, o Cerrado é diferente, parece um deserto com dunas de até 40 metros de
altura. Mas, ao contrário dos Lençóis Maranhenses, tem água em profusão, nascentes, cachoeiras,
lagoas, serras e chapadões. E uma fauna exuberante, com 440 espécies de vertebrados. Nas veredas,
os habitantes da comunidade quilombola de Mumbuca descobriram o capim-dourado, uma fibra que a
criatividade local transformou em artigo de exportação.
. 86
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Em Goiás, no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, o viajante se extasia com a beleza das
cachoeiras e das matas de galeria, das piscinas naturais, das formações rochosas, dos cânions do Rio
Preto e do Vale da Lua. Perto do município de Chapadão do Céu, também em Goiás, fica o Parque
Nacional das Emas, onde acontece o surpreendente espetáculo da bioluminescência, uma irradiação de
luz azul esverdeada produzida pelas larvas de vaga-lumes nos cupinzeiros. Pena que todo o entorno do
parque foi drenado para permitir a plantação de soja. Agrotóxicos despejados por avião são levados pelo
vento e contaminam nascentes e rios que atravessam essa unidade de conservação. Outra tristeza
provocada pela ganância humana são as voçorocas das nascentes do Rio Araguaia, quase cem, com
quilômetros de extensão e dezenas de metros de profundidade. Elas jogam milhões de toneladas de
sedimentos no rio, inviabilizando sua navegabilidade.
Apesar de tanta beleza e biodiversidade (mais de 300 espécies de plantas locais são utilizadas pela
medicina popular), o Cerrado do "seo" Samuca está minguando e tende a desaparecer. O que percebo,
como testemunha ocular, é que entra governo e sai governo e o processo de desertificação do país
continua em crescimento assombroso.
Como disse Euclides da Cunha, somos especialistas em fazer desertos. Só haverá esperança para os
vastos espaços das Geraes, esse sertão do tamanho do mundo, celebrado pela genialidade de João
Guimarães Rosa, se abandonarmos nosso conformismo e nossa proverbial omissão.
(Araquém Alcântara, fotógrafo. O Estado de S. Paulo, Especial H 4-5, 27 de setembro de 2009, com adaptações)
Em relação ao emprego de sinais de pontuação no texto, está INCORRETO o que se afirma em:
(A) As aspas em “seo” (1ª linha) registram uma forma coloquial de tratamento.
(B) Os dois-pontos na 4ª linha sinalizam a introdução da fala de um interlocutor no texto.
(C) As aspas em “Ainda bem que existe o Parque” (10ª linha) assinalam o segmento que contém o
assunto central do texto.
(D) Os parênteses, no 5º parágrafo, isolam uma afirmativa empregada como argumento que respalda
a ressalva anterior, referente à beleza e biodiversidade do Cerrado.
(E) A vírgula após a expressão campos cerrados, na 9ª linha, pode ser corretamente substituída por
um travessão, sem prejuízo do sentido original
Respostas
01. Resposta D
O texto é polêmico, (vírgula separa orações coordenadas) de vez que busca estabelecer um equilíbrio
de julgamento num terreno em que, via de regra, (vírgula separa adjun adv deslocado) dominam as
paixões, (vírgula separa oração principal de oração subord. adv causal) já que tanto a religião como a
ciência advogam para si mesmas o estatuto do conhecimento verdadeiro.
02. Resposta D
O pronome de tratamento Vossa Excelência e Sua Excelência tem uso distinto.
Vossa Excelência = usar para falar com a autoridade. Sua Excelência = usar para falar da autoridade.
Logo, não poderia ser a alternativa “b” ou “c”.
a) O vereador Formigão é aposto explicativo, logo deveria estar entre vírgulas, e não se admite usar
travessão antes do "pois".
d) Correta
e) Se tiver adjunto adverbial deslocado, a vírgula é obrigatória, exceto se for de curta extensão
(formada por 1 ou 2 palavras)
Portanto, o correto seria: “Em sua entrevista, Sua Excelência...”
03. Resposta A
A vírgula aqui, está corretamente empregada pois trata-se de um Vocativo, um “chamamento” .
04. Resposta C
"Portanto" é uma conjunção coordenada conclusiva. O objetivo dela é trazer duas ideias, fazendo da
segunda uma conclusão da primeira.
Outras do mesmo valor semântico: Logo, por isso, então...
05. Resposta B
VÍRGULA ( , )
É usada para marcar uma pausa do enunciado com a finalidade de nos indicar que os termos por ela
separados, apesar de participarem da mesma frase ou oração, não formam uma unidade sintática.
. 87
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
TRAVESSÃO ( - )
a) dar início à fala de um personagem
Ex.: O filho perguntou:
- Pai, quando começarão as aulas?
b) indicar mudança do interlocutor nos diálogos
- Doutor, o que tenho é grave?
- Não se preocupe, é uma simples infecção. É só tomar um antibiótico e estará bom
c) unir grupos de palavras que indicam itinerário
Ex.: A rodovia Belém-Brasília está em péssimo estado.
Também pode ser usado em substituição à virgula em expressões ou frases explicativas
Ex.: Xuxa – a rainha dos baixinhos – será mãe.
06. Resposta D
A opção “D” apresenta uma falha de pontuação, já que o adjunto adverbial “muitas vezes” interrompe
uma sequência lógica. A gramática normativa até admite o adjunto adverbial deslocado, contendo corpo
pequeno, mas este deve aparecer entre vírgulas.
O fato de aparecer vírgula antes do adjunto adverbial “muitas vezes”, porém não aparecer vírgula após
a ele faz com que a alternativa apresente um erro de pontuação.
07. Resposta C
A segunda vírgula indica a omissão da locução “verbal pode ser”, podendo ser reescrita: “Os riscos
da inflação podem ser calculados, e o prejuízo financeiro deles pode ser previsto”.
08. Resposta C
Usamos a vírgula para isolar orações adjetivas explicativas. As orações subordinadas adjetivas fazem
o papel de um adjetivo, ou seja, restringem ou explicam o sentido de um substantivo ou de um pronome
da oração principal.
09. Resposta B
Os dois pontos na 3ª linha sinalizam um provérbio caboclo, no qual “seo” Samuca presenteia o escritor.
O sinal “dois pontos” introduzem enumerações, sumários, explicações, exemplificações, citações e
afirmações.
Concordância é o mecanismo pelo qual algumas palavras alteram suas terminações para adequar-se
à terminação de outras palavras. Em português, distinguimos dois tipos de concordância: nominal, que
trata das alterações do artigo, do numeral, dos pronomes adjetivos e dos adjetivos para concordar com o
nome a que se referem, e verbal, que trata das alterações do verbo, para concordar com o sujeito.
Concordância Nominal
- Regra Geral: o adjetivo e as palavras adjetivas (artigo, numeral, pronome adjetivo) concordam em
gênero e número com o nome a que se referem.
Adjetivo posposto: quando um mesmo adjetivo qualifica dois ou mais substantivos e vem depois
destes, há duas construções:
. 88
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
1- o adjetivo vai para o plural: Agia com calma e pontualidade britânicas.
2- o adjetivo concorda com o substantivo mais próximo: Agia com calma e pontualidade britânica.
Sempre que se optar pelo plural, é preciso notar o seguinte: se entre os substantivos houver ao menos
um no masculino, o adjetivo assumirá a terminação do masculino: Fez tudo com entusiasmo e paixão
arrebatadores.
Quando o adjetivo exprime uma qualidade tal que só cabe ao último substantivo, é óbvio que a
concordância obrigatoriamente se efetuará com este último: Alimentavam-se de arroz e carne bovina.
Adjetivo anteposto: quando um adjetivo qualifica dois ou mais substantivos e vem antes destes,
concorda com o substantivo mais próximo: Escolhestes má ocasião e lugar.
Quando o adjetivo anteposto aos substantivos funcionar como predicativo, pode concordar com o mais
próximo ou ir para o plural:
Estava quieta a casa, a vila e o campo.
Estavam quietos a casa, a vila e o campo.
- Verbo ser + adjetivo: Nos predicados nominais em que ocorre o verbo ser mais um adjetivo,
formando expressões do tipo é bom, é claro, é evidente, etc., há duas construções possíveis:
1- se o sujeito não vem precedido de nenhum modificador, tanto o verbo quanto o adjetivo ficam
invariáveis: Pizza é bom; É proibido entrada.
2- se o sujeito vem precedido de modificador, tanto o verbo quanto o predicativo concordam
regularmente: A pizza é boa; É proibida a entrada.
- Palavras adverbiais x palavras adjetivas: há palavras que ora têm função de advérbio, ora de
adjetivo.
Quando funcionam como advérbio são invariáveis: Há ocasiões bastante oportunas.
Quando funcionam como adjetivo, concordam com o nome a que se referem: Há bastantes razões
para confiarmos na proposta.
Estão nesta classificação palavras como pouco, muito, bastante, barato, caro, meio, longe, etc.
- Expressões “anexo” e “obrigado”: são palavras adjetivas e, como tais, devem concordar com o
nome a que se referem. Exemplos:
Podemos colocar sob a mesma regra palavras como incluso, quite, leso, mesmo e próprio.
. 89
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Questões
04. “Na reunião do Colegiado, não faltou, no momento em que as discussões se tornaram mais
violentas, argumentos e opiniões veementes e contraditórias.” No trecho acima, há uma infração as
normas de concordância.
(A) Reescreva-o com devida correção.
(B) Justifique a correção feita.
07. (TJ/SP – PSICÓLOGO – VUNESP) Assinale a alternativa em que a concordância nominal está de
acordo com a norma-padrão.
(A) Ainda não identificada pela polícia, as pessoas responsáveis pelo assalto estão à solta.
(B) Já foi divulgado na mídia alguma coisa a respeito do acidente?
(C) Vê-se que ficou assegurado à família a guarda do menor.
(D) Se foi incluso no contrato, a cláusula não pode ser desconsiderada.
(E) Fica claro que o problema atinge os setores público e privado.
08. (TJ/SC – ANALISTA ADMINISTRATIVO – TJ) Assinale a alternativa que apresenta erro de
concordância nominal:
(A) A Prefeitura não se responsabiliza pelos muros e caixas de luz derrubados por motoristas
imprudentes.
. 90
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
(B) Ao meio-dia e meio vamos à TV tornar público nossas insatisfações com tais desvios.
(C) Decidiram rever o estudo, dadas as divergências entre os colegas.
(D) Ele dizia que tomava dois gramas diários de vitamina C.
(E) Considerou desnecessários tantos conselhos.
Respostas
01. Resposta E
Reescrevendo a passagem no plural:
Talvez seja programa de quem vive em cidades cinzentas, nas quais é difícil enxergar o céu. / Duvido
que existam paisagens dominicais mais urbanas.
02. Resposta C
(A) Ela mesmo (mesma) fez a entrega da encomenda.
(B) Estou meia (meio) preocupada, disse a jovem senhora ao seu colega de trabalho.
(C) É proibida a entrada de mercadorias ilegais nesta cidade. = correta
(D) “Muito obrigado”, (obrigada) respondeu-me aquela senhora.
(E) Custou (custaram) muito caro, naquele contexto, as despesas assumidas pelo casal. (caro –quando
advérbio é invariável; quando adjetivo, concorda com o substantivo. Por exemplo: As calças custaram
caro. As roupas estavam caras).
04. a) "Na reunião do colegiado, não faltaram, no momento em que as discussões se tornaram mais
violentas, argumentos e opiniões veementes e contraditórias."
b) Concorda com o sujeito "argumentos e opiniões".
05. a) “Receba, Vossa Excelência, os protestos de nossa estima, pois não pode haver cidadãos
conscientes sem a educação.”
b) A frase está correta.
06. a) “Ele informou aos colegas que havia perdido (ou: ele informou os colegas de que havia perdido
os documentos de cuja originalidade duvidamos.”
b) “Depois de assistir algumas aulas, eu preferia ficar no pátio a continuar dentro da classe.”
07. Resposta E
(A) Ainda não identificada pela polícia, as pessoas responsáveis pelo assalto estão à solta.
Correto: identificadas
(B) Já foi divulgado na mídia alguma coisa a respeito do acidente?
Correto: divulgada
(C) Vê-se que ficou assegurado à família a guarda do menor.
Correto: assegurada
(D) Se foi incluso no contrato, a cláusula não pode ser desconsiderada.
Correto: inclusa
(E) Fica claro que o problema atinge os setores público e privado.
. 91
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
08. Resposta B
Ao meio-dia e MEIA vamos à TV tornar público nossas insatisfações com tais desvios.
09. Resposta D
Elas não progredirão por si mesmas.
10. Resposta C
Eles estavam sós.
Só: Adjetivo que concorda em número (singular e plural) com o pronome ou substantivo com que se
relaciona, assumindo as formas só e sós.
Concordância Verbal
- Sujeito composto anteposto ao verbo: quando o sujeito composto vem anteposto ao verbo, este
vai para o plural: O sol e a lua brilhavam. Há casos em que, mesmo com o sujeito composto anteposto,
justifica-se o singular. Isto ocorre basicamente em três situações:
1- quando o sujeito é formado de palavras sinônimas ou que formam unidade de sentido: A coragem
e o destemor fez dele um herói. É bom notar que, no mesmo caso, vale também o plural. O singular,
aqui, talvez se explique pela facilidade que temos em juntar, numa só unidade, conceitos sinônimos.
2- quando o sujeito é formado por núcleos dispostos em gradação (ascendente ou descendente): Uma
palavra, um gesto, um mínimo sinal bastava. No mesmo caso, cabe também o plural. A construção com
o verbo no singular é compreensível: nas sequências gradativas, o último elemento é sempre mais
enfático, o que leva o verbo a concordar com ele.
3- quando o sujeito vem resumido por palavras como alguém, ninguém, cada um, tudo, nada: Alunos,
mestres, diretores, ninguém faltou. Aqui não ocorre plural. É que o valor sintetizante do pronome
(ninguém) é tão marcante que só nos fica a ideia do conjunto e não das partes que o compõem.
- Sujeito composto posposto ao verbo: quando o sujeito composto vem depois do verbo, há duas
construções igualmente certas.
Quando, porém, o sujeito composto vem posposto e o núcleo mais próximo está no plural, o verbo só
pode, obviamente, ir para o plural: Já chegaram as revistas e o jornal.
Quando o sujeito é formado pelo pronome tu mais uma 3ª pessoa, o verbo pode ir também para a 3ª
pessoa do plural. Isto se deve à baixa frequência de uso da segunda pessoa do plural: Tu e ele chegaram
(ou chegastes) a tempo.
- Verbo acompanhado do pronome se apassivador: quando o pronome se funciona como partícula
apassivadora, o verbo concorda regularmente com o sujeito, que estará sempre presente na oração.
Vende-se apartamento.
Vendem-se apartamentos.
. 92
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
- Verbo acompanhado do pronome se indicador de indeterminação do sujeito: quando a
indeterminação do sujeito é marcada pelo pronome se, o verbo fica necessariamente no singular: Precisa-
se de reforços (sujeito indeterminado).
- Verbos dar, bater, soar: na indicação de horas, concordam com a palavra horas, que é o sujeito dos
respectivos verbos.
Bateram dez horas.
Soou uma hora.
Pode ser que o sujeito deixe de ser o número das horas e passe a ser outro elemento da oração, o
instrumento que bate as horas, por exemplo. No caso, a concordância mudará: O relógio bateu dez
horas.
- Sujeito coletivo: quando o sujeito é formado por um substantivo coletivo no singular, o verbo fica no
singular, concordando com a forma do substantivo e não com a ideia: A multidão aplaudiu o orador.
Nesse caso, pode ocorrer também o plural em duas situações:
1- quando o coletivo vier distanciado do verbo: O povo, apesar de toda a insistência e ousadia, não
conseguiram evitar a catástrofe.
2- quando o coletivo, antecipado ao verbo, vier seguido de um adjunto adnominal no plural: A multidão
dos peregrinos caminhavam lentamente.
- Nomes próprios plurais: quando o sujeito é formado por nomes próprios de lugar que só têm a
forma plural, há duas construções:
2- se tais nomes não vierem precedidos de artigo, o verbo ficará sempre no singular: Ø Minas Gerais
elegeu seu senador.
Quanto aos títulos de livros e nomes de obras, mesmo precedidos de artigo, são admissíveis duas
construções:
Os lusíadas foi a glória das letras lusitanas.
Os lusíadas foram a glória das letras lusitanas.
- Sujeito constituído pelo pronome relativo que: quando o sujeito for o pronome relativo que, o
verbo concorda com o antecedente desse pronome.
Fui eu que prometi.
Foste tu que prometeste.
Foram eles que prometeram.
- Sujeito constituído pelo pronome relativo quem: quando o sujeito de um verbo for o pronome
relativo quem, há duas construções possíveis:
1- o verbo fica na 3ª pessoa do singular, concordando regularmente com o sujeito (quem): Fui eu quem
falou.
2- o verbo concorda com o antecedente: Fui eu quem falei.
1- o verbo vai para a 3ª pessoa do plural, concordando com o pronome indefinido ou interrogativo:
Alguns de nós partiram.
2- o verbo concorda com o pronome pessoal que se segue ao indefinido (ou interrogativo): Alguns de
nós partimos.
. 93
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Quando o pronome interrogativo ou indefinido estiver no singular, o verbo ficará, necessariamente, na
3ª pessoa do singular.
Alguém de nós falhou?
Qual de nós sairá?
- Expressões um dos que, uma das que: quando o sujeito de um verbo for o pronome relativo que,
nas expressões um dos que, uma das que, o verbo vai para o plural (construção dominante) ou fica no
singular.
Ele foi um dos que mais falaram.
Ele foi um dos que mais falou.
Cada uma das construções corresponde a uma interpretação diferente do mesmo enunciador.
Ele é um dentre aqueles que mais falaram.
Ele é um que mais falou dentre aqueles.
- Expressões mais de, menos de: quando o sujeito for constituído das expressões mais de, menos de,
o verbo concorda com o numeral que se segue à expressão.
Mais de um aluno saiu.
Mais de dois alunos saíram.
Mais de dois casos ocorreram.
- Expressões um e outro, nem um nem outro: quando o sujeito é formado pelas expressões um e
outro, nem um nem outro, o verbo fica no singular ou plural.
Nem um nem outro concordou.
Nem um nem outro concordaram.
O substantivo que segue a essas expressões deve ficar no singular: Uma e outra coisa me atrai.
Quando núcleos de pessoas diferentes vêm precedidos de nem, o mais usual é o verbo no plural, na
pessoa gramatical prioritária (a de número mais baixo): Nem eu nem ele faltamos com a palavra.
- Sujeito constituído por pronome de tratamento: quando o sujeito é formado por pronomes de
tratamento, o verbo vai sempre para a 3ª pessoa (singular ou plural).
Vossa Excelência se enganou.
Vossas Excelências se enganaram.
- Núcleos ligados por ou: quando os núcleos do sujeito vêm ligados pela conjunção ou, há duas
construções:
1- o verbo fica no singular quando o ou tem valor excludente: Pedro ou Paulo será eleito papa. (a
eleição de um implica necessariamente a exclusão do outro)
2- o verbo vai para o plural, quando o ou não for excludente: Maça ou figo me agradam à sobremesa.
(ambas as frutas me agradam)
- Silepse: ocorre concordância siléptica quando o verbo não concorda com o sujeito que aparece
expresso na frase, mas com um elemento implícito na mente de quem fala: Os brasileiros somos
improvisadores. Está implícito que o falante (eu ou nós) está incluído entre os brasileiros.
- Expressão haja vista: na expressão haja vista, a palavra vista é sempre invariável. O verbo haja
pode ficar invariável ou concordar com o substantivo que se segue à expressão.
Haja vista os últimos acontecimentos.
Hajam vista os últimos acontecimentos.
. 94
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
- Verbo parecer seguido de infinitivo: o verbo parecer, seguido de infinitivo, admite duas
construções:
O verbo haver no sentido de existir ou de tempo passado e o verbo fazer na indicação de tempo
transcorrido ou fenômeno da natureza são impessoais.
O verbo existir nunca é impessoal: tem sempre sujeito, com o qual concorda normalmente: Existirão
protestos; Poderão existir dúvidas.
Quando o verbo haver funciona como auxiliar de outro verbo, deve concordar normalmente com o
sujeito: Os convidados já haviam saído.
- Verbo ser: a concordância do verbo ser oscila frequentemente entre o sujeito e o predicativo. Entre
tantos casos, podemos ressaltar:
Quando o sujeito e o predicativo são nomes de coisas de números diferentes, o verbo concorda, de
preferência, com o que está no plural.
Tua vida são essas ilusões.
Essas vaidades são o teu segredo.
Nesse caso, muitas vezes, faz-se a concordância com o elemento a que se quer dar destaque.
Quando um dos dois (predicativo ou sujeito) é nome de pessoa, a concordância se faz com a pessoa.
Você é suas decisões.
Suas preocupações era a filha.
O verbo concorda com o pronome pessoal, seja este sujeito, seja predicativo.
O professor sou eu.
Eu sou o professor.
Nas indicações de hora, data e distância, o verbo ser, impessoal, concorda com o predicativo.
É uma hora.
São duas horas.
É uma légua.
São duas léguas.
É primeiro de maio.
São quinze de maio.
Neste último caso (dias do mês) o verbo ser admite duas construções:
É (dia) treze de maio.
São treze (dias) de maio.
O verbo ser, seguido de um quantificador, nas expressões de peso, distância ou preço, fica invariável.
Quinze quilos é bastante.
Três quilômetros é muito.
Cem reais é suficiente.
. 95
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Questões
01. (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS) Aponte a alternativa cuja concordância verbal
está correta:
(A) A alta dos preços dos combustíveis irritam o povo.
(B) Os Estados Unidos fica na América do Norte.
(C) Minhas costas está doendo.
(D) Ela foi uma das que chegou a tempo
(E) A maioria dos brasileiros gosta de futebol.
De acordo com o que prescreve a norma-padrão acerca do emprego das classes de palavra e da
concordância verbal, assinale a alternativa que apresenta outra redação possível para o período “A
economia brasileira já faz isso há séculos.”
(A) A economia brasileira já faz isso tem séculos.
(B) A economia brasileira já faz isso têm séculos.
(C) A economia brasileira já faz isso existe séculos.
(D) A economia brasileira já faz isso faz séculos.
(E) A economia brasileira já faz isso fazem séculos.
. 96
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
(B) Cerca de 20% das cavernas catalogadas em diversas regiões do Brasil situam-se nos
geossistemas ferruginosos.
(C) Medidas têm sido tomadas para avaliar a influência das mudanças do clima que comprometem a
geração de energia.
(D) Mudança anormal de variações que afetam a matriz energética nacional constitui motivo de
preocupação.
(E) Os problemas que associam a energia nuclear à possibilidade de acidentes e ao risco da confecção
de bombas atômicas podem ser resolvidos.
07. (TRF/3ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC) O verbo flexionado no plural que também
estaria corretamente flexionado no singular, sem que nenhuma outra alteração fosse feita, encontra-se
em:
(A) Não é à toa que partiram daqui várias manifestações culturais...
(B) Sempre me pareceram sem sentido as guerras...
(C) São Paulo são muitas cidades em uma.
(D) São Paulo não tem símbolos que deem conta de...
(E) ... onde as informações diversas se misturam...
09. ....... de exigências! Ou será que não ....... os sacrifícios que ....... por sua causa?
(A) Chega - bastam - foram feitos
(B) Chega - bastam - foi feito
(C) Chegam - basta - foi feito
(D) Chegam - basta - foram feitos
(E) Chegam - bastam - foi feito
. 97
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Respostas
01. Resposta E
Correções:
A) A alta dos preços dos combustíveis irritam o povo = irrita
B) Os Estados Unidos fica na América do Norte = ficam (há a presença do artigo determinante, portanto
o verbo deve ir para o plural. Se não houvesse, teríamos: Estados Unidos fica).
C) Minhas costas está doendo = estão
D) Ela foi uma das que chegou a tempo = uma das que chegaram
E) A maioria dos brasileiros gosta de futebol = correta (poderia ser “gostam”, também)
02. Resposta D
O “há” foi empregado no sentido de tempo passado, portanto pode ser substituído por “faz”, no singular:
“faz séculos”.
03. Resposta C
O verbo “haver”, quando utilizado no sentido de “existir” – como proposto no enunciado – não sofre
flexão, não vai para o plural. Teríamos “existem protocolos”, mas “há protocolos”.
04. Resposta A
Correções à frente:
A) Chamou a minha atenção, nos dois sujeitos altos, esguios e endinheirados, um trambolho grande.
= correta
B) À minha frente, no caixa, haviam dois holandeses = havia dois holandeses
C) As verdadeiras intenções do forasteiro era conhecida = eram conhecidas
D) Seria de muito valor se algumas lições do Mundial fosse aproveitadas = fossem
E) A lição que os japoneses nos deixaram trarão = trará
05. Resposta A
Cuidado com a pegadinha! EXCETO. Vamos às alternativas – teremos quatro corretas.
A) As análises revelam que o valor das correlações entre a vazão dos rios e anomalias de temperatura
do mar são pequenos = é pequeno.
B) Cerca de 20% das cavernas catalogadas em diversas regiões do Brasil situam-se nos geossistemas
ferruginosos. = correta
* Regra: quando o sujeito é formado por expressão que indica quantidade aproximada (cerca de, mais
de, menos de, perto de...) seguida de numeral e substantivo, o verbo concorda com o substantivo.
C) Medidas têm sido tomadas para avaliar a influência das mudanças do clima que comprometem a
geração de energia. = correta
D) Mudança anormal de variações que afetam a matriz energética nacional constitui motivo de
preocupação. = correta
E) Os problemas que associam a energia nuclear à possibilidade de acidentes e ao risco da confecção
de bombas atômicas podem ser resolvidos. = correta
06. Resposta A
Já FAZ (sentido de tempo: não sofre flexão) alguns anos que estudos a respeito da utilização abusiva
dos smartphones estão sendo desenvolvidos. Os especialistas acreditam HAVER (sentido de existir: não
varia) motivos para associar alguns comportamentos dos adolescentes ao uso prolongado desses
aparelhos, e TÊM (concorda com o termo “os especialistas”) alertado os pais para que avaliem a
necessidade de estabelecer limites aos seus filhos.
Temos: faz, haver, têm.
07. Resposta C
A = o verbo “partiram” não poderia ser utilizado no singular, já que está concordando com “várias
manifestações”;
B = “pareceram” concorda com “as guerras”, permanecendo no plural;
C = o verbo “ser” pode concordar tanto com o sujeito (São Paulo) quanto com o predicativo “cidades”
D = “deem” deve permanecer no plural, já que concorda com “símbolos” (lembrando: o verbo “deem”
não é mais acentuado!)
E = “misturam” fica no plural, pois concorda com “informações”.
. 98
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
08. Resposta A
Vamos por exclusão! Se substituíssemos “houve” por “existir”, esse deve ir para o plural, já que temos
“dois sacolejões” e é com ele que o verbo concordará (sujeito). O mesmo aconteceria com os verbos:
”sucede” (sucederam-se) e “aconteceu” (aconteceram). “Houveram” é incorreta, já que no sentido de
“existir” ele é invariável (“houve”, como no enunciado).
09. Resposta A
Chega – verbo no imperativo afirmativo
Bastam – concorda com o substantivo “sacrifícios”
Foram feitos – concorda com o substantivo “sacrifícios”
10. Resposta C
(A) Ela não pode usar o celular e chamar um taxista, pois acabou os créditos. = acabaram
(B) Esta empresa mantêm contato com uma rede de táxis que executa diversos serviços para os
clientes. = mantém (singular)
(C) À porta do aeroporto, havia muitos táxis disponíveis para os passageiros que chegavam à cidade.
= correta
(D) Passou anos (passaram-se), mas a atriz não se esqueceu das calorosas lembranças que seu tio
lhe deixou.
(E) Deve (devem) existir passageiros que aproveitam a corrida de táxi para bater um papo com o
motorista.
Regência Nominal
Assim como há verbos de sentido incompleto (transitivos), há também nomes de sentido incompletos.
Substantivos, adjetivos, e, certos advérbios, também podem, como no caso dos verbos, solicitarem um
complemento (complemento nominal) para ampliar, ou mesmo, completar seu sentido: Tenho amor (nome
de sentido incompleto) aos livros (compl. Nominal).
O substantivo amor rege um complemento nominal precedido da preposição (a). Portanto, a relação
particular, entre o nome e seu complemento, vem sempre marcada por uma preposição: Estava ansioso
para ouvir música.
Contudo, cabe observar, que certos substantivos e adjetivos admitem mais de uma regência, ou seja,
mais de uma preposição. A escolha desta ou daquela preposição deve, no entanto, obedecer às
exigências da clareza, da eufonia e adequar-se as diferentes nuanças do pensamento.
Ao aprender a regência do verbo, você estará praticamente aprendendo a regência do nome cognato
(que vem da mesma raiz do verbo). É o caso, por exemplo, do verbo obedecer e do nome obediência. O
verbo obedecer exige a preposição (a), que é a mesma exigida pelo nome obediência. De maneira, que
a regência deste verbo e deste nome resume-se na mesma preposição (a).
Na regência nominal, não há tantos desencontros entre a norma culta e a fala popular. Em todo caso,
segue aqui uma lista de nomes acompanhados das respectivas preposições:
Acesso (a) - acessível [a, para] - acostumado [a, com] - adequado [a] - admiração [a, por] - afável [com,
para com] - afeição [a, por] - aflito [com, por] - alheio [a, de] - aliado [a, com] - alusão [a] – amante [de] –
amigo [de] - amor [a, de, para com, por] – amoroso [com] - análogo [a] - ansioso [de, para, por] - antipatia
[a, contra, por] – aparentado [com] - apologia [de] - apto [a, para] - assíduo [a, em] - atenção [a] - atento
[a, em] - atencioso [com, para com] - aversão [a, para, por] - avesso [a] - ávido [de, por] - benéfico [a] -
benefício [a] – bom [para].
Cobiçoso [de] - capacidade [de, para] - capaz [de, para] – cego [a] - certeza [de] - coerente [com] –
comum [de] - compaixão [de, para com, por] - compatível [com] - concordância [a, com, de, entre] -
. 99
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
conforme [a, com] – contemporâneo [de] - constituído [com, de, por] - consulta [a] - contente [com, de,
em, por] - contíguo [a] – constante [em] – convênio [entre] - cruel [com, para, para com] – cuidadoso [com]
– cúmplice [em] - curioso [de, por] - desacostumado [a, com] - desatento [a] – descontente [com] -
desejoso [de] - desfavorável [a] – desleal [a] - desrespeito [a] - desgostoso [com, de] - desprezo [a, de,
por] - devoção [a, para, com, por] - devoto [a, de] – diferente [de] - dificuldade [com, de, em, para] – digno
[de] - discordância [com, de, sobre] – disposição [para] - dotado [de] - dúvida [acerca de, em, sobre].
Equivalente [a] - empenho [de, em, por] – entendido [em] – erudito [em] – escasso [de] – essencial
[para] – estreito [de] - exato [em] - fácil [a, de, para] - facilidade [de, em, para] - falho [de, em] - falta [a] -
fanático [por] - favorável [a] - fiel [a] - feliz [de, com, em, por] - fértil [de, em] – forte [em] - fraco [em, de] –
furioso [com] - grato [a] - graduado [a] - guerra [a] - hábil [em] - habituado [a] - horror [a, de, por] - hostil
[a, contra, para com] - ida [a] – idêntico [a] - impaciência [com] – impossibilidade [de, em] - impotente
[para, contra] - impróprio [para] - imune [a, de] - inábil [para] - inacessível [a] – incansável [em] - incapaz
[de, para] – incerto [em] - inconsequente [com] – indeciso [em] - indiferente [a] – indigno [de] - indulgente
[com, para com] - inerente [a] – infiel [a] – influência [sobre] - ingrato [com] – insensível [a] - intolerante
[com] - invasão [de] – inútil [para] - isento [de] - junto [a, de] - leal [a] - lento [em] – liberal [com].
Maior [de] – manifestação [contra] - medo [de, a] – menor [de] – misericordioso [com] - morador [em] -
natural [de] - necessário [a] - necessidade [de] – nobre [em] - nocivo [a] - obediente [a] - ódio [a, contra] -
ojeriza [a, por] - oposto [a] – orgulhoso [de, com] - paixão [de, por] – pálido [de] - parecido [a, com] -
paralelo [a] – parecido [a, com] - pasmado [de] - passível [de] - peculiar [a] – perito [em] – prático [em] -
preferência [a, por] – preferível [a] - preste [a, para] - pendente [de] – prodigo [em, de] - propício [a] -
próximo [a, de] - pronto [para, em] - propensão [para] - próprio [de, para].
Querido [de, por] – queixa [contra] - receio [de] - relação [a, com, de, por, para com] - relacionado [com]
- rente [a, de, com] - residente [em] - respeito [a, com, para com, por] – responsável [por] - rico [de, em] –
sábio [em] - satisfeito [com, de, em, por] - semelhante [a] - simpatia [a, para com, por] - sito [em] - situado
[a, em, entre] - solidário [com] - superior [a] – surdo [a, de] - suspeito [a, de] - tentativa [contra, de, para,
para com] – triunfo [sobre] - último [a, de, em] - união, [a, com, entre] – único [em] - útil [a, para] – vazio
[de] - versado [em] – visível [a] - vizinho [a, de, com] – zelo [a, de, por].
Regência de Advérbios: Merecem menção estes três advérbios: longe [de], perto [de] e
proximamente [a, de]. Todos os advérbios formados de adjetivos + sufixo [-mente], tendem a apresentar
a mesma preposição dos adjetivos: Compatível [com]; compativelmente [com]. Relativo [a]; relativamente
[a]
Questões
01. (AEB - CETRO- Assistente em C&T 3-I - Apoio Administrativo/2016) Assinale a alternativa em
que a preposição “a” não deva ser empregada, de acordo com a regência nominal.
(A) A confiança é necessária ____ qualquer relacionamento.
(B) Os pais de Pâmela estão alheios ____ qualquer decisão.
(C) Sirlene tem horror ____ aves.
(D) O diretor está ávido ____ melhores metas.
(E) É inegável que a tecnologia ficou acessível ____ toda população.
03. Assinale a opção em que todos adjetivos podem ser seguidos pela mesma preposição:
(A) ávido, bom, inconsequente
(B) indigno, odioso, perito
(C) leal, limpo, oneroso
(D) orgulhoso, rico, sedento
(E) oposto, pálido, sábio
. 100
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
04. "As mulheres da noite,......o poeta faz alusão a colorir Aracaju,........coração bate de noite, no
silêncio". A opção que completa corretamente as lacunas da frase acima é:
(A) as quais, de cujo
(B) a que, no qual
(C) de que, o qual
(D) às quais, cujo
(E) que, em cujo
08. Dentre as frases abaixo, uma apenas apresenta a regência nominal correta. Assinale-a:
(A) Ele não é digno a ser seu amigo.
(B) Baseado laudos médicos, concedeu-lhe a licença.
(C) A atitude do Juiz é isenta de qualquer restrição.
(D) Ele se diz especialista para com computadores eletrônicos.
(E) A equipe foi favorável por sua candidatura.
. 101
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Respostas
01. Resposta D
Correção: O diretor está ávido DE melhores metas.
02. Resposta A
O verbo preferir é acompanhado pela preposição “A”.
03. Resposta D
Orgulhoso por
Rico por
Sedento por
04. Resposta D
“Às quais” retoma o termo “as mulheres”.
“Cujo” – pronome utilizado no sentido de posse, fazendo referência ao termo antecedente e ao
substantivo subsequente.
05. Resposta A
Alternativa B: Aspirar, sentido de inalar, sem preposição – aspirar o ar
Alternativa C: Ir a algum lugar
AAlternativa D: Obedecer a algo / obedecer a alguém
06. Resposta A
Frase incorreta: I. Visando apenas os seus próprios interesses, ele, involuntariamente, prejudicou toda
uma família.
Correção: I. Visando apenas Aos seus próprios interesses, ele, involuntariamente, prejudicou toda uma
família.
07. Resposta C
Correção: Ele foi acusado de roubar aquela maleta.
08. Resposta C
Alternativa A: digno DE
Alternativa B: baseado EM/SOBRE
Alternativa D: especialista EM
Alternativa E: favorável A
09. Resposta E
Quem tem dúvida, tem dúvida "DE" alguma coisa (já elimina a alternativa A e B) as mulheres
ampliam.
Não se separa o sujeito do verbo (elimina a alternativa C e D). Só sobra alternativa E.
Regência Verbal
O estudo da regência verbal nos ajuda a escrever melhor. Quanto à regência verbal, os verbos podem
ser:
- Verbos Transitivos: Exigem complemento (objetos) para que tenham sentido completo. Podem ser:
Transitivos Diretos; Transitivos Indiretos; Transitivos Diretos e Indiretos.
- Verbos Intransitivos.
Transitivos Diretos: Não possuem sentido completo, logo precisam de um complemento (objeto).
Esses complementos (sem preposição) são chamados de objetos diretos. Ex.: Maria comprou um livro.
“Um livro” é o complemento exigido pelo verbo. Ele não está acompanhado de preposição. “Um livro”
é o objeto direto. Note que se disséssemos: “Maria comprou.” a frase estaria incompleta, pois quem
compra, compra alguma coisa. O verbo comprar é transitivo direto.
. 102
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Transitivos Indiretos: Também não possuem sentido completo, logo precisam de um complemento,
só que desta vez este complemento é acompanhado de uma preposição. São chamados de objetos
indiretos. Ex. Gosto de filmes.
“De filmes” é o complemento exigido pelo verbo gostar, e ele está acompanhado por uma preposição
(de). Este complemento é chamado de objeto indireto. O verbo gostar é transitivo indireto
Transitivos Diretos e Indiretos: Exigem 2 complementos. Um com preposição, e outro sem. Ex. O
garoto ofereceu um livro ao colega.
O verbo oferecer é transitivo direto e indireto. Quem oferece, oferece alguma coisa a alguém. Ofereceu
alguma coisa = Um brinquedo (sem preposição). Ofereceu para alguém = ao colega (com preposição).
ao = combinação da preposição a com o artigo definido o.
Intransitivos: não possuem complemento. Ou seja, os verbos intransitivos possuem sentido completo.
Ex: “Ele morreu.” O verbo morrer tem sentido completo. Algumas vezes o verbo intransitivo pode vir
acompanhado de algum termo que indica modo, lugar, tempo, etc. Estes termos são chamados de
adjuntos adverbiais. Ex. Ele morreu dormindo. Dormindo foi a maneira, o modo que ele morreu. Dormindo
é o adjunto adverbial de modo.
Existem verbos intransitivos que precisam vir acompanhados de adjuntos adverbiais apenas para
darem um sentido completo para a frase. Ex. Moro no Rio de Janeiro.
O verbo morar é intransitivo, porém precisa do complemento “no RJ’ para que a frase tenha um sentido
completo. “No RJ” é o adj. adverbial de lugar.
Quando é transitivo indireto não admite a substituição pelos pronomes lhe(s). Devemos substituir por
“a ele(s)”, “a ela(s)”.
- Aspiras a este cargo?
- Sim, aspiro a ele. (e não “aspiro-lhe”).
Assistir: O verbo assistir pode ser transitivo indireto, transitivo direto e intransitivo.
Transitivo indireto: quando significa “ver”, “presenciar”, “caber”, “pertencer” e exige complemento com
a preposição “a”.
- Assisti a um filme. (ver)
- Ele assistiu ao jogo.
- Este direito assiste aos alunos. (caber)
Transitivo direto: quando significa “socorrer”, “ajudar” e exige complemento sem preposição.
- O médico assiste o ferido. (cuida)
Nesse caso o verbo “assistir” pode ser usado com a preposição “a”.
- Assistir ao paciente.
. 103
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Com o sentido de “apelidar” pode exigir ou não a preposição, ou seja, pode ser transitivo direto ou
transitivo indireto.
Admite as seguintes construções:
- Chamei Pedro de bobo. (chamei-o de bobo)
- Chamei a Pedro de bobo. (chamei-lhe de bobo)
- Chamei Pedro bobo. (chamei-o bobo)
- Chamei a Pedro bobo. (chamei-lhe bobo)
Visar: Pode ser transitivo direto (sem preposição) ou transitivo indireto (com preposição).
Quando significa “dar visto” e “mirar” é transitivo direto.
- O funcionário já visou todos os cheques. (dar visto)
- O arqueiro visou o alvo e atirou. (mirar)
Quando significa “desejar”, “almejar”, “pretender”, “ter em vista” é transitivo indireto e exige a
preposição “a”.
- Muitos visavam ao cargo.
- Ele visa ao poder.
Nesse caso não admite o pronome lhe(s) e deverá ser substituído por a ele(s), a ela(s). Ou seja, não
se diz: viso-lhe.
Esquecer – Lembrar:
- Lembrar algo – esquecer algo
- Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronominal)
No 1º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja exigem complemento sem preposição.
- Ele esqueceu o livro.
No 2º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc.) e exigem complemento com a preposição “de”.
São, portanto, transitivos indiretos.
- Ele se esqueceu do caderno.
- Eu me esqueci da chave.
- Eles se esqueceram da prova.
- Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.
Há uma construção em que a coisa esquecida ou lembrada passa a funcionar como sujeito e o verbo
sofre leve alteração de sentido. É uma construção muito rara na língua contemporânea, porém, é fácil
encontrá-la em textos clássicos tanto brasileiros como portugueses. Machado de Assis, por exemplo, fez
uso dessa construção várias vezes.
- Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
- Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)
O verbo lembrar também pode ser transitivo direto e indireto (lembrar alguma coisa a alguém ou
alguém de alguma coisa).
Preferir: É transitivo direto e indireto, ou seja, possui um objeto direto (complemento sem preposição)
e um objeto indireto (complemento com preposição)
- Prefiro cinema a teatro.
- Prefiro passear a ver TV.
Não é correto dizer: “Prefiro cinema do que teatro”.
Querer: Pode ser transitivo direto (no sentido de “desejar”) ou transitivo indireto (no sentido de “ter
afeto”, “estimar”).
- A criança quer sorvete.
- Quero a meus pais.
. 104
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Namorar: É transitivo direto, ou seja, não admite preposição.
- Maria namora João.
Não é correto dizer: “Maria namora com João”.
Obedecer: É transitivo indireto, ou seja, exige complemento com a preposição “a” (obedecer a).
- Devemos obedecer aos pais.
Embora seja transitivo indireto, esse verbo pode ser usado na voz passiva.
- A fila não foi obedecida.
Questões
01. (IFC - Auxiliar Administrativo - IFC). Todas as alternativas estão corretas quanto ao emprego
correto da regência do verbo, EXCETO:
(A) Faço entrega em domicílio.
(B) Eles assistem o espetáculo.
(C) João gosta de frutas.
(D) Ana reside em São Paulo.
(E) Pedro aspira ao cargo de chefe.
02. Assinale a opção em que o verbo chamar é empregado com o mesmo sentido que
apresenta em __ “No dia em que o chamaram de Ubirajara, Quaresma ficou reservado, taciturno e mudo”:
(A) pelos seus feitos, chamaram-lhe o salvador da pátria;
(B) bateram à porta, chamando Rodrigo;
(C) naquele momento difícil, chamou por Deus e pelo Diabo;
(D) o chefe chamou-os para um diálogo franco;
(E) mandou chamar o médico com urgência.
03. (Consórcio Intermunicipal Grande ABC -CAIP-IMES -Procurador / 2016) A regência verbal está
correta na alternativa:
(A) Ela quer namorar com o meu irmão.
(B) Perdi a hora da entrevista porque fui à pé.
(C) Não pude fazer a prova do concurso porque era de menor.
(D) É preferível ir a pé a ir de carro.
04. Em todas as alternativas, o verbo grifado foi empregado com regência certa, exceto em:
(A) a vista de José Dias lembrou-me o que ele me dissera.
(B) estou deserto e noite, e aspiro sociedade e luz.
(C) custa-me dizer isto, mas antes peque por excesso;
(D) redobrou de intensidade, como se obedecesse a voz do mágico;
(E) quando ela morresse, eu lhe perdoaria os defeitos.
05. (UFES – UFES - Engenheiro Civil / 2015) A regência verbal está INCORRETA em:
(A) Proibiram-no de fumar.
(B) Ana comunicou sua mudança aos parentes mais íntimos.
(C) Prefiro Português a Matemática.
(D) A professora esqueceu da chave de sua casa no carro da amiga.
(E) O jovem aspira à carreira militar.
. 105
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
07. (Prefeitura de Carlos Barbosa RS – OBJETIVA – Agente Administrativo / 2016)
(A) A prefeitura ainda atendia naquele período outras 16 crianças de cidades da região.
(B) Eles contrataram moradores da região, e nós oferecemos a escola para os filhos destes
funcionários.
(C) A prefeitura decidiu ampliar ainda mais a oferta de vagas comprando e restaurando o antigo prédio
do hospital.
(D) A menina aprendeu à mexer no teclado brincando em casa e aperfeiçoou à técnica na escola.
Respostas
01. Resposta B
A frase correta seria “Eles assistem ao espetáculo”
O verbo “assistir” causa dúvidas porque pode ser transitivo direto ou indireto. No primeiro caso não
admitirá preposição, já no segundo sim. Portanto, quando a pergunta (a quê?) for feita ao verbo, este será
transitivo indireto e quando o complemento do verbo vir de forma direta, será transitivo direto.
Veja:
a) A enfermeira assistiu o paciente. (Assistiu quem? O paciente! Ou seja, a pergunta é respondida
diretamente, sem intermediários, sem preposição)
b) João assistiu ao programa do Jô! (Assistiu a quê? Ao programa! Logo, preposição a + artigo o)
02. Resposta A
No trecho citado no enunciado da questão o verbo “chamar” foi empregado com o sentido de “apelidar
/ intitular”. O mesmo sentido do verbo foi empregado na alternativa A.
03. Resposta D
Correções:
Alternativa: Ela quer namorar o meu irmão.
Alternativa B: Perdi a hora da entrevista porque fui a pé . Não se usa crase pelo fato de pé ser palavra
masculina, e então o ‘a’ fica sendo somente preposição, sem artigo.
Alternativa C: Não pude fazer a prova do concurso porque era menor de idade.
04. Resposta B
O verbo “apirar” é utilizado no sentido de “querer / ter por objetivo”, assim, ele precisa ser procedido
pela preposição “A”.
05. Resposta D
Regência dos verbos: ESQUECER – LEMBRAR
- Lembrar algo – esquecer algo
- Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronominal)
No 1º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja exigem complemento sem preposição.
06. Resposta B
O verbo “aspirar” com o sentido de almejar é transitivo indireto e pede a preposição “A”.
Correções:
Custa-me crer; implicará demissão; prefiro trabalhar a estudar.
07. Resposta D
Não se deve usar crase antes de verbos no infinitivo.
. 106
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
- Brado, grito, clamor.
- Extinguir, apagar, abolir, suprimir.
- Justo, certo, exato, reto, íntegro, imparcial.
Na maioria das vezes não é indiferente usar um sinônimo pelo outro. Embora irmanados pelo
sentido comum, os sinônimos diferenciam-se, entretanto, uns dos outros, por matizes de significação e
certas propriedades que o escritor não pode desconhecer. Com efeito, estes têm sentido mais amplo,
aqueles, mais restrito (animal e quadrúpede); uns são próprios da fala corrente, desataviada, vulgar,
outros, ao invés, pertencem à esfera da linguagem culta, literária, científica ou poética (orador e tribuno,
oculista e oftalmologista, cinzento e cinéreo).
A contribuição Greco-latina é responsável pela existência, em nossa língua, de numerosos pares de
sinônimos. Exemplos:
- Adversário e antagonista.
- Translúcido e diáfano.
- Semicírculo e hemiciclo.
- Contraveneno e antídoto.
- Moral e ética.
- Colóquio e diálogo.
- Transformação e metamorfose.
- Oposição e antítese.
O fato linguístico de existirem sinônimos chama-se sinonímia, palavra que também designa o
emprego de sinônimos.
Homônimos: são palavras que têm a mesma pronúncia, e às vezes a mesma grafia, mas
significação diferente. Exemplos:
- São (sadio), são (forma do verbo ser) e são (santo).
- Aço (substantivo) e asso (verbo).
Só o contexto é que determina a significação dos homônimos. A homonímia pode ser causa de
ambiguidade, por isso é considerada uma deficiência dos idiomas.
O que chama a atenção nos homônimos é o seu aspecto fônico (som) e o gráfico (grafia). Daí
serem divididos em:
1. Homógrafos Heterofônicos: iguais na escrita e diferentes no timbre ou na intensidade das
vogais.
- Rego (substantivo) e rego (verbo).
- Colher (verbo) e colher (substantivo).
- Jogo (substantivo) e jogo (verbo).
- Apoio (verbo) e apoio (substantivo).
- Para (verbo parar) e para (preposição).
- Providência (substantivo) e providencia (verbo).
- Às (substantivo), às (contração) e as (artigo).
- Pelo (substantivo), pelo (verbo) e pelo (contração de per+o).
. 107
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
- Apreçar (determinar o preço, avaliar) e apressar (acelerar).
- Cela (pequeno quarto), sela (arreio) e sela (verbo selar).
- Censo (recenseamento) e senso (juízo).
- Cerrar (fechar) e serrar (cortar).
- Paço (palácio) e passo (andar).
- Hera (trepadeira) e era (época), era (verbo).
- Caça (ato de caçar), cassa (tecido) e cassa (verbo cassar = anular).
- Cessão (ato de ceder), seção (divisão, repartição) e sessão (tempo de uma reunião ou
espetáculo).
Polissemia: Uma palavra pode ter mais de uma significação. A esse fato linguístico dá-se o nome
de polissemia. Exemplos:
- Mangueira: tubo de borracha ou plástico para regar as plantas ou apagar incêndios; árvore
frutífera; grande curral de gado.
- Pena: pluma; peça de metal para escrever; punição; dó.
- Velar: cobrir com véu; ocultar; vigiar; cuidar; relativo ao véu do palato.
Podemos citar ainda, como exemplos de palavras polissêmicas, o verbo dar e os substantivos linha
e ponto, que têm dezenas de acepções.
Sentido Próprio e Sentido Figurado: as palavras podem ser empregadas no sentido próprio ou
no sentido figurado. Exemplos:
- Construí um muro de pedra. (sentido próprio).
- Ênio tem um coração de pedra. (sentido figurado).
- As águas pingavam da torneira, (sentido próprio).
- As horas iam pingando lentamente, (sentido figurado).
No primeiro exemplo, a palavra ouro denota ou designa simplesmente o conhecido metal precioso,
tem sentido próprio, real, denotativo.
No segundo exemplo, ouro sugere ou evoca riquezas, poder, glória, luxo, ostentação; tem o sentido
conotativo, possui várias conotações (ideias associadas, sentimentos, evocações que irradiam da
palavra).
. 108
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Questões
McLuhan já alertava que a aldeia global resultante das mídias eletrônicas não implica
necessariamente harmonia, implica, sim, que cada participante das novas mídias terá um envolvimento
gigantesco na vida dos demais membros, que terá a chance de meter o bedelho onde bem quiser e
fazer o uso que quiser das informações que conseguir. A aclamada transparência da coisa pública
carrega consigo o risco de fim da privacidade e a superexposição de nossas pequenas ou grandes
fraquezas morais ao julgamento da comunidade de que escolhemos participar.
Não faz sentido falar de dia e noite das redes sociais, apenas em número de atualizações nas
páginas e na capacidade dos usuários de distinguir essas variações como relevantes no conjunto
virtualmente infinito das possibilidades das redes. Para achar o fio de Ariadne no labirinto das redes
sociais, os usuários precisam ter a habilidade de identificar e estimar parâmetros, aprender a extrair
informações relevantes de um conjunto finito de observações e reconhecer a organização geral da rede
de que participam.
O fluxo de informação que percorre as artérias das redes sociais é um poderoso fármaco viciante.
Um dos neologismos recentes vinculados à dependência cada vez maior dos jovens a esses
dispositivos é a “nomobofobia” (ou “pavor de ficar sem conexão no telefone celular”), descrito como a
ansiedade e o sentimento de pânico experimentados por um número crescente de pessoas quando
acaba a bateria do dispositivo móvel ou quando ficam sem conexão com a Internet. Essa informação,
como toda nova droga, ao embotar a razão e abrir os poros da sensibilidade, pode tanto ser um remédio
quanto um veneno para o espírito.
(Vinicius Romanini, Tudo azul no universo das redes. Revista USP, no 92. Adaptado)
As expressões destacadas nos trechos – meter o bedelho / estimar parâmetros / embotar a razão
– têm sinônimos adequados respectivamente em:
a) procurar / gostar de / ilustrar
b) imiscuir-se / avaliar / enfraquecer
c) interferir / propor / embrutecer
d) intrometer-se / prezar / esclarecer
e) contrapor-se / consolidar / iluminar
(CUNHA, Euclides da. Os sertões: campanha de Canudos. Edição Especial. Rio de Janeiro:
Francisco Alves, 1980.)
. 109
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
d) Fealdade – feiura
e) Opilados – desnutridos
Os rinocerontes-negros estão entre os bichos mais visados da África, pois sua espécie é uma das
preferidas pelo turismo de caça. Para tentar salvar alguns dos 4.500 espécimes que ainda restam na
natureza, duas ONG ambientais apelaram para uma solução extrema: transportar os rinocerontes de
helicóptero. A ação utilizou helicópteros militares para remover 19 espécimes – com 1,4 toneladas cada
um – de seu habitat original, na província de Cabo Oriental, no sudeste da África do Sul, e transferi-los
para a província de Lampopo, no norte do país, a 1.500 quilômetros de distância, onde viverão longe
dos caçadores. Como o trajeto tem áreas inacessíveis de carro, os rinocerontes tiveram de voar por 24
quilômetros. Sedados e de olhos vendados (para evitar sustos caso acordassem), os rinocerontes foram
içados pelos tornozelos e voaram entre 10 e 20 minutos. Parece meio brutal? Os responsáveis pela
operação dizem que, além de mais eficiente para levar os paquidermes a locais de difícil acesso, o
procedimento é mais gentil.
(BADÔ, F. A fuga dos rinocerontes. Superinteressante, nº 229, 2011.)
A palavra radical pode ser empregada com várias acepções, por isso denomina-se polissêmica.
Assinale o sentido dicionarizado que é mais adequado no contexto acima.
a) Que existe intrinsecamente num indivíduo ou coisa.
b) Brusco; violento; difícil.
c) Que não é tradicional, comum ou usual.
d) Que exige destreza, perícia ou coragem.
. 110
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
07. (UNESP – Assistente Administrativo I – VUNESP/2016)
O gavião
Gente olhando para o céu: não é mais disco voador. Disco voador perdeu o cartaz com tanto
satélite beirando o sol e a lua. Olhamos todos para o céu em busca de algo mais sensacional e
comovente – o gavião malvado, que mata pombas.
O centro da cidade do Rio de Janeiro retorna assim à contemplação de um drama bem antigo, e
há o partido das pombas e o partido do gavião. Os pombistas ou pombeiros (qualquer palavra é melhor
que “columbófilo”) querem matar o gavião. Os amigos deste dizem que ele não é malvado tal; na
verdade come a sua pombinha com a mesma inocência com que a pomba come seu grão de milho.
Não tomarei partido; admiro a túrgida inocência das pombas e também o lance magnífico em
que o gavião se despenca sobre uma delas. Comer pombas é, como diria Saint-Exupéry, “a verdade do
gavião”, mas matar um gavião no ar com um belo tiro pode também ser a verdade do caçador.
Que o gavião mate a pomba e o homem mate alegremente o gavião; ao homem, se não houver
outro bicho que o mate, pode lhe suceder que ele encontre seu gavião em outro homem.
O termo gavião, destacado em sua última ocorrência no texto – … pode lhe suceder que ele
encontre seu gavião em outro homem. –, é empregado com sentido
a) próprio, equivalendo a inspiração.
b) próprio, equivalendo a conquistador.
c) figurado, equivalendo a ave de rapina.
d) figurado, equivalendo a alimento.
e) figurado, equivalendo a predador.
CONTRATEMPOS
Ele nunca entendeu o tédio, essa impressão de que existem mais horas do que coisas para se
fazer com elas. Sempre faltou tempo para tanta coisa: faltou minuto para tanta música, faltou dia para
tanto sol, faltou domingo para tanta praia, faltou noite para tanto filme, faltou ano para tanta vida.
Existem dois tipos de pessoa. As pessoas com mais coisa que tempo e as pessoas com mais
tempo que coisas para fazer com o tempo.
As pessoas com menos tempo que coisa são as que buzinam assim que o sinal fica verde, e
ficam em pé no avião esperando a porta se abrir, e empurram e atropelam as outras para entrar
primeiro no vagão do trem, e leem livros que enumeram os “livros que você tem que ler antes de
morrer” ao invés de ler diretamente os livros que você tem de ler antes de morrer.
Esse é o caso dele, que chega ao trabalho perguntando onde é a festa, e chega à festa querendo
saber onde é a próxima, e chega à próxima festa pedindo táxi para a outra, e chega à outra percebendo
que era melhor ter ficado na primeira, e quando chega a casa já está na hora de ir para o trabalho.
Ela sempre pertenceu ao segundo tipo de pessoa. Sempre teve tempo de sobra, por isso
sempre leu romances longos, e passou tardes longas vendo pela milésima vez a segunda temporada de
“Grey’s Anatomy” mas, por ter tempo demais, acabava sobrando tempo demais para se preocupar com
uma hérnia imaginária, ou para tentar fazer as pazes com pessoas que nem sabiam que estavam
brigadas com ela, ou escrever cartas longas dentro da cabeça para o ex-namorado, os pais, o país, ou
culpar o sol ou a chuva, ou comentar “e esse calor dos infernos?”, achando que a culpa é do mau tempo
quando na verdade a culpa é da sobra de tempo, porque se ela não tivesse tanto tempo não teria nem
tempo para falar do tempo.
Quando se conheceram, ele percebeu que não adiantava correr atrás do tempo porque o tempo
sempre vai correr mais rápido, e ela percebeu que às vezes é bom correr para pensar menos, e pensar
menos é uma maneira de ser feliz, e ambos perceberam que a felicidade é uma questão de tempo.
Questão de ter tempo o suficiente para ser feliz, mas não o bastante para perceber que essa felicidade
não faz o menor sentido.
(Gregório Duvivier. Folha de S. Paulo, 30.11.2015. Adaptado)
. 111
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
É correto afirmar que o título do texto tem sentido
a) próprio, indicando os obstáculos que cada personagem encontra quando depara com o tempo.
b) próprio, fazendo referência às reações das pessoas às atitudes das personagens.
c) figurado, indicando que o tempo é intangível, pouco importando as consequências de subestimá-
lo.
d) figurado, indicando o contraste na maneira como as personagens se relacionam com o tempo.
e) figurado, se associado a “ele”, mas próprio, se associado a “ela”, pois se trata do tempo real.
(CUNHA, Euclides da. Os sertões: campanha de Canudos. Edição Especial. Rio de Janeiro:
Francisco Alves, 1980.)
O termo (ou expressão) em destaque, que está empregado em seu sentido próprio, denotativo,
ocorre em:
a) Estou morta de cansada.
b) Aquela mulher fala mal de todos na vizinhança! É uma cobra.
c) Todo cuidado é pouco. As paredes têm ouvidos.
d) Reclusa desde que seu cachorrinho morreu, Filomena finalmente saiu de casa ontem.
e) Minha amiga é tão agitada! A bateria dela nunca acaba!
Respostas
01. Resposta B
Imiscuir: tomar parte em, dar opinião sobre (algo) que não lhe diz respeito; intrometer-se, interferir
Embotar: tirar ou perder o vigor; enfraquecer(-se).
02. Resposta A
Armistício é um acordo formal, segundo o qual, partes envolvidas em conflito armado concordam
em parar de lutar. Não necessariamente é o fim da guerra, uma vez que pode ser apenas um cessar-
fogo enquanto tenta-se realizar um tratado de paz.
. 112
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
03. Resposta C
a) Discriminação é um substantivo feminino que significa distinguir ou diferenciar.
b) Eminente é o que se destaca por sua qualidade ou importância; excelente, superior. Iminente é
o que está prestes a acontecer.
c) Correta
d) Bom senso é um conceito usado na argumentação que está estritamente ligado às noções de
sabedoria e de razoabilidade.
e) Estrato se refere a uma camada, uma faixa. Extrato se refere, principalmente, a alguma coisa
que foi retirada de outra, ou seja, extraída de outra.
04. Resposta A
a) CORRETA. Paronímia “é a relação que se estabelece entre duas ou mais palavras que
possuem significados diferentes, mas são muito parecidas na pronúncia e na escrita, isto é, os
parônimos”.
Exemplos: Cavaleiro – cavalheiro
Absolver – absorver
Comprimento – cumprimento.
c) INCORRETA. Tais palavras são homófonas, ou seja, apesar de possuírem a mesma pronúncia,
são diferentes na escrita.
Outro exemplo é: cela (substantivo) e sela (verbo)
05. Resposta A
a) taxa, cesta, assento
TAXA/TACHA(verbo) - homônimo homófono
CESTA/SEXTA = homônimo homófono
ASSENTO/ACENTO = homônimo homófono
b) conserto, pleito, ótico
CONCERTO/CONSERTO = homônimo homófono
PLEITO/PREITO = parônimos (parecidas)
ÓTICO/OPTICO = Ótico: relativo aos ouvidos/Óptico: relativo aos olhos = parônimos
c) cheque, descrição, manga
CHEQUE/XEQUE = homônimos homófonos
DESCRIÇÃO/DISCRIÇÃO=parônimos
MANGA (roupa)/MANGA(fruta) = homônimos perfeitos
d) serrar, ratificar, emergir
CERRAR/SERRAR = homônimos homófonos
RATIFICAR/RETIFICAR = parônimos
EMERGIR/IMERGIR = parônimos
06. Resposta C
Polissemia: “Trata da pluralidade significativa de um mesmo vocábulo, que, a depender do
contexto, terá uma significação diversa. Em palavras mais simples: a palavra polissêmica é aquela que,
dependendo do contexto, muda de sentido (mas não muda de classe gramatical!). “A Gramática para
concursos públicos, 2º edição, 2015, p. 81)
Os rinocerontes fugiram de helicóptero, concordam que é uma maneira incomum? Não é algo que
se ver diariamente, por isso a alternativa que se encaixa melhor no contexto é a letra "c".
07. Resposta E
"Que o gavião mate a pomba e o homem mate alegremente o gavião; ao homem, se não houver
outro bicho que o mate, pode lhe suceder que ele encontre seu gavião em outro homem."
O trecho indica que na ausência de um outro predador para o homem (alguém que lhe mate - ideia
substituída no texto pela associação com o gavião, em sentido figurado), pode acontecer de ser outro
homem o responsável por tal ato.
. 113
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
08. Resposta D
O contexto é determinante para que atribuamos este ou aquele sentido a uma palavra.
09. Resposta E
"face túmidas e mortas" dá o sentido figurado.
10. Resposta D
CONOTATIVO- SENTIDO FIGURADO
DENOTATIVO - sentido real (dicionário)
a) Estou morta de cansada.
b) Aquela mulher fala mal de todos na vizinhança! É uma cobra. FIGURADO
c) Todo cuidado é pouco. As paredes têm ouvidos. FIGURADO
d) Reclusa desde que seu cachorrinho morreu, Filomena finalmente saiu de casa ontem.
DENOTATIVO
e) Minha amiga é tão agitada! A bateria dela nunca acaba! FIGURADO
Redação Oficial
Conceito
Entende-se por Redação Oficial o conjunto de normas e práticas que devem reger a emissão dos atos
normativos e comunicações do poder público, entre seus diversos organismos ou nas relações dos órgãos
públicos com as entidades e os cidadãos.
A Redação Oficial inscreve-se na confluência de dois universos distintos: a forma rege-se pelas
ciências da linguagem (morfologia, sintaxe, semântica, estilística etc.); o conteúdo submete-se aos
princípios jurídico-administrativos impostos à União, aos Estados e aos Municípios, nas esferas dos
poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
Pertencente ao campo da linguagem escrita, a Redação Oficial deve ter as qualidades e características
exigidas do texto escrito destinado à comunicação impessoal, objetiva, clara, correta e eficaz.
Por ser "oficial", expressão verbal dos atos do poder público, essa modalidade de redação ou de texto
subordina-se aos princípios constitucionais e administrativos aplicáveis a todos os atos da administração
pública, conforme estabelece o artigo 37 da Constituição Federal:
"A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência (...)".
A forma e o conteúdo da Redação Oficial devem convergir na produção dos textos dessa natureza,
razão pela qual, muitas vezes, não há como separar uma do outro. Indicam-se, a seguir, alguns
pressupostos de como devem ser redigidos os textos oficiais.
A redação oficial deve observar o padrão culto do idioma quanto ao léxico (seleção vocabular), à
sintaxe (estrutura gramatical das orações) e à morfologia (ortografia, acentuação gráfica etc.).
Por padrão culto do idioma deve-se entender a língua referendada pelos bons gramáticos e pelo uso
nas situações formais de comunicação. Devem-se excluir da Redagão Oficial a erudição minuciosa e os
preciosismos vocabulares que criam entraves inúteis à compreensão do significado. Não faz sentido usar
“perfunctório” em lugar de "superficial" ou "doesto" em vez de "acusação" ou "calúnia". São descabidos
também as citações em língua estrangeira e os latinismos, tão ao gosto da linguagem forense. Os
manuais de Redação Oficial, que vários órgãos têm feito publicar, são unânimes em desaconselhar a
utilização de certas formas sacramentais, protocolares e de anacronismos que ainda se leem em
documentos oficiais, como: "No dia 20 de maio, do ano de 2011 do nascimento de Nosso Senhor Jesus
Cristo", que permanecem nos registros cartorários antigos.
. 114
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Não cabem também, nos textos oficiais, coloquialismos, neologismos, regionalismos, bordões da fala
e da linguagem oral, bem como as abreviações e imagens sígnicas comuns na comunicação eletrônica.
Diferentemente dos textos escolares, epistolares, jornalísticos ou artísticos, a Redação Oficial não visa
ao efeito estético nem à originalidade. Ao contrário, impõe uniformidade, sobriedade, clareza,
objetividade, no sentido de se obter a maior compreensão possível com o mínimo de recursos expressivos
necessários. Portarias lavradas sob forma poética, sentenças e despachos escritos em versos rimados
pertencem ao “folclore” jurídico-administrativo e são práticas inaceitáveis nos textos oficiais. São também
inaceitáveis nos textos oficiais os vícios de linguagem, provocados por descuido ou ignorância, que
constituem desvios das normas da língua-padrão. Enumeram-se, a seguir, alguns desses vícios:
- Arcaísmos: Utilização de palavras ou expressões anacrônicas, fora de uso. Ex.: “asinha” em vez de
ligeira, depressa.
- Neologismos: Palavras novas que, apesar de formadas de acordo com o sistema morfológico da
língua, ainda não foram incorporadas pelo idioma. Ex.: “imexível” em vez de imóvel, que não se pode
mexer; “talqualmente” em vez de igualmente.
- Ambiguidade: Duplo sentido não intencional. Ex.: O desconhecido falou-me de sua mãe. (Mãe de
quem? Do desconhecido? Do interlocutor?)
- Cacófato: Som desagradável, resultante da junção de duas ou mais palavras da cadeia da frase.
Ex.: Darei um prêmio por cada eleitor que votar em mim (por cada e porcada).
A Redação Oficial supõe, como receptor, um operador linguístico dotado de um repertório vocabular e
de uma articulação verbal minimamente compatíveis com o registro médio da linguagem. Nesse sentido,
deve ser um texto neutro, sem facilitações que intentem suprir as deficiências cognitivas de leitores
precariamente alfabetizados.
Como exceção, citam-se as campanhas e comunicados destinados a públicos específicos, que fazem
uma aproximação com o registro linguístico do público-alvo. Mas esse é um campo que refoge aos
objetivos deste material, para se inserir nos domínios e técnicas da propaganda e da persuasão.
Se o texto oficial não pode e não deve baixar ao nível de compreensão de leitores precariamente
equipados quanto à linguagem, fica evidente o fato de que a alfabetização e a capacidade de apreensão
de enunciados são condições inerentes à cidadania. Ninguém é verdadeiramente cidadão se não
consegue ler e compreender o que leu. O domínio do idioma é equipamento indispensável à vida em
sociedade.
Impessoalidade e Objetividade
Ainda que possam ser subscritos por um ente público (funcionário, servidor etc.), os textos oficiais são
expressão do poder público e é em nome dele que o emissor se comunica, sempre nos termos da lei e
sobre atos nela fundamentados.
. 115
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Não cabe na Redação Oficial, portanto, a presença do “eu” enunciador, de suas impressões subjetivas,
sentimentos ou opiniões. Mesmo quando o agente público manifesta-se em primeira pessoa, em formas
verbais comuns como: declaro, resolvo, determino, nomeio, exonero etc., é nos termos da lei que ele o
faz e é em função do cargo que exerce que se identifica e se manifesta.
O que interessa é aquilo que se comunica, é o conteúdo, o objeto da informação. A impessoalidade
contribui para a necessária padronização, reduzindo a variabilidade da linguagem a certos padrões, sem
a presença destes cada texto seria suscetível de inúmeras interpretações.
Por isso, a Redação Oficial não admite adjetivação. O adjetivo, ao qualificar, exprime opinião e
evidencia um juízo de valor pessoal do emissor. São inaceitáveis também a pontuação expressiva, que
amplia a significação (! ... ), ou o emprego de interjeições (Oh! Ah!), que funcionam como índices do
envolvimento emocional do redator com aquilo que está escrevendo.
Se nos trabalhos artísticos, jornalísticos e escolares o estilo individual é estimulado e serve como
diferencial das qualidades autorais, a função pública impõe a despersonalização do sujeito, do agente
público que emite a comunicação. São inadmissíveis, portanto, as marcas individualizadoras, as ousadias
estilísticas, a linguagem metafórica ou a elíptica e alusiva. A Redação Oficial prima pela denotação, pela
sintaxe clara e pela economia vocabular, ainda que essa regularidade imponha certa "monotonia
burocrática" ao discurso.
Reafirma-se que a intermediação entre o emissor e o receptor nas Redações Oficiais é o código
linguístico, dentro do padrão culto do idioma; uma linguagem "neutra", referendada pelas gramáticas,
dicionários e pelo uso em situações formais, acima das diferenças individuais, regionais, de classes
sociais e de níveis de escolaridade.
Formalidade e Padronização
Concisão e Clareza
Houve um tempo em que escrever bem era escrever "difícil". Períodos longos, subordinações
sucessivas, vocábulos raros, inversões sintáticas, adjetivação intensiva, enumerações, gradações,
repetições enfáticas já foram considerados virtudes estilísticas. Atualmente, a velocidade que se impõe a
tudo o que se faz, inclusive ao escrever e ao ler, tornou esses recursos quase sempre obsoletos. Hoje, a
concisão, a economia vocabular, a precisão lexical, ou seja, a eficácia do discurso, são pressupostos não
só da Redação Oficial, mas da própria literatura. Basta observar o estilo “enxuto” de Graciliano Ramos,
de Carios Drummond de Andrade, de João Cabral de Melo Neto, de Dalton Trevisan, mestres da
linguagem altamente concentrada.
Não têm mais sentido os imensos “prolegômenos” e “exórdios” que se repetiam como ladainhas nos
textos oficiais, como o exemplo risível e caricato que segue:
. 116
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
“Preliminarmente, antes de mais nada, indispensável se faz que nos valhamos do ensejo para
congratularmo-nos com Vossa Excelência pela oportunidade da medida proposta à apreciação de seus
nobres pares. Mas, quem sou eu, humilde servidor público, para abordar questões de tamanha
complexidade, a respeito das quais divergem os hermeneutas e exegetas.
Entrementes, numa análise ainda que perfunctória das causas primeiras, que fundamentaram a
proposição tempestivamente encaminhada por Vossa Excelência, indispensável se faz uma abordagem
preliminar dos antecedentes imediatos, posto que estes antecedentes necessariamente antecedem os
consequentes”.
As Comunicações Oficiais
Pronomes de Tratamento
A regra diz que toda comunicação oficial deve ser formal e polida, isto é, ajustada não apenas às
normas gramaticais, como também às normas de educação e cortesia. Para isso, é fundamental o
emprego de pronomes de tratamento, que devem ser utilizados de forma correta, de acordo com o
destinatário e as regras gramaticais.
Embora os pronomes de tratamento se refiram a segunda pessoa (Vossa Excelência, Vossa Senhoria),
a concordância é feita em terceira pessoa.
Concordância verbal:
Concordância pronominal:
Concordância nominal:
Os adjetivos devem concordar com o sexo da pessoa a que se refere o pronome de tratamento.
Vossa Excelência ficou confuso. (para homem)
Vossa Excelência ficou confusa. (para mulher)
Vossa Senhoria está ocupado. (para homem)
Vossa Senhoria está ocupada. (para mulher)
. 117
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
- Do Poder Executivo - Presidente da República; Vice-presidenIe da República; Ministros de Estado;
Governadores e vice-governadores de Estado e do Distrito Federal; Oficiais generais das Forças
Armadas; Embaixadores; Secretários-executivos de Ministérios e demais ocupantes de cargos de
natureza especial; Secretários de Estado dos Governos Estaduais; Prefeitos Municipais.
- Do Poder Legislativo - Deputados Federais e Senadores; Ministro do Tribunal de Contas da União;
Deputados Estaduais e Distritais; Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; Presidentes das
Câmaras Legislativas Municipais.
- Do Poder Judiciário - Ministros dos Tribunais Superiores; Membros de Tribunais; Juizes; Auditores
da Justiça Militar.
Vocativos
O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos chefes de poder é Excelentíssimo Senhor,
seguido do cargo respectivo: Excelentíssimo Senhor Presidente da República; Excelentíssimo Senhor
Presidente do Congresso Nacional; Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal.
As demais autoridades devem ser tratadas com o vocativo Senhor ou Senhora, seguido do respectivo
cargo: Senhor Senador / Senhora Senadora; Senhor Juiz/ Senhora Juiza; Senhor Ministro / Senhora
Ministra; Senhor Governador / Senhora Governadora.
Endereçamento
Conforme o Manual de Redação da Presidência, “em comunicações oficiais, está abolido o uso do
tratamento digníssimo (DD) às autoridades na lista anterior. A dignidade é pressuposto para que se ocupe
qualquer cargo público, sendo desnecessária sua repetida evocação”.
. 118
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Vossa Magnificência: É o pronome de tratamento dirigido a reitores de universidade. Corresponde-lhe
o vocativo: Magnífico Reitor.
Nas comunicações oficiais para as demais autoridades eclesiásticas são usados: Vossa Excelência
Reverendíssima (para arcebispos e bispos); Vossa Reverendíssima ou Vossa Senhoria Reverendíssima
(para monsenhores, cônegos e superiores religiosos); Vossa Reverência (para sacerdotes, clérigos e
demais religiosos).
De acordo com o Manual da Presidência, o fecho das comunicações oficiais “possui, além da finalidade
óbvia de arrematar o texto, a de saudar o destinatário”, ou seja, o fecho é a maneira de quem expede a
comunicação despedir-se de seu destinatário.
Até 1991, quando foi publicada a primeira edição do atual Manual de Redação da Presidência da
República, havia 15 padrões de fechos para comunicações oficiais. O Manual simplificou a lista e reduziu-
os a apenas dois para todas as modalidades de comunicação oficial. São eles:
“Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras, que atenderem
a rito e tradição próprios, devidamente disciplinados no Manual de Redação do Ministério das Relações
Exteriores”, diz o Manual de Redação da Presidência da República.
A utilização dos fechos “Respeitosamente” e “Atenciosamente” é recomendada para os mesmos casos
pelo Manual de Redação da Câmara dos Deputados e por outros manuais oficiais. Já os fechos para as
cartas particulares ou informais ficam a critério do remetente, com preferência para a expressão
“Cordialmente”, para encerrar a correspondência de forma polida e sucinta.
Identificação do Signatário
“Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura em página isolada do expediente.
Transfira para essa página ao menos a última frase anterior ao fecho”, alerta o Manual.
. 119
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Padrões e Modelos
O Padrão Ofício
O Manual de Redação da Presidência da República lista três tipos de expediente que, embora tenham
finalidades diferentes, possuem formas semelhantes: Ofício, Aviso e Memorando. A diagramação
proposta para esses expedientes é denominada padrão ofício.
O Ofício, o Aviso e o Memorando devem conter as seguintes partes:
Of. 123/2002-MME
Aviso 123/2002-SG
Mem. 123/2002-MF
- Local e data. Devem vir por extenso com alinhamento à direita. Exemplo:
- Texto. Nos casos em que não for de mero encaminhamento de documentos, o expediente deve
conter a seguinte estrutura:
Introdução: que se confunde com o parágrafo de abertura, na qual é apresentado o assunto que
motiva a comunicação. Evite o uso das formas: “Tenho a honra de”, “Tenho o prazer de”, “Cumpre-me
informar que”, empregue a forma direta;
Desenvolvimento: no qual o assunto é detalhado; se o texto contiver mais de uma ideia sobre o
assunto, elas devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que confere maior clareza à exposição;
Conclusão: em que é reafirmada ou simplesmente reapresentada a posição recomendada sobre o
assunto.
Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto nos casos em que estes estejam organizados
em itens ou títulos e subtítulos.
Introdução: deve iniciar com referência ao expediente que solicitou o encaminhamento. Se a remessa
do documento não tiver sido solicitada, deve iniciar com a informação do motivo da comunicação, que é
encaminhar, indicando a seguir os dados completos do documento encaminhado (tipo, data, origem ou
signatário, e assunto de que trata), e a razão pela qual está sendo encaminhado, segundo a seguinte
fórmula:
“Em resposta ao Aviso nº 112, de 10 de fevereiro de 2011, encaminho, anexa, cópia do Ofício nº 34,
de 3 de abril de 2010, do Departamento Geral de Administração, que trata da requisição do servidor
Fulano de Tal.”
ou
. 120
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer algum comentário a respeito do
documento que encaminha, poderá acrescentar parágrafos de desenvolvimento; em caso contrário, não
há parágrafos de desenvolvimento em aviso ou ofício de mero encaminhamento.
- Fecho.
- Assinatura.
- Identificação do Signatário
Forma de Diagramação
- deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo 12 no texto em geral, 11 nas citações, e
10 nas notas de rodapé;
- para símbolos não existentes na fonte Times New Roman, poder-se-ão utilizar as fontes symbol e
Wíngdings;
- é obrigatório constar a partir da segunda página o número da página;
- os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser impressos em ambas as faces do papel. Neste
caso, as margens esquerda e direita terão as distâncias invertidas nas páginas pares (“margem espelho”);
- o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de distância da margem esquerda;
- o campo destinado à margem lateral esquerda terá no mínimo 3,0 cm de largura;
- o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm;
- deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e de 6 pontos após cada parágrafo, ou, se o
editor de texto utilizado não comportar tal recurso, de uma linha em branco;
- não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra,
relevo, bordas ou qualquer outra forma de formatação que afete a elegância e a sobriedade do
documento;
- a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em papel branco. A impressão colorida deve ser
usada apenas para gráficos e ilustrações;
- todos os tipos de documento do padrão ofício devem ser impressos em papel de tamanho A-4, ou
seja, 29,7 x 21,0 cm;
- deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de arquivo Rich Text nos documentos de texto;
- dentro do possível, todos os documentos elaborados devem ter o arquivo de texto preservado para
consulta posterior ou aproveitamento de trechos para casos análogos;
- para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser formados da seguinte maneira: tipo do
documento + número do documento + palavras-chave do conteúdo. Exemplo:
São modalidades de comunicação oficial praticamente idênticas. A única diferença entre eles é que o
aviso é expedido exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades de mesma hierarquia, ao
passo que o ofício é expedido para e pelas demais autoridades. Ambos têm como finalidade o tratamento
de assuntos oficiais pelos órgãos da Administração Pública entre si e, no caso do ofício, também com
particulares.
Quanto a sua forma, Aviso e Ofício seguem o modelo do padrão ofício, com acréscimo do vocativo,
que invoca o destinatário, seguido de vírgula. Exemplos:
. 121
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Memorando ou Comunicação Interna
Exposição de Motivos
Deve, ainda, trazer apenso o formulário de anexo à exposição de motivos, devidamente preenchido,
de acordo com o seguinte modelo previsto no Anexo II do Decreto nº 4.1760, de 28 de março de 2010.
Anexo à exposição de motivos do (indicar nome do Ministério ou órgão equivalente) nº ______, de
____ de ______________ de 201_.
. 122
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
- se a despesa decorrente da medida está prevista na lei orçamentária anual; se não, quais as
alternativas para custeá-la;
- valor a ser despendido em moeda corrente;
- Razões que justificam a urgência (a ser preenchido somente se o ato proposto for medida provisória
ou projeto de lei que deva tramitar em regime de urgência). Mencionar:
- se o problema configura calamidade pública;
- por que é indispensável a vigência imediata;
- se se trata de problema cuja causa ou agravamento não tenham sido previstos;
- se se trata de desenvolvimento extraordinário de situação já prevista.
- Impacto sobre o meio ambiente (somente que o ato ou medida proposta possa vir a tê-lo)
- Alterações propostas. Texto atual, Texto proposto;
- Síntese do parecer do órgão jurídico.
Com base em avaliação do ato normativo ou da medida proposa à luz das questões levantadas no
ítem 10.4.3.
A falta ou insuficiência das informações prestadas pode acarretar, a critério da Subchefia para
Assuntos Jurídicos da Casa Civil, a devolução do projeto de ato normativo para que se complete o exame
ou se reformule a proposta.
O preenchimento obrigatório do anexo para as exposições de motivos que proponham a adoção de
alguma medida ou a edição de ato normativo tem como finalidade:
- permitir a adequada reflexão sobre o problema que se busca resolver;
- ensejar mais profunda avaliação das diversas causas do problema e dos defeitos que pode ter a
adoção da medida ou a edição do ato, em consonância com as questões que devem ser analisadas na
elaboração de proposições normativas no âmbito do Poder Executivo (v. 10.4.3.)
- conferir perfeita transparência aos atos propostos.
Dessa forma, ao atender às questões que devem ser analisadas na elaboração de atos normativos no
âmbito do Poder Executivo, o texto da exposição de motivos e seu anexo complementam-se e formam
um todo coeso: no anexo, encontramos uma avaliação profunda e direta de toda a situação que está a
reclamar a adoção de certa providência ou a edição de um ato normativo; o problema a ser enfrentado e
suas causas; a solução que se propõe, seus efeitos e seus custos; e as alternativas existentes. O texto
da exposição de motivos fica, assim, reservado à demonstração da necessidade da providência proposta:
por que deve ser adotada e como resolverá o problema.
Nos casos em que o ato proposto for questão de pessoal (nomeação, promoção, ascenção,
transferência, readaptação, reversão, aproveitamento, reintegração, recondução, remoção, exoneração,
demissão, dispensa, disponibilidade, aposentadoria), não é necessário o encaminhamento do formulário
de anexo à exposição de motivos. Ressalte-se que:
- a síntese do parecer do órgão de assessoramento jurídico não dispensa o encaminhamento do
parecer completo;
- o tamanho dos campos do anexo à exposição de motivos pode ser alterado de acordo com a maior
ou menor extensão dos comentários a serem alí incluídos.
Ao elaborar uma exposição de motivos, tenha presente que a atenção aos requisitos básicos da
Redação Oficial (clareza, concisão, impessoalidade, formalidade, padronização e uso do padrão culto de
linguagem) deve ser redobrada. A exposição de motivos é a principal modalidade de comunicação
dirigida ao Presidente da República pelos Ministros. Além disso, pode, em certos casos, ser encaminhada
cópia ao Congresso Nacional ou ao Poder Judiciário ou, ainda, ser publicada no Diário Oficial da União,
no todo ou em parte.
Mensagem
. 123
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
- Encaminhamento de projeto de lei ordinária, complementar ou financeira: Os projetos de lei
ordinária ou complementar são enviados em regime normal (Constituição, art. 61) ou de urgência
(Constituição, art. 64, §§ 1º a 4º). Cabe lembrar que o projeto pode ser encaminhado sob o regime normal
e mais tarde ser objeto de nova mensagem, com solicitação de urgência.
Em ambos os casos, a mensagem se dirige aos Membros do Congresso Nacional, mas é encaminhada
com aviso do Chefe da Casa Civil da Presidência da República ao Primeiro Secretário da Câmara dos
Deputados, para que tenha início sua tramitação (Constituição, art. 64, caput).
Quanto aos projetos de lei financeira (que compreendem plano plurianual, diretrizes orçamentárias,
orçamentos anuais e créditos adicionais), as mensagens de encaminhamento dirigem-se aos membros
do Congresso Nacional, e os respectivos avisos são endereçados ao Primeiro Secretário do Senado
Federal. A razão é que o art. 166 da Constituição impõe a deliberação congressual sobre as leis
financeiras em sessão conjunta, mais precisamente, “na forma do regimento comum”. E à frente da Mesa
do Congresso Nacional está o Presidente do Senado Federal (Constituição, art. 57, § 5º), que comanda
as sessões conjuntas.
As mensagens aqui tratadas coroam o processo desenvolvido no âmbito do Poder Executivo, que
abrange minucioso exame técnico, jurídico e econômico-financeiro das matérias objeto das proposições
por elas encaminhadas.
Tais exames materializam-se em pareceres dos diversos órgãos interessados no assunto das
proposições, entre eles o da Advocacia Geral da União. Mas, na origem das propostas, as análises
necessárias constam da exposição de motivos do órgão onde se geraram, exposição que acompanhará,
por cópia, a mensagem de encaminhamento ao Congresso.
- Mensagem de abertura da sessão legislativa: Ela deve conter o plano de governo, exposição sobre
a situação do País e solicitação de providências que julgar necessárias (Constituição, art. 84, XI).
O portador da mensagem é o Chefe da Casa Civil da Presidência da República. Esta mensagem difere
das demais porque vai encadernada e é distribuída a todos os congressistas em forma de livro.
. 124
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
- Comunicação de sanção (com restituição de autógrafos): Esta mensagem é dirigida aos
membros do Congresso Nacional, encaminhada por Aviso ao Primeiro Secretário da Casa onde se
originaram os autógrafos. Nela se informa o número que tomou a lei e se restituem dois exemplares dos
três autógrafos recebidos, nos quais o Presidente da República terá aposto o despacho de sanção.
- Comunicação de veto: Dirigida ao Presidente do Senado Federal (Constituição, art. 66, § 1º), a
mensagem informa sobre a decisão de vetar, se o veto é parcial, quais as disposições vetadas, e as
razões do veto. Seu texto vai publicado na íntegra no Diário Oficial da União, ao contrário das demais
mensagens, cuja publicação se restringe à notícia do seu envio ao Poder Legislativo.
- Outras mensagens: Também são remetidas ao Legislativo com regular frequência mensagens com:
- encaminhamento de atos internacionais que acarretam encargos ou compromissos gravosos
(Constituição, art. 49, I);
- pedido de estabelecimento de alíquolas aplicáveis às operações e prestações interestaduais e de
exportação (Constituição, art. 155, § 2º, IV);
- proposta de fixação de limites globais para o montante da dívida consolidada (Constituição, art. 52,
VI);
- pedido de autorização para operações financeiras externas (Constituição, art. 52, V); e outros.
As mensagens contêm:
- a indicação do tipo de expediente e de seu número, horizontalmente, no início da margem esquerda:
Mensagem nº
Telegrama
. 125
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
o uso do telegrama apenas àquelas situações que não seja possível o uso de correio eletrônico ou fax e
que a urgência justifique sua utilização e, também em razão de seu custo elevado, esta forma de
comunicação deve pautar-se pela concisão.
Não há padrão rígido, devendo-se seguir a forma e a estrutura dos formulários disponíveis nas
agências dos Correios e em seu sítio na Internet.
Fax
O fax (forma abreviada já consagrada de fac-símile) é uma forma de comunicação que está sendo
menos usada devido ao desenvolvimento da Internet. É utilizado para a transmissão de mensagens
urgentes e para o envio antecipado de documentos, de cujo conhecimento há premência, quando não há
condições de envio do documento por meio eletrônico. Quando necessário o original, ele segue
posteriormente pela via e na forma de praxe.
Se necessário o arquivamento, deve-se fazê-lo com cópia xerox do fax e não com o próprio fax, cujo
papel, em certos modelos, se deteriora rapidamente.
Os documentos enviados por fax mantêm a forma e a estrutura que lhes são inerentes. É conveniente
o envio, juntamente com o documento principal, de folha de rosto, isto é, de pequeno formulário com os
dados de identificação da mensagem a ser enviada.
Correio Eletrônico
O correio eletrônico (“e-mail”), por seu baixo custo e celeridade, transformou-se na principal forma de
comunicação para transmissão de documentos.
Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não interessa definir
forma rígida para sua estrutura. Entretanto, deve-se evitar o uso de linguagem incompatível com uma
comunicação oficial.
O campo assunto do formulário de correio eletrônico mensagem deve ser preenchido de modo a
facilitar a organização documental tanto do destinatário quanto do remetente.
Para os arquivos anexados à mensagem deve ser utilizado, preferencialmente, o formato Rich Text. A
mensagem que encaminha algum arquivo deve trazer informações mínimas sobre seu conteúdo.
Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de confirmação de leitura. Caso não seja disponível,
deve constar da mensagem pedido de confirmação de recebimento.
Nos termos da legislação em vigor, para que a mensagem de correio eletrônico tenha valor
documental, isto é, para que possa ser aceita como documento original, é necessário existir certificação
digital que ateste a identidade do remetente, na forma estabelecida em lei.
Apostila
Não deve receber numeração, sendo que, em caso de documento arquivado, a apostila deve ser feita
abaixo dos textos ou no verso do documento.
Em caso de publicação do ato administrativo originário, a apostila deve ser publicada com a menção
expressa do ato, número, dia, página e no mesmo meio de comunicaçao oficial no qual o ato
administrativo foi originalmente publicado, a fim de que se preserve a data de validade.
. 126
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
ATA
É o instrumento utilizado para o registro expositivo dos fatos e deliberações ocorridos em uma reunião,
sessão ou assembleia. Estrutura:
- Título - ATA. Em se tratando de atas elaboradas sequencialmente, indicar o respectivo número da
reunião ou sessão, em caixa-alta.
- Texto, incluindo: Preâmbulo - registro da situação espacial e temporal e participantes; Registro dos
assuntos abordados e de suas decisões, com indicação das personalidades envolvidas, se for o caso;
Fecho - termo de encerramento com indicação, se necessário, do redator, do horário de encerramento,
de convocação de nova reunião etc.
A ATA será assinada e/ou rubricada por todos os presentes à reunião ou apenas pelo presidente e
relator, dependendo das exigências regimentais do órgão.
A fim de se evitarem rasuras nas atas manuscritas, deve-se, em caso de erro, utilizar o termo “digo”,
seguido da informação correta a ser registrada. No caso de omissão de informações ou de erros
constatados após a redação, usa-se a expressão “Em tempo” ao final da ATA, com o registro das
informações corretas.
Carta
É a forma de correspondência emitida por particular, ou autoridade com objetivo particular, não se
confundindo com o memorando (correspondência interna) ou o ofício (correspondência externa), nos
quais a autoridade que assina expressa uma opinião ou dá uma informação não sua, mas, sim, do órgão
pelo qual responde. Em grande parte dos casos da correspondência enviada por deputados, deve-se usar
a carta, não o memorando ou ofício, por estar o parlamentar emitindo parecer, opinião ou informação de
sua responsabilidade, e não especificamente da Câmara dos Deputados. O parlamentar deverá assinar
memorando ou ofício apenas como titular de função oficial específica (presidente de comissão ou membro
da Mesa, por exemplo). Estrutura:
- Local e data.
- Endereçamento, com forma de tratamento, destinatário, cargo e endereço.
- Vocativo.
- Texto.
- Fecho.
- Assinatura: nome e, quando necessário, função ou cargo.
Se o gabinete usar cartas com frequência, poderá numerá-las. Nesse caso, a numeração poderá
apoiar-se no padrão básico de diagramação.
O fecho da carta segue, em geral, o padrão da correspondência oficial, mas outros fechos podem ser
usados, a exemplo de “Cordialmente”, quando se deseja indicar relação de proximidade ou igualdade de
posição entre os correspondentes.
Declaração
. 127
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Obs: Modelo no final da matéria.
Despacho
O despacho pode constituir-se de uma palavra, de uma expressão ou de um texto mais longo.
Ordem de Serviço
É o instrumento que encerra orientações detalhadas e/ou pontuais para a execução de serviços por
órgãos subordinados da Administração. Estrutura:
- Título: ORDEM DE SERVIÇO, numeração e data.
- Preâmbulo e fundamentação: denominação da autoridade que expede o ato (em maiúsculas) e
citação da legislação pertinente ou por força das prerrogativas do cargo, seguida da palavra “resolve”.
- Texto: desenvolvimento do assunto, que pode ser dividido em itens, incisos, alíneas etc.
- Assinatura: nome da autoridade competente e indicação da função.
A Ordem de Serviço se assemelha à Portaria, porém possui caráter mais específico e detalhista.
Objetiva, essencialmente, a otimização e a racionalização de serviços.
Parecer
É a opinião fundamentada, emitida em nome pessoal ou de órgão administrativo, sobre tema que lhe
haja sido submetido para análise e competente pronunciamento. Visa fornecer subsídios para tomada de
decisão. Estrutura:
- Número de ordem (quando necessário).
- Número do processo de origem.
- Ementa (resumo do assunto).
- Texto, compreendendo: Histórico ou relatório (introdução); Parecer (desenvolvimento com razões e
justificativas); Fecho opinativo (conclusão).
- Local e data.
- Assinatura, nome e função ou cargo do parecerista.
Além do Parecer Administrativo, acima conceituado, existe o Parecer Legislativo, que é uma
proposição, e, como tal, definido no art. 126 do Regimento Interno da Câmara dos Deputados.
O desenvolvimento do parecer pode ser dividido em tantos itens (e estes intitulados) quantos bastem
ao parecerista para o fim de melhor organizar o assunto, imprimindo-lhe clareza e didatismo.
Portaria
É o ato administrativo pelo qual a autoridade estabelece regras, baixa instruções para aplicação de
leis ou trata da organização e do funcionamento de serviços dentro de sua esfera de competência.
Estrutura:
- Título: PORTARIA, numeração e data.
- Ementa: síntese do assunto.
- Preâmbulo e fundamentação: denominação da autoridade que expede o ato e citação da legislação
pertinente, seguida da palavra “resolve”.
. 128
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
- Texto: desenvolvimento do assunto, que pode ser dividido em artigos, parágrafos, incisos, alíneas e
itens.
- Assinatura: nome da autoridade competente e indicação do cargo.
Certas portarias contêm considerandos, com as razões que justificam o ato. Neste caso, a palavra
“resolve” vem depois deles.
A ementa justifica-se em portarias de natureza normativa.
Em portarias de matéria rotineira, como nos casos de nomeação e exoneração, por exemplo, suprime-
se a ementa.
Relatório
É o instrumento por meio do qual o interessado requer a uma autoridade administrativa um direito do
qual se julga detentor. Estrutura:
- Vocativo, cargo ou função (e nome do destinatário), ou seja, da autoridade competente.
- Texto incluindo: Preâmbulo, contendo nome do requerente (grafado em letras maiúsculas) e
respectiva qualificação: nacionalidade, estado civil, profissão, documento de identidade, idade (se maior
de 60 anos, para fins de preferência na tramitação do processo, segundo a Lei 10.741/03), e domicílio
(caso o requerente seja servidor da Câmara dos Deputados, precedendo à qualificação civil deve ser
colocado o número do registro funcional e a lotação); Exposição do pedido, de preferência indicando os
fundamentos legais do requerimento e os elementos probatórios de natureza fática.
- Fecho: “Nestes termos, Pede deferimento”.
- Local e data.
- Assinatura e, se for o caso de servidor, função ou cargo.
. 129
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Quando mais de uma pessoa fizer uma solicitação, reivindicação ou manifestação, o documento
utilizado será um abaixo-assinado, com estrutura semelhante à do requerimento, devendo haver
identificação das assinaturas.
A Constituição Federal assegura a todos, independentemente do pagamento de taxas, o direito de
petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder (art. 51,
XXXIV, “a”), sendo que o exercício desse direito se instrumentaliza por meio de requerimento. No que
concerne especificamente aos servidores públicos, a lei que institui o Regime único estabelece que o
requerimento deve ser dirigido à autoridade competente para decidi-lo e encaminhado por intermédio
daquela a que estiver imediatamente subordinado o requerente (Lei nº 8.112/90, art. 105).
Protocolo
O registro de protocolo (ou simplesmente “o protocolo“) é o livro (ou, mais atualmente, o suporte
informático) em que são transcritos progressivamente os documentos e os atos em entrada e em saída
de um sujeito ou entidade (público ou privado). Este registro, se obedecerem a normas legais, têm fé
pública, ou seja, tem valor probatório em casos de controvérsia jurídica.
O termo protocolo tem um significado bastante amplo, identificando-se diretamente com o próprio
procedimento. Por extensão de sentido, “protocolo” significa também um trâmite a ser seguido para
alcançar determinado objetivo (“seguir o protocolo”).
A gestão do protocolo é normalmente confiada a uma repartição determinada, que recebe o material
documentário do sujeito que o produz em saída e em entrada e os anota num registro (atualmente em
programas informáticos), atribuindo-lhes um número e também uma posição de arquivo de acordo com
suas características.
O registro tem quatro elementos necessários e obrigatórios:
- Número progressivo.
- Data de recebimento ou de saída.
- Remetente ou destinatário.
- Regesto, ou seja, breve resumo do conteúdo da correspondência.
. 130
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Exemplo de Ofício
5 cm
(Ministério)
(Secretaria/Departamento/Setor/Entidade)
(Endereço – continuação)
Ofício
3 cm nº 524/1991/SG-PR
297 mm
1,5 cm
Deputado (Nome)
70160-900 – Brasília – DF
Senhor Deputado,
3. Nos termos do Decreto nº 22, a demarcação de terras indígenas deverá ser precedida de
estudos e levantamentos técnicos que atendam ao disposto no art. 231, § 1º, da Constituição Federal.
Os estudos deverão incluir os aspectos etno-históricos, sociológicos, cartográficos e fundiários. O
exame deste último aspecto deverá ser feito conjuntamente com o órgão federal ou estadual
210 mm
. 131
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Exemplo de Aviso
5 cm
Aviso nº 45/SCT-PR
3 cm 297 mm
1,5 cm
(Nome e cargo)
Senhor Ministro,
Convido Vossa Excelência a participar da sessão de abertura do Primeiro Seminário Regional sobre
o Uso Eficiente de Energia no Setor Público, a ser realizado em 5 de março próximo, às 9 horas, no
auditório da Escola Nacional de Administração Pública – ENAP, localizada no Setor de Áreas
Isoladas, nesta capital.
O Seminário mencionado inclui-se nas atividades do Programa Nacional das Comissões Internas de
Conservação de Energia em Órgãos Públicos, instituído pelo Decreto nº 99.656, de 26 de outubro de
1990.
Atenciosamente,
210 mm
. 132
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Exemplo de Memorando
5 cm
3 cm
Mem. 118/DJ
297 mm
1,5 cm
2,5 cm
Em 12 de abril de 2011
2. Sem descer a maiores detalhes técnicos, acrescento, apenas, que o ideal seria que o
equipamento fosse dotado de disco rígido e de monitor padrão EGA. Quanto a programas, haveria
necessidade de dois tipos: um processador de textos e outro gerenciador de banco de dados.
3. O treinamento de pessoal para operação dos micros poderia ficar a cargo da Seção de
Treinamento do Departamento de Modernização, cuja chefia já manifestou seu acordo a respeito.
4. Devo mencionar, por fim, que a informatização dos trabalhos deste Departamento ensejará
racional distribuição de tarefas entre os servidores e, sobretudo, uma melhoria na qualidade dos
serviços prestados.
Atenciosamente,
(Nome do signatário)
210 mm
. 133
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Exemplo de Exposição de Motivos de Caráter Informativo
5 cm
5 cm
EM nº 00146/1991-MRE
2,5 cm
1,5 cm
3 cm Brasília, 24 de maio de 2011
297 mm
1 cm
2,5 cm
210 mm
. 134
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Exemplo de Mensagem
5 cm
4 cm 297 mm
Mensagem nº 118
2 cm
1,5 cm
3 cm
1,5 cm
2 cm
210 mm
. 135
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Exemplo de Telegrama
[órgão Expedidor]
[setor do órgão expedidor]
[endereço do órgão expedidor]
Destinatário: _________________________________________________________
Nº do fax de destino: _________________________________ Data: ___/___/_____
Remetente: __________________________________________________________
Tel. p/ contato: ____________________Fax/correio eletrônico: ________________
Nº de páginas: esta + ______Nº do documento: _____________________________
Observações: _________________________________________________________
_____________________________________________________________________
Exemplo de Apostila
APOSTILA
Brasília, em 26/5/2011
Maria da Silva
Diretora
. 136
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Exemplo de ATA
ATA
Diretora
Secretária
. 137
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Exemplo de Carta
Ao Senhor
José Maria da Silva
Rua Bulhões de Carvalho, 293, Copacabana
20350-070 - Rio de Janeiro – RJ
Prezado Senhor,
Cordialmente,
Maria da Silva
Deputada Federal
. 138
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Exemplo de Declaração
DECLARAÇÃO
Declaro, para fins de prova junto ao Supremo Tribunal Federal, que JOSÉ DA SILVA,
ex-servidor da Câmara dos Deputados, teve declarada a vacância do cargo de Analista
Legislativo - atribuição Assistente Técnico, a partir de 2/1/2004 (DCD de 3/1/2004). O
referido ex-servidor não usufruiu das férias relativas ao exercício de 2003 e, em seus
assentos funcionais, consta a concessão de 30 (trinta) dias de licença para capacitação,
referente ao quinquênio 13/1/1995 a 26/1/2000 (Processo n. 5.777/2003, publicado no
Boletim Administrativo n. 15, de 7/1/2004).
. 139
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Exemplo de Despacho
Processo n . .........
Em .... / .... /200 ...
Ao Senhor Presidente da Câmara dos Deputados, por força do disposto no inciso I do art.
70 do Regimento do Cefor, c/c o art. 95, da Lei n. 8.112/90, com parecer favorável desta
Secretaria, nos termos das informações e manifestações dos órgãos técnicos da Casa.
. 140
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Exemplo de Ordem de Serviço
José da Silva
Diretor
. 141
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Exemplo de Parecer
PARECER JURÍDICO
Senhor Gerente,
Com relação à questão sobre a estabilidade provisória por gestação, ou não, da empregada
Fulana de Tal, passamos a analisar o assunto.
O artigo 10, letra “b”, do ADCT, assegura estabilidade à empregada gestante, desde a
confirmação da gravidez até cinco meses após o parto.
Nesta hipótese, existe responsabilidade objetiva do empregador pela manutenção do
emprego, ou seja, basta comprovar a gravidez no curso do contrato para que haja
incidência da regra que assegura a estabilidade provisória no emprego. O fundamento
jurídico desta estabilidade é a proteção à maternidade e à infância, ou seja, proteger a
gestante e o nascituro, assegurando a dignidade da pessoa humana.
A confirmação da gravidez, expressão utilizada na Constituição, refere-se à afirmativa
médica do estado gestacional da empregada e não exige que o empregador tenha ciência
prévia da situação da gravidez. Neste sentido tem sido as reiteradas decisões do C. TST,
culminando com a edição da Súmula n. 244, que assim disciplina a questão:
I - O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta o direito ao
pagamento da indenização decorrente da estabilidade. (art. 10, II, "b" do ADCT). (ex-OJ nº
88 – DJ 16.04.2004).
II - A garantia de emprego à gestante só autoriza a reintegração se esta se der durante o
período de estabilidade. Do contrário, a garantia restringe-se aos salários e demais direitos
correspondentes ao período de estabilidade. (ex-Súmula nº 244 – Res 121/2003, DJ
19.11.2003).
III - Não há direito da empregada gestante à estabilidade provisória na hipótese de
admissão mediante contrato de experiência, visto que a extinção da relação de emprego,
em face do término do prazo, não constitui dispensa arbitrária ou sem justa causa. (ex-OJ
nº 196 - Inserida em 08.11.2000).
No caso colocado em análise, percebe-se que não havia confirmação da gestação antes
da dispensa. Ao contrário, diante da suspeita de gravidez, a empresa teve o cuidado de
pedir a realização de exame laboratorial, o que foi feito, não tendo sido confirmada a
gravidez. A empresa só dispensou a empregada depois que lhe foi apresentado o resultado
negativo do teste de gravidez. A confirmação do estado gestacional só veio após a
dispensa.
Assim, para solução da questão, importante indagar se gravidez confirmada no curso aviso
prévio indenizado garante ou não a estabilidade.
O TST tem decidido (Súmula 371), que a projeção do contrato de trabalho para o futuro,
pela concessão de aviso prévio indenizado, tem efeitos limitados às vantagens econômicas
obtidas no período de pré-aviso. Este entendimento exclui a estabilidade provisória da
gestante, quando a gravidez ocorre após a rescisão contratual.
A gravidez superveniente à dispensa, durante o aviso prévio indenizado, não assegura a
estabilidade. Contudo, na hipótese dos autos, embora a gravidez tenha sido confirmada no
curso do aviso prévio indenizado, certo é que a empregada já estava grávida antes da
dispensa, como atestam os exames trazidos aos autos. A conclusão da ultrassonografia
obstétrica afirma que em 30 de julho de 2009 a idade gestacional ecográfica era de pouco
mais de 13 semanais, portanto, na data do afastamento a reclamante já contava com mais
de 01 mês de gravidez.
Em face do exposto, considerando os fundamentos jurídicos do instituto da estabilidade da
gestante, considerando que a responsabilidade do empregador pela manutenção do
emprego é objetiva e considerando que o desconhecimento do estado gravídico não
impede o reconhecimento da gravidez, conclui-se que:
a) não existe estabilidade quando a gravidez ocorre na vigência do aviso prévio indenizado;
. 142
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
b) fica assegurada a estabilidade quando, embora confirmada no período do aviso prévio
indenizado, a gravidez ocorre antes da dispensa.
De acordo com tais conclusões, entendemos que a empresa deve proceder a reintegração
da empregada diante da estabilidade provisória decorrente da gestação.
É o parecer.
(assinatura)
(nome)
(cargo)
. 143
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Exemplo de Portaria
PORTARIA N. 1, de 13/1/2010
. 144
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Modelo de Relatório
RELATÓRIO
Introdução
Apresentar um breve resumo das temáticas a serem abordadas. Em se tratando de
relatório de viagem, indicar a denominação do evento, local e período compreendido.
Tópico 1
Atribuir uma temática para o relato a ser apresentado.
........................................................................................................................
Tópico 1.1
Havendo subdivisões, os assuntos subseqüentes serão apresentados hierarquizados à
temática geral.
.... ......................................................... ...........
Tópico 2
Atribuir uma temática para o relato a ser apresentado.
.........................................................................................................................
3. Considerações finais
.........................................................................................................................
Nome
Função ou Cargo
. 145
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Modelo de Requerimento
(Vocativo)
(Cargo ou função e nome do destinatário)
Nestes termos,
Pede deferimento.
Nome
Cargo ou Função
. 146
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Questões
01. Analise:
1. Atendendo à solicitação contida no expediente acima referido, vimos encaminhar a V. Sª. as
informações referentes ao andamento dos serviços sob responsabilidade deste setor.
2. Esclarecemos que estão sendo tomadas todas as medidas necessárias para o cumprimento dos
prazos estipulados e o atingimento das metas estabelecidas.
03. A frase cuja redação está inteiramente correta e apropriada para uma correspondência oficial é:
(A) É com muito prazer que encaminho à V. Exª. Os convites para a reunião de gala deste Conselho,
em que se fará homenagens a todos os ilustres membros dessa diretoria, importantíssima na execução
dos nossos serviços.
(B) Por determinação hoje de nosso Excelentíssimo Chefe do Setor, nos dirigimos a todos os de vosso
gabinete, para informar de que as medidas de austeridade recomendadas por V. Sa. já estão sendo
tomadas, para evitar-se os atrasos dos prazos.
(C) Estamos encaminhando a V. Sa. os resultados a que chegaram nossos analistas sobre as
condições de funcionamento deste setor, bem como as providências a serem tomadas para a consecução
dos serviços e o cumprimento dos prazos estipulados.
(D) As ordens expressas a todos os funcionários é de que se possa estar tomando as medidas mais
do que importantes para tornar nosso departamento mais eficiente, na agilização dos trâmites legais dos
documentos que passam por aqui.
(E) Peço com todo o respeito a V. Exª., que tomeis providências cabíveis para vir novos funcionários
para esse nosso setor, que se encontra em condições difíceis de agilizar todos os documentos que
precisamos enviar.
05. (TRE-PI – Conhecimentos Gerais para os Cargos 1,2 e 4 – CESPE/2016) Assinale a opção
correta acerca de aspectos gerais da redação oficial.
a) A uniformidade dos expedientes oficiais é garantida pelo fato de esse tipo de texto voltar-se
unicamente à comunicação de assuntos relativos às atribuições dos órgãos públicos.
. 147
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
b) A clareza de uma comunicação oficial, produto de uma revisão cuidadosa de todo o texto redigido,
se sobrepõe aos demais aspectos envolvidos nas comunicações oficiais.
c) A formalidade das comunicações oficiais deriva do uso de estilo de linguagem baseado na norma-
padrão da língua.
d) A impessoalidade da redação oficial se manifesta na impossibilidade de emprego da primeira pessoa
gramatical e pressupõe total ausência de tratamento personalista aos assuntos do texto.
e) A concisão de um texto oficial relaciona-se à sua capacidade de transmitir o máximo de informações
empregando o mínimo de palavras.
Vivia longe dos homens, só se dava bem com animais. Os seus pés duros quebravam espinho e não
sentiam a quentura da terra. Montado, confundia-se com o cavalo, grudava-se a ele. E falava uma
linguagem cantada, monossilábica e gutural, que o companheiro entendia. A pé, não se aguentava bem.
Pendia para um lado, para o outro, cambaio, torto e feio. Às vezes utilizava, na relação com as pessoas,
a mesma língua com que se dirigia aos brutos – exclamações, onomatopeias. Na verdade, falava pouco.
Admirava as palavras compridas e difíceis da gente da cidade, tentava reproduzir algumas, em vão, mas
sabia que elas eram inúteis e talvez perigosas.
Graciliano Ramos – Vidas Secas – excerto
O espelho
Esboço de uma nova teoria da alma humana
Quatro ou cinco cavalheiros debatiam, uma noite, várias questões de alta transcendência, sem que a
disparidade dos votos trouxesse a menor alteração aos espíritos. A casa ficava no morro de Santa Teresa,
a sala era pequena, alumiada a velas, cuja luz fundia-se misteriosamente com o luar que vinha de fora.
Entre a cidade, com as suas agitações e aventuras, e o céu, em que as estrelas pestanejavam, através
de uma atmosfera límpida e sossegada, estavam os nossos quatro ou cinco investigadores de coisas
metafísicas, resolvendo amigavelmente os mais árduos problemas do universo.
Por que quatro ou cinco? Rigorosamente eram quatro os que falavam; mas, além deles, havia na sala
um quinto personagem, calado, pensando, cochilando, cuja espórtula no debate não passava de um ou
outro resmungo de aprovação. Esse homem tinha a mesma idade dos companheiros, entre quarenta e
cinquenta anos, era provinciano, capitalista, inteligente, não sem instrução, e, ao que parece, astuto e
cáustico. Não discutia nunca; e defendia-se da abstenção com um paradoxo, dizendo que a discussão é
a forma polida do instinto batalhador, que jaz no homem, como uma herança bestial; e acrescentava que
os serafins e os querubins não controvertiam nada, e, aliás, eram a perfeição espiritual e eterna.
[...]
Vai senão quando, no meio da noite, sucedeu que este casmurro usou da palavra, e não dois ou três
minutos, mas trinta ou quarenta. A conversa, em seus meandros, veio a cair na natureza da alma, ponto
. 148
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
que dividiu radicalmente os quatro amigos. Cada cabeça, cada sentença; não só o acordo, mas a mesma
discussão tornou-se difícil, senão impossível, pela multiplicidade das questões que se deduziram do
tronco principal e um pouco, talvez, pela inconsistência dos pareceres. Um dos argumentadores pediu ao
Jacobina alguma opinião, - uma conjetura, ao menos.
- Nem conjetura, nem opinião, redarguiu ele; uma ou outra pode dar lugar a dissentimento, e, como
sabem, eu não discuto. Mas, se querem ouvir-me calados, posso contar-lhes um caso de minha vida, em
que ressalta a mais clara demonstração acerca da matéria de que se trata. Em primeiro lugar, não há
uma só alma, há duas...
- Duas?
- Nada menos de duas almas. Cada criatura humana traz duas almas consigo: uma que olha de dentro
para fora, outra que olha de fora para dentro... Espantem-se à vontade, podem ficar de boca aberta, dar
de ombros, tudo; não admito réplica. Se me replicarem, acabo o charuto e vou dormir. A alma exterior
pode ser um espírito, um fluido, um homem, muitos homens, um objeto, uma operação. Há casos, por
exemplo, em que um simples botão de camisa é a alma exterior de uma pessoa; - e assim também a
polca, o voltarete, um livro, uma máquina, um par de botas, uma cavatina, um tambor, etc. Está claro que
o ofício dessa segunda alma é transmitir a vida, como a primeira; as duas completam o homem, que é,
metafisicamente falando, uma laranja. Quem perde uma das metades, perde naturalmente metade da
existência; e casos há, não raros, em que a perda da alma exterior implica a da existência inteira. Shylock,
por exemplo. A alma exterior daquele judeu eram os seus ducados; perdê-los equivalia a morrer. ‘‘Nunca
mais verei o meu ouro, diz ele a Tubal; é um punhal que me enterras no coração.” Vejam bem esta frase;
a perda dos ducados, alma exterior, era a morte para ele. Agora, é preciso saber que a alma exterior não
é sempre a mesma...[...]
ASSIS, Machado de. Obra Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar 1994. v. II. (fragmento)
Em situação hipotética, se Machado de Assis resolvesse escrever uma redação oficial em vez de um
conto, o texto deveria:
a) apresentar-se extenso e coeso.
b) usar o padrão coloquial da língua.
c) manter a impessoalidade e a formalidade.
d) ser marcado pelas subjetividades.
e) dar preferência a vocábulos de circulação restrita, como a gíria e o jargão.
. 149
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
10. (MPE-RS – Assessor – Administração – MPE-RS/2016) Instrução: a questão está relacionada à
redação oficial.
Assinale o enunciado que está inteiramente de acordo com as normas do padrão culto da língua
portuguesa.
a) No encontro com o diretor, ninguém cumprimentou-o pelo excelente trabalho.
b) Fui eu que se manifestou favoravelmente a essa promoção.
c) Se v. S.ª desejar, posso ajudá-lo na redação de seu relatório.
d) A secretária estava preocupada, mas uma colega lhe auxiliou na conclusão da tarefa.
e) Lembra-se de mim? Conheci-lhe no último encontro de administradores.
Respostas
05. (E)
ERRADA a) A uniformidade dos expedientes oficiais é garantida pelo fato de esse tipo de
texto voltar-se unicamente à comunicação de assuntos relativos às atribuições dos órgãos
públicos. (Seria a impessoalidade: representa o serviço público)
ERRADA b) A clareza de uma comunicação oficial, produto de uma revisão cuidadosa de todo o
texto redigido (até aqui correto), se sobrepõe aos demais aspectos envolvidos nas comunicações
oficiais. (É importante, mas não mais que outros aspectos)
ERRADA c) A formalidade das comunicações oficiais deriva do uso de estilo de linguagem
baseado na norma-padrão da língua. (Seria a clareza: uso do padrão culto de linguagem)
ERRADA d) A impessoalidade da redação oficial se manifesta na impossibilidade de emprego da
primeira pessoa gramatical e pressupõe total ausência de tratamento personalista aos assuntos do
texto. (Pode-se usar primeira pessoa, (como atestado médico: atesto que José Maroto....) mas se
aplicado em redação que pede 3° pessoa fere o princípio da impessoalidade)
CORRETA e) A concisão de um texto oficial relaciona-se à sua capacidade de transmitir o máximo
de informações empregando o mínimo de palavras. (Concisão: máximo de informações em poucas
palavras)
6. (C)
(C) Interviu está errado. É interveio. Há vício de linguagem.
(E) Não apresenta vício. Preferir algo à outra coisa.
(E) Polissemia é vários significados.
(C) Parônimo - vocábulos Parecidos na escrita e Parecidos na fonética (Cumprimento/Comprimento);
(C) Verbos sempre concordaram com a 3ª Pessoa (singular ou plural) e não com os Pronomes
Vosso(a) (2ª Pessoa);
7. (C)
A redação oficial deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso do padrão culto de linguagem, clareza,
concisão, formalidade e uniformidade.
8. (D)
a) CORRETA. Expressão "mais de um" exige o singular, ressalvadas duas exceções:
- repetição da expressão (Mais de um funcionário e mais de um estagiário conseguiram aumento
salarial)
- expressão der ideia de reciprocidade (Mais de uma irmã se abraçaram - uma abraçou a outra) Apesar
de ficar meio estranho, é o correto!
b) CORRETA. No trecho em questão existe de fato a obrigatoriedade de próclise, pois o "que" na frase
possui função de pronome relativo, ou seja, fator de atração, levando o pronome para antes do verbo. (A
medida faz com que se espere)
c) CORRETA. Nenhum erro.
d) ERRADA. Em correspondências oficiais o pronome possessivo utilizado para V. Sa.
será sempre sua.
. 150
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
9. (D)
A) o memorando é um expediente oficial de circulação interna
B) um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não interessa
definir forma rígida para sua estrutura. Entretanto, deve-se evitar o uso de linguagem incompatível
com uma comunicação oficial.
C) informar o destinatário sobre determinado assunto, propor alguma medida e submeter projeto de
ato normativo à consideração desse destinatário são alguns dos propósitos comunicativos da exposição
de motivos.
D) CERTO. A exposição de motivos varia estruturalmente conforme sua finalidade comunicativa. (Para
apenas informar não precisa ter arquivos anexos, já nos outros casos têm que conter).
E) a situação comunicativa mediada pelo aviso é restrita aos ministros de estado, estejam eles no
papel de remetente ou de destinatário.
10. (C)
A) No encontro com o Diretor, ninguém o cumprimentou pelo excelente trabalho. (ERRADA)
B) Fui eu que me manifestei favoravelmente a essa promoção. (ERRADA)
C) (CORRETO)
D) A secretária estava preocupada, mas uma colega a auxiliou na conclusão da tarefa. (ERRADA)
E) Lembra-se de mim? Conheci-o no último encontro de administradores. (ERRADA)
Falar sobre o novo acordo ortográfico implica saber que em termos históricos já se fizeram várias
tentativas de unificação da ortografia da língua portuguesa, sendo que a primeira data de 1911, que
culminou em Portugal na primeira grande reforma. Depois existiram várias tentativas, sendo a mais
importante a de 1990 que é a que está por trás de todo o celeuma levantado atualmente sobre esta
questão.
Seguindo o disposto numa reunião da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP),
realizada em Julho de 2004 em São Tomé e Príncipe, ficou decidido que para o novo acordo ortográfico
entrar em vigor, bastaria que três países o ratificassem. O Brasil em Outubro de 2004, Cabo Verde em
Abril de 2005 e São Tomé em Novembro de 2006 ratificaram o acordo, estando assim cumprido o disposto
nessa reunião da CPLP. Em Portugal, este acordo ortográfico foi ratificado pelo governo a 6 de Março de
2008, faltando a aprovação no Parlamento ou pelo Presidente da República.
O novo Acordo Ortográfico entrou em vigor em Janeiro de 2009, mas a implementação obedecerá ao
período de transição de 1º de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2015, durante o qual coexistirão a
norma ortográfica atualmente em vigor e a nova norma estabelecida.
No Brasil 0,5% das palavras sofrerão modificações, em Portugal e nos restantes dos países lusófonos,
as mudanças afetarão cerca de 2.600 palavras, ou seja, 1,6% do vocabulário total.
Mudanças
Alfabeto
Nova Regra: O alfabeto agora é formado por 26 letras
Regra Antiga: O 'k', 'w' e 'y' não eram consideradas letras do nosso alfabeto.
Como Será: Essas letras serão usadas em siglas, símbolos, nomes próprios, palavras estrangeiras e
seus derivados. Exemplos: km, watt, Byron, byroniano
Trema
Nova Regra: Não existe mais o trema em língua portuguesa. Apenas em casos de nomes próprios e
seus derivados, por exemplo: Müller, mülleriano
Regra Antiga: agüentar, conseqüência, cinqüenta, qüinqüênio, frqüência, freqüente, eloqüência,
eloqüente, argüição, delinqüir, pingüim, tranqüilo, lingüiça
. 151
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Como Será: aguentar, consequência, cinquenta, quinquênio, frequência, frequente, eloquência,
eloquente, arguição, delinquir, pinguim, tranquilo, linguiça.
Acentuação
Nova Regra: Ditongos abertos (ei, oi) não são mais acentuados em palavras paroxítonas
Regra Antiga: assembléia, platéia, idéia, colméia, boléia, panacéia, Coréia, hebréia, bóia, paranóia,
jibóia, apóio, heróico, paranóico
Como Será: assembleia, plateia, ideia, colmeia, boleia, panaceia, Coreia, hebreia, boia, paranoia,
jiboia, apoio, heroico, paranóico
Observações:
- nos ditongos abertos de palavras oxítonas e monossílabas o acento continua: herói, constrói, dói,
anéis, papéis.
- o acento no ditongo aberto 'eu' continua: chapéu, véu, céu, ilhéu.
Nova Regra: O hiato 'oo' não é mais acentuado
Regra Antiga: enjôo, vôo, corôo, perdôo, côo, môo, abençôo, povôo
Como Será: enjoo, voo, coroo, perdoo, coo, moo, abençoo, povôo
Observação:
- o acento diferencial ainda permanece no verbo 'poder' (3ª pessoa do Pretérito Perfeito do Indicativo
- 'pôde') e no verbo 'pôr' para diferenciar da preposição 'por'
Nova Regra: Não se acentua mais a letra 'u' nas formas verbais rizotônicas, quando precedido de 'g'
ou 'q' e antes de 'e' ou 'i' (gue, que, gui, qui)
Regra Antiga: argúi, apazigúe, averigúe, enxagúe, enxagúemos, obliqúe
Como Será: argui, apazigue,averigue, enxague, ensaguemos, obliqúe
Nova Regra: Não se acentua mais 'i' e 'u' tônicos em paroxítonas quando precedidos de ditongo
Regra Antiga: baiúca, boiúna, cheiínho, saiínha, feiúra, feiúme
Como Será: baiuca, boiuna, cheiinho, saiinha, feiura, feiume
Hífen
Nova Regra: O hífen não é mais utilizado em palavras formadas de prefixos (ou falsos prefixos)
terminados em vogal + palavras iniciadas por 'r' ou 's', sendo que essas devem ser dobradas
Regra Antiga: ante-sala, ante-sacristia, auto-retrato, anti-social, anti-rugas, arqui-romântico, arqui-
rivalidae, auto-regulamentação, auto-sugestão, contra-senso, contra-regra, contra-senha, extra-
regimento, extra-sístole, extra-seco, infra-som, ultra-sonografia, semi-real, semi-sintético, supra-renal,
supra-sensível
Como Será: antessala, antessacristia, autorretrato, antissocial, antirrugas, arquirromântico,
arquirrivalidade, autorregulamentação, contrassenha, extrarregimento, extrassístole, extrasseco,
infrassom, inrarrenal, ultrarromântico, ultrassonografia, suprarrenal, suprassensível
Observação:
- em prefixos terminados por 'r', permanece o hífen se a palavra seguinte for iniciada pela mesma letra:
hiper-realista, hiper-requintado, hiper-requisitado, inter-racial, inter-regional, inter-relação, super-racional,
super-realista, super-resistente etc.
Nova Regra: O hífen não é mais utilizado em palavras formadas de prefixos (ou falsos prefixos)
terminados em vogal + palavras iniciadas por outra vogal
. 152
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Regra Antiga: auto-afirmação, auto-ajuda, auto-aprendizagem, auto-escola, auto-estrada, auto-
instrução, contra-exemplo, contra-indicação, contra-ordem, extra-escolar, extra-oficial, infra-estrutura,
intra-ocular, intra-uterino, neo-expressionista, neo-imperialista, semi-aberto, semi-árido, semi-automático,
semi-embriagado, semi-obscuridade, supra-ocular, ultra-elevado
Como Será: autoafirmação, autoajuda, autoaprendizagem, autoescola, autoestrada, autoinstrução,
contraexemplo, contraindicação, contraordem, extraescolar, extraoficial, infraestrutura, intraocular,
intrauterino, neoexpressionista, neoimperialista, semiaberto, semiautomático, semiárido,
semiembriagado, semiobscuridade, supraocular, ultraelevado.
Observações:
- esta nova regra vai uniformizar algumas exceções já existentes antes: antiaéreo, antiamericano,
socioeconômico etc.
- esta regra não se encaixa quando a palavra seguinte iniciar por 'h': anti-herói, anti-higiênico, extra-
humano, semi-herbáceo etc.
Nova Regra: Agora utiliza-se hífen quando a palavra é formada por um prefixo (ou falso prefixo)
terminado em vogal + palavra iniciada pela mesma vogal.
Regra Antiga: antiibérico, antiinflamatório, antiinflacionário, antiimperialista, arquiinimigo,
arquiirmandade, microondas, microônibus, microorgânico
Como Será: anti-ibérico, anti-inflamatório, anti-inflacionário, anti-imperialista, arqui-inimigo, arqui-
irmandade, micro-ondas, micro-ônibus, micro-orgânico
Observações:
- esta regra foi alterada por conta da regra anterior: prefixo termina com vogal + palavra inicia com
vogal diferente = não tem hífen; prefixo termina com vogal + palavra inicia com mesma vogal = com hífen
- uma exceção é o prefixo 'co'. Mesmo se a outra palavra inicia-se com a vogal 'o', não utliza-se hífen.
Nova Regra: Não usamos mais hífen em compostos que, pelo uso, perdeu-se a noção de composição
Regra Antiga: manda-chuva, pára-quedas, pára-quedista, pára-lama, pára-brisa, pára-choque, pára-
vento
Como Será: mandachuva, paraquedas, paraquedista, paralama, parabrisa, parachoque, paravento
Observação:
- o uso do hífen permanece em palavras compostas que não contêm elemento de ligação e constitui
unidade sintagmática e semântica, mantendo o acento próprio, bem como naquelas que designam
espécies botânicas e zoológicas: ano-luz, azul-escuro, médico-cirurgião, conta-gotas, guarda-chuva,
segunda-feira, tenente-coronel, beija-flor, couve-flor, erva-doce, mal-me-quer, bem-te-vi etc.
Consoantes não pronunciadas. Fora do Brasil foram eliminadas as consoantes não pronunciadas:
- ação, didático, ótimo, batismo em vez de acção, didáctico, óptimo, baptismo
Grafia Dupla: de forma a contemplar as diferenças fonéticas existentes, aceitam-se duplas grafias em
algumas palavras: António/Antônio, facto/fato, secção/seção.
. 153
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Reescritura de frase.
Norma Culta
Norma culta ou linguagem culta é uma expressão empregada pelos linguistas brasileiros para designar
o conjunto de variedades linguísticas produzidas pelos falantes classificado como cidadãos nascidos e
criados em zona urbana e com nível de escolaridade elevado. Assim, a norma culta define o uso correto
da Língua Portuguesa com base no que está escrito nos livros de gramática.
A aprendizagem da língua inicia-se em casa, no contexto familiar, que é o primeiro círculo social para
uma criança. A criança imita o que ouve e aprende, aos poucos, o vocabulário e as leis combinatórias da
língua. Um jovem falante também vai exercitando o aparelho fonador, ou seja, a língua, os lábios, os
dentes, os maxilares, as cordas vocais para produzir sons que se transformam, mais tarde, em palavras,
frases e textos.
Um falante ao entrar em contato com outras pessoas em diferentes ambientes sociais como a rua, a
escola e etc., começa a perceber que nem todos falam da mesma forma. Há pessoas que falam de forma
diferente por pertencerem a outras cidades ou regiões do país, ou por fazerem parte de outro grupo ou
classe social. Essas diferenças no uso da língua constituem as variedades linguísticas.
A língua é um poderoso instrumento de ação social, ela possibilita transmitir nossas ideias e transmitir
um conjunto de informações sobre nós mesmos. Desta forma, ela pode tanto facilitar quanto dificultar o
nosso relacionamento com as pessoas e com a sociedade no que diz respeito a nossa capacidade de
uso e articulação da língua.
Certas palavras e construções que empregamos acabam denunciando quem somos socialmente, ou
seja, em que região do país nascemos, qual nosso nível social e escolar, nossa formação e, às vezes,
até nossos valores, círculo de amizades e hobbies, como skate, rock, surfe, etc. O uso da língua também
pode informar nossa timidez, sobre nossa capacidade de nos adaptarmos às situações novas e nossa
insegurança.
Variedades Linguísticas
A língua escrita e falada apresenta uma série de variações e transformações ao pasar do tempo. Tais
variações decorrem das diferenças entre as épocas, condições sociais, culturais e regionais dos falantes.
Tomemos como exemplo a transformação ortográfica do vocábulo “farmácia” que antes era grafado com
“ph”, assim, a palavra era escrita “pharmácia”.
Todas as variedades linguísticas são adequadas, desde que cumpram com eficiência o papel
fundamental da língua, o de permitir e estabelecer a comunicação entre as pessoas. Apesar disso, há
uma entre as variedades que tem maior prestígio social, a norma culta ou norma padrã.
A norma culta é a variedade linguística ensinada nas escolas, contida na maior parte dos livros,
registros escritos, nas mídias televisivas, entre outros. Como variantes da norma padrão aparecem: a
linguagem regional, a gíria, a linguagem específica de grupos ou profissões (policiais, jogadores de
futebol, advogados, surfistas).
O ensino da língua culta na escola não tem a finalidade de condenar ou eliminar a língua que falamos
em nossa família ou em nossa comunidade. Ao contrário, o domínio da língua culta, somado ao domínio
de outras variedades linguísticas, torna-nos mais preparados para nos comunicarmos nos diferentes
contextos lingísticos, já que a linguagem utilizada em reuniões de trabalho não deve ser a mesma utilizada
em uma reunião de amigos no final de semana.
Portanto, saber usar bem uma língua equivale a saber empregá-la de modo adequado às mais
diferentes situações sociais de que participamos.
Graus de Formalismo
São muitos os tipos de registros quanto ao formalismo, tais como: o registro formal, que é uma
linguagem mais cuidada; o coloquial, que não tem um planejamento prévio, caracterizando-se por
construções gramaticais mais livres, repetições frequentes, frases curtas e conectores simples; o informal,
. 154
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
que se caracteriza pelo uso de ortografia simplificada e construções simples ( geralmente usado entre
membros de uma mesma família ou entre amigos).
As variações de registro ocorrem de acordo com o grau de formalismo existente na situação de
comunicação; com o modo de expressão, isto é, se trata de um registro formal ou escrito; com a sintonia
entre interlocutores, que envolve aspectos como graus de cortesia, deferência, tecnicidade (domínio de
um vocabulário específico de algum campo científico, por exemplo).
- devido a.
Opção: em razão de, em virtude de, graças a, por causa de.
- dito.
Opção: citado, mencionado.
- enquanto.
Opção: ao passo que.
- principalmente.
Opção: especialmente, sobretudo, em especial, em particular.
. 155
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
- a posteriori, a priori – não tem valor temporal
- em termos de – modismo; evitar
- enquanto que – o que é redundância
- entre um e outro – entre exige a conjunção e, e não a
- implicar em – a regência é direta (sem em)
- ir de encontro a – chocar-se com
- ir ao encontro de – concordar com
- se não, senão – quando se pode substituir por caso não, separado; quando não se pode, junto
- todo mundo – todos
- todo o mundo – o mundo inteiro
- não pagamento = hífen somente quando o segundo termo for substantivo
- este e isto – referência próxima do falante (a lugar, a tempo presente; a futuro próximo; ao anunciar
e a que se está tratando)
- esse e isso – referência longe do falante e perto do ouvinte (tempo futuro, desejo de distância; tempo
passado próximo do presente, ou distante ao já mencionado e a ênfase).
Erros Comuns
- "Hoje ao receber alguns presentes no qual completo vinte anos tenho muitas novidades para contar”.
Uso inadequado do pronome relativo. Ele provoca falta de coesão, pois não consegue perceber a que
antecedente ele se refere, portanto nada conecta e produz relação absurda.
- "Ainda brincava de boneca quando conheci Davi, piloto de cart, moreno, 20 anos, com olhos cor de
mel. "Tudo começou naquele baile de quinze anos", "... é aos dezoito anos que se começa a procurar o
caminho do amanhã e encontrar as perspectiva que nos acompanham para sempre na estrada da vida”.
Você pode ter conhecimento do vocabulário e das regras gramaticais e, assim, construir um texto sem
erros. Entretanto, se você reproduz sem nenhuma crítica ou reflexão expressões gastas, vulgarizadas
pelo uso contínuo. A boa qualidade do texto fica comprometida.
- Tema: Para você, as experiências genéticas de clonagem põem em xeque todos os conceitos
humanos sobre Deus e a vida? "Bem a clonagem não é tudo, mas na vida tudo tem o seu valor e os
homens a todo momento necessitam de descobrir todos os mistérios da vida que nos cerca a todo
instante”.
É de extrema importância seguir o que foi proposto no tema. Antes de começar o texto leia atentamente
todos os elementos que o examinador apresentou. Esquematize as ideias e perceba se não há falta de
correspondência entre o tema proposto e o texto criado.
- "Uma biópsia do tumor retirado do fígado do meu primo (...) mostrou que ele não era maligno”.
Esta frase está ambígua. Não se sabe se o pronome ele refere-se ao fígado ou ao primo. Para se evitar
a ambiguidade, deve-se observar se a relação entre cada palavra do texto está correta.
- "Ele me tratava como uma criança, mas eu era apenas uma criança”.
Problema com o uso do conectivo “mas”. O conectivo mas indica uma circunstância de oposição, de
ideia contrária a. Portanto, a relação adversativa introduzida pelo "mas" no fragmento acima produz uma
ideia absurda.
- "Entretanto, como já diziam os sábios: depois da tempestade sempre vem a bonança. Após longo
suplício, meu coração apaziguava as tormentas e a sensatez me mostrava que só estaríamos separadas
carnalmente”.
Não utilize provérbios ou ditos populares. Eles empobrecem a redação e fazem parecer que o autor
não tem criatividade ao lançar mão de formas já gastas pelo uso frequente.
- "Bem, acho que - você sabe - não é fácil dizer essas coisas. Olhe, acho que ele não vai concordar
com a decisão que você tomou, quero dizer, os fatos levam você a isso, mas você sabe - todos sabem -
ele pensa diferente. É bom a gente pensar como vai fazer para, enfim, para ele entender a decisão”.
O ato de escrever é diferente do ato de falar. O texto escrito não deve apresentar marcas de oralidade.
. 156
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
- "Mal cheiro", "mau-humorado".
Mal opõe-se à bem e mau, a bom. Assim: mau cheiro (bom cheiro), mal-humorado (bem-humorado).
Igualmente: mau humor, mal-intencionado, mau jeito, mal-estar.
- "Entrar dentro".
Problema de redundância. O certo seria: entrar em.
Veja outras redundâncias: Sair fora ou para fora, elo de ligação, monopólio exclusivo, já não há mais,
ganhar grátis, viúva do falecido.
- "Aluga-se" casas.
O verbo concorda com o sujeito: Alugam-se casas. / Fazem-se consertos. / É assim que se evitam
acidentes. / Compram-se terrenos. / Procuram-se empregados.
. 157
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Seção significa divisão, repartição, e sessão equivale a tempo de uma reunião, função: Seção Eleitoral,
Seção de Esportes, seção de brinquedos; sessão de cinema, sessão de pancadas, sessão do Congresso.
- "Porisso".
Duas palavras, por isso, como de repente e a partir de
- "Cerca de 18" pessoas o saudaram. Cerca de indica arredondamento e não pode aparecer com
números exatos: Cerca de 20 pessoas o saudaram.
. 158
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Processo dá entrada no STF
- As pessoas "esperavam-o".
Quando o verbo termina em m, ão ou õe, os pronomes o, a, os e as tomam a forma no, na, nos e nas:
As pessoas esperavam-no. / Dão-nos, convidam-na, põe-nos, impõem-nos.
- Acordos "políticos-partidários". Nos adjetivos compostos, só o último elemento varia: acordos político-
partidários. Outros exemplos: Bandeiras verde-amarelas, medidas econômico-financeiras, partidos
social-democratas.
. 159
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Não se pode empregar o mesmo no lugar de pronome ou substantivo: Chamei-o e ele não atendeu. /
Os funcionários públicos reuniram-se hoje: amanhã o país conhecerá a decisão dos servidores (e não
"dos mesmos").
- A temperatura chegou a 0 "graus". Zero indica singular sempre: Zero grau, zero-quilômetro, zero
hora.
- Evite que a bomba "expluda". Explodir só tem as pessoas em que depois do “d” vêm “e” e “i”: Explode,
explodiram, etc. Portanto, não escreva nem fale "exploda" ou "expluda",
- A tese "onde".
Onde só pode ser usado para lugar: A casa onde ele mora. / Veja o jardim onde as crianças brincam.
Nos demais casos, use em que: A tese em que ele defende essa ideia. / O livro em que... / A faixa em
que ele canta... / Na entrevista em que...
. 160
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
- A moça "que ele gosta".
Quem gosta, gosta de, o certo é: A moça de que ele gosta
- "Ao meu ver". Não existe artigo nessas expressões: A meu ver, a seu ver, a nosso ver.
Questões
Esse homem sempre vai ficar de sombra: nenhuma memória será bastante para lhe salvar do escuro.
Em verdade, seu astro não era o Sol. Nem seu país não era a vida. Talvez, por razão disso, ele habitasse
com cautela de um estranho. O vendedor de pássaros não tinha sequer o abrigo de um nome.
Chamavam-lhe o passarinheiro.
Todas manhãs ele passava nos bairros dos brancos carregando suas enormes gaiolas. Ele mesmo
fabricava aquelas jaulas, de tão leve material que nem pareciam servir de prisão. Parecia eram gaiolas
aladas, voláteis. Dentro delas, os pássaros esvoavam suas cores repentinas. À volta do vendedeiro, era
uma nuvem de pios, tantos que faziam mexer as janelas:
- Mãe, olha o homem dos passarinheiros!
E os meninos inundavam as ruas. As alegrias se intercambiavam: a gritaria das aves e o chilreio das
crianças. O homem puxava de uma muska e harmonicava sonâmbulas melodias. O mundo inteiro se
fabulava.
Por trás das cortinas, os colonos reprovavam aqueles abusos. Ensinavam suspeitas aos seus
pequenos filhos - aquele preto quem era? Alguém conhecia recomendações dele? Quem autorizara
aqueles pés descalços a sujarem o bairro? Não, não e não. O negro que voltasse ao seu devido lugar.
Contudo, os pássaros tão encantantes que são - insistiam os meninos. Os pais se agravavam: estava
dito.
Mas aquela ordem pouco seria desempenhada.
[...]
O homem então se decidia a sair, juntar as suas raivas com os demais colonos. No clube, eles todos
se aclamavam: era preciso acabar com as visitas do passarinheiro. Que a medida não podia ser de morte
. 161
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
matada, nem coisa que ofendesse a vista das senhoras e seus filhos. 6 remédio, enfim, se haveria de
pensar.
No dia seguinte, o vendedor repetiu a sua alegre invasão. Afinal, os colonos ainda que hesitaram:
aquele negro trazia aves de belezas jamais vistas. Ninguém podia resistir às suas cores, seus chilreios.
Nem aquilo parecia coisa deste verídico mundo. O vendedor se anonimava, em humilde desaparecimento
de si:
- Esses são pássaros muito excelentes, desses com as asas todas de fora.
Os portugueses se interrogavam: onde desencantava ele tão maravilhosas criaturas? onde, se eles
tinham já desbravado os mais extensos matos?
O vendedor se segredava, respondendo um riso. Os senhores receavam as suas próprias suspeições
- teria aquele negro direito a ingressar num mundo onde eles careciam de acesso? Mas logo se
aprontavam a diminuir-lhe os méritos: o tipo dormia nas árvores, em plena passarada. Eles se igualam
aos bichos silvestres, concluíam.
Fosse por desdenho dos grandes ou por glória dos pequenos, a verdade é que, aos pouco-poucos, o
passarinheiro foi virando assunto no bairro do cimento. Sua presença foi enchendo durações, insuspeitos
vazios. Conforme dele se comprava, as casas mais se repletavam de doces cantos. Aquela música se
estranhava nos moradores, mostrando que aquele bairro não pertencia àquela terra. Afinal, os pássaros
desautenticavam os residentes, estrangeirando-lhes? [...] O comerciante devia saber que seus passos
descalços não cabiam naquelas ruas. Os brancos se inquietavam com aquela desobediência, acusando
o tempo. [...]
As crianças emigravam de sua condição, desdobrando-se em outras felizes existências. E todos se
familiavam, parentes aparentes. [...]
Os pais lhes queriam fechar o sonho, sua pequena e infinita alma. Surgiu o mando: a rua vos está
proibida, vocês não saem mais. Correram-se as cortinas, as casas fecharam suas pálpebras.
COUTO, Mia. Cada homem é uma raça: contosl Mia Couto - 1ª ed. - São Paulo: Companhia das Letras, 2013. p.63 - 71.
(Fragmento).
Do ponto de vista da norma culta, a única substituição pronominal realizada que feriu a regra de
colocação foi:
a) " Os brancos se inquietavam com aquela desobediência” = Os brancos inquietavam-se com aquela
desobediência.
b) " O remédio, enfim, se haveria de pensar." = O remédio, enfim, haver-se-ia de pensar.
c) " Eles se igualam aos bichos silvestres, concluíam” = Eles igualam-se aos bichos silvestres,
concluíam.
d) "O mundo inteiro se fabulava." = O mundo inteiro fabulava-se.
e) "Chamavam-lhe o passarinho."= Lhe chamavam o passarinheiro.
Era sábado e estávamos convidados para o almoço de obrigação. Mas cada um de nós gostava demais
de sábado para gastá-lo com quem não queríamos. Cada um fora alguma vez feliz e ficara com a marca
do desejo. Eu, eu queria tudo. E nós ali presos, como se nosso trem tivesse descarrilado e fôssemos
obrigados a pousar entre estranhos. Ninguém ali me queria, eu não queria a ninguém. Quanto a meu
sábado - que fora da janela se balançava em acácias e sombras - eu preferia, a gastá-lo mal, fechá-la na
mão dura, onde eu o amarfanhava como a um lenço. À espera do almoço, bebíamos sem prazer, à saúde
do ressentimento: amanhã já seria domingo. Não é com você que eu quero, dizia nosso olhar sem
umidade, e soprávamos devagar a fumaça do cigarro seco. A avareza de não repartir o sábado, ia pouco
a pouco roendo e avançando como ferrugem, até que qualquer alegria seria um insulto à alegria maior.
Só a dona da casa não parecia economizar o sábado para usá-lo numa quinta de noite. Ela, no entanto,
cujo coração já conhecera outros sábados. Como pudera esquecer que se quer mais e mais? Não se
impacientava sequer com o grupo heterogêneo, sonhador e resignado que na sua casa só esperava como
pela hora do primeiro trem partir, qualquer trem - menos ficar naquela estação vazia, menos ter que refrear
o cavalo que correria de coração batendo para outros, outros cavalos.
Passamos afinal à sala para um almoço que não tinha a bênção da fome. E foi quando surpreendidos
deparamos com a mesa. Não podia ser para nós...
. 162
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Era uma mesa para homens de boa-vontade. Quem seria o conviva realmente esperado e que não
viera? Mas éramos nós mesmos. Então aquela mulher dava o melhor não importava a quem? E lavava
contente os pés do primeiro estrangeiro. Constrangidos, olhávamos.
A mesa fora coberta por uma solene abundância. Sobre a toalha branca amontoavam-se espigas de
trigo. E maçãs vermelhas, enormes cenouras amarelas [...]. Os tomates eram redondos para ninguém:
para o ar, para o redondo ar. Sábado era de quem viesse. E a laranja adoçaria a língua de quem primeiro
chegasse.
Junto do prato de cada mal convidado, a mulher que lavava pés de estranhos pusera - mesmo sem
nos eleger, mesmo sem nos amar - um ramo de trigo ou um cacho de rabanetes ardentes ou uma talhada
vermelha de melancia com seus alegres caroços. Tudo cortado pela acidez espanhola que se adivinhava
nos limões verdes. Nas bilhas estava o leite, como se tivesse atravessado com as cabras o deserto dos
penhascos. Vinho, quase negro de tão pisado, estremecia em vasilhas de barro. Tudo diante de nós.
Tudo limpo do retorcido desejo humano. Tudo como é, não como quiséramos. Só existindo, e todo. Assim
como existe um campo. Assim como as montanhas. Assim como homens e mulheres, e não nós, os
ávidos. Assim como um sábado. Assim como apenas existe. Existe.
Em nome de nada, era hora de comer. Em nome de ninguém, era bom. Sem nenhum sonho. E nós
pouco a pouco a par do dia, pouco a pouco anonimizados, crescendo, maiores, à altura da vida possível.
Então, como fidalgos camponeses, aceitamos a mesa.
Não havia holocausto: aquilo tudo queria tanto ser comido quanto nós queríamos comê-lo. Nada
guardando para o dia seguinte, ali mesmo ofereci o que eu sentia àquilo que me fazia sentir. Era um viver
que eu não pagara de antemão com o sofrimento da espera, fome que nasce quando a boca já está perto
da comida. Porque agora estávamos com fome, fome inteira que abrigava o todo e as migalhas. [...]
E não quero formar a vida porque a existência já existe. Existe como um chão onde nós todos
avançamos. Sem uma palavra de amor. Sem uma palavra. Mas teu prazer entende o meu. Nós somos
fortes e nós comemos.
Pão é amor entre estranhos.
O texto do cartaz apresenta numerosos erros segundo a norma culta da Língua Portuguesa.
Assinale a opção em que o segmento retirado do texto está correto.
a) “O lixo eletrônico contém".
b) “material radioativo que causam danos".
c) “causam danos a saúde".
. 163
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
d) “a saúde e ao meio ambiemte".
e) “esse material fique jogado por ai".
As equipes de combate ao Aedes aegypti já vistoriaram 18,6 milhões de imóveis em todo país. O
balanço é do segundo ciclo de campanha de caça ao mosquito, iniciado este mês. Mas nem todo mundo
atendeu ao chamado dos agentes de saúde: muitos imóveis visitados estavam fechados ou os moradores
não abriram suas portas. Até agora, a vistoria só aconteceu de fato em 33,4% do total de 67 milhões de
residências que deveriam ser monitoradas.
Nesse segundo ciclo de visitas, os agentes já visitaram 22,4 milhões de imóveis. Desses, 3,8 milhões
não foram vistoriados, de acordo com informações do Ministério da Saúde. A abrangência das visitas
também foi divulgada. Dos 5.570 municípios brasileiros, 4.438 já registraram as visitas no Sistema
Informatizado de Monitoramento da Presidência da República (SIM-PR), segundo o novo balanço,
concluído no dia 24. Os agentes de saúde encontraram focos de larvas de Aedes aegypti em 3,2% dos
locais visitados.
“Nesse segundo ciclo de visitas, os agentes já visitaram 22,4 milhões de imóveis. Desses, 3,8 milhões
não foram vistoriados, de acordo com informações do Ministério da Saúde”. As formas demonstrativas
“nesse” e “desses”:
a) obedecem a uma mesma regra de estruturação textual.
b) referem-se a termos afastados temporalmente.
c) estão ligados a termos espacialmente próximos.
d) comprovam um emprego contrário à norma culta.
e) demonstram um uso coloquial na língua portuguesa.
. 164
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Você diz que é operário, sai em busca do salário
Pra poder me sustentar, qual o quê
Chico Buarque
Essa é uma construção típica da oralidade, característica da linguagem brasileira de uso corrente, no
entanto, segundo a Norma Culta da Língua Portuguesa, o período acima configura alguns desvios em
relação ao padrão normativo gramatical escrito. Se fôssemos adequá-lo à Norma, em sua totalidade,
como deveríamos reescrevê-lo?
a) Diz-me que não fique sentida.
b) Diz a mim para não ficar sentida.
c) Diz-me não ficar sentida.
d) Diz a mim para que não fique sentida.
e) Diz para eu não ficar sentida.
Respostas
01. Resposta C
Eles se referiram ao outro governo. - Correto
Eles se referiram sobre o outro governo. Errado
02. Resposta E
Em regra não se aplica pronome obliquo átono no início de uma oração.
"Chamavam-lhe o passarinho."= Lhe chamavam o passarinheiro.
. 165
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
03. Resposta C
a) ali mesmo ofereci o que eu sentia àquilo que me fazia sentir.” = ali mesmo ofereci o que eu sentia
àquilo que fazia-me sentir.
Aqui existe o uso da próclise. A próclise antecede pronomes indefinidos, relativos, interrogativos,
advérbios que não peçam pausa, conjunções subordinativas e quando há gerúndio precedido pela
preposição EM. Neste caso o "que" é um pronome relativo, por isso não pode ser usado a ênclise, pois
pronome relativo atrai a próclise.
b) "Tudo cortado pela acidez espanhola que se adivinhava nos limões verdes.” = Tudo cortado pela
acidez espanhola que adivinhava-se nos limões verdes.
Temos outro caso de pronome relativo. Por isso deve ser usada a próclise, pois o pronome que retoma
a palavra acidez espanhola.
c) "Mas cada um de nós gostava demais de sábado para gastá-lo com quem não queríamos.” = Mas
cada um de nós gostava demais de sábado para o gastar com que não queríamos.
Neste caso temos a próclise facultativa quando usada com conjunções coordenativas. Alternativa
correta
d) "Só a dona casa não parecia economizar o sábado para usá-lo numa quinta de noite.” = Só a dona
da casa não parecia economizar o sábado para usar-lhe numa quinta de noite. O "lhe" é usado apenas
para objeto indireto.
e) "Quanto a meu sábado - que fora da janela se balançava em acácias e sombras - eu preferia, a
gastá-lo mal.” = Quanto a meu sábado - que fora da janela se balançava em acácias e sombras - eu
preferia, do que gastá-lo mal.
Na alternativa "e" temos um caso de regência. O verbo preferir é transitivo direto e indireto com a
preposição A. Ou seja, necessita de um objeto direto e um indireto. Quem prefere, prefere isso a aquilo.
A opção dada pela alternativa é o modo coloquial.
Ex: Prefiro a natação ao futebol.
04. Resposta A
a) “O lixo eletrônico contém". Verbo conter no ele contém, eles contêm _ correto
b) “material radioativo que (pronome relativo) causam danos". O pronome relativo "que" é o sujeito do
verbo causar, porém ele se refere ao termo que o antecede (material radioativo) e por isso deverá o verbo
concordar com o termo que antecede o pronome relativo - material radioativo que CAUSA danos
c) “causam danos À saúde". (CRASE)
d) “à saúde e ao meio ambiemte". (Tinha que haver paralelismo, ou seja, como "meio ambiente" estão
antecedido por ao, saúde tem que vir com crase)
e) “esse material fique jogado por AÍ" (ORTOGRAFIA)
05. Resposta C
Assim, a expressão norma culta deve ser entendida como designando a norma linguística praticada,
em determinadas situações (aquelas que exigem certo grau de formalidade), por aqueles grupos sociais
mais diretamente relacionados com a cultura escrita, em especial por aquela legitimada historicamente
pelos grupos que controlam o poder social. [...]
A cultura escrita, associada ao poder social, desencadeou também, ao longo da história, um processo
fortemente unificador, que visou e visa uma relativa estabilização linguística, buscando neutralizar a
variação e controlar a mudança.
Ao resultado desse processo, a essa norma estabilizada, costumamos dar o nome de norma-padrão
ou língua padrão.
06. Resposta A
Pertencem a mesma classe de "PRONOMES DEMONSTRATIVOS"
Os pronomes demonstrativos são utilizados para explicitar a posição de uma certa palavra em relação
a outras ou ao contexto. Essa relação pode ocorrer em termos de espaço, tempo ou discurso.
07. Resposta A
Quem diz, diz alguma coisa a alguém. Logo, DIZER é VTDI:
Diz-me (objeto indireto) que não fique sentida (objeto direto)
08. Resposta B
Por conta do artigo " OS" o correto é a concordância no plural: Os Estados Unidos comemoram novas
eleições
. 166
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Função social da linguagem.
Funções da Linguagem
Quando se pergunta a alguém para que serve a linguagem, a resposta mais comum é que ela serve
para comunicar. Isso está correto. No entanto, comunicar não é apenas transmitir informações. É também
exprimir emoções, dar ordens, falar apenas para não haver silêncio. Para que serve a linguagem?
Essa frase fazia parte de uma campanha destinada a aumentar o número de correntistas da Caixa
Econômica Federal. Para persuadir o público alvo da propaganda a adotar esse comportamento,
formulou-se um convite com uma linguagem bastante coloquial, usando, por exemplo, a forma vem, de
segunda pessoa do imperativo, em lugar de venha, forma de terceira pessoa prescrita pela norma culta
quando se usa você.
Pela linguagem, as pessoas são induzidas a fazer determinadas coisas, a crer em determinadas ideias,
a sentir determinadas emoções, a ter determinados estados de alma (amor, desprezo, desdém, raiva,
etc.). Por isso, pode-se dizer que ela modela atitudes, convicções, sentimentos, emoções, paixões. Quem
ouve desavisada e reiteradamente a palavra “negro”, pronunciada em tom desdenhoso, aprende a ter
sentimentos racistas; se a todo momento nos dizem, num tom pejorativo, “Isso é coisa de mulher”,
aprendemos os preconceitos contra a mulher.
Não se interfere no comportamento das pessoas apenas com a ordem, o pedido, a súplica. Há textos
que nos influenciam de maneira bastante sutil, com tentações e seduções, como os anúncios publicitários
que nos dizem como seremos bem sucedidos, atraentes e charmosos se usarmos determinadas marcas,
se consumirmos certos produtos.
Com essa função, a linguagem modela tanto bons cidadãos, que colocam o respeito ao outro acima
de tudo, quanto espertalhões, que só pensam em levar vantagem, e indivíduos atemorizados, que se
deixam conduzir sem questionar.
Emprega-se a expressão função conativa da linguagem quando esta é usada para interferir no
comportamento das pessoas por meio de uma ordem, um pedido ou uma sugestão. A palavra conativo é
proveniente de um verbo latino (conari) que significa “esforçar-se” (para obter algo).
. 167
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
A linguagem serve para expressar a subjetividade: Função Emotiva.
Nessa frase, quem fala está exprimindo sua indignação com alguma coisa que aconteceu. Com
palavras, objetivamos e expressamos nossos sentimentos e nossas emoções. Exprimimos a revolta e a
alegria, sussurramos palavras de amor e explodimos de raiva, manifestamos desespero, desdém,
desprezo, admiração, dor, tristeza. Muitas vezes, falamos para exprimir poder ou para afirmarmo-nos
socialmente. Durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, ouvíamos certos políticos
dizerem “A intenção do Fernando é levar o país à prosperidade” ou “O Fernando tem mudado o país”.
Essa maneira informal de se referirem ao presidente era, na verdade, uma maneira de insinuarem
intimidade com ele e, portanto, de exprimirem a importância que lhes seria atribuída pela proximidade
com o poder. Inúmeras vezes, contamos coisas que fizemos para afirmarmo-nos perante o grupo, para
mostrar nossa valentia ou nossa erudição, nossa capacidade intelectual ou nossa competência na
conquista amorosa.
Por meio do tipo de linguagem que usamos, do tom de voz que empregamos, etc., transmitimos uma
imagem nossa, não raro inconscientemente.
Emprega-se a expressão função emotiva para designar a utilização da linguagem para a
manifestação do enunciador, isto é, daquele que fala.
Esse é um típico diálogo de pessoas que se encontram num elevador e devem manter uma conversa
nos poucos instantes em que estão juntas. Falam para nada dizer, apenas porque o silêncio poderia ser
constrangedor ou parecer hostil.
Quando estamos num grupo, numa festa, não podemos manter-nos em silêncio, olhando uns para os
outros. Nessas ocasiões, a conversação é obrigatória. Por isso, quando não se tem assunto, fala-se do
tempo, repetem-se histórias que todos conhecem, contam-se anedotas velhas. A linguagem, nesse caso,
não tem nenhuma função que não seja manter os laços sociais. Quando encontramos alguém e lhe
perguntamos “Tudo bem?”, em geral não queremos, de fato, saber se nosso interlocutor está bem, se
está doente, se está com problemas. A fórmula é uma maneira de estabelecer um vínculo social.
Também os hinos têm a função de criar vínculos, seja entre alunos de uma escola, entre torcedores
de um time de futebol ou entre os habitantes de um país. Não importa que as pessoas não entendam
bem o significado da letra do Hino Nacional, pois ele não tem função informativa: o importante é que, ao
cantá-lo, sentimo-nos participantes da comunidade de brasileiros.
Na nomenclatura da linguística, usa-se a expressão função fática para indicar a utilização da linguagem
para estabelecer ou manter aberta a comunicação entre um falante e seu interlocutor.
Quando dizemos frases como “A palavra ‘cão’ é um substantivo”; “É errado dizer ‘a gente viemos’”;
“Estou usando o termo ‘direção’ em dois sentidos”; “Não é muito elegante usar palavrões”, não estamos
falando de acontecimentos do mundo, mas estamos tecendo comentários sobre a própria linguagem. É
o que chama função metalinguística. A atividade metalinguística é inseparável da fala. Falamos sobre o
mundo exterior e o mundo interior e ao mesmo tempo, fazemos comentários sobre a nossa fala e a dos
outros. Quando afirmamos como diz o outro, estamos comentando o que declaramos: é um modo de
esclarecer que não temos o hábito de dizer uma coisa tão trivial como a que estamos enunciando;
inversamente, podemos usar a metalinguagem como recurso para valorizar nosso modo de dizer. É o
que se dá quando dizemos, por exemplo, Parodiando o padre Vieira ou Para usar uma expressão clássica,
vou dizer que “peixes se pescam, homens é que se não podem pescar”.
. 168
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
A linguagem serve para criar outros universos.
A linguagem não fala apenas daquilo que existe, fala também do que nunca existiu. Com ela,
imaginamos novos mundos, outras realidades. Essa é a grande função da arte: mostrar que outros modos
de ser são possíveis, que outros universos podem existir. O filme de Woody Allen “A rosa púrpura do
Cairo” (1985) mostra isso de maneira bem expressiva. Nele, conta-se a história de uma mulher que, para
consolar-se do cotidiano sofrido e dos maus-tratos infligidos pelo marido, refugia-se no cinema, assistindo
inúmeras vezes a um filme de amor em que a vida é glamorosa, e o galã é carinhoso e romântico. Um
dia, ele sai da tela e ambos vão viver juntos uma série de aventuras. Nessa outra realidade, os homens
são gentis, a vida não é monótona, o amor nunca diminui e assim por diante.
Brincamos com as palavras. Os jogos com o sentido e os sons são formas de tornar a linguagem um
lugar de prazer. Divertimo-nos com eles. Manipulamos as palavras para delas extrairmos satisfação.
Oswald de Andrade, em seu “Manifesto antropófago”, diz “Tupi or not tupi”; trata-se de um jogo com a
frase shakespeariana “To be or not to be”. Conta-se que o poeta Emílio de Menezes, quando soube que
uma mulher muito gorda se sentara no banco de um ônibus e este quebrara, fez o seguinte trocadilho: “É
a primeira vez que vejo um banco quebrar por excesso de fundos”. A palavra banco está usada em dois
sentidos: “móvel comprido para sentar-se” e “casa bancária”. Também está empregado em dois sentidos
o termo fundos: “nádegas” e “capital”, “dinheiro”.
Observe-se o uso do verbo bater, em expressões diversas, com significados diferentes, nesta frase do
deputado Virgílio Guimarães:
“ACM bate boca porque está acostumado a bater: bateu continência para os militares, bateu palmas
para o Collor e quer bater chapa em 2002. Mas o que falta é que lhe bata uma dor de consciência e bata
em retirada.”
(Folha de S. Paulo)
Verifica-se que a linguagem pode ser usada utilitariamente ou esteticamente. No primeiro caso, ela é
utilizada para informar, para influenciar, para manter os laços sociais, etc. No segundo, para produzir um
efeito prazeroso de descoberta de sentidos. Em função estética, o mais importante é como se diz, pois o
sentido também é criado pelo ritmo, pelo arranjo dos sons, pela disposição das palavras, etc.
Na estrofe abaixo, retirada do poema “A Cavalgada”, de Raimundo Correia, a sucessão dos sons
oclusivos /p/, /t/, /k/, /b/, /d/, /g/ sugere o patear dos cavalos:
Observe-se que a maior concentração de sons oclusivos ocorre no segundo verso, quando se afirma
que o barulho dos cavalos aumenta.
Quando se usam recursos da própria língua para acrescentar sentidos ao conteúdo transmitido por
ela, diz-se que estamos usando a linguagem em sua função poética.
Para melhor compreensão das funções de linguagem, torna-se necessário o estudo dos elementos da
comunicação.
Antigamente, tinha-se a ideia que o diálogo era desenvolvido de maneira "sistematizada" (alguém
pergunta - alguém espera ouvir a pergunta, daí responde, enquanto outro escuta em silêncio, etc).
Exemplo:
ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO
Emissor emite, codifica a mensagem
Receptor recebe, decodifica a mensagem
Mensagem conteúdo transmitido pelo emissor
. 169
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
conjunto de signos usado na transmissão
Código
e recepção da mensagem
Referente contexto relacionado a emissor e receptor
Canal meio pelo qual circula a mensagem
Porém, com recentes estudos linguísticos, tal teoria sofreu certa modificação, pois, chegou-se a
conclusão de que ao se tratar da parole (sentido individual da língua), entende-se que é um veículo
democrático (observe a função fática), assim, admite-se um novo formato de locução, ou, interlocução
(diálogo interativo):
As respostas, dos "interlocutores" podem ser gestuais, faciais etc. por isso a mudança (aprimoração)
na teoria.
As atitudes e reações dos comunicantes são também referentes e exercem influência sobre a
comunicação
Lembramo-nos:
Também podemos pensar que as primeiras falas conscientes da raça humana ocorreu quando os sons
emitidos evoluiram para o que podemos reconhecer como “interjeições”. As primeiras ferramentas da fala
humana.
A função biológica e cerebral da linguagem é aquilo que mais profundamente distingue o homem dos
outros animais.
Podemos considerar que o desenvolvimento desta função cerebral ocorre em estreita ligação com a
bipedia e a libertação da mão, que permitiram o aumento do volume do cérebro, a par do desenvolvimento
de órgãos fonadores e da mímica facial.
Devido a estas capacidades, para além da linguagem falada e escrita, o homem, aprendendo pela
observação de animais, desenvolveu a língua de sinais adaptada pelos surdos em diferentes países, não
só para melhorar a comunicação entre surdos, mas também para utilizar em situações especiais, como
no teatro e entre navios ou pessoas e não animais que se encontram fora do alcance do ouvido, mas que
se podem observar entre si.
Questões
. 170
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
O ser humano tá na maior fissura porque
Tá cada vez mais down o high society [...]
LEE, Rita. CARVALHO, Roberto de. Disponível em: http://www.vagalume.com.br/ Acesso em: 30 mar. 2014.
Os dois primeiros versos do texto fazem referência à função da linguagem cujo objetivo dos emissores
é apenas estabelecer ou manter contato de comunicação com seus receptores. Nesses versos, a
linguagem está empregada em função
(A) expressiva.
(B) apelativa.
(C) referencial.
(D) poética.
(E) fática.
SONETO DE MAIO
(Vinícius de Moraes)
. 171
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
04. (Prefeitura de Cantagalo/RJ - Oficial Administrativo – CEPERJ/2016) Sempre que há
comunicação há uma intenção, o que determina que a linguagem varie, assumindo funções. A função da
linguagem predominante no texto com a respectiva característica está expressa em:
Carlos Drummond de Andrade (“A bolsa & vida”. In: Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Aguillar, 1983. P. 1032)
Respostas
01. Resposta E
A função da linguagem que é utilizada para estabelecer contato com o interlocutor - verificando se o
emissor está sendo ouvido, entendido - é a fática.
02. Resposta B
A função da linguagem utilizada nos poemas, geralmente, é a poética – valorização da mensagem em
si, revelando um cuidado especial com o ritmo das frases, com a sonoridade das palavras, com o jogo de
ideias. Mas, como não há tal opção nas alternativas, a que mais se relaciona com o poema é a emotiva -
valorização do “eu”; a linguagem está centrada no próprio emissor, revelando seus sentimentos, suas
emoções.
03. Resposta E
Sem dúvida, Vinícius ao falar sobre as dificuldades de se escrever uma crônica, faz, ele também uma
crônica, uma vez que esta é um gênero narrativo, no qual o narrador aborda um tema cotidiano e atual
sob um olhar diferente.
04. Resposta D
A alternativa “D” é a correta porque a “função apelativa” chama a atenção do leitor. A ênfase está
diretamente vinculada ao receptor, na qual o discurso visa persuadi-lo, conduzindo-o a assumir um
determinado comportamento. A presente modalidade encontra-se presente na linguagem publicitária de
uma forma geral e traz como característica principal, o emprego dos verbos no modo imperativo.
Na “A” “função referencial” - Ocorre quando o objetivo do emissor é traduzir a realidade visando à
informação. Sua predominância atém-se a textos científicos, técnicos ou didáticos, alguns gêneros do
cotidiano jornalístico, documentos oficiais e correspondências comerciais. A linguagem neste caso é
essencialmente objetiva, razão pela qual os verbos são retratados na 3ª pessoa do singular, conferindo-
lhe total impessoalidade por parte do emissor.
Na “B” “função expressiva” - há um envolvimento pessoal do emissor, que comunica seus
sentimentos, emoções, inquietações e opiniões centradas na expressão do próprio “eu”, levando em
. 172
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
consideração o seu mundo interior. Para tal, são utilizados verbos e pronomes em 1ª pessoa, muitas
vezes acompanhados de sinais de pontuação, como reticências, pontos de exclamação, bem como o uso
de onomatopeias e interjeições.
Na “C” – “função fática” - O objetivo do emissor é estabelecer o contato, verificar se o receptor está
recebendo a mensagem de forma autêntica, ou ainda visando prolongar o contato. Há o predomínio de
expressões usadas nos cumprimentos como: bom dia, Oi!. Ao telefone (Pronto! Alô!) e em outras
situações em que se testa o canal de comunicação (Está me ouvindo?).
- Verbal: aquela que faz uso das palavras para comunicar algo.
As figuras acima nos comunicam sua mensagem através da linguagem verbal (usa palavras para
transmitir a informação).
- Não Verbal: aquela que utiliza outros métodos de comunicação, que não são as palavras. Dentre
elas estão: a linguagem de sinais, as placas e sinais de trânsito, a linguagem corporal, uma figura, a
expressão facial, um gesto, etc.
Essas figuras fazem uso apenas de imagens para comunicar o que representam.
A Língua é um instrumento de comunicação, sendo composta por regras gramaticais que possibilitam
que determinado grupo de falantes consiga produzir enunciados que lhes permitam comunicar-se e
compreender-se. Por exemplo: falantes da língua portuguesa.
A língua possui um caráter social: pertence a todo um conjunto de pessoas, as quais podem agir sobre
ela. Cada membro da comunidade pode optar por esta ou aquela forma de expressão. Por outro lado,
não é possível criar uma língua particular e exigir que outros falantes a compreendam. Dessa forma, cada
indivíduo pode usar de maneira particular a língua comunitária, originando a fala. A fala está sempre
condicionada pelas regras socialmente estabelecidas da língua, mas é suficientemente ampla para
permitir um exercício criativo da comunicação. Um indivíduo pode pronunciar um enunciado da seguinte
maneira:
A família de Regina era paupérrima.
. 173
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
As diferenças e semelhanças constatadas devem-se às diversas manifestações da fala de cada um.
Note, além disso, que essas manifestações devem obedecer às regras gerais da língua portuguesa, para
não correrem o risco de produzir enunciados incompreensíveis como:
Não devemos confundir língua com escrita, pois são dois meios de comunicação distintos. A escrita
representa um estágio posterior de uma língua. A língua falada é mais espontânea, abrange a
comunicação linguística em toda sua totalidade. Além disso, é acompanhada pelo tom de voz, algumas
vezes por mímicas, incluindo-se fisionomias. A língua escrita não é apenas a representação da língua
falada, mas sim um sistema mais disciplinado e rígido, uma vez que não conta com o jogo fisionômico,
as mímicas e o tom de voz do falante. No Brasil, por exemplo, todos falam a língua portuguesa, mas
existem usos diferentes da língua devido a diversos fatores. Dentre eles, destacam-se:
- Fatores Regionais: é possível notar a diferença do português falado por um habitante da região
nordeste e outro da região sudeste do Brasil. Dentro de uma mesma região, também há variações no uso
da língua. No estado do Rio Grande do Sul, por exemplo, há diferenças entre a língua utilizada por um
cidadão que vive na capital e aquela utilizada por um cidadão do interior do estado.
- Fatores Culturais: o grau de escolarização e a formação cultural de um indivíduo também são fatores
que colaboram para os diferentes usos da língua. Uma pessoa escolarizada utiliza a língua de uma
maneira diferente da pessoa que não teve acesso à escola.
- Fatores Contextuais: nosso modo de falar varia de acordo com a situação em que nos encontramos:
quando conversamos com nossos amigos, não usamos os termos que usaríamos se estivéssemos
discursando em uma solenidade de formatura.
- Fatores Profissionais: o exercício de algumas atividades requer o domínio de certas formas de
língua chamadas línguas técnicas. Abundantes em termos específicos, essas formas têm uso
praticamente restrito ao intercâmbio técnico de engenheiros, químicos, profissionais da área de direito e
da informática, biólogos, médicos, linguistas e outros especialistas.
- Fatores Naturais: o uso da língua pelos falantes sofre influência de fatores naturais, como idade e
sexo. Uma criança não utiliza a língua da mesma maneira que um adulto, daí falar-se em linguagem
infantil e linguagem adulta.
Fala
É a utilização oral da língua pelo indivíduo. É um ato individual, pois cada indivíduo, para a
manifestação da fala, pode escolher os elementos da língua que lhe convém, conforme seu gosto e sua
necessidade, de acordo com a situação, o contexto, sua personalidade, o ambiente sociocultural em que
vive, etc. Desse modo, dentro da unidade da língua, há uma grande diversificação nos mais variados
níveis da fala. Cada indivíduo, além de conhecer o que fala, conhece também o que os outros falam; é
por isso que somos capazes de dialogar com pessoas dos mais variados graus de cultura, embora nem
sempre a linguagem delas seja exatamente como a nossa.
Devido ao caráter individual da fala, é possível observar alguns níveis:
- Nível Coloquial-Popular: é a fala que a maioria das pessoas utiliza no seu dia a dia, principalmente
em situações informais. Esse nível da fala é mais espontâneo, ao utilizá-lo, não nos preocupamos em
saber se falamos de acordo ou não com as regras formais estabelecidas pela língua.
- Nível Formal-Culto: é o nível da fala normalmente utilizado pelas pessoas em situações formais.
Caracteriza-se por um cuidado maior com o vocabulário e pela obediência às regras gramaticais
estabelecidas pela língua.
Signo
. 174
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Ao empregar os signos que formam a nossa língua, devemos obedecer às regras gramaticais
convencionadas pela própria língua. Desse modo, por exemplo, é possível colocar o artigo indefinido “um”
diante do signo “cachorro”, formando a sequência “um cachorro”, o mesmo não seria possível se
quiséssemos colocar o artigo “uma” diante do signo “cachorro”. A sequência “uma cachorro” contraria
uma regra de concordância da língua portuguesa, o que faz com que essa sentença seja rejeitada. Os
signos que constituem a língua obedecem a padrões determinados de organização. O conhecimento de
uma língua engloba tanto a identificação de seus signos, como também o uso adequado de suas regras
combinatórias.
Signo: elemento representativo que possui duas partes indissolúveis: significado e significante.
Significado (é o conceito, a ideia transmitida pelo signo, a parte abstrata do signo) + Significante (é a
imagem sonora, a forma, a parte concreta do signo, suas letras e seus fonemas).
Língua: conjunto de sinais baseado em palavras que obedecem às regras gramaticais.
Fala: uso individual da língua, aberto à criatividade e ao desenvolvimento da liberdade de expressão
e compreensão.
Existem diversas formas de discursos e textos, para cada um deles há características específicas e
diferentes formas de interpretação. Os textos imagéticos, construídos por imagens e algumas vezes por
imagens e palavras, ganharam grande destaque nas últimas décadas e têm sido cada vez mais utilizados.
A simbologia é uma forma de comunicação não verbal que consegue, por meio de símbolos gráficos
populares, transmitir mensagens e exprimir ideias e conceitos em uma linguagem figurativa ou abstrata.
A capacidade de reconhecimento e interpretação das imagens/símbolos é determinada pelo
conhecimento de cada pessoa.
Três exemplos de símbolos cotidianamente utilizados são: logotipos, ícones e sinalizações. Segue
alguns exemplos:
ÍCONES
LOGOTIPOS
SINALIZAÇÃO
. 175
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Textos Não Verbais:
Questões
O artista gráfico polonês Pawla Kuczynskiego nasceu em 1976 e recebeu diversos prêmios por suas
ilustrações. Nessa obra, ao abordar o trabalho infantil, Kuczynskiego usa sua arte para
. 176
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
a) difundir a origem de marcantes diferenças sociais.
b) estabelecer uma postura proativa da sociedade.
c) provocar a reflexão sobre essa realidade.
d) propor alternativas para solucionar esse problema.
e) retratar como a questão é enfrentada em vários países do mundo.
A linguagem não verbal pode produzir efeitos interessantes, dispensando assim o uso da palavra.
Cartum de Caulos, disponível em www.caulos.com
O cartum faz uma crítica social. A figura destacada está em oposição às outras e representa a
a) opressão das minorias sociais.
b) carência de recursos tecnológicos.
c) falta de liberdade de expressão.
d) defesa da qualificação profissional.
e) reação ao controle do pensamento coletivo.
03.
. 177
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Ao aliar linguagem verbal e não verbal, o cartunista constrói um interessante texto com elementos da
intertextualidade
Respostas
01. (C)
A imagem tem como objetivo, através do uso da linguagem não verbal, provocar uma reflexão sobre a
realidade do trabalho infantil, que submete crianças pobres a uma dura rotina. Enquanto algumas crianças
trabalham, outras, mais protegidas, brincam.
02. (E)
No cartum, os homens são representados por bonecos de corda que andam para uma mesma direção,
uma metáfora que critica o comportamento subserviente adotado por muitas pessoas. Há apenas um
boneco que representa o pensamento contrário, que não é movido por corda e que caminha rumo à outra
direção: esse seria responsável pela escolha de seu próprio caminho, aquele que reage ao controle do
pensamento coletivo.
03. (B)
04. (C)
Ambas as linguagens, verbal e não verbal, são importantes para a construção de sentidos de uma
mensagem.
Variação linguística.
Variação Linguística
“Há uma grande diferença se fala um deus ou um herói; se um velho amadurecido ou um jovem
impetuoso na flor da idade; se uma matrona autoritária ou uma dedicada; se um mercador errante ou um
lavrador de pequeno campo fértil (...)”
Todas as pessoas que falam uma determinada língua conhecem as estruturas gerais, básicas, de
funcionamento podem sofrer variações devido à influência de inúmeros fatores. Tais variações, que às
. 178
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
vezes são pouco perceptíveis e outras vezes bastante evidentes, recebem o nome genérico de
variedades ou variações linguísticas.
Nenhuma língua é usada de maneira uniforme por todos os seus falantes em todos os lugares e em
qualquer situação. Sabe-se que, numa mesma língua, há formas distintas para traduzir o mesmo
significado dentro de um mesmo contexto. Suponham-se, por exemplo, os dois enunciados a seguir:
Variações Fônicas
São as que ocorrem no modo de pronunciar os sons constituintes da palavra. Os exemplos de variação
fônica são abundantes e, ao lado do vocabulário, constituem os domínios em que se percebe com mais
nitidez a diferença entre uma variante e outra. Entre esses casos, podemos citar:
- a queda do “r” final dos verbos, muito comum na linguagem oral no português: falá, vendê, curti (em
vez de curtir), compô.
- o acréscimo de vogal no início de certas palavras: eu me alembro, o pássaro avoa, formas comuns
na linguagem clássica, hoje frequentes na fala caipira.
- a queda de sons no início de palavras: ocê, cê, ta, tava, marelo (amarelo), margoso (amargoso),
características na linguagem oral coloquial.
- a redução de proparoxítonas a paroxítonas: Petrópis (Petrópolis), fórfi (fósforo), porva (pólvora), todas
elas formas típicas de pessoas de baixa condição social.
- A pronúncia do “l” final de sílaba como “u” (na maioria das regiões do Brasil) ou como “l” (em certas
regiões do Rio Grande do Sul e Santa Catarina) ou ainda como “r” (na linguagem caipira): quintau, quintar,
quintal; pastéu, paster, pastel; faróu, farór, farol.
- deslocamento do “r” no interior da sílaba: largato, preguntar, estrupo, cardeneta, típicos de pessoas
de baixa condição social.
Variações Morfológicas
São as que ocorrem nas formas constituintes da palavra. Nesse domínio, as diferenças entre as
variantes não são tão numerosas quanto as de natureza fônica, mas não são desprezíveis. Como
exemplos, podemos citar:
- o uso do prefixo hiper- em vez do sufixo -íssimo para criar o superlativo de adjetivos, recurso muito
característico da linguagem jovem urbana: um cara hiper-humano (em vez de humaníssimo), uma prova
hiperdifícil (em vez de dificílima), um carro hiperpossante (em vez de possantíssimo).
- a conjugação de verbos irregulares pelo modelo dos regulares: ele interviu (interveio), se ele manter
(mantiver), se ele ver (vir) o recado, quando ele repor (repuser).
- a conjugação de verbos regulares pelo modelo de irregulares: vareia (varia), negoceia (negocia).
- uso de substantivos masculinos como femininos ou vice-versa: duzentas gramas de presunto
(duzentos), a champanha (o champanha), tive muita dó dela (muito dó), mistura do cal (da cal).
- a omissão do “s” como marca de plural de substantivos e adjetivos (típicos do falar paulistano): os
amigo e as amiga, os livro indicado, as noite fria, os caso mais comum.
- o enfraquecimento do uso do modo subjuntivo: Espero que o Brasil reflete (reflita) sobre o que
aconteceu nas últimas eleições; Se eu estava (estivesse) lá, não deixava acontecer; Não é possível que
ele esforçou (tenha se esforçado) mais que eu.
Variações Sintáticas
. 179
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
- o uso de pronomes do caso reto com outra função que não a de sujeito: encontrei ele (em vez de
encontrei-o) na rua; não irão sem você e eu (em vez de mim); nada houve entre tu (em vez de ti) e ele.
- o uso do pronome lhe como objeto direto: não lhe (em vez de “o”) convidei; eu lhe (em vez de “o”) vi
ontem.
- a ausência da preposição adequada antes do pronome relativo em função de complemento verbal:
são pessoas que (em vez de: de que) eu gosto muito; este é o melhor filme que (em vez de a que) eu
assisti; você é a pessoa que (em vez de em que) eu mais confio.
- a substituição do pronome relativo “cujo” pelo pronome “que” no início da frase mais a combinação
da preposição “de” com o pronome “ele” (=dele): É um amigo que eu já conhecia a família dele (em vez
de cuja família eu já conhecia).
- a mistura de tratamento entre tu e você, sobretudo quando se trata de verbos no imperativo: Entra,
que eu quero falar com você (em vez de contigo); Fala baixo que a sua (em vez de tua) voz me irrita.
- ausência de concordância do verbo com o sujeito: Eles chegou tarde (em grupos de baixa extração
social); Faltou naquela semana muitos alunos; Comentou-se os episódios.
Variações Léxicas
É o conjunto de palavras de uma língua. As variantes do plano do léxico, como as do plano fônico, são
muito numerosas e caracterizam com nitidez uma variante em confronto com outra. Eis alguns, entre
múltiplos exemplos possíveis de citar:
- a escolha do adjetivo maior em vez do advérbio muito para formar o grau superlativo dos adjetivos,
características da linguagem jovem de alguns centros urbanos: maior legal; maior difícil; Esse amigo é
um carinha maior esforçado.
- as diferenças lexicais entre Brasil e Portugal são tantas e, às vezes, tão surpreendentes, que têm
sido objeto de piada de lado a lado do Oceano. Em Portugal chamam de cueca aquilo que no Brasil
chamamos de calcinha; o que chamamos de fila no Brasil, em Portugal chamam de bicha; café da manhã
em Portugal se diz pequeno almoço; camisola em Portugal traduz o mesmo que chamamos de suéter,
malha, camiseta.
- Arcaísmo: diz-se de palavras que já caíram de uso e, por isso, denunciam uma linguagem já
ultrapassada e envelhecida. É o caso de reclame, em vez de anúncio publicitário; na década de 60, o
rapaz chamava a namorada de broto (hoje se diz gatinha ou forma semelhante), e um homem bonito era
um pão; na linguagem antiga, médico era designado pelo nome físico; um bobalhão era chamado de coió
ou bocó; em vez de refrigerante usava-se gasosa; algo muito bom, de qualidade excelente, era supimpa.
- Neologismo: é o contrário do arcaísmo. Trata-se de palavras recém-criadas, muitas das quais mal
ou nem entraram para os dicionários. A moderna linguagem da computação tem vários exemplos, como
escanear, deletar, printar; outros exemplos extraídos da tecnologia moderna são mixar (fazer a
combinação de sons), robotizar, robotização.
- Estrangeirismo: trata-se do emprego de palavras emprestadas de outra língua, que ainda não foram
aportuguesadas, preservando a forma de origem. Nesse caso, há muitas expressões latinas, sobretudo
da linguagem jurídica, tais como: habeas-corpus (literalmente, “tenhas o corpo” ou, mais livremente,
“estejas em liberdade”), ipso facto (“pelo próprio fato de”, “por isso mesmo”), ipsis litteris (textualmente,
“com as mesmas letras”), grosso modo (“de modo grosseiro”, “impreciso”), sic (“assim, como está
escrito”), data venia (“com sua permissão”).
As palavras de origem inglesas são inúmeras: insight (compreensão repentina de algo, uma percepção
súbita), feeling (“sensibilidade”, capacidade de percepção), briefing (conjunto de informações básicas),
jingle (mensagem publicitária em forma de música).
Do francês, hoje são poucos os estrangeirismos que ainda não se aportuguesaram, mas há
ocorrências: hors-concours (“fora de concurso”, sem concorrer a prêmios), tête-à-tête (palestra particular
entre duas pessoas), esprit de corps (“espírito de corpo”, corporativismo), menu (cardápio), à la carte
(cardápio “à escolha do freguês”), physique du rôle (aparência adequada à caracterização de um
personagem).
. 180
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
ingeridos), apneia (interrupção da respiração), AVC ou acidente vascular cerebral (derrame cerebral). No
jargão jornalístico chama-se de gralha, pastel ou caco o erro tipográfico como a troca ou inversão de uma
letra. A palavra lide é o nome que se dá à abertura de uma notícia ou reportagem, onde se apresenta
sucintamente o assunto ou se destaca o fato essencial. Quando o lide é muito prolixo, é chamado de
nariz-de-cera. Furo é notícia dada em primeira mão. Quando o furo se revela falso, foi uma barriga. Entre
os jornalistas é comum o uso do verbo repercutir como transitivo direto: __ Vá lá repercutir a notícia de
renúncia! (esse uso é considerado errado pela gramática normativa).
- Gíria: é o vocabulário especial de um grupo que não deseja ser entendido por outros grupos ou que
pretende marcar sua identidade por meio da linguagem. Existe a gíria de grupos marginalizados, de
grupos jovens e de segmentos sociais de contestação, sobretudo quando falam de atividades proibidas.
A lista de gírias é numerosíssima em qualquer língua: ralado (no sentido de afetado por algum prejuízo
ou má-sorte), ir pro brejo (ser malsucedido, fracassar, prejudicar-se irremediavelmente), cara ou cabra
(indivíduo, pessoa), bicha (homossexual masculino), levar um lero (conversar).
- Preciosismo: diz-se que é preciosista um léxico excessivamente erudito, muito raro, afetado:
Escoimar (em vez de corrigir); procrastinar (em vez de adiar); discrepar (em vez de discordar); cinesíforo
(em vez de motorista); obnubilar (em vez de obscurecer ou embaçar); conúbio (em vez de casamento);
chufa (em vez de caçoada, troça).
Tipos de Variação
Não tem sido fácil para os estudiosos encontrar para as variantes linguísticas um sistema de
classificação que seja simples e, ao mesmo tempo, capaz de dar conta de todas as diferenças que
caracterizam os múltiplos modos de falar dentro de uma comunidade linguística. O principal problema é
que os critérios adotados, muitas vezes, se superpõem, em vez de atuarem isoladamente.
As variações mais importantes, para o interesse do concurso público, são os seguintes:
- Sóciocultural: Esse tipo de variação pode ser percebido com certa facilidade. Por exemplo, alguém
diz a seguinte frase:
“Tá na cara que eles não teve peito de encará os ladrão.” (frase 1)
Que tipo de pessoa comumente fala dessa maneira? Vamos caracterizá-la, por exemplo, pela sua
profissão: um advogado? Um trabalhador braçal de construção civil? Um médico? Um garimpeiro? Um
repórter de televisão?
E quem usaria a frase abaixo?
Sem dúvida, associamos à frase 1 os falantes pertencentes a grupos sociais economicamente mais
pobres. Pessoas que, muitas vezes, não frequentaram nem a escola primária, ou, quando muito, fizeram-
no em condições não adequadas.
Por outro lado, a frase 2 é mais comum aos falantes que tiveram possibilidades sócio-econômicas
melhores e puderam, por isso, ter um contato mais duradouro com a escola, com a leitura, com pessoas
de um nível cultural mais elevado e, dessa forma, “aperfeiçoaram” o seu modo de utilização da língua.
Convém ficar claro, no entanto, que a diferenciação feita acima está bastante simplificada, uma vez
que há diversos outros fatores que interferem na maneira como o falante escolhe as palavras e constrói
as frases. Por exemplo, a situação de uso da língua: um advogado, num tribunal de júri, jamais usaria a
expressão “tá na cara”, mas isso não significa que ele não possa usá-la numa situação informal
(conversando com alguns amigos, por exemplo).
Da comparação entre as frases 1 e 2, podemos concluir que as condições sociais influem no modo de
falar dos indivíduos, gerando, assim, certas variações na maneira de usar uma mesma língua. A elas
damos o nome de variações sócio-culturais.
. 181
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
- Geográfica: é, no Brasil, bastante grande e pode ser facilmente notada. Ela se caracteriza pelo
acento linguístico, que é o conjunto das qualidades fisiológicas do som (altura, timbre, intensidade),
por isso é uma variante cujas marcas se notam principalmente na pronúncia. Ao conjunto das
características da pronúncia de uma determinada região dá-se o nome de sotaque: sotaque mineiro,
sotaque nordestino, sotaque gaúcho etc. A variação geográfica, além de ocorrer na pronúncia, pode
também ser percebida no vocabulário, em certas estruturas de frases e nos sentidos diferentes que
algumas palavras podem assumir em diferentes regiões do país.
Leia, como exemplo de variação geográfica, o trecho abaixo, em que Guimarães Rosa, no conto “São
Marcos”, recria a fala de um típico sertanejo do centro-norte de Minas:
“__ Mas você tem medo dele... [de um feiticeiro chamado Mangolô!].
__ Há-de-o!... Agora, abusar e arrastar mala, não faço. Não faço, porque não paga a pena... De
primeiro, quando eu era moço, isso sim!... Já fui gente. Para ganhar aposta, já fui, de noite, foras d’hora,
em cemitério... (...). Quando a gente é novo, gosta de fazer bonito, gosta de se comparecer. Hoje, não,
estou percurando é sossego...”
- Histórica: as línguas não são estáticas, fixas, imutáveis. Elas se alteram com o passar do tempo e
com o uso. Muda a forma de falar, mudam as palavras, a grafia e o sentido delas. Essas alterações
recebem o nome de variações históricas.
Os dois textos a seguir são de Carlos Drummond de Andrade. Neles, o escritor, meio em tom de
brincadeira, mostra como a língua vai mudando com o tempo. No texto I, ele fala das palavras de
antigamente e, no texto II, fala das palavras de hoje.
Texto I
Antigamente
Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e prendadas. Não fazia
anos; completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo não sendo rapagões, faziam-lhes
pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio. E se levantam tábua, o
remédio era tirar o cavalo da chuva e ir pregar em outra freguesia. (...) Os mais idosos, depois da janta,
faziam o quilo, saindo para tomar a fresca; e também tomava cautela de não apanhar sereno. Os mais
jovens, esses iam ao animatógrafo, e mais tarde ao cinematógrafo, chupando balas de alteia. Ou
sonhavam em andar de aeroplano; os quais, de pouco siso, se metiam em camisas de onze varas, e até
em calças pardas; não admira que dessem com os burros n’agua.
(...) Embora sem saber da missa a metade, os presunçosos queriam ensinar padre-nosso ao vigário,
e com isso punham a mão em cumbuca. Era natural que com eles se perdesse a tramontana. A pessoa
cheia de melindres ficava sentida com a desfeita que lhe faziam quando, por exemplo, insinuavam que
seu filho era artioso. Verdade seja que às vezes os meninos eram mesmo encapetados; chegavam a pitar
escondido, atrás da igreja. As meninas, não: verdadeiros cromos, umas teteias.
(...) Antigamente, os sobrados tinham assombrações, os meninos, lombrigas; asthma os gatos, os
homens portavam ceroulas, bortinas a capa de goma (...). Não havia fotógrafos, mas retratistas, e os
cristãos não morriam: descansavam.
Mas tudo isso era antigamente, isto é, doutora.
Texto II
Entre Palavras
Entre coisas e palavras – principalmente entre palavras – circulamos. A maioria delas não figura nos
dicionários de há trinta anos, ou figura com outras acepções. A todo momento impõe-se tornar
conhecimento de novas palavras e combinações.
Você que me lê, preste atenção. Não deixe passar nenhuma palavra ou locução atual, pelo seu ouvido,
sem registrá-la. Amanhã, pode precisar dela. E cuidado ao conversar com seu avô; talvez ele não entenda
o que você diz.
O malote, o cassete, o spray, o fuscão, o copião, a Vemaguet, a chacrete, o linóleo, o nylon, o nycron,
o ditafone, a informática, a dublagem, o sinteco, o telex... Existiam em 1940?
. 182
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Ponha aí o computador, os anticoncepcionais, os mísseis, a motoneta, a Velo-Solex, o biquíni, o
módulo lunar, o antibiótico, o enfarte, a acupuntura, a biônica, o acrílico, o ta legal, a apartheid, o som
pop, as estruturas e a infraestrutura.
Não esqueça também (seria imperdoável) o Terceiro Mundo, a descapitalização, o desenvolvimento,
o unissex, o bandeirinha, o mass media, o Ibope, a renda per capita, a mixagem.
Só? Não. Tem seu lugar ao sol a metalinguagem, o servomecanismo, as algias, a coca-cola, o
superego, a Futurologia, a homeostasia, a Adecif, a Transamazônica, a Sudene, o Incra, a Unesco, o
Isop, a Oea, e a ONU.
Estão reclamando, porque não citei a conotação, o conglomerado, a diagramação, o ideologema, o
idioleto, o ICM, a IBM, o falou, as operações triangulares, o zoom, e a guitarra elétrica.
Olhe aí na fila – quem? Embreagem, defasagem, barra tensora, vela de ignição, engarrafamento,
Detran, poliéster, filhotes de bonificação, letra imobiliária, conservacionismo, carnet da girafa, poluição.
Fundos de investimento, e daí? Também os de incentivos fiscais. Knon-how. Barbeador elétrico de
noventa microrranhuras. Fenolite, Baquelite, LP e compacto. Alimentos super congelados. Viagens pelo
crediário, Circuito fechado de TV Rodoviária. Argh! Pow! Click!
Não havia nada disso no Jornal do tempo de Venceslau Brás, ou mesmo, de Washington Luís. Algumas
coisas começam a aparecer sob Getúlio Vargas. Hoje estão ali na esquina, para consumo geral. A
enumeração caótica não é uma invenção crítica de Leo Spitzer. Está aí, na vida de todos os dias. Entre
palavras circulamos, vivemos, morremos, e palavras somos, finalmente, mas com que significado?
(Carlos Drummond de Andrade, Poesia e prosa,
Rio de Janeiro, Nova Aguiar, 1988)
- De Situação: aquelas que são provocadas pelas alterações das circunstâncias em que se desenrola
o ato de comunicação. Um modo de falar compatível com determinada situação é incompatível com outra:
Esse modo de dizer, que é adequado a um diálogo em situação informal, não tem cabimento se o
interlocutor é o professor em situação de aula.
Assim, um único indivíduo não fala de maneira uniforme em todas as circunstâncias, excetuados
alguns falantes da linguagem culta, que servem invariavelmente de uma linguagem formal, sendo, por
isso mesmo, considerados excessivamente formais ou afetados.
São muitos os fatores de situação que interferem na fala de um indivíduo, tais como o tema sobre o
qual ele discorre (em princípio ninguém fala da morte ou de suas crenças religiosas como falaria de um
jogo de futebol ou de uma briga que tenha presenciado), o ambiente físico em que se dá um diálogo (num
templo não se usa a mesma linguagem que numa sauna), o grau de intimidade entre os falantes (com
um superior, a linguagem é uma, com um colega de mesmo nível, é outra), o grau de comprometimento
que a fala implica para o falante (num depoimento para um juiz no fórum escolhem-se as palavras, num
relato de uma conquista amorosa para um colega fala-se com menos preocupação).
As variações de acordo com a situação costumam ser chamadas de níveis de fala ou, simplesmente,
variações de estilo e são classificadas em duas grandes divisões:
- Estilo Formal: aquele em que é alto o grau de reflexão sobre o que se diz, bem como o estado de
atenção e vigilância. É na linguagem escrita, em geral, que o grau de formalidade é mais tenso.
- Estilo Informal (ou coloquial): aquele em que se fala com despreocupação e espontaneidade, em que
o grau de reflexão sobre o que se diz é mínimo. É na linguagem oral íntima e familiar que esse estilo
melhor se manifesta.
Como exemplo de estilo coloquial vem a seguir um pequeno trecho da gravação de uma conversa
telefônica entre duas universitárias paulistanas de classe média, transcrito do livro Tempos Linguísticos,
de Fernando Tarallo. As reticências indicam as pausas.
Eu não sei tem dia... depende do meu estado de espírito, tem dia que minha voz... mais ta assim,
sabe? taquara rachada? Fica assim aquela voz baixa. Outro dia eu fui lê um artigo, lê?! Um menino lá
que faiz pós-graduação na, na GV, ele me, nóis ficamo até duas hora da manhã ele me explicando toda
a matéria de economia, das nove da noite.
Como se pode notar, não há preocupação com a pronúncia nem com a continuidade das ideias, nem
com a escolha das palavras. Para exemplificar o estilo formal, eis um trecho da gravação de uma aula de
português de uma professora universitária do Rio de Janeiro, transcrito do livro de Dinah Callou. A
linguagem falada culta na cidade do Rio de Janeiro. As pausas são marcadas com reticências.
. 183
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
O que está ocorrendo com nossos alunos é uma fragmentação do ensino... ou seja... ele perde a noção
do todo... e fica com uma série... de aspectos teóricos... isolados... que ele não sabe vincular a realidade
nenhuma de seu idioma... isto é válido também para a faculdade de letras... ou seja... né? há uma série...
de conceitos teóricos... que têm nomes bonitos e sofisticados... mas que... na hora de serem
empregados... deixam muito a desejar...
Nota-se que, por tratar-se de exposição oral, não há o grau de formalidade e planejamento típico do
texto escrito, mas trata-se de um estilo bem mais formal e vigiado que o da menina ao telefone.
Questões
Gente, simplificar é um pecado. Se a vida não fosse tão corrida, se não tivesse tanta conta para pagar,
tantos processos — oh sina — para analisar, eu fundaria um partido cuja luta seria descobrir as falas de
cada região do Brasil.
Cadê os linguistas deste país? Sinto falta de um tratado geral das sotaques brasileiros. Não há nada
que me fascine mais. Como é que as montanhas, matas ou mares influem tanto, e determinam a cadência
e a sonoridade das palavras?
(...)
Os mineiros têm um ódio mortal das palavras completas. Preferem, sabe-se lá por que, abandoná-las
no meio do caminho (não dizem: pode parar, dizem: pó parar. Não dizem: onde eu estou? dizem:
ôndôtô?). Parece que as palavras, para os mineiros, são como aqueles chatos que pedem carona.
Quando você percebe a roubada, prefere deixá-los no caminho.
(...)
Mineiro não fala que o sujeito é competente em tal ou qual atividade. Fala que ele é bom de serviço.
Pouco importa que seja um juiz, um jogador de futebol ou um ator de filmes pornô. Se der no couro —
metaforicamente falando, claro — ele é bom de serviço. Faz sentido...
Mineiras não usam o famosíssimo tudo bem. Sempre que duas mineiras se encontram, uma delas há
de perguntar pra outra: cê tá boa? Para mim, isso é pleonasmo. Perguntar para uma mineira se ela tá
boa, é como perguntar a um peixe se ele sabe nadar. Desnecessário.
Há outras. Vamos supor que você esteja tendo um caso com uma mulher casada. Um amigo seu, se
for mineiro, vai chegar e dizer: — Mexe com isso não, sô (leia-se: sai dessa, é fria, etc.). (...).
Os mineiros também não gostam do verbo conseguir. Aqui ninguém consegue nada. Você não dá
conta. Sôcê (se você) acha que não vai chegar a tempo, você liga e diz: — Aqui, não vou dar conta de
chegar na hora, não, sô.
(...)
Mineiras não dizem apaixonado por. Dizem, sabe-se lá por que, apaixonado com. Soa engraçado aos
ouvidos forasteiros. Ouve-se a toda hora: Ah, eu apaixonei com ele.... Ou: sou doida com ele (ele, no
caso, pode ser você, um carro, um cachorro). Elas vivem apaixonadas com alguma coisa.
(Texto de Felipe Peixoto Braga Netto - Crônica extraída do livro "As coisas simpáticas da vida", Landy Editora, São Paulo (SP) - 2005, pág.
82. Publicação retirada do site: http://goo.gl/ajNZpc. - Acesso em 14.6.2015).
. 184
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
02. (SEDUC/PI – PROFESSOR DE LÍNGUA PORTUGUESA – NUCEPE/2015)
Ainda em relação ao texto da questão 01:
Em: "Se a vida não fosse tão corrida, se não tivesse tanta conta para pagar, tantos processos — oh
sina — para analisar, eu fundaria um partido...", é CORRETO afirmar sobre a expressão destacada.
(A) Está empregada de maneira inadequada por tratar-se de uma expressão usada na oralidade, em
um texto escrito.
(B) Não poderia ser usada em um texto que trata teoricamente de variação linguística, por ser tão
informal.
(C) Está adequadamente usada e traduz informalidade e aproximação com o leitor, além de sinalizar
para a leveza com a qual o tema será abordado.
(D) Está adequadamente utilizada por se tratar de um estilo de escrita originariamente revelado no
padrão culto da língua.
(E) Não é usada adequadamente porque seu autor confessa-se pouco conhecedor do tema abordado
no texto.
Respostas
01. Resposta D
A questão pede para que se encontre a alternativa em que o sotaque mineiro esteja em evidência,
assim, a expressão “ôndôtô” é a que mais se destaca oralmente na questão do sotaque típico dessa
região.
02. Resposta C
O texto de Felipe Peixoto não tem por intenção delatar ou criticar as diferentes variações linguísticas,
pelo contrário, o autor trata da variedade regional em questão de forma leve, como um fenômeno natural
da língua oral, que se encontra em constante mutação. Assim, a alternativa “C” é a que se enquadra no
verdadeiro objetivo do autor.
Coerência e Coesão
Não basta conhecer o conteúdo das partes de um trabalho: introdução, desenvolvimento e conclusão.
Além de saber o que se deve (e o que não se deve) escrever em cada parte constituinte do texto, é preciso
saber escrever obedecendo às normas de coerência e coesão. Antes de tudo, é necessário definir os
termos: coerência diz respeito à articulação do texto, à compatibilidade das ideias, à lógica do raciocínio,
a seu conteúdo. Coesão refere-se à expressão linguística, ao nível gramatical, às estruturas frasais e ao
emprego do vocabulário.
Coerência e coesão relacionam-se com o processo de produção e compreensão do texto, a coesão
contribui para a coerência, mas nem sempre um texto coerente apresenta coesão. Pode ocorrer que o
texto sem coerência apresente coesão, ou que um texto tenha coesão sem coerência. Em outras pala-
vras: um texto pode ser gramaticalmente bem construído, com frases bem estruturadas, vocabulário
correto, mas apresentar ideias disparatadas, sem nexo, sem uma sequência lógica: há coesão, mas não
coerência. Por outro lado, um texto pode apresentar ideias coerentes e bem encadeadas, sem que no
plano da expressão, as estruturas frasais sejam gramaticalmente aceitáveis: há coerência, mas não
coesão.
Na obra de Oswald de Andrade, por exemplo, encontram-se textos coerentes sem coesão, ou textos
coesos, mas sem coerência. Em Carlos Drummond de Andrade, há inúmeros exemplos de textos
coerentes, sem coesão gramatical no plano sintático. A linguagem literária admite essas liberdades, o
que não vem ao caso, pois na linguagem acadêmica, referencial, a obediência às normas de coerência e
coesão são obrigatórias. Ainda assim, para melhor esclarecimento do assunto, apresentam-se exemplos
de coerência sem coesão e coesão sem coerência:
“Cidadezinha Qualquer”
. 185
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
pomar amor cantar:
Apesar da aparente falta de nexo, percebe-se nitidamente a descrição de uma cidadezinha do interior:
a paisagem rural, o estilo de vida sossegado, o hábito de bisbilhotar, de vigiar das janelas tudo o que se
passa lá fora. No plano sintático, a primeira estrofe contém apenas frases ou sintagmas nominais (cantar
pode ser verbo ou substantivo - os meu cantares = as minhas canções); as demais, não apresentam
coesão - uma frase não se relaciona com outra, mas, pela forma de apresentação, colaboram para a
coerência do texto.
Embora as frases sejam sintaticamente coesas, nota-se que, neste texto, não há coerência, não se
observa uma linha lógica de raciocínio na expressão das ideias. Percebe-se vagamente que a
personagem João Slavonia teria recebido uma mensagem de Joaninha (Recebi a tua comunicação),
ameaçando cometer suicídio (Reflete antes de te matares!). A última frase contém uma alusão ao poema
"O corvo", de Edgar Alan Poe.
"O exposto autoriza-nos a seguinte conclusão: ainda que distinguiveis (a coesão diz respeito aos
modos de interconexão dos componentes textuais, a coerência refere-se aos modos como os elementos
subjacentes à superfície textual tecem a rede do sentido), trata-se de dois aspectos de um mesmo
fenômeno - a coesão funcionando como efeito da coerência, ambas cúmplices no processamento da
articulação do texto."
A coerência textual subjaz ao texto e é responsável pela hierarquização dos elementos textuais, ou
seja, ela tem origem nas estruturas profundas, no conhecimento do mundo de cada pessoa, aliada à
competência linguística, que permitirá a expressão das ideias percebidas e organizadas, no processo de
codificação referido na página... Deduz-se daí que é difícil, senão impossível, ensinar coerência textual,
intimamente ligada à visão de mundo, à origem das ideias no pensamento. A coesão, porém, refere-se à
expressão linguística, aos processos sintáticos e gramaticais do texto.
Coerência: rede de sintonia entre as partes e o todo de um texto. Conjunto de unidades sistematizadas
numa adequada relação semântica, que se manifesta na compatibilidade entre as ideias. (Na linguagem
popular: “dizer coisa com coisa” ou “uma coisa bate com outra”).
Coesão: conjunto de elementos posicionados ao longo do texto, numa linha de sequência e com os
quais se estabelece um vínculo ou conexão sequencial. Se o vínculo coesivo se faz via gramática, fala-
se em coesão gramatical. Se se faz por meio do vocabulário, tem-se a coesão lexical.
. 186
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Coerência
Coesão
Coerência e coesão são responsáveis pela inteligibilidade ou compreensão do texto. Um texto bem
redigido tem parágrafos bem estruturados e articulados pelo encadeamento das ideias neles contidas. As
estruturas frasais devem ser coerentes e gramaticalmente corretas, no que respeita à sintaxe. O
vocabulário precisa ser adequado e essa adequação só se consegue pelo conhecimento dos significados
possíveis de cada palavra. Talvez os erros mais comuns de redaçao sejam devidos à impropriedade do
vocabulário e ao mau emprego dos conectivos (conjunções, que têm por função ligar uma frase ou período
a outro). Eis alguns exemplos de impropriedade do vocabulário, colhidos em redações sobre censura e
os meios de comunicação e outras.
“A ordem e forma de apresentação dos elementos das referências bibliográficas são mostradas na
NBR 6023 da ABNT”
(são regulamentadas pela NBR 6023 da ABNT).
. 187
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Exemplos:
“Coação aos meios de comunicação” tem o sentido de atuar contra os meios de comunicação; os
meios de comunicação sofrem a ação verbal, são coagidos.
“Coação dos meios de comunicação” significa que os meios de comunicação é que exercem a ação
de coagir.
“A princípio” indica um fato anterior (A princípio, ela aceitava as desculpas que Mário lhe dava, mas
depois deixou de acreditar nele).
“Em princípio” indica um fato de certeza provisória (Em princípio, faremos a reunião na quarta-feira
quer dizer que a reunião será na quarta-feira, se todos concordarem, se houver possibilidade, porém
admite a ideia de mudar a data).
“Por princípio” indica crença ou convicção (Por princípio, sou contra o racismo).
Quanto à regência verbal, convém sempre consultar um dicionário de verbos e regimes, pois muitos
verbos admitem duas ou três regências diferentes; cada uma, porém, tem um significado específico.
Lembre-se, a propósito, de que as dúvidas sobre o emprego da crase decorrem do fato de considerar-se
crase como sinal de acentuação apenas, quando o problema refere-se à regencia nominal e verbal.
Exemplos:
O mau emprego dos pronomes relativos também pode levar à falta de coesão gramatical.
Frequentemente, emprega-se no qual ou ao qual em lugar do -que, com prejuízo da clareza do texto;
outras vezes, o emprego é desnecessário ou inadequado. Barbosa e Amaral (colaboradora) apresentam
os seguintes exemplos:
“Pela manhã o carteiro chegou com um envelope para mim no qual estava sem remetente”. (Chegou
com um envelope que (o qual) estava sem remetente).
“Dentro do envelope havia apenas um papel em branco onde atribui muitos significados”: havia apenas
um papel em branco ao qual atribui muitos significados (onde significa lugar no qual).
. 188
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
“Havia recebido um envelope em meu nome e que não portava destinatário, apesar que em seu
conteúdo havia uma folha em branco. ( .. )”
Não se emprega apesar que, mas apesar de. E mais: apesar de não ligar corretamente as duas frases,
não faz sentido, as frases deveriam ser coordenadas por e: não portava destinatário e em seu interior
havia uma folha ou: havia recebido um envelope em meu nome, que não portava destinatário, cujo
conteúdo era uma folha em branco.
Essas e outras frases foram observadas em redações, quando foi proposto o seguinte tema:
Como de costume, muito se comentou, até nos jornais da época, a falta de coerência, as frases sem
clareza, pelo mau emprego dos conectivos, como as seguintes:
“Primeiramente achei gozado aqueles dois presentes, pois concluo que nunca deveria esquecer minha
infância.”
Há falta de nexo entre as duas frases, pois uma não é conclusão da outra, nem ao menos estão
relacionadas e gozado deveria ser substituído por engraçado ou estranho.
“A folha pode estar amarrada num cesto de lixo mas o disco repete sempre a mesma música.”
A primeira frase não tem sentido e a segunda não se relaciona com a primeira. O conectivo “mas”
deveria sugerir ideia de oposição, o que não ocorre no exemplo anterior. Não se percebe relação entre
“o disco repete sempre a mesma música” e a primeira frase.
“Mas, ao abrir a porta, era apenas o correio no qual viera trazer-me uma encomenda.”
Observa-se o emprego de no qual por o qual, melhor ainda ficaria que, simplesmente: era apenas o
correio que viera trazer-me uma encomenda.
Por outro lado, não mereceram comentários nem apareceram nos jornais boas redações como a que
se segue:
“A vida hoje me cumprimentou, mandou-me minha fotografia de garoto, com olhos em expectativa
admirando o mundo. Este mundo sem respostas para os meus dezoito anos. Mundo - carta sem
remetente, carta interrogativa para moço que aguarda o futuro, saboreando o fruto do amanhã.
Recebi um disco, também, cuja música tem a sonoridade de passos marchando para o futuro, ao som
de melodias de cirandas esquecidas do menino-moço de outrora, e do moço-homem de hoje, que
completa dezoito anos.
Sou agora a certeza de uma resposta à carta sem remetente que me comunica a vida. Vejo, na
fotografia de mim mesmo, o homem que enfrentará a vida, que colherá com seu amor à luta e com seu
espírito ambicioso, os frutos do destino.
E a música dos passos-futuros na cadência do menino que deixou de ser, está o ritmo da vitória sobre
as dificuldades, a minha consagração futura do homem, que vencerá o destino e será uma afirmação
dentro da sociedade." C. G.
Exemplo de: (Fonseca, 1981, p. 178)
Para evitar a falta de coerência e coesão na articulação das frases, aconselha-se levar em conta as
seguintes sugestões para o emprego correto dos articuladores sintáticos (conjunções, preposições,
locuções prepositivas e locuções conjuntivas).
Para dar ideia de oposição ou contradição, a articulação sintática se faz por meio de conjunções
adversativas: mas, porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto (nunca no entretanto).
Podem também ser empregadas as conjunções concessivas e locuções prepositivas para introduzir a
ideia de oposição aliada à concessão: embora, ou muito embora, apesar de, ainda que, conquanto, posto
que, a despeito de, não obstante.
. 189
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
A articulação sintática de causa pode ser feita por meio de conjunções e locuções conjuntivas: pois,
porque, como, por isso que, visto que, uma vez que, já que. Também podem ser empregadas as
preposições e locuções prepositivas: por, por causa de, em vista de, em virtude de, devido a, em
consequência de, por motivo de, por razões de.
O principal articulador sintático de condição é o “se”: Se o time ganhar esse jogo, será campeão.
Pode-se também expressar condição pelo emprego dos conectivos: caso, contanto que, desde que, a
menos que, a não ser que.
O emprego da preposição “para” é a maneira mais comum de expressar finalidade. “É necessário
baixar as taxas de juros para que a economia se estabilize” ou para a economia se estabilizar. “Teresa
vai estudar bastante para fazer boa prova.” Há outros articuladores que expressam finalidade: afim de,
com o propósito de, na finalidade de, com a intenção de, com o objetivo de, com o fito de, com o intuito
de.
A ideia de conclusão pode ser introduzida por meio dos articuladores: assim, desse modo, então, logo,
portanto, pois, por isso, por conseguinte, de modo que, em vista disso. Para introduzir mais um argumento
a favor de determinada conclusão emprega-se ainda. Os articuladores, aliás, além do mais, além disso,
além de tudo, introduzem um argumento decisivo, cabal, apresentado como um acréscimo, para justificar
de forma incontestável o argumento contrário.
Para introduzir esclarecimentos, retificações ou desenvolvimento do que foi dito empregam-se os
articuladores: isto é, quer dizer, ou seja, em outras palavras. A conjunção aditiva “e” anuncia não a
repetição, mas o desenvolvimento do discurso, pois acrescenta uma informação nova, um dado novo, e
se não acrescentar nada, é pura repetição e deve ser evitada.
Alguns articuladores servem para estabelecer uma gradação entre os correspondentes de
determinada escala. No alto dessa escala acham-se: mesmo, até, até mesmo; outros situam-se no plano
mais baixo: ao menos, pelo menos, no mínimo.
Questões
2. (TJ-PA - MÉDICO PSIQUIATRA - VUNESP). Leia o trecho do primeiro parágrafo para responder à
questão.
Meu amigo lusitano, Diniz, está traduzindo para o francês meus dois primeiros romances, Os Éguas e
Moscow. Temos trocado e-mails muito interessantes, por conta de palavras e gírias comuns no meu Pará
e absolutamente sem sentido para ele. Às vezes é bem difícil explicar, como na cena em que alguém
empina papagaio e corta o adversário “no gasgo”.
Os termos muito e bem, em destaque, atribuem aos termos aos quais se subordinam sentido de:
(A) comparação.
(B) intensidade.
(C) igualdade.
(D) dúvida.
(E) quantidade.
. 190
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
3. (TJ-PA - MÉDICO PSIQUIATRA - VUNESP). Assinale a alternativa em que a seguinte passagem –
Mas o vento foi mais ágil e o papel se perdeu. (terceiro parágrafo) – está reescrita com o acréscimo de
um termo que estabelece uma relação de conclusão, consequência, entre as orações.
(A) mas o vento foi mais ágil e, contudo, o papel se perdeu.
(B) mas o vento foi mais ágil e, assim, o papel se perdeu.
(C) mas o vento foi mais ágil e, todavia, o papel se perdeu
(D) mas o vento foi mais ágil e, entretanto, o papel se perdeu.
(E) mas o vento foi mais ágil e, porém, o papel se perdeu.
I. O termo "Mas" é classificado como conjunção subordinativa e, nesse contexto, pode ser substituído
por "desde que".
II. Classifica-se o termo "quando" como conjunção subordinativa que exprime circunstância temporal.
III. Acentua-se o "u" tônico do hiato existente na palavra "conteúdo".
IV. Os termos "conteúdo", "hora" e "prova" são palavras invariáveis, classificadas como substantivos.
A epidemia da dengue tem feito estragos na cidade de São Paulo. Só este ano, já foram registrados
cerca de 15 mil casos da doença, segundo dados da Prefeitura.
As subprefeituras e a Vigilância Sanitária dizem que existe um protocolo para identificar os focos de
reprodução do mosquito transmissor, depois que uma pessoa é infectada. Mas quando alguém fica
doente e avisa as autoridades, não é bem isso que acontece.
(Saúde Uol).
. 191
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
(D) Contar histórias é uma prazerosa forma de aproximar os indivíduos.
(E) Grandes poemas épicos servem para perpetuar a cultura de um povo.
O criador da mais conhecida e celebrada canção sertaneja, Tristeza do Jeca (1918), não era, como se
poderia esperar, um sofredor habitante do campo, mas o dentista, escrivão de polícia e dono de loja
Angelino Oliveira. Gravada por “caipiras” e “sertanejos”, nos “bons tempos do cururu autêntico”, assim
como nos “tempos modernos da música ‘americanizada’ dos rodeios”, Tristeza do Jeca é o grande
exemplo da notável, embora pouco conhecida, fluidez que marca a transição entre os meios rural e
urbano, pelo menos em termos de música brasileira.
Num tempo em que homem só cantava em tom maior e voz grave, o Jeca surge humilde e sem
vergonha alguma da sua “falta de masculinidade”, choroso, melancólico, lamentando não poder voltar ao
passado e, assim, “cada toada representa uma saudade”. O Jeca de Oliveira não se interessa pelo meio
rural da miséria, das catástrofes naturais, mas pelo íntimo e sentimental, e foi nesse seu tom que a
música, caipira ou sertaneja, ganhou forma.
“A canção popular conserva profunda nostalgia da roça. Moderna, sofisticada e citadina, essa música
foi e é igualmente roceira, matuta, acanhada, rústica e sem trato com a área urbana, de tal forma que,
em todas essas composições, haja sempre a voz exemplar do migrante, a qual se faz ouvir para registrar
uma situação de desenraizamento, de dependência e falta”, analisa a cientista política Heloísa Starling.
Acrescenta o antropólogo Allan de Paula Oliveira: “foi entre 1902 e 1960 que a música sertaneja surgiu
como um campo específico no interior da MPB. Mas, se num período inicial, até 1930, ‘sertanejo’ indicava
indistintamente as músicas produzidas no interior do país, tendo como referência o Nordeste, a partir dos
anos de 1930, 'sertanejo' passou a significar o caipira do Centro-Sul. E, pouco mais tarde, de São Paulo.
Assim, se Jararaca e Ratinho, ícones da passagem do sertanejo nordestino para o ‘caipira’, trabalhavam
no Rio, as duplas dos anos 1940, como Tonico e Tinoco, trabalhariam em São Paulo”.
(Adaptado de: HAAG, Carlos. “Saudades do Jeca no século XXI”. In: Revista Fapesp, outubro de 2009, p. 80-5.)
Os pronomes “que” (1º parágrafo), “sua” (2º parágrafo) e “a qual” (3º parágrafo), referem-se,
respectivamente, a:
(A) exemplo − Jeca − composições
(B) fluidez − Jeca − voz exemplar do migrante
(C) Tristeza do Jeca − homem − canção popular
(D) exemplo − homem − voz exemplar do migrante
(E) fluidez − homem − canção popular
. 192
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Respostas
1. (B)
O item que reproduz o enunciado de maneira adequada é: O produto, em virtude de sua rápida
adaptação ao solo e ao clima, adquiriu importância no mercado e transformou-se em um dos principais
itens de exportação, desde o Império até os dias atuais.
2. (B)
Muito interessantes / bem difícil = ambos os advérbios mantêm relação com adjetivos, dando-lhes
noção de intensidade.
3. (B)
Nas alternativas A, C, D e E são apresentadas conjunções adversativas – que nos dão ideia contrária
à apresentada anteriormente; já na B, temos uma conjunção conclusiva (assim).
4. (D)
I. O termo "Mas" é classificado como conjunção subordinativa = é conjunção coordenativa adversativa
II. Classifica-se o termo "quando" como conjunção subordinativa que exprime circunstância temporal
= correta
III. Acentua-se o "u" tônico do hiato existente na palavra "conteúdo" = correta
IV. "Os termos "conteúdo", "hora" e "prova" são palavras invariáveis, classificadas como substantivos
= são substantivos, mas variáveis (conteúdos, horas e provas. Lembrando que “prova” e “provas” podem
ser verbo: Ele prova todos os doces! Tu provas também?)
5. (B)
O ano em questão corresponde ao ano em que foi feita a matéria.
6. (D)
Questão fácil: o pronome relativo retoma o termo “roupas”.
7. (D)
Farei a inversão para facilitar sua compreensão:
A) autor algum desejava a minha opinião sobre o seu trabalho – mudamos o sentido da oração
B) O porteiro mesmo me entregou o pacote na recepção do hotel – mudança de sentido
C) Meu pai procurou uma pessoa certa para me entregar o embrulho – houve mudança
D) Contar histórias é uma forma prazerosa de aproximar os indivíduos – mesmo sentido!
E) Poemas grandes épicos servem para perpetuar a cultura de um povo – mudança de sentido
8. (A)
O termo destacado refere-se à palavra “pessoas”.
9. (B)
Recorramos ao texto: “que” (1º parágrafo) = fluidez que marca / “sua” (2º parágrafo) = o Jeca surge
humilde e sem vergonha alguma da sua “falta de masculinidade” / “a qual” (3º parágrafo) = haja sempre
a voz exemplar do migrante, a qual se faz ouvir.
Obtivemos: fluidez / Jeca / a voz exemplar do migrante.
10. (E)
Conquanto = conjunção utilizada para relacionar duas orações, sendo que a oração subordinada
contém um fato contrário ao que foi afirmado na oração principal; embora, se bem que: Continuou
trabalhando, conquanto exausto. Aparenta riqueza, conquanto seja pobre.
(fonte: http://www.dicio.com.br/conquanto/)
. 193
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Semântica.
Literal é o sentido da palavra interpretada ao pé da letra, isto é, de acordo com o sentido geral que ela
tem na maioria dos contextos em que ocorre. É o sentido próprio da palavra. Exemplo:
Não Literal é o sentido da palavra desviado do usual, isto é, aquele que se distancia do sentido próprio
e costumeiro. Exemplo:
“As pedras atiradas pela boca ferem mais do que as atiradas pela mão.”
“Pedras”, nesse contexto, não está indicando o que usualmente indica, mas um insulto, uma ofensa
produzida pela boca.
Ampliação de Sentido
Fala-se em ampliação de sentido quando a palavra passa a designar uma quantidade mais ampla de
objetos ou noções do que originariamente.
“Embarcar”, por exemplo, que originariamente era usada para designar o ato de viajar em um barco,
ampliou consideravelmente o sentido e passou a designar a ação de viajar em outros veículos. Hoje se
diz, por ampliação de sentido, que um passageiro:
- embarcou num ter.
- embarcou no ônibus das dez.
- embarcou no avião da força aérea.
- embarcou num transatlântico.
“Alpinista”, na origem, era usado para indicar aquele que escala os Alpes (cadeia montanhosa
europeia). Depois, por ampliação de sentido, passou a designar qualquer tipo de praticante do esporte de
escalar montanhas.
Restrição de Sentido
Ao lado da ampliação de sentido, existe o movimento inverso, isto é, uma palavra passa a designar
uma quantidade mais restrita de objetos ou noções do que originariamente. É o caso, por exemplo, das
palavras que saem da língua geral e passam a ser usadas com sentido determinado, dentro de um
universo restrito do conhecimento.
A palavra aglutinação, por exemplo, na nomenclatura gramatical, é bom exemplo de especialização
de sentido. Na língua geral, ela significa qualquer junção de elementos para formar um todo, porém em
Gramática designa apenas um tipo de formação de palavras por composição em que a junção dos
elementos acarreta alteração de pronúncia, como é o caso de pernilongo (perna + longa).
Se não houver alteração de pronúncia, já não se diz mais aglutinação, mas justaposição. A palavra
Pernalonga, por exemplo, que designa uma personagem de desenhos animados, não se formou por
aglutinação, mas por justaposição.
Em linguagem científica é muito comum restringir-se o significado das palavras para dar precisão à
comunicação.
A palavra girassol, formada de gira (do verbo girar) + sol, não pode ser usada para designar, por
exemplo, um astro que gira em torno do Sol: seu sentido sofreu restrição, e ela serve para designar
apenas um tipo de flor que tem a propriedade de acompanhar o movimento do Sol.
Há certas palavras que, além do significado explícito, contêm outros implícitos (ou pressupostos).
Os exemplos são muitos. É o caso do adjetivo outro, por exemplo, que indica certa pessoa ou coisa,
pressupondo necessariamente a existência de ao menos uma além daquela indicada.
. 194
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Prova disso é que não faz sentido, para um escritor que nunca lançou um livro, dizer que ele estará
autografando seu outro livro. O uso de outro pressupõe necessariamente ao menos um livro além daquele
que está sendo autografado.
Questões
A morte do narrador
Recentemente recebi um e-mail de uma leitora perguntando a razão de eu ter, segundo ela, uma visão
tão dura para com os idosos. O motivo da sua pergunta era eu ter dito, em uma de minhas colunas, que
hoje em dia não existiam mais vovôs e vovós, porque estavam todos na academia querendo parecer com
seus netos.
Claro, minha leitora me entendeu mal. Mas o fato de ela ter me entendido mal, o que acontece com
frequência quando se discute o tema da velhice, é comum, principalmente porque o próprio termo
“velhice" já pede sinônimos politicamente corretos, como “terceira idade", “melhor idade", “maturidade",
entre outros.
Uma característica do politicamente correto é que, quando ele se manifesta num uso linguístico
específico, é porque esse uso se refere a um conceito já considerado como algo ruim. A marca essencial
do politicamente correto é a hipocrisia articulada como gesto falso, ideias bem comportadas.
Voltando à velhice. Minha leitora entendeu que eu dizia que idosos devem se afundar na doença, na
solidão e no abandono, e não procurar ser felizes. Mas, quando eu dizia que eles estão fugindo da
condição de avós, usava isso como metáfora da mentira (politicamente correta) quanto ao medo que
temos de afundar na doença, antes de tudo psicológica, devido ao abandono e à solidão, típicos do mundo
contemporâneo. Minha crítica era à nossa cultura, e não às vítimas dela. Ela cultua a juventude como
padrão de vida e está intimamente associada ao medo do envelhecimento, da dor e da morte. Sua opção
é pela “negação", traço de um dos sintomas neuróticos descritos por Freud.
Walter Benjamim, filósofo alemão do século XX, dizia que na modernidade o narrador da vida
desapareceu. Isso quer dizer que as pessoas encarregadas, antigamente, de narrar a vida e propor
sentido para ela perderam esse lugar. Hoje os mais velhos querem “aprender" com os mais jovens
(aprender a amar, se relacionar, comprar, vestir, viajar, estar nas redes sociais). Esse fenômeno, além de
cruel com o envelhecimento, é também desorganizador da própria juventude. Ouço cotidianamente, na
sala de aula, os alunos demonstrarem seu desprezo por pais e mães que querem aprender a viver com
eles.
Alguns elementos do mundo moderno não ajudam a combater essa desvalorização dos mais velhos.
As ferramentas de informação, normalmente mais acessíveis aos jovens, aumentam a percepção
negativa dos mais velhos diante do acúmulo de conhecimento posto a serviço dos consumidores, que
questionam as “verdades constituídas do passado". A própria estrutura sobre a qual se funda a
experiência moderna – ciência, técnica, superação de tradição – agrava a invisibilidade dos mais velhos.
Em termos humanos, o passado (que “nada" serve ao mundo do progresso) tem um nome: idoso. Enfim,
resta aos vovôs e vovós ir para a academia ou para as redes sociais.
O termo empregado com sentido figurado está em destaque na seguinte passagem do texto:
(A) Mas o fato de ela ter me entendido mal, o que acontece com frequência quando se discute o tema
da velhice… (segundo parágrafo).
(B) O motivo da sua pergunta era eu ter dito, em uma de minhas colunas, que hoje em dia não existiam
mais vovôs e vovós… (primeiro parágrafo).
(C) Walter Benjamim, filósofo alemão do século XX, dizia que na modernidade o narrador da vida
desapareceu. (penúltimo parágrafo).
(D) A própria estrutura sobre a qual se funda a experiência moderna – ciência, técnica, superação de
tradição – agrava a invisibilidade dos mais velhos. (último parágrafo).
(E) Minha leitora entendeu que eu dizia que idosos devem se afundar na doença, na solidão e no
abandono… (quarto parágrafo).
. 195
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
02. (PC-CE – Escrivão de Polícia Civil – VUNESP)
Ficção universitária
Os dados do Ranking Universitário publicados em setembro de 2013 trazem elementos para que
tentemos desfazer o mito, que consta da Constituição, de que pesquisa e ensino são indissociáveis. É
claro que universidades que fazem pesquisa tendem a reunir a nata dos especialistas, produzir mais
inovação e atrair os alunos mais qualificados, tornando-se assim instituições que se destacam também
no ensino.
O Ranking Universitário mostra essa correlação de forma cristalina: das 20 universidades mais bem
avaliadas em termos de ensino, 15 lideram no quesito pesquisa (e as demais estão relativamente bem
posicionadas). Das 20 que saem à frente em inovação, 15 encabeçam também a pesquisa. Daí não
decorre que só quem pesquisa, atividade estupidamente cara, seja capaz de ensinar.
O gasto médio anual por aluno numa das três universidades estaduais paulistas, aí embutidas todas
as despesas que contribuem direta e indiretamente para a boa pesquisa, incluindo inativos e aportes de
Fapesp, CNPq e Capes, é de R$ 46 mil (dados de 2008). Ora, um aluno do ProUni custa ao governo algo
em torno de R$ 1.000 por ano em renúncias fiscais.
Não é preciso ser um gênio da aritmética para perceber que o país não dispõe de recursos para colocar
os quase sete milhões de universitários em instituições com o padrão de investimento das estaduais
paulistas. E o Brasil precisa aumentar rapidamente sua população universitária. Nossa taxa bruta de
escolarização no nível superior beira os 30%, contra 59% do Chile e 63% do Uruguai.
Isso para não mencionar países desenvolvidos como EUA (89%) e Finlândia (92%). Em vez de insistir
na ficção constitucional de que todas as universidades do país precisam dedicar-se à pesquisa, faria mais
sentido aceitar o mundo como ele é e distinguir entre instituições de elite voltadas para a produção de
conhecimento e as que se destinam a difundi-lo. O Brasil tem necessidade de ambas.
(Hélio Schwartsman. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br, 10.09.2013. Adaptado)
Aconteceu que no meu quintal, em um monte de terra trazido pelo jardineiro, nasceu alguma coisa que
podia ser um pé de capim – mas descobri que era um pé de milho. Transplantei-o para o exíguo canteiro
na frente da casa. Secaram as pequenas folhas, pensei que fosse morrer. Mas ele reagiu. Quando estava
do tamanho de um palmo, veio um amigo e declarou desdenhosamente que na verdade aquilo era capim.
Quando estava com dois palmos veio outro amigo e afirmou que era cana.
Sou um ignorante, um pobre homem da cidade. Mas eu tinha razão. Ele cresceu, está com dois metros,
lança as suas folhas além do muro – e é um esplêndido pé de milho. Já viu o leitor um pé de milho? Eu
nunca tinha visto. Tinha visto centenas de milharais – mas é diferente. Um pé de milho sozinho, em um
anteiro, espremido, junto do portão, numa esquina de rua – não é um número numa lavoura, é um ser
vivo e independente. Suas raízes roxas se agarra mão chão e suas folhas longas e verdes nunca estão
imóveis.
Anteontem aconteceu o que era inevitável, mas que nos encantou como se fosse inesperado: meu pé
de milho pendoou. Há muitas flores belas no mundo, e a flor do meu pé de milho não será a mais linda.
Mas aquele pendão firme, vertical, beijado pelo vento do mar, veio enriquecer nosso canteirinho vulgar
com uma força e uma alegria que fazem bem. É alguma coisa de vivo que se afirma com ímpeto e certeza.
Meu pé de milho é um belo gesto da terra. E eu não sou mais um medíocre homem que vive atrás de
uma chata máquina de escrever: sou um rico lavrador da Rua Júlio de Castilhos.
(Rubem Braga. 200 crônicas escolhidas, 2001. Adaptado)
Assinale a alternativa em que, nas duas passagens, há termos empregados em sentido figurado.
(A) ... beijado pelo vento do mar... (3º §) / Meu pé de milho é um belo gesto da terra. (3º §)
(B) Mas ele reagiu. (1º §) / ... na verdade aquilo era capim. (1º §)
. 196
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
(C) Secaram as pequenas folhas... (1º §) / Sou um ignorante... (2º §)
(D) Ele cresceu, está com dois metros... (2º §) / Tinha visto centenas de milharais... (2º §)
(E) ... lança as suas folhas além do muro... (2º §) / Há muitas flores belas no mundo... (3º §)
01. Resposta: D
O sentido figurado ou conotativo, é aquele em que se atribui à palavra ou expressão, um sentido
ampliado, diferente do sentido literal/usual.
d) A palavra "Indivisibilidade" foi usada com o sentido de "isolamento", "exclusão" e, portanto, é o
gabarito.
02. Resposta: A
nata :na.ta sf (lat matta) 1 Camada que se forma à superfície do leite; creme. 2 A melhor parte de
qualquer coisa, o que há de melhor; a fina flor, o escol. N. da terra: nateiro; terra fértil.
03. Resposta: A
... beijado pelo vento do mar.... (3º §) / Meu pé de milho é um belo gesto da terra. (3º §)
Mas aquele pendão firme, vertical, beijado pelo vento do mar, (que o vento bate no pé de milho) veio
enriquecer nosso canteirinho vulgar com uma força e uma alegria que fazem bem. É alguma coisa de vivo
que se afirma com ímpeto e certeza. Meu pé de milho é um belo gesto da terra. (Como nasce da terra,
para o autor parece um presente desta).
. 197
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Sentido figurado: A palavra tem valor conotativo quando seu significado é ampliado ou alterado no
contexto em que é empregada, sugerindo ideias que vão além de seu sentido mais usual.
04. Resposta: B
(A) Atitudes são o espelho;
(B) CERTA;
(C) Pipocavam palavras no texto;
(D) Choviam risadas;
(E) Sabedoria abre as portas
05. Resposta: B
Segundo Bechara:
Vocativo: uma unidade à parte – Desligado da estrutura argumental da oração e desta separado por
curva de entoação exclamativa, o vocativo cumpre uma função apelativa de 2.ª pessoa, pois, por seu
intermédio, chamamos ou pomos em evidência a pessoa ou coisa a que nos dirigimos:
José, vem cá!
Tu, meu irmão, precisas estudar!
Felicidade, onde te escondes?
Algumas vezes vem precedido de ó, que a tradição gramatical inclui entre as interjeições, pela sua
correspondência material, mas que, na realidade, pode ser considerado um morfema de vocativo, dada
a característica entonacional que a diferencia das interjeições propriamente ditas [HCv.2, 197 n.47].
“Deus, ó Deus, onde estás que não respondes?” [CAv.1, 141]
Estes exemplos nos põem diante de algumas particularidades que envolvem o vocativo. Pelo
desligamento da estrutura argumental da oração, constitui, por si só, a rigor, uma frase exclamativa à
parte ou um fragmento de oração, à semelhança das interjeições. Por outro lado, como no caso de Tu,
meu irmão, precisas estudar!, às vezes, se aproxima do aposto explicativo, pela razão que vai constituir
a particularidade seguinte. Por fim, o vocativo, na função apelativa, está ligado ao imperativo ou conteúdo
volitivo da forma verbal, já que, em se tratando de ordem ou manifestação de desejo endereçada à pessoa
com quem falamos ou a quem nos dirigimos, presente quase sempre, não há necessidade de marcar
gramaticalmente o sujeito. Quando surge a necessidade de explicitá-lo, por algum motivo, aludimos a
esse sujeito em forma de vocativo [RLz.1, 66].
Figuras de linguagem.
Figuras de Linguagem
Também chamadas Figuras de Estilo, são recursos especiais de que se vale quem fala ou escreve,
para comunicar à expressão mais força e colorido, intensidade e beleza.
Podemos classificá-las em três tipos:
- Figuras de Palavras (ou tropos);
- Figuras de Construção (ou de sintaxe);
- Figuras de Pensamento.
Figuras de Palavra
No segundo exemplo, a palavra fera sofreu um desvio na sua significação própria e diz muito mais do
que a expressão vulgar “pessoa brava”. Semelhantes desvios de significação a que são submetidas as
palavras, quando se deseja atingir um efeito expressivo, denominam-se figuras de palavras ou tropos (do
grego trópos, giro, desvio).
. 198
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
São as seguintes as figuras de palavras:
Metáfora: consiste em atribuir a uma palavra características de outra, em função de uma analogia
estabelecida de forma bem subjetiva.
“Meu verso é sangue” (Manuel Bandeira)
Observe que, ao associar verso a sangue, o poeta estabeleceu uma analogia entre essas duas
palavras, vendo nelas uma relação de semelhança. Todos os significados que a palavra sangue sugere
ao leitor passam também para a palavra verso.
Os poetas são mestres na citação de metáforas surpreendentes, ricas em significados. Exemplo:
“Ó minha amada
Que olhos os teus
São cais noturnos
Cheios de adeus.”
Vinícius de Moraes
A metáfora é uma espécie de comparação sem a presença de conectivos do tipo como, tal como,
assim como etc. Quando esses conectivos aparecem na frase, temos uma comparação e não uma
metáfora. Exemplo:
Metonímia: consiste no emprego de uma palavra por outra com a qual ela se relaciona. Ocorre a
metonímia quando empregamos:
- o autor ou criador pela obra. Exemplo: Gosto de ler Jorge Amado (observe que o nome do autor
está sendo usado no lugar de suas obras).
- o efeito pela causa e vice-versa. Exemplos: Ganho a vida com o suor do meu rosto. (o suor é o
efeito ou resultado e está sendo usado no lugar da causa, ou seja, o “trabalho”); Vivo do meu trabalho. (o
trabalho é causa e está no lugar do efeito ou resultado, ou seja, o “lucro”).
- o continente pelo conteúdo. Exemplo: Ela comeu uma caixa de doces. (a palavra caixa, que designa
o continente ou aquilo que contém, está sendo usada no lugar da palavra doces, que designaria o
conteúdo).
- o abstrato pelo concreto e vice-versa. Exemplos: A velhice deve ser respeitada. (o abstrato velhice
está no lugar do concreto, ou seja, pessoas velhas).Ele tem um grande coração. (o concreto coração está
no lugar do abstrato, ou seja, bondade).
- o instrumento pela pessoa que o utiliza. Exemplo: Ele é bom volante. (o termo volante está sendo
usado no lugar do termo piloto ou motorista).
- o lugar pelo produto. Exemplo: Gosto muito de tomar um Porto. (o produto vinho foi substituído pelo
nome do lugar em que é feito, ou seja, a cidade do Porto).
. 199
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
- o símbolo ou sinal pela coisa significada. Exemplo: Os revolucionários queriam o trono. (a palavra
trono, nesse caso, simboliza o império, o poder).
- a parte pelo todo. Exemplo: Não há teto para os necessitados. (a parte teto está no lugar do todo,
“a casa”).
- o indivíduo pela classe ou espécie. Exemplo: Ele foi o judas do grupo. (o nome próprio Judas está
sendo usado como substantivo comum, designando a espécie dos homens traidores).
- o singular pelo plural. Exemplo: O homem é um animal racional. (o singular homem está sendo
usado no lugar do plural homens).
- o gênero ou a qualidade pela espécie. Exemplo: Os mortais somos imperfeitos. (a palavra mortais
está no lugar de “seres humanos”).
- a matéria pelo objeto. Exemplo: Ele não tem um níquel. (a matéria níquel é usada no lugar da coisa
fabricada, que é “moeda”).
Perífrase: é a substituição de um nome por uma expressão que facilita a sua identificação. Exemplo:
O país do futebol acredita no seu povo. (país do futebol = Brasil)
Catacrese: consiste em transferir a uma palavra o sentido próprio de outra, utilizando-se formas já
incorporadas aos usos da língua. Se a metáfora surpreende pela originalidade da associação de ideias,
o mesmo não ocorre com a catacrese, que já não chama a atenção por ser tão repetidamente usada.
Exemplo: Ele embarcou no trem das onze. (originariamente, a palavra embarcar pressupõe barco e não
trem).
Antonomásia: ocorre quando substituímos um nome próprio pela qualidade ou característica que o
distingue. Exemplo: O Poeta dos Escravos é baiano. (Poeta dos Escravos está no lugar do nome próprio
Castro Alves, poeta baiano que se distinguiu por escrever poemas em defesa dos escravos).
Figuras de Construção
Elipse: consiste na omissão de um termo da frase, o qual, no entanto, pode ser facilmente identificado.
Exemplo: No fim da festa, sobre as mesas, copos e garrafas vazias. (ocorre a omissão do verbo haver:
No fim da festa havia, sobre as mesas, copos e garrafas vazias).
Pleonasmo: consiste no emprego de palavras redundantes para reforçar uma ideia. Exemplo: Ele vive
uma vida feliz.
. 200
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Observação: Devem ser evitados os pleonasmos viciosos, que não têm valor de reforço, sendo antes
fruto do desconhecimento do sentido das palavras, como por exemplo, as construções “subir para cima”,
“protagonista principal”, “entrar para dentro”, etc.
Polissíndeto: consiste na repetição enfática do conectivo, geralmente o “e”. Exemplo: Felizes, eles
riam, e cantavam, e pulavam de alegria, e dançavam pelas ruas...
Inversão ou Hipérbato: consiste em alterar a ordem normal dos termos ou orações com o fim de lhes
dar destaque:
“Passarinho, desisti de ter.” (Rubem Braga)
“Justo ela diz que é, mas eu não acho não.” (Carlos Drummond de Andrade)
“Por que brigavam no meu interior esses entes de sonho não sei.” (Graciliano Ramos)
“Tão leve estou que já nem sombra tenho.” (Mário Quintana)
Observação: o termo que desejamos realçar é colocado, em geral, no início da frase.
Anacoluto: consiste na quebra da estrutura sintática da oração. O tipo de anacoluto mais comum é
aquele em que um termo parece que vai ser o sujeito da oração, mas a construção se modifica e ele
acaba sem função sintática. Essa figura é usada geralmente para pôr em relevo a ideia que consideramos
mais importante, destacando-a do resto. Exemplo: “Eu, que era branca e linda, eis-me medonha e escura.”
(Manuel Bandeira) (o pronome eu, enunciado no início, não se liga sintaticamente à oração eis-me
medonha e escura.)
Silepse: ocorre quando a concordância de gênero, número ou pessoa é feita com ideias ou termos
subentendidos na frase e não claramente expressos. A silepse pode ser:
- de gênero. Exemplo: Vossa Majestade parece cansado. (o adjetivo cansado concorda não com o
pronome de tratamento Vossa Majestade, de forma feminina, mas com a pessoa a quem esse pronome
se refere – pessoa do sexo masculino).
- de número. Exemplo: O pessoal ficou apavorado e saíram correndo. (o verbo sair concordou com a
ideia de plural que a palavra pessoal sugere).
- de pessoa. Exemplo: Os brasileiros gostamos de futebol. (o sujeito os brasileiros levaria o verbo
usualmente para a 3ª pessoa do plural, mas a concordância foi feita com a 1ª pessoa do plural, indicando
que a pessoa que fala está incluída em os brasileiros).
Onomatopeia: consiste no aproveitamento de palavras cuja pronúncia imita o som ou a voz natural
dos seres. É um recurso fonêmico ou melódico que a língua proporciona ao escritor.
“Pedrinho, sem mais palavras, deu rédea e, lept! lept! arrancou estrada afora.” (Monteiro Lobato)
“O som, mais longe, retumba, morre.” (Goncalves Dias)
“O longo vestido longo da velhíssima senhora frufrulha no alto da escada.” (Carlos Drummond de
Andrade)
“Tíbios flautins finíssimos gritavam.” (Olavo Bilac)
“Troe e retroe a trompa.” (Raimundo Correia)
“Vozes veladas, veludosas vozes,
volúpias dos violões, vozes veladas,
vagam nos velhos vórtices velozes
dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.” (Cruz e Sousa)
As onomatopeias, como nos três últimos exemplos, podem resultar da Aliteração (repetição de
fonemas nas palavras de uma frase ou de um verso).
Repetição: consiste em reiterar (repetir) palavras ou orações para enfatizar a afirmação ou sugerir
insistência, progressão:
“O surdo pede que repitam, que repitam a última frase.” (Cecília Meireles)
“Tudo, tudo parado: parado e morto.” (Mário Palmério)
“Ia-se pelos perfumistas, escolhia, escolhia, saía toda perfumada.” (José Geraldo Vieira)
“E o ronco das águas crescia, crescia, vinha pra dentro da casona.” (Bernardo Élis)
“O mar foi ficando escuro, escuro, até que a última lâmpada se apagou.” (Inácio de Loyola Brandão)
. 201
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Zeugma: consiste na omissão de um ou mais termos anteriormente enunciados. Exemplo: A manhã
estava ensolarada; a praia, cheia de gente. (há omissão do verbo estar na segunda oração (...a praia
estava cheia de gente)).
Assíndeto: ocorre quando certas orações ou palavras, que poderiam se ligar por um conectivo, vêm
apenas justapostas. Exemplo: Vim, vi, venci.
Anáfora: consiste na repetição de uma palavra ou de um segmento do texto com o objetivo de enfatizar
uma ideia. É uma figura de construção muito usada em poesia. Exemplo:
“Tende piedade, Senhor, de todas as mulheres
Que ninguém mais merece tanto amor e amizade
Que ninguém mais deseja tanto poesia e sinceridade
Que ninguém mais precisa tanto de alegria e serenidade.”
Paranomásia: palavras com sons semelhantes, mas de significados diferentes, vulgarmente chamada
de trocadilho. Exemplo: Era iminente o fim do eminente político.
Figuras de Pensamento
São processos estilísticos que se realizam na esfera do pensamento, no âmbito da frase. Nelas
intervêm fortemente a emoção, o sentimento, a paixão. Eis as principais figuras de pensamento:
Antítese: consiste em realçar uma ideia pela aproximação de palavras de sentidos opostos. Exemplo:
“Morre! Tu viverás nas estradas que abriste!” (Olavo Bilac)
Eufemismo: ocorre quando, no lugar das palavras próprias, são empregadas outras com a finalidade
de atenuar ou evitar a expressão direta de uma ideia desagradável ou grosseira. Exemplo: Depois de
muito sofrimento, ele entregou a alma a Deus.
Gradação: ocorre quando se organiza uma sequência de palavras ou frases que exprimem a
intensificação progressiva de uma ideia. Exemplo: “Eu era pobre. Era subalterno. Era nada.” (Monteiro
Lobato)
Hipérbole: ocorre quando, para realçar uma ideia, exageramos na sua representação. Exemplo: Está
muito calor. Os jogadores estão morrendo de sede no campo.
Ironia: é o emprego de palavras que, na frase, têm o sentido oposto ao que querem dizer. É usada
geralmente com sentido sarcástico. Exemplo: Quem foi o inteligente que usou o computador e apagou o
que estava gravado?
. 202
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
que das índias guardou a vontade de andar nua.” (Ferreira Gullar)
Retificação: como a palavra diz, consiste em retificar uma afirmação anterior. Exemplos:
É uma joia, ou melhor, uma preciosidade, esse quadro.
O síndico, aliás, uma síndica muito gentil não sabia como resolver o caso.
“O país andava numa situação política tão complicada quanto a de agora. Não, minto. Tanto não.”
(Raquel de Queiroz)
“Tirou, ou antes, foi-lhe tirado o lenço da mão.” (Machado de Assis)
“Ronaldo tem as maiores notas da classe. Da classe? Do ginásio!” (Geraldo França de Lima)
Questões
“Quero um poema ainda não pensado, / que inquiete as marés de silêncio da palavra ainda não escrita
nem pronunciada, / que vergue o ferruginoso canto do oceano / e reviva a ruína que são as poças d’água.
/ Quero um poema para vingar minha insônia.” (Olga Savary, “Insônia”)
“Eu sou de lá / Onde o Brasil verdeja a alma e o rio é mar / Eu sou de lá / Terra morena que eu amo
tanto, meu Pará.” (Pe. Fábio de Melo, “Eu Sou de Lá”)
Nesse trecho da canção gravada por Fafá de Belém, encontramos a seguinte figura de linguagem:
a) antítese.
b) eufemismo.
c) ironia
d) metáfora
e) silepse.
Tua presença, minha Mãe - drama vivo duma Raça, Drama de carne e sangue Que a Vida escreveu
com a pena dos séculos! Pelo teu regaço, minha Mãe, Outras gentes embaladas à voz da ternura ninadas
do teu leite alimentadas de bondade e poesia de música ritmo e graça... santos poetas e sábios... Outras
gentes... não teus filhos, que estes nascendo alimárias semoventes, coisas várias, mais são filhos da
desgraça: a enxada é o seu brinquedo trabalho escravo - folguedo... Pelos teus olhos, minha Mãe Vejo
oceanos de dor Claridades de sol-posto, paisagens Roxas paisagens Mas vejo (Oh! se vejo! ...) mas vejo
também que a luz roubada aos teus [olhos, ora esplende demoniacamente tentadora - como a Certeza...
cintilantemente firme - como a Esperança... em nós outros, teus filhos, gerando, formando, anunciando -
o dia da humanidade.
. 203
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
a) É uma metáfora para a pátria sendo referência de um país africano que foi colonizado e teve sua
população escravizada.
b) É um vocativo e clama pelos efeitos negativos da escravização dos povos africanos.
c) É a referência resumida a todo o povo que compõe um país libertado depois de séculos de
escravidão.
d) É o sofrimento que acometeu todo o povo que ficou na terra e teve seus filhos levados pelo
colonizador.
e) É a figura do colonizador que mesmo exercendo o poder por meio da opressão foi “ninado “ela
Mamã Negra.
. 204
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Divulgamos esse grave retrato no Dia Mundial da Água (22 de março), com base nas análises
realizadas entre março de 2015 e fevereiro de 2016, em 289 pontos de coleta distribuídos em 76
municípios.
(MANTOVANI, Mário; RIBEIRO, Malu. UOL Notícias, abril/2016.)
Em termos de linguagem figurada, o fato de a divulgação do texto ter sido feita no Dia Mundial da Água
funciona como
a) metáfora.
b) pleonasmo.
c) eufemismo.
d) ironia.
e) hipérbole.
O OUTRO LADO
No poema acima, do poeta paulista Claudio Willer (1940), no verso “ouvir as vozes das cores”, entre
outros versos, é expressa uma figura de linguagem. Esta pode ser assim definida: “Figura que consiste
na utilização simultânea de alguns dos cinco sentidos”
(CAMPEDELLI, S. Y. e SOUZA, J. B. Literatura, produção de textos & gramática. São Paulo, Saraiva, 1998, p. 616).
. 205
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
A charge acima apresenta uma estrutura que poderia ser representada pelo seguinte tipo de linguagem
figurada:
a) antítese;
b) paradoxo;
c) metonímia;
d) pleonasmo;
e) eufemismo.
A OVELHA NEGRA
(ÍTALO CALVINO. In: Um general na biblioteca. Companhia das Letras, São Paulo, 2001)
O título do texto “Ovelha Negra” refere-se ao “homem honesto”, isso caracteriza uma
a) ironia.
b) catacrese.
c) prosopopeia.
d) eufemismo.
e) antítese.
. 206
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
10. (CISMEPAR/PR – Advogado – FAUEL/2016)
O assassino era o escriba
Paulo Leminsky
A respeito da identificação do sujeito do texto com um “pleonasmo”, podemos afirmar que se trata de
uma figura de linguagem cujas características apontam para:
a) a redundância e a repetitividade.
b) a insegurança e o excesso.
c) a circunspecção e a introversão.
d) o talento e a comodidade.
Respostas
01. Resposta C
Prosopopeia - significa atribuir a seres inanimados (sem vida) características de seres
animados ou atribuir características humanas a seres irracionais.
Metáfora - é uma figura de linguagem onde se usa uma palavra ou uma expressão em um sentido
que não é muito comum, revelando uma relação de semelhança entre dois termos.
“Quero um poema ainda não pensado, / que inquiete as marés → de silêncio da palavra ainda não
escrita nem pronunciada, / que vergue o ferruginoso → canto do oceano / e reviva a ruína → que são
as poças d’água. / Quero um poema para vingar minha insônia.”
02. Resposta D
“Eu sou de lá / Onde o Brasil verdeja a alma e o rio é mar / Eu sou de lá / Terra morena que eu
amo tanto, meu Pará.”
Comparação implícita
Metáfora - Figura de Palavra.
Antítese, Eufemismo, Ironia - Figura de Pensamento.
Silepse - Figura de Construção.
03. Resposta A
Figuras de palavras (ou tropos) são figuras que se caracterizam por alterar o sentido próprio de uma
palavra. São elas: metáfora, metonímia, catacrese, perífrase, sinestesia e comparação.
Metáfora consiste em usar uma palavra pela outra por força de uma comparação mental.
O vocábulo mãe em sentido denotativo indica aquela que deu à luz, criou, deu segurança, carinho etc.
No texto o vocábulo é associado ao drama de carne e sangue, desgraça, dor vivido pelos escravos. Nessa
linha o título "mamã negra" é uma comparação mental entre "mãe" (sentido denotativo) e o país
(continente) africano.
. 207
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Exemplos de metáfora: Ela é um anjo de doçura, e ele é um cavalo de grosseria.
Fonte: Nova Gramática da Língua Portuguesa - Rodrigo Bezerra
04. Resposta C
Note que ambas são figuras de linguagem, e cada uma tem suas características:
A - Metáfora. Comparação implícita entre seres que nós fazemos. Nessa comparação não usamos a
palavra 'como'. Exemplo: Meu cartão de crédito é uma navalha. [Navalha = no sentido que corta profundo,
cartão como navalha significa que prejudica muito a vida financeiro]. Outro exemplo: Essa mulher é uma
cobra [cobra = sentido de perigosa, astuta]
B - Metonímia. Substitui um ser por outro com alguma relação de significa. Exemplo: O bonde passa
cheio de pernas. [Pernas = pessoas].
Com isso vamos analisar as alternativas:
a)” Calções negros corriam, pulavam durante o jogo.” - calções = jogadores. Metonímia
b) A mulher conquistou o seu lugar! - mulher = mulheres [representando todas as classes de
mulheres]. Metonímia.
c) Todo cais é uma saudade de pedra. Comparação do cais com uma saudade de pedra. Metáfora.
d) Os microfones foram implacáveis com os novos artistas. [Microfones = os críticos] Metonímia.
05. Resposta B
METÁFORA: Apresenta uma palavra utilizada em sentido figurado, uma palavra utilizada fora da sua
acepção real, em virtude de uma semelhança submetida. É uma comparação sem elementos
comparativos.
06. Resposta D
Dia mundial da água: Dia de comemorar
Porém, não há tanto o que comemorar diante de tantos fatos "ruins" ocorridos com a água. Logo, uma
ironia.
07. Resposta C
Sinestesia ocorre quando há uma combinação de diversas impressões sensoriais (visuais, auditivas,
olfativas, gustativas e táteis) entre si, e também entre as referidas sensações e sentimentos.
08. Resposta A
a) antítese; (oposição de ideias, neste caso explicitada pela divergência entres os tempos em relação
ao consumo de comida)
b) paradoxo;( também dão a ideia de oposição, todavia de maneira expressamente absurda como por
exemplo: " quanto mais trabalha, mais fico pobre", é um absurdo trabalhar tanto e mesmo assim ficar
pobre.
c) metonímia;( ideia entre dois termos que se substituem, como por exemplo:" li Machado de Assis".
Você provavelmente não leu "O" Machado de Assis, mas sim um livro que ele escreveu.
d) pleonasmo; (repetição de ideias)
e) eufemismo. (suavização, amenização de um tratamento ao qual poderia ser empregado de modo
grosseiro: faltar com a verdade significa mentir.
09. Resposta A
Ironia: dizer algo quando na verdade quer dizer o contrário.
10. Resposta A
Pleonasmo é a redundância de termos no âmbito das palavras, mas de emprego legítimo em certos
casos, pois confere maior vigor ao que está sendo expresso (p.ex.: ele via tudo com seus próprios olhos)
. 208
1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN