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01 Lingua Portuguesa

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SEE-PB

Compreensão e interpretação de textos. ............................................................................................. 1

Tipologia textual. .................................................................................................................................. 9

Ortografia oficial. ................................................................................................................................ 29

Acentuação gráfica. ........................................................................................................................... 39

Emprego das classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio,
preposição e conjunção: emprego e sentido que imprimem às relações que estabelecem. ................... 46

Emprego do sinal indicativo de crase. ................................................................................................ 64

Sintaxe da oração e do período. ........................................................................................................ 72

Emprego dos sinais de Pontuação. .................................................................................................... 81

Concordância nominal e verbal. ......................................................................................................... 88

Regência nominal e verbal. ................................................................................................................ 99

Significação das palavras. ............................................................................................................... 106

Redação de correspondências oficiais. ............................................................................................ 114

Coexistência das regras ortográficas atuais com o Novo Acordo Ortográfico. ................................. 151

Reescritura de frase......................................................................................................................... 154

Função social da linguagem. ........................................................................................................... 167

Relação entre a linguagem verbal e as outras linguagens. .............................................................. 173

Variação linguística. ......................................................................................................................... 178

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1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Mecanismos de organização textual: coesão e coerência................................................................ 185

Semântica. ....................................................................................................................................... 194

Figuras de linguagem. ..................................................................................................................... 198

Candidatos ao Concurso Público,

O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas

relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom

desempenho na prova.

As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar

em contato, informe:

- Apostila (concurso e cargo);

- Disciplina (matéria);

- Número da página onde se encontra a dúvida; e

- Qual a dúvida.

Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O

professor terá até cinco dias úteis para respondê-la.

Bons estudos!

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Compreensão e interpretação de textos.

Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante
todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica
foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida
conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente
para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores@maxieduca.com.br

Interpretação de Texto

“O senhor... Mire veja: o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre
iguais, ainda não foram terminadas, mas que elas vão sempre mudando. Afinam e desafinam. Verdade
maior. É o que a vida me ensinou. Isso que me alegra, montão.”

(Em Grande Sertão: Veredas, Guimarães Rosa)

Escrever para matar o tempo. Escrever por obrigação. Escrever por profissão. Escrever para tornar
presente a ausência. Escrever para manter próximos os elos distantes. Escrever para vencer o espaço e
o tempo. Escrever para se encontrar ou se perder de vez. Escrever para dar vida eterna ao instante
efêmero. Escrever para se sentir solitário, mas escrever para ter companhia na solidão. Escrever para se
conhecer nas entranhas, mas escrever para romper a espessa crosta da individualidade. Escrever para
criar pontes em busca do outro. Escrever para ter a marca registrada do ser pensante. Escrever para
explodir ou domar a paixão. Escrever como treino de inteligência ou para admirar a loucura da lucidez.
Escrever para criar um ritual em que o homem é a própria magia. Escrever para se firmar como uma voz
distinta no mundo. Escrever para aceitar, negar e transformar o mesmo mundo. Escrever para se sentir
vivo e renovar o grande estoque de palavras-mundo que há em nós. Daqui surgem os textos.

A maioria das pessoas fala enquanto faz alguma coisa. Numa partida de futebol, os jogadores não só
correm e chutam, mas gritam, advertem, perguntam. Difícil é ler e ao mesmo tempo fazer outra coisa. Ao
lermos, a realidade em torno de nós tende a sumir de nossa atenção, porque ficamos concentrados
naquilo que o texto nos diz.

“Na leitura, é importante descobrir o que é relevante em cada texto e conseguir situar-se
convenientemente no ponto de observação escolhido pelo autor, compreendendo suas intenções e
propósitos”.

A importância dada às questões de interpretação de textos deve-se ao caráter interdisciplinar, o que


equivale dizer que a competência de ler texto interfere decididamente no aprendizado em geral, já que
boa parte do conhecimento mais importante nos chega por meio da linguagem escrita. A maior herança
que a escola pode legar aos seus alunos é a competência de ler com autonomia, isto é, de extrair de um
texto os seus significados. Num texto, cada uma das partes está combinada com as outras, criando um
todo que não é mero resultado da soma das partes, mas da sua articulação. Assim, a apreensão do
significado global resulta de várias leituras acompanhadas de várias hipóteses interpretativas, levantadas
a partir da compreensão de dados e informações inscritos no texto lido e do nosso conhecimento do
mundo.

Os diferentes níveis de leitura

Para que isso aconteça, é necessário que haja maturidade para a compreensão do material lido, senão
tudo cairá no esquecimento ou ficará armazenado em nossa memória sem uso, até que tenhamos
condições cognitivas para utilizar. De uma forma geral, passamos por diferentes níveis ou etapas até
termos condições de aproveitar totalmente o assunto lido. Essas etapas ou níveis são cumulativas e vão
sendo adquiridas pela vida, estando presente em praticamente toda a nossa leitura.

O Primeiro Nível é elementar e diz respeito ao período de alfabetização. Ler é uma capacidade
cerebral muito sofisticada e requer experiência: não basta apenas conhecermos os códigos, a gramática,
a semântica, é preciso que tenhamos um bom domínio da língua.

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O Segundo Nível é a pré-leitura ou leitura inspecional. Tem duas funções específicas: primeiro,
prevenir para que a leitura posterior não nos surpreenda e, sendo, para que tenhamos chance de escolher
qual material leremos, efetivamente. Trata-se, na verdade, de nossa primeira impressão sobre o texto. É
a leitura que comumente desenvolvemos “nas livrarias”. Nela, por meio do salteio de partes, respondem
basicamente às seguintes perguntas:
- Por que ler este livro?
- Será uma leitura útil?
- Dentro de que contexto ele poderá se enquadrar?

Essas perguntas devem ser revistas durante as etapas que se seguem, procurando usar de
imparcialidade quanto ao ponto de vista do autor, e o assunto, evitando preconceitos. Se você se propuser
a ler um texto sem interesse, com olhar crítico, rejeitando-o antes de conhecê-lo, provavelmente o
aproveitamento será muito baixo. Ler é armazenar informações; desenvolver; ampliar horizontes;
compreender o mundo; comunicar-se melhor; escrever melhor; relacionar-se melhor com o outro.

O Terceiro Nível é conhecido como analítico. Depois de vasculharmos bem o texto na pré-leitura,
analisamos. Para isso, é imprescindível que saibamos em qual gênero o texto se enquadra: trata-se de
um romance, um tratado, uma notícia de jornal, revista, entrevista, neste caso, existe apenas teoria ou
são inseridas práticas e exemplos. No caso de ser um texto teórico, que requeira memorização, procure
criar imagens mentais sobre o assunto, ou seja, veja, realmente, o que está lendo, dando vida e muita
criatividade ao assunto. Note bem: a leitura efetiva vai acontecer nesta fase, e a primeira coisa a fazer é
ser capaz de resumir o assunto do texto em duas frases. Já temos algum conteúdo para isso, pois o
encadeamento das ideias já é de nosso conhecimento. Procure, agora, ler bem o texto, do início ao fim.
Esta é a leitura efetiva, aproveite bem este momento. Fique atento! Aproveite todas as informações que
a pré-leitura ofereceu. Não pare a leitura para buscar significados de palavras em dicionários ou sublinhar
textos, isto será feito em outro momento.

O Quarto Nível de leitura é o denominado de controle. Trata-se de uma leitura com a qual vamos
efetivamente acabar com qualquer dúvida que ainda persista. Normalmente, os termos desconhecidos
de um texto são explicitados neste próprio texto, à medida que vamos adiantando a leitura. Um
mecanismo psicológico fará com que fiquemos com aquela dúvida incomodando-nos até que tenhamos
a resposta. Caso não haja explicação no texto, será na etapa do controle que lançaremos mão do
dicionário. Veja bem: a esta altura já conhecemos bem o texto e o ato de interromper a leitura não vai
fragmentar a compreensão do assunto como um todo. Será, também, nessa etapa que sublinharemos os
tópicos importantes, se necessário. Para ressaltar trechos importantes opte por um sinal discreto próximo
a eles, visando principalmente a marcar o local do texto em que se encontra, obrigando-o a fixar a
cronologia e a sequência deste fato importante, situando-o. Aproveite bem esta etapa de leitura.

Um Quinto Nível pode ser opcional: a etapa da repetição aplicada. Quando lemos, assimilamos o
conteúdo do texto, mas aprendizagem efetiva vai requerer que tenhamos prática, ou seja, que tenhamos
experiência do que foi lido na vida. Você só pode compreender conceitos que tenha visto em seu
cotidiano. Nada como unir a teoria à prática. Na leitura, quando não passamos pela etapa da repetição
aplicada, ficamos muitas vezes sujeitos àqueles brancos quando queremos evocar o assunto. Observe
agora os trechos sublinhados, trace um diagrama sobre o texto, esforce-se para traduzi-lo com suas
próprias palavras. Procure associar o assunto lido com alguma experiência já vivida ou tente exemplificá-
lo com algo concreto, como se fosse um professor e o estivesse ensinando para uma turma de alunos
interessados. É importante lembrar que esquecemos mais nas próximas 8 horas do que nos 30 dias
posteriores. Isto quer dizer que devemos fazer pausas durante a leitura e ao retornarmos ao texto,
consultamos as anotações. Não pense que é um exercício monótono. Nós somos capazes de realizar
diariamente exercícios físicos com o propósito de melhorar a aparência e a saúde. Pois bem, embora não
tenhamos condições de ver com o que se apresenta nossa mente, somos capazes de senti-la quando
melhoramos nossas aptidões como o raciocínio, a prontidão de informações e, obviamente, nossos
conhecimentos intelectuais. Vale a pena se esforçar no início e criar um método de leitura eficiente e
rápido.

Ideias Núcleo

O primeiro passo para interpretar um texto consiste em decompô-lo, após uma primeira leitura, em
suas “ideias básicas ou ideias núcleo”, ou seja, um trabalho analítico buscando os conceitos definidores

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da opinião explicitada pelo autor. Esta operação fará com que o significado do texto “salte aos olhos” do
leitor. Exemplo:

“Incalculável é a contribuição do famoso neurologista austríaco no tocante aos estudos sobre a


formação da personalidade humana. Sigmund Freud (1859-1939) conseguiu acender luzes nas camadas
mais profundas da psique humana: o inconsciente e subconsciente. Começou estudando casos clínicos
de comportamentos anômalos ou patológicos, com a ajuda da hipnose e em colaboração com os colegas
Joseph Breuer e Martin Charcot (Estudos sobre a histeria, 1895). Insatisfeito com os resultados obtidos
pelo hipnotismo, inventou o método que até hoje é usado pela psicanálise: o das ‘livres associações’ de
ideias e de sentimentos, estimuladas pela terapeuta por palavras dirigidas ao paciente com o fim de
descobrir a fonte das perturbações mentais. Para este caminho de regresso às origens de um trauma,
Freud se utilizou especialmente da linguagem onírica dos pacientes, considerando os sonhos como
compensação dos desejos insatisfeitos na fase de vigília.
Mas a grande novidade de Freud, que escandalizou o mundo cultural da época, foi a apresentação da
tese de que toda neurose é de origem sexual.”
(Salvatore D’Onofrio)

Primeiro Conceito do Texto: “Incalculável é a contribuição do famoso neurologista austríaco no tocante


aos estudos sobre a formação da personalidade humana. Sigmund Freud (1859-1939) conseguiu acender
luzes nas camadas mais profundas da psique humana: o inconsciente e subconsciente.” O autor do texto
afirma, inicialmente, que Sigmund Freud ajudou a ciência a compreender os níveis mais profundos da
personalidade humana, o inconsciente e subconsciente.

Segundo Conceito do Texto: “Começou estudando casos clínicos de comportamentos anômalos ou


patológicos, com a ajuda da hipnose e em colaboração com os colegas Joseph Breuer e Martin Charcot
(Estudos sobre a histeria, 1895). Insatisfeito com os resultados obtidos pelo hipnotismo, inventou o
método que até hoje é usado pela psicanálise: o das ‘livres associações’ de ideias e de sentimentos,
estimuladas pela terapeuta por palavras dirigidas ao paciente com o fim de descobrir a fonte das
perturbações mentais.” A segunda ideia núcleo mostra que Freud deu início a sua pesquisa estudando
os comportamentos humanos anormais ou doentios por meio da hipnose. Insatisfeito com esse método,
criou o das “livres associações de ideias e de sentimentos”.

Terceiro Conceito do Texto: “Para este caminho de regresso às origens de um trauma, Freud se utilizou
especialmente da linguagem onírica dos pacientes, considerando os sonhos como compensação dos
desejos insatisfeitos na fase de vigília.” Aqui, está explicitado que a descoberta das raízes de um trauma
se faz por meio da compreensão dos sonhos, que seriam uma linguagem metafórica dos desejos não
realizados ao longo da vida do dia a dia.

Quarto Conceito do Texto: “Mas a grande novidade de Freud, que escandalizou o mundo cultural da
época, foi a apresentação da tese de que toda neurose é de origem sexual.” Por fim, o texto afirma que
Freud escandalizou a sociedade de seu tempo, afirmando a novidade de que todo o trauma psicológico
é de origem sexual.

Questões

01. (PM/BA - Soldado da Polícia Militar - FCC - PM/BA - Soldado da Polícia Militar)
Desde o desenvolvimento da linguagem, há 5.000 anos, a espécie humana passou a ter seu caminho
evolutivo direcionado pela cultura, cujos impulsos foram superando a limitação da biologia e os açoites
da natureza. Foi pela capacidade de pensar e de se comunicar que a humanidade obteve os meios para
escapar da fome e da morte prematura.
O atual empuxo tecnológico se acelerou de tal forma que alguns felizardos com acesso a todos os
recursos disponíveis na vanguarda dos avanços médicos, biológicos, tecnológicos e metabólicos podem
realisticamente pensar em viver em boa saúde mental e física bem mais do que 100 anos. O prolon-
gamento da vida saudável, em razão de uma velhice sem doenças, já foi só um exercício de visionários.
Hoje é um campo de pesquisa dos mais sérios e respeitados.
Robert Fogel, o principal formulador do conceito da evolução tecnofísica, e outros estudiosos estão
projetando os limites dessa fabulosa caminhada cultural na qualidade de vida dos seres humanos.
Quando se dedicam a essa tarefa, os estudiosos esbarram, em primeiro lugar, nas desigualdades de
renda e de acesso às inovações. Fazem parte das conjecturas dos estudiosos a questão ambiental e a

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necessidade urgente de obtenção e popularização de novas formas de energia menos agressivas ao
planeta.
(Adaptado de Revista Veja, 25 de abril de 2012 p 141)

... a espécie humana passou a ter seu caminho evolutivo direcionado pela cultura, cujos impulsos
foram superando a limitação da biologia ... (1º parágrafo)

O sentido do segmento grifado acima está reproduzido com outras palavras, respeitando-se a lógica,
a correção e a clareza, em:
(A) o caminho da evolução da humanidade, apesar das limitações biológicas, passam ainda hoje pelo
desenvolvimento c cultural, que as possibilita.
(B) o desenvolvimento cultural da humanidade permitiu descobrir as causas de problemas que
afetavam a saúde das pessoas, bem como combater as doenças.
(C) os problemas de origem física, como uma doença, nem sempre foi possível resolvê-la, com base
nos problemas resultantes da biologia.
(D) com o desenvolvimento da cultura humana, descobriu-se as leis da biologia e do ambiente que
viviam, permitindo-os evoluir com mais saúde.
(E) as descobertas científicas da biologia veio permitir que a humanidade fosse se tornando mais capaz
de evoluir por um tempo mais longo e com saúde.

02. (IBAM - Prefeitura de Praia Grande/SP - Agente Administrativo - IBAM)


A historieta a seguir deverá ser utilizada para resolver a questão a seguir.

Tendo por base a frase “Venha aqui, seu vagabundo”, analise as afirmações seguintes.
I. Temos na oração, um verbo conjugado no modo imperativo.
II. O vocábulo “seu”, no caso, é um pronome possessivo.
III. A vírgula foi empregada para isolar o vocativo.

É correto o que se afirmou em:


(A) I, apenas.
(B) I e III, apenas.
(C) II e III, apenas.
(D) I, II e III.

03. (MPE/RS - Técnico Superior de Informática - MPE)


Um estudo feito pela Universidade de Michigan constatou que o que mais se faz no Facebook, depois
de interagir com amigos, é olhar os perfis de pessoas que acabamos de conhecer. Se você
gostar do perfil, adicionará aquela pessoa, e estará formado um vínculo. No final, todo mundo vira amigo
de todo mundo. Mas, não é bem assim. As redes sociais têm o poder de transformar os chamados elos
latentes (pessoas que frequentam o mesmo ambiente social, mas não são suas amigas) em elos fracos
- uma forma superficial de amizade. Pois é, por mais que existam exceções ______ qualquer regra, todos
os estudos mostram que amizades geradas com a ajuda da Internet são mais fracas, sim, do que aquelas
que nascem e se desenvolvem fora dela.
Isso não é inteiramente ruim. Os seus amigos do peito geralmente são parecidos com você: pertencem
ao mesmo mundo e gostam das mesmas coisas. Os elos fracos, não. Eles transitam por grupos diferentes
do seu e, por isso, podem lhe apresentar novas pessoas e ampliar seus horizontes - gerando uma
renovação de ideias que faz bem a todos os relacionamentos, inclusive às amizades antigas. O problema
é que a maioria das redes na Internet é simétrica: se você quiser ter acesso às informações de uma
pessoa ou mesmo falar reservadamente com ela, é obrigado a pedir a amizade dela. Como é meio

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grosseiro dizer “não’ ________ alguém que você conhece, todo mundo acaba adicionando todo mundo.
E isso vai levando ________ banalização do conceito de amizade.
É verdade. Mas, com a chegada de sítios como O Twitter, ficou diferente. Esse tipo de sítio é uma
rede social completamente assimétrica. E isso faz com que as redes de “seguidos” de alguém possam
se comunicar de maneira muito mais fluida. Ao estudar a sua própria rede no Twitter, o sociólogo Nicholas
Christakis, da Universidade de Harvard, percebeu que seus Amigos tinham começado a se comunicar
entre si Independentemente da mediação dele. Pessoas cujo único ponto em comum era o próprio
Christakis acabaram ficando amigas. No Twitter, eu posso me interessar pelo que você tem a dizer e
começar a te seguir. Nós não nos conhecemos. Mas você saberá quando eu o retuitar ou mencionar seu
nome no sítio, e poderá falar comigo. Meus seguidores também podem se interessar pelos seus tuítes e
começar a seguir você. Em suma, nós continuaremos não nos
conhecendo, mas as pessoas que estão _______ nossa volta podem virar amigas entre si.

Considere as seguintes afirmações.


I. Através do uso do advérbio sim (L.08), o autor valida a assertiva de que as redes sociais tendem a
transformar elos latentes (L.05) em elos fracos (L.06).
II. Por meio da frase Isso não é inteiramente ruim (L.09), o autor manifesta-se favorável à afirmação
de que as melhores amizades são aquelas que descobrimos fora das redes sociais.
III. Mediante o emprego do segmento É verdade (L.17), o autor reitera sua opinião a respeito do caráter
trivial que a concepção de amizade vem assumindo nas redes sociais.

Quais estão corretas, de acordo com o texto?


(A) Apenas I.
(B) Apenas II.
(C) Apenas III.
(D) Apenas II e III.
(E) I, II e III.

04. (TJ/SP - Escrevente Técnico Judiciário - Prova versão 1 - VUNESP) Leia a tira.

No segundo quadrinho, a fala da personagem revela:


(A) hesitação.
(B) indiferença.
(C) contradição.
(D) raiva.
(E) exaltação.

05. (TJ/SP - Escrevente Técnico Judiciário - Prova versão 1 - VUNESP)

Saber é trabalhar

Geralmente, numa situação de altos índices de desemprego, o trabalhador sente a necessidade de


aprimorar a sua formação para obter um posto de trabalho. As empresas buscam os mais qualificados
em cada categoria e excluem os que não se encaixam no perfil pretendido. Nos últimos anos, essa não
tem sido a lógica vigente no Brasil. Segundo a pesquisa de emprego urbano feita pelo Dieese
(Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) e pela Fundação Seade (Sistema
Estadual De Análise de Dados), os níveis de pessoas sem emprego estão apresentando quedas
sucessivas de 2005 para cá. O desemprego em nove regiões metropolitanas medido pela pesquisa era
de 17,9% em 2005 e fechou em 11,9% em 2010.

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A pesquisa do Dieese é um medidor importante, pois sua metodologia leva em conta não só o
desemprego aberto (quem está procurando trabalho), como também o oculto (pessoas que desistiram de
procurar ou estão em postos precários). Uma das consequências dessa situação é apontada dentro da
própria pesquisa, um aumento médio no nível de rendimentos dos trabalhadores ocupados.
A outra é a dificuldade que as empresas têm de encontrar mão de obra qualificada para os postos de
trabalho que estão abertos. A Fundação Dom Cabral apresentou, em março, a pesquisa Carência de
Profissionais no Brasil. A análise levou em conta profissionais dos níveis técnico, operacional, estratégico
e tático. Do total, 92% das empresas admitiram ter dificuldade para contratar a mão de obra de que
necessitam.
(Língua Portuguesa, outubro de 2011, Adaptado)

De acordo com o texto “Saber é Trabalhar” responda:

O texto revela que, no Brasil,


(A) as empresas estão mais rigorosas para selecionar os mais qualificados.
(B) os índices de desemprego têm se elevado continuamente nas regiões metropolitanas.
(C) os trabalhadores têm investido mais do que o necessário em sua formação profissional.
(D) as pesquisas sobre emprego são pouco consistentes e confiáveis.
(E) as empresas convivem com a carência de mão de obra qualificada.

06. (TJ/SP - Escrevente Técnico Judiciário - Prova versão 1 - VUNESP) A frase inicial do texto –
Geralmente, numa situação… um posto de trabalho. – expressa as condições gerais em uma situação de
altos índices de desemprego. De acordo com essas condições,

(A) o perfil de profissional pretendido nem sempre é bem definido nas empresas.
(B) o desemprego aumenta em decorrência da qualificação profissional.
(C) a formação de um profissional é, via de regra, questão secundária na sua contratação.
(D) a qualificação profissional é um caminho para se conseguir um emprego.
(E) o profissional deve ter qualificação inferior em relação às pretensões da empresa.

07. (TJ/SP - Escrevente Técnico Judiciário - Prova versão 1 - VUNESP) De acordo com o texto
“Saber é Trabalhar” responda:
No contexto em que se insere o período – A outra é a dificuldade que as empresas têm de encontrar
mão de obra qualificada para os postos de trabalho que estão abertos. – (3.º parágrafo), entende-se que
a expressão
“A outra” refere-se a:
(A) consequências.
(B) lógica.
(C) pesquisa.
(D) situação.
(E) metodologia.

08. (Prefeitura de Praia Grande/SP - Agente Administrativo - IBAM)

O velho
Chico Buarque
O velho sem conselhos
De joelhos
De partida
Carrega com certeza
Todo o peso
Da sua vida
A vida inteira, diz que se guardou
Do carnaval, da brincadeira
Que ele não brincou.
Me diga agora
O que é que eu digo ao povo
O que é que tem de novo
Pra deixar

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Nada
Só a caminhada
Longa, pra nenhum lugar.

Nos versos da música “O velho”, Chico Buarque de Holanda retrata a vida de um homem que:
(A) temia envelhecer.
(B) não soube aproveitar a vida.
(C) foi apaixonado pelo carnaval.
(D) tinha orgulho de suas conquistas.

09. (PM/BA - Soldado da Polícia Militar - FCC)

Minha jangada vai sair pro mar


Vou trabalhar, meu bem querer
Se Deus quiser quando eu voltar do mar
Um peixe bom eu vou trazer
Meus companheiros também vão voltar
E a Deus do céu vamos agradecer

Os versos acima, de uma música de Dorival Caymmi, abordam predominantemente,


(A) o trabalho dos pescadores, na busca de sua sobrevivência cotidiana.
(B) o respeito às condições ambientais como garantia da preservação dos recursos da natureza.
(C) a competição acirrada entre os pescadores pelos melhores pontos de pesca,
(D) a religiosidade dos pescadores, em que se misturam elementos de origem africana.
(E) a exploração a que estão sujeitos os trabalhadores que dependem do mar para sobreviver.

10. (IFC - Analista de Tecnologia da Informação - IFC)

Texto 1
O futuro do trabalho
“[...]
Seja como for, é preciso resolver os problemas do desemprego e da informalidade, que são mais
acentuados nos países subdesenvolvidos. O caminho é estabelecer políticas de geração de empregos,
além de garantir melhores condições para os trabalhadores em ocupações precárias.
Uma das saídas é a redução da jornada de trabalho: as pessoas trabalham menos para que se abram
vagas para as desempregadas. Outra estratégia é instituir programas de formação profissional e de
microcrédito para trabalhadores autônomos, desempregados e pequenas empresas.”

Vestibular-Editora Abril, nov., 2002.

Texto 2
Conflito de gerações

“- Marquinhos... Marquinhos! [...]


O filho tentou disfarçar, lá no fundo do quintal, tirando meleca do nariz, mas, quando
a mãe chamava assim, era melhor ir. Na cozinha, a mãe ao lado da geladeira
aberta, com uma garrafa e um saco plástico vazios nas mãos:
- Você comeu toda a salsicha?!
- Não é bem verdade...Eu só usei as salsichas pra acabar com a mostarda. Já
estava até verde! Alguém ia acabar comendo estragado e ficar doente.
[...]
- Você tem resposta pra tudo, não?!
- Não é bem verdade... é a senhora que sempre pergunta.
- Você é uma gentinha! Só uma gentinha, tá entendendo?
O filho ficou olhando praquela mãe batendo com o pé no chão, bem nervosa
mesmo, mais alta que a geladeira e tudo. Aí foi obrigado a dizer:
- É... isso eu acho que é verdade.”
BONASSI, Fernando. In: Folha de São Paulo, 23 nov. 2002.

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Ao analisar a linguagem e o discurso do texto 1 e do texto 2 respectivamente. Assinale a alternativa
CORRETA:

(A) no texto 1, a linguagem é mais informal, seguindo à norma padrão; utiliza-se ainda o discurso
indireto, envolvendo questões sociais. No texto 2, percebe-se uma linguagem menos informal e um
discurso direto entre mãe e filho.
(B) no texto 1, a linguagem é coloquial, seguindo à norma padrão; tem-se ainda o discurso indireto e
direto, aplicado à interpretação do cotidiano. Já no texto 2, a linguagem é formal, ocorre ainda um diálogo
entre mãe e filho.
(C) no texto 1, a linguagem é mais formal, obedecendo à norma culta; consegue-se ainda identificar
um discurso indireto, aplicado interpretativamente às questões sociais. Já no texto 2, além de uma
linguagem informal, em que se notam repetições e frases, ocorre, também, um diálogo entre mãe e filho.
(D) no texto 1, a linguagem é formal, segundo à norma culta; tem-se ainda a presença do discurso
direto que revela questões da comunidade. Já no texto 2, a linguagem é culta e o discurso é direto.
(E) no texto 1, a linguagem é menos formal, no entanto, segue à norma culta; identifica-se ainda o
discurso indireto, aplicado à análise do cotidiano. No texto 2, a linguagem é coloquial e o discurso é direto
entre mãe e filho.

Respostas

01. Resposta B
“Caminho evolutivo direcionado pela cultura em outras palavras”: o desenvolvimento cultural

02. Resposta B
SEU = pode ser empregado como pronome possessivo ou como pronome de tratamento (forma
utilizada na questão acima).

Observe abaixo um pouco do que diz o dicionário Houaiss sobre a utilização da palavra SEU como
pronome de tratamento:
seu. senhor ('tratamento respeitoso') (Empregado diante de nome de pessoa, ou de outro axiônimo,
ou de palavra designativa de profissão.) (seu Joaquim) (seu doutor) (seu delegado). GRAM fem.: sinhá,
sinha, siá, sia, senhora. Uso empregado também com valor afetivo (seu bobinho!), de forma jocosa (p.
ex.: aposto que seu Tiago saberá a resposta - sendo Tiago uma pessoa jovem) ou disfêmica (seu pateta!),
ou, ainda, com matiz interjetivo (tinha coragem de me enfrentar nada, seu!); nestes casos, há no Brasil
os fem. sua, senha, sinha.
Fonte: Dicionário Houaiss da língua portuguesa / Antônio Houaiss e Mauro de Salles Villar

03. Resposta D
No número II o autor deixa claro no texto, que as amizades formadas por redes sociais não são
duradoras nem possuem uma base sólida. Já no número III, a concepção de amizade proveniente de
redes sociais, esbarra em um ponto importante, aquela amizade de curtir fotos, comentários mas nada
profundo com sentimento.

04. Resposta B
Sim, o sentimento expresso no segundo quadrinho é de indiferença, visto que ele não se importa se a
grama do vizinho é mais verde ou não.

05. Resposta E
Segundo o texto, cada vez menos os candidatos a uma vaga de emprego se especializam ou possuem
um diferencial na hora de concorrer à uma vaga de emprego.

06. Resposta D
Aqueles que não possuem um diferencial, uma maior qualificação, estão sujeitos a ficar sem emprego,
pois não possuem nada novo para oferecer às empresas.

07. Resposta A
Consequência, pois antes já estava enumerado outros motivos para a falta de qualificação dos
candidatos a um emprego.

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08. Resposta B
No trecho que ele diz: “A vida inteira, diz que se guardou do carnaval, da brincadeira que ele não
brincou”... Com este trecho é possível chegar a resposta “B” ele não aproveitou a vida.

09. Resposta A
Somente o o trecho: Se Deus quiser quando eu voltar do mar, um peixe bom eu vou traxer”, já é
possível perceber qual é a ideia de sua canção. A volta dos pescadores depois de um período no mar.

10. Resposta C
No texto 1 o autor descreve um problema e apresenta a solução, em uma linguagem mais culta. Já no
texto 2 temos um diálogo entre mãe e filho, o que não é necessário o uso da linguagem formal.

Tipologia textual.

Tipos Textuais

Para escrever um texto, necessitamos de técnicas que implicam no domínio de capacidades


linguísticas. Temos dois momentos: o de formular pensamentos (o que se quer dizer) e o de expressá-
los por escrito (o escrever propriamente dito). Fazer um texto, seja ele de que tipo for, não significa apenas
escrever de forma correta, mas sim, organizar ideias sobre determinado assunto.
E para expressarmos por escrito, existem alguns modelos de expressão escrita: Descrição –
Narração – Dissertação.

Descrição

Expõe características dos seres ou das coisas, apresenta uma visão;


É um tipo de texto figurativo;
Retrato de pessoas, ambientes, objetos;
Predomínio de atributos;
Uso de verbos de ligação;
Frequente emprego de metáforas, comparações e outras figuras de linguagem;
Tem como resultado a imagem física ou psicológica.

Narração

Expõe um fato, relaciona mudanças de situação, aponta antes, durante e


depois dos acontecimentos (geralmente);
É um tipo de texto sequencial;
Relato de fatos;
Presença de narrador, personagens, enredo, cenário, tempo;
Apresentação de um conflito;
Uso de verbos de ação;
Geralmente, é mesclada de descrições;
O diálogo direto é frequente.

Dissertação

Expõe um tema, explica, avalia, classifica, analisa;


É um tipo de texto argumentativo.
Defesa de um argumento:
a) Apresentação de uma tese que será
defendida,
b) Desenvolvimento ou argumentação,
c) Fechamento;
Predomínio da linguagem objetiva;
Prevalece a denotação.

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Carta

Esse é um tipo de texto que se caracteriza por envolver um remetente e um destinatário;


É normalmente escrita em primeira pessoa, e sempre visa um tipo de leitor;
É necessário que se utilize uma linguagem adequada com o tipo de destinatário e que
durante a carta não se perca a visão daquele para quem o texto está sendo escrito.

Descrição

É a representação com palavras de um objeto, lugar, situação ou coisa, onde procuramos mostrar os
traços mais particulares ou individuais do que se descreve. É qualquer elemento que seja apreendido
pelos sentidos e transformado, com palavras, em imagens.
Sempre que se expõe com detalhes um objeto, uma pessoa ou uma paisagem a alguém, está fazendo
uso da descrição. Não é necessário que seja perfeita, uma vez que o ponto de vista do observador varia
de acordo com seu grau de percepção. Dessa forma, o que será importante ser analisado para um, não
será para outro.
A vivência de quem descreve também influencia na hora de transmitir a impressão alcançada sobre
determinado objeto, pessoa, animal, cena, ambiente, emoção vivida ou sentimento.

Exemplos:

(I) “De longe via a aleia onde a tarde era clara e redonda. Mas a penumbra dos ramos cobria o atalho.
Ao seu redor havia ruídos serenos, cheiro de árvores, pequenas surpresas entre os cipós. Todo o
jardim triturado pelos instantes já mais apressados da tarde. De onde vinha o meio sonho pelo qual estava
rodeada? Como por um zunido de abelhas e aves. Tudo era estranho, suave demais, grande demais.”
(extraído de “Amor”, Laços de Família, Clarice Lispector)

(II) Chamava-se Raimundo este pequeno, e era mole, aplicado, inteligência tarda. Raimundo gastava
duas horas em reter aquilo que a outros levava apenas trinta ou cinquenta minutos; vencia com o tempo
o que não podia fazer logo com o cérebro. Reunia a isso grande medo ao pai. Era uma criança fina,
pálida, cara doente; raramente estava alegre. Entrava na escola depois do pai e retirava-se antes. O
mestre era mais severo com ele do que conosco.
(Machado de Assis. "Conto de escola". Contos. 3ed. São Paulo, Ática, 1974, págs. 31-32.)

Esse texto traça o perfil de Raimundo, o filho do professor da escola que o escritor frequentava.
Deve-se notar:

- que todas as frases expõem ocorrências simultâneas (ao mesmo tempo que gastava duas horas para
reter aquilo que os outros levavam trinta ou cinquenta minutos, Raimundo tinha grande medo ao pai);
- por isso, não existe uma ocorrência que possa ser considerada cronologicamente anterior a outra do
ponto de vista do relato (no nível dos acontecimentos, entrar na escola é cronologicamente anterior a
retirar-se dela; no nível do relato, porém, a ordem dessas duas ocorrências é indiferente: o que o escritor
quer é explicitar uma característica do menino, e não traçar a cronologia de suas ações);
- ainda que se fale de ações (como entrava, retirava-se), todas elas estão no pretérito imperfeito, que
indica concomitância em relação a um marco temporal instalado no texto (no caso, o ano de 1840, em
que o escritor frequentava a escola da Rua da Costa) e, portanto, não denota nenhuma transformação de
estado;
- se invertêssemos a sequência dos enunciados, não correríamos o risco de alterar nenhuma relação
cronológica - poderíamos mesmo colocar o últímo período em primeiro lugar e ler o texto do fim para o
começo: O mestre era mais severo com ele do que conosco. Entrava na escola depois do pai e retirava-
se antes...

Evidentemente, quando se diz que a ordem dos enunciados pode ser invertida, está-se pensando
apenas na ordem cronológica, pois, como veremos adiante, a ordem em que os elementos são descritos
produz determinados efeitos de sentido.
Quando alteramos a ordem dos enunciados, precisamos fazer certas modificações no texto, pois este
contém anafóricos (palavras que retomam o que foi dito antes, como ele, os, aquele, etc. ou catafóricos
(palavras que anunciam o que vai ser dito, como este, etc.), que podem perder sua função e assim não

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ser compreendidos. Se tomarmos uma descrição como As flores manifestavam todo o seu esplendor.
O Sol fazia-as brilhar, ao invertermos a ordem das frases, precisamos fazer algumas alterações, para
que o texto possa ser compreendido: O Sol fazia as flores brilhar. Elas manifestavam todo o seu
esplendor. Como, na versão original, o pronome oblíquo as é um anafórico que retoma flores, se
alterarmos a ordem das frases ele perderá o sentido. Por isso, precisamos mudar a palavra flores para
a primeira frase e retomá-la com o anafórico elas na segunda.
Por todas essas características, diz-se que o fragmento do conto de Machado é descritivo. Descrição
é o tipo de texto em que se expõem características de seres concretos (pessoas, objetos, situações, etc.)
consideradas fora da relação de anterioridade e de posterioridade.

Características:

- Ao fazer a descrição enumeramos características, comparações e inúmeros elementos sensoriais;


- As personagens podem ser caracterizadas física e psicologicamente, ou pelas ações;
- A descrição pode ser considerada um dos elementos constitutivos da dissertação e da argumentação;
- é impossível separar narração de descrição;
- O que se espera não é tanto a riqueza de detalhes, mas sim a capacidade de observação que deve
revelar aquele que a realiza;
- Utilizam, preferencialmente, verbos de ligação. Exemplo: “(...) Ângela tinha cerca de vinte anos;
parecia mais velha pelo desenvolvimento das proporções. Grande, carnuda, sanguínea e fogosa, era um
desses exemplares excessivos do sexo que parecem conformados expressamente para esposas da
multidão (...)” (Raul Pompéia – O Ateneu);
- Como na descrição o que se reproduz é simultâneo, não existe relação de anterioridade e
posterioridade entre seus enunciados;
- Devem-se evitar os verbos e, se isso não for possível, que se usem então as formas nominais, o
presente e o pretério imperfeito do indicativo, dando-se sempre preferência aos verbos que indiquem
estado ou fenômeno.
- Todavia deve predominar o emprego das comparações, dos adjetivos e dos advérbios, que conferem
colorido ao texto.

A característica fundamental de um texto descritivo é essa inexistência de progressão temporal.


Pode-se apresentar, numa descrição, até mesmo ação ou movimento, desde que eles sejam sempre
simultâneos, não indicando progressão de uma situação anterior para outra posterior. Tanto é que uma
das marcas linguísticas da descrição é o predomínio de verbos no presente ou no pretérito imperfeito do
indicativo: o primeiro expressa concomitância em relação ao momento da fala; o segundo, em relação a
um marco temporal pretérito instalado no texto.
Para transformar uma descrição numa narração, bastaria introduzir um enunciado que indicasse a
passagem de um estado anterior para um posterior. No caso do texto II inicial, para transformá-lo em
narração, bastaria dizer: Reunia a isso grande medo do pai. Mais tarde, Iibertou-se desse medo...

Características Linguísticas:

O enunciado narrativo, por ter a representação de um acontecimento, fazer-transformador, é marcado


pela temporalidade, na relação situação inicial e situação final, enquanto que o enunciado descritivo, não
tendo transformação, é atemporal.
Na dimensão linguística, destacam-se marcas sintático-semânticas encontradas no texto que vão
facilitar a compreensão:
- Predominância de verbos de estado, situação ou indicadores de propriedades, atitudes, qualidades,
usados principalmente no presente e no imperfeito do indicativo (ser, estar, haver, situar-se, existir, ficar).
- Ênfase na adjetivação para melhor caracterizar o que é descrito; Exemplo:

"Era alto, magro, vestido todo de preto, com o pescoço entalado num colarinho direito. O rosto aguçado
no queixo ia-se alargando até à calva, vasta e polida, um pouco amolgado no alto; tingia os cabelos que
de uma orelha à outra lhe faziam colar por trás da nuca - e aquele preto lustroso dava, pelo contraste,
mais brilho à calva; mas não tingia o bigode; tinha-o grisalho, farto, caído aos cantos da boca. Era muito
pálido; nunca tirava as lunetas escuras. Tinha uma covinha no queixo, e as orelhas grandes muito
despegadas do crânio."
(Eça de Queiroz - O Primo Basílio)

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- Emprego de figuras (metáforas, metonímias, comparações, sinestesias). Exemplo:

"Era o Sr. Lemos um velho de pequena estatura, não muito gordo, mas rolho e bojudo como um vaso
chinês. Apesar de seu corpo rechonchudo, tinha certa vivacidade buliçosa e saltitante que lhe dava
petulância de rapaz e casava perfeitamente com os olhinhos de azougue."
(José de Alencar - Senhora)

- Uso de advérbios de localização espacial. Exemplo:

"Até os onze anos, eu morei numa casa, uma casa velha, e essa casa era assim: na frente, uma grade
de ferro; depois você entrava tinha um jardinzinho; no final tinha uma escadinha que devia ter uns cinco
degraus; aí você entrava na sala da frente; dali tinha um corredor comprido de onde saíam três portas;
no final do corredor tinha a cozinha, depois tinha uma escadinha que ia dar no quintal e atrás ainda tinha
um galpão, que era o lugar da bagunça..."
(Entrevista gravada para o Projeto NURC/RJ)

Recursos:

- Usar impressões cromáticas (cores) e sensações térmicas. Ex: O dia transcorria amarelo, frio,
ausente do calor alegre do sol.
- Usar o vigor e relevo de palavras fortes, próprias, exatas, concretas. Ex: As criaturas humanas
transpareciam um céu sereno, uma pureza de cristal.
- As sensações de movimento e cor embelezam o poder da natureza e a figura do homem. Ex: Era um
verde transparente que deslumbrava e enlouquecia qualquer um.
- A frase curta e penetrante dá um sentido de rapidez do texto. Ex: Vida simples. Roupa simples. Tudo
simples. O pessoal, muito crente.

A descrição pode ser apresentada sob duas formas:

Descrição Objetiva: quando o objeto, o ser, a cena, a passagem são apresentadas como realmente
são, concretamente. Ex: "Sua altura é 1,85m. Seu peso, 70 kg. Aparência atlética, ombros largos, pele
bronzeada. Moreno, olhos negros, cabelos negros e lisos".
Não se dá qualquer tipo de opinião ou julgamento. Exemplo: “ A casa velha era enorme, toda em
largura, com porta central que se alcançava por três degraus de pedra e quatro janelas de guilhotina para
cada lado. Era feita de pau-a-pique barreado, dentro de uma estrutura de cantos e apoios de madeira-de-
lei. Telhado de quatro águas. Pintada de roxo-claro. Devia ser mais velha que Juiz de Fora, provavelmente
sede de alguma fazenda que tivesse ficado, capricho da sorte, na linha de passagem da variante do
Caminho Novo que veio a ser a Rua Principal, depois a Rua Direita – sobre a qual ela se punha um pouco
de esguelha e fugindo ligeiramente do alinhamento (...).” (Pedro Nava – Baú de Ossos)

Descrição Subjetiva: quando há maior participação da emoção, ou seja, quando o objeto, o ser, a
cena, a paisagem são transfigurados pela emoção de quem escreve, podendo opinar ou expressar seus
sentimentos. Ex: "Nas ocasiões de aparato é que se podia tomar pulso ao homem. Não só as
condecorações gritavam-lhe no peito como uma couraça de grilos. Ateneu! Ateneu! Aristarco todo era um
anúncio; os gestos, calmos, soberanos, calmos, eram de um rei..." ("O Ateneu", Raul Pompéia)
“(...) Quando conheceu Joca Ramiro, então achou outra esperança maior: para ele, Joca Ramiro era
único homem, par-de-frança, capaz de tomar conta deste sertão nosso, mandando por lei, de
sobregoverno.”
(Guimarães Rosa – Grande Sertão: Veredas)

Os efeitos de sentido criados pela disposição dos elementos descritivos:

Como se disse anteriormente, do ponto de vista da progressão temporal, a ordem dos enunciados na
descrição é indiferente, uma vez que eles indicam propriedades ou características que ocorrem si-
multaneamente. No entanto, ela não é indiferente do ponto de vista dos efeitos de sentido: descrever de
cima para baixo ou vice-versa, do detalhe para o todo ou do todo para o detalhe cria efeitos de sentido
distintos.

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Observe os dois quartetos do soneto “Retrato Próprio", de Bocage:

Magro, de olhos azuis, carão moreno,


bem servido de pés, meão de altura,
triste de facha, o mesmo de figura,
nariz alto no meio, e não pequeno.

Incapaz de assistir num só terreno,


mais propenso ao furor do que à ternura;
bebendo em níveas mãos por taça escura
de zelos infernais letal veneno.
Obras de Bocage. Porto, Lello & Irmão,
1968, pág. 497.

O poeta descreve-se das características físicas para as características morais. Se fizesse o inverso,
o sentido não seria o mesmo, pois as características físicas perderiam qualquer relevo.
O objetivo de um texto descritivo é levar o leitor a visualizar uma cena. É como traçar com palavras o
retrato de um objeto, lugar, pessoa etc., apontando suas características exteriores, facilmente
identificáveis (descrição objetiva), ou suas características psicológicas e até emocionais (descrição
subjetiva).
Uma descrição deve privilegiar o uso frequente de adjetivos, também denominado adjetivação. Para
facilitar o aprendizado desta técnica, sugere-se que o concursando, após escrever seu texto, sublinhe
todos os substantivos, acrescentando antes ou depois deste um adjetivo ou uma locução adjetiva.

Descrição de objetos constituídos de uma só parte:

- Introdução: observações de caráter geral referentes à procedência ou localização do objeto descrito.


- Desenvolvimento: detalhes (lª parte) - formato (comparação com figuras geométricas e com objetos
semelhantes); dimensões (largura, comprimento, altura, diâmetro etc.)
- Desenvolvimento: detalhes (2ª parte) - material, peso, cor/brilho, textura.
- Conclusão: observações de caráter geral referentes a sua utilidade ou qualquer outro comentário que
envolva o objeto como um todo.

Descrição de objetos constituídos por várias partes:

- Introdução: observações de caráter geral referentes à procedência ou localização do objeto descrito.


- Desenvolvimento: enumeração e rápidos comentários das partes que compõem o objeto, associados
à explicação de como as partes se agrupam para formar o todo.
- Desenvolvimento: detalhes do objeto visto como um todo (externamente) - formato, dimensões,
material, peso, textura, cor e brilho.
- Conclusão: observações de caráter geral referentes a sua utilidade ou qualquer outro comentário que
envolva o objeto em sua totalidade.

Descrição de ambientes:

- Introdução: comentário de caráter geral.


- Desenvolvimento: detalhes referentes à estrutura global do ambiente: paredes, janelas, portas, chão,
teto, luminosidade e aroma (se houver).
- Desenvolvimento: detalhes específicos em relação a objetos lá existentes: móveis, eletrodomésticos,
quadros, esculturas ou quaisquer outros objetos.
- Conclusão: observações sobre a atmosfera que paira no ambiente.

Descrição de paisagens:

- Introdução: comentário sobre sua localização ou qualquer outra referência de caráter geral.
- Desenvolvimento: observação do plano de fundo (explicação do que se vê ao longe).
- Desenvolvimento: observação dos elementos mais próximos do observador - explicação detalhada
dos elementos que compõem a paisagem, de acordo com determinada ordem.

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- Conclusão: comentários de caráter geral, concluindo acerca da impressão que a paisagem causa em
quem a contempla.

Descrição de pessoas (I):

- Introdução: primeira impressão ou abordagem de qualquer aspecto de caráter geral.


- Desenvolvimento: características físicas (altura, peso, cor da pele, idade, cabelos, olhos, nariz, boca,
voz, roupas).
- Desenvolvimento: características psicológicas (personalidade, temperamento, caráter, preferências,
inclinações, postura, objetivos).
- Conclusão: retomada de qualquer outro aspecto de caráter geral.

Descrição de pessoas (II):

- Introdução: primeira impressão ou abordagem de qualquer aspecto de caráter geral.


- Desenvolvimento: análise das características físicas, associadas às características psicológicas (1ª
parte).
- Desenvolvimento: análise das características físicas, associadas às características psicológicas (2ª
parte).
- Conclusão: retomada de qualquer outro aspecto de caráter geral.

A descrição, ao contrário da narrativa, não supõe ação. É uma estrutura pictórica, em que os aspectos
sensoriais predominam. Porque toda técnica descritiva implica contemplação e apreensão de algo
objetivo ou subjetivo, o redator, ao descrever, precisa possuir certo grau de sensibilidade. Assim como o
pintor capta o mundo exterior ou interior em suas telas, o autor de uma descrição focaliza cenas ou
imagens, conforme o permita sua sensibilidade.

Conforme o objetivo a alcançar, a descrição pode ser não-literária ou literária. Na descrição não-
literária, há maior preocupação com a exatidão dos detalhes e a precisão vocabular. Por ser objetiva, há
predominância da denotação.

Textos descritivos não-literários: A descrição técnica é um tipo de descrição objetiva: ela recria o
objeto usando uma linguagem científica, precisa. Esse tipo de texto é usado para descrever aparelhos, o
seu funcionamento, as peças que os compõem, para descrever experiências, processos, etc.
Exemplo:
Folheto de propaganda de carro
Conforto interno - É impossível falar de conforto sem incluir o espaço interno. Os seus interiores são
amplos, acomodando tranquilamente passageiros e bagagens. O Passat e o Passat Variant possuem
direção hidráulica e ar condicionado de elevada capacidade, proporcionando a climatização perfeita do
ambiente.
Porta-malas - O compartimento de bagagens possui capacidade de 465 litros, que pode ser ampliada
para até 1500 litros, com o encosto do banco traseiro rebaixado.
Tanque - O tanque de combustível é confeccionado em plástico reciclável e posicionado entre as rodas
traseiras, para evitar a deformação em caso de colisão.

Textos descritivos literários: Na descrição literária predomina o aspecto subjetivo, com ênfase no
conjunto de associações conotativas que podem ser exploradas a partir de descrições de pessoas;
cenários, paisagens, espaço; ambientes; situações e coisas. Vale lembrar que textos descritivos também
podem ocorrer tanto em prosa como em verso.

Narração

A Narração é um tipo de texto que relata uma história real, fictícia ou mescla dados reais e imaginários.
O texto narrativo apresenta personagens que atuam em um tempo e em um espaço, organizados por
uma narração feita por um narrador. É uma série de fatos situados em um espaço e no tempo, tendo
mudança de um estado para outro, segundo relações de sequencialidade e causalidade, e não
simultâneos como na descrição. Expressa as relações entre os indivíduos, os conflitos e as ligações
afetivas entre esses indivíduos e o mundo, utilizando situações que contêm essa vivência.

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Todas as vezes que uma história é contada (é narrada), o narrador acaba sempre contando onde,
quando, como e com quem ocorreu o episódio. É por isso que numa narração predomina a ação: o texto
narrativo é um conjunto de ações; assim sendo, a maioria dos verbos que compõem esse tipo de texto
são os verbos de ação. O conjunto de ações que compõem o texto narrativo, ou seja, a história que é
contada nesse tipo de texto recebe o nome de enredo.
As ações contidas no texto narrativo são praticadas pelas personagens, que são justamente as
pessoas envolvidas no episódio que está sendo contado. As personagens são identificadas (nomeadas)
no texto narrativo pelos substantivos próprios.
Quando o narrador conta um episódio, às vezes (mesmo sem querer) ele acaba contando "onde" (em
que lugar) as ações do enredo foram realizadas pelas personagens. O lugar onde ocorre uma ação ou
ações é chamado de espaço, representado no texto pelos advérbios de lugar.
Além de contar onde, o narrador também pode esclarecer "quando" ocorreram as ações da história.
Esse elemento da narrativa é o tempo, representado no texto narrativo através dos tempos verbais, mas
principalmente pelos advérbios de tempo. É o tempo que ordena as ações no texto narrativo: é ele que
indica ao leitor "como" o fato narrado aconteceu.
A história contada, por isso, passa por uma introdução (parte inicial da história, também chamada de
prólogo), pelo desenvolvimento do enredo (é a história propriamente dita, o meio, o "miolo" da narrativa,
também chamada de trama) e termina com a conclusão da história (é o final ou epílogo). Aquele que
conta a história é o narrador, que pode ser pessoal (narra em 1ª pessoa: Eu) ou impessoal (narra em
3ª pessoa: Ele).
Assim, o texto narrativo é sempre estruturado por verbos de ação, por advérbios de tempo, por
advérbios de lugar e pelos substantivos que nomeiam as personagens, que são os agentes do texto, ou
seja, aquelas pessoas que fazem as ações expressas pelos verbos, formando uma rede: a própria história
contada.
Tudo na narrativa depende do narrador, da voz que conta a história.

Elementos Estruturais (I):

- Enredo: desenrolar dos acontecimentos.


- Personagens: são seres que se movimentam, se relacionam e dão lugar à trama que se estabelece
na ação. Revelam-se por meio de características físicas ou psicológicas. Os personagens podem ser
lineares (previsíveis), complexos, tipos sociais (trabalhador, estudante, burguês etc.) ou tipos humanos
(o medroso, o tímido, o avarento etc.), heróis ou anti-heróis, protagonistas ou antagonistas.
- Narrador: é quem conta a história.
- Espaço: local da ação. Pode ser físico ou psicológico.
- Tempo: época em que se passa a ação. Cronológico: o tempo convencional (horas, dias, meses);
Psicológico: o tempo interior, subjetivo.

Elementos Estruturais (II):

Personagens - Quem? Protagonista/Antagonista


Acontecimento - O quê? Fato
Tempo - Quando? Época em que ocorreu o fato
Espaço - Onde? Lugar onde ocorreu o fato
Modo - Como? De que forma ocorreu o fato
Causa - Por quê? Motivo pelo qual ocorreu o fato
Resultado - previsível ou imprevisível.
Final - Fechado ou Aberto.

Esses elementos estruturais combinam-se e articulam-se de tal forma, que não é possível
compreendê-los isoladamente, como simples exemplos de uma narração. Há uma relação de implicação
mútua entre eles, para garantir coerência e verossimilhança à história narrada.
Quanto aos elementos da narrativa, esses não estão, obrigatoriamente sempre presentes no discurso,
exceto as personagens ou o fato a ser narrado.

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Exemplo:
Porquinho-da-índia

Quando eu tinha seis anos


Ganhei um porquinho-da-índía.
Que dor de coração me dava
Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão!
Levava ele pra sala
Pra os lugares mais bonitos mais limpinhos
Ele não gostava:
Queria era estar debaixo do fogão.
Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas...
- O meu porquinho-da-índia foi a minha primeira namorada.

Manuel Bandeira. Estrela da vida inteira. 4ª ed. Rio de Janeiro, José Olympio, 1973, pág. 110.

Observe que, no texto acima, há um conjunto de transformações de situação: ganhar um


porquinho-da-índia é passar da situação de não ter o animalzinho para a de tê-lo; levá-lo para a sala ou
para outros lugares é passar da situação de ele estar debaixo do fogão para a de estar em outros lugares;
ele não gostava: “queria era estar debaixo do fogão” implica a volta à situação anterior; “não fazia caso
nenhum das minhas ternurinhas” dá a entender que o menino passava de uma situação de não ser terno
com o animalzinho para uma situação de ser; no último verso tem-se a passagem da situação de não ter
namorada para a de ter.
Verifica-se, pois, que nesse texto há um grande conjunto de mudanças de situação. É isso que define
o que se chama o componente narrativo do texto, ou seja, narrativa é uma mudança de estado pela ação
de alguma personagem, é uma transformação de situação. Mesmo que essa personagem não apareça
no texto, ela está logicamente implícita. Assim, por exemplo, se o menino ganhou um porquinho-da-índia,
é porque alguém lhe deu o animalzinho.
Assim, há basicamente, dois tipos de mudança: aquele em que alguém recebe alguma coisa (o menino
passou a ter o porquinho-da índia) e aquele alguém perde alguma coisa (o porquinho perdia, a cada vez
que o menino o levava para outro lugar, o espaço confortável de debaixo do fogão). Assim, temos dois
tipos de narrativas: de aquisição e de privação.

Existem três tipos de foco narrativo:

- Narrador-personagem: é aquele que conta a história na qual é participante. Nesse caso ele é
narrador e personagem ao mesmo tempo, a história é contada em 1ª pessoa.
- Narrador-observador: é aquele que conta a história como alguém que observa tudo que acontece
e transmite ao leitor, a história é contada em 3ª pessoa.
- Narrador-onisciente: é o que sabe tudo sobre o enredo e as personagens, revelando seus
pensamentos e sentimentos íntimos. Narra em 3ª pessoa e sua voz, muitas vezes, aparece misturada
com pensamentos dos personagens (discurso indireto livre).

Estrutura:

- Apresentação: é a parte do texto em que são apresentados alguns personagens e expostas algumas
circunstâncias da história, como o momento e o lugar onde a ação se desenvolverá.
- Complicação: é a parte do texto em que se inicia propriamente a ação. Encadeados, os episódios
se sucedem, conduzindo ao clímax.
- Clímax: é o ponto da narrativa em que a ação atinge seu momento crítico, tornando o desfecho
inevitável.
- Desfecho: é a solução do conflito produzido pelas ações dos personagens.

Tipos de Personagens:

Os personagens têm muita importância na construção de um texto narrativo, são elementos vitais.
Podem ser principais ou secundários, conforme o papel que desempenham no enredo, podem ser
apresentados direta ou indiretamente.

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A apresentação direta acontece quando o personagem aparece de forma clara no texto, retratando
suas características físicas e/ou psicológicas, já a apresentação indireta se dá quando os personagens
aparecem aos poucos e o leitor vai construindo a sua imagem com o desenrolar do enredo, ou seja, a
partir de suas ações, do que ela vai fazendo e do modo como vai fazendo.

- Em 1ª pessoa:

Personagem Principal: há um “eu” participante que conta a história e é o protagonista. Exemplo:

“Parei na varanda, ia tonto, atordoado, as pernas bambas, o coração parecendo querer sair-me pela
boca fora. Não me atrevia a descer à chácara, e passar ao quintal vizinho. Comecei a andar de um lado
para outro, estacando para amparar-me, e andava outra vez e estacava.”
(Machado de Assis. Dom Casmurro)

Observador: é como se dissesse: É verdade, pode acreditar, eu estava lá e vi. Exemplo:

“Batia nos noventa anos o corpo magro, mas sempre teso do Jango Jorge, um que foi capitão duma
maloca de contrabandista que fez cancha nos banhados do Brocai.
Esse gaúcho desamotinado levou a existência inteira a cruzar os campos da fronteira; à luz do Sol, no
desmaiado da Lua, na escuridão das noites, na cerração das madrugadas...; ainda que chovesse reiúnos
acolherados ou que ventasse como por alma de padre, nunca errou vau, nunca perdeu atalho, nunca
desandou cruzada! ...
(...)
Aqui há poucos – coitado! – pousei no arranchamento dele. Casado ou doutro jeito, afamilhado. Não
nos víamos desde muito tempo. (...)
Fiquei verdeando, à espera, e fui dando um ajutório na matança dos leitões e no tiramento dos assados
com couro.”
(J. Simões Lopes Neto – Contrabandista)

- Em 3ª pessoa:

Onisciente: não há um eu que conta; é uma terceira pessoa. Exemplo:

“Devia andar lá pelos cinco anos e meio quando a fantasiaram de borboleta. Por isso não pôde
defender-se. E saiu à rua com ar menos carnavalesco deste mundo, morrendo de vergonha da malha de
cetim, das asas e das antenas e, mais ainda, da cara à mostra, sem máscara piedosa para disfarçar o
sentimento impreciso de ridículo.”
(Ilka Laurito. Sal do Lírico)

Narrador Objetivo: não se envolve, conta a história como sendo vista por uma câmara ou filmadora.
Exemplo:

Festa

Atrás do balcão, o rapaz de cabeça pelada e avental olha o crioulão de roupa limpa e remendada,
acompanhado de dois meninos de tênis branco, um mais velho e outro mais novo, mas ambos com menos
de dez anos.
Os três atravessam o salão, cuidadosamente, mas resolutamente, e se dirigem para o cômodo dos
fundos, onde há seis mesas desertas.
O rapaz de cabeça pelada vai ver o que eles querem. O homem pergunta em quanto fica uma cerveja,
dois guaranás e dois pãezinhos.
__ Duzentos e vinte.
O preto concentra-se, aritmético, e confirma o pedido.
__Que tal o pão com molho? – sugere o rapaz.
__ Como?
__ Passar o pão no molho da almôndega. Fica muito mais gostoso.
O homem olha para os meninos.
__ O preço é o mesmo – informa o rapaz.
__ Está certo.

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Os três sentam-se numa das mesas, de forma canhestra, como se o estivessem fazendo pela primeira
vez na vida.
O rapaz de cabeça pelada traz as bebidas e os copos e, em seguida, num pratinho, os dois pães com
meia almôndega cada um. O homem e (mais do que ele) os meninos olham para dentro dos pães,
enquanto o rapaz cúmplice se retira.
Os meninos aguardam que a mão adulta leve solene o copo de cerveja até a boca, depois cada um
prova o seu guaraná e morde o primeiro bocado do pão.
O homem toma a cerveja em pequenos goles, observando criteriosamente o menino mais velho e o
menino mais novo absorvidos com o sanduíche e a bebida.
Eles não têm pressa. O grande homem e seus dois meninos. E permanecem para sempre, humanos
e indestrutíveis, sentados naquela mesa.
(Wander Piroli)

Tipos de Discurso:

Discurso Direto: o narrador passa a palavra diretamente para o personagem, sem a sua interferência.
Exemplo:

Caso de Desquite

__ Vexame de incomodar o doutor (a mão trêmula na boca). Veja, doutor, este velho caducando.
Bisavô, um neto casado. Agora com mania de mulher. Todo velho é sem-vergonha.
__ Dobre a língua, mulher. O hominho é muito bom. Só não me pise, fico uma jararaca.
__ Se quer sair de casa, doutor, pague uma pensão.
__ Essa aí tem filho emancipado. Criei um por um, está bom? Ela não contribuiu com nada, doutor. Só
deu de mamar no primeiro mês.
__Você desempregado, quem é que fazia roça?
__ Isso naquele tempo. O hominho aqui se espalhava. Fui jogado na estrada, doutor. Desde onze anos
estou no mundo sem ninguém por mim. O céu lá em cima, noite e dia o hominho aqui na carroça. Sempre
o mais sacrificado, está bom?
__ Se ficar doente, Severino, quem é que o atende?
__ O doutor já viu urubu comer defunto? Ninguém morre só. Sempre tem um cristão que enterra o
pobre.
__ Na sua idade, sem os cuidados de uma mulher...
__ Eu arranjo.
__ Só a troco de dinheiro elas querem você. Agora tem dois cavalos. A carroça e os dois cavalos, o
que há de melhor. Vai me deixar sem nada?
__ Você tinha a mula e a potranca. A mula vendeu e a potranca, deixou morrer. Tenho culpa? Só quero
paz, um prato de comida e roupa lavada.
__ Para onde foi a lavadeira?
__ Quem?
__ A mulata.
(...)
(Dalton Trevisan – A guerra Conjugal)

Discurso Indireto: o narrador conta o que o personagem diz, sem lhe passar diretamente a palavra.
Exemplo:

Frio

O menino tinha só dez anos.


Quase meia hora andando. No começo pensou num bonde. Mas lembrou-se do embrulhinho branco e
bem feito que trazia, afastou a ideia como se estivesse fazendo uma coisa errada. (Nos bondes, àquela
hora da noite, poderiam roubá-lo, sem que percebesse; e depois? ... Que é que diria a Paraná?)
Andando. Paraná mandara-lhe não ficar observando as vitrines, os prédios, as coisas. Como fazia nos
dias comuns. Ia firme e esforçando-se para não pensar em nada, nem olhar muito para nada.
__ Olho vivo – como dizia Paraná.
Devagar, muita atenção nos autos, na travessia das ruas. Ele ia pelas beiradas. Quando em quando,
assomava um guarda nas esquinas. O seu coraçãozinho se apertava.

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Na estação da Sorocabana perguntou as horas a uma mulher. Sempre ficam mulheres vagabundeando
por ali, à noite. Pelo jardim, pelos escuros da Alameda Cleveland. Ela lhe deu, ele seguiu. Ignorava a
exatidão de seus cálculos, mas provavelmente faltava mais ou menos uma hora para chegar em casa.
Os bondes passavam.
(João Antônio – Malagueta, Perus e Bacanaço)

Discurso Indireto-Livre: ocorre uma fusão entre a fala do personagem e a fala do narrador. É um
recurso relativamente recente. Surgiu com romancistas inovadores do século XX. Exemplo:

A Morte da Porta-Estandarte

Que ninguém o incomode agora. Larguem os seus braços. Rosinha está dormindo. Não acordem
Rosinha. Não é preciso segurá-lo, que ele não está bêbado... O céu baixou, se abriu... Esse temporal
assim é bom, porque Rosinha não sai. Tenham paciência... Largar Rosinha ali, ele não larga não... Não!
E esses tambores? Ui! Que venham... É guerra... ele vai se espalhar... Por que não está malhando em
sua cabeça? ... (...) Ele vai tirar Rosinha da cama... Ele está dormindo, Rosinha... Fugir com ela, para o
fundo do País... Abraçá-la no alto de uma colina...
(Aníbal Machado)

Sequência Narrativa:

Uma narrativa não tem uma única mudança, mas várias: uma coordena-se a outra, uma implica a
outra, uma subordina-se a outra.
A narrativa típica tem quatro mudanças de situação:
- uma em que uma personagem passa a ter um querer ou um dever (um desejo ou uma necessidade
de fazer algo);
- uma em que ela adquire um saber ou um poder (uma competência para fazer algo);
- uma em que a personagem executa aquilo que queria ou devia fazer (é a mudança principal da
narrativa);
- uma em que se constata que uma transformação se deu e em que se podem atribuir prêmios ou
castigos às personagens (geralmente os prêmios são para os bons, e os castigos, para os maus).

Toda narrativa tem essas quatro mudanças, pois elas se pressupõem logicamente. Com efeito, quando
se constata a realização de uma mudança é porque ela se verificou, e ela efetua-se porque quem a realiza
pode, sabe, quer ou deve fazê-la. Tomemos, por exemplo, o ato de comprar um apartamento: quando se
assina a escritura, realiza-se o ato de compra; para isso, é necessário poder (ter dinheiro) e querer ou
dever comprar (respectivamente, querer deixar de pagar aluguel ou ter necessidade de mudar, por ter
sido despejado, por exemplo).
Algumas mudanças são necessárias para que outras se deem. Assim, para apanhar uma fruta, é
necessário apanhar um bambu ou outro instrumento para derrubá-la. Para ter um carro, é preciso antes
conseguir o dinheiro.

Narrativa e Narração

Existe alguma diferença entre as duas? Sim. A narratividade é um componente narrativo que pode
existir em textos que não são narrações. A narrativa é a transformação de situações. Por exemplo, quando
se diz “Depois da abolição, incentivou-se a imigração de europeus”, temos um texto dissertativo, que, no
entanto, apresenta um componente narrativo, pois contém uma mudança de situação: do não incentivo
ao incentivo da imigração européia.
Se a narrativa está presente em quase todos os tipos de texto, o que é narração?
A narração é um tipo de narrativa. Tem ela três características:
- é um conjunto de transformações de situação (o texto de Manuel Bandeira – “Porquinho-da-índia”,
como vimos, preenche essa condição);
- é um texto figurativo, isto é, opera com personagens e fatos concretos (o texto "Porquinho-da-índia"
preenche também esse requisito);
- as mudanças relatadas estão organizadas de maneira tal que, entre elas, existe sempre uma relação
de anterioridade e posterioridade (no texto "Porquinho-da-índia" o fato de ganhar o animal é anterior ao
de ele estar debaixo do fogão, que por sua vez é anterior ao de o menino levá-lo para a sala, que por seu
turno é anterior ao de o porquinho-da-índia voltar ao fogão).

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Essa relação de anterioridade e posterioridade é sempre pertinente num texto narrativo, mesmo que a
sequência linear da temporalidade apareça alterada. Assim, por exemplo, no romance machadiano
Memórias póstumas de Brás Cubas, quando o narrador começa contando sua morte para em seguida
relatar sua vida, a sequência temporal foi modificada. No entanto, o leitor reconstitui, ao longo da leitura,
as relações de anterioridade e de posterioridade.
Resumindo: na narração, as três características explicadas acima (transformação de situações, fi-
guratividade e relações de anterioridade e posterioridade entre os episódios relatados) devem estar
presentes conjuntamente. Um texto que tenha só uma ou duas dessas características não é uma
narração.

Esquema que pode facilitar a elaboração de seu texto narrativo:

- Introdução: citar o fato, o tempo e o lugar, ou seja, o que aconteceu, quando e onde.
- Desenvolvimento: causa do fato e apresentação dos personagens.
- Desenvolvimento: detalhes do fato.
- Conclusão: consequências do fato.

Caracterização Formal:

Em geral, a narrativa se desenvolve na prosa. O aspecto narrativo apresenta, até certo ponto, alguma
subjetividade, porquanto a criação e o colorido do contexto estão em função da individualidade e do estilo
do narrador. Dependendo do enfoque do redator, a narração terá diversas abordagens. Assim é de grande
importância saber se o relato é feito em primeira pessoa ou terceira pessoa. No primeiro caso, há a
participação do narrador; segundo, há uma inferência do último através da onipresença e onisciência.
Quanto à temporalidade, não há rigor na ordenação dos acontecimentos: esses podem oscilar no
tempo, transgredindo o aspecto linear e constituindo o que se denomina “flashback”. O narrador que usa
essa técnica (característica comum no cinema moderno) demonstra maior criatividade e originalidade,
podendo observar as ações ziguezagueando no tempo e no espaço.

Exemplo - Personagens

"Aboletado na varanda, lendo Graciliano Ramos, O Dr. Amâncio não viu a mulher chegar.
- Não quer que se carpa o quintal, moço?
Estava um caco: mal vestida, cheirando a fumaça, a face escalavrada. Mas os olhos... (sempre
guardam alguma coisa do passado, os olhos)."
(Kiefer, Charles. A dentadura postiça. Porto Alegre: Mercado Aberto, p. 5O)

Exemplo - Espaço

Considerarei longamente meu pequeno deserto, a redondeza escura e uniforme dos seixos. Seria o
leito seco de algum rio. Não havia, em todo o caso, como negar-lhe a insipidez."
(Linda, Ieda. As amazonas segundo tio Hermann. Porto Alegre: Movimento, 1981, p. 51)

Exemplo - Tempo

“Sete da manhã. Honorato Madeira acorda e lembra-se: a mulher lhe pediu que a chamasse cedo."
(Veríssimo, Érico. Caminhos Cruzados. p.4)

Tipologia da Narrativa Ficcional:

- Romance
- Conto
- Crônica
- Fábula
- Lenda
- Parábola
- Anedota
- Poema Épico

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Tipologia da Narrativa Não-Ficcional:

- Memorialismo
- Notícias
- Relatos
- História da Civilização

Apresentação da Narrativa:

- visual: texto escrito; legendas + desenhos (história em quadrinhos) e desenhos.


- auditiva: narrativas radiofonizadas; fitas gravadas e discos.
- audiovisual: cinema; teatro e narrativas televisionadas.

Dissertação

A dissertação é uma exposição, discussão ou interpretação de uma determinada ideia. É, sobretudo,


analisar algum tema. Pressupõe um exame crítico do assunto, lógica, raciocínio, clareza, coerência,
objetividade na exposição, um planejamento de trabalho e uma habilidade de expressão.
É em função da capacidade crítica que se questionam pontos da realidade social, histórica e
psicológica do mundo e dos semelhantes. Vemos também, que a dissertação no seu significado diz
respeito a um tipo de texto em que a exposição de uma ideia, através de argumentos, é feita com a
finalidade de desenvolver um conteúdo científico, doutrinário ou artístico.
Exemplo:

Há três métodos pelos quais pode um homem chegar a ser primeiro-ministro. O primeiro é saber, com
prudência, como servir-se de uma pessoa, de uma filha ou de uma irmã; o segundo, como trair ou solapar
os predecessores; e o terceiro, como clamar, com zelo furioso, contra a corrupção da corte. Mas um
príncipe discreto prefere nomear os que se valem do último desses métodos, pois os tais fanáticos sempre
se revelam os mais obsequiosos e subservientes à vontade e às paixões do amo. Tendo à sua disposição
todos os cargos, conservam-se no poder esses ministros subordinando a maioria do senado, ou grande
conselho, e, afinal, por via de um expediente chamado anistia (cuja natureza lhe expliquei), garantem-se
contra futuras prestações de contas e retiram-se da vida pública carregados com os despojos da nação.

Jonathan Swift. Viagens de Gulliver.


São Paulo, Abril Cultural, 1979, p. 234-235.

Esse texto explica os três métodos pelos quais um homem chega a ser primeiro-ministro, aconselha o
príncipe discreto a escolhê-lo entre os que clamam contra a corrupção na corte e justifica esse conselho.
Observe-se que:
- o texto é temático, pois analisa e interpreta a realidade com conceitos abstratos e genéricos (não se
fala de um homem particular e do que faz para chegar a ser primeiro-ministro, mas do homem em geral
e de todos os métodos para atingir o poder);
- existe mudança de situação no texto (por exemplo, a mudança de atitude dos que clamam contra a
corrupção da corte no momento em que se tornam primeiros-ministros);
- a progressão temporal dos enunciados não tem importância, pois o que importa é a relação de
implicação (clamar contra a corrupção da corte implica ser corrupto depois da nomeação para
primeiro-ministro).

Características:

- ao contrário do texto narrativo e do descritivo, ele é temático;


- como o texto narrativo, ele mostra mudanças de situação;
- ao contrário do texto narrativo, nele as relações de anterioridade e de posterioridade dos enunciados
não têm maior importância - o que importa são suas relações lógicas: analogia, pertinência, causalidade,
coexistência, correspondência, implicação, etc.
- a estética e a gramática são comuns a todos os tipos de redação. Já a estrutura, o conteúdo e a
estilística possuem características próprias a cada tipo de texto.

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Dissertação Expositiva e Argumentativa:

A dissertação expositiva é voltada para aqueles fatos que estão sendo focados e discutidos pela
grande mídia. É um tipo de acontecimento inquestionável, mesmo porque todos os detalhes já foram
expostos na televisão, rádio e novas mídias.
Já o texto dissertativo argumentativo vai fazer uma reflexão maior sobre os temas. Os pontos de vista
devem ser declarados em terceira pessoa, há interações entre os fatos que se aborda. Tais fatos precisam
ser esclarecidos para que o leitor se sinta convencido por tal escrita. Quem escreve uma dissertação
argumentativa deve saber persuadir a partir de sua crítica de determinado assunto. A linguagem jamais
poderá deixar de ser objetiva, com fatos reais, evidências e concretudes.

São partes da dissertação: Introdução / Desenvolvimento / Conclusão.

Introdução: em que se apresenta o assunto; se apresenta a ideia principal, sem, no entanto, antecipar
seu desenvolvimento. Tipos:

- Divisão: quando há dois ou mais termos a serem discutidos. Ex: “Cada criatura humana traz duas
almas consigo: uma que olha de dentro para fora, outra que olha de fora para dentro...”
- Alusão Histórica: um fato passado que se relaciona a um fato presente. Ex: “A crise econômica que
teve início no começo dos anos 80, com os conhecidos altos índices de inflação que a década colecionou,
agravou vários dos históricos problemas sociais do país. Entre eles, a violência, principalmente a urbana,
cuja escalada tem sido facilmente identificada pela população brasileira.”
- Proposição: o autor explicita seus objetivos.
- Convite: proposta ao leitor para que participe de alguma coisa apresentada no texto. Ex: Você quer
estar “na sua”? Quer se sentir seguro, ter o sucesso pretendido? Não entre pelo cano! Faça parte desse
time de vencedores desde a escolha desse momento!
- Contestação: contestar uma ideia ou uma situação. Ex: “É importante que o cidadão saiba que portar
arma de fogo não é a solução no combate à insegurança.”
- Características: caracterização de espaços ou aspectos.
- Estatísticas: apresentação de dados estatísticos. Ex: “Em 1982, eram 15,8 milhões os domicílios
brasileiros com televisores. Hoje, são 34 milhões (o sexto maior parque de aparelhos receptores
instalados do mundo). Ao todo, existem no país 257 emissoras (aquelas capazes de gerar programas) e
2.624 repetidoras (que apenas retransmitem sinais recebidos). (...)”
- Declaração Inicial: emitir um conceito sobre um fato.
- Citação: opinião de alguém de destaque sobre o assunto do texto. Ex: “A principal característica do
déspota encontra-se no fato de ser ele o autor único e exclusivo das normas e das regras que definem a
vida familiar, isto é, o espaço privado. Seu poder, escreve Aristóteles, é arbitrário, pois decorre
exclusivamente de sua vontade, de seu prazer e de suas necessidades.”
- Definição: desenvolve-se pela explicação dos termos que compõem o texto.
- Interrogação: questionamento. Ex: “Volta e meia se faz a pergunta de praxe: afinal de contas, todo
esse entusiasmo pelo futebol não é uma prova de alienação?”
- Suspense: alguma informação que faça aumentar a curiosidade do leitor.
- Comparação: social e geográfica.
- Enumeração: enumerar as informações. Ex: “Ação à distância, velocidade, comunicação, linha de
montagem, triunfo das massas, Holocausto: através das metáforas e das realidades que marcaram esses
100 últimos anos, aparece a verdadeira doença do século...”
- Narração: narrar um fato.

Desenvolvimento: é a argumentação da ideia inicial, de forma organizada e progressiva. É a parte


maior e mais importante do texto. Podem ser desenvolvidos de várias formas:

- Trajetória Histórica: cultura geral é o que se prova com este tipo de abordagem.
- Definição: não basta citar, mas é preciso desdobrar a ideia principal ao máximo, esclarecendo o
conceito ou a definição.
- Comparação: estabelecer analogias, confrontar situações distintas.
- Bilateralidade: quando o tema proposto apresenta pontos favoráveis e desfavoráveis.
- Ilustração Narrativa ou Descritiva: narrar um fato ou descrever uma cena.
- Cifras e Dados Estatísticos: citar cifras e dados estatísticos.
- Hipótese: antecipa uma previsão, apontando para prováveis resultados.

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- Interrogação: Toda sucessão de interrogações deve apresentar questionamento e reflexão.
- Refutação: questiona-se praticamente tudo: conceitos, valores, juízos.
- Causa e Consequência: estruturar o texto através dos porquês de uma determinada situação.
- Oposição: abordar um assunto de forma dialética.
- Exemplificação: dar exemplos.

Conclusão: é uma avaliação final do assunto, um fechamento integrado de tudo que se argumentou.
Para ela convergem todas as ideias anteriormente desenvolvidas.

- Conclusão Fechada: recupera a ideia da tese.


- Conclusão Aberta: levanta uma hipótese, projeta um pensamento ou faz uma proposta, incentivando
a reflexão de quem lê.

Exemplo:

Direito de Trabalho

Com a queda do feudalismo no século XV, nasce um novo modelo econômico: o capitalismo, que até
o século XX agia por meio da inclusão de trabalhadores e hoje passou a agir por meio da exclusão. (A)
A tendência do mundo contemporâneo é tornar todo o trabalho automático, devido à evolução
tecnológica e a necessidade de qualificação cada vez maior, o que provoca o desemprego. Outro fator
que também leva ao desemprego de um sem número de trabalhadores é a contenção de despesas, de
gastos. (B)
Segundo a Constituição, “preocupada” com essa crise social que provém dessa automatização e
qualificação, obriga que seja feita uma lei, em que será dada absoluta garantia aos trabalhadores, de que,
mesmo que as empresas sejam automatizadas, não perderão eles seu mercado de trabalho. (C)
Não é uma utopia?!
Um exemplo vivo são os boias-frias que trabalham na colheita da cana de açúcar que devido ao avanço
tecnológico e a lei do governador Geraldo Alkmin, defendendo o meio ambiente, proibindo a queima da
cana de açúcar para a colheita e substituindo-os então pelas máquinas, desemprega milhares deles. (D)
Em troca os sindicatos dos trabalhadores rurais dão cursos de cabelereiro, marcenaria, eletricista, para
não perderem o mercado de trabalho, aumentando, com isso, a classe de trabalhos informais.
Como ficam então aqueles trabalhadores que passaram à vida estudando, se especializando, para se
diferenciarem e ainda estão desempregados? como vimos no último concurso da prefeitura do Rio de
Janeiro para “gari”, havia até advogado na fila de inscrição. (E)
Já que a Constituição dita seu valor ao social que todos têm o direito de trabalho, cabe aos governantes
desse país, que almeja um futuro brilhante, deter, com urgência esse processo de desníveis gritantes e
criar soluções eficazes para combater a crise generalizada (F), pois a uma nação doente, miserável e
desigual, não compete a tão sonhada modernidade. (G)

1º Parágrafo – Introdução

A. Tema: Desemprego no Brasil.


Contextualização: decorrência de um processo histórico problemático.

2º ao 6º Parágrafo – Desenvolvimento

B. Argumento 1: Exploram-se dados da realidade que remetem a uma análise do tema em questão.
C. Argumento 2: Considerações a respeito de outro dado da realidade.
D. Argumento 3: Coloca-se sob suspeita a sinceridade de quem propõe soluções.
E. Argumento 4: Uso do raciocínio lógico de oposição.

7º Parágrafo: Conclusão
F. Uma possível solução é apresentada.
G. O texto conclui que desigualdade não se casa com modernidade.

É bom lembrarmos que é praticamente impossível opinar sobre o que não se conhece. A leitura de
bons textos é um dos recursos que permite uma segurança maior no momento de dissertar sobre algum

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assunto. Debater e pesquisar são atitudes que favorecem o senso crítico, essencial no desenvolvimento
de um texto dissertativo.

Ainda temos:

Tema: compreende o assunto proposto para discussão, o assunto que vai ser abordado.
Título: palavra ou expressão que sintetiza o conteúdo discutido.
Argumentação: é um conjunto de procedimentos linguísticos com os quais a pessoa que escreve
sustenta suas opiniões, de forma a torná-las aceitáveis pelo leitor. É fornecer argumentos, ou seja, razões
a favor ou contra uma determinada tese.

Estes assuntos serão vistos com mais afinco posteriormente.

Alguns pontos essenciais desse tipo de texto são:

- toda dissertação é uma demonstração, daí a necessidade de pleno domínio do assunto e habilidade
de argumentação;
- em consequência disso, impõem-se à fidelidade ao tema;
- a coerência é tida como regra de ouro da dissertação;
- impõem-se sempre o raciocínio lógico;
- a linguagem deve ser objetiva, denotativa; qualquer ambiguidade pode ser um ponto vulnerável na
demonstração do que se quer expor. Deve ser clara, precisa, natural, original, nobre, correta
gramaticalmente. O discurso deve ser impessoal (evitar-se o uso da primeira pessoa).

O parágrafo é a unidade mínima do texto e deve apresentar: uma frase contendo a ideia principal (frase
nuclear) e uma ou mais frases que explicitem tal ideia.
Exemplo: “A televisão mostra uma realidade idealizada (ideia central) porque oculta os problemas
sociais realmente graves. (ideia secundária)”.
Vejamos:
Ideia central: A poluição atmosférica deve ser combatida urgentemente.

Desenvolvimento: A poluição atmosférica deve ser combatida urgentemente, pois a alta


concentração de elementos tóxicos põe em risco a vida de milhares de pessoas, sobretudo daquelas que
sofrem de problemas respiratórios:

- A propaganda intensiva de cigarros e bebidas tem levado muita gente ao vício.


- A televisão é um dos mais eficazes meios de comunicação criados pelo homem.
- A violência tem aumentado assustadoramente nas cidades e hoje parece claro que esse problema
não pode ser resolvido apenas pela polícia.
- O diálogo entre pais e filhos parece estar em crise atualmente.
- O problema dos sem-terra preocupa cada vez mais a sociedade brasileira.

O parágrafo pode processar-se de diferentes maneiras:

Enumeração: Caracteriza-se pela exposição de uma série de coisas, uma a uma. Presta-se bem à
indicação de características, funções, processos, situações, sempre oferecendo o complemento
necessário à afirmação estabelecida na frase nuclear. Pode-se enumerar, seguindo-se os critérios de
importância, preferência, classificação ou aleatoriamente.
Exemplo:

1- O adolescente moderno está se tornando obeso por várias causas: alimentação inadequada, falta
de exercícios sistemáticos e demasiada permanência diante de computadores e aparelhos de Televisão.

2- Devido à expansão das igrejas evangélicas, é grande o número de emissoras que dedicam parte
da sua programação à veiculação de programas religiosos de crenças variadas.

3-
- A Santa Missa em seu lar.
- Terço Bizantino.

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- Despertar da Fé.
- Palavra de Vida.
- Igreja da Graça no Lar.

4-
- Inúmeras são as dificuldades com que se defronta o governo brasileiro diante de tantos
desmatamentos, desequilíbrios sociológicos e poluição.
- Existem várias razões que levam um homem a enveredar pelos caminhos do crime.
- A gravidez na adolescência é um problema seríssimo, porque pode trazer muitas consequências
indesejáveis.
- O lazer é uma necessidade do cidadão para a sua sobrevivência no mundo atual e vários são os tipos
de lazer.
- O Novo Código Nacional de trânsito divide as faltas em várias categorias.

Comparação: A frase nuclear pode-se desenvolver através da comparação, que confronta ideias,
fatos, fenômenos e apresenta-lhes a semelhança ou dessemelhança.
Exemplo:

“A juventude é uma infatigável aspiração de felicidade; a velhice, pelo contrário, é dominada por um
vago e persistente sentimento de dor, porque já estamos nos convencendo de que a felicidade é uma
ilusão, que só o sofrimento é real”.
(Arthur Schopenhauer)

Causa e Consequência: A frase nuclear, muitas vezes, encontra no seu desenvolvimento um


segmento causal (fato motivador) e, em outras situações, um segmento indicando consequências (fatos
decorrentes).
Exemplos:

- O homem, dia a dia, perde a dimensão de humanidade que abriga em si, porque os seus olhos
teimam apenas em ver as coisas imediatistas e lucrativas que o rodeiam.

- O espírito competitivo foi excessivamente exercido entre nós, de modo que hoje somos obrigados a
viver numa sociedade fria e inamistosa.

Tempo e Espaço: Muitos parágrafos dissertativos marcam temporal e espacialmente a evolução de


ideias, processos.
Exemplos:

Tempo - A comunicação de massas é resultado de uma lenta evolução. Primeiro, o homem aprendeu
a grunhir. Depois deu um significado a cada grunhido. Muito depois, inventou a escrita e só muitos séculos
mais tarde é que passou à comunicação de massa.
Espaço - O solo é influenciado pelo clima. Nos climas úmidos, os solos são profundos. Existe nessas
regiões uma forte decomposição de rochas, isto é, uma forte transformação da rocha em terra pela
umidade e calor. Nas regiões temperadas e ainda nas mais frias, a camada do solo é pouco profunda.
(Melhem Adas)

Explicitação: Num parágrafo dissertativo pode-se conceituar, exemplificar e aclarar as ideias para
torná-las mais compreensíveis.
Exemplo: “Artéria é um vaso que leva sangue proveniente do coração para irrigar os tecidos. Exceto
no cordão umbilical e na ligação entre os pulmões e o coração, todas as artérias contém sangue vermelho-
vivo, recém-oxigenado. Na artéria pulmonar, porém, corre sangue venoso, mais escuro e desoxigenado,
que o coração remete para os pulmões para receber oxigênio e liberar gás carbônico”.

Antes de se iniciar a elaboração de uma dissertação, deve delimitar-se o tema que será desenvolvido
e que poderá ser enfocado sob diversos aspectos. Se, por exemplo, o tema é a questão indígena, ela
poderá ser desenvolvida a partir das seguintes ideias:

- A violência contra os povos indígenas é uma constante na história do Brasil.


- O surgimento de várias entidades de defesa das populações indígenas.

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- A visão idealizada que o europeu ainda tem do índio brasileiro.
- A invasão da Amazônia e a perda da cultura indígena.

Depois de delimitar o tema que você vai desenvolver, deve fazer a estruturação do texto.

A estrutura do texto dissertativo constitui-se de:

Introdução: deve conter a ideia principal a ser desenvolvida (geralmente um ou dois parágrafos). É a
abertura do texto, por isso é fundamental. Deve ser clara e chamar a atenção para dois itens básicos: os
objetivos do texto e o plano do desenvolvimento. Contém a proposição do tema, seus limites, ângulo de
análise e a hipótese ou a tese a ser defendida.
Desenvolvimento: exposição de elementos que vão fundamentar a ideia principal que pode vir
especificada através da argumentação, de pormenores, da ilustração, da causa e da consequência, das
definições, dos dados estatísticos, da ordenação cronológica, da interrogação e da citação. No
desenvolvimento são usados tantos parágrafos quantos forem necessários para a completa exposição da
ideia. E esses parágrafos podem ser estruturados das cinco maneiras expostas acima.

Conclusão: é a retomada da ideia principal, que agora deve aparecer de forma muito mais
convincente, uma vez que já foi fundamentada durante o desenvolvimento da dissertação (um parágrafo).
Deve, pois, conter de forma sintética, o objetivo proposto na instrução, a confirmação da hipótese ou da
tese, acrescida da argumentação básica empregada no desenvolvimento.

Injunção

Os textos injuntivos têm por finalidade instruir o interlocutor, utilizando verbos no imperativo para atingir
seu intuito. Os gêneros que se apropriam da estrutura injuntiva são: manual de instruções, receitas
culinárias, bulas, regulamentos, editais etc.

“[...] Não instale nem use o computador em locais muito quentes, frios, empoeirados, úmidos ou que
estejam sujeitos a vibrações. Não exponha o computador a choques, pancadas ou vibrações, e evite que
ele caia, para não prejudicar as peças internas [...]”. (Manual de instruções de um computador).

Questões

01. (SHDIAS – ANALISTA ADMINISTRATIVO JÚNIOR – IMA/2015)

(...) Há um pôr-do-sol de primavera e uma velha


casa abandonada. Está em ruínas.
A velha casa não mais abriga vidas em seu interior.
Tudo é passado. Tudo é lembrança.
Hoje, apenas almas juvenis brincam
despreocupadas e felizes entre suas paredes
trêmulas.
Em seu chão, despido da madeira polida que a
cobriam, brotam ervas daninhas. Entre a vegetação
que busca minimizar as doces recordações do
passado, surge a figura amarela e suave da
margarida, flor-mulher. As nuanças de suas cores
sorriem e denunciam lembranças de seus
ocupantes.
A velha casa está em ruínas. Pássaros saltitam e
gorjeiam nas amuradas que a cercam. Seus trinados
são melodias no altar do tempo à espera de
redentoras orações. Raízes vorazes de grandes
árvores infiltraram-se entre as pedras do alicerce e
abalam suas estruturas.
Agoniza a velha casa. Agora, somente imagens
desfilam, ao longo das noites. As janelas são bocas
escancaradas. A casa velha em ruínas clama por

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vozes e movimentos...
(Geraldo M. de Carvalho)

De acordo com a tipologia textual, o texto acima:


(A) é descritivo, com traços dissertativos compondo um ambiente nostálgico.
(B) possui descrição subjetiva apenas no trecho "A velha casa não mais abriga vidas em seu interior.
Tudo é passado. Tudo é lembrança."
(C) ocorre uma descrição objetiva narrativa no trecho todo.
(D) é formado basicamente de descrições subjetivas.

02. (PREFEITURA DE RIO NOVO DO SUL/ES – AGENTE FISCAL – IDECAN/2015)

Como cuidar de seu dinheiro em 2015


Gustavo Cerbasi.

Em 2015, cuidarei bem do meu dinheiro. Organizarei bem os números e as verbas. Esses números
mudarão bastante ao longo do ano. Um monstro chamado inflação ronda o país. Só que, agora, ele usa
um manto da invisibilidade, que ganhou de seu criador, o governo. Quando morder meu bolso, eu nem
saberei de onde terá vindo o ataque, não terei tempo de me defender. Por isso, deixarei boas gorduras
no orçamento para atirar a ele, quando aparecer. Essas gorduras serão chamadas de verba para lazer e
reservas de emergência.
Em 2015, não farei apostas. Já há gente demais apostando em imóveis, ações e outros investimentos
especulativos. Farei escolhas certeiras. Deixarei a maior parte de meu investimento na renda fixa. Ela
está com uma generosidade única no mundo. Enquanto isso, estudo o desespero de especuladores que
aguardarão a improvável recuperação dos imóveis, da Petrobras, da credibilidade dos mercados. Quando
esses especuladores jogarem a toalha, usarei parte de minhas reservas para fazer investimentos bons e
baratos. Mas não na Petrobras.
Muita gente fala que, com a inflação e a recessão, pode perder o emprego ou os clientes. Faltará
renda, faltarão consumidores. O ano de 2015 será, mais uma vez, ruim para quem vende. Será um ano
bom para quem pensa em comprar. Estarei atento aos bons negócios para quem tem dinheiro na mão.
Se a renda fixa paga bem, a compra à vista tende a me dar descontos maiores. É por esse mesmo motivo
que, em 2015, evitarei as dívidas. Os juros estão altos e isso me convida a poupar, e não a alugar dinheiro
dos bancos. Dívidas de longo prazo são corrigidas pela inflação, também em alta. Por isso, aproveitarei
os ganhos extras de fim de ano para liquidar dívidas e me policiar para não contrair novas.
No ano que começa, também não quero fazer papel de otário e deixar nas mãos do governo mais
impostos do que preciso. Não sonegarei. Mas aproveitarei o fim do ano para organizar meus papéis e
comprovantes, planejar a declaração de Imposto de Renda de março e tentar a maior restituição que
puder, ou o mínimo pagamento necessário. Listarei meus gastos com dependentes, educação e saúde,
doarei para instituições que fazem o bem, aplicarei num PGBL o que for necessário para o máximo
benefício. Entregarei minha declaração quanto antes, no início de março. Quero ver minha restituição na
conta mais cedo, já que 2015 será um ano bom para quem tiver dinheiro na mão.
Para quem lamenta, recomendo cuidado com o monstro e com o governo. Para quem está atento às
oportunidades, desejo boas compras.
(Disponívelem:http://epoca.globo.com/colunas‐e‐blogs/gustavo‐cerbasi/noticia/2015/01/como‐cuidar‐de‐bseu‐dinheirob‐em‐2015.html
Acesso em: 06/02/2015.)

De acordo com a tipologia textual, o objetivo principal do autor é:


(A) narrar.
(B) instruir.
(C) descrever.
(D) argumentar.

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03. (UFRJ – Assistente em Administração – PR-4 CONCURSOS /2015)

“Ao final dos anos 80, a Petrobras se encontrava diante do desafio de produzir petróleo em águas
abaixo de 500 metros, feito não conseguido então por nenhuma companhia no mundo. Num gesto de
ousadia, decidiu desenvolver no Brasil a tecnologia necessária para produzir em águas até mil metros. O
sucesso foi total. Menos de uma década depois, a Petrobras dispõe de tecnologia comprovada para
produção de petróleo em águas muito profundas. O último recorde foi obtido em janeiro de 1999 no campo
de Roncador, na bacia de Campos, produzindo a 1.853 metros de profundidade. Mas a escalada não
para. Ao encerrar-se a década, a empresa prepara-se para superar, mais uma vez, seus próprios limites.
A meta, agora, são os 3 mil metros de profundidade, a serem alcançados mediante projetos que aliam a
inovação tecnológica à redução de custos. “
Exposição PETROBRAS em 60 momentos. Agência Petrobras

O tipo textual predominante que caracteriza o texto é a:


(A) narração.
(B) predição
(C) instrução
(D) descrição.
(E) argumentação

04. (ELETROBRAS – Eletricista/Motorista – IADES /2015)

Por isso foi à luz de uma vela mortiça


Que li, inserto na cama,
O que estava à mão para ler --
(...)
Em torno de mim o sossego excessivo de noite de província
Fazia um grande Barulho ao contrário,
Dava-me uma tendência do choro para a desolação.
A “Primeira Epístola aos Coríntios” ...
Relia-a à luz de uma vela subitamente antiquíssima,
E um grande mar de emoção ouvia-se dentro de mim...
Sou nada...
Sou uma ficção...
Que ando eu a querer de mim ou de tudo neste mundo?
“Se eu não tivesse a caridade.”
E a soberana luz manda, e do alto dos séculos,
A grande mensagem com que a alma é livre...
“Se eu não tivesse a caridade...”
Meu Deus, e eu que não tenho a caridade.
CAMPOS, Álvaro de. (Heterônimo de Fernando Pessoa). Ali não havia eletricidade. In: “Poemas”. Disponível em:< http://
www.citador.pt/poemas/>. Acesso em: 5 jan. 2015, com adaptações.

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A respeito da tipologia textual, é correto afirmar que o poema representa uma
(A) narração.
(B) argumentação.
(C) descrição.
(D) caracterização.
(E) dissertação.

Respostas

01. Resposta D
Objetividade – Análise, crítica imparcial, opinar sem interferir no assunto, linguagem
predominantemente dissertativa.

Subjetividade – Analisar um fato, criticar, escrever sobre algo emitindo sua opinião pessoal ou seu
sentimento sobre o assunto em questão, o que vem de dentro do narrador.

02. Resposta D
Argumentar é expressar uma convicção, um ponto de vista, que é desenvolvido e explicado de forma
a persuadir o ouvinte/leitor. Para isso é necessário que apresentemos um raciocínio coerente e
convincente, baseado na verdade, e que influencie o outro, levando-o a agir/pensar em conformidade
com os nossos objetivos.

03. Resposta: A.
Narrar é contar um fato, e como todo fato ocorre em determinado tempo, em toda narração há sempre
um começo um meio e um fim. São requisitos básicos para que a narração esteja completa. (CORRETA)
Predição: Processo de determinação de acontecimentos futuros com base em dados subjetivos.
Instrução é explicação, esclarecimentos dados para uso especial: leiam as instruções da bula, antes
de tomar o remédio.
Descrição: sempre que você expõe com detalhes um objeto, uma pessoa ou uma paisagem a alguém,
está fazendo uso da descrição.
Argumentar é a capacidade de relacionar fatos, teses, estudos, opiniões, problemas e possíveis
soluções a fim de embasar determinado pensamento ou ideia.

04. Resposta: A.
É possível perceber no poema uma sutil ideia de sucessão temporal, caracterizando-o, assim, como
narração.

Ortografia oficial.

Ortografia

A palavra ortografia é formada pelos elementos gregos orto “correto” e grafia “escrita” sendo a escrita
correta das palavras da língua portuguesa, obedecendo a uma combinação de critérios etimológicos
(ligados à origem das palavras) e fonológicos (ligados aos fonemas representados).
Somente a intimidade com a palavra escrita, é que acaba trazendo a memorização da grafia correta.
Deve-se também criar o hábito de consultar constantemente um dicionário.

Alfabeto

O alfabeto passou a ser formado por 26 letras. As letras “k”, “w” e “y” não eram consideradas
integrantes do alfabeto (agora são). Essas letras são usadas em unidades de medida, nomes próprios,
palavras estrangeiras e outras palavras em geral. Exemplos: km, kg, watt, playground, William, Kafka,
kafkiano.

Vogais: a, e, i, o, u, y, w.
Consoantes: b,c,d,f,g,h,j,k,l,m,n,p,q,r,s,t,v,w,x,z.
Alfabeto: a,b,c,d,e,f,g,h,i,j,k,l,m,n,o,p,q,r,s,t,u,v,w,x,y,z.

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Observações:

A letra “Y” possui o mesmo som que a letra “I”, portanto, ela é classificada como vogal.

A letra “K” possui o mesmo som que o “C” e o “QU” nas palavras, assim, é considerada consoante.
Exemplo: Kuait / Kiwi.

Já a letra “W” pode ser considerada vogal ou consoante, dependendo da palavra em questão, veja os
exemplos:

No nome próprio Wagner o “W” possui o som de “V”, logo, é classificado como consoante.

Já no vocábulo “web” o “W” possui o som de “U”, classificando-se, portanto, como vogal.

Emprego da letra H

Esta letra, em início ou fim de palavras, não tem valor fonético; conservou-se apenas como símbolo,
por força da etimologia e da tradição escrita. Grafa-se, por exemplo, hoje, porque esta palavra vem do
latim hodie.
Emprega-se o H:
- Inicial, quando etimológico: hábito, hélice, herói, hérnia, hesitar, haurir, etc.
- Medial, como integrante dos dígrafos ch, lh e nh: chave, boliche, telha, flecha companhia, etc.
- Final e inicial, em certas interjeições: ah!, ih!, hem?, hum!, etc.
- Algumas palavras iniciadas com a letra H: hálito, harmonia, hangar, hábil, hemorragia, hemisfério,
heliporto, hematoma, hífen, hilaridade, hipocondria, hipótese, hipocrisia, homenagear, hera, húmus;
- Sem h, porém, os derivados baiano, baianinha, baião, baianada, etc.

Não se usa H:
- No início de alguns vocábulos em que o h, embora etimológico, foi eliminado por se tratar de palavras
que entraram na língua por via popular, como é o caso de erva, inverno, e Espanha, respectivamente do
latim, herba, hibernus e Hispania. Os derivados eruditos, entretanto, grafam-se com h: herbívoro,
herbicida, hispânico, hibernal, hibernar, etc.

Emprego das letras E, I, O e U

Na língua falada, a distinção entre as vogais átonas /e/ e /i/, /o/ e /u/ nem sempre é nítida. É
principalmente desse fato que nascem as dúvidas quando se escrevem palavras como quase, intitular,
mágoa, bulir, etc., em que ocorrem aquelas vogais.

Escrevem-se com a letra E

- A sílaba final de formas dos verbos terminados em –uar: continue, habitue, pontue, etc.
- A sílaba final de formas dos verbos terminados em –oar: abençoe, magoe, perdoe, etc.
- As palavras formadas com o prefixo ante– (antes, anterior): antebraço, antecipar, antedatar,
antediluviano, antevéspera, etc.
- Os seguintes vocábulos: Arrepiar, Cadeado, Candeeiro, Cemitério, Confete, Creolina, Cumeeira,
Desperdício, Destilar, Disenteria, Empecilho, Encarnar, Indígena, Irrequieto, Lacrimogêneo, Mexerico,
Mimeógrafo, Orquídea, Peru, Quase, Quepe, Senão, Sequer, Seriema, Seringa, Umedecer.

Emprega-se a letra I

- Na sílaba final de formas dos verbos terminados em –air/–oer /–uir: cai, corrói, diminuir, influi, possui,
retribui, sai, etc.
- Em palavras formadas com o prefixo anti- (contra): antiaéreo, Anticristo, antitetânico, antiestético, etc.
- Nos seguintes vocábulos: aborígine, açoriano, artifício, artimanha, camoniano, Casimiro, chefiar,
cimento, crânio, criar, criador, criação, crioulo, digladiar, displicente, erisipela, escárnio, feminino, Filipe,
frontispício, Ifigênia, inclinar, incinerar, inigualável, invólucro, lajiano, lampião, pátio, penicilina,
pontiagudo, privilégio, requisito, Sicília (ilha), silvícola, siri, terebintina, Tibiriçá, Virgílio.

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Grafam-se com a letra O
abolir, banto, boate, bolacha, boletim, botequim, bússola, chover, cobiça, concorrência, costume,
engolir, goela, mágoa, mocambo, moela, moleque, mosquito, névoa, nódoa, óbolo, ocorrência, rebotalho,
Romênia, tribo.

Grafam-se com a letra U


bulir, burburinho, camundongo, chuviscar, cumbuca, cúpula, curtume, cutucar, entupir, íngua, jabuti,
jabuticaba, lóbulo, Manuel, mutuca, rebuliço, tábua, tabuada, tonitruante, trégua, urtiga.

Parônimos: Registramos alguns parônimos que se diferenciam pela oposição das vogais /e/ e /i/, /o/
e /u/. Fixemos a grafia e o significado dos seguintes:

área = superfície
ária = melodia, cantiga
arrear = pôr arreios, enfeitar
arriar = abaixar, pôr no chão, cair
comprido = longo
cumprido = particípio de cumprir
comprimento = extensão
cumprimento = saudação, ato de cumprir
costear = navegar ou passar junto à costa
custear = pagar as custas, financiar
deferir = conceder, atender
diferir = ser diferente, divergir
delatar = denunciar
dilatar = distender, aumentar
descrição = ato de descrever
discrição = qualidade de quem é discreto
emergir = vir à tona
imergir = mergulhar
emigrar = sair do país
imigrar = entrar num país estranho
emigrante = que ou quem emigra
imigrante = que ou quem imigra
eminente = elevado, ilustre
iminente = que ameaça acontecer
recrear = divertir
recriar = criar novamente
soar = emitir som, ecoar, repercutir
suar = expelir suor pelos poros, transpirar
sortir = abastecer
surtir = produzir (efeito ou resultado)
sortido = abastecido, bem provido, variado
surtido = produzido, causado
vadear = atravessar (rio) por onde dá pé, passar a vau
vadiar = viver na vadiagem, vagabundear, levar vida de vadio

Emprego das letras G e J

Para representar o fonema /j/ existem duas letras; g e j. Grafa-se este ou aquele signo não de modo
arbitrário, mas de acordo com a origem da palavra. Exemplos: gesso (do grego gypsos), jeito (do latim
jactu) e jipe (do inglês jeep).

Escrevem-se com G

- Os substantivos terminados em –agem, -igem, -ugem: garagem, massagem, viagem, origem,


vertigem, ferrugem, lanugem. Exceção: pajem
- As palavras terminadas em –ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio: contágio, estágio, egrégio, prodígio,
relógio, refúgio.

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- Palavras derivadas de outras que se grafam com g: massagista (de massagem), vertiginoso (de
vertigem), ferruginoso (de ferrugem), engessar (de gesso), faringite (de faringe), selvageria (de
selvagem), etc.
- Os seguintes vocábulos: algema, angico, apogeu, auge, estrangeiro, gengiva, gesto, gibi, gilete,
ginete, gíria, giz, hegemonia, herege, megera, monge, rabugento, sugestão, tangerina, tigela.

Escrevem-se com J

- Palavras derivadas de outras terminadas em –já: laranja (laranjeira), loja (lojista, lojeca), granja
(granjeiro, granjense), gorja (gorjeta, gorjeio), lisonja (lisonjear, lisonjeiro), sarja (sarjeta), cereja
(cerejeira).
- Todas as formas da conjugação dos verbos terminados em –jar ou –jear: arranjar (arranje), despejar
(despejei), gorjear (gorjeia), viajar (viajei, viajem) – (viagem é substantivo).
- Vocábulos cognatos ou derivados de outros que têm j: laje (lajedo), nojo (nojento), jeito (jeitoso,
enjeitar, projeção, rejeitar, sujeito, trajeto, trejeito).
- Palavras de origem ameríndia (principalmente tupi-guarani) ou africana: canjerê, canjica, jenipapo,
jequitibá, jerimum, jiboia, jiló, jirau, pajé, etc.
- As seguintes palavras: alfanje, alforje, berinjela, cafajeste, cerejeira, intrujice, jeca, jegue, Jeremias,
Jericó, Jerônimo, jérsei, jiu-jítsu, majestade, majestoso, manjedoura, manjericão, ojeriza, pegajento,
rijeza, sabujice, sujeira, traje, ultraje, varejista.
- Atenção: Moji, palavra de origem indígena, deve ser escrita com J. Por tradição algumas cidades de
São Paulo adotam a grafia com G, como as cidades de Mogi das Cruzes e Mogi-Mirim.

Representação do fonema /S/

O fonema /s/, conforme o caso, representa-se por:

- C, Ç: acetinado, açafrão, almaço, anoitecer, censura, cimento, dança, dançar, contorção, exceção,
endereço, Iguaçu, maçarico, maçaroca, maço, maciço, miçanga, muçulmano, muçurana, paçoca, pança,
pinça, Suíça, suíço, vicissitude.
- S: ânsia, ansiar, ansioso, ansiedade, cansar, cansado, descansar, descanso, diversão, excursão,
farsa, ganso, hortênsia, pretensão, pretensioso, propensão, remorso, sebo, tenso, utensílio.
- SS: acesso, acessório, acessível, assar, asseio, assinar, carrossel, cassino, concessão, discussão,
escassez, escasso, essencial, expressão, fracasso, impressão, massa, massagista, missão, necessário,
obsessão, opressão, pêssego, procissão, profissão, profissional, ressurreição, sessenta, sossegar,
sossego, submissão, sucessivo.
- SC, SÇ: acréscimo, adolescente, ascensão, consciência, consciente, crescer, cresço, descer, desço,
desça, disciplina, discípulo, discernir, fascinar, florescer, imprescindível, néscio, oscilar, piscina,
ressuscitar, seiscentos, suscetível, suscetibilidade, suscitar, víscera.
- X: aproximar, auxiliar, auxílio, máximo, próximo, proximidade, trouxe, trouxer, trouxeram, etc.
- XC: exceção, excedente, exceder, excelência, excelente, excelso, excêntrico, excepcional, excesso,
excessivo, exceto, excitar, etc.

Homônimos

acento = inflexão da voz, sinal gráfico


assento = lugar para sentar-se
acético = referente ao ácido acético (vinagre)
ascético = referente ao ascetismo, místico
cesta = utensílio de vime ou outro material
sexta = ordinal referente a seis
círio = grande vela de cera
sírio = natural da Síria
cismo = pensão
sismo = terremoto
empoçar = formar poça
empossar = dar posse a
incipiente = principiante
insipiente = ignorante

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intercessão = ato de interceder
interseção = ponto em que duas linhas se cruzam
ruço = pardacento
russo = natural da Rússia

Emprego de S com valor de Z

- Adjetivos com os sufixos –oso, -osa: gostoso, gostosa, gracioso, graciosa, teimoso, teimosa, etc.
- Adjetivos pátrios com os sufixos –ês, -esa: português, portuguesa, inglês, inglesa, milanês, milanesa,
etc.
- Substantivos e adjetivos terminados em –ês, feminino –esa: burguês, burguesa, burgueses,
camponês, camponesa, camponeses, freguês, freguesa, fregueses, etc.
- Verbos derivados de palavras cujo radical termina em –s: analisar (de análise), apresar (de presa),
atrasar (de atrás), extasiar (de êxtase), extravasar (de vaso), alisar (de liso), etc.
- Formas dos verbos pôr e querer e de seus derivados: pus, pusemos, compôs, impuser, quis,
quiseram, etc.
- Os seguintes nomes próprios de pessoas: Avis, Baltasar, Brás, Eliseu, Garcês, Heloísa, Inês, Isabel,
Isaura, Luís, Luísa, Queirós, Resende, Sousa, Teresa, Teresinha, Tomás, Valdês.
- Os seguintes vocábulos e seus cognatos: aliás, anis, arnês, ás, ases, através, avisar, besouro,
colisão, convés, cortês, cortesia, defesa, despesa, empresa, esplêndido, espontâneo, evasiva, fase, frase,
freguesia, fusível, gás, Goiás, groselha, heresia, hesitar, manganês, mês, mesada, obséquio, obus,
paisagem, país, paraíso, pêsames, pesquisa, presa, presépio, presídio, querosene, raposa, represa,
requisito, rês, reses, retrós, revés, surpresa, tesoura, tesouro, três, usina, vasilha, vaselina, vigésimo,
visita.

Emprego da letra Z

- Os derivados em –zal, -zeiro, -zinho, -zinha, -zito, -zita: cafezal, cafezeiro, cafezinho, avezinha,
cãozito, avezita, etc.
- Os derivados de palavras cujo radical termina em –z: cruzeiro (de cruz), enraizar (de raiz), esvaziar
(de vazio), etc.
- Os verbos formados com o sufixo –izar e palavras cognatas: fertilizar, fertilizante, civilizar, civilização,
etc.
- Substantivos abstratos em –eza, derivados de adjetivos e denotando qualidade física ou moral:
pobreza (de pobre), limpeza (de limpo), frieza (de frio), etc.
- As seguintes palavras: azar, azeite, azáfama, azedo, amizade, aprazível, baliza, buzinar, bazar,
chafariz, cicatriz, ojeriza, prezar, prezado, proeza, vazar, vizinho, xadrez.

Sufixo –ÊS e –EZ

- O sufixo –ês (latim –ense) forma adjetivos (às vezes substantivos) derivados de substantivos
concretos: montês (de monte), cortês (de corte), burguês (de burgo), montanhês (de montanha), francês
(de França), chinês (de China), etc.
- O sufixo –ez forma substantivos abstratos femininos derivados de adjetivos: aridez (de árido), acidez
(de ácido), rapidez (de rápido), estupidez (de estúpido), mudez (de mudo) avidez (de ávido) palidez (de
pálido) lucidez (de lúcido), etc.

Sufixo –ESA e –EZA

Usa-se –esa (com s):


- Nos seguintes substantivos cognatos de verbos terminados em –ender: defesa (defender), presa
(prender), despesa (despender), represa (prender), empresa (empreender), surpresa (surpreender), etc.
- Nos substantivos femininos designativos de títulos nobiliárquicos: baronesa, dogesa, duquesa,
marquesa, princesa, consulesa, prioresa, etc.
- Nas formas femininas dos adjetivos terminados em –ês: burguesa (de burguês), francesa (de
francês), camponesa (de camponês), milanesa (de milanês), holandesa (de holandês), etc.
- Nas seguintes palavras femininas: framboesa, indefesa, lesa, mesa, sobremesa, obesa, Teresa, tesa,
toesa, turquesa, etc.

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Usa-se –eza (com z):
- Nos substantivos femininos abstratos derivados de adjetivos e denotando qualidades, estado,
condição: beleza (de belo), franqueza (de franco), pobreza (de pobre), leveza (de leve), etc.

Verbos terminados em –ISAR e –IZAR

Escreve-se –isar (com s) quando o radical dos nomes correspondentes termina em –s. Se o radical
não terminar em –s, grafa-se –izar (com z): avisar (aviso + ar), analisar (análise + ar), alisar (a + liso +
ar), bisar (bis + ar), catalisar (catálise + ar), improvisar (improviso + ar), paralisar (paralisia + ar), pesquisar
(pesquisa + ar), pisar, repisar (piso + ar), frisar (friso + ar), grisar (gris + ar), anarquizar (anarquia + izar),
civilizar (civil + izar), canalizar (canal + izar), amenizar (ameno + izar), colonizar (colono + izar), vulgarizar
(vulgar + izar), motorizar (motor + izar), escravizar (escravo + izar), cicatrizar (cicatriz + izar), deslizar
(deslize + izar), matizar (matiz + izar).

Emprego do X

- Esta letra representa os seguintes fonemas:


Ch – xarope, enxofre, vexame, etc.
CS – sexo, látex, léxico, tóxico, etc.
Z – exame, exílio, êxodo, etc.
SS – auxílio, máximo, próximo, etc.
S – sexto, texto, expectativa, extensão, etc.

- Não soa nos grupos internos –xce- e –xci-: exceção, exceder, excelente, excelso, excêntrico,
excessivo, excitar, inexcedível, etc.
- Grafam-se com x e não com s: expectativa, experiente, expiar, expirar, expoente, êxtase, extasiado,
extrair, fênix, texto, etc.
- Escreve-se x e não ch:
Em geral, depois de ditongo: caixa, baixo, faixa, feixe, frouxo, ameixa, rouxinol, seixo, etc. Excetuam-
se caucho e os derivados cauchal, recauchutar e recauchutagem.
Geralmente, depois da sílaba inicial en-: enxada, enxame, enxamear, enxaguar, enxaqueca, enxergar,
enxerto, enxoval, enxugar, enxurrada, enxuto, etc. Excepcionalmente, grafam-se com ch: encharcar (de
charco), encher e seus derivados (enchente, preencher), enchova, enchumaçar (de chumaço), enfim,
toda vez que se trata do prefixo en- + palavra iniciada por ch.
Em vocábulos de origem indígena ou africana: abacaxi, xavante, caxambu, caxinguelê, orixá, maxixe,
etc.
Nas seguintes palavras: bexiga, bruxa, coaxar, faxina, graxa, lagartixa, lixa, lixo, mexer, mexerico,
puxar, rixa, oxalá, praxe, vexame, xarope, xaxim, xícara, xale, xingar, xampu.

Emprego do dígrafo CH

Escreve-se com ch, entre outros os seguintes vocábulos: bucha, charque, charrua, chavena,
chimarrão, chuchu, cochilo, fachada, ficha, flecha, mecha, mochila, pechincha, tocha.

Homônimos

Bucho = estômago
Buxo = espécie de arbusto
Cocha = recipiente de madeira
Coxa = capenga, manco
Tacha = mancha, defeito; pequeno prego; prego de cabeça larga e chata, caldeira.
Taxa = imposto, preço de serviço público, conta, tarifa
Chá = planta da família das teáceas; infusão de folhas do chá ou de outras plantas
Xá = título do soberano da Pérsia (atual Irã)
Cheque = ordem de pagamento
Xeque = no jogo de xadrez, lance em que o rei é atacado por uma peça adversária

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Consoantes dobradas

- Nas palavras portuguesas só se duplicam as consoantes C, R, S.


- Escreve-se com CC ou CÇ quando as duas consoantes soam distintamente: convicção, occipital,
cocção, fricção, friccionar, facção, sucção, etc.
- Duplicam-se o R e o S em dois casos: Quando, intervocálicos, representam os fonemas /r/ forte e /s/
sibilante, respectivamente: carro, ferro, pêssego, missão, etc. Quando a um elemento de composição
terminado em vogal seguir, sem interposição do hífen, palavra começada com /r/ ou /s/: arroxeado,
correlação, pressupor, bissemanal, girassol, minissaia, etc.

Emprego do Porquê

Orações
Interrogativas Exemplo:
(pode ser substituído Por que devemos nos preocupar com o meio
por: por qual motivo, por ambiente?
Por Que qual razão)
Exemplo:
Equivalendo a “pelo Os motivos por que não respondeu são
qual” desconhecidos.
Exemplos:
Você ainda tem coragem de perguntar por quê?
Final de frases e
Por Quê Você não vai? Por quê?
seguidos de pontuação
Não sei por quê!
Exemplos:
Conjunção que indica A situação agravou-se porque ninguém reclamou.
explicação ou causa Ninguém mais o espera, porque ele sempre se
Porque atrasa.
Conjunção de
Finalidade – equivale a Exemplos:
“para que”, “a fim de Não julgues porque não te julguem.
que”.
Função de
substantivo – vem Exemplos:
acompanhado de artigo Não é fácil encontrar o porquê de toda confusão.
Porquê
ou pronome Dê-me um porquê de sua saída.

1. Por que (pergunta)


2. Porque (resposta)
3. Por quê (fim de frase: motivo)
4. O Porquê (substantivo)

Questões

01. (Prefeitura de Piraúba – MG - Oficial de Serviço Público - MS CONCURSOS/2017)


Marque a alternativa onde todas as palavras estão grafadas corretamente:
(A) Xícara / regua / somente.
(B) Táxi / biquíni / pajé.
(C) Pézinhos / sábio / espontâneo.
(D) Cafézinho / sonâmbulo / nódoa.

02. IF-CE - Tradutor e Intérprete de Libras – IF-CE/2017 - Adaptado) Assim como “açúcar”,
escrevem-se com ç:
(A) asper...ão, preten...ão, men...ão.
(B) disten...ão, geringon...a, judia...ão.
(C) indiscri...ão, deten...ão, obse...ão.

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(D) pa...oca, exten...ão, reivindica...ão.
(E) absten...ão, exce...ão, un...ão.

03. (Prefeitura de São José do Cerrito – SC - Técnica em Enfermagem - Posto de Saúde -


IESES/2017) Assinale V para as proposições verdadeiras e F para as falsas. Em seguida, assinale a
alternativa que contenha a ordem correta das respostas.

( ) Assim como “intenção”, também se escreve com “ç” a palavra isenção.


( ) Assim como “necessários”, também se escreve com “ss" a palavra “vassalo”.
( ) Assim como “adesões”, também se escreve com “s” a palavra “gurisada”.
( ) Assim como “três”, também se escreve com “s” a palavra “atrás”.

(A) V – V – F – V
(B) F – F – V – F
(C) F – V – V – F
(D) V – F – F – V

04. (Prefeitura de Lauro Muller – SC - Auxiliar Administrativo - Instituto Excelência/2017) Assinale


a alternativa em que todas as palavras estão grafadas corretamente com a letra em negrito S:
(A) analisar- casebre—catalisador- alisar.
(B) magresa- certesa-molesa- aterrorisar.
(C) proesa - enraisado- catequisar- duresa.
(D) Nenhuma das alternativas.

05. (IFC - Auxiliar administrativo - IFC). Assinale a opção em que todas as palavras são vocábulos
de sentidos iguais ou aproximados:
(A) Escopo; Intento; Mira; Tronco.
(B) Adiado; Adiantado; Delongado; Moroso.
(C) Dúctil; Madeira; Lenha; Brando.
(D) Branco; Níveo; Cândido; Alvo.
(E) Tangerina; Bergamota; Jambo; Mexerica.

06. (TJ-SP - Escrevente Técnico Judiciário - Prova versão 1 - VUNESP)


Que mexer o esqueleto é bom para a saúde já virou até sabedoria popular. Agora, estudo levanta
hipóteses sobre ........................ praticar atividade física..........................benefícios para a totalidade do
corpo. Os resultados podem levar a novas terapias para reabilitar músculos contundidos ou mesmo para
.......................... e restaurar a perda muscular que ocorre com o avanço da idade.
(Ciência Hoje, março de 2012)

As lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e respectivamente, com:


(A) porque … trás … previnir
(B) porque … traz … previnir
(C) porquê … tras … previnir
(D) por que … traz … prevenir
(E) por quê … tráz … prevenir

07. (TJ-MG) Técnico Judiciário - Analista de Recursos Humanos

Como o rei de um país chuvoso

(1) Um espectro ronda o mundo atual: o espectro do tédio. Ele se manifesta de (2) diversas maneiras.
Algumas de suas vítimas invadem o “shopping Center” e, (3) empunhando um cartão de crédito,
comprometem o futuro do marido ou da mulher (4) e dos filhos. A maioria opta por ficar horas diante da
TV, assistindo a “reality (5) shows”, os quais, por razões que me escapam, tornam interessante para seu
(6) público a vida comum de estranhos, ou seja, algo idêntico à própria rotina considerada vazia,
claustrofóbica.
(8) O mal ataca hoje em dia faixas etárias que, uma ou duas gerações atrás, (9) julgávamos
naturalmente imunizadas a seu contágio. Crianças sempre foram (10) capazes de se divertir umas com
as outras ou até sozinhas. Dotadas de cérebros (11) que, como esponjas, tudo absorvem e de um

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ambiente, qualquer um, no qual tudo (12) é novo, tudo é infinito, nunca lhes faltam informação e dados a
processar. Elas (13) não precisam ser entretidas pelos adultos, pois o que quer que estes façam ou
deixem de fazer lhes desperta, por definição, a curiosidade natural e aguça seus (15) instintos analíticos.
E, todavia, os pais se veem cada vez mais compelidos a (16) inventar maneiras de distrair seus filhos
durante as horas ociosas destes, um (17) conceito que, na minha infância, não existia. É a ideia de que,
se a família os (18) ocupar com atividades, os filhos terão mais facilidades na vida.
Sendo assim, os pais, simplesmente, não deixam os filhos pararem. (20) Se o mal em si nada tem de
original e, ao que tudo indica, surgiu, assim como (21) o medo, o nojo e a raiva, junto com nossa espécie
ou, quem sabe, antes, também (22) é verdade que, por milênios, somente uma minoria dispunha das
precondições necessárias para sofrer dele. (23) Falamos do homem cujas refeições da semana
dependiam do que (24) conseguiria caçar na segunda-feira, antes de, na terça, estar (25) fraco o bastante
para se converter em caça e de uma mulher que, de sol a sol, (26) trabalhava com a enxada ou o pilão.
Nenhum deles tinha tempo de sentir o tédio, (27) que pressupõe ócio abundante e sistemático para se
manifestar em grande (28) escala. Ninguém lhe oferecia facilidades. Por isso é que, até onde a memória
coletiva alcança, o problema quase sempre se restringia ao topo da pirâmide (30) social, a reis, nobres,
magnatas, aos membros privilegiados de sociedades que, (31) organizadas e avançadas, transformavam
a faina abusiva da maioria no luxo de (32) pouquíssimos eleitos.
(33) O tédio, portanto, foi um produto de luxo, e isso até tão recentemente que (34) Baudelaire, para,
há século e meio, descrevê-lo, comparou-se ao rei de um país (35) chuvoso, como se experimentar
delicadeza tão refinada elevasse socialmente quem não passava de “aristocrata de espírito”.
(37) Coube à Revolução Industrial a produção em massa daquilo que, (38) previamente, eram
raridades reservadas a uma elite mínima. E, se houve um (39) produto que se difundiu com sucesso
notável pelos mais inesperados andares e (40) recantos do edifício social, esse produto foi o tédio. Nem
se requer uma fartura de (41) Primeiro Mundo para se chegar à sua massificação. Basta, a rigor, que à
(42) satisfação do biologicamente básico se associe o cerceamento de outras (43) possibilidades (como,
inclusive, a da fuga ou da emigração), para que o tempo (44) ocioso ou inútil se encarregue do resto. Foi
assim que, após as emoções (45) fornecidas por Stalin e Hitler, os países socialistas se revelaram exímios
(46) fabricantes de tédio, único bem em cuja produção competiram à altura com seus (47) rivais
capitalistas. O tédio não é piada, nem um problema menor. Ele é central. Se (48) não existisse o tédio,
não haveria, por exemplo, tantas empresas de (49) entretenimento e tantas fortunas decorrentes delas.
Seja como for, nem esta nem (50) soluções tradicionais (a alta cultura, a religião organizada) resolverão
seus (51) impasses. Que fazer com essa novidade histórica, as massas de crianças e jovens
perpetuamente desempregados, funcionários, gente aposentada e cidadãos em geral ameaçados não
pela fome, guerra ou epidemias, mas pelo tédio, algo que ainda ontem afetava apenas alguns monarcas?
ASCHER, Nélson, Folha de S. Paulo, 9 abr. 2007, Ilustrada. (Texto adaptado)

“O mal ataca hoje em dia faixas etárias que, uma ou duas gerações atrás, julgávamos naturalmente
imunizadas a seu contágio.” (linhas 8-9).
A expressão destacada pode ser substituída sem alteração significativa do sentido por:
(A) a uma ou duas gerações.
(B) acerca de duas gerações.
(C) há uma ou duas gerações.
(D) por uma ou duas gerações.

08. Assinale a opção que completa corretamente as lacunas da frase abaixo: Não sei o _____ ela está
com os olhos vermelhos, talvez seja _____ chorou.
(A) porquê / porque;
(B) por que / porque;
(C) porque / por que;
(D) porquê / por quê;
(E) por que / por quê.

09. (Unimep – SP) “Se você não arrumar o fogão, além de não poder cozinhar as batatas, há o perigo
próximo de uma explosão.”
As palavras destacadas podem ser substituídas por:
(A) concertar – coser – iminente
(B) consertar – cozer – eminente
(C) consertar – cozer – iminente
(D) concertar – coser – iminente

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(E) consertar – coser – eminente

10. (PREFEITURA DE SERTANEJA PR – AGENTE ADMINISTRATIVO – UNIUV) Assinale a


alternativa em que a ortografia está incorreta:
(A) Egrégio;
(B) Selvageria;
(C) Fascinante;
(D) Orquídia;
(E) Umedecer.

Respostas

01. Resposta B
Correção
a) Xícara / régua / somente.
b) Táxi / biquíni / pajé.
c) Pezinhos / sábio / espontâneo.
d) Cafezinho / sonâmbulo / nódoa.

02. Resposta E
abstenção, exceção, unção.

03. Resposta A

04. Resposta A
a) analisar- casebre—catalisador- alisar. (Todas corretas)
b) magreZa- certeZa-moleZa- aterroriZar.
c) proeZa - enraiZado- catequiZar- dureZa.
d) Nenhuma das alternativas.

05. Resposta D
Nesta alternativa todas as palavras significam algo claro, branco.

06. Resposta D
Por que - equivale a "por qual razão";
Traz - na oração o "traz" está no sentido de trazer, portanto com Z sem acento pois acentua-se os
monossílabos tônicos apenas se estes terminarem com A, E, O (s).
Trás - com S apenas se a oração der por entender que o "trás" está em sentido de posição posterior.

07. Resposta C
A alternativa “a” está incorreta, pois a preposição “a” não remete a tempo, como o verbo haver (existir
e fazer). A alternativa “b” está incorreta, pois “a cerca de” significa “aproximadamente”, “mais ou menos”,
deixando o sentido em dúvida. Quanto à alternativa “d”, a preposição “por” muda o sentido afirmando que
o mal ataca hoje em dia faixas etárias que somente há uma ou duas gerações atrás, julgávamos... não
podendo ter acontecido em outras gerações. Confirmamos então a veracidade da alternativa “c”.

08. Resposta B
A partícula “o” é um pronome demonstrativo, equivalendo a aquilo, e funciona como antecedente do
pronome relativo: “Não sei aquilo pelo qual ela está com os olhos vermelhos”. A primeira impressão é a
de que seria um artigo, mas não faria sentido preenchermos a lacuna com o substantivo “motivo” que é
sinônimo de “porquê”. A segunda lacuna dá claramente a ideia de causa, logo deve ser utilizada a
conjunção “porque”.

09. Resposta C
Consertar – reparo, ato ou efeito de consertar.
Cozer – cozinhar.
Iminente – que ameaça acontecer.

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10. Resposta D
E) Apesar do substantivo ser umidade, o adjetivo ser úmido o verbo é umedecer, assim como o seu
particípio umedecido.
Correção: orquídea

11. Resposta D
VIAGEM = SUBSTANTIVO
VIAJAR = VERBO

12. Resposta E
A) palavra certa é FLECHADA
B) palavra certa é LICENCIAMENTO
C) palavra certa é BANDEJA
D) palavra certa é RÉPTIL
E) CORRETA

13. Resposta E
A) Dimensionar
B) Associação
C) Capacitores
D) Choque

14. Resposta D
- Mal: pode substituir por bem; Mau: pode substituir por bom.
- Porque: quando posso trocar por: pois; já que...
Porquê: é substantivo e tem significado de "o motivo". Vem precedido de um artigo! (Ex: Quero saber
o porquê da discussão).
Por que --> frases interrogativas = por qual razão; por qual motivo. Utiliza-se para perguntas diretas
(Ex: Por que você fez isso?) e indiretas (Ex: Quero saber o por que você fez isso).
Por quê = por qual razão; por qual motivo. A diferença é que vem antes de um ponto, seja final,
interrogativo ou exclamação. (Ex: Você não disse a verdade. Por quê? / 2º Exemplo: Não entendo por
quê.).
- intuito
in.tui.to
(túi) sm (lat intuitu) 1 Escopo, fim. 2 Aquilo que se tem em vista; plano, propósito.

Acentuação gráfica.

Acentuação Gráfica

Tonicidade

Num vocábulo de duas ou mais sílabas, há, em geral, uma que se destaca por ser proferida com mais
intensidade que as outras: é a sílaba tônica. Nela recai o acento tônico, também chamado acento de
intensidade ou prosódico. Exemplos: café, janela, médico, estômago, colecionador.
O acento tônico é um fato fonético e não deve ser confundido com o acento gráfico (agudo ou
circunflexo) que às vezes o assinala. A sílaba tônica nem sempre é acentuada graficamente. Exemplo:
cedo, flores, bote, pessoa, senhor, caju, tatus, siri, abacaxis.
As sílabas que não são tônicas chamam-se átonas (=fracas), e podem ser pretônicas ou postônicas,
conforme apareçam antes ou depois da sílaba tônica. Exemplo: montanha, facilmente, heroizinho.

De acordo com a posição da sílaba tônica, os vocábulos com mais de uma sílaba classificam-se em:

Oxítonos: quando a sílaba tônica é a última: café, rapaz, escritor, maracujá.


Paroxítonos: quando a sílaba tônica é a penúltima: mesa, lápis, montanha, imensidade.
Proparoxítonos: quando a sílaba tônica é a antepenúltima: árvore, quilômetro, México.

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Monossílabos são palavras de uma só sílaba, conforme a intensidade com que se proferem, podem
ser tônicos ou átonos.

Monossílabos tônicos são os que têm autonomia fonética, sendo proferidos fortemente na frase em
que aparecem: é, má, si, dó, nó, eu, tu, nós, ré, pôr, etc.
Monossílabos átonos são os que não têm autonomia fonética, sendo proferidos fracamente, como se
fossem sílabas átonas do vocábulo a que se apoiam. São palavras vazias de sentido como artigos,
pronomes oblíquos, elementos de ligação, preposições, conjunções: o, a, os, as, um, uns, me, te, se, lhe,
nos, de, em, e, que.

Acentuação dos Vocábulos Proparoxítonos

Todos os vocábulos proparoxítonos são acentuados na vogal tônica:

- Com acento agudo se a vogal tônica for i, u ou a, e, o abertos: xícara, úmido, queríamos, lágrima,
término, déssemos, lógico, binóculo, colocássemos, inúmeros, polígono, etc.
- Com acento circunflexo se a vogal tônica for fechada ou nasal: lâmpada, pêssego, esplêndido,
pêndulo, lêssemos, estômago, sôfrego, fôssemos, quilômetro, sonâmbulo etc.

Acentuação dos Vocábulos Paroxítonos

Acentuam-se com acento adequado os vocábulos paroxítonos terminados em:

Paroxítonas terminadas em ditongo oral crescente e ditongo oral decrescente são acentuadas.
Exemplos – ditongo oral crescente: ânsia(s), série(s), régua(s).
Exemplos – ditongo oral decrescente: jóquei(s), imóveis, fôsseis (verbo).

- ditongo crescente, seguido, ou não, de s: sábio, róseo, planície, nódua, Márcio, régua, árdua,
espontâneo, etc.
- i, is, us, um, uns: táxi, lápis, bônus, álbum, álbuns, jóquei, vôlei, fáceis, etc.
- l, n, r, x, ons, ps: fácil, hífen, dólar, látex, elétrons, fórceps, etc.
- ã, ãs, ão, ãos, guam, guem: ímã, ímãs, órgão, bênçãos, enxáguam, enxáguem, etc.

Não se acentua um paroxítono só porque sua vogal tônica é aberta ou fechada. Descabido seria o
acento gráfico, por exemplo, em: cedo, este, espelho, aparelho, cela, janela, socorro, pessoa, dores,
flores, solo, esforços.

Acentuação dos Vocábulos Oxítonos

Acentuam-se com acento adequado os vocábulos oxítonos terminados em:


- a, e, o, seguidos ou não de s: xará, serás, pajé, freguês, vovô, avós, etc. Seguem esta regra os
infinitivos seguidos de pronome: cortá-los, vendê-los, compô-lo, etc.
- em, ens: ninguém, armazéns, ele contém, tu conténs, ele convém, ele mantém, eles mantêm, ele
intervém, eles intervêm, etc.

Acentuação dos Monossílabos

Acentuam-se os monossílabos tônicos: a, e, o, seguidos ou não de s: há, pá, pé, mês, nó, pôs, etc.

Acentuação dos Ditongos

Acentuam-se a vogal dos ditongos abertos éi, éu, ói, quando tônicos.

Segundo as novas regras os ditongos abertos “éi” e “ói” não são mais acentuados em palavras
paroxítonas: assembléia, platéia, idéia, colméia, boléia, Coréia, bóia, paranóia, jibóia, apóio, heróico,
paranóico, etc. Ficando: Assembleia, plateia, ideia, colmeia, boleia, Coreia, boia, paranoia, jiboia, apoio,
heroico, paranoico, etc.
Nos ditongos abertos de palavras oxítonas terminadas em éi, éu e ói e monossílabas o acento
continua: herói, constrói, dói, anéis, papéis, troféu, céu, chapéu.

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Acentuação dos Hiatos

A razão do acento gráfico é indicar hiato, impedir a ditongação. Compare: caí e cai, doído e doido,
fluído e fluido.
- Acentuam-se em regra, o /i/ e o /u/ tônicos em hiato com vogal ou ditongo anterior, formando sílabas
sozinhas ou com s: saída (sa-í-da), saúde (sa-ú-de), faísca, caíra, saíra, egoísta, heroína, caí, Xuí, Luís,
uísque, balaústre, juízo, país, cafeína, baú, baús, Grajaú, saímos, eletroímã, reúne, construía, proíbem,
influí, destruí-lo, instruí-la, etc.
- Não se acentua o /i/ e o /u/ seguidos de nh: rainha, fuinha, moinho, lagoinha, etc; e quando formam
sílaba com letra que não seja s: cair (ca-ir), sairmos, saindo, juiz, ainda, diurno, Raul, ruim, cauim,
amendoim, saiu, contribuiu, instruiu, etc.

De acordo com as novas regras da Língua Portuguesa não se acentua mais o /i/ e /u/ tônicos formando
hiato quando vierem depois de ditongo: baiúca, boiúna, feiúra, feiúme, bocaiúva, etc. Ficaram: baiuca,
boiuna, feiura, feiume, bocaiuva, etc.

Os hiatos “ôo” e “êe” não são mais acentuados: enjôo, vôo, perdôo, abençôo, povôo, crêem, dêem,
lêem, vêem, relêem. Ficaram: enjoo, voo, perdoo, abençoo, povoo, creem, deem, leem, veem, releem.

Acento Diferencial

Emprega-se o acento diferencial como sinal distintivo de vocábulos homógrafos, nos seguintes casos:

- pôr (verbo) - para diferenciar de por (preposição).


- verbo poder (pôde, quando usado no passado)
- é facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras forma/fôrma. Em alguns casos,
o uso do acento deixa a frase mais clara. Exemplo: Qual é a forma da fôrma do bolo?

Segundo as novas regras da Língua Portuguesa não existe mais o acento diferencial em palavras
homônimas (grafia igual, som e sentido diferentes) como:

- côa(s) (do verbo coar) - para diferenciar de coa, coas (com + a, com + as);
- pára (3ª pessoa do singular do presente do indicativo do verbo parar) - para diferenciar de para
(preposição);
- péla (do verbo pelar) e em péla (jogo) - para diferenciar de pela (combinação da antiga preposição
per com os artigos ou pronomes a, as);
- pêlo (substantivo) e pélo (v. pelar) - para diferenciar de pelo (combinação da antiga preposição per
com os artigos o, os);
- péra (substantivo - pedra) - para diferenciar de pera (forma arcaica de para - preposição) e pêra
(substantivo);
- pólo (substantivo) - para diferenciar de polo (combinação popular regional de por com os artigos o,
os);
- pôlo (substantivo - gavião ou falcão com menos de um ano) - para diferenciar de polo (combinação
popular regional de por com os artigos o, os);

Emprego do Til

O til sobrepõe-se às letras “a” e “o” para indicar vogal nasal. Pode figurar em sílaba:
- tônica: maçã, cãibra, perdão, barões, põe, etc;
- pretônica: ramãzeira, balõezinhos, grã-fino, cristãmente, etc;
- átona: órfãs, órgãos, bênçãos, etc.

Trema (o trema não é acento gráfico)

Desapareceu o trema sobre o /u/ em todas as palavras do português: Linguiça, averiguei, delinquente,
tranquilo, linguístico. Exceto em palavras de línguas estrangeiras: Günter, Gisele Bündchen, müleriano.

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Questões

01. (Pref. De Itaquitinga/PE - Técnico em Enfermagem – IDHTEC/2016)

Uma palavra do texto não recebeu acento gráfico adequadamente. Assinale a alternativa em que ela
está devidamente corrigida:
a) Recompôr
b) Médula
c) Utilizá-se
d) Método
e) Sómente

02. (Pref. Natal/RN - Agente Administrativo – CKM Serviços/2016)

Mostra O Triunfo da Cor traz grandes nomes do pós-impressionismo para SP.


Daniel Mello - Repórter da Agência Brasil.

A exposição O Triunfo da Cor traz grandes nomes da arte moderna para o Centro Cultural Banco do
Brasil de São Paulo. São 75 obras de 32 artistas do final do século 19 e início do 20, entre eles expoentes
como Van Gogh, Gauguin, Toulouse-Lautrec, Cézanne, Seurat e Matisse. Os trabalhos fazem parte dos
acervos do Musée d’Orsay e do Musée de l’Orangerie, ambos de Paris.
A mostra foi dividida em quatro módulos que apresentam os pintores que sucederam o movimento
impressionista e receberam do crítico inglês Roger Fry a designação de pós-impressionistas. Na primeira
parte, chamada de A Cor Cientifica, podem ser vistas pinturas que se inspiraram nas pesquisas científicas
de Michel Eugene Chevreul sobre a construção de imagens com pontos.
Os estudos desenvolvidos por Paul Gauguin e Émile Bernard marcam a segunda parte da exposição,
chamada de Núcleo Misterioso do Pensamento. Entre as obras que compõe esse conjunto está o quadro
Marinha com Vaca, em que o animal é visto em um fundo de uma passagem com penhascos que formam
um precipício estreito. As formas são simplificadas, em um contorno grosso e escuro, e as cores refletem
a leitura e impressões do artista sobre a cena.
O Autorretrato Octogonal, de Édouard Vuillard, é uma das pinturas de destaque do terceiro momento
da exposição. Intitulada Os Nabis, Profetas de Uma Nova Arte, essa parte da mostra também reúne obras
de Félix Vallotton e Aristide Maillol. No autorretrato, Vuillard define o rosto a partir apenas da aplicação
de camadas de cores sobrepostas, simplificando os traços, mas criando uma imagem de forte expressão.

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O Mulheres do Taiti, de Paul Gauguin, é um dos quadros da última parte da mostra, chamada de A
Cor em Liberalidade, que tem como marca justamente a inspiração que artistas como Gauguin e Paul
Cézanne buscaram na natureza tropical. A pintura é um dos primeiros trabalhos de Gauguin
desenvolvidos na primeira temporada que o artista passou na ilha do Pacífico, onde duas mulheres
aparecem sentadas a um fundo verde-esmeralda, que lembra o oceano.
A exposição vai até o dia 7 de julho, com entrada franca.
Fonte:http://agenciabrasil.ebc.com.br/cultura/noticia/2016-05/mostra-otriunfo-da-cor-traz-grandes-nomes-do-pos-impressionismo-para-sp Acesso em:
29/05/2016.

“As palavras ‘módulos’ e ‘última’, presentes no texto, são ____________ acentuadas por serem
____________ e ____________, respectivamente”.

As palavras que preenchem correta e respectivamente as lacunas do enunciado acima são:


a) diferentemente / proparoxítona / paroxítona
b) igualmente / paroxítona / paroxítona
c) igualmente / proparoxítona / proparoxítona
d) diferentemente / paroxítona / oxítona

03. (Pref. De Caucaia/CE – Agente de Suporte e Fiscalização - CETREDE/2016)


Indique a alternativa em que todas as palavras devem receber acento.

a) virus, torax, ma.


b) caju, paleto, miosotis .
c) refem, rainha, orgão.
d) papeis, ideia, latex.
e) lotus, juiz, virus.

04. (MPE/SC – Promotor de Justiça- MPE/SC / 2016)

“Desde as primeiras viagens ao Atlântico Sul, os navegadores europeus reconheceram a importância


dos portos de São Francisco, Ilha de Santa Catarina e Laguna, para as “estações da aguada” de suas
embarcações. À época, os navios eram impulsionados a vela, com pequeno calado e autonomia de
navegação limitada. Assim, esses portos eram de grande importância, especialmente para os
navegadores que se dirigiam para o Rio da Prata ou para o Pacífico, através do Estreito de Magalhães.”

(Adaptado de SANTOS, Sílvio Coelho dos. Nova História de Santa Catarina. Florianópolis: edição do Autor, 1977, p. 43.)

No texto acima aparecem as palavras Atlântico, época, Pacífico, acentuadas graficamente por serem
proparoxítonas.
( ) Certo ( ) Errado

05. (MPE/SC – Promotor de Justiça- MPE/SC / 2016)

“Desde as primeiras viagens ao Atlântico Sul, os navegadores europeus reconheceram a importância


dos portos de São Francisco, Ilha de Santa Catarina e Laguna, para as “estações da aguada” de suas
embarcações. À época, os navios eram impulsionados a vela, com pequeno calado e autonomia de
navegação limitada. Assim, esses portos eram de grande importância, especialmente para os
navegadores que se dirigiam para o Rio da Prata ou para o Pacífico, através do Estreito de Magalhães.”

(Adaptado de SANTOS, Sílvio Coelho dos. Nova História de Santa Catarina. Florianópolis: edição do Autor, 1977, p. 43.)

O acento gráfico em navegação, através e Magalhães obedece à mesma regra gramatical.


( ) Certo ( ) Errado

06. (MPE/SC – Promotor de Justiça- MPE/SC / 2016)

“A Família Schürmann, de navegadores brasileiros, chegou ao ponto mais distante da Expedição


Oriente, a cidade de Xangai, na China. Depois de 30 anos de longas navegações, essa é a primeira vez
que os Schürmann aportam em solo chinês. A negociação para ter a autorização do país começou há

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mais de três anos, quando a expedição estava em fase de planejamento. Essa também é a primeira vez
que um veleiro brasileiro recebe autorização para aportar em solo chinês, de acordo com as autoridades
do país.”
(http://epoca.globo.com/vida/noticia/2015/03/bfamilia-schurmannb-navega-pela-primeira-vez-na-antartica.html)

Apesar de o trema ter desaparecido da língua portuguesa, ele se conserva em nomes estrangeiros,
como em Schürmann.
( ) Certo ( ) Errado

07. (Pref. Do Rio de Janeiro/RJ - Enfermeiro – Pref. Do Rio de Janeiro/RJ / 2016)

O surpreendente “sucesso” dos sobreviventes

Muitos anos após o Holocausto, o governo israelense realizou um extenso levantamento para
determinar quantos sobreviventes ainda estavam vivos. O estudo, de 1977, concluiu que entre 834 mil e
960 mil sobreviventes ainda viviam em todo o mundo. O maior número – entre 360 mil e 380 mil – residia
em Israel. Entre 140 mil e 160 mil viviam nos Estados Unidos; entre 184 mil e 220 mil estavam espalhados
pela antiga União Soviética; e entre 130 mil e 180 mil estavam dispersos pela Europa. Como foi que esses
homens e mulheres lidaram com a vida após o genocídio? De acordo com a crença popular, muitos
sofriam da chamada Síndrome do Sobrevivente ao Campo de Concentração. Ficaram terrivelmente
traumatizados e sofriam de sérios problemas psicológicos, como depressão e ansiedade.
Em 1992, um sociólogo nova-iorquino chamado William Helmreich virou essa crença popular de
cabeça para baixo. Professor da Universidade da Cidade de Nova York, Helmreich viajou pelos Estados
Unidos de avião e automóvel para estudar 170 sobreviventes. Esperava encontrar homens e mulheres
com depressão, ansiedade e medo crônicos. Para sua surpresa, descobriu que a maioria dos
sobreviventes se adaptara a suas novas vidas com muito mais sucesso do que jamais se imaginaria. Por
exemplo, apesar de não terem educação superior, os sobreviventes saíram-se muito bem
financeiramente. Em torno de 34 por cento informaram ganhar mais de 50 mil dólares anualmente. Os
fatores-chave, concluiu Helmreich, foram “trabalho duro e determinação, habilidade e inteligência, sorte
e uma disposição para correr riscos.” Ele descobriu também que seus casamentos eram mais bem-
sucedidos e estáveis. Aproximadamente 83 por cento dos sobreviventes eram casados, comparado a 61
por cento dos judeus americanos de idade similar. Apenas 11 por cento dos sobreviventes eram
divorciados, comparado com 18 por cento dos judeus americanos. Em termos de saúde mental e bem-
estar emocional, Helmreich descobriu que os sobreviventes faziam menos visitas a psicoterapeutas do
que os judeus americanos.
“Para pessoas que sofreram nos campos, apenas ser capaz de levantar e ir trabalhar de manhã já
seria um feito significativo”, escreveu ele em seu livro Against All Odds (Contra Todas as Probabilidades).
“O fato de terem se saído bem nas profissões e atividades que escolheram é ainda mais impressionante.
Os valores de perseverança, ambição e otimismo que caracterizavam tantos sobreviventes estavam
claramente arraigados neles antes do início da guerra. O que é interessante é quanto esses valores
permaneceram parte de sua visão do mundo após o término do conflito.” Helmreich acredita que algumas
das características que os ajudaram a sobreviver ao Holocausto – como flexibilidade, coragem e
inteligência – podem ter contribuído para seu sucesso posterior. “O fato de terem sobrevivido para contar
a história foi, para a maioria, uma questão de sorte”, escreve ele. “O fato de terem sido bem-sucedidos
em reconstruir suas vidas em solo americano, não.”
A tese de Helmreich gerou controvérsia e ele foi atacado por diminuir ou descontar o profundo dano
psicológico do Holocausto. Mas ele rebate essas críticas, observando que “os sobreviventes estão
permanentemente marcados por suas experiências, profundamente. Pesadelos e constante ansiedade
são a norma de suas vidas. E é precisamente por isso que sua capacidade de levar vidas normais –
levantar de manhã, trabalhar, criar famílias, tirar férias e assim por diante – faz com que descrevê-los
como ‘bem-sucedidos’ seja totalmente justificado”.
Em suas entrevistas individuais e seus levantamentos aleatórios em larga escala de sobreviventes ao
Holocausto, Helmreich identificou dez características que justificavam seu sucesso na vida: flexibilidade,
assertividade, tenacidade, otimismo, inteligência, capacidade de distanciamento, consciência de grupo,
capacidade de assimilar o conhecimento de sua sobrevivência, capacidade de encontrar sentido na vida
e coragem. Todos os sobreviventes do Holocausto compartilhavam algumas dessas qualidades, me conta
Helmreich. Apenas alguns dos sobreviventes possuíam todas elas.
Adaptado de: SHERWOOD, Ben. Clube dos sobreviventes: Segredos de quem escapou de situações-limite e como eles
podem salvar a sua vida. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012. p. 160-161.

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As palavras genocídio, após e Soviética acentuam-se, respectivamente, pelas mesmas regras que
justificam o acento gráfico das palavras na seguinte série:
a) estáveis – número – é
b) aleatórios – descrevê-los – síndrome
c) crônicos – já – características
d) história – dólares – também

08. (Pref. De Nova Veneza/SC – Psicólogo – FAEPESUL/2016)


Analise atentamente a presença ou a ausência de acento gráfico nas palavras abaixo e indique a
alternativa em que não há erro:
a) ruím - termômetro - táxi – talvez.
b) flôres - econômia - biquíni - globo.
c) bambu - através - sozinho - juiz
d) econômico - gíz - juízes - cajú.
e) portuguêses - princesa - faísca.

09. (INSTITUTO CIDADES – Assistente Administrativo VII – CONFERE/2016)


Marque a opção em que as duas palavras são acentuadas por obedecerem à regras distintas:
a) Catástrofes – climáticas.
b) Combustíveis – fósseis.
c) Está – país.
d) Difícil – nível.

10. (IF-BA - Administrador – FUNRIO/2016)


Assinale a única alternativa que mostra uma frase escrita inteiramente de acordo com as regras de
acentuação gráfica vigentes.
a) Nas aulas de Ciências, construí uma mentalidade ecológica responsável.
b) Nas aulas de Inglês, conheci um pouco da gramática e da cultura inglêsa.
c) Nas aulas de Sociologia, gostei das idéias evolucionistas e de estudar ética.
d) Nas aulas de Artes, estudei a cultura indígena, o barrôco e o expressionismo
e) Nas aulas de Educação Física, eu fazia exercícios para gluteos, adutores e tendões.

Respostas

01. Resposta D
Método, que se refere a palavra "Metod´o" do texto.

02. Resposta C
As proparoxítonas são todas acentuadas graficamente. Sílaba tônica: antepenúltima.
Exemplos: trágico, patético, árvore

03. Resposta A
As paroxítonas terminadas em "n" são acentuadas, mas as que acabam em "ens", não (hifens, jovens),
assim como os prefixos terminados em "i "e "r" (semi, super). Porém, acentuam-se as paroxítonas
terminadas em ditongos crescentes: várzea, mágoa, óleo, régua, férias, tênue, cárie, ingênuo, início.

04. Resposta ”CERTO”


Todas as proparoxítonas são acentuadas graficamente: abóbora, bússola, cântaro, dúvida, líquido,
mérito, nórdico, política, relâmpago, têmpora etc.

05. Resposta “ERRADO”


O til não é acento.
Os acentos (agudo e circunflexo) só podem recair sobre a sílaba tônica da palavra; ora, como o til não
é acento, mas apenas um sinal indicativo de nasalização, ele tem um comportamento que os acentos não
têm:
(1) ele pode ficar sobre sílaba átona (órgão, sótão),
(2) pode aparecer várias vezes num mesmo vocábulo (pãozão, alemãozão, por exemplo) e
(3) não é eliminado pela troca de sílaba tônica causada pelo acréscimo de –zinho e de -mente: rápido,
rapidamente; café, cafezinho — mas irmã, irmãzinha; cristã, cristãmente; e assim por diante.

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06. Resposta “CERTO”
TREMA
Linguiça, bilíngue, consequência, sequestro, pinguim, sagui, tranquilidade... O trema acaba de ser
suprimido dos grupos de letras GUI, GUE, QUI e QUE, nos quais indicava a pronúncia átona (fraca) da
letra "u".
Entretanto, não pose-se dizer que o trema desapareceu de todas as palavras da língua portuguesa.
Isso porque será mantido nos nomes estrangeiros e nos termos deles derivados. Assim: Müller e
mülleriano, por exemplo.

07. Resposta B
genocídio, após e Soviética = ''Paroxítona'', ''oxítona'' e ''Proparoxítona''
aleatórios – descrevê-los – síndrome = ''Paroxítona'', ''oxítona'' e ''Proparoxítona''.

08. Resposta C
Erros das alternativas:
a) ruim
b) flores, economia
c) ok
d) Giz e caju
e) Portugueses

09. Resposta C
Está - São acentuadas oxitonas terminadas em O,E ,A, EM, ENS
País - São acentuados hiatos I e U seguidos ou não de S

10. Resposta A
A- Correta
B- Erro: Inglêsa > Correta: Inglesa.
C- Erro: Idéias > Correta: Ideias
D- Erro: Barrôco > Correta: Barroco
E- Erro: Gluteos > Correta: Glúteos

Emprego das classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral,


pronome, verbo, advérbio, preposição e conjunção: emprego e
sentido que imprimem às relações que estabelecem.

Classe de Palavras

Artigo

Artigo é uma palavra que antepomos aos substantivos para determiná-los, indicando, ao mesmo
tempo, gênero e número.
Dividem-se os artigos em: definidos: o, a, os, as e indefinidos: um, uma, uns, umas.
Os definidos determinam os substantivos de modo preciso, particular: Viajei com o médico.
Os indefinidos determinam os substantivos de modo vago, impreciso, geral: Viajei com um médico.

- Ambas as mãos. Usa-se o artigo entre o numeral ambas e o substantivo: Ambas as mãos são
perfeitas.

- Estou em Paris / Estou na famosa Paris. Não se usa artigo antes dos nomes de cidades, a menos
que venham determinados por adjetivos ou locuções adjetivas.
Vim de Paris
Vim da luminosa Paris.

Mas com alguns nomes de cidades conservamos o artigo.


O Rio de Janeiro, O Cairo, O Porto.

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Pode ou não ocorrer crase antes dos nomes de cidade, conforme venham ou não precedidos de artigo.
Vou a Paris.
Vou à Paris dos museus.

- Toda cidade / toda a cidade. Todo, toda designam qualquer, cada.


Toda cidade pode concorrer (qualquer cidade).
Todo o, toda a designam totalidade, inteireza.
Conheci toda a cidade (a cidade inteira).

No plural, usa-se todos os, todas as, exceto antes de numeral não seguido de substantivo.
Todas as cidades vieram.
Todos os cinco clubes disputarão o título.
Todos cinco são concorrentes.

- Tua decisão / a tua decisão. De maneira geral, é facultativo o uso do artigo antes dos possessivos.
Aplaudimos tua decisão.
Aplaudimos a tua decisão.

Se o possessivo não vier seguido de substantivo explícito é obrigatória a ocorrência do artigo.


Aplaudiram a tua decisão e não a minha.

- Decisões as mais oportunas / as mais oportunas decisões. No superlativo relativo, não se usa o
artigo antes e depois do substantivo.
Tomou decisões as mais oportunas.
Tomou as decisões mais oportunas.
É errado: Tomou as decisões as mais oportunas.

- Faz uns dez anos. O artigo indefinido, posto antes de um numeral, designa quantidade aproximada:
Faz uns dez anos que saí de lá.

- Em um / num. Os artigos definidos e indefinidos contraem-se com preposições: de + o= do, de + a=


da, etc. As formas de + um e em + um podem-se usar contraídas (dum e num) ou separadas (de um, em
um). Estava em uma cidade grande. Estava numa cidade grande.

Substantivo

Substantivo é tudo o que nomeia as “coisas” em geral.


Substantivo é tudo o que pode ser visto, pego ou sentido.
Substantivo é tudo o que pode ser precedido de artigo.

Classificação e Formação

Substantivo Comum: Substantivo comum é aquele que designa os seres de uma espécie de forma
genérica. Por exemplo: pedra, computador, cachorro, homem, caderno.

Substantivo Próprio: Substantivo próprio é aquele que designa um ser específico, determinado,
individualizando-o. Por exemplo: Maxi, Londrina, Dílson, Ester. O substantivo próprio sempre deve ser
escrito com letra maiúscula.

Substantivo Concreto: Substantivo concreto é aquele que designa seres que existem por si só ou
apresentam-se em nossa imaginação como se existissem por si. Por exemplo: ar, som, Deus,
computador, Ester.

Substantivo Abstrato: Substantivo abstrato é aquele que designa prática de ações verbais,
existência de qualidades ou sentimentos humanos. Por exemplo: saída (prática de sair), beleza
(existência do belo), saudade.

Formação dos substantivos

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Substantivo Primitivo: É primitivo o substantivo que não se origina de outra palavra existente na
língua portuguesa. Por exemplo: pedra, jornal, gato, homem.

Substantivo Derivado: É derivado o substantivo que provém de outra palavra da língua portuguesa.
Por exemplo: pedreiro, jornalista, gatarrão, homúnculo.

Substantivo Simples: É simples o substantivo formado por um único radical. Por exemplo: pedra,
pedreiro, jornal, jornalista.

Substantivo Composto: É composto o substantivo formado por dois ou mais radicais. Por exemplo:
pedra-sabão, homem-rã, passatempo.

Substantivo Coletivo: É coletivo o substantivo no singular que indica diversos elementos de uma
mesma espécie.
- abelha - enxame, cortiço, colmeia
- acompanhante - comitiva, cortejo, séquito
- alho - (quando entrelaçados) réstia, enfiada, cambada
- aluno - classe
- amigo - (quando em assembleia) tertúlia

Adjetivo

É a classe gramatical de palavras que exprimem qualidade, defeito, origem, estado do ser.

Classificação dos Adjetivos

Explicativo - exprime qualidade própria do ser. Por exemplo: neve fria.


Restritivo - exprime qualidade que não é própria do ser. Ex: fruta madura.
Primitivo - não vem de outra palavra portuguesa. Por exemplo: bom e mau.
Derivado - tem origem em outra palavra portuguesa. Por exemplo: bondoso.
Simples - formado de um só radical. Por exemplo: brasileiro.
Composto - formado de mais de um radical. Por exemplo: franco-brasileiro.
Pátrio - é o adjetivo que indica a naturalidade ou a nacionalidade do ser. Por exemplo: brasileiro,
cambuiense, etc.

Locução Adjetiva

É toda expressão formada de uma preposição mais um substantivo, equivalente a um adjetivo. Por
exemplo, homens com aptidão (aptos), bandeira da Irlanda (irlandesa).

Gêneros dos Adjetivos

Biformes - têm duas formas, sendo uma para o masculino e outra para o feminino. Por exemplo, mau
e má, judeu e judia. Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no feminino somente o último
elemento. Por exemplo, o motivo sócio literário e a causa sócio literária. Exceção = surdo-mudo e surda-
muda.

Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino como para o feminino. Por exemplo, homem
feliz ou cruel e mulher feliz ou cruel. Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no feminino. Por
exemplo, conflito político-social e desavença político-social.

Número dos Adjetivos

Plural dos adjetivos simples: Os adjetivos simples flexionam-se no plural de acordo com as regras
estabelecidas para a flexão numérica dos substantivos simples. Por exemplo, mau e maus, feliz e felizes,
ruim e ruins, boa e boas.

Plural dos adjetivos compostos: Os adjetivos compostos flexionam-se no plural de acordo com as
seguintes regras:

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- os adjetivos compostos formados de adjetivo + adjetivo flexionam somente o último elemento. Por
exemplo, luso-brasileiro e luso-brasileiros. Exceções: surdo-mudo e surdos-mudos. Ficam invariáveis os
seguintes adjetivos compostos: azul-celeste e azul-marinho.
- os adjetivos compostos formados de palavra invariável + adjetivo flexionam também só o último
elemento. Por exemplo, mal-educado e mal-educados.
- os adjetivos compostos formados de adjetivo + substantivo ficam invariáveis. Por exemplo, carro(s)
verde-canário.
- as expressões formadas de cor + de + substantivo também ficam invariáveis. Por exemplo, cabelo(s)
cor-de-ouro.

Graus dos Adjetivos

O adjetivo flexiona-se em grau para indicar a intensidade da qualidade do ser. Existem, para o adjetivo,
dois graus:

Comparativo
- de igualdade: tão (tanto, tal) bom como (quão, quanto).
- de superioridade: analítico (mais bom do que) e sintético (melhor que).
- de inferioridade: menos bom que (do que).

Superlativo
- absoluto: analítico (muito bom) e sintético (ótimo ou boníssimo).
- relativo: de superioridade (o mais bom de) e de inferioridade (o menos bom).

Somente seis adjetivos têm o grau comparativo de superioridade sintético. Veja-os: de bom - melhor,
de mau - pior, de grande - maior, de pequeno - menor, de alto - superior, de baixo - inferior. Para estes
seis adjetivos, usamos a forma analítica do grau comparativo de superioridade, quando se comparam
duas qualidades do mesmo ser. Por exemplo, Ele é mais bom que inteligente. Usa-se a forma sintética
do grau comparativo de superioridade, quando se comparam dois seres através da mesma qualidade.
Por exemplo: Ela é melhor que você.

Numeral

É a classe de palavras que exprimem quantidade, ordem, divisão e multiplicação dos seres na
natureza.

Classificação
Cardinais: indicam contagem, medida. Por exemplo, um, dois, três…
Ordinais: indicam a ordem do ser numa série dada. Por exemplo, primeiro, segundo, terceiro…
Fracionários: indicam a divisão dos seres. Por exemplo, meio, terço, quarto, quinto…
Multiplicativos: indicam a multiplicação dos seres. Por exemplo, dobro, triplo, quádruplo, quíntuplo…

Um Primeiro Vinte Vigésimo

Dois Segundo Trinta Trigésimo

Três Terceiro Cinquenta Quinquagésimo

Quatro Quarto Sessenta Sexagésimo

Cinco Quinto Setenta Septuagésimo

Seis Sexto Cem Centésimo

Sete Sétimo Quinhentos Quingentésimo

Oito Oitavo Seiscentos Sexcentésimo

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Nove Nono Mil Milésimo

Dez Décimo Milhão Milionésimo

Faz-se a leitura do numeral cardinal, dispondo-se a palavra “e” entre as centenas e as dezenas e entre
as dezenas e unidades. Por exemplo, 1.203.726 = um milhão duzentos e três mil setecentos e vinte e
seis.

Pronome

A palavra que acompanha (determina) ou substitui um nome é denominada pronome. Ex.: Ana disse
para sua irmã: - Eu preciso do meu livro de matemática. Você não o encontrou? Ele estava aqui em cima
da mesa.
- eu substitui “Ana”
- meu acompanha “o livro de matemática”
- o substitui “o livro de matemática”
- ele substitui “o livro de matemática”

Flexão: Quanto à forma, o pronome varia em gênero, número e pessoa:

Gênero (masculino/feminino)
Ele saiu/Ela saiu
Meu carro/Minha casa

Número (singular/plural)
Eu saí/Nós saímos
Minha casa/Minhas casas

Pessoa (1ª/2ª/3ª)
Eu saí/Tu saíste/Ele saiu
Meu carro/Teu carro/Seu carro

Função: O pronome tem duas funções fundamentais:

Substituir o nome: Nesse caso, classifica-se como pronome substantivo e constitui o núcleo de um
grupo nominal. Ex.: Quando cheguei, ela se calou. (Ela é o núcleo do sujeito da segunda oração e se
trata de um pronome substantivo porque está substituindo um nome)

Referir-se ao nome: Nesse caso, classifica-se como pronome adjetivo e constitui uma palavra
dependente do grupo nominal. Ex.: Nenhum aluno se calou. (O sujeito “nenhum aluno” tem como núcleo
o substantivo “aluno” e como palavra dependente o pronome adjetivo “nenhum”)

Pronomes Pessoais: São aqueles que substituem os nomes e representam as pessoas do discurso:
1ª pessoa - a pessoa que fala - eu/nós
2ª pessoa - a pessoa com que se fala - tu/vós
3ª pessoa - a pessoa de quem se fala - ele/ela/eles/elas

Pronomes pessoais retos: são os que têm por função principal representar o sujeito ou predicativo.

Pronomes pessoais oblíquos: são os que podem exercer função de complemento.

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Pronomes Oblíquos

- Associação de pronomes a verbos: Os pronomes oblíquos o, a, os, as, quando associados a verbos
terminados em -r, -s, -z, assumem as formas lo, la, los, las, caindo as consoantes. Ex.: Carlos quer
convencer seu amigo a fazer uma viagem; Carlos quer convencê-lo a fazer uma viagem.

- Quando associados a verbos terminados em ditongo nasal (-am, -em, -ão, -õe), assumem as formas
no, na, nos, nas. Ex.: Fizeram um relatório; Fizeram-no.

- Os pronomes oblíquos podem ser reflexivos e quando isso ocorre se referem ao sujeito da oração.
Ex.: Maria olhou-se no espelho; Eu não consegui controlar-me diante do público.

- Antes do infinitivo precedido de preposição, o pronome usado deverá ser o reto, pois será sujeito do
verbo no infinitivo. Ex.: O professor trouxe o livro para mim. (Pronome oblíquo, pois é um complemento);
O professor trouxe o livro para eu ler. (Pronome reto, pois é sujeito)

Pronomes de Tratamento: São aqueles que substituem a terceira pessoa gramatical. Alguns são
usados em tratamento cerimonioso e outros em situações de intimidade. Conheça alguns:
- você (v.): tratamento familiar
- senhor (Sr.), senhora (Sr.ª.): tratamento de respeito
- senhorita (Srta.): moças solteiras
- Vossa Senhoria (V.S.ª.): para pessoa de cerimônia
- Vossa Excelência (V.S.ª.): para altas autoridades
- Vossa Reverendíssima (V. Revmª.): para sacerdotes
- Vossa Eminência (V.Emª.): para cardeais
- Vossa Santidade (V.S.): para o Papa
- Vossa Majestade (V.M.): para reis e rainhas
- Vossa Majestade Imperial (V.M.I.): para imperadores
- Vossa Alteza (V.A.): para príncipes, princesas e duques

1- Os pronomes e os verbos ligados aos pronomes de tratamento devem estar na 3ª pessoa. Ex.:
Vossa Excelência já terminou a audiência? (Nesse fragmento se está dirigindo a pergunta à autoridade)
2- Quando apenas nos referimos a essas pessoas, sem que estejamos nos dirigindo a elas, o pronome
"vossa" se transforma no possessivo “sua”. Ex.: Sua Excelência já terminou a audiência? (Nesse
fragmento não se está dirigindo a pergunta à autoridade, mas a uma terceira pessoa do discurso)

Pronomes Possessivos: São aqueles que indicam ideia de posse. Além de indicar a coisa possuída,
indicam a pessoa gramatical possuidora.

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Existem palavras que eventualmente funcionam como pronomes possessivos. Ex.: Ele afagou-lhe
(seus) os cabelos.

Pronomes Demonstrativos: Os pronomes demonstrativos possibilitam localizar o substantivo em


relação às pessoas, ao tempo, e sua posição no interior de um discurso.

Pronomes Espaço Tempo Ao dito Enumeração

Perto de quem fala (1ª Presente Referente aquilo Referente ao último


pessoa). que ainda não foi elemento citado em
dito. uma enumeração.
este, esta, isto, Ex.: Não gostei deste Ex.: Neste ano, Ex.: Esta Ex.: O homem e a
estes, estas livro aqui. tenho realizado afirmação me mulher são
bons negócios. deixou surpresa: massacrados pela
gostava de cultura atual, mas esta
química. é mais oprimida.
Perto de quem ouve Passado ou futuro Referente aquilo
(2ª pessoa). próximos que já foi dito.

esse, essa,
esses, essas Ex.: Não gostei desse Ex.: Nesse último Ex.: Gostava de
livro que está em tuas ano, realizei bons química. Essa
mãos. negócios afirmação me
deixou surpresa
Perto da 3ª pessoa, Passado ou futuro Referente ao primeiro
distante dos remotos elemento citado em
interlocutores. uma enumeração.
aquele, aquela, Ex.: Não gostei Ex.: Tenho boas Ex.: O homem e a
aquilo, aqueles, daquele livro que a recordações de mulher são
aquelas Roberta trouxe. 1960, pois naquele massacrados pela
ano realizei bons cultura atual, mas esta
negócios. é mais oprimida que
aquele.

Pronomes Indefinidos: São pronomes que acompanham o substantivo, mas não o determinam de
forma precisa: algum, bastante, cada, certo, diferentes, diversos, demais, mais, menos, muito nenhum,
outro, pouco, qual, qualquer, quanto, tanto, todo, tudo, um, vários.

Algumas locuções pronominais indefinidas: cada qual, qualquer um, tal e qual, seja qual for, sejam
quem for, todo aquele, quem (que), quer uma ou outra, todo aquele (que), tais e tais, tal qual, seja qual
for.

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Uso de alguns pronomes indefinidos:

Algum:
- quando anteposto ao substantivo dá ideia de afirmação. “Algum dinheiro terá sido deixado por ela.”
- quando posposto ao substantivo dá ideia de negação. “Dinheiro algum terá sido deixado por ela.”

O uso desse pronome indefinido antes ou depois do verbo está ligado à intenção do enunciador.

Demais: Este pronome indefinido, muitas vezes, é confundido com o advérbio “demais” ou com a
locução adverbial “de mais”. Ex.:
“Maria não criou nada de mais além de uma cópia do quadro de outro artista.” (locução adverbial)
“Maria esperou-os demais.” (pronome indefinido = os outros)
“Maria esperou demais.” (advérbio de intensidade)

Todo: É usado como pronome indefinido e também como advérbio, no sentido de completamente,
mas possuindo flexão de gênero e número, o que é raro em um advérbio. Ex.:
“Percorri todo trajeto.” (pronome indefinido)
“Por causa da chuva, a roupa estava toda molhada.” (advérbio)

Cada: Possui valor distributivo e significa todo, qualquer dentre certo número de pessoas ou de coisas.
Ex.: “Cada homem tem a mulher que merece”. Este pronome indefinido não pode anteceder substantivo
que esteja em plural (cada férias), a não ser que o substantivo venha antecedido de numeral (cada duas
férias). Pode, às vezes, ter valor intensificador: “Mário diz cada coisa idiota!”

Pronomes Relativos: São aqueles que representam nomes que já foram citados e com os quais estão
relacionados. O nome citado denomina-se antecedente do pronome relativo. Ex.: “A rua onde moro é
muito escura à noite.”; onde: pronome relativo que representa “a rua”; a rua: antecedente do pronome
“onde”.

Alguns pronomes que podem funcionar como pronomes relativos: Masculino (o qual, os quais,
quanto, quantos, cujo, cujos). Feminino (a qual, as quais, quanta, quantas, cuja, cujas). Invariável (quem,
que, onde).

O pronome relativo quem sempre possui como antecedente uma pessoa ou coisas personificadas,
vem sempre antecedido de preposição e possui o significado de “o qual”. Ex.: "Aquela menina de quem
lhe falei viajou para Paris”. Antecedente: menina; Pronome relativo antecedido de preposição: de quem.
Os pronomes relativos cujo, cuja sempre precedem a um substantivo sem artigo e possuem o
significado “do qual”, “da qual”. Ex.: “O livro cujo autor não me recordo.”
Os pronomes relativos quanto(s) e quanta(s) aparecem geralmente precedidos dos pronomes
indefinidos tudo, tanto(s), tanta(s), todos, todas. Ex.: “Você é tudo quanto queria na vida.”
O pronome relativo onde tem sempre como antecedente palavra que indica lugar. Ex.: “A casa onde
moro é muito espaçosa.”
O pronome relativo que admite diversos tipos de antecedentes: nome de uma coisa ou pessoa, o
pronome demonstrativo ou outro pronome. Ex.: “Quero agora aquilo que ele me prometeu.”
Os pronomes relativos, na maioria das vezes, funcionam como conectivos, permitindo-nos unir duas
orações em um só período. Ex.: A mulher parece interessada. A mulher comprou o livro. (A mulher que
parece interessada comprou o livro.)

Pronomes Interrogativos: Os pronomes interrogativos levam o verbo à 3ª pessoa e são usados em


frases interrogativas diretas ou indiretas. Não existem pronomes exclusivamente interrogativos e sim que
desempenham função de pronomes interrogativos, como por exemplo: que, quantos, quem, qual, etc.
Ex.: “Quantos livros teremos que comprar?”; “Ele perguntou quantos livros teriam que comprar.”; “Qual
foi o motivo do seu atraso?”

Verbo

Quando se pratica uma ação, a palavra que representa essa ação e indica o momento em que ela
ocorre é o verbo. Exemplos:
- Aquele pedreiro trabalhou muito. (ação – pretérito)

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- Venta muito na primavera. (fenômeno – presente)
- Ana ficará feliz com a tua chegada. (estado - futuro)
- Maria enviuvou na semana passada. (mudança de estado – pretérito)
- A serra azula o horizonte. (qualidade – presente)

Conjugação Verbal: Existem 3 conjugações verbais:


- A 1ª que tem como vogal temática o ''a''. Ex: cantar, pular, sonhar etc...
- A 2ª que tem como vogal temática o ''e''. Ex: vender, comer, chover, sofrer etc...
- A 3ª que tem como vogal temática o ''i''. Ex: partir, dividir, sorrir, abrir etc...

1º COJUGAÇÃO 2º COJUGAÇÃO
3º CONJUGAÇÃO
verbos verbos
verbos terminados
terminados em terminados em
em IR
AR ER
cantar vender partir
amar chover sorrir
sonhar sofrer abrir

OBS: O verbo pôr, assim como seus derivados (compor, repor, depor, etc.), pertence à 2º conjugação,
porque na sua forma antiga a sua terminação era em er: poer. A vogal “e”, apesar de haver desaparecido
do infinitivo, revela-se em algumas formas de verbo: põe, pões, põem etc.

Pessoas: 1ª, 2ª e 3ª pessoa são abordadas em 2 situações: singular e plural.


Primeira pessoa do singular – eu; ex: eu canto
Segunda pessoa do singular – tu; ex: tu cantas
Terceira pessoa do singular – ele; ex ele: canta
Primeira pessoa do plural – nós; ex: nós cantamos
Segunda pessoa do plural – vós; ex: vós cantais
Terceira pessoa do plural – eles; ex: eles cantam

Tempos e Modo de Verbo

- Presente. Fato ocorrido no momento em que se fala. Ex: Faz


- Pretérito. Fato ocorrido antes. Ex: Fez
- Futuro. Fato ocorrido depois. Ex: Fará

O pretérito subdivide-se em perfeito, imperfeito e mais-que-perfeito.


- Perfeito. Ação acabada. Ex: Eu li o último romance de Rubens Fonseca.
- Imperfeito. Ação inacabada no momento a que se refere à narração. Ex: Ele olhava o mar durante
horas e horas.
- Mais-que-perfeito. Ação acabada, ocorrida antes de outro fato passado. Ex: Para poder trabalhar
melhor, ela dividira a turma em dois grupos.

O futuro subdivide-se em futuro do presente e futuro do pretérito.


- Futuro do Presente. Refere-se a um fato imediato e certo. Ex: Comprarei ingressos para o teatro.
- Futuro do Pretérito. Pode indicar condição, referindo-se a uma ação futura, vinculada a um momento
já passado. Ex: Aprenderia tocar violão, se tivesse ouvido para a música (indica condição); Eles gostariam
de convidá-la para a festa.

Modos Verbais

- Indicativo. Apresenta o fato de maneira real, certa, positiva. Ex: Eu estudo geografia
Iremos ao cinema; Voltou para casa.
- Subjuntivo. Pode exprimir um desejo e apresenta o fato como possível ou duvidoso, hipotético. Ex:
Queria que me levasses ao teatro; Se eu tivesse dinheiro, compraria um carro; Quando o relógio
despertar, acorda-me.
- Imperativo. Exprime ordem, conselho ou súplica. Ex: Limpa a cozinha, Maria; Descanse bastante
nestas férias; Senhor tende piedade de nós.

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As formas nominais do verbo são Três: infinitivo, gerúndio e particípio.

Infinitivo:
Pessoal - cantar (eu), cantares (tu), vender (eu), venderes (tu), partir (eu), partires (tu)
Impessoal - cantar, vender, partir.
Gerúndio - cantando, vendendo, partindo.
Particípio - cantado, vendido, partido.

Impessoal: Uma forma em que o verbo não se refere a nenhuma pessoa gramatical: é o infinitivo
impessoal quando não se refere às pessoas do discurso. Exemplos: viver é bom. (a vida é boa); É proibido
fumar. (é proibido o fumo)

Pessoal: Quando se refere às pessoas do discurso. Neste caso, não é flexionado nas 1ª e 3ª pessoas
do singular e flexionadas nas demais:
Falar (eu) – não flexionado
Falares (tu) – flexionado
Falar (ele) – não flexionado
Falarmos (nós) – flexionado
Falardes (voz) – flexionado
Falarem (eles) – flexionado

Ex: É conveniente estudares (é conveniente o estudo); É útil pesquisarmos (é útil a nossa pesquisa)

Aspecto: Aspecto é a maneira de ser ação.

O Pretérito Perfeito Composto: indica um fato concluído, revela de certa forma a ideia de
continuidade. Ex: Eu tenho estudado (eu estudei até o presente momento). Os verbos invocativos
(terminados em “ecer” ou “escer”) indica uma continuidade gradual. Ex: embranquecer é começar a ficar
grisalho e envelhecer é ir ficando velho.

O Presente do Indicativo pode:


- indicar frequência. Ex: O sol nasce para todos.
- ser empregado no lugar do futuro. Ex: amanhã vou ao teatro. (irei); Se continuam as indiretas, perco
a paciência. (continuarem; perderei)
- ser empregado no lugar do pretérito (presente histórico). Ex: É 1939: alemães invadem o território
polonês (era; invadiram)

O Pretérito Imperfeito do Indicativo pode:


- Substituir o futuro do pretérito. Ex: Se eu soubesse, não dizia aquilo. (diria)
- Expressar cortesia ou timidez. Ex: O senhor podia fazer o favor de me emprestar uma caneta? (pode)

Futuro do Presente pode:


- Indicar probabilidade. Ex: Ele terá, no máximo, uns 70 quilos.
- Substituir o imperativo. Ex: Não matarás. (não mates)

Tempos Simples e Tempos Compostos: Os tempos são simples quando formados apenas pelo
verbo principal.

Indicativo:
Presente - canto, vendo, parto, etc.
Pretérito perfeito - cantei, vendi, parti, etc.
Pretérito imperfeito - cantava, vendia, partia, etc.
Pretérito mais-que-perfeito - cantara, vendera, partira, etc.
Futuro do presente - cantarei, venderei, partirei, etc.
Futuro do pretérito - cantaria, venderia, partiria, etc.

Subjuntivo:
Presente - cante, venda, parta, etc.
Pretérito imperfeito - cantasse, vendesse, partisse, etc.

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Futuro - cantar, vender, partir.

Imperativo: Ao indicar ordem, conselho, pedido, o fato verbal pode expressar negação ou afirmação.
São, portanto, duas as formas do imperativo:
- Imperativo Negativo: Não falem alto.
- Imperativo Afirmativo: Falem mais alto.

Imperativo negativo: É formado do presente do subjuntivo.

1º CONJUGAÇAO 2º CONJUGAÇÃO 3º CONJUGAÇÃO


CANT - AR VEND - ER PART - IR
Não cantes Não vendas Não partas
Não cante Não venda Não parta
Não cantemos Não vendamos Não partamos
Não canteis Não vendais Não partais
Não cantem Não vendam Não partam

Imperativo afirmativo: Também é formado do presente do subjuntivo, com exceção da 2º pessoa do


singular e da 2º pessoa do plural, que são retiradas do presente do indicativo sem o “s”. Ex: Canta – Cante
– Cantemos – Cantai – Cantem

O imperativo não possui a 1º pessoa do singular, pois não se prevê a ordem, o pedido ou o conselho
a si mesmo.

Tempos são compostos quando formados pelos auxiliares ter ou haver.

Indicativo:
Pretérito perfeito composto - tenho cantado, tenho vendido, tenho partido, etc.
Pretérito mais-que-perfeito composto - tinha cantado, tinha vendido, tinha partido, etc.
Futuro do presente composto - terei cantado, terei vendido, terei partido, etc.
Futuro do pretérito composto - teria cantado, teria vendido, teria partido, etc.

Subjuntivo:
Pretérito perfeito composto - tenha cantado, tenha vendido, tenha partido, etc.
Pretérito mais-que-perfeito composto - tivesse cantado, tivesse vendido, tivesse partido, etc.
Futuro composto - tiver cantado, tiver vendido, tiver partido, etc.

Infinitivo:
Pretérito impessoal composto - ter cantado, ter vendido, ter partido, etc.
Pretérito pessoal composto - ter (teres) cantado, ter (teres) vendido, ter (teres) partido.
Gerúndio pretérito composto - tendo cantado, tendo vendido, tendo partido.
Regulares: Regulares são verbos que se conjugam de acordo com o paradigma (modelo) de cada
conjugação. Cantar (1ª conjugação) vender (2ª conjugação) partir (3ª conjugação) todos que se
conjugarem de acordo com esses verbos serão regulares.

Advérbio

Palavra invariável que modifica essencialmente o verbo, exprimindo uma circunstância.

Advérbio modificando um verbo ou adjetivo: Ocorre quando o advérbio modifica um verbo ou um


adjetivo acrescentando a eles uma circunstância. Por circunstância entende-se qualquer particularidade
que determina um fato, ampliando a informação nele contida. Ex.: Antônio construiu seu arraial popular
ali; Estradas tão ruins.

Advérbio modificando outro advérbio: Ocorre quando o advérbio modifica um adjetivo ou outro
advérbio, geralmente intensificando o significado. Ex.: Grande parte da população adulta lê muito mal.

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Advérbio modificando uma oração inteira: Ocorre quando o advérbio está modificando o grupo
formado por todos os outros elementos da oração, indicando uma circunstância. Ex.: Lamentavelmente o
Brasil ainda tem 19 milhões de analfabetos.

Locução Adverbial: É um conjunto de palavras que pode exercer a função de advérbio. Ex.: De modo
algum irei lá.

Tipos de Advérbios

- de modo: Ex.: Sei muito bem que ninguém deve passar atestado da virtude alheia. Bem, mal, assim,
adrede, melhor, pior, depressa, acinte, debalde, devagar, ás pressas, às claras, às cegas, à toa, à
vontade, às escondas, aos poucos, desse jeito, desse modo, dessa maneira, em geral, frente a frente,
lado a lado, a pé, de cor, em vão e a maior parte dos que terminam em -mente: calmamente, tristemente,
propositadamente, pacientemente, amorosamente, docemente, escandalosamente, bondosamente,
generosamente.

- de intensidade: Ex.: Acho que, por hoje, você já ouviu bastante. Muito, demais, pouco, tão, menos,
em excesso, bastante, pouco, mais, menos, demasiado, quanto, quão, tanto, assaz, que (equivale a
quão), tudo, nada, todo, quase, de todo, de muito, por completo, bem (quando aplicado a propriedades
graduáveis).

- de tempo: Ex.: Leia e depois me diga quando pode sair na gazeta. Hoje, logo, primeiro, ontem, tarde,
outrora, amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes, doravante, nunca, então, ora, jamais,
agora, sempre, já, enfim, afinal, amiúde, breve, constantemente, entrementes, imediatamente,
primeiramente, provisoriamente, sucessivamente, às vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de
vez em quando, de quando em quando, a qualquer momento, de tempos em tempos, em breve, hoje em
dia.

- de lugar: Ex.: A senhora sabe aonde eu posso encontrar esse pai-de-santo? Aqui, antes, dentro, ali,
adiante, fora, acolá, atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abaixo, aonde, longe,
debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro, afora, alhures, nenhures, aquém, embaixo, externamente,
a distância, a distância de, de longe, de perto, em cima, à direita, à esquerda, ao lado, em volta.

- de negação: Ex.: De modo algum irei lá. Não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de forma
nenhuma, tampouco, de jeito nenhum.

- de dúvida: Ex.: Talvez ela volte hoje. Acaso, porventura, possivelmente, provavelmente, quiçá,
talvez, casualmente, por certo, quem sabe.

- de afirmação: Ex.: Realmente eles sumiram. Sim, certamente, realmente, decerto, efetivamente,
certo, decididamente, realmente, deveras, indubitavelmente.

- de exclusão: Apenas, exclusivamente, salvo, senão, somente, simplesmente, só, unicamente.

- de inclusão: Ex.: Emocionalmente o indivíduo também amadurece durante a adolescência. Ainda,


até, mesmo, inclusivamente, também.

- de ordem: Depois, primeiramente, ultimamente.

- de designação: Eis

- de interrogação: Ex.: E então? Quando é que embarca? onde? (lugar), como? (modo), quando?
(tempo), porque? (causa), quanto? (preço e intensidade), para que? (finalidade).

Palavras Denotativas: Há, na língua portuguesa, uma série de palavras que se assemelham a
advérbios. A Nomenclatura Gramatical Brasileira não faz nenhuma classificação especial para essas
palavras, por isso elas são chamadas simplesmente de palavras denotativas.
- Adição: Ex.: Comeu tudo e ainda queria mais. Ainda, além disso.
- Afastamento: Ex.: Foi embora daqui. Embora.

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- Afetividade: Ex.: Ainda bem que passei de ano. Ainda bem, felizmente, infelizmente.
- Aproximação: quase, lá por, bem, uns, cerca de, por volta de.
- Designação: Ex.: Eis nosso novo carro. Eis.
- Exclusão: Ex.: Todos irão, menos ele. Apenas, salvo, menos, exceto, só, somente, exclusive, sequer,
senão.
- Explicação: Ex.: Viajaremos em julho, ou seja, nas férias. Isto é, por exemplo, a saber, ou seja.
- Inclusão: Ex.: Até ele irá viajar. Até, inclusive, também, mesmo, ademais.
- Limitação: Ex.: Apenas um me respondeu. Só, somente, unicamente, apenas.
- Realce: Ex.: E você lá sabe essa questão? É que, cá, lá, não, mas, é porque, só, ainda, sobretudo.
- Retificação: Ex.: Somos três, ou melhor, quatro. Aliás, isto é, ou melhor, ou antes.
- Situação: Ex.: Afinal, quem perguntaria a ele? Então, mas, se, agora, afinal.

Grau dos Advérbios: Os advérbios, embora pertençam à categoria das palavras invariáveis, podem
apresentar variações com relação ao grau. Além do grau normal, o advérbio pode-se apresentar no grau
comparativo e no superlativo.

- Grau Comparativo: quando a circunstância expressa pelo advérbio aparece em relação de


comparação. O advérbio não é flexionado no grau comparativo. Para indicar esse grau utilizam as formas
tão…quanto, mais…que, menos…que. Pode ser:
- comparativo de igualdade. Ex.: Chegarei tão cedo quanto você.
- comparativo de superioridade. Ex.: Chegarei mais cedo que você.
- comparativo de inferioridade. Ex.: Chegaremos menos cedo que você.

- Grau Superlativo: nesse caso, a circunstância expressa pelo advérbio aparecerá intensificada. O
grau superlativo do advérbio pode ser formado tanto pelo processo sintético (acréscimo de sufixo), como
pelo processo analítico (outro advérbio estará indicando o grau superlativo).
- superlativo (ou absoluto) sintético: formado com o acréscimo de sufixo. Ex.: Cheguei tardíssimo.
- superlativo (ou absoluto) analítico: expresso com o auxílio de um advérbio de intensidade. Ex.:
Cheguei muito tarde.

Quando se empregam dois ou mais advérbios terminados em –mente, pode-se acrescentar o sufixo
apenas no último. Ex.: Nada omitiu de seu pensamento; falou clara, franca e nitidamente.
Quando se quer realçar o advérbio, pode-se antecipá-lo. Ex.: Imediatamente convoquei os alunos.

Preposição

É uma palavra invariável que serve para ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece
normalmente há uma subordinação do segundo termo em relação ao primeiro. As preposições são muito
importantes na estrutura da língua, pois estabelecem a coesão textual e possuem valores semânticos
indispensáveis para a compreensão do texto.

Tipos de Preposição

- Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente como preposições. A, ante, perante,
após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para
com.
- Preposições acidentais: palavras de outras classes gramaticais que podem atuar como
preposições. Como, durante, exceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto.
- Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo como uma preposição, sendo que a última
palavra é uma delas. Abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com, em cima
de, embaixo de, em frente a, ao redor de, graças a, junto a, com, perto de, por causa de, por cima de, por
trás de.

A preposição é invariável. No entanto pode unir-se a outras palavras e assim estabelecer concordância
em gênero ou em número. Ex: por + o = pelo; por + a = pela.
Vale ressaltar que essa concordância não é característica da preposição e sim das palavras a que se
ela se une. Esse processo de junção de uma preposição com outra palavra pode se dar a partir de dois
processos:

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- Combinação: A preposição não sofre alteração.
preposição a + artigos definidos o, os
a + o = ao
preposição a + advérbio onde
a + onde = aonde

- Contração: Quando a preposição sofre alteração.


Preposição + Artigos
De + o(s) = do(s)
De + a(s) = da(s)
De + um = dum
De + uns = duns
De + uma = duma
De + umas = dumas
Em + o(s) = no(s)
Em + a(s) = na(s)
Em + um = num
Em + uma = numa
Em + uns = nuns
Em + umas = numas
A + à(s) = à(s)
Por + o = pelo(s)
Por + a = pela(s)

- Preposição + Pronomes
De + ele(s) = dele(s)
De + ela(s) = dela(s)
De + este(s) = deste(s)
De + esta(s) = desta(s)
De + esse(s) = desse(s)
De + essa(s) = dessa(s)
De + aquele(s) = daquele(s)
De + aquela(s) = daquela(s)
De + isto = disto
De + isso = disso
De + aquilo = daquilo
De + aqui = daqui
De + aí = daí
De + ali = dali
De + outro = doutro(s)
De + outra = doutra(s)
Em + este(s) = neste(s)
Em + esta(s) = nesta(s)
Em + esse(s) = nesse(s)
Em + aquele(s) = naquele(s)
Em + aquela(s) = naquela(s)
Em + isto = nisto
Em + isso = nisso
Em + aquilo = naquilo
A + aquele(s) = àquele(s)
A + aquela(s) = àquela(s)
A + aquilo = àquilo

1. O “a” pode funcionar como preposição, pronome pessoal oblíquo e artigo. Como distingui-los?
- Caso o “a” seja um artigo, virá precedendo a um substantivo. Ele servirá para determiná-lo como um
substantivo singular e feminino.
A dona da casa não quis nos atender.
Como posso fazer a Joana concordar comigo?

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- Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois termos e estabelece relação de subordinação
entre eles.
Cheguei a sua casa ontem pela manhã.
Não queria, mas vou ter que ir a outra cidade para procurar um tratamento adequado.
- Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o lugar e/ou a função de um substantivo.
Temos Maria como parte da família. / A temos como parte da família.
Creio que conhecemos nossa mãe melhor que ninguém. / Creio que a conhecemos melhor que
ninguém.

2. Algumas relações semânticas estabelecidas por meio das preposições:


Destino: Irei para casa.
Modo: Chegou em casa aos gritos.
Lugar: Vou ficar em casa;
Assunto: Escrevi um artigo sobre adolescência.
Tempo: A prova vai começar em dois minutos.
Causa: Ela faleceu de derrame cerebral.
Fim ou finalidade: Vou ao médico para começar o tratamento.
Instrumento: Escreveu a lápis.
Posse: Não posso doar as roupas da mamãe.
Autoria: Esse livro de Machado de Assis é muito bom.
Companhia: Estarei com ele amanhã.
Matéria: Farei um cartão de papel reciclado.
Meio: Nós vamos fazer um passeio de barco.
Origem: Nós somos do Nordeste, e você?
Conteúdo: Quebrei dois frascos de perfume.
Oposição: Esse movimento é contra o que eu penso.
Preço: Essa roupa sai por R$ 50 à vista.

Interjeição

É a palavra que expressa emoções, sentimentos ou pensamentos súbitos. Trata-se de um recurso da


linguagem afetiva, em que não há uma ideia organizada de maneira lógica, como são as sentenças da
língua, mas sim a manifestação de um suspiro, um estado da alma decorrente de uma situação particular,
um momento ou um contexto específico. Exemplos:
- Ah, como eu queria voltar a ser criança! (ah: expressão de um estado emotivo = interjeição)
- Hum! Esse cuscuz estava maravilhoso! (hum: expressão de um pensamento súbito = interjeição)

As sentenças da língua costumam se organizar de forma lógica: há uma sintaxe que estrutura seus
elementos e os distribui em posições adequadas a cada um deles. As interjeições, por outro lado, são
uma espécie de palavra-frase, ou seja, há uma ideia expressa por uma palavra (ou um conjunto de
palavras - locução interjetiva) que poderia ser colocada em termos de uma sentença. Observe:
- Bravo! Bravo! Bis! (bravo e bis: interjeição). Sentença sugestão: “Foi muito bom! Repitam!”
- Ai! Ai! Ai! Machuquei meu pé. (ai: interjeição). Sentença sugestão: “Isso está doendo!” ou “Estou
com dor!”

O significado das interjeições está vinculado à maneira como elas são proferidas. Desse modo, o tom
da fala é que dita o sentido que a expressão vai adquirir em cada contexto de enunciação. Exemplos:
- Psiu! (contexto: alguém pronunciando essa expressão na rua). Significado da interjeição (sugestão):
“Estou te chamando! Ei, espere!”.
- Psiu! (contexto: alguém pronunciando essa expressão em um hospital). Significado da interjeição
(sugestão): “Por favor, faça silêncio!”.
- Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio! (puxa: interjeição) (tom da fala: euforia)
- Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte! (puxa: interjeição) (tom da fala: decepção)

As interjeições são palavras invariáveis, isto é, não sofrem variação em gênero, número e grau como
os nomes, nem de número, pessoa, tempo, modo, aspecto e voz como os verbos. No entanto, em uso
específico, algumas interjeições sofrem variação em grau. Deve-se ter claro, neste caso, que não se trata
de um processo natural dessa classe de palavra, mas tão só uma variação que a linguagem afetiva
permite. Exemplos: oizinho, bravíssimo, até loguinho.

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Questões

01. (Prefeitura de Piraúba – MG - Oficial de Serviço Público – MS Concursos/2017) Assinale a


alternativa onde tenha palavras que não sejam substantivos.
(A) Menino / elefante / presidente.
(B) Sacerdote / aviador / cantor.
(C) Senador / doutor / avô.
(D) Bom / forte / feliz.

02. (Prefeitura de Piraúba – MG - Oficial de Serviço Público – MS Concursos/2017) Marque a


alternativa onde temos substantivos coletivos.
(A) Exército – rebanho – constelação.
(B) Pai – cavaleiro – frade.
(C) Rei – conde – cônsul.
(D) Padre – marido – cão.

03. (Prefeitura de Piraúba – MG - Oficial de Serviço Público – MS Concursos/2017) O algarismo


arábico transformado em ordinal está correto em:
(A) 2000 – dois mil.
(B) 70 – setenta.
(C) 3000 – terceiro milésimo.
(D) 12 – doze avos.

04. (Prefeitura de Tremembé – SP - Oficial de Escola – Instituto Excelência/2017)

O cachorro e sua sombra


Esopo

Um cachorro, que carregava na boca um pedaço de carne, ao cruzar uma ponte sobre um riacho, vê
sua imagem refletida na água. Diante disso, ele logo imagina que se trata de outro cachorro, com um
pedaço de carne maior que o seu. Então, ele deixa cair no riacho o pedaço que carrega, e ferozmente se
lança sobre o animal refletido na água, para tomar a porção de carne que julga ser maior que a sua.
Agindo assim ele perdeu ambos. Aquele que tentou pegar na água, por se tratar de um simples reflexo,
e o seu próprio, uma vez que ao largá-lo nas águas, a correnteza levou para longe.

Qual das frases abaixo apresenta um caso CORRETO de interjeição?


(A) Droga! Preste atenção quando eu estou falando!
(B) Estamos trabalhando muito há dois dias.
(C) Preciso levar meu cachorro ao veterinário.
(D) Nenhuma das alternativas.

05. (Prefeitura de Tanguá – RJ - Agente Administrativo – MS Concursos/2017)


Leia os itens a seguir e assinale a alternativa correta:
I - Quando um adjetivo é anteposto a dois ou mais substantivos, concorda com o substantivo mais
próximo. Exemplo: Não gostei muito da imensa barba e cabelo do seu namorado.
II - Se o substantivo estiver no plural, os adjetivos que o seguem podem permanecer no singular se
cada um deles trouxer um atributo diferente. Exemplo: Não se esqueça de trancar as
portas interna e externa.
III - Quando um adjetivo qualifica dois ou mais substantivos e vem depois deles, o adjetivo vai para o
plural, concordando com todos os substantivos. Exemplo: Filmes e shows fantásticos foram apresentados
na semana cultural.
IV - Quando um adjetivo qualifica dois ou mais substantivos e vem depois deles, o adjetivo não
concorda com o substantivo mais próximo. Exemplo: Juros e inflação altas são obstáculos para o
crescimento econômico.

(A) Apenas I, II e III estão corretos.


(B) Apenas I, II e IV estão corretos.
(C) Apenas II, III e IV estão corretos.
(D) Apenas I, III e IV estão corretos.

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06. (Prefeitura de Novo Gama – GO - Agente de Combate às Endemias – IDIB/2016)
TEXTO
Reuso da Água
O que é
O reuso da água é um processo pelo qual a água passa para que possa ser utilizada novamente. Neste
processo pode haver ou não um tratamento da água, dependendo da finalidade para a qual vai ser
reutilizada.

Importância
Por se tratar de um bem natural que está cada vez mais raro e caro, reutilizar a água é de fundamental
importância para o meio ambiente e também para a economia das empresas, cidadãos e governos.

Exemplos práticos de reuso da água:


- Numa empresa, a água usada em processos industriais pode ser tratada numa estação de tratamento
de água na própria empresa e reutilizada no mesmo ciclo de produção.
- Numa residência, água de banho pode ser captada e usada para lavagem de quintal e para dar
descarga em vasos sanitários. Já existem sistemas a venda no mercado que fazem a captação,
armazenamento e filtragem deste tipo de água.
- Água da rede de esgoto pode passar por um processo eficiente de tratamento e ser utilizada para
regar jardins públicos, lavar ruas e automóveis e irrigar plantações. Esta água também pode ser devolvida
à natureza para seguir o ciclo hidrológico.

Utilização da água de chuva


Atualmente, grande parte da água da chuva vai parar na rede de esgoto das cidades, gerando um
grande desperdício deste recurso. Esta água, se captada, pode ser utilizada para diversas finalidades. Já
existem alguns prédios com estrutura capaz de fazer a captação e armazenagem deste tipo de água.
Ela é usada nos processos de limpeza do prédio, resultando numa importante economia para o
condomínio, pois gera uma redução na conta de água.
(com adaptação) (http://www.suapesquisa.com/ecologiasaude/reuso_agua.htm)

Na passagem “Numa empresa, a água usada em processos industriais”, ocorrem:


(A) Três substantivos e dois adjetivos.
(B) Dois substantivos e três adjetivos.
(C) Três substantivos e três adjetivos.
(D) Dois substantivos e dois adjetivos.

07. (Prefeitura de Videira – SC - Agente Operacional de Vigilância – ASSCONPP/2016)

Um Substantivo Coletivo é aquele que mesmo estando no singular, designa um conjunto de seres
da mesma espécie. Diante desta informação relacione as colunas abaixo.

Substantivo coletivo
I. Cáfila
II. Ramalhete
III. Vara
IV. Rebanho

Conjunto de seres da mesma espécie


( ). De porcos
( ). De camelos
( ). De ovelhas
( ). De flores

A sequência correta na segunda coluna, de cima para baixo é:


(A) III – I – IV – II;
(B) II – I – IV – III;
(C) I – IV – II – III;
(D) III – IV – I – II;

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(E) IV – I – III – II;

08. (Prefeitura de Videira – SC - Agente Operacional de Vigilância – ASSCONPP/2016)

Observe as frases abaixo:


I. As mangas doces eram colhidas pelas crianças.
II. Naquela fazenda as crianças comeram muitos doces.

Pode-se afirmar que:


(A) Apenas na frase I “doces” é um adjetivo.
(B) Apenas na frase II “doces” é um adjetivo.
(C) “Doces” é um adjetivo tanto na frase I como na frase II.
(D) “Doces” não é adjetivo em nenhuma das frases.
(E) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.

09. (Prefeitura de Bom Retiro – SC - Servente - Prefeitura de Bom Retiro – SC/2017)


Indique o plural INCORRETO:
a) pãezinhos, mãozinhas, nuvenzinhas.
b) chapeuzinhos, tuneuzinhos, pezinhos.
c) florezinhas, botõezinhos, colherezinhas.
d) papeizinhos, faroizinhos, mãozinhas.

10. (SAAE de Aimorés – MG - Operador de Pequeno Sistema – MÁXIMA/2016)


Todos os substantivos abaixo podem ser considerados abstratos, EXCETO:
(A) Viagem;
(B) Ansiedade;
(C) Fada;
(D) Ajuda.

Respostas

01. Resposta D
Não há como definir que uma palavra não seja um substantivo sem analisar a frase completa (ou o
contexto).
BOM, FORTE e FELIZ PODEM SIM SER SUBSTANTIVOS:
Por exemplo, em "O forte sempre leva vantagem", a palavra "forte" não tem valor de adjetivo, mas sim
de substantivo.

02. Resposta A
O substantivo coletivo é um substantivo comum que, mesmo no singular indica um agrupamento,
multiplicidade de seres de uma mesma espécie.

03. Resposta C
Corrigindo as alternativas, passando para número ordinal:
A) DOIS MILÉSIMOS OU SEGUNDO MILÉSIMO - Número ordinal
B) SEPTUAGÉSIMO - número ordinal
C) TERCEIRO MILÉSIMO OU TRÊS MILÉSIMOS - número ordinal
D) NÚMERO FRACIONÁRIO - "doze avos", passando para ordinal: décimo segundo, dozeno ou
duodécimo.

04. Resposta A
Interjeição é a palavra invariável que exprime emoções, sensações, estados de espírito, ou que
procura agir sobre o interlocutor, levando-o a adotar certo comportamento sem que, para isso, seja
necessário fazer uso de estruturas linguísticas mais elaboradas. Observe o exemplo:
Droga! Preste atenção quando eu estou falando!
No exemplo acima, o interlocutor está muito bravo. Toda sua raiva se traduz numa palavra: Droga!

05. Resposta A

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06. Resposta A
Empresa, água e processos - substantivos
Usada e industriais - adjetivos

07. Resposta A
Cáfila = de camelos
Ramalhete = de flores
Vara = de porcos
Rebanho = de ovelhas

08. Resposta A
Do ponto de vista morfológico, normalmente o adjetivo varia em gênero, número e grau. Como você
pôde perceber, os adjetivos destacados mudaram de gênero, número e/ou grau: amarela, (muito) bonita,
(bem) sugestivos. Ele varia em grau normalmente pelo uso de advérbios de intensidade. Veremos melhor
isso à frente. Ah! Vale também perceber os sufixos formadores de adjetivos no capítulo de estrutura de
palavras, pois, quanto mais soubermos sobre eles, com mais facilidade identificaremos esta classe.

09. Resposta B
A regra do plural das palavras diminutivas é simples. Primeiro transforma-se a palavra de origem para
o plural e em seguida transfere-se o "S" para o fim da palavra após o acréscimo do sufixo "zinho" ou "zito".
Ex. Pão -> Pães -> Pãezinhos / Chapéu -> Chapéus -> Chapeuzinhos/ Túnel - -> Túneis -> Tuneizinhos

10. Resposta C
Concreto - pode ser desenhado. Fada, terra, mar etc...
Abstrato - não. Ex. Colheita, beijo, saudade, ajuda, viagem, ansiedade etc...

Emprego do sinal indicativo de crase.

Crase

Crase é a superposição de dois “a”, geralmente a preposição “a” e o artigo a(s), podendo ser também
a preposição “a” e o pronome demonstrativo a(s) ou a preposição “a” e o “a” inicial dos pronomes
demonstrativos aqueles(s), aquela(s) e aquilo. Essa superposição é marcada por um acento grave (`).

Assim, em vez de escrevermos “entregamos a mercadoria a a vendedora”, “esta blusa é igual a a que
compraste” ou “eles deveriam ter comparecido a aquela festa”, devemos sobrepor os dois “a” e indicar
esse fato com um acento grave: “Entregamos a mercadoria à vendedora”. “Esta blusa é igual à que
compraste”. “Eles deveriam ter comparecido àquela festa.”

O acento grave que aparece sobre o “a” não constitui, pois, a crase, mas é um mero sinal gráfico que
indica ter havido a união de dois “a” (crase).

Para haver crase, é indispensável a presença da preposição “a”, que é um problema de regência. Por
isso, quanto mais conhecer a regência de certos verbos e nomes, mais fácil será para ele ter o domínio
sobre a crase.

Não existe Crase

- Antes de palavra masculina: Chegou a tempo ao trabalho; Vieram a pé; Vende-se a prazo.

- Antes de verbo: Ficamos a admirá-los; Ele começou a ter alucinações.


- Antes de artigo indefinido: Levamos a mercadoria a uma firma; Refiro-me a uma pessoa educada.

- Antes de expressão de tratamento introduzida pelos pronomes possessivos Vossa ou Sua ou


ainda da expressão Você, forma reduzida de Vossa Mercê: Enviei dois ofícios a Vossa Senhoria;
Traremos a Sua Majestade, o rei Hubertus, uma mensagem de paz; Eles queriam oferecer flores a você.

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- Antes dos pronomes demonstrativos esta e essa: Não me refiro a esta carta; Os críticos não
deram importância a essa obra.

- Antes dos pronomes pessoais: Nada revelei a ela; Dirigiu-se a mim com ironia.
- Antes dos pronomes indefinidos com exceção de outra: Direi isso a qualquer pessoa; A entrada
é vedada a toda pessoa estranha. Com o pronome indefinido outra(s), pode haver crase porque ele, às
vezes, aceita o artigo definido a(s): As cartas estavam colocadas umas às outras (no masculino, ficaria
“os cartões estavam colocados uns aos outros”).

- Quando o “a” estiver no singular e a palavra seguinte estiver no plural: Falei a vendedoras desta
firma; Refiro-me a pessoas curiosas.

- Quando, antes do “a”, existir preposição: Ela compareceu perante a direção da empresa; Os
papéis estavam sob a mesa. Exceção feita, às vezes, para até, por motivo de clareza: A água inundou a
rua até à casa de Maria (= a água chegou perto da casa); se não houvesse o sinal da crase, o sentido
ficaria ambíguo: a água inundou a rua até a casa de Maria (= inundou inclusive a casa). Quando até
significa “perto de”, é preposição; quando significa “inclusive”, é partícula de inclusão.

- Com expressões repetitivas: Tomamos o remédio gota a gota; Enfrentaram-se cara a cara.

- Com expressões tomadas de maneira indeterminada: O doente foi submetido a dieta leve (no
masc. = foi submetido a repouso, a tratamento prolongado, etc.); Prefiro terninho a saia e blusa (no masc.
= prefiro terninho a vestido).

- Antes de pronome interrogativo, não ocorre crase: A que artista te referes?

- Na expressão valer a pena (no sentido de valer o sacrifício, o esforço), não ocorre crase, pois
o “a” é artigo definido: Parodiando Fernando Pessoa, tudo vale a pena quando a alma não é pequena...

A Crase é Facultativa

- Antes de nomes próprios feminino: Enviamos um telegrama à Marisa; Enviamos um telegrama a


Marisa. Em português, antes de um nome de pessoa, pode-se ou não empregar o artigo “a” (“A Marisa é
uma boa menina”. Ou “Marisa é uma boa menina”). Por isso, mesmo que a preposição esteja presente,
a crase é facultativa.
Quando o nome próprio feminino vier acompanhado de uma expressão que o determine, haverá crase
porque o artigo definido estará presente. Dedico esta canção à Candinha do Major Quevedo. [A (artigo)
Candinha do Major Quevedo é fanática por seresta.]

- Antes de pronome adjetivo possessivo feminino singular: Pediu informações à minha secretária;
Pediu informações a minha secretária. A explicação é idêntica à do item anterior: o pronome adjetivo
possessivo aceita artigo, mas não o exige (“Minha secretária é exigente.” Ou: “A minha secretária é
exigente”). Portanto, mesmo com a presença da preposição, a crase é facultativa.

Casos Especiais

- Nomes de localidades: Dentre as localidades, há as que admitem artigo antes de si e as que não o
admitem. Por aí se deduz que, diante das primeiras, desde que comprovada a presença de preposição,
pode ocorrer crase; diante das segundas, não. Para se saber se o nome de uma localidade aceita artigo,
deve-se substituir o verbo da frase pelos verbos estar ou vir. Se ocorrer a combinação “na” com o verbo
estar ou “da” com o verbo vir, haverá crase com o “a” da frase original. Se ocorrer “em” ou “de”, não
haverá crase: Enviou seus representantes à Paraíba (estou na Paraíba; vim da Paraíba); O avião dirigia-
se a Santa Catarina (estou em Santa Catarina; vim de Santa Catarina); Pretendo ir à Europa (estou na
Europa; vim da Europa). Os nomes de localidades que não admitem artigo passarão a admiti-lo, quando
vierem determinados. Porto Alegre indeterminadamente não aceita artigo: Vou a Porto Alegre (estou em
Porto Alegre; vim de Porto Alegre); Mas, acompanhando-se de uma expressão que a determine, passará
a admiti-lo: Vou à grande Porto Alegre (estou na grande Porto Alegre; vim da grande Porto Alegre);
Iríamos a Madri para ficar três dias; Iríamos à Madri das touradas para ficar três dias.

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- Pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo: quando a preposição “a” surge diante
desses demonstrativos, devemos sobrepor essa preposição à primeira letra dos demonstrativos e indicar
o fenômeno mediante um acento grave: Enviei convites àquela sociedade (= a + aquela); A solução não
se relaciona àqueles problemas (= a + aqueles); Não dei atenção àquilo (= a + aquilo). A simples
interpretação da frase já nos faz concluir se o “a” inicial do demonstrativo é simples ou duplo. Entretanto,
para maior segurança, podemos usar o seguinte artifício: Substituir os demonstrativos aquele(s),
aquela(s), aquilo pelos demonstrativos este(s), esta(s), isto, respectivamente. Se, antes destes últimos,
surgir a preposição “a”, estará comprovada a hipótese do acento de crase sobre o “a” inicial dos pronomes
aquele(s), aquela(s), aquilo. Se não surgir a preposição “a”, estará negada a hipótese de crase. Enviei
cartas àquela empresa./ Enviei cartas a esta empresa; A solução não se relaciona àqueles problemas./
A solução não se relaciona a estes problemas; Não dei atenção àquilo./ Não dei atenção a isto; A solução
era aquela apresentada ontem./ A solução era esta apresentada ontem.

- Palavra “casa”: quando a expressão casa significa “lar”, “domicílio” e não vem acompanhada de
adjetivo ou locução adjetiva, não há crase: Chegamos alegres a casa; Assim que saiu do escritório, dirigiu-
se a casa; Iremos a casa à noitinha. Mas, se a palavra casa estiver modificada por adjetivo ou locução
adjetiva, então haverá crase: Levaram-me à casa de Lúcia; Dirigiram-se à casa das máquinas; Iremos à
encantadora casa de campo da família Sousa.

- Palavra “terra”: Não há crase, quando a palavra terra significa o oposto a “mar”, “ar” ou “bordo”: Os
marinheiros ficaram felizes, pois resolveram ir a terra; Os astronautas desceram a terra na hora prevista.
Há crase, quando a palavra significa “solo”, “planeta” ou “lugar onde a pessoa nasceu”: O colono dedicou
à terra os melhores anos de sua vida; Voltei à terra onde nasci; Viriam à Terra os marcianos?

- Palavra “distância”: Não se usa crase diante da palavra distância, a menos que se trate de distância
determinada: Via-se um monstro marinho à distância de quinhentos metros; Estávamos à distância de
dois quilômetros do sítio, quando aconteceu o acidente. Mas: A distância, via-se um barco pesqueiro;
Olhava-nos a distância.

- Pronome Relativo: Todo pronome relativo tem um substantivo (expresso ou implícito) como
antecedente. Para saber se existe crase ou não diante de um pronome relativo, deve-se substituir esse
antecedente por um substantivo masculino. Se o “a” se transforma em “ao”, há crase diante do relativo.
Mas, se o “a” permanece inalterado ou se transforma em “o”, então não há crase: é preposição pura ou
pronome demonstrativo: A fábrica a que me refiro precisa de empregados. (O escritório a que me refiro
precisa de empregados.); A carreira à qual aspiro é almejada por muitos. (O trabalho ao qual aspiro é
almejado por muitos.). Na passagem do antecedente para o masculino, o pronome relativo não pode ser
substituído, sob pena de falsear o resultado: A festa a que compareci estava linda (no masculino = o baile
a que compareci estava lindo). Como se viu, substituímos festa por baile, mas o pronome relativo que
não foi substituído por nenhum outro (o qual etc.).

A Crase é Obrigatória

- Sempre haverá crase em locuções prepositivas, locuções adverbiais ou locuções conjuntivas


que tenham como núcleo um substantivo feminino: à queima-roupa, à maneira de, às cegas, à noite,
às tontas, à força de, às vezes, às escuras, à medida que, às pressas, à custa de, à vontade (de), à moda
de, às mil maravilhas, à tarde, às oito horas, às dezesseis horas, etc. É bom não confundir a locução
adverbial às vezes com a expressão fazer as vezes de, em que não há crase porque o “as” é artigo
definido puro: Ele se aborrece às vezes (= ele se aborrece de vez em quando); Quando o maestro falta
ao ensaio, o violinista faz as vezes de regente (= o violinista substitui o maestro).

- Sempre haverá crase em locuções que exprimem hora determinada: Ele saiu às treze horas e
trinta minutos; Chegamos à uma hora. Cuidado para não confundir a, à e há com a expressão uma hora:
Disseram-me que, daqui a uma hora, Teresa telefonará de São Paulo (= faltam 60 minutos para o
telefonema de Teresa); Paula saiu daqui à uma hora; duas horas depois, já tinha mudado todos os seus
planos (= quando ela saiu, o relógio marcava 1 hora); Pedro saiu daqui há uma hora (= faz 60 minutos
que ele saiu).

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- Quando a expressão “à moda de” (ou “à maneira de”) estiver subentendida: Nesse caso,
mesmo que a palavra subsequente seja masculina, haverá crase: No banquete, serviram lagosta à
Termidor; Nos anos 60, as mulheres se apaixonavam por homens que tinham olhos à Alain Delon.

- Quando as expressões “rua”, “loja”, “estação de rádio”, etc. estiverem subentendidas: Dirigiu-
se à Marechal Floriano (= dirigiu-se à Rua Marechal Floriano); Fomos à Renner (fomos à loja Renner);
Telefonem à Guaíba (= telefonem à rádio Guaíba).

- Quando está implícita uma palavra feminina: Esta religião é semelhante à dos hindus (= à religião
dos hindus).

- Com o pronome substantivo possessivo feminino no singular ou plural, o uso de acento


indicativo de crase não é facultativo (conforme o caso será proibido ou obrigatório): A minha cidade é
melhor que a tua. O acento indicativo de crase é proibido porque, no masculino, ficaria assim: O meu sítio
é melhor que o teu (não há preposição, apenas o artigo definido). Esta gravura é semelhante à nossa. O
acento indicativo de crase é obrigatório porque, no masculino, ficaria assim: Este quadro é semelhante
ao nosso (presença de preposição + artigo definido).

- Não confundir devido com dado (a, os, as): a primeira expressão pede preposição “a”, havendo
crase antes de palavra feminina determinada pelo artigo definido. Devido à discussão de ontem, houve
um mal-estar no ambiente (= devido ao barulho de ontem, houve...); A segunda expressão não aceita
preposição “a” (o “a” que aparece é artigo definido, não havendo, pois, crase): Dada a questão primordial
envolvendo tal fato (= dado o problema primordial...); Dadas as respostas, o aluno conferiu a prova (=
dados os resultados...).

Excluída a hipótese de se tratar de qualquer um dos casos anteriores, devemos substituir a palavra
feminina por outra masculina da mesma função sintática. Se ocorrer “ao” no masculino, haverá crase no
“a” do feminino. Se ocorrer “a” ou “o” no masculino, não haverá crase no “a” do feminino. O problema,
para muitos, consiste em descobrir o masculino de certas palavras como “conclusão”, “vezes”, “certeza”,
“morte”, etc. É necessário então frisar que não há necessidade alguma de que a palavra masculina tenha
qualquer relação de sentido com a palavra feminina: deve apenas ter a mesma função sintática: Fomos
à cidade comprar carne. (ao supermercado); Pedimos um favor à diretora. (ao diretor); Muitos são
insensíveis à dor alheia. (ao sofrimento); Os empregados deixam a fábrica. (o escritório); O perfume cheira
a rosa. (a cravo); O professor chamou a aluna. (o aluno).

Questões

01. (Pref. De Itaquitinga/PE – Técnico em Enfermagem – IDHTEC/2016)

MAMÃ NEGRA (Canto de esperança)


Tua presença, minha Mãe - drama vivo duma Raça, Drama de carne e sangue Que a Vida escreveu
com a pena dos séculos! Pelo teu regaço, minha Mãe, Outras gentes embaladas à voz da ternura ninadas
do teu leite alimentadas de bondade e poesia de música ritmo e graça... santos poetas e sábios... Outras
gentes... não teus filhos, que estes nascendo alimárias semoventes, coisas várias, mais são filhos da
desgraça: a enxada é o seu brinquedo trabalho escravo - folguedo... Pelos teus olhos, minha Mãe Vejo
oceanos de dor Claridades de sol-posto, paisagens Roxas paisagens Mas vejo (Oh! se vejo!...) mas vejo
também que a luz roubada aos teus [olhos, ora esplende demoniacamente tentadora - como a Certeza...
cintilantemente firme - como a Esperança... em nós outros, teus filhos, gerando, formando, anunciando -
o dia da humanidade.
(Viriato da Cruz. Poemas, 1961, Lisboa, Casa dos Estudantes do Império)
Em qual das alternativas o acento grave foi mal empregado, pois não houve crase?
a) “Milena Nogueira foi pela primeira vez à quadra da escola de samba Império Serrano, na Zona Norte
do Rio.”
b) "Os relatos dos casos mostram repetidas violações dos direitos à moradia, a um trabalho digno, à
integridade cultural, a vida e ao território."
c) “O corpo de Lucilene foi encontrado próximo à ponte do Moa no dia 11 de maio.”
d) “Fifa afirma que Blatter e Valcke enriqueceram às custas da entidade.”
e) “Doriva saiu e Milton Cruz fez às vezes de técnico até a chegada de Edgardo Bauza no fim do ano
passado.”

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02. (Pref. De Itaquitinga/PE – Assistente Administrativo – IDHTEC/2016) Em qual dos trechos
abaixo o emprego do acento grave foi omitido quando houve ocorrência de crase?

a) “O Sindicato dos Metroviários de Pernambuco decidiu suspender a paralisação que faria a partir das
16h desta quarta-feira.”
b) “Pela manhã, em nota, a categoria informou que cruzaria os braços só retornando às atividades
normais as 5h desta quinta-feira.”
c) “Nesta quarta-feira, às 21h, acontece o "clássico das multidões" entre Sport e Santa Cruz, no Estádio
do Arruda.”
d) “Após a ameaça de greve, o sindicato foi procurado pela CBTU e pela PM que prometeram um
reforço no esquema de segurança.”
e) “A categoria se queixa de casos de agressões, vandalismo e depredações e da falta de segurança
nas estações.”

03. (COMLURB – Técnico de Segurança do Trabalho – IBFC/2016)

Que é Segurança do Trabalho?

Segurança do trabalho pode ser entendida como os conjuntos de medidas que são adotadas visando
minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e a
capacidade de trabalho do trabalhador.
A Segurança do Trabalho estuda diversas disciplinas como Introdução à Segurança, Higiene e
Medicina do Trabalho, Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações,
Psicologia na Engenharia de Segurança, Comunicação e Treinamento, Administração aplicada à
Engenharia de Segurança, O Ambiente e as Doenças do Trabalho, Higiene do Trabalho, Metodologia de
Pesquisa, Legislação, Normas Técnicas, Responsabilidade Civil e Criminal, Perícias, Proteção do Meio
Ambiente, Ergonomia e Iluminação, Proteção contra Incêndios e Explosões e Gerência de Riscos.
O quadro de Segurança do Trabalho de uma empresa compõe-se de uma equipe multidisciplinar
composta por Técnico de Segurança do Trabalho, Engenheiro de Segurança do Trabalho, Médico do
Trabalho e Enfermeiro do Trabalho. Estes profissionais formam o que chamamos de SESMT - Serviço
Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho. Também os empregados da
empresa constituem a CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, que tem como objetivo a
prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tomar compatível
permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador.
A Segurança do Trabalho é definida por normas e leis. No Brasil, a Legislação de Segurança do
Trabalho compõe-se de Normas Regulamentadoras, leis complementares, como portarias e decretos e
também as convenções Internacionais da Organização Internacional do Trabalho, ratificadas pelo Brasil.
http://www.areasea.com/sea/ - acesso em 24/04/2016

Leia o texto abaixo e identifique qual das alternativas apresenta correta aplicação de crase, seguindo
a mesma lógica do texto.
“A Segurança do Trabalho estuda diversas disciplinas como Introdução à Segurança, Higiene e
Medicina do Trabalho, Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações...”

a) O curso de português discute assuntos associados à gramática, à literatura e à produção de textos.


b) O professor fez correções à respeito dos erros de ortografia presentes no texto.
c) O referido texto apresenta informações de grande importância à alunos de Engenharia.
d) A literatura sobre Segurança do Trabalho presente na faculdade apresenta informações
importantes à seus alunos.

04. (MPE/SC – Promotor de Justiça – MPE/SC/2016) Em relação ao emprego do sinal de crase,


estão corretas as frases:
a) Solicito a Vossa Excelência o exame do presente documento.
b) A redação do contrato compete à Diretoria de Orçamento e Finanças.

( ) Certo ( ) Errado

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05. (MPE/SC – Promotor de Justiça – MPE/SC/2016)
“O americano Jackson Katz, 55, é um homem feminista – definição que lhe agrada. Dedica
praticamente todo o seu tempo a combater a violência contra a mulher e a promover a igualdade entre os
gêneros. (...) Em 1997, idealizou o primeiro projeto de prevenção à violência de gênero na história dos
marines americanos. Katz – casado e pai de um filho – já prestou consultoria à Organização Mundial de
Saúde e ao Exército americano.”
(In: Veja, Rio de Janeiro: Abril, ano 49, n.2, p. 13, jan. 2016.)

No texto acima, o sinal indicativo de crase foi empregado corretamente, em todas as situações. Poderia
ter ocorrido também diante dos verbos combater e promover, uma vez que o emprego desse acento é
facultativo antes de verbos.
( ) Certo ( ) Errado

06. (MPE/RJ – Analista do Ministério Público – FGV/2016)


Texto 1 – Problemas Sociais Urbanos

Brasil escola

Dentre os problemas sociais urbanos, merece destaque a questão da segregação urbana, fruto da
concentração de renda no espaço das cidades e da falta de planejamento público que vise à promoção
de políticas de controle ao crescimento desordenado das cidades. A especulação imobiliária favorece o
encarecimento dos locais mais próximos dos grandes centros, tornando-os inacessíveis à grande massa
populacional. Além disso, à medida que as cidades crescem, áreas que antes eram baratas e de fácil
acesso tornam-se mais caras, o que contribui para que a grande maioria da população pobre busque por
moradias em regiões ainda mais distantes.
Essas pessoas sofrem com as grandes distâncias dos locais de residência com os centros comerciais
e os locais onde trabalham, uma vez que a esmagadora maioria dos habitantes que sofrem com esse
processo são trabalhadores com baixos salários. Incluem-se a isso as precárias condições de transporte
público e a péssima infraestrutura dessas zonas segregadas, que às vezes não contam com saneamento
básico ou asfalto e apresentam elevados índices de violência.
A especulação imobiliária também acentua um problema cada vez maior no espaço das grandes,
médias e até pequenas cidades: a questão dos lotes vagos. Esse problema acontece por dois principais
motivos: 1) falta de poder aquisitivo da população que possui terrenos, mas que não possui condições de
construir neles e 2) a espera pela valorização dos lotes para que esses se tornem mais caros para uma
venda posterior. Esses lotes vagos geralmente apresentam problemas como o acúmulo de lixo, mato alto,
e acabam tornando-se focos de doenças, como a dengue.
PENA, Rodolfo F. Alves. “Problemas socioambientais urbanos”; Brasil Escola. Disponível em http://brasilescola.uol.com.br/brasil/problemas-ambientais-sociais-
decorrentes-urbanização.htm. Acesso em 14 de abril de 2016.

No texto 1, há quatro ocorrências do acento grave indicativo da crase: “vise à promoção de políticas
de controle” (1), “tornando-os inacessíveis à grande massa populacional” (2), “Além disso, à medida que
as cidades crescem” (3) e “que às vezes não contam com saneamento básico” (4).
Os casos de crase que correspondem à união de preposição + artigo definido são:

a) 1 e 2;
b) 1 e 4;
c) 2 e 3;
d) 3 e 4;
e) todos eles.

07. (Pref. De São Paulo/SP – Analista Fiscal de Serviços – VUNESP/2016)

O mundo vive hoje um turbilhão de sentimentos e reações no que diz respeito aos refugiados. Trata-
se de uma enorme tragédia humana, à qual temos assistido pela TV no conforto de nossas casas.
Imagens dramáticas mostram famílias inteiras, jovens, crianças e idosos chegando à Europa em busca
de um lugar supostamente mais seguro para viver. Embora os refugiados da Síria tenham ganhado maior
destaque, existem ainda os refugiados africanos e os latino-americanos.
Dentro da América Latina, vemos grandes migrações, uma marcha de pessoas que buscam o refúgio,
mas que terminam em uma espécie de exílio.

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O Brasil, que sempre se destacou por sua capacidade de acolher diferentes culturas, apresenta uma
das sociedades com maior diversidade. Podemos afirmar nossa capacidade de lidar com o
multiculturalismo com bastante naturalidade, embora, muitas vezes, a questão seja tratada de maneira
superficial. Por outro lado, o preconceito existente, antes disfarçado, deixou de ser tímido e passou a se
manifestar de forma aberta e hostil.
Comparado a outros países, o Brasil não recebe um número elevado de refugiados, e a maioria da
sociedade brasileira aceita-os, acreditando que é possível fazer algo para ajudá-los, mesmo diante do
momento crítico da economia e da política.
Diante desse cenário, destacam-se as iniciativas de solidariedade, de forma objetiva e praticada por
jovens estudantes de nossas universidades. Com a cabeça aberta e o respeito ao diferente, muitos deles
manifestam uma visão de mundo que permite acreditar em transformações sociais de base.
(Soraia Smaili, Refugiados no Brasil: entre o exílio e a solidariedade. Em: cartacapital.com.br. 02.02.2016. Adaptado)

Nas universidades, as iniciativas de solidariedade visam oferecer apoio_____ precisa, com


respeito___ diferenças, entendendo-se que não se deve negar_____ um refugiado______esperança por
uma vida melhor.
De acordo com a norma-padrão, as lacunas da frase devem ser preenchidas, respectivamente, com:
a) aquele que … à … a … à
b) àquele que … às … a … a
c) à quem … às … à … à
d) a quem … as … à … a
e) àquele que … as … a … à

08. (TRF-3ª Região – Técnico Judiciário – Informática – FCC/2016) O sinal indicativo de crase está
empregado corretamente em:

a) Não era uma felicidade eufórica, semelhava-se mais à uma brisa de contentamento.
b) O vinho certamente me induziu àquela súbita vontade de abraçar uma árvore gigante.
c) Antes do fim da manhã, dediquei-me à escrever tudo o que me propusera para o dia.
d) A paineira sobreviverá a todas às 18 milhões de pessoas que hoje vivem em São Paulo.
e) Acho importante esclarecer que não sou afeito à essa tradição de se abraçar árvore.

09. (TRF-3ª Região – Analista Judiciário - Biblioteconomia – FCC/2016)

Sem exceção, homens e mulheres de todas as idades, culturas e níveis de instrução têm emoções,
cultivam passatempos que manipulam as emoções, atentam para as emoções dos outros, e em grande
medida governam suas vidas buscando uma emoção, a felicidade, e procurando evitar emoções
desagradáveis. À primeira vista, não existe nada caracteristicamente humano nas emoções, pois
numerosas criaturas não humanas têm emoções em abundância; entretanto, existe algo acentuadamente
característico no modo como as emoções vincularam-se a ideias, valores, princípios e juízos complexos
que só os seres humanos podem ter. De fato, a emoção humana é desencadeada até mesmo por uma
música e por filmes banais cujo poder não devemos subestimar.
Embora a composição e a dinâmica precisas das reações emocionais sejam moldadas em cada
indivíduo pelo meio e por um desenvolvimento único, há indícios de que a maioria das reações
emocionais, se não todas, resulta de longos ajustes evolutivos. As emoções são parte dos mecanismos
biorreguladores com os quais nascemos, visando à sobrevivência. Foi por isso que Darwin conseguiu
catalogar as expressões emocionais de tantas espécies e encontrar consistência nessas expressões, e
é por isso que em diferentes culturas as emoções são tão facilmente reconhecidas. É bem verdade que
as expressões variam, assim como varia a configuração exata dos estímulos que podem induzir uma
emoção. Mas o que causa admiração quando se observa o mundo do alto é a semelhança, e não a
diferença. Aliás, é essa semelhança que permite que a arte cruze fronteiras.
As emoções podem ser induzidas indiretamente, e o indutor pode bloquear o progresso de uma
emoção que já estava presente. O efeito purificador (catártico) que toda boa tragédia deve produzir,
segundo Aristóteles, tem por base a suspensão de um estado sistematicamente induzido de medo e
compaixão.
Não precisamos ter consciência de uma emoção, com frequência não temos e somos incapazes de
controlar intencionalmente as emoções. Você pode perceber-se num estado de tristeza ou de felicidade
e ainda assim não ter ideia dos motivos responsáveis por esse estado específico. Uma investigação

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cuidadosa pode revelar causas possíveis, porém frequentemente não se consegue ter certeza. O
acionamento inconsciente de emoções também explica por que não é fácil imitá-las voluntariamente. O
sorriso nascido de um prazer genuíno é produto de estruturas cerebrais localizadas em uma região
profunda do tronco cerebral. A imitação voluntária feita por quem não é um ator exímio é facilmente
detectada como fingimento – alguma coisa sempre falha, quer na configuração dos músculos faciais, quer
no tom de voz.
(Adaptado de: DAMÁSIO, Antonio. O mistério da consciência. Trad. Laura Teixeira Motta. São Paulo, Cia das letras, 2015, 2.ed, p. 39-49)

Ao se reescrever um segmento do texto, o sinal indicativo de crase foi empregado de modo correto
em:
a) Frequentemente não temos consciência de uma emoção, pois somos incapazes de à controlar
propositadamente.
b) Essa é, à propósito, a semelhança que permite que a arte cruze fronteiras.
c) Por sinal, à essa semelhança imputa-se a causa da arte ser capaz de cruzar fronteiras.
d) A partir dessa semelhança, permite-se à arte cruzar fronteiras.
e) À uma região profunda do tronco cerebral atribui-se o ponto de partida de reações como um sorriso
nascido de um prazer genuíno.

10. (Pref. De Criciúma/SC – Engenheiro Civil – FEPESE/2016)


Analise as frases quanto ao uso correto da crase.
1. O seu talento só era comparável à sua bondade.
2. Não pôde comparecer à cerimônia de posse na Prefeitura.
3. Quem se vir em apuros, deve recorrer à coordenação local de provas.
4. Dia a dia, vou vencendo às batalhas que a vida me apresenta.
5. Daqui à meia hora, chegarei a estação; peça para me aguardarem.

a) São corretas apenas as frases 1 e 4.


b) São corretas apenas as frases 3 e 4.
c) São corretas apenas as frases 1, 2 e 3.
d) São corretas apenas as frases 2, 3 e 4.
e) São corretas apenas as frases 2, 4 e 5.

Respostas

01. Resposta E
Às vezes / As vezes
Ocorrerá a crase somente quando “às vezes” for uma locução adverbial de tempo (= de vez em
quando, em algumas vezes). Quando a expressão “as vezes” não trouxer o significado citado não
acontecerá crase.

02. Resposta B
Indicação de horas especificadas ocorre crase:
Chegaremos às sete horas
Saímos às dez horas

03. Resposta A
Letra B - Errado antes de masculino não usa-se crase - O RESPEITO
Letra C - Errado antes de masculino não usa-se crase - ALUNOS
Letra D - Antes de possessivo a crase é facultativa - isso se - o antecedente exigir a preposição a como
no caso de "importantes".
Associados requer a preposição A

04. Certo
Em relação ás assertivas:
a) Não se emprega o sinal da crase antes de pronomes de tratamento, salvo: senhora, senhorita e
dona.
b) A redação do contrado compete á diretoria de orçamentos e finanças.
Ao trocar-mos o substantivo feminino: diretoria pelo substantivo masculino Diretor:
Compete ao diretor de orçamentos e finaças. ( a=preposição + o=artigo)

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05. Errado
NÃO se usa crase antes de verbo!

06. Resposta A
O acento grave empregado nas locuções adverbiais, conjuntivas e prepositivas não provém de uma
relação regencial, mas sim do fato de essas locuções virem precedidas de preposições que, comumente,
possuem algum valor semântico. Desta feita diferencia-se através do acento grave os significados dos
dois períodos abaixo:
A noite chegou a nossa fazenda. ("a noite" é sujeito)
À noite ele chegou a nossa fazenda. ("à noite" é locução adverbial de tempo)

07. Resposta B
Segundo Saconni - Nossa Gramatica Completa e Segundo Luft - Dicionário de Regência Nominal
Apoio requer a preposição a + aquele = àquele que
Respeito requer a preposição a + as diferenças= às
Negar requer a preposição a, todavia antes de artigo indefinido não se usa a crase
Refugiado requer a preposição contra, em - logo o a não é craseado- Luft

08. Resposta B
a) Não ocorre crase antes do artigo indefinido "uma"
b) CORRETA (crase obrigatória diante de pronomes demonstrativos "aquela, aquela, aquilo")
c) Não ocorre crase antes de verbo no infinitivo
d) Não ocorre crase antes de numerais
e) Não ocorre crase antes de pronomes demonstrativos

09. Resposta D
a) Não utiliza-se crase antes de verbo. (Controlar).
b) Não utiliza-se crase em expressões no masculino. (Propósito é uma palavra masculina - O
propósito).
c) Não utiliza-se crase antes de pronomes demonstrativos. (Essa).
d) Alternativa CORRETA. Regência do verbo (quem permite, permite algo A alguém) + se une com
o A da palavra arte (A arte - palavra feminina).
e) Não utiliza-se crase antes de artigo indefinido.

10. Resposta C
1. O seu talento só era comparável à sua bondade.
Nos casos de pronome possessivo, a crase é FACULTATIVA.
2. Não pôde comparecer à cerimônia de posse na Prefeitura.
Não há o que discutir: quem comparece, comparece a algo. Logo, VTI, exige crase.
3. Quem se vir em apuros, deve recorrer à coordenação local de provas.
O mesmo caso do item anterior, VTI. Quem recorre, recorre a algo ou a alguém.
4. Dia a dia, vou vencendo às batalhas que a vida me apresenta.
Uso incorreto da crase, pois quem vence, vence algo e não a algo. Logo, é VTD, não exigindo
crase.
5. Daqui à meia hora, chegarei a estação; peça para me aguardarem.
Não confundir com exemplos como "às 13 horas", semelhante a "ao meio dia". Neste caso,
usando-se o bizu da substituição fica: "daqui a 10 minutos". Vê-se que a crase é desnecessária.

Sintaxe da oração e do período.

Análise Sintática

A Análise Sintática examina a estrutura do período, divide e classifica as orações que o constituem e
reconhece a função sintática dos termos de cada oração.

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Frase: é todo enunciado capaz de transmitir, a quem nos ouve ou lê, tudo o que pensamos, queremos
ou sentimos. Pode revestir as mais variadas formas, desde a simples palavra até o período mais
complexo, elaborado segundo os padrões sintáticos do idioma. São exemplos de frases:
Socorro!
Muito obrigado!
Que horror!
Sentinela, alerta!
Cada um por si e Deus por todos.
Grande nau, grande tormenta.
Por que agridem a natureza?
“Tudo seco em redor.” (Graciliano Ramos)
“Boa tarde, mãe Margarida!” (Graciliano Ramos)
“Fumaça nas chaminés, o céu tranquilo, limpo o terreiro.” (Adonias Filho)
“As luzes da cidade estavam amortecidas.” (Érico Veríssimo)
“Tropas do exército regular do Sul, ajustadas pelos seus aliados brancos de além mar, tinham sido
levadas em helicópteros para o lugar onde se presumia estivesse o inimigo, mas este se havia sumido
por completo.” (Érico Veríssimo)

As frases são proferidas com entoação e pausas especiais, indicadas na escrita pelos sinais de
pontuação. Muitas frases, principalmente as que se desviam do esquema sujeito + predicado, só podem
ser entendidas dentro do contexto (= o escrito em que figuram) e na situação (= o ambiente, as
circunstâncias) em que o falante se encontra. Chamam-se frases nominais as que se apresentam sem
o verbo. Exemplo: Tudo parado e morto.

Oração: é todo enunciado linguístico dotado de sentido, porém há, necessariamente, a presença do
verbo. A oração encerra uma frase (ou segmento de frase), várias frases ou um período, completando
um pensamento e concluindo o enunciado através de ponto final, interrogação, exclamação e, em alguns
casos, através de reticências.
Em toda oração há um verbo ou locução verbal (às vezes elípticos). Não têm estrutura sintática,
portanto não são orações, não podem ser analisadas sintaticamente frases como:
Socorro!
Com licença!
Que rapaz impertinente!
Muito riso, pouco siso.
“A bênção, mãe Nácia!” (Raquel de Queirós)

Na oração as palavras estão relacionadas entre si, como partes de um conjunto harmônico: elas
formam os termos ou as unidades sintáticas da oração. Cada termo da oração desempenha uma função
sintática. Geralmente apresentam dois grupos de palavras: um grupo sobre o qual se declara alguma
coisa (o sujeito), e um grupo que apresenta uma declaração (o predicado), e, excepcionalmente, só o
predicado. Exemplo:

A menina banhou-se na cachoeira.


A menina – sujeito
banhou-se na cachoeira – predicado

Choveu durante a noite. (A oração toda é predicado)

O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo em número e pessoa. É normalmente o "ser
de quem se declara algo", "o tema do que se vai comunicar".
O predicado é a parte da oração que contém "a informação nova para o ouvinte". Normalmente, ele
se refere ao sujeito, constituindo a declaração do que se atribui ao sujeito.

Observe: O amor é eterno. O tema, o ser de quem se declara algo, o sujeito, é "O amor". A declaração
referente à "o amor", ou seja, o predicado, é "é eterno".

Já na frase: Os rapazes jogam futebol. O sujeito é "Os rapazes", que identificamos por ser o termo que
concorda em número e pessoa com o verbo "jogam". O predicado é "jogam futebol".

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Núcleo de um termo é a palavra principal (geralmente um substantivo, pronome ou verbo), que encerra
a essência de sua significação. Nos exemplos seguintes as palavras “amigo” e “revestiu” são o núcleo do
sujeito e do predicado, respectivamente:
“O amigo retardatário do presidente prepara-se para desembarcar.” (Aníbal Machado)
A avezinha revestiu o interior do ninho com macias plumas.

Os termos da oração da língua portuguesa são classificados em três grandes níveis:


- Termos Essenciais da Oração: Sujeito e Predicado.
- Termos Integrantes da Oração: Complemento Nominal e Complementos Verbais (Objeto Direto,
Objeto indireto e Agente da Passiva).
- Termos Acessórios da Oração: Adjunto Adnominal, Adjunto Adverbial, Aposto e Vocativo.

Termos Essenciais da Oração: São dois os termos essenciais (ou fundamentais) da oração: sujeito
e predicado. Exemplos:

Sujeito Predicado
Pobreza não é vileza.
Os sertanistas capturavam os índios.
Um vento áspero sacudia as árvores.

Sujeito: é equivocado dizer que o sujeito é aquele que pratica uma ação ou é aquele (ou aquilo) do
qual se diz alguma coisa. Ao fazer tal afirmação estamos considerando o aspecto semântico do sujeito
(agente de uma ação) ou o seu aspecto estilístico (o tópico da sentença). Já que o sujeito é depreendido
de uma análise sintática, vamos restringir a definição apenas ao seu papel sintático na sentença: aquele
que estabelece concordância com o núcleo do predicado. Quando se trata de predicado verbal, o núcleo
é sempre um verbo; sendo um predicado nominal, o núcleo é sempre um nome. Então têm por
características básicas:
- estabelecer concordância com o núcleo do predicado;
- apresentar-se como elemento determinante em relação ao predicado;
- constituir-se de um substantivo, ou pronome substantivo ou, ainda, qualquer palavra substantivada.

Exemplos:

A padaria está fechada hoje.


está fechada hoje: predicado nominal
fechada: nome adjetivo = núcleo do predicado
a padaria: sujeito
padaria: núcleo do sujeito - nome feminino singular

Nós mentimos sobre nossa idade para você.


mentimos sobre nossa idade para você: predicado verbal
mentimos: verbo = núcleo do predicado
nós: sujeito

No interior de uma sentença, o sujeito é o termo determinante, ao passo que o predicado é o termo
determinado. Essa posição de determinante do sujeito em relação ao predicado adquire sentido com o
fato de ser possível, na língua portuguesa, uma sentença sem sujeito, mas nunca uma sentença sem
predicado.

Exemplos:

As formigas invadiram minha casa.


as formigas: sujeito = termo determinante
invadiram minha casa: predicado = termo determinado

Há formigas na minha casa.


há formigas na minha casa: predicado = termo determinado
sujeito: inexistente

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O sujeito sempre se manifesta em termos de sintagma nominal, isto é, seu núcleo é sempre um nome.
Quando esse nome se refere a objetos das primeira e segunda pessoas, o sujeito é representado por um
pronome pessoal do caso reto (eu, tu, ele, etc.). Se o sujeito se refere a um objeto da terceira pessoa,
sua representação pode ser feita através de um substantivo, de um pronome substantivo ou de qualquer
conjunto de palavras, cujo núcleo funcione, na sentença, como um substantivo.
Exemplos:

Eu acompanho você até o guichê.


eu: sujeito = pronome pessoal de primeira pessoa
Vocês disseram alguma coisa?
vocês: sujeito = pronome pessoal de segunda pessoa
Marcos tem um fã-clube no seu bairro.
Marcos: sujeito = substantivo próprio
Ninguém entra na sala agora.
ninguém: sujeito = pronome substantivo
O andar deve ser uma atividade diária.
o andar: sujeito = núcleo: verbo substantivado nessa oração

Além dessas formas, o sujeito também pode se constituir de uma oração inteira. Nesse caso, a oração
recebe o nome de oração substantiva subjetiva:

É difícil optar por esse ou aquele doce...


É difícil: oração principal
optar por esse ou aquele doce: oração substantiva subjetiva

O sujeito é constituído por um substantivo ou pronome, ou por uma palavra ou expressão


substantivada. Exemplos:

O sino era grande.


Ela tem uma educação fina.
Vossa Excelência agiu como imparcialidade.
Isto não me agrada.

O núcleo (isto é, a palavra base) do sujeito é, pois, um substantivo ou pronome. Em torno do núcleo
podem aparecer palavras secundárias (artigos, adjetivos, locuções adjetivas, etc.) Exemplo:
“Todos os ligeiros rumores da mata tinham uma voz para a selvagem filha do sertão.” (José de Alencar)

O sujeito pode ser:

Simples: quando tem um só núcleo: As rosas têm espinhos; “Um bando de galinhas-d’angola
atravessa a rua em fila indiana.”
Composto: quando tem mais de um núcleo: “O burro e o cavalo nadavam ao lado da canoa.”
Expresso: quando está explícito, enunciado: Eu viajarei amanhã.
Oculto (ou elíptico): quando está implícito, isto é, quando não está expresso, mas se deduz do
contexto: Viajarei amanhã. (Sujeito: eu, que se deduz da desinência do verbo); “Um soldado saltou para
a calçada e aproximou-se.” (O sujeito, soldado, está expresso na primeira oração e elíptico na segunda:
e (ele) aproximou-se.); Crianças, guardem os brinquedos. (Sujeito: vocês)
Agente: se faz a ação expressa pelo verbo da voz ativa: O Nilo fertiliza o Egito.
Paciente: quando sofre ou recebe os efeitos da ação expressa pelo verbo passivo: O criminoso é
atormentado pelo remorso; Muitos sertanistas foram mortos pelos índios; Construíram-se açudes. (=
Açudes foram construídos.)
Agente e Paciente: quando o sujeito realiza a ação expressa por um verbo reflexivo e ele mesmo
sofre ou recebe os efeitos dessa ação: O operário feriu-se durante o trabalho; Regina trancou-se no
quarto.
Indeterminado: quando não se indica o agente da ação verbal: Atropelaram uma senhora na esquina.
(Quem atropelou a senhora? Não se diz, não se sabe quem a atropelou.); Come-se bem naquele
restaurante.

Observações:

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- Não confundir sujeito indeterminado com sujeito oculto.
- Sujeito formado por pronome indefinido não é indeterminado, mas expresso: Alguém me ensinará o
caminho. Ninguém lhe telefonou.
- Assinala-se a indeterminação do sujeito usando-se o verbo na 3ª pessoa do plural, sem referência a
qualquer agente já expresso nas orações anteriores: Na rua olhavam-no com admiração; “Bateram
palmas no portãozinho da frente.”; “De qualquer modo, foi uma judiação matarem a moça.”
- Assinala-se a indeterminação do sujeito com um verbo ativo na 3ª pessoa do singular, acompanhado
do pronome se. O pronome se, neste caso, é índice de indeterminação do sujeito. Pode ser omitido junto
de infinitivos.
Aqui vive-se bem.
Devagar se vai ao longe.
Quando se é jovem, a memória é mais vivaz.
Trata-se de fenômenos que nem a ciência sabe explicar.

- Assinala-se a indeterminação do sujeito deixando-se o verbo no infinitivo impessoal: Era penoso


carregar aqueles fardos enormes; É triste assistir a estas cenas repulsivas.

Normalmente, o sujeito antecede o predicado; todavia, a posposição do sujeito ao verbo é fato


corriqueiro em nossa língua. Exemplos:
É fácil este problema!
Vão-se os anéis, fiquem os dedos.
“Breve desapareceram os dois guerreiros entre as árvores.” (José de Alencar)
“Foi ouvida por Deus a súplica do condenado.” (Ramalho Ortigão)
“Mas terás tu paciência por duas horas?” (Camilo Castelo Branco)

Sem Sujeito: constituem a enunciação pura e absoluta de um fato, através do predicado; o conteúdo
verbal não é atribuído a nenhum ser. São construídas com os verbos impessoais, na 3ª pessoa do
singular: Havia ratos no porão; Choveu durante o jogo.
Observação: São verbos impessoais: Haver (nos sentidos de existir, acontecer, realizar-se, decorrer),
Fazer, passar, ser e estar, com referência ao tempo e Chover, ventar, nevar, gear, relampejar, amanhecer,
anoitecer e outros que exprimem fenômenos meteorológicos.

Predicado: assim como o sujeito, o predicado é um segmento extraído da estrutura interna das
orações ou das frases, sendo, por isso, fruto de uma análise sintática. Nesse sentido, o predicado é
sintaticamente o segmento linguístico que estabelece concordância com outro termo essencial da oração,
o sujeito, sendo este o termo determinante (ou subordinado) e o predicado o termo determinado (ou
principal). Não se trata, portanto, de definir o predicado como "aquilo que se diz do sujeito" como fazem
certas gramáticas da língua portuguesa, mas sim estabelecer a importância do fenômeno da
concordância entre esses dois termos essenciais da oração. Então têm por características básicas:
apresentar-se como elemento determinado em relação ao sujeito; apontar um atributo ou acrescentar
nova informação ao sujeito. Exemplos:

Carolina conhece os índios da Amazônia.


sujeito: Carolina = termo determinante
predicado: conhece os índios da Amazônia = termo determinado

Todos nós fazemos parte da quadrilha de São João.


sujeito: todos nós = termo determinante
predicado: fazemos parte da quadrilha de São João = termo determinado

Nesses exemplos podemos observar que a concordância é estabelecida entre algumas poucas
palavras dos dois termos essenciais. No primeiro exemplo, entre "Carolina" e "conhece"; no segundo
exemplo, entre "nós" e "fazemos". Isso se dá porque a concordância é centrada nas palavras que são
núcleos, isto é, que são responsáveis pela principal informação naquele segmento. No predicado o núcleo
pode ser de dois tipos: um nome, quase sempre um atributo que se refere ao sujeito da oração, ou um
verbo (ou locução verbal). No primeiro caso, temos um predicado nominal (seu núcleo significativo é um
nome, substantivo, adjetivo, pronome, ligado ao sujeito por um verbo de ligação) e, no segundo, um
predicado verbal (seu núcleo é um verbo, seguido, ou não, de complemento(s) ou termos acessórios).
Quando, num mesmo segmento o nome e o verbo são de igual importância, ambos constituem o núcleo

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do predicado e resultam no tipo de predicado verbo-nominal (tem dois núcleos significativos: um verbo
e um nome). Exemplos:

Minha empregada é desastrada.


predicado: é desastrada
núcleo do predicado: desastrada = atributo do sujeito
tipo de predicado: nominal

O núcleo do predicado nominal chama-se predicativo do sujeito, porque atribui ao sujeito uma
qualidade ou característica. Os verbos de ligação (ser, estar, parecer, etc.) funcionam como um elo
entre o sujeito e o predicado.

A empreiteira demoliu nosso antigo prédio.


predicado: demoliu nosso antigo prédio
núcleo do predicado: demoliu = nova informação sobre o sujeito
tipo de predicado: verbal

Os manifestantes desciam a rua desesperados.


predicado: desciam a rua desesperados
núcleos do predicado: desciam = nova informação sobre o sujeito; desesperados = atributo do sujeito
tipo de predicado: verbo-nominal

Nos predicados verbais e verbo-nominais o verbo é responsável também por definir os tipos de
elementos que aparecerão no segmento. Em alguns casos o verbo sozinho basta para compor o
predicado (verbo intransitivo). Em outros casos é necessário um complemento que, juntamente com o
verbo, constituem a nova informação sobre o sujeito. De qualquer forma, esses complementos do verbo
não interferem na tipologia do predicado.
Entretanto, é muito comum a elipse (ou omissão) do verbo, quando este puder ser facilmente
subentendido, em geral por estar expresso ou implícito na oração anterior. Exemplos:

“A fraqueza de Pilatos é enorme, a ferocidade dos algozes inexcedível.” (Machado de Assis) (Está
subentendido o verbo é depois de algozes)
“Mas o sal está no Norte, o peixe, no Sul” (Paulo Moreira da Silva) (Subentende-se o verbo está depois
de peixe)
“A cidade parecia mais alegre; o povo, mais contente.” (Povina Cavalcante) (isto é: o povo parecia
mais contente)

Chama-se predicação verbal o modo pelo qual o verbo forma o predicado.


Há verbos que, por natureza, tem sentido completo, podendo, por si mesmos, constituir o predicado:
os verbos de predicação completa são denominados intransitivos. Exemplo:

As flores murcharam.
Os animais correm.
As folhas caem.
“Os inimigos de Moreiras rejubilaram.” (Graciliano Ramos)

Outros verbos, pelo contrário, para integrarem o predicado necessitam de outros termos: são os verbos
de predicação incompleta, denominados transitivos. Exemplos:
João puxou a rede.
“Não invejo os ricos, nem aspiro à riqueza.” (Oto Lara Resende)
“Não simpatizava com as pessoas investidas no poder.” (Camilo Castelo Branco)

Observe que, sem os seus complementos, os verbos puxou, invejo, aspiro, etc., não transmitiriam
informações completas: puxou o quê? Não invejo a quem? Não aspiro a quê?
Os verbos de predicação completa denominam-se intransitivos e os de predicação incompleta,
transitivos. Os verbos transitivos subdividem-se em: transitivos diretos, transitivos indiretos e
transitivos diretos e indiretos (bitransitivos).

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Além dos verbos transitivos e intransitivos, quem encerram uma noção definida, um conteúdo
significativo, existem os verbos de ligação que entram na formação do predicado nominal, relacionando
o predicativo com o sujeito.
Quanto à predicação classificam-se, pois os verbos em:
Intransitivos: são os que não precisam de complemento, pois têm sentido completo.
“Três contos bastavam, insistiu ele.” (Machado de Assis)
“Os guerreiros Tabajaras dormem.” (José de Alencar)
“A pobreza e a preguiça andam sempre em companhia.” (Marquês de Maricá)

Observações: Os verbos intransitivos podem vir acompanhados de um adjunto adverbial e mesmo de


um predicativo (qualidade, características): Fui cedo; Passeamos pela cidade; Cheguei atrasado; Entrei
em casa aborrecido. As orações formadas com verbos intransitivos não podem “transitar” (= passar)
para a voz passiva. Verbos intransitivos passam, ocasionalmente, a transitivos quando construídos com
o objeto direto ou indireto.
- “Inutilmente a minha alma o chora!” (Cabral do Nascimento)
- “Depois me deitei e dormi um sono pesado.” (Luís Jardim)
- “Morrerás morte vil da mão de um forte.” (Gonçalves Dias)
- “Inútil tentativa de viajar o passado, penetrar no mundo que já morreu...” (Ciro dos Anjos)

Alguns verbos essencialmente intransitivos: anoitecer, crescer, brilhar, ir, agir, sair, nascer, latir, rir,
tremer, brincar, chegar, vir, mentir, suar, adoecer, etc.

Transitivos Diretos: são os que pedem um objeto direto, isto é, um complemento sem preposição.
Pertencem a esse grupo: julgar, chamar, nomear, eleger, proclamar, designar, considerar, declarar,
adotar, ter, fazer, etc. Exemplos:
Comprei um terreno e construí a casa.
“Trabalho honesto produz riqueza honrada.” (Marquês de Maricá)
“Então, solenemente Maria acendia a lâmpada de sábado.” (Guedes de Amorim)

Dentre os verbos transitivos diretos merecem destaque os que formam o predicado verbo nominal e
se constrói com o complemento acompanhado de predicativo. Exemplos:
Consideramos o caso extraordinário.
Inês trazia as mãos sempre limpas.
O povo chamava-os de anarquistas.
Julgo Marcelo incapaz disso.

Observações: Os verbos transitivos diretos, em geral, podem ser usados também na voz passiva;
Outra característica desses verbos é a de poderem receber como objeto direto, os pronomes o, a, os, as:
convido-o, encontro-os, incomodo-a, conheço-as; Os verbos transitivos diretos podem ser construídos
acidentalmente com preposição, a qual lhes acrescenta novo matiz semântico: arrancar da espada; puxar
da faca; pegar de uma ferramenta; tomar do lápis; cumprir com o dever; Alguns verbos transitivos diretos:
abençoar, achar, colher, avisar, abraçar, comprar, castigar, contrariar, convidar, desculpar, dizer, estimar,
elogiar, entristecer, encontrar, ferir, imitar, levar, perseguir, prejudicar, receber, saldar, socorrer, ter, unir,
ver, etc.

Transitivos Indiretos: são os que reclamam um complemento regido de preposição, chamado objeto
indireto. Exemplos:
“Ninguém perdoa ao quarentão que se apaixona por uma adolescente.” (Ciro dos Anjos)
“Populares assistiam à cena aparentemente apáticos e neutros.” (Érico Veríssimo)
“Lúcio não atinava com essa mudança instantânea.” (José Américo)
“Do que eu mais gostava era do tempo do retiro espiritual.” (José Geraldo Vieira)

Observações: Entre os verbos transitivos indiretos importa distinguir os que se constroem com os
pronomes objetivos lhe, lhes. Em geral são verbos que exigem a preposição a: agradar-lhe, agradeço-
lhe, apraz-lhe, bate-lhe, desagrada-lhe, desobedecem-lhe, etc. Entre os verbos transitivos indiretos
importa distinguir os que não admitem para objeto indireto as formas oblíquas lhe, lhes, construindo-se
com os pronomes retos precedidos de preposição: aludir a ele, anuir a ele, assistir a ela, atentar nele,
depender dele, investir contra ele, não ligar para ele, etc.

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Em princípio, verbos transitivos indiretos não comportam a forma passiva. Excetuam-se pagar,
perdoar, obedecer, e pouco mais, usados também como transitivos diretos: João paga (perdoa, obedece)
o médico. O médico é pago (perdoado, obedecido) por João. Há verbos transitivos indiretos, como atirar,
investir, contentar-se, etc., que admitem mais de uma preposição, sem mudança de sentido. Outros
mudam de sentido com a troca da preposição, como nestes exemplos: Trate de sua vida. (Tratar=cuidar).
É desagradável tratar com gente grosseira. (Tratar=lidar). Verbos como aspirar, assistir, dispor, servir,
etc., variam de significação conforme sejam usados como transitivos diretos ou indiretos.

Transitivos Diretos e Indiretos: são os que se usam com dois objetos: um direto, outro indireto,
concomitantemente. Exemplos:
No inverso, Dona Cléia dava roupas aos pobres.
A empresa fornece comida aos trabalhadores.
Oferecemos flores à noiva.
Ceda o lugar aos mais velhos.

De Ligação: Os que ligam ao sujeito uma palavra ou expressão chamada predicativo. Esses verbos
entram na formação do predicado nominal. Exemplos:
A Terra é móvel.
A água está fria.
O moço anda (=está) triste.
Mário encontra-se doente.
A Lua parecia um disco.

Observações: Os verbos de ligação não servem apenas de anexo, mas exprimem ainda os diversos
aspectos sob os quais se considera a qualidade atribuída ao sujeito. O verbo ser, por exemplo, traduz
aspecto permanente e o verbo estar, aspecto transitório: Ele é doente. (Aspecto permanente); Ele está
doente. (Aspecto transitório). Muitos desses verbos passam à categoria dos intransitivos em frases como:
Era (=existia) uma vez uma princesa.; Eu não estava em casa.; Fiquei à sombra.; Anda com
dificuldades.; Parece que vai chover.

Os verbos, relativamente à predicação, não têm classificação fixa, imutável. Conforme a regência e o
sentido que apresentam na frase, podem pertencer ora a um grupo, ora a outro. Exemplo:
O homem anda. (intransitivo)
O homem anda triste. (de ligação)

O cego não vê. (intransitivo)


O cego não vê o obstáculo. (transitivo direto)
Deram 12 horas. (intransitivo)
A terra dá bons frutos. (transitivo direto)

Não dei com a chave do enigma. (transitivo indireto)


Os pais dão conselhos aos filhos. (transitivo direto e indireto)

Predicativo: Há o predicativo do sujeito e o predicativo do objeto.

Predicativo do Sujeito: é o termo que exprime um atributo, um estado ou modo de ser do sujeito, ao
qual se prende por um verbo de ligação, no predicado nominal. Exemplos:
A bandeira é o símbolo da Pátria.
A mesa era de mármore.
O mar estava agitado.
A ilha parecia um monstro.
Além desse tipo de predicativo, outro existe que entra na constituição do predicado verbo-nominal.
Exemplos:
O trem chegou atrasado. (=O trem chegou e estava atrasado.)
O menino abriu a porta ansioso.
Todos partiram alegres.
Marta entrou séria.

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Observações: O predicativo subjetivo às vezes está preposicionado; Pode o predicativo preceder o
sujeito e até mesmo ao verbo: São horríveis essas coisas!; Que linda estava Amélia!; Completamente
feliz ninguém é.; Raros são os verdadeiros líderes.; Quem são esses homens?; Lentos e tristes, os
retirantes iam passando.; Novo ainda, eu não entendia certas coisas.; Onde está a criança que fui?

Predicativo do Objeto: é o termo que se refere ao objeto de um verbo transitivo. Exemplos:


O juiz declarou o réu inocente.
O povo elegeu-o deputado.
As paixões tornam os homens cegos.
Nós julgamos o fato milagroso.

Observações: O predicativo objetivo, como vemos dos exemplos acima, às vezes vem regido de
preposição. Esta, em certos casos, é facultativa; O predicativo objetivo geralmente se refere ao objeto
direto. Excepcionalmente, pode referir-se ao objeto indireto do verbo chamar. Chamavam-lhe poeta;
Podemos antepor o predicativo a seu objeto: O advogado considerava indiscutíveis os direitos da
herdeira.; Julgo inoportuna essa viagem.; “E até embriagado o vi muitas vezes.”; “Tinha estendida a
seus pés uma planta rústica da cidade.”; “Sentia ainda muito abertos os ferimentos que aquele choque
com o mundo me causara.”
Questões
01. Classifique as frases em declarativa, interrogativa, exclamativa, optativa ou imperativa.
(A) Você está bem?
(B) Não olhe; não olhe, Luisinho!
(C) Que alívio!
(D) Tomara que Luisinho não fique impressionado!
(E) Você se machucou?
(F) A luz jorrou na caverna.
(G) Agora suma, seu monstro!
(H) O túnel ficava cada vez mais escuro.

02. Transforme a frase declarativa em imperativa. Siga o modelo:


Luisinho ficou pra trás. (declarativa)
Lusinho, fique para trás. (imperativa)

(A) Eugênio e Marcelo caminhavam juntos.


(B) Luisinho procurou os fósforos no bolso.
(C) Os meninos olharam à sua volta.

03. (Pref. De Caucaia/CE – Agente de Suporte e Fiscalização – CETREDE/2016)


TEXTO II
Dos rituais

No primeiro contato com os selvagens, que medo nos dá de infringir os rituais, de violar um tabu!
É todo um meticuloso cerimonial, cuja infração eles não nos perdoam.
Eu estava falando nos selvagens? Mas com os civilizados é o mesmo. Ou pior até.
Quando você estiver metido entre grã-finos, é preciso ter muito, muito cuidado: eles são tão primitivos!
Mário Quintana

Em relação à oração “eles são tão primitivos!”, assinale o item INCORRETO.


a) Refere-se a grã-finos.
b) O sujeito é indeterminado.
c) O predicado é nominal.
d) Tem verbo de ligação
e) Apresenta predicativo do sujeito.
Respostas

01. Resposta: a) interrogativa; b) imperativa; c) exclamativa; d) optativa; e) interrogativa; f)


declarativa; g) imperativa; h) declarativa

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02. Resposta: a) Eugênio e Marcelo, caminhem juntos!; b) Luisinho, procure os fósforos no bolso!; c)
Meninos, olhem à sua volta!
03. Reposta B
A - C=> Refere-se a grã-finos
B - E => O sujeito é grã finos
C - O predicado está ligado ao nome.
D - Verbos de ligação: Ser, estar, parecer...
E - Primitivos caracteriza o sujeito.

Emprego dos sinais de Pontuação.

Pontuação

Os sinais de pontuação são sinais gráficos empregados na língua escrita para tentar recuperar
recursos específicos da língua falada, tais como: entonação, jogo de silêncio, pausas, etc.

Ponto ( . )
- indicar o final de uma frase declarativa: Lembro-me muito bem dele.
- separar períodos entre si: Fica comigo. Não vá embora.
- nas abreviaturas: Av.; V. Ex.ª

Vírgula ( , ): É usada para marcar uma pausa do enunciado com a finalidade de nos indicar que os
termos por ela separados, apesar de participarem da mesma frase ou oração, não formam uma unidade
sintática: Lúcia, esposa de João, foi a ganhadora única da Sena.
Podemos concluir que, quando há uma relação sintática entre termos da oração, não se pode separá-
los por meio de vírgula. Não se separam por vírgula:
- predicado de sujeito;
- objeto de verbo;
- adjunto adnominal de nome;
- complemento nominal de nome;
- predicativo do objeto;
- oração principal da subordinada substantiva (desde que esta não seja apositiva nem apareça na
ordem inversa).

A vírgula no interior da oração

É utilizada nas seguintes situações:


- separar o vocativo: Maria, traga-me uma xícara de café; A educação, meus amigos, é fundamental
para o progresso do país.
- separar alguns apostos: Valdete, minha antiga empregada, esteve aqui ontem.
- separar o adjunto adverbial antecipado ou intercalado: Chegando de viagem, procurarei por você; As
pessoas, muitas vezes, são falsas.
- separar elementos de uma enumeração: Precisa-se de pedreiros, serventes, mestre-de-obras.
- isolar expressões de caráter explicativo ou corretivo: Amanhã, ou melhor, depois de amanhã
podemos nos encontrar para acertar a viagem.
- separar conjunções intercaladas: Não havia, porém, motivo para tanta raiva.
- separar o complemento pleonástico antecipado: A mim, nada me importa.
- isolar o nome de lugar na indicação de datas: Belo Horizonte, 26 de janeiro de 2014.
- separar termos coordenados assindéticos: "Lua, lua, lua, lua, por um momento meu canto contigo
compactua..." (Caetano Veloso)
- marcar a omissão de um termo (normalmente o verbo): Ela prefere ler jornais e eu, revistas. (omissão
do verbo preferir)
Termos coordenados ligados pelas conjunções e, ou, nem dispensam o uso da vírgula: Conversaram
sobre futebol, religião e política. Não se falavam nem se olhavam; Ainda não me decidi se viajarei para
Bahia ou Ceará. Entretanto, se essas conjunções aparecerem repetidas, com a finalidade de dar ênfase,
o uso da vírgula passa a ser obrigatório: Não fui nem ao velório, nem ao enterro, nem à missa de sétimo
dia.

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A vírgula entre orações

É utilizada nas seguintes situações:


- separar as orações subordinadas adjetivas explicativas: Meu pai, de quem guardo amargas
lembranças, mora no Rio de Janeiro.
- separar as orações coordenadas sindéticas e assindéticas (exceto as iniciadas pela conjunção “e”:
Acordei, tomei meu banho, comi algo e saí para o trabalho; Estudou muito, mas não foi aprovado no
exame.

Há três casos em que se usa a vírgula antes da conjunção:


- quando as orações coordenadas tiverem sujeitos diferentes: Os ricos estão cada vez mais ricos, e os
pobres, cada vez mais pobres.
- quando a conjunção e vier repetida com a finalidade de dar ênfase (polissíndeto): E chora, e ri, e
grita, e pula de alegria.
- quando a conjunção e assumir valores distintos que não seja da adição (adversidade, consequência,
por exemplo): Coitada! Estudou muito, e ainda assim não foi aprovada.
- separar orações subordinadas adverbiais (desenvolvidas ou reduzidas), principalmente se estiverem
antepostas à oração principal: “No momento em que o tigre se lançava, curvou-se ainda mais; e fugindo
com o corpo apresentou o gancho.” (O selvagem - José de Alencar)
- separar as orações intercaladas: “__Senhor, disse o velho, tenho grandes contentamentos em a estar
plantando...”. Essas orações poderão ter suas vírgulas substituídas por duplo travessão: “Senhor __ disse
o velho __ tenho grandes contentamentos em a estar plantando...”
- separar as orações substantivas antepostas à principal: Quanto custa viver, realmente não sei.

Ponto-e-Vírgula ( ; )
- separar os itens de uma lei, de um decreto, de uma petição, de uma sequência, etc.:
Art. 127 – São penalidades disciplinares:
I- advertência;
II- suspensão;
III- demissão;
IV- cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
V- destituição de cargo em comissão;
VI- destituição de função comissionada. (Cap. V das penalidades Direito Administrativo)

- separar orações coordenadas muito extensas ou orações coordenadas nas quais já tenham tido
utilizado a vírgula: “O rosto de tez amarelenta e feições inexpressivas, numa quietude apática, era
pronunciadamente vultuoso, o que mais se acentuava no fim da vida, quando a bronquite crônica de que
sofria desde moço se foi transformando em opressora asma cardíaca; os lábios grossos, o inferior um
tanto tenso (...)” (Visconde de Taunay)

Dois-Pontos ( : )
- iniciar a fala dos personagens: Então o padre respondeu: - Parta agora.
- antes de apostos ou orações apositivas, enumerações ou sequência de palavras que explicam,
resumem ideias anteriores: Meus amigos são poucos: Fátima, Rodrigo e Gilberto.
- antes de citação: Como já dizia Vinícius de Morais: “Que o amor não seja eterno posto que é chama,
mas que seja infinito enquanto dure.”

Ponto de Interrogação ( ? )
- Em perguntas diretas: Como você se chama?
- Às vezes, juntamente com o ponto de exclamação: Quem ganhou na loteria? Você. Eu?!

Ponto de Exclamação ( ! )
- Após vocativo: “Parte, Heliel!” (As violetas de Nossa Sra.- Humberto de Campos).
- Após imperativo: Cale-se!
- Após interjeição: Ufa! Ai!
- Após palavras ou frases que denotem caráter emocional: Que pena!

Reticências ( ... )
- indicar dúvidas ou hesitação do falante: Sabe...eu queria te dizer que...esquece.

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- interrupção de uma frase deixada gramaticalmente incompleta: Alô! João está? Agora não se
encontra. Quem sabe se ligar mais tarde...
- ao fim de uma frase gramaticalmente completa com a intenção de sugerir prolongamento de ideia:
“Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas faces duns longes cor-de-rosa...” (Cecília-
José de Alencar)
- indicar supressão de palavra (s) numa frase transcrita: “Quando penso em você (...) menos a
felicidade.” (Canteiros - Raimundo Fagner)

Aspas ( “ ” )
- isolar palavras ou expressões que fogem à norma culta, como gírias, estrangeirismos, palavrões,
neologismos, arcaísmos e expressões populares: Maria ganhou um apaixonado “ósculo” do seu
admirador; A festa na casa de Lúcio estava “chocante”; Conversando com meu superior, dei a ele um
“feedback” do serviço a mim requerido.
- indicar uma citação textual: “Ia viajar! Viajei. Trinta e quatro vezes, às pressas, bufando, com todo o
sangue na face, desfiz e refiz a mala”. (O prazer de viajar - Eça de Queirós)
Se, dentro de um trecho já destacado por aspas, se fizer necessário a utilização de novas aspas, estas
serão simples. ( ' ' )

Parênteses ( () )
- isolar palavras, frases intercaladas de caráter explicativo e datas: Na 2ª Guerra Mundial (1939-1945),
ocorreu inúmeras perdas humanas; “Uma manhã lá no Cajapió (Joca lembrava-se como se fora na
véspera), acordara depois duma grande tormenta no fim do verão”. (O milagre das chuvas no nordeste-
Graça Aranha)
Os parênteses também podem substituir a vírgula ou o travessão.

Travessão (__ )
- dar início à fala de um personagem: O filho perguntou: __Pai, quando começarão as aulas?
- indicar mudança do interlocutor nos diálogos. __Doutor, o que tenho é grave? __Não se preocupe, é
uma simples infecção. É só tomar um antibiótico e estará bom.
- unir grupos de palavras que indicam itinerário: A rodovia Belém-Brasília está em péssimo estado.
Também pode ser usado em substituição à virgula, em expressões ou frases explicativas: Xuxa – a
rainha dos baixinhos – é loira.

Parágrafo
Constitui cada uma das secções de frases de um escritor; começa por letra maiúscula, um pouco além
do ponto em que começam as outras linhas.

Colchetes ( [] )
Utilizados na linguagem científica.

Asterisco ( * )
Empregado para chamar a atenção do leitor para alguma nota (observação).

Barra ( / )
Aplicada nas abreviações das datas e em algumas abreviaturas.

Hífen (−)
Usado para ligar elementos de palavras compostas e para unir pronomes átonos a verbos. Exemplo:
guarda-roupa

Questões

01. (TST - Analista Judiciário - Contabilidade - FCC)

Intolerância religiosa

Sou ateu e mereço o mesmo respeito que tenho pelos religiosos.


A humanidade inteira segue uma religião ou crê em algum ser ou fenômeno transcendental que dá
sentido à existência. Os que não sentem necessidade de teorias pra explicar a que viemos e para onde

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iremos são tão poucos que parecem extraterrestres. Dono de um cérebro com capacidade de
processamento de dados incomparável na escala animal ao que tudo indica só o homem faz conjecturas
sobre o destino após morte. A possibilidade de que a última batida do coração decrete o fim do espetáculo
é aterradora. Do medo e do inconformismo gerado por ela, nasce a tendência de acreditar que somos
eternos, caso único entre os seres vivos.
Todos os povos que deixaram registros manifestaram a crença de que sobreviveriam à decomposição
de seus corpos. Para atender esse desejo o imaginário humano criou uma infinidade de deuses e paraísos
celestiais. Jamais faltaram, entretanto, mulheres e homens avessos à interferências mágicos em assuntos
terrenos. Perseguidos e assassinados no passado para eles a vida eterna não faz sentido.
Não se trata de opção ideológica: o ateu não acredita porque simplesmente não consegue. O mesmo
mecanismo intelectual que leva alguém a crer leva outro a desacreditar. Os religiosos que têm dificuldade
para entender como alguém pode discordar de sua cosmovisão devem pensar que eles também são
ateus quando confrontados com crenças alheias.
O ateu desperta a ira dos fanáticos porque aceitá-lo como ser pensante obriga-os a questionar suas
próprias convicções. Não é outra a razão que os fez apropriar-se indevidamente das melhores qualidades
humanas e atribuir as demais às tentações do Diabo. Generosidade, Solidariedade e compaixão e amor
ao próximo constituem reserva de mercado dos tementes a Deus, embora em nome dele sejam cometidas
as maiores atrocidades.
Fui educado para respeitar as crenças de todos, por mais bizarras que a mim pareçam. Se a religião
ajuda uma pessoa a enfrentar suas contradições existenciais seja bem-vinda desde que não a torne
intolerante, autoritária e violenta.
Quanto aos religiosos, leitor, não os considero iluminados nem crédulos, superiores ou inferiores os
anos me ensinaram a julgar os homens por suas ações não pelas convicções que apregoam.

(Drauzio Varella, Folha de São Paulo, 21/04/2012)

Está plenamente adequada a pontuação da seguinte frase:


(A) O texto é polêmico, de vez que, busca estabelecer um equilíbrio de julgamento, num terreno em
que via de regra dominam as paixões, já que tanto a religião como a ciência advogam para si mesmas, o
estatuto do conhecimento verdadeiro.
(B) O texto é polêmico, de vez que busca estabelecer, um equilíbrio de julgamento, num terreno em
que via de regra dominam as paixões; já que tanto a religião como a ciência advogam para si mesmas, o
estatuto do conhecimento verdadeiro.
(C) O texto é polêmico, de vez que: busca estabelecer um equilíbrio de julgamento num terreno em
que, via de regra, dominam as paixões já que tanto a religião, como a ciência, advogam para si mesmas
o estatuto do conhecimento verdadeiro.
(D) O texto é polêmico, de vez que busca estabelecer um equilíbrio de julgamento num terreno em
que, via de regra, dominam as paixões, já que tanto a religião como a ciência advogam para si mesmas
o estatuto do conhecimento verdadeiro.
(E) O texto é polêmico de vez, que busca estabelecer um equilíbrio de julgamento, num terreno em
que via de regra, dominam as paixões já que, tanto a religião como a ciência, advogam, para si mesmas,
o esta- tuto do conhecimento verdadeiro.

02. (TJ/SP - Assistente Social - VUNESP) Observe o texto dos quadrinhos.

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Considerando a norma-padrão de pontuação e de emprego dos pronomes de tratamento, assinale a
alternativa que expressa com correção a notícia dada pelo repórter, à vista do texto dos quadrinhos.
(A) Em sua entrevista, Sua Senhoria o vereador Formigão declara que: a crise continua e ele, também
– pois são inseparáveis.
(B) Em sua entrevista, Vossa Senhoria o ministro Formigão declara que, a crise continua, e ele
também: pois são inseparáveis.
(C) Em sua entrevista, Vossa Excelência o deputado Formigão, declara que a crise continua e ele,
também; pois são inseparáveis.
(D) Em sua entrevista, Sua Excelência, o senador Formigão, declara que a crise continua, e ele,
também, pois são inseparáveis.
(E) Em sua entrevista Sua Excelência o Diretor-Presidente da empresa Formigão, declara que a crise
continua; e ele também, pois, são inseparáveis.

03. (IFC - Auxiliar administrativo - IFC). Assinale dentre as alternativas a frase que apresenta
pontuação adequada:
(A) Mãe, venha até meu quarto.
(B) Curitiba 27 de outubro de 2012.
(C) O menino, sentia-se mal.
(D) Onde estão os nossos: pais, vizinhos.
(E) Assim permite-se roupas, curtas.

04. (IFC - Auxiliar administrativo - IFC). Assinale a opção em que o uso da vírgula é utilizado em
uma expressão conclusiva.
(A) O tempo está feio, isto é, choverá ainda esta manhã.
(B) Daqui a pouco, iremos todos ao mercado.
(C) O tempo está feio, portanto, choverá em breve.
(D) Gabriela, a bonita garota, está cheia de alegria.
(E) Cheios de esperança, os meninos saíram alegres.

05. (PM/BA - Soldado da Polícia Militar - FCC)


“Se os cachorros correm livremente, por que eu não posso fazer isso também?”, pergunta Bob Dylan
em “New Morning” . Bob Dylan verbaliza um anseio sentido por todos nós, humanos supersocializados:
o anseio de nos livrarmos de todos os constrangimentos artificiais decorrentes do fato de vivermos em
uma sociedade civilizada em que às vezes nos sentimos presos a uma correia. Um conjunto cultural de
regras tácitas e inibições está sempre governando as nossas interações cotidianas com os outros.
Uma das razões pelas quais os cachorros nos atraem é o fato de eles serem tão desinibidos e livres.
Parece que eles jogam com as suas próprias regras, com a sua própria lógica interna. Eles vivem em um
universo paralelo e diferente do nosso - um universo que lhes concede liberdade de espírito e paixão pela
vida enormemente atraentes para nós. Um cachorro latindo ao vento ou uivando durante a noite faz agitar-
se dentro de nós alguma coisa que também quer se expressar.
Os cachorros são uma constante fonte de diversão para nós porque não prestam atenção as nossas
convenções so ciais. Metem o nariz onde não são convidados, pulam para cima do sofá, devoram
alegremente a comida que cai da mesa. Os cachorros raramente se refreiam quando querem fazer
alguma coisa. Eles não compartilham conosco as nossas inibições. Suas emoções estão ã flor da pele e
eles as manifestam sempre que as sentem,

(Adaptado de Matt Weistein e Luke Barber. Cão que late não morde. Trad. de Cristina Cupertino. S.Paulo: Francis, 2005. p 250)
Atente para as afirmações abaixo sobre a pontuação empregada no texto.
I . Em “Se os cachorros correm livremente, por que eu não posso fazer isso também?” (1º parágrafo),
a vírgula poderia ser substituída por dois-pontos sem prejuízo para o sentido e a correção,
II . Em Eles vivem em um universo paralelo e diferente do nosso - um universo que lhes concede
liberdade de espírito... (2º parágrafo), o travessão poderia ser substituído por uma vírgula sem prejuízo
para a correção.
III . Em Suas emoções estão à flor da peie e eles as manifestam sempre que as sentem (3º parágrafo),
uma vírgula poderia ser colocada imediatamente depois da palavra pele, sem prejuízo para a correção.

Está correto o que se afirma em


(A) I, somente.
(B) II e III, somente.

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(C) I e III, somente.
(D) II, somente.
(E) I, II e III.

06. Indique a opção em que o trecho está incorreto gramaticalmente.


(A) As transformações tecnológicas, já que não existe sociedade civilizada sem lei, apenas tornam
mais complexas as regras que, muitas vezes, incomodam e atrapalham, mas que continuarão sendo uma
garantia fundamental de desenvolvimento com justiça.
(B) Não existe sociedade civilizada sem lei e as transformações tecnológicas apenas tornam mais
complexas as regras que, muitas vezes, incomodam e atrapalham, mas que continuarão sendo uma
garantia fundamental de desenvolvimento com justiça.
(C) Não existe sociedade civilizada sem lei, por isso as transformações tecnológicas apenas tornam
mais complexas as regras que, muitas vezes, incomodam e atrapalham, mas, no entanto, continuarão
sendo uma garantia fundamental de desenvolvimento com justiça.
(D) Não existe sociedade civilizada sem lei. As transformações tecnológicas apenas tornam mais
complexas as regras que, muitas vezes incomodam e atrapalham, mas que, continuarão sendo garantias
fundamentais de desenvolvimento com justiça.
(E) As transformações tecnológicas apenas tornam mais complexas as regras que, muitas vezes,
incomodam e atrapalham, mas que continuarão sendo uma garantia fundamental de desenvolvimento
com justiça. Não existe sociedade civilizada sem lei.

07. Uma outra maneira igualmente correta de reescrever-se a frase “Os riscos da inflação podem ser
calculados; e o prejuízo financeiro deles, previsto”, mantendo-se o seu sentido original é:
(A) Podem ser calculados e previstos os riscos da inflação e seu prejuízo financeiro.
(B) Os riscos da inflação e seu prejuízo financeiro podem ser calculados e previstos.
(C) Podem ser calculados os riscos da inflação e pode ser previsto seu prejuízo financeiro.
(D) Podem ser calculados os prejuízos financeiros e calculados seus riscos inflacionários.
(E) Podem ser calculados os prejuízos financeiros advindos dos riscos inflacionários.

08. Está inteiramente adequada a pontuação da seguinte frase:


(A) A LRF permite, entre outras coisas que, a oposição e a população, fiscalizem a administração das
verbas públicas.
(B) Alegam alguns prefeitos, que encontram dificuldades, para fazer frente aos gastos que a
Constituição determina, nas áreas da saúde e da educação.
(C) São graves as penas previstas para quem descumpre, por negligência ou má fé, as normas de
responsabilidade fiscal da lei promulgada em 2000.
(D) Fazem parte da LRF, as instruções que definem os limites para as despesas de pessoal, e as
regras para a criação de dívidas.
(E) Qualquer cidadão pode, graças à promulgação da LRF entrar com ação judicial para fazê-la
cumprir, conforme sua regulamentação.

09. Entre uma prosa e outra, "seo" Samuca, morador das cercanias do Parque Nacional Grande
Sertão Veredas, no norte de Minas Gerais, me presenteia com um achado da sabedoria cabocla: "Pois
é, não sei pra onde a Terra está andando, mas certamente pra bom lugar não é. Só sei que donde só se
tira e não se põe, um dia tudo o mais tem que se acabar." Samuel dos Santos Pereira viveu seus 75
anos campeando livre entre cerradões, matas de galeria, matas secas, campos limpos ou sujos e
campos cerrados, ecossistemas que constituem a magnífica savana brasileira. "Ainda bem que existe o
Parque", exclama o vaqueiro, "porque hoje tudo em volta de mim é plantação de soja e pastagem pra
gado."
Viajar pelo Cerrado do Centro-Oeste é viver a surpresa permanente. Na Serra da Canastra, em São
Roque de Minas, nascente do Rio São Francisco, podem-se avistar tamanduás bandeira, lobos-guarás
e, com sorte, o pato-mergulhão, ameaçado de extinção. Lá está também a maravilhosa CascaD'Anta,
primeira e mais alta cachoeira do Velho Chico, com 186 metros de queda livre.
No Jalapão, no Tocantins, o Cerrado é diferente, parece um deserto com dunas de até 40 metros de
altura. Mas, ao contrário dos Lençóis Maranhenses, tem água em profusão, nascentes, cachoeiras,
lagoas, serras e chapadões. E uma fauna exuberante, com 440 espécies de vertebrados. Nas veredas,
os habitantes da comunidade quilombola de Mumbuca descobriram o capim-dourado, uma fibra que a
criatividade local transformou em artigo de exportação.

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Em Goiás, no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, o viajante se extasia com a beleza das
cachoeiras e das matas de galeria, das piscinas naturais, das formações rochosas, dos cânions do Rio
Preto e do Vale da Lua. Perto do município de Chapadão do Céu, também em Goiás, fica o Parque
Nacional das Emas, onde acontece o surpreendente espetáculo da bioluminescência, uma irradiação de
luz azul esverdeada produzida pelas larvas de vaga-lumes nos cupinzeiros. Pena que todo o entorno do
parque foi drenado para permitir a plantação de soja. Agrotóxicos despejados por avião são levados pelo
vento e contaminam nascentes e rios que atravessam essa unidade de conservação. Outra tristeza
provocada pela ganância humana são as voçorocas das nascentes do Rio Araguaia, quase cem, com
quilômetros de extensão e dezenas de metros de profundidade. Elas jogam milhões de toneladas de
sedimentos no rio, inviabilizando sua navegabilidade.
Apesar de tanta beleza e biodiversidade (mais de 300 espécies de plantas locais são utilizadas pela
medicina popular), o Cerrado do "seo" Samuca está minguando e tende a desaparecer. O que percebo,
como testemunha ocular, é que entra governo e sai governo e o processo de desertificação do país
continua em crescimento assombroso.
Como disse Euclides da Cunha, somos especialistas em fazer desertos. Só haverá esperança para os
vastos espaços das Geraes, esse sertão do tamanho do mundo, celebrado pela genialidade de João
Guimarães Rosa, se abandonarmos nosso conformismo e nossa proverbial omissão.

(Araquém Alcântara, fotógrafo. O Estado de S. Paulo, Especial H 4-5, 27 de setembro de 2009, com adaptações)

Em relação ao emprego de sinais de pontuação no texto, está INCORRETO o que se afirma em:
(A) As aspas em “seo” (1ª linha) registram uma forma coloquial de tratamento.
(B) Os dois-pontos na 4ª linha sinalizam a introdução da fala de um interlocutor no texto.
(C) As aspas em “Ainda bem que existe o Parque” (10ª linha) assinalam o segmento que contém o
assunto central do texto.
(D) Os parênteses, no 5º parágrafo, isolam uma afirmativa empregada como argumento que respalda
a ressalva anterior, referente à beleza e biodiversidade do Cerrado.
(E) A vírgula após a expressão campos cerrados, na 9ª linha, pode ser corretamente substituída por
um travessão, sem prejuízo do sentido original

Respostas
01. Resposta D
O texto é polêmico, (vírgula separa orações coordenadas) de vez que busca estabelecer um equilíbrio
de julgamento num terreno em que, via de regra, (vírgula separa adjun adv deslocado) dominam as
paixões, (vírgula separa oração principal de oração subord. adv causal) já que tanto a religião como a
ciência advogam para si mesmas o estatuto do conhecimento verdadeiro.

02. Resposta D
O pronome de tratamento Vossa Excelência e Sua Excelência tem uso distinto.
Vossa Excelência = usar para falar com a autoridade. Sua Excelência = usar para falar da autoridade.
Logo, não poderia ser a alternativa “b” ou “c”.
a) O vereador Formigão é aposto explicativo, logo deveria estar entre vírgulas, e não se admite usar
travessão antes do "pois".
d) Correta
e) Se tiver adjunto adverbial deslocado, a vírgula é obrigatória, exceto se for de curta extensão
(formada por 1 ou 2 palavras)
Portanto, o correto seria: “Em sua entrevista, Sua Excelência...”
03. Resposta A
A vírgula aqui, está corretamente empregada pois trata-se de um Vocativo, um “chamamento” .

04. Resposta C
"Portanto" é uma conjunção coordenada conclusiva. O objetivo dela é trazer duas ideias, fazendo da
segunda uma conclusão da primeira.
Outras do mesmo valor semântico: Logo, por isso, então...

05. Resposta B
VÍRGULA ( , )
É usada para marcar uma pausa do enunciado com a finalidade de nos indicar que os termos por ela
separados, apesar de participarem da mesma frase ou oração, não formam uma unidade sintática.

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TRAVESSÃO ( - )
a) dar início à fala de um personagem
Ex.: O filho perguntou:
- Pai, quando começarão as aulas?
b) indicar mudança do interlocutor nos diálogos
- Doutor, o que tenho é grave?
- Não se preocupe, é uma simples infecção. É só tomar um antibiótico e estará bom
c) unir grupos de palavras que indicam itinerário
Ex.: A rodovia Belém-Brasília está em péssimo estado.
Também pode ser usado em substituição à virgula em expressões ou frases explicativas
Ex.: Xuxa – a rainha dos baixinhos – será mãe.

06. Resposta D
A opção “D” apresenta uma falha de pontuação, já que o adjunto adverbial “muitas vezes” interrompe
uma sequência lógica. A gramática normativa até admite o adjunto adverbial deslocado, contendo corpo
pequeno, mas este deve aparecer entre vírgulas.
O fato de aparecer vírgula antes do adjunto adverbial “muitas vezes”, porém não aparecer vírgula após
a ele faz com que a alternativa apresente um erro de pontuação.

07. Resposta C
A segunda vírgula indica a omissão da locução “verbal pode ser”, podendo ser reescrita: “Os riscos
da inflação podem ser calculados, e o prejuízo financeiro deles pode ser previsto”.

08. Resposta C
Usamos a vírgula para isolar orações adjetivas explicativas. As orações subordinadas adjetivas fazem
o papel de um adjetivo, ou seja, restringem ou explicam o sentido de um substantivo ou de um pronome
da oração principal.

09. Resposta B
Os dois pontos na 3ª linha sinalizam um provérbio caboclo, no qual “seo” Samuca presenteia o escritor.
O sinal “dois pontos” introduzem enumerações, sumários, explicações, exemplificações, citações e
afirmações.

Concordância nominal e verbal.

Concordância Nominal e Verbal

Concordância é o mecanismo pelo qual algumas palavras alteram suas terminações para adequar-se
à terminação de outras palavras. Em português, distinguimos dois tipos de concordância: nominal, que
trata das alterações do artigo, do numeral, dos pronomes adjetivos e dos adjetivos para concordar com o
nome a que se referem, e verbal, que trata das alterações do verbo, para concordar com o sujeito.

Concordância Nominal

- Regra Geral: o adjetivo e as palavras adjetivas (artigo, numeral, pronome adjetivo) concordam em
gênero e número com o nome a que se referem.

Esta / observação / curta / desfaz o equívoco.

Esta (pronome adjetivo – feminino – singular)


observação (substantivo – feminino – singular)
curta (adjetivo – feminino – singular)

- Um só adjetivo qualificando mais de um substantivo.

Adjetivo posposto: quando um mesmo adjetivo qualifica dois ou mais substantivos e vem depois
destes, há duas construções:

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1- o adjetivo vai para o plural: Agia com calma e pontualidade britânicas.
2- o adjetivo concorda com o substantivo mais próximo: Agia com calma e pontualidade britânica.

Sempre que se optar pelo plural, é preciso notar o seguinte: se entre os substantivos houver ao menos
um no masculino, o adjetivo assumirá a terminação do masculino: Fez tudo com entusiasmo e paixão
arrebatadores.
Quando o adjetivo exprime uma qualidade tal que só cabe ao último substantivo, é óbvio que a
concordância obrigatoriamente se efetuará com este último: Alimentavam-se de arroz e carne bovina.

Adjetivo anteposto: quando um adjetivo qualifica dois ou mais substantivos e vem antes destes,
concorda com o substantivo mais próximo: Escolhestes má ocasião e lugar.

Quando o adjetivo anteposto aos substantivos funcionar como predicativo, pode concordar com o mais
próximo ou ir para o plural:
Estava quieta a casa, a vila e o campo.
Estavam quietos a casa, a vila e o campo.

- Verbo ser + adjetivo: Nos predicados nominais em que ocorre o verbo ser mais um adjetivo,
formando expressões do tipo é bom, é claro, é evidente, etc., há duas construções possíveis:

1- se o sujeito não vem precedido de nenhum modificador, tanto o verbo quanto o adjetivo ficam
invariáveis: Pizza é bom; É proibido entrada.
2- se o sujeito vem precedido de modificador, tanto o verbo quanto o predicativo concordam
regularmente: A pizza é boa; É proibida a entrada.

- Palavras adverbiais x palavras adjetivas: há palavras que ora têm função de advérbio, ora de
adjetivo.
Quando funcionam como advérbio são invariáveis: Há ocasiões bastante oportunas.
Quando funcionam como adjetivo, concordam com o nome a que se referem: Há bastantes razões
para confiarmos na proposta.
Estão nesta classificação palavras como pouco, muito, bastante, barato, caro, meio, longe, etc.

- Expressões “anexo” e “obrigado”: são palavras adjetivas e, como tais, devem concordar com o
nome a que se referem. Exemplos:

Seguem anexas as listas de preços.


Seguem anexos os planos de aula.
Muito obrigado, disse ele.
Muito obrigada, disse ela.
Obrigadas, responderam as cantoras da banda.

Podemos colocar sob a mesma regra palavras como incluso, quite, leso, mesmo e próprio.

1- Alerta e menos são sempre invariáveis:


Estamos alerta.
Há situações menos complicadas.
Há menos pessoas no local.

2- Em anexo é sempre invariável:


Seguem, em anexo, as fotografias.

- Expressões só e sós: quando equivale a somente, é advérbio e invariável; quando equivale a


sozinho, é adjetivo e variável.
Só eles não concordam.
Eles saíram sós.

A expressão a sós é invariável: Gostaria de ficar a sós por uns momentos.

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Questões

01. (PREFEITURA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO EM SAÚDE – LABORATÓRIO – VUNESP) Se


usadas no plural as palavras destacadas nas frases – Talvez seja programa de quem vive em uma cidade
cinzenta, na qual é difícil enxergar o céu. / Duvido que exista paisagem dominical mais urbana. – elas
assumem versão correta em
(A) Talvez seja programa de quem vive em cidades cinzenta na qual é difícil enxergar o céu. / Duvido
que exista paisagens dominical mais urbanas.
(B) Talvez seja programa de quem vive em cidades cinzentas, nas quais é difícil enxergar o céu. /
Duvido que exista paisagens dominicais mais urbanas.
(C) Talvez seja programa de quem vive em cidades cinzentas, na qual é difícil enxergar o céu. / Duvido
que existam paisagens dominicais mais urbana.
(D) Talvez seja programa de quem vive em cidades cinzentas, nas quais são difíceis enxergar o céu.
/ Duvido que existam paisagens dominical mais urbana.
(E) Talvez seja programa de quem vive em cidades cinzentas, nas quais é difícil enxergar o céu. /
Duvido que existam paisagens dominicais mais urbanas.

02. (PREFEITURA DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ/SC – GUARDA MUNICIPAL – FEPESE) Assinale a


alternativa correta quanto à concordância nominal.
(A) Ela mesmo fez a entrega da encomenda.
(B) Estou meia preocupada, disse a jovem senhora ao seu colega de trabalho.
(C) É proibida a entrada de mercadorias ilegais nesta cidade.
(D) “Muito obrigado”, respondeu-me aquela senhora.
(E) Custou muito caro, naquele contexto, as despesas assumidas pelo casal.

03. Complete os espaços com um dos nomes colocados nos parênteses.


(A) Será que é ____ essa confusão toda? (necessário/ necessária)
(B) Quero que todos fiquem ____. (alerta/ alertas)
(C) Houve ____ razões para eu não voltar lá. (bastante/ bastantes)
(D) Encontrei ____ a sala e os quartos. (vazia/vazios)
(E) A dona do imóvel ficou ____ desiludida com o inquilino. (meio/ meia)

04. “Na reunião do Colegiado, não faltou, no momento em que as discussões se tornaram mais
violentas, argumentos e opiniões veementes e contraditórias.” No trecho acima, há uma infração as
normas de concordância.
(A) Reescreva-o com devida correção.
(B) Justifique a correção feita.

05. Reescrever as frases abaixo, corrigindo-as quando necessário.


(A) “Recebei, Vossa Excelência, os processos de nossa estima, pois não podem haver cidadãos
conscientes sem educação.”
(B) “Os projetos que me enviaram estão em ordem; devolvê-los-ei ainda hoje, conforme lhes prometi.”

06. Como no exercício anterior.


(A) “Ele informou aos colegas de que havia perdido os documentos cuja originalidade duvidamos.”
(B) “Depois de assistir algumas aulas, eu preferia mais ficar no pátio do que continuar dentro da classe.”

07. (TJ/SP – PSICÓLOGO – VUNESP) Assinale a alternativa em que a concordância nominal está de
acordo com a norma-padrão.
(A) Ainda não identificada pela polícia, as pessoas responsáveis pelo assalto estão à solta.
(B) Já foi divulgado na mídia alguma coisa a respeito do acidente?
(C) Vê-se que ficou assegurado à família a guarda do menor.
(D) Se foi incluso no contrato, a cláusula não pode ser desconsiderada.
(E) Fica claro que o problema atinge os setores público e privado.

08. (TJ/SC – ANALISTA ADMINISTRATIVO – TJ) Assinale a alternativa que apresenta erro de
concordância nominal:
(A) A Prefeitura não se responsabiliza pelos muros e caixas de luz derrubados por motoristas
imprudentes.

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(B) Ao meio-dia e meio vamos à TV tornar público nossas insatisfações com tais desvios.
(C) Decidiram rever o estudo, dadas as divergências entre os colegas.
(D) Ele dizia que tomava dois gramas diários de vitamina C.
(E) Considerou desnecessários tantos conselhos.

09. Aponte o erro de concordância nominal.


(A) Andei por longes terras.
(B) Ela chegou toda machucada.
(C) Carla anda meio aborrecida.
(D) Elas não progredirão por si mesmo.
(E) Ela própria nos procurou.

10. Assinale o erro de concordância nominal.


(A) – Muito obrigada, disse ela.
(B) Só as mulheres foram interrogadas.
(C) Eles estavam só.
(D) Já era meio-dia e meia.
(E) Sós, ficaram tristes.

Respostas

01. Resposta E
Reescrevendo a passagem no plural:
Talvez seja programa de quem vive em cidades cinzentas, nas quais é difícil enxergar o céu. / Duvido
que existam paisagens dominicais mais urbanas.

02. Resposta C
(A) Ela mesmo (mesma) fez a entrega da encomenda.
(B) Estou meia (meio) preocupada, disse a jovem senhora ao seu colega de trabalho.
(C) É proibida a entrada de mercadorias ilegais nesta cidade. = correta
(D) “Muito obrigado”, (obrigada) respondeu-me aquela senhora.
(E) Custou (custaram) muito caro, naquele contexto, as despesas assumidas pelo casal. (caro –quando
advérbio é invariável; quando adjetivo, concorda com o substantivo. Por exemplo: As calças custaram
caro. As roupas estavam caras).

03. a) necessária b) alerta c) bastantes d) vazia e) meio

04. a) "Na reunião do colegiado, não faltaram, no momento em que as discussões se tornaram mais
violentas, argumentos e opiniões veementes e contraditórias."
b) Concorda com o sujeito "argumentos e opiniões".

05. a) “Receba, Vossa Excelência, os protestos de nossa estima, pois não pode haver cidadãos
conscientes sem a educação.”
b) A frase está correta.

06. a) “Ele informou aos colegas que havia perdido (ou: ele informou os colegas de que havia perdido
os documentos de cuja originalidade duvidamos.”
b) “Depois de assistir algumas aulas, eu preferia ficar no pátio a continuar dentro da classe.”

07. Resposta E
(A) Ainda não identificada pela polícia, as pessoas responsáveis pelo assalto estão à solta.
Correto: identificadas
(B) Já foi divulgado na mídia alguma coisa a respeito do acidente?
Correto: divulgada
(C) Vê-se que ficou assegurado à família a guarda do menor.
Correto: assegurada
(D) Se foi incluso no contrato, a cláusula não pode ser desconsiderada.
Correto: inclusa
(E) Fica claro que o problema atinge os setores público e privado.

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08. Resposta B
Ao meio-dia e MEIA vamos à TV tornar público nossas insatisfações com tais desvios.

09. Resposta D
Elas não progredirão por si mesmas.

10. Resposta C
Eles estavam sós.
Só: Adjetivo que concorda em número (singular e plural) com o pronome ou substantivo com que se
relaciona, assumindo as formas só e sós.

Concordância Verbal

- Regra Geral: o verbo concorda com seu sujeito em pessoa e número.


Eu contarei convosco.
Tu estavas enganado.
Os alunos saíram tarde.

- Sujeito composto anteposto ao verbo: quando o sujeito composto vem anteposto ao verbo, este
vai para o plural: O sol e a lua brilhavam. Há casos em que, mesmo com o sujeito composto anteposto,
justifica-se o singular. Isto ocorre basicamente em três situações:

1- quando o sujeito é formado de palavras sinônimas ou que formam unidade de sentido: A coragem
e o destemor fez dele um herói. É bom notar que, no mesmo caso, vale também o plural. O singular,
aqui, talvez se explique pela facilidade que temos em juntar, numa só unidade, conceitos sinônimos.
2- quando o sujeito é formado por núcleos dispostos em gradação (ascendente ou descendente): Uma
palavra, um gesto, um mínimo sinal bastava. No mesmo caso, cabe também o plural. A construção com
o verbo no singular é compreensível: nas sequências gradativas, o último elemento é sempre mais
enfático, o que leva o verbo a concordar com ele.
3- quando o sujeito vem resumido por palavras como alguém, ninguém, cada um, tudo, nada: Alunos,
mestres, diretores, ninguém faltou. Aqui não ocorre plural. É que o valor sintetizante do pronome
(ninguém) é tão marcante que só nos fica a ideia do conjunto e não das partes que o compõem.

- Sujeito composto posposto ao verbo: quando o sujeito composto vem depois do verbo, há duas
construções igualmente certas.

1- o verbo vai para o plural: Brilhavam o sol e a lua.


2- o verbo concorda com o núcleo mais próximo: Brilhava o sol e a lua.

Quando, porém, o sujeito composto vem posposto e o núcleo mais próximo está no plural, o verbo só
pode, obviamente, ir para o plural: Já chegaram as revistas e o jornal.

- Sujeito composto de pessoas gramaticais diferentes: quando o sujeito composto é formado de


pessoas gramaticais diferentes, o verbo vai para o plural, sempre na pessoa gramatical de número mais
baixo. Assim, quando ocorrer:
1ª e 2ª – o verbo vai para a 1ª do plural.
2ª e 3ª – o verbo vai para a 2ª do plural.
1ª e 3ª – o verbo vai para a 1ª do plural.

Eu, tu e ele ficaremos aqui.

Quando o sujeito é formado pelo pronome tu mais uma 3ª pessoa, o verbo pode ir também para a 3ª
pessoa do plural. Isto se deve à baixa frequência de uso da segunda pessoa do plural: Tu e ele chegaram
(ou chegastes) a tempo.
- Verbo acompanhado do pronome se apassivador: quando o pronome se funciona como partícula
apassivadora, o verbo concorda regularmente com o sujeito, que estará sempre presente na oração.
Vende-se apartamento.
Vendem-se apartamentos.

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- Verbo acompanhado do pronome se indicador de indeterminação do sujeito: quando a
indeterminação do sujeito é marcada pelo pronome se, o verbo fica necessariamente no singular: Precisa-
se de reforços (sujeito indeterminado).

- Verbos dar, bater, soar: na indicação de horas, concordam com a palavra horas, que é o sujeito dos
respectivos verbos.
Bateram dez horas.
Soou uma hora.

Pode ser que o sujeito deixe de ser o número das horas e passe a ser outro elemento da oração, o
instrumento que bate as horas, por exemplo. No caso, a concordância mudará: O relógio bateu dez
horas.
- Sujeito coletivo: quando o sujeito é formado por um substantivo coletivo no singular, o verbo fica no
singular, concordando com a forma do substantivo e não com a ideia: A multidão aplaudiu o orador.
Nesse caso, pode ocorrer também o plural em duas situações:

1- quando o coletivo vier distanciado do verbo: O povo, apesar de toda a insistência e ousadia, não
conseguiram evitar a catástrofe.
2- quando o coletivo, antecipado ao verbo, vier seguido de um adjunto adnominal no plural: A multidão
dos peregrinos caminhavam lentamente.

- Nomes próprios plurais: quando o sujeito é formado por nomes próprios de lugar que só têm a
forma plural, há duas construções:

1- se tais nomes vierem precedidos de artigo, o verbo concordará com o artigo.


Os Estados Unidos progrediram muito.
O Amazonas corre volumoso pela floresta.

2- se tais nomes não vierem precedidos de artigo, o verbo ficará sempre no singular: Ø Minas Gerais
elegeu seu senador.

Quanto aos títulos de livros e nomes de obras, mesmo precedidos de artigo, são admissíveis duas
construções:
Os lusíadas foi a glória das letras lusitanas.
Os lusíadas foram a glória das letras lusitanas.

- Sujeito constituído pelo pronome relativo que: quando o sujeito for o pronome relativo que, o
verbo concorda com o antecedente desse pronome.
Fui eu que prometi.
Foste tu que prometeste.
Foram eles que prometeram.

- Sujeito constituído pelo pronome relativo quem: quando o sujeito de um verbo for o pronome
relativo quem, há duas construções possíveis:

1- o verbo fica na 3ª pessoa do singular, concordando regularmente com o sujeito (quem): Fui eu quem
falou.
2- o verbo concorda com o antecedente: Fui eu quem falei.

- Pronome indefinido plural seguido de pronome pessoal preposicionado: quando o sujeito é


formado de um pronome indefinido (ou interrogativo) no plural seguido de um pronome pessoal
preposicionado, há possibilidade de duas construções:

1- o verbo vai para a 3ª pessoa do plural, concordando com o pronome indefinido ou interrogativo:
Alguns de nós partiram.
2- o verbo concorda com o pronome pessoal que se segue ao indefinido (ou interrogativo): Alguns de
nós partimos.

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Quando o pronome interrogativo ou indefinido estiver no singular, o verbo ficará, necessariamente, na
3ª pessoa do singular.
Alguém de nós falhou?
Qual de nós sairá?

- Expressões um dos que, uma das que: quando o sujeito de um verbo for o pronome relativo que,
nas expressões um dos que, uma das que, o verbo vai para o plural (construção dominante) ou fica no
singular.
Ele foi um dos que mais falaram.
Ele foi um dos que mais falou.
Cada uma das construções corresponde a uma interpretação diferente do mesmo enunciador.
Ele é um dentre aqueles que mais falaram.
Ele é um que mais falou dentre aqueles.

- Expressões mais de, menos de: quando o sujeito for constituído das expressões mais de, menos de,
o verbo concorda com o numeral que se segue à expressão.
Mais de um aluno saiu.
Mais de dois alunos saíram.
Mais de dois casos ocorreram.

Com a expressão mais de um pode ocorrer o plural em duas situações:

1- quando o verbo dá ideia de ação recíproca: Mais de um veículo se entrechocaram.


2- quando a expressão mais de vem repetida: Mais de um padre, mais de um bispo estavam
presentes.

- Expressões um e outro, nem um nem outro: quando o sujeito é formado pelas expressões um e
outro, nem um nem outro, o verbo fica no singular ou plural.
Nem um nem outro concordou.
Nem um nem outro concordaram.

O substantivo que segue a essas expressões deve ficar no singular: Uma e outra coisa me atrai.
Quando núcleos de pessoas diferentes vêm precedidos de nem, o mais usual é o verbo no plural, na
pessoa gramatical prioritária (a de número mais baixo): Nem eu nem ele faltamos com a palavra.

- Sujeito constituído por pronome de tratamento: quando o sujeito é formado por pronomes de
tratamento, o verbo vai sempre para a 3ª pessoa (singular ou plural).
Vossa Excelência se enganou.
Vossas Excelências se enganaram.

- Núcleos ligados por ou: quando os núcleos do sujeito vêm ligados pela conjunção ou, há duas
construções:

1- o verbo fica no singular quando o ou tem valor excludente: Pedro ou Paulo será eleito papa. (a
eleição de um implica necessariamente a exclusão do outro)
2- o verbo vai para o plural, quando o ou não for excludente: Maça ou figo me agradam à sobremesa.
(ambas as frutas me agradam)

- Silepse: ocorre concordância siléptica quando o verbo não concorda com o sujeito que aparece
expresso na frase, mas com um elemento implícito na mente de quem fala: Os brasileiros somos
improvisadores. Está implícito que o falante (eu ou nós) está incluído entre os brasileiros.

- Expressão haja vista: na expressão haja vista, a palavra vista é sempre invariável. O verbo haja
pode ficar invariável ou concordar com o substantivo que se segue à expressão.
Haja vista os últimos acontecimentos.
Hajam vista os últimos acontecimentos.

Admite-se ainda a construção:


Haja vista aos últimos acontecimentos.

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- Verbo parecer seguido de infinitivo: o verbo parecer, seguido de infinitivo, admite duas
construções:

1- flexiona-se o verbo parecer e não se flexiona o infinitivo: Os montes parecem cair.


2- flexiona-se o infinitivo e não se flexiona o verbo parecer: Os montes parece caírem.

- Verbo impessoais: os verbos impessoais ficam sempre na 3ª pessoa do singular.


Haverá sóis mais brilhantes.
Fará invernos rigorosos.
Também não se flexiona o verbo auxiliar que se põe junto a um verbo impessoal, formando uma
locução verbal.
Deve fazer umas cinco horas que estou esperando.
Costuma haver casos mais significativos.
Poderá fazer invernos menos rigorosos.

O verbo haver no sentido de existir ou de tempo passado e o verbo fazer na indicação de tempo
transcorrido ou fenômeno da natureza são impessoais.
O verbo existir nunca é impessoal: tem sempre sujeito, com o qual concorda normalmente: Existirão
protestos; Poderão existir dúvidas.
Quando o verbo haver funciona como auxiliar de outro verbo, deve concordar normalmente com o
sujeito: Os convidados já haviam saído.

- Verbo ser: a concordância do verbo ser oscila frequentemente entre o sujeito e o predicativo. Entre
tantos casos, podemos ressaltar:

Quando o sujeito e o predicativo são nomes de coisas de números diferentes, o verbo concorda, de
preferência, com o que está no plural.
Tua vida são essas ilusões.
Essas vaidades são o teu segredo.

Nesse caso, muitas vezes, faz-se a concordância com o elemento a que se quer dar destaque.

Quando um dos dois (predicativo ou sujeito) é nome de pessoa, a concordância se faz com a pessoa.
Você é suas decisões.
Suas preocupações era a filha.

O verbo concorda com o pronome pessoal, seja este sujeito, seja predicativo.
O professor sou eu.
Eu sou o professor.
Nas indicações de hora, data e distância, o verbo ser, impessoal, concorda com o predicativo.
É uma hora.
São duas horas.
É uma légua.
São duas léguas.
É primeiro de maio.
São quinze de maio.

Neste último caso (dias do mês) o verbo ser admite duas construções:
É (dia) treze de maio.
São treze (dias) de maio.

O verbo ser, seguido de um quantificador, nas expressões de peso, distância ou preço, fica invariável.
Quinze quilos é bastante.
Três quilômetros é muito.
Cem reais é suficiente.

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Questões

01. (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS) Aponte a alternativa cuja concordância verbal
está correta:
(A) A alta dos preços dos combustíveis irritam o povo.
(B) Os Estados Unidos fica na América do Norte.
(C) Minhas costas está doendo.
(D) Ela foi uma das que chegou a tempo
(E) A maioria dos brasileiros gosta de futebol.

02. (CONAB - CONTABILIDADE - IADES)

De acordo com o que prescreve a norma-padrão acerca do emprego das classes de palavra e da
concordância verbal, assinale a alternativa que apresenta outra redação possível para o período “A
economia brasileira já faz isso há séculos.”
(A) A economia brasileira já faz isso tem séculos.
(B) A economia brasileira já faz isso têm séculos.
(C) A economia brasileira já faz isso existe séculos.
(D) A economia brasileira já faz isso faz séculos.
(E) A economia brasileira já faz isso fazem séculos.

03. (PREFEITURA DE OSASCO/SP - MOTORISTA DE AMBULÂNCIA – FGV) “existe um protocolo


para identificar os focos”. Se colocássemos o termo “um protocolo” no plural, uma forma verbal adequada
para a substituição da forma verbal “existe” seria:
(A) hão.
(B) haviam.
(C) há.
(D) houveram.
(E) houve.

04. (PREFEITURA DE RIBEIRÃO PRETO/SP – AGENTE DE ADMINISTRAÇÃO – VUNESP -


adaptada) Considerando a concordância verbal, assinale a alternativa em que a frase do texto, reescrita,
obedece à norma-padrão da língua portuguesa.
(A) Chamou a minha atenção, nos dois sujeitos altos, esguios e endinheirados, um trambolho grande.
(B) À minha frente, no caixa, haviam dois holandeses com vestes diferentes.
(C) As verdadeiras intenções do forasteiro era conhecida da comissária de bordo brasileira.
(D) Seria de muito valor se algumas lições do Mundial fosse aproveitadas pelo povo brasileiro.
(E) A lição que os japoneses nos deixaram trarão um ganho histórico para o país.

05. (LIQUIGÁS – PROFISSIONAL JÚNIOR – CIÊNCIAS CONTÁBEIS – CEGRANRIO) A


concordância verbal está de acordo com a norma-padrão EXCETO em:
(A) As análises revelam que o valor das correlações entre a vazão dos rios e anomalias de temperatura
do mar são pequenos.

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(B) Cerca de 20% das cavernas catalogadas em diversas regiões do Brasil situam-se nos
geossistemas ferruginosos.
(C) Medidas têm sido tomadas para avaliar a influência das mudanças do clima que comprometem a
geração de energia.
(D) Mudança anormal de variações que afetam a matriz energética nacional constitui motivo de
preocupação.
(E) Os problemas que associam a energia nuclear à possibilidade de acidentes e ao risco da confecção
de bombas atômicas podem ser resolvidos.

06. (POLÍCIA MILITAR/SP – OFICIAL ADMINISTRATIVO – VUNESP) Considere o trecho a seguir.


Já __________ alguns anos que estudos a respeito da utilização abusiva dos smartphones estão
sendo desenvolvidos. Os especialistas acreditam _________ motivos para associar alguns
comportamentos dos adolescentes ao uso prolongado desses aparelhos, e _________ alertado os pais
para que avaliem a necessidade de estabelecer limites aos seus filhos.
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, as lacunas do texto devem ser preenchidas,
correta e respectivamente, com:
(A) faz … haver … têm
(B) fazem … haver … tem
(C) faz … haverem … têm
(D) fazem … haverem … têm
(E) faz … haverem … tem

07. (TRF/3ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC) O verbo flexionado no plural que também
estaria corretamente flexionado no singular, sem que nenhuma outra alteração fosse feita, encontra-se
em:
(A) Não é à toa que partiram daqui várias manifestações culturais...
(B) Sempre me pareceram sem sentido as guerras...
(C) São Paulo são muitas cidades em uma.
(D) São Paulo não tem símbolos que deem conta de...
(E) ... onde as informações diversas se misturam...

08. (POLÍCIA CIVIL/SP – OFICIAL ADMINISTRATIVO – VUNESP) Considerando as regras de


concordância verbal, o termo em destaque na frase – Segundo alguns historiadores, houve dois
sacolejões maiores na história da humanidade. – pode ser corretamente substituído por:
(A) ocorreram.
(B) sucedeu-se.
(C) existiu.
(D) houveram.
(E) aconteceu.

09. ....... de exigências! Ou será que não ....... os sacrifícios que ....... por sua causa?
(A) Chega - bastam - foram feitos
(B) Chega - bastam - foi feito
(C) Chegam - basta - foi feito
(D) Chegam - basta - foram feitos
(E) Chegam - bastam - foi feito

10. (PRODEST/ES – ASSISTENTE ORGANIZACIONAL – VUNESP) De acordo com a norma-padrão


da língua portuguesa, a concordância verbal está correta em:
(A) Ela não pode usar o celular e chamar um taxista, pois acabou os créditos.
(B) Esta empresa mantêm contato com uma rede de táxis que executa diversos serviços para os
clientes.
(C) À porta do aeroporto, havia muitos táxis disponíveis para os passageiros que chegavam à cidade.
(D) Passou anos, mas a atriz não se esqueceu das calorosas lembranças que seu tio lhe deixou.
(E) Deve existir passageiros que aproveitam a corrida de táxi para bater um papo com o motorista.

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Respostas

01. Resposta E
Correções:
A) A alta dos preços dos combustíveis irritam o povo = irrita
B) Os Estados Unidos fica na América do Norte = ficam (há a presença do artigo determinante, portanto
o verbo deve ir para o plural. Se não houvesse, teríamos: Estados Unidos fica).
C) Minhas costas está doendo = estão
D) Ela foi uma das que chegou a tempo = uma das que chegaram
E) A maioria dos brasileiros gosta de futebol = correta (poderia ser “gostam”, também)

02. Resposta D
O “há” foi empregado no sentido de tempo passado, portanto pode ser substituído por “faz”, no singular:
“faz séculos”.

03. Resposta C
O verbo “haver”, quando utilizado no sentido de “existir” – como proposto no enunciado – não sofre
flexão, não vai para o plural. Teríamos “existem protocolos”, mas “há protocolos”.

04. Resposta A
Correções à frente:
A) Chamou a minha atenção, nos dois sujeitos altos, esguios e endinheirados, um trambolho grande.
= correta
B) À minha frente, no caixa, haviam dois holandeses = havia dois holandeses
C) As verdadeiras intenções do forasteiro era conhecida = eram conhecidas
D) Seria de muito valor se algumas lições do Mundial fosse aproveitadas = fossem
E) A lição que os japoneses nos deixaram trarão = trará

05. Resposta A
Cuidado com a pegadinha! EXCETO. Vamos às alternativas – teremos quatro corretas.
A) As análises revelam que o valor das correlações entre a vazão dos rios e anomalias de temperatura
do mar são pequenos = é pequeno.
B) Cerca de 20% das cavernas catalogadas em diversas regiões do Brasil situam-se nos geossistemas
ferruginosos. = correta
* Regra: quando o sujeito é formado por expressão que indica quantidade aproximada (cerca de, mais
de, menos de, perto de...) seguida de numeral e substantivo, o verbo concorda com o substantivo.
C) Medidas têm sido tomadas para avaliar a influência das mudanças do clima que comprometem a
geração de energia. = correta
D) Mudança anormal de variações que afetam a matriz energética nacional constitui motivo de
preocupação. = correta
E) Os problemas que associam a energia nuclear à possibilidade de acidentes e ao risco da confecção
de bombas atômicas podem ser resolvidos. = correta

06. Resposta A
Já FAZ (sentido de tempo: não sofre flexão) alguns anos que estudos a respeito da utilização abusiva
dos smartphones estão sendo desenvolvidos. Os especialistas acreditam HAVER (sentido de existir: não
varia) motivos para associar alguns comportamentos dos adolescentes ao uso prolongado desses
aparelhos, e TÊM (concorda com o termo “os especialistas”) alertado os pais para que avaliem a
necessidade de estabelecer limites aos seus filhos.
Temos: faz, haver, têm.

07. Resposta C
A = o verbo “partiram” não poderia ser utilizado no singular, já que está concordando com “várias
manifestações”;
B = “pareceram” concorda com “as guerras”, permanecendo no plural;
C = o verbo “ser” pode concordar tanto com o sujeito (São Paulo) quanto com o predicativo “cidades”
D = “deem” deve permanecer no plural, já que concorda com “símbolos” (lembrando: o verbo “deem”
não é mais acentuado!)
E = “misturam” fica no plural, pois concorda com “informações”.

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08. Resposta A
Vamos por exclusão! Se substituíssemos “houve” por “existir”, esse deve ir para o plural, já que temos
“dois sacolejões” e é com ele que o verbo concordará (sujeito). O mesmo aconteceria com os verbos:
”sucede” (sucederam-se) e “aconteceu” (aconteceram). “Houveram” é incorreta, já que no sentido de
“existir” ele é invariável (“houve”, como no enunciado).

09. Resposta A
Chega – verbo no imperativo afirmativo
Bastam – concorda com o substantivo “sacrifícios”
Foram feitos – concorda com o substantivo “sacrifícios”

10. Resposta C
(A) Ela não pode usar o celular e chamar um taxista, pois acabou os créditos. = acabaram
(B) Esta empresa mantêm contato com uma rede de táxis que executa diversos serviços para os
clientes. = mantém (singular)
(C) À porta do aeroporto, havia muitos táxis disponíveis para os passageiros que chegavam à cidade.
= correta
(D) Passou anos (passaram-se), mas a atriz não se esqueceu das calorosas lembranças que seu tio
lhe deixou.
(E) Deve (devem) existir passageiros que aproveitam a corrida de táxi para bater um papo com o
motorista.

Regência nominal e verbal.

Regência Nominal e Verbal

Regência Nominal

Assim como há verbos de sentido incompleto (transitivos), há também nomes de sentido incompletos.
Substantivos, adjetivos, e, certos advérbios, também podem, como no caso dos verbos, solicitarem um
complemento (complemento nominal) para ampliar, ou mesmo, completar seu sentido: Tenho amor (nome
de sentido incompleto) aos livros (compl. Nominal).

O substantivo amor rege um complemento nominal precedido da preposição (a). Portanto, a relação
particular, entre o nome e seu complemento, vem sempre marcada por uma preposição: Estava ansioso
para ouvir música.

Contudo, cabe observar, que certos substantivos e adjetivos admitem mais de uma regência, ou seja,
mais de uma preposição. A escolha desta ou daquela preposição deve, no entanto, obedecer às
exigências da clareza, da eufonia e adequar-se as diferentes nuanças do pensamento.

Ao aprender a regência do verbo, você estará praticamente aprendendo a regência do nome cognato
(que vem da mesma raiz do verbo). É o caso, por exemplo, do verbo obedecer e do nome obediência. O
verbo obedecer exige a preposição (a), que é a mesma exigida pelo nome obediência. De maneira, que
a regência deste verbo e deste nome resume-se na mesma preposição (a).
Na regência nominal, não há tantos desencontros entre a norma culta e a fala popular. Em todo caso,
segue aqui uma lista de nomes acompanhados das respectivas preposições:

Acesso (a) - acessível [a, para] - acostumado [a, com] - adequado [a] - admiração [a, por] - afável [com,
para com] - afeição [a, por] - aflito [com, por] - alheio [a, de] - aliado [a, com] - alusão [a] – amante [de] –
amigo [de] - amor [a, de, para com, por] – amoroso [com] - análogo [a] - ansioso [de, para, por] - antipatia
[a, contra, por] – aparentado [com] - apologia [de] - apto [a, para] - assíduo [a, em] - atenção [a] - atento
[a, em] - atencioso [com, para com] - aversão [a, para, por] - avesso [a] - ávido [de, por] - benéfico [a] -
benefício [a] – bom [para].

Cobiçoso [de] - capacidade [de, para] - capaz [de, para] – cego [a] - certeza [de] - coerente [com] –
comum [de] - compaixão [de, para com, por] - compatível [com] - concordância [a, com, de, entre] -

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conforme [a, com] – contemporâneo [de] - constituído [com, de, por] - consulta [a] - contente [com, de,
em, por] - contíguo [a] – constante [em] – convênio [entre] - cruel [com, para, para com] – cuidadoso [com]
– cúmplice [em] - curioso [de, por] - desacostumado [a, com] - desatento [a] – descontente [com] -
desejoso [de] - desfavorável [a] – desleal [a] - desrespeito [a] - desgostoso [com, de] - desprezo [a, de,
por] - devoção [a, para, com, por] - devoto [a, de] – diferente [de] - dificuldade [com, de, em, para] – digno
[de] - discordância [com, de, sobre] – disposição [para] - dotado [de] - dúvida [acerca de, em, sobre].

Equivalente [a] - empenho [de, em, por] – entendido [em] – erudito [em] – escasso [de] – essencial
[para] – estreito [de] - exato [em] - fácil [a, de, para] - facilidade [de, em, para] - falho [de, em] - falta [a] -
fanático [por] - favorável [a] - fiel [a] - feliz [de, com, em, por] - fértil [de, em] – forte [em] - fraco [em, de] –
furioso [com] - grato [a] - graduado [a] - guerra [a] - hábil [em] - habituado [a] - horror [a, de, por] - hostil
[a, contra, para com] - ida [a] – idêntico [a] - impaciência [com] – impossibilidade [de, em] - impotente
[para, contra] - impróprio [para] - imune [a, de] - inábil [para] - inacessível [a] – incansável [em] - incapaz
[de, para] – incerto [em] - inconsequente [com] – indeciso [em] - indiferente [a] – indigno [de] - indulgente
[com, para com] - inerente [a] – infiel [a] – influência [sobre] - ingrato [com] – insensível [a] - intolerante
[com] - invasão [de] – inútil [para] - isento [de] - junto [a, de] - leal [a] - lento [em] – liberal [com].

Maior [de] – manifestação [contra] - medo [de, a] – menor [de] – misericordioso [com] - morador [em] -
natural [de] - necessário [a] - necessidade [de] – nobre [em] - nocivo [a] - obediente [a] - ódio [a, contra] -
ojeriza [a, por] - oposto [a] – orgulhoso [de, com] - paixão [de, por] – pálido [de] - parecido [a, com] -
paralelo [a] – parecido [a, com] - pasmado [de] - passível [de] - peculiar [a] – perito [em] – prático [em] -
preferência [a, por] – preferível [a] - preste [a, para] - pendente [de] – prodigo [em, de] - propício [a] -
próximo [a, de] - pronto [para, em] - propensão [para] - próprio [de, para].

Querido [de, por] – queixa [contra] - receio [de] - relação [a, com, de, por, para com] - relacionado [com]
- rente [a, de, com] - residente [em] - respeito [a, com, para com, por] – responsável [por] - rico [de, em] –
sábio [em] - satisfeito [com, de, em, por] - semelhante [a] - simpatia [a, para com, por] - sito [em] - situado
[a, em, entre] - solidário [com] - superior [a] – surdo [a, de] - suspeito [a, de] - tentativa [contra, de, para,
para com] – triunfo [sobre] - último [a, de, em] - união, [a, com, entre] – único [em] - útil [a, para] – vazio
[de] - versado [em] – visível [a] - vizinho [a, de, com] – zelo [a, de, por].

Regência de Advérbios: Merecem menção estes três advérbios: longe [de], perto [de] e
proximamente [a, de]. Todos os advérbios formados de adjetivos + sufixo [-mente], tendem a apresentar
a mesma preposição dos adjetivos: Compatível [com]; compativelmente [com]. Relativo [a]; relativamente
[a]
Questões

01. (AEB - CETRO- Assistente em C&T 3-I - Apoio Administrativo/2016) Assinale a alternativa em
que a preposição “a” não deva ser empregada, de acordo com a regência nominal.
(A) A confiança é necessária ____ qualquer relacionamento.
(B) Os pais de Pâmela estão alheios ____ qualquer decisão.
(C) Sirlene tem horror ____ aves.
(D) O diretor está ávido ____ melhores metas.
(E) É inegável que a tecnologia ficou acessível ____ toda população.

02. Quanto a amigos, prefiro João.....Paulo,.....quem sinto......simpatia.


(A) a, por, menos
(B) do que, por, menos
(C) a, para, menos
(D) do que, com, menos
(E) do que, para, menos

03. Assinale a opção em que todos adjetivos podem ser seguidos pela mesma preposição:
(A) ávido, bom, inconsequente
(B) indigno, odioso, perito
(C) leal, limpo, oneroso
(D) orgulhoso, rico, sedento
(E) oposto, pálido, sábio

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04. "As mulheres da noite,......o poeta faz alusão a colorir Aracaju,........coração bate de noite, no
silêncio". A opção que completa corretamente as lacunas da frase acima é:
(A) as quais, de cujo
(B) a que, no qual
(C) de que, o qual
(D) às quais, cujo
(E) que, em cujo

05. (Prefeitura de Ibitinga SP - CONSESP-Escriturário/2016) Com relação à Regência Nominal,


indique a alternativa em que esta foi corretamente empregada.
(A) A colocação de cartazes na rua foi proibida.
(B) É bom aspirar ao ar puro do campo.
(C) Ele foi na Grécia.
(D) Obedeço o Código de Trânsito.

06. Assinale a alternativa que contém as respostas corretas.


I. Visando apenas os seus próprios interesses, ele, involuntariamente, prejudicou toda uma família.
II. Como era orgulhoso, preferiu declarar falida a firma a aceitar qualquer ajuda do sogro.
III. Desde criança sempre aspirava a uma posição de destaque, embora fosse tão humilde.
IV. Aspirando o perfume das centenas de flores que enfeitavam a sala, desmaiou.

(A) II, III, IV


(B) I, II, III
(C) I, III, IV
(D) I, III
(E) I, II

07. Assinale o item em que há erro quanto à regência:


(A) São essas as atitudes de que discordo.
(B) Há muito já lhe perdoei.
(C) Ele foi acusadso por roubar aquela maleta.
(D) Costumo obedecer a preceitos éticos.
(E) A enfermeira assistiu irrepreensivelmente o doente.

08. Dentre as frases abaixo, uma apenas apresenta a regência nominal correta. Assinale-a:
(A) Ele não é digno a ser seu amigo.
(B) Baseado laudos médicos, concedeu-lhe a licença.
(C) A atitude do Juiz é isenta de qualquer restrição.
(D) Ele se diz especialista para com computadores eletrônicos.
(E) A equipe foi favorável por sua candidatura.

09. (TJ/SP - Escrevente Técnico Judiciário - Prova versão 1 – VUNESP/2016) Assinale a


alternativa em que o período, adaptado da revista Pesquisa Fapesp de junho de 2012, está correto quanto
à regência nominal e à pontuação.
(A) Não há dúvida que as mulheres ampliam, rapidamente, seu espaço na carreira científica ainda que
o avanço seja mais notável em alguns países, o Brasil é um exemplo, do que em outros.
(B) Não há dúvida que as mulheres ampliam rapidamente, seu espaço na carreira científica, ainda que,
o avanço seja mais notável em alguns países (o Brasil é um exemplo) do que em outros.
(C) Não há dúvida de que, as mulheres, ampliam rapidamente seu espaço na carreira científica; ainda
que o avanço seja mais notável, em alguns países, o Brasil é um exemplo!, do que em outros.
(D) Não há dúvida de que as mulheres, ampliam rapidamente seu espaço, na carreira científica, ainda
que o avanço seja mais notável, em alguns países: o Brasil é um exemplo, do que em outros.
(E) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapidamente seu espaço na carreira científica, ainda
que o avanço seja mais notável em alguns países – o Brasil é um exemplo – do que em outros.

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Respostas

01. Resposta D
Correção: O diretor está ávido DE melhores metas.

02. Resposta A
O verbo preferir é acompanhado pela preposição “A”.

03. Resposta D
Orgulhoso por
Rico por
Sedento por

04. Resposta D
“Às quais” retoma o termo “as mulheres”.
“Cujo” – pronome utilizado no sentido de posse, fazendo referência ao termo antecedente e ao
substantivo subsequente.

05. Resposta A
Alternativa B: Aspirar, sentido de inalar, sem preposição – aspirar o ar
Alternativa C: Ir a algum lugar
AAlternativa D: Obedecer a algo / obedecer a alguém

06. Resposta A
Frase incorreta: I. Visando apenas os seus próprios interesses, ele, involuntariamente, prejudicou toda
uma família.
Correção: I. Visando apenas Aos seus próprios interesses, ele, involuntariamente, prejudicou toda uma
família.

07. Resposta C
Correção: Ele foi acusado de roubar aquela maleta.

08. Resposta C
Alternativa A: digno DE
Alternativa B: baseado EM/SOBRE
Alternativa D: especialista EM
Alternativa E: favorável A

09. Resposta E
Quem tem dúvida, tem dúvida "DE" alguma coisa (já elimina a alternativa A e B) as mulheres
ampliam.
Não se separa o sujeito do verbo (elimina a alternativa C e D). Só sobra alternativa E.

Regência Verbal

O estudo da regência verbal nos ajuda a escrever melhor. Quanto à regência verbal, os verbos podem
ser:
- Verbos Transitivos: Exigem complemento (objetos) para que tenham sentido completo. Podem ser:
Transitivos Diretos; Transitivos Indiretos; Transitivos Diretos e Indiretos.
- Verbos Intransitivos.

Transitivos Diretos: Não possuem sentido completo, logo precisam de um complemento (objeto).
Esses complementos (sem preposição) são chamados de objetos diretos. Ex.: Maria comprou um livro.
“Um livro” é o complemento exigido pelo verbo. Ele não está acompanhado de preposição. “Um livro”
é o objeto direto. Note que se disséssemos: “Maria comprou.” a frase estaria incompleta, pois quem
compra, compra alguma coisa. O verbo comprar é transitivo direto.

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Transitivos Indiretos: Também não possuem sentido completo, logo precisam de um complemento,
só que desta vez este complemento é acompanhado de uma preposição. São chamados de objetos
indiretos. Ex. Gosto de filmes.
“De filmes” é o complemento exigido pelo verbo gostar, e ele está acompanhado por uma preposição
(de). Este complemento é chamado de objeto indireto. O verbo gostar é transitivo indireto

Transitivos Diretos e Indiretos: Exigem 2 complementos. Um com preposição, e outro sem. Ex. O
garoto ofereceu um livro ao colega.
O verbo oferecer é transitivo direto e indireto. Quem oferece, oferece alguma coisa a alguém. Ofereceu
alguma coisa = Um brinquedo (sem preposição). Ofereceu para alguém = ao colega (com preposição).
ao = combinação da preposição a com o artigo definido o.

Intransitivos: não possuem complemento. Ou seja, os verbos intransitivos possuem sentido completo.
Ex: “Ele morreu.” O verbo morrer tem sentido completo. Algumas vezes o verbo intransitivo pode vir
acompanhado de algum termo que indica modo, lugar, tempo, etc. Estes termos são chamados de
adjuntos adverbiais. Ex. Ele morreu dormindo. Dormindo foi a maneira, o modo que ele morreu. Dormindo
é o adjunto adverbial de modo.

Existem verbos intransitivos que precisam vir acompanhados de adjuntos adverbiais apenas para
darem um sentido completo para a frase. Ex. Moro no Rio de Janeiro.
O verbo morar é intransitivo, porém precisa do complemento “no RJ’ para que a frase tenha um sentido
completo. “No RJ” é o adj. adverbial de lugar.

Aspirar: O verbo aspirar pode ser transitivo direto ou transitivo indireto.


Transitivo direto: quando significa “sorver”, “tragar”, “inspirar” e exige complemento sem preposição.
- Ela aspirou o aroma das flores.
- Todos nós gostamos de aspirar o ar do campo.
Transitivo indireto: quando significa “pretender”, “desejar”, “almejar” e exige complemento com a
preposição “a”.
- O candidato aspirava a uma posição de destaque.
- Ela sempre aspirou a esse emprego.

Quando é transitivo indireto não admite a substituição pelos pronomes lhe(s). Devemos substituir por
“a ele(s)”, “a ela(s)”.
- Aspiras a este cargo?
- Sim, aspiro a ele. (e não “aspiro-lhe”).

Assistir: O verbo assistir pode ser transitivo indireto, transitivo direto e intransitivo.
Transitivo indireto: quando significa “ver”, “presenciar”, “caber”, “pertencer” e exige complemento com
a preposição “a”.
- Assisti a um filme. (ver)
- Ele assistiu ao jogo.
- Este direito assiste aos alunos. (caber)
Transitivo direto: quando significa “socorrer”, “ajudar” e exige complemento sem preposição.
- O médico assiste o ferido. (cuida)

Nesse caso o verbo “assistir” pode ser usado com a preposição “a”.
- Assistir ao paciente.

Intransitivo: quando significa “morar” exige a preposição “em”.


- O papa assiste no Vaticano. (no: em + o)
- Eu assisto no Rio de Janeiro.
“No Vaticano” e “no Rio de Janeiro” são adjuntos adverbiais de lugar.
Chamar: O verbo chamar pode ser transitivo direto ou transitivo indireto.
É transitivo direto quando significa “convocar”, “fazer vir” e exige complemento sem preposição.
- O professor chamou o aluno.
É transitivo indireto quando significa “invocar” e é usado com a preposição “por”.
- Ela chamava por Jesus.

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Com o sentido de “apelidar” pode exigir ou não a preposição, ou seja, pode ser transitivo direto ou
transitivo indireto.
Admite as seguintes construções:
- Chamei Pedro de bobo. (chamei-o de bobo)
- Chamei a Pedro de bobo. (chamei-lhe de bobo)
- Chamei Pedro bobo. (chamei-o bobo)
- Chamei a Pedro bobo. (chamei-lhe bobo)

Visar: Pode ser transitivo direto (sem preposição) ou transitivo indireto (com preposição).
Quando significa “dar visto” e “mirar” é transitivo direto.
- O funcionário já visou todos os cheques. (dar visto)
- O arqueiro visou o alvo e atirou. (mirar)
Quando significa “desejar”, “almejar”, “pretender”, “ter em vista” é transitivo indireto e exige a
preposição “a”.
- Muitos visavam ao cargo.
- Ele visa ao poder.
Nesse caso não admite o pronome lhe(s) e deverá ser substituído por a ele(s), a ela(s). Ou seja, não
se diz: viso-lhe.

Quando o verbo “visar” é seguido por um infinitivo, a preposição é geralmente omitida.


- Ele visava atingir o posto de comando.

Esquecer – Lembrar:
- Lembrar algo – esquecer algo
- Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronominal)
No 1º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja exigem complemento sem preposição.
- Ele esqueceu o livro.
No 2º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc.) e exigem complemento com a preposição “de”.
São, portanto, transitivos indiretos.
- Ele se esqueceu do caderno.
- Eu me esqueci da chave.
- Eles se esqueceram da prova.
- Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.

Há uma construção em que a coisa esquecida ou lembrada passa a funcionar como sujeito e o verbo
sofre leve alteração de sentido. É uma construção muito rara na língua contemporânea, porém, é fácil
encontrá-la em textos clássicos tanto brasileiros como portugueses. Machado de Assis, por exemplo, fez
uso dessa construção várias vezes.
- Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
- Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)
O verbo lembrar também pode ser transitivo direto e indireto (lembrar alguma coisa a alguém ou
alguém de alguma coisa).

Preferir: É transitivo direto e indireto, ou seja, possui um objeto direto (complemento sem preposição)
e um objeto indireto (complemento com preposição)
- Prefiro cinema a teatro.
- Prefiro passear a ver TV.
Não é correto dizer: “Prefiro cinema do que teatro”.

Simpatizar: Ambos são transitivos indiretos e exigem a preposição “com”.


- Não simpatizei com os jurados.

Querer: Pode ser transitivo direto (no sentido de “desejar”) ou transitivo indireto (no sentido de “ter
afeto”, “estimar”).
- A criança quer sorvete.
- Quero a meus pais.

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Namorar: É transitivo direto, ou seja, não admite preposição.
- Maria namora João.
Não é correto dizer: “Maria namora com João”.

Obedecer: É transitivo indireto, ou seja, exige complemento com a preposição “a” (obedecer a).
- Devemos obedecer aos pais.
Embora seja transitivo indireto, esse verbo pode ser usado na voz passiva.
- A fila não foi obedecida.

Ver: É transitivo direto, ou seja, não exige preposição.


- Ele viu o filme.

Questões

01. (IFC - Auxiliar Administrativo - IFC). Todas as alternativas estão corretas quanto ao emprego
correto da regência do verbo, EXCETO:
(A) Faço entrega em domicílio.
(B) Eles assistem o espetáculo.
(C) João gosta de frutas.
(D) Ana reside em São Paulo.
(E) Pedro aspira ao cargo de chefe.

02. Assinale a opção em que o verbo chamar é empregado com o mesmo sentido que
apresenta em __ “No dia em que o chamaram de Ubirajara, Quaresma ficou reservado, taciturno e mudo”:
(A) pelos seus feitos, chamaram-lhe o salvador da pátria;
(B) bateram à porta, chamando Rodrigo;
(C) naquele momento difícil, chamou por Deus e pelo Diabo;
(D) o chefe chamou-os para um diálogo franco;
(E) mandou chamar o médico com urgência.

03. (Consórcio Intermunicipal Grande ABC -CAIP-IMES -Procurador / 2016) A regência verbal está
correta na alternativa:
(A) Ela quer namorar com o meu irmão.
(B) Perdi a hora da entrevista porque fui à pé.
(C) Não pude fazer a prova do concurso porque era de menor.
(D) É preferível ir a pé a ir de carro.

04. Em todas as alternativas, o verbo grifado foi empregado com regência certa, exceto em:
(A) a vista de José Dias lembrou-me o que ele me dissera.
(B) estou deserto e noite, e aspiro sociedade e luz.
(C) custa-me dizer isto, mas antes peque por excesso;
(D) redobrou de intensidade, como se obedecesse a voz do mágico;
(E) quando ela morresse, eu lhe perdoaria os defeitos.

05. (UFES – UFES - Engenheiro Civil / 2015) A regência verbal está INCORRETA em:
(A) Proibiram-no de fumar.
(B) Ana comunicou sua mudança aos parentes mais íntimos.
(C) Prefiro Português a Matemática.
(D) A professora esqueceu da chave de sua casa no carro da amiga.
(E) O jovem aspira à carreira militar.

06. A regência verbal está correta em:


(A) A funcionária aspirava ao cargo de chefia.
(B) Custo a crer que ela ainda volte.
(C) Sua atitude implicará em demissão
(D) Prefiro mais trabalhar que estudar.

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07. (Prefeitura de Carlos Barbosa RS – OBJETIVA – Agente Administrativo / 2016)
(A) A prefeitura ainda atendia naquele período outras 16 crianças de cidades da região.
(B) Eles contrataram moradores da região, e nós oferecemos a escola para os filhos destes
funcionários.
(C) A prefeitura decidiu ampliar ainda mais a oferta de vagas comprando e restaurando o antigo prédio
do hospital.
(D) A menina aprendeu à mexer no teclado brincando em casa e aperfeiçoou à técnica na escola.

Respostas

01. Resposta B
A frase correta seria “Eles assistem ao espetáculo”
O verbo “assistir” causa dúvidas porque pode ser transitivo direto ou indireto. No primeiro caso não
admitirá preposição, já no segundo sim. Portanto, quando a pergunta (a quê?) for feita ao verbo, este será
transitivo indireto e quando o complemento do verbo vir de forma direta, será transitivo direto.
Veja:
a) A enfermeira assistiu o paciente. (Assistiu quem? O paciente! Ou seja, a pergunta é respondida
diretamente, sem intermediários, sem preposição)
b) João assistiu ao programa do Jô! (Assistiu a quê? Ao programa! Logo, preposição a + artigo o)

02. Resposta A
No trecho citado no enunciado da questão o verbo “chamar” foi empregado com o sentido de “apelidar
/ intitular”. O mesmo sentido do verbo foi empregado na alternativa A.

03. Resposta D
Correções:
Alternativa: Ela quer namorar o meu irmão.
Alternativa B: Perdi a hora da entrevista porque fui a pé . Não se usa crase pelo fato de pé ser palavra
masculina, e então o ‘a’ fica sendo somente preposição, sem artigo.
Alternativa C: Não pude fazer a prova do concurso porque era menor de idade.

04. Resposta B
O verbo “apirar” é utilizado no sentido de “querer / ter por objetivo”, assim, ele precisa ser procedido
pela preposição “A”.

05. Resposta D
Regência dos verbos: ESQUECER – LEMBRAR
- Lembrar algo – esquecer algo
- Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronominal)
No 1º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja exigem complemento sem preposição.

06. Resposta B
O verbo “aspirar” com o sentido de almejar é transitivo indireto e pede a preposição “A”.
Correções:
Custa-me crer; implicará demissão; prefiro trabalhar a estudar.

07. Resposta D
Não se deve usar crase antes de verbos no infinitivo.

Significação das palavras.

Significação das Palavras

Quanto à significação, as palavras são divididas nas seguintes categorias:

Sinônimos: são palavras de sentido igual ou aproximado. Exemplo:


- Alfabeto, abecedário.

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- Brado, grito, clamor.
- Extinguir, apagar, abolir, suprimir.
- Justo, certo, exato, reto, íntegro, imparcial.

Na maioria das vezes não é indiferente usar um sinônimo pelo outro. Embora irmanados pelo
sentido comum, os sinônimos diferenciam-se, entretanto, uns dos outros, por matizes de significação e
certas propriedades que o escritor não pode desconhecer. Com efeito, estes têm sentido mais amplo,
aqueles, mais restrito (animal e quadrúpede); uns são próprios da fala corrente, desataviada, vulgar,
outros, ao invés, pertencem à esfera da linguagem culta, literária, científica ou poética (orador e tribuno,
oculista e oftalmologista, cinzento e cinéreo).
A contribuição Greco-latina é responsável pela existência, em nossa língua, de numerosos pares de
sinônimos. Exemplos:
- Adversário e antagonista.
- Translúcido e diáfano.
- Semicírculo e hemiciclo.
- Contraveneno e antídoto.
- Moral e ética.
- Colóquio e diálogo.
- Transformação e metamorfose.
- Oposição e antítese.

O fato linguístico de existirem sinônimos chama-se sinonímia, palavra que também designa o
emprego de sinônimos.

Antônimos: são palavras de significação oposta. Exemplos:


- Ordem e anarquia.
- Soberba e humildade.
- Louvar e censurar.
- Mal e bem.
A antonímia pode originar-se de um prefixo de sentido oposto ou negativo. Exemplos:
bendizer/maldizer, simpático/antipático, progredir/regredir, concórdia/discórdia, explícito/implícito,
ativo/inativo, esperar/desesperar, comunista/anticomunista, simétrico/assimétrico, pré-nupcial/pós-
nupcial.

Homônimos: são palavras que têm a mesma pronúncia, e às vezes a mesma grafia, mas
significação diferente. Exemplos:
- São (sadio), são (forma do verbo ser) e são (santo).
- Aço (substantivo) e asso (verbo).

Só o contexto é que determina a significação dos homônimos. A homonímia pode ser causa de
ambiguidade, por isso é considerada uma deficiência dos idiomas.
O que chama a atenção nos homônimos é o seu aspecto fônico (som) e o gráfico (grafia). Daí
serem divididos em:
1. Homógrafos Heterofônicos: iguais na escrita e diferentes no timbre ou na intensidade das
vogais.
- Rego (substantivo) e rego (verbo).
- Colher (verbo) e colher (substantivo).
- Jogo (substantivo) e jogo (verbo).
- Apoio (verbo) e apoio (substantivo).
- Para (verbo parar) e para (preposição).
- Providência (substantivo) e providencia (verbo).
- Às (substantivo), às (contração) e as (artigo).
- Pelo (substantivo), pelo (verbo) e pelo (contração de per+o).

2. Homófonos Heterográficos: iguais na pronúncia e diferentes na escrita.


- Acender (atear, pôr fogo) e ascender (subir).
- Concertar (harmonizar) e consertar (reparar, emendar).
- Concerto (harmonia, sessão musical) e conserto (ato de consertar).
- Cegar (tornar cego) e segar (cortar, ceifar).

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- Apreçar (determinar o preço, avaliar) e apressar (acelerar).
- Cela (pequeno quarto), sela (arreio) e sela (verbo selar).
- Censo (recenseamento) e senso (juízo).
- Cerrar (fechar) e serrar (cortar).
- Paço (palácio) e passo (andar).
- Hera (trepadeira) e era (época), era (verbo).
- Caça (ato de caçar), cassa (tecido) e cassa (verbo cassar = anular).
- Cessão (ato de ceder), seção (divisão, repartição) e sessão (tempo de uma reunião ou
espetáculo).

3. Homófonos Homográficos: iguais na escrita e na pronúncia.


- Caminhada (substantivo), caminhada (verbo).
- Cedo (verbo), cedo (advérbio).
- Somem (verbo somar), somem (verbo sumir).
- Livre (adjetivo), livre (verbo livrar).
- Pomos (substantivo), pomos (verbo pôr).
- Alude (avalancha), alude (verbo aludir).

Parônimos: são palavras parecidas na escrita e na pronúncia:


coro e couro,
cesta e sesta,
eminente e iminente,
degradar e degredar,
cético e séptico,
prescrever e proscrever,
descrição e discrição,
infligir (aplicar) e infringir (transgredir),
sede (vontade de beber) e cede (verbo ceder),
comprimento e cumprimento,
deferir (conceder, dar deferimento) e diferir (ser diferente, divergir, adiar),
ratificar (confirmar) e retificar (tornar reto, corrigir),
vultoso (volumoso, muito grande: soma vultosa) e vultuoso (congestionado: rosto vultuoso).

Polissemia: Uma palavra pode ter mais de uma significação. A esse fato linguístico dá-se o nome
de polissemia. Exemplos:
- Mangueira: tubo de borracha ou plástico para regar as plantas ou apagar incêndios; árvore
frutífera; grande curral de gado.
- Pena: pluma; peça de metal para escrever; punição; dó.
- Velar: cobrir com véu; ocultar; vigiar; cuidar; relativo ao véu do palato.
Podemos citar ainda, como exemplos de palavras polissêmicas, o verbo dar e os substantivos linha
e ponto, que têm dezenas de acepções.

Sentido Próprio e Sentido Figurado: as palavras podem ser empregadas no sentido próprio ou
no sentido figurado. Exemplos:
- Construí um muro de pedra. (sentido próprio).
- Ênio tem um coração de pedra. (sentido figurado).
- As águas pingavam da torneira, (sentido próprio).
- As horas iam pingando lentamente, (sentido figurado).

Denotação e Conotação: Observe as palavras em destaque nos seguintes exemplos:


- Comprei uma correntinha de ouro.
- Fulano nadava em ouro.

No primeiro exemplo, a palavra ouro denota ou designa simplesmente o conhecido metal precioso,
tem sentido próprio, real, denotativo.
No segundo exemplo, ouro sugere ou evoca riquezas, poder, glória, luxo, ostentação; tem o sentido
conotativo, possui várias conotações (ideias associadas, sentimentos, evocações que irradiam da
palavra).

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Questões

01. (MPE/SP – Biólogo – VUNESP/2016)

McLuhan já alertava que a aldeia global resultante das mídias eletrônicas não implica
necessariamente harmonia, implica, sim, que cada participante das novas mídias terá um envolvimento
gigantesco na vida dos demais membros, que terá a chance de meter o bedelho onde bem quiser e
fazer o uso que quiser das informações que conseguir. A aclamada transparência da coisa pública
carrega consigo o risco de fim da privacidade e a superexposição de nossas pequenas ou grandes
fraquezas morais ao julgamento da comunidade de que escolhemos participar.
Não faz sentido falar de dia e noite das redes sociais, apenas em número de atualizações nas
páginas e na capacidade dos usuários de distinguir essas variações como relevantes no conjunto
virtualmente infinito das possibilidades das redes. Para achar o fio de Ariadne no labirinto das redes
sociais, os usuários precisam ter a habilidade de identificar e estimar parâmetros, aprender a extrair
informações relevantes de um conjunto finito de observações e reconhecer a organização geral da rede
de que participam.
O fluxo de informação que percorre as artérias das redes sociais é um poderoso fármaco viciante.
Um dos neologismos recentes vinculados à dependência cada vez maior dos jovens a esses
dispositivos é a “nomobofobia” (ou “pavor de ficar sem conexão no telefone celular”), descrito como a
ansiedade e o sentimento de pânico experimentados por um número crescente de pessoas quando
acaba a bateria do dispositivo móvel ou quando ficam sem conexão com a Internet. Essa informação,
como toda nova droga, ao embotar a razão e abrir os poros da sensibilidade, pode tanto ser um remédio
quanto um veneno para o espírito.
(Vinicius Romanini, Tudo azul no universo das redes. Revista USP, no 92. Adaptado)

As expressões destacadas nos trechos – meter o bedelho / estimar parâmetros / embotar a razão
– têm sinônimos adequados respectivamente em:
a) procurar / gostar de / ilustrar
b) imiscuir-se / avaliar / enfraquecer
c) interferir / propor / embrutecer
d) intrometer-se / prezar / esclarecer
e) contrapor-se / consolidar / iluminar

02. (Pref. de Itaquitinga/PE – Psicólogo – IDHTEC/2016)

A entrada dos prisioneiros foi comovedora (...) Os combatentes contemplavam-nos entristecidos.


Surpreendiam-se; comoviam-se. O arraial, in extremis, punhalhes adiante, naquele armistício transitório,
uma legião desarmada, mutilada faminta e claudicante, num assalto mais duro que o das trincheiras em
fogo. Custava-lhes admitir que toda aquela gente inútil e frágil saísse tão numerosa ainda dos casebres
bombardeados durante três meses. Contemplando-lhes os rostos baços, os arcabouços esmirrados e
sujos, cujos molambos em tiras não encobriam lanhos, escaras e escalavros – a vitória tão longamente
apetecida decaía de súbito. Repugnava aquele triunfo. Envergonhava. Era, com efeito,
contraproducente compensação a tão luxuosos gastos de combates, de reveses e de milhares de vidas,
o apresamento daquela caqueirada humana – do mesmo passo angulhenta e sinistra, entre trágica e
imunda, passando-lhes pelos olhos, num longo enxurro de carcaças e molambos...
Nem um rosto viril, nem um braço capaz de suspender uma arma, nem um peito resfolegante de
campeador domado: mulheres, sem-número de mulheres, velhas espectrais, moças envelhecidas,
velhas e moças indistintas na mesma fealdade, escaveiradas e sujas, filhos escanchados nos quadris
desnalgados, filhos encarapitados às costas, filhos suspensos aos peitos murchos, filhos arrastados
pelos braços, passando; crianças, sem-número de crianças; velhos, sem-número de velhos; raros
homens, enfermos opilados, faces túmidas e mortas, de cera, bustos dobrados, andar cambaleante.

(CUNHA, Euclides da. Os sertões: campanha de Canudos. Edição Especial. Rio de Janeiro:
Francisco Alves, 1980.)

Em qual das alternativas abaixo NÃO há um par de sinônimos?


a) Armistício – destruição
b) Claudicante – manco
c) Reveses – infortúnios

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d) Fealdade – feiura
e) Opilados – desnutridos

03. (Pref. de Lauro Muller/SC – Auxiliar Administrativo – FAEPESUL/2016)

Atento ao emprego dos Homônimos, analise as palavras sublinhadas e identifique a alternativa


CORRETA:
a) Ainda vivemos no Brasil a descriminação racial. Isso é crime!
b) Com a crise política, a renúncia já parecia eminente.
c) Descobertas as manobras fiscais, os políticos irão agora expiar seus crimes.
d) Em todos os momentos, para agir corretamente, é preciso o bom censo.
e) Prefiro macarronada com molho, mas sem estrato de tomate.

04. (Pref. de Cruzeiro/SP – Instrutor de Desenho Técnico e Mecânico – Instituto


Excelência/2016)

Assinale a alternativa em que as palavras podem servir de exemplos de parônimos:


a) Cavaleiro (Homem a cavalo) – Cavalheiro (Homem gentil).
b) São (sadio) – São (Forma reduzida de Santo).
c) Acento (sinal gráfico) – Assento (superfície onde se senta).
d) Nenhuma das alternativas.

05. (TJ/MT – Analista Judiciário – Ciências Contábeis – UFMT/2016)

Na língua portuguesa, há muitas palavras parecidas, seja no modo de falar ou no de escrever. A


palavra sessão, por exemplo, assemelha-se às palavras cessão e seção, mas cada uma apresenta
sentido diferente. Esse caso, mesmo som, grafias diferentes, denomina-se homônimo heterográfico.
Assinale a alternativa em que todas as palavras se encontram nesse caso.
a) taxa, cesta, assento
b) conserto, pleito, ótico
c) cheque, descrição, manga
d) serrar, ratificar, emergir

06. (TJ/MT – Analista Judiciário – Direito – UFMT/2016 )


A fuga dos rinocerontes
Espécie ameaçada de extinção escapa dos caçadores da maneira mais radical possível – pelo céu.

Os rinocerontes-negros estão entre os bichos mais visados da África, pois sua espécie é uma das
preferidas pelo turismo de caça. Para tentar salvar alguns dos 4.500 espécimes que ainda restam na
natureza, duas ONG ambientais apelaram para uma solução extrema: transportar os rinocerontes de
helicóptero. A ação utilizou helicópteros militares para remover 19 espécimes – com 1,4 toneladas cada
um – de seu habitat original, na província de Cabo Oriental, no sudeste da África do Sul, e transferi-los
para a província de Lampopo, no norte do país, a 1.500 quilômetros de distância, onde viverão longe
dos caçadores. Como o trajeto tem áreas inacessíveis de carro, os rinocerontes tiveram de voar por 24
quilômetros. Sedados e de olhos vendados (para evitar sustos caso acordassem), os rinocerontes foram
içados pelos tornozelos e voaram entre 10 e 20 minutos. Parece meio brutal? Os responsáveis pela
operação dizem que, além de mais eficiente para levar os paquidermes a locais de difícil acesso, o
procedimento é mais gentil.
(BADÔ, F. A fuga dos rinocerontes. Superinteressante, nº 229, 2011.)

A palavra radical pode ser empregada com várias acepções, por isso denomina-se polissêmica.
Assinale o sentido dicionarizado que é mais adequado no contexto acima.
a) Que existe intrinsecamente num indivíduo ou coisa.
b) Brusco; violento; difícil.
c) Que não é tradicional, comum ou usual.
d) Que exige destreza, perícia ou coragem.

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07. (UNESP – Assistente Administrativo I – VUNESP/2016)

O gavião

Gente olhando para o céu: não é mais disco voador. Disco voador perdeu o cartaz com tanto
satélite beirando o sol e a lua. Olhamos todos para o céu em busca de algo mais sensacional e
comovente – o gavião malvado, que mata pombas.
O centro da cidade do Rio de Janeiro retorna assim à contemplação de um drama bem antigo, e
há o partido das pombas e o partido do gavião. Os pombistas ou pombeiros (qualquer palavra é melhor
que “columbófilo”) querem matar o gavião. Os amigos deste dizem que ele não é malvado tal; na
verdade come a sua pombinha com a mesma inocência com que a pomba come seu grão de milho.
Não tomarei partido; admiro a túrgida inocência das pombas e também o lance magnífico em
que o gavião se despenca sobre uma delas. Comer pombas é, como diria Saint-Exupéry, “a verdade do
gavião”, mas matar um gavião no ar com um belo tiro pode também ser a verdade do caçador.
Que o gavião mate a pomba e o homem mate alegremente o gavião; ao homem, se não houver
outro bicho que o mate, pode lhe suceder que ele encontre seu gavião em outro homem.

(Rubem Braga. Ai de ti, Copacabana, 1999. Adaptado)

O termo gavião, destacado em sua última ocorrência no texto – … pode lhe suceder que ele
encontre seu gavião em outro homem. –, é empregado com sentido
a) próprio, equivalendo a inspiração.
b) próprio, equivalendo a conquistador.
c) figurado, equivalendo a ave de rapina.
d) figurado, equivalendo a alimento.
e) figurado, equivalendo a predador.

08. (IPSMI – Procurador – VUNESP/2016)

CONTRATEMPOS

Ele nunca entendeu o tédio, essa impressão de que existem mais horas do que coisas para se
fazer com elas. Sempre faltou tempo para tanta coisa: faltou minuto para tanta música, faltou dia para
tanto sol, faltou domingo para tanta praia, faltou noite para tanto filme, faltou ano para tanta vida.
Existem dois tipos de pessoa. As pessoas com mais coisa que tempo e as pessoas com mais
tempo que coisas para fazer com o tempo.
As pessoas com menos tempo que coisa são as que buzinam assim que o sinal fica verde, e
ficam em pé no avião esperando a porta se abrir, e empurram e atropelam as outras para entrar
primeiro no vagão do trem, e leem livros que enumeram os “livros que você tem que ler antes de
morrer” ao invés de ler diretamente os livros que você tem de ler antes de morrer.
Esse é o caso dele, que chega ao trabalho perguntando onde é a festa, e chega à festa querendo
saber onde é a próxima, e chega à próxima festa pedindo táxi para a outra, e chega à outra percebendo
que era melhor ter ficado na primeira, e quando chega a casa já está na hora de ir para o trabalho.
Ela sempre pertenceu ao segundo tipo de pessoa. Sempre teve tempo de sobra, por isso
sempre leu romances longos, e passou tardes longas vendo pela milésima vez a segunda temporada de
“Grey’s Anatomy” mas, por ter tempo demais, acabava sobrando tempo demais para se preocupar com
uma hérnia imaginária, ou para tentar fazer as pazes com pessoas que nem sabiam que estavam
brigadas com ela, ou escrever cartas longas dentro da cabeça para o ex-namorado, os pais, o país, ou
culpar o sol ou a chuva, ou comentar “e esse calor dos infernos?”, achando que a culpa é do mau tempo
quando na verdade a culpa é da sobra de tempo, porque se ela não tivesse tanto tempo não teria nem
tempo para falar do tempo.
Quando se conheceram, ele percebeu que não adiantava correr atrás do tempo porque o tempo
sempre vai correr mais rápido, e ela percebeu que às vezes é bom correr para pensar menos, e pensar
menos é uma maneira de ser feliz, e ambos perceberam que a felicidade é uma questão de tempo.
Questão de ter tempo o suficiente para ser feliz, mas não o bastante para perceber que essa felicidade
não faz o menor sentido.
(Gregório Duvivier. Folha de S. Paulo, 30.11.2015. Adaptado)

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É correto afirmar que o título do texto tem sentido
a) próprio, indicando os obstáculos que cada personagem encontra quando depara com o tempo.
b) próprio, fazendo referência às reações das pessoas às atitudes das personagens.
c) figurado, indicando que o tempo é intangível, pouco importando as consequências de subestimá-
lo.
d) figurado, indicando o contraste na maneira como as personagens se relacionam com o tempo.
e) figurado, se associado a “ele”, mas próprio, se associado a “ela”, pois se trata do tempo real.

09. (Pref. de Itaquitinga/PE – Psicólogo – IDHTEC/2016)

A entrada dos prisioneiros foi comovedora (...) Os combatentes contemplavam-nos entristecidos.


Surpreendiam-se; comoviam-se. O arraial, in extremis, punhalhes adiante, naquele armistício transitório,
uma legião desarmada, mutilada faminta e claudicante, num assalto mais duro que o das trincheiras em
fogo. Custava-lhes admitir que toda aquela gente inútil e frágil saísse tão numerosa ainda dos casebres
bombardeados durante três meses. Contemplando-lhes os rostos baços, os arcabouços esmirrados e
sujos, cujos molambos em tiras não encobriam lanhos, escaras e escalavros – a vitória tão longamente
apetecida decaía de súbito. Repugnava aquele triunfo. Envergonhava. Era, com efeito,
contraproducente compensação a tão luxuosos gastos de combates, de reveses e de milhares de vidas,
o apresamento daquela caqueirada humana – do mesmo passo angulhenta e sinistra, entre trágica e
imunda, passando-lhes pelos olhos, num longo enxurro de carcaças e molambos...
Nem um rosto viril, nem um braço capaz de suspender uma arma, nem um peito resfolegante de
campeador domado: mulheres, sem-número de mulheres, velhas espectrais, moças envelhecidas,
velhas e moças indistintas na mesma fealdade, escaveiradas e sujas, filhos escanchados nos quadris
desnalgados, filhos encarapitados às costas, filhos suspensos aos peitos murchos, filhos arrastados
pelos braços, passando; crianças, sem-número de crianças; velhos, sem-número de velhos; raros
homens, enfermos opilados, faces túmidas e mortas, de cera, bustos dobrados, andar cambaleante.

(CUNHA, Euclides da. Os sertões: campanha de Canudos. Edição Especial. Rio de Janeiro:
Francisco Alves, 1980.)

Em qual dos trechos foi empregada palavra ou expressão em sentido conotativo?


a) “A entrada dos prisioneiros foi comovedora”
b) “Nem um rosto viril, nem um braço capaz de suspender uma arma, nem um peito resfolegante...”
c) “Era, com efeito, contraproducente compensação a tão luxuosos gastos de combates...”
d) “...os arcabouços esmirrados e sujos...”
e) “faces túmidas e mortas, de cera, bustos dobrados, andar cambaleante”

10. (Pref. de Florianópolis/SC – Auxiliar de Sala – FEPESE/2016)

O termo (ou expressão) em destaque, que está empregado em seu sentido próprio, denotativo,
ocorre em:
a) Estou morta de cansada.
b) Aquela mulher fala mal de todos na vizinhança! É uma cobra.
c) Todo cuidado é pouco. As paredes têm ouvidos.
d) Reclusa desde que seu cachorrinho morreu, Filomena finalmente saiu de casa ontem.
e) Minha amiga é tão agitada! A bateria dela nunca acaba!

Respostas

01. Resposta B
Imiscuir: tomar parte em, dar opinião sobre (algo) que não lhe diz respeito; intrometer-se, interferir
Embotar: tirar ou perder o vigor; enfraquecer(-se).
02. Resposta A
Armistício é um acordo formal, segundo o qual, partes envolvidas em conflito armado concordam
em parar de lutar. Não necessariamente é o fim da guerra, uma vez que pode ser apenas um cessar-
fogo enquanto tenta-se realizar um tratado de paz.

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03. Resposta C
a) Discriminação é um substantivo feminino que significa distinguir ou diferenciar.
b) Eminente é o que se destaca por sua qualidade ou importância; excelente, superior. Iminente é
o que está prestes a acontecer.
c) Correta
d) Bom senso é um conceito usado na argumentação que está estritamente ligado às noções de
sabedoria e de razoabilidade.
e) Estrato se refere a uma camada, uma faixa. Extrato se refere, principalmente, a alguma coisa
que foi retirada de outra, ou seja, extraída de outra.

04. Resposta A
a) CORRETA. Paronímia “é a relação que se estabelece entre duas ou mais palavras que
possuem significados diferentes, mas são muito parecidas na pronúncia e na escrita, isto é, os
parônimos”.
Exemplos: Cavaleiro – cavalheiro
Absolver – absorver
Comprimento – cumprimento.

b) INCORRETA. Tais palavras são homófonas e homógrafas, ou seja, possuem grafia e


pronúncia iguais.
Outro exemplo é: Cura (verbo) e Cura (substantivo).

c) INCORRETA. Tais palavras são homófonas, ou seja, apesar de possuírem a mesma pronúncia,
são diferentes na escrita.
Outro exemplo é: cela (substantivo) e sela (verbo)

05. Resposta A
a) taxa, cesta, assento
TAXA/TACHA(verbo) - homônimo homófono
CESTA/SEXTA = homônimo homófono
ASSENTO/ACENTO = homônimo homófono
b) conserto, pleito, ótico
CONCERTO/CONSERTO = homônimo homófono
PLEITO/PREITO = parônimos (parecidas)
ÓTICO/OPTICO = Ótico: relativo aos ouvidos/Óptico: relativo aos olhos = parônimos
c) cheque, descrição, manga
CHEQUE/XEQUE = homônimos homófonos
DESCRIÇÃO/DISCRIÇÃO=parônimos
MANGA (roupa)/MANGA(fruta) = homônimos perfeitos
d) serrar, ratificar, emergir
CERRAR/SERRAR = homônimos homófonos
RATIFICAR/RETIFICAR = parônimos
EMERGIR/IMERGIR = parônimos

06. Resposta C
Polissemia: “Trata da pluralidade significativa de um mesmo vocábulo, que, a depender do
contexto, terá uma significação diversa. Em palavras mais simples: a palavra polissêmica é aquela que,
dependendo do contexto, muda de sentido (mas não muda de classe gramatical!). “A Gramática para
concursos públicos, 2º edição, 2015, p. 81)
Os rinocerontes fugiram de helicóptero, concordam que é uma maneira incomum? Não é algo que
se ver diariamente, por isso a alternativa que se encaixa melhor no contexto é a letra "c".

07. Resposta E
"Que o gavião mate a pomba e o homem mate alegremente o gavião; ao homem, se não houver
outro bicho que o mate, pode lhe suceder que ele encontre seu gavião em outro homem."

O trecho indica que na ausência de um outro predador para o homem (alguém que lhe mate - ideia
substituída no texto pela associação com o gavião, em sentido figurado), pode acontecer de ser outro
homem o responsável por tal ato.

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08. Resposta D
O contexto é determinante para que atribuamos este ou aquele sentido a uma palavra.

09. Resposta E
"face túmidas e mortas" dá o sentido figurado.

10. Resposta D
CONOTATIVO- SENTIDO FIGURADO
DENOTATIVO - sentido real (dicionário)
a) Estou morta de cansada.
b) Aquela mulher fala mal de todos na vizinhança! É uma cobra. FIGURADO
c) Todo cuidado é pouco. As paredes têm ouvidos. FIGURADO
d) Reclusa desde que seu cachorrinho morreu, Filomena finalmente saiu de casa ontem.
DENOTATIVO
e) Minha amiga é tão agitada! A bateria dela nunca acaba! FIGURADO

Redação de correspondências oficiais.

Redação Oficial

Conceito

Entende-se por Redação Oficial o conjunto de normas e práticas que devem reger a emissão dos atos
normativos e comunicações do poder público, entre seus diversos organismos ou nas relações dos órgãos
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A Redação Oficial inscreve-se na confluência de dois universos distintos: a forma rege-se pelas
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Por ser "oficial", expressão verbal dos atos do poder público, essa modalidade de redação ou de texto
subordina-se aos princípios constitucionais e administrativos aplicáveis a todos os atos da administração
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A forma e o conteúdo da Redação Oficial devem convergir na produção dos textos dessa natureza,
razão pela qual, muitas vezes, não há como separar uma do outro. Indicam-se, a seguir, alguns
pressupostos de como devem ser redigidos os textos oficiais.

Padrão culto do idioma

A redação oficial deve observar o padrão culto do idioma quanto ao léxico (seleção vocabular), à
sintaxe (estrutura gramatical das orações) e à morfologia (ortografia, acentuação gráfica etc.).
Por padrão culto do idioma deve-se entender a língua referendada pelos bons gramáticos e pelo uso
nas situações formais de comunicação. Devem-se excluir da Redagão Oficial a erudição minuciosa e os
preciosismos vocabulares que criam entraves inúteis à compreensão do significado. Não faz sentido usar
“perfunctório” em lugar de "superficial" ou "doesto" em vez de "acusação" ou "calúnia". São descabidos
também as citações em língua estrangeira e os latinismos, tão ao gosto da linguagem forense. Os
manuais de Redação Oficial, que vários órgãos têm feito publicar, são unânimes em desaconselhar a
utilização de certas formas sacramentais, protocolares e de anacronismos que ainda se leem em
documentos oficiais, como: "No dia 20 de maio, do ano de 2011 do nascimento de Nosso Senhor Jesus
Cristo", que permanecem nos registros cartorários antigos.

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Não cabem também, nos textos oficiais, coloquialismos, neologismos, regionalismos, bordões da fala
e da linguagem oral, bem como as abreviações e imagens sígnicas comuns na comunicação eletrônica.
Diferentemente dos textos escolares, epistolares, jornalísticos ou artísticos, a Redação Oficial não visa
ao efeito estético nem à originalidade. Ao contrário, impõe uniformidade, sobriedade, clareza,
objetividade, no sentido de se obter a maior compreensão possível com o mínimo de recursos expressivos
necessários. Portarias lavradas sob forma poética, sentenças e despachos escritos em versos rimados
pertencem ao “folclore” jurídico-administrativo e são práticas inaceitáveis nos textos oficiais. São também
inaceitáveis nos textos oficiais os vícios de linguagem, provocados por descuido ou ignorância, que
constituem desvios das normas da língua-padrão. Enumeram-se, a seguir, alguns desses vícios:

- Barbarismos: São desvios:


- da ortografia: “advinhar” em vez de adivinhar; “excessão” em vez de exceção.
- da pronúncia: “rúbrica” em vez de rubrica.
- da morfologia: “interviu” em vez de interveio.
- da semântica: desapercebido (sem recursos) em vez de despercebido (não percebido,
sem ser notado).
- pela utilização de estrangeirismos: galicismo (do francês): “mise-en-scène” em vez de
encenação; anglicismo (do inglês): “delivery” em vez de entrega em domicílio.

- Arcaísmos: Utilização de palavras ou expressões anacrônicas, fora de uso. Ex.: “asinha” em vez de
ligeira, depressa.

- Neologismos: Palavras novas que, apesar de formadas de acordo com o sistema morfológico da
língua, ainda não foram incorporadas pelo idioma. Ex.: “imexível” em vez de imóvel, que não se pode
mexer; “talqualmente” em vez de igualmente.

- Solecismos: São os erros de sintaxe e podem ser:


- de concordância: “sobrou” muitas vagas em vez de sobraram.
- de regência: os comerciantes visam apenas “o lucro” em vez de ao lucro.
- de colocação: “não tratava-se” de um problema sério em vez de não se tratava.

- Ambiguidade: Duplo sentido não intencional. Ex.: O desconhecido falou-me de sua mãe. (Mãe de
quem? Do desconhecido? Do interlocutor?)

- Cacófato: Som desagradável, resultante da junção de duas ou mais palavras da cadeia da frase.
Ex.: Darei um prêmio por cada eleitor que votar em mim (por cada e porcada).

- Pleonasmo: Informação desnecessariamente redundante. Exemplos: As pessoas pobres, que não


têm dinheiro, vivem na miséria; Os moralistas, que se preocupam com a moral, vivem vigiando as outras
pessoas.

A Redação Oficial supõe, como receptor, um operador linguístico dotado de um repertório vocabular e
de uma articulação verbal minimamente compatíveis com o registro médio da linguagem. Nesse sentido,
deve ser um texto neutro, sem facilitações que intentem suprir as deficiências cognitivas de leitores
precariamente alfabetizados.
Como exceção, citam-se as campanhas e comunicados destinados a públicos específicos, que fazem
uma aproximação com o registro linguístico do público-alvo. Mas esse é um campo que refoge aos
objetivos deste material, para se inserir nos domínios e técnicas da propaganda e da persuasão.
Se o texto oficial não pode e não deve baixar ao nível de compreensão de leitores precariamente
equipados quanto à linguagem, fica evidente o fato de que a alfabetização e a capacidade de apreensão
de enunciados são condições inerentes à cidadania. Ninguém é verdadeiramente cidadão se não
consegue ler e compreender o que leu. O domínio do idioma é equipamento indispensável à vida em
sociedade.

Impessoalidade e Objetividade

Ainda que possam ser subscritos por um ente público (funcionário, servidor etc.), os textos oficiais são
expressão do poder público e é em nome dele que o emissor se comunica, sempre nos termos da lei e
sobre atos nela fundamentados.

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Não cabe na Redação Oficial, portanto, a presença do “eu” enunciador, de suas impressões subjetivas,
sentimentos ou opiniões. Mesmo quando o agente público manifesta-se em primeira pessoa, em formas
verbais comuns como: declaro, resolvo, determino, nomeio, exonero etc., é nos termos da lei que ele o
faz e é em função do cargo que exerce que se identifica e se manifesta.
O que interessa é aquilo que se comunica, é o conteúdo, o objeto da informação. A impessoalidade
contribui para a necessária padronização, reduzindo a variabilidade da linguagem a certos padrões, sem
a presença destes cada texto seria suscetível de inúmeras interpretações.
Por isso, a Redação Oficial não admite adjetivação. O adjetivo, ao qualificar, exprime opinião e
evidencia um juízo de valor pessoal do emissor. São inaceitáveis também a pontuação expressiva, que
amplia a significação (! ... ), ou o emprego de interjeições (Oh! Ah!), que funcionam como índices do
envolvimento emocional do redator com aquilo que está escrevendo.
Se nos trabalhos artísticos, jornalísticos e escolares o estilo individual é estimulado e serve como
diferencial das qualidades autorais, a função pública impõe a despersonalização do sujeito, do agente
público que emite a comunicação. São inadmissíveis, portanto, as marcas individualizadoras, as ousadias
estilísticas, a linguagem metafórica ou a elíptica e alusiva. A Redação Oficial prima pela denotação, pela
sintaxe clara e pela economia vocabular, ainda que essa regularidade imponha certa "monotonia
burocrática" ao discurso.
Reafirma-se que a intermediação entre o emissor e o receptor nas Redações Oficiais é o código
linguístico, dentro do padrão culto do idioma; uma linguagem "neutra", referendada pelas gramáticas,
dicionários e pelo uso em situações formais, acima das diferenças individuais, regionais, de classes
sociais e de níveis de escolaridade.

Formalidade e Padronização

As comunicações oficiais impõem um tratamento polido e respeitoso. Na tradição ibero-americana,


afeita a títulos e a tratamentos reverentes, a autoridade pública revela sua posição hierárquica por meio
de formas e de pronomes de tratamento sacramentais. “Excelentíssimo”, “Ilustríssimo”, “Meritíssimo”,
“Reverendíssimo” são vocativos que, em algumas instâncias do poder, tornaram-se inevitáveis. Entenda-
se que essa solenidade tem por consideração o cargo, a função pública, e não a pessoa de seu exercente.
Vale lembrar que os pronomes de tratamento são obrigatoriamente regidos pela terceira pessoa. São
erros muito comuns construções como “Vossa Excelência sois bondoso(a)”; o correto é “Vossa Excelência
é bondoso(a)”.
A utilização da segunda pessoa do plural (vós), com que os textos oficiais procuravam revestir-se de
um tom solene e cerimonioso no passado, é hoje incomum, anacrônica e pedante, salvo em algumas
peças oratórias envolvendo tribunais ou juizes, herdeiras, no Brasil, da tradição retórica de Rui Barbosa
e seus seguidores.
Outro aspecto das formalidades requeridas na Redação Oficial é a necessidade prática de
padronização dos expedientes. Assim, as prescrições quanto à diagramação, espaçamento, caracteres
tipográficos etc., os modelos inevitáveis de ofício, requerimento, memorando, aviso e outros, além de
facilitar a legibilidade, servem para agilizar o andamento burocrático, os despachos e o arquivamento.
É também por essa razão que quase todos os órgãos públicos editam manuais com os modelos dos
expedientes que integram sua rotina burocrática. A Presidência da República, a Câmara dos Deputados,
o Senado, os Tribunais Superiores, enfim, os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário têm os próprios
ritos na elaboração dos textos e documentos que lhes são pertinentes.

Concisão e Clareza

Houve um tempo em que escrever bem era escrever "difícil". Períodos longos, subordinações
sucessivas, vocábulos raros, inversões sintáticas, adjetivação intensiva, enumerações, gradações,
repetições enfáticas já foram considerados virtudes estilísticas. Atualmente, a velocidade que se impõe a
tudo o que se faz, inclusive ao escrever e ao ler, tornou esses recursos quase sempre obsoletos. Hoje, a
concisão, a economia vocabular, a precisão lexical, ou seja, a eficácia do discurso, são pressupostos não
só da Redação Oficial, mas da própria literatura. Basta observar o estilo “enxuto” de Graciliano Ramos,
de Carios Drummond de Andrade, de João Cabral de Melo Neto, de Dalton Trevisan, mestres da
linguagem altamente concentrada.
Não têm mais sentido os imensos “prolegômenos” e “exórdios” que se repetiam como ladainhas nos
textos oficiais, como o exemplo risível e caricato que segue:

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“Preliminarmente, antes de mais nada, indispensável se faz que nos valhamos do ensejo para
congratularmo-nos com Vossa Excelência pela oportunidade da medida proposta à apreciação de seus
nobres pares. Mas, quem sou eu, humilde servidor público, para abordar questões de tamanha
complexidade, a respeito das quais divergem os hermeneutas e exegetas.
Entrementes, numa análise ainda que perfunctória das causas primeiras, que fundamentaram a
proposição tempestivamente encaminhada por Vossa Excelência, indispensável se faz uma abordagem
preliminar dos antecedentes imediatos, posto que estes antecedentes necessariamente antecedem os
consequentes”.

Observe que absolutamente nada foi dito ou informado.

As Comunicações Oficiais

A redação das comunicações oficiais obedece a preceitos de objetividade, concisão, clareza,


impessoalidade, formalidade, padronização e correção gramatical.
Além dessas, há outras características comuns à comunicação oficial, como o emprego de pronomes
de tratamento, o tipo de fecho (encerramento) de uma correspondência e a forma de identificação do
signatário, conforme define o Manual de Redação da Presidência da República. Outros órgãos e
instituições do poder público também possuem manual de redação próprio, como a Câmara dos
Deputados, o Senado Federal, o Ministério das Relações Exteriores, diversos governos estaduais, órgãos
do Judiciário etc.

Pronomes de Tratamento

A regra diz que toda comunicação oficial deve ser formal e polida, isto é, ajustada não apenas às
normas gramaticais, como também às normas de educação e cortesia. Para isso, é fundamental o
emprego de pronomes de tratamento, que devem ser utilizados de forma correta, de acordo com o
destinatário e as regras gramaticais.
Embora os pronomes de tratamento se refiram a segunda pessoa (Vossa Excelência, Vossa Senhoria),
a concordância é feita em terceira pessoa.

Concordância verbal:

Vossa Senhoria falou muito bem.


Vossa Excelência vai esclarecer o tema.
Vossa Majestade sabe que respeitamos sua opinião.

Concordância pronominal:

Pronomes de tratamento concordam com pronomes possessivos na terceira pessoa.


Vossa Excelência escolheu seu candidato. (e não “vosso...”).

Concordância nominal:

Os adjetivos devem concordar com o sexo da pessoa a que se refere o pronome de tratamento.
Vossa Excelência ficou confuso. (para homem)
Vossa Excelência ficou confusa. (para mulher)
Vossa Senhoria está ocupado. (para homem)
Vossa Senhoria está ocupada. (para mulher)

Sua Excelência - de quem se fala (ele/ela).


Vossa Excelência - com quem se fala (você)

Emprego dos Pronomes de Tratamento

As normas a seguir fazem parte do Manual de Redação da Presidência da República.

Vossa Excelência: É o tratamento empregado para as seguintes autoridades:

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- Do Poder Executivo - Presidente da República; Vice-presidenIe da República; Ministros de Estado;
Governadores e vice-governadores de Estado e do Distrito Federal; Oficiais generais das Forças
Armadas; Embaixadores; Secretários-executivos de Ministérios e demais ocupantes de cargos de
natureza especial; Secretários de Estado dos Governos Estaduais; Prefeitos Municipais.
- Do Poder Legislativo - Deputados Federais e Senadores; Ministro do Tribunal de Contas da União;
Deputados Estaduais e Distritais; Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; Presidentes das
Câmaras Legislativas Municipais.
- Do Poder Judiciário - Ministros dos Tribunais Superiores; Membros de Tribunais; Juizes; Auditores
da Justiça Militar.

Vocativos

O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos chefes de poder é Excelentíssimo Senhor,
seguido do cargo respectivo: Excelentíssimo Senhor Presidente da República; Excelentíssimo Senhor
Presidente do Congresso Nacional; Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal.
As demais autoridades devem ser tratadas com o vocativo Senhor ou Senhora, seguido do respectivo
cargo: Senhor Senador / Senhora Senadora; Senhor Juiz/ Senhora Juiza; Senhor Ministro / Senhora
Ministra; Senhor Governador / Senhora Governadora.

Endereçamento

De acordo com o Manual de Redação da Presidência, no envelope, o endereçamento das


comunicações dirigidas às autoridades tratadas por Vossa Excelência, deve ter a seguinte forma:

A Sua Excelência o Senhor


Fulano de Tal
Ministro de Estado da Justiça
70064-900 - Brasília. DF

A Sua Excelência o Senhor


Senador Fulano de Tal
Senado Federal
70165-900 - Brasília. DF

A Sua Excelência o Senhor


Fulano de Tal
Juiz de Direito da l0ª Vara Cível
Rua ABC, nº 123
01010-000 - São Paulo. SP

Conforme o Manual de Redação da Presidência, “em comunicações oficiais, está abolido o uso do
tratamento digníssimo (DD) às autoridades na lista anterior. A dignidade é pressuposto para que se ocupe
qualquer cargo público, sendo desnecessária sua repetida evocação”.

Vossa Senhoria: É o pronome de tratamento empregado para as demais autoridades e para


particulares. O vocativo adequado é: Senhor Fulano de Tal / Senhora Fulana de Tal.
No envelope, deve constar do endereçamento:
Ao Senhor
Fulano de Tal
Rua ABC, nº 123
70123-000 – Curitiba. PR

Conforme o Manual de Redação da Presidência, em comunicações oficiais “fica dispensado o emprego


do superlativo Ilustríssimo para as autoridades que recebem o tratamento de Vossa Senhoria e para
particulares. É suficiente o uso do pronome de tratamento Senhor. O Manual também esclarece que
“doutor não é forma de tratamento, e sim título acadêmico”. Por isso, recomenda-se empregá-lo apenas
em comunicações dirigidas a pessoas que tenham concluído curso de doutorado. No entanto, ressalva-
se que “é costume designar por doutor os bacharéis, especialmente os bacharéis em Direito e em
Medicina”.

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Vossa Magnificência: É o pronome de tratamento dirigido a reitores de universidade. Corresponde-lhe
o vocativo: Magnífico Reitor.

Vossa Santidade: É o pronome de tratamento empregado em comunicações dirigidas ao Papa. O


vocativo correspondente é: Santíssimo Padre.

Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima: São os pronomes empregados em


comunicações dirigidas a cardeais. Os vocativos correspondentes são: Eminentíssimo Senhor Cardeal,
ou Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal.

Nas comunicações oficiais para as demais autoridades eclesiásticas são usados: Vossa Excelência
Reverendíssima (para arcebispos e bispos); Vossa Reverendíssima ou Vossa Senhoria Reverendíssima
(para monsenhores, cônegos e superiores religiosos); Vossa Reverência (para sacerdotes, clérigos e
demais religiosos).

Fechos para Comunicações

De acordo com o Manual da Presidência, o fecho das comunicações oficiais “possui, além da finalidade
óbvia de arrematar o texto, a de saudar o destinatário”, ou seja, o fecho é a maneira de quem expede a
comunicação despedir-se de seu destinatário.
Até 1991, quando foi publicada a primeira edição do atual Manual de Redação da Presidência da
República, havia 15 padrões de fechos para comunicações oficiais. O Manual simplificou a lista e reduziu-
os a apenas dois para todas as modalidades de comunicação oficial. São eles:

Respeitosamente: para autoridades superiores, inclusive o presidente da República.


Atenciosamente: para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior.

“Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras, que atenderem
a rito e tradição próprios, devidamente disciplinados no Manual de Redação do Ministério das Relações
Exteriores”, diz o Manual de Redação da Presidência da República.
A utilização dos fechos “Respeitosamente” e “Atenciosamente” é recomendada para os mesmos casos
pelo Manual de Redação da Câmara dos Deputados e por outros manuais oficiais. Já os fechos para as
cartas particulares ou informais ficam a critério do remetente, com preferência para a expressão
“Cordialmente”, para encerrar a correspondência de forma polida e sucinta.

Identificação do Signatário

Conforme o Manual de Redação da Presidência do República, com exceção das comunicações


assinadas pelo presidente da República, em todas as comunicações oficiais devem constar o nome e o
cargo da autoridade que as expede, abaixo de sua assinatura. A forma da identificação deve ser a
seguinte:

(espaço para assinatura)


Nome
Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República

(espaço para assinatura)


Nome
Ministro de Estado da Justiça

“Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura em página isolada do expediente.
Transfira para essa página ao menos a última frase anterior ao fecho”, alerta o Manual.

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Padrões e Modelos

O Padrão Ofício

O Manual de Redação da Presidência da República lista três tipos de expediente que, embora tenham
finalidades diferentes, possuem formas semelhantes: Ofício, Aviso e Memorando. A diagramação
proposta para esses expedientes é denominada padrão ofício.
O Ofício, o Aviso e o Memorando devem conter as seguintes partes:

- Tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão que o expede. Exemplos:

Of. 123/2002-MME
Aviso 123/2002-SG
Mem. 123/2002-MF

- Local e data. Devem vir por extenso com alinhamento à direita. Exemplo:

Brasília, 20 de maio de 2011

- Assunto. Resumo do teor do documento. Exemplos:

Assunto: Produtividade do órgão em 2010.


Assunto: Necessidade de aquisição de novos computadores.
- Destinatário. O nome e o cargo da pessoa a quem é dirigida a comunicação. No caso do ofício, deve
ser incluído também o endereço.

- Texto. Nos casos em que não for de mero encaminhamento de documentos, o expediente deve
conter a seguinte estrutura:

Introdução: que se confunde com o parágrafo de abertura, na qual é apresentado o assunto que
motiva a comunicação. Evite o uso das formas: “Tenho a honra de”, “Tenho o prazer de”, “Cumpre-me
informar que”, empregue a forma direta;
Desenvolvimento: no qual o assunto é detalhado; se o texto contiver mais de uma ideia sobre o
assunto, elas devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que confere maior clareza à exposição;
Conclusão: em que é reafirmada ou simplesmente reapresentada a posição recomendada sobre o
assunto.

Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto nos casos em que estes estejam organizados
em itens ou títulos e subtítulos.

Quando se tratar de mero encaminhamento de documentos, a estrutura deve ser a seguinte:

Introdução: deve iniciar com referência ao expediente que solicitou o encaminhamento. Se a remessa
do documento não tiver sido solicitada, deve iniciar com a informação do motivo da comunicação, que é
encaminhar, indicando a seguir os dados completos do documento encaminhado (tipo, data, origem ou
signatário, e assunto de que trata), e a razão pela qual está sendo encaminhado, segundo a seguinte
fórmula:

“Em resposta ao Aviso nº 112, de 10 de fevereiro de 2011, encaminho, anexa, cópia do Ofício nº 34,
de 3 de abril de 2010, do Departamento Geral de Administração, que trata da requisição do servidor
Fulano de Tal.”

ou

“Encaminho, para exame e pronunciamento, a anexa cópia do telegrama nº 112, de 11 de fevereiro de


2011, do Presidente da Confederação Nacional de Agricultura, a respeito de projeto de modernização de
técnicas agrícolas na região Nordeste.”

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Desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer algum comentário a respeito do
documento que encaminha, poderá acrescentar parágrafos de desenvolvimento; em caso contrário, não
há parágrafos de desenvolvimento em aviso ou ofício de mero encaminhamento.

- Fecho.
- Assinatura.
- Identificação do Signatário

Forma de Diagramação

Os documentos do padrão ofício devem obedecer à seguinte forma de apresentação:

- deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo 12 no texto em geral, 11 nas citações, e
10 nas notas de rodapé;
- para símbolos não existentes na fonte Times New Roman, poder-se-ão utilizar as fontes symbol e
Wíngdings;
- é obrigatório constar a partir da segunda página o número da página;
- os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser impressos em ambas as faces do papel. Neste
caso, as margens esquerda e direita terão as distâncias invertidas nas páginas pares (“margem espelho”);
- o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de distância da margem esquerda;
- o campo destinado à margem lateral esquerda terá no mínimo 3,0 cm de largura;
- o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm;
- deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e de 6 pontos após cada parágrafo, ou, se o
editor de texto utilizado não comportar tal recurso, de uma linha em branco;
- não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra,
relevo, bordas ou qualquer outra forma de formatação que afete a elegância e a sobriedade do
documento;
- a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em papel branco. A impressão colorida deve ser
usada apenas para gráficos e ilustrações;
- todos os tipos de documento do padrão ofício devem ser impressos em papel de tamanho A-4, ou
seja, 29,7 x 21,0 cm;
- deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de arquivo Rich Text nos documentos de texto;
- dentro do possível, todos os documentos elaborados devem ter o arquivo de texto preservado para
consulta posterior ou aproveitamento de trechos para casos análogos;
- para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser formados da seguinte maneira: tipo do
documento + número do documento + palavras-chave do conteúdo. Exemplo:

“Of. 123 - relatório produtividade ano 2010”

Aviso e Ofício (Comunicação Externa)

São modalidades de comunicação oficial praticamente idênticas. A única diferença entre eles é que o
aviso é expedido exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades de mesma hierarquia, ao
passo que o ofício é expedido para e pelas demais autoridades. Ambos têm como finalidade o tratamento
de assuntos oficiais pelos órgãos da Administração Pública entre si e, no caso do ofício, também com
particulares.
Quanto a sua forma, Aviso e Ofício seguem o modelo do padrão ofício, com acréscimo do vocativo,
que invoca o destinatário, seguido de vírgula. Exemplos:

Excelentíssimo Senhor Presidente da República,


Senhora Ministra,
Senhor Chefe de Gabinete,

Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as seguintes informações do remetente:


- nome do órgão ou setor;
- endereço postal;
- telefone e endereço de correio eletrônico.

Obs: Modelo no final da matéria.

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Memorando ou Comunicação Interna

O Memorando é a modalidade de comunicação entre unidades administrativas de um mesmo órgão,


que podem estar hierarquicamente em mesmo nível ou em nível diferente. Trata-se, portanto, de uma
forma de comunicação eminentemente interna.
Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser empregado para a exposição de projetos, ideias,
diretrizes etc. a serem adotados por determinado setor do serviço público.
Sua característica principal é a agilidade. A tramitação do memorando em qualquer órgão deve pautar--
se pela rapidez e pela simplicidade de procedimentos burocráticos. Para evitar desnecessário aumento
do número de comunicações, os despachos ao memorando devem ser dados no próprio documento e,
no caso de falta de espaço, em folha de continuação. Esse procedimento permite formar uma espécie de
processo simplificado, assegurando maior transparência a tomada de decisões, e permitindo que se
historie o andamento da matéria tratada no memorando.
Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do padrão ofício, com a diferença de que seu
destinatário deve ser mencionado pelo cargo que ocupa. Exemplos:

Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração


Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos.

Obs: Modelo no final da matéria.

Exposição de Motivos

É o expediente dirigido ao presidente da República ou ao vice-presidente para:


- informá-lo de determinado assunto;
- propor alguma medida; ou
- submeter a sua consideração projeto de ato normativo.

Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presidente da República por um Ministro de Estado.


Nos casos em que o assunto tratado envolva mais de um Ministério, a exposição de motivos deverá ser
assinada por todos os Ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada de interministerial.
Formalmente a exposição de motivos tem a apresentação do padrão ofício. De acordo com sua
finalidade, apresenta duas formas básicas de estrutura: uma para aquela que tenha caráter
exclusivamente informativo e outra para a que proponha alguma medida ou submeta projeto de ato
normativo.
No primeiro caso, o da exposição de motivos que simplesmente leva algum assunto ao conhecimento
do Presidente da República, sua estrutura segue o modelo antes referido para o padrão ofício.
Já a exposição de motivos que submeta à consideração do Presidente da República a sugestão de
alguma medida a ser adotada ou a que lhe apresente projeto de ato normativo, embora sigam também a
estrutura do padrão ofício, além de outros comentários julgados pertinentes por seu autor, devem,
obrigatoriamente, apontar:
- na introdução: o problema que está a reclamar a adoção da medida ou do ato normativo proposto;
- no desenvolvimento: o porquê de ser aquela medida ou aquele ato normativo o ideal para se
solucionar o problema, e eventuais alternativas existentes para equacioná-lo;
- na conclusão, novamente, qual medida deve ser tomada, ou qual ato normativo deve ser editado
para solucionar o problema.

Deve, ainda, trazer apenso o formulário de anexo à exposição de motivos, devidamente preenchido,
de acordo com o seguinte modelo previsto no Anexo II do Decreto nº 4.1760, de 28 de março de 2010.
Anexo à exposição de motivos do (indicar nome do Ministério ou órgão equivalente) nº ______, de
____ de ______________ de 201_.

- Síntese do problema ou da situação que reclama providências;


- Soluções e providências contidas no ato normativo ou na medida proposta;
- Alternativas existentes às medidas propostas. Mencionar:
- se há outro projeto do Executivo sobre a matéria;
- se há projetos sobre a matéria no Legislativo;
- outras possibilidades de resolução do problema.
- Custos. Mencionar:

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- se a despesa decorrente da medida está prevista na lei orçamentária anual; se não, quais as
alternativas para custeá-la;
- valor a ser despendido em moeda corrente;
- Razões que justificam a urgência (a ser preenchido somente se o ato proposto for medida provisória
ou projeto de lei que deva tramitar em regime de urgência). Mencionar:
- se o problema configura calamidade pública;
- por que é indispensável a vigência imediata;
- se se trata de problema cuja causa ou agravamento não tenham sido previstos;
- se se trata de desenvolvimento extraordinário de situação já prevista.
- Impacto sobre o meio ambiente (somente que o ato ou medida proposta possa vir a tê-lo)
- Alterações propostas. Texto atual, Texto proposto;
- Síntese do parecer do órgão jurídico.

Com base em avaliação do ato normativo ou da medida proposa à luz das questões levantadas no
ítem 10.4.3.
A falta ou insuficiência das informações prestadas pode acarretar, a critério da Subchefia para
Assuntos Jurídicos da Casa Civil, a devolução do projeto de ato normativo para que se complete o exame
ou se reformule a proposta.
O preenchimento obrigatório do anexo para as exposições de motivos que proponham a adoção de
alguma medida ou a edição de ato normativo tem como finalidade:
- permitir a adequada reflexão sobre o problema que se busca resolver;
- ensejar mais profunda avaliação das diversas causas do problema e dos defeitos que pode ter a
adoção da medida ou a edição do ato, em consonância com as questões que devem ser analisadas na
elaboração de proposições normativas no âmbito do Poder Executivo (v. 10.4.3.)
- conferir perfeita transparência aos atos propostos.

Dessa forma, ao atender às questões que devem ser analisadas na elaboração de atos normativos no
âmbito do Poder Executivo, o texto da exposição de motivos e seu anexo complementam-se e formam
um todo coeso: no anexo, encontramos uma avaliação profunda e direta de toda a situação que está a
reclamar a adoção de certa providência ou a edição de um ato normativo; o problema a ser enfrentado e
suas causas; a solução que se propõe, seus efeitos e seus custos; e as alternativas existentes. O texto
da exposição de motivos fica, assim, reservado à demonstração da necessidade da providência proposta:
por que deve ser adotada e como resolverá o problema.
Nos casos em que o ato proposto for questão de pessoal (nomeação, promoção, ascenção,
transferência, readaptação, reversão, aproveitamento, reintegração, recondução, remoção, exoneração,
demissão, dispensa, disponibilidade, aposentadoria), não é necessário o encaminhamento do formulário
de anexo à exposição de motivos. Ressalte-se que:
- a síntese do parecer do órgão de assessoramento jurídico não dispensa o encaminhamento do
parecer completo;
- o tamanho dos campos do anexo à exposição de motivos pode ser alterado de acordo com a maior
ou menor extensão dos comentários a serem alí incluídos.

Ao elaborar uma exposição de motivos, tenha presente que a atenção aos requisitos básicos da
Redação Oficial (clareza, concisão, impessoalidade, formalidade, padronização e uso do padrão culto de
linguagem) deve ser redobrada. A exposição de motivos é a principal modalidade de comunicação
dirigida ao Presidente da República pelos Ministros. Além disso, pode, em certos casos, ser encaminhada
cópia ao Congresso Nacional ou ao Poder Judiciário ou, ainda, ser publicada no Diário Oficial da União,
no todo ou em parte.

Mensagem

É o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos Poderes Públicos, notadamente as


mensagens enviadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar sobre fato da
Administração Pública; expor o plano de governo por ocasião da abertura de sessão legislativa; submeter
ao Congresso Nacional matérias que dependem de deliberação de suas Casas; apresentar veto; enfim,
fazer e agradecer comunicações de tudo quanto seja de interesse dos poderes públicos e da Nação.
Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos Ministérios à Presidência da República, a cujas
assessorias caberá a redação final.
As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Congresso Nacional têm as seguintes finalidades:

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1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
- Encaminhamento de projeto de lei ordinária, complementar ou financeira: Os projetos de lei
ordinária ou complementar são enviados em regime normal (Constituição, art. 61) ou de urgência
(Constituição, art. 64, §§ 1º a 4º). Cabe lembrar que o projeto pode ser encaminhado sob o regime normal
e mais tarde ser objeto de nova mensagem, com solicitação de urgência.
Em ambos os casos, a mensagem se dirige aos Membros do Congresso Nacional, mas é encaminhada
com aviso do Chefe da Casa Civil da Presidência da República ao Primeiro Secretário da Câmara dos
Deputados, para que tenha início sua tramitação (Constituição, art. 64, caput).
Quanto aos projetos de lei financeira (que compreendem plano plurianual, diretrizes orçamentárias,
orçamentos anuais e créditos adicionais), as mensagens de encaminhamento dirigem-se aos membros
do Congresso Nacional, e os respectivos avisos são endereçados ao Primeiro Secretário do Senado
Federal. A razão é que o art. 166 da Constituição impõe a deliberação congressual sobre as leis
financeiras em sessão conjunta, mais precisamente, “na forma do regimento comum”. E à frente da Mesa
do Congresso Nacional está o Presidente do Senado Federal (Constituição, art. 57, § 5º), que comanda
as sessões conjuntas.
As mensagens aqui tratadas coroam o processo desenvolvido no âmbito do Poder Executivo, que
abrange minucioso exame técnico, jurídico e econômico-financeiro das matérias objeto das proposições
por elas encaminhadas.
Tais exames materializam-se em pareceres dos diversos órgãos interessados no assunto das
proposições, entre eles o da Advocacia Geral da União. Mas, na origem das propostas, as análises
necessárias constam da exposição de motivos do órgão onde se geraram, exposição que acompanhará,
por cópia, a mensagem de encaminhamento ao Congresso.

- Encaminhamento de medida provisória: Para dar cumprimento ao disposto no art. 62 da


Constituição, o Presidente da República encaminha mensagem ao Congresso, dirigida a seus membros,
com aviso para o Primeiro Secretário do Senado Federal, juntando cópia da medida provisória,
autenticada pela Coordenação de Documentação da Presidência da República.

- Indicação de autoridades: As mensagens que submetem ao Senado Federal a indicação de


pessoas para ocuparem determinados cargos (magistrados dos Tribunais Superiores, Ministros do TCU,
Presidentes e diretores do Banco Central, Procurador-Geral da República, Chefes de Missão Diplomática
etc.) têm em vista que a Constituição, no seu art. 52, incisos III e IV, atribui àquela Casa do Congresso
Nacional competência privativa para aprovar a indicação. O currículum vitae do indicado, devidamente
assinado, acompanha a mensagem.

- Pedido de autorização para o presidente ou o vice-presidente da República se ausentar do


País por mais de 15 dias: Trata-se de exigência constitucional (Constituição, art. 49, III, e 83), e a
autorização é da competência privativa do Congresso Nacional.
O presidente da República, tradicionalmente, por cortesia, quando a ausência é por prazo inferior a 15
dias, faz uma comunicação a cada Casa do Congresso, enviando-lhes mensagens idênticas.

- Encaminhamento de atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e


TV: A obrigação de submeter tais atos à apreciagão do Congresso Nacional consta no inciso XII do artigo
49 da Constituição. Somente produzirão efeitos legais a outorga ou renovação da concessão após
deliberação do Congresso Nacional (Constituição, art. 223, § 3º). Descabe pedir na mensagem a urgência
prevista no art. 64 da Constituição, porquanto o § 1º do art. 223 já define o prazo da tramitação.
Além do ato de outorga ou renovação, acompanha a mensagem o correspondente processo
administrativo.

- Encaminhamento das contas referentes ao exercício anterior: O Presidente da República tem o


prazo de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa para enviar ao Congresso Nacional as
contas referentes ao exercício anterior (Constituição, art. 84, XXIV), para exame e parecer da Comissão
Mista permanente (Constituição, art. 166, § 1º), sob pena de a Câmara dos Deputados realizar a tomada
de contas (Constituição, art. 51, II), em procedimento disciplinado no art. 215 do seu Regimento Interno.

- Mensagem de abertura da sessão legislativa: Ela deve conter o plano de governo, exposição sobre
a situação do País e solicitação de providências que julgar necessárias (Constituição, art. 84, XI).
O portador da mensagem é o Chefe da Casa Civil da Presidência da República. Esta mensagem difere
das demais porque vai encadernada e é distribuída a todos os congressistas em forma de livro.

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1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
- Comunicação de sanção (com restituição de autógrafos): Esta mensagem é dirigida aos
membros do Congresso Nacional, encaminhada por Aviso ao Primeiro Secretário da Casa onde se
originaram os autógrafos. Nela se informa o número que tomou a lei e se restituem dois exemplares dos
três autógrafos recebidos, nos quais o Presidente da República terá aposto o despacho de sanção.

- Comunicação de veto: Dirigida ao Presidente do Senado Federal (Constituição, art. 66, § 1º), a
mensagem informa sobre a decisão de vetar, se o veto é parcial, quais as disposições vetadas, e as
razões do veto. Seu texto vai publicado na íntegra no Diário Oficial da União, ao contrário das demais
mensagens, cuja publicação se restringe à notícia do seu envio ao Poder Legislativo.

- Outras mensagens: Também são remetidas ao Legislativo com regular frequência mensagens com:
- encaminhamento de atos internacionais que acarretam encargos ou compromissos gravosos
(Constituição, art. 49, I);
- pedido de estabelecimento de alíquolas aplicáveis às operações e prestações interestaduais e de
exportação (Constituição, art. 155, § 2º, IV);
- proposta de fixação de limites globais para o montante da dívida consolidada (Constituição, art. 52,
VI);
- pedido de autorização para operações financeiras externas (Constituição, art. 52, V); e outros.

Entre as mensagens menos comuns estão as de:


- convocação extraordinária do Congresso Nacional (Constituição, art. 57, § 6º);
- pedido de autorização para exonerar o Procurador-Geral da República (art. 52, XI, e 128, § 2º);
- pedido de autorização para declarar guerra e decretar mobilização nacional (Constituição, art. 84,
XIX);
- pedido de autorização ou referendo para celebrar a paz (Constituição, art. 84, XX);
- justificativa para decretação do estado de defesa ou de sua prorrogação (Constituição, art. 136, § 4º);
- pedido de autorização para decretar o estado de sítio (Constituição, art. 137);
- relato das medidas praticadas na vigência do estado de sítio ou de defesa (Constituição, art. 141,
parágrafo único);
- proposta de modificação de projetos de leis financeiras (Constituição, art. 166, § 5º);
- pedido de autorização para utilizar recursos que ficarem sem despesas correspondentes, em
decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual (Constituição, art. 166, §
8º);
- pedido de autorização para alienar ou conceder terras públicas com área superior a 2.500 ha
(Constituição, art. 188, § 1º); etc.

As mensagens contêm:
- a indicação do tipo de expediente e de seu número, horizontalmente, no início da margem esquerda:

Mensagem nº

- vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo do destinatário, horizontalmente, no


início da margem esquerda:

Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal,

- o texto, iniciando a 2 cm do vocativo;


- o local e a data, verticalmente a 2 cm do final do texto, e horizontalmente fazendo coincidir seu final
com a margem direita. A mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente da República, não
traz identificação de seu signatário.

Obs: Modelo no final da matéria.

Telegrama

Com o fito de uniformizar a terminologia e simplificar os procedimentos burocráticos, passa a receber


o título de telegrama toda comunicação oficial expedida por meio de telegrafia, telex etc. Por se tratar de
forma de comunicação dispendiosa aos cofres públicos e tecnologicamente superada, deve restringir-se

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1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
o uso do telegrama apenas àquelas situações que não seja possível o uso de correio eletrônico ou fax e
que a urgência justifique sua utilização e, também em razão de seu custo elevado, esta forma de
comunicação deve pautar-se pela concisão.
Não há padrão rígido, devendo-se seguir a forma e a estrutura dos formulários disponíveis nas
agências dos Correios e em seu sítio na Internet.

Obs: Modelo no final da matéria.

Fax

O fax (forma abreviada já consagrada de fac-símile) é uma forma de comunicação que está sendo
menos usada devido ao desenvolvimento da Internet. É utilizado para a transmissão de mensagens
urgentes e para o envio antecipado de documentos, de cujo conhecimento há premência, quando não há
condições de envio do documento por meio eletrônico. Quando necessário o original, ele segue
posteriormente pela via e na forma de praxe.
Se necessário o arquivamento, deve-se fazê-lo com cópia xerox do fax e não com o próprio fax, cujo
papel, em certos modelos, se deteriora rapidamente.
Os documentos enviados por fax mantêm a forma e a estrutura que lhes são inerentes. É conveniente
o envio, juntamente com o documento principal, de folha de rosto, isto é, de pequeno formulário com os
dados de identificação da mensagem a ser enviada.

Correio Eletrônico

O correio eletrônico (“e-mail”), por seu baixo custo e celeridade, transformou-se na principal forma de
comunicação para transmissão de documentos.
Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não interessa definir
forma rígida para sua estrutura. Entretanto, deve-se evitar o uso de linguagem incompatível com uma
comunicação oficial.
O campo assunto do formulário de correio eletrônico mensagem deve ser preenchido de modo a
facilitar a organização documental tanto do destinatário quanto do remetente.
Para os arquivos anexados à mensagem deve ser utilizado, preferencialmente, o formato Rich Text. A
mensagem que encaminha algum arquivo deve trazer informações mínimas sobre seu conteúdo.
Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de confirmação de leitura. Caso não seja disponível,
deve constar da mensagem pedido de confirmação de recebimento.
Nos termos da legislação em vigor, para que a mensagem de correio eletrônico tenha valor
documental, isto é, para que possa ser aceita como documento original, é necessário existir certificação
digital que ateste a identidade do remetente, na forma estabelecida em lei.

Apostila

É o aditamento que se faz a um documento com o objetivo de retificação, atualização, esclarecimento


ou fixar vantagens, evitando-se assim a expedição de um novo título ou documento. Estrutura:
- Título: APOSTILA, centralizado.
- Texto: exposição sucinta da retificação, esclarecimento, atualização ou fixação da vantagem, com a
menção, se for o caso, onde o documento foi publicado.
- Local e data.
- Assinatura: nome e função ou cargo da autoridade que constatou a necessidade de efetuar a apostila.

Não deve receber numeração, sendo que, em caso de documento arquivado, a apostila deve ser feita
abaixo dos textos ou no verso do documento.
Em caso de publicação do ato administrativo originário, a apostila deve ser publicada com a menção
expressa do ato, número, dia, página e no mesmo meio de comunicaçao oficial no qual o ato
administrativo foi originalmente publicado, a fim de que se preserve a data de validade.

Obs: Modelo no final da matéria.

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1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
ATA

É o instrumento utilizado para o registro expositivo dos fatos e deliberações ocorridos em uma reunião,
sessão ou assembleia. Estrutura:
- Título - ATA. Em se tratando de atas elaboradas sequencialmente, indicar o respectivo número da
reunião ou sessão, em caixa-alta.
- Texto, incluindo: Preâmbulo - registro da situação espacial e temporal e participantes; Registro dos
assuntos abordados e de suas decisões, com indicação das personalidades envolvidas, se for o caso;
Fecho - termo de encerramento com indicação, se necessário, do redator, do horário de encerramento,
de convocação de nova reunião etc.
A ATA será assinada e/ou rubricada por todos os presentes à reunião ou apenas pelo presidente e
relator, dependendo das exigências regimentais do órgão.
A fim de se evitarem rasuras nas atas manuscritas, deve-se, em caso de erro, utilizar o termo “digo”,
seguido da informação correta a ser registrada. No caso de omissão de informações ou de erros
constatados após a redação, usa-se a expressão “Em tempo” ao final da ATA, com o registro das
informações corretas.

Obs: Modelo no final da matéria.

Carta

É a forma de correspondência emitida por particular, ou autoridade com objetivo particular, não se
confundindo com o memorando (correspondência interna) ou o ofício (correspondência externa), nos
quais a autoridade que assina expressa uma opinião ou dá uma informação não sua, mas, sim, do órgão
pelo qual responde. Em grande parte dos casos da correspondência enviada por deputados, deve-se usar
a carta, não o memorando ou ofício, por estar o parlamentar emitindo parecer, opinião ou informação de
sua responsabilidade, e não especificamente da Câmara dos Deputados. O parlamentar deverá assinar
memorando ou ofício apenas como titular de função oficial específica (presidente de comissão ou membro
da Mesa, por exemplo). Estrutura:
- Local e data.
- Endereçamento, com forma de tratamento, destinatário, cargo e endereço.
- Vocativo.
- Texto.
- Fecho.
- Assinatura: nome e, quando necessário, função ou cargo.

Se o gabinete usar cartas com frequência, poderá numerá-las. Nesse caso, a numeração poderá
apoiar-se no padrão básico de diagramação.
O fecho da carta segue, em geral, o padrão da correspondência oficial, mas outros fechos podem ser
usados, a exemplo de “Cordialmente”, quando se deseja indicar relação de proximidade ou igualdade de
posição entre os correspondentes.

Obs: Modelo no final da matéria.

Declaração

É o documento em que se informa, sob responsabilidade, algo sobre pessoa ou acontecimento.


Estrutura:
- Título: DECLARAÇÃO, centralizado.
- Texto: exposição do fato ou situação declarada, com finalidade, nome do interessado em destaque
(em maiúsculas) e sua relação com a Câmara nos casos mais formais.
- Local e data.
- Assinatura: nome da pessoa que declara e, no caso de autoridade, função ou cargo.

A declaração documenta uma informação prestada por autoridade ou particular. No caso de


autoridade, a comprovação do fato ou o conhecimento da situação declarada deve ser em razão do cargo
que ocupa ou da função que exerce.
Declarações que possuam características específicas podem receber uma qualificação, a exemplo da
“declaração funcional”.

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1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Obs: Modelo no final da matéria.

Despacho

É o pronunciamento de autoridade administrativa em petição que lhe é dirigida, ou ato relativo ao


andamento do processo. Pode ter caráter decisório ou apenas de expediente. Estrutura:
- Nome do órgão principal e secundário.
- Número do processo.
- Data.
- Texto.
- Assinatura e função ou cargo da autoridade.

O despacho pode constituir-se de uma palavra, de uma expressão ou de um texto mais longo.

Obs: Modelo no final da matéria.

Ordem de Serviço

É o instrumento que encerra orientações detalhadas e/ou pontuais para a execução de serviços por
órgãos subordinados da Administração. Estrutura:
- Título: ORDEM DE SERVIÇO, numeração e data.
- Preâmbulo e fundamentação: denominação da autoridade que expede o ato (em maiúsculas) e
citação da legislação pertinente ou por força das prerrogativas do cargo, seguida da palavra “resolve”.
- Texto: desenvolvimento do assunto, que pode ser dividido em itens, incisos, alíneas etc.
- Assinatura: nome da autoridade competente e indicação da função.

A Ordem de Serviço se assemelha à Portaria, porém possui caráter mais específico e detalhista.
Objetiva, essencialmente, a otimização e a racionalização de serviços.

Obs: Modelo no final da matéria.

Parecer

É a opinião fundamentada, emitida em nome pessoal ou de órgão administrativo, sobre tema que lhe
haja sido submetido para análise e competente pronunciamento. Visa fornecer subsídios para tomada de
decisão. Estrutura:
- Número de ordem (quando necessário).
- Número do processo de origem.
- Ementa (resumo do assunto).
- Texto, compreendendo: Histórico ou relatório (introdução); Parecer (desenvolvimento com razões e
justificativas); Fecho opinativo (conclusão).
- Local e data.
- Assinatura, nome e função ou cargo do parecerista.
Além do Parecer Administrativo, acima conceituado, existe o Parecer Legislativo, que é uma
proposição, e, como tal, definido no art. 126 do Regimento Interno da Câmara dos Deputados.
O desenvolvimento do parecer pode ser dividido em tantos itens (e estes intitulados) quantos bastem
ao parecerista para o fim de melhor organizar o assunto, imprimindo-lhe clareza e didatismo.

Obs: Modelo no final da matéria.

Portaria

É o ato administrativo pelo qual a autoridade estabelece regras, baixa instruções para aplicação de
leis ou trata da organização e do funcionamento de serviços dentro de sua esfera de competência.
Estrutura:
- Título: PORTARIA, numeração e data.
- Ementa: síntese do assunto.
- Preâmbulo e fundamentação: denominação da autoridade que expede o ato e citação da legislação
pertinente, seguida da palavra “resolve”.

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1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
- Texto: desenvolvimento do assunto, que pode ser dividido em artigos, parágrafos, incisos, alíneas e
itens.
- Assinatura: nome da autoridade competente e indicação do cargo.

Certas portarias contêm considerandos, com as razões que justificam o ato. Neste caso, a palavra
“resolve” vem depois deles.
A ementa justifica-se em portarias de natureza normativa.
Em portarias de matéria rotineira, como nos casos de nomeação e exoneração, por exemplo, suprime-
se a ementa.

Obs: Modelo no final da matéria.

Relatório

É o relato exposilivo, detalhado ou não, do funcionamento de uma instituição, do exercício de


atividades ou acerca do desenvolvimento de serviços específicos num determinado período. Estrutura:
- Título - RELATÓRIO ou RELATÓRIO DE...
- Texto - registro em tópicos das principais atividades desenvolvidas, podendo ser indicados os
resultados parciais e totais, com destaque, se for o caso, para os aspectos positivos e negativos do
período abrangido. O cronograma de trabalho a ser desenvolvido, os quadros, os dados estatísticos e as
tabelas poderão ser apresentados como anexos.
- Local e data.
- Assinatura e função ou cargo do(s) funcionário(s) relator(es).

No caso de Relatório de Viagem, aconselha-se registrar uma descrição sucinta da participação do


servidor no evento (seminário, curso, missão oficial e outras), indicando o período e o trecho
compreendido. Sempre que possível, o Relatório de Viagem deverá ser elaborado com vistas ao
aproveitamento efetivo das informações tratadas no evento para os trabalhos legislativos e
administrativos da Casa.
Quanto à elaboração de Relatório de Atividades, deve-se atentar para os seguintes procedimentos:
- abster-se de transcrever a competência formal das unidades administrativas já descritas nas normas
internas;
- relatar apenas as principais atividades do órgão;
- evitar o detalhamento excessivo das tarefas executadas pelas unidades administrativas que lhe são
subordinadas;
- priorizar a apresentação de dados agregados, grandes metas realizadas e problemas abrangentes
que foram solucionados;
- destacar propostas que não puderam ser concretizadas, identificando as causas e indicando as
prioridades para os próximos anos;
- gerar um relatório final consolidado, limitado, se possível, ao máximo de dez páginas para o conjunto
da Diretoria, Departamento ou unidade equivalente.

Obs: Modelo no final da matéria.


Requerimento (Petição)

É o instrumento por meio do qual o interessado requer a uma autoridade administrativa um direito do
qual se julga detentor. Estrutura:
- Vocativo, cargo ou função (e nome do destinatário), ou seja, da autoridade competente.
- Texto incluindo: Preâmbulo, contendo nome do requerente (grafado em letras maiúsculas) e
respectiva qualificação: nacionalidade, estado civil, profissão, documento de identidade, idade (se maior
de 60 anos, para fins de preferência na tramitação do processo, segundo a Lei 10.741/03), e domicílio
(caso o requerente seja servidor da Câmara dos Deputados, precedendo à qualificação civil deve ser
colocado o número do registro funcional e a lotação); Exposição do pedido, de preferência indicando os
fundamentos legais do requerimento e os elementos probatórios de natureza fática.
- Fecho: “Nestes termos, Pede deferimento”.
- Local e data.
- Assinatura e, se for o caso de servidor, função ou cargo.

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1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Quando mais de uma pessoa fizer uma solicitação, reivindicação ou manifestação, o documento
utilizado será um abaixo-assinado, com estrutura semelhante à do requerimento, devendo haver
identificação das assinaturas.
A Constituição Federal assegura a todos, independentemente do pagamento de taxas, o direito de
petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder (art. 51,
XXXIV, “a”), sendo que o exercício desse direito se instrumentaliza por meio de requerimento. No que
concerne especificamente aos servidores públicos, a lei que institui o Regime único estabelece que o
requerimento deve ser dirigido à autoridade competente para decidi-lo e encaminhado por intermédio
daquela a que estiver imediatamente subordinado o requerente (Lei nº 8.112/90, art. 105).

Obs: Modelo no final da matéria.

Protocolo

O registro de protocolo (ou simplesmente “o protocolo“) é o livro (ou, mais atualmente, o suporte
informático) em que são transcritos progressivamente os documentos e os atos em entrada e em saída
de um sujeito ou entidade (público ou privado). Este registro, se obedecerem a normas legais, têm fé
pública, ou seja, tem valor probatório em casos de controvérsia jurídica.
O termo protocolo tem um significado bastante amplo, identificando-se diretamente com o próprio
procedimento. Por extensão de sentido, “protocolo” significa também um trâmite a ser seguido para
alcançar determinado objetivo (“seguir o protocolo”).
A gestão do protocolo é normalmente confiada a uma repartição determinada, que recebe o material
documentário do sujeito que o produz em saída e em entrada e os anota num registro (atualmente em
programas informáticos), atribuindo-lhes um número e também uma posição de arquivo de acordo com
suas características.
O registro tem quatro elementos necessários e obrigatórios:
- Número progressivo.
- Data de recebimento ou de saída.
- Remetente ou destinatário.
- Regesto, ou seja, breve resumo do conteúdo da correspondência.

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Exemplo de Ofício

5 cm

(Ministério)

(Secretaria/Departamento/Setor/Entidade)

(Endereço para correspondência)

(Endereço – continuação)

(Telefone e Endereço de Correio Eletrônico)

Ofício
3 cm nº 524/1991/SG-PR
297 mm
1,5 cm

Brasília, 20 de maio de 2011


2,5 cm

A Sua Excelência o Senhor

Deputado (Nome)

Câmara dos Deputados

70160-900 – Brasília – DF

Assunto: Demarcação de terras indígenas

Senhor Deputado,

1. Em complemento às observações transmitidas pelo telegrama nº 154, de 24 de abril


último, informo Vossa Excelência de que as medidas mencionadas em sua carta nº 6708, dirigida ao
Senhor Presidente da República, estão amparadas pelo procedimento administrativo de demarcação
de terras indígenas instituído pelo Decreto nº 22, de 4 de fevereiro de 1991 (cópia anexa).

2. Em sua comunicação, Vossa Excelência ressalva a necessidade de que – na definição e


demarcação das terras indígenas – fossem levadas em consideração as características
socioeconômicas regionais.

3. Nos termos do Decreto nº 22, a demarcação de terras indígenas deverá ser precedida de
estudos e levantamentos técnicos que atendam ao disposto no art. 231, § 1º, da Constituição Federal.
Os estudos deverão incluir os aspectos etno-históricos, sociológicos, cartográficos e fundiários. O
exame deste último aspecto deverá ser feito conjuntamente com o órgão federal ou estadual
210 mm

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Exemplo de Aviso

5 cm

Aviso nº 45/SCT-PR
3 cm 297 mm
1,5 cm

2,5 cm Brasília, 27 de fevereiro de 2011

A Sua Excelência o Senhor

(Nome e cargo)

Assunto: Seminário sobre o uso de energia no setor público

Senhor Ministro,

Convido Vossa Excelência a participar da sessão de abertura do Primeiro Seminário Regional sobre
o Uso Eficiente de Energia no Setor Público, a ser realizado em 5 de março próximo, às 9 horas, no
auditório da Escola Nacional de Administração Pública – ENAP, localizada no Setor de Áreas
Isoladas, nesta capital.

O Seminário mencionado inclui-se nas atividades do Programa Nacional das Comissões Internas de
Conservação de Energia em Órgãos Públicos, instituído pelo Decreto nº 99.656, de 26 de outubro de
1990.

Atenciosamente,

210 mm

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Exemplo de Memorando

5 cm

3 cm

Mem. 118/DJ
297 mm
1,5 cm
2,5 cm
Em 12 de abril de 2011

Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração

Assunto: Administração, Instalação de microcomputadores

1. Nos termos do Plano Geral de Informatização, solicito a Vossa Senhoria verificar a


possibilidade de que sejam instalados três microcomputadores neste Departamento.

2. Sem descer a maiores detalhes técnicos, acrescento, apenas, que o ideal seria que o
equipamento fosse dotado de disco rígido e de monitor padrão EGA. Quanto a programas, haveria
necessidade de dois tipos: um processador de textos e outro gerenciador de banco de dados.

3. O treinamento de pessoal para operação dos micros poderia ficar a cargo da Seção de
Treinamento do Departamento de Modernização, cuja chefia já manifestou seu acordo a respeito.

4. Devo mencionar, por fim, que a informatização dos trabalhos deste Departamento ensejará
racional distribuição de tarefas entre os servidores e, sobretudo, uma melhoria na qualidade dos
serviços prestados.

Atenciosamente,

(Nome do signatário)
210 mm

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Exemplo de Exposição de Motivos de Caráter Informativo

5 cm

5 cm

EM nº 00146/1991-MRE

2,5 cm

1,5 cm
3 cm Brasília, 24 de maio de 2011
297 mm

1 cm

2,5 cm

Excelentíssimo Senhor Presidente da República,

O Presidente George Bush anunciou, no último dia 13, significativa mudança da


posição norte-americana nas negociações que se realizam – na Conferência do
Desarmamento, em Genebra – de uma convenção multilateral de proscrição total das armas
químicas. Ao renunciar à manutenção de cerca de dois por cento de seu arsenal químico até
a adesão à convenção de todos os países em condições de produzir armas químicas, os
Estados Unidos reaproximaram sua postura da maioria dos quarenta países participantes do
processo negociador, inclusive o Brasil, abrindo possibilidades concretas de que o tratado a
ser concluído e assinado em prazo de cerca de um ano. (...)

210 mm

. 134
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Exemplo de Mensagem

5 cm

4 cm 297 mm

Mensagem nº 118

2 cm

1,5 cm
3 cm
1,5 cm

2 cm

Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal,

Comunico a Vossa Excelência o recebimento das mensagens SM nºs 106 a 110, de


1991, nas quais informo a promulgação dos Decretos Legislativos nºs 93 a 97, de 1991, relativos à
exploração de serviços de radiodifusão.

210 mm

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Exemplo de Telegrama

[órgão Expedidor]
[setor do órgão expedidor]
[endereço do órgão expedidor]

Destinatário: _________________________________________________________
Nº do fax de destino: _________________________________ Data: ___/___/_____
Remetente: __________________________________________________________
Tel. p/ contato: ____________________Fax/correio eletrônico: ________________
Nº de páginas: esta + ______Nº do documento: _____________________________
Observações: _________________________________________________________
_____________________________________________________________________

Exemplo de Apostila

APOSTILA

A Diretora da Coordenação de Secretariado Parlamentar do Departamento de Pessoal


declara que o servidor José da Silva, nomeado pela Portaria CD-CC-RQ-001/2004,
publicada no Suplemento ao Boletim Administrativo de 30 de março de 2004, teve sua
situação funcional alterada, de Secretário Parlamentar Requisitado, ponto n. 123, para
Secretário Parlamentar sem vínculo efetivo com o serviço público, ponto n. 105.123, a
partir de 11 de abril de 2004, em face de decisão contida no Processo n. 25.001/2004.

Brasília, em 26/5/2011

Maria da Silva
Diretora

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Exemplo de ATA

CAMARA DOS DEPUTADOS


CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO
Coordenação de Publicações

ATA

As 10h15min, do dia 24 de maio de 2011, na Sala de Reunião do Cedi, a Sra. Maria da


Silva, Diretora da Coordenação, deu início aos trabalhos com a leitura da ala da reunião
anterior, que foi aprovada, sem alterações. Em prosseguimento, apresentou a pauta da
reunião, com a inclusão do item "Projetos Concluídos", sendo aprovada sem o
acréscimo de novos itens. Tomou a palavra o Sr. José da Silva, Chefe da Seção de
Marketing, que apresentou um breve relato das atividades desenvolvidas no trimestre,
incluindo o lançamento dos novos produtos. Em seguida, o Sr. Mário dos Santos, Chefe
da Tipografia, ressaltou que nos últimos meses os trabalhos enviados para publicação
estavam de acordo com as normas estabelecidas, parabenizando a todos pelos
resultados alcançados. Com relação aos projetos concluídos, a Diretora esclareceu que
todos mantiveram-se dentro do cronograma de trabalho preestabelecido e que serao
encaminhados à gráfica na próxima semana. Às 11h45min a Diretora encerrou os
trabalhos, antes convocando reunião para o dia 2 de junho, quarta-feira, às 10 horas, no
mesmo local. Nada mais havendo a tratar, a reunião foi encerrada, e eu, Ana de Souza,
lavrei a presente ata que vai assinada por mim e pela Diretora.

Diretora

Secretária

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Exemplo de Carta

CÂMARA DOS DEPUTADOS


GABINETE DA DEPUTADA MARIA DA SILVA

Brasília, 4 de maio de 2011.

Ao Senhor
José Maria da Silva
Rua Bulhões de Carvalho, 293, Copacabana
20350-070 - Rio de Janeiro – RJ

Prezado Senhor,

Em atenção à carta de V. Sa., informo que o processo de transferência de estudantes para


as escolas técnicas federais é feito de forma pública, com normas estabelecidas em editais
e divulgadas pelas instituições. Cabe ao candidato pleitear a vaga de acordo com os
critérios estabelecidos.
Contando com a compreensão de V. Sª., coloco-me à disposição para sanar eventuais
dúvidas quanto a esse assunto.

Cordialmente,

Maria da Silva
Deputada Federal

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Exemplo de Declaração

CÂMARA DOS DEPUTADOS


DEPARTAMENTO DE PESSOAL
Coordenação de Registro Funcional

DECLARAÇÃO

Declaro, para fins de prova junto ao Supremo Tribunal Federal, que JOSÉ DA SILVA,
ex-servidor da Câmara dos Deputados, teve declarada a vacância do cargo de Analista
Legislativo - atribuição Assistente Técnico, a partir de 2/1/2004 (DCD de 3/1/2004). O
referido ex-servidor não usufruiu das férias relativas ao exercício de 2003 e, em seus
assentos funcionais, consta a concessão de 30 (trinta) dias de licença para capacitação,
referente ao quinquênio 13/1/1995 a 26/1/2000 (Processo n. 5.777/2003, publicado no
Boletim Administrativo n. 15, de 7/1/2004).

Brasília, 10 de fevereiro de 2011.

Maria José da Silva


Diretora

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Exemplo de Despacho

CÂMARA DOS DEPUTADOS


PRIMEIRA-SECRETARIA

Processo n . .........
Em .... / .... /200 ...

Ao Senhor Presidente da Câmara dos Deputados, por força do disposto no inciso I do art.
70 do Regimento do Cefor, c/c o art. 95, da Lei n. 8.112/90, com parecer favorável desta
Secretaria, nos termos das informações e manifestações dos órgãos técnicos da Casa.

Deputado José da Silva


Primeiro-Secretário

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Exemplo de Ordem de Serviço

CÂMARA DOS DEPUTADOS


CONSULTORIA TÉCNICA

ORDEM DE SERVIÇO N. 3, DE 6/6/2010

O DIRETOR DA CONSULTORIA TÉCNICA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, no uso de


suas atribuições, resolve:
1. As salas 3 e 4 da Consultoria Técnica ficam destinadas a reuniões de trabalho com
deputados, consultores e servidores dos setores de apoio da Consultoria Técnica.
2. As reuniões de trabalho serão agendadas previamente pela Diretoria da Coordenação
de Serviços Gerais.
................................................................................................................................
6. Havendo mais de uma solicitação de uso para o mesmo horário, será adotada a seguinte
ordem de preferência:
1 - reuniões de trabalho com a participação de deputados;
11 - reuniões de trabalho da diretoria;
111 - reuniões de trabalho dos consultores;
IV . ..................................................................................................................................
V . ....................................................................................................................................
7. O cancelamento de reunião deverá ser imediatamente comunicado à Diretoría da
Coordenação de Serviços Gerais.

José da Silva
Diretor

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Exemplo de Parecer

PARECER JURÍDICO

De: Departamento Jurídico


Para: Gerente Administrativo

Senhor Gerente,

Com relação à questão sobre a estabilidade provisória por gestação, ou não, da empregada
Fulana de Tal, passamos a analisar o assunto.
O artigo 10, letra “b”, do ADCT, assegura estabilidade à empregada gestante, desde a
confirmação da gravidez até cinco meses após o parto.
Nesta hipótese, existe responsabilidade objetiva do empregador pela manutenção do
emprego, ou seja, basta comprovar a gravidez no curso do contrato para que haja
incidência da regra que assegura a estabilidade provisória no emprego. O fundamento
jurídico desta estabilidade é a proteção à maternidade e à infância, ou seja, proteger a
gestante e o nascituro, assegurando a dignidade da pessoa humana.
A confirmação da gravidez, expressão utilizada na Constituição, refere-se à afirmativa
médica do estado gestacional da empregada e não exige que o empregador tenha ciência
prévia da situação da gravidez. Neste sentido tem sido as reiteradas decisões do C. TST,
culminando com a edição da Súmula n. 244, que assim disciplina a questão:
I - O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta o direito ao
pagamento da indenização decorrente da estabilidade. (art. 10, II, "b" do ADCT). (ex-OJ nº
88 – DJ 16.04.2004).
II - A garantia de emprego à gestante só autoriza a reintegração se esta se der durante o
período de estabilidade. Do contrário, a garantia restringe-se aos salários e demais direitos
correspondentes ao período de estabilidade. (ex-Súmula nº 244 – Res 121/2003, DJ
19.11.2003).
III - Não há direito da empregada gestante à estabilidade provisória na hipótese de
admissão mediante contrato de experiência, visto que a extinção da relação de emprego,
em face do término do prazo, não constitui dispensa arbitrária ou sem justa causa. (ex-OJ
nº 196 - Inserida em 08.11.2000).
No caso colocado em análise, percebe-se que não havia confirmação da gestação antes
da dispensa. Ao contrário, diante da suspeita de gravidez, a empresa teve o cuidado de
pedir a realização de exame laboratorial, o que foi feito, não tendo sido confirmada a
gravidez. A empresa só dispensou a empregada depois que lhe foi apresentado o resultado
negativo do teste de gravidez. A confirmação do estado gestacional só veio após a
dispensa.
Assim, para solução da questão, importante indagar se gravidez confirmada no curso aviso
prévio indenizado garante ou não a estabilidade.
O TST tem decidido (Súmula 371), que a projeção do contrato de trabalho para o futuro,
pela concessão de aviso prévio indenizado, tem efeitos limitados às vantagens econômicas
obtidas no período de pré-aviso. Este entendimento exclui a estabilidade provisória da
gestante, quando a gravidez ocorre após a rescisão contratual.
A gravidez superveniente à dispensa, durante o aviso prévio indenizado, não assegura a
estabilidade. Contudo, na hipótese dos autos, embora a gravidez tenha sido confirmada no
curso do aviso prévio indenizado, certo é que a empregada já estava grávida antes da
dispensa, como atestam os exames trazidos aos autos. A conclusão da ultrassonografia
obstétrica afirma que em 30 de julho de 2009 a idade gestacional ecográfica era de pouco
mais de 13 semanais, portanto, na data do afastamento a reclamante já contava com mais
de 01 mês de gravidez.
Em face do exposto, considerando os fundamentos jurídicos do instituto da estabilidade da
gestante, considerando que a responsabilidade do empregador pela manutenção do
emprego é objetiva e considerando que o desconhecimento do estado gravídico não
impede o reconhecimento da gravidez, conclui-se que:
a) não existe estabilidade quando a gravidez ocorre na vigência do aviso prévio indenizado;

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1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
b) fica assegurada a estabilidade quando, embora confirmada no período do aviso prévio
indenizado, a gravidez ocorre antes da dispensa.
De acordo com tais conclusões, entendemos que a empresa deve proceder a reintegração
da empregada diante da estabilidade provisória decorrente da gestação.
É o parecer.

(localidade), (dia) de (mês) de (ano).

(assinatura)
(nome)
(cargo)

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Exemplo de Portaria

CÂMARA DOS DEPUTADOS


DIRETORIA-GERAL

PORTARIA N. 1, de 13/1/2010

Disciplina a utilização da chancela eletrônica nas requisições de passagens aéreas e diárias


de viagens, autorizadasem processos administrativos no âmbito da Câmara dos Deputados
e assinadas pelo Diretor-Geral.

O DIRETOR-GERAL DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, no uso das atribuições que lhe


confere o artigo 147, item XV, da Resolução n. 20, de 30 de novembro de 1971, resolve:
Art. 11 Fica instituído o uso da chancela eletrônica nas requisições de passagens aéreas e
diárias de viagens, autorizadas em processos administrativos pela autoridade competente
e assinadas pelo Diretor-Geral, para parlamentar, servidor ou convidado, no âmbito da
Câmara dos Deputados.
Art. 21 A chancela eletrônica, de acesso restrito, será válida se autenticada mediante código
de segurança e acompanhada do atesto do Chefe de Gabinete da DiretoriaGeral ou do seu
primeiro substituto.
Art. 31 Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Sérgio Sampaio Contreiras de Almeida


Diretor-Geral

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Modelo de Relatório

CÂMARA DOS DEPUTADOS


ÓRGÃO PRINCIPAL
ÓRGÃO SECUNDÁRIO

RELATÓRIO

Introdução
Apresentar um breve resumo das temáticas a serem abordadas. Em se tratando de
relatório de viagem, indicar a denominação do evento, local e período compreendido.

Tópico 1
Atribuir uma temática para o relato a ser apresentado.
........................................................................................................................

Tópico 1.1
Havendo subdivisões, os assuntos subseqüentes serão apresentados hierarquizados à
temática geral.
.... ......................................................... ...........

Tópico 2
Atribuir uma temática para o relato a ser apresentado.
.........................................................................................................................

3. Considerações finais
.........................................................................................................................

Brasília, ............. ....... de de 201...

Nome
Função ou Cargo

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Modelo de Requerimento

CÂMARA DOS DEPUTADOS


ÓRGÃO PRINCIPAL
Órgão Secundário

(Vocativo)
(Cargo ou função e nome do destinatário)

.................................... (nome do requerente, em maiúsculas) ..........................


.......................................................... (demais dados de qualificação), requer .................
............................................................................................................................................

Nestes termos,
Pede deferimento.

Brasília, ....... ................ de ..................de 201.....

Nome
Cargo ou Função

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Questões

01. Analise:
1. Atendendo à solicitação contida no expediente acima referido, vimos encaminhar a V. Sª. as
informações referentes ao andamento dos serviços sob responsabilidade deste setor.
2. Esclarecemos que estão sendo tomadas todas as medidas necessárias para o cumprimento dos
prazos estipulados e o atingimento das metas estabelecidas.

A redação do documento acima indica tratar-se


(A) do encaminhamento de uma ata.
(B) do início de um requerimento.
(C) de trecho do corpo de um ofício.
(D) da introdução de um relatório.
(E) do fecho de um memorando.

02. A redação inteiramente apropriada e correta de um documento oficial é:


(A) Estamos encaminhando à Vossa Senhoria algumas reivindicações, e esperamos poder estar sendo
recebidos em vosso gabinete para discutir nossos problemas salariais.
(B) O texto ora aprovado em sessão extraordinária prevê a redistribuição de pessoal especializado em
serviços gerais para os departamentos que foram recentemente criados.
(C) Estou encaminhando a presença de V. Sª. este jovem, muito inteligente e esperto, que lhe vai
resolver os problemas do sistema de informatização de seu gabinete.
(D) Quando se procurou resolver os problemas de pessoal aqui neste departamento, faltaram um
número grande de servidores para os andamentos do serviço.
(E) Do nosso ponto de vista pessoal, fica difícil vos informar de quais providências vão ser tomadas
para resolver essa confusão que foi criado pelos manifestantes.

03. A frase cuja redação está inteiramente correta e apropriada para uma correspondência oficial é:
(A) É com muito prazer que encaminho à V. Exª. Os convites para a reunião de gala deste Conselho,
em que se fará homenagens a todos os ilustres membros dessa diretoria, importantíssima na execução
dos nossos serviços.
(B) Por determinação hoje de nosso Excelentíssimo Chefe do Setor, nos dirigimos a todos os de vosso
gabinete, para informar de que as medidas de austeridade recomendadas por V. Sa. já estão sendo
tomadas, para evitar-se os atrasos dos prazos.
(C) Estamos encaminhando a V. Sa. os resultados a que chegaram nossos analistas sobre as
condições de funcionamento deste setor, bem como as providências a serem tomadas para a consecução
dos serviços e o cumprimento dos prazos estipulados.
(D) As ordens expressas a todos os funcionários é de que se possa estar tomando as medidas mais
do que importantes para tornar nosso departamento mais eficiente, na agilização dos trâmites legais dos
documentos que passam por aqui.
(E) Peço com todo o respeito a V. Exª., que tomeis providências cabíveis para vir novos funcionários
para esse nosso setor, que se encontra em condições difíceis de agilizar todos os documentos que
precisamos enviar.

04. A respeito dos padrões de redação de um ofício, é INCORRETO afirmar que:


(A) Deve conter o número do expediente, seguido da sigla do órgão que o expede.
(B) Deve conter, no início, com alinhamento à direita, o local de onde é expedido e a data em que foi
assinado.
(C) Deverá constar, resumidamente, o teor do assunto do documento.
(D) O texto deve ser redigido em linguagem clara e direta, respeitando-se a formalidade que deve
haver nos expedientes oficiais.
(E) O fecho deverá caracterizar-se pela polidez, como por exemplo: Agradeço a V. Sª. a atenção
dispensada.

05. (TRE-PI – Conhecimentos Gerais para os Cargos 1,2 e 4 – CESPE/2016) Assinale a opção
correta acerca de aspectos gerais da redação oficial.
a) A uniformidade dos expedientes oficiais é garantida pelo fato de esse tipo de texto voltar-se
unicamente à comunicação de assuntos relativos às atribuições dos órgãos públicos.

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b) A clareza de uma comunicação oficial, produto de uma revisão cuidadosa de todo o texto redigido,
se sobrepõe aos demais aspectos envolvidos nas comunicações oficiais.
c) A formalidade das comunicações oficiais deriva do uso de estilo de linguagem baseado na norma-
padrão da língua.
d) A impessoalidade da redação oficial se manifesta na impossibilidade de emprego da primeira pessoa
gramatical e pressupõe total ausência de tratamento personalista aos assuntos do texto.
e) A concisão de um texto oficial relaciona-se à sua capacidade de transmitir o máximo de informações
empregando o mínimo de palavras.

06. (Pref. De Lages-SC – Procurador – FEPESE/2016)

Vivia longe dos homens, só se dava bem com animais. Os seus pés duros quebravam espinho e não
sentiam a quentura da terra. Montado, confundia-se com o cavalo, grudava-se a ele. E falava uma
linguagem cantada, monossilábica e gutural, que o companheiro entendia. A pé, não se aguentava bem.
Pendia para um lado, para o outro, cambaio, torto e feio. Às vezes utilizava, na relação com as pessoas,
a mesma língua com que se dirigia aos brutos – exclamações, onomatopeias. Na verdade, falava pouco.
Admirava as palavras compridas e difíceis da gente da cidade, tentava reproduzir algumas, em vão, mas
sabia que elas eram inúteis e talvez perigosas.
Graciliano Ramos – Vidas Secas – excerto

Identifique abaixo as afirmativas corretas ( C ) e as erradas ( E ).


( ) A frase: “O personagem interviu na fala do companheiro” apresenta um vício de linguagem.
( ) Em: “Prefiro isso àquilo” temos um desvio da norma culta no uso da crase.
( ) Polissemia consiste em agrupar em uma palavras sensações vindas dos vários órgãos do sentido,
como em “O sol de outono caía com uma luz pálida e macia”.
( ) Há a presença de parônimos na frase: “O cumprimento foi dado ao rapaz que tinha o comprimento
exato daquelas paragens”.
( ) Na redação oficial, os pronomes de tratamento requerem o verbo na terceira pessoa do plural.
Assim, está certa a seguinte oração: “Aguardamos que Vossa Senhoria se manifeste a respeito do nosso
pedido”.

Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.


a) C • C • E • C • E
b) C • E • C • E • E
c) C • E • E • C • C
d) E • C • E • E • C
e) E • E • C • C • C

07. (ANS – Técnico Administrativo – FUNCAB/2016)

O espelho
Esboço de uma nova teoria da alma humana

Quatro ou cinco cavalheiros debatiam, uma noite, várias questões de alta transcendência, sem que a
disparidade dos votos trouxesse a menor alteração aos espíritos. A casa ficava no morro de Santa Teresa,
a sala era pequena, alumiada a velas, cuja luz fundia-se misteriosamente com o luar que vinha de fora.
Entre a cidade, com as suas agitações e aventuras, e o céu, em que as estrelas pestanejavam, através
de uma atmosfera límpida e sossegada, estavam os nossos quatro ou cinco investigadores de coisas
metafísicas, resolvendo amigavelmente os mais árduos problemas do universo.
Por que quatro ou cinco? Rigorosamente eram quatro os que falavam; mas, além deles, havia na sala
um quinto personagem, calado, pensando, cochilando, cuja espórtula no debate não passava de um ou
outro resmungo de aprovação. Esse homem tinha a mesma idade dos companheiros, entre quarenta e
cinquenta anos, era provinciano, capitalista, inteligente, não sem instrução, e, ao que parece, astuto e
cáustico. Não discutia nunca; e defendia-se da abstenção com um paradoxo, dizendo que a discussão é
a forma polida do instinto batalhador, que jaz no homem, como uma herança bestial; e acrescentava que
os serafins e os querubins não controvertiam nada, e, aliás, eram a perfeição espiritual e eterna.
[...]
Vai senão quando, no meio da noite, sucedeu que este casmurro usou da palavra, e não dois ou três
minutos, mas trinta ou quarenta. A conversa, em seus meandros, veio a cair na natureza da alma, ponto

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que dividiu radicalmente os quatro amigos. Cada cabeça, cada sentença; não só o acordo, mas a mesma
discussão tornou-se difícil, senão impossível, pela multiplicidade das questões que se deduziram do
tronco principal e um pouco, talvez, pela inconsistência dos pareceres. Um dos argumentadores pediu ao
Jacobina alguma opinião, - uma conjetura, ao menos.
- Nem conjetura, nem opinião, redarguiu ele; uma ou outra pode dar lugar a dissentimento, e, como
sabem, eu não discuto. Mas, se querem ouvir-me calados, posso contar-lhes um caso de minha vida, em
que ressalta a mais clara demonstração acerca da matéria de que se trata. Em primeiro lugar, não há
uma só alma, há duas...
- Duas?
- Nada menos de duas almas. Cada criatura humana traz duas almas consigo: uma que olha de dentro
para fora, outra que olha de fora para dentro... Espantem-se à vontade, podem ficar de boca aberta, dar
de ombros, tudo; não admito réplica. Se me replicarem, acabo o charuto e vou dormir. A alma exterior
pode ser um espírito, um fluido, um homem, muitos homens, um objeto, uma operação. Há casos, por
exemplo, em que um simples botão de camisa é a alma exterior de uma pessoa; - e assim também a
polca, o voltarete, um livro, uma máquina, um par de botas, uma cavatina, um tambor, etc. Está claro que
o ofício dessa segunda alma é transmitir a vida, como a primeira; as duas completam o homem, que é,
metafisicamente falando, uma laranja. Quem perde uma das metades, perde naturalmente metade da
existência; e casos há, não raros, em que a perda da alma exterior implica a da existência inteira. Shylock,
por exemplo. A alma exterior daquele judeu eram os seus ducados; perdê-los equivalia a morrer. ‘‘Nunca
mais verei o meu ouro, diz ele a Tubal; é um punhal que me enterras no coração.” Vejam bem esta frase;
a perda dos ducados, alma exterior, era a morte para ele. Agora, é preciso saber que a alma exterior não
é sempre a mesma...[...]

ASSIS, Machado de. Obra Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar 1994. v. II. (fragmento)

Em situação hipotética, se Machado de Assis resolvesse escrever uma redação oficial em vez de um
conto, o texto deveria:
a) apresentar-se extenso e coeso.
b) usar o padrão coloquial da língua.
c) manter a impessoalidade e a formalidade.
d) ser marcado pelas subjetividades.
e) dar preferência a vocábulos de circulação restrita, como a gíria e o jargão.

08. (SERGAS – Engenheiro – Planejamento – IESES/2016) Na correspondência oficial, respeita-se


rigorosamente a norma padrão. A seguir foram construídas frases. Assinale a alternativa em que
há ERRO na análise que acompanha a frase.
a) Mais de um problema foram resolvidos até a presente data. O período está incorreto, pois, quando
o sujeito é composto pela expressão “mais de um”, o verbo deve permanecer no singular.
b) A medida faz com que espere-se mais tempo que o estabelecido anteriormente. O período está
incorreto, pois há partícula atrativa, que obriga a próclise.
c) As condições socioeconômicas precisam ser revistas. O período está correto, todas as palavras
respeitam as normas ortográficas vigentes.
d) V.Sa. deve enviar vossa solicitação ao setor de deferimento. O período está correto, pois o pronome
de tratamento V.Sa. é de segunda pessoa, portanto, o pronome possessivo (vossa) deve também ser de
segunda pessoa.

09. (TRE-PI – Conhecimentos Gerais para os Cargos 1, 2 e 4 – CESPE/2016) Em relação à


conceituação, à finalidade e aos aspectos estruturais e linguísticos das correspondências oficiais,
assinale a opção correta.
a) O memorando é um expediente oficial de circulação interna ou externa.
b) Como não existe padrão definido para a estrutura das mensagens enviadas por meio de correio
eletrônico, não há orientações acerca da linguagem a ser empregada nessas comunicações.
c) Informar o destinatário sobre determinado assunto, propor alguma medida e submeter projeto de
ato normativo à consideração desse destinatário são alguns dos propósitos comunicativos da
mensagem.
d) A exposição de motivos varia estruturalmente conforme sua finalidade comunicativa.
e) A situação comunicativa mediada pelo ofício é restrita aos ministros de Estado, estejam eles no
papel de remetente ou de destinatário.

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10. (MPE-RS – Assessor – Administração – MPE-RS/2016) Instrução: a questão está relacionada à
redação oficial.
Assinale o enunciado que está inteiramente de acordo com as normas do padrão culto da língua
portuguesa.
a) No encontro com o diretor, ninguém cumprimentou-o pelo excelente trabalho.
b) Fui eu que se manifestou favoravelmente a essa promoção.
c) Se v. S.ª desejar, posso ajudá-lo na redação de seu relatório.
d) A secretária estava preocupada, mas uma colega lhe auxiliou na conclusão da tarefa.
e) Lembra-se de mim? Conheci-lhe no último encontro de administradores.

Respostas

01. (C) / 02. (B) / 03. (C) / 04. (E)

05. (E)
ERRADA a) A uniformidade dos expedientes oficiais é garantida pelo fato de esse tipo de
texto voltar-se unicamente à comunicação de assuntos relativos às atribuições dos órgãos
públicos. (Seria a impessoalidade: representa o serviço público)
ERRADA b) A clareza de uma comunicação oficial, produto de uma revisão cuidadosa de todo o
texto redigido (até aqui correto), se sobrepõe aos demais aspectos envolvidos nas comunicações
oficiais. (É importante, mas não mais que outros aspectos)
ERRADA c) A formalidade das comunicações oficiais deriva do uso de estilo de linguagem
baseado na norma-padrão da língua. (Seria a clareza: uso do padrão culto de linguagem)
ERRADA d) A impessoalidade da redação oficial se manifesta na impossibilidade de emprego da
primeira pessoa gramatical e pressupõe total ausência de tratamento personalista aos assuntos do
texto. (Pode-se usar primeira pessoa, (como atestado médico: atesto que José Maroto....) mas se
aplicado em redação que pede 3° pessoa fere o princípio da impessoalidade)
CORRETA e) A concisão de um texto oficial relaciona-se à sua capacidade de transmitir o máximo
de informações empregando o mínimo de palavras. (Concisão: máximo de informações em poucas
palavras)

6. (C)
(C) Interviu está errado. É interveio. Há vício de linguagem.
(E) Não apresenta vício. Preferir algo à outra coisa.
(E) Polissemia é vários significados.
(C) Parônimo - vocábulos Parecidos na escrita e Parecidos na fonética (Cumprimento/Comprimento);
(C) Verbos sempre concordaram com a 3ª Pessoa (singular ou plural) e não com os Pronomes
Vosso(a) (2ª Pessoa);

7. (C)
A redação oficial deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso do padrão culto de linguagem, clareza,
concisão, formalidade e uniformidade.

8. (D)
a) CORRETA. Expressão "mais de um" exige o singular, ressalvadas duas exceções:
- repetição da expressão (Mais de um funcionário e mais de um estagiário conseguiram aumento
salarial)
- expressão der ideia de reciprocidade (Mais de uma irmã se abraçaram - uma abraçou a outra) Apesar
de ficar meio estranho, é o correto!
b) CORRETA. No trecho em questão existe de fato a obrigatoriedade de próclise, pois o "que" na frase
possui função de pronome relativo, ou seja, fator de atração, levando o pronome para antes do verbo. (A
medida faz com que se espere)
c) CORRETA. Nenhum erro.
d) ERRADA. Em correspondências oficiais o pronome possessivo utilizado para V. Sa.
será sempre sua.

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9. (D)
A) o memorando é um expediente oficial de circulação interna
B) um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não interessa
definir forma rígida para sua estrutura. Entretanto, deve-se evitar o uso de linguagem incompatível
com uma comunicação oficial.
C) informar o destinatário sobre determinado assunto, propor alguma medida e submeter projeto de
ato normativo à consideração desse destinatário são alguns dos propósitos comunicativos da exposição
de motivos.
D) CERTO. A exposição de motivos varia estruturalmente conforme sua finalidade comunicativa. (Para
apenas informar não precisa ter arquivos anexos, já nos outros casos têm que conter).
E) a situação comunicativa mediada pelo aviso é restrita aos ministros de estado, estejam eles no
papel de remetente ou de destinatário.

10. (C)
A) No encontro com o Diretor, ninguém o cumprimentou pelo excelente trabalho. (ERRADA)
B) Fui eu que me manifestei favoravelmente a essa promoção. (ERRADA)
C) (CORRETO)
D) A secretária estava preocupada, mas uma colega a auxiliou na conclusão da tarefa. (ERRADA)
E) Lembra-se de mim? Conheci-o no último encontro de administradores. (ERRADA)

Coexistência das regras ortográficas atuais com o Novo Acordo Ortográfico.

Novo Acordo Ortográfico

Falar sobre o novo acordo ortográfico implica saber que em termos históricos já se fizeram várias
tentativas de unificação da ortografia da língua portuguesa, sendo que a primeira data de 1911, que
culminou em Portugal na primeira grande reforma. Depois existiram várias tentativas, sendo a mais
importante a de 1990 que é a que está por trás de todo o celeuma levantado atualmente sobre esta
questão.
Seguindo o disposto numa reunião da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP),
realizada em Julho de 2004 em São Tomé e Príncipe, ficou decidido que para o novo acordo ortográfico
entrar em vigor, bastaria que três países o ratificassem. O Brasil em Outubro de 2004, Cabo Verde em
Abril de 2005 e São Tomé em Novembro de 2006 ratificaram o acordo, estando assim cumprido o disposto
nessa reunião da CPLP. Em Portugal, este acordo ortográfico foi ratificado pelo governo a 6 de Março de
2008, faltando a aprovação no Parlamento ou pelo Presidente da República.

O novo Acordo Ortográfico entrou em vigor em Janeiro de 2009, mas a implementação obedecerá ao
período de transição de 1º de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2015, durante o qual coexistirão a
norma ortográfica atualmente em vigor e a nova norma estabelecida.

No Brasil 0,5% das palavras sofrerão modificações, em Portugal e nos restantes dos países lusófonos,
as mudanças afetarão cerca de 2.600 palavras, ou seja, 1,6% do vocabulário total.

Mudanças

Alfabeto
Nova Regra: O alfabeto agora é formado por 26 letras
Regra Antiga: O 'k', 'w' e 'y' não eram consideradas letras do nosso alfabeto.
Como Será: Essas letras serão usadas em siglas, símbolos, nomes próprios, palavras estrangeiras e
seus derivados. Exemplos: km, watt, Byron, byroniano

Trema
Nova Regra: Não existe mais o trema em língua portuguesa. Apenas em casos de nomes próprios e
seus derivados, por exemplo: Müller, mülleriano
Regra Antiga: agüentar, conseqüência, cinqüenta, qüinqüênio, frqüência, freqüente, eloqüência,
eloqüente, argüição, delinqüir, pingüim, tranqüilo, lingüiça

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Como Será: aguentar, consequência, cinquenta, quinquênio, frequência, frequente, eloquência,
eloquente, arguição, delinquir, pinguim, tranquilo, linguiça.

Acentuação
Nova Regra: Ditongos abertos (ei, oi) não são mais acentuados em palavras paroxítonas
Regra Antiga: assembléia, platéia, idéia, colméia, boléia, panacéia, Coréia, hebréia, bóia, paranóia,
jibóia, apóio, heróico, paranóico
Como Será: assembleia, plateia, ideia, colmeia, boleia, panaceia, Coreia, hebreia, boia, paranoia,
jiboia, apoio, heroico, paranóico

Observações:
- nos ditongos abertos de palavras oxítonas e monossílabas o acento continua: herói, constrói, dói,
anéis, papéis.
- o acento no ditongo aberto 'eu' continua: chapéu, véu, céu, ilhéu.
Nova Regra: O hiato 'oo' não é mais acentuado
Regra Antiga: enjôo, vôo, corôo, perdôo, côo, môo, abençôo, povôo
Como Será: enjoo, voo, coroo, perdoo, coo, moo, abençoo, povôo

Nova Regra: O hiato 'ee' não é mais acentuado


Regra Antiga: crêem, dêem, lêem, vêem, descrêem, relêem, revêem
Como Será: creem, deem, leem, veem, descreem, releem, revêem

Nova Regra: Não existe mais o acento diferencial em palavras homógrafas


Regra Antiga: pára (verbo), péla (substantivo e verbo), pêlo (substantivo), pêra (substantivo), péra
(substantivo), pólo (substantivo)
Como Será: para (verbo), pela (substantivo e verbo), pelo (substantivo), pera (substantivo), pera
(substantivo), polo (substantivo)

Observação:
- o acento diferencial ainda permanece no verbo 'poder' (3ª pessoa do Pretérito Perfeito do Indicativo
- 'pôde') e no verbo 'pôr' para diferenciar da preposição 'por'
Nova Regra: Não se acentua mais a letra 'u' nas formas verbais rizotônicas, quando precedido de 'g'
ou 'q' e antes de 'e' ou 'i' (gue, que, gui, qui)
Regra Antiga: argúi, apazigúe, averigúe, enxagúe, enxagúemos, obliqúe
Como Será: argui, apazigue,averigue, enxague, ensaguemos, obliqúe

Nova Regra: Não se acentua mais 'i' e 'u' tônicos em paroxítonas quando precedidos de ditongo
Regra Antiga: baiúca, boiúna, cheiínho, saiínha, feiúra, feiúme
Como Será: baiuca, boiuna, cheiinho, saiinha, feiura, feiume

Hífen
Nova Regra: O hífen não é mais utilizado em palavras formadas de prefixos (ou falsos prefixos)
terminados em vogal + palavras iniciadas por 'r' ou 's', sendo que essas devem ser dobradas
Regra Antiga: ante-sala, ante-sacristia, auto-retrato, anti-social, anti-rugas, arqui-romântico, arqui-
rivalidae, auto-regulamentação, auto-sugestão, contra-senso, contra-regra, contra-senha, extra-
regimento, extra-sístole, extra-seco, infra-som, ultra-sonografia, semi-real, semi-sintético, supra-renal,
supra-sensível
Como Será: antessala, antessacristia, autorretrato, antissocial, antirrugas, arquirromântico,
arquirrivalidade, autorregulamentação, contrassenha, extrarregimento, extrassístole, extrasseco,
infrassom, inrarrenal, ultrarromântico, ultrassonografia, suprarrenal, suprassensível

Observação:
- em prefixos terminados por 'r', permanece o hífen se a palavra seguinte for iniciada pela mesma letra:
hiper-realista, hiper-requintado, hiper-requisitado, inter-racial, inter-regional, inter-relação, super-racional,
super-realista, super-resistente etc.

Nova Regra: O hífen não é mais utilizado em palavras formadas de prefixos (ou falsos prefixos)
terminados em vogal + palavras iniciadas por outra vogal

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Regra Antiga: auto-afirmação, auto-ajuda, auto-aprendizagem, auto-escola, auto-estrada, auto-
instrução, contra-exemplo, contra-indicação, contra-ordem, extra-escolar, extra-oficial, infra-estrutura,
intra-ocular, intra-uterino, neo-expressionista, neo-imperialista, semi-aberto, semi-árido, semi-automático,
semi-embriagado, semi-obscuridade, supra-ocular, ultra-elevado
Como Será: autoafirmação, autoajuda, autoaprendizagem, autoescola, autoestrada, autoinstrução,
contraexemplo, contraindicação, contraordem, extraescolar, extraoficial, infraestrutura, intraocular,
intrauterino, neoexpressionista, neoimperialista, semiaberto, semiautomático, semiárido,
semiembriagado, semiobscuridade, supraocular, ultraelevado.

Observações:
- esta nova regra vai uniformizar algumas exceções já existentes antes: antiaéreo, antiamericano,
socioeconômico etc.
- esta regra não se encaixa quando a palavra seguinte iniciar por 'h': anti-herói, anti-higiênico, extra-
humano, semi-herbáceo etc.

Nova Regra: Agora utiliza-se hífen quando a palavra é formada por um prefixo (ou falso prefixo)
terminado em vogal + palavra iniciada pela mesma vogal.
Regra Antiga: antiibérico, antiinflamatório, antiinflacionário, antiimperialista, arquiinimigo,
arquiirmandade, microondas, microônibus, microorgânico
Como Será: anti-ibérico, anti-inflamatório, anti-inflacionário, anti-imperialista, arqui-inimigo, arqui-
irmandade, micro-ondas, micro-ônibus, micro-orgânico

Observações:
- esta regra foi alterada por conta da regra anterior: prefixo termina com vogal + palavra inicia com
vogal diferente = não tem hífen; prefixo termina com vogal + palavra inicia com mesma vogal = com hífen
- uma exceção é o prefixo 'co'. Mesmo se a outra palavra inicia-se com a vogal 'o', não utliza-se hífen.

Nova Regra: Não usamos mais hífen em compostos que, pelo uso, perdeu-se a noção de composição
Regra Antiga: manda-chuva, pára-quedas, pára-quedista, pára-lama, pára-brisa, pára-choque, pára-
vento
Como Será: mandachuva, paraquedas, paraquedista, paralama, parabrisa, parachoque, paravento

Observação:
- o uso do hífen permanece em palavras compostas que não contêm elemento de ligação e constitui
unidade sintagmática e semântica, mantendo o acento próprio, bem como naquelas que designam
espécies botânicas e zoológicas: ano-luz, azul-escuro, médico-cirurgião, conta-gotas, guarda-chuva,
segunda-feira, tenente-coronel, beija-flor, couve-flor, erva-doce, mal-me-quer, bem-te-vi etc.

O uso do hífen permanece


- Em palavras formadas por prefixos 'ex', 'vice', 'soto': ex-marido, vice-presidente, soto-mestre
- Em palavras formadas por prefixos 'circum' e 'pan' + palavras iniciadas em vogal, M ou N: pan-
americano, circum-navegação
- Em palavras formadas com prefixos 'pré', 'pró' e 'pós' + palavras que tem significado próprio: pré-
natal, pró-desarmamento, pós-graduação
- Em palavras formadas pelas palavras 'além', 'aquém', 'recém', 'sem': além-mar, além-fronteiras,
aquém-oceano, recém-nascidos, recém-casados, sem-número, sem-teto

Não existe mais hífen


- Em locuções de qualquer tipo (substantivas, adjetivas, pronominais, verbais, adverbiais, prepositivas
ou conjuncionais): cão de guarda, fim de semana, café com leite, pão de mel, sala de jantar, cartão de
visita, cor de vinho, à vontade, abaixo de, acerca de etc.
Exceções: água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao-deus-dará,
à queima-roupa.

Consoantes não pronunciadas. Fora do Brasil foram eliminadas as consoantes não pronunciadas:
- ação, didático, ótimo, batismo em vez de acção, didáctico, óptimo, baptismo

Grafia Dupla: de forma a contemplar as diferenças fonéticas existentes, aceitam-se duplas grafias em
algumas palavras: António/Antônio, facto/fato, secção/seção.

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Reescritura de frase.

Norma Culta

Norma culta ou linguagem culta é uma expressão empregada pelos linguistas brasileiros para designar
o conjunto de variedades linguísticas produzidas pelos falantes classificado como cidadãos nascidos e
criados em zona urbana e com nível de escolaridade elevado. Assim, a norma culta define o uso correto
da Língua Portuguesa com base no que está escrito nos livros de gramática.

Aquisição da Linguagem e o Propósito da Língua

A aprendizagem da língua inicia-se em casa, no contexto familiar, que é o primeiro círculo social para
uma criança. A criança imita o que ouve e aprende, aos poucos, o vocabulário e as leis combinatórias da
língua. Um jovem falante também vai exercitando o aparelho fonador, ou seja, a língua, os lábios, os
dentes, os maxilares, as cordas vocais para produzir sons que se transformam, mais tarde, em palavras,
frases e textos.
Um falante ao entrar em contato com outras pessoas em diferentes ambientes sociais como a rua, a
escola e etc., começa a perceber que nem todos falam da mesma forma. Há pessoas que falam de forma
diferente por pertencerem a outras cidades ou regiões do país, ou por fazerem parte de outro grupo ou
classe social. Essas diferenças no uso da língua constituem as variedades linguísticas.
A língua é um poderoso instrumento de ação social, ela possibilita transmitir nossas ideias e transmitir
um conjunto de informações sobre nós mesmos. Desta forma, ela pode tanto facilitar quanto dificultar o
nosso relacionamento com as pessoas e com a sociedade no que diz respeito a nossa capacidade de
uso e articulação da língua.
Certas palavras e construções que empregamos acabam denunciando quem somos socialmente, ou
seja, em que região do país nascemos, qual nosso nível social e escolar, nossa formação e, às vezes,
até nossos valores, círculo de amizades e hobbies, como skate, rock, surfe, etc. O uso da língua também
pode informar nossa timidez, sobre nossa capacidade de nos adaptarmos às situações novas e nossa
insegurança.

Variedades Linguísticas

A língua escrita e falada apresenta uma série de variações e transformações ao pasar do tempo. Tais
variações decorrem das diferenças entre as épocas, condições sociais, culturais e regionais dos falantes.
Tomemos como exemplo a transformação ortográfica do vocábulo “farmácia” que antes era grafado com
“ph”, assim, a palavra era escrita “pharmácia”.
Todas as variedades linguísticas são adequadas, desde que cumpram com eficiência o papel
fundamental da língua, o de permitir e estabelecer a comunicação entre as pessoas. Apesar disso, há
uma entre as variedades que tem maior prestígio social, a norma culta ou norma padrã.
A norma culta é a variedade linguística ensinada nas escolas, contida na maior parte dos livros,
registros escritos, nas mídias televisivas, entre outros. Como variantes da norma padrão aparecem: a
linguagem regional, a gíria, a linguagem específica de grupos ou profissões (policiais, jogadores de
futebol, advogados, surfistas).
O ensino da língua culta na escola não tem a finalidade de condenar ou eliminar a língua que falamos
em nossa família ou em nossa comunidade. Ao contrário, o domínio da língua culta, somado ao domínio
de outras variedades linguísticas, torna-nos mais preparados para nos comunicarmos nos diferentes
contextos lingísticos, já que a linguagem utilizada em reuniões de trabalho não deve ser a mesma utilizada
em uma reunião de amigos no final de semana.
Portanto, saber usar bem uma língua equivale a saber empregá-la de modo adequado às mais
diferentes situações sociais de que participamos.

Graus de Formalismo

São muitos os tipos de registros quanto ao formalismo, tais como: o registro formal, que é uma
linguagem mais cuidada; o coloquial, que não tem um planejamento prévio, caracterizando-se por
construções gramaticais mais livres, repetições frequentes, frases curtas e conectores simples; o informal,

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que se caracteriza pelo uso de ortografia simplificada e construções simples ( geralmente usado entre
membros de uma mesma família ou entre amigos).
As variações de registro ocorrem de acordo com o grau de formalismo existente na situação de
comunicação; com o modo de expressão, isto é, se trata de um registro formal ou escrito; com a sintonia
entre interlocutores, que envolve aspectos como graus de cortesia, deferência, tecnicidade (domínio de
um vocabulário específico de algum campo científico, por exemplo).

ATITUDES NÃO RECOMENDADAS

EXPRESSÕES CONDENÁVEIS USO RECOMENDADO


A nível de / Ao nível Em nível, No nível
Face a / Frente a Ante, Diante, Em face de, Em vista de, Perante
Onde (Quando não exprime lugar) Em que, Na qual, Nas quais, No qual, Nos quais
Sob um ponto de vista De um ponto de vista
Sob um prisma Por (ou através de) um prisma
Em função de Em virtude de, Por causa de, Em consequência de,
Por, Em razão de

Expressões não recomendadas

- a partir de (a não ser com valor temporal).


Opção: com base em, tomando-se por base, valendo-se de...

- através de (para exprimir “meio” ou instrumento).


Opção: por, mediante, por meio de, por intermédio de, segundo...

- devido a.
Opção: em razão de, em virtude de, graças a, por causa de.

- dito.
Opção: citado, mencionado.

- enquanto.
Opção: ao passo que.

- inclusive (a não ser quando significa incluindo-se).


Opção: até, ainda, igualmente, mesmo, também.

- no sentido de, com vistas a.


Opção: a fim de, para, com a finalidade de, tendo em vista.

- pois (no início da oração).


Opção: já que, porque, uma vez que, visto que.

- principalmente.
Opção: especialmente, sobretudo, em especial, em particular.

Expressões que demandam atenção

- acaso, caso – com se, use acaso; caso rejeita o se


- aceitado, aceito – com ter e haver, aceitado; com ser e estar, aceito
- acendido, aceso (formas similares) – idem
- à custa de – e não às custas de
- à medida que – à proporção que, ao mesmo tempo que, conforme
- na medida em que – tendo em vista que, uma vez que
- a meu ver – e não ao meu ver
- a ponto de – e não ao ponto de

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- a posteriori, a priori – não tem valor temporal
- em termos de – modismo; evitar
- enquanto que – o que é redundância
- entre um e outro – entre exige a conjunção e, e não a
- implicar em – a regência é direta (sem em)
- ir de encontro a – chocar-se com
- ir ao encontro de – concordar com
- se não, senão – quando se pode substituir por caso não, separado; quando não se pode, junto
- todo mundo – todos
- todo o mundo – o mundo inteiro
- não pagamento = hífen somente quando o segundo termo for substantivo
- este e isto – referência próxima do falante (a lugar, a tempo presente; a futuro próximo; ao anunciar
e a que se está tratando)
- esse e isso – referência longe do falante e perto do ouvinte (tempo futuro, desejo de distância; tempo
passado próximo do presente, ou distante ao já mencionado e a ênfase).

Erros Comuns

- "Hoje ao receber alguns presentes no qual completo vinte anos tenho muitas novidades para contar”.
Uso inadequado do pronome relativo. Ele provoca falta de coesão, pois não consegue perceber a que
antecedente ele se refere, portanto nada conecta e produz relação absurda.

- "Ainda brincava de boneca quando conheci Davi, piloto de cart, moreno, 20 anos, com olhos cor de
mel. "Tudo começou naquele baile de quinze anos", "... é aos dezoito anos que se começa a procurar o
caminho do amanhã e encontrar as perspectiva que nos acompanham para sempre na estrada da vida”.
Você pode ter conhecimento do vocabulário e das regras gramaticais e, assim, construir um texto sem
erros. Entretanto, se você reproduz sem nenhuma crítica ou reflexão expressões gastas, vulgarizadas
pelo uso contínuo. A boa qualidade do texto fica comprometida.

- Tema: Para você, as experiências genéticas de clonagem põem em xeque todos os conceitos
humanos sobre Deus e a vida? "Bem a clonagem não é tudo, mas na vida tudo tem o seu valor e os
homens a todo momento necessitam de descobrir todos os mistérios da vida que nos cerca a todo
instante”.
É de extrema importância seguir o que foi proposto no tema. Antes de começar o texto leia atentamente
todos os elementos que o examinador apresentou. Esquematize as ideias e perceba se não há falta de
correspondência entre o tema proposto e o texto criado.

- "Uma biópsia do tumor retirado do fígado do meu primo (...) mostrou que ele não era maligno”.
Esta frase está ambígua. Não se sabe se o pronome ele refere-se ao fígado ou ao primo. Para se evitar
a ambiguidade, deve-se observar se a relação entre cada palavra do texto está correta.

- "Ele me tratava como uma criança, mas eu era apenas uma criança”.
Problema com o uso do conectivo “mas”. O conectivo mas indica uma circunstância de oposição, de
ideia contrária a. Portanto, a relação adversativa introduzida pelo "mas" no fragmento acima produz uma
ideia absurda.

- "Entretanto, como já diziam os sábios: depois da tempestade sempre vem a bonança. Após longo
suplício, meu coração apaziguava as tormentas e a sensatez me mostrava que só estaríamos separadas
carnalmente”.
Não utilize provérbios ou ditos populares. Eles empobrecem a redação e fazem parecer que o autor
não tem criatividade ao lançar mão de formas já gastas pelo uso frequente.

- "Todos os deputados são corruptos”.


Evite pensamentos radicais. É recomendável não generalizar e evitar, assim, posições extremistas.

- "Bem, acho que - você sabe - não é fácil dizer essas coisas. Olhe, acho que ele não vai concordar
com a decisão que você tomou, quero dizer, os fatos levam você a isso, mas você sabe - todos sabem -
ele pensa diferente. É bom a gente pensar como vai fazer para, enfim, para ele entender a decisão”.
O ato de escrever é diferente do ato de falar. O texto escrito não deve apresentar marcas de oralidade.

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- "Mal cheiro", "mau-humorado".
Mal opõe-se à bem e mau, a bom. Assim: mau cheiro (bom cheiro), mal-humorado (bem-humorado).
Igualmente: mau humor, mal-intencionado, mau jeito, mal-estar.

- "Fazem" cinco anos.


Fazer, quando exprime tempo, é impessoal: Faz cinco anos. / Fazia dois séculos. / Fez 15 dias.

- "Houveram" muitos acidentes.


Haver, como existir, também é invariável: Houve muitos acidentes. / Havia muitas pessoas. / Deve
haver muitos casos iguais.

- Para "mim" fazer.


Mim não faz, porque não pode ser sujeito. Assim: Para eu fazer, para eu dizer, para eu trazer.

- Entre "eu" e você.


Depois de preposição, usa-se mim ou ti: Entre mim e você. / Entre eles e ti.

- "Há" dez anos "atrás".


Há e atrás indicam passado na frase. Use apenas há dez anos ou dez anos atrás.

- "Entrar dentro".
Problema de redundância. O certo seria: entrar em.
Veja outras redundâncias: Sair fora ou para fora, elo de ligação, monopólio exclusivo, já não há mais,
ganhar grátis, viúva do falecido.

- Vai assistir "o" jogo hoje.


Assistir como presenciar exige a: Vai assistir ao jogo, à missa, à sessão.
Outros verbos com a: A medida não agradou (desagradou) à população. / Eles obedeceram
(desobedeceram) aos avisos. / Aspirava ao cargo de diretor. / Pagou ao amigo. / Respondeu à carta. /
Sucedeu ao pai. / Visava aos estudantes.

- Preferia ir "do que" ficar.


Prefere-se sempre uma coisa à outra: Preferia ir a ficar. É preferível segue a mesma norma: É preferível
lutar a morrer sem glória.

- Não há regra sem "excessão".


O certo é exceção.
Veja outras grafias erradas e, entre parênteses, a forma correta: "paralizar" (paralisar), "beneficiente"
(beneficente), "xuxu" (chuchu), "previlégio" (privilégio), "vultuoso" (vultoso), "cincoenta" (cinquenta), "zuar"
(zoar), "frustado" (frustrado), "calcáreo" (calcário), "advinhar" (adivinhar), "benvindo" (bem-vindo),
"ascenção" (ascensão), "pixar" (pichar), "impecilho" (empecilho), "envólucro" (invólucro).

- Comprei "ele" para você.


Eu, tu, ele, nós, vós e eles não podem ser objeto direto. Assim: Comprei-o para você. Também: Deixe-
os sair, mandou-nos entrar, viu-a, mandou-me.

- "Aluga-se" casas.
O verbo concorda com o sujeito: Alugam-se casas. / Fazem-se consertos. / É assim que se evitam
acidentes. / Compram-se terrenos. / Procuram-se empregados.

- Chegou "em" São Paulo.


Verbos de movimento exigem a, e não em: Chegou a São Paulo. / Vai amanhã ao cinema. / Levou os
filhos ao circo.

- Todos somos "cidadões".


O plural de cidadão é cidadãos. Veja outros: caracteres (de caráter), juniores, seniores, escrivães,
tabeliães, gângsteres.

- A última "seção" de cinema.

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Seção significa divisão, repartição, e sessão equivale a tempo de uma reunião, função: Seção Eleitoral,
Seção de Esportes, seção de brinquedos; sessão de cinema, sessão de pancadas, sessão do Congresso.

- Vendeu "uma" grama de ouro.


Grama, peso, é palavra masculina: um grama de ouro, vitamina C de dois gramas.

- "Porisso".
Duas palavras, por isso, como de repente e a partir de

- Não viu "qualquer" risco.


Deve-se usar “nenhum”, e não "qualquer.
Não viu nenhum risco. / Ninguém lhe fez nenhum reparo. / Nunca promoveu nenhuma confusão.

- A feira "inicia" amanhã.


Alguma coisa se inicia, se inaugura: A feira inicia-se (inaugura-se) amanhã.

- O peixe tem muito "espinho".


Peixe tem espinha.
Veja outras confusões desse tipo: O "fuzil" (fusível) queimou. / Casa "germinada" (geminada), "ciclo"
(círculo) vicioso, "cabeçário" (cabeçalho).

- Não sabiam "aonde" ele estava.


O certo: Não sabiam onde ele estava.
Aonde se usa com verbos de movimento, apenas: Não sei aonde ele quer chegar. / Aonde vamos?

- "Obrigado", disse a moça.


Obrigado concorda com a pessoa: "Obrigada", disse a moça. / Obrigado pela atenção. / Muito
obrigados por tudo.

- Ela era "meia" louca.


Meio, advérbio, não varia: meio louca, meio esperta, meio amiga.

- "Fica" você comigo.


Fica é imperativo do pronome tu. Para a 3.ª pessoa, o certo é fique: Fique você comigo. / Venha pra
Caixa você também. / Chegue aqui.

- A questão não tem nada "haver" com você.


A questão, na verdade, não tem nada a ver ou nada que ver. Da mesma forma: Tem tudo a ver com
você.

- Vou "emprestar" dele.


Emprestar é ceder, e não tomar por empréstimo: Vou pegar o livro emprestado. Ou: Vou emprestar o
livro (ceder) ao meu irmão.
Repare nesta concordância: Pediu emprestadas duas malas.

- Ele foi um dos que "chegou" antes.


Um dos que faz a concordância no plural: Ele foi um dos que chegaram antes (dos que chegaram
antes, ele foi um). / Era um dos que sempre vibravam com a vitória.

- "Cerca de 18" pessoas o saudaram. Cerca de indica arredondamento e não pode aparecer com
números exatos: Cerca de 20 pessoas o saudaram.

- Tinha "chego" atrasado.


"Chego" não existe. O certo: Tinha chegado atrasado.

- Queria namorar "com" o colega.


O com não existe: Queria namorar o colega.

- O processo deu entrada "junto ao" STF.

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1365246 E-book gerado especialmente para LEIDSON ALLAN
Processo dá entrada no STF

- As pessoas "esperavam-o".
Quando o verbo termina em m, ão ou õe, os pronomes o, a, os e as tomam a forma no, na, nos e nas:
As pessoas esperavam-no. / Dão-nos, convidam-na, põe-nos, impõem-nos.

- Vocês "fariam-lhe" um favor?


Não se usa pronome átono (me, te, se, lhe, nos, vos, lhes) depois de futuro do presente, futuro do
pretérito (antigo condicional) ou particípio. Assim: Vocês lhe fariam (ou far-lhe-iam) um favor? / Ele se
imporá pelos conhecimentos (e nunca "imporá-se"). / Os amigos nos darão (e não "darão-nos") um
presente. / Tendo-me formado (e nunca tendo "formado-me").

- Chegou "a" duas horas e partirá daqui "há" cinco minutos.


Há indica passado e equivale a faz, enquanto a exprime distância ou tempo futuro (não pode ser
substituído por faz): Chegou há (faz) duas horas e partirá daqui a (tempo futuro) cinco minutos. / O atirador
estava a (distância) pouco menos de 12 metros. / Ele partiu há (faz) pouco menos de dez dias.

- Estávamos "em" quatro à mesa.


O “em” não existe: Estávamos quatro à mesa. / Éramos seis. / Ficamos cinco na sala.

- Sentou "na" mesa para comer.


Sentar-se (ou sentar) em é sentar-se em cima de. Veja o certo: Sentou-se à mesa para comer. / Sentou
ao piano, à máquina, ao computador.

- Ficou contente "por causa que" ninguém se feriu.


A locução não existe. Use porque: Ficou contente porque ninguém se feriu.

- O time empatou "em" 2 a 2.


A preposição é “por”: O time empatou por 2 a 2. Repare que ele ganha por e perde por. Da mesma
forma: empate por.

- Não queria que "receiassem" a sua companhia.


O i não existe: Não queria que receassem a sua companhia. Da mesma forma: passeemos, enfearam,
ceaste, receeis (só existe i quando o acento cai no e que precede a terminação ear: receiem, passeias,
enfeiam).

- Eles "tem" razão.


No plural, têm é com acento. Tem é a forma do singular. O mesmo ocorre com vem e vêm e põe e
põem: Ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm; ele põe, eles põem.

- Acordos "políticos-partidários". Nos adjetivos compostos, só o último elemento varia: acordos político-
partidários. Outros exemplos: Bandeiras verde-amarelas, medidas econômico-financeiras, partidos
social-democratas.

- Andou por "todo" país.


Todo o (ou a) é que significa inteiro: Andou por todo o país (pelo país inteiro). / Toda a tripulação (a
tripulação inteira) foi demitida.
Sem o, todo quer dizer cada, qualquer: Todo homem (cada homem) é mortal. / Toda nação (qualquer
nação) tem inimigos.

- "Todos" amigos o elogiavam.


No plural, todos exige os: Todos os amigos o elogiavam. / Era difícil apontar todas as contradições do
texto.

- Ela "mesmo" arrumou a sala.


“Mesmo” é variável: Ela mesma (própria) arrumou a sala. / As vítimas mesmas recorreram à polícia.

- Chamei-o e "o mesmo" não atendeu.

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Não se pode empregar o mesmo no lugar de pronome ou substantivo: Chamei-o e ele não atendeu. /
Os funcionários públicos reuniram-se hoje: amanhã o país conhecerá a decisão dos servidores (e não
"dos mesmos").

- Vou sair "essa" noite.


É este que designa o tempo no qual se está o objeto próximo: Esta noite, esta semana (a semana em
que se está), este dia, este jornal (o jornal que estou lendo), este século (o século 20).

- A temperatura chegou a 0 "graus". Zero indica singular sempre: Zero grau, zero-quilômetro, zero
hora.

- Comeu frango "ao invés de" peixe.


Em vez de indica substituição: Comeu frango em vez de peixe.
Ao invés de significa apenas ao contrário: Ao invés de entrar, saiu.

- Se eu "ver" você por aí...


O certo é: Se eu vir, revir, previr. Da mesma forma: Se eu vier (de vir); se eu tiver (de ter); se ele puser
(de pôr); se ele fizer (de fazer); se nós dissermos (de dizer).

- Evite que a bomba "expluda". Explodir só tem as pessoas em que depois do “d” vêm “e” e “i”: Explode,
explodiram, etc. Portanto, não escreva nem fale "exploda" ou "expluda",

- Disse o que "quiz".


Não existe z, mas apenas s, nas pessoas de querer e pôr: Quis, quisesse, quiseram, quiséssemos;
pôs, pus, pusesse, puseram, puséssemos.

- O homem "possue" muitos bens.


O certo: O homem possui muitos bens. Verbos em uir só têm a terminação ui: Inclui, atribui, polui.
Verbos em uar é que admitem ue: Continue, recue, atue, atenue.

- A tese "onde".
Onde só pode ser usado para lugar: A casa onde ele mora. / Veja o jardim onde as crianças brincam.
Nos demais casos, use em que: A tese em que ele defende essa ideia. / O livro em que... / A faixa em
que ele canta... / Na entrevista em que...

- Já "foi comunicado" da decisão.


Uma decisão é comunicada, mas ninguém "é comunicado" de alguma coisa. Assim: Já foi informado
(cientificado, avisado) da decisão. Outra forma errada: A diretoria "comunicou" os empregados da
decisão. Opções corretas: A diretoria comunicou a decisão aos empregados. / A decisão foi comunicada
aos empregados.

- A modelo "pousou" o dia todo.


Modelo posa (de pose). Quem pousa é ave, avião, viajante, etc.

- Espero que "viagem" hoje.


Viagem, com g, é o substantivo: Minha viagem. A forma verbal é viajem (de viajar).
Evite também "comprimentar" alguém: de cumprimento (saudação), só pode resultar cumprimentar.
Comprimento é extensão. Igualmente: Comprido (extenso) e cumprido (concretizado).

- O pai "sequer" foi avisado.


Sequer deve ser usado com negativa: O pai nem sequer foi avisado. / Partiu sem sequer nos avisar.

- O fato passou "desapercebido".


Na verdade, o fato passou despercebido, não foi notado. Desapercebido significa desprevenido.

- "Haja visto" seu empenho...


A expressão é “haja vista” e não varia: Haja vista seu empenho. / Haja vista seus esforços. / Haja vista
suas críticas.

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- A moça "que ele gosta".
Quem gosta, gosta de, o certo é: A moça de que ele gosta

- É hora "dele" chegar.


Não se deve fazer a contração da preposição com artigo ou pronome, nos casos seguidos de infinitivo:
É hora de ele chegar. / Apesar de o amigo tê-lo convidado. / Depois de esses fatos terem ocorrido.

- A festa começa às 8 "hrs.".


As abreviaturas do sistema métrico decimal não têm plural nem ponto. Assim: 8 h, 2 km (e não "kms."),
5 m, 10 kg.

- "Dado" os índices das pesquisas...


A concordância é normal: Dados os índices das pesquisas... / Dado o resultado... / Dadas as suas
ideias...

- Ficou "sobre" a mira do assaltante.


Sob é que significa debaixo de: Ficou sob a mira do assaltante. / Escondeu-se sob a cama.
Sobre equivale a em cima de ou a respeito de: Estava sobre o telhado. / Falou sobre a inflação. E
lembre-se: O animal ou o piano têm cauda e o doce, calda. Da mesma forma, alguém traz alguma coisa
e alguém vai para trás.

- "Ao meu ver". Não existe artigo nessas expressões: A meu ver, a seu ver, a nosso ver.

Questões

01. (Pref. de Florianópolis/SC – Auxiliar de Sala – FEPESE/2016)


Assinale a alternativa que apresenta incorreção na regência verbal de acordo com a norma culta:
a) Quero a Pedro.
b) Custou-lhe aceitar a verdade
c) Eles se referiram sobre o outro governo.
d) Esta é a cidade com a qual sonhamos.
e) Assisti à conferência e não gostei.

02. (EMSERH – Fisioterapeuta – FUNCAB/2016)

O embondeiro que sonhava pássaros

Esse homem sempre vai ficar de sombra: nenhuma memória será bastante para lhe salvar do escuro.
Em verdade, seu astro não era o Sol. Nem seu país não era a vida. Talvez, por razão disso, ele habitasse
com cautela de um estranho. O vendedor de pássaros não tinha sequer o abrigo de um nome.
Chamavam-lhe o passarinheiro.
Todas manhãs ele passava nos bairros dos brancos carregando suas enormes gaiolas. Ele mesmo
fabricava aquelas jaulas, de tão leve material que nem pareciam servir de prisão. Parecia eram gaiolas
aladas, voláteis. Dentro delas, os pássaros esvoavam suas cores repentinas. À volta do vendedeiro, era
uma nuvem de pios, tantos que faziam mexer as janelas:
- Mãe, olha o homem dos passarinheiros!
E os meninos inundavam as ruas. As alegrias se intercambiavam: a gritaria das aves e o chilreio das
crianças. O homem puxava de uma muska e harmonicava sonâmbulas melodias. O mundo inteiro se
fabulava.
Por trás das cortinas, os colonos reprovavam aqueles abusos. Ensinavam suspeitas aos seus
pequenos filhos - aquele preto quem era? Alguém conhecia recomendações dele? Quem autorizara
aqueles pés descalços a sujarem o bairro? Não, não e não. O negro que voltasse ao seu devido lugar.
Contudo, os pássaros tão encantantes que são - insistiam os meninos. Os pais se agravavam: estava
dito.
Mas aquela ordem pouco seria desempenhada.
[...]
O homem então se decidia a sair, juntar as suas raivas com os demais colonos. No clube, eles todos
se aclamavam: era preciso acabar com as visitas do passarinheiro. Que a medida não podia ser de morte

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matada, nem coisa que ofendesse a vista das senhoras e seus filhos. 6 remédio, enfim, se haveria de
pensar.
No dia seguinte, o vendedor repetiu a sua alegre invasão. Afinal, os colonos ainda que hesitaram:
aquele negro trazia aves de belezas jamais vistas. Ninguém podia resistir às suas cores, seus chilreios.
Nem aquilo parecia coisa deste verídico mundo. O vendedor se anonimava, em humilde desaparecimento
de si:
- Esses são pássaros muito excelentes, desses com as asas todas de fora.
Os portugueses se interrogavam: onde desencantava ele tão maravilhosas criaturas? onde, se eles
tinham já desbravado os mais extensos matos?
O vendedor se segredava, respondendo um riso. Os senhores receavam as suas próprias suspeições
- teria aquele negro direito a ingressar num mundo onde eles careciam de acesso? Mas logo se
aprontavam a diminuir-lhe os méritos: o tipo dormia nas árvores, em plena passarada. Eles se igualam
aos bichos silvestres, concluíam.
Fosse por desdenho dos grandes ou por glória dos pequenos, a verdade é que, aos pouco-poucos, o
passarinheiro foi virando assunto no bairro do cimento. Sua presença foi enchendo durações, insuspeitos
vazios. Conforme dele se comprava, as casas mais se repletavam de doces cantos. Aquela música se
estranhava nos moradores, mostrando que aquele bairro não pertencia àquela terra. Afinal, os pássaros
desautenticavam os residentes, estrangeirando-lhes? [...] O comerciante devia saber que seus passos
descalços não cabiam naquelas ruas. Os brancos se inquietavam com aquela desobediência, acusando
o tempo. [...]
As crianças emigravam de sua condição, desdobrando-se em outras felizes existências. E todos se
familiavam, parentes aparentes. [...]
Os pais lhes queriam fechar o sonho, sua pequena e infinita alma. Surgiu o mando: a rua vos está
proibida, vocês não saem mais. Correram-se as cortinas, as casas fecharam suas pálpebras.

COUTO, Mia. Cada homem é uma raça: contosl Mia Couto - 1ª ed. - São Paulo: Companhia das Letras, 2013. p.63 - 71.
(Fragmento).

Do ponto de vista da norma culta, a única substituição pronominal realizada que feriu a regra de
colocação foi:
a) " Os brancos se inquietavam com aquela desobediência” = Os brancos inquietavam-se com aquela
desobediência.
b) " O remédio, enfim, se haveria de pensar." = O remédio, enfim, haver-se-ia de pensar.
c) " Eles se igualam aos bichos silvestres, concluíam” = Eles igualam-se aos bichos silvestres,
concluíam.
d) "O mundo inteiro se fabulava." = O mundo inteiro fabulava-se.
e) "Chamavam-lhe o passarinho."= Lhe chamavam o passarinheiro.

03. (SEGEP/MA – Agente Penitenciário – FUNCAB/2016)

A Repartição dos Pães

Era sábado e estávamos convidados para o almoço de obrigação. Mas cada um de nós gostava demais
de sábado para gastá-lo com quem não queríamos. Cada um fora alguma vez feliz e ficara com a marca
do desejo. Eu, eu queria tudo. E nós ali presos, como se nosso trem tivesse descarrilado e fôssemos
obrigados a pousar entre estranhos. Ninguém ali me queria, eu não queria a ninguém. Quanto a meu
sábado - que fora da janela se balançava em acácias e sombras - eu preferia, a gastá-lo mal, fechá-la na
mão dura, onde eu o amarfanhava como a um lenço. À espera do almoço, bebíamos sem prazer, à saúde
do ressentimento: amanhã já seria domingo. Não é com você que eu quero, dizia nosso olhar sem
umidade, e soprávamos devagar a fumaça do cigarro seco. A avareza de não repartir o sábado, ia pouco
a pouco roendo e avançando como ferrugem, até que qualquer alegria seria um insulto à alegria maior.
Só a dona da casa não parecia economizar o sábado para usá-lo numa quinta de noite. Ela, no entanto,
cujo coração já conhecera outros sábados. Como pudera esquecer que se quer mais e mais? Não se
impacientava sequer com o grupo heterogêneo, sonhador e resignado que na sua casa só esperava como
pela hora do primeiro trem partir, qualquer trem - menos ficar naquela estação vazia, menos ter que refrear
o cavalo que correria de coração batendo para outros, outros cavalos.
Passamos afinal à sala para um almoço que não tinha a bênção da fome. E foi quando surpreendidos
deparamos com a mesa. Não podia ser para nós...

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Era uma mesa para homens de boa-vontade. Quem seria o conviva realmente esperado e que não
viera? Mas éramos nós mesmos. Então aquela mulher dava o melhor não importava a quem? E lavava
contente os pés do primeiro estrangeiro. Constrangidos, olhávamos.
A mesa fora coberta por uma solene abundância. Sobre a toalha branca amontoavam-se espigas de
trigo. E maçãs vermelhas, enormes cenouras amarelas [...]. Os tomates eram redondos para ninguém:
para o ar, para o redondo ar. Sábado era de quem viesse. E a laranja adoçaria a língua de quem primeiro
chegasse.
Junto do prato de cada mal convidado, a mulher que lavava pés de estranhos pusera - mesmo sem
nos eleger, mesmo sem nos amar - um ramo de trigo ou um cacho de rabanetes ardentes ou uma talhada
vermelha de melancia com seus alegres caroços. Tudo cortado pela acidez espanhola que se adivinhava
nos limões verdes. Nas bilhas estava o leite, como se tivesse atravessado com as cabras o deserto dos
penhascos. Vinho, quase negro de tão pisado, estremecia em vasilhas de barro. Tudo diante de nós.
Tudo limpo do retorcido desejo humano. Tudo como é, não como quiséramos. Só existindo, e todo. Assim
como existe um campo. Assim como as montanhas. Assim como homens e mulheres, e não nós, os
ávidos. Assim como um sábado. Assim como apenas existe. Existe.
Em nome de nada, era hora de comer. Em nome de ninguém, era bom. Sem nenhum sonho. E nós
pouco a pouco a par do dia, pouco a pouco anonimizados, crescendo, maiores, à altura da vida possível.
Então, como fidalgos camponeses, aceitamos a mesa.
Não havia holocausto: aquilo tudo queria tanto ser comido quanto nós queríamos comê-lo. Nada
guardando para o dia seguinte, ali mesmo ofereci o que eu sentia àquilo que me fazia sentir. Era um viver
que eu não pagara de antemão com o sofrimento da espera, fome que nasce quando a boca já está perto
da comida. Porque agora estávamos com fome, fome inteira que abrigava o todo e as migalhas. [...]
E não quero formar a vida porque a existência já existe. Existe como um chão onde nós todos
avançamos. Sem uma palavra de amor. Sem uma palavra. Mas teu prazer entende o meu. Nós somos
fortes e nós comemos.
Pão é amor entre estranhos.

LISPECTOR, Clarice. A legião estrangeira. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.


Do ponto de vista da norma culta, a única substituição/mudança que poderia ser feita, sem alteração
de valor semântico e linguístico, seria:
a) ali mesmo ofereci o que eu sentia àquilo que me fazia sentir.” = ali mesmo ofereci o que eu sentia
àquilo que fazia-me sentir.
b) "Tudo cortado pela acidez espanhola que se adivinhava nos limões verdes.” = Tudo cortado pela
acidez espanhola que adivinhava-se nos limões verdes.
c) "Mas cada um de nós gostava demais de sábado para gastá-lo com quem não queríamos.” = Mas
cada um de nós gostava demais de sábado para o gastar com quem não queríamos.
d) "Só a dona casa não parecia economizar o sábado para usá-lo numa quinta de noite.” = Só a dona
da casa não parecia economizar o sábado para usar-lhe numa quinta de noite.
e) "Quanto a meu sábado - que fora da janela se balançava em acácias e sombras - eu preferia, a
gastá-lo mal.” = Quanto a meu sábado - que fora da janela se balançava em acácias e sombras - eu
preferia, do que gastá-lo mal.

04. (CODEBA – Guarda Portuário – FGV/2016)

O texto do cartaz apresenta numerosos erros segundo a norma culta da Língua Portuguesa.
Assinale a opção em que o segmento retirado do texto está correto.
a) “O lixo eletrônico contém".
b) “material radioativo que causam danos".
c) “causam danos a saúde".

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d) “a saúde e ao meio ambiemte".
e) “esse material fique jogado por ai".

05. (SEDU/ES – Professor - Língua Portuguesa – FCC/2016)


Assim, a expressão norma culta deve ser entendida como designando a norma linguística praticada,
em determinadas situações (aquelas que exigem certo grau de formalidade), por aqueles grupos sociais
mais diretamente relacionados com a cultura escrita, em especial por aquela legitimada historicamente
pelos grupos que controlam o poder social. [...] A cultura escrita, associada ao poder social, desencadeou
também, ao longo da história, um processo fortemente unificador, que visou e visa uma relativa
estabilização linguística, buscando neutralizar a variação e controlar a mudança. Ao resultado desse
processo, a essa norma estabilizada, costumamos dar o nome de norma-padrão ou língua padrão.

(FARACO, 2002, p.40)

Depreende-se da leitura do texto que a


a) norma culta é a língua falada pelos que, detendo maior prestígio social, buscam impô-la aos menos
favorecidos.
b) norma culta e a norma–padrão são expressões sinônimas, pois ambas neutralizam as variedades
incultas e populares.
c) norma-padrão é escrita e refratária à variação linguística, pois busca estabilizar a língua,
normatizando-a.
d) norma-padrão restringe-se às situações comunicativas sociais em que o falante tem reconhecido
poder social.
e) norma-padrão é aquela falada pela maioria da população em situações que exijam formalidade
discursiva.

06. (Pref. de Itupeva/SP – Procurador Municipal – FUNRIO/2016)


TEXTO
DENGUE E VISTORIA

As equipes de combate ao Aedes aegypti já vistoriaram 18,6 milhões de imóveis em todo país. O
balanço é do segundo ciclo de campanha de caça ao mosquito, iniciado este mês. Mas nem todo mundo
atendeu ao chamado dos agentes de saúde: muitos imóveis visitados estavam fechados ou os moradores
não abriram suas portas. Até agora, a vistoria só aconteceu de fato em 33,4% do total de 67 milhões de
residências que deveriam ser monitoradas.
Nesse segundo ciclo de visitas, os agentes já visitaram 22,4 milhões de imóveis. Desses, 3,8 milhões
não foram vistoriados, de acordo com informações do Ministério da Saúde. A abrangência das visitas
também foi divulgada. Dos 5.570 municípios brasileiros, 4.438 já registraram as visitas no Sistema
Informatizado de Monitoramento da Presidência da República (SIM-PR), segundo o novo balanço,
concluído no dia 24. Os agentes de saúde encontraram focos de larvas de Aedes aegypti em 3,2% dos
locais visitados.

“Nesse segundo ciclo de visitas, os agentes já visitaram 22,4 milhões de imóveis. Desses, 3,8 milhões
não foram vistoriados, de acordo com informações do Ministério da Saúde”. As formas demonstrativas
“nesse” e “desses”:
a) obedecem a uma mesma regra de estruturação textual.
b) referem-se a termos afastados temporalmente.
c) estão ligados a termos espacialmente próximos.
d) comprovam um emprego contrário à norma culta.
e) demonstram um uso coloquial na língua portuguesa.

07. (CFP – Analista Técnico – Suporte em TI – Quadrix/2016)

Com açúcar, com afeto

Com açúcar, com afeto, fiz seu doce predileto


Pra você parar em casa, qual o quê
Com seu terno mais bonito, você sai, não acredito
Quando diz que não se atrasa

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Você diz que é operário, sai em busca do salário
Pra poder me sustentar, qual o quê

No caminho da oficina, há um bar em cada esquina


Pra você comemorar, sei lá o quê
Sei que alguém vai sentar junto, você vai puxar assunto
Discutindo futebol
E ficar olhando as saias de quem vive pelas praias
Coloridas pelo sol

Vem a noite e mais um copo, sei que alegre ma non troppo


Você vai querer cantar
Na caixinha um novo amigo vai bater um samba antigo
Pra você rememorar

Quando a noite enfim lhe cansa, você vem feito criança


Pra chorar o meu perdão, qual o quê
Diz pra eu não ficar sentida, diz que vai mudar de vida
Pra agradar meu coração
E ao lhe ver assim cansado, maltrapilho e maltratado

Como vou me aborrecer, qual o quê


Logo vou esquentar seu prato, dou um beijo em seu retrato
E abro meus braços pra você

Chico Buarque

Releia esta passagem do texto:

“Diz pra eu não ficar sentida".

Essa é uma construção típica da oralidade, característica da linguagem brasileira de uso corrente, no
entanto, segundo a Norma Culta da Língua Portuguesa, o período acima configura alguns desvios em
relação ao padrão normativo gramatical escrito. Se fôssemos adequá-lo à Norma, em sua totalidade,
como deveríamos reescrevê-lo?
a) Diz-me que não fique sentida.
b) Diz a mim para não ficar sentida.
c) Diz-me não ficar sentida.
d) Diz a mim para que não fique sentida.
e) Diz para eu não ficar sentida.

08. (Pref. de Lauro Muller/SC – Auxiliar Administrativo – FAEPESUL/2016)


Assinale o período em que a concordância verbal NÃO é aceita pela gramática culta da Língua
Portuguesa:
a) Promovem-se muitas festas beneficentes nesta instituição de ensino.
b) Os Estados Unidos comemora novas eleições.
c) Fala-se de crises políticas, corrupção e propina.
d) Deve haver orientações para as famílias prejudicadas pelas enchentes.
e) Segundo a reportagem, fazia anos que estavam afastados dos pais.

Respostas

01. Resposta C
Eles se referiram ao outro governo. - Correto
Eles se referiram sobre o outro governo. Errado

02. Resposta E
Em regra não se aplica pronome obliquo átono no início de uma oração.
"Chamavam-lhe o passarinho."= Lhe chamavam o passarinheiro.

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03. Resposta C
a) ali mesmo ofereci o que eu sentia àquilo que me fazia sentir.” = ali mesmo ofereci o que eu sentia
àquilo que fazia-me sentir.
Aqui existe o uso da próclise. A próclise antecede pronomes indefinidos, relativos, interrogativos,
advérbios que não peçam pausa, conjunções subordinativas e quando há gerúndio precedido pela
preposição EM. Neste caso o "que" é um pronome relativo, por isso não pode ser usado a ênclise, pois
pronome relativo atrai a próclise.
b) "Tudo cortado pela acidez espanhola que se adivinhava nos limões verdes.” = Tudo cortado pela
acidez espanhola que adivinhava-se nos limões verdes.
Temos outro caso de pronome relativo. Por isso deve ser usada a próclise, pois o pronome que retoma
a palavra acidez espanhola.
c) "Mas cada um de nós gostava demais de sábado para gastá-lo com quem não queríamos.” = Mas
cada um de nós gostava demais de sábado para o gastar com que não queríamos.
Neste caso temos a próclise facultativa quando usada com conjunções coordenativas. Alternativa
correta
d) "Só a dona casa não parecia economizar o sábado para usá-lo numa quinta de noite.” = Só a dona
da casa não parecia economizar o sábado para usar-lhe numa quinta de noite. O "lhe" é usado apenas
para objeto indireto.
e) "Quanto a meu sábado - que fora da janela se balançava em acácias e sombras - eu preferia, a
gastá-lo mal.” = Quanto a meu sábado - que fora da janela se balançava em acácias e sombras - eu
preferia, do que gastá-lo mal.
Na alternativa "e" temos um caso de regência. O verbo preferir é transitivo direto e indireto com a
preposição A. Ou seja, necessita de um objeto direto e um indireto. Quem prefere, prefere isso a aquilo.
A opção dada pela alternativa é o modo coloquial.
Ex: Prefiro a natação ao futebol.

04. Resposta A
a) “O lixo eletrônico contém". Verbo conter no ele contém, eles contêm _ correto
b) “material radioativo que (pronome relativo) causam danos". O pronome relativo "que" é o sujeito do
verbo causar, porém ele se refere ao termo que o antecede (material radioativo) e por isso deverá o verbo
concordar com o termo que antecede o pronome relativo - material radioativo que CAUSA danos
c) “causam danos À saúde". (CRASE)
d) “à saúde e ao meio ambiemte". (Tinha que haver paralelismo, ou seja, como "meio ambiente" estão
antecedido por ao, saúde tem que vir com crase)
e) “esse material fique jogado por AÍ" (ORTOGRAFIA)

05. Resposta C
Assim, a expressão norma culta deve ser entendida como designando a norma linguística praticada,
em determinadas situações (aquelas que exigem certo grau de formalidade), por aqueles grupos sociais
mais diretamente relacionados com a cultura escrita, em especial por aquela legitimada historicamente
pelos grupos que controlam o poder social. [...]
A cultura escrita, associada ao poder social, desencadeou também, ao longo da história, um processo
fortemente unificador, que visou e visa uma relativa estabilização linguística, buscando neutralizar a
variação e controlar a mudança.
Ao resultado desse processo, a essa norma estabilizada, costumamos dar o nome de norma-padrão
ou língua padrão.

06. Resposta A
Pertencem a mesma classe de "PRONOMES DEMONSTRATIVOS"
Os pronomes demonstrativos são utilizados para explicitar a posição de uma certa palavra em relação
a outras ou ao contexto. Essa relação pode ocorrer em termos de espaço, tempo ou discurso.

07. Resposta A
Quem diz, diz alguma coisa a alguém. Logo, DIZER é VTDI:
Diz-me (objeto indireto) que não fique sentida (objeto direto)

08. Resposta B
Por conta do artigo " OS" o correto é a concordância no plural: Os Estados Unidos comemoram novas
eleições

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Função social da linguagem.

Funções da Linguagem

Quando se pergunta a alguém para que serve a linguagem, a resposta mais comum é que ela serve
para comunicar. Isso está correto. No entanto, comunicar não é apenas transmitir informações. É também
exprimir emoções, dar ordens, falar apenas para não haver silêncio. Para que serve a linguagem?

A linguagem serve para informar: Função Referencial.

“Estados Unidos invadem o Iraque”

Essa frase, numa manchete de jornal, informa-nos sobre um acontecimento do mundo.


Com a linguagem, armazenamos conhecimentos na memória, transmitimos esses conhecimentos a
outras pessoas, ficamos sabendo de experiências bem-sucedidas, somos prevenidos contra as tentativas
mal sucedidas de fazer alguma coisa. Graças à linguagem, um ser humano recebe de outro
conhecimentos, aperfeiçoa-os e transmite-os.
Condillac, um pensador francês, diz: “Quereis aprender ciências com facilidade? Começai a aprender
vossa própria língua!” Com efeito, a linguagem é a maneira como aprendemos desde as mais banais
informações do dia a dia até as teorias científicas, as expressões artísticas e os sistemas filosóficos mais
avançados.
A função informativa da linguagem tem importância central na vida das pessoas, consideradas
individualmente ou como grupo social. Para cada indivíduo, ela permite conhecer o mundo; para o grupo
social, possibilita o acúmulo de conhecimentos e a transferência de experiências. Por meio dessa função,
a linguagem modela o intelecto.
É a função informativa que permite a realização do trabalho coletivo. Operar bem essa função da
linguagem possibilita que cada indivíduo continue sempre a aprender.
A função informativa costuma ser chamada também de função referencial, pois seu principal
propósito é fazer com que as palavras revelem da maneira mais clara possível as coisas ou os eventos a
que fazem referência.

A linguagem serve para influenciar e ser influenciado: Função Conativa.

“Vem pra Caixa você também.”

Essa frase fazia parte de uma campanha destinada a aumentar o número de correntistas da Caixa
Econômica Federal. Para persuadir o público alvo da propaganda a adotar esse comportamento,
formulou-se um convite com uma linguagem bastante coloquial, usando, por exemplo, a forma vem, de
segunda pessoa do imperativo, em lugar de venha, forma de terceira pessoa prescrita pela norma culta
quando se usa você.
Pela linguagem, as pessoas são induzidas a fazer determinadas coisas, a crer em determinadas ideias,
a sentir determinadas emoções, a ter determinados estados de alma (amor, desprezo, desdém, raiva,
etc.). Por isso, pode-se dizer que ela modela atitudes, convicções, sentimentos, emoções, paixões. Quem
ouve desavisada e reiteradamente a palavra “negro”, pronunciada em tom desdenhoso, aprende a ter
sentimentos racistas; se a todo momento nos dizem, num tom pejorativo, “Isso é coisa de mulher”,
aprendemos os preconceitos contra a mulher.
Não se interfere no comportamento das pessoas apenas com a ordem, o pedido, a súplica. Há textos
que nos influenciam de maneira bastante sutil, com tentações e seduções, como os anúncios publicitários
que nos dizem como seremos bem sucedidos, atraentes e charmosos se usarmos determinadas marcas,
se consumirmos certos produtos.
Com essa função, a linguagem modela tanto bons cidadãos, que colocam o respeito ao outro acima
de tudo, quanto espertalhões, que só pensam em levar vantagem, e indivíduos atemorizados, que se
deixam conduzir sem questionar.
Emprega-se a expressão função conativa da linguagem quando esta é usada para interferir no
comportamento das pessoas por meio de uma ordem, um pedido ou uma sugestão. A palavra conativo é
proveniente de um verbo latino (conari) que significa “esforçar-se” (para obter algo).

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A linguagem serve para expressar a subjetividade: Função Emotiva.

“Eu fico possesso com isso!”

Nessa frase, quem fala está exprimindo sua indignação com alguma coisa que aconteceu. Com
palavras, objetivamos e expressamos nossos sentimentos e nossas emoções. Exprimimos a revolta e a
alegria, sussurramos palavras de amor e explodimos de raiva, manifestamos desespero, desdém,
desprezo, admiração, dor, tristeza. Muitas vezes, falamos para exprimir poder ou para afirmarmo-nos
socialmente. Durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, ouvíamos certos políticos
dizerem “A intenção do Fernando é levar o país à prosperidade” ou “O Fernando tem mudado o país”.
Essa maneira informal de se referirem ao presidente era, na verdade, uma maneira de insinuarem
intimidade com ele e, portanto, de exprimirem a importância que lhes seria atribuída pela proximidade
com o poder. Inúmeras vezes, contamos coisas que fizemos para afirmarmo-nos perante o grupo, para
mostrar nossa valentia ou nossa erudição, nossa capacidade intelectual ou nossa competência na
conquista amorosa.
Por meio do tipo de linguagem que usamos, do tom de voz que empregamos, etc., transmitimos uma
imagem nossa, não raro inconscientemente.
Emprega-se a expressão função emotiva para designar a utilização da linguagem para a
manifestação do enunciador, isto é, daquele que fala.

A linguagem serve para criar e manter laços sociais: Função Fática.

__Que calorão, hein?


__Também, tem chovido tão pouco.
__Acho que este ano tem feito mais calor do que nos outros.
__Eu não me lembro de já ter sentido tanto calor.

Esse é um típico diálogo de pessoas que se encontram num elevador e devem manter uma conversa
nos poucos instantes em que estão juntas. Falam para nada dizer, apenas porque o silêncio poderia ser
constrangedor ou parecer hostil.
Quando estamos num grupo, numa festa, não podemos manter-nos em silêncio, olhando uns para os
outros. Nessas ocasiões, a conversação é obrigatória. Por isso, quando não se tem assunto, fala-se do
tempo, repetem-se histórias que todos conhecem, contam-se anedotas velhas. A linguagem, nesse caso,
não tem nenhuma função que não seja manter os laços sociais. Quando encontramos alguém e lhe
perguntamos “Tudo bem?”, em geral não queremos, de fato, saber se nosso interlocutor está bem, se
está doente, se está com problemas. A fórmula é uma maneira de estabelecer um vínculo social.
Também os hinos têm a função de criar vínculos, seja entre alunos de uma escola, entre torcedores
de um time de futebol ou entre os habitantes de um país. Não importa que as pessoas não entendam
bem o significado da letra do Hino Nacional, pois ele não tem função informativa: o importante é que, ao
cantá-lo, sentimo-nos participantes da comunidade de brasileiros.
Na nomenclatura da linguística, usa-se a expressão função fática para indicar a utilização da linguagem
para estabelecer ou manter aberta a comunicação entre um falante e seu interlocutor.

A linguagem serve para falar sobre a própria linguagem: Função Metalinguística.

Quando dizemos frases como “A palavra ‘cão’ é um substantivo”; “É errado dizer ‘a gente viemos’”;
“Estou usando o termo ‘direção’ em dois sentidos”; “Não é muito elegante usar palavrões”, não estamos
falando de acontecimentos do mundo, mas estamos tecendo comentários sobre a própria linguagem. É
o que chama função metalinguística. A atividade metalinguística é inseparável da fala. Falamos sobre o
mundo exterior e o mundo interior e ao mesmo tempo, fazemos comentários sobre a nossa fala e a dos
outros. Quando afirmamos como diz o outro, estamos comentando o que declaramos: é um modo de
esclarecer que não temos o hábito de dizer uma coisa tão trivial como a que estamos enunciando;
inversamente, podemos usar a metalinguagem como recurso para valorizar nosso modo de dizer. É o
que se dá quando dizemos, por exemplo, Parodiando o padre Vieira ou Para usar uma expressão clássica,
vou dizer que “peixes se pescam, homens é que se não podem pescar”.

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A linguagem serve para criar outros universos.

A linguagem não fala apenas daquilo que existe, fala também do que nunca existiu. Com ela,
imaginamos novos mundos, outras realidades. Essa é a grande função da arte: mostrar que outros modos
de ser são possíveis, que outros universos podem existir. O filme de Woody Allen “A rosa púrpura do
Cairo” (1985) mostra isso de maneira bem expressiva. Nele, conta-se a história de uma mulher que, para
consolar-se do cotidiano sofrido e dos maus-tratos infligidos pelo marido, refugia-se no cinema, assistindo
inúmeras vezes a um filme de amor em que a vida é glamorosa, e o galã é carinhoso e romântico. Um
dia, ele sai da tela e ambos vão viver juntos uma série de aventuras. Nessa outra realidade, os homens
são gentis, a vida não é monótona, o amor nunca diminui e assim por diante.

A linguagem serve como fonte de prazer: Função Poética.

Brincamos com as palavras. Os jogos com o sentido e os sons são formas de tornar a linguagem um
lugar de prazer. Divertimo-nos com eles. Manipulamos as palavras para delas extrairmos satisfação.
Oswald de Andrade, em seu “Manifesto antropófago”, diz “Tupi or not tupi”; trata-se de um jogo com a
frase shakespeariana “To be or not to be”. Conta-se que o poeta Emílio de Menezes, quando soube que
uma mulher muito gorda se sentara no banco de um ônibus e este quebrara, fez o seguinte trocadilho: “É
a primeira vez que vejo um banco quebrar por excesso de fundos”. A palavra banco está usada em dois
sentidos: “móvel comprido para sentar-se” e “casa bancária”. Também está empregado em dois sentidos
o termo fundos: “nádegas” e “capital”, “dinheiro”.
Observe-se o uso do verbo bater, em expressões diversas, com significados diferentes, nesta frase do
deputado Virgílio Guimarães:

“ACM bate boca porque está acostumado a bater: bateu continência para os militares, bateu palmas
para o Collor e quer bater chapa em 2002. Mas o que falta é que lhe bata uma dor de consciência e bata
em retirada.”
(Folha de S. Paulo)

Verifica-se que a linguagem pode ser usada utilitariamente ou esteticamente. No primeiro caso, ela é
utilizada para informar, para influenciar, para manter os laços sociais, etc. No segundo, para produzir um
efeito prazeroso de descoberta de sentidos. Em função estética, o mais importante é como se diz, pois o
sentido também é criado pelo ritmo, pelo arranjo dos sons, pela disposição das palavras, etc.
Na estrofe abaixo, retirada do poema “A Cavalgada”, de Raimundo Correia, a sucessão dos sons
oclusivos /p/, /t/, /k/, /b/, /d/, /g/ sugere o patear dos cavalos:

E o bosque estala, move-se, estremece...


Da cavalgada o estrépito que aumenta
Perde-se após no centro da montanha...
Apud: Lêdo Ivo. Raimundo Correia: Poesia. 4ª ed.
Rio de Janeiro, Agir, p. 29. Coleção Nossos Clássicos.

Observe-se que a maior concentração de sons oclusivos ocorre no segundo verso, quando se afirma
que o barulho dos cavalos aumenta.
Quando se usam recursos da própria língua para acrescentar sentidos ao conteúdo transmitido por
ela, diz-se que estamos usando a linguagem em sua função poética.

Para melhor compreensão das funções de linguagem, torna-se necessário o estudo dos elementos da
comunicação.
Antigamente, tinha-se a ideia que o diálogo era desenvolvido de maneira "sistematizada" (alguém
pergunta - alguém espera ouvir a pergunta, daí responde, enquanto outro escuta em silêncio, etc).
Exemplo:

ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO
Emissor emite, codifica a mensagem
Receptor recebe, decodifica a mensagem
Mensagem conteúdo transmitido pelo emissor

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conjunto de signos usado na transmissão
Código
e recepção da mensagem
Referente contexto relacionado a emissor e receptor
Canal meio pelo qual circula a mensagem

Porém, com recentes estudos linguísticos, tal teoria sofreu certa modificação, pois, chegou-se a
conclusão de que ao se tratar da parole (sentido individual da língua), entende-se que é um veículo
democrático (observe a função fática), assim, admite-se um novo formato de locução, ou, interlocução
(diálogo interativo):

Locutor quem fala (e responde)


Locutário quem ouve e responde
Interlocução diálogo

As respostas, dos "interlocutores" podem ser gestuais, faciais etc. por isso a mudança (aprimoração)
na teoria.
As atitudes e reações dos comunicantes são também referentes e exercem influência sobre a
comunicação

Lembramo-nos:

- Emotiva (ou expressiva): a mensagem centra-se no "eu" do emissor, é carregada de subjetividade.


Ligada a esta função está, por norma, a poesia lírica.
- Função apelativa (imperativa): com este tipo de mensagem, o emissor atua sobre o receptor, afim
de que este assuma determinado comportamento; há frequente uso do vocativo e do imperativo. Esta
função da linguagem é frequentemente usada por oradores e agentes de publicidade.
- Função metalinguística: função usada quando a língua explica a própria linguagem (exemplo:
quando, na análise de um texto, investigamos os seus aspectos morfo-sintáticos e/ou semânticos).
- Função informativa (ou referencial): função usada quando o emissor informa objetivamente o
receptor de uma realidade, ou acontecimento.
- Função fática: pretende conseguir e manter a atenção dos interlocutores, muito usada em discursos
políticos e textos publicitários (centra-se no canal de comunicação).
- Função poética: embeleza, enriquecendo a mensagem com figuras de estilo, palavras belas,
expressivas, ritmos agradáveis, etc.

Também podemos pensar que as primeiras falas conscientes da raça humana ocorreu quando os sons
emitidos evoluiram para o que podemos reconhecer como “interjeições”. As primeiras ferramentas da fala
humana.

A função biológica e cerebral da linguagem é aquilo que mais profundamente distingue o homem dos
outros animais.
Podemos considerar que o desenvolvimento desta função cerebral ocorre em estreita ligação com a
bipedia e a libertação da mão, que permitiram o aumento do volume do cérebro, a par do desenvolvimento
de órgãos fonadores e da mímica facial.
Devido a estas capacidades, para além da linguagem falada e escrita, o homem, aprendendo pela
observação de animais, desenvolveu a língua de sinais adaptada pelos surdos em diferentes países, não
só para melhorar a comunicação entre surdos, mas também para utilizar em situações especiais, como
no teatro e entre navios ou pessoas e não animais que se encontram fora do alcance do ouvido, mas que
se podem observar entre si.

Questões

01. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS/AL – TÉCNICO DE LABORATÓRIO – ANATOMIA


E NECROPSIA – COPEVE/2014 - adaptada)
Alô, alô, Marciano
Aqui quem fala é da Terra
Pra variar, estamos em guerra
Você não imagina a loucura

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O ser humano tá na maior fissura porque
Tá cada vez mais down o high society [...]
LEE, Rita. CARVALHO, Roberto de. Disponível em: http://www.vagalume.com.br/ Acesso em: 30 mar. 2014.

Os dois primeiros versos do texto fazem referência à função da linguagem cujo objetivo dos emissores
é apenas estabelecer ou manter contato de comunicação com seus receptores. Nesses versos, a
linguagem está empregada em função
(A) expressiva.
(B) apelativa.
(C) referencial.
(D) poética.
(E) fática.

02. (PREFEITURA DE IGUARAÇU/PR – TÉCNICO EM ENFERMAGEM – FAFIPA/2014)

SONETO DE MAIO
(Vinícius de Moraes)

Suavemente Maio se insinua


Por entre os véus de Abril, o mês cruel
E lava o ar de anil, alegra a rua
Alumbra os astros e aproxima o céu.
Até a lua, a casta e branca lua
Esquecido o pudor, baixa o dossel
E em seu leito de plumas fica nua
A destilar seu luminoso mel.
Raia a aurora tão tímida e tão frágil
Que através do seu corpo transparente
Dir-se-ia poder-se ver o rosto
Carregado de inveja e de presságio
Dos irmãos Junho e Julho, friamente
Preparando as catástrofes de Agosto...
Disponível em: http://www.viniciusdemoraes.com.br

Em um poema, é possível afirmar que a função de linguagem está centrada na:


(A) Função fática.
(B) Função emotiva ou expressiva.
(C) Função conativa ou apelativa.
(D) Função denotativa ou referencial.

03. O exercício da crônica


Escrever prosa é uma arte ingrata. Eu digo prosa fiada, como faz um cronista; não a prosa de um
ficcionista, na qual este é levado meio a tapas pelas personagens e situações que, azar dele, criou porque
quis. Com um prosador do cotidiano, a coisa fia mais fino. Senta-se ele diante de sua máquina, olha
através da janela e busca fundo em sua imaginação um fato qualquer, de preferência colhido no noticiário
matutino, ou da véspera, em que, com as suas artimanhas peculiares, possa injetar um sangue novo. Se
nada houver, resta-lhe o recurso de olhar em torno e esperar que, através de um processo associativo,
surja-lhe de repente a crônica, provinda dos fatos e feitos de sua vida emocionalmente despertados pela
concentração. Ou então, em última instância, recorrer ao assunto da falta de assunto, já bastante gasto,
mas do qual, no ato de escrever, pode surgir o inesperado.
MORAES, V. Para viver um grande amor: crônicas e poemas. São Paulo: Cia. das Letras, 1991.

Predomina nesse texto a função da linguagem que se constitui


(A) nas diferenças entre o cronista e o ficcionista.
(B) nos elementos que servem de inspiração ao cronista.
(C) nos assuntos que podem ser tratados em uma crônica.
(D) no papel da vida do cronista no processo de escrita da crônica.
(E) nas dificuldades de se escrever uma crônica por meio de uma crônica.

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04. (Prefeitura de Cantagalo/RJ - Oficial Administrativo – CEPERJ/2016) Sempre que há
comunicação há uma intenção, o que determina que a linguagem varie, assumindo funções. A função da
linguagem predominante no texto com a respectiva característica está expressa em:

O que você deve fazer


(Se for bom leitor de jornais e revistas, fiel ouvinte de rádio, obediente telespectador ou simples
passageiro de bonde.)

Consuma aveia, como experiência, durante 30 dias.


Emagreça um quilo por semana sem regime e sem dieta.
Livre-se do complexo de magreza, usando Koxboax hoje mesmo.
Procure hoje mesmo nosso revendedor autorizado.
Economize servindo a garrafa-monstro de Lero-Lero.
Ganhe a miniatura da garrafa de Lisolete.
Tenha sempre à mãi um comprimido de leite de magnólia.
Resolva de uma vez o problema do seu assoalho, aplicando-lhe Sintaxe.
Use somente peças originais, para o funcionamento ideal do seu W.Y.Z.
Tenha sempre à mão uma caixa de adesivos plásticos.
Faça curso de madureza por correspondência.
Aprenda em casa, nas horas vagas, a fascinante profissão de relojoeiro. (...)

Carlos Drummond de Andrade (“A bolsa & vida”. In: Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Aguillar, 1983. P. 1032)

(A) referencial – presença de termos científicos e técnicos


(B) expressiva – predominância da 1ª pessoa do singular
(C) fática – uso de cumprimentos e saudações
(D) apelativa – emprego de verbos flexionados no imperativo

Respostas

01. Resposta E
A função da linguagem que é utilizada para estabelecer contato com o interlocutor - verificando se o
emissor está sendo ouvido, entendido - é a fática.

02. Resposta B
A função da linguagem utilizada nos poemas, geralmente, é a poética – valorização da mensagem em
si, revelando um cuidado especial com o ritmo das frases, com a sonoridade das palavras, com o jogo de
ideias. Mas, como não há tal opção nas alternativas, a que mais se relaciona com o poema é a emotiva -
valorização do “eu”; a linguagem está centrada no próprio emissor, revelando seus sentimentos, suas
emoções.

03. Resposta E
Sem dúvida, Vinícius ao falar sobre as dificuldades de se escrever uma crônica, faz, ele também uma
crônica, uma vez que esta é um gênero narrativo, no qual o narrador aborda um tema cotidiano e atual
sob um olhar diferente.

04. Resposta D
A alternativa “D” é a correta porque a “função apelativa” chama a atenção do leitor. A ênfase está
diretamente vinculada ao receptor, na qual o discurso visa persuadi-lo, conduzindo-o a assumir um
determinado comportamento. A presente modalidade encontra-se presente na linguagem publicitária de
uma forma geral e traz como característica principal, o emprego dos verbos no modo imperativo.
Na “A” “função referencial” - Ocorre quando o objetivo do emissor é traduzir a realidade visando à
informação. Sua predominância atém-se a textos científicos, técnicos ou didáticos, alguns gêneros do
cotidiano jornalístico, documentos oficiais e correspondências comerciais. A linguagem neste caso é
essencialmente objetiva, razão pela qual os verbos são retratados na 3ª pessoa do singular, conferindo-
lhe total impessoalidade por parte do emissor.
Na “B” “função expressiva” - há um envolvimento pessoal do emissor, que comunica seus
sentimentos, emoções, inquietações e opiniões centradas na expressão do próprio “eu”, levando em

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consideração o seu mundo interior. Para tal, são utilizados verbos e pronomes em 1ª pessoa, muitas
vezes acompanhados de sinais de pontuação, como reticências, pontos de exclamação, bem como o uso
de onomatopeias e interjeições.
Na “C” – “função fática” - O objetivo do emissor é estabelecer o contato, verificar se o receptor está
recebendo a mensagem de forma autêntica, ou ainda visando prolongar o contato. Há o predomínio de
expressões usadas nos cumprimentos como: bom dia, Oi!. Ao telefone (Pronto! Alô!) e em outras
situações em que se testa o canal de comunicação (Está me ouvindo?).

Relação entre a linguagem verbal e as outras linguagens.

Linguagem Verbal e Não Verbal

Linguagem é a capacidade que possuímos de expressar nossos pensamentos, ideias, opiniões e


sentimentos. Está relacionada a fenômenos comunicativos; onde há comunicação, há linguagem.
Podemos usar inúmeros tipos de linguagens para estabelecermos atos de comunicação, tais como:
sinais, símbolos, sons, gestos e regras com sinais convencionais (linguagem escrita e linguagem mímica,
por exemplo). Num sentido mais genérico, a linguagem pode ser classificada como qualquer sistema de
sinais que se valem os indivíduos para comunicar-se.
A linguagem pode ser:

- Verbal: aquela que faz uso das palavras para comunicar algo.

As figuras acima nos comunicam sua mensagem através da linguagem verbal (usa palavras para
transmitir a informação).

- Não Verbal: aquela que utiliza outros métodos de comunicação, que não são as palavras. Dentre
elas estão: a linguagem de sinais, as placas e sinais de trânsito, a linguagem corporal, uma figura, a
expressão facial, um gesto, etc.

Essas figuras fazem uso apenas de imagens para comunicar o que representam.

A Língua é um instrumento de comunicação, sendo composta por regras gramaticais que possibilitam
que determinado grupo de falantes consiga produzir enunciados que lhes permitam comunicar-se e
compreender-se. Por exemplo: falantes da língua portuguesa.
A língua possui um caráter social: pertence a todo um conjunto de pessoas, as quais podem agir sobre
ela. Cada membro da comunidade pode optar por esta ou aquela forma de expressão. Por outro lado,
não é possível criar uma língua particular e exigir que outros falantes a compreendam. Dessa forma, cada
indivíduo pode usar de maneira particular a língua comunitária, originando a fala. A fala está sempre
condicionada pelas regras socialmente estabelecidas da língua, mas é suficientemente ampla para
permitir um exercício criativo da comunicação. Um indivíduo pode pronunciar um enunciado da seguinte
maneira:
A família de Regina era paupérrima.

Outro, no entanto, pode optar por:

A família de Regina era muito pobre.

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As diferenças e semelhanças constatadas devem-se às diversas manifestações da fala de cada um.
Note, além disso, que essas manifestações devem obedecer às regras gerais da língua portuguesa, para
não correrem o risco de produzir enunciados incompreensíveis como:

Família a paupérrima de era Regina.

Não devemos confundir língua com escrita, pois são dois meios de comunicação distintos. A escrita
representa um estágio posterior de uma língua. A língua falada é mais espontânea, abrange a
comunicação linguística em toda sua totalidade. Além disso, é acompanhada pelo tom de voz, algumas
vezes por mímicas, incluindo-se fisionomias. A língua escrita não é apenas a representação da língua
falada, mas sim um sistema mais disciplinado e rígido, uma vez que não conta com o jogo fisionômico,
as mímicas e o tom de voz do falante. No Brasil, por exemplo, todos falam a língua portuguesa, mas
existem usos diferentes da língua devido a diversos fatores. Dentre eles, destacam-se:

- Fatores Regionais: é possível notar a diferença do português falado por um habitante da região
nordeste e outro da região sudeste do Brasil. Dentro de uma mesma região, também há variações no uso
da língua. No estado do Rio Grande do Sul, por exemplo, há diferenças entre a língua utilizada por um
cidadão que vive na capital e aquela utilizada por um cidadão do interior do estado.
- Fatores Culturais: o grau de escolarização e a formação cultural de um indivíduo também são fatores
que colaboram para os diferentes usos da língua. Uma pessoa escolarizada utiliza a língua de uma
maneira diferente da pessoa que não teve acesso à escola.
- Fatores Contextuais: nosso modo de falar varia de acordo com a situação em que nos encontramos:
quando conversamos com nossos amigos, não usamos os termos que usaríamos se estivéssemos
discursando em uma solenidade de formatura.
- Fatores Profissionais: o exercício de algumas atividades requer o domínio de certas formas de
língua chamadas línguas técnicas. Abundantes em termos específicos, essas formas têm uso
praticamente restrito ao intercâmbio técnico de engenheiros, químicos, profissionais da área de direito e
da informática, biólogos, médicos, linguistas e outros especialistas.
- Fatores Naturais: o uso da língua pelos falantes sofre influência de fatores naturais, como idade e
sexo. Uma criança não utiliza a língua da mesma maneira que um adulto, daí falar-se em linguagem
infantil e linguagem adulta.

Fala

É a utilização oral da língua pelo indivíduo. É um ato individual, pois cada indivíduo, para a
manifestação da fala, pode escolher os elementos da língua que lhe convém, conforme seu gosto e sua
necessidade, de acordo com a situação, o contexto, sua personalidade, o ambiente sociocultural em que
vive, etc. Desse modo, dentro da unidade da língua, há uma grande diversificação nos mais variados
níveis da fala. Cada indivíduo, além de conhecer o que fala, conhece também o que os outros falam; é
por isso que somos capazes de dialogar com pessoas dos mais variados graus de cultura, embora nem
sempre a linguagem delas seja exatamente como a nossa.
Devido ao caráter individual da fala, é possível observar alguns níveis:

- Nível Coloquial-Popular: é a fala que a maioria das pessoas utiliza no seu dia a dia, principalmente
em situações informais. Esse nível da fala é mais espontâneo, ao utilizá-lo, não nos preocupamos em
saber se falamos de acordo ou não com as regras formais estabelecidas pela língua.
- Nível Formal-Culto: é o nível da fala normalmente utilizado pelas pessoas em situações formais.
Caracteriza-se por um cuidado maior com o vocabulário e pela obediência às regras gramaticais
estabelecidas pela língua.

Signo

É um elemento representativo que apresenta dois aspectos: o significado e o significante. Ao escutar


a palavra “cachorro”, reconhecemos a sequência de sons que formam essa palavra. Esses sons se
identificam com a lembrança deles que está em nossa memória. Essa lembrança constitui uma real
imagem sonora, armazenada em nosso cérebro que é o significante do signo “cachorro”. Quando
escutamos essa palavra, logo pensamos em um animal irracional de quatro patas, com pelos, olhos,
orelhas, etc. Esse conceito que nos vem à mente é o significado do signo “cachorro” e também se
encontra armazenado em nossa memória.

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Ao empregar os signos que formam a nossa língua, devemos obedecer às regras gramaticais
convencionadas pela própria língua. Desse modo, por exemplo, é possível colocar o artigo indefinido “um”
diante do signo “cachorro”, formando a sequência “um cachorro”, o mesmo não seria possível se
quiséssemos colocar o artigo “uma” diante do signo “cachorro”. A sequência “uma cachorro” contraria
uma regra de concordância da língua portuguesa, o que faz com que essa sentença seja rejeitada. Os
signos que constituem a língua obedecem a padrões determinados de organização. O conhecimento de
uma língua engloba tanto a identificação de seus signos, como também o uso adequado de suas regras
combinatórias.
Signo: elemento representativo que possui duas partes indissolúveis: significado e significante.
Significado (é o conceito, a ideia transmitida pelo signo, a parte abstrata do signo) + Significante (é a
imagem sonora, a forma, a parte concreta do signo, suas letras e seus fonemas).
Língua: conjunto de sinais baseado em palavras que obedecem às regras gramaticais.
Fala: uso individual da língua, aberto à criatividade e ao desenvolvimento da liberdade de expressão
e compreensão.

Textos Não Verbais: Leituras de Imagens

Existem diversas formas de discursos e textos, para cada um deles há características específicas e
diferentes formas de interpretação. Os textos imagéticos, construídos por imagens e algumas vezes por
imagens e palavras, ganharam grande destaque nas últimas décadas e têm sido cada vez mais utilizados.
A simbologia é uma forma de comunicação não verbal que consegue, por meio de símbolos gráficos
populares, transmitir mensagens e exprimir ideias e conceitos em uma linguagem figurativa ou abstrata.
A capacidade de reconhecimento e interpretação das imagens/símbolos é determinada pelo
conhecimento de cada pessoa.
Três exemplos de símbolos cotidianamente utilizados são: logotipos, ícones e sinalizações. Segue
alguns exemplos:

ÍCONES

WIFI ALIMENTAÇÃO RECICLAGEM

LOGOTIPOS

Apple WWF McDonald’s Windows

SINALIZAÇÃO

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Textos Não Verbais:

Questões

01. (ENEM 2013)


Através da linguagem não verbal, o artista gráfico polonês Pawla Kuczynskiego aborda a triste
realidade do trabalho infantil

O artista gráfico polonês Pawla Kuczynskiego nasceu em 1976 e recebeu diversos prêmios por suas
ilustrações. Nessa obra, ao abordar o trabalho infantil, Kuczynskiego usa sua arte para

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a) difundir a origem de marcantes diferenças sociais.
b) estabelecer uma postura proativa da sociedade.
c) provocar a reflexão sobre essa realidade.
d) propor alternativas para solucionar esse problema.
e) retratar como a questão é enfrentada em vários países do mundo.

02. (ENEM 2013)

A linguagem não verbal pode produzir efeitos interessantes, dispensando assim o uso da palavra.
Cartum de Caulos, disponível em www.caulos.com

O cartum faz uma crítica social. A figura destacada está em oposição às outras e representa a
a) opressão das minorias sociais.
b) carência de recursos tecnológicos.
c) falta de liberdade de expressão.
d) defesa da qualificação profissional.
e) reação ao controle do pensamento coletivo.
03.

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Ao aliar linguagem verbal e não verbal, o cartunista constrói um interessante texto com elementos da
intertextualidade

Sobre o cartum de Caulos, assinale a proposição correta:


I. A linguagem verbal é desnecessária para o entendimento do texto;
II. Linguagem verbal e não verbal são necessárias para a construção dos sentidos pretendidos pelo
cartunista;
III. O cartunista estabelece uma relação de intertextualidade com o poema “No meio do caminho”, de
Carlos Drummond de Andrade;
IV. O cartum é uma crítica ao poema de Carlos Drummond de Andrade, já que o cartunista considera
o poeta pouco prático.

a) Apenas I está correta.


b) II e III estão corretas.
c) I e IV estão corretas.
d) II e IV estão corretas.

04. Sobre as linguagens verbal e não verbal, estão corretas, exceto:


a) a linguagem não verbal é composta por signos sonoros ou visuais, como placas, imagens, vídeos
etc.
b) a linguagem verbal diz respeito aos signos que são formados por palavras. Eles podem ser sinais
visuais e sonoros.
c) a linguagem verbal, por dispor de elementos linguísticos concretos, pode ser considerada superior
à linguagem não verbal.
d) linguagem verbal e não verbal são importantes, e o sucesso na comunicação depende delas, ou
seja, quando um interlocutor recebe e compreende uma mensagem adequadamente.

Respostas

01. (C)
A imagem tem como objetivo, através do uso da linguagem não verbal, provocar uma reflexão sobre a
realidade do trabalho infantil, que submete crianças pobres a uma dura rotina. Enquanto algumas crianças
trabalham, outras, mais protegidas, brincam.

02. (E)
No cartum, os homens são representados por bonecos de corda que andam para uma mesma direção,
uma metáfora que critica o comportamento subserviente adotado por muitas pessoas. Há apenas um
boneco que representa o pensamento contrário, que não é movido por corda e que caminha rumo à outra
direção: esse seria responsável pela escolha de seu próprio caminho, aquele que reage ao controle do
pensamento coletivo.

03. (B)

04. (C)
Ambas as linguagens, verbal e não verbal, são importantes para a construção de sentidos de uma
mensagem.

Variação linguística.

Variação Linguística

“Há uma grande diferença se fala um deus ou um herói; se um velho amadurecido ou um jovem
impetuoso na flor da idade; se uma matrona autoritária ou uma dedicada; se um mercador errante ou um
lavrador de pequeno campo fértil (...)”

Todas as pessoas que falam uma determinada língua conhecem as estruturas gerais, básicas, de
funcionamento podem sofrer variações devido à influência de inúmeros fatores. Tais variações, que às

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vezes são pouco perceptíveis e outras vezes bastante evidentes, recebem o nome genérico de
variedades ou variações linguísticas.
Nenhuma língua é usada de maneira uniforme por todos os seus falantes em todos os lugares e em
qualquer situação. Sabe-se que, numa mesma língua, há formas distintas para traduzir o mesmo
significado dentro de um mesmo contexto. Suponham-se, por exemplo, os dois enunciados a seguir:

Veio me visitar um amigo que eu morei na casa dele faz tempo.


Veio visitar-me um amigo em cuja casa eu morei há anos.
Qualquer falante do português reconhecerá que os dois enunciados pertencem ao seu idioma e têm o
mesmo sentido, mas também que há diferenças. Pode dizer, por exemplo, que o segundo é de uma
pessoa mais “estudada”.
Isso é prova de que, ainda que intuitivamente e sem saber dar grandes explicações, as pessoas têm
noção de que existem muitas maneiras de falar a mesma língua. É o que os teóricos chamam de variações
linguísticas.
As variações que distinguem uma variante de outra se manifestam em quatro planos distintos, a saber:
fônico, morfológico, sintático e lexical.

Variações Fônicas

São as que ocorrem no modo de pronunciar os sons constituintes da palavra. Os exemplos de variação
fônica são abundantes e, ao lado do vocabulário, constituem os domínios em que se percebe com mais
nitidez a diferença entre uma variante e outra. Entre esses casos, podemos citar:
- a queda do “r” final dos verbos, muito comum na linguagem oral no português: falá, vendê, curti (em
vez de curtir), compô.
- o acréscimo de vogal no início de certas palavras: eu me alembro, o pássaro avoa, formas comuns
na linguagem clássica, hoje frequentes na fala caipira.
- a queda de sons no início de palavras: ocê, cê, ta, tava, marelo (amarelo), margoso (amargoso),
características na linguagem oral coloquial.
- a redução de proparoxítonas a paroxítonas: Petrópis (Petrópolis), fórfi (fósforo), porva (pólvora), todas
elas formas típicas de pessoas de baixa condição social.
- A pronúncia do “l” final de sílaba como “u” (na maioria das regiões do Brasil) ou como “l” (em certas
regiões do Rio Grande do Sul e Santa Catarina) ou ainda como “r” (na linguagem caipira): quintau, quintar,
quintal; pastéu, paster, pastel; faróu, farór, farol.
- deslocamento do “r” no interior da sílaba: largato, preguntar, estrupo, cardeneta, típicos de pessoas
de baixa condição social.

Variações Morfológicas

São as que ocorrem nas formas constituintes da palavra. Nesse domínio, as diferenças entre as
variantes não são tão numerosas quanto as de natureza fônica, mas não são desprezíveis. Como
exemplos, podemos citar:
- o uso do prefixo hiper- em vez do sufixo -íssimo para criar o superlativo de adjetivos, recurso muito
característico da linguagem jovem urbana: um cara hiper-humano (em vez de humaníssimo), uma prova
hiperdifícil (em vez de dificílima), um carro hiperpossante (em vez de possantíssimo).
- a conjugação de verbos irregulares pelo modelo dos regulares: ele interviu (interveio), se ele manter
(mantiver), se ele ver (vir) o recado, quando ele repor (repuser).
- a conjugação de verbos regulares pelo modelo de irregulares: vareia (varia), negoceia (negocia).
- uso de substantivos masculinos como femininos ou vice-versa: duzentas gramas de presunto
(duzentos), a champanha (o champanha), tive muita dó dela (muito dó), mistura do cal (da cal).
- a omissão do “s” como marca de plural de substantivos e adjetivos (típicos do falar paulistano): os
amigo e as amiga, os livro indicado, as noite fria, os caso mais comum.
- o enfraquecimento do uso do modo subjuntivo: Espero que o Brasil reflete (reflita) sobre o que
aconteceu nas últimas eleições; Se eu estava (estivesse) lá, não deixava acontecer; Não é possível que
ele esforçou (tenha se esforçado) mais que eu.

Variações Sintáticas

Dizem respeito às correlações entre as palavras da frase. No domínio da sintaxe, como no da


morfologia, não são tantas as diferenças entre uma variante e outra. Como exemplo, podemos citar:

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- o uso de pronomes do caso reto com outra função que não a de sujeito: encontrei ele (em vez de
encontrei-o) na rua; não irão sem você e eu (em vez de mim); nada houve entre tu (em vez de ti) e ele.
- o uso do pronome lhe como objeto direto: não lhe (em vez de “o”) convidei; eu lhe (em vez de “o”) vi
ontem.
- a ausência da preposição adequada antes do pronome relativo em função de complemento verbal:
são pessoas que (em vez de: de que) eu gosto muito; este é o melhor filme que (em vez de a que) eu
assisti; você é a pessoa que (em vez de em que) eu mais confio.
- a substituição do pronome relativo “cujo” pelo pronome “que” no início da frase mais a combinação
da preposição “de” com o pronome “ele” (=dele): É um amigo que eu já conhecia a família dele (em vez
de cuja família eu já conhecia).
- a mistura de tratamento entre tu e você, sobretudo quando se trata de verbos no imperativo: Entra,
que eu quero falar com você (em vez de contigo); Fala baixo que a sua (em vez de tua) voz me irrita.
- ausência de concordância do verbo com o sujeito: Eles chegou tarde (em grupos de baixa extração
social); Faltou naquela semana muitos alunos; Comentou-se os episódios.

Variações Léxicas

É o conjunto de palavras de uma língua. As variantes do plano do léxico, como as do plano fônico, são
muito numerosas e caracterizam com nitidez uma variante em confronto com outra. Eis alguns, entre
múltiplos exemplos possíveis de citar:
- a escolha do adjetivo maior em vez do advérbio muito para formar o grau superlativo dos adjetivos,
características da linguagem jovem de alguns centros urbanos: maior legal; maior difícil; Esse amigo é
um carinha maior esforçado.
- as diferenças lexicais entre Brasil e Portugal são tantas e, às vezes, tão surpreendentes, que têm
sido objeto de piada de lado a lado do Oceano. Em Portugal chamam de cueca aquilo que no Brasil
chamamos de calcinha; o que chamamos de fila no Brasil, em Portugal chamam de bicha; café da manhã
em Portugal se diz pequeno almoço; camisola em Portugal traduz o mesmo que chamamos de suéter,
malha, camiseta.

Designações das Variantes Lexicais:

- Arcaísmo: diz-se de palavras que já caíram de uso e, por isso, denunciam uma linguagem já
ultrapassada e envelhecida. É o caso de reclame, em vez de anúncio publicitário; na década de 60, o
rapaz chamava a namorada de broto (hoje se diz gatinha ou forma semelhante), e um homem bonito era
um pão; na linguagem antiga, médico era designado pelo nome físico; um bobalhão era chamado de coió
ou bocó; em vez de refrigerante usava-se gasosa; algo muito bom, de qualidade excelente, era supimpa.

- Neologismo: é o contrário do arcaísmo. Trata-se de palavras recém-criadas, muitas das quais mal
ou nem entraram para os dicionários. A moderna linguagem da computação tem vários exemplos, como
escanear, deletar, printar; outros exemplos extraídos da tecnologia moderna são mixar (fazer a
combinação de sons), robotizar, robotização.

- Estrangeirismo: trata-se do emprego de palavras emprestadas de outra língua, que ainda não foram
aportuguesadas, preservando a forma de origem. Nesse caso, há muitas expressões latinas, sobretudo
da linguagem jurídica, tais como: habeas-corpus (literalmente, “tenhas o corpo” ou, mais livremente,
“estejas em liberdade”), ipso facto (“pelo próprio fato de”, “por isso mesmo”), ipsis litteris (textualmente,
“com as mesmas letras”), grosso modo (“de modo grosseiro”, “impreciso”), sic (“assim, como está
escrito”), data venia (“com sua permissão”).
As palavras de origem inglesas são inúmeras: insight (compreensão repentina de algo, uma percepção
súbita), feeling (“sensibilidade”, capacidade de percepção), briefing (conjunto de informações básicas),
jingle (mensagem publicitária em forma de música).
Do francês, hoje são poucos os estrangeirismos que ainda não se aportuguesaram, mas há
ocorrências: hors-concours (“fora de concurso”, sem concorrer a prêmios), tête-à-tête (palestra particular
entre duas pessoas), esprit de corps (“espírito de corpo”, corporativismo), menu (cardápio), à la carte
(cardápio “à escolha do freguês”), physique du rôle (aparência adequada à caracterização de um
personagem).

- Jargão: é o vocabulário típico de um campo profissional como a medicina, a engenharia, a


publicidade, o jornalismo. No jargão médico temos uso tópico (para remédios que não devem ser

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ingeridos), apneia (interrupção da respiração), AVC ou acidente vascular cerebral (derrame cerebral). No
jargão jornalístico chama-se de gralha, pastel ou caco o erro tipográfico como a troca ou inversão de uma
letra. A palavra lide é o nome que se dá à abertura de uma notícia ou reportagem, onde se apresenta
sucintamente o assunto ou se destaca o fato essencial. Quando o lide é muito prolixo, é chamado de
nariz-de-cera. Furo é notícia dada em primeira mão. Quando o furo se revela falso, foi uma barriga. Entre
os jornalistas é comum o uso do verbo repercutir como transitivo direto: __ Vá lá repercutir a notícia de
renúncia! (esse uso é considerado errado pela gramática normativa).

- Gíria: é o vocabulário especial de um grupo que não deseja ser entendido por outros grupos ou que
pretende marcar sua identidade por meio da linguagem. Existe a gíria de grupos marginalizados, de
grupos jovens e de segmentos sociais de contestação, sobretudo quando falam de atividades proibidas.
A lista de gírias é numerosíssima em qualquer língua: ralado (no sentido de afetado por algum prejuízo
ou má-sorte), ir pro brejo (ser malsucedido, fracassar, prejudicar-se irremediavelmente), cara ou cabra
(indivíduo, pessoa), bicha (homossexual masculino), levar um lero (conversar).

- Preciosismo: diz-se que é preciosista um léxico excessivamente erudito, muito raro, afetado:
Escoimar (em vez de corrigir); procrastinar (em vez de adiar); discrepar (em vez de discordar); cinesíforo
(em vez de motorista); obnubilar (em vez de obscurecer ou embaçar); conúbio (em vez de casamento);
chufa (em vez de caçoada, troça).

- Vulgarismo: é o contrário do preciosismo, ou seja, o uso de um léxico vulgar, rasteiro, obsceno,


grosseiro. É o caso de quem diz, por exemplo, de saco cheio (em vez de aborrecido), se ferrou (em vez
de se deu mal, arruinou-se), feder (em vez de cheirar mal), ranho (em vez de muco, secreção do nariz).

Tipos de Variação

Não tem sido fácil para os estudiosos encontrar para as variantes linguísticas um sistema de
classificação que seja simples e, ao mesmo tempo, capaz de dar conta de todas as diferenças que
caracterizam os múltiplos modos de falar dentro de uma comunidade linguística. O principal problema é
que os critérios adotados, muitas vezes, se superpõem, em vez de atuarem isoladamente.
As variações mais importantes, para o interesse do concurso público, são os seguintes:

- Sóciocultural: Esse tipo de variação pode ser percebido com certa facilidade. Por exemplo, alguém
diz a seguinte frase:

“Tá na cara que eles não teve peito de encará os ladrão.” (frase 1)

Que tipo de pessoa comumente fala dessa maneira? Vamos caracterizá-la, por exemplo, pela sua
profissão: um advogado? Um trabalhador braçal de construção civil? Um médico? Um garimpeiro? Um
repórter de televisão?
E quem usaria a frase abaixo?

“Obviamente faltou-lhe coragem para enfrentar os ladrões.” (frase 2)

Sem dúvida, associamos à frase 1 os falantes pertencentes a grupos sociais economicamente mais
pobres. Pessoas que, muitas vezes, não frequentaram nem a escola primária, ou, quando muito, fizeram-
no em condições não adequadas.
Por outro lado, a frase 2 é mais comum aos falantes que tiveram possibilidades sócio-econômicas
melhores e puderam, por isso, ter um contato mais duradouro com a escola, com a leitura, com pessoas
de um nível cultural mais elevado e, dessa forma, “aperfeiçoaram” o seu modo de utilização da língua.
Convém ficar claro, no entanto, que a diferenciação feita acima está bastante simplificada, uma vez
que há diversos outros fatores que interferem na maneira como o falante escolhe as palavras e constrói
as frases. Por exemplo, a situação de uso da língua: um advogado, num tribunal de júri, jamais usaria a
expressão “tá na cara”, mas isso não significa que ele não possa usá-la numa situação informal
(conversando com alguns amigos, por exemplo).
Da comparação entre as frases 1 e 2, podemos concluir que as condições sociais influem no modo de
falar dos indivíduos, gerando, assim, certas variações na maneira de usar uma mesma língua. A elas
damos o nome de variações sócio-culturais.

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- Geográfica: é, no Brasil, bastante grande e pode ser facilmente notada. Ela se caracteriza pelo
acento linguístico, que é o conjunto das qualidades fisiológicas do som (altura, timbre, intensidade),
por isso é uma variante cujas marcas se notam principalmente na pronúncia. Ao conjunto das
características da pronúncia de uma determinada região dá-se o nome de sotaque: sotaque mineiro,
sotaque nordestino, sotaque gaúcho etc. A variação geográfica, além de ocorrer na pronúncia, pode
também ser percebida no vocabulário, em certas estruturas de frases e nos sentidos diferentes que
algumas palavras podem assumir em diferentes regiões do país.
Leia, como exemplo de variação geográfica, o trecho abaixo, em que Guimarães Rosa, no conto “São
Marcos”, recria a fala de um típico sertanejo do centro-norte de Minas:

“__ Mas você tem medo dele... [de um feiticeiro chamado Mangolô!].
__ Há-de-o!... Agora, abusar e arrastar mala, não faço. Não faço, porque não paga a pena... De
primeiro, quando eu era moço, isso sim!... Já fui gente. Para ganhar aposta, já fui, de noite, foras d’hora,
em cemitério... (...). Quando a gente é novo, gosta de fazer bonito, gosta de se comparecer. Hoje, não,
estou percurando é sossego...”

- Histórica: as línguas não são estáticas, fixas, imutáveis. Elas se alteram com o passar do tempo e
com o uso. Muda a forma de falar, mudam as palavras, a grafia e o sentido delas. Essas alterações
recebem o nome de variações históricas.
Os dois textos a seguir são de Carlos Drummond de Andrade. Neles, o escritor, meio em tom de
brincadeira, mostra como a língua vai mudando com o tempo. No texto I, ele fala das palavras de
antigamente e, no texto II, fala das palavras de hoje.

Texto I

Antigamente

Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e prendadas. Não fazia
anos; completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo não sendo rapagões, faziam-lhes
pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio. E se levantam tábua, o
remédio era tirar o cavalo da chuva e ir pregar em outra freguesia. (...) Os mais idosos, depois da janta,
faziam o quilo, saindo para tomar a fresca; e também tomava cautela de não apanhar sereno. Os mais
jovens, esses iam ao animatógrafo, e mais tarde ao cinematógrafo, chupando balas de alteia. Ou
sonhavam em andar de aeroplano; os quais, de pouco siso, se metiam em camisas de onze varas, e até
em calças pardas; não admira que dessem com os burros n’agua.
(...) Embora sem saber da missa a metade, os presunçosos queriam ensinar padre-nosso ao vigário,
e com isso punham a mão em cumbuca. Era natural que com eles se perdesse a tramontana. A pessoa
cheia de melindres ficava sentida com a desfeita que lhe faziam quando, por exemplo, insinuavam que
seu filho era artioso. Verdade seja que às vezes os meninos eram mesmo encapetados; chegavam a pitar
escondido, atrás da igreja. As meninas, não: verdadeiros cromos, umas teteias.
(...) Antigamente, os sobrados tinham assombrações, os meninos, lombrigas; asthma os gatos, os
homens portavam ceroulas, bortinas a capa de goma (...). Não havia fotógrafos, mas retratistas, e os
cristãos não morriam: descansavam.
Mas tudo isso era antigamente, isto é, doutora.

Texto II

Entre Palavras

Entre coisas e palavras – principalmente entre palavras – circulamos. A maioria delas não figura nos
dicionários de há trinta anos, ou figura com outras acepções. A todo momento impõe-se tornar
conhecimento de novas palavras e combinações.
Você que me lê, preste atenção. Não deixe passar nenhuma palavra ou locução atual, pelo seu ouvido,
sem registrá-la. Amanhã, pode precisar dela. E cuidado ao conversar com seu avô; talvez ele não entenda
o que você diz.
O malote, o cassete, o spray, o fuscão, o copião, a Vemaguet, a chacrete, o linóleo, o nylon, o nycron,
o ditafone, a informática, a dublagem, o sinteco, o telex... Existiam em 1940?

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Ponha aí o computador, os anticoncepcionais, os mísseis, a motoneta, a Velo-Solex, o biquíni, o
módulo lunar, o antibiótico, o enfarte, a acupuntura, a biônica, o acrílico, o ta legal, a apartheid, o som
pop, as estruturas e a infraestrutura.
Não esqueça também (seria imperdoável) o Terceiro Mundo, a descapitalização, o desenvolvimento,
o unissex, o bandeirinha, o mass media, o Ibope, a renda per capita, a mixagem.
Só? Não. Tem seu lugar ao sol a metalinguagem, o servomecanismo, as algias, a coca-cola, o
superego, a Futurologia, a homeostasia, a Adecif, a Transamazônica, a Sudene, o Incra, a Unesco, o
Isop, a Oea, e a ONU.
Estão reclamando, porque não citei a conotação, o conglomerado, a diagramação, o ideologema, o
idioleto, o ICM, a IBM, o falou, as operações triangulares, o zoom, e a guitarra elétrica.
Olhe aí na fila – quem? Embreagem, defasagem, barra tensora, vela de ignição, engarrafamento,
Detran, poliéster, filhotes de bonificação, letra imobiliária, conservacionismo, carnet da girafa, poluição.
Fundos de investimento, e daí? Também os de incentivos fiscais. Knon-how. Barbeador elétrico de
noventa microrranhuras. Fenolite, Baquelite, LP e compacto. Alimentos super congelados. Viagens pelo
crediário, Circuito fechado de TV Rodoviária. Argh! Pow! Click!
Não havia nada disso no Jornal do tempo de Venceslau Brás, ou mesmo, de Washington Luís. Algumas
coisas começam a aparecer sob Getúlio Vargas. Hoje estão ali na esquina, para consumo geral. A
enumeração caótica não é uma invenção crítica de Leo Spitzer. Está aí, na vida de todos os dias. Entre
palavras circulamos, vivemos, morremos, e palavras somos, finalmente, mas com que significado?
(Carlos Drummond de Andrade, Poesia e prosa,
Rio de Janeiro, Nova Aguiar, 1988)

- De Situação: aquelas que são provocadas pelas alterações das circunstâncias em que se desenrola
o ato de comunicação. Um modo de falar compatível com determinada situação é incompatível com outra:

Ô mano, ta difícil de te entendê.

Esse modo de dizer, que é adequado a um diálogo em situação informal, não tem cabimento se o
interlocutor é o professor em situação de aula.
Assim, um único indivíduo não fala de maneira uniforme em todas as circunstâncias, excetuados
alguns falantes da linguagem culta, que servem invariavelmente de uma linguagem formal, sendo, por
isso mesmo, considerados excessivamente formais ou afetados.
São muitos os fatores de situação que interferem na fala de um indivíduo, tais como o tema sobre o
qual ele discorre (em princípio ninguém fala da morte ou de suas crenças religiosas como falaria de um
jogo de futebol ou de uma briga que tenha presenciado), o ambiente físico em que se dá um diálogo (num
templo não se usa a mesma linguagem que numa sauna), o grau de intimidade entre os falantes (com
um superior, a linguagem é uma, com um colega de mesmo nível, é outra), o grau de comprometimento
que a fala implica para o falante (num depoimento para um juiz no fórum escolhem-se as palavras, num
relato de uma conquista amorosa para um colega fala-se com menos preocupação).
As variações de acordo com a situação costumam ser chamadas de níveis de fala ou, simplesmente,
variações de estilo e são classificadas em duas grandes divisões:
- Estilo Formal: aquele em que é alto o grau de reflexão sobre o que se diz, bem como o estado de
atenção e vigilância. É na linguagem escrita, em geral, que o grau de formalidade é mais tenso.
- Estilo Informal (ou coloquial): aquele em que se fala com despreocupação e espontaneidade, em que
o grau de reflexão sobre o que se diz é mínimo. É na linguagem oral íntima e familiar que esse estilo
melhor se manifesta.
Como exemplo de estilo coloquial vem a seguir um pequeno trecho da gravação de uma conversa
telefônica entre duas universitárias paulistanas de classe média, transcrito do livro Tempos Linguísticos,
de Fernando Tarallo. As reticências indicam as pausas.

Eu não sei tem dia... depende do meu estado de espírito, tem dia que minha voz... mais ta assim,
sabe? taquara rachada? Fica assim aquela voz baixa. Outro dia eu fui lê um artigo, lê?! Um menino lá
que faiz pós-graduação na, na GV, ele me, nóis ficamo até duas hora da manhã ele me explicando toda
a matéria de economia, das nove da noite.

Como se pode notar, não há preocupação com a pronúncia nem com a continuidade das ideias, nem
com a escolha das palavras. Para exemplificar o estilo formal, eis um trecho da gravação de uma aula de
português de uma professora universitária do Rio de Janeiro, transcrito do livro de Dinah Callou. A
linguagem falada culta na cidade do Rio de Janeiro. As pausas são marcadas com reticências.

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O que está ocorrendo com nossos alunos é uma fragmentação do ensino... ou seja... ele perde a noção
do todo... e fica com uma série... de aspectos teóricos... isolados... que ele não sabe vincular a realidade
nenhuma de seu idioma... isto é válido também para a faculdade de letras... ou seja... né? há uma série...
de conceitos teóricos... que têm nomes bonitos e sofisticados... mas que... na hora de serem
empregados... deixam muito a desejar...

Nota-se que, por tratar-se de exposição oral, não há o grau de formalidade e planejamento típico do
texto escrito, mas trata-se de um estilo bem mais formal e vigiado que o da menina ao telefone.

Questões

01. (SEDUC/PI – PROFESSOR DE LÍNGUA PORTUGUESA – NUCEPE/2015)

SOTAQUE MINEIRO: É ILEGAL, IMORAL OU ENGORDA?

Gente, simplificar é um pecado. Se a vida não fosse tão corrida, se não tivesse tanta conta para pagar,
tantos processos — oh sina — para analisar, eu fundaria um partido cuja luta seria descobrir as falas de
cada região do Brasil.
Cadê os linguistas deste país? Sinto falta de um tratado geral das sotaques brasileiros. Não há nada
que me fascine mais. Como é que as montanhas, matas ou mares influem tanto, e determinam a cadência
e a sonoridade das palavras?
(...)
Os mineiros têm um ódio mortal das palavras completas. Preferem, sabe-se lá por que, abandoná-las
no meio do caminho (não dizem: pode parar, dizem: pó parar. Não dizem: onde eu estou? dizem:
ôndôtô?). Parece que as palavras, para os mineiros, são como aqueles chatos que pedem carona.
Quando você percebe a roubada, prefere deixá-los no caminho.
(...)
Mineiro não fala que o sujeito é competente em tal ou qual atividade. Fala que ele é bom de serviço.
Pouco importa que seja um juiz, um jogador de futebol ou um ator de filmes pornô. Se der no couro —
metaforicamente falando, claro — ele é bom de serviço. Faz sentido...
Mineiras não usam o famosíssimo tudo bem. Sempre que duas mineiras se encontram, uma delas há
de perguntar pra outra: cê tá boa? Para mim, isso é pleonasmo. Perguntar para uma mineira se ela tá
boa, é como perguntar a um peixe se ele sabe nadar. Desnecessário.
Há outras. Vamos supor que você esteja tendo um caso com uma mulher casada. Um amigo seu, se
for mineiro, vai chegar e dizer: — Mexe com isso não, sô (leia-se: sai dessa, é fria, etc.). (...).
Os mineiros também não gostam do verbo conseguir. Aqui ninguém consegue nada. Você não dá
conta. Sôcê (se você) acha que não vai chegar a tempo, você liga e diz: — Aqui, não vou dar conta de
chegar na hora, não, sô.
(...)
Mineiras não dizem apaixonado por. Dizem, sabe-se lá por que, apaixonado com. Soa engraçado aos
ouvidos forasteiros. Ouve-se a toda hora: Ah, eu apaixonei com ele.... Ou: sou doida com ele (ele, no
caso, pode ser você, um carro, um cachorro). Elas vivem apaixonadas com alguma coisa.
(Texto de Felipe Peixoto Braga Netto - Crônica extraída do livro "As coisas simpáticas da vida", Landy Editora, São Paulo (SP) - 2005, pág.
82. Publicação retirada do site: http://goo.gl/ajNZpc. - Acesso em 14.6.2015).

Teoricamente, a noção de sotaque aplica-se apenas às variações linguísticas relativas à pronúncia


das palavras. No título do texto, Sotaque mineiro: é ilegal, imoral ou engorda? há uma sinalização de que
o tema variação linguística será tratado levando-se em conta essa dimensão, mas verificam-se
referências a outras dimensões de variação. A opção em que a ideia de sotaque é evidenciada mais
pontualmente é:
(A) " Mineiro não fala que o sujeito é competente em tal ou qual atividade. Fala que ele é bom de
serviço"
(B)” Um amigo seu, se for mineiro, vai chegar e dizer: — Mexe com isso não, sô (leia-se: sai dessa, é
fria, etc.)."
(C) " Os mineiros também não gostam do verbo conseguir... Sôcê (se você) acha que não vai chegar
a tempo, você liga e diz: — Aqui, não vou dar conta de chegar na hora, não, sô."
(D) "... Não dizem: onde eu estou? dizem: ôndôtô?"
(E) " Mineiras não dizem apaixonado por. Dizem, sabe-se lá por que, apaixonado com.... Ouve-se a
toda hora: Ah, eu apaixonei com ele.... Ou: sou doida com ele (...)

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02. (SEDUC/PI – PROFESSOR DE LÍNGUA PORTUGUESA – NUCEPE/2015)
Ainda em relação ao texto da questão 01:
Em: "Se a vida não fosse tão corrida, se não tivesse tanta conta para pagar, tantos processos — oh
sina — para analisar, eu fundaria um partido...", é CORRETO afirmar sobre a expressão destacada.
(A) Está empregada de maneira inadequada por tratar-se de uma expressão usada na oralidade, em
um texto escrito.
(B) Não poderia ser usada em um texto que trata teoricamente de variação linguística, por ser tão
informal.
(C) Está adequadamente usada e traduz informalidade e aproximação com o leitor, além de sinalizar
para a leveza com a qual o tema será abordado.
(D) Está adequadamente utilizada por se tratar de um estilo de escrita originariamente revelado no
padrão culto da língua.
(E) Não é usada adequadamente porque seu autor confessa-se pouco conhecedor do tema abordado
no texto.

Respostas

01. Resposta D
A questão pede para que se encontre a alternativa em que o sotaque mineiro esteja em evidência,
assim, a expressão “ôndôtô” é a que mais se destaca oralmente na questão do sotaque típico dessa
região.

02. Resposta C
O texto de Felipe Peixoto não tem por intenção delatar ou criticar as diferentes variações linguísticas,
pelo contrário, o autor trata da variedade regional em questão de forma leve, como um fenômeno natural
da língua oral, que se encontra em constante mutação. Assim, a alternativa “C” é a que se enquadra no
verdadeiro objetivo do autor.

Mecanismos de organização textual: coesão e coerência.

Coerência e Coesão

Não basta conhecer o conteúdo das partes de um trabalho: introdução, desenvolvimento e conclusão.
Além de saber o que se deve (e o que não se deve) escrever em cada parte constituinte do texto, é preciso
saber escrever obedecendo às normas de coerência e coesão. Antes de tudo, é necessário definir os
termos: coerência diz respeito à articulação do texto, à compatibilidade das ideias, à lógica do raciocínio,
a seu conteúdo. Coesão refere-se à expressão linguística, ao nível gramatical, às estruturas frasais e ao
emprego do vocabulário.
Coerência e coesão relacionam-se com o processo de produção e compreensão do texto, a coesão
contribui para a coerência, mas nem sempre um texto coerente apresenta coesão. Pode ocorrer que o
texto sem coerência apresente coesão, ou que um texto tenha coesão sem coerência. Em outras pala-
vras: um texto pode ser gramaticalmente bem construído, com frases bem estruturadas, vocabulário
correto, mas apresentar ideias disparatadas, sem nexo, sem uma sequência lógica: há coesão, mas não
coerência. Por outro lado, um texto pode apresentar ideias coerentes e bem encadeadas, sem que no
plano da expressão, as estruturas frasais sejam gramaticalmente aceitáveis: há coerência, mas não
coesão.
Na obra de Oswald de Andrade, por exemplo, encontram-se textos coerentes sem coesão, ou textos
coesos, mas sem coerência. Em Carlos Drummond de Andrade, há inúmeros exemplos de textos
coerentes, sem coesão gramatical no plano sintático. A linguagem literária admite essas liberdades, o
que não vem ao caso, pois na linguagem acadêmica, referencial, a obediência às normas de coerência e
coesão são obrigatórias. Ainda assim, para melhor esclarecimento do assunto, apresentam-se exemplos
de coerência sem coesão e coesão sem coerência:

“Cidadezinha Qualquer”

Casas entre bananeiras


mulheres entre laranjeiras

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pomar amor cantar:

Um homem vai devagar


Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar

Devagar.. as janelas olham.


Eta vida besta, meu Deus."
(Andrade, 1973, p. 67)

Apesar da aparente falta de nexo, percebe-se nitidamente a descrição de uma cidadezinha do interior:
a paisagem rural, o estilo de vida sossegado, o hábito de bisbilhotar, de vigiar das janelas tudo o que se
passa lá fora. No plano sintático, a primeira estrofe contém apenas frases ou sintagmas nominais (cantar
pode ser verbo ou substantivo - os meu cantares = as minhas canções); as demais, não apresentam
coesão - uma frase não se relaciona com outra, mas, pela forma de apresentação, colaboram para a
coerência do texto.

“Do outro lado da parede”

Meu laço de botina.


Recebi a tua comunicação, escrita do beiral da viragem sempieterna. Foi um tiro no alvo do coração,
se bem que ele já esteja treinado.
A culpa de tudo quem tem-na é esse bandido desse coronel do Exército Brasileiro que nos inflicitou.
Reflete antes de te matares! Reflete Joaninha. Principalmente se ainda é tempo! És uma tarada.
Quando te conheci, Chez Hippolyte querias falecer dia e noite. Enfim, adeus.
Nunca te esquecerei. Never more! Como dizem os corvos."
João da Slavonia
(Andrade, O., 1971, p. 201-202)

Embora as frases sejam sintaticamente coesas, nota-se que, neste texto, não há coerência, não se
observa uma linha lógica de raciocínio na expressão das ideias. Percebe-se vagamente que a
personagem João Slavonia teria recebido uma mensagem de Joaninha (Recebi a tua comunicação),
ameaçando cometer suicídio (Reflete antes de te matares!). A última frase contém uma alusão ao poema
"O corvo", de Edgar Alan Poe.

A respeito das relações entre coerência e coesão, Guimarães diz:

"O exposto autoriza-nos a seguinte conclusão: ainda que distinguiveis (a coesão diz respeito aos
modos de interconexão dos componentes textuais, a coerência refere-se aos modos como os elementos
subjacentes à superfície textual tecem a rede do sentido), trata-se de dois aspectos de um mesmo
fenômeno - a coesão funcionando como efeito da coerência, ambas cúmplices no processamento da
articulação do texto."

A coerência textual subjaz ao texto e é responsável pela hierarquização dos elementos textuais, ou
seja, ela tem origem nas estruturas profundas, no conhecimento do mundo de cada pessoa, aliada à
competência linguística, que permitirá a expressão das ideias percebidas e organizadas, no processo de
codificação referido na página... Deduz-se daí que é difícil, senão impossível, ensinar coerência textual,
intimamente ligada à visão de mundo, à origem das ideias no pensamento. A coesão, porém, refere-se à
expressão linguística, aos processos sintáticos e gramaticais do texto.

O seguinte resumo caracteriza coerência e coesão:

Coerência: rede de sintonia entre as partes e o todo de um texto. Conjunto de unidades sistematizadas
numa adequada relação semântica, que se manifesta na compatibilidade entre as ideias. (Na linguagem
popular: “dizer coisa com coisa” ou “uma coisa bate com outra”).
Coesão: conjunto de elementos posicionados ao longo do texto, numa linha de sequência e com os
quais se estabelece um vínculo ou conexão sequencial. Se o vínculo coesivo se faz via gramática, fala-
se em coesão gramatical. Se se faz por meio do vocabulário, tem-se a coesão lexical.

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Coerência

- assenta-se no plano cognitivo, da inteligibilidade do texto;


- situa-se na subjacência do texto; estabelece conexão conceitual;
- relaciona-se com a macroestrutura; trabalha com o todo, com o aspecto global do texto;
- estabelece relações de conteúdo entre palavras e frases.

Coesão

- assenta-se no plano gramatical e no nível frasal;


- situa-se na superfície do texto, estabele conexão sequencial;
- relaciona-se com a microestrutura, trabalha com as partes componentes do texto;
- Estabelece relações entre os vocábulos no interior das frases.

Coerência e coesão são responsáveis pela inteligibilidade ou compreensão do texto. Um texto bem
redigido tem parágrafos bem estruturados e articulados pelo encadeamento das ideias neles contidas. As
estruturas frasais devem ser coerentes e gramaticalmente corretas, no que respeita à sintaxe. O
vocabulário precisa ser adequado e essa adequação só se consegue pelo conhecimento dos significados
possíveis de cada palavra. Talvez os erros mais comuns de redaçao sejam devidos à impropriedade do
vocabulário e ao mau emprego dos conectivos (conjunções, que têm por função ligar uma frase ou período
a outro). Eis alguns exemplos de impropriedade do vocabulário, colhidos em redações sobre censura e
os meios de comunicação e outras.

"Nosso direito é frisado na Constituição."


Nosso direito é assegurado pela Constituição.

"Estabelecer os limites as quais a programação deveria estar exposta."


Estabelecer os limites aos quais a programação deveria estar sujeita.

“A censura deveria punir as notícias sensacionalistas.”


A censura deveria proibir (ou coibir) as notícias sensacionalistas ou punir os meios de comunicação
que veiculam tais notícias.

“Retomada das rédeas da programação.”


Retomada das rédeas dos meios de comunicação, no que diz respeito a programação.

“Os meios de comunicação estão sendo apelativos, vulgarizando e deteriorando indivíduos.”


Os meios de comunicação estão recorrendo a expedientes grosseiros vulgarizando o nível dos
programas e desrespeitando os telespectadores.

“A discussão deste assunto é inerente à sociedade.”


A discussão deste assunto é tarefa da sociedade (compete à sociedade).

“Na verdade, daquele autor eles pegaram apenas a nomenclatura...”


Na verdade, daquele autor eles adotaram (utilizaram) apenas a nomenclatura...

“A ordem e forma de apresentação dos elementos das referências bibliográficas são mostradas na
NBR 6023 da ABNT”
(são regulamentadas pela NBR 6023 da ABNT).

O emprego de vocabulário inadequado prejudica muitas vezes a compreensão das ideias. É


importante, ao redigir, empregar palavras cujo significado seja conhecido pelo enunciador, e cujo emprego
faça parte de seus conhecimentos linguísticos. Muitas vezes, quem redige conhece o significado de
determinada palavra, mas não sabe empregá-la adequadamente, isso ocorre frequentemente com o
emprego dos conectivos (preposições e conjunções). Não basta saber que as preposições ligam nomes
ou sintagmas nominais no interior das frases e que as conjunções ligam frases dentro do período; é
necessário empregar adequadamente tanto umas como outras. É bem verdade que, na maioria das
vezes, o emprego inadequado dos conectivos remete aos problemas de regência verbal e nominal.

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Exemplos:

“Coação aos meios de comunicação” tem o sentido de atuar contra os meios de comunicação; os
meios de comunicação sofrem a ação verbal, são coagidos.
“Coação dos meios de comunicação” significa que os meios de comunicação é que exercem a ação
de coagir.

“Estar inteirada com os fatos” significa participação, interação.


“Estar inteirada dos fatos” significa ter conhecimento dos fatos, estar informada.

“Ir de encontro” significa divergir, não concordar.


“Ir ao encontro” quer dizer concordar.

“Ameaça de liberdade de expressão e transmissão de ideias” significa a liberdade não é ameaça;


“Ameaça à liberdade de expressão e transmissão de ideias", isto é, a liberdade fica ameaçada.

“A princípio” indica um fato anterior (A princípio, ela aceitava as desculpas que Mário lhe dava, mas
depois deixou de acreditar nele).
“Em princípio” indica um fato de certeza provisória (Em princípio, faremos a reunião na quarta-feira
quer dizer que a reunião será na quarta-feira, se todos concordarem, se houver possibilidade, porém
admite a ideia de mudar a data).
“Por princípio” indica crença ou convicção (Por princípio, sou contra o racismo).

Quanto à regência verbal, convém sempre consultar um dicionário de verbos e regimes, pois muitos
verbos admitem duas ou três regências diferentes; cada uma, porém, tem um significado específico.
Lembre-se, a propósito, de que as dúvidas sobre o emprego da crase decorrem do fato de considerar-se
crase como sinal de acentuação apenas, quando o problema refere-se à regencia nominal e verbal.
Exemplos:

O verbo assistir admite duas regências:


assistir o/a (transitivo direto) significa dar ou prestar assistência (O médico assiste o doente):
Assistir ao (transitivo indireto): ser espectador (Assisti ao jogo da seleção).

Inteirar o/a (transitivo direto) significa completar (Inteirei o dinheiro do presente).


Inteirar do (transitivo direto e indireto), significa informar alguém de..., tomar ou dar conhecimento de
algo para alguém (Quero inteirá-la dos fatos ocorridos...).

Pedir o (transitivo direto) significa solicitar, pleitear (Pedi o jornal do dia).


Pedir que - contém uma ordem (A professora pediu que fizessem silêncio).
Pedir para - pedir permissão (Pediu para sair da classe); significa também pedir em favor de alguém
(A Diretora pediu ajuda para os alunos carentes) em favor dos alunos, pedir algo a alguém (para si):
(Pediu ao colega para ajudá-lo); pode significar ainda exigir, reclamar (Os professores pedem aumento
de salário).

O mau emprego dos pronomes relativos também pode levar à falta de coesão gramatical.
Frequentemente, emprega-se no qual ou ao qual em lugar do -que, com prejuízo da clareza do texto;
outras vezes, o emprego é desnecessário ou inadequado. Barbosa e Amaral (colaboradora) apresentam
os seguintes exemplos:

“Pela manhã o carteiro chegou com um envelope para mim no qual estava sem remetente”. (Chegou
com um envelope que (o qual) estava sem remetente).

“Encontrei apenas belas palavras o qual não duvido da sensibilidade...”


Encontrei belas palavras e não duvido da sensibilidade delas (palavras cheias de sensibilidade).

“Dentro do envelope havia apenas um papel em branco onde atribui muitos significados”: havia apenas
um papel em branco ao qual atribui muitos significados (onde significa lugar no qual).

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“Havia recebido um envelope em meu nome e que não portava destinatário, apesar que em seu
conteúdo havia uma folha em branco. ( .. )”
Não se emprega apesar que, mas apesar de. E mais: apesar de não ligar corretamente as duas frases,
não faz sentido, as frases deveriam ser coordenadas por e: não portava destinatário e em seu interior
havia uma folha ou: havia recebido um envelope em meu nome, que não portava destinatário, cujo
conteúdo era uma folha em branco.

Essas e outras frases foram observadas em redações, quando foi proposto o seguinte tema:

“Imagine a seguinte situação:


- hoje você está completando dezoito anos.
- Nesta data, você recebe pelo correio uma folha de papel em branco, num envelope em seu nome,
sem indicação do remetente.
- Além disso, você ganha de presente um retrato seu e um disco. Reflita sobre essa situação.
A partir da reflexão feita, redija um texto em prosa, sem ultrapassar o espaço reservado para redação
no caderno de respostas."

Como de costume, muito se comentou, até nos jornais da época, a falta de coerência, as frases sem
clareza, pelo mau emprego dos conectivos, como as seguintes:

“Primeiramente achei gozado aqueles dois presentes, pois concluo que nunca deveria esquecer minha
infância.”
Há falta de nexo entre as duas frases, pois uma não é conclusão da outra, nem ao menos estão
relacionadas e gozado deveria ser substituído por engraçado ou estranho.

“A folha pode estar amarrada num cesto de lixo mas o disco repete sempre a mesma música.”
A primeira frase não tem sentido e a segunda não se relaciona com a primeira. O conectivo “mas”
deveria sugerir ideia de oposição, o que não ocorre no exemplo anterior. Não se percebe relação entre
“o disco repete sempre a mesma música” e a primeira frase.

“Mas, ao abrir a porta, era apenas o correio no qual viera trazer-me uma encomenda.”
Observa-se o emprego de no qual por o qual, melhor ainda ficaria que, simplesmente: era apenas o
correio que viera trazer-me uma encomenda.

Por outro lado, não mereceram comentários nem apareceram nos jornais boas redações como a que
se segue:

“A vida hoje me cumprimentou, mandou-me minha fotografia de garoto, com olhos em expectativa
admirando o mundo. Este mundo sem respostas para os meus dezoito anos. Mundo - carta sem
remetente, carta interrogativa para moço que aguarda o futuro, saboreando o fruto do amanhã.
Recebi um disco, também, cuja música tem a sonoridade de passos marchando para o futuro, ao som
de melodias de cirandas esquecidas do menino-moço de outrora, e do moço-homem de hoje, que
completa dezoito anos.
Sou agora a certeza de uma resposta à carta sem remetente que me comunica a vida. Vejo, na
fotografia de mim mesmo, o homem que enfrentará a vida, que colherá com seu amor à luta e com seu
espírito ambicioso, os frutos do destino.
E a música dos passos-futuros na cadência do menino que deixou de ser, está o ritmo da vitória sobre
as dificuldades, a minha consagração futura do homem, que vencerá o destino e será uma afirmação
dentro da sociedade." C. G.
Exemplo de: (Fonseca, 1981, p. 178)

Para evitar a falta de coerência e coesão na articulação das frases, aconselha-se levar em conta as
seguintes sugestões para o emprego correto dos articuladores sintáticos (conjunções, preposições,
locuções prepositivas e locuções conjuntivas).
Para dar ideia de oposição ou contradição, a articulação sintática se faz por meio de conjunções
adversativas: mas, porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto (nunca no entretanto).
Podem também ser empregadas as conjunções concessivas e locuções prepositivas para introduzir a
ideia de oposição aliada à concessão: embora, ou muito embora, apesar de, ainda que, conquanto, posto
que, a despeito de, não obstante.

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A articulação sintática de causa pode ser feita por meio de conjunções e locuções conjuntivas: pois,
porque, como, por isso que, visto que, uma vez que, já que. Também podem ser empregadas as
preposições e locuções prepositivas: por, por causa de, em vista de, em virtude de, devido a, em
consequência de, por motivo de, por razões de.
O principal articulador sintático de condição é o “se”: Se o time ganhar esse jogo, será campeão.
Pode-se também expressar condição pelo emprego dos conectivos: caso, contanto que, desde que, a
menos que, a não ser que.
O emprego da preposição “para” é a maneira mais comum de expressar finalidade. “É necessário
baixar as taxas de juros para que a economia se estabilize” ou para a economia se estabilizar. “Teresa
vai estudar bastante para fazer boa prova.” Há outros articuladores que expressam finalidade: afim de,
com o propósito de, na finalidade de, com a intenção de, com o objetivo de, com o fito de, com o intuito
de.
A ideia de conclusão pode ser introduzida por meio dos articuladores: assim, desse modo, então, logo,
portanto, pois, por isso, por conseguinte, de modo que, em vista disso. Para introduzir mais um argumento
a favor de determinada conclusão emprega-se ainda. Os articuladores, aliás, além do mais, além disso,
além de tudo, introduzem um argumento decisivo, cabal, apresentado como um acréscimo, para justificar
de forma incontestável o argumento contrário.
Para introduzir esclarecimentos, retificações ou desenvolvimento do que foi dito empregam-se os
articuladores: isto é, quer dizer, ou seja, em outras palavras. A conjunção aditiva “e” anuncia não a
repetição, mas o desenvolvimento do discurso, pois acrescenta uma informação nova, um dado novo, e
se não acrescentar nada, é pura repetição e deve ser evitada.
Alguns articuladores servem para estabelecer uma gradação entre os correspondentes de
determinada escala. No alto dessa escala acham-se: mesmo, até, até mesmo; outros situam-se no plano
mais baixo: ao menos, pelo menos, no mínimo.

Questões

1. (CONAB - CONTABILIDADE - IADES). Assinale a alternativa que preserva as relações


morfossintáticas e semânticas do período “Diante de sua rápida adaptação ao solo e ao clima, o produto
adquiriu importância no mercado, transformando-se em um dos principais itens de exportação, desde o
Império até os dias atuais.” (linhas de 3 a 6).
(A) Em face de sua rápida adaptação ao solo e ao clima, o produto adquiriu importância no mercado,
porém transformou-se em um dos principais itens de exportação, desde o Império até os dias atuais.
(B) O produto, em virtude de sua rápida adaptação ao solo e ao clima, adquiriu importância no mercado
e transformou-se em um dos principais itens de exportação, desde o Império até os dias atuais.
(C) O produto, por sua rápida adaptação ao solo e ao clima, adquiriu importância no mercado, todavia,
desde o Império até os dias atuais, transformou-se, consequentemente, em um dos principais itens de
exportação.
(D) Face sua rápida adaptação ao solo e ao clima, o produto adquiriu importância no mercado, e,
conquanto, transformou-se em um dos principais itens de exportação, desde o Império até os dias atuais.
(E) O produto transformou-se, desde o Império até os dias atuais, em um dos principais itens de
exportação por que sua adaptação ao solo e ao clima foi rápida.

2. (TJ-PA - MÉDICO PSIQUIATRA - VUNESP). Leia o trecho do primeiro parágrafo para responder à
questão.

Meu amigo lusitano, Diniz, está traduzindo para o francês meus dois primeiros romances, Os Éguas e
Moscow. Temos trocado e-mails muito interessantes, por conta de palavras e gírias comuns no meu Pará
e absolutamente sem sentido para ele. Às vezes é bem difícil explicar, como na cena em que alguém
empina papagaio e corta o adversário “no gasgo”.

Os termos muito e bem, em destaque, atribuem aos termos aos quais se subordinam sentido de:
(A) comparação.
(B) intensidade.
(C) igualdade.
(D) dúvida.
(E) quantidade.

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3. (TJ-PA - MÉDICO PSIQUIATRA - VUNESP). Assinale a alternativa em que a seguinte passagem –
Mas o vento foi mais ágil e o papel se perdeu. (terceiro parágrafo) – está reescrita com o acréscimo de
um termo que estabelece uma relação de conclusão, consequência, entre as orações.
(A) mas o vento foi mais ágil e, contudo, o papel se perdeu.
(B) mas o vento foi mais ágil e, assim, o papel se perdeu.
(C) mas o vento foi mais ágil e, todavia, o papel se perdeu
(D) mas o vento foi mais ágil e, entretanto, o papel se perdeu.
(E) mas o vento foi mais ágil e, porém, o papel se perdeu.

4. (PREFEITURA DE PAULISTA/PE – RECEPCIONISTA – UPENET). Observe o fragmento de texto


abaixo:
"Mas o que fazer quando o conteúdo não é lembrado justamente na hora da prova?"
Sobre ele, analise as afirmativas abaixo:

I. O termo "Mas" é classificado como conjunção subordinativa e, nesse contexto, pode ser substituído
por "desde que".
II. Classifica-se o termo "quando" como conjunção subordinativa que exprime circunstância temporal.
III. Acentua-se o "u" tônico do hiato existente na palavra "conteúdo".
IV. Os termos "conteúdo", "hora" e "prova" são palavras invariáveis, classificadas como substantivos.

Está CORRETO apenas o que se afirma em:


(A) I e III.
(B) II e IV.
(C) I e IV.
(D) II e III.
(E) I e II.

5. (PREFEITURA DE OSASCO/SP - MOTORISTA DE AMBULÂNCIA – FGV).

Dificuldades no combate à dengue

A epidemia da dengue tem feito estragos na cidade de São Paulo. Só este ano, já foram registrados
cerca de 15 mil casos da doença, segundo dados da Prefeitura.
As subprefeituras e a Vigilância Sanitária dizem que existe um protocolo para identificar os focos de
reprodução do mosquito transmissor, depois que uma pessoa é infectada. Mas quando alguém fica
doente e avisa as autoridades, não é bem isso que acontece.
(Saúde Uol).

“Só este ano...” O ano a que a reportagem se refere é o ano


(A) em que apareceu a dengue pela primeira vez.
(B) em que o texto foi produzido.
(C) em que o leitor vai ler a reportagem.
(D) em que a dengue foi extinta na cidade de São Paulo.
(E) em que começaram a ser registrados os casos da doença.

6. (PREFEITURA DE OSASCO/SP - MOTORISTA DE AMBULÂNCIA – FGV). “Se uma dupla com


roupas que parecem de astronauta tocar a campainha da sua casa, não se assuste.”
Nesse texto, o termo sublinhado tem por antecedente ou se refere a:
(A) dupla.
(B) astronauta.
(C) campainha.
(D) roupas.
(E) casa.

7. (CEFET/RJ - REVISOR DE TEXTOS – CESGRANRIO). Em qual dos períodos abaixo, a troca de


posição entre a palavra sublinhada e o substantivo a que se refere mantém o sentido?
(A) Algum autor desejava a minha opinião sobre o seu trabalho.
(B) O mesmo porteiro me entregou o pacote na recepção do hotel.
(C) Meu pai procurou uma certa pessoa para me entregar o embrulho.

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(D) Contar histórias é uma prazerosa forma de aproximar os indivíduos.
(E) Grandes poemas épicos servem para perpetuar a cultura de um povo.

8. (POLÍCIA MILITAR/SP – OFICIAL ADMINISTRATIVO – VUNESP - adaptada). Leia o seguinte


trecho do texto para responder à questão.
Se as pessoas insistem em ignorar as conclusões de tais estudiosos e não se importam de reduzir
suas mentes à condição de apêndice de um aparelho, talvez se assustem ao saber que o smartphone
também as atinge em algo que ainda devem valorizar: o corpo.

O pronome as, em destaque no trecho, retoma a seguinte expressão:


(A) as pessoas.
(B) as conclusões.
(C) tais estudiosos.
(D) apêndice de um aparelho.
(E) o smartphone.

9. (METRÔ/SP – TÉCNICO SEGURANÇA DO TRABALHO – FCC - adaptada). Atenção: Leia o texto


abaixo para responder à questão de número 9.

O criador da mais conhecida e celebrada canção sertaneja, Tristeza do Jeca (1918), não era, como se
poderia esperar, um sofredor habitante do campo, mas o dentista, escrivão de polícia e dono de loja
Angelino Oliveira. Gravada por “caipiras” e “sertanejos”, nos “bons tempos do cururu autêntico”, assim
como nos “tempos modernos da música ‘americanizada’ dos rodeios”, Tristeza do Jeca é o grande
exemplo da notável, embora pouco conhecida, fluidez que marca a transição entre os meios rural e
urbano, pelo menos em termos de música brasileira.
Num tempo em que homem só cantava em tom maior e voz grave, o Jeca surge humilde e sem
vergonha alguma da sua “falta de masculinidade”, choroso, melancólico, lamentando não poder voltar ao
passado e, assim, “cada toada representa uma saudade”. O Jeca de Oliveira não se interessa pelo meio
rural da miséria, das catástrofes naturais, mas pelo íntimo e sentimental, e foi nesse seu tom que a
música, caipira ou sertaneja, ganhou forma.
“A canção popular conserva profunda nostalgia da roça. Moderna, sofisticada e citadina, essa música
foi e é igualmente roceira, matuta, acanhada, rústica e sem trato com a área urbana, de tal forma que,
em todas essas composições, haja sempre a voz exemplar do migrante, a qual se faz ouvir para registrar
uma situação de desenraizamento, de dependência e falta”, analisa a cientista política Heloísa Starling.
Acrescenta o antropólogo Allan de Paula Oliveira: “foi entre 1902 e 1960 que a música sertaneja surgiu
como um campo específico no interior da MPB. Mas, se num período inicial, até 1930, ‘sertanejo’ indicava
indistintamente as músicas produzidas no interior do país, tendo como referência o Nordeste, a partir dos
anos de 1930, 'sertanejo' passou a significar o caipira do Centro-Sul. E, pouco mais tarde, de São Paulo.
Assim, se Jararaca e Ratinho, ícones da passagem do sertanejo nordestino para o ‘caipira’, trabalhavam
no Rio, as duplas dos anos 1940, como Tonico e Tinoco, trabalhariam em São Paulo”.
(Adaptado de: HAAG, Carlos. “Saudades do Jeca no século XXI”. In: Revista Fapesp, outubro de 2009, p. 80-5.)

Os pronomes “que” (1º parágrafo), “sua” (2º parágrafo) e “a qual” (3º parágrafo), referem-se,
respectivamente, a:
(A) exemplo − Jeca − composições
(B) fluidez − Jeca − voz exemplar do migrante
(C) Tristeza do Jeca − homem − canção popular
(D) exemplo − homem − voz exemplar do migrante
(E) fluidez − homem − canção popular

10. (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – TÉCNICO SUPERIOR


ESPECIALIZADO EM BIBLIOTECONOMIA – FGV). “Se você quiser ir mais longe”; a única forma dessa
frase que NÃO apresenta um equivalente semântico corretamente expresso é
(A) caso você queira ir mais longe.
(B) na hipótese de você querer ir mais longe.
(C) no caso de você querer ir mais longe.
(D) desde que você queira ir mais longe.
(E) conquanto você queira ir mais longe.

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Respostas

1. (B)
O item que reproduz o enunciado de maneira adequada é: O produto, em virtude de sua rápida
adaptação ao solo e ao clima, adquiriu importância no mercado e transformou-se em um dos principais
itens de exportação, desde o Império até os dias atuais.

2. (B)
Muito interessantes / bem difícil = ambos os advérbios mantêm relação com adjetivos, dando-lhes
noção de intensidade.

3. (B)
Nas alternativas A, C, D e E são apresentadas conjunções adversativas – que nos dão ideia contrária
à apresentada anteriormente; já na B, temos uma conjunção conclusiva (assim).

4. (D)
I. O termo "Mas" é classificado como conjunção subordinativa = é conjunção coordenativa adversativa
II. Classifica-se o termo "quando" como conjunção subordinativa que exprime circunstância temporal
= correta
III. Acentua-se o "u" tônico do hiato existente na palavra "conteúdo" = correta
IV. "Os termos "conteúdo", "hora" e "prova" são palavras invariáveis, classificadas como substantivos
= são substantivos, mas variáveis (conteúdos, horas e provas. Lembrando que “prova” e “provas” podem
ser verbo: Ele prova todos os doces! Tu provas também?)

5. (B)
O ano em questão corresponde ao ano em que foi feita a matéria.

6. (D)
Questão fácil: o pronome relativo retoma o termo “roupas”.

7. (D)
Farei a inversão para facilitar sua compreensão:
A) autor algum desejava a minha opinião sobre o seu trabalho – mudamos o sentido da oração
B) O porteiro mesmo me entregou o pacote na recepção do hotel – mudança de sentido
C) Meu pai procurou uma pessoa certa para me entregar o embrulho – houve mudança
D) Contar histórias é uma forma prazerosa de aproximar os indivíduos – mesmo sentido!
E) Poemas grandes épicos servem para perpetuar a cultura de um povo – mudança de sentido

8. (A)
O termo destacado refere-se à palavra “pessoas”.

9. (B)
Recorramos ao texto: “que” (1º parágrafo) = fluidez que marca / “sua” (2º parágrafo) = o Jeca surge
humilde e sem vergonha alguma da sua “falta de masculinidade” / “a qual” (3º parágrafo) = haja sempre
a voz exemplar do migrante, a qual se faz ouvir.
Obtivemos: fluidez / Jeca / a voz exemplar do migrante.

10. (E)
Conquanto = conjunção utilizada para relacionar duas orações, sendo que a oração subordinada
contém um fato contrário ao que foi afirmado na oração principal; embora, se bem que: Continuou
trabalhando, conquanto exausto. Aparenta riqueza, conquanto seja pobre.
(fonte: http://www.dicio.com.br/conquanto/)

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Semântica.

Sentido Literal e Sentido Não Literal

Literal é o sentido da palavra interpretada ao pé da letra, isto é, de acordo com o sentido geral que ela
tem na maioria dos contextos em que ocorre. É o sentido próprio da palavra. Exemplo:

“Uma pedra no meio da rua foi a causa do acidente.”

A palavra “pedra” aqui está usada em sentido literal.

Não Literal é o sentido da palavra desviado do usual, isto é, aquele que se distancia do sentido próprio
e costumeiro. Exemplo:

“As pedras atiradas pela boca ferem mais do que as atiradas pela mão.”

“Pedras”, nesse contexto, não está indicando o que usualmente indica, mas um insulto, uma ofensa
produzida pela boca.

Ampliação de Sentido

Fala-se em ampliação de sentido quando a palavra passa a designar uma quantidade mais ampla de
objetos ou noções do que originariamente.
“Embarcar”, por exemplo, que originariamente era usada para designar o ato de viajar em um barco,
ampliou consideravelmente o sentido e passou a designar a ação de viajar em outros veículos. Hoje se
diz, por ampliação de sentido, que um passageiro:
- embarcou num ter.
- embarcou no ônibus das dez.
- embarcou no avião da força aérea.
- embarcou num transatlântico.

“Alpinista”, na origem, era usado para indicar aquele que escala os Alpes (cadeia montanhosa
europeia). Depois, por ampliação de sentido, passou a designar qualquer tipo de praticante do esporte de
escalar montanhas.

Restrição de Sentido

Ao lado da ampliação de sentido, existe o movimento inverso, isto é, uma palavra passa a designar
uma quantidade mais restrita de objetos ou noções do que originariamente. É o caso, por exemplo, das
palavras que saem da língua geral e passam a ser usadas com sentido determinado, dentro de um
universo restrito do conhecimento.
A palavra aglutinação, por exemplo, na nomenclatura gramatical, é bom exemplo de especialização
de sentido. Na língua geral, ela significa qualquer junção de elementos para formar um todo, porém em
Gramática designa apenas um tipo de formação de palavras por composição em que a junção dos
elementos acarreta alteração de pronúncia, como é o caso de pernilongo (perna + longa).
Se não houver alteração de pronúncia, já não se diz mais aglutinação, mas justaposição. A palavra
Pernalonga, por exemplo, que designa uma personagem de desenhos animados, não se formou por
aglutinação, mas por justaposição.
Em linguagem científica é muito comum restringir-se o significado das palavras para dar precisão à
comunicação.
A palavra girassol, formada de gira (do verbo girar) + sol, não pode ser usada para designar, por
exemplo, um astro que gira em torno do Sol: seu sentido sofreu restrição, e ela serve para designar
apenas um tipo de flor que tem a propriedade de acompanhar o movimento do Sol.

Há certas palavras que, além do significado explícito, contêm outros implícitos (ou pressupostos).
Os exemplos são muitos. É o caso do adjetivo outro, por exemplo, que indica certa pessoa ou coisa,
pressupondo necessariamente a existência de ao menos uma além daquela indicada.

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Prova disso é que não faz sentido, para um escritor que nunca lançou um livro, dizer que ele estará
autografando seu outro livro. O uso de outro pressupõe necessariamente ao menos um livro além daquele
que está sendo autografado.

Questões

01. (PC-CE – Delegado de Polícia Civil – VUNESP)

A morte do narrador

Recentemente recebi um e-mail de uma leitora perguntando a razão de eu ter, segundo ela, uma visão
tão dura para com os idosos. O motivo da sua pergunta era eu ter dito, em uma de minhas colunas, que
hoje em dia não existiam mais vovôs e vovós, porque estavam todos na academia querendo parecer com
seus netos.
Claro, minha leitora me entendeu mal. Mas o fato de ela ter me entendido mal, o que acontece com
frequência quando se discute o tema da velhice, é comum, principalmente porque o próprio termo
“velhice" já pede sinônimos politicamente corretos, como “terceira idade", “melhor idade", “maturidade",
entre outros.
Uma característica do politicamente correto é que, quando ele se manifesta num uso linguístico
específico, é porque esse uso se refere a um conceito já considerado como algo ruim. A marca essencial
do politicamente correto é a hipocrisia articulada como gesto falso, ideias bem comportadas.
Voltando à velhice. Minha leitora entendeu que eu dizia que idosos devem se afundar na doença, na
solidão e no abandono, e não procurar ser felizes. Mas, quando eu dizia que eles estão fugindo da
condição de avós, usava isso como metáfora da mentira (politicamente correta) quanto ao medo que
temos de afundar na doença, antes de tudo psicológica, devido ao abandono e à solidão, típicos do mundo
contemporâneo. Minha crítica era à nossa cultura, e não às vítimas dela. Ela cultua a juventude como
padrão de vida e está intimamente associada ao medo do envelhecimento, da dor e da morte. Sua opção
é pela “negação", traço de um dos sintomas neuróticos descritos por Freud.
Walter Benjamim, filósofo alemão do século XX, dizia que na modernidade o narrador da vida
desapareceu. Isso quer dizer que as pessoas encarregadas, antigamente, de narrar a vida e propor
sentido para ela perderam esse lugar. Hoje os mais velhos querem “aprender" com os mais jovens
(aprender a amar, se relacionar, comprar, vestir, viajar, estar nas redes sociais). Esse fenômeno, além de
cruel com o envelhecimento, é também desorganizador da própria juventude. Ouço cotidianamente, na
sala de aula, os alunos demonstrarem seu desprezo por pais e mães que querem aprender a viver com
eles.
Alguns elementos do mundo moderno não ajudam a combater essa desvalorização dos mais velhos.
As ferramentas de informação, normalmente mais acessíveis aos jovens, aumentam a percepção
negativa dos mais velhos diante do acúmulo de conhecimento posto a serviço dos consumidores, que
questionam as “verdades constituídas do passado". A própria estrutura sobre a qual se funda a
experiência moderna – ciência, técnica, superação de tradição – agrava a invisibilidade dos mais velhos.
Em termos humanos, o passado (que “nada" serve ao mundo do progresso) tem um nome: idoso. Enfim,
resta aos vovôs e vovós ir para a academia ou para as redes sociais.

(Luiz Felipe Pondé, Somma, agosto 2014, p. 31. Adaptado)

O termo empregado com sentido figurado está em destaque na seguinte passagem do texto:
(A) Mas o fato de ela ter me entendido mal, o que acontece com frequência quando se discute o tema
da velhice… (segundo parágrafo).
(B) O motivo da sua pergunta era eu ter dito, em uma de minhas colunas, que hoje em dia não existiam
mais vovôs e vovós… (primeiro parágrafo).
(C) Walter Benjamim, filósofo alemão do século XX, dizia que na modernidade o narrador da vida
desapareceu. (penúltimo parágrafo).
(D) A própria estrutura sobre a qual se funda a experiência moderna – ciência, técnica, superação de
tradição – agrava a invisibilidade dos mais velhos. (último parágrafo).
(E) Minha leitora entendeu que eu dizia que idosos devem se afundar na doença, na solidão e no
abandono… (quarto parágrafo).

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02. (PC-CE – Escrivão de Polícia Civil – VUNESP)
Ficção universitária

Os dados do Ranking Universitário publicados em setembro de 2013 trazem elementos para que
tentemos desfazer o mito, que consta da Constituição, de que pesquisa e ensino são indissociáveis. É
claro que universidades que fazem pesquisa tendem a reunir a nata dos especialistas, produzir mais
inovação e atrair os alunos mais qualificados, tornando-se assim instituições que se destacam também
no ensino.
O Ranking Universitário mostra essa correlação de forma cristalina: das 20 universidades mais bem
avaliadas em termos de ensino, 15 lideram no quesito pesquisa (e as demais estão relativamente bem
posicionadas). Das 20 que saem à frente em inovação, 15 encabeçam também a pesquisa. Daí não
decorre que só quem pesquisa, atividade estupidamente cara, seja capaz de ensinar.
O gasto médio anual por aluno numa das três universidades estaduais paulistas, aí embutidas todas
as despesas que contribuem direta e indiretamente para a boa pesquisa, incluindo inativos e aportes de
Fapesp, CNPq e Capes, é de R$ 46 mil (dados de 2008). Ora, um aluno do ProUni custa ao governo algo
em torno de R$ 1.000 por ano em renúncias fiscais.
Não é preciso ser um gênio da aritmética para perceber que o país não dispõe de recursos para colocar
os quase sete milhões de universitários em instituições com o padrão de investimento das estaduais
paulistas. E o Brasil precisa aumentar rapidamente sua população universitária. Nossa taxa bruta de
escolarização no nível superior beira os 30%, contra 59% do Chile e 63% do Uruguai.
Isso para não mencionar países desenvolvidos como EUA (89%) e Finlândia (92%). Em vez de insistir
na ficção constitucional de que todas as universidades do país precisam dedicar-se à pesquisa, faria mais
sentido aceitar o mundo como ele é e distinguir entre instituições de elite voltadas para a produção de
conhecimento e as que se destinam a difundi-lo. O Brasil tem necessidade de ambas.
(Hélio Schwartsman. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br, 10.09.2013. Adaptado)

Assinale a alternativa em que a expressão destacada é empregada em sentido figurado.


(A) ... universidades que fazem pesquisa tendem a reunir a nata dos especialistas...
(B) Os dados do Ranking Universitário publicados em setembro de 2013...
(C) Não é preciso ser um gênio da aritmética para perceber que o país não dispõe de recursos...
(D) ... das 20 universidades mais bem avaliadas em termos de ensino...
(E) ... todas as despesas que contribuem direta e indiretamente para a boa pesquisa...

03. (TJ-SP – Escrevente Técnico Judiciário – VUNESP)

Leia o texto para responder a questão.


Um pé de milho

Aconteceu que no meu quintal, em um monte de terra trazido pelo jardineiro, nasceu alguma coisa que
podia ser um pé de capim – mas descobri que era um pé de milho. Transplantei-o para o exíguo canteiro
na frente da casa. Secaram as pequenas folhas, pensei que fosse morrer. Mas ele reagiu. Quando estava
do tamanho de um palmo, veio um amigo e declarou desdenhosamente que na verdade aquilo era capim.
Quando estava com dois palmos veio outro amigo e afirmou que era cana.
Sou um ignorante, um pobre homem da cidade. Mas eu tinha razão. Ele cresceu, está com dois metros,
lança as suas folhas além do muro – e é um esplêndido pé de milho. Já viu o leitor um pé de milho? Eu
nunca tinha visto. Tinha visto centenas de milharais – mas é diferente. Um pé de milho sozinho, em um
anteiro, espremido, junto do portão, numa esquina de rua – não é um número numa lavoura, é um ser
vivo e independente. Suas raízes roxas se agarra mão chão e suas folhas longas e verdes nunca estão
imóveis.
Anteontem aconteceu o que era inevitável, mas que nos encantou como se fosse inesperado: meu pé
de milho pendoou. Há muitas flores belas no mundo, e a flor do meu pé de milho não será a mais linda.
Mas aquele pendão firme, vertical, beijado pelo vento do mar, veio enriquecer nosso canteirinho vulgar
com uma força e uma alegria que fazem bem. É alguma coisa de vivo que se afirma com ímpeto e certeza.
Meu pé de milho é um belo gesto da terra. E eu não sou mais um medíocre homem que vive atrás de
uma chata máquina de escrever: sou um rico lavrador da Rua Júlio de Castilhos.
(Rubem Braga. 200 crônicas escolhidas, 2001. Adaptado)
Assinale a alternativa em que, nas duas passagens, há termos empregados em sentido figurado.
(A) ... beijado pelo vento do mar... (3º §) / Meu pé de milho é um belo gesto da terra. (3º §)
(B) Mas ele reagiu. (1º §) / ... na verdade aquilo era capim. (1º §)

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(C) Secaram as pequenas folhas... (1º §) / Sou um ignorante... (2º §)
(D) Ele cresceu, está com dois metros... (2º §) / Tinha visto centenas de milharais... (2º §)
(E) ... lança as suas folhas além do muro... (2º §) / Há muitas flores belas no mundo... (3º §)

04. (IF-SC – Técnico de Laboratório – IF-SC)


Assinale a opção em que NÃO há palavra usada em sentido conotativo.
(A) Tuas atitudes são o espelho do teu caráter.
(B) Regras podem ser estabelecidas para uma convivência pacífica.
(C) Pipocavam palavras no texto, como se fossem rabiscos coloridos do próprio pensamento
(D) Choviam risadas naquela peça de humor.
(E) A sabedoria abre as portas do conhecimento.

05. (CRN-GO – Nutricionista Fiscal – Quadrix)

Sobre a tirinha, de uma maneira geral, analise as afirmações.


I. A linguagem do texto da tirinha é absolutamente formal.
II. A palavra "Garfield", no segundo quadrinho, aparece isolada por vírgula por se tratar de um vocativo.
III. O humor da tirinha se constrói com base, essencialmente, na linguagem não verbal, já que as
bruscas alterações nas feições de Garfield levam à estranheza do leitor.

Está correto o que se afirma em:


(A) I, somente.
(B) II, somente.
(C) III, somente.
(D) I e III, somente.
(E) II e III, somente.
Respostas

01. Resposta: D
O sentido figurado ou conotativo, é aquele em que se atribui à palavra ou expressão, um sentido
ampliado, diferente do sentido literal/usual.
d) A palavra "Indivisibilidade" foi usada com o sentido de "isolamento", "exclusão" e, portanto, é o
gabarito.

02. Resposta: A
nata :na.ta sf (lat matta) 1 Camada que se forma à superfície do leite; creme. 2 A melhor parte de
qualquer coisa, o que há de melhor; a fina flor, o escol. N. da terra: nateiro; terra fértil.

03. Resposta: A
... beijado pelo vento do mar.... (3º §) / Meu pé de milho é um belo gesto da terra. (3º §)

Mas aquele pendão firme, vertical, beijado pelo vento do mar, (que o vento bate no pé de milho) veio
enriquecer nosso canteirinho vulgar com uma força e uma alegria que fazem bem. É alguma coisa de vivo
que se afirma com ímpeto e certeza. Meu pé de milho é um belo gesto da terra. (Como nasce da terra,
para o autor parece um presente desta).

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Sentido figurado: A palavra tem valor conotativo quando seu significado é ampliado ou alterado no
contexto em que é empregada, sugerindo ideias que vão além de seu sentido mais usual.

04. Resposta: B
(A) Atitudes são o espelho;
(B) CERTA;
(C) Pipocavam palavras no texto;
(D) Choviam risadas;
(E) Sabedoria abre as portas

05. Resposta: B
Segundo Bechara:
Vocativo: uma unidade à parte – Desligado da estrutura argumental da oração e desta separado por
curva de entoação exclamativa, o vocativo cumpre uma função apelativa de 2.ª pessoa, pois, por seu
intermédio, chamamos ou pomos em evidência a pessoa ou coisa a que nos dirigimos:
José, vem cá!
Tu, meu irmão, precisas estudar!
Felicidade, onde te escondes?
Algumas vezes vem precedido de ó, que a tradição gramatical inclui entre as interjeições, pela sua
correspondência material, mas que, na realidade, pode ser considerado um morfema de vocativo, dada
a característica entonacional que a diferencia das interjeições propriamente ditas [HCv.2, 197 n.47].
“Deus, ó Deus, onde estás que não respondes?” [CAv.1, 141]
Estes exemplos nos põem diante de algumas particularidades que envolvem o vocativo. Pelo
desligamento da estrutura argumental da oração, constitui, por si só, a rigor, uma frase exclamativa à
parte ou um fragmento de oração, à semelhança das interjeições. Por outro lado, como no caso de Tu,
meu irmão, precisas estudar!, às vezes, se aproxima do aposto explicativo, pela razão que vai constituir
a particularidade seguinte. Por fim, o vocativo, na função apelativa, está ligado ao imperativo ou conteúdo
volitivo da forma verbal, já que, em se tratando de ordem ou manifestação de desejo endereçada à pessoa
com quem falamos ou a quem nos dirigimos, presente quase sempre, não há necessidade de marcar
gramaticalmente o sujeito. Quando surge a necessidade de explicitá-lo, por algum motivo, aludimos a
esse sujeito em forma de vocativo [RLz.1, 66].

Figuras de linguagem.

Figuras de Linguagem

Também chamadas Figuras de Estilo, são recursos especiais de que se vale quem fala ou escreve,
para comunicar à expressão mais força e colorido, intensidade e beleza.
Podemos classificá-las em três tipos:
- Figuras de Palavras (ou tropos);
- Figuras de Construção (ou de sintaxe);
- Figuras de Pensamento.

Figuras de Palavra

Compare estes exemplos:


O tigre é uma fera. (fera = animal feroz: sentido próprio, literal, usual)
Pedro era uma fera. (fera = pessoa muito brava: sentido figurado, ocasional)

No segundo exemplo, a palavra fera sofreu um desvio na sua significação própria e diz muito mais do
que a expressão vulgar “pessoa brava”. Semelhantes desvios de significação a que são submetidas as
palavras, quando se deseja atingir um efeito expressivo, denominam-se figuras de palavras ou tropos (do
grego trópos, giro, desvio).

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São as seguintes as figuras de palavras:

Metáfora: consiste em atribuir a uma palavra características de outra, em função de uma analogia
estabelecida de forma bem subjetiva.
“Meu verso é sangue” (Manuel Bandeira)
Observe que, ao associar verso a sangue, o poeta estabeleceu uma analogia entre essas duas
palavras, vendo nelas uma relação de semelhança. Todos os significados que a palavra sangue sugere
ao leitor passam também para a palavra verso.
Os poetas são mestres na citação de metáforas surpreendentes, ricas em significados. Exemplo:

“Ó minha amada
Que olhos os teus
São cais noturnos
Cheios de adeus.”
Vinícius de Moraes

A metáfora é uma espécie de comparação sem a presença de conectivos do tipo como, tal como,
assim como etc. Quando esses conectivos aparecem na frase, temos uma comparação e não uma
metáfora. Exemplo:

“A felicidade é como a gota de orvalho


numa pétala de flor.
Brilha tranquila, depois de leve oscila
e cai como uma lágrima de amor.”
Vinícius de Moraes

Comparação: é a comparação entre dois elementos comuns; semelhantes. Normalmente se emprega


uma conjunção comparativa: como, tal qual, assim como.

“Sejamos simples e calmos


Como os regatos e as árvores”
Fernando Pessoa

Metonímia: consiste no emprego de uma palavra por outra com a qual ela se relaciona. Ocorre a
metonímia quando empregamos:

- o autor ou criador pela obra. Exemplo: Gosto de ler Jorge Amado (observe que o nome do autor
está sendo usado no lugar de suas obras).

- o efeito pela causa e vice-versa. Exemplos: Ganho a vida com o suor do meu rosto. (o suor é o
efeito ou resultado e está sendo usado no lugar da causa, ou seja, o “trabalho”); Vivo do meu trabalho. (o
trabalho é causa e está no lugar do efeito ou resultado, ou seja, o “lucro”).

- o continente pelo conteúdo. Exemplo: Ela comeu uma caixa de doces. (a palavra caixa, que designa
o continente ou aquilo que contém, está sendo usada no lugar da palavra doces, que designaria o
conteúdo).

- o abstrato pelo concreto e vice-versa. Exemplos: A velhice deve ser respeitada. (o abstrato velhice
está no lugar do concreto, ou seja, pessoas velhas).Ele tem um grande coração. (o concreto coração está
no lugar do abstrato, ou seja, bondade).

- o instrumento pela pessoa que o utiliza. Exemplo: Ele é bom volante. (o termo volante está sendo
usado no lugar do termo piloto ou motorista).

- o lugar pelo produto. Exemplo: Gosto muito de tomar um Porto. (o produto vinho foi substituído pelo
nome do lugar em que é feito, ou seja, a cidade do Porto).

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- o símbolo ou sinal pela coisa significada. Exemplo: Os revolucionários queriam o trono. (a palavra
trono, nesse caso, simboliza o império, o poder).

- a parte pelo todo. Exemplo: Não há teto para os necessitados. (a parte teto está no lugar do todo,
“a casa”).

- o indivíduo pela classe ou espécie. Exemplo: Ele foi o judas do grupo. (o nome próprio Judas está
sendo usado como substantivo comum, designando a espécie dos homens traidores).

- o singular pelo plural. Exemplo: O homem é um animal racional. (o singular homem está sendo
usado no lugar do plural homens).

- o gênero ou a qualidade pela espécie. Exemplo: Os mortais somos imperfeitos. (a palavra mortais
está no lugar de “seres humanos”).

- a matéria pelo objeto. Exemplo: Ele não tem um níquel. (a matéria níquel é usada no lugar da coisa
fabricada, que é “moeda”).

Observação: Os últimos 5 casos recebem também o nome de Sinédoque.

Perífrase: é a substituição de um nome por uma expressão que facilita a sua identificação. Exemplo:
O país do futebol acredita no seu povo. (país do futebol = Brasil)

Sinestesia: é a mistura de sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido.


“O vento frio e cortante balança os trigais dourados e macios que se estendiam pelo campo.” (frio e
cortante = tato / dourados e macios = visão + tato)

Catacrese: consiste em transferir a uma palavra o sentido próprio de outra, utilizando-se formas já
incorporadas aos usos da língua. Se a metáfora surpreende pela originalidade da associação de ideias,
o mesmo não ocorre com a catacrese, que já não chama a atenção por ser tão repetidamente usada.
Exemplo: Ele embarcou no trem das onze. (originariamente, a palavra embarcar pressupõe barco e não
trem).

Antonomásia: ocorre quando substituímos um nome próprio pela qualidade ou característica que o
distingue. Exemplo: O Poeta dos Escravos é baiano. (Poeta dos Escravos está no lugar do nome próprio
Castro Alves, poeta baiano que se distinguiu por escrever poemas em defesa dos escravos).

Figuras de Construção

Compare as duas maneiras de construir esta frase:


Os homens pararam, o medo no coração.
Os homens pararam, com o medo no coração.
Nota-se que a primeira construção é mais concisa e elegante. Desvia-se da norma estritamente
gramatical para atingir um fim expressivo ou estilístico. Foi com esse intuito que assim a redigiu Jorge
Amado.
A essas construções que se afastam das estruturas regulares ou comuns e que visam transmitir à
frase mais concisão, expressividade ou elegância dá-se o nome de figuras de construção ou de sintaxe.

São as mais importantes figuras de construção:

Elipse: consiste na omissão de um termo da frase, o qual, no entanto, pode ser facilmente identificado.
Exemplo: No fim da festa, sobre as mesas, copos e garrafas vazias. (ocorre a omissão do verbo haver:
No fim da festa havia, sobre as mesas, copos e garrafas vazias).

Pleonasmo: consiste no emprego de palavras redundantes para reforçar uma ideia. Exemplo: Ele vive
uma vida feliz.

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Observação: Devem ser evitados os pleonasmos viciosos, que não têm valor de reforço, sendo antes
fruto do desconhecimento do sentido das palavras, como por exemplo, as construções “subir para cima”,
“protagonista principal”, “entrar para dentro”, etc.

Polissíndeto: consiste na repetição enfática do conectivo, geralmente o “e”. Exemplo: Felizes, eles
riam, e cantavam, e pulavam de alegria, e dançavam pelas ruas...

Inversão ou Hipérbato: consiste em alterar a ordem normal dos termos ou orações com o fim de lhes
dar destaque:
“Passarinho, desisti de ter.” (Rubem Braga)
“Justo ela diz que é, mas eu não acho não.” (Carlos Drummond de Andrade)
“Por que brigavam no meu interior esses entes de sonho não sei.” (Graciliano Ramos)
“Tão leve estou que já nem sombra tenho.” (Mário Quintana)
Observação: o termo que desejamos realçar é colocado, em geral, no início da frase.

Anacoluto: consiste na quebra da estrutura sintática da oração. O tipo de anacoluto mais comum é
aquele em que um termo parece que vai ser o sujeito da oração, mas a construção se modifica e ele
acaba sem função sintática. Essa figura é usada geralmente para pôr em relevo a ideia que consideramos
mais importante, destacando-a do resto. Exemplo: “Eu, que era branca e linda, eis-me medonha e escura.”
(Manuel Bandeira) (o pronome eu, enunciado no início, não se liga sintaticamente à oração eis-me
medonha e escura.)

Silepse: ocorre quando a concordância de gênero, número ou pessoa é feita com ideias ou termos
subentendidos na frase e não claramente expressos. A silepse pode ser:
- de gênero. Exemplo: Vossa Majestade parece cansado. (o adjetivo cansado concorda não com o
pronome de tratamento Vossa Majestade, de forma feminina, mas com a pessoa a quem esse pronome
se refere – pessoa do sexo masculino).
- de número. Exemplo: O pessoal ficou apavorado e saíram correndo. (o verbo sair concordou com a
ideia de plural que a palavra pessoal sugere).
- de pessoa. Exemplo: Os brasileiros gostamos de futebol. (o sujeito os brasileiros levaria o verbo
usualmente para a 3ª pessoa do plural, mas a concordância foi feita com a 1ª pessoa do plural, indicando
que a pessoa que fala está incluída em os brasileiros).

Onomatopeia: consiste no aproveitamento de palavras cuja pronúncia imita o som ou a voz natural
dos seres. É um recurso fonêmico ou melódico que a língua proporciona ao escritor.
“Pedrinho, sem mais palavras, deu rédea e, lept! lept! arrancou estrada afora.” (Monteiro Lobato)
“O som, mais longe, retumba, morre.” (Goncalves Dias)
“O longo vestido longo da velhíssima senhora frufrulha no alto da escada.” (Carlos Drummond de
Andrade)
“Tíbios flautins finíssimos gritavam.” (Olavo Bilac)
“Troe e retroe a trompa.” (Raimundo Correia)
“Vozes veladas, veludosas vozes,
volúpias dos violões, vozes veladas,
vagam nos velhos vórtices velozes
dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.” (Cruz e Sousa)

As onomatopeias, como nos três últimos exemplos, podem resultar da Aliteração (repetição de
fonemas nas palavras de uma frase ou de um verso).

Repetição: consiste em reiterar (repetir) palavras ou orações para enfatizar a afirmação ou sugerir
insistência, progressão:
“O surdo pede que repitam, que repitam a última frase.” (Cecília Meireles)
“Tudo, tudo parado: parado e morto.” (Mário Palmério)
“Ia-se pelos perfumistas, escolhia, escolhia, saía toda perfumada.” (José Geraldo Vieira)
“E o ronco das águas crescia, crescia, vinha pra dentro da casona.” (Bernardo Élis)
“O mar foi ficando escuro, escuro, até que a última lâmpada se apagou.” (Inácio de Loyola Brandão)

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Zeugma: consiste na omissão de um ou mais termos anteriormente enunciados. Exemplo: A manhã
estava ensolarada; a praia, cheia de gente. (há omissão do verbo estar na segunda oração (...a praia
estava cheia de gente)).

Assíndeto: ocorre quando certas orações ou palavras, que poderiam se ligar por um conectivo, vêm
apenas justapostas. Exemplo: Vim, vi, venci.

Anáfora: consiste na repetição de uma palavra ou de um segmento do texto com o objetivo de enfatizar
uma ideia. É uma figura de construção muito usada em poesia. Exemplo:
“Tende piedade, Senhor, de todas as mulheres
Que ninguém mais merece tanto amor e amizade
Que ninguém mais deseja tanto poesia e sinceridade
Que ninguém mais precisa tanto de alegria e serenidade.”

Paranomásia: palavras com sons semelhantes, mas de significados diferentes, vulgarmente chamada
de trocadilho. Exemplo: Era iminente o fim do eminente político.

Neologismo: criação de palavras novas. Exemplo: O projeto foi considerado imexível.

Figuras de Pensamento

São processos estilísticos que se realizam na esfera do pensamento, no âmbito da frase. Nelas
intervêm fortemente a emoção, o sentimento, a paixão. Eis as principais figuras de pensamento:

Antítese: consiste em realçar uma ideia pela aproximação de palavras de sentidos opostos. Exemplo:
“Morre! Tu viverás nas estradas que abriste!” (Olavo Bilac)

Apóstrofe: consiste na interrupção do texto para se chamar a atenção de alguém ou de coisas


personificadas. Sintaticamente, a apóstrofe corresponde ao vocativo. Exemplo:
“Tende piedade, Senhor, de todas as mulheres
Que ninguém mais merece tanto amor e amizade” (Vinícius de Moraes)

Eufemismo: ocorre quando, no lugar das palavras próprias, são empregadas outras com a finalidade
de atenuar ou evitar a expressão direta de uma ideia desagradável ou grosseira. Exemplo: Depois de
muito sofrimento, ele entregou a alma a Deus.

Gradação: ocorre quando se organiza uma sequência de palavras ou frases que exprimem a
intensificação progressiva de uma ideia. Exemplo: “Eu era pobre. Era subalterno. Era nada.” (Monteiro
Lobato)

Hipérbole: ocorre quando, para realçar uma ideia, exageramos na sua representação. Exemplo: Está
muito calor. Os jogadores estão morrendo de sede no campo.

Ironia: é o emprego de palavras que, na frase, têm o sentido oposto ao que querem dizer. É usada
geralmente com sentido sarcástico. Exemplo: Quem foi o inteligente que usou o computador e apagou o
que estava gravado?

Paradoxo: é o encontro de ideias que se opõem; ideias opostas. Exemplo:


“É tão difícil olhar o mundo
e ver o que ainda existe
pois sem você
meu mundo é diferente
minha alegria é triste.” (Roberto Carlos e Erasmo)
(a alegria e a tristeza se opõem, se a alegria é triste, ela tem uma qualidade que é antagônica).

Personificação ou Prosopopéia ou Animismo: consiste em atribuir características humanas a outros


seres. Exemplo:
“Ah! cidade maliciosa
de olhos de ressaca

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que das índias guardou a vontade de andar nua.” (Ferreira Gullar)

Reticência: consiste em suspender o pensamento, deixando-o meio velado. Exemplo:


“De todas, porém, a que me cativou logo foi uma... uma... não sei se digo.” (Machado de Assis)
“Quem sabe se o gigante Piaimã, comedor de gente...” (Mário de Andrade)

Retificação: como a palavra diz, consiste em retificar uma afirmação anterior. Exemplos:
É uma joia, ou melhor, uma preciosidade, esse quadro.
O síndico, aliás, uma síndica muito gentil não sabia como resolver o caso.
“O país andava numa situação política tão complicada quanto a de agora. Não, minto. Tanto não.”
(Raquel de Queiroz)
“Tirou, ou antes, foi-lhe tirado o lenço da mão.” (Machado de Assis)
“Ronaldo tem as maiores notas da classe. Da classe? Do ginásio!” (Geraldo França de Lima)

Questões

01. (IF/PA - Assistente em Administração – FUNRIO/2016)

“Quero um poema ainda não pensado, / que inquiete as marés de silêncio da palavra ainda não escrita
nem pronunciada, / que vergue o ferruginoso canto do oceano / e reviva a ruína que são as poças d’água.
/ Quero um poema para vingar minha insônia.” (Olga Savary, “Insônia”)

Nesses versos finais do poema, encontramos as seguintes figuras de linguagem:


a) silepse e zeugma
b) eufemismo e ironia.
c) prosopopeia e metáfora.
d) aliteração e polissíndeto.
e) anástrofe e aposiopese.

02. (IF/PA - Auxiliar em Administração – FUNRIO/2016)

“Eu sou de lá / Onde o Brasil verdeja a alma e o rio é mar / Eu sou de lá / Terra morena que eu amo
tanto, meu Pará.” (Pe. Fábio de Melo, “Eu Sou de Lá”)

Nesse trecho da canção gravada por Fafá de Belém, encontramos a seguinte figura de linguagem:
a) antítese.
b) eufemismo.
c) ironia
d) metáfora
e) silepse.

03. (Pref. de Itaquitinga/PE - Técnico em Enfermagem – IDHTEC/2016)

MAMÃ NEGRA (Canto de esperança)

Tua presença, minha Mãe - drama vivo duma Raça, Drama de carne e sangue Que a Vida escreveu
com a pena dos séculos! Pelo teu regaço, minha Mãe, Outras gentes embaladas à voz da ternura ninadas
do teu leite alimentadas de bondade e poesia de música ritmo e graça... santos poetas e sábios... Outras
gentes... não teus filhos, que estes nascendo alimárias semoventes, coisas várias, mais são filhos da
desgraça: a enxada é o seu brinquedo trabalho escravo - folguedo... Pelos teus olhos, minha Mãe Vejo
oceanos de dor Claridades de sol-posto, paisagens Roxas paisagens Mas vejo (Oh! se vejo! ...) mas vejo
também que a luz roubada aos teus [olhos, ora esplende demoniacamente tentadora - como a Certeza...
cintilantemente firme - como a Esperança... em nós outros, teus filhos, gerando, formando, anunciando -
o dia da humanidade.

(Viriato da Cruz. Poemas, 1961, Lisboa, Casa dos Estudantes do Império)

O poema, Mamã Negra:

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a) É uma metáfora para a pátria sendo referência de um país africano que foi colonizado e teve sua
população escravizada.
b) É um vocativo e clama pelos efeitos negativos da escravização dos povos africanos.
c) É a referência resumida a todo o povo que compõe um país libertado depois de séculos de
escravidão.
d) É o sofrimento que acometeu todo o povo que ficou na terra e teve seus filhos levados pelo
colonizador.
e) É a figura do colonizador que mesmo exercendo o poder por meio da opressão foi “ninado “ela
Mamã Negra.

04. (Pref. de Florianópolis/SC - Auxiliar de Sala – FEPESE/2016)


Analise as frases abaixo:
1.” Calções negros corriam, pulavam durante o jogo.”
2. A mulher conquistou o seu lugar!
3. Todo cais é uma saudade de pedra.
4. Os microfones foram implacáveis com os novos artistas.
Assinale a alternativa que corresponde correta e sequencialmente às figuras de linguagem
apresentadas:
a) metáfora, metonímia, metáfora, metonímia
b) metonímia, metonímia, metáfora, metáfora
c) metonímia, metonímia, metáfora, metonímia
d) metonímia, metáfora, metonímia, metáfora
e) metáfora, metáfora, metonímia, metáfora

05. (COMLURB - Técnico de Segurança do Trabalho – IBFC/2016)


Leia o poema abaixo e assinale a alternativa que indica a figura de linguagem presente no texto:

Amor é fogo que arde sem se ver


Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
(Camões)
a) Onomatopeia
b) Metáfora
c) Personificação
d) Pleonasmo

06. (Prefeitura de Paulínia/SP - Agente de Fiscalização – FGV/2016)

Descaso com saneamento deixa rios em estado de alerta


A crise hídrica transformou a paisagem urbana em muitas cidades paulistas. Casas passaram a contar
com cisternas e caixas-d’água azuis se multiplicaram por telhados, lajes e até em garagens. Em regiões
mais nobres, jardins e portarias de prédios ganharam placas que alertam sobre a utilização de água de
reuso. As pessoas mudaram seu comportamento, economizaram e cobraram soluções.
As discussões sobre a gestão da água, nos mais diversos aspectos, saíram dos setores tradicionais e
técnicos e ganharam espaço no cotidiano. Porém, vieram as chuvas, as enchentes e os rios urbanos
voltaram a ficar tomados por lixo, mascarando, de certa forma, o enorme volume de esgoto que muitos
desses corpos de água recebem diariamente.
É como se não precisássemos de cada gota de água desses rios urbanos e como se a água limpa que
consumimos em nossas casas, em um passe de mágica, voltasse a existir em tamanha abundância, nos
proporcionando o luxo de continuar a poluir centenas de córregos e milhares de riachos nas nossas
cidades. Para completar, todo esse descaso decorrente da falta de saneamento se reverte em
contaminação e em graves doenças de veiculação hídrica.
Dados do monitoramento da qualidade da água – que realizamos em rios, córregos e lagos de onze
Estados brasileiros e do Distrito Federal – revelaram que 36,3% dos pontos de coleta analisados
apresentam qualidade ruim ou péssima. Apenas 13 pontos foram avaliados com qualidade de água boa
(4,5%) e os outros 59,2% estão em situação regular, o que significa um estado de alerta. Nenhum dos
pontos analisados foi avaliado como ótimo.

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Divulgamos esse grave retrato no Dia Mundial da Água (22 de março), com base nas análises
realizadas entre março de 2015 e fevereiro de 2016, em 289 pontos de coleta distribuídos em 76
municípios.
(MANTOVANI, Mário; RIBEIRO, Malu. UOL Notícias, abril/2016.)

Em termos de linguagem figurada, o fato de a divulgação do texto ter sido feita no Dia Mundial da Água
funciona como
a) metáfora.
b) pleonasmo.
c) eufemismo.
d) ironia.
e) hipérbole.

07. (Prefeitura de Chapecó/SC - Engenheiro de Trânsito – IOBV/2016)

O OUTRO LADO

só assim o poema se constrói:


quando o desejo tem forma de ilha
e todos os planetas são luas, embriões da magia
então podemos atravessar as chamas
sentir o chão respirar
ver a dança da claridade
ouvir as vozes das cores
fruir a liberdade animal
de estarmos soltos no espaço
ter parte com pedra e vento
seguir os rastros do infinito
entender o que sussurra o vazio
– e tudo isso é tão familiar
para quem conhece
a forma do sonho

(WILLER, Claudio, Estranhas experiências, 2004, p. 46)

No poema acima, do poeta paulista Claudio Willer (1940), no verso “ouvir as vozes das cores”, entre
outros versos, é expressa uma figura de linguagem. Esta pode ser assim definida: “Figura que consiste
na utilização simultânea de alguns dos cinco sentidos”
(CAMPEDELLI, S. Y. e SOUZA, J. B. Literatura, produção de textos & gramática. São Paulo, Saraiva, 1998, p. 616).

Como é denominada esta figura de linguagem?


a) Eufemismo.
b) Hipérbole.
c) Sinestesia.
d) Antítese.

08. (MPE/RJ - Técnico do Ministério Público – Administrativa – FGV/2016)

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A charge acima apresenta uma estrutura que poderia ser representada pelo seguinte tipo de linguagem
figurada:
a) antítese;
b) paradoxo;
c) metonímia;
d) pleonasmo;
e) eufemismo.

09. (Pref. de Teresina/PI - Professor – Português – NUCEPE/2016)

A OVELHA NEGRA

Havia um país onde todos eram ladrões.


À noite, cada habitante saía, com a gazua e a lanterna, e ia arrombar a casa de um vizinho. Voltava
de madrugada, carregado e encontrava a sua casa arrombada.
E assim todos viviam em paz e sem prejuízo, pois um roubava o outro, e este, um terceiro, e assim
por diante, até que se chegava ao último que roubava o primeiro. O comércio naquele país só era
praticado como trapaça, tanto por quem vendia como por quem comprava. O governo era uma associação
de delinquentes vivendo à custa dos súditos, e os súditos por sua vez só se preocupavam em fraudar o
governo. Assim a vida prosseguia sem tropeços, e não havia nem ricos nem pobres.
Ora, não se sabe como, ocorre que no país apareceu um homem honesto. À noite, em vez de sair com
o saco e a lanterna, ficava em casa fumando e lendo romances. Vinham os ladrões, viam a luz acesa e
não subiam.
Essa situação durou algum tempo: depois foi preciso fazê-lo compreender que, se quisesse viver sem
fazer nada, não era essa uma boa razão para não deixar os outros fazerem. Cada noite que ele passava
em casa era uma família que não comia no dia seguinte.
Diante desses argumentos, o homem honesto não tinha o que objetar. Também começou a sair de
noite para voltar de madrugada, mas não ia roubar. Era honesto, não havia nada a fazer. Andava até a
ponte e ficava vendo a água passar embaixo. Voltava para casa, e a encontrava roubada.
Em menos de uma semana o homem honesto ficou sem um tostão, sem o que comer, com a casa
vazia. Mas até aí tudo bem, porque era culpa sua; o problema era que seu comportamento criava uma
grande confusão. Ele deixava que lhe roubassem tudo e, ao mesmo tempo, não roubava ninguém; assim
sempre havia alguém que, voltando para casa de madrugada, achava a casa intacta: a casa que o homem
honesto devia ter roubado. O fato é que, pouco depois, os que não eram roubados acabaram ficando
mais ricos que os outros e passaram a não querer mais roubar. E, além disso, os que vinham para roubar
a casa do homem honesto sempre a encontravam vazia; assim iam ficando pobres.
Enquanto isso, os que tinham se tornado ricos pegaram o costume, eles também, de ir de noite até a
ponte, para ver a água que passava embaixo. Isso aumentou a confusão, pois muitos outros ficaram ricos
e muitos outros ficaram pobres.
Ora, os ricos perceberam que, indo de noite até a ponte, mais tarde ficariam pobres. E pensaram:
“Paguemos aos pobres para ir roubar para nós”. Fizeram-se os contratos, estabeleceram-se os salários,
as percentagens: naturalmente, continuavam a ser ladrões e procuravam enganar-se uns aos outros.
Mas, como acontece, os ricos tornavam-se cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres.
Havia ricos tão ricos que não precisavam mais roubar e que mandavam roubar para continuarem a ser
ricos. Mas, se paravam de roubar, ficavam pobres porque os pobres os roubavam. Então pagaram aos
mais pobres dos pobres para defenderem as suas coisas contra os outros pobres, e assim instituíram a
polícia e constituíram as prisões.
Dessa forma, já poucos anos depois do episódio do homem honesto, não se falava mais de roubar ou
de ser roubado, mas só de ricos ou de pobres; e, no entanto, todos continuavam a ser pobres.
Honesto só tinha havido aquele sujeito, e morrera logo, de fome.

(ÍTALO CALVINO. In: Um general na biblioteca. Companhia das Letras, São Paulo, 2001)

O título do texto “Ovelha Negra” refere-se ao “homem honesto”, isso caracteriza uma
a) ironia.
b) catacrese.
c) prosopopeia.
d) eufemismo.
e) antítese.

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10. (CISMEPAR/PR – Advogado – FAUEL/2016)
O assassino era o escriba
Paulo Leminsky

Meu professor de análise sintática era o tipo do


sujeito inexistente.
Um pleonasmo, o principal predicado da sua vida,
regular como um paradigma da 1ª conjugação.
Entre uma oração subordinada e um adjunto
adverbial,
ele não tinha dúvidas: sempre achava um jeito
assindético de nos torturar com um aposto.
Casou com uma regência.
Foi infeliz.
Era possessivo como um pronome.
E ela era bitransitiva.
Tentou ir para os EUA.
Não deu.
Acharam um artigo indefinido em sua bagagem.
A interjeição do bigode declinava partículas
expletivas,
conectivos e agentes da passiva, o tempo todo.
Um dia, matei-o com um objeto direto na cabeça.

A respeito da identificação do sujeito do texto com um “pleonasmo”, podemos afirmar que se trata de
uma figura de linguagem cujas características apontam para:
a) a redundância e a repetitividade.
b) a insegurança e o excesso.
c) a circunspecção e a introversão.
d) o talento e a comodidade.

Respostas

01. Resposta C
Prosopopeia - significa atribuir a seres inanimados (sem vida) características de seres
animados ou atribuir características humanas a seres irracionais.
Metáfora - é uma figura de linguagem onde se usa uma palavra ou uma expressão em um sentido
que não é muito comum, revelando uma relação de semelhança entre dois termos.

“Quero um poema ainda não pensado, / que inquiete as marés → de silêncio da palavra ainda não
escrita nem pronunciada, / que vergue o ferruginoso → canto do oceano / e reviva a ruína → que são
as poças d’água. / Quero um poema para vingar minha insônia.”
02. Resposta D
“Eu sou de lá / Onde o Brasil verdeja a alma e o rio é mar / Eu sou de lá / Terra morena que eu
amo tanto, meu Pará.”
Comparação implícita
Metáfora - Figura de Palavra.
Antítese, Eufemismo, Ironia - Figura de Pensamento.
Silepse - Figura de Construção.

03. Resposta A
Figuras de palavras (ou tropos) são figuras que se caracterizam por alterar o sentido próprio de uma
palavra. São elas: metáfora, metonímia, catacrese, perífrase, sinestesia e comparação.
Metáfora consiste em usar uma palavra pela outra por força de uma comparação mental.
O vocábulo mãe em sentido denotativo indica aquela que deu à luz, criou, deu segurança, carinho etc.
No texto o vocábulo é associado ao drama de carne e sangue, desgraça, dor vivido pelos escravos. Nessa
linha o título "mamã negra" é uma comparação mental entre "mãe" (sentido denotativo) e o país
(continente) africano.

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Exemplos de metáfora: Ela é um anjo de doçura, e ele é um cavalo de grosseria.
Fonte: Nova Gramática da Língua Portuguesa - Rodrigo Bezerra

04. Resposta C
Note que ambas são figuras de linguagem, e cada uma tem suas características:
A - Metáfora. Comparação implícita entre seres que nós fazemos. Nessa comparação não usamos a
palavra 'como'. Exemplo: Meu cartão de crédito é uma navalha. [Navalha = no sentido que corta profundo,
cartão como navalha significa que prejudica muito a vida financeiro]. Outro exemplo: Essa mulher é uma
cobra [cobra = sentido de perigosa, astuta]
B - Metonímia. Substitui um ser por outro com alguma relação de significa. Exemplo: O bonde passa
cheio de pernas. [Pernas = pessoas].
Com isso vamos analisar as alternativas:
a)” Calções negros corriam, pulavam durante o jogo.” - calções = jogadores. Metonímia
b) A mulher conquistou o seu lugar! - mulher = mulheres [representando todas as classes de
mulheres]. Metonímia.
c) Todo cais é uma saudade de pedra. Comparação do cais com uma saudade de pedra. Metáfora.
d) Os microfones foram implacáveis com os novos artistas. [Microfones = os críticos] Metonímia.

05. Resposta B
METÁFORA: Apresenta uma palavra utilizada em sentido figurado, uma palavra utilizada fora da sua
acepção real, em virtude de uma semelhança submetida. É uma comparação sem elementos
comparativos.

06. Resposta D
Dia mundial da água: Dia de comemorar
Porém, não há tanto o que comemorar diante de tantos fatos "ruins" ocorridos com a água. Logo, uma
ironia.

07. Resposta C
Sinestesia ocorre quando há uma combinação de diversas impressões sensoriais (visuais, auditivas,
olfativas, gustativas e táteis) entre si, e também entre as referidas sensações e sentimentos.

08. Resposta A
a) antítese; (oposição de ideias, neste caso explicitada pela divergência entres os tempos em relação
ao consumo de comida)
b) paradoxo;( também dão a ideia de oposição, todavia de maneira expressamente absurda como por
exemplo: " quanto mais trabalha, mais fico pobre", é um absurdo trabalhar tanto e mesmo assim ficar
pobre.
c) metonímia;( ideia entre dois termos que se substituem, como por exemplo:" li Machado de Assis".
Você provavelmente não leu "O" Machado de Assis, mas sim um livro que ele escreveu.
d) pleonasmo; (repetição de ideias)
e) eufemismo. (suavização, amenização de um tratamento ao qual poderia ser empregado de modo
grosseiro: faltar com a verdade significa mentir.
09. Resposta A
Ironia: dizer algo quando na verdade quer dizer o contrário.

10. Resposta A
Pleonasmo é a redundância de termos no âmbito das palavras, mas de emprego legítimo em certos
casos, pois confere maior vigor ao que está sendo expresso (p.ex.: ele via tudo com seus próprios olhos)

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