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06 - Vestuário

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Centro de Caridade Vovó Catarina de Angola

VESTUÁRIO
POR QUE USAMOS O BRANCO

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Centro de Caridade Vovó Catarina de Angola
Dentre os princípios da Umbanda, um dos elementos de grande significância e
fundamento, é o uso da vestimenta branca. Em 16 de novembro de 1908, data da
anunciação da Umbanda no plano físico e também ocasião em que foi fundado o primeiro
templo de Umbanda, Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, o espírito Caboclo das Sete
Encruzilhadas, entidade anunciadora da nova religião, ao fixar as bases e diretrizes do
segmento religioso, expôs, dentre outras coisas, que todos os sacerdotes (médiuns) utilizariam
roupas brancas. Mas, por quê?.

Teria sido uma orientação aleatória, ou o reflexo de um profundo conhecimento, místico,


científico e religioso da cor branca? No decorrer de toda a história da Humanidade, a cor
branca aparece como um dos maiores símbolos de unidade e fraternidade já utilizados.

Nas antigas ordens religiosas do continente asiático, encontramos a citada cor como
representação de elevada sabedoria e alto grau de espiritualidade superior. As ordens iniciáticas
utilizavam insígnias de cor branca; os brâmanes tinham como símbolo o Branco, que se
exteriorizava em seus vestuário e estandartes. Os antigos druidas tinham na cor branca um de
seus principais elos do material para o espiritual, do tangível para o intangível.

Os Magos Brancos da antiga Índia eram assim chamados porque utilizavam a magia para fins
positivos, e também porque suas vestes sacerdotais eram constituídas de túnicas e capuzes
brancos. O próprio Cristo Jesus, ao tempo de sua missão terrena, utilizava túnicas de tecido
branco nas peregrinações e pregações que fazia.

Nas guerras, quando os adversários, oprimidos pelo cansaço e perdas humanas, se despojavam
de comportamentos irracionais e manifestavam sincera intenção de encerrarem a contenda, o
que faziam? Desfraldavam bandeiras brancas! O que falar então do vestuário dos profissionais
das diversas áreas de saúde. Médicos, enfermeiros, dentistas etc., todos se utilizando de roupas
brancas para suas atividades. Por quê?

Porque a roupa branca transmite a sensação de assepsia, calma, paz espiritual, serenidade e
outros valores de elevada estirpe. Se não bastasse tudo o que foi dito até agora, vamos
encontrar a razão científica do uso da cor branca na Umbanda através das pesquisas de Isaac
Newton.

Este grande cientista do século XVII provou que a cor branca contém dentro de si todas as
demais cores existentes.

Portanto, a cor branca tem sua razão de ser na Umbanda, pois temos que lembrar que a religião
que abraçamos é capitaneada por Orixás, sendo que Oxalá, que tem a cor branca como
representação, supervisiona os Orixás restantes. Assim como a cor branca contém dentro de si
todas as demais cores, a Irradiação de Oxalá contém dentro de sua estrutura cósmico-astral
todas as demais irradiações (Oxossi, Ogum, Xangô, etc.).

A implantação desta cor em nossa religião, não foi fruto de opção aleatória, mas sim pautada
em seguro e inequívoco conhecimento de quem teve a missão de anunciar a Umbanda. Salve o
Caboclo das Sete Encruzilhadas!!!!!

VESTUÁRIO UNIFORME, UMA NECESSIDADE

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Uma das bases trazidas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, por ocasião da
anunciação da Umbanda no plano físico, evento histórico ocorrido em 15/16 de novembro de
1908, em Neves, Niterói - RJ, é a que diz respeito a igualdade.

Sabemos que na atual sociedade, com valores deturpados ou invertidos, é comum as pessoas
avaliarem umas as outras, não pelo grau de espiritualidade, moral, caráter e boas ações, mas
sim pelo que se apresenta a nível de posses.

Dentro deste contexto, é corriqueiro, embora extremamente falho, valorizar ou conceituar os


habitantes deste planeta tendo como base a apresentação pessoal externa do indivíduo, ao invés
de se atentar para qualificativos internos. Prioriza-se bens materiais em detrimento das virtudes.

E é justamente por isto que a Umbanda adotou o vestuário uniforme, para que alguns
assistentes ainda enraizados em equivocados conceitos não tenham como dar vazão a seus
distorcidos juízos de valor.

Assim, quem adentra por um terreiro na esperança de cura ou melhora de seus problemas,
jamais terá a possibilidade de identificar no corpo mediúnico, todos com trajes iguais, eventuais
ou supostas diferenças intelectuais, culturais e sociais.

Não terá a oportunidade de saber se por trás daquela roupa sacerdotal encontra-se um rico
empresário, um camelô, ou uma empregada doméstica.

Porque há quem vincule a eficácia de um socorro espiritual tomando por parâmetro o próprio
médium através do qual a entidade se manifesta.

Se o medianeiro atuasse nas sessões de caridade com trajes civis (comuns), algumas pessoas,
que pensam da forma citada, passariam a tentar analisar o grau de intelectualidade, de situação
financeira, social etc., pela qualidade do vestuário apresentado pelos médiuns.

Então, sacerdotes calçando sapatos de fino couro, camisas e calças de marcas famosas, seriam
facilmente identificados e preferencialmente procurados. Outros tantos, humildes na sua
apresentação, seriam colocados em segundo plano.

Na Umbanda, Sopro Divino que a todos oxigena, o personalismo ou destaque individual é algo
que jamais deverá existir. Somos meros veículos de manifestação da espiritualidade superior, e
por isto, devemos sempre nos mostrar coletivamente, sem identificações pessoais ou rótulos.

Somos elos iguais de mesma força e importância neste campo de amor e caridade denominado
Umbanda.

Os chegam aos Centros para darem passes, sem tomarem banho ou trocarem de roupa, estão
ainda impregnados de cargas fluídico-magnéticas negativas, que, por conseguinte interferem no
campo áurico e perispiritual dos médiuns, simplesmente acabam pela imposição ou
dinamização das mãos passando ao assistente toda ou parte daquela energia inferior que
carregam.

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Na Umbanda, o uniforme do médium, ou está no vestiário do terreiro, e portanto
dentro do cinturão de defesa do mesmo, ou está em casa sendo lavado ou passado,
longe do contato direto com as forças deletérias.

AS VESTES

As vestes na Umbanda são geralmente brancas, sempre muito limpas, já que este é um dos
motivos pelo qual se troca de roupa para os trabalhos.

Nunca se deve trabalhar com as roupas do corpo, ou já vir vestido de casa com as roupas
brancas. O suor causa uma sensação de desconforto, o que traz uma má concentração e
intranqüilidade do médium (sem contar, é claro, com a desagradável situação de uma pessoa
que vai tomar passes ou consultar-se, e ficar sentindo o cheiro do suor do médium, que está
sempre próximo nos trabalhos).

O branco é de caráter refletor, já que é a somatória de todas as cores e funciona, aliado a outras
coisas, como uma espécie de escudo contra certos choques menores de energias negativas que
são dirigidas ao médium. Serve, também, para identificar os médiuns dentro de uma casa de
trabalhos muito grande. Alem disso, é uma cor relaxante, que induz o psiquismo à calma e à
tranqüilidade.

A Roupa Branca (Roupa de Santo) é a vestimenta para a qual devemos dispensar muito carinho
e cuidado, idênticos ao que temos para com nossos Orixás e Guias.

As roupas devem ser conservadas limpas, bem cuidadas, assim como as guias (fios de contas),
não se admitindo que um médium, após seus trabalhos, deixe suas roupas e guias no Terreiro,
esquecidas.

Quando a roupa fica velha, estragada, jamais o médium deverá dar ou jogar fora. Ela deverá ser
despachada, pois trata-se de um instrumento de trabalho do médium.

O Pano de Cabeça (Torço) - É feito a partir de um pano chamado ojá (a palavra significa “faixa
de pano”), de tamanho variável. Existem vários formatos de torço, que podem ter significados
diferentes. Por exemplo: o torço com duas pontas (orelhas) significa orixá feminino enquanto o
torço com uma ponta só simboliza orixá masculino.

Serve tanto para proteger a coroa do médium conta as energias mais pesadas, como também
representa um sinal de respeito dentro de um determinado ritual.

A Toalha Branca (Pano da Costa) - Trata-se de um pano branco em formato de toalha


(retangular), podendo ser contornado ou não com renda, fino ou grosso, de tamanho
aproximado de 0,50 x 0,80 m.

Entre outras coisas, é utilizado para cobrir a cabeça dos médiuns quando estes incorporam
Obaluaiê.

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Outras Roupas – Em alguns casos, os guias podem solicitar alguma peça de roupa
para que usem durante os trabalhos. Podem ser:
Pretos Velhos: toalhas, batas, saia, calça, etc.
Exus: Roupas, lenços, chapéus, jóias, capas, etc.
Caboclos: Cocares, faixas, penas, tiras de couro, etc.
Crianças: Bonés, roupas, laços, toalhas, etc.
Estas peças de roupa serão autorizadas pela dirigente ou pelos guia chefe da casa.

OS PÉS DESCALÇOS

O solo, chão representa a morada dos ancestrais e quando estamos descalços tocando com os
pés no chão estamos tendo um contato com estes antepassados.

Nós costumamos tirar os calçados em respeito ao solo do terreiro, pois seria como se
estivéssemos trazendo sujeira da rua para dentro de nossas casas.

É também uma forma de representar a humildade e simplicidade do Rito Umbandista.

Além disso, nós atuamos como a pára-raios naturais, e ao recebermos qualquer energia mais
forte, automaticamente ela se dissipa no solo. É uma forma de garantir a segurança do médium
para que não acumule e leve determinadas energias consigo.

Em alguns terreiros é permitido usar calçados (mas calçados que são usados APENAS dentro
do terreiro).

Cabe ressaltar, que a origem desse costume, nos cultos de origem afro-brasileira, é outra; os
"pés descalços" eram um símbolo da condição de escravo, de coisa; lembremos que o escravo
não era considerado um cidadão, ele estava na mesma categoria do gado bovino, por exemplo.

Quando liberto a primeira medida do negro (quando fosse possível) era comprar sapatos,
símbolo de sua liberdade, e de certa forma, inclusão na sociedade formal.

O significado da "conquista" dos sapatos era tão profundo que, muitas vezes, eles eram
colocados em lugar de destaque na casa (para que todos vissem).

Ao chegar ao terreiro, contudo, transformado magicamente em solo africano, os sapatos,


símbolo para o negro de valores da sociedade branca, eram deixados do lado de fora. Eles
estavam (magicamente) na África e não mais no Brasil. No solo africano (dos terreiros) eles
retornavam (magicamente) à sua condição de guerreiros, sacerdotes, príncipes, caçadores, etc.

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BRINCOS, PULSEIRAS ETC.
Certamente tal tema deixará de "cabelos em pé" parte da coletividade feminina
que atua como médium nos vários Templos de Umbanda.

É cientificamente comprovado que dentre as matérias tangíveis encontradas em nosso planeta,


os metais (ouro, prata, bronze etc.) constituem-se em substâncias de grande poder magnético
atrativo (capacidade de atrair, conduzir e/ou condensar em seu corpo energias dos mais
diferentes níveis e tipos).

O importante é que, com esta informação em mente, é bem fácil deduzir-se o que pode ocorrer
a um médium que se apresenta como um autêntico cabide de bijuterias ambulante.

É fato que nos trabalhos mediúnico-espirituais, estando incorporados ou não, quase sempre
enfrentamos forças de baixo teor vibratório (kiumbas, Formas-Pensamento negativas etc.) que
acompanham e turbam a vida de muitas pessoas. Estas, ao serem conduzidas ou procurarem o
auxílio de um Templo Umbandista, para verem dissipadas as causas e os efeitos de tais
assédios, apresentam seu campo áurico (Aura - Campo Energético) e perispiritual (Corpo
Astral) completa ou parcialmente contaminados pelos fluidos hostis das forças supracitadas.

Não obstante os obsessores serem doutrinados e/ou detidos e encaminhados a prisões astrais, e
as formas-pensamento serem desintegradas, durante todo o trabalho de assepsia espiritual,
resíduos magnéticos destas individualidades tendem a agregar-se aos metais mais próximos,
inundando-os com fluidos nocivos, neste caso, os metais que o intermediário utiliza.

Muitos podem estar se perguntando qual o papel das entidades espirituais nesta situação. Bem,
elas fazem a parte que lhes compete, cruzando e defumando as guias dos médiuns, solicitando
somente o uso de vestimenta branca (cor branca - função refletora/repulsora de
eletromagnetismo nocivo), banhos de mar e cachoeira, banhos com ervas, defumações especiais
no templo, e uma série de outras providências salutares ao seu "aparelho".

No entanto, será que há preocupação em se fazer a assepsia de brincos, pulseiras, cordões e


outras bijuterias, como colocá-las em um recipiente de barro com água e sal grosso? é claro que
não!!!. O que acontece então? paulatinamente tais adereços vão sendo encharcados por cargas
densamente negativas, que acabam por jorrar no próprio médium.

Na Umbanda possuímos recursos não só repressivos, mas também preventivos para lidarmos
com certas circunstâncias. Não custa nada ao médium, principalmente do sexo feminino, antes
de começar o labor caritativo, tirar e guardar os metais que ora utiliza, evitando com isto
eventuais efeitos danosos a sua constituição espírito-física.

Os únicos adereços que podem ser usados nas sessões, são os indicados pelas entidades e
alianças (casamento, noivado ou compromisso).

Você Aprendeu:
Porque usamos branco, porque usar uniforme, porque manter os pés descalços, porque não
usar metais, durante as sessões.

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