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RESUMO
O presente artigo tem como escopo a análise do documento comumente conhecido como
“Carta de Aristeias a Filócrates” buscando um entendimento a respeito dos objetivos que
seu desconhecido autor tinha em mente ao escrevê-la. Para tanto, são presentadas
teorias defendidas por diferentes autores, contendo diversas interpretações possíveis
para as principais seções do escrito. Infelizmente, a leitura das pesquisas publicadas não
permite determinar com certeza os alvos que o autor da Carta buscou atingir; apesar
disso, a discussão não é vã, uma vez que não é necessário compreender que o documento
tivesse apenas um objetivo; e independente de qual seja este, o leitor moderno pode
entender a carta como um testemunho dos embates e apropriações culturais próprias do
período helenístico que caracterizaram o encontro de judeus e gregos que levou ao pano
de fundo social e religioso no qual, pouco tempo depois, se desenvolveriam as ações do
Novo Testamento.
Palavras-chaves: Septuaginta. Tradução. Judaísmo. Helenismo.
ABSTRACT
The scope of the present study is the analysis of the document commonly known as the
“Letter of Aristeas to Philocrates,” searching for an understanding about the goals that its
unknown author had in mind when he or she wrote it. Therefore, it will be presented
theories defended by different authors, containing diverse possible interpretations of the
main sections of the letter. The reading of the published researches, unfortunately,
doesn’t allow to determine for sure the goals that the author sought to reach; despite
that, the discussion is not vain, because it not necessary to understand that the document
1
Bacharel em Teologia pela FABAPAR. Mestrando em Literatura e Línguas Bíblicas pela Universidade de St
Andrews, Escócia. E-mail: renan@fastmail.com
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had only one goal; and independently of what that might be, the modern reader can
understand the letter as a witness of the clashes and cultural appropriations proper to the
Hellenistic period that characterized the encounter of Jews and Greeks that led to the
social and religious background in which, a short time after, would occur the events of the
New Testament.
Keywords: Septuagint. Translation. Judaism. Helenism.
INTRODUÇÃO
A Carta de Aristeias a Filócrates é um pequeno tratado helenístico cuja datação é
debatida entre os séculos II a.C. e I d.C.2 Seu autor apresenta-se como Aristeias, um membro
de alta posição na corte de Ptolomeu II Filadelfo (283-246 a.C), que escreve a seu irmão
Filócrates, um amante do conhecimento (philomathés), os motivos que o levaram para uma
viagem a Jerusalém e os acontecimentos relacionados. Apesar disso, o autor da carta muito
provavelmente não foi grego, mas um judeu alexandrino capaz de dialogar tanto com a fé
judaica (o texto possui uma seção dedicada à interpretação de um preceito da Lei) quanto
com a filosofia (ponto que fica mais evidente em uma seção dedicada à resposta de diversas
perguntas filosóficas).
O fio que liga a narrativa é a história da tradução para o grego da Lei dos Judeus, a Torá
(i.e., o Pentateuco), feita por um grupo de 72 sábios (daí o nome que recebeu de Septuaginta),
embora “história” aqui deva ser entendida em seu caráter fictício, uma vez que é ponto
pacífico entre os estudiosos que a carta não seja mais do que o registro de uma lenda judaica,
possivelmente construída a partir de outros escritos.3
O presente artigo, entretanto, não discute a datação da Carta ou sua autoria (o autor
será doravante referido como Pseudo-Aristeias, seguindo-se uma tendência da crítica
moderna, enquanto que o narrador/personagem da história será chamado apenas de
Aristeias), mas sim o possível objetivo de seu escritor ao dar registro a esta história através da
apresentação de três teorias principais: 1) A Carta de Aristeias é um tratado apologético
destinado à defesa da religião judaica diante de leitores pagãos, 2) A carta tem por
destinatários os próprios judeus, e seu objetivo é construir pontes entre a fé deste povo e o
pensamento grego como forma de inseri-la como uma possibilidade de leitura de mundo em
um contexto helenizado, 3) O objetivo principal da carta é investir a tradução da Septuaginta
de autoridade através do espelhamento de eventos referentes ao recebimento da Lei por
Moisés, a fim de, autorizar o uso desta pelos judeus helenistas com status igual ou comparável
ao da Torá Hebraica.
As citações do texto grego são traduções do autor deste artigo, feitas com o auxílio,
quando necessário, da tradução inglesa da Carta de Aristeias realizada por H. St. J. Thackeray.4
2
Para uma discussão detalhada a respeito da problemática de datação da Carta, cf. PARENTE, Fausto. La Lettera
di Aristea come Fonte per la Storia del Judaismo Alessandrino durante la Prima Metá del Sicolo I a.C. Annali
della Scuola Normale Superiore di Pisa: Classe di Lettere e Filosofia, Pisa, v. 2, n. 1, p.177-237, dez. 1971.
3
PARENTE, 1971, p. 183-185.
4
THACKERAY, H. St. J. Translation of the Letter of Aristeas. The Jewish Quarterly Review, Filadélfia, v. 15, n. 3,
p.337-391, abr. 1903.
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5
PFEIFFER, Robert H. History of New Testament Times: with an Introduction to the Apocrypha. Nova Iorque:
Harper & Row Publishers, 1949, p. 225.
6
THACKERAY, 1903, p. 338.
7
Levítico 11 e Deuteronômio 14.3-21 são os textos do Pentateuco dedicados às leis dietárias do povo de Israel.
8
“καὶ καθ᾽ ἓν ἕκαστον ἔχει λόγον βαθύν”
9
“ἔτι δὲ καὶ διότι παρὰ πάντας ἀνθρώπους διεστάλμεθα. οἱ γὰρ πλείονες τῶν λοιπῶν ἀνθρώπων ἑαυτοὺς
μολύνουσιν ἐπιμισγόμενοι, συντελοῦντες μεγάλην ἀδικίαν, καὶ χῶραι καὶ πόλεις ὅλαι σεμνύνονται ἐπὶ
τούτοις. οὐ μόνον γὰρ {προάγουσι} τοὺς ἄρσενας, ἀλλὰ καὶ τεκούσας ἔτι δὲ θυγατέρας μολύνουσιν”
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Aqui o sumo-sacerdote parece inclusive ligar esta interpretação com uma lei alimentar
específica à lei das relações sexuais ilícitas10. Dado o contexto de produção da carta, não é
difícil imaginar que a crítica seja dirigida aos pagãos que conviviam com os judeus em
Alexandria. Através do método interpretativo alegórico de Eleazar, Pseudo-Aristeias pode
desenvolver uma defesa dos costumes dos judeus e dos seus mandamentos aparentemente
sem sentido.
Entretanto, o louvor à Torá e ao modo de vida dos judeus não pode partir apenas da
boca de judeus, principalmente na hipótese de este escrito ser prioritariamente apologético.
Para Schürer11, o valor da obra não está na história da tradução da Septuaginta em si, mas na
forma como a exaltação do judaísmo que a perpassa cativa os seus personagens pagãos. O
“todo da obra” é, por assim dizer, avaliado em termos do elogio que os judeus recebem dos
pagãos Ptolomeu e Aristeias. Um destes elogios está registrado no comentário do Rei às
respostas dadas pelos sábios judeus durante um simpósio:
E depois o Rei os saudou e encorajou em alta voz, com os presentes
aclamando conjuntamente, principalmente os filósofos. Pois tanto no portar-
se quanto no falar eram superiores a eles [os filósofos], uma vez que faziam
de Deus o ponto de partida [de suas respostas] (§ 235).12
Desta forma, a Carta eleva a sabedoria judaica aos olhos de seu leitor, uma vez que não
apenas membros da comunidade dos Judeus enaltecem seu modo de vida, mas o Rei e os
próprios representantes do sistema de pensamento grego, além do narrador que pretende
ser grego, elogiam os sábios que por sua vez representam o que Jerusalém pode oferecer de
melhor.
Mas este processo de enaltecimento do judaísmo não é suficiente para que comprovar
que o objetivo principal da Carta de Aristeias seja apologético. Outros objetivos, como será
visto adiante, beneficiam-se também desta estrutura. Parece que o ponto principal a ser
debatido em seu aspecto apologético seja o público a quem a obra é endereçada. Em um
primeiro momento, este seria os pagãos que a carta menciona.
Beavis13 observa que o tratamento dispensado aos gregos não é em geral negativo,
embora sejam feitas críticas através da boca do sacerdote Eleazar ao culto do herói (§ 135-
137). Em uma fala dirigida por Aristeias ao Rei Ptolemaico pedindo que este liberte os judeus
que seu pai escravizara em campanhas militares, Pseudo-Aristeias deixa passar um elogio à
religião grega destacando seu monoteísmo:
10
Levítico 18.
11
SCHÜRER, Emil. Geschichte des jüdischen Volkes im Zeitalter Jesu Christi: Das Judenthum in der Zerstreuung
und die jüdische Literatur. Leipzig: J. C. Hinrichs'sche Buchhandlung, 1898. 3 v, p. 468.
12
“Μετὰ μείζονος δὲ φωνῆς πάντας αὐτοὺς ὁ βασιλεὺς ἠσπάζετο καὶ παρεκάλει, συνεπιφωνούντων τῶν
παρόντων, μάλιστα δὲ τῶν φιλοσόφων. καὶ γὰρ ταῖς ἀγωγαῖς καὶ τῷ λόγῳ πολὺ προέχοντες αὐτῶν ἦσαν, ὡς
ἂν ἀπὸ θεοῦ τὴν καταρχὴν ποιούμενοι.”
13
BEAVIS, M. A. L. Anti-Egyptian Polemic in the Letter of Aristeas 130-165 (The High Priest's Discourse). Journal
For The Study Of Judaism In The Persian, Hellenistic, And Roman Period, Leiden, v. 18, n. 2, p.145-151.
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Pois estes [os judeus] adoram o Deus fundador e supervisor de tudo, o qual
todos [adoram], nós inclusive, ó Rei, chamando-o de Zeus ou Dis14; pois assim
os primeiros apontavam claramente através de quem são geradas e recebem
vida todas as coisas, este que tudo lidera e domina (§ 16).15
Desta forma o autor aproxima judeus e gregos através da religião, considerando ser o
mesmo o deus adorado pelos dois povos, ainda que sob nomes distintos. Aos judeus cabe,
entretanto, a observância da Lei, inclusive em suas orientações alimentares. “Essas práticas,
como vimos, são consideradas pelo sumo-sacerdote como defensoras dos judeus face às
‘pessoas sem valor’”.16
Mas a aproximação firmada entre judeus e gregos significa que a defesa não pode ser
contra estes últimos; o outro grupo ao qual a Carta se refere são os Egípcios, um povo que o
narrador (através da fala do judeu Eleazar) chama de “grandemente vaidosos” (polumatáios),
que não adoram um deus apenas, mas são teriólatras. Para Beavis, o desejo do autor é
justificar a razão pela qual os judeus observam leis estranhas e aparentemente arbitrárias com
o fim de distingui-los dos egípcios e aproximá-los dos gregos. Isto se deve ao fato de que tanto
egípcios quanto judeus eram vistos com suspeição pelos gregos, e suas manifestações
religiosas, encaradas com espanto.17 Tanto judeus quanto egípcios compartilhavam de certas
práticas em comum; ambos povos se abstinham de comer determinadas carnes; mas através
da interpretação de Eleazar o autor afirma que diferentemente dos egípcios que não comem
a carne dos animais que adoram, as restrições judaicas se baseiam na pureza ou impureza das
carnes, e esta, por sua vez, em um significado alegórico que lhe confere um outro nível lógico.
Segundo esta interpretação, a Carta de Aristeias pode ser entendida como um
documento apologético com o objetivo de defender o povo judeu da acusação de que sua
religião seria semelhante à dos egípcios nativos que com eles conviviam em Alexandria. A
respeito do seu público alvo, é possível que a obra fosse voltada a um grupo dentro do
judaísmo que pretendesse abandonar as práticas da Lei defendidas através de Eleazar.
“Entretanto, à luz do filelenismo concentrado de Aristeias, parece provável que o autor
esperasse alcançar pelo menos alguns leitores gregos com seu relato do ritual judaico”.18
14
Thackeray (1903) aponta um jogo de palavras nesta passagem. As duas formas acusativas de Zeus, Zéna e Diá,
são derivadas respectivamente do verbo záo (viver) e da preposição diá (através), e estas se encaixam na
frase “[aquele] através de quem são geradas e recebem vida todas as coisas”
15
“τὸν γὰρ πάντων ἐπόπτην καὶ κτίστην θεὸν οὗτοι σέβοντα, ὃν καὶ πάντες, ἡμεῖς δέ, βασιλεῦ, προσονομάζοντες
ἑτέρως Ζῆνα καὶ Δία· τοῦτο δ᾽ οὐκ ἀνοικείως οἱ πρῶτοι διεσήμαναν, δι᾽ ὃν ζωοποιοῦνται τὰ πάντα καὶ
γίνεται, τοῦτον ἁπάντων ἡγεῖσθαί τε καὶ κυριεύειν.”
16
BEAVIS, ibidem, p. 147.
17
BEAVIS, ibidem, p. 149.
18
BEAVIS, ibidem, p. 151.
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19
TCHERIKOVER, V. The Ideology of the Letter of Aristeas. The Harvard Theological Review, Cambridge, v. 51, n.
2, p.59-85, abr. 1958.
20
TCHERIKOVER, 1958, p. 60-62.
21
TCHERIKOVER, 1958, p. 63.
22
TCHERIKOVER, 1958, p. 64.
23
TCHERIKOVER, 1958, p. 68.
24
TCHERIKOVER, 1958, p. 71.
25
TCHERIKOVER, 1958, p. 77.
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(mesmo em regras bastante específicas) para serem proveitosas a todos os homens, e por isso
não pode ser abandonada.
26
PARENTE, 1971, p. 179.
27
AGOSTINHO. City of God, XVIII, p. 42.
28
AGOSTINHO, City of God, XVIII, p. 43.
60
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29
HACHAM, Noah. The Letter of Aristeas: A New Exodus Story? Journal For The Study Of Judaism In The Persian,
Hellenistic, And Roman Period, Leiden, v. 36, n. 1, p. 1-20, 2005.
30
Êxodo 7.13-14.
31
HACHAM, 2005, p. 5.
32
HACHAM, 2005, p. 7.
33
Deuteronômio 4.2
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
É preciso considerar que a aceitação de um destes objetivos como principal por parte
de um leitor não exclui os outros de possuírem validade ou serem compreendidos como
secundários ao propósito prioritário. A dificuldade de identificação do objetivo principal da
Carta e de seu público-alvo reside, em grande parte, na dinâmica ambígua construída entre
judeus e grego. Ao mesmo tempo que estabelece um tom helenizante, o autor mantém que
os judeus possuem uma lei que os separa “como uma muralha de ferro” das outras nações.
As forças que Pseudo-Aristeias precisa equilibrar são a atração do mundo grego e a
pureza da religião judaica, ao mesmo tempo construindo pontes entre eles e mantendo-os
distintos o bastante para que o judaísmo não perca sua identidade. Ainda que sua narrativa
tenha sido romantizada, o conteúdo da carta importa não apenas para o estudo da literatura
judaico-cristã, mas é representativa dos tipos de mudanças, concessões e posicionamentos
que uma tradição religiosa pode assumir em face de um mundo novo e constantemente
cambiante.
REFERÊNCIAS
AGOSTINHO. City of God. Disponível em:
<http://www.newadvent.org/fathers/120118.htm>. Acesso em: 1 jan. 2019.
BEAVIS, M. A. L. Anti-Egyptian Polemic in the Letter of Aristeas 130-165 (The High Priest's
Discourse). Journal For The Study Of Judaism In The Persian, Hellenistic, And Roman
Period, Leiden, v. 18, n. 2, p.145-151, dez. 1987. Disponível em:
<https://www.jstor.org/stable/24657907>. Acesso em: 29 dez. 2018.
HACHAM, Noah. The Letter of Aristeas: A New Exodus Story? Journal For The Study Of
Judaism In The Persian, Hellenistic, And Roman Period, Leiden, v. 36, n. 1, p.1-20, 2005.
Disponível em: <https://www.jstor.org/stable/24669546>. Acesso em: 02 jan. 2019.
PARENTE, Fausto. La Lettera di Aristea come Fonte per la Storia del Judaismo Alessandrino
durante la Prima Metá del Sicolo I a.C. Annali della Scuola Normale Superiore di Pisa: Classe
di Lettere e Filosofia, Pisa, v. 2, n. 1, p.177-237, dez. 1971. Semestral. Disponível em:
<https://www.jstor.org/stable/24301574>. Acesso em: 29 dez. 2018.
SCHÜRER, Emil. Geschichte des jüdischen Volkes im Zeitalter Jesu Christi: Das Judenthum in
der Zerstreuung und die jüdische Literatur. Leipzig: J. C. Hinrichs'sche Buchhandlung, 1898. 3
v.
TCHERIKOVER, V. The Ideology of the Letter of Aristeas. The Harvard Theological Review,
Cambridge, v. 51, n. 2, p.59-85, abr. 1958. Disponível em:
<https://www.jstor.org/stable/1508930>. Acesso em: 30 dez. 2018.
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THACKERAY, H. St. J. Translation of the Letter of Aristeas. The Jewish Quarterly Review,
Filadélfia, v. 15, n. 3, p.337-391, abr. 1903. Trimestral. Disponível em:
<https://www.jstor.org/stable/1450624>. Acesso em: 29 dez. 2018.
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