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Orientação de Estudos

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Orientação de Estudos

APRESENTAÇÃO

Sobre o curso

Seja bem-vindo ao curso Orientação de Estudos! Para começar, assista ao vídeo de


apresentação que contém informações importantes para você: https://youtu.be/Vgy
uQq9vxHY.
Os objetivos gerais do curso são:

Relacionar o ideal formativo do PEI ao componente Orientação de Estudos.

Compreender o conceito e os objetivos da Orientação de Estudos.

Conhecer e vivenciar as aulas de Orientação de Estudos.

Reconhecer a importância de hábitos e rotinas de estudo.

Aplicar a organização para os estudos por meio de metodologias e estratégias.

Compreender o processo da autoavaliação na Orientação de Estudos.

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Para alcançar esses objetivos, este curso está estruturado em quatro módulos:

Orientação de Estudos na trama do PEI

Aspectos avaliativos para Orientação de Estudos

Ações norteadoras para Orientação de Estudos

Explorando as abordagens metodológicas

Importante

Prezados cursistas, este curso traz como metodologias de aprendizagem a utilização


de diferentes estratégias e recursos didáticos, como situações-problema, cenários in-
terativos, contextualização de temas por meio de casos concretos, com foco na roti-
na de trabalho das escolas. O objetivo é possibilitar que você possa compreender as
ações a serem tomadas nos diversos contextos e interações com os estudantes no que
tange a Orientação de Estudos e reconhecer situações possíveis no ambiente esco-
lar, com as quais já tenha se deparado ou até mesmo ouvido falar em conversas com
outros profissionais da educação, podendo, assim, subsidiá-lo nas ações que precisa
desempenhar no dia a dia.
A SEDUC-SP ressalta que as personagens, assim como os casos relatados, são fictícios,
cujo propósito é proporcionar a reflexão e apoiar os profissionais na tomada de decisão.
Neste curso, você encontrará indicações com sugestões para anotação e rubricas de au-
toavaliação para tomar nota em seu Diário de bordo.

Rubricas de autoavaliação: São esquemas explícitos para classificar ou categorizar


comportamentos ou níveis de desenvolvimento ao longo de um processo, permitindo
que o avaliado tenha uma clara noção sobre seu desempenho e/ou desenvolvimento
em um processo.

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Diário de bordo

O Diário de bordo é uma prática que permitirá a você, cursista, organizar de forma con-
cisa suas ideias sobre as informações aqui tratadas, acompanhar o seu desenvolvimento,
identificando pontos a serem aperfeiçoados e, ao final do curso, poderá revisitá-las e es-
tabelecer um plano personalizado para futuras formações. Tudo isso é importante para
você desenvolver e aprimorar as habilidades de autoavaliação.
É no Diário de bordo que anotamos informações, dados, algo que chamou a atenção,
soluções e dicas para que sejam analisados, adequados ou replicados por você e sua
equipe conforme a realidade da escola em que atua.
Você pode utilizar um caderno, um bloco de anotações, uma agenda ou, então, se você
tem habilidades em tecnologia e recursos digitais, poderá fazer um Diário de bordo
on-line, utilizando computador, tablet ou smartphone.

Ao longo dos módulos, o curso dispõe de diversas atividades para que você possa che-
car seus conhecimentos. Essas atividades não possuem caráter avaliativo e não serão
contabilizadas para aprovação.
Bons estudos!

Fale Conosco

Importante

Em caso de dúvidas, entre em contato pelo Fale Conosco: http://escoladeformacao.sp.


gov.br/portais/Default.aspx?tabid=8913.
As dúvidas serão encaminhadas por meio do Portal de Atendimento, que é o canal de
comunicação da Secretaria da Educação do Estado (SEDUC-SP).
Nesse canal, é possível visualizar perguntas e respostas mais frequentes, tutoriais, abrir
ocorrências para esclarecer problemas, solicitar dados, entre outros.

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Orientação de Estudos

MÓDULO 1
ORIENTAÇÃO DE ESTUDOS NA TRAMA DO PEI

Apresentação do Módulo

Cursista, estudar de forma adequada é essencial para qualquer estudante conhecer


seu processo de aprendizagem e desenvolver competências e habilidades cognitivas
e socioemocionais. Para tanto, a Orientação de Estudos (OE) permite ao estudan-
te fazer parte desse processo, uma vez que o componente é estruturado a partir da
competência de aprender a estudar. Desse modo, é possível incentivar a autonomia,
a responsabilidade, a consciência, o gosto pelo estudo e a postura protagonista do
estudante em relação à própria aprendizagem. Nessa perspectiva, os Quatro Pilares
da Educação norteiam o desenvolvimento do Protagonismo Estudantil, uma vez que
aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser são com-
petências que auxiliam o(a) professor(a) a orientar e apoiar os estudantes para desco-
brir, compreender e construir conhecimento.

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Componente: Componente da parte diversificada/itinerário.
Quatro Pilares da Educação: Aprender a ser, aprender a conhecer, aprender a fazer e
aprender a conviver de acordo com o documento da Unesco – DELORS (1998, p. 89-102).

Nesse entendimento, este primeiro Módulo apresenta, de forma detalhada, as con-


cepções da Orientação de Estudos, construindo uma trilha formativa para apresentar
a estrutura, os conceitos, os objetivos, os responsáveis, o ideal formativo e os possíveis
desdobramentos desse componente, por meio de recursos que envolvam o cursista
em atividades dinâmicas e reflexivas.
O percurso deste módulo tem a intenção de aproximar você, cursista, da Orientação
de Estudos, convidando-o a interpretar narrativas, analisar cenários, realizar atividades
e conhecer um pouco mais essa prática por meio de animações, podcasts ou vídeos.
Com isso, você tem a oportunidade de compreender o sentido do componente Orienta-
ção de Estudos como ferramenta para conexão entre as áreas de conhecimento em que
professor e estudante construam uma visão mais ampla sobre a interdisciplinaridade.
Por fim, o módulo traz a base de um ambiente favorável para o(a) professor(a) com-
preender seu papel como mediador(a) no desenvolvimento integral do estudante au-
tônomo, responsável e crítico, impactando diretamente o desempenho escolar.
Os objetivos específicos desse módulo são:

Compreender o componente Orientação de Estudos.

Relacionar o ideal formativo do PEI à Orientação de Estudos.

Conhecer a relação entre metacognição e Orientação de Estudos.

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Importante

Todas as vezes que aparecerem os ícones “Importante”, “Tome nota” ou encontrar algu-
ma informação interessante, anote no seu Diário de bordo. Além disso, registre as ideias
que forem surgindo durante o percurso dos módulos e não economize na criatividade!

Minuto Formativo

Fique atento à seção do Minuto Formativo, na qual você encontrará informações inte-
ressantes, novidades, temas para aprofundar o conhecimento e fazer reflexões.
Não deixe de visitar!

Tome Nota

Expectativa Inicial
Cursista, que tal registrar seus conhecimentos prévios e suas expectativas a respeito do
Módulo 1 de Orientação de Estudos?

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Unidade  1

Orientação de Estudos: objetivos e diretrizes

Para iniciarmos nossos estudos, acompanhe um diálogo entre duas professoras, no


qual elas trocam suas experiências e nos relatam as primeiras noções do que é a
Orientação de Estudos: https://youtu.be/gFFgMJVqCOk.

Tome Nota

Agora que você já sabe o que é a Orientação de Estudos, seus objetivos e as diretrizes
para assegurar um bom trabalho, propomos que:
• anote em seu Diário de bordo os pontos mais relevantes;

• em seguida, acesse o link da Resolução SEDUC no 85, de 19/11/2020 (http://siau.edu


net.sp.gov.br/ItemLise/arquivos/RESOLU%C3%87%C3%83O%20%20SE%2085-1911-
2020%20MATRIZ%20SEDUC%20-%202021.PDF?Time=25/05/2021%20), comentada pe-
las professoras na animação que acabamos de assistir;

• fique atento à carga horária do componente para cada segmento, disponível a seguir.

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CARGA HORÁRIA DO COMPONENTE ORIENTAÇÃO DE ESTUDOS (2020)
PEI – Turno único de 9h
ANOS INICIAIS: 2 aulas – 1o ao 5o ano. (O turno dos Anos Iniciais no PEI é de 8h40.)
ANOS FINAIS: 4 aulas – 6o ao 9o ano.
ENSINO MÉDIO: 3 aulas – 1a, 2a e 3a séries.
PEI – Dois turnos de 7h
ANOS FINAIS: 2 aulas – 6o e 7o anos; 1 aula – 8o e 9o anos.
ENSINO MÉDIO: 1 aula – 1a e 2a séries.

Vamos praticar

Vamos checar sua aprendizagem sobre os objetivos e as diretrizes da Orientação de


Estudos no PEI?

1. Indique os itens que representam os objetivos da OE e aqueles que são referentes às


diretrizes.
O – Objetivos
D – Diretrizes

( ) Planejamento do trabalho.
( ) Orientar a utilização de materiais.
( ) Atividades bem planejadas e bem organizadas.
( ) Hábitos e rotinas.
( ) Habilidades de autoavaliação.
( ) Trabalho simultâneo nos grupos de estudantes.
( ) Conhecer agendas de trabalho.
( ) Avaliar processos.
( ) Fortalecer organização pessoal.
( ) Orientar sobre técnicas e estratégias.
( ) Autonomia e Protagonismo Juvenil.
( ) Competências Socioemocionais.
( ) Dialogar sobre dificuldades e potencialidades.
( ) Responsabilidade pessoal.
( ) Orientar além do componente.

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Unidade  1.1

Orientação de Estudos: responsáveis

O papel do(a) professor(a) de Orientação de Estudos é incentivar a curiosidade e a


criticidade do estudante a fim de que seja protagonista de sua aprendizagem. Sen-
do assim, é muito importante que o professor seja um facilitador, mediador, articula-
dor do conhecimento que chega ao estudante.
Ao conhecer as dificuldades e o potencial de cada estudante, o(a) professor(a) de
Orientação de Estudos deve direcioná-lo para que adquira hábitos de estudos, levan-
do-o a reconhecer quais estratégias são mais adequadas para seu desenvolvimento e
aprimoramento.

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Nos Anos Iniciais, o(a) Professor(a) Coordenador(a) de Alfabetização (PCA) está encar-
regado(a) de realizar as ações formativas dos professores, assim como ministrar as au-
las do componente Orientação de Estudos. Essas aulas também podem ser ministra-
das pelos professores colaborativos e os professores especialistas de Língua Inglesa.

O(a) Professor(a) Coordenador(a) de Área (PCA) dos Anos Finais e Ensino Médio tem a
função de acompanhar o planejamento e os resultados obtidos por meio da Orienta-
ção de Estudos com a intenção de fazer um alinhamento entre os professores do com-
ponente, os professores de cada área e o(a) Professor(a) Coordenador(a) Geral (PCG).

Em todos os segmentos de ensino, os gestores são os responsáveis por atribuir as au-


las, acompanhar o planejamento e monitorar os resultados alcançados.

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Os pais e/ou responsáveis, por sua vez, têm o papel de acompanhar e apoiar os estu-
dantes para que mantenham uma rotina de estudos, visando o aprimoramento de
seu desempenho escolar.
Agora, visualize a síntese da função de cada um no componente.

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Unidade  2

Relação dos objetivos do PEI com a Orientação de Estudos

O Programa Ensino Integral (PEI) foi concebido com o objetivo de formar estudantes
de forma integral, envolvendo a educação do indivíduo em suas múltiplas dimensões,
considerando os aspectos físicos, cognitivos, socioemocionais e culturais. Dessa for-
ma, o programa se estrutura em torno de Princípios e Premissas, que possibilitam que
se alcance o ideal formativo que é contribuir para a formação de um cidadão autôno-
mo, solidário e competente.

Princípios e Premissas: No Programa Ensino Integral, o Modelo Pedagógico e o Modelo


de Gestão se articulam, respectivamente, a partir de Princípios (Protagonismo, Pedago-
gia da Presença, Educação Interdimensional e os Quatro Pilares da Educação) e Premis-
sas (Excelência em Gestão, Protagonismo, Formação Continuada, Corresponsabilidade e
Replicabilidade). Saiba mais acessando o website do PEI: https://efape.educacao.sp.gov.
br/ensinointegral/ (acesso em: 30 jun. 2021).

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O que queremos dizer ao mencionar um cidadão autônomo, solidário e
competente?

Um cidadão autônomo é capaz de:

avaliar e decidir;

ser protagonista de sua aprendizagem;

assumir riscos e responsabilidades pelas suas ações;

tomar decisões e ter iniciativas para mudar o lugar onde vive.

Um cidadão solidário é capaz de:

envolver-se como parte da solução e não como parte do problema, atuando como fon-
te de iniciativa, liberdade e compromisso;

promover seu próprio desenvolvimento e o da sociedade em posição de igualdade


com os outros atores sociais;

atuar como voluntário, como promotor de ações sociais;

atuar como multiplicador de conhecimentos adquiridos.

Um cidadão competente é:

preparado para compreender as características e exigências do novo mundo do trabalho;

detentor das habilidades básicas e da gestão requeridas para um bom desempenho;

apto para a aquisição das habilidades específicas requeridas pelo caminho profissio-
nal que desejar seguir.

Mas como isso pode ser possível?

Autonomia, solidariedade e competência são fundamentais para a formação plena


dos estudantes e o papel da escola é considerar o desenvolvimento de diversas com-
petências por meio da construção, desenvolvimento e realização dessa formação.
Nesse sentido, o Programa foi estruturado em Eixos Formativos que permitem alcan-
çar o Ideal Formativo do PEI.

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E quais são esses eixos?

Os três eixos formativos estão relacionados à formação do estudante:

Formação acadêmica de excelência: Visa assegurar a construção de conhecimentos


para que os estudantes tenham acesso a uma educação de qualidade.

Formação para a vida: Visa formar adultos éticos, responsáveis e conscientes de seus
direitos e deveres.

Formação para o desenvolvimento das competências do século XXI: Prepara o es-


tudante para enfrentar os desafios e as mudanças do mundo contemporâneo de for-
ma crítica, atuando positivamente em seu meio.

Essa estrutura possibilita o desenvolvimento de um estudante protagonista, que res-


ponda aos desafios do mundo contemporâneo, indo ao encontro do princípio dos
quatro pilares da educação (DELORS, 1998, p. 89-102) que indicam as aprendizagens
fundamentais para o desenvolvimento pleno que considera a progressão da poten-
cialidade de cada um ao longo da vida.

Minuto Formativo

Saiba mais sobre os Quatro Pilares da Educação: https://midiasefape.educacao.sp.gov.


br/ava/pei/013_Os_4_pilares_v3_legendado.mp4.

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Unidade  2.1

Ideal formativo e Orientação de Estudos

E o que a Orientação de Estudos tem a ver com o ideal e com os eixos


formativos do PEI?

A Orientação de Estudos possibilita que o estudante se reconheça como um sujei-


to responsável pela construção do seu conhecimento, tornando-se, aos poucos, um
protagonista, ciente da importância de suas ações para o sucesso de sua vida pes-
soal, escolar, social e produtiva. A consciência sobre a responsabilidade quanto às
suas aprendizagens leva o estudante a uma formação acadêmica de excelência,
apoiando-o para a vida, adquirindo Competências que impactam na solução de
problemas, com uma visão ampla sobre os desafios do século XXI.
Dessa forma, ele entende que a escola não é o único espaço propício para seu desenvol-
vimento como protagonista, porém, é nela que ele irá explorar e vivenciar experiências
que o ajudem nessa caminhada. Os educadores – professores, gestores, coordenado-
res, pessoal de apoio e pais ou responsáveis – são essenciais para potencializar as ações
necessárias para que o estudante vislumbre as oportunidades de avançar, sentindo-se
acolhido e orientado por toda a equipe escolar em seu processo de aprendizagem.

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A Orientação de Estudos vem como uma “chave mestra” para indicar aos estudantes
qual é a trajetória mais assertiva e quais atitudes permitem que estudem de forma
qualitativa e não quantitativa, com intenções e percursos bem definidos. Dessa for-
ma, a escola pode levar os estudantes a se interessarem e a se envolverem nos proces-
sos educativos, a partir daí tomam iniciativas, fazem escolhas livremente e compro-
metidas com seus objetivos.
A iniciativa pode levar o indivíduo a ser competente; a liberdade o leva a agir com au-
tonomia e o compromisso o torna solidário e ciente de suas ações.
Desse modo, é possível pensar na articulação entre o ideal e os eixos formativos do
PEI, como representada no diagrama a seguir. Isso nos permite fazer uma reflexão so-
bre o impacto da Orientação de Estudos na formação integral do estudante.

Reflexão

Pare por um instante e observe a intersecção das figuras a seguir com as palavras-cha-
ves, perceba como o conceito e significado de cada uma estão interligados.

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Diagrama de Venn – Relação entre Orientação de Estudos, os quatro pilares, eixos
e ideal formativo do PEI. Produção da Equipe de Orientação de Estudos (2021).

Tome Nota

Anote, em seu Diário de bordo, suas reflexões e os pontos relevantes do diagrama a par-
tir dos questionamentos a seguir.
• O que você conclui sobre a importância da OE na formação do estudante?

• O que você pode dizer sobre o componente Orientação de Estudos e sua relação com
o ideal e os eixos formativos do PEI?

Para que o estudante perceba como a Orientação de Estudos pode auxiliá-lo a agir como
protagonista de sua aprendizagem, o(a) professor(a) precisa estar ciente de seus desafios,
considerar cada situação como única, de acordo com a realidade sociocultural em que
ele está inserido. Nesse sentido, erros e acertos devem ser analisados como experiências,
pois mesmo uma atividade que não gerou engajamento pode ser replanejada e até as
dúvidas que os estudantes apresentam são pontos muito importantes e servem de base
para avaliar propostas e observar resultados. Já as atividades que provocaram reflexões
e trouxeram participação significativa podem ser discutidas com os próprios estudantes
para que se levante o perfil do grupo e se ampliem as possibilidades de aprofundamento.
A tarefa não é fácil, mas possível, e o(a) professor(a) pode iniciá-la, pensando em
como incentivar o estudante e atraí-lo para a Orientação de Estudos. Mesmo sen-
do um componente da Parte Diversificada/Itinerário Formativo da matriz curricular
das escolas que integram o PEI, a Orientação de Estudos tem características parti-
culares que podem servir para a reflexão sobre as práticas pedagógicas em todas
as escolas da rede, pois, por meio dela, o estudante vai adquirir o hábito de estudar
e compreender como aprimorar suas competências cognitivas e socioemocionais.

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Antes disso, porém, é preciso que ele manifeste interesse pelo estudo.
Pensando nisso, apresentamos um cenário do cotidiano escolar e uma proposta de
interação.

Em uma Escola Estadual de Anos Finais do Programa de Ensino Integral do interior


de São Paulo, a professora Bete ministra aulas de Orientação de Estudos. Após co-
nhecer a realidade de suas turmas, por meio da escuta ativa e do direcionamento de
perguntas a respeito das áreas de interesse dos estudantes, ela percebeu que alguns
demonstravam grande desinteresse pelos estudos.

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Então, Bete resolveu planejar algumas ações para envolver os estudantes em suas
aulas. A professora decidiu trabalhar com as Competências Socioemocionais, conside-
rando que os diversos recursos do mundo contemporâneo — tais como a internet, as
redes sociais, os games e os smartphones — competem fortemente com os estudos
e, por isso, motivar o estudante a criar hábitos de estudos se torna um grande desafio
para os educadores.

Competências socioemocionais: São um conjunto de habilidades voltadas às nossas


emoções, as quais se articulam com os desafios cotidianos e estão ligadas à nossa capa-
cidade de conhecer, conviver, trabalhar e ser.
INSTITUTO AYRTON SENNA. Competências e habilidades socioemocionais – Cap. 2.
Disponível em: https://institutoayrtonsenna.org.br/pt-br/guia-educacao-integral-na-alfa
betizacao/guia-educacao-integral-na-alfabetizacao-socioemocionais.html. Acesso em:
30 jun. 2021.

Para dar andamento a suas ações, a professora pesquisou maneiras de como lidar
com tudo isso e promover a motivação, tão importante para desenvolver o interesse
dos estudantes. Assim, Bete concluiu que é preciso muita inovação e adaptabilidade.
Mas como colocar isso em prática?

Vamos praticar

Nesta atividade, você vai encontrar como podem ser algumas dessas práticas.

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2. Escolha a competência socioemocional que mais se relaciona com cada um dos ce-
nários propostos pela professora Bete para promover a motivação dos estudantes.
A – Responsabilidade

B – Entusiasmo

C – Criatividade

( ) Cenário 1: A professora Bete levou alguns memes para a aula e pediu aos estu-
dantes que, a partir deles, elaborassem um vídeo para ser colocado no Tik Tok. Ela
fez combinados com relação ao respeito entre os colegas e professores da escola.

( ) Cenário 2: A professora Bete solicitou que os estudantes trouxessem qualquer


objeto que desse uma pista sobre coisas que gostam para, com isso, construírem
uma história na qual todos seriam os personagens. A professora pediu para nin-
guém esquecer de trazer o objeto, pois fariam uma roda de conversa na hora de
construir a história, sendo que a participação de todos era essencial para atingir
os objetivos da atividade. Para reforçar a importância dessa tarefa, Bete deixou
dois estudantes encarregados de enviarem um lembrete no WhatsApp da tur-
ma, um dia antes da aula de OE.

( ) Cenário 3: Em uma das aulas de OE, a professora Bete pediu para que os estu-
dantes se agrupassem em duplas. Em seguida, distribuiu dois pedaços de papel
pardo para cada dupla para que desenhassem na folha o contorno um do outro.
Cada estudante escreveria elogios, frases e características que representassem
o seu par, de forma positiva. A professora orientou as duplas que poderiam ex-
por elogios, pontos fortes de cada um e, ao falarem de características físicas, se-
riam respeitosos, uma vez que o respeito é fundamental entre todas as pessoas.
Depois disso, pediu para que cada estudante apresentasse o seu colega/par. Em
seguida, a professora realizou uma roda de conversa em que foi discutido se era
possível os estudantes se reconhecerem por meio da visão apresentada pelo seu
par e como eles se sentiram diante das descrições feitas pelos colegas.

Meme: Termo grego que significa imitação. Trata-se de um termo bem conhecido na
internet, associado a grande propagação e compartilhamento da informação (viraliza-
ção), podendo se apresentar em vários formatos, tais como vídeo, imagem, frase, ideia,
música etc.

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Reflexão sobre a atividade

Notamos que todas as atividades propostas pela professora Bete a partir das compe-
tências socioemocionais geraram a motivação pessoal, a positividade e a flexibilidade,
elementos que nos ajudam a enfrentar as mudanças e as situações inesperadas do
cotidiano, permitindo que o indivíduo se torne consciente do próprio valor.
Não há uma receita pronta para lidar com as adversidades encontradas no ambiente
escolar. Entretanto, é fundamental incentivarmos os estudantes para que desenvol-
vam o senso de pertencimento e sejam agentes transformadores de suas vidas e do
seu meio social. Sabemos que essa tarefa exige algumas competências socioemocio-
nais do(a) professor(a) que, mesmo não tendo sido formado com atenção a elas, tem
experiência para observar que essas competências já fazem parte da sua vida. É im-
portante que o(a) professor(a) encontre maneiras de associá-las às atividades e ações
propostas aos seus estudantes.
Sob essas reflexões, a Orientação de Estudos vem ao encontro dos desafios e das ne-
cessidades dos estudantes, levando-os a compreender que é possível aprender de
diversas maneiras: lendo, escrevendo, resumindo, assistindo, esquematizando, ence-
nando, entre outros, de forma remota ou presencial e que o(a) professor(a) é media-
dor, responsável por criar condições e oportunidades que facilitem o seu processo de
aprendizagem.

21
Unidade  3

Desdobramentos da Orientação de Estudos

Muito já falamos até aqui sobre a Orientação de Estudos e sua relação com o ideal for-
mativo do PEI. Então, vamos realizar uma tarefa para consolidar nosso entendimento
sobre essa importante conexão.

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3. Relacione os itens a seguir, de modo que as afirmações se tornem verdadeiras.
A – O PEI pretende o desenvolvimento de jovens protagonistas que se revelem...

B – Os quatro pilares da educação propõem a construção de conhecimento para


que os jovens dele se apropriem e construam...

C – Para buscar seus sonhos, os estudantes necessitam de bases sólidas em todas


as etapas de sua formação escolar, isso é possível com uma adequada...

D – Para atingir-se a plena excelência acadêmica, é essencial ter como base da


ação pedagógica os quatro pilares da educação, especialmente...

E – O “aprender a aprender” é o eixo condutor da...

( ) aprender a conhecer, aprendendo a aprender.

( ) Projetos de Vida.

( ) Orientação de Estudos.

( ) autônomos, solidários e competentes.

( ) formação acadêmica.

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Unidade  3.1

“Aprender a aprender” e a metacognição

Neste momento de nosso curso, vamos entender a relação do “aprender a aprender”


com a metacognição. Na proposta de orientação dos rumos para a educação no sé-
culo XXI contida no relatório da Unesco, os quatro pilares da educação indicam uma
trilha a ser percorrida para que os estudantes possam desenvolver competências que
extrapolem o âmbito de conceitos meramente memorizáveis, buscando sua forma-
ção integral e se apropriando dos conhecimentos como ferramentas de consolidação
dos seus Projetos de Vida. Em cada um dos pilares da educação, são esclarecidas im-
portantes estruturas de apoio à formação integral dos estudantes.

Metacognição: É a capacidade de identificar o que sabemos e o que não sabemos. É a


habilidade de planejar meios para produzir as informações necessárias a um determina-
do fim, estar consciente dos próprios passos e processos durante o ato de resolução de
problemas, refletindo e avaliando a produtividade do próprio pensamento.

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Agora, vamos nos dedicar ao primeiro pilar, que será norteador do componente Orien-
tação de Estudos: aprender a conhecer (DELORS, 1998, p. 89-102).

Aprender a conhecer

Seu fundamento é o prazer de compreender, de conhecer e de descobrir.

Supõe que, para “aprender a conhecer”, é preciso “aprender a aprender”, aprimorando


a atenção, a memória e o pensamento.

Visa a aquisição de instrumentos do conhecimento para compreender o mundo que


o rodeia.

Pretende que o saber extrapole o âmbito utilitário e que os estudantes tenham acesso
às metodologias científicas de modo a tornar-se, para toda a vida, “amigos da ciência”.

Incentiva a sinergia entre os componentes curriculares, especialmente em matéria de


pesquisa, pois os avanços do conhecimento se dão nos pontos de interseção das diver-
sas áreas do conhecimento.

Desenvolve a curiosidade intelectual, o senso crítico, a autonomia e a capacidade de


discernimento para escolhas conscientes.

Incentiva uma educação focada na cultura geral, nas múltiplas formas de linguagens,
no desenvolvimento da comunicação e na abertura a novos campos do conhecimento.

Considera que o processo de aprendizagem do conhecimento nunca está acabado


e pode enriquecer-se com qualquer experiência, sendo necessário que continuem a
aprender ao longo de toda a vida, no trabalho, mas também fora dele.
O pilar “Aprender a Conhecer” remete ao conceito da metacognição, desenvolvido
pelo psicólogo e professor universitário John Flavell (Stanford University), na década
de 1970.
A metacognição, no entendimento de Flavell (FIGUEIRA, 2003), é uma habilidade que
se manifesta por meio do autoconhecimento e do automonitoramento dos proces-
sos cognitivos que favorecem a capacidade de aprender. Mais especificamente, a ha-
bilidade da metacognição permite a alguém pensar a respeito de uma missão que
deva executar, decidir qual seria a estratégia mais adequada para resolvê-la, conforme
sua própria maneira de entender tal desafio.
Enquanto professor, você certamente já se deparou com inúmeras situações em que
propôs uma determinada tarefa às turmas e os resultados esperados ou a realização
de desafios ocorreram simultaneamente de maneiras diferentes e apresentando os
mesmos e satisfatórios resultados. Isso ocorre porque os processos mentais de execu-
ção de tarefas nem sempre são iguais e, mesmo assim, podem conduzir a uma mes-
ma conclusão, embora por caminhos diferentes.

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A metacognição ocorre enquanto um sujeito analisa, planeja, escolhe sua estratégia e
executa uma determinada missão que lhe foi apresentada.

Desenvolver a metacognição é extremamente importante para que os estudantes pensem


sobre as diversas possibilidades que têm para “aprender”, sobre as múltiplas estratégias de
aprendizagem, para que, conscientemente, encontrem aquela mais adequada às suas es-
truturas mentais. Pode-se, então, considerar que a metacognição é a forma como se “Apren-
de a Aprender”, sendo a base do componente Orientação de Estudos.
A partir do conceito que apresentamos sobre metacognição, construímos um mapa mental.

Tome Nota

Mapa mental é uma ferramenta de gestão de informações. Eles são usados para otimi-
zar a memorização a partir de representações visuais de conceitos e ideias, de maneira
simplificada, organizando informações e, assim, colaborando com o aprendizado.

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Minuto Formativo

Assista ao vídeo da Professora Doutora em Educação pela Universidade Federal de Mi-


nas Gerais (UFMG), Marcia Ambrósio, abordando aspectos da metacognição: https://you
tu.be/S949gSsi6Sg.

A seguir, apresentamos um trecho do Currículo Paulista (SÃO PAULO, 2019, p. 31;


https://efape.educacao.sp.gov.br/curriculopaulista/wp-content/uploads/2019/09/cu
rriculo-paulista-26-07.pdf) para que você faça uma leitura atenta e, em seguida, rea-
lize a atividade proposta.
“Essas competências gerais contemplam integradamente conceitos, procedi-
mentos, atitudes e valores, enfatizando a necessidade de desenvolvimento de
competências socioemocionais. Em tempos de tantas e rápidas mudanças, a
escola vem se fortalecendo como espaço privilegiado para a experiência do
autoconhecimento, da construção identitária e de projetos de vida; para a au-
toria, a crítica e a criatividade na produção de conhecimentos; e para práticas
participativas, colaborativas e corresponsáveis com o âmbito local e planetá-
rio. Dessa maneira, o desenvolvimento da empatia, da colaboração e da res-
ponsabilidade supõe processos intencionais vivenciados nas interações, em
que essas habilidades são mobilizadas simultaneamente aos processos cog-
nitivos. A esse respeito, esclarece Mahoney (2000):
‘[...] Qualquer atividade motora tem ressonâncias afetivas e cognitivas; toda
disposição afetiva tem ressonâncias motoras e cognitivas; toda operação
mental tem ressonâncias afetivas e motoras. E todas essas ressonâncias
têm um impacto no quarto conjunto: a pessoa.’ (MAHONEY, A. A. Introdução.
In: ALMEIDA, L. R. de; MAHONEY, A. A. Henri Wallon: psicologia e educação.
São Paulo: Loyola, 2000)” – (SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação.
Currículo Paulista. São Paulo: SEDUC, 2019. p. 31.)

Vamos praticar

A partir da leitura e das palavras em destaque, convidamos você a elaborar um mapa


mental para otimizar sua compreensão sobre o conteúdo estudado. Para facilitar a cons-
trução do mapa, disponibilizamos o esquema a seguir; daí é só encaixar as palavras onde
você considerar o local adequado!

27
4. Complete o mapa mental a seguir colocando cada termo abaixo em um círculo vazio.
– motora

– afetiva

– disposição afetiva

– atividade motora

– cognitiva

– motora

Diário de bordo

Observe na seção Gabarito como estruturamos o mapa mental, compare com seu
resultado, faça reflexões a respeito de outras possibilidades e anote-as em seu Diário
de bordo.

28
Unidade  3.2

A importância do desenvolvimento do raciocínio, da leitura, da


interpretação e da escrita

É relevante para a implementação adequada da Orientação de Estudos no PEI tecer


considerações sobre o desenvolvimento do raciocínio, da leitura, da interpretação e da
escrita, relacionando-os aos contextos da metacognição.
Para ilustrarmos essa relação, você vai conhecer a história do estudante Breno por
meio de três cenários prováveis no cotidiano de escolas.

Cenário 1 – Breno na sala de aula

Estação 1

Assista à animação: https://youtu.be/R7zW2LPiXbc.

Estação 2

“O estudante Breno se recusa a ler, chora, demonstra-se envergonhado e apresenta


muita resistência na hora de fazer uma leitura.”

29
Refletindo sobre essa situação, percebe-se que há entraves a serem investigados para
traçar estratégias que permitam ao nosso estudante seguir em frente no seu desen-
volvimento cognitivo. Vale questionar por quais motivos esse estudante manifestaria
tamanha aversão à prática da leitura. Será que a leitura foi proposta a ele de maneira
adequada?
Na perspectiva metacognitiva, é conveniente que as vivências positivas em relação
à leitura estejam presentes desde a primeira infância, estendendo-se durante todo o
percurso escolar. Assim, espera-se que o ato de ler se configure num hábito que leve
as pessoas a buscarem novos e relevantes conhecimentos ao longo de toda a vida.
O “ler” é instrumento de potencialização da criatividade, pois estimula a imaginação
e exige o desenvolvimento do raciocínio, favorecendo a concepção de tramas men-
tais necessárias à interpretação das ideias, imagens, circunstâncias e fatos contidos
nos enredos dos textos. Além disso, a leitura é uma ferramenta para a construção de
argumentos com base na criação de memórias a serem mobilizadas em momentos
oportunos para fundamentar posições e opiniões.
O “aprender a conhecer”, pilar da educação que sustenta a Orientação de Estudos, re-
quer do estudante o “aprenda a aprender”, sendo a leitura um instrumento essencial
para se atingir esse objetivo.

Estação 3

E agora? Como a Orientação de Estudos pode auxiliar estudantes como Breno, que
apresentam dificuldades com leitura, a restabelecer a confiança em relação às suas
potencialidades como leitor?

30
FÓRUM ON-LINE

PCA Simonni – São Paulo


Uma boa ideia é construir uma agenda de estudos em que, rotineiramente, apareçam mo-
mentos para leitura de textos curtos, incentivando a criação do hábito de ler. Outra coisa que
funciona são momentos de leitura em atividades que se desenvolvam por meio das mídias
digitais que estão intimamente relacionadas ao interesse das novas gerações de estudantes.

Prof. Leandro – Limeira


Eu costumo envolver o estudante em atividades lúdicas que o façam relacionar a leitura a
um momento divertido, descontraído e prazeroso. Gosto muito de apresentar gêneros va-
riados aos estudantes para quebrar a monotonia do ato de ler e incentivar a observação das
múltiplas possibilidades de aquisição de conhecimentos por meio da leitura.

PCG Sandi – Piracicaba


É bom conduzir uma formação de linhas de raciocínio sobre a importância da leitura como
ferramenta para a compreensão de todos os componentes curriculares.

Diário de bordo

Quais intervenções você faria diante desse cenário? Faça essa reflexão e anote em seu
Diário de bordo.

Cenário 2 – Conversas da sala dos professores

Estação 1

Assista à animação: https://youtu.be/n-NQh49AIew.

31
Estação 2

Ao analisar esse novo contexto em relação ao desempenho escolar de Breno, perce-


be-se que, apesar de não ter desenvolvido a competência leitora de maneira apropria-
da, no que se refere ao raciocínio lógico, o estudante mobiliza muito bem seus conhe-
cimentos, articulando saberes para dar respostas corretas a desafios complexos.
Vamos entender este caso sob uma ótica de construção do raciocínio pela metacog-
nição, ou melhor, vamos entender de que forma Breno aprendeu a aprender.

Na fala da professora de Matemática há um momento muito esclarecedor em que ela


afirma ter percebido que “ele gosta desses desafios”. Por essa razão, Breno mostra in-
teresse em dar respostas imediatas ao que ela propõe. Um estudante curioso, criativo,
observador é capaz de desenvolver esquemas mentais para a resolução de desafios,
mobilizando outras possibilidades de linguagem. Pode-se dizer que ele consegue ler
o mundo, apesar de não ler os textos, porque a partir do seu “gostar”, realiza men-
talmente uma mediação entre aquilo que aprende de suas vivências e a vontade de
superar o desafio.
Essa é a principal chave que a escola deve utilizar para abrir a caixa mental das po-
tencialidades junto a estudantes como Breno, levando-o a perceber que, se ele pode
aprender a resolver desafios, também pode se apropriar dessas mesmas estruturas
mentais para ler e interpretar os textos sem que isto lhe cause desconfortos. Asso-
ciar momentos prazerosos às atividades escolares é uma estratégia muito importante
para que os estudantes melhorem seu desempenho em áreas do conhecimento que
deixaram de lado em virtude de vivências desagradáveis.
É muito comum entender o raciocínio lógico como uma construção mental que remete
apenas às competências e habilidades ligadas prioritariamente à área da Matemática,
no entanto, entendemos que seu desenvolvimento é instrumento essencial para a so-
lução de muitas outras incógnitas que serão apresentadas durante a vida. Por isso, tor-
na-se essencial instigar a curiosidade, os questionamentos, a dedução e a síntese para
que o estudante aprenda a aprender.

32
Estação 3

Como a Orientação de Estudos poderia auxiliar Breno a mobilizar suas estruturas


mentais, aprendendo a aprender por meio da construção de linhas de raciocínio que
permitam o domínio de habilidades de leitura e interpretação aplicando-as em outras
áreas do conhecimento?

FÓRUM ON-LINE

PCA Simonni – São Paulo


Vamos desenvolver atividades escolares que permitam aos estudantes estabelecer relação
entre os saberes de várias áreas do conhecimento, aplicando a metodologia de projetos que
é muito eficiente para atingir este objetivo.

PCG Sandi – Piracicaba


Gostei muito dessa ideia e acredito que propor desafios para os quais seja necessário realizar
pesquisas criando respostas por meio de outras linguagens que oferecem novas possibilida-
des de comunicação.

Prof. Leandro – Limeira


Sandi, vamos começar usando mídias digitais para a construção de infográficos, mapas
mentais, desenhos, charges, memes, HQs, produção de imagens, entre outras possibilida-
des que são excelentes para essa finalidade.

33
PCG Sandi – Piracicaba
Temos outras possibilidades: criar momentos de troca de experiências e saberes entre os es-
tudantes para que possam dialogar com outras pessoas da comunidade escolar, levando-os
a compreenderem que há várias formas de pensar e resolver desafios e promover a realização
de fóruns, enquetes, palestras, debates, mostras de vídeos, feiras, entrevistas, entre outras pos-
sibilidades de encontros entre pessoas que são ótimas opções para estabelecer interações.
Promover vivências para além do ambiente escolar, podendo ser síncronas ou assíncronas,
realizando estudos do meio, visitas a centros culturais e museus, investigações dos locais por
onde o estudante transita e espaços onde haja maior contato com a natureza preservada.
Criar condições para que os estudantes construam novas experiências é importante para
que elaborem novas possibilidades de raciocínio e ampliem sua visão de mundo.

Diário de bordo

E você? Qual seria sua sugestão de intervenção? Faça essa reflexão e anote em seu
Diário de bordo.

Cenário 3 – Durante o conselho de classe

Estação 1

Assista à animação: https://youtu.be/zxFa_Fp5ki4.

Estação 2

A escrita é uma das nuances da comunicação. Ela se opera quando alguém traduz em
palavras e/ou textos as ideias que elabora, transmitindo-as por meio da escrita. Para
escrever com sentido e fazer-se entender, é necessário o domínio de códigos e símbo-
los que deem significado aos textos elaborados.

34
Contemporaneamente, a escrita extrapolou o lápis e o papel, adquirindo amplos con-
tornos que a tecnologia e as mídias digitais trouxeram, sendo necessário compreender
outros códigos próprios do mundo digital para alcançar essa comunicação. A expres-
são oral e corporal é muito mais simples, uma vez que, desde o nascimento, somos
cotidianamente educados para nos expressar e o domínio dos códigos de linguagem
foi sendo assumido como parte da rotina de nossas vidas.

Estação 3

Em que a Orientação de Estudos poderia, então, contribuir para que nossos estudan-
tes aprendam a aprender construindo suas competências escritoras a partir da pro-
dução de estruturas mentais de metacognição?

FÓRUM ON-LINE

Prof. Leandro – Limeira


Vamos começar criando momentos de leitura, interpretação e escrita coletiva em que todos pos-
sam opinar e expressar dúvidas para a construção de textos que representem a turma. Propor
elaboração de roteiros para encenação, podcast, vídeos, dentre outras sugestões que possam
surgir entre os próprios estudantes. Incentivar os estudantes a escreverem, individualmente, so-
bre circunstâncias relacionadas à sua própria vivência ou sobre temas que eles mesmos propo-
nham. Em geral, eles sentem-se motivados quando escrevem sobre assuntos de seu interesse.

35
PCG Sandi – Piracicaba
Leandro, que tal propor atividades em grupo para que os estudantes produzam algo con-
creto, recorte e colagem de letras e palavras para compor uma carta, recado ou anúncio e
afins, para que depois troquem impressões? Leandro, isso leva o estudante a ter consciência
de que falar e escrever são formas de comunicação que se operam por diferentes códigos
e, quando essa reflexão é mediada num grupo, as adequações ficam mais claras porque
extrapolam o indivíduo para alcançar um sentido mais abrangente, considerando o lado do
escritor e o lado do leitor.

PCA Simonni – São Paulo


Já trabalhamos com a apresentação de trechos de livros, notícias, HQs, aos estudantes, ensi-
nando-os a parafrasear, porque reescrever com as próprias palavras aquilo que outras pessoas
criaram é um ótimo exercício de interpretação e escrita. Sandi, isso leva o estudante a pensar
que há inúmeras possibilidades de se relatar um mesmo fato por caminhos diferentes.

Diário de bordo

Qual seria sua contribuição durante o conselho de classe? Reflita e anote em seu Diário
de bordo.

Encerramento dos cenários

Diário de bordo

Anote em seu Diário de bordo os pontos relevantes, as ideias e os conceitos que mais lhe
chamaram a atenção nas estações de estudo dos três cenários.

É importante ter em mente que as sugestões de intervenção podem ser adaptadas


para qualquer segmento escolar, considerando o grau de complexidade de cada uma
e as especificidades das turmas.

36
5. Todo esse estudo feito nas estações pode ser sintetizado nas afirmações a seguir.
Leia-as atentamente e preencha as lacunas tornando as frases verdadeiras. Use
uma destas opções: raciocínio; metacognição; “aprender a aprender”; Orientação
de Estudos.
a) A deve ser desenvolvida com os estudantes com o objetivo de
levá-los a pensar sobre a construção de conhecimentos, a fim de que formulem
estratégias personalizadas ao seu modo de aprender.

b) A maneira como construímos estruturas mentais pode potencializar o desem-


penho em múltiplas instâncias da nossa vida, para isso, é importante orientar o
no sentido do “aprender a aprender”.

c) O desenvolvimento das competências de leitura, da interpretação e da escri-


ta é imprescindível para , pois é o cerne do pilar da educação,
“aprender a conhecer”.

d) É papel da guiar os estudantes na construção de vivências po-


sitivas para mobilizarem suas estruturas mentais aplicando-as em todas as áreas
do conhecimento.

37
Encerramento do módulo

Diário de bordo

Expectativa Final
Cursista, no início deste módulo sugerimos que você registrasse seus conhecimentos
prévios e suas expectativas a respeito do Módulo 1 de Orientação de Estudos. Depois de
todo esse percurso, você criou outras expectativas? Registre-as em seu Diário de bordo.

Chegamos ao final do Módulo 1! Percorremos temas importantes sobre o componen-


te Orientação de Estudos na trama do Programa Ensino Integral, seu significado e
sua importância tanto para os estudantes quanto para os professores. Conhecemos
os tempos, os objetivos, as diretrizes e os responsáveis que regem esse componente,
bem como aspectos relacionados à metacognição.
Em seguida, vamos aprofundar os conhecimentos no Módulo 2!
Bons estudos!

38
Referências Bibliográficas

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Base Nacional Co-


mum Curricular. Brasília: MEC, 2017. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.
gov.br. Acesso em: 30 jun. 2021.
COSTA, Antonio Carlos Gomes da. Mais que uma lei. São Paulo: Instituto Ayrton
Senna, 1997.
COSTA, Antonio Carlos Gomes da. Protagonismo juvenil: adolescência, educação e
participação democrática. Salvador: Fundação Odebrecht, 2000.
DELORS, Jacques. Os quatro pilares da educação. In: DELORS, Jacques (coord.). Edu-
cação: um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez/Unesco, 1998. p. 89-102.
INSTITUTO AYRTON SENNA. Competências e habilidades socioemocionais – Cap. 2.
Disponível em: https://institutoayrtonsenna.org.br/pt-br/guia-educacao-integral-na-
alfabetizacao/guia-educacao-integral-na-alfabetizacao-socioemocionais.html. Acesso
em: 30 jun. 2021.
INSTITUTO AYRTON SENNA. Competências socioemocionais para contextos de crise.
Disponível em: https://institutoayrtonsenna.org.br/pt-br/socioemocionais-para-crises.
html. Acesso em: 30 jun. 2021.
FIGUEIRA, Ana Paula Couceiro. Metacognição e seus contornos. Revista Iberoameri-
cana de Educación, Universidade de Coimbra, Portugal, 2003. Disponível em: https://
rieoei.org/RIE/article/view/2947/3861. Acesso em: 30 jun. 2021.

39
MAHONEY, A. A. Introdução. In: ALMEIDA, L. R. de; MAHONEY, A. A. Henri Wallon: psi-
cologia e educação. São Paulo: Loyola, 2000.
SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Currículo em Ação. Caderno do pro-
fessor – Orientação de estudos. EFAF/EM. vol. 1. 2021. Disponível em: https://efape.
educacao.sp.gov.br/ensinointegral/wp-content/uploads/2021/03/PEI_PR_OE_06-
09_01-03_VOL1_2021-Diagramado.pdf. Acesso em: 30 jun. 2021.
SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Currículo Paulista. São Paulo: SEDUC,
2019. Disponível em: https://efape.educacao.sp.gov.br/curriculopaulista/wp-content/
uploads/2019/09/curriculo-paulista-26-07.pdf. Acesso em: 30 jun. 2021.
SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Resolução Seduc no 85, de 19 de no-
vembro de 2020. Estabelece as diretrizes da organização curricular do Ensino Fun-
damental, do Ensino Médio e das respectivas modalidades de ensino da Rede Esta-
dual de Ensino de São Paulo e dá providências correlatas. Disponível em: http://siau.
edunet.sp.gov.br/ItemLise/arquivos/RESOLU%C3%87%C3%83O%20%20SE%2085-1911-
2020%20MATRIZ%20SEDUC%20-%202021.PDF?Time=25/05/2021%20. Acesso em: 30
jun. 2021.

40
Gabaritos

1. A sequência correta é: D; O; D; O; O; D; D; D; O; D; O; O; D; O; D.

2. A sequência correta é: C; A; B.
Comentários:
No cenário 1, os estudantes sentiram-se motivados, a intencionalidade da ação da professora
foi incentivar a criatividade. A criatividade é uma competência ligada à abertura ao novo, que
é uma macrocompetência socioemocional (macrocompetência composta por três compe-
tências socioemocionais: curiosidade para aprender, imaginação criativa e interesse artístico;
é a paixão pela aprendizagem e exploração intelectual, relacionada à investigação, à pesquisa,
ao pensamento crítico e à resolução de problemas).
No cenário 2, os estudantes podem se sentir motivados e, provavelmente, se empolgariam em
falar sobre o que mais gostam. Todavia, o foco da atividade proposta pela professora é o tra-
balho com a responsabilidade, competência ligada à autogestão, que é uma macrocompe-
tência socioemocional (macrocompetência que diz respeito à capacidade de ser organizado,
esforçado, ter objetivos claros e saber como alcançá-los de maneira ética; relaciona-se com a
habilidade de fazer escolhas em relação à vida profissional, pessoal ou social, estimulando a
liberdade e a autonomia). A responsabilidade permite que o indivíduo perceba como ela in-
terfere na vida social de todos e compreenda quais são seus direitos e deveres. Esses direitos
e deveres nem sempre nos agradam e a responsabilidade é que nos torna conscientes e ca-
pazes de cumprir nossas obrigações e compromissos de forma natural, assim nos tornamos
pessoas confiáveis, aquelas com as quais se pode contar sempre.
No cenário 3, a intenção da professora foi motivar os estudantes por meio do entusiasmo,
essa competência faz parte da macrocompetência engajamento com os outros (macrocom-
petência que diz respeito à motivação e à abertura para interações sociais e ao direcionamen-
to de interesses e energia ao mundo externo, pessoas e coisas.). A professora ainda pesquisou
a BNCC para complementar suas necessidades e percebeu que a competência 8 (“Conhecer-
-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade
humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para
lidar com elas” [BRASIL, 2017, p. 10]), autoconhecimento e autocuidado, a auxiliaria no traba-
lho que pretendia desenvolver com suas turmas, pois ela acredita que, ao se reconhecer e se
valorizar, os estudantes passam a conviver com suas potencialidades e fragilidades de ma-
neira mais natural e confiante e isso faz com que gostem de si mesmos, compreendam suas
limitações e apostem em seus pontos fortes, aumentando a autoestima e desenvolvendo o
autoconhecimento.

3. A sequência correta é: D; B; E; A; C.

41
4. Possibilidade de resposta, a partir dos itens propostos no texto do Currículo Paulista:

5. a) A metacognição deve ser desenvolvida com os estudantes com o objetivo de levá-los


a pensar sobre a construção de conhecimentos, a fim de que formulem estratégias per-
sonalizadas ao seu modo de aprender.

5. b) A maneira como construímos estruturas mentais pode potencializar o desempenho


em múltiplas instâncias da nossa vida, para isso, é importante orientar o raciocínio no
sentido do “aprender a aprender”.

5. c) O desenvolvimento das competências de leitura, da interpretação e da escrita é im-


prescindível para “aprender a aprender”, pois é o cerne do pilar da educação, “aprender
a conhecer”.

5. d) É papel da Orientação de Estudos guiar os estudantes na construção de vivências


positivas para mobilizarem suas estruturas mentais aplicando-as em todas as áreas do
conhecimento.

Imagem do diagrama de Venn (p. 17) produzida pela Equipe de Orientação de Estu-
dos (2021); imagens de mapa mental (p. 26, 28 e 42) elaboradas para o curso. Demais
imagens: Getty Images.

42
Orientação de Estudos

MÓDULO 2
ASPECTOS AVALIATIVOS PARA ORIENTAÇÃO DE ESTUDOS

Apresentação do módulo

Cursista, seja bem-vindo ao Módulo 2 do curso Orientação de Estudos!


No módulo anterior, você pôde conhecer como o componente Orientação de Estudos
se insere no Programa Ensino Integral, tendo como fundamento um dos Quatro Pila-
res da Educação: o “Aprender a aprender”.
Neste módulo, vamos nos aprofundar um pouco mais na Orientação de Estudos e
descobrir como o professor de OE pode auxiliar os estudantes a reconhecerem seu
perfil de aprendizagem, suas potencialidades e sua autonomia na hora de estudar.
Para isso, abordaremos o tema avaliação/autoavaliação, pois o marco zero para o
aprimoramento nos estudos é o autoconhecimento, otimizando técnicas e investin-
do em aspectos qualitativos.
Por fim, você também conhecerá a técnica de avaliação por rubricas, uma forma
personalizada de acompanhar o desenvolvimento da aprendizagem.
Os objetivos específicos do módulo são:

Compreender a importância da Orientação de Estudos no desenvolvimento pessoal e


acadêmico do professor e do estudante.

Compreender a diferença entre qualidade e intensidade de estudo.

1
Diário de bordo

E o seu Diário de bordo? Como será que está ficando?


Como você sabe, o Diário de bordo é uma prática de estudo, por isso esperamos que
você tenha separado um caderno, um bloco de notas ou até mesmo uma versão digi-
tal de registro e tenha anotado as informações que considera importantes ou que lhe
chamaram atenção. Nesse documento, você também pode incluir ideias e reflexões que
tenham lhe inspirado, propondo adaptações às suas aulas, caso esteja atuando como
professor de Orientação de Estudos.

2
Unidade  1

Autoavaliação

Cursista, vamos abordar a autoavaliação como tema central para desenvolver o auto-
conhecimento e compreender sua influência nas competências socioemocionais. A
seguir, conheça o conceito e os benefícios da autoavaliação.

Conceito
A autoavaliação é um procedimento recorrente no autoconhecimento. É uma ferramenta
que pode transformar seu jeito de pensar e agir e que, se acompanhada de um plano de
ação, pode orientar seus passos em direção aos seus objetivos.
Benefícios
• Desenvolvimento de inteligência emocional que pode apoiar a construção do seu Projeto
de Vida e seu plano de estudos.

• Compreensão de si e dos seus valores.

• Aperfeiçoamento das relações interpessoais.

• Desenvolvimento da autorregulação.

• Entendimento de seus potenciais, habilidades e competências, acompanhando seus


progressos.

Todos esses benefícios tornam-se mais claros quando olhamos para a autoavaliação
como base para uma crítica construtiva e um desenvolvimento pessoal formativo.

3
Sob a perspectiva docente, uma avaliação assume, muitas vezes, a decisão de apre-
sentar dados que comprovem a promoção ou a retenção dos estudantes. Como ex-
plica Hoffmann (2009), inúmeros professores, pela sua história de vida e por várias
influências sofridas, enxergam a avaliação como uma obrigação a cumprir na sua pro-
fissão, que deve ser exercida da forma mais séria possível.
Hoffmann (2009) defende que a avaliação deve ser concebida como uma ação media-
dora na qual alguns princípios devem ser considerados, como:

oportunizar momentos de discussão para aqueles que foram avaliados e para quem
os avaliou;

refletir sobre os “porquês” das respostas dadas na avaliação;

utilizar os registros de avaliação como forma de acompanhar os estudantes e profes-


sores diante do processo de aprendizagem e construção do conhecimento.

Vale considerar que refletir acerca da finalidade da avaliação é fundamental para a


tomada de decisões a partir da interpretação de seus resultados.
As etapas representadas na figura a seguir permitem entendermos que a avaliação é
um caminho que vai além do uso de instrumentos diagnósticos, uma vez que envolve
reflexão, autocrítica e protagonismo.

Fonte: GENESEE & UPSHUR, 2009.

4
Propósito da avaliação: Dar oportunidade para o professor rever a metodologia uti-
lizada em sua prática pedagógica e, para o estudante, uma oportunidade de refletir
sobre si mesmo e sobre a construção do seu aprendizado.

Coleta de informações: A partir da definição do objetivo da avaliação, deve-se propor


atividades que forneçam dados que permitam o acompanhamento do processo de
aprendizagem e construção do conhecimento.

Interpretação das informações: A interpretação das informações pode ser considera-


da como um momento de reflexão no ato de conhecer e reconhecer o objeto de estudo.

Tomada de decisões: O diálogo entre o professor e seus estudantes sobre a avaliação


auxilia na proposição de novas estratégias de aprendizagem.

Para que os estudantes realizem sua autoavaliação, é necessário que, numa etapa
anterior, eles sejam avaliados pelo professor e, assim, possam refletir sobre as ex-
pectativas de aprendizagem que ainda não conseguiram atender. Para isso, existem
vários aspectos que precisam ser estudados ou reconhecidos. Vamos iniciar pelas
Inteligências múltiplas.

5
Unidade  1.1

Autoavaliação e as inteligências múltiplas

Uma proposta de educação integral deve considerar as múltiplas dimensões da pessoa,


os múltiplos aspectos da inteligência, os múltiplos talentos, as múltiplas habilidades.
Nesse contexto, a escola tem a responsabilidade de favorecer o desenvolvimento dos
estudantes de maneira global, possibilitando o aprimoramento das habilidades, que
podem se manifestar nas mais variadas esferas do conhecimento. Assim, o professor
do componente Orientação de Estudos pode aproveitar essas habilidades em seus
múltiplos aspectos para aplicar técnicas e estratégias de estudo de forma assertiva.
A Teoria das Inteligências Múltiplas, do Professor Howard Gardner (1995), revolucio-
nou a abordagem tradicional da educação ao validar que existem múltiplos tipos de
inteligência, que devem ser observados e desenvolvidos em sala de aula, visando o
atendimento das diferentes necessidades dos estudantes. Todos nós nascemos com
todas essas inteligências, contudo as desenvolvemos de forma única.
Como educadores, devemos ajudar os estudantes a compreender e aprimorar seus
pontos fortes, identificando quais atividades poderão incentivar os estudos e propiciar
a aprendizagem.
Cursista, agora assista a uma animação sobre as Inteligências Múltiplas: https://www.
youtube.com/watch?v=s2YbcQ0Dyi0.

6
Vamos praticar

Você sabe qual é o tipo de inteligência que você mais desenvolveu? Que tal descobrir
realizando o teste a seguir?
Responda com atenção às questões escolhendo apenas uma única alternativa para cada
uma e veja o resultado ao final do teste.
1. Que tipo de pergunta mais faço: 
a) Onde?
b) Como?
c) Quem?
d) Para quê?
e) Por quê?
f) O quê? 
g) Quando? 
h) Se... isso? 
2. Na minha casa: 
a) Não fico parado.
b) Conserto as coisas. 
c) Ajudo outros com as tarefas. 
d) Fico em meu canto.
e) Falo sobre meu dia. 
f) Organizo cada detalhe. 
g) Sempre escuto música. 
h) Cuido das minhas plantas/animais. 
3. Durante meu tempo livre gosto de: 
a) Dançar. 
b) Fazer trabalhos manuais. 
c) Sair com os amigos. 
d) Meditar e refletir. 
e) Ler um livro. 
f) Passar o tempo com jogos de estratégia. 
g) Ouvir música. 
h) Passear no campo.
4. Que coisas você mais gosta de fazer: 
a) Praticar esportes. 
b) Dirigir. 
c) Compartilhar atividades. 
d) Refletir sobre meus sentimentos. 

7
e) Debater ideias. 
f) Ordenar coisas. 
g) Cantar. 
h) Estar na natureza.
5. Tenho mais propensão para: 
a) Adquirir habilidades pela prática. 
b) Analisar e descobrir formas e detalhes. 
c) Ouvir e compartilhar ideias. 
d) Elaborar teorias. 
e) Discutir informações. 
f) Obter e classificar informações. 
g) Ler, ouvindo música. 
h) Identificar plantas e animais.
6. Aprendo mais por meio de: 
a) Demonstrações e experiências. 
b) Atividades estruturadas passo a passo. 
c) Discussão de casos. 
d) Leitura de livros/textos. 
e) Palestras formais. 
f) Exercícios de análise de fatos, dados e números. 
g) Histórias e música. 
h) Análise da natureza. 
7. Como as pessoas me definem: 
a) Esportista. 
b) Competente. 
c) Perceptivo. 
d) Analítico. 
e) Teórico. 
f) Lógico. 
g) Artístico. 
h) Ambientalista. 
8. Quando estou no trabalho ou na escola prefiro: 
a) Levantar e andar periodicamente. 
b) Fazer algo funcionar. 
c) Trabalhar com pessoas. 
d) Trabalhar sozinho.
e) Conversar sobre ideias. 
f) Analisar dados. 
g) Analisar padrões sonoros em equipamentos. 
h) Estar em contato com o meio ambiente. 

8
9. O meu perfil é: 
a) Ágil. 
b) Detalhista. 
c) Amigo. 
d) Sensível. 
e) Comunicativo. 
f) Racional. 
g) Musical. 
h) Zeloso.
10. Tenho predisposição para: 
a) Aprender novos esportes. 
b) Executar tarefas delicadas. 
c) Trabalhar em equipe. 
d) Analisar meus sentimentos. 
e) Contar histórias e fatos. 
f) Construir e organizar planilhas. 
g) Tocar instrumentos. 
h) Observar criticamente a interação homem-natureza.

Verifique a quantidade de vezes que você escolheu cada alternativa. Depois, leia o
item correspondente à alternativa pela qual você optou mais vezes e confira qual in-
teligência múltipla é mais predominante em você.

Se optou mais vezes pela alternativa a, sua inteligência predominante é:

São pessoas com habilidades de controlar e orquestrar movimentos do corpo.


Se optou mais vezes pela alternativa b, sua inteligência predominante é:

São pessoas que compreendem o mundo visual com precisão, permitindo transformar, mo-
dificar e recriar experiências visuais.

9
Se optou mais vezes pela alternativa c, sua inteligência predominante é:

São pessoas com habilidades de sociabilidade, cooperação, comunicabilidade e facilidade


para fazer amigos.
Se optou mais vezes pela alternativa d, sua inteligência predominante é:

São pessoas que conhecem a si mesmas, seus sentimentos, desejos e personalidade.

Se optou mais vezes pela alternativa e, sua inteligência predominante é:

São pessoas que conseguem organizar frases e textos de forma clara e objetiva.

Se optou mais vezes pela alternativa f, sua inteligência predominante é:

São pessoas com facilidade para solucionar problemas matemáticos, da área da informática,
química ou física.

Se optou mais vezes pela alternativa g, sua inteligência predominante é:

São pessoas que apresentam boa entonação de voz, ritmo, timbre e têm sensibilidade à música.

Se optou mais vezes pela alternativa h, sua inteligência predominante é:

São pessoas que se descobrem como parte integrante do mundo animal e vegetal.

10
Gostou do seu resultado? Você se identificou com uma ou mais Inteligências Múltiplas?
O autoconhecimento é uma investigação sobre si mesmo para compreender o que se
passa conosco, sejam pensamentos, sentimentos ou mesmo anseios. É fazer de você
a sua própria bússola.
Ressaltamos que é comum a identificação com mais de um tipo de inteligência, pois
elas podem se desenvolver de forma concomitante e são influenciadas por fatores
genéticos e neurobiológicos e pelas condições socioambientais, representadas pela
sociedade, pela família e pela escola. Esta última é o espaço em que o professor pode
incentivar e mediar o processo de autopercepção do estudante, com o objetivo de
orientá-lo na construção de seu plano de estudos, bem como no seu Projeto de Vida.
O professor pode realizar esse teste com suas turmas, sistematizando as informa-
ções obtidas e compartilhando-as com os professores dos demais componentes e,
principalmente, com os tutores, para juntos apoiarem os estudantes em suas neces-
sidades específicas.

Tutores: No PEI, é o profissional que acompanha e apoia os estudantes nas dimensões


acadêmica, pessoal e profissional, auxiliando-os na construção do Projeto de Vida. Conhe-
ça mais a respeito da tutoria acessando o Caderno do Professor – Tutoria. Disponível em:
https://efape.educacao.sp.gov.br/ensinointegral/wp-content/uploads/2021/03/PEI_GE_TT_
VOL-UN_2021-diagramado.pdf. Acesso em: 20 jul. 2020.

11
Unidade 1.2

Perfis de aprendizagem e as Competências Socioemocionais

Cursista, após refletir sobre o autoconhecimento e as inteligências múltiplas, que tal


conhecer alguns dos perfis de aprendizagem, pensando em como isso pode ajudá-lo
no planejamento estratégico?
Assista a uma animação e não se esqueça de fazer suas anotações em seu Diário de
bordo: https://youtu.be/r9fPg-lX6lA.
Agora você irá conhecer possíveis perfis de aprendizagem dos seus estudantes.

12
Auditivo

São as pessoas que possuem facilidade de compreensão e/ou assimilação das informações
e conteúdos ao ouvi-los. O barulho costuma incomodar mais o estudante com esse perfil.
Visual

São as pessoas que possuem facilidade de compreensão e/ou assimilação das informações
e conteúdos ao visualizarem o material que estão estudando. São aqueles estudantes que
conseguem manter o olhar fixo em toda a aula e possuem dificuldade se não houver recurso
visual algum.
Cinestésico

São as pessoas que possuem facilidade de compreensão e/ou assimilação das informações
e conteúdos ao realizarem atividades mais práticas. São aqueles estudantes que costumam
ficar inquietos durante uma aula expositiva, pois não estão se movimentando.

Sabia que todos nós possuímos três canais de aprendizagem? No entanto, cada um
de nós aprende, de forma preponderante, por meio de um desses canais.
O seu canal de aprendizagem influencia diretamente na escolha da metodologia de
estudo. Com base nesse resultado, é possível traçar estratégias e técnicas de estudo
mais individualizadas e eficazes.

Como as Competências Socioemocionais podem contribuir no


desenvolvimento dos estudantes nas aulas de Orientação de Estudos e na
autoavaliação?

Durante o Fórum Internacional de Políticas Públicas – Educar para as Competên-


cias do Século XXI, realizado em parceria com o Ministério da Educação (2014), sa-
lientou-se a importância de incluir as competências socioemocionais em políticas
públicas educativas.
O Programa Ensino Integral parte da concepção da educação integral, baseando-se
no pressuposto de que o desenvolvimento da pessoa ocorre como um todo, ou seja,

13
envolvendo os aspectos físicos, cognitivos, socioemocionais e culturais. Desse modo,
tanto as escolas de tempo parcial como as que integram o Programa Ensino Integral
devem proporcionar a formação integral dos estudantes, por meio da organização do
currículo, dos tempos e espaços adequados para a consolidação de conhecimentos,
valores e hábitos.
Nas aulas de Orientação de Estudos são oferecidas atividades diferenciadas e autoava-
liações que podem auxiliar o estudante a aprimorar suas competências e habilidades
cognitivas e socioemocionais, a desenvolver sua autonomia e a formar jovens prota-
gonistas, que possam interagir de forma crítica nas mais diversas situações, tanto na
escola quanto na sociedade.

Mas será que o estudante compreende como as competências


socioemocionais são consideradas em uma avaliação ou autoavaliação?

A prática da autoavaliação também pode ser considerada como um instrumento


avaliativo.
Nas aulas de OE, os estudantes devem identificar e conhecer as competências socio-
emocionais que foram abordadas na Situação de Aprendizagem, observando o sig-
nificado do que foi aprendido. Após a realização das atividades, é importante realizar
uma autoavaliação para auxiliar cada estudante no diagnóstico da efetividade de suas
práticas de estudo, refletindo também sobre suas atitudes diárias.

Competências socioemocionais: “São definidas como as capacidades individuais que


se manifestam de modo consistente em padrões de pensamentos, sentimentos e
comportamentos, favorecendo o desenvolvimento pleno [dos] estudantes e expan-
dindo as oportunidades de aprendizagem escolar”. (INSTITUTO AYRTON SENNA. As 10
competências gerais da BNCC e as competências socioemocionais. Disponível em:
https://institutoayrtonsenna.org.br/content/dam/institutoayrtonsenna/hub-socioemo
cional/instituto-ayrton-senna-as-10-competencias-gerais-da-bncc-e-as-competencias
-socioemocionais.pdf. Acesso em: 20 jul. 2021.)

14
ASPECTOS QUE PODEM SER OBSERVADOS NO PREPARO DA AVALIAÇÃO OU
AUTOAVALIAÇÃO
Participação do estudante
Na relação com os demais estudantes.
Disposição e empenho em contribuir nas atividades.
Interação e definição de papéis nos grupos.
Engajamento com o grupo.
Produção de materiais/atividades
Atendimento ao que foi proposto.
Coesão, coerência e clareza na produção das atividades.
Habilidade na utilização dos recursos tecnológicos.
Cumprimento do cronograma estabelecido entre professor e estudantes.

Fonte: SÃO PAULO, 2021, p. 32.

Podemos sugerir uma roda de conversa e colocar na lousa as competências socioemo-


cionais, perguntando para os estudantes em que atividades elas constam, ou também,
como sugestão, podemos distribuir cartões com as competências socioemocionais
que foram propostas nas atividades e entregá-los para cada estudante aleatoriamen-
te; assim poderão relatar oralmente suas experiências em relação à competência, e o
professor poderá fazer suas ponderações e anotações.
Cada vez mais é necessário criar oportunidades estruturadas para que educadores e
estudantes possam se desenvolver intencionalmente em todas as suas dimensões,
incluindo a dimensão socioemocional. São competências para lidar com os próprios
sentimentos e emoções; são tão essenciais quanto o conhecimento e o domínio de
conteúdo técnico.
A seguir são apresentadas as competências socioemocionais que serão utilizadas no
quadro de autoavaliação após as atividades propostas nas aulas de Orientação de Es-
tudos, que consta no Caderno do Professor de Orientação de Estudos (p. 33).

Competências socioemocionais: São capacidades individuais que se manifestam nos


modos de pensar, de sentir e nos comportamentos ou atitudes para se relacionar consi-
go mesmo e com os outros, estabelecer objetivos, tomar decisões e enfrentar situações
adversas ou novas. Elas podem ser observadas em nosso padrão costumeiro de ação e
reação em face de estímulos de ordem pessoal e social.

15
Fonte: SÃO PAULO, 2021, p. 33.

Macrocompetência Autogestão
Foco: Capacidade de se concentrar na atividade que se deseja realizar e evitar distrações,
mesmo em tarefas repetitivas.
Responsabilidade: Envolve tomar para si um combinado, assumindo os compromissos de
realizar as tarefas planejadas, mesmo diante de dificuldades. Significa prever as consequên-
cias de nossos atos em função do bem-estar coletivo.
Organização: Está relacionada a organizar o tempo e as atividades, bem como planejar eta-
pas necessárias para se atingir uma meta e gerenciar compromissos futuros.
Determinação: Define-se pelo quanto nos esforçamos para conseguir aquilo que quere-
mos. Pressupõe dar o melhor de si e desafiar-se para atingir um objetivo.
Persistência: Capacidade de superar obstáculos para completar tarefas e concluir combina-
dos, em vez de procrastinar ou desistir quando as situações ficam difíceis ou desconfortáveis.
Macrocompetência Abertura ao novo
Curiosidade para aprender: Mobilizar conhecimentos prévios é um bom passo inicial para
cultivar o interesse dos estudantes e estimular a curiosidade para aprender sobre algo. Para
isso, adote estratégias como sistematizar esses conhecimentos com a turma, valorizá-los,
identificar “lacunas” e explicitar quais serão os pontos de aprofundamento nos próximos
encontros, presenciais ou on-line.
Imaginação criativa: Estimular o pensamento divergente é uma forma de fomentar a ima-
ginação criativa, ou seja, promover a abertura para que diferentes ideias possam ser trazidas
pelos estudantes, sem pressa para se chegar a um resultado final. Abrir a possibilidade para
se explorarem diferentes caminhos é uma forma de se estimular a criatividade. A partir de
ideias variadas, é possível, depois, buscar o pensamento convergente, ou seja, construir o
que será criado como resultado final.

16
Macrocompetência Amabilidade
Respeito: Consiste em tratar as pessoas com bondade, consideração, lealdade, tolerância e
justiça, da mesma forma como gostaríamos de ser tratados.
Confiança: Consiste em ter expectativas positivas sobre as pessoas e acreditar que elas têm
boas intenções em suas ações, assumindo o melhor sobre elas.
Macrocompetência Resiliência emocional
Autoconfiança: Refere-se a acreditar em si mesmo e seguir adiante, mesmo quando as coi-
sas parecem difíceis ou não indo tão bem. Quando nos valorizamos e nos sentimos realiza-
dos, somos capazes de pensar de forma mais realista ante os nossos desafios. Assim, acaba-
mos por ajudar a fazer as coisas acontecerem.
Macrocompetência Engajamento com os outros
Entusiasmo: Significa envolver-se ativamente com a vida e com outras pessoas de uma
forma positiva, alegre e afirmativa, isto é, ter empolgação e paixão pelas atividades diárias e
empregar energia para executá-las.

Mas não para por aí! A seguir apresentamos as 17 Competências Socioemocionais


relacionadas a cada uma das cinco Macrocompetências.

Fonte: INSTITUTO AYRTON SENNA, 2020.

17
Autogestão: Indica a capacidade de ser organizado, esforçado, ter objetivos claros e
saber como alcançá-los de maneira ética. Relaciona-se à habilidade de fazer escolhas
na vida profissional, pessoal ou social, estimulando a liberdade e a autonomia. Quem
é capaz de exercer mais a autogestão apresenta-se como alguém mais disciplinado,
perseverante, eficiente e orientado para suas metas.

Engajamento com os outros: Diz respeito à motivação e à abertura para interações


sociais e ao direcionamento de interesse e energia ao mundo externo, pessoas e coisas.
Essa macrocompetência ajuda a nos mantermos abertos e estimulados para conhecer
e dialogar com as pessoas, a nos manifestarmos de maneira afirmativa e assumirmos
a liderança quando necessário.

Amabilidade: Indica o grau com que uma pessoa é capaz de agir baseada em princí-
pios e sentimentos de compaixão, justiça, acolhimento; o quanto consegue conectar-
-se com os sentimentos das pessoas e se colocar no lugar do outro.

Resiliência emocional: Está relacionada à capacidade de alguém lidar com as pró-


prias emoções, demonstrando equilíbrio e controle sobre suas reações emocionais,
como, por exemplo, raiva, insegurança e ansiedade, sem apresentar mudanças brus-
cas. Pessoas com maior nível dessa competência confiam mais em suas capacidades
para desenvolver tarefas e regular suas emoções.

Abertura ao novo: É a tendência a ser aberto a novas experiências estéticas, culturais


e intelectuais. O indivíduo aberto ao novo tem atitude investigativa, é curioso sobre o
mundo, flexível e receptivo a novas ideias. Aprecia manifestações artísticas e estéti-
cas diversas, busca entender o funcionamento das coisas em profundidade, pensa de
formas diferentes e desenvolve ideias criativas e não convencionais. Pessoas com alta
abertura ao novo são mais hábeis em inovar e ter novas percepções sobre o mundo,
aprender com erros e mostrar empolgação em criar.

Fonte: INSTITUTO AYRTON SENNA, 2020a, 2020b, 2020c, 2020d, 2020e.

Observe que no quadro de Autoavaliação das competências socioemocionais, contido


no Caderno do Professor de Orientação de Estudos, foram usadas aquelas pertinen-
tes à autoavaliação, com o objetivo de auxiliar os estudantes na construção e desen-
volvimento de seus Projetos de Vida e no aprimoramento das estratégias de estudos
utilizadas durante as aulas de OE.

Vamos praticar

Agora, que tal fazer uma atividade e aprofundar seus conhecimentos sobre as Macro-
competências Socioemocionais?

18
1. Complete as lacunas corretamente conforme as Macrocompetências Socioemocio-
nais. Use uma destas opções: aberto a novas experiências; dialogar com as pessoas;
fazer escolhas na vida; regular suas emoções; sentimentos das pessoas.
a) Macrocompetência da Autogestão: Indica a capacidade de ser organizado, esfor-
çado, ter objetivos claros e saber como alcançá-los de maneira ética. Relaciona-
-se à habilidade de ______ profissional, pessoal ou social, estimulando a liberdade
e a autonomia. Quem é capaz de exercer mais a autogestão apresenta-se como
alguém mais disciplinado, perseverante, eficiente e orientado para suas metas.
(INSTITUTO AYRTON SENNA, 2020a)

b) Macrocompetência Abertura ao Novo: É a tendência a ser ______ estéticas, culturais


e intelectuais. O indivíduo aberto ao novo tem atitude investigativa, é curioso so-
bre o mundo, flexível e receptivo a novas ideias. Aprecia manifestações artísticas e
estéticas diversas, busca entender o funcionamento das coisas em profundidade,
pensa de formas diferentes e desenvolve ideias criativas e não convencionais. Pes-
soas com alta abertura ao novo são mais hábeis em inovar e ter novas percepções
sobre o mundo, aprender com erros e mostrar empolgação em criar. (INSTITUTO
AYRTON SENNA, 2020b)

c) Macrocompetência Amabilidade: Indica o grau com que uma pessoa é capaz de


agir baseada em princípios e sentimentos de compaixão, justiça, acolhimento;
o quanto consegue conectar-se com os e se colocar no lugar do
outro. (INSTITUTO AYRTON SENNA, 2020c)

d) Macrocompetência Resiliência Emocional: Está relacionada à capacidade de al-


guém lidar com as próprias emoções, demonstrando equilíbrio e controle sobre
suas reações emocionais, como, por exemplo, raiva, insegurança e ansiedade,
sem apresentar mudanças bruscas. Pessoas com maior nível dessa competência
confiam mais em suas capacidades para desenvolver tarefas e .
(INSTITUTO AYRTON SENNA, 2020d)

e) Macrocompetência Engajamento com os Outros: Diz respeito à motivação e à


abertura para interações sociais e ao direcionamento de interesse e energia ao
mundo externo, pessoas e coisas. Essa macrocompetência ajuda a nos manter-
mos abertos e estimulados para conhecer e , a nos manifestarmos
de maneira afirmativa e assumirmos a liderança quando necessário. (INSTITUTO
AYRTON SENNA, 2020e)

19
Saiba mais

Aprofunde seus conhecimentos sobre as Macrocompetências Socioemocionais aces-


sando os materiais desenvolvidos pelo Instituto Ayrton Senna (IAS):
• Ideias para o desenvolvimento de competências socioemocionais – Autogestão:
https://institutoayrtonsenna.org.br/content/dam/institutoayrtonsenna/documentos/
instituto-ayrton-senna-macrocompet%C3%AAncia-autogestao.pdf.

• Ideias para o desenvolvimento de competências socioemocionais – Abertura ao


novo: https://institutoayrtonsenna.org.br/content/dam/institutoayrtonsenna/docume
ntos/instituto-ayrton-senna-macrocompetencia-abertura-ao-novo.pdf.

• Ideias para o desenvolvimento de competências socioemocionais – Amabilidade:


https://institutoayrtonsenna.org.br/content/dam/institutoayrtonsenna/documentos/
instituto-ayrton-senna-macrocompetencia-amabilidade.pdf.

• Ideias para o desenvolvimento de competências socioemocionais – Resiliência


emocional: https://institutoayrtonsenna.org.br/content/dam/institutoayrtonsenna/
documentos/instituto-ayrton-senna-macrocompetencia-resiliencia-emocional.pdf.

• Ideias para o desenvolvimento de competências socioemocionais – Engajamen-


to com os outros: https://institutoayrtonsenna.org.br/content/dam/institutoayrton
senna/documentos/IAS_Macro_Engajamento_2020.09.09.pdf.

A combinação dessas competências socioemocionais com as cognitivas auxilia a con-


figurar o conceito de formação integral. A criação de um ambiente escolar humani-
zado e adequado para o estabelecimento de relações intra e interpessoais facilita a
aprendizagem dos estudantes. Eles passam a compreender os conceitos ensinados
de uma forma mais natural, uma vez que o estudante educado emocionalmente pos-
sui maior motivação para organizar seu tempo de estudo e aprender, impactando
positivamente seu rendimento escolar.
Trabalhar as competências socioemocionais com seus estudantes auxilia a prepará-los
para a vida. Além disso, também transforma o ambiente escolar, de forma a contribuir para
que a aprendizagem se torne ainda mais eficiente. Para isso, é preciso trabalhar o desen-
volvimento das competências socioemocionais no dia a dia.

20
Unidade  1.3

Autoavaliação e desempenho escolar

Caro cursista, percebemos, até aqui, que o estudante poderá ser incentivado pelo seu pro-
fessor a realizar atividades que permitam desenvolver a habilidade de se autoavaliar.

Mas como essa autoavaliação ocorrerá quando falamos em melhoria do


desempenho escolar? Como o estudante pode perceber a importância dos
estudos para seu desenvolvimento pessoal, acadêmico e profissional? Como
ele poderá compreender o que ele aprendeu e o que precisa aprender?

Antes de começar a responder a essas questões, um professor precisa ter em mente


que todos estamos em constante processo de aprendizagem, no qual ideias e valores
são ressignificados a partir do momento em que começamos a refletir sobre o que
estamos aprendendo.
É importante enfatizar que o estudo deve se tornar um hábito na vida do estudante.
Para isso, o professor deverá reforçar a importância de se estabelecer uma rotina de
estudos e ensiná-los a se organizarem. O Professor de Orientação de Estudos poderá
direcionar seu estudante no processo de reflexão sobre sua autoavaliação por meio da
elaboração de um Plano de Estudos. Nesse plano, alguns itens são essenciais para in-
centivar o estudante a perceber o motivo pelo qual o está construindo, como é o caso
do Projeto de Vida. Outros itens também são importantes para o estudante organizar

21
sua rotina de estudo, como o seu horário de aulas, o tempo destinado ao estudo e à
checagem da aprendizagem, a revisão dos assuntos estudados, entre outros.
Veja, no Anexo 1, um modelo de plano de estudo que pode ser aplicado pelo professor
aos seus estudantes, lembrando que ele é uma sugestão e pode ser adaptado confor-
me a necessidade dos estudantes e a realidade da escola.
Sugerimos que, após o professor incentivar os estudantes a realizarem uma reflexão
sobre o plano de estudos e disponibilizar um período para que o preencham com o
máximo cuidado, ele também precisa proporcionar um momento para que o estu-
dante possa repensar sobre o que foi preenchido e perceber se todas as suas neces-
sidades educacionais foram atendidas. Para a reflexão, o professor poderá fazer um
checklist com os estudantes, solicitando que verifiquem se o plano de estudos con-
templa horários de estudo para todos os componentes curriculares e se há um perío-
do para a retomada de alguma habilidade não consolidada e momentos de leitura de
textos, livros ou notícias que os interessem.
Após uma semana, o professor poderá realizar, com os estudantes, uma autoavaliação
para refletir sobre as ações e as atividades realizadas, discutindo sobre a importância
do planejamento sobre as práticas diárias.

Vamos praticar

Cursista, anote em seu Diário de bordo as possíveis adequações que poderão ser incluí-
das nesse plano de estudo a partir da realidade da sua turma e da comunidade escolar
em que atua.

Uma das Premissas do PEI é a Corresponsabilidade, ou seja, todos devem partilhar


as responsabilidades, e outra é o Protagonismo, sendo dever de todos trabalhar em
prol da formação de jovens protagonistas. Por esse motivo, o Professor de Orientação
de Estudos não pode trabalhar sozinho, ele deve contar com o apoio dos seus colegas
professores, tutores e professores coordenadores.
O professor de Orientação de Estudos, com o Tutor, poderá realizar uma série de
atividades que façam com que o estudante reflita sobre suas práticas e, consequen-
temente, faça uma autoavaliação sobre seu desempenho escolar.
Uma atividade, por exemplo, é criar gráficos ou tabelas, de acordo com o ano/série
que ele está cursando, com suas notas e faltas e incentivar o estudante a refletir se
suas faltas impactam a aprendizagem, se é necessário prestar mais atenção nas aulas
ou, até mesmo, se precisa rever suas estratégias de estudos.
Veja, no Anexo 2, um modelo de como fazer a sistematização dos dados.

22
É importante que essa atividade seja adaptada, dependendo do ano/série em que
o estudante se encontra. Para os Anos Iniciais, por exemplo, o estudante poderá re-
conhecer os números e pintar os quadrados correspondentes às suas notas. Para os
Anos Finais e Ensino Médio, a atividade poderá ser adaptada, aumentando-se o nível
de dificuldade, solicitando ao estudante que realize todo o gráfico; para isso, a parce-
ria com os professores de Matemática será essencial para a construção das tabelas e
gráficos.
Outros recursos também podem e devem ser utilizados para a realização do mapa de
desempenho, como é o caso de plataformas de software, como o Excel, que gera um
gráfico após a criação de uma tabela, ou até mesmo uma folha quadriculada.
Durante a realização dessa atividade, o professor deve sempre ter em mente que o
mais importante é que o estudante seja incentivado a refletir sobre seu próprio de-
sempenho escolar, propondo suas próprias metas de melhoria dos resultados para
identificar as fragilidades em sua rotina de estudos.

Atenção

Quando nos referimos às metas de melhoria dos resultados que o estudante pode indicar
em seu mapa de desempenho, os professores devem orientar para que a escolha desse
valor seja possível de ser alcançado, pois, quando muito alto, poderá desestimulá-lo. Por
outro lado, metas pouco ambiciosas também podem gerar o mesmo sentimento.

Cursista, nas escolas do PEI, o Professor de Orientação de Estudos pode apoiar os tu-
tores em outra atividade muito importante, a de proporcionar aos estudantes uma
reflexão sobre a organização de suas rotinas de estudos em todos os componentes
curriculares, principalmente naqueles em que seu desempenho ficou abaixo das me-
tas estipuladas por eles mesmos.

Importante

Lembre-se de que o mais importante é que o jovem compreenda que sua nota bi-
mestral nos componentes curriculares é uma ferramenta que lhe permite identificar
suas potencialidades e fragilidades, refletir sobre suas práticas de estudos e rever suas
estratégias, se necessário.

23
Veja, no Anexo 3, uma atividade autoavaliativa que o Professor de Orientação de Es-
tudos poderá realizar com os estudantes. Essa atividade tem por finalidade levar o es-
tudante a refletir sobre suas práticas de estudo. Lembre-se de que a atividade é uma
sugestão e pode ser alterada ou adaptada conforme a necessidade e a realidade da
escola.
Essa atividade incentiva o estudante a refletir sobre suas ações e sobre o impacto que
causam em sua aprendizagem e, consequentemente, no seu desempenho.
Após a atividade, o Professor de Orientação de Estudos poderá analisar cada caso para
perceber se os estudantes conseguiram refletir sobre seu desempenho escolar ou se
precisam de alguma orientação. Analisando a atividade, também é possível notar se
algum estudante se cobra demais, o que pode causar problemas em sua rotina de
estudos e impactos negativos em seu desempenho.

24
Unidade 1.4

Motivação x Hábito

Podemos definir motivação como o ato ou efeito de motivar ou de despertar o in-


teresse por algo. Já o hábito pode ser entendido como um comportamento que se
repete com frequência e é realizado de maneira inconsciente, podendo ser criado,
alterado e substituído.

Como fazer para que o estudante se sinta motivado para desenvolver o


hábito de estudar fora do ambiente escolar?

Diante desta questão, surgem várias palavras em nossa mente: motivação, impulso,
despertar, início. Todas nos remetem a um começo de tarefas que precisam ser reali-
zadas para alcançarmos determinado objetivo.

Qual pode ser, então, o impulso para que o estudante desenvolva o hábito do
estudo?

Ele depende da sua vontade e de motivação para isso. Dessa forma, pode o Profes-
sor de Orientação de Estudos proporcionar atividades de reflexão, tendo como foco a
criação de um novo hábito que envolva as vontades e a motivação dos estudantes. Ao
falar das vontades dos estudantes, nos referimos a rotinas agradáveis que já realizam.

25
Sendo assim, o jovem pode ser orientado a criar o novo hábito sempre seguido de
outro que ele já está acostumado a realizar como um reforço positivo. Vamos ilustrar
com um exemplo:

Ao final do bimestre, o professor de OE solicitou que os estudantes realizassem


a “Atividade Reflexiva Pós-bimestre” (Anexo 3). Ao preencher os resultados, um
dos estudantes percebeu que suas notas em Língua Portuguesa não eram satis-
fatórias; então, definiu que criaria um hábito: estudaria duas horas por dia com
o intuito de melhorar seu rendimento.

Ao receber as atividades dos estudantes, o professor faz a análise e nota que


esse novo hábito é exagerado, pois o estudante poderá se sentir desmotivado
no meio do percurso; então, sugere a leitura de cinco páginas do conteúdo
diariamente.

E, para auxiliar o novo hábito, ele deverá criar a seguinte rotina:


• Escolher um hábito existente – jantar ou escovar os dentes, por exemplo;

• Praticar o novo hábito – ler as cinco páginas depois do hábito existente


escolhido;

• Escolher uma ação que lhe dê prazer – acessar uma rede social ou jogo de
sua preferência (para que seja um reforço positivo que incentive o novo hábito).

Atenção

Cursista, agora você será convidado a refletir sobre a criação de um novo hábito em sua
vida pessoal e, assim, poderá replicar essa reflexão em suas turmas. Veja a atividade no
Anexo 4, para realizá-la.

Essa atividade foi pensada para que você conheça as etapas que podem ser seguidas
para o desenvolvimento de um novo hábito, que, como já vimos, não é definido e sus-
tentado apenas pela motivação.
Que tal tentar replicar essa atividade com os estudantes? Não esqueça de anotar suas
impressões e resultados em seu Diário de bordo.

26
Unidade 1.5

Autoavaliação relacionada a atitudes e experiências

A autoavaliação é uma ferramenta que apoia o desenvolvimento da autoconsciência,


impulsiona o indivíduo a identificar suas potencialidades e fragilidades, possibilitando a
tomada de decisões na direção de melhorar suas práticas nas mais diferentes esferas da
vida. Por isso, essa prática poderia ser incluída na rotina das pessoas.

Incentivar o exercício da autoavaliação na escola é fundamental, pois nos espaços e


tempos escolares há múltiplas possibilidades de promover a reflexão sobre posturas,
práticas e ações assumidas pelos estudantes durante sua vida escolar e no processo
de construção de conhecimentos. Assim, a escola tem muito a contribuir para que a
autoavaliação se torne natural, como um hábito, por meio do qual o estudante faça
sua autorregulação e corrija rumos para ampliar sua performance, tanto em relação
ao ambiente escolar como em qualquer outra instância da vida.
Até aqui, você já recebeu muitas informações e sugestões de estratégias rumo à
realização de atividades de autoavaliação no componente Orientação de Estudos. A
construção de Planos de Estudo, Agendas, Mapas de Desempenho e as atividades
reflexivas, entre outras que professores e estudantes possam criar e realizar juntos,

27
são ferramentas que podem levar a posicionamentos críticos e conscientes e a ações
bem-sucedidas na vida dos estudantes.
No entanto, apesar dos esforços no sentido de promover uma autoavaliação que pos-
sibilite ao estudante exercer seu protagonismo em face do seu próprio aprendizado e
desempenho escolar, em alguns casos o efeito positivo pode não acontecer.

Então, o que se pode fazer para reverter essa situação?

Vamos entender as prováveis causas e, também, as possibilidades de atuação do pro-


fessor para o enfrentamento dessa situação.
Alguns aspectos pertinentes à finalidade da autoavaliação precisam ser enfatizados
para compreendermos onde os entraves podem surgir, sendo, então, possível apoiar
os estudantes na transposição de tais barreiras.

A autorregulação é uma potencialidade que leva a pessoa a controlar suas emoções


direcionando saberes e habilidades à conquista de objetivos e metas de maneira calcu-
lada e planejada, obtendo, assim, maiores chances de ser bem-sucedido em suas ações.

Cursista, apoiar o estudante a desenvolver o hábito de realizar autoavaliações pe-


riódicas favorece o desenvolvimento da autorregulação, mas é necessário encami-
nhar adequadamente a autoavaliação para que alguns equívocos não atrapalhem
essa prática.
Observe a seguir os equívocos mais comuns e as intervenções adequadas.

Feedback
Equívoco
• Demorar muito para dar feedback após uma atividade, em geral, faz com que o estudan-
te esqueça as dificuldades que enfrentou.

Intervenção
• Procure dar respostas sobre as atividades que os estudantes realizaram o mais breve pos-
sível, pois as reflexões serão mais oportunas e a autoavaliação, mais eficaz.
Questionamentos
Equívoco
• Fazer questionamentos abrangentes demais que não levam o estudante a identificar
suas fragilidades com clareza.

Intervenção
• Encaminhe perguntas objetivas que levem o estudante a identificar o que está dificultan-
do o progresso de uma ação.

28
Avaliação
Equívoco
• Valorizar apenas o resultado em detrimento do processo de construção de conhecimen-
tos pode trazer perdas de detalhes importantes para uma autoavaliação consistente.

Intervenção
• É importante realizar reflexões ao longo do processo, intercalando-as com as atividades
avaliativas propostas. A elaboração de Portfólios ou Webfólios também traz a possibilidade
de compreensão do processo porque deixa registros que podem ser revistos e avaliados de
maneira periódica e concreta.

Webfólios: Portfólios de registro on-line/digital.

Dica

Para a criação dos Webfólios, o professor poderá criar uma pasta em uma nuvem com-
partilhada com os estudantes para que eles possam alimentá-la com fotos e/ou ativida-
des que acharem mais pertinentes para registro do percurso e das atividades avaliativas.
Para isso, pode ser utilizado o e-mail institucional da Microsoft ou do Google. É importan-
te lembrar que todos conseguem o acesso ao entrar na Secretaria Escolar Digital (SED).

Vamos praticar

Agora que refletimos sobre a Autoavaliação, propomos uma atividade para consolidar-
mos nosso entendimento sobre esse tema. Vamos lá!

29
2. Associe os itens de forma a indicar a solução mais adequada a cada equívoco
apresentado.
Soluções

A – Propor reflexões intercaladas às etapas de aprendizagem, usando portfólios e


webfólios para visualizar todo o processo de construção de saberes.

B – Trazer retorno sobre as atividades o mais breve possível para que a autoavalia-
ção seja eficaz.

C – Fazer perguntas objetivas e específicas para cada situação e/ou proposta de


reflexão.

Equívocos

( ) Demorar para dar feedback às atividades propostas.

( ) Somente valorizar resultados finais desconsiderando os processos de construção


de conhecimentos.

( ) Uso de questões abrangentes para encaminhar a reflexão sobre potencialidades


e fragilidades.

30
Unidade   2

Autoavaliação significativa

Na perspectiva do Ensino Integral, a autoavaliação representa o desenvolvimento da


autonomia, da motivação e da responsabilidade, tanto dos estudantes quanto dos
professores, e constituem aspectos importantes para que esses atores possam exerci-
tar o olhar para si.
Para que possam dedicar-se a atender as expectativas de aprendizagem, é preciso
deixar os critérios de avaliação muito bem explicados, esclarecidos e definidos junto
aos estudantes. A participação deles na construção de critérios coerentes com as pro-
postas pode contribuir para que o estudante se comprometa com a avaliação, tornan-
do-o corresponsável pelos resultados.

31
Então, não se deve economizar tempo nem diálogo para estabelecer, com riqueza de
detalhes, os resultados esperados das atividades e ações propostas. É muito impor-
tante que o professor invista esforços para:

Levar o estudante a compreender que sua nota é resultado de critérios estabelecidos e não
apenas um número que expressa a quantidade de conhecimentos que ele mobilizou em
uma única forma de avaliação.

Esclarecer que o conhecimento dos conceitos é importante, porém não será o único critério
para a avaliação de suas potencialidades. Assim, é necessário que, além de definir os objetos
do conhecimento a serem compreendidos pelos estudantes, deve-se também definir os
procedimentos a serem seguidos e as atitudes desejadas.

Ao interpretar seu Mapa de Desempenho, o estudante deve concluir que os critérios estabe-
lecidos para serem seguidos em relação aos procedimentos indicados e atitudes adequadas
foram tão ou mais importantes para sua avaliação quanto o conhecimento dos conceitos.

Manter um diálogo constante, sempre pontuando, em momentos oportunos, os critérios


que deveriam ter sido atendidos. Isso ajuda os estudantes a não perderem o foco, a enten-
derem seus momentos de fragilidades e potencialidades a serem corrigidas ou reforçadas.

32
Unidade   2.1

Ações voltadas à melhoria do desempenho escolar

Guiados pelo entendimento de Perrenoud (2000), sabemos que os estudantes sem-


pre trazem consigo as bagagens de sua vida:
“A escola não constrói a partir do zero, nem o aprendiz é uma tábula rasa,
uma mente vazia, ele sabe muitas coisas, questionou-se e assimilou ou ela-
borou respostas que o satisfazem provisoriamente. Por causa disso, mui-
tas vezes, o ensino choca-se de frente com as concepções dos aprendizes.”
(PERRENOUD, 2000, p. 28)
Não se pode deixar que tantos conhecimentos, experiências e emoções sejam des-
considerados apenas por não estarem contidos no mundo acadêmico. Por esse mo-
tivo, todas as metas que a escola venha a estabelecer precisam estar alinhadas aos
sonhos e Projetos de Vida dos estudantes.

33
E como estabelecer uma sintonia entre conhecimentos prévios e escolares,
auxiliando os estudantes a desenharem seus Projetos de Vida?

Um dos papéis da escola é envolver o estudante na trama das ciências e despertar sua
curiosidade por temas que venham ao encontro de seus objetivos. Dessa forma, o pro-
fessor de Orientação de Estudos deve trabalhar também para promover o levantamen-
to e a revisão dos conhecimentos prévios dos estudantes, por meio das seguintes ações:

Incentivar o estudante a falar durante as aulas, dando depoimentos, participando de


debates e expondo ideias. Isto permitirá que seus conhecimentos prévios sejam alvo
de comparação com os conceitos acadêmicos desenvolvidos nos componentes curri-
culares. Conhecimentos prévios e acadêmicos precisam ser confrontados por diferen-
tes posicionamentos dos estudantes da turma, levando à formulação de conclusões e
levantamento de novas hipóteses. Nesse processo, é necessário ainda que o estudante
encontre um espaço para autoavaliar-se, comparando aquilo que sabia com o que
aprendeu durante as aulas.

Fazer do “erro” um ponto de partida para a construção dos saberes dos estudantes
para que identifiquem e reconheçam equívocos e/ou acertos em seus conhecimentos
prévios. Para tanto, é necessário aprender o conceito científico sobre os temas propos-
tos, a fim de reconstruir a linha de raciocínio que induzia a uma resposta prévia sobre
o tema abordado.

Propor situações-problema para que os estudantes tenham a oportunidade de con-


frontar conhecimentos prévios e acadêmicos, elaborar hipóteses, reestruturar formas
de observar e compreender fenômenos referentes aos temas propostos.

Atuar em parceria, pois todos os professores que ministram aulas, tanto dos compo-
nentes da Formação Geral Básica quanto da Parte Diversificada/Itinerário Formativo,
são corresponsáveis pela formação dos estudantes. Aliando a Orientação de Estudos à
Tutoria se estabelece uma rede de apoio aos demais professores, ampliando as possi-
bilidades de melhoria do desempenho dos estudantes.

34
Unidade  2.2

Como fazer uma autoavaliação usando rubricas

Vimos no Módulo 1 que um dos objetivos das aulas de Orientação de Estudos é “de-
senvolver e/ou aprimorar as habilidades de autoavaliação” e que uma das diretrizes
desse componente é “manter uma rotina de trocas que permitam avaliar o avanço ou
as dificuldades dos estudantes”.
Neste módulo, percebemos que um dos entraves que surgem no momento da ava-
liação é quando confrontamos os aspectos qualitativos com os quantitativos, ou seja,
muitas vezes o avaliador conhece o potencial do avaliado, mas o método que esco-
lheu para avaliar (quase sempre padronizado para um mesmo grupo de indivíduos)
pode não ter favorecido o avaliado.
Veja a imagem a seguir para compreendermos melhor esta situação.

35
Na educação, a rubrica é uma ferramenta de avaliação/autoavaliação personalizada e
utilizada para comunicar expectativas de qualidade baseadas em resultados, podendo
ou não ser utilizada para pontuação (aspecto quantitativo), o que facilita muito o traba-
lho do professor ou avaliador, proporcionando confiabilidade não apenas no resultado,
mas no processo como um todo.

Nas aulas de Orientação de Estudos, as rubricas podem ajudar os estudantes a assu-


mirem uma postura protagonista, tomando ciência da intencionalidade dos objetos
de conhecimento trabalhados nas aulas, permitindo assim a mensuração do desen-
volvimento das habilidades.

36
Por que usar rubricas?

De acordo com Heidi Goodrich Andrade (2005), especialista em rubricas da Universi-


dade de Ohio, a utilização de rubricas na educação proporciona:

Aos professores e estudantes


Definir o que significa “qualidade” da aprendizagem.

Aos estudantes que usam rubricas


Se autoavaliarem, adquirindo maior responsabilidade pelo seu desempenho.

Aos professores
Redução no tempo de correção de tarefas, facilidade para explicar aos estudantes seus re-
sultados e o que podem fazer para melhorar.

Aos pais ou responsáveis


Maior compreensão sobre o que seu/sua f ilho/f ilha precisa fazer para ter um melhor
desempenho.

37
As rubricas são compostas por linhas e colunas. As linhas são utilizadas para definir
os critérios para avaliar uma determinada tarefa; já as colunas definem os níveis de
desempenho para cada critério. Existem vários tipos de rubricas.
Para tornar nosso exemplo mais didático, vamos analisar uma rubrica analítica avalia-
tiva sobre trabalho de pesquisa escolar.

Descrição: Organização de rubrica analítica em linhas e colunas, constan-


do os níveis de desempenho (linhas) e os critérios avaliados (colunas).

Construindo rubricas avaliativas/autoavaliativas em quatro passos

1o Passo – Definir o objetivo

O primeiro passo é def inir qual é o objetivo da rubrica, ou seja, def inir o que se
quer avaliar. Em nosso exemplo de rubrica sobre trabalho de pesquisa escolar, o
objetivo é avaliar a qualidade do trabalho de pesquisa feito pelo estudante.

Note que incluímos no cabeçalho da rubrica o objetivo e também observações com


orientações e/ou direcionamentos.

38
2o Passo – Determinar os critérios

O segundo passo é determinar quais elementos ou critérios queremos avaliar, ou seja,


quais itens ou aspectos serão avaliados. Em nosso exemplo, escolhemos os seguintes
critérios: apresentação, organização, elementos gráficos e pontualidade. Veja:

Importante

Neste momento, você deve pensar quais conteúdos, habilidades ou atitudes você acre-
dita serem relevantes para o estudante desenvolver. São os elementos em que você
estará focado em avaliar.

Dica

Que tal envolver a turma em uma discussão sobre quais critérios consideram importan-
tes entre os objetos de conhecimento trabalhados nas aulas para o desenvolvimento da
habilidade ou competência pretendida? Essa é uma forma de fazê-los refletir sobre as
atividades trabalhadas.

39
3o Passo – Estabelecer os níveis de desempenho

Nesta etapa devemos escolher expressões (nomes) para cada um dos níveis de
desempenho. Vejamos nosso exemplo:

Atenção ao nomear os níveis!


Deve-se estar atento em como o estudante/avaliado receberá sua avaliação, ou seja, qual
efeito emocional o indivíduo terá após identificar/reconhecer seu desempenho.
• Evite expressões negativas, como ruim, fraco ou insuficiente, pois isso poderá deses-
timular o estudante, causando um impacto emocional negativo.

• Procure utilizar expressões incentivadoras, como quase lá, chegou lá, muito bom, su-
perou, pode melhorar.

• Dependendo do ano/série ou idade do estudante, pode-se atribuir figuras ou emojis.

Emoji: é uma palavra derivada da junção dos seguintes termos em japonês: e + moji.
Com origem no Japão, os emojis são ideogramas e smiles usados em mensagens eletrô-
nicas e páginas web, cujo uso está se popularizando para além do país.

40
Dica

Procure estabelecer de três a cinco níveis de desempenho, pois o uso de muitos níveis
pode trazer dificuldades à construção da rubrica.

Dependendo da intenção da avaliação, pode-se também associar essas expressões a


valores quantitativos (notas).

Atenção

Antes de associar notas ou classificação quantitativas aos níveis de desempenho, faça


um combinado prévio com os estudantes para que todos tomem ciência da importân-
cia da avaliação. Lembre que se deve evitar, sempre, a “nota zero”!

4o Passo – Descrever os resultados possíveis (níveis x critérios)

Esta é a etapa mais complexa da construção da rubrica. Busque descrever cada re-
sultado de forma clara e objetiva. Apesar de ser uma tarefa complexa, este trabalho
servirá tanto para a avaliação em si quanto também será a devolutiva (feedback) ao
estudante. Dessa forma, o estudante poderá refletir sobre seu desempenho e com-
preender o que se espera dele.

Dica

Opte por começar as descrições sempre pelo nível tido como o ideal, nunca pelo “exce-
lente”, e, a partir desse nível, definir os outros; isso facilitará seu trabalho.

41
Veja nosso exemplo:

Atenção

Procure manter uma distinção clara entre os níveis, de forma a evitar sobreposições;
caso contrário, poderá comprometer o resultado da avaliação.

42
3. Agora é com você, cursista! Leia a rubrica “Trabalho de pesquisa escolar”. Depois, as-
socie quais definições completariam corretamente os espaços de cada nível x critério.

Critérios avaliados

A – Apresentação

B – Organização

C – Elementos gráficos

D – Pontualidade

Níveis de desempenho

( ) Trabalho com desenhos ou ilustrações que remetem ao conteúdo, porém sem


complementar o que está escrito. Trabalho com textos multimodais (gráficos, foto-
grafias e emprego de links) permitindo o aprofundamento do conteúdo trabalhado.

( ) Trabalho apenas com desenvolvimento e resultados. Trabalho com páginas nu-


meradas, sumário, introdução, desenvolvimento, resultados, conclusão e referên-
cias bibliográficas.

( ) Entregue com atraso muito superior ao determinado pelo professor. Entregue


com um dia de atraso.

( ) Trabalho com capa, título da pesquisa, nome do(s) autor(es) e páginas unidas
com um clipe ou grampo. Trabalho com capa, identificação da escola, do(s) au-
tor(es), do local e ano, contracapa, páginas agrupadas e unidas com grampo, tri-
lho, colchetes ou similar de mesma função e sem amassados.

43
Cursista, vale lembrar que esse é um bom exercício para trabalhar com seus estudan-
tes para que possam compreender o significado e o objetivo da avaliação.

Importante

A criação ou o desenvolvimento de rubricas é um processo que leva tempo, atenção e


dedicação até se adquirir a prática, contudo, ele é fundamental na construção da cultura
de autoavaliação entre os estudantes.

44
Encerramento do módulo

Chegamos ao final do Módulo 2! Esperamos que você possa ter aprofundado seus
conhecimentos sobre avaliação e autoavaliação, entendendo que são ferramentas es-
senciais para:

a tomada de consciência de si mesmo;

que as aulas de OE se tornem um espaço de reflexão, autoconhecimento, desenvolvi-


mento da autonomia nos estudos e reconhecimento das potencialidades e fragilidades
dos estudantes.

As aulas de Orientação de Estudos oferecem apoio aos estudantes na busca pelo au-
toconhecimento, a fim de desenvolver as competências cognitivas e socioemocionais
e contribuir para a formação de jovens protagonistas.

45
Referências Bibliográficas

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47
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STAIB, Fred. Avaliando melhor e mais rápido: como criar rubricas. EduCanvas, 29 jul.
2020. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=BSTckqsaEFw. Acesso em:
20 jul. 2021.

48
Gabaritos

1. a) Macrocompetência da Autogestão: Indica a capacidade de ser organizado, esforçado,


ter objetivos claros e saber como alcançá-los de maneira ética. Relaciona-se à habilidade
de fazer escolhas na vida profissional, pessoal ou social, estimulando a liberdade e a au-
tonomia. Quem é capaz de exercer mais a autogestão apresenta-se como alguém mais
disciplinado, perseverante, eficiente e orientado para suas metas.

1. b) Macrocompetência Abertura ao Novo: É a tendência a ser aberto a novas experiên-


cias estéticas, culturais e intelectuais. O indivíduo aberto ao novo tem atitude investiga-
tiva, é curioso sobre o mundo, flexível e receptivo a novas ideias. Aprecia manifestações
artísticas e estéticas diversas, busca entender o funcionamento das coisas em profundi-
dade, pensa de formas diferentes e desenvolve ideias criativas e não convencionais. Pes-
soas com alta abertura ao novo são mais hábeis em inovar e ter novas percepções sobre
o mundo, aprender com erros e mostrar empolgação em criar.

1. c) Macrocompetência Amabilidade: Indica o grau com que uma pessoa é capaz de agir
baseada em princípios e sentimentos de compaixão, justiça, acolhimento; o quanto con-
segue conectar-se com os sentimentos das pessoas e se colocar no lugar do outro.

1. d) Macrocompetência Resiliência Emocional: Está relacionada à capacidade de alguém


lidar com as próprias emoções, demonstrando equilíbrio e controle sobre suas reações
emocionais, como, por exemplo, raiva, insegurança e ansiedade, sem apresentar mudan-
ças bruscas. Pessoas com maior nível dessa competência confiam mais em suas capaci-
dades para desenvolver tarefas e regular suas emoções.

1. e) Macrocompetência Engajamento com os Outros: Diz respeito à motivação e à abertu-


ra para interações sociais e ao direcionamento de interesse e energia ao mundo externo,
pessoas e coisas. Essa macrocompetência ajuda a nos mantermos abertos e estimulados
para conhecer e dialogar com as pessoas, a nos manifestarmos de maneira afirmativa e
assumirmos a liderança quando necessário.

2. A sequência correta é: B; A; C.

49
3. A sequência correta é: C; B; D; A.
Comentários:
A rubrica completa é:

Imagens sobre avaliação e autoavaliação (p. 4, 16) desenhadas para o curso com base
nas fontes indicadas. Imagem sobre macrocompetências e competências socioemo-
cionais (p. 17): Instituto Ayrton Senna. Tirinha (p. 36) e imagens sobre rubricas avaliati-
vas (p. 38-43; 50) elaboradas para o curso. Demais imagens: Getty Images.

50
Anexo 1

PLANO DE ESTUDO SEMANAL


ESTUDANTE:
PROJETO DE VIDA:
Por que desejo esse Projeto?
Grade Horária Escolar
Inserir horário de aulas da turma
O que preciso realizar?
Liste aqui todas as coisas que
não terminou de realizar.

Liste aqui coisas que não


compreende e precisa
estudar.

Liste aqui coisas que deseja


aprender.

Liste aqui todas as


solicitações dos professores,
como tarefas, trabalhos e
outras atividades.
Planejamento
Liste aqui todas as tarefas,
trabalhos e atividades em
ordem de prioridade, de
acordo com os prazos de
entrega.
Rotina de Estudo
OBS: Neste campo coloque um horário e o dia que irá realizar as tarefas. Lembre-
se de dividir os horários entre as atividades prioritárias e as que possuem um
prazo longo para entrega
Horário Seg Ter Qua Qui Sex Sáb Dom

Autoavaliação
Conseguiu cumprir tudo o que previu para a
Sim Não
semana?
Por qual motivo não cumpri
alguma tarefa?

O que preciso fazer para


cumprir tudo?

O que ficará para a próxima


semana?

51
Anexo 2

MAPA DE DESEMPENHO DO 1º BIMESTRE


ESTUDANTE:
PROJETO DE VIDA:

Notas Metas Para o 2º Bimestre

10 10
9 9
8 8
7 7
6 6
5 5
4 4
3 3
2 2
1 1
Língua Portuguesa

Língua Portuguesa
Educação Física

Educação Física
Língua Inglesa

Língua Inglesa
Matemática

Matemática
Geografia

Geografia
Ciências

Ciências
História

História
Arte

Arte

TOTAL DE FALTAS

O que percebi quanto às


minhas notas?

O que percebi quanto às


minhas faltas?

52
Anexo 3

ATIVIDADE REFLEXIVA PÓS-BIMESTRE


ESTUDANTE:
PROJETO DE
VIDA:
TUTOR:
QUESTIONAMENTOS
1. Participei ativamente de todas
as aulas?
2. Prestei atenção em todas as
aulas?

3. Faltei muito durante o


bimestre?
4. Realizei todas as atividades
propostas pelos professores?
5. Dediquei meu tempo fora da
escola para estudar?
6. Prestei atenção nos momentos
de revisão?
7. Passei mais tempo jogando,
brincando, conversando,
assistindo televisão do que
estudando?
8. Fiz leituras de livros e outros
materiais?
9. Estudei assuntos que não foram
tratados em sala de aula?
10. Minha agenda está organizada e
em dia?
11. Meu caderno está organizado e
em dia?

12. Estudei para as avaliações?

13. Me distraí muito durante meus


estudos?
14. Eu perguntei ao professor
quando fiquei com dúvidas?
15. Refleti sobre o meu Projeto de
Vida e fiz avanços?
AUTOAVALIAÇÃO FINAL
O que concluí ao terminar de
responder esse questionário?

53
Anexo 4

1. No campo abaixo, escreva o novo hábito que gostaria de


adquirir, por exemplo: praticar exercícios físicos ou começar a
estudar todos os dias.

2. A seguir, reflita e escreva quais comportamentos e ações que


você já possui ou executa e que podem auxiliá-lo na aquisição
desse novo hábito.

Esses comportamentos que você listou serão colocados em


quadrantes. Conforme a explicação abaixo:

v
PRIMEIRO QUADRANTE SEGUNDO QUADRANTE
Comportamentos que são DIFÍCEIS de Comportamentos que são DIFÍCEIS de
executar, mas possuem uma ALTA executar, mas possuem uma BAIXA
PROBABILIDADE DE EFEITO. PROBABILIDADE DE EFEITO.

 Ler um dicionário.  Montar um ambiente


Ler o dicionário, ao terminar de fazer equipado.
esta ação você sabe que terá um
Esta ação é difícil, demanda
grande efeito. É fácil ler um dicionário?
tempo e investimento e terá
baixa probabilidade de efeito.
Montar o ambiente vai fazer a
diferença nos estudos diários?
v
v

QUARTO QUADRANTE TERCEIRO QUADRANTE


Comportamentos que são FÁCEIS de Comportamentos que são FÁCEIS de
executar e possuem uma BAIXA executar e possuem uma ALTA
PROBABILIDADE DE EFEITO. PROBABILIDADE DE EFEITO.

 Comprar ou baixar pdf  Ler cinco páginas por dia.


(livres) de livros. Este comportamento será fácil de

Esta ação é fácil de realizar, terá seu realizar e terá um alto impacto no

livro, mas terá uma baixa seu novo hábito. Afinal, ler é uma

probabilidade de efeito, porque só forma de estudar?

comprou ou baixou e não o leu. Qual é objetivo de


comprar ou baixar um livro se não for ler?
v

54
3. Agora é com você, com base na sua lista de comportamentos,
analise em quais quadrantes poderia encaixá-los.

v
PRIMEIRO QUADRANTE SEGUNDO QUADRANTE

Comportamentos que são DIFÍCEIS de Comportamentos que são DIFÍCEIS de


executar, mas possuem uma ALTA executar, mas possuem uma BAIXA
PROBABILIDADE DE EFEITO. PROBABILIDADE DE EFEITO.
v

v
QUARTO QUADRANTE TERCEIRO QUADRANTE

Comportamentos que são FÁCEIS de Comportamentos que são FÁCEIS de


executar e possuem uma BAIXA executar e possuem uma ALTA
PROBABILIDADE DE EFEITO. PROBABILIDADE DE EFEITO.

Salve este exercício completo e comece a colocar o seu novo hábito


em prática!

Vale a pena observar alguns itens relacionados ao novo hábito:

 o novo comportamento será criado com sucesso quando o impulso correto, a


motivação e a capacidade se encontrarem;
 se a motivação for muito baixa, a prática do comportamento precisa ser
muito fácil, senão o hábito não se sustentará;
 caso a ação escolhida seja difícil, o comportamento criado pode estar acima
da capacidade. Isso, poderá desmotivá-lo e não será possível manter o novo
hábito.
 cada indivíduo é único, então um comportamento poderá divergir de
quadrante de acordo com cada especificações.

55
Orientação de Estudos

MÓDULO 3
AÇÕES NORTEADORAS PARA ORIENTAÇÃO DE ESTUDOS

Abertura do módulo

Caro cursista, seja bem-vindo ao Módulo 3 do curso Orientação de Estudos!


Neste módulo, vamos aprofundar nossos conhecimentos sobre as diretrizes da Orien-
tação de Estudos no âmbito do PEI: o planejamento, considerando a realidade da
escola, e os passos para a realização das aulas, tais como a elaboração de uma agenda
e a organização dos tempos, espaços e materiais de estudo, prevendo uma aborda-
gem adequada ao perfil de aprendizagem de cada estudante e tornando a orientação
personalizada, para que você possa aproveitar ao máximo o potencial de suas turmas.
Os objetivos específicos do módulo são:

Apresentar subsídios para o desenvolvimento do componente Orientação de Estudos.

Compreender o trabalho da Orientação de Estudos conforme as necessidades e reali-


dades de cada unidade escolar.

1
Diretrizes

Desenvolver e aplicar atividades planejadas e organizadas.

Possibilitar que o planejamento de trabalho seja cumprido com as turmas/estudantes.

Dialogar com os demais professores da unidade escolar para compreender as dificul-


dades e as potencialidades dos estudantes.

Conhecer as agendas de trabalho dos professores da escola (tarefas realizadas e


planejadas).

Conhecer a agenda de trabalho dos estudantes.

Atentar para as diversas possibilidades de trabalho nos grupos de estudantes.

Incentivar os estudos além do seu componente.

Orientar sobre as técnicas e estratégias de estudos que possam ser utilizadas nos com-
ponentes curriculares.

Manter uma rotina de trocas que permitam avaliar o avanço ou as dificuldades dos
estudantes.

Diário de bordo

Você já deve ter notado que o Diário de bordo é um instrumento importante para os
estudos, seja em um curso on-line, seja em uma aula presencial.
Reiteramos a importância do hábito de registrar os pontos relevantes das informações
recebidas, sejam elas textuais, imagéticas ou até mesmo sonoras, como os estímulos
que ativam nossa percepção e alimentam a criatividade. Pensamentos, reflexões e ideias
podem facilmente nos escapar da memória com a mesma velocidade que são conce-
bidos; por esse motivo, o registro ajuda a atribuirmos um valor às novas informações,
permitindo acessá-las sempre que precisarmos.
Neste módulo, reservamos uma seção para este assunto. Então, já sabe o que fazer, não
é? Separe seu Diário de bordo, faça suas anotações e não economize na criatividade.

Bons estudos!

2
Unidade  1

Planejamento da Orientação de Estudos

Para começar, assista à narrativa indicada a seguir. Nela, você vai conhecer a história
da professora Ângela, que recebeu aulas de OE na atribuição e foi convidada pela di-
retora Bel para conversar sobre a experiência. Assista: https://youtu.be/7xFURXDA0i8.
Cursista, você deve conhecer professores que vivenciam situações como a da profes-
sora Ângela. Por meio dessa história, vimos a importância de explorar os materiais
pedagógicos da Orientação de Estudos e participar das reuniões e alinhamentos.

Materiais pedagógicos da Orientação de Estudos: Conheça os cadernos e documentos


pedagógicos do PEI acessando o website do Ensino Integral: https://efape.educacao.sp.
gov.br/ensinointegral/ (acesso em: 10 ago. 2021).

Vamos assistir agora ao vídeo da Profa Benedita Neves, da E. E. Maria Trujido Torlone,
da DER de São Bernardo do Campo, e conhecer o que ela tem a nos dizer sobre as
aulas de Orientação de Estudos: https://youtu.be/gqfzPeaHICE.
Percebeu como as aulas de Orientação de Estudos são importantes? Então, agora,
fique atento aos itens a seguir, pois eles nortearão o percurso deste módulo e o plane-
jamento das aulas de Orientação de Estudos.

3
Compreender a realidade dos estudantes da sua turma/escola.

Reconhecer os perfis de aprendizagem.

Verificar modos de organização para apoiar os estudantes.

Planejar ações que integrem os componentes com a OE.

Selecionar metodologias e técnicas de estudo de acordo com o perfil da sua turma.

Agora, vamos conversar sobre a investigação da realidade da comunidade escolar.

4
Unidade  1.1

Investigação da realidade da comunidade escolar

Para que as aulas de OE possam apoiar o desenvolvimento de competências e levar


os estudantes a aprender a aprender é necessário que os professores desse compo-
nente tenham conhecimento da realidade da comunidade escolar, dos recursos e
dos espaços disponíveis na escola. Nessa perspectiva, é sempre oportuna uma ação
conjunta dos professores de OE com os tutores e com os professores dos demais
componentes curriculares.

E por que a interação docente é necessária?

Para que a organização de estudos orientada durante as aulas de OE se estenda a to-


dos os momentos de construção de conhecimentos e promova a melhoria dos resul-
tados escolares dos estudantes de forma abrangente.

Porque os estudantes precisam de uma base consistente que venha da postura coe-
rente e harmônica de todos os seus professores para que seus hábitos de estudo
possam se consolidar com a segurança e a certeza de que estão no caminho correto.

Pois é importante o diálogo entre todos os atores que estão em contato com os estudan-
tes para a troca de informações e impressões sobre as características e particularidades
de cada um.

É importante que o planejamento das ações escolares tenha como ponto de partida a
realidade da comunidade onde a escola está inserida. Por isso, o diálogo entre os pro-
fessores e gestores deve ser constante; no entanto, isto pode não ser suficiente para
trazer as informações necessárias, comprometendo os resultados da aprendizagem.

Então, o que fazer?

Você pode iniciar com uma sondagem informal com os estudantes: uma roda de con-
versa é uma excelente oportunidade para obter essas informações, além de gerar
empatia e aproximá-los.
Conte sobre você: sua formação, por que escolheu trabalhar nesta escola, onde mora,
como faz para chegar à escola e quais suas expectativas com as aulas de Orientação de

6
Estudos. Em seguida, peça para que os estudantes também falem sobre eles. Conside-
rando a faixa etária da turma e a etapa de ensino, faça perguntas para mediar a conversa.
Leia algumas sugestões de perguntas para este momento na imagem a seguir.

Importante

Faça a mediação da roda de conversa e dê oportunidade para que todos participem.


Escolha previamente questões que permitam traçar um retrato da sua turma, o que os
estudantes gostam, quem são e quais são seus costumes, de forma que essas informa-
ções possam apoiar o planejamento das ações para a OE.

7
Após a roda de conversa, procure combinar com o Professor Coordenador Geral (PCG)
um tour pelos espaços e ambientes da escola guiado por Jovens Acolhedores. Apro-
veite este momento para apresentar aos estudantes quais os recursos disponíveis na
escola e as possibilidades de utilização, tais como Sala de Vídeo, Sala de Leitura, Sala
de Informática, Laboratório, jogos de tabuleiro, datashow e demais espaços e mate-
riais pedagógicos. Essas informações contribuirão para o planejamento das aulas de
Orientação de Estudos.

Jovens Acolhedores: São estudantes voluntários que preparam e oferecem o acolhimen-


to aos novos professores e estudantes, bem como para os pais e responsáveis.

Saiba mais

Consulte no Anexo 1 o material Rodas de conversa – como usar essa prática na sala
de aula.

1. Leia atentamente as descrições dos retratos elaborados depois de uma investigação


da realidade de três escolas diferentes. Depois, veja as propostas de trabalho para as
aulas de OE e indique a escola à qual cada uma delas se adéqua.
Retratos das escolas

A – A escola atende estudantes do Ensino Fundamental – Anos Iniciais em turno


único de 8 horas e 40 minutos. A maioria dos estudantes reside perto da escola
e vai caminhando em grupos acompanhados pelos pais ou responsáveis até a
escola. Poucos estudantes têm acesso à internet. A escola conta com uma Sala
de Leitura bem organizada com acervo adequado e caixas com jogos pedagó-
gicos. Há uma Sala de Informática, porém pouco utilizada.

B – A escola atende estudantes do Ensino Fundamental – Anos Finais e do Ensino


Médio em dois turnos de sete horas. Os estudantes são de três bairros próximos
à escola; muitos chegam de ônibus, vans ou de carro com os pais. A maior parte
dos estudantes tem acesso à internet e se interessa por jogos digitais. A leitura
não é um costume entre eles. A escola conta com uma Sala de Leitura bem or-
ganizada, porém pequena, não sobrando muito espaço para mesas e cadeiras.
Na Sala de Informática não há um computador por estudante. A escola tem
dois datashows e dois laptops.

C – A escola atende apenas ao Ensino Médio em turno único de nove horas. Os


estudantes vêm de várias partes da cidade, alguns de bicicleta e a maioria de
ônibus. A maior parte dos estudantes tem acesso à internet e os interesses são

8
variados, porém esportes, video game, música e dança são referências frequen-
tes durante a sondagem. Nota-se que alguns estudantes têm o hábito de leitu-
ra e trazem de casa seus próprios livros para ler durante o almoço e os interva-
los. A escola conta com uma Sala de Leitura, porém pouco frequentada. A Sala
de Informática é limpa, bem organizada e conta com o apoio do Clube “Espaço
Digital”, que realiza manutenção dos equipamentos e desenvolve soluções di-
gitais de otimização. A escola conta também com dois laboratórios e uma sala
de preparo, utilizada com frequência para as aulas de práticas experimentais.

Propostas de trabalho da OE

( ) Após traçar o retrato da escola, o professor de OE planeja uma visita à Sala de


Leitura para que, em grupos, os estudantes selecionem livros para organizarem
uma semana de leituras e apresentações teatrais de pequenos trechos de livros.
Orienta os estudantes para gravarem podcasts dos trechos de livros escolhidos
por eles, para que outros estudantes se interessem pela leitura desses livros.

( ) Após traçar o retrato da escola e sabendo que é possível utilizar a Sala de Leitura
e a Sala de Informática durante as aulas, o professor de OE planeja uma semana
de leituras, contação de história e apresentações teatrais. Orienta os estudantes
na divisão da turma em grupos e informa que, antes de combinarem a apresen-
tação, farão leituras em rodas de conversa para que todos conheçam a história e
escolham que trecho do livro cada grupo vai representar.

( ) O professor de OE organiza um pequeno tour com os estudantes pela escola e,


depois, em uma roda de conversa, pede para que indiquem locais que possam
servir de ponto de leitura e estudo e discutam quais os elementos necessários
para transformar o espaço num local agradável e convidativo. Também propõe,
utilizando a Sala de Informática, a realização de pesquisas em grupo para a sele-
ção de leituras a serem realizadas.

Atenção

A pesquisa também pode ser realizada com todas as pessoas da comunidade escolar
incluindo professores e pais, além dos estudantes, com a intenção de que se tenha uma
visão geral dos costumes e da cultura da região.

É fundamental que o professor atue a partir de uma perspectiva democrática e inclu-


siva. Negociar e cumprir combinados, estar disponível e interessado nas particularida-
des que se apresentam, demonstrar que sabe se organizar e compor adequadamente
um grupo de trabalho são referências para os estudantes construírem competências
cognitivas e socioemocionais.

9
Tome Nota

O professor que põe em prática o que ensina demonstra a eficácia daquilo que é pro-
posto, tornando-se exemplo e referência para os estudantes. Essa é uma das chaves para
desenvolver ações pedagógicas exitosas.

10
Unidade  1.2

Reconhecendo o perfil de aprendizagem

Cursista, seguindo nosso percurso norteador para o planejamento das aulas de OE,
após fazer o reconhecimento da realidade escolar, é muito importante fazer o reco-
nhecimento do perfil de aprendizagem dos estudantes.
Sabemos que, para além das turmas, os indivíduos apresentam características parti-
culares, e isso pode ser identificado por meio da observação durante as aulas ou até
mesmo nas reuniões de alinhamento com os professores.
No Módulo 2, apresentamos os perfis de aprendizagem: o visual, o auditivo e o cinesté-
sico, sabendo que há situações em que um mesmo estudante apresenta característi-
cas diferentes em cada situação que vivencia, e isso ocorre por diversos fatores, que vão
desde a preferência por algumas tarefas até a empatia com os colegas e professores.
É também tarefa do professor de OE oportunizar o autoconhecimento e a autorrefle-
xão dos estudantes, para que estes possam perceber que certos estímulos favorecem
o aprendizado em determinadas situações. No que diz respeito às estratégias de estu-
do, o professor de OE é o elemento fundamental para apontar caminhos que facilitem
esse reconhecimento.

11
Vamos praticar

Agora, vamos entender, na prática, como apoiar os estudantes a partir da identificação


dos perfis de aprendizagem.

2. Leia os casos, confira como o professor de OE agiu em cada situação e indique qual
perfil de aprendizagem cada caso evidencia.
Perfil de aprendizagem

A – Auditivo

B – Cinestésico

C – Visual

( ) O estudante Alexandre, da 2a série do Ensino Médio, costuma fazer desenhos no


caderno sobre as explicações do professor e não consegue perceber como este
comportamento pode ser direcionado para auxiliá-lo nos estudos. Numa das au-
las de OE, o professor explicou que pessoas com esse perfil podem adotar téc-
nicas de estudo que incluam anotações chamativas, desenhos esquemáticos e
mapas conceituais; em seguida, apresentou uma sequência de imagens de ma-
pas mentais que encontrou na internet. Assim, recomendou ao estudante que
começasse a marcar com lápis ou canetas coloridas os conceitos importantes
que aprendesse nas aulas, para que ganhasse bastante destaque na hora de es-
tudar, fazendo disso um hábito de estudo.

( ) Mariana cursa o 8o ano do Ensino Fundamental e gosta de compor paródias


de repentes e cantá-las junto com os colegas, porém não percebe que esta
habilidade pode ajudá-la nos estudos. Nas aulas de OE, Mariana perguntou
ao professor como ele poderia ajudá-la com Matemática. O professor de OE
falou para a estudante que ela poderia fazer repetições em voz alta do passo
a passo para a resolução de uma atividade matemática, como os improvisos
de música que ele já a havia visto fazer. Após a aula, o professor também pro-
curou a professora de Matemática para contar sobre o caso da estudante e,
juntos, decidiram criar um projeto de “Matemática cantada”, com a criação de
músicas que explicassem as etapas de resoluções de operações matemáticas.

( ) Sandra é professora do 2o ano do Ensino Fundamental – Anos Iniciais e observou


que alguns estudantes apresentavam dificuldades em se concentrar durante
as aulas, levantando-se muitas vezes do lugar e andando pela sala. Na sala dos
professores, em conversa com o professor de OE, chegaram à conclusão de que
aqueles estudantes apresentavam um tipo de perfil e decidiram que, para as
aulas seguintes, explorariam atividades manuais, tais como recortar e colar, do-
braduras, encenações e brincadeiras.

12
Tome Nota

É importante salientar que o objetivo de conhecer e identificar os perfis de aprendiza-


gem não é rotular, classificar ou dividir os estudantes, mas sim ampliar suas possibilida-
des para que aprendam de forma significativa.

Você percebeu como o reconhecimento dos perfis dos estudantes pode subsidiar
a Orientação de Estudos? A seguir, confira infográficos que poderão auxiliá-lo a fa-
zer abordagens pontuais, segundo a lógica de perfis de aprendizagem observados
nos estudantes.

Lembre-se: existem várias maneiras de aprender, o professor de OE pode colaborar para


que o estudante identifique de que maneira ele assimila melhor uma informação. Uma
opção é pedir ao próprio estudante que observe as aulas mais atrativas, quais assuntos
chamam atenção, para que ele desenvolva uma estratégia pessoal ao longo do tempo.

13
14
Unidade  2

Organização na Orientação de Estudos

Cursista, nesse tópico vamos conversar sobre como podemos organizar agendas, tempos,
espaços e materiais de estudo. Para isso, vamos ver como podemos definir a organização?
A palavra “organização” tem inúmeros significados, mas, para direcionar nossa reflexão,
trouxemos o significado de organização de acordo com a Macrocompetência Autogestão:
“Organização: está relacionada a organizar o tempo e as atividades, bem
como planejar etapas necessárias para se atingir uma meta e gerenciar com-
promissos futuros.” (INSTITUTO AYRTON SENNA. Ideias para o desenvolvi-
mento de competências socioemocionais: autogestão. 2020. Disponível
em: https://institutoayrtonsenna.org.br/content/dam/institutoayrtonsenna/
documentos/instituto-ayrton-senna-macrocompet%C3%AAncia-autoges
tao.pdf. Acesso em: 10 ago. 2021.)
Dessa forma, refletir sobre aspectos da organização é uma das ações que têm po-
tencialidade para transformar as atitudes dos estudantes, ajudando-os na criação de
hábitos para estudar. Planejar uma roda de conversa é uma opção para colocar a ação
em prática, para que os estudantes percebam como a organização, de um modo ge-
ral, impacta o cotidiano e para que o professor de OE planeje como vai orientá-los.

15
Acompanhe, a seguir, a história do professor Fabrício, que tem aulas de OE atribuídas
nas turmas dos Anos Finais de uma escola que faz parte do Programa Ensino Integral.
Ele planejou uma roda de conversa para falar sobre organização.
Cursista, para uma leitura mais atenta você pode pausar essa animação quantas vezes
quiser ou achar necessário. Assista: https://youtu.be/b923bGLzRUA.
Ao final do debate, o professor Fabrício conversa com sua amiga, a professora Ângela.
Eles discutem de que forma vão auxiliar os estudantes para compreenderem como
podem melhorar seus resultados, com ações que otimizem suas tarefas.
Ele faz um esquema para planejar o que vai abordar.

Tornar a organização um hábito não é uma tarefa fácil, pois precisamos de motivação,
persistência, foco e, principalmente, fazer da organização um apoio para o cumprimen-
to das ações planejadas. O esquema do professor Fabrício é uma alternativa para cola-
borar com a organização do estudante pensando na OE. Vamos ver mais adiante cada
um desses itens, incluindo a Técnica Pomodoro, para organizar tempo de estudos.

Tome Nota

Registre, em seu Diário de bordo, outras questões que poderiam ser feitas para a roda
de conversa do professor Fabrício. Reflita sobre a animação e anote como você replicaria
com os estudantes, envolvendo-os de forma a descobrirem, por si sós, aspectos da pró-
pria organização.

16
Vamos praticar

Analise os cenários apresentados a seguir para responder às questões.

3. Durante uma ATPCG, os professores comentam que o estudante Júlio, do 6o ano dos
Anos Finais do Ensino Fundamental, costuma esquecer o caderno em sua casa, e
isso tem prejudicado seu aprendizado, pois não possui os registros dos conteúdos e
atividades trabalhados em sala de aula. O professor de OE afirma que tem tentado
ajudar Júlio a se organizar e que seus pais trabalham em turnos diferentes; por isso,
ele fica na casa da avó ou da tia três vezes por semana.
Qual é a decisão mais adequada para o professor de OE orientar o estudante?

a) O professor de OE propõe a construção de uma nova agenda para Júlio e pede


para que os professores o ajudem, solicitando que, um dia antes da aula, Júlio
consulte a agenda; além disso, o professor pede para Júlio elaborar um quadro
de horário para fixar na sala de aula.

b) O professor de OE prepara um bilhete para os pais, tia e avó, solicitando que


acompanhem o Júlio na organização de seu material e dos estudos. Junto com
o bilhete, o professor anexou três cópias de uma lista que preparou juntamente
com Júlio contendo uma rotina, que deveria ser verificada todos os dias antes do
estudante ir para a escola.

4. Stefane é estudante da 1a série do Ensino Médio e quase todos os dias apresenta


muito cansaço, até mesmo dormindo nas primeiras aulas. Ao ser questionada pelos
professores sobre o motivo de tanto cansaço e sono pela manhã, ela relata que cos-
tuma ficar até tarde mexendo no celular e assistindo a séries.
Qual é a decisão mais adequada para o professor de OE orientar a estudante?

a) O professor de OE pede para Stefane reelaborar sua rotina na agenda, tornan-


do-a mais detalhada, indicando horários de início e término das tarefas após a
escola. Nesta rotina, ela deverá incluir em qual horário vai assistir a séries, desco-
nectar de seu celular e descansar.

b) O professor de OE conversa com Stefane e pergunta como vai sua agenda e se


ela está conseguindo cumprir o planejamento de estudos que elaborou. E, em
seguida, já alerta que os professores andam comentando sobre seu cansaço e
suas cochiladas durante as aulas.

Cursista, até aqui você conheceu cenários e situações que descrevem a atuação do
professor de Orientação de Estudos.

17
Unidade  2.1

Organização de agenda

Uma agenda bem estruturada pode ser um recurso para organizar as ações de ma-
neira prática. Organizar as atividades diárias e semanais é um ótimo começo para
quem não tem o costume de utilizar agendas em sua rotina, pois favorece a criação do
hábito de registrar. Com o tempo, ampliar os itens da organização, inserindo o plane-
jamento mensal, semestral e anual pode acabar tornando-se uma necessidade.
Agora, acompanhe o passo a passo de como organizar uma agenda. Indicamos três
passos importantes.

1o passo: Registre tudo!

Escrever com detalhes tudo o que se tem para fazer.


Pode ser difícil, inicialmente, mas é importante para que não se esqueça de coisas
simples que demandam tempo. Também é importante levar em consideração o tem-
po que você precisa para rever suas anotações e se programar para o dia seguinte.

Lembre-se de que anotar suas tarefas em qualquer papel nem sempre ajuda, pois corre-se
o risco de não saber onde esse papel foi parar e esquecer-se de realizar a tarefa.

18
2o passo: Faça uma relação de atividades!

Fazer a relação de suas atividades, pensando em como serão realizadas, para poder
planejá-las.
Divida a relação em atividades principais e secundárias. Essa divisão ajuda a checar quais
atividades secundárias foram cumpridas, a fim de concluir as atividades principais.
Tome como exemplo um resumo de um texto da internet que você precisa fazer. Você
irá pesquisar, baixar o texto, salvar, copiar a fonte de referência, ler e, só então, iniciar o
resumo, que é a atividade principal.

Então, não adianta apenas pensar na atividade principal, é necessário planejar todas as
etapas da ação.

3o passo: Determine horários e defina prazos!

Estimar o tempo para realizar algumas atividades também será um desafio. Nem
sempre o tempo destinado à realização de uma atividade é suficiente, podem ocor-
rer imprevistos. No entanto, é preciso pensar em um horário para iniciar e terminar a
ação, deixando uma pequena folga para eventualidades.
Vejamos um exemplo: você reservou o final da noite para a leitura de dois artigos
científicos e a produção de tabelas, no entanto, você cochilou várias vezes e percebeu
que já ultrapassou uma hora do tempo reservado para as atividades. Além do mais, é
preciso ir dormir. Não terminou a leitura, tampouco iniciou a elaboração das tabelas,
deixando de realizar duas atividades.

Antes de dormir, reflita sobre o dia que passou, revise sua agenda do dia seguinte, repensan-
do os horários e prazos estabelecidos para as ações. Caso seja necessário, corrija os rumos.

Importante

Vale lembrar que preencher o dia com inúmeras atividades que provavelmente não serão
cumpridas só causará frustrações. Portanto, uma boa opção é refletir sobre a máxima:
“menos é mais”.

19
Professor, antes de orientar os estudantes, experimente fazer uma agenda, seguindo
esses passos.
Os passos para organizar a agenda são importantes, mas podemos potencializar essa
organização. A Orientação de Estudos requer que os estudantes sejam autônomos,
que saibam como estudar e o que estudar; por isso, a própria organização da agenda
já colabora para o desenvolvimento da autonomia.
O professor de OE precisa estar disposto a fazer adaptações, de acordo com as fragili-
dades que sua turma apresenta e com a faixa etária e a etapa de ensino dos estudantes.

5. Observe as afirmações abaixo e indique verdadeiro (V) ou falso (F) para as ações
que estão de acordo com a elaboração da agenda adaptada aos três segmentos
(Anos Iniciais, Anos Finais e Ensino Médio) e conforme o passo a passo apresenta-
do anteriormente.
( ) Ana é estudante do 5o ano. Fez uma lista de todas as tarefas da semana, regis-
trou-as no caderno e escolheu um dia para estudar, separando duas horas para
leituras. Também anotou os dias de entrega das atividades, lembrando-se do que
o professor de OE tinha apontado.

( ) Sílvia é estudante do 7o ano. Esqueceu de anotar as atividades da semana e pediu


para que sua mãe a ajudasse, colocando um horário para que ela estudasse.

( ) Maurício é estudante da 3a série do EM. Ele criou uma agenda no seu celular,
após o professor de OE explicar que isso o ajudaria nas atividades do seu dia a dia,
incluindo horários de descanso e lazer. Reservou também tempo para estudar e
revisitar sua agenda todos os dias.

Vamos ao exemplo?
Nessa narrativa, você vai conhecer a história das professoras Cida e Joana. Cida é pro-
fessora de OE na turma do 2o ano dos Anos Iniciais e Joana é a professora de referência
do 2o ano. Assista: https://youtu.be/LgGvus7RQ4A.

Diário de bordo

Cursista, você gostou da proposta da professora Cida para a turma do 2o ano? Reflita
sobre uma proposta que atenda os estudantes de sua turma e registre em seu Diário de
bordo para não deixar a ideia se perder.

20
Unidade  2.2

Organização do tempo

O tempo é uma forma racional de medida.

Mas seria apenas isso? Falar sobre essa unidade de medida é, além de interessante,
necessário para entender como podemos estudar.
Gerenciar o tempo é importante e, de certa forma, difícil. É a organização do tempo
cronológico que nos permite aproveitar melhor os momentos, reconhecer oportuni-
dades, viver experiências.
As aulas de OE são excelentes oportunidades para aprender a organizar as tarefas,
planejar o tempo e visualizar os resultados das mudanças de hábitos.

21
Curiosidade
A Técnica Pomodoro, criada por Francesco Cirillo, leva esse nome pois o italiano utilizava um
cronômetro de cozinha em forma de tomate para contabilizar seus intervalos de trabalho.

Trabalhe sem interrupções por 25 minutos.

Passados 25 minutos cronometrados, faça uma pausa de 5 minutos. Aproveite o tem-


po para relaxar!

Retomada: depois da pausa, retome sua atividade por 25 minutos repetindo mais um
“pomodoro”.

Após 4 “pomodoros”, faça uma pausa mais longa de 30 minutos, antes de recomeçar
o ciclo, caso não tenha finalizado sua atividade.

Atividade concluída: ao terminar não esqueça de riscar sua atividade da lista ou da


agenda.

22
23
Unidade  2.3

Organização dos espaços de estudo

Vimos até agora como organizar as agendas e os tempos de estudo para apoiar os
estudantes nas aulas de OE. Mas existem outros aspectos que requerem atenção. A
organização do espaço em que o estudante realizará seus estudos é essencial para
que se possa ter disciplina, concentração e, acima de tudo, evitar o adiamento ou
atraso de tarefas.

Importante

Muitas crianças e jovens ainda não possuem o hábito de estudar, considerando chato e
desnecessário e, por isso, é fundamental que o ambiente de estudo seja o mais agradá-
vel e acolhedor possível, para que o estudante sinta prazer em estar ali.

24
6. Para esta atividade, prepare um cronômetro. Encontre, na imagem abaixo, uma bola
de basquete e um despertador; cronometre o tempo gasto para localizar os objetos.

Quais são as reflexões sobre esta atividade? Qual a relação entre o tempo para encon-
trar um objeto e a organização do espaço? Quais são as vantagens em ser organizado?

Importante

Reflita sobre isso, anote em seu Diário de bordo, replique a atividade com seus estudan-
tes e leve suas considerações para a discussão em sala de aula.

Como o Professor de OE poderá auxiliar os estudantes a organizarem seus ambientes


de estudo?
Primeiramente, o professor deverá ter em mente que ele é um facilitador desse pro-
cesso e é importante propor atividades que façam os estudantes refletirem sobre a
relevância de um ambiente limpo e organizado.

1. O espaço

A escola é um lugar onde o estudante exercita sua organização, é nela onde a orienta-
ção de estudos começa e usá-la como exemplo pode ser uma boa alternativa. É claro
que o espaço da escola é diferente da casa de cada estudante, porém a manutenção
é fundamental em ambos os ambientes, conservar mesas, cadeiras e todo o mobiliá-
rio da escola é uma responsabilidade de todos.

25
Desta forma o professor de OE poderá propor aos estudantes ações colaborativas para
manter os espaços da escola limpos, organizados e agradáveis para que todos se sin-
tam acolhidos e à vontade.

2. Ressignificando espaços

Às vezes, na escola, encontramos espaços que são pouco utilizados ou sem uso. Va-
mos retomar a proposta pensada pelo professor Fabrício:
O professor de OE, Fabrício, organiza um pequeno tour com os estudantes pela esco-
la e depois, em uma roda de conversa, pede para que indiquem locais que possam
servir para leitura e estudo, discutam quais os elementos necessários para transfor-
mar o espaço num local agradável e convidativo. Também propõe, em seu plano,
uma ação sobre a importância da organização e manutenção dos espaços de estu-
do, sugerindo que façam uma pesquisa na internet, com sugestões de leitura sobre
o que disponibilizar nesses espaços.
Analisando a proposta do professor, compreendemos que a sua intencionalidade
principal era incentivar o hábito da leitura, no entanto, ao propor novos espaços para
além da sala de leitura, ele ressignifica outros locais da escola.

26
3. Conservação de materiais

É importante conscientizar os estudantes sobre a importância de organizar e manter


em condições de uso o material escolar. O professor de OE pode orientar como con-
servar esses materiais, como, por exemplo, indicar como guardar réguas e esquadros
para que não quebrem dentro da mochila, acomodando-os em uma pasta ou entre as
páginas de um livro ou caderno. Encapar livros e cadernos é uma prática que aumen-
ta a durabilidade desses objetos.

4. O principal de tudo

Por vezes, o estudante poderá se sentir desmotivado ou desanimado. Lembre-se de


que o estudo é algo para o futuro e as crianças/jovens são imediatistas. O professor de
OE pode solicitar que eles escrevam, na primeira folha dos cadernos ou da agenda,
com letras grandes, o seu projeto de vida, pois é ele que o estudante almeja, é dele
que está correndo atrás, é por ele que os esforços terão valido a pena, então ele tem que
ser o destaque de tudo.

27
Cursista, o estudante precisa estar motivado, engajado e comprometido para evitar
procrastinações. O professor de OE tem o papel fundamental de incentivar o estudan-
te, mostrando que a organização o ajudará a encarar os estudos de forma prazerosa.

Vamos praticar

Cursista, vimos até agora como organizar o ambiente para os estudos. Nesta atividade
você será convidado a identificar ações relacionadas a esse ambiente.

7. Leia as ações abaixo e, depois, indique qual delas corresponde a cada item mostrado
nas imagens. 
A – Dar preferência a ambientes iluminados, bem ventilados e silenciosos.

B – Manter a sala de aula e o local onde você estuda sempre organizados.

C – Colaborar com a limpeza, utilizando a lixeira para descartar o lixo.

D – Ficar atento ao seu material, encontrando formas para conservá-lo.

E – Conservar mesas e cadeiras em ordem em todos os ambientes que você fre-


quentar na escola.

F – Escolher um lugar de destaque para sua meta, poderá ser na escola e também
na sua casa.

G – Alguns combinados são importantes, como o uso consciente do celular.

28
Unidade  2.4

Organização dos materiais de estudo

Mesmo sendo algo pessoal, o Professor de OE poderá auxiliar o estudante na organi-


zação dos materiais de estudo (didáticos ou pessoais) ao perceber que a falta de orga-
nização está impedindo que ele alcance seus objetivos.
Para que o estudante encontre o melhor caminho para se organizar, podemos fazer
algumas sugestões. Separar os cadernos ou fichários por componente curricular é
muito importante e facilitará a localização dos conteúdos de forma organizada.
Oriente seus estudantes para que compreendam as vantagens dessa organização.
Veja exemplos a seguir.

29
Material
Anos Finais e EM:
• separar o caderno ou o fichário por componente.

Anos Iniciais:
• separar os cadernos com o apoio do professor de referência.
Vantagens
• Localização do que precisa de maneira muito mais rápida.

• Otimização do tempo na hora de estudar.

• Atualização (pegar emprestado ou emprestar) das tarefas em caso de ausência.

• Realização de atividades com consulta será facilitada.

• Aumento da atenção e foco durante as aulas.

Organização do Caderno

Ao escrever no caderno os conteúdos das aulas, os estudantes poderão utilizar estra-


tégias para a fácil localização do que desejam durante sua rotina de estudos.
A seguir, vamos conhecer três dicas para a organização desses materiais. Novamen-
te, reiteramos que existem inúmeras formas de organização e que o Professor de OE
pode apresentar essas e outras maneiras aos estudantes, de acordo com a faixa etária,
a etapa de ensino e as necessidades de aprendizagem, entre outros fatores.

Dica 1: Utilização de ícones para a organização do caderno

Os estudantes poderão criar ou utilizar ícones já existentes ou criados por eles a fim
de determinar uma mesma ação. Por exemplo: sempre que ele for registrar algum
material complementar, poderá desenhar um caderno antes da indicação.
Observe, a seguir, como poderia ser feito.

Assistir a uma aula na internet sobre o conteúdo de Língua Portuguesa (toda vez que apare-
cer o caderno nas anotações do estudante, ele saberá o que deve fazer).

30
Veja na imagem a seguir algumas sugestões de ícones.

Dica 2: Marcações com lápis de cor

O estudante poderá utilizar cores para identificar determinadas indicações; por exem-
plo, toda vez em que aparecer uma data importante, ou prazo de entrega, ele poderá
pintar com determinado lápis de cor ou caneta, colocando uma etiqueta que servirá
de legenda.

31
Dica 3: Pedaços de papel pintados e recortados

Usar uma cor para cada objetivo (revisão, lembrete, estudar mais) é uma ideia inte-
ressante. Você só tem que usar sempre as mesmas cores para os mesmos objetivos
e, quando você menos esperar, as cores vão ajudá-lo a memorizar o que você precisa.

Cursista, até aqui você conheceu as ações que norteiam o planejamento da Orienta-
ção de Estudos: o reconhecimento da realidade escolar, a identificação dos perfis de
aprendizagem dos estudantes, a organização da agenda individual e a personalização
dos tempos e dos espaços para promover o hábito do estudo.
Agora, vamos conhecer uma das estratégias que dão suporte à prática pedagógica
para a OE.

32
Unidade   3

Diário de bordo

Vamos falar sobre o Diário de bordo? Afinal, esta ferramenta tem nos acompanhado
desde o início do curso, dando suporte aos principais registros de estudo.

Vale lembrar que o Diário de bordo é uma ferramenta metodológica que serve de apoio
aos estudos e facilita o registro de informações que subsidiarão o reforço e o aprofunda-
mento dos conteúdos trabalhados nas aulas. Ressaltamos que a aplicação dessa meto-
dologia fica a critério de cada um, dependendo da realidade escolar.

Entendemos que o registro é uma parte importante da aprendizagem, afinal, nem


sempre conseguimos nos lembrar de uma informação completa com a riqueza de
detalhes como quando são anotadas em um caderno ou bloco de anotações.
O Diário de bordo é um instrumento que permite a retomada de informações e de
ideias construídas ao longo de uma aula ou estudo. É um relato pessoal do que você
aprendeu, permitindo a análise de elementos que julga difícil e a retomada da agen-
da sobre o que é necessário revisar.

33
Neste contexto, devemos considerar que o professor de OE deve guiar os estudantes
na construção do Diário de bordo, até que se tornem autônomos.
Esta prática pode ser abordada desde os Anos Iniciais do Ensino Fundamental e, aqui,
vamos trazer algumas ideias práticas para que você possa iniciar este novo hábito e
até mesmo replicá-lo com suas turmas.

Construindo um Diário de bordo

Trouxemos um passo a passo para aqueles que gostariam de replicar a prática do


Diário de bordo em sua escola. São quatro passos.

Primeiro passo: Escolha de mídia

De acordo com seu perfil, escolha a mídia que lhe seja mais adequada, pode ser um
caderno pautado, um caderno com folhas em branco, um bloco de notas (físico ou
digital), o gravador de voz do smartphone ou vídeos; neste último caso, recomenda-se
a gravação de vídeos curtos, pois facilitam o armazenamento e o compartilhamento.

Atenção

Caso deseje replicar a prática do Diário de bordo com suas turmas, procure estar atento
na hora de escolher a forma de registro. Gravações de áudio ou vídeo requerem a per-
missão prévia dos professores e demais colegas.

Segundo passo: Motivação

A motivação é um impulso ou estímulo que antecede a ação na busca de um objetivo,


sendo assim, vamos acompanhar esta etapa em três situações distintas de personali-
zação ou customização do seu Diário de bordo.

34
Ensino Fundamental – Anos Iniciais

Para os Anos Iniciais, o Diário de bordo pode ter uma abordagem de portfólio e um ca-
derno com folhas em branco pode ser mais adequado ou atender melhor o seu objetivo.
Apresente a proposta da criação de um diário de registro, esclareça aos estudantes
que a intencionalidade e objetivo dessa prática é registrar as aprendizagens da sema-
na, contribuindo para o estabelecimento de uma rotina.
Isso bem entendido, pode-se propor a decoração do caderno, ensinando a encapá-lo,
realizar colagens com recortes de desenhos e utilizar materiais que deixem o Diário
de bordo atrativo.

Importante

Procure incentivar os estudantes a trabalharem livremente suas criações na hora de


customizar, prestando auxílio apenas quando apresentarem dificuldades em manipular
algum instrumento ou material.

A vantagem aqui é permitir a troca de experiências e habilidades entre os cole-


gas, bem como o envolvimento e o acompanhamento do professor e dos familia-
res ou responsáveis.

35
Ensino Fundamental – Anos Finais

Nos Anos Finais, para a proposta de criação do Diário de bordo pode-se oferecer mais
autonomia aos estudantes, se comparado aos Anos Iniciais; isso não isenta o professor de
realizar uma orientação adequada sobre os objetivos e intencionalidade da metodologia.
Os estudantes poderão realizar os registros ao final do dia ou sempre que quiserem,
principalmente para tratarem de temas e conteúdos em que encontraram maiores
dificuldades de compreensão.

Tome Nota

Os professores devem desenvolver ou manter o hábito de registrar no quadro a ro-


tina da aula, data, conteúdo, habilidade e objetivo. Entende-se aqui como rotina da
aula uma breve descrição dos conteúdos, habilidades e objetivos da aula, em outras pa-
lavras, tudo que está planejado para a aula, suas intenções ou objetivos.
Peça ao estudante que escolha um caderno sem uso e em bom estado, em sua residên-
cia ou com pessoas próximas, e customize-o, com a escrita “Diário de bordo” e seu nome
na capa, para que apresente na próxima aula de OE. Afinal, um caderno personalizado
faz toda diferença na hora de iniciar um novo projeto.

36
Importante

Em caso de o estudante alegar não ter um caderno “sobrando”, procure incentivá-lo


a conseguir um caderno com pessoas próximas ou recorra à equipe gestora da escola
para lhe auxiliar com esta situação.

Ensino Médio

Para os estudantes do Ensino Médio, a proposta poderá ser mais aperfeiçoada e a


utilização de registro em mídia digital pode ser uma abordagem mais atraente para
aqueles que já possuem habilidades e familiarização com aplicativos de registro em
tablets e smartphones. Porém, nunca se deve descartar a possibilidade do registro
manuscrito em um caderno (pautado ou não).
A vantagem da utilização de recursos digitais é que eles permitem arquivos de diver-
sas extensões, tais como fotografias, vídeos e gravações em áudio.

Importante

Caso opte pelo registro digital, certifique-se de estar familiarizado com as ferramentas e
recursos disponíveis para os dispositivos, para que possa orientar e auxiliar os estudantes
sempre que tiverem dúvidas. Vale reforçar aqui a necessidade do professor de OE co-
municar à equipe gestora e aos demais professores que está trabalhando essa proposta
com sua turma. É indispensável a autorização do professor para que seja realizado qual-
quer registro de áudio ou vídeo de suas aulas, bem como seu compartilhamento.

37
Terceiro passo: Criação do registro
Não existe uma receita pronta para os registros, pois o Diário de bordo é livre e pessoal,
porém, o acompanhamento e algumas ações que vamos apresentar a seguir podem
contribuir para que essa prática se torne um hábito. Vejamos algumas delas.
Ensino Fundamental – Anos Iniciais
Nos Anos Iniciais, é importante estabelecer uma rotina para que esse registro seja
feito e incluído no semanário, escolhendo um determinado horário e o dia da semana
para que ele seja feito, por exemplo, nas aulas de OE. Assim, o professor pode escrever
no quadro a data e o seguinte enunciado “Nesta semana eu aprendi...” e pedir para
os estudantes completarem, de forma escrita ou com desenhos, recortes e colagens.

Atenção

O Diário de bordo pode ser mantido na escola e também encaminhado para casa, como
forma de incentivar o acompanhamento e a participação dos pais no processo de apren-
dizagem dos estudantes. Para aqueles que ainda não são alfabetizados, pode-se utilizar
desenhos, imagens e recortes como alternativa de registro.

Ensino Fundamental – Anos Finais


Com os estudantes dos Anos Finais do Ensino Fundamental, recomenda-se direcionar
para o registro de conteúdos em que o estudante considera ter maior dificuldade de
compreensão ou registrando as percepções e reflexões pessoais sobre os assuntos
estudados, textos lidos, análise de gráficos e infográficos.
Isso permitirá ao estudante perceber quais são os pontos de fragilidade em sua apren-
dizagem e propor estratégias para aperfeiçoar seus estudos e solicitar o auxílio ao pro-
fessor do componente sempre que achar necessário.

Importante

O professor de OE pode acompanhar e auxiliar os estudantes na organização dos regis-


tros, por exemplo, pode orientá-los a dividir o Diário por componente e propor técnicas,
como mapas conceituais e desenhos esquemáticos, que permitam um melhor enten-
dimento e inter-relação entre os temas estudados. No Caderno do Professor – Orien-
tação de Estudos (vol. 2, parte 1) temos a Situação de Aprendizagem 2, que aborda
registros esquemáticos: https://efape.educacao.sp.gov.br/curriculopaulista/wp-content/
uploads/2021/08/Orienta%C3%A7%C3%A3o-de-Estudos_Vol2.pdf.

38
Tome Nota

Nas aulas de OE, o professor pode organizar rodas de conversa e até mesmo troca de
experiências entre os estudantes, utilizando uma abordagem colaborativa.

Ensino Médio
Tendo em mente que o Diário de bordo serve como apoio para os estudantes re-
fletirem sobre suas práticas de estudo e também como instrumento de reforço da
aprendizagem, no Ensino Médio, o registro deve ser focado nos conteúdos em que os
estudantes consideram ter maior dificuldade e, para isso, o professor de Orientação
de Estudos pode orientá-los a manterem contato frequente com os professores dos
componentes, a fim de buscar subsídios para a composição do Diário de bordo, pro-
pondo o registro de mapas mentais e links de videoaulas e/ou registros digitais even-
tualmente realizados pelo estudante com a devida autorização do professor.

Importante

Vale aqui ressaltar a importância do(s) professor(es) manipular(em), exibir(em) e divul-


gar(em) com frequência os Guias de Aprendizagem. No início da aula, é recomendável
que o professor registre a rotina no quadro, apontando qual o conteúdo, habilidade e ob-
jetivo pretendidos para a aula ou sequência didática que será desenvolvida. Essa atitude
do professor colabora para que os estudantes também criem esse hábito de registrar e
compreendam a relação entre seus estudos, sua agenda e seu plano de estudo.
Guias de Aprendizagem: “Documento elaborado bimestralmente pelos professores e
que organiza os objetos de conhecimento, as competências, as habilidades e as ativi-
dades a serem desenvolvidas em cada um dos componentes curriculares” (Currículo
em Ação: Caderno do Gestor – Modelo Pedagógico e de Gestão, p. 34, https://efape.
educacao.sp.gov.br/ensinointegral/wp-content/uploads/2021/03/PEI_GE_MP_VOL-UN_
2021-Diagramado.pdf).

39
Quarto passo: Consulta e revisitação

Este último passo é de suma importância para consolidar o uso do Diário de bordo
como apoio aos estudos, pois consultar e revisitar os registros do Diário é um exercício
fundamental para o estudante reforçar sua aprendizagem.
O estudante deve reservar, em sua agenda, um momento para realizar a consulta ou
revisitação dos registros do Diário de bordo, a fim de retomar aqueles conteúdos que
ainda não foram totalmente compreendidos. Gravações em áudio ou vídeo seguem
a mesma lógica e devem ser ouvidos ou assistidos no momento previsto em agenda.

Dica

Sinalizações como pontos de interrogação, grifos, lacunas ou espaços a serem preenchi-


dos permitem um momento ativo na hora da consulta, assim como atividades incom-
pletas e “lições de casa” também servem como estímulo para a revisitação dos registros
no Diário de bordo, possibilitando a reflexão e a intervenção sobre o conteúdo registrado.

40
Unidade   4

Integração da Orientação de Estudos às áreas de conhecimento

Os conhecimentos produzidos pela Humanidade são organizados pelos sistemas de


ensino, tradicionalmente, de maneira disciplinar. Esse arranjo de saberes, por discipli-
nas, foi utilizado por muito tempo, sendo uma maneira prática de apresentar e multi-
plicar as especificidades próprias de cada componente curricular.
Na busca de encontrar maneiras mais significativas e eficientes para a apresentação
dos saberes, muitos estudiosos se dedicam a pesquisar novas metodologias para que
a fragmentação dos conteúdos dê lugar à integração entre os conhecimentos, com o
objetivo de ampliar o senso crítico dos estudantes, construir conhecimentos de forma
significativa e acompanhar os avanços da ciência e da tecnologia aplicados à educa-
ção e à comunicação.

41
Tome Nota

Anote em seu Diário de bordo o que dizem alguns dos mais importantes estudiosos so-
bre a Interdisciplinaridade para posteriores pesquisas e aprofundamento sobre o tema:
Ivani Catarina Arantes Fazenda
“[...] A interdisciplinaridade será possível pela participação progressiva
num trabalho de equipe que vivencie esses atributos e vá consolidando
essa atitude. É necessário, portanto, além de uma interação entre teoria
e prática, que se estabeleça um treino constante no trabalho interdisci-
plinar, pois interdisciplinaridade não se ensina, nem se aprende, apenas
vive-se, exerce-se. Interdisciplinaridade exige um engajamento pessoal
de cada um.” (FAZENDA, 2011)
Olga Pombo
“[...] convém não esquecer que, para que haja interdisciplinaridade, é
preciso que haja disciplinas.” (POMBO, 2003)
Jurjo Torres Santomé
“[...] estabelece uma interação entre duas ou mais disciplinas, o que resul-
tará em intercomunicação e enriquecimento recíproco.” (SANTOMÉ, 1998)

A Interdisciplinaridade é uma proposta metodológica que busca minimizar o impacto


da especialização dos componentes curriculares. Essa metodologia, quando desen-
volvida em parceria entre os professores de componentes e áreas de conhecimento
diversas, pode propiciar um maior engajamento das crianças e jovens em seus estu-
dos, contribuindo para a construção de conhecimentos significativos.

42
Observe o quadro a seguir para compreender melhor o conceito de Interdisciplinaridade.

Interdisciplinaridade
• Metodologia que promove a integração de conteúdos dos diferentes componentes
curriculares.

• Viabiliza o diálogo entre áreas do conhecimento sem desconsiderar suas especificidades.

• Incentiva a pesquisa, a curiosidade, a autonomia e o protagonismo do estudante.

A prática da interdisciplinaridade permite aos professores realizarem arranjos de con-


teúdos que se relacionam, embora não estejam inseridos num mesmo componente
ou numa mesma área do conhecimento. Isto é possível por meio de projetos, em que
um ou mais temas venham a ser pesquisados, individualmente ou por grupos de es-
tudantes, considerando seus vários prismas de observação. Por isso, essa metodologia
é capaz de oferecer muitos avanços às práticas pedagógicas desenvolvidas em sala de
aula. Alguns deles estão abaixo ilustrados.

43
Agora que você já sabe quais contribuições a interdisciplinaridade pode trazer para
suas aulas, propomos que conheça um pouco da Metodologia de projetos, pois
ambas são grandes aliadas da educação numa perspectiva globalizadora, proble-
matizadora e cooperativa.
Analise a imagem a seguir, que demonstra de forma esquemática as principais carac-
terísticas da Metodologia de projetos.

Uma aula estruturada na Metodologia de projetos pode ser desenvolvida por meio de
um tema que suscite a curiosidade dos estudantes. Esse tema deve surgir por propos-
ta de um ou de vários professores ou também dos próprios estudantes que, em suas
conversas, manifestem a intenção de desenvolver pesquisas e responder a questiona-
mentos que eles mesmos tenham elaborado ou solucionar problemas que tenham
identificado na escola ou na comunidade.
É importante ressaltar que a proposta de trabalho por projetos se configura como uma
estratégia interdisciplinar, uma vez que as pesquisas a serem desenvolvidas encami-
nharão o estudante por trilhas de múltiplas informações presentes nos componentes
e áreas de conhecimento. Assim, para responder aos questionamentos e solucionar
a problemática central do tema escolhido, necessariamente, o estudante mobilizará
informações e conhecimentos de grande amplitude, expandindo seus horizontes de
aprendizagem, protagonizando a construção de conhecimentos e atuando em prol
do planejamento de ações que demonstrem o entendimento consolidado de forma
significativa e contextualizada. Esse processo de construção de conhecimentos é ca-
paz de trazer ao estudante uma visão ampla e globalizada da realidade.

44
Tome Nota

Para desenvolver a Metodologia de projetos, o professor deve sempre considerar a fai-


xa etária dos estudantes e a etapa de ensino em que está atuando. Além disso, fazer
uso das TIC e TDIC (Tecnologia de Informação e Comunicação e Tecnologias Digitais de
Informação e Comunicação) pode proporcionar excelentes resultados, promovendo a
motivação e o engajamento dos estudantes.

Vamos praticar

Agora que você viu como é interessante articular a interdisciplinaridade e a Metodologia


de Projetos, faça a atividade a seguir.

8. Complete as afirmações utilizando os termos abaixo.


– corresponsabilidade

– globalizadora

– faixa etária

– criatividade

– fronteiras

– engajamento

– curiosidade

a) Os trabalhos escolares realizados por meio de projetos promovem uma constru-


ção de conhecimentos porque permitem olhar o mundo sem as
dos componentes curriculares.

b) É importante sempre levar em conta a dos estudantes ao propor


projetos de trabalho interdisciplinares favorecendo o de todos
em sua construção.

c) Propostas interdisciplinares construídas por meio de projetos de trabalho trazem


conquistas didáticas importantes pois despertam a ea
e desenvolvem o senso de .

45
Encerramento do módulo

Cursista, chegamos ao final do Módulo 3!


Neste módulo, você aprofundou seus conhecimentos sobre o planejamento do compo-
nente, por meio das Ações norteadoras para a Orientação de Estudos, apresentadas a par-
tir dos perfis de aprendizagem e da investigação da realidade escolar, passando pela orga-
nização de tempos e espaços e compreendendo a importância da interdisciplinaridade.

46
Referências Bibliográficas

FAZENDA, Ivani Catarina Arantes (org.). Práticas interdisciplinares na escola. São


Paulo: Cortez, 2011.
GAZOLA, A. A. Infográfico: qual seu estilo de aprendizagem? Lendo.org, [s.d.]. Disponí-
vel em: https://www.lendo.org/infografico-estilo-aprendizagem-visual-auditivo-cines
tesico/. Acesso em: 1o jul. 2021.
POMBO, Olga. Epistemologia da Interdisciplinaridade. In: SEMINÁRIO INTERNACIO-
NAL INTERDISCIPLINARIDADE, HUMANISMO. Universidade do Porto, 2003.
SALDANHA, C. C.; ZAMPRONI, E. C. B.; BATISTA, M. L. A. Semana Pedagógica – Esti-
los de aprendizagem. [s.l.]: Governo do Estado do Paraná, jul. 2016. Disponível em:
http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/sem_pedagogica/julho_2016/
dee_anexo1.pdf. Acesso em: 1o jul. 2021.
SANTOMÉ, Jurjo Torres. Globalização e interdisciplinaridade: o currículo integrado.
Tradução: Cláudia Schilling. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
SILVEIRA, Jorge. Dicas de estudo – estilos de aprendizagem. Faculdade de Barretos,
2015. Disponível em: https://faculdadebarretos.com.br/wp-content/uploads/2015/11/
ESTILOS-DE-APRENDIZAGEM-3.pdf. Acesso em: 1o jul. 2021.

47
Gabaritos

1. A sequência correta é: C; A; B.
Comentários:
Podemos notar que todas as propostas pretendem incentivar a leitura, buscando atender às
especificidades de cada retrato escolar apresentado, se adequando aos ambientes da escola
e à cultura dos estudantes.
A primeira proposta está mais adequada à Escola C, pois os estudantes já apresentam um há-
bito de leitura, mas não conhecem o acervo da Sala de Leitura da escola. A segunda proposta
alinha-se melhor com a Escola A, pois a prática de contação de histórias favorece o aprendiza-
do em turmas dos Anos Iniciais, assim como as práticas de representação teatral podem ser
reproduzidas pelos estudantes em fase de alfabetização. A terceira proposta está de acordo
com a Escola B, pois o professor propõe a ampliação do espaço de leitura para além da Sala
de Leitura, ocupando outros ambientes da escola, envolvendo os estudantes na ação e forta-
lecendo a corresponsabilidade para a criação do hábito da leitura e do estudo.

2. A sequência correta é: C; A; B.

3. Alternativa correta: b.
Comentários:
Fazer contato com os pais ou responsáveis pelo estudante, além de favorecer a organização
de uma rotina, fornece suporte e acompanhamento fora da escola, promovendo a correspon-
sabilidade no aprendizado do estudante. A alternativa a não é a mais adequada, pois o estu-
dante continuará sem o acompanhamento de um responsável que o oriente em sua rotina
fora da escola. Por ser do 6o ano, ele está se adaptando à quantidade de componentes curri-
culares e necessita de apoio para se organizar.

4. Alternativa correta: a.
Comentários:
Propor a reformulação da rotina para os estudos e também para as atividades de lazer é um
excelente método para modificar os hábitos da estudante. A alternativa b não é adequada,
porque informar à estudante que outras pessoas andam comentando sobre seu comporta-
mento e apenas perguntar sobre sua agenda e seu plano de estudos não vai ajudá-la a modi-
ficar suas atitudes.

5. A sequência correta é: V; F; V.
Comentários:
O primeiro item é verdadeiro, porque Ana seguiu corretamente o passo a passo sugerido. O
segundo item é falso, porque Sílvia precisa saber quais atividades deve realizar diariamente
para não se dedicar ao estudo aleatoriamente. Além disso, ela precisa ser responsável por suas
tarefas, pois o papel da mãe é apoiá-la. O terceiro item é verdadeiro, porque Maurício desen-
volveu sua autonomia e faz da agenda uma ferramenta para otimizar sua organização.

48
6. Localização da bola de basquete e do despertador:

7. A sequência correta é: B; E; G; C; D; F; A.

8. a) Os trabalhos escolares realizados por meio de projetos promovem uma construção


globalizadora de conhecimentos porque permitem olhar o mundo sem as fronteiras dos
componentes curriculares.

8. b) É importante sempre levar em conta a faixa etária dos estudantes ao propor projetos
de trabalho interdisciplinares favorecendo o engajamento de todos em sua construção.

8. c) Propostas interdisciplinares construídas por meio de projetos de trabalho trazem


conquistas didáticas importantes pois despertam a curiosidade e a criatividade e desen-
volvem o senso de corresponsabilidade.

Imagens sobre organização (p. 16), Técnica Pomodoro (p. 22), avanços nas práticas pe-
dagógicas (p. 43) e metodologia de projetos (p. 44) elaboradas para o curso. Imagens
fotográficas de espaços escolares (p. 26) e Projeto de Vida (p. 27): Governo do Estado de
São Paulo/Flickr EducaçãoSP. Imagem representativa de interdisciplinaridade (p. 42):
Shutterstock. Demais imagens: Getty Images.

49
Anexo 1

Rodas de conversa – como usar essa prática na sala de aula

Rodas de conversa são momentos reservados para o debate e a exposição de ideias em que
todos os participantes se reúnem numa disposição em círculo, assim todos ficam numa posição
de igualdade, e têm a oportunidade de se expressar, numa determinada ordem, previamente
informada pelo mediador da roda, que também é o responsável por organizar e conduzir a
conversa.
Antes de propor uma roda de conversa, vale apresentar a metodologia aos estudantes para que
todos tenham consciência de como a prática deve ocorrer. Então, esclareça os seguintes pontos:

É um momento de atenção e concentração; por isso, os celulares devem


permanecer desligados ou guardados em um caixa, disponibilizada pelo
organizador.

Evitar conversas paralelas e/ou outras distrações.

Manter o respeito entre os participantes, para que todos sintam-se


confortáveis e à vontade para se expressar.

Atenção! Rodas de conversa não são muito adequadas para grupos muito grandes. Nesses
casos, recomenda-se a formação de um segundo grupo e uma discussão em duas etapas.

Objeto-palavra: para organizar melhor o tempo de fala de cada participante, o mediador poderá
escolher um objeto que será passado de estudante para estudante, regulando o fluxo de
diálogo; dessa forma, cada participante só poderá falar quando estiver segurando o objeto.

Passo a passo

Preparação
Defina o tema que será debatido, a data, a hora e o local da roda de
conversa e elabore um convite, separe os materiais que serão utilizados
e prepare o local.

50
Roteiro
Prepare um roteiro que servirá como material de apoio para o mediador.
Este documento deve conter o planejamento das atividades e/ou as
perguntas que serão desenvolvidas sobre o tema.

Abertura
Prepare um momento de boas-vindas, que poderá ser a leitura de um
pequeno texto ou poema, uma imagem, um vídeo ou uma pergunta; por
fim, peça para os participantes se apresentarem e exponha o tema a ser
debatido.

Desenvolvimento
Nesta etapa, o mediador faz uma ou mais perguntas, segundo seu
roteiro, para alimentar o debate ou propõe uma atividade já planejada.

Fechamento Este é o momento em que os estudantes poderão refletir sobre o que foi
debatido, e o mediador poderá apresentar um resultado, uma conclusão
ou uma síntese do debate para todos.

51
Orientação de Estudos

MÓDULO 4
EXPLORANDO AS ABORDAGENS METODOLÓGICAS

Apresentação do módulo

Olá, cursista! Chegamos ao Módulo 4 do curso Orientação de Estudos. Até aqui:

Conhecemos a estrutura e a operacionalização do componente Orientação de Estu-


dos (OE), fornecendo uma fundamentação teórica sobre os objetivos e as diretrizes da
OE no Programa Ensino Integral (PEI) e demonstrando como esse componente apoia
o desenvolvimento dos Eixos Formativos, no cumprimento do Ideal Formativo do pro-
grama (formar cidadãos autônomos, solidários e competentes).

Vimos também os aspectos e a importância do autoconhecimento e do reconheci-


mento da realidade escolar.

E notamos que a avaliação e a autoavaliação permitem diagnosticar os aspectos


qualitativos da aprendizagem e do ensino e que seus resultados podem auxiliar no
planejamento de ações direcionadas à melhoria da aprendizagem dos estudantes da
unidade escolar.

Neste módulo, vamos conhecer algumas metodologias e técnicas que poderão sub-
sidiar as ações em sala de aula e também na escola como um todo, abordando todos
os segmentos da Educação Básica (Ensino Fundamental – Anos Iniciais e Anos Finais
e Ensino Médio).
Vamos lá?

1
Os objetivos específicos deste módulo são:

conhecer e compreender algumas metodologias ativas;

conhecer e compreender os materiais orientadores;

explorar abordagens e Metodologias ativas que podem ser utilizadas nas aulas de
Orientação de Estudos.

Para começar, assista ao vídeo e entenda como os Cadernos de Orientação de Estu-


dos estão organizados: https://youtu.be/dZKKcYWbfRw.

Diário de bordo

No módulo anterior, aprofundamos os conhecimentos a respeito do Diário de bordo e


pudemos perceber como o uso dessa ferramenta apoia a aprendizagem. E o seu Diário
de bordo? Como está ficando? Fique atento, continue tomando nota das informações
que considerar importantes, não se esqueça de fazer anotações complementares e revi-
sitá-las sempre que considerar necessário.
Bons estudos!

2
Unidade  1

Abordagens metodológicas

O século XXI, com seus avanços, invenções e tecnologias, nos traz novos desafios. Tam-
bém na educação enfrentamos desafios diários, e a necessidade de reinvenção é cada
vez mais evidente. Nesse contexto, as metodologias ativas emergem como estraté-
gias pedagógicas que propiciam uma aprendizagem significativa para os estudantes.
Vamos conhecer algumas Metodologias ativas: https://youtu.be/tONgRLS3e8g.
Além disso, neste módulo, vamos saber como algumas metodologias ativas funcio-
nam na prática.

Vamos falar, agora, sobre os tipos de Metodologias ativas. Fique atento!


Anote o que considerar mais interessante e revisite a animação quantas vezes achar ne-
cessário. Assista: https://youtu.be/6K6xRvmNfzU.

3
Sala de aula invertida
Em vez de o professor começar a trabalhar uma temática expondo o conteúdo, a proposta é
que os estudantes cheguem à sala de aula já com os conteúdos pesquisados previamente.
Cultura maker
O movimento da cultura maker apresenta a ideia de que qualquer pessoa consegue cons-
truir, consertar ou criar objetos, desenvolvendo as próprias tecnologias, dispositivos e ferra-
mentas, em projetos que permitam criar soluções para problemas do cotidiano.

Aprendizagem criativa

É uma estratégia pedagógica em que se busca criar um ambiente favorável para o desen-
volvimento da criatividade, da imaginação e da colaboração, despertando assim os interes-
ses dos estudantes e promovendo também uma aprendizagem significativa.

Aprendizagem colaborativa

É um método de aprendizagem no qual os estudantes trabalham juntos, em pequenos


grupos, em torno de um objetivo comum. Os estudantes são responsáveis pelo aprendiza-
do uns dos outros, de modo que o sucesso seja mútuo.

Gamificação

Gera maior engajamento, motiva a ação, promove a aprendizagem e a resolução de proble-


mas de modo criativo, utilizando elementos de jogos e desafios em situações de sala de aula.

4
Dica

Ficou interessado? Acesse os links abaixo para saber mais.


• Conheça um exemplo de como aplicar esta metodologia em sala de aula: SOARES,
Wellington. Um exemplo de aula invertida. Nova Escola, 3 abr. 2020. Disponível em:
https://box.novaescola.org.br/etapa/3/educacao-fundamental-2/caixa/96/inverta-a-
sala-de-aula-durante-a-quarentena/conteudo/19024. Acesso em: 17 ago. 2021.

• Se quiser se aprofundar a respeito da Cultura Maker, acesse o artigo: GAROFALO, Débora.


Como a educação mão na massa favorece o aprendizado na escola. Nova Escola, 22 maio
2018. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/11768/como-favorecer-o-apren
dizado-mao-na-massa. Acesso em: 17 ago. 2021.

• Saiba como aplicar a aprendizagem criativa em suas aulas acessando a matéria:


GAROFALO, Débora. Como a aprendizagem criativa pode alavancar o processo de
ensino e aprendizagem. Nova Escola, 11 jun. 2019. Disponível em: https://novaescola.
org.br/conteudo/17761/como-a-aprendizagem-criativa-pode-alavancar-o-processo-
de-ensino-e-aprendizagem. Acesso em: 17 ago. 2021.

• Saiba mais sobre aprendizagem colaborativa no artigo: GAROFALO, Débora. Como en-
volver os alunos na aprendizagem colaborativa. Nova Escola, 19 mar. 2019. Disponível
em: https://novaescola.org.br/conteudo/16167/como-envolver-os-alunos-na-aprendiza
gem-colaborativa. Acesso em: 17 ago. 2021.

• Veja dicas sobre gamificação no artigo: GAROFALO, Débora. Dicas e exemplos para
levar a gamificação para a sala de aula. Nova Escola, 29 jan. 2019. Disponível em: https://
novaescola.org.br/conteudo/15426/dicas-e-exemplos-para-levar-a-gamificacao-para-
a-sala-de-aula. Acesso em: 17 ago. 2021.

• Conheça como gamificar aulas utilizando a plataforma on-line WordWall no vídeo: STAIB,
Fred. Como gameficar suas aulas em 1 minuto – gameficação – tutorial do WordWall.
EduCanvas, 12 ago. 2020. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=NpP1U
Phuwzw. Acesso em: 17 ago. 2021.

5
Além das metodologias, existem também algumas técnicas de estudo que podem
enriquecer o desenvolvimento da metodologia ativa e potencializar as aulas.
Vamos ver?

Saiba mais

• Conheça três técnicas de brainstorming que podem ser usadas em sala de aula no
artigo: LOUREIRO, Margaret. Brainstorming na educação. Transformação Educacio-
nal Criativa, [s.d.]. Disponível em: https://ensinotec.com/brainstorming-na-educacao/.
Acesso em: 17 ago. 2021.

• Acesse a matéria: CALÇADE, Paula. Como usar mapas mentais para melhorar apren-
dizagem na escola. Nova Escola, 17 jun. 2019. Disponível em: https://novaescola.org.br/
conteudo/17882/como-usar-mapas-mentais-para-melhorar-aprendizagem-na-escola.
Acesso em: 17 ago. 2021.

Dica

Utilize a ferramenta GoConqr e crie mapas mentais interativos com seus estudantes:
https://www.goconqr.com/pt-BR/.

6
1. Escolha a metodologia ativa ou a técnica de estudo descrita em cada um dos cenários.

Cenário 1: A professora Sara levou um material diferente para a aula de OE do 9o ano.


Ela preparou alguns jogos de tabuleiro e reservou a sala de leitura para levar sua tur-
ma. A proposta era que cada grupo criasse um jogo a partir de um tema escolhido
pelos estudantes. O objetivo era desenvolver uma história e adaptá-la ao jogo que
haviam recebido. Sara ficou muito empolgada com a aula, pois seus estudantes fo-
ram muito participativos.
a) Mapa mental.

b) Gamificação.

c) Sala de aula invertida.

Cenário 2: O professor Ricardo, de OE, levou sua turma do 7o ano para a sala de infor-
mática para trabalhar um texto sobre os problemas de alimentação no Brasil. Antes
da leitura, pediu aos estudantes que falassem tudo o que sabiam e o que vinha à
mente ao pensarem sobre os problemas de alimentação. Todas as ideias foram re-
gistradas. O professor propôs, então, a leitura do texto, e os estudantes discutiram
sobre o tema, considerando as ideias registradas antes da leitura. Para enriquecer
a discussão, o professor usou, como recurso, um aplicativo e pediu aos estudantes
que dissessem palavras que lembrassem o que foi discutido a respeito do tema, para
utilizarem na produção de um novo texto. Os estudantes ficaram bastante animados
em unir conhecimentos prévios e provenientes da leitura, usando as palavras-chave
do tema registradas no aplicativo.
a) Rotação por estações.

b) Cultura maker.

c) Brainstorming.

7
Unidade  1.1

Os grupos produtivos e o trabalho com as metodologias ativas

Os estudantes do 6o ano do Ensino Fundamental conversaram com a professora Janaína,


de Orientação de Estudos, e pediram a ela para que trabalhassem em grupos nas aulas,
pois se sentiam mais animados em realizar as atividades propostas, trocando seus co-
nhecimentos com os colegas.

8
Janaína ficou um pouco receosa, pois não costumava utilizar essa estratégia em suas au-
las. Considerando o pedido dos estudantes, resolveu buscar auxílio com o PCG Geraldo.

Ao chegar na sala da coordenação, explicou o ocorrido ao PCG e o questionou sobre


como trabalhar com agrupamentos produtivos: Qual critério utilizar para agrupar os
estudantes? Qual é o número ideal de estudantes por grupo? Quais são os benefícios
que essa organização pode trazer para a aprendizagem? E pediu também uma su-
gestão de metodologia ativa para trabalhar com os grupos de estudantes.

Esse contexto em que os estudantes realizam a maioria das atividades em grupos


pode favorecer o desenvolvimento das competências socioemocionais.
Nós, educadores, temos que estar cientes de que apenas colocar os estudantes para
trabalharem em grupos não significa que eles vão trabalhar cooperativamente.

9
E daí nos questionamos: o que devemos considerar na hora de montar um grupo?
Grupos muito numerosos, com mais de cinco integrantes, podem dificultar a comu-
nicação e impedir que todos participem ativamente da atividade proposta. Já grupos
menores, como os quartetos, por exemplo, permitem uma melhor comunicação en-
tre os pares e evitam a exclusão.

O trabalho com os grupos produtivos pode trazer muitos benefícios para o desenvol-
vimento das aulas. No infográfico a seguir você pode conferir alguns deles.

10
Atenção

Pontos de atenção para organizar os grupos


Defina um papel ou uma tarefa para cada integrante do grupo, a fim de criar senso de
responsabilidade e pertencimento, possibilitando a participação de todos e o desenvol-
vimento da cooperação entre os estudantes.
Na definição dos papéis e responsabilidades, considerar que todo grupo deve ter al-
guém para:
• cuidar dos materiais que estão sendo utilizados, mantendo-os organizados;

• anotar as dúvidas que surjam durante o processo;

• solicitar o apoio do professor nas dúvidas que persistam ou nas dificuldades que en-
contrem no desenvolvimento da atividade.

Sabemos que o trabalho em grupo pode ser bastante produtivo. Por isso, é importan-
te que o professor faça o acompanhamento dos estudantes durante a realização das
tarefas, pois é uma oportunidade para ele verificar as dificuldades e fazer a mediação
da aprendizagem. Nesse processo, os erros podem ser usados como grandes aliados.

Diário de bordo

Assista à animação “Apagassim e o Erro”: https://youtu.be/8wWeaWDzstM.


Em seguida, reflita sobre como os estudantes podem lidar com seus erros e anote suas
reflexões em seu Diário de bordo.

Dica

Sugerimos replicar a animação em aulas de OE para discutir com os estudantes sobre a


quebra de paradigmas acerca do erro.

11
Algumas questões norteadoras para uma Roda de Conversa com os estudantes:

O que vocês sentem quando erram?

Vocês conseguem identificar quais são as causas dos erros que mais cometem
quando estão estudando?

Vocês pedem ajuda? Tentam compreender como refazer uma atividade errada?

Cursista, acabamos de ver como é importante o trabalho com os estudantes em gru-


pos produtivos e como o erro faz parte do processo de aprendizagem, possibilitando a
correção de rumos e o planejamento de ações assertivas. Agora, vamos ver propostas
de como aplicar algumas metodologias ativas e técnicas de estudo, de acordo com
as etapas de ensino: Anos Iniciais (Ensino Fundamental), Anos Finais (Ensino Funda-
mental) e Ensino Médio.

12
Unidade  1.2

Nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental

Cenário geral

Assista ao vídeo sobre o trabalho com metodologias ativas: https://youtu.be/bS_LZljZ-ls.


Após a aprovação das propostas pela equipe gestora, mão na massa!
Vamos conferir quais foram as práticas das duas professoras?

Prática 1 – Aprendizagem entre pares com o recurso de nuvem de palavras

Ano
4o ano, Profa Cida.
Metodologia e recurso
Aprendizagem entre pares.
Nuvem de palavras.

Língua Portuguesa

EF04LP08B: Grafar, corretamente, palavras de uso frequente com J/G, C, Ç, SS, SC, CH, X.
(SÃO PAULO, 2019, p. 156)

13
A Professora Cida, de Orientação de Estudos, usou cinco passos para a aplicação da
metodologia de aprendizagem entre pares.

Veja, a seguir, como a Professora Cida desenvolveu cada passo.

1. Definiu o objetivo da atividade

Desenvolver a habilidade em defasagem usando como estratégia pedagógica a


Aprendizagem entre pares, estimulando a troca de informações entre os estudantes
e contribuindo para o desenvolvimento da autonomia no processo de aprendizagem.

2. Apresentou a proposta para os grupos

A professora Cida, na sala de leitura, dividiu os estudantes em quartetos e, em segui-


da, em duplas, e os organizou nas mesas que já continham os materiais de pesquisa.
Essa divisão não foi de forma aleatória, a professora considerou as características de
cada estudante e os agrupou de modo a favorecer a comunicação e a troca de infor-
mações e conhecimentos entre eles. Em seguida, informou que fariam a pesquisa de
palavras escritas com determinadas letras, que trabalhariam dessa forma por quatro
aulas e que, a cada aula, receberiam letras para orientar a pesquisa: Aula 1 – J/G; Aula
2 – C/Ç; Aula 3 – SS/SC; Aula 4 – CH/X.
Os estudantes deveriam pesquisar, registrar e apresentar as palavras encontradas.
A professora Cida avisou que usaria a plataforma Wooclap (www.wooclap.com) para
formar uma “nuvem de palavras” e descobrirem juntos aquela mais encontrada. Por
último, fariam uma brincadeira com o aplicativo Kahoot! (https://kahoot.com), com a
intenção de verificar se todos tinham se apropriado das grafias corretas.

14
3. Permitiu a troca de conhecimentos

Esse é o momento em que os estudantes apoiam uns aos outros durante as pesquisas
e o registro das palavras, fortalecendo a aprendizagem entre os pares. A professora
Cida provoca discussões e permite a troca de materiais entre os estudantes.

4. Fez o acompanhamento/monitoramento

A professora Cida deu autonomia aos estudantes durante a atividade. Porém, mesmo
notando que eles eram proativos, ela circulou entre as mesas para observar a execu-
ção da proposta, responder eventuais dúvidas e acompanhar o comportamento de
cada estudante durante a pesquisa das palavras.
A professora Cida lembrou os pontos de atenção da Aprendizagem entre pares:

15
Ao refletir sobre os pontos de atenção durante o acompanhamento da atividade, a
professora Cida ficou atenta ao comportamento dos estudantes e viu a necessidade
de trocar alguns pares e realizar intervenções em casos de conflito.

5. Apresentou as atividades realizadas

A professora Cida organizou a exposição das pesquisas realizadas pelos estudantes, de


modo que cada par lesse em voz alta para a turma as palavras que pesquisaram. Du-
rante a exposição, a professora foi criando a nuvem de palavras por meio do Wooclap
e projetando o resultado no telão da sala de leitura. (A “nuvem de palavras” também
pode ser feita na lousa ou no flip-chart, caso não seja possível a utilização de recurso
digital.) Em seguida, discutiu sobre as semelhanças da sonoridade e da grafia das pa-
lavras com os estudantes e perguntou-lhes quais dificuldades encontraram durante a
realização da pesquisa e do registro.
Por último, a professora Cida levou os estudantes para a sala de informática e propôs o
uso do Kahoot! (https://kahoot.com/). Esse aplicativo permite nomear os participantes
e verificar quem tem melhor desempenho na atividade proposta. Por isso, a professo-
ra pediu que escolhessem um nome para cada grupo e, com a projeção do aplicativo
no telão, iniciou o jogo, lançando uma palavra com opções de grafia diferentes para
que cada grupo escolhesse uma alternativa como correta. (O próprio aplicativo indica
qual grupo teve melhor desempenho.) O uso desse recurso desencadeou nos estu-
dantes maior engajamento e motivação para as aulas seguintes, além de servir para a
professora como um instrumento de avaliação processual.

Prática 2 – Aprendizagem baseada em problemas e abordagem com Rotação


por Estação de Aprendizagem

Ano
5o ano, Profa Clara.
Metodologia
Aprendizagem baseada em problemas.
Rotação por estações de aprendizagem.

Matemática

EF05MA07: Resolver e elaborar situações-problema de adição e subtração com números na-


turais e com números racionais, cuja representação decimal seja finita, utilizando estratégias
diversas, como cálculo por estimativa, cálculo mental e algoritmos. (SÃO PAULO, 2019, p. 343)

16
Para aplicar a metodologia de Aprendizagem Baseada em Problemas com os estu-
dantes, a professora Clara iniciou uma atividade diferente, propondo uma Rotação
por estações, para que os estudantes explorassem seus conhecimentos sobre a ha-
bilidade em defasagem.

Para isso, ela planejou as atividades seguindo os passos da metodologia. Dividiu as ati-
vidades em seis estações (pensando no número de crianças) e, em cada uma, colocou
questões diferentes, porém, com o mesmo grau de dificuldade. Registrou a proposta
de cada uma para explicar aos estudantes o que seria feito em cada estação.

Estação 1: Adição de decimais finitas, com propostas escritas por extenso.

Estação 2: Subtração de decimais finitas, com propostas escritas por extenso.

Estação 3: Adição e subtração de decimais finitas com cálculo mental.

Estação 4: Adição e subtração de decimais finitas, propostas de expressão numérica e


presença da professora para esclarecimento de dúvidas.

Estação 5: Pesquisa de atividades envolvendo decimais finitas com recurso digital.

Estação 6: Elaboração de problema, utilizando as operações de adição e/ou subtração


com decimais finitas.

A professora avisou que todos deveriam passar pelas estações, uma a uma, e que,
após percorrerem todas elas, discutiriam sobre as atividades realizadas. As dúvidas
poderiam ser resolvidas na Estação 4.

17
Após o término da atividade, a professora Clara conversou com os estudantes para
que compartilhassem os problemas elaborados e falassem de suas dificuldades. Em
seguida, aplicou a aprendizagem baseada em problemas, realizando, com os estu-
dantes, as etapas a seguir.

1. Definir o problema

Professora e estudantes definiram o problema que iriam resolver, e a professora com-


plementou alguns itens para contemplar a habilidade prevista.

2. Explorar os conhecimentos prévios dos estudantes relacionados com o


problema

A professora verificou com os estudantes se o que vivenciaram nas estações era sufi-
ciente ou se seria necessária a retomada das ideias para explorar seus conhecimentos
relacionados ao problema.

3. Identificar que conhecimentos são necessários para a resolução do


problema

Então, a professora Clara perguntou aos estudantes se eles poderiam elencar quais
conhecimentos seriam necessários para a resolução do problema definido.

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4. Investigar sobre o problema e procurar soluções

A professora informou que, a partir daquele momento, os estudantes iriam compre-


ender e investigar como resolver o problema, registrando suas discussões.

5. Avaliar possíveis soluções para o problema

Após as discussões, a professora sinalizou que era o momento de escolher a solução


adequada para a resolução do problema.

6. Solucionar o problema

Decorridos vinte minutos do processo de investigação e escolha de solução, a profes-


sora propôs que iniciassem os procedimentos e realizassem os cálculos para a resolu-
ção do problema.

19
7. Apresentar os resultados

Os estudantes apresentaram seus resultados. A professora passou a discutir os acer-


tos, os erros, as dúvidas e os caminhos necessários para eventuais correções. Ao final,
fez questionamentos sobre as principais dificuldades encontradas pelos estudantes.

Conclusão das práticas 1 e 2

A PCG Rose ficou bastante empolgada com a devolutiva das professoras Cida e Clara,
que apontaram um aumento do engajamento dos estudantes, comentando que o
trabalho com as metodologias ativas teve um resultado positivo. As professoras apon-
taram que os estudantes puderam desenvolver o pensamento crítico e a autonomia,
aprendendo a respeitar as diversas opiniões e a construir o próprio conhecimento.
A professora Cida reforçou que o uso das metodologias enriqueceu as aulas de OE.

Vamos praticar

Veja, a seguir, o diálogo entre Lia e Pedro, dois estudantes do 5o ano que realizaram as
atividades propostas pela professora Clara na aula de OE.

20
2. O diálogo entre Lia e Pedro aconteceu na aula de OE da professora Clara. Em que
etapa seria mais adequada a intervenção da professora?
a) Somente ao final de toda a atividade.

b) Na estação em que a professora está preparada para esclarecer as dúvidas dos


estudantes, conforme o planejamento.

c) Em qualquer estação, quando estiver caminhando entre elas para ajudar a resol-
ver as atividades.

21
Unidade  1.3

Nos Anos Finais do Ensino Fundamental

Cursista, até agora você pôde refletir sobre algumas metodologias de ensino e enten-
der como utilizá-las nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental.
Lembre-se de que uma metodologia pode ser utilizada em diversos segmentos de
ensino, respeitando-se sempre a idade e a maturidade dos estudantes.
Agora, vamos conhecer mais uma metodologia que o professor de OE poderá utilizar
em suas aulas, a Aprendizagem Cooperativa.

Diário de bordo

Cursista, no início deste módulo citamos a metodologia da Aprendizagem Cooperativa.


Mas você sabe como ela funciona na prática? Escreva em seu Diário de bordo o que você
sabe sobre essa metodologia ou o que imagina que ela seja.

22
Cenário

O professor Miquéias entrou para o PEI neste ano e, na atribuição, ficou ciente de que,
além de suas aulas de Ciências, ele também ficaria responsável por ministrar aulas de
componentes curriculares da parte diversificada, entre eles, Orientação de Estudos.
No começo foi difícil para Miquéias conseguir se adaptar aos novos componentes cur-
riculares, visto que sempre foi professor somente de Ciências. Mas logo começou a
pegar o jeito, seus esforços começaram a aparecer, e professores e equipe gestora
elogiaram muito seu trabalho nas aulas de OE.
Os estudantes também gostavam das aulas de Miquéias, pois ele sempre propunha
atividades práticas e que faziam sentido para eles, ensinando dicas e técnicas para a
melhoria dos estudos.
Durante uma aula de OE com a turma do 8o ano do Ensino Fundamental, o professor
percebeu que não estava atingindo todos os estudantes, pois alguns não estavam
atentos aos seus questionamentos e apenas replicavam a resposta dada por outro
colega anteriormente. Após a aula, em seu horário de estudos, o questionamento
“Como fazer para que todos os estudantes se sensibilizem e participem da aula?” não
saía da sua cabeça. Ele procurou na internet algumas ações, porém não encontrou o
que buscava.
Então ele se encaminhou até o PCG, que estava na sala da coordenação, e perguntou
se poderiam conversar. O PCG concordou, e Miquéias expôs o problema.
O PCG ouviu toda sua angústia e logo se lembrou de uma Orientação Técnica que
teve na Diretoria de Ensino sobre metodologias ativas. Então, confortou Miquéias ex-
plicando que ele poderia utilizar a metodologia da Aprendizagem Cooperativa em
suas aulas, pois, assim, todos os estudantes teriam chances de refletir e se engajar,
além de se incentivar, cada vez mais, o desenvolvimento da autonomia e da coopera-
ção entre os estudantes.

Minuto Formativo

Considerando essa problemática, vamos assistir à entrevista com Andressa Dozzi Tezza,
professora e consultora da Faz Educação, para conhecer ações que o professor Miquéias
poderá colocar em prática utilizando a metodologia da Aprendizagem Cooperativa:
https://youtu.be/u971MpMc0dI.
Não se esqueça de anotar em seu Diário de bordo suas observações.

23
Vamos praticar

Vamos imaginar que você é o professor Miquéias e foi informado, na reunião de alinha-
mento, que a turma do 8o ano apresentou dificuldade em realizar leitura e compreensão
de textos. Pensando nisso, você decide elaborar um projeto em que os estudantes pos-
sam desenvolver mais a habilidade de leitura.
Mas, para isso acontecer, será necessário que todos os estudantes estejam comprome-
tidos. Você resolve, então, que eles devem se envolver no processo de criação do projeto
e que utilizará a metodologia da Aprendizagem Cooperativa e a estrutura de aprendiza-
gem de Roda-Viva Escrita.

3. Selecione a melhor alternativa para colocar essa ação em prática:


a) Realizar uma dinâmica na qual escolhe os grupos produtivos e, em seguida, com
os grupos formados, apresentar a proposta aos estudantes para criar um projeto
com o intuito de melhorar a habilidade de leitura da turma. Solicitar que os estu-
dantes registrem a ideia do grupo, que deverá ser entregue a você. Ler todas as
ideias, colocando-as na lousa. Fazer, coletivamente, uma revisão e escolher a que
você considerar mais eficiente para a turma.

b) Utilizar uma estrutura de preparação para separar os estudantes de maneira alea-


tória e formar grupos de quatro integrantes. Propor aos estudantes que escre-
vam, cada um em seu caderno, uma ideia de projeto que gostaria de desenvolver
para melhorar a habilidade de leitura de todos. Disponibilizar tempo para que
cada estudante compartilhe suas ideias no grupo. Solicitar que todos anotem, no
caderno, as sugestões uns dos outros. Promover um momento para a escolha da
melhor sugestão do grupo. Pedir que os grupos compartilhem a ideia escolhida
com os demais estudantes, enquanto as anota na lousa. Com as ideias anotadas
na lousa, escolher coletivamente aquela que se tornará o projeto da turma.

Saiba mais

Cursista, para saber mais sobre Aprendizagem Cooperativa acesse: https://www.fazedu


cacao.com.br/post/aprendizagem-cooperativa-como-trabalhar.

24
Prática 3 – Estruturas de aprendizagem: Esquinas e O Informante

Ainda pensando na Aprendizagem Cooperativa, vamos conhecer duas estruturas de


aprendizagem (técnicas) que favorecem o engajamento e a troca de saberes entre os
estudantes.

Esquinas
A primeira delas é a técnica “Esquinas”, uma maneira diferente de formar grupos de estu-
dantes sem a intervenção direta do professor, na qual quatro elementos relacionados ao
tema escolhido são dispostos individualmente em cada canto da sala de aula.

O Informante
A segunda é chamada de “O Informante” e aborda uma dinâmica de compartilhamento de
saberes com grupos de estudantes. Observe:

25
A seguir, vamos ver como essas práticas podem ser aplicadas nas aulas de OE.

Ano
7o ano; Profa Barbara.
Metodologia e estrutura
Aprendizagem Cooperativa.
Estrutura de Aprendizagem: Esquinas.
Estrutura de Aprendizagem: O Informante.
Arte

EF07AR02: Pesquisar e analisar diferentes estilos visuais do mosaico, da escultura, do muralis-


mo e da assemblage, contextualizando-os no tempo e no espaço. (SÃO PAULO, 2019, p. 236)

A professora Barbara é professora de OE em uma escola do PEI e, durante a ATPCG, foi


informada que os estudantes do 7o ano do Ensino Fundamental estavam com dificul-
dades na habilidade de Arte EF07AR02.
Após fazer um alinhamento com a professora de Arte, a professora Barbara resolveu
utilizar, em uma aula de OE, a metodologia da Aprendizagem Cooperativa, para auxi-
liar os estudantes no desenvolvimento da habilidade em questão.

Durante o planejamento da aula, a professora resolveu utilizar a Estrutura de Apren-


dizagem chamada “Esquinas” para dividir a turma em grupos e, para o compartilha-
mento de informações entre eles, optou pela Estrutura de Aprendizagem conhecida
por “O Informante”.
No dia da aula, a professora começou aplicando a estrutura Esquinas. Colocou em
cada canto da sala de aula uma figura com a representação de um estilo visual: mo-
saico, escultura, muralismo e assemblage.

Assemblage: Do Francês “montagem”, técnica artística que utiliza recortes de papel ou


tecido, objetos destacados, tais como pedaços de madeira e pedras.

26
Em seguida, solicitou que os estudantes escolhessem um dos quatro cantos da sala,
de acordo com sua preferência, e se dirigissem até eles.
Após os estudantes se dividirem entre as esquinas (cantos da sala), a professora solici-
tou que fizessem grupos com quatro integrantes.
Com os estudantes já sentados, solicitou que conversassem, nos grupos, sobre as ca-
racterísticas do estilo visual escolhido e fizessem anotações em seus cadernos, para
registrar as ideias levantadas.

Após os integrantes do grupo compartilharem e anotarem suas observações, ela apli-


cou a estrutura de aprendizagem O Informante, para que determinados estudantes
pudessem visitar outros grupos, compartilhar as suas observações e também saber o
que os outros grupos haviam observado. Ela também solicitou que os integrantes se
numerassem de 1 a 4, para melhor aplicação da estrutura, e continuou com a atividade.
Barbara chamou um número aleatoriamente, e os estudantes com o número indica-
do deveriam se levantar, enquanto os demais permaneciam sentados. Então, ela disse
em voz alta: “Informem!”.

27
Os estudantes que estavam em pé se uniram a outro grupo e, assim, os “informantes”
contaram as observações que seu grupo havia feito sobre a imagem e ouviram o que
o outro grupo havia anotado e observado, trocando informações.
A professora Barbara seguiu realizando esse passo a passo da estrutura O Informante
algumas vezes, revezando os números chamados, para que diferentes estudantes pu-
dessem visitar outros grupos.
Após a realização das estruturas de aprendizagem, Barbara concluiu que os estudan-
tes tiveram a oportunidade de desenvolver a habilidade de Arte que era o foco da aula
e também as competências socioemocionais como empatia, organização e assertivi-
dade, entre outras.

4. Cursista, agora é com você! Indique se cada item representa um passo da Estrutura
de Aprendizagem “Esquinas” (E) ou “O Informante” (I).
( ) Estudantes visitam outros grupos.

( ) Estudantes formam grupos e compartilham suas ideias sobre a imagem.

( ) Estudantes escolhem uma das esquinas.

( ) Estudantes compartilham, nos outros grupos, as anotações de seu grupo sobre a


imagem.

( ) Estudantes ouvem as observações dos outros grupos.

( ) Professor escolhe o tema e imprime quatro imagens.

28
Unidade  1.4

No Ensino Médio

Os jovens do Ensino Médio apresentam interesses diferentes dos estudantes do En-


sino Fundamental, por isso, atividades de interpretação, discussão e debates, como
Role Play, têm grande potencial para promover maior engajamento e permitem, in-
clusive, a revisão de habilidades em defasagem.
O Role Play é um jogo de interpretação e, como todas as metodologias ativas, exige
um planejamento detalhado, que preserve a intencionalidade da atividade e garanta
o cumprimento de seus objetivos.
Vejamos um infográfico com as etapas dessa metodologia:

29
Importante

Antes de iniciar o debate, apresente aos estudantes os objetivos e as intencionalidades


da discussão.

Com o intuito de experienciar o Role Play, preparamos uma situação para que possa de-
senvolvê-la com seus estudantes. O cenário a seguir envolve a habilidade EM13CNT304
de Ciências da Natureza.

Série
1a a 3a série do Ensino Médio.
Metodologia
Role Play.

Biologia

EM13CNT304: Analisar e debater situações controversas sobre a aplicação de conhecimen-


tos da área de Ciências da Natureza (tais como tecnologias do DNA, tratamentos com célu-
las-tronco, neurotecnologias, produção de tecnologias de defesa, estratégias de controle de
pragas, entre outros), com base em argumentos consistentes, legais, éticos e responsáveis,
distinguindo diferentes pontos de vista. (SÃO PAULO, 2020, p. 162)

Podcast

Ouça o podcast “Glifosato: opção ou solução” e não se esqueça de deixar seu Diário de
bordo pronto para as anotações: https://midiasefape.educacao.sp.gov.br/ava/pei/037_
Edicao_Dialogo_OE_M4_1_4_Podcast_Glifosato_Opcao_ou_Solucao_V2.mp3.

Após ouvir o podcast, é hora de seguir com as etapas do Role Play, iniciando a discus-
são com os estudantes sobre alternativas equilibradas para os produtores, famílias e
associação ambiental, considerando a bioética como balizador de seus argumentos.

Bioética: É uma área de estudo interdisciplinar que utiliza conceitos da Biologia (vida) e
do Direito, envolvendo a investigação da ética para problematizar questões relacionadas
à conduta dos seres humanos em relação a seus semelhantes e outras formas de vida.

30
Acompanhe as etapas, na prática:

Planejamento

Conheça o enredo.
• Apresente o podcast sugerido aos estudantes para embasamento do enredo.
Instrução

Prepare as cenas e defina os papéis.


• Defina com os estudantes o elenco e os oriente sobre as pesquisas que deverão ser feitas
para fortalecer a argumentação no momento da encenação, salientando os pontos posi-
tivos e negativos de todos os papéis (produtores, família, associação ambiental).
Ação

É a hora da cena!
• Estabeleça com os estudantes quanto tempo cada grupo terá para argumentar durante
a cena. Faça o combinado de todo o processo, pois uma encenação precisa ser interpreta-
da, ela é uma simulação da realidade de cada papel.
Debate/Reflexão

Os debates:
• Após observarem as cenas, os estudantes terão construído uma linha de raciocínio a res-
peito das situações interpretadas e farão o debate sobre o tema. O professor é o mediador
e deve alinhar o conceito às colocações dos estudantes durante os debates, para o desen-
volvimento da habilidade proposta.
Avaliação

Corresponsabilidade:
• Estudante se autoavalia em todas as etapas por meio da ficha de autoavaliação que o
acompanha na Orientação de Estudos, no final de cada atividade.

• Professor acompanha as etapas de todas as ações e realiza suas considerações.

31
Importante

Em OE, o uso dessa metodologia vai ao encontro do desenvolvimento de habilidades de


diversos componentes curriculares, pois envolve a leitura, a interpretação e a argumen-
tação, além de favorecer o desenvolvimento do pensamento crítico.
A metodologia ativa Role Play permite adaptações para a revisão de conteúdos como, por
exemplo, a discussão sobre os objetos de conhecimento e as habilidades já trabalhadas.

Vamos praticar

O professor Fred ministra aulas de História e está interessado em aplicar a metodologia


Role Play com suas turmas de Ensino Médio, porém não sabe como fazer. Fred lembrou
que seu colega, Vitor, costuma utilizar essa metodologia em suas aulas de OE e enviou
uma mensagem para ele.

32
5. Qual alternativa é mais adequada para Vitor responder ao Fred?
a) Fred, você pode dividir a turma em três grupos: os que defenderão os ideais so-
cialistas, os que defenderão os ideais capitalistas e o povo. Prepare um roteiro de
pesquisa e agende a encenação e o debate, finalizando com a decisão do povo.

b) Fred, você pode pedir para sua turma pesquisar sobre o tema e organizar uma
peça de teatro para apresentar para toda a escola.

33
Unidade   2

Práticas interdisciplinares – Metodologia da Aprendizagem Baseada


em Projetos (ABP)

No Módulo 3, vimos que apropriar-se da interdisciplinaridade pode trazer muitos be-


nefícios às práticas em sala de aula. Também conhecemos a utilização da metodolo-
gia de projetos como estratégia aliada à implementação da interdisciplinaridade.
Em especial nas aulas de OE, essas ações pedagógicas associadas possibilitam:

Organização dos objetos de conhecimento de maneira integrada, favorecendo


um olhar ampliado dos conceitos específicos de cada componente curricular.

Maior interação dos estudantes entre si e com os professores.

Ampliar as possibilidades de construção de conhecimentos, combinando-se habi-


lidades afins e correlatas dos diversos componentes e áreas do Currículo Paulista.

Tornar aulas de OE dinâmicas e produtivas.

34
Neste momento de nosso curso, vamos pôr a mão na massa e transformar nossas in-
formações em ação!
Analise os cenários apresentados a seguir.

Cenário 1 – OE e a prática da interdisciplinaridade no EFAI com


Aprendizagem Baseada em Projetos

A professora Ângela está atuando como professora de OE no 4o ano do Ensino Funda-


mental – Anos Iniciais (EFAI) e planejou uma aula de Língua Portuguesa para orientar
os estudantes numa técnica de estudos voltada ao desenvolvimento da habilidade
EF15LP03 – localizar informações explícitas em textos de diferentes gêneros textuais
(SÃO PAULO, 2019, p. 137).
Ela resolveu usar a estratégia da leitura silenciosa. Então, organizou a sala com as ca-
deiras dispostas em círculo, pesquisou e selecionou um texto.
A Professora Ângela costuma fazer leituras compartilhadas com pausas planejadas para
que sua turma compreenda do que se trata o texto e possa criar autonomia para encon-
trar informações explícitas trazidas pelas leituras. Ela sempre pede que as crianças gri-
fem palavras que não compreendem, quais são os personagens do texto, qual é o tema
e quais são as expectativas ao lerem o texto. Assim, ela selecionou o seguinte texto:

Isso é sério, menino!


Marcus é um jovem que mora na periferia de São Paulo. Em seu bairro, não há esgoto
encanado, e as casas despejam a descarga dos banheiros diretamente num córrego que
passa ali perto. Essa situação precária produz um cheiro muito desagradável, além de
atrair insetos e roedores e facilitar a transmissão de muitas doenças para as pessoas que
vivem nesse lugar. A escola onde Marcus estuda fica a dois quarteirões de sua casa, e lá
os mesmos problemas são percebidos.
Em uma aula de Ciências, a professora de Marcus, D. Carmem, começou a explicar os
perigos que a falta de esgotos tratados traz para a saúde pública. Ela disse que doenças
como a leptospirose são transmitidas por meio do contato com urina de ratos e que as
infestações desses roedores são comuns em lugares onde não há saneamento básico.
D. Carmem também explicou que os principais sintomas da leptospirose são dores for-
tes de cabeça e no corpo todo, em especial na panturrilha, além de febre alta. Nos casos
mais graves, pode-se ficar com a pele e olhos amarelados, tosse, diarreia, vômito e san-
gue na urina. A doença chega a atingir gravemente os rins, o coração e o cérebro, sendo
necessária a internação, pois todas essas complicações podem levar à morte.
A professora contou que surtos de leptospirose são comuns alguns dias após a ocorrência
de enchentes, porque a urina dos ratos é trazida pelas enxurradas que invadem ruas e casas.
A aula foi encerrada com as recomendações para se evitar contrair a leptospirose: andar
sempre calçado, tomar somente água filtrada ou fervida, lavar as mãos com frequência

35
e não levá-las aos olhos e boca, manter a casa muito limpa e, após uma enchente, desin-
fetar tudo que for possível antes de retornar para o lugar atingido.
Marcus aprendeu muitas coisas novas nessa aula, mas ficou preocupado porque às vezes,
quando chove muito, o córrego que passa perto de sua casa e da escola transborda. Foi
para casa pensativo e conversou com sua mãe sobre o que a professora havia explicado.
D. Lúcia, mãe de Marcus, disse:
– Você está vendo por que eu sou tão chata com a limpeza da casa e não deixo você an-
dar descalço? É pra não pegar doença... Isso é sério, menino! Que bom a escola ensinar
esses assuntos pra vocês... Agora, vai fazer o que eu falo sem reclamar, né?

Desta vez, ela trouxe o texto “Isso é sério, menino!” e convidou as crianças a fazerem
uma leitura silenciosa do texto. Pediu que prestassem bastante atenção e usassem
estratégias, já estudadas, para destacar informações que considerassem importantes.
Após a leitura ela faz algumas perguntas:
– Ao lerem o título, o que vocês imaginaram que iriam encontrar no texto?

Lucas levanta a mão e diz:


– Eu pensei que falaria sobre algo importante para um menino fazer.
A professora pergunta, então, se o texto atendeu o que imaginaram a partir do título?

Manuela fala:
– Sim, professora, é algo bem importante. O texto informa sobre uma doença e como
ela é transmitida.
Depois de ouvir outras considerações, a professora fala sobre o tema do texto e per-
gunta às crianças se já ouviram falar da importância do tratamento de esgoto e o que
isso tem a ver com a saúde de cada um.

36
Lucas torna a falar:
– Professora, eu gostei muito do texto, mas fiquei com uma dúvida. Eu entendi que a si-
tuação do esgoto despejada no rio é precária, é ruim, mas ouvi meu pai falar que a saúde
do meu avô está precária. O que significa isso, então?

Juliana comenta:
– Já ouvi falar, no jornal: a vida do brasileiro durante a seca é precária.
Muitos concordam com a Juliana. E o Lucas diz:
– Puxa, a Juliana me ajudou. Agora entendi, podemos falar que a situação é ruim, difí-
cil, precária e eu estava pensando no meu avô ser precário, não na saúde dele. É isso,
professora?
A professora confirma e solicita que todos procurem outros significados para a pala-
vra “precária”.

Depois de algumas discussões e de apontamentos das crianças sobre o que com-


preenderam do texto, a professora Ângela pediu que respondessem algumas ques-
tões por escrito, para que ficassem registradas suas ideias, e voltassem ao texto em
caso de dúvidas.
A professora deu continuidade à sua estratégia iniciando uma etapa de questiona-
mentos voltados ao seu objetivo inicial, que era desenvolver a habilidade de Língua
Portuguesa EF15LP03 – localizar informações explícitas em textos de diferentes gê-
neros textuais.
Ângela dividiu a turma em grupos de quatro integrantes e entregou-lhes uma folha
com as seguintes perguntas, para que respondessem com base no texto que aca-
baram de ler:

37
Leiam novamente o texto, conversem e respondam juntos às questões abaixo:
1. Procurem em um dicionário (impresso ou digital) o significado das palavras que você
ainda não conhece.
2. Quantos personagens vocês reconhecem na história? Quais são seus nomes e
funções no texto?
3. Qual é o componente curricular da aula retratada no texto?
4. Sobre qual doença a professora falou em sua aula? Descreva os sintomas que ela causa.
5. Como surgem os surtos dessa doença?
6. Em qual parágrafo do texto estão descritas as formas de evitar epidemias dessa doen-
ça? Citem duas delas.
7. Na opinião de vocês, o que é ensinado na escola é igual às orientações da família de
Marcus? Copiem do texto uma frase que fundamente essa opinião.

Quando os grupos terminaram a tarefa, a professora pediu que voltassem à formação


em círculo, solicitou que cada grupo lesse uma das respostas e que os demais con-
frontassem com aquilo que escreveram.
A cada resposta lida e comentada pelos grupos, a professora ressaltou os pontos
do texto em que as informações solicitadas no questionário estavam localizadas.
Dessa forma, conduziu a construção da habilidade planejada para aquela aula com
o êxito esperado.

Reflexão

Até aqui, você pôde perceber que a professora Ângela se apropriou de algumas estra-
tégias convencionais para despertar a atenção e motivar os estudantes a falarem, expo-
rem suas dúvidas e localizarem as informações no texto. Além disso, ela conseguiu que
os estudantes pesquisassem e encontrassem o significado de palavras que ainda não
conheciam, fazendo uso de diferentes mídias para sanarem suas dúvidas.
A avaliação e o feedback também foram adequadamente realizados, enquanto os estu-
dantes liam e debatiam suas respostas na parte final da aula e a professora destacava
oralmente os pontos de atenção.
E deu tudo certo! Os estudantes se envolveram bastante nessa aula! A professora Ângela
pode dizer que cumpriu seu objetivo com sucesso.
Mas será que haveria outras possibilidades de construir novos conhecimentos, aprovei-
tando o envolvimento da turma com a história de Marcus? Seria possível ampliar os ho-
rizontes dos estudantes para observarem a situação de forma mais ampla, envolvendo
outros componentes curriculares e indo além da habilidade que Ângela planejou desen-
volver naquela aula de OE?

38
39
40
Certamente você já vivenciou conversas como essa das professoras Ângela e Bruna.
Que bela parceria, não acha?
Nesse cenário, você pôde perceber que ações simples podem ser realizadas para pro-
por um projeto de trabalho interdisciplinar que se estenda para além das aulas de OE,
integrando saberes e ampliando a visão dos estudantes sobre temas importantes do
seu cotidiano.

6. Selecione a opção mais adequada para cada passo, compondo, assim, a elaboração
do projeto interdisciplinar.
Passo 1:

a) Realizar reuniões periódicas entre os professores que ministram aulas numa


mesma turma, analisar as habilidades a serem desenvolvidas nos vários com-
ponentes curriculares, identificar quais delas são pontos frágeis dos estudantes.
Articular conjuntamente às aulas de OE ações que integrem o desenvolvimento
da metacognição com os demais objetos de conhecimento e aulas da turma por
meio de projetos de trabalho interdisciplinares.

b) Estar sempre bem informado acerca das temáticas que estão em evidência no
cenário mundial e, durante a semana inicial de planejamento anual, expor suas
sugestões para a realização de atividades no componente de OE unindo a temá-
tica às dificuldades apresentadas pelos estudantes.

Passo 2:

a) Aguçar a curiosidade dos estudantes, incentivar sua fala para que questionem e
proponham ações por meio de leitura dialogada. Praticar a escuta ativa, sugerir e
orientar pesquisas para sanarem suas dúvidas. Pedir que levantem temas, subte-
mas e estratégias para um estudo mais detalhado sobre a problemática exposta.

b) Escolher e apresentar aos estudantes o tema para a realização do projeto de


trabalho com base nos assuntos mais comentados na mídia. Entregar um ro-
teiro de trabalho indicando a bibliografia em que os estudantes devem reali-
zar as pesquisas.

Passo 3:

a) Solicitar que os estudantes opinem sobre a formação de grupos e se reúnam


para decidirem sobre as atribuições de cada um. Acompanhar cada grupo e su-
gerir tarefas orientando o trabalho autônomo e engajado para que sejam desen-
volvidas as habilidades planejadas àquele projeto interdisciplinar.

b) Sortear estudantes para compor os grupos e apresentar tarefas que desenvol-


vam as habilidades planejadas especificamente para a aula de OE. Trocar as ta-
refas entre os grupos para que corrijam e façam seus comentários, dando um
feedback imediato.

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Passo 4:

a) Fazer análise conjunta, com todos os professores da turma, das habilidades a


serem desenvolvidas nos componentes curriculares. Identif icar e selecionar
aquelas correlatas e complementares, elaborar projeto de trabalho interdisci-
plinar contemplando as habilidades a serem desenvolvidas nos componentes
curriculares e as sugestões colhidas dos estudantes nas escutas ativas das
aulas anteriores.

b) Escolher uma habilidade de cada componente, sortear uma tarefa por grupo
para desenvolver as habilidades selecionadas. Solicitar que entreguem os resul-
tados das pesquisas em desenhos ou textos escritos e promover uma exposição
dos trabalhos.

Passo 5:

a) Elaborar, com os estudantes, um cronograma para sistematizar as etapas de rea-


lização da pesquisa, combinar os prazos, marcar datas para acompanhamentos,
reuniões, debates, avaliações e a culminância do projeto de trabalho. Registrar
tudo em fotos, depoimentos, filmagens e tudo que os estudantes sugerirem. Ela-
borar um feedback conjunto, com professores e estudantes, para expor e trocar
as experiências construídas em uma aula de encerramento.

b) Marcar uma data para avaliar e atribuir nota a cada grupo. Chamar os grupos in-
dividualmente para fornecer o feedback e informar a nota atribuída. Pontuar os
aspectos a serem melhorados caso a caso.

Para o desenvolvimento de projetos interdisciplinares nos Anos Iniciais, é necessário ter


um olhar apurado sobre as habilidades propostas e os objetos de estudo previstos no
currículo para cada ano, sempre mantendo uma escuta ativa e atenta às falas dos estu-
dantes para estabelecer as conexões apropriadas, e planejar ações pedagógicas de for-
ma consciente e conjunta entre todos os professores que atuam numa mesma turma.

Cenário 2 – OE e a prática da interdisciplinaridade no EFAF com


Aprendizagem Baseada em Projetos

À professora Ana foram atribuídas aulas de OE no Ensino Fundamental – Anos Finais


(EFAF). Na reunião inicial de planejamento, ela foi informada pelo PCG Lúcio de que
a principal finalidade desse componente era orientar os estudantes no “aprender a
aprender”, para desenvolverem a metacognição, criarem autonomia e serem prota-
gonistas de sua própria aprendizagem. Lúcio explicou ainda que, em alguns momen-
tos, as aulas de OE também assumiriam uma função de apoio para sanar defasagens
de conhecimento nos demais componentes.
Lúcio indicou a Ana que tomasse conhecimento dos documentos orientadores dispo-
níveis e informou o link https://efape.educacao.sp.gov.br/ensinointegral/.

42
Após o encontro com o PCG, além dos materiais e documentos norteadores do PEI, a
professora Ana pesquisou um pouco mais e descobriu indicações de atividades a se-
rem desenvolvidas no componente OE que considerou interessantes e as anotou em
seu Diário de bordo:

Pesquisas com base em textos jornalísticos presentes na internet, redes sociais, jornais
ou revistas a serem analisados de forma sistemática pelo estudante, para que a partir
das leituras o estudante possa:
• descrever se o texto é informativo ou se apresenta uma crítica;

• apresentar o autor e o público-alvo da notícia;

• anotar as informações que julga relevante e que descrevam o assunto do texto;

• produzir uma síntese do texto;

• grifar ou transcrever as palavras ou expressões que não conhece e procurar seu signi-
ficado, escrevendo-o em seu caderno;

• refletir sobre os conteúdos da notícia reconhecendo a importância de identificar as


fake news e como elas podem prejudicar a divulgação de informações importantes
para a população (a partir do 7o ano).

Mas Ana, que é uma professora bastante interativa, pensou que estas ações, apesar
de serem interessantes, poderiam ter um caráter integrador, produzindo aulas mais
instigantes e motivadoras aos seus estudantes.
Então, na próxima reunião que realizou com Lúcio, Ana sugeriu que pudesse se en-
contrar com professores de outras áreas do conhecimento para conhecer de perto
suas estratégias de ensino, as maiores dificuldades que os estudantes apresentavam
e planejar as aulas de OE em conjunto com os colegas, para ter mais segurança naqui-
lo que pretendia desenvolver.
Lúcio concordou e apoiou sua iniciativa. Na primeira reunião da qual participou, Ana
conversou com Soraia, professora de Língua Portuguesa do 7o ano:
– Eu estive pesquisando sobre OE e pude perceber que muitas indicações estão bas-
tante integradas ao componente de Língua Portuguesa.
– É isso mesmo! – disse Soraia. – Vamos trabalhar com muita proximidade. É impor-
tante estarmos bem entrosadas para que as aulas fluam da melhor maneira possível.
– Temos muito a conversar, disse Ana, estou empolgada e gostaria de realizar um tra-
balho bem legal com nossos estudantes! Acho também que professores de outras
áreas poderiam nos ajudar nesse desafio. Afinal, muitas cabeças pensam melhor do
que duas. O que você acha?
– Acho legal! Com certeza vamos encarar os desafios com mais força se estivermos
num grupo coeso. Afinal, a gente propõe trabalho em grupo aos nossos estudantes

43
para que eles se ajudem e cresçam juntos com o apoio uns dos outros... Por que não
realizarmos isso entre nós?
– Concordo plenamente! – disse Ana. Então vamos conversar com nossa turma de 7o
ano e colher sugestões de temas e atividades pelas quais eles se interessem. Pesqui-
samos as habilidades e objetos de conhecimento propostos para serem desenvolvi-
dos no 7o ano e, depois, voltamos a conversar.
– Ótimo, Ana! Assim teremos mais informações para conversarmos com os nossos
colegas e convidá-los a se engajarem conosco nos projetos que pretendemos realizar.
As duas professoras conversaram com os estudantes do 7o ano. Muitos temas surgi-
ram nas conversas, mas o que melhor se encaixou às propostas do Currículo Paulista
foi a sugestão da Karina, uma adolescente muito preocupada com o futuro dos seres
vivos, do meio ambiente e das transformações que estão acontecendo na Terra. Ela
sugeriu o tema “Aquecimento global”, para que fizessem uma pesquisa e produzis-
sem muitos conhecimentos sobre o assunto. Seus colegas também acharam o assun-
to muito bacana.
As professoras Ana e Soraia estudaram os materiais de apoio do Currículo Paulista
e decidiram criar um infográfico para demonstrar ao PCG e aos colegas de outros
componentes que era possível desenvolverem juntos um projeto interdisciplinar que
tivesse como ponto central o componente OE e o tema sugerido pelos estudantes.
Elas começaram essa construção, selecionaram as habilidades que se relacionavam
ao tema em cada componente, mas, para que a apresentação fique mais esclarecedo-
ra, falta conectar as habilidades às atividades que pretendem propor aos estudantes.

Vamos praticar

Agora é com você, cursista! Auxilie suas colegas a terminarem esse infográfico. Se julga-
rem apropriado, apresentem às suas turmas e colegas de trabalho. Talvez essa ideia se
torne semente para a realização de projetos interdisciplinares incríveis.
Então, agora, é mão na massa! Leia com atenção o infográfico para responder à ques-
tão a seguir.

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7. Leia as atividades propostas como parte do projeto e indique o componente curricu-
lar correspondente a cada uma.
Componentes curriculares

1 – Língua Portuguesa

2 – Matemática

3 – Artes

4 – Geografia

5 – História

6 – Ciências

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Atividades propostas

( ) Pesquisem a relação que existe entre o surgimento do mundo moderno, as re-


voluções industriais, a degradação ambiental e o aquecimento global. Usem a
criatividade e elaborem uma linha do tempo para mostrar a relação de causa e
efeito entre as ações do passado e as consequências que vivemos atualmente.

( ) Consultem informações atuais sobre a emissão de gases do efeito estufa e da de-


vastação ambiental, que são fatores causadores do aquecimento global, no Brasil
e no mundo. Construam gráficos para comparar nossa participação nessa proble-
mática global. Relatem por escrito e oralmente as conclusões a que chegaram.

( ) Pesquisem, analisem e comparem mapas de vegetação original e urbanização


do Brasil e do mundo. Elaborem uma HQ com personagens explicando as trans-
formações no espaço e suas causas econômicas. Apresentem essa produção para
as outras turmas e para toda a comunidade escolar.

( ) Criem uma música para alertar sobre os riscos do aquecimento global. Se


apropriem de todos os conhecimentos construídos durante as pesquisas e uti-
lizem como inspiração para comporem letra e melodia. Formem um coral para
cantarem e apresentarem sua criação às demais turmas da escola e à comuni-
dade escolar.

( ) Pesquisem o conceito de termodinâmica, suas leis e importância para a manu-


tenção da vida em nosso Planeta. Descrevam esquematicamente a trama entre
troca de calor e a vida na Terra. Ressaltem os efeitos da ação humana sobre o
acúmulo de gases na atmosfera e deem sugestões para conter esse desequilí-
brio termodinâmico.

( ) Construam um jornal escrito e falado para divulgar às demais turmas e a toda


a comunidade escolar os conhecimentos construídos durante as pesquisas que
realizaram sobre aquecimento global. Aproveitem para conquistar pessoas e
promoverem ações que minimizem esse problema melhorando a qualidade de
vida de todos.

Cursista, você já percebeu que no trabalho por metodologia de projetos interdisci-


plinares é importante que haja o engajamento de todos: professores, estudantes,
gestores e comunidade escolar. Também deve ter percebido que são ações peda-
gógicas riquíssimas, que proporcionam um sobrevoo por todo o Currículo Paulista
e estabelecem a trama necessária à construção de conhecimentos significativos
para os estudantes.
Os professores de OE podem desenvolver em suas aulas o suporte organizacional ne-
cessário ao projeto seguindo os passos a seguir.

46
Orientar a sequência de procedimentos em cada atividade.

Auxiliar os estudantes na construção dos grupos para que sejam produtivos.

Conduzir a produção das pesquisas para que não se perca o foco a cada tarefa específica.

Articular a conjunção das atividades chamando a atenção para pontos de conexão impor-
tantes à compreensão do todo.

Orientar a organização do encerramento ou “culminância” do projeto.

Promover a reflexão e a avaliação ao final dos trabalhos, encaminhando a visão crítica dos
estudantes sobre sua produção.

47
Cenário 3 – OE e a prática da interdisciplinaridade no EM com Aprendizagem
Baseada em Projetos

Caro cursista, nesta parte do nosso curso, trataremos do trabalho interdisciplinar por
projetos no Ensino Médio.
Essa etapa do ensino básico atualmente está em transição, uma vez que, na nova
configuração, os estudantes poderão exercer maior protagonismo em sua formação
acadêmica e Projeto de Vida, com possibilidade de optar entre diversos Itinerários
Formativos a serem oferecidos pelas escolas.
“No Ensino Médio de São Paulo, o estudante é protagonista. Ele tem mais
autonomia e liberdade no processo de aprendizagem, condições necessárias
para engajar-se nos estudos e preparar-se para o futuro.” (https://midiasstora
gesec.blob.core.windows.net/001/2021/07/ensino-mediojnd.pdf, slide 9)

Num contexto de transformações e quebra de paradigmas, é normal que surjam mui-


tas dúvidas. Então, vamos entender as linhas gerais dessas mudanças para pensarmos
em como articular as aulas de OE com a metodologia de projetos interdisciplinares e
todas as inovações no Ensino Médio:

48
Como você pôde entender pelo infográfico, o novo Ensino Médio é composto por duas
partes: a Formação Geral Básica e os Itinerários Formativos. Essa proposta aproxima
os estudantes das transformações da sociedade e do mercado de trabalho por meio
de um currículo mais flexível, considerando, em especial:

o desenvolvimento do protagonismo e do Projeto de Vida dos estudantes;

a valorização da aprendizagem com a garantia de uma formação básica comum a to-


dos, acrescida da oportunidade de escolha (SÃO PAULO, 2021).

Vamos acompanhar uma reunião entre a PCG Eliana e os professores do Ensino Mé-
dio de sua escola, que está ingressando no PEI no atual ano letivo.
– Olá, colegas! Que bom encontrá-los com saúde e dispostos a enfrentar este desafio
que será implementar as inovações do Ensino Médio.
– É... São muitas mudanças. Sou professor de OE e estou apreensivo sobre minha atu-
ação nesse componente – diz Evandro.

Eliana o apoia:
– Fique tranquilo, Evandro. Vamos trabalhar todos juntos, e tenha certeza de que a OE
será muito importante para a integração dos Itinerários Formativos. Nossa equipe é
criativa e competente! Vamos tirar de letra!

Eliana continua sua exposição e mostra dois planos de aprofundamento de Itinerá-


rios Formativos que a escola oferecerá aos estudantes:
– Depois de analisar a pesquisa de manifestação de interesse que realizamos com
nossos estudantes e consultar o catálogo dos Itinerários Formativos, conseguimos
perceber que os planos de aprofundamento curricular são bem adequados às inten-
ções dos estudantes. Vamos conhecer um deles!

49
Fonte: https://novoensinomedio.educacao.sp.gov.br/assets/docs_ni/Matrizes_UnidadesCurriculares_Apro
fundamentosCompoem_Itinerarios_Formativos.pdf, p. 9.

A professora de Matemática, Louise, que ministrará as aulas desse componente para


a 2a série, se anima com o plano de aprofundamento “Matemática conectada” e diz:
– Que bacana os estudantes se apropriarem da Matemática como ferramenta para
entender temas gerais de interesse da sociedade! Essa sempre foi nossa intenção
como professores de Matemática.
O professor de OE, Evandro, que também trabalhará na 2a série, se interessa pelos co-
mentários da professora de Matemática e, como adora trabalhar com projetos inter-
disciplinares, propõe à Louise que elaborem um projeto para integrar OE, Formação
Geral Básica em Matemática e aprofundamento “Matemática conectada”.

50
– Oi, Evandro, deixa eu me apresentar pra você... E já me intrometer na sua conversa
com a Louise. Eu sou o Flávio, professor de Física, e vou lecionar dois componentes no
aprofundamento de Matemática Conectada: “Conexão Empreendedora” e “Fenôme-
nos Físicos e Interpretação de Gráficos”. Eu quero entrar nesse projeto interdisciplinar
também.
– Legal, Flávio! Eu ia mesmo procurar o professor desses componentes para propor
exatamente isso... Estava até comentando aqui com a Louise que esse aprofunda-
mento dava uma trama interdisciplinar muito bacana.

A professora Sheila, de Arte, também quer se integrar a esse projeto, pois dará aulas
de “Influência da Mídia no Consumo dos Jovens”, que também fará parte do aprofun-
damento “Matemática conectada”.
A PCG Eliana, que observa o diálogo entre os professores, se aproxima e diz:
– Já me empolguei com esse engajamento de vocês. Que tal se reunirem com os
estudantes da 2a série, explicarem a ideia pra eles, dizerem como vai funcionar esse
projeto, esclarecerem as dúvidas que eles manifestarem, colherem mais sugestões e
colocarem a mão na massa? Podem contar comigo pra apoiar, porque, além de ser
minha função, estou adorando essa parceria! Acho que todos vamos aprender muito
e aprimorar nossas práticas profissionais com esse novo formato de educação.

No outro dia, os quatro professores juntos realizam um encontro com a 2a série, e os


estudantes sugerem muitas ações, que são bem recebidas e serão colocadas em prá-
tica no projeto. Até o nome já está definido, seguindo a sugestão de um estudante, o
José: “Tudo junto em Matemática”.

51
Veja no infográfico a seguir como o projeto se articulará.

IF Influência da Mídia no Consumo dos Jovens: Pesquisar notícias e dados estatísti-


cos sobre o consumo entre os mais jovens. Leitura coletiva e análise das informações
coletadas. Debate para formulação de causas e consequências sociais e econômicas
da realidade constatada. Composição de um jingle para alertar sobre os efeitos do con-
sumo exagerado e incentivar o consumo consciente.

IF Fenômenos Físicos e Interpretação de Gráficos: Coleta de dados sobre a influên-


cia da mídia na formação de opinião dos jovens e elaboração de gráfico que expresse
essa realidade. Comparação com o gráfico produzido no componente de Matemática
e levantamento de hipóteses a serem analisadas. Formulação de argumentos.

FGB Matemática: (EF09MA23) Planejar e executar pesquisa amostral envolvendo tema


da realidade social e comunicar os resultados por meio de relatório contendo avaliação
de medidas de tendência central e da amplitude, tabelas e gráficos adequados, cons-
truídos com o apoio de planilhas eletrônicas. Atividade: construção de gráficos que
expressem os dados pesquisados sobre o consumo entre os jovens.

IF Educação Financeira em Conexão: Leitura do texto: “Educação Financeira desde


cedo” (disponível em https://novaescola.org.br/conteudo/7911/educacao-financeira-des
de-cedo). Levantamento de questões que justifiquem a importância de uma educação
para o consumo consciente relacionando esse tema às questões ambientais e econô-
micas. Roda de conversa sobre as conclusões de cada grupo.

52
As aulas de OE terão um papel muito importante na articulação dos componentes
curriculares no Ensino Médio. Nos seus espaços de formação, a OE poderá possibilitar
a integração das habilidades a serem desenvolvidas nos componentes da Formação
Geral Básica com os aprofundamentos propostos nos Itinerários Formativos.
Para atingir esses objetivos, você poderá dispor dos espaços das aulas de OE para pro-
mover o desenvolvimento de habilidades fundamentais que levem à operacionaliza-
ção de pesquisas e produções em grupo, tais como:

organização;

priorização de tarefas, segundo o grau de importância;

argumentação;

análise e comparação;

formação de grupos integrados e proativos.

Caro cursista, depois de muito estudo, estamos chegando ao final do nosso curso.

53
Unidade   3

Retrospectiva

Agora, veja tudo que aprendeu ou aprimorou, acompanhando a nossa linha do tem-
po do curso de Orientação de Estudos. Aproveite para retomar seu Diário de bordo e
rever tudo o que você anotou durante o curso.

Módulo 1 – Orientação de Estudos na Trama do PEI


Você conheceu os objetivos, as diretrizes e a operacionalização de OE no âmbito do PEI.
Módulo 2 – Aspectos Avaliativos para Orientação de Estudos
Você estudou as temáticas da autoavaliação e das inteligências múltiplas e a importância do
autoconhecimento como fio condutor para a autonomia nos estudos.
Módulo 3 – Ações Norteadoras para Orientação de Estudos

Você se inteirou do planejamento das aulas de OE, pensando em diversas situações na te-
mática da organização: reconhecimento da realidade escolar, agenda, organização do tem-
po e dos espaços e interdisciplinaridade.

Módulo 4 – Explorando as Abordagens Metodológicas

Verificou como estão organizados os cadernos de OE e aperfeiçoou seus conhecimentos


sobre a aplicação, na prática, das metodologias ativas e técnicas de estudo.

Encerramos por aqui. Esperamos que este curso tenha colaborado com seu aprimo-
ramento profissional e incentivado novas práticas.

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Referências Bibliográficas

APRENDIZAGEM cooperativa. Como trabalhar. Faz Educação & Tecnologia, 27


fev. 2020. Disponível em: https://www.fazeducacao.com.br/post/aprendizagem-coope
rativa-como-trabalhar. Acesso em: 17 ago. 2021.
FIRMIANO, Ednaldo Pereira. Aprendizagem cooperativa na sala de aula. [s.l.]: [s.n.],
2011. Disponível em: https://www2.olimpiadadehistoria.com.br/vw/1I8b0SK4wNQ_
MDA_b3dfd_ /APOSTILA%20DE%20Aprendizagem%20Cooperativa%20-%20Autor
-%20Ednaldo.pdf. Acesso em: 17 ago. 2021.
SÃO PAULO (ESTADO). SECRETARIA DA EDUCAÇÃO. Currículo Paulista [Educação
Infantil e Ensino Fundamental]. São Paulo: Seduc-SP, 2019. Disponível em: https://
efape.educacao.sp.gov.br/curriculopaulista/wp-content/uploads/2019/09/curriculo-
paulista-26-07.pdf. Acesso em: 17 ago. 2021.
SÃO PAULO (ESTADO). SECRETARIA DA EDUCAÇÃO. Currículo Paulista: etapa Ensino
Médio. São Paulo: Seduc-SP, 2020. Disponível em: https://efape.educacao.sp.gov.br/curri
culopaulista/wp-content/uploads/2020/08/CURR%C3%8DCULO%20PAULISTA%20
etapa%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em: 17 ago. 2021.
SÃO PAULO (ESTADO). SECRETARIA DA EDUCAÇÃO. Educação SP apresenta itinerários
formativos para o Novo Ensino Médio. Portal do Governo – Secretaria da Educação,
16 jun. 2021. Disponível em: https://www.educacao.sp.gov.br/educacao-sp-apresenta-
itinerarios-formativos-para-o-novo-ensino-medio/. Acesso em: 17 ago. 2021.

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TEZZA, Andressa Dozzi. Tudo o que você queria saber sobre a aprendizagem coopera-
tiva – metodologias ativas na prática #02. Faz Educação, 14 maio 2021. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=evH7FKQhIkM. Acesso em: 17 ago. 2021.
TEZZA, Andressa Dozzi; CORRÊA, Gabriel. Aprendizagem cooperativa na prática – Faz
Responde #47. Faz Educação, 13 fev. 2020. Disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=D1xqllivV7g&t=211s. Acesso em: 17 ago. 2021.

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Gabaritos

1. Cenário 1 – Alternativa correta: b.


Comentários:
A proposta usa elementos de jogos e busca uma nova concepção do jogo que foi disponibili-
zado, o que favorecerá maior envolvimento dos estudantes para cumprir a tarefa.

1. Cenário 2 – Alternativa correta: c.


Comentários:
A proposta envolve levantamento de ideias antes e após a leitura, bem como a utilização de
um aplicativo para apurar a ideia dos estudantes sobre o tema discutido.

2. Alternativa correta: b.
Comentários:
A metodologia de rotação por estações prevê que o professor esteja presente em uma esta-
ção definida para o esclarecimento das dúvidas e que os estudantes tenham autonomia para
realizarem as atividades conforme o planejamento realizado. Assim, o professor não intervém
apenas ao final da atividade, como indica a alternativa a, nem caminha entre as estações para
ajudar os estudantes, como indica a alternativa c.

3. Alternativa correta: b.
Comentários:
A proposta da alternativa a é muito interessante, porém não está alinhada com a metodologia
da aprendizagem cooperativa nem com a estrutura roda-viva escrita. A alternativa b apre-
senta uma sugestão para colocar em prática a metodologia da aprendizagem cooperativa
utilizando a estrutura roda-viva escrita. Além dessa estrutura, você poderá utilizar outras, para
que os estudantes desenvolvam cada vez mais o protagonismo.

4. A sequência correta é: I; E; E; I; I; E.

5. Alternativa correta: a.
Comentários: A metodologia Role Play não tem apenas a pretensão de encenar uma apresen-
tação teatral; seus objetivos são a encenação, o debate e a reflexão.

6. Passo 1 – Alternativa correta: a.


6. Passo 2 – Alternativa correta: b.
6. Passo 3 – Alternativa correta: b.
6. Passo 4 – Alternativa correta: a.
6. Passo 5 – Alternativa correta: a.

7. A sequência correta é: 5; 2; 4; 3; 6; 1.

Imagens sobre técnicas de estudo (p. 6), tarefas em grupos (p. 10), rotação por esta-
ções (p. 17), Esquinas (p. 25), O Informante (p. 25), Role Play (p. 29), habilidades do EFAI
(p. 39) e composição do Novo Ensino Médio (p. 48) elaboradas para o curso. Imagem
sobre projeto “Aquecimento global” (p. 45) elaborada para o curso com desenhos de
Getty Images. Imagem com esquema de Aprofundamento Curricular (p. 50) dese-
nhada para o curso com base na fonte indicada. Imagem fotográfica da página 48:
Governo do Estado de São Paulo/Flickr EducaçãoSP. Demais imagens: Getty Images.

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Expediente – Curso Orientação de Estudos
Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação
“Paulo Renato Costa Souza” – EFAPE
Coordenador – Marcelo Jerônimo Rodrigues Araújo
Departamento de Programas e Formação da Educação Continuada – DEPEC
Diretora: Naomy de Oliveira Ramos
Centro de Formação e Desenvolvimento Profissional de Professores da Educação Básica
– CEFOP
Diretora: Silvia Regina Peres
Centro de Formação e Desenvolvimento Profissional de Gestores da Educação Básica –
CEFOG
Diretora: Ana Bárbara Martins Garcia
Departamento de Recursos Didáticos e Tecnológicos de Educação a Distância – DETED
Diretora: Fernanda Henrique de Oliveira
Centro de Criação e Produção – CCRIP
Diretora: Ana Maria David Berbel
Centro de Infraestrutura e Tecnologia Aplicada – CITEC
Diretora: Rosangela de Lima Francisco
Centro de Avaliação e Certificação – CEAC
Diretora: Edivânia Oliveira Bezerra Pontes

Equipe de Validação de Conteúdo


EFAPE
Gestor: Bruno Westmann Prado
Gestora: Lourdes Pereira da Silva Navarro
Gestora: Rosangela Asselta Rodrigues
Simone Cristina Succi
Renan de Matos Vasconcelos
Coordenadoria Pedagógica – COPED
Gestora: Roberta Fernandes dos Santos
Parceiros
Parceiros da Educação
Instituto Sonho Grande

Modelagem, Produção Editorial e Produção Web


Fundação Carlos Alberto Vanzolini – FCAV
Presidente da Diretoria Executiva: João Amato Neto
Gestão de Tecnologias em Educação
Diretor: Guilherme Ary Plonski
Coordenadores Executivos: Beatriz Scavazza e Luis Marcio Barbosa
Gestão de Projetos
Coordenadora: Renata Simões
Design Instrucional
Coordenadoras: Natália Matheus e Taïs Bressane
Produção Editorial (e-books)
Coordenadora: Denise Blanes
Diagramação: Jairo Souza Design Gráfico

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