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NOP-InEA-15 - Áreas de Soltura de Fauna Silvestre

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DISCIPLINA O PROCEDIMENTO PARA CADASTRO DE ÁREAS DE

SOLTURA DE ANIMAIS SELVAGENS E MONITORAMENTO

1 OBJETIVO

Estabelecer os critérios e procedimentos relativos ao cadastramento de Áreas de Soltura de Animais


Selvagens e Monitoramento no Estado do Rio de Janeiro (ASAS - RJ).

2 CAMPO DE APLICAÇÃO

2.1 Esta norma aplica-se a todos os órgãos que compõem o Sistema Nacional do Meio Ambiente -
SISNAMA, em conformidade com as atribuições e responsabilidades de cada esfera.

2.2 Esta Norma Operacional entrará em vigor na data de sua publicação.

3 DEFINIÇÕES

TERMO / SIGLA OBJETO


Área de Soltura de Animais Área para soltura imediata (hard release) – destinada a espécimes da fauna
Selvagens Categoria I que não necessitem de aclimatação e readaptação, recém-capturados, com
(ASAS-RJ I) previsão de imediata destinação para soltura após a apreensão ou resgate;
Área para soltura com aclimatação (soft release) – destinada a espécimes da
Área de Soltura de Animais fauna que não necessitem de readaptação, mas que devem passar período
Selvagens Categoria II de aclimatização. Esta área necessitará de recintos com estruturas menos
(ASAS-RJ II) complexas, somente para a manutenção dos espécimes em contato com o
ambiente local;
Área para soltura com necessidade de readaptação – destinada a espécimes
Área de Soltura de Animais
da fauna que além de aclimatização, necessitam de recintos para
Selvagens Categoria III
readaptação. Esta área necessitará de recintos adequados à readaptação,
(ASAS-RJ III)
que também podem funcionar para aclimatização.
Técnica de aclimatação dos espécimes às condições diversas daquelas do
ambiente anterior, em especial para as variantes físicas, como temperatura e
Aclimatização
umidade, não necessitando readaptações a atributos comportamentais
inerentes a espécie.
Procedimento de inspeção que envolve exames clínicos e laboratoriais
Protocolo sanitário
visando à observação da sanidade de espécimes ou grupo de indivíduos.
Adaptação dos espécimes às condições diversas daquelas do ambiente
anterior, incluindo as condições físicas do ambiente, como temperatura e
Readaptação umidade, necessariamente sendo promovidas readaptações a atributos
comportamentais inerentes à espécie, como recondicionamento a voo ou
busca por alimentos.
Ação de retorno do individuo ou grupo na mesma localidade de origem, em
Recolocação
curto espaço de tempo, podendo também ser denominada devolução.
Tentativa de restabelecer uma espécie em uma área que anteriormente fazia
Reintrodução parte de seu habitat histórico, mas na qual, por alguma razão, se tornou
extinta. É também denominada restabelecimento.
Movimento deliberado ou mediado de indivíduos selvagens ou de populações
Relocação de sua área de ocorrência para outra área em que ela também ocorra. É
também denominado translocação.
Ação objetivando acrescentar indivíduos a uma população existente de
Revigoramento indivíduos da mesma espécie. É também denominada reforço ou
suplementação.
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SOLTURA DE ANIMAIS SELVAGENS E MONITORAMENTO

TERMO / SIGLA OBJETO


Termo genérico, que significa a reintegração à natureza de animal selvagem,
Soltura de animais
sendo necessário atentar para diferentes situações em que ela se enquadra
selvagens
(IUCN, 1995).
Soltura executada sem o fornecimento de apoio adicional aos espécimes,
Soltura abrupta (hard principalmente alimento, aclimatização ou treinamento comportamental no
release recinto de soltura.
Soltura branda (soft Soltura feita com o fornecimento de alimento aos espécimes no recinto de
release) retenção na área de soltura, enquanto eles passam por um processo de
aclimatização.

4 REFERÊNCIAS

4.1 Lei Federal n° 5.197/67 - Dispõe sobre a proteção à fauna silvestre;

4.2 Lei Federal n° 9.605/98 - Define os espécimes da fauna silvestre como todos aqueles pertencentes às
espécies nativas, migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que tenham todo ou parte de seu
ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do território brasileiro, ou em águas jurisdicionais brasileiras;

4.3 Decreto n° 6.514/08 - Estabelece que os animais da fauna silvestre serão libertados em seu habitat ou
entregues a jardins zoológicos, fundações, entidades de caráter cientifico, centros de triagem, criadouros
regulares ou entidades assemelhadas, desde que fiquem sob a responsabilidade de técnicos habilitados,
podendo, ainda, respeitados os regulamentos vigentes, serem entregues em guarda doméstica provisória; bem
como estipula que a libertação dos animais da fauna silvestre em seu habitat natural deverá observar os
critérios técnicos previamente estabelecidos pelo órgão ou entidade ambiental competente;

4.4 Decreto n° 99.274/1990 - Regulamenta a Lei nº 6.902/81, e a Lei nº 6.938/81, que dispõem,
respectivamente, sobre a criação de Estações Ecológicas e Áreas de Proteção Ambiental e sobre a Política
Nacional de Meio Ambiente, e dá outras providências.

4.5 Decreto Estadual n° 40.909/2007 - Dispõe sobre a Reserva Particular do Patrimônio Natural - RPPN -
como unidade de conservação da natureza de proteção integral no território do Estado do Rio de Janeiro,
estabelece critérios e procedimentos administrativos para sua criação e estímulos e incentivos para sua
implementação e determina outras providências.

4.6 Resolução INEA nº 72/13 - Estabelece procedimentos vinculados à autorização ambiental para
levantamento, coleta, colheita, apanha, captura, resgate, transporte e monitoramento de fauna silvestre, e
impõe a necessidade do cadastramento das áreas de soltura nos órgãos ambientais competentes;

5 CONDIÇÕES GERAIS

5.1 Cadastramento de Áreas de Soltura de Animais Selvagens

5.1.1 O requerimento de cadastro como área de soltura ao Instituto Estadual do Ambiente (INEA) deve ser
acompanhado dos seguintes documentos:

- Formulário de cadastro com informações gerais preenchido (Anexo I);

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- Projeto com proposta para a área (objetivos, justificativas e metodologia), incluindo a previsão de abrigos e
estruturas a serem instalados;

- Comprovante(s) de propriedade da área;

- Croqui de acesso à propriedade;

- Localização da propriedade em mapa, imagem de satélite ou foto aérea de no mínimo 1:10.000,


georreferenciada, usando o DATUM WGS 84, em UTM;

- Preenchimento, por técnico legalmente habilitado, do formulário da caracterização da área de soltura


proposta, conforme modelo (Anexo II), para análise e manifestação da GEFAU;

- Levantamento faunístico e floristico da região, a partir de dados secundários ou primários. No caso da


apresentação de dados secundários, caberá ao órgão ambiental avaliar a necessidade de complementação
com dados primários;

- Programa de educação ambiental e divulgação do projeto com a população e autoridades ambientais locais;

- Projeto dos recintos para os animais na modalidade de área de soltura “soft release” (ASAS-RJ II) e dos
recintos e instalações na modalidade de readaptação (ASAS-RJ III), além dos comedouros externos;

- Programa de marcação individual e monitoramento pós-soltura dos espécimes, conforme normas específicas
para cada grupo (modelo ASAS - RJ nº sequencial);

- Levantamento de ocorrências epidemiológicas na região, por análises em campo ou em consulta a órgãos de


saúde, agricultura e afins (Ex.: Fundação Nacional de Saúde - Funasa, Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento - MAPA, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA,
Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias - EMBRAPA, Centros de Controle de Zoonoses - CCZ), para
levantamento da ocorrência das doenças transmissíveis que acometem animais selvagens e domésticos;

- Descrição clara da fonte de recursos e do período de financiamento, quando houver, para apoio às atividades
de soltura;

- Programa, ou projeto, de monitoramento para os espécimes soltos na área, ou apresentação de termo de


cooperação com instituição de ensino e pesquisa, no qual seja indicada a linha de pesquisa para esta
finalidade, devidamente autorizado pelo INEA;

- Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), devidamente assinada e quitada, do responsável técnico


habilitado. A responsabilidade técnica poderá ser atendida por profissional contratado pelo proprietário,
empresa patrocinadora, órgão de fomento ou por instituição de pesquisa ou programa federal, desde que
formalmente estabelecida a parceria; e

- Certidão ou declaração expedida por órgão da prefeitura municipal atestando que a atividade está em
conformidade com legislação municipal de uso e ocupação de solo.

5.1.2 O INEA expedirá uma Certidão Ambiental atestando o cadastramento da área de soltura de animais
selvagens, ASAS-RJ

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5.1.2.1 Durante o período em que as áreas estiverem sendo cadastradas, poderá será permitida a soltura,
desde que devidamente autorizada por órgão ambiental por meio de Termo de Apreensão de Depósito e de
Soltura.

5.1.3 Todos os gastos com o cumprimento dos requisitos para o cadastramento de áreas de soltura,
construção de recintos de adaptação, alimentação dos animais e educação ambiental, devem correr às
expensas do requisitante.

5.1.4 Os procedimentos de soltura, incluindo o preenchimento dos relatórios anuais, são de responsabilidade
do Responsável Técnico, podendo o órgão ambiental, a qualquer momento, promover determinações que
impliquem em adiamento de eventuais solturas previamente programadas.

5.2 Proacedimentos a serem adotados nas Área de Soltura de Animais Selvagens

5.2.1 Promover a identificação correta de cada animal destinado à soltura por espécie (ou subespécie, quando
houver) que possibilite o monitoramento.

5.2.2 Consultar, previamente, para espécies ameaçadas, a existência de comitês ou grupos de trabalho para a
recuperação ou conservação das espécies.

5.2.3 Avaliar a origem e o histórico do animal a ser solto, além de questões relacionadas à estrutura social e
territorialidade da espécie.

5.2.4 Assegurar que a localidade da área de soltura seja de ocorrência natural da espécie/subespécie e,
preferencialmente, não seja borda de ocorrência.

5.2.5 Avaliar o grau de antropisação e condições fisiológicas específicas de cada espécime.

5.2.6 Avaliar a época do ano mais apropriada para soltura das espécies, considerando disponibilidade de
alimento (floração, frutificação, insetos), horário do dia, migração da espécie, entre outros.

5.2.7 Evitar socialização com humanos de espécimes destinados à soltura.

5.2.8 Avaliar tamanho, qualidade e, se necessário, população da localidade, incluindo a capacidade de


suporte.

5.2.9 Seguir protocolo sanitário, quarentena e exames sob orientação do órgão ambiental.

5.2.10 Avaliar pressões sobre a espécie e espécimes no local (caça, predadores, ação antrópica, entre
outros).

5.2.11 Avaliar a necessidade de fatores de suplementação, como alimentação (comedouros artificiais) e


abrigo (caixas/ ninhos artificiais).

5.2.12 Incentivar a restauração e ampliação de habitat no local, considerando possíveis normas específicas
existentes.

5.2.13 Incentivar o envolvimento da vizinhança na sensibilização e proteção da fauna.

5.2.14 Avaliar, se possível, genética dos espécimes a serem soltos e dos animais da população local.

5.2.15 Realizar marcação individual dos espécimes destinados à soltura.

5.2.16 Tomar medidas biométricas (peso, comprimento, entre outros).

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5.2.17 Realizar monitoramento pós-soltura.

5.2.18 Avaliar os recursos financeiros necessários.

5.2.19 Incentivar a participação dos setores privados e de pesquisa.

5.2.20 Os espécimes oriundos de apreensão e resgate que, mediante os critérios estabelecidos, sejam
destinados à soltura imediata, preferencialmente, devem ser soltos em área cadastrada próxima ao local da
ocorrência.

5.3 Áreas de Soltura de Animais Selvagens (ASAS-RJ)

5.3.1 A instalação dos recintos para aclimatação e readaptação, bem como a manutenção dos espécimes até
a sua respectiva soltura, fica a cargo do proprietário da área cadastrada, instituições de pesquisa, órgãos de
fomento, empresas privadas, órgãos públicos, ONG, OSCIP ou programas específicos.

5.3.2 O proprietário da ASAS-RJ deve apresentar, até o último dia útil do mês de fevereiro, relatório anual
referente ao exercício anterior, com informações sobre os espécimes soltos na propriedade, incluindo
informações sobre o programa de monitoramento.

5.3.3 As ASAS-RJ podem ser vistoriadas pelo órgão ambiental a qualquer momento, com o livre acesso às
áreas destinadas para as instalações de acondicionamento dos animais.

5.3.4 As ASAS-RJ serão descredenciadas caso sejam constatadas irregularidades no que tange ao bem-estar
dos animais ou ocorrência de danos ambientais evidentes

5.3.4.1 Poderão acarretar o descredenciamento das ASAS-RJ, as seguintes ocorrências:

a) quaisquer impactos ambientais na propriedade onde se localize a ASAS-RJ não autorizados pelo órgão
ambiental competente;
b) soltura de animais selvagens não autorizada pelo órgão ambiental competente;
c) existência de animais selvagens em cativeiro sem origem legal comprovada;
d) condições e instalações inadequadas aos animais selvagens acondicionados; e
e) atividade comercial e turística na propriedade da ASAS-RJ sem o conhecimento do órgão ambiental
competente pelo credenciamento.

5.3.5 O proprietário da área de soltura pode firmar parcerias, termos de cooperação ou outro instrumento legal
com entidades públicas ou privadas, a fim de que a área seja provida de estrutura física e de pessoal técnico
qualificado.

5.3.5.1 Cópias dos eventuais termos firmados devem ser encaminhados ao órgão ambiental, para ciência.

5.4 Procedimentos de Soltura e Monitoramento

5.4.1 Os espécimes destinados às Áreas de Soltura devem seguir o Protocolo Sanitário, em conformidade
com as normas em vigor.

5.4.2 Os espécimes encaminhados à soltura das Categorias II e III devem ser originados de centros de
triagem e reabilitação, autorizados pelo órgão competente.

5.4.3 Os espécimes destinados à soltura devem possuir marcação específica por grupo taxonômico.

5.4.4 Os espécimes encaminhados às Áreas de Soltura cadastradas devem ser monitorados após a soltura
em conformidade com o programa apresentado previamente ao cadastro da área.
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5.4.5 Deve ser realizado monitoramento dos espécimes liberados no período após a soltura, no mínimo a
cada 3 (três) meses no primeiro ano, e a cada 6 (seis) meses nos 3 (três) anos seguintes.

5.4.5.1 O monitoramento deve:

a) acompanhar a taxa de sobrevivência dos espécimes soltos;


b) acompanhar a ocorrência de eventos reprodutivos envolvendo os espécimes soltos;
c) avaliar a porcentagem de fixação e sobrevivência dos indivíduos na área de soltura;
d) avaliar o efeito direto sobre a população das espécies presentes na área de soltura, quando for o caso;
e) monitorar e analisar os efeitos da soltura sobre o ambiente físico e biótico no local de soltura e áreas
adjacentes; e
f) avaliar a dinâmica populacional da espécie destinada à área de soltura.

6 CONDIÇÕES ESPECÍFICAS

6.1 Podem ser cadastradas como áreas de soltura de animais selvagens as propriedades que estiverem
localizadas em área de interesse ecológico, considerando aspectos faunísticos, florísticos, e características
geomorfológicas, hídricas e grau de antropização.

6.1.1 O cadastramento de determinada área como de soltura não implica o reconhecimento pelo órgão
ambiental de quaisquer direitos de propriedade, tampouco legitima benfeitorias para quaisquer efeitos legais.

6.1.2. Não podem ser cadastradas áreas de soltura em propriedades embargadas, com auto de infração
administrativo transitado em julgado, e não quitado ou com recuperação da área degradada pendente.

6.2 As unidades de conservação de proteção integral e as áreas públicas em unidades de conservação de


uso sustentável devem ser consideradas áreas de soltura, observando-se os regulamentos próprios, após
análises técnicas pertinentes e desde que previamente autorizado pelo órgão responsável pela UC.

6.2.1 A Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), considerada unidade de conservação da natureza
de proteção integral, conforme determina o Decreto Estadual 40.909/2007 pode ser cadastrada como área de
soltura, nos termos desta Norma.

6.2.2 As áreas particulares no interior das unidades de conservação de uso sustentável estaduais podem ser
cadastradas como área de soltura, nos termos desta Norma.

7 Anexos

 Anexo 1 – SOLICITAÇÃO PARA CADASTRO COMO ÁREA DE SOLTURA DE ANIMAIS SELVAGENS

 Anexo 2 – RELATÓRIO DE VISTORIA PARA ÁREAS DE SOLTURA

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Continuação

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