NOP-InEA-15 - Áreas de Soltura de Fauna Silvestre
NOP-InEA-15 - Áreas de Soltura de Fauna Silvestre
NOP-InEA-15 - Áreas de Soltura de Fauna Silvestre
1 OBJETIVO
2 CAMPO DE APLICAÇÃO
2.1 Esta norma aplica-se a todos os órgãos que compõem o Sistema Nacional do Meio Ambiente -
SISNAMA, em conformidade com as atribuições e responsabilidades de cada esfera.
3 DEFINIÇÕES
4 REFERÊNCIAS
4.2 Lei Federal n° 9.605/98 - Define os espécimes da fauna silvestre como todos aqueles pertencentes às
espécies nativas, migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que tenham todo ou parte de seu
ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do território brasileiro, ou em águas jurisdicionais brasileiras;
4.3 Decreto n° 6.514/08 - Estabelece que os animais da fauna silvestre serão libertados em seu habitat ou
entregues a jardins zoológicos, fundações, entidades de caráter cientifico, centros de triagem, criadouros
regulares ou entidades assemelhadas, desde que fiquem sob a responsabilidade de técnicos habilitados,
podendo, ainda, respeitados os regulamentos vigentes, serem entregues em guarda doméstica provisória; bem
como estipula que a libertação dos animais da fauna silvestre em seu habitat natural deverá observar os
critérios técnicos previamente estabelecidos pelo órgão ou entidade ambiental competente;
4.4 Decreto n° 99.274/1990 - Regulamenta a Lei nº 6.902/81, e a Lei nº 6.938/81, que dispõem,
respectivamente, sobre a criação de Estações Ecológicas e Áreas de Proteção Ambiental e sobre a Política
Nacional de Meio Ambiente, e dá outras providências.
4.5 Decreto Estadual n° 40.909/2007 - Dispõe sobre a Reserva Particular do Patrimônio Natural - RPPN -
como unidade de conservação da natureza de proteção integral no território do Estado do Rio de Janeiro,
estabelece critérios e procedimentos administrativos para sua criação e estímulos e incentivos para sua
implementação e determina outras providências.
4.6 Resolução INEA nº 72/13 - Estabelece procedimentos vinculados à autorização ambiental para
levantamento, coleta, colheita, apanha, captura, resgate, transporte e monitoramento de fauna silvestre, e
impõe a necessidade do cadastramento das áreas de soltura nos órgãos ambientais competentes;
5 CONDIÇÕES GERAIS
5.1.1 O requerimento de cadastro como área de soltura ao Instituto Estadual do Ambiente (INEA) deve ser
acompanhado dos seguintes documentos:
- Projeto com proposta para a área (objetivos, justificativas e metodologia), incluindo a previsão de abrigos e
estruturas a serem instalados;
- Programa de educação ambiental e divulgação do projeto com a população e autoridades ambientais locais;
- Projeto dos recintos para os animais na modalidade de área de soltura “soft release” (ASAS-RJ II) e dos
recintos e instalações na modalidade de readaptação (ASAS-RJ III), além dos comedouros externos;
- Programa de marcação individual e monitoramento pós-soltura dos espécimes, conforme normas específicas
para cada grupo (modelo ASAS - RJ nº sequencial);
- Descrição clara da fonte de recursos e do período de financiamento, quando houver, para apoio às atividades
de soltura;
- Certidão ou declaração expedida por órgão da prefeitura municipal atestando que a atividade está em
conformidade com legislação municipal de uso e ocupação de solo.
5.1.2 O INEA expedirá uma Certidão Ambiental atestando o cadastramento da área de soltura de animais
selvagens, ASAS-RJ
5.1.2.1 Durante o período em que as áreas estiverem sendo cadastradas, poderá será permitida a soltura,
desde que devidamente autorizada por órgão ambiental por meio de Termo de Apreensão de Depósito e de
Soltura.
5.1.3 Todos os gastos com o cumprimento dos requisitos para o cadastramento de áreas de soltura,
construção de recintos de adaptação, alimentação dos animais e educação ambiental, devem correr às
expensas do requisitante.
5.1.4 Os procedimentos de soltura, incluindo o preenchimento dos relatórios anuais, são de responsabilidade
do Responsável Técnico, podendo o órgão ambiental, a qualquer momento, promover determinações que
impliquem em adiamento de eventuais solturas previamente programadas.
5.2.1 Promover a identificação correta de cada animal destinado à soltura por espécie (ou subespécie, quando
houver) que possibilite o monitoramento.
5.2.2 Consultar, previamente, para espécies ameaçadas, a existência de comitês ou grupos de trabalho para a
recuperação ou conservação das espécies.
5.2.3 Avaliar a origem e o histórico do animal a ser solto, além de questões relacionadas à estrutura social e
territorialidade da espécie.
5.2.4 Assegurar que a localidade da área de soltura seja de ocorrência natural da espécie/subespécie e,
preferencialmente, não seja borda de ocorrência.
5.2.6 Avaliar a época do ano mais apropriada para soltura das espécies, considerando disponibilidade de
alimento (floração, frutificação, insetos), horário do dia, migração da espécie, entre outros.
5.2.9 Seguir protocolo sanitário, quarentena e exames sob orientação do órgão ambiental.
5.2.10 Avaliar pressões sobre a espécie e espécimes no local (caça, predadores, ação antrópica, entre
outros).
5.2.12 Incentivar a restauração e ampliação de habitat no local, considerando possíveis normas específicas
existentes.
5.2.14 Avaliar, se possível, genética dos espécimes a serem soltos e dos animais da população local.
5.2.20 Os espécimes oriundos de apreensão e resgate que, mediante os critérios estabelecidos, sejam
destinados à soltura imediata, preferencialmente, devem ser soltos em área cadastrada próxima ao local da
ocorrência.
5.3.1 A instalação dos recintos para aclimatação e readaptação, bem como a manutenção dos espécimes até
a sua respectiva soltura, fica a cargo do proprietário da área cadastrada, instituições de pesquisa, órgãos de
fomento, empresas privadas, órgãos públicos, ONG, OSCIP ou programas específicos.
5.3.2 O proprietário da ASAS-RJ deve apresentar, até o último dia útil do mês de fevereiro, relatório anual
referente ao exercício anterior, com informações sobre os espécimes soltos na propriedade, incluindo
informações sobre o programa de monitoramento.
5.3.3 As ASAS-RJ podem ser vistoriadas pelo órgão ambiental a qualquer momento, com o livre acesso às
áreas destinadas para as instalações de acondicionamento dos animais.
5.3.4 As ASAS-RJ serão descredenciadas caso sejam constatadas irregularidades no que tange ao bem-estar
dos animais ou ocorrência de danos ambientais evidentes
a) quaisquer impactos ambientais na propriedade onde se localize a ASAS-RJ não autorizados pelo órgão
ambiental competente;
b) soltura de animais selvagens não autorizada pelo órgão ambiental competente;
c) existência de animais selvagens em cativeiro sem origem legal comprovada;
d) condições e instalações inadequadas aos animais selvagens acondicionados; e
e) atividade comercial e turística na propriedade da ASAS-RJ sem o conhecimento do órgão ambiental
competente pelo credenciamento.
5.3.5 O proprietário da área de soltura pode firmar parcerias, termos de cooperação ou outro instrumento legal
com entidades públicas ou privadas, a fim de que a área seja provida de estrutura física e de pessoal técnico
qualificado.
5.3.5.1 Cópias dos eventuais termos firmados devem ser encaminhados ao órgão ambiental, para ciência.
5.4.1 Os espécimes destinados às Áreas de Soltura devem seguir o Protocolo Sanitário, em conformidade
com as normas em vigor.
5.4.2 Os espécimes encaminhados à soltura das Categorias II e III devem ser originados de centros de
triagem e reabilitação, autorizados pelo órgão competente.
5.4.3 Os espécimes destinados à soltura devem possuir marcação específica por grupo taxonômico.
5.4.4 Os espécimes encaminhados às Áreas de Soltura cadastradas devem ser monitorados após a soltura
em conformidade com o programa apresentado previamente ao cadastro da área.
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DISCIPLINA O PROCEDIMENTO PARA CADASTRO DE ÁREAS DE
SOLTURA DE ANIMAIS SELVAGENS E MONITORAMENTO
5.4.5 Deve ser realizado monitoramento dos espécimes liberados no período após a soltura, no mínimo a
cada 3 (três) meses no primeiro ano, e a cada 6 (seis) meses nos 3 (três) anos seguintes.
6 CONDIÇÕES ESPECÍFICAS
6.1 Podem ser cadastradas como áreas de soltura de animais selvagens as propriedades que estiverem
localizadas em área de interesse ecológico, considerando aspectos faunísticos, florísticos, e características
geomorfológicas, hídricas e grau de antropização.
6.1.1 O cadastramento de determinada área como de soltura não implica o reconhecimento pelo órgão
ambiental de quaisquer direitos de propriedade, tampouco legitima benfeitorias para quaisquer efeitos legais.
6.1.2. Não podem ser cadastradas áreas de soltura em propriedades embargadas, com auto de infração
administrativo transitado em julgado, e não quitado ou com recuperação da área degradada pendente.
6.2.1 A Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), considerada unidade de conservação da natureza
de proteção integral, conforme determina o Decreto Estadual 40.909/2007 pode ser cadastrada como área de
soltura, nos termos desta Norma.
6.2.2 As áreas particulares no interior das unidades de conservação de uso sustentável estaduais podem ser
cadastradas como área de soltura, nos termos desta Norma.
7 Anexos
Continuação