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Madeiras Brasileiras

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pdf 1 20/08/2013 16:04:30

MADEIRAS Andréa Franco Pereira O objetivo proposto por

Andréa Franco Pereira


Madeiras brasileiras: guia de
BRASILEIRAS combinação e substituição
Guia de combinação e substituição é o de trazer informações para o uso mais

MADEIRAS
amplo das diversas espécies de madeira,
seja em combinações de cores e texturas,
seja na substituição daquelas espécies

BRASILEIRAS
menos abundantes, circunstância esta que

MADEIRAS BRASILEIRAS
O Guia apresenta dados de 90 espécies, ordenadas a partir pode ocorrer em razão de fatores sazonais
do degradê de suas cores, um dos aspectos sensoriais mais ou ameaças de extinção de espécies.
importantes da madeira para uso em design, decoração,
Cada ficha do mostruário apresenta dados
C
arquitetura de interiores e marcenaria. Guia de combinação e substituição relativos às características e propriedades
Andréa Franco Pereira
M

das madeiras, e imagens em tamanho real


A escolha das 90 madeiras foi baseada em lista das 100
Y

das fases tangencial ou radial e em aumen-


espécies nativas mais comercializadas no Brasil em 2008 e
CM

MY
É graduada em design de produto e possui to de 10 vezes da fase transversal, permi-
2009, e na disponibilidade de imagens e de dados técnicos,
PhD em Sciences Mécaniques pour tindo que as espécies possam ser compara-

Guia de combinação e substituição


CY

bem como na inclusão de madeiras extintas, proibidas de


CMY

l’Ingénieur pela Université de Technologie das entre si. Esse aumento da fase trans-
serem exploradas ou produzidas em plantios florestais.
K

de Compiègne, França. Atua na área do versal é uma técnica usada para a identifi-
ecodesign como pesquisadora de produti- cação das espécies. Já as imagens em
O livro é acompanhado de um mostruário que apresenta cada
vidade do CNPq – Conselho Nacional de tamanho real permitem o reconhecimento
uma das madeiras a partir de imagens em tamanho real das
Desenvolvimento Científico e Tecnológico. da madeira para seu uso, combinação ou
fases tangencial ou radial e em aumento de 10 vezes da fase
É professora do Departamento de Tecnolo- substituição.
transversal, permitindo que todas as espécies possam ser
gia da Arquitetura e do Urbanismo, Escola A intenção foi a de apresentar uma amostra
comparadas entre si.
de Arquitetura (e Design) da UFMG – de cada madeira da forma mais fiel possí-
Universidade Federal de Minas Gerais. vel. Por vezes, foi difícil decidir sobre qual
melhor imagem e, eventualmente, algumas
delas poderão não representar fidedigna-
www.blucher.com.br mente uma madeira, tendo em vista as
diferenças que se apresentam de amostra
para amostra, bem como a imprecisão
cromática da impressão.
Madeiras Brasileiras
Guia de combinação e substituição
Andréa Franco Pereira

Lançamento 2013
ISBN: 9788521207351 Formato: 17x24 cm
Páginas: 130
capa_madeiras brasileiras_lombada 6mm.pdf 1 20/08/2013 16:04:30

MADEIRAS Andréa Franco Pereira O objetivo proposto por

Andréa Franco Pereira


Madeiras brasileiras: guia de
BRASILEIRAS combinação e substituição
Guia de combinação e substituição é o de trazer informações para o uso mais

MADEIRAS
amplo das diversas espécies de madeira,
seja em combinações de cores e texturas,
seja na substituição daquelas espécies

BRASILEIRAS
menos abundantes, circunstância esta que

MADEIRAS BRASILEIRAS
O Guia apresenta dados de 90 espécies, ordenadas a partir pode ocorrer em razão de fatores sazonais
do degradê de suas cores, um dos aspectos sensoriais mais ou ameaças de extinção de espécies.
importantes da madeira para uso em design, decoração,
Cada ficha do mostruário apresenta dados
C
arquitetura de interiores e marcenaria. Guia de combinação e substituição relativos às características e propriedades
Andréa Franco Pereira
M

das madeiras, e imagens em tamanho real


A escolha das 90 madeiras foi baseada em lista das 100
Y

das fases tangencial ou radial e em aumen-


espécies nativas mais comercializadas no Brasil em 2008 e
CM

MY
É graduada em design de produto e possui to de 10 vezes da fase transversal, permi-
2009, e na disponibilidade de imagens e de dados técnicos,
PhD em Sciences Mécaniques pour tindo que as espécies possam ser compara-

Guia de combinação e substituição


CY

bem como na inclusão de madeiras extintas, proibidas de


CMY

l’Ingénieur pela Université de Technologie das entre si. Esse aumento da fase trans-
serem exploradas ou produzidas em plantios florestais.
K

de Compiègne, França. Atua na área do versal é uma técnica usada para a identifi-
ecodesign como pesquisadora de produti- cação das espécies. Já as imagens em
O livro é acompanhado de um mostruário que apresenta cada
vidade do CNPq – Conselho Nacional de tamanho real permitem o reconhecimento
uma das madeiras a partir de imagens em tamanho real das
Desenvolvimento Científico e Tecnológico. da madeira para seu uso, combinação ou
fases tangencial ou radial e em aumento de 10 vezes da fase
É professora do Departamento de Tecnolo- substituição.
transversal, permitindo que todas as espécies possam ser
gia da Arquitetura e do Urbanismo, Escola A intenção foi a de apresentar uma amostra
comparadas entre si.
de Arquitetura (e Design) da UFMG – de cada madeira da forma mais fiel possí-
Universidade Federal de Minas Gerais. vel. Por vezes, foi difícil decidir sobre qual
melhor imagem e, eventualmente, algumas
delas poderão não representar fidedigna-
www.blucher.com.br mente uma madeira, tendo em vista as
diferenças que se apresentam de amostra
para amostra, bem como a imprecisão
cromática da impressão.
Sumário
Índice de Siglas 13
Índice de Figuras, Tabelas e Quadros 15

Apresentação 17
1. Introdução 21
1.1 Exploração legal e sustentável 25
1.2 Certificação e design 27
2. Limites de uso e ciclo de vida 31
2.1 Limites de aquisição da madeira 32
2.1.1 Preço e volume disponível 32
2.1.2 Facilidade e riscos de secagem 49
2.2 Limites de produção e trabalhabilidade 51
2.2.1 Propriedades físicas e mecânicas 51
2.2.2 Durabilidade natural 56
2.2.3 Processos de fabricação 61
2.2.4 Estabilidade 62
2.3 Limites de mercado 63
2.3.1 Aceitabilidade da diversidade de espécies 63
2.3.2 Fatores econômicos globais 64
2.4 Limites de uso 66
2.4.1 Nomes comuns e nomes científicos 66
2.4.2 Elementos celulares 68
2.4.3 Características sensoriais 71
2.4.4 Usos mais comuns 74

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14 MADEIRAS BRASILEIRAS
Guia de combinação e substituição

2.4.5 Conforto de uso 77


2.4.6 Conforto térmico 77
2.4.7 Conforto acústico 77
2.4.8 Resistência ao fogo 77
2.5 Limites de fim de vida 79
2.5.1 Propriedades tóxicas e resíduos 79
2.5.2 Potencial de poluição 79
2.6 Limites legais 80
2.6.1 Obrigações legais 80
2.7 Limites normativos 84
2.7.1 Programas da sociedade civil organizada 84

Referências Bibliográficas – Livro 89


Referências Bibliográficas – Fichas de Madeira 94

Apêndice 1: Índice de Nomes Comuns e Científicos 97


Apêndice 2: Índice de Nomes e Cores 111
Apêndice 3: Tabela de Propriedades Mecânicas 117

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Índice de siglas
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
CCA-A – mistura hidrossolúvel de cobre, cromo e arsênico
CERFLOR – Programa Brasileiro de Certificação Florestal
FAO – Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação
FIEAC – Federação das Indústrias do Estado do Acre
FSC – Forest Stewardship Council
IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis
IBDF – Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (atualmente
integrado ao LPF/IBAMA)
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IBOPE – Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística
IMAFLORA – Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola
IMAZON – Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia
INPA – Instituto Nacional de Pesquisas Amazônicas
IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo
LPF – Laboratório de Produtos Florestais
ONG – Organização não governamental
PMFS – Plano de Manejo Florestal Sustentável
PNF – Programa Nacional de Florestas
SBF – Serviço Florestal Brasileiro
SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

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16 MADEIRAS BRASILEIRAS
Guia de combinação e substituição

SIF – Sociedade de Investigações Florestais


UFV – Universidade Federal de Viçosa
UnB – Universidade de Brasília
WWF – World Wild Found

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1 Introdução

Madeira é um bem que tem sido usado há tempos como matéria-prima bá-
sica para as nossas edificações e para a produção de objetos, o que certamente
se deve às suas características físicas e mecânicas. Os variados níveis de dureza
e densidade permitem que sejam trabalhadas conforme a necessidade dos fa-
bricantes e artesãos, em face de sua constituição fibrosa, que proporciona boa
resistência estrutural.
Entretanto, não são apenas essas as razões do uso da madeira como ma-
téria-prima. Ela mantém com o ser humano uma relação biofísica, catalisadora
de sensações prazerosas. Seus cheiros, cores, brilhos, reflexos e temperaturas
e, ainda, o desenho de suas fibras, formando composições visuais e asperezas
diferenciadas, aguçam nossos sentidos e desejos.
O aspecto agradável dos diferentes tipos de madeira resulta da vasta com-
binação das propriedades físicas e sensoriais, características da exuberância
florestal, visto que são geradas por uma rica variedade de árvores, cuja composi-
ção é determinante das formas e propriedades do tecido lenhoso.
As árvores são classificadas em dois grandes grupos, assim denominados
gimnospermas e angiospermas. As primeiras, com nome tomado do grego
gumnos (nu) e sperma (semente), são plantas cujos óvulos (e, posteriormente,
as sementes) são carregados por um casco resistente sem a proteção de flores
ou frutos. Por essa razão, tais árvores não têm frutos e apresentam sementes de
forma aparente. Por outro lado, as gimnospermas se subdividem em tipos,
destacando-se as coníferas, aquelas que produzem madeira. No Brasil há duas
espécies principais de árvores coníferas, o pinus (Pinus elliottii) e a araucária
ou pinho-do-paraná (Araucaria angustifolia), esta nativa do país. Seu tronco
(caule ou fuste) e a copa (galhos e folhas) se apresentam na forma de cone, por
isso o nome conífera. Essas árvores compõem um dos recursos renováveis mais
importantes do mundo, em virtude de seu rápido crescimento.

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ANDRÉA FRANCO PEREIRA 25

Figura 1 – Camadas do tronco de uma árvore. Imagem IPT (ZENID, 2002); Ilustração da autora

Convém assinalar que as árvores dicotiledôneas são também chamadas


frondosas ou folhosas, em decorrência do aspecto ramificado de sua copa. Seu
tronco é formado por várias camadas (Figura 1). A casca é o tecido mais externo,
constituído de duas camadas: a mais externa, composta por tecidos mortos, tem
a função de proteger os tecidos vivos; a mais interna, chamada floema, tem a
função de conduzir a seiva elaborada na copa. Depois da casca, há uma fina ca-
mada, denominada câmbio, responsável pelo crescimento do diâmetro do tron-
co. Logo a seguir, encontra-se o tecido lenhoso, ou seja, a madeira propriamente
dita, denominado xilema. O xilema é constituído de duas partes: o alburno e
o cerne, os quais, em boa parte das madeiras, podem ser distinguidos pela cor
mais clara e por uma resistência menor ao ataque de insetos do alburno (branco
ou brancal), que é o lenho funcional, responsável pela condução da seiva bruta
da raiz à copa. É constituído por células vivas que, ao morrerem, dão origem ao
cerne, ou seja, o lenho não funcional cujas células estão sem atividade. Cerne e

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2 Limites de uso e ciclo de vida

Para que seja obtido, de forma organizada, o máximo de informações sobre


as madeiras, é conveniente que sejam elas examinadas levando em conta os
limites de uso de cada espécie: para que, como, em que usar, qual a quantidade
disponível e onde encontrar. As variáveis serão observadas sob a lógica do ciclo
de vida como mostra a Figura 3:

Figura 3 – Ciclo de vida e variáveis para acesso às informações. Ilustração da autora.

1 – Limites de aquisição da madeira:


– preço e volume disponível
– facilidade e riscos de secagem (ver fichas de madeira neste manual)

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36 MADEIRAS BRASILEIRAS
Guia de combinação e substituição

INSTITUIÇÕES NACIONAIS

Associação das Indústrias Exportadoras de Madeira do Estado do Pará – AIMEX


Trav. Quintino Bocaiúva, 1.588 – 5º andar – Ed. Casa da Indústria
66035-190 – Belém – PA
Tel.: (91) 3242-7161 / (91) 3242-7342
E-mail: aimex@aimex.com.br
http://www.aimex.com.br

Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Madeiras – ABPMEX


Tel./Fax: (41) 3016-1516
E-mail: abpmex@abpmex.com.br
http://www.abpmex.com.br

Associação Brasileira dos Preservadores de Madeira – ABPM


Av. Prof. Almeida Prado, 511, Prédio 11 – Cidade Universitária
05508-901 – São Paulo – SP
Tel./Fax: (11) 3714-7738
Tel.: (11) 3767-4614
E-mail: info@abpm.com.br
http://www.abpm.com.br

Associação Nacional dos Produtores de Pisos de Madeira – ANPM


Rua Campos Salles, 1.818, Sala 64 – Bairro dos Alemães
13416-310 – Piracicaba – SP
Tel.: (19) 3402-2166
E-mail: anpm@anpm.org.br
http://www.anpm.org.br

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ANDRÉA FRANCO PEREIRA 51

TOCANTINS

Sindicato das Indústrias da Madeira e do Mobiliário de Estado do Tocantins – SIMAM


Rua Gaúcho, 300, Sala 9 – Edifício Center Shopp
77804-020 – Araguaina – TO
Tel/Fax: (63) 3414-2893
http://www.sindindustria.com.br/simamto

2.1.2 Facilidade e riscos de secagem


A secagem é uma etapa básica para as operações de transformação da ma-
deira. Seu procedimento não controlado ou inadequado para a espécie pode com-
prometer a peça que se pretenda produzir tanto estrutural quanto visualmente.
Cada madeira, em função de sua taxa de umidade, estrutura e espessura,
comporta-se de modo diferente durante a secagem. Por isso, toda espécie exi-
ge tempo e controle de secagem específicos. Algumas se comportam bem em
secagem ao ar livre; outras exigem controle mais rigoroso e necessitam que a
secagem seja feita em estufas, onde podem ser verificados tempo, umidade e
temperatura10. Recomenda-se que as peças de madeira sejam preparadas para
secagem em pilhas planas, cada camada separada por tabiques de dimensões
idênticas, evitando empenamentos e permitindo a ventilação11.
Em muitos casos, a secagem é um processo difícil, que pode provocar pro-
blemas, ocasionando perdas de material. Os defeitos apresentados são classi-
ficados nas categorias: empenamentos (encanoamento e encurvamento), racha-
duras, colapso e torcimentos (arqueamento e forma diamante)12 (Figura 4).
Facilidade e riscos durante a secagem de cada espécie podem ser analisados
nas Fichas de Madeira deste manual. De acordo com a bibliografia consultada,
10 Programas de secagem em estufa foram definidos pelo IBAMA e são apresentados no livro
LPF/IBAMA. Programas de secagem para madeiras brasileiras. Laboratório de Produ-
tos Florestais, IBAMA, Brasília, 1998.
11 Informações sobre procedimentos de secagem e definição de umidade estão detalhadas em:
ZENID, G. J., 2002, CD-Rom, Op. cit.
12 Definições precisas sobre cada defeito podem ser obtidas em: ZENID, G. J., 2002, CD-Rom,
Op. cit. e LPF/IBAMA, 1998, Op. cit.

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52 MADEIRAS BRASILEIRAS
Guia de combinação e substituição

a qualidade quanto aos riscos de secagem ao ar livre e em estufa é classificada


conforme as tendências que apresente quanto aos riscos de defeitos: “forte ten-
dência”, “tendência”, “moderada tendência” e “leve tendência”. Em função da
variedade de termos encontrados na bibliografia consultada, pode haver ainda
as seguintes indicações: “muitos defeitos”, “alta incidência de defeitos”, “sem
defeitos”, “sem problemas”, “não apresenta defeitos”, “não apresenta defeitos
sérios”, “pouca ocorrência de defeitos” ou “sem defeitos significativos”.

Figura 4 – Defeitos da madeira durante secagem. Fonte: LPF/IBAMA, 1998.

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ANDRÉA FRANCO PEREIRA 55

alhos e pisos. Nestes casos, as mudanças de dimensões devem ser observadas


a fim de que o resultado final não seja comprometido em função de alterações no
teor de umidade do ambiente.
As taxas de contração servem como parâmetros de comparação entre as
espécies, sendo também classificadas de forma qualitativa em baixa, média,
alta, nas direções tangencial e radial e no volume total:

Tabela 2 – Valores qualitativos para contração da madeira


Fonte: IPT (MAINERI; CHIMELO, 1989)
Baixa Média Alta
Contração tangencial ≤ 7,43% > 7,44% a ≤ 11,93% > 11,94%
Contração radial ≤ 3,51% > 3,52% a ≤ 5,59% > 5,60%
Contração volumétrica ≤ 12,32% > 12,33% a ≤ 19,39% > 19,40%

As propriedades mecânicas das madeiras são estabelecidas de acordo


com os seguintes parâmetros: a) dureza, b) flexão estática, c) compressão,
d) tração, e) cisalhamento.
Os valores aqui apresentados foram obtidos em ensaios realizados a partir
de amostras com teor de umidade a 12% e 15%15.
a) Dureza é uma característica de resistência da madeira à penetração de
um elemento metálico. Esta propriedade é normalmente medida sob a referência
Janka, de acordo com normas internacionais e é dada em N (Newton), unidade
definida pela ABNT, ou kgf (quilograma força), unidade aqui adotada pela mes-
ma razão anteriormente citada, ou seja, assimilação mais direta pelo público.
Foi adotada nas Fichas de Madeira a dureza em ensaio transversal (em alguns
casos, paralelo, ou de topo) com teor de umidade a 12% e 15%.
Considera-se que quanto mais estreitas sejam as camadas de crescimento,
mais dura é a madeira (Figura 6).

15 Idem nota 13.

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56 MADEIRAS BRASILEIRAS
Guia de combinação e substituição

Figura 6 – Camadas de crescimento. Imagens e ilustração feitas pela autora

Existe uma correlação entre densidade e dureza: as madeiras pesadas são,


normalmente, mais duras; as leves, mais macias.
Dureza também é classificada em valores numéricos e qualitativos: macia,
média, dura, e de acordo com os seguintes intervalos16:

Tabela 3 – Valores qualitativos quanto à dureza da madeira


Fonte: IPT (MAINERI; CHIMELO, 1989)

Madeira macia Dureza Janka ≤ 392 kgf


Madeira média Dureza Janka > 392 kgf a ≤ 730 kgf
Madeira dura Dureza Janka > 730 kgf

16 Baseado nos valores apresentados em: MAINERI, C.; CHIMELO, J. P. 1989, Op. cit.

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ANDRÉA FRANCO PEREIRA 57

b) Flexão estática é a deformação que uma peça de madeira longa, apoia-


da em suas extremidades, sofre com a aplicação de uma força perpendicular às
suas fibras (ou a seu eixo longitudinal). Ela é medida em ensaios de limite de
resistência (módulo de ruptura) e de elasticidade (módulo de elasticidade) – pro-
priedade que a peça tem de retornar à sua forma primitiva.
c) Compressão é a força exercida numa peça de madeira com o objetivo
de reduzir seu volume. É medida em ensaios de resistência realizados de forma
paralela e perpendicular às fibras, para verificar o valor máximo a ser alcançado
sem que a peça seja esmagada.
d) Tração é a força exercida no sentido oposto ao da compressão, puxando
a peça de madeira fixa em uma base. É medida de forma perpendicular às fibras
para verificar o valor máximo suportado sem que haja fendilhamento. O fendilha-
mento é a abertura das fibras que deixa aparecer fendas ou rachaduras. Também
se pode medir a resistência apresentada pela madeira ao fendilhamento.
e) Cisalhamento é a separação das fibras, ocorrida por meio de seu desli-
zamento, umas sobre as outras, em planos paralelos. Os ensaios são realizados
a fim de medir a resistência da peça de madeira, submetida a esforços aplicados
no sentido paralelo ou oblíquo às fibras.

Estes dados para flexão estática, compressão, tração e cisalhamento (Figu-


ra 7), são muito utilizados na construção civil para dimensionamento das peças
de madeira estruturais. Entretanto, sua utilidade é menor em relação aos objetos
e ao uso em acabamentos, dada as relações entre as dimensões das peças e aos
esforços de cargas suportados. Em uma mesa, a seção dos pés, por exemplo, por
mais estreita que seja, é, quase sempre, suficientemente grande para suportar
a carga colocada sobre a mesa. Com pouca frequência, o design de produto e de
interiores necessitará desses dados. Por essa razão, eles não estão indicados
nas Fichas de Madeira, mas sim em uma tabela apresentada em anexo.

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58 MADEIRAS BRASILEIRAS
Guia de combinação e substituição

Figura 7 – Propriedades mecânicas. Ilustração da autora.

2.2.2 Durabilidade natural


A durabilidade natural da madeira é analisada sob 4 aspectos: a) resistên-
cia ao ataque de insetos xilófagos; b) resistência ao ataque de fungos;
c) resistência ao sol; d) facilidade de tratamento. Podem ser assim descritos:
a) Insetos xilófagos, aqueles que se alimentam de madeira (xilon: do gre-
go = madeira, por isso também o nome xilema; e fago: do grego = comer), são os
cupins e as brocas-de-madeira17 (Figura 8 ).

17 Informações mais detalhadas sobre insetos xilófagos podem ser obtidos em IPT. Biodete-
rioração de madeiras em edificações. Instituto de Pesquisas Tecnológicas, São Paulo,
2001.

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ANDRÉA FRANCO PEREIRA 59

Figura 8 – Exemplo de insetos xilófagos. Ilustrações: adaptadas de IPT, 2001.

Os cupins ou térmitas (isópteros: do grego = asas iguais) são insetos so-


ciais, ou seja, agrupam-se em colônias compostas por diferentes categorias de
indivíduos: operários, soldados e reprodutores (estes últimos os únicos alados,
chamados ninfas quando imaturos, siriris ou aleluias, quando adultos). Res-
ponsáveis por todo trabalho da colônia, os operários é que atacam a madeira.
Entretanto, nem todos os cupins atacam a madeira, aqueles que o fazem são
chamados cupins xilófagos. São classificados em “cupins-de-madeira-seca” e
“cupins-de-madeira-umida” (estes atacam madeiras com teor de umidade aci-
ma de 30%): ambos desenvolvem suas colônias inteiramente dentro da madeira,
sendo seu ataque facilmente reconhecido pelos resíduos (fezes), de forma bem
característica, que lançam para fora da madeira atacada; “cupins–de-solo” de-
senvolvem a colônia no solo, mas escavam túneis para chegar à fonte de alimen-
to, ou seja, a própria madeira na superfície; “cupins-arborícolas” desenvolvem
a colônia acima do solo em algum apoio de superfície, geralmente uma árvore,
mas podem também fazê-los em forros e telhados.
As brocas-de-madeira (coleópteros: do grego = “asas estojo”) são peque-
nos besouros ou gorgulhos que atacam a madeira quando em sua fase de larva.

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60 MADEIRAS BRASILEIRAS
Guia de combinação e substituição

Atingindo a fase adulta, elas perfuram a madeira e saem para o mundo externo,
por isso o ataque é geralmente percebido como pequenos orifícios espalhados
na superfície da madeira.
As brocas não são insetos sociais, mas fazem parte de um grupo formado
por milhares de espécies. Diferentes grupos de brocas atacam a madeira tam-
bém em diferentes fases de seu beneficiamento, desde a árvore viva, sendo clas-
sificadas como “brocas que atacam a árvore viva”, “brocas que atacam a árvore
recém-abatida”, “brocas que atacam a madeira durante a secagem” e “brocas
que atacam a madeira seca”.
b) Fungos são organismos que necessitam de compostos orgânicos como
fonte de alimento, compostos esses muito presentes na madeira. Os fungos que
utilizam os componentes da madeira como alimento são chamados fungos xiló-
fagos. São classificados em “fungos emboloradores e manchadores” e “fungos
apodrecedores” (podridão branca, podridão parda e podridão mole)18 (Figura 9).

Figura 9 – Exemplos de fungos xilófagos. Imagens: adaptadas de IPT, 2001.

18 Idem nota 17.

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70 MADEIRAS BRASILEIRAS
Guia de combinação e substituição

tífico da espécie, há ainda uma sucessão hierárquica de agrupamentos: Reino,


Divisão, Classe, Ordem e Família, esta última mais frequente (não apresentada
neste manual): Aspidosperma polyneuron Müll.Arg. Apocynaceae.

2.4.2 Elementos celulares


Os elementos celulares formam a estrutura anatômica da madeira, apre-
sentando características úteis para a identificação da espécie em nível macros-
cópico, sem o auxílio de equipamentos, ou seja, a olho nu ou, no máximo, com a
ajuda de uma lupa que multiplica dez vezes a imagem.
As células são dispostas e organizadas no caule em diferentes direções (Fi-
gura 5), representadas em três planos principais: transversal (perpendicular
ao eixo da árvore); radial (paralelo ao eixo da árvore e perpendicular aos anéis
de crescimento); e tangencial (paralelo ao eixo da árvore, tangencial aos anéis
de crescimento e perpendicular aos raios). A estrutura anatômica é observada
nesses três planos e se distingue entre a) as madeiras das gimnospermas (co-
níferas) e b) as das angiospermas (dicotiledôneas – folhosas)35:

a) Estrutura anatômica das gimnospermas (Figura 10)


As gimnospermas apresentam constituição anatômica menos especiali-
zada do que as angiospermas surgidas posteriormente. Os elementos celula-
res são:
– Traqueides axiais (fibras): células tubulares alongadas e estreitas,
mais ou menos pontiagudas, que ocupam até 95% do volume da ma-
deira. Seu comprimento varia de 2 a 6 milímetros, podendo chegar a
10 mm, e são mais longas que as fibras das folhosas. Por isso, a pasta
celulósica utilizada na indústria de papel, feita a partir de coníferas, é
conhecida como celulose de fibra longa;
– Traqueides radiais: células tubulares compridas, porém menores que
os traqueides axiais e se dispõem horizontalmente, associadas aos raios.
Sua presença é característica em alguns gêneros como em Pinus e Picea
(pinheiro-do-canadá, pinheiro-da-noruega), enquanto que em outros são
sempre ausentes, como em araucaria (pinheiro-do-paraná);

35 Informações obtidas em: ZENID, G. J., 2002, CD-Rom, Op. cit.

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ANDRÉA FRANCO PEREIRA 71

– Parênquima axial: células retangulares curtas e com paredes finas,


cuja função é armazenar substâncias nutritivas. Quando ocorrem em
gimnospermas, são escassas e dispersas no lenho.
– Raios: faixas de células parenquimatosas de dimensões variáveis que
se estendem no sentido perpendicular ao eixo da árvore. Sua função é
armazenar, transformar e conduzir as substâncias nutritivas no sentido
transversal. Os raios são finos e se apresentam em fileiras de células.
– Canais resiníferos: espaços delimitados por camada de tecido ve-
getal (células epiteliais), tecido esse especializado na produção de
resina. Essas células epiteliais vertem seu produto no interior dos ca-
nais, que podem ser axiais ou radiais (neste caso, ocorrendo dentro
de um raio). São elementos importantes para a distinção de certas
madeiras, pois em algumas estão sempre presentes (Pinus e Picea);
e em outras, sempre ausentes (Araucaria).

Figura 10: Planos radial, tangencial e transversal das árvores coníferas (gimnospermas).
Imagens: IPT (ZENID, 2002).

b) Estrutura anatômica das angiospermas (Figura 11)


As madeiras de angiospermas-dicotiledôneas (folhosas) representam a
grande maioria das madeiras nativas brasileiras e possuem uma estrutura ana-
tômica mais complexa e variável do que as das gimnospermas. Os elementos
celulares são:

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72 MADEIRAS BRASILEIRAS
Guia de combinação e substituição

– Vasos (poros): células que se sobrepõem formando um tubo contínuo no


sentido axial, de comprimento indeterminado. Sua função é a condução
ascendente de líquidos na árvore. Eles podem ser solitários ou múltiplos
com distribuição e disposição variáveis. Os diâmetros e a frequência va-
riam no sentido da medula para a casca e de espécie para espécie. No
cerne (lenho não funcional cujas células estão sem atividade), os vasos
podem apresentar-se desobstruídos ou obstruídos por substâncias de
diferentes naturezas, que podem impedir ou diminuir a permeabilidade
da madeira;
– Traqueides axiais (fibras): células tubulares alongadas e estreitas,
mais ou menos pontiagudas, e constituem de 20% a 80% do lenho das
angiospermas, dependendo da espécie. Desempenham a função de
sustentação, sendo que a espessura de suas paredes, assim como a
quantidade presente, influencia na densidade da madeira. As dimen-
sões das fibras são variáveis na mesma espécie e em espécies diferentes,
apresentando comprimento médio de 1 mm. Por isso, a pasta celulósica
utilizada na indústria de papel, feita a partir de folhosas, é conhecida
como celulose de fibra curta.
– Parênquima axial: células retangulares curtas e com paredes finas,
cuja função é armazenar substâncias nutritivas. Destacam-se das fi-
bras por apresentarem cor mais clara. A quantidade e arranjo dessas
células são muito variáveis entre as diferentes espécies, sendo uma
das características mais importantes para a identificação das madei-
ras. O parênquima apresenta vários tipos que podem ser classificados
em três grandes grupos:
– parênquima difuso ou difuso em agregados (apotraque-
al): quando as células não estão associadas aos vasos;
– parênquima vasicêntrico, aliforme ou confluente (para-
traqueal): quando as células estão associadas aos vasos;
– parênquima em faixas: com células associadas ou não aos
vasos, ele pode ser em linhas estreitas ou largas, marginal,
reticulado, escalariforme ou em tramas.
– Raios: faixas de células parenquimatosas de dimensões variáveis,
que se estendem no sentido perpendicular ao eixo da árvore. Sua

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ANDRÉA FRANCO PEREIRA 73

função é armazenar, transformar e conduzir as substâncias nutriti-


vas no sentido transversal. Os raios são uma das características de
grande valor para a identificação das madeiras. No plano transversal
aparecem como linhas claras cruzando as camadas de crescimento;
no plano tangencial são observadas suas alturas e estratificação (nem
sempre presentes em todas as espécies, algumas podem apresentar
raios não estratificados).

Figura 11: Planos radial, tangencial e transversal das árvores folhosas (angiospermas)
Imagens: IPT (ZENID, 2002)

2.4.3 Características sensoriais


Um dos fatores mais importantes para o uso das madeiras está relacionado
às suas peculiaridades sensoriais, ou seja, àquelas percebidas por nossos senti-
dos. Assim como na anatomia, essas características também são utilizadas para
identificar as espécies em nível macroscópico. Os indicadores utilizados para
permitir a caracterização sensorial das madeiras são: a) cor; b) grã; c) textura;
d) figura; e) brilho; f) cheiro e gosto36.
A identificação das características sensoriais de uma madeira é sempre
guiada por uma certa subjetividade, já que as análises se baseiam quase sem-
pre na percepção pessoal do pesquisador. Entretanto, métodos instrumentais
e mesmo não instrumentais têm sido adotados para garantir maior precisão e

36 Conceituação desses indicadores e metodologia de análise são apresentados em: IBDF,


1988, Op. cit.; IBAMA, 2002, Op. cit. e ZENID, G. J., 2002, CD-Rom, Op. cit.

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74 MADEIRAS BRASILEIRAS
Guia de combinação e substituição

aplicabilidade dos resultados, sobretudo no que concerne à cor. Vejamos esses


indicadores:

a) Cor é um elemento de destaque na madeira e um dos principais parâme-


tros adotados para escolha e uso de determinada espécie.
Em muitas árvores a cor também diferencia o alburno do cerne (Figura 1).
Contudo, a cor dada a uma madeira, normalmente, está relacionada ao seu cer-
ne, parte mais resistente e efetivamente usada como madeira.
Costuma-se dizer que os métodos utilizados para medição ou determinação
da cor são comparativos ou quantitativos. O sistema Munsell de cor é o mais
conhecido dos métodos comparativos, mas, apesar de ter sido muito usado no
Brasil37, a descrição da cor da madeira obtida pelo sistema é muito imprecisa,
pois é auferida pela percepção visual de comparação da madeira a uma tabela
pintada em cores que apresenta variação cromática e de claridade.
A colorimetria é a medida da cor obtida por método objetivo e quantitativo,
que permite transformar as sensações coloridas percebidas e observadas sem a
intervenção da percepção pessoal do pesquisador, mas com a ajuda de um es-
pectrofotômetro. Esse aparelho toma como referência a curva de sensibilidade
do olho do observador que, captando os raios luminosos, transforma-os em da-
dos numéricos a fim de que sejam calculados por um computador, permitindo a
medição mais objetiva e eficaz da cor da madeira. É um método que vem sendo
aplicado desde 1995 e que já começou a ser utilizado no Brasil38.

b) Grã é a impressão visual produzida pela direção ou pelo paralelismo dos


elementos celulares constituintes da madeira em relação ao eixo longitudinal do
tronco. O fio é a imagem de orientação das fibras e permite a classificação da grã em:
– direita (ou reta): quando a inclinação geral das células longitudinais,
em relação à quina da peça, não exceder 3%;

37 IBAMA, 1991, Op. Cit.


38 Pesquisas sobre a identificação de cores da madeira e o uso da colorimetria foram desenvol-
vidas em conjunto pelo Departamento de Engenharia Florestal da UnB – Universidade de Bra-
sília e LPF – Laboratório de Produtos Florestais do IBAMA: GONÇALVES, Joaquim C.; MACEDO,
D. G., 2003, Op. cit.

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ANDRÉA FRANCO PEREIRA 75

– cruzada (ou entrecruzada): quando as células longitudinais são incli-


nadas em diferentes direções em relação ao eixo longitudinal da peça
de madeira. Podem se apresentar de forma ondulada ou revessa
(em sentido contrário).
Costuma ocorrer mais de um tipo de grã em árvores de uma mesma espécie,
bem como em diferentes amostras de uma mesma árvore ou em uma mesma amostra.

c) Textura refere-se às dimensões, à distribuição e à abundância relativa


dos elementos constituintes da madeira, observadas em plano transversal. A
textura da madeira é analisada e classificada nos seguintes tipos:
– textura fina: poros (vasos) com diâmetro inferior a 100 mm (milésimos
de milímetro), parênquima axial invisível a olho nu e/ou escasso;
– textura média: poros com diâmetro entre 100 mm e 300 mm e parên-
quima axial visível ou invisível a olho nu;
– textura grossa: poros com diâmetro superior a 300 mm (madeiras com
raios muito largos a extremamente largos e parênquima axial muito
abundante também foram referidas como tendo textura grossa, mes-
mo quando os diâmetros dos vasos eram inferiores a 300 mm).

d) Figura é uma característica global da madeira que pode ser vista na su-
perfície plana. Ela pode ser avaliada pelos aspectos de diferença de cor provo-
cada pelos anéis ou camadas de crescimento, diferenças de grã ou de brilho ou,
ainda, pelo destaque das linhas vasculares, parênquima axial e raios.

e) Brilho, assim como a figura, é uma característica que pode ser vista na
superfície plana. Ele é classificado em: “brilho irregular”, “brilho ausente”, “bri-
lho moderado”, “brilho acentuado”.

f) Cheiro e gosto são características muitas vezes associadas uma a outra.


Não existem metodologias específicas para sua identificação e, de acordo com a
bibliografia consultada, eles são classificados em: cheiro – “indistinto”, “pouco
distinto”, “característico”, “agradável”, “desagradável”; gosto – “indistinto”,
“característico”, “amargo”, “adocicado”, “adstringente”.

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76 MADEIRAS BRASILEIRAS
Guia de combinação e substituição

2.4.4 Usos mais comuns


A classificação dos usos finais das madeiras é baseada em técnicas cien-
tíficas de análise de componentes principais39 e de comparação das pro-
priedades físicas e mecânicas das madeiras (densidade, contração, flexão está-
tica, compressão, cisalhamento e dureza Janka), orientadas por levantamento
bibliográfico de espécies tradicionalmente utilizadas para os citados usos, em
diferentes partes do mundo.
Em se tratando de construções, as espécies são classificadas em madeiras
para uso em “construção pesada”, quando o requisito mecânico é considerável,
e “construção leve”, quando a solicitação mecânica é desprezível40.
No caso das madeiras para uso em marcenaria, uma análise suplementar
é feita baseada na trabalhabilidade e no comportamento da secagem, visando
à subdivisão dos grupos de uso em: “móveis e artigos domésticos decorati-
vos”, “armações de móveis”, “torneados”, “brinquedos” e “artigos domésti-
cos utilitários”.
Dada a multiplicidade de objetos e peças que podem fazer parte das ca-
tegorias citadas, optou-se, neste manual, pelo uso de pictogramas, buscando
melhor assimilação dos notórios usos a que se presta cada espécie de madeira.
O quadro a seguir oferece a classificação de cada pictograma, determinada em
função da análise dos dados da bibliografia consultada.

39 Análise de componentes principais é uma técnica que permite determinar as propriedades


de interligação entre variáveis, reduzindo a complexidade estatística envolvida na análise e
conduzindo a modelos analíticos mais fáceis (IBDF, 1988, Op. cit.).
40 Subdivisões mais detalhadas também podem ser obtidas em: ZENID, G. J., 2002, CD-Rom,
Op. cit.

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ANDRÉA FRANCO PEREIRA 77

Usos Descrição
Estruturas:
– tesouras, vigas, pilares, caibros, ripas
– pontes, cruzetas, estacas

Canteiros de obra:
– andaimes, formas de concreto

Assoalhos:
– rodapés, tacos, tábuas, parquets, escadas

Revestimentos:
– lambris, painéis, molduras, forros

Esquadrias:
– portas, janelas, caixilhos, venezianas

Móveis:
– móveis normais, finos, decorativos, folheados

Estrutura de móveis e partes internas

POM (pequeno objeto de madeira):


– adornos, torneados, peças decorativas, artigos para escritório

Ferramentas:
– cabo de ferramentas

Instrumentos musicais

Embalagens:
– caixas, engradados, paletes, embalagens leves

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78 MADEIRAS BRASILEIRAS
Guia de combinação e substituição

Embarcações:
– construção naval, assoalhos e revestimento de barcos, cais para embarcações

Carrocerias de caminhão, vagões de trem

Brinquedos e jogos

Dormentes; tacos de bilhar; esporte; utensílios domésticos;


formas para calçado; tamancos; rádio e televisão; bobinas e carretéis;
metro de medições; cabo de vassoura; lápis e pincéis; palitos

Quadro 1 – Pictogramas referentes aos usos das madeiras e descrição. Ilustração da autora.

Madeira

amoreira, jarana, bacuri, fava-amargosa, sucupira, angelim-


Dormentes
vermelho, peroba-rosa, jatobá, muirapiranga, roxinho, pequiarana

Tacos de bilhar macacaúba


Esporte açacu, pau-marfim
Utensílios domésticos curupixá, pinho-do-paraná, pau-marfim
Formas para calçado peroba-rosa
Tamancos açacu, marupá
Rádio e televisão jacarandá-do-pará
Bobinas e carretéis pinus-elioti
Metro de medições amapá
Cabos de vassoura pinho-do-paraná, amapá, marupá
Lápis e pincéis pinho-do-paraná, pinus-elioti
Palitos marupá, pinho-do-paraná, morototó, pinus-elioti

Quadro 2 – Usos especiais e madeiras mais empregadas.

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Apêndice 1
Índice de Nomes Comuns e Científicos

Ficha
Espécie Outros nomes
n.
açacu-branco, açacu-preto, açacu-vermelho,
Açacu 2
areeiro, assacú
seru, abacaíba, castanha-da-serra, castanheiro-da-
Allantoma lineata -serra, ceru, cheru, churu, jequitibá, ripeiro-cheru, 49
tauari

Amapá amapá-amargo, amapá-doce, amaparana, mururé 12

cerejeira, amburana, amburana-de-cheiro,


Amburana cearensis 24
imburana, umburana, cumaru-de-cheiro, angelim
amescla, breu, breu-preto, breu-sucuruba, mangue,
Amesclão 11
morcegueira, sucuruba, sucurubeira
amoreira-branca, amarelinho, amoreira-de-
-espinho, jataíba, limãorana, moreira, limorana,
Amoreira 31
pau-amarelo, runa, taiuva, tajuba, tatané, taúba,
tatajuba-de-espinho
angico-preto, angico, angico-preto-rajado, angico-
Anadenanthera
-bravo, angico-rajado, angico-vermelho, cambuí- 67
macrocarpa
-ferro, guarapiraca
anani-da-mata, anani-da-terra-firme, bacuri,
bulandi, canadi, guanandi, mani, marupá, oanani,
Anani 25
pau-breu, pitiá-de-lagoa, pitomba-de-guariba,
uanandi, vanandi
Anarcadium spp. cajuaçu, caju, caju-da-mata, cajuí, cajuí-da-mata 19

aboridã, andiroba-aruba, andiroba-vermelha,


Andiroba 59
carapa, caropá, penaíba

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100 MADEIRAS BRASILEIRAS
Guia de combinação e substituição

angelim-pedra, angelim, angelim-amarelo,


Angelim-pedra angelim-da-mata, angelim-do-pará, angelim-macho, 38
mirarema
angelim, angelim-falso, angelim-ferro, dinízia-
Angelim-vermelho 66
-parda, faveira-dura, faveira-ferro
angico, angico-preto-rajado, angico-bravo, angico-
Angico-preto 67
-rajado, angico-vermelho, cambuí-ferro, guarapiraca
garapa, muirajuba, barajuba, amarelinho,
Apuleia leiocarpa 46
garapeira, gema-de-ovo, grápia, jataí-amarelo
araraíba, araraúba-da-terra-firme, jacamim, paratudo-
Araracanga 27
-branco, pequiá-marfim, piquiá-marfim-do-roxo

Araucaria angustifolia pinho-do-paraná, pinho, pinho-brasileiro 3


aderne, aderno, gibatão, guaribu-preto, guaritá,
Aroeira 79
muiracatiara

Aspidosperma peroba-rosa, amargosa, peroba, perobão, peroba-


16
polyneuron -amarela, peroba-do-sul, peroba-mirim, peroba-rajada
araracanga, araraíba, araraúba-da-terra-firme,
Aspidosperma
jacamim, paratudo-branco, pequiá-marfim, piquiá- 27
desmanthum
-marfim-do-roxo
muirajuçara, balsinha, bucheira, guatambu, moela-
Aspidosperma -de-ema, panaceia, pau-pereira, pereira, pereiro-do-
52
macrocarpon -campo, peroba-amarela, peroba-amarga, peroba-
-cetim, peroba-mico
aroeira, aderne, aderno, gibatão, guaribu-preto,
Astronium gracile 79
guaritá, muiracatiara
muiracatiara-rajada, aderno-preto, gonçaleiro,
Astronium lecointei baracatiara, maracatiara, sanguessugueira, 80
muiraquatiara

Astronium ulei muiracatiara 83

bacori, bacuri-açu, bacuri-amarelo, bulandim,


Bacuri 44
pacouri, pacuru

Bagassa guianensis tatajuba, amarelão, bagaceira, cachaceiro, garrote 28

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Apêndice 2
Índice de nomes e cores
Ficha
Nome comum Nome científico Madeira
n.

1 Marupá Simarouba amara

2 Açacu Hura crepitans

3 Pinho-do-paraná Araucaria angustifolia

4 Morototó
Madeira Branca

Schefflera morototoni

5 Parapará Jacaranda copaia

6 Faveira-branca Parkia spp.

7 Pequiarana Caryocar glabrum

8 Tauari Couratari spp.

9 Pinus elioti Pinus elliottii

10 Sumaúma Ceiba pentandra


Madeira Rosa

Trattinnickia
11 Amesclão
burserifolia
Brosimum
12 Amapá
parinarioides
Eriotheca
13 Munguba-grande
longipedicellata

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114 MADEIRAS BRASILEIRAS
Guia de combinação e substituição

14 Quaruba Vochysia spp.


Madeira Rosa

15 Curupixá Micropholis venulosa

Aspidosperma
16 Peroba-rosa
polyneuron

17 Eucalipto-grandis Eucalyptus grandis

Cedrelinga
18 Cedrorana
cateniformis
Madeira Cinza

19 Cajuaçu Anacardium spp.

20 Mandioqueira Qualea albiflora

Balfourodendron
21 Pau-marfim
riedelianum

Euxylophora
22 Pau-amarelo
paraensis

Tachigali
23 Taxi
myrmecophila

24 Cerejeira Amburana acreana


Madeira Amarela

Symphonia
25 Anani
globulifera

26 Goiabão Pouteria pachycarpa

Aspidosperma
27 Araracanga
desmanthum

28 Tatajuba Bagassa guianensis

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Apêndice 3

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Tabela de propriedades mecânicas
Flexão estática Compressão Tração Cisalhamento Dureza Janka

Perpendicular
Paralela às Perpendicular
Módulo às fibras
Módulo de fibras às fibras Máxima
de (esforço Paralela Transversal
Espécie Condição elasticidade (máxima (máxima resistência
ruptura no limite
resistência) resistência)
proporcional)

1000
Kgf/cm² Kgf/cm² Kgf/cm² Kgf/cm² Kgf/cm² Kgf Kgf
Kgf/cm²

Açacu**** saturada 348 65 161 26 24 57 212 176


Hura crepitans
Ficha n. 2 12% 690 86 336 48 26 71 392 283

Amapá** saturada 749 107 360 - 26 - - 407


Brosimum parinarioides
Ficha n. 12 15% 942 - 485 - - - - -

Amesclão* saturada 507 78 253 36 32 67 357 257


Trattinnickia burseraefolia
Ficha n. 11 12% 778 98 450 55 36 84 470 316

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Amoreira**** saturada 899 113 531 151 52 110 716 779
120

Maclura tinctoria
Ficha n. 31 12% 1565 129 878 228 54 159 1164 1082

Anani**** saturada 780 117 388 59 41 89 530 527


Symphonia globulifera
Ficha n. 25 12% 1114 140 625 73 33 106 680 571

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Andiroba* saturada 752 95 370 56 50 96 583 526
Carapa guianensis
Ficha n. 59 12% 1093 120 609 90 41 111 841 640
Angelim-pedra* saturada 931 128 441 68 41 112 620 638
Hymenolobium modestum
Ficha n. 38 12% 1208 135 611 107 39 140 806 747
Angelim-pedra* saturada 720 96 388 65 43 102 543 515
Hymenolobium petraeum
MADEIRAS BRASILEIRAS

Ficha n º 38 12% 1115 118 533 115 39 125 781 590


Guia de combinação e substituição

Angelim-vermelho* saturada 1220 153 615 105 53 134 1019 1108


Dinizia excelsa
Ficha n. 66 12% 1600 173 873 151 39 180 1460 1381

Angico-preto** saturada 1566 167 713 - 139 198 1175 -


Anadenanthera macrocarpa
Ficha n. 67 15% 1890 - 886 - - - - -

01/08/2013 16:50:45
INOVAÇÃO E

EXCELÊNCIA EM

BIOLOGIA

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