546-Texto Do Artigo-2630-1-10-20200407
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Resumo
Atualmente, é consenso entre a comunidade científica, a importância do estilo de vida
saudável para prevenir doenças crônicas degenerativas. A escola vem sendo
considerada um espaço oportuno de ações de promoção da saúde, tanto para alunos
como funcionários. O objetivo desta pesquisa foi avaliar o estilo de vida dos
funcionários de um colégio da Polícia Militar, em Ariquemes-RO. Trata-se de um
estudo descritivo, realizado com uma população de 42 funcionários de ambos os
sexos. O instrumento utilizado na coleta de dados para identificar o estilo de vida foi o
questionário Perfil do Estilo de Vida Individual (Pevi), criado por Nahas (2000), que
avalia cinco fatores: alimentação, prática de atividades físicas, comportamento
preventivo, relacionamento e estresse. Conclui-se que os funcionários do Colégio da
Polícia Militar não possuem bons hábitos alimentares e são sedentários. Entretanto,
apresentam comportamento preventivo adequado, fazem pouca ingestão de álcool,
respeitam as normas de trânsito, além de cuidarem da pressão arterial e do colesterol.
Sobre os relacionamentos, têm uma tendência ao relacionamento vertical, precisando
melhorar no relacionamento horizontal. Quanto ao estresse dos funcionários, embora
esteja nas zonas aceitáveis, é preciso estar alerta para não ocasionar outras doenças.
Assim, recomendam-se palestras sobre alimentação saudável, bem como
esclarecimentos acerca dos riscos que certos alimentos ocasionam à saúde. Para a
falta de atividade física, indica-se a inserção de um programa de ginástica laboral e
orientações de atividades, de acordo com a necessidade dos grupos. Para tanto, é
essencial a presença de um profissional de educação para desenvolver essas
atividades.
Palavras-chave: Estilo de Vida, Funcionários da educação, Hábitos saudáveis
Abstract
The importance of the healthy lifestyle to prevent degenerative chronic diseases is
nowadays consensus among the scientific community. The school has been
considered an opportune space to promoting health actions both to students and
Resumen
Actualmente, es consenso entre la comunidad científica la importancia del estilo de
vida saludable para prevenir enfermedades crónicas degenerativas. La escuela viene
siendo considerada como un espacio oportuno de acciones de promoción de la salud
tanto de los alumnos como de los funcionarios. El objetivo de esta investigación fue
evaluar el estilo de vida de los funcionarios de un Colegio de la Policía Militar en
Ariquemes-RO. Se trata de un estudio descriptivo, realizado con una población de 42
funcionarios de ambos sexos. El instrumento utilizado en la recolección de datos para
identificar el estilo de vida fue el cuestionario Perfil del estilo de vida individual (PEVI),
creado por Nahas (2000), que evalúa cinco factores: alimentación; práctica de
actividades físicas, comportamiento preventivo, la relación y el estrés. Se concluye
que los funcionarios del Colegio de la Policía Militar no poseen buenos hábitos
alimentarios y son sedentarios. Tienen comportamiento preventivo adecuado
haciendo poca ingestión de alcohol y respetando las normas de tránsito, además de
cuidar de la presión arterial y del colesterol. Sobre las relaciones, los mismos tienen
una tendencia a la relación vertical, necesitando mejorar en la relación horizontal. El
estrés de los empleados, aunque esté en las zonas aceptables, es necesario estar
alerta para no ocasionar otras enfermedades. Así, se recomiendan charlas sobre
alimentación sana y los riesgos de ciertos alimentos para la salud. Para la falta de
actividad física, la inserción de un programa de gimnasia laboral y orientación de
actividades de acuerdo con la necesidad de los grupos. La presencia de un profesional
de educación física con el objetivo de orientar esas actividades es esencial.
Palabras-clave: Estilo de vida, Funcionarios de la educación, Hábitos saludables
1. Introdução
A caracterização dos padrões comportamentais quanto à saúde tem levado
pesquisadores a estudar mais profundamente o estilo de vida de indivíduos e grupos
de indivíduos (NAHAS, 2000). Nesse sentido, a afirmação de Joia (2010, p. 16) é
extremamente pertinente, quando diz que, “sem dúvida, o estilo de vida passou a ser
um dos mais importantes determinantes de saúde da população”. Cabe ressaltar que
a vida no ambiente urbano, onde há alto índice populacional, traz consequências ao
indivíduo. Ademais, fatores ligados à qualidade da água, do ar, moradia precária,
insegurança, lazer individualizado, entre outros, interferem diretamente no estilo de
vida e no seu prolongamento (NAHAS, 2000 p. 49).
É preciso salientar que o comportamento de risco se associa a uma infinidade
de fatores, tais como: o tabagismo, o consumo de drogas ilícitas e lícitas como o
álcool, o elevado nível de estresse, bem como o baixo nível de atividade física e
alimentação inadequada. Todos esses comportamentos têm permitido o surgimento
de doenças como hipertensão, obesidade, câncer, diabetes e coronariopatias
(MOREIRA et al, 2010 p. 900).
Com o intuito de verificar esses comportamentos, é que Nahas et al (2000,
p.51-52) criaram um instrumento que visa a analisar o estilo de vida da população, de
forma individualizada ou em grupo, com base nos seguintes componentes: nutrição,
atividade física, comportamento preventivo, relacionamentos e controle do estresse.
A esse instrumento eles denominaram Perfil do Estilo de Vida Individual (Pevi), ao
qual eles chamaram de Pentáculo do Bem-Estar.
O espaço escolar é um local onde o processo educacional ocorre a todo
momento. Assim, seus agentes (professores, zeladores, merendeiras, porteiros,
vigilantes, supervisor escolar, orientador educacional, entre outros) são responsáveis
diretos ou indiretos pelo ato educativo. Nesse contexto, ao falar da relação entre a
atividade física e a qualidade, em especial, de agentes educativos, é preciso ter
consciência de que a relação pode ser negativa, como bem expresso por Araújo e
Araújo (2000, p. 195), “seja pela ausência de resultados positivos para a saúde, seja
pela ausência de atividade física ou também por efeitos deletérios que a atividade
física pode causar à saúde e consequentemente à qualidade de vida do cidadão”.
Nesse sentido, os profissionais da educação que atuam nas escolas têm papel
fundamental na conscientização e promoção de hábitos saudáveis. Moreira et al (2010
p. 901), dizem que “A carreira docente se caracteriza por um processo dinâmico que
é composto por aspectos relevantes da vida profissional do professor. Esses aspectos
interferem diretamente em suas ações, que podem resultar em novas atitudes e
condutas”.
extremas, têm a ver com uma mudança no perfil comportamental das pessoas, o que
torna suas vidas mais enriquecedoras e ativas (NAHAS, 2000, p.49).
Muito se tem debatido sobre as mudanças no estilo de vida da população.
Questões relacionadas ao ambiente urbano, à falta de espaço para atividades físicas,
ao trabalho acelerado, à alimentação rica em gorduras e ao excesso de consumo de
produtos industrializados, bem como ao estresse diário provocado pelos meios de
transporte, relações institucionais, burocracia entre outros. Todos são fatores que
interferem e influenciam diretamente no estilo de vida.
Para Gilberto Velho (1995), a cidade se tornou por excelência lócus das
mudanças, não pelas suas formas de sociabilidade e interação social, mas por ser
considerada um espaço que, devido à explosão demográfica, resultado de mudanças
socioeconômicas, progressos médicos e sanitários, acabou por multiplicar, muitas
vezes, em curtos períodos de tempo, o número de habitantes dos principais centros
urbanos. Nesse contexto, a divisão social do trabalho, as novas regras do capitalismo
em ascensão e a destruição de modos de vida tradicionais, alteraram drasticamente,
tanto as estruturas sociais como o ambiente natural. Além, claro, das sucessivas
inovações econômicas e tecnológicas, que acabaram por gerar um processo inédito
de globalização (VELHO, 1995, p. 228).
2.2.1 Nutrição
Desde os tempos antigos, o ser humano vem alterando sua forma de se
alimentar, dada a habilidade de transformar e adaptar os alimentos inerentes à
espécie humana. Assim, alimentos consumidos pelo homem têm duas origens
básicas: animal e vegetal. Claro, há aqueles consumidos pelo homem, que não fazem
bem à saúde, o que evoca a necessidade de uma alimentação saudável e adequada
ao estilo de vida (LOPES, 2009).
Para Nahas (2006), os alimentos fornecem ao homem os nutrientes
indispensáveis para o desempenho de funções essenciais ao corpo, como locomoção
e atividades cognitivas, além de permitirem o crescimento e fornecerem energia para
as atividades realizadas diariamente.
Segundo Santos (2005, p. 683), “O papel da promoção da saúde cresce em
sua importância como uma estratégia fundamental para o enfrentamento dos
problemas do processo saúde-doença-cuidado e da sua determinação”. Assim, a
nutrição exerce um fator decisivo na construção de um estilo de vida mais saudável.
Conforme expressa Markus Nahas (2006), a nutrição tem relação direta com a
qualidade de vida, manifesta-se por meio dos conteúdos da educação nutricional,
baseando-se na pirâmide alimentar, nutrientes, necessidades, recomendações,
função alimentar, entre outros.
Dessa forma, uma boa alimentação inclui uma ampla variedade de alimentos
nas refeições do dia a dia, uma vez que um alimento sozinho não contém os nutrientes
necessários para a manutenção das funções do corpo, bem como a possibilidade de
uma vida saudável. No Brasil, foi instituída a Política Nacional de Alimentação e
Nutrição (PNAN), considerada uma das importantes ações que permitiram oficializar
políticas de alimentação e nutrição no país, ao final da década de 1990. Essa política
buscou contrapor um modelo marcado pela intervenção com foco no assistencialismo,
transferindo a ação para os trabalhadores de todos os campos e os chamados grupos
de risco (SANTOS, 2005, p. 684).
Existem algumas consequências causadas pela má alimentação. A principal
delas é a obesidade. No entanto, isso não significa que essa seja a única culpada. Há
também fatores fisiológicos, psicológicos, hormonais, sociais, ambientais, além, claro,
da falta de atividade física (WILMORE; COSTILL, apud PACHURI, 2014, p.17).
Conforme o guia alimentar brasileiro, uma alimentação saudável deve levar em
consideração alguns pressupostos. Assim, elaboram-se dez passos para uma
alimentação saudável, são eles:
1. Fazer de alimentos in natura ou minimamente processados a base da
alimentação.
2. Utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades, ao temperar e
cozinhar alimentos e criar preparações culinárias.
3. Limitar o consumo de alimentos processados.
4. Evitar o consumo de alimentos ultraprocessados.
5. Comer com regularidade e atenção, em ambientes apropriados e, sempre que
possível, com companhia.
6. Fazer compras em locais que ofertem variedades de alimentos in natura ou
minimamente processados.
7. Desenvolver, exercitar e partilhar habilidades culinárias.
8. Planejar o uso do tempo para dar à alimentação o espaço que ela merece.
9. Dar preferência, quando fora de casa, a locais que servem refeições feitas na hora.
10. Ser crítico quanto a informações, orientações e mensagens sobre alimentação
veiculadas em propagandas comerciais. (BRASIL, 2014, p. 125- 128)
corporal, com consumo energético acima dos níveis de repouso. Nesse sentido, os
exercícios físicos, os esportes e as atividades laborais diárias são considerados
atividade física (ARAÚJO, 2000 p.194).
É importante salientar que a atividade física do ser humano se preenche de
qualidades e categorias diferentes dos outros animais, pois leva em consideração uma
ordem biológica, cultural, demográfica e ambiental (NAHAS, 2000). Já o exercício
físico se diferencia pela intencionalidade e planejamento, enquanto a aptidão física
representaria a habilidade do corpo em se adaptar às demandas do esforço físico
(ARAÚJO, 2000 p. 195).
Para Marques (2008, p. 113), “A atividade física é colocada na sociedade
contemporânea como uma ponte segura para melhores situações de saúde. É uma
função bastante ampla atribuída a um único conceito”, que, de modo geral, sintetiza a
abrangência de variadas consequências para o organismo humano.
As pessoas fisicamente inativas têm condições de melhorar sua saúde, se
incorporarem alguma atividade física regularmente a sua vida. Nahas (2001) afirma
que um indivíduo é sedentário quando não realiza pelo menos 30 minutos de atividade
física diariamente, o que, segundo ele, proporciona um gasto calórico semanal de no
mínimo 500 kcal. Segundo Marques (2008, p. 116), “O simples e direto
antissedentarismo como ponte para uma boa saúde estabelece que qualquer forma
de movimento corporal seja benéfica, desde que compreenda 30 minutos do dia do
sujeito”.
A atividade física visa a favorecer aspectos relacionados à saúde. No entanto,
como propõe Nahas (2000, p. 53), “tanto os níveis de atividade física habitual, como
o nível de aptidão física individual, têm sido consistentemente associados à condição
de saúde, disposição, incidência de diversas doenças e mortalidade”. O fato de
indivíduos ou grupos de indivíduos começarem a prática de atividade física, sem
vontade e com um esforço pessoal, influencia diretamente a sua continuidade.
É importante salientar que a aptidão física e a atividade física se consolidam
quando a pessoa que os pratica se sente bem com a prática, tendo motivação para
realização dos exercícios. Isso ocorre, quando a pessoa sente os benefícios do
exercício e os resultados da atividade para sua vida. Esses benefícios também são
reconhecidos na percepção da qualidade de vida, na qual a pessoa sente uma
mudança no comportamento relacionado à respiração, baixo cansaço, disposição
para as atividades diárias, entre outros.
Falar em saúde, nos dias atuais, não é possível sem abordar alguns
comportamentos. Segundo Nahas (2000, p. 53), “os comportamentos relacionados à
saúde passaram a ser fundamentais na vida contemporânea”. Ele enumera, ao propor
seu Pentáculo do Bem-Estar, alguns exemplos de comportamento preventivo, dentre
eles: uso do cinto de segurança e forma defensiva de dirigir, uso de protetor solar, uso
de preservativo, observação de princípios ergonômicos, uso de equipamentos de
segurança no trabalho, não fumar, ingestão moderada no consumo de bebidas
alcoólicas, não usar drogas. A seguir, apresenta-se cada um dos comportamentos e
sua importância.
Uso de cinto de segurança e a forma defensiva de dirigir, observando as regras e
leis fundamentais de trânsito. Não dirigir depois de ingerir bebidas alcoólicas: risco
principal de acidentes graves muitas vezes fatais.
Uso de protetor solar, evitando-se a exposição exagerada ao sol, principalmente, no
horário entre 10 e 16 horas – risco principal de envelhecimento precoce e câncer de
pele.
Uso de preservativos nas relações sexuais, principalmente, em casos de múltiplos
parceiros – risco principal: DST – doenças sexualmente transmissíveis como a AIDS.
Observação de princípios ergonômicos (postura e mobiliário adequados, intervalos
e variação em tarefas repetitivas, adequação de cargas) – risco principal: lesões por
esforços repetitivos, acidentes, incapacidade para o trabalho.
Uso de equipamento de segurança no trabalho – risco principal: acidentes graves,
até fatais.
Não fumar – risco principal: morte prematura por diversas causas (doenças
cardiovasculares, câncer).
Ingestão moderada ou abstinência ao consumo de bebidas alcoólicas – risco
principal: doenças hepáticas, câncer, problemas sociais e comportamentais.
Não usar drogas – os riscos envolvidos com o uso de drogas são de ordem
psicológica, orgânica e social, geralmente associadas a problemas familiares,
escolares, perda de emprego, debilidade física, comportamentos antissociais e morte
prematura, muitas vezes violenta. (NAHAS, 2000 p.53)
2.2.4 Relacionamentos
Os relacionamentos do indivíduo consigo mesmo e com as pessoas a sua volta
representam um dos fatores essenciais para o bem-estar espiritual (NAHAS, 2000).
Nesse aspecto, quando as pessoas cultivam bons relacionamentos tendem a ter uma
vida mais saudável. Viver e se relacionar com os outros são fundamentais para a
saúde, pois uma pessoa que vive em isolamento social tem poucos amigos e acaba
deixando de ter benefícios diversos. Dessa maneira, para se ter uma boa qualidade
de vida, é imprescindível cultivar os relacionamentos, ser ativo no espaço social em
que se vive (seja ele igreja, escola, associação, clube etc.), buscando sempre
estabelecer boas relações com as pessoas a sua volta.
De acordo com Nahas (2000, p. 54), “em nossos relacionamentos sociais,
talvez a tolerância seja a poção mágica (cada vez mais escassa no dia a dia das
pessoas)”. Ele ainda declara que o relacionamento pode ser melhorado e estimula as
pessoas a rirem mais, tornarem o bom estado de humor seu padrão e favorecer o
estado positivo de bem-estar (NAHAS, 2000).
2.2.5 Estresse
Estudos sobre qualidade de vida no trabalho deram espaço não só a lutas por
melhores condições de trabalho, como também para a verificação de elementos que
interferem diretamente na saúde do trabalhador. Ao destacar esse processo,
Florentino et al (2015, p. 106) diz: “as condições inadequadas levaram os
trabalhadores a se organizarem e a buscarem reestruturação e melhorias nas tarefas
desenvolvidas e nas condições de trabalho”. Como resposta a esses pedidos, os
gestores criam uma espécie de contrapressão, e isso leva a um aumento da pressão
entre patrões e empregados.
É preciso salientar que, nesse período, estudos sobre o estresse ainda eram
pouco utilizados. Estresse não é algo que se possa evitar, mas é possível controlá-lo.
Para Nahas (2000), o ritmo de nossas vidas na atualidade é alucinante, o que nos faz,
na maioria das vezes, perder o controle. Outros fatores contribuem para essa perda
de controle, tais como: exigência do trabalho, ações governamentais com política de
baixa remuneração, concorrência do mercado, envelhecimento, falta de
oportunidades, entre outros.
Que alteração é essa que nos faz ir ao extremo? Segundo Lipp (2000, p. 12)
“chama-se de stress a um estado de tensão que causa uma ruptura no equilíbrio
interno do organismo. É por isso que, às vezes, em momentos de desafios, nosso
coração bate rápido demais, o estômago não consegue digerir a refeição e a insônia
ocorre”. Florentino et al (2015, p. 110) entende o estresse “como uma combinação de
reações fisiológicas e comportamentais que as pessoas apresentam em resposta aos
eventos que as ameaçam ou as desafiam (...), o qual se manifesta por meio de
sintomas físicos, psicológicos e comportamentais”.
Ao abordar as fases de desenvolvimento do estresse, pode-se salientar os
estudos de Selye realizados em 1936. Para ela, as três fases principais são: de
3. Metodologia
Essa pesquisa se caracterizará como uma pesquisa descritiva, pois tem como
objetivo descrever as características de uma determinada população. Os estudos
envolvendo a pesquisa descritiva se caracterizam buscar determinar status, opiniões
ou projeções futuras nas respostas obtidas. Esse modelo de pesquisa se baseia na
premissa de que os problemas podem ser resolvidos e as práticas podem ser
melhoradas por meio de descrição e análise de observações objetivas e diretas.
Assim, no intuito de entender tal problemática, faz-se necessária a delimitação
da área de atuação com vistas a melhor atuação sobre o objeto da pesquisa. Dessa
forma, a pesquisa foi realizada em uma escola da rede estadual, que foi militarizada
pelo decreto nº 21.968, de 22 de maio de 2017. O estudo foi desenvolvido com uma
população composta por 42 funcionários, de ambos os sexos, que trabalham nessa
unidade escolar e desempenham funções variadas.
Por se tratar de coleta de dados em escolas da região de Ariquemes, foi feita a
solicitação de autorização da pesquisa na unidade escolar. Assim, foi esclarecido o
objetivo da pesquisa ao responsável pela instituição de ensino, bem como aos
funcionários do colégio. Solicitou-se se gostariam de participar da pesquisa e, para
aqueles que responderam positivamente, foi aplicado o questionário. Os mesmos, de
livre vontade, assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE.
4. Resultados e discussão
4.1 Alimentação
A alimentação exerce papel fundamental na vida do ser humano, uma vez que
necessita dos nutrientes disponibilizados nos alimentos, que, metabolizados, se
transformam em fonte energética. É certo que nem todos os alimentos consumidos
pelo homem fazem bem à saúde (LOPES, 2009). Segundo Nahas (2006), os
alimentos são indispensáveis para o desempenho de funções essenciais ao corpo.
No Brasil, a preocupação com a alimentação dos brasileiros fez com que o
governo criasse um guia alimentar para uma alimentação saudável. Dentre os dez
passos destacados, o passo 3, que trata da “limitação do consumo de alimentos
processados”, é um dos mais importantes, pois leva a conscientização do consumo
de alimentos in natura (BRASIL, 2014). Embora boa parte da população não tenha o
hábito de consumo das frutas e verduras, vem crescendo o grupo de pessoas que
procuram incluir em sua alimentação esses alimentos. Os gráficos 1, 2 e 3 se referem
aos hábitos alimentares dos pesquisados.
Gráfico 1. Sua alimentação diária inclui ao menos cinco porções de frutas e verduras?
50%
45%
45%
40%
35%
36%
30%
25%
20%
15%
10% 12%
5% 7%
0%
NUNCA RARAMENTE QUASE SEMPRE SEMPRE
50%
50%
40%
31%
30%
20%
14%
10% 5%
0%
NUNCA RARAMENTE QUASE SEMPRE SEMPRE
Gráfico 3. Você faz 4 a 5 refeições variadas ao dia, incluindo café da manhã completo?
50%
45%
45%
40%
35%
30%
25% 22%
21%
20%
15% 12%
10%
5%
0%
NUNCA RARAMENTE QUASE SEMPRE SEMPRE
40%
35%
31%
30%
25%
20%
14%
15%
10%
10%
5%
0%
NUNCA RARAMENTE QUASE SEMPRE SEMPRE
uma frequência ou objetivo, realizam atividade física; 10% responderam que quase
sempre realizam a atividade conforme perguntado; e 14% sempre realizam, ou seja,
são consideradas pessoas ativas.
Chama a atenção para a alta porcentagem de pessoas que nunca ou raramente
(31% nunca +45% raramente = 76%), realizam ao menos 30 minutos de atividades
físicas diárias, nos cinco dias da semana ou mais, o que demonstra um
comportamento sedentário. Silva et al (2009) diz creditar “que os comportamentos
sedentários independam da prática de atividades físicas, assim como os fatores que
os determinam, embora mais pesquisas nesta área sejam necessárias”. Aqui fica
evidente a necessidade de buscar essas causas da não prática da atividade física,
embora não seja o objetivo desta pesquisa, uma vez que os pesquisados apenas
demonstraram seu estilo de vida.
Gráfico 5. Ao menos duas vezes por semana, você realiza exercícios físicos que envolvam
força e alongamento muscular?
40% 38%
35%
30%
24% 24%
25%
20%
14%
15%
10%
5%
0%
NUNCA RARAMENTE QUASE SEMPRE SEMPRE
Gráfico 6. No seu dia a dia, você caminha ou pedala como meio de transporte e,
preferencialmente, usa as escadas em vez de elevador?
35%
31%
30% 29%
25% 24%
20%
16%
15%
10%
5%
0%
NUNCA RARAMENTE QUASE SEMPRE SEMPRE
estão entre um dos maiores e mais sérios problemas de saúde pública nos países em
desenvolvimento. A OMS, em seus estudos, demonstrou que, no Brasil, o uso de
tabaco é maior entre homens, do que entre mulheres (OMS, 2017). Todos esses
estudos contribuem para a compreensão dos desafios relacionados ao controle do
uso do tabaco, visto que as condições demográficas e os problemas estruturais
afetam esses serviços (PORTES; MACHADO, 2015, p. 371).
O consumo de álcool representa um dos mais graves problemas médico-
sociais. O que segundo Vargas e Labate (2006, p. 47) é um problema que deixa, em
especial, o Brasil, numa situação desconfortável, pois, segundo seus estudos, “o uso
de álcool pela população atinge uma porcentagem de 68,7%”, comparado a outros
países do continente americano, alta. Outro fator que chama a atenção é a
dependência ao álcool. Podemos afirmar que, juntamente com o tabaco, o álcool é o
mal do século. Nesse item, vão ser apresentados, através dos Gráficos 7, 8 e 9, os
fatores relacionados ao comportamento preventivo e discutido à luz da literatura.
Gráfico 7. Você conhece sua pressão arterial, seus níveis de colesterol
e procura controlá-los?
70%
60%
60%
50%
40%
30% 26%
20%
12%
10%
2%
0%
NUNCA RARAMENTE QUASE SEMPRE SEMPRE
raramente, 26% disseram quase sempre ter esse hábito e 60%, sempre. Os dados
revelam que a grande maioria tem um comportamento preventivo positivo, cuidando
das taxas de colesterol e da pressão arterial.
Gráfico 8. Você fuma e ingere álcool com moderação* (menos de 2 doses ao dia)?
70%
60%
60%
50%
40%
30% 26%
20%
10% 7% 7%
0%
NUNCA RARAMENTE QUASE SEMPRE SEMPRE
Para a pergunta, você fuma e ingere álcool com moderação, 60% responderam
que nunca, 7% responderam que raramente, 7% disseram quase sempre ter esse
hábito e 26%, sempre. Os dados revelam que a grande maioria tem um
comportamento quanto ao uso do álcool e o cigarro. No entanto, é necessário destacar
o número alto de pessoas que faz uso ou do álcool ou do cigarro, 33%, o que está
abaixo dos números apresentados nas pesquisas, mas ainda alarmante.
Gráfico 9. Você sempre usa cinto de segurança e, se dirige, o faz respeitando as normas
de trânsito, nunca ingerindo álcool, se vai dirigir?
100%
88%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
10%
2% 0%
0%
NUNCA RARAMENTE QUASE SEMPRE SEMPRE
4.4 Relacionamentos
Os relacionamentos estão entre um dos fatores essenciais para o bem-estar
espiritual (NAHAS, 2000). Segundo Nahas (2000, p. 54), “em nossos relacionamentos
sociais, talvez a tolerância seja a poção mágica”. Para ele, o relacionamento pode ser
melhorado, ao estimular os indivíduos a rirem mais, estimulando o humor, o que
favorece o estado positivo de bem-estar (NAHAS, 2000). Os Gráficos 10, 11 e 12
apresentam os resultados dos fatores relacionados a relacionamento.
Gráfico 10. Você procura cultivar amigos e está satisfeito com seus relacionamentos?
80% 74%
70%
60%
50%
40%
30%
21%
20%
10% 5%
0%
0%
NUNCA RARAMENTE QUASE SEMPRE SEMPRE
Gráfico 11. Seu lazer inclui reuniões com amigos, atividades esportivas em grupo
ou participação em associações?
40% 38%
35% 33%
30%
25%
22%
20%
15%
10%
7%
5%
0%
NUNCA RARAMENTE QUASE SEMPRE SEMPRE
Gráfico 12. Você procura ser ativo em sua comunidade, sentindo-se útil
no seu ambiente social?
40%
36%
35% 33%
30%
25%
21%
20%
15%
10%
10%
5%
0%
NUNCA RARAMENTE QUASE SEMPRE SEMPRE
4.5 Estresse
O estresse é um dos fatores que compõem os estudos sobre o estilo de vida.
Ele está relacionado a uma infinidade de questões: o aumento da violência nas
cidades, as condições de trabalho, trânsito das cidades cada vez mais caótico, as
cobranças da sociedade para o sucesso, o corpo ideal, entre outros. Todos esses
fatores interferem diretamente na saúde do trabalhador (FLORENTINO ET AL, 2015,
p. 106). Os Gráficos 13, 14 e 15 mostram os resultados das perguntas relacionadas
ao estresse dos funcionários do Colégio Tiradentes da Polícia Militar III.
Gráfico 13. Você reserva tempo (ao menos 5 minutos) todos os dias para relaxar?
40%
36%
35% 33%
30%
24%
25%
20%
15%
10%
7%
5%
0%
NUNCA RARAMENTE QUASE SEMPRE SEMPRE
E, portanto, quando não se retira esse tempo para relaxar, pode-se adquirir
outras doenças. Sinal de que estresse é bom, desde que dosado corretamente.
Gráfico 14. Você mantém uma discussão sem se alterar, mesmo quando contrariado?
60%
50% 48%
40%
30% 26%
20% 17%
9%
10%
0%
NUNCA RARAMENTE QUASE SEMPRE SEMPRE
Gráfico 15. Você procura equilibrar o tempo dedicado ao trabalho com o tempo dedicado
ao lazer?
60%
52%
50%
40%
31%
30%
20%
12%
10%
5%
0%
NUNCA RARAMENTE QUASE SEMPRE SEMPRE
5. Conclusão
O estilo de vida corresponde ao conjunto de ações habituais que se refletem
em valores, atitudes e oportunidades da vida das pessoas (NAHAS, 2000). Os
resultados apresentados permitem concluir que a alimentação dos funcionários é
deficitária.
No tocante à atividade física, também chama a atenção a alta porcentagem de
pessoas que, nunca ou raramente, realizam ao menos 30 minutos de atividades
físicas diárias, nos cinco dias da semana ou mais. Com relação ao comportamento
preventivo, a pesquisa encontra resultados muito diferentes dos encontrados por
Vargas e Labate (2006, p. 47). Os dados demonstraram que os hábitos relacionados
aos comportamentos preventivos dos pesquisados estão positivos, com destaque
para a não ingestão de álcool e uso do automóvel, com uma porcentagem de 98%.
Revista Educação Online, Rio de Janeiro, n. 33, jan-abr 2020, p. 204-233
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