Abnt 16246-3
Abnt 16246-3
Abnt 16246-3
BRASILEIRA 16246-3
Primeira edição
26.09.2019
Número de referência
ABNT NBR 16246-3:2019
14 páginas
© ABNT 2019
ABNT NBR 16246-3:2019
© ABNT 2019
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Sumário Página
Prefácio ............................................................................................................................................ iv
Introdução ......................................................................................................................................... v
1 Escopo .............................................................................................................................. 1
2 Referência normativa ....................................................................................................... 1
3 Termos, definições e abreviaturas ........................................................................................ 1
4 Requisitos para avaliação de risco de árvores .............................................................. 6
4.1 Geral.................................................................................................................................. 6
4.2 Especificação do escopo do serviço .................................................................................... 8
4.3 Estabelecimento do nível de avaliação de risco de árvores ......................................... 8
4.3.1 Geral.................................................................................................................................. 8
4.3.2 Nível 1 ............................................................................................................................... 8
4.3.3 Nível 2 ............................................................................................................................... 8
4.3.4 Nível 3 ............................................................................................................................... 9
4.4 Atributos para a avaliação de risco de árvores ........................................................... 10
4.4.1 Geral................................................................................................................................ 10
4.4.2 Análise de alvo ............................................................................................................... 10
4.4.3 Avaliação do entorno ..................................................................................................... 10
4.4.4 Avaliação visual externa................................................................................................ 10
4.4.5 Avaliação interna de raízes, troncos e galhos ............................................................. 12
4.5 Avaliação de riscos de árvores ..................................................................................... 12
4.6 Relatório de avaliação de risco ..................................................................................... 13
Bibliografia ................................................................................................................................................. 14
Figura
Figura 1 – Síntese da sistemática de avaliação de risco................................................................ 7
Prefácio
A ABNT chama a atenção para que, apesar de ter sido solicitada manifestação sobre eventuais direitos
de patentes durante a Consulta Nacional, estes podem ocorrer e devem ser comunicados à ABNT a
qualquer momento (Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996).
Os Documentos Técnicos ABNT, assim como as Normas Internacionais (ISO e IEC), são voluntários
e não incluem requisitos contratuais, legais ou estatutários. Os Documentos Técnicos ABNT não
substituem Leis, Decretos ou Regulamentos, aos quais os usuários devem atender, tendo precedência
sobre qualquer Documento Técnico ABNT.
Ressalta-se que os Documentos Técnicos ABNT podem ser objeto de citação em Regulamentos
Técnicos. Nestes casos, os órgãos responsáveis pelos Regulamentos Técnicos podem determinar as
datas para exigência dos requisitos de quaisquer Documentos Técnicos ABNT.
A ABNT NBR 16246-3 foi elaborada na Comissão de Estudo Especial de Manejo Florestal
(ABNT/CEE-103). O 1º Projeto circulou em Consulta Nacional conforme Edital nº 10, de 01.10.2018
a 03.12.2018. O 2º Projeto circulou em Consulta Nacional conforme Edital nº 06, de 14.06.2019
a 15.07.2019.
A ABNT NBR 16246, sob o título geral “Florestas urbanas – Manejo de árvores, arbustos e outras
plantas lenhosas”, tem previsão de conter as seguintes partes:
— Parte 1: Poda;
Scope
This Document establishes requirements for tree risk assessment, including structural integrity of trees
and other factors that affect the level of risk to persons, property or public services, with the aim of
providing information for appropriate management.
Introdução
As árvores e palmeiras conferem uma dimensão especial na paisagem das cidades e desempenham
uma importante função nas comunidades urbanas, seja pela capacidade de controle ou minimização
dos efeitos adversos, resultantes da ocupação do meio urbano, ou por exercer influência no controle
da qualidade estética da cidade e no bem-estar psicossocial.
As árvores são diretamente afetadas nas intervenções urbanas, como o alargamento das vias,
o reparo das tubulações, a manutenção da fiação aérea, a construção ou a reforma das edificações,
entre outros. Por outro lado, o desenvolvimento e a sobrevivência das árvores nas cidades também
sofrem influência de fatores ambientais, como a compactação do solo, a falta ou o excesso de água,
a poluição e o estresse climático e a incidência de pragas e de patógenos. Como consequência, as
árvores podem ter sua taxa de crescimento reduzida em comparação com aquelas da mesma espécie
em ambientes mais naturalizados.
No ambiente urbano, as árvores precisam ser vistas como bens públicos integrantes da infraestrutura
urbana, com custos e benefícios associados, da mesma forma que as demais infraestruturas urbanas,
como rede de transmissão de energia, rede coletora de esgoto, rede de distribuição de água, sistema
de vias públicas etc. Por conta disso, a prática da avaliação da qualidade, da funcionalidade e dos
riscos associados, variáveis com o tempo, tem que fazer parte da rotina de trabalho dos gestores
públicos envolvidos no trato deste componente ambiental urbano.
Neste contexto, para assegurar a segurança da população e para manutenção dos serviços ambientais
prestados pelas árvores nas cidades, há a necessidade de aplicação de critérios técnico-científicos
padronizados para a avaliação das árvores e de suas partes, quanto ao risco de queda, reduzindo-se
o risco de acidentes e assegurando-se o manejo preventivo adequado.
1 Escopo
Este Documento estabelece os requisitos para avaliação de risco de árvores,incluindo a integridade
estrutural e outros fatores que afetem o nível de risco para pessoas, propriedades ou serviços públicos,
com o intuito de prover informações para o manejo adequado.
NOTA 1 Neste Documento o termo “árvore” também inclui as palmeiras, arbustos e outras plantas lenhosas.
NOTA 2 Este Documento estabelece um modelo de avaliação de risco de árvores e suas partes, que pode
ser utilizado como orientação para que profissionais da administração pública municipal, estadual e federal,
assim como prestadores de serviços (arboristas), concessionárias de serviços públicos e outros, elaborarem
suas especificações de trabalho ou protocolos de avaliação.
NOTA 3 Toda árvore é um ser vivo, que pode possuir defeitos, e está sujeita a forças da natureza, por isto,
nunca está livre de apresentar riscos de queda ou de suas partes, podendo causar eventuais acidentes.
2 Referência normativa
O documento relacionado a seguir é indispensável à aplicação deste Documento. Para referências
datadas, aplicam-se somente as edições citadas. Para referências não datadas, aplicam-se as edições
mais recentes do referido documento (incluindo emendas).
ABNT NBR 16246-1, Florestas urbanas ‒ Manejo de árvores, arbustos e outras plantas lenhosas ‒
Parte 1: Poda
3.1
alvo
ponto a que algo se dirige
NOTA No caso da eventual queda de uma árvore, o alvo pode ser pessoas, veículos, edificações, serviços
ou equipamentos que venham a ser atingidos. O alvo influencia diretamente no grau de risco, sendo que
árvores em áreas densamente ocupadas são de maior risco do que aquelas localizadas em áreas raramente
visitadas.
3.2
arborista
indivíduo que exerce a atividade da arboricultura e que, pela experiência, educação e treinamento
complementar, possui competência profissional para prestar ou supervisionar o manejo de árvores
e outras plantas lenhosas
3.3
arbusto
vegetal do grupo das angiospermas dicotiledôneas lenhosas, com porte abaixo de 5 m, longa vida,
caule curto, ramificado desde o solo, não formando um fuste definido
3.4
árvore
planta lenhosa perene, com tronco e copa definidos, com mais de 5 m de altura
3.5
biodeterioração
alterações indesejáveis produzidas pela ação, direta ou indireta, de seres vivos nos materiais em uso
pelo homem
3.6
brocas de madeira
fase larval de várias espécies de insetos que danificam o lenho de árvores, mediante a abertura de
galerias
3.7
cancro
lesões necróticas ocorrentes tanto no lenho como na casca do tronco, colo ou galhos da árvore
3.8
casca inclusa
casca presa na parte interna de forquilhas ou bifurcações muito fechadas, causando uma estrutura
enfraquecida
3.9
clinômetro
inclinômetro
instrumento florestal utilizado para medir ângulos de inclinação e elevação
NOTA O inclinômetro também é utilizado para definir sensores ou acelerômetros para medição de
inclinação.
3.10
colo
região em que as raízes se unem ao tronco
3.11
colo soterrado
modificação ocasionada por ação humana, com elevação do nível de cobertura sobre o colo da árvore
(como concretagem, deposição de entulho, aterramento etc.), podendo ocasionar o apodrecimento
e até mesmo a morte da árvore
3.12
cupins xilófagos
insetos sociais da ordem Blattodea, que se alimentam de matéria orgânica lenhosa
3.13
elastômero
instrumento utilizado para medir a elasticidade de um material, fornecendo a indicação da sua rigidez
NOTA Nas medições de elasticidade, existe um ponto, denominado limite de elasticidade, que é aquele
em que a máxima tensão é aplicada ao material e este a suporta sem apresentar deformações permanentes
após a retirada da carga.
3.14
fenologia
ciência que estuda a periodicidade dos fenômenos e as influências do ambiente sobre as características
da planta
NOTA O estudo da fenologia explica muitas das reações das plantas ao clima e às características do solo
e do meio ambiente onde se encontram.
3.15
fungo
organismos do Reino Fungi que necessitam de compostos orgânicos como fonte de alimento
3.16
hipsômetro
instrumento utilizado para determinar a altura das árvores por triangulação
NOTA Os hipsômetros são construídos com base na semelhança de triângulos ou em relações angulares
de triângulos retângulos.
3.17
injúria
lesão ou dano causado à árvore por ordem biótica (organismos vivos) ou abiótica (eventos naturais,
como raios, ventos, chuvas, etc.)
NOTA A injúria é um importante fator para a tomada de decisão de qual manejo precisa ser adotado.
3.18
lenho
principal tecido constituinte vegetal, com a função fundamental de sustentação e de condução de
seiva ascendente nos caules e raízes
3.19
micro-organismo
ser vivo microscópico, uni ou multicelular, geralmente visível somente com a ajuda de um microscópio
3.20
palmeira
plantas monocotiledôneas pertencentes à família Arecaceae
NOTA A palmeira tem como características morfológicas o caule cilíndrico denominado estipe, coroado
por um penacho de folhas, também denominadas frondes, não apresentando ramificação lateral (galhos)
nem crescimento secundário do caule.
3.21
patógeno
qualquer organismo que possa causar uma doença
3.22
penetrógrafo
resistógrafo
equipamento que detecta deteriorações, estágios de podridão, áreas ocas e fissuras no lenho,
mediante a detecção da energia necessária à penetração de uma broca no interior da madeira
3.23
praga
qualquer organismo vivo, seja animal, vegetal ou micro-organismo, inoportuno ou indesejável em
qualquer ambiente
3.24
radar
equipamento de detecção por variação de onda de rádio, que permite a avaliação não invasiva de
raízes e do tronco, a partir de sua superfície
NOTA O princípio deste equipamento se baseia na reflexão que os corpos e superfícies de diferentes
permissividades dielétricas emitem quando são atingidos por um feixe de ondas eletromagnéticas.
3.25
raiz dobrada
alteração do padrão normal do crescimento das raízes, pelo impedimento físico, mecânico ou abiótico
do local onde a árvore está implantada (como solo, área permeável útil, edificações etc.)
3.26
raiz enovelada
alteração morfológica das raízes, que pode causar o estrangulamento da árvore em seu colo (base),
pelo impedimento físico, mecânico ou abiótico do local onde a árvore está implantada (solo, área
permeável útil, edificações etc.)
3.27
raiz escora
tipo de estrutura(s) ramificada(s) que se forma(m) no tronco, quando o caule ou o sistema radicular
das árvores são deficitários em sua sustentação, servindo como um “suporte” a estes
3.28
ramos epicórmicos
ramos frágeis
ramos originados de gemas dormentes na casca, não ligadas diretamente a meristemas primários,
podendo ser encontradas nos galhos ou troncos
NOTA Em geral, os ramos epicórmicos aparecem a partir de injúrias, podas ou declínio, em substituição
aos galhos ou troncos, sendo mais suscetíveis à quebra.
3.29
risco
efeito da incerteza nos objetivos
NOTA 1 Um efeito é um desvio em relação ao esperado. Pode ser positivo, negativo ou ambos, e pode
abordar, criar ou resultar em oportunidades e ameaças.
NOTA 2 Objetivos podem possuir diferentes aspectos e categorias, e podem ser aplicados em diferentes
níveis.
NOTA 3 Risco é normamente expresso em termos de fontes de risco, eventos potenciais, suas consequên-
cias e suas probabilidades.
NOTA 4 O conceito de risco requer uma avaliação conclusiva, que atinja um limiar de gestão onde não
é permitida a mantenção da situação.
NOTA 5 Uma árvore sob risco é aquela que apresenta defeitos estruturais suscetíveis de causar a ruptura
de uma de suas partes ou a sua queda por inteiro, e que poderia atingir um alvo.
3.30
sapopema
tabular
raízes acima do solo que se desenvolvem junto ao tronco das árvores, em grandes dimensões, com a
função de conferir estabilidade às árvores
3.31
sensores de movimentação
instrumentos utilizados para medir a movimentação da copa e do sistema radicular, de acordo com um
eixo principal, e para verificar a ancoragem das raízes
NOTA Quando o vento balança a árvore, uma carga é transferida para o sistema radicular. Os sensores
registram a oscilação dinâmica, a qual pode ser comparada com dados obtidos a partir de árvores testadas
previamente sob cargas estáticas.
3.32
sistema de instrumentação de árvores
sistema de coleta de dados durante o ensaio de flexão de árvores (pulling test), permitindo inferência
sobre as forças atuantes, propriedades do lenho, carga de ruptura e pivotamento do sistema radicular
3.33
sonda
aparelho para determinar a existência de deteriorações interna do lenho ou cavidades
3.34
sovela
instrumento de avaliação, formado por um cabo e uma haste metálica, utilizado para realizar pequenas
perfurações para o teste de resistência do lenho
3.35
tomografia
processo de avaliação que permite a reconstrução de seções transversais inteiras do tronco ou dos
galhos de uma árvore, mediante a passagem de energia pela madeira
NOTA 1 A tomografia de ondas sonoras gera uma imagem digitalizada da velocidade de ondas sonoras,
medindo o tempo que estas levam para percorrer uma seção da madeira. A velocidade depende do módulo
de elasticidade e da densidade da madeira. Uma deterioração reduz estes parâmetros, causando uma menor
condução dos ultrassons (cavidades e fendas desviam as ondas, prolongando os tempos de leituras).
NOTA 2 Na tomografia por impedância elétrica, é aplicada uma corrente de amplitude constante pela
madeira, e o equipamento analisa o percurso do campo elétrico inferindo sobre sua qualidade (processos de
biodeterioração, cavidades, alterações anatômicas, entre outros defeitos).
3.36
tomógrafo
equipamento de análise não destrutiva que realiza tomografia
NOTA 1 O tomógrafo de ondas sonoras utiliza a propagação de ondas sonoras (mecânicas ou ultrassom)
pela distribuição das velocidades.
3.37
trado de incremento
ferramenta composta por um tubo oco, afiado em uma das extremidades, que permite sua penetração
no interior da árvore, por meio de movimentos circulares
NOTA Com a penetração, amostras radiais são depositadas no interior do tubo, podendo ser avaliadas
para a identificação de descoloração de tecidos ou presença de apodrecimento.
3.38
vigor
medida da vitalidade da árvore, considerando alguns parâmetros como cor e tamanho das folhas;
densidade da copa; crescimento do broto; textura e brilho da casca do tronco e galhos, entre outros
3.39
zona de risco
área que identifica o posicionamento dos alvos em relação à árvore ou partes dela
NOTA Esta área pode ser delimitada sob a projeção da copa, a pouca distância do tronco ou do sistema
radicular, ou a uma distância em que os galhos possam quebrar e cair da árvore.
Uma síntese da sistemática de avaliação de risco, envolvendo a queda de uma árvore ou de suas
partes, é apresentada na Figura 1.
INÍCIO
Especificação do
escopo do serviço
(4.2)
Estabelecimento do
nível de avaliação
de risco de árvores
(4.3)
Atributos para a
avaliação de
risco de árvores
(4.4)
Avaliação de
risco de árvores
(4.5)
Há risco Comunicação
iminente de SIM formal e imediata
queda? do risco
NÃO
Recomendação
Elaboração de
imediata para que
relatório de
sejam tomadas as
avaliação de risco
providências
(4.6)
devidas
FIM
A especificação do escopo do serviço a ser realizado pelo arborista deve incluir, mas não é limitada a:
a ) interessado no serviço ou cliente (como empresa privada, pessoa física ou órgão público);
d ) critério de seleção;
4.3.1 Geral
4.3.2 Nível 1
A avaliação de risco de nível 1 deve ser limitada a uma análise visual de cada árvore ou a um grupo
de árvores próximas a alvos especificados, como ao longo de rodovias, ferrovias ou servidão de
concessionárias, para identificar condições especificadas ou defeitos óbvios, não sendo utilizados
equipamentos.
A avaliação da(s) árvore(s) deve ser feita por caminhamento, por veículo ou por patrulha aérea.
O método de avaliação e os critérios de tomada de decisão devem ser especificados.
4.3.3 Nível 2
A avaliação de risco de nível 2 deve ser limitada a uma análise visual externa (360°) do sistema
radicular visível, colo, tronco e copa da árvore, não sendo caracterizado um trabalho em altura, de
acordo com a legislação aplicável.
Neste nível, o uso de ferramentas manuais, como trena florestal, hipsômetro ou clinômetro, sovelas,
espátulas e binóculos, é possível para a localização de defeitos estruturais. Quando a auscultação for
especificada, um martelo de borracha ou ferramenta equivalente deve ser utilizado para detecção de
grandes cavidades e cascas soltas no tronco, principalmente no colo, nas raízes visíveis ou nas raízes
de suporte (raiz tipo escora ou sapopemas).
4.3.4 Nível 3
A avaliação de risco de nível 3 deve incluir, além da análise visual externa (nível 2), a análise dos
galhos, ou ainda empregar métodos e tecnologias avançadas para avaliação da extensão ou da seve-
ridade das condições ou defeitos.
A avaliação de risco de nível 3 deve incluir, mas não estar limitada a, um ou mais dos seguintes
métodos e equipamentos:
a ) escalada da árvore, trabalho em altura ou uso de drones, de acordo com a legislação vigente;
NOTA 1 Os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o trabalho em altura são estabelecidos
na NR 35.
b) prospecção do fuste ou galhos por meio de perfuração, com uso de equipamentos como furadeira
com broca de pequeno diâmetro, sonda, trado de incremento, penetrógrafos ou qualquer equipa-
mento cientificamente validado;
NOTA 2 Estes equipamentos podem ser considerados não destrutivos, mas são invasivos;
e) sistema de instrumentação de árvores para avaliação de sua estabilidade estrutural, com elastô-
meros, clinômetro e sensores de movimentação, para avaliação do comportamento mecânico da
árvore;
f) ferramentas para avaliação do solo e sondagem, como radar, trado de amostragem ou uma haste
metálica para prospecção de solo e raízes;
g) cálculo estrutural ou estatístico (probabilístico ou não) para avaliação do comportamento mecânico
da árvore frente aos esforços de vento ou do peso próprio.
Existem modelos de cálculo estrutural ou estatísticos (probabilísticos ou não) que podem ser
ferramentas complementares úteis para balizar a decisão sobre o manejo e a simulação de podas,
bem como inferências sobre o risco de queda de árvores ou partes delas, processos de biodeterioração
ou simulação de podas, entre outros. Entretanto, estes modelos não podem ser considerados o único
parâmetro, devido às incertezas envolvidas de uma estrutura muito complexa como a árvore.
Outros métodos e equipamentos podem ser utilizados, desde que tenham sido validados cientifica-
mente para árvores.
Ferramentas e práticas de trabalho que causem danos significativos ou irreversíveis à árvore, além das
boas práticas reconhecidas na arboricultura, devem ser evitadas. Neste sentido, o uso de furadeira,
sonda ou trado de incremento deve ser feito com cautela, pois os danos podem ser prejudiciais à
árvore ou fragilizar ainda mais os galhos, sendo sugeridos estes equipamentos para as árvores que já
possuam defeitos externos críticos, como cavidades e processos intensos de biodeterioração.
4.4.1 Geral
A análise de alvo deve ser realizada na avaliação de risco de acidente com árvores. Se houver risco para
as pessoas, animais, bens patrimoniais ou elementos da infraestrutura, as características da árvore,
a sua permanência e a sua remoção da zona de risco são aspectos que devem ser considerados.
O arborista deve avaliar os alvos conhecidos e possíveis (estático, transitório ou móvel), dentro de um
provável raio de queda da árvore especificada ou de suas partes.
As seguintes condições de entorno podem estar associadas ao risco de queda das árvores:
g ) pavimentação.
h ) histórico do local, como ocorrência de queda de árvores, reformas, movimentação de terra, área
alagadiça e outras alterações na ocupação do solo (se existirem).
As condições de entorno que serão avaliadas devem ser estabelecidas pelo arborista, com base na
relevância destas condições e no nível de avaliação de risco.
A avaliação visual externa da árvore deve conter, porém não se limitar a, o seguinte:
— se a árvore está morta ou em declínio (observar risco de queda de galhos secos e apodrecidos
ou de toda a árvore);
— colo soterrado;
— cavidades;
d ) tronco, incluindo:
— inclinação do tronco;
— cavidades;
— casca inclusa;
— ramos epicórmicos;
— coloração e turgência das folhas (não confundir com o processo natural de senescência da
espécie);
f) aspectos de fitossanidade e fitopatologia nas raízes, colo, tronco ou copa, incluindo:
— cupins xilófagos;
— brocas de madeira;
— formigas carpinteiras;
— espessamentos no tronco;
Quando for realizada uma avaliação de risco de nível 3, a avaliação interna deve ser realizada para a
verificação e quantificação de processos de biodeterioração ou outros defeitos no interior da árvore ou
nos galhos, bem como para a avaliação do sistema radicular e sua distribuição. Os métodos e equipa-
mentos utilizados devem ser os indicados em 4.3.4.
O arborista deve executar a avaliação de risco somente na(s) árvore(s) indicada(s) no escopo do ser-
viço, recomendando, se for o caso, estender a avaliação para outro(s) exemplar(es) que apresente(m)
situação análoga de risco.
O arborista deve avaliar os atributos estabelecidos em 4.4 com base no seu conhecimento técnico, na
experiência do profissional e nos dados históricos sobre o comportamento das espécies das árvores.
NOTA 2 Dados de direção e de velocidade de ventos preferenciais no local da árvore também são informa-
ções relevantes.
A tomada de decisão sobre o risco de uma árvore depende do nível de avaliação de risco adotado e
do tipo e extensão dos defeitos.
Caso haja risco iminente de queda, este risco deve ser comunicado formal e imediatamente, recomen-
dando que sejam tomadas as providências devidas, como isolamento da área, sinalização da árvore,
remoção do alvo, manejo para mitigação e monitoramento. A periodicidade da avaliação de risco deve
ser indicada, considerando a realização do manejo recomendado. No caso de ser recomendada a
realização de poda, deve-se utilizar a ABNT NBR 16246-1.
b ) histórico do local;
c) nível de avaliação de risco acordado com o interessado pelo serviço, incluindo a descrição dos
métodos e equipamentos utilizados;
f) descrição dos métodos e equipamentos utilizados, incluindo o nível de avaliação de risco acordado
com o interessado;
Se na avaliação de risco de nível 3 for utilizado modelo de cálculo estrutural ou estatístico (probabilístico
ou não), este deve ser incluído no relatório.
O relatório de avaliação de risco de árvores cuja remoção não seja estabelecida deve conter as
informações sobre as incertezas não qualificadas ou quantificadas, devido ao nível de avaliação de
risco estabelecido e/ou à inexistência de tecnologia para sua medição.
Bibliografia
[2] ALBERS, J.S.; POKORNY, J.D.; JOHNSON, G.R. How to dectect and assess hazardous defects in
trees. In: POKORNY, J. D. (Coord.). Urban tree risk management: a community guide to program
design and implementation. St. Paul: USDA, Forest Service, Northeastern Area, Staty and Private
Forestry, 2003. chap. 3, p. 41-116. (Technical Paper, NA-TP-03-03).
[3] AMERICAN NATIONAL STANDARDS INSTITUTE. A300-9. Part 9 ‒ Tree risk assessment. a. tree
structure assessment. Washington, DC, 2011. 14 p.
[5] DUNSTER, J.A. et al. Tree Risk Assessment Manual. International Society of Arboriculture,
Campaign, II, 2013. 198p.
[6] MATTHECK, C.; BRELOER, R.C. The body language of trees: a handbook for failure analysis.
London: the Stationery Office, 1997. 239 p.
[7] SEITZ, R. A. Manual de poda de espécies arbóreas. IPEF, Piracicaba, SP, 1995. 56p.