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Ivar Ericksso1

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IVAR ERICKSSON

Memórias da Guerra Civil Brasileira

Editora Nova Islândia


Sumario

Período de formação................................................................................2
Academia Real da Força Aeronaval da Islândia............................................2
Viajem a Alemanha..........................................................................................3
Guerra Civil Brasileira............................................................................4
Chegada a Fazenda Nova Islândia...................................................................4
Acampamento em São Paulo............................................................................4
Bombardeio em Minas Gerais...........................................................................5
Batismo de fogo no Rio de Janeiro....................................................................6
Abate no Rio Uruguai.......................................................................................7
Período de formação

Academia Real da Força Aeronaval da Islândia


01/04/ 1946

Embarquei em um trem para a Academia Real da


Força Aeronaval da Marinha Real Islandesa, o lar dos
Gyrfalcon em companhia de um amigo do colégio em
Reykjavík. Quando chegamos fomos à procura do
instrutor chefe da academia, logo na manha seguinte.
Nós fomos comunicados pelo instrutor chefe que não
havia tanta pressa, que podíamos visitar a cidade. Em
vista disso, passamos o dia observando as lindas
mulheres islandesas e a beleza de nosso céu. Divertimo-
nos bastante imaginando batalhas aéreas. No dia
seguinte, apresentamo-nos ao Grupo de instrução de
caça, onde fizemos uma inspeção de saúde. Eles nos
apresentaram o Hawker Hurricane, quando sentamos
no cockpit meus olhos brilharam.

Viajem a Alemanha
20/09/1948

Embarquei no dia 03/09 para Berlim, com uma


extrema vontade de conhecer o Barão Vermelho, sou
um grande fã desde quando ganhei “o piloto de caça
Período de formação

vermelho” de meu tio. Meu coração bate mais forte a


cada segundo que passa no relógio.

Viajem a Alemanha
26/09/1948

Hoje visitei o comando da força aérea alemã e uma


base aérea em Berlim. Quando cheguei, fui a procura
do vice-comandante da força aérea alemã, Manfred
Von Richthofen. Fui comunicado que ele me esperava
na pista de voo, chegando lá me deparei com um
monstruoso campo. Dividido em varias áreas, tinha
cinema, ginásio, rancho, igreja, clube de oficias, bancos,
correios e telégrafos. Ele me convidou para sobrevoar
Berlim em um BF-109. Quando pousamos, fomos
recebidos ao som de uma musica alemã de uma banda
militar. Quando entrei no refeitório, as mesas eram
fartas e bem servidas.
Guerra Civil Brasileira

Chegada a Fazenda Nova Islândia


24/02/1956

Olá, minha irmã, cheguei à fazenda de nosso pai no


Brasil. Daqui a pouco vou partir em viajem de 90 km
até a capital pra me alistar na Força Aérea. Às vezes

acho que não tenho muita ideia do que me espera.


Mas eu não sou um medroso, sou? Tenho sangue
islandês, eu serei um voluntario. Lutarei pelo puro
amor de lutar e matarei com um grito triunfante. Não
sinto saudades de casa, não por ora, mas acredito que
em breve nós iremos nos encontrar novamente.

Acampamento em São Paulo


21/06/1956

Escrevi para você cinco ou seis vezes no último mês,


mas acho que dificilmente você recebeu as cartas. O
serviço postal tem sido muito irregular desde o
acampamento onde estivemos. Espero que você receba
isso, mas eu dificilmente acho que você vai. Estou
muito, muito bem, nunca estive melhor na minha vida,
Guerra Civil Brasileira

estamos agora muito perto da primeira linha na


batalha que parece sem fim. Estou cumprindo meu
dever como o vejo, mas sem correr riscos inúteis, então
não se preocupe comigo. É tudo na sorte e acho que o
meu é bom este ano. Estamos indo muito bem, a vida
não é muito difícil e o espírito e a moral são
maravilhosos. Temos a certeza de vencer os varguistas
e oligarcas. Helga me escreve dizendo que tem notícias
suas com frequência. Nós dois somos muito gratos a
você e ao pai. Com todo o amor de seu filho amoroso,
Ivar.

Bombardeio em Minas Gerais


14/09/1956

Faz alguns meses que eu não escrevo para casa, esses


últimos meses foram agitados. Desembarquei em
alagoas no fim de fevereiro e cheguei à nossa fazenda,
fiz uma viajem de 90 km até a capital pra me alistar na
Força Aérea. Entrei em combate real pela primeira
Guerra Civil Brasileira

vez, o alarme tocou e fomos todos para os nossos


aviões. Cerca de 30 minutos depois quando eu estava
chegando à província de Minas Gerais, avistei junto
com minha esquadrilha os acampamentos e centros
militares dos oligarcas. Eu estava a certa de 1000
metros de altitude, e iniciei a manobra de bombardeio
exatamente como no treinamento da Academia Real
da Força Aeronaval da Islândia. Despejei cerca de 800
kg de explosivos nos prédios e tendas, eu vi alguns
soldados saídos dos abrigos, correndo como verdadeiras
tochas humanas. Se minha mãe pudesse imaginar o que
eu fiz, certamente teria um infarto.

Batismo de fogo no Rio de Janeiro


15/09/1956

Olá, querido irmão, como você está? Ontem escrevi


para nosso pai, confesso que sinto saudade de vocês.
Semana passa tive de fato o meu batismo de fogo na
região central do Brasil. Quando eu estava chegando
sobrevoando a cidade do Rio de Janeiro, recebi uma
Guerra Civil Brasileira

mensagem dizendo que 2 caças varguistas se


aproximavam. Cerca de 2 minutos depois, eu vi os dois
F-86 Sabre se aproximando. Eu estava a cerca de 500
metros acima deles e iniciei a manobra de ataque. Os
F-86 não me viram, pois eles estavam contra o sol. Ai
então comecei a atirar nos motores. Um deles foi
abaixo e explodiu. O outro estava esburacado e
começou a descer lentamente soltando fumaça.

Abate no Rio Uruguai


23/12/1956

Olá, como vão? As ultimas semanas foram agitadas,


perdi muitos amigos. Participei de uma batalha aérea
em algum lugar de Santa Catarina, foi uma batalha
difícil, onze dos nossos aviões foram abatidos.
Estávamos em uma missão de reconhecimento no Rio
Uruguai quando avistamos alguns acampamentos
varguistas no outro lado do rio. O meu avião foi
gravemente danificado pela defesa varguista e caiu no
rio, fui obrigado a abanar meu caça e saltei de paraque
Guerra Civil Brasileira

das. Depois de caminhar por quilômetros, felizmente,


encontrei uma patrulha de soldados monarquistas e
tentei em apresentar apesar da dificuldade de
comunicação. Passei alguns dias no acampamento deles,
quando o oficial de infantaria anunciou que um trem
dominado pelos varguistas estava chegando se
aproximando do local de patrulha aliada. Nos
emboscamos o trem, infelizmente os soldados que
estavam montados a cavalo foram baleadas.
Arremessei um explosivo (que não recordo o nome) na
linha de trem e explodiu. Conseguimos render quase
cinco mil soldados varguistas. Desejo a todos vocês, um
feliz natal.

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