Micro Bio Ma
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Além deste imenso número de células, hospedamos ainda o mesmo número ou mais
de microrganismos. Sim, mais de quarenta trilhões de bactérias habitam
simbioticamente os intestinos, boca, pele, nariz, genitais, etc.
É provável que você já tenha ouvido falar dos muitos benefícios do iogurte, do kefir e de
outros alimentos fermentados. Hoje, devido a um número extenso de pesquisas, a
importância central destes microrganismos para a Saúde é indubitável e
inquestionável.
PROBIÓTICOS
A partir do momento, que você passou pelo túnel do nascimento, diversos tipos de
bactérias, algumas benéficas, algumas neutras e outras nocivas, penetraram através
de sua boca e começaram uma luta pelo domínio de seu corpo que só terminará no dia
em que este morrer. Bem-vindo ao planeta Terra, o mundo da dualidade e palco da
"eterna luta entre o bem e o mal".
Se você foi amamentado no seio, recebeu o colostro e tudo correu bem, em algum
momento entre os dias quatro e sete depois de seu nascimento as bactérias “do bem”
decisivamente venceram a batalha e declaram sua supremacia, virtualmente, sobre
cada canto do seu sistema digestivo – da boca até o ânus. (Nota: a mesma batalha
também ocorre no trato vaginal e nas cavidades nasais).
No entanto, essa guerra permanece até os seis anos de idade, quando o sistema
imune está completamente formado. Se, por qualquer razão, sua flora intestinal tiver
sido severamente comprometida antes desta idade (o que acontece quando sujeita a
uma dose de antibióticos), isto poderá impactar sua saúde pelo resto da vida .
Verdade seja dita, trata-se de uma batalha que nunca é inteiramente vencida. As
bactérias nocivas nunca são completamente eliminadas
Mas, em um corpo saudável, as inimigas da saúde não têm sequer chance de ganhar
território, estabelecer uma colônia, multiplicar-se exponencialmente e causar
doenças.
Num cólon saudável existe, em média, 100 bilhões de bactérias benéficas por
milímetro (cerca de 1/5 de colher de chá) que, literalmente, consomem bactérias
nocivas e outros invasores.
No típico ocidental, por devido a dieta empobrecida e sua negligência relativa aos
cuidados com o cólon, a contagem de bactérias benéficas pode ser tão pequena
quanto quatro ou cinco por milímetro.
Compare 100 bilhões com quatro (não quatro bilhões - só quatro, mesmo) e você
consegue ter uma ideia do tamanho do problema. Muitos pesquisadores agora
acreditam que o declínio dos níveis de bactérias benéficas no trato intestinal pode, de
fato, marcar o início da doença degenerativa crônica.
De acordo com William Parker, PHD, Professor Assistente de Cirurgia Experimental, "ainda que
não haja nenhuma certeza absoluta, a abundância de evidência circunstancial nos dá uma forte
indicação de que o papel do apêndice é servir como um abrigo para as boas bactérias para que
estas possam ali viver em segurança até que sejam necessárias."
Em outras palavras, parece que o apêndice humano serve como um “bunker” para que as bactérias
benéficas mantenham uma reserva de contingência para quando for necessário inocular o cólon,
após este ter seu conteúdo expurgado na sequência de uma exposição a patogênicos. Por
exemplo, repovoando o intestino no evento de uma diarréia.
Além disto, novas pesquisas confirmam o fato de que, em um trato intestinal saudável, as bactérias
benéficas são instrumentais na criação de um biofilme, composto de micróbios, muco e moléculas
do sistema imunológico, que cobrem a membrana do intestino, assim prevenindo que as bactérias
maléficas consigam fixar raízes.
Como diz o Dr. Parke, “Nossos estudos indicaram que o sistema imunológico protege e nutre as
colônias de micróbios que vivem no biofilme. Protegendo-os, os micróbios ruins não têm
como se estabelecer. Também percebemos que este biofilme é mais pronunciado na região do
apêndice e sua prevalência diminui na medida em que nos afastamos dele.”
SUPLEMENTANDO PROBIÓTICOS
Diante do conteúdo apresentado, ficou claro que a possibilidade de uma suplementação com
probióticos seria altamente recomendável, com muitos estudos amparando seus benefícios.
Não pode haver saúde verdadeira ou recuperação de doenças sem que se tenha colônias
equilibradas de 30 trilhões de microorganismos benéficos, florescendo através do trato
intestinal, ajudando na digestão, na absorção e na produção de significantes quantidades de
vitaminas e enzimas, potencializando o sistema imune e, contantemente, trabalhando para
suplantar as bactérias danosas.
A questão então é: como fazê-lo? Como acrescentar na dieta alimentos que ajudem a repovoar
a flora intestinal com diversos tipos de bactérias benéficas?
A segunda medida é suplementar com uma boa fórmula probiótica, algo absolutamente
essencial para a saúde intestinal a longo prazo.
Podemos fazer isto através de cápsulas de probióticos,
de alimentos fermentados, ou da melhor opção:
a junção das duas possibilidades.
ALIMENTOS FERMENTADOS
Ao longo da história da humanidade, diversas culturas perceberam que alguns alimentos, após
fermentados, se tornavam mais digeríveis e traziam consigo benefícios extras a quem os consumia.
Iogurte, Kefir e chucrute são alguns exemplos de alimentos, provenientes de culturas diversas,
que trazem consigo a reputação de aperfeiçoar processos digestivos, melhorar a saúde e
promover a longevidade.
Alimentos fermentados são excelentes e podem ajudar bastante, mas correm o risco de não
carregarem em sua composição apenas as bactérias benéficas, algo que não ocorre quando
utilizamos uma fórmula de probióticos.
Nos dias de hoje, temos ferramentas melhores e mais eficazes indicadas para colonizar o trato
intestinal. Estas são as fórmulas com probióticos, manipulados com tecnologia avançada para
assegurar pureza e qualidade.
Dentre os fermentados mais conhecidos, considera-se aqueles de base vegetal como o chucrute
e o kimchi os mais apropriados, pois são de fermentação bacteriana, como a nossa flora, e
nutrem-se dos carboidratos presentes nos vegetais. Sugere-se NÃO utilizar o “rejuvelac”, que
além de não ter uso tradicional, é feito a partir de cereais, que facilmente se contaminam com
fungos, além de conterem antinutrientes e glúten.
O kefir e o kombuchá são probióticos interessantes que trazem benefícios, porém recomendo
certa cautela com estes, pois são uma associação de bactérias e fungos, alguns dos quais não
fazem parte de nossa microbiota original e, além disso, alimentam-se incessantemente de
açúcares simples, como sacarose e frutose. Colonizar nossos intestinos com organismos que
pedem açúcar não é uma proposta que faz muito sentido.
O iogurte é relativamente pobre em espécies, porém fornece os já bem estudados
lactobacilos, além dos componentes do leite mais aptos para uma boa digestão e
absorção. Entretanto, é importante que seja realmente natural e idealmente feito a partir
de leite cru. O iogurte vendido em lojas é pasteurizado depois de pronto para aumentar sua
vida de prateleira, o que simplesmente mata todos (ou quase todos) os lactobacilos
benéficos.
Se não estiver especificado na etiqueta "culturas vivas e ativas" não se engane, é apenas
um creme de leite simples, muitas vezes com uma boa dose de açúcar.
O ideal, quando optamos por utilizar os fermentados, é iniciar a cultura com uma cápsula
de probióticos de alta qualidade, abrindo-a e despejando o conteúdo em pó na base que
desejamos fermentar.
Em uma cápsula de probióticos de alta qualidade devem constar várias espécies benéficas
(devidamente selecionadas para não competirem entre si), como Acidophilus,
Bifidobacterium, L. Salivarius, L. Plantarum, L. Rhamnosus, etc. Diferentes cepas
auxiliam em diferentes aspectos da Saúde.
Em um alimento fermentado de boa qualidade, você raramente encontra mais do que duas
espécies de probióticos. Inocular uma base com uma cápsula é um meio muito eficaz de
garantir que o alimento fermentado contenha a biodiversidade ideal para colonizar sua
flora intestinal.
Outra vantagem de fermentar um alimento com uma cápsula ao invés de simplesmente tomar a
cápsula, é que isto irá potencializar em muito o efeito dos probióticos, pois estes terão as condições
para crescer e se multiplicar no meio escolhido antes de adentrar seu organismo.
Assim, ao invés de ingerir alguns milhões de microrganismos adormecidos em uma cápsula, você
pode ingerir bilhões deles em uma única colherada de alimento fermentado. Fermentando com
cápsulas, você potencializa o efeito de inoculação e economiza dinheiro, pois probióticos de alta
qualidade não são exatamente baratos e, fermentando dessa forma, você precisará de menos
cápsulas. Fermentar com probióticos otimiza a ação dos probióticos e ainda cria receitas que
podem ficar muitíssimo saborosas.
Existem vários meios que podem ser utilizados como base de cultura. A mais simples opção é a
água de coco. Simplesmente abra um coco, transfira sua água para um recipiente de vidro bem
limpo, despeje o conteúdo de uma cápsula de probióticos, guarde o recipiente coberto com um
pano em um local escuro e morno, como um armário, por exemplo. Aguarde aproximadamente
de 3 a 6 horas, ou até que o aroma e o aspecto da água se transformem. É perceptível quando
está fermentado. Beba puro ou crie saborosos e requintados drinks, utilizando gengibre,
especiarias e/ou frutas diversas. É realmente algo especial.
Existem, claro, outras possibilidades. Você pode utilizar vegetais fatiados ou ralados para criar
“pickles” (conservas) saudáveis. O procedimento é semelhante ao da água de coco, basta ralar os
vegetais escolhidos (cenoura, repolho, gengibre ou o que parecer mais interessante) e
acrescentar um pouco da água de coco já fermentada, ou começar do zero, utilizando um
pouco do sumo dos vegetais ralados. Após algumas horas (de 5 a 24 horas, dependendo do
vegetal), você percebe que estes se tornam macios, pré-digeridos pelos microrganismos, com
sabor acentuado de conserva.
Os orientais chamam isto de Kim-Chee. Uma colherada de um alimento como este, antes de
uma refeição, ajuda a digerir qualquer coisa, pois fortalece o fogo digestivo com sua acidez e
fornece enzimas digestivas, além dos preciosos microrganismos.
Já existem pessoas bem experienciadas na fina arte de preparo de queijos de sementes. Tive
a oportunidade de degustar um roquefort feito de macadâmias, que era melhor que o original.
Isso mostra que é mais do que possível evoluir a qualidade da origem dos ingredientes que
compõem a nossa cultura alimentar, sem com isto abrir mão dos prazeres do paladar.
Como precaução, ouça o conselho dos seus sentidos (em especial do olfato) e, caso perceba
que algo fermentou demais e/ou passou do ponto, devolva esta cultura à terra e comece de
novo com um novo lote de probióticos. Se sentir que está forte, mas que ainda está comestível,
não exagere na quantidade. Lembre-se de que estes microrganismos se multiplicam com
enorme velocidade, e que em uma colherada pode haver bilhões deles.
Um excesso de probióticos pode gerar reações adversas, como uma diarréia, portanto é bom
começar aos poucos, aclimatando o organismo. Mesmo algo essencialmente benéfico como
o sol, quando tomado em excesso, pode gerar queimaduras.
PROPRIEDADES DE ALGUNS PROBIÓTICOS
L. ACIDOPHILUS
Reside primariamente no intestino delgado e produz uma variedade de poderosos compostos
anti-micróbios, incluindo acidolina, acidophilina, lactocidina, e bacteriocina.
A BIFIDOBACTÉRIA
Reside principalmente no intestino grosso e beneficia o corpo de diversas maneiras:
• Tem a habilidade de remover elementos formativos do câncer, ou as enzimas que levam à sua
formação.
assimiláveis. Ela também ajuda a comer material fecal incrustado nas paredes de todo o cólon.
Auxilia no reparo do trato intestinal, fornecendo enzimas e nutrientes essenciais e adere às paredes
L. PLANTARUM
Tem a capacidade de eliminar milhares de espécies de vírus e bactérias patogênicas,
removendo com facilidade a E. Coli do trato intestinal.
L. SALIVARIUS E L. PLANTARUM
Funcionam muito bem em conjunto, pois enquanto a primeira ataca primariamente bactérias,
a segunda tem como alvo primário os vírus.
L. RHAMNOSUS
É um poderoso fortalecedor imunológico, estimulando a capacidade do corpo de destruir
invasores em até três vezes a atividade normal, além de aumentar a circulação de anticorpos
em níveis até oito vezes superiores. Suplementação com este probiótico foi associada com a
prevenção e alívio de quase tudo, desde alergias alimentares, passando por diarreia e
constipação, até mesmo doença inflamatória do cólon.
Outras bactérias amigas importantes que você pode encontrar em uma boa fórmula incluem:
STREPTOCOCUS TERMOPHILUS, L. BULGARICUS, B. LONGUM E L. CASEI.
PREBIÓTICOS: ALIMENTO PARA PROBIÓTICOS
Toda essa população de bactérias precisa se alimentar e seu alimento ideal para elas são as
fibras, além de alguns carboidratos resistentes (um tipo especial de carboidrato que não altera
a insulina, ao contrário, melhora seu funcionamento). Mais um grande motivo para priorizar a
ingestão de grande quantidade e variedade de vegetais diariamente.
A microbiota intestinal muda rapidamente, sempre que são realizados ajustes na dieta.
Estudos com ratos verificaram que, após mudanças na dieta, o microbioma pode mudar da
noite para o dia. Mudanças semelhantes também ocorrem em humanos.
A mudança para uma dieta mais favorável ao intestino traz resultados positivos no
tratamento de inflamação crônica, obesidade e permeabilidade intestinal.
Outro destaque para os amidos resistentes - uma classe especial de amidos que resistem
à digestão. Não são um "carboidrato complexo", com digestão mais lenta, simplesmente
não são digeridos, portanto, seu impacto na glicemia é zero. É um tipo de carboidrato que
não conta como carboidrato para o metabolismo.
À primeira vista seria algo indiferente para o organismo, não fornece nutrientes, não
fornece energia e também não causa danos. Mas quando este amido chega basicamente
intacto ao cólon com sua microbiota variada, ele serve de alimento para as bactérias
benéficas, que são anti-inflamatórias e produzem ácidos graxos de cadeia curta, como o
butirato, que tem efeitos metabólicos notáveis.
O amido resistente está presente em pequena proporção nos grãos integrais e, em maior
proporção, nas leguminosas (feijões). Os grãos, como já vimos, apresentam problemas
diversos, já as leguminosas, quando bem preparadas, são uma opção boa, pois além de
nutritivas, fornecem alguma quantidade deste tipo de carboidrato.
A melhor fonte de amido resistente talvez seja a banana verde, que pode inclusive baixar a
glicemia do sangue. Outras fontes boas, desde que de boa procedência e desde que
CRUAS, são as féculas de batata e de mandioca. Ao aquecê-las se transformam em
carboidrato refinado comum.
Outra opção bem interessante é o chamado amido retrógrado, que se forma quando o
amido é aquecido e depois resfriado. O arroz parboilizado passa por este tipo de processo
e tem elevado teor de amido resistente.
O arroz branco, depois de cozido e resfriado por pelo menos 20 horas forma, também
amido resistente. A batata doce, e qualquer outra raiz de amido também. Amidos
resfriados são muito bons para a flora intestinal.
A “leaky gut syndrome”, ou síndrome de vazamento intestinal, se refere ao estado alterado das
células epiteliais na superfície do intestino. Normalmente, os nutrientes são absorvidos
através dessas células epiteliais, que selecionam o que deve entrar e o que não deve entrar no
sangue.
No entanto, pode acontecer que as estreitas junções entre as células intestinais desregulem
sua permeabilidade, permitindo que substâncias nocivas entrem na circulação sanguínea,
criando um desequilíbrio na permeabilidade. Esta permeabilidade aumentada (síndrome do
intestino permeável) é um dos fatores-chave no desenvolvimento de doenças autoimunes. A
doença celíaca é um exemplo típico de doença autoimune que envolve permeabilidade
intestinal.
• O cloro na água tratada que as pessoas utilizam para beber ou cozinhar não mata apenas as
bactérias da água, mas também devasta as colônias de bactérias benéficas que vivem nos
intestinos. O espaço vago é preenchido por bactérias nocivas.
• Fumo
• Álcool
• Estresse crônico
• Kefir
• Kombucha
• Kimchi
• Natto
• Tempê
O intestino tem cerca de 500 milhões de neurônios e um sistema nervoso em grande parte
independente do cérebro. Por estas e outras características, como o alto nível de serotonina e sua
grande influência nos estados de humor, foi nomeado por cientistas como o “Segundo Cérebro”
Nas últimas duas décadas cresceu a compreensão da importância do intestino para o bem-estar
do cérebro.
A microbiota afeta o intestino e, através dele, o cérebro. Os primeiros sinais de função cerebral
reduzida também podem ser detectáveis na digestão – secreção reduzida de enzimas do
pâncreas, enfraquecimento da atividade da vesícula biliar e a debilitação geral do equilíbrio e da
função intestinal.
A natureza bilateral da comunicação entre o cérebro e o intestino pode formar, por assim dizer, um
círculo vicioso. A condição inflamatória frequente ou o desequilíbrio do intestino pode causar
deterioração das ligações entre os enterócitos da superfície intestinal, causando permeabilidade
intestinal excessiva.
A inflamação faz com que a barreira hematoencefálica também se torne permeável, o que, por sua
vez, ativa as células do tecido conjuntivo do cérebro, também conhecidas como células da
micróglia. O resultado é uma condição inflamatória cerebral crônica que prejudica a função cerebral
e pode causar ansiedade e depressão.
Desse modo, completa-se o círculo vicioso que irá piorar, a menos que medidas corretivas tais
como as apresentadas neste material sejam adotadas.
INDIVIDUALIDADE DIGESTIVA,
HIPERSENSIBILIDADE E TOXINAS
A alergia alimentar é uma resposta imune adversa a uma proteína específica presente no
alimento. O sistema imune trata a proteína estranha como nociva, causando uma rápida
resposta de anticorpos (imunoglobulina E). Alergias alimentares não relacionadas à reação da
imunoglobulina E, tais como a doença celíaca e a enterocolite, são mais raras.
“Em tudo há veneno, e nada é sem veneno, o que importa é a dosagem.” – Paracelsus
Todos os alimentos contêm compostos úteis, tais como vitaminas, minerais, elementos traços
e ácidos graxos, mas praticamente todos contêm elementos desnecessários ou nocivos, isto
é, toxinas, em menor ou maior proporção. Se irão causar sintomas ou não, isso dependerá da
natureza da toxina, dos níveis de toxina na planta ingerida e da sensibilidade individual a várias
substâncias.
Xenoestrogênios simulam os efeitos do estrogênio em nosso corpo. Eles podem ser compostos
sintéticos ou naturais. Fontes típicas de xenoestrogênios são garrafas de plástico e contêineres,
produtos de higiene e cosméticos, panelas de Teflon, enlatados e tíquetes de compra.
Por exemplo, o plástico de policarbonato (PC) pode liberar bisfenol A (BPA), que foi associado a
distúrbios endócrinos e enfraquecimento do sistema imunológico. BPA e ftalatos têm efeitos
epigenéticos (ativando certos genes). Você pode cortar o consumo destes elementos através
de escolhas inteligentes, por exemplo, abandonando o uso de garrafas plásticas de água.
Antinutrientes são compostos sintéticos ou naturais que evitam que os nutrientes sejam
absorvidos, podendo causar problemas de saúde. É útil, portanto, conhecer os alimentos
que os contêm e como os mesmos podem ser processados para minimizar seus efeitos
nocivos.
A finalidade dos antinutrientes é proteger o vegetal contra fatores externos, tais como
bactérias, mofos, insetos e pragas. Na verdade, faz sentido que as medidas protetoras das
plantas sejam causadoras de problemas intestinais.
LECTINAS
Alimentos contendo lectinas incluem legumes (feijão, ervilha, lentilha, soja, amendoim),
cereais (de acordo com estudos com animais, a aglutinina do germe de trigo ou WGA pode
ser especialmente nociva à saúde), batatas, castanhas e sementes.
A lectina tem a propriedade de se ligar às células superficiais do trato digestivo. Isto pode
causar aumento da permeabilidade intestinal e perturbações na digestão. Os feijões
comuns crus podem ser particularmente tóxicos. Eles contêm altos níveis de
hemaglutinina, substância que tem a propriedade de causar aglutinações das hemácias.
Isto sugere que existe ligação entre lectinas e algumas doenças autoimunes, tais como a
artrite reumatóide. De acordo com uma hipótese de pesquisa, as lectinas podem causar
resistência à leptina (cf. resistência à insulina) a qual, por sua vez, pode contribuir para o
desenvolvimento de obesidade e distúrbios metabólicos.
FITATOS
O ácido fítico está presente em plantas na forma de sal, isto é, fitatos. O ácido fítico pode
ser encontrado em sementes de cereais e nos legumes, bem como nas castanhas. Este
ácido forma quelatos com zinco, manganês, cobre, ferro e magnésio e pode, desse modo,
prejudicar a absorção destes minerais. Geralmente, a microbiota intestinal contém poucas
enzimas de fitase, que são capazes de quebrar os fitatos.
GLICOSÍDEOS CIANOGÊNICOS
Oxalatos são compostos que consistem em ácido oxálico e ânions, sais e ésteres. O ácido
oxálico é uma substância venenosa que pode danificar a parede intestinal e causar pedras
nos rins pela formação de cristais de oxalato de cálcio. As plantas ricas em oxalato incluem
espinafre, salsinha, azedinha e ruibarbo, bem como beterraba, pimenta-preta, grãos de
cacau, cereais, legumes (principalmente a soja) e castanhas.
SAPONINAS
PROLAMINAS
Prolaminas são proteínas que armazenam nitrogênio e são encontradas em cereais. Elas são
ricas em glutamina e prolina (aminoácidos). Incluem a gliadina (uma parte da proteína do glúten
do trigo), hordeína (cevada), secalina (centeio), avenina (aveia) e zeína (milho). As partes cen-
trais dos grãos de aveia e de arroz contêm relativamente baixos níveis de prolamina.
Mais ainda que os alimentos, os principais causadores do efeito goitrogênico no corpo são os
goitrogênios oriundos de metais pesados, inseticidas, dioxina, PCB e vários medicamentos, tais
como AINEs (anti-inflamatórios não-esteroides) e aqueles utilizados para controle do colesterol.
FITOESTROGÊNIOS
Os fitoestrogênios se ligam aos receptores de estrogênio e, desse modo, podem interferir, por
exemplo, no ciclo menstrual da mulher. Recomenda-se que mulheres grávidas ou aquelas que
estão pretendendo engravidar evitem os fitoestrogênios, devido a seus efeitos sobre o estrogênio.
O uso de fórmula infantil contendo soja também não é recomendado.
INIBIDORES ENZIMÁTICOS
Os inibidores enzimáticos são moléculas que ocorrem naturalmente em algumas plantas. Eles
interferem na função de várias enzimas digestivas. Por exemplo, os inibidores da protease, que
inibem a função da tripsina e da pepsina, podem ser encontrados na soja crua.
Os inibidores da amilase, encontrados em altos níveis no feijão comum, constituem outro exemplo
de inibidores enzimáticos. Os inibidores da amilase interferem no processo de quebra e absorção
do amido e de outros carboidratos complexos no sistema digestório.
MÉTODOS DE REDUÇÃO DE ANTINUTRIENTES
Germinação
Imersão (adicionando bactérias do ácido láctico, peróxido de hidrogênio diluído, iodo, vinagre
ou bicarbonato de sódio à água de imersão, para assim acelerar o processo, isto é, remover os
fitatos)
Recomenda-se combinar vários métodos para atingir o efeito desejado. A condição das
membranas da mucosa intestinal pode ser aprimorada pelo uso de bactérias do ácido láctico,
do colostro, da glutamina e da sílica.
CARBOIDRATOS FODMAP
L-glutamina
• Mantém a condição da membrana mucosa intestinal
• Repara a permeabilidade intestinal
Magnésio
Vitamina B12
Vitaminas A, D e E
• Promovem a regeneração das membranas mucosas
Fosfolipídios e lecitina
• Promovem a absorção de gorduras
Enzimas digestivas
CONCLUSÃO
Deu para perceber que o sistema digestivo com seus trilhões de habitantes é de
importância inquestionável para a Saúde em todos os aspectos. Nossa capacidade de
digerir e absorver nutrientes, evitar a entrada de toxinas no sangue, o sistema imune, os
processos inflamatórios, nossos estados de humor e até mesmo o sono e aspectos
neurológicos e psíquicos podem ser profundamente afetados pelo equilíbrio ou
desequilíbrio do nosso microbioma intestinal.
Então, da próxima vez que for fazer compras ou preparar uma refeição, não seja egoísta,
pense também nos alimentos ideais para satisfazer os trilhões de hóspedes que te
acompanham!
Sugiro que retornem calmamente a este material algumas vezes, pois está muito rico e
contém informações preciosas para você e para suas bactérias.
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